Resumo Para O Teste

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1ª Parte: definição/caracterização do poeta Autopsicografia O poeta é um fingidor. Finge tão completamente

O poeta é um fingidor porque intelectualiza as emoções antes de as transpor para o papel.

Que chega a fingir que é dor

A dor é sentida pelo poeta, mas não é aquela

A dor que deveras sente.

que os leitores estão a visualizar no poema, pois o poeta já não sente irracionalmente,

E os que leem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração.

antes a pensou e agora sobre ela escreveu. 2ª parte: Leitores O leitor não testemunha as duas dores do poeta, mas sim uma terceira dor (aquela que imaginamos que o poeta teve), através da interpretação da dor que lemos no poema. 3ª parte: Conclusão Na escrita poética estão sempre presentes o coração(responsável pelas emoções) e a razão (racionaliza essas emoções).

Isto Dizem que finjo ou minto Tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto Com a imaginação.

1ª parte: Introdução O poeta defende-se das criticas dos outros - o poeta não mente, apenas ao escrever um

Não uso o coração.

poema não usa o coração, mas sim a razão.

Tudo o que sonho ou passo,

2ª parte: o poeta explica que a dor sentida

O que me falha ou finda, É como que um terraço Sobre outra coisa ainda.

é apenas o ponto de partida «terraço» a partir do qual se pode chegar a «essa coisa é que é linda», ou seja a temática que mais

Essa coisa é que é linda.

lhe interessa.

Por isso escrevo em meio

3ª parte: O poeta confirma que escreve não

Do que não está ao pé, Livre do meu enleio, Sério do que não é. Sentir? Sinta quem lê!

sobre as suas emoções puras, mas sobre essas emoções depois de intelectualizadas ou recordadas. E conclui que quem deve sentir é «quem lê», isto é, os leitores.

ELA CANTA, PORBRE CEIFEIRA, Julgando-se feliz talvez; Canta, e ceifa, e a sua voz, cheia De alegre e anônima viuvez, Ondula como um canto de ave No ar limpo como um limiar, E há curvas no enredo suave

1ª parte: descrição da ceifeira

Do som que ela tem a cantar.

Ceifeira «julgando-se feliz» que canta e

Ouvi-la alegra e entristece,

sua voz e o canto produzem uma melodia

Na sua voz há o campo e a lida, E canta como se tivesse Mais razões pra cantar que a vida.

ceifa como se tivesse razões para cantar. A suave que enche o ar de alegria. 2ª parte: o que o poeta pensa da ceifeira O poeta gostava de ser tão feliz e

Ah, canta, canta sem razão!

inconsciente quanto esta ceifeira. O poeta

O que em mim sente ‘stá pensando.

inveja igualmente o facto de ela não ser

Derrama no meu coração a tua incerta voz

vítima da razão (pensamento). Pensar dói ao

ondeando!

poeta, razão pela qual ele necessita de se libertar um pouco, por forma a viver ingénuo

Ah, poder ser tu, sendo eu!

e feliz (o que será sempre impossível por

Ter a tua alegre inconsciência,

causa do peso da ciência/pensamento)

E a consciência disso! Ó céu! Ó campo! Ó canção! A ciência Pesa tanto e a vida é tão breve! Entrai por mim dentro! Tornai Minha alma a vossa sombra leve! Depois, levando-me, passai!

GATO QUE BRINCAS NA RUA

O poeta inveja o gato pelas qualidades que o

Como se fosse na cama,

destino e a vida lhe deram (é livre; não

Invejo a sorte que é tua

utiliza a razão; não racionaliza as emoções;

Porque nem sorte se chama.

é feliz). Assim o gato não passa pelo

Bom servo das leis fatais Que regem pedras e gentes, Que tens instintos gerais E sentes só o que sentes. És feliz porque és assim, Todo o nada que és é teu. Eu vejo-me e estou sem mim, Conheço-me e não sou eu.

tormento da dor de pensar visto que não utiliza a razão, ou seja apenas sente as sensações reais e naturais à sua qualidade animal. Com este poema, o poeta olha para o seu exterior, que conhece, mas o seu interior está sempre em mudança e fá-lo ter dúvidas, o que conduz a uma divisão do seu interior em vários «eus», que ele ainda não consegue definir completamente.

