Tcc - Final - 01.12.2016

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UNIVERSIDADE TIRADENTES

CÁSSIO TAWANDERSON DOS SANTOS DAVID RAFAEL LUCIO FEITOSA

UTILIZAÇÃO DE LAJES NERVURADAS EM EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS

ARACAJU 2016

CÁSSIO TAWANDERSON DOS SANTOS DAVID RAFAEL LUCIO FEITOSA

UTILIZAÇÃO DE LAJES NERVURADAS EM EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS

Trabalho

de

conclusão

de

curso

apresentada à Universidade Tiradentes como um dos pré-requisitos para a obtenção do grau de bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Professor D. Sc. Emerson Figueiredo dos Santos

ARACAJU 2016

CÁSSIO TAWANDERSON DOS SANTOS DAVID RAFAEL LUCIO FEITOSA

UTILIZAÇÃO DE LAJES NERVURADAS EM EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS

Monografia apresentada ao Curso de Engenharia Civil da Universidade Tiradentes – UNIT, como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Engenharia Civil.

Aprovada em ____/______/______ Banca Examinadora

_______________________________________________ Professor: D. Sc.. Emerson Figueiredo dos Santos Universidade Tiradentes

_______________________________________________ Professor: M. Sc. Vinicius Costa Correia Universidade Tiradentes

______________________________________________ Professor: M. Sc. Rodolfo Santos da Conceição. Instituto Federal de Sergipe

Quem sabe o que planta, não tem medo da colheita. (EX)

AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a DEUS por ter me dado sabedoria, força, dedicação e persistência nessa jornada de 5 anos, a todos que estiveram presente de uma forma ou de outra mandando vibrações positivas, ao Professor Emerson pela paciência na orientação deste trabalho, a todos os professores e profissionais desta instituição, a meus amigos Danilo, Leonardo, Alan, Igor e Ayrtinho, por terem tido paciência e me deram apoio de maneira direta e indireta nesses 5 anos, a Priscila Marinho por ter me dado todo suporte e suportado meus estresse em uma parte dessa vitoria,a Paula Morgana que sempre me ajudou em todos os momentos, a Sannany por ter incentivado no inicio dessa jornada, a minha tia Rosana que contribuiu bastante até com uma calculadora no início do curso, a toda minha família que contribuiu com essa conquista, tios, tias, avós, avôs, primos e primas, a todos meus irmão David, Tawana, Junior e Cassiele que me deram todo apoio e foram extremamente importante para essa conquista, a meu grande pai que contribuiu de todas as formas possíveis para que esse sonho se tornasse real e por fim a minha grande rainha Diva que sempre acreditou em meu potencial, sempre fez o possivel e o impossivel que sem a insistência dela não teria alcançado esse objetivo e ao meu pequeno príncipe João Gabriell minha principal fonte de inspiração, obrigado a todos vocês essa conquista é nossa. “Cássio Tawanderson dos Santos”

Primeiramente uma eterna gratidão a Deus, pois sem ele não teria chegado onde estou. Agradeço ao Professor D. Sc. Emerson Figueireido dos Santos pelo incentivo, paciência e compreensão do nosso trabalho. Agradeço a minha mãe Crisley Madelon Lucio, minha guerreira, heroína, que sempre fez o melhor por mim, que me disciplinou, que me ensinou a nunca desistir daquilo que tive vontade e incentivou superar meus obstáculos. Mulher batalhadora, digna que tenho orgulho de ter tido como mãe, você foi, e será sempre a melhor coisa da minha vida. A Luciano por estar ao lado de minha mãe nos apoiando em todos os momentos. A minha tia Shirley Lucio, e minha avó Gasparina Lucio, que durante toda jornada estiveram presentes durante esses cincos anos torcendo por mim e me apoiando quando precisei. Aprendi muito com vocês, sempre leais e sinceras comigo. Obrigado muito! Amo vocês! Ao meu Tio Erley que apesar de estar distante, me auxiliou muito! A minha tia Jadna que acreditou em mim. Meus primos: Thais, Eric, pelo carinho, atenção, pessoas no qual cresci juntos, sei que em breve vocês chegarão lá. Ao meu amigo prof. Dr. Fabio por ter sido um alicerce em minha formação acadêmica, com suas aulas e conselhos. Minha madrinha Maria, uma pessoa admirável e generosa no qual tive sorte de tê-la. Agradeço de coração a meu padrinho Manuel Lucio, que tenho uma grande admiração como pessoa, que sempre zelou pelos meus estudos, um homem de caráter e honesto. Gosto muito de você e sua mãe! (Madrinha). Aos meus primos, primas, tios e tias, com destaque para Batista, Joana e Flavio que apesar de ausência torceram muito por mim. Venho agradecer a meu pai Erivaldo Alves Feitosa pelas palavras de incentivo, sempre tentando me mostrar que tenho que conquistar meus objetivos pelos meus próprios méritos. Aos meus irmãos Aos amigos de minha infância pelo grande incentivo. E não poderia deixar de agradecer aos amigos do colégio e faculdade por estarem sempre juntos, nos melhores e nos momentos mais difíceis que vivemos nessa trajetória. Aos mestres, por dedicarem seu tempo e sabedoria para que minha formação fosse um aprendizado de vida. Enfim, muito obrigado!

“David Rafael Lucio Feitosa”

RESUMO

O presente trabalho apresenta de uma forma generalizada as aplicações das lajes nervuradas em edifícios residenciais, abrangendo sua origem, tipos de lajes nervuradas, características, suas vantagens e desvantagens, materiais utilizados, os critérios de dimensionamento e seus aspectos geometricos, metodos construtivos e suas economias. Foram citados os materiais de enchimentos que são utilizados no processo construtivo das lajes pré-moldadas e moldadas no local. Foi utilizada a NBR 6118 como referencia para os aspectos geométricos citados nesta pesquisa. Foi constatado que a laje nervurada gera uma economia significativa em relação as demais lajes com a mesma eficácia e segurança das demais. Dispensam o concreto desnecessário e consequentemente diminui sua armadura, vencendo grandes vãos e dispensando a utilização de vigas gerando assim uma economia considerável. Economia esta que envolve somente entre a comparação as lajes, mas deve-se levar em consideração a construção do empreendimento na sua totalidade para ver o orçamento final e assim definir qual o melhor projeto a ser executado. Foi citada uma comparação do orçamento entre a laje maciça e laje nervurada na execução de um edifício de 3 andares que serviria para uma garagem que ficaria anexada a um edifício de 15 pavimentos tipos, térreo e dois subsolos, mostrou uma economia de aproximadamente 12,4% do sistema de laje nervurada em relação a laje convencional.

