Loading documents preview...
Produtos de Cerâmica Tradicional: REVESTIMENTO CERÂMICO Kelson Silva de Almeida
a) Histórico Início com as navegações (séc. XV): contato com civilizações de origem muçulmana, assírios, persas, egípcios e chineses; Portugal: apesar de não ser grande produtor, foi o país europeu que mais empregou revestimentos cerâmicos;
Fotografia do painel de azulejos da praça de José da Costa, Oliveira de Azeméis, Portugal. Fonte: Wikipédia.
Uso em igrejas, palácios e conventos em forma de tapetes ou uso ornamental; Séc. XVII: azulejos chegam ao Brasil importados de Lisboa; Fim do séc. XIX, abertura das primeiras fábricas brasileiras.
b) Processo de fabricação Preparação; Conformação;
Secagem, esmaltação e queima.
Preparação: Via líquida (barbotina): argila diluída em água, passa pelo moinho de bolas, até obtenção da plasticidade e granulometria desejadas:
Louça sanitária
Pisos: segue para um atomizador para extração da umidade
Conformação: Prensagem:
Tipo B
Efeitos de relevo ou não; Ranhuras paralelas no tardoz; Código B (BI, BII, etc.)
Extrusão: Ranhuras diagonais convergentes; Código A.
Tipo A
Secagem, esmaltação e queima: - Monoqueima: um procedimento na qual são queimados, simultaneamente, a base e o esmalte, em temperaturas que giram em torno de 1000ºC a 1200ºC. Esse processo determina maior ligação do esmalte ao suporte (base) - Biqueima: o processo mais obsoleto, no qual o tratamento térmico é dado apenas ao esmalte, pois o suporte já foi queimado anteriormente. - Terceira queima: consiste em criar efeitos de decoração sobre o esmalte já queimado e recolocá-lo no forno sob temperaturas mais baixas, para obter o design definitivo.
Matérias-primas
Estocagem Moagem Umidificação Secagem
elevado grau de moagem
Prensagem ou extrusão
Preparação das matériasprimas
Conformação
Secagem 1ª queima
Queima
Esmaltação
Esmaltação
2ª queima
Queima
Bi-queima: porosa
Monoqueima: Porosa Semi-grês Grês
polimento (para não esmaltados)
Porcelanato
Fonte: GASTALDINI e SICHIERI, 2007.
c) Placas cerâmicas •
Tipos: Azulejos; • Pisos; • Porcelanatos; • Pastilhas; • Peças decorativas. •
Azulejos: peças porosas, destinadas a revestimentos de paredes e vidradas em uma das faces; Pisos: mais compactos que a cerâmica vermelha e mais escuros que louça;
Pastilhas: peças de pequena dimensão, coladas em folha de papel ou unidas por pontos de resina para facilitar o assentamento;
Peças decorativas (especiais): molduras (listelos) e mosaicos (tozetos);
Fonte: http://www.gabriellanet.com.br/produtos/linha/13
•
Normas: • NBR 13816: 1997 - Placas cerâmicas para revestimento - Terminologia; • NBR 13817: 1997 - Placas cerâmicas para revestimento - Classificação; • NBR 13818: 1997 - Placas cerâmicas para revestimento - Especificação e métodos de ensaio; • NBR 15463: 2007 - Placas cerâmicas para revestimento - Porcelanato;
Classificação quanto à qualidade: Classe A (1ª): 95% das peças não tem defeitos visíveis a 1 m (separação por bitolas, tonalidades, curvaturas e ortogonalidade de acordo com as normas);
Classe B: defeitos visíveis a 1 m; Classe C: defeitos visíveis a 3 m.
Aplicação e uso • A placa cerâmica pode ser utilizada para os revestimentos de pisos, paredes, na forma de azulejos, ladrilhos e pastilhas, tanto em ambientes residenciais, públicos e comerciais como em industriais. VANTAGENS • Proteção contra infiltrações externas, • maior conforto térmico no interior das edificações, • Boa resistência às intempéries e à maresia, • Proteção mecânica de grande durabilidade, • Longa vida útil • Fácil limpeza e manutenção.
Aplicação e mau uso DESVANTAGENS • Eflorescência. • Destacamento. Ocorre pela dilatação/retração do contrapiso e pela falta de junta ou outros fatores distintos. • Gretamento. Acontece quando o esmalte se rompe devido à incompatibilidade de dilatação entre a base e o esmalte, agravada pela variação de umidade e temperatura. • Desgaste prematuro do esmalte.
