. um:" co e verdadeiro Deus. Ospropheta1 semptecomtHltlbl essas 'tendenciasefIPeCialmente a tendeneia de 'ádont. idolos. ' Agoraalguna teem explicado este eonflíeto eatre o culto a Jehovah ea idolatria como uma coisa ral 1Í evolução dos povos. Dizem que a retigiãopor 'Da" tureza começa em polythei.mo e poucoa,·poueo ee' vae elevando epúrifieandoaté attingir o' monotbei8DlO POI'o. , Masnâofoi assim em. Israel. Deus' d " o priàeipio mantinha ·relà96eS 'especíaes com este povo e '8dlpre .havia tlllt grupo que 8U8tentava e pregava aidéa que.Jehovah era o lmieoeverdadeiro Deus. Por isto em Ca.. naan o povo 'de I.rael, e até a humanidade·tóda,~ çou uma grandevietoria . 'Essa vícteeía, poréJD. .*,fM aleançadadepoisde muita luta emuito,trabadho. A' idolatria deu' que fazer tanto ao homem oom()aDne~ A's vezes parecia qu.e. idolatria ia vencer; nuw era! eeetoqueo culto do Deus verdadeiro havia de Yell~el"· por~ que era o. pllno de Deus mesmo. Só depois de auitaa derrotas e de muitu viclorias é que a idolatria foi c~' minada e' a adoração verdadeira, ao Deuaver. . . . ficou estabelecida. 08 que tti8íeram portanto que. a religiiodosl8raelitas· foi o ~eda evoluçiohumana estão ernda&. Defaeto .hnuve .muito ebnflieto entre o culto a Jehól'ld,
.a.
THEOLOGIA BIBLICA
e a idolatria mas a victoria de Jehovah era certa. E' verdade que o conflicto durou o tempo dahistoria toda de Israel, desde o deserto até o captiveiro. Só no tempo do exílio é que a idolatria foi exterminada. Também é a pura verdade que neste conflicto Israel foi um grande pioneiro da humanidade na conquista de riquezas espirituaes. Foi para este fim que Deus chamou e elegeu essa nação. A raça é uma só, pois o que Deus fez para Israel fez para toda a humanidade. Tudo isto que acabamos de mencionar fez parte do grande plano de Deus, dirigido directamentepor EUe mesmo e não deixado á evolução cegae inconsciente da sociedade. Através da histeria toda de Israel a corrente da sua vida estava contaminada com a corrente de idolatria. Houve idolatria em Canaan; até a esposa de David, tinha o seu deusinho , Desde Ur dos Chaldeus até", o captiveiro vemos essa corrente de idolatria na vida dos Israelitas. Mas note-se bem, foi a religião natural que contribuiu para a idolatria, e foi a religião da revelação, religião espiritual, que promoveu o culto verdadeiro a Deus e que sempre combateu a idolatria. Como já observámos, o período de maior gloria para os idolatras e por consequencía o período de maior desanimo para os adoradores de Jehovah foi no reinado de Omri, o qual, afim de fortalecer sua posição entre as nações, fez alliança com as nações idolatras e até casou seu filho Achab com uma princesa de muita energia e completamente dedicada á adoração de deuses falsos. Essa rainha dominou completamente seu esposo.fraco e manhoso e fez tudo para exterminar o culto a Jehovah. "E elle disse: Tenho sido muito zeloso pelo Senhor Deus dos Exercitos, porque os filhos de Israel deixaram o teu concerto, derribaram os teus altares, e mataram os teus prophetas a "espada, e eu só fiquei, e buscam a minha vida para m'a tirarem. " (I Reis 19:10). E'justamente nesta crise que apparece a grande figura de Elias que pôs á prova severa as pretençõea dos idolatras. Em toda ahistoria de Israel não ha momento maiaempolgante e mais interessante do que o em que Elias enfrentou os idolatras no monte Carmelo. "Então disse a todo o povo: Chegae-vos a mim. E todo o povo se chegou a elle; e reparou o altar do" Senhor, que estava quebrado. E Elias tomou doze pedras, conforme ao numero das tríbus dos filhos de Ja-
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DOVEl;HO; msTDlENTO cob, ao qual \veio a palavra do Senbor,dizendo:IlU1lel será o' seu nome.. E, comaquellas pedras ~difieouo41-· taremnomedo Senhor: depois fez regoem redor:,do altar, segundo a largura de duas medidas de semente>. Então. atInou, a lenha, e dividiu d bezerro empett*ÇM, e o pÔs. s<Jbre"á,lenba, e dísse: Encbei .de agua· craatl"o cantaros, 'e dérramae..a' sobre o holocausto e sobre ale·' nha, E disse:. Fazeí-ó segunda vez: e o fi~eram"segun· da vez. Disse ainda: Fazei-o terceira vez: e afizeram tereeíra viez: De:maneira que a agua oorria ao redor da altar: e ai~dll, até o rego se encheu de, agua. Suceedeu pois que, offereeende-se a offertade manjares, o' .pro.pheta Eliás se chegou, e disse: O' Senhor, Deus'. Abrabão, de Isaae e de Israel, manifeste-se hoje que tu és Deus .Ierael, e que eu sou teu servo, e quecon . forme á tua palaVI"â fiz todas estas. eoísas. ResPonde... me, .senhor, responde-me, para que este povo conheça que tu, Senhor, és Deus, e que tu fizeste tornaro $8u coração para trás.' Então caiu fogo do Senhor, e ·consumiu 0, holocasto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e.aínda lambena água que estava no rego. O que v~ndQ todoo pevo, cairam sobre 08 seus rostos, e disser~m:Só o Senhor é Deus: Só o Senhor. é Deus." (I Reit18: 30-39) . Esta .feí uma víetería bem duradoura e .os Ie~ effeit08. se,fi~ram sentir por muito tempo. O pov.o;.~ clamou:" Só o Senhor é Deus: Só o Senhoré Deus; . Voltem08a con8idera:r~.por um momento, nesta oonnexão â ~tdadeira significação dal'hrase·" Jehor..f vah Deus de' I«rêêl". A questão é se os Isr&elitu'recrinheciamJehovab como seu Deus e ao mesmo tempo reconbecilll1'l •a eXistentia de outros deua6S,oomo:p. exemplo a' 'de Baaloollão. Bem pode ser' que ·houve818 Israelitas que' .sim ·p'eDsavam que ,leoovab era .Q, Deus e Baal ertl ()'deus; d08 Sidonios. Certamente o Rei Achab e a Ibaioria do seu povo assim 'pensavam.. ";E,fez· Aebab,fllho ide Omrí, o que parecia mal a0801Jlql' 'elo, Senhor, IntU8 do que .tedos os que foram antes :de", E' suecedeu que (como sefôra coisa: leve an_ ·DOI.. peceadosde lftOboão, ,filho de Nebat) 'ainda t&DlGll por mulher, a 'Jezabel, filha' de EthbaaI, ~i dos aidOBios: ,e foi e serviu • Baal, e seeDeurvou diante dele. ij.;len.a... tou ,um altar a 1 Baa1, na casa de Baal que edüi-',. SlDlarià.· 'I'amãem Aohab fez, um bosque: ·de.,~W., . que Achab fez~muitoJDai. para irritar ao Se&b.et,o...
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de Israel do que todos os reis de Israel que foram antes delle." (I Reis 16 :30-33). Para os mentores de Israel, comtudo, de Abrahão em diante, a phrase "Jehovab Deus de Israel" significava que Jehovah era o uníco e verdadeiro Deus e que não havia outro Deus em parte nenhuma. E sem duvida a phrase em questão significava para o povo Israelita que elles não podiam adorar outros deuses, isto é, praticamente pelo menos, Jehovah era o único Deus. Mais tarde essa doutrina foi sustentada não sómente pratica mas theorica ou doutrinalmente. O povo Israelita saiu do Egypto conscio do facto de que fôra Jehovah que os tinha tirado de lá; que foi Jehovah que os libertára e os criára numa nação. O povo sabia que devia a sua propria existencia, como nação a Jehovah. Isto, porém, não quer dizer que desde o principio todo o povo crera que Jehovah era o unico Deus. Jehovah era o Deus delles e Isto por emquanto bastava. Nós sabemos que ao redor de Israel cada nação tinha o seu próprio deus e teria sido coisa bem natural se alguns dos Israelitas reconhecessem a existencia de outros deuses. "Porque todos {)s povos andarão, cada um em nome do seu deus; mas nós andaremos no nome do Senhor nosso Deus, eternamente e para sempre" (Miqueas 4:5) . Estamos certos de que o povo em parte estava de acordo com os prophetas em sustentar. que Jehovah era o Deus de Israel. E segundo o plano de Deus, este mesmo Jehovah de Israel, havia de transformar este monotheismo )lratico num monotheismo theorico ·ou doutrinario; isto é, havia de elevar o povo todo de Israel ao ponto de 'crer, com todo o seu coração, que não havia outro Deus, senão só Jehovah. Como a -religião precede theologia, o monotheismo pratico precedeu o monotheísmo theorico ou doutrinario , Deus conseguiu muito quando convenceu o povo de que só I Elle podia ser o seu Deus. Mas isto foi apenas um passo para o grande facto que Elle era o unico Deus e portanto Deus de todos os povos. Agora ha uma ooisa que se deve frizar bem; éo que, os conflietos .com a idolatria não produziram a doutrina de que Deus o Jehovah era o unico e verdadeiro Deus. Esses conflictos só serviam de oceasião para promulgar esta doutrina que Deus revelou .aos seus prophetas e mentores, desde o principio da relação
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espeçial com o povo Israelita. Nesta questão 'de monotheismo pratico e monotheismo theoricouão devemO. desprezar . este nem. diminuir o valor daquelle. A coilli importante na relígíãc é Q que Deus é Para aqUeDe que o adora, e o que 'O adorador pensa e sente em relação. ao seu, Deus. Estamos certos de que o pensamento priricípal na mente do Israelita, quando estava no acto da sua adoração, era que Jehovah era o verdadeiro Deus. Por outro lado não podemos desprezar o valor do Dl(J.. notheismo theorioo porque a pessoa nos, seus momen· tos de reflexão adquire convicções que são de grande valor e' Importancía sobre as suas horas de adoração.. . Ha diversas classes de passagens em que 06 deuses das nações pagãs são mencionados. Uma classe des,saa passa·geB8,.sáo as palavras. de uma pessoa ct;lja conduota ou historia a Biblia está descrevendo. Em 'Juizes Jefté diz o seguinte . "Assim o Senhor Deus' de Israel dee~ apossou os amerrhecs de diante do seu povo de Israel: e os possuirias tu? Não possuirias tu aquelle que Chelllos,teu deus, desapessasse de diante de ti? assim. possuiremos nós todos quantos' o Senhor nosso Deus desapossar de diante de nós" (Juizes 11 :23, 24). Temos outra classe de passagens que têmas pala.. vras dos proprios eseriptores do Velhe Testamento onde se vêo contraste e a superíorídade de Jehovah sobre 08 deuses pagi08. "Lembrae-vos dascóísas passadas.des-de a antiguidade: que eu sou Deus, e não ha outro Deus, não ha outro semelhante a mim" (Is. 46:9). . F.,m interpretar essas passagens precisamos lem-· brar-nos de que nem sempre as palavras são a concepção de quem fala, mas são palavras adaptadas ás vezes ao ponto de vista daquellecom quem "se fala. Jt:remias por exemplo usa a seguinte linguagem: "Ai. de ti, Moab:. pereceu o povo 'de Chemos; porque teus filhos foram levados em eaptíveiró, como também tU8sftUtas, em captividade'" (Jer. 48:(6). "Contra os filhOs de . Ammon.Assim diz o Senhor: Acaso não tem 'filhoS 1$rael, nem tem herdeiro? Porque pois. herdou MalC8IB a· Gad -e o .seu povo habitou nas suas cidades1" (Jer. 49:1) . Certemente Jeremias não acre
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riram, e disse: Visto que os deuses dos reis da Syria os ajudam, eu lhes sacrificarei, para que me ajudem a mim, porém elles foram a sua ruína, e de todo o Israel" (11 Chron. 28:23). Note-se especialmente a ultima parte deste verso "Elles foram a ruina de todo o Israel". Ha mais uma passagem que queremos examinar. Foi na oocasião em que David teve de fugir da face do rei Saul , "Ouve pois agora, te rogo, rei meu senhor,as palavras de teu servo; se o Senhor te incita contra mim, cheire elle a offerta de manjares; porém se os filhos dos homens, malditos sejam perante o Senhor: pois eIles me teem expellido hoje para que eu não fique apegado á herança do Senhor, dizendo: Vae, serve a outros deuses" (I Sam. 26:19). Essas palavras de David apenas revelam que quando uma pessoa passava de uma nação para outra, isto é, para uma nação pagã, era a coisa mais natural para Q recem-chegado adoptar, para a sua adoração, o deus da nação que o acolheu. "Disse porém Ruth: Não me instes para que te deixe, e me torne de detrás de ti; porque aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares á noite ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. " Estas palavras nada provam sobre a exístencía verdadeira de outros deuses. Podemos citar até de Jeremias palavras ainda mais fortes e é reconhecido por todos que Jeremias era monotheista tanto theorico como pratico. "E lançar-vos-ei fóra desta terra,para uma terra que não conhecestes, nem vós nem vossos paes; e aliservireis a deuses alheios de dia e de noite, porque não usarei de míserícordía comvosco" (Jer , 16:13). 41E ali servireis a deuses que são obra de mãos de homens, madeira e pedra, que não vêem, nem ouvem, nem comem nem cheiram" (Deut. 4:28) .Comp já observámos essas palavras nada provam acerca da existencia dos deuses pagãos apenas declaram que em outros lugares o povo adorava outros deuses. Todos admittem que de Jeremias em diante te- . mos expressões abundantes de monotheísmo .theorico e doutrinario. Os grandes prophetas como Isaias e J eremias estavam confrontados por nações poderosas e elles foram obrigados a considerar seriamente a questão da relação de Jehovah para com essas nações. E essas nações eram as expressões concretas da idolatria;
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e a antithese entre seus deuses e Jehovahnão podia: ser desprezada nem esquecida. Os prophelastinl1~ que constantemente chamar; a, attenção do. ppvo,para ea.tu· coisas. E' verdade que essas nações levaram 'Israel, a''l1l~8 ção pertencente a Jehovah, para o captíveíro, prophetaaresolveram este problema preg~hdo 'que: 115 nações queIevaram Israel eaptivo eram.apenas ÍIJ8ti'u.. mentes nas mãos de Jehovah paracastigar os,peeeado. res do seu povo. Assyria era avara da Ira do SeJlb~' e Nabucodonosor era seu servo. "Ai da Assyria ! ,a vara da minhaira; porque a minha indignação é como bordão nas suas mãos" (Is, 10:5). "Eis que eu enviare,i..e tomarei a todas as geraçõe~ do norte" diz ,o Senhor,' como tamhema Nabucodonozor, rei de Babylonia~,~~u servo, e 08 . trareí sobre esta terra, e os destruíréí tQtâJ: mente, e pol..ps-ei em espanto, e em assobio, e per~ petuoadesertos" (Jer. 25:9). . " . Asoll1ção assim dada ao problema do captiveiro tambem resolveu o problema dos idolos porque',foi Je,., hovah ,e l'1'ão 0$" idolos que deu força e poder abs ~ e ao rei' de,Babylonia. ~ prova disso é que quando esseS' fnstramenteeaeeequeeeram e começaram ,a_ fiCar díei08~ de síforam qUeb~d08e",po8tosá ,margem, por Jehov8.lt.\ "Porque aeonteeeráque, havendo o Senhor acal)ado toda a SUa ,obra no monte de Sião e em .Jerusalém. entãf;l visitarei o fruto ,da arrogante grandeza do coração" do rei ,da ABsyria e a pompa da altivez'dosseus QIbos., Porquanto disse: com a força da minh__ mão o 'fiz; e com a ~_aBabedoria,porquesou entendido: é.temei os Iimítesdos .povos, e roubei a sua 'provisãof e oom9, valeate aba,ti .aesmoradores. E achouamirtba mio,. riquezas dos ~povos.como a um' ninhose: como-se a;unlflDr os ovOs deixados, assim eu ajuntei a toda' atel'l'8: ,;e. nio houve quetn·movesse a asa, ou abriaM! a Ilecca,ehilr8l8e. .Poreentura '" gloriar-se..á o maehado,e&:DWtl,re queeortaeem-ellef oupresuinirâ a 'serra eontrao..,puxa por elIa?'eomo se o ,bordão 'p1ovesse a08 que. O' Ie-i . vantaunj ou a ;vara se levantasse,como não sendo pau? Pelo que o Senhor, o Sen'bor dos Exercitos,-'enviarã:Dia... grezaeoRe oa seUs gordôs, e dcllaixo fia sua gJo.ateeD~, teráin~cIiO como ineenmo de fogo". (lia. 10:12-16) • _'.-,
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3. A unidade de Deus. A· idéa mais simples de Deus entre os povos Semiticos, isto é, antes de Abrão, era a de força, de poder, de majestade. Bem pode ser que essa idéa se originasse em parte em se observarem as forças da natureza, porque viram uma força agindo na natureza, modificando' e transformando-a. Não ha duvida que entre os povos ao redor de Israel havia uma tendencia de confundir Deus com a natureza, isto é considerar, como deuses, certas forças naturaes. Não ha, porém, tal tendencía entre os Judeus. Elles nunca confundem Deus com a natureza. Para os Judeus a natureza é um effeíto, é a obra de Deus .. Mas ha uma coisa em que os Israelitas estão de acordo com os Semiticos - Deus ·é sempre pessoal. Suppondo-se que o pensamento do povo Semitico acerca de Deus era mais ou menos assim no tempo da chamada de Abrão, ha uma base boa para aquellas experiencias profundas e religiosas que Abrão teve. Com este poder pessoal, Senhor dos homens, Criador dos céus e da terra podia haver communhão com RUe; podia haver reverencia para 'com Elle; e nRlle se podia confiar. A confiança pessoal que unia o homem a Deus foi. a essencia da religião de Abrão. E a sua historia mostra como Deus purificou a sua fé e a fortalecia até tornar-se conhecido como "Pae dos fieis". E' bem possivel, senão certo, que na familia da qual vinha, havia uma degeneração de costumes religiosos um pouco antes do seu tempo. Ao menos isto é a supposíção das Escripturas. A exhortação de Josué é prova disto. "Agora pois temeí ao Senhor, e servi-o com sinceridade e com verdade: e deitae fóra os deuses aos quaes serviram vossospaes dalém .do rio e no Egypto, e servi ao Senhor" (Josué 24:14). Ainda mais temos o caso de RacheI esposa de J acob que furtou os deuses do seu pae e escondeu-os quando opae veio procurá-los "E agora te querias ir embora, porquanto tinhas saudades de voltar a casa de teu pae; porque furtaste os meus deuses? Então respondeu J acob, e disse a Labão: Porque temia; pois que dizia commigo, se porventura me não arrebatarias as tuas filhas. Com quem achares os teus deuses, esse não viva; reconhece diante de nossos irmãos o que é teu do que está commigo,e toma-o para ti. Pois Jacob não sabia que Raohel os ti-
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oha furtado. Então entrou Labão na tenda dela.eob,·e na tenda de Lea, e na lenda de ambas a8 serVa 8y ~nio os achou; e saindo da tenda de Lea, entrou na tenda de RacheI. Mas tinha tOUlado Rachei os idolos, eos tinba posto na. albarda -de um. camelo, e aseentara-ee sobre elles; e apalpou Labão toda a tenda, e não 08 ~choQ." E ella disse a seu pae: Não se accenda a ira aos olhos. de meu Senhor,que nãOpOBSQ levantar-mediante qa tl.l-, face; porquanto tenho o costume das mulheres, E elle procurou, mas não achou os idolos" (Gen. 31 :,30-35). Pode-se, ver portanto que a concepçãode Deus dos descendentes. de Abrio, foi muito purificada,. por .~ revelação dírecta de Deus para com Albrão. Essa revelação não .alteaou a concepção pessoal .que Abrão j.aí tinha de Deus, porém elevou essa concepção até abraw.~ ger a espiritualidade e a unidade de Deus. A idéa fundamental de Deus, a ãdéa mais commum a lodosos povos Semiticos, é que Deus. é poder. E estamos exp~e8Sa· mente informados que a idéa de Deus entre 08 Patriarehas éDeus Todo-Poderoso. "Sendo pois Abrão da idade de noventa e nove annos, appareceu o Senho r ,8 Abrão, e disse-lhe: El1 SOU 9 Deus Todo-Poderoso. anda em minha presença e sê perfeito:" (Gen, 17:1). "DI. se-lhe mais Deus: Eu sou o Deus Todo-Poderoso: frutifi.ea e .multiplica-te; uma. nação e multidão den"çõea salrâo :de ti, e reis procederão dos teus Iombos;"
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4 -. Comoé ensinada nos ultimos propheta« a doutrina de que s6 JehovaR é Deus . Já e1amiD~08oortas passagens em que. a liDguagero apparentemente -nêo índíoava que Jeho.vab.a, .•' uníeo.Deus, Aebamos que essa linguagem foi UQla:ada.p.taçãoao meio em que oseseríptores viverllBl. Ted.. via fosse como fosse estamos certos de que a partir de Jeremias tem. u deel~s mais eatelJOdcaasobrJt::. cioutrina .daunídadede .Deus. Jeremias pregQu:·~·UIJi. dade.de Deus, Dão.sÓD1enledo ponto. de Vi8tapratieo. ,.. .
THEOLOGIA BIBLICA rém como uma doutrina, como facto já apurado e confirmado, como dogma. As circumstancias de vida dos prophetas, de Isaías em diante, são bem differentes das circumstanoias em que se achavam os primeiros prophetas. No tempo destes, Israel estava rodeado de nações fracas, as quaes, Deus, o Jehovah,expulsava á vontade, para cumprir suas promessas a Israel. No tempo de Isaias e Jeremias, porém, Israel estava face' a face com grandes e poderosas nações como Assyria e Babylonia. E estas nações representaram a gloria da idolatria. Portanto a sua existencia em condições tão favoraveis constituia de certa maneira, um desafio ao Deus verdadeiro. Os prophetas então estavam obrigados a defenderem a doutrina de que só J ehovah era Deus e os demais deuses não era nada. Agora os juizos que os prophetas emittiam sobre os ídolos são notaveis. Lembremo-nos de que, logo que o reino do norte, o Israel, se encontrou Jace a face com a Assyria, Israel caiu e foi levado oaptivo. A mesma coisa aconteceu quando Judah enfrentou o rei de Babylonia. Se osprophetas tivessem tirado as suas concepções de' Deus da sua historia, teriam dito logo que os deuses da Assyria e da Babylonia eram mais fortes do que o Deus de Israel e Judah. Foi justamente isto que o rei Achaz disse quando soffreu a derrota ás mãos dos syrios. "Porque sacrificou aos deuses' de Damasco, que o fertram, e dísse i Visto que os deuses dos reis da Syria os ajudam, eu lhes sacrificarei, para que me ajudem a mim. Elles porém, foram .a sua ruína, e de todo o Israel." (11 Chron, 28:23) . 'Certamente este foi o pensamento de Manasseh quando introduziu o culto a Baal. NaquelIes dias os homens adoravam os deuses dos seus competidores. "Ti. nha Manasseh doze annos de idade quando começou a r-einar, e cinqüenta e cinco annos reinou em Jerusalém: e era o nome de sua mãe Hephsiba , E fez o "que parecia mal aos olhos do Senhor, conforme as abominações dos gentios que o Senhor desterrara de suas possessões de diante dos filhos de Israel. Porque tornou a edificar os altos que Ezequias, seu pae, tinha destruido, e levantou altares a Baal, e fez um bosque' como o que fizera Achab, rei de Israel, e se Inclinou diante. de todo o exercito dos céus, e os serviu. E edificou altares na casa do Senhor, que o Senhor tinha dito: em Jerusalém porei o
DO VELHO mS'lAMENTO meu
l\ome.
TalJ)j)em~difiçou altares ~
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dos.céusem,auabos08. atríosda casado S~ohor.E .~l~ passar à seu' filho pelo fogo, e adivinhav~; ~.a.!Duv~~~ e era agoureiro, e ordenou adivinhos e feiticeiros: e proseguiu eJb.fazer'niala08 olhos do Senhor, para 'o,ptoQvoear á ira. Também ptJs umáímagem de eSeulptutfi, do bosque que tinha feito, na casa de que o Senhor'm8letá a'David;ea:S$.lomâo,.seufilho: Nesta easae,emJérusa· Iém, que escolhi de todas ,as tríhus de Israe1,porei o 'meu nome ·para· sempre." (lI Reis 21 :1·7),. , Ma&.sim 'Dáe pensaram os prophetaa.;,EUes nwolv.e.. veramo problema na, histeria de Israel ;sobredoilprior eipíos. (1), Os reis pagãos, vencedctesde I"aéIt"eraBl sómente inltrumentQsnas mãos de Jebovu .pva,C84tj-. gaço.seu-pQwtl", (2) lehovah castigou Israel,pp:r"ctaW18 dos seus. pecoedos. Asaim se vê em vez de re~8JIl1111" eoncepêes da Je\lovah' da hístoría, O$prophetaaiD"r~ tarama,mstoria' do, ponto ode vista das luaa c o ~ de' Deus'. ,Para os prophetasa verdade de que só Jelwvab é Deus tornou..seem dogma. Emr.ela~'á doutrina da unidade de Deus"ouã doutriB'a'·dequenão"ha:"outro Deus, precisamossarlieJi1ar que na segunda parte-de livro de Isaías o nome de,Jeltovab já significa' o nomemafs alto de Deus, Para Isaias esta verdade qae não: ha outro Deus, alétU.deJehow~ 'e uma das verdades mais preciosas que ha no.lívre. E ~do EUe o uníee Deu:s éueeessarío que seja OOIlhêeido . . . .; "Eu sou () .SenliC1r;eàte é o .meu nome; « ,ltÜnIftlglerta . t>oisa GulFem Di., darei, nem o meu lotníOr' ás~
de esculptu:til."(ls.C:8).Para.Jsaiu, nnpalavr. ~J. hovah sóé ~l1S"'témos a sentença-de tondemnação,'de toda aidol.tria·~ MPormim mesmo 'tenho jurado: ~ já sainda minhffbOoea a ,palavra de JU8tiçl~:eni(»;tbtlluã assim: quedíante-demím se dobrará tOdojoelhoft por mim junra' toda língua." (Is. 45:23) . Tambem para o propbeta a verdade qtlesó "kh'ovah e Deus"in(ijça que EU~ é o Deus de toou," nações, e de todO$: OS,pov08.EUe não, ésómente Deu.. Q:~~ vah de.Israel,,' msssendo o uni co e verdacleiro ,DellSt,.~ Deus de todos "., .poVQL, P~, ser UDÍco,EUe,é .t~ E o que é para Jsrael, POr ,ser Deus de l.r~eJ.'~
tem que serp.uà.to~poraerDeus de tDdoIJ.
Que
.'V,i""
temos aqui da :~idade de fa,zer conheai40",.pqs. a todasas ~naç4e.l OS. prophetas reconhecemo facto que: .
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THEOLOGIA BmLICA
por meio de Israel Deus queria realizar o seu eterno Próposito em relação aos demais povos. Será que Israel cumpriu o seu dever? Quanto á doutrina de ser Jehovah o unico e verdadeiro Deus, nos ultimos prophetas podemos resumir do modo seguiIrte: Jehovah, Deus de Israel, é o unico Deus. Esta ver.. dade está frequentemente declarada de uma maneira muito explícita, Mas, ás vezes, em vez de tomar a forma de uma declaração explícita está apresentada por meio de contrastes entre Jehovah e os idolos ou deuses falsos, No capitulo 41 de Isaías ha um appello ou desafio para que os povos cheguem a uma prova em que se decida d~ vez quem é o' verdadeiro Deus .~' Calae-vos perante mim, ó ilhas, e os povos renovem as forças: cheguem-se, e então falem: cheguemo-nos juntos a juizo. Quem suscitou do oriente o justo? e o chamou 'para o pé de si? quem deu as nações á sua face e o fez dominar sobre reis? elle os entregou á sua espada como o pó e como pragana arrebatada do vento ao seu arco. Elle perseguiu-os, e passou em paz, por uma vereda por onde com os pés nunca tinha caminhado. " (Is. 41 :1-4). Se os deu. ses dos povos são deuses, deixem dizer o que é que vae acontecer no futuro diz o propheta. "Produzam e annunoíem-se as coisas que hão de acontecer :annunciae.nos quaes foram as coisas passadas, para que attente.. mos para ellas, e saibamos o fim dellas; ou faze-nos ou.. vir as ooisas futuras. Annunciae-nos as coisas que ainda hão de vir, para que saibamos que sois deuses: fazei bem, ou fazei mal, para que nos assombremos, e, juntamente o veremos. Eis que sois menos do que nada e a vossa obra é menos do que nada: Abominação é quem vos escolhe." (Is , 22:24). O propheta appella para a histeria e para a prophecia em prova do facto que só Jehovah é Deus. O firo. do appello á historiá e á prophecia é para mostrar que J ehovah em contraste com os idolos é um sêr vivo e inte1ligente, que está executando uma obra, dentro da história, que havia principiado desde a criação: uma obra gigantesca que exige o governo ea dire.. cção .de nações e de .povoaatravés de séculos e séculos. Deus de Israel controla a historia de todos os povos. Não ha e não pode haver dois deuses nestas condições.
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DO VBLHO TESTAMENTO
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Mas além ·disto .este mesmo Deus revela 08 se. pia.
DOS aos homens ,por meiodtlspropheciü. Elle diz de -antemão o quevae fazer e faz depois; eóísas que nelllnun idolo jamais fez. O Jehovab tomou a propheeía ,e, del1a feZ historia.SG um omnlpotente pode fazer 8s&im.E aiPda mais o propheta assevera que Israel é o grande iDfftrumento nas miOB de Deus para a exeoução.dute ...... de plano dElle. :Pára o propheta a propheciaé o.qUe estâ na.meate 'de Deus, quanto a aeuplano e seu' pIOposito em 'relaçio ao homem; emquanto bistoriaé DeUs operando ou executando_te mesmo propOBitocomo. au· xilio dos homens e as nações; especialmente' a naqioIJ.. raelíta. Como j':disseblOl,prophecia é historiàna .... te' de Deus e. biatona é prophecía naexperienciades homens. As passage!is principaes de Isaías sobre a queslio de que só .Tehovabé Deus, encontram-se nos capítulos' 40. 48~ .Podemosnetar' as seguintes : "Assim .diz o Serihot, Rei de ]tlrael, 'e 'seu Redemptor, o Senhor dOI ',Exerêitblll': Eu sou o primeiro, e eu sou o ultimo, e fóra de mim tilb ha Deus. E quem chamará eomo eu, e dantes anntUlei... ri isto, e o porá em ordem perante mim, de8lfe que Drif60 nei um poVO eterno?'eannuneiem-lhes as co!ja. futnnll, e as que airidahiode vir. Não VOs assOttlbreis,'nem ~
mses ;pC)rvenW:rta déslle "então não t'ofizounr,'e Ji~ annuncíeí t Pf)rquê vós sois 88 minhu te~múnhas. Pét.
ventura·haoutroDeusf6ra de mitn? Não, nio ha olttta Rocha aiguülamaisque' eu conheça. TódQJ b8 ~cesae imagens de escultura são vaidade, e as coisas inais de*"" javeis são de nenhumpeestímo: e ellas mesmasSio as suas testenltuíhas; liadllv~m nem entendem; pe1& 'que eUes aerió cODfundidOl~ Quem forma um ;de. e1uDo de uma imagem de' eseu1putura,·que édenenhUD1 prutio mo? Eis que todos os.seus. companheiros fieario confua-, didos, poisos":Me8m08 ~iees são de-entre 08 heJaeDI: ajuntem-se todoe,~e levantem-se; assoDibrarj"se-ão, te_ ,NO juntameuteconfundidos. O ferreiro faz o.m....do,ié trabalhailas brasas~ .eo forma com m&rteB08, e 'lavrai'forçado aeubraço:elle tem fome, ea lUa enfraquere,e Diobebe'agua,e desfallece. O earpiateüti estende a regua e dehuxa com o compasso: e o faz á ~ lhança dum homem, segundo a forma dum. hommn.para se 'ficar' emoesa . Quando corta para si Cedros, elMo toma' um qpre,te, t>U"un1'ear:valhO, e esfo~.se _ta
o f.,.
.
.
THEOLOGIA BIDLICA as arvores do bosque: planta um olmeiro, e a chuva o faz crescer. Então servirá ao homem para queimar; e toma delles, e se aquenta, e 'coze o pão: também faz um deus, e se prostra diante delle: tambem fabrica delle uma imagem de esculptura, e ajoelhadiante della. Metade delle queima no fogo, com a outra metade come carne; assa-a, e farta-se della: tambem se, aquenta, e diz: Ora já me aquentei, já vi o íogo, Então do resto faz um deus, uma imagem 'de escultura: ajoelha-se diante della, e se inclina e ora-lhe, e diz: Livra-me, porquanto' tu és o meu deus. Nada sabem, nem entendem; porque lhe untou os olhos, para que não veja, e os seus corações, para que não entendam. E nenhum delles toma isto a peito, e já não teem conhecimento nem entendimento para dizer: Metade queimei no fogo, e oozi pão sobre as suas brasas, assei com elles carne, e a comi: e faria eu do resto uma abominação? ajoelhar-me-ia eu ao que saiu de uma arvore? Apascenta-se de cinza: o seu coração enganado o desviou; de maneira que, já não pode livrar a sua alma nem dizer: Porventura não ha uma mentira na minha mão direita?" (Is. 44:6-20). "Vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor, e o meu servo, a quem escolhi; para que o saibaes, e mecreaes, e entendaes que eu sou o mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá." (Is. 43:10). "Porque assim diz o Senhor que tem criado os céus, o Deus que formou a terra, e a fez; eUe a confir.. mou para que fosse habitada: Eu sou o Senhor e não ba outro." (Is. 45:18) . Para o propheta o conhecimento pessoal deste Deus verdadeiro é a fonte de toda a verdade e de toda a vida. E' por isto que o propheta insiste tanto na doutrina que só Jehovah é Deus. Sem Deus nas condições -de Jehovah . as nações não têm um alvo, nem os elementos necessa.. rios para attingirem seu destino. Mas uma vez que ficou conhecido o proposíto de Deus em relação a elles todos poderão então progredir e attingir o fim da sua exístencia. "Eis aqui o meu servo a quem sustenho, o meu Eleito, em quem se apraz a minha alma; pus o meu espirito sobre elle; juizo produzirá entre os gentios." (Is.
42:1).
A significação principal da doutrina de que "Só Jehovab é Deus" está no facto que a salvação de todos vem dElle. "Virae para mim, e sereis salvos, vós, todos os
hmtIOt dá: terI18;porqu~ ·eu souDeD$; e nIo:ila oUtro~~ fâ~;TtI5:22);.; Neste. verso ..emos claramente .()!,~
.
F'IopositO:ae Deus como est' revela~em Gen. ·l·:JI'.f'E ~DéUS:'~08'ohomeDlá nOisa'imag_{~"
'ldt! a;1lOIM &iJllilllallça.('e domine'sobreÓl peidS"d• • •,
• ítobrea.a~ dos céUl,ê sobre O'gaOO,.~ I!JO~ todlr .. terra, e sobre todo o reptil que se move' sabre a' terra·,"~
~~~/11- ~fifl:,\orr#r.11#de ;~.' ti E'I~i~tÍlâlidàde' d~ 1?~1l~ .' \'. .
·;Q\'1U\h~iiá;MlÚd.de,• . Deus ·as Esoripturu ~jQ" DMlidtU'MlePte que EIleé um só,,o uJlko,.·e DãoJha(~ ~ ,S1W-:.~ questlo...da:·persooalWa4e.e:~ (I
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~7,=,,-~"7_nb~ada em tQml,·a ,~t~;de I&r~ elJl'rela~"a;Deu8 'é. ·a. sua.. PtnóDalid.;,:"(~ q~,FJrle,~ JMlJ.a~peuQa ~
Esta idéa:appaPece.• reada;p. . .·
~,;8 ~jo .•t.é' QliAldas FAeript.. . . ~'ji; vimoalQt.~W.]lUBCa ~fundiraln DeUlltolD.::.I"~
9M dan....... ,Elh1ri.aempre .distilliotot.1,nat~;i" ifiltla\' elDPre.. ~, Ne primeiro eapitulo de .~ DeQt'~' .0 criador, daDat:ureza e aeba que a sua ;cmaçio, 4S~bo ..". ~,t8DlbeDLédittinetodD homem.iportpJ~ OOUgãao-l9 d.doaa .... ordell8,aohQDMIIJ.:" "'Muda'
. al'VQm:4a~a,dQbe.. e do. mal, deUanãoconíerá;.,
della comeres, ·.ottt'teJneote·!"",· rerás." (Gen. 2:17). E Deus nãosómente·é;CIDI4dô.' ho~;e~~,mas~ é .ÇQn~oi.9 . t.~m de si' ~'P1O, ,"~ ,4jue: Pôr"DúmÍtieattló," jurei 'diz Senhor':. p<> '" ·.ul\o· ~ÍI8t
,po~, BD; . . . . . . que
~~:(~~o~ iê,~,o~~,eg~t~ ~:teu fiJho r ot~~~~·;~;~r'1~ 22.:1~),.~Poriltü#tné8~? tepho lur~do: ei~ saIU .~..~ ......1)\1 ' 'cc. .. r.•. . .•~ . , lUS.t.l..ça..,e n..aoto.~..'.rá,a.. ~ ..Ir.:.~. a ;.pa..1.a,.V o .oelhoe' .u: ," ,_ "li,e. • W~.•WJ.~ 'N. J "~ num . " tQ4, ;'.Ui\ '. à.~ . tIIJ,.~,;~). ,'~ ÂII1Ó'S.4C ~ ().. . ó
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v~ ~âo~9ra.s6~e~tel~r,~i mes1ll? pe>rêQl.i~~~'~, s':lJ;l~~adel ~,~N't\ct~que tem . Portanto nao ,PO~,4~1: xar de s~t.(\lmfl 'p~s,s~' . .; .. .. " ":':';' , A primeira re'férencia a Deus nas Esêripturaà. da": lhe'o,CâI'.clet(ÜiumapesltOa,ou 'o coílsldera'comnl'una
,
~a·. ;B;biê,'·Il. . .m·~IlVol.inieD.t(Jdata'''~'.Ai éOiloeP9i(J'~~lIfllfl'hem'esetareeida;" ~'ê:~c~
ntdfn~ó' quê' rse"entmntra "desdêo ·ptflídt>lo···4a'·~
THEOLOGIA BIBLICA:
ção. iEata idéA de que Deus é uma pessoa, é tão acoen.. tuatla que até Da uma certa difficuldade em combiná.. la cora os demais predieadoaou attributos dElle, como por-e.xemplOt a SUa transceJK1encia OU a sua omnípresenÇfl. Atlvezes a idéaque Dew é uma 'pessoa étãoaocentaada que Deusparece mais homem tio que Deus, mais humano que Divlno. Novamente queremos chamar, a attenção para o facto que quando interpretamos a linguagem do Velho Tutalll!entG estal1lOs interpretaMo lingu~ 'ceJmD.um tal qual o po"n usava n&fJuella:epoca; portant~ Dão ê 1.lIml ..,.~ soielltifiea ou clusica. Tamlbem o ponto ,de vista dos escriptores da Bíblia é sempre o ponto de"rieta pratico e religioso . Se os escriptores f&lal'1lm tão claramente ... 1Jer8()oalidade de Deus é porque elles seJltíram que. ,Deus era ama pessoa e afim deexternarem suas iitéas,tinha11l .que usar li~guagemcom.preenM~l,ao pOYG a 'fUeIn falava. Afim de explicar o descotlhecidot por ekeID.plo,precisavlall1 compará.lo com o oonhecido. Ora ~e que o hf)llftem é o ser mais parecido com De1l8, era ltlUité batural flue os escriptores, ao explicarem a.s 8fI8S ocmaep~ lfIe Deus, falassem em ilerm0S applíoaYeis aes bot1l:et1s, a coisa ambeeida iIue se paTeOia mais com o if1Ue qUe'l'iam explicar. E'assim que se eltpliealtl O$:aathJ:'OfMJmorphismose os anthropopathiBlIlos do V~ lhe 1'Mtament0. Portanto quando Oi VeIhoTestamento rala da mão, do braço, da bocca, dos olhos: quando em 'lsaíae se fala em "desnudar oseu braço santo": quando se rala no Psalmo ,,, de Elle se rir dos homens", tudo isto é apenas um methodo vivo. de falar da sua personalidade, da sua intelligenda e daS suas actividades (Is . 52.:10,Psa. 2::t) . E não .se deve interpretar- literalmente essa linguagem , P<Jl1IUe Deus éespírtto puro e não tem forma alguma; certamente nãd tem corpo como nós, os homens, o temos. A ídéa da personalidade de Deus era 'tão viva na ilnaginação dos eseríptores que elles esgotaram 8: linguagem, referente ao homem, para externar completa. mente a sua concepção .da personalidade de Deus. ' Pode ser -que o faotoque Deus de quando emquando apPaTOOia em forma diante dos homens influenciava namQlleira ,dos homens assim externarem ,8081 idéas de Deus. Essas formas porém ,por serem tio diffe.rentes pro-
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THEOLOGIA BIBLICA
sinas; e os armados iam diante delles, e á retaguarda seguia atrás da arca do Senhor, andando e tocando-se as businas, Assim rodearam outra vez a cidade no segundo dia, e tornaram para o arraial: assim fizeram por seis dias." (Josué 6:11-14). Ha três coisas que se pode dizer em relação a essas passagens: (1) todas el1as salientam grandemente a personalidade de Jehovah, (2) Todas ensinam que Jehovah se revela aos homens e entra em communhão com elle. (3) E' claro que a ídéa da espiritualidade de Deus está um pouco sacrificada pelas concepções encontradas nessas passagens, mas não era possível a Deus revelar-se completamente num tempo só. Mais tarde este facto, isto é, da sua espiritualidade, ficou bem revelado. E mesmo é um passo só da personalidade de Deus para a sua espírítualídade, embora custasse a Israel alguma coisa dar este passo. A historia toda de Israel mostra o quanto custou a reconhecer e a praticar a concepção que Deus além de ser uma pessoa era Espírito também e por. tanto. omnípresen te. Durante o período patríarchal a idéa prevalecente de Deus foi que Elle era um grande Senhor, Dono e Governador do universo, cujas ordens tinham que ser res-peitadas e obedecidas. Neste periodo Deus mandava tudo. Agora não sabemos até que ponto Abrão chegou na sua concepção da espiritualidade de Deus, sabemos porém, que os seus descendentes tinham concepções pouco espiritual de Deus. Jacob encontrou Deus em Bethel. "Acordado pois Jacob do seu somno, disse: Na verdade o Senhor está neste lugar i e eu não o sabia. E temeu, e disse: Quão terrivel é este lugar! Este não é outro lugar senão a casa de Deus; e esta é a porta dos céus." (Gen. 28:16, 17). Essas localizações de Deus revelam Idéas ou concepções imperfeitas quanto á sua espiritualidade, Temos evidencia de que durante o tempo passado no Egypto o povo- revelou essas mesmas fracas concepções da Espiritualidade de Deus. "Então lhes. disse: Cada um lance de si as abominações dos seus olhos, e não V08 - contamineis com os idolos do Egypto: eu sou o Senhor vosso Deus." (Ezequiel 20 :7). Mais tarde a constituição estabelecida por Moysés prohibiu terminantemente todos esses lugares. Um estudo da historia de Moysés revela duas coisas
r.1 . . ' 'I.. ~
e.• .·.~.~lA .....~.:()-: AD.. e.us.: .(1). Mo.!.,S.és.. acçentuaya.a..~.~.pi~.,tllf!.·.r . ij~de,~.J).e~;,e (2)'ell,bgou,~,coace~f~a~. ri.t,aüdapedeI)eJlS eo~Jehovah.,Por it'to, ~.:~~.~~ .a elevação da eoncepçao de Moyse8 a respeite de' Deue .porunía, revel'ção direeta. Nenhum homem 1Por/ si só 'podia kloançadó' tá() elevada coneepçâo de'Debl -.o ' m , .,
ter
Moysés, se niopelacOncepção que foi ~ftlada '.porD. . mesmo. Deus'cenunente'appareceu a M~yIés;".'iD_
nlO8trou-seaMO)'sés'.Moysés tomou &8COJ1eepfÓe8 de ,Abrão ê pela8l'a~ de ;Deus' as elevou e purificoll,wr.iutemente. E-botave1 oprogresso neste seJiüdô,:entltéo~ po dos patriatelm'e 'o tempo de Moysés.O. primeiroticléia mandàlJlentOi' ensinam claramente a unidade ê'llê.tpi. rítuadídade de.Oeus. "EU.SDU o SePhor~uD~~~ te tirei da terra .dQEgypto, 4a casa da servi.dão.,N.ql~ (JUt1'O&·deu~ cll8.D~ demim. Não farás para;ti' UnueJP de eeeultlU"a ',nelll,alguma semelhança do.que.;bahJ;1ll cilna nos.eé....·Ilem.,abaixo da terra, nem .nas ,a~I~e baixo àat~'" (Ex, 20:24). "Guardse POi.$eQ~i~ genci.au\to&Sat:almas, pois semelhança nenhw-a mhllJ no 4ia em: que. D:$enhor vosso Deus em Horeb f.u~u c~· Y9SCO. do m-eio 40 (ojW;para que nãov06coX'r.o~,e .vos façaes:ll~ escultura, semelh-.nça de i~,;fI;' gUEa de macbQef~;tt (Deut. 4:15,,1f)),. E.~<~Y.·,é .p:rollibitlo fa.r.exact~~nte o que Jacob(u eJ1!'!~' "Nã'QflU"eu. para ~Ó8 idQJos, nem VOS .leV.llt.,~~ ~~ c g.,.eIW.•.•...eJJ. u.rtti ".~.ies . . ,.ínelínar-vo« tat.u~"ne-. m po.r~.~. (i8P.:~."'" da na v~8Sa~n-a,.,para li ella: pW'fWeJW. .&Ou-QSem.or,v08&QJ)eui"· (Lev. 26:1)., 'i'" p', Jetmvah'~ 'ednsidettdo oomo tend()UDl'lufJllt";de~1ia-. bitaçio.Todlt'ri.a 'EUe nio é um Deus' l~~_ pagãos tinham. A sua verdadeirà nlonldia ....""... -céusf. ·Mas emboraeateja DOS céus, Deua·.wiaita);;G& ho. -mena e ~ 'bDGe' utiVru, seu povo, Me:..app....eia aoa pat1'ia.r.....eJB, muiw .oocUiõe&,eí emmuitoefj. . .fles <eJIl·C,aann.f Deus, não é limitado atGau......'....... seja' ateft8 precWecta dElle."IE 4i88e : RtLlqu.:Ihiíd. OtBeus.. de buli pas;1Ião ·temas-. descer ao,~. . . ~'eu;te 'aTeialii8llla tr'ilide nação: ·E"de&OOl'9!~ -tiIOao;~, e ,.ceJ1"IBBntete fa.retQrD.riaf.Ultlf~~ "leté pc:má. e ia. >,Iílio.obre os teu8olhoaor .'(GInk f A: ·~,4)i"AI'II0J8.'noide8ê.rtODeUS.. deu. wna.~, .~ir comelle, 8Po!1que o meu anjo irá"Q.te,.!~t'
w..
t.
,te.levará;IIOII~.e,a08lietheo8"<e,aot,.~,
TH.EOLOGIA BIBLICA
e.seseananeos, heveos, e iebuseos: e eu oS destruirei. " . (&. 23:23) . "Então disse-lhe: Se a tua presença não
for comnosco, não nos faças subir daqui.
(Ex. 33:15). Quanto á sua habitação aqui na terra, a arca foi couiderada o lugar especial que servia a' este fim. A area não foi ídolo, mas foi apenas o lugar onde estava, • maaeíra toda especial, a ,presença de Deus. Era o lar a moradia de Deus aqui na terra. Mas a presença de Deus não era limitado á arca. Elle appareeeu tambem em, outros lugares. Mas a arca era o lugar privile~ neste sentido. Deus estava n06 céus; Deus estava na terra; são idéas bem compreendidas entre este povo. Agora queremos considerar as passagens que attrihem a Deus emoções e conducta humanas. Esta Classe de passagens accentua a idéa moral da personalidade de Deus. Deus arrependeu-se de ter feito o homem. "Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu coração. 9t (Gen. 6 :6). EUe ficou zangado. Elle é amoroso, ama, odeia, etc. "Por um pequeno momento te deixei, porém com grandes misericordias te recolherei; com um pouco de ita escondi a minha face de ti por um momento; mas com: benignidade eterna me compadecerei de ti, diz o Senhor, o teu Redemptor." (Isa. 64:7, 8). "Falae benignamente a Jerusalém, e bradae-lhe que já a sua maIíeía é aeaIJada, que. a sua iniquidade está expiada e que já recebeu em dobro da mão do Senhor, por todos os seus peccados." (Isa. 40:2). Todas as emoções da ahna humana são attribuidas a Deus. E isto é mais uma evidencia da vivacidade com que o povo pensou na ~rsoDalidade de Deus . ' . T.antbem é de notar que elles explicam tudo do ponto de vista de DeU8. Qualquer mudança tem sua rado de ser em Deus portanto era neeessarío attribuir a Deu. essas mudanças que viram nas outr.. coisas. A Biblia, porém, sempre reconheceu que este methodo de ooatemplâ'r a Deus podia ser abusado. Por isto temos pasaagens como "Deus não é o homem, para que minta: nem filho do homem, para que se arrependa: por~entura diri. elle, e não o faria? ou falaria, e não o confirmaria?" (Num. 23:19)-. "Porque eu, o Senhor, não mudo; por ísso.võs, ó filhos de Jacoh, não sois consumicItM·.'~ (Mal. 3 :6). Todas as passagens em que se fala 9t
•
de Deus como se fosse homem são simplesmente tenta- ' Uvas de externar idéas e pensamentos acerca de Deu emtermOl oompreensiveie aos homens. Sabemoaque Deus não tem mãos porém .trabalha mais do que aqueDes ql1e('i·ltlli~f 8~~(jUé,De'" nãê têiáfiaôt]mie -enxerga mais 'do que aquelle que os têm.' Sabemos que Deus" não tem. ouvidos mas ouve tndo. vê ti IiniUM.en,;a é ~~~~ d.aj)6f80nalid,,~ ~ I>eue,. ensina
-.eo.aoee
~ f:i::.V~«t~8~:~:~%~S::llJtelllreta.!aQ~ .
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THEOLOGIA BIBLICA
IH
A DOUTRINA DE DEUS - O ESPlRlTO 1. O Espirito de Deus. O Velho Testamento apresenta Deus como umapessoa, cujo caracter tem suas exigencias em relação á conducta e ao caracter do homem. Por isto o Velho Testamento emphatiza esta phase da doutrina e pouco fala da essencia de Deus. Mas é claro que Deus é uma pessoa actíva, livre e moral. Agora a tal pessoa se applica o que o Velho Testamento diz sobre o Espiríto de Deus. A questão que vae occupar a nossa attenção agora não é se o Velho Testamento ensina que o espirito é uma pessoa ou não, mas qual é a concepção do Velho Testamento a respeito do Espirito de Deus. Antes de suscitar as questões ontologicas o Velho Testamento sempre suscita as questões religiosas e praticas. A questão principal não é nem da essencía nem do homem, mas é a questão de um Deus pessoal, vivo, activo e moral em relação com o mundo e o homem. A questão da concepção do Velho Testamento a respeito do Espírito de Deus. apresenta-se tambem de outra maneira. Já vimos que Israel considerava J ehovah a fonte e a origem de todas as suas bênçãos tanto espi•. rituaes como materiaes. Era Jehovah o governador em Israel. RUe tambem era o Juiz. Os homens traziam as suas questões diante de Deus e EUe por meio dos seus sacerdotes dava as suas dírecções, "Porque o Senhor é o nosso Juiz; o Senhor é o nosso Legislador; o Senhor é o nosso Rei: Elle nos salvará." (lsa. 33 :22). Por isto é uma questão interessante como é que Jehovah exercia o seu dominio sobre Israel. Como é que Jehovah guiava a Israel em todas as espheras da sua existencia? Ha duas maneiras pelas quaes o Velho Testamento-considera que isto podia ser realizado (1) Por manifestações externas de Deus aos homens e por mandamentos. Esta manifestação exterior de Deus é chamado . o anjo ido Senhor. O anjo do Senhor não é criatura, é Deus mesmo em forma de manifestação. Portanto o anjo do Senhor é identico com Jehovah; mas ao mesmo tem-
.oO.'NBLltOr' iiB&PMCENTO -
'.
,
.PQiel~,. um'l~_CO differeates, As ''fi.!nte+flPas&aideJltidad~COJIlO tt, (ijtf~rtm~~ ·~E
,.,. revQl__ ,t~t()i. disSJe.-Jne,,~
anjo de;
em sonhos; J'acoP:.<; E
~us
~isae:
~uL,E disse elle: Levantaago~ao";.us.ol.lt~e vê q~ .tQàNosbode84lJle cobreme I'eb,u~i:'~"'~ 'liatradpe, ~a1pica4Q$e Q),alltados porque t9D,IlQ·'ft,lftQ.tMP oquel"abáQ,teJez,.," (Gen. 31:11.13).~ '''Ei'q...,e, eJIIíeA-
Ei"ae
oio wn anjo diante, de· ti, para que-te 8_
minho, e,te leve ao lugar que te tenho apparelhado. ,Guar..
:~-::';dJ~~:~~6"~ ':~:~o:rlu: ~:~:'~&~~~
o me~. Jldme está, nelle ~ " (Ex. 2S:20, '21).
~. A .'e(ttip;' da Jiíabeinl p'etaqual 'Deus gtlÍou Israel 'e' pe!6'1IléU ~pinto ... ,0 '"Esl,lirito' de: Jehovah ê '~~vâ!r,vmés n);bdentttrdos l1o~ns como o anjo do Setítior 1~'h'ovab :fórá dml',llomeris. I() egpirito' i~pif~l&.hom~·, 'ElIe d.esc.eus()bh~ Saufe Saul tornou-se ')butrti ;líom~:. "E o espirito do Senhor se apoderará de ti, e prôPíi~tl. zarás CQmeUes.",e\t~ ~udar.á& em.\outJQ\~fJn:f' Suecedeu IJ()islJge'r~a!,d9 elle. uacostas p~ra,:V~t.ir de Samp.el, DCU$ll1e mudou o coração, em Ó\l~: 'e,iodos f
era
::::~~~~~~e~oad~~i::~~';~~~~~:'~1~:.~a'~~,
pttelaslbés •SaIU ao ~eneontro; e, oes~itb !d(fsenb~l ée d,eIM;'~Pt'dptietlzou 'no melo Ide1IeW,'',':;tf"lfS'á$,',I. ,âpodel"án IO:6~9,"lfJ).'" . ,.!! ,i
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.bo~aJJ, 8Ov~ll' ~'. ,"Vida
*v~à".!.~ .,~jp, do ~pelQ.~\l Es~to.
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Se.nbor" inte~,.le
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.... ~1il'''1lNI'porquefávimdS ~fIOàI eseriptHPêi .nlo: SOD1W.te' '1tUribuirant'; 'a 'DeuslJlÍãos~ f '~. PM,. bocca,
..uIOlIj .·'~9a,I".'"at1Htiuitiu 'tâlbMJI('(.~:S~l1e~t~ fa.·~j8 l HeatitMDtosi ·da MIfttl'flUJ'Jl8•. O j~ -da' bo....l.ád e., _a'coua]
,
';n~:::i::t.:e:~~=":;)~~:~~ • •!tiftnbelht..... LDe_~; A!ltéti#d.de<~"De.t~Ull'" sObM;:.:,i~at. . . . eta·é'lMú rFAPIt4wl. 'ff.~
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Mas o espirito de Deus é considerado como podendo estar fóra de Deus ou dentro dElIe, porque o espirito ,é o que sente ou pensa em Deus e é o tIue age s0bre as coisas externas a Deus. Por isto temos' a idéa de que o espirito pode ser derramado ou soprado ou que desce sobre a pessoa. Como já vimos ha identidade entre Deus e o seu espirito e ha lambem uma certa dif. ferença ou distincção entre os dois. Agora queremos indagar o que é que se diz no Velho Testamento sobre este espírito do Senhor. Depois queremos saber o que é este Espirito de que se dizem estas coisas. Em relação á ultima questão pouca coisa temos no Velho Testamento. Todavia a primeira questão abrange o que o Velho Testamento diz sobre o espirito de Deus em Deus mesmo e o que se diz do espirito de Deus em. relação ao mundo ou á vida humana. 2. O Espiriio de Deus em o proprio Deus. Desde que a concepção do espirito humano é provavelmente o ponto de partida na consideração does. pirito de Deus talvez seja melhor ver primeiro o que o .Velho Testamento diz em geral sobre espírito, e de-_ pois veremos o que se diz em particular, sobre o espírito do homem dentro do homem. A passagem que exprime hem a idéa geral do espírito no Velho Testamento é a seguinte: "Porque os Egypeios são homens, e não Deus; e _os seus cavallos carne, e não espírito; e quando o Senhorestenderá a sua mão, e dará comsigo em terra o auxiliador, e cairá o ajudado, e todos juntamente serão consumídoa." (Isa. 31 :3). O motivo dessa declaração foi· revelar a importancia dos Egypei08; "elles são homens e não Deus; seus cavallos são carne e não espírito. nA carne ,é fraca, portanto não tem peder em si mesma. Por outro lado espírito é poder ou,tem poder. Isto pareeeser a idéa do espírito em todo o Velho Testamento. Espirito é força, é poder. E' provavel que eaaa idéa seja derivada da idéa physiea do espirito.Espirito, physioamente faland(), é folego. Onde ha folego ha vida e onde ha vida ha força, ha poder. A falta de folego produz a morte, 11 fraqueza, a COITUpção. De acordo com esta idéa geral de espirito éo que se diz no Velho Testamento, sobre o espirito do homem
00 ....HO,, ···T8STAtiENTO
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pranto sobre o unigenito; e chorarão amargosamente .sobre elle, como se chora amargosamente sobre o primogenito." (Zac. 12:10). Esta inclinação predominante da alma humana pode ser temporaria ou permanente. Quando permanente tambem é chamada espirito e é equivalente ao nosso termo caracter ou disposição. Por exemplo uma pessoa pode ter espírito de humildade ou de orgulho ou de ciume , O Psalmista pede que seja sustentado com . espirito livre. "Torna a dar-me a alegria da tua salvação, e sustem-me com um, espirito voluntario." (Ps. 51 :12). Assim o espírito do homem exprime todas as actividades e energias da vida e da mente, e até a disposição predominante e fixa da alma. A phrase "espírito de Deus em Deus" é usada em relação a Deus da mesma forma que se usa a phrase em relação ao espirito no homem. O termo exprime a plenitude do poder vital e todas as actividades em geral, emocional, íntelleotual e moral; quer as temporarias quer as permanentes. "O' vós que sois chamados a casa de Jacob, porventura se tem encurtado o Espirito do Senhor? são estas as suas obras? e não é assim que fazem bem as minhas palavras ao que anda rectamente?" (Miqueas 2:7). "Quem guiou o Espírito do Senhor? e que conselheiro o ensinou ? Com quem tomou conselho, que lhe desse entendimento, e lhe ensinasse o caminho do juizo? lhe ensinasse sabedoria, e lhe fizesse notorio o caminho da sciencia?" (lsa. 40 :13, 14). A primeira dessas passagens refere-se á actívídade emocional, a segunda á actividade Intellectual , Nos Psalmos 13~ e 143 temos outras idéas de omnípresença e a da bondade do Espírito. "Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua face?" (Psa. 139). "Ensina-me a fazer a tua vontade, pois és o meu Deus: o teu Espirito bom; guia-me por terra plana." (Ps. 143:10). Assim se vê que a Iínguagemusada no Velho Testamento em relação ao Espírito de Deus em Deus mesmo corresponde mais ou menos á sua linguagem em relação ao espirito do homem no proprio homem. é
3. As Actiuidodes do Espirito. Queremos agora examinar o que o Velho T~t8, mento diz sobre o espírito de Deus fóra de Deus, isto
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nbor,tinha'CÜto.'~'Ex.)(7:3-13).
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qM,:h.viei.dosctnls_,·. . .V$\l OU'YlU;'lComO o:.hüon·, ,tinha 4ito,." , (Ex;.[i.;l~ ,~~~ tão disseram 08 magos a Pharaó: Isto é o/dello'. ~lM"i a Pio..r,.~.~m . n ,.0 çor. " .: !.~.J:.1~.,o.;'ti;,Ie".!?~. h 8Ji . r.1. '. ~d..ur~~e~'.~. p.. ã•.P ,., ,.0.u-
:.~.'.'.~.~I'f.;.AÓ~':.,m.,.·l.~i.'Jh:a..··~ó·, ~. rf.~Sé'i'~r."'or'endu ~.'.. '.~.";~'~a.·Cé"". s. .g:. ' ~Vl·.8.1li.·~.:.s.).'•~c'Ii: ', '..f.~.~, Ph·.,;·i o' ~oià~~ 1(ie '. 'iriô' dtt.j'"l:r.lã~.,i.~,'~.: ~p.;. ~.: . .i r..."bS.ftt.b~S"I' .ISt.~. e.l,.a.,a..•.l1a. teri.','ia.' ~" . )t.·.ti:.':.'•.' 1"f~01'.n:eüfef*) s~b~ 'ttttló~ era ~ citUstide fuHi) ·o.:t1~j ~ 'dª~ve~~,o·~n.~te,~ todas '. Íl~ :~ts,,~ '" ,,'\..,<~,' i . : . '. .
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braioo aão é hem traduzido :por 44 movia" mM é melhor "dloca"lll". Já se nota aqui certa tUstineçãCl). eDtIe Deus e seu eapirito. E' por isto que adoptemos essa _. visio do nosso assumplo, "O espirito de Deus em Si" eUo eepirito de Deus fÓl"ade Si". "Quem guiou. o .~ pirito do Senhor? e que oonselheíro o ensinou?" (I8a. 40:13). 44E a terra era sem forma e vazia: e havia trevas sobre a face do albysmo;e o espirito de Deus se movia sobre a face das aguas ;" (Gen. 1 :2) . Em Joheapitul0 26refere-se a relação doespirito p ..a com o mU'lldo. "Pelo seu espirito :Ordenou .os céus; a sua mão formou. serpente enroseadiça." (Job. 2&. :13}. TCID08 uma idea semelhante em Isaías. 46 Secca-se a erva, e caem as flo~, .soprando nellas o Espiri... to do Senttor. Na 'Ver4a1lle .,que' erva é o pG1tto." (Iaa . 40:7'. Ezequiel tambem tem uma passagem bem i . teressanie nesta connexão. 44E eUe me disse: Prophetiza ao -espirito, prophetiza,ó filho do homem, ·e· dize ao espirito: Assim diz o Senhor lehovah:, Vem doa fIUIlWO ventos é espírito, e assopra estesnwrtos, e viv~o·'. (Fzequiel 37 :9)'. ' (2) Essa operação do espirito de Deus sobre o mundo material não é a phase mais acentuada do assumpto. A maior esphera de aeção do espirito está uaesphera da vida ou da vitalidade. A relação do espíríto de Deus para com a vida, querdando-a quer reprovando-a está muito aocentuada no V-elho Testamento. "E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, -e soprou em seus narizes -o folego da vida: e o homem foi feito alma vivente. " (Gen. 2:7). A Idéa fundamental aqui é que DeU$ é a fonte da vida; o hom.em w.veu porque Deus "soprou em seus nartses". E' o espírito de Deus que produz vida no homem. A vida do homem .é a presen· ça nelle do espízítode Deus , u'Que. emquanto em mim houver alento, e o sopro (ou espirito) de Deus DOS meus narizes ... " (Job 27 :3). "O espirito de Deus me fez; 'e '8 inspiração do Todo-Poderoso me deu vida." (Job 33:4). Portamo .eom:ofonte, donde 'veIIIl a vida, este espírito é o espírito de Deus, porém ~o está -Bebemem édlamadoespirito ,do homem. "EttOende.s o . . rosto, efieam pertur»adoa: 18e lhes ,tira ofolego. ~ rem, ..evoltam para 'O seu pó. Envias ,o 1leuEapirito. e são criaGos, e i!!'
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com os i,rophetas prophetízava, então disse o povo, cada qual ao seu companheiro: Que é o que suceedeu ao filho de Kis? Está tambem Saul entre os prophetas?" (I Sam, 10:6, 9, 11). Mais tarde o dom daprophecia perdeu esta phase exterior e se tornou maís.ethíca, mais moral" ~ais espiritual, como por exemplo em Jeremias. que repudiou todos os sonhos e coisas desta natureza; porque essas coisas-não faziam parte integrante do trabalho dopropheta, nem sempre indicavam .a presença doespirito. "Porque assim diz o Senhor dos Exercitos, o Deus. de Israel: Não vos enganem os vossos prophetas que estão no meio de vós, nem os vossos adivinhos, Bem deis ouvidos aos vossos sonhos, que vós sonhaes: Por· que elIes vos prophetizam falsamente em meu nome: Não os enviei, diz o Senhor." (Jer. 29 :8, 9). A idéa verdadeira do espirito em relação ao propheta acha-se em Miqueas. "Mas de certo eu sou cheio da força do espirito do Senhor, e cheio de juizo e de animo, para annuncíar a Jacob a sua transgressão e a Israel o seu peecado." (Miqueas 3 :8).. Aqui se vê claramente que o poder não é o physico mas o moral. (4) A quarta esphera em que o espirito age é na esphera intel1ectua1. "Na verdade, ha uin espirito no homem, e a inspiração do Todo-Poderoso os faz entendidos." (Job 32:8) .~'Depois disse Moysés aos filhos de Israel: Eis que o Senhor tem chamado por nome a Bezaleel, o filho de Uri, filho de Hur, da tríbu de Judab, é o espirito de Deus o encheu de sabedoria, entendimento e sciencia em todo o artifício. E para inventar ínvenções, para trabalhar em oiro, e em prata, e em cobre, e em artificio de pedras para engastar, e em· arti· ficio de madeira para trabalhar em toda a obra esmerada. Tambem lhe tem dado no seu coração para ensinar a outros a elle e. a Aholiab, o filho de Ahisamach, da tribu de Dan, encheu-os de sabedoria do coração, parafazer toda a obra de mestre, e a mais engenhosa, e a do bordado em azul, e em púrpura, em carmesim, eem linho fino, e a do tecelão: fazendo toda a obra, e Inventando invenções. Assim adoraram Bezaleel e Ah.oIiah, etodo o homem sabio de coração, a quem o Senhor déra sabedoria e íntcllígencía, para saber como haviam de fazer toda a obra para o serviço do santuario, conforme a tudo o que o Senhor tinha ordenado. " (Ex. 35 :30-36:1). .-
'(5) A· 4I'ÚnIa' eephera de tlefão 'do 'espmtoé ·á .MIa ~a vida blhrior, a mail intima domlli~d• . T()-' ..... ~ftligieNSie!todlf·a~lalid"".hreat7nl flUe se ehamwetpiI+itMI sio.vidll. aoeBjirito 4ie; Deul~
E' por i&to,.-':o: Paalmilta pede que·Deu8Dio .)Jje' tiwe'Q eeu'eépi.,.Santo . . . . . eüe não quer-ía' deixar _ter eaee. tMPlM"leIIU e ,inspirações pan COIB De"f. "~h l8e l..-lóra dato. ~seoça,.ejDiQ retiree. JDim Gteq,Jl.'pirib Solo." (Psa , 51::11) .. DeUIDa f-orl" · 1118 especW,. ,)JOI'êJRo espírito de Deus é a fonte de. .tiNIa a capaeídade.do lomem·p.a receber as.rev.çÕ8s. Deu. E'JIlOr,iUo··queae diz que op"lJlbela estiL.aio de .pocler . . ·e..,wto pera: declarar a v. . . . a . I8deI. ~Mtta de. e8l'loea 'l8U:clleio daforta do epirito ~~ e eheio.de,jui•. e de aBirw\ peraa_uooiar $ .... cob a sua transgressão e a ·leraelo seu ,p~dQ.''''~'(J6. ~& 3;~~,. ,."" ~~~ásoWe,elle o ~rito .~O, Se-
_Se-
,
nbor.~to ....~e4~ e. de~aeJOla, Q .~~ de cw.eJho e, de .fOftale.za~ o espíríto de COnheci~to e· ~ telUQJ: ~ :~~. " Usa • 11 :2) • . \ .
O espírito de Deus ~ Velho Teatan.el)toé eutio úm companheiro j.n~paravel -de Deus., O "es~todeJe hovab·ê ,.fekb\rall ~~ a fonte iuspftW .' .'_ d~' tudo quanto b}·~nmlt~vepellSàl',sentire qúerer .~s~. "FJeas"e:·~déDeU8" sãóparaMa•. E e8tê'ftt.. do meSIDO ·se ehàmar Dem' pelo DOtJ:lIe de "espiltitd. Deus" é prmtf 1'8lente . que a eoneePÇão 'fuadtidhsMld de.~ ~.qliel:BIle'é éspirito. Pór'isto otí8e 'se .eDtoillta qu8lqUerdeseM~mebfti) .ém rela~o á:.eoD~O . . Deus encontra-se tambem igual desen'Y01"vimeBto'e1II relação ao espírito de Deus. , . . . Nesta eonnexão vale a. pena notar uma certa dístín~ altl :phaRs' "espirito je Deus t, e ~~espiri~ do se.BhOt". Eftr'géNI pode-se :diRr que a diertincçiêde é' 'de' 8l,'aftd~'írignmeaçio poréJ1l debaixc).de eerw.. peeto ." di8tin~ . ê importatrte.· Jehovah Dees de hl'ael; . . . é ~Ô$ ;Rei, (fo' R-eino' redempHvo fJm ...... O' "esplri'b doSe~ ê o Senbot ou .kmovall' agmdo 'ceM:f).: J)eíft'te·dêmptor em' Israef. A' pll1. . ··~iritW\. IJeoatt. ~f,ePe-se'~ qu~ Detts· é o Rei redempti....
