Carreiras Policiais - Teoria Esquematizada - Copia

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1

APRESENTAÇÃO

“Si vis pacem, para bellum” (Se queres a paz, Prepara-te para a guerra)

2

EDITAL INSTITUTO AOCP 1 Compreensão e interpretação de texto. 2 Tipologia e gêneros textuais. 3 Figuras de linguagem. 4 Significação de palavras e expressões. 5 Relações de sinonímia e de antonímia. 6 Ortografia. 7 Acentuação gráfica. 8 Uso da crase. 9 Morfologia: classes de palavras variáveis e invariáveis e seus empregos no texto. 10 Locuções verbais (perífrases verbais). 11 Funções do “que” e do “se”. 12 Elementos de comunicação e funções da linguagem. 13 Domínio dos mecanismos de coesão textual: emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e de outros elementos de sequenciação textual; emprego de tempos e modos verbais. 14 Domínio dos mecanismos de coerência textual. 15 Reescrita de frases e parágrafos do texto: significação das palavras; substituição de palavras ou de trechos de texto; reorganização da estrutura de orações e de períodos do texto; reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade. 16 Sintaxe: relações sintático-semânticas estabelecidas na oração e entre orações, períodos ou parágrafos (período simples e período composto por coordenação e subordinação). 17 Concordância verbal e nominal. 18 Regência verbal e nominal. 19 Colocação pronominal. 20 Emprego dos sinais de pontuação e sua função no texto. 21 Função textual dos vocábulos. 22 Variação linguística. EDITAL IBFC 1 Compreensão e interpretação de textos. 2 Ortografia: emprego das letras e acentuação gráfica. 3 Classes depalavras e suas flexões. 4 Verbos: conjugação, emprego dos tempos,modos e vozes verbais. 5 Regras gerais de concordância nominal e verbal. 6 Regras gerais de regência nominal e verbal. 7 Emprego do acento indicativo da crase. 8 Colocação dos pronomes átonos. 9 Funções sintáticas.Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos. 10 Emprego dos sinais de pontuação. EDITAL ESQUEMATIZADO LIÇÃO 1 – #MORFOLOGIA: classe de palavras; verbos (tempos e modos / locução verbal / vozes do verbo); LIÇÃO 2 – #SINTAXE I: termos integrantes: TRANSITIVIDADE (complemento verbal; complemento nominal); função sintática dos pronomes pessoais; função do “QUE” / “SE” LIÇÃO 3 – #SINTAXE II: termos essenciais: estudo do sujeito; LIÇÃO 4 – #SINTAXE III: regência; crase; colocação pronominal; pontuação; acentuação; LIÇÃO 5 – #SEMÂNTICA: Coordenação e Subordinação;

3

Substituição e repetição de conectores e de outros elementos de sequenciação; Relação de Sinonímia e antonímia; Significação de palavras e expressões; Reescrita de sentença; LIÇÃO 6 - #OFICINA DE LEITURA: Compreensão textual; Interpretação textual; Tipologia textual; Figuras de linguagem; Funções da linguagem; Variação linguística.

SUMÁRIO LIÇÃO 1...................................................................................................7 LIÇÃO 2................................................................................................... 32 LIÇÃO 3................................................................................................... 39 LIÇÃO 4................................................................................................... 49

LIÇÃO 5 – SEMÂNTICA........................................................................... 65



AS COORDENADAS ....................................................................... 66



AS SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS ............................................ 69



AS SUBORDINADAS ADJETIVAS ................................................... 70



AS SUBORDINADAS ADVERBIAIS ................................................. 71



SEMÂNTICA DAS PREPOSIÇÕES ................................................... 74



AS EXPRESSÕES DENOMINATIVAS ............................................... 75

APÊNDICE............................................................................................77 ✓ PONTUAÇÃO ................................................................................. 78 ✓ ACENTUAÇÃO ............................................................................... 82 OFICINA DE LEITURA ....................................................................... 85 ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓

INTERTPRETAÇÃO TEXTUAL COMPREENSÃO TEXTUAL GÊNEROS TEXTUAIS TIPOLOGIA TEXTUAL REFERÊNCIA TEXUTAL FUNÇÕES DA LINGUAGEM FIGURAS DE LINGUAGEM

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TEORIA #ESQUEMATIZADA

5

LIÇÃO 1 #MORFOLOGIA ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓

Substantivo / Artigo Preposição Flexão nominal Pronomes Substantivo / Adjetivo Advérbio Verbo: tempos e modos

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1- UNIVERSO DA CONSTRUÇÃO: O SUBSTANTIVO E AS CLASSES VARIÁVEIS! DETERMINATES

SUBSTANTIVO

ADJETIVO/FUNÇÃO DE ADJETIVO

Artigo Pronomes

NÚCLEO

Numeral 1.1.2 ARTIGO E SUBSTANTIVO: a primeira relação semântica do sintagma! A) O artigo é a palavra que acompanha e determina o substantivo de modo definido (O, A, OS, AS) ou indefinido (UM, UMA, UNS, UMAS); B) os artigos são responsáveis por diversos detalhes de significação, em diferentes situações comunicativas em que são empregados. 1.1.2.1 EMPREGO DO ARTIGO DEFINIDO a) Junto de nomes próprios, denota familiaridade (podendo o artigo ser omitido): “O Antônio comunicou-se com João.” b) Costuma aparecer ao lado de certos nomes próprios geográficos; “A Suécia”, “o Atlântico”, “o Brasil” DICA#CASCA! no Brasil, os Estados que dispensam o uso do artigo são: Alagoas, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Pernambuco e Sergipe. c) Em alguns títulos; “O historiador Tito Lívio” (é omitido em ordinais pospostos ao título: Pedro I, Henrique VIII) d)Usa-se o artigo em nomes de trabalhos literários e artísticos (se o artigo pertence ao título, terá de ser escrito, obrigatoriamente, com letra maiúscula) “Os Lusíadas”, “A Tempestade” (mesmo quando o nome da obra vier precedido de preposição, conserva-se o artigo: “No caso de Os Lusíadas”) e) São omitidos antes da palavra casa designando residência ou família; “Estou em casa”, “passei por casa”, “todos de casa”, “fui a casa” (quando seguidos de nome do possuidor ou de um adjetivo ou expressão adjetiva, pode o vocábulo casa acompanhar-se de artigo: “Da casa de meus pais”) *No

exemplo

“fui

a

casa”,

o

artigo

7

é

omitido,

ou

seja,





a

preposição a, pois a palavra casa não é qualificada. f) Nas indicações de tempo com uma hora, expressando a primeira hora, a utilização do artigo é facultativa; “Era perto da uma hora/Era perto de uma hora” g) Na maioria dos casos, de emprego facultativo junto a possessivos em referência a nome expresso; “Meu livro/O meu livro” *É obrigatório o uso do artigo, quando o possessivo é usado sem substantivo: “Bonita casa era a minha”; h) Não se repete o artigo em frases como: “O homem mais virtuoso do lugar” “O homem o mais virtuoso do lugar” (errado) *É preciso saber distinguir o uso do conjunto o mais quando é para enfatizar o substantivo determinado por adjetivo como na frase: “Seu rosto de leite e rosas, de um contorno o mais perfeito” i) Junto às designações de partes do corpo e nomes de parentesco, os artigos denotam posse; “Traz a cabeça embranquiçada pelas preocupações. Tem o rosto sereno, mas as mãos trêmulas.” j) A palavra todo, no singular, pode vir ou não seguida de artigo, com os significados de inteiro, total e cada; “O coração de todo o ser humano foi concebido para ter piedade” *O conjunto o todo denota totalidade, inteireza. (ou também pode aparecer com o sentido de qualquer: “O coração de todo o ser humano foi concebido para ter piedade”) *Em designações geográficas, o conjunto todo o ou a palavra todo entrará como correta se a região pedir ou não artigo: “Todo o Brasil”, “Todo Portugal” *Usa-se em algumas expressões como: todo o gênero, todo o mundo, a toda a parte, em toda a parte, a toda a pressa, em todo o caso, etc. *No plural, todos não dispensa artigo (salvo se vier se vier acompanhado de palavra que exclua este determinante: “Todas as famílias”, “todas estas pessoas” *Se exprimimos a totalidade numérica por numeral precedido do elemento reforçativo todos, aparecerá artigo se o substantivo vier expresso: “Todos os dois romances”, “todas as seis respostas” *Se omitirmos o substantivo, não haverá lugar para o artigo: “Fizeram-me seis perguntas. Respondi, acertadamente, a todas seis.”

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DICA#CASCA! CUIDADO COM AS PREPOSIÇÕES! (CLASSE INVARIÁVEL) DECORE AS INICIAIS DAS PREPOSIÇÕES ESSENCIAIS: ASDEPCT A – A – ANTE – ATÉ – APÓS S – SEM – SOB – SOBRE D – DE – DESDE E – EM – ENTRE P – PARA – POR – PER – PERANTE C – COM – CONTRA T – TRÁS 1.1.4 – FLEXÃO NOMINAL 1.1.4.1 – GÊNERO A) São usados APENAS no MASCULINO: o o o o o o o o o

tapa eclipse lança-perfume dó (pena) sanduíche clarinete champanha sósia maracajá

o o o o o o o o o

clã hosana (cântico de louvor) herpes pijama suéter soprano proclama pernoite púbis

a a a a a a a a a

pane mascote gênese entorse libido cal faringe cólera (doença) ubá (canoa)

B) São usados APENAS no FEMININO: a a a a a a a a a

dinamite áspide derme hélice alcíone filoxera clâmide omoplata cataplasma

C) São geralmente masculinos os substantivos de origem grega terminados em -ma:

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o o o o o o o o o o

grama (peso) quilograma plasma apostema diagrama epigrama telefonema estratagema dilema teorema

o o o o o o o o o o

apotegma trema eczema edema magma anátema estigma axioma tracoma hematoma

Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc. D) Substantivos comuns de dois gêneros o agente – a agente o anarquista – a anarquista o artista – a artista o camarada – a camarada o chefe – a chefe o cliente – a cliente o colega – a colega o colegial – a colegial o compatriota – a compatriota o dentista - a dentista o doente – a doente o estudante – a estudante o fã – a fã o gerente – a gerente o herege – a herege o imigrante – a imigrante o indígena – a indígena o intérprete – a intérprete o jornalista – a jornalista o jovem – a jovem o jurista – a jurista o mártir – a mártir o pianista – a pianista o policial – a policial o selvagem – a selvagem o servente - a servente o suicida – a suicida o taxista – a taxista

DICA#CASCA! 1 - Substantivos terminados em “ão” mudam para “ã”, outros para “oa” e ainda para “ona” (neste caso, em aumentativos). o capitão = a capitã

o tecelão = a tecelã/ teceloa

o chorão = a chorona

2 - Alguns substantivos com terminação “e” podem fazer o feminino mudando a terminação para “a”. o infante = infanta

o governante = a governanta

3 - Substantivos terminados em “ês”, “L” e “z” fazem o feminino com o acréscimo de “a”.

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o freguês = a freguesa

o oficial = oficiala

o juiz = juíza

1.1.5 – PLURAL DOS SUBSTANTIVOS A) Os substantivos terminados em -ão formam o plural de três maneiras: Singular balão botão canção confissão coração eleição estação fracção gavião leão nação operação opinião questão tubarão vulcão

Plural balões botões canções confissões corações eleições estações fracções gaviões leões nações operações opiniões questões tubarões vulcões

Neste grupo se incluem todos os aumentativos: amigalhão bobalhão casarão chapelão dramalhão espertalhão facão figurão moleirão narigão paredão pobretão rapagão sabichão vagalhão vozeirão

amigalhões bobalhões casarões chapelões dramalhões espertalhões facões figurões moleirões narigões paredões pobretões rapagões sabichões vagalhões vozeirões

B) Um reduzido número muda a terminação -ão em -ães: Singular

Plural

alemão bastião cão capelão capitão catalão charlatão escrivão guardião

alemães bastiães cães capelães capitães catalães charlatães escrivães guardiães

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pão sacristão tabelião

pães sacristães tabeliães

C) um número pequeno de oxítonos e todos os paroxítonos acrescentam simplesmente um -s à forma singular: Singular

Plural

cidadão cortesão cristão desvão irmão pagão acórdão bênção gólfão órfão órgão sótão

cidadãos cortesãos cristãos desvãos irmãos pagãos acórdãos bênçãos gólfãos órfãos órgãos sótãos

DICA#CASCA! 1.ª Neste grupo se incluem os monossílabos tónicos chão, grão, mão e vão, que fazem no plural chãos, grãos, mãos e vãos. 2.ª Artesão, quando significa «artífice», faz no plural artesãos; no sentido de «adorno arquitectónico», o seu plural pode ser artesãos ou artesões. D) Para alguns substantivos finalizados em -ão, não há ainda uma forma de plural definitivamente fixada, notando-se, porém, na linguagem corrente, uma preferência sensível pela formação mais comum, em -ões. É o caso dos seguintes: Singular

Plural

alão

alãos alões alães

alazão

alazães alazões

aldeão

aldeãos aldeões aldeães

anão

anãos anões

ancião

anciãos anciões anciães

castelão

castelãos castelões

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corrimão

corrimãos corrimões

deão

deães deões

ermitão

ermitães ermitãos ermitões

hortelão

hortelãos hortelões

refrão

refrães refrãos

rufião

rufiães rufiões

sultão

sultões sultãos sultães

truão

truães truões

Verão

verões verãos

vilão

vilãos vilões

1.1.5.1 – SUBSTANTIVOS QUE SÃO USADOS SOMENTE NO PLURAL Chamamos de pluralia tantum (expressão latina que significa "somente no plural") um substantivo usado exclusivamente na forma plural. Assim, não usamos uma variante singular para se referir a um único objeto. Veja alguns exemplos: as condolências as costas as férias as fezes as núpcias os arredores os parabéns os pêsames os picles Em textos mais antigos, até podemos encontrar algumas ocorrências no singular, como parabém, pêsame, entre outras. Porém, atualmente estes substantivos são usados apenas no plural. 1.1.5.2 – PLURAL DOS SUBSTANTIVOS COMPOSTOS A) Quando as duas palavras forem substantivos, pode-se optar por colocar apenas o primeiro elemento ou ambos no plural: palavra-chave = palavras-chave ou palavras-chaves couve-flor = couves-flor ou couves-flores

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bomba-relógio = bombas-relógio ou bombas-relógios peixe-espada = peixes-espada ou peixes-espadas B) Flexionam-se os dois elementos, quando formados de: substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras C) Flexiona-se somente o segundo elemento, quando formados de: verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto-falantes palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos D) Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando formados de: substantivo + preposição clara + substantivo = água-de-colônia e águas-decolônia substantivo + preposição oculta + substantivo = cavalo-vapor e cavalos-vapor E) Permanecem invariáveis, quando formados de: verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os saca-rolhas F) Casos Especiais o o o o

louva-a-deus e os louva-a-deus bem-te-vi e os bem-te-vis bem-me-quer e os bem-me-queres joão-ninguém e os joões-ninguém

1.1.5.3 – PLURAL DAS PALAVRAS SUBSTANTIVADAS As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam, no plural, as flexões próprias dos substantivos. Por exemplo: Pese bem os prós e os contras. O aluno errou na prova dos noves. Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos. CUIDADO! Numerais substantivados terminados em -s ou -z não variam no plural. Por exemplo: Nas provas mensais consegui muitos seis e alguns dez. 1.1.5.4 – PLURAL DOS DIMINUTIVOS Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o s final e acrescenta-se o sufixo diminutivo. pãe(s) + zinhos = pãezinhos animai(s) + zinhos = animaizinhos

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botõe(s) + zinhos = botõezinhos chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos farói(s) + zinhos = faroizinhos tren(s) + zinhos = trenzinhos colhere(s) + zinhas = colherezinhas flore(s) + zinhas = florezinhas mão(s) + zinhas = mãozinhas papéi(s) + zinhos = papeizinhos nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas funi(s) + zinhos = funizinhos túnei(s) + zinhos = tuneizinhos pai(s) + zinhos = paizinhos pé(s) + zinhos = pezinhos pé(s) + zitos = pezitos 1.1.5.5 – PLURAL METAFÔNICO Alguns substantivos, além de receberem a desinência -s na formação do plural, trocam a vogal tônica fechada (ô) pela tônica aberta (ó). Esse é o chamado plural metafônico. A palavra vem do grego metafonia [met(a)- + -fon(o)- + ia] que, em gramática, significa alteração do timbre de vogal tônica fechada para vogal tônica aberta. Assim, povo (ô) / povos (ó), tijolo (ô) / tijolos (ó), porco (ô) / porcos (ó) etc. DECORE, PELO AMOR DE DEUS! 1) Se a palavra possui feminino, o plural masculino assume o timbre da forma feminina: masculino oco (ô) bobo (ô) lobo( ô) novo (ô) porco (ô) choco (ô)

feminino oca (ô) boba (ô) loba (ô) nova (ó) porca (ó) choca (ó)

plural ocos(ô) bobos (ô) lobos (ô) novos (ó) porcos (ó) chocos (ó)

Exceção: sogro (ô) – sogra (ó) – sogros (ô) 2) Quando há consoante nasal m ou n, o timbre da vogal é sempre fechado: singular plural gomo (ô) gomos (ô) tremoço (ô) tremoços (ô) pomo (ô) pomos (ô) colono (ô) colonos (ô) trono (ô) tronos (ô) 3) Quando a palavra não se encaixa nos dois casos anteriores, é comum a abertura do timbre da vogal o no plural: singular globo (ô) olho (ô) porto (ô) miolo (ô) osso (ô)

plural globos (ó) olhos (ó) portos (ó) miolos (ó) ossos (ó)

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4) Os substantivos femininos conservam no plural o mesmo timbre do singular:. singular plural arroba (ô) arrobas (ô) bolha (ô) bolhas (ô) boda (ô) bodas (ô) folha (ô) folhas (ô) moda(ó) modas (ó) peroba (ó) perobas (ó) sova (ó) sovas (ó)

1.2 – PRONOMES 1.2.1 – INDEFINIDOS São aqueles que se referem à 3ª pessoa gramatical de forma vaga, imprecisa. Eles podem ser variáveis, sofrendo flexão de gênero e número e podem também assumir papel de pronome substantivo e de pronome adjetivo. Variáveis

Invariáveis

Locução pronominal indefinida

Algum (uns), alguma(s)

Alguém

Qualquer um

Nenhum(uns), nenhuma(s)

Algo

Cada um

Todo(s), toda(s)

Cada

Todo aquele que

Outro(s), outra(s)

Nada

Um ou outro

Muito(s), muita(s)

Ninguém

Todo mundo

Pouco(s), pouca(s)

Tudo

Seja quem for

Certo(s), certa(s) Tanto(s), tanta(s) Quanto(s), quanta(s) Qualquer, quaisquer

1.2.2 - Emprego de alguns pronomes indefinidos (QUESTÃO DE PROVA!) A) Algum(uns), alguma(s) Quando eles aparecem antes do substantivo, possuem sentido afirmativo. Se aparecerem depois, ganham sentido negativo. Algum amigo ligará para você. (sentido afirmativo; alguém ligará) Amigo algum ligará para você. (sentido negativo; ninguém ligará) B) Certo(s), certa(s) Dependendo da posição dessas palavras, a classe gramatical mudará. Se alguma delas vier ANTES do substantivo, serão pronomes indefinidos; se vierem APÓS o substantivo, serão adjetivos.

