A Lei De Amra

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A lei de Amra A manga é uma fruta magnífica, rica em ferro e vitamina C. Oriunda da mística Índia foi trazida até nós pelos portugueses na época do descobrimento e se espalhou pelo Brasil de norte a sul. Seu nome científico é MAN(g)GÍFERA e pertence a família das ANARCADIACEAE, possuindo mais de cem variedades da espécie. Seu nome em sânscrito é AMRA que significa: “Aquele que SERVE as criaturas vivas”1[1]. Dito isto, vamos para a parte da chamada Lei de Amra! Costume que remonta primevos egípcios, a famosa Lei de Amra é mencionada em diversos manuscritos místicos antigos. Esta mesma lei foi, posteriormente adotada pelos povos hebreus influenciando suas práticas religiosas até hoje. A Lei de AMRA é a seguinte2[2]: Se você ora ao Deus do seu Coração, suplicando algum auxílio especial em caso de doença, preocupação, adversidade, tribulação, ou problema financeiro, e se sua prece, ou seja, sua petição for atendida, você tem o dever de fazer uma compensação, não apenas por meio de uma prece ou um sentimento de gratidão, mas, transferindo a outrem uma parte da benção que recebeu. Como visto, a tradição assim nos obriga se ao pedirmos melhora de saúde, alívio em algum sofrimento ou mesmo auxílio em negócios ou ascensão social, de acordo com a Lei de Amra, devemos contribuir com algo, separando uma pequena quantidade de dinheiro ou qualquer outro material que possa ser usado para fazer mais feliz alguma outra pessoa, ou melhor, colocá-la em paz com o mundo. Tal procedimento pode ser estendido para quando recebemos uma benção dos Mestres espirituais caso contrário não devemos pedir, com justiça, no futuro quaisquer outras bênçãos! A pequena quantidade de dinheiro doada nunca deve ser usada para qualquer propósito pessoal ou meramente egoísta. Deve ser utilizado para ajudar algum enfermo, criança desolada, movimento de auxílio ao próximo que realmente necessite ou esteja realizando uma obra benemerente! Portanto é Lei! Se oramos ao GADU na busca de solução para algum problema, seja ele de ordem espiritual, emocional ou material, tais como finanças, negócios, doenças, etc e, se essa solicitação for “ouvida”, conforme a Lei de Amra é dever místico do beneficiado fazer uma COMPENSAÇÃO, não só por meio de uma prece de agradecimento, que muitos a fazem apenas por

1 [1] Rebouças, André P, MestrM, ARLS José Antônio Guimarães, 1292, Rio de Janeiro, RJ; 1 [2] http://rosacruzes.blogspot.com/2007/09/lei-e-amra.html

desencargo de consciência, mas levar à alguma pessoa necessitada uma parte do benefício que por graça recebeu, visando assim minorar as dores e os sofrimentos alheios, ISSO É LEI! Para termos uma simples ideia do que falamos a verdadeira graça obtida a todos é concedida todas as vezes que nos reunirmos em loja. Aqui, tristes ou alegres satisfeitos ou esperançosos e sãos ou doentes, nos olhamos e nos aplicamos um ósculo fraternal e reverenciamos fortemente o Soberano Árbitro dos Mundos, GADU, a VIDA e a criação humana... Isso, por si só já é motivo mais que suficiente para fazer correr o Tr – sempre fazemos isso, a maioria pela tradição, quando nos juntamos seja para o que for – isso é cumprir a Lei de Amra! Portanto, a doação, feita de maneira secreta e anônima, não serve apenas para dizermos a nos mesmos que somos bondosos e caritativos e que por isto mesmo alcançaremos qualquer tipo de “prestígio”. É a Lei e devemos cumpri-la! Interessante é verificar que na Bíblia inexiste explicação para a sua aplicação e por isso mesmo ela vem sendo distorcida há milênios e mal apelidada como um simples DÍZIMO! Que alias, significa contribuição ou imposto equivalente à décima parte de um rendimento qualquer. Imposto? 10%? Como assim??? Bem, isto pode ser visto facilmente em qualquer dicionário. Como visto, a verdadeira Lei de Amra que desaguou no atual processo do dízimo enfrentou séculos de distorções e más interpretações por puro desconhecimento das causas e dos efeitos da ritualística. Para evidenciar o que acabamos de afirmar vejamos dois textos atribuídos a Hermes Trimesgisto3[3], chamado de “O três vezes grande” pelos antigos egípcios: Os falsos sábios, reconhecendo a irrealidade comparativa do Universo, imaginaram que podiam transgredir as suas Leis: estes tais são vãos e presunçosos loucos; eles se quebram na rocha e são feitos em pedaços pelos elementos, por causa da sua loucura. O verdadeiro sábio, reconhecendo a natureza do Universo, emprega a Lei contra as leis, o superior contra o inferior; e pela Arte da Alquimia transmuta4[4] aquilo que é desagradável naquilo que é agradável, e deste modo triunfa. O Domínio não consiste em sonhos anormais, em visões, em vida e imaginações fantásticas, mas sim no emprego das forças superiores contra as inferiores, escapando assim das penas dos planos inferiores pela vibração nos superiores. A Transmutação não é uma denegação presunçosa, é a arma ofensiva do Mestre....