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A'p~ ~"cI>"~" ~ J ~:â8 jeti~dêlf~jlWf'i'êaemp"'" ~:á oJüoirlJlhta..... é ~
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portantes , , O espirito dado aos homens, como Gideon e Jephte foi este mesmo espírito redena.ptiv~ foi J"ehovab mesmo agindo ,DQ homem para fins redemptívos. Come já notámos esta mesma idéaredemptiva fez que a prophecía se tornasse cada vez mais espiritual. O espírito de Deus debaixo do nome Espírito Santo só se encontra três vezes no Velho Testamento. "Não me lances fóra da tua presença, e não retires de mim ateu Espírito Santo." (Psa , 51 :11). "Maselles fo-: ram.rebeldes, e contristaram o seu Espír-ito Santo; pelo que se lhes tornou em inimigo, e elle mesmo pelejou contra elles. Todavia se lembrou dos dias da antiguidade, de Moysés, e do seu povo. Porém está agora o que os fez subir do mar com os pastores do seu rebanho? onde está o que punha no meio delleso seu Espírito Santo?" (Isa , 63:10, 11). Foi na prophecia que a concepção de Deus se tornou matae mais ethíea.· Houve tambem ígual progresso na concepção das qualidades ethíoas do espírito e a expressão "Espírito Santo" foi empregada para exprimir essas Idéas do espiríto de Deus. Em conclusão diremos: O espírito de Deus em Deus mesmo é Deus activorevelando-se e dando vida e poder ao homem. O espírito de Deus fóra de Deus é Deus agindo e operando nas differentes espheras já mencionadas" Tambem é notavel a tendeneia de ir limitando as' .actiVidades do espirito ~e Deus mais e mais á vida moral e espiritual como temos no Novo Testamento algum tempo depois do dia de pentecostes .. 4. O que é o Bspirito . Já notámos que o Espirito do Senhor é o Senhor mesmo. Por esta razão não devemos esperar encontrar a Idéa que o Espírito é uma pessoa distincta e. differente de Deus. f A unidade de Deus é uma doutrina muito hem accentuada no Velho Testamento. Só no Novo Testamento é que encontramos claramente ensinada a doutrina da trindade. Mas ha no Velho Testa.. mento certas dístíncções, embora não vão ao p~n: to de indicar uma pluralidade de pessoas em Deus, que não nos deixam totalmente surpreendidos quandoencon.. trames claramente ensinadas tal doutrina no Novo Testamento ,
DO ,VELHO TESTAMENTO
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Tambem ~o, devem08eatranhar o fado cpte. o;V. " lho Teltam~Bto não aeceDtua a peraonalidade.·' do ~ rito de- Deus 'ou do Senhor. Só no Novo Teltemento;'~ que a personalidade do Espirito está c1anuuente .eJIIIi.; nada. Quanto ao Elpirito o V ~ Testamento eD.jn.-o'~~. te: (1) O ~ito do Senhor é' sempre eoneidera.'-.,; brenat~,é'Deu8mesmo. O espirito não é09D".n~' do uma mera influencia de Deus, agindo e diítiDCtu de Deus mesmo. Deua e~tá sempre ,preeea.te' no ,-f.piri_ to de Deus". O espirito de Deus é Deus 'mesmo .....eIo,. eoperan40. Elta é a idéa basiea tanto do Ve1h& ec8Oda Novo Testamento. (2) .O. espírito do' Senhor não é, uma sJlbstandaob uma coisa dada- ou tolW1lUnicada ao homem" 'O,V~.;, lho Te.tamentonada 'sabe de tal s1ibstanciaespfHtiii l Oe~pirito nioé substancla,é energia, é, pod~t é ,ter' intelligente e' eonaoio, tanto de Si eomo' do tn1lli'do terno. Ali figuras lIIadas em relação ao ~itito~.tâe,87 como "caiusOtireeDe- ou "desceu sobre eDé." 9u'-dM-' cansou neW'" SÚIlpleaJnenfe . eiprilDem que.' o- .e.'pj101to; vem '.decllb.a, é sob~nahiral, e ás vezes vem ,~fi-: namente.' ' """ ' .(3) tig.do ao factoqu.e o e.spirito,llão.é,qlU·s.p,.., standa está- a outra verdade que. o espjrito~'u{d~. , é, poder, é inspiração. E'pOder physioo,iIiJeUeetUit' espírítual, O espirito é criativo. "Então o espirito do Senhor apessou-se delle tão posaantemeate que o fendeu de alto fi baixo, como quem fende um cabrito, sem ter nada na sua mão: porém nem a seupae nem a sua mãe deu a sabero que tinha feito. " (Juizes 14:6). "Eis que eu tenho chamado por nome a Bezaleel, o .filho de Uri, filho de Hur, datríbu de Judah, eo enchi do eapirito de Deus, de sa!bedoria, e de entendimento,e de scíeneía, em todo o artificio. Para inventar invenções. e trabalhar em oíro, em prata, e em cobre. e em lãvra. inentode pedras para engastar, e em artíeifio de madeira, para obrar em _todo o lavor. tJ (Ex. 31 :~). ME estendeu a formade uma mão, e me tomou pelos eahe1.; los da minha cabeça; e o espírito me levantou entre a terra e o céu, e me trouxe a Jerusalém em viaõe8 de Deus, até á entrada da porta do pateo de dentro, que olha para o norte, onde estava o assento da imagem doa
"ex·
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cinmes, que provoca ciumes ." (Eze. 8:3). ".E a terra era sem fonna e vazia: e haVia trevas sobre a face do ab,etmo; e o espírito de Deus se movia sobre a face das &pu." (Gen. 1 :2). E' verdade que ha uma porção de passagens que apparentemente ensinam que o espírito é distincto de Deus. "Segundo a palavra que concertei comvosco, quaBào saístes do Egypto, e o meu espirito ficou no meio de vós, não temaes." (Aggeo 2:5). "E respondeu, eme falou. dizendo: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel, dizendo: Não por força nem por víoleneía, lDti pelo meu espírito, diz o Senhor dos Exercites. tt (Zach. 4:6). "Porem elles foram rebeldes, e contristaram o seu Espírito Santo; pelo que se lhes tornou em inimigo; e elle mesmo pelejou contra elíes. Todavia se .1eUlbl'oU dos dias da antiguidade, de Moysés, e do seu povo. Porém onde está agora o que os fez subir do mar-com os pastores do seu rebanho? onde está o que punha no meio delles o seu -Espirito Santo?" (Isa, 63:10, 11). Pouco nos revelam essas passagens quanto á distin<wão entre Deus e seu espírito. Na linguagem commum ba até.a mesma distincção entre o espirito do homem e o homem mesmo. Podemos porém pensar que, ao menos" temos os principias da doutrina sobre o Espirito Santo. E· no NO\TO Testamento que se encontra o ponto culmi-
nante destes ensinamentos.
IV
A DOUTRINA, DE DEUS - OS 5ms
ATrRIBUTOS .
1. Os afiriblll6, moraes. (a) A Jumça de Deus.
O termc justo, como outros termos ,qqdaln.a·Bíblia, talvez, no principio, exprimisse uma' icWa, phy"'; a qual mais tarde passou a ser uma idéa,mOl'al. 1810 é muito CODlIQ.UID na histeria das lingual. "lieoto" ,per excemplo pode. applícar-ee tantoao home.... como a . . . linha. Num caso o sentido é todo moral, noulm to4e physico. Pode ser que assim. f981e como o tel'1DO' j". Neste sentido então o terrao jllStiça .iacUcaria coaf. midade a um padrão ou a um m9delo:Dev&<08e p()rém notar que não é conformidade coa q·aa!quer paclrãQ '• • modelo, .•u só comum padrão bolll ov,perieito.P..Coe que a Idéa de justiça até precede a idéatlopadri&; porque o padrão é apenas a concretização da Wéa ela justiça. ou daquillo que é justo. O pt'Op1leta lIkueae f~ da epha pequena assim mostrando cJ.ar.amenle Que independente de padrão já havia uma noção da...... verdadeira.' cc Aindaha na casa do ímpio thelfNm),"e impiedade? eepha pequena que é detestavel?" (Mi.. queas 6:10). Vale a pena guardar isto em meete . . antes de pronunciar qualquer juizo.a p~ j '. . . . . . si mesma a noção, do direito ou do errado. Not..-ist. nas crianças logo ao· iniciarem as suas NlafÕ88 .QfNa • dentais crianças. "Quantas vezes se tem ouvido a phrase "não, não é assim, 'isto não é direito." Agora não aos compete indagar d. 4Nigem d~ idéu ponJ'1K' a sua origem é anterior a~poDto CIIl _ nÓ8 llQI a.cbaIPos. TeJQ.os que almeç&r acp.l e eo.p.ti'J..r
para afteate em vez de voltar para a origem d.... noção do direito ou da justiça. . " Justiça eDtio quer em Deus, qUeJ" QOlw~.,.é aquillo .que 'é J~o, que ·~tUreilQ, . , eb:reWD 'Qpi.. em que apello.aqlle P,ron.uncia ojm.ojq1aa ~ Justiça pw isto é WIl tmao á4àtivo ~
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envolve natura1m.ente tanto as iInperfeições com.o as i:m.perfeições de quem. julga. A noção de justiça parte do juiz e não das qualidades do julgado, devendo, po:r:éIn, haver UIna relação intim.a entre as qualidades do julgado, e o juizo feito pelo juiz. Seria injusto por exeDlplo, para um. hOIDem. eondem.nar o - justo co:rno se fosse iIIlpio e taInbem. seria injusto se Deus fizesse se:melhante coisa. Esta é a 'idéa de Abrão eIn Gen. 18: ~. 66Longe de ti que faças tal coisa, que m.ates o justo co:m o iln.pio; que o justo sej a com.o o Jrnpdo, longe de ti seja. Não faria justiça o Juiz -de toda aterra 1" O f8.C:to que Deus é Deus não subtrae neIll a sua pessoa riem. os seus feitos do terreno de juizo Il'l.oral. Nada seria direito earr Deus porque é Deus que. não seria justo nelle caso fosse hOD1elD. A·gora é preciso reconhecer que Deus sendo .criador de tudo tem. direito de estabelecer as leis que acha necessarias e exigir do Irornezn confonnidade COID.· eUas. Isto é justo e não constitue rierrhrmaa arbitrariedade por parte de Deus. A's vezes encontraInOS a idéa que Deus, só por ser Deus, tezn o direito de fazer o que quiser com. as suas criaturas em geral ou ·COD1 o bOlDeIll em particular. Istoié verdade, m.as precisalDos accres.centar a idéa que EUe pode fazer assi:rn porque tudo .quanto Elle quer é o. que ha de Inelhor para o Iaorrrern, TalDbelll se deve entender que Deus aerrrpr-e respeita os' direitos do individuo que lhes f'or-azn concedidos noacto da criação. De.us não age em relação ao Irorrrerrr ·CODlO o hODleDl DleSIIlO pode agir -ern relação a suas propriedades, co:' :mo por exeDlplo, UDl animal ou outra qualquer coisa. ·A relação entre Deus eo homem é urna relação pessoal,. e portanto rrroz-af, Por isto Deus selIlpre respeita essa .-elação e os direitos' envolvidos nella. As passagens que se -ernpa-egarn neste sentido, isto é, que Deus pode agir arbi trariaIncnte eDl. relação ao hODl.e:rn são Dan. 11 :16""0 que pois ba de vir. oontra elIe fará segundo a sua vontade, e nao haverá queDl 'poaaa subsistir diante delle: e estará na terra gloriosa, e baverá corisarrrrlção na sua rrrão, n e' .Ter. 18:2-6. 66Le_ vanta-te, e desce á casa do oleiro, e lá te farei ouvir as nliDhas palavrás.E ~desci á casa do oleiro, e eis que estl.lva fazendo a sua. obra sobre as rodas .. E o vasO, que elle fazia' de barro,. quebrou-se na mão do oleiro: eritão tornou' 'a fazer delle outro vaso, conforme o que pa-
DOVBLHO TESTAMENTO 'receubema08 oIhoB do oleiro fazer. Entio veio a mim a palavra do Senhor, dizendO: PorvenRna não ~ m -eu fMerde Vós«>:aioestt oleiro, ó casa de 'I8héI ?"dão Senhor: eis 'que, como o bárro na mão do óleiro,assim tois vós na minha ,.ã~ Ó casa de .Israel." A idéanest8'oomptt-ração é -que,Deus -forma, e dirige. ,os destinos do lfomem ·como qttet, porém nada se diz sobre 08 meios, se são dilreclOs ou'in-diréctos,pelos quaes Elle alcança os -, seus résoltados. Naturalmente em se tratando do oleiro e do barro," os meios sâo:directos, porém Deus, por meios.In:directoa, que respeitam ,a personalidade do homem, pode -alcançar os mesmos fins em relação ao homem ,que o oleiro visa por meios directos em relação ao barm..: O .povo de Israel não gostou do methodo nem do meio pelo quál Deus queria levar avante osseus planos; e arespqSta • rebe1dla do povo de Israel está em IBaias. ~ Ai daqueUe que contende com o que o formou; oeato contende com 08 'cacos de barro: porventura 'dirá·o 'barro ao que o foi1nou: Qtte fazes? OU a tua obra: N1io tens mãos. Ai daquelle que diz ao pae: Qúe é o que 'geras,? eá mulher: Que é o que pares? Assim diz o Senhor, o Santo de Israel, aquelle que ofarmou: Perguntae-me as coisas futuras; demandae-me acerca de meus filhos, e acerca da obra das minhas mãos. Eu" fiz 'a terra, é eriei neUa ohomem; eu o fiz; 8S míahas mAos . es~ndéramoseéus, e a todos os seue exereítos dei :as
'minlias "6rClens."'(ha. 45:9-12). Realtnente o ctue DêD8
diz aqui não é que Elle pode fazer ,tudo quantoqueresem tOJnar emconsideração a vontade, do homem, 'mas dit que ElIesabe melhoro que, se d~via'faJlíer:. Deus é superior em' sabedoria e em poder por i8IU tem 'direito não para desfuerou desprezar a liberdade ,do homem, "porém para faze~ o que Elle· bem saheémeIhor para todoe ; Não arbitrariedade; é a omni$ckmcia agindo. "Porque 08J!leuS pensamentos, nãosiooe vo.'$ospénsamentos, nem os vossos 'câlIlinbos os meu. Oíl· ,'pUnhos, diz Senho'!'." Porque, assim como 08 céus; do mais·altos'do'que a fma, assim são osmeae e ~ 'màti'aftois do quê os \'0.08 camínhos, eosmeus '. ~ mtfut08 mais 'll1tosdo que os vossos peÍlS811lentiJt8·~ " ,'(lia. '55:8, 9)';' 1 : A 'figUrl'·do o~itO e 'o barro &~ggete·tambe.'~a outra idéa. A razão· porque barro W PO'~' ~dtJpar. otíti"ofim era que ,não fOipostiftl fa~~,
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zer coisa melhor com semelhante barro. E é assim que Deus trata as nações e os individuos. Elle sempre quer fazer alguma coisa de valor mas ás vezes o- povo não presta para tal obra, nem coopera com EUe. Deus então abandona tal povoe procura outro que preste para o seu. serviço. "No momento em qu.e falar contra uma nação, e contra um reino para arrancar, e ;para derribar, e para destruir, se a tal nação, porém, contra a qual falar se converter da sua maldade, tambem eu me arrependerei do mal que lhe cuidava fazer. No momento em que falar de uma gente e de um reino, para edificar e para plantar, se fizer o mal diante dos meus olhos, não dando ouvidos á minha voz, então me arrependerei do bem que tinha- dito lhe faria. Ora pois, fala .agora aos homens de Judah, e aos moradores de J erusalém, dizendo: Assim diz o Senhor: Eis que estou fGrjando mal contra vós: e penso um pensamento CODtra vós: converlei-vos pois agora cada um do seu mau caminho, e melhorae os, vossos caminhos e as vossas aeções . Mas elles dizem: Não ha esperança, porque após as nossas imaginações andaremos: e fará cada ~ o -proposíto do seu malvado coração." (Jer. 18 :7-12) ~ Esta passagem de Jeremias ensina .duas grandes u, ções: (1) que Deus pode tratar as nações como o oleiro trata o barro; (2) que 08 methodos usados por Deus são methodos ouprincipios moraes que não tolhem .. liberdade do individuo DIas ao mesmo tempo attiuMos fins collfmados , Voltando para a questão da justiça de Deus repa:ramos que Deus é justo quando Elle faz o que é direito em. qualquer caso particular ou em qualquer caracter em que apparece como Juiz~ Governador ou Deus d~ seu povo. Justiça não é uma coisa abstr'acta rnas é boa condueta dentro de certas relações. A idéa da justiça de .Deus é mais ou menos o que nós hoje em dia entendemos quando se diz." aquefle é um homem díreíto, .pode-se confiar nelle." Por exemplo é direito o juu absolver o innocente e condemnar o impio ou o réo. W ti:ireito o governador fortaléoer os fracos e pleitear. causa dos infelizes, .dos orphãos e das viuvas. Job é exempdo desta justiça. "Aos necessitados erapae, e a. causas de que eu não tinha conhecimento inquiria com diligeDcia;n (Job 29:16). . A funcção do Juiz no Velho Testamento abrangi a
DO VBLHO TESTAMENTO
,maia do que • sua funoçio abrange hoje.Ó Juiz aD. era laia e·lambem ad~ogado. Elle tinha o dever até· de deecobrira é~ncia eItl que havia de Ibaaear . . . decisão. Rm lealas temos llQla passagem muito i ~ . .teaohre a.meaeíra que o Messias havia de julpr~. EHe nio juJganí&eg\\Ddoo .que vêe ouve porém ~ do o Espil:\to de DeUI que o enese, "E repousará 1Gbl'e elle oeapirito do Senhor, o espírito de sabedoria e de intelJilencia, o eapirUo de conselho de fortaleza, 6 eàpirito de conhecimento e de' temor do ~hor. Eo seu deleite aeráoe temor do SeDhor:e não julgará li&gundo avista 401aeu.t olhos. nem repreenderá sepndo o ouvir dos seus ouvidos." (Isa. 11 :~3). As acçõe. ou feitos de Deus na. suas varias reIaçõe8 com 06homeDl, são julgados portanto ·da:rnemna ... ma e .pelos ~8 prinoípios que ee julguem os .adGI' dohomem: . Agora é de notar o principio dogmatieo de 4fUe' o homem, sendo, peooamin08o, Deus. nenhuma· eOlWàde~ ,ração lhe de\'le dar; oãoé a base em que' se assenta '0 jtdn. de Deus em relação ao homem. Porque o reconhecimento da graça de Deus é um. faeto que está constaJdemente actaltuado no V-e1ho Testamento. E'verdatJe que os àomeDIJ ás vezes confessam queBada ~ ram ás mOlde ·Deus mas ísto não impede que Deus seja graci080 para eom eUe•. "Menos sou eu queto4iM, u benefieen"'e quelocla a fidelidade flue tivreste~ ten servo; peeque com meu oajado pusei elte,Jerdão,' -e agora me tomei em dois bandos." (Gen. 32:19) . A idéa então qJle o hOltMm forma da justiça de ,De. haseia-se prin:cipalmenfe na condueta de Deus em relação aobomem, ftCOBhecendo que Deus é melhor para o homem do que este merece. . lá lIe vê que oprineipio do juizo applicado a Deus é llellllelhante....riDeipio que se appliea á eonducta do homem .. E' justo por exemplo entre os homens per.- . ..... • nroeonf~dG.e arrepencüdoe Deus é justot.... . . quaodo perdoa. peaiteDte. "Livra~doa,___ de _ ...e, ó··DeuI,·Deu da lllinha salvaçã&. e a··...... ,liDpalouvad altamente a tua iustiça/';,(Pa. 51:").· CMnesta "SUlem . . Paabnoa temos ~. Novo ~ m• • "SeeoMa••1IlOI OI: DOI8OS peecadot.,.ue é 'iIl ejUlto"para . . per,doar, (W: peecadot•., .utifieM-...·" tellla • •~~. '.' (lJ_1:9). "Pcn.'q_Otut Mo é·. .
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jUsto para se esquecer da vossa obra, e do traibalho 4a caridade que para com o seu nome mostrastes, emquanto ministrastes aos santos; e ainda Ulinistraes. n (Heb . 6:10). Assim se vê nãoha nenhum conflioto entre a jqstíça e a graça. Ao contrario Deus é justo, até mais j$to, quando Elle usa de graça nas suas relações para com o seu povo. 660' Serrhoz, ouve a minha oração, inclina 'OS ouvidos ás :minhas supplicas: escuta-me segundo ia tua verdade, e segundo a tua justiça. n (Psa. 143:1). 'Nesta passagem justiça é nâo entrar eID juizo, não juJs!-içar; o que é e xactaznerrte ao contrario da idéa geral da justiça; porque ·é jusfiça temperada com ti graça. Agora quando se conaidera a justiça de Deus só ep::a relação ao povo Israelita a questão torna-se um pouco ·mais cOlllplicada. Ha umas duas ou três coisas que miereoem a nossa aUenção. (1) Elll primeiro lugar vamos notar a relação interna de Deus para com o seu POVlO, quando ás demais nações não estão contempfadas . E~ Israel Deus age corno Ulll. justo' rei ou governador . EUe pune o peccador por causa do seupeccado. "E regr~ rei o juizo ao cordel, e a justiça do nivel, e a saraiva varrerá -o refugio da mentira, e as aguas cobrirão o eJs·conderijo." (Isa . 28:17). Este é um exemplo da maneira de Deus julgar seu povo. Tam.bem Deus castiga .o seu povo e ás Vezes este rnesrno castigo torrra a for·ma de UDl julgamento. Mas todos os seus .Juizos-são feí. tosem justiça e com rectidão. O facto que Israel é o povo eleito de Deus não annulIa a justiça nem tão rpOUCO o direito de Deus de entrar em. .Juizo oorn esse povo; $0 :contrario por ser o povo dElle é. rnaís necesario jnlgjá10 e castigá-lo. 66 De todas as gerações da ferra a vc>s ·vos· oorrheoi só; portanto, todas as vossas injustiças "Visitarei sobre vós." (Amós 3 :2) . . As .relações entre Deus e o seu povo, no f'uudo, .são todas moraes e visam fins Iíloraes. Agora q'uando . o castigo produz o arrependimento, Deus é jus~o em perdoar e em salvar o seu povo. Este é um prinqi~pio que se applica não sómente á nação IDas tambehJ 'ao individuo, como se vê no caso de Duvfd, "Tem lDi~e ricol'dia de rnfm, ó Deus, segundo a' tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das 'tuas nrlsericordias. Lava-me cornpfetarnente da Ininla iiliquidade, e purifica·me do rneu peccado. Porque iéu conheço as minhas transgressões, e o :meu peccado E!slá !
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DOWLHO TESTAMENTO sempre, diantetie mim. Contra ti, contra ti sónienle t*quei, e fiz o que 'é mau á tua vista, para que sejas Ju. ;tifieado quando falares, e puro quando jul.gares."'(PIa. 51 :1-4). Este principio porém não annulla.o facto da 'solidariedade' da nação e que as mais das vezes (J 'dividuo innooentesoffria por causa dos peeeedos do povo todo. (2) Em segundo lugar temos o caso' da jl1stiçade Deus quando as demetsneçõesestavam envolvid., aa 'questão 'por causa das suas relações paraeom o povo escolbido. A's vezes essas nações pagãs foram us"'s' por' Deus comotnstrumentos de castigo de Israel. E estes castigos $ão tambemillustraçâes da juitiça de Deus. "Porém o Senhor dos Exercitos será exaltado com. juizo; e Deus,. O' Santotserá. santificado com justiça." (.Isa.5:16); ,"Porque ainda que o teu povo, ó Israel, 'seja como a areia domar, todavia só um resto dellese converterá: já a destruição está determinada, tran. bordando.em:jus1iça." (Isa. 10:22). . . . E' claro que o caracter moral das naçõee 'que serviam .deInstramentos n8& mãos de Deus para oeuÜ80 do seu povo não 'entra na questão, porque esses nações eram até piores, moralmente falando, do qUe' a' ~ castigada. Eram; aPenas servos ouinstrumentosde Deas para a correCÇio dos,eTroS do proprio povo de Déue. f~,Ai da Assyria I a vara da minha Ira: porque a minha indignação e como bordionas suas mãos." (lsa. 1&~). :E 'Uma vu que Deus realisou os' seus planos, essas nações·foniln posta. ao lado o,A's vezes essasmelmaS ilações eneheram-ee de razões e de Soberba e dlu Por isto se tomaram o objeeto da ira de Deus. "Muitoíne apstei ~ntra o meu povo; profanei a minha hertlnça, e os entl'~i na tua mão: pOrém não usaste com ellea demi8erieordia. e até sobre os' velhos fizeste mui-" to·pesado o teu jugo." (Iaa. 47:6). "E com ~ 'ma ira estou irado' oontra.,8S nações descansadas; ",poJ'que' eu esta'V& ,.'pet1CO irado, DlU elles auxiliaràmo mal." {Zae. 1 :15) . ' ,'" . N08eílsiDOS-dos primeiros prophetases calalDitlades que sobreVieram • Israel são tambem 'iU_trâ9Õ81 da justiça de Deus. E estes prophetas estavam tão oeeupados com. 8' flUestão.lIopecgaoo de hrael 'cp.e,' pouca on Déíib1Ull8afteaçlo 'dti'tamá condição lnOtald&~ pele ClUal VibàaaéâlalDidade; Mai8tardei'~.11M..
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reconheceu a ·differença moral entre Israel e as nações que o levaram captivos e queixa-se que Deus se tinha esquecido de Israel: "Porque pois dizes, ó Jacob, e tu falas, ó .Israel: O meu caminho está encoberto ao Senhor, e o meu juizo passa de largo pelo meu Deus 1" (Isa, 40:27). ~~ Ainda que me buscam cada dia, tomam prazer em saber os meus caminhos, como um povo que obra justiça, e não deixa o direito do seu Deus: perguntam-me pelos direitos da justiça, e teem prazer em se chegarem a Deus", (lsa. 58:2). "Pelo que o juizo está Ionge de nós, e a justiça não nos alcança; esperamos pela luz, e eis que trevas nos veem; pelos resplen. dor, mas andamos em escuridão." (lsa. 59:9). Toda a intervenção então por parte de Deus para livrar o seu 'povo seria justiça. Em contraste com as nações, Israel sentiu que estava ao lado do direito portanto a vindicação do povo Israelita por Deus seria um acto de justiça. Este facto nos leva a uma das 'Concepções mais interessantes da justiça quer a que se applica a Deus ou quer a que se applica ao homem. Como notámos Israel esperava a intervenção de.Deus a favor della porque se achava ao lado do direito; o que não se podia dizer em relação ás nações pagãs! O conflicto entre Israel e a8OO-' mais nações fê-la reflectir seriamente sobre a sua religião e sobre o seu lugar no rplano de Deus. No tempo de Isaías aohamos a plena convicção que Israel pensava que a sua religião era a verdadeira e a religião das nações era falsa. "Ai de ti desolador, que não foste desolado, e que abras perfidamente contra os que não obraram perfidamente contra ti! acabando tu de desolar, serás deso-lado; e, acabando tu de tratar perfidamente se tratará perfidamente contra ti. Senhor, tem misericordia de nós, por ti temos esperado: sê tu o seu braço nas madrugadas, 'COmo tambem a nossa salvação no tempo da tribulação. A' voz do arroido fugirão os povos: á tua exaltação as gentes serão dispersas. Então ajuntar-se-á o vosso despojo como se apanha o pulgão: como os gafanhotos saltam, ali saltará. O Senhor está exalçado, pois habita nas alturas: encheu a Sião de juizo e justiça." (Isa. 33: 1-5.) Ainda mais só Israel tinha o verdadeiro conhecimento de Deus e do Deus verdadeiro. "Visão que viu laaias, filho de Amós, tocante a J udah e a Jerusalém: e
acoMeeefâ·8O ultimo ~ dias que se finmlri o monte da . óa8ado sew~'no dOBmonft'.8, e se eml~por eftrMl dM outeiros: ·eoeJXorretii() a ·elle todas ··88 naç8e&. E 'ifiO nuritOl pmroe,e dirio: ViDde, snbftMe$ ae DIGtl-' te do 8eti~, 'á 'eMa doDeu~ de Jeeób, para que ftOI~ sine acéreedos seus caminhos, e antfemc:wJ nas suas, ve.. ~as; pOl"4U~ 4e, Silo· saitá a lei,' e de Jerusalém a palavra, do Senhor. R jut8a.n\ entre as gentes, erepeeende:ri i\ muitbfl pt)VGs:e coftveflerâ& as Mias ~ eB enelMtliUJ'e _ _ IeçMerB foices: -Niio • •ri ~ eofltra'n~, MJft a~nderio mais 11 gtlet1"ear.", {lia.
"Unte
2~1-4);
Agora por emsalo, seu lugar no pl1mO de Deus e por caUsa (te) ~u 'COnhecimento deste Deus ventalebo Israel pe~ que 8erla justo Deus amdlil..Io'· potqlte a.im esbllia ~Ddo a verda~ira relig1io. A ea\IIâ clt· Israel era jr$ta ~e era a cati8a de Deus. f': este faetoqueturna • qtteStio de justiça em Israel uma ques. ti'o de 'tafttoin~reslle~ . I>epdisdoexilioe aínda mais tarde esta eonvieçio de 'que só ISrael tinhaoobMeimeuto do uni'eo everda-
deitoUt!D8~albotl"'mnltoe fieou muito m.'arNi· gado DO é$phito db ·povo. Por mo ~ntto J'ra~'\aDe-' gou .diante de: 'Deuw,eomo motivo ·tIa sua intet'f~~,
que Israel estlva ab lado do direitb, isto náf> quer ttiler que o povo incfhidualmente ou li raça coDeetivalliente' era'justár ou anta mal apenas que à sua •. ~tisa era]... ta, -' era a dlUsa do Senhor. Israelneste eonflietoeom as ·nações eslava ao 'lado de Deus cujà eiluaa ,era j'tIBtll. A Yict.orm. ~Dcill a maelpol'que essa' victorhl"" uma viotorlacJe -DeM. 'Istfiel. represenbtva' elltl'e at,. . . çlies a causa de .Jehonb. Israel foi o se~'db ~or Iníando '80 "Ja.d~ da justiça e neste sentido' era jusw. E Deus era justO quando Elle a:fttdava Imtet li g.nhftr a vietoria. "Ai danação peccadora, dopava 'oanegdode iDitJUidade, ~semente de 1111l1igoos, dos fttbo8..coPrupfores: dei:l~,~ at). genhor;bla'Sphell!al'adt o 8a1lt&ã f$J"à'e1, ··toWIIlt\Uh. . ttaft'tris.' Porque aindlt .mtüs·· . . . . easttgadost 'áiJtda t1UttbD't8is '\'Os telJeh~t0d8ll. beçae.tâenfern,la e tede 6 'cOraçãO' fre&..'DeIcte 8, , , . . . . . ta do ,pé tltê , ~ n50ha 'neI~ ootsa· iMeira9 SéttiO· feridA ei1drA~,. e. e~ag. ~d~~ dó' :erp'ttMi'Q, rif!rn.. vendtr_ tlelft 'nefthtltí)a ifêltat' 1iIfteBtd.da'~ d:k!o. 'Avona MT8'~' uma ·à*oJaçio, .. VOk,* ~ittade&
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estão abrasadas do fogo: a vossa terra os estranhos a devoram em vossa presença; e é uma assolação, como a subversão por estranhos, E a filha de Sião se ficou como a cabana na vinha, como a choupana no pepínal, como a cidade cercada. Se o Senhor dos Exercitos nos não deixara algum pouco de resto, já como Sodoma seríamos, e semelhantes a Gomorrah." (Isa, 1 :4-9). Dar a victoria a Israel. é um acto de justiça. . Em connexão com a idéa de justiça ha uma outra questão interessante. E' a questão da relação da prosperidade para com a justiça. Uma das maiores provas, naquelle dia, que Jehovah estava com o seu povo foram as ciroumstancias materíaes em que se achava a nação em qualquer momento da sua Vida. A prosperidade provava O favor de Deus e a adversidade provava Q pecca.. do do .homem, Job falando de certo homem que tinha sido atacado .p or uma molestia e tinha sido curado disse: "Deveras orará a Deus, o qual se agradará delle, e verá a sua face com jubilo, e restituirá ao homem a sua justiça." (Job 33 :26) •A nova saude era uma prova que tinha adquirido novamente a sua justiça, e que estava bem com Deus outra vez.. Assim tambem se interpretavam as grandes calamidades nacionaes. "E vós, filhos de Sião, regosíjae-vos e alegrae-vos no Senhor vosso Deus, porque elle vos dará ensinador de justiça, e vós fará descer a chuva, a temporã e a serodía, no primeiro mês." (J oel 2 :23). Só assim era possivel naquelle tempo convencer o povo de que Deus estava com elIes. E quando Israel gozava esta prosperidade, sentiam-se justos entre as nações. "Levanta-te, esclarece, porque já vem a tua luz, e a gloria do Senhor já vae nasoendo sobre ti. Porque eis que as trevas cobriram a terra, e a escuridão os povos; porém sobre ti o Senhor virá nascendo, e a sua gloria se verá sobre ti. E as nações caminharão á tua luz, e os reis ao resplandor que te nasceu." A ídéa 'da justificação no Velho Testamento sem.. pre tinha esta phase externa de prosperidade e de restauração ao menos quando é expressa pelo povo. E' ver.., dade que a justificação não consiste nesta prosperidade. porém a prosperidade verificava o facto ao coração do povo: Pela prosperidade o povo ficava certo de que estava bem com Deus, JehovahvO que acontecia com o individuo observava-se na vida de toda a naçêo , O PsalDtO 73 tem por base esta idéa. O individuo em geral só
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DO· VELHO ,TESTAMENTO
realiZava ama· Yel'dadeiracondiçio diante de 1)euf.atQ.", vés delllD88 es,er4eaoias bou e agradaveia ou ctan.. "&gI1ldln'eis~Sóquando o lDundo de .1... apert.... ,é. que a·CODIcieada do 8eU peeeado avivavlHe por4entro~ Maalla ~Pf.ÓIW' a esq regra. David é uma delNHlll'~- . cepçõe8. ·u"Livra-me doa crime. desaague,óDeua.·.De... daminba .aa1vação,·e a minha ·)ingúa IQuyará alt....... te a tua justiça." (PIA .. 51 :14). A coiaa~xtraordiaaJQ tambem· . . . deJob é que, apesar de~u ... e.~....
eiu~D9lD:UDclo.~o~~rncontra eU~, CQDae:~ ~ ter finn~ as_ .eqnvieção e- a sua .conscienci•. qu~ ,Djoti•.
nha peceado~traDeus. Job é a maior ~ ~.• :~ gra'me"nada aema.~ . ":
. . ChefJamo.I . apa .. uma das' phues J:WÜs_~ tes da 'questão Q: i"Üfa de Deus. E' a Ilhue .de. ~ identifiea. a jl1ltiça eona a 8~va~. A juRip . . . . . eatà ligact.·intimatllente CA)IIl as suas ope~~ij. vu: .E' .importanietaber-se que Israel. ~ " B mais profUDdlOllenteo plano e a nal.uJ'e,Q! -de ~UI -aQ DOS tempoa .•. maiOl'et .prosperidades mas· n08.W4t,de .maior affüeção.e pOI)re~a. Foi. DO tempo do ailiQe, depoil quando. Israel. verd.~iramentee'~Q_~;" preendeu>~o seu :Deus e OI; plan()l 'dFJ1epu ... rael e ·para toda,.ahUJUnidade. Todo8 oe...MQbl -. ~ sériOl.relitliiolev.n~lllll-Se, ne8~\ perj.odG& ~ sua·hi8ton.; ~probJeIU.. da ira.'da ·~". dp ~,a." do ·perdão; do jull~llto, elo. Israel nupca ~ ' .• duVidar que, ,tinha. em ... verdade ace~a • . D~;.~ rém dutanteo periododoe~()e depois mui" das ~u.q esperanças mais. brilhantes. fiearlUn ofl~de.s .. ~9 o.;pmde'p~ta. ILIMliu tinha as s1l8S\lQl1l3 •. de .des-
anjm~ es~~ente
qUaudo éo08i4erava, ~l tAdQ..
"Quem é. eego, .enãoo m.eu servo ou surdo CQDlOe DleIl
mensageiro, •. ~.que.9l.eD.vio?e quemé.eeso
~
o.pq-
feito, e cegOCOQ.lo se~o@ Senbqr2" (lsa.• 42:.') .... r Israel aaiaJulto• .t\ &lia aall"atáo Dáol'Odi.. ~.'.4ftUe mesmo•. ·Iaai_ hl'e" e ·Ezequiel.t~ «:o~ em dizer que-não havia emIsreel ~dioPg.l~~ mal..: " PorventQra mudar' o etbi()pe a·.ua pel1e" c)qd' leopardo .··s_m. . . .'. AtUm· pod~re.ia:v~··~ .Col •. bem, sendo eDliaedol' a fazer o lniU." {~ • 13~2a),,, Olhaadollara .J.eIIM'•• havia graadea ~ili""'aJ' jultanieate bestarceueaáo que .. i_t;.f_v• • ~ f4de 'D~'-'··a"'Ução;PGftIUe·é j~ qiJe'.1UIe tal-
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vao seu povo. "Fuço chegar a minha justiça, e não es.. tará ao longe, e a minha salvação não tardará: m-as estabeleeerei em Sião a salvação, e em Israel' a minha gloria. (Isa. 46:13). "De mim se dirá: Devéras no Senhor ha justiças e força: até eHe chegarão; mas serão envergonhados todos os que se indignarem contra eIle. Porém no Senhor será justificada, e se gloriará tOda Q' semente de Israel." (Isa . 45 :24-25) . . Devemos porém notar que quando essa intervenção redemptíva de Jehovahé chamada justiça e. tambem salvação; os dois termos não são equivalentes - Salvação é libertação, é o lado negativo. Justiça é 'caracter, é o lado positivo. Neste sentido justiça é o que nós entendemos hoje por criação espiritual. "E todos os do teu povo serão justos, para sempre herdarão a terra; serão renovos- por mim plantados, obra das' minhas mãos, para que eu seja glorificado." (Isa. 60:21). "E todos os teus filhos serão doutrinados do Senhor; e a paz de teus filhOB será abundante." (Isa, 54 :13). "Gozo.me muito no Senhor, a minha alma sé alegra no meu Deus; porque me vestiu de vestidos de, salvação, me cobriu com: o manto de justiça, como quando o noivo se orna com atavio sacerdotal, e como a noiva se- enfeita COm as snas joias." (Isa. 61 :10). A'svezes essa justiça é chamada justiça do povo porque, foi adquirida pelo povo; ás vezes chamada justiça de Deus porque vem de Deus. Paulo tinha esta idéa em mente quando escreveu. "E seja achadonelle, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Chrísto, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé;" (Phi1.3:9). Justiça então segundo esta idéa não é um attributo de Deus porém é um éffeito produzido por Deus, é salvação. "Attendei-me, povo meu, e, nação minha, inclinae os ouvidos para mim; porque de mim sairá a lei, e o meu, juizo farei repousar para luz dos povos. Perto está a minha justiça, vem saindo a minha salvação, e os meus braços julgarão os povos: as ilhas me aguardarão e DO meu braço esperarão." (Isa , 51 :4,· 5). Isaias fala da justiÇa ou dá salvação de Deus como uma coisa eterna, uma coisa que 'nunoaserá. 8ibolida-. - "Levantae os vossos olhos para os céus, e olhae para a terra de baixo, porque os céus desappareeerão como o fumo, e a terra se envelhecerá como nmvesttdo, e os seus moradores m.orrerão sfmílhantementet 'porém a minha salvação .durará fl
no ··VELHO·
TESTAMENTO
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para sempre, ea minha justiça não será quebrantada. " (Isa. 51 :6) . Para Isaias este mundo foi caracterizado por injustiça, víolencia, derramamento de sangue, guerra e idolatria. Tudo isto foi devido aos deuses falsos que o povo adorava; isto é, foi devido á idolatria, porque os deuses eram nada. Só conhecimento do Deus verdadeiro podia remediar esta condição. Porque Deus. criou o mundo para taes coisas. "Porque assim diz o Senhor que tem criado os céus, o Deus que formou a terra, e a fez; elle a confirmou, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o Senhor e não ha outro." (Isa. 45:18). Tambem o servo do Senhor tinha a missão de julgar as nações. "Eis aqui o meu servo, a quem sustenho, o meu Eleito, em quem se apraz a minha alma; pus o meu espirito sobre eIle; juizo produzirá entre os gentios." (Isa. 42:1). E isto só podia ser realizado por fazer conhecido o Deus verdadeiro. O juizo teve por effei.. to fazer Deus conhecido; assim produzindo uma certa condição moral que se chama a justiça de Deus. Esta justiça é do alvo de todas as' operações de Deus e o effeíto mora! de todos os seus esforços. "Produzam e annunclam-nosas coisas que hão de acontecer: annuncíae-nos quaes foram as coisas passadas, para que attentemos para ellas, e saibamos o fim. dellas; ou fazei-nos ouvir as ooisas futuras. " (Isa , 41:22). Deus é justo, portanto. salva, eis a idéa do Velho Testamento. Quão differente é da idéa dogmatica que Deus é justo embora salve. Deus quer que o povo seja Santo como Elle -éSanto , E' por causa de sua justiça, considerada como attríbuto seu, que EUe produz a justiça ou a salvação no seu povo. "Eu o Senhor te chamei em justiça, e te tomarei pela mão, e te guardarei, e te darei por concerto do povo, e para luz dos gentios." (lsa. 42:6). "Eu o despertei em justiça, e todos os seus caminhos endireitarei: elle edífícará a minha cidade, e soltará os meus ca.ptivos,' não por preço- nem. por presentes, diz o Senhor dos Exercítoa." (Isa, 45:13). Justiça então é o alvo de tudo. "Porque, eis que eu crio céus novos e terra nova; e 'não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais 8U:birão ao coração." (Isa, 65:17). (b) A Santidade de Deus.
A Santidade de Deus é um assumpto bem difficil
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THEOLOGIA BIBLICA
(7) Pode ser que por nteio de Unt contraste entre santidade e seus oppostos possaUlOS alcançar trrn a noção Inais nitida da santidade. Portanto valDOS estudar os tenn.os oppostos i taes COInO profano e profanar. Profano é o tezmo opposto ao ter-mo Santo quando' applicado ás coisas: e profanar é desecar ou detractar ou negar a santidade das codsas que pertenceIn a Deus. Este foi o peocado de Belshazzar. UE te levantaste contra o Senhor do céu,· pois trouxerant os vasos da casa delle perante. ti, e tu, os teus grandes, as tuas Inulheres e as tuas ,concubinas, bebestes vinho por cUes; de mais dâsto, déste louvores aos deuses de prata, de otro, de 'CObre, de ferro, de m.adeira e de pedra, que neD1 vêeDl., .neIn ouvem., rrerrr sabeDl; Ulas a Deus, eID. cuja zrrão está a tua vida, e todos os teus cantinhos, a elle não glorificaste". Belshazzar tomou os vasos do tem.plo e deu-lhes outro fi:rn, UD1 ,fim. baixo e indigno, p'rofanando-os assim.. Por Isto Deus o puniu severam.ente. Te.mos a Dl.eSDl.a idéa -ern Niarner-os , UE os que assentarão as suas tendas diante do tabernaculo, ao oriente, diante da tenda da congregação, para a banda do nascente, serão Moysés e Aarão, COlll seus filhos, tendo o cuidado da guarda do santuario, pela guarda dos filhos de Israel: e o estranho que se chegar ID.orrerá." (Nrrm . 3:38). O estrangeiro profanava o santuario do Senhor quando entràva nelle, porque era idolatra. , . (8) Conto consequencia dessas idéas tentos a de que a presença de .1ehovah santificava. E' por isto que o santuario, a cidade de Jerusalém e até a nação toda foi considerada santa. . .Tehovah de Ulll rrro.do especial estava presente nestes lugares. Pela tnesllla razão a presença daquelle que era contrario ao .1ehovah profanava esses lugares; especiabnente os peccados de idolatria que reconhecia a presença de deuses estranhos.. '"E as nações saberão que eu sou o Senhor que santifico a Israel, quando estiver o Dleu santuaric;> no' llleio de~es para sernpa-e . n (Ezequiel 37 :28) . . (9) - O desenvolviIDento da idéa de Santidade pro-· grediu de duas zn arredr-as, ethica ou Dl.oralecerbnonialmente. COD1.0 já observáInos, o ter-mo USanto" quando applicado a Deus indicava, em. geral, a sua deidade, m.as ao m.esm.o tem.po indicava UID. outro dos seus artr-íbulos. Era assiIn porque a idéa judaica da deidade de
DO.. VBLHO :'TBStAMENTO ,DeusQu.noa foi,1IDla. i(i~ abstracta, PQrlm BeBlPle. {~ 'fixara em um 'ou outrQ attributo d.es.sa deidade, iqi;e os propbetaeoe attributos' mencionados são 'em, geral 'attributQ41 moraes ~ Temos exemplo frisan~e 'difao em Isaias.c.Então disse eu: Ai deloollqtie, VbUp~• .do I p'órqullIrto eu sou um 'homem de labios immunt!bs, é haJiito nomeio dum povo, immundo 'de lâbias,porque os~us olhos viram o rei, o Senhor dos Exet!;ite... Porém' UD1 .dos ser.aphinsvôou 'para ndm.tr.azen40lta
i::ã~ci:la':J:~b~:a~~~~~ne:a~oe~::e~~l=
Istotocou' ,os· t~' Iabíos : assim já se tirOu de ti 'li. tua cul1Ía,J~ ~~ está ,expiado, o teu peccado." (Isa!~ ~:~"'. , A con~pçao da ~a~tfdade de Deusr~veloú, ~.r~âi 'a' SUa propriapoqdiçaq',moral.Tambetn,' haotttl"a .,..... gem em laMas quê: s8lie.nta grandemente éssi "ld&JíIo.. ral da santidade de Deus. "Lavae-vos, punfttae-VoS, tirae a maldade 'de vossos aetos de. díaate doa!meus olhosr eessae.de fazer mal; a iuerbem;:pro.curae o juizo;ajudae noppreesor fasei justiça .., .eephio;tratae'Q'OIUleaduviuvaJ." (lsa. 1:16, 17). , O deeenvolvimeotodaidéa de santidade DOi ,.atido ·,mol'Bl culmiD8. expressão "Espírito Santo".,é'uaacIa três ve.sno Yelho'Festamento. 6'Nãome Ia:nees' fÓl8.,da fua preaenp~"e não ~emes de prlm o teuEspiri.t;aSaD-to.." (PIa. 51'~11) .. "Porêm.elles foram'~:e,GOJl· tristaraJa o' seu ERpirito Santo: pelo que selàea:fIIIItDDU inimigo, e eDe metmlU pelejou contra ellea~ Toda. . te ·leinbro~do8'diasd.aDtiguidade, de 'Moysés e do; eeu povo .PoréQlOllde está agora o que OS fez aabir do mar' eemos putores .do seu rebanho? onde e...·· o . . .punha no meio deUes o seu, Espirito saato?"
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phr$se "O Santo de Israel" tão usada por baias e (2) o que é que se entende pelo eiume de Deus. A phrase "O Santo de Israel" é simplesmente uma p.bfase equivalente a "Deus de Israel". "Mas vendo elle a seus. filhos, a obra das minhas mãos, no meio delles,eritão santificarão o meu nome, e santificarão IJ,O Santo de J acoh, e temerão ao Deus de Israel." (Isa. ~.:23). A phrase O "Santo de Israel" significa que e 'Santo se tem revelado ou se tem tornado o Deus de Israel. E' neste facto duplo que Ezequiel acha o segredo da histeria; Jehovah é o unico e verdadeiro Deus e .é ao mesmo tempo Deus de Israel. Por isto em revelar-se aos homens Elle tem de revelar-se como o Deus de Israel, primeiro; mais tarde, porém, por meio de Israel, EUe havia de revelar-se como o Deus de todo o universo, de todos os povos. Quanto ao ciúme de Deus pede-se considerá-lo OOQ1O qualquer emoção attribuida a Deus, como por exemplo, sua emoção em relação á guerra. "O Senhor como o valente sairá, como homem de guerra despertará.o ~lo: exultará, e fará grande anuído, e sujeitará a .seus inimigos." (Isa. 42:13). Quando porém é usado DO seu sentido mais natural, éeonsiderado como o 8eJltímento de estar offendido na sua propria pessoa. oU em qualquer coisa possuída por Deus. Por exemplo a idolatriaexcita o clame de Deus porque a idolatria para Deus é offensiva á sua propria pessoa e lambem áquillo que eIle possue, como por exemplo, o seu povo. "Não te encurvarás a ellas, nem as servirás: porque Eu, o .8enkor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos paes sobre os fi1hos,até a terceira e quarta geração daquelles que me aborrecem," (Deut, 5:9). "E -elltendeu a forma duma mão, e me tomou pelos cabellos da minha cabeça; e e Espiritome levantou eatre • terra co céu, e me trouxe a Jerusalém emvisôes 4e Deus, até á entrada da porta do pateo de cktltro, que oD:ta pua o norte, onde estava o assento da imageua dns tiUMeS, que provoca a eíumes." (Ezequiel 8:3). "Ã zelos me provoearam cemaquíllo que não é Deus; ce_ M 8uas vaidades me proVOC4l"aD1 á ira; portanto eu _ provocarei a zelos com os que não são povo; com tiplp~·os despertareiá ira." (Deut, 32:21). Em relação á santidade de Deus ha dU8seoi8U ea-
Il.
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tio qtae pntri.em BOda JfteIIlOria.,' '(tU O tetmo SIlDIo ,iDdiea 011 désereriat 11 ~.i. Det11. ' O ,,tenJíIt demJeVi•. Deus 'como BHeeft, >bo:>ietjmo do ·,eu.,. .:.(1) :Deviàeá natUftza • Deu ,OI Jab. meQ8 'quede ,·.0, adDnvam sentiam que ·esta".am:Da , ...
'D1Qr8l ou . ." • • _: Ai de~f . . 'w.. lJereceHo, ""'U811to, sou de labiOl' .e habito no .meio dua lD.ê iDUnundo de'~''fCA'fIMC G•. me~ o1h~~~o rei, o Senhor ,~~. ~~08.'" :(• . 8;5). 1l,VJ:'l ~() -n.esauo em se~~,~~~ Deus santo .. ÇQ.~lahl081D1Putos . e ~a()~. m~ 'pelo peecado. ' Porque o Senhoe teu UéUB êUlh· ...o ' que consome, um Deus zeloso. " (Deut. 4:24). I8DÇlade UIil _r. que . . , . boa tlOI se. . .dondoJoes'. ~Então dísee
imm.-,
2. OJJlttPib.fo, Hafame•.
!Iíl tàlar . ~ J'~héVáh como o utticoe'. vt!r6~
fiett8~tJ8 })ró~tas ~ttls Ye%e*m'endonimt os~'Wtto
~~.'~ I~e:riít~.= . t,:W.:lIIlJ.;.': a,' ,'úfus'de . .
'.::'. i.:.es..,.. 8 . '.' i . êJn.·U.'.'.:: lrt~ ~ 'qtl~"màídtêlbF todos ,08
'~
mó~àl'. Pa1.1l''O''il~~tâ.,Jehovah, qUééo ~. ".~
't:·.:a-~~II~:e~~~~·~~~ ~soadi~bâ~~lbt() 'nós somospesSb.h~·. 'Os ~~"et~ ~. \UD resumo da .sua .dtJôtw..·. :Deus q'ilandoO ~~aratn uma pesaoa moral é ,~
·eeuétenle. ' "
".'mn'
;
"
.'
rel.ó aM aflributos naturaes deDeUB talv~ ase,ullda,., Parfeda p:rophecia.de I'8aià1 nos ~._~ béí.'êtti8~adÓ8 neeesfál"i08. A fim de 8\t1téDttf .'Bih lllftei" .t)eran'çll ~& tmla lifrettlçlo, o ~rôpbeté ,..
é..
;;fm~~·~~:r~~~·~~
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'U1W1ipre~D.fte Deus. Não ha Deu, eomo- J~ Deitê ·~tlti(fo.~.• 'As ~ÜDl8tàilcl~s ~li~. rejn~'·!. JWJVO .b)ftJar&nl b~mã .. a, accenlul!Çio dftta pla*
de Deus. '. ,,','" ' .;" : btieapitWo 58 émdUínte, onde se' 'fleJble.atft .. ",Jações entre Sehovah e' .UpOvo, os' Ittttibdtol1i6 .-e iílllo • • iedemptiV!08. Neetea ...i fa·da IWIII$aido" da iDiaeriotl'd• • • 1,. . . . ti •• 0.-.," ;'ul.tiNO! tapitulos ,..... ,1. . . . . p8teI' • • pro'aDdu',do V.o'T.... ·a()·~ta- oU'.tlapéDoa
....;.i
·P", ·.u•
- THEOLOGIA BIBLICA mento certamente em relação ao amor de Deus para com Israel e em relação â eonsícencía do povo do seu -peccado. "Com uma pouca de ira escondi a minha face ·de ti por um momento; porém com benignidade eterna "me' compadecerei de ti, diz o Senhor, o teu Redemptor. Porque isto, será para mim como asaguas de Noé, quan-do jurei que as águas de Noé não passariam mais sobre a terra: assim jurei que não me irarei mais contra ti, nem te repreenderei." (Isa, 45:8, 9)." Mas queremos notar agora especialmente os attributos naturaes: mais tarde teremos occasíão de dizer algumas coisas sobre os attributos do amor, da miseri·eordia e da graça de Deus. Notemos em primeiro lugar o attributo de poder. Como já vimos afim de robustecer a fé do povo israelita. nos tempos bem difficeis, o propheta acoentuava o poder de Deus em contraste com a fraqueza dos deuses falsos. "Como pastor apascentará o seu rebanho; ·entre os seus braços recolherá 06 cordeirinhos, e os levará no seu seio: as paridas guiará suavemente. Quem mediu com o seu punho as ·aguas, e tomou a medida dos céus aos palmos, e recolheu na maior medida o pó da. terra e pesou os montes com peso e os outeiros em balanças? Quem guiou o Espírito do Senhor? e que conselheiro o ensinou? Com quem tomou conselho, que lhe desse entendimento, e lhe ensinasse o caminho do juizo? lhe ensinasse sabedoria, e lhe fizesse notorío o caminho da sciencia? Eis que as nações são consideradas por elle como a gota dum balde, e como o pó miudo das balanças: eis que lança por ahi as ilhas COD;lO a pó míudo , Nem todo o Líbano basta para o fogo, nem os seus anímaes bastam para holocaustos. Todas as nações são como nada perante elle; e as reputa por menos que nada e como uma coisa vã. A quem pois fareis semelhante a Deus? ou que semelhança lhe apropriareis?" (Isa. 40:11-18). Nesta passagem ha duas coísas que se destacam (1) o poder physico e (2) o poder men·tal. Não ha igual a Jehovah quanto ao. seu poder na terra e quanto á sua sabedoria. Mas segundo a idéa do propheta, Jehovah não 8Ó--mente tem este poder porém é visto constantemente 1ISando este poder para effeetuar os seus p1"oprios planós. "Elle é o que está assentado sobre o globo da ter-
.g.'.....a.e.
'n,C'tlj06 'JttondOPtl sãe .para eIle como ot.: EIIe é :0 que uteDde eeeéas 'COJIlO oortilla,e 08 rola COIIlO 'tenda, para h.-bitar nelleerO qUe·to1Wt.-em nadaGS,princlpes, e fazCômo em eoi8a 'fã os jtaiz.da terra. Enemee plantam,oem se semeiam, DeDl,-.eafraiga na terra o seu tronco Cortado; e aelles,8Oprawio, ae'aeoear~, e .um tufão como pragana os levari., A quem pois Qle, weis ~hantet que lhe seja ~ . ~? diz o S,ntor Le.vantae ao .alto 08 v~ Q~l e • quem criGU e_ coísas, quemptoduz, por conta, ,,~ • :-exercito,·qu'Dl: a. tod~ chama pelos seQ·. D~;, .... ,caus,a d8.c gr~~ das suas forças, ,e wrqu~w~.t~
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::"J}.4er, neobumadellas ve~ a ~alttu". " ~,)
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()pNpheta ehaDla aattenção pua o facto qIIe Deusoão,õlánaente agiu asaim no pauado"poJéIp.,naqueIle dia mesmo eatava .gindo Da historia. ~~ , to a um do norte, que ha de vird()na.imeato . . . . 'e'invOCHá o meu nome; e virá sobre. OI ~ 'cOmo 'SOpre Q,J lodo" e, como o oleiro pila o bllDQ,.'•. pi""'."(118. 41:25) ,. Aindamaislebnvah coatioJa_ o futuro. "Ânnunciae-nos as coisas que "ainda, llio:de vir, para quesaíbamoe que' sois deuses: OU' tazel>MI8, ·outuei mal, para que DOI, asSombreQl08, e .• jUl\taaente overelDOl., Quem annunciou isto deMie pua que o, possamos saber, ou desde antes,' qIJe.,..... ,JD08;: Justo 41' PoréDJ nãoha queInaD e,;} tãe .peueo ·ouça U 'V068upalavras." (Isa. 41:. e: 28). "Aasimdizo.Seahor ao seu ungido, a Cyro.·a 'quem.. .-o pela s_mão direita, para abater as n~, ....te,.de 81l4' faoe;' eu ·diarei osloeabos dos rei••, pare abrir,. aRte.dêIle;8I porta... as portas não se fechario;Euilei diante Ge ti, e endireitarei oseamínhes tortos~· ,qu~• . I,"ei aaportai 'fie bronze, e despedaçarei ()Sf~QlJ·. ferro." (ls8.45:1,2) . A soberania de Jelaov8h,,:,-, a, ;oatweza· 'E!: rsohre08 homens e as na~ .éahlol_ . é .nive~al. 'TIMIo SefYe .aos fÍllsestabeleeWoa pol" DMe. - ~'Etom.arei a todos 08 meUlmontes em.eamiulMu f • • étjnoo v~redll8 serio levantadas." (laa" i49:·11)e1'~1)j.. rei lO,borier' Dá;e,80'sw: NãQ !reteah..;Jtrazei a,efilJiot t1eloDge..;emiDbae"filhaa das e~"" • .terra.'" '(lia .., 43:6). ~ Ai Elaquelle -que ~teDcle -'ie .~. o lo",u;o:e&eecmatenda com OI; . .eo• •';tllYO',: ·poReetuR·..u•.o' ~·.ao que o formou :,Q.~fa••r
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'THEOLOGIA BIBLICA
ou a tua obra: Não tens mãos?" (Isa, 45:9). "Porque 'éu 80U' o Senhor- teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador: dei ao Egypto por teu resgate a Ethiopia ·.·~a Sebe em teu lugar. n (Isa, 43:3). E tudo quanto De_ f_tem em vista estes mesmos fins moraes .MenciG~ filOS duas coisas apenas . . (1) A criação. A criação tem um fim moral. Deus criou os céus e a terra pelo mesmo fim que os ho~ hoje em dia edificam igrejas e casas de culto. Na críação J ehovah contemplava a paz e o !bem estar do bewfl'lem t o ser moral. "Porque assim diz o Senhor que tem criado os céus, o Deus que formou a terra, e a fez; e8e -a confirmou, não a criou vazia. mas a formou para qtte fosse 'habitada: Eu sou o Senhor e não ha outro." (ma-. 45:18). O homem existe para fins moraes e se não foste o-peccado toda a criação obedeceria a estes mesll'lUJ. fin. moraes , Por isto tudo quanto é" contrario á paz e ao bem estar moral do homem é tambem contrario 8'G8 fins visados na criação. O apostoloPaulo tinha ameslIla idéa em mente quando disse: "E sabemos que todas as -eofS88 contribuem juntamente para o bem daqueiIeB " que amam a Deus, daquelles que são chamadospor seu decreto. tt (Rom. 8:28). Esta idéa da universalidade da soberania de Deus leva necessariamente o propheta a passar além dos limites de nação judaica e a incluir a humanidade toda ao grande plano de Deus. SeJehovah é o uníeo Deus então é Deus de todos OS homens, e deseja" ser o 8_1...dor de todos. "Eis aqui o meu Servo, a quem suste· nhOyo meu Eleito, em quem se apraz a minha alma; pus o meu espirito sobre elle; juizo produzirá aos gentios. Nio clamará, nem alçará a sua vos, nem fará ou..ir a sua voz na praça. A canna trilhada não quebrari, nem apagará o pavio que fumega: com verdade produzirá" o juizo; não se encobrirá, nem será quebranta. dD, até que ponha na terra o juizo: e as ilhas aguardatio a sua doutrina. Assim diz Deus, o Senhor, que criou '08eéU8} e os esten,deu t e e~pr~iou a terra, e a tud? quao-16 produz: que da a respiraçao ao povo que habIta nel.. lRt e o espirito a08 que andam nella." (IM. a:1-5) .. "TodM as nações se congreguem juntamente, e ~ po"\'OI se reunsm: quem dentre elles pode annuncíar iate, e "'....-08 ouvir a9 coisas antigas'? 'produ... as $aas ....elbllobas, para que a8 J\t8tifiquem, e se ou9&te ..
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DO OLHO ;fI!BS1'AllENTO
"':,V".é." (~.43:lJ)~"Para,~ ... ie. '-1 CJUe' 8tãoem ire...: 'AlppilpCei: .... _ : Sabi$
,tatWoD08,.Annj....~ e. eDl todos 08 lug8l"4s< . .088..... o:aeuputo.." !~ • • ~9),. "Perte esti .ur( t _
..... 'Yeta seWo'~.mWha.nação.eos' lMlIB".Jt~ jJd.-rãe·Q8,pov88t,.iBtu me ..uardap.,e.,nO,JeetlIIN~
".ah
·VO.pendo:" (Ia- t 51,:6). Da·m. . . . .neira que oontetnp" itJ·1JIeJb utar 4. hoaem na mação '1l8Iim EIIe, em·........ WI..m.t" 8eU' po4t.., vila'o' ':;:aHMl& f6jecti.o.A eaJvatie· 08 a,..i.çã.~ual do homem é o,s1lJWeMO 4Jl)jêcti.e ~ .doqwe Deus fez epod&-le' in...,..., .....' .~. fêlt08 'deste}kmto de vista. "'01 aftIlctoB t JwIeamaguas, mas ne:Dhutn.···ha,··e,. . . 1i• • ·.·tHcá: ·die',atdé: eu, 'ogenhM', _...mrei':.,.;(t 0-.. 'de 'I.aet ... Dão"lUlll*at"ei:' abt4reirb . . 108te6. nQ meio dos 'VaIta: 1efb.... MsfJrio '.ed1 tâIlqlleB ,de apas, e aleITa . e eea em· 1Ililwan&iaet de .-as." ~Isa. 41:17,18). '"Não voalefllMtls 'ooittaa' ,...••~' tJent cousideteis áS .• ~... " (Ip.. 48:18) . Per ~"'a"'a bOndade de Déus to4_ '. . . . WIaIli...~.~e' I.." . a Deus. "CmtH .. senmJr um eantioonovo, 'e 'o teU louvor desde o fi• • téftl'a: codtO ta' •• ris'. q1le .avegaespelf.l Dl", e to ... weue; v61,ilkaJ, ê'RU8 habitadores." (I• . ~":
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taté.a. "fiaMae alegres,ó vós,cêus, potq't1eo :SfJ8!IIor e IM: \'Y6!t~ .")ND".smô baixas da ·tê_ . . montes, retumbae cdIIl-jnbilo; tamhem." '~e tofIaa .. arvOJ';ls'" -eatão( nell61 ;pOI"que o Seu_r remiua J. .',' e l1~icou... em I8rael." (lS•• " ' .. iW.a,;p••".... cieYia _ ijda ,emooBaeUO .com .... piBteB'. p"aMe•• : HDiatiDae vós, c. . . . ai , e .SIIUfttlt !Chovam ,justip; abra-.e a tel'Il1l,e,..~ IR .~to. a aorie de. •l.aÇh, e a juatiça· f.,iqu..·. . tIuDeIlte;ou 'o SeDhor, aaeriei." (Isa. -ti:'). --làIâltwl, â' _ _ .e;,~ tu, terra e·vós, QlODtéa, es.E....... jllhiJa,: ".,uej', G :Seahor eenlOlpuo "leU, prnDr.JJeid. """:lIiflid. . . ,cottIpadeterá." (I.. . DtiS) . ; ' "; (3)' . ' pMpbeta. ·alMga ·tambemque •• opera~·. D81ut, ..a m'-ia'Mem é mel1nê,·fltnfittettnha;.'" dt.~.e em toda ..' malllfestaçio. do·fJf!U 1tOdeI" .... ......".lIIlt_.~·'.',. . . call'lfH) éll:Ie~..:: ,. . • nÇIIM "**",ttU • . Jel'tO'fê .0:.141 ' 'ti-
300
THEQLOGIA BIBLICA
-liente é talvez a chamada 'de A!brão, mas não se limitou á nação Israelita porque mais tarde chamou tambem a Cyro para ser seu servo . "Assim diz o Senhor ,ao seu ungido, a Cyro, a quem tomo pela sua mão díreíta, para abater as nações diante da sua face, eu soltarei' os Iombos dos reis, para abrir diante delle as portas, e as portas, não se fecharão; eu irei diante de, ti. e endireitarei os caminhos tortos: quebrarei as portas de bronze, e despedaçarei os ferrolhos de ferro..e te darei os thesouros das escurídades, e as riquezas encobertas, para que possas saber que eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te chama pelo teu nome. Por amor de meu servo Jacob, e de Israel" meu eleito, eu a ti chamei pelo teu nome, pus-te o teu sobrenome, ainda que me não conhecesses. Eu sou o Senhor, e não ha outro: fóra de mim não ha Deus: eu te cingirei, ainda que tu me não conheças. Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fóra de mim não ha outror eu sou o Senhor, e não ha outro. Eu formo a luz. e crio. as trevas: eu faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas." (Isa. 45 :1-7) . O fímda historia então é ensinar a graça de Deus e trazer o homem ao reconhecimento desta graça. "Eu o despertei em justiça, e todos os seus caminhos endí,reitarei: elle edificará a minha cidade, e soltará .08 meus captivos, não por preço nem por presentes, diz o ,Senhor dos Exércitos. Vírae-vos para mim, e sereis salvos, vós todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não ha outro." (Isa. 45 :13 e 22) . . Já se vê que a idéa do propheta de Deus é uma con.cepção quasi exclusivamente religiosa. Tudo quanto Deus é e faz tem por fim promover a religião, a ver.dadeira relação do homem para com Deus. E é interessante notar que o propheta tem uma concepção corres-pondente em relação a Israel. A razão de ser tambem .de Israel é uma razão religiosa. Isto é, é por meio de .Israel que o Deus verdadeiro vae ser conhecido em todo o mundo. O taeto que isto é a funcção de Israel está patente no titulo dado a Israel. "E ponho as minhas -palavras na tua bocoa, e te cubro com a sombra da 00.. .nha mão; para plantar os céus, e para fundar a terra, .e para dizer a Sião: Tu és o meu povo." (Isa. 51 :16) . ."'E haverá' estrangeiros, e apascentarão os vossos rebanhos; e estranhos serão os vossos lavradores e os vossos
o
"
I
, DO 'VBLHOTESTAMBNTO
a81
vinheirol;", (I.. 61:5) . Israel contiauou a ser UID poVo, pGI'ém a' concepção do propheta de Israel é, a eoneepção 4IteDÓ8 temos· hoje em dia de uma isreja - um meip pelo qul'o Reino de Deus ha de ser propagado" . emtodoo mundo.
'. S.A,
ÁttributoB RedemptivQs. No ultimo 'paragrapho já abordamos de DUlneita geralo grande plano de 'Deus em que 08 BeUS atttibu-
tOltedata'Ptivos 'têm o 'seu maior campo de acçio.· Afti.. tes, porém, de entrarmos nos pormenoreaétreeeesarío f~r mais UJIlaob8erv~o geral, O p~phetaJal... de JebovahcoPJ,oRedemptof, principalrnentaem ~ o . a Israel. Israel.era til povo de Deus como De~u.m~., ;povo o eJra.~'.PQr isto que os seus attrib1J~ re4eDJ.pti.., . vos .emaDjf~t8.Pl uurls em relação a Israel. E' neeessano reI' isto. em mente afim de bem interp;retar o PJ'~ ~ta. A .~tu4ede Deus para com Isreelé.a ~t$u4fit de um B.e
TftEOLOGIA BlBLlCAi Deus porque não havia em Israel nada que provoc..se tal amor. "Nem tu as ouviste, nem tu as conheces_o nem tão. pouco desde então foi aberto o teu ouvido, parque eu sabia que obrarias muito- perfidamente, e que' foste chamado prevaricador desde o ventre." (Isa , 48;:. 8). "Teu primeiro pae peccou, e os teus interpretes prevaricaram contra mim." (Isa , 43:27). O amor de J ehovah é livre; é de graça,. portanto não se explica a não ser do ponto de vista dElle mesmo. E' faoi} ver que Deus sendo o que é havia de amar alguem, mas não ha explicação de ser Israel este "alguem". (2) Deus não sómente amou a Israel, mas escolheu e elegeu a Israel. Este é um dos pensamentos mais communs do Velho Testamento. "Mas tu, ó Israel ser· vo meu, tu J aeob, a quem elegi, semente de Abrahão, meu amigo." (Isa , 41 :8). Isaías, que menciona a IfIin.. de Q' idéa da eleição de Israel, destaca esta verdade a fim de consolar o povo que sentia que J ehovah o tinha:' abandonado; porém não era assim. A eleição de Israel .por Jehovah, não podia permittir tal coisa. "Pode Um.8' mulher esquecer-se tanto de seu filho que' cria, que. se não compadeça defle, do filho do seu ventre? ora aiftda que esta sé esquecesse delle comtudo eu me não esquecerei de ti. Eis que em ambas as palmas das mi.. mãos te tenho gravado: os teus muros estão' continuamente perante mim." (Isa., 49:15, 16). (3) Esta relação de Deus para com Israel tinb8i, por fim a criação de uma nação em condições de bela' SeFVIr aos fins redemptivos de Jehovah. "Tu, porém" ó .Iseael, servo meu, tu Jaoob, a quem elegi, e tu semente de Abrabão, meu amigo; tu a quem tomei desde 06 fi.la" da, terra, e te chamei dentre os seus mais exeellentes, ~. te disse: tu és o meu servo, a ti te escolhi e nUDCa te rejeitei." (Isa, 41 :8,9). Parece que temos nesta passage_ uma referencia á sahida do Egypto. Porque em conaex-ão eom este facto Jehovah é chamado- criador e Jil&. demptor. "Sahi de Babylonia, ~ugi de entre 08 ehaldeuao E annuncíae com voz de jubilo; fazei ouvir isso. e lélv-ae-o até ao fim da terra: dizei: O Senà0r reMiu. a se. seno'Jacoo." (188. 48:20). (4) Um outro caraoteristico deste amor de JehoftiP }l'I!IlW com Il!traei é· sua irsmufM)iJi4la.td... "....estura pode U.a'MllII'teP esquec:eP-aie hIln.4I()l;t1Et8 fillio',qoeem.,
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THEO~OGIA
304
BIBLICA
"Porque para seIDpre não contenderei,. neID. continua-: lnente IDe indignarei; porque o espirito perante a :minha face se oppri:rniria,. e as' alInas que, eu fiZ.:'" (Isa. 57:16) . (6) Ha:rnais UDl.a cpisa a notar. A salvação de Israel por~ovah é degráos.""Não IDe COlllpraste por dinheiro canna aro:rnatiea, neID caIU. a gordura dos teus sacrificios ~e encheste,. lllas Ine deste trabalho eoID. os teus peccados,. e me cansaste COID. as tuas ntaldades. Eu, eu sou o que apago as tuas transgressões ,por a!lD.or de DliII4 e dos teus peocados lll.e não leIIlbro.'" (IsR. 43:~ 25) . Ma UDta passagelD. interessante nesta connexão; é Isa. 48": 9 e 11. "" Por Q.D1or do IDeu no:rne dilatarei a IDi. nha ira, e por amor do IDeu louvor IDe refrearei para colUtigo, para que te não venha a cortar. Por aDl.or de IDÍUl, por aD1o:r de :rni:rn o farei,. porque COlDO seria profanàdo o n.eu nODle? e a Drinha honra não a darei a outreIIJ.,.·' Parece que a idéa aqui é que .Dems salya Israel afim. de conservar o seu nome diante das deInai~ nações; isto é. Elle .salva Israel para não tnanchar a sua boa reputação. DeveIDos, porénl,. ter ID."uito cuidado eD1 interpretar taes passagens afiDl de não introduzir na obra red~D1ptiva de Deus qualquer ponto ou naotfvo .lD.esquinho. E' verdade que tudo teIO por fim glorificar a Deus,. IDas lUDa das suas :maiores glorias é a salvação degraça baseada em. am.or que Elleofferece a toda a hUIDani. <Jade. "'''-Pa.ssando pois o ~nhor perante a sua face, excla.nJ.ou: .Jehovah o Senhor, Deus :ID.isericordioso e piedoso~, tardio eID. iras e grande em. h.eneficencia e verdade.'" (Ex. 34 :6). Deus tnisericordioso e piedoso é a ver· dade~ra concepção de Deus. Elle não é egoista, poréIll é perfeit&nlente altruista. Agora quando se diz que a salvação é de graça não se deve entender que o peocadQ nada influiu eID. Deus e" no seu plano de .salvação. O Velho TestalDento é claro s<Jlbre este ponto. SeID derralDam.ento de sangue não ha ren:t.issâo de peccado. Todo o sacrificio do Velho TestaDJ.ento· testifica 'deste facto. O Novo Teshunento está de pl~no acordo. ""E quasi todas as coisas, segundo a lei, se purificam. COID. .sangue; e seUl. derraIll.alD.ento de sangue não' se faz reIDissão." (Hébr _ 9 :22) .
.bem.