Palavras-chaves: Concreto armado; Processo Construtivo; Lajes Nervurada.

ABSTRACT

The present study presents in a general way the applications of ribbed slabs in residential buildings, covering its origins, types of ribbed slabs, characteristics, advantages and disadvantages, utilized materials, the criteria for sizing and geometrics aspects, constructive methods, and economic aspects. The materials of pouring which are utilized on the constructive process in pre-cast slabs and molded on-site were referred. The Brazilian Norm NBR 6118 was used as a reference for the geometric aspects referred on this research. It was found that ribbed slabs generate a significant economy related to the other slabs, keeping the same effectiveness and security as the others. They discard unnecessary concrete and consequently decrease the number of reinforcement used, overcoming large spans and dispensing the use of beams, therefore generating a considerable economy. This economy is usually only related to other types of slabs, but it should be taken into consideration when establishing the final budget and defining the best project to be executed. For this study, a budget comparison between the uses of solid concrete slabs and ribbed slabs in the construction of a three-story building which would be used as parking space and would be attached to a building, with 15 standard floors, ground floor, and two underground floors, was analyzed and cited. The budget comparison presented an economy of approximately 12,4% on the ribbed slab system in relation to the conventional slab.

Key words: Reinforced concrete, Constructive Process, Ribbed slabs

Lista de Figuras Figura 2.1 – Seção típica de laje nervurada moldadas no local .....................03 Figura 2.2 – Laje nervuradas com de EPS .....................................................05 Figura 2.3 – Montagem da forma para lajes moldadas no local .....................05 Figura 2.4 – Dimensões na seção transversal de lajes nervuradas ...............07 Figura 2.5 – Vão efetivo de lajes ....................................................................08 Figura 2.6 – Lajes pré-moldadas ....................................................................10 Figura 2.7 – Lajota cerâmica e bloco EPS .....................................................11 Figura 2.8 – Vigotas pré-moldadas .................................................................11 Figura 2.9 – Laje alveolar ...............................................................................12 Figura 2.10 – Laje pré-moldada tipo PI ou duplo T ........................................13 Figura 2.11 – Lajota cerâmica .......................................................................19 Figura 2.12 – Bloco EPS para laje pré-moldada ...........................................20 Figura 2.13 – Sistemas de formas aplicadas nas lajes nervuradas ..............21 Figura 2.14 – Detalhes das armaduras de distribuição positiva ....................23 Figura 2.15 – Disposição das armaduras .......................................................23 Figura 2.16 – Perspectiva e são típica de armadura em treliça....................24 Figura 3.1 – Escoramento de uma laje nervurada .........................................26 Figura 3.2 – Escoramento do tablado de madeira ..........................................27 Figura 3.3 – Sistema de escoramento de uma laje nervurada .......................27 Figura 3.4 – Engrossamento da laje nos pontos de momento negativo .........29 Figura 3.5 – Posicionamento dos moldes para lajes moldada “in loco”..........29 Figura 3.6 – Laje nervurada moldada “in loco” ...............................................30 Figura 3.7 – Armadura e espaçadores plásticos ............................................31 Figura 3.8 – Cabos de protensão da laje ........................................................32

Figura 3.9 – Detalhe da extremidade de ancoragem da protensão da laje ...32 Figura 3.10 – Fase de cura em lajes de nervuradas semi-escoradas.............33 Figura 3.11 – Execução da laje nervurada pré-moldada ................................34 Figura 3.12 – Detalhe da interface com a tubulação elétrica .........................35 Figura 3.13 – Armadura de distribuição ..........................................................36 Figura 3.14 – Concretagem da laje nervurada ...............................................37

Lista de Tabelas Tabela 2.1 – Classe de agressividade ambiental ..........................................16 Tabela 2.2 – Resistência do concreto e fator água-cimento .........................17 Tabela 2.3 – Classe de agressividade e cobrimento nominal .......................18 Tabela 2.4 – Altura do elemento de enchimento e total da laje .....................21 Tabela 3.1 – Comparação dos gastos entre laje maciça e nervurada ...........38

SUMÁRIO 1 - INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1 1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 2 1.3 APRESENTAÇÃO ................................................................................................................ 2 2. DESENVOLVIMENTO ............................................................................................................... 3 2.1. TIPOLOGIA DAS LAJES NERVURADAS .............................................................................. 3 2.1.1. LAJES NERVURADAS MOLDADAS “IN LOCO”............................................................ 4 2.1.1.1. CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS ..................................................................... 6 2.1.1.2. RECOMENDAÇÕES DA NORMA BRASILEIRA NBR 6118.03 ................................ 6 2.1.1.3. DIMENSÕES LIMITES.......................................................................................... 6 2.1.1.4. VÃOS EFETIVOS.................................................................................................. 8 2.1.1.5. ABERTURAS........................................................................................................ 9 2.1.1.6. ARMADURA DE DISTRIBUIÇÃO E ESTRIBOS....................................................... 9 2.1.2. LAJES NERVURADAS PRÉ-MOLDADAS .................................................................... 10 2.2. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO SISTEMA DE LAJES NERVURADAS......................... 13 2.3. MATERIAIS UTILIZADOS ................................................................................................. 15 2.3.1 CONCRETO ............................................................................................................... 15 2.3.2. MATERIAL DE ENCHIMENTO .................................................................................. 18 2.3.3. ARMADURA ............................................................................................................ 22 3. MÉTODOS CONSTRUTIVOS ................................................................................................... 25 3.1. LAJE NERVURADA MOLDADA NO LOCAL....................................................................... 25 3.2. LAJES PRÉ-MOLDADAS................................................................................................... 34 3.3 ANÁLISE ECONOMICA..................................................................................................... 37 4. CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 39 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................ 41