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Certas pessoas nunca tomam as decisões certas. Certas pessoas caracteriza o pronome indefinido certas, mas decisões certas caracteriza o adjetivo certas que é dado à palavra decisões. C) Todo(s), toda(s) Essas palavras possuem variações de sentido. Se forem empregadas no plural, vão indicar a totalidade de um conjunto: Todas as lojas estarão abertas até meia-noite. Se forem empregadas no singular e sem artigo, essas palavras terão sentido de qualquer e cada: Em casa, toda decisão é tomada em conjunto. (toda decisão = cada decisão) Se forem empregadas no singular e com artigo, essas palavras indicarão totalidade, funcionando como a palavra inteiro, transformando-se em adjetivo: Assistiam desenhos por toda a manhã. (assistiam desenhos pela manhã inteira) Se essas palavras forem empregadas no singular, depois de um substantivo, também serão como a palavra inteiro. Assistiam desenhos pela manhã toda. (assistiam desenhos pela manhã inteira)

1.2.2 – POSSESSIVOS Os pronomes possessivos são aqueles que se referem às três pessoas gramaticais, indicando algo que lhes pertence, estabelecendo a relação de posse entre o pronome pessoal e o possessivo. São variáveis em gênero e número, concordando sempre com a pessoa ao qual se refere. Pessoa gramatical

Pronome pessoal

Pronome possessivo

1ª pessoa singular

Eu

Meu, minha, meus, minhas

2ª pessoa singular

Tu

Teu, tua, teus, tuas

3ª pessoa singular

Ele/ela

Seu, sua, seus, suas

1ª pessoa plural

Nós

Nosso, nossa, nossos, nossas

2ª pessoa plural

Vós

Vosso, vossa, vossos, vossas

3ª pessoa plural

Eles/elas

Seu, sua, seus, suas

1.2.3 – DEMONSTRATIVOS São aqueles que possuem a função de indicar o lugar que um ser ou alguma coisa ocupa em relação às três pessoas gramaticais. Essa localização pode ocorrer no tempo, no espaço ou no contexto. Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou invariáveis:

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Variáveis

Invariáveis

Este, esta, estes, estas

Isto

Esse, essa, esses, essas

Isso

Aquele, aquela, aqueles, aquelas

Aquilo

DICA#CASCA! A BANCA ABORDA, COM ESSES PRONOMES, A REFERÊNCIA TEXTUAL!

CUIDADO! Substitutos dos pronomes demonstrativos (CAI NA PROVA!) A) A palavra “tal” pode ser considerada sinônima dos seguintes pronomes: Este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela e aquilo: Tal surpresa me deixou acanhada. (esta) Foi inesperada tal atitude, mesmo porque não conhecíamos esse seu lado. (aquela) B) No sentido de “exato, idêntico, em pessoa”, as palavras “mesmo” e “próprio” atuam como pronomes demonstrativos: Foi a própria professora quem nos deu a notícia. (em pessoa) Foi nesse mesmo lugar que nos encontramos pela primeira vez. (exato) C) A palavra “semelhante” pode atuar como demonstrativo de identidade: Você foi corajoso em proferir semelhante palavra. D) AS PALAVRAS O, A, OS, AS “A vida é uma tragédia para os que sentem e uma comédia para os que pensam.” A vida é uma tragédia para aqueles que sentem e uma comédia para aqueles que pensam.

1.2.4 – RELATIVOS

o qual cujo quanto

Masculino os quais cujos quantos

Quadro dos Pronomes Relativos Variáveis Feminino a qual as quais cuja cujas quanta quantas

Invariáveis quem que onde

A) O pronome "que" é o relativo de mais largo emprego, sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser substituído por "o qual", "a qual", "os quais", "as quais" quando seu antecedente for um substantivo. O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual) Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais)

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As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais) B) O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente pronomes relativos: por isso, são utilizados didaticamente para verificar se palavras como "que", "quem", "onde" (que podem ter várias classificações) são pronomes relativos. Todos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por motivo de clareza ou depois de determinadas preposições. Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual me deixou encantado. (O uso de "que" neste caso geraria ambiguidade.) Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas dúvidas? (Não se poderia usar "que" depois de "sobre".) CUIDADO! os pronomes relativos podem vir precedidos de preposição de acordo com a regência verbal dos verbos da oração. Havia condições com que não concordávamos. (concordar com) Havia condições de que desconfiávamos. (desconfiar de) C) O pronome "cujo" não concorda com o seu antecedente, mas com o consequente. Equivale a "do qual", "da qual", "dos quais", "das quais". O carro, cujo pneu está furado, pertence a papai. D) "Quanto" é pronome relativo quando tem por antecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo: Emprestei tantos quantos foram necessários. Ele fez tudo quanto havia falado. E) O pronome "quem" refere-se a pessoas e vem sempre precedido de preposição. O Deus a quem amo é poderoso! F) "Onde" ou “Em que”, como pronome relativo, sempre possui antecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar. A casa onde morava foi assaltada. A casa em que morava foi assaltada. G) Na indicação de tempo, deve-se empregar "quando" ou "em que". Sinto saudades da época em que (quando) morávamos no exterior.

1.3 ADJETIVO E SUBSTANTIVO: a segunda relação semântica do sintagma! 1.3.1 – O QUE É ADJETIVO? Os adjetivos são termos que atribuem características, qualidades ou estados a um substantivo.

1.3.2 – O QUE É LOCUÇÃO ADJETIVA? De mesmo valor que o adjetivo, as locuções adjetivas exercem o mesmo papel que o adjetivo, atribuindo qualidades e caracterizando os seres. A diferença, no entanto, é que as locuções adjetivas são expressões iniciadas por preposições

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(de, em, com, sem, etc). Aquela árvore com flores na esquina. DICA#CASCA! As locuções adjetivas, apesar de exercerem o mesmo papel de adjetivo, não são expressões que transformamos em adjetivo, uma vez que às vezes elas não possuem um adjetivo equivalente ou este adjetivo equivalente não traz o mesmo significado. Tempero de receitas apetitosas. Aqui, não há um adjetivo equivalente a receitas apetitosas. Ela tem opiniões infantis. Aqui, o significado do adjetivo e da locução proposta é divergente, porque a frase pressupõe opiniões ingênuas, não necessariamente da infância.

1.3.3 – PRINCIPAIS LOCUÇÕES ADJETIVAS de de de de de de de de de de de de de de de de de de de de de de de de de de de de de de de de de de de de de de

águia aluno anjo ano aranha asno baço bispo bode boi bronze cabelo cabra campo cão carneiro cavalo chumbo chuva cinza coelho cobre couro criança dedo diamante elefante enxofre esmeralda estômago falcão farinha fera ferro fígado fogo gafanhoto garganta

aquilino discente angelical anual aracnídeo asinino esplênico episcopal hircino bovino brônzeo ou êneo capilar caprino campestre ou rural canino arietino cavalar, equino, equídio ou hípico plúmbeo pluvial cinéreo cunicular cúprico coriáceo pueril digital diamantino ou adamantino elefantino sulfúrico esmeraldino estomacal ou gástrico falconídeo farináceo ferino férreo figadal ou hepático ígneo acrídeo gutural

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de de de de de de de

gelo gesso guerra homem ilha intestino inverno

glacial gípseo bélico viril ou humano insular celíaco ou entérico hibernal ou invernal

1.3.3 FLEXÃO EM GRAU A) Superlativo Indica característica atribuída ao substantivo em máxima intensidade. É dividido em absoluto e relativo. A.1) Superlativo Absoluto O superlativo absoluto ainda admite duas formas: analítico e sintético. A.1.2) Quando é analítico, temos uma palavra intensificadora + adjetivo. Aqui será construído um prédio muito alto. A.1.2) No caso do sintético, temos o adjetivo + um sufixo intensificador. Aqui será construído um prédio altíssimo. B) Superlativo Relativo Quando o superlativo é relativo, temos um adjetivo que atribui característica relacionando-o a outros seres com a mesma característica. Estes também admitem duas divisões, sendo de superioridade: Este prédio é o mais alto do mundo. Ou de inferioridade: Esta menina é a mais baixa de todas. C) Comparativo Indica comparação entre uma característica que dois seres possuem, estabelecendo uma relação entre eles. Tem três tipos: comparativo de superioridade, de igualdade ou de inferioridade. C.1) Comparativo de Superioridade A árvore era mais alta que o poste. C.2) Comparativo de Igualdade A árvore era tão alta quanto o poste. C.3) Comparativo de Inferioridade A árvore era menos alta que o poste. DICA#CASCA! O USO DA PREPOSIÇÃO É FACULTATIVO! (QUESTÃO DE PROVA!) Lucas é menos extrovertido (do) que seu irmão. Lucas é mais extrovertido (do) que seu irmão.

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Este procedimento é melhor (do) que o outro. Meu desempenho foi pior (do) que o seu. A falta de segurança é maior (do) que a de saneamento básico. DICA#CASCA!: As formas analíticas representadas por “mais bom”, “mais mau”, “mais grande” e “mais pequeno”, apenas devem ser utilizadas quando se comparam duas características de um mesmo ser. Exemplos: Pedro é mais bom (do) que esforçado. O garoto é mais mau (do) que esperto. Aquele cão é mais pequeno (do) que bravo.

1.3.4 – ADJETIVO DE RELAÇÃO Por definição, um adjetivo de relação é aquele que A) tem valor semântico objetivo, ou seja, não expressa subjetividade ou ponto de vista; B) é derivado por sufixação de um substantivo; C) vem colocado após o substantivo; D) não varia em grau superlativo, ou seja, não pode ser intensificado. VEJA: Economia MUNDIAL; (não existe ECONOMIA MUITO MUNDIAL) Vinho CHILENO; (não existe VINHO MUITO CHILENO ou CHILENÍSSIMO)

1.3.5 – PLURAL DOS ADJETIVOS COMPOSTOS Nos adjetivos compostos, só o último elemento vai para o plural: cantor norte-americano - cantores norte-americanos Exceções: 1. adjetivos compostos invariáveis: • sapato azul-marinho - sapatos azul-marinho • camisa azul-celeste - camisas azul-celeste 2. São invariáveis os adjetivos compostos cujo último elemento é um substantivo: • Blusa verde-bandeira – blusas verde-bandeira • tecido verde-abacate - tecidos verde-abacate • batom vermelho-paixão – batons vermelho-paixão 3. Também são invariáveis COR+DE+SUBSTANTIVO: • Blusa cor-de-rosa • Blusas cor-de-rosa

os

adjetivos

composto

por

4. Flexão dos dois elementos: • Menino surdo-mudo – meninos surdos-mudos

1.3.6 - GÊNERO DOS ADJETIVOS COMPOSTOS 1. Nos adjetivos compostos formados por dois adjetivos somente o segundo é variável: • guerra franco-alemã - roupa azul-escura.

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2. Os adjetivos compostos cujo segundo elemento é um substantivo, não variam em gênero: • terno verde-garrafa - blusa amarelo-limão. 3. Flexão dos dois elementos: • menino surdo-mudo - menina surda-muda. * Caso um dos elementos que formam o adjetivo composto seja um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará invariável. É o exemplo da palavra ROSA, que originalmente é um substantivo, mas pode ser adjetivada em alguns casos como os seguintes: • Camisas rosa-claro • Blusas rosa-choque

1.4 – O ADVÉRBIO (CLASSE INVARIÁVEL) A) Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sentido do VERBO, do ADJETIVO e do próprio ADVÉRBIO. B) Às vezes, um advérbio pode se referir a uma oração inteira; nessa situação, normalmente transmitem a avaliação de quem fala ou escreve sobre o conteúdo da oração. VEJA: As providências tomadas foram infrutíferas, lamentavelmente. C) Quando modifica um verbo, o advérbio pode acrescentar várias ideias, tais como: Tempo: Ela chegou tarde. Lugar: Ele mora aqui. Modo: Eles agiram mal. Negação: Ela não saiu de casa. Dúvida: Talvez ele volte. D) Quando modifica um adjetivo, o advérbio acrescenta a ideia de intensidade. VEJA: O filme era muito bom. 1.4.1 – FLEXÃO DO ADVÉRBIO Outra característica dos advérbios se refere a sua organização morfológica. Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apresentam variação em gênero e número. Alguns advérbios, porém, admitem a variação em grau. Observe a seguir. A) GRAU COMPARATIVO Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo modo que o comparativo do adjetivo: de igualdade: tão + advérbio + quanto (como) VEJA: Renato fala tão alto quanto João. de inferioridade: menos + advérbio + que (do que) VEJA:

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Renato fala menos alto do que João. (menos alto que) de superioridade: Analítico: mais + advérbio + que (do que) VEJA: Renato fala mais alto do que João. (mais alto que) Sintético: melhor ou pior que (do que) VEJA: Renato fala melhor que João. (melhor do que) B) GRAU SUPERLATIVO O superlativo pode ser analítico ou sintético: Analítico: acompanhado de outro advérbio. VEJA: Renato fala muito alto. muito = advérbio de intensidade alto = advérbio de modo Sintético: formado com sufixos. VEJA: Renato fala altíssimo.

1.4.2 – CLASSIFICAÇÃO DOS ADVÉRBIOS (NÃO DECORE!!!) De acordo com a circunstância que exprime, o advérbio pode ser de: Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, alhures, embaixo, externamente, a distância, à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta. Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia. Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito,desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em "-mente": calmamente, tristemente, propositadamente, pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosamente, generosamente.

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Afirmação: sim, certamente, realmente, decididamente, deveras, indubitavelmente.

decerto,

efetivamente,

certo,

Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum. Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, casualmente, por certo, quem sabe.

provavelmente,

quiçá,

talvez,

Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso, bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo, extremamente, intensamente, grandemente, bem (quando aplicado a propriedades graduáveis). Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, simplesmente, só, unicamente. VEJA: Brando, o vento apenas move a copa das árvores. Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também. VEJA: O indivíduo também amadurece durante a adolescência. Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. VEJA: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos meus amigos por comparecerem à festa. DICA#CASCA! A) Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se ao advérbio o mais ou o menos. VEJA: Ficarei o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos tarde possível. B) Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, em geral sufixamos apenas o último: VEJA: O aluno respondeu calma e respeitosamente. CUIDADO! Distinção entre ADVÉRBIO e PRONOME INDEFINIDO Há palavras como muito, bastante, suficiente etc. que podem aparecer como advérbio e como pronome indefinido. Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro advérbio e não sofre flexões. VEJA: Eu corri muito. (bastante, suficiente) Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo e sofre flexões. VEJA: Eu corri muitos quilômetros. (bastantes, suficientes)

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2 – VERBOS 2.1 - MODOS VERBAIS INDICATIVO = CERTEZA; SUBJUNTIVO = INCERTEZA, HIPÓTESE, DESEJO; IMPERATIVO = ORDEM, PEDIDO, DESEJO.

2.1 - TEMPOS VERBAIS (DECORE) Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos. Veja:

2.2 TEMPOS DO INDICATIVO A ) Presente - Expressa um fato atual. Eu estudo neste colégio. CUIDADO! (QUESTÃO DE PROVA!) B) Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que NÃO foi completamente terminado. Ele estudava as lições quando foi interrompido. C) Pretérito Perfeito (simples) - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado. Ele estudou as lições ontem à noite. D) Pretérito Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido ANTES de outro fato já terminado. (PASSADO DO PASSADO) Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram. (forma simples) CUIDADO! (QUESTÃO DE PROVA!) E) Pretérito Mais-que-perfeito composto: Eu amara quando o verão acabou. (forma simples) Eu tinha amado quando o verão acabou. (forma composta / MESMO SENTIDO!) F) Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual. Ele estudará as lições amanhã. G) Futuro do Pretérito (simples) - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado. Se eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias. DECORE! H) Pode veicular uma ideia de hipótese: Não sei o que faria se não estivesses presente. (FUTURO CONDICIONAL)

2.2 – TEMPOS DO SUBJUNTIVO

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A) Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual. É conveniente que estudes para o exame. B) Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido. Eu esperava que ele vencesse o jogo. DICA#CASCA!: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato. C) Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual. Quando ele vier à loja, levará as encomendas. DICA#CASCA! o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Se ele vier à loja, levará as encomendas. CUIDADO! (QUESTÃO DE PROVA) #FUTURO DO SUBJUNTIVO OU INFINITIVO PESSOAL? A diferença é que o futuro do subjuntivo vem regido por conjunção (normalmente “quando” ou “se”), advérbio ou pronome relativo. VEJA: “Quando eu soltar a minha voz, por favor me entenda.” “Se você não cantar agora, o público não perdoará.” “A casa em que ela cantar sempre estará cheia de fãs.” O infinitivo, por sua vez, pode ser regido por preposição: “Ao soltar a minha voz, você me entenderá.” “Para cantar agora, ela exige mil coisas absurdas.” “Sem lutares, a vitória é improvável.” “Chegou a hora de essa gente mostrar seu valor.” ou vir sem preposição: “Navegar é preciso.” “Viver não é preciso.” “Convém chegares mais cedo.”

2.3 – FORMAS NOMINAIS Infinitivo – equivale ao valor de um substantivo; Gerúndio – equivale ao valor de um adjetivo ou de um advérbio; Particípio – equivale ao valor de um adjetivo.

2.3.1 – EMPREGO DO INFINITO

Essa forma nominal do verbo deve ser utilizada quando há a intenção de exprimir o processo verbal em eficiência, ou seja, exprime a noção de ação do verbo, aproximando-o do substantivo.

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“É preciso saber viver” De amar, também se morre.

