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Eletriseg Engenharia

Material Elaborado por: • •

Bruno Cardoso, Engenheiro Eletricista e Engenheiro de Segurança do Trabalho Lucas Souza, Engenheiro Eletricista

Instrutor do Curso de Nr 10 Básico: •

Lucas Souza, Engenheiro Eletricista

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A Eletriseg Engenharia foi fundada em Junho de 2014 para atender uma demanda crescente de serviços na área de engenharia elétrica e de segurança do trabalho. Em 2018, com apenas 4 anos de fundação, a empresa atua com respeito e comprometimento em diversas áreas da engenharia. Com sede em Santa Catarina, na cidade de Joinville e apoios técnicos nas cidades de São Bento do Sul, São Francisco do Sul, Barra Velha, Itajaí e Curitiba. A empresa conquistou clientes e atua em diversas regiões nos três estados do Sul, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Nosso corpo técnico hoje é composto por engenheiros e técnicos altamente qualificados para atender os clientes com qualidade e ética em seus serviços prestados. Acreditamos que o trabalho em equipe dentro da empresa fortalece a troca de conhecimento e experiências garantindo uma excelente qualidade nos serviços prestados aos clientes. O Grupo Eletriseg Engenharia hoje conta com engenheiros eletricistas, engenheiros de segurança do trabalho, engenheiro mecânico, e ngenheiros ambientais, engenheiro civil, técnicos de segurança do trabalho, técnico em eletrotécnica, projetistas (elétrico, civil, mecânico, ambiental e prevencionista), entre outros profissionais.

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Sumário 1.

Introdução..................................................................................................................................... 4

2.

Objetivo e Campo de Aplicação .................................................................................................... 5

3.

Introdução a Segurança com Eletricidade .................................................................................... 5

4.

Riscos Elétricos .............................................................................................................................. 7

5.

Riscos Adicionais ......................................................................................................................... 10

6.

Equipamentos de Proteção Coletiva ........................................................................................... 13

7.

Equipamentos de Proteção Individual ........................................................................................ 14

8.

Medidas de Controle de Risco .................................................................................................... 15

9.

Técnicas de Análise de Risco ....................................................................................................... 23

10.

Análise Preliminar de Risco ..................................................................................................... 24

11.

Ordem de Serviço.................................................................................................................... 25

12.

Dialogo Diário de Segurança ................................................................................................... 26

13.

Normas Técnicas Brasileiras.................................................................................................... 26

14.

Regulamentação do Ministério do Trabalho .......................................................................... 27

15.

Documentações de Instalações Elétricas ................................................................................ 30

16.

Rotinas de Trabalho ................................................................................................................ 31

17.

Considerações Finais ............................................................................................................... 33

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1. Introdução Trabalhos com eletricidade são realizados há mais de um século, a forma de realizálos foi modificada ao longo dos anos para ser mais ágil e segura. No início, os cuidados eram poucos causando muitos acidentes. No Brasil, em 1978 foram criadas 28 normas regulamentadoras, logo se transformaram em 34 e hoje são 36. Com passar dos anos o nível de segurança do trabalho com eletricidade vem evoluindo. Essa evolução é desafiadora visto que a eletricidade não tem cheiro, não se vê, não tem cor e não se sente, é um inimigo invisível. Foi necessário desenvolver instrumentos e ferramentas que identificam e medem a eletricidade. Além disso, os procedimentos de trabalho com eletricidade evoluíram. Adotar o procedimento correto é fundamental para garantir a segurança e a integridade dos profissionais. Foram desenvolvidos equipamentos de segurança próprios para o trabalho com eletricidade, cada condição de trabalho requer um equipamento de segurança apropriado, exemplo pode ser dado para trabalhos em níveis de tensão diferente que exigem luvas diferentes. Com ferramentas, equipamentos de segurança, instrumentos apropriados e seguindo os procedimentos corretos um profissional qualificado pode realizar o trabalho com segurança. Para que as atividades sejam executadas com segurança é necessário que as instalações elétricas estejam em boas condições. Resumindo, os fatores para se trabalhar com segurança:

Instrumentos/ ferramentas apropriadas; Procedimentos de trabalho corretos; Equipamentos de segurança; Profissionais qualificados; Condições boas da instalação;

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Assim a NR-10 é a Norma Regulamentadora emitida pelo Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil que tem por objetivo garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que interagem com instalações e serviços em eletricidade.

2. Objetivo e Campo de Aplicação Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece os requisitos e condições mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade.

3. Introdução a Segurança com Eletricidade Neste capítulo, vamos aprender alguns conceitos básicos de eletricidade. A eletricidade é invisível, sem cheiro e silenciosa, portanto muitas pessoas não conhecem os seus verdadeiros riscos. A segurança do trabalho deve estar presente no nosso dia a dia. A NR10 traz em seus itens e subitens como se deve trabalhar investindo em segurança e saúde tanto para o trabalhador, como para o usuário.

3.1

Elétrica Básica

Tensão (Diferença de Potencial) Tensão elétrica (denotada por ∆V), também conhecida como diferença de potencial (DDP), é a diferença de potencial elétrico entre dois pontos ou a diferença em energia potencial elétrica por unidade de carga elétricaentre dois pontos. Sua unidade de medida é o volt – homenagem ao físico italiano Alessandro Volta.

Potencial elétrico É a capacidade que um corpo energizado tem de realizar trabalho, ou seja, atrair ou repelir outras cargas elétricas. Com relação a um campo elétrico, interessa-nos a capacidade de realizar trabalho, associada ao campo em si, independentemente do valor da carga q colocada num ponto desse campo. Eletriseg Engenharia Ltda. Engenharia Elétrica Eng. de Segurança do Trabalho CREA-SC: 128.716-3

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Corrente Elétrica

Quando unimos corpos com cargas diferentes, se estabelece um fluxo ordenado de elétrons que chamamos de corrente elétrica. A corrente elétrica só existe se houver diferença de potencial (Tensão). Unidade Ampére (A). Corrente de água existe por causa da diferença de potencial gravitacional entre as caixas. Então, a corrente elétrica existe por causa da diferença de potencial elétrico entre dois pontos.

