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(v2) =O (11) = (v; u) para todo v E V (i) C definido por R definido por
+
+ +
+
1>(1, 2, -3, 4) = a+ 2b - 3c 4d =O 4>(0, 1, 4, -1) = b+4c- d=O
O si&tema de equações nas inc6gnitas a, b, c, d está na forma escalonada com variáveis livres c e d. Faça c = 1, d = O para obter a solução a = 11, b = -4, c portanto, o funcional línear 4>l(x, y, z, w) = llx- 4y + z.
=
1, d "" O e,
Faça c =O, d = .-1 para obter a solução a = 6; b = -1, c = O, d portanto, o. funcional linear
= -1
e,
·O conjunto dos funcionais líneare~ t
11.11. Mostre que (i) para qualquer subconjunto sl c s2, então sg c st. (i)
s
de
v, s
c S0°; (ii) se
Seja v E S. Então, para todo funcional linear 4> E sO, -;(
Í!jS(),
S c: S 00
(ii) Seja 4> E ~· Então, f>(v) = O para todo v E S 2 • Mas S1 c: S2; portanto,
anul3."todoo elemento de St. isto é,
E sl.
Donde ~c:~·
11.12. Demonstre o teorema U.S. Suponha que V tem dimensão finita e · que W é subespaço de V. Então, (i) dim W + dim W 0 = dim V .(ii) (i)
woo = w.
Su~a
dim
wb =
que dim V = n e dim W = r :::; n. n- r. Escolhemos uma base de. lw 1,
Quéremos mostrar que de W e a esten-
... ; Wr}
CAP. 11]
FUNCIONAIS LINEARES E O ESPAÇO DUAL demos à seguinte base de V: fwi> ... , Wr, dual
Vt • . . . , Vn
311
-r}. Considere a bas~
Por definição de base dual, cada um dos u acima anula cada w;; portanto, W 0 • Dizemos que f oj} é base de W 0 . Agora, f uj} é parte de uma base de V*; logo, é linearmente independente. "h . . . , Un-r E
Mostraremos, a seguir, que f "il gera W0 rema 11.2, u
=
Seja
W0 • Pelo teo-
u E
+ ... + u(wr)'Í'r + u(vt)<TI + + u(vn -r)un-r + ... + 04>, + u(vt)<TI + . . + u(Vn-r)Un-r + + u(lln-r)"n-r
u(wl)l
= 04>1 = u(vi)<TI
Assim, f "I> . . , dim W 0 = n- r
"n-rl
gera W 0 . Logo, é base de W0 • De acôrdo com isso
= dim V- dim W.
(ii) Suponha que dim V = n e dim W =.r. Então; dim V* = n e, por (i), dim W 0 = n- r. A5sim, por (i)?, dim W 00 = n- (n- r) r; logo, dim W dim W 00. Pelo problema precedente, jyc W 00 • De acõrdo com isso, W = W oo.
=
=
11.13. Sejam
u e w subespaços de v.
Demonstre ( u
+ W)
0
= U0
nW
0•
Seja 4> E ( U + W) 0• Então, 4> anula U + W; logo, em partiQI.IIar, anulÇt U e W. Isto é, E U 0 e 4> E W 0 ; portanto, E UO () W0 • Assim, + W) 0 c U 0 () W 0 •
(u
Por outro lado, suponha que u E U 0 n W 0 ; então, .,. anula U e também Se v E U W, então v = u w, onde u E U e w E W. Portanto, a(v) = = u(u) u(w) = O O = O. Assim, .,. an.ula U W, isto é, u E ( U + W) 0• De acôrdo com isso, U 0 W0 c ( U W) 0 • W.
+
+
+
+
+
+
+
Ambas as relações de inclusão nos dão como resultado a desejada igualdade.
Observação. Observe que nenhum argumento dimensional é empregado nessa demonstração; portanto, o resultado vale para espaços de- dimensão finita ou infinita.
TRANSPOSTA DE UMA TRANSFORMAÇÃO .LINEAR 11.14. Seja q, o funcional linear em R 2 , definido por q,(x, y) = x- 2y. Para cada dos seguintes operadores lineares T no R 2 , encontre· (T'(q,))(x, y): (i) T(x, y) = (x, O) ; (ii) T(x, y) = (y, x y); (iii) T(x, y) = (2x- 3y, Sx + 2y).
+
Por definição de transformação transposta, ('r(
('r())(x, y) = .P(T(x, y)) ;.. .P(x, O)
(ii) (T (
=
(iii) ('r(
=
y))
(T(x, y))
=
,P(y, x
=
=
+ y)
=
-2x- y
o
T, isto é,
x
+ y)
= (2x- 3y,
'r()
=
5x
= (2x- 3y) ~ 2(5x
y- 2(x
+ 2y) + 2y)
=
-8x- 7y.
312
FUNCIONAIS LINEARES E O ESPAÇO DUAL
[CAP. 11
11.15. Seja .T : V-) U linear e seja T' : U* -) V* sua transposta. Mostre que o núcleo de T' é o anulador da imagem de T, isto é, Nuc T' = = (lm T) 0 • Suponha que t/> E Nuc T': · isto é, T(t/>) = t/> o T =O. então u = T(v) para algum v E V; portanto, t/>(u) = t/>(T(v)) = (t/> Temos que t/>(u) Nuc T1 c: (lm
o
no.
(T(u)}(v) = (u
o
u
E
Im T,
T)(v) = O(v) = O
= O para todo u E lm
Por outro lado, suponha que rr para todo v E V,
Se
E ~Im
r;
portanto,
no,
T)(v) = rr(T(v))
t/> E (1m T} 0 .
Assim•
isto é, u(lm T) =. {0}. Então,
= O = O(v)
Temos que (T 1(rr))(v) = O(v) para todo v E V; portanto, T 1 (..-) = O. Donde uE Nuc logo, (lm c: Nuc T'.
r;
no
Ambas as relações de inclusão nos dão a igualdade desejada.
11.16. Suponha que V e U têm dimensão finita e suponha que T : V-) U é linear. Demonstr.e pôsto (T) = pôsto (T'). Suponha que dim V = n e dim U = m. Suponha também qm: pôsto (T) = r. Então, pelo teorema 11.5, dim ((Im T} 0) = dim U- dim. (Im T) = = m- pôsto (T) = m- r
no.
Pelo problema precedente, Nuc T' = (lm Portanto, nulidade (T') = m- r. Segue, então, que, como foi dito, pôsto (T') = dim U*- nulidade (T') = 1 =m-(m-r)=r=pôsto(T).
11.17. Demonstre o teorema 11.7. Seja T: V-+ U linear e seja A a representação matricial de T em relação às bases {u 1 , . . . , vml de V e fut. ... , u,) de U. Então, a matriz transposta A 1 é a representação matricial de -T': U*-+ V* em relação às bases duais a {u1 } e {u;}. . Suponha que T(vl) T(112)
= auUt = a21u1
T(vm) = am1U1
+ a12U2 + ... + a1nUn + a22U2 + .. - + a2nUn
(1)
+ am2U2 + ... + amnlln
Queremos mostrar que
+ ant/>2 + ... + amtt/>m + a22t/>2 + ... + am2tf>m a1ntP1 + a2ntP2 + ... +·amnt/>m,
T'(.,t) = aut/>1 T'(u2) = a12t/>1 T'(u,.) =
(2)
onde {rr;l e {;} são as bases duais a {u;l e {v;}, respectivamente.
+ k 2v2 + ... + kmVm~ Então, por (1), + k2TCv2) + ... + kmT(~~m) = ktCanul + . . + alnu 11 ) + k2Ca21u1 + .. ,. + a2,u,) + ... + +'km(amtU1 + ... + amnUn) . '='(ktau + k2a21 + + kmam1)u1 + . ; . +{kíal;, + k2Mn -F .. + kmarnr " (k1aH + k2a2i + .Z
Seja v E V e suponha que v = k1v 1 T(v) ,; k 1T(vv
ieol
CAP. 11]
FUNCIONAIS LINEARES E O ESPAÇO DUAL
313
Portanto, para j = 1, ... , n,
Z (klali + k2<12i + ...
(:z-i(u;)(v)) = u;(T(v)) = u;(.
1-1
= k1a1;
+ kmam;)u,) .
+ k2a2; + ... + kmUmj
(3)
Por outro lado, para j = 1, ... , n, (ali
+ U2j2 + · · · + Umjm)(v)
+ + + ... +
(ali1 a2;2 k2v2 kmvm) = k1aH + k2a2i + =
+
+ Umj
(4)
Como v t= V era arbitrário, (3) e (4) implicam que :z-i(u;) = a1;.P1
+ a2;2 +
+ am;.Pm,
j = 1, ... , n
que é (2). Assim, está demonstrado o teorema.
x:
11.18. Seja A uma matriz arbitrária m X n sôbre u~ corpo Demonstre que o pôsto das linhas e o pôsto das colunas de A são iguais. Seja T: K" ~ Km a transformação Iif!ear definida por T(v) = Av, onde os elementos de K" e Km são escritos como vetores coluna. Então, A é a representação matricial de T em relação às bases usuais de K" e Km e a imagem de T é o espaço coluna de A. Portanto, pôsto (T) = pôsto das colunas de A. Pelo teorema 11.7, A' é a representação matricial de T 1 em relação às !:!ases duais. Portanto, pôsto (:z-1) = pôs to das colunas de A 1
=
pôs to das linhas de A.
Mas, pelo problema 11.16, pôsto (T) = pôstó (:z-1); portanto, o pôsto das linhas ·. e o pôsto das colunas de A são iguais. (~sse resultado foi determinado anteriermente no teorema 5.9 e foi demonstrado de uma maneira direta no problema 5.21.)
Problemas Propostos ESPAÇOS DUAIS E BASES DUAIS 11.19.
Sejam : as --+R e a: R 3 --+R funcionais lineares definidos por (x, y, z) = = 2x - 3y + z e u(x, y, z) = 4x - 2y + 3z. Encontre (i) + a, (ii) 3<1>, (íii) 2.P- 5u.
11.20. Seja .p o funcional linear no R 2 definido por .p(2, 1) = 15 ·e .p(1, -2) = -10. Encontre (x, y) e, em particular, (-2, 7).
11.21.
11.22. ,•
1<:ncontre as bases duais de cada uma das seguintes .bases do R 3 (i)
11. O, O),
(ii)
tc1. -2, 3), ct, -1, 1), c2, -4,
(0, 1, O), (0, O, 1)}.
?>r
Seja V o espaço vetorial i:los polinômio~ sôbre R de grau :$; 2. e .Pa os funcionais lineares em V definidos por
=
Jo
f(t)dt, 2 (/(1))
= f'(1),
t/> 3(/(t)) = /(0)
Sejam <1> 1 , <1>2
FUNCIONAIS LINEARES E O ESPAÇO DUAL
314
[CAP. 11
+ +
Aqui, /(1) = a bt ct 2 E V e /'(1) denota a derivada de j(t). lh(t), /2(1), /3(1)} de V, que é dual a lt, t/>2, tl>a}.
Encontre a base
II.23.
Suponha que u, v E V e que t/>(u) = O implica t/>(v) = O para todo t/> E V*. Mostre que ;o = ku para algum escalar k.
11.24.
Suponha que t/>, u E V* e que (v) = O implica Mostre que u = kt/> para algum- escalar k.
II.25.
Seja V o espaço vetorial dos polinômios sôbre K. Para a E K, defina 0 : V---> K por t/>0 (/(1)) = j(a). Mostre que (i)
II.26.
Seja V o distintos.
11.27.
Seja V o espàço vetorial das matrizes quadradas de ordem n. Seja T: V---'> K a transformação traço T{A) = a 11 a 22 a,.n. onde A = (a;;). Mostre que T é linear.
II.2S.
Seja W o sube5paço de V. Para qualquer funcional linear <1> em vV, mostre que existe um funcional linear u em V tal que u(w) = t/>(w) para qualquer w E vV, isto é, é a restrição de u a W.
ll.29.
Seja {e 1, ... , enl a base usual de K". Mostre que a base dual é l"l• ... , "nl. onde ,., é a i-ésima transformação projeÇão ,.,(at. ... , a,.) = a;.
11.30.
Seja V um espaço vetorial sôbre R. Sejam <1> 1, t/> 2 E V* e suponha que u: V---> R definida por u(v) = t/>1, (v)
u(v) =O
para
todo
v E V.
espaço vetorial dos polinômios de grau S 2 .. Sejam a, b, c, E K escalares Sejam t/>0 , b e
+
+ ... +
ANULADORES ll.31.
Seja W o subespaço de R 4 gerado por (1, 2, -3, 4), (1, 3, -2, 6) e (1, 4, -1, 8) Encontre uma base do anulador de vV
11.32.
Seja W o subespaço de R 3 gerado por (1, 1, O) e (0, 1, 1). Encontre uma ba.se do anulador de W.
11.33.
Mostre que, para qualquer subconjunto S de_ V, L(S) ""' S 00 , onde L(S) é o gerador línear de S.
11.34.
Sejam U e W subespaços de um espaço vetorial V de dimensão finita. Demonstre ( U n W) 0 = U 0 W 0.
+
11.35. Suponha que V= U $ W. Prove que V* = [1° E9 W 0 •
TRANSPOSTA DE UMA TRANSFORMAÇÃO LINEAR 11.36. '• i
Seja <1> o funQional linear no R 2 definido por
+ y, y + z);
(ii) T(x, y, z)
= (x
+ y,
2x- y)
q.37. Suponha ,que S: U __. V e T.: V---> W _são lineares. Demonstre que
·= s'o r.
..
Cz;,o S)'_-=
11.38. Suponha que T: V--> U é linear e que V tem dimensão finita. Demonstre que lin
T' =
(Nuc T) 0.
•
CAP. 11]
315
FUNCIONAIS LINEARES E O ESPAÇO DUAL
Demonstre que u E Im T ou existe
11.39.
Suponha que T: V----> U é linear e u E U. 4> E V* tal que T 1(4>) = O e
11.40.
Seja V de dimensão finita. Mostre que a transformação T I-> T' é um iso· morfismo de Hom (V, V) em Hom (V*, V*). (Aqui, T é qualquer operador linear em V.)
PROBLEMAS DIVERSOS 11.41.
Seja V um espaço vetorial sôbre R. O segmento de reta uv ligando pontos u, v E V é definido por
+ (1 -
uv = {tu
t)v : O ~ t
Um subconjunto S de V é chamado convexo se V* e seja
~
1).
11,
v E S implica uvc S. Seja
OI,
w- ;,
TV+
=
{v E V: (v) >OI, TV= {v E V: (t·)
Demonstre que Hí+ , vV e 11.42.
r.v-
=
{v E V: (v)
< 0}.
são convexos.
Seja V um espaç.l vetorial de dimensão fitÚta. Um hiperplano H de V é definido como sendo o núcleo de um funcional linear não-nulo 4> em V. Mostre que tod9 subespaço de V é a interseção de um número finito de hiperplanos.
RESPOSTAS DOS PROBLEMAS PROPOSTOS
+ 4z, (ii) 6x- 9y + 3z, 4x + 7y, 4>(-2, 7) = 41.
11.19.
(i) 6x- Sy
11.20.
11.21.
11.25. 11.26.
(i)
{qi> 1 (r, y, z) = x,
(ii)
{q~> 1 (r,
y, s)
=
{
ft(t) =
t
-
+ 4y- 13z.
= y, g(:x, y, z) = z}.
-3x- Sy- 2z, .P2(:x, y, z) = 2x
(ii) Seja j(t) = t. Então, <Pa(/(1)); 2
(iii) -16x
(b+c)t
+ bc
(a- b)(a --c)
+ z,
11.31.
{
11.32.
{
11.36.
(i) (T'(.P))(x, y, z) = 3x
•
h ()t
=
= a ""' t
2
-
b
+ y,
y, z) = x
=
<Pa ""'
(a+c)t +:ac .
(b- a)(b- c)
+ 2y + ::).
_ t 2 - (a+b)t
• fa(t) -
(c- a)(c- b)
= 2y- 1).
+ z). + y- 2z,
(ii) cr(
+ ab}.
-~_:......:...._.;___
=-X+ Sy + 3z.
Capítulo 12 Formas Bilineares, Quadráticas e Hermitianas FORMAS BILINEARES · Seja V um espaço vetorial de dimensão finita sôbre um corpo K. Uma forma bilinear em V é uma transformação f : V X V~ K que satisfaz (i)
f(au 1
+ bu v) = af(u!i v) + bf(u v) + bv = af(u, vi) + bf(u, V 2,
2,
(ii) f(u, av 1
2)
2)
~a qmlisquer a, b E K e quaisquer u;. v1 E V. Expressamos a condição (i) dizendo que f é linear na primeira variável e a condição (ii) dizendo que f é linear na segunda variável.
Exemplo 12.1. Sejam 4> e rr os funcionais lineares arbitrários em V, Seja f: V X V-> K definida por f(u ,v) = (u)rr(v). Então, f é bilinear, porque 4> e tT são cada qual lineares. (Resulta que tal forina bilinear f é o produto tensorial de 4> e rr e é, algumas vêzes, escrita f = 4> $ tr.)
+
Exemplo 12.2. Seja f o produto interno em R", isto é, f(u, v) = u . v = a 1b1 onde u = (a;) e t• = (b;). Então, f é uma forma bilinear em R".
+ a 2bz + ... + a,.b.,,
Exemplo 12.3. Seja A = (a;j) qualquer matriz n X n sôbre K. Então, A ser encarada como uma forma bilinear f em K" definindo
/(X, Y)
=
1
X AY
=
(xt, xz, ... , xn) ( :::___:_:; ...... anl
" 1: i,J= I
il{IXjyj "" iluXIYI
an2
. ..
pode
_:_:~) ~:) (
ann
y
+ llJgl'I}'~ + .
A expnissão lonnal açÍiila nas varh\vcis x;, y; é denominada polinômio bilinear correspon· dente à matriz A. A fórmula (1) abaixo mostra que, num certo sentido. tôda forma bilinear é dllsse tipo.
Denotaremos por B( V) o conjunto das formas bilineares em V. Coloca-se uma estrutura de espaço vetorial em B (V) definindo f + g e kf por
(f+ g)
(u, v) = f(u, v) (kf)(u, v) = kf(u, v)
+ g(u, v)
para quaisquer f, g E E( V) e qualquer k E K.
De fato,
Teorema 12.1. Seja V um espaço vetorial de dimensão n sôbre K. Seja {tfli, ... tfl.. } basedoespaçodual V*. Então, {f;i :i,j = 1, ... ,n} é base de B(V), onde f;; é definida por f;j(u, v) = 1/J;(u)tP;(v). Assim, em particular, dim B(V) = n 2 •
316
CAP. 12]
317
FORMAS BILINEARES, QUADRÁTICAS E HERMITIANAS
FORMAS BIUNEARES E MATRIZF.S Seja f uma forma bilinear em V e seja nha que u, v E V e que
a
Então, f(u, v) = f(a 1e 1
(e~>
... , enl base de V.
+ ... + a,.e,., b1e 1 + ... + bnen) + a1bd(e1, e2) + ... + anbnf(en, en)
= a1bd(e1, e1)
Supo-
=
n
=
L
aAf(e1 , e)
i.J=l
Assim, f é determinada completamente pelos n 2 valôres f( e;. e). A matriz A = (a;;) onde a1i = f(e;, ei) é chamada representação matricial de f em relação à base {e1 } ou, simplesmente, a matriz de f em {e;). Ela "representa" f no sentido de que \
(a1, , .. , a,.)A
(
~bn:.)
[u]~A[vl.
(1)
para quaisquer u, v E V. (Como de costume, [u]. denota o vetor (coluna) coordenada de u E V na base {e, I .) A seguir, perguntamos: como se transforma uma matriz que representa uma forma bilinear, quando uma nova base é e~colhida? A resposta é dada no teorema seguinte. (Lembre, teorema 7.4, que a matriz de transição P de uma base {e1 } para outra (e;} tem a propriedade [uJ.•= P[ul. para todo u E V.)
Teorema 122. Seja P a matriz de transição de uma base para outra. Se A é a matriz de f na base original, então B = P'AP é a matriz de j·na nova base. O teorema acima motiva a seguinte definição.
Definição. Diz-se que uma matriz B é congruente a uma matriz A se existe uma matriz inversível (ou não-singular) P tal que B = P'AP. Assim, pelo teorema acima, matrizes que representam a mesma forma bilinear são congruentes. Ôhservamos .que matrizes congruentes têm o mesmo pôsto porque P e P' sao não-singulares; portanto, a seguinte definição está bem clara.
Definição. O pôsto. de .uma forma bilinear f ern V, escrito pôsto (f), é definido como o' pÔ~to' 'cie qualquer represen'i:áÇão matricial. Dizemos que f é degenerada ou não-degenerada segundo seja pôsto ( f) pôs to (f) = dim V.
< dim V
ou
318
F0RMAS BILINEARES, QUADRÁTICAS E HERMITIANAS I .
[CAP. 12
FORMAS BILINEARES ALTERNADAS Diz-se que uma forma bilinear f em V é alternada se
=
(i) f(v, v)
para qualquer v E V. O = f(u
O
Se f é alternada, então
+ v, u + v)
=
(ii) f(u, v)
Jogo,
+ ftu, v) + ftv, u) + f(v, v);
f(u, u)
= -
f(v, u)
para quaisquer u, v E V. Diz-se que uma forma bilinear que satisfaz a condição (ii) é anti-simétrica (ou oblíqua). Se 1 + 1 r! O em K. então a condição (ii) implica f(v, v) = - f(v, v), que implica na condição (i). Em outras palavras, alternada e anti-simétrica são noções equivalentes, quando 1 + 1 r! o. Segue o teorema principal sôbre a estrutura de formas bilineares. Teorema 12.3. Seja f uma forma bilinear alternada em V. Entã9, existe uma base de V, na qual f é representada por uma matriz da forma
o -1
1
1
o
1
_ _ _ :_j _ _ ,
I 0
1 1
1...,.1
0
I
L __ _,
I
0
Li ~
1 I 0 I -·- +-
-1
IÜ I ~
-~-I
~_j ~. ,o
Além disso, o número de
0 (-1
1
o)
é determinado
de maneira
única por f (porque é igual a 1/2 pôsto (f)). Em particular, o teorema acima mostra que uma forma bilinear alternada deve ter pôsto par.
FORMAS BILINEARES SIMÉTRICAS, FORMAS QUADRÁTICAS Diz•se que um~ forma bilinear f em V é simétrica se f(u, v) = f(v, u)
para quaisquer u, v E V.
CAP. 12]
FORMAS BILINEARES, QUADRÁTICAS E HERMITIANAS
319
f, podemos escrever .f(X, Y) = X'A Y = (X'A Y)' = Y'A'X
Se A é representação matricial de
(Usamos o fato de que X'A Y é um escalar e, portanto, igual à sua transposta.) Assim, se f é simétrica, Y'A'X
f(X, Y)
=
=
f(Y, X)= Y'AX.
e, como isto é verdadeiro para todos os vetores X, Y, segue que A = A
t
Reciprocamente, se A é simétrica, então f é simétrica.
ou A é simétrica.
O resultado principal para formas bilineares simétricas é dado pelo Teorema 12.4. Seja f uma forma bilinear simétrica em V sôbre K (na qual 1 1 ré 0). Então, V tem uma base {v 1 , . . . , vn}, na qual f é representada por uma matriz diagonal, isto é, f(v;, vi) = O para i ré j.
+
Forma Alternada do Teorema 12.4. Seja ·•.ti uma matriz simétrica sôbre + 1 ré 0). Então, existe uma matriz inversível (ou não-singular) P tal que P'AP é diagonal. Isto é, A é congruente a uma matnz diagonal.
K (no qual 1
Como uma matriz inversível P é um produto de matrizes elementares (problema 3.36), um meio de obter a forma diagonal P'AP é fazer uma seqiíência de operações elementares com linhas e a mesma seqüência de operações elemeatares com colunas. Essas mesmas operações eleinentares em I produzirão P'. tsse método é ilustrado no exemplo seguinte. Exemplo 12.4. Seja A
(_~
=
_! =: ) ,
uma matriz simétrica.
É conveniente
formar a matriz de blocos (A, I) (A, I)
= (
~
2 -3 ' 1 o o 5-4:010 -4 8,001
-3
)
Aplicamos as operações R2 -+-2Rl + R2 e R 3 -> 3R 1 +Ra a (.<1, I) .e, depois, as operações correspondentes C 2 ->-2CI + C2 e C3 ..... 3C1+C3 a A, para obter
o
o·
1 0
0 ) e, depois; 1
A seguir, aplicamos a operação R3 - -2R2 C s _,. -2C2 C3, para obter
+
(~
o
o
1
2 -5
o
o
1 I I I
~)
-2 1 7 -2
e, depois,
Agora, A foi diagonalizada. Fazemos p =
(i
-2 7) 1 -2 1
o
+ R3
(10
o
0
2
o
or 2 1 -2 -1 1 3
1
o
~)
e, depois, a operação correspondente
(g
o
o o 1
I}
o .:;
I
-2 1 7 -2
n
FORMAS BILINEARES, QUADRÁTICAS E HERMITIANAS
320
[CAP. 12
Definição. Uma transformação q : V---'> K é chamada forma quadrática se q(v)
~
f(v, v) para alguma forma bilinear simétrica em V.
