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TÉCNICA APLICADA AO ROCK – RICARDO SOARES

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TÉCNICA APLICADA AO ROCK – RICARDO SOARES

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Técnica Aplicada ao Rock Introdução Sempre que posto vídeos nos meus canais na internet (website, facebook e youtube) é muito comum receber mensagens e e-mails solicitando que eu ensine determinados trechos ou técnicas utilizadas nesses vídeos. Baseado nisso, tive a ideia de falar sobre as principais técnicas que uso em minhas músicas, solos e improvisos. Nunca fui um guitarrista que se especializou em determinada técnica, sempre procurei ter um vocabulário variado e usar cada uma de acordo com a sonoridade e a serviço da música. Por isso vamos abordar um pouco de cada técnica, porém antes de iniciarmos, é importante entender o que é técnica realmente.

O que é técnica? A técnica é, com certeza, uma das partes no estudo da música, e principalmente da guitarra, que mais fascina, mas, é também, na maioria das vezes mal estudada e subestimada. Dentro de um repertório imenso, que abrange várias áreas, a técnica é muitas vezes vista como sinônimo de velocidade. Devemos ter em mente que tocar algo com técnica, é fazê-lo de uma maneira que se obtenha uma melhor sonoridade e com um mínimo de esforço. Quando tocamos algo num andamento lento conseguimos executá-lo com mais facilidade e definição, pois estamos com a musculatura e o corpo relaxados. Não é uma tarefa fácil, mas devemos levar essa mesma condição de relaxamento para os andamentos mais rápidos. Devemos procurar desenvolver a técnica (não confundir com velocidade) desde o início do estudo musical, afinal é necessário ter técnica para dentre outras coisas: ● montar acordes com desenvoltura ao longo do braço do instrumento ● tocar bends e vibratos afinados ● improvisar dentro de uma harmonia proposta ● saber visualizar e tocar os intervalos no instrumento ● tocar no tempo da música

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Estabelecendo um Cronograma de Estudo

De acordo com nossos objetivos, sejam eles profissionais ou pessoais, é de suma importância adquirirmos hábitos que sejam condizentes. Como em qualquer outra área de nossa vida, na carreira

musical,

é

necessário

o

desenvolvimento de um trabalho árduo e principalmente sistematizado. Todo aprendizado deve ser feito por etapas e respeitando as limitações técnicas, assim como a capacidade de absorver as informações de cada indivíduo. Se pararmos para observar, isso é algo natural do ser humano, que em seu crescimento passa por várias fases, desde o seu nascimento até o rompimento da dependência de seus pais. Por isso para mantermos um aprendizado crescente e constante, é estritamente necessário termos uma diretriz bem clara e definida de onde queremos chegar. Sendo assim, é importante fazer um programa de estudo que seja condizente com suas características, levando em consideração fatores como: tempo hábil, facilidade ou dificuldade com determinado assunto e claro, suas metas pessoais. Outro ponto importante que não podemos esquecer nunca durante nossa caminhada, é a questão da persistência. Uma frase do pintor espanhol Pablo Picasso traduz bem isso: ” Um grande trabalho é resultado de 10% de inspiração somados a 90 % de transpiração “. Muitas vezes o resultado demora a aparecer, porém devemos ter em mente que a fluência e velocidade tão almejadas por nós guitarristas, são resultados de uma eficaz interiorização da informação estudada. Com a intenção de organizar seu tempo de estudo, sugiro abaixo um pequeno programa, que pode ser usado como exemplo para montar o seu. Nele você encontra os principais assuntos que devemos estudar, divididos em 1 hora de estudo diário, porém você pode e deve organizar o conteúdo que você necessita estudar diariamente, de acordo com suas necessidades e tempo disponível. Na medida que você aumenta seu tempo de estudo, deve incluir intervalos de no mínimo 5 minutos de descanso. Vale lembrar, que o seu desenvolvimento técnico é também resultado de um crescimento neuromuscular, por isso para evitar problemas como L.E.R, Dort ou tendinite é extremamente aconselhável que você faça um aquecimento que envolva o alongamento de seus músculos e tendões. Outro ponto

