Combate Incendio

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PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS

2

11

UNIDADE 1 - Introdução UNIDADE 2 - O Fogo UNIDADE 3 - Substâncias e Combustão UNIDADE 4 - Energia de Ativação

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4.1 Suas Formas

3 5 8

13

4.1.1 Combustão

16

4.2 Combustíveis

21 24

UNIDADE 5 - Causas dos Incêndios UNIDADE 6 - Prevenção e Combate a Incêndios

24

6.1 Como apagar incêndios

40 REFERÊNCIAS

SUMÁRIO

13 4.1.2 Oxidação

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UNIDADE 1 - Introdução Dentre os tópicos mais importantes da segurança no trabalho, a prevenção e o combate aos incêndios se destacam, pois o fogo é um terrível e temível adversário do ser humano, e o que de melhor se pode fazer é evitar ao máximo o seu surgimento. Dentro desta premissa básica, reconhecida e aceita internacionalmente, ou melhor, universalmente, governos e instituições privadas especializadas vêm se mobilizando, sem trégua, para a benéfica batalha contra o incêndio, criando instrumentos e equipamentos de reconhecida eficácia, implantando ou, por outro lado, aperfeiçoando técnicas com o elevado propósito de minimizar tão sinistro evento (GOMES, 1998). Desse desideratum1 nasceu, então, a Prevenção Contra Incêndio, cujo progresso permite sua maior confiabilidade, dotada que está de meios que oferecem melhor qualidade aos seus fins, controlando ou extinguindo o fogo logo no seu nascedouro, ou seja, de um possível foco de incêndio.

A Prevenção a incêndios requer efetiva ação permanente de vigiar, desenvolvendo, fundamentalmente, as seguintes atividades:

sua completa extinção. Em se tratando de construções, a preocupação de prevenir um incêndio deve começar na fase da elaboração do projeto de arquitetura da edificação. Nesta etapa, deve ser dispensada atenção especial às áreas destinadas ao escape, às de circulação e aos caminhos mais convenientes para o desenvolvimento da tubulação específica de cada sistema a ser implantado, sem ser esquecida a fiação elétrica de cada um dos Sistemas de Prevenção Contra Incêndio. Igualmente, deve-se observar as especificações dos materiais a serem utilizados, todos do tipo considerado não combustível. Quanto aos equipamentos, devem ser selecionados aqueles especificamente fabricados para os fins a que se destinam e aprovados em testes oficialmente reconhecidos (GOMES, 1998). A reserva da água destinada exclusivamente para incêndio, por ser um dos itens mais importantes do projeto, exige cuidadoso cálculo em sua quantificação, associada, intimamente, à da localização do seu reservatório.

b) Alarme imediato, informando o lo-

Os materiais usados na ocupação da edificação irão definir o Risco de Incêndio. Mas, os dois parâmetros acima mencionados irão, por sua vez, orientar a escolha do melhor partido a ser adotado na elaboração do projeto (GOMES, 1998).

c) Rápida ação contra o fogo;

O rigor aplicado na escolha dos dados técnicos, durante a elaboração do proje-

a) Descoberta oportuna do fogo; cal da ocorrência;

d) Controle continuado do fogo, até 1- Aquilo que se deseja, uma aspiração.

4 to, dará a necessária garantia para que a hipótese de incêndio se restrinja aos casos chamados fortuitos, reduzindo, assim, na prática, a eventualidade do surgimento do fogo. Por oportuno, deve-se atentar para a diferença entre se ter Seguro Contra Fogo e Segurança Contra Incêndio. Conforme Gomes (1998), o primeiro poderá garantir a reposição, ou recomposição da coisa sinistrada; mas, jamais, poderá restituir a perda do ser humano ocorrida no sinistro. O segundo, pelo contrário, oferece meios e modos de ser evitada, pelo menos minimizada, a ocorrência de tal sinistro, causada pelo fogo. Como diz Gomes (1998), sendo o fogo a razão única da Prevenção Contra Incêndio, nada mais justo do que tentar conhecê-Io um pouco mais, iniciando por um breve relato de sua história e, embora superficialmente, identificando suas características fisioquímicas. Esta apostila não é uma obra inédita, trata-se de uma compilação de autores e temas ligados à prevenção e combate aos incêndios e tomamos o cuidado de disponibilizar ao final da mesma, várias referências que podem complementar o assunto e sanar possíveis lacunas que vierem a surgir. Desejamos bons estudos a todos!

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UNIDADE 2 - O Fogo Desde a antiguidade quando o fogo foi descoberto, tornou-se um dos elementos mais temidos pelo ser humano ao mesmo tempo em que se constituía fonte de calor, meio de tornar os alimentos mais saborosos, dentre outras funções. Todavia, antes de ter sido descoberto, o modo de produzi-Io e de controlá-Io, provocava verdadeiro terror no homem, algo supersticioso, pois seu surgimento só ocorria naturalmente, consequente da erupção de um vulcão, da faísca elétrica caída sobre o mato seco ou, ainda, pela combustão espontânea na vegetação submetida, fortemente, aos raios do sol. Por muitos séculos, o fogo foi considerado uma manifestação sobrenatural cuja ocorrência era atribuída aos deuses. Daí a razão do Deus do Fogo (ALVES, 2001). A inteligência e a necessidade levaram o homem a encontrar no fogo certa utilidade, inicialmente pela percepção da luz que se fazia ao seu redor e do calor que transmitia ao seu corpo. Mais adiante descobriu, também, que o fogo melhorava sua forma de se alimentar, assando ou cozinhando seus alimentos e servindo, igualmente, para afugentar animais bravios. Daí por diante, o fogo passou a receber cuidados especiais (BEZERRA, 2007). O controle deste original fogo piloto, desta lamparina, passou a ser tarefa ou missão muito importante, ficando sob a guarda de elemento valente e da máxima confiança dentro do grupo de selvagens. Como nômades que eram, os grupos vagavam pela mata, pelos campos, transportando o dito fogo. Quando acontecia do

fogo se apagar, por alguma razão, o grupo buscava recuperá-Io a todo custo. Com tal objetivo, o grupo caminhava, buscando queimadas e, até mesmo, outro grupo portador do fogo piloto. No caso de encontrar um grupo portador, lutavam pela posse da lamparina. Nesta luta, o guardião do fogo era poupado para garantir que o fogo não se apagasse e pudesse ser utilizado pelo grupo vencedor. Por vezes, o guardião era atacado e, nesse exato momento, ele deveria defender o fogo, a todo risco, mostrando sua valentia, comprovando a razão de sua escolha. (GOMES, 1998; BEZERRA, 2007). A disputa pela posse do fogo só terminou após o homem ter aprendido a produzi-Io. Como isto aconteceu, não se sabe ao certo. A verdade é que chegaram ao mesmo fim por dois caminhos diferentes. Um deles se atribui ao centelhamento causado pelo choque, ou forte atrito, entre pedras. E o outro, parece-nos mais prático e fácil, resultou do atrito de um pedaço de madeira, semelhante a um pequeno bastão cilíndrico, um pouco mais grosso que um lápis, introduzido num buraco de igual diâmetro. Mantendo esse bastão entre suas mãos, torciam-no num sentido, ora noutro, aquecendo-o até atear fogo às folhas e gravetos secos colocados junto e ao redor dele (GOMES, 1998; BEZERRA, 2007). Nessa época pré-histórica, quando o homem vivia nas cavernas, o risco de incêndio não exista, entretanto, a convivência em grupos maiores, enfim, o desenvolvimento da humanidade fez surgir outros problemas decorrentes do fogo, os incêndios.

6 O homem constatou que os benefícios que o fogo lhe proporcionava eram anulados, despertando nele convicção de que deveria apagá-Io antes que ele causasse grandes estragos (GOMES, 1998; ALVES, 2001). Nasceu, assim, a necessidade de combater o fogo. Surgia a ideia de extingui-Io no instante em que ele era percebido, ou talvez, no justo momento em que o fogo nascia. A água foi o primeiro agente extintor empregado. Certamente pela facilidade em obtê-Ia, já que o homem acampava, sempre, nas proximidades dos rios e lagos, face às suas necessidades naturais de sobrevivência. Inicialmente, a água era transportada em crânios de animais. Mais tarde, em recipientes feitos com o couro de animais. Diante da rapidez exigida para extinguir o fogo, a areia, a terra foram utilizadas. E, não se sabe porque, as mantas de animais, com que se cobriam, com que se protegiam, foram usadas no combate ao fogo (ALVES, 2001). Evoluindo no combate ao fogo, passaram a usar tubos feitos com couro de animal, fortemente costurados, à semelhança das atuais linhas de Mangueiras Contra Incêndio. Todos esses acontecimentos ocorriam sem que soubessem a razão pela qual era possível extinguir o fogo. Antes de Lavoisier, acreditava-se que os materiais submetidos à ação do fogo desapareciam reduzidos a cinzas. Os sábios da época, os Alquimistas, afirmavam que o desaparecimento ocorria porque escapava o Flogístico, fluido contido em todas as substâncias, isto é, nos corpos, imaginado pelo químico Stahl, para

explicar a queima (GOMES, 1998). Lavoisier foi quem provou que uma substância, um corpo submetido à ação do fogo, sofre uma reação química que dá origem à formação de novos corpos, sem que tenha sido criado ou perdido qualquer material (ROCHA, 1998). A partir dessa comprovação, os pesquisadores voltaram suas atenções para os aspectos físico-químicos do fenômeno da queima ou combustão. Como pudemos constatar, a história do fogo tem sua origem nos longínquos dias da Pré-história da Humanidade, só conhecida através de pesquisas em restos de animais, nas pinturas deixadas em cavernas, em vasilhames, em ferramentas e em outros objetos de igual valor científico. A escrita ainda não era conhecida. Foi na chamada Idade da Pedra, compreendida entre os anos 5000 e 10000 A.C. que se descobriu a forma primitiva de se produzir o fogo. No período denominado Pedra Nova, ocorrido entre os anos 5000 e 4000 a.C., o homem consegue controlar o fogo e, desta forma, fez surgir uma das mais importantes aplicações: a Cerâmica. Na Idade dos Metais, sem dúvida, o fogo ganhou maior importância, face à descoberta de sua aplicação na fusão dos metais. Foi encontrada a forma, o modo de fundir o cobre com o estanho, resultando no bronze. Pouco depois, tornou-se possível a fabricação de ferramentas com o ferro. Nasceu daí a espada de ferro. Desses fatos em diante, o fogo foi incorporado ao cotidiano do homem, não só em suas atividades domésticas como, também, na caça, na pesca e na sua defesa pessoal.