3 [3] http://www.joselaerciodoegito.com.br/downloads/caibalion.pdf, O Caibalion, 3 [4] Transmutar significa: transformar, mudar, converter 3 [5] Ver o significado da palavra RELIGIÃO 3 [6] Rebouças, André P, MestrM, ARLS José Antônio Guimarães, 1292, Rio de Janeiro, RJ;

Em qualquer lugar que estejam os vestígios do Mestre, os ouvidos daquele que estiver preparado para receber o seu Ensinamento se abrirão completamente. Esta lei, como visto até aqui, é uma doutrina sagrada desde os primórdios do antigo Egito, absorvida pelos hebreus em suas práticas religiosas e que se espalhou para outras religiões do mundo. Hoje em dia vilipendiada e aviltada em algumas práticas ditas religiosas5[5] que recebeu erroneamente o nome de “DÍZIMO” e, por conseguinte passou a ter uma definição totalmente material e com conotação de tributação ou coisa do gênero! Muitas vezes confundimos o Tr com o Dízimo... Eis então as gritantes diferenças! Como vimos, a Lei de Amra é uma Lei Mística ou Espiritual e está ligada a ajuda anônima, desinteressada e despojada. Metais ou outros suportes de cunho material a serem doados, nunca poderá ser empregado com propósitos pessoais ou egoístas. Neste sentido, as instruções recebidas sobre o tema CORPO, na abordagem do Dr. Deepak Chopra que versa sobre o fato de sermos nós que estamos sempre escolhendo TUDO que nos ocorre de bom e de ruim, ele enfaticamente afirma sobre a necessidade permanente de se criar HARMONIA e BENEFÍCIOS para nós e para todos aqueles que estejam a nossa volta. Isto é simplesmente a Lei de Amra e que tem LIGAÇÃO com a LEI DO CARMA, e por que não dizer, com todas as Leis que regem o Universo, tenhamos conhecimento delas ou não, principalmente agora, que já sabemos que tudo se resume em Sistemas que se interligam, Sistemas interligados a Sistemas, Leis interligadas a Leis, etc6[6]... A nossa sublime Instituição nos fala, sempre de Leis, Guarda da Lei, Livro da Lei, Tribunal etc. Como visto e entendido esse processo é a prova viva do entendimento da Ordem para com os princípios criadores do Universo, da Vida, de TUDO – LEIS, Leis que regem que sustentam que dão forma. Bem, finalizando, tomo emprestado um exercício verbalizado pelo Amad Ir André Rebouças, Mestr M da ARLS José Antonio Guimarães, 1292, do Rio de Janeiro. Para a sua execução peço que fechem os olhos e tentem seguir, nos seus silêncios este poderoso exercício transmutador, capaz de transformar nossas vidas e que não gasta mais do que DEZ MINUTOS diários. Escolha um horário fixo todos os dias, às 22h, por exemplo. Sente-se em local reservado e silencioso e ... Imagine-se VISUALIZANDO, distribuindo milho aos pombos, por exemplo, ou outro tipo de alimento aos animais silvestres ou domésticos, não vá escolher um jacaré, execute isso em uma área gramada. Harmoniosa. Bonita, e você retirando de dentro de uma sacola ou um bornal esses alimentos e distribuindo aos pombos que estão a sua

volta em revoada. Observe e sinta a alegria deles quando interagem com você em uma comunicação feita pelo espírito, através do teu olhar no olhar deles... Podemos abrir os olhos, vagarosamente e entreolhemo-nos. Meus AAmad IIr, ao término desse exercício, que é dotado de grande enlevo, procurem colocar uma moeda de R$0,50 ou R$0,25 em um cofrinho ou recipiente qualquer e, após cada semana ou cada mês, entregue o produto gerado para algum necessitado da Rua ou a uma Instituição voltada para fins filantrópicos ou beneficente. Isso, meus IIr é POTENCIALIZAR a Lei de Amra, isso é TRANSMUTAR, essa é uma arma poderosíssima, mas só para quem arregaça as mangas (MANGAS? Acho que já falei sobre isto no começo!), só para quem trabalha, só para quem vai à LUTA, só para quem deseja transmutar-se verdadeiramente e assim entender em sua verdadeira dimensão o significado do Tr de Solid ou de Benefic, deixando de encará-lo apenas como mais um giro ritualístico onde muito “fazem de conta que estão doando” mas se esquecem do que receberam, recebem no presente e estão por receber... Finalmente, meus AAmad IIr, tudo o que fazemos em uma Loja Maçônica tem raízes muito antigas e representam tradições milenares que devem ser preservadas e repassadas aos iniciados para que continuem a beneficiar mais e mais pessoas mundo afora! Nosso universo está se transmutando, lentamente para nossos padrões. Neste momento impar de nossas vidas, quando desfraldamos o espírito da AMA – Ação Maçônica Assistencial, em sua 7ª edição, conecta-se o espírito da Lei de Amra e o desejo irrefreado dos maçons aqui reunidos para minorar o sofrimento alheio e, ao esmo tempo resgatar, pela doação sincera, o que já receberam desta mesma comunidade! Assim, encerro esta peça de arquitetura, agradecendo a oportunidade dada e ao mesmo tempo pedindo que reflitam sobre o poder da Lei de Amra e suas consequências, quando bem empregada! René Descartes ARLS Hipólito da Costa, 1960 MI, G 32 Contribuições: Alexandre A JANSEN Osório, Ven Mestr da ARLS Hipólito da Costa, e HUMBERTO França de S Vidal, M I e Obr da ARLS Hipólito da Costa