2.3.2 – EMPREGO DO GERÚNDIO O gerúndio deve ser utilizado quando há a intenção de expressar a continuidade do processo verbal, realizando as funções do advérbio ou do adjetivo. Ela perdeu o livro andando no parque. (valor adverbial = quando) Tenho agonia de pessoa assobiando. (valor de adjetivo = pessoa que assobia)

2.3.3 – EMPREGO DO PARTICÍPIO

O particípio deve ser utilizado quando há a intenção de exprimir um resultado da ação verbal, acumulando tanto as funções do verbo quanto do adjetivo e, por isso, pode receber as desinências -a de feminino e -s de plural. Comprado o presente, fomos para a festa. A roupa foi confeccionada por um estilista.

2.4 – LOCUÇÃO VERBAL 2.4.1 - TEMPOS COMPOSTOS (CAI NA PROVA!) A) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO Processo que ocorreu ANTES de outro processo passado. Ele disse que tinha (havia) pegado o dinheiro pela manhã. (= pegara) B) FUTURO DO PRESENTE Expressa um fato ainda não realizado no momento presente, mas já PASSADO em relação a OUTRO FATO FUTURO. Isso acontece por influência nominal particípio. Quando estivermos lá, o dia já terá amanhecido. CUIDADO! O TEMPO COMPOSTO DO FUTURO DO PRESENTE NÃO PODE SER SUBSTITUÍDO PELA FORMA SIMPLES! Quando estivermos lá, o dia já terá amanhecido. (tempo composto / fato ocorrido) Quando estivermos lá, o dia amanhecerá. (forma simples / fato futuro). C) FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO: Indica um fato que se realizaria no passado, entretanto, com uma condição: Se tivéssemos conversado antes, essa tragédia não teria acontecido. Indica um processo ENCERRADO posteriormente a uma época passada que mencionamos no presente: Anunciou-se que no dia anterior o jogador já teria assinado contrato com outro clube. D) PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO: É empregado para indicar processos que se REPETEM ou PROLONGAM do passado até o presente: Tenho amado muito nestes últimos dias.

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É natural substituirmos este tempo composto pela locução verbal VIR + GERÚNDIO. Venho amando muito nestes últimos dias.

2.5 – VOZES DO VERBO

A voz verbal transmite se o sujeito gramatical é agente ou paciente da ação expressa pelo verbo. As três vozes verbais existentes no português são a voz ativa, a voz passiva e a voz reflexiva. COMO ISSO CAI NA PROVA: 2.5.1 – ClASSIFICAÇÃO DA PALAVRA SE (pronome apassivador; pronome reflexivo; pronome recíproco). VEJA: 2.5.1.2 – PRONOME APASSIVADOR: Vende-se casa. 2.5.1.3 – PRONOME REFLEXIVO (SE = A SI MESMO) O garoto se feriu. (O garoto feriu a si mesmo) 2.5.1.4 – PRONOME RECÍPROCO (SE= UM COM OUTRO / UM AO OUTRO) Os jogadores se ofenderam. (um ao outro) 2.5.2 – VOZ ATIVA O verbo está na voz ativa quando o sujeito gramatical é o agente da ação, ou seja, quando o sujeito gramatical pratica a ação verbal. Mariana leu o livro. A avó fez o almoço. O professor corrigiu as provas dos alunos. 2.5.3 – VOZ PASSIVA O verbo está na voz passiva quando o sujeito gramatical é o paciente da ação, ou seja, quando o sujeito gramatical sofre a ação verbal, praticada pelo agente da passiva. O livro foi lido por Mariana. Leu-se o livro. O almoço foi feito pela avó. Fez-se o almoço. As provas dos alunos foram corrigidas pelo professor. Corrigiram-se as provas. Existem dois processos distintos de formação da voz passiva: o analítico e o sintético. 2.5.3.1 – VOZ PASSIVA ANALÍTICA É formada por um verbo auxiliar (normalmente o verbo ser), mais o particípio de um verbo transitivo, seguindo quase sempre a estrutura: sujeito paciente + verbo auxiliar + particípio + preposição + agente da

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passiva. A dança foi coreografada por ela. As capas dos cadernos foram enfeitadas pelas crianças. Os pacientes serão atendidos pelo médico logo que possível. 2.5.3.2 – VOZ PASSIVA SINTÉTICA A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com o verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome apassivador SE. Por exemplo: Abriram-se as inscrições para o concurso. Destruiu-se o velho prédio da escola. 2.5.3.3 - VOZ REFLEXIVA O verbo está na voz reflexiva quando o sujeito gramatical é ao mesmo tempo agente e paciente da ação, ou seja, quando o sujeito gramatical pratica e sofre a ação verbal. É formada por um verbo na voz ativa mais um pronome oblíquo reflexivo (me, te, se, nos, vos, se), atuando como objeto. A voz reflexiva pode ser recíproca, ou seja, quando há dois sujeitos que praticam a ação um no outro. O cozinheiro feriu-se com a faca. DICA#CASCA! Para saber se a palavra Se é reflexiva, basta trocá-la por A SI MESMO. Veja: O garoto feriu-SE com a faca = feriu A SI MESMO com a faca. (pronome reflexivo) 2.5.3.4 – VOZ REFLEXIVA RECÍPROCA A voz reflexiva também pode ser recíproca. Isso acontece quando o verbo reflexivo indica reciprocidade, ou seja, quando dois ou mais sujeitos praticam a ação, ao mesmo tempo que também são pacientes. Maria e João amam-se. Os jogadores ofenderam-se. Os carros chocaram-se. DICAS #CASCAS! A) Para saber se a palavra Se é recíproca, basta trocá-la por UM COM OUTRO / UM AO OUTRO. Veja: Maria e João amam-se. = Maria e João amam UM AO OUTRO. (pronome reflexivo recíproco)

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DECORE, PELO AMOR DE DEUS! A TABELA PODEROSA DO “SE” 1.V.T.I + SE + PREPOSIÇÃO = SUJEITO INDETERMINADO / ÍNDICE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO / Trata-se de propostas duvidosas. 2.V.I + SE = SUJEITO INDETERMINADO / ÍNDICE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO / Vive-se bem em aptos. 3.V.L + SE = SUJEITO INDETERMINADO / ÍNDICE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO / Fica-se nervoso em audiências. 4.SE = A SI MESMO / PRONOME REFLEXIVO / O garoto feriu-se. 5.SE = UM AO OUTRO; UM COM OUTRO / PRONOME REFLEXIVO RECÍPROCO / ÍNDICE DE RECIPROCIDADE / Pai e filho amam-se incondicionalmente.

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LIÇÃO 2

#SINTAXE I TERMOS INTEGRANTES:

✓ TRANSITIVIDADE: complemento verbal; complemento nominal); ✓ FUNÇÃO SINTÁTICA DOS PRONOMES PESSOAIS: ✓ FUNÇÃO do “QUE” / “SE”

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2.1 - A TRANSITIVIDADE E A COMPLEMENTAÇÃO VERBAL (objeto direto, objeto indireto, objeto direto e indireto) #A TABELA DA TRANSITIVIDADE VERBAL

DECORE, PELO AMOR DE DEUS!!! V.T.D (verbo transitivo direto) / QUEM AMA AMA ALGUMA COISA; DICA#CASCA! 1 – A banca cobra o objeto direto preposicionado! O objeto direto pode ser preposicionado nos seguintes casos: A) Acompanhado de verbos que exprimem sentimentos. Não odeio a ninguém. (CASO FACULTATIVO) B) Para evitar ambiguidade.(CASO OBRIGATÓRIO. QUESTÃO DE PROVA!) Na copa do mundo, venceram aos brasileiros os alemães C) Quando for expresso por pronome pessoal oblíquo tônico.(CASO OBRIGATÓRIO) Pedro, sua família, nesse dia ensolarado, festeja a ti. D) Quando for expresso pelo pronome relativo QUEM. (CASO OBRIGATÓRIO) A pessoa a quem amo está presente. E) Quando for o nome próprio “Deus”. (CASO FACULTATIVO) A igreja orienta que todos amem a Deus. F) Algumas expressões que indicam ideia de partitivo, ou seja, o objeto direto transmite ideia de parte daquilo a que se refere. (FACULTATIVO) “Celina bebeu do próprio veneno.” (bebeu parte do veneno) “Celina bebeu o próprio veneno.” (bebeu todo o veneno)

V.T.I (verbo transitivo indireto) / QUEM PRECISA PRECISA DE ALGUMA COISA; DECORE AS PREPOSIÇÕES ESSENCIAIS!!! A: a, ante, até, após; S: sem, sob, sobre; D: de, desde; E: em, entre; P: para, por, perante, per;

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C: com, contra; T: trás.

ASDEPCT! V.I (verbo intransitivo) / QUEM MORRE MORRE; A) Não necessitam decomplemento porque têm sentido completo. Por esse motivo, eles conseguem formar o predicado sozinhos; Carmem morreu. Jordana chegou. B) Os verbo intransitivos são, muitas vezes, acompanhados de adjunto adverbial ou de predicativo.

Carmem morreu serenamente. (advérbio) Jordana chegou satisfeita. (predicativo do sujeito) C) PRINCIPAIS VERBOS INTRANSITIVOS: morrer, nascer, andar, correr, sair, trabalhar, adormecer, dormir, etc.

V.T.D.I (verbo transitivo direto e indireto / QUEM ESCREVE ESCREVE ALGUMA COISA PARA ALGUÉM; V.L(verbo de ligação) A) Os verbos de ligação, também chamados de copulativos, têm a função de ligar o sujeito e suas características (predicativo do sujeito); B) Lista dos Verbos de Ligação: B.1) Estado Circunstancial • Estar. Exemplo: Estou exausta! • Parecer. Exemplo: Ela parece feliz com os resultados. • Andar. Exemplo: Desde aquele episódio, andamos sempre contentes. B.2) Estado Permanente • Ser. Exemplo: Eles são capazes de finalizar tudo até amanhã? • Viver. Exemplo: Vivem doentes. B.3) Mudança de Estado • Ficar. Exemplo: Fico feliz com a notícia! • Tornar-se. Exemplo: Ela se tornou um exemplo de vida. • Virar. Exemplo: Depois de tudo, virou um santo... B.4) Continuidade do Estado • Permanecer. Exemplo: Ele permaneceu calado. • Continuar. Exemplo: Ela continuou atenta ao trabalho.

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DICAS#CASCAS! A) A BANCA COBRA O COMPLEMENTO VERBAL: OBJETO DIRETO E OBJETO INDIRETO! (FIQUE DE OLHO!); B) VERBO DE LIGAÇÃO NÃO TEM COMPLEMENTO! A vida é bela (bela é PREDICATIVO DO SUJEITO); C) CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS A classificação dos verbos em intransitivo, transitivo e verbo de ligação é feita mediante o seu CONTEXTO. Isso porque o mesmo verbo pode ser classificado de formas distintas, conforme verificamos nos exemplos a seguir: Desde aquele episódio, andamos sempre contentes. (verbo de ligação, pois expressa um estado, que é o fato de se sentir contente); Ela vive cansada. (verbo de ligação, pois expressa um estado, que é o fato de se sentir constantemente cansada); Ela vive no Japão. (verbo intransitivo, pois expressa a ação de residir no Japão); D) O PREDICATIVO DO SUJEITO É A CARACTERÍSTICA DO SUJEITO QUE DEFINE OU MODIFICA O SUJEITO! Ele é chamado de predicativo porque faz parte do predicado, mas não acrescenta nada ao verbo e, sim, ao sujeito.

2.2 – COMPLMENTO NOMINAL VS. ADJUNTO ADNOMINAL 2.2.1 – COMPLEMENTO NOMINAL Complementa o sentido de um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio). Ex: Tenho medo do escuro. Paulo é fiel ao time. O governo agiu contrariamente ao povo. 2.2.2 - ADJUNTO ADNOMINAL Determina, Específica o valor do SUBSTANTIVO! A casa de papai é bonita. O carro bonito foi vendido. TABELA DO PODER! ADJUNTO

COMPLEMENTO

ADNOMINAL

NOMINAL

Subst. Abstrato ou Concreto

Substantivo abstrato; Adjetivo; Advérbio.

Sentido de Posse O uso da obrigatório

preposição

Sem sentido de posse NÃO

é O uso da preposição É OBRIGATÓRIO

Sentido Ativo

Sentido Passivo preposição)

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(qualquer

(preposição DE)

2.2.3 - COMPLEMENTO NOMINAL VS. OBJETO INDIRETO ( a técnica do estudo da preposição)

1. Ele pensa verdadeiramente na vitória. 1º PASSO: a técnica só é válida quando O TERMO DESTACADO ESTÁ POSPOSTO AO VERBO! 2º PASSO: quebramos a estrutura do termo destacado: na vitória = em + a vitória. 3º PASSO: descobrimos a origem da preposição (se for do verbo, temos OBJETO INDIRETO; se for do nome, temos COMPLEMENTO NOMINAL). Como, na questão, QUEM PENSA PENSA EM ALGUMA COISA, temos OBJETO INDIRETO. Agora, veja:

2. Ele é fiel ao clube. Ao clube = a + o clube (A é preposição / O é artigo) Analisando o verbo da questão, descobrimos que trata-se de VERBO DE LIGAÇÃO. Logo, a preposição tem origem no NOME FIEL. ao clube = COMPLEMENTO NOMINAL.

2.3 – A FUNÇÃO SINTÁTICA DOS PRONOMES A) CASO RETO EU –TU – ELE – NÓS – VÓS – ELES FUNÇÃO NA ORAÇÃO: SUJEITO B) OBLÍQUO ÁTONO ME – TE – LHE – SE – O/OS – A/AS – NOS – VOS – LHES FUNÇÃO NA ORAÇÃO: COMPLEMENTO VERBAL (objeto direto ou indireto). Desejo-te boa sorte... Faça-me o favor... DICAS#CASCAS! A) O – A – OS – AS SÓ FUNICIONAM COMO OBJETO DIRETO! Ontem, eu a vi. B) Em verbos terminados em -R, -S ou -Z, elimina-se a terminação e os pronomes o(s), a(s) se tornam lo(s), la(s).Em verbos terminados em -AM, EM, -ÃO e –ÕE os pronomes se tornam no(s), na(s); C) FUNÇÕES DO PRONOME LHE:

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C.1) COMPLEMENTO VERBAL: objeto indireto Disse-lhe a verdade! C.2) COMPLEMENTO NOMINAL (SEMPRE COM VERBO DE LIGAÇÃO!) Ele não lhe foi fiel. C.3) ADJUNTO ADNOMINAL (SENTIDO POSSE / SEMPRE COM VERBO TRANSITIVO DIRETO / PODE SER SUBSTITUÍDO POR SEU, SUA, DELE, DELA) Beijo-lhe a mão. (Beijo a sua mão. / Beijo a mão dele.) D) OBLÍQUO TÔNICO (A PREPOSIÇÃO É OBRIGATÓRIA) A MIM – A TI – A SI – A ELE/A ELES – A ELA/A ELAS – A NÓS – A VÓS FUNÇÃO NA ORAÇÃO: COMPLEMENTO VERBAL (objeto indireto; objeto direto preposicionado) Disse a verdade a mim. (objeto indireto) Ninguém entende a nós.” (objeto direto preposicionado)

2.4 - PRONOME RELATIVO – A FUNÇÃO SINTÁTICA REFERENCIAL QUE / O QUAL / A QUAL / ONDE = EM QUE / QUANDO = EM QUE / CUJO / QUEM OBSERVE: O CARRO QUE COMPREI É BONITO. 1 – O CARRO É BONITO; 2 – EU COMPREI O CARRO. (objeto direto da oração subordinada adjetiva) QUE = CARRO / CARRO TEM FUNÇÃO DE OBJETO DIRETO / QUE = OBJETO DIRETO DICA#CASCA: OS PRONOMES RELATIVOS INTRODUZEM AS ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS. LOGO, POSSUEM FUNÇÃO DE ADJUNTO ADNOMINAL! O ALUNO QUE ESTUDA PASSA! O PRONOME RELATIVO FUNCIONA COMO ADJUNTO ADNOMINAL DE ALUNO E SUJEITO DA ORAÇÃO QUE ESTUDA. CUIDADO! USO DO PRONOME RELATIVO (DECORE!) 1- Os pronomes relativos virão precedidos de preposição se a regência assim determinar. Este é o pintor a cuja obra me refiro. Este é o pintor de cuja obra gosto. 2 - O pronome relativo quem é empregado com referência a pessoas: Não conheço o político de quem você falou. 3 - O relativo quem pode aparecer sem antecedente claro, sendo classificado como pronome relativo indefinido. Quem faltou foi advertido. 4 - Quando possuir antecedente, o pronome relativo quem virá precedido de preposição.

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Marcelo era o homem a quem ela amava. 5. O pronome relativo que é o de mais largo emprego, chamado de relativo universal, pode ser empregado com referência a pessoas ou coisas, no singular ou no plural. Não conheço o rapaz que saiu. Gostei muito do vestido que comprei. Eis os ingredientes de que necessitamos. 6. O pronome relativo que pode ter por antecedente o demonstrativo o, a, os, as. Falo o que sinto. (o pronome o equivale a aquilo) 7. Quando precedido de preposição monossilábica, emprega-se o pronome relativo que. Com preposições de mais de uma sílaba, usa-se o relativo o qual (e flexões). Aquele é o livro com que trabalho. Aquela é a senhora para a qual trabalho. 8. O pronome relativo cujo (e flexões) é relativo possessivo equivalente a do qual, de que, de quem. Deve concordar com a coisa possuída. Apresentaram provas em cuja veracidade eu creio. 9. O pronome relativo QUANTO, QUANTOS e QUANTAS são pronomes relativos quando seguem os pronomes indefinidos tudo, todos ou todas. Comprou tudo quanto viu. 10. O relativo ONDE deve ser usado para indicar lugar e tem sentido aproximado de em que, no qual. Este é o país onde habito. a) onde é empregado com verbos que não dão ideia de movimento. Pode ser usado sem antecedente. Sempre morei no país onde nasci. b) aonde é empregado com verbos que dão ideia de movimento e equivale a para onde, sendo resultado da combinação da preposição a + onde. Voltei àquele lugar aonde minha mãe me levava quando criança.

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LIÇÃO 3 #SINTAXE II TERMOS ESSENCIAIS: (o estudo do sujeito)

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3.1- O ESTUDO DO SUJEITO A) O SUJEITO SIMPLES / SUJEITO COMPOSTO (A BANCA COBRA EM CONCORDÂNCIA VERBAL!) B) SUJEITO DESINENCIAL / ELÍPTICO / OCULTO DETERMINADO Ganhamos a loteria. Paulo, SAIA! C) SUJEITO INDETERMINADO (A BANCA COBRA AS FUNÇÕES DA PALAVRA SE!)

1º CASO: VERBO NA 3ª PESSOA DO PLURAL Ex: Roubaram meu carro.

2° CASO: O VERBO + ” SE” QUESTÃO DE PROVA! DECORE AS FÓRMULAS MÁGICAS!