7 Eis, assim, o resumo da evolução do fogo a serviço da humanidade. Hoje, em nossos dias, alcançou tanta importância e utilidade que o seu controle tornou-se uma preocupação ainda maior, embutida que está na Prevenção Contra Incêndio (GOMES, 1998).

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UNIDADE 3 - Substâncias e Combustão Todos os corpos, matérias ou substâncias, são formados por pequeníssimas partículas, denominadas moléculas, e estas por elementos ainda menores, diminutos, chamados átomos, dotados de minúsculas partículas energéticas, que se mantêm em grande movimento: os elétrons. O átomo se compõe de um núcleo central, onde se encontram os prótons e os nêutrons e de uma eletrosfera, na qual somente os elétrons orbitam (FELTRE, 2008).

Sabido é que só os elétrons da camada externa participam das reações químicas, pelo que os átomos cedem, recebem ou compartilham para que sua última camada fique com oito elétrons, à semelhança do que ocorre com os gases perfeitos, denominados gases nobres. O exame da configuração desses gases nobres revela que qualquer corpo só adquire estabilidade quando sua configuração eletrônica se assemelha a dos referidos gases. A configuração eletrônica desses gases é a seguinte:

As letras representam a ordem de sucessão das camadas da eletrosfera e, também, a quantidade delas. Os números indicam a quantidade de elétrons em cada camada, revelando que os gases nobres possuem oito elétrons em suas camadas externas, com exceção do gás Hélio, que tem apenas dois (FELTRE, 2008).

que possuem uma única camada, e nela somente dois elétrons.

A tendência dos átomos para adquirirem a configuração acima chama-se Regra dos Octetos. Fogem dessa regra os átomos

Aquilo que nós, normalmente, denominamos de corpo, matéria ou substância, em realidade, é energia. Sempre que dois corpos reagem entre si para formarem um terceiro, ocorre uma transferência de energia. Todo corpo que contém, basicamente, os elementos químicos Carbono, Hidrogênio e Enxofre é um combustível. Nestes corpos, as reações físico-químicas se apresentam

9 sob a forma de calor, concentrando neles maior energia do que nos corpos por eles formados, possibilitando, deste modo, a liberação de calor. Esta forma de reagir caracteriza uma reação exotérmica. O calor é a energia de ativação. É, por excelência, a energia ativadora da combustão. Todavia, uma combustão não ocorre somente pelo calor. Há que haver o elemento oxigênio, com o qual irá reagir um dos elementos químicos acima considerados. Tal reação para ser completa, os elementos em reação deverão guardar entre si uma proporção constante. É a Lei das Proporções Constantes. Tais proporções são:

Carbono – uma parte para duas de Oxi-

gênio.

da pelo conhecido Triângulo do Fogo, mostrado abaixo, decorre da ação simultânea dos elementos Oxigênio, Combustível e Calor.

Pesquisas, por sua vez, levaram os técnicos à conclusão de que a combustão está sujeita aos seguintes condicionamentos: a) Os corpos só queimam após terem al-

Hidrogênio – duas partes para uma de

cançado determinada temperatura: Temperatura de Ignição ou Ponto de Ignição.

Enxofre – uma parte para duas de Oxi-

b) Os corpos só queimam na presença

Oxigênio. gênio.

Consequentemente, na combustão completa dos corpos combustíveis, orgânicos comuns, são encontrados os seguintes compostos:

de oxigênio, isto é, do comburente.

c) Os corpos só queimam por efeito de

A importância de cada um dos componentes, no processo da combustão, não pode ser avaliada individualmente, isto é, em separado, já que nenhum deles, por si só, dá origem à queima ou combustão.

uma fonte externa de calor, da ação da Energia de Ativação. É oportuno se registrar a existência de certos corpos Orgânicos Combustíveis, que podem entrar em queima ou combustão, ainda que parcialmente, por conterem, em suas moléculas, oxigênio combinado, dispensando, assim, o recebimento de fonte externa. Vale salientar, também, o fato de uma combustão poder ocorrer num atmosfera de Cloro, de Óxido de Carbono ou de Nitrogênio, sem a presença do Oxigênio. Tal ocorrência, porém, é tão rara que podemos admitir, na prática, não haver combustão sem o envolvimento do oxigênio do ar (FELTRE, 2007).

A combustão, vulgarmente representa-

Uma combustão provoca os se-

CO2 – Dióxido de Carbono ou Anidrido

Carbono.

H2O – Vapor D’água. SO2 – Gás Sulfúrico ou Anidrido Sulfuro-

so.

10 guintes efeitos físico-químicos: a) Dilatação linear ou volumétrica; b) Mudança de estado; c) Alteração da resistência; d) Transmissão de calor; e) Emissão de luz. Sem qualquer sombra de dúvida, para a Prevenção Contra Incêndio, o calor é o elemento de maior preocupação, por ser ele o

b) Convecção – circulação do meio

transmissor, gasoso ou líquido.

c) Irradiação – através das ondas calo-

ríficas, semelhantes às ondas eletromagnéticas.

componente que leva os corpos a alcançarem suas temperaturas de ignição.

A transmissão de calor se faz por três formas: a) Condução – pelo contato corpo a

corpo, face à condutibilidade de cada um deles. A Condutibilidade de cada corpo é comparada com a do ferro, cujo valor é considerado como igual a 1 (um). Os demais corpos apresentam os seguintes valores:

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UNIDADE 4 - Energia de Ativação No escoamento de uma corrente elétrica através de um material condutor, os elétrons, ao passarem de um átomo para outro, entram em colisão, frequentemente, com as partículas atômicas do caminho. A energia necessária para movimentar uma certa quantidade de elétrons é proporcional à resistência oferecida pelo condutor. Aparece sob forma de calor. A resistência, ou seja, a força de captura e de colisão desses elétrons, tem a seguinte identificação:

a) Resistência Térmica – caracte-

rizada pela variação do calor gerado. É proporcional à própria resistência e ao quadrado da corrente elétrica aplicada. Em razão da temperatura do condutor resultar de sua própria resistência, os fios descobertos podem carrear maiores correntes, em termos absolutos, do que os isolados, pelo fato de terem maior facilidade de liberar calor para o meio ambiente. Os fios singelos, por sua vez, podem carrear maiores correntes do que os agrupados em cabo condutor. O calor gerado pelas lâmpadas incandescentes e pelas infravermelhas é consequente da resistência térmica de seus filamentos. Nessas lâmpadas são usados materiais de elevado nível da temperatura de fusão (GOMES, 1998).

b) Indução Térmica – é a diferença

de potencial resultante da passagem de uma corrente elétrica sujeita à Resistência Térmica de seu condutor. A diferença de potencial, também, surge sempre que um condutor é submetido à influência de um campo magnético flutuante ou alter-

nativo, ou ainda, cruzando as linhas de força desse campo.

c) Calor por Atrito ou Fricção – é a

energia mecânica aplicada para vencer a resistência ao movimento, quando dois corpos são esfregados ou friccionados um contra o outro. Qualquer atrito ou fricção gera calor. O impacto é outra forma de fricção, quando ocorre entre dois corpos duros, um deles sendo metálico, pode produzir uma centelha.

d) Energia Térmica Estática – é uma

carga elétrica acumulada na superfície de dois corpos que foram produzidos unidos e são separados abruptamente. A superfície de um deles se torna positivamente carregada e a do outro negativamente. Estes corpos não estando eletricamente aterrados poderão acumular uma carga elétrica suficiente para produzir uma centelha. Mesmo que tal centelha tenha curta duração, poderá provocar a ignição de vapores e gases inflamáveis e, ainda, em líquidos inflamáveis que estejam escoando numa tubulação.

e) Energia Térmica pelo Raio – é re-

sultante de uma carga elétrica que passa de uma nuvem para outra, eletricamente contrárias ou para a Terra. Na passagem para a Terra, poderá liberar muito calor, de altíssima temperatura, para um corpo que esteja em seu caminho, mesmo que este corpo tenha elevada resistência.

f) Arco Térmico – é resultante da in-

terrupção de uma corrente elétrica, seja intencionalmente, abrindo uma chave elétrica tipo faca, ou acidentalmente, por

12 falha em um condutor ou em um terminal. O Arco é geralmente forte, quando originado de um motor elétrico ou de outro tipo de circuito indutivo.

g) Energia Calorífica por Compressão – é o calor gerado e liberado pela

compressão de um corpo ou substância gasosa. É também conhecido pela expressão efeito diesel, em razão de sua grande aplicação nos motores a óleo diesel. Sabe-se, já comprovado em testes, que um jato de ar comprimido de alta pressão num buraco praticado num pedaço de madeira, provoca a queima desse pedaço de madeira.

h) Energia Calorífica Nuclear – é a

energia liberada em forma de calor do núcleo de um átomo, quando bombardeado com partículas energizadas. A energia liberada pelo bombardeio é, normalmente, um milhão de vezes maior do que a liberada por uma reação química ordinária. A liberação dessa energia de forma instantânea, com ponderável quantidade de calor, caracteriza uma explosão atômica. Por outro lado, essa mesma liberação sob controle, constitui uma excelente fonte de calor para fins medicinais e industriais.

i) Energia Calorífica Solar – é pro-

duzida pela incidência dos raios do Sol. É a fonte natural de calor. Pode provocar a combustão nas florestas e no mato, quando bem secos. Concentrando-se os raios do Sol sobre a extremidade de um cigarro, através de uma lupa, ou lente, é possível acendê-Io. É, atualmente, bastante usado para fins domésticos e industriais.

4.1 Suas Formas Todo corpo, matéria ou substância,

precisa de uma certa quantidade de calor para elevar sua própria temperatura ou mudar de estado. Esta certa quantidade de calor é definida, geralmente, pela forma em que é reconhecida, como a seguir indicada:

a) Calor Específico – é a quantidade

de calor que cada corpo absorve para elevar um grau Célsius à temperatura de um quilo de sua massa, num determinado intervalo de temperatura.

Exemplos: Água ­



1,000 kcal/kg

Álcool



0,579 kcal/kg

Azeite



0,310 kcal/kg

Cobre



0,095 kcal/kg

Ferro



0,114 kcal/kg

b) Calor Latente – é a quantidade de

calor que cada corpo absorve por quilo de sua massa, para mudar de estado.

Exemplos: Água - Ebulição (100°C): 80 kcal Água - Vaporização (partindo de 100°C): 550 kcal Água - Vaporização (total de um kg): 630 kcal

c) Calor de Combustão ou Poder Calorífico – é a quantidade de calor que

a massa de um quilo de um corpo libera, quando é queimado integralmente.