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1 - INTRODUÇÃO

Com o mercado da construção civil cada vez mais competitivo, é necessário que se busquem saídas para reduzir o tempo de execução e, principalmente, os gastos que envolvem a construção de um edifício. As indústrias do setor estão sempre investindo na procura de novas técnicas que evitam os desperdícios, aliviando assim o preço final do empreendimento. Neste sentido, as lajes podem ser consideradas o principal alvo do setor, devido às sua extensão e volume de concreto utilizado. Existem variados tipos de lajes de concreto armado como lajes maciças, nervuradas, protendidas, mistas entre outras. Assim, a escolha do tipo de laje apropriada deve levar em conta aspectos construtivos, de projeto e custo. Neste sentido, as lajes nervuradas vêm ganhando espaço ao longo dos anos, não apenas em ambientes de grandes vãos (comumente utilizadas), mas também em edifícios residenciais. A origem da concepção de lajes nervuradas data do ano de 1854, quando o engenheiro civil britânico William Boutland Wilkinson patenteou um sistema em concreto armado de pequenas vigas regularmente espaçadas (citar fonte), que, por sua vez, são solidarizadas entre si e pela laje. Essas vigas, também chamadas nervuras, têm a função de enrijecer a laje, denominada mesa. De acordo com a NBR- 6118:2014, lajes nervuradas são definidas como lajes moldadas no local ou com nervuras pré-moldadas, onde a região que está sendo tracionada é constituída por nervuras e material inerte entre as mesmas. As lajes nervuradas unidirecionais devem ser calculadas segundo a direção das nervuras, desprezadas a rigidez transversal e a rigidez à torção. Apesar disso, pode-

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se considerar a referida laje como um sistema estrutural tipo grelha que suporta uma laje de pequena espessura.

1.2 OBJETIVOS

Destacam-se entre os principais objetivos deste trabalho: 

Apresentar os mais abrangentes tipos de lajes nervuradas de concreto;



Características geométricas definidas por norma;



Apresentar os aspectos construtivos da laje nervurada;



Vantagens e desvantagens para o uso desse tipo de laje;



Métodos construtivos;

1.3 APRESENTAÇÃO

Este trabalho aborda os diferentes tipos de lajes nervuradas desenvolvida atualmente na construção civil. No capítulo 2, são apresentadas as tipologias da laje, sistema estrutural, aspectos geométricos, vantagens e desvantagens. Já no capítulo 3 são abordados os métodos construtivos da laje nervurada, suas aplicações em edifícios residenciais e análise econômica. E, por fim, o capítulo 4 apresenta uma conclusão obtida na elaboração do trabalho realizado.

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2. DESENVOLVIMENTO

Entende-se como lajes nervuradas o conjunto de nervuras e mesa de concreto, além da presença ou não do material de enchimento (Figura 2.1). Comumente, a nervura fica localizada na parte inferior e a mesa de concreto na parte superior, mas existem outros tipos não muito utilizados que são as lajes nervuradas invertidas, onde as nervuras ficam na parte superior e a mesa de concreto na parte inferior. Além destas, existem as lajes nervuradas duplas quando as nervuras ficam entre duas mesas de concreto.

Figura 2.1 – Seção típica de laje nervurada moldadas no local Fonte: https://www.ufrgs.br/eso/content/?cat=5&paged=5

2.1. TIPOLOGIA DAS LAJES NERVURADAS

Depreende-se como tipologia das lajes nervuradas as várias modalidades de lajes e seu comportamento estático. Divide-se, basicamente, em dois grupos de lajes:- Lajes nervuradas moldadas “in loco”; - Lajes nervuradas pré-moldadas Apesar de haver semelhança no funcionamento de ambos, existem algumas diferenças principalmente quanto à execução.

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2.1.1. LAJES NERVURADAS MOLDADAS “IN LOCO”

As lajes nervuradas moldadas “in loco” (Figura 2.2) são executadas em toda sua totalidade na obra, na posição definitiva. Sua principal vantagem é a continuidade dos elementos componentes da laje, fazendo com que suas nervuras trabalhem como grelha de vigas. A tendência é cada vez mais a utilização desse tipo de laje, por conta da redução do consumo de concreto, sendo mais econômica que a laje maciça, devido a sua economia de concreto e compensados, agilidade na execução e sua mão-deobra não precisa de técnicas específicas (CARVALHO, 2009). As vantagens das lajes nervuradas são mais notórias quando utilizadas em grandes vãos, onde uma laje maciça pode apresentar elevada espessura, resultando num deslocamento da linha neutra em direção da sua face superior. Com isso, uma grande massa de concreto, localizada abaixo da linha neutra, fica sujeita à tração, desprezada quando da fase de dimensionamento. Esta massa de concreto, não considerada na resistência da laje, atua como sobrecarga para a estrutura. A retirada, pois, da massa excedente não apenas alivia o peso, como também pode aumentar a capacidade de carga. Costumeiramente, as lajes nervuradas eram executadas no local utilizando o EPS (isopor) como material inerte (também dito enchimento) para preenchimento dos espaços vazios (ver Figura 2.2). Além da dificuldade de posicionamento e fixação dos blocos de EPS, estes, em sua grande maioria, não eram reutilizados. Não raro, eram utilizados blocos cerâmicos como material de enchimento.

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Figura 2.2 – Laje nervurada com uso de EPS. O avanço desse método construtivo culminou na utilização de moldes reutilizáveis fabricados em material polimérico (Figura 2.3). Mais recentemente, o uso da protensão potencializou as vantagens do método construtivo.

Figura 2.3 – Montagem da forma para lajes moldadas no local. Fonte: Próprio Autor

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2.1.1.1. CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS

As determinações das lajes nervuradas são feitas através de estudos adquiridos por engenheiros, experiência profissional ou de acordo com as recomendações das normas, devendo sempre respeitar as dimensões mínimas exigidas.

2.1.1.2. RECOMENDAÇÕES DA NORMA BRASILEIRA NBR 6118.03

Serão reproduzidas a seguir as recomendações da NBR 6118:2003 quanto às dimensões limites, vão efetivos e aberturas para as lajes nervuradas, sem distinção se armadas em uma ou em duas direções, vale ressaltar que algumas recomendações são semelhantes às lajes maciças.

2.1.1.3. DIMENSÕES LIMITES

a) Espessura da mesa (hf):

Quando não tubulações horizontais embutidas, hf, deve ser maior ou igual a 1:15 da distância entre nervuras e não menor que 3 cm; Quando existirem tubulações embutidas de diâmetro máximo 12.5 mm, o valor mínimo absoluto de hf deve ser de 4 cm.