4'.-A Relação de Deus para com _Q Natureza e 0$ Honrens. Quanto á natureza Deus é o eriador.~cNó principio
)
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ftll DeUlt,. ee-ea terr•. " (GQ. l:lhNiol4D11Mr te isto. tanth.- Dees tov~a e
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P~,CfJie.Uta' 4as,~m.avii~~••. ,D '. " 4 , • •~,punh. l. .tes ao ·mat':•.••. ,cllN:M quando }VeCisavaeareth:lhlJ, quaDtlo~iG'Iltt3"ia_"'~ . , " 8••. "Eaão; d_Qlftoeeu co~:'J:.......9tJ84IP! ra ao 54tubor ,n..-o De.: Ifte ü eq,tl"'a. • ~.-ã, ... "'ia, ao . . . . .P'H e • '.~ det~.'''''. sega nos conserva." (Jer, 5:24). "Porventura ha, . ' vaiãttes@s genti... q~elJ). f8lÇa.d\o-v~1.o,,(;pqd~m 08 ee.u... d. ureM . .' ~.t~~~,'Qaq"I~4.S.nb. OI!.. . ~ .•........ Deusfl.,... . . .Ql:üe'"~4m""pOIS '~"M'M"ta411 eatas.. &
ean
1lJU"'·
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THEOLOGIA BIBLICA
que Deus sempre manej ava a natureza para fins moraes. "Veio pois Gad a David, e fê-lo saber; e disse-lhe: Queres que sete annos de fome' te venham á tua terra; ou que por três meses fujas diante de teus inimigos, e elles te persigam; ou que por três dias haj a peste na tua terra? Delibera agora, e vê que resposta hei de tornarao que me enviou. Então, disse David a Gad: Estou em. grande angustia: porém caiamos nas mãos do Senhor, porque muitas são as suas misericordias; mas nas mãos dos homens não caia eu. Então enviou o Senhor a peste a Israel, desde pela manhã até ao tempo determinado: e. desde Dan até Berseba, morreram setenta mil homens do povo. Estendendo pois o anjo a sua mão sobre Jerusalém, para a destruir, o Senhor se arrependeu daquelle mal; e disse ao anjo que fazia a destruição entre o povo: Basta, agora retira a tua mão, e o anjo do Senhor estava junto á eira de Arauna, o je. buseu. E, vendo David ao anjo que feria o povo, falou ao Senhor, e disse: Eis que eu sou o que pequei, e eu o que iniquamente obrei ; porém estas ovelhas que fizeram? Seja pois a tua mão contra mim, e contra a easa de meu pae ," "E edificou ali David ao Senhor um altar, e offereceu holocaustos, e offertas pacificas. Assim o Senhor se. aplacou com a terra e cessou aquel. le castigo de sobre Israel." (11 Sam , 24:13-17 e 25). Em relação aos homens, isto é, nações e indíviduos, o ensino a respeito da relação de Deus para com elles só appareceu entre os prophetas; porque no primeiro periodo nacional Israel não entrou em relações permanentes com as demais nações. Mas a concepção de Jehovah em relação ás nações é a mesma no primeiro periodo como entre QS prophetas, embora esta relação não fosse bem esclarecida. Porque desde o príneípio encontramos Deus dirigindo e governando as nações, como, por exemplo, Elle fez em relação ao Egypto no começo da vida nacional de Israel.· Mais tarde, como é bem sabido, Elle expulsou todos aquelles povos tias terras que promettéra eos descendentes de Abrahão. Uma das coisas mais interessantes do Velho Testamento é o facto que Deus de prophecia fez historia. RUe prometteu a A'brah~o uma terra e mais tarde esta foi dada aos descendentes de Abrabão .em cumprimento da promessa. Os propbetas de quando em quando fa-
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00 VELHO TESTAMENTO
ziam uso deste facto quando argumentavam e provavam a superioridade de Jehovah sobre 08, deuses falsos. "Para que todos vejam, e saibam, 'e considerem, e juntamente entendam que ai mão do Senhor fez isto, e o Santo de 18fa~'ocri.ou.· Produsí.a vQ8Ia demanda, diz o Senhor: irilteias vossas firmes razões, 'diz o Rei de J acob. Produzam e annuncíem-nos as coisas que hão de acontecer: annuncíae-nos quaes foram as' coisas passadas, p'ara que attentemos para ellas, e saibamos o fim dellas; ou fazei-nos ouvir as eoísas futuras. Annunciae-nos ascoísas que ainda hão de vir, para que saibamos que sois deuses: oufazei hem" ou fazeimal t para ~ '\' nos assombremos, e juntamente o veremos. Eis que so~ menos do que nada e a vossa obra é menos do que nada: abominaêio é quem vos escolhe." (Is, 41:20-24). , Mais interessante ainda é a relação ele Jehovah para com o individuo. E' verdade que Deus fez concerto com a nação e qu~08 prophetas em geraltratamprineipalmente da nação porém bem cedo no Ve1hôTeata.. menta deparamos uns signaes bem Viiiveis do Individualismo. E' natural que emquanto a nação foi,a,unidade religiosa não se dizia muita coísa doindividuo,'Po. rem nem assim o individuo é de todo negligélIeiado. E' bem patente que Deus reconhecia o .valor ,tlo.individuo. ElIe -chamou prúneiro Abrabão, depois MoyIé8 depois David e assim por diante. Tambem o faeto que os paes sempre p~uravam para os se11$ filhos' nomes que indicariam certa relação para com Jehovah,m~tl'a evidencias do iDdividualismo. Afamilia de. Jacob e 08 nomes . dos' seus filhos são exemplos fnsantesdeate facto. Mais .um ponto que mostra como Jehovaà interfe.ria· na Vida dos homens é a qUestão. dOI- con1l'atoa:.Ou concertos feitos entre 08 homens; entrando Deus como a tereeÍl'a pessoa. "E Mispah, porquanto·diue: A..... te oSelillor entremim e "ti, quando' ;D6seat~ apariadós uDi do outro:" (Gen. 31:49). "Enfio diSse Sarai a Abrão :"Meu .aggravo seja sobre ti: minba -ael!8 pus eu em tel! re~aço ; vendo ,eUa agora que;. ~a~~a. sou menosprezada '(lOS' seus olhos: o 8eDhor'júJluêé eMte mim e ti." (Gen, 16:5).
II
A
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DO «OMt:l\f
1,. A NaJur(:.Za Buttuuu: e a Sua Constituição;
Naturalmente o que se deve considerar primeiro no do, homem é a sua propría' constituição. Sobre esta questão ha em geral duas opiniões. A primeira assevera q;ue o homem é composto de alma e corpo, isto se, chama o~ fheoria da dicotomia. A segunda opinão é que o homem é constítuido de alma, espirito e corpo e chama-se theo~~ da tricotomia, Que é que o Velho Testamento' diz 8:o.hre o assumpto? E' de uot~ que no Velho Testamento ha certa base ~~a; aWrh~s as idéas, se assim não fosse, não teríamos as ~u~ opiniões sobre o ensinamento do Velho Testamen\<J neste ponto, Portanto nãaé Iaoil, harmonizar tudo quaJjl.;~ o Velho Testamento ensina com, qualquer destas op~õ~. Todavia afim de nos auxiliar a chegar a uma co.lcl~âQ, Q~ a uma opinião definitiva do nosso assumplD, q.otemo&, os seguintes factos: (1) Novamente chamamos a attenção para facto 'que o Velho Testamento' não foi escrípto por scíentistas nem em linguagem scientifica. Portanto úo se devem 'romal' as suas declarações tão ao pé da letra COJnQ se fossem uma declaração do ponto de vista acíentífíee, ou feito por um scientista. O Velho Testamento. como a Bi~a, WP.Qe ~oj escripta por hotaens que coahecíara e usa~ID; ~o lW.&uagem COJPmij.Jl!l da epoca e ao p.DVQ, a quem eaçrev-iaIJl. Estes escl(iptores; exprímiam bem as suas ~~ IJl8S: não em ljnguagem calculada e premeditada, PQ~q~e elles estavam mais interessados nas verdades que ~jna:vam do que nas fw-mas daspalavras pelas quaes ~,~rnav;a.JA os seus peasamentoa. Por exemplo hoje em dia. :f~aJnos: na, l~ua~m commum do levantar e' do }JlÔ'; de, spl e todos, entendem o que dísemos. Se ewpregassemos, porém, linguagem estudada ou scíentifica não poderíamos falar desta maneira porque de facto o sol não se levanta nem se põe. O sol não gira ao redor do mundo. mas é o mundo que está em movimento ao re~do
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·panique o ~ _tend~ melhOl'. ~"pr.e .guaJ."dareMe 'act0 ~m BalSa memoria. . ' ,,' . TambempreeisaID0S recenbeeere f~, que o, v:~ ,Testamento. não .sina uma anthro;lJDIg~çeQ1if~ ".or6m.p..ü~ eGo peato de vista ·reIiBi'01.,.0 ~.j ,~ ~ta DO Vt;~ Testamento não é en~~, .,~ .gJ.a. mas ,;rel.-. ~onbécemos esteaf.açt08t .P9.f.i1le m-
:w .
'fluemgra,ndemente 110 assumpto. que·agora . •d~. (2) Det~ qUe o Velho TestmBentb .e~ati U.
gUagemeo~Ul'l'lou a lhiguagem. dopêw
e Utl1l'lU'...
}J'erar eneOrltrar nellaas variedades de llinp..- 'q\lfe.. taraeteri~ o povo da epoea em qneoV~'I'~
menta t'b'i ~serlfto.Todas asdistin~.' na ...... poupular naturalmente th1 de apparecerde.~"" má'IfOVelhe) Testam.ento.. E não sedeve ,espeta!" "I.' tt) , VelhO Te$tamélltofosse adiantar-se e usal'4lba' tibguagt!mDl'O tODípreebdida na epoea . Como ji' .
servámos, a maioria das 'feZes o Velh9 T~tamtJllt•. _ em vista' fiM pntieose por iste tem ,que. áCCelltuar beIIl opon\o, i'ató é.. torná-lo bem ,~MD8iflCÜ ~.* 'puvo. Gom estas explieaCJÕe$ em mente .81801 ~amiáertf) Velllo TelJtaJDeBto aoJJre·. a oonstituiçá()do ,h.-. ·e sobre a natureza. . 2. (), Termo~ "Córpó" e ··Cante" . (1) 'Quanto ao c~po. A lingu. ~J:aWa. propri. .~Dte . um termo equivalente 'ao .po8s;ó 'O líelmoque.DI ·lkbre.· usavam referia-se tento ap ~o vivo eomo a um cadaver e talvez mais aeste ~ 'qt.le áquelle.N~ ~iDte paasagem temos a referell~~a. eerpo vivo. "EacabadQ aquelle anno, vierlÚn .8 e1te,lí. segundoaano, e «iiMer...lhe: Não oe,c;Ul~ . .,i"p meu. senb&r qu.e.()' dioheil'o é acabado, -e meu?~ ~e osanim-.es, e nenhuma outra co. . JlOJ,f)cQu diute da f.acede mea .sephor, senão o nosso C()~ éà n088à, rena;" (6en.47 :18). "E eUa multiplica.Os.~ ·productos para GIl .~8, que puseste 8Qbre:Q.Ó8,,~~U• .aado. DOII08 pe~cIoa; e conforme alUa V()D~J'" miD8JIl sobre '08..~. corpos e ~ob~~ . asa.ou. '~.'~; ... e etWn03 lUiIIIMl gl'aDtIe angustia. (Nehem..9:37~.
sua
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Jâo-
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THEOLOGIA BIBLICA
As referencias ao corpo morto ou aos cadaveres achamse em I Beís 13:25. "E eis que 08 homens passaram. e viram o corpo lançado no caminho, como tambem o .leão, que estava junto ao corpo; e vieram, e o disseram na cidade onde o propheta velho habitava." "Então foi, e achou o seu cadaver lançado no caminho, e, o jumento e o leão, que estavam parados junto ao cadaver: o leão não tinha devorado o' corpo, nem tinha despedaçado o jumento. Então o propheta levantou o cadaver do homem de Deus, e pô-lo em cima do jumento e o tornou a levar: assim veio o propheta velho cidade , para chorar e enterrar. E metteu o seu cadaver no seu próprio sepulcro; e prantearam sobre elle, dizendo: Ah irmão meu!" (I Reis 13:28-30). "Pelo que se Recendeu Rira do Senhor contra o seu povo, e estendeu a sua mão contra elle, e o feriu de modo que as montanhas tremeram, e os seus cadaveres foram como immundicia pelo meio das ruas: com tudo isto não tora nou atrás a sua ira,ant-es ainda está alçada a sua mão." (Isa. 5:25). "E os cadaveres deste povo servirão de pasto ás aves dos céus e aos animaes da terra; e ninguem os espantará." (Jer. 7:33). O termo usado pelos Hebreus que mais correspondia á nossa ídéa de corpo é o termo"carne". Agora não se deve pensar que este termo "carne" tem qualquer significação ethica ou moral como nos escriptos do Apostolo Paulo. O uso deste termo nesta connexão no Velho Testamento é puramente physico. O termo "carne" refere-se á parte musculosa do corpo em distíncção dos ossos, da pelle ou do sangue. Carne é do animal a parte que se oome."E os filhos de Israel disseram-Ihes: Quem déra que nós morressemos por mão do Senhor na terra do Egypto, quando estavamos sen.. tados ás panellas da carne, quando comíamos pão até fartarl porque nos tendes tirado a este deserto, para matardes de fome a toda esta multidão. " (Ex. 16:3). "Porém eis aqui o gozo e alegria, matando-se vaccas e degolando-se ovelhas, comendo-se carne, e bebendose vinho e dizendo-se: Comamos e bebamos, porque amanhã morreremos." (lsa. 22:13). Tambem carneé o elemento que se offereee no sacrificio. E o facto que é offeiecido ao Senhor como sacrifício mostra que não havia uma ídéaque a carne em si era corrupta ou sede do mal. A dístíncção entre animaes limpos e immun-
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DO 'VELHO ,TESTAMENTO
dos não 'se baleia na carne porque todas ellas são car· ne..A earneem si não é immunda. A, visão de Pe,mo é prova dísto, Em criatura$ vivas encontramos essa meslIla df&.. tíneçêo'entrecarne eas outras partes do 'corpo: "'E ,'diase Adão: Esta é agora osso dos meus OSS08, 'e carne 'dà minhacame: esta será chamada varoa, por'qUant9. dO varão' foi'tomada.'" (Gen, 2:23). De vez que' a~e é a parte exterior e mais Visível, o termo came ~8801l . a sígníflcer acríatura toda. Neste sentido o termo 'carne, representa a criatura como umser organizado pO&suíndo os seus diversos orgãos. . " . Eate uso do termo carne para indicar o anímal todo teve outro desenvolvimento por isto passou' a significar toda a humanidade, toda a carne. "Toda a carne jun.. tamenteexpíraría, e o homem se voltaria para o pó;" (Job 34:1.5). Em geral este uso lato do termo CfQ"De está em connexão com um contraste entre Deus e a bumanidade. A carne representa fraqueza. Deus é fortíssímo, Bem pode ser que essa idéa da fraqueza humanaé que viesse,a dar origem a esse uso do termocarne. "Porque os egypcios são homens, e não Deus; e OS BellS cavalloscame, e nãoespirito; e o Senhor estenderá a sua mão, e dará comsígo em terra o auxiliador, e cairá o aju, dado, e todos juntamente serão co~sliJ.!1idos" (lsa~3! :3>'. Notae ,bem qtte o propheta aqui nao está discutindo espirito e carne, mas está chamando a attenção para' o facto. que o auxilio só vem de Deus. Mas o USo do 'termo carne é bem interessante. "" . .Quando o propheta chama a Jehovahespil'itoeI1e não tem emmente a essencia de Deus" 'mas, o poder de Deus. Datnesma maneira quando fala' do' homem 001110 "a carne", a idéa é mais da fraqueza do homem elo que .da sua esseneía, A carne está sujeita á corrupção. R&brado, o Espírito, a carne perece. Este facto sem 4uvida tema sua relação com a idéa da carne. "Porqu.et quem hade toda a carne, que ouviu a voz do Deus vi.. ventefalandode meio do fogo, COmo nós; e ficou.vivQ?~' ,(Deut. 5:26). "Voz que dízrElama; e disse: Que hei de clamar? Toda a carne é erva e toda a sua benipidade c;»Jbo asflores do campo, Secca..se a erva, e caem as fleres,soprando nellas o Espirito -do Senhor.. :Na verdade que erva é o povo,." (18a. 40 :6. 7). I
THEOLOGIA
BmI~ICA
Ha Hlais Ultl ponto que merece an~8sa attençã& em relação á carne . H..-verá no uso deste ;term.o carne Ulll sentido ethico ou znor-al COlDO ha nOS e~DlplOB do apostolo Paulo. "Digo, poréDl: Andae em. Espirito, e não -cucapr-lr-eís a concup:iscencia da earIle. Porque a carne cobiça contra o Espirito, e o Espirito contra a carne; e estes opp-õern-se UII1 ao outro: para que não façaes o que quereis. Por-ém se sois guiados pelo Espirito - não estaes debaixo da lei. Porque as obras da carne são rrrarrífeataa, as quaes são: a.duf ter-io, fornicação, imDlundicia, dissolução, idolatria, feitiçarias, Irrírrrí- . za des, porfias, errrukações, iras, p efej as, dissensões, heresias, Irrve] as, honlicidios, bebedices, glotonerias, e coisas ·siinilhantes a estas, acerca das quaes vos declaro, corno já dantes vos disse, que os que cornrnettern taes coisas não herdarão o reino de Deus." (Gal. 5 :16-21) . Já dem.os a nossa resposta a essa pergunta~ m.as nessa connexão quere.lD.os estendê-la Dlais um. poueo. Os hebreus tfnfrarn certa tendencia de confundir as_coisas physicascom as coisas tnoraes. Isto se evidencia por exernplo nas diversas enfertnidades e possessões deInoniacasque se encontram. Do Novo TestaInento. T'aznb-ern sabemos que o Velho Testaxnento não era licito tocar UlD cadaver sem. que à- pessoa ficasse contam.inada COIn. este contacto. A pessoa nessas condições tinha que purifioar-se antes de poder c1Dnpriras suas obrigações religiosas. Os Hebreus ,muitas vezes Itga.varn a fraqueza physica COIU a fraqueza moral. 'Ternos exemplos disto no Psalmo. '60 que perdoa todas as tuas iniquidades, e sara todas as tuas enfermidades." (Psa. 103:3). Mas Dota-se que não são identificadas ulllae outra. Pode-se notar tambem .JIt') Psalmo 78 :38-39. "Porém elle, que e misericordio80~ perdoou a Sua iniquidade: e não os destruiu, antes muitas vezes desviou delles o seu furor, e não despertou: .toda a sua ira~ Porque se Ierrrbr-ou de· que eram de carne, vento que vae e não torna-." Deus, lem.brando--se d.eque o homem era carne, perdoou-lhe os seus peccadoe. Dão-nos a entender as duas idéas que haviacer·ta co-nnexão entre fraqueza physica e fraqueza JDoral. "O hODl.eDl nascido da mulher é curto de dias e farto de inquietação. Sae oorno a flor, e se corta; foge lambem corno a som.bra e não permanece. E sobre este tal abres os teus olhos, e a ·llliOlDle fazes entrar no juizo!t
00 ,'WI.HO TEST.MIENTO
"'' '10
~".immUltdo
l~:W) ;
tirmo puro.? NiIlgaeM."
Nesta paISagem . . . . 'furMas" __ quêl'a'appueeem juntalmaa não se tMJfandem. 1fe. __,alDl5u" idéatb, 1Gb 15:14. H~' o ~ (_b
P'" .--Ja
pUl'O't~
e que nasce . . .u1JaeI'~paa
que fi~justb?·' Já se d que a fraqueza moral ..... panha. f:taquert& physiea, porém isto aio indial ser: a oarne, ."éde do peccade. Nem tão poueoha u.. :etWelO do tenno "carne·'.como eDcoaframeeD8s epis&o_ do afl.tolo Paulo., Carne represeata a p·artepb.,.x. cio boaem e é .,antithese do termo "éspirito!'. '8. o Termo E.pirito-:r - '08, termos' espirito e alma são usados mnitas, __ zes como, antíthese de. carne e significam aplll'le 11l'ri:Sivel do bmnem. Quando se separa oeipt,ito 011 l.1tlü. do oorp() o individuo morre. No Velho 'l'estd'1eÍltó o termo mais im:porlante é o termo espirito. . Este t~o espirito é lambem usado p-.ra designar 0. 'I~~o, cujos Caraete~ e~t~riotes sã? a fo~ ea~ vlaibilidade. O vento e Invisível mas e uma força .~$l -e verdadeira. Talllhem' o ,~ermo espiríto indica foJego. o foI. . é, o ligna1 de vida 'DUlIla criatura viva. Quando: a Ol'httva nãO. tem maia folego, quando' niorapira • • morre e voltaàO pó. 'O Ilomem é um ser emc\lial.Ui.. n_ ..tá o fokwo da,vida. Mas ha "l8D da.envolvimtnto do usotloterDiO . .
pitIto al6m'ojá mencionado. Primeiro 'o ·eapiIr1to ' . . .ignal ~. vida . Depois ha a ídéa de que este :.ilD*I''.-ida é tMIIbemo principio da vitalidade. Ema.il11lrtIt. .até priDcipio de vitalidade' passou 'a indicar a pattt lll'iMatet.ialdobometn, em contraste com a p8J.'te'.ltf..leIt. Toda Wida. quer l'1oa IIDmens,quer nu demail (ttfttu1"Mt é 'o~feitô doespirito de Deus, ou o ~ ' . dá ptOVideada de Deus. "Que, eDlquantn'tJID' mba . Mll'\'er alalto, e'() sopro deDeas nos meus AWizM.• ;," ('o~. Z1 :8) . "'&ahor, com e'$tas ooia.1I sevíve, e e)ft"1ô4U·~II té. ,vida do meuespiritot 1KR'qUe UI-'OOraste ~ saraste." (Isa. 38 :16) . "Assim é este lIlar
'*
é
grandê -emulto es~ otlde ha repteis 'ae'D1 nUJWel'O. «tdtna. pe8 'e.-ades., Ali d4am, 08 na.; ,~ o 'le'riathaa ~tIê f6t'lRtUltellU'a neíle fol~. Tltdll ' .
314
THEOLOGIA
BIBLICA
penun. de ti, que lhes dês o seu sustento eDl. teID.po opportuDo. Dando-Ih'o tu, elles o recolhem; abres a tua znão, e se enchelD. de' cbens: Escondes o teu rosto, e fi.. cà.n:t perturbados: se lhes tiras o folego, lD.OrreID., e vol. tatn para o seu p9. Envias o teu Espirito, e são .criados, e assim. renov,as a face da terra." (Psa. 104:25-30). J"á aprende:rnos que o espi..rito de Deus é Deus InesDl.O e:rn.. actividade. O espirito de Deus é Deus exercendo o seu poder. Tarnbe:rn a'prendeIl1os que este poder pode· ser no reino physico calDo no caso de Sansão, ou no' intellectual COIDO no caso dos artistas que construi.. '. ram. o tabernacul0 ou ainda pode ser no reino IDoral CODl.O nos casos dos prophetas. Tudo isto é oonnDunicado pelo espirito de D'e ua . O hOlDeDJ. foi criado pela coDl.Dlunicação, pelo espirito de Deus, do folego da vida. ""E for:rnou o Senhor Deus o hOlDell1 do pó da terra, e soprou eID seus narizes o folegó da vida; e o hoxn.eID foi feito abna vivente." (Gen. 2:7). . Esta passagelll é de grande illlportancia por diversas razões (1) Ha UIna distincção clara entre o hOID.elD e as outras criaturas. Por Ineio da terra e das aguas Deus produziu erva e peixes. uE a terra produziu erva, erva dando seIlle.nte ooraf'or-rrre a sua -eep-ecâe, e a arvore frutifera, cuja seIllente está neIJa ccmf'or-rrre a sua espeeie e viu Deus que era bonl.." ""E disse Deus: ProduzaDl as aguas abundanteInente repteis de ahna vivente; e voelD. as aves sobre a fuce da expansão dos céus. n (Gen. 1:12 e 20). A criação do hOII1.eII1. poréIll,. foi um. aoto iDl.Dlediato e directo por parte de Deus. Deus o criou directaDl.ente; isto é· o hOlI1eIn foi ·criado e não a.Penas produzido por outra. coisa criada COInO a erva ou os peixes. (2) O segundo facto notavel é que a vida do hOlIleID não é o resultado da organização da IIlateria, CC>Ino acontece COIIl. as dell1ais criaturas. O corpo do hOID.eID foi fOrIDado e depois de forID.ado Deus collocou nelJe, o hOIDeID, UID. ser que teve existencia espiritual antes de ser collocado no oorpo e por isto pode ter existencia depois de sair do corpo. O espirito do hOIDern. é uIllRcriação directa -do Espirito de Deus. Falou e a terra produziu erva. As aguas 'ProduziraID. répteis de alIna vivente. Mas quando chegou a vez do. hOlIleID.~ Deus não falou DIas "" soprou"; acto IDui to Inais intilD.O e IDaiS significativo do que os actos pelos .quaes Deus criou os céus e a terra. (3) Quando Deus collo-
DOV'ELHO
·TESTA~ENTO
cou o eapirito
,
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THEOLOGIA
BIBLICA
farei entrar em vós o espírito, e vivereis. E porei ner.. vos sobre vós, e .fareí crescer carne sobre. vós, e sobre vós estenderei pelle, e porei em vós o espízíto, e vivereis, e sabereis que eu sou o Senhor, Então prophetizei como se me deu ordem; e houve um arruído, prophetizando eu; e eis que se fez um reboliço, e os ossos se achegaram, cada osso ao seu osso. E olhei, e eis que vinham nervos sobre el1es, e cresceu a carne, e estendeu-se a pelle sobre elles por cima; porém não havia nelles espirito. E elle me disse: Prophetiza ao espirito, prophetiza, ó filho do homem, e dize ao espirito: Assim diz o Senhor JEHOVAH: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, e viverão ~ E prophetizei como elle me deu ordem: então o espírito entrou nelles, e viveram, e se puseram em seus pés, um exercito grande em extremo." (Ezequiel 37: ~10),. . Felizmente no Velho Testamento achamos um avanço sobre esta concepção do espirito. O espírito mais tarde veio a significar a parte, o elemento immortal no homem. Atrás doprindpio da vitalidade havia um ser que vivia. E' provavel que o folego suggeriu este facto porque se usava o mesmo termo para ~Iprimir as duas coisas, o sígnal de vida e o que vive. ~Na verdade, ha um espirito no homem, e a inspiração do Todo-Poderoso os faz entendido." (Job 32:8). Tambem emquanto nos primeiros livros do Velho Testamento não se cogita de saber para onde vae o espirito quando sae do homem já nos u1timos livros apparece esta questão. "E o pó voltar á terra, oomo o era, e o espírito voltar a Deus, que o deu." "Quem adverte que o. foIego dos filhos dos homens sobe para cima, e que o folego das bestas desce para baixo da terra?" (Eccl.
12:7 e 3:21) . O termo espírito é usado para indicar o elemento immaterial na natureza do homem em três aspectos. E' usado assim em opposição a carne. Tambem é usado neste sentido quando é considerado como originado em Deus. O terceiro aspecto é. quando se fala da força ou da fraqueza da vitalidade do homem. Exemplos dos primeiros aspectos são: "Mas elles se prostraram sobre os seus rostos, e disseram: "O' Deus, Deus dos espiritO$ de toda a carne, peccaria um só homem, e in'dignar-te. ás tu tanto contra toda esta congregação?"
,
317 f:Num. "6:a).~Ot SeRl:tor, DeUs dos eapir.itoedete*
.. CàIJne, penha ... bOUiem sobre esta eoDfJftllJ&ç:io.'"
tNttm. 27"18). "Em caj.mão está a alm.tle·<'" flUanlo me, ée espírito de todaacarn. h....... "
(Joh 12:10) . Exempl_ . do terceiro aspeeto sl$ beim D.UJ:DeIiOl08., "Pu. 'ha\rendo.-lhe eDe. cootad. 'todu. a~ palawas • José, que elle llles falára,e vendO' elle os carros que José enviára para 'levá-lo, ravi~ .... pirito de Jacob seu pae ." (Gen. 45:~). "PQ~ ,assim diz o alto e o sublime, que habita naeternidaete, e, cujo ~e é,,&{lD1o,:NJI, ~ufa e DO 11J&llr 6lUl,-tO b,.bit~;, como .t~~~~ ~"O~QtQ, ~patid()c1e espirito, P'Wa~M .~ "'i~tQ d.ps a.batl(\os, epar~ viv,i(~Q êora· ,gi.p, c1Q1\OC)I1.~.a. ;"(1Jf4. C)7:15). "Pela "~ o m.eq~·
wmar
,.
~U,.eQJ. n.ú.Ul e o meu d~çijp elQ,~ ~fi1eSQ.\a~. ,(,Pia. 14a:4). "Poeque P•• ' ~ não: contelldere~,. ~~ contínuameníe ime incli&Ra~;
J?b:i1Q ,e.
pqrqu~,Q espi~ Perante a minha face, .. o.ppr~ia. ~ aa ~~q"e eu fiz." (laa. 57 :16). A c~~d~ea ,ir-ito·,c~~.p. ~ft da;v~ e COD\Q c~lJ.flIda, ~a
:fol"~ ~ pQder ~ iJap0n.ate; ná-lo ll~'PO~ 'lllai$.
portanto queremos.,eQÁU.'
Desde·fJU& a yiWi4.~poclel" e qe~,r~ . . e&piDita.otemlo,eepirito: veio a sipif_' UIn:,.Dt49 J*edQ~ OJI clirecçio fixa dal~te, _4().:ea,Mt.,.
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da~ pe~," _Muilaa.v.ea ~U~iJllQS, ,ph,ftlM,ti, "'~, • .~
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e r.. SWl ..... lhe ftl.-.eiPQrW; ".~ 4e'~ ,caçõea..eDgtlnI,·e f.niçam, .pa~lItndQ-se da,;~M ção do seu Deus." (Oséas 4:14). "PQIq~ Q. Se....... ~~~~.()M ~r~v;~. 91Jl espi.rito de px:o.~Ulldo~nO, e f.'~chºu ()s, vólJi.oa Olhc>s;, vendou os prophetas, .,~', uvo..-
~~.Ç,~ç.! ~ ~:rí
:p~ 44'. CQl,ª~ ~ qll~. o RrtpcJp,.o deUts.: ~Q\Q,:, _ :~,o
Ip»Ban~o" do,'qu.~' Q~alliv.o decor.tção.",' (t~.~:'Sl.'~'~
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~m. •i"O'espiWfto .,'Sénhr 9 ~ â .~'. ~, ail:qdaíldb1ptral"o camp&' de Dá"; . . . . 410-
.
THEOLOGIABIBLICA
318
ra e Estao1." (Juizes 13:25) .. "Disse pois Dalila a Sansão: Declara-me, 'peço-te, em que consiste a tua grande força, e com que poderias ser amarrado para te poderem affligir." (Juizes 16 :6). "E veio sobre .elle o espirito do Senhor, e julgou a Israel, e saiu á peleja; e o Senhor deu na sua mão a Cusan-rísathaím, rei da Syria; e a Sua mão prevaleceu contra Cusan-eísathaím." (Juizes 3:10). 4. O Termo Alma. O termo alma como o termo espirito foi usado para designar a parte ímmateríal do homem; mas com pouca differença. Os dois termos não são identicos. "Por isso não reprimirei a minha bocca; falarei na angustia do meu eapírí to; queíxar-me-eí na amargura da minha 'alma." (Job. 7:11). Quando Deus soprou nos narizes do corpo do homem, este se tornou uma alma vi. vente. Qualquer criatura que tem vida é uma alma, um individuo até uma pessoa morta é uma alma. A alma pertence á personalidade do individuo." Assim como o cervo brama pelas correntes das aguas, assim brama a minha alma por ti, ó Deus!" (Psa. 42:1). "Até a minha alma está perturbada; mas tu, Senhor, até quando 1" (Psa , 6 :3). "A sua alma pousará no bem, e a sua semente herdará a terra." (Psa. 25 :13) .. "Não apanhes a minha alma com os pecoadores, nem a minha vida com os homens sanguinolentos," (Psa.26 :9). "O Senhor, resgata a alma dos seus servos, e nenhum dos que nelle confiam será desolado." (Psa, 34 :22) . Parece que a alma é mais ·identificada com a pessoa do que o espirito . Não se deve entender que ha uma differença quanto á substancia da alma e do espirito, se é que se pode falar em substancia em. relação á alma e ao espirito. Tambem não temos razão em pensar que o espírito é mais. alto ou mais semelhante a Deus do que a alma. Espírito é a phase da natureza do homem caracterizado por força e poder e vitalidade. Desde que a alma é a personalidade, ha mais importancia dada á alma em relação á questão da immortalidade. "Pois não deixarás aminha alma no inferno nem permittirás que o teu Santo veja corrumpção," (Psa. 16:10). "Senhor, fizeste subir a minha alma da
no
&tu
VELHO ,'TESTAMENTO
sepultura: ,~BServa.te.me a vida para que. Dio? .... cesse ao abysmo." (Psa. 30:3). Diaate .deS0$8.s . observações geraes notamos OI sepintes. pontos :: (1) Todas as' influencias exercidas por De. 10bre o homem são influencias do Espirito de Deus . Deus eseroende iliflnencia é 'o Espirito de Deu. A, natureza desta iDfluencia. é· dynamicà, é a communíceção de 'Vida:. de força" e energia, especialmente nas espberaa "moral e religiosa. , ' (2) Desde que Deus, como Espírâto, communica~ poder á alma do. hemem, o homem como espirito recebe essa CQll1Ínunicação. ea alma é affecta,fla por este novo poder 01.J. energia. ,E quando a alma se exbibe ou age debaixo (i~ta influencia, é oespirito. que,.,.im se manifesta.Et assim.; Deus agindo é o Espírito' de Deus; a alma agindo é o espírito do homem. (S)' Isto não significa que a, alma do homelD' seja diff~rente do seu espirito nem tão pouco que o e8Pi.~t~ é mais altodoque a alma. O espirito é a alma DUlJdféa-· tando poder' ou revelando energia. O Espirito é' ,alma oi '.
em
activida~e.
(4) Tam.bem a almanão é o espirito ~(iiVid1WiZa do nem o espírito concretizado num individlJ.Q•. ,~ ~ dade que a personalidade é attribuida á alma e muitas veza. o termo alma é equivalente ao termo "peraoa". O termo espirito parece um termo mais abstraem. -O E8pifitO é a1mà manifes.-ndo energias,' po~~ VitaJi. dade. E' por, moqtIe ás. vezes uma pesaoa motU é cbamada ahna, -Por causa dessa distincçãó ha ~ dual manefras de falar da morte. "E opó voltar" terra, como' o era, e o espírito voltar' a. DeUa, .que·' Ô deu.~"(Eccl. 12:~7). A alma vaeparaSlieol. -Pttií. não -dêi~aJ.'i8 ~ a. minha alma- no inferno, ném' "pen:dfttilú que o teuStlnto veja'corrupção."· (Psa~t6:101.Por- 'ta~to:se' a aIm.fOúe o ~pi~to ind~Vidu~Iizado-~a evidente que o homem nao 'tem espirito, mu i:6!àIíDa. E.o facto que a Biblia se refere tanto á alma como ao espírito, implica que espirito e alma são a mesma coisa ,- olhada de aspectos differentes. As conclusõea entio sobre a doutrina do homem são as seguintes: (a) O termo carne não é um termo de 'significação. ethioa ou moral. A carne não é considerada como a
THEOLOGIA BIBLICA fonte de peccado e não representa a Ilatureza peeeamínosa. (h) O espirito do homem e a alma do h&mem não são coisas differentes; são a mesma coisa vista debai:ao de aspectos dífferentes. O espirito denota energia, .poder, aetividade. E quando a parte immaterial do homem manifesta estas coisas, o homem é chamado espí:rito 611 diz-se que é o espírito do homem que assim se Bl8aifeata. Como já vimes é assim que se fala tambem do Espírito de Deus. O Espírito de Deus é Deus mesmo .,indQ. (c) A alma é a séde da personalidade, da seasíbílidade; o termo alma é mais intimo. O termo espírito representa o homem saindo de si por meio das mani(estações de energias ou poder. A alma é coisa mais reflexiva, mais intima; é o homem mesmo dentro de si. (d) A mais simples e a mais clara expressão do Ve. lho Testamento sobre a natureza do homem é a nanatíva que temos da criação: do homem. Ali apparecem ~Ó duas coisas, corpo e espírito ou alma. O homem é composto de corpo e alma ou carne e espírito. O homem é umq dualidade. O oorpo vem do pô da terra. O Espírito vem de Deus. A alma sustenta o corpo, Deus sustenta o espirito. (e) Seg~ndo o
Velho Testamento
a parte
do homern é pó. Ago.ra ajUllltandQ espírito
QU
material vida ao
PQ; o pó tQ.{na..se carne; e quando se une o espíríto á
carne temos a, alma QU espírito encarnado. O animal é. espírito ou vida accrescentado ao pó ~ &tacons,truççãQ J;lOS dá uma alma viveste. 6'E disse Deus ~ Produsa a terraalma vivente segundo a sua especíe: gado, e. répteis, e bestas feras. da terra segundo as suas es~ies:. e assim foi. "(Gen , 1 :24). Carne e. espíríto produzem alma que lambem é alma vivente, mas é uma a!1Qa vivente superior alma vivente que é compo&ta á
sQ dQ p4e. vida
ou espírito.
I
111"
1. Pecct1~o, ,ua,'Natureza e Exten,aó. '~
-~
i.
Entretod08 08 proph~tas a idéa fundamenta), a id_ mais aooentuada a" idéa.de Deus, o Deus delaraef. Por isto a i4éa dopeccado em aparte é secundária, .derivada da idéa de Deus. Em Amós por exemplo oUde: a : idéa de Deus é de um Soberano Supremo e Justo, .. idia do ·peecado é injustiça e falta de corresponder aos' de- . sejos do Justo Soberano. Em Oséa.sondea idéa eM . Deus é de um Deus de amor: o peecado é considerado como a falta de amor para com Deus tão bom e tl6 .cheio de graça. Em Isaías onde a idéa de Deus éade' um grande Senhor, o Santo de Israel, o.peccado consísté . em orgulho ou ,a falta de reconheeer a majestade' dé Deus. Assim se vê que entre todos 08 propbetas o peocado temsna base tauma concepção e attitude J~1sM~ I»U"a com' Jehovah, Oséas attribue todoa os m~~1I ,~, Israel ao faetoque não havía, eonhecímento v~r:dadeir9 do Senhor.em- Israel, "Ouvi a palavra do SeJiliQr,,;.v6.f,. filhos de . Israel, porque o Senhor tem. Q.rnaCQnte~M com os habitantes'. da' terra, porque não ha verdade, D~; benígnídade, nem conhecimento .de Deus na Terra., Mas ope~jurlU"t e o mentir, e o matar, e o furtar, ~Q adulterar, prevalecem, e os homicidiosse tocaram com homicídios." (a.éas 4:1,2) . Nova.mentevemo$ que a concepção dos prwlietQ é uma eónc~çio pratica .. El1es não tratam" do . pl-tncipio .do peceado, porém apresentam certasrel&f6ês eób.~ cretas.em '. que ,ppeccado se. manifesta. .Deve-se n.~t~t táJ:ribemque; o8~ptophetas tratam 'especialmente' da ,àà. çllo israeUtâ ~ Mas ri que elles dizem da naçã()~ôü.trái· p{l,rtes dasetkripttltas applicam á humamdl(d'e; J9(f(~' E~ rela~ãó ádoutrinJf dopecoado o mais. quepõéledMi' esperar. dtf Velho Testam.ento são declàrações leitõ' Jii[ linguagem dó' povo, nada de Iínguágém ,8etenUfiea'~" O't qu~ nqs eneôllframos ,. noVêlho Te~tamento é o'potncs , . tffi' vist'tt cró"" Sebsô C8thmtiin" ou' o qU:~'é de miisptã:.' .é
i
I· I
322
THEOLOGIA BffiLICA
tico. Com estas coisas em vista vamos ver
ó
que o Ve-
lho Testamento nos ensina sobre o peccado , (1) O Velho Testamento é muito claro sobre a eXÍ8tencia do bem e do mal. "E viu Deus quanto tinha feito, e eis que era muito bom: e foi a tarde, e a manhã, o dia sexto." (Gen. 1 :31). "E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei uma ajudadora que esteja como diante delle,." (Gen.2:18). Ha o bem e ha tambem aquillo que não é bom. O mal está sempre posto em contraste com o bem. As duas coisas são irreconciliaveis. São dois poIos oppostos um ao outro. u Porque Deus sabe que no dia em que delle comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal." (Gen. 3 :5). A Biblia é muito clara sobre estes dois pontos, a existencia do bem e do mal e a impossibilidade de reconciliar os dois. Sómente aquelle que é muito perverso mesmo pode confundir o bem com o mal. "Ai dos que. ao mal chamam bem, e ao bem mal: que fazem das escuridades luz, e da luz escuridades; ·e fazem do amargoso doce, e do doce amargoso 1" (Isa. 5 :20) . (2) Sobre a distincção então entre o bem e o mal não pode haver duvida alguma. Agora quanto á essencia ou o principio do bem e do maio Velho Testamento não fala. Novamente lembremo-nos que a Bíblia é . um livro escripto em linguagem pratica e visa fins praticos; especialmente no terreno religioso. Ha muitas declarações que isto é bom e que aqulllo é ruim, mas nada de uma definição scíentifioa da. natureza ou do bem ou do mal. A Biblia não apresenta theorias sobre o mal nem da sua existencia, nem da sua natureza ou essencia; limita-se a reconhecer o facto e a notar as suas consequencias na vida do individuo e das nações. O Velho Testamento tem diversos termos pelos quaes designa o mal moral. Estes termos embora figurativos nos dão alguma idéa sobre a concepção doVe.. lho Testamento do peccado. A língua Hebraica é muito rica em termos dessa. natureza. Nos Psalmos 32 e 51 temos uma porção destes termos; taes como transgressões, impiedade, íníquídade.ipeccado, etc. Uma das figuras mais interessantes em relação ao peooado é a fi.. gura que temos em Gen. 4:7. "Se bem fizeres, não ha.. verá aceeitação para ti? se não fizeres bem, o peccado jaz d porta, e para ti será o seu desejo, e sobre elle do-
DO VELHO TESTAMENTO , minarás." O peeeado é ,assemelhado a,umafera, que jaz a.trásd8r portaá~pera do homem,qUaildo vei;Jl abrir ,a poffa,para lançar-se sobre elle. O t~o Hebraico usadOneBte verso eitadopllh. desígnar opeceadoé um termo que significa errar o , alvo, A idéá é de' um atirador que erra o alvo. ' atrás desta 'figura-está a idéa moral que o peecadofaz a, pessoa errar o verdadeiro alvo da vida. Opeccador não pode acertar a vida, errao caminho; O' peccado não _ deixa, 'a pessoa ettingir o alvo, da vida. Diante do 110mem ha uma1vofixo por Deus e é o dever do hom@1 attingir eseealvo tanto para o seu proprio bem 001110_ para ,a gloria -e, honra de Deus. Mas o peccado faz, o ;ho--. mem errar ·oalvq.' Opeecado desvia o homem do9lQJli... nho que conduz' ., felicidade e bem estar eterno. ,Que; coisa tenivell " , Tainb~.:candq Caim, bem ~es8njql~do, cl. .ou que a sua: ' dade ou o seu peccadoera grande ,,'demais pera, ser perdoado, elle usou OUtro termo pará o peccado.• "En~ disee Caim ao Senhor: E' maior a'minha maldadeque a que possa ser perdoada." (Geh. 4: 13)., o termo .que se emprega neste caso não signifIca errar o alvo, porém denota uma coisa torta,pervertida. A idéa é que o peecado leva a pessoa a _ preferencia ás Coisas tortas, a caminhos máos.. Niato 8e " vê -I) contraSte entre o bem, que deeertoé direito, éze. ctó, e o mal WJ.e' e torto e pervertido. ,. Mas o termo mais commum que se usa pàra.áiaPificar o mal é um termo que expriine violencla" cleBttruifÇão. ~E o Senhor Deus fez brotar da terra;. toeIaa arv9reagrada:vel á. vista, e lhoa para comída: -ea arvore da vida' no meio do 'jardim, e a arvore, da açj.eneia do bem e do mal." (Geil. 2:9). "Então e11e lhes. diNe: Seja o5eabor .uaim éomvosco, como eu voa ,deixarei ir a vós e .a Vosloa 'filhos: olhae que lia mal diante cbl' vossa face." (Ex. 10:10).' ~E fez o que éramiu'aóI olhos do Senhor; porém não como seupae, nem ,como, sua.mãe; porque tirou aestatua de Baal, que se1:1pae tize!1'a. ", (lI Reta ~:2) .41 Ainda que eu andaase pelo, val.. le da" som.bra "da morte, não temeria mal a1Iüm. poro, que tu ~tAs commigo; a tua vara e o teu cajado'~ co~olam", . (PIa. ,23:4) " "Porque08,leuspés eotteIll PIP". o mal, .. ee. apieeiam a del'l"amar ~: I t (Ptov. 1 :-16)." ,'"
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THEOLOGIA BIBLICA
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EStes termos nos auxíliam um' pouco. na compreensãôda: natureza' do peccado. Peecadoé errar o alvo, é coisa torta e não díreíta; é coisa impura e não pura, é coisa violenta e não pacífíca'e suave. Uma vez transferidos ou traduzidos estes termos moraes já se vê que o 'peccado é coisa bem seria não sómente na .sua natureza, mas especialmente nas suas consequenclas. . . . .Ha dois resultados positivos que vêm do uso dos termos, significando o hem e O mal (1). Os termos revelam uma grande antithese entre o. bem e ti mal. (2) O~{ termos também índioarn que a differença entre o beme o mal é radical. As' coisas são' differentes quanto'· á sua essencía, quando ao seu principio. São coisas que se não combinam; são como agua salgada e agua . d~,não podem sair da mesma fonte; são como ltU e trevas, paz e guerra, gozo e tristeza. Âgora devemos notar que o Velho Testamento não tenta uma explicação da origem dessas idéas da diffe~íi~~ entre o. bem e o mal. Parece que as idéas já estiid'fomüldas e apenas expressas na Bíblia. A Biblia aéha' essa. idéa j á á mão e a encorpara nos seus ensi- , rioS; Porque sem duvida multotempo antes de Moysés' e'sCrê'Ver os seus livros' Jesus já' estava trabalhando com ahumanidade; procurando ensinar-lhe a differença en.. tre o' hem e o mal. "E ordenou o Senhor Deus ao' homem, dizendo: De toda a arvore do j ardimcomerás livremente, mas da arvore da sciencia do bem e do maf , delta não comerás: porque no dia em que della comeres, certamente morrerás." (Gen. 2:16-17). Elle f~i'eX:'actamente isto com Adão e a Biblia diz que o priméirb casal ficou conhecendo a differença entre o bem eomal: "Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é eortlo'uin de Nós, sabendo o bem e o mal; ora, pois, para:' que não estenda a sua mão, e tome tambem da arv.or~ .dá vida, e coma e viva eternamente ... " (Gen. 3:22)'. Como já observámos o Velho Testamento é muito rico no seu' vocabulario ethico. Tomemos por exemplo um caso da literatura da Sabedoria onde encontramos qmã gradhaç~o destes' termos referentes ao mal. Ha o "silnRles",. isto é, o homem natural pouco desenvolvido, pórém, com. ,uma inclinação natural para o mal. Tal péssoàestá em condições de ser conduzida facilmente para um estado moral bem pior. . O
. ,,.: })ej!O~,fl9"W~P~S", t~os .. ~h~!1e~é ,vo)u~~~,
.!~~=r.:r~=O::::::Lã;!.,,! ~~~9 e:\,~u~~pelo~~~o.
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rDep()ÍS" ~ecaso 1141 o ~aso do l()~,. o ~,gj. brado, mas nao peI'V,enOj porem passa faetlJlW.\lep8J;1l .baixo -d9,~llio;d.opeccado. " Além desta qualidade do' tolo temosone&çip," mem cpçrver&O .quenega atéaexístencía de Deus. ,~.J).' se' oneseio :00 Seu coração: Não haDeus. ;reePl_~ rompido, faze'Ql-6e abomínaveís em suas obras,Qio ,,!ta nínguemqae faça o bem" . Psa. 14::,1). , A. ultima graduação nestes termos ethícos éo-termo que expre'88a o escarnecedor aquelleque zombe ~de Deus e, das C(')isasespirituaes. Vemos algumaooisade&sa graduação domal emPsa. 1 :1, " Bem.avent\Jl!8doo varãóque não and'a no conselho dos impi08, 'nem e*
no caminho dos péccadores, nem se
~'enl(l.
no"":';'
tod08e8earnecedores .," , Uma das palavras mais fortes e mais expres,iva, eJ.1l rel~ção ao,pecea~o ~ .a. palavra, transgte8&!o.~lP p,.Iavra DO origInal, nao Indica tanto transsrees~o e91119 . réhelliio OU separação . E' o caso de um eIlado&e,J:lar1lr-
se da federa~o' dos estadas e constituir-se. em pais ao-.
berano, como' tentaram fàZer os estados dO "SJd\1108·"" tá~os Unidos ,dúranie a guerra civil. O termoaPP~-' dOa0 ,indiViduo ftignifiea um acto voluntârio~edi~ ,!~d? ~e í,éP~r-á~o' '4eDeus e de t~a a suainflüenCili; o llJdlV1duo por' este acto de rebellíão ou tra~,de élara"a'sua indepen~ncia de Deus. Nat1n"âlmen_ ette é um actodeiVande alcance e ,é a feiçiodo~do que o tomamãis'serio. "Ouvi,ó· du~e tu 'ó tem ;pGrqUe íaífi o Senhor: 'Criei filhos, 'e êUl~ eeí-os; mas elleap.-evaricaram eootramitn.", ~ôrtíUe ainda mais sereis ,'eastigados? ainda tantomais~ t.:enelJárieis': ,i9dá acabeçá .está enferma e 'tooo, -o ;~a-
prestaou..Yi4ó,
çá9 'fraCJo. " '(Ia,. 1:2 e 5).-
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THEOLOGIA
BIBUCA
ctidão. Como já vimos justiça é conformidade com o padrão e com o padrão perfeito. E justo é aquelle que corresponde em conducta ao padrão estabelecido. O peccamínoso é aquelle que erra o padrão, que não corresponde ao. typo estabelecido para o 'caso delle , Naturalmente no caso de Israel o padrão foram as condições estabelecidas e estatuidas pelo concerto. Por isto quando o povo Israelita quebrava o concerto, o unico padrão que restava, era a própria natureza de' Deus que dava origem mesmo ás condições estabelecidas pelo concerto, O povo não podendo depender do concerto tinha que depender da natureza de Deus que criou o concerto e as suas obrigações de acordo com a sua natureza. E a natureza de Deus é claramente manifesta na sua disposição redemptiva para com o homem. Deus criou o universo todo, tendo em . vista a obra da criação duma raça á sua imagem e tudo quanto ElIe faz e manda fazer está de pleno acordo com este proposito eterno dEIle. De tudo quanto temos dito deve. ser claro que o peccado é uma questão pessoal entre o homem e Deus. Peccado não é apenas a transgressão de uma lei de Deus mas é uma rebellião pessoal do individuo contra Deus. E' puramente questão pessoal. "Contra ti, contra ti sómente pequei, e fiz o que é mau á tua vista, para que sejas justificado quando falares, e puro quando julgares." (Psa, 51 :4). O peccado não é questão da lei ou questão legal, é questão pessoal. ,E' verdade que a lei revela a vontade de Deus, porém atrás da "lei está a pessoa, e o peccado relaciona-se mais com a pessoa do que com a lei ou melhor relaciona-se com a pessoa através da lei. "Ninguem ha maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto tu és sua mulher; como pois faria eu este tamanho mal, e' peccaria contra Deus,. . . " (Gen. 39:9) . Esta concepção do peccadocomo uma coisa feita directamente contra a pessoa de Deus naturalmente produziu uma concepção mais profunda do peccado e da sua natureza. Porque o homem não podia obedecer ou desobedecer a Deus sem que entrassem nessa obediencia ou desobediencia ás afflições do proprio homem, Amor para com Deus é e sempre foi a base verdadeira da obediencia; e a falta de amor era a base verdadadeira da desobediencia. Agora emquanto os prophetas
·.. S27 consideravam a nação como a unidade religiosa erà'~Dl difficiltrazer"a nação ao ponto. de manter a.devída ~a ção para CQQl Deus que a ohediencia à.06 se~8 ~da. mentos ~xigia.. Só depois' da destruição danação, quando Qiindividuose tornou a unidade religiosa é que acharam .a base' verdadeira para uma religião verda· deíra , Depois do captiveiro -os prophetas trabalharam com os individuos,. ajl,mtando-98 e procurando~tabe lecer Q reino de Deus em baseadífferentes, "CoDvm-~, teí-vos, filhos rebeldes, diz o Senhor; ,pois voá .ele&.posei eommigo; e vos tomarei, a um de unta: cidade, e .• a dois de uma geração; e vos levarei a Sião." (Jel'\-, S;14)!, A grande necessidade não era de uma reforma, COm9 an,tigamente havia na nação.porém uma regeneração porque a base ja se tornara Indívídual; "P~assirq.diz Senhor aos homens de Judah .e a Jerusalém: La'YNe . para vós- o campo de Iavoura, e não' semeeis entre espinh08~. Círcumeídae-vos ,aó Senhor, e tirae 06 prepu.. , .cios do vosso coraçãe, Ó homens deJudahehabita~ res delerusaltbnt para que a minha indignação não venha a sair eomo fogo e arda, e não haja quem o apague, por causa da .malieia das vossas obras." (Jér!4: 3, 4). , . . , Naturalmente só Jehovab podia fazer a .obra ~ neradOr8.Não foi possível ao homem. mudar a n~b1, reza, do seu próprio coração., "Porventura mudari o ethíope a sua pelle, ou o leopardo as suas manchas? assim. podereis 'vós fazer o bem, sendo ensinados a; fa. zero mal." (ler. 13.:23). Foi por causa disto que. lehovah fez 'novo concerto, não com a nação, mas COIft' 08 . individuoe . "Mas este é o concerto que farei com a casa de Israel, depois dàquellesdias, diz o" Senhor:' Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei nó seu edração e lhes sereia elles por Deus e ellesme serão a D1ún por povq," (ler. ~31:33) . . .' . ;. Sémente quando chegaram a uma base individual ê que entenderam a verdadeira natureza do peocado; que realmente o pecado era uma questão de relapo .. pessoal entre Deus e o homem. Como ja vimos, peceâdoé de earacter pessoal; não é apenas uma ~ 8ãode~a.lei.E' à rebelliâo pessoal do peceadOr contra .Deus. E' uma verdadeira separação.ou scisão '~Iltre Deus eo homem. "Contra ti, contra tisõmente p~,
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THEOLOGIA BIBLICA "~
fiz o que é mau á tua vista, para que sejas juatifioado 'quando falares, e puro quando julgares. tt (P~a.51 :4). Naturalménte o exilio parecia aos Judéu.scomo UIP,a 'grande calamidade, a maior que podia acontecer; e 'de facto foi, se encararmos a questão só do ponto de v~ê,ta da nação . Mas espiritualmente o exílio foi um grande passo para a vinda do Reino de Deus aoshomens. O exílio acabou com a base antiga quando a na~o era a unidade religiosa e quando era bem difficil ~:ôsiIiar a verdadeira idéa da justiça e do peccado. Porqueessaa duas 'Coisas são individuaes, pessoaes e não ' sociaes, a não ser de um modo secundarío. A sociedatorna-se justa ou' injusta quando os Indivíduos que constituem a sociedade são justos ou injustos. O exílio portanto descobriu o individuo. A nação desappareoeu, mas Deus e os seus planos e os Indivíduos permanece1~ap1 e o Reino de Deus marchava cada vez mais firme. mente para o seu alvo. Quanto á doutrina do peccado do Velho Testamento podemos destacar dois pontos principaes. (1) O Ve• .lho Testamento ensina que todos os homens individual ecollectívamente são peccadores. O Velho Testamento ensina que o peccado é caracteristico de toda a raça e não uma coisa isolada nesta ou naquella vida. O pec~do é um só e manifesta-se em peccados na vida de tédos, "Quando peccarem contra ti (pois não ha hoP1~#! que não peque), e tu te indignares contra elles, e osentregares ás mãos do ínímígo, para que os que os captivarem os levem em captiveiro á terra do inimigo, quer longe ou perto esteja; ... " (I Reis 8:46). (2) A segunda coisa que o Velho Testamento ensina acerca do peecado é que só pode ser perdoado ou coberto. por Jebovah. "Quem é Deus semelhante a ti, que perdoa a íníquídade, e que passa pela rebellião do restante da s,Utl herança? não retem prazer na /benignidade." (M."iquéas 7 :18). Este perdão tem por base a misericordia d~ Deus. A graça de Deus é, e sempre foi, Ilrazão de ser do perdão. "O que perdoa todas as tuas Iaíquíd~a~,es que sara todas as tuas enfermidades." (Psa. 103:3). "Se tu, Senhor, observares as iniquidades, Se- . nhor, quem subsistirá?" (Psa, 130:3) . V~os notar agora mais alguma coisa a re1!Peito do poato que envolve a relação do individuo para com a raç,,~ Será que o Velho Testamento ensina que o individuo
de
THEOLOGIA BIBLICA corrupta, portanto cada individuo é tambem corrupto até ser purificado ou regenerado pela graça de Deus. Como já. vimos em outro lugar o Velho Testamento não attríbue peccado á carne .A carne é considerada fraca, isto é, a criatura -é fraca em comparação com _o Criador. "O homem nascido da mulher é curto de dias e farto de inquietação. Sae como a flor, e se corta; foge também como a sombra, e não permanece. E sobre este tal abres os teus olhos, e a mim me fazes entrar no juizo oomtigo." (Job 14:1-3). Essa fraqueza, porém, não é necessariamente fraqueza moral. O Velho Testamento, encarando sempre as suas questões do ponto de vista .pratíco, não se interessa tanto na condição do homem antes de chegar a este ponto O Velho Testamento não apresenta uma doutrina da natureza do homem á parte da propria vontade do individuo. Em geral o ponto de vista do Velho Testamento é, se o individuo émáo, é porque procedeu mal. O Velho Testamento não vae ao ponto de offerecer uma explicação porque cada individuo é peccaminoso, a não ser por ligá-lo com os que são peccadores. O Velho Testamento limita-se ao ponto de vista pratico ou á narrativa dos eventos taesquaes como aconteceram. "E viu o Senhor que a maldade do homem se multíplícára sobre a terra, e que a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuam-ente. Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu coração. E disse o Senhor: Destruirei, de sobre a face da terra, o homem que criei, desde o homem até ao animal até ao réptil, e até á ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito. Noé porém achou graça aos olhos do Senhor ." (Gen , 6: 5-8) .
Agora ha umaquestão bem importante que se deve discutir em connexão com este assumpto. Qual é a ídéa quando se diz que as iníquídades dos paes 'serão visitadas nos filhos até a quarta geração? "Não te encurvarás a elIas nem as servirás : porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos paes nos filhos até á terceira e quarta geração daquelles que me aborrecem." (Ex. 20:5). "Naquelles dias nunca mais dirão: Os paes comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram." (Jer. 31:29). R' claro que o Velho Testamento não ensina que os paes eram repre-
. DO VELHO 'tESTAMENTO
aentantes dosfilh08'e desta forma os filhos ficai"am reaponsaveis .pela que os seus representantes flZerJUl. A idéa não ·é aI idéa de represe~tação.Maspareee qu~ a idéa era mais ou menos esta . O paeera a cabeça da família. Na unidade do pae, a collectividade ou a. família, estava albrangida. Portanto o que o pae'a.-ia tínha que influir. sobre a oollectividade da qual era .e cabeça. Nós hoje em dia olhamos certos peccados . . te ponto de -vista. Quantas vezes o povo bebedo ou. jg.. gador não fazsoffrer a sua família toda por ca. . do seu peecadol Assim uma parte do Velho Test~o. considera todo o peccado. Num sentido. o pae e a familia são um e afim de punir completamente o pae é neeesaario puni-lo nas pessoas da sua familía; Nesta quflIifin darelação dos filhos para com os paes temos a mesma coisa que j-á vimos na relação do Indívíduo para com a nação. O individuo era solídarío com a naçió e essa solidariedade. fatia o individuo soffrer .,. eoasequeneías dos peecados .da nação. Assim é .t8JllJ)em com a familia.Job, citando os ensinos das&eus"ami.. gos"ápresenta esta Idéa. "Quantas vezes aueeede qUe se apaga a candeia dos Impios, e lhes sobrevem .•. aua destruição? e DeÍlS na sua ira lhes 'reparte doresl Poeque são como a palha diante do vento, ~ eomoe.pes- , gana, que arrebata o redemoinho. Deus guarda a. $tla víolencía para seus filhos, e lhe dá o pago, que o aen~e. Seus olhas vêem a sua ruína, e elle bebe do, furor' do Todo-Poderoso.." (Job 21:17·20) ~ Jeb, porém, disputando com estes ~gos, que' eu• . tentavam a ídéa de que Deus sempre castigárao homempelos seus peccados até nos seus filhos, chamou a attenção para o facto de que muitas vezes o .in~~o que.peeca escapa; "Este morre na força da suaplenitude, e8t1:lndo todo quieto e sossegado. Os seus baldes estão cheios de leite, ê os seus OSSQs estão regados de tutanos." (01) 21:13, 24). Job allega tambem que não ha leiuniversal neste sentido; isto que cada peee.tdo traz nesta vida a sua, punição. Foi em re8p08,ta a -t,a idéa que os amigos' allegaram que os filhosentão teriam que 'softrer as oonsequencias, e o pae soffna nosffthos, senão em si mesmo, as consequeneías d()$ seus peecados. Job então,respondeu que ainda que os. fiQtOil IOf· freasem. o pae nada. sabia disto, portanto não ·dfria nos seus filhos. Mas. é Claro que ~8'en.inaDl que . . é
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THEOLOGI~BIBLICA
Jillt()s soffrem por causa dos peceados dos paes. Mas J9ballega que nestes soffrimentos o pae não tem parte porquenada sabe disto. "Porque que prazer teria íia 'sua casa,' depois de si, cortando-se-lhe o numero dos iéus meses?" (Job 21:21). o argumento de Job não é que ha injustiça em punir ,os filhos pelospeccados dos paes, porém o seu ar.gttmento é que tal punição. dos filhos não é punição '9:9spaes, isto é ; não é punição daquelleque realmente commetteu o peccado , O fundo da idéa de Job é que ~ paes ,e filhos são distinctos um do outro e o que toca ao páe não toca ao filho e vice-versa. Agora nOS prophetas Jeremias e Ezequiel ,enoontrames um grande desenvolvimento da idéa de J oh, Jeremias porém encara a questão mais do ponto de vista 1;D~r as uvas verdes os dentes se embotarão. Eis que di~s veem, diz o Senhor, em que farei um concerto novo com .a casa de Israel e com a casa de Judah. Não conforme o,concerto que fiz com seus paes, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egypto; porquanto elles invalidaram o meu concerto, ainda que me' desposei com elles, diz o Senhor." (Jer. 31:29-32). A mais completa discussão deste assumpto se acha em Ezequiel, capitulos 14 a 18. O resumo daquillo que Ezequiel ensina se acha em Ezequiel 18:4, 18-21 e 30-32. "Eís que todas as almas são minhas; como o é a alma do pae, .assirn também a 'alma do filho é minha: a alma q\1~ .pecoar, es~a morrerá." "Seu pae, porquanto fez oppressâo, roubou osbensdo irmão, e fez o que não era bom no meio de seu povo, eis que elle morrerá pela sua maldade. Porém dízeís: Porque não levará o filho a fn~ld~de do pae? Porque o filho fez juizo e justiça, e guardou todos os meus estatutos, eos praticou, por isso certamente viverá. A alma que pecca, essa morrerá: (jfilbonão levará a maldade do pae, nem o pae levará JI.DJ.~~4e do filho: a justiça do justo será sobre elle, e, ~JiJ.piedJlde do impioserá sobre elle. Mas se o impio ,~'córiverter de todos os seus peocados que commetteu, ~~ ~dar todos os meus estatutos, e fizer juizo e justi-
~ª;. çenam.L~ep.t~ ~ve.r~.j; 'li~êf m.o~tã. "P~.W~tt1..·.;· f4tl~"I.· ..: . • ç.W.: ".ârêt. C".à.'d. ai.. 1Íb1 .. .',co.·íiri.~.'~." ;H~" ~~lI':Ctôi'ÍÍàilv9S'.~~r~y~f~~ Q,..,. Se'.'Ui. e . ·.ânltiilíA;,i..~ .·. d.'.··.\.•. . ~. 'sniél, diZ ·(tse~~r~~!lY t
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nidrré,. ,diz o Senhor', JEltovAH: eonvertêi-vos'; PBij~' ê viver. Este en~ino d~ Ezequiel naturalmente ·~ava grandemente os Israelitas no seu captíveíro. Pnrqt,l~· elles pensa"am que.~~!ayam áJA~~ê de ~aJ~iJ~ea e que os filhos tinham que ~offrer ~()dªsas çC:!~~~. cias dospeccados dos seus paes, Israel tinha ~do .nnitd,pórtânto'df1it~doslev~dos em'eáptiveird"ã9 era muito 'COJi'Sola-d()r. Todavia' esta idêa."de . ttouXê grandealJivio. Diante do seu fUJ:urO'oB'!it& litas ficaram desanimados. "Tu poís, fllbó' do" hltJktMn: dize á easa de Isra'el: Assim falaes vós t dhetfdo~'Visto qtré.' a~rnéSàa8<prevá'ti~é.~êS e os nOSS68]Je~cadoS é.llh sb'b:te'n6~ .e· n'&J' d~f'ilneeemds nelles, CQJ:m)V1'têre1nô8 en1âo? 'DiZe-lh~'; Vivo eu, dfz o Senhor:' JEHQVA:H, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas'em:'qt1eo impio se converta do ~eueaJ:Óinho,e viva': eon".~rt~-vos. eenverteí-vos dos vossos lnáus' eamínhos; pois ,por.iqut . razão lÍlorrl!re., ó oása de Israel?" (Ezequiel 33:10.:.11). M~tf'o");).étâ rii8b tinha.em' vista~ s6itfe~té>.: plicação' desteprincipià á. nação mas. pnnêiptl1Jneat
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é:respbltsaifêl' diteetamentea·. Deus.',' 9' d~ dtiJf d6 .:é bxdi~ia~~· e8\W nlis sull8'proprlasnnIos·.EUé não está atmllrTâdo oir pres6 nêrn' ~lo pá"Hbtdâ 'n~' nem peloséu próprio Passado. Querendq;o'indiViluo' pode livrar~e até . do seu proprio ,. p1MatN.~ W~~UiUl~ lb diftte €A' ,peue "~~bO«é' de 1"68 todas à$" v~ésa'rttaD8 ~es~" e~nt!que.ttànsgre"istes,e, fatet-vO$ um ~ Çib novO e utJi· es~~ton()yo; pois~1"<
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-. THEOLOGIA BmLICA.
queneias, porém ha duas maneiras de soffrer as suas consequencias, Cada um pode soffrer as consequencias do seu proprio pecoado ou alguem soffretá por nós. Ou. çamos a palavra de Isaías sobre este ponto. "Verdadeiramente elle tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e' nós o reputávamos por affUcto, ferido de Deus, e opprimido. Mas elle foi ferido pelas nossas transgressões, e moido pelas nossas Inlquidades: o castigo que nos traz a paz estava sobreelle, e pelas suas pisaduras fomos sarados." (Isa. 53:4-5) • Porém uma de duas coisas temos que fazer: ou morrer para com os nossos peccados ou morrer pelos peo-
cados. Do estudo que fizemos até aqui os seguintes pontos podem ser estabelecidos. (1) Deus considera a raça humana como uma unidade. A raça é tão uma hoje como o era no tempo de Adão cujos actos foram ao mesmo tempo aetos da raça e actGS do individuo . . (2) Deus também considera o peccado como unidade tal qual como a raça multiplioou-se em milhões de individuos. O peccado semelhantemente manifestou-se em milhões depeccados. A raça é uma, o peecado é um. (3) Portanto quando alguém pecca é a humanidade que está peccando, E' verdade que o peccado hoje não tem a consequencia que o primeiro peecado teve porque a raça só caiu uma vez, mas mesmo assim quando o individuo pecoa a raça pecca. E além disto o individuo pecca como individuo e pecca como parte daraça, A raça nelle pecca e elle na raça pecca. Por isto ha peccado individual como houve em Adão e ha tambem peccado da raça. O individuo é culpadoprinoipalmente, do seu peccado individual e em parte pelo peccado da raça da qual faz parte. (4) Desde que o peccado de Adão era o peccado da raça, a ira de Deus caiu sobre a raça toda e tambem sobre o individuo. E cada vez que um individuo pecca elle sujeita a raça á ira de Deus e o individuo fica tambem debaixo da mesma ira. O castigo talvez não attinja a raça toda como no caso do diluvío, mas pode attingir apropria familia ou a oommunidade do peccador. A idéa é a seguinte, para
DO VELHO TESTAMENTO \
cada peecadô ha dois >que soffrem,a raça e o indlviduo quecemmetteu (J peeeado; porque-o peecado' social e tamhemindlvidua1. Ninguem vive para si nem tio pouco ~orrepara sí, " () Velho Testamento então ensina claramente qQt o peccado de Adâo.que se chama, o peccado o~a1, corrompeu' a raça .toda -e que todo individuo tem~. tendeneía para o peecado ou herda o peceado original. Mas o Velho Testamento sendo um livro pratico não trata' da explicação desta herança peccamínosaa não ser por considerar a raça como uma unidade e por considerar que o individuo e soUdario coma raça. E no Velho Testa.. menta, e$pecialmente na primeira patte,,8 emphate' está. na raçá e não no individuo. E' no NOVe) Teitame~ to que encontr~08 o individualismo bemdesenwlvidó. 2. A COnlciencia do Peeead«. -Já exeminámos os termos descriptivos do pece&d& . e achamos' que o termo transgressão, significando rebellião, 'é o termo que melhor descreve, a 'natureza do peceado; Opêccado é uma rebellíão raeial,naeional e .índívídual contra> Deus especialmente contra sua 'peaF soa e contra a sua vontade. . Osprophetas sendo homens praticos faiaram do. peccado tal qual o viram na vida do povo, Por' ilto elles nãeespeeulam sobre sua origem nem sobre a8aa' essencía. ElIes, porém, reconhecem a univer88.l1dlu:te do peccado, Até 'o~ropheta Isaías diz: "Sou,homem de' Iabíos immundos. O progresso que eneon~ entre 08 prophetas em relação a ist«1 é um progJ:'e88O intimo e não tanto externo. O progresso eatá no facto da nação ficaroada vez .meís eonscía do seu peccado~A emphase está na condição da alma da pessoa e não tanto no aeto 'exterior commettído pela pessoa ou pela nação. ,. , Por lidar com a nação' não foi muito facUa. pri-: meiros 'prophetas 'chegarem a uma eoncepçio~ulto profunda; do peccado; por que essa concepção·se baseia Duma concepção do individuo que appareeeunos' prophetu dó ~xilio - em Jeremíaa e Ezequiel~, Em Amós" os, peeeados 'mencionados são peooaddsde ho. , mem contra homem. Oséas, porém, por causa- da. lua 'perlOnüiéaçâo dan41Ção, chegou ,auma',idáa ~"'cl... ~ r.lObre o, ~do; (). peecadoconaistia' na alienação
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THEOLOGIA BIBLICA " dp cói-~tU~,. de Deus. T~hto ~~, lado d~';r~lÍ~\Tah. corl1o cJo laqo..,do homem as ooncepoes de Oséas sao hem al~, tas, nem adiantadas. A altitude de ~êlio"ah para com Israel é a de amor e a nação devia corresponder a essa altitude, amando a Deus. Mas isto não se realizou. A nação amou outros deuses e assim oommetteu' o grande peccado de idolatria ou adulterio es-
pírítuaí. Em Isaias temos a idéa differente do peccado por.. que eIle tinha ídéa differente de Deus. A idéa do, peccado como já notámos é uma idéa derivada da ídéa de Deus, Em Isaías a idéa de Deus é a idéa de um S~ berano, o Deus transcendente, e ao mesmo tempo é o Jehovah ou Deus de Israel. Correspondendo a esta idéa de Deus é a idéa do peccado. O peccado é o orgulho humano, é o egoísmo, Já se vê que é uma ídéa bem semelhante á .ídéa de Oséas especialmente em relação ao fado que caracterizava o estado do, coração do peocador. A ira de Deus naturalmente havia de cair sobre esses soberbos e exaltados . "Os olhos altivos dos homens serão abatidos, e a altivez dos varões será humilhada: e só o Senhor será exaltado naqueIle dia." [Isa. 2:11)., O soberbo não conhece mais a Deus. "Ouvi, ó céus, e presta ouvidos, tu ó terra, porque fala o Senhor: Criei filhos, e exalcei-os; mas eIles prevaricaram contra mim. O .iboi conhece o seu possuidor, e o jumento a mangedoura do seu dono; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende. Ai da naç~o peccadora, do povo carregado de íniquidade, da se.. mente de malignos, dos' filhos corruptores: deixaram ao Senhor, blasphemaram do Santo de Israel, tornar~m-separa trás. Porque ainda mais serieis castigados? ainda tanto mais vos rebellareis: toda a cabeca está enferma e todo o, coração fraco. Desde a planta do pé até a cabeça não ha nel1e coisa inteira, senão feridas, e inchaços, e chagas podres, não espremidas, nem vendadas, nem nenhuma dellas amollecida com oleo ." (Isa. 1 :2-6). "Engorda o coração deste povo, e aggravá-lhe os ouvidos, e ,~echa-Ihe os olhos; para que não ve]à com os seus olhos, e não ouça com os seus ouvidos, nem entenda com, o seu coração, nem se converta, e elle o venha a sarar,' ". (Isà. 6 :lO). "Porque o Se-:-. nhor disse: Pois que este povo se chega para mím com a' sua bocca, e com os seus' labias me 'honra, porém o
DO VELHO TESTAMENTO seu corB.Çie.afugenta para longe de mim e o aeut~or para commigo'oonsiate só em mandamentos dehoIDeJl8t. . em~i'foi iaatrDido';•.. 11 (Isa, 29:18). Euas são CODcepções hem grandes especialmente se tolDUlll86em COI18ideração que o propheta lidara com a naçio, COlDO a unidâdereli.lPosa. Deus na sua providencia e sabedoria destruiu ana.. ção. EUa. deix.~)U de ser a forma em que o Rei.Do de Deus apparecera no mundo. Os faotores ·de BIOl'a.$D diante são differentes, são Jehovah -e o individuo. Não havia mais nada entre Deus e o individuo. A culmina.. ção de um, longo progresso finalmente chegou ,ao fim. Desde oprin-cipio Deus .tinha em vista o dia quando p0deria escrever a sua lei não em taboas de pedra pN'a umâ nação, 'porém no eoração do proprio individuo. ,O . . àpparecímento da nação foi dosmaiOl'elp,,, para o chri8tianismo. Este passorevolueionou a concepção do peccado e da religião. Até, esta datll areIígião era em. fIl"ande ~arte do estado ou dacqUe.,eUyidade. Do exílio em. díanteporém, tornou-se ~8 Individual comoa verdadeira religião devia ser. E' j,ga. tamente nesta base que Jeremias perdeu ,a esperanÇa na nação, n,a oollectívidade, porém ao mesmo tempo Viti'.ó .reino.de Deus crescendo.por ajuntar um a um os individuos quecónaeguiramentrar. E' por causa dessa eoncep~o dâseOisasque ·.Jeremias apresentou o. peeeado como uma coisa pessoal. "Enganoso é o coraÇio~ m.. do que todas 'ascoi~u18, e perverso: quem o conbe~" (ler. 17,:9). "Porém este povo é de coração, ~ld.ee pertinü: já serebellaram e se retiram." (ler.: 5:". "Ao Egypto, e a Judah, e a Edom, é aoi filhos de Ammon, e a Moab, ea todos os que ~ DOII ultímos eü.toada terra, que habitam no de8erto;, !POrtp18 todua. nações são incircumcisas e toda a ' $a,·de Israel'é incÚ'Cumcia de coração. "(ler.D':.) . ,ME dar-Ibe-ei coração para que me COJl~" piOIqUe eu sou o Seihor; e ser-me-ão por povo, e· eu lhes serei,.. Deus; porque se' eonverterioambn ciecitodct o seu coraç,io." (Jer. 24:7). "Porém hemdite o 'Varão. que'co,DIi•. no Senhor, e cuja esperança ,éo's.nbor.'" (ler.t7:7~. ",Eu. o<Senbor, esquadrililo o ebNfio•• éxpe1'ÍlDeáto. • ,rins:eiato para dar • cada: . . . . . . dO".i8eIII-_n tJo.·e sewundo o fJ'uto _.u.:~!' (Jer, 17:,10). "Mal' este é o concerto que farei ét8'J.
um
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THEOLOGIA BffiLICA
casa de Israel depois daquelles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e lhes serei a elles por Deus e elles·m.e ·eeriio a mim por povo." (Jer, 31 :33). O ponto de vista de Jeremias e de Isaias na segunda parte da 'sua propheeia é nada menos do que o ponto de vista doehrístianismo puro. e simples. Nestas prophecias vemos que na esphera da religião peccado é idolatria; naesphera da verdade o peccado é a falsidade; na esphera da vida civil peceado é injustiça; e na esphera inteIlectual peccado é falta de sinceridade em relação a Deus ou em relação aos homens. O ensino do Velho Testamento em relação ao peccado não é differente do ensino do Novo Testamento a não ser que o ensino do Velho Testamento é mais concreto, mais geral e não tanto philosophico , Creio que será mais facil tirar uma ídéa clara da conscíencía do peccado por examinar passagens sobre este ponto. A melhor passagem para este fim é o Psa, 51. Este Psalmo nasceu na propria experíencia de Da.. vid enelle podemos ver claramente o que está na sua alma em relação ao seu proprio peccado , Os pontos principaes são os seguintes. A oração começa com estas palavras: "Tem míserícordía de mim ó Deus, apaga as minhas transgressões segundo a mui. tidão das tuas míserícordías ," Parece que por muito tempo o Psalmista mantinha silencio. Não era porém possivel conter-se sempre .. ' Chegou a hora quando tinha que falar, quando tinha que alliviar a sua alma entristecida pelo peccado, Depois disto temos expressões bem significantes taes como: "Lava-me", "purifica-me". "Purifica-me com hyssope e ficarei puro." Parece que o Psalmísta está pensando no peccado como impureza. O peccado manchou a sua alma e elle estava com o desejo forte de ficar novamente limpo, puro, impolluto. Tambem pode ser que o Psalmísta quando usou a phrase "purificame" tinha em mente a semelhança entre a lepra e o pecêado, A lepra tomava a pessoa immunda e a separava da sociedade. Assim é tambem opeccado especialmente' em relação a Deus que é puro e santo. O desejo é' bem bonito "Lava-me e ficarei mais branco de que a Ileve".
de: maaifeatarum desejo muito grude de Ber purificad~,,'de _rl.vado, o PsaJmiata .~ que foi formadoeDl'iB'iquidade. "Eis qae etninifíai4a"! de fUi fonnado, e eBl,,~ceado me ooncebeUoorioha mãe." 'Psa. ,51:5)., O ;peeeado delle além. de eerincli-, vidual 1ambea!l' (foi ~do., MasBeDl assim •. pealmista ·ft.OOIIIleee que e peecado era llleDoadell.,·. . . mo. "Contra/ti. cOnb tiBÓmente pequei..e fg o . . é lDft i; tua''''Yiata, -para que sejas jUBtifieado~do . . lares, e"fquando julgares." (Psa. 51:4). Bltaidéa que o lRcc.dlit' lUIUl henmçam08tra queaqueatãei.do peccado éllmaqueatãQ.c bem seria. Não é uma questão que envolve 8m &Cto 'ele . . individuo·· só, p9rém .... volve ,tom.( os' Betos máu8 de tod.08 os m,dividuoa; até-. raça toda ~ "Oi psalmista reeeuheee 4p.lé. não JelJDellte elle. mas a raça toda é peceaminosa", M8ior·entáo é a'DeeI'. sidade de. appellar para Deus. Só Deus UlélIDO .pode salvar. A coisa vem de longe; grande é o mal e grande tem que ser o remedío. . Uma das expressões mais significativas nesta oecasião é a expressão "contra ti, contra ti sómente pequei." "Esconde a tua face dos meus pec.cadoa.Contra ti, contra ti sómentepequei, e fiz o que é miu , tua vista, paraquesej. justificado quando falarei, e puro quando julgares." "Esconde a tua face. dos meus peecados, e apaga toou as minhas iniquidades.." (Psa. 51 :4 e 9). A idéa do psalmista é que o peceadoé uma . coisa feita contra Deus pelo homem. Peecado nio é apenas a traugressão de uma lei ou de uma ordem. ou de algum mandamento; é uma affronta a Deus lJle800 mo. Peocado é uma rebellíão pessoal do peeeador COBira a vontade e a pes$Oa de Deus. Todo o peccado é contra Deus quer seja feito contra a humanidade em geral quer seja feito contra um individuo. A outra phrase bem 'significativa é a phrase "não, me laneesfóra da tua presença" e a phrue "não retires de mim o teu Espirito Santo". Estas duas phraaea são iguaea. O espirito de Deus é Deus mesmO agindo DO mundo. Por isto quando o psalmista pede a Deus que não o .lance f6ra da .ua preeença, pede tambem que não . lhe. retire o Espit~ito\Santo. Como j~ aprendemos o Elo pirito de Deus é Deus presente e 8.fPDdo no mundo, ou no individuo. Se retirasse o Espirito de 'Deua, Deu nio estaria mail pre.ente com elle. -.