Chamamos q a forma quadrática associada com a forma bilinear simétrica f. Se 1 1 ;;é O em K, então f pode ser obtida de q de acôrdo com a identidade
+
f(u, v) = 1/2(q(u +v)- q(u)- q(v)) A fórmula acima é chamadaforma Polar de f. Agora, se f é- representada por uma matriz simétrica A = (a;;), então q é representada na seguinte forma q(X) = f(X, X)= X 1AX = au
(xu . .. ' xn)
(
al2
~2·1 . anl
= I: a;/'·";X;
=
auxi
.
.
·a·22· . : : ·. . an2
.
.
n.In) (
X1 )
~~".
~2
ann
xn
+ a2~ + ... + annX~ + 2 I:
(1 1 iX;X;
i<J
i,j
A expressão formal acima nas variáveis X; é denominada polinômio quadrático correspondente à matriz simétrica A. Observe que, se a matriz A é diagonal, então q tem representação diagonal q(X)
=
X'AX
= a 11xi
+ a 22 X; + ... + annx~,
isto é, o polinômio quadrático que representa q não conterá ti"rmos com "produto misto". Pelo teorema 12.4, tôda forma quádráttca tem uma tal rl'presentação (quando 1 + 1 '>"' O). Exemplo 12.;;. Considere a se~uinte forma quadrática. no R 2 q(x. y) = 2x 2
-
12xy
+ 5y 2
Um modo de diagonalizar q ê ·pelo método conhecido como "completar o quadrado", que é descrito completamente no problema 12.35. Nesse caso, fazemos a substituição x = s + 31, y = t, para obter a forma diagonal · q(x, y)
=
2(s
+ 31) 2 .:.
12(s
+ 31)1 + 51 2
= 2s 2 - 131 2 •
FORMAS BILINEARES SIMÉTRICAS REAIS. LEI DE INÉRCIA Nesta seção, trataremos de formas bilineares simétricas e formas quadráticas em espaços vetoriais sôbre o corpo real R. Essas formas aparecem em muitos ramos da Matemática e da Física. A natureza especial de R permite uma teoria independente. O resultado principal segue.
Teorema 12.5. Seja f uma forma bilinear simétrica em V sôbrt" R. Então.
existe uma base de V na qual f é representada por uma, matriz.·diagonl!-li 'J qualquer outra representação diagonal tem o mesmo número P de ele- -:'~ mentos positivos e o mesmo número N de elementos, negativos. A dife- '~ rença S = P - N é chamada assinatura de f. 'i
1
CA;P. 12)
FORMAS BILINEARES, QUADRÁTICAS E HERMITIANAS
321
Diz-se que uma forma bilinear simétrica é semidefinida não-negativa se
q(v) = f(v, v)
~
O
para todo vetor v; e diz-se que é definida positiva se q(v) = f(v, v) para todo vetor v (i)
f
(ii)
f
;:é
>
O
O. Pelo teorema acima,
é semidefinida não-negativa se, e somente se, S = p,ôsto (f)
é definida positiva se, e somente se, S natura de f.
=
dim V, onde S é a assi-
Exemplo 12.6. Seja f o produto interno no Rn, isto é, f(u, v)
=
u .v
=
a1b1
+ a2v2 + ... + anbn,
onde u = (a;) e v = (b;). Note que f é simétrica, pqis f(u, v)
=
u . v
=
v . u
=
f(v, u)
Além. disso, f é definida positiva, porque f(u, u)
= ai + a~ + ... + a; >
O
quando u r! O.
No próximo _capítulo, veremos como uma forma quadrática real q se transforma quando a matriz de transição Pé "ortogonal". Se nenhuma conqição é imposta a P, então q pode ser representada na forma diagonal com somente os 1 e -1 como coeficientes não-nulos. Especificamente,
Corolário 12.6. Qualquer forma quadrática real q tem uma representação única na forma q(xi, ... , xn) = xi
+ ... + x;- X:+
I - ... -
x;
O resultado acima para formas quadráticas reais é, algumas vêzes, citado como Lei de Inércia ou Teorema de Sylvester.
FORMAS HERMITIANAS Seja V um espaço vetorial de dimensão finita sôbre o corpo complexo C. Seja f ·(i)
:V X
](a111
V~
C tal que
+ bu2, v) = af(uu v) + bf(u2, v)
(ii) f(u, v)
=
f( v, ú),
onde a, b E C e u;, v E V. Como sempre, k denota f(u, av1
ó
Então,
=
+
u) = af(v 1, u) bf(v 2, u) 7if(v 1, u) = bf(v2 , u) = ãf(u, vi)+ bf{u, V2 ) 2,
Isto é, · (iii) ftu, av 1
+ bv
2)
em V.
conjugado complexo de k E C.) Por (i) e (ii),
+ bv.;) = f(avt + bv
~ -~ \
f é chamada forma hennitiana
= ã f (u, vi)
+ b f(u,
v 2)
322
FORMAS BILINEARES, QUADRÁTICAS E HERMITIANAS
[CAP. 12
Como antes,exprimimos a condição (i) dizendo que f é linear na primeira variável. Por outro lado, expressamos a condição (iii), dizendo que f é linear conjugada na segunda variável, Note que, por (ii), f( v, v) =f(v, v); logo, f(v, v) é real para todo v E V. Exemplo 12.7. Seja A = (a;j) uma matriz n X n sôbre C. Escrevemos A para a matriz obtida tomando o conjugado complexo de cada elemento de A, isto é, A = (a;j) TambérR escrevemos A* para  1 =A'. D,iz-~ que a fllatriz A é hermitiana se A* =A, isto é, se a;i = aji. Se A é hermitian;i, então f(X, Y) = X 1AY define uma forma hermitiana em cn (problema 12.16). .
A transformação q : V - t R definida por q(v) = f(v, v) é chamada forma quadrática hermitiana ou forma quadrática complexa associada .à forma hermitiana f. Podemos obter f de q, de acôrdo com a seguinte identidade, chamada forma polar de f
f(u, v)
=
1/4 (q(u
+ v)- q(u- v)) + i/4 (q(u + iv)- q(u- iv))
Agora, suponha que {e1 , • • . , en} é base de V. A matriz H = (h 11 ). onde hti = f(eu e,.), é chamada representaçãp matricial de f na base kl. Por (ii), f(e 1, e); = f(e;, e;); portanto, H é hermitiana e, em particular, os elementos diagonais de H são reais. Assim, qualquer representação diagonal de f contém apenas elementos reais. O teorema seguinte ·é o análogo complexo do teorema 12.5 sôbre formas bilineares simétricas reais.
Teorema 12.7. Seja f uma forma hermitiana em V. Então, existe uma base {e1 , . . • , enl de V, na qual f é representada por uma matriz diagonal, isto é, f(e 1, ei) = O para i.,&. j. Além disso, tôda representação diagonal de f tem o mesmo número P de elementos positivos e o mesmo número N de elementos negativos. A diferença S = P - N é chamada assinatura de f. Anàlogamente, diz-se que uma forma hermitiana f é semidefinida não-negativa se
~
q(v) = f(v, v) 2': O para todo v E V e diz-se que é definida positiva se
q(v)
= f(v, v) > O
para todo v .,&. O. Exemplo 12.8. Seja f o produto interno em
cn,
isto é,
onde u = (z;) e v = (uii). Então, f é uma forma hermitiana em definida positiva, pois, para qualquer v rf O,
f
cn.
Além disso,
fé
CAP. 12]
323
FORMAS BILINEAR·ES, QUADRÁTICAS E HERMITIANAS
Problemas Resolvidos FORMAS BILINEARES 12.1.
Sejam
f(u, v)
=
u =
(x1 ,
x 2,
3x1y 1 - 2XIY2
x 3) e
{y1 , y 2 , y 3) e seja
v =
+ Sx2Y + 7x2Y 1
+ 4X Y
8x2y3
2 -
3
2 -
x 3y 3
Exprima f em notação m!ltricial. Seja A matriz 3 X 3, cujo elemento-ij é o coeficiente de 1
j(u, v) = X A Y
=
Cx1, x2 ,xa)
= (~
O
12.2.
XiYj·
Então,
-~ -~) ( ~~) 4 -1
Y3
Seja A uma matriz n X n sôbre K. Mostre que a seguinte transformação f é uma forma bilinear e11_1 Kn :f(X, Y) = X;1 Y. Para qualquer a, b E K e qualquer X;/; Y; E Kn, f(aX 1
Portanto,
+ bX 2.
12.3.
+ bX 2) 1A Y = (aX~ + bX~)A Y = aX~A Y + bX~A Y = af(X 1, Y) = bf(X2, = (aX 1
Y)
f é linear na primeira variáveL Também
f(X, aY1
Portanto,
Y)
f
+ bY = X'A(aY1 + bY2) = aX AY1 + bX A Y2 = = afCX, Yt) + bf(X, Y2) 1
2)
é linear na segunda variável; logo,
f
1
é uma forma bilinear em Kn.
Seja/ a forma bilinear em R 2 definida por /((x1, x2), CY1• Y2)) = 2xJyJ
(i)
- 3.xly2
Encontre a matriz A de f na base {u1
+ X2Y2 (1,0), u 2 = (1, 1)}
=
(ii) Encontre a matriz B de f na base {v 1 = (2, 1), v2 = {1, -1)} (iii) .Encontre a matriz transição P da base {u1) para a base {v;) e verifique que B = P'AP. (i)
Faça A = (a;;), onde a;; =.f(u;, u;)
a 11 = j(u1, u 1) = /((1, 0), (1, O)) = 2- O+ O = 2 au = j(u1, u2) = f((l, O), (1, 1)) = 2 - 3 +O = -1 a21 = j(u2, u1) a22 = j(u2, u2)
Assim, A
.
=
(2 -1)o 2
= f((t, 1,) = /((1, 1),
é a matriz de
(1, O)) (1, 1))
f
= 2- O+ O=
= 2-3
+1
=
2 O
na base (u~o u2l•
(ii) Faça B = (b;;), onde bâj =/(v;, v;)
= /((2, 1), (2, 1)) = 8 - 6 + 1 ,.. 3 = f{(2, 1), (1, -1)) = 4 + ó - 1 =" _9 bu = j(v2, v1) = /((1, -1), {2, 1))" = 4'- 3 - 1 = ô bn = f(v 1 ,
b12
v 1)
= j(v1, v2)
b22 =j(v2, v2)
.
Ass1m, B =
(3 0
= /((1, -1),
(1, -I))
=
2
+3+1 =6
:) é a matriz de f na base (vt, v2l
324
FORMAS BILINEARES, QUADRÁTICAS E HERMITIANAS (iii) Devem.:>s escrever
111
112
em têrnns de u;
= (2, 1) = (1, O)+ (1, 1) = u1 + u2 = (1, -1) = 2(1, O)- (1, 1) ~ 2u1- u 2
111 112
Então, P
e
=C-~); =C -~) . 2) (3o = (1 1)(2-1)(1 o logo, P
1
Assim,
1
P AP
12.4.
[CAP. 12
2
-1
2
1
-1
=
:) =
B
Demonstre o teorema 12.1. Seja V um espaço vetmial de dimensão n sôbre K. Seja { cp 1 , . . . , q,n} base do espaço dual V*. Então, {fi,.: i, j = 1, ... , n} é base de B(V), onde f,,. é definida por f;;(u, v)= cp;(u) cf>;(v) . Assim, em particular, dim (B(V) = n 2 • Seja {e 1 , . . . , enl a base de V duala I .p;\. Mostramos, primeiro, que f!;;} gera B( V). Seja f E B( V) e suponha que /(e;, e;) = a;;. Dizemos que f= "l;a;if;; É suficiente mostrar que f(e,, ec) = ("I;a;;f;f)(e,, e1) para s, t = 1, ... , n. Temos ("I;a_iif;i)(e., et) = "l;a;ifii(e,, et)
como queríamos. Portanto, Falta
mostrar
que
"l;aüf;; =O. Então, para s,
= "l;a;; cf>;(e,) tf ;;} gera
= a., = j(e,, e
1),
IJ;iJ
·é linearmente independente. Suponha que t = 1, ... , n,
O = O(e,, e1)
O último passo segue como antes. base de B( V).
12.5.
,Pj(e,) = "l;a;; ó;, ó;t
B( V).
= ("I;a,,.J;,)(e8 ,
e1) = a..
Assim, {/iil é independente e, portanto, é
Denote por (f] a representação matricial de uma forma bilinear f em V em relação à base {e H • • • , en} de V. Mostre que a transformação f----. [f] é um isomorfismo de B( V) sôbre o espaço vetoria! das matrizes quadradas n X n. Como f é detenninada completamente pelos escalares f(e;, ef), a trans· formação f - [j) é sôbre e biunívoca. É sufit:iente mostrar que a transfor~ação f·_. [f] é um isomodismo, isto é, que [aj
+ bg] =
afj)
+ b[g]
(•)
Entretanto, para i, j = 1, ... , n, (af
+ bg)(e;, e;)
= aj(e;, e,.)
+ bg(e;, e,.),
que é uma reformulação de (*). Assim, o resultado está provado.
12.6.
Demonst~e
o teorema 12.2. Seja P a matriz de transição de uma base {e1 } para outra base {e;}. Se A é a matriz de f na base original {e1 }, então B = P'AP é a matriz de f na nova base {e;}. !)ej~m
u, ."E V. Como P é a matriz de transição de {ei} a {eil. temos
P[u] •• , = [u] 0 .e P[v]e•
=]v]e; portanto; [u]i =
[u]~. P 1• Assim,
f(u, v) = [ul!A([v}. = [u]!, P 1AP[v],•
Cotno u e
11
são.elementos arbitrários de V,P 1AP é a matriz de/ na base {e;).
CAP. 12]
FORMAS BILINEARES, QUADRÁTICAS E HERMITIANAS
325
FORMAS BILINEARES SIM~TRICAS. FORMAS QUADRÁTICAS 12.7.
Encontre a matriz simétrica que corresponde a cada um dos seguintes polinômios quadráticos q(x, y)
=
4x2- 6xy- 7y2
(ii) q(x, y)
=
xy
(i)
(iii) q(x, y, z)
+ yz 3x 2
=
+
+
4xy- y 2
(iv) q(x, y, z) = xL 2yz
8xz- 6yz
+
z2
+ xz
A matriz simétrica A = (a;j) representando q(x1, . . , xn) tem o elemento diagonal a;; igual ao coeficiente de x; e tem os elementos aii e Ufi cada um igual à metade do coeficiente de x;x;. Assim,
(_~ =~) C~2 1/~)
G-~ -~) ( ~ -3
12.8.
1
1/2
Üj.i) · .
(ii)
(i)
-1 ~ 1/2)
o
-1 (iv)
Para cada uma das seguintes matrizes simétricas reais A, encontre uma matriz P não-singular tal que P'AP é diagonal e também encontre sua assinatura (i) (i)
0~r -n
A
(ii) A
~
0-~ _1)
Primeiro, forme a matriz de blocos (A, I) (A , I ) =
(
-3 7
2 -S
:
O
0 ·1
2 -5
8
I
0
0
1 -3
I
+
Aplique as operações com linhas R2 .... 3Rt + R2 e Ra _. -2Rt Ra a (A, I) e, depois, as operações correspondentes com colunas C 2 ---> 3C 1 C2 e C3 _. -2Ct Ca a A, para obter .
+
2
1 -3 ( o
o
-2
1
1
4
o
I
I I
3
I
-2
1
o
o) O 1
e, depois,
( o
0
1
1 3
o
1 -2
o
I
I
O -2 o 1
I
4
+
1
+
A seguir, aplique a operaçã;> com linhas R 3 _. R 2 2R 3 e, depois, a operação correspondente com colunas Ca--> C 2 2C 3 , para obter
+
(
o 1 o -2 o o
0
I
1
1 I
3
9
I I
-1
0
o)
(o
1
0
e, depnis,
-~ ~
0
2
0
18
\ 1
~ .~
-1
Agora, A foi diagonalizada. Faça
P
~
(i ! -D ;
então, P'AP =
A assinatura S de A é S = 2 - 1 = 1.
G-~ 1~)
326
· [CAP. 12
FORMAS BILINEARES, QUADRATICAS E HERMITIANAS (i i) Primeiro, forme a matriz de blocos (A, I) (A, I)=
(1
-2 1
1 o o 1 o o
I I I I
1 2 -1
~)
Para trazer o elemento diagonal não nulo -1 para a primeira posição diagonal, aplique a operação com linhas R1 ---> Ra e, então, a operação correspondente com colunas cl ---> c3. para obter 1 I 0 o 0 1) ( 1 2 1 2 -1 I 0 1 -2 2 : O 1 0 e, depois, -2 -2 1 o ( 1 0 011110 o 1 o
+
+
Aplique as operações com linhas R2--+ 2Rl R2 e R 3 --+ R1 Ra e, depois, as correspondentes operações com colunas C2---> 2Cl C2 e Cs--+ C1 C3, para obter
(-~
l~
1
1)
~
~
:
e, depois,
+
(-1
~
o o 2
o o o 1
3
3
+
I
o
1
+
Aplique a operação com linhas R3 -> -3R2 2R3 e, depois, a correspondente operação com colunas C 3 --+ -3C2 2Ca
c~
o o 'I o o 1 2 3 I o o -7 I 2 -3
i)
+
e, depois,
c~
o 2
o -14
Agora, A foi diagonalizada. Faça P = (
~
:
=~);então, P AP (-~ 1
=
A assinatura S de A é a diferença .S ... 1 - 2
12.9.
o o o
o o I
i)
-3
2
o o) o 2
o -14
= -1.
Suponha que 1 + 1 r= O em K. De um algoritmo formal para · diagonalizar (sob çongruêncía) uma matriz simétrica A = (a1,-) sôbre K.
+
Caso 1. a 11 "" O. Aplique a operação com linhas Ri --> -a,; 1 R 1 auR;, i = 2, __ ., n e, depois, a correspondente operação com colunas C; ~ -ai1C 1
+ aúC;, par~
reduzir A à forma ( a:
1
~)
+
•
Caso 2. a 11 = O, mas aii "" O, para algum i > 1. Aplique a operação com linhas R 1 <->R; e, depois, a correspondente operação com colunas C1 C;, para trazer a;; para a primeira posição diagonal. Isto reduz a matriz ao caso 1.
<->
Caso 3. Todos os elementos diagonais a,;; = O. Escolha i, j tais que a;j ;;AI! O e aplique a operação com linhas R; --+ Rj + Ri e a correspondente ope-_ ração com colunas C; --+ Cj + C,;, para trazer 2a;i ;;AI! O para a i-ésima ,posição diagonal. Isto reduz a matriz ao caso 2. _ ). 0 Em cada um dos casos, podemos, finalmente, reduzir A à forma B 0 onde B é ~ma matriz simétrica de ordem menor do que A. Por indução, podemos, finalmente, trazer A para a forma diagonal. ·
(au
Observação. A hipótese 1 mos que 2a;i "" O.
+ 1 ;;AI! O em
K é usada no caso 3, onde afirma-
CAP. 12]
FORMAS BILINEARES, QUADRÁTICAS E HERMITIANAS
327
12.10. Seja q a forma quadrática associada com a forma bilinear simétrica!. Verifique a seguinte forma polar de f: f(u, v) = -} (q(u + v)- q(u)- q(v)) (Suponha que 1 + 1 ;o! O.) q(u
+ v) -
t
+ 1 ~ O,
Se 1
+
q(u) - q(v) = f(u 11, tt v) - f(u, u) -/(v, v) = f(u, u) f(u, v) f(v, u) f(v, v) - f(u, u) -f(v, v) = 2/(u, v)
+
+
+
podemos dividir por 2 para obter a identidade desejada.
12.11. Demonstre o teorema 12.4. Seja f uma forma bilinear simétrica em V sôbre K (no qual 1 + 1 ~ 0). Então, V tem uma base {v 1 , . . . , vnl, na qual f é representada por uma matriz diagonal, isto é, f(v 1 , vi) = O parai ~ j. Método 1. Se f =" O o.u se dim V = 1, então o teorema evidentemente vale. Portanto, podemos supor f ~ O e dim V = n > 1. Se q(v) = f(v, v)= O pam todo v E V, então a forma polar de f (veja problema 12.10) implica que f = O. Portanto, podemos supor que existe um vetor~ v 1 ~ V tal que j(v 1 , v 1) ~ O. Sejà U o subespaço gerado por .v 1 e seja W constitUído dos vetores v E V, para os quais /(v 1, v) = O. Dizemos que V = U e lV. (i)
Demonstração de que U n W = {OI. Suponha que u E U n W. Como u E U, u = kv 1 para algum escalar k E K. Como u E W, O = j(u, u) = = j(kv1. kv1) = P/(t•J. Vt). Mas j(v1, v 1) ~ O; portanto, k = O e, portanto, u = kv 1 =O. Assim, U n W = {OI.
(ii)
Demonstração de que V
= U
+
W. Seja v E V. Faça
j(v1, v)",· w. = v - - - - - v1. /(vi, vi)
(I)
Então, /(ui, v) f(V}, W) = j(VI, V) - ~(-- j(Vt. V}) = 0~
f
V}, V!)
Assim, w E W. Po.r (1), v é a soma de_ um elemento de U com um elemento de W. Assim, . V = U W. Por (i) e (ii), V '"' U W.
+
e
Agora; f restrita a W é uma forma bilinear simétrica em vV. Mas dim W = 1; portanto, por indu~;ão, existe uma base {v:l, .. , v11 1 de W tal que 'f( v;, Vj) = O para i ~ j e 2 $ i,. j S n. Mas, pela ·própria definição de W, J(v 1 , v;) = O para j = 2, .. ·_, n. Por isto, a base lv 1 , . . , v.. I de V tem a pro· p.riedade requerida f(v;, Vj) = O para i ~j.
= n-
Método 2, O algoritmo no problema 12.9 mostra que cada matriz simétrica sôbre K é congruente a uma matriz diag-onal. Isto é equivalente à· assertiva de que f tem uma representação matricial diagonal. 01 2
12.12. Seja A (
a
a,.)
uma
matriz diagonal sôbre K.
Mostre que (i)
Para quaisquer escalares não-nulos ki> ... , k,. E K, A é congruente a uma matriz diagonal com elementos diagonais aJi1_.
328
FORMAS BILINEARES, QUADRÁTICAS E HERMITIANAS
[CAP. 12
(ii) Se K é o corpo complexo C, então A é congruente a uma matriz diagonal, com elementos diagonais somente 1 e O. (iii) se K é o corpo real R, então A é congruente a uma matriz diagonal com somente 1 e -1 e O como elementos diagonais. (i)
Seja P a matriz diagonal com elementos diagonais k;. Então,
P'AP
c J("' "' J\' J k2
k2
..
c·l
a2k~
..,: )
(ii) Seja P a matriz diagonal com elementos diagonais b;
]1/VIlise a;~ O
l
1
se a; = O.
1
Então, P AP tem a forma requerida. (iii) Seja P. a matriz diagonal com elementos diagonais b; =
Jl 1/V\GiT se
a; ~ O
se a;= O.
Então, P'AP tem a forma ·requerida.
Observação. Enfatii:amos que (ii) não é verdadeiro se congruência fôr substituída por congruência hernlitiana (veja problemas 12.40 e 12.41).
12.13. Demonstre o teorema 12.5. Seja f uma forma bilinear simétrica em V sôbre R. Então, existe uma base de V, na qual f é representada por uma matriz diagonal e qualquer outra representação diagonal de f tem o mesmo número de elementos positivos e o mesmo número de elementos negativos. Pelo teorema 12.4, existe uma base {ut. ... , u,] de V, na qual f é representada por uma matriz diagonal, digamos, com P elementos positivos e N elementos negativos. Agora, suponha que {w 1, ... , wnl é outra base de V, na qual f é representada por uma matriz diagonal, digamos, com P' elementos positivos e N' elementos negativos. Podemos supor, sem perda de generalidade, que os elementos positivos em cada matriz aparecem primeiro. Como pôsto (f) = P N = P' N', é suficiente provar que P = P'. Seja U o espaço gerado por u1, .. .• up e seja lV o espaço gerado por WP'+I· . . . , w,. Então, f(v, v) > O para todo v E U não-nulo e j(v, v) _-<::; O para todo v E W não-nulo. Portanto, U n W ={O}; Note que dim U = P e dim W = n-P'. Assim.
+
dim ( U
+
+ W)
= =
+
dim U P-P'
+ dim W + n.
dim ( U
n W)
+
= P
Mas dim (U W) 5 dim V= n; portanto, P-P' n lhantemente, P' _-<::; P e daí P = P', como queríamos.
_-<::;
+ (n n ou P
P') - O
_-<::;
=
P'. Seme-
Observação. O teorema precedente e sua demonstração depende~ somente do conceito de positividade. Assim, o teorema é verdadeiro para qualquer subcorpo K do corpo real R.