DESCOLAMENTO
DESCOLAMENTO
Fig. 02 Fig. 01
ESTUFAMENTO POR FALTA DE JUNTAS
EFLORESCÊNCIA - Manchas brancas na superfície causadas pelos sais solúveis da argamassa ou do concreto
EFLORESCÊNCIA
EFLORESCÊNCIA
MAU ASSENTAMENTO
d) Características dos pisos e porcelanatos
d.1) Absorção de água Classificação das placas cerâmicas quanto à absorção de água. Absorção
Grupo B placas prensadas
Tipos
Acima de 10 até 20 %
B III
Porosa
Aplicações
* Paredes
internas
Acima de 6 até 10 %
B IIb
Semi-Porosa
* Paredes internas, pisos internos
Acima de 3 até 6%
B IIa
Semi-Grês
* Paredes e pisos internos, pisos externos
Acima de 0,5 até 3%
B Ib
Grês
** Paredes e pisos internos, pisos externos e fachadas
B Ia
Porcelanato
** Paredes e pisos internos, pisos externos e fachadas
Até 0,5%
d.2) Resistência à flexão Quanto menor a absorção de água e maior a espessura da placa, maior a resistência à flexão. Grupo B placas prensadas
Tipos
Resistência à Flexão Kgf/ cm2
B III
Porosa
150
B II b
Semi-Porosa
180
B II a
Semi-Grês
220
BIb
Grês
300
BIa
Porcelanato
350
d.3) Resistência à abrasão Abrasão superficial - Característica de cerâmicas esmaltadas. No de Giros
PEI
Tráfego
Orientações para especificação PORTOBELLO
100
0
-
150
1
Muito leve
600
2
Muito leve
Paredes e detalhes de pisos com pouco uso
750 a 1.500
3
Leve
Residencial: Pisos de banheiros e dormitórios, salas e varandas com pouco uso.
2.100 a 12.000
4
5
Paredes e detalhes de pisos com pouco uso
Moderado
Residencial: Pisos de cozinhas e salas com saída para rua, calçadas, garagens. Comercial e Serviços: Pisos de boutiques, ambientes do administrativo de empresas, de escritórios, de bancos, de hotéis, de consultórios, de supermercados, de hospitais, etc.
Intenso
Comercial e Serviços: Ambientes de atendimento ao público, ambientes com tráfego rodado, praças e passeios públicos, cozinhas industriais, chão de fábricas sem tráfego de veículos pesados.
12.000 + ensaio de manchamento
Somente Paredes
Importante: Nunca especificar apenas o PEI! A primeira especificação deve ser a Absorção de água! PEI: Porcelain Enamel Institute (Instituto de Esmalte para Porcelana)
d.4) Resistência ao deslizamento Grau de atrito da cerâmica. Classificação
Coeficiente de Atrito à úmido
Classe I
Menor que 0,40
Ambientes internos secos com pouca circulação de pessoas
De 0,40 a 0,74
Ambientes externos planos (até 3% de inclinação), escadas internas residenciais, ambientes internos molhados, decks de piscina, garagens, ambientes internos molhados, locais internos públicos com média e grande circulação de pessoas (hospitais, prédios residenciais, clínicas, escritórios, shoppings, lojas comerciais supermercados, aeroportos, rodoviárias, restaurantes e similares)
Igual ou maior que 0,75
Escadas e rampas internas e externas, (inclinação até 10%), praças e passeios públicos, locais públicos com grande circulação de pessoas (metrôs, terminais urbanos)
Classe II
Classe III
Orientações para Especificação PORTOBELLO
d.5) Resistência ao manchamento Facilidade na remoção de manchas. Processo de limpeza utilizado no Ensaio para remoção da mancha
Orientação para Especificação PORTOBELLO
5
Água quente por 5 minutos. (máxima facilidade de limpeza)
Hospitais e similares, cozinhas industriais, supermercados restaurantes e similares, áreas com grande circulação de pessoas, garagens coletivas, oficinas mecânicas, salão de beleza, indústrias, áreas externas com terra vermelha.
4
Limpeza com pano e detergente neutro
Lojas comerciais de pequeno porte, hotéis e similares, cozinhas e garagens residenciais
Classes
3 mínimo 2 1
Limpeza com escova e produto de limpeza forte Limpeza por imersão em ácidos ou solventes, por 24h Impossibilidade de remoção da mancha
Salas, dormitórios e banheiros residenciais Recusado por norma Recusado por norma
Referência Bibliográficas • Sabbatini, F.H. et al. Desenvolvimento de um novo processo construtivo em alvenaria estrutural não armada de blocos de concreto. São Paulo, 1991 • NBR 7169 Associação Brasileira de Normas Técnicas. Azulejo -. Rio de Janeiro, 1983. • NBR 13818: 1997 - Placas cerâmicas para revestimento Especificação e métodos de ensaio; • NBR 13816: 1997 - Placas cerâmicas para revestimento Terminologia; • NBR 13816: 1997 - Placas cerâmicas para revestimento Terminologia; • Fiorito, J.S.I. Manual de argamassas e revestimentos: estudos e procedimentos de execução. São Paulo, PINI, 1994
• OBRIGADO