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b) Espessura das nervuras (bw):

A espessura das nervuras não desse ser inferior a 5cm; Não é permitido o uso de armadura de compressão em nervuras de espessura inferior a 8 cm.

c) Espaçamento entre nervuras:

Para as lajes com espaçamento entre eixos de nervuras menor ou igual a 65 cm, pode-se dispensar a verificação da flexão, e para verificação do cisalhamento da região das nervuras, utiliza-se os critérios de laje; Para lajes com espaçamento entre eixos de nervuras entre 65 cm e 110 cm, pede-se a verificação da flexão da mesa e as nervuras devem ser verificadas ao cisalhamento como vigas; Para lajes nervuradas com espaçamento entre eixos maior que 110 cm, a mesa deve ser projetada como laje maciça, apoiada na grelha de vigas, sempre obedecendo os seus limites mínimos de espessura. Na figura 2.1.1.3 observa-se algumas dessas recomendações.

Figura 2.4 – Dimensões na seção transversal de lajes nervuradas Fonte: (NBR 6118:2003)

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Sendo: bw ≥ 5 cm hf ≥ 3 cm ≥ a:15 (quando não houver tubulação horizontais embutidas) hf ≥ 4 cm (quando existirem tubulações embutidas)

2.1.1.4. VÃOS EFETIVOS

Neste segundo item, quando os apoios puderem ser considerados suficientemente rígidos quanto à translação vertical, o vão efetivo das lajes deve ser calculado pela seguinte expressão: 𝑙𝑒𝑓 = 𝑙𝑜 + 𝑎1 + 𝑎2 Com a1 igual ao menor valor entre (t1:2 e 0.3h) e a2 igual ao menor valor entre (t2:2 e 0.3h), conforme indicado na figura 2.1.1.4.

Figura 2.5 – Vãos efetivos de lajes. Fonte: (NBR 6118:2003)

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2.1.1.5. ABERTURAS

Os furos ou aberturas executadas em qualquer elemento estrutural dão origem à concentração de tensões que podem ser prejudiciais, por conta disso, considera-se que os furos têm dimensões pequenas em relação ao sistema estrutural, enquanto as aberturas não. Entretanto as aberturas em lajes normalmente são necessárias, principalmente para dar passagem às instalações hidrossanitárias. Segundo a NBR 6118:2003 as aberturas devem haver um limite previsto, devendo atender as seguintes condições: 

As dimensões da abertura devem corresponder no máximo a 1:10 do vão menor (lx) (Figura 2.1.1.5);



A distância entre a face de uma abertura e uma boda livre da laje deve ser igual ou maior que 1:4 do vão, na direção considerada;



A distância entre faces de abertura adjacentes deve ser maior que a metade do menor vão.

2.1.1.6. ARMADURA DE DISTRIBUIÇÃO E ESTRIBOS

De acordo com a NBR 6118:2003 estabelece que a armadura secundária de flexão em lajes deve ser superior ou igual a 20% da armadura principal, devendo-se manter ainda um espaçamento entre as barras de 33cm, está norma estabelece também, para as lajes armadas em uma direção, que está armadura por metro, deve ser superior a 0.9 cm².

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2.1.2. LAJES NERVURADAS PRÉ-MOLDADAS

As lajes nervuradas pré-moldadas são, em geral, unidirecionais e apresenta nervuras do tipo vigotas, lajes alveolares e duplo T. As lajes do tipo vigota podem ser do tipo trilho ou treliçada (CARVALHO, 2007). Esse tipo de laje é amplamente utilizado em edificações residenciais, devido os pequenos vãos a serem vencidos (até 5m) e também por conta do baixo custo de produção, simples execução, segurança. Com isso as lajes nervuradas prémoldadas se inserem nesse contexto de serem largamente utilizadas em edificações de médio e pequeno porte. (CARVALHO & FIGUEIREDO FILHO, 2004). Um exemplo clássico são as lajes pré-moldadas residenciais (Figura 2.6). Método muito conhecido que utiliza vigotas pré-moldadas espaçadas por filas de material de enchimento tipo lajota cerâmica ou blocos de EPS (ver Figura 2.7).

Figura 2.6 – Lajes nervuras pré-moldadas.

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Figura 2.7 – Lajota cerâmica e bloco EPS Fonte: http://www.isoform.com.br/images/i702239.jpg

As vigotas constituem as nervuras do sistema. Com o passar dos anos, as vigotas (Figura 2.8) tipos trilhos foram sendo substituídas pelas vigotas treliçadas, tornando o sistema mais confiável, uma vez que grande parte desta peça é constituída pelo concreto lançado na obra. Desta forma, pode-se garantir uma continuidade entre nervura e capa de concreto (mesa). A vigota tipo trilho, além de dificultar a aderência entre concreto existente e o lançado na obra, não se tinha controle da armadura, do cobrimento e da qualidade do concreto empregado na construção deste tipo de vigota.

Figura 2.8 – Vigotas pré-moldadas (FRANCA & FUSCO,1997)

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Outro tipo de laje pré-moldada são as lajes alveolares (Figura 2.9). Geralmente pré-moldadas, são painéis pré-moldados de concreto, que possuem seção transversal com altura constante e alvéolos em seu comprimento (vazios com seção circular, devido ao tubo utilizado na forma), responsáveis pela redução do peso da peça. Esse tipo de laje comumente utilizado em grandes vãos. Vale ressaltar que este tipo de laje pode ser utilizado conjuntamente com a protensão. O sistema de lajes alveolares tem inúmeras vantagens como, por exemplo, a dispensa de serviços de carpintaria, facilidade de estocagem, transporte e montagem, dispensa de escoramento, redução de serviços na obra. Em situações que os vãos a serem vencidos sejam considerados grandes, este tipo de laje é bastante utilizado, tendo como uma desvantagem sua mão-de-obra devem ter treinamentos específicos.

Figura 2.9 – Imagem ilustrativa de uma laje alveolar. Fonte: http://www.concrelaje.com.br/wpcontent/uploads/2016/06/imgproduto_26.jpg

A laje Pi (Figura 2.10), assim chamada devido à sua seção transversal assemelhar-se ao formato da letra grega, é confeccionada em concreto armado pré-

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moldado com nervura longitudinal com o formato de duplo T. Possuem diversas alturas e comprimentos determinados através da sobrecarga necessária para cada tipo de obra. Utilizada em grandes vãos proporcionando rapidez na sua colocação. Não necessita de elementos de enchimento e escoras para concretagem.