CAP. 12]
329
FORMAS BILINEARES, QUADRATICAS E HERMITIANAS
12.14. Diz-se que uma matriz A simétrica real n X n é definida positiva se X'AX > O para qualquer vetor (coluna) não-nulo X E R", isto é, se A é definida positiva encarada como uma forma bilinear. Seja B qualquer matriz real não-singular. Mostre que (i) B'B é simétrica e (ii) B'B é definida positiva. (B'B) 1 = B 1B 11 = B 1B; portanto, B 1B é simétrica.
(i)
(ii) Como B é não-singular, BX ;>! O para qualquer X E R" não-nulo. Portanto, o produto interno de BX consigo mesmo, BX . BX = (BX) 1(BX) . é positivo. Assim, X 1(B 1B)X = (X 1B 1)(BX) = (BX) 1(BX)
>
O,
como queríamos.
FORMAS HERMITIANAS 12.15. Determine quais das seguintes matrizes são hermitianas
(4+ 2! Si3i
Si)
2 + 3i 45 6 + 2i 6 - 2i -7 (i)
(
'3
2 - i 4+i
(_; -~ ~ ) 5
1
2-i 6
i
·r)
(i i)
-6
(iii) Uma matriz A = (a;j) é hermitiana se, e somente se, A e sOmente se, aij = fiii' (i)
=
A*, isto é, se,
A matriz é hermi-tiana, pois ela é igual à sua transposta conjugada.
(ii) A matriz não é hermitiana; no entanto, ela é simétrica. (iii) A matriz é hermitiana. De fato, uma matriz real é hermitiana se, e sàmente se, ela é simétrica.
12.16. Seja A uma matriz· hermitiana. Mostre que f é uma forma hermitiana em C", onde f é definida por f(X, Y) = X'A Y. Para todos os a, b E C e todos os X 1. X 2. Y E cn, j(aX 1
+ bX 2.
Y)
= (aX 1 =
+ bX 2l'AY = (aXi + bX~)AY + bX~AY = aj(X 1 , Y) + bj(X 2, Y).
aXiAY
Portanto, f é ·linear na primeira variável. Também f(X, Y) = X'AY = (X 1AY) 1 = Y 1A 1X = Y'A*X = Y 1AX = j(Y, X).
Portanto, f é uma forma hermitiana em C". (Observação. Usamos o fato de que X'AY é um escalar; logo, é igual à sua transposta.)
12.17. Seja f u~a forma hermitiana em V. base {e1 , ••• , e,} de V. Mostre que (i)
Seja H a matriz de
f(u, v) = [u]! H[v]. para quaisquer u, v E V.
f
na
FORMAS BILINEARES, QUADRÁTICAS E HERMITIAN"AS
[CAP. 12
(ii) Se P é a matriz de transição de I e;} para uma nova b-:1se [e; J de V, então B = P'HP (ou B = Q*HQ, onde Q = P) é a matriz de f na nova base {e;}. Note que (ii) é o análogo complexo do teorema 12.2: Sejam u, v E V e suponha que
(i)
u = a1e1
+ a2e2 + ... + anen
e
+ b2e2 + . . + bnen
v·= b1e1
t:ntão, j(u, v) = j(a1e1
+ ... + anen,
'~' a;b;/(i;, •;)-
b1e1
+ ... + bnen)
:J -
[•J!H[•l•
(o., ... , a..)H (
como queríamos.
{eil.
(ii) Como P é a matriz de transição de {e;l para P[u],• = (u},• P[v],•
= [v],;
logo, [u}~
então,
= [uJ!• P 1,
[v)e
= P[vje'.
Assim, por (i), j(u, v) = [u]~ H[vfe' = (u)!•. P HP[v ]e. Mas u e v são elementos arbitrários de V; portanto, P 1HP é a matTiz de f na base {e~j. 1
~i
12.18. Seja H.= ( 1 -2i
+i
1
uma matriz hermi tiana.
4
2
+ 3i
Encontre uma matriz P não-singular tal que P'HP é diagonal. Primeiro, forme a ma triz de blocos (H, I)
+i 4 2 + 3i
1 ( 1 - i -2i
1
2i I 1 O O) 2 - 3i : o 1 o 7 I O O 1
+
+
Aplique as operações com linhas R:~,~ (-1 + i)R1 R2 e Rs-? 2iR 1 Ra a (A,-I) e, depois, as "operações hermitianas com colunas" correspondentes (veja problema 12.42) C.:~. - (-1 - i)C1 C2 e C3 - . -2iCt C3 a A, para <>bter
+
'1 1 +i 2 ( O
o
.'ii
2i -Si
o o)
i1 -1 1+ i
3
1 0
2i
I
O 1
+
e, depois,
( o oi 1 O 2 0 Si
A. seguir, aplique a eperação com linhas Rs ...... -5iR 2 hermitiana com colunas correspondentes Ca ~ SiC2
(
~ ~ -.'i~
o o
-19
i I
-1 5
~i
+ 9i
i
-Si
2
~)
e, depois, (
1 1 -Si -1 + i 3 I 2i
Oh~ .. rvl'
(~
-l
ti
5
~ ~ ~
o o
-38
~t) e, depois; P HP ~ (~·
nue a assinatura S de H é S = 2.- 1
1 0
O 1
+ 2R 3 e, depois; a operação + ~C3 , para obter
1
= l.
~ ~)
-1+i + 9i -Si 2
.5
Agora, H foi diagonalizada. Faça P.=
o o)
;! jJ
CAP. 12]
FORMAS BILINEARES; QUADRÁTICAS E HERMITIANAS
:331
PROBLEMAS DIVERSOS 12.19. Mostre que qualquer forma bilinear f em V é a soma de uma forma bilinear simétrica e de uma forma bilinear anti-simétrica. Faça g(u, v) = -}ff(u, v) simétrica, porque g(u, v) = -}f!Cu, v)
+ f(v, u))
+ l(v, u)]
=
e h(u, v)
{-[j(v, u)
= {-[f(u, v)- f(v,
+ l(u, v)]
=
u). Então, g é
g(t•, u),
e h é anti-simétrica, porque h(u, v) = -} fl(u, v)- f(v, u)]
Além disso,
I =
g
= --}f!(v, u)- f(u,
v))
= -h(v, u).
+ h.
12.20. Demonstre o teorema 12.3. Seja f uma forma bilinear alternada em V. Então, existe uma base de V, na qual f é represwtada por uma matriz da forma I
o 11 -1 o - - t-- -, Io 1 I c~~
I
o
' -1
t I
~-, l...o -1-
'
Lo_j
.-'0 I
Alé.m disso, o núméro de
(_~ ~)
é determinado de maneira
única por f (porque é igual a 1'/2 pôsto (f)). Se f = O, então o teorema é obviamente verdadeiro. Também, se dim
Ir= 1, então j(k 1u, k 2 u) ~ k 1 k 2 j(u, u) O; logo, f= O. De acôrdo com isso, podemos supor que dim V > 1 e f ;oi O. Como I -,.!. O, existem (não nulos) u~o u 2 E V tais que /(uh u2) 7J!!. O. De fato, multiplicando u 1 por um fator apropriado, podemos supor que f(ui, u2) = 1; logo, /(u 2 , u 1) = -1. Agora, u 1 e u 2 são linearmente independentes; porque se, digamos, u2 = ku1, então j(u1, u2) = j(u1, ku1) =· kj(u,, u 1 ) = O. Seja U o subespaço gerado por u1 e u2, isto é, U = L(uJ, u2). Note
=
(i)
A representação matricial da restrição de/ a Una base (u 1, u2l
(ii) Se u E U, digamos, u = au1
+ bu2,
então
+ bu2, u1) j(au1 + bu2, u2)
f(u, u,) = l(aul
= -b
j(u, u2)
= a.
=
é(_~ ~).
332
FORMAS BILINEARES, QUADRÁTICAS E HERMITIANAS Seja W constituído dos vetores w Equivalentemente,
W
E
W tais que f(w, u 1)
[CAP. 12
= O e f(w, u 2 ) = O.
{wE V:f(w, u) =O para todo uE U}.
=
Afirmamos que V= U EEl W. É claro que U que V= U +TV. Seja v E V. Faça
nW
=
{O); logo, falta mostrar
(1) Como u é combinação linear de u 1 e u 2 , u E U. (l) e (ii), f(u, Ut) = f(v, u 1 ); portanto,
= f(v-
f(w, u 1 )
Mostraremos que w E W. Por
u, u 1 ) = f(v, ut)- f(u, ui)
= O.
Semelhantemente, f(u, u 2) = f(v, u 2); logo,
+
Então, w E W; logo; por (1), v = u w, onde u E U e w E W. que V = U W e portanto, V = U E9 vV.
+
Isto mostra
Agora, a restrição de f a W é uma forma bilinear alternada em W. Por indução, existe uma base u 3 , . , un de H:, na qual a representação matricial de f restrita a 11' tem a forma desejada. Assim, u~o u 2, u 3 , . . . , Un é uma base de V, na qual a representação matricial de f tem a forma desejada.
Problemas Propostos FORMAS BILINEARES. 12.2.1.
Sejam u = (x 1 , x 2) e v bilineares em R 2 (i)
f(u, v) =
(ii) f(u, t•) =
2X).Y2-
x1
=
(y 1 , y 2 ).
Jx2yi
+ ;vz
(iii) f(u, v) = 3xzyz 12.22.
Determine quais das seguintes são formas
(iv) j(u, v) =
XtX2
(v) f(u,
1
v) =
+ Y1Y2
(vi) j(u, v) = O.
Seja
f
(i)
Encontre a m~triz A de
f
na base lut. = (1, 1),
(ii) Encontre a matriz B de
f
na base {v 1 = (1, -1), vz = (3, 1)).
a forma biljnear em R 2 definida por f(('fl•
Xz),
(Yl• Y2)) =
3XIY! -
2XtY2
+ 4X2Yl- X2Y2 u2 =
(1, 2)).
(iii) .Encontre a matriz de transição P de {u;) a {v;) e verifique que B = P 1AP. 12.23.
Seja V o espaço yetorial das matrizes 2 X 2 sôbre R. Seja M = seja f(A, B) = tr(A 1MB), onde A, B E V e "tr" denota traço. (i) Mostre que f é uma for'1).a bilinear em V. (ii) Encontre a n1atriz de
f
na base
(
1
2
3
5
)
e
CAP. 12] 12.24.
FORMAS BILINEARES, QUADRÁTICAS E HERMITIANAS
333
Seja B( V) o conjunto das formas bilineares em V sôbre K. Demonstre (i)
+
Se /, g E B( V), então f g e kf, para k E K, também pertencem a B( V); logo, B( V) é um subespaço de e!spaço vetorial de funções de V X V em K.
(ii) Se e a são funcionais lineares em V, então f(u, v) = (u) a(v) pertence a B(V). 12.25.
Seja f uma forma bilinear em V. Para qualque,· subconjunto S de V, escrevemos
s.L = sT =
{v E
v: f(u,
v)
=
{v E .V: /(v, u) =
o para o para
todo u
S}
E
qualquer u E SI.
Mostre que (i)
s.L
e
sT
V; sf e si
são subespaços de
(ii) St c S 2 implica
st
c
c
S{;
(iii) {O}.L = {O}T = V.
v.L
12.26.
Demonstre. Se f é uma forma bilinear em V, então pôsto {f) = dim V- dim VT e, portanto, dim v.t =:3_im VT.
12.27.
Seja f uma forma bilinear em V. Para cada u E V, sejam-;: V-> K e';;: V ..... K definidos por ;(x) = j(x, u) e ';; (x) = f(u, x). Demonstre (i)
= dim
V- dim
-; e ';; são lineares, cada um, isto é, ;, ';; E V*;
(ii) u ,_.-; e u
---> ';;
são cada um transformação linear de V em V*;
(iii) pôsto {f) = pôsto (u ,__. ;) = pôs~o (u ,__. ';;). 12.28.
Mostre que congruência de matrizes é uma relação de equivalência, isto é, (i) A é congruente a A; (ii) se A é congruente a B, então B ·é congruente a A; (iii) se A é congruente a B e B é congruente a C, então A é congruente a C.
JPORMAS BILINEARt~S SIMÉTRICAS. 12.29.
(i)
q(x, y, z) = 2x 2
-
8xy
+ y2 -
16xz
+ 14yz + 5z 2 ;
+ y 2;
(ii) q(x, y, z) = x 2
- xz
(iii) q(x, y, z) = xy
+ y 2 + 4xz + z 2 ;
(iv) q(x, y, z) = xy 12.30.
Jo'ORMAS QUADRÁTICAS
Encontre a matriz simétrica pertencente a cada um dos seguintes polinômios quadráticos
+ yz.
Para cada uma das seguintes matrizes A, encontre uma matriz não-singular P tal q.1e P'AP seja diagonal li)
A=
Em cada
G 43) ca~o,
.
-2
.
(i i) A=
(-: -:) 6
(iii) A=
-9
encontre o pôsto e a assinatura.
(-3l
2
-5 -1
-2 -5 6 9
-3) -1 9 11
13.31.
Seja q a forma quadrática associada com a forma bilinear simétrica f. Verifique a seguinte forma polar alternada de f: f(u, v) = T[q(u v)- q(u- v)].
12.32.
Seja _S(V) o conjunto das formas bilineares simétricas em V. Mostre que
+
(.'
S( V) é um subespaço de B( V);
(iiJ se .dim V
=
n, então dim S( V)
=
-}n(n
+ 1).
334 12.33.
FORMAS BILINEARES, QUADRÁTICAS E HERMITIANAS Seja f q(x, y) (i) (ii)
a forma bilinear simétrica associada com a bxy cy 2 . Mostre que
= ax 2
f é f é
+
forma quadrática
+
não-degenerada se, e somente se, b 2 definida positiva se, e somente se, a
[CAP. 12 real
4ac >"' O;
-
>
O e b2
-
<
4ac
O.
12.34.
Suponha que A é uma matriz simétrica real definida positiva. Mostre que existe uma matriz não-singular P tal que A = P'P.
12.35.
Considere um polinômio real q(xi.
n ~
. , Xn) =
a;;x;x;, onde a;; = a;;.
i,j=l
Se a 11 >"' O; mostra. que a substituição
(i)
x1
=
1 Y1- - - Ca12Y2 au
+
determina a equação q(xl. ... , Xn) = auy~ é um polinômio quadrático. (ii) Se a 11
=
+ q(y2,
.. , Yn), onde q' também
O mas, digamos, a 12 >"' O, mostre que a substituição ·• Xn
= Yn
determina a equação q(xt . ... , Xn) = ~ bijYiYi• onde bn >"' O, isto é, reduz êste · caso ao caso (i). Êste método de diagonalizar q é conhecido como "completar o quadrado". 12.36.
Use passos do tipo usado no problema precedente para reduzir cada polinômio quadrático no problema 12.29 à forma diagonal. Encontre o pôsto e a assinatura em cada caso.
FORMAS HERMITIANAS 12.37.
(i) A 12.38.
matrizes complexas A, B
Para quaisquer
+ B =A+ B,
(ii) kA =
kA,
e qualquer k
(iii) AB =
AB,
(iv)
E
C,
mostre que
A'= A 1•
Para cada uma das seguintes matrizes hermitianas H, encontre uma matriz 1 HP seja diagonal
não-sing~lar P tal que P
(i)
H=
-i
(i i)
2 (i i i)
H=
H= -t
2-i
2 2- 3i
2 1 +i
+ 3i -1
2 +i 1 - i :;!-
Encontre o pôsto e a assinatura em cada caso. 12.39.
Seja A qualquer matriz complexa não-singular. Mostre que H = A* A é hermitiana e definida positiva.
12.40.
Dizemos que B é hermitiana congruente a A se existe uma matriz não-singular = Q* A Q. Mostre que tongruência hermitiana é uma relação de equivalência.
Q tal que B
12.41.
Demonstre o teorema 12.7. Seja f uma forma hermitiana em V. Então, existe uma base le 1 , . . , , enl de V, na qual f é representada por uma matriz diagonal, isto é, f(e;, e;) = O para i >"' j. Além disso, tôda representação diagonal de f tem o mesmo número P de elementos positivos e o· mesmo número N de elementos negativos. (Note que a segunda parte do teorema não vale para formas
CAP. 12]
FORMAS BILINEARES, QUADRÁTICAS E HERMITIANAS
335
bilineares simétricas complexas, como foi visto no problema 12.12 (ii). Entretanto, a demonstração do teorema 12.5 no problema 12.13 dá validade para o caso hermitiano.) ·
PROBLEMAS DIVERSOS 12.42.
Considere as seguintes operações elementares com linhas
[a1l R; <-> Rj, [a2] R;
-->
+ R;.
kR;, k ~ O, [a 3] R;--> kRi
As correspóndentes operações elementares com colunas são, respectivamente, [b1] C;<-> Cj, [b2] C;
-->
kC;, k
~
+ C..
O, [b 3] C; _,.. kCi
Se K é o corpo complexo, então as correspondentes operações hermítianas com colunas são, respectivamente, [c1l C; <-> Cj, [c2] C; _,.. kC;, k ~ O, [cal C; _,.. kCi
(i)
+ C;.
Mostre que a matriz elementar correspondente a [b;] é a transposta da matriz elementar correspondente a [a,:).
(ii) Mostre que a matriz elementar correspOndente a [c;] é a transposta conjugada da matriz elementar correspondente .a [a;]. 12.43.
Sejam V e W espaços vetoriais sôbre K. Uma transformação f: V X W-. K é chamada forma bilinear em V e W se (i)
J(avt
+ bv2, w) = aj(vt, w) + bj(v2, w); + bw2) = af(v, w1) + bf(v, w2).
(ii) f(v, aw1
Para todo a, b E. K, v; (i)
E
V,
Wj E
TF. Prove que
O conjunto B(V, W) de formas lineares em V e W é lim subespaço do espaço vetorial das funções de V X W em K.
(i i) Se !4> 1 , ... , 4>ml é base de V e I u 1 , . . . , uni é base de W, então lf•i: i = 1, ... , m, j = 1, ... , n I é base de B( V, W),- onde fii é definida por fii(v, w) = = 4>;(v) uj(W). Assim, dim B( V, W) = dim V . dim W. (Observação. Observe que, se V = W, então obtemos o espaço B( V) estudado neste capitulo.) m vêzes 12.44.
Seja V um espaço vetorial sôbre K. Uma transformação f: VX VX ... X V_,.. K é chamada forma multilinear (ou m-linear) em V se f é linear em cada variável, isto é, para i= 1, ... , m,
f( ... , au
+ bv,
... ) = af( .. . , -;, ... )
+ nf( .. • , -;,
... ),
o'nde denota a i-ésima componente e outras componentes são mantidas fixas. Uma forma m-linear f é chamada alternada se f(vh ... , Vm) = O sempre que v;
=
Vk. i ~ k.
Demonstre (i)
O conjunto Bm( V) de formas m-lineares em V é um subespaço do espaço vetorial das funções de V X V X X V em K.
(ii) O conjunto Am(V) de formas m-lineares alternadas em v·é um subespaço de Bm(V). Observação I. Se m = 2, então obtemos o espaço B( V), estudado neste capitulo. Observação 2. Se V= Km, então a função determinante é uma forma m-linear alternada particular em V.
336
FORMAS BILINEARES, QUADRÁTICAS E HERMITIANAS
RESPOSTAS DOS PROBLEMAS PROPOSTOS 12.21.
(i) Sim, (ii) Não, (iii) Sim, (iv) Não, (v) Não, (vi) Sim.
12.22.
(i)
12.23.
12.29.
p.30.
(i i)
(i)
(~ ~)'
A=
o
(j
1
o 3 -4 1
P
(i i)
p =
(iii) p _
12.38.
o
4
(g
7 ;
(ii)
( 1~ o-..!.-)~
•
n
P 1AP =
;) ")
2 1
(iii) p =
(
-~).
3
-2
o
-1 1
-1 3
13
o o
o
9 7
P=
G :).
(i i)
P=
(~
-2
(g
i 1
+ 3i)
o
'
-3:1
1
1
'
P'AP
(~
'
S =O.
'
(g
o
o) o ' s
2
o
~)
ptHP =
~
'
o 1
o o
o -7 o o
s
=
-1~) '
(~
= 1.
:-38
=O
ptHp = (
i)
o
2
o)
1
ptHp =
1
(o+ +
(iii)
(2 'o -2
P AP =
'
'
o o
-2
(i)
(iii) p =
-4) '
O 20 32
D
o
= ('o1 -3) 2
(i)
(
2
2 -8) (,-8 7 5. -4
(i i) B =
o 1
o
.U
s
2.
S =O.
~).
-4
S=l.
= 2.
[CAP. 12
Capítulo 13 Espaços com Produto Interno INTRODUÇÃO A definição de espaço vetorial envolve um corpo arbitrário K. Neste capítulo, K será ou o corpo real R ou o corpo complexo C. No primeiro caso, chamaremos V espaço vetorial real e, no segundo, espaço vetorial complexo. Lembre que os conceitos de "comprimento" e "ortogonalidade" não apareceram no estudo de espaços vetoriais arbitrários (embora aparecessem no capítulo 1 nos espaços Rn e Cn). Neste capítulo, colocaremos uma estrutura adicional no espaço vetorial V, para obter espaço com produto ·interno e neste contexto aquêles conçeitos serão definidos. Enfatizamos que V denotará um esptço vetorial de dimensão finita, a menos que' se diga ou implique o contrário. Em verdade, muitos dos teoremas neste capítulo não são verdadeiros para espaços de dimensão infinita. Isto é ilustrado por alguns dos exemplos e problemas.
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO Começaremos com uma definição.
Definição. Seja V um espaço vetorial (real ou complexo) sôbre K. Suponha que, para cada par de vetores u, v E V está associado um escalar (u, v) E K. Esta transformação é chamada produto interno erri V se satisfaz os axiomas
[I1] (au 1
+
+
bu 2 , v) = a (uh v) b (u 2, v) [12] (u, v) = (v, u) UaJ (u, u) ~ O; e (u, u) = o se, e somente se, u
= o.
O espaço vetorial V com produto interno é chamado espaço com produto interno. Observe que (u, u) é sempre real por [12]; logo, a relação de desigualdade em [!3 ] faz sentido. Também usamos a notação
llull
=
V(u, u) lluil é chamado
Êste número real não-negativo norma ou comprimento de u. Também, usando [I1) e [12], obtemos (problema 13.1) a rela~ão (u, av1,
+ bv2)
=
a(u,
Vt)
+ b (u, V2J
Se o corpo básico K é real, os sinais de conjugado que aparecem acima e em [12] podem ser ignorados.
337
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
338
[CAP. l3
Na linguagem' do capítulo precedente, um produto interno é uma forma bilinear simétrica definida positiva, se o corpo básico fôr real, e é uma forma hermitiana positiva, se o corpo básico fôr complexo. Um espaço com produto interno real é, às vêzes, chamado espaço euclidiano e um espaço com produto interno complexo é, às vêzes, chamadd espaço unitário. Exemplo 13.1. Considere o produto escalar no Rn
u . v = a1b1
+ a2b2 + ... + a,b,,
onde u = (a;) c v = (b;). Isso é um produto interno no R", e R" com êste produto interno é usualmente designado espaço euclidiano n-din:tensional. Embora haja muitas maneiras de definir produto interno no R" (veja problema 13.2), suporemos sempre êsse produto interno no R", a menos que se diga ou implique o contrário. Exemplo 13.2. Considere o produto escalar em C" U • V =
ZI"Wl
+ Z2W2 + ... + ZnWn,
onde u = (z;) e v = (u•;). Como no caso real, êste é um produto interno em C" e suporemos sempre êste produto interno em C", a menos que se diga ou implique o contrário. Exemplo 13.3. Denote por V o espaço vetorial das matrizes m X n sôbre R. produto interno em V é
Um
(A, B) = tr (B 1A), onde tr indica traço, soma dos elementos diagonais. Anàlogamente, se U denota o espaço vetorial das matrizes m X n sôbre C, então o seguinte é um produto interno em V (A, B) = tr (B* A)
Como sempre, B* denota a transposta conjugada da matriz B. Exemplo 13.4. Seja V o espaço vetorial de funções reais contínuas no intervalo b. Um produto interno em V é
a::; t::;
(f, g) =
ib
j(t)g(t)dt
Anàlogamente, se U denota o espaço vetorial das funções complexas contínuas no intervalo (real) a ::; t ::; b, então o seguinte é um produto interno em V (f, g) =
ib
j(t) g(t) dt
Exemplo 13.1). Seja V o espaço vetorial da seqüência infinita de números reais ••• ), Satisfazendo
(a 1, a 2 ,
~ l=l
a7 = ai + a~ + . . . <
ro,
isto é, a soma converge. Adição e multiplicação por escalar são definidas componente a componente
· Um produto interno •\ defi11ido em V por
{
àtÕt
+ a 2bz + ...
ÇAJ rel="nofollow">. 131
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
339
Essa soma converge absolutamente para qualquer par de pontos em V (problema 13.44); portanto, o produto interno está bem definido. f:ste espaço com produto interno é chamado espaço 12 (ou espaçJ de Hilbert).