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importante de ser observado, é que para uma boa concentração, um lugar ventilado, tranquilo e silencioso é primordial, dito isso, vamos ao programa:

Obs.: Em “repertório pessoal” pode-se usar para estudar trechos de seus solos ou músicas autorais. Em repertório geral, pegue qualquer música que tenha vontade de tocar e estudea. Pode ser a música inteira, riff, solo ou outro trecho. Em “Composição”, como a própria palavra sugere, use o tempo para compor uma música ou solo, de acordo com a gig ou trabalho que esteja envolvido. Composição é também uma área que devemos estudar e praticar com frequência. Criação: Procure sempre criar um riff, solo ou exercício com o conteúdo estudado e tenha sempre um gravador por perto para registrar essas ideias, nunca confie na sua memória. Concentração: Se concentre naquilo que estiver estudando. Hoje com as inúmeras formas de distrações, como a internet, facebook, youtube é muito fácil perder o foco e se distrair. Costumo dizer para os meus alunos que nosso cérebro é como um HD vazio que só armazena as informações e não tem a capacidade de julgar se elas estão corretas ou não, por isso estude sempre com o máximo de atenção possível. Metrônomo: É aconselhável o uso de um metrônomo, para que você tenha um parâmetro para medir o seu desenvolvimento e acostumar a tocar sempre no tempo. Hoje em dia existem vários aplicativos de metrônomo gratuito para celular. Você pode também acessar o site: www.metronomeonline.com Praticar lentamente: vale mais a qualidade que a quantidade e lembre-se: devemos ser como um trem que parte da estação lentamente e aos poucos vai pegando velocidade, sempre em direção ao seu destino. Regularidade: A regularidade é um dos grandes segredos do aprendizado musical, portanto é importante estabelecer um horário fixo de estudo que esteja de acordo com suas possibilidades, mesmo que seja pouco tempo de início. É melhor estudar 30 minutos por dia de forma “religiosa”, do que estudar 8 horas em apenas um dia da semana com a intenção de “compensar” a falta de prática dos outros dias. Como falei no início, esses pontos são muito importantes e devem ser assimilados com muita firmeza. Na próxima coluna darei continuidade falando sobre o poder do alongamento e aquecimento e sobre a postura das mãos direita e esquerda.

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O Poder do Aquecimento No mundo dos esportes é muito comum todos os atletas (sejam eles profissionais ou não) praticarem algum tipo de alongamento antes de começar suas atividades principais. Nadadores por exemplo, correm em volta da piscina enquanto jogadores de basquete correm em volta da quadra. No kikcboxing e em várias artes marciais é também comum a prática de uma série de exercícios de alongamento. A explicação para tanta atenção a esse ponto é simples. Quando uma parte de seu corpo é aquecida, o líquido sinovial (que é o fluído que protege nossas articulações), fica mais viscoso, potencializando ainda mais a sua função de reduzir o atrito entre os ossos e articulações diminuindo assim a probabilidade de lesões e melhorando consideravelmente os resultados, como maior velocidade, força e resistência. Tocar um instrumento musical é também uma atividade física, portanto antes de começar a tocar e estudar é muito importante fazer alguns alongamentos com o intuito de ativar a circulação sanguínea e “pré-aquecer” a musculatura e os tendões: ● Estenda um dos braços como se os dedos estivessem sendo empurrados contra uma parede, então com a outra mão puxe os dedos gentilmente para trás, como demonstra a figura ao lado. Pare ao sentir os tendões forçados.

● Depois repita o mesmo processo com sua e braço virados ao contrário, como demonstra a figura ao lado. Faça isso de 20 a 30 segundos, 3 vezes em cada forma.

● Faça movimentos de abrir e fechar as mãos rápidas e repetidas vezes par ativar a circulação. Também como demonstra a figura ao lado.

● Movimente os pulsos fechados de um lado para o outro.

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● Não se esqueça também do correto posicionamento da coluna não a deixando torta. Observe também que a altura da correia da guitarra deve ser proporcional à altura que você toca em pé, pois se você tem o costume de tocar com a correia mais em baixo haverá uma grande diferença quando você estudar sentado.

● Depois de aquecido a musculatura, faça uma sequência de exercícios psicomotores.