Figura 2.10 – Laje pré-moldada tipo PI ou Duplo T. Fonte: http://www.concrelaje.com.br/wp-content/uploads/2016/06/imgproduto_25.jpg

2.2. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO SISTEMA DE LAJES NERVURADAS

Talvez uma das mais significativas vantagens da laje nervurada é a redução do volume de concreto, sem perda da capacidade de carga. A busca incessante pela redução de volume de concreto está mais focada nas lajes, por ser um elemento estrutural de dimensões maiores que os outros elementos. A redução de concreto acarreta em diminuição da carga devido ao peso próprio, aliviando as cargas transferidas às fundações.

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O sistema de grelha, proporcionado pelas nervuras, que enrijecem a laje (mesa) de concreto de pequena espessura, confere à laje nervurada uma elevada capacidade de carga, o que permite vencer grandes vãos, diminuindo a quantidade de pilares, liberando espaços, o que é vantajoso em locais como garagens, onde os pilares, além de dificultarem as manobras dos veículos. Ainda na vertente estrutural, sua altura confere rigidez lateral à estrutura global do edifício, resultando em pequenos deslocamentos laterais, induzidos pelo vento. Além disso, a elevada rigidez da laje propicia redução de rotação nos pilares, reduzindo os efeitos de segunda ordem, reduzindo a excentricidade da carga transferida pela viga. Em decorrência disso, o resultado é a uso de pilares com dimensões menores. São também adequadas ao sistema de lajes sem vigas, em que podem ser necessárias regiões maciças apenas nas regiões dos pilares, onde há grande concentração de tensões. As lajes nervuradas são de fácil execução, por conta do simples manuseio e montagem, e se bem executadas e dimensionadas, funcionam adequadamente e com segurança (CARVALHO, 2009). A altura da laje e os vazios decorrentes da ausência de material de enchimento resultam num acúmulo de ar entre a laje e o forro que confere ao ambiente um conforto térmico. Em contra-partida, pode-se constituir uma desvantagem o aumento do gabarito da edificação, em decorrência da necessidade de altura da laje nervurada. Quando prescinde o material de enchimento, as lajes nervuradas apresentam grande superfície de exposição aos agentes deletérios. Por isso, devese utilizar de rigor na execução.

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Em lajes residenciais, a utilização de forros torna-se imperativa, devido a fatores estéticos. A utilização de forros pode dificultar a fixação de elementos mais pesados, como lustres, demandando demolição parcial do forro para execução do serviço. O posicionamento de tubulações hidro-sanitárias é restringido e limitado aos espaços deixados pela laje nervurada. Comumente, nas proximidades da viga, há um engrossamento da laje, dificultando o posicionamento de tubulações sanitárias. Em adição, a elevada altura da laje nervurada demanda um aumento da altura dos ralos, necessitando de eventuais adequações, seja pela obra seja pelo fabricante. Por apresentar, em geral, nervuras e mesas de pequenas espessuras, não se recomenda a fixação de materiais ou equipamentos por meio de chumbadores, podendo acarretar em quebra local do concreto, expondo a armadura às intempéries.

2.3. MATERIAIS UTILIZADOS 2.3.1 CONCRETO

Concreto é basicamente a composição da mistura de aglomerante, água, agregados graúdo e miúdo, sendo que o aglomerante (cimento), ao ser hidratado pela água, forma uma pasta resistente e aderente aos fragmentos de agregados (pedra e areia), formando um bloco monolítico. O diâmetro máximo do agregado não deve ser superior a 1/3 da espessura da mesa (NBR 6118:2014). No preparo, um ponto crítico é o cuidado que se deve ter com a dosagem da quantidade da água utilizada, pois ela é a responsável por dar a reação química que transforma o cimento em uma pasta aglomerante. Se sua quantidade for muito

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baixa a reação não ocorrerá por completo e se for superior a ideal, a resistência diminuirá em função dos poros que ocorrerão quando este excesso evaporar. A relação entre água e cimento utilizados na dosagem, é chamada de fator água/cimento (a/c). O concreto deve ter uma boa distribuição granulométrica a fim de preencher todos os vazios, pois a porosidade por sua vez tem influência na permeabilidade e na resistência das estruturas de concreto. A norma NBR 6118(2014) especifica para o concreto estrutural o valor mínimo de 20 MPa (200 kgf/cm2). Porém, o valor da resistência do concreto a ser especificado no projeto está relacionado com a classe de agressividade do ambiente no qual a estrutura está inserida. A tabela 2.1 indica o valor mínimo da resistência do concreto, bem como o máximo fator água-cimento de acordo com a classe de agressividade. A tabela 2.2 transcreve da NBR6118 (2014) a classificação das classes de agressividade de acordo com o tipo de ambiente.

Tabela 2.1 – Classe de agressividade ambiental. Fonte: NBR-6118 (2014)

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Tabela 2.2 – Indicação da resistência do concreto e fator água-cimento em função da classe de agressividade ambiental. Fonte: NBR6118 (2014)

A durabilidade dos edifícios de concreto armado depende principalmente da qualidade da espessura do concreto de cobrimento das armaduras. Cobrimento mínimo é a menor distância livre entre uma face da peça e a camada de barras mais próxima dessa face (inclusive estribos) e tem por objetivo impedir a ação da corrosão e do fogo nas barras, protegendo desses fatores externos. Para isso, além do cobrimento adequado, é importante que o concreto seja bem compactado. A NBR6118:2014 indica que o cobrimento deve ser respeitado ao longo de todo o elemento considerado e que se constitui num critério de aceitação. Para garantir o cobrimento mínimo (cmin) o projeto e a execução devem considerar o cobrimento nominal (cnom), que é o cobrimento mínimo (cmin) acrescido da tolerância de execução (Δc). Assim, as dimensões das armaduras e os espaçadores devem respeitar os cobrimentos nominais. Os valores de cmin para Δc = 5,0 mm, quando existe um adequado controle de qualidade e rígidos e limites de tolerância de variação de medidas, e este é o caso das vigotas pré-moldadas. Pode-se reduzir o valor de Δc para 5,0 mm.