Observaçao I. Se J!v/1 = 1, isto é, se (v, v) = 1, então v é chamado· vetor unitário ou diz-se que está normalizado. Notamos que todo vetor não nulo u E V pode ser normalizado, fazendo v = uf/!u/1. Observação 2. O número real nãO-negativo d(u, v) = Jlv- uJI é chamado distância entre u e v; esta função satisfaz os axiomas de espaços métricos (veja problema, 13.51).
DESIGUALDADE DE CAUCHY-SCHWARZ A seguinte fórmula, chamada desigualdade de Cauchy-Schwarz, é usada em muitos rumos da Matemática. J'eorema 13.1. (Cauchy-Schwarz) Para
I (u,
v) I ~
qu~isquer
vetores u, v E V,
liullllvll
A seguir, examinaremos esta desigualdade em casos específicos. Exemplo 13.6. Considere quaisquer números complexos a 1, Então, pela desigualdade de Cauchy-Schwarz,
(a1b1
+ ... + anbn) 2 ;:5;
C\a1\ 2 +.
... ,
+
\an\ 2)(\bl\ 2 +
=
(b;).
a,.,
b 1,
... ,
bn
E
C.
... + \bn\ 2),
isto é,
onde u
=
(a;) e v
Exemplo 13.7. Sejam f e g quaisquer funções reais contínuas definidas no intervalor unitário O :; t :; 1. Então, pela desigualdade de Cauchy-Schwarz, ((f, g)) 2
=(!o
1
j(t) g(t)
d~2
:;
i
I
_{2(1) dt f o I g 2 (t) dt
=
11111 2 1\gl\ 2
Aqui, V ~ o e•paço com produto interno do exemplo 13.4.
ORTOGONALIDADE Seja V um espaço com produto interno. Diz-se que os vetores zt, v E V são ortogonais se (u, v) = O. A relação é claramente simétrica; isto é, seu é ortogonal a v, então (v, u) = (u, v)= Õ =O; logo; v é ortogonal a u. Notamos que O E Vê ortogonal a todo v E V, pois (O, v)= (Ov,v) =O (v, v)= O
Reciprocamente, se u é ortogonal a todo v E V, então (u, u) tanto, u = O pôr [!3 ].
=
O e, por-
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
340
[CAP. 13
Agora, suponha que W é qualquer subconjunto de V. O complemento órtogonal de W, denotado por W .l (leia "W perp"), cohsiste nos vetores em V que são ortogonais a todo w E W
W.l = {t• E V: (v,w) =O, paratodow E W} MoStraremos que W.l é um subespaço de V. Claramente, O E W.l. Agora, suponha que u, v E Wi. Então, para quaisquer a, b E K e qualquer w E W,
(au . Assim, au
+
bv, w)
+ bt• E W.l
= a (u, w)
+
b(v, w)
= a . O+ b .
O= O
e, portanto, W é subespaço de V.
Teorema 13.2. Seja W um subespaço de V. de W e W.l, isto é, V= W EB W..L.
Então, V é a soma direta
Agora, ~e W é subespaço de V, então V= W EB W.l pelo teotema anterior; portanto, existe uma projeção única Ew : V- V com imagem W e núcleo W..L. Isto é, se v E V e v = w w', onde w E W, w' E fV..L, então Ew é definida por Ew(v) = w. Esta transformação Ew é chamada projeção ortogonal de V em W.
+
z
Exemplo 13.8. Seja W o etxo dos z no R3, isto é, W
~
((O, O, c): c
E
w
RI
Entào, W ..L é o plano xy, isto é,
w..L
=
{(a,b,O):a,bt;;RI
Como foi dito anteriormente, R 3 = W fi! l.V .l. A projeção ortogonal E de R 3 em W é dada por E (x, y, z) = (0, o; z). Exemplo 13.9. Considere um sistema homogêneo de equações. lineares sôbre R · ' aux1 a21X1
+ a12x2 + ... + + a22X2 + ... +
atnXn
~
O
a2nXn
~
0
ou em notação matricial AX = O. Lembre que o espaço das soluções l'V pode ser encarado como o núcleo· do operador linear A. Podemos também encarar H' como o conjunto de todos os vetores v = (x 1, ... , Xn), que são ortogonais a cada linha de A . .Assim, W é o complemento ortogonal do espaço das linhas de A. O teorema 13.2 dá-nos, então, outra demonstração do resultado fundamental dím H' = n- pôsto (A) ..
Observação. Se V é espaço com produto interno real, então o ângulo 8 entre vetores não-nulos u, v E V é definido por cos
(J
=
(u, v)
llui!llv!l
CAP. 13]
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
341
Pela desigualdade de Cauchy-Sch warz, -1 S: cos (} S: 1; logo, o ângulo 8 sempre existe. Obs~rve que u e v são ortogonais se, e sõmente se, êles são "perpendiculares", isto é, O = .,.;z.
CONJUNTOS ORTONORMAIS Diz-se que um conjunto {ui} de vetores em V é ortogonal se seus elementos distintos são ortogonais, isto é, se (u1 , uJ = O para i ;-é j. Em particular, diz-se que o conjunto {u;} é ortonormal se êle é ortogonal e se cada U; tem comprimento 1, isto é, se _ J O para i ~ j [ . . 1 para 1- = J
_
(u;, u) -
óii -
Um conjunto ortonormal pode sempre ser obtido de um conjunto ortogonal de vetores não-nulos normalizando cada vetor. Exemplo 13.10. Considere a base usual do esftaçg euclidiano R 3 {e1
= (1, O, 0),
e2
= (0, 1, 0),
ea
= (O, O, 1)1
É claro que (elo e1 ) = (e2, e2) = (e 3, e 3)
= 1 e
(e;, ej)
= O para
i.,.;; j
Isto é, !et. e 2 , e 3 1 é uma base ortonormal do R 3 • Mais geralmente, a base usua1 do P" ou de cn é ortonormal para todo n. Exemplo 13.11. Seja V o espaço vetorial -de funções reais contínuas no intervalo
.,.. ::; t ::; ,.. com produto interno definido por
Ú. g).
=L:
f(t)g (t)dt. Um exemplo clás-
sico de subconjunto ortogonal de V é {1, cos t, cos 21,
. , sen I, sen 2t, ...
I
O conjunto ortogonal acima desempenha papel importante na teoria das séries de Fourier.
As seguintes propriedades de um conjunto ortonormal serão usadas na próxima seção. Lema 13.3. Um conjunto ortonormal {u 1 , pendente e, para qualquer v E V, o vetor w = v- (v, u 1 ) u 1
-
(v, u 2 ) u 2 -
•.• ,
ur} é linearmente inde-
- (v, u,) ur
é ortogonal a cada um dos ui.
PROCESSO DE ORTOGONALIZÀÇÃO DE GRAM-SCHMIDT Bases ortogonais desempenham papel importante em espaços com produto interno. O próximo teorema mostra que sempre existem tais bases; sua demonstração usa o célebre processo de ortogonalização de Gram-Schmid t. Teorema 13.4. Seja {v 1 , . . . , vnl uma base arbitrária de um espaço com produto interno V. Então, existe uma base ortogonal {u 1 , . . . , u"} de V
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
342
tal que a matriz de transição de {v;} a i= 1, ... , n,
{uJ
[CAP.B
é triangular, isto é, para
Demonstração. Fazemos u 1 = vJI[v 1ll; então, {u 1 } é ortogonal. fazemos w 2 = v2 - (v2 , u 1 ) u 1 e u 2 = wJ[!w 21/
A seguir,
Pelo lema 13.3, w2 (e, portanto, u 2) é ortogonal a u 1 ; então, {u 1 , u 2 } é ortonormal. A seguir, fazemos
w 3 = v3 - (v 3 , u 1 ) u 1 - (v 3 , u 2 )
U2
e Ua
= wJ)iwall
Novamente pelo lema 13.3, w 3 (e, portanto, u 3) é ortogonal a u 1 e u 2 ; então, {u 1, u 2 , u 3·} é ortonormal. Em geral, depois de obter {u 1 , . . :, it,l fazemos W;+J
= v1+1- (v;+ 11 u 1 ) u 1 -
... -
(v;+t• u 1 )ui e
= W;+J))w;+ 1ll v;) = L(u 1, ••• , u 1).)
U;+l
(Note que w1+ 1 ;é O, porque V;+J t L(v 1 , . . . , Como antes, {ult ... , ut+d também é ortonormal. Por indução, obtemos um conjunto ortonormal {u1 ... , un\. que é independente e, portanto, base -de V. A construção específica garante que a matriz de transição é triangular. Exemplo 13.12. Considere a seguinte base do espaço euclidiano &3 {v 1 = (1, 1, 1), v2 ~ (0, 1, 1) 1 va = (0, O, l)j
Usamos o processo de ortogonalização de Gram-Schmidt para transformar '(v,j numa base ortogonal ( u;l. Primeiro, normalizamos v 1, isfo é, fazemos ·
w
(1, 11 1)
V1
111
=
=
v3
(
1
1
1
vf · vf · v3
=
)
Agora, fazemos W2
~ V2- (112
1
~ (0, J,l)- Jr (~,
11Jl111
Jr Jr) 1•
=
(-
~, ~
,
c 1 depois, normalizamos w 2 , isto é, fazemos W2 =
Finalmente,
~~=:~~ =
(-
~ ~' J6) I
temos
wa = va- (va. 111)
=(o, o;
111-
(tta,
11z} 112 =
o- Jf (Jr · Jr · Jr)- Jt (~ Jc;· Jc;· ~)
=fo - _!.. _!..) \'
2
I
2
depois, normalizamos w 3 11a =
wal llwal
~(o,--v ~2-, v-~2-)
~)
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
CAP. 13]
343
A base ortonormal do R 3 requerida é
{ Ut =
(
1 1 1 ) V'f ' vT ' VJ. '
U2
(
=
-
2
1
1 )
,j6 ' V6 ' VÓ '
Ua
=
( . O, -
1
1 )}
yf ' Vf
FUNCIONAIS LINEARES E OPERADORES ADJUNTOS Seja V um espaço com produto interno. Cada u E V determina uma transformação ii : V-+ K definida por ii(v) = (v, u). Agora, para quaisquer a, b E K e quaisquer Vtt v2 E V,
+
+
+
+
ii(av 1 bv 2 ) = (av1 bv 2 , u) = a(vt, u) b(v 2 , u) = a'ii(vt) b'ii(v 2 ) Isto é, ii é um funcional linear em V. A recíproca é também verdadeira para espaços de dimensão finita e é também o próximo teorema importante. Teorema 13.5. Se-ja
T(x, y, z) = (2x
+ iy.,
y- Siz, x
+ (1
- i)y
+ 3z)
Encontraremos uma fórmula semelhante para o adjunto T* de que a matriz T na base usual de c3 é 2 [T]
=
o
(1
i. 1 1 -i
'J". Note (problema 7.3)
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
344
(_;
lCAP. 13
Lembre qu.; a base usual é ortonormaL Assim, pelo teorema 13.6, a matriz de T* nessa base é a trapsposta conjugada
~~.\T~
~
~
O Si o~
i)
1
3
acôrdo com isso, T*(x, y, z)
= (2x + z, -ix + y + (1 + ~}z, Siy + 3z) O teorema seguinte resume algumas proptiedades do adjunto.
Teorema 13.7. Sejam Se T operadores lineares em V e seja k E K. Então, (i) (S + T)* = S* + T* (iii) (ST)* T*S* (ii) (kT)* = kT*
(iv) (T*)*
= T
ANALOGIA ENTRE A(V) E C, OPERADORES ESPECIAIS Denote por A(V) a álgebra de todos os operadores lineares num espaço com produto interno de dimensão finita V. A transformação adjunta T ~ T* em A(V) é bastante semelhante à transformação conjugação z ~ z no corpo complexo C. Para ilustrar essa analogia, identificaremos, na tabéla seguinte, certas classes de opetadores TE A(V), cujo comportamento sob a transformação adjunta imita o comportamento sob conjugação de classes familiares de números complexos. Classe de núme-
Comportamento
Classe de opera-
ros complexos
sob conjugação
dores em A(V)
Círculo unitário
(lzl
z=
Operadores ortogona1s (caso real) Operadores unitários (caso complexo)
1/z
= 1)
----·---.
Eixo real
'
·.z
Eixo imaginário
Eixo real positivo
(O, co)
1 íi
"i
=
z
--
--
-·--·-
= -z
l._z = Ww,
;,
---·-·· ..
w ;oé
o
;
Operadores autoadjuntos Também chamados simétricos (caso real) e hermitianos (caso complexo) Operadores antiadjuntos Também chamados anti-simétricos (caso real) e anti-hermitianos (caso complexo) Operadores definidos positivos
Comportamento sob a transformação adjunta
T* = T-1
T*
= T
T* = -T
T= S*S com S nãosingular
A analogia entre essas classes de operadores Te números complexos. z é refletida no seguinte teorema.
CAP. 13]
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
Teorema 13.8. Seja (i)
Se T*
= 1
1
,
À
345
um autovalor de um operador linear Tem V
IÀ I =
en-tão
T, então
1.
(ii) Se T*
=
(iii) Se T*
= -
(iv) Se T
= S*S com S nãocsingular, então
é real.
À
T, então
À
é imaginário puro. À
é real e positivo.
Agora, demonstraremos êsse teorema. Em cada caso, seja v um autovetor não-nulo de T pertencente a À, isto é, T(v) = Àv com v rE O; portanto, (v, v) é positivo.
Demonstração de (i). Mostraremos que
À~ (v, v)
=
(v, v)
À X (v, v) = (Àv, Àv) = (T(v), T(v)) = (v, T*T(v)) = (v, I(v)) = (v, v)
Mas (v, v) r! O; portanto, ÀX = 1; logo,
lXI
= 1.
Demonstração de (ii). Queremos mostr~r que À(v, v) = x(v, v) J..(v, v) = (Àv, v) = (T(v), v) = (v, T*(v)) = (v, T(v)) = =
X (v, v) portanto, À = X;
(v, À v)
Mas (v, v) r! O;
=
Demonstração de (iii).
logo,
À
é real.
Mostraremos que À (v, v) = -X (v, .v)
À (v, v) = (Àv, v) = (T(v), v) = (v, T*(v)) = (v, -T(v)) = =(v,-Xv)=-X(v,v) ·
Mas (t•, v) r! O; portanto,
À
= -X ou X = -X; logo, X é imaginário puro.
Demonstração de (iv). Note, primeiro, que S(v) rE O, porque Sé não-singular; portanto, (S(v), S(v)) é positivo. Mostraremos que À(v, v)
=
À (v, v) = (S(v), S(v)) (Xv, v)= (T(v), v) = (S*S(v), v) = (S(v), S(v))
Mas (v, v) e (S(v), S(v)) são positivos; portanto,
À
é positivo.
Observamos que todos os operadores T dados comutam com seus adjuntos, isto é, TT* = T*T. Tais operadores são chamados operadores normais.
·OPERADORES ORTOGONAIS E UNITÁRIOS Seja U um operador linear num espaço com produto interno de dimensão finita V. Como já foi definido, se
U* =
u-
1
ou, equivalentemente, UU*
= U* U = I,
então, diz-se que U é ortogonal ou unitário segundo seja o corpo básico real" ou complexo. O teorema seguinte dá car2Pterizações alternativas dêsses operadores.
346
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
[CAP. 13
Teorema 13.9. As seguintes condições num operador U são equivalentes (i) U* = u-t, isto é, UU* = U*U = I. (ii) U preserva produtos internos, isto é,
para quaisquer
v,
w E V,
(U(v), U(w)) = (v, w) (iii) U preserva comprimentos, isto é, para qualquer v E V, IIU(v)ll
=
11~!.
Exemplo 13.14. Seja T: R 3 __. R 3 o operador que gira càda vetor em relação ao eixo dos z por um ângulo fixo IJ T(x, y, z) = (x cos IJ- y sén IJ, x sen IJ
+ y cos IJ, z)
Observe que os comprimentos (distâncias à origem) são preservados sob T. Assim, T é um operador ortogonal. Exemplo 13.15. Seja V o espaço l2 do exemplo 13.5. Seja T: V _.. V o operador linear definido por T(a 1 , a 2 , . . . ) = (O, a1, a 2 , .•• ). Claramente, T preserva produtos internos e comprimentos. Entretanto, T não é sobrejetora, pois, por exemplo, (1, O, O, ... ) não pertence à imagem de T; portanto, T não é inverslvel. Assim, vemos que o teorema 13.9 não é válido para espaços de dimensão infinita.
Um isomorfismo de um espaço com produto interno noutro é uma transformação bijetora que preserva as três operações básicas de espaços com produto interno: adição vetorial, multiplicação por escalar e produtos internos. Assim, as transformações dadas (ortogonais ou unitárias) podem tàmbém ser caracterizadas com os isomorfismos de V em si mesmo. Note que uma tal transformação U também preserva distâncias, pois IIU(v)- U(w)ll = IIU(v-w)ll por isso, Ué também chamada isometria.
= l!v-wll;
MATRIZES ORTOGONAIS E UNITÁRIAS Seja U um operador linear num espaço com produto interno V. Pelo teorema 13.6, obtemos o seguinte resultado, quando o corpo básico K é complexo. Teorema 13.10-A. Uma matriz A com elementos complexos representa um operador unitário U (em relação a uma base ortonormal) se, e sômente se, A • = A- 1. Por outro lado, se ó corpo básico K é real, então A* = A'; portanto, temos o correspondente teorema seguinte para espaços com produtos iTJternos reais. Teorema. 13.10-B. Uma matriz A com elementos reais; ,repr~senta, ,um operador ortogonal U (em relação a .uma base ortonormal) se, e sqmente se, A'= A- 1 •
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
CAP. 13]
347
~s:es teoremas motivam as seguintes definições.
Dermição. Uma matriz complexa A, para a qual A* = A- 1 , ou, equivalentemente, AA* = A*A = I, é chamada matriz unitária.
Definição. Uma matriz real A, para a qual A'= A-: 1, ou, equivalentemente, AA' = A'A = I, é chamada matriz ortogonal. Observe que uma matriz unitária com elementos reais é ortogonal. é
Exemplo 13.16.
uma
matriz
unitária. Então.
AA • = I; portanto, AA*
= (
a1 bt
a2
b2
Assim,
la1l 2
+
la2l 2
1, lb1l 2
=
+
lb2_l 2
=
e a1b1
1
+ a2b2 ~O
De acôrdo com isso, as linhas de A formam um c(ínju'nto ortonormal. Semelhantemente, 'A•A =I força as colunas de A a formarem um conjunto ortono.rmal.
O resultado, nesse exemplo, é verdadeiro em geral e traz Teorema 13.11. As seguintes condições para uma matriz A são equivalentes (i)
A é unitária (ortogonal).
(ii) As linhas de A formam um conjunto ortonormal. (iii) As colunas de A formam um conjunto ortonormal. Exemph;- 13.17. A matriz A, representando a rotação de T no exemplo 13.14, em relação à base usual do R3, é A =
. Como era esperado, as linhas e A é uma matriz ortogonal.
(
cos 8 sen 8
o
as~~nas
-sen (J cos 8
•
o
O) O
1
de A formam conjuntos ortonormais, isto é,
MUDANÇAS DE BASES ORTONORMAIS Em vista de regra especial de bases ortonormais na teoria dos espaços com produto interno, estamos naturalmente interessados nas propriedades da matriz de transição de uma de tais bases para outra. O seguinte teorema surge. Teorema 13.12. Seja {e 11 ••• , e,} tima base ortonormal de um espaço com produto interno V. Então, a matriz de transição de {e;} para outra base ortonormal é unitária (ortogonal). Reciprocamente, se P = (a;;) é uma matriz unitária (ortogonal), então a seguinte é uma base ortonormal {e; = alte1
+a
e
21 2
+ ... + a,;e,: i
= 1, ... , n}
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
348
[CAP. 13
Lembre que matrizes A e B que representam o mesmo operador linear são semelhantes, isto é, B = p-tAP, onde P é a matriz (não-sirtgular) de transição. Por outro lado, se V é um espaço com produto in-. terno, estamos usualmente interessados no caso em que P é unitária (ou ortogonal), como foi sugerido no teorema anterior. (Lembre que Pé unitária, se P* = p-t e P é ortogonal, se P' = Y 1 .) Isso conduz à seguinte definiç"io. Definição. Matrizes complexas A e B são unitàriamente equivalentes se existe uma matriz unitária P, para a qual B = P*AP. Ariàloga:tnente, matrizes reais A e B são ortogonalmente equivalentes se existe uma matriz ortogonal P, para a qual B = P 1AP. Observe que matrizes ortogonalmente equivalentes são necessàriamente congruentes.
OPERADORES POSITIVOS Seja P um operador linear num espaço com produto iriterno Diz-se que P é positivo (ou semidefinido) se
P
V.
= S* S para algum operadt"Jr S
e diz-se que P é definido positivo se S é também não-singular. Os teoremas segui11tes dão caracterizações alternativas dllsses operadores. Teorema 13.13-A. As seguintes condições sõbre um operador P equivalentes
são
(i) P = T 2 para algum operador T auto-adjunto. (i i) P = S* S para algum operador S. (iii) P é auto-adjunto e (P(u), u) ~ O para todo u E V. O teorema correspondente para
open~dores
definidos positivos é
Teorema 13.13-B. As seguintes condições sôbre um operador P são equivalentes 2
(i) P = T para algum operador auto-adjunto não-singular T. (ii). P = S* S para algum operador não-singular S. (iii) Pé auto-adjunto e (P(u), u) > O para todo u r" O em V.
DIAGONALIZAÇÃO E FORMAS CANÔNICAS EM ESPAÇOS EUCLIDIANOS Seja T um operador linear num espaço ·vetorial de dimensão finita com prOduto interno V sôbre K. A representação de T por uma matriz diagonal depende· dos autovetores e autovalores de T e, portanto, das raízes do polinômio característico tJ.(t) de :T (teorema 9.6). Agora, tJ.(t) sempre se fatorá em polinômios lineares. sôbre o corpo complexo C, mas pode não ter polinéimios lineares sôbre o corpo real R. Assim, a si-
/
CAP. IJ]
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
349
tuação para espaços euclidianos (onde K = R) é intrinsecamente diferente daquela para espaços unitários (onde K = C); por,tap.to, serão tratadas separadamente. Investigaremos espaços euclidianos adiante e- espaços unitários na próxima seção. · Teorema 13.14. Seja T um operador simétrico (auto-adjunto) num espaço real, de dimensão finita, com produto interno V. Então, existe uma base ortonormal de V consistindo em auto,;etores de. T; isto é, T pode ser representado por uma matriz diagonal em relação a uma base ortonormal. Damos o enunciado correspondente para matrizes. Forma Alternativa do Teorema 13.14. Seja A uma matriz simétrica real. Então, existe uma matriz ortogonal P tal que B = p- 1AP = P'AP é diagonal. Podemos escolher as colunas da matriz P anterior como autovetores ortogonais normalizados de A; então, os el1_mentos diagonais de B são os autovalores correspondentes. Exemplo 13.18. Seja A = tal que P'AP é diagonal. A(t)
2
(
-2
2 - ) . Encontraremos urna matriz ortogonal P
5
O polinômio característico A(l) de A é
= \ti- A I
=
I
t _ 2.
5
2
t-
5
I = (1. 6) (t- 1)
Os autovalores de A são 6 e 1. Substitua t = 6 na matriz ti- A para obter o sistema homogêneo correspondente de equações lineares
4x
+ 2y
= O, 2x
+y
= O
Uma solução não-nula é VI = (1, -2). A seguir, substitua t encontrar o sistema homogêneo corresponden-te -x
+ 2y
= O,
~
1 na matriz ti- A para
2x- 4y = O
Uma solução não-nula é (2, 1). Como esperado pelo !Jroblerna 13.31, v1 e 112 são ortogonais. Normalize ~'1 e v2 para obter a base ortonormal lu1 = ------/
(1/vs. -2/vs).
u2 =
<21-v's. 1/Vs)l
Finalmente, seja P a matriz cujas colunas· são u 1 e u 2 , respectivamente. Então,
P
= ( 1/VS -2/v'S
2/VS) 11-Ys
e
p-1Ap
= P'AP
~(
06
01)
Como esperado, os elementos diagonais de P 1AP são os autovalores correspondentes às colunas de P.
Observamos que a matriz B = p- 1 AP = P'AP é também congruente a A. Agora, se q é uma forma quadrática real representada pela matriz A, então o método visto pode ser usado para diagonalizar q sop uma mudança ortogonal de coordenadas. Isso é ilustrado no exemplo seguinte. . Exerrtplit 1'3.19. ·Encontre uma transformação ortogonal de coordenadas que diagonalize- a (arma quadtática q(x, y) = 2x 2 - 4xy 5y 2 •
+
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
350
=
A matriz simétrica que representa q é A . ortogona I vemos a matnz P
=
1/Vs ( _ 2/Vs
2/Y5) /yS , 1
( 2 -2) . -2
5
[CAP. 13
No exemplo precedente, obti-
t
para a qual P AP =
(
6 0
~)
(Aqui, 6 e 1 são os autovalores de A.) Assim, a transformação ortogonal de requerida é
X) (y
=
P
coordena~as
(x') . , X= -2x'/VS x'/Vs + 2y~/VS + y'/Vs 1sto e,
y'
y =
Sob essa mudança de coordenadas, q é transformada na forma diagonal (q(x', y')
= 6x'2
+ y'2)
Note que os elementos diagonais de q são os autovalores de A.