NÃO SEI SER TRISTE A VALER Nem ser alegre deveras. Acreditem: não sei ser. Serão as almas sinceras

O poeta escreve sobre a flor, pois esta é

Assim também, sem saber?

desprovida de razão, contrariamente ao

Ah, ante a ficção da alma E a mentira da emoção, Com que prazer me dá calma Ver uma flor sem razão Florir sem ter coração! Mas enfim não há diferença. Se a flor flore sem querer, Sem querer a gente pensa. O que nela é florescer

Homem mas, por outro lado, eles são semelhantes, no aspeto em que, tal como a “flor flore” naturalmente, também o Homem pensa, sendo este ato natural. A razão pela qual o poeta não consegue “ser triste a valer / Nem alegre deveras” é porque não consegue libertar-se da dor de pensar e viver apenas ao nível do sentir, como acontece com a flor. Ele vê na flor aquilo que deseja ser, pois esta é desprovida de

Em nós é ter consciência.

razão.

Depois, a nós como a ela,

uma coisa certa, pois nascemos logo

Quando o Fado a faz passar, Surgem as patas dos deuses E ambos nos vêm calcar. 'Stá bem, enquanto não vêm Vamos florir ou pensar.

Fernando Pessoa apercebe-se que a morte é morremos, enquanto esta não vem, e ele não consegue deixar de pensar termina o poema dizendo “Vamos florir ou pensar”.

TUDO O QUE FAÇO OU MEDITO

1ª parte: Sempre que o poeta toma uma

Fica sempre pela metade,

atitude, pensa sobre ela (intelectualiza-a),

Querendo, quero o infinito.

mas nem a atitude nem o pensamento são

Fazendo, nada é verdade.

concretizados totalmente, ficando sempre «na metade». O poeta vive um sentimento

Que nojo de mim me fica

de incapacidade, impotência e de frustração

Ao olhar para o que faço!

porque não consegue realizar aquilo que

Minha alma é lúcida e rica,

deseja/idealiza.

E eu sou um mar de sargaço --Um mar onde bóiam lentos Fragmentos de um mar de alem... Vontades ou pensamentos? Não o sei e sei-o bem.

2ª parte: o peta descreve a sua frustração, sentindo pesar de si mesmo por não conseguir realizar aquilo. Sente-se como «um mar de sargaço» (inútil e incapaz de ver a luz).

CANSA SENTIR QUANDO SE PENSA. No ar da noite a madrugar Há uma solidão imensa Que tem por corpo o frio do ar. Neste momento insone e triste Em que não sei quem hei de ser, Pesa-me o informe real que existe

O poeta fala da dor que é sentir quando o pensamento interfere porque não consegue

Na noite antes de amanhecer.

viver plenamente as emoções. Esta dor

Tudo isto me parece tudo.

sofrimento, desconforto e estranheza de si

E é uma noite a ter um fim Um negro astral silêncio surdo E não poder viver assim. (Tudo isto me parece tudo. Mas noite, frio, negror sem fim, Mundo mudo, silêncio mudo Ah, nada é isto, nada é assim!)

causa-lhe sentimentos de angústia, próprio, principalmente quando a noite cai e o poeta se sente só.

NÃO SEI SE É SONHO, SE REALIDADE, Se uma mistura de sonho e vida, Aquela terra de suavidade Que na ilha extrema do sul de olvida. É a que ansiamos. Ali, ali A vida é jovem e o amor sorri

1ª parte: O poeta apresenta uma «terra de suavidade» com a qual sonha - um lugar sonhado e maravilhoso.

Talvez palmares inexistentes, Áleas longínquas sem poder ser, Sombra ou sossego dêem aos crentes De que essa terra se pode ter.

2ª parte: mudança de perspetiva/ opinião acerca desse lugar por duas razões:

Felizes, nós? Ah, talvez, talvez, Naquela terra, daquela vez. Mas já sonhada de desvirtua, Só de pensá-la cansou pensar, Sob os palmares, á luz da lua,

- pensar sobre esse lugar cansa o poeta; - consciência de que nesse lugar nem tudo é bom.

Sente-se o frio de haver luar. Ah, nesta terra também, também O mal não cessa, não dura o bem Não é com ilhas do fim do mundo, Nem com palmares de sonho ou não, Que cura a alma seu mal profundo, Que o bem nos entra no coração. É em nós que é tudo. É ali, ali, Que a vida é jovem e o amor sorri.

3ª parte: Pessoa reconhece que essas terra maravilhosa não existe, no fim de contas, mas é simplesmente imaginada.

Bóiam leves desatentos, Meus pensamentos de mágoa, Como, no sono dos ventos, As algas, cabelos lentos Do corpo morto das aguas. Bóiam como folhas mortas Á tona de águas paradas

1ª parte: comparação do pensamento de Pessoa a algas o que resulta numa caracterização se próprio como alguém que se sente a vaguear sem nexo nem rumo.

São coisas vestindo nadas, Pós remoinhando nas portas Das casas abandonadas.

2ª parte: reflexão sobre o porque desse

Sono de ser, sem remédio,

um pouco desnorteada.