Resistência

São materiais que oferecem oposição à passagem de corrente elétrica. Quando a corrente elétrica tem dificuldades de percorrer um material, chamamos esta dificuldade de Resistência. Imagine uma mangueira ligada a uma torneira. Uma certa quantidade de água vai escorrer pelo interior. Trocando a mangueira por uma com diâmetro bem menor a água vai escorrer também, mas menos água vai escorrer. Unidade de medida é Ω (ohm).

Condutores Os condutores são popularmente denominados nas instalações elétricas de fios. Destinados a conduzir corrente elétrica. Podem ser:

O fio fase É aquele em que o condutor apresenta diferença de potencial entre ele próprio e a Terra. Este fio estará sempre carregado eletricamente. Assim, qualquer pessoa que encoste nele, sem os devidos equipamentos de proteção, levará choque.

O fio neutro É aquele que não apresenta diferença de potencial entre ele e a Terra. Ele é usado para completar o circuito elétrico. O neutro causará choque na pessoa se o circuito estiver energizado (eletricamente carregado). Caso contrário, não haverá choque elétrico. A cor do fio neutro é azul claro.

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O fio terra É aquele que é destinado à proteção, descarregando para à Terra correntes elétricas indesejáveis. A cor deste fio é verde ou verde e amarelo.

Corrente de Fuga É o termo utilizado para indicar o fluxo de corrente anormal ou indesejada em um circuito elétrico devido a uma fuga por isolação mal feita, eletrodoméstico defeituoso, fios desencapados, fios mal dimensionados.

Sobrecarga ▪

É o termo utilizado quando colocamos vários aparelhos numa só tomada que suporta uma determinada carga. Cada circuito é calculado para uma determinada quantidade de energia elétrica. Exemplos:



1- Colocar muitos adaptadores numa tomada sobrecarrega e pode causar incêndios.



2-

Aumento

da

capacidade

de

disjuntores

para

mascarar

um

dimensionamento de cabos; ▪

3- Uso de aparelhos de potências elevados em redes elétricas não preparadas para isto.

4. Riscos Elétricos 4.1 O choque elétrico, mecanismos e efeitos; Passagem de uma corrente elétrica pelo corpo utilizando-o como condutor. A passagem de corrente elétrica só ocorre quando o corpo é submetido a uma diferença de potencial. Podemos comparar a circulação da corrente elétrica no organismo ao disparo de uma arma de fogo. O projétil possui um ponto de entrada e outro de saída. Todos os músculos, órgãos, ossos, são afetados por esse projétil. No choque elétrico o efeito é semelhante, quanto maior o valor da corrente, maiores as complicações do choque.

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Os efeitos do choque elétrico são diversos, pode causar susto, formigamento, queimaduras, contrações musculares e até a morte. Choque elétrico pode ser dinâmico ou estático. i. Choque Dinâmico Ocorre quando se faz contato com um ponto energizado de uma instalação. Normalmente ocorre de forma não intencional com parte viva de instalação, com barramentos, condutores. Choque de maior gravidade devido à permanência do contato do corpo no ponto energizado. Pode ser por tensão de passo ou tensão de toque.

1. Choque dinâmico por tensão de passo Diferença de potencial entre dois membros inferiores da pessoa no momento da passagem de corrente elétrica pelo solo.

2. Choque dinâmico por tensão de toque É decorrente da diferença de potencial a que uma pessoa está submetida ao tocar um ponto energizado quando está circulando energia elétrica.

ii. Choque Estático É o choque ocasionado pela descarga de um equipamento ou instalação com característica capacitiva, por exemplo: máquinas, veículos, refrigeradores.

4.2 Arcos Elétricos, queimaduras e quedas

É o fenômeno que ocorre quando tem passagem de corrente elétrica por um meio que não é condutor devido ao rompimento de suas características isolantes. Envolve as partes metálicas que não estão em contato direto. Vários acidentes decorrentes de arco elétrico são provocados por atitudes impensadas ou descuido durante a realização das tarefas. Muitas são as situações em que os trabalhadores executam outras atividades próximas de redes energizadas, como montagens de antenas e estruturas metálicas.

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Outro fator importante, associado ao ambiente, é a questão da manutenção preventiva, implica existência de teias de aranha ou sujeiras nas instalações elétricas que se tornam extremamente condutivas quando da elevação da umidade relativa do ar. Roedores, gatos, gambás, lagartixas também podem provocar arcos elétricos. Arco elétrico é um fenômeno de curta duração em que a energia incidente é transformada em calor, energia acústica, onda de pressão e energia luminosa. É a maior fonte de calor conhecida na Terra, temperatura pode chegar cerca de 20000ºC. Vários são os danos e as consequências da exposição ao arco elétrico: •

Queimaduras profundas;



Traumatismos decorrentes de quedas provocadas pelo deslocamento de ar;



Danos ao sistema visual;



Danos ao sistema auditivo;



Óbito em virtude das consequências das quedas e queimaduras.

4.3 Campos Eletromagnéticos

Os profissionais que atuam em instalações elétricas, ou nas proximidades, podem estar expostos a elevados valores de tensão danosos ao corpo humano. Pode estar exposto também aos efeitos provocados pela indução dos campos eletromagnéticos. Os campos eletromagnéticos são produzidos por linhas de transmissão, fiação elétrica e também por equipamentos elétricos, constituem linhas de força invisíveis que envolvem qualquer dispositivo elétrico, material ou ser vivo. Os campos elétricos são produzidos por tensão e aumentam na medida em que a intensidade da tensão se eleva. Os campos magnéticos resultam do fluxo de corrente e aumentam em intensidade quando essa corrente aumenta. Campos elétricos e magnéticos podem induzir correntes em materiais condutores, inclusive em tecidos e fluidos de um ser vivo. Existem níveis de campo considerados seguros para trabalhadores e público em geral. Quando um objeto condutor está imerso em um campo, correntes e tensões são induzidas nele, quando uma pessoa faz contato entre tal objeto e a terra pode Eletriseg Engenharia Ltda. Engenharia Elétrica Eng. de Segurança do Trabalho CREA-SC: 128.716-3

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receber um choque, que traz desconforto ou riscos. O funcionamento do marcapasso pode ser prejudicado por determinados níveis de campos.