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THEOLOGIA
BIBLICA
A conclusão da oração acha-se .naphrase "Torna a dar-me a alegria da tua salvação, e sustem-me com um espirito voluntario. Então ensinarei aos transgressores os tens caminhos e 08 peccadores a ti se converterão. Livra-me dos. crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação,. e a minha lingua louvará altamente a tua justiça. Abre, Senhor, os meus labios, e a minha bocca entoará o teu louvor." (Psa. 51 :12-15). A idéa aqui é que o perdão é indispensavel, é a base mesmo da vida em Deus. Tambem quando o psaImista prO/Olette entoar o louvor. a Deus elle não está pedindo coragem para poder exhortar aos homens, porém, está pedindo que Deus lhe dê uma experiencia digna de ser contada aos outros. O psalmista está procurando uma mensagem e não apenas cor-agem para falar: "Abre, Senhor, meus labias, e a minha ibocc& entoará o teu louvor." (Psa. 51 :15).
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IV
'A DOUTRINA DA REDFH'(:lO 1. OConceri(l. O Velho Testamento- considera a coustitUição' de Israel só no seu aspecto religioso. A razig disto é' que o Estado Isi-aelif'afoi uma eommunidade religiosa; 'a mais completa união entre a igreja e o estado que jamais eUstiu. 'Israe! era uma OOmmunidade religiosa q1I~ n= certo período na sua historia adquiriu tambem a forma de um estado; mas o aspecto predominante sempre foi o aspecto religioso. O estado sempre estava 'subordinado â religião. Mas desde o principio era uma eommunidade reIqposa .: Em vez de cb.l\DI.árla de igreja seria, talvez melhor chamá-lo Reino de Deus em fonna provisoria . 'Agora debaixo deste aspecto de umaeeeemunídade religiosa ou do Reino de Deus, estio íncluídoe todos os factos concernentes á sua historia. Nio havia em Israel historia profana e historia sagrada, toda a lua historia foi uma mstoria sagrada. A Hheriação do Egypto, a passagem pelo deserto, a conquista e habitação' da terra de Canaan teem significação muito mais religiosa dO que política, Todos e88e8' eVêntol .... velam algum aspecto da relação deste povo para com Jevovab,oDeus de Israel, o verdadeiro Deus, criadOr e governador de todo o universo. Emfim O' !pOvo dela- , rael era o povo de Deus e ,tudo quanto lIle aconteceu tem que ser interpretado em relação a este Deus e' da seus proposilos. Só deste ponto de vista·Se pode COUlpreender o Velho TeataJilento. , Mas por illBistir no facto que o povo Israelita era o povo de Deus e era só como o povo de Deus fIJIe 118 eacripturas o consideraram, não deve ser levado a eles'prezar a fol'lllla externa que o povo tinha - a forma de uma igreja~atado .,Esta forma éde grandé eonaeqn~ cia porque foi por meio deUa que a existencia do povó de Deus ficou revelada. Foi por. meio desta fO. . .·.4(Ue a sua conscieDcia como nação e como povo de. Deu_ manifestou'. Foi. 'por meio desta forma que Deus pro- . curou remar os seus,deaignios altos e profundos em re-
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THEOLOGIA BIBLICA
Iação á criação toda. A forma externa era como que o corpo através do qual Deus se pôs em contacto como povo. Agora esta não era uma forma essencial á igreja de Deus que havia de apparecer mais tarde, porém foi a em que a communidade de Deus ou o Reino de Deus então existia. Ha bem fundamentadas razões por que Deus deu esta .fonma á sua primeira communidade religiosa; algumas das quaes podemos mencionar . . . (1) Num mundo cheio de idolatria era grande coisa ter uma nação inteira dedicando todas as suas energias ao culto do verdadeiro Deus e assim alistando ao lado da verdade o patriotismo, a sympathia popular, ea consciencía nacional; afim de conservar a verdade que estava prestes a desapparecer do mundo. A humanidade se estava esquecendo lentamente do conhecimento do Deus verdadeiro e estava rapidamente buscando deuses de pão, de pedra e de toda a qualidade material. Nestes tempos remotos não era possível eonfíar tão preciosas verdades sómente ao individuo. Era necessario uma coisa mais permanente, menos sujeita ás mudanças que constantemente se vinham realizando. (2) Sem duvida Deus tinha em vista também, quando deu a forma de Estado á sua communidade religiosa, a exhíbíção, diante do mundo então conhecido, de um ideal, de um estado religioso como modelo para as demais nações; até que viesse o seu Reino em toda a sua perfeição, quando não havia mais estado, nem igreja porém só o seu Reino. (3) Ainda mais devemos sempre lembrar-nos do facto ímportantissimo que muita coisa que Deus fez e a sua maneira de fazê-la, dependeu, em parte, da condição do homem com quem Deus estava lidando. No tempo em que Israel appareceu entre as nações, cada nação tinha o seu proprio deus. Isto é, a idéa nacional estava intimamente ligada com a idéa religiosa. "Porque todos os povos andarão, cada um no nome do seu deus; mas nós andaremos no nome do Senhor nosso Deus, eternamente e para sempre." (iMiquéas 4:5). A .religião nesses tempos era nacional e ligada intimamente com o Estado. Pode ser que esta verdade tivesse a sua influencia na revelação de Deus, o Deus verdadeiro, a Israel. Por meio delta idéa o povo foi ensina"
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DOr VlrLHOTESTAMENTO
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e ·echlea. ãcereade ,Deus verdadeiro, ocriadoE:de tudo-~· AprOpria ·histotia .ele Israel foi uma tição de·-. t»e lOIa'ici 8Ite;lII8UIIípto;' Woé, que-.Jeho'\Fah-era IIlDit. maiado.ueum:d~ nacional. Adorar um DeU8a6;~ um grande.;p88lO na realização do ideal· que Dio·· ha Deus &enio lUIl,o- Jehovab. E quando se toma elD'C8D:" sideraçãoqueeste Deusé o uníco e verdadeiroDeuàe que EUe está· constantemente querendo entrar em-com.. mulllJiocool o .homem o passo acima menci~do_tor.. na-ae~beIIl significativo . para a raça toda. Uma das maiores fraqUezas desta communidade religiosa do Velho Test&mentofoi justamente a sUá for~ mil -externa, a -s~àforma nacional. Porque toda a. verdade revelada nesta eommunidade e toda a vida mam~ f~Ílda nella tinha que tomar uma forma extél'Jla e concreta _..::em pal'te nacional e em parte ritu.t.A vet~ dadefoi encorparada; isto. ét cada verdade estava dépositàda. ou pareiada num rito, ou 'núma cerimonia_e não na própria vida do individuo. Por isto nio era UQia vertbl«R viva, poderosa e effieaz na vida do povo; -~ um-a- verdade "conservada" ou "preservada". A diffe", rença era mais oumenos a mesma differença entre frutos tirados dlreetamente da arvore e 08 froto. eo~ vado8ebl·l~ta8. Portanto a verdade e a, vida re1fgioaa não eram espirituaes; manifestaram-se por meio de'wn corpo de ritOI, -deIeís e de cerimonias. Em uma 'palávrtl 8Ó, a reHgião era uma religião de symbOlos, 'e de sdmbrast de propheeias e de esperanças . A verdade foi escondida nos ritos e muitas vezes eontplemmente eSquecidas; -porque estava divorciado da vida. Er. 1lIJla religião' fonn-al, ritual, por ser nacional e legal. Isto foi·'l1nia gránde (raqueza porque a' uníca maneii-a de eobservar -a verdade é encarná-la, é ·guàrdl-la na vida do ftontem. e -não numa cerimonia .ou ritoqmü· quer.'......: ~ A religião do Velho Testamento era inferior' do Novo Testamento lambem quanto á verdade qtte'tiDlitl. ~o velhó' 8YS~lÍlaa'verdade foi dada aospou~~.,~ eíalmente , "Havendo Deus antigamente -falaao mUitas .vezes, e em muitas maneiras, aos paé8 t ·pelna pl'Ophetas, a' ··UÓI··'falou~' nestes ultim08dias pelo Pilhúíi:" (Beb •. 1:1)-. :Não ··se podia naquelle tempo-eo.,.~ der-a verdade'na sua totalidade. MasquaDtloOllllliJte· veia; ElJeapresentclô, D~ma unidade SÓ, eS8àverdacle
THEOLOGIA BmLICA fragmentaria do Velho Testamento. ·Porque foi do agrado do Pae que toda a plenitude nelle habitasse;" (Col. 1 :19). E' verdade, o Velho Testamento tinha em germe as mesmas verdades que temos no Novo Testamento, mas essas verdades; como já notámos, estavam fragmentadas, espalhadas, e encorporadas em formas exteriores, em ritos e cerimonias. Os Israelitas sabiam perfeitamente que era assim por isto queelles sempre estavam á espera de mais luz, de maior visão, de uma revelação maior e mais completa. Todavia o que tinham servia de guia na vida, embora quisessem ter maiores esclarecimentos sobre os problemas da vida. Tudo quanto temos no Velho Testamento aponta para o futuro. O symbolismo, de que temos tanto no Velho Testamento, é sempre prophetico, é sempre theologico; porque o symbolo concretiza um. ideal aínda não realizado. Tomae por exemplo, as vestes do sacerdote. Eram brancas, symbolizando assim .a pureza de vida que devia caracterizar os sacerdotes. "Vestirá elle a tunica santa de linho, e terá ceroulas de linho sobre a sua carne, e cingir-se-á com um cinto de linho, e se cobrirá com uma mitra de linho: estes são vestidos santos: por isso banhará a sua carne na agua, e os vestirá." (Lev. 16 :4). Agora a perfeição da idéa revelada pelo symbolo e a imperfeição de vida do sacerdote, revelado na sua conduta, com o desejo que a vida do sacerdote igualasse o ideal symbolizado, naturalmente fez do symbolo uma prophecía, Assim foi que o symbolo passou a ser um typo. O symbolo então representa a verdade tal qual o povo conhecia na epoca em que appareccu o symbolo, emquanto o typo se refere ao futuro quando o ideal do symbolo será realizado. Neste sentido os sacerdotes do Velho Testamento são typos do grande e perfeito sacerdote Jesus Chrísto e as vestes são symbolos da vida que elles mesmos deviam levar afim de poderem bem desempenhar sua missão sacerdotal. Basta de introducção. Consideremos agora mais de perto o concerto. 1. NI()· Velho Testamento raras vezes encontramos declarações formaes ou abstractas. Em geral as declarações deste livro sagrado se baseiam e exprimem factos -concretos, factos baseados na própria experiencía; porque o povo do Velho Testamento foi um povo
DO VELHO 'TBSTAMEN'rO
empleDo··pzode uma salvação !provinda 'd8Jlelatão estahelecidaentre eate.povo e Deus por meio' do eoacerto. Etimp«Mliwl eompreender o Velho Teat.ameDto e o systema nelle. eDCiontrado á parte deltefaato. O ÇOIl", ceno qu,e De..... fez COM a nação collocofla 1ItIÇãôem re. lação' de creme para com Deus. O povo -de Israel era um poVO: salvo e-santo na medida em que8.re~o eou.traetual;podia salvare santificar um 'Povo. E -esta relaçio foieatabelecida cedo na sua historia como povo. Portantoqua.doo povo falava, falava: como'quemu-t. vaconaeio de estar já··nagraça divina. E alinp. . . . usada ·é··muito mais religiosa do que theologica, A idéa fundamentaI deste povo foi a que já estava em pleno gozo de salvação devida ao eôneerto feito .entre Deus eo povo. Pode-se examinar aeonacien- . eia religiosa do povo em qualquer tempo, especialmente DOS primeiros annos da sua exislencia e sempre encontrará esta idéa; que o povo Israelita já estava g0.zando a 'salvação em Deus devido ao coaeertoe OI ·seus privilegios. Naturalmente essa salvação não era tão rica como a salvação de hoje em dia porque não era poe-. sível aproximar' uma nação toda, por meio dum .eoatraeto, de Deus, como se pode hoje em dia aproximar de Deus o 'índívíduo, 'por meio de Jesus Chrísto, Mas mesmo assim o povo estava eonsoío.. de estar .em rei. ção de salvação . .Esta idéa do concerto abrange toda a vida do povo; tudoe.táinterp:retado deste ponto de vista. Que~mOJl, frisar novamente.que -esta Concepção do concerto é ab-. solutamente índíspensavel a uma compreensão do Ve"lho Teatamento. Por isto 'o systema sacrifieial do Ve... lho Testamento não era meio de salvação, não era meio de alamfár a graça de Deus porque estando já em relaçã() de, .alvâÇão por causa do concerto, o systema 8&crifioial tinha por fim apenas' reter a graça jápQltUida. Deus C(Ylooou o povo Da relação de s8;1vação por elta.. belecer ÚII1 concerto a nação. Por istp cada iDdividuonaacentlo dentro da nação, nascia, já emrela'! ção de salvação, naseia .dentro da graça., Oindividlio. nascia deDtro. da re1açãode crente; n~iacrente. O primeiro nascimento. bastava, -porque eollocava o in.. dividao~aelita dentro do concerto; dftDUo do :reiDo, de Deus Da forma emque existia naquelletempo., A idéaduD1coneerto era muito bem conhecida dO
com
",
THEOLOGIA' BIBLICA povo Israelita. Porque fazer concertos era costume muito antigo. Geralmente havia certa oorimonia DO aeto de realizar o concerto como por exemplo o sacríficio de .um animal. "E disse-lhe: Toma-me uma bezerra de três annos, e uma cabra de três annos, euro carneiro de três annos, uma rola, e um pombinho. E trouxe-lhe todos estes, e partiu-os pelo meio, -e pôs cada parte delles em frente da outra; mas as aves não partiu." (Gen .. 15 :9-10). "E entregarei 08 homens que traspassaram o meu concerto, que não confiNnaram as palavras do concerto, que fizeram diante de mim, com o bezerro, que fenderam em duas partes, e passaram pelo meio das suas porções; ... " (Jer . 34 :18). Qualquer acordo nessas condições entre dois homens era considerado um concerto. O casamento era um coneerto. O homem fazia concerto com seus olhos para não olhar ambiciosamente a mulher. "Fiz concerto com os meus olhos; oomo pois os fixaria numa virgem?" (Job 31 :1). Até fazia concerto com as feras do campo para viver em paz com ellas : "Porque até com as pedras do campo terás a tua allíança ; e os animaes do campo serão pacificos comtigo." (Job 5:23). O vencedor fazia concerto com o vencido. Ha concertos tambem entre Iguaes oomo por exemplo entre Abrão e Abímelech , "Assim fizeram concerto em Berseba , Depois se levantou Abimelech e Phichol, principe do seuexercito, e tornaram-se para a terra dos philisteus." (Gen. 21 :32). Ha tambem concerto entre desiguaes como entre Josué e os Gibeonitas. "E Josué fez paz com elles,. e fez um concerto com elles, que lhes daria a vida: e os. principes da congregação lhes prestaram juramentor "' (Josué 9 :15) . O concerto naturalmente visava certos fins e baseava-se em certas condições . O concerto criava certas. obrigações por parte dos contratantes mesmos não estando os dois em condições de igualdade. O concerto criava direitos que. não existiam antes do concerto, embora a sua formação fosse um acto de graça como no casodo concerto que Deus fez com Israel. J ehovah depois. de ter tirado Israel do Egypto fez com elle o seu concerto. Este trouxe á conscíencía do povo a verdadeira significação daquelle acto de Deus em Iivrá-Io da escravidão. Deus redimiu o povo para si mesmo: 'e é isto . que o concerto significava. A obrigação ·principal
do.pO'lO por ÍItOi era, sere ,PO"fO dAquelle '1ue o libertou; e o objeetivo de ~o'Yab eea; . r o DeuI·deMe:.-vo
lIaeriado ~ e por. ~io delle,rewlar-se a ioWl··.•.."-'0-.. leto deu, neturaliDel'lte, a Israel eertos ·4ifejlGs ea·,.,..
lação a Jehovab que .neahum outro-povo. üahal"'~~bo vahera dellea; oDeu8OO11e8. Tudo quanto ,a.- poma ler para .lIm·PO.o, ,Jehovabtinha a obritJMio,ck.~ 8el" em relação a 1M'ad. Deus prometteu loJenD_eate,. ~ o guia. ,odefft.sor deste povo. Mesmo qQando,.,&rael ' peceav, Deu por C8lUJa da sua promessa wfriJl,.ce.n te CODstraDgimento porque não -podia 'eaenl&r ~ siadamente Bem. destruir totalmente seu povo., . Tambem é ·de notar que devido ao facto queD~1Ifl mesmo fez concerto com Israel, este não foi annuUado , nem tão pouca podia ser annullado, pela falta de wrt8 das .partes eontractantes. '. Todo o grandepropoaito de Deus estevaenvolvído no concerto. Portanto Deus tinha: que levar avante a coisa de maneira que ISrI'II.el;ou ao menosnma parte da nação, Dão falhasse. O· naeamo amor esoberaniaqué estavam envolvidos na liberta~o e na eleiçio ·de. 'povo, haviam de garantir 08ll~ do emprehendimento. E' se o concerto velhoacabule~ Deus prometteu fazer ainda um novo. concerto. o. bom nome e a honra de Deus estavam bypotbeeadoe pelocoDcerto quef&oom Israel, ' Nestaoenaexâo seria bom -notar uma eoisa ,Pluito Intereesante em relação JlOS propbetas e .o .psalJ;aista .' Quando elles falam da Justiça de Deus; indicalldo .•~ sim .que Jebovah havia de salvar o povo, ~~Y~I)l'~ pre pen~ando.~as obrigações de Deus iDlpost.... pelo concerto ~ Salva~era uma especie de divida .. Deus para com Israel devido ao concerto que. se estabeleceu entre ·oa doia .Port~Dto .Deus é' justo quando ~ta e s~lva . o,MU povo.• Ql;tando, pol'ém, os.prophe~ e!..q p.Ba. tai.~.·, .. de si' mesmos e não . do PQyo.'-.'~'ser f'l,". elle$náQ, ba~i@l a sua esperança no eoJ1OO1.1opofém,ll.fl propri'-l',Jlat~aa deDeus.. Elles oonfia~ • neq~ll,a·fItl~· 1i44~ do.earaeter. de Deus que .0 levou .a f~".9.~~.. certo com opovode .Israel, o amor. Neata q~tiq Q4 p.,.be~s e.u P"aliqi8~ coU~-,e aplaelQ •. ~ q~e: i~taq fÓra.•do eOQcert9,lslo é,os!~sb"a~,;"e nQt.rj)Qje. ~ID .dia. . , 2. 'B' important. ·lembra;r que o éQncerto . f-Ói:.feit9
_ia.
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com o povo, . eom.ouma unidade,..e· .nio !~moilHti.
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THEOLOGIA BmLICA
duo. O povo foi considerado, a unidade religiosa e o individuo recebia as bênçãos, ou frutos desta relação com Jehovah, através da nação. A unidade religiosa no Velho Testamento era a nação. Esta nação começou a existir como nação quando Deus tirou o povo do Egypto. Dahi em diante o povo sentiu-se uma unidade, e uma entidade e Jehovah era seu Deus. E como já vimos, existia' entre J ehovah e esta unidade uma relação tal que cada parte tinha direitos e obrigações. Jehovah como Deus de Israel .ficou com a obrigação de proteger a nação contra os seus inimigos; ministrando a nação pelas lei e prophecias; e ser mesmo o cabeça deste povo. Jehovah era seu Rei. Amós por exemplo menciona duas qualidades de bençãos que o povo podia esperar de Deus. (1) Bençãos temporaes. "Não obstante eu ter destruido o amorrheo diante delles, cuja altura foi como a altura dos cedros, e foi forte como os carvalhos; mas destrui o seu fruto por cima, e as suas raizes por baixo. Tambem vos fiz subir 'da terra do Egypto, e quarenta annos vos guiei no deserto para que possuísseís a terra do amorrheo." (Amós 2 :9, 10). (2) Bençãos espirituaes. "E a alguns dentre vossos filhos 'Suscitei para prophetas, e alguns dentre os vossos mancebos para narizeus; e não é isto assim, filhos de Israel? diz o Senhor." (Amós 2:11). Estas foram consideradas pelos prophetas as bençãos mais desejaveis , Por outro lado se Jehovah pertencia ao Israel, se elle era o Deus de Israel, Israel era o povo de Deus, e devia consagrar todas as suas energias ao seu serviço. Por isto não havia em Israel uma classe sacerdotal, como havia em outras nações, que tinha o privilegio exclusivo de aproximar-se de Deus. Havia sacerdotes em Israel, porém eram apenas os representantes do povo no culto publico, mas mesmo assim isto não impedia que qualquer individuo se aproximasse de Jehovah da mesma maneira que o sacerdote. O summo-sacerdote por exemplo levava no peito o nome das doze tribus, indicando com isto que trazia a nação toda perante Deus. A nação Israelita era uma nação de sacerdotes, uma nação santa. "E vós me sereis um reino saeerdotal e o povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel. t, (Ex. 19:6). Deus então possuía a nação em serviço e culto ea nação possuia Deus em protecção e na dírecção dos seus destinos.
I
Doi VELHO TESTAMENTO !
hQv~. ~ ~
· Eata p081e11âo mutua entre Jehovah e a DaçãO m... nU tava-se de duas maneiras. Em primeiro lugar ,1&7 ,de maneira especial o Deus deste povo emboraexiatilleJn muitas outra. nações e povoa. "De todas as gerações da terra a vál vos conheci; "portan-: to, todas as vossas iniustiças visitarei80brevós. " (i\.m.ós ,3:2). Num sentido Israel era uma entreu nações; pprém em.outrosentído Dão era uma das nações., Eatava separada. ,Israel portanto não podia imitar as deln1Ü5 nações que confiavam em cavalIos e cidades, fortifi~,' eadas,para a sua preservação. ~Mas da casa de Judah me .apiedarei, e o, salvarei pelo Senhor seu Deua, pow não 08 salvarei -peloarea" nem pela espada, nem pela guerra, nem, pelos cavallos, nem pelos cavalleírca.." (Oséas 1 :7). "Porque Israel,se esqueeeu -do eeu Criador, e, edllicoutempl08, ,e Judab :m.ultiplicou· cidades fortes; mas eu: .eaviareium fogo contra _ suu cldades, . que eonsumírá.ce seus palacios." (Oséu 8:14). Is~el só podia confiar em Jehovah. A insisteqeia dos p:fO"'phetaJ neste ·peuto ás vezes parecia até fallatisw.~ p0rém foi .realmente o maiS puro patriotismo casado 00fD. a religião. Os prophetastinham grande fé e confiança emJehovah e' noseuproposito em relação a Israel. Por, per... tencer a Jehovah, Israel não podia 'pertencer ao modo tambem. Pode-se dizer de Israel oqueJeauldiaedo crente, doaeeus seluidC)reB, Mestavam no .mUJl4o, porém não, eram do mliado." Ahl se Isr~l tiv~ COIDprebeBdido Ui. ·,ter-se-ia poupado de muit08eJllQitG& vex~ ~Qe lhe& lObrevieram durante aeua loap. W. toria. Veja-se I..,. 2:G com Miquéas 5.:10-15,. "Porém tu des. .para.t~ ao teu povo, a casa de Jacobj }lOrq. • se encheram de impiedade mais do que 08 doorieDte. e _ão alOUl'eBoe: 08mo;OS ,pbilisteus; e BlQatr',.., o aeu ~, tent~ftto;~ filbos dos eatranhos. " "Esuccedu.inaquelle .dia, diz. o"Seallor, que eu- extenuia.nei dG . . . de ti 081eu.s eavaUo8;,e deetruireios teuseaJ'f08: '. ~ trui~, .•• éld.... da tua .-lftra, e derri:lluei ~_ tuaaforWeaa·;c e e.tenaiParei 'U feAticadM· ' . •• mão: e .Iláo, ter" atloweil"os;e ~nuei do··· ·. de ti .. t",,~.de-w.,t1ltae •• 'tuas . e tu n_· teiMJieel'U -aia diante da;olftdu tuu mãoa.· E arrancarei" .. t~u bosques do-.lQ .• ti:. destruirei".., tu.es Qi...... E ceJa·";.rae com . ' ' ' ' .
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THEOLOGIA BIBLlCA
'rei fiagança das nações .que não ouvem." (Miqueas 5:1'0-15). Agora notemos o lado po&itivo desta possessão mutua entre Jehovah e Israel. Se de um lado III1lel tinha de negar-se da cooperação das nações ao redor' deDa. Deus por sua parte derramava sobre a nação Israelita toda a qualidade de bençãos, Em primeiro logar Elle deu a Israel a terra de Canaan, cumprindo assim a sua promessa a AJbrão. "E eu vos introduzi numa terra fértil, para comerdes o seu fruto eo seu bemjmas quando entrastes nella contaminastes a minha terra, e da minha herança fizestes uma abominação." (Jer , 2:7). Por sua vez Israel devia dedicar tudo a Jehovah; a nação e tudo quanto tinha era de J ehovab. Como sabemos os Israelitas dedicavam a Jehovah o seu prímogeníto, os primeiros frutos dos seus campos, indicando assim que tanto os homens como 08 campos pertenciam a Jehovah. Até o tempo era de Jehovab e segundo a lei cada setimo dia, sétima semana e quinquagesímo anno eram de Jehovah - e consagrado a elle de uma maneira especial. O antigo sabbado não era uma questão apenas de descanso. Todas as instituições no Vlelho Testamento são expressões da sua religião. A idéa fundamental do sahbado era que o tempo do povo como todos os demais bens eram de Jehovah e portanto deviam ser consagrados a Elle , Queremos suscitar nesta connexão uma das questões mais difficeis do Velho Testamento, a questão do individuo. E' bem claro que a significação religiosa e moral do individuo não é reconhecida plenamente no Velho Testamento. Deus está relacionado com a, nação que O chama de Pae. "Porém, agora ó Senhor, tu és nosso Pae: nós o barro, e tu o nosso oleiro; e todos nós a obra das tuas mãos." (lsa. 64 :8) . Isto o individuo nunca faz. Só a nação é o eleito, e só como membro da nação é que o individuo entra na questão. Cada perturbação da relação de Israel para com Jehovab perturbava lambem, e muito naturalmente, a relação do Individuo para com Jehovah. E' por causa desta solidariedade do individuo com a nação que 08 peceados dos paes eram visitados nos filhos. A punição merecida pelo chefe da casa foi infligida ás vezes em todos da sua casa. Vejase o caso de Coré. "Levantaram-se pois do redor da habitaçio de Coré, Dathan e Abiram. E Dathan e Abi.
. . .d' 'te_. . .ram~á, portadas .:S UU' ten.....tcnrtemente: eDJIl'8BauJa'mulhe_1; efJleusfiJh~e,''''... ,ançu•. Bota0. m.e' Moys.éS': :Ni&to conhecere•. ,~ 080+ nI1ormeenviou'. fazer todos, es~f~it~l que fie imeu coração não . precedem . Se estes mOITere.meomo· 'IIlQllor rem todos os ÀomeDS, e se lore«n, vísítadoe 'OO1llO. \'i.sitam todOB.08 hOlllens,entio o S,enhorBão Jaae.ellviou. MaS, se',o ' Senhee criar alguma ~.a nova, e at~1TIl abrir a euebceea-e 0& tragar com tudoo'qMe éae~'e vivos deseerem aosepu1cro,ent_o conheeeeeís. estes homena:irritaram ao Senhor.. Eaooatecea,:que.· acahando elle ;de falar tod,sestaspalavraa, a tel'ra qlle . eslava debaixo delíesse fendeu. E. aterra akiu;a . . boeea, e OS it'ageu comas suas casas, como talDIbem '. tod08.·holD.tilBque pertenciam a Coré, e: a toda a,.ua 'Inentla•. E"ell~ e' tudo o que era .seu deeceraibl Yi~ ao sepulcro, e a terra 08 coibriu, e peDeoel'~,td()'" da congregação. E todo olsrael, que e&iaq, ao redor «ienes" fúgiU. do ·elamortlelles; porque"am: Para que porventura lambem nio ·trague ,a teM a nós. ~ (Num. 16:21.-34). .' ' " ' "SÓ ;mni~, Blttis tál'de é que começou "a'appaNicer asipilieação .M'ibdi'ridué, ·â sua re8~abilidade'~ soM 'e'~ ;d1rêitodé 'deletminâr a sua p~pri.:rela9ãop". com Deus. Tanto em .Jetetnlas OOID()eJD; EZequiel". grande desenvolvimento- da"iloutrin& doiiftdWidUó. ··E veio a mima paJa:vrado.SQhor, di~ndG:' Q\H>ltdclea vól,'váa· ~:dizeu.;e8ta, parllilolada terra! d&'Isr.et"di~ zendo:; Os piles; oomer8,Dl uvas verdes, e,.,dentea·dos fühd&lIe#eIBbotaraa? Vivo eu. diz .();. Senhor. JEIIOVAlIt qDe.Dunea ••.·direia eata, parabola ·em leNdo' 'Ei6:Que todu, as àlmaa liomiah..; 'como o éa _a!oo p~ usim. tan*em .• alma do filho ··ê minha:, a ......
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PoréDtdlRia: ;/fIIDnPIe:.n"e ·levará o·fUllo a'me'.....d. pae! .PorqUe'o filia0 ",., júÜlo ejuatiça, ie:guocJeItt~ 08 meus estatutos, e 08 pratieou.:poriJlo ;--...e.tII viverá. .• 'alJWa;, que, peeo8l'~! eua . morre; t~" , f . ! não
1ev. . .}. . . . . .,.'i}l88t • • . O"8;IeV";'~ . . . . . do,'filk): ' •. jutip.:; ido, jasto . . . lebre, eJle, .!·a '·lap!.. . . . . .od••pto - ' _ . . 'eJ1e..:lIMíIe·.'.piG-i_ ....
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THEOLOGIA BlliLICA
verter de todos os seus peccados queoommetteu, e guardar todos os meus estatutos, e fizer juizo e justiça, certamente viverá; não morrerá". (Ezequiel 18:18-21). Certamente, foi por causa desta tendencia de submergir o individuo na nação, que não temos muita coisa clara sobre a doutrina da immortalidade pessoal. Isto só podia vir depois da doutrina da responsabilidade pessoal A immortalidade do Velho Testamento é ' principalmente da nação e não do individuo. Não devemos porém esquecer que emquanto o individuo em geral estava submergido na nação, havia Indivíduos que constituiam grande excepção a essa regra. Desde o princípio houve Indívíduoa que andavam com Deus. A lista é longa: Enoch, Noé, Abrão, Jacob, Samuel, David e os prophetas como Isaías, Jeremias e Ezequiel. Mas mesmo assim a relaçãoprincipal estava , eõm a' nação e não com o individuo. 3. O concerto de que tanto temos falado é o que foi feito por Deus no monte de Sinai , Esta foi a época em que a nação começou a sua vida organizada; a época em que Jehovah criou a nação. Foi nesta occasião que Elle se tornou pae de Israel. "Não temos nós todos um mes.. mo Pae? não nos criou um mesmo Deus? por que seremos desleaes cada um 'com seu irmão, profanando o concerto de nossos paes?" (Mal. 2:10). Sem duvida este concerto não foi o primeiro nem o ultimo que Deus fez. A propria criação, num sentido, é um concerto; porque o acto de criar estabelece privilegios e obrigações tanto por parte do criador como por parte da criatura. Criação já é uma relação estabelecida entre Deus e o homem. O concerto da criação foi um concerto com toda a criação. Quando Deus olhou para a sua obra de criação viu que tudo era bom; isto é, bom no sentido que podia servir aos fins para os quaes foi criado. Deus então deixou de criar, repousou. Este repouso e contentamento com a sua obra na criação exprimem a relação e a obrigação de Deus para CODl a sua obra. O sabbado era o symbolo desta relação entre Deus e o universo. O sabbado portanto foi o signal do concerto com a criação. . Depois do concerto feito com a criação temos outro feito por Deus com Noé, e a seus filhos também, dízendo: "E eu, eis que estabeleço O' meu concerto comvosco e com a vossa semente depois de vós. E com toda a
almavivente~ que comvosco está, de aves, de tézeS. ~.
de ·todooapimaI da terra comvosoo; desde t~~~ . saíram d'aarea, atêtodo o animal da tena. E eu co. . voseo.estabêleÇo o meu concerto, que não será 81. . . . . . truidatoda.lle.arne pelas aguas do dilqvio; e qQeQio havera. m.aisdiluvio, para. destruir aferra. E. Deus: ESte. é. O'signal do concerto. que poDho . entre . ~ e vós, e entre tQda a almavivente, que ~tA CODlv~. por gerações eternas. O meu arco tenho ~toÍ1a'a uvem; este será .Por sígnal do concerto entre mim ê:. terra. ~ acontecera que, quando eu trouxerBuv~" bre a terra, awareeera o arco nas nuvens; então. lembrarei do meu cencerto, que está entre mim. e v~ e entre todaà alma vivente de toda a carne; e a4 ,aguaS não se tornarÃo mais. em dilúvio, para de8ltruir. to..... carne. 'E estará o' arco nas nuvens, e eu o verei, par. me lembrardo~noeno eterno entre Deus etodaa~ vivente de toda a carne, que está sobre a.~1T,.E ~ se D~us a· Noé: Este' é o sígnal do concerto que k . estabeleeído entre mim e entre toda a. carne, que" sobre a tetra. ti (Gen. 9:8-17). Este, como. o ~ to da criação, tinha uma base natural. AI 5U" ~" condições'principaes eram: (1) Abster·se dO!'angue.... /J. carne, porém, com sua vida, isto é. com seu' sa,pe. não COIÍle~s. " (Gen. 9:4). (2) A segunda' C()DdiçãQ f~i que a vida do homem era santa, isto e,. in~1avet; nínguem podíateear na 'vida do homem .sem-80ffrer ai cOJ.lsequeneias do seu aoto mau. "QueDt .~rr8mar' o sangue do homem, pelo homem o seu sangqe será .der.. ramada; porque Deus fez o homem conforme á ., .ama imagem. ti (Gen.9:6l. O signal deste concertoJot() arco' que Deus' p6s nas nuvens. Dep()is disto Deus fez concerto com Abrão. "E'auecedeu .QUe.. posto o sol, houve escuridão; e eis que forn9 ~ fumQ,e. uma tocha de fogo, que 'PUlou. ~ aquelles Iiletades.· Naquelle mesmoõl&fez 8 um concerto com Abrio :dizendo: A'· tua &emeutet. nbo dado esta te-ra~ desde o rio Egypto até ào"~'~ rio. EUP)lra.·te.s.·;" (Gen....15:17.18) .&te ~. 0. - : : . .: .'\".' to, não era ~ais baseado numa relação . coaIO os dois acil11á. mencionados porém tinha. poI" buea ... ça divina.·A relação agora é moral,mai."t,a, .m,tPa . . treita eglail. e~gente .quea8 reI,lçõcs ~de .Deus.P'I'A com o .homem em aeraI .. As condíções deste eon~o
cu.e
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THEOLOGIA BIBLICA
com Ahrão são as grandes promessas que Deus lhe fez. "Ora o Senhor disse a Abrahão: Sae-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pae, para a terra que eu te mostrarei. .E far-te-eí uma grande nação, e aben.. çoar-te-eí, e engrandecerei o. teu nome; e tu serás uma benção , E abençoarei os que te abençoarem, e amaldíçoarei os que te amaldiçoarem; e em 'ti serão bemditas todas as -familias da terra." (Gen. 12:1~3). O sígnal deste concerto foi a circumcisão, "E A:brahão círoumcidou o seu filho Isaac, .quando era da idade de oito dias, como Deus lhe tinha ordenado." (Gen , 21 :4). A círcumcísão era o symbolo de deixar a vida natural e abraçar uma vida espiritual ou o acto da confirmação dos privilegios de haver nascido dentro do concerto. Temos então bastante progresso nestes concertos .feitos por Deus. O circulo de relação se vae estreítando cada vez mais. (1) O sabbado foi o symbolo do concerto com a criação. (2)" O concerto comNoé destacou grandemente a inviolabilidade, da vida humana. (3) O concerto com Abrão foi o concerto da graça, de relações moraes e espirituaes. Porém, como já vimos, o grande concerto de que os prophetas mais falaram foi o concerto do Sinai feito por Deus entre Si mesmo e a nação Israelita. As condições deste concerto com a nação Israelita são os dez mandamentos dados no Sinal, Não ha necessidade .de demorar neste ponto agora. Todavia é muito interessante notar que os prophetas consideraram a constituição da lei de Israel como uma constituição moral e religiosa, e que elles todos dão bem pouca emphase aos ritos e cerimonias. "Com que coisa eneontrarei ao Senhor, e me inclinarei ao Deus altissimo? encontra-Ic-ei com holocaustos ?combezerros de um anno? Agradar-se-á o Senhor de milhares de carneiros f de dez mil rilbeiros de azeite? darei o meu primogenito pela minha transgressão? o fruto do meu ventre pelo peccado da minha alma? RUe te declarou, ó homem, o que é bom ; que é que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a beneficencia, e andes humildemente com o teu Deus?" (Miquéas 6:6-8). Ha uma passagem em Jeremias que, parece, até exclue o rito do concerto. U Assim diz o Senhor dos Exercitos, o Deus de Israel: Ajuntae os vossos holocaustos aos vossos sa· crífícíos, e coroei carne. Porque nunca falei a vossos
DO VELHO TESTAMENTO
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paes, no dia em que vos tirei da terra do Egy:pto, nem lhes 'ordenêi· coísa-alguma acerca de holocaustoaeu sacrificios." (ler..7:21-22). Passagens .como .e!&tas nã.o. eondemnam o sacrificio em si, porém condemnam ova10rexlitUérado que o povo lhes dava. "Porque o que eu quero é .amiserioordia, e, não o sacrífícín; e o' conbe.. cimento de Deus, maís do que os holocaustos." (Osé-.s 6:6). O lado moral doconcertoêo lado principMe mais importante para os !lJrophetas. FOi justáll1ei1te aqui queo povo fracassou tão desastrosamente. '.: As eondíçõee do concerto foram, então,ethica~ e moraes, Mas uma religião não podia existir sem um cultopublíeo. Este culto publico consistia em parte de sacrificios e offertas. o principio fundamental-do eencerto então se .desenvolveu de duas maneiras: (1) Etlrl. ca e espirituahriente promovido pelo$prophetas.(2) E rítualmente, isto é, o rito do culto promovido pelas sacerdotes. Naturalmente essas duas Iínhas exereiam influencias mutuas, uma sobre a outra. . Devemos, '. porém, reconhecer este facto que desde Q pincipio ~ reUBião .:d~ Israel tinha e~as duas pJ;lase~ a phase Ethica ouespmtual e a phase ritual. Ambas. vêm desde Moysés e' naturalmente' expandiam e cre~iiuD com o correr. doa annos. E á proporção que expQ.lldiam os seus conteúdos, lambem ficavam estes cada vez maia ricos externamente. .. (4) O motivo na formação do concerto com Israel por parte de Jehovah, foi seu grande amor para coma humanidade toda. -A formação deste concerto implica uma certa, aeçãoHvre por parte de Jehovah porque não havia necessidade nenhuma dElle fazer o Concerto COIn Israel. Portanto li' relação que Jehovah estabeleceupelo concerto não foi uma relação natural porém; aoral. Este -eencerto como o de Abrãa são coneeetosbaseedee na . ~ça de Deus e motivados pelo seu ·amor. A .relação, pois que·· o: concerto estabelece é uma relação ~al·· e espiritual. E~ coisa deveras interessante que alguns' 'doa prophetas .mais antigos falam bem pouco do oo~erto~. E' , verdadeque as idéas expressas por elle estão. presentes, mas não se usa o termo. Eritre os prophetas: que . não usam este termo estão. J061, Aniós e MiCJ!lêas,Obadias; Sofonias eHabbacue.: Aniós exprime a idêa envolVi.:..
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THEOLOGIA BIBLICA
da no concerto. UDe todas as gerações da terra a vós vos conheci só; portanto, todas as vossas injustiças visitarei sobre vós." (Amós 3:2). Em Oséas, porém, temos o termo "concerto": "Põe a trombeta á tua bocca; elle vem como a aguia contra a casa do Senhor, porque tras'passaram o meu concerto, e se rebelIaram contra a minha lei .. " "Porém eIles traspassaram o concerto, como . Adão; ali se portaram aleivosamente contra mim." (Oséas 8:1 e 6:7). Zacharias também o menciona. "Quanto a ti também, ó Sião, pelo sangue do teu concerto, soltei os teus presos da cova em que não havia agua." (Zac. 9:11). ' Foi em Jeremias que se começou a usar o termo frequentemente para exprimir a relação de Jehovah para com Israel. Havia uma razão para isto. Este propheta viveu numa grande crise da historia de Israel. As coisas velhas estavam passando e uma nova epoca estava sendo introduzida. Tudo isto chamou fortemente a attenção do propheta para o concerto que Deus fez com a nação no Sinai. A significação do concerto, o seu proposito, as provisões, e defeitos, estavam apparecendo. Tambem as círcumstancías da epoca em que Jeremias viveu focalizou a attenção no concerto que tinha fracassado e assim elle foi elevado ao ponto de falar num novo concerto. Jeremias é o primeiro propheta a . falar do novo concerto. "Eis que dias veem, diz o Se. nhor, em que farei umconcerto novo com a casa de Israel e com a casa de Judah , Não conforme o concerto que fiz com seus paes, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egypto; porque elles invalidaram o meu concerto, ainda que me desposei com elles, diz o Senhor. Mas este é o concerto que farei com a casa de Israel depois daquelles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e lhes serei a elles por Deus e elles serão a mim por povo." (Jer. 31 :31-33). Temos em Hebreus uma descripção fiel dos tempos de Jeremias. "Dizendo Novo, envelheceu o primeiro. Ora, o que foi tornado velho, e se envelhece, perto está de se esvaecer." (Heb. 8 :13) .
2. Porque é que Deus fez o Concerto com Israel? Havendo discutido o concerto, agora surge uma questão bem interessante. Por que é que Deus fez o eoncerto com Israel e não com outra qualquer nação? Ou
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p'or queDeus fez com uma nação e não com todas ai nàções t'· 'Q8pro~het~ vêem nesta escolha de Is~ae186 mente o amor.e a .graça de Deus. Elles, os prOpl1ef.i não es,peci1l}lm sribre aquestãoporque Israel e nãd outra n'açlo'quajquer' foi escolhida. Mas os prophetaa dão .uma resposta 'praticá .áquesfão. Israel foi esco}tddo' para' ser.' o meio pelo qual Deus havia de abençoar toda ,a ~lJm8.ni
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THEOLOGIA
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BIBLICA
todos para a lbase do concerto - o amor. "Ha muito que o Senhor me appareceu, dizendo:' Porquanto com amor eterno te amei, por isso 'com benevolencia te attrahi. " (Jer .31 :3). Este amor se manifestou numa escolha. Na segunda parte de Isaias e em Jeremias é que esta Idéa é tão prevalente. Mas ás vezes se encontra 'a mesma idéa até Pentateuco. "O Senhor não tomou prazer em vós, nem vos escolheu, porque a vossa rnultidão era mais do que a de todos os outros povos, pois vós ereis menos em numero do que todos os povos ..• " (Deut. 7:7). "Porém tu, ó Israel, servo meu, tu Jacob, a quem elegi e tu, semente de Abrahão, meu amigo; tu a quem tomei desde os fins da terra, e te chamei dentre os seus mais excel1entes, e te disse: Tu és o meu servo, a ti te escolbi e nunca te rejeitei." (Isa . 41: 8-9). "Digo pois: Porventura.rejeitou Deus o seu povo? De modo uenhumj porque tambem eu sou israelita, da descendencia de Abrahão, da tribu de Benj amin ". (Hom,
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11:1). 3. Os Termos Descriptioos da Relação do Concerto. Vamos notar agora alguma coisa em relação aos termos usados a fim de descrever a relação estabelecida pelo concerto. Os termos são: Santo, Santidade e Santificar. Estes termos são usados em diversas r alações : (1) Em relação aos obj ectos; (2) em relação ás pessoas; (3) em relação a Jehovah , O que nós queremos saber agora é o que significam estes termos nessas diversas relações. 1. Em relação aos objectos. Naturalmente o termo "Santo" ou "Santidade" em relação a um objecto não pode ter uma significação moral. Objectos não possuem attributos moraes, A idéa expressa no termo "santo" em relação a um objecto portanto, a de pertencer a Jehovah, ser dedíoado a Deus. Nada em si ou por sua natu- . reza é santo, a não ser Deus mesmo. Nem todas as coi- . sas .ou objectos podem ser consagrados a Deus; só algumas coisas podem ser santificadas a Efle , Não deve. mos, porém, confundir a possíbítídade ou prestabilidade .de ser santificado ou consagrado a Deus com o attributo de santidade. Por exemplo só os animaes limpos podiam ser dedicados ou consagrados ao serviço de Deus. Um animal limpo assím dedicado aDeus é um animal santo. Mas, nem todos os animaes limpos ou é,
·DO' VELHO TESTAMENTO · aproveitaveis para este serviço, são aproveitad08;P9r·tanto não vamos confundir limpeza com santida'de Limpeza éapenas uma condição de santidade mas no é santidade. A ídéaentão é que tudo quanto pode ser 'e ,realmente e consagrado a Deus, é santo. OtabernllCulo, por exemplo, foi lugar santo por ezcelleneia, até santo , -dos santos, porque foi nosantuario que Deus habitou. Jerusalém, foi 'uma cidade santa, porque era a ddàde de Jehovah. Os sacrificios eram santoaporqueperten.. ciam a Deus. Assim era com tudo quanto se dedicava 'e consagrava a Jehovah e era empregado no Seu 'serviço. ' O grande peccado do rei Balthazar foi desprezar as coisas santas. "O rei Belshazzar deu um grande banquete aos seus mil grandes, e bebeu vinho na pl'iesenp dos l1DiI. Havendo Belshazzar provado o vinho, man· dou trazer os vasos de oiro e de prafa,que Nabueodonosor, seu' pae, tinha tirado do templo que estava em Jerusalém, para que bebessem por ellt!s o' Mi,e" 08 ' seus grandes, as suas mulheres e concubínas. Então , trouxeram oa vesos de oíro, que foram tirados do pio' da casa de Deus, que estava em Jerusalém, e bebe. rampor elle orei, o.s seus grandes, as suu'mulherea,e concubínas. Beberam o vinho, e deram louvores aos deuses de oíro, de prata, de cobre, de ferro, de :IIladet. ra, e de pedra . Na mesma hora saíram DDB dedos de mão de homem, e escreviam, defronte do, castiçal, .Da caiadura da parede do palacío .real: e o rei 'ria a parte da mão que estava escrevendo. Então se mudou o sem.. hltUlte do rei, e 08 seus pensamentos o turlbaram:., juntas dos seus lombos se relaxaram, e, 08 seus joelJ\OI bateram um 'no outro." (Daniel 5 :1·6) . . 2. O termc" santo" em relação ás pessoas. o ter, mo "santo" em relação ás pessoas rema :me~lIna :significação que emrelação aos objectos, isto é, de, pertencer a Jehovah. Os sacerdotes, por exemplo" eram, sarttos' li Jehovah porque eram homens dedícadoae coDAgrados ao serviço do Senhor, O santo, quer objeetoqaer pessoa, era o.que estava dedicado e coDsagradoaoservi9l, de Jehovah. Isto porém nem sempre indicava . . a vida dQl saeerdotes eram vidas puras e ,santa..' «' santidade consistia na relação que o individuo, tiDlta para com lehovah e não na qualidade da alma.~E' ,.. causa desta concepção de santidade quetelllOl tàDtw;
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THEOLOGIA BIBLICA homens "santos" no Velho Testamento. Paulo dizia que elle era o chefe dos peccadores, porém no Velho Testamento não se encontra tal idéa , lia no' Velho Testamento chefes dos justos, porém não dos peccadores , Tudo devido á idéa de santidade ser apenas essa relação com Jehovah. , Esta idéa principal de santidade foi acompanhada de outras idéas congeneres. Por exemplo, aquillo que era dedicado a Deus, era ao mesmo tempo tirado ou separado das coisas communs. A porção da terra dada aos sacerdotes era considerada santa. "Este será o lugar santo da terra; elle será para os sacerdotes que administram o santuario e se aproximam para servir ao Senhor; e lhes servirá de lugar para casas, e de lugar santo para o santuario." (Ezequiel 45:4). A coisa santa fazia contraste com a& coisas profanas; como por exemplo a historia sagrada e a hístoria profana. Portanto temos a idéa de santo e ao mesmo tempo de separado, de elevado. Além disto ha tambem a idéa de que JiS coisas santas são inviolaveis como a vida do homem. O peccado de Uza, que pôs a mão na arca, foi justamente este; desprezou a inviolabilidade de uma coisa santa. "E, chegando á eira de Nachon, estendeu Uza a mão á arca de Deus, e teve mão nelIa; porque os bois a deixavam pender. Então a ira do Senhor se accendeu eontra Uza, e Deus o feriu ali por esta imprudencia: e morreu ali junto á arca de Deus. E David se contristou, porque o Senhor abrira rotura em Uza; e. chamou aquelle lugar Peres-usa, até ao dia de hoje." (11 Saro. 6:6-8). Tambem os restos dos sacrificios, coisas offerecídas a Deus, só podiam ser aproveitados pelos sacerdotes. "Então Israel era santidade para o Senhor, e as primicias da sua novidade: todos os que comiam eram tidos por culpados; omal vinha sobre elles. diz o Senhor." (Jer. 2 :3) . Mas sem duvida surgiu lambem a Idéa, em relação aos homens, de que o consagrado a Deus devia ser semelhante a Deus em caracter. O santo então era o homem realmente bom ou devia ser; santo por causa daquillo que elle era e não somente por oausa de sua Fe1aÇi.o para com Jehovah. Mas esta idéa não era a idéa commum. Só no Novo Testamento é que encoutramos a santidade com tal accepção .
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00 VELHO TESTAMENTO
3. A significação dos termos "santotte "saDtid.Me" em relação a Deus é maisdifficilde acbar. Que ~ que se enteade quando. Sé diz que Jehovab e Santo? Nio vale a, penadiaer que Jehovah e santo porque . .uma naçâosanta.. O termo santo em. relação a 'ISrael. como já' viQl., quer dizer consagrado a Jehovab .Nitura1men1le . ·.havia,.alguma coisa em" Deus ·mesmo .~ deu. eate..relaçio entre Elle e o homem, este cearaete.. rístico. . €ist~SlJIiere a Idéa de que saDtidade.em relação a Deúe é um termo que descreve a natlllUa ele Deus. não. de ..uma maneira particular. pOrém· de, i~ modo geral e .,p}icavel a qualquer phaseda BuanatuWéza . Sendo_dm. grand.eza e poder são e1emeBtos"da sua santidade. TeDlOs esta idêa nos PsalmOs. ~Louv" o teu nome, grande e tremendo. pois é santo." (Psa•.•: 3). MoySés foi castigado porque Dio ~tiiUXJU nediante do povo,deix8.Ddo 4e revelar o seu gr--t»' der. "E o 'Senhor disse a Moyséi e a Auão:. PorcpaMl.. to Dão me aeat~ a mim, para. me santifieardiaDte dos filhoa· de Israel. por _o nio mettereia esta ., . ... gregaçáo, na terra que lhes tenho ado. Estas sã, ~ú aguas de . Meribah. porque 08· filhos de' Iseael eGO_de· ram como Senhor: e se santifi u De1leI~ tt (Num. 2O:1~13)., O .teemo saato então e ressa algum 'atbi~ buto de Deus, espeeíahaente a Sll majêatade;m•• como já vimo&, o termoé applicav I a qualquer attft.. hute q-.e se destaea na.eceasíâo. . .Podemos resumir o ensino d Velho TestaIDen.. to . sobre este :ponto da ~nte ma eira. (1) () tenDO "santo" 'originalmente não signific va qualidades,'" raes nem tão .·PQUCO· uma condição moral. (2) Appli. eado a Jeb.ovaho termo indicava ~ deidade em senU ou um atributo em particular. P: isto Dewa é diamado Santo oue Santo. E' o no e de Deus na"" re1aPo. transcendental. ~ (3) Quando' applioado . aOJ ~ me.Jls ou. obJ.·ectOl .jD~cava •. certalrelaÇ'ie para .,.... ". Jehovab, Sua' pol8eS8io é dedicada, de alguma .m--'. ra,'ao Seu .aerviço. I '~.' . r
, 4. O Concerto do Ponto 'de V~,t« dó .POlJO' ~ -O' PODO" Unidade. Povo Justo As dllU partes envolvidas no co certo. foram DeQa., e 1....ekSeu povo, O concerto' !oi f~ito o ,. ' com a nação e Dão CQIIl o.índívíduo] O pow ou,., . ,
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THEotOGIA BIBLICA
ção era a unidade com que Deus tratava. A relação de Jehovah para com Israel era a relação do Rei. ElIe era Rei de Jacob, Criador de Israel. "Eu sou o Se·' nhor, vosso Santo, Criador de Israel. vosso Rei." (Isa. 43:15) . E naturalmente a relação do povo para com Jehovah era a mesma existente entre um povo e seu rei. Sendo assim havia naturalmente certos laços que não sómente prendiam o povo a Deus, seu Rei, mas criavam, ao mesmo tempo, obrigações mutuas entre. o povo escolhido e os outros. E' de notar, porém, que aquelIe que era rei de Israel era tambem Jehovah, Deus de Israel, e o povo era o seu povo. Por' isto o que parecia á primeira vista uma coisa civil realmente era uma coisa religiosa, porque o rei era Deus. E' por isto que a phase civil da vida da nação está sempre subordinada á phase religiosa. Israel era o Reino de Deus em forma provisoria. Esta concepção religiosa do rei, do seu Deus, deu um grande desenvolvimento das relações do povo para com Jehovab, porque a relação de Deus para com o Seu povo é uma relação muito mais frutífera do que a relação entre um povo e seu rei. Por causa disto, e .é facto interessante, o Hehreu sempre encarava tudo na sua vida nacional, do ponto de vis;. ta religioso. Na historia de Israel não havia a divisão de coisas sagradas e de coisas profanas, tudo era sagrado porque o rei era ao mesmo tempo o seu Deus. Temos coisa um pouco semelhante a isso no Japão hoje em dia. Tudo quanto faziam, faziam para seu Deus. Isto resultou em augmento de significação dos actos praticados. Devido ás condições acima mencínadas, a obediencia ás leis do Rei era, naturalmente, não só considerada acto de religião, como era religião mesmo. Mais tarde, porém, ajuntaram a essa idéa de obedíencía ás leis. a ídéa que um estado de coração devia acompanhar essa obediencia; de outra forma a religião se tornaria uma mera formalidade completamente divorciada da maneira de viver. Sabemos que isto mesmo se deu na vida dos Phariseus. A principio o cidadão pensava que quando tinha cumprido as suas obrigações para com o próximo, obrigações impostos pela lei, havia feito tudo que era necessario; mais tarde, porém, sentiu-se a necessidade de ir além disso e revelar-se mais humano, mais cheio de amor, mais misericordioso. O
no VELHO TESTAMENTO sacerdote e o bom samaritano são e~los;J~ dessaS duas attitud~ e concepções do dever .. pru1\cqJP o proximo. " . Ag~a é bem diffi,.cil traçar porm:e~.dl\mente o deeenvclvimento destaS. duasconcepçõe8 atra~~s do Velho .'felta~ento; é fácil. porém, mostrar o que ,este ou aquelle escnptor ensina. Por exemplo, o .prop1lela Amó~ devidoa ·sua concepção de Deus, exigia do . p&~(1 [ustíça, , Jehovah era o Rei ou Gove~a@rjUlto i~ applícava severamente a sua lei moral e sendo, o povo tinha, que ser justo na sua couducta. "Cor. ra porém o juizo eémo as águas, e. a justiça cüplQ o ribeiro impetuoso." (Amós 5:24). A c::oncepçãode Oséaa é .uma concepção maíaprofunda. Elle.··..waD~ na aesphera da lei' '6' entra na esphera Jle affe~ .cQU relações pessoaes, Jebovab não é mais rei e·.: ggv~ dor justoporé~ EUe é Pae amoroso de.. ~rael.,'~·Qtlan do Israel: era menino, eu o ameíjedc Egpto ~. . .i a meu filho." (Oséas 11:1). Jehovahé ,p esPQ8Q; l~ r;s'~l a ,e8p~sa. Portanto Oséas não se qlJ,eiXfl··da 1f-"ta de justiça porém, da falta de amor. Os ~gumtesv~ sos de$tinguen;a as concepções destes -doís prQPk~biWt, "Corra porém 9 juizo como as ~uas,e a justiÇ$ OOQlQ o ribeiro impetuoso." (Amós 5:24). "Porque I> que eu quero é a misericordía, e não o 8,$crificio;eo, ~ nhecímento de, Deus, mais do que osholoqauatQS,." (Oséas 6:6) ~ Este emphatíza amor; aquelle,jUf~.. Não se pode negar que ha um progr~fO.neta"el ~. Idéa de Oséas.sobre a .ídéa de AmQiS. Aidéa de .mó. não ficou abandonada, porém foi absorvida. e CUDlprida na idéa de Oséas., Agora é int~J:f$saDte 11.Qtar que' o prcpheta jdíquéaaeombína as duas id~s, iJto é, combinou a idéa de justiça com a de amôr, ,"ille te declarou, ó homem, o que é bom; e que éo q~o Senhor pede de ti, senão .que pratiques a jU8ti.~. e ames a.beneficencía, e andes humildemente oomu-teu Deus ?"(Miquéas 6,.:8). , Não devemos.. porém, ~psar, -que a idéa de amor.só appareceu no t~~po.d~.o.éas~, Achamos a mesma idéa no tempo de Samuel', ,.~ó rém Samuel disse: .tem porventura o,Sep.hQr, taaw' prazer~m holceaustos e sacrificios, CQIIlq'( em)~ .se obedeça á palavra do Senhor? eis que o ~~r é melhor di> que.o sacrificar; e o aUendtW.;meUwr. é ,do que a gordura de carneiros." (I Sam.15:22), iiM~,
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mesmo assim Oséas foi o primeiro grande expositor desta idéa. Elle faz desta ídéa a base da relação do individuo com Deus. Já ohamamos a attenção para o facto que o que deu gloria á religião dos Israelitas foi a presença real, no meio delles, do verdadeiro Deus. O desígnio do concerto foi justamente este, o de estabelecer relações mais ou menos intimas entre Jehovah e o povo. A'a vezes esta presença de Jehovah foi a presença do Rei Me.ssianico, outras foi a presença de Jehovah, mesmo. Ora no Velho Testamento não temos a união, numa só pessoa, dessas duas "presenças", porém o Novo Testamento interpreta as passagens do Velho Testamento, que tratam da presença de Jehovah, como referindo ao Messias; assim identificando o Messias com o Jehovah. Procedendo assim os escriptores do Novo Testamento estão de acordo com a historia sagrada. Elles têm ao leu lado a historia de Jesus e é esta historia que serve de base para a interpretação do Velho Testamento, como Jesus mostrou aos dois, que se encaminhavam para Emmaus. A maravilhosa passagem em Isaías 40 que fala da vinda de Jehovah em toda a sua plenitude e do cuidado para COln Seu rebanho está interpretada nos Evangelhos. "Consolae, consolae o meu povo, diz o vosso Deus. Falae benignamente a J erusalem e bradae-Ihe que já a sua malícia é acabada, que já a sua iniquidade está expiada e que j á recebeu em dobro da mão do Senhor, por todos 08 seuspeccados. Voz do que clama no deserto: Apparelhae o caminho do Senhor: endireitae no ermo vereda a nosso Deus. Todo o valle será exaltado, e todo o monte e todo o outeiro serão abatidos: e o torcido se endireitará, e o aspero se applacará , E a gloria do Senhor se manifestará, e toda a carne juntamente verá que a bocca do Senhor o disse. Voz que diz: Clama; e disse: Que hei de clamar? Toda a carne é erva e toda a sua benignidade como as flores, do campo. Secca-se a erva, e caem u flores, soprando nellas o Espirito do Senhor. Na verdade que erva é o povo. Secoa-se a erva, e caem as flores, porém a palavra de nosso Deus subsiste eternamente. Ah Sião, annunciadora de boas novas, sobe tu a um monte alto. Ab Jerusalem, annunciadora de bOas novas, levanta a tua v~ fortemente; levanta-a, Dio temas, e dize ál cidades de Judah: Eis que está
DO VELHO TESTAMENTO
Deus. Eis que o Senhor JEHOVJ\H vir.·~ tra o feete, e o seu braço se assenhoreará del1e: .que o seu galardão vem eOlll elle, e o &eusalario, 4i_.~ da sua faee.Como pastor upascentará o seu ~hauhº; entre oeseus b.açosrecolberá os cordeirinhes, '~, (M.levarino seu seio: as paridas guiará suavemente." (1sa. 40:l·tl). Foi no Filbo unígeníto que Jehovah ,assim se m . nifestou. Coniobemsabemos,para o propbeta,,4JoV,... Iho Tesbullento, não havia distincções na deidade pQrqueoVelW;t Testamento aecentua e destaca ~" a~ ,unidade de Deus: porém a revelação subllequente W-mina .bastellte q.te assumpto, , ~ Oaperfei09ftJl1ento .da relação estaBeleeida.pelo csaeerto 'só podí.. realiaar-se quando Jehovab vie••·em toda astla p.lenitude ao seu povo. Naturalaeide.a hase contractual que existia entre Jehoveh e ô seu')N.W,(J nãopofltia servir de bale para tal vinda, maap.dia. muito hem. preparar parae~a vinda. Rea1ntente é um tantodiffieil saber exact.alnel*' cOQlO 0$ prcphetaspensazam desta presença de .~. vah, Devido a.circUDStaacias elltes fonun~clbs a adoptar figuras para exprimir as suas idêasa ~. peito da presença, de Jehovab entre elles. A floria de Jeho-vahse:m duvida foi vista, porém fonpllem". . . das imageas physicas para externarem .. suas i4éM As figural.mais brilhantes acham-se em, ~i... :"No .... no em que morreu Q rei Uzias, eu viaoSe1lhQr MtIeIl~ SGIH'e, um alto e.ubü.e thronoje. aa ;sua. IraWaa'e.. ~ ohíam o teD)plo ~ Seraphinsestavam por eimailelle:tcada um tinaa seis asas; com duas cobriam CJII'seus",.... e com dUB8eollriam 08 seus pés e com_.. " .__'.; E clamavun ltHIS aos, OI'ltros~ dizendo: Santo, s-to,. s.to. é ,.().• SenlJor: do&Exercit08: toda j l terra está ,dI. c:Ja;1IIií' gloría. B os umbr..es das portas se InOVeI'8Dlcom"., voz do que cllUllava, e a casa se eDbeude f...o." (118. 6:1-4). Mas àa pa8Bagens neste li\TrO OItdeo propheta, "DOS seus Jnomentos menoae.u.dot.t..., bem, reve;la a $~a·concepçio dapresença .• ~JehMabj. ttCantaealegres, 'Ó VÓl, céus, porque o Senborofe-; exultae, VÓS. as par~ .lUÍshaixasda ~ vós, ·mQQ-. tes, retumbae com jql)ilo; lambem vó, boIquel,e,:.ao. du 88 arvores '1ue estio ne1lftt; porqueo·Senllerr-.iu, a Jacob, e glorifico\lo>se em Israel." (lsa.44 :2a),."E OV08S0'
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THEOLOGIA
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IDe disse: Tu és meu servo: e Israel aquelIe por quem hei de ser glorifioado." (Isa. 49 :3) . "Levanta-te, esclarece, porque já velll a tua luz, e a gloria do· Senhor já vae nascendo sobre ti." ."E as náções carrrtnfrar-ão á tua luz, e os reis ao resplandor que te nasceu." (18a. 60:1 e 3). Essas passagens InostralI1. que J"ehovah zrranifesta a sua presença através de Israel rrrearrro, e não Irrde.pe n derrterrrerrte . A gloria de Israel é a gloria de. J"ehovah. O Israel. glorificado reflecte a gloria de .1ehovab. Assim. diz o Senhor: O trabalho do Egypto, e o corrrrrrer-cto dos ethiopes, e dos sabeus, Irorrrems dalta estatura, se passarão para ti, e serão teus; irão atrás de ti, passarão -ern . grilhões, e a ti se prostrarão far-te. ão as suas aupp lícas diante de ti, dizendo: Devéras Deus está -ern ti, e rrerrb urra outro deus ha rrrads , Verdadeiramente tu és o Dems que se encobre, o Deus de Israel, o Salvador." (Isa. 45 :14-15) . Devcrnos notar de p asaagern que o lugar de Israel glorificado e onde Deus ,está presente, é aqui na terra. Deus desce, seu tabernaculo está entre os Irorne.ns ; os Irorrrerrs não são transportados para o céus. A terra é transfigurada pela presença de· .Jehovah, por-ém perzn arreoe, a hahitação do Irorrserrr , Agora o fer-rrro que expriDle a condição exigida por Jehovah,. do povo pelo concerto,. é o tea-rrro justo. Seria conveniente notar aqui a differença entre .Justo e Santo. O térrno sarrto, corrio já observámos, indica sepa.ração dornundo e consagração e -dedicação a Deus. Santo então indica estar dentro do concerto. O termo' não tern significação p ur-arrrerrte lDoral;quer dizer, pertencer a J"ehovah ou estar dentro do concerto. O termo sarrto indica a relação para COD1 .Jehovah. O terIDO justo por sua vez exprime a oondição .mor-al do povo diante de Deus. Isaias no priIneiro capitulo exclalua: uCOlllO se 'fez prostituta a cidade fiel! eIla que estava cheia de juizo, justiça habitava nella, rrras agora IrolD.icidas." (Isa. t :21). Mais tarde, p.or-érn, falando de Israel restaurado elle diz: UE todos os do teu povo serão justos,. para aerrrpr-e herdarão a terra; serão renovos por IDiDl. planlados, obra -das rrrízrhus rrrãoa, para que seja glorificado.'" (Isa. 60 :21) . "A ordenar aos . tristes de Sião que se lhes dê or-narnen to por cinza, oleo· de gozo por tristeza, vestidura de louvor por espirito angustiado; para que se cb.arnern carválhos de justiça, planU
DO VELHO ,TESTAMENTO lados do Senhor, para que seja ,glorificadQ." "Poréql vós SEftia .chamados· sacerdotes .do Senhor, e vos ~1n&. rio ministros de nosso Deus: comereisa ab~~c14 'das naçõe~ ,e na . sua gloriavas gloríarela." ." G~o-Qle muito DO SeDh.or, a minha alma se alegra.nomeu QeWJ:·, porque mevestíu de vestidos de salvação, me Q9brju com omanto de justiça, como quando o noiv«), se.,PI"O'. com atavio sacerdotal, e como a noiva se enfeita .eom a,s suas [oías.." (lsa. 61:3, 6 elO). Isto é UIIla idéa ge»al portanto vamos examinar mais de perto o-termo j.to - afim de conhecer melhor a sua significação. . , E' bem difficile~egar á idéa original de muitoa te..., mos usados no Hehraíco devido ao factoqlle,muitoa des , seus termos, tinham, primeíramente, uma signíficatão' physica e só depois .adquíríu a sua signifieaçãoethica: ou moral. Este termo justo é um dellea.Hoj~quan40. falamos de uma pessoa "baixa" este qualüioative, pode ter um significado physíco, e outro moral. Assim foram muitos termos empregados no Hebraico, Embora o termo "justo" no principio tivesse.ma significaçãophysica, mais tarde veio asignifiear tambem eataralguem com a razão ou estar ao lado~do ".tli.. reito," estar dentro da lei. E' uma idéalega1.· SU:ppo! nhamos por exemplo, que um homem esta ',seildo';prbcessado perante a lei, porém é achada que elle 'está 'eoDl, a razão. 'A lei,então, não pode c()nde~ar este justo. "Todas as usçêesseeougreguem [untamentece os povos sereunam; quem dentre elles pode annllnciaristof~ê'fa" zer-nos ouviras coisas antigas ?produzam 8S suae testemunhas, para que justifiquem, e se ouça. e se ·diga :' ., verdade é." (Isa , 43 :9) . . Agora acllar que o homem está comarazãQ.,pu q~ está ao lad9'do "direito" não quer dizer que o talhpJQeRl' é puro de vida e justa no sentido de que,coDta o"'Q~ racterv.nada ha .que o desabone. Justo simp~ltlQ!'lAte. quer díaer que naquillo em que o·homem e~ sendo, -.e-., cusado, 'está com a razão a seu' favor, portanto J;1ão·.84 podacondemná-lo; neste ponto é justo. "Eis, .que iA, tenho ordenado a minha causa, e sei queeereí .achado justo. ' Qu~ éo que contenderá commigo? se.eu agora meeal__sse, daria o espirito." (Job. 13:18-1&) .Pareee que esta éa ídéa- geral do termo justo. A lei q.qp~ sidera a pessoa justa quando não ha !llotivopara.a condémnaçâo diante da propríaIei..