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A Tabela 2.3 mostra a correspondência entre o cobrimento nominal e a classe de agressividade. Tabela 2.3 - Correspondente entre a classe de agressividade e cobrimento nominal para ∆c = 5,0 mm (adaptada da NBR 6118/14). Tipo de Estrutura

Concreto Armado Concreto Protendido(

Componente classe de agressividade ambiental (ver ou tabela 2.4) Elemento

I

Laje (2) Viga/Pilar

15 20

Todos

25

II Cobrimento 20 25 30

IV

III (3) nominal (mm) 30 35

40 45

40

50

1)

(1) Cobrimento nominal da armadura passiva que envolve a bainha ou os fios, cabos e cordoalhas, sempre superior ao especificado para o elemento de concreto armado, devido aos riscos de corrosão fragilizante sob tensão. (2) Para a face superior de lajes e vigas que serão revestidas com argamassa de contrapiso, com revestimentos finais secos tipo carpete e madeira, com argamassa de revestimento e acabamento tais como pisos de elevado desempenho, pisos cerâmicos, pisos asfálticos, e outros tantos, as exigências desta tabela podem ser substituídas pelo item 7.4.7.5 da NBR 6118/14 que prescreve: a) cnom≥ φ barra; b) cnom≥ φ feixe; c) cnom≥ 0,5 φ bainha , respeitado um cobrimento nominal ≥ 15 mm. (3) Nas faces inferiores de lajes e vigas de reservatórios, estações de tratamento de água e esgoto, condutos de esgoto, canaletas de efluentes e outras obras em ambientes química e intensamente agressivos deve-se ter obrimento nominal ≥ 45 mm

2.3.2. MATERIAL DE ENCHIMENTO

O material de enchimento não é considerado no cálculo da laje. Mesmo que não seja necessário para a resistência da laje, uma boa qualidade do material é importante para a segurança e para a forma acabada da estrutura. Logo, os blocos de enchimento são utilizados para preencher os espaços de lajes nervuradas, treliçadas e pré-moldadas com finalidade de reduzir o peso próprio e o consumo de concreto, não tendo nenhuma função estrutural. O uso de blocos cerâmicos como enchimento foi muito utilizado no processo construtivo. Porém, ainda conferia sobrecarga considerável à estrutura. Por isso, foi substituído por blocos de EPS, notadamente mais leves e fáceis de

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remoção. A estética da laje nervurada sem material de enchimento, apreciada por arquitetos, engenheiros e usuários, proporcionou o surgimento de formas reaproveitáveis.



Blocos cerâmicos

Geralmente usado em lajes nervuradas de vigotas pré-moldadas, devido a facilidade em sua execução. Tendo como desvantagens o elevado peso específico para um simples material de enchimento (ver figura 2.11)

Figura 2.11- Lajota cerâmica. Fonte: http://www.styrobia.com.br/lajota-de-ceramica/

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Bloco de EPS

Durante muito tempo o material de enchimento mais utilizado foi a lajota cerâmica. Hoje em dia o uso de EPS está se popularizando devido ao seu baixo peso e a facilidade de recorte para se adaptar a qualquer geometria dos vazios (ver figura 2.12). O intereixo no caso de lajotas cerâmicas é menor devido à pequena largura deste bloco.

Figura 2.12 – Aplicação de Bloco EPS para laje pré-moldada. Fonte: http://www.biglajes.com/laje_eps_unidirecional.html



FORMAS REAPROVEITAVEIS

Essas formas reaproveitáveis (figura 2.13) são feitas de polipropileno (mais comum) ou de metal. Seu formato em forma de tronco de pirâmide facilita a desmoldagem. A rigidez do material empregado evita deformações que possam alterar a forma geométrica da estrutura após o endurecimento do concreto.

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Figura 2.13 – Sistema de formas aplicadas nas lajes nervuradas. Fonte: Próprio autor.

Em função das alturas padronizadas dos elementos de enchimento, as alturas totais das lajes pré-fabricadas estão prescritas na Tabela 2.4.

TABELA 2.4- Alturas totais das lajes pré-fabricadas em função das alturas padronizadas dos elementos de enchimento (Fonte: CARVALHO e FIGUEIREDO FILHO, 2009) Altura do elemento de Altura total da enchimento laje (cm) (cm) 7,0 10,0 ; 11,0 ;12,0 8,0 11,0 ; 12,0 ; 13,0 10,0 14,0 ; 15,0 12,0 16,0 ; 17,0 16,0 20,0 ; 21,0 20,0 24,0 ; 25,0 24,0 29,0 ; 30,0 29,0 34,0 ; 35,0

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2.3.3. ARMADURA

As armaduras das lajes nervuradas estão dispostas na mesa, chamadas de armadura de distribuição; e nas nervuras, ditas armaduras longitudinais. A armadura de distribuição compreende uma malha/tela formada por barras de aço de pequeno diâmetro (diâmetro máximo de 8mm). Sua função é de combater a fissuração devido à retração do concreto que ocorre durante o processo de endurecimento, tornando-se mais pronunciado em elementos de laje devido à grande área exposta. Em geral, esse tipo de malha é de uso comercial, sendo as barras que a compõem soldadas entre si e dispostas em telas de tamanhos prédefinidos pelo fabricante. As armaduras principais são dispostas na parte inferior das nervuras e são responsáveis pela resistência à tração quando da flexão da laje. Dada a espessura das nervuras, a armadura positiva pode ser composta por até duas barras de aço, sendo observado o cobrimento definido em projeto. O dimensionamento estrutural de uma laje nervurada considera a nervura como uma viga tipo “T” trabalhando isoladamente das demais, ou seja, não considera a influência das vigas perpendiculares (efeito de grelha). A carga aplicada considerada equivale à parcela da área de influência delimitada pela mesa da viga “T”. Tal consideração resulta numa área de aço superior que a consideração do sistema tipo grelha, portanto, torna-se mais conservador. A Figura 2.14 apresenta um detalhe das armaduras de distribuição e principal. Na Figura 2.15 pode-se observar a aplicação da armadura em uma obra de edifício residencial.

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Figura 2.14 – Detalhe das armaduras de distribuição e positiva. Fonte: Próprio autor

Figura 2.15 – Disposição das armaduras de distribuição e principais de uma laje nervurada. (Fonte: Próprio autor) Para as lajes nervuradas unidirecionais, tipo pré-moldada, a armadura de distribuição apresenta a mesma função, ou seja, combater a fissuração devido à retração do concreto.

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Quanto à armadura principal, disposta nas nervuras, esta se apresenta em forma de treliça composta por: dois banzos inferiores, inseridos numa pequena camada de concreto; um banzo superior; e as diagonais que interligam os banzos. Tal esquema pode ser observado na Figura 2.16. Dependendo do carregamento aplicado e do vão, pode-se fazer necessária a utilização de ferros adicionais, dispostos ao lado dos banzos inferiores.