5. Riscos Adicionais Neste capítulo vamos conhecer os riscos adicionais, ou seja, além do choque, queimaduras, arcos, campos eletromagnéticos existem outros riscos que devemos conhecer como: altura, ambientes confinados, área classificada, umidade e condições atmosféricas.

5.1 Trabalho em Altura

O Trabalho de Altura é uma área profissional destinada a trabalhos no alto, acima de 2 metros, onde existem riscos de queda. Este trabalho só poderá ser exercido depois de treinamento, testes e supervisão, com equipamentos próprios e termos de responsabilidade. O Risco de queda: ▪

Causa lesões e traumas



Pode se evitar utilizando cinto de segurança tipo paraquedista, capacete com jugular fixa e ajustada, trava quedas.

É uma das principais causas de acidentes no setor elétrico. Característico de diversos ramos de atividades, muito representativo nas atividades de construção e manutenção do setor de distribuição de energia elétrica.

O uso de escada:

A escolha da escada e sua posição são itens importantes para o trabalho em altura com escadas, pois se abrirmos demais a escada ela pode cair e se abrirmos de menos também.

Vejamos o que fazer: ▪

A escada deve sempre ser verificada antes da execução de um trabalho;



Verifique se a escada tem rachaduras e se está em bom estado;

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A abertura da base da escada portátil deverá ser de ¼ do tamanho do seu comprimento;



É proibido colocar a escada nas proximidades de portas e áreas de circulação sem sinalização e medidas de segurança adequadas ao trabalho a ser executado.

5.2 Ambientes Confinados

Espaço confinado é qualquer área não projetada para ocupação humana contínua e que possua meios limitados de entrada e saída. Sua ventilação é insuficiente, além de ser um local de grande perigo de explosões pelos gases que se encontram nesta área. O espaço confinado não foi feito para a ocupação humana e sim para se fazer reparos e manutenção. Assim temos: ▪

O trabalho em espaço confinado exige certificação em NR 33.



Somente pessoas autorizadas e certificadas podem adentrar neste lugar. Caso o trabalhador não tenha feito o curso de NR 33, ele pode utilizar o direito de recusa por ser de alto risco trabalhar num lugar sem conhecer os riscos e sem estar certificado. (item 10.14 da NR10).

Riscos nesses ambientes: ▪

Nestes ambientes podem ocorrer a presença de gases asfixiantes e/ou explosivos;



Estes contaminantes são originados pela formação de gases orgânicos oriundos de reações químicas nos esgotos e presença de agentes biológicos de putrefação existentes;



Vazamentos de combustíveis dos tanques subterrâneos dos postos de abastecimento e da canalização de gás combustível;



Podem ocorrer quedas no espaço confinado e o resgate fica bem complicado;



Além destes riscos, estes trabalhos realizados na rede de distribuição de energia elétrica subterrânea, devido a proximidade com as redes de esgoto

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e locais encharcados, existe a possibilidade de contaminação por agentes biológicos;

5.3 Áreas Classificadas

Nas áreas de atmosfera explosiva exigem certos cuidados para se trabalhar devido à presença de: gases, vapores, inflamáveis, poeiras, e fibras combustíveis. ▪

Local com potencial de ocorrência de atmosfera explosiva



Análise preliminar de risco;



Permissão de trabalho.



Se espaço for considerado confinado, trabalhador deverá possui treinamento de NR 33.



Materiais, peças e equipamentos elétricos devem ter avaliação e certificação de entidades certificadoras reconhecidas. (INMETRO) – À prova de explosão.

Os serviços nestas áreas somente podem ser executados mediante análise preliminar de risco e permissão de trabalho, em que devem constar os riscos presentes, as medidas de controle, EPI e EPC necessários e monitoramento de gases. Esta permissão deve fazer parte da documentação. Os profissionais devem ter conhecimento do risco e possuir autorização, se o espaço for considerado espaço confinado o trabalhador deve ter treinamento da NR 33 – Segurança e Saúde nos Trabalhadores em Espaço Confinado. A norma classifica em três zonas: o Zona 0: mistura ar/gás, potencialmente explosiva, está presente continuamente ou por grandes períodos de tempo; o Zona 1: mistura ar/gás, potencialmente explosiva, pode estar presente durante o funcionamento normal do processo. o Zona 2: mistura ar/gás,

potencialmente

explosiva,

não está

normalmente presente, caso esteja, será por curtos períodos. Os materiais, peças e equipamentos elétricos devem ter avaliação e certificação de entidades certificadoras reconhecidas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO), conhecidos como “à prova de explosão”.

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Os projetos de instalações elétricas em áreas classificadas devem prever equipamentos de seccionamento automático, prevenindo assim sobretensões, sobrecorrentes, falha de isolamento, aquecimento e acúmulo de eletricidade estática. Deve dispor de sistema de alarme com o objetivo de alertar sobre anomalias.

5.4 Condições Atmosféricas ▪

Todo trabalho com equipamentos energizados só deve ser iniciado com boas condições meteorológicas. Não é permitido trabalhos sob chuva, neblina densa e ventos, pois são muito arriscados para o trabalhador.

Umidade ▪

Uma área com umidade é muito perigosa para instalações elétricas, porque a presença de água solicita uma adequação de medidas para que o trabalhador não corra o risco de choque, visto que a pele molhada baixa a resistência do corpo humano.

Ventos, Neblina e Chuva ▪

Os ventos também são um grande perigo, pois podem causar estragos e acidentes muitas vezes fatais. O trabalho não pode ser feito quando a velocidade do vento estiver superior a 7 m/s e sob intempéries, ou seja: tempestade com raios, granizo, chuva, que possa afetar a segurança dos trabalhadores.

6. Equipamentos de Proteção Coletiva Nos serviços em instalações elétricas e em suas proximidades devem ser previstos e adotados equipamentos de proteção coletiva (EPC). O EPC é todo dispositivo, sistema ou meio, fixo ou móvel de abrangência coletiva, destinado a proteger a integridade física e a saúde dos trabalhadores usuário e terceiros. Segue uma lista de EPCs: Eletriseg Engenharia Ltda. Engenharia Elétrica Eng. de Segurança do Trabalho CREA-SC: 128.716-3

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Cone de sinalização: sinalizar área de trabalho e obras em vias públicas ou rodovias.