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BIBLICA
Esta concepção legal do termo tinha multíplas applicações. A questão de que a pessoa está sendo accusada pode ser uma questão de pouca importancia ou pode ser a questão mais grave da sua vida. Tambem estar com a razão pode referir-se a uma declaração, como verdadeira ou não; ou pode referir-se a um costume ou questão moral ou á sua relação com Deus. "E conheceu-os Judah, e disse: Mais justa é eUa do que eu, porquanto não a tenho dado a Selah meu filho. E nunca mais a conheceu." (Gen. 38 :26). "E não entres em juizo com o teu servo, porque á tua vista não se achara justo nenhum vivente" (Psa, 143:2). Esta idéa do Psalmista é a mesma do Novo Testamento. Tambem é claro segundo essas passagens citadas que o padrão é variavel. A idéa porém é que a pessoa é considerada justa, seja qual fôr a causa ou padrão, desde que, sendo julgada, é achada com a razão a seu favor.
5. Justiça no Povo. O Velho Testamento complctà a sua idéa do estado final, a perfeição do Reino de Deus e a sua universalidade, mais no lado externo, isto é, nos eventos e nas relações das nações do mundo, umas com as outras, e com o Reino de Deus. Os varios prophetas differem um do outro, como as relações de Israel com as demais nações haviam de ser ajustadas. Todos, porém, concordam na idéa de que as nações pagãs haviam de sentir o poder e su1>metterem-se ao Reino de. Jehovah. Da mesma maneira as relações das diversas elasses dentro de Israel serão ajustadas. Todo o mal será julgado e destruido e o povo será um povo justo. E junto com a perfeição do Reino chega tambem a perfeição de toda a oriação. A terra dará ao homem o seu sustento. "Haverá um punhado de trigo na terra sobre as cabeças dos montes; o seu fruto se abalará com o Libano, e os da cidade florescerão como erva da terra." (Psa. 72:16). "O deserto e os lugares seccos se alegrarão disto; e o ermo exultará e florescerá como a rosa." (Isa , 35:1). Todos reconhecem o facto de que as prophecias do Velho Testamento foram escriptas do ponto de vista de Deus, e as demais nações estavam fõra , Neste ponto porém devemos exercer muito cuidado porque aos pou- _ cos Israel mesmo foi ficando fóra do concerto e no tem-
po do aposloloPaulo·sé o "resto" foi considerado o v.,. dadeiro ~ Israel; o qual-parecia estaefõra, como_ 'elemais .nações.. ' Orabavendo notaao como o Velho Te8tâl1:í.~tO ~~pleta,"itol~do eX~ino,suaidéanoReitlQ,quéfê.~~ lndagal:~gora como é que o Velho Testamento ~~~l~- ~ ta a mesma idéa do lado interior ou espirituaI,especial~ menteql.1aIlto á redempção dopeecado, a justiça, 'la :inunortaJiqade. .Ne-ste caso, como em muitos. oütl't:tS; temos' denos satisfazer. com declarações geraes,' espt}, ciaimente' em relação á justiça e á immort~lida~ ~"7 que o Velho Testamento não e um livro .dogntatioo. ..A.. verdade sempre se 'exprime em eventos e f.elos. eoriere.
.
tos. Q. Velho "I'estamento não fornece Jl·pro~pt.s ."~ . doutrinas. Notemos, comtudo, alguma COIsa em gerid sobre a jU8tiÇ~ e aiminortalidaJ;le. '.' .
1. JUst1ç8.,
. Justiça ne Velho Testamento é conducta e nãó 'D,~
cessariamente caracter , Com esta ídé... 4a,jU8ljça~a duas presupposiçõesO) a existencia de Deus, CóDl 'quem oshomens e&tãorelacloB41dos, (2) e a e~nci4 i~e.\\D1. ordemmeeal debaíxo da .qual os homens', .eem~!j;V~~· ver.e ajustar as suas relações. ~sas duas i4éf:t.S~p~ vão juntas.' O 'Velho T~tamento nàd« sabe de :ll~fI.l;~ dem moral qae Dão v~ de Deus; porque Deus;, Oh~~ dor e suatetl;tadO'l' da ,.u.Diiea ordem ID9nU,.".: que' ~~ 1 Agora-po.suir.·.justi~,é ter um procedimento ., 'fl~ . com es_ardell)moral. E' por isto que Israe1-é co~ rado umana(áo,justa em contraste com, as·~.Dft.r çóe8 que Jladas&bem do Deus v~rdadeiJ:Q nem d. "fi' ordem moral. .O indiv-iduo cuja Vida eMá de. . a~J:~ eemessa ordem moral divina é con$iderado,cQDlQ.I'CW+ suindo justiça, O:resgltado disto é queMl,off~~ . ~ peccados ,são, coisas que não-se devem fazu_ I~,! Isto é aqueHa8offeuas' que contradizem, qtI (;OftUUl" ou a cODseienma,oopovo.
. . Justiça então consiste numa attitude J!)oa, pa1'a'doID a constituiÇão eJÔSltente e.iuma eondueta em. ·iumno" com 118 suastrâdiçQes. /Esta idéa de Jusü(* eapliOa,(ÜI. versas coisas. ;(t) Aidea: mostra como é CfUe',adtlBlGa D&VeJIt& Testlinlellto.oshomens defendeu.'. sua::j_ ttçàl e '.té> ;pedIMi& que',Deu8 metlll1O'llreebahec;à e .....
pélando'1Jatá'~'afiin 'de ~~ RUe Os' aja! ... 'a.....
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-: ~.'ith"\~~ct~f>':';~fP;~ir:':t~~
570
THEOLO IA BmUCA
da. "Ouve-me, quando ou clamo, ó eus da minha justiça, na angustia me deste. largueza; em míserícordia de mim e ouve a minha oração." ( sa. 4:1),. "O Senhor julgará os povos; julga-me, Senh r, conforme a minha justiça e conforme a integridade que ha em mim." (Psa. 7:8). "Ouve, Senhor, a justiça, attende ao meu clamor; dá ouvidos á minha oração, que não é feita com labios enganosos." (Psa. 17:1). "Becompensou-me o Senhor conforme a minha justiça, retribuiume conforme a pureza das minhas mãos." (Psa , 18: 20). (2) A idéa mostra tambem porque os homens do Velho Testamento apellam para a justiça de Deus e não tanto para a sua graça como nós hoje. Em geral os homens do Velho Testamento confiavam na justiça de Deus. O que elles queriam era justiça; o que nós queremos hoje é misericordía, é graça.' A idéa da graça, que tanto prevalece no Novo Testamento, só surgiu mais tarde do desenvolvimento do Eterno Proposito de Deus. Eis aqui uma das mais profundas differenças entre o systema do Velho e o do Novo Testamento. Mas afim de fazer justiça aos homens do Velho Testamento precisamos lembrar-nos de que elles esta. vam dentro do concerto, cujas condições estavam bem estabelecidas. Por, isto emquanto elles não violavam essas condições deviam e podiam appellar para a justiça de Deus e ao mesmo tempo destacar a sua propria . justiça. Como já frisamos rnuitas vezes, a sua relação para com Deus não era individual e pessoal porém nacional e legal. Não devemos pensar lambem que por allegarem a justiça divina estejam negando seus peccados , Porque a justiça de Deus não é relacionada com peccado, como o é no Novo Testamento, mas com aquillo que a lei literalmente exigia. E', devéras,notavel como o mesmo santo que confessa o seu peccado, prega a sua propria justiça e pede a Deus que Elle a reconheça e, finalmente, declara que Deus ogalardoou segundo a limpeza das suas mãos. "Confessei-te o meu peccado, e a minha maldade não encobri; dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas trangressões; e tu perdoaste a maldade do meu peccado." (Psa , 32:5). "Senhor, meu Deus,se eu fiz isto, se ha perversidade nas minhas mãos, se paguei com o mal áquelle que tinha paz commigo (antes livrei ao que me opprímia sem causa); Persiga o inimigo a minha alma e alcance-a, calque aos pés
,
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a minh,. v:\4. ~b'~al t~a, e ~duza apó Il.;~,""~' ria..(Selab), ~ ,(P...1:3-5). "Ouve-me. ~,ando,:.·6}~ clamo. ó peuada prlnhajustiça;na~tia.ed~\e lar~.;teD1mi~~l'dia de mim e ouyeamiJlJta,f>i'atç.ã9~ Filhos;~ 1l0ll1ens. até qu,.ndo,oon.eriet~ie·. :1*U.. nha gloria 'epl infanlia?até .quando $Dlareis a .'V.ucl.~~ e buscareisamelltir:a?· (Selah) ." (P8a~ 4:t..~) "Ae~'U-mc;iO Séahorconícrme a Qlinha justiça,~tribuip.-~ COQ(9l1Pe, a p.1)1'~a das mi~ .aã.ós!'J;P~. 18:20). O .1llOSrnoJoh. qUe decla~ serj~() - eJ~~~,e
çonfinnado .por Deus, . confessa, taIDbem. 08 seua.peeêâ.doa. "Porque Jbb disse: Sou justo; e Deus tirou o Dlé~di.. reíto;" (Joh 34:5) .. "E disse o Senhor aSatan,-: ..01J.. JserVaste tu a meu servo. Job? Porque nfnguemha'llÍl terra similhante a elle, homem sincero e reeto, temente a Deus, e desviand~e do mal." (Job. 1:8) . "Pôtq'Q.e escreves contra mim 'amarguras e me fazes he~dar cu.lpl\S da. mi.~a mocidade 1" (Job:. 13 :26> '. .A j~tiça do Ve1hQ Test$Dlentô pouco se relaciona com: o peCea'do. Em uma palavra só, a justiça no Velho. TestáJri~DtQé uma boa attitu4e para com as obrigações estabé~cidas pelo.ooneerto,é, um .esforço honesto e sincero de '. ""lidar segu~do osprln.c!pios da Ieí de. Deu~. A .em~~aae. ~á' na condueta. ellao no caracter. A ídêa é mats QUm.' nos a mesmaidéa que nós hoje' temos de um. })oJlÍ' Cldadão'.. O bom :clda4ãoé um homem que cumpre hem.. OS seus deveresclvis. Pode ser que o mesmo 'tenha ~1Íi. tos, defeitoS, porém desde que é cumprido}:" dos ,eus' ct. V~fe8 par,cQm a lei do pais, pode-se Chamar' b6iD:, éi.. dadão. Assbn foi 'no Velho Testamento, 'dado '~Uê' as leis eram. diVinas e .não humanas. ." ., : O principio .~und$mental do concerto e., que p~ 08peCQ8dosinvoluntario8 havia perdão.. "E" '~I1l. ,uta,-
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.Ó; '
me.nt~. aDeus, este.sendo p ..el".d.i.oq ue nao ~lesos. c.ha . ma.va.m de.. J~. it..~....~ •' , Deus. Jmto condemnaria pelOí Càdosinvolulltati08.POl'tanto Justiça e ;pa~ ~.ao concerto eram uma co~sa só. Justiça denb:odb!~ to era .oqUé nós bóje chamam09graça~ <> .•~o D*Dlotií1hâ afefim de Jarantir que. o Peus' ;'-01 " setatltbem 'meio de "graça para- OI 'que ~.,:,.... tro dde. E I>e~I' foi chamado dejulto . .ando !~~ '. rificou os fiMpelOl quaea, o concerto foi , , " I "dolo , A", dif~ .principal COD,l o ~•.• (Velho Testamente é· •.. ·tua e_terioridade. A" ~JIIb.~,.1W""" .Ó.
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THEOLOGIABIBLICA
mente estava no exterior, na, conducta e não no caracter. Porém, os prophetas, exigiam junto com a conducta uma altitude de alma que correspondesse á boa oonducta, a qual sempre se referia ás exigencias do concerto. No Velho Testarnento Deus tentou attingir bom caracter através da boa conducta; porém no Novo Testamento Deus garante boa conducta pelo bom caracter. O Novo Nascimento, que é só do Novo Testamento, dá caracter primeiro, exigindo depois que a conducta seja de acordo com o caracter adquirido. Qual é então a 'essencia da justiça ou como é que o homem é justo diante de Deus conforme o Velho Testamento? Praticamente falando, justiça se manifesta na conducta e na attitude da alma para com a Lei de Deus. O Velho Testamento, em geral, não passa além disso. Porém ha certos factos que nos auxiliam a tentar definir mais especif'icarnente a essencia da justiça. Diante daquillo que já foi dito, é quasi desnecessario repetir que a essencia da justiça é um estado de perfeição, ou isenção de peccado , Como já vimos a justiça não se relaciona com opeccado, como no' Novo Testainento, mas, com a lei. Se um individuo é chamado justo, é porque sua conducta, em qualquer occasião, está de acordo com os principios de pied.ade e humanidade estabelecidos pelas ihases do concerto que, Deus fez com a nação. A prova que o justo não é "isento de peccado, encontra-se no facto de que muitas vezes encontramos o "justo" confessando . os seus peccados , "Das profundezas a ti clamo, ó Senhor. Senhor, escuta a minha voz, sejam os teus ouvidos attentos á voz das minhas supplicas. Se Tu, Senhor, observares a "iniquidade, Senhor, quem subsistirá? (Psa , 130 :1-3). "E não entres em juizo com teu servo, porque á tua vista não se achará justo nenhum vivente." (Psa . 143 :2) . "Quando peccarem contra ti (pois não ha homem que não peque), e tu te indignares contra eUes, e os entregares ás mãos do inimigo, para que os que os captivarem os levem em captlveiro á terra do inimigo, quer longe ou perto esteja." (I Reis 8:46). Até o proprio systema sacrificial do Velho Testamento está baseado no facto que o povo era sujeito ao peccado , O concerto foi feito com o povo, tomando Deus a iniciativa. E' que neste concerto Deus se aproxima do
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·be.:
'qua#t
6. JU$tf~, Gmça e Fé .
A:~hám.os !lue a '~enc~a da .justiç,ai~a.~~:~~t~tu" d410'u .da .naça,o ou .~(l'pessoa, que COrrt1~~ond!a!~~ ~e~ .
sejos de ,P~us emrela~Q a Israel. C~~o J4 Vlln.os~ pelo concerto, Deus queria, chegar bem perto ~e, Isrllele.cor" respollde~do.a .es.te.~~ejo. d~via haver,~ ~wr.pa~ted~1107 mem, ansia de ,a~eI~~~.a Deus e de ~~qê"lo na: ,mll~~ íntímacommuahão possível, considerando' a relaçã~quê. existia entre o. povo e Deus.rrelação numabase.e,ontra7 ctual .ou Iegal ... Ep1es~o,as~.u~.n.d~ ~~~aJ~~tiltiq~'~!~,ll' com 1>;t}us e os.seua desejos;o indivíduo podull.ey~r~a vida.de grand:e,varle4ade"isto é, 'uma vidll'c~actet~~tlá poe.muítas ~Pêrf,eiçõ.ese.a!é demuitos peCc~l(J~'v'~lun"," tarios..Não' laaViana relação .conttacmàl; aqll~n~~ que ,DÓs,boje, encontramos no evangelho enti. rél8&ió pessoal que existeentre Deus e. ocrente,pq~;mei~f 'df' Espirito Santo. Desde porém queohomemdo Vélhó T..tamento ..8em,osn,tva q~ejoso de viver' em CplnD1U" nhão com .Deua.e de corresponder aos .esforços~h1hq~ em. se ... u. fav.or.,~f . oi . co .• _n.8k.·.•4.er.a,d.·o justo.. ,. Pois.s.~,a. .•. j.. us.'ti~.'..l,.·.oo . . n-.· sístía nesta a ttit~~ .DJlra co~ Deus. ,'E, co~o' j4, .:n,~'j m~dentrpde~ta áttítude havia margempara m~1~~l7 sa não permit~d,a.ao.crente de hoje. Sóos~~:«()s. gr?a'eiro~e.~"!icadolJ ,volun.tariamt:nt~,'p~ocatl~ ~JclOla.trtll, podiam ~lloc,ar o indiVld:~ e~ ~!J~ ~~i des serias comDeus; Isto e, só ospeccados (9Ué:~~~~am
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á Deus
THEOLOGIA
BIBLICA
os seus direitos adquiridos, collocavam o individuo fóra do concerto onde não havia mais sacrifício para o peccado. Agora, os termos que exprimiam as duas Idéas -" a da aproximação de Deus ao homem e da aceeitação de Deus e dos seus planos por parte do homem são os termos' GRAÇA E FE'. Graça era a essencía da attitude de Deus para com o homem; e Fé era a essencía da attitude do homem para com Deus. E, como já vimos, essa mesma attitude do homem para com Deus é a essenoía da justiça humana. A questão, pois, não era tanto o que o homem realmente era,mas o que desejava ser; e é isto que a attitude acima mencionada exprimia ou significava. Naturalmente o conteudo destes termos Graça e Fé variam de época em época, porém as attitudes expressas por elles permaneciam. Segundo o Velho Testamento, então, o homem podia ser considerado justo de dois pontos de vista: (1) do ponto de vista dos seus actos individuaes em relação á lei ou (2) do ponto de vista da sua vida em geralou da sua attítude geral, ou ainda na direcção dada á sua vida. A justiça, que acabamos de discutir, baseava-se neste ultimo ponto de vista. Os aetos, muitas, vezes, eram contrários á attitude geral da vida, mas mesmo assim o homem tinha a sua justiça, a qual estava na SUa attitude geral para com Deus. Mas é assim só em relação ao homem dentro do concerto. Porque o facto de estar dentro do concerto implicava que o individuo tinha altitude de fé para com Deus. Nisto se achava a essencia da sua boa relação para com Deus; isto é, sua resposta pela fé á Graça de Deus ou á 'aproximação de Deus ao homem. Agora, os actos bons e justos que tal pessoa praticava eram' manifestações desta attitude expressa pela fé. O concerto foi feito com o povo todo e as suas bençãos attingiram ao individuo como membro da nação. O individuo, porém como já foi dito, devia exibir, por sua parte, a mesma attitude da nação para com Deus. Quando Deus fez o concerto, a nação o aeceitou com todos os seus designios e . condições . A nação fez-se povo de Deus, e Deus se tornou o Deus do povo. Isto o individuo tambem tinha que fazer a fim de gozar as bençãos promettidas á nação. Mas é só nos ultimos prophetas como Jeremias, que o individuo é grande-
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THEOLOGIA
BIBLICA
certo o Indivíduo ou os individuos idólatras. Tal ata titude dos individuas annullava tudo quanto o concerto visava tanto por parte de Deus como por parte do homem. A idolatria annullava o plano todo. ·A· mesma idéa prevalecia em relação aosystema sacrifíolal , Para o peccado de idolatria, não havia sacrificios. O sacrificio só valia dentro do concerto e para os peccados commettidos involuntariamente. Peceados commettidos: voluntariamente annullavam todos os effeitos do concerto e, naturalmente, não podiam ser perdoados ou cobertos pelos meios apontados no concerto. Agora, afim de remover uma das causas dos peccados que podiam ser perdoados, isto é, a 'ignorancia, Deus deu a lei. A lei foi dada ao povo dentro do concerto. A lei foi uma regra de vida, foi um guia do homem que já estava em boa relação com Deus. Afim de que o homem soubesse andar direito, Deus lhe deu a SUa lei. A lei, por fóra, tinha o mesmo fim que a palavra, por dentro. "A tua palavra tenho eu escondido no meu coração, para não peccar contra ti. Bemdito és tu, ó Senhor; ensina-me os teus estatutos. Com os meus labios declarei todos os juizos da tua boeca . Folguei tanto no caminho dos teus testemunhos, como em todas as riquezas. Meditarei DOS teus preceitos, e terei respeito aos teus caminhos. Recrear-me-ei nos teus estatutos: não me esquecerei da tua palavra" (Psa , 119:11-16). A Lei é Iuz , A Lei é caminho. A Lei é guia. Pela lei Deus ensinou o seu povo a andar no seu caminho. Era natural que muitas vezes o povo não sabia como devia proceder. Deus então dizia na lei, não faça isto, não faça aquillo ou faça isto ou faça aquillo. A Lei, no Velho Testamento; tem a mesma funcção que teem as regras na aprendizagem de .musica ou em qualquer outra disciplina. Lei é' caminho traçado. Os sacrificios tiravam os peccados, commettidos contra a vontade do Individuo, e a lei dava lições sobre a maneira do homem conduzir-se dentro do concerto. . Aquelle que se conduzia segundo a lei, segundo o caminho traçado por Deus, era justo, e em parte foi justificado pela obra; porque a-fé sem obra nada valia ou, em outras palavras, a fé que não produz resultados é uma fé morta. "Bem vês que a fé cooperou com as
"'8 obras, te, que a fé foiapert'._d" '..... DtJl"N.,· i; 0QlJlpdMose :BAcriptqra, que diz :·E ~'" [Ab~ ,.. 4\ D~qj.:e foi-lher;Unplltado á juatiça,
"
e
foi,çbam.49.~
go . d.e~ Deu...VêdeIJ então, que {o bolll~ é ,juatlfiQdi) pelas ~bI:••. ~:Ilio!sóm~te pela. fé 1"· (~iIJgo.:2 :~~ '"' Pc)réIu :.v....s e!..otar que tal pee8Qa· ~"Unha<.a :4'é:;.· quefuia ~·.a já. estavll na reJaçâ()!de cr.llt§,." quem !eré.,pQl', já estardeQtto docpn~~tpt pel9 \lMçj~ menta phyaico.,E'justaJDente ,assimllO:Ve1ho 'J;~~ JIlento.. · AI1tea de fazer qualquer hoa4~~r-a o'Cr~ll~.dtl Velho Ttl"~oest.va já dentro do co~ItQ ,.AU! ,oop.;
.1Il"·
fUcto.
,Ha uma, outra coisa
, "
,
"
.
ne,taÇ()n~~o (lllem~eçe ilJlR\l~~ ep.1];"elação ~",~ dentro ~·
a·.l108Sa attenção .. Isto é, a. questão, de jl1s,tiça
Vanl08e~Dar esta
ídéa, primeiro dívíduo . Jávimo8 que o individuo .dR· . to, por. meio. dos s_crificias, podia manter-lte:ptJ.i· &r~ de Deus. Porém com o desenvolvimento da,r~~~ ção, Junto com uma .idiéa mais profunda da nature•• ClQ peccado -e das suas consequencias, - a separação,
'.
378
THEOLOGIA iUBLICA
mado, e em peccado me concebeu minha mãe." "Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espirito reoto." "Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha lingua louvará altamente a tua justiça." "Ossacríficíos para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebratando e contrito não desprezarás, Deus." O Psalmista reconhece que realmente os sacrificios de animaes não servem para tirar qualquer peccado ou mancha do espirito humano. Só Deus pode justificar, só Deus pode dar a paz. Nota-se isto tambem nos pro. phetas relativamente á nação. Segundo os prophetas, a nação era incuravelmente peccaminosa; tinha quebrado o concerto, portanto, justiça, do ponto de vista do concerto, não era mais possivel. Só um novo concerto podia salvar a situação. E mesmo assim, o perdão devia vir de Deus ou o povo seria condemnado. Vemos isto claramente em Jeremias. Elle começa a pregar a necessidade do arrependimento. Só peloarrependimento é que podia ser evitada a grande calamidade. Mas no meio desta pregação surge a questão, será que elles são capazes de arrependimento? Será que o povo tem a capacidade de fazer o que se exige delles? "Pode o Ethíope mudar a pelle ou o leopardo as suas manchas?' nesse caso tambem vós podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal." (Jer. 13:23). Já vê que não ha mais esperança no homem, ou no povo. Sómente em Deus pode achar-se a verdadeira justiça. "Nos. seus dias Judah será salvo, e Israel' habitará seguro: e este será o seu nome com que o nomearão: O SENHOR, JUSTIÇA NOSSA" . (Jer. ó
23:6). Era por isto que o propheta tomou refugio :e achou consolação num novo concerto em que Deus imputava justiça. "E não ensinará alguem mais a seu proximo•. nem alguem a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor: porque todos me conhecerão, desde o mais pe-queno delIes ate ao maior delles, diz o Senhor: porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus peccados." (Jer , 31:34) . Segundo estes ensinos o individuo não podia ser justo, porém, só justificado por Deus quando Deus' lhe imputasse a sua propria justiça em troco da sua fé. E' exactamente isto o que temos no Novo Testamento.
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7. SollrilllBRto e Imputação. Em: I ret*çlo 80s soffrimentos e' áimputaçiQ.,.dos: ~do8'batlnt desenvohimento no VelboTeHu.aeu.. to. NOSlJrime4"osescriptos essas quest6e& nio·. . . ~râm .8r.!Jl~ importan~i~. . Todavia ,encontramos'. l(lêa qneDeu8 'Yi8itava a lmqwdade dos paes'., . . fi.. lhos, att1 l.:.e;ree,ira eá quarta geração. ~ Não te eaClll'. varás a !eDa$ bem ..'servirás: porque eu, o SeBIIor'teu Deus, sóo. DêuszelO8O, que visito a maldade ~:paes nos filllol, .atê.á tetceita e quarta geração :~ que ,me·labo~m." ~E][o.20:5). .pare .. ce.que:. l~ fo.i que ~re"amanetra Os paes eram puDidóe...... fl-
Ih08~ 'E'clBr'G' que aquestãonâo é 4ilCutiCl.'ou~. sentáda·· dO'pt)ntb de .viRia' .dos filhos. E',apr. .taclQ. do pont~). vista, ~pQes; porque a idéa:" :unidade4a familia fé~ftdementeaccentuada.. Na~ptiea~ que Jeremias viveu. qu8.Ddo a "ação do' indiViduo para com Deus foi largamentcl;'''' eutida., Il.tllr'al voltar a considerar' elta :questio da úilp"~i() dos peceados dos paes 801 filbOl ~. ,'Por isso tod~s os eseríptotes eprophetas desta époeatra. tam .<1~ta. . q~tão. Pareee que o povo' desta 'ipoca peDBava!e8tBt' soffrendo 'por causa dos peooadois dOs séus~epaiJsados, ,porqoo disseram ~. ~Oe paes, COlIl&ram uvas verdes, . ~os dentes doafilhol se ~~ ram. tt !,(J~.. St:29)'. .Com esta ídéa o pO"90 se':,'-al.. pava ~, !naturalmente~ isto renecü&sOO're a iutlfa,'de Deus. J~mjjs reeonheeeu qUe" emttàlpos,pe••adeJI o meth~ deDeut era este mesmo, detnltarco.-· .... raelooijro úmaunidade e .não eom 08 indl.t..... 'N1l-.
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THEOLOGIA
BIBLICA
turalmente este methodo não deu lugar para direitos individuaes. Porém Jeremias fala do tempo quando não seria mais assim. "Naquelles dias nunca mais dirão: Os paes comeram' as uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram. Mas cada um morrerá pela sua iniquidade; de todo o homem que comer as uvas verdes os dentes se embotaram. Eis que dias veem, diz o Senhor, em que farei um concerto novo com a casa de Israel e com a casa de J udah . Não conforme o concerto que fiz com seus paes, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egypto; porque elles, invalidaram o meu concerto ainda que me desposei com el'les, diz o Senhor. Mas este é o concerto que farei com a casa de Israel depois daquelles dias, diz' o Senhor; Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; .e lhes serei a eIles por Deus e elles me serão a mim por povo. E não ensinará alguém mais a seu próximo, nem alguema seu irmão, dizendo : Conhecei ao Senhor, porque todos me conhecerão, desde o mais pequeno delles até ao maior delles, diz o Senhor; porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus peccados. (Jer , 31 ::,29-34) . Jeremias diz que o velho methodo caducará, será , posto ao lado, porque o novo methodo ou concerto será feito entre o individuo e Deus, e não mais entre Deus ecollectividade. O velho systema acabar'ía : Tudo quanto distinguiu a Israel das demais, nações, sua organização externa, sua redempção ,e salvação, suas ordens de prophetas. Os homens não se lembrariam mais da arca do concerto; efles não ensinariam mais cada um ao seu proximo; a lei e as ordenanças não seriam mais coisas externas. Tudo isso havia de acabar coma introducção do novoconoorto, quando a lei seria escripta no coração de cada Indíviduo desde o mais pequeno até ao maior delles". Ezequiel tambem discute esta questão. "Que tendes vós, vós que dizeis esta parabola da terra de Israel, dizendo: Os paes comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se ,embotaram ?" (Ezeq. 18 :2) . A solução do problema dado por Ezequiel é a mesma. offerecida por Jeremias. "Vivo eu, diz o Senhor JEHOVíAH,. que nunca mais direis esta parabola em Israel. Eis que todas as almas são' minhas; como o é a alma do pae assim tambem a alma do filho é miuha : a alma que l
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com vesticio, se'Dio der o seu dinheiro.;,Il~a,.;e,iJl~(} receber demais, se desviar a SUa mão dajQ8Uça,;~.{b~ verdadeiro jui:&Q; ep.tre. homem e homelll,'se Jlndar nos meln,J _atQtos,.;.~ guardar oameus juizo,,~p~.~a:r segundo a Y~dade,oW .ju..sto certamente viverá" ;0 Senhpr.,JFJJOV4H!' (E~q. 18:8-9). ' .... , . .' . . Job tambem J;epu«\iaoprincipio dos filho,s,s()t~ rem ~lo~pe~(1Qsde seus paes._ Elle ·a~~l•..~~~à: o facto:
do: . ~J)e~eD~us c~J~tigar, ~ ho~em lIJestri().~e depoís ~aDl0rt~,o ~~Jlletn p~o cUlda.m~!s'lo.~a~:~o~~ desta VIda." Isto é, a pumçao dos fIlhos nao ~t!te de forma algUlUasop~e'os mortos' "Vêde ;~OJiéYpqà'é o seu bem n,o,AAtá;'ua '.mão delles:e~têja 'l()~âe de 'IIlimoeoD~elh;o ;4~ iippios I Quant~~ vezes' suêdé,de ql;l;e se ~paga a:" c~d~a dos impios, e lbeâ' sobr~'Vê#i sua destrqiç~Qle Deds na sua ira Ihes 'r,epart~ ({6toeB! Porque s~q.~p)o .~. p~lb~ diante do velító:".~,~~·.a ptaga~'l\que;WF~bllt •. o r~demoinho. Il'êtispatif* a
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:~I;~Ql='\b't:v=~I~::, r"ull::' :~~ t~~lü~
'rÇ>r. doTod
sua .cas,., .dep0l$ der stcoJ;tandô-se.lhe '. ~.,' lUIJne-ro' b seus p1t~lJes? '~orvel1túi'a. Deus se eriéinwlà gHéfu5a~ a.Eneqt:J,e)~lg,· os exeelsos? Este morré nafb~·.·d~ Rua pleni~lude,"~'tàndo tOtlo quíetó e so~gad(J;';,: Os. seus }jalileS'. estíH cheiÓ$ de' leite, e' os . 8elD .: osSóS 'eátld
~R~do':;d~ :tUtá~08.~ •,l{ iQ,iitro morre, ao ~i)Jit##10' "'n~ . ~m:~r~r~! .~~ .seu. cRl'.çã~ nãQ ha.!~do ;... rP~~~b ";~() ~\Jn; }lJPtame~.t~,J~mJlopó,~ '~i b~~li~sj:os.~~~"" E~'Slg~~.çql,)h~elt~#1()S,v~~sos ,pénsantenlqs,: ~"ÓfJ~!f intê~,t?I,"~c,~~ ~~n~ .: inj ~stilhíeri~ me . f a.têis:· \tiR1éill~fil:., ~orque di~~ ,:, Q~de .:~sh\acasa .c!o prlnç1~ f" ~'b~8e' á,sl'pcfa .cf~!'Jit()wr4a~ .dQs inlpios? . Pót'v~t1ijtA'ojJrtA& pérguntáeií CWbs(H4bê I\ásSlllit" peI(feami~~1 v 'eH~TC;if
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nheceis os seus signaes? Que o mau é preservado para o dia da destruição; e são levados no dia do furor. Quem accusará diante delle o seu caminho? e quem lhe dará o pago do que faz? Finahnente é levado ás sepulturas, e vigia no montão. Os torrões do valle lhe são doces, e attrahea si a todo o homem; e diante de si ha innumeraveis. Como pois meconsolaés com vaidade? pois nas vossas respostas ainda resta a transçessão." (Job. 21 :16-34) . O que tornou esta questão tão difficil e tão urgente .a sua solução, foi a idéa que a verdadeira relação de Deus para com o homem sempre se revelava na oondíção material do homem. O soffredor era peccador ou o peccador havia se soffrer nesta vida as consequencias do seu peccado. O soffrimento sempre indicava a ira de Deus. E' claro que ainda não havia a dístincção entre as providencias externas de Deus e o seu verdadeiro intento para com os homens. A prosperidade andava de mãos dadas com a piedade e a falta de prosperidade indicava peccados ou· falta de piedade. O PsaImo 73 está baseado neste ponto. "Verdadeiramente bom é Deus para com Israel, para com os limpos de coração. Emquanto ti. mim os meus pés quasi que se desviaram; pouco faltou para que escorregassem os meus passos. Pois eu tinha invej a dos loucos, quando via a prosperidade dos impios. Porque não ha apertos na sua morte, mas firme está a sua força. Não se acham em trabalhos como outra gente, nem são aff1ictos como outros homens. Pelo que a soberba os cerca como um collar; vestem-se de violencia como de adorno. Os olhos delles estão inchados de gordura: elles teem mais do que o coração podia de. sejar. São corrompidos e tratam maliciosamente, de oppressão falam arrogantemente. Põem as suas boccas contra os céus, e as suas línguas andam pela terra. Pelo que o seu povo volta aqui, e águas de copo cheio se lhes espremem. E dizem: Como o sabe Deus? ou ha conhecimento no Altíssimo? Eis que estes são impios, e prosperam no mundo; augmentam em riquezas." "Quando pensava em entender isto, foi para mim muito doloroso;" "Até que .entrei no sanctuario de Deus: então entendi eu o fim deUes." (Psa 73:1.12 e 16-17).
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.00 .:YRJfO·lD8'fMlENTO . ·No livro .te JOb Vetrl08WU esforço ..ui.__ ,.,~ crear UDIa:di8tiJlcP.o·dara entre a verja~, AI.ttkide de éDeUl para ,com o iBdividuo esu.. lpro. . . . . , tomad..· noreiDe material. . Mas a dlfliQuld* • Job foiqueelle deu o·.,me de Deus du.· ~ que qaeriadistiDguir e appeUava de '\UII para.o . . .~ O' ~us da ·pl'ttrideneiâ: parecia.lIie contrarió_ ,DeUI com quein' e&tavaem- boasrelaç6es.. Job, :consi"',,se- Ianoeente e 'sentia que. Deus estavaRO ···seul....,. Porem ·a. pro\1deneias de Deus, segando asW_''-· muns áquel1es dias, deram testemunho contftlt!id..... .tão lolte era a sua fé que sempre veDOdtea", dlfieuldade, "Sabei agora que Deus é o que me.tru*1"IOJI. e com a 8ua rede me cercou ~Eis que ,01.-0:. V:ioI.. cia; porém, nió sou ouvido; grito:' 8QeeorJ'C); ...... oãolla juatiça.· O meu camiDhoentmneheitou. .e ji' não po~pa.... e. D8à minhaaveredu ,p6s tre:v"-. Da ,minha honra me 'de8pujeu; e tirou.me t co~ • • DIta ·C8Mça. Derribou--me elle em 'roda, e eu me vQu. e arranoou·a mimaa esperança, comoumaU'!Yo~. E fez inflammar contra mim.a·sua ira, i!' DI. '=.'~': para comiso.como ·,a seus inimigos.·' ·'untas· a8 8U88 trop-.e preparal'am contra mim oaea·ieaaai.. nlio,ese acamparaID ao redor da ~nda~'"·V.
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agora como lob oonfia em Deus com quem''• • j·'COIIJo ôlUDhãoó '.. HQ\temme tl8"aagoraJ que as.~·i". lavras se escreveueín!;quem me déra, 'q~ se·lta. .
sem num '~lE;~Qom peDD8àe Iterm.écorti elmmho paraMtQ.pre fosaem esculpidas na, rodlal.~· que eu sei que o meu Redem,ptor ,vive. e 41Iteatuã em pé'DOdeI1nde" di4:lObl'e,o pó. tE depois de~··. minha . pene. ;comiudo deIde a miDha ,carne 'Y8l"tlÍ' • Deus, a .quemeu· .verei por mim mamo,' e.';_ _ OÜloa o' verão, enio.outro: e por ieso· • . •eqa ~. CODSGmeal ..·.IlO· :meu· ·Ieio. . Na 'ftMade..•. qae ,diaer:Po.... b ,..epimos? POis arai,IC da ~ se acha em mim." ':(J&b. -19:6-12. '. ....) •. Deade·que .• proRd.eDâ.a .de Deus' .. ,1IlUIldp ~.ate. riaI iD.c:IWo~ ....o.e1léapensava"'a .... ·rJ ·,.a:a com ·0 .WiVidb.o. ,a. havia mais rezá01·• . De . • 'fBllóa.-.peccdOl dOlpllee.~,,~ pregava ai OêceMida.~,deum.amudaJlça poato.! . S···..... '.OYO COD.....Mit(......
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que,. de uma certa maneira, o peccado de um sempre envolvia os outros, porém é necessario reconhecer a dístíncção que ha entre as providencias de Deus no mundo material e a sua relação verdadeira para eom o coração do individuo. A providencia pode ter oca.. racter ou feição de punição quando o fim de toda a expressão da ira de Deus, é de revelar o seu grande amor em querer chegar o soffredor mais perto delle por meio destes soffrimentos. A salvação portanto devia ser distinguida da condição material do homem - assim pregava Jeremias. A elevação do individuo a um nível bem alto e o aeto de constituir elle a unidade religiosa, em vez da nação, grandemente modificou a condição em que se achava antes desta importante mudança. Sem duvida a nação foi composta de individuos e os ensinos dados á nação visavam-nos tambem; ha porém uma grande differença entre abençoar o individuo através da nação e levar as hençãos á nação através dos indlviduos , E' justamente nos Psalmos e nos Proverbios que encontramos mais desenvolvidas essas idéas àcerca do individuo, e sem duvida, foi. a dissolução da nação que em grande parte o descobriu, e lhe deu este lugar de destaque. E neste facto temos umas das mais' bellas providencias de Deus, que desta maneira preparou o mundo para a recepção do seu Filho unigenito numa base individual e numa relação pessoal. No estudo desta questão dos soffrtmentos, foram os prophetas que viram a verdadeira explicação das muitas calamidades nacionaes. Elles viram que as nações pagãs que levaram Israel para o captiveiro eram apenas instrumentos na mão de Deus para a realização dos seus intentos não somente em relação a Israel mas em relação ao mundo todo. "Ai da Assyria 1 a vara da minha ira: porque a minha indignação é o bordão nas suas mãos." (Isa. 10 :5) . Isto acontecia não obstante ser Israel um povo justo e temente a Deus. O prohlema dos soffrimentos occupava muito a mente dos prophetas em Israel, especialmente de Jeremias em diante. Ha um livro inteiro dedicado ao estudo desta questão, é o livro de Job. Os soffrimentos do individuo recto estão exhihidos neste livro. -Joh é um exemplo de uma grande classe. A solução proposta
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, . ..... é que,os ;lIDffriatetdes 1Iio·&ão, . . . . ., . pêteado, porque ,J_ -eea lI!il Mme1n botll ... "H"',. .
..-m·, Da'tMd'm de lJz; ;eujo 1lOIIle era Ielb;; -e .o(Ift: . . . . "em··si.ncato, neto e .tel1Ie1llie·s· Deus-e domai.;" 1Job. 1 :"1).. 6s soffrimel1toa. port , .. lDais provas de..;.tiça do 1IUe soffTimen_ por ' .
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ct :i.di~due _pportawc __ i-' prmas, ...-iorBeria a suafeIicidaêe quandopa....... "E O· SeBb6r Virau O e~eiro .de Joh, quaBdo
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tro ta'" qWlllto dantes possuía. Então vieram a elle todos os seus in.JIã08, e todas as suas irmãs, e .~ ·quantosdutel o CQDheoeFam, e comeram ~JIl.eUe pão em sua oaaa,e 8e 'condoeram delle, e. o CQDsolaram : áee~ade t""o mal que o Senhor lhe havia enYiadd:.,e cada um dell. Ble-deu. uma peça .de dinheiro e cada um, ua.peodeote de oWo. E assim abençoou Q ·Senhor ao.. ultimo, estado·de .100, mais do que O' prime:ir.o; .,..,. que· teve ·quatorze Blil Gvelhas, e seis mil caDM1OB}. juntas de bois, e mil jum.entas. Tambem' teve sete li... lhos 'C três lübas. E chamou o nome daprimeir.a lemi· Da. ie O· DOme da
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THEOLOGIA
BmLICA
e opprúnido. Porém. elle foi ferido pelas nossas transgressões, o castigo que nos traz a paz estava sobre .edle, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andavam.os desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho: porém o Senhor fez cair sobre elle a" iniquidade de nós todos. Exigindo-se-Ihe, ellefoi oppriJnido, porém. não abriu a sua bocca; COIIlO cordeiro foi levado ao rrra.ta.doarro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim. não abriu a sua boc.ca (Isa. 53: 3-7). Este é o Messias. A través dos esforços feitos para achar urrra solução á questão dos soffriInentos, peidemos notar um certo peogresso para Ullla verdade que no Novo Teatarnerrto é m.uito bem oonhecida. A verdade é esta: nem. todo o Israel é do verdadeiro Israel. ~"Não;porém., que a palavra de Deus haja faltado, porque rrern todos os que são de Israel são israelitas." (Horn, 9 :6) . Dentro da nação toda ha um. circulo bem menor que ahrange os "" verdadeiros filhos de Israel" ~ Agora é a luz deste verdadeiro Israel que. vemos completar os desígnios de Deus. Porque neste circulo mesmo a relação de Deus não é tão for-rrral e externa como foi com. a nação. O trato que a nação toda recebeu não revelou a relação de Deus para com este pequeno circulo. Aqui neste circulo a religião estava comptetarnente divorciada das coisas exteriores, residia no coração e consistia num.a relação espiritual para com. .J.ehovah. Era uma relação que não exigia nem. pedia provas externas. A sua gloria consistia no .seu divorcio das coisas rnater-iaea. As calamidades de .Job não eram provas que Deus estava contra si. O -exílio da nação não foi prova que Deus tivesse abandonado o verdadeiro Israel. O estado desappareceu, a religião continuou. Isto parece a nós um.a coisa muito natural, porém, para Israel foi nada m.enos do que uma grande revolu.ção no seu modo de pensar. Uma das idéas fundatnentaes do concerto foi que a relação do povo com ~ehovah sem.pre· se reflectia nas suas ciroumstancias externas. As bençôes externas eram as provas m.ais irrefutaveis do favor divino. A~s vezes Moysés e otrtcos lideres appeIlavam para este. factoafill1 de conseguir' de Deus o .que elles quer-iarn , As calaminades sempre er-am consideradas com.o provas irrefutaveis da ira de Deus. Leia
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cuidadosamente o Psalmo 73 sobre este ponto. Esta 1'& graservia tanto para a nação como para o individuo. Parece qqe;PQr,IJl~ito;tempo não })o~ ~,eIil pensar do favordeBeu& sep'aradó dessas coisas externas. A concepção fundam~_era que Deus é bom para 08_ bons e máu para os maus. Como já vimos, esta 'era a concepção dos amigos do Job. Porém o autor do, livro,· de Job sustentava a idéa de que os soffriâlentos podiam servírdeprovas de justiça tanto da naçio como Individuo. MaS é em Isaias 53 que -enoontramMa verdadeira solução do grande problema, -' a idéadapropielâção pelOs soffrimentos do innooente a bem:dOl'cul~ad08. . O Velho Testamento tem três idéas bem disttnetaS em relações ~os soffrimentos -(I) Os sOffrimeniOs são devidos. -aos peccados da nação, da família edo Indívlduo. "Etranspassaram08 filhos de Israel no aJjaÜJ.ema; porque Acan, fUbo de Carmi, filho de Zal>d!,: fllho de Cera, da tríbu de Judah, tomou do anathema, e a ira do Senhor se accendeu contra os filhos de Israel." (Joáué 7 :1) . (~) Os l1offrimentos são provas da reetidâo da pessoa. Esta idéa é ensinada por Job. "Havia um homem na terra de :Uz, cujo nome era Job; e era este homem sincero, recto e temente a Deus e desviando-sedo mal." "E disse o Senhor a Satanás: ConsideX'Mte tu a meu servo Job? porque ninguem ha na terra .àüni;. lhante a elle, homemsineero e recto, témentea DetaS. e desviando-se do mal." "Mas estende a tua mão, e tooalhe em tudo quanto tem, e verás se te não amaldiçoa na tua face I E disse o Senhor a Satanás: Eis-que tudo quanto tem está na tua mão; sõmente contra elle . não ·estendas a tua mão . E Satanas saiu da presença do SétlliÔ't.,. (Job, 1 :1, . 8, 11.12). (3) Os soffrbnentos são .piato. rios. Bata é a idéa de Isaías. "Verdadeirameo.teene tomou sobre si as DOI8&S enfermidades, e· U DoeI«s dores levou sobre si; e nós o reputav8ID9I por -afflicto. fe.rido de Deus. e opprimido. Porém elle foi feriÃC)~ DOBSas transgressões,. e moído pelas noasaa· iniquidade$.: o castigo que nos tr-.z a paz estava sobree1le, e~las suaspisadur•. lomos 8~dos. TodoaBÓlanda"8JD08 desgarrados como ovelhas; cada um- Ie cielviavapelo Seu caminho: porém. o Senhor fez cair sobre"e11e a i.niqIJ.i.d. de de nós todos." (lsa. 58;(.6). i.
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THBOL~GIA
BIBLICA
DOUTRINA DA REDEMPÇAO A I'eCObciliação 1. Sacerdote Ha quatro grandes figuras no Velho Testamento: o Propheta, o Bei, o Sacerdote e o Servo do Senhor. O ultimo mencionado é, ás vezes, considerado como individuo e, ás vezes, considerado como a nação . O trabalho deste servo do Senhor é levar a verdade divina a todas as nações Este serviço, prestado pelo Servo do Senhor, é um serviço publico e redemptivo. Porém o que torna estas figuras de tão alta ímportanoia são os soffrimentos experimentados por elles na execução da sua vocação de servir ao Senhor. Queremos notar agora é a figura do Sacerdote. E' devéras notavel que no Velho Testamento a funcção do sacerdote não é grandemente redemptivo, como, naturalmente, se devia esperar. Por isto os característicos attribuidos ao sacerdote no Novo Testamento são tirados, não da figura do sacerdote do Velho Testamento, porém da grande, figura do Servo soffredor do Senhor. Estes caracteristicos se acham bem delineados no oapitulo 53 de Isaías. O systema sacrificial do Ve· lho Testamento só se relaciona de um modo geral com a questão da redempção; pois pertencia mais ao. systema ou plano de santificação. Através das Escrípturas, até chegarmos aos ultimos capítulos de Isaías, os sacrificios de animaes não têm plena explicação, porque lhes falta uma certa finalidade. Mas nos ultimos capítulos de Isaías deu-se um passo de maior significação. O sacrificio é transportado da esphera animal para a esphera humana. O Servo Soffredor do Senhor offerece-se em sacrifício para a condemnação do peccado e para a salvação do peccador. Só neste sacrifieío é que ternos uma finalidade que serve de base de uma salvação universal. O termo Sacerdote significa ministro, isto é, um que serve 'a Jehovah no culto ou na adoração ou no pro.. cesso da santificação . o concerto estabeleceu as bases da relação entre Deus e o homem. Pela qual ficou de-
çlarado q~ Deus era, o Deua do povo e'61Jt~~a o PQ"lO • DellS. O terlQ,Q q~ signifieava a CO;IJ.4liçiiA deeIlna-' da nesta relação, em que os homens fica~am aptos p,ara ~reDl servos de Deus, em todos os exercícios do culto, foi "santificar" Esta santificação, em parte, foi effectuada pelo sacrificio de purificação pela qual o pqvo se viu livre do seu peccadopara servir a Deus. Per isto o termo que exprimia essa' condição do povo foi o' de "santo", Como iá sabemos o concerto foi feito com o .povo todo; portanto Israel era uma nação "santa": isto é, nação. dedicada a Jehovah para o Seuserviço. A idéa' de serviço foi um dos elementos essencíaes da idêa de santidade, nopova; porque esta foi a unica maneira' em que o povo podia pertencer a Deus, ísto é como seus adoradores, como seus servos Servir a Jehovah assim é' ser .sacerdote ~ Por "isto a nação toda foi eh~ada "um reino de Sacerdotes" A nação era sacerdote ou. ministro do Senhor. Deus lhe deu um grande e Importante trabalho a fazer. Devemos notar, ainda queeste ministerio, este sacerdocio, distribuía-se a cada indivi· duo, de maneira que cada individuo Israelita tinha os .dlreítos e privilégios de um sacerdote E' necessário não esquecer este facto, pois cloutra forma muitas coisas na história Israelita hão de ficar sem explicação. Israel foi .um povo sacerdotal e idealmente nenhum Israelita tinha privilegíos.especíaea nesta questão de se aproximar e de offerecer sacrífícíos a Jehovah, AtravéS da hístoria de Israel, se encontram díversos indivíduos que aproveitaram estes direitos e »ri. yi1~gios que pertenciam a cada Israelita Cada Israelíta se sentiu com o direito de se aproxim.ar do seu Deus em sacrifícios oHa exemplos frisantes disto, em Gedeão, Manué, pae de Sansão, o rei Saul, David, Sa1&IPáo, .em fim, quando houvesse necessidade o individuo 'fà~ zia o' sacrifício. "E aconteceu, naquella mesma noite. que ,o Senhor lhe disse: Toma o boi de teu pae, a SI},:" ber,o segundo boi de sete. annos: e derriba. o áUar.,d:~ Baal, que é de teu pae; e corta obosquequees.tá aopé delle , Eeclifica ao Senhor teu Deus um altár cume deste. lugar forte, num. lugar. conveniente; e toma o segundo. boi, e. o offerecerás em holocausto com a .Iellh:~ que cortares do bosque Então Gedêon tOD1QU ~ ",~ meus dentre os seus servos, e fez como o Senhor lfte (fis,;. . o
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sua: e succedeu que, temendo elle a casa de seu pae, e os homens daquella cidade, não o fez de dia, mas fêla de noite." (Juizes 6:25-27). Devemos notar, porém, que este privilegio do individuo não impedia que houvesse' uma classe de saeerdotes para a celebração do culto publico e nacional, da mesma maneira que a existencia de uma classe especial não impedia que o individuo fizesse sacrifício. Era mais ou menos como os pregadores hoje em dia. Ha uma classe especial de homens consagrados ao mínisterio cujo dever é pregar publicamente o evangelho. Comtudo a existencia desta classe não priva qualquer individuo de pregar, de annunciar o evangelho. Assim foi com a classe de sacerdotes. O sacerdote foi feito com o povo como uma unidade, e o culto desta unidade foi celebrado num santuario central. Por causa do facto de não' ser possível ao povo todo reunir-se num só lugar para o culto, tornou-se necessario que o povo tivesse seu representante, e o sacerdote o era. O caso aqui é parallelo a uma democracia. Em geral o povo todo de uma democracia não se pode reunir num só lugar e num. só tempo, porém se nomeiam representantes e estes se podem reunir num lugar c num só tempo. O sacerdote então é o representante do povo no acto do culto. Esta é uma .das razões da existenoia de uma classe especial, a dos sacerdotes. Uma outra razão da existencía desta classe especial numa democracia religiosa, era a de melhor ensinar ~ demonstrar as condições mais acceitaveis em que se pode e deve aproximar de Deus num aoto de adoração. Era mais facHaos poucos preencherem as condições verdadeiras do culto do que para uma nação toda cumprir taes exígencías , Não devemos, porém, esquecer que f) direito fundamental de offerecer sacrifícios a Deus pertencia ao povo e só ao sacerdote por ser elle o representante do povo. Israel conforme o plano de Deus era uma democracia religiosa em que havia direitos iguaes sem privilégios espeoiaes. Como j á vimos, a selecção de uma classe sacerdotal para ministros perante Deus se tornou necessária devido ás circumstancias em que o povo foi collocado. Foi neéessario tambem a fim de facilitar a revelação das verdadeiras condições em que o homem podia servir
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diante de Deus ou lhes prestar culto. Os que se aproximavam de Deus, precisavam de um caracter similha.nte ao dElle. Esta condição ou necessidade se não reali.. zada completamente no sacerdocio, ao menos podia ser bem sym.bolizada. Portanto a falta de santidade real na nação santa tornou necessaria a criação de uma classe sacerdotal que serviria diante de Deus como representautes do povo. Na communidade sagrada de Israel e pureza ezíginaI que devia ser sempre mantida estava sendo constantemente manchada pelo peccado e naturalmente, a nação toda, embora tendo necessidade dessa .pureza, sentiu ao m.esmo tempo que o santuario de Jehovah estava no meio de um povo que tinha rmritas impurezas, e que nunca se achava' livre de culpas e falhas.· "En':" tão disse eu: Ai de mim! que vou perecendo, porquanto sou de labias immundos, e habito no meio dum. povo im.m.undo de labios, porque os meus olhos viram. '0 ret, o Senhor dos Exercitos." (Isa , 6:5). Entre a santidade de Jehovah e o povo assim manchado pelo peccado, havia sempre um grande abismo. Tirar a mancha, levar a culpa, resta.urar o povo á graça divina, era o trabalho glorioso e final do sacerdote. A idéa que servia de apoio a esta exigencia do culto a Deus, 'foi a sua santidade, a sua pureza e o seu caracter Imrnaculado. E' claro então que se a classe sacerdotal mantinha para Israel as relações com Jehovah, o proprio Israel.. como um todo, devia tambem manter; esta classe sacer. dotal tinha que possuir, em gráo rnaiselevado a pureza do caracter essencial e communhão com .Jehovah. A fim de gasarrtír isto havia um bem elaborado systema de selecção de sacerdotes. Em primeiro lugar, as bases dessa classe foram muito dilatadas. O santuario de Jehovah foi cercado de um grupo, hem grande, de pessoas especialmente consagradas para o serviço do Senhor. Os sacerdotes rrrais afastados do santuario do Se· nhor estavam assim mesmo, mais proxtmo do que o povo em geral. Naturalmente o grupo de sacerdotes estava mais perto do santuario e da presença do Senhor do que o povo. Depois disto o processo de selecção continuava e o numero destas pessoas especial": mente consagradas foi-se diminuindo e, na proporção que dim.inuia, crescfarn CID rigor as' exigencias do of,,;, ficio sacerdotal; garantindo assim em numero peque-
00 mas em eondições de fazer o. seniço. A ~ . seleeçie-foitte1lllla trib&, a tribo de Le:vi.D_ _ ae.ta tri!Jo. foram eleites ou seleecieilados para 0- aerviço ~ elo saeel'doeio, 08 filhos de Aarão. E amda ~.~~
especiaes,bavia o SUD'lIlW Sacerdote que eMnlvallo:. garSantodos' Santos 1U8ilY-El2 por' SRO,. afim 4e iotere&
der Pelo povo todo .. Os sacerdotes então r e ~ o povo em geral e deviam sempre maD~r-sé Da' . . . etil' que o povo devia mantel'-seafi. de pode. gozar, da' eO:mDtunhão. eom Deus. Além desta 8elecção severa ,havia mais um _ _ de conseguir o fim almej ado . O proprio acte da COB9&gração era symbolo de uma vida e pureza de" earaêtei' que n saeerdete devia ter e manter. Assim se '~ qUe foi feito a que era possivelfazer para colléear o saeerdote 'em condições de bem servir diante de Den. COIft() representante.do seu povo. Mas o que não foi possivel realizar ao menos ficou symbolizado no acto da eon... ~ção do sacerdote . "Isto é o que lhes hatltfe:'razel'~ paraoé santificar, para que me administrem' 'o saeerdocio:' Toma um novilho, e dois carneiros sem allcala, e pão asmo, e bolos asmos, .ataassadeseom azeite, e Ç08':' cérões ssmos, untados com azeite; com fl6rde 'faririJli . de trigo os farás, e os porás num cesto, e os trarás no cesto, com o novilho e os dois carneiros. Então' ntl'ás chegar a Aarão e a seus filhos á porta da tenda da congregação, e os lavarás com agua: depois tomarás os ve&-. Udos,-e: vestirás a Aarão da túnica e do manto do ephtld, e doephodmesmo, e do peitoral: e o cingirás eomcf-.. efnto de obra de artifice deephod. Ea niitraporás s6breá sua cabeça ; ti corôa dasantidade porás sobre' a mitra; e 'tomarás o azeite da uncçãe, e o derramaras '80-breasüa cabeça; assim oungirás. (Ex. 29:1..;7). O sacerdote tinha que ser homem sem defeito. ,Tinlta que passar por muitaslustrações pltrifieaçõe8 e fder mqi. tos' sacrif:ieios. Afé as vestes do sacerdote, que e~m braneas, symholizavam o caracter eXigido pelo seu tliJ:';:' haltlO .: O ponto fiais importante em tudo isto e que 1)' sacerdote, especialmente o summo-sacerdete, era o rep,e"; ~ntante de Israel. Nos serviços do sacerdote, ISJ:~I estava 'servindo ao Senhor. O sacerdote f~i,.qlllUitoaQ seu ideal; um Israelpurifioado servindo dia.n~ de ~e. I
e
bevalt. N.......te" Is.rael 9fferecia sacrifícios. ao Se......'e DQ '.ee~.bJeiQ . .eWa, as bençáQ&. .. a iualiçac10 »e..:da $Q-lHllvação. Qual foi- eatão ,a sigpi.fi~,~ te ayltema' IlICritieial? /llJase di&> ~steMa saerificial "foi o co~ ... Deus f~' eom _nação.. Por causa deste' CQlleerie o pQ~Q já estava dentro- da relação da grac;a, já goeava' a -,1vação. DetemOS' t~p, .porém,.uito·cuidadu tn1nrit' a 'essa saIlvaPo gozada pela nação Israelita. ~ Iacienando-ee eem Deus só pelo concerto, a mesqse riqueza que se attTibue a n088ll salvação boje, poi8'qu~tem pôr base Ub1a- relação vital e individll:al com Deua;,. meio' de: .Jetjus· ('hiato. Os Israelitas gozavam dê uma certa salvaçlo, porém-ná0 era tão rica como a 801188 em' Chrísto Jesus. Em vez de ter relações peBB0ae8 com Deus, eosno nós tem08, ,a nação- tinha ap~ uma relação· éOntraetuaf, legal. Naturalmente essa relação" legaI ni:o offereCi.a as mesmas vutage_'. uma relàçãtl pesseel e nem, tão pouco, trazia as lDeIIIl88 bençêos esp.iritnae8 advindas da rela~ pe889al ~ , Neturil1mente . está relação baseada no concerto , nunca contemplava a idéa ou visava a condição de ,UIU povo moralmente perfeito ou de um ·povo que podia levar uma vida sem erros, sem peccados. "Diante de tal relação era certo que iam cahir em erros ~aves porque estavam cheios de enfermidades do .esplríto . Foi justamente aqui que se haseou· a neeessi~ de lIystema sa.crificial. E é justamente af{wpe se~; a :Signilioação e f1Ulcçâo, do systema sacrificial. Sabendo. , que o povo havia de eommetter muitos. peccadoe, Dt\WJ lhe ,deu este s)'!SteDla sacrificial não para po8er :receàer .. gnif&, porém afim de reter a graça, já pos8IllidB.Q concerto collocou a nação em estado de graça, em eM. do de salvação'. O systema sacrífícial tornou possível ao povo .reter esta graça. manter-se 'dentro doeoncerto, Dentro deste system.a sac,rificial havia, l~ar p~a ,o ~rdãg, por meio de sacrifioiQs de todos ospeccad.QS. eolllDlettidos involun~amente. O individ'W)", que ,peceava por causa da sua fraqueza ou i.nv~~ riaJUeD1e, tinha recursos DOS sacrificios.. O, sys1e.... então tinha por fim manter o homem na' • • que.o concerto 'lhe eoneedía. Todo o p~o. ~ metti,da eo.ntra. a vontade da pessoa ou porcaus8
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de uma fraqueza espiritual podia ser perdoado ou coberto pelos sacrificios. O systema sacrificial só valia dentro do concerto e para os crentes. Porém todos os peccados commettidos de boa vontade ou porque a peso soa queria, collocavam o individuo fóra do concerto onde o sacrificio não tinha poder. O individuo nessas condições dependia sómente da graça de Deus. O Idólatra, por exemplo, por commetter o peccado de. idolatria,' annullava para si os direitos provindos do concerto. Tal pessoa então ficava exposta á ira de Deus porque para tal peccado não havia provisão no systemasacrificial. Para todos os peccados, porém, que são devidos á ignorancia ou fraqueza ou enfermidade espiritual, o systema sacrífícial podia valer e o peccador podia j ustífíoar-se diante de Deus, por meio de um sacrificio feito por si mesmo. E' claro como um systema desses podia .produzlr homens "santos" e de' justiça propria. O homem tinha nas suas proprias mãos os meios de justificação. Jesus tinha em mente leis santas quando proferiu as palavras encontradas em. Matheus 9 :13. "Ide porém, e aprendei o que .significa: Miserícordía quero, e não sacrificio. Porque eu não vim para chamar os justos,' mas os peccadores ao arrependimento. "
2. Sacrijicio .
Em relação ao sacrificio levantam-se duas questõesl (1) Qual é a origem do sacrificio? Naturalmente ha diversas respostas dadas a essa pergunta. A primeira é que o sacrificio foi suggerido aos homens porr Deus mesmo, isto é, a Idéa do sacrifício faz parte da primitiva revelação., Mas ha duas objecções a, essa theoría. . A primeira é que o Velho Testamento não a apoia , A primeira referencia aos sacrifícios, os quaes são deCaim e Abel, indicam que esses sacrificios foram espontaneos; uma expressão humana do sentimento dedependencía e de gratidão a Deus. "E aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do fruto da terra uma ~fferta ao Senhor. E Abel tambem trouxe dos primogenitos das suas' ovelhas..e da sua gordura; .e attentou o . Senhor para Abel e para a sua offerta, mas para Caím' e para a sua offerta não attentou. E irou-se Caim for-
temente.e deeeaíu-lbe o seu semblante~E o senhor disse a' Cum: Porque- te iraste 1. E porque dêscala' o' teu' semblante? Se bem fizeres, não haverâa.cceitRfio para ti? E 'se não fizeres bem, o peccado jaz á :porta. e para ti 'seri .o seu desejo, e sobre elle dominarás. '" (Gen. 4:s..7). Ora'nlô ba duvida que mais tude :lU1 vida de Israel o 'sacrificio foi consíderado como ••do directâJneote oroenadoporDeus. P()~m este faêio não nos di ·eso1areeiInentos sobre 'a origeln do ..saetifi..
.mo.
A' se~da objecçãoa idéa que o sacmicío .faz parte da revelação primitiva, é que, entre as naçõesondenio havía uma revelação directa de Deus, bâvia, o saeríficio, A não .ser que houvesse uma revelaçã() geral que attingisse a todas as nações, não se poderia explicar o sacrificio do ponto de vista da revelaçio di. recta de. Deus, E hápouca probabilidade. da ~xi$tencia de tal revelação.. A origem do sacrificio,portantotpertle-senos tempos bem remotos.
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: (2) Nesta connexão se levanta a outraqúestão volvida noaacrificlo.. Qual foi a signifiêação~rigiª8.I dosaerificio? Ha uma ídéa de que o homem. reeõnhecendo a sua falta de pureza de vída .e a sua falta em não prestar a Deus o serviço e culto que lhe e.. de. vido, . trazia perante Deus, a titulo de repara~o das . . 'I -suas felhas, wn animal, o qual era sacrifieio em substituição da pessoa que realmente merecia morrer. A&sim sendo, o sacrificio, desde o principio, foi particular, pl'Opiciatorio-.A difficuld~de com. esta idéa. é que é mui... to aV8IWada, .uiio moderna. A idea presuppõe um .nivel deoultura moral ere1igioljJa tão elevado que não caracterizava. os primeiros tempos. Por isto tem06q~ rejeitá-la. : . A outra explIcação· da .origem do saerificio é' aínda menos certa; é que o sacrificio representavatllDâ . refeiÇão eommUln entre Deus e o homem.' Assimsen.. . do, a ideafundam~ntal do sacrifieío seria a idéa .de comnnmhão.. Isto geneticamente não pode ser, pnrque encontramos lio Novo Testamento a idéa dosaerifiêio, de Cbri$to' exaetamente contraria. Em Cbristo o 'g8~ erificiovisava, nâna communhão, mas, primeiro~.' eeconciliação, ' . .,'
THEOLOGIA BlBUÇA A significação olfiginal de saerifieio é difficil de deseobrir; é como a origem do sacrificio - perdeu..se a sua primitiva significação. Estamos porém bem certos de que durante a histeria do povo Israelita o sacrificio veio a significar uma expiação, uma substituição; veio tomar a forma propiciatoria. Os sacriiicios de Caim e Abel são chamados, presentes ou offertas, e é bem provável que a idéa de offerecer um presente de gratidão a Deus, o qual era considerado a fonte de tudo, seja a idéa mais de acordo com a ídéa original do sacrificio. E quanto á significação deste sacrificio, achamos que se relaciona, desde o principio, com a ídéa de substituição 00 reconciliação. Vejam a offerta de Jacob e Esaú e de Atbrão e" Melchizedech (Genesis 14:18-24; 32:3-5;33:1-15). I
3. A base do Perdão . Já notámos que o Velho Testamento faz certa distincção entre peccados devidos á fraqueza e á ignorancia do homem, e os peocados feitos gostosa e voluntariamente. A primeira classe de peccados abrangia todos os erros e transgressões praticados pelo homem sem um espírito de rebellíão contra Jehovah e a sua lei. A outra classe Incluía os erros e peccados feitos em desobediencia formal e voluntaría á lei de Deus. O peccador neste caso era mais de Que um mero peccador, era um revolucionario, um rebellado contra "a vontade e a lei de Deus. A differença, Portanto, não era tanto nos peccados commettidos mas no espírito e animo com que foram commettidos. A differença real estava no espirito do homem e não no peccado. Esta é, exaotamente, a posição de Jesus nesta questão. O Velho Testamento tambem sustenta dístincção quanto ao peccado. Os peccados da primeira classe, isto é, os peccados que derivam da fraqueza e da ign()o rancía humanas, podiam ser expiados, apagados ou cobertos pelo sacrifício. O individuo que eommettesse esses peecados tinha, a mão, recursos para se livrar das consequenoias dos seus erros e delíctos , Por outro lado não havia sacrifício para os peccados feitos em espírlto de rebellião contra Deus. O systema sacrifícíal do Velho Testamento só visava peceados praticados sem o espirito de rebellíão, e por um crente ou por uma pessoa dentro do concerto.
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PtMIedIeB eotltrldeNr 'tMnbIs 'CIS8I 4_DeI}ieI; em ~-tlb:pe"'. peIito de :vista_OI1ICefto: 0tiJ ~, 'feitos á \'MIltad.e propria e .em ~rito (6e 1'e-, Ie1lfioeotlttll 'b«!uI' e 'sua lei, -exptdsB.VIlIR do to o individue'qDe OI 'CMIJ.IBettia. PonfDe estai llCootIdos eeu. VJiola~ eaqun WrQCÇÕes das c&ndi~ fun4aaneutaes.,n que o Àouwn podia se manter denlr~do coacerto. Por exemplo, o peccado de idólatrÜl,'p.~cêa. 40 e$ IQ1leQ iDdivlduó transferia a sua/devoção&, outrodewJ,n8tm-a1mente eollocava o idólatra fóta', do . concerto. E "etite individuo não podia esperar gozar mais as v.n~ que o concerto lhe.Pl'antia ;só po~a c1epen~ da ·graça e ·da míseriéordía de Deus para opera0 408 seus peccados.. O. índíviduo.nessas ÇODctições. ficava expo$lo ·á ira de Deus sem potl,er c1)sIn~I' para si as vantagens especíaes que o concerto dâva áquelles., qlle ficavam dentro .delle, Os peeeades deVidos á fraqueza e .~ dos homens não os fizeram perderos direitos, ,do (:ODCe1"to. E apesar destes. peccadQs, ~ homem peocadQr~tinuavadentro do concerto, I;l.~ as suas ,ftRAlias "e privilegi08'. E, como já o})serván\ós, o systema·sacrlficial foi estabelecidoexactamente ,..para qUe o individuo nessas condlções dentro do concerto p~desse normalizar a sua relação para com Deus. . '. 08 que eÂa~ dentro do concerto já' se achavam l"e1aciooaàos ·oem 'salvação ou a graça, de Jebpvafl•. ,A questão tOO& ,eIla meater-se .aesta relação. F-oip<)r isto qtIe. 08sacrifiei!8& não fom.m offereci.dos ,afim' de alcimçar a graça de~' mas a fim de retê-la pois o indi:vidu9. já -a tinha por untrG do concerte feito por Deuscom -li naqio. F\recisamo, ,Pecql!dar o facto de que a fOl".liDa ~ o lleiao:deDeiJa 1omQ1l.noVeIho Testatnentofoi a de um estado -'lgrej•. e que todos quantos estavam ~tr,Q'~ H.atHo -1jJreja. ~p80 facto, ~tavam dentro do R~Q. Por wusadi• • •81ltQ IQ.crif~t n.olTelho Testamento ditziaMdi.,1*Iit .. cu1t-o" .queJa;da lJCI.r1.e r)ornei.o. de ,(t) 88Qfif_~ Dio era meio de'Sll1~açã.&,más • ~.:O ;.Jlrdeu,dentro do concerto já g«;lJ8,va ....~ .". O, .-.criticio,. COMO o 'culto ae' boi~ em .'CUa. '1ft WIl ~o,.cu1üV8r,' • . fortalecer à i;eIaQão' j4e-~· beleeida. u\p~:cuo,pelo'roncertoe, no ~unaéj;~~.110, .por J"e&M ,Qlvisto. " " ~<~ 1iWhem-, S1lntittllde.1It'll 1DD de8 .,n.ps
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.attzíbutos de Deus, o rnais aceentuado no Velho Testarnento. Essa santidade divina exigia santidade no homem. O sacrifício, portanto, ajudava o homem a limpar-se dos 'seus peccados e assim manter a sua relação com Deus que lhe outorgou o concerta feito com a nação. Era perfeitamente natural, então, que o sacrificio não -valesse para os peccados que expulsavam o peccador fóra -da relação estabelecida· pelo concerto. A fim de conseguir perdão desses peccados o homem só podia depender da graça de Deus como os demais povos fóra da nação Israelita. Era justamente esta classe de peccados que occu.. pava mais a attenção dos prophetas. Porque foram estes 'peccados que realínente affectaram profundamente a vida do individuo na sua relação com Deus. Alguns têm sug- . gerido a idéa que isto foi a razão por que os prophetas falaram tanto contra os sacrifícios e holocaustos. Parece que o povo chegou a pensar que por redobrar os seus esforços neste sentido, isto é, de offerecer mais sacrifícios, poderia livrar-se de todos os seuspeccados, tanto os voluntaríos como os involuntarios. Porém nisto estava o 'povo redondamente enganado. O systema sacrifícial nada tinha com esses peccados mais graveS; pois só valia para os erros e peccados inevitaveis. Guardando em memoriaessas distincções entre os -peccados e entre as pessoas para as quaes os sacrifícios poderiam valer, perguntemos qual foi então o meio, no Velho Testamento, pelo qual o individuo Israelita podia se manter em boa relação com Deus? Agora nunca devemos esquecer do facto que o individuo Ismelitá, poreau.. sa do concerto que Deus fez com a nação, nascia em estado de graça e, portanto, só precisava reconciliar-se novamente com Deus quando peccasse. Para .isto tanto o individuo como a nação tinha recursos. Como já vimos, o individuo dentro do concerto reconciliava-se no-vamente com Deus, uma vez commettidos os peecados ' inevitaveis, por meio de sacrificio. Porem, como já foi notado, não era assim em relação aos peccados que. collocavam as pessoas, isto é, OS individuos Israelitas, fóra do concerto. Sendo assim, a fim de conseguir uma idéa completada obra da reconciliação no Velho Testamento será neeessario estudar ambos os casos, o caso em que o individuo podia lançar mão dos sacrificios, e o case em que 08 sacrifici08 não valiam ~ Assim faremos, rio-
l,pdo, prürJeirO. 'o meiQ pelo qual. o bom· Istaelibt..te f'&,concüiav. COIll,Deus.<· '. Os' saa;jf"'re-estabe1~ as relações. en.Déps e o hclroem ~que..ue já estivesse dentro do: ~ to. e desdeq\\e 08 seuSpeccad08 fOSlJeD1 COIu.m~tt;idPajn. .