Aspectos relativos a Maçonaria Universal ORIENTE COM DESNÍVEL GEOGRÁFICO E OS MESTRES INSTALADOS Em 12 de outubro de 1804, foi criado em Paris o Supremo Conselho de França, o segundo no mundo, para difundir na Europa o Rito Escocês Antigo e Aceito. Concebido, inicialmente, como Rito para Altos Graus, chegou dos Estados Unidos sem ritual próprio para os graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre.

No dia 22 de outubro, uma Assembléia Geral do Supremo Conselho de França fundou, também em Paris, a Grande Loja Geral Escocesa para organizar o ritual francês das Lojas Azuis (Blue Lodges) do Rito Escocês Antigo e Aceito (ainda não havia sido cunhado o termo simbolismo para os três primeiros graus), tendo por base o Rito Antigo Aceito, praticado pela Grande Loja de Londres de 1751, a Grande Loja dos auto proclamados "antigos" maçons. Na França, o Grande Oriente tinha como rito oficial, o Rito Escocês dos Modernos, ou Rito Francês, semelhante ao rito praticado pelas Lojas da Grande Loja de Londres de 1717, a primeira Grande Loja no mundo e denominada, pejorativamente, pelos seus adversários, como sendo dos "modernos" (os que inventaram ritual novo). Quarenta dias depois, um acordo entre Grande Oriente e Supremo Conselho viabilizou a prática do Rito Escocês Antigo e Aceito dentro do Grande Oriente de França. COMEÇO DA CONTURBADA TRAJETÓRIA DOS GRAUS SIMBÓLICOS DO REAA O Grande Oriente fez misturas entre os dois ritos, em vários graus, principalmente porque praticou o Rito Escocês Antigo e Aceito no seu templo adornado para o Rito Francês. No ano seguinte, 1805, os maçons do Supremo Conselho afirmaram que o Grande Oriente havia violado a combinação. Retiraram-se do Grande Oriente e passaram a trabalhar sozinhos. Por carência de membros preparados adequadamente, o Supremo Conselho, junto com a Grande Loja Geral Escocesa, ambos liderados pelo conde Alexandre de Grasse-Tilly, convidaram Oficiais do Grande Oriente para dirigirem os Altos Graus. Esses maçons oriundos do Rito Francês, não conheciam bem o Rito Escocês Antigo e ainda, muitos desdenharam o direito do Supremo Conselho comandar o Rito, na França. Sob o abrigo do primeiro Grão-Mestre Adjunto, o Príncipe Cambaceres, que havia aceitado ser Grão-Mestre de cada um dos sistemas escoceses, ou mesmo, a presidência de honra, a Grande Loja Geral Escocesa e o Supremo Conselho se entregaram com intensidade em toda a atividade que suas lideranças puderam realizar. No entanto, o Grande Oriente manteve com vigor o funcionamento do Rito Moderno e, ao mesmo tempo, lutou, ostensivamente, contra as tentativas das diversas autoridades do Supremo Conselho e da Grande Loja, de fazerem firmar-se o Rito Escocês Antigo e Aceito, como fora inicialmente organizado. ESFACELAMENTO DO SUPREMO CONSELHO E DO REAA NA FRANÇA O período não estava favorável ao novo rito, surgindo como agravante às pretensões do Supremo Conselho, a queda do governo francês, em 1814. Em 1804, quando o REAA chegou à França, Napoleão Bonaparte fora coroado Imperador e teve promulgado o código civil napoleônico. Em 1814, Napoleão foi derrotado pelos aliados formados por Inglaterra, Rússia, Áustria e Prússia. Napoleão se exila em Elba. O Grande Oriente, pela sua força política, não teve que cessar totalmente as atividades, mas o Supremo Conselho e a Grande Loja Geral Escocesa sofreram com a resistência que enfrentavam do Grande Oriente e pouco realizaram. O Rito Escocês Antigo e Aceito praticamente desapareceu na França, nesse período. Outro fator que muito contribuiu para o