Fita de sinalização: Delimitar, isolando a área de trabalho.



Grade metálica dobrável: Isolamento e sinalização de áreas de trabalho, poços de inspeção, entrada de galerias subterrâneas e situações semelhantes.



Sinalizador STROBO: identificação de serviços, obras e acidentes.



Tapete de borracha isolante: Utilizados em equipamentos e instalações que envolvam manobras de desligamentos e religamentos. São constituídos de materiais específicos, submetidos a ensaios, não são apenas um pedaço de borracha no chão.



Aterramento temporário: é composto de quatro garras interligadas por um cabo. Função de equipotencializar as três fases e o aterramento de uma instalação durante a realização de um serviço de manutenção.



Placas de sinalização: Utilizadas no procedimento padronizado destinado a orientar, alertar, avisar e advertir as pessoas quanto a riscos ou condições de perigo existentes.

7. Equipamentos de Proteção Individual Nos trabalhos que envolvem instalações elétricas, quando as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis para controlar os riscos, devemos adotar equipamentos de proteção individual em atendimento a NR 6 que é a norma que fala sobre o uso de EPIs. Os EPIs só podem ser postos a venda ou utilizados com uma indicação do Certificado de Aprovação (CA), expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. A Empresa é obrigada a fornecer gratuitamente aos empregados, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento. A seguir são apresentados os EPIs de uso mais frequente: •

Capacete de proteção: Pode ser com aba frontal ou aba total, com ou sem proteção de viseira, depende do serviço.

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Óculos de segurança: Utilizado para proteção dos olhos contra impactos mecânicos, projeção de particular e raios ultravioleta.



Luva isolante de borracha: Proteção contra choques elétricos. Existem várias classes de luvas: o Classe 00: tensão máxima de uso 500 V; o Classe 0: tensão máxima de uso 1.000 V; o Classe 1: tensão máxima de uso 7.500 V; o Classe 2: tensão máxima de uso 17.000 V; o Classe 3: tensão máxima de uso 26.500 V; o Classe 4: tensão máxima de uso 36.000 V; O tamanho da luva está associado às dimensões das mãos do trabalhador e é medida em polegadas.



Luva de cobertura para proteção da luva isolante de borracha: não possui função isolante, utilização é exclusivamente para proteção mecânica da luva isolante. Não utilizar a luva de cobertura para outras atividades, pode alterar as características da luva isolante.



Manga isolante: Utilizado para proteção dos braços e antebraço do profissional contra choque elétrico em caso de trabalhos em circuitos energizados.



Calçado de segurança: Botina do tipo de couro, com ensaios periódicos em dia.

8. Medidas de Controle de Risco 8.1 Desenergização

É a medida mais eficiente contra risco elétrico. Para iniciar uma tarefa em instalações elétricas a primeira medida de proteção deve ser a desenergização. Esta é a primeira medida de proteção coletiva. Um dos capítulos da NR 10 é direcionado totalmente ao processo de desenergização.

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Serão considerados desenergizados as instalações que obedecem à sequência abaixo: •

Seccionamento; É o desligamento da alimentação elétrica e dos dispositivos que fazem

fronteira (evitar o chamado “retorno”) com a região onde será feito o serviço, isolando a área. •

Impedimento de reenergização; Nada mais é do que um bloqueio feito por cadeado, chave ou outro

dispositivo, este bloqueio é realizado para evitar que o sistema onde está sendo feita a manutenção seja energizado. •

Constatação da ausência de tensão; Consiste em realizar um teste na instalação elétrica, certificando-se que

não há mais tensão elétrica. Utiliza-se um multímetro ou detector de tensão. •

Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos circuitos; É um conjunto com 4 garras interligadas entre si que vão curto-circuitar

as três fases junto com um ponto de aterramento, equipotencializando os condutores. Caso haja uma energização acidental as três fases vão estar curto-circuitadas evitando assim o acidente. Vale lembrar que na instalação a sequencia correta é instalar primeiro o ponto de aterramento, depois as fases e na retirada fazer as fases e depois o aterramento. Para que o profissional execute a tarefa com mais segurança, é necessário que o trabalhador esteja entre aterramentos, ou seja, devem existir pontos de aterramento em todos os pontos da rede que fazem fronteira com o local de trabalho. •

Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada; Se após o seccionamento do circuito houver algum ponto energizado a

uma distância delimitada como zona controlada, deve ser instalado algum tipo de proteção, caso não haja nenhum elemento energizado na zona controlada este item deixa de ser aplicável.

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Delimitação da zona controlada

Tabela das medidas dos raios em virtude da tensão no ponto energizado



Instalação da sinalização de impedimento de reenergização; Deve ser instalada uma sinalização indicando que o dispositivo foi

desligado e bloqueado para realização de serviços e assim deve ficar até o término do serviço.

8.2 Aterramento funcional (TN, TT, IT); de proteção; temporário

A NBR-5410, que trata de instalações elétricas em baixa tensão, define três aterramentos básicos que são classificados em função do aterramento da fonte de alimentação e das massas da instalação.

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Primeira letra diz como a fonte de alimentação está em relação à terra. T = ponto de alimentação está ligado à terra; I = nenhum ponto de alimentação está ligado à terra.



Segunda letra diz como estão as massas da instalação em relação à terra. T = massas estão ligadas à terra; N = massas estão ligadas ao ponto de alimentação aterrado (neutro).



Outras letras indicam a forma de aterramento da massa, utilizando o aterramento da fonte.