Exemplos:

13

4.1.1 Combustão Como já sabido, a combustão é uma reação físico-química provocada por uma fonte de calor e na presença do oxigênio, cujo início tem lugar quando alcançada a temperatura de ignição. Assim, nas temperaturas ambientais normais essa reação é tão lenta que passa despercebida aos nossos sentidos. O exemplo mais conhecido e comum desse fenômeno é o amarelecimento do papel e o da ferrugem do ferro (GOMES, 1998; FELTRE, 2007). Se a temperatura, entretanto, ultrapassa a do ambiente, a velocidade da oxidação aumenta, gerando maior quantidade de calor. Uma vez iniciada a oxidação, a liberação de calor se faz em grau maior, elevando a temperatura do corpo em queima, assegurando, deste modo, o desencadeamento do processo.

4.1.2 Oxidação O calor da oxidação depende do consumo

de oxigênio durante a reação. Entende-se, por esta razão, que o calor liberado num incêndio fica limitado pela quantidade de oxigênio contido no suprimento de ar. A quantidade de oxigênio ou de ar atmosférico exatamente necessária e suficiente para queimar o Carbono, o Hidrogênio (puro) e o Enxofre existentes num corpo combustível até o surgimento do CO2 (Dióxido de Carbono), do H2O (Vapor D’água) e do S02 (Anidrido Sulfuroso), constitui a Teoria do Oxigênio, ou do Ar Atmosférico. A expressão genérica para a oxidação de um corpo combustível é dada pela equação:

na qual: O = Oxigênio m = Quantidade de átomos do Carbono (C) n = Quantidade de átomos do Hidrogê-

14 nio (H) CH = Molécula Exemplo: Metano - CH4

Onde:

e outros de características químicas iguais, o calor da oxidação é da ordem de 45 Joule por litro de ar consumido, ou o equivalente a 10,76 Calorias.

Fases da Combustão

A combustão é, realmente, uma oxidação bastante complexa, envolvendo um processo de decomposição química por efeito do calor. Esta decomposição é conhecida pelo nome de Pirólise. A Pirólise é uma evolução com várias fases, ou estágios, como acontece, por exemplo, com a madeira, quando submetida a uma fonte de calor de elevada temperatura.

Verifica-se desta igualdade que uma molécula de Metano requer duas moléculas de Oxigênio para a completa combustão de uma molécula de Dióxido de Carbono e duas moléculas de Vapor D’água. Como no ar atmosférico, 20% é Oxigênio e 78% é Nitrogênio, na prática, cada molécula de Oxigênio é acompanhada por quatro moléculas de Nitrogênio. Para a maioria dos compostos de Carbono, Oxigênio e Hidrogênio, tais como:

Fase 1 - Desprendimento vagaroso de

certos gases, inclusive vapor d’água, cujos componentes combustíveis não são ignicíveis no início da Pirólise. Em primeiro lugar é atacada a superfície, surgindo o fenômeno do amarelecimento. Em seguida, a reação vai mais profunda, com desprendimento do calor, isto é, esotermicamente. Continua o desprendimento de gases, alguns sendo ignicíveis até certo grau. Neste momento, é alcançada a temperatura denominada Ponto de Fulgor, um pouco abaixo da Temperatura de Ignição. Prosseguindo a evolução, é alcançada a dita Temperatura de Ignição e a reação passa a se desenvolver rapidamente, todavia, absorvendo calor, endotermicamente. Nesta

15 temperatura, os gases CO2 e H2O sustentam a chama, cujo calor provoca reação secundária, em série, completando a combustão dos gases da destilação de vapor, agora já esotermicamente. Neste estágio, o desprendimento de calor caracteriza o já mencionado Poder Calorífico do corpo ou substância em queima.

Fase 2 - o balanço do aproveitamento

do calor é muito importante. Se o calor desprendido ficar retido ou, melhor, concentrado no corpo, será o suficiente para que a pirólise prossiga, isto é, para que a reação oxidante se mantenha. Se mais calor estiver sendo aproveitado do que perdido, seja por condução, convecção ou irradiação, o balanço é positivo e o fogo se desenvolve. Caso contrário, o fogo se apaga. A concentração do agente oxidante é fator complementar da geração de calor e determina se a ignição e a combustão poderão ter lugar. A caracterização da combustão, quanto à sua rapidez, está ligada à velocidade com que evolui, ou seja, à cinética química.

Neste sentido, tem a seguinte classificação:

Combustão Lenta – é uma oxidação

de baixa velocidade, não ocorrendo emissão de luz e calor. A esotermicidade, isto é, a liberação de calor, é muito pequena, ou melhor, é muito fraca.

Combustão Viva – é uma oxidação

que se caracteriza pela emissão de luz, a chama, e de calor, a incandescência, simultaneamente ou não. O calor produzido pela esotermicidade é forte, resultante da elevada velocidade com que se processa a reação química. O incêndio é uma Combustão Viva, cuja chama é constituída pela mistura dos gases combustíveis com o Oxigênio. O

calor decorre da queima incompleta, uma vez que as partículas de Carbono não são inteiramente consumidas. Parcela apreciável da energia produzida é transformada em raios infravermelhos.

Combustão Muito Viva ou Instantânea – é uma oxidação de altíssima velocidade, comparável com a do som. A Muito Viva é um pouco inferior à Instantânea. Todavia, ambas se apresentam na forma de uma explosão. Fortes pressões são criadas, situando-se no nível de uma Atmosfera por metro quadrado, a Muito Viva, e trinta Atmosferas por metro quadrado a Instantânea. Na combustão viva, o fogo, a parte visível, se mostra de duas formas: chama e brasa. Elas acontecem juntas ou separadamente. Dependerá da natureza dos materiais combustíveis envolvidos. A brasa só surge na queima de combustíveis sólidos, únicos que, por sua vez, podem apresentar chama e brasa. Nisto, a madeira é um bom exemplo, como já mostramos. Alguns materiais combustíveis sólidos, quando fortemente aquecidos ou se decompõem em vapores ou, ainda, em gases inflamáveis. É o que acontece com a cera, com a parafina e a gordura. Materiais artificialmente produzidos, como o carvão coque e o carvão vegetal, apresentam unicamente a brasa.

Na prática, a chama tem três zonas distintas: Zona Inferior – é aquela em que se

inicia a vaporização da parte líquida, contida no material combustível em queima.

Zona Intermediária – é aquela onde

ocorre a incandescência; o calor, devido à divisão do Carbono em partículas muito finas e, também, onde os vapores combus-

16 tíveis se decompõem em Carbono e Hidrogênio.

Zona de Combustão – é aquela onde

o Oxigênio tem acesso, provocando, em realidade, o início da combustão, gerando maior desprendimento de calor. É a zona mais quente da queima.

4.2 Combustíveis

Do ponto de vista do processo da combustão, os combustíveis podem ser classificados da seguinte forma: - Sólidos Comuns;

têm as seguintes composições:

Os corpos sólidos ao se queimarem passam por três estágios: - Destilação; - Inflamação; - Incandescência. Destilação É o estágio em que ocorre o desprendimento dos gases ignicíveis, visto o corpo ter alcançado o seu Ponto de Fulgor. Tem início, propriamente dito, a Pirólise.

Inflamação

É o estágio em que surge a chama, visto o corpo ter alcançado a sua Temperatura de Inflamação, correspondente à sua Temperatura de Ignição, e os gases se infla-

- Líquidos Inflamáveis; - Gases Inflamáveis; - Materiais Químicos de Grande Risco.

Sólidos Comuns (Combustíveis Sólidos) A queima de um combustível sólido é facilitada na medida em que ele está mais dividido e a umidade for mínima. Os sólidos combustíveis mais comuns, encontrados em quase todas as edificações residenciais comerciais e industriais,

mam.

Incandescência É o estágio em que ocorre o desprendimento de calor provocado pelas chamas. A temperatura do corpo se eleva, dando condições para a realização da combustão. Este estágio caracteriza o Poder Calorífico do corpo.

Líquidos Inflamáveis (Combustíveis Líquidos) Os corpos líquidos ao alcançarem seu Ponto de Fulgor se transformam em gases. Continuando o aquecimento, por fonte externa, atingem a Temperatura de Combustão, emitindo gases inflamáveis em quantidade suficiente para sustentar a dita combustão e a

17 manutenção da chama.

Rapidez de Inflamabilidade De acordo com a rapidez de suas inflamabilidades, os Líquidos Inflamáveis podem ser classificados como se segue:

Classe 1 - Altamente Inflamável. Ponto

de Fulgor abaixo de (- )5°C ou 23°F.

Classe 2 - Inflamável. Ponto de Fulgor de

(- )5°C ou 23°F até 21°C ou 70°F.

Classe 3 - Pouco Inflamável. Ponto de Ful-

gor acima de 21°C ou 70°F até 93°C ou 200°F.

Classe 4 - Não Inflamável. Ponto de Ful-

gor acima de 93°C ou 200°F.

Ponto de Fulgor Devido seus Pontos de Fulgor, na prática, os Líquidos Inflamáveis são agrupados da seguinte maneira: Classe 1 - Acetona, Benzeno, Benzina,

Bissulfato de Carbono, Butano, Éter e Gasolina.

Classe 2 - Ácido Acético, Álcool e Tolue-

no ou Toluol.

Classe 3 - Querosene.

Gases Inflamáveis (Combustíveis Gasosos) Os corpos gasosos entram em queima mais facilmente, pois não passam pelo processo de transformação a que estão sujeitos os sólidos e os líquidos. A combustão é direta, dependendo fundamentalmente da concentração com que se misturam com o ar. Experimentalmente, existem duas concentrações limites, entre as quais a mistura ar-gás-combustível é inflamável. São elas: Limite de Explosividade Inferior e Limite de Explosividade Superior.

Limite de Explosividade Por definição, Limite de Explosividade é a máxima e a mínima concentração de gases ou vapores, cuja mistura com o ar ou oxigênio é ignicível, na qual, acima ou abaixo desse Limite não há nenhum risco de ignição. A Tabela abaixo relaciona alguns combustíveis gasosos, seus Pontos de Fulgor, Pontos de Ignição e Limites de Explosividade.

18 Materiais Químicos Grande Risco

de

Com exceção dos explosivos, reconhecidamente perigosíssimos, merecendo cuidados especiais quanto ao seu manuseio e armazenamento, as substâncias químicas consideradas de grande risco, podem receber a seguinte classificação: - Sólidos Inflamáveis; - Plásticos e Filmes; - Agentes Oxidantes; - Ácidos e Outros Corrosivos; - Venenos; - Substâncias Radioativas.

Sólidos Inflamáveis Para os fins da Prevenção Contra Incêndio, são considerados como Sólidos Inflamáveis aquelas substâncias que se incendeiam facilmente, ou provocam incêndio, seja pela fricção, pela exposição ao ar, pela absorção de umidade, pela absorção de pequena quantidade de calor.

Quanto à fricção: - Enxofre; - Fósforo (vermelho, branco ou amarelo); - Persulfato de Fósforo; - Peróxido de Benzol Seco.