enfraquecimento do rito foram as divergências entre os próprios integrantes, divididos em Supremo Conselho de França e Supremo Conselho de América. A história dessas divergências internas mostra que não houve unidade no Supremo Conselho francês, além de mal estruturado, para enfrentar a campanha do Grande Oriente. O resultado foi a decisão do Grande Oriente, em 1814, declarando, unilateralmente, que, em virtude de diferentes acordos datados de antes e depois da revolução francesa, ele retomava todos os direitos sobre os ritos Moderno e Escocês Antigo e Aceito. PRIMEIRA IDÉIA DE LOJA CAPITULAR Em 1816, o Grande Oriente assumiu a jurisdição de parte do Rito Escocês Antigo e Aceito, decidindo que ficaria com o poder sobre o conjunto dos graus do 1 ao 18. Essa escolha baseou-se na intenção de dirigir o Rito Escocês Antigo e Aceito na mesma abrangência simbólica que já fazia com o Rito Moderno, ou seja, do grau de Aprendiz ao Rosa+Cruz. No Rito Moderno, o Rosa+Cruz é o 7º e no Escocês Antigo, o 18º. Em 1820, o Grande Oriente organiza um ritual do REAA voltado para o funcionamento seqüencial do grau de Aprendiz ao grau Rosa+Cruz. A esse conjunto de graus, sob a mesma direção, foi atribuída a denominação de Loja Capitular, presidida preferencialmente por um Cavaleiro Rosa+Cruz. O TERMO SIMBOLISMO Com o surgimento das Lojas Capitulares na França, a denominação Lojas Azuis desapareceu, passando a ser empregado o termo "simbolismo" para representar o conjunto de graus - Aprendiz, Companheiro e Mestre – dentro da então nova concepção obediencial no Rito Escocês Antigo e Aceito: Lojas Simbólicas, Lojas de Perfeição, Capítulos ( obedientes ao Grande Oriente de França ), Conselhos Kadosh, Consistórios, Supremo Conselho ( obedientes ao Soberano Supremo Conselho do Grau 33). Da França, o Rito Escocês Antigo e Aceito foi difundido para os países de língua latina, em maioria. Os países anglo-saxônicos, no entanto, não se submeteram às decisões do Grande Oriente de França e seguiram o modelo inicial. O Supremo Conselho norteamericano continuou administrando o Rito Escocês Antigo e Aceito dos graus 4 ao 33, servindo-se das Lojas Azuis americanas, obedientes às Grandes Lojas, para perfazer o total de 33 graus. AS LOJAS CAPITULARES NO BRASIL O Supremo Conselho fez tratado de condomínio com o Grande Oriente do Brasil nas condições definidas na França: o GOB assumiu os graus 1 ao 18, constituindo as Lojas Capitulares e o Supremo Conselho os graus 19 ao 33. Permaneceu essa estrutura até 1927, quando o Supremo Conselho denunciou o tratado com o Grande Oriente do Brasil e recuperou seu poder sobre o Rito, do grau 4º ao 33º, reencontrando-se com o que acontecera em 1801, em Charleston, nos Estados Unidos. A tendência mundial entre os Supremos Conselhos com reconhecimento mútuo, no início do século vinte, era de padronizar a divisão: graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre com jurisdição de Grandes Lojas ou Grandes Orientes e os 30 graus superiores com jurisdição dos Supremos Conselhos. RITUAIS DESCARACTERIZADOS DO SIMBOLISMO

Devido à ruptura do tratado com o Grande Oriente do Brasil, o Supremo Conselho do Brasil providenciou a criação das Grandes Lojas estaduais, que tiveram a incumbência de organizarem e coordenarem a prática dos graus simbólicos do Rito Escocês Antigo e Aceito. Nessa oportunidade, o Supremo Conselho repetiu o que já acontecera em 1820, na França, deixou o simbolismo atirado à sua desventura funcional, com ritualismo confuso provocado ora pelas influências do Rito Moderno, ora dos Altos Graus do próprio Rito Escocês Antigo e Aceito. As modificações produzidas pelo Grande Oriente de França, em 1820, com o ritual que criou as Lojas Capitulares, não foram desfeitas, sendo incorporadas aos graus simbólicos do rito, definitivamente. ORIENTE ELEVADO E COM ÁREA DELIMITADA O piso do templo no ritual de 1804 é plano em toda a sua extensão. As colunas do norte e do sul se estendem de oeste a leste. O Oriente é constituído pelo Venerável Mestre, que fica no Trono num plano elevado. Não havia área demarcada do Oriente, como conhecemos hoje. O fundo do Oriente era um semicírculo e todos os Irmãos presentes, inclusive Oficiais, estavam incluídos em uma das colunas; norte ou sul. A exceção se fazia quando da presença de autoridade maçônica, dos Altos Graus do Rito ou de outros Ritos. Nessa ocasião, o Venerável Mestre mandava sentar próximo e abaixo do Trono, acompanhando a curvatura da parede de fundo, de frente para o oeste. O tratamento era pessoal, sendo concedida a palavra nominalmente, após a mesma circular nas colunas, por iniciativa do Venerável Mestre, sem, contudo, anunciar a palavra no Oriente, como presentemente. O Oriente elevado, em comparação com o restante do templo, surgiu com as Lojas Capitulares, na França, no ritual de 1820. Um terço da área do templo foi cercada por uma balaustrada com uma abertura no centro para a passagem dos Irmãos, que separou Oriente do Ocidente. O acesso ao oriente se dá através de quatro degraus. O Oriente elevado e cercado foi idealizado para simbolizar o Santuário do Grau Rosa-Cruz, onde está a direção da Loja, representada pelo Sapientíssimo Príncipe Rosa-Cruz. Os Irmãos iniciados no grau 18º e acima, sentam-se no Oriente durante o desenvolvimento dos trabalhos da Loja. ORIENTE PROIBIDO PARA APRENDIZES E COMPANHEIROS Durante o período em que os graus simbólicos estiveram incluídos na seqüência ininterrupta até o 18º das Lojas Capitulares, os Aprendizes e Companheiros não tinham permissão para ingressarem no Oriente. Nessa fase, os maçons ainda aspirantes ao grau de Mestre, não desempenhavam cargos ritualísticos. Nas cerimônias de Iniciação nos dois primeiros graus, Aprendizes e Companheiros não subiam ao Oriente para passar atrás do Trono e bater no ombro do Venerável Mestre, como se faz presentemente. Nessa etapa, o Sapientíssimo Mestre descia do Oriente e lhe era apresentado o candidato no Ocidente, junto aos degraus de acesso ao Oriente. Esse procedimento alerta para o fato de que o Oriente elevado e circunscrito nunca fez parte da ritualística dos graus simbólicos e, portanto, não devia ter permanecido na descrição do Templo, após o desaparecimento das Lojas Capitulares, porque contribuiu para desinformar a respeito do Templo adequado para as Lojas Simbólicas.