'tas,'.por ,ea~,d.os ,seus péccaoo. bem gI'Ilve8,' ~RJ
Os, 4ijeit98 do COl1ce1"W" .eneceaitavam outro. 11leio,a..mcohêilW'4e .", . DoU. . " .',, ." .... ~'.,.'
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T·HEOU>GIA·· BlBLICA. Como já Vimos, a ira de Deus oo1ldemftft" -e 'a sua santidade consome. Ira é a relação de DeIrs 'P'U'a·ctml o peccadorpreso aos seus peceados. 'Santidade 'é em relação ao peceador que queria di'VGl"ciaT-se do seu peeeado. Oslsrilelitas naturalmentetinbam: uma vantagem -sobee os demais homens porque jli eram povo 'escolhido e Deus sempre se lembrava deste facto quando tratava eomtaes pessoas. ""Vae, e clama aos ouvídos de Jerusa.. 'Iem, dizendo: Assim diz o Senhor: Lembro·me de ti, da 'beneficencia da tua "mocidade, e do .amor dos teus desposorios, qnandoandavas alJÓs mim De deserto,.' numa terra que se não semeava." (Jer. 2:2). "Porém tu; ó Israel, servo meu, tu Ja'cob, a quem elegi e tu,. semente de Abrahão, meuamigo," (Isa. -41:8) . A reconciliação dos que estavam fóra do concerto por causa dos 'seus peccados voluntários, é coisa mais interessante e, ao mesmo tempo, mais importante. Porque é neste caso que realmente se compreende o que é o plano de reconciliação ao V-eDlo Testamento. Sem duo vida, o principio hasico é o mesmo em ambos os casos. Ha duas classes de passagens que precisamos considerar .nesta connexão, pois accentuam phases differentes da natureza divina. Uma classe accentua a sua santidade: a outra destaca a sua justiçá.A ira é oerollarie da justiça. Isto é devido ao factO de que a reconciliação, dentro do concerto, está em relação com a santidade de Deus, emquanto a reconciliação, fóra de concerto,. liga. se intimamente com a sua justiça. Nas passagens que accentuam a santidade de Deus, o individuo é considerado já relacíoaadocom Deas, porém devido ao facto de sua vida não ser pura.temdífficuldade .de aproximar'Se do Deus santo. A natureza santa de Deus reage contra a natureza humana contaminada pelopeccado. A 'fIUestão aqui é mais de adoração do. que -de reconciliação. Era a questãedo individuo coflocar-se em comli. -ções de entrernapreseeça de Deus com quem já está reiacionado pelo concerto,' Osaerificio então é exigencia do culto, A.:go,!"a nas, pass~8ens .que tratam d.os qu~ estã~ fóra. da relaçao estabelecldapelo concerto, Deus e considerado não tantocomo o objecto de culto mas como um governador justo . A sua relação para com essas pessoas fÓ'!"8 do concerto não é a mesma que existia'entre EDe e os do concerto. As pessoas de fóra tinham que lidar com
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Jaelbaates ...... que te eneonbam, :00 M\wo' TestallMato oiIde ',eaàa u.liridoo tem que . •~ por si Rle&llío;., , Te-. -emes primeil'ameate esta' classe de passagieD8 f t ",lMo ·tam d. casos,dos hftleHtu que, porcaua ....... ·peo. ..... puderaJn ·ás direit08 outorgados pelo (j)~e~ , . .o uado para exprimir a ídéa ".~._ncn;. çio é um ,termo que significa cobrir. '.~Vên.~ aquelle 'eujatransgresSio é perdoada, e euj() peooacIo" é coberto. tf (Psa. 32:1). Agora cobrir o peCeildo ~ .... dum um de do~s ~eitos: (1) invalidar () effeitodo.~
termo
cado 01.1 (2) ~UIar o peccado, "E o VOS8O cencé1t8 com 'a' môrte se ainnuJará; a vossa al1ian~ com o i~~· no nio,'s~tfrá; •• quando o díluvío de açoites paasA"ll entl9 sereia deJIepisados." (Isa, 28:18).' E' mais. menos' neste ~tido que o termo é usado nas ~, que,vam. ~tlSfderar. . " Neatu,...aaens 'qUe se relacionam com a juItip de De. e, pOrtanto com as pessoas fóra,do eouc.eno, .. ta-se que o objeeto visado no processo de reconciliação, é o p~prio' peccado. "Prevalecem as, iniquida~,,:~ tramim;,Po~m tu expias as nossas ~~., (Pstt.65:S). "Porém elle, que é misericordioso,!~ a sua in,iquidÍufe; e não 08 destruiu, Illltea JDtUf.as vezes ' desviou déHe·o seu furor, e não despertou toda a ,~~, .~;•. (Psa. 78':~).", "Fizeste cessar toda a in~; desviaste-te do ardor da tua ira." (Psa, 85:3) .. " "E.~ dia tocou á mUíbaboc:ca, e disse: Eis que "'totQC(Rl·~ teus-labíos: assim ja ,se tirou de ti a tuaculpat eji.tWtá expiado o teu, péceado." (Isa , 6:7). "Mas· bit ,AiSenhoJ:~ sabes todo o seu eonselhaeontra mim para malar-me; não pentoe,' ••uamaldade, nem apagues o seu ~cca 40 de diantedllma faee; mas tropecem diantedê'flfttW.ta-G8' ~ note1llpoda tua ira." (Jer. '184'l). . AqUiIl~ qpe se cobre é o peceado e, não o ~r. Também Dio ha qualquereffeito produzido • .~ porque Deus na,-o é o objectivo do pro~SQ. , 'E' "o, ,vecca",," oo':que' eMlt8liJPladé.' O'seto re~{t pêêIe' ~
e
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espi"por . ' 'êtiM,ttedoSenhor;e tert~·. qualquer·.··ttiMIU·uoo... 'que fez. sendO":~;"
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las." (Lev. 6:7) .. A ídéa não é que a face ou os olhos de Deus ficam cobertos mas sim o peccado mesmo é coberto, é annullado de maneira que desapparece da vista de Deus. Isto é natural devido ao facto que a relação de Deus para com essas pessoas estava baseada na sua justiça e não na sua graça. Temos uma idéa bem semelhante a esta em Isaias 44:22. "Desfaço as tuas transgressões como a nevoa, e os teus peccados como a nuvem; torna-te para mim, porque já eu te remi". Ha outra idéa bem parecida em Miqueas onde se fala em lançar o peccado no fundo do mar. "Tomará a apiedar.se de nós; sujeitará as nossas iniquidades, e tu lançarás todos os seus peccados nas profundezas do mar." (Miqueas 7: 19). Ainda em Isaias temos a expressão de lançar os pecoados atrás do Senhor. "E regrarei o juizo ao cordel, e a justiça ao nível, e a saraiva varrerá o refugio da mentira, e as águas cobrirão o esconderijo." (Isa. 28:17). "Eis que até na paz a amargura me foi amarga; tu p~ rem tão amorosamente abraçaste a minha alma, que não caiu na cova da corrupção; porque lançaste para trás das tuas costas todos os meus peccados." (Isa. 38:17). O Psalmista falando sobre o mesmoassumpto representa Deus como virando a sua face ou escondendoa dos nossos peccados. Uma mistura das duas idéasf"Esconde a tua face dos meus peccados, e apaga todas as minhas iniquidades," (Psa. 51 :9) . E' claro destas passagens que o peccado, de qualquer maneira, ou por cobrir ou por Deus virar a face, tem que desapparecer diante de Deus. Sem annullar ou remover o peccado não havia sacrificio que sustasse os effeitos da sua ira. Não vamos esquecer que estamos tratando do caso de individuos fóra do concerto. O segundo ponto a considerar, em nosso estudo das passagens que se relacionam com a justiça de Deus e com os peccadores fóra do concerto; é que Deus mesmo é quem. cobre os peccados. "Prevalecem 8lS iniquidades contra mim; porém tu expias as nossas transgressões." (Psa. 65:3). Em geral, a regra é essa, Deus cobre os peccados. Mas ás vezes outra figura entra como, por exemplo, Moy. sés quando representava o seu povo diante de Deus, A significação da reconciliação é cobrir os peccados, trabalho este feito, regra geral, por Deus mesmo .
o- meit)'pe1o qualopeccado é coberto varia. O!la. . elo porém que foi Deus mesmo quem cobriu.o:peecadQ, mostra que ·.0 povp compreendeu a grande verdade que, nO final de eontal, todo o povo dependia da graça. O: povo viu 'lambem que o peccado era de tal na~ que .somente Deus mesmo podia annulâ-lo, E .ainda mais, CQmpreendeu tambem que não eram tanto, 88 cOi~ JUl8 de 16ft, ou os meios usados, que pesavam mais ,nos resultados, mas a propria natureza de Deusque ~er~ a' maior influencia. "AjQda.nos, 6 Deus da nossa sal~ ção, peIa.. gloria do teu nome, e .lívra-nos..e eSJd.a OS nos80S peccados por amor do teu nome." (Psa. 79:9). "Quem, é Deus similbaDte a ti, que perdoa a iniquidade, e . que passa peja rebellíão do restante da sua herança? não retem a sua ira para sempre; pOIqUe tem prazer Da, benignidade." (Miqueas 7:18). "Porem elle, que é miseeícordíceo.perêoou a sua iniquidade; e nãooedestrutu, antes muitas vezes desviou delles o seu furor, e niod.... penou toda a sua ira." (~. 78:38). Como ja. notánlos, o effeito cio .peceado do ho~ em Deus era provocar a ira e a execução 'da: justiça; po- , rém a sQamiseri"ordi8., o seu amor, intervinham; opee-. Cl\do foi coberto e a ira desviada. Talveí;a passagem pera ensipar a Idéa, de que i Deus Dleslll() .quem tira o peecado, é .o capitulo seis de lsaias. "No annc em que morreu o rei.UziaS. eu vi ao Senhor assenta. êQJ)re UIJl alto e sublime throno; 'e as suas fraldas enebiam o templo. Sere.pbins estavam por cima de1le; cada nha seis &$88: com duas cobriam os seus rostos, e duas eobríám os seus pés e com duas voavam.: E elálna:. VAlD. uns. aos outrcs, dizendo: Santo, Santo;' SAnib' 'é" ~ Senhor dos Exe.l"CÍtos:. toda, a terra, está cheia dasuag1bria. E osumbraes das portas se moveram com a' .ôt do que clamav., e a casa se encheu de fumo. EDlio dIsIé· eu: Ai de míml qtle vou perecendo, porquanto sou .tietilbios iJnm1U1dos, e habito DQ .meio dum povo immundode labios, porque. o. meus, ~lhos viram' o rei, o ·.SeJJhÓi" aos ,Exercitos. Porém um. ·dos seraphins, voou' para .lnúll, trazendo na sua mão uma brasa viva, que tomira do *l. tal" eom uma· têM.z; e com e1la tocou' miaba. boaca, e di.8se:'.cp6istotoooll 08~eu.s labi08: . . . . já. . . . . de 'ti a tuaeu1pfl, e J' está expiado o' teu peceado/' (Ia. 6:1.7). " A ÜB:D1undieia doi labios do propheta··foi:tilwIa por um meDalgeirc)40 SeDIaor, tiendo .. '_... mie,:_
divn...
melhor
nm.tIcom.
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brasa viva do altar. Neste caso tanto o meio como o agente vieram directamentede Deus. Talvez o que temos dito sobre este ponto, da reconciliação e perdão, pareça um tanto vago ou indefinido, porém é isto o que encontramos nó Velho Testamento. Ma certos pontos bem claros, os quaes são os seguintes: (1) O peccado é coberto. (2) Por cobrir o peccado o seu effeito fica annullado. (3) Em regra geral é Deus mesmo quem cobre o peccado. (4) Os motivos que levam Deus a assim proceder são naturalmente motivos intímos! o seu amor, a sua graça, a sua benignidade. (5) Os meios usados para alcançar este fim - a annullação dos effeitos do peccado - são tambem dados ou arranjados por Deus, tudo de Deus! A salvação foi sempre de graça. . Tomemos por exemplo dois casos hístoricos, A questão do bezerro de oiro feito por Aarão. (leia Ex. 32) e a fornicação do povo na planície de Moab em connexão com Baal-peor, "E Israel deteve- se 'em Sittim, e o povo começou a' fornicar com as filhas dos moabitas, E convidaram o povo aos sacrificios dos seus deuses; e o povo comeu, e Inclinou-se aos seus deuses. Juntando-se pois Israel a Baal-peor, a ira do Senhor se accendeu contra Israel. Disse o Senhor a Moysés: Toma todos os cabeças do povo, e enforca-os ao Senhor diante do sol, e o ardor da ira do Senhor se retirará de Israel. Então Moysés disse aos juizes de Israel: Cada um mate os seus homens que se conjuntaram a Baal-peor, E eis que veiu um homem dos filhos de Israel, e trouxe a seus irmãos uma midianita aos olhos de Moysés, e aos olhos de toda a congregação dos filhos de Israel, chorando elles diante da tenda da congregação. Vende isso Phineas, filho de Eleazar, o filho de Aarão, sacerdote, se levantou do meio da congregação, e tomou uma lança na sua mão; e foi após do varão israelita até á tenda, e os atravessou a ambos, ao-varão israelita e á mulher, pela sua barriga: en· tão a praga cessou de sobre os filhos de Israel." (Num. 25:1-8) . Em relação a estes dois casos notemos: (1) Houve quebra do concerto. (2) A ira de Deus logo se manifestou. (3) Houve uma Intervenção humana. No primeiro e&SO Moysés intercedeu, no segundo PhiOOM. Em am-. boa 08 ea8BS os peccados fo:ram oobertos.As coisas prin-
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,
f:)O·,lWl.JIü·:'·'''tI3'STDENTO
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(2) Um agente JuJDIMlb~.""· feet1tO\l: 'a' ~. GQ. poocado. Certaaente a beae.... ta ,interve~ 'htl1Datla foi • solidarieda6e doia~ tor com;o~vo.· MoyIés, por exemp:ao.~.e ~ tante déJKA"O' e a6 DIe8Jbo·tempo Dão ·estava en~YWo de forma alguma no peccado. Tambem 'é ele •••(qae.
embora peccando,a Dação toda não rejeitou ao Senhor. E Deus, tendo consideração para o seu eoneerto-eem a nação" cobríuopeccado do povo. Sem (fü'VMa: este.~ mo p~ncipio de solidariedade explica. a il1tét'Ve~ ~ prophetas , ,Amósdu8:111. vezes intercedeu pelo 1AA'O e'.f.Oí attendído, "O Sénhor JEHOVAH assim me fez vel'j eeis que formava gafanhotos no principio do ati'élietitn da ervaserodía, e e~sque havi~ a erva serôdia dtp(bcla segada do rei. E aconteceu que, como el1es de todo ·ti:.. , vessem ,coJllidpa erva da terra, eu 'dísse ; Senhôt JE. HOVAH, ;ÓfR, 'perdoa: como se IevantaráJacob? ~ é pequeno.. Enfio o Senhor se arrependeudístc.: ato não acontecerá, disse o Senhor. Assim me mostrou.1'O se· nhor JEHOVAH, e eis que o Senhor JEHOVAHchalna Vil, que queriaçonlendet por fogo; o consumiu ograntle . abismo,. e tambem consumiu uma parte deBe..Ehtio ' eu disse: Senhor J~HOVAH, cessa agOra;' como se 1éWtitara Jacob? 'pql1Juéép&Weno.. E o Se1JItot~arte)JfeD. deu dísso.NeD1 isto acontecerá, disse o '8enhorJBHo. VAlt". (Amós 1:1.;,6). Por outro lado , ~nto Jere.tn.ias Como 'Ezequiel intereederam mas não foram attelldidos.
4. ReC6nciliJXçio por· sacerdote e SrllnmO-fQCel"dote , Feconcilitlção dtmtl'o do concerto. Em relação á reconciliação por sacerdote e S . _.. Sacerdote podemos notar, os seguintes factos. ' Trata-se agora de pessoas dentro do concerto. (1) Q agente que.cobre o peccedo Dão ê'maia~ como DOS casos examinadc. de homem. fóra do.~~ 10, porém é· opropriosa~ote.Qua~, o, .sacdfi* é feito em nome do povo todo, o agente é o SUIlUllQ",*"o
'dote. Devemosae&ar,porem, que estan1Q$ trataD~agO ra de gente já.em relação .da graça. para,~mJ~ Em todo oea.. amuda,.:pode,aer muite~de.~1lIi· denncfo..8e que "O . sacerdote é designado POl" De\J.s.".~ vtWJe· Botar, pot'ém, que o .aelo deoobriro,~, ~i,~
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mais deixado só á 'mísericordía de Deus. Aqui vemos a justiça de Deus em relação ao seu proprio povo. Elle é justo quando perdoa os peccados do seu povo uma vez offerecidos sacrificios por elles. O sacerdote, por meio do sacrificio,. pôde cobrir o peccado, pôde effectuar a reconciliação do peccador com Deus. Isto é a regra fixada por Deus mesmo. (2) O objectivo coberto continúa a ser o peccado, quer do individuo quer do povo todo. Ha, todavia, uma differença bem notavel quanto á maneira de exprimir a Idéa, quanto á linguagem usada. Em vez de falarem Cobrir os peccados, fala em cobrir as pessoas, as almas, as vidas dos peccadores. Esta mudança de linguagem é devida ás circumstancias em que se achavam os peccadores. No caso dos peccadores -f.óra do concerto o que era necessario era cobrir o peccado. Mas no caso que estamos considerando agora, o caso de peccadores dentro do concerto, a questão não é só de peccadores afastados de Deus; mas a questão é de peccadores dentro do concerto, portanto, eram adoradores entrando na presença do seu santo Deus. O perigo foi que nessa presença santa a pessoa seria consumida pela santidade de Deus. Quando olhamos para o sol precisamos cobrir Os olhos, assim o adorador peecaminoso tinha que ser coberto para poder estar na presença de Deus. A' ídéa que a presença de Deus é consumidora serve de fundo a esta. "Então disse eu: Ai de mim! que vou perecendo, porquanto sou de labios immundos, e habito no meio dum povo immundo de labios, porque os meus olhos viram o rei, o Senhor dos Exércitos." (Isa. 6:5). O objectivo do aeto da reconciliação é o peccado, porém o que se eobre é a . pessoa, é a alma, é a vida. (3) O meio pelo qual se cobre o peccado é o sangue do sacrificio. A's vezes a efficacia é attribuida a todo o arranjo sacrificíal, porém, só no caso de derramamento de sangue é que podia haver reconciliação ou perdão. Sem derramamento de sangue não havia -remissão de peccado. Ha uma passagem em Leviticos que nos dá talvez a melhor explicação do principio da reconciliação ou da razão de cobrir o peccado, "Porque a alma da carne está no sangue; pelo que vô-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas: porquanto é o sangue
DO ··VELHO ·TESTAMENTO
que fará ,expiação pela alma." (Lev. 17:11). A lei prohibe comer sangue e declara a razão desta prohibição. A vida·eI~. JlO sangtJej e em> virtude da vida ,que o sangue tem,' este' pode eftectuar a reconcllíação." Devemos notar porém, que neste verso que acabamos de citar, é a alma e não o peccado, que ficou coberta. O sangue effectus' a teConciliação, cobre a' pessoa porque tem em si a vida. . Devemos sempre guardar em mente que o que foi offerecido aDeus no sacrificio não foi o sangue, mas a vida. OIfereceu-se o sangue, porque só assim .se poderia offereeer a 'vida. A vida estava no sangue eeraa vitta que realmente valia. Mas a -Bíblia não explica como isto pode ser, simplesmente declara que assim é. ' '. A doutrina da reconcílíação do' Velho Testamento progride em duas Iinhasparallelas, uma que deIknde inteiramente da graça e da míserícordía de . Deus, como. no caso dospeccadores justos fóra do concerto, por causa de um peccado voluataríó: e a outra baseada na eflic:a. cia do sangue do sacrificio, como. no caso que acabamos de estudar. No Velho Testamento essas duasliobas continuam a: ser parallelas, nunca se encontram. No Novo Testamento e, especialmente, nas dou-trinaa de Paulo, vemos as duas linhas unidas; esta éa grapde . Deus .tomandoee effectiva no sangue de Jesus Chrbito, o qual revela. tanto da graça divina como da jU$~ça di- . vina.. E' hellissimocomo Jesus Christo preenche todQs OS requisitos de um Salvador e de uma salvação .universaL
. »,
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A DOUTRINA DAS ULTIMAS COISAS 1. A idéa messianica. Nos tempos dos primeiros prophetas foi a nação toda que lhes occupou a attenção especialmente a sua 1"(? lação para com Jehovah e a aproximação de sua quéda. Além disto encontramos tambem a idéa bem fixa nestes mesmos prophetas, de que o Reino de Deus, que tomou provisoriamente a forma de Estado-Igreja, é· Indestructível e ha de levantar-se da quéda da nação e ha de tornar-se até universal. Junto a essa concepção geraldo futuro do Reino de Deus, appareceram as prophecias que se chamam messíanícas; isto é, a crença que o povo de Deus havia de ser victorioso.Esta esperança messianica é a transição para a doutrina das ultimas coisas que mais tarde havemos de estudar; porque foi em relação á vida do Messias que as ultimas coisas haviam de acontecer. Agora quando passarmos desteperiodo dos primeiros prophetas e desta emphase que se dava na nação toda, teremos de considerar o individuo, sua condição e seu destino. Naturalmente este estudo levanta muitos pro.' blemas bem difficeis: taes como a constituição do homem, o peccado e o perdão, a morte e a immortalidade. A maior parte destas questões só se levantaram um seculo depois da época dos primeiros prophetas, No desenvolvimento natural, porém, do grande plano divino e a execução de seu Eterno Proposíto, Deus fez surgir todos esses problemas e teremos de enfrentá-los, Como bem sabemos, a unidade religiosa no tempo de Oséas era a nação. Os Indivíduos occupavam um plano bem inferior á nação e participavam das victorias e derrotas da nação só por serem membros della. E é bem interessante notar como o individuo mui lenta e vagarosamente vem surgindo, vem se destacando através do Velho Testamento até conquistar os direitos e privilegies que lhe são reconhecidos no Novo Testamento. Tambem é facil ver como a providencia de Deus encaminhou as coisas para este grande e glorioso resultado. Emquanto a nação continuava a ser a unidade religiosa, pouca attenção se deu, realmente, ao individuo. Só quando o estado ou a nação deixou de existir é que o individuo, com
todos _ _ ctinites e tJOI8. todas usuaa ~ • pueeea . Eé'ooiIa ·iBtel'e88ante CfUe o illlltriduo,..... . I'eCeU já comeio'de qQé'tudequaato se tiDlIa di.·.... . . . nação, ~tevisava e se applicava 11 eIIe . O individuo niollCJlDente subtttituiu a nação. eomo a . dade religiosa, mas tambem ti substituittquant9 ao sea 4lestiaao. e . . .to. 'aoEremo Propositode I)e1lS. .Foi • phmedeDeua, deldeoprincipio, que assim fOMe.' ;M... ~ me antes·da .~ da nação temos evktendas,' .~ .., . tentes, 40p~.do indi'vidualismo. Deus. na _ _ bedoria, estava preparando" o individuo pua a acoeita· ção voluntaria do Pilho do Homem .quando viesse.-. que, eu envio o meu. 'Anjo, 'que apparelhará· o eaJIIinbe diante de mim; e de repente virá ao seu Templo o Se· Dhor, a' cpleDlvós. buseaes, e Anjo do ooncerto, • • •m m desejacs;' eis-equi que vem, diz Senhor dOS' K&ercitos." (Mal .' 3:1). Apesar'. idéa que as calamidades· vieram·sobrle a . nação por causado peceado do povo, quando elle era eoDsiderado a unidade religiosa, jáha'ria nestes tenIpos muitos que estavam eonseíos de faeto que .eIIes'nio .pranitjparam MStes ·peccados graves, tão vebementemente denu:neiad08PeIos prophetas. Mas, mesmo assim, as eelatnidadéS cail'am. sobre todos, tanto 08 ·oons como 08 maus e com mais f6l"Ç8, e mais pesadamente, 80bft MfUelIes que, realmente, Dão provocaram os àesàstre8 Daciénaes. . Ema e8S0 dos innoeentes sóffrerem, seDã&)'élos ímpios, ao JDeIl9Seom elles. E é bem iuteresstUilenetal', ntstà connexão, que foi o eseél da Ração 'f8e·foi transportada para o captiveiro. "E o 'mê dó ·po.o qde ,OOxaram ficar na, cidade, .e os rebeldes que se renderam ao rei de Babylonia, e o mais da multidão, ~ , o capitão da .guarda, Ievea presos. Porém dos ·maiS pebres da terra deixou o capitão da guarda·.ficar ...... para 'Vinheiros e para lavradores." (U Reis 25:t142l. Diante· de um quadro destes é que se explieamas ~ tes .passagem - "Risque estes são impios, e pn'J8pe:ram no mundo; .augmentam em riquezas. Na' verdade··que em vão tenhopurifieado o meu coração; e lavei • mí:Dhu mãos_ iBnocencia.Pois todo o dia tenho Iidoaf.. flieto e cutigaào cada manhã." (Psa. 73:1fa.o14).' ~N. . 1M)8paes~ peooaram. ejá não são; 'DÓS leUBl08 as.. . .' maldades." (I.-t. 5:7}. . FOi-nas propheclasde Jeremias e Eaequiel qftéo iR-
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díviduo; primeiro, achou e tomou o seu verdadeiro lugar diante de Deus. Os capitulos mais importantes sobre este assumpto são os capitulas 18 e 33. "Porém dizeís: Por. que não levará o filho a maldade do pae? Porque o fi. lho fez juizo ~ justiça, e guardou todos os meus estatutos, e os praticou, por isso certamente viverá. A alma que peccar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pae, nem o pae levará a maldade do filho; a jus. tíça do justo, será sobre elle, e a impiedade do impio será sobre elle.Mas se o impio se converter de todos os seus peccados que commetteu, e guardar todos os meus estatutos, e fizer juizo e justiça, certamente viverá; não morrerá." (Eze. 18:19.21). "A ti pois, filho do homem, te constituí por atalaia, sobre a casa de Israel; tu pois ouvirás a palavra da minha bocca, e lh'a annunciarás da minha parte. Dizendo eu pois ao ímpio: O' ímpio, certamente morrerás; e tu lhe não falares, para dissuadir ao impio do seu caminho, morrerá esse impio na sua iniquídade, porém o seu sangue eu o demandarei da tua mão. Mas, quando tu tiveres dissuadido ao impio do seu caminha, para que se converta delle, e elle se não converter do seu caminho, elle morrerá na sua iniquidade; porém tu livraste a tua alma. Tu, pois, filho do homem, dize á casa de Israel: assim falaes vós, dizendo: Visto que as nossas prevaricações e os nossos peccados, estão sobre nós, e nós desfallecemos nelles, como viveremos então ?" (Ezeq. 33:7.10). E'claro aqui que o propheta separa o individuo da massa do povo. E vae ainda mais longe, ensinando que o individuo, querendo e convertendo-se do seu caminho máo, pode livrar-se das consequencias do seu peccado. Isto foi um grande passo para a verdadeira descoberta do individuo. Nestas prophecias vemos o individuo tornando-se superior ao seu proprio meio c, até, senhor de si mesmo e do seu destino. Não ha capítulos mais importantes em todo o Velho Testamento. do que estes dois: o 18 e o 33 de Ezequiel, especialmente em relação ao individuo e o grande proposito de Deus de criar o homem á sua imagem e semelhança. ' O periodo 'entre os primeiros prophetas e os ultimas, quando os problemas da vida individual estavam rapídamente surgindo, foi um dos periodos de maior Importancia em toda a histeria abrangida pelo Velho Testamento. Foi justamente neste período que appareceu o livro de Job e muitos dos Psalmos, como por exemplo o ó
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Psalmo 73,~nde o ,problema individual esJá, bem ,~ !nado., Pertencem a este. período algumas das. pertes .'~ sublimes do Velho Testalnento e quando elle se ,ªP~ xima bemperto. do Novo Testamento. Outros ~emplQs da literatuJ.'a cleste.periodo são: o Iivro de '[)e,uteroD.O:Wio,. Ctlj~ descoberta eaasou uma verdadeira revcínçãomeral no povo; as prophecias de Jeremias; o livro de Ezequiel; e o 'livro das Lamentações. Este Ji'Vrinhoexhibe a nós o modo de pensar do homemreligioso. Todos estavam attonitosdiante daqÕillo que·testemunharamna queda da cidade de Jerusalem, especialmente quando reflectiram que foi Jehovab mesmo quem permittiu que assim acontecesse. Tambem o livrinho nos, mostra a consciencia profunda do peccado tevivificadoe ,intensificado nas memórias do povo por causa dessas reflexões sobre a obra de Jehevah na destruição de Jerusalem. E .finalmente o Jivrinho n9S mostra uma fé universal, invencível, em Jehovah, o uaíco Salvador do seu povo. O' capitulo 3 é especialmente interessante por ser unia das meditações' mais sublimes , que temos sobre as probabilidades da misericordia de Deus, no Velho Testamento. "Eusou aqueDe homemque viu a afflicção pela vara do seu furor. A mim me guiou e levou ás trevas e não á luz. Devéras se tornou contra mim e virou a sua mão todo o dia. Fez envelhecer' a minha carne e a minha pelle, quebrantou os meus ossos. Edificou contra mim, e me cercou de fel e trabalho. A$sentou-me em Jogares tenebrosos, como os que estavam mortos ha muito. Cercou-me de sebe, e não posso sair: agravou oameus grilhões." (Lam. 3:1~7). "As misericordias do Senhor são a causa de não sermos consumidos; porque as suas míseríeordías não têm fim. Novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade. A minha porção é o Senhor, diz a minha alma; portanto esperarei nelle. Bom o Senhor para os que seateema elle, para a alma que o busca. Bom é esperar, e aguardar em silencio a salvação do Senhor." (Lam , 3:22.-26) .. Entra tambem neste periodo a segunda parte de Isaías, a parte mais profunda do. Velho Testamento. O livro de Deuterononiio apresenta muitos problemas que não vêm ao caso discutir aqui. Podemos resumir os seus ensinos príneípaes em quatro pontosgeraes: (1) Jehovah o Deus de Israel, é o unico DellS e não pode 'é
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THEOLOGIA
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ser representado por qualquer forma porque. Elleé espirito. A attitude dElle para com o seu povo é a altitude de amor e este deve ser a attitude do povo para com Elle. "E, porquanto amava teus paes, -e escolherá a sua semente depois delles, te tirou do Egypto diante de si, com a sua grande força." (Deut. 4:37). "Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o unico Senhor." (Deut. 6:4). (2) O segundo facto é a attitude humana, benigna e carinho. -sa que o livro representa. Quantas vezes a viuva e o orphão juntos com o estrangeiro são recommendados á consideração do povo. Quantas vezes se recommenda aos segadores e trabalhadores no seu trabalho de ceifar o trígo, que deixem umas espigas para osrespigadores. A humanidade do livro é bem pronunciado. "Vendo extraviado o boi ou ovelha de teu irmão, não te esconderás delles; restítuíl-os-às, sem falta a teu irmão. E se teu Irmão não estiver perto de ti, ou tu o não conheceres, recolhel-os-ás na tua casa, para que fiquem comtígo, até que teu irmão os busque, e tu lhos tornarás a dar. Assim tambem farás com o seu jumento, e assim farás com os seus vestidos; assim farás tambem com toda a coisa perdida, que se perder de teu Irmão, e tu a achares; não te poderás esconder. O jumento de teu irmão, ou o seu boi, -não verás caidos no caminho, e delles te esconderás; com elle os levantarás sem falta." (Deut. 22:1.4). "Não opprímirás o jornaleiro pobre e necessitado de teus Irmãos, ou de teus estrangeiros, que estão na tua terra e nas tuas portas. No seu dia lhe darás o seu jornal, e o sol se não porá sobre isso: porquanto pobre é, e sua alma se atem a isso: para que não clame contra ti ao Senhor, e haja em ti peccado. Os paes não morrerão pelos filhos, nem os filhos pelos paes: cada qual morrerá pelo seu peccado. Não perverterás o direito do estrangeiro e do orphão; nem tomarás em penhor a roupa da viuva. Mas Iembrar-te- ás de que foste servo no Egypto, e de ·que o Senhor te livrou dali; pelo que te ordeno que faças isto. Quando no teu campo segares a tua sega, e esqueceres uma gavela no campo, não tornarás a tomal-a: para o estrangeiro, para- o orphão, e para a viuva será; para que o Senhor teu Deus te abençôe em toda a obra das tuas mãos. Quando sacudires a tua oliveira, não tornarás atrás de ti a sacudir os ramos: para o estrangeiro, para o orphão, e para a viuva será. Quando víndíma-: res a tua vinha, não tornarás atrás de ti a rabíscal-a;
4t5 :reisfa.unente, e queimareis incenso a Bsal, e andeapós 08 deuses alheios, a quem .não oonhecehl? Eentio vireis~ e
vos
po~
diante de: mim nesta casa, que se cba-
mapeio meu nome, edireís:Somosentregues paraf~ mos todas estas abominações. E' pois esta CIl8&t qUe se chama pelo meu' nome, uína cavernade salt~ores' IlOl vossos olhos? .,quetambem eu o vi, diz o Senher," (ler., 7:9-11) .' . O propheta Jeremias oecupou uma posição bem dif.. ficil no meio do seu povo. Tanto a sua relação' para com o povo como a sua relação para com Jehovah foi a mais difficil qu~ se pode imaginar. EUe. intercedia .eonstantemente díante dê 'Deus pelo 'povo, porém foi rejeitado. "))ia.. se-me, porém, o Senhor: Ainda que Moysés e Samuel se. pusessemdiante de mim, não seria a minha' alma.com este povo: lalJÇa-os de. diante da minha face, e sai_~~ (Jer. 15:1). Etle tambem appellava para o povo e' Birr· guem lhe deu ouvidos.. Levava a palavra de Jehovah aó povoeo povo o perseguia por cansa dessa mesmapalall.· vra. Apparen~menteDeus lhe exigia muito e bem pouco suceesso lhe dava. Porém duas coisas elletínaar Deus mesmo e a 'sua palavra. "Achando-se as tuaspalawas. logoas comi, e a tua palavre foi para mim o' gozo ea alegrla. do meu CQração; porque pelo teu nome me .ch81J1Q, . ó Senhor, Deus dos Exercites." (Jer, 15:16).' Conhecer . . a Déus e ser um dos sem servos bastava para-Jeremias. Embora derrotado e perseguido a cada passo, vepcia na sua vida intima, na sua communhão com'l)eus. Os BeQS ensínossãc a expressão form.al ~a sua w.da em oommunhão com Deus. E' 'por isto que' no livro de Jeremias encontramos bastante desenvolvintentQ da doutrina do individualiSmo . Depois da 'propheeia .de, . Eaequiel, é uma das que mais destacam o individuo no·Ve:..· lho Testamento. . Diversas coisas oontr!buirain para a realização .
•
~.
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do. (2) A segunda coisa que accentuou o individualismo em Jeremias foi a sua concepção de Deus. Deus para Je,remias era um ser moral, no sentido mais lato e mais alto da palavra. Sendo assim a mais intima relação, com o altamente e perfeitamente moral, seria um relação pessoal, de espirito com o espirito. Jeremias tinha a concepção de Deus' que encontramos no Novo Testamento. Portanto a sua religião era uma coisa interior, provinha do coração e não apenas dos lahios ou das mãos. Reli. gião consistia na re-ligação com Deus, pessoal e índívídualmente. Notemos agora algumas das coisas princípaes na prophecia de Jeremias. (1) A condemnação formal de todo o passado reli. gioso da nação. A nação não serviu ao Jehovah como devia nem como RUe queria. "E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Vae, e clama aos ouvidos de Jerusalém, ·dizendo: Assim diz o ·Senhor: Lembro-me de ti, da beneficencia da tua mocidade,. e do amor dos teus desposorios, quando andavas após mim no deserto, numa terra que se não semeava. Então Israel era santidade para o Senhor, e as primícias da sua novidade; todos os que comiam eram tidos por culpados; o mal vinha sobre elles, diz o Senhor. Ouvi a palavra do Senhor, ó casa de Jacob, e todas as familias da casa .de Israel. Assim diz o Senhor: Que injustiça acharam vossos paes em mim, para se alongarem de mim, e se foram após a vaidade, e se tornaram .levianos? E não disseram: Onde está o Senhor, que nos fez subir da terra do Egypto? que nos guiou pelo deserto, por uma terra de charnecas,. e de covas por uma terra pela qual ninguem morava nella? E eu vos .introduzi numa terra fertil, para comerdes o seu fruto e o seu hem; mas quando entrastes nelIa contaminastes a minha terra, e da minha herança fizestes uma abominação. Os sacerdotes não disseram: Onde está o Senhor? E os que tratavam da lei não me conheciam, e os pastores prevarica. ram contra mim, e os prophetas prophetizavam por Baal. e andavam após o que de nada aproveita. Portanto ainda contenderei comvosco, diz o Senhor; e até .com os fi. lhos de vossos filhos contendereí. Porque, passae ás ilhas, de. Chittim, e vêde; e enviae a Kedar, e attentae bem. e vêde se succedeu coisa símílhante, Houve alguma nação que tenha trocado os seus deuses, ainda que não se-
se"
· jatnde~? Tpdavla·o meu povo trocou;,a~.'" pelo que de Da4Ja.•proveita. Eapantae-vo., dt_9.,.o .~. e pasmae·; , e. aédearan~emente.a.sso1ados.' diz"() ~• .PorqueoD:l~' povo .f~ dués ma1dad~; a mhn me,dei~
xát'am..:o DlauanciaJ de tyJUasvivas. e
~varamêi'!t~
.as, ·cisteJ:'IUUJ fendidaaQ <me.. iá não :J"eteelll agu,as.n····.(Jer.. 2:1-13) .. . "'" (2) Jeremias ensina tambem a inutilidade do ~ ,.;o puranlente ,externo ede symbolos materiaes. 'cOmo por exemplo o sacrificio. a arca, ete.O teDlpo'riJ"4 de não se lembrar mais dessaacoíses. "Porveplwa.:tJ;irtareis, e··matareiB, eadulte.rareis, 'e jurareis f81s8~te,.~ queimareis, iDeenso, a Baal, e. 'andareis após 0$ de~ alheios. a quem. não· conheceís ? E então vireis. e 'VQtl ~ reis diante de mim . Deata casa, que se cbama ~o ,Jn~ nOlJ1~,'e "~: .SomolJ entregues para fazermoe., '. ~
estas abomiDeções.E'pois esta casa, que se
duuua,Pelo
meu nome, um.acaverna de salteadores 8.C)8. vo~,~' eU que . ~ eu o vi, diz o Senhor." (Jer. 7:9-11). "Assim diz o' Senhor dos Exereítos, o Deus, de ~ : Ajuntae os 'VQ&808bolocaustos aos vossós' ~ ' e eomei eazne , 'Po~ ilUDca falei a VOSSOSples,. 'J.lO . ,em que vos tirei da terra. do Egypto, nern .~', ordênei coisa alguma, ácerca de bolocaustos ou saçrific.ios., }>o,rem esta .coisa lhes ordenei, dízendot- Dae ouvidos ânu.nha '. voz, ê eu serei o vosso Deus. e vós sereis .o. p'én povo; e andae em todo o caminho que eu ves rnfllJdu. para que vos vá bem. ·Porém não ouviram, nem inen.t.... ram os. seus ouvidos. mas andaram nos seus :p~:l-i08 eonselhos,noproposi~o do seu. coJ'llÇão!Dalv.do; .etQ:f'nar8D1~· pant 'trás. ~ não para diante. Desde o. ~dl"eJ;D qUe V088Q8 paes.,. sairam da terra do Egypto. té ao ~,'de hoje, "enYi&.v08 todo.. 0$ )Deus servos. os propheÚU\, ~,a madJ.'u.anclo e en-,iando-os; porém não me~' der.ouvidos. nem inclinaram os seus ouvidos. mas end~ rama.·.... ce~ e f~peior do qu~~us . ' . Falar-Jhee..ás poí.e-todas ,estas. palavras, mas não.: te'd..,.~ ,~vidoa; .~•. mas não te resP9nd~ô. dirás: ,F.4tta .~ gep..eque, não dá: ouvidos a voz do " ~ ,seuDe\l8e.~.•cç.ei~.~tigo. já pereceua ..v~~..'e . . U'ft1lC()U". •,aqa ~. (Jer. 7:21-28) ..' .... E 1R1~~
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(fUe. ~~u1~cardes,'e fl"Utifi~'.'D:a terrâ.,~ .-n~ '~o..()r. nunca mets .9~~_~,'9P
... &,mor 'U~ lhes
concerto. •
sUbirá aó eorâçlo;' ~
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.THEOLOGIA .BmUCA
delIa se lembrarão, neUl a visitarão; nem isto se fará maíe, Naquelle tempo chamarão; a Jerusa1em o throno do Senhor, e todas as nações se ajuntarão a ella, á cauS8 do nome do Senhor 'em .Jerusalém; e nunca mais andarão segundo o proposito do seu coração madgno, Naquelles dias irá a casa de Jndah para a casa de Israel; e virão juntas da terra do norte, para a terra que dei em herança a vossos paes," (Jer. 3:16-18). (3) Por causa dessas coisas o propheta achou pouca satisfação e na reforma de Josias; _.- refonna de que o povo muito se orgulhava. Jeremias não queria reforma de costurnes, porém queria ver regeneração de almas. Neste facto vemos o quanto Deus tinha feito para preparar a humanidade para a vinda do Messias que havia de trazer, não reformas, mas o novo nascimento, a regeneração. Até aqui Deus tem promettido for-malidadee e reform.as mas está preparando-se agora para exigir moralidade baseada na regeneração. Porque assim diz o Senhor aos homens de Judah e a Jerusalem; Lavrae para vós acampo de lavoura, e não semeeis entre espinhos. Circumcidae-vos ao Senhor, e tirae os prepucios do vosso coração, ó Irornerrs de Judah e habitadores de Jerusalém, paraque a rniriha indignação não venha a sair como fogo, e arda, e não haja quem a apague, por causa da malieia das vossas obras." ~~Lava o teu coração da malícia, ó J"erusalém, para que sejas salva; até quando permanecerão no meio de ti os pensamentos da tua vaidade?" (Jer. 4:3-4. e 14) . (4) Em vista destes factos. acima mencíonados J~ remias exigia urna móral bem. alta, bem pura, por parte do individuo que eorrtempfava communhão com DeU$ .. <6~Dae voltas ás ruas de Jerusalem, e vêde agora; e infor. mae-vos, e buscae pelas suas praças, a ver se achaes al~ guem, ou se ha algum que faça juizo ~U busque a verdade; se eu lhe perdoarei a eUa." (Jer. 5:1) .. uPorém não me deram ouvidos, nem inclinaram os seus ouvidos, 1D8;S endureceram a sua cerviz, e fizeram pior do que seus _paes. Falar-lhes-áspois todas estas palavras, mas não .te darão ouvidos; cbamal-os-ás, IDas não te responderão. E lhes dirás.: Esta é gente que não dá ouvidos á voz do Senhor seu Deus e não acceita castigo: já pereceu a ver· dade, e se arrancou da sua bocca." (Jer. 7:26-28) .~~Oxa· lá a minha cabeça se tornasse em águas, e os meus olhos ll;UID fonte de lagriInas! então choraria de dia e de noiU
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'te 08 :mortos da filhtl elo meu povo. Oul'- tivelle serto uma é8taJagem de' caminhantes I eatãod. . . . ., meu. lJOTO, e 1iIe -PMtaria delle, porque tedoa ~ ..•. ·adulter08t.e bdndo'de aleivosos. E .esteDdeJa ··a . . ) Jin~a como o seu arco, para mentira; f~. . . . terra, porém .nio para verdade; porque se aVànçam, ,de nialicia em meJieia,.· e a mim me Rio coDlleceuL. . .·.os. nbor. Guardae-vos eadaumdo seuamilo,. edeirmio nenhum 'vos fieis; porque' todo o amigo anda do. ' E zOmbara\' cada um do seu amigo, e não f• • • verdade: ensinam a Boa lingua a falar a ment:iN, and•• se cansando em obras,' perversamente. A· tua hal.JBação . estiBO meio· 'do eDpao: 'com-engano recusam CODheeer- me,db o Senhor." .(Jer. 9:1-6) . (5) Em Jeremias vemos a prophecia despida de to. das as externaHdades.; ella aproxima bem de perto ...... temunha" do No..o TestaInento. A prophecia era' mais uma commU11hão com Deus do que qualquer outra, coisa. "Ai dá naÇlo peccadora, do povo C8l'I'ePdo de iDi· quidade, da semente de' malignos,. dos fiJhoscol'ftlptores; deixaram ao Senhor, blasphemaram o &anto. de..~ rael, tornaram-se Para trás." (18a. ,1:4). Jeremias, p0rtanto, Itatna1mente ~pudiava os sonhos e visõeaeomo meiosdeprophetizar. "Não mandei 08.prophetu. eoqa. tudo elles foram t:Ol"I'êndo,· não lhes falei a ~'comtudo 'elles .prophetUamm. Porém se estiveuem no meu coaselho, então fariam. ouvir as minhas, pelavru ao ,JAeU povo, e os fllriam voltar do mau eaminbO, e. da ....... de das 8uasaCÇÕe8. Porventura sou eu Deus • ,peI'to, diz o'Senbbr, e não tambemDeus de, Ioqe? . ~ se-ia alguemem esconderijos, que eu não o veja?' . . o . Senhor; porventura Dio encho eu os céus e a tetra?,·. o Senhor:· tenho ouvido o que dizem aqueDea proplle. tas, prophetizando '. mentiras em meu nome. . , - , , ; Sonhei, sonhei. ·Até quando sem isto?ha pois • • •',. . nho no comçâo··'dos prophetas que prophetizam l"Il8? sio.porem, pmplletas do eRpno d08eQ . . . . . que'euidmn que ,fade que o meu.povo .esqaepl ...
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nome .pêIOs. '1eUI sonhos que cadaum coata ao' .... ·panhmo, . . . . .ino seus paes seesqllecB'lQlt. • ~ 'nome put' eatlsa de"Baal. O propheta que tem conte o~lônllfi;e aqueDe-em quem ela.. :a • • b . . ' ~. a ·DiiDba pda~' eem verdade..· Que, t.a'.• pe"Iha eouro trigo? diI-O·Senhori -Porveadllia a'lnioba,.
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I
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·THEOLOGIA BIBLICA lavra não é como o fogo, diz o Senhor, e como um mar.. tello que esmiuça a penha? Portanto, eis .que eu sou con.. tra os prophetas, diz o Senhor, que furtam as minhas palavras, cada um ao seu companheiro. Eis que eu sou contra os prophetas, diz o Senhor, que usam de sua lingua, e dizem: Assim o disse: Eis que eu sou contra os que prophetízam sonhos falsos, diz o Senhor, e os con.. tam, e fazem errar o meu povo com as suas mentiras 'e -com as suas leviandades; e eu não os enviei, nem lhes dei ordem; e não fizeram proveito nenhum a este povo, diz o Senhor." (Jer. 23:21~32). Segundo Jeremias a pro-va melhor da prophecia, a sua maior justificação, achava-se no caracter produzido por ella: na 'maneira do propheta viver. "Porém ouve agora esta palavra, que eu falo aos teus ouvidos e aos ouvidos de todo o povo: Os prophetas que já houve antes de mim e antes de ti, desde a antiguidade, elles prophetizaram contra muitas terras, e contra grandes reinos, acerca de guerra, e de mal, e de peste. Opropheta que prophetizar de paz, cumprindo-se a palavra daquelle propheta, será conhecido o tal por aquelle a quem o Senhor na verdade enviou." (Jer. 28:
7-9) . (6) Jeremias não se perturbava grandemente quan.. do viu a certeza da queda da nação. Isto foi devido a duas coisas. (1) O seu robusto individualismo. Embora que a nação desapparecesse o individuo havia de ficar e o eterno proposito de Deus havia de continuar. (2) A sua robusta fé e communhão com Deus. Nem a queda da nação foi considerada sufficiente para enfraquecer a fé ou perturbar a communhão que gozava com Jehovah. Por isto elle calmamente comprou um sitio e' aconselhou o povo a submetter-se ao Rei de Babylonia. "O que ficar nesta cidade ha de morrer á espada, ou á fome, ou da pestilencia;porém o que sair, e se render aos chaldeus, que vos teem cercado, viverá, e terá a sua vida por despojo." (Jer. 21:9) ."E estas são as palavras da carta que Jeremias,- o propheta, enviou de Jerusalem, ao resto do captiveiro dos anciãos, como tambem aos sacerdotes, e aos prophetas, e a todo o povo que Nabucodonozor havia transportado de Jerusalém a Babylonia: (Depois 'que sairam o rei Jechonias, e a rainha, e os eunuchos, e os príncipes de Judá e Jerusalém, e os earplnteíros e ferreiros de Jerusalém. Pela mão de EIasa, filho de Saphan, e de Gemarias, filho de Hilkias, (os quaes enviou
I
DO' (VBtHO~AMENTO ~dekia.., i"éide 'Jwdá a Babylonia. a N"u~J\ rei de BabylOBia).dUendo : 'Assim dizo. Se__: ~ Exercito&, o' -Deus 'de larae!, atodes • CNe,""transportados; ,08f1uaea fiztranapqrtar. de ,~~ léiD'para • •,.klJua: ,Edificae casas e "bi~, p"~ j~ pl&nt84! ;8I'dins."ecomcnoseu fruto. TOmae ,Pl~ te génle filbôs .e· filhas, ..• tomae 'D1u1heres ~.:v~., ti.. lhos; e da~VQlll8S filhas_maridos. e~; ,lill9à e,A-; , IL__ _tt:-l~ . ali ,. VOS,·~. ..:11.:......:_•• _....;.. E" UIII1I; e mlUu.pu~'YCN!l' " e nao 5" . prQ- . eurae a 'pu. 'ddade, ptl1'8 onde vos fiz .~. ',~ oraeper ella·ao,~or;.porque ~sua ,paz . ~;~ pa.z~.' (Jer. ~:b7)."EntioJerem.ia8diesea~:·Air sim diz o Senhor, Deus OOS Exercítos, DeQl,.di; ]~:;'~ vol~~te 'SaiJ!eS .aos prip~~ do ~:de B~j~~. entãoVlveN atua alDJa.eesta CIdade.nsp. se queJmaxáfog~e vi'YeI'Ú, ,tu e atJ.l!l cas~." .(~er. 38:~7! . AiJJ~' eiU;t gesta...ou &.~ ;pUat o .indiVlduo ~ijnua,.i.j '. ,~~ valt,coobua;.a.religi.io. continua. ~.8 ,.n8Ç1Hl ~ não se.peIiÕe tudo; o' individuo fica. .. <;',
(7) IJ~_ ~,viu ~e()
novo conmt.().;,qtl~
havia ele . . feito com o individuo, não ~~, ~
eú\'
leis eRCl'iptaa em ;pedras porém esmptas:nQS co~ 40 povo, de fOrqla que cad& 'lUD havia de coPb~,qSeph9r~ "Más é,ó~cc:mcettQ qu~ farei com a 'CM8, ~e.· _ _·'depoIS. daqueHes«ti48•.~ o Senhor: Porei a, llD seuinttttitlr, .e .,eaç~ve~i no seuooraçjo;e lh~'~t' eDes por Deus e 'eUe8. me :serão a mim .por pp'Vo."'(1_. 31:33). ' .. 2. ·ACORIl.UDGÇãodo remo. . Os p~tas agrupavam 0tI seus gnmdes.. ~ tos e 8s 'Suas'.· espel'8Dças" acerca da sal~" ao .....r de certas ~' e importantes figuras no ,:VelhoT~""" to. Uoia' del888. fipras é sem duvida,..oRei T~~ ou Davitico. "Da grandeza desteprineipadoe..Upq não ha-veráfim,80bre othrono de Davicl e ao ....·rei~ no, para ofifto&r e o fortificar com juizoe.. COm..~ tiça., desde ~para sempre: o MIo.ele ~r".~. Exereitos fará .isto. " (l8a. 9:7). A i46ado ~.;.~ pa um· .1.... de grancle destaque et~·. . . .prophedu. de .·.Isai.. .e de Miqueas. Aptellentadq;~.,u... venM maneiru,......f'llUI"a tornou..~·8. ~~~." ~va:e .aisf~ na propbeciAl. cH2.tg..ót. rede rebaobo,' ele (ilha ele Siie,a ti \'irá;..,. tameJltevirá·. prilneiro, ~ominio..·o ·reino • . •" ..•
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mio",.
.08.
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THEOLOGIA BIBLICA
Jerusalém. Ora porque farias tão grande pranto? não ha em ti rei? pereceu o teu conselheiro? apoderou-se de ti dôr, como da que está de parto? Soffres dores, e trabalhos, para produzir, ó filha de Sião, como a que está de parto, porque agora sairás da cidade, e moraráB no campo, e virás até Babylonia; ali, porém, serás livrada; ali te remirá o Senhor da mão de teus inimigos." (Miqooas 4 :8-10). "Mas a
bre iai;e ilé8.0 reputavaDlOl por aff1ieto,. feri(io. de,:p~~ e opprimiclo. Porémelle foi ferido .~ Do$sllS; . ~ grei8óes, ,e -oWo pelas a088as iniquidades': o~, que 'DOS'UU a paz estava eobre.elle, e.pe_.suas ~ duras folil08 arados'.. Todos nós, andav8Dlos de• .,... , dos como ,oVéJhu; cada um se desviava pelQ, ~u. minJao;poré:DloSenhor fez cair sobre e11e a iniqWda4e • DÓI' t~. &itP'ldQ.o&e-lhe, elle foi OPPriinifl(), . poJ'lémnãó'.&briu.a suabocca: como um cordeír'() foi :re.ado ao matatlouro, .e COIDO a ove.1hJl muda per8D~oI aeua~dOl:e8,asaim não abriu a sua Dâ' aaeia e -do ioilo (oi tirado; e .quem colltuá o teJp.~ da sua -vida?,QI'CIIle (oi .eortado da terra dos vive..,'; .pela' ,tra.atgreuio .do meu povo a praga estava 80bfe élIe." .(lIa .. 53:.1-8). ' . .. Podemee .4raÇ&r o progresso do Reino TheocratieQ e ver . ~ _ .... doi prophetas em revelar a8 glon. deste Beije aeltn'afão Cada vez mais das àu.. Cf.MlCe~ Ptõesdo llei até eIteIarem ao ponto,de·oh.eDJ4...1o "Em~ Manuel", iato é, "Deus eomnoeeo", "o gran. Deua". "Portanto om~oSenhor VQ8 dará um. sipal: ,.'J1.ia que a virgem conceberá, e parirá um filho, eeh....rI o seu n0Dle EMMANUEL." (Isa. 7:14). A Idéa é, qIle neste Rei, Deus estarájotahnentepreseate eoero leU pOVO. ,E' nestll.con~xio que podemos ajuntuo'CfIM! 08 . pr<>pJ.1etaa eDsma1;am. acerca da condição final ·dó Reino .ou daconsumaçâo ·do. Reino. O progl'eMO envolvimento do Reino culmina num grande dia que ., chama "o dia do Senhor". Ora essas duas .gnmdesfi.. guras "o Rei" e o "Servo Soffredor" encorporam nu concretiZam qu~se tQ~as as, concepções' mes8iam~aldô VelhO Testamento .E' bem provavel que. 08 escri})to. do Velho Testanlento nunca fizeram um.' tentativa dê combinar 'a. duas figuras numa só pessoa; porém a;-" toria subaequente mostra que isto realmente aco.t~: · E sabemos tambem que .tal acontecimento estava'dlmtro do grande plano de Deus. ,'• .. A,s éonõ~pções ,xnes~dailic.ase as e~peranÇásclé ~. rael estio mtfJD.aDlente relacionadas com 08 utt:'iuIot citas cJeI~;', o J;lériodo da perfeição e'p~ final. ,~.
ooeea..
·do.'"
~ta~óaeflaraele .8ua perfei~o &e reali%antíl.~ se chaniat'o dia db~~.
v.s.db . ~~éveDfc)que
'B' fâctóaotavd aalo.toria que
Israel .~_
THEOLOGIA .BIBLICA sempre que todas as suasbençãos, tanto materiaes como espírítuaes, vieram de Deus; uma lição que nós hoje precisamos aprender. Deus até ensinou Israel a guer.. rear. "Estas pois são as nações, que o senhor deixou ficar, para por ellas provar a Israel, a saber, a todos os que não sabiam de todas as guerras de Canaan. Tão sómente para que as gerações dos filhos de Israel deIlas soubessem {Para lhes ensinar a guerra) pelo menos os, que dantes não sabiam dellas:" (Juizes 3:1.2) .Tambem a salvação pertencia ao Senhor. Toda a força da nação vinha de Deus e do seu espirito. Deus mesmo foi a maior benção de Israel. Elle foi a porção mais preciosa deste povo. A sua presença em toda a sua plenitude foi o alvo e era a coisa mais desejada em toda a historia de Israel. "Levanta-te, esclarece, porque já vem a sua luz, e a gloria do Senhor já vae nascendo s0bre ti." (Isa , 60:1). Isto foi a significação principal do concerto que Deus fez com a nação. Foi através deste concerto que Deus começou a estreitar cada vez mais as suas relações com este povo e com a humanidade toda, afim de, algum dia, habitar com elles em toda a plenítude da sua rica personalidade. ' Os dois grandes factores do concerto naturalmenmente são Deus e o homem . Em relação ao primeiro faetor, Deus, é que se discute a theologia; em relação ao segundo factor, o homem; é que se discute a anthrópologia , O ensino messíaníco faz parte do primeiro, a theologia; e o ensino sobre a immortalidade do Indivíduo faz parte da segunda, a anthropologia. O ensino messianico forma a Eschatologia da nação porque o futuro da nação está intimamente relacionado com o Messias;e o ensino sobre a immortalidade forma a eschatslogla do individuo. Ha no Velho Testamento, portanto, uma eschatologia da nação e ha uma esehatologia do individuo. . Agora não devemos pensar que o ensino messiani00 no Velho Testamento é uma coisa distincta, separada dos demais ensinos, porque não é assim. A verda.. de é que tudo quanto ha no Velho Testamento constitue num sentido numa prophecia e portanto faz parte da idêa messianica. Num certo sentido o Messias ê a coneretísação de todas as esperanças e figuras do Velho Testamento. O que se interpreta no Novo Testamento
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comõ m_iaDico, ne V>e1ho Testamento e~ereoi sa ideal;'8êja rei, sela' povo. seja sa.eer",ou.~__ ~. . indi'\'iefUg ·"fito: tudo euhni&a em Jesua.:& j~1l cdtnooap08folt) Paulo' bem disse. "Foi Páe reunti" ,tudo em Jesua. ". Portanto ad~,.... siâmetfnio éÚJDadotttrina separada. E' ap8llas,O't.pQq, toon~tod()S OI énsinos e todas as figuras Ie .•j~. se ~8lW e'8tlft:plioa'ln. ,j, " , ,··seud9 ·astdm. a' 'f~rma' messianiea "pecIe Varia:!'l." éP.'.oea.·élti.:~po.·.· ca, •.·8.tac.•ando 'assim,. ora a. !1as-. -0.0..8 8J_.'. . . Ü1dfVidUôqtl~~qae representa em 'lalgtmle fitle. Udade ..,0' agenf.e'predominante de cada'época é.:o:ia.. ,Hzado·PM'·esta····~;easUm tem·sua signifioaçio'" siaDica. Tf!'lDOs' doi8·~:xemplos frisantes'diato·no··I\ei,J).. vidicoe rio "Servb SéffrecJor, mencíonadoe acima. 'iBm-, qtlâ1tto08 doisreil108eDstia.m, e prospeí'8ràma,~ de: ,figura 'foi o Rei. MaiS' tarde quando ,a DaÇão estaa soffrettdo paDdemente a figura mais imporiaBte,e·maiI etnpelgan~ foió· Servo ,S6ffredor. Porémo!factoé,. tudoquattto· ,temos' -no Velho Testamento; é de.' ... m~Í1'Ia·mes8iaBieo.TGdososfaotos doV.T• •'. . . . ,logicos, isto. é, apontam para uma finaJidad'e . . aW$nte. Porémtle-époçuem époeasesaaaeaperançu D1essiwCâs ~ooncretUadas em eertaa~,I" guras, E'; por .isto que,' não .podemos separar a,do.." meSsiani. :dos demais ensinos do Velho T"~to. DMdindoentio a·bistoriade Israel, sobre ~b.... ~~ ltlOS as le8Uint~figuras messianieaa DO.Ve1hoT.eew mento:, 1.' Naturalmente o primeiro a mtmcioaar éJ'" vab mesmo cómtodaasua obra e a sUa ~• . toda a·hist()riade,Israd.. Isto é de uma ilnportaneia ... peei~ .porque ahi temos ubaaes tanto para aobq,~ para a·peaadádo Messias. Seja qual l6r a figura ....... niCa,élehoveti··meamô que é o Sal"adoN A Sa1v",4 de Deu, tanto no .Velho como 'no Novo T_......~:.···, 2. No periodo' pr&omOnarchi~ a figllraé .~ palmeD.ia' '·]rIDIMulidade -on "A semente da.......,".• -E porei ·inind.de entre tie a mulher, e entre·.,!", ....ente ea_'semente; esta te ferid aeabeçAij'eft. lhe ·fePJrU· ocaleallbar. "-(Gen. 3:15). , H 1) s. Durate alltOllarchia a figura é 'o BeiO....... , - O Rei .....aDico como o represeDtante i de' etamhem'do'''fPOVO. ' : ,'i'
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THEOLOGIA BmLICA
4. Depois da destruição da monarchia a grande fi-· gura messíanica é o Servo Soffredor ás vezes interpretado como sendo a propria nação e ás vezes ínterpretado como individuo. "Quem deu credito á nossa pregação? e a qaem se manifestou o braço do Senhor? Porque foi subindo como renovo perante elle, e como raiz: duma terra secca: não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para elle, não havia apparencia nelle,. para que o desej assemos. Era desprezado, e o mais indigno entre os homens, homem de dores, e experimentado DOS trabalhos; e como um de quem os homens escondiam o rosto era desprezado, e não fizemos delle caso algum. Verdadeiramente elle tomou sobre si 8.& nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputavamos por afflicto, ferido de Deus, op· primido. Porém elle foi ferido pelas nossas transgre~ sões e moído pelas nossas íniquídades: o castigo que nos traz a paz estava sobre elle, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; oada um se desviava pelo seu caminho; porém o Senhor fez cair sobre elle a iniquidade de nós todos . '" (Isa. 53:1-6). 5. No periodo da restauração a figura 'do sacerdote torna-se mais importante; porém neste periodo ha uma união entre as figuras do sacerdote e a do Rei. E' coisa interessante que a figura do propheta apparece tão pouco na eschatologia do Velho Testamento. Isto se explica pelo facto de que quando o povo chegasse ao estado de perfeição ou quando chegasse o Messias" não seria mais necessário a funcção do propheta. Naquelle tempo J ehovah escreveria a sua lei no coração de todos e não haveria mais a necessidade de um ensinar ao seu vizinho acerca das coisas divinas. A figura do propheta, portanto, desapparecerá , "Mas este é o concerto que firei com a casa de Israel depois daquelles dias, diz o Senhor: Porei a minha 'lei no seu interior, e a escreverei no Seu coração; e lhes serei a elles por Deus e elles me serão por povo. E não ensinará alguém mais a seu próximo, nem alguema seu irmão, dizendo: C~ nheeei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o mais pequeno delles até ao maior delles, diz o Senhor; porque .lhes .perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus peccados." (Jer 31 :33-34). Todos os prophetas creram e ensinaram que esse
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, dia dG' Seabor lIaviade, chegar. Sem duvida. por.... antes -decbeBar euedia, ;anação ,havia de fIOffnR'~ , hmtee- -e1prérimentar muitos dissabores i até-app~ têttlellte abandonacla por DeU8.To~avia ~o ~... aOODtecerá. Todos 08 - propbetaa entretanto predi~".• difteolu9Ao de Israel. Por outro lado" toda.;· fix8J;D &li sUas vistaa'na' gloria .que. ha.de pertencer ao ve~eAJp Isra:el depoi_ de 'ttestruida como nação. Gera1meD __ cotttram.08 aadues. Idéas JUDtas,' uma ao -ltado da outra, istóet ' a idéa da' deatruiçãoé a Idéa da Restauração. Por' exemplo, Miquea8 nos primeiros tres capitulos, cleseJ!e. -.e a destruição de Israel. •• Portanto, por causa _ele .... Sião será lavrada 'como um campo, e' Jeruaaléln: ae- I.... rá.molitões de' pedras, e 0- monte desta casa, -em' altu. rude bosque." (Miqueas 3:12). E nos ,capituloa ..,.. IJUintes fala d. restauração e o avivamento da casa de David. ~Ma. Do,ultimo dos dias acontecerá que o JDO,ate da coa- :00' Senhor- será estabelecido 119 c~e_dos - lDOIlte~e se ele"'8rá sobre ,os outeíros, e coDco:n:ede a êlleoa povos. E irã&JDuitas ,naçoo., e -dirio : ,Vinde., e StlbaDiOs ao monte 00 Senhor, e á casa do Deus de .Iaeob,para que nos· ensine 08 seUs camínboe, e nós 'andemos 'pelas 8U88veredaa;porque de Sião sair4 a lei. e a palavra' do Se~r' de Jerusalém. E julgará.-' muites povos, e· castigará poderosas na~ até mui. ~ ge, e converterão a. BU,8S espadas em enxadas, eaa , _ lanças eDJ /foi~ uma nação contra outra ~DaçãO . . . . . ;1evantBJ:áa espada, Bem -, aprenderão maia. gueua. Masaasentar-ee-ão, cada, um debaixo da sua figueira, ,-tO não haverá quem os espante, porque a bocca do SealMw dos Exereitoso falou." (Miqueas 4:1-4). Os 'prop"'_ em geral-não tentam harmonizar estes doiafactoa, ~ rém attribnem .tanto um como o outro a Deus; que, ... sua 'ira~e&palha Israel; porém· na sua misericordia. O i
ajuntaBO~ente.
'.
Mais tarde nas - propheoías, como por exempla.a segUnda parte de ·I_ia~ temos revelado a'nóso p ~
90 i~1erior' ~qUeéCotnpanba os movilDéDtoa· his~, q1lese •-estIO dando em Israel; o perdão, .dos' peoe.ackw e' () ~amperndim.entoque hão de trazer ·a 'l'eM.aUração•. <
EIlcotitrames'& mesma':eoisa CID Zaeharias. ~Porém ..... bee a ca."i>dé,'DIfrid,.e sobre' os habitantes de-·J~· Iém, derralDarei o espirito de graça e de supplieaç6ell;; e·olha..- Psramim,"Q,quem .traapassaratn';".e- farão
THEOLOGIA BIBLICA
pranto sobre elle, como o pranto sobre o unigenito; e chorarão amargosamente sobre elle, como se chora amargosamente sobre o primogenito." (Zacharias 12: 10). Mas os prophetas não falam dos meios internos da restauração de 'Israel, falam principalmente em Deus que sempre faz tudo. Porém todos creem firmemente que Israel seria restaurado. E nas prophecias, certamente em Isaías, temos a ídéa da continuidade do povo; a semente santa é indestructivel e dará um novo povo . "Portanto prophetiza, e dize-lhes: Assim diz o Senhor JEHOVAH: Eis que eu abrirei as vossas sepulturas, e vos farei subir das vossas sepulturas, ó povo meu, e vos trarei á terra de Israel." (Ezequiel 37: 12) . Agora como já notamos quem faz tudo isto para Israel é Deus. Porque a plenitude da vida da nação e a perfeição dos seus feitos muitas vezes é descripta como "a vinda de Deus." E' bem difficil saber exactamente a significação desta phrase "a vinda de Deus" porém uma coisa é certa: foi uma coisa objectivae pessoal, bem semelhante a nossa esperança em relação á vinda final de Jesus. E quando Ellevier, virá em toda a sua plenitude. Tambem á sua vinda o velho tempo passa e começa a nova época. E esta vinda não era somente em relação á restauração de Israel, porém, em relação á renovação de todo o mundo. "A luz semeia-se para o justo, e a alegria para os rectos de coração." (Psa. 97:l1). "Mas julgará oom justiça aos pobres, e repreenderá com equidade os mansos da terra, porém ferirá a terra com a vara de sua bocca, e com o assopro dos seus labias matará ao impio. Porque a justiça será o cinto dos seus lombos, e a verdade o cinto dos seus rins. E morará "O lobo com o cordeiro, e o leopardo com O cabrito se deitará, e o bezerro, e o filho de leão e o animal cevado andarão juntos, e um menino pequeno os guiará. A vacca e a ursa pastarão [untas, seus filhos se- deitarão juntos, e o leão comerá palha como o boi. E brincará a criança de peito sobre o buraco do áspíde, e o já desmamado metterá a sua mão na cova do basilisco. Não se fará mal nem damno algum em nenhuma parte de todo o monte da minha santidade, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as aguas cobrem o fundo do mar." (Isa.
11:4-9).
Muitas vezes, durante o passado, parecia que Deus
não estan· maiaiMereuado na sorte .de lR.eL 4pp~ itetttemente.'J.lII8deas dogevemo est_V~Dp.s llJ~~de 'ontrem. Pareeia,ils vezes,· -que Deus ~1IS1l1lu1a'Ya OI tempos deignGraDC;Üa.Porém. no fim deeeI1oJempo ~ Da' plenitude dot te,8lpos .-era evidente que as redeaa de>' govemo' -esta.,.,~ .sempre nas mãos de pense ~.. Elle realmente.·iOQrnava.e se interessava no. d~~,o do seu pov&. O ReiJlo era, é, e sempre será do se-Ó,
nhor.