2.1) V.T.I + SE + PREPOSIÇÃO = SUJEITO INDETERMINADO Ex: Precisa-se de funcionários. SE = Índice de indeterminação do sujeito. DE FUNCIONÁRIOS = objeto indireto

VERBO NA 3ª PESSOA SINGULAR!

2.2) V.I + SE = SUJEITO INDETERMINADO Ex:

Vive-se bem em apartamentos.

SE = Índice de indeterminação do sujeito. VERBO NA 3ª PESSOA SINGULAR!

2.3) VERBO DE LIGAÇÃO + SE Ex:

Fica-se nervoso na casa da sogra.

SE = Índice de indeterminação do sujeito. VERBO NA 3ª PESSOA SINGULAR!

2.4) V.T.D + SE = SUJEITO DETERMINADO Ex: Alugam-se apartamentos. / Aluga-se apartamento. SE = Partícula Apassivadora Apartamentos / apartamento = Sujeito simples O verbo DEVE CONCORDAR com o sujeito! D) ORAÇÃO SEM SUJEITO (os verbos IMPESSOAIS) é formada apenas pelo predicado e articula-se a partir de um verbo impessoal. Observe a estrutura destas orações:

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Havia formigas na casa. Nevou muito este ano em Nova Iorque. É possível constatar que essas orações não têm sujeito. Constituem a enunciação pura e absoluta de um fato, através do predicado. O conteúdo verbal não é atribuído a nenhum ser, a mensagem centra-se no processo verbal. Os casos mais comuns de orações sem sujeito da língua portuguesa ocorrem com: D.1) Verbos que exprimem fenômenos da natureza: (Nevar, chover, ventar, gear, trovejar, relampejar, amanhecer, anoitecer) Veja: Choveu muito no inverno passado. Amanheceu antes do horário previsto. DICA#CASCA! quando usados na forma figurada, esses verbos podem ter sujeito determinado. Veja: Choviam crianças na distribuição de brindes. (crianças=sujeito) Já amanheci cansado. (eu=sujeito) D.2) Verbos ser, estar, fazer e haver, quando usados para indicar uma ideia de tempo ou fenômenos meteorológicos: D.2.1) Ser: É noite. (Período do dia) Eram duas horas da manhã. (Hora) DICA#CASCA! ao indicar tempo, o verbo ser varia de acordo com a expressão numérica que o acompanha. (É uma hora/ São nove horas) Hoje é (ou são) 15 de março. (Data)

3.2 – CONCORDÂNCIA VERBAL 1.1 - CASOS QUE ACEITAM O SINGULAR E O PLURAL (questão de prova!) A) EXPRESSÕES PARTITIVAS: A MAIOR PARTE, BOA PARTE, GRANDE PARTE, A MAIORIA, A MINORIA, PARTE DE, METADE DE, UMA PORÇÃO DE, O GROSSO DE, O RESTO DE etc. Ex: Boa parte das pessoas ACREDITOU/ACREDITARAM no que ele disse. A maioria os alunos OBTEVE/OBTIVERAM boas noitas. Metade dos professores PARTICIPOU/PARTICIPARAM do congresso. DICA#CASCA! O mesmo processo de concordância se aplica quando se empregam COLETIVOS (bando, grupo, enxame etc.). Quando o COLETIVO é seguido de TERMO NO PLURAL, a concordância também é OPTATIVA: Ex: Um grupo de alunos EXIGIU/EXIGIRAM a presença da professora. CUIDADO! O verbo ficará no SINGULAR se essas palavras (maioria, parte,

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metade etc.) NÃO FOREM ESPECIFICADAS. Ex: A maioria faltou. Boa parte abandonou o projeto. Um bando destruiu a sala. CUIDADO! (CAI NA PROVA!) Com expressões partitivas + ser, o verbo CONCORDA com o PREDICATIVO, e não com o SUJEITO: A maioria dos analistas SÃO EXPERIENTES. B) SUJEITO COMPOSTO POSPOSTO: quando o sujeito composto é posposto, ou seja, colocado depois do verbo, passam a existir duas possibilidades de concordância: VERBO NO PLURAL ou em CONCORDÂNCIA COM O NÚCLEO MAIS PRÓXIMO. Ex: FALTARAM ao time CORAGEM E DETERMINAÇÃO. FALTOU ao time CORAGEAM E DETERMINAÇÃO. ACABARAM O LEITE E OS OVOS. ACABOU O LEITE E OS OVOS. CUIDADO! Nos casos em que o SE indica IDEIA DE RECIPROCIDADE entre os núcleos que constituem o SUJEITO COMPOSTO, a concordância deve ser feita no PLURAL. Ex: ABRAÇARAM-SE A MÃE E A FILHA. OFENDERAM-SE muito O TÉCNICO E O JOGADOR. C) PALAVRAS SINÔNIMAS (A CONCORDÂNCIA COM A UNIDADE DE SENTIDO DOS NÚCLEOS) Ex: DESCASO e DESPREZO sempre MARCOU seu comportamento. O verbo no SINGULAR ENFATIZA a UNIDADE DE SENTIDO DOS NÚCLEOS. DESCASO e DESPREZO sempre MARCARAM seu comportamento. Também é possível a CONCORDÂNCIA LÓGICA, ou seja, o emprego do VERBO NO PLURAL. D) Verbos SER entre pronome não pessoal e substantivo (Concorda com o Sujeito ou Predicativo) Ex: Tudo ERA/ERAM delícias naquela mesa. Isso É/SÃO coisas que dizem por aí. Quem É/SÃO os integrantes da comissão? E) Verbo SER nas expressões que indicam noção de quantidade (MUITO, POUCO, BASTANTE / VERBO NO SINGULAR!) Ex: Três quilos de carne É MUITO POUCO para um churrasco. Cinco dias É POUCO tempo para conhecer Roma. Cem reais É POUCO para comprar tudo o que é preciso. F) Verbo SER nas indicações de tempo (Concorda com o número de minutos, de horas, ou de dias mais próximo)

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Ex: É uma hora da tarde. São quatro horas. É meio-dia e vinte. Hoje é/são vinte e dois de dezembro. G) A expressão É QUE (VERBO NO SINGULAR) Ex: É para essas pessoas QUE o novo governo deve trabalhar. É nessas horas QUE se vê quem de fato é amigo. Os elefantes fazem tudo, mas os macacos É QUE levam a fama. H) Quando o sujeito é formado por expressão que indica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de, perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo concorda com o substantivo. Ex: Cerca de mil pessoas participaram da manifestação. Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade. Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas Olimpíadas. CUIDADO! quando a expressão "mais de um" se associar a verbos que exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório: Ex: Mais de um colega se ofenderam na tumultuada discussão de ontem. (Ofenderam um ao outro) I) Quando se trata de nomes que só existem no plural, a concordância deve ser feita levando-se em conta a ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve ficar no singular. Quando há artigo no plural, o verbo deve ficar no plural. Exs: Os Estados Unidos possuem grandes universidades. Alagoas impressiona pela beleza das praias. As Minas Gerais são inesquecíveis. Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira. Os Sertões imortalizaram Euclides da Cunha. J) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos, quaisquer, vários) seguido por "de nós" ou "de vós", o verbo pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pessoa do plural) ou com o pronome pessoal. E Quais de nós são / somos capazes? Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? Vários de nós propuseram / propusemos sugestões inovadoras. CUIDADO! Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver no singular, o verbo ficará no singular. Ex: Qual de nós é capaz? Algum de vós fez isso.

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L) PORCENTAGEM (Quando o sujeito é formado por uma expressão que indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o substantivo). Exs: 25% do orçamento do país deve destinar-se à Educação. 85% dos entrevistados não aprovam a administração do prefeito. 1% do eleitorado aceita a mudança. 1% dos alunos faltaram à prova. CUIDADO! Quando a expressão que indica porcentagem não é seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o número. Exs: 25% querem a mudança. 1% conhece o assunto. M) O PRONOME RELATIVO QUE Quando o sujeito é o pronome relativo "que", a concordância em número e pessoa é feita com o antecedente do pronome. Exs: Fui eu que paguei a conta. Fomos nós que pintamos o muro. És tu que me fazes ver o sentido da vida. Ainda existem mulheres que ficam vermelhas na presença de um homem. N) O PRONOME RELATIVO QUEM Quando o sujeito é o pronome relativo "quem", pode-se utilizar o verbo na terceira pessoa do singular ou em concordância com o antecedente do pronome. Exs: Fui eu quem pagou a conta. / Fui eu quem paguei a conta. Fomos nós quem pintou o muro. / Fomos nós quem pintamos o muro. O) Com a expressão "um dos que", o verbo deve assumir a forma plural. Ex: Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encantaram os poetas. Se você é um dos que admiram o escritor, certamente lerá seu novo romance. CUIDADO COM A IDEIA DE EXCLUSÃO (CAI NA PROVA!) Se houver exclusão, a expressão um dos que leva o verbo para o singular: Já foi um dos candidatos que venceu a última eleição presidencial (somento José venceu). P) Quando os núcleos do sujeito são unidos por expressões correlativas como: "não só...mas ainda", "não somente"..., "não apenas...mas também", "tanto...quanto", o verbo concorda de preferência no plural. Ex: Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o Nordeste. Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a notícia. Q) VERBO PARECER O verbo parecer, quando seguido de infinitivo, admite duas concordâncias: Ocorre variação do verbo parecer e não se flexiona o infinitivo.

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Alguns colegas pareciam chorar naquele momento. A variação do verbo parecer não ocorre, o infinitivo sofre flexão. Alguns colegas parecia chorarem naquele momento. CUIDADO! Com orações desenvolvidas, o verbo parecer fica no singular. EX: As paredes parece que têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos.) R) O VERBO NO INFINITIVO (questão de prova!) R.1) INFINITIVO PESSOAL COM SUJEITO IGUAL AO DO VERBO DA ORAÇÃO ANTERIOR ( FLEXÃO FACULTATIVA) Ex: Os sindicalistas foram a Brasília para CONVERSAR / CONVERSAREM com o presidente. CUIDADO! Se a oração infinitiva vier ANTES da principal, é mais frequente o INFINITIVO FLEXIONADO: Para CONVERSAREM com o presidente, os sindicalistas foram a Brasília. R.2) INFINTIVO PESSOAL COM SUJEITO DIFERENTE DO SUJEITO DO VERBO DA ORAÇÃO ANTERIOR (FLEXÃO OBRIGATÓRIA!) Ex: O presidente fez o possível para os executivos estrangeiros ACEITAREM a proposta. R.3) INFINTIVO QUE É REGIDO POR PREPOSIÇÃO E FUNCIONA COMO COMPLEMENTO DE SUBSTANTIVO, ADJETIVO OU VERBO. (NÃO SE FLEXIONA O INFINITIVO!) Ex: Os jornalistas foram proibidos DE ENTRAR. Eles não têm chance DE VENCER. Foram incumbidos DE ABRIR a exposição. Todos estão obrigados A COMPARECER. R.3) RECIPROCIDADE (FLEXÃO OBRIGATÓRIA!) Ex: Depois de brigas e brigas marido e mulher faziam o possível para SE SUPORTAREM. R.4) DEIXAR – FAZER – MANDAR – OUVIR – SENTIR – VER + INFINITIVO (FLEXÃO OPTATIVA!) Exs: Faça os meninos DORMIR / DORMIREM cedo. Mande os cozinheiros PREPARAR / PREPARAREM a comida. CUIDADO! Se o SUBSTANTIVO for substituído por um PRONOME OBLÍQUO, O INFINITIVO NÃO SERÁ FLEXIONADO Ex:

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Deixe-os ficar. Faça-os dormir cedo. Não os ouvi cantar. R.5) LOCUÇÃO VERBAL Só se flexiona o PRIMEIRO VERBO, chamado de auxiliar. O INFININITVO não deve ser flexionado. Ex: Eles DEVEM chegar logo. QUEIRAM comparecer ao estacionamento.

3.3 – CONCORDÂNCIA NOMINAL

Conceito: é a adequação dos termos da oração feita para que estes harmonizem e concordem em número e gênero com o substantivo. Regra geral: em uma oração com dois ou mais substantivos, o adjetivo pode concordar com todos estes termos (concordância lógica) ou com o mais próximo dele (concordância atrativa). Ex: Menino e menina gordos. (lógica, pois “gordos” abrange “menino” e “menina”) Menino e menina gorda. (atrativa, pois “gorda” se refere somente a “menina”) CUIDADO! Na soma, o termo masculino SEMPRE prevalecerá. Para que haja a forma FEMININA e PLURAL, na adição dos núcleos, é necessário que TODOS os elementos, SEM EXCEÇÃO, sejam femininos. Ex: A mãe e filha bonitas chegaram cedo. Chegou atrasada a mãe e o pai. (atrativa, pois “atrasada” se refere somente a “mãe”) Chegaram atrasados a mãe e o pai. (lógica, pois “atrasados” se refere a “mãe” e “pai”) A) Obrigado, anexo (incluso / apenso), quite, próprio, possível, tal qual, nenhum: são variáveis. Ex: Muito obrigada, disse e mulher. Os documentos seguem anexos. A lista de preços inclusa foi aprovada pela diretoria. A petição segue apensa ao processo. Posso dizer que agora estamos quites. Ela mesma trocou a lâmpada queimada. O autor escreveu três possíveis finais para a história. As mães eram tais quais as filhas. Nenhuns carros passaram por aqui. Não vi nenhuma motocicleta também. ATENÇÃO: “anexo” é variável, porém as expressões “em anexo”, “em incluso” e “em apenso” são invariáveis. Os documentos estão em anexo. A lista de preços em incluso foi aprovada pela diretoria. A petição segue em apenso ao processo. Menos é invariável: Ela comprou menos roupas dessa vez. Também quis parcelar em menos vezes. Bastante, meio: quando modificam o substantivo, são variáveis; quando são advérbios, invariáveis. Havia bastantes pessoas dentro daquele ônibus. (modifica o substantivo “pessoas” - variável) Choveu bastante ontem de manhã. (função de advérbio - invariável) Hoje eu estou meio desanimado. (função de advérbio - invariável) Ela comeu meia melancia! (modifica o substantivo “melancia” - variável)

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Haja(m) vista – o termo serve para exemplificação. Caso o exemplificado esteja no singular, verbo SOMENTE poderá ficar no SINGULAR; caso o elemento exemplificado esteja no PLURAL, o verbo PODERÁ VIR no SINGULAR ou como no PLURAL. Os últimos fatos foram alegres, HAJA VISTA O NASCIMENTO DE JOÃO. A literatura brasileira é muito rica, HAJA(M) VISTA OS MARAVILHOSOS LIVROS DE MACHADO DE ASSIS. CUIDADO! A expressão fica invariável (seguida de preposição). Haja vista aos fatos explicados por esta teoria. MESMO – Quando significar “PRÓPRIO” é variável. Porém quando significar ATÉ MESMO é invariável. Ela mesma (PRÓPRIA) fez o almoço. Mesmo (ATÉ MESMO) ela fez o almoço.

POSSÍVEL

Com as estruturas com O MAIS – O MENOS – O MELHOR – O PIOR – QUANTO, o adjetivo POSSÍVEL estará no SINGULAR; Fiz todos os esforços QUANTO POSSÍVEL. / São alunos O MAIS estudiosos POSSÍVEL. Já nas estruturas com OS MAIS – OS MENOS – OS MELHORES – OS PIORES, o adjetivo POSSÍVEL virá no PLURAL. São alunos OS MAIS POSSÍVEIS ESTUDIOSOS. DECORE! 1 – Fica no SINGULAR o ADJETIVO que modifica dois ou mais SUBSTANTIVOS que se referem à mesma pessoa ou coisa: Ele sempre foi pai e marido EXEMPLAR. Tom Jobim foi compositor, músico e arrnajador GENIAL. 2 - Quando o adjetivo se refere a vários substantivos, a concordância pode variar. Podemos sistematizar essa flexão nos seguintes casos: a) Adjetivo anteposto aos substantivos: O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo. Encontramos caídas as roupas e Encontramos caída a roupa e Encontramos caído o prendedor e a roupa.

os os

prendedores. prendedores.

CUIDADO! Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram Encontrei os divertidos primos e primas na festa.

me

visitar.

3 - Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo: a) O adjetivo fica no masculino singular, acompanhado de nenhum modificador. Água é bom para saúde.

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se

o

substantivo

não

for

b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for modificado por um artigo ou qualquer outro determinativo. Esta água é boa para saúde. 4 - O adjetivo concorda em gênero e número com os pronomes pessoais a que se refere. Juliana as viu ontem muito felizes. 5 - Quando um único substantivo é modificado por dois ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as construções: a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o artigo antes do último adjetivo. Admiro a cultura espanhola e a portuguesa. b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo antes do adjetivo. Admiro as culturas espanhola e portuguesa. 6 – É PROIBIDO / É NECESSÁRIO Essas expressões, formadas por um verbo mais um adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se referem possuir sentido genérico (não vier precedido de artigo). É proibido entrada de crianças. Em certos momentos, é necessário atenção. No verão, melancia é bom. Quando o sujeito dessas expressões estiver determinado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo como o adjetivo concordam com ele. É proibida a entrada de crianças. Esta salada é ótima. A educação é necessária. São precisas várias medidas na educação.

CUIDADO! O certo é dizer “duzentas milhões de pessoas” ou “duzentos milhões de pessoas”? Esse é um caso que engana muita gente – então, atenção: milhões é sempre masculino. Independentemente de o complemento ser feminino (“milhões de crianças”, “milhões de pessoas”), o numeral sempre fica no masculino: “dois milhões de mulheres”, “trezentos milhões de pessoas”. Assim, deve sempre dizerse: dois milhões de crianças (e nunca *duas milhões); “trezentos milhões de visualizações” (e jamais *trezentas milhões); “…de duzentos e oitenta a seiscentos milhões de pessoas…”, e não *duzentAs e oitenta a seiscentAs milhões“; “…quinhentos milhões de novas tomadas”, e não *quinhentas milhões de novas tomadas, etc.

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LIÇÃO 4

#SINTAXE III ✓ REGÊNCIA; ✓ CRASE; ✓ COLOCAÇÃO PRONOMINAL.