Quanto à exposição ao ar: - Boro; - Carvão Vegetal; - Ferro Pirofórico; - Fósforo (vermelho, branco ou amarelo); - Hidratos;

- Lítios; - Nitrito de Cálcio; - PÓ de Zinco.

Quanto à absorção de umidade: - Cálcio; - Carbonato de Alumínio; - Carbureto de Cálcio; - Hidratos; - Hidrossulfito de Sódio; - Magnésio (se finamente dividido); - Óxido de Cálcio; - Peróxido de Bário; - Pó de Alumínio; - Pó de Bronze; - Pó de Zinco; - Potássio; - Selênio; - Sódio; - Sulfeto de Ferro.

Quanto à absorção de pequena quantidade de calor: - Carvão Vegetal; - Dinitrocanilina; - Dinitrobenzol; - Nitrato de Celulose (nitrocelulose); - Pentasulfato de Antimônio; - Pentasulfato de Sódio; - Piroxilina; - Pó de Zircônio; - Sesquisulfato de Fósforo.

Plásticos e Filmes Plásticos com base de Nitrocelulose – celuloide, inflama-se pouco acima de 100°C. Se decompõe acima de 150º C. Esta de-

19 composição é acompanhada de evolução de calor, alcançando essa temperatura que propicia a combustão espontânea. Queima muito rapidamente.

Plásticos à base de Gomalaca – os

plásticos à base de gomalaca queimam vagarosamente. O trato com materiais deve ser feito cautelosamente, reduzindo ao máximo suas quantidades e cuidando para não haver ocorrência de chama, luz; proibido riscar fósforo ou ter cigarro aceso. O celulóide é composto de 2/3 de Nitrocelulose (Algodão Pólvora) e 1/3 de Cânfora.

Agentes Oxidantes São substâncias sólidas que contêm apreciável quantidade de Oxigênio e capazes de facilitar ou, até mesmo, de provocar incêndio quando em contato com material combustível. Principais Agentes Oxidantes: - Ácido Crômico; - Ácido Perclórico; - Bromato de Potássio; - Cloreto de Bário; - Cloreto de Cálcio; - Cloreto de Potássio; - Cloreto de Zinco; - Hipoclorito de Cálcio; - Hipoclorito de Sódio; - Nitrato de Amônia; - Nitrato de Bário; - Nitrato de Cobalto; - Nitrato de Cobre; - Nitrato de Chumbo; - Nitrato de Ferro; - Nitrato de Magnésio; - Nitrato de Níquel;

- Nitrato de Potássio; - Nitrato de Prata; -Nitrato de Sódio; - Nitrato de Tório; - Nitrato de Urânio; - Perclorato de Amônia; - Perclorato de Potássio; - Perclorato de Sódio; - Permanganato de Amônia; - Permanganato de Potássio; - Peróxido de Bário; - Peróxido de Estrôncio; - Peróxido de Potássio; - Peróxido de Sódio.

Ácidos e Outros Corrosivos São substâncias que, em contato com corpos combustíveis, podem desenvolver calor suficiente para provocar um incêndio ou forte corrosão.

Os principais ácidos e corrosivos são: - Ácido Muriático; - Ácido Clorídrico; - Ácido Crômico (solução); - Ácido Fluorídrico; - Ácido Nítrico; - Ácido Perclórico; - Ácido Sulfúrico; - Bromo; - Cloreto de Acetil; - Cloreto de Benzil; - Cloreto de Cloracetil; - Cloreto de Enxofre; - Oxicloreto de Fósforo;

20 - Pentacloreto de Antimônio; - Peróxido de Hidrogênio; - Água Oxigenada (8 a 45%); - Trióxido de Enxofre.

Venenos – são citados nesta aposti-

la exclusivamente porque são altamente perigosos para o ser humano. Estão relacionados os que em forma de gases, ou de vapores, em pequenas quantidades misturados com o ar podem causar a morte. São eles: - Ácido Cianídrico; - Acroleína; - Bromacetona; - Brometo de Metila; - Cloreto de Fenilcarbilamina; - Cloro-Picrina; - Cianogênio; - Dióxido de Nitrogênio; - Etildicloroarsina; - Fosgênio; - Gás Mostarda; - Metildicloroarsina; - Peróxido de Nitrogênio.

Substâncias Radioativas São substâncias que podem ser prejudiciais ao ser humano, se submetido à ação por longo tempo, se elas forem de pequena radiação, ou por curto tempo, se elas forem de grande radiação. No tocante à Prevenção Contra Incêndio, elas são usadas nos sensores do tipo radioativo: detetores de fumaça, de pequena ação radioativa, não oferecendo motivo para preocupação (GOMES, 1998).

21

UNIDADE 5 - Causas dos Incêndios Ainda já tenhamos falado sobre as causas, vale enfatizar a importância da Prevenção Contra Incêndio, por ser o único meio pelo qual se pode assegurar que um foco de fogo não se transforme num incêndio, pois que atua neutralizando o desenvolvimento.

Tal controle exige uma vigilância capaz de: a) Descobrir o foco de fogo, no exato

instante em que ele surge;

irregularmente, apresentando alta temperatura e/ou centelhamento.

Causas Acidentais - Vazamento de líquido inflamável em área de risco; - Concentração de gás inflamável em área confinada; - Curto circuito em aparelho elétrico energizado ou em fiação não isolada adequadamente;

b) Dar imediato alarme;

- Combustão espontânea;

c) Iniciar rápida ação de controle para

- Eletricidade estática.

sua extinção;

d) Manter contínua atuação sobre o

fogo, até sua extinção ou até a chegada de socorro eficiente.

Causas de Incêndio O incêndio pode surgir por variadas razões, mas cujas causas mais comuns são:

Causas Fortuitas - Ponta de cigarro ou fósforo incandescente, largada em cesto ou lata de lixo; - Tomada elétrica sobrecarregada; - Pano impregnado com álcool, éter, gasolina, cera, querosene e outros inflamáveis, guardados sem o menor cuidado; - Fio elétrico energizado, sem isolamento ou desprotegido, em contato com papel, tecido ou outro qualquer material combustível; - Equipamento elétrico funcionando

Classificação dos Incêndios A classificação dos incêndios depende fundamentalmente do modo como é avaliada sua periculosidade. Qualquer que seja o adotado, haverá sempre material combustível envolvido, em maior ou menor quantidade, representado pelo mobiliário, pelas peças decorativas, aparelhos elétricos, livros, paredes divisórias, forros falsos, nas áreas residenciais e comerciais. Nas áreas industriais, outros materiais, como os aplicados nas embalagens e nas matérias-primas de fabricação de produtos, inclusive químicos. A esses mencionados, se podem juntar os utilizados na construção dos prédios (DE FARIA, 1993). Para a Prevenção Contra Incêndio, duas formas de classificação, basicamente, são aceitáveis:

22 - Pela natureza dos materiais combustíveis existentes nas áreas a serem protegidas; - Pela quantidade dos materiais combustíveis existentes nas áreas a serem protegidas.

Classificação pela Natureza dos Materiais - Incêndios da Classe A - Fogo em só-

lidos combustíveis mais comuns e de fácil combustão, tais como: algodão, fibras, madeira, papel, tecidos e similares.

- Incêndios da Classe B - Fogo em

líquidos inflamáveis e líquidos petrolíferos: álcool, gasolina, graxas, vernizes e similares.

- Incêndios da Classe C - Fogo em

equipamentos elétricos energizados: motores, circuladores de ar, aparelhos de ar condicionado, televisores, rádios e outros similares.

- Incêndios da Classe D - Fogo em

metais pirofóricos e suas ligas; alumínio em pó, zinco, magnésio, potássio, titânio, sódio e zircônio.

Classificação pela Quantidade dos Materiais Quando tratamos da combustão, fizemos referência à velocidade da queima, a cinética química. Vimos que o incêndio se enquadra na combustão viva, caracterizada pelo forte calor que é liberado. Dissemos, também, que tal calor depende da capacidade do material de produzi-Io, ou seja, do seu Poder Calorífico. Logicamente, se cada material com-

bustível tem uma capacidade própria de produzir esse calor, quanto maior for a quantidade dele, envolvida, tanto maior será o calor por ele liberado. Assim, os materiais existentes na edificação, todos combustíveis, sejam os aplicados na construção, sejam os utilizados na sua ocupação, definirão a quantidade de calor que poderá ser liberada, na hipótese de uma queima total desses materiais. Na prática, todavia, só são considerados os materiais existentes empregados na ocupação do prédio. Deste modo, calcula-se a quantidade encontrada por unidade de área ocupada para se ter a Carga Incêndio. Por definição, Carga Incêndio é a quantidade de calor que poderá ser gerado, por unidade de área, pela queima de todo o material combustível existente na edificação. A Carga Incêndio resulta na soma dos produtos da quantidade de cada material pelo seu Poder Calorífico. A divisão da Carga Incêndio pela área total ocupada pelos materiais considerados, oferece um índice que é utilizado internacionalmente para classificar os incêndios. É expresso em unidades do Sistema Métrico Decimal ou no Sistema Métrico Inglês.

Classificação pela Carga Incêndio - Risco Leve ou Risco 1 - Fogo em

pequena Carga Incêndio, cujo desenvolvimento se faz com fraca liberação de calor: Carga Incêndio até 270.000 kcal/m2.

- Risco Médio ou Risco 2 - Fogo em

23 média Carga Incêndio, cujo desenvolvimento se faz com moderada liberação de calor: Carga Incêndio de 270.000 a 540.000 kcal/m2

- Risco Pesado ou Risco 3 - Fogo em

grande Carga Incêndio, cujo desenvolvimento se faz com elevada liberação de calor: Carga Incêndio de 540.000 a 1.080.000 kcal/m2. Suponhamos que em três locais de mesmas características construtivas e dimensões, estejam armazenados os seguintes materiais combustíveis:

a) Área A - 20.000 kg de gasolina, em

tambores fechados. Há um enchimento de 20 kg a cada 2 horas, em vasilhas abertas. Poder Calorífico da Gasolina: 11.100 kcal/kg.

b) Área B - 20.000 kg de querosene,

também em tambores fechados. Há um enchimento de 20 kg a cada 2 horas, em vasilhas abertas. Poder Calorífico do Querosene: 11.100 kcal/kg.

c) Área C - 70.000 kg de madeira seca.

Corte e expedição de 70 kg a cada 2 horas em feixes abertos.

Poder Calorífico da Madeira: 3.170 kcal/ kg. Quanto à Carga Incêndio, seus valores são iguais, como se mostra a seguir: Área A - 20.000 x 11.100 = 222.000.000 kcal.