Técnica da mão direita Com relação a postura da mão e a forma de palhetar (angulado ou perpendicular), embora não exista uma regra, existem algumas observações que podem ajudar a adquirir uma boa técnica de palhetada alternada:

 Posicione a palheta entre os dedos indicador e polegar. O indicador deve estar dobrado, e a ponta da palheta deve forma um ângulo de mais ou menos 90 graus em relação ao antebraço.

 A ponta da palheta pode ficar a um ângulo de 90 graus em relação as cordas, ou levemente inclinada. Isso varia de guitarrista para guitarrista. Procure a forma que seja mais confortável para você.

 Segure e palhete com firmeza, porém sem enrijecer demasiadamente a musculatura e os tendões, pois isso além de prejudicar os movimentos pode provocar algumas dores. O ideal é achar um ponto de equilíbrio entre o conforto e uma pegada mais firme.

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 Use a ponte da guitarra como apoio, posicionando a palma da mão direita sobre sua borda. Além de melhorar a firmeza na execução você pode usar a palma da mão para “abafar” levemente as cordas deixando o som mais limpo.  Procure posicionar a palma da mão tendo como referência o meio das 6 cordas. Dessa forma você conseguirá acessar todas as cordas com o mínimo de movimento e esforço e use movimentos curtos. Quanto menor a amplitude dos movimentos maior será a velocidade e a precisão. Técnica de mão esquerda De nada adianta posicionarmos corretamente a mão direita se a mesma atenção não for dada a mão esquerda. O sincronismo entre as duas é um fator determinante para uma técnica fluída, precisa e limpa, por isso veremos algumas dicas que com certeza irão ajudar a obter isso:  O dedo mínimo está em “desvantagem” de tamanho quando comparado aos outros dedos da mão esquerda. A palma da mão deve ser posiciona paralela ao braço do instrumento. Dessa forma facilitamos a movimentação e acesso do mindinho aos bordões.

 O dedo polegar é o dedo que dá apoio e firmeza na execução. E deve ser posicionado atrás do braço do instrumento (escondido) à mais ou menos 90° graus em relação ao braço da guitarra. A única exceção é na execução de bends, pois nesse caso o polegar atuará como uma espécie de “gancho” dando mais firmeza e segurança.

 Outro ponto importante é que os 4 dedos devem ser posicionados de forma que cada dedo corresponda à uma casa, mantendo cada dedo o mais reto possível e pressionando as cordas com a ponta do dedo. Aqui também vale a questão do menor movimento. Quanto menor a amplitude dos movimentos maior será a velocidade e a precisão.

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Exercícios Psicomotores

Em cada instrumento é necessário a prática de exercícios psicomotores que servem como atalho para desenvolver: técnica, pegada, segurança, agilidade e velocidade, tanto na execução de acordes como de escalas. Esses exercícios tem o intuito de auxiliar no desenvolvimento da independência dos dedos. Diariamente os dedos de nossas mãos são condicionados a fazer movimentos em conjuntos, como pegar um objeto, rodar a maçaneta de uma porta, digitar no teclado de um computador entre outras atividades, porém esses movimentos além de simples, não exigem sincronismo e precisão. Por isto sentimos dificuldades ao executar escalas, acordes, licks entre outras técnicas utilizadas na guitarra.

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Palhetada Alternada

Como o próprio nome sugere, a técnica de palhetada alternada consiste em alternar os movimentos de ataque da palheta contra a corda, ou seja, palheta-se uma vez para baixo e consecutivamente para cima, e assim sucessivamente. Além de possibilitar grande velocidade, essa técnica fornece uma sonoridade com bastante ataque e definição. Paulo Gilbert, Steve Morse, John Petruci e Roger Franco são referências na utilização dessa técnica. Costumo dizer para os meus alunos que a palheta alternada é o “calcanhar de Aquiles” de todos os guitarristas, pois apesar de seu conceito teórico ser simples, é muito difícil de se dominar na prática. Uma das dificuldades é a uniformidade das notas. Uma tendência comum é que as palhetadas para baixo soem mais altas, e isso deve ser evitado. Todas as notas têm que ter a mesma intensidade e duração.