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4.1 - VERBOS INTRANSITIVOS

Os verbos intransitivos não possuem complemento. É importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los. CHEGAR - IR Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para indicar destino ou direção são: a, para. Exemplos: Fui ao teatro. Adjunto Adverbial de Lugar Ricardo foi para a Espanha. Adjunto Adverbial de Lugar Eles chegaram de Santos. Amanhã deves chegar cedo ao curso. CUIDADO! Quando cheguei a casa. (correto) Quando cheguei EM casa. (errado) Amanhã vou A ou PARA casa. (certo) Amanhã vou EM casa. (errado) DICA#CASCA! "IR PARA algum lugar" enfatiza a direção, a partida." IR A algum lugar" sugere também o retorno.Importante: reserva-se o uso de "em" para indicação de tempo ou meio. Veja: Cheguei a Roma em outubro. Adjunto Adverbial de Tempo Chegamos no trem das dez. Adjunto Adverbial de Meio COMPARECER O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por em ou a. Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último jogo.

4.2 - VERBOS TRANSITIVOS INDIRETOS Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exigem uma preposição para o estabelecimento da relação de regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são lhe, lhes (ambos para substituir pessoas). Não se utilizam os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não representam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes. São verbos transitivos indiretos, dentre outros:

Consistir Tem complemento introduzido pela preposição "em". A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para todos.

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Obedecer e Desobedecer

Possuem seus complementos introduzidos pela preposição "a". Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. Eles desobedeceram às leis do trânsito.

Responder

Tem complemento introduzido pela preposição "a". Esse verbo pede objeto indireto para indicar "a quem" ou"ao que" se responde. Respondi ao meu patrão. Respondemos às perguntas. Respondeu-lhe à altura. Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto quando exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva analítica. Veja: O questionário foi respondido corretamente. Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente.

Simpatizar e Antipatizar Possuem seus complementos introduzidos pela preposição "com". Antipatizo com aquela apresentadora. Simpatizo com os que condenam os políticos que governam para uma minoria privilegiada.

4.3 VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS OU INDIRETOS (QUESTÃO DE PROVA / REECRITURA DE SENTENÇA!) Há verbos que admitem duas construções, uma transitiva direta, outra indireta, sem que isso implique modificações de sentido. Dentre os principais, temos: Abdicar Abdicou as vantagens do cargo. / Abdicou das vantagens do cargo. Acreditar Não acreditava a própria força. / Não acreditava na própria força. Almejar Almejamos a paz entre as nações. / Almejamos pela paz entre as nações. Ansiar Anseia respostas objetivas. / Anseia por respostas objetivas. Anteceder Sua partida antecedeu uma série de fatos estranhos. / Sua partida antecedeu a uma série de fatos estranhos. Atender Atendeu os meus pedidos. / Atendeu aos meus pedidos. Atentar Atente esta forma de digitar. / Atente nesta forma de digitar. / Atente para esta forma de digitar. Cogitar Cogitávamos uma nova estratégia. / Cogitávamos em uma nova estratégia. Consentir Os deputados consentiram a adoção de novas medidas econômicas. / Os deputados consentiram na adoção de novas medidas econômicas. Deparar

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Deparamos uma bela paisagem em nossa trilha. / Deparamos com uma bela paisagem em nossa trilha. Gozar Gozava boa saúde. / Gozava de boa saúde. Necessitar Necessitamos algumas horas para preparar a apresentação. / Necessitamos de algumas horas para preparar a apresentação. Preceder Intensas manifestações precederam a mudança de regime./ Intensas manifestações precederam à mudança de regime. Presidir Ninguém presidia o encontro. / Ninguém presidia ao encontro. Renunciar Não renuncie o motivo de sua luta. / Não renuncie ao motivo de sua luta. Satisfazer Era difícil conseguir satisfazê-la. / Era difícil conseguir satisfazer-lhe. Versar Sua palestra versou o estilo dos modernistas. / Sua palestra versou sobre o estilo dos modernistas.

4.4 - VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS E INDIRETOS Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados de um objeto direto e um indireto. Merecem destaque, nesse grupo:

Agradecer, Perdoar e Pagar

São verbos que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a pessoas. Veja os exemplos: Agradeço aos ouvintesa Objeto Indireto

a audiência. Objeto Direto

Cristo ensina que é preciso perdoar o pecado Paguei o débito Objeto Direto

Objeto Direto

ao cobrador.

ao pecador. Objeto Indireto

Objeto Indireto

O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com particular cuidado. Observe: Agradeci o presente. / Agradeci-o. Agradeço a você. / Agradeço-lhe. Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. Paguei minhas contas. / Paguei-as. Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. CUIDADO! Com os verbos AGRADECER – PERDOAR - PAGAR a pessoa deve sempre aparecer como OBJETO INDIRETO, mesmo que na frase não haja objeto direto. Veja os exemplos: A empresa não paga aos funcionários desde setembro. Já perdoei aos que me acusaram. Agradeço aos eleitores que confiaram em mim.

Informar

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Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. Informe os novos preços aos clientes. Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos preços) Na utilização de pronomes como complementos, veja as construções: Informei-os aos clientes. Informei-lhes os novos preços. Informe-os dos novos preços. Informe-os deles. (ou sobre eles) Obs.: a mesma regência do verbo INFORMAR é usada para os seguintes: AVISO, CERTIFICAR, NOTIFICAR, CIENTIFICAR, PREVENIR.

Comparar

Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as preposições "a" ou "com" para introduzir o complemento indireto. Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma criança.

Pedir

Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na forma de oração subordinada substantiva) e indireto de pessoa. Pedi-lhe Objeto Indireto

Pedi-lhe

Objeto Indireto

favores. objeto Direto

que mantivesse em silêncio. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta

A construção "PEDIR PARA", muito comum na linguagem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra licença estiver subentendida. Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa. Observe que, nesse caso, a preposição "para" introduz uma oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa). A construção "dizer para", também muito usada popularmente, é igualmente considerada incorreta.

Preferir Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indireto introduzido pela preposição "a". Por Exemplo: Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais. Prefiro trem a ônibus. DICA#CASCA! na língua culta, o verbo "preferir" deve ser usado sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo existente no próprio verbo (pre).

4.5 - MUDANDÇA DE TRANSITIVIDADE VS MUDANÇA DE SENTIDO (QUESTÃO DE PROVA!) AGRADAR

Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos, acariciar.

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Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada quando o revê. Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Cláudia não perde oportunidade de agradá-lo. Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento introduzido pela preposição "a". O cantor não agradou aos presentes. O cantor não lhes agradou.

ASPIRAR Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar (o ar), inalar. Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o.) Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter como ambição. Aspirávamos a melhores condições de vida. (Aspirávamos a elas.) CUIDADO! (QUESTÃO CESPE!) como o objeto indireto do verbo "aspirar" não é pessoa, mas coisa, não se usam as formas pronominais átonas "lhe" e "lhes" e sim as formas tônicas "a ele (s)", " a ela (s)". Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela.)

ASSISTIR

Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar assistência a, auxiliar. As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. As empresas de saúde negamse a assisti-los. Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar, estar presente, caber, pertencer. Assistimos ao documentário. Não assisti às últimas sessões. Essa lei assiste ao inquilino. DICA#CASCA! no sentido de morar, residir, o verbo "assistir" é intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar introduzido pela preposição "em". Assistimos numa conturbada cidade.

CHAMAR

Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, solicitar a atenção ou a presença de. Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá chamá-la. Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. No sentido de repreender é V.T.D.I com o complemento indireto regido da preposição a: O fiscal chamou o candidato à atenção.

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Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo preposicionado ou não. (QUESTÃO DE PROVA!) I - A torcida chamou o jogador mercenário. II - A torcida chamou ao jogador mercenário. III - A torcida chamou o jogador de mercenário. IV - A torcida chamou ao jogador de mercenário.

CONSTAR No sentido de ser composto ou constituído é VTI e rege a preposição de (objeto indireto). Este processo consta de seis volumes. No sentido de estar registrado, estar escrito é VI e deve ser empregado com a preposição EM, que introduz termo que indicar lugar. Seu aparte consta na ata. Consta nos autos que o réu não tem habilitação. No sentido de dizer-se, passar por certo é VI. Consta que Edinéia será a coordenadora-geral.

CUSTAR

Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial. Frutas e verduras não deveriam custar muito. No sentido de ser difícil, penoso pode ser intransitivo ou transitivo indireto. Muito

custa

viver tão longe da família.

Verbo intransitivo /Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela atitude. CUIDADO! a Gramática Normativa condena as construções que atribuem ao verbo "custar" um sujeito representado por pessoa. Custei para entender o problema. Forma correta: Custou-me entender o problema. / Custa-me entender o problema.

IMPLICAR Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: Dar a entender, fazer supor, pressupor Suas atitudes implicavam um firme propósito. Ter como consequência, trazer como consequência, acarretar, provocar Liberdade de escolha implica amadurecimento político de um povo.

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Como transitivo direto e indireto, significa comprometer Implicaram aquele jornalista em questões econômicas. Com o sentido de envolver-se é VTI com o complemento regido pela preposição EM. O jogador implicou-se em drogas. CUIDADO! no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo indireto e rege com preposição "com". Implicava com quem não trabalhasse arduamente.

PROCEDER

Proceder é VI no sentido de ter fundamento ou agir. Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto adverbial de modo. As afirmações da testemunha procediam, não havia como refutá-las. Você procede muito mal. Nos sentidos de ter origem ou dar início é transitivo indireto. O avião procede de Maceió. Procedeu-se aos exames. O delegado procederá ao inquérito.

QUERER Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, cobiçar. Querem melhor atendimento. Queremos um país melhor. Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar, amar. Quero muito aos meus amigos. Ele quer bem à linda menina. Despede-se o filho que muito lhe quer. VISAR Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar. O homem visou o alvo. O gerente não quis visar o cheque. No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição "a". O ensino deve sempre visar ao progresso social. Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público. DICA#CASCA! Se o verbo Visar estiver seguido de INFINITIVO, a preposição pode ficar subentendida. Veja: Raquel visava conseguir amizades = visava A conseguir amizades.

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ATENDER

É V.T.D no sentido de deferir um pedido, conceder. O chefe atenderá sua solicitação. / O chefe a atenderá. No sentido de dar atenção é V.T.D ou V.T.I com a preposição A (objeto indireto). João, atenda ao telefone. / João, atenda a ele.

LEMBRAR Se não estiver acompanhado de pronome oblíquo átono é VTD, tem o sentido de não esquecer e pede complemento sem preposição (objeto direto): Lembrei o tempo bom que vivemos juntos. Acompanhado de pronome oblíquo é VTI, tem o sentido de recordar e pede complemento regido da preposição de (objeto indireto): Cafu, ao erguer a taça, comemorando o penta, lembrou-se da mulher. Com o sentido de trazer à lembrança e VTI e rege a preposição A: Lembrou a todos o tempo de menino. DICA#CASCA! – Os verbos ESQUECER, ADMIRAR E RECORDAR apresentam a mesma regência de LEMBRAR; – Há ainda uma construção em que a coisa lembrada, admirada, esquecida ou recordada passa a funcionar como SUJEITO, ficando o verbo na 3ª pessoa do singular, sofrendo alteração de sentido: Lembrou-me o ocorrido nesta sala (= o ocorrido nesta sala me veio à memória). Esqueceram-me os desenganos (= os desenganos caíram-me no esquecimento).

PRECISAR É VTD com o sentido de marcar, indicar com precisão. O relojoeiro precisou o defeito do cronômetro. Com o sentido de carecer, ter necessidade é VTI e rege a preposição DE. Acho que ela precisa de carinho.

4.6 – CRASE

É a junção da preposição “a” com o artigo definido “a(s)”, ou ainda da preposição “a” com as iniciais dos pronomes demonstrativos aquela(s), aquele(s), aquilo ou com o pronome relativo a qual (as quais). Graficamente, a fusão das vogais “a” é representada por um acento grave, assinalado no sentido contrário ao acento agudo: à.

4.6.1 - A CRASE É LEGAL A) Antes de palavras femininas (a – as) O bom cidadão obedece À LEI. B) Cidades – Países

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Fui à Bahia DICA#CASCA! troca o verbo ir por voltar: voltei da Bahia Fui a Brasília / Voltei de Brasília C) Na indicação do número de horas. Cheguei às 10 horas DICA#CASCA! Substitua a hora por "meio-dia": se der "ao meio-dia", há crase; se não der, esqueça a crase. A transmissão começa às 6h30, com crase, porque A transmissão começa AO MEIO DIA. Cheguei à uma hora. / Cheguei AO MEIO DIA. CUIDADO! À 0h do dia 1.º de janeiro, começará a queima de fogos. AO MEIO DIA do dia 1º de janeiro, começará a queima de fogos. CUIDADO II! Em cinco casos, porém, não há crase nesse "a" que acompanha horas: quando antes dele há as preposições "após", "desde", "entre" e "para". Veja: Os portões serão fechados após as 7h30. O consumo de álcool está liberado desde a 0h de segunda-feira. Há uma lei que proíbe a prática esportiva na praia entre as 8h e as 16h. A sessão estava marcada para as 20h. CUIDADO III! A HORA, A CRASE E O PARALELISMO! Observe: I - A aula é de 8h às 10h. (errado!) II - A aula é das 8h às 10h. (correto!) D) Na expressão “À MODA DE”, “À MANEIRA DE”, mesmo que a palavra moda venha oculta. Usam sapatos à Luís XV. (à moda de Luís XV) E) Expressões adverbiais femininas. (LOCUÇÃO ADVERBIAL / questão de prova!) À tarde À noite À vontade Às claras À toa Às avessas À direita À esquerda Às voltas DICAS#CASCAS! 1 - ÀS VEZES Vs. TODAS AS VEZES “Iracema às vezes vai à praia, mas nem todas as vezes banha-se no MAR.” substitua a palavra feminina “vezes” por uma masculina. Se antes da palavra

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masculina empregada vier um “AO”, antes de “vezes” ocorrerá crase. Em vez de “vezes”, escreverei “domingos” (ou outra palavra masculina qualquer: “Iracema AOS domingos vai à praia, mas nem todos OS domingos banha-se no MAR.” 2 - Nas expressões adverbiais a pé, a cavalo, a sangue-frio, a lápis, etc., o uso da crase não é permitido por uma questão óbvia, as palavras que formam as expressões são masculinas. Logo, não há a ocorrência de crase. Prefiro ir a pé. A prova não pode ser feita a lápis. 3 - A locução adverbial a distância tem gerado polêmica. Isso ocorre porque algumas gramáticas dizem que a crase só deve ser usada quando a palavra distância estiver determinada. A melhor praia fica à distância de 30 km. Alguns estudiosos já defendem o uso da crase com a palavra distância, ainda que esta não esteja especificada, pois seu uso elimina a possibilidade de dupla interpretação. Veja os exemplos: O menino estuda à distância. Eu escrevo à distância. O ensino da faculdade é à distância. Outras expressões que trazem dúvidas são as que vêm acompanhadas de adjuntos adverbiais de instrumento. Não há justificativa para o uso da crase, no entanto, sua ausência gera duplo sentido. Por isso, seu uso é recomendado. Além desses adjuntos, há algumas expressões que também pedem o uso da crase para evitar a ambiguidade. Veja: Bateu à máquina. Cortou à faca. Lavou à mão. F - Locuções prepositivas constituídas de palavras femininas. (LOCUÇÃO CRISTALIZADA) À força de À beira de À guisa de À custa de À força de À ilustração de À flor de CUIDADO! A locução ÀS CUSTAS DE é usada APENAS com valor processual, jurídico. Veja: “Ele foi condenado às custas do processo” G - Locuções conjuntivas À medida que À proporção que CUIDADO! CRASE COM AS PALAVRAS CASA E TERRA. Não ocorre crase com a palavra CASA no sentido de LAR, MORADIA e com a palavra TERRA no sentido de CHÃO FIRME, a menos que venham DETERMINADAS. Veja: Vou a casa almoçar. Vou à casa de minha tia almoçar. Os passageiros da aeronave desceram a terra. Passageiros da aeronave desceram à terra de seus avós.

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4.6.2 - A CRASE É ILEGAL A - Antes de masculino. Andei a pé. B) Antes de verbo. Estou apto a discutir. C) Antes de pronome de tratamento. Dirigiu-se a V.Sª com aspereza. CUIDADO! Senhora – senhorita – dona = Exceções! D) Antes de pronome em geral. Não me referi a ela (pronome pessoal reto) a ele(pronome pessoal reto) a qualquer (indefinido) CUIDADO! 1 - Fiz alusão à mesma pessoa. (alusão ao mesmo homem. / o pronome mesmo admite artigo) Isto interessa à própria candidata. (ao próprio candidato. / o pronome próprio admite artigo) 2 – Pode haver crase antes dos pronomes indefinidos pouca(s), muitas, demais, outra(s) e várias: O doutor atendeu às poucas mulheres que hoje foram à sua clínica. BC equipara crédito consignado às demais operações. De uma geração à outra, tudo pode mudar. E) Quando um a (sem o “s” de plural) precede um nome plural. Não falo a pessoas estranhas. Não falo às pessoas estranhas. F) Com palavras repetidas. Cara a cara. Face a face. CUIDADO! CRASE OBRIGATÓRIA! É preciso decralar guerra à guerra! É preciso dar mais vida à vida! Nesses casos, a crase é obrigatória devido à regência do verbo DECLARAR e DAR. G) Antes de numerais não determinados por artigo. O político iniciou visita a duas nações europeias.

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CUIDADO! Se as nações forem determinadas...crase! ...visita às duas nações europeias. H) Antes dos pronomes relativos QUEM e CUJA: Era geniosa a funcionária à quem se reportava. [Inadequado] Era geniosa a funcionária a quem se reportava. [Adequado] A mulher, à cuja filiação se unira, esgotava-se em lágrimas. [Inadequado] A mulher, a cuja filiação se unira, esgotava-se em lágrimas. [Adequado]

4.6.3 - A CRASE É FACULTATIVA (QUESTÃO DE PROVA!) A) Antes de nomes próprios de pessoa femininos. DICA CASCA! Nos casos em que o nome próprio vier especificado, determinado, haverá o uso da crase: Dirigi-me à bela Beatriz! B) Antes dos pronomes possessivos femininos. DECORE! I - Não obedeço a sua coordenadora. (com preposição a, mas sem o artigo a) II - Não obedeço à sua coordenadora. (com a preposição a e com o artigo a) III - Não obedeço a suas coordenadoras. (com preposição a, mas sem o artigo as) IV - Não obedeço às suas coordenadoras. (com a preposição a e com o artigo as / CRASE OBRIGATÓRIA!) CUIDADO! Pronome possessivo substantivo! Não obedeço à sua coordenadora, mas à minha. (minha: pronome possessivo substantivo, o uso do artigo será obrigatório. Como há a preposição a, o acento indicador de crase também será obrigatório) C) Depois da preposição ATÉ. Cheguei até A/À muralha.

4.6.4 – CRASE COM OS PRONOMES DEMONSTRATIVOS. DECORE! Àquela = a essa; Àquele = a esse; Àquilo = a isso.