Um operador ortogonal T não precisa ser simétrico; logo, pode não ser representado por uma matriz diagonal em relação a uma base ortogonal. Entretanto, tal operador T tem representação canônica simples, como descrito no teorema seguinte.
Teorema 13.15. Seja T um operador ortogonal num espaço real com produto interno V. Então, existe uma base ortogon;;~.l com relação à ::J_ual T tem a forma 1
1 I
1I -
-- -
·-c! - - - - - - - ,
I
-1
-1
-1
---r--------. 1
I
cos 81 sen 61
-
sen 81 I sen 01 1
+---------'. 'r - - - - - - - - cos o. - sen 8. I , sen 8, cos o. O leitor pode reconhecer êsses blocos diàgonais 2 X 2 como representantes de rotações nos subespaços bidimehsionais correspondentes.
DIAGONALIZAÇÃO E FORMAS CANÔNICAS EM ESPAÇOS UNITÁRiqS Agora, apr,esentaremos o teorema fimc;iamenta,l ,d~ diagopalização para espaços complexos com produto interno, isto é,· ·para espaços unitános. · Lembre que se diz que um operador T é normal se êle comuta com
CAP. 13]
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
351
seu adjunto, isto é, se TT* = T*T. Anàlogamente, diz-se que uma matriz complexa A é normal se ela comuta com sua transposta conjugada, isto é, AA* = A*A. Exemplo 13.20. Seja A
=
~
(
-i
)
3- 2i
A*A
=
1 ( 1
-i ) ( 1 3- ~i i
1
3
+ 2i
)
3
1
i) .
( 3
+ 3i
( 3
+ 3i
+2
Então,
2
3- 3i) 14
2
3- 3i) 14
Assim, A é uma 'matriz normal.
O seguinte teorema surge.
Teorema 13.16. Seja T um operador noFmaJ num espaço complexo, com Qroduto interno, de dimensão finita V. Eri;tãó, existe uma base ortonormal de V consistindo em autovetores de T; isto é, T pode ser representado por uma matriz diagonal em relação a uma base ortonormal. Damos o enunciado correspondente para matrizes.
Forma Alternativa do Teorema 13.16. Seja A uma matriz normal. Então, existe uma matriz unitária P tal que B = Y 1AP ~ P*AP é diagonal. O teorema seguinte mostra que mesmo operadores não normais em espaços unitários têm forma relativamente simples.
Teorema 13.17. Seja T um operador arbitrário num espaço complexo, com produto interno, de dimensão finita V. Então, T pode ser representado por uma matriz triangular em relação a uma base ortonormal de V. Forma Alternativa do Teorema 13.17. Seja A uma matriz complexa arbitrária. Então, existe uma matriz unitária P tal que B = p- 1AP =· P *AP é triangular. TEOREMA3§PECTR~ O Teorema Espectral é uma reformulação dos teoremas de diagonaIização 13.14 e 13.16.
Teorema 13.8 (Teorema Espectral). Seja T um operador norma] (simétrico) num espaço complexo (real), com produto interno, de dimensão finita V. Então, existem projeções ortogonais E~> ... , E. em V e escalares À~> . . . , Àr tais que (i)
T
(ii) E 1
=
+E
(iii) E 1Ei
+ Ã2E2 + ... + ~r + . . . + E. = I
Ã1E1
=
2
O para i~ j.
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
352
[CAP. 13
O exemplo seguinte mostra a relação entre uma representação matricial ortogonal e as correspondentes projeções ortogonais. Exemplo 13.2l. Considere uma matriz diagonal, digamos,
Fa~.
O leitor pode verificar que os E; são projeções, isto é, E~ = E;, e que (i) A
= 2Et
+ 3E2 + SE 3 ,
(i i) Et
+ E2 + Es
=
I, (iii) E;E;
= O para i
~
j
Problemas Resolvidos PRODUTOS INTERNOS 13.1.
Verifique a relação (u,
Glh
+ bv 2)
=
a (u., 'Dt) + b (u, v
2 ).
Usando [I 2], [h] e, depois, [h], encontramos (u, av1
+ bv2) =
13.2.
+
+
= (av, bv 1 , u) = a(u,, u) b(v,, u) (v,, u) +li (v., u} = ~ (u, 11}) b(u, v2)
a
+
Verifique que ó seguinte é um produto interno no R 2 :
(u, v)
-=
XJYt- XtY 2 -
X2)'1
+ 3x2y~,
onde u
=
(x1o x 2 ), v
Método 1. Verificamos os três axiomas de um produto interno. Fazendo w = (zt, z2), encontramps
Assim, (au
+ bw,
+ +
+
v) = ((axt bzt, ax2 bz2), (yt, Y2)) = (ax1 bzt)Yt- (axt bzt)Y2- (ax2 bz2)y1 3(ax2 = a(XlYl- XtY2- X2YI 3X2Y2) b(ztYl- ZlY2- Z;Yl = a{u, v) + b~w. v);
+ +
+
+
+
+ bz2)Y2 + 3z;,.2) ·
logo, o axioma [I 1] está.. satisfeito. Também (v, U) = YIXI- Y1X2- Y2X1
+ 3.Y,.2X2 =;
XJYl- XlY2- X2Yl
+ 3X2J2 =
(u, 11)
e o axioma [1 2 ] está satisfeito. Finalmente,
(u, u)
=
x~- 2x1x2
+ 3x; =
x~- 2:qx2
+ xi + 2xi =
(x1- x2) 2 + 2xi ~O
Também (u, u) = O se, e somente se, x1 = O, x 2 = O, isto é, u = O. Portanto, o ú1lÍmo axioma [1 3 ] estl satisfeito.
CAP. 13)
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
353
Método 2. Raciocinaremos com matrizes. Isto é, pudemos escrever (u, v) em notação matricial 1 (u, v}= uAv =(XI, x2)
1 -1) (YI)
(
-1
.
3
Y2
..
;
logo, [I 1] vale. Como A é simétrica, [/ 2) vale. Assim, somente precisamos mostrar que A é definida positiva. Aplicando a operação elementar com li.nhas R 2 --> R1 R2 e, depois, a operação elementar com colunas, correspondente 1 0 C 2 --> Ct C2, transformamos A na forma diagonal ( ). Alssim, A é definida positiva e [I 3] vale. O 2
+ +
13.3.
Encontre a norma de v = (3, 4) E R 2 em relação a (i) o produto interno usual, (ii) o produto interno do problema 13.2. llvll 2 = (v, v) = ((3, 4), (3, 4)) = 9
(i)
(ii) llvll 2 = (v, v)= ((3, 4), (3, 4)}
13.4.
=
+ 16
=
9-12 ~:,:12
25; portanto, llvll
+ 48 =
=
5
33; portanto, llvll = v33.
Normalize cada um dos seguintes vetores no espaço euclidiano R 3 : (i)
u
=
(2, 1, -1),
(ii) v
(1/2, 2/3, -1/4).
=
Note que (u, u) é a soma dos quadrados dos elementos de u ; isto é,
(i)
(u, u) = 2 2 + 1 2 + (-1) 2 = 6. Portanto, divida u por llull v6 ' para obter o vetor unitário requerido
V(u, u) =
=
uillull = C2/v6. 11v6, ~1/v6) (ii) Primeiro, multiplique v por 12 para "livrá-lo" de frações. 12v = (6, 8, -3). Temos (12v, 12v) = 6 2 82 (-3) 2 = 109. Então, o vetor unitário requerido é
+
+
12v/ll12vll = (6/vl09, 8/v109, -3/vl09)
13,5.
Seja V o espaço vetorial dos polinômios, com produto interno dado por (f, g) t2
13.6.
-
2t- 3.
(i)
(f, g) =
(ii)
(f, f>""
=
i
1
f(t)g(t)dt.
Sejam j(t)
=
t
+2
e
g(t)
~
Encontre (i) (f, g) e (ii) llfll-
il (t. + 2) (1 2- 2t- 3) dt = [t 4/4- 7t 2/2- 6tJ:
!
1
(t
+ 2)(t + 2) dt
= 19/3 e 11111
=
=
V(J, f>=
-37/4
v'19/3
0
Demonstre o teorema 13.1 (Cauchy-Schwarz).
I (u, v) I :::; llul! llvll·
s
Se v = O, a desigualdaée s~ reduz a O O e, portanto, é válida. Agora, suponha que v ;>é O. Usando = lz 12 (para qualquer número complexo z) e (v, u) = (u, v), expandimos llu- (u, v) tvll 2 ~ O, onde t é qualquer valor real
zz
O S llu- (u, v) tvll 2 = (u- (u, v) tv, u- (u, v) tv) =
(u, u)- (u, v) /(11, v)- (u, ,;) l(v, u)
=
llull
2
-
21 I (u,
v)l2 +I (u,
v)
1 1 llvll 2
2
2
+ (u, v)(u,
v) 12(v, v)
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
354 Faça t =
1/llvll 2
para encontrar O::;
llull 2
I (u,
v) 1 2
tlvll 2
-
[CAP. 13
onde
,
l(u, v)l 2
::;
::; llu11 2 llvll 2, Tomando a raiz quadrada de ambos os lados, obtemos a desigualdade requerida. 3.7.
Demonstre que a norma em qualquer espaço com produto interno satisfaz os seguintes axiomas [N1]
:
l!vl! ;:::: O; e l/vil
= O se, e somente se, v = O.
[N2J : llkvl! = I k lllv/1[Na] : llu + v!l ~ llull + llvll· Por [h], (v, v) 2: O; portanto, llvll = ~ 2: O. Além disso, llvll = O se, e sàmente se, (v, v) = O, e isto vale se, e sàmente se, v = O. Assim, [N1] é válido. Encontramos llkvll 2 = (kv, kv) = kk(v, v)= quadrada de ambos os lados, temos [N 2].
lk1 2 llvll 2 .
Tomando a
raiz
Usando a desigualdade de Cauchy-Schwarz, obtemos
llu + vll 2 = (u +v, u +v) = (u, u) + (u, v) + + (u, v) (v, ::; llull 2 + 2llullllvll + llvll 2 = Cllull + llvll) 2
t•)
Tomando a raiz quadrada de ambos os lados, produz-se [N 3].
Observação. [N3] é freqüentemente chamada de desigualdade triangular, porque, se encaramos u v como lado de um triângulo formado com u e v (como ilustradq à direita), então [N 3] afirma que o comprimento de um lado de um triângulo ' é menor ou igual à soma dos comprimentos dos outros lados.
+
u
<)RTOGONALIDADE
13.8.
Mostre que, se u é ortogonal a v, então todo múltiplo escalar deu é também ortogonal a v. Encontre um vetor unitário ortogonal a. V1 = (1, 1, 2) e v2 = (0, 1, 3) em R 3 • Se (u, t•) = O, então (ku, v) = k(u, v) = k. O w = (x, y, z). Queremos O = (w, v1) = x
+ y + 2z
e O = (w, v 2) = y
=
O, como requerido. Seja
+ 3z
Assim, obtemos o sistema homogêneo
x
+ y + 2z
=O, y
+ 3z =O
Faça z = 1 para encontrar y = -3 e x = 1; então, w = (1, -3, 1). Normalize w, pam obter o vetor unitário requerido w' ortogonal a v1 e v2: w' = w/llwll =
0/Vfl, -3/VIT, t/vfi). 13.9~
Seja W o subespaço de R" gerado por u = (1, 2, 3, -1, 2) e Encontre uma base do complemento ortogonal w.L de w ..
v = (2, 4, 7, 2, -1).
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
CAP. 13]
355
Procuramos todos os vetores w = (x, y, z, s, t) tais que (w, u) (w, v)
= x + 2y + 3z - s + = 2x + 4y + 7z + 2s -
2t
=
O
t = O
Eliminando x da segunda equação, encontramos o sistema equivalente x + 2y + 3z -
s + 2t = O
+ 4s
z
- St =O
As variáveis livres são y, s e t. Faça y = -1, s = O, t = O para obter a solução w1 = (2, -1, O, O, 0). Faça y = O, s = 1, t =O para obter a solução w 2 = (13, 0,-4,1,0). Faça y =O, s.= O, t = 1 para obter a solução wa = (-17,0,5,0,'1). O conjunto {w1, wz, wal é uma base de w.L.
13.10. Encontre uma base ortonormal do subespaço W de C 3 gerado por v1 = (1, i, O) ~ v2 = (1, 2, 11:,-i). lize
Aplique o processo de ortogonalrzação de Gram-Schmidt. Primeiro normaEncontramos l!v1ll 2 = (V!, VJ) = 1 · 1 +i. (-i) 0. 0 = 2; logo, 1/VJI/ = VZ
v1.
Assim,
+
u1
= vJ./IIvll/ = (1Jy2, i/VZ; 0).
Para formar w 2 (v 2 , u 1 )
= v2 -
(v2, Ut)Ut, primeiro calcule
= ((1, 2, 1, -i), (1/v2. i/v2, O)) = l/v2- 2i/v2 =
(1- 2i)/V2
Então, W2
=
c1. 2, 1,
- 2i f- 1 i -i>- 1...; \ ...; • ...; 2 2 2
.o
)
=
( 1 -
+- 2i .• 2
-
2- i 2
.) •. 1- t
A seguir, normalize w 2 ou, .equivalentemente, 2w2 = (1 + 2i, 2- i, 2- 2i) Temos · l/2w 1 1J 2 = (2wt. 2w 1 ) = (1 + 2i)(1 - 2i) + (2 - i)(2 + i) + (2 - 2i)(2 + 2i) = 18 e l/2w 11/
{ u1 =
= vts. Assim, a base ortonormal de W requerida é
v,.~, o)
,
(\~~i, ~, ~).} 2
uz =
:;: 11 11
=
13.11. Demonstre o lema 13.13. Um conjunto ortonormal {u 1 , . . . , u,} é linearmente independente e, para qualquer v E V, o vetor w = v- (v, u 1 ) u 1 - (v, u 2 ) u 2 -
• • • -
(v, u,) u,
é ortogonal a cada um dos u;. ·
+ ... + arur =O. Tomando o produto interno de ambos
Suponha que a 1u1 os lados em relação a UI,
O = (0, U!) = (aiUI + ... + aru,, UI) = ai(ui, UI)+ az(Uz, UI)+ ... + ar(Ur, UI) = a1. 1 +·a2. O + ... +a,. O = ai ou ar
= O. Semelhantemente, para i O
=
(0,
U;) =
=
=
2, ... , r,
(aiUI + ... + arur, u;) at(UI, u;) + ... + a;(u;, u;) + ...· + ar(Urr u;)
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
356
De acôrdo com isso, {ut, ... ,
[CAP. 13
é linearmente independente.
Ur)
Falta mostrar que w é ortogonal a cada um dos u;. Tomando o produto interno de w em relação a UI, (w, UI) = (v, UI)- (v, UI) (UI, Ut)- (v, UÚ (u2, UI)- ... - (v, Ur) (Ur, Ut)
=
(v, UI)- (v, ut) . 1 - (v, u2) . O- ... - (v, u,) . O
=O
Isto é, w é ortogonal a UI. Semelhantemente, para i = 2, ... , r (w, u;) = (t•, u;)- (v, ut) (ut, u;)- ... -
- (v, u;) (u;, u;)- ... - (v, u,) (ur, u;)
=
Assim, w é ortogonal a u; para i
=
O
1, ... , r, como foi dito.
13.12. Seja W um subespaço de um espaço com produto interno V. Mostre que existe uma base ortonormal de W, que é parte de uma base ortonormal de V. Escolhemos uma base de lV {vi, ., v,] e a estend~mos a {vt, ... , •·nl de V. Então, aplicamos o processo de ortogonalização Schmidt a {vt, ... , vnl para obter uma base ortonormal {ui, ... , onde, para i = 1, ... , n, u; = a;1Vt a;;v;. Assim, UI, ... , portanto, {ul. ... , u,} é uma base ortonormal de TF.
+ ... +
uma base de Gramunl de V, u, E IV e,
13.13. Demonstre o teorema 13.2. Seja W um subespaço de V; então, v= W$ w.L. Pelo problema 13.12, existe uma base ortonormal {ui, ... , u,} de W, que é parte de uma base ortonormal {ut, ... , unl de V. Como (ut, ... , Unl é ortonormal, Ur+I • ... , Un E l•V .L. Se v E V,
v = aiUI
+ ... + anun, ar+ I Ur+I
De acôrdo com isso, V = W
+ W .1..
Por outro lado, se w E TV portanto, w n w.J.. = {0} . . As duas condições, V=
onde aiUI + ... + a,u, E IV, + ... + anUn E l•f/.1.
n w.J..,
W+ W.J..
então (w, w) = O.
e W
n w.t
Isto produz w = O;
={O}, dão o resultado desejado
v= w EB w.t.
·
Note que provamos· o teorema somente para o caso em que V tem dimensão finita; observamos que o teorema também vale para espaços de dimensão arbitrária.
13.14. Seja W um subespaço de V. Mostre que Wc w.t.t, e que w = w.t.l quando v tem dimensão finita. Seja w E W. Então, (w, v) = 0 para todo De acôrdo com isso, Wc: w.t.t.
t' E
W.i; portanto, w
Agora, suponha que V tem dimensão finita. Pelo V= W EB w.t e, também, V= W.L EB w.t.t. Portanto,
E
w.t.L.
teorema
13.2,
dim w = dim v- dim w.L .e dim w.L.J.. = dim v- dim. w.L Isto
produz
dim W = dirJ Wl..i_
~V= f.jl.l.l, como requerido.
Mas
wc w.L.J.. pelo acima;
portanto,
CAP. 13]
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
13.15. Seja {e1 ,
357
e,.} uma base ortonormal de V.
... ,
+ (u, e
(i)
para q~alquer u E V, u
(ii)
+ . . . + (u, e,.) e,. ; (a1e 1 + ... + anbn, b1e1 + ... + b,.en =
=
(u, e1 ) e1
Demonstre 2)
e2
a;b 1
+
+
(iii) para quaisquer u, v E V, (u, v)
=
(u, e1 ) (v, ei)
+ ... + (u, e,.) (v, e,.);
(iv) se T: V~ V é linear, então (T(e1), et) é o elemento-ij da matriz A, que representa T na base {e1 } dada. (i)
Suponha que u = k1ti + k2t2 + ... + k,.e,.. Tomando o. produto interno de u com ti, (u, q) = (kiel + k2e2 + ... + k,.en, ti) = k1(e1, e1) + k2(e2, e1) + .. : k,.(en, e1) · = k1. 1 + k2. O + .. ; + .kn. O = k1
+
Semelhantemente, para i
= 2, ... , n,
+
(u, e;) = (kiti + ... + k;e; + ... + k,.e,., e;) = k1(et, e;) + ... + k;(e;, e;)+ ... + kn(e,.;e;) = kl. o + k;. 1 k,.. o = k;
+ ...
+ ... +
Substituindo (u, e;) por k; na equação u = k1ei + ... + k,.e,., obtemos o resultado desejado. (ii) Temos
i
a;e;,
t~I
Mas (e;, ej) querido,
<
i;
bíeí) =
= O
Z
a;bí (e;, tj)
i. i=l
J=l
para i r! j .. e (e;, Cj) = 1 para i = j; portanto, como re·
a;e;,
i= I
(iii) Por (i), u = (u, el)e1 + ... Então, por (ii) (u, v)
= (u, el)
(~)
+ (u, e,.)en
e v = (v, ei)e1
+ ... + (v, e,.)e,.
+ (u, e2} (v:-;;) + ... + (u, e,.) (v, en)
(iv) Por (i),
T(el) = T(e2) =
< T(el), el)e1 + (T(el), e2)e2 + ... + (T(el), en)e,. < T(e2), e1)e1 + (T(e2), e2)e2 + ... + (T(e2), e,.)e,.
A matriz A que representa T na base led é a transposta da matriz dos coeficientes acima; portanto, o elemento-ij de A é (T(ej), ei).
ADJUNTOS 13.16. Seja To operador linear e, C 3 , definido por T(x, y, z)
= (2x +
(1- i)y, (3
·Encontre T* (x, y, z).
+ 2i)x- 4iz, 2ix + (4- 3i)y- 3z)
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
358
[CAP. 13
Primeiro, encontre a matriz A que representa T na base usual de C 3 (veja problema 7.3)
Forme a transposta conjugada A* de A 2
A* =
( 1
3- 2i
ci i
~
4
-2i ) 4 ~ 3i
Assim,
T* (x, y, z) = (2x
+ (3 -
2i)y - 2iz, (1
+ i)x + (4 + 3i)z, 4iy -
3z)
13.17. Demonstre·o teorema 13.5. Seja rp um funcional linear num espaço com produto interno, de dimensão finita V. Então, existe um único u E V tal que rp(v) = (v, u) para todo v E V. Seja fel, ... , enl uma base ortonormal de V. Faça
+ 4>(e.)e2 + ... + 4>(en)en em v definido por u(v) = {v, u}
u = 4>(e,)el
Seja ; o funcional linear Então, para i ~ 1, ... , n,
u(e;) ~ (e;, u) ~ (e;, 4>(e,)el
Como
ue
para todo v E
v.
+ ... + 4>(en)en) ~ 4>(e;)
4> coincidem nos vetores básicos,
u ~ .P.
Agora, suponha que u' é outro vetor em V, para o qual .P(v) = (v, u') para todo v E V. Então, {v, u) = {v, u') ou (v, u- u') =O. Em particular, isso é verdadeiro para v = u- u'; logo, (u- ur, u- u') = O. Isto leva a u- u' = O e u = u'. Assim, tal vetor é único, como afirmado.
13.18. Demonstre o teorema 13.6. Seja T um operador linear num espaço com produto interno, de dimensão finita V. Então, existe um único operador linear T* em V tal que (T(u), v) = (u, T* (v)), para quaisquer u, v E V. Além disso, se A é a matriz que repre- . senta T numa base ortogonal fetl de V, então a transposta conjugada A* de A é a matriz que representa T* em {etl· Primeiro, definimos a transformação T*. Seja v um elemento arbitrário, mas fixo, de V. A transformação u ~ {T(u), v) é um funcional linear em V. Portanto, pelo teorema .13.5, existe um único elemento v' E V tal que (T(u), v) = (u, v'} para todo u E v. Definimos r•: v--+ v por T*(v) = ú. Então, (T(u), v) = (u, T*(v)) para quaisquer u, v E V. A seguir, mostraremos que T* é linear. quer a, bE K, (u, T*(avt
+ bt•2)}
Para quaisquer u, v; E V, e quais-
+ bv2) = a(T(u), VI) + b (T(u), 112) + b(u, ncv2)) = (u, aT*(vt) + bT*(v2))
= (T(u), avt = '(i(u, T*(vt))
Mas isso .é verdade para todo u E V, ·portanto,
T*(av1
+ bv2) =
aT*(vi)
+ bT*Cv2).
Assim, T* é linear.
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
CAP. 13]
359
Pelo problema 13.15 (iv), as matrizes A = (a;;) e B = (b;;) que representam Te T*, respectivamente, na base {e;l, são dadas por a;;= (T(e;). e;) e b;; ·= (T*(e;), e;}. Portanto,
b;; =·(T*(e;}, e;}= (e,, T•(e;) = (T(ei), e;}= a;; Assim, B
= A*,
como afirmado.
13.19. Demonstre o teorema 13. 7. Sejam S e T operadores lineares num espaço com produto interno, de dimensão finita V, e seja k E K. Então, (i) . (S
+
T),*
= S*
+ T*
(iii) (ST)* = T* S* (iv) (T*)* = T
(ii) (kT)* = kT* (i)
Para q~aisquer u, v E V, ((5 + T)(u}, v} = (S(u) + T(u), v) = (S(u), v}+ (T(u), v) = = (u, S*(v)) (u, T*(••)) = (u, S*(v} T*(v)) = (u, (S*
+
A unicidade do adjunto implica -(S (i i) Para quaisquer u
,tJ E
+
=
S*
+ T*)(v))
+ T*
V,
((kT)(u), v) =
+ T)*
= (kT(u), v) = k (T(u), v} = k (u, T*(v)} = (u, kT*(v)} = (u, (kT*)(v))
A unicidade do adjunto implica (kT)* = kT*. (iii) Para· quaisquer u, v
E
V,
((ST)(u), v) = (S(T(u)), v) = (T{u), S*(v)) = = (u, T*(S*(v))) = (u, {T*S*){v)) A unicidade do adjunto implica (ST)* = T*S*. (iv) Para quaisquer u, v E V. (T*(u), v) = (v, T•(u)) = (T(v), u) = (u, T(v)) A unicidade do adjunto implica (T*)* = T.
13.20. Mostre que (i) I* = I; então (1 1)* = T*- 1.
(ii) O* = O;
(i)
Para quaisquer u, v E V, (I(u), v)
(ii)
Para quaisquer u, v E V, tanto, o• = o.