Escala Diatônica:

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Escala Pentatônica:

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Técnica de Ligado (hammer-on e pull-off)

A técnica de ligados, também chamada de hammer-on e pull-off consiste em ligar uma nota a outra logo após palhetar. No hammer-on você palheta uma nota e “martela” (digita) a outra nota, na mesma corda e com outro dedo da mão esquerda, ou seja, a segunda nota não é palhetada e sim “martelada” gerando o que é chamado de ligadura ascendente, quando as notas são tocadas do grave para o agudo. É importante usar a ponta dos dedos para “martelar” as notas e a intensidade do som entre as notas deve ser a mesma. Na técnica de pull-off você deve posicionar previamente os dedos nas casas que irá tocar, palheta-se a primeira nota e retira-se o dedo “puxando” fazendo assim soar a nota mais grave. Um erro muito comum de quem está iniciando nessa técnica é o de só “tirar” o dedo que está digitando a primeira nota, fazendo que o som da nota seguinte soe fraca. O correto é imaginar que o dedo irá atuar como se fosse a palheta na hora da “puxada” da corda. Deve-se tomar cuidado também para que esse movimento da “puxada” não seja muito forte ao ponto de desafinar a nota. É muito comum a combinação das duas técnicas, que cria sonoridades mais suaves e fluentes. Devido ao menor número de palhetadas, essas técnicas produzem frases mais rápidas também.

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Escala Diatônica:

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Escala Pentatônica:

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Bom, é isso aí! Espero que essas informações sejam úteis e que possam ajudar em seu crescimento musical. Sei que o conteúdo desse material é um pouco extenso, mas se você o estudar de forma organizada e frequente, ficará surpreso com os resultados. Para finalizar, deixo uma frase do grande filósofo Aristóteles:

“É fazendo que se aprende, aquilo que se deve aprender a fazer”

Grande abraço!

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O Autor Natural de Vitória–ES, Ricardo Soares vem conquistando cada vez mais espaço no cenário musical brasileiro. Já dividiu o palco com grandes nomes, como: Andy Timmons, Edu Ardanuy, Juninho Afram, Cacau Santos, Roger Franco, Sydnei Carvalho, Ricky Furlani, Marcelo Barbosa, Frank Solari, Alessandra Rangel (ex-caloura do Raul Gil), Kades Singers, Mariana Valadão (Diante do Trono), entre outros. Na área didática, atua ministrando aulas a mais de 20 anos, além de clínicas e workshops em vários estados do Brasil. Atua também, como especialista de produtos da NIG Music, ministrando treinamentos para lojistas em todo o Brasil e em feiras de música como: Expomusic e Música & Mercado. Como produtor e guitarrista de estúdio, teve a oportunidade de gravar, produzir e participar de vários trabalhos. Em setembro de 2009 foi lançado seu segundo trabalho solo, intitulado “Highway”, que conta com as participações de “feras” do quilate de Edu Ardanuy (Dr.Sin, Tork), Sydnei Carvalho, Marcelo Barbosa (Almah, Khalice), Roger Franco (Freedom, 4Action), Luiger Lima e Eliah Oliver (Khorus) e está em fase final de produção do seu próximo trabalho, que conta com participações especiais de peso como: Felipe Andreoli (Angra, 4Action, Kiko Loureiro), Ricky Furlani (SOD, Solo), Fábio Lessa (Preta Gil) entre outros. Na edição 2011 do Tagima Dream Team, lançou o 1º CD da banda Worship, intitulado “Meu Destino”, que contou com transmissão ao vivo em HD pela Show Livre. Atualmente, além de tocar com a banda Fire (www.facebook.com/bandafireoficial/), concilia seu tempo lecionando guitarra e violão na escola Instituto de Cordas e online. É endorsee das principais marcas de instrumentos e equipamentos do mercado nacional, como: Tagima, Nig Music, Basso Straps, Datalink Cabos, Sergio Rosar, Lost Dog e Mesk Pedalboards. Para mais informações acesse os links abaixo: www.facebook.com/ricardosoarespage www.youtube.com/ricardosoares www.instagram.com/ricardossoares Contato: [email protected]

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