MESTRES INSTALADOS NO ORIENTE DOS CAVALEIROS ROSA+CRUZ Está salientado e explicado que o Oriente elevado em relação ao Ocidente permaneceu indevidamente nos Templos dos graus simbólicos por negligência da orientação dos Supremos Conselhos, a começar pelo de França. No surgimento das Grandes Lojas brasileiras, o Templo das Lojas que se transferiram do Grande Oriente do Brasil, antes ajustado para os graus capitulares, não foi readaptado para o modelo original do Rito Escocês Antigo e Aceito, anterior a 1820, ou seja, o piso plano em toda a extensão. Não bastasse essa influência capitular no simbolismo do REAA, foi acrescentada a novidade que viria transformar o REAA das Grandes Lojas num conjunto de procedimentos que representaram a presença parcial de vários Ritos em um. A figura do Past Master (o Mestre Instalado) da Grande Loja, dentro do REAA, foi outro lance que, junto com o ritual criado em 1928, deformou ainda mais o REAA antes conhecido. A ritualística de Instalação do Mestre de Loja é mais antiga que o grau de Mestre Maçom e faz parte das duas únicas cerimônias formais que os ingleses realizavam desde a época em que foi fundada a primeira Grande Loja, em Londres, em 1717. A iniciação do profano era feita sem encenações. Tinham maiores formalidades a passagem ao Grau de Companheiro e a posse do Companheiro Eleito na presidência de uma Loja Maçônica. A cerimônia de Instalação faz parte da história cultural da maçonaria inglesa. Da outra parte, os primeiros rituais das Lojas Azuis (mais tarde, Lojas Simbólicas), do REAA, em 1804, foram feitos pela Grande Loja Geral Escocesa, com cultura original de caráter operativo. O cerimonial pomposo para a posse do Respeitável Mestre eleito foi sempre um reflexo da concepção inglesa de Maçonaria Real, não influenciada pelo período operativo. A Inglaterra não teve Lojas operativas conhecidas. As posses, nas Lojas Simbólicas do REAA foram em rito mais administrativo. O surgimento da figura do Mestre Instalado no meio do espaçamento natural entre o Mestre Maçom (Grau 3) e o Mestre Secreto (Grau 4), encontrou no Oriente elevado e circunscrito um ótimo local para fortalecer nova categoria de Mestre Maçom no REAA. Não havendo Loja Capitular nas Grandes Lojas brasileiras, o Oriente, lugar antes reservado para os iniciados nos Graus Capitulares, foi ocupado pelos Mestres Instalados. Com seus segredos diferentes dos Mestres Maçons, os Mestres Instalados são considerados Mestres Maçons diferenciados e a eles é designado o Oriente elevado, região do Templo também diferenciada em comparação com o Ocidente. Dessa forma, os Mestres Instalados lembram nos graus simbólicos, os Cavaleiros Rosa-Cruz da antiga Loja Capitular. As Lojas Simbólicas do REAA que presentemente trabalham em Templo que possui o piso da parte oriental mais elevado, não estão contribuindo para mostrar como foram concebidos os três primeiros graus do REAA na França, em 1804. Por outro lado, se essas mesmas Lojas reservam o Oriente para a localização dos Mestres Maçons que têm a dignidade de Mestre Instalado, estão, as Lojas, praticando uma irregularidade ritualística, pois reconhecem uma categoria superior à de Mestre Maçom, mas que não é a do Mestre Secreto. A superioridade hierárquica do Mestre Instalado sobre o Mestre Maçom está caracterizada e confirmada na cerimônia de Instalação, no momento em que todos os Mestres Maçons não Instalados são obrigados a cobrirem o Templo. Nessa condição, estão também os Mestres Maçons do REAA que tenham sido iniciados no grau 4, 5, 6, etc... que não tenham sido