Vestígio do que não foi,

seu interior: ele confirma a sua existência

Leve magoa, breve tédio, Não se pára, se flui; Não se existe ou de doí.

Pobre velha música! Não sei por que agrado, Enche-se de lágrimas Meu olhar parado. Recordo outro ouvir-te, Não sei se te ouvi Nessa minha infância Que me lembra em ti.

O poeta recorda a sua infância através da música que ouvia aquando dessa época da sua vida. Agora ao ouvi-la, nasce em si um sentimento de saudade e consciência de que nesse seu passado é que ele era feliz, ao contrário do que hoje lhe acontece. Existe nele um desejo intenso de voltar a

Com que ânsia tão raiva Quero aquele outrora! E eu era feliz? Não sei: Fui-o outrora agora.

ser criança ou de regressar ao seu passado.

A CRIANÇA QUE FUI CHORA NA ESTRADA Deixei-a ali quando vim ser quem sou; Mas hoje, vendo que o que sou é nada, Quero ir buscar quem fui onde ficou. Ah, como hei-de encontrá-lo? Quem errou A vinda tem a regressão errada.

O poeta olha para a sua infância e apercebe-se que a criança que foi, foi esquecida e de que agora é impossível resgatar o passado.

Já não sei de onde vim nem onde estou. De o não saber, minha alma está parada. Se ao menos atingir neste lugar Um alto monte, de onde possa enfim O que esqueci, olhando-o, relembrar, Na ausência, ao menos, saberei de mim, E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar Em mim um pouco de quando era assim.

Agora, considerando-se infeliz, só lhe resta recuperar o passado através da memória, porque essa é a única maneira de reencontrar vestígios do que foi em criança.

Alberto Caeiro Poema Segundo O meu olhar é nítido como um girassol. Tenho o costume de andar pelas estradas Olhando para a direita e para a esquerda, E de, vez em quando olhando para trás... E o que vejo a cada momento É aquilo que nunca antes eu tinha visto, E eu sei dar por isso muito bem... Sei ter o pasmo essencial Que tem uma criança se, ao nascer, Reparasse que nascera deveras... Sinto-me nascido a cada momento Para a eterna novidade do Mundo...

O poeta olha à sua volta para captar objetivamente a realidade que o rodeia, deambulando pelo campo, sem preconceitos nem ideias feitas. É como que uma criança (inocente), visto que

Creio no mundo como num malmequer, Porque o vejo. Mas não penso nele Porque pensar é não compreender ... O Mundo não se fez para pensarmos nele (Pensar é estar doente dos olhos) Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos... Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é, Mas porque a amo, e amo-a por isso, Porque quem ama nunca sabe o que ama Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...

Amar é a eterna inocência, E a única inocência não pensar...

(Logo amar é não pensar)

usa apenas os sentidos para ver tudo e percecionar o mundo à sua volta. O sujeito poético só acredita naquilo que vê tem a visão como critério de verdade. Segundo ele só se pensa quando não se vê. A vantagem de não se pensar é usufruir plenamente de amar.

Poema Nono Sou um guardador de rebanhos.

O sujeito poético apresenta-se como um

O rebanho é os meus pensamentos

amante da Natureza que vive e depende dela

E os meus pensamentos são todos sensações.

para ser feliz.

Penso com os olhos e com os ouvidos E com as mãos e os pés E com o nariz e a boca.

Nos primeiros dois versos ele compara-se a um pastor - guarda os seus pensamentos, não iguais aos de FP (angustiantes/racionais), mas

Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la

antes representações objetivas do que ele

E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

sente ao viver na Natureza, daí que ele afirme

Por isso quando num dia de calor Me sinto triste de gozá-lo tanto.

que os seus pensamentos sejam as sensações. «Pensar» é então simplesmente «sentir».

E me deito ao comprido na erva, E fecho os olhos quentes Sinto todo o meu corpo deitado na realidade, Sei a verdade e sou feliz.

"Olá, guardador de rebanhos, Aí à beira da estrada, Que te diz o vento que passa?" "Que é vento, e que passa,

Tema: o significado do vento - 2 teorias:

E que já passou antes,

Guardador de rebanhos - o vento é um

E que passará depois. E a ti o que te diz?"

fenómeno natural que pode ser percecionado pelos sentidos. Para percecionar a natureza é

"Muita cousa mais do que isso.

necessário uma visão de grau zero (nítida).

Fala-me de muitas outras cousas.

Interlocutor - o vento associa-se a memórias e

De memórias e de saudades E de cousas que nunca foram." "Nunca ouviste passar o vento. O vento só fala do vento. O que lhe ouviste foi mentira, E a mentira está em ti."

saudades (vivências do eu).

Poema Décimo Quarto

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