4.6.5 À QUE E À QUAL A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as quais depende do verbo. Se o verbo que rege esses pronomes exigir a preposição "a", haverá crase. A igreja à qual me refiro fica no O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade.

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centro

da

cidade.

Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase! À QUE (A AQUELA QUE / AO QUE) (…) é a realocação da comunidade para uma área equivalente à que ela vive hoje. a aquela que ela vive hoje. (troca por A AQUELA QUE) (…) é a realocação da comunidade para um terreno equivalente ao que ela vive hoje. (troca por correspondente masculino)

4.6.6 – A CRASE E O PARALELISMO (CAI NA PROVA!) A) Trabalharemos das (de + a) 7h às (a + as) 13h. (preposição + artigo//preposição + artigo) B) Descansaremos da (de + a) 11h às (a + as) 7h. (preposição + artigo//preposição + artigo) C) O corredor vai da (de + a) cozinha à (a + a) sala de estudo. (preposição + artigo//preposição + artigo) D) Trabalhamos de segunda a sexta-feira. (preposição//preposição) E) Trabalhamos de 8 a 12 horas. (preposição//preposição) F) Enumere de um a vinte. (preposição //preposição) G) Disse a mãe, filha e sobrinha toda a verdade. (preposição obrigatória para o 1º elemento e facultativa para os demais) H) Disse à mãe, à filha e à sobrinha toda a verdade. (preposição + artigo para todos os elementos)

4.7 – COLOCAÇÃO PRONOMINAL 4.7.1 - Próclise A próclise é aplicada antes do verbo quando temos: A) Palavras com sentido negativo: (NADA, NÃO, NUNCA) Nada me faz querer sair dessa cama. Não se trata de nenhuma novidade. Nunca me disse a verdade. B) Advérbios Nesta casa se fala alemão. Naquele dia me falaram que a professora não veio. C) Pronomes relativos A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje. Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram. D) Pronomes indefinidos Quem me disse isso? Todos se comoveram durante o discurso de despedida. E) Pronomes demonstrativos Isso me deixa muito feliz! Aquilo me incentivou a mudar de atitude!

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F) Preposição seguida de gerúndio Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais indicado à pesquisa escolar. G) Conjunção subordinativa (SUBSTANTIVA, ADJEITVA, ADVERBIAL) Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram. 4.7.2 – Ênclise A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta não aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos átonos. A ênclise vai acontecer quando: A) O verbo estiver no imperativo afirmativo Amem-se uns aos outros. Sigam-me e não terão derrotas. B) O verbo iniciar a oração Diga-lhe que está tudo bem. Chamaram-me para ser sócio. C) O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da preposição “a” Naquele instante os dois passaram a odiar-se. Passaram a cumprimentar-se mutuamente. D) O verbo estiver no gerúndio Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de despreocupada. Despediu-se, beijando-me a face. E) Houver vírgula ou pausa antes do verbo Se passar no vestibular em outra cidade, mudo-me no mesmo instante. Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas. F) Orações exclamativas e optativas (exprimem desejo) Quanto se ofendem por nada, rapazes! Deus te proteja! 4.7.3 – Mesóclise A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado no futuro do presente ou no futuro do pretérito: A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. DICAS #CASCAS! (QUESTÃO DE PROVA!) 1 - A ÊNCLISE FACULTATIVA – Sujeito expresso na oração Os candidatos me pediram exercícios. Os candidatos pediram-me exercícios.

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Ambos te abraçaram com cuidado. Ambos abaçaram-te com cuidado. 2 - A ÊNCLISE PROIBIDA – Com verbos no futuro do presente ou no futuro do pretérito: Farão-se exercícios durante a aula. (ERRADO!) Far-se-ão exercícios durante a aula. (CORRETO!). 3 - CASO ESPECIAL: APOSSÍNCLISE (QUESTÃO CESPE!) A apossínclise é uma figura de estilo que consiste intercalar palavra(s) entre o verbo e o pronome oblíquo, em casos de próclise. Seu uso mais comum é com o advérbio NÃO: É possível que o leitor ME NÃO creia. (M.Assis)

4.7.3 - COLOCAÇÃO PRONOMINAL ESPECIAL: AS LOCUÇÕES VERBAIS (INFINITIVO/GERÚNDIO/PARTICÍPIO) A) QUANDO O VERBO PRINICIPAL FOR CONSTITUÍDO POR INFINITIVO OU GERÚNDIO: A.1) Se não houver palavra ATRATIVA, o pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal. INFINITIVO: Devo esclarecer-lhe o ocorrido. / Devo-lhe esclarecer o ocorrido. GERÚNDIO: Estavam chamando-me pelo alto-falante. / Estavam-me chamando pelo alto-falante. A.2) Se houver palavra atrativa, o pronome PODERÁ ser colocado antes do verbo auxiliar ou depois do verbo principal. INFINITIVO: Não posso esclarecer-lhe o ocorrido. / Não lhe posso esclarecer o ocorrido. GERÚNDIO: Não estavam chamando-me. / Não me estavam chamando. B) QUANDO O VERBO PRINICIPAL FOR CONSTITUÍDO POR PARTICÍPIO: O pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar. Haviam-me convidado para a festa. B.1) Se antes da locução verbal houver palavra atrativa, o pronome oblíquo FICARÁ antes do verbo auxiliar. Não me haviam convidado para a festa. CUIDADO! Se o verbo auxiliar estiver no futuro do presente ou futuro do pretérito, ocorrerá MESÓCLISE, DESDE QUE NÃO HAJA PALAVRA ATRATIVA ANTES DELE. Haver-me-iam convidado para a festa. CUIDADO! Se houver fator de próclise e depois uma intercalação, o pronome pode ficar antes ou depois do verbo auxiliar. Alega que a vítima que fulano de tal, o agresso, seu ex-amásio, a tem perseguido...

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tem-na perseguido...

LIÇÃO 5

#SEMÂNTICA ✓ Coordenação e Subordinação; ✓ Substituição e repetição de conectores e de outros elementos de sequenciação; ✓ Relação de Sinonímia e antonímia; ✓ Significação de palavras e expressões; ✓ Reescrita de sentença;

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1 - AS ORAÇÕES COORDENADAS ADITIVAS Expressam ideia de adição, acrescentamento. Normalmente indicam fatos, acontecimentos ou pensamentos dispostos em sequência. As conjunções coordenativas aditivas típicas são "e" e "nem" (= e + não). Introduzem as orações coordenadas sindéticas aditivas. Discutimos várias propostas e analisamos possíveis soluções. As orações sindéticas aditivas podem também estar ligadas pelas locuções: Não Não Não Não

só...mas também; só...como também; só...mas ainda; só...como ainda.

Essas estruturas costumam ser usadas quando se pretende enfatizar o conteúdo da segunda oração. Veja: Chico Buarque não só canta, mas também (ou como também) compõe muito bem. Não só provocaram graves problemas, mas (também) abandonaram os projetos de reestruturação social do país. DICA#CASCA! como a conjunção "nem" tem o valor da expressão "e não", condena-se na língua culta a forma "e nem" para introduzir orações aditivas. Não discutimos várias propostas, nem (= e não) analisamos quaisquer soluções. ADVERSATIVAS Exprimem fatos ou conceitos que se opõem ao que se declara na oração coordenada anterior, estabelecendocontraste ou compensação. "Mas" é a conjunção adversativa típica. Além dela, empregam- se: porém, contudo, todavia, entretanto e as locuções no entanto, não obstante, nada obstante. Introduzem as orações coordenadas sindéticas adversativas. "O amor é difícil, mas pode luzir em qualquer ponto da cidade." (Ferreira Gullar) O país é extremamente rico; o povo, porém, vive em profunda miséria. Tens razão, contudo controle-se. Renata gostava de cantar, todavia não agradava. O time jogou muito bem, entretanto não conseguiu a vitória. DICASCASCAS! A) lgumas vezes, a adversidade pode ser introduzida pela conjunção "e". Isso ocorre normalmente em orações coordenadas que possuem sujeitos diferentes. Deus cura, e o médico manda a conta. Nesse ditado popular, é clara a intenção de se criar um contraste. Observe que equivale a uma frase do tipo: "Quem cura é Deus, mas é o médico quem

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cobra a conta!" B) A conjunção "mas" pode aparecer com valor aditivo. Camila era uma menina estudiosa, mas principalmente esperta. PARA PROVAS CESPE, CONTEXTUALIZAR É MELHOR DO QUE DECORAR! ALTERNATIVAS Expressam ideia de alternância de fatos ou escolha. Normalmente é usada a conjunção "ou". Além dela, empregam-se também os pares: ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja, etc. Introduzem as orações coordenadas sindéticas alternativas. Diga agora ou cale-se para sempre. Ora age com calma, ora trata a todos com muita aspereza. Estarei lá, quer você permita, quer você não permita. Obs.: nesse último caso, o par "quer...quer" está coordenando entre si duas orações que, na verdade, expressam concessão em relação a "Estarei lá". É como disséssemos: "Embora você não permita, estarei lá". CONCLUSIVAS Exprimem conclusão ou consequência referentes à oração anterior. As conjunções típicas são: logo, portantoe pois (posposto ao verbo). Usa-se ainda: então, assim, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso, etc. Introduzem as orações coordenadas sindéticas conclusivas. Não tenho dinheiro, portanto não posso pagar. A situação econômica é delicada; devemos, pois, agir cuidadosamente. O time venceu, por isso está classificado. Aquela substância é toxica, logo deve ser manuseada cautelosamente. EXPLICATIVAS Indicam uma justificativa ou uma explicação referente ao fato expresso na declaração anterior. As conjunções que merecem destaque são: que, porque e pois (obrigatoriamente anteposto ao verbo). Introduzem as orações coordenadas sindéticas explicativas. Vou embora, que cansei de esperá-lo. Vinícius devia estar cansado, porque estudou o dia inteiro. Cumprimente-o, pois hoje é o seu aniversário.

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ESTUDO DO PERÍODO COMPOSTO

NATUREZA

ADVERBIAL

SUBSTANTIVA

ADJETIVA

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2 – AS ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS (FUNÇÕES SINTÁTICAS!) Exercem as funções sintáticas dos substantivos no período composto. A) SUBJETIVA É subjetiva quando exerce a função sintática de SUJEITO do verbo da oração principal. Observe: Ex: É necessário que você vá à reunião. B) OBJETIVA DIRETA É objetiva direta quando exerce a função sintática de OBJETO DIRETO do verbo da oração principal. Ex: Eu juro que direi a verdade. C) OBJETIVA INDIRETA É objetiva indireta quando exerce a função sintática de OBJETO INDIRETO do verbo da oração principal. Ex: Eu preciso de que fale a verdade. D) COMPLETIVA NOMINAL É complemento nominal quando exerce a função sintática de COMPLEMENTO NOMINAL da oração principal. Ex: Roberto tem medo de que todos saiam da festa! E) APOSITIVA É apositiva quando exerce a função sintática de APOSTO da oração principal. Ex: Nosso desejo era o mesmo: que ele fosse aprovado! F) PREDICATIVA DO SUJEITO É predicativa quando exerce a função de PREDICATIVO DO SUJEITO da oração principal. Ex: Nosso desejo era que ele desistisse. DICAS#CASCAS! A) As orações subordinas substantivas são iniciadas pelas CONJUNÇÕES INTEGRANTES QUE ou SE; B) Para reconhecer uma oração subordinada substantiva, fazemos a troca dela por um substantivo ou pronome substantivo (isso, isto, aquilo). Peço-lhe que me dê a mão./ Peço-lhe isto. Ele não sabe se passou no concurso público. / Ele não sabe isto. C) ORAÇÕES SUBORDINADAS DESENVOLVIDAS VS. REDUZIDAS (QUESTÃO DE PROVA!) A garota afirmou QUE precisava de ajuda. A garota afirmou PRECISAR de ajuda. Eu juro QUE direi a verdade. Eu juro DIZER a verdade.

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3 - ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA 3.1 - Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas Na relação que estabelecem com o termo que caracterizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou especificam o sentido do termo a que se referem, individualizando-o. Nessas orações não há marcação de pausa, sendo chamadas subordinadas adjetivas restritivas. Existem também orações que realçam um detalhe ou amplificam dados sobre o antecedente, que já se encontra suficientemente definido, as quais denominam-se subordinadas adjetivas explicativas. Exemplo 1: Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um homem que passava naquele momento. (Oração Subordinada Adjetiva Restritiva) Nesse período, observe que a oração em destaque restringe e particulariza o sentido da palavra "homem": trata- se de um homem específico, único. A oração limita o universo de homens, isto é, não se refere a todos os homens, mas sim àquele que estava passando naquele momento. Exemplo 2: O homem, que se considera racional, muitas vezes age animalescamente. (Oração Subordinada Adjetiva Explicativa) Nesse período, a oração em destaque não tem sentido restritivo em relação à palavra "homem": na verdade, essa oração apenas explicita uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de "homem". DICA#CASCA! ao redigir um período escrito por outrem, é necessário levar em conta as diferenças de significado que as orações restritivas e as explicativas implicam. Em muitos casos, a oração subordinada adjetiva será explicativa ou restritiva de acordo com o que se pretende dizer. Saiba que: A oração subordinada adjetiva explicativa é separada da oração principal por uma pausa, que, na escrita, é representada pela vírgula. É comum, por isso, que a pontuação seja indicada como forma de diferenciar as orações explicativas das restritivas: de fato, as explicativas vêm sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não.

Exemplo 1: Mandei um telegrama para meu irmão que mora em Roma. No período acima, podemos afirmar com segurança que a pessoa que fala ou escreve tem, no mínimo, dois irmãos, um que mora em Roma e um que mora em outro lugar. A palavra "irmão", no caso, precisa ter seu sentido limitado, ou seja, é preciso restringir seu universo. Para isso, usa-se uma oração subordinada adjetiva restritiva. Exemplo 2: Mandei um telegrama para meu irmão, que mora em Roma.

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Nesse período, é possível afirmar com segurança que a pessoa que fala ou escreve tem apenas um irmão, o qual mora em Roma. A informação de que o irmão more em Roma não é uma particularidade, ou seja, não é um elemento identificador, diferenciador, e sim um detalhe que se quer realçar. DECORE, PELO AMOR DE DEUS! As orações subordinadas adjetivas podem: A) Vir coordenadas entre si; É uma realidade que degrada E assusta a sociedade. e = conjunção B) Ter um pronome como antecedente. Não sei O QUE vou almoçar. o = antecedente que vou almoçar = Oração Subordinada Adjetiva Restritiva CUIDADO! ORAÇÕES SUBORDINADAS DESENVOLVIDAS VS. REDUZIDAS (QUESTÃO DE PROVA!) Não raro ocorre com as subordinadas adjetivas, haja vista que elas também se classificam em desenvolvidas e reduzidas. Assim, para que você possa demarcar tais diferenças, analise: Observávamos os alunos 1ª oração (principal)

que estudavam na biblioteca. Or. subord. adjetiva restritiva desenvolvida

Observávamos os alunos estudando na biblioteca. 1ª oração subordinada adjetiva reduzida

4 - ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL – QUESTÃO DE PROVA! 1) CAUSA A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que provoca um determinado fato, ao motivo do que se declara na oração principal. É aquilo ou aquele que determina um acontecimento. As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte. Principais conjunções: como, porque, porquanto, na medida em que, visto que, já que, etc. CUIDADO COM A PALAVRA SE! (CAI NA PROVA!) Se não tinha competência para o cargo, não poderia ter aceitado a proposta. (CAUSA) #DIFERENÇAS ENTRE CAUSA E EXPLICATIVA 1 - Se a oração relacionada tem verbo no imperativo, a outra oração é explicativa:

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Fica, Juliana, porque eu quero. 2 - Se o acontecimento introduzido pela conjunção for IRRELEVANTE para a existência da outra ação, tem-se explicação: Choveu, porque a rua estava molhada. (a rua ficou molhada após a chuva – não pode ser causa, somente explicação); 3 - Havendo noção de PRECEDÊNCIA na oração introduzida pelo conectivo, tem-se causa: Foi levado para o hospital porque sentia dor no corpo. (O fato que o leva para o hospital é a dor no corpo – causa.) 2) CONSEQUÊNCIA As orações subordinadas adverbiais consecutivas exprimem um fato que é consequência, que é efeito do que se declara na oração principal. Principais conjunções: que, de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas tão... que, tanto... que, tamanho... que. Ex: Sua fome era tanta que comeu com casca e tudo. 3) CONDIÇÃO Condição é aquilo que se impõe como necessário para a realização ou não de um fato. As orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o que deve ou não ocorrer para que se realize ou deixe de se realizar o fato expresso na oração principal. Ex: Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, certamente o melhor time será campeão. Principais conjunções: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que, sem que etc. DICA#CASCA! DESDE QUE PODE INDICAR TEMPO! Veja: Desde que ele começou a estudar, tudo mudo por aqui. (ideia de tempo). CUIDADO! 4) CONCESSÃO As orações subordinadas adverbiais concessivas indicam concessão às ações do verbo da oração principal, isto é, admitem uma contradição ou um fato inesperado. A ideia de concessão está diretamente ligada ao contraste, à quebra de expectativa. Principais conjunções: ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que, malgrado, a despeito de, apesar de, conquanto, embora, não obstante Ex: Embora fizesse calor, levei agasalho. DECORE O ESQUEMA! (CAI NA PROVA!) A) AINDA QUE, MESMO QUE, AINDA SE, MESMO SE (representação da concessão como hipótese ou irrealidade): “...ele prefere ser lançado contra as pedras, ainda que se arrebente todo.”