eleitos Venerável Mestre. São tratados como os do grau 3 e não permanecem no Templo, no momento de Instalação do Mestre Maçom eleito para dirigir a Loja. A dignidade do Mestre Instalado é compatível tão somente com Ritos angloamericanos, como o Craft e o York, que permitem no ritual a supremacia hierárquica do Mestre Instalado sobre o Mestre Maçom não instalado, embora, oficialmente, a Grande Loja Unida da Inglaterra não reconheça essa supremacia. O Mestre Instalado não tem lugar no REAA com 33 graus seqüenciais. Serve, sim, para o REAA que conta apenas 30 graus próprios, embora considere toda a cadeia com 33, como nos Estados Unidos. O PAST MASTER (MESTRE INSTALADO) DO SANTO ARCO REAL O Ritual Emulação tem uma extensão do terceiro grau, que não é considerada oficialmente um novo grau, chamado Santo Arco Real. Embora não seja admitido pela Grande Loja Unida da Inglaterra como um grau superior, tem, porém, uma ritualística própria, na qual, em dada passagem, o Mestre Maçom é retirado do Templo e só permanecem os Past Masters. Não deve o Santo Arco Real inglês ser confundido com o corpo de Graus Superiores do sistema americano, conhecido como Real Arco, que tem vários graus. A história de que o Santo Arco Real inglês não é um grau, não é assim entendida pela maioria dos maçons ingleses. Essa arrumação foi imaginada para contentar correntes antagônicas que se debatiam em defesa de suas idéias e crenças ritualísticas, durante as reuniões de negociações que prepararam a união das duas Grandes Lojas inglesas rivais, a dos "modernos" e a dos "antigos", na Grande Loja Unida da Inglaterra, em 1813. A Grande Loja Unida, apesar de inflexível na observância dos critérios de reconhecimento de outras Potências Maçônicas, não proíbe, não faz tratados com Obediências dos Altos Graus, não interfere nos assuntos relativos a esses Graus Superiores. Simplesmente, ignora-os. Os praticantes do Santo Arco Real, surgido por volta de 1751, apregoavam serem detentores dos segredos da palavra sagrada que foi perdida, segundo a lenda do terceiro grau. Isso, despertava grande curiosidade naquela época e muitos maçons desejavam ser exaltados no Santo Arco Real. Para que o ato de união entre as Grandes Lojas inglesas rivais se efetivasse, foi encontrada essa solução que a cultura inglesa demonstrou ter assimilado bem; incluir o Santo Arco Real como um complemento do terceiro grau, mas sem se constituir no quarto grau. O Santo Arco Real é fundamentado no relato bíblico que descreve o retorno do povo judeu da Babilônia, em 538 a.C. e na antiga lenda surgida durante a construção do quarto Templo, em torno de 400 d.C., que descreve a descoberta de uma cripta, de um altar e da palavra sagrada. Assim, a estrutura da Franco-maçonaria inglesa considerou, em dado momento da história, 1813, que a Maçonaria Pura e Antiga consiste de apenas três graus, mas que se inclui nesses o Santo Arco Real. É, verdadeiramente, coisa para inglês ver. Para administrar o Santo Arco Real, os ingleses têm o Supremo Grande Capítulo que concede "Brevê Constitutivo" para a fundação dos Capítulos do Arco Real que funcionam anexo às Lojas Simbólicas inglesas. A dignidade de Past Master (Mestre Instalado) adotada pelas Grandes Lojas brasileiras tem origem nessa maçaroca inglesa que manteve aos quatro graus do Santo Arco Real, todos sob a denominação de um desses graus, o de Past Master, sem

considerá-lo grau superior. O Rito Escocês Antigo e Aceito ganhou, através das Grandes Lojas, uma hierarquia formal entre os graus 3 e 4, sem considerá-la grau superior ao de Mestre. Foi a continuação da maçaroca. Fonte: http://www.oficina-reaa.org.br/Trabalhos.html

BREVE RESUMO HISTÓRICO DA MAÇONARIA NO BRASIL Texto transcrito de folheto informativo distribuído pelo GRANDE ORIENTE DE SÃO PAULO em dez/1997 Embora tenha, a Maçonaria brasileira, se iniciado em 1787, com a Loja Cavaleiros da Luz, criada na povoação da Barra, em Salvador, Bahia, só em 1822, quando a campanha pela independência do Brasil se tornava mais intensa, é que iria ser criada sua primeira Obediência, com jurisdição nacional, exatamente com a incumbência do levar a cabo o processo de emancipação do país. (Vide abaixo: Em "O Sumário de sua História...da criação da primeira Obediência Nacional). 1800/1801 - Maçons portugueses fundam no Rio de Janeiro a Loja "União", que mais tarde passou a denominar-se "Reunião" por terem a ela filiado outros maçons. Com as Lojas "Constância" e "Filantropia", filiou-se em 1800 ao Grande Oriente Lusitano. Separou-se, porém, por terem surgido discórdias e filiando-se ao Grande Oriente da França, adotando o rito Moderno. Em 1802 é instalada na Bahia a Loja "Virtude e Razão", da qual saíram, em 1807, a Loja "Humanidade" e, em 1813, a Loja "União". Em 1807, a 3 de março, ressurge a Maçonaria no Brasil com a instalação da Loja "Virtude e Razão Restaurada", na Bahia. Em 1809, D.João, Príncipe Regente, ao receber uma longa lista de nomes de maçons, para serem presos, respondeu nesses termos: "Foram estes que me salvaram". Em 1809 funda-se em Pernambuco uma Loja da qual fizeram parte os padres Miguel Joaquim de Almeida e Castro, João Ribeiro Peixoto e Luiz José Cavalcante Lins. Esta Loja teve intuitos puramente políticos e os padres que faziam parte do seu Quadro tinham sido iniciados em Lisboa em 1807. Em 1812 funda-se, na freguesia de São Gonçalo, Niterói, a Loja "Distintiva". Essa Loja tinha sinais, toques e palavras diferentes das outras Lojas, tendo por emblema um índio vendado e manietado de grilhões e um gênio em ação de o desvendar e desagrilhoar. Era ela republicana e revolucionária. Denunciada, foi dissolvida, sendo lançados no mar, nas alturas da ilha dos Ratos, seus arquivos e alfaias.