'
Em tudo ,isto a idéa fundamental é que Deus,ePl . pe88()a"fl'Va.preRente·~m o seu povo.. ~~tá Vijída de Deusna.sua ·p1eDitude nem sempref~l rep~ tada da 'mesma maneira. A'8vezes é represen1aJ.da CQQlO o ap~iD1eDto direct de-Jebovah em,pessoa.A:. c
veze~ 'é' representada o a vinda do ·Meuias; istq:é. na presellfado ~ial' presença de De~esta'Va.~ nifestada·· e rem.da, orque o Messiasé... Jl;q.malllJeL . ,"D~ns' cemneseo' .. Deus estava presente no Me~M ra salvar o seu povo, rtanto, a sua Pl"e$e1lÇa é lPQ8 . 'presença .retlemptiva. . . tasem duvida é a eonceMiP mais· alta da flllleOáod Messias; porqae.assím« .)I~
-tiás éaeulmiDaçãodesperanças '~iJloriOfJ.·4e -l$mel. A ··mais alta e amais pura esperauça' .4e, I~,.el
era-que ,Deus'8e"maBif tasae plenámente.J.\O ae\l~; isto 'o Messiurealizou. perfeitamente. 4uim -o Mel'sias é a Pft8eBça.pessoal e verdadeira. de Deus. C0ilt0· já vilrms' nos primeiros prophet88 a eIP~ ça messiamea COJaCretizava.se na figura do R~l)a* .dieo.~·duasoeeasióel esta esperança appareeeu ~
grande espleBdGr.. A primeir'a foi DO Reino den.~4e «ai sua· casa . Temos '. exp~ s6es desta·.perbÇa . e ·das· concepções deste·te.po 801 t• e P8rt1mos2,'1B, e 90. ~Porque se amotinam_ os povos imaginam a vaidade? Os reis da terra .. , . vantam,·e.oa' 'prineipes. eoasaltam jUllt.-ente.. ·contra o -senllOl':e~tJ'a o'se-._, UIlIido,.dizendo :.'..~.~.'. '.' .' ,'•.. ". MIO atadÚ1'B8,' eaaeudamos de nós as. Sua.corduA AqaeIle. quei~' ,1108 céus' se rirá: o Se8bOJ:ZO~ ritleÜeá.&" ilha ralará na sua ira, eJJO seu. fu.w .. 08 ,turbari. iEa·lJOl'ém lIBIi.··· o meu Rei BO~., 4 1Qe.~." ·tomon·te:'deSiioI.Recitateio ~to:, o ~oJ:_~ se: 'tu á meu
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tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro. Ago'ra pois, ó reis, sêde prudentes; deixae-vos instruir, juizes da terra. Servi ao Senhor com temor..e alegrae-vos com tremor. Beiiae ao Filho, para que se não ire, e pereçaes no caminho, quando em breve se aecender a sua ira: bemaventurados todos aquelles que nelle confiam." (Psa. 2:1-12). Parece que esta passagem tem por base a promessa feita a David por Nathan que a sua casa nunca soffreria solução de continuidade no reino de .Jehovah. "Quando teus dias -forem completos, e vie'res a dormir com teus paes, então farei levantar depois de ti a' tua semente, que sair das tuas entranhas, e ~ , 'tabelecerei o seu reino. Este edificará uma càsa ao meu nome, e confirmarei o throno do seu reino para sempre. Eu lhe serei por pae, e elle me será por filho: e, 'Se vier a transgredir, oastígal-o-eí com varas de homens, e com açoites de filhos de homens. Mas a minha beni.gnídade se não apartará delleroomo a tirei de Saul, a 'quem tirei de diante de ti. Porém a tua casa e o teu reino será affirmado para sempre diante de ti, teu thro'no será firme para sempre. Conforme a todas estas palavras, e conforme a toda esta visão, assim falou Nathan a David." (11 Sam. 7:12-17). Ha diversas referencias a esta passagem nas escrípturas como por exemplo: "Fez um concerto com o meu escolhido; jurei ao meu servo David, dizendo: A tua semente estabelecerei para sempre, e edifficarei o teu throno de geração em geração." (Psa, 89:3-4). "Porém todo o reino não ras.garei: uma tribo darei a teu filho por amor de meu servo David, e por amor de Jerusalém, que tenho elegido." "R a seu filho darei uma tribo; para que David, meu servo, sempre tenha uma lampada diante de mim em Jerusalém, a cidade que elegi para pôr ali o meu nome." (I Reis 11 :13, 36) . A outra occasião quando a figura messianica -. Rei Davidioo floresceu grandemente, foi quando grandes perigos ameaçaram a linhagem Davídíea. Aqui dois periodos podem ser mencionados como sustentan'do concepções messíanícas; (1) o tempo de Hesequías 'e (2) o tempo do exílio. Nestes periodos difficeis a fé Inabalável dos prophetas reagiu contra as apparencías da derrota e da dissolução e pintou em cores mais vivas a grande figura do Rei Davidico , Isto foi reflectí-do em Jeremias. "Ah I porque aquelle dia é tão grande,
o
DO
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q ue não houve outro sim ilh an te l e é de angustia para J acob ; porém será li vrado dell e. Porque será naquelle dia, diz o Senhor dos E xercitas, que e u quebrarei o seu j ugo de sobre o teu pescoço, e quebrarei as tuas atadur as; e n unca mais se servirão delle as estr anhos . Mas servirão ao Senhor, seu Deus, com o tambem a D av id , se u rei, que lh es levantarei . Não temas pois tu, servo meu J acob, diz o Senhor, nem te e sp an tes, Ó Israel ; porque eis que te li vrarei de terras de longe, com o tambem á tua seme n te da terra de seu captive iro ; e Jacob tornará, e de scansa r á, e fi cará em sossego, e não haverá quem o ate mor ize ." (Jer . 30 :7-10). "E se us fil hos serão como da antig uidade e a sua congregação ser á confi rmada pe r ante o meu rosto; e farei visit ação sobre todos os se us op pressore s . E o seu principe ser á de lles ; e o s eu gover nador sair á do m eio d elle, e o far ei a proximar, e elle Se chega r á a mim ; porque quem será a quelle que em penhe o se u cor ação p ar a se chegar a mim ? diz o Senhor. E se r-m e-eis por povo, e . eu vos ser ei p or Deus. " (Jer , 30 :20-22) . Porém, uma vez destruida a nação e os tempos de David, se pe rdi do em tempos r emotos, a íd éa da grande figura do Rei messia nico tornou-se m en os accentuada; porque a p rovidencia de D eus guiava os pensamentos do propheta e m outras direc ções , Em vez da ídéa do Rei come çou a su r gir a idé a do povo verda deir o que neste tem po estava captivo em Babyl onia . A fé des te povo, a sua constancia no m eio da perseguição, a permanencia da sua individuali da de attrairam para a naçã o ou povo as attenções dos prophetas . Assim a idéa do povo de Deus, a segunda pa r te do con tracto, começou a enc he r as mentes e esperanç as do p ovo como antigamente a concepção do Rei David o fez. E os p rophetas vir am a na ção soffredor a r esurgida e glor ificada. A grande figura messianica desta época é o Servo Soffre dor de Isaias 53 . Esta concepção m essia.ni ca é a mais profunda, a mais prati ca, muito mais, m esmo, do que a con ce pção do Rei Davidico. Nesta conce pção o elemen to di vi no é bem accentuado. D eu s ve m ao se u p ovo e a su a gloria é a virid a do "Emmanuel", " De us comnosco". Mas como já n o tá mos, devi do á condição moral do povo e da santidade de Deu s, não podia haver a "Vinda de Deu s" , como D eu s qu eria vir. Havia um abismo e n tre
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o Deus santo e o seu proprio povo. Porém na segunda concepção rnessianica isto é a concepção da nação soffredora, temos a solução do problema mencionado acima. Deus mesmo tomou sobre si as iniquidades do seu povo. A nação foi purificada pelos seus soffrimentos. "Porém eUe foi ferido pelas nossas transgressões, e moido pelas nossas iniquidades: o castigo que nos traz a paz estava sobre elle, e pelas suas pisaduras fomos sarados." (Isa , 53:5). Assim o Senhor Deus pôde vir em toda a sua plenitude e a sua santidade não constituiria ameaça alguma. E' claro que este Servo Soffredor é o Messias, mas não o Messias régio. E' aqui que se entendem melhor as esperanças dos primeiros discípulos de Jesus. Elles esperavam o Messias régio, mas veio o Messias, "O Servo Soffredor". E custou esforços extraordinarios, ingentes mesmo, para transferir as esperanças daquelle para este. Só na vinda do Espirito Santo é que foi resolvida essa magna questão. Como já observámos, esta concepção do Messias é a concepção mais profunda e é realmente a íd éa que foi realizada, concretizada em Christo Jesus. Em Zacharias encontramos ainda outra figura messianica, "o Renovo". "Ouve pois Josué, summo-sacerdote, tu e os teus companheiros que se assentam diante de ti, porque são homens porten tosos, porque eis que eu farei vir o meu servo, o Renovo." (Zach. 3 :8). A concepção do Renovo e da sua func ção está bem pareoida com a idéa da reconciliação que encontramos em Isaias. "Porém sobre a casa de David, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espirito de graça e de supplicações; e olharão para mim, a quem traspassaram; e farão pranto sobre elle, como o pranto sobre o unigenito; e chorarão amargosamente sobre elle, como se chora amargosamente sobre o primogenito." (Zach. 12:10). O livro de Daniel é tambem messianico . A figura neste livro é o "Filho do Homem". ",E eis aqui alguem similhante aos filhos dos homens, me tocou os labias; então abri a minha bocca, e falei, e disse áquelle que estava diante de mim; Senhor meu, por causa da visão sobrevieram-me dores, e não me ficou força alguma." (Dan. 10 :16). Não se pode dizer ao certo se este "filho do homem" é um individuo, o Rei messianico, .o u é a personificação do povo representado, por uma
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pessoa, uma vez que os reinos pagãos estavam representados pelas bestas. "Então tive desejo de ter certeza do quarto animal, que era differente de todos os outros, muito terrivel, cujos dentes eram de ferro, e as suas unhas de metal; que devorava, fazia em pedaços e pisava a pé o que sobrava. Tambem das dez pontas que tinha na cabe ça, e da outra que subia, de diante da qual cairam três, daquella ponta, digo, que tinha olhos, e bocca que falava grandiosamente, e cujo parecer era maior do que o das suas companheiras. Eu olhava, e eis que esta ponta fazia guerra contra os santos, e os vencia." (Dan . 7 :19-20). Sem duvida alguma a primeira interpretação prevaleceu antes do tempo de Je· sus, e o livro de Daniel é um elemento importante na formação da esperança messianíca do seu tempo. Para os prophetas a presença de Jehovah no meio do seu povo era a sua salvação, era a .coisa mais desejada. E realmente essa presença de Jehovah no meio do seu povo, foi o alvo da relação estabelecida pelo concerto. Portanto, os prophetas falam muito da vinda de Jehovah . Basta citar duas passagens: "Consolae, consolae o meu povo, diz o vosso Deus. Falae benignamenle a Jerusalém, e hradae-lhe que já a sua malieia é acahada, que já a sua iniquidade está expiada e que já recebeu em dobro da mão do Senhor, por todos os seus peccados. Voz do que clama no deserto: - Apparelhae o caminho do Senhor: endireitae no ermo vereda a nosso Deus. Todo o valle será exaltado,e todo o monte e todo o outeiro serão abatidos; e o torcido se endíreítará, e o aspero se aplainará. E a gloria do Senhor se manifestará, e toda a carne juntamente verá que a bocca do Senhor o disse. Voz que diz: Clama; e disse: Que hei de clamar? Toda a carne é erva e toda a sua henignidade como as flôresdo campo. Secca-se a erva, e caem as flôres, soprando nellas o Espirito do Senhor. Na verdade que erva é o povo. Secca-se a erva e caem as flores, porém a palavra de nosso Deus subsiste eternamente. Ah Sião, annunciadora de boas novas, sobe lu a um monte alto. Ah, Jerusalém, annunciadora de boas novas, levanta a tua voz fortemente; levanta-a, não temas, e dize ás cidades de Judah: Eis aqui está o vosso Deus. Eis que o Senhor JEHOVAH virá contra o forte e o seu braço se assenhoreará delle; eis que o seu galar dão vem com elle, e o salario diante da sua face.
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Como pastor apascentará o seu rebanho; entre os se us braços recolherá os cordeirinhos, e os lev ará no se u seio; as paridas guiará suavemente. " (Isa . 40 :1-11) . "Mas tu, Senhor, permanecerás p ara sem pre, e a tua memoria de gera ção em ger ação . Tu te levantarás e terás piedade de Sião; pois o tempo determin ado, já chegou . Porque os teus servos te em prazer nas su as p edr as, e se compa decem do seu pó. Então as n ações tem erão o nome do Senhor, e todos os reis da terra a "t ua gloria. Quando o Senhor e dificar a Sião, appar ecerá na sua glor ia. E lle attenderá á oração do desampar ado, e não des prezará a sua oração. Isto se esc reverá para a ger ação futura ; e o povo que se criar louvará ao Senho r . Pois olhou desd e o alto do se u santuario, des de os céus o Senhor contemplou a te rra ." Psa. 102:12-19) . A vin da de Jehovah tão ansiosam ente esperada p elo se u povo verificou-se, com o bem sabemos, na vin d a de J esus. Jehovah apparec eu no Messias que ve io pr im eiramente para salvar, mas tambem p ar a a contemplação dos que haviam de rej eitar tão gr a nde sa lvação. Porque o Novo Testamento nos e ns in a que todo Juizo está nas m ã os do Messias . "Porque tam bem o Pae a ningu ém julga, mas deu ao Filho todo o juiz" . (João 5 :22).
3 . O Dia do Senhor . Em r elação á vinda de J ehovah o Velho Testamento é bem explicito . A vinda de Jehovah é conside rada com o acontece n d o num tempo det erminado e com certos caracteri sticos bem delineados acomp anh an do a vinda, e por caus a -disto é chamado " O dia do Senhor " . " P or que o dia do Senhor está p erto, sobre tod as as nações ; com o tu fizeste, assim se f ará comtigo; a tu a r ecom pensa tornará sobre a tu a cabeça. " (Obadias 1 :15) . "Porque o dia do Senhor dos Exeroitos será contra todo o sobe r bo e altivo, e contra todo o e xalt ado, para que seja ab a tido; e contra todos os cedros do Libano, altos c sublimes, e contra todos os car valhos de Basan ; e contra todos os montes altos, e contra tod os os outeiros levanta dos ; e con tr a toda a to r re alt a, e cont r a todo o muro firm e ; e con tr a todos os navios de T arsis, e contra todas as pinturas desej av eis. E a altivez do homem será h umilhada, e a alt ive z dos varões se aba terá, e só o Senhor será exaltado naquelle dia . " (Isa. 2 :12-17) .
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Em relação a esse dia podemos notar os seguintes factos: (1) Desde que é um dia de manifestação 'd e Jehovah, o Deus de Israel, e de realização dos seus desígnios em relação a Israel, é dia de grande regozijo para -o povo. "Alegre-se Israel naqueIle que o fez, regozijem-se os filhos de Sião no seu rei." (Psa, 149:2). "O Senhor reina; regozije-se a terra: al egrem-se as muitas ilhas." (Psa. 97 :1). "Dizei entre as nações que o Senhor rei. na: o mundo tambem se firmará para que se não abale: julgará os povos com rectidão. Alegrem-se os céus, e regozije-se a terra: brama o mar e a sua plenitude. Alegre-se o campo com tudo o que ha nelIe: então se r egozijarão todas as arvores do bosque, ante a face do Senhor, porque vem, porque vem a julgar a terra: julgará o mundo com justiça e os povos com a sua verdade." (Psa. 96 :10-13). A íd éa que Jehovah viria a fim de reinar aqui na terra causava a maior alegria para aqueIles que queriam ver desapparecer as injustiças e os soffrimentos e apparecer a paz e a justiça. Seria, especialmente, um grande dia para Israel que se sentiu offendido e humilhàdo diante das nações em seu poder. "Porém Israel é salvo pelo Senhor, por uma eterna salvação; pelo que não sereis envergonhados nem confundidos em todas as eternidades." (Isa. 45: 17). "NaqueIle dia o homem lançará ás 'toupeir as e aos morcegos os seus idolos de prata, e os seus idolosdoiro, que se fizeram para se prostarem diante deIles." (lsa. 2:20). Por outro lado seria um dia de grandes horrores para os inimigos de Israel. "Com indignação marchaste pela terra, com ira trilhaste as nações. Tu saiste para salvamento do teu ungido; tu feriste a cabeça da casa do impio, descobrindo o alicerce até ao pescoço. Tu furaste com os teus cajados a cabeça das suas aldeias; elles me accommetteram tempestuosos para me espalharem; alegravam-se, c orno se estivessem , para devorar o pobreem segredo. Tu com os teus cavaIlos marchaste pelo mar, .pelo montão de grandes aguas." (Habacuc 3: 12-15). "Todavia eu me alegrarei no Senhor; gozarme-ei no Deus da minha salvação. JEHOVAH, o ' Se. nhor, é minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e m e fará andar sohre as minhas alturas. Para ' o ca n tor-m ór sobre os m eus in strumentos de musicá' " (Ha bac uc 3 :18-19) . . .
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(2) Mas nem todo o Israel podia esperar tão al egr em ente a vinda do Seu Senhor, J ehovah, porque dentro tle Israel, havia uma boa parte qu e não tinha cor r espo ndido á altitude de Deus para com elles, n em tão pouco tinha ap r oveit ado os nrivilegios que o concer to offe recia. Dentro de Israel havia um Israel ve r da deiro e um ou tro qu e ' seg uia e qu e adorava a outr os deuses . Po r isto o dia do Senhor, al ém de ser um di a de salvação e ode gr an de alegria nara o Isra el verdadeiro, ser ia. ao m esmo tempo, um dia de iulga me n to n ara o Israel in fi el. O di a do Senhor seria um di a de sal va ção p ar a uns e dia de con dem nacão para out r os . "Porque o dia do Senhor está pe r to, sobre tod as as n ações; com o tu fizeste, assim se fará com tigo; a tu a r ecompensa torna rá sohre a tua cabeca. Porqu e, como vós beb estes no monte da m inha s a n ti da de. h~berã o tamhem de con til1UO todas as na ções: beb erão, e cna ulirão. e serão com o se nunca fossem. Porém no m ont e de Siã o haverá li. vr ame nto ; e elIe ser á santidade: e os da casa de J acoh p ossuirão as suas herdades." (Ohadias 1 :15-17). Nes ses verso s en contramos a id éa q ue algun s em Israel só p ertenciam á nação ex tern a mente. " Porém tu desamparaste ao teu novo, a cas a de J acob; porque se e ncher am de impiedade mais do que os do oriente e são agoureiros como os philist eu s; e mo str am o seu contentamento nos filhos dos estr an hos ." (Isa . 2:6). Os cor ações desta p ar te da nação estavam longe de Deu s. P ara estes o dia do Senhor seri a um di a de Juizo e de con dem na ção . " Os olhos altivos dos homens serão aba fi dos , e a altivez dos var ões será h umilh ad a; e só o Senhor ser á exalt ado naquell e dia. Porque o dia do Se' nhor dos E xercitas será contr a tod o o sober bo e altivo. e con tra todo o ex alt a do. para qu e seja aba tido; e contra to dos os ce dr os do Líbano. alt os e subl ime s. e contra todo s os ca rv alhos de Basoan." (Isa , 2 :11.13) . E' Dor causa dessa condição e m qu e se ach avam alguns em .Isr ael, que f'ala ram do dia do Senhor. em r el ação a Is r ael , como um dia de terrores e destrui ção . Os prophetas av isa r am o povo do peri go qu e a nação cor r ia por ca usa de ste dia do Senhor. A conce p ção dos nrophetas do di a, não é um a con cencão m er amen te na cio nal. p or ém . su nre m a men te moral. O p r onh etn Amós av isava o povo do n erigo qu e a nacão eorria por ca us a de seu car ac ter r ui m d entro da na ção. Ai dnqu elles q ue d esejam
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o dia do Senhor! para que pois vos sejaeste dia do Senhor? trevas será e não luz. " (Amós 5 :18) . O dia do Senhor então lem dois característicos que correspondem ás duas classes dentro de Israel. E' um dia de salvação, de grande gozo e satisfação para os fieis dentro da nação, mas é um dia de julgamento e de tristeza para os inríeis dentro da 'n ação . A's vezes uma dessas id éas é mais accentuada e ás vezes a outra, conforme a classe que os prophetas tinham em mente quando escreviam. A's vezes este dia é representado como um processo, o processo de purificação... Cala-te diante do Senhor J EHU VAH, porque o dia do Senhor está perto, porque o Senhor apparelhou o sacrifício, e santificou os seus convidados . ,.E ha de ser que, no dia do sacrifício do Senhor, hei de fazer visitaçao sobre os príncipes, e sobre os filhos do rei, e sobre todos os que se vestem de vestidura estranha. Farei tambem visitação naquelle dia sobre todo aquelle que salta sobre o umbral, que enche de violencia e engano a casa dos senhores delles. E naquelle dia, diz o Senhor, haverá uma voz de clamor desde a porta do pescado, e um uivo desde a segunda parte, e grande quebranto desde os outeiros. Uivae vós, moradores do valle, porque todo o povo que mercava está arruinado, todos os carregados de dinheiro são destrui. dos. E ha de ser que, naquelle tempo, esquadrinharei a Jerusalemcom lanternas, e farei visitaç ão sobre os homens que estão assentados sobre as suas fezes, que dizem no seu coração: O Senhor não faz bem nem faz mal." (Sofonias 1 :7-12). Isaias tambem diz: "E tornarei contra a minha mão, e purificarei inteiramente tis tuas escorias; e tirar-te-ei todo o teu estranho." (Isa. 1 :25). E ainda temos as seguintes palavras de MaIachias l "Mas quem 'supportará o dia da SUa vinda? e quem subsistirá, quando elle apparecer? porque elle será como o fogo do ourives e como o' sabão dos Iavandeiros. E assentar-se-á, afinando e purificando a prata; e purgará os filhos de Levi, e os afinará como oiro e como prata: então ao Senhor trarão off'erta em j ustiça." (Malachias 3 :2.3) . A's vezes,porém temos ambas as idéas apresentadas; como por exemplo, em Joel 2:28-32. "E ha de ser que, 'depois, derramarei o meu Espírito sobretoda ..a carn e, e vossos filhos e vossas filhas prophetizarão, os
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vossos velhos sonharão sonhos, e os vossos mancebos verão visões ", E tambem sobre os servos e sobre as servas naquellesdias derramarei o meu Espiri to . .E darei prodígios no céu,e na terra, sangue e fogo; e columnas de fumo, O sol se converterá em trevas, e a lua em sano gue, antes que venha o grande e terrivel dia do Senhor. E ha de ser que todo aquelle que invocar o nome do Senhor escapará; porque no monte de Sião e em .Jerusalém haverá livramento, assim como o Senhor tem dito, e nos que restarem, os quaes o Senhor chamará. " Está em connexão com a idéa que o dia é um di a de julgamento que encontramos as descripções mais terriveis deste dia. "Ai daquelles que desejamo dia do Senhor! para que pois vos será este dia do Senhor? trevas será e não luz." (Amós 5 :18), "Dia de trevas e de escuridade; dia de nuvens e grossas trevas; como a alva espalhada sobre os montes; povo grande e poderoso qual desde o tempo antigo nunca houve, nem depois delle haverá mais até aos annos de geração em geração." "Diante delle tremerá a terra, abalar-se-ão os céus; o sole a lua se envelhecerão,e as estrellas retirar" o seu resplandor ." (.Joel 2:2 elO), Isaias descreveu o dia como dia de terrores. "Então metter-se- ão pelas caver n as das rochas, e pelas concavidades da terrapor causa da presença espantosa do Senhor, e por causa da gloria da sua majestade quando eIle se levantar para espantar aterra," (Isa , 2 :19). "Eis que o Senhor esvazia a terra e a desloca, e transtorna a sua face, e espalha os seus moradores. E assim como for o povo, assim será o sacerdote; como o servo, assim o seu senhor; como a serva, assim a sua senhora; como o comprador, assim o vendedor; como o que empresta, assim o que toma emprestado; como o que dá usura, assim o que toma usura, De todo se esvaziará a terra, e de todo será saqueada, porque o Senhor pronunciou esta palavra, A terra pranteia e se murcha; o mundo enfraquece e se murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra. Porque a terra está contaminada por causa dos "seus moradores; porquanto trespassam as leis, mudam os estatutos, e anniquilam a alliança eterna. Por isso a maldição consome a terra; e os que habitam nella serão descolados; por isso serão queimados os moradores da terra, e poucos homens ficarão de resto. Pranteia o mosto, enfraquece a vida; e suspirarão
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todos os alegres de coração. Já cessou o folguedo dos tamboris, acabou o arruido dos que pulam de prazer, e descansou a alegria da harpa. Com cantares não heberá vinho; a bebida será amarga para os que a bebe. rem. Já demolida está a cidade vazia, todas as casas fecharam, ninguem já pode entrar. Um lastimoso clamor por causa do vinho se ouve nas ruas; toda a alegria se escureceu, já se desterrou o gozo da terra. Desolação ainda ficou de resto na porta. Porque assim será no interior da terra, e no meio destes povos, como a sacudidura da oliveira, e como os rabiscos, quando está acabada a vindima. Estes alcançarão a sua voz, e cantarão com alegria; e por causa da gloria do Senhor exultarão desde o mar. Por isso glorificae ao Senhor nos valles, e nas ilhas do mar ao nome do Senhor Deus de Israel. Dos ultimas fins da terra ouvimos psalmos para gloria .do Justo; porém agora digo eu: Emmagreço, ernmagreço, ai de mim! os perfidos tratam p érfidamente, e com perfidia tratam os perfidos perfidamente. O temor, e a cova, e o laço veem sobre ti, morador da terra. E será que aquelle que fugir -da voz do temor cairá na cova, e o que subir da cova o laço o prenderá; porque já as janellas do alto se abrem, e os fundamentos da terra tremerão. De todo será quebrantada a terra, de todo se romperá a terra, e de todo se moverá a terra. De todo balançará a terra como o bebado, e será movida.e removida como a choca de noite; e a sua transgressão se aggravará sobre ella, e cairá, e nunca mais se levantará." (Isa. 24: 1-20). "Eis que o dia do Senhor vem, horrendo, com furor e ira ardente, para pôr a terra em assolação, e destruir os peccadores della." "Pelo que Iarei estremecer os céus; e a terra se moverá do seu lugar, por causa do furor do Senhor dos Exercitas, e por causa do dia da sua ardente ira." (Isa , 13:9 e 13). Tambem: "Eu indubitavelmente hei de arrebatar tudo, de sobre a face da terra, diz o Senhor. Arrebatarei os homens, e os animaes, arrebatarei as aves do céu, e os peixes do mar, e os tropeços com os impios; e exterminarei os homens de cima da terra, diz o Senhor. E estenderei a minha mão contra Judah, e contra todos os habitantes de Jerusalém, e exterminarei deste lugar o resto de Baal,e o nome dos chemarins com os sacerdotes; e os que sobre os telhados se encurvam ao exercito do céu; e os que se inclinam jurando pelo Senhor, e juram por ó
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Malcam ; e os que se desviam de andar em seguimento do Senhor, e os que não buscam ao Senhor, nem p ergunt am por elle . Cala-te diante do Senhor JEHOVAH , porque o dia do Senhor está perto, porque o Senhor ap p arelh ou o sacrificio,e · sanlificou os seus convid ado s . " (3) D esta idéa do dia do Senhor é Iacil ver como os prophetas podiam associar com elIe muitas coisas . Es te d ia será o dia da manifestação de D eus como E lle é, no seu intimo. Este dia esclar ecer á a natureza tod a de D eu s e todo o seu proposito eter no ficará revelado . Nes te d ia r ece ber-s e- á a e xp lioa çã o daquillo que a co nte cia an tes qu e este dia apparecesse . O producto p erfei lo revela e exp lica os m eros em prega do s para chegar a tal fim ; as sim é o dia do Senhor em rel ação á historia de Isr a el . Na tur a lmen te os prophetas, com o os di scípulos no Novo Test amen to , n ão sahinm ie x act amen te o te m p o quan do o " di a d o Senhor " havia de appare cer ; p orém co n heciam h em os principias sobre os quaes e sta vam baseados este dia e a sua vinda. Por isso cada vez que alguma coisa f ór a do commum aconte cia, os prophetas sen tiam logo que o dia se apressava . Joel , por exem plo, viu na praga dos gafanhotos e a grande secca, indi cações da chega d a d este dia . " O campo es tá as solado, e a terra, triste, porque o trigo e s tá destruido, o most o se seccou, o oleo f alt a. Os lavradores se en ver gon h am, os vin h ate ir os uivam, sobre o tr igo e sobr e a cevad a, porque a sega do campo 'p er ece u . A vid e se seccou, a figue ir a se murchou; a romeira, tambem, e a palmeira e a macieira; todas as arvores do campo se seccaram, e a ale gr ia se seccou e n tre os filhos dos homens . Cingi-vos e lamentae-vos, sacerdotes; uivae, ministros do altar ; entr ae e passae, vestidos de saecos, a noite, minis tros do m eu D eu s ; porque a offerta de manjares, e a libação , afastada está d a casa de vosso Deus. Santifica s um jejum, ap regoae um dia de prohibição, congregae os a nciãos, e todos os moradores desta terra, na casa do Senhor vosso D eus, e clamae ao Senhor . Ah ! daqu elIe d ia! po r que o dia do Se nh or e stá p erto, e vir á como uma assolação do Todo-Poderoso . " (Joel 1 :10-15) . Isaias liga adia com a queda da Babylonia, ven cido p elos Medo s. "Peso de Babylonia, que viu Isaías, filho de Amós. Al ça e uma ban dei ra sobre um alto m ont e; levanta e a
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voz a elles; movei a mão em alto, para que entrem pelas portas dos principes. Já eu passei ordens aos meus santificados: já tambem chamei aos meus valentes para minha ira, os quaes são exaltados na minha majestade. Já se ouve a voz de arroido sobre os montes, como de muito povo: a voz do reboliço de reinos e de nações já congregadas. O Senhor dos Ex ércitos passa a mostra do exercito de guerra. Já vem da terra de longe desde a extremidade do Céu, assim o Senhor, como os instrumentos da sua indignação, para destruir toda aquella terra. Uivae, pois, porque o dia do Senhor já está perto; j á vem como assolação do Todo-Poderoso." (Isa , 13:1.6). E o mesmo propheta associa a vinda do dia com a maldade e o orgulho do povo e com a certeza de que a ira de Deus havia de cair. sobre tal povo. "Os olhos altivos dos homens serão abatidos, .e a altivez dos varões será humilhada; e só o Senhor será exaltado naquelle dia. Porque o dia do Senhor dos Exercitas será contra todo o soberbo e altivo, e contra todo o exaltado, para que seja abatido." (Isa. 2:11.12). Os prophetas eram homens a quem Deus tinha revelado os seus planos e os seus segredos. Elles eram homens de grande fé; viviam em tempos bem difficeis; e só apparecem, em geral, nas grandes crises nacionaes. Nos tempos difficeís os prophetas levantavam sempre as vozes e procuravam guiar o povo de acordo com a vontade de Deus, porque sentiam e reconheciam sua mão em todos os grandes movimentos que se estavam realizando ante seus olhos. A queda de nações ao seu redor, as desolações dentro de Israel mesmo, as grandes mudanças, as revoluções na maneira dos homens encararem as coisas; tudo isto eram apenas signaes de que Deus estava no meio agindo, adeantando, dia após dia, o seu grande e eterno projecto. Os prophetas eram syn the· ticos e não analyticos. Foi por causa destas coisas que elles a cada passo esperavam que Jehovah apparecesse em toda a Sua plenitude. Sen tiam que Jehovah estava bem perto; era mais um presentimento por parte delles do que um pensamento; era mais intuição do que reflexão. Porém este sentimento era tal que naturalmente conduzia para o pensamento que a vinda do Senhor não podia ser muito mais demorada; (4) No principio, como já vimos, "o dia do Senhor" foi um periodo definido, um "dia" de julgamento e . de
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salvação, mas ás vezes este "dia" se espraiava longe. D~ um "dia" passou a ser uma época. Esta idéa appareceu porque além do julgamento e da sa lvação, ajuntou-se também a idéa do "tempo" necessario á pr eparação para este "dia", o qual não appareceria sem o preparo ncce ssario. . Agora, o tempo da preparação junto ao dia mesmo, cri ava a idéa ou con cep ção de uma época : A 's vezes essa m esma idéa se estendia a té incluir as coisas que haviam de vir depois da crise. O "dia " geralmen te é considerado um período quando está identificado com a idade messianica. Esta idade messianica é homogenea, isto é, sem crises, sem grande movimento; é a culminação de um processo e não a descrípção do processo . "Porque sairá uma var a do tronco de Jessé, e um renovo crescerá das suas raizes. E repousará sobre elle o espirito do Senhor, o espirito de sabedoria e de intelligencia, o espir it o de conselho e de fortaleza, o espirito de conhecimento e de te· mor do Senhor. E o seu deleite será no temor. do Senhor;e não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos, mas julgará com justiça aos pobres, e repreenderá com equidade aos mansos da terra, porém f erirá a terra com a var a de SUa bocca, e com o assopro dos seus labios matar á ao ímpio . Porque a justiça será o cinto dos seus lombos, e a verdade o cinto dos seus rins. E morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará, e o bezerro, e o filho de leôa e o animal cev a do andarão juntos, e um m enino pequeno os guiará. A vacca e a ursa pastarão juntas, seus filhos se deitarão juntos, e o le ão comerá palha como o boi. E brincará a criança de peito sobre o buraco do aspide, e o j á desmamado metterá a sua mão da cova do basilisco . Não se fará mal nem damno algum em nenhuma parte de todo o monte da minha santidade, porque a terra se enche. r á do conhecimento do Senhor, como as aguas cobrem o fundo do mar. Porque acontecerá naquelle dia que as nações perguntarão pela raiz de J ess é, posta p or p endão dos povos, e o seu repouso será glorioso. "Porque ha de acontecer naquelle dia que o Senhor tornará a p ôr a sua mão para adquirir outra vez os residuos do seu povo, que restarem da Assyria, e do Egypto, e de P athros, e da Ethiopia, e de Elam, e de Sinear, e de Hamath, e das ilhas do mar. E levantará um pendão entre as na-
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• ções, e ajuntará os desterrados de Israel e os dispersos de J udah congregará desde os quatro confins da terra." (Isa , 11 :1.12). O dia é um periodo de paz, de luz, de conhecimento do Senhor, E' o dia quando o fim se encontra com o começo e assim vem completar o circulo. Porém nota-se que, embora seja a culminação de um progresso, ha certo movimento dentro deste periodo. "E será que naquelle dia não haverá preciosa luz nem espessa escuridão." (Za oh , 14 :6) . .A idéa aqui do dia do Senhor é bem parecida com a idéa do Novo Testamento sobre a segunda vinda de Jesus. (5) A condição em que o "dia do Senhor" havia de deixar o mundo physico é representada de diversas maneiras. Devemos lembrar-nos nesta connexão da imo portancia dada ao mundo physico pelo Velho Testamento. Naturalmente osprophetas estavam mais interessados nas condições moraes do que nas condições physicas; mas o "dia do Senhor" tinha seus effeitos no mundo externo. Em geral as monarchias pagãs desappareceriam como, por exemplo, em .Joel 3:1-2; 12·14 e 19-20). "Por que, eis que naquelles dias, e naquelle tempo, em que farei tornar o captiveiro de .Judah e de .Jerusalém, então congregarei todas as nações e as farei descer ao vale de .Josaphat; e ali com ellas entrarei em juizo, por causa do meu povo, eda minha herança, Israel, a quem elles espalharam entre as nações e repartiram a minha terra. " "Suscitem-se as nações, e subam ao valle de .Josaphat; mas ali me assentarei, para julgar todas as nações em redor. Lançae a foice, porque já está madura a sega; vinde, descei porque o lagar está cheio, e os vasos dos lagares transbordam, porque a sua malicia é grande. Multidões, multidões no valle da decisão, porque o dia do Senhor perto está, no valle da decisão. " "O Egypto se fará uma assolação, e Edom se fará um deserto de solidão, por causa da violencia que fizeram aos filhos de Judah, em cuja terra derramaram sangue innocente. Mas Judah será habitada para sempre, e Jerusalém de geração em geração." A's vezes é representado que "essas nações estavam sendo absorvidas pelo Israel. "Naquelle dia Isarel será o terceiro com os egypcios e os assyrios, uma benção no meio da terra, Porque o Senhor dos Exercitos os abençoará, dizendo: Bemdito seja o meu povo do Egypto e Assyria, a obra de minhas mãos, e Israel a minha herança." (Isa; 19: "
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24-25) . " E a casa de Jacob será fogo, "e a casa de José ch am m a, e a casa de Esa ú, palha; e se a ccen der âo contr a elles , e os consumirão; e ninguem mais restar á da ca sa de Esaú, porque o Senhor o raíou . E os do sul possuirão a montanha de Esaú, e os das plan ícies, os philis te us, possuirão tamb ém os campos ue Ep hr aim , e os cam p os de Samaria; e Benjamin, a Gile a d. " (Ohad. 1 : l ~- l V) . Em Is a ías é a r eligiao de Israel que conquis ta os p ovos de outras nações... ~ ir ã o muitos povos, e dir áo : vin de, subamos ao monte do Senhor, á casa do De us de .J a cob, para que nos e nsine a cerca do s seus caminhos, e a nde m os nas suas veredas; porque de Sião sai r á a lei, e de Jer usa lém a palavra do Senhor . " (lsa . 2: 3) . A's vezes os prophetas descrevem os ef fe it os da vinda do dia do Senhor com o uma gr a n de tr ansfi gu r ação ; uma nova ér a áp parece , "Toda a terr a ao redor se 101'nar á em planicie, desde Geha até Himmon, da banda do sul de J erusalém, e será exalta da, e habitada no se u l ugar desde a porta de B enjamin at é ao lu gar da p r uneir a porta, at é á porta da esq uin a, c desde a torre d e Hananeel at é aos lugares do r ei. " (Zach. H: 10) . " P or q ue , eis que eu crio céus novos e ter r a nova; c n ã o haverá mais lembrança das coi sas passadas nem mais subirão ao coração. " (Isa , 65: 17) . .,E morar á o lobo com o cor de ir o, e o leopardo c om o cabrito se de ita r á, e o 'bezer r o, e o filho de leão e o animal cevado a n darã o juntos, e um menino pequeno os guiará . A va cca e a ursa pastarão juntos, seus filhos se deitarão j un tos, e o leão comerá palha como o boi. E brincará a criança de p eit o sobre o buraco do ásp ide, e o j á de smamado m etterá a sua mão na cova do hasilisco . Nã o se fará mal nem damno algum e m n enhuma p arte de todo o monte da minha santidade, porque a terra se e ncherá do con he cimen to do Senhor, com o as ag uas cobrem 9 fundo do mar. Porque a contecerá naquelle di a que as nações perguntarão p ela raiz de Jessé , posta por p endão dos povos, e o seu repouso se r á glorioso . Porque h a de a contecer naquelle dia que o Se nh or tornar á a pôr a sua mão para adquirir outra vez os resíduos do seu p ovo, que restarem da Assyria, e do Eg ypto, e de P a th r os, e de Ethíopia, e d e Elam, e de Sinear, e de Hamath, e das ilhas do mar. E levantará um p endã o entre a s nações, e ajuntará os desterrados de Israel, e os di sp ersos de Judah congr ega r á desde os quatro confins
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da terra. E a inveja de Enhraim se desviará, ' c os adversarias de Judah serão desarraigados: Ephraim não invejará a Judah e Judah não opnrhnirá a Ephraim . Antes voarão sobre os ombros dos philisteus ao occidente. juntos despojarão aosrlo oriente: em Edom e Moab norão as mãos, e os filhos de Ammon lhes obedecerão. E o Senhor destruirá totalmente o braco do mar do Egvpto, e moverá a sua mão contra o rio com a força no seu vento. e o ferirá nas sete correntes e fará que se passe por elle com sapatos. E haverá caminho plano para os residuos do seu novo. que restarem de Assyria. como succedeu a Israel no dia em que subiu da terra no Egypto." (Isa , 11 :6-16) . Agora ha dois caracteristicos moraes que sempre apparecem em connexão com este dia. (1) Israel será devéras o povo de Deus. O novo tono andará junto com Jehovah e hahitarão em Sião. Elle será realmente a gloria de Israel de tal forma flue não haverá necessidade nem da luz do sol nem da lua. Jeliovah fará um novo concerto com o novo. escrevendo a lei no coração e não em taboas de pedra. Tristezas desnnparecerão e o Senhor se regozijará de Israel como o Esposo se regozija na Esposa. Jerusalém, a cidade san-, ta. será santa a tal ponto que nem o incircumcidado nassará mais por eJIa. "Narruelle dia será inscripto sohre as campainhas dos cavallos : SANTIDADE AO SENHOR: e as paneIlas na casa do Senhor serão como as bacias diante do altar. E todas as nanellas em Jerusalém e Judah serão santas ao Senhor dos Exercitos, e todos os que sacrificarem virão, e dellas tomarão, e nellas cozerão: e não haverá mais cananeu na casa do Senhor dos Exercítos naquellc dia." (Zach . 14:20-21). (2) Israel naquelIe dia será tambem totalmente reslauradov .Não haverá mais inveja nor parte de Ephraím fi Judah nem Judah invejará a Ephraím . E todas as nações , onde estiverem filhos de Israel, os trarão e deixarão em Israel. Uma concepção muito bonita na resurrcição nacional. "E o Senhor bramará de Sião, c dará a sua voz de Jerusalém, c os céus e a terra tremerão; mas o Senhor será o refugio do seu povo, c a fortaleza dos fi. lhos de Israel. ""E alimparei o sangue dos que eu não alírnpci, e o Senhor hahítará em Sião." (Joel 3:16, 21).
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4. O Dia do Senhor ná Segunda Parte do Livro de Isaic•.'s . .A segunda parte de Isaias e de tão grande importancia que é necessario examiná-la de maneira especial . .Já vimos o que os demais prophetas disseram sobre o dia do Senhor. Agora queremos saber o que se diz deste dia no livro -de Isaias, capitulo 41 em diante, sobre a salvação e . o dia do Senhor. Nesta parte de Isaias não se encontra a phrase "o dia do Senhor", porém a idéa 'é encontrada muitas vezes. "E a gloria do Senhor se manifestará, e toda a carne juntamente verá que foi a bocca do Senhor que isto disse. Eis que o Senhor Jehovah virá como o forte, c o seu bra ço dominará; eis que ' o seu galardão vem com eUe, e o seu salario diante da sua face." (Isa. 40:5 elO). "O Senhor como poderoso sairá, como homem de guerra despertará o zelo; clamará, e fará grande ruido, e sujeitará os seus inimigos. Por muito tempo me calei; estive em silencio, e me contive; mas agora darei gritos como a que está de parto, e a todos assolarei e juntamente devorarei. Os montes e outeiros tornarei em deserto, e toda a sua erva farei seccar, e tornarei os rios em ilhas, e as lagoas seccarei. E guardarei os cegos por um caminho que nunca conheceram, f'a-los-ei caminhar por vere das que não conheceram; tornarei as trevas em luz perante elles, e as coisas tortas farei direitas. Estas coisas lhes farei, e nunca os desampararei. Tornarão atrás e conIundir-se-ão de vergonha os que confiam em imagens de escultura, e dizem ás imagens de fundição : Vós sois nossos deuses." (Isa. 42:13.17). ",E viu que ninguem havia, e maravilhou-se de que não houvesse um intercessar; pelo que o seu proprio braço lhe trouxe a sal. vação, e a sua propria justiça o susteve; Porque se revestiu de justiça, como de uma couraça, e pôs o elmo da salvação na sua cabeça, e tomou vestidos ·de vingança por vestidura, e cobriu-se de zelo, como de um manto. Conforme .Ior em as obras delles, assim será a sua retribuição; furor aos seus adversaríos, e recompensa aos seus inimigos; ás ilhas dará elle a sua recompensa . Então temerão o nome do Senhor desde o poente, e a sua gloria desde o nascente do sol; vindo o inim igo como uma corrente de aguas, o Espirito do Senhor 'arvorará contra elle a sua bandeira . E virá um Redemptor a Si ão e aos que se desviarem da transgressão em Ja-
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cob, diz o Senhor. Quanto a mim, este é o meu concerto com elles, diz o Senhor: o meu espirito, que está sobre ti, e as minhas palavras, que pus na tua bocca, não se desviarão da tuabocca nem da bocca da tua posteridade, nem da bocca da posteridade da tua posteridade, diz o Senhor, desde agora e para todo o sempre. " (Isa, 59:16-21) . Já vimos que Jehovah era o Salvador do seu povo e que esta salvação consistia na sua presença entre elle. Só assim que os fins do concerto podiam ser preenchi. dos. O fim deste concerto era estabelecer relações intimas entre Jehovah e seu povo e por meio dessas' rela ções estabelecer outras ainda mais estreitas entre Deus e o individuo. E é sempre Jehovah, no Velho Testamento, e não o Messias, que é o Salvador do seu povo. Esta é uma verdade muito importante especialmente em relação ás declarações messianicas no Velho Testamento. Pois achamos que, apesar do facto de ser Je· hovah o unico Salvador do seu povo e que esta salvação se realiza na Sua vida em pessoa, nem sempre é representado como vindo em Sua propria pessoa, porém na presença manifestada do Rei Messianico. Em tal caso não ha uma presença addicional á presença do Rei Messianico. Isto é, Deus está pessoalmente nElle. Isto eleva grandemente a presença do Rei Messianico e dálhe uma importanciaextraordinaria. Pode ser que o Velho Testamento nunca chegue ao ponto de identificar inteiramente o Messias com Jehovah, porém vae até o ponto de declarar que Jehovah estará presente em toda a SUa plenitude com a vinda e presença do Messias. O Messias é chamado até de Emmanuel, Deus comnosco. "Portanto o mesmo Senhor vos dará um signal: Eis que uma virgem conceberá, e dará á luz um filho, e será o seu nome Emmanuel." (lsa. 7:14). "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte, Pae da eternidade, Principe da paz." (Isa. 9:6). Agora quando se diz que J ehovah é o unico Salvador do seu povo quando se identifica a presença do Messias com a presença de Jehovah, pode-se ver ajmportancia e a majestade dada ao Messias. Não é muito difficil, deste ponto de vista, che gar á verdade que temos no Novo Testamento ; o Messias é Deus mesmo.
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Tambem não será diffieil. nessas con dições, explic ar as passagens que falam da vinda de Jehovah e a vi nda do Messias. Vimos tambem que os prophetas representam " o dia do Senhor" como surgindo da con diçã o do povo isra elita e da condição do mundo em ge r al do se u di a e por tan to sempre consider avam o dia pe r to . Isai as, p or exem p lo, nos capitulas 2·4 conside r a o dia do Senhor com o uma necessidade moral afim de humilhar os p resu m pç osos e castigar os peccaminosos. "Os olhos altivos dos homens serão abatidos, e li altivez dos varões será humilhada: e só o Senhor se r á ex alt a do n aq u elle dia . Porque o dia do Senhor do s E xercitas será con tr a todo o sobe r bo e altivo, contra todo o qu e se ex alt a, p ar a rrue seia abatido . " (Isa , 2 :11-12). A segunda parte do li vro de Isaías representa a vinda do dia do Senhor como seguin do o conflictod e Cyro com o r eino idol atra de Babylonia . _ E m r ela ção á phrase "o dia do Senhor", deve se notar qu e é se m pre O dia do Senhor e não UM di a do Senhor. A phrase sign if ica a conc e pcão r eli gio sa de um gra n de acontecim ento que é a culm in ancia e a r ea li zacão das mais hrilhantes espe r anç as da na çã o . O dia do Se nh or é o dia nu ando o Senhor m esm o v irá e 111anifestar-se-á em tod a a sua plenitud e . Est e di a nun ca se identifica com as pragas ou gra n des perturbações no mun do physico. Estes podem acompanh ar o gr an de di a mas n ã o se id entifi ca com a vin da do Senhor . "O sol se conver ter á em tr evas. e a lu a e m sa nn ue , antes nu e ve nha o gra n de e terrível d ia do Senhor .-" (ToeI 2:31) . E' com o .a vinda do ' Esnirito Santo no dia de pe n tecoste. Es ta vind a do Es p ir i to Sa n to .foi a companh ad a de coi sa s extraordínarias, coisas rrue nun ca mais se r epetira m com a p r ese nç a do Espirito Santo. Mas os p r ophe las sem p re acreditavam qu e o di a do Senhor es tava nerto ; tão ansiosos esta vam elles de ve r a salvação de Isra el . Querem os n ot ar mais uma cois a em r ela çã o ao assump to em discussão. O -dia do Senhor ou a sua vi nda em tod a a SUa pl enitude, como Redemptor, tinha po r f im trazer a perfeita r edemp ção a o se u povo. Agora p erguntem os que m é o povo e o qu e se e n ten de po r re demp ção ? O povo n a turalment e era o de Israel, por.
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que não havia outro que pudesse esperar essa redempção. A redempção vinha primeiro á nação e pela nação distribuia as suas bençãos aos individuas, e ás demais nações. E essa redempção consistia, como a redempção ou salvação de hoje, em perdão dos peccados e communhão com Deus. Naturalmente essa communhão com Deus não podia ser tão intima, tão espiritual como hoje, porque chegou ao individuo através da nação. E ainda mais o povo daquelles dias não podia ter a certeza desta communhão com Deus a parte de certa prosperidade material. As bençãos exteriores eram provas de uma boa relação com Deus. O povo naturalmente almejava a mais intima communhão espiritual, porém tinha que depender da prosperidade material para a prova da existencia dessa relação. A prosperidade era uma espe cie de symholo do povo de Deus. E p or outro lado a falta de prosperidade era a prova irrefutavel do peccado na vida . Guardando esses factos geraes bem na mente vamos vêr agora, na segunda parte do livro de Isaías, qual é a SUa concepção da Redempção e como é effectuada. . Collocando-nos no mundo em que o propheta viveu, .p odem os ver as forças que constituiram tal mundo. São (1) Jehovah, o unico e verdadeiro Deus e os deuses falsos; (2) o povo de Deus servindo e escravizado pelo grande imperio de Babylonia e (3) Cyro, aquelle que Deus levantou e designou como servo. O propheta não encarou estas coisas como os demais homens. Porque viu muito mais do que o homem em geral. O conflicto externo, para o propheta, era no fundo um conflicto de principios, e deste conflicto a verdade havia de surgir victoriosa e o Reino do unico Deus verdadeiro havia de .firmar-se aqui na terra. Todo aquelle movimento de homens e nações havia de dar na revelação de Deus e na vinda do seu reino. . Aos olhos de muitos homens a época poderia parecer de grande confusão. Muitos se encheram de pasmo com o avanço de Cyro, pensando naturalmente que elle sendo victorioso, havia de multiplicar as difficuldades por todos os lados. Mas o propheta Isaias consolou a Israel CQm estas palavras de grande conforto: "Mas tu, Ó Israel, servo meu, tu Jacob, a quem elegi,
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se men te de Abr ah ã o, meu amigo : Tu a q ue m tomei "desde os fins da terra, e te ohamei dentre os seu s m ais .excellen tes, e te disse: "Tu és o m eu se r vo, a ti te es.colhi e não te r ej eitei. Não temas, po rque eu sou comtigo; n ão te assombres, porque e u so u teu Deu s ; eu te esforç o, e te ajudo, e te sustento com a de xtra da min h a j ustiç a ." (Isa. 41 :8-10). P ara o propheta do Sen hor não havia con f usã o . O que elle viu foi um gran'de d r ama n o qual J eh ova h e Cyro , seu u ng ido, tinham f uncções importantissimas. "Olhae para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; p orque eu sou Deus, e nã o ha outro." (Isa. 45 :22) . E ste p en samento es tabeleceu ordem no meio da conf usão e tr ouxe luz no "m eio da escur idão . Diante do prophe ta se e stava de senvolven do um gr an de movimen to que havia de introduzir mais plenamente o r eino de Deu s en tr e os h omens e dentro delles; que havia de introduzi-lo de m ane ira muit o m ai s p erfeita do que tinha exis ti do a té e n tão. Este m oviment o tinha dois lados, um exterior e ou tro in terior, porém tanto um com o o outro, f oi guiado por "D eus . P elo lado ex teri or este moviment o es tava r epresentado em Cyro . E ste, que andou espalhan do a cons ternação en tre a s nações, v encen do r eis e amedron tando os c ap tivos, era o ungido do Senhor . "Assim diz o Sen ho r ao se u ungid o, a Cyr o, a quem tom o pela su a mão dir eit a, p ara abater as nações diante de su a f ace ; e u so l. t ar ei os lombos dos r eis, para abrir di ante delle as port a s, e a s p ortas não se fecharão. " (I sa. 45 :1) . Jehov ah le vantou es te h omem afim de manifestar n ell e o seu pode r . "Eu o desp ertei em justiça , e to do s os se us oarnin hos e n direitar ei ; elle edificará a minha ci d a de, e sol. tará os m eus cap tivos, não "por preço n em por p resent e so diz o Se nh or dos Exercitos . " (Isa . 45 :13) . Ha outros prophetas que f alam tam b ém dos reis pagãos como instrumentos nas m ãos de J ehovah para a r ealização dos seus planos. " Ai da Assyria ! a vara da minha irá; p orque a minha indignaçã o é como bordão n as su as m ãos." (Isa . 10 ": 5). " E dize-lhe s : Assim diz "o .Senhor dos Ex érc i tos, Deus de Isra el : Eis que e u env iarei, e tomarei a Nabucodonozor, rei de Babyl on ia, m eu se r vo, e pore i o seu throno sobre estas "pedr as q ue escondi ; e elle estenderá a sua tenda real sobre ellas." (Jr . 43 :10) .
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Porém neste caso Isaias, em relação ao rei Cyro, foi muito além daquillo que os outros prophetas disseram em relação aos reis pagãos como instrumentos de Deus. Porque Isaias deu a Cyro uma tarefa 'b em maior do que a qualquer outro Rei pagão; porque além de conquistar e derrubar as maiores poten'cias pagãs e de abolir a idolatria, tambem foi destinado a edificar unia casa para o Senhor afim de que a lei saisse de Sião e a palavra do Senhor saisse de Jerusalém. Tambem se distingue, conforme a prophecia de Isaias, pela intimidade que se estabeleceu entre elle e Jehovah. Cyro não é um mero instrumento, é o ungido do Senhor . "As. sim diz o Senhor ao seu ungido, a Cyro, a qu em tomo pela sua mão direita, para abater as nações diante de sua face; eu soltarei os lombos dos reis, para abrir diante delles as portas, e as portas não se fecharão:" (Isa, 45 :1). "Ajuntae-vos todos vós, e ouvi: Quem, dentre elles, tem annurrciado estas coisas? O Senhor o amou, e executará a sua vontade contra Babylonia, e o seu braço será contra os chaldeos." (Isa. 48 :14) . "Suscito a um do norte, e elIe ha de vir; desde o nascimento do sol invocará o meu nome; e virá sobre os magistrados, como sobre o lodo, e, como o oleiro pisa o barro, assim elIe os pisará. " (Isa. 41 :25). "Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fóra de mim não ha outro; eu sou o Senhor, e não ha outro." (lsa. 45:6). Vê-se o lado externo da vinda do reino universal de Deus. Entende-se por lado externo o movimento entre nações no qual Cyro teve uma parte bem importante. As nações idolatras foram vencidas; a idolatria anniquilada, os idolatras envergonhados e os redimidos do Senhor restaurados em Sião, e Israel salvo com uma salvação eterna. "Eis que todos são vaidade; as suas obras não são coisa alguma; as suas imagens de fundição são vento e nada." (Isa. 41 :29). "O que trouxe o carro e o cavallo, o exercito e a força; elles [untamente se deitaram, e nunca se levantarão; estão extinctos, como um pavio se apagaram." (Isa. 43:17). "Assim voltarão os resgatados do Senhor, e virão a Sião com jubilo, e perpetua alegria haverá sobre as suas cabe. ças; gozo e alegria alcançarão, a tristeza e o gemido fugirão." (Isa. 51: 11). "Mas Israel é salvo pelo Senhor, com uma eterna salvação; pelo que não sereis en-
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vergonhados nem confundidos em todas as et ernidades." (lsa. 45 :17). Não devemos esquecer qu e a obra de Cyro foi r ealmente a obra de Deus . Quando nós chamamas isto o lado externo da vinda do Reino, temos em m ent e o facto de qu e essas coisas aconteceriam fóra do coração do individuo e entre as nações. Mas tudo quanto Cyr o fez n este sentido era realmen te, a obr a de Deus ' p or que Deu s o levantou para est e trabalho. Mas ao lado deste processo exter no, dirigid o por D eus, e exe cuta do, em certo sentido, por Cyro , h avia um p rocesso interno qu e tinha por fim a realizaçã o do Rei no de nt r o do individuo. A i dé a en tão do prop heta sobre o Rei no de Deus es tá as sim comple ta porque abrange tanto o lado exte rn o como o lado interno . Como já vimo s, a obra de Cyro foi conquistar as nações e acabar com a id olatria. Essas nações po r iss o não ficoaram conhecendo o unico e verd a deiro Deu s . Portanto fo i a miss ão do Servo do Senhor, dar a essas nações este conhe cimen to do Deus verdadeiro . "Eu o Se n hor te ch amei em justiça, e te tomarei pela m ão, e te guard arei , e te darei por concerto do p óvo, para lu z dos ge nt ios ;" (Isa. 42 :6) . "Disse mais: P ouco é qu e sejas o m eu servo, para r estaurares as tribos de Jacob, e tornares a trazer os guar da dos de Israel ; tambem te dei p ara luz dos gen tios, para seres a minha salvação até á extremida de da terra ." (Isa. 49 :6) . " Le vant a-te, r esplandece, porque já vem a tua luz, e a glor ia do Sen hor vae nascendo sobre ti, Porque eis qu e as trevas cob ri ram a terra, e a escuri dão os povos; mas sobre ti o Se. nhor virá surgindo, e a sua gloria se verá sobre ti. E as nações caminharão á tua luz, e os r eis, ao 'resplandor qu e te nasce u. Levanta em redor os teus olhos, e vê; todos estes já se aj un taram, e veem a ti; teus filho s virão de longe, e tuas filhas cresc erão a teu lado. E n tã o o verás, e se r á s illuminado, e o teu coração es tremecerá c se alargará; porque a abundancia do mar se tornará a ti, e as riquezas das nações a ti virão." (Isa. 60 :1-5) . Parece que a idéa do propheta é qu e o servo do Senhor alcançará ou realizará e ssa obra de levar a ve rdad e a todos os povos através de Israel restaurado. Pel a r estauração de Israel o propheta não e ntende a volt a de algum dos seus concidadãos do captiveiro, p orém entende a . restauração do povo todo em toda a sua integridade e missão. "Direi ao norte: Dá; e ao sul: Não
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retenhas; trazei meus filhos de longe, e minhas filhas das extremidades da terra;" (Isa. 43:6). Esta restauração, porém, só podia acontecer quando se arrependessem dos seus peccados, porque foi por causa delles que foram levados para ocaptiveiro. Vemos neste facto uma das razões por que Deus ligou o seu favor á prosperidade e ligou a infelicidade com o' peccado. Só assim Deus podia fazer surgir no seu povo a consoiencia -do peccado . ." O' -v ós, todos que tendes sêde, vinde ás aguas, e os que não tendes ' dinheiro, vin de, comprae, e comei;sim, vinde e comprae, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. Porque gastaes o dinheiro naquillo que não é pão? e o producto do vosso trabalho naquillo que não pode satisfazer? ouvi-me attentamente, e comei o qu e é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura. Inclinae os vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi e a vossa alma viverá; porque comvosco farei um concerto perpetuo, dando-vos as firmes beneficencias de David. Eis que eu o dei como testemunha aos povos, como príncipe e governador dos povos. Eis que chamarás a uma nação que não conheces, e uma nação que nunca te conheceu correrá para ti, por amor do Senhor teu Deus, e do Santo de Israel; porque ell e te glorificou. Buscae ao Senhor ernquan to se pode achar, invocae-O emquanto está perto. Deixe o impio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá delle ; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar." (Isa. 55 :1-7) . O perdão dos peccados vem por meio dos soffrim en tos do servo do Senhor. Novamente chamamos a atten ção como a obra deste servo do Senhor é attribuida tambem a Jehovah , "Eis aqui o meu Servo, a quem sustenho, o meu Eleito, em quem se compraz a minha alma; pus o meu espírito sobre elle; juizo produzirá entre os gentios. Eu o Senhor te chamei em justiça, e te tomarei pela mão e te guardarei, e te darei por concerto do povo, e para luz dos gentios ;" (Isa. 421 e 6). "Porque o Senhor Jehovah me ajuda, pelo que me não confundo; por isso ' pus o meu rosto como um seixo, e sei que não serei confundido. Perto está o que me justifica; quem contenderá commigo? compareçamos juntamente; quem é meu adversario? chegue-se para mim." (Isa. 50:7-8).
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Notemos agora três passagens que falam da operação e do m ethodo deste servo do Senhor . A primeira p assage m que desejamos consultar acha-se em Isaias capitulo 49 onde se revela o facto de que o Servo faz o trabalho por despertar ou ' acordar no povo uma f é no va, um espirito novo . Naturalmente esta obra é mais di. re ota e mais poderosa e mais frutifera em apressar a vin d a do Rei no de Deus do que a obra exterior j á mencionada e m r elação a Cyro. Jehovah assim fala ao se u servo: "Assim diz o Senhor : No tempo favor avel te ouvi e no di a da salvação te ajudei, e te guardarei , e te darei por concer to do povo, para restaurares a terra, e lhe dares em herança as herdades assoladas . Para diz eres aos presos: Sai; e aos que estã o em trevas : Apparecei : e lles pastarão nos caminhos, e em todos os lugares altos terão o seu pasto . Nunca terão fome nem sêde , n em a calm a nem o solos affligirá ; porque o qu e se com p a dece delles os guiará, e os levará mansamente ao s mananciaes das aguas . E farei de todos os meus m ontes um camin ho ; e as minhas veredas serão exa lt ad as . E is que estes virão de longe, e eis que aquell es do norte. e do occidente, e aquelloutros da terra Sinim ." (Isa . 49 :8-12). Duas coisas se destacam desta passagem : (1) qu e o servo é um contemporaneo do exílio e qu e a terra está despovoada; e (2) que a condição necessa ri a para restauração do povo é o se u arrependimento e fé , q ue o Servo produzirá nelle. A s egunda passagem que revela o m ethodo geral d a operação do servo, acha-se em Is aias capit ulo 50 :4-8. O Sen hor Jehovah m e deu uma língua er u d ita, para que eu saiba dizer a seu tempo uma bo a palavra ao qu e está cansa do ; Elle desperta-me todas as m a nhã, desperta-me o ouvido para que ouça, com o aquelles que a prendem. O Senhor Jehovah m e abriu os ouvidos, e eu não fui r ebelde; não me retiro para trás. As mio nhas cos tas dou a os que me ferem, e as m inh as faces aos que m e arrancam oscabellos; nã o esco n do a m in h a fa ce dos que me afrontam e me cospe m. P orque o Senhor J eh ovah me ajuda, p elo que m e n ão confun do ; por isso pus o meu rosto como um se ixo , e se i qu e não serei conf un d ido. Perto está o que m e justifica; quem oontender á commigo? compareçamos juntamente: quem é me u adversario ? chegue-se para m im. " Aqui temos três coisas a n otar ; (1) o servo está convicto de que tem OI
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a palavra do Senhor e que foi designado para entregar esta palavra ao homem. (2) Notam-se tambem os soffrimentos inevitaveis do servo; quem é servo do Senhor tem que soffrer. (3) Nota-se a fé invencivel e bem baseada no auxilio de Jehovah. "O Espirito do Senhor J ehovah está sobre mim; porque o Senhor me ungiu, para pregar 'boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar oscontrictos de coração, a proclamar liberdade aos captivos, e a abertura de prisão aos presos; a apregoar o anno acceitavel do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes; a ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê ornamento por cinza, oleo de gozo por tristeza, vestido de louvor por espirito angustiado; afim de que se chamem arvores de justiça" plantação do Senhor, para que elle seja glorificado. E edificarão os logares antigamente assolados e restaurarão os de antes destruidos, e renovarão as cidades assoladas, destruidas de geração em geração." (Isa. 61 :1-4) . A terceira passagem acha-se em Isaias capitulo 42, verso 1 em diante. Esta passagem descreve o methodo do servo do Senhor em relação aos gentios. "Eis aqui o meu Servo, a quem sustenho, o meu Eleito, em quem se compraz a minha alma; pus o meu espirito sobre elle; juizo produzirá entre os gentios. Não chamará, não se exaltará, nem fará ouvir a sua voz na praça. A canna trilhada não quebrará, nem apagará opa· vio que fumega; em verdade produzirá o juizo; não faltará nem será quebrantado, até que ponha na terra o juizo: e as ilhas aguardarão a sua doutrina." (Isa, 42:1-4). O uníco instrumento deste Servo é a palavra do Senhor. Porém essa palavra do Senhor é poderosa. "Porque, assim como desce a chuva e a neve dos céus, e para lá não torna, mas rega a terra, 'e a faz produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha hocca: ella não voltará para mim vazia, an les fará o que me apraz, e prosperará naquillo para que a enviei .Porque com alegria saireis, e em paz sereis guiados; os montes e os outeiros exclamarão de prazer perante a vossa face, e todas as arvores do campo baterão as palmas." (Isa. 55 :10.12). E o Servo do Senhor é a personificação dessa palavra. "E fez a minha bocca como uma espada aguda, com a sombra da sua mão me co-
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briu : e me pôs como uma frecha limpa, e me escondeu n a su a aljava." (Isa , 49:2). J ehovah,o Deus de Israel, é o unico Deus . Não ha, e nunca houve, nem tão pouco haverá, outro. Este é o ensino do Velho Testamento. Sendo assim , as demais naçõ es tambem estão relacionadas com Elle. Como o verdadeiro e unico Deus Elle devia r evelar-se a to dos os homen s e assim acabar ou destruir as esperanças dell es e m cois as que n ão os podem salvar . "Eu sou o Senhor ; este é o meu nome; a m inha glor ia pois a ou trem não darei, nem o m eu louvor ás imagens de esoul p tura ." (Isa . 42 :8) . Ao Deus de Israel todo o jo elho te m q ue se dobrar . Mesmo assim, sendo Deus sobre todas as nações, tem uma r elação es pecial, particular paracom Israel . Es ta relação es tá a ser revela d a pelo Seu Servo. Este h a de virar os cor ações do po vo p ara si e ajuntará os filhos de Israel de todas as terras e ap p arecer á n o meio dell es em toda a sua gloria. E ' atr avés deste povo r estaurado e salvo que J ehovah manifestará a sua r elação para com toda a humanidade. O Servo do Sen h or produzirá a justiça e ntre os gentios; as nações andarão n a luz de Sião, e os r eis ao seu r esplandor , "Levanta-te, resplandece, porque já vem a tua lu z, e a gloria do Senhor vae nascendo sobre ti . P orque eis qu e as trevas cobriram a terra, e a escuridão os povos ; mas sobre ti o Senhor virá surgindo, e a sua gloria se verá sobre ti. E as nações caminharão á tua luz, e os r eis ao .r esplan dor que te nasceu. Levanta em r edor os teus olhos, e vê; todos estes já se ajuntaram. .e veem a ti: teus filhos virão de longe, e tuas filhas se cr iarão a teu lado. Então o verás, e serás illuminado, e o teu cora ção estremecerá e se alargará; porque a abundancia do mar se tornará a ti, e as riquezas das nações a ti virão." (Isa. 60 :1-5) .
5. Considera ções Gemes sobre a Es chcdoloqia do Ve lho T estamento. E m , r elação á Eschatologia do Velho Testamento, as sumpto que encabeça e sta secção, podemos faz er as seg uintes observações geraes sobre o seu principio, d ese nvolvimento e conteúdo: ' (1) Já notámos que Amós ensina que Jehovah é justiça absoluta, a personificação da mais alta i déa moral ; que só o mal moral é peccado; e que o maior ser-
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viço que D eus exige do homem é uma vida justa. Amós tambem ensina que Deus é bom e cheio de compaixão. "Tambem vos fiz subir da terra do Egypto, e quarenta annos vos guiei no deserto, para que possuisseis a terr a do amorrheu. E a alguns dentre vossos filhos suscitei para prophetas, e alguns dentre os vossos mancebos, para nazireus; e não é isto assim, filhos de Israel? diz Senhor. " (Amós 2 :10.11). Os éas repres enta Deus como Deus de amor, que nenhuma ingratidão do seu povo pode abafar. Isaias representa Jehovah como o soberano universal, cuj a gloria enche o mundo todo. Porém tanto Oséas como Isaias insistem numa religião interior, da alma m esma. R eligião, segundo estes prophetas, funcciona na vida intima da pessoa; no seu modo de p ensar, de querer e de sentir; em fim , a religião é a con diçã o d e estar conscio da presença de Deus e de estar em communhão com Elle. A falta dessa conscenci a é um peccado hem grave. Não se nti r a presença d e D eu s n a vida é falta bem se n sive l . Esta idéa sobresae n os P salmos. ó
(2) A sum m a ou o r esumo dos ens inos dos prophetas ac erca de Jehovah é que elle é um Deus moral, santo e, portanto, e xige h ôa moral no seu povo .Este facto é de gr an de importancia porque a moral não tem nacionalidade, transcende-a, é accessivel a toda a humanidade. Portanto J ehovah, o D eus justo e santo, é Deus universal. E lle está dirigindo os passos das nações. A História geral é simplesmente sua hí stor-ia , Essa idéa da universalidade de Deus es tá bem accentuada nas prophecias de Isaías: e este facto criou uma nova e importante r elação: Jehovah e o mundo inteiro e não, apenas, J ehovah e Israel. (3) O que se chama e sch a tologia ou a condição fi. nal do mundo, não podia ter apparecido mais cedo do que ess a con cep ção de D eus c da su a relação para com o mundo todo, porque essa idéa não podia apparecer á parte d e uma idéa da significação da vida humana e tambem da significa ção e do alvo final da historia. Os prophetas, que conheciam bem as linhas ge ra es do desenvolvimento da hi storia e a significação da vida humana, e r a natural que, produzissem uma eschatologia : isto é que considerassem o fim do mundo á luz daquillo que Deus estava fazendo de época em época.
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(4) O Velho Testamento é Theocentrico, Jehovah opera, realiza tudo e acha os motivos das suas operações em si mesmo. Por isto a condição final do mundo não é o resultado de uma evolução das forças sociaes mas o resultado de um plano executado firme e fielmente por Deus, o autor do mesmo. O Velho T estamento de ixa bem clara esta verdade, que desde o principio Deus vem agindo em interesse de certos fins moraes, impostos por E lle mesmo, porém de maneira a não annullar a liberdade do individuo. E no tempo opportuno, na plenitude dos tempos conh ecido mesmo por Deus, desde o princip io, Deus ha de apparecer e terminar a sua obra . (5) Os prophetas chegaram ás concepções da sua eschatologia por meio da revelação divina. Deus, p ara os prophetas, fazia historia através da prophecia. P ara ell es não havia accidentes ou acontecimentos fortuitos; todos os eventos tinham sua explicação no poder e na ac ção de Deus. "Eu formo a luz, e cri o as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu o Senhor, faço todas es tas coisas. Distilae vós, céus, dessas alturas, e as nuvens cho vam j ustiça ; abra-se a terra, e produza-se toda a so r te de sa lvação, e a justiça frutifique juntamente; e u o Senhor as criei." (lsa. 45 :7-8). Deus é o autor de todo s os eve n tos ; e portanto seu pensamento, sua vontade, seu proposito, estão r evelados nestes acontecimentos. E' deste ponto de vista da historia que os prophetas apresentam as suas concepções da condição final de todas as coisas. Admittido o facto de um Deus pessoal e unico, a de ducção é qu e todas as providencias deste Deu s pessoal e unico haviam de culminar num r eino de justiça que abrangeria a humanidade toda. Sem duvida o meio pelo qual Deus havia de alcançar es te r esultado foi através de Israel restaurado . Um a vez que a nação estivesse em condições de exer cer o papel dado por Deus, ella levaria as bençãos de Deu s a toda a humanidade. Deus faria desta nação o seu m ensageiro a todo o mundo. "E as nações caminh arão á tua luz e os reis ao resplandor que te nasceu." (Isa.
60:3) . (6) Temos no Velho Testamento eschatologia de duas qualidades : uma do reino de Deus e outra do individuo . A eschatologia do reino é o que se ensin a acerca da perfeição da nação ou do povo de Israel. A es-
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chatologia do individuo constitue o que nós chamamos a doutrina da immortalidade. Mas reconhecemos que uma das diffículdades maio. res do Velho Testamento é o lugar dado ao individuo, do qual pouco se diz em geral; fica submergido na collectividade . Só raras vezes é que o individuo apparece em seu proprio nome e com seus proprios direitos diante de Deus; a não ser lá para o fim, quando se levantaram os prophetas Jeremias e Ezequiel.