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OBS: Não é raro o emprego de AINDA QUE introduzindo FATO: “Ainda que boa parte da carreira tenha sido dedicada ao judô, Hermanny conta que um dos fatos mais marcantes de sua carreira foi a participação na equipe...” C) EMBORA, APESAR DE (introduzem SEMPRE uma informação vista como fato real). D) NÃO OBSTANTE, NADA OBSTANTE, CONQUANTO, POSTO QUE (significam o mesmo que EMBORA, mas são expressões conectivas praticamente restritas a usos acadêmicos formais, como os discursos solenes e os textos jurídicos). E) AS CONJUNÇÕES USADAS COM VERBO NO SUBJUNTIVO (ainda que, mesmo que, embora, não obstante, nada obstante); AS CONJUNÇÕES USADAS COM VERBO NO INFINITIVO (apesar de, a despeito de) 5) COMPARAÇÃO As orações subordinadas adverbiais comparativas estabelecem uma comparação com a ação indicada pelo verbo da oração principal. Utilizam-se com muita frequência as seguintes estruturas que formam o grau comparativo dos adjetivos e dos advérbios: como, assim como, tal como, tanto como, tanto quanto, como se, do que, quanto, tal, qual, tal qual, que nem, que (combinado com menos ou mais).. Veja os exemplos: Sua sensibilidade é tão afinada quanto a sua inteligência. “Não, meu coração não é maior do que o mundo.” 6) CONFORMATIVAS As orações subordinadas adverbiais conformativas indicam ideia de conformidade, ou seja, exprimem uma regra, um modelo adotado para a execução do que se declara na oração principal. Principais conjunções conformativas: como, consoante e segundo (todas com o mesmo valor de conforme). Fiz o bolo conforme ensina a receita. 7) FINALIDADE As orações subordinadas adverbiais finais indicam a intenção, a finalidade daquilo que se declara na oração principal. Principais Conjunções finais: que, porque (= para que) e a locução conjuntiva para que. Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigos. “Orai, porque não entreis em tentação.” “Vou-me agarrar aos teus cabelos, para não cair do teu galope.” 8) PROPORÇÃO As orações subordinadas adverbiais proporcionais exprimem ideia de proporção, ou seja, um fato simultâneo ao expresso na oração principal. Principais Conjunções proporcionais: à medida que, à proporção

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que, ao passo que. Há ainda as estruturas: quanto maior... (maior), quanto maior... (menor), quanto menor... (maior), quanto menor... (menor), quanto mais...(mais), quanto mais... (menos), quanto menos... (mais), quanto menos... (menos). À proporção que estudávamos, acertávamos mais questões. 9) TEMPO As orações subordinadas adverbiais temporais acrescentam uma ideia de tempo ao fato expresso na oração principal, podendo exprimir noções de simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Principais Conjunções subordinativas temporais: enquanto, mal e locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que, antes que, depois que, sempre que, desde que, etc. Quando você foi embora, chegaram outros convidados.

Sempre que ele vem, ocorrem problemas. Mal você saiu, ela chegou. CUIDADO COM AS REDUZIDAS! Terminada a festa, todos se retiraram. (particípio) Ao chegar em casa, ligue-me. (infinitivo)

5 - SEMÂNTICA DAS PREPOSIÇÕES (DECORE, PELO AMOR DE DEUS!) Peguei o livro DO professor com o compromisso de devolvê-lo amanhã - Posse As esculturas DE cerâmica fizeram o maior sucesso durante a exposição - Matéria Estudar COM os amigos é muito mais proveitoso - Companhia O conhecimento é a chave PARA o sucesso - Finalidade Falamos SOBRE Machado de Assis durante a apresentação do seminário - Assunto O garoto se feriu COM a faca - Instrumento Aguardávamos COM ansiedade o resultado do concurso - Modo O cachorro morreu DE uma epidemia desconhecida - Causa A plateia protestou CONTRA o alto preço da mensalidade - Oposição O orientador estipulou um prazo DE vinte dias para a entrega da tese de dissertação Tempo Conheci uns amigos DE Fortaleza – Origem

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PREPOSIÇÃO A CONDIÇÃO: A persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado; FIM: João estudou A passar no concurso. LUGAR: Estávamos Ao portão do curso. TEMPO: Ao encontrar a solução, fiquei aliviado. MODO: Falar Aos berros. PREPOSIÇÃO COM (principalmente com valor de CAUSA) CAUSA – Os japoneses ficaram aflitos COM o Tsunami. INSTRUMENTO – Lavei a roupa COM sabão de coco. TEMPO – COM seis meses de uso, as peças começaram a ficar ruins. MEIO – Fui COM minha moto para os lugares mais remotos do Brasil. A PREPOSIÇÃO DE (principalmente com valor de CAUSA e de POSSE) MODO – Os espertos vão saindo DE fininho. LUGAR – DE longe nada se via. TEMPO – A reunião aconteceu DE manhã. CAUSA – As frutas caíram do pé DE podre. NEGAÇÃO – Não quisera regressar DE jeito algum. POSSE – Ela bebeu com o dinheiro DE Maria. A PREPOSIÇÃO ATÉ (QUESTÃO DE PROVA) LIMITE DE LUGAR – Segui você até o final da rua. LIMITE DE TEMPO – Esperei até ontem. LIMITE NUMÉRICO – O produto custará até três vezes mais. A PREPOSIÇÃO ENTRE LUGAR – A moto estava entre os dois carros no trânsito. TEMPO – Entre 1979 e 1985, foram vendidas três mil peças. QUANTIDADE – O preço vai girar entre oito a dez dólares. COMPANHIA – Vivia entre os mais pobres.

7 - AS EXPRESSÕES DENOTATIVAS São palavras que, embora, em alguns aspectos (ser invariável, por exemplo), assemelhem-se a advérbios, não possuem, segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira, classificação especial. Do ponto de vista sintático, são expletivas, isto é, não assumem nenhuma função; do ponto de vista morfológico, são invariáveis (muitas delas vindas de outras classes gramaticais); do ponto de vista semântico, são inegavelmente importantes no contexto em que se encontram (daí seu nome). Classificam-se em função da ideia que expressam: Adição: ainda, além disso, etc. Comeu tudo e ainda repetiu. Afastamento: embora Foi embora daqui. Afetividade: ainda bem, felizmente, infelizmente Ainda bem que passei de ano Aproximação: quase, lá por, bem, uns, cerca de, por volta de, etc. Ela quase revelou o segredo.

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Designação: eis Eis nosso carro novo. Exclusão: apesar, somente, só, salvo, unicamente, exclusive, exceto, senão, sequer, apenas, etc. Não me descontou sequer um real. Explicação: isto é, por exemplo, a saber, etc. Li vários livros, a saber, os clássicos. Inclusão: até, ainda, além disso, também, inclusive, etc. Eu também vou viajar. Limitação: só, somente, unicamente, apenas, etc. Só ele veio à festa. Realce: é que, cá, lá, não, mas, é porque, etc. E você lá sabe essa questão? Retificação: aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc. Somos três, ou melhor, quatro. Situação: então, mas, se, agora, afinal, etc. Mas quem foi que fez isso?

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APÊNDICE ▪ ▪

PONTUAÇÃO ACENTUAÇÃO

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1 - PONTUAÇÃO 1.1 - VÍRGULA ENTENDA A LÓGICA! A estrutura da frase em Língua Portuguesa é formada por pares indissociáveis: SUJEITO + VERBO; VERBO + COMPLEMENTO. A primeira regra de ouro do uso da vírgula é: não se separam esses elementos com vírgula. VEJA: O professor devolveu as provas corrigidas O professor = sujeito devolveu = verbo as provas corrigidas = complemento do verbo "devolveu" Quando algo "se intromete" nessa estrutura, a vírgula será usada: O professor, durante a aula, devolveu, em silêncio, as provas corrigidas. O professor = sujeito durante a aula = adjunto adverbial de tempo devolveu = verbo em silêncio = adjunto adverbial as provas corrigidas = complemento do verbo "devolveu" 1.1.2 – USE A VÍRGULA PARA: A) Separar o aposto (termo explicativo): Recife, a Veneza brasileira, se desenvolveu muito nos últimos anos. B) Isolar vocativo (termo que chama a atenção): Marcos, estamos a sua espera! Estamos, Marcos, a sua espera! Estamos a sua espera, Marcos! C) Isolar expressões que indicam circunstâncias variadas como tempo, lugar, modo, companhia, entre outras (adjuntos adverbiais invertidos ou intercalados na oração): Todos, em meio à festa, se puseram a fazer brindes aos convidados. Durante muitos anos, fiz trabalho voluntário. Isso foi muito gratificante! D) Antes dos conectivos mas, porém, contudo, pois, logo: Faça suas escolhas, mas seja responsável por elas. Estudou muito durante o ano, logo deve conseguir uma vaga na faculdade.

E) Isolar termos explicativos tais como isto é, a saber, por exemplo, digo, a meu ver, ou melhor, as quais servem para retificar, continuar ou concluir o

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que se está dizendo: O amor, isto é, o maior dos sentimentos deve reger nossas atitudes. Voltaremos a nos falar na quinta-feira, ou melhor, na sexta. F) Separar termos coordenados (uma lista, por exemplo): Amor, fortuna, ciência. Apenas isso não traz felicidade. Durante a juventude viveu no Brasil, na França, na Itália. Saiu de casa, fechou a porta e foi-se, para sempre, daquele lugar. 1.1.3 – NÃO USE A VÍRGULA PARA: A) Para separar sujeito e predicado O tapete persa (sujeito) nos serviu de cama durante muitos anos (predicado). 2) Entre verbo e complemento O presidente mudou (verbo) os planos de viagem (complemento do verbo). O homem deve obedecer (verbo) a princípios éticos (complemento do verbo). ESQUEMA / NÃO SE USA VÍRGULA! ESTRTURA DA ORAÇÃO

COMPLEMENTO DO VERBO

VERBO

SUJEITO

TERMOS ESSENCIAS

TERMOS INTEGRANTES

Sujeito / Predicado

CUIDADO!

Objeto direto (João bebe água) Objeto indireto (João precisa de água) Complemento nominal (João tem medo do escuro) Agente da passiva (João foi ferido por um animal)

A correção dos testes, a professora ainda não a fez. (a vírgula separa um elemento pleonástico que vem antes do verbo); O papagaio, que é um animal barulhento, incomoda toda a gente. (a vírgula isola orações subordinadas adjetivas) Eu quero ser bailarina; meu irmão, escritor. (supressão do verbo) uso da vírgula é facultativo no início ou meio da oração, quando o adjunto adverbial for apenas um advérbio: O Ontem, fomos ao cinema ver um filme de comédia. Ontem fomos ao cinema ver um filme de comédia.

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A vírgula pode ser usada antes da conjunção e quando houver sujeitos distintos, repetição enfática do e ou quando a conjunção e transmite um valor diferente de uma adição: Eu fique esperando, e ele continuou trabalhando. (sujeitos distintos) Quero conhecer o mundo: o Brasil, e a Alemanha, e a Austrália, e a África do Sul,... (repetição enfática) Ele estudou todos os dias, e mesmo assim reprovou no teste. (valor diferente de adição) 1.1.2 – DOIS-PONTOS Os dois-pontos são utilizados antes: do discurso direto; de uma enumeração; de uma citação; de uma explicação, resumo, esclarecimento, causa ou consequência; de informações importantes como observações, notas e exemplos; de orações apositivas; do vocativo inicial de comunicações. É um sinal de pontuação usado para marcar uma pequena pausa numa frase que ainda não se encontra concluída. A) Dois-pontos na introdução do discurso direto: Paulo se esticou o mais que pode e berrou: — Já chega! B) Dois-pontos na introdução de uma enumeração: Foram escolhidas cinco cores diferentes: verde, azul, vermelho, laranja e lilás. C) Dois-pontos na introdução de uma citação: Descartes disse: “Penso, logo existo”. D) Dois-pontos na introdução de uma explicação, resumo, esclarecimento, causa ou consequência: Concluindo: será necessária a colaboração de todos, sem faltas. E) Dois-pontos na introdução de palavras que indicam observações, notas, exemplos, informações importantes,… Dica: não se usa crase antes de palavras no masculino. F) Dois-pontos na introdução de orações apositivas: Decidi abrir o jogo: já não consigo mais guardar este segredo. 1.1.3

– ASPAS

A) Enfatizar Discursos: para enfatizar palavras ou expressões, utiliza-se as aspas, por exemplo: Que “Deus” é esse? Outro caso da utilização das aspas é quando o locutor pretende ironizar algo, por exemplo: Após encontrar o vaso quebrado, minha mãe disse: Muito “bonito” o que você fez. B) Citações Diretas: empregada para citar algum discurso proferido pelo próprio autor, utiliza-se as aspas antes e após o discurso: Segundo o Presidente da República: “Iremos combater a crise”. (Note que as aspas vem identificar as palavras proferidas pelo presidente. Quando as citações diretas são escritas por meio digital, podemos acrescentar o itálico. C) Estrangeirismo: o estrangeirismo (também chamado de neologismo estrangeiro)

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é o uso muito frequente de palavras estrangeiras que, por vezes, são acrescidas ao dicionário dependendo do uso, por exemplo, show, chat, web, dentre outros. Geralmente quando usamos palavras estrangeiras no texto devemos colocar as aspas ou quando digitamos no computador, o itálico. Exemplo: Esperamos o “feedback” da professora. D) Neologismo: quando uma palavra é criada dentro de um texto, por exemplo, um conceito novo, ela aparece entre aspas, com o intuito de demostrar que aquele termo foi criado, sendo, portanto, um vocábulo que ainda é inexistente nos dicionários. Exemplo: Essa noite vamos “caetanear” muito no show de Caetano Veloso. E) Gírias: quando na produção textual são empregadas as expressões populares, denominadas de gírias, utiliza-se as aspas, por exemplo: A Cibele disse que “não rolou” as vendas de bilhetes. A expressão destacada significa na linguagem denotativa que não aconteceu. F) Citar Obras: Quando queremos citar no texto o nome de uma obra, artigo, dissertações, teses, capítulos de livro, filmes, dentre outros, devemos utilizar as aspas (e ainda, o itálico), por exemplo: A “Gioconda” é a obra mais famosa de Leonardo Da Vinci; O autor relata em seu artigo intitulado “Memórias de um Soldado”, sua vida durante a guerra. DICA#CASCA! O ponto final antes do fechamento das aspas, quando a frase está completa: “Sabemos que procuramos na vida a felicidade.” O ponto final depois do fechamento das aspas quando o discurso não está completo: “Sabemos que procuramos na vida a felicidade (...)”. Além disso, as vírgulas não são colocadas dentro das aspas, por exemplo: “O discurso do Presidente”, Lula da Silva, enfatizou o tema do desenvolvimento sustentável. 1.1.4

– PONTO E VÍRGULA

O ponto e vírgula indica uma pausa maior que a vírgula e menor que o ponto. Quanto à melodia da frase, indica um tom ligeiramente descendente, mas capaz de assinalar que o período não terminou. Emprega-se nos seguintes casos: A) Para separar orações coordenadas não unidas por conjunção, que guardem relação entre si. O rio está poluído; os peixes estão mortos. B) Para separar orações coordenadas, quando pelo menos uma delas já possui elementos separados por vírgula. O resultado final foi o seguinte: dez professores votaram a favor do acordo; nove, contra. C) Para separar itens de uma enumeração. No parque de diversões, as crianças encontram: brinquedos; balões; pipoca. D) Para alongar a pausa de conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, etc.) , substituindo, assim, a vírgula. Gostaria de vê-lo hoje; todavia, só o verei amanhã.

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E) Para separar orações coordenadas adversativas quando a conjunção aparecer no meio da oração. Esperava encontrar todos os produtos no supermercado; obtive, porém, apenas alguns.

2 - ACENTUAÇÃO OXÍTONAS: a última sílaba é a tônica (chaminé); PAROXÍTONAS: a penúltima sílaba é a tônica (mesa); PROPAROXÍTNAS: a antepenúltima sílaba é a tônica (lâmpada). 2.1 OXÍTONAS Acentuam-se as oxítonas terminadas em: A(s) – maracujá, Paraná; E(s) – café, dendê. O(s) – filó, rococó; EM / ENS: Belém, parabéns. CUIDADO! Também acentuamos os MONOSSÍLABOS TÔNICOS terminados em A(S) - E(S) – O(S): chá, pó, pé. E as FORMAS VERBAIS terminadas em A – E – O tônico, seguidas de LA(S) – LO(S): apaziguá-las, amá-los, vencê-lo. 2.2 - PAROXÍTONAS Acentuam-se as paroxítonas terminadas em: Ã(s), ão(s): órfã, órfão. I(s), us: táxi, bônus. Um, uns: álbum, médiuns. R: açúcar. X: clímax. N:pólen. L: fácil. Ps: bíceps. Ditongos orais (junção de duas vogais orais): mágoa, família, dicionário. DICA#CASCA: não acentuamos os prefixos paroxítonos terminados em “i” ou “r”: SEMIDEUS, INTERLOCUTOR. 2.3 - ACENTUAÇÃO DAS PROPAROXÍTONAS Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas. árvore, mármore, pedagógico, ouvíssemos, pêssego. 2.3 - ACENTUAÇÃO DAS PROPAROXÍTONAS Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas. árvore, mármore, pedagógico, ouvíssemos, pêssego. 2.4- REGRAS ESPECIAIS 2.4.1 - As oxítonas e monossílabas recebem acento agudo nos ditongos de pronuncia ABERTA: ÉU – ÉI – ÓI troféu – anéis, herói. 2.4.2 - Não recebem mais acento agudo as paroxítonas com ditongos abertos

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ÉI e ÓI, desde o acordo ortográfico de 1990. ideia – assembleia – heroico. 2.4.3 - Nas paroxítonas acentuam-se as vogais I e U tônicas dos hiatos, quando ficam sozinhas na sílaba ou são seguidas da letra s: saída, Luíza, saúde, balaústre. 2.4.4 - Acentuam-se os verbos TER e VIR, e todos os seus derivados (DETER, MANTER ,INTERVIR, SOBREVIR etc). Na terceira pessoa do plural no presente do indicativo: eles vêm, eles têm, eles detém, eles mantêm, eles sobrevêm. DICAS#CASCAS! A) Fica abolido o acento circunflexo na terceira pessoa do plural dos verbos CRER –DAR – LER – VER. creem – deem – leem – veem. B) As duas únicas palavras que permanecem com o acento diferencia são PÔDE (pretérito perfeito) e PODE (presente do indicativo); PÔR (verbo) e POR (preposição). C) É FACULTATIVO o uso do acento diferencial em: FÔRMA (substantivo), FORMA (substantivo ou verbo). D) QUANDO HAVERÁ ACENTO NO HIATO? Haverá acento no segundo elemento do hiato apenas quando se verificarem simultaneamente quatro condições: 1.o segundo elemento do hiato for “i” ou “u”; 2.a tônica da palavra incidir sobre essas vogais; 3.essas vogais estiverem sozinhas na sílaba ou acompanhada de “s”; 4.essas vogais não forem seguidas de “nh”. Exemplos do Acordo Ortográfico: adaís (plural de adail), aí, atraí (de atrair), baú, caís (de cair), Esaú, jacuí, Luís, país, alaúde, amiúde, Araújo, Ataíde, atraíam (de atrair), atraísse (de atrair), baía, balaústre, cafeína, ciúme, egoísmo, faísca, faúlha, graúdo, influíste (de influir), juízes, Luísa, miúdo, paraíso, raízes, recaída, ruína, saída, sanduíche. Veja outros exemplos e observe o preenchimento das 4 condições: 1.o segundo elemento do hiato for “i” ou “u”; 2.a tônica da palavra incidir sobre essas vogais; 3.essas vogais estiverem sozinhas na sílaba ou acompanhada de “s”; 4.essas vogais não forem seguidas de “nh”. Exemplos do Acordo Ortográfico: adaís (plural de adail), aí, atraí (de atrair), baú, caís (de cair), Esaú, jacuí, Luís, país, alaúde, amiúde, Araújo, Ataíde, atraíam (de atrair), atraísse (de atrair), baía, balaústre, cafeína, ciúme, egoísmo, faísca, faúlha, graúdo, influíste (de influir), juízes, Luísa, miúdo, paraíso, raízes, recaída, ruína, saída, sanduíche. Veja outros exemplos e observe o preenchimento das 4 condições:

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sa-ú-va; cu-í-ca; ru-í-do; (eu)ca-í; sa-ú-de; e-go-ís-ta; ca-su-ís-mo. Observação 1: A não ocorrência de qualquer uma das quatro condições citadas determinará a não existência de acento no hiato. É o que se verifica, por exemplo, em: 1.ca-o-lho, hi-gi-e-ne, le-vi-a-no: o segundo elemento não é nem “i” nem “u”; 2.pro-i-bi-ção, des-tru-i-ção, re-u-ni-ão: a tônica da palavra não recai no segundo elemento do hiato; 3.sa-ir-mos, ru-im, o-ri-um-do, con-tri-bu-in-te, in-clu-ir, ju-iz, ca-iu, pa-ul: o hiato não está sozinho na sílaba; 4.ra-i-nha, cam-pa-i-nha, ta-i-nha, mo-i-nho: o segundo elemento do hiato é seguido de “nh”. Observação 2: O acento do hiato se mantém mesmo nas formas verbais com pronomes enclíticos ou mesoclíticos. (QUESTÃO DE PROVA!) Exemplos do Acordo Ortográfico: atraí-lo(s), atraí-lo(s)-ia, possuí-la(s), possuíla(s)-ia. Outros exemplos: destruí-lo, destruí-lo-emos, distraí-lo, poluí-la, retribuí-lhe, excluí-lo(s)-íamos, extraí-lo(s)-emos. Observação 3: O acento no hiato tem por objetivo assinalar que o “i” ou “u” não forma ditongo com a vogal anterior.Como, porém, não existe ditongo “ii”, escrevem-se sem acento palavras como xiita, xiismo, mandriice. Observação 4: O acento em cheiíssimo, feiíssimo, seriíssimo não assinala o hiato, mas a sílaba tônica dessas palavras, por serem proparoxítonas.