(iii} I = I*
=
(TT- 1)*
(O(u), v)
= (1 1)*T*;
(iii) se T é inversível,
= (u, v) = (u, I( v}); pbrtanto, I* = I. = (0, v) = O = (u, O) = (u, O(v); por-
portanto, (T- 1)*
=
T*- 1.
13.21. Seja T um operador linear em V e W um subespaço T-invariante de V. Mostre que WJ. é invariante sob T*. . Seja u E WJ.. Se w E lV, então T(w) E W; logo, (w, T*(u)} = (T(w), u) =O. Assim, T*(u) E J1'7l., pois é ortogonal a todo w E H'. Portanto, H-'J. é invariante sob T*.
13.22. Seja T um operador linear em V. cÇindições seguintes implica T = O
Mostre que cada uma das
(I) (T(u), v) = O, para quaisquer u, v E V; (ii) V é um espaço complexo e (T(u), u) = O para torlo u E V;
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
360
(CAP. 13
(iii) T é auto-adjunto e (T(u), u) = O para todo u E V. Dê um exemplo de um operador T num espaço real V para o qual (T(u), u) = O para cada u E V, mas T ~ O. (i)
Faça v = T(u).
Então,
(T(u), T(u)) = 0; portanto, T(u) = O para todo
u E V. De acôrdo com isso, T = O.
+
(ii) Por hipótese, (T(v w), v+ w) = O para quaisquer t•, w vendo e fazendo (T(v), v)= O e (T(w), w) =O, (T(v), w) Note que w é (T(v), iw)
=
arbitrário em
~(T(v), w)
=
+ (T(w), v)
E
V.
Desetl\"ol-
= O
(I)
(1). Substituindo w
J?Or iw e
usando
-i(T(v), w) e (T(iw), v) = (iT(w), v) = i(T(w), v), -i(T(v), w) i(T(w), v) = O
+
Dividindo tudo por i e somando a (1), obtemos (T(w), v) ,;, O para quaisquer v, w E V. Por (i), T = O. (iii) Por (ii), o resultado vale para o caso complexo; portanto, precisamos apenas considerar o caso real. Desenvolvendo (T(v w), v+ w) =O, obtemos· novamente (1). Como T é auto-adjunto e como o espaço é real, temos (T(w), v) = (w, T(v)) = (T(v), w). Substituindo em (1), obtemos (T(v), w)=O para quaisquer v, w E V; Por (i), T = O.
+
Para nosso exemplo, considere o operador linear T definido por T(x, y) = = (y, -x). Então, (T(u), u) = O para todo 11 E V, mas T ~ O.·
OPERADORES E MATRIZES ORTOGONAIS E UNITÁRIOS 13.23. Demonstre o teorema 13.9. As seguintes condições sôbre um operador U são equivalentes (i) U* = u-I; (ii) ( U(v), U(w)) = = (v, w), para quaisquer v, w E V; (iii) IIU(v)ll = j!vll, para todo v E V. Suponha que (i)- valha. Então, para quaisquer v, w (U(v), U(w))
=
(v, V*U(w))
=
V,
E
(v, I(w)) = (v, w)
Assim, (i) implica (ii). Agora, se (ii) vale, ent-ão
11 U(v)l! = V( U(v), U\v)} = V(v, v> = ))vil Portanto, (ii) implica (iii). Falta mostrar que (iii) implica (i). Suponha que (iii) valha. Então, para· todo v E V, (V* U(v), v)
= ( U(v), U(v)} = (v, v)
= (I(v), v)
Portanto, ((U*U-l)(v), v)= O, para qualquer vE V. Mas U*U-I é autoadjunto (demonstre); . então, pelo problema 13.22, temos U• V- I = O; logo, U*U = I. Assim, U* = u-1, como foi dito.
U um operador unitário (ortogonal) em V e W um subespaço invariante sob U. Mostre que Wl. é também mvariante sob U. Como iJ é não-singular, V( H') = H"; isto é, para ciuálquer w€ 11" existe w' E W ta), que U(w') = w. Agora, seja v E iJ'l.. Entã6(-pa0rá 'qhàlqúer w E I-V,
l3.24. · Seja
(U(v), w) = (V(v), U(w')) =(v; w')) =O· Assim, U(v) pertence a
·n·J..
i'·
Portanto, H.-l. é. in~ari~nte sob; U. ·.
CAP. 13]
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
13.25. Seja A uma matriz com linhas R 1 e colunas C1• (i)
361 Mostre ·que
o elemento-ij de AA * é (R1, Ri);
(ii) o elemento-ij de A *A é (Ci, C1 ).
= (b;j), onde bti =;;i. Assim, AA* =
Se A = (au), então A* n Cij
=
~
J:
a;kbkj
=
~
=
k=l
Uikajk
=
(ajt, __ .,
onde
+ Ui2aJ2 +
Uilajl
k=l
((a;t, ... , a;,),
(Cij),
aj 11 ) ) =(R;, Rj),
como requerido._ Também, A*A = (d;j), onde n dtj
= =
~
n bikaki
k=l
=
_
~
_
+ U2jaz; +
ll.kjakt = at 1ali
k=l
((at;, ... ,a,.j), (ali, ... ,an;))
=
(CJ, C;)
13.26. Demonstre o teorema 13.11. As seguintes condições para uma matriz A são equivalentes (i) A ,é unitária (ortogonal). (ii) As linhas de A formam um conjuiÍto ortogonal. (iii) As colunas de A formam um conjunto ortonormal. Denote por R; e C; as linhas e as colunas de A, respectivamente. Pelo problema precedente, AA * = (c;j), onde CtJ == (R;, R,). Assim, AA * = I se, e somente se, (R;, R;) = 6;;. Isto é, (i) é equivalente .a (ii)_ . Também pelo problema precedente, A • A = (d;;). onde d;; = (C;; C;). Assim, A* A =I se, e sàmente se, (Cj, C;)= Ôii· Isto é, (i) é equivalente a (iii).
Observação. Como (ii) e (iii) são equivalentes, A é unitária (ortogonal) se, e sàmente se, a transposta de A é unitária (ortogonal).
13.27. Encontre uma matriz ortogonal A, cuja primeira linha é u.
(1/3, 2/3, 2/3).
=
Primeiro, encontre um vetor não-nulo wz isto é, para o qual 0
=
= wz =
(ut, w2)
x/3
+ 2yf3 +
2z/3
=
(x, y, z), que é ortogonal a
Ut,
~-
= O ou
x
+ 2y + 2z
=O
Uma tal solução é (O, 1, -1). Normalize w2, para obter a segunda linha de A, isto é, uz = (0, 1/Vz, --1/v'2\ A seguir, encontre um vetor não-nulo w 3 = (x, y, z) que seja ortogonal a Ut e u2, isto é, para o qual
+
O = (u1, w;;) = x/3 2yf3 O = (u2,.w3) = y/Vz-
+ 2z/3
= O ou x
z/Vz =
O ou
+ 2y + 2z = O
y- z =
O
Faça z = -1 e encontre a solução w 3 = (4, -1, -1). Normalize w 3 e obtenha a terceira linha de A, isto é, u 3 = (4/y18, -l/V18, __:l/yl8). Assim,
1/3
A
=
(
2/3 2/3 ') 1/VZ -1/Vz 4/3v'2 -1/3Vz -1/3Vz O
Enfatizamos que a matriz A dada não é única.
13.28. Demonstre o teorema 13.12. Seja {e1 ,
. . . , enl uma base ortonormal de um espaço com prôduto intt:. rno V. Então, a matriz de transição .de {e1} para outra base ortonormal é unitária (ortogonal).
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
362
[CAP. 13
Reciprocamente, se P = (aii) é uma matriz unitária (ortogonal), então vem a base ortonormal {e:
=
+ a2,e2 + ... + anien :i ==
alie)
Suponha que
f;
lfd
1, ...•
nl
é outra base ortonormal e suponha que
= bi1e1 + b;2e2 + -:- .. + b;nen. i =
I, ... , n
(1)
Pelo problema 13.15,. e, como {f;] é ortonormal,
a;;
= (/;,f;) =
bb,l
+ b;2bJ2 + ... + b;nbjn
(2)
Seja B = (b;;) a matriz dos coeficientes em (1). (Então, B' é a matriz de transição de {e;} para IJ;\.) Pelo problema 13.25, BB* = (c;;), onde c;; = bnb 1 1 b; 2b 1e b;nbJn· Por (2), c;; = a;i e, portanto, BB* = I. De acôrdo com isso, B e, po~tanto, B 1 são unitárias.
+
+
+ ... +
Falta mostrar que {e; I é ortonormal. Pelo problema 13.15, .(e;, e})
+ a2;a21 +
= ali~
+anianj
= (C;, Cj),
onde C; denota a i-ésima coluna da matriz unitária (ortogonal) P = (a;j). Pelo teorema 13.1.1, as colunas de P são ortonormais; portanto (e;,ej) = (C;, C;)= ó;;. Assim, {e; I é uma base ortonormal.
l\Iostre que det(A) = 1 ou -1.
13.29. Suponha que A é ortogonal.
A é ortogonal, AA' =I. Usando /A I = /A 1 /, 1 =/li= /AA'I = /A/IA'I = /A/ 2 E, portanto, /A I = 1 ou -I. Como
13.30. Mostre que tôda matriz ortogonal 2 X 2 A para a qual det (A) é da forma (
~~~
-~~:
:
Suponha que A =
( ac
:)
1
para algum número real 8.
db) . Como A é ortogonal, suas linhas formam
um conjunto ortonormal; portanto, a2
+ b2
= I, c2
+ d2 =
A última equação vem de det(A) de a = (it e a ~ O.
=
1, ac
+ bd
=O, ad- bc = I
I. Consideraremos separadamente os casos
Se ~=O, a· primeira equação dá b 2 =I e, por isso, b = ±1. Então, a quarta equação dá c = -b = + 1 e a segundil. equação prod\1Z 1 d 2 = 1 ou d =O. Assim,
+
A_ ( -
1)
o
o
-1
A primeira alternativa tem a forma requerida com IJ = -..-{2, e a segunda alternativa tem a forma requerida com 8 = -rr/2. Se a ~ O, a terceira equação pode ser resolvida para dar c = -bd/a. Substituindo ié&;J na segunda equação,
b 2d 2fa 2
+ d2 =
1 ou b 2d 2
+ a 2d 2
=
a 2 ou (b 2
+ a 2)d 2 =
a 2 ou a 2 = d 2
e, por isso, á = d ou a = -d, então a terceira equação dá c = b; logo, a quarta equação dá -a 2 - c2 = 1, o que é impossível. Assim, a == d. ·Mas, então. a terceira equação dá b = -c; logo,
A = -.
·+
(.a_c;
-c)a
Como a 2 c2 =' 1, existe um número real 8 tal que a .,;;.ms IJ, c = sen IJ c, oortanto, A tem a forma requerida também nesse caso.
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
CAP. 13]
363
OPERADORES SIMÉTRICOS E FORMAS CANÔNICAS EM ESPAÇOS EUCLIDIANOS 13.31. Seja T um operador simétrico. Mostre que (i) o polinômio característico ll(t) de T é um produto de polinômios lineares (sôbre R); (ii) T .tem um autovetor não-nulo; (iii) autovetores de T pertencentes a autovalores distintos são ortogonais. (i)
Seja A uma matriz que represente T em relação a uma base ortonormal de V; então, A = A 1. Seja ó(t) o polinômio característico de A. .Encarando A como um operador auto-adjunto complexo, A tem somente autovalôres reai~ pelo teorema 13.8. Assim, (i- Àn),
onde os À; são todos reais. Em outras palaYras, ll(l) é produto de polinômios lineare~ sôbre R. (ii) Por (i), T tem, ao menos, um autovalpr (real). Portanto, T tem um autovetor não-nulo. (iii) Suponha que T(v) = ÀV e À(v, w) = J.<(V, w) X(v, w) Mas
À
=
(Àv, w)
=
r!' p.; portanto, (v,
T(w) = J.<W,
(T(v), w)
=
onde
À
(tt, T(w))
=
r!'
I'·
Mostraremos que
(v, J.<W)
=
J.<(v, w)
w) =·O, como foi dito.
13.32. Demonstre o teorema 13.14. Seja T um operador simétrico espaço real com produto interno V. Então, existe uma· ortonormal de V consistindo em autovetores de T; isto é, .T ser representado por uma matriz diagonal em relação a uma ortonqrmal.
num base pode base
A demonstração é por indução na dimensão de V. Se dim V= 1, o teorema vale trivialmente. Agora, suponha que dim V = n > L Pe-lo problema precedente, existe um autovetor não-nulo v1 de T. Seja J.V o espaço gerado por v1 e seja u1 um vetor unitário em W. Por exemplo, seja ui = VIillviii· Como v1 é um autovetor de T, o subespaço W de V é invariante sob T. Pelo problema 13.21, J+".l é invariante sob T* = T. Assim, a restrição T de T a !F_L é um operador simétrico. Pelo teorema 13.2, V= W ffi W.L. Portanto, dim n·.L = n - 1, pois dim !+' = 1. Por indução, existe uma base ortonormal lu 2 , ••. , uni de WJ_, consistindo em autovetores de Te, portanto, de T. Mas (u1, u;) =O para i= 2, ... , n, porque u; E Hl.L. De acôrdo com isso, !ui, u 2 , ••• , uni é um conjunto ortonormal e consiste em autovetores de T. Assim, o teorema está provado.
13•.33. Seja A
(~ ~)
Encontre uma matriz ortogonal (real) P,
para a qual P'AP é diagonal. O polinômio característico ó(t) de A é L\(t) =
Iti - A I
= 1
t- 1
i -2
-2 t- 1
I=
12
-
21- 3 = (I- 3)(1
+ 1)
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
364
[CAP. 13
e, portanto, os autovalores de A são 3 e -1. Substitua t = 3 na matriz para obter o sistema homogêneo de equações lineares correspondente
2x- 2y = O, -2x
+ 2y
ti- A,
=.O
Uma solução não-nula é v 1 = (1, 1). :\"ormalize unitária Ut = (1/VZ, 1/Vf).
para
''1>
encontr;,~r
a solução
A seguir, substitua t = -1 na matriz t [ - A, para obter o sistema homogêneo de equações lineares correspondente
-2x - 2y = O, 2-x- 2y = O Uma solução não-nula é v 2 = (1, -1). :\!ormalize unitária u2 = 0/.VZ. -1/Vf).
t•2
para éncontrar a solução
Finalmente, seja P a matriz cujas colunas são u 1 _ e u 2 , respectivamente; então,
P
= (ti....!~ liV2
li~)
-t/vz
e
P'AP.
=
(Jo u) -1
Como era esperado, os elementos diagonais de l''AP são os autovalores de A.
2~ (
1 2 1 P tal que P'AP é diagonal.
13.34. Seja A =
Encontre uma matriz
ortogon~l
(real)
Primeiro, encontre o polinômio característico ll(l) de A: ll(t)
=!ti-AI=
lt=~ t =~ -1
=!I=
(t-1) 2 (1--l)
t- 2
.
Assim, os autovalores de A são 1 (<-om multiplicidade dois) c 4 (
-x - y - z
=
O, -x - y- z
=
O, -x - y - z
=
O
+ +
Isto é, x y z = O. O sistema tem duas soluçõeo independentes. Uma delas é v 1 = (1, -1, 0). Procuramos uma segunda solução t•z = (a, b, r) que $eja também ortogonal a v1: isto é, tal que (l
+.b +c.= O e também n- b ""O
Por exemplo, vz = (1, 1, -2). A segltir, normalizamos v 1 c v 2 pnra obter as solu· çõcs ortogonais unitárias "t =
(1/....!2. -t,...;f. o). u2 = orV6. 11v'6. -2/v'õ->
Agora, substitua t gêneo correspondente
=
2x - y - z
=
4 na matriz
O, -x
ti- A, para encontrar o sistema homo-
+ 2y'- z· = O,
-x - y
+ 2z
=
O
Encontre uma solução não-nula tal como V:i = (1, 1, 1), e normalize L' 3 para obter a solução unitária u 3 = (ln/3, 1JV'3, 1/V3). Finalmente, P é :l matriz cujas colunas são os Ui, respeCtivamente,
p
t/Vf trv6_. -t!vf 11....!6 ( o -z;...;t;
CAP. 13]
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
365
13.35. Encontre Uma mudança ortogonal de coordenadas que diagonalize a forma quadrática real q(x, y)
=
+ 2xy + 2y
2x2
2
•
Prinifiro, encontre a matriz simétrica A que n;presenta q e, depois, seu polinômio característico Ll(l)
A = (
1 ) e A(l) = iti- A I =
2
1
2
I
t-
2
-
-1
1
t-
2
I=
1)(1- 3)
(t-
Os autovalores de A são 1 e 3; portanto, a forma diagonal de q é q(x', y') = x' 2
+ 3y'2
Encontrámos a transformação de coordenadas correspondente, obtendo um conjunto ortonormal correspondente de autovetores de A.
= 1 na matriz ti - A, para obter o sistema homogêneo correspon-
Faça t dente
-x- y =O, -x- y =O Uma solução não-nula é v 1 = (1, -1). Agora, faça t encontrar o sistema homogêneo correspondente X -
y
0, -i'~+ y
=
= 3 na matriz ti- A, para
0
=
Uma solução não-nula é v2 = (1, 1). Como esperado, pelo problema 13.31, e t• 2 são ortogonais. Normalize v1 e v2, para obter a. base ortonormal
v1
{ul = (ljy'Z, -1/VZ), u2 = (1/VZ, 1/VZ) l
A matriz de transição P e a transformação de coordenadas requerida seguem
p
=
(
l/V2 1/VZ) e (. -11v'2 1/v'Z
·x) p(x'). =
y' ·
Y
ou x. = (x' Y =
+ y')/yT
<-x' + y')/VZ
Note que as c.olunas de P são u1 e u2. Também podemos expressar x' e y' em têrmos de x e y, usando p- 1 = P 1; isto é, x' = (x- y)/VZ, y' = (x
+ y)/VZ
13.36. Demonstre o teorema 13.15. Seja T um operador ortogonal num espaço com produto interno V. Então, existe uma base ortonormal em relação à qual T tem a forma 1
I
1
I.
I
1 -
-
-
-
--
- -1 . 1 -1
-~-
-
-
- ,I
1
I
I
-1
L---·-~-- _I_- - - - - - ,
cos 81 -sen 81 1 sen 81 _cos 8 1 L__:_ _ _ _ _1
I
1
J
r.------
cos 8, -sen 8, 8, cos 8,
1 1sen
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
CAP. 13r
367
Como AA • F- A • A, a matriz A não é normal. (ii)
i ) BB• = ( 1 1 2 +i B*B
=
c:
2~J
( 1 -i
c
2 ( 2- 2i
2
+
2i)
6
Como BB* = B*B, a matriz B é normal.
13.38. Seja T um operador normal. (i)
Ttv)
Demonstre
= O se, e sômente se, T*(v) = O.
(ii) T- H é. normal. (iii) Se T(1f) = ;\v" então T*(v) = Xv; portanto, qualquer autovetor de T é também um autovetor de T*. i
(iv) Se T(v) = X1v e T(w) = X2w, onde X1 ~ X2-, então (v, w) = O; isto é, autovetores de T ~rtencentes a autovalores distintos são ortonormais. (i)
Mo~traremos que (r(t~), r(11)) = (T*(v), T*(v))
(r(v), r(v)) = (v, T*r(v)) = (v, rT*(v)) = (T*(v), T*(v))_
Portanto, por [I3 ], r(v)
=
O se, e somente se, r•(v)
=
O.
(ii) Mostraremos que ·r- l\l comuta com seu adjunto (r- H)( r - M)*
= (r- H)(T*,- Ü) = rr•- l\T*- ~r+ = r•r- ];r- l\T*
+ ];.l\I
=
>5~I
(T*- Ü)(r- H)
= (r- H)* (r- l\IJ.
Assim, r - l\l é normal. (iii) Se r(v) = l\v, então (r- 1\I)(v) = O. Agora, r - H é normal por (ii); entretanto, por (i) (r- H)*(v) = O. Isto é, (r•- "7\I)(v) = (); portanto, T*·(v) = Xv.
(iv) Mostraremos que >. 1(v, w)
= >. 2(11, w) ÀI(v, w) = (>.1v, w) = (r(u), w) = (11, r•(w)) = (v, X2w) = />.2(v, w).
Mas, />.1 F- />.2·; portanto, (v, w) =O.
13.39. Demonstre o teorema 13.16. Seja T um operador normal num espaço complexo com produto interno, de dimensão finita V. Então, existe uma base ortonormal de V consistindo em autovetores de T; isto é, T pode ser representado por uma matriz diagonal em relação a uma base ortonormal. A demonstração é, por indução, na dimensão de V. Se dim V= 1, então o teorema vale trivialmente. Agora, su1xmha que dim V = n > L Como V é um espaço vetorial complexo, t tem, ao menos, um aütovalor e, 'portanto, um autovetor não-nulo. Seja W o subespaço de V gerado por v e seja UJ um vetor unitário em W. Como v é um autovetor de r, o subespaço W· é invariante sob r. Entret';l~to,.}l .,é -~!ll.i,J.ém.: um autovetor de r\ pelo._probl~IJ1a precedente;. portanto, W também é _iriyariante sob r•. Pelo problema 13.21, Wl. é invariante sob r•• = T. O rêsto da demonstração é idêntico à última parte da demonstração do teorema 13.14 (problema 13.32).
366
"ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
+
+
+ r- 1)T(v)
,;, T(T
[CAP. 13
+
+
Seja S = T T- 1 = T T*. Então, S* = (T T*)* ""' T* T = S. Assim, S é um operador simétrico em V. Pelu teorema 13.14, existe uma base ortonormal de V, consistindo nos autovetores de S. Se >.to ... , >.m denotam os autovalores distintos de S, então V pode ser· decomposto na soma direta V= V1 $ V 2 $ ... $ Vm, onde os V; consistem nos autovetores de S pertencentes a >.;. Afirmamos que cada V; é invariante sob T. De fato, suponha que v E V;; então, S(v) = >.;v e S(T(v)) = (T
+ T"" 1)(v) = TS(v)
=
T(X;v)
= >.;T(v)
Isto é, T(v) E V;. Portanto, V; é invariante sob T. Como os V.: são ortogonais uns aos outros, podemos restringir nossa investigação ao modo pelo qual T atua em cada V; individualmente. Num dado V;, (T T- 1 )v = S(v) = >.;v. Multiplicando por T, (T 2 - >.;T I)(v) = O
+
+
= ± 2 e' À; -,é ± 2 separadamente. Se >.; = ±2, então (T ± I) 2 (v) =O, o que conduz a (T±I)(v) =O ou
Consideraremos os casos >.;
T(v) = ±v. Assim, T restrito a êsse V; é ou I ou -I. Se >.;-,é ±2, então T não tem autovetores em V;, pois, pelo teorema 13.8, os únicos autovalores de T são 1 e -1. De acôrdo com isso, para v -,é O os vetores v e T(v) são linearmente independentes. Seja W o subespaço gerado por v e T(v). Então, W é invariante sob T, pois T(T(v)) = T 2 (t•) = >.;T(v)- v
Pelo teorema 13.2, V; = W $ WL. Além disso, pelo problema f3.24, wJ.. é também invariante sob T. Assim, podemos decompor V, na soma direta de subespaços bidimensionai' Wi, onde os W; são ottogonais uns aos outros e cada 1-Vj é invariante sob T. A ..sim, podemo$ agora restringir nossa investigação ao modo pelo qual T atua em cada Wj indivídualmt;,nte. Como 'f"l - >.;T + I = O, o polinômio característico A(t), de T agindo em W;, é A(t) = t 2 - >.;t + 1. Assim, o determinante de T é 1, o têrmo constante em ~{!). Pelo problema 13.30, a matriz A que representa T atuando em JVi em relação a qualquer base ortonormal de U'i deve ser da forma cose- - sen u sen (J cos 8 A união das bases de Wi dá uma base ortonormal de V; e a união das bases de V; dá uma base ortonormal de V, na qual a matriz que representa T tem a forma desejada.
OPERADORES NORMAIS E FORMAS CANÔNICAS EM ESPAÇOS UNITÁRIOS 13.37. Determine qual matriz é normal (i) (i)
A AA*= A*A
i ) ("") 1 ,nB=
1 (O
(1
G~) (~ n (~ o) (
1 ( _:_il
1 \O
=
i ) 1
i
)
12+i" :)
( 1 i ) =~i2
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
368
(CAP. 13
13.40. Demonstre o teorema 13.17. Seja T um operador arbitrário num espaço complexo com produto interno, de dimensão finita V. Então, T pode ser representado por uma matriz triangular em relação a uma base ortonormal {uh u 2, ... , un}; isto é, para i= 1, ... , n,
A demonstração é por indução na dimensão de V. Se dim V = 1, então o teorema vale trivialmente. Agora, suponha que dim V = n > 1. Como V é um espaço vetorial complexo, T tem, ao menos, um autovalor e, portanto, pelo menos um autovetor não-nulo v. Seja TF o subespaço de V gerado por v e seja u; um vetor unitário em TV. Então, u; é um autovetor de T e, digainos, T(u;) = anui. Pelo teorema 13.2, V = W ffi J.Vl-. Denote· por E a projeção ortogonal de V em lJll-. Claramente, VVl- é invariante sob o operador ET. Por indução, existe uma base ortonormal !u 2 , .. , Un l de J-Jll- tal que, para i = 2, ... , n, ET(u;)
=
a;2u2
+ a;3U3 + ... + a;;u;.