Área B - 20.000 x 11.100 = 222.000.000 kcal. Área C - 70.000 x 3.170 = 221.900.000 kcal. Sem qualquer sombra de dúvida, o risco de incêndio na Área A tem maior possibilidade do que nas outras duas áreas, em razão de ser mais elevada a sua periculosidade. Para completar os esclarecimentos em tela, vale lembrar que a Gasolina tem seu Ponto de Fulgor a (-) 42°C. O Querosene entre 38°C e 74°C e a Madeira tem sua temperatura de combustão entre 400°C e 500°C, uma vez que a Madeira não tem Ponto de Fulgor. Por outro lado, é bom lembrar que tanto a Gasolina como o Querosene têm temperatura de combustão da ordem de 255°C. Estas temperaturas são inferiores à da chama de um fósforo, da brasa de um cigarro ou de uma centelha elétrica, seja provocada pelo acionamento de uma chave elétrica ou provocada por atrito entre dois corpos. Sempre que a Gasolina é manipulada, vapores são desprendidos e se misturam com o ar ambiente, porque a Gasolina tem seu Ponto de Fulgor abaixo da temperatura ambiente. Consequentemente, os vapores vão se acumulando no local. Ultrapassado o Limite de Explosividade, qualquer fonte de calor das já citadas poderá provocar uma explosão seguida de um incêndio. Com os dois outros combustíveis exemplificados, tal ocorrência é inexistente, tendo em mira que o Querosene tem seu Ponto de Fulgor acima da temperatura ambiente. Quanto à Madeira, não tendo Ponto de Fulgor, sua temperatura de combustão exigirá muito calor para aquecê-Ia até ou acima de tal temperatura (GOMES, 1998).

24

UNIDADE 6 - Prevenção e Combate a Incêndios 6.1 Como apagar incêndios Acreditamos ter ficado claro até aqui que, em relação ao fenômeno da combustão, o fundamental para a Prevenção Contra Incêndio é evitar a Energia de Ativação. Para que isto se torne viável, medidas de vigilância terão de ser adotadas, objetivando eliminar as possíveis causas de incêndios. Para Gomes (1998), tais medidas, na prática, são inexequíveis. Impõe-se, portanto, encontrar meios e formas de controlar um foco de fogo, logo no seu surgimento, antes que seu desenvolvimento se torne incontrolável, podendo resultar num incêndio. A combustão, sendo uma reação química que só ocorre quando presentes em material combustível, uma fonte de calor e Oxigênio contido no ar ambiente, os processos de extinção visam separar essa concorrência, ou melhor dizendo, visam desmontar o Triângulo do Fogo. Considerando-se, ainda, que a combustão se desenvolve com a formação de novas partículas, a extinção poderá ser obtida, também, com a interrupção desse processo em cadeia. Os processos adotados objetivam extinguir o fogo por dois caminhos: o físico e o Químico.

Processo Físico – resfriamento e aba-

famento

Resfriamento - Tem por princípio redu-

zir o calor gerado, provocando a queda da temperatura para baixo da temperatura de combustão ou de ignição e, em certos

casos, abaixo do Ponto de Fulgor. Neste sentido, o agente extintor é a água, aplicada em forma de jato sólido ou em forma de uma chuva fina, tipo neblina.

Forma de ação da água - Quando

duas substâncias, dois corpos, com temperaturas próprias diferentes, entram em contato um com o outro, as temperaturas tendem para o equilíbrio. Face a esta circunstância e como a água, em geral, está em temperatura menor que a dos materiais em queima, ela vai absorvendo, gradativamente, o calor existente, fazendo baixar a temperatura até ficar abaixo da temperatura de combustão, eliminando um dos componentes do Triângulo do Fogo, o calor. É lógico que, para isto acontecer, será necessário consumir uma certa quantidade d’água, que pode ser calculada conhecendo-se:

a) Quantidade do material envolvido na

queima;

b) O Poder Calorífico desse material; c) O Calor Latente da água. Abafamento - É o meio pelo qual se re-

duz substancialmente, ou até se suprime, a presença do ar, do Oxigênio, isto é, do comburente no processo da queima. Em outras palavras: se desmonta o Triângulo do Fogo, eliminando-se o componente comburente, ou seja, o Oxigênio. Ainda que o ar atmosférico tenha a composição conforme a tabela abaixo, somente o oxigênio participa do processo da queima ou combustão. Por experiências em laboratórios, o fogo se apaga quando

25 a taxa relativa ao Oxigênio chega a menos de 8%. O ser humano deixa de viver se a

taxa do Oxigênio ficar abaixo de 17%.

É curioso, também, verificar que a chamada chama da vida humana se relaciona, fundamentalmente, com o Oxigênio do ar que respiramos, visto que podemos ficar:

combustão se verifique. Por outro lado, no processo físico de extinção do fogo, falamos que, na prática, a desmontagem do conhecido Triângulo do Fogo faria cessar a reação química, extinguindo o incêndio, ou melhor, o fogo.

30 dias, consecutivos, sem comer; 3 dias, consecutivos, sem beber; 3 minutos, consecutivos, sem respirar. Sabe-se que o ser humano necessita respirar de 4 a 5 litros de ar por minuto, consumindo, aproximadamente, 2 litros de Oxigênio por minuto, expelindo cerca de 1,7 litros por minuto de CO2 (Dióxido de Carbono). O processo de abafamento produz um efeito físico, cujo principal agente extintor é o Dióxido de Carbono (C02), a Espuma Química ou Mecânica.

Processos Químicos Na abordagem da reação química, foi mostrada a necessidade de haver concorrência de três elementos para que uma

Face, todavia, à comprovação de que a combustão é um fenômeno em cadeia, surge um quarto elemento componente que propicia a sua manutenção. Daí admiti-se, hoje, que o famoso Triângulo do Fogo se transformou no Quadrilátero do Fogo (GOMES, 1998). Em decorrência dessa particularidade, a combustão poderá ser extinta, fazendo-se a interrupção do fenômeno, com a aplicação de um produto químico que efetue tal interrupção. Dois produtos podem ser utilizados neste processo. São eles: Pó Químico Seco, em uso desde longa data, e o Halon 1301, utilizado há algum tempo, menos usado e, atu-

26 almente, sob observação. Ambos, quando aplicados sobre um material combustível em queima, interrompem a troca direta de átomos ativos, impedindo a formação de radicais livres. Normalmente, estes dois produtos são utilizados em Extintores de Incêndio, portáteis e sobre rodas. Também podem ser encontrados em Sistemas Fixos.

Equipamentos e Instrumentos para Uso em Combate a Incêndios Sistema Hidráulico Fixo Sob Comando Entende-se por Sistema Fixo Sob Comando um conjunto de equipamentos, instrumentos e tubulações que possibilitam usar a água como agente extintor, manipulando-a sobre um foco de fogo, de modo a impedir que seu desenvolvimento, incontrolável, se transforme num incêndio. A composição, o projeto e a implantação de um Sistema Fixo Sob Comando obedecem a regras e a parâmetros constantes de Normas Técnicas e Regulamentos. No Brasil, as Normas, em geral, são elaboradas e tornadas obrigatórias ao serem publicadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – e homologadas pelo Instituto Nacional de Metrologia – INMETRO. Quanto aos Regulamentos, são dispositivos publicados pelos Estados da Federação, estabelecendo exigências. Os regulamentos são elaborados pelas suas respectivas Polícias Militares, ou, diretamente, pelo seu Corpo de Bombeiros Militares (DE FARIAS, 1986).

As Normas da ABNT têm fé pública em todo território brasileiro. São homologadas pelo Instituto Nacional de Metrologia (INMETRO). Os Regulamentos só têm validade no território dos seus respectivos Estados. Existem Normas específicas para fabricação de equipamentos e materiais técnicos, no nosso caso, destinados ao Sistema de Prevenção Contra Incêndio. Existem também Normas técnicas específicas para instalação desses equipamentos e materiais. A distinção fundamental entre Norma e Regulamento, ressalvada a sua área de influência, está em que as Normas estabelecem as exigências mínimas a serem observadas pelos projetistas e instaladores dos Sistemas de Prevenção Contra Incêndio, enquanto que os Regulamentos fixam, não só as edificações e estabelecimentos que devem ser protegidos como, também, os tipos de equipamentos a serem usados em cada Sistema, uma vez que tais edificações e estabelecimentos sejam classificados nas diversas classes de Risco, de acordo com as ocupações de suas dependências e características dimensionais de suas construções (GOMES, 1998). Por vezes, no interesse de ser reduzido o valor do Prêmio do Seguro Contra Incêndio, as exigências estabelecidas nas Normas ou Regulamentos são complementadas por exigências contidas em publicações da Superintendência de Seguro das Empresas Privadas (SUSEP), exigências estas maiores do que as encontradas nas Normas e Regulamentos.

Sistema Fixo Sob Comando

27 É aquele em que o afluxo d’água chega ao ponto de sua aplicação mediante a intervenção humana, usando equipamentos especializados, tais como:

duas Válvulas Globo-Angulares de 45° ou 90°, montadas na extremidade da cabeça modular, tipo Te industrial, nas quais são adaptadas as Mangueiras de Incêndio.

Caixa de Incêndio ou Abrigo de Mangueira de Incêndio – Compartimen-

Hidrante Singelo de Coluna – Dis-

to destinado a guardar os equipamentos usados no combate ao fogo. As Caixas são fabricadas para serem colocadas na parede, externamente ou embutida. Suas dimensões e formas são estabelecidas nos Regulamentos.

Mangueira Contra Incêndio – Con-

duto flexível cuja capa é fabricada com fibra vegetal natural ou sintética, revestida internamente por tubo de borracha, destinada a projetar a água na direção do ponto de aplicação sobre o fogo, tendo nas extremidades conexões de engate rápido, tipo Storz, ou rosqueadas. Diâmetros: 38 mm (1 1/2”) e 63 mm (2 1/2”).

Esguicho Jato Sólido ou Jato Pleno

– Peça metálica, tronco-cônica, adaptável

na extremidade da Mangueira de Incêndio, destinada a formar e orientar o jato d’ água no ponto de aplicação sobre o fogo, em filetes praticamente paralelos.

Esguicho Jato Variável ou Jato Regulável – Peça metálica, adaptável na ex-

tremidade da Mangueira de Incêndio, com dispositivo de regulagem para transformar o jato sólido da água em chuva fina, tipo neblina, praticamente na forma esférica.

Hidrante Interno Singelo – Dispo-

sitivo de tomada d’água, constituído por uma Válvula Globo-Angular 45° ou 90°, na qual é adaptada à Mangueira de Incêndio.

Hidrante Interno Duplo – Dispo-

sitivo de tomada d’água constituído por

positivo de tomada d’água semelhante ao Interno, localizado na parte externa da edificação, cuja Válvula é montada na extremidade superior de um ramal vertical da tubulação de incêndio.