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OFICINA DE LEITURA ✓ ✓ ✓ ✓ ✓

INTERTPRETAÇÃO TEXTUAL; COMPREENSÃO TEXTUAL; GÊNEROS TEXTUAIS; TIPOLOGIA TEXTUAL; REFERÊNCIA TEXUTAL.

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1 - INTERPRETAR

x

COMPREENDER

INTERPRETAR SIGNIFICA - EXPLICAR, COMENTAR, JULGAR, TIRAR CONCLUSÕES, DEDUZIR. - TIPOS DE ENUNCIADOS: • Através do texto, INFERE-SE que... • É possível DEDUZIR que... • O autor permite CONCLUIR que... • Qual é a INTENÇÃO do autor ao afirmar que...

COMPREENDER SIGNIFICA - INTELECÇÃO, ENTENDIMENTO, ATENÇÃO AO QUE REALMENTE ESTÁ ESCRITO. - TIPOS DE ENUNCIADOS: • O texto DIZ que... • É SUGERIDO pelo autor que... • De acordo com o texto, é CORRETA ou ERRADA a afirmação... • O narrador AFIRMA...

2 - TIPOS TEXTUAIS X GÊNEROS TEXTUAIS 2.1 – TIPOLOGIA TEXTUAL ▪

Os tipos textuais são caracterizados por propriedades linguísticas, como vocabulário, relações lógicas, tempos verbais, construções frasais etc.



São eles: narração, argumentação, descrição, injunção (ordem) e exposição (que é o texto informativo).

A) Narração Um tipo textual muito conhecido é a narração que geralmente é apresentada em formato de livros e histórias que contam o que, onde, como, quando e quem. A narração deve ser uma história que envolve personagens e acontecimentos, além do clímax. O espaço, o tempo e o enredo fazem parte da estrutura. B) Descrição Já a descrição pode ser um complemento de qualquer tipo de texto (e de gênero), afinal, ela serve para situar o leitor, fazendo-o imaginar a cena que está sendo retratada. Geralmente, ela acompanha muito a narração, para descrever o lugar, os personagens. Na descrição, há recursos extras que podem melhorar a qualidade do texto: Enumeração: é quando você descrever a ação em ordem, como se fosse retratar uma ação em movimento, por exemplo, para que o leitor compreenda o processo. Comparação: na descrição é possível fazer comparações para permitir que o leitor faça associações e compreenda o que queremos dizer. É um recurso muito valioso, visto que podemos comparar situações e facilitar a interpretação de texto. Os cinco sentidos: é muito comum usar esse recurso no momento de descrever alguma ação, personagem. Podemos utilizar o olfato, tato, paladar, visão e audição para que o leitor visualize e sinta as palavras, imaginando perfeitamente. Você pode descrever um prato de comida, por exemplo, caracterizando-o pelo cheiro e pelo paladar. Quem descreve pode ser tanto objetivo quanto subjetivo, ou seja, pode decidir se suas opiniões ficarão de fora ou não. Assim, o texto pode se tornar imparcial ou íntimo, dependendo do objetivo. E em um texto descritivo há muita utilização de três classes gramaticais, os adjetivos, substantivos e locuções adjetivas, além de verbos no passado e no presente. A descrição é apresentada em 3 estruturas: introdução (o que será descrito), desenvolvimento (caracterização) e conclusão (finalização). C) Dissertação A dissertação é um tipo de texto muito conhecido, principalmente em vestibulares. O objetivo da dissertação é debater e expor um tema com argumentos fortes, apresentando a sua opinião de forma clara. É permitido que você exponha seu ponto de vista. Na dissertação você deve conhecer o assunto, de modo que o texto fique claro e que aparenta autoridade sobre o tema.

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A estrutura da dissertação é dividida em três: introdução, desenvolvimento e conclusão. Na introdução, deve-se apresentar o tema; no desenvolvimento, deve-se apresentar argumentos que vão de encontro ao seu ponto de vista sobre o assunto, guiando o leitor; e na conclusão, deve ser retomado o tema para finaliza-lo ou concluir sobre o assunto. D) Exposição O texto expositivo é aquele totalmente imparcial e neutro, que serve apenas para informar e não trazer a opinião do autor. É apenas uma exposição sobre o assunto que será retratado. Um exemplo claro são as notícias vinculadas no jornal. Não deve ter interferência nenhuma da opinião do autor e o objetivo é explicar. E) Injunção Já a tipologia textual da injunção diz respeito a instruções. Isso quer dizer que são textos que nos guiam e nos instruem para completar uma tarefa, seja por meio de um manual ou uma receita, por exemplo. Há duas formas: o instrucional, que é apenas uma sugestão de como você pode fazer tal coisa; e a prescrição, que enaltece uma norma, uma regra, como no caso da bula de remédios ou uma receita. 2.2 – GÊNEROS TEXTUAIS ▪

Possuem função comunicativa e estão inseridos em um contexto cultural.



Possuem um conjunto ilimitado de características, que são determinadas de acordo com o estilo do autor, conteúdo, composição e função.



São infinitos os exemplos de gêneros: receita culinária, blog, e-mail, lista de compras, bula de remédios, telefonema, carta comercial, carta argumentativa etc.

Cada gênero textual possui seu próprio estilo e estrutura, possibilitando, assim, que nós o identifiquemos através de suas características. Vejamos alguns exemplos: Carta: se caracteriza por ter um destinatário e um remetente específicos, pode ser uma carta pessoal, ou uma carta institucional, pode ser ainda uma carta ao leitor, ou uma carta aberta. Dependendo de qual seja seu OBJETIVO, ela adquirirá diferentes estilos de escrita, poderá ser dissertativa, narrativa ou descritiva. A estrutura formal da carta é também uma característica marcante, pois é fixa, apresentando primeiramente a saudação, em seguida o corpo da carta e por último a despedida. Propaganda: este gênero costuma aparecer bastante na forma oral, mas também pode ser escrito. Possui como característica marcante a linguagem argumentativa e expositiva, podendo também haver pequenas descrições. O objetivo é sempre o mesmo: divulgar o produto/serviço e influenciar a opinião do leitor para que ele “compre” a ideia. O texto é claro e objetivo, e as mensagens costumam despertar sentimentos, emoções e sensações no leitor: calma, tranquilidade, emoção, adrenalina, calor, frio, inquietação. Outro elemento importante é o uso das imagens. Receita: é um texto instrucional permeado de descrições. O objetivo é instruir o leitor para preparar algo, geralmente uma comida. A estrutura também é fixa, apresentando na sequência: os ingredientes, o modo de preparo e o rendimento da receita. Quanto à linguagem, utiliza verbos no imperativo, pois a partir da ordem, o leitor tenderá a seguir corretamente as instruções para adquirir bom êxito. Outros exemplos de textos instrucionais são a bula de remédio e o manual de instruções. Notícia: este é um dentre os diversos gêneros jornalísticos, e pode ser facilmente identificado. Possui como característica a linguagem narrativa e descritiva, e seu objetivo é informar um fato ocorrido. Outra característica marcante é a presença de elementos como: o tempo, o lugar e as personagens envolvidas no fato.

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Há outros gêneros essencialmente jornalísticos como a Reportagem e a Entrevista. 3 – REFERÊNCIA TEXTUAL (O QUE MAIS CAI NA PROVA!) São chamados de pronomes anafóricos aqueles que estabelecem uma referência dependente com um termo antecedente, é uma palavra herdada do grego “anaphorá” e do latim “anaphora”. Designa-se ANÁFORA o termo ou expressão que, em um texto ou discurso, faz referência direta ou indireta a um termo anterior. O termo anafórico retoma um termo anterior, total ou parcialmente, de modo que, para compreendê-lo dependemos do termo antecedente. Vejamos alguns exemplos de ANÁFORA: João está doente. Vi-o na semana passada. Ana comprou um cão. O animal já conhece todos os cantos da casa. Maria é uma moça tão bonita que assusta. Essa sua beleza tem um quê de mistério PRINICPAIS PRONOMES ANAFÓRICOS: RETOS: ELE, ELA / Ricardo chegou. Ele é o professor. OBLÍQUOS: O, A, OS, AS, A ELE, A ELA / Comrei uma cadeira. Deixei-a na casa de mamãe. RELATIVOS: QUE, O QUAL, A QUAL, CUJO, ONDE, EM QUE, etc / Comprei o carro que era do meu pai. DEMONSTRATIVOS: ESSE, ESSA, ESSES, ESSAS, ISSO / Ele não consegue entender nada. Isso se deve à falta de atenção. Os pronomes catafóricos são aqueles que fazem referência a um termo subsequente, estabelecendo com ele uma relação não autônoma, portanto, dependente. Para compreender um termo catafórico é necessário interpretar o termo ao qual faz referência. Vejamos alguns exemplos de CATÁFORA: A irmã olhou-o e disse: - João, estás com um ar cansado. (O pronome “o” faz referência ao termo subsequente “João”, de modo que só se pode compreender a quem o pronome se refere quando se chega ao termo de referência.)

Os nomes próprios mais utilizados na língua portuguesa são estes: João, Maria e José. (Neste caso o pronome “estes” faz referência aos termos imediatamente seguintes “João, Maria e José”.)

Podemos dizer que a catáfora é um tipo de anáfora, pois estabelece os mesmos tipos de relação coesiva entres os termos, porém o termo anafórico se encontra antes do termo referente, acontecendo exatamente o contrário nas demais tipos de anáforas. Anáfora - termo anterior. retoma por meio de referência um Catáfora - termo usado para fazer referência a um outro termo posterior. 4 – FUNÇÕES DA LINGUAGEM DECORE, PELO AMOR DE DEUS!

1) Função referencial ou denotativa Palavra-chave: REFERENTE

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Transmite uma informação objetiva sobre a realidade. Dá prioridade aos dados concretos, fatos e circunstâncias. É a linguagem característica das notícias de jornal, do discurso científico e de qualquer exposição de conceitos. Coloca em evidência o referente, ou seja, o assunto ao qual a mensagem se refere.

Exemplo: Numa cesta de vime temos um cacho de uvas, uma maçã, uma laranja, uma banana e um morango. (Este texto informa o que há dentro da cesta, logo, há função referencial).

2) Função expressiva ou emotiva Palavra-chave: emissor ✓ ✓

Reflete o estado de ânimo do emissor, os seus sentimentos e emoções. Um dos indicadores da função emotiva num texto é a presença de interjeições e de alguns sinais de pontuação, como as reticências e o ponto de exclamação.

Exemplos: a) Ah, que coisa boa! b) Tenho um pouco de medo... c) Nós te amamos!

3) Função apelativa ou conativa Palavra-chave: receptor ✓ ✓ ✓

Seu objetivo é influenciar o receptor ou destinatário, com a intenção de convencê-lo de algo ou dar-lhe ordens. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativo. É a linguagem usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor.

Exemplos: a) Você já tomou banho? b) Mãe, vem cá! c) Não perca esta promoção!

4) Função poética Palavra-chave: mensagem ✓ ✓



É aquela que põe em evidência a forma da mensagem, ou seja, que se preocupa mais em como dizer do que com o que dizer. O escritor, por exemplo, procura fugir das formas habituais e expressão, buscando deixar mais bonito o seu texto, surpreender, fugir da lógica ou provocar um efeito humorístico. Embora seja própria da obra literária, a função poética não é exclusiva da poesia nem da literatura em geral, pois se encontra com frequência nas expressões cotidianas de valor metafórico e na publicidade.

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Exemplos: a) “... a lua era um desparrame de prata”. (Jorge Amado) b) Em tempos de turbulência, voe com fundos de renda fixa. (Texto publicitário) c) Se eu não vejo a mulher que eu mais desejo nada que eu veja vale o que eu não vejo (Daniel Borges)

5) Função fática Palavra-chave: canal ✓ ✓ ✓ ✓



Tem por finalidade estabelecer, prolongar ou interromper a comunicação. É aplicada em situações em que o mais importante não é o que se fala, nem como se fala, mas sim o contato entre o emissor e o receptor. Fática quer dizer "relativa ao fato", ao que está ocorrendo. Aparece geralmente nas fórmulas de cumprimento: Como vai, tudo certo?; ou em expressões que confirmam que alguém está ouvindo ou está sendo ouvido: sim, claro, sem dúvida, entende?, não é mesmo? É a linguagem das falas telefônicas, saudações e similares.

Exemplo: Alô? Está me ouvindo?

6) Função metalinguística Palavra-chave: código ✓ ✓ ✓

Esta função refere-se à metalinguagem, que ocorre quando o emissor explica um código usando o próprio código. É a poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. As gramáticas e os dicionários são exemplos de metalinguagem.

Exemplo: Frase é qualquer enunciado linguístico com sentido acabado. (Para dar a definição de frase, usamos uma frase.) 5 – FIGURAS DE LINGUAGEM As figuras de linguagem são recursos que tornam mais expressivas as mensagens. Subdividem-se em figuras de som, figuras de construção, figuras de pensamento e figuras de palavras.

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5.1 – FIGURAS DE SOM a) aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais. “Belos beijos bailavam bebendo breves brumas boreais” (Luan Farigotini) b) assonância: consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos. “Ó Formas alvas, brancas, Formas claras” (Cruz e Sousa) c) paronomásia: consiste na aproximação de palavras de sons parecidos, mas de significados distintos. “Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias” (Padre António Vieira) Figuras de construção a) elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto. “Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (omissão de havia) b) zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes. Ela come pizza; eu, carne. (omissão de como) c) polissíndeto: consiste na repetição de conectivos ligando termos da oração ou elementos do período. “Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino, escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!” com calma sem sofrer” (Olavo Bilac) d) inversão: consiste na mudança da ordem natural dos termos na frase. “Do que a terra mais garrida / Teus risonhos, lindos campos têm mais flores” (Osório Duque Estrada, em Hino Nacional Brasileiro) e) silepse: consiste na concordância não com o que vem expresso, mas com o que se subentende, com o que está implícito. A silepse pode ser: • silepse de gênero Vossa Excelência está preocupado. • silepse de número Os Lusíadas glorificou nossa literatura. • silepse de pessoa “O que me parece inexplicável é que os brasileiros persistamos em comer essa coisinha verde e mole que se derrete na boca.” f) anacoluto: consiste em deixar um termo solto na frase. Normalmente, isso ocorre porque se inicia uma determinada construção sintática e depois se opta por outra. “O homem, chamar-lhe mito não passa de anacoluto” (Carlos Drummond de Andrade)

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g) pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem. “Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal” (Fernando Pessoa) h) anáfora: consiste na repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases. “ Amor é um fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer” (Camões) 5.2 – FIGURAS DE PENSAMENTO a) antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo sentido. “Eu vi a cara da morte, e ela estava viva”. (Cazuza) b) ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico. “A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.” c) eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagradável. Seu Jurandir partiu desta para uma melhor. (em vez de ele morreu) d) hipérbole: trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática. Estava morrendo de fome. (em vez de estava com muita fome) e) prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são próprios de seres animados. “Devagar as janelas olham…” (Carlos Drummond de Andrade) f) gradação ou clímax: é a apresentação de ideias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax) “O primeiro milhão possuído excita, acirra, assanha a gula do milionário.” (Olavo Bilac) g) apóstrofe: consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma coisa personificada). “Ó Leonor, não caias!” 5.3 FIGURAS DE PALAVRAS a) metáfora: consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com base numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica subentendido. “Meu coração é um balde despejado” (Fernando Pessoa) b) metonímia: como a metáfora, consiste numa transposição de significado, ou seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa a ser usada com outro significado. Todavia, a transposição de significados não é mais feita com base em traços de semelhança, como na metáfora. A metonímia explora sempre alguma relação lógica entre os termos. Observe: Sócrates tomou as mortes. (O efeito é a morte, a causa é o veneno). c) catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar

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um conceito, torna-se outro por empréstimo. Entretanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado em sentido figurado. O pé da mesa estava quebrado. d) antonomásia ou perífrase: consiste em substituir um nome por uma expressão que o identifique com facilidade: O Rei do Futebol (em vez de Pelé) e) sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. “Como era áspero o aroma daquela fruta exótica” (Giuliano Fratin)

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