S = separado, o aterramento da massa é feito por um condutor PE, diferente do neutro; C = comum, o aterramento da massa é feito com o condutor PEN. É evidente a importância do aterramento de proteção, na ocorrência de uma falha na isolação de um equipamento aterrado, há circulação de corrente pela terra, caso não estivesse aterrado, circularia pelo corpo, fazendo com que o profissional sofresse um choque elétrico. o

Esquema de aterramento TT Neste tipo de aterramento, o neutro da fonte é aterrado em um eletroduto

e as massas ligadas a um eletroduto separado. Caso ocorra um curto circuito será entre fase-terra, e este apresenta pequenos valores, logo os dispositivos de proteção contra sobrecorrentes não atuam, para garantir o seccionamento automático é necessário um dispositivo de corrente diferencial residual (DR). o

Esquema de aterramento TN Neste esquema a corrente de falta é equivalente ao curto-circuito fase

neutro. O percurso da corrente de falta fase-massa é composto por elementos de baixa impedância logo a corrente de curto-circuito é muito alta. Esta corrente de curto circuito não depende do valor do aterramento da fonte, somente das impedâncias dos condutores do sistema. Assim os dispositivos de proteção contra sobrecorrente atuam quando da ocorrência de um curtocircuito fase-neutro ou fase-terra. Os sistemas TN são subdivididos em: ▪

TN-S: O neutro (N) e proteção (PE) são ligados na origem da instalação e depois seguem deparados em condutores distintos. Sempre vai ter uma ddp entre N e PE, pois o N conduz a corrente de retorno.

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TN-C: Interligação das massas com o condutor neutro. O neutro é chamado de PEN (PE+N), é chamado assim porque tem as duas funções (Função do neutro= Condutor de corrente de desequilíbrio, função de proteção=Conduz a corrente de fuga à terra. Caso haja ruptura do neutro, massas ficam sujeitas ao potencial da fase, colocando em risco a segurança humana.



TN-C-S: É semelhante ao TN-C, mais econômico, reduz um condutor. Colocar o esquema TN-S dividindo o condutor PEN em dois separados (PE+N), a separação pode ocorrer no quadro de distribuição. A partir do ponto em que os condutores são separados a NBR-5410 não permite juntar mais.

o

Esquema de aterramento IT Este esquema pode ser implantado com neutro isolado ou aterrado por

meio de uma impedância com valor elevado para que a corrente de falta não seja maior do que a tensão de contato limite. Não é obrigatória a interrupção na primeira falta. Vale lembrar que quando ocorre à primeira falta em uma das fases, a tensão fase-terra das outras fases é igual à tensão fase-fase, logo os equipamentos ligados entre fase e terra devem possuir a tensão nominal e as isolações básicas dos equipamentos dimensionadas para tensão igual à tensão fase-fase. o

Aterramento Temporário Permite ações seguras de manutenção quando as partes, sob tensão são

colocadas fora de serviço para este fim. Chamado também de aterramento provisório. É a interligação de todos os condutores da instalação, após desligamento e constatação da ausência de tensão, a um ponto de terra eficiente e confiável. Caso a instalação seja indevidamente energizada, o aterramento temporário promoverá um curto circuito que fará com que a proteção atue, desligando o circuito sem provocar acidente.

8.3 Equipotencialização

As instalações elétricas e as edificações possuem componentes metálicos que eventualmente podem se tornar energizados acidentalmente, desta forma

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todos os componentes metálicos não destinados à condução de corrente devem estar aterrados. Todos os componentes devem estar interligados, incluindo pontos de proteção contra descargas atmosféricas, evitando diferenças de potencial entre os aterramentos.

8.4 Seccionamento automático da alimentação

É um dispositivo que desliga a instalação ou equipamento protegido sempre que circular uma corrente de falta entre parte viva e massa ou entre parte viva e condutor de proteção. Evita que uma tensão de contato mantenha-se por muito tempo e resulte em perigo para as pessoas. O seccionamento automático deve ocorrer mesmo que nenhuma pessoa esteja submetida ao choque elétrico.

8.5 Dispositivos de corrente de fuga

São conhecidos como dispositivos de corrente diferencial residual ou DR. Deve monitorar todos os condutores vivos da instalação, fases e neutro, não deve ser ligado o condutor de proteção. Em instalações do tipo TN-C não podem ser aplicados os DRs. Eles atendem o requisito de seccionamento automático da alimentação. Além de desligar o circuito, o DR limita o tempo de exposição à corrente elétrica e seus efeitos.

8.6 Extrabaixa tensão É uma medida de controle que não utiliza condutores de proteção, logo, não tem como ocorrer o seccionamento automático da alimentação. A principal característica compreende a utilização de tensões, que mesmo durante o contato com as partes energizadas, não circulem correntes elétricas danosas. A NBR-5410 estabelece algumas tensões máximas de contato em função da pele: Tabela 1: Máximas tensões de contato em função do estado da pele do indivíduo.

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Natureza da corrente

Pele seca

Pele com suor, corrente de uma mão para pé

Alternada 15Hz –

50V

25V

120V

60V

1000Hz Contínua, sem ondulação

8.7 Barreiras e invólucros

São destinados a impedir o contato (intencional ou acidental) com as partes vivas da instalação elétrica ou equipamentos. Estas barreiras só podem ser retiradas com um uso de chave ou ferramenta apropriada, quando a desenergização já estiver sido realizada impedindo a religação, ou quando existir uma segunda barreira que possa ser retirada sem chave ou ferramenta.

8.8 Bloqueios e impedimentos

São utilizados para impedir o acionamento ou religamento de dispositivos de manobra e seccionamento. Mantém por meios físicos o dispositivo de manobra fixo em uma posição, visando impedir uma ação não autorizada.

8.9 Obstáculos e anteparos

Destinados a impedir o contato involuntário com as partes vivas, mas não o contato que pode resultar de uma ação deliberada de ignorar ou contornar o obstáculo. Impede uma aproximação física não intencional das partes vivas, podem ser removíveis sem auxílio de ferramentas, mas devem ser fixados de forma a impedir qualquer remoção involuntária. Ex: Grades de ferro que protegem uma subestação.

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8.10

Isolamento das partes vivas

As partes condutoras expostas dos componentes da instalação elétrica são separadas das partes vivas pela isolação básica, uma falha nessa isolação torna essas partes viva. A isolação das partes vivas consiste em recobrir elas por uma isolação que só pode ser removida se destruída. A proteção deve ser capaz de suportar forças mecânicas, elétricas, químicas e térmicas.