Hidrante Duplo de Coluna – Dispo-

sitivo de tomada d’água, localizado na parte externa da edificação, dotado de duas Válvulas Globo-Angulares de 45° ou 90° montadas na cabeça modular, na extremidade de um ramal ou seção, vertical da tubulação de incêndio.

Hidrante de Recalque (de Fachada ou de Passeio) – Dispositivo para introdu-

ção d’água pelo Corpo de Bombeiros, idêntico ao hidrante Interno, porém localizado na via pública, na fachada do prédio, via de regra, no passeio, na calçada, embutido em caixa metálica ou de alvenaria, com tampa também metálica, rebatível, tendo estampada a palavra incêndio na sua face externa superior.

Adaptador – Peça metálica de forma

cilíndrica, um lado com rosca tipo fêmea ou macho, no diâmetro igual ao da Válvula Globo-Angular do Hidrante, onde vai ser conectada e do outro lado engate rápido tipo Storz ou rosca, no diâmetro da mangueira de Incêndio a que vai ser adaptada.

Tampão Cego – Peça metálica cilín-

drica no diâmetro da Válvula do Hidrante de Recalque, ou o Adaptador, destinado a proteger os filetes das roscas respectivas e evitar pequeno vazamento d’água. Pode ser guarnecido com uma corrente.

28 Canalização ou Tubulação de Incêndio – Tubos metálicos, aço carbono

ou ferro galvanizado, conectados entre si, com peças especificamente adequadas, destinada a conduzir a água desde a sua fonte de suprimento até aos hidrantes, isto é, às tomadas d’água de incêndio, desenvolvida dentro e/ou fora da edificação aérea aparente, ou subterrânea, em dutos (shafts) próprios para tubulações.

Reservatório Superior – Recipien-

te metálico ou em alvenaria, destinado ao armazenamento d’água exclusiva para incêndio ou não, localizado na parte superior da edificação.

Reservatório Inferior – Idêntico ao

Superior, porém localizado na parte inferior da edificação, no subsolo, ou mesmo enterrado na área construída. Em certos casos, poderá ser a própria Cisterna.

Reserva Técnica de Incêndio (RTI)

– Quantidade total da água reservada para

alimentar exclusivamente os Hidrantes de Incêndio, armazenada no Reservatório Superior, Inferior ou na Cisterna.

Bomba de Incêndio – Bomba acio-

nada por motor elétrico ou não, aplicada no suprimento d’água, sob pressão, aos Hidrantes do Sistema, aspirando do Reservatório que contém a RTI.

Bomba Jóquei ou Booster – Bomba

auxiliar da Bomba de Incêndio, destinada exclusivamente a repor pequenas perdas de pressão causadas por micro vazamentos na canalização de incêndio. Terá de manter a mesma pressão estática estabelecida com a Bomba de Incêndio.

Conjunto Hidráulico da Partida Automática – Dispositivo aplicado na partida

automática da Bomba de Incêndio e, quando for o caso, da Bomba Jóquei, constituído por:

- Tanque Hidropneumático – Cilindro

metálico, de pequena capacidade de armazenagem d’água (10 litros, aproximadamente), com um orifício inferior para entrada d’água. Rosqueado no fundo para conexão ao Te da gambiarra própria.

- Manômetro (para água) – Instru-

mento destinado a indicar a pressão estática ou dinâmica na canalização de incêndio. A Janela, de diâmetro variável, tem escala em kgf/cm2 e/ou Lbf/pol2 ou em outra escala equivalente.

- Pressostato Diferencial – Instrumen-

to de ajustagem da pressão da partida da Bomba de Incêndio, de modo que isto só ocorra com a queda de pressão na rede de hidrantes, causada por manobra na sua Válvula Globo Angular ou por vazamento na própria canalização.

- Válvula de Teste – Válvula do tipo

globo, pequeno diâmetro, destinada aos ensaios de funcionamento da Bomba de Incêndio, geralmente instalada abaixo do Tanque Hidro-pneumático.

- Gambiarra – Conjunto de tubos de

pequeno diâmetro e comprimento, conectados entre si, ligado no ramal de recalque da Bomba de Incêndio e no qual os instrumentos acima são montados.

Alarme Contra Incêndio – Aparelho

elétrico, capaz de produzir som facilmente audível, de alerta, ativado sempre que houver queda de pressão, ou ocorrer fluxo d’água na canalização de incêndio. Tal alarme ocorrendo denunciará a entrada em funcionamento da bomba de incêndio,

29 consequente à um fluxo d’água na canalização, ou uma queda em sua pressão.

Chave de Fluxo (Flow Switch) – Apa-

relho elétrico acionado pelo fluxo d’água, ainda que de baixa velocidade, no trecho da canalização de incêndio onde estiver montada, fazendo soar o Alarme Elétrico Contra Incêndio. Em certas instalações poderá, também, provocar a partida automática da Bomba de Incêndio.

Quadro Elétrico de Comando –

Conjunto de peças e aparelhos montados em um painel de mármore ou madeira tratada com substância retardante ao fogo, constituído por uma Chave Faca à prova de explosão, um Contator e, no caso de duas bombas de incêndio, uma Chave Seletora de Bomba. Neste quadro será ligado o Pressostato Diferencial, bloqueando a alimentação direta às bombas de incêndio.

Casa de Máquinas de Incêndio (CMI) – Compartimento construído em al-

venaria, em geral, destinado à instalação das bombas de incêndio e seus pertences, fechado por porta do tipo corta-fogo, ventilado através de janela basculante e iluminação à prova de explosão. Suas dimensões são fixadas pelos Regulamentos.

Sistema Hidráulico Fixo Automático O primeiro registro do uso automático da água como agente extintor ocorreu em 1723. Ambrose Godfrey, utilizando-se de um vaso de couro, por ele mesmo construído, cheio com água e completamente fechado, nele adaptou um cartucho com pólvora em pó e à prova d’água. Ao cartucho foi fixado um fio fusível (GOMES, 1998).

Uma vez que o fio fusível fosse queimado pelo fogo de um incêndio, em seu início, a explosão da pólvora arrebentava o vaso e a água se espalhava sobre o fogo. Foi usado, também, em cima de telhado combustível, para evitar que o fogo o alcançasse por irradiação ou para reduzir a possibilidade da convecção do prédio vizinho (GOMES, 1998). O uso da água em forma de chuva foi registrado, pela primeira vez, em 1852, nos Estados Unidos da América, com o uso de um cano perfurado, instalado na Locks and Canais Company, em Lowell, Massachussetts. Em 1875, Henry S. Parmelle projetou e fabricou o primeiro corpo de Chuveiro Automático, conhecido pelo nome de Henry Parmelle N 3. Parmelle inventou este dispositivo para proteger contra incêndio sua fábrica de pianos em New Haven, Connecticut, nos Estados Unidos da América. No período entre 1874 e 1878, a Factory Mutual Insurance Company (FM) compilou relatórios que indicavam, claramente, a eficiência desse produto na Proteção Contra Incêndio. No período de 1877 a 1888, os registros da FM mostravam que a perda em dinheiro por incêndios em prédios não protegidos pelo dispositivo mencionado anteriormente, alcançavam o montante de $5.700.000 resultantes de 759 sinistros ou o equivalente a $7.509 por incêndio. Em comparação, em cerca de 10 anos, nos 206 incêndios ocorridos em prédios protegidos por sprinklers, o montante da perda foi de $224.480, ou seja, $1.089 por sinistro. Estes resultados convenceram as companhias de seguro, levando-as a estimularem seus segurados na implantação de

30 sprinklers em seus prédios, com custos, do seguro, reduzidos. O exemplo do incentivo foi dado pela Factory Mutual (FM), cujos registros mostram que, em 1875, o custo do Seguro Contra Fogo era de 30 cents por $100, enquanto que, nos mesmos 30 anos da avaliação, os custos caíram para 4 ou 5 cents pelos mesmos $100.

mentos, as exigências técnicas para a montagem desse Sistema e as especificações da fabricação dos Chuveiros são regulados por Normas e Regulamentos. No Brasil, as Normas Técnicas vigentes são:

John Kane foi o primeiro a usar a Liga Termofusível para o funcionamento automático do sprinklers, fato que ocorreu em 1881.

MB-267/90 - Métodos de Ensaios (ABNT)

Entre os anos de 1872 e 1914, mais de 450 patentes de automatic sprinklers foram registradas nos Estados Unidos da América.

Os Regulamentos, todos elaborados pelas Polícias Militares ou pelos Corpos de Bombeiros Militares, diretamente, são implantados em cada Estado da Federação, através de Decreto dos Governos Estaduais, disciplinando suas aplicações.

Em 1914, a lista da Factory Mutual relacionava apenas 10 modelos de Automatic Spriniklers Head, e em 1974 somente 15 modelos. Atualmente, existem várias empresas fabricantes desse produto. A maior parte está nos Estados Unidos da América, cujo elemento termossensível usado é, em sua grande maioria, do tipo Liga Fusível. Outras se localizam na Europa e no Japão. No Brasil já existem mais de 5 firmas fabricantes. Todas usam como elemento termossensível a Ampola Estilhaçável de Vidro. As instalações fixas automáticas, usando a água como o agente extintor, não dependem do ser humano para sua aplicação sobre um material combustível em queima. Fazem parte desse Sistema os Chuveiros Automáticos Contra Incêndio, muito mais conhecidos pelo seu nome em língua inglesa, Automatic Fire Sprinklers Systems, ou, simplesmente, Sprinklers (GOMES, 1998). A definição, a composição, seus equipa-

a) Para fabricação: EB-152/90 - Especificação (ABNT)

b) Para instalação: EB-1135/90 da ABNT

Todavia, outros documentos específicos poderão ser consultados, tais como: a) NFPA Nº 13 - Installation of Sprinklers

Systems (National Fire Protection Association - USA);

b) LPC - Rules of the Fire for Automatic

Sprinklers (Loss Prevention Council - England);

c) ISO/OIS 6182-1.2 - Fire Protection

Sprinklers System Part 1: Requirements and Methods of Test for Sprinklers.

Os Sistemas de Chuveiros Automáticos Contra Incêndio são classificados em: a) Cano Molhado; b) Cano Seco; c) Ação Prévia;

31 d) Dilúvio; e) Combinado: Cano Seco/Ação Prévia. Nos Sistemas são usados produtos que, em razão das suas formas de funcionar, podem ter os seus orifícios de passagem da água permanentemente fechados ou abertos. Os primeiros denominam-se Chuveiros Automáticos e os segundos Chuveiros Abertos.