Figura 2.16 – Perspectiva e seção típica de uma armadura em treliça. Fonte: www.gerdau.com.br

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3. MÉTODOS CONSTRUTIVOS

O presente trabalho não se limitou apenas à pesquisa na literatura técnica a respeito dos métodos construtivos. Para evidenciar os conceitos aprendidos no decorrer da pesquisa, foi realizada visita técnica a uma obra de edifício residencial que utiliza o sistema de laje nervurada. A visita técnica teve como objetivo a vivência prática do sistema em epígrafe, bem como buscar particularidades observadas pela equipe de obra. A seguir são explanadas as etapas construtivas comumente utilizadas para confecção da laje nervurada.

3.1. LAJE NERVURADA MOLDADA NO LOCAL

As formas e escoramentos estão presentes no processo construtivo das estruturas de concreto armado, e tem como objetivo manter um molde rígido, sem deformação, e capaz de suportar não apenas o peso do concreto fresco, mas também o peso dos operários que participarão da concretagem. Os escoramentos dão suporte às formas de das lajes até que o concreto tenha chegado no processo de cura e obtenha resistência suficiente para absorver aos esforços solicitantes do peso próprio e ações oriundas da obra. Esses materiais são geralmente fabricados em madeira, que continua sendo o tipo de material mais utilizado comercialmente. Para o sistema de laje nervurada o que se notou durante a visita técnica, foi a utilização de escoras metálicas de altura regulável (ver Figura 3.1). Como pode ser observado na Figura 3.2, os pontaletes sustentam um sistema de vigamento em madeira, dispostos de forma ortogonais para sustentação do

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tablado de madeira. Vale ressaltar que o posicionamento dos pontaletes obedece aos critérios estabelecidos em projeto específico. A Figura 3.3 apresenta uma forma alternativa de escoramento das formas para as lajes nervuradas, mesclando os pontaletes e sistema tipo cavalete. O vigamento é feito por perfis metálicos.

Figura 3.1 – Escoramento de uma laje nervurada. Fonte: Próprio autor.

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Figura 3.2 – Escoramento do tablado de madeira. Fonte: Próprio autor.

Figura 3.3 – Sistema de escoramento de uma laje nervurada. Fonte: http://www.metax.com.br/aluguel-de-escoramentos-id-94

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Após o posicionamento do escoramento, procede-se a montagem do tablado com folhas de madeira tipo compensado. O processo de montagem compreende a sua fixação e nivelamento, geralmente feito com equipamento topográfico. Cabe ressaltar que este tablado ocupa toda a área do pavimento da edificação. Sobre este tablado são posicionados os moldes, vulgarmente chamados “cabaças”. Esses moldes são, em geral, feitos com material plástico, em formato de tronco de pirâmide com arestas arredondadas, para facilitar a sua desmoldagem. Sua disposição lado a lado, alinhadas com o auxílio de um sarrafo de madeira, dá forma às nervuras, e sua distribuição nos vãos entre as vigas também é estabelecido no projeto. Isso porque os vãos entre os moldes e as vigas devem ser preenchidos com concreto, não apenas pela falta de moldes de menor dimensão, mas também pela necessidade de área de compressão na parte inferior da laje em área de momentos negativos (ver Figura 3.4). A Figura 3.5 apresenta um vista panorâmica da montagem dos moldes sobre o tablado de madeira. Em termos de escoramento e de tablado, as lajes nervuradas não diferem da laje maciça, a qual requer configuração semelhante. Alternativamente, pode-se dispor de um sistema de vigamento onde os moldes podem ser apoiados diretamente, sem a necessidade de montagem de placas de madeira (Figura 3.6). Porém, deve-se avaliar o custo e o tempo dispendido na montagem, além de treinamento para qualificação de mão-de-obra. Com o objetivo de redução de material e tempo de serviço, pode-se propor a criação de moldes estruturados, dois-a-dois, apoiados nos quatros cantos extremos por pontaletes. O molde deve ter rigidez suficiente para não deformar

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quando da aplicação do concreto fresco e do peso dos operários. Tal rigidez pode ser garantida com a utilização de nervuras dispostas diagonalmente nos moldes.

ht

hf

mesa

b

nervuras

l0

- -

Figura 3.4 – Engrossamento da laje nos pontos de momento negativo. Fonte: Próprio autor.

Figura 3.5 – Posicionamento dos moldes para laje moldada “in loco”. Fonte: Próprio autor.

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Figura 3.6 – Lajes nervuradas moldadas. Fonte: http://dicasdeportugues.net/2013/10/o-que-e-laje-nervurada.html

A etapa seguinte compreende o posicionamento das armaduras, iniciada pela armadura principal (positiva) e, posteriormente, pelas armaduras negativas e de distribuição. Torna-se imperativo o uso de espaçadores para garantir o cobrimento especificado em projeto. Por ficarem posicionadas entre moldes, as armaduras positivas não sofrem ação dos operários quando da execução dos serviços inerentes ao processo construtivo, garantindo, assim, um cobrimento mais efetivo nas nervuras. De modo contrário, as armaduras de distribuição podem ter seu cobrimento prejudicado por movimentação desta armadura devido ao tráfego de operários. A Figura 3.7 apresenta o posicionamento das armaduras, bem como o uso de espaçadores plásticos.

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Figura 3.7 – Armadura e espaçadores plásticos na laje. Fonte: Próprio autor.

No caso da obra visitada, o sistema estrutural é composto de laje nervurada com aplicação de protensão (Figura 3.8). O sistema de protensão é do tipo pós-tração, ou seja, a aplicação de força de protensão era aplicada após a concretagem da edificação e após um período de tempo necessário ao concreto endurecido resistir tal força. Os cabos tipo cordoalha de bainha engraxada eram dispostos nas formas segundo alinhamento e elevação definidos em projeto. Cabe salientar que tais elevações, delineadas ao longo do comprimento do cabo, em geral, assemelha-se ao gráfico de momento fletor da laje. Além do cabo, são posicionadas, nos extremos dos elementos, as chapas de ancoragem do cabo (Figura 3.9).

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Figura 3.8 – Cabos de protensão da laje. Fonte: Próprio autor.

Figura 3.9 – Detalhe da extremidade de ancoragem da protensão da laje. Fonte: Próprio autor.