8.11

Isolação dupla ou reforçada

A norma NBR-6151 classifica os equipamentos elétricos quanto à proteção contra choques elétricos em 5 classes, 0, 0I, I, II, III. •

Classe 0: Proteção somente com isolação básica;



Classe 0I: Possuem isolação básica em todas as partes vivas e são dotados de terminais para aterramento das massas;



Classe I: Proteção não é apenas pela isolação básica, tem um condutor de proteção independente no cabo de alimentação que se presta à ligação das massas ao condutor de proteção da instalação. Aparelhos eletrodomésticos de maior potência.



Classe II: Possui isolação dupla ou reforçada em todas as suas partes vivas, sem previsão para aterramento. Pode ser de 3 tipos: o Composto por carcaça isolante durável que envolve todas as partes metálicas as quais devem ser isoladas das partes vivas de forma pelo menos equivalente à isolação reforçada. Exemplo: Aspiradores de pó e alguns chuveiros elétricos. o Com carcaça metálica com isolação dupla em todas as partes, exceto onde é impraticável a aplicação de isolação dupla, nestes locais tem isolação reforçada. Exemplo: Ferramentas elétricas portáteis. o Com carcaça mista, combina as características.



Classe III: A proteção é assegurada pela alimentação em extrabaixa tensão. Exemplo: Equipamentos para uso subaquático (iluminação de piscinas).

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8.12

Colocação fora de alcance

Esta proteção é uma proteção parcial, destina-se a impedir contatos acidentais com partes vivas. A NBR-5410 apresenta orientações visando atender algumas medidas preventivas. Se o componente da instalação é acessível, não pode ser perigoso e se é perigoso, não pode ser acessível, deve ser colocado fora de alcance.

8.13

Separação elétrica

Para existir corrente elétrica em um circuito é necessário ter uma diferença de potencial e um caminho fechado que permita passagem de corrente. Se uma das condições anteriores não existir, não tem corrente elétrica. Este é o principio da proteção por separação elétrica, ela elimina o caminho de circulação da corrente elétrica para a terra, caso uma pessoa entre em contato com uma massa energizada. É implementada com a instalação de um transformador de separação no qual tanto o circuito primário como o secundário não são interligados à terra. Sendo assim, não há nenhum caminho elétrico que permita a passagem de corrente elétrica de fuga que possa causar o choque elétrico.

9. Técnicas de Análise de Risco Em qualquer atividade, principalmente nos trabalhos em serviços com energia elétrica, deve-se afastar qualquer possibilidade de acidente, mas a possibilidade de acontecer um acidente deve ser considerada, portanto devem-se fazer esforços para evitar. O maior risco para quem trabalha com energia elétrica é o choque, mas fica fácil de perceber que o trabalhador da área elétrica está exposto a outros riscos, os chamados riscos adicionais, que são: •

Trabalho em altura;



Umidade;

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Poeira;



Espaço Confinado;



Fauna, riscos de insetos;



Flora, riscos biológicos, bactérias, fungos;



Riscos Ergonômicos;

Diversas são as causas que podem conduzir a um acidente, devem-se adotar algumas providências para evitar o acidente. Existe então a necessidade de elaborar a Análise de Riscos que é a metodologia empregada para identificar possíveis acidentes na atividade que vai ser desenvolvida. Após a identificação dos riscos devem ser adotadas medidas de controle e prevenção. Não existe uma receita do que se deve fazer para evitar o acidente, cada empresa, cada funcionário deve eleger quais os riscos que tem em determinada atividade e adotar as melhores providências para evitar o acidente. A Análise de Riscos além de ser adotada para prevenção pode ser utilizada para elaboração dos procedimentos de trabalho. A primeira etapa para o preenchimento da Análise de Riscos é o passo a passo, a sequencia que serão realizadas as atividades, obedecendo a uma ordem cronológica. Os imprevistos durante a execução da atividade não são descartados, existe uma possibilidade de ocorrer, logo devem ser listados e considerados.

10. Análise Preliminar de Risco Dentre as técnicas adotadas, a Análise Preliminar de Riscos (APR) é a técnica de análise quantitativa e qualitativa mais utilizada. Consiste na identificação, quantificação e proposição de medidas de controle de riscos em qualquer atividade, revelando aspectos que poderiam passar desapercebidos durante a execução da tarefa. Após a análise deve-se adotar medidas de prevenção. É um passo a passo do trabalho, importante pois ali o funcionário vai fazer o serviço mentalmente e vai encontrar os possíveis acidentes que podem ocorrer. Imprevistos devem ser listados e considerados.

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Assim hoje com a NR10, a Análise Preliminar de Riscos (APR) tornou-se fundamental, pois sem ela não se pode começar nenhum trabalho. As técnicas de análise de risco ajudam a evitar acidentes.

11. Ordem de Serviço No ambiente corporativo, a boa comunicação é essencial para o sucesso das diferentes atividades que garantem o sucesso de todas as operações. É nesse contexto que a ordem de serviço está inserida, tendo em vista que é preciso a compreensão dos envolvidos. Assim, é necessária a colaboração dos demais funcionários e não apenas do gestor. Os serviços em instalações elétricas devem ser precedidos de ordens de serviço especificas, aprovadas por trabalhador autorizado, contendo, no mínimo, o tipo, a data, o local e as referências aos procedimentos de trabalho a serem adotados. A ordem de serviço é um documento com a função de comunicar ao funcionário qual tarefa ele deverá realizar, os procedimentos a serem adotados e as condições para sua realização. Geralmente é emitida pelo gestor, gerente ou diretor, em que é formalizado um trabalho ou atividades que serão desempenhadas dentro da companhia, garantindo as boas condições da SST (Saúde e Segurança no Trabalho). O documento tem como objetivo conscientizar o trabalhador dos riscos do ambiente de trabalho, além de orientar acerca das medidas adotadas pela companhia em favor da segurança do trabalhador. Sua importância se dá não somente devido a sua função prevencionista, mas também devido a seu caráter documental. Se você não puder comprovar que foram adotadas as medidas, para os fins legais elas não aconteceram.