SISTEMAS Cano Molhado Tubulação completamente cheia d’água e permanentemente mantida sob pressão. Consequentemente, os Chuveiros instalados em seus ramais também ficam sujeitos à mesma pressão. A pressurização se faz por gravidade ou por meio de bomba elétrica ou não. Nas instalações de grande porte, a entrada d’água na coluna é feita através de um conjunto de duas válvulas, denominado VGA – Válvula de Governo e Alarme. Uma delas é do tipo Gaveta e a outra fabricada especificamente para exercer duas funções: retenção e acionamento do alarme hidráulico. Esta válvula especial tem o nome de Válvula de Retenção e Alarme, VRA. A Válvula Gaveta normalmente fica totalmente aberta. Seu fechamento só ocorre por motivo de força maior. Quando, por efeito do calor produzido pela queima de um material combustível, o elemento termossensível, liga fusível ou ampola estilhaçável de vidro é ativado, a água é liberada, atravessa o orifício e é descarregada no meio ambiente, provocando a queda da pressão no Sistema.

Cano Seco

Tubulação mantida temporariamente vazia, pressurizada com Ar Comprimido ou Nitrogênio, em cujos ramais são instalados os chuveiros automáticos contra incêndio. Na coluna do sistema é instalada uma válvula denominada válvula de cano seco. Quando qualquer elemento termossensível é ativado, por efeito do calor, o ar ou o Nitrogênio é liberado, a pressão na tubulação cai, a água é pressurizada pela gravidade ou pela bomba, provocando a abertura da referida válvula, e a descarga no ambiente se dá pelo chuveiro cujo orifício foi liberado. A tubulação do sistema fica cheia, mas a descarga no ambiente só se faz pelo dito Chuveiro, aliás, como acontece com o Sistema de Cano Molhado. A água, ao passar pela tubulação, através da VGA, faz também soar o Alarme Hidráulico. Este Sistema é implantado nas áreas onde poderá ocorrer congelamento.

Ação Prévia Tubulação mantida temporariamente vazia, pressurizada com Ar ou Nitrogênio, em cujos ramais são instalados os Chuveiros Automáticos. A água é mantida sob pressão sobre uma válvula denominada Válvula de Ação Prévia, instalada na coluna de incêndio. O Sistema é complementado por um outro sistema, o Sistema Automático de Detecção de Calor e Alarme. Quando qualquer sensor deste Sistema é ativado por efeito do calor da queima de um material combustível, a bomba de incêndio é acionada, entra em funcionamento, provoca a abertura da referida Válvula, enche a tubulação d’água. Todavia, a água só é descarregada pelo Chuveiro que tiver sido ativado

32 pelo calor. No instante em que aquele sensor entrou em atividade, também fez soar o Alarme Elétrico Contra Incêndio. Quando a tubulação é pressurizada pela ação gravitacional, não existindo bomba de incêndio, o Sistema de Detecção é ligado diretamente à Válvula de Ação Prévia. Assim, logo que qualquer detector, ou melhor, sensor, é ativado pelo calor, o Sistema aciona a abertura da citada Válvula, funcionando como foi acima esclarecido. Este Sistema também é empregado nos sistemas onde a água pode ser congelada.

Dilúvio Tubulação mantida temporariamente seca, não pressurizada, em cujos ramais são instalados Chuveiros Abertos Contra Incêndio. Estes Chuveiros têm seus orifícios sempre abertos, portanto, não dotados com o elemento termossensível. A água é mantida sob pressão numa válvula denominada Válvula Dilúvio. Este Sistema é complementado por um outro, denominado Sistema de Detecção e Alarme Contra Incêndio. Quando qualquer detector ou sensor deste Sistema é ativado pela ação do calor desprendido do material combustível em queima, o Painel Central, ao qual estão ligados todos os sensores do referido Sistema, também é ativado, aciona o Quadro Elétrico de Comando da Bomba de Incêndio, fazendo-a funcionar. A pressão da água aumenta, abre a Válvula Dilúvio, percorre toda a tubulação e é descarregada por todos os Chuveiros, simultaneamente. Neste instante, o Alarme Contra In-

cêndio soa no ambiente, provocado pelo dispositivo da partida automática, por sua vez ligado àquele Quadro. O Sistema Dilúvio geralmente é instalado em áreas abertas para proteger certos equipamentos elétricos, tais como Transformadores, ou para provocar o resfriamento de tanques de estocagem de combustíveis líquidos ou de inflamáveis.

Combinado Cano Seco e Ação Prévia Tubulação mantida temporariamente vazia, pressurizada com Ar ou Nitrogênio e em cujos ramais são instalados Chuveiros Automáticos Contra Incêndio. Esse sistema é complementado por um sistema de detecção e alarme, cujos sensores têm maior sensibilidade do que os componentes termossensíveis dos chuveiros automáticos. Quando qualquer um dos sensores é ativado pelo calor desprendido da queima de um material combustível, ativa imediatamente o seu módulo no Painel Central para abertura das duas válvulas. A água enche toda a tubulação. Porém, só será descarregada no meio ambiente pelo chuveiro cujo elemento termossensível tiver liberado a sua passagem. NR 23 – Proteção Contra Incêndios Publicação D.O.U. Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78 Atualizações/Alterações D.O.U. Portaria SNT n.º 06, de 29 de outubro de 1991 31/10/91 Portaria SNT n.º 02, de 21 de janeiro de

33 1992 22/01/92 Portaria SIT n.º 24, de 09 de outubro de 2001 01/11/01 23.1 Disposições gerais. 23.1.1 Todas as empresas deverão possuir: a) proteção contra incêndio; b) saídas suficientes para a rápida retirada do pessoal em serviço, em caso de incêndio; c) equipamento suficiente para combater o fogo em seu início; d) pessoas adestradas no uso correto desses equipamentos.

Saídas. 23.2 Os locais de trabalho deverão dispor de saídas, em número suficiente e dispostas de modo que aqueles que se encontrem nesses locais possam abandoná-los com rapidez e segurança, em caso de emergência. 23.2.1 A largura mínima das aberturas de saída deverá ser de 1,20m (um metro e vinte centímetros). 23.2.2 O sentido de abertura da porta não poderá ser para o interior do local de trabalho. 23.2.3 Onde não for possível o acesso imediato às saídas, deverão existir, em caráter permanente e completamente desobstruídos, circulações internas ou corredores de acesso contínuos e seguros, com largura mínima de 1,20m (um metro e vinte centímetros). 23.2.4 Quando não for possível atingir, diretamente, as portas de saída, deve-

rão existir, em caráter permanente, vias de passagem ou corredores, com largura mínima de 1,20m (um metro e vinte centímetros) sempre rigorosamente desobstruídos. 23.2.5 As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas por meio de placas ou sinais luminosos, indicando a direção da saída. 23.2.6 As saídas devem ser dispostas de tal forma que, entre elas e qualquer local de trabalho não se tenha de percorrer distância maior que 15,00m (quinze metros) nas de risco grande e 30,00m (trinta metros) nas de risco médio ou pequeno. 23.2.6.1 Estas distâncias poderão ser modificadas, para mais ou menos, a critério da autoridade competente em segurança do trabalho, se houver instalações de chuveiros (sprinklers), automáticos, e segundo a natureza do risco. 23.2.7 As saídas e as vias de circulação não devem comportar escadas nem degraus; as passagens serão bem iluminadas. 23.2.8 Os pisos, de níveis diferentes, deverão ter rampas que os contornem suavemente e, neste caso, deverá ser colocado um “aviso” no início da rampa, no sentido da descida. 23.2.9 Escadas em espiral, de mãos ou externas de madeira, não serão consideradas partes de uma saída.

23.3 Portas. 23.3.1 As portas de saída devem ser de batentes ou portas corrediças horizontais, a critério da autoridade competente

34 em segurança do trabalho. 23.3.2 As portas verticais, as de enrolar e as giratórias não serão permitidas em comunicações internas. 23.3.3 Todas as portas de batente, tanto as de saída como as de comunicações internas, devem: a) abrir no sentido da saída; b) situar-se de tal modo que, ao se abrirem, não impeçam as vias de passagem. 23.3.4 As portas que conduzem às escadas devem ser dispostas de maneira a não diminuírem a largura efetiva dessas escadas. 23.3.5 As portas de saída devem ser dispostas de maneira a serem visíveis, ficando terminantemente proibido qualquer obstáculo, mesmo ocasional, que entrave o seu acesso ou a sua vista. 23.3.6 Nenhuma porta de entrada, ou saída, ou de emergência de um estabelecimento ou local de trabalho, deverá ser fechada a chave, aferrolhada ou presa durante as horas de trabalho. 23.3.7 Durante as horas de trabalho, poderão ser fechadas com dispositivos de segurança, que permitam a qualquer pessoa abri-las facilmente do interior do estabelecimento ou do local de trabalho. 23.3.7.1 Em hipótese alguma, as portas de emergência deverão ser fechadas pelo lado externo, mesmo fora do horário de trabalho.

23.4 Escadas. 23.4.1 Todas as escadas, plataformas e patamares deverão ser feitos com materiais incombustíveis e resistentes ao

fogo.

23.5 Ascensores. 23.5.1 Os poços e monta-cargas respectivos, nas construções de mais de 2 (dois) pavimentos, devem ser inteiramente de material resistente ao fogo.

23.6 Portas corta-fogo. 23.6.1 As caixas de escadas deverão ser providas de portas corta-fogo, fechando-se automaticamente e podendo ser abertas facilmente pelos 2 (dois) lados.

23.7 Combate ao fogo. 23.7.1 Tão cedo o fogo se manifeste, cabe: a) acionar o sistema de alarme; b) chamar imediatamente o Corpo de Bombeiros; c) desligar máquinas e aparelhos elétricos, quando a operação do desligamento não envolver riscos adicionais; d) atacá-lo, o mais rapidamente possível, pelos meios adequados. 23.7.2 As máquinas e aparelhos elétricos que não devam ser desligados em caso de incêndio deverão conter placa com aviso referente a este fato, próximo à chave de interrupção. 23.7.3 Poderão ser exigidos, para certos tipos de indústria ou de atividade em que seja grande o risco de incêndio, requisitos especiais de construção, tais como portas e paredes corta-fogo ou diques ao redor de reservatórios elevados de inflamáveis.