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A DOUTRINA DAS ULTIMAS COISAS 1. Immortalidade . (1) Differentes modos de pensa r. No Velho Testamen to a nação, ou povo elei to é a u nida de religiosa com qu e Deu s se relac iona . O concerto foi f eito com a nação, e a maior p arte do s ens inos do Velho Testamen to relaoionam-se com a n ação e com o se u destino . Mas alé m d a n ação ha tambem o individuo e, p or um a leitura cuida dosa do Velho T estamen to, pode-se notar um interesse crescente no individuo e no se u des ti no . A do utrina do individualism o no Velho Testamen to é uma do ut rina bem interessante; apesar di sso, po rém , um dos problemas m ai s diffi cei s do Velho Tes tamento é justamente es ta questão do in dividu o . O que o Ve lho T estamento ensi na acerca do in dividuo apparece e m con nexão com as ' idéas em r elaçã o ao pecca d o, a morte, a vi da e a immortalidade; porque n ão ha no Velho Testamen to uma a nth r opolog ia for m al . A do utrin a principal da immortalidade no Velho T estamento está em r elação ao povo de Deu s ou do seu R eino . Mas ao lado desta phase da doutrina da eschatologia da nação ha tambem uma e sch a tologia do individuo . Ao en trar no estudo daquillo que o Velho Testamento e nsi na so bre a vida futura, ha cer tos factos geraes que precisamos notar por caus a d as relações com a doutrina em discussão . E' necessario h aver á m ão estes f'aotos, afim de b em compreenderm os a conc epção do Velho Test amento da vida f utura. Notemos em primeiro lugar a r elação da esch a tologia do indi vi du o p ar a com a esc hatologia da nação . Naturalmen te a maior contribuição f eit a pelo Velho ao Novo Testamen to sobre a quest ão d a immortalidade, vem d a doutrina da es ch a tologia da n ação . Essa contribuição abrange os seguin tes pontos: (1) A vinda do Senhor ou o dia do Senhor. (2) Um juizo universal r ealizado neste dia . (3) A che ga da do Reino de D eu s, quando Israel será salvo e todas as na-
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ções farão parte dessa salvação. (4) A finalidade e a eternidade dessa condição ou salvação. (5) O que constitue o coração dessa salvação ou condição abençoada é a presença de Jehovah no meio do seu povo. (6) A forma que essa idéa da presença de Jehovah toma, quando é representado como estando presente em toda a sua plenitude, é a pessoa do Messias. "Porque ha de acontecer naquelle dia que o Senhor tornará a estender a sua mão para adquirir outra vez os residuos do seu povo, qu e restarem da Assyria, e do Egypto, e de Pathros, e da Ethíopia, e de Elam, e de Sinear, e de Hamath, e das ilhas do mar." (Isa. 11:11). E' de notar que todos esses pontos estão relacionados mais com a nação do que com o individuo. O povo é immortal, a sua vida é et erna; e esta vida é aqui na terra que será transformada numa terra nova e num novo céu. "Porque, e is que eu crio céus novos e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, n em mais se recordarão." (Isa. 65: 17). Se é assim em relação á nação, que é que podemos dizer dos individuos que a constituem? Suscita-se aqui a questão levantada por Job: "Morrendo o homem, porventura tornará a viver? Todos os dias de meu combate esperaria, até que .viesse a minha mudança." (Job. 14:14). Em geralos prophetas falam da nação e não do individuo, porém, em algumas passagens, o individuo apparece; essas passagens vamos examinar. (a) E' importante, nesta connexão, notar primeiro a differença entre o nosso modo de encarar a vida futura e .o modo de encarar a mesma questão no Velho Testamento. A differença principal está nisto: quando o Velho Testamento fala da immortalidade e de uma felicidade eterna, geralmente, fala da nação, da collectividade. Essa immortalidade e felicidade serão gozados aqui. na terra no grande dia do Senhor quando Elle se manifestará em todo o seu poder. Nós quando pensamos na immortalidade pensamos do individuo e do seu destino depois da morte. No Velho Testamento não se liga tanto a idéa da immortalidade com a idéa da morte. O Velho Testamento fala só de uma certa mudança. A idéa é bem semelhante de Paulo em I Cor. 15 :51. "Eis aqui vos digo um mysterio: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados." A questão da morte não entra tanto na j
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consideração do problema da immortalidade, no Velho Testamento. Isto é bem natural porque esperaram a chegada do Messias durante as suas vidas naturaes. A theoria é mais ou menos a mesma que os primeiros crentes tinham em relação á segunda vinda de Jesus. Na sua segunda vinda os crentes collectivamente haviam de entrar na gloria com Christo, sem experimentar a morte. "Eis aqui vos digo um mysterio: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados." (I Cor. 15 :51). Assim foi mais ou menos com os crentes do Velho Testamento em relação á vida futura. Elles esperavam o Messias a qualquer momento, por isso a questão da morte não influiu na questão da vida futura. Tambem não devemos esquecer que quasi sempre o povo eleito encarava essa doutrina do ponto de vista da nação. Porém quando essa doutrina era observada do ponto de vista do individuo, naturalmente a questão da morte entrava. As passagens no Velho Testamento que falam da morte não são bem numerosas porque a esperança da nação, da proxima vinda do Senhor J ehovah, er a muito viva e o individuo participava dessa esperança. Em geral, como já observámos, o individuo esperava de algum modo gozar da immortalidade da nação. Só quando se fala da morte que separa o individuo da nação, é que apparece alguma esperança em relação ao proprio futuro. Separado da nação o individuo tem que examinar e depender da sua relação individual para com Deus . . (b) Tambem estranhamos o facto da doutrina da immortalidade do individuo apparecer tão tarde em Israel. Entre os Egypcios a questão da morte e da immortalidade occupava grandemente a attenção . E mesmo entre nós hoje, a fé numa vida futura exerce grande influencia. Porque é que Israel demorou tanto nesta questão? Certamente ha boas razões por que Deus demorou em revelar aos Israelitas essa gloriosa doutrina . E tom an do em consideração todos os factos, foi bem natural que a doutrina da immortalidade do individuo apparecesse, em forma definida, tarde na historia de Israel. Porque em quanto o individuo estava completamente subordinado e submergido na nação, não er a possível ao povo receber tudo quanto Deus tinha para lhe revelar em relação ao individualismo. Devemos
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lembrar-nos tambem de que a revelação sempre obedecia a fins praticos , Deus dava a cada geração as verdades que eram necessarias e essenciaes á vida religiosa do povo na época em que appareceu a revelação. Como já observámos, desde o principio, a revelação no Velho Testamento é pratica, historica e genetica. Deus sempre se adaptou ao povo e á condição em que Elle o achou. Só assim, principiando onde o povo estava, Elle podia levá-lo aonde queria que chegasse. Maravilhoso é o plano de Deus, tanto na revelação corno na salvação. (c) Outra differença notavel entre nós e o povo do Velho Testamento, é que a nossa vida e a nossa religião são muito individuaes. Alguns até accusam o christianismo de ser demasiadamente individual. Não foi assim entre os Israelitas. O individuo se perde, no grupo ou na massa do povo. O individuo fazia parte do grupo e só tinha valor, diante de si, quando relacionado com o grupo, que sempre occupava o primeiro lugar. As bençãos de Deus foram dadas á nação e o individuo gozava taes bençãos só como membro della. Quão differente é o nosso modo de pensar! Hoje começamos com o individuo. E' através do individuo que a collectividade pode ser abençoada. Mas no Velho Testamento era através da sociedade que o individuo podia ser abençoado. Agora essa concepção da solidariedade do individuo com o grupo, seja familia, tribo ou nação, serve de base para a explicação de muita coisa no Velho Testamento. A destruição, por exemplo, de uma familia . toda, por causa do peccado de um membro ou chefe, foi devido a essa solidariedade do individuo com a familia. "Então disse Josué a Acan: Filho meu, dá, peço-te gloria ao Senhor Deus de Israel, e faze confissão perante Elle; e declara-me agora o que fizeste, não mo occultes . " ",E respondeu Acan a Josué, e disse: Verdadeiramente pequei contra o Senhor Deus de Israel, e fiz assim e assim. " "Então Josué e todo o Israel com elle tomaram a Acan, filho de Serah, e a prata, e a capa, e a ounha de oiro,e a seus filhos, e a suas filhas, e 'a seus bois, e a seus jumentos, e a suas ovelhas, e a sua tenda, e a tudo quanto tinha; e levaram-nos ao valle de Acer. E disse Josué: Como nos turbaste? O Senhor te turbará a ti este dia. E todo o Israel o apedrejou com pedras,
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e os queimaram a fo go, e os ap edrejaram com p edras . " (Josu é 7 :19, 20 e 24, 25) . . E não d evemos es que cer qu e a soli darie dade era tan to m oral como physica. Os filhos e dep ende ntes não foram cons ider a dos com o possuindo uma exp eriencia propr ia ou di stincta; faziam parte do pae ou do dono. Devi do ao individualismo ac centuado, se não ex agg er ado, hoje tudo isto par ece bem esquisito. Mas é j ustame nte p or este facto do individuo p erder-se na familia ou n a trib o ou n a nação, qu e tem os tão pou ca coisa defi nitiva sobre a doutrina da immortalidade do i ndividuo no Vel ho T estamento. J eh ovah esta beleceu o se u Reino aqui na terra, r eino eter no . No dia da vin da do Messias es te r ein o h avi a de torn ar-se un iversal e então todos os p ovos poderiam entrar nell e . O indivi du o ach ava a sua immortalidade na eternidade des te Reino . E as suas m ai or es esperan ças estav am despositad as no r eino e não na propria vid a futura. O in teresse p ri ncip al achava-se no r eino e ne lle os seus tr a bal hos e os seus esfor ços ser ia m conser vados mesmo se o in dividu o não vivesse m ai s. O pae vivia no s fi lhos e todos viviam no Re ino . "Na ve r d a de qu e nunca será abalado: o justo fi cará em m emoria ete r n a." (Ps a . 112 :6) . . Em Isai as temos uma p assa gem be m interessant e neste sentido . " E n ão f ale o filho do estrangeir o, que se ho uver chega do ao Senho r , dizendo: De todo m e ap artará o Sen hor do seu pov o; nem tão pouco diga o eun uoho : E is qu e sou um a arvore secca." (Is a . 56 :3) . Mesm o p ar a os que não tinham filhos havia um a certa es, perança , diz o propheta. "Tambem lhes d ar ei n a minha cas a e dentro dos meus muros um lug ar e um no m e, m elhor do que o de filhos e filha s; um nome e te r no dar ei a ca da um delles, que nunca se ap ag ar á." (I sa , 56 : 5) . O maximo que se off'erece é não ser esq uecid o . O individuo p odia viver, ao m enos, na m emoria de Deus e na dos seu s queridos; só a sua m emoria seria ímmortal . Isto e stá bem lon ge de uma immortalidade individual e pessoal. Naturalmente o individuo sentiu a falta de uma coisa m elhor quanto ao futuro. Essa qualidade de imo mortalidade era. vaga de mais para sa tisfazer as asp irações d a alma humana feita á imagem de Deus. O espirito individual naturalmente lutava contr a esta concepção do individuo estar perdido na massa, como uma
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gotta de agua no grande oceano . E á proporção que ia conhecendo cada vez melhor a si mesmo, foi tambem perguntado como Job "perguntou", porventura "se O homem morrer viverá"? Ora, na providencia de Deus chegou sempre o tempo na historia de Israel, quando a nação entrou em de. clinio e conseguintemente o individuo entrou no seu periodo de grande ascendencia e desenvolvimento. No cxilio o povo deixou de existir como nação porque foi espalhado, e semeado entre as nações do mundo. Mas embora o Estado tivesse desapparecido, Deus ainda estava dirigindo, a religião continuava, e os individuos continuavam e se evidenciaram mais e mais. Nessas condições, tudo quanto antes tinha pertencido á nação, todos os seus privilegios, suas esperanças, suas promessas divinas, foram, em certo sentido, transferidas para ' o individuo. A queda da nação foi a descoberta do individuo. Nisto o Reino de Deus deu um passo gigantesco para a realização dos designios divinos. A queda da nação foi uma das coisas mais importantes desde o tempo do Exodo , O Exodo criou a nação, o Exilio descobri u o individuo. Tambem o Exilio libertou a religião de uma determinada localidade e modificou-a, encaminhou-a, ao ponto de tornar-se universal e de poder adorar a Deus em qualquer lugar. "Nossos paes adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar. Disse-lhes Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pae. Vós adoraes o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus. Mas a 110ra vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o pae em espirito e em verdade; porque o Pae procura a taes que assim o adorem . Deus é Espirito, e importa que os que o adoram o adorem em espirito e em verdade." (João 4 :20·24) . Ainda mais, o Exilio revelou o facto importantissim o qu e o povo de Deus podia existir sem a forma exterior de Estado, e encam inhou-se para a verdade que o individuo tambem podia viver até ' sem a forma corporea. A entidade r eligiosa não era mais nação mas o individuo assim tornando a religião universal porque De us tein a mesma relação para com todos os indívi-
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duos. " Eis que todas as almas são minhas; como o é a alma do pae, assim tambem a alma do filho é minha; a alma que pecoar, essa morrerá." (Ezequiel 18 :4). Era natural, em vista destas grandes mudanças, que a ansiedade e o interesse pela immortalidade individual se e xp ri m isse fortemente. (d) Outra differença grande en tre o nosso modo de enc ar ar as ,coisas desta vida e o modo por que o Velho Te stamento encarava é' que hoje achamos bem difficil comprender com o a religião e a moralidade podiam existir sem a noção de uma recompensa futura. A differen ça não é tanto na idéa da r etribuição com o no lugar onde ella se r ealiza. Nós achamos que a retribuição vem; em b oa p arte, após a morte, emquanto os do Ve· lho Testamento pensavam que toda a retribuição eslava nesta vida mesma . A idéa do povo acha-se bem e xpressa em Prov. 11 :31. "Eis qu e o justo é recompensado na ter r a ; quanto mais o será o impio e o p eccador . " "Não são assim os impios; mas são com o a moinha qu e o vent o espelh a. P elo qu e os impios nã o subsistirão no juizo, nem os peocadores na con gregação dos justos. Por qu e o Senhor conhece o caminho dos justos ; po. rém o caminho dos impios perecerá. " (P sa. 1 :4·6) . A id éa do Velh o T estamento é o que o povo ou o homem semeava nesta vida e nesta vid a m esma h a via de ceifar. Le vanta-se agora a questão como é que se origino u ta l doutrina de retribuição ? Certamente tem a base ti razão de ser na doutrina de Deus mantida, e criada pelo po vo . Para o Judeu Deu s era tudo e em tudo mas ne m por isto caiu no pantheismo. Todos os acontecimentos er am a ttribuidos a Deus. Todas as mudanças na terr a ou na vida eram apenas os effeitos do poder invisiv el que operava em tudo. Deus er a justo e o seu reino em gera l como em particular r evelava essa j ustiça divina . E desde qu e . havia um só Deus o cam po da sua acção era o univer so todo. O governo de J ehovah, abrangia tudo qua nto exi sti a . Vê-se qu e para os Judeus o uni ver so e todos os seus acontecimentos tinham um fun do moral . O physico só tinha a sua maior significação em relação a este ser que dirige tudo de acordo com U' sua justiça. O universo, além de ser ' coisa, er a tambem um pensamento. Assim foi tambem com ca da acon tecímento do univer so physico . A esphera, portanto, da retri-
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buição estava aqui nesta vida. O peccado foi punido e a justiça galardoada aqui nesta vida.
E' claro que essa idéa da retribuição tem seus defeitos serios. Emquanto a nação e os reis e o povo iam bem, gozando de grande prosperidade, como acontecia com os primeiros reis, não havia nada que realmente pudesse contradizer essa doutrina. Mais tarde porém quando a nação corria perigo de ser levada para o captiveiro, embora a moral do povo igualasse ou fosse melhor que a moral das nações ao seu redor, foi mais difficil manter a idéa da completa retribuição só aqui nesta vida. Não foi Israel o povo, o escolhido de Deus? Como é então que se explicam seus apertos e suas multiplas difficuldades? Por um lado os prophetas explicavam a situação dizendo que foi por causa dos peccados da nação. Porém, quando a nação finalmente caiu, e todos, tantos os bons como os máus, foram levados para o captiveiro, a questão se tornou mais complioada , Aconteceu que neste periodo os mais justos mais soffreram. "Sim, por amor de ti, somos mortos todo o dia; somos tidos na conta de ovelhas para o matadouro." (Psa. 44:22). Foi naquella occasião que a idéa de uma perfeita retribuição nesta vida começou a ceder terreno. Este facto causou serios embaraços ao povo porque naturalmente attribuia tudo ao seu Deus .Tehovah. E parecia-lhe que Deus, ás vezes, estava ao lado dos injustos, ao lado dos seus inimigos, e que estes moralmente eram melhores do que elles mesmos. O livro de Job surgiu nestes tempos. "Porque Deus macerou o meu coração, e o Todo-Poderoso me perturbou." (Job 23:16). "A terra se entrega na mão do impio; elle cobre o rosto dos juizes: se não é elle, quem é, logo? (Job 9:24). Porém pouco a pouco Deus, na sua maravilhosa providencia. foi ensinando a pura verdade. Estes soffrimentos dos .i ustos poderiam servir como meio de purificação dos seus proprios corações e assim transformar todas essas coisas em ministros e mensageiros do amor de Deus. ao invés de executores da sua ira. Esperavam tambem á luz desta verdade alguma coisa além da morte. "Porque eu sei que o meu Redemptor vive, e que estará em pé no derradeiro dia sobre o pó." (Joh 19 :21) . (e) Notemos mais uma .differença entre' nós e o
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ponto de vi~ta do Velho Testamento sobre a vida reli. glosa do individuo. Causa certa surpreza para nós que o individuo santo ficasse satísfel to
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pessoal entre elle e Deus aqui na terra. Parece que a dissatisfação com as coisas aqui na terra deveria levantar nelle o desejo de uma condição mais perfeita onde se pudesse realizar a mais completa e mais intima communhão com Deus. Nós transferimos para os céus a maior parte da gloria da communhão com Deus. O Judeu Santo do Velho Te s t a m e n t o achava tudo isto aqui na terra. O Santo do Velho Testamento misturava a terra com os céus, os céus com a terra, mas nós nos separamos com um grande abysmo. " A quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não ha a quem eu deseje além de ti." (Psa. 73 :25). "Se as contasse, seriam em maior numero do que a areia; quando acordo ainda estou comtigo." (Psa. 139:18) . "Te. nho pos to o Senhor continuamente diante de mim; por isso que elle está á minha mão direita, nunca vacillarei. " (Psa , 16 :8). "Todavia estou de continuo comtigo; tu m e sustentaste pela minha mão direita." (Psa. 73:23) . E sta concepção do "Santo" do Velho Testamento é devida ao fa cto de que Deus habitaria na sua casa, no meio delles. "Uma coisa pedi ao Senhor, e a buscarei: que po ssa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do Senhor, c inquirir no teu templo." (Psa , 27:4). O santo do v«: lho Testamento praticava mais, do que nós hoje, a presença de Deus. Uma das maiores faltas e lacunas na religião de hoje é exaetamente não sentir constantemente a presença de Deus comnosco nesta vida. Transferimos quasi tudo para o além. O Judeu pio gozava tudo aqui , do lado de cá da morte. O ideal é aproveitar o aqui e o presente, como o Judeu pio, e contemplar o futuro com a mesma esperança com que estamos acostumados a fazer. (f) Mais uma differença en tre nós e o san to do Ve· ' lho Te stamento ' acha-se na concepção que elle tem da vida. Para o Santo do Velho Testamento VIDA era o ' que nós chamamos vida no corpo ou vida aqui na terra. Vida ja existencia do homem no corpo. "E for- ' mou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em seus narizes o folego da vida; e o homem 'foi feit o é
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alma vivente." (Gen. 2:7). O homem vive e em communhão com Deus sua vida fica completa. Portanto a idéa de vida para o santo do Velho Testamento era a vida no corpo, mais a communhão com Deus. Para elle a separação do esp íríto do corpo era a morte pura. Não ha no Velho Testamento a idéa que o corpo era umaespecie de prisão do qual foge o espirito na hora da morte. Tambem não ha noção de uma perfeição do espirito á parte do corpo. Como já vimos a idéa é synthetioa, isto é, consistia do homem, todo, corpo e alma, porém, em communhão com Deus. Vida, então, para o santo do Velho Testamento, é vida no corpo; é mais ou menos o que o apostolo Paulo chama vida no "corpo espiritual." Mas para uma vida assim, como foi considerado pelo santo do Velho Testamento, era necessario um meio physico como temos aqui na terra. Portanto encontramos a id éa de que a habitação do homem para sempre er a esta terra. A vida futura para o Israelita estava ligada a esta terra. E' verdade que na vida futuraelles almejavam mais perfeita communhão com Deus, mas nunca transferiram essa communhão para os c éus, sempre era esp er a d a 'aq ui na terra. A idéa era que em vez delles irem a Deus no céu, Deus havia de baixar-se á terra; e quando viesse, daria aos homens novos corações, faria novo concerto, escripto, não em taboas de pedra, porém nos corações do seu povo. E junto a esta manifestação de Jehovah na terra, esta mesma soffreria uma grande trans. formação. "Porque, eis que eu crio céus novos e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais subirão ao coração. Mas vós folgareis e e xult ar eis perpetuamente no que eu crio; porque e is que crio a Jerusalém uma alegria, e ao seu povo um gozo. E folgarei em Jerusalém, e exultarei no meu povo; e nunca mais se ouvirão nella voz de choro nem voz de clamor." (Isa. 65:17-19). Todos pensaram que esta manifestação de Jeho. vah era immediata e que a salvação já estava prompta para ser revelada. A moradia eterna do homem era aqui na terra. A perfeição dependia da presença de Jehovah; porém a SUa perfeita presença sempre estava perto, pelo menos em esperança, e os vivos ainda .ta lvez O vissem.
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2. Communhão com Deus , a ldéa; Fundamental da Immortalidade do Individuo. . As considerações que acabá mos de fazer exp licam de alg um a forma a razão por que não temos ensinos m a is, e xplícitos sobre a doutri na de immortalidade do indiv iduo no Velho Testamento . O Israelita piedoso achava que já tinha na terra a esse nci a do s cé us ou as coisas que o constituem. Sem duvida elle tinha es sas coisas e m id éa, em esper a nç a, e n ão tanto e m realidade . E stav a, porém, certo de qu e tinha a p r esenç a de Deus com e lle e é justamente es ta pres ença que constitue a esse ncia dos céus. Na turalmente essa pres ença nã o era tão ri ca co m o a presen ça de Deu s entre nós, po r J esu s Ch r isto ; porém o Israelita era mais conscio da presença de Deus do que n ós h oj e . O se u calix tr ansbordava . "O Senhor é a porçã o da minha herança e do m eu calix : tu sustentas a mi nha sor te . As lin has ca em-meem lugares deliciosos ; sim, coube- me uma formosa herança. Louvarei ao Senhor que m e ac onselhou; a té os meus rins me e ns in am de noit e . (Psa , 16 :5-7) . Algue m di sse que " nã o foi por fa lta de relig ião mas po r excesso de r eli gião que o .Judeu não sentiu a falta de um ens in o claro sobr e ·a im mortalidad e da alma. " O futuro foi desprez ado por ca us a da pre sença de De us no prese n te. Mas mesmo assim essa presença de Deus não sa tisfazia totalmente, porque um a das e sper anças m ai s vivas de st e povo e r a a do di a qu ando J ehovah h avia de vir em toda a sua pl enitude. Mas com o já observ ámos, o lugar para o qual Deu s havia de vi r .er a a terra; o homem não seria transladado pa r a uma existencia transcendental c espir it ual. Essas coisas viri am para elle,' em vez delle ir para ell as. E' justamente em connexão co m o gozo da presença de Deus aqui na terra que os en sin os do Velho T estamento, sobre a immortalidade do individuo, ap p arecem . A morte naturalmente interrompia es sacommunhã o co m 'Deus e assim conver tia o gozo da vida em tristeza da morte . Para o Israelita MORT E er a m orte mesmo, porque desligava o individuo tanto do s ho me ns como o Deus, e tambem do meio em que gozava a com'm unh ão com Elle . E' de notar que as passagens do Velho Testame nto que se r eferem á morte em geral, são da naturez a de lembrança s d os sentimentos do individuo quand o es-
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-lava em presença da morte. As referencias, portanto, são pessoaes e não da natureza de ensinos abstractos ou didacticos sobre o assumpto. A immortalidade que o povo queria, e em que estava interessado, era uma immortalídade religiosa e naturalmente não havia interesse no lado metaphysico da questão. O que o povo queria era a continuação da vida que já gozavam aqui na terra em communhão com Deus. A exístencía do espirito á parte do corpo, depois da morte, não era a questão principal porque ninguem pensava nisso; a questão principal na doutrina da immortalidade da alma éa questão da continuação, da communhão com Deus aqui na terra, além da morte. Aos santos do Velho Testamento a immorlalidade foi um corollario da sua religião porque a immortalidade era simplesmente a continuação da religião além da morte. Se Deus existia e a religião era verdadeira, existia e havia de continuar tambem a communhão com Elle além da morte, que era a essencia de religião. Temos essa idéa hem expressa nas palavras de Jesus em Math. 22:32. "Eu sou o Deus de Ahrahâo, o Deus de Isaac, e o Deus de Jacob. Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos." (Math. 22 :32). Os prophetas e escríptores do Velho Testamento não eram philosophos ou pensadores especulativos, porém homens religiosos e praticos. Elles já tinham communhão com Deus e sentiam que a sua immortalidade já estava envolvida nessa experiencia dacommunhão com Deus. RUe era o Deus delles; não era o Deus de mortos mais sim o Deus dos vivos. A fé na immortalidade foi apenas uma outra expressão ou forma da sua fé em Deus. A doutrina da immortalidade não foi o resultado de uma logica; porém, o fruto de uma experiencia. '
3. Questões Preliminares Quanto á Natureza do Homem. Qualquer discussão acerca da morte, da immortalidade e da resurreição deve ' ser acompanhada de um estudo ligeiro sobre a natureza do homem. Porque, se a morte é, num sentido, uma dissolução, e aquillo .que é simples é incapaz de ser dissolvido, é claro que a natureza do homem tem de ser composta. Sendo assim, seria necessario considerar os elementos constituintes, cuja dissolução é a morte. A separação '
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continuada constitue o estado geral da morte, e a j-eunião destes elementos é a resurreição. Não ha questão mais difficil na Theologia Bíblica do que e ssa mesma da natureza do homem. Nem no Velho nem no Novo Testamento, encontramos uma re spost a clara e precisa a todas as questões que se possam levantar acerca da natureza humana . Ha, porém, a lguma coisa clara. O Velho T estamento ensina com toda a clareza que o homem possue uma alma e um corpo ou , m elhor ainda, que elle é uma alma e tem cor po. Esta é a forma mais simples em qu e encon tramos os ensinos do Velho Testamento sobre a questão. A m orte p hysica é a separação da alma do corpo. Durante este p eriodo d e separação a alma es tá num lugar e o cor po e stá noutro. A reunião da alma e cor po, ou , m elhor a inda, o a cto de receber um novo cor po, é are· surreiçã o , Quanto ao cor p o a .d ifficulda de está em relação a sua r esurrei çâo , O Velho Testamento ensina claramente que o corpo é do pó da terra. " ,E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em seus narizes o fol ego da vida; e o homem foi feito alma vivente. " (Gen . 2:7). "No suor do teu rosto comerás o tu pão, até que te tornes á terra; porque della fo ste tomado; porquanto és pó, e em pó te tornarás." (Gen. 3:19). "Toda a carne juntamente expiraria, e o homem voltaria p ara o pó . " (Job 34:15) . Mas quanto á natureza da alma ha uma terminologia m uito variada e ás vezes apparentemente irreconciliaveis. As Escripturas usam geralmente dois termos para designar o homem quanto a sua parte inimaterial. Os dois termos são ALMA e ESPIRITO. O termo es p irito é talvez o mais basico; porque a união do espírito com o corpo produz a alma, ou a pessoa. Agora quanto á di stincção en tre alma e espirito o Velho Testamento não diz nada; nem tão pouco explica a natureza do homem em relação á natureza de Deus . Deus dá o espirito e o homem vive; retira-o e o homem morre. O espirito volta para Deus que o deu . Elle é o Deus dos espiritos de toda a carne. "Mas elles se prostraram sobre os seus rostos, e disseram: O' Deus, Deus dos espi ritas de toda a carne, peccará um só homem, e indignar-te-ás tu tan to contra toda esta congregação? "
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(Num. 16 :22). "O Senhor, Deus dos espiritos de toda a carne, ponha um homem sobre esta congregação." (Num. 27:16). A's vez es o espirito é chamado espirito do homem. "Mas Sehon, r ei de Hesbon, não nos quis deixar passar por si, porquanto o Senhor teu Deus endurecêra a seu espirito, e fiz era obstinado o seu coração, por to dar na tuu mão, como neste dia se vê. " (Deut. 2:30). " Por ém , vindo a elle Jezabel, sua mulh er, lhe disse: Que ha, qu e es tá tão desgostoso o teu espir ito, e não comes pão?" (I Reis 21 :5). "Que é o homem, para que tanto o estim es, e ponhas sobre elle o teu coração?" (Job 7:17). "Vida e beneficencias me fizeste; e o teu cuidado guar dou o meu espirito." (Joh 10:12). Assim se levantam dois problemas bem difficeis : a relação da alma para com oespirito, e a relação do espirito humano para com o espirito divino. O Velho Testamento não nos fornece material para uma solução definitiva destes problemas, porém ha alguma coisa de real valor. Na narrativa da criação do homem temos a seguinte declaração. "E form ou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em seus narizes o folego da vida; e o homem foi feito alma vivente." (Gen. 2:7). Ha tres coisas a notar desta declaração . (1) Deus formou o corpo do homem do pó da terra, o mais immaterial . de todos os elementos da terra. Esta criação do corpo humano do pó da terra foi um acto immediato de Deus. Deus criou directamente o corpo humano; ao passo que na criação dos animaes Deus os criou mediatamente, isto é, por meio da terra. "E disse Deus: Produza a terra alma vivente conforme a sua especie: e assim foi. E fez Deus as bestas feras da terra conforme a sua especie, e o gado a sua especie, e todo o reptil da terra conforme a sua especie; e viu Deus que era bom." (Gen. 1 :24.25) . Deus honrou o homem com uma criação directa e immediata. (2) Uma vez formado o corpo, Deus soprou nos seus narizes o folego da vida, isto é, o folego que é a fonte da vida. Este termo FOLEGO é só usado em relação ao homem. Usa-se outro termo hebraico para descrever o folego dos animaes. Mas o termo "neshamah" é usado sómente em relação ao homem. "E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em seus narizes o folego da vida; e o homem foi feito alma vivente." (Gen . 2:7). "Emquanto em
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mim houver alento, e o sop ro de Deus nos meus narizes, " (Job 27 :3). "O Espirito de Deus me fez; e a inspiração do Todo-Poderoso m e deu vida." "Antes Deus fala uma e duas vezes; porém ninguem attenta para ísso . " (Job 33:4 e 14). "Deixae-vo s do homem cujo fol ego está no seu nariz; porque em que se deve e lle estim ar?" (Isa. 2:22). (3) A terceira coisa a notar na declaração de Gen. 2: 7 que o homem depois de recebe r o foi ego da vida tornou-se uma alma vivente. E' na alm a qu e a vida Iuncciona, porém oespirito é a Ionte de vida. A alma viv e, mas não tem vida em si ; o espirito dá vida á alma . Queremos notar especialm ente que, o que Deu s f ez, quando soprou no nariz do homem o folego da vi. da, não foi ap enas o acto de fazer o corpo fu nccion ar. Porque est e folego que Deus deu ao homem n ão e ra ap enas sig nal de vida, porém a font e da vida. O que Deus soprou foi aquillo que pensa, sente e quer e que faz o homem compreender as coisas. "Na ver d ade ha um espir ito n o homem, e a inspiração do Todo-Poderoso os faz en ten didos." (Job 32:8) . Mas agora perguntemos: que é que Deus soprou nos n ar ize s .do homem e fez o homem tornar-se alma vivente ? Foi o proprio Espirito de Deus? Não; isto seria uma immanação e não uma cr iaç ão. Deus cr iou o homem. O homem é uma cr ia tur a, uma cr iaçã o de De us c n ão uma 'em a na ção de Deus. O que Deus fez, foi, pelo a cto de soprar, criar um espirito humano á im agem do seu proprio espirito divino . Portanto ha espirito humano criado e finito; e tambem espirito divino criador c infinito . Como já observámos a vida no a n im al é, como a luz artificial, o resultado da organização da materia . Desorganiza-se a materia e a luz se apaga ou a vida desapparece . Não ha razão, d e perguntar para onde foi a luz nem para onde foi a vida animal porque não foi para parte nenhuma, simplesmente ' desappareceu , Mas não é assim com o homem. O que Deus soprou nos narizes do homem er a espirito intelligente e conscio já antes de entrar no corpo . A sua consciencia não dependia da organização da materia porque precedia a sua união com a materia . E naturalmente podia continuar a existir depois da dissolução 'do corpo ou a parte material do homem. Deus então criou um espirito humano á imagem do Espirito divino e colloé
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coueste espirito humano num corpo material, e a combinação destes dois elementos constituem o homem, a alma vivente. O homem em si mesmo é espirito.
4, A Concepção do Sheol. O Velho Testamento representa o Sheol como um lugar que estabelece um vivo contraste com a esphera de luz e de vida onde estamos. "Pois grande é a tua mio sericordia para commigo ; e livraste a minha alma da sepultura mais profunda." (Psa. 86:13) . "Mas aquelles que procuram a minha alma para a destruir, irão para as profundezas da terra ." (Psa , 63 :9) . "Antes que vá e donde nunca torne á terra da escuridão e da sombra da morte; terra escur issim a, como a mesma escuridão, terra da sombra, da morte e sem ordem alguma e onde a luz é como a escuridão." (Job 10 :21-22) . Deve notar-se qu e em hora se usem termos geographicos em des crever o Sheol, não ha realmente lugar neste mundo qu e cor r espond a a esses termos, que são mais moraes do qu e geographicos. O Sh eol é lugar, baixo, profundo, escuro , mas é moralmente assim. "Os mortos tremem debaixo das aguas, com os seus moradores dellas." (J oh 26:5). As dis cripçõe s de Sheol são ca r rega das de cores bem escur as . " O inferno debaixo se turbou por ti, para te sair ao e ncon tro na tua vinda; desperta por ti os mortos, e todos os principes da terra, e faz levantar dos seus thronos a todos os reis das nações." (Isa . 14:9). "Os mais pod erosos dos valentes lhe " falarão desde o meio do inferno, com os que a soccorrem; desceram, jazeram os incircumcisos traspassados á espada. Ali está Assur com todo o seu ajuntamento; em redor delle estão os seus sepulcros; todos elles foram traspassados e cairam á espada . Os seus sepulcros foram postos nos lados da cova, e o seu ajuntamento está em redor do seu sepulcro; todos foram traspassados, e cairam á espada, os quaes tinham causado espanto na terra dos viventes." (Ezeq, 32 :21-23). Sheol é sempre representado por um lugar abaixo, fundo, escuro, como os céus são um lugar alto, oheio de luz e de vida. Mas como já notámos, é melhor interpretar esses termos figurativamente do que tentar fazer uma geographia dos céus ou do Sheo1. Sheo1 é o lugar para onde descem todos aquelles que morrem, tanto os bons çomo os maus. .
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Não se deve, p orém, confundir Sheol com a cova ou o tumulo. E' o lugar onde estão as personalidades que já sahiram desta vida. As gerações que nos precederam estã o lá. "E Abrahão expirou e morreu em boa velhice, velho e farto de dias: e foi congregado ao seu pov o." (Gen. 25 :8). "Acabando pois J acob de dar mandamentos a seus filhos, encolhe u os seus pés na ca ma, e expirou, e foi congrega do ao se u povo." (Gen , 49:33) . "E Isaao exp ir ou, e morreu, e foi recolhido aos seus povo s. ivelho e farto de dias; e Esaú e Jacob, seus filhos, o sepultaram." (Gen , 35 :29) . Sheol corresponde ao nosso termo " o al ém" ou "além tumulo" ou " n a ete rnidade". Todos vão para o "Além". para o Sheol, "para a eternidade", ninguem escapa. "Que homem ha, que viva. e não veja a morte? Livrará ell e a sua alma do poder da sepultura?" (Psa . 89 :48) . Notemos o seguinte ac erca do Sheol: (1) O estado daquelles qu e estão no SheoI. Desde que Deus retira o espirito da vida e desde que ess e e spir ito é a fonte de força e de vida a pessoa que está no Sheol apenas existe; não tem força, é fraca, só e xi ste, nada mais. Não ha prazer, não ha força no Sheol ; só existencia, e isto bem vaga, quasi nada . Tudo q uanto pertence á vida desapparece com a morte; fica ap enas a existencia. As personalidades lá estão quietas, si. lenciosas, como se em somno profundo. "Se o Senhor n ão tivera ido em meu auxilio, a minha alma quasí q ue teri a ficado no silencio." (Psa , 94:17). E' um lugar onde se esquece de tudo. "Mostrarás tu maravilhas aos mortos, ou os mortos se le vantarão e te louvarão? Será annunciada a tua benignidade na sepultura, ou a lua fidelidade na perdição? Saber-se-ão as tuas maravilhas nas terras, e a tua justiça na lerra do esquecimento?" (Psa. 88:10-12). "Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa. nenhuma, nem tão pouco teern elles jamais paga, mas a sua memoria ficou entregue ao esquecimento." (Ecclesiastes 9 :5) . Sheol parece mais com a sombra deste mundo do que com as suas actívidades. A concepção do Velho T estamento, "do além". do Sheol, é o que ha de mais vago, mais indistincto; porque todas as esperanças do povo J udaicoestavam nesta vida aqui . na terra. Inda para " o al ém", não havia nada que se pudesse 'ch am ar -d e
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vida. Só havia existencia, porque estavam certos de que a morte não podia anniquilar a personalidade, só a separava daquillo que se chama vida. (2) No Sheol não havia distincção entre o bem, e o mal ou o bom e o máu. Portanto não se deve confundir Sheol com os céus nem com o inferno. Todos vão para o Sheol, "para o além ", para a eternidade, esses termos são synonimos. Sheol não é lugar de punição . nem de galardão. O estado não é de maldição nem de bençãos, só mera existencia, de nada goza e de nada soffre. "Ali os máus cessam de perturbar: e ali repousam os cansados. Ali os presos juntamente repousam, e não ouvem a voz de exaetor: Ali está o pequeno e o grande, e o servo fica livre de seu senhor." (Job 3:1719). "E o Senhor entregará tambem a Israel comtigo na mão dos philisteus, e amanhã tu e teus filhos estareis commigo; e o arraial de Israel o Senhor entrega. rá na mão dos philisteus." (I Sam. 28: 19). "Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tão pouco tem elIes jamais paga, mas a sua memoria ficou entregue ao esqueci. mento." (Ecclesiastes 9 :5) . Lá para o fim da historia da nação Israelita appareceu outra idéa do futuro. A idéa é de um lugar de grandes soffrimentos. Parece que a figura teve SUa origem nos costumes de sacrificarem as crianças ao deus de Moloch. As crianças tinham de passar pelo fogo afim de chegar á presença deste deus terrivel. Este lugar é chamado" Gehena" e corresponde ao nosso termo "inferno". No Novo Testamento temos a mesma idéa. "E no interno, erguendo os olhos, estando em tormentos viu ao longe, Abrahão, e Lazaro no seu seio. E elle, chamando, disse: Pae Abrahão, tem misericordia de mim, e manda a Lazaro que molhe na agua a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chamma. Disse, porém, Abrahão: Filho lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lazaro sómente males; e agora este é consolado e tu atormentado; e além disso, está posto um grande abis- ' mo entre nós e vós, de sorte que os que quiserem passar daqui para vós não poderiam, nem tão pouco os de lá passar para cá. E disse elIe: Rogo-te pois, ó pae, queo mandes a casa de meu pae, porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê ·testem unho, afim de que não venham '
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tambem para este lugar de tormento . " (Lucas 16 : 23-28) . . E' bem provavel que tenhamos a m esma i déa em Isa . 66: 24 . " E sa ir ão, e verão os cor pos m ortos dos homens que prevaricaram con tr a mim ; porque o seu bi cho nunca morrerá, n em o seu fogo se apagará ; e serão um horror para toda a carne. " (I sa . 66 :24) . (3) Qual é en tã o a relaçã o da pes soa no Sh eol para com o corpo que deixou aqui na terra ? e p ara com este m un do? e para com Deus ? Qu anto a este mundo a conne xão está com ple tamente quebrada . O morto não volta mais para este mundo e nada m a is sabe deIle . "Os se us filhos estão em honra, se m que eIle o saiba ; ou fica m minguados, sem qu e eIle o perceba . " (Job 14:21) . " Assim com o a nuvem se desfaz e passa, as sim aquelIe q ue desce á sepultura nun ca tornará a subir." (J ob ,
i: 9) . Devido porém. á fo rt e convicção da existencia continuada da pessoa depois da morte, surgiu a cre nça. um a super stição con de rnn ave l e con de m n a d a, de que os vi vos podiam comrnunicar-se com os mor tos no " além". T emos o cas o quando Saul ch am ou a Samuel. (I Samuel 28) . Quanto a Deus não h a mais re lação . " Mostr ar ás tu maravilhas a os mortos, ou os morto s se leva n tarã o e te louvarão ?" (Psa . 88 :10). ,E' is to rea lmen te que fez a descida par a o She ol tã o indesej avel . "Por que na m orte não h a lembrança de ti ; no sepulcro quem te louvará ?" (Psa . 6 :5) . " P or que não te lou vará a sep ult ur a, nem a morte te glorificará : nem tão p ouco esperarão em tua ver d a de os que descem á cova." (Isa . 38-18) . Mas m esmo as sim h a uma p as sa gem que dá uma n ota b em alegre em r elação ao Messias e o Sheol. "Portanto está alegre o m eu cor a çã o e se regozija a m inha gloria: lambem a minha carne r epousará segura. Pois nã o deixarás a minha alma no inferno n em perrnittir ás q ue o teu santo veja a corrupção . .F ar-me- ás ver a vereda da vida; na tua presença ha fartura de alegrias ; á tua mão direita ha delicias perpetuamente " . (Psa . 16 :9-11). Em geral o santo do Velho Testam ento goz ava extremamente esta vida na terra em communhão com Deus; mas a morte acabava com tudo 'Isto 'c o in.
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dividuo ia embora com pouca ou nenhuma esperança de realmente viver mais. Quanto á relação para com o corpo não ha materia sufficiente para formular uma resposta. Ha, porém, duas passagens que suggerem uma certa relação entre a alma no Sheol e o corpo aqui na terra. "E sairão, e verão os corpos mortos dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu bicho nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e serão um horror para toda a carne." (lsa. 66 :24). "Mas a sua carne nel1e têm dôres; e a SUa alma nelle lamenta." (Job 14 :22).
5 . A Concepção da Morte. O Velho Testamento encara tudo do ponto de vis. ta religioso; tanto a prosperidade como a pobreza; tanto o gozo como o soffrimento; lanto a morte como a vida; tudo emfim tem est e aspecto sempre preponderante. A morte não era apenas physiologica ou o acto de cessar o funccionamento do coração; mas sempre linha sua feição moral ou religiosa. Até o proprio universo existe para fins moraes, Deus criou o universo com o mesmo fim com que nós hoje em dia construimos igrejas ou casas de oração. O universo foi feito para servir de moradia e auxiliar na produc ção, duma raça á imagem e semelhança divina. E quando o Velho Teslamento tenta explicar a razão de ser do universo, sempre o faz deste ponto de vista. Para o Velho Testamento o universo é um grande santuario onde o individuo pode em qualquer lugar adorar a Deus em espirito e em verdade. Esta foi a concepção de Jesus revelada em João 4:24-25. "Deus é Espirito, e importa que os que o adoram o adorem em espirito e em verdade. A mulher disse-lhe : Eu sei que o Messias (que se chama o Christo) vem; quando elle vier, nos annunciará todas as coisas." E' por isto que tudo se explica como o resultado dum plano e neto divinos. O ensino principal da Biblia é justamente este ensino moral. A Bíblia não tem por fim ensinar Geographia ou Historia ou Physiologia ou Sciencias. As lições sobre estes pontos são lições sobre a moral; o seu fundo e fim são moraes. A Bihlia, assim, tem toda a razão de agrupar os eventos e factos da me- . lhor l maneira para ensinar as suas verdades moraes. O Velho Testamento quando fala de Historia ou de Geographia tem sempre por fim ensinar Religião. A Histo-
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ria na Bíblia é escrip ta para ensinar ve r dades moraes ; já vem interpretada, porque foi feita de promessas e prophecias. Agora se o Velho Testamento consider a tudo, o Universo e a Historia do ponto de vista moral muito mais r azão tem em co nsider ar o homem, o ser moral, deste ponto de vista. O homem, como Deus mesmo, é um ser m or al, portanto, deve ter um certo e det erminado car acter. O in teress e principal da Biblia es tá, não tanto no ser, como no car ac ter dest e ser . E em quanto o homem continúa na posi ção em que foi criado, isto é, com o necessa rio equilibrio e harmonia en tre o ser que é e o caracter que deve ter, é cons ider ado como gozando da vid a, ou vivo. Este equilíbrio e harmonia é a vida . Po r ém um a vez perturbada essa r el ação entre o Ser e seu car acter ahi se levanta a qu est ão da m orte, porque o Velho T estamento en sina que as condições moraes influem gr an de mente sobre a qu estão das do en ças e natur almente sobre a da morte. T emos muitos exe mplos disto no Novo T est amento on de J esus cur ou e expulsou os dem onios que ca usar am tão serias perturbações physicas. Tambem o fa cto de Jesus passar quarenta dias no deser to, sem comer, mo st r a o gr an de poder que o espirito, em e sta do de gr an de exalt ação, tem sobre o corpo. Na turalmen te se o estado moral influe sobre as doenças, tem tambem r elação com a m orte, conse q uencia f inal das doen ças . E' assim qu e se liga a morte physica com a morte m or al . E ' verdade qu e, no fim , tud o mo rre, tanto moral como immoral e amoral. A morte é inherente a tudo qu anto vive, com o nós o conhecemos depois da queda do hom em . Isto, porém , não nos permitte chegar á conclu são que sem o peccado todos morr eriam da mesma m aneira como morremos hoj e em di a . Nã o podemos di. zer como a doen ça ou a morte agiriam n a p r esença de · uma perfeita moral ou como teria agido se não f ôra o pecca do . :Nem a ex pe riencia, nem a observação nos fornece dados sobre este ponto. Ao lado da idéa de qu e a m ort e physica é inherente a tudo quanto vive, especial men te dep ois da qu eda . do hom em , temos a idé a de que a m or te da qu al se fala em Genesis é lambem a m orte espi r itual . " Mas da ar vore da ·scinci a do bem e do m al, de ll a nã o comerás; porque -no dia em que ·dell a comeres, cer ta men te mor-
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rerás." (Gen. 2:17) . Como já observámos o Velho Testamento n ão e nsin a a idéa de que a morte é coisa inherente á oria ção. Segundo o Velho Testamento o homem foi criado com uma immortalidade condicional. Caso não peccasse, poderia ter tido accesso á arvore da vida. Porém isto lhe foi negado só por causa do peccado. "Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de Nós, sabendo o bem e o mal; ora, pois, para que não es ten da a su a mão, e tome tambem da arvore da vida, e coma e viva eternamente, o Senhor Deus, po is, o enviou fóra do jardim do E de n, para lavrar a terra de que fôr a tomad o. E havendo lan çado fóra o homem, pôs cherubins ao oriente do jardim do Eden, e uma esp ada inflammada que andava ao redor, para guardar o caminho da arvore da vida." (Gen. 3:22-24). A morte então no Velho Testamento é a consequencia do peccado e effectuada pela condição moral. A morte é a p ena do peccado; vida é o galardão do justo. "Para que, assim como o peccado reinou para a morte, tambem a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por J esus Christo nosso Senhor." (Rom. 5 :21) .
6. A Vida e seus Problemas. Em nosso estudo sobre o Sh eol aprendemos que o Sheol é o lugar para onde vão todos, quando sáem deste mundo. Sh eol é o nosso" além tumulo" e nada mais. Ali o bom e o máu estão juntos e a condição em que subsistem não é propriamente vida, é apenas existencia. Como já vimos, Sheol não é lugar de punição nem de galardão. Que é então que o Velho Testamento ensina sobre a permanencia desta condição "no além" ou no Sh eol ? Ha possibilidade dos bons se salvarem do Sheol e novamente viverem uma vida cheia? ou continuarão a só existir no "além tumulo"? Será que os impios continuarão juntos com os bons e não soffrerão as consequencias das suas maldades? Essas são perguntas que nos interessam a todos. Que é que o Velho Testamento diz em resposta a estas p erguntas? O Velho Testamento não nos satisfaz plenamente sobre estes pontos, especialmente em relação ao impio, por isso que accentua grandemente a vida actual, a vida aqui na terra, e pouca coisa de positivo diz sobre a vida " além tumulo". A salvação para o israelita era aqui e agora; correspondia, em parte, á nossa idéa de vida eterna. A salvação era gozada aqui nesta vida sem gran-
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de es per an ça para o futuro. T odo o p ensamento se pren dia á vi da n est e mundo. Tudo foi fe ito e dirigido de mane ir a que o individuo r eceb esse aqui os fru tos da sua ob ediencia ou deso bediencia . Po r isso o h om em do Velho Testame n to li m it ava as suas observações e as suas esp er an ças á vi da aqui. Os prin cip ias envolvi dos na relação de Deus para com os homens exhib iam-se completamen te n esta vid a . A j ustiça era fei ta aqui. O isr a elita não se n tia a n eces si da de de uma vi da "além" p ar a que a justiça fo sse execu tada perfeitame nte, pois pensava que seria aqui na terra. O homem bom esper ava passar bem, prosperar em tudo, m as o m áu, r uim. devia passar mal . A sor te n a vida in dic ava ou o favor ou o de sfavor div ino. " Bem aventurado o varão que não an da no con sel ho dos impios, nem está n o caminho dos peocadores, nem se assenta no assento dos escar necedores. An tes tem o seu prazer na lei do Se nhor, e na sua lei medita de di a e de noite. Pois será como a arvore p la ntada j u n to a r ibe iros de agu as, qu e dá o se u fr uto no seu tem p o ; as suas folh as não cairão, e tudo quanto fiz er prosperará . Não são assim os ímpios, mas sã o com o a moinha q ue o vento es p al h a . Pelo que os impios são su bs istir ão no j ui zo, nem os peccudores n a cong regação do s j us tos . P orque o Senhor conhece o caminho dos j ustos ; porém o ca m in ho dos ímpios perecer á." (Psa. 1 :1.6) . Mas n ã o sóm e nte a vida ou prosperida de ou a adversidade a qui n a terra, mas a m an eir a d e morrer tamh em mostrava ou r evelava o favor ou o cas tigo de Deus. " Pois eu tinh a inveja dos lou cos, quando vi a a prosper ida de dos ímpios . Porque n ão h a aper tos n a sua m orte, mas firm e está a sua força." (Psa . 73:3-4) . A man eira do homem morrer era prova irrefutavel de ter sido hom ou máu, se justo ou injusto, se tinh a tido ou n ã o o favor divino. Os que tinham grande angus tia ou ago nia n a hora da morte er am cons ide r a dos gr an de s pecca dores . Os que morriam calmamente er am bons ou justo s. Por isto a maneira de morrer, num cer to sen tido , fixava a con dição do morto . A excepção aqui, da r egra, é o que fez o Psalmista duvidar gr a n de m en te não só da justiça de D eus e do valor da fé com o tam bem da doutrina que a maneira de m orrer indicava o car acter do h om em . "Na verdade que em vão tenho purificado o meu coraçã o, e lavei as minhas mãos na innocencia. " (Psa .73 :13) .
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Segundo o Velho Testamento o homem continuaria no estado em que estava ao morrer. Se morresse afastado de Deus, continuaria afastado depois da morte. Em geral, especialmente no Velho Testamento; as escr iptur as falam bem pouco do futuro destino dos imo pios . Quanto aos justos o assumpto é mais claro. Em connexão com a triste doutrina de Sheol ha um avanço bem sensivel em relação aos justos. Em nosso estudo da doutrina de Sheol aprendemos que todos para lá vã o e ficam ap enas existindo, separado de tudo quanto se pode chamar de vida. Ha comtudo passagens que fazem um avanço sobre este triste asp ecto. Estas passagens entretanto não são dogmaticas ou doutrinarias; antes são mais a e xp ressão espontanea de um desejo de viver bem para sempre do que uma certeza de tal vida; são manifestações da alma em communhão com Deus exigindo que esta mesma communhão não seja perturbada nem aqui nem lá no "além". O homem não deixa morrer nem ficar esquecida esta questão da vida futura. Parece que o desejo da immortalidade leva-o a pensar e meditar continuadamente para que haja base cada vez mais segura desta fé inabalavel na immortalidade. Parece que a alm a do homem se sente immortal e quer desvendar os segredos deste grande e glorioso mysterio da vida. Por isso ha progresso no Velho Testamento quanto á doutrina "d a immortalidade. Segundo a narrativa de Genesis o homem foi oriado, nem mortal, nem immortal. Deus collocou diante dellc vida e morte. Portanto o homem foi feito á maneira de quem não tinha de morrer. O Velho Testam ento o representa como estando cercado dos meios de alcançar a immortalidade. Por outro lado elle foi feito de tal maneira qu e podia morrer. Por isto, tanto a morte como a immortalidade foram possiveis ao homem. Elle foi feito com possibilidade de não morrer, para que, pelo uso do seu -Iivr e arbitrio pudesse tornar-se incapaz de morrer. Sabemos, porém, que em vez de alcançar a immortalidade espiritual elle peccou e por causa do peccado morreu . A morte então não é alguma ooisa estranha ao homem; tambem delle não fez parte integrante quando foi criado por Deus. Nem a morte nem o peccado faziam parte do homem como Deus o criou. Ambos não são elementos da natureza humana tal como veio das mãos de Deus. Mas onde ha peccado ha tambem a morte. Sendo assim certamente appa-
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re ceria a idéa q ue, s e o homem se pudes se livrar do peccado, po deria tambem vencer a morte . Vencer o p eccada seria viver . E isto é o que a Biblia e nsi n a; porém n? começo da Biblia a cC?isa é r epresentada um pouco d iffe r en te , E m vez de dize r : "vencer o peccado é vida ", di z " ter co m m unhão com D eu s é vi da". Seg undo o . Vel ho Testamen to, entã o, co m m unhão com D eu s é vid a. E' isto q ue o israelita cria "ter communhão com De us é viver ." Nelle a vida , com E ll e a vida. P a ul o em Actos 17 :28 tem a m esma id éa. "Porqu e nell e vivemos, e n os m ovem os, e ex isti m os, como ta m bem alg uns dos vossos poetas disseram ; P orque somos tam bem sua aer ação. " O Velho Testa men to r eprese nta Deu s como s:ndo a fon te da vid a e, portanto qu e dá a vida áquell es que estã o em co rnm un hã o com E lle. Taes são os primeiros ensinos do Velho T estam ento. Que m es tá em co m m un hão com D eus vive; tal é () en sino mosai co. Ha poucas r efer en cias a uma vida f utu r a , Mas ao m esm o tempo a Bibli a r epresenta o homem co m o tendo á su a fren te vid a e m orte. Com o j á observámos, a vid a m ais a ccentuada é a da qu i da terra . Se rá q ue "essa vi da" só in cluia as coisas daq ui, os bens da terra, sem nenh uma r eferencia ao futuro ? Como já vimos, a vida cons isti a no favor de Deus, n a com m unhão com E lle, no es ta r e m presença dElle . E nes te sen ti do . a vida reli giosa dos is r aelit as foi muito r e al; tão r eal ou ainda mais do q ue a nossa vida r eli giosa de hoj e. Os israelitas praticaram muito m ais a presença de De us do qu e nós h oj e . E realmen te o que os p atri arch as a lmej avam mais, não er a ap en as o de scanso n a ter ra de Canaan, p orém o habi tar n a presen ça do . se u Deus . Es ta asp ir ação do p atriarcha es tá bem expressa em Hebre us. " P or q ue es pe rava a cida de qu e tem fu n damentos, da q u al o artifi ce e fabri cador é D eu s . Mas agora desejam uma m elhor, isto é, a ce les tia l . P elo que ta m bem D eus se n ã o envergonh a dell es, de se cham ar se u Deu s, porque j á lhes apparelhou uma cidade. " (Hebr , 11 :10 e
16). Assim er a antes de ch egar a Ca na an e contin uo u depois de terem ch egado á terra promettida. T odo o bem estava intimamente relacionado com a presença de Deus . Foi por causa desta concepção sobre a vida que interpretaram a prosperidade e a adversidade em termos de favor ou desfavor de Deus. O israelita não dis-
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tinguia tanto entre este mundo e o mundo de além tumulo. Elle uniu os dois nesta vida, e assim gozou aqui os dois mundos. A maior distincção que o israelita fazia, neste sentido era a seguinte: este mundo com Deus, ou este mundo sem Deus. Deus era a porção do justo, do bom, do recto; isto é, o mundo podia ser a porção do impio. Foi por causa desta attitude que o israelita nunca se interessou tanto no futuro. Nós hoje transferimos a maior gloria para a vida além, o Tsraelita fazia ao inverso, elle trazia tudo para esta vida. Sendo assim, naturalmente não queria morrer, não queria abandonar esta vida porque pouco sabia de uma vida no além. "Dizia eu: Meu Deus, não me leves no meio dos meus dias, os teus annos são por todas as gerações." (Psa . 102:24). "Volta-te, Senhor, livre a mio nha alma: salva-me por tua benignidade. Porque na morte não ha lembrança de ti; no se p ulcr o quem te louvará?" (Psa , 6 :4, 5). "Tenho posto o Senhor continuamente diante de mim; por isso que elle está á minha mão direita, nunca vacillarei." (Psa. 16 :8) . Ha duas grandes idéas que caracterizam o povo israelita, o povo do concerto. (1) A sua fé em Deus e (2) a idéa que a vida consistia em communhão com seu Deus, o J ehovah. · Por causa desta fé em Deus e a convicção que a vida consistia em estar na presença delle o israelita não queria, de forma alguma, admittir a possibilidade da morte terminar essa relação, nesta vida. Os israelitas tinham horror da morte por causa de ss es factos. A morte acabava com tudo, menos a méra existencia que era quasi nada em comparação com a vida aqui na terra em communhão com Deus. O israelita não queria admittir a possibilidade da terminação desta vida, porém não havia para elles nenhum plano certo pelo qual se pudesse continuar ou garantir a sua continuação. O futuro era vago, indistincto. Agarraram-se a esta vida quanto puderam porque nada sabiam do futuro que lhes era garantido. Certos casos, porém, ao menos, dariam um pouco de e spe r a nça . Houve certos individuos que não provaram a morte. Enoch foi um destes. Elias foi outro. "E andou Enooh com Deus; e não estava mais; porquanto D eus para si o tomou." (Gen. 5:24). Temos um éco deste facto nos Psalmos. "Guiar-me-ás com o teu conselho, e depois me receberás em gloria." (Psa , 73 :24) .
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E' de notar, porém que esta gloria de Enoch não podia ser para todos, mas já era alguma coisa saber que um foi para além, levado por Deus. Enoch foi um homem extraordinario e lhe aconteceu essa coisa extraordinaria. Porém para qualquer homem talvez pudesse tambem acontecer alguma coisa ainda que não tão m ar avil hosa como no caso de Enoch. Como disse, j á era alguma coisa em relação a um assumpto tã o difficil. Mas al ém disto havia tambem fé no poder de Deus; que Deus er a capaz de levantar o homem até da morte. Isto nos ensina a vida de Abrahão es pecialmente ao ir s ac r ificar o seu unico filho, Isaac. "Sendo-lhe dito: Em Isaac ser á chamada a tua descenden cia ; considerando qu e Deus e r a poderoso para a té dos mortos o r esuscitar." (Hehr , 11 :18). Temos ainda o caso de Elias qu e foi levado para o além, sem provar a m orte. "Suece de u pois qu e, havendo o Senhor de elevar a Elias num r ed emoinho ao céu, Elias partiu com Eliseu de Gilgal. E dis se Elias a Eliseu: Fica-te aqui porque o Senhor me enviou a Bethel, porém Elise u disse: " Vive o Sen h or, e vive a tua alma, qu e te não deixarei. E assim for am a Bet h el." "O que ve n do E lise u, clamou: Meu p ae, m eu pae, carros de Israel, e se us cavalleiros! E n u nc a mais o viu : e, travando dos seu s vestidos, os rasgou em du as partes." (11 Reis 2 :1-2 e 12). Este s factos cer ta men te ag uçar am o interesse do povo pela vida " no al ém ". Os pen samentos dos santos do Velho Testamen to em r el ação á es pe r a nça da immortalidade es piritual, seguia m duas idéas: uma emocional e outra r efl ecti va. A emocion al tinha por base a com munhãocom Deus, o qu e er a a vi da ; e naturalmente essa i déa se ex primia em protestos contra ' a perda dessa com m unhão . A corr ente r efl ectiva naturalmente b aseava-se e m factos como os m encio nados em r ela çã o a Enoch, Abr ahão e Elias, e tambem no facto da universalidade da mort e. A m orte sen do universal provocava o homem a pens ar sobre ella e es pecialmen te sobre as suas con sequencias. D estas duas idéas, a em ocional e a r eflectiva, surgem duas do utri nas . A emocional dá a doutrina da im m or talidade ou de n ão morrer. A r efl ectiva dá a doutrina da resurrei ção, isto é, a de " vencer a morte". Os Psalmistas são os ex-
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poentes maiores da idéa emocional. Portanto é nos Psalmos que vamos encontrar as melhores expressões deste desenvolvimento. Os prophetas são os expoentes principaes da idéa reflectiva, e é nas escripturas delles que encontramos mais clareza sobre a resurreição. Todavia é só no Novo Testamento que encontramos esta doutrina bem desenvolvida e explicada. Não podemos acompanhar o trajecto todo dessas duas linhas de desenvolvimento as quaes deram nas doutrinas da immortalidade e da resurreição, porém tomaremos o tempo sufficiente para conhecer um pau. co da literatura mais importante sobre os assumptos em questão. As passagens do Velho Testamento que destacam mais os esforços dos santos para manter communhão com Deus são: Psalmos 16, 17, 49, 73 e o livro de .Tob. A posição tomada pelo psalmista no Psalmo 16 não é muito differente das mais sublimes passagens do livro de J ob. Porém ha um outro Psalmo que serve, realmente, de fundo para o Psalmo 16. E' o Psalmo 90, cujo thema é "o Deus eterno, o refugio do homem condemnado á morte por causa do seu peccado." Em primeiro lugar o Psalmista declara a relação de Deus para com o homem. "Senhor, tu tens sido o nosso refugio, de geração em geração." (Psa. 90:1). Esta relação de Deus para com o homem é a idéa princip al do Psalmo. Depois vem uma exposição desta rela ção de Deus par a com o homem e a criação, para qu e tal se r ealize na vida daquelle qu e faz a oração. "Volta-te para nós, Senhor; até quando? e aplaca-te par a com os teus servos. Farta-nos de madrugada com a tua be nignid a de, para que nos regozijemos, e nos alegremos todos os nossos dias. Alegra-nos pelos dias em qu e nos affligiste, e pelos annos e m qu e vimos o mal. Appareça a tua obra aos teus servos, e a tua gloria sobre seus filhos. E sej a sobre nós a formosura do Senhor, nosso Deus; e confirma sobre nós a obra das nossas mãos; sim, confirma a obra das nossas mãos." (Psa , 90:13-17) . A brevidade da vida humana está em vivo contraste com a eternidade de Deus. "Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade em eternidade, tu és Deus." "Porque mil annos são aos teus olhos como o dia de ontem
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quan do passou, e como a vigi lia da noite. 'J1u os levas como com uma corrente dagua ; são como um somno; de manhã são como a e rva que cresce." (Psa. 90 :2 e 4, 5). Porém a ca usa deste grande con traste en tre Deus e o hom em é o peccado do hom em ; elles morrem porque sã o consumidos pela ir a de Deus. "Pois som os consu midos p ela tua ira, e pelo teu furor somos angusti a dos ." (Psa. 90 :7) . De us pôs diante do homem as suas iniquidades. "Diante de ti pusest e as nossas iniquida des ; os nossos pecados occultos á luz do teu r osto." (Psa . 90:8) . Assim é a condição geral do homem . Os se us di as são como a er va do ca mpo por causa dos se us peccados. O P salmis ta fala porém de uma outra r elação de D e us para com o homem. Deus é o refugio do hom em. Em D eu s ha um refugio con tr a a p ropria ira de Deus . " Senhor, tu tens sido o nosso r efugio , de geração em ger ação . " (P sa . 90 :1) . (Aquelle m esmo que consom e o hom em é tambem se u refugio . E' por isso que o P salmi sta fez a seg uin te oração: "Volta-te para nós, Se. n hor ; a té qu ando? e ap laca-te para com os teu s servos. Far ta-nos de madrugada com a tua benignidade, par a que nos regozijemos, e nos al egremos todos os nossos dias. Alegr a-nos pelos dias e m que n os affligiste, e pelos annos e m que vimos o mal. Appareça a tua obr a aos teus servos, e a tua gloria sobre seus filh os . " (Psa. 90 :13-16). O q ue se diz no Psalmo 90 é dito de modo geral. Te m os a mesma id éa no Psalmo 16, p orém de modo parti cular. Um indi viduo ac ha-se em grande dífficuldade e cor re para Deus como r efugio con tr a os seus perseguidore s e inimigos . "Guarda-me, ó Deus, porque em ti con fi o ." (Psa. 16:1). Uma vez neste refugio o homem então com eç a a refl ectir sobre a sua cond ição de segurança. " P or ta n to es tá alegre o m eu coração e se r egozij a a minha glor ia ; tambem a minha carne repousará segura. Pois não deixarás a minha alma no inferno, n em p ermittirás que o teu Santo ve j a cor rupção . " (Psa , 16:9-10). Agora considerando es tes três fa ctos: a f uga do individuo para De us ; a sua reflexão sobre a sua condição; e o qu e se diz sobre a perspectiva di an te delle qua ndo con templa, do lugar do refugio, os seus inimigo s i mpote n tes , seria difficil negar uma certa crença ou fé na im m ortalidade. O individuo,
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não morrerá mas viverá. Deus a quem correu, não deixará sua alma no Sheol. "Pois não deixarás a minha alma no 'inferno, nem permittirás que o teu Santo veja corrupção ;" (Psa. 16 :10) . E' bom notar que o Psalmista não pensa em morrer e depois ser restaurado á vida. Ao contrario, o Sheol não terá poder sobre elle. Elle verá a vereda da vida. "Far-me-ás ver a vereda da vida; na tua presença ha fartura de alegria; á tua mão direita ha delicias perpetuamente." (Psa. 16 :11). E esta vida é a que vivia naquella occasião. Creio eu que não podemos explicar essas declarações sublimes do Psalmista só do ponto de vista de um perigo momentaneo ou physico. Elle está falando da grande ameaça permanente; da morte mesma que pesa sobre todos. Pode bem ser que algum perigo mortal o levasse a pensar sobre o assumpto, mas logo passou da occasião do pensamento para o grande problema da morte e o refugio em Deus que resolve o mesmo pro. blema. Este Psalmo não sómente se applica aos vivos em communhão com Deus mas aos que por qualquer circumstancia morreram; a morte não nos pode conter. A coisa natural é não morrer, porém, se já morreu, a morte não terá mais poder para guardar o que levou. Jesus tinha esta idéa em mente quando disse que Deus não era o Deus dos mortos mas sim dos vivos. "Eu sou o Deus de Abrahão, o Deus de Isaac, e o Deus de J acob. Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos." (Math . 22 :32). A idéa é que Abrahão ainda vivia. Este é exactamente o argumento do Velho Testamento. E' o argumento deste Psalmo 16. O resultado da communhão com Deus é vida e o individuo em communhão com Deus escapa de descer ao Sheol , Mas se por qualquer circumstancia estão já no poder de Sheol, serão libertos e gozarão novamente a vida. Portanto a idéa não é tanto a immortalidade da alma, mas a certeza de continuar a viver com toda a sua personalidade, alma e corpo. O Velho Testamento fala de pessoas e não só de almas. A esperança de Job é differente da esperança do Psalmista porque Job quando falou, estava separado de Deus, sua communhão com Deus já estava perturbada. E nesta vida não tinha esperança de uma re-
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conciliação porque a doença era fatal. Mesmo assim estava certo de que havia de ver a face de Deus reconciliado, virado para elle em paz. Por outro lado o Psalmista não achava palavras que exprimissem a sua condição felicissima em communhão com Deus, e protestava energicamente contra qualquer coisa que impedisse tal communhão. Sua fé exigia que o seu ser inteiro, corpo e alma, fosse participante desta com m un h ão . A segunda linha de desenvolvimento da doutrina da immortalidade foi a reflexão. Já vimos como a p rim eir a linha, a emocional, baseada na fé, manifestava-se nos Psalmos, epecialmente no Psalmo 90 que foi e xam in a do mais cuidadosamente. Agor a vamos ver o que se pode diz er sobre a r eflexão do povo em r elação á immortalidade. Baseado em fa ctos como a trasladação de Enoch e Elias e a universalidade da morte, a reflexão deu a doutrina da resurreição . Foram os prophetas que interpretaram esta phase da doutrin a de immortalidade, e isto fizeram especial e naturalmente em relação á nação. Israel em communhão com Deus devia viver para sempre, porém, com o Adão, Israel peccou e tinha qu e morrer. " Q u an do Ephraim falava, tr em ia-se ; foi exal çado em Israel; mas quando se fez culpado e m Baal, então morreu . " (Oséas 13:1) . Todos os p ro phetas tocam n esta clausula, - a di ssolução de Israel - da qual nada o pode salvar. Junto, todavia, com a declaração da dissolução de Israel, vem a outra de s ua resurreição. Isaí as enc or por a es ta idé a n a fi gur a de uma arvore que brota de novo. " Não edificarão para que outros habitem; n ão plantarão para que outros comam; porque os dias do m eu povo serão com o os dias da arvore, e os meus eleitos gozarão das obras das suas mãos até á velhice ." (Isa , 65 :22) . O seu contemporaneo Oséas f ala m esmo d a morte e da resurrei ção. "Depois de dois dias nos dará a vida: a o terceiro dia nos resuscitará, e viv emos diante delle." ( Osé a s 6 :2). E o poder da morte ser á totalmente destruido. "Eu pois os remirei da violen eia do infern o, e os r esgatarei da morte: onde estã o morte, as tuas pestes ? onde está, inferno, a tua perdi çã o? o arrependimento ser á es con dido dos m eus olhos. " (Oséas 13:1<1) . Todas est as coisas são ditas do povo e não do individuo, porém, a idéa da resurrei ção parece bem familiar; e quem sabe se o que ha de novo aqui, não é ó
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sómente a sua applicação á nação? Certamente os casos como de Enoch e Elias influiram grandemente na reflexão dos prophetas sobre o destino do individuo e especialmente o individuo bom e justo. E' de notar ·p o. rém, que está em connexão com o povo quando primeiramente se fala claro na resurreição. O individuo participa destas coisas por ser membro da nação. Em Oséas a idéa da resurreição da nação vem ' prímeiro e essa foi transferida para o individuo. Em Ezequiel é exactamente ao contrario. A resurreição nacional baseia-se na resurreição do individuo. E' assim tambem na prophecia de Isaias . "Bem concebemos nós. e tivemos dores de parto, porém parimos só vento: livremente não trouxemos á terra, nem cairam os moradores do mundo. Os teus mortos viverão, como tambem o meu corpo. morto, e assim despertae e exultae, os que habitaes no pó, porque o teu orvalho será como o orvalho de hortaliças, e a terra lançará de si os mortos ... (Isa. 26 :18.19). Em Daniel fala-se do individuo e não da nação. "E naquelle tempo se levantará Michael, o grande prinoipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angustia, qual nunca houve, desde que houve nação, até áquelle tempo; porém naquelle tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquelle que se achar escripto no livro . E muitos dos que dormem no pó da terra resusci tarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e para nojo eterno." (Dan , 12: 1, 2). Nota-se que ha uma resurreição tanto do justo como do injusto. Todas estas prophecias são esperan ças vivamente expressas. Ellas têm por base a relação do individuo para com Deus, uma relação de communhão e de amor. A alma protesta contra qualquer alteração desta relação e especialmente protesta contra a morte; porque ell a termina tal relação. A pessoa no vigor da sua fé em Deus passa por cima do Sh eol; esta é a esperança do Velho T estamento . Será que já foi satisfeita ou realizada? Certamente que sim. Christo como o cumpridor, não sómente da lei mas das prophecias tambem, já realizou e revelou as glorias da resurreição . E ainda mais, todos quantos se unem á fé com Jesus, verificarão para si mesmos, as glorias da resurreição. A narativa da criação representa o homem como vivendo na mais intima união com Deus. Esta é a con-
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di ção ideal para o homem e a idéa da permanencia desta con dição está implicada na idéa da relação. A concep ção do homem é uma concepção mortal. Permanecendo a moral as demais coisas deviam ficar como estavam. A idéa de que a alma é immortal ou que o corpo está por natureza sujeito á morte, não apparece . O Vel h o Testam en to não trata de taes elementos. O h omem como um todo, isto é, corpo e alma, é o que se contempla no Velho Testamento, e o hom em todo vive nessa relação para com Deus. Este é o ponto de vista da hi storia da cri ação . Tambem é o p onto de vista do ap ostolo P aulo. "Porque n ell e vivemos, e nos movem os, e ex is timos ; como tambem alguns dos vossos poeta s disseram: Pois somos tambem su a ger ação ." (Act. 17: 28) .
Est e é o pon to de vis ta da literatura de r eflexão ou da sa be dor ia na Bihlia, os Proverbios. "Na ve red a da justiça está a vida, e no caminho da su a car r eir a não ha m orte. " (Prov. 12 :28). "Corôa de honra são as cãs, ach an do-se ellas no caminho da justiça ." (Prov . 16 :31). "O temor do Senhor augmenta os dias, mas os annos dos ím pios serão abreviados." (Prov. 10 :27) . Ao h ebreu a vida no corpo era a vida normal. A bemaventuran ça do justo baseada na communhão com De us e