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Após aplicação de desmoldante nas formas plásticas e de madeira, procede-se a concretagem da laje. O tempo de aplicação e a vibração constituem-se etapas importantes nessa fase. O sarrafeamento da superfície do concreto fresco pode garantir a planicidade da laje nervurada. O processo de desmoldagem das formas inicia após o endurecimento do concreto. A desmoldagem, ou desforma, ocorre quatro dias após a concretagem. Como o vigamento, o tablado e os moldes serão reutilizados para confecção da laje do pavimento superior, procede-se, pois, a retirada das escoras e, em seguida, o reescoramento dos pontaletes metálicos dispostos a cada 1,5m², conforme pode ser observado na Figura 3.10.

Figura 3.10 – Fase de cura em lajes nervuradas semi-escoradas. Fonte: Próprio autor. De acordo com o engenheiro responsável pela obra visitada, este informou que a retirada definitiva do escoramento ocorre ao final de quatro semanas após a concretagem da laje. O engenheiro informou, ainda, o estado de semi-

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escoramento é mantido para dois pavimentos abaixo da laje que está em fase de cura. Isso para evitar deformação que acarretem aparecimento de trincas durante o processo de cura.

3.2. LAJES PRÉ-MOLDADAS

A seguir apresenta-se as etapas para a execução de pavimentos de lajes pré-moldadas. (Figura 3.11):

Figura 3.11 – Execução da laje nervurada pré-moldada (EL DEBS, 2000).

Lajes pré-moldadas

Nesse processo construtivo das lajes nervuradas inicia-se pelo transporte e colocação das nervuras, usando os próprios blocos de enchimento colocando nas extremidades das vigotas, garantido o espaçamento das mesmas. Logo após a

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colocação dos materiais de enchimento (Lajotas, EPS ou outros), inicia-se a aplicação da tubulação elétrica, tal como caixa de passagem (Figura 3.12)

Figura 3.12- Detalhe da interface com a tubulação elétrica, Téchne 68.

Feito isso, coloca-se as armaduras de distribuição e negativas, sempre respeitando a indicação do projetista (bitola, posição e quantidade), a armadura negativa deve ser apoiada e amarrada sobre a armadura de distribuição (Figura 3.13).

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Figura 3.13- Armadura de distribuição laje nervurada. Fonte: http://www.lajesjundiai.com.br/files/.thumbs/produtos/2.1_laje_trelicada_ceramica/jpg/640/i_c one_menu.jpg

Logo após a colocação das armaduras, começa a etapa da concretagem (Figura 3.14) da capa de concreto que deve ser feita de modo cuidadoso, sempre analisando alguns aspectos principais como adensamento e fase de cura EL DEBS (2000). E por fim depois da concretagem deve ser feita a retirada das escoras, de modo que o concreto adquira resistência suficiente, afim de evitar trincas e fissuras. Vale ressaltar que se houver múltiplos pavimentos o escoramento do piso inferior não deve ser retirado antes do término da laje superior.

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Figura 3.14 – Concretagem da laje nervurada Fonte: https://www.galaxcms.com.br/imgs_redactor/358/images/7.jpg

3.3 ANÁLISE ECONOMICA

Por conta dos diversos aspectos econômicos citados anteriormente nesta pesquisa, vimos que a laje nervurada gera além da redução do tempo de execução (montagem e desmontagem), gera uma economia bastante considerável em relação aos demais tipos de laje, pois comparada com os outros tipos utiliza-se uma menor quantidade de concreto, pois ela elimina aquele concreto desnecessário na zona tracionada e por te uma altura considerável e a mesma inercia acaba reduzindo a ferragem em relação as demais. Já que seu método construtivo, é dependente de escoras e formas acaba dispensando o uso de compensados (madeira) diminuindo consideravelmente o orçamento da construção. A construtora Altana quando desenvolveu um edifício de 15 pavimentos tipos, térreo e dois subsolos. A garagem deste edifício dispõe de uma garagem que contará com 3 pavimentos, uma comparação foi feita entre a laje nervurada e a laje convencional e foi constatada

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uma economia de 12,38% do primeiro sistema em relação ao segundo.

(http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacaoconstrucao/113/artigo298740-1.aspx)

A seguir segue a tabela de comparação entre a laje nervurada com a laje tradicional (tabela 3.1).

Tabela 3.1 – Comparação dos gastos entre as lajes maciças e lajes nervuradas. Fonte: http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacaoconstrucao/113/artigo298740-1.aspx

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4. CONCLUSÃO

Através de estudos e visitas técnicas feitas para obtenção de informação a respeito de lajes nervuradas em edifícios residenciais, conclui-se que esse modelo de laje vem sendo cada vez mais utilizado que os padrões tradicionais, devido sua economia e eficiência, tornando-se uma forte alternativa no mercado atual. Com uma menor utilização do consumo de concreto e aço esse tipo de laje se torna economicamente viável, principalmente por vencer grandes vãos, dispensam o uso de viga diminuindo o numero de pilares da estrutura, sendo muito utilizado em garagens. Resultante da eliminação do concreto abaixo da linha neutra, gera uma redução do peso próprio na obra e os materiais de enchimento (lajota, Eps, outros...), funcionam como materiais inertes, com função de substituir o concreto desnecessário, sem colaborar ne resistência da estrutura, deixando a laje mais leve, aliviando o peso da estrutura e consequentemente reduzindo a carga sobre a fundação tornando mais econômica em relação aos demais tipos de lajes. Sua tipologia é dividida, são dois grupos: laje moldadas no local “in loco” e laje prémoldada, onde a primeira é necessária o uso de formas e escoramentos, que são mais utilizadas em situações que precisa-se vencer grandes vãos como por exemplo em uma garagem e a segunda, é composta por vigotas pré-moldadas que também são constituídos por matérias de enchimento que servem como “forma” e são mais utilizadas em situações que precise pequenos vãos como por exemplo edifício residenciais. Pela visita realizada notou-se que seu método construtivo depende do tipo de laje que venha a ser construída, sua montagem e desmontagem é de fácil manuseio, porém sua mão de obra deve ter um treinamento especifico, mas não muito complexo quanto a laje de protensão. Escabece-se assim que essa laje pode

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vencer facilmente grandes vãos, podendo chegar a 20 metros. E sempre devendo respeitar as dimensões mínimas de projetos exigidas pela norma para obter segurança e economia.

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