23.8 Exercício de alerta.

35 23.8.1 Os exercícios de combate ao fogo deverão ser feitos periodicamente, objetivando:

facilidade na aplicação das presentes disposições, a seguinte classificação de fogo:

a) que o pessoal grave o significado do sinal de alarme;

Classe A - são materiais de fácil combustão com a propriedade de queimarem em sua superfície e profundidade, e que deixam resíduos, como: tecidos, madeira, papel, fibra, entre outros;

b) que a evacuação do local se faça em boa ordem; c) que seja evitado qualquer pânico; d) que sejam atribuídas tarefas e responsabilidades específicas aos empregados; e) que seja verificado se a sirene de alarme foi ouvida em todas as áreas. 23.8.2 Os exercícios deverão ser realizados sob a direção de um grupo de pessoas, capazes de prepará-los e dirigi-los, comportando um chefe e ajudantes em número necessário, segundo as características do estabelecimento. 23.8.3 Os planos de exercício de alerta deverão ser preparados como se fossem para um caso real de incêndio. 23.8.4 Nas fábricas que mantenham equipes organizadas de bombeiros, os exercícios devem se realizar periodicamente, de preferência, sem aviso e se aproximando, o mais possível, das condições reais de luta contra o incêndio. 23.8.5 As fábricas ou estabelecimentos que não mantenham equipes de bombeiros deverão ter alguns membros do pessoal operário, bem como os guardas e vigias, especialmente exercitados no correto manejo do material de luta contra o fogo e o seu emprego.

23.9 Classes de fogo. 23.9.1 Será adotada, para efeito de

Classe B - são considerados inflamáveis os produtos que queimem somente em sua superfície, não deixando resíduos, como óleo, graxas, vernizes, tintas, gasolina, entre outros; Classe C - quando ocorrem em equipamentos elétricos energizados como motores, transformadores, quadros de distribuição, fios, entre outros. 23.9.2 Classe D - elementos pirofóricos como magnésio, zircônio, titânio.

23.10 Extinção por meio de água. 23.10.1 Nos estabelecimentos industriais de 50 (cinquenta) ou mais empregados, deve haver um aprisionamento conveniente de água sob pressão, a fim de, a qualquer tempo, extinguir os começos de fogo de Classe A. 23.10.2 Os pontos de captação de água deverão ser facilmente acessíveis, e situados ou protegidos de maneira a não poderem ser danificados. 23.10.3 Os pontos de captação de água e os encanamentos de alimentação deverão ser experimentados, frequentemente, a fim de evitar o acúmulo de resíduos. 23.10.4 A água nunca será empregada: (Alterado pela Portaria SIT n.º 24, de 09 de outubro de 2001)

36 a) nos fogos da Classe B, salvo quando pulverizada sob a forma de neblina;

seu início. Tais aparelhos devem ser apropriados à classe do fogo a extinguir.

b) nos fogos da Classe C, salvo quando se tratar de água pulverizada; e

23.13 Tipos de extintores portáteis.

c) nos fogos da Classe D. 23.10.5 Os chuveiros automáticos (sprinklers) devem ter seus registros sempre abertos, e só poderão ser fechados em caso de manutenção ou inspeção, com ordem do responsável pela manutenção ou inspeção. (Alterado pela Portaria SIT n.º 24, de 09 de outubro de 2001) 23.10.5.1 Deve existir um espaço livre de pelo menos 1,00m (um metro) abaixo e ao redor dos pontos de saída dos chuveiros automáticos (sprinklers), a fim de assegurar a dispersão eficaz da água. (Alterado pela Portaria SIT n.º 24, de 09 de outubro de 2001)

23.11 Extintores. 23.11.1 Em todos os estabelecimentos ou locais de trabalho só devem ser utilizados extintores de incêndio que obedeçam às normas brasileiras ou regulamentos técnicos do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO, garantindo essa exigência pela aposição nos aparelhos de identificação de conformidade de órgãos de certificação credenciados pelo INMETRO. (Alterado pela Portaria SNT n.º 06, de 29 de outubro de 1991)

23.12 Extintores portáteis. 23.12.1 Todos os estabelecimentos, mesmo os dotados de chuveiros automáticos, deverão ser providos de extintores portáteis, a fim de combater o fogo em

23.13.1 O extintor tipo “Espuma” será usado nos fogos de Classe A e B. 23.13.2 O extintor tipo “Dióxido de Carbono” será usado, preferencialmente, nos fogos das Classes B e C, embora possa ser usado também nos fogos de Classe A em seu início. 23.13.3 O extintor tipo “Químico Seco” usar-se-á nos fogos das Classes B e C. As unidades de tipo maior de 60 a 150 kg deverão ser montadas sobre rodas. Nos incêndios Classe D, será usado o extintor tipo “Químico Seco”, porém o pó químico será especial para cada material. 23.13.4 O extintor tipo “Água Pressurizada”, ou “Água-Gás”, deve ser usado em fogos Classe A, com capacidade variável entre 10 (dez) e 18 (dezoito) litros. 23.13.5 Outros tipos de extintores portáteis só serão admitidos com a prévia autorização da autoridade competente em matéria de segurança do trabalho. 23.13.6 Método de abafamento por meio de areia (balde areia) poderá ser usado como variante nos fogos das Classes B e D. 23.13.7 Método de abafamento por meio de limalha de ferro fundido poderá ser usado como variante nos fogos Classe D.

23.14 Inspeção dos extintores. 23.14.1 Todo extintor deverá ter 1 (uma) ficha de controle de inspeção

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23.14.2 Cada extintor deverá ser inspecionado visualmente a cada mês, examinando-se o seu aspecto externo, os lacres, os manômetros, quando o extintor for do tipo pressurizado, verificando se o bico e válvulas de alívio não estão entupidos. 23.14.3 Cada extintor deverá ter uma etiqueta de identificação presa ao seu bojo, com data em que foi carregado, data para recarga e número de identificação. Essa etiqueta deverá ser protegida convenientemente a fim de evitar que esses dados sejam danificados. 23.14.4 Os cilindros dos extintores de pressão injetada deverão ser pesados semestralmente. Se a perda de peso for além

de 10% (dez por cento) do peso original, deverá ser providenciada a sua recarga. 23.14.5 O extintor tipo “Espuma” deverá ser recarregado anualmente. 23.14.6 As operações de recarga dos extintores deverão ser feitas de acordo com normas técnicas oficiais vigentes no País.

23.15 Quantidade de extintores. 23.15.1 Nas ocupações ou locais de trabalho, a quantidade de extintores será determinada pelas condições seguintes, estabelecidas para uma unidade extintora conforme o item 23.16.

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(*) Instituto de Resseguros do Brasil

23.15.1.1 Independentemente da área ocupada, deverá existir pelo menos 2 (dois)

extintores para cada pavimento.

23.17 Localização e Sinalização dos Extintores.

23.17.4 Os extintores não deverão ter sua parte superior a mais de 1,60m (um metro e sessenta centímetros) acima do piso. Os baldes não deverão ter seus rebordos a menos de 0,60m (sessenta centímetros) nem a mais de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) acima do piso.

23.17.1 Os extintores deverão ser colocados em locais: a) de fácil visualização; b) de fácil acesso; c) onde haja menos probabilidade de o fogo bloquear o seu acesso. 23.17.2 Os locais destinados aos extintores devem ser assinalados por um círculo vermelho ou por uma seta larga, vermelha, com bordas amarelas. 23.17.3 Deverá ser pintada de vermelho uma larga área do piso embaixo do extintor, a qual não poderá ser obstruída por forma nenhuma. Essa área deverá ser no mínimo de 1,00m x 1,00m (um metro x um metro).

23.16 Unidade extintora.

23.17.5 Os extintores não deverão ser localizados nas paredes das escadas. 23.17.6 Os extintores sobre rodas deverão ter garantido sempre o livre acesso a qualquer ponto de fábrica. 23.17.7 Os extintores não poderão ser encobertos por pilhas de materiais. 23.18 Sistemas de alarme. 23.18.1 Nos estabelecimentos de riscos elevados ou médios, deverá haver um siste-

39 ma de alarme capaz de dar sinais perceptíveis em todos os locais da construção. 23.18.2 Cada pavimento do estabelecimento deverá ser provido de um número suficiente de pontos capazes de pôr em ação o sistema de alarme adotado. 23.18.3 As campainhas ou sirenes de alarme deverão emitir um som distinto em tonalidade e altura, de todos os outros dispositivos acústicos do estabelecimento. 23.18.4 Os botões de acionamento de alarme devem ser colocados nas áreas comuns dos acessos dos pavimentos. 23.18.5 Os botões de acionamento devem ser colocados em lugar visível e no interior de caixas lacradas com tampa de vidro ou plástico, facilmente quebrável. Esta caixa deverá conter a inscrição “Quebrar em caso de emergência”.

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REFERÊNCIAS ALVES, Rubem. O fogo. Jornal Correio Popular, Caderno C, 04/02/2001 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Rio de Janeiro. Saídas de emergência – Procedimento. NBR 9077 – Rio de Janeiro, 1993. BERTO, A. F.; TOMIN, A, J. C. Tecnologia de edificações, IPT. In: Rotas Alternativas de Fuga, São Paulo, 1988. P.345-348. BEZERRA, Márcia B. História da Alimentação (2007). Disponível em: Acesso em: 12 ago. 2010. BORGES, R. S.; BORGES, W. L. Manual de instalações hidro-sanitárias e de gás. São Paulo: Editora Pini, 1992. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Normas Regulamentadoras. Disponível em: Acesso em: 23 jul. 2010. BRASIL. Ministério do Trabalho. Secretaria de Segurança do Trabalho. Portaria n.3214 de 8 de Junho de 1978. Diário Oficial da União, Brasília (DF). 1978 6 jul. BRASIL. Ministério do Trabalho. Norma regulamentadora nº 23 – Proteção contra incêndios. Aprovada pela portaria 3.214 de 08 de junho de 1978. CONCEIÇÃO, Alex Sandro L. F. da; FERREIRA, Antonio Azevedo. Prevenção e proteção contra incêndios. Belém: UFPa, 2000. DE FARIA, Aribaldo A. Manual de Prevenção Contra Incêndio. Belo Horizonte: Academia de Polícia Militar da PMMG, 1986.

DE FARIAS, Osvaldo N.; De Sá, José M. Manual Técnico – Profissional para Bombeiros. 2 Ed. Brasília, 1993. FELTRE, Ricardo. Química I e II. 7 ed. São Paulo: Moderna 2008. GOMES, Ary Gonçalves. Sistemas de prevenção contra incêndios: sistemas hidráulicos, sistemas sob comando, rede de hidrantes e sistema automático. Rio de Janeiro: Interciências, 1998. INSTITUTO DE PESQUISA TECNOLÓGICA. São Paulo, 1988. Parte 4: Sistemas de extinção. ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT). Diretrizes sobre sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho. Tradução de Gilmar da Cunha Trivelato. 1a ed. São Paulo: Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho, 2005. ROCHA, Marcos. AllChemy. Série Beta, 1998, outubro, 1 Disponível em: Acesso em: 12 ago. 2010. SABOLINS, Heliodoro Alexandre. Evacuação de edificação. Revista CIPA, n.º 2051996, P .38 –52.

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