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12. Dialogo Diário de Segurança O DDS – Dialogo Diário de Segurança é destinado a despertar no colaborador a conscientização envolvendo suas atividades diárias, essa em respeito a sua segurança, meio ambiente, saúde e qualidade. Tem como Objetivos: ▪

Redução de custo com assistência médica



Redução de acidentes no trabalho



Melhoria na produtividade e ambiente de trabalho



Aumento do comprometimento dos trabalhadores

Aumento do nível de satisfação e segurança dos colaboradores

13. Normas Técnicas Brasileiras Para qualquer atividade em uma instalação elétrica devem ser seguidas as respectivas normas. As principais normas elaboradas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), referentes às instalações elétricas são: •

NBR 5410 Esta norma aplica-se as instalações elétricas de baixa-tensão, garantindo a

segurança de pessoas e animais, o funcionamento adequado da instalação e a conservação dos bens. A norma é aplicada para circuitos elétricos alimentados com tensão nominal igual ou inferior a 1.000V em corrente alternada com frequências inferiores a 400 Hz , ou a 1.500 V em corrente contínua. Alguns itens principais da norma: ▪ Dimensionamento de cabos, fase, neutro e proteção elétrica; ▪ Corrente máxima admissível para cada bitola de cabo, dependendo do material da isolação e do seu modo de instalação; ▪ Tipos de configurações de aterramentos existentes; ▪ Ocupação máxima dos eletrodutos; ▪ Queda de tensão admissível entre a entrada de energia e o ponto de consumo; Eletriseg Engenharia Ltda. Engenharia Elétrica Eng. de Segurança do Trabalho CREA-SC: 128.716-3

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NBR 14039 Esta norma aplica-se a projeto e execução de instalações elétricas de média

tensão, com tensão nominal de 1KV a 36,2 KV, de modo a garantir a segurança e continuidade de serviço. É uma norma bem similar a NBR 5410, geralmente se trata da subestação de energia, conhecida como cabine primária. Alguns dos principais itens definidos na norma: ▪ Dimensionamento de cabos, fase, neutro e proteção elétrica; ▪ Corrente máxima admissível para cada bitola de cabo, dependendo do material da isolação e do seu modo de instalação; ▪ Tipos de configuração do aterramento funcional existentes; ▪ Equipamentos de proteção e suas funções que devem ser instaladas de acordo com a potência do transformador existente; •

NBR 5419 Esta norma aplica-se ao projeto, instalações e manutenções de sistemas de

proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) de estruturas, de pessoas e de instalações dentro do volume protegido. Os principais itens são: ▪ Características dos captores, condutores de descida, aterramento, conexões e materiais; ▪ Condições e requisitos para a realização da inspeção no sistema de proteção contra descarga atmosférica; ▪ Características dos eletrodos de aterramento;

14. Regulamentação do Ministério do Trabalho A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é um instrumento que determina como deve ser a relação entre empregados e empregadores, instituída em 1943 por Getúlio Vargas.

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O capítulo V tratava da Higiene e Segurança do Trabalho estabelecendo os critérios de segurança que deveriam ser seguidos. A seção IX era sobre instalações elétricas. Em 1977 foi publicada uma lei que alterava o capítulo V da CLT passando a se chamar Da Segurança e Medicina do Trabalho, a secção IX continuou abordando questões sobre às instalações elétricas, apresentadas em 3 artigos. O artigo 179 refere-se à regulamentação que criou em 1978 as 28 primeiras normas regulamentadoras. A NR 10 trata de Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. Com o passar dos anos, foram criadas outras normas regulamentadoras e hoje são 36. Mesmo tendo uma norma específica para área elétrica, o número de acidentes de trabalho envolvendo energia elétrica era muito grande. Em 2004 a NR 10 foi atualizada. Dentre as NRs, para a área elétrica são de extrema importância as: ▪

NR 4: Serviços especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho.



NR 6: Equipamentos de Proteção Individual.



NR 10: Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade.



NR 16: Atividades e Operações Perigosas.



NR 26: Sinalização de Segurança;



NR 33: Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaço Confinado.



NR 35: Trabalho em Altura;

A nr 10 é a principal norma para o setor elétrico, aplica-se as fases de geração, transmissão, distribuição e consumo, incluindo etapas de projeto, construção, montagem, operação e manutenção das instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades. Esta norma estabelece os requisitos e condições mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade.

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14.1 Qualificação, habilitação, capacitação e autorização. •

Qualificado: É aquele trabalhador que comprovar conclusão de curso específico na área elétrica, reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino. Exemplo: Engenheiro Eletricista – UFSC



Habilitado: Para ser habilitado o trabalhador necessita estar primeiro qualificado, ou seja, ter concluído um curso específico na área elétrica e dispor de um registro em seu conselho de classe. Exemplo: Engenheiro Eletricista – UFSC e registrado do CREA.



Capacitado: O trabalhador capacitado necessita atender a duas condições, ser capacitado sob orientação e responsabilidade de profissional habilitado e autorizado e trabalhar sob-responsabilidade de profissional habilitado e autorizado. Exemplo: Eletricista que recebeu curso do Engenheiro Eletricista Habilitado, o Engenheiro assina como responsável pelo trabalhador ao fazer o serviço.



Autorizado: Para ser um trabalhador autorizado, o profissional deve ser qualificado, ou habilitado, ou capacitado e atender aos seguintes requisitos: o Ter autorização formal da empresa: documento adicional ao registro, autorizando executar determinadas atividades. o Ter sistema de identificação dessa autorização: Utilizar um destaque no crachá ou no uniforme. o Autorização deve estar no sistema de registro da empresa (prontuário). o Trabalhador deve ser submetido a exame de saúde compatível com a atividade: A relação dos exames deve ser definida por um médico do trabalho. o Ter realizado treinamento sobre os riscos da eletricidade: Conforme diz na NR-10. Treinamento básico é de 40h e o trabalhador deve ter aproveitamento satisfatório no treinamento, a norma não diz o que é satisfatório, cada empresa de treinamento define métodos de avaliar.

Treinamento tem validade de 2 anos e antes de vencer este prazo o trabalhador deve realizar um curso de reciclagem. Caso o trabalhador execute

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atividades em áreas sujeitas a risco de explosão, deve realizar um treinamento específico, alertando sobre os riscos inerentes a sua atividade.