(Note que !ui, u 2 , .. , unl é uma base ortonormal de V.) Mas E é a projeção ortogonal de V em vV.l; portanto, devemos ter T(u;)
=
a;IUI
para i = 2, ... , n. Isto com T(u;)
+ a;2u2 + ... + a;;u; = anui
dá-nos o resultado desejado.
PROBLEMAS DIVERSOS 13.41. Demonstre o teorema 13.13-A. As seguintes condições num operador P são equivalentes (i)
P
(ii) P
T 2 para algum operador auto-adjunto T.
S* S para. algum operador S.
(iii) P é auto-adjunto e (P(u), u) 2:: O para todo u E V. Supo\lha que (i) vale, isto é, P= T 2 , onde T = T*. Então, P = TT = T*T; logo, \i) implica (ii). Agora, suponha que (ii) vale. Então, P* = (S* S)* = = s•S•• = S*S = P; logo, P é auto-adjunto. Além disso, (P(u), u) = (S*S(u), u) = (S(u), S(u)) 2: O.
Assim, (ii) implica (iii); logo, resta mostrar que (iii) implica (i). Agora, suponha que (iii) vale. Como P é auto-adjunto, existe uma base ortonormal {u1, ... , Un l de V, consistindo de autovetores de P; digamos, P(u;) = X;U;. Pelo teorema 13.8, os X; são reàis. Usando (iii), mostraremos que os X( são não-negativos. Temos, para' càda i, 0.~ (P(u;), u;) = (X;u;, ui) "" ;l.;(u;, u;) ..
(íi·i;:1ti)2::Q força Xi2: O, como foi dito.''D~'âi:ôrdo córr1 iisp, v'~ é ii?tmer~ ~eaCSeja T o operador linear' à~firi.id;;'Po'r .
Assiiri',·
um
T(u;) = y'~u;, para i = 1, , .. , n.
CAP. 13]
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
369
Como T está representado por uma matriz diagonal em relação à base ortonormal fui), T é auto-adjunto. Além disso, para cada i,
T 2(u;) _; T(y'Xiu;) = y'~r(u;) = v'~~u; =>.;'u; = P(u;). Como T2 e P coincidem numa base de V, P demonstrado.
= T 2 • Assim, o teorema está
Observação. O operador T apresentad:J é o único operadór pósitivo tal que P = r 2 (problema 13.93); é chamado raiz quadrada positiva de P.
13.42. Mostre que qualquer operador T é a soma de um operador auto-adjunto e de um operador antiadjunto. Faça S
=
s•
r
t(T + r*) e U = ter- r*). Então,
=
=
S + U, onde
P))* = ter• + r••> = ter• + T)
=
s
e
U* = C-}(T ~ T*))*
=
-}CT* ~- r)
=
--}(r- r•) = - U,
isto é, S é auto-adjunto e U é antiadjuntÓ\'
13.43. Demonstre. Seja T um operador linear arbitrário num espaço com produto interno, de dimensão finita V. Então, T é produto de um operador unitário (ortogonal) U e de um único operador positivo P, isto é, T = UP. Além disso, se T é inversível, então U também é determinado de maneira única. Pelo teorema 13.13, r•r é um operador positivo e, portanto, existe um (único) operador positivo P tal que P 2 = r .. T (problema 13.93). Observe que
IIP(v)ll 2 = (P(v), P(v)) = (P 2 (v), v)= (T*r(v), v)= (r(v), T(v)) = IIT(v)ll 2 Agora, consideraremos separadamente os casos de sível. Se
r é inversível, então fazemos fJ
=
r
PT- 1 • Mostraremos que
U* = (Pr- 1 )* = r-u P* =
(1)
inversível e T não inver-
fJ
é unitário
(T*)- 1P
e
f]•f] = (r*)- 1PPr- 1 = (r•)- 1 T*TT- 1 = I. Assim, tário e
fJ
é unitário. A seguir, fazemos U = f]- 1 . UP, comÓ requerido.
Então, U é também um· (
r=
Para provar a Unicidade, suponhamos que e Po é ~sitivo. Então,
T*T
=
r=
UoPo, onde Uo é unitário
P~U~UoPo = PoiPo = P~.
Mas a raiz quadrada positiva de T*r é única (problema 13.93); portanto, Po = P. (Note que a inversibilidade de r não é usada para demo.nstrar a unicidade de P.) Agora, se r é inversível, então P tàmbém o é, por (1). Multiplicando UoP = UP à direita por p- 1 , temos U 0 U. Assim, U também é único,. quando T é inversível.
=
Agora, suponha que T não é inversível. Seja W a ímàgem 'de P, isto é, Definimos U1 ' W--> V por
W = Im P.
U 1 (w) = T(v), onde p!,.) = w.
(2)
EsPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
370
[CAP. l3
Precisamos mostrar que Ut está. bem definido, isto e, P(v) = P(v') implica T(v) = T(v)'. Isso segue do fato de P(v- v')= O ser equivalente a IIP(v- v'lll =0, o que força 11 T(v- v') li = O por (1). Assim, U1 está bem definido. A seguir, definimos U2: W-> V. Note por (I) que P e T têm o mesmo núcleo. Portanto, ás imagens de P e T têm a mesma dimensão, isto é, dim (I~ P) = = dim W = dim (lm T). Conseqüentemente, J.rl. e (lm T)l. também têm a mesma dimensão. Seja U 2 um isomorfismo qualquer entre Wl. e (Im T)l.. A seguir, fazemos U = Ut EB U2. (Aqui, U é definido como segue se + w', onde w E W, w' E Wl.; então, U(v) = U1(w) + U 2(w').) Agora, Ué linear (problema 13.121) e, se v E V e P(v) = w, então por (2)
v E V e v = w
T(v) = U1(w) = U(w) = UP(v).
Assim, T
=
UP como requerido.
Falta-nos. mostrar que U é unitário. Agora, cada vetor x E V pode ser escrito na forma x = P(v) + w', onde w' E wJ.. Então, U(x) = UP(v) + U 2(w') = T(v) U2(w'), onde (T(v), U2(w')) = O por definição de U 2 • Também, (T(v), T(v)) = (P(v), P(v)) por (1). Assim,
+
+
(U(x), U(x))
+
=
+
(T(v) U2(w'), T(v) U 2 (w')) (T(v), T(v)) (U 2(w'), U 2 (w')) = (P(v), P(v)) (w', w') = (P(v) = (x, x).
+ +
+ w',
P(v)
+ w')
(Também usamos o fato de que (P(v), w') = O.) Assim, U é unitário e o teorema está demonstrado.
.) qualquer par de pontos no espaço-1 2 i~l
converge absolutamente. Pelo problema 1.16 (desigualdade de Cauchy-Schwarz),
latbtl
+ ... +
lanbn I
~
_/-n J-n
_,-,.
r;;-;;
"i:l "i:l b~ ~ "i:l a~ "'t:l a;
b; •
que vale para todo n. Assim, a seqüência (monótona) de somas Sn = Iatbtl + + ... + Ianbn I é limitada e, por isso, converge. Portanto, a soma infinita converge absolutamente.
13.45. Seja V o espaço vetorial dos polinômios sôbre R com produto interno definido por (f, g) =
i
I
/(t) g(t) dt.
Dê um exemplo de um funcional linear cp em V, para o qual o teorema 13.5 não vale, isto é, não existe um polinômio h(t) para o qual cp(f) = (f, h) para todo f E V.
~j~. q; : V-> R definido por 4>(/) = f(O), isto é, 4> calcula f(t) em O e, portanto, transforma f(t) ·em. seu têrmo constante. Suponha que existe um polinômio. h(t), . para o qual
1
1
4>(!) = f( O) =
j(t) h(t) dt
(1)
CAP. 13]
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
371
para todo polinômio f(t). Observe que 4> transforma o polinômiot1 (t)em portant:J, por (1),
!o
O;
1
tj(t) h(l) dt
=
O
(2)
para todo polinômio /(1). Em particular, (2) deve valer para /(1) = lh(t), isto é,
!
1
2 12h (t)dt =O.
0
Essa integral obriga h(t) a ser o polinômio nulo; portanto, 4>(/) = "(!, h) = = (f, O) = O pàra todo polinômio /(1). Isto contraria o fato de <]Ue q, não é o funcional zero; portanto, o polinômio h(t) não existe.
P'roblemas f>ropostos PRODUTOS INTERNOS 13.46.
Verifíque que (a1u1
+ a2u2, b1v1 + b2v2)
= atbt(Ut, Vt)
+ a2b1(u2, Vt) + a2b2(u2, v2).
+ atb2(u1, v 2 ) +
Mais geralmente, demonstre que
< ~
13.47.
Sejam u
.
(i)
=
(x1, x 2) e v
=
l;
a;u;,
t=l
j=
b;v;) 1
1; a;b;(u;, Vj ). i,}
(y1, y 2 ) pertencentes a ~ 2 .
- - ·--· - -'·· - ·--· Verifique que o seguinte é um produto interno no R 2 • -·~----
--j(u, v);,:·-;;Yl- 2xm- 2xm
+
Sx2Y2-
(ii) Para que valôres de k é o seguinte um produto interno no R 2 ? j(u, v) = XtYl- 3XlY2- Jx2Y1
+ kx2Y2·
(iii) Para que·valôres de a, b, c, dE R é o seguinte um produto interno no R 2 ? j(u, v) = UXlYl 13.48.
+ ÔX1Y2 + CX2Yl + dX2Y2·
Encontre a norma de v = (1, 2) E R 2 em relação a (i) o produto interno usual, (ii) o produto interno do problema 13.47 (i).
13.49. Sejam u = (z~o z 2) e v = (w1, w2) pertencentes a C 2. (i)
Verifique se o seg.uinte é um produto interno em C 2 j(u, v) .;. z1:;1
+
(1
+ i)z1:W2 + (1 -
i)z2w1
+ 3Z2W2·
(i i) Para que valôres de a, b, c, dE C é o seguinte um produto interno em C 2 ? M~
f(u,
13.50.
V)
=
.~ UZfWl
-
_ ..
-
+ bZlW2 + CZ2Wl + dl:2W2·
Encontre a n.orma de v = (1 - 2i, 2 + 3i) E C 2 em relação a (i) o produto interno usual, (ii) o produto interno no problema 13.49 (i).
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
372 13.51.
Mostre que a função distância d(u, v) = llvguintes axiomas de um espaço métrico:
ull,
[CAP. 13
onde u, v E V satisfaz os se-
[D1] d(u, v) 2': ·o; e d(u v) = O se, e somente se, u = v. [D2] d(u, v) = d(v, u). [D 3 j d(u, v) ~ d(u, w) d(u, v).
+
13.52.
Verifique a Lei do Paralelogramo
!lu +vil + iiu- vil
= 2
I! ui! + 2Nvll.
13.53.
Verifique as seguintes formas polares para (u, v)
13.54.
Seja V o espaço vetorial das matrizes m X n sôbre R. 1 = tr (B A) define um produto interno em V.
Mostre que (A, B) =
13.55.
Seja V o espaço vetorial dos polinômios sôbre R.
Mostre que (f, g)
= 13.56.
!
=
1
f(t) g(t) dt define um produto interno em V. 0
Encontre a norma de cada um dos seguintes vetores: (1.)
(i i)
-
u'V
(_!. __}_ _!_ _!_) E R 4 2'
4'
3' 6
'
+ i, 2 - Si) E" C 3, 2t + 3 no espaço do
= (1 - 2i, 3
(iii) j(t) = t 2 (i v) A = (
problema 13.55,
2 )· no espaço do problema 13.54. -4 .
1
3
13.57.
Mostre que (i) a soma de dois produtos internos é um produto interno; (ii) um múltiplo positivo de qm produto interno é um produto interno.
13.58.
Sejam a, b, c E R tais que at 2 bt + c 2': O para todo tE R. Mostre que b2 - 4ac $ O. Use êsse -resultado para provar a desigualdade de Cauchy-Schwarz para espaços reais, com produto interno,- desenvolvendo llttt vll 2 "2': O.
+
+
13.59.
13.60.
Suponha que I (u, v) I = llullllvll. {Isto é, a desigualdade de Cauchy-Schwarz reduz-se a uma igualdade.) Mostre que u e v são linearmente independentes. Encontre o co-seno do ângulo O entre u e v se (i)
u = (i, -3, 2), v = (2, 1, 5) no R3;
(i i) u
= 2t- 1,
v
= t2
(. .) (2 1) 111
ti=
.
3
-1
no espaço do problema 13.55;
, v = (
-~
-
~)
no espaço do problema 13.54.
ORTOGONALIDADE 13.61~ 'En~o-ritre i'Ima base do subespaço W de R 4 ortogonal a U2 = (3, -5, 7, · 8). 1'3.62.
u1 =
Enéontre u'ma base ortonormal para o subespaço W· de C 3 , "' = 11. i. 1) e u2 "" (l i, O, 2).
+
(1, -2, 3, 4) e
gerado'· por
CAP. 131 ]3.63.
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
373
Seja V o espaço vetorial dos polinômios, sôbre R, de grau ~ 2, com produto interno (/, g) =
il
j(t) g(l) dt.
(i) Encontre uma base do subespaço vV ortogonal a h(!) = 21 + 1. (ii) Aplique o processo de ortogonalização de Gram-Schmidt à base {1, t, t2j para obter uma base ortonormal {UI(t), u2(t), u 3 (t)} de V. 13.64. Seja V o espaço vetorial das matrizes 2 X 2 sôbre R com produto interno defi· nido por (A, B) = tr (B 1A). (i)
Mostre que a seguinte é uma base orton,:mnal de V
f (I
t o
~)' (~ o1) ' (oo o) (oo o) 1J 1
'
1
(ii) Encontre uma base para o complemento ortogonal de gonais, (b) as matrizes simétricas.
{a) as matrizes dia·
13.65.
Seja Hr um subconjunto (não necessàriamente subespaço) de V. Demonstre (i) w.L = L(!F); (ii) se V tem dimênsão finita, então ll'.l.L = L(H'). (Aqui, L(!V) é o espaço gerado por W.) .; ·
13.66.
Seja !F o subespaço gerado por um vetor não-nulo w em V e seja E a projeção (v, w) ortogonal de V em W. Demonstre E(v) = w. Chamamos E(v) ·a 2
llwll
projeção de v em w. 13.67.
Encontre a projeção de v em w se (i) v= (1,:..1, 2),w = (0, 1, I) em R 3 ; (ii) v = (I- i, 2 3i), w = (2- i, 3) em C 2 ; (iii) v = 21- I, w = t 2 no espaço do problema 13.55; 1 1 2 ) no espaço do problema 13.54. ), w (iv) v= ( . 1 -3 1 2
+
=(O -
13.68.
Suponha que {ui, ... , ur} é uma base de um subespaço IV de V, onde dim V= n. Seja {vt. ... , Vn-,-} um conjunto independente de n- r vetores tais que (u;, vj) para cada i e cada j. Mostre que lvt. ... , Vn-rl é uma base do complemento ortogonal r:v.L.
13.69.
Suponha que I ui, ... , u 7 } é uma base ortonormal para um subespaço vV de V. Seja E: .V--> V a transformação linear definida por
=O
E(v) = (v,
UI) UI
+ (v, U2) Uz +
+ (v, Ur) Ur
Mostre que E é a projeção ortogonal de V em W. 13.70.
Seja {ui. ... , ur} um subconjunto ortonormal de V. Mostre que, para qualquer T
v E V,
~ l(v, u;)l 2 ~ I~
13.71.
l/vll 2.
(Isso é conhecido como desigualdade de Bessel.)
I
Seja V um espaço real com produto interno.
Mostre que
+
(i) /lu// = li vil se, e somente se, (u v, u- v) = O; (ii) llu + vll 2 = llull 2 + llvll 2 se, e somente se, (u, v) =O. Mostre, por contra-exetnplos, que as assertivas mostradas não são para, digamos, cz. 13.72, I.
'
~erdadeiras
Sejam U e W sübespaços de um espaço com produto interno, de dimensão finita V. Mostre que (i) ( U JF).l ~ U.i n H·.L; (i i) ( U 11 W).l = u.L w.L.
+
+
ESPAÇO~ COM PRODUTO INTERNO
374
{CAP. 13
OPERADOR ADJUNTO 13.73.
Seja
T; R 3 --> R 3
definido
por
T(x, y, z) = (x
+ 2y, 3x '- 4z, y).
Encontre
P (x, y, z). 13.74.
Seja T: C 3 -> C 3 definicio por T(x, y, ,;) = (ix
+ (2 + 3i)y, 3x + (3- i)z, (2- Si)y + iz)
Encontre T* (x, y, ::). 13.75.
Pàra cada uma das seguintes funções linear<.-s
(ii)
=
+ 2y- 3z. + (2 + 3i)y + (1- 2i)z.
j(1 ), onde V é o espaço vetorial do pro-
13.76.
Suponha que V tem dimensão finita. Demonstre que a imagem de T* é o complemento ortogonal do núcleo de T, isto é, Im T* = (Nuc T)i.. Portanto, pôsto (T) = pôsto (T*).
13.77.
Mostre que T*T = O implica T = O.
13.78.
Seja V o espaço vetorial dos polinômios sôbre R com produto interno definido por (f, g)
=i
1
j(t)
g~t) dl.
Seja D o opcr
Mostre que não existe um operador D* em V tal que (D(j), g) = (f, D*(g)) para quaisquer f, g e V. Isto é, D não tem adjunto.
OPERADORES UNITÁRIOS E ORTOGONAIS E MATRIZES Encontre uma matriz ortogonal cuja primeira linha seja (ii) um múltiplo de (1, 1, 1). -
13.80.
Encontre uma matriz ortogonal simétrica cuja primeira linha seja (1/3, 2/3, 2/3) (compare com o problema 13.27).
13.81.
Encontre uma matriz unitária cuja primeira linha seja
(1, 1, -1);
.. ll .
(n)
2•
1 • -zt,
1
(i)
(1/VS, 2/VS);
13.79.
(i) um múltiplo de
I .
2--zt).
13.82.
Demons~re. O produto e inversas de matrizes ortogonais são ortogonais. (Assim; as matrizes ortogonais formam um grupo sob multiplicação chamado grupo ortogonal.)
13.83.
Demonstre. O produto e inversas de matrizes unitárias são unitárias. (Assim, as matrizes unitárias formam um grupo sob multiplicação chamado grupo unitário).
l3A~4.
Mostre que, se um,. matriz ortogonal (unitária) é triangular, então. ela é diagonal.
13.85.
Lembre que as matrizes complexas A e B são unitàriamente equivalentes se existe uma matriz unitária P tal que B = p• AP. Mostre que essa -.é uma relação de equivalência.
13.86.
Lembre que as matrizes reais A e B são ortogonalmente eqúivalentes. se existe uma matriz ortogonal P tal que B = P 1AP. Mostre que essa é uma relação de equivalência.
CAP. 13]
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
375
13.87.
Seja W um subespaço de V. Para qualquer v E V, faça v= w + w', onde w E W, w' E (Tal soma é única, porque v = w E9 wJ..) Seja T: v--> v definida por T(v) = w- w'. Mostre que T é um operador unitário auto-adjunto em V.
13.88.
Seja V um espaço com produto interno e suponha que U: V-+ V (não necessàriamente linear) é sobrejetora e preserva produtos internos, isto é, (U(v), U(w)) = = (u, w) para quaisquer v, w E V. Demonstre que Ué linear e, portanto, unitário.
rvJ..
OPERADORES POSITIVOS E OPERADORES DEFINIDOS POSITIVOS 13.89.
Mostre que a soma de dois operadores positivos (definidos positivos) é positiva (definida positiva).
13.90.
Seja T um operador linear em V e seja f: V X V-+ K definida por f(u, v) = = (T(u), v). Mostre que f é um produto interno em V se, e som$!nte se, T é definido positivo.
13.91.
Suponha que E é uma projeção ortogonal sôbre algum subespaço W de V. monstre que kl E é positivo (definido ,positivo) se k 2': O (k > 0).
13.92.
Demonstre o teorema 13.13-B, em operadores definidos positivos. (O correspondente teorema 13.13-A para operadores positivos foi demonstrado no problema 13.41.)
13.93.
Considere o operador T definido por T(tt;) = v!Xi u;, i = 1, ... , n na demonstração de teorema 13.13-A (problema 1.3.41). Mostre. que T é positivo e que é único operador positivo para o qual T 2 = P.
13.94.
Suponha que P é ambos positivo e unitário.
13.95.
Diz-se que uma matriz n X n (real ou complexa) A = (a;;) é positiva, se A encarada como um operador linear em Kn fôr positivo. (Uma definição anâ.loga define uma matriz definida positiva.) Demonstre que A é positiva (definida positiva) se, e somente se, a;i = aii e
+
Prove que P
De-
I.
=
(>O) i,j=l
para quaisquer (x1, ... , Xn) em Kn. 13.96.
Determine quais das seguintes matrizes são positivas (definidas positivas)
(: (i) 13.97.
c ~) (~
~) (_~ ~) (_~ ~) (~ ~) (i i)
(iii)
(i v)
Demonstre que uma matriz complexa 2X2A
(v)
=
(:
!)
é
~) (vi)
positiva se, e
somente se, (i) A = A*, e. (i i) a, d e ad- bc são números reais não-negativos. 13.98.
Demonstre que uma matriz diagmial A .; positiva (definida positiva) se, e somente se, eàda elemento diagonal é um número real não-negativo (positivo)
OPERADORES AUTO-ADJUNTOS E SIMÉTRICOS 13.99.
Para qualquer operador T, mostre que T adjunto:
+ T*
é auto-adjunto e T- T* é anti-
13.100. Suponha que T é auto-adjunto. Mostre que T 2(v) o= O i~plica T(v) isto para provar que Tn!v) = O implica T(v) =; O para n > O.
=
O.
Use
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
376
[CAP. 13
13.101. Seja V um espaço complexo com produto interno. Suponha que (T(v), v) é real para qualquer v E V. Mostre que T é auto-adjunto. 13.102. Suponha que S e T são auto-adjuntos. Mostre que ST é auto-adjunto se, e somente se, S e T comutam, isto é, ST = TS. 13.103. Para cada uma das seguintes matrizes simétricas A, encontre uma matriz orto· gonal P, para a qual P 1AP seja diagonal (i) A
=
c-D . c-!) ' (ii)
A
=
(iii) A
=(
~
_:)
13.104. Encontre uma transformação ortogonal de coordenadas que diagonalize cada forma quadrática (i) q(x, y) = 2x 2 - 6xy l0y 2, (ii) q(x, y) = x2 8xy- 5y2
+
+
13.105. Encontre uma tran.sformação ortogonal de coordenadas que diagonalize a forma quadrática q(x, y, z) = 2xy 2xz 2yz.
+
+
OPERADORES NORMAIS E MATRIZES 13.106. Verifique que A = ( :
; ) é normal.
Encontre uma matriz unitária P tal
que P*AP seja diagonal e encontre P*AP. 13.107.
Mostre que uma matriz triangular é normal se, e somente se, ela é diagonal.
13.108. Demonstre que se T é normal em V, então 1\ T(v)ll = 11 T*(v)il para todo v E V. Demonstre que a r(!cíproca vale em espaços complexos com produto interno. 13.109. Mostre que operadores auto-adjuntos, antiadjuntos e unitários (orlqgonais) são normais. 13.110. Suponha que T é normal.
Demonstre que
(i) T é auto-adjunto se, e somente se, seus autovalores são reais. (ii) T é unitário se, e somente se, seus autovalores têm valor absoluto 1. (iii) T é positivo se, e somente se, seus autovalores são· númer~s reais não.ne· gativos. 13.111. Mostre que, se T é normal, então Te T* têm o mesmo núcleo e a mesma imagem. 13.112.• Suponha que S e T são normais e comutem. são normais. 13.113. Suponha que T é normal e comuta com S.
Mostre que S
+T
e ST também
Mostre que T também comuta com
s•.
13.114. Demonstre. Sejam S e T operadores normais num espaço vetorial complexo de dimensão finita V. Então, existe uma base ortonormal de V consistindo em autovetores de ambos S e T. (Isto é, S e T podem ser simultâneamente diagonalizados.)
PROBLEMAS SÔBRE ISOMORFISMOS 13:.115. Seja {et, ... , enl uma base ortonormal de um espaço com produto V interno sôbre K. Mostre que a tran~formação v...., [v]. é um {espaço com produto interno) isomorfismo entre V e Kn. (Aqui [v]o denqta o vetor coordenada de v na base {e;}.) 13.116. Mostre que espaços com produto interno V e W sôl:)re K são isomõrficos se, e somente se, V e H' têm a mesma dimensão.