Em 1813, na Bahia, é fundado o primeiro Grande Oriente com as Lojas "Virtude e Razão", "Humanidade" e "União", que adormeceu devido a desastrosa revolução de 1817. Em 1815, a 12 de dezembro, na residência do Dr. João José Vahia, é instalada a Loja “Comércio e Artes", que logo depois adormeceu. Existia no Recife, em 1816, uma Grande Loja Provincial reunindo as Lojas "Pernambuco do Oriente", "Pernambuco do Ocidente", "Restauração e Patriotismo" e "Guatimozim". O ano de 1821 começara para D.João VI como principiara o de 1807. O Grande Oriente Lusitano levara-o, quinze anos antes, a transferir a sede do governo monárquico da Nação Portuguesa de Lisboa para o Rio de Janeiro. Decorrido três lustros, esse mesmo grande Oriente obrigá-lo-ia a retransferir a sede do seu governo do Rio de Janeiro para Lisboa. Em 1822, a 10 de março, por proposta de Domingos Alves Branco, a Loja "Comércio e Artes" confere ao Príncipe D.Pedro o título de "Protetor e Defensor Perpétuo do Brasil". A 26 de maio, José Bonifácio é iniciado na Maçonaria. A 21 de maio, em plena sessão das Cortes, em Lisboa, o Maçom Monsenhor Muniz Tavares diz que - talvez os brasileiros se vissem obrigados a declarar sua independência de uma vez. A 2 de junho, José Bonifácio, com outros maçons, funda a sociedade secreta "Nobre Ordem dos Cavaleiros de Santa Cruz", melhor conhecida com o nome de "Apostolado", da qual fez parte D.Pedro, com o título de Arconte-Rei. A 5 de agosto, com a dispensa do interstício, D.Pedro é exaltado ao grau de Mestre. A 14 de setembro D.Pedro é investido no cargo de Grão Mestre no Grande Oriente do Brasil. A 4 de outubro, D.Pedro oferece a Gonçalves Ledo o título de marquês da Praia Grande que é por este recusado, com a declaração de ser muito mais honroso o de brasileiro patriota e de homem de bem. A 21 de outubro, D.Pedro, GrãoMestre, manda a Gonçalves Ledo que suspenda os trabalhos no Grande Oriente. A 25, em decreto, D.Pedro determina o encerramento das atividades maçônicas. Diversos maçons são presos. Ledo consegue fugir para a Argentina. Em 1823, a 25 de março o Apostolado aprova o projeto da Constituição Brasileira. A 23 de julho, o Apostolado é violentamente fechado. A 20 de outubro, D.Pedro, Imperador proíbe as sociedades secretas do Brasil, sob pena de morte ou de exílio. A 13 de janeiro de 1825, o Maçom, frei Joaquim do Amor Divino Caneca é fuzilado no Recife. A 23 de novembro de 1831, o Grande Oriente do Brasil restabelece suas atividades, adormecidas desde 1822, sendo reeleito José Bonifácio de Andrada e Silva para o cargo de Grão-Mestre. Nesta oportunidade é lançado um manifesto a todos os Corpos Maçônicos Regulares do mundo contendo subsídios de extraordinária importância para a História do Brasil. Instala-se, a 12 de novembro, o Supremo Conselho do Rito Escocês para o Brasil, sendo seu primeiro Grande Comendador, Francisco Gê Acayaba de Montezuma, visconde de Jequitinhonha. No surgimento da Maçonaria em 1832, no Rio de

Janeiro, existiam dois Grandes Orientes - o Grande Oriente do Brasil, presidido por José Bonifácio que teve sede na atual Rua Frei Caneca, e o Grande Oriente Nacional Brasileiro, presidido por Britto Sanchez, com centro à Rua dos Passos. Em uma cisão havida neste último, surge outra Potência, tendo como Grão-Mestre o marechal Duque de Caxias. O antagonismo e a animosidade que dividiam os grupos maçônicos levam este Grande Oriente a abater Colunas, depois de ser despejado por dificuldade financeira. Sem dúvida, não encontrara o Duque de Caxias, entre os maçons da época, espírito de cooperação e fraternidade.