15. Documentações de Instalações Elétricas A NR 10 indica uma grande quantidade de documentos que devem ser elaborados e mantidos à disposição dos trabalhadores e autoridades competentes. Primeiramente a norma indica a necessidade de manter os diagramas unifilares com as especificações do sistema de aterramento e dispositivo de proteção das instalações elétricas. A norma instituiu o Prontuário de Instalações Elétricas que é um resumo dos principais documentos relacionados à instalação elétrica. Para saber se a instalação precisa ter o prontuário, o requisito é que se a carga instalada for superior a 75KW deve constituir o prontuário. O Prontuário é diferente para empresas integrantes e não integrantes do Sistema Elétrico de Potência (SEP), para as empresas que não são integrantes do SEP, o prontuário deve conter: •

Diagramas unifilares atualizados;



Procedimentos de segurança relacionados à NR 10 com descrição das medidas de controle existentes;



Laudo do sistema de proteção contra descarga atmosférica e do sistema de aterramento elétrico.



Especificação dos EPIs, EPCs e ferramental aplicável;



Certificados e documentos comprovando a qualificação, habilitação, capacitação e autorização dos trabalhadores;



Laudo dos ensaios dos EPIs e EPCs;



Certificações dos equipamentos e materiais elétricos que estejam instalados em áreas com risco de explosão.



Relatório técnico com as inspeções atualizadas dos itens anteriores.

Para empresas que fazem parte do SEP o prontuário deve conter mais dois documentos: •

Descrição dos procedimentos para emergência;



Certificação dos EPIs e EPCs;

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Para empresas que não atuam no SEP, mas em suas proximidades, devem possuir no seu prontuário: •

Procedimentos de segurança relacionados à NR 10 com descrição das medidas de controle existentes;



Especificação dos EPIs, EPCs e ferramental aplicável;



Certificados e documentos comprovando a qualificação, habilitação, capacitação e autorização dos trabalhadores;



Laudo dos ensaios dos EPIs e EPCs;



Descrição dos procedimentos para emergência;



Certificação dos EPIs e EPCs;

A norma define que um profissional formalmente indicado pela empresa é quem deve elaborar, organizar e mantê-lo atualizado. O projeto das instalações elétricas faz parte da documentação exigida, o projeto não está no prontuário, mas deve ser mantido atualizado e à disposição para consulta. As ordens de serviço são documentos exigidos pela NR 10 e tem como função documentar a execução de determinado serviço. A NR 10 determina a necessidade de elaboração de procedimentos de trabalhos. O Plano de emergência da empresa deve conter ações a serem tomadas na ocorrência de uma emergência.

16. Rotinas de Trabalho Para realização do trabalho, o profissional respeita uma rotina com sequência de atividades para atingir um objetivo, pode ser feito de várias maneiras. Estas diversas maneiras de se realizar um trabalho podem ser executadas com ou sem segurança, algumas questões tratadas a seguir são estabelecidas na NR 10 para que a atividade seja realizada com segurança.

Instalações desenergizadas; Para executar serviços com a rede desenergizada é necessário ter a autorização de serviço e executar a sequencia de tarefas: •

Utilização de EPIs;

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Utilização de ferramental específico para cada tarefa;



Sinalizar o local;



Isolar o local;



Testar se existe energia elétrica;



Aterrar o local;



Executar o trabalho com muita atenção;

Após o serviço, deve ser realizado o inverso, retirar o aterramento, retirar a isolação, retirar a sinalização e em seguida energizar o local.

Liberação para serviços; O trabalhador é liberado para o serviço quando possui todos os cursos solicitados, tais como, eletricidade básica, NR 10, trabalho em altura (caso trabalhe nestas condições), curso de primeiros socorros entre outros. Além destes cursos o trabalhador precisa passar por uma série de exames médicos e ser liberado pelo médico do trabalho para executar a tarefa específica. A empresa através do engenheiro de segurança do trabalho ou do engenheiro eletricista precisa emitir uma autorização de trabalho indicando o que o trabalhador pode e o que não pode fazer. Só após a autorização do engenheiro, com a autorização do médico do trabalho e com os cursos específicos, o trabalhador pode executar as tarefas autorizadas.

Sinalização; Sinalizar o local de trabalho é de extrema importância. É um método visual de fazer as pessoas olharem a sua volta, mostrando que tem pessoas trabalhando no local e é necessário atenção. O procedimento é fácil: •

Analisar o local de trabalho: risco de atropelamento, presença de animais, insetos, existência de obstáculos fixos ou móveis;



Sinalizar a área de trabalho: utilizar cones, bandeirolas, placas;



Isolar área de trabalho: utilizar fita de sinalização;

Para retirada da sinalização, deve-se observar o fluxo de veículos, a presença de pessoas ao redor da área de trabalho, retirar a fita de sinalização e em seguida retirar os cones, as bandeirolas e as placas.

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Inspeções de áreas, serviços, ferramental e equipamento; Todo serviço na área elétrica é perigoso, pode ter perigo alto ou pequeno. Além de todos os cursos exigidos para trabalhar nesta área é necessário que o trabalhador domine o que está fazendo, caso não domine, deve solicitar que outro faça. O trabalhador deve sempre inspecionar a área de serviço antes de começar a realizar o trabalho, verificar os perigos que vai ter pela frente, verificar se não existem insetos no local, a limpeza do local, condições das instalações, se as conexões estão corretas entre outros. Realizar a APR é um método de verificar a área de trabalho. Inspecionar o ferramental e o equipamento é a primeira coisa a se fazer todos os dias. Os EPIs devem estar em boas condições de uso e limpos. As ferramentas devem ser isoladas para o serviço específico, devem estar com o isolamento em perfeito estado, sem cortes, sem quebrados. Qualquer problema que tenha deve ser avisado na empresa para que providenciem a troca. Inspecionar o serviço deve ser função da empresa, como o serviço em eletricidade sempre deve ser executado em duas pessoas, uma deve inspecionar o serviço da outra, não é uma cobrança, mas sim uma inspeção para evitar acidentes. Cabe a todos a segurança nos serviços, avistando um problema deve ser comunicado imediatamente.

17. Considerações Finais ▪

Principal norma para setor elétrico;



Aplica-se nas fases de geração, transmissão, distribuição e consumo;



Etapas de projeto, construção, montagem, operação e manutenção das instalações Elétricas;



Estabelece requisitos e condições mínimas para garantir segurança e saúde dos trabalhadores.

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