CAP. 13)
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
377
13.117. Suponha que let, ... , enl e !e~, ... , e~} são bases ortonormais de V ·e W, res· pectivamente. Seja T : V---> W a transformação linear definida por T(e;) = para cada i. Mostre que T é um isomorfismo.
e;
13.118. Seja V um .espaço com produto interno. Lembre que cada u E V determina um funcional linear ';J no espaço dual V* pela definição ';J(v) = (v, u) para toc'o v E V. Mostre que a transformação u ,_. ';J é linear e não-singular e, portanto, um isomorfismo de V em V* 13.119. Considere o espaço com produto interno V do problema 13.54. é isomórfico a Rmn sob a transformação
Mostre que V
= (ail, a;2, ... , a;n) a i-ésima linha de A.
onde R;
PROBLEMAS DIVERSOS
13.120. Mostre que existe uma base ortonormal lut, ... , un} de V consistindo em autovetores de T se, e somente se, existem projeções ortogonais Et. ... , E, e escalares ÀI, ... , À, tais que (i) T = À1E1+ . . + ÀrE,; (ii) E 1 + ... +Er =I]; (ii·i) E;E; =O para i ~j. 13.121. Suponha que V = U $" W e suponha que Tt : U---> V e T2: W--+ V são lineares. Mostre que T = T 1 $ T 2 é também linear. (Aqui, T é definido ·como segue. Se v E V e v = u + w, onde u E U, w E W, então T(v) = Tt(u) + T2(w).) 13.122. Suponha que U é um operador ortogonal em R 3 com determinante positivo. Mostre que U é uma rotação ou uma reflexã? através de um plano. RESPOSTAS DOS PROBLEMAS PROPOSTOS
>
>
>
13.47.
(ii) K
13.48.
(i)
y'S,
13.50.
(i)
13.56.
(i)
3y2, (ii) sv2 llull = VÓS/12, (ii) llvll = 2yTI,
)3.60.
(i)
13.61.
lvt = (1, 2, 1, 0),
13.62.
lvt
13.63.
CÓS
(iii) a
9;
(ii)
9/y420,
9 =
O, d
O, ad- bc
>
O
Vf3
v2
(ii) cos 9 =
(iii)
lif{tlll :" V83/15,
VIS/6, (i i i) cos
9 =
(iv) (A)= y30
2/V210
= (4, 4, O, 1)}
= (1, i,
1)/VJ,
(i)
lh(t)
=
71 2 -
(ii)
ltttCt>
=
1, u2c1>
12
=
(2i, 1- 3i, 3- i)/V24l
5t, /2(1) = 121 2
=
-
5}
c21- otv'T. !t3(1) = (61 2 - 61
~ ~} (~
~)}'
13.64.
(i i) (a) { (
13.67.
(i)
(0. 1/Vf. 1/Vf). CiD (26
(i v)
nv6) (~7t~ -14Jv6
+ 7i.
(b) { (
21
+ t>tvsl
~ -~)}
+ 24il/Vt4.
(iii)
v'St 2/6,
ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO
. 378 13.73. 13.74. 13.75.
13.79.
+ 3y, 2x + z, -4y) T*(x, y, z) = (-ix + 3y, (2- 3i)x + (2 + Si)z, (3 + i)y- iz) Seja u = .P(e,)el + ... + .P(en)en, onde e; é uma base ortonormal (i) u = (1, 2, -3), (ii) u = (-i, 2- 3i, 1 + 2i), (iii) u = (18t 2 - 8t + 13)/15 T"(x, y, z)
= (x
( 1/vs
( i)
2/Vs
2/vs) _ 1/vs ,
c··) u
(
t;V3 _1 2_
110 o_ 21v6
t 1v
-1iv'6
t;v3) . ;-
-tiv 2
-t/v'6
1/3 2/3 2/3 ) 13.80. 2/3 -2/3 1/3 ( 2/3 1/3 -2/3 13.81.
1,V3 (1 - i)/VJ) ( (1 + i)/VJ -1/...;3
(i)
13.96. Somente (i) e (v) são positiYos. Além disso, (v) é definido positivo. 13.103. (i)
p =
(iii) p =
13.104. (i) x
(
2/Vs
-t/vs
3/ylO ( -t/v'tõ
-t/VS )
2/VS '
..
(
(ul P =
21vs -t/vs
-t;vs)
2/VS '
-1/yiO)
J/vto = (3x'- y')/vto, y = (x' + 3y')/v10,
x
=
+ 2y')/VS x'/v3 + y'!v'2 + z'/v'6,
z
=
x'/VJ- 2z'JV6
(ii) x = (2x'- y')/Vs,
y = (x'
13.105.
[CAP. 13
13.106. P =
1/v'2 ( l/V3
-1/V2) l/y'2 ,
P*AP
y
=
=
x'!VJ- y'/V2 + z'/...;6,
(.2 +i O
() )
2 _i
Apêndice A Conjuntos e Relações CONJUNTOS, ELEMENTOS Qualquer lista ou coleção bem definida de objetos é chamada um conjunto; os objetos que compreendem um conjunto são chamados seus elementos ou mem'bros. Escrevemos
p E A se p é um elemento no conjunto .A Se todo elemento de A também pertence a um conjunto B, isto é, se x E A implica x E B, então A é chamado subconjunto de B ou diz-se que está contido em B; isso é anotado por
A c B
ou
B. ::> A
Dois conjuntos são iguais se ambos contêm o mesmo número de elementos; isto é, A = B se, e sàmente se, A c B e B c A As negações de p E A, A c B e A ~ B são escritas p ~A, A respectivamente.
<;f;;
B eA
~
B,
Especificamos um conjunto particular discriminando seus elementos ou enunciando propriedades que caracterizam os elementos no conjunto. Por exemplo, A = { 1, 3, 5, 7, 9} significa que A é o conjunto consistindo nos números 1, 3, 5, 7 e 9; e B
=
{x: x é um número pnmo, x
<
15}
significa que B é o conjunto dos números primos menores do que 15. Também usáremos símbolos especiais para denotar conjuntos que ocorrem muito freqüentemente no texto. A menos que se especifique o contrário, N Z Q R C
O O O O O
conjunto conjunto conjunto conjunto conjunto
dos dos dos dos dos
inteiros positivos 1, 2, 3, ... , inteiros ... , -2, -1, O, 1, 2, ... ; números racionais; números reats; números complexos.
Também usaremos rfJ para denotar o conjunto nulo ou vazio, isto é, o conjunto que não contém elementos; supõe-se que êsse conjunto é subc()njunto de qualquer outro conjunto. Freqüentemente, os membros de um conjunto também são conjuntos. Por exemplo, -cada linha num conjunto de linhas é um conjunto de pontos.
379
CONJUNTOS E RELAÇõES
380
[Apêndice A
Para ajudar o esclarecimento dessas situações, usamos as palavras classe, coleção e famíl-ia como srnônimos de conjunto. As palavras subclasse, subcoleção e subfamília têm significado análogo a subconjunto. Exemplo A. 1. Os conjuntos A e B acima rodem tamliém ser escritos como A = lx E N: x é ímpar, x B = 12, 3, 5, 7, 11. 131 Observe que 9 EA, 6 ~A e 6 f/' B.
mas 9
f/'
B, e 11 E B, mas li
<
lO]
f/'
A; enqyanto 3 E A e 3 E B e
c
Exemplo A. 2. Os conjuntos numéricos estão relacion3dos como
seg~e
N c Z c Q c R c C.
= lx: x 2 = 4, x é ímpar]. Então, C = , isto é, C é o conjunto
Exemplo A. 3. Seja C
vazio.
Exemplo A. 4• Os membros da clasce 112. 3], 121. 15. 6]] são os conjuntos 12. 3], 12) e 15 . 6]. Surge,. então, o seguinte teorema.
Teorema A. 1. Sejam A, B e C quaiEquer conjuntos. Então (i) A (ii) se A c B e B c A, então A = B;
A
c
c
A;
(iii) se A c B e B c C, então
C.
Enfatizamos que A c B não exclui a possibilidade de A = B. Entretanto, se A c B, mas A r6 B, então dizemos que A é subconjunto pr •.íprio de B. (Alguns autores usam o símbolo c para subconjunto e o símbolo. G SOmente para subconjunto p!Óprio.) Quando falamos de um conjunto indexado {a1 :i E I}, ou simplesmente {a;}. queremos dizer que existe uma aplicação 4> do conjunto I num conjunto A e que a imagem ct>(i) de i E I é anotada a;. O conjunto I é chamado conjunto dos índices e os elementos a; (a imagem de 4>) diz-se que são indexados por I. Um conjunto {a 1 , a 2 , . . . l indexado pelos inteiros positivos N é chamado seqüência. Uma classe indexada de conjuntos (A;: i E I}, ou simplesmente {A 1 }. tem significado análogo, exceto que, agora, a aplicação 4> associa a cada i E I um conjunto A; em vez de um elemento a 1 •
OPERAÇÕES COM CONJUNTOS Sejam A e B conjuntos arbitrários. A união de A e B, escrita A lJ B, é o conjunto dos elementos que pertencem a A ou a B; e a interseção de A e B, escrita A () B, é o conjunto dos elementos pertencentes a ambos ,1 e B A u B = {x : x E A_ ou x E B} e A B ~ {x :X E A e X E Bl
n
Se A n B = , isto é, se A e B não têm qualquer elemento e.m comum, diz-se que A e B são disjuntos.
Apêndice A]
CONJUNTOS E RELAÇÕES
381
Supomos que todos os nossos conjuntos são subconjuntos de um conjunto universal fixo (anotado aqui por U). Então, o complemento de A, escrito A•, é o conjunto dos elementos que não pertencem a A
Ac{xE U:x\tAl Exemplo A. 5. Os seguintes diagramas, chamados de Venn, ilustram as oçeraçot:s com os conjuntos dados. Aqui, os conjuntos são representadcs por áreas planas simples e U, o conjunto universal, pela área do retângulo inteiro. .
A U B está sombreado
A () B está sombreado
A c está sombreado
Os conjuntos sob as operações dados··~atisfazem várias leis ou identidades que estão enumeradas na tabela abaixo. Na realidade, enunctamos Teorema A. 2. Conjuntos satisfazem às leis na tabela 1. LEIS DA ÁLGEBRA DOS CONJUNTOS LEIS DE IDEMPOTÊNCIA lb.
la.
A UA =A
2a.
(A U B) U C
3a.
AUB=BUA
4a.
A U (B Cl C)
Sa. 6a.
AU,0=A
7a. 8a.
A U Ac =V (AC)C =A
9a.
(A
AnA =A
LEIS ASSOCIATIVAS
= A
2b.
U (B U C)
(A n B) n C
= A () (B ()
C)
LEIS COMUTATIVAS 3b.
A·n B
= B ()A
LEIS DISTRIBUTIVAS
=
(A U B) n (A U C)
4b.
A () (B U C)
=
(A n B) U (A n C)
LEIS DE IDENTIDADE Sb. 6b.
A U U = U
AClU=A
A()0=.0
LEIS DE COMPLEMENTAÇÃO
= 0 = ,0. .0c =
7b.
A n Ac
8b.
uc
u
LEIS DE MORGAN
u B)C
... A c () BC
9b.
Tabela
(A () Bt =A cU BC
---
CONJUNTOS E RELAÇõES
382 Observação. Cada uma
de~sas
[Apêndice A
regras segue de uma regra lógica análoga.
Por exemplo, A
n B = lx: X = lx: X
EA e E B e
X X
E B} = E Al = B
n .1
(Aqui, usamos o fato de que a sentença composta "q e q", escrita p " q; é logicamente equivalente à sentença composta "q e p", isto é, q" p. A relação entre inclusões com conjuntos e as operações com conjuntos segue.
Teorema A. 3. Cada uma das seguintes condições é equivalente a A (iii) BC c Ac (i) A n B = A (i i) A
uB
= B
(iv) A (v) B U Ac = U
n Bc
=
c
B
0
Generalizaremos . as operações com conjuntos como segue. Seja {A; :i E I} uma família qualquer de conjuntos. Então, a união dos A;. escrita UiEIAi (ou, simplesmente, U;A;), é o conjunto dos elementos cada um dos quais pertence a, ao menos, um dos A;; e a interseção dos A;. escrita n;E 1 A, ou, simplesmente, n;A; é o conjunto dos elementos cada um pertencendo a todos os A;.
CONJUNTOS P.RODUTO Sejam A e B dois conjuntos. O conjunto produto de A e B, anotado por A X B, consiste em todos os pares ordenados (a, b), onde a E A e b EB A X B = ! (a, b) :a E a, b E B} O cõnjunto produto de um conjunto consigo pr6p1 io, digamos, A X A, é anotado por A 2• • Exemplo A. 6. O leitor está familiarizado com o plano cartesiano R 2 = R X R, como mostrado abaixo. Aqui, cada ponto P representa um par ordenado (a, b) de números reais e vice-versa.
2
bi-----P
-3
la,
Exempio A. 7. Sejam A b}. Então,
=
11, 2, 3) e B =
-2
-1 -1
-2
A X B = 1(1, a), (1, b), (2, a), (2, b), (3, a), (3, b)l
ObservaçãÓ. O par ordenado (a, b) é rigorosamente definido por (a, b) = {la} , {a, b}} Dess.a definição, a propriedade de "ordem" pode ser provada; isto.é, (a, b)= = (c, d) se, e somente se, a = c e b = d.
Apêndice A]
CONJUNTOS E RELAÇOES
383
O conceito de conjunto produto é estendido a qualquer número finito de conjuntos de uma maneira natural. O conjunto produto dos conjuntos Alt ... , Am, escrito A 1 X A 2 X ... X Am, é o conjunto que consiste em tôdas as m-uplas (a 1 , a 2 , . . • , am), onde a; E A; para cada i.
RELAÇÕES Uma relação binária ou simplesmente relação R de um conjunto A para um conjunto B atribui a cada par ordenado (a, b) A X B exatamente uma das assertivas (i)
"a está relacionado com b", escrito aRb
(i i) "a não está relacionado com b", escrito a R b Uma relação de um conjunto A para o mesmo conjunto A é chamada relaçãÔ em A. Exemplo A. 8. A inclusão de conjuntos é uma relação em qualquer classe de conjuntos. Pois, dado qualquer par de conjuntos A e B, ou A c B ou A cf. B.
Observe que qualquer relação R de A para B define de maneira única um subconjunto R de A X B, como segue
R=
{(a,b) :aRb}
Reclprocamente, qualquer subconjunto de A para B como segue
R
de A X B define uma relação
a R b se, e somente se, (a, b) E
R
Em virtude da correspondência dada entre relações de A para B e subconjuntos de A X !3. redefinimos relação como segue. Definição. Uma relação R de A para B é um subconjunto de A X B.
RELAÇÕES DE EQUIVALENCIA Utna relação num conjunto A é chamada ·relação de equivalência se satisfaz os axiomas [E1J
Todo a E A está relacionado consigo mesmo.
[E 2]
Se a está relacionado com b, então b está relacionado com a.
[E 3 ]
Se a está relacionado com b e b está relacio.u.:::.do com c, então a está relacionado com c.
Em geral, diz-se que uma relação é reflexiva, se satisfaz [E 1]; simétrica, se satisfaz [E 2]; e transitiva, se satisfaz [E 3]. Em outras palavras, uma relação é de equivalência se é reflexiva, simétrica e transitiva.
384
CONJUNTOS E RELAÇõES
[Apêndice A
Exemplo A. 9. Considere a relação c: de inclusão.de coi1juntos. Pelo teorema A. 1, A c A para todo conjunto A; e, se A c B e B c: C, ·então A c: c_.. Isto é, c: é reflexiva e transitiva. Por outro lado, c não é simétrica, pois·A C: B e A oF B implica B <:f:. A. Exemplo A. 10. Na Geometria Euclidiana, semelhança de triângulos é uma relação de equivalência. Pois, se a, fj e 1 são triângulos quaisquer, então (i) a é semelhante a si mesmo; (ii) se a é semelhante a {1, então f! é semelhante a a; e (iii) se a é semelhante a {3 e {3 é semelhante a -y, então a é semelhante a 1'·
Se R é uma relação de equivalência em A, então a clàsse de eqUivalência de um el~mento qualquer a E A, denotada por [a], é o conjunto dos elementos aos quais a está relacionado
[a]={x:aRxl A coleção de classes de equivalência, denotada por A/R, é chamada quociente de A por R
A/R = {[a] :a E
A
Ãi
propriedade fundamental das relações de equivalência segue
Teorema A. 4. Seja R uma relação de equivalência em A. Então, o conjunto quociente A/R é uma partição de A, isto é, todo a E A pertence a um membro de A/R e os membros de A/R são disjuntos dois a dois. Exem pio A. 11. Seja R 5 a relação em Z, conjunto dos inteiros, definida por x "" y (mód. 5),
que se lê "x é congruente a y módulo 5" e que significa "x- y é divisível por. 5". Então, R 5 é uma relação de eq·uivalência em Z. Existem, exatamente; cinco classes de equivalência em Z/ R 5 Ao = 1... , -10, -5, o, s, 10] A1 = 1-. -9, -4, 1, 6, 11] A2 = I , -8, -3, 2, 7, 12} A3 =I. -7, -2, 3, 8, 13} A4 =I. .. , -6, -1, 4, 9, 14]
+
Agora, todo inteiro x é exprimível de maneira única na forma x = Sq r, onde O ::; r < S; Observe que x E Er, onde r é o resto. Note que as classes de equivalência são disjuntas duas a duas e que Z =Ao U A 1 U A2 U Aa U .4,.
Apêndice 8 Estruturas Algébricas INTRODUÇÃO Definiremos aqui estruturas algébricas que ocorrem em quase todos os ramos da Matemática. Em particular, definiremos corpo, o que aparece na definição de e.>paço vetorial. Começaremos com a definição de grupo, que é ,uma estrutura algébrica relativamente simples, com apenas uma operação e é usado como bloco constituinte de muitos outros sistemas algébricos.
GRUPOS Seja G um conjunto não-vazio com uma operação binária, isto é, a cada par de elementos a, b E G está
Diz-se que um grupo G é abeliano (ou comutatit•o) Ee a lei da comutatividade vale, isto é, se ab = ba para quaisquer a, b E G. Quando a operação binária é denotada por justaposição, como acima, diz-se que o grupo G está escrito multiplicativamente. ·Algumas ví'lzes, quando G é abeliano, a operação é denotada por + e diz-se que G está escrito aditivamente. Em tal caso, o elemento identida<;lé é denotado por O e é chamado elemento zero; e o inverso é denotado por -a e é chamado negativo de a. . Se A e B são subconjuntos de um grupo G, então escrevemos A B = {ab : a E A, b E ..B J, ou A B = Ia + b : a E A, b E B l Também escrevemos a em vez de (a}.
+
Um subconjunto H de um grupo G é chamado subgrupo de G, se o próprio H forma um grupo sob a operação de G. Se H é subgrupo de G e a E G, então o conjunto Ha é chamado classe lateral à direita de H e o conjunto aH é chamado classe lateral à esquerda de H.
Definição. Um subgrupo H de G é chamado subgrupo normal, se a- 1Ha c H para todo a E G. Equivalentemente, H é normal, se aH = Ha para todo a E G, isto é, se as classes laterais à direita e à esquerda de H coincidem. Note que todo subgrupo de t:m grupo abeliano é normal.
385
ESTRUTURAS ALGI!BR1CAS
386
[Apêndice B
Teorema B. 1. Seja H um subgrupo normal de G. Então, as classes laterais de H e G formam um grupo sob multiplicação de classes laterais. 'tsse grupo é chamado grupo quociente e é denotado por Gf H. Exemplo B. 1. O conjunto Z dos inteiros forma um grupo abeliano sob adição. (Observamos que os inteiros pares formam um subgrupo deZ, mas os inteiros ímpares nãJ formam.) Denote por H o conjunto dos múltiplos de 5, isto é, H= { ... , -10, -5, O, 5, 10, ... 1 Então, H_é um subgrupo (necessàriamente normal) de Z. Às classes laterais de H em Z segue
Õ =O+ H= H= { ... , -10,-5, O, 5, 10, ... 1 1 +H={ ... ,-9,-4,1,6,11, ... 1 2 = 2 + H = ! ... , -8, -3, 2, 7, 12, . . I
1=
3 = 3 +H = {... , -7, -2, 3, 8, 13, I 4=4+H= { ... ,-6,-1,4,9,14, ... )
n= n + H coincide com uma dessas classes laterais.
Para qualquer outro inteiro n E Z, Assim, pelo teorema dado, Z!H = {Õ, laterais; sua tábua de adição é
+ õ
õ õ
1
1
2 3 4
2 3 4
1, 2, 3. 41 forma um grupo sob adição de classes ·
1 1
2 3 4 õ
3 3 4 õ
2 2 3 4 õ
1
1
2
4 4 õ 1
2 3
f:sse grupo quoc.ien.te Z/H é mencionado como os inteiros módulo 5 e é freqüentemente denotado por Zs. Anàlógamente, para qualquer inteiro positivo n, existe o grupo Zn chamado dos inteiros módulo n. • Exemplo B. 2. As permutações de n símbolos formam um grupo sob composição de aplicações; é chamado grupo simétrico de grau n e é denotado por Sn. Investigaremos · S 3 aqui; seus elementos são
•
2 3
=
"1 =
2
2
3
2
3
3
2
"2 =
"3 =
1
2
3
3
2
1
1
2
3
2
1
3
2
~.
~2 =
3
3
2
3
1
1
2
3
3
1
2
é a permutação que transforma 1 ...... i, 2 ....... j, 3--+ k. k de multiplicação de S 3 é Aqui,
-i
j
<'1
..
"I
"1
"1
"2
"3
4>1
4>2
"2
era 4>2 4>1
4>1
4>2 era
4>1
"2
Ir!
cra
cra
4>2 4>1
4>1 4>2
4>1 4>2
"2
cra
4>2
"•
cr a
"2 "I
"2
"a "1 4>2
"1 "2 4>1
A tabela
Apêndice B]
ESTRUTURAS ALGf:BRICAS
387
(0 elemento na a-ésima linha e b-ésima coluna é ab.) O conjunto H = f •· de S3; suas classes laterais à direita e à esquerda são Classes laterais à direita
H H.pl H.P2
"I'
r•. = f<~>I. "2' = f.P2, "al
=
"I
I é um subgrupo
Classes laterais à esquerda
H=I•·"II I.PI, "31 .P2H = f<~>2. "2!
.P1H =
Observe que as classes lat"rais à direita e as classes laterais à esquerda são distirttas; portanto, H não é um subgrupo normal de 5 3 .
Uma transformàção f de um grupo G para um grupo G' é chamada homomorfismo se f(ab) = f(a)f(b) para quaisquer a, b E C. (Se f é também bijetora, isto é, biunívoca e sôbre, então f é chamada um isomorfismo e diz-se que G e G' são isomorfos.) Se f: G --+ G' é homomorfismo, então o núcleo de f é o conjunto dos elementos de G, que são transformados no elemento identidade e' E G' núcleo de f= {a E G :f(a)
=
e'}
(Como sempre, f(G) é chamada 1"magem da aplicação f: G seguinte teorema surge.
--+
G'.)
O
Teorehla B. 2. Seja f: G --+ G' um homomorfismo com núcleo K. Então, K é um >iubgrupo normal de G e o grupo quociente G/K é isomorfo à imagem de f. Exemplo B. 3. Seja G o grupo dos n:Jmeros reais sob ad-ição e seja G' o grupo dos re::tis positivos sob multiplicação. A transformação f: G--+ G' definida por f(a) = za é um homomorfismo, porque n~meros
f(a
+ b)
= za+b = 2a zb
= f(a)f(b)
Em particular, f é bijetora; portanto, G e G' são isomorfos. Exemplo B. 4. Seja G o grupo dos números complexos não-nulos sob multiplicação e seja G' o grupo dos números reais não-nulos sob multiplicação. A transformação f : G -> G', definida por f(z) = lz I. é homomorfismo, porque f(zlz2) ~ lziz21 = lz1llzzl =f(zi)f(z2)
O núcleo K de f consiste nos números complexos z no círculo unitário, isto é, para os quais Iz I = I. Assim, G/K é isomorfo à imagem de f, isto é, ao grupo dos números positivos sob multiplicação.
ANÉIS, DOM1NIOS DE INTEGRIDADE E CORPOS Seja R um conjunto não-vazio com duas operações binárias, uma operação de adição (denotada por +) e uma operação de multiplicação (denotada por justaposição). Então,R é chamado anel se os seguintes axiomas são satisfeitos
+ +
+
[RI] Para quaisquer a, b, c E R, temos (a b) c = a (b + c). [Rz] Existe um elemento O E R, chamado elemento zero, tal que a+ O = = O a = a, para qualquer a E R.
+
ESTRUTURAS ALGÉBRICAS
388
[Apêndice B
[R 3 ] Para cada a-E R existe um elemento -a E R, chamado negativo de a tal que a (-a) = (-a) a = O. [R 4 ) Para quaisquer a, b E R, temos a b = b + a. [R~J Para quaisquer a, b, c E R, temos (ab)c = a(bc). [R 6] Para quaisquer a, b, c E R temos
+
(i) a(b
+
+
c) = ab
+ ac,
e (ii) (b
+
+ c)a =
ba
+