História de Templos Antigos TEMPLO (do latim: templum) é o edifício consagrado a um culto religioso e, figuradamente, significa lugar respeitável, lugar sagrado; locais onde Lojas maçônicas celebram sessões. Um templo maçônico, por definição, é um lugar respeitável, uma vez que a Maçonaria não é um culto religioso. No início de sua história mística o homem usava, para as suas orações, o alto das montanhas, ou o refúgio sob as árvores de bosques e florestas. Os templos só surgiram na época em que, nos locais tradicionalmente destinados ao culto religioso, foram murados para proteção, permanecendo descoberta a parte de cima, para que, de seu interior, fosse possível ver os céus, já que, desde os primitivos tempos, considera-se que é nos céus que residem os deuses. E isso não é estranhável, quando se considera que os primeiros deuses da humanidade eram os astros visíveis no firmamento (Sol, Lua, Mercúrio, Marte, Vênus, Júpiter e Saturno). Os primeiros templos surgiram na Mesopotâmia, "terra entre rios", situada entre os rios Tigre e Eufrates, mais precisamente entre os sumerianos, por volta do IV milênio A .C., atingindo o seu apogeu na época dos babilônios. Os primitivos templos mesopotâmicos, feitos de tijolos secos ao sol, eram bastante simples, tendo a estátua do deus contra a parede do fundo e cercada pelas demais paredes, sem teto. Os mais importantes templos, todavia, foram os da Babilônia, que eram em forma de zigurate; o grande templo era o do deus Marduc chamado de Esaguil, "casa do teto alto", flanqueado, ao norte, pela torre em degraus, o zigurate, chamada Etemenanqui, "templo dos fundamentos dos Céus e da Terra", e conhecida pelo nome de "Torre de Babel", cuja base era um Quadrado de 91 metros de lado e cuja altura também era de 91 metros, Essa torre, destruída pelo rei assírio Senaqueribe, foi refeita por Nabopolassar e seu filho Nabucodonosor, que se fizeram representar em avental, tendo, ao ombro, um cesto de tijolos. Os templos egípcios, que surgiram depois, tiveram sua expressão maior no Novo Império (a partir de 2.2 (NI A. C.) aproximadamente) e obedeciam a um esquema invariável: havia uma alameda processional, cercada, de cada lado, por ume fileira de esfinges, conduzindo à porta de acesso, situada entre suas colunas e através da qual se chegava a um pátio interno e, em seguida, ao santuário. Os templos egípcios eram a representação da Terra, da qual brotavam as colunas, como gigantescos papiros, em direção ao céu estrelado

(no início, o próprio céu, nos templos descobertos; depois um teto imitando a abóbada celeste). Os templos egípcios e babilônicos influenciaram, evidentemente, os templos hebraicos, inclusive o lendário grande templo de Jerusalém, ou templo de Salomão, que viria a ser o arquétipo das igrejas. Mas foi com os gregos que a construção de templos tornou-se a mais alta expressão da arquitetura antiga, desenvolvendo, nela, formas e estilos que refletem, de maneira objetiva e exemplar, a essência da antiga arte de construir. Influenciando todas as culturas posteriores, o templo grego é, essencialmente, a habitação do deus. O seu núcleo é a cela, erigida para o deus e para a sua presença em forma de imagem; com a configuração de um retângulo alongado e uma larga porta aberta num dos lados menores, a cela tem a estrutura fundamental da casa grega, o megaron. A forma básica do templo grego, determinado por um eixo longitudinal e desenvolvendo-se, equilibradamente, a partir deste eixo, adquire, mais tarde, isso de maneira secundária em relação à sua finalidade, uma orientação, segundo a qual a porta do Leste, ou Oriente, dá acesso à cela, de maneira que a imagem cultual do deus apareça, em frente a ela, a Oeste, ou Ocidente. Com equilíbrio, o recinto interior é dividido por duas filas de colunas interiores em nave central, ampla e dominante, e duas naves laterais, mais estreitas, de cada lado. O megaron tem um vestíbulo, constituído pelo prolongamento das paredes mais compridas do quadrilátero, que são reforçadas na Parte anterior, "antas", tendo, entre elas, duas colunas e formando o átrio. Esse tipo de construção viria a ser fundamental nas religiões posteriores à época da antiga civilização grega e pode-se afirmar, também, que embora a História maçônica registre que o templo maçônico tem, como arquétipo exclusivo, o templo de Jerusalém, ele, na realidade, mostra, para a sua concretização, a contribuição de diversas civilizações, principalmente a grega, não só no seu arcabouço, no seu continente, mas, também, na sua decoração, no seu conteúdo. A imagem do deus, que, no templo de Jerusalém, era substituída pela Arca da Aliança e, nas igrejas, pelo altar-mor, no templo maçônico é substituído pelo símbolo da divindade, ou da sabedoria: o Delta Radiante, ao qual não se presta culto, mas respeito, apenas, pois a Maçonaria não é um sistema religioso e os seus templos não abrigam, especificamente, nenhuma religião. Amálgama, portanto, de diversas contribuições das antigas civilizações e de agrupamentos medievais, os templos maçônicos merecem um estudo à parte, dentro da pesquisa relativa ao grande conjunto de Ciências Humanas e Exatas que é a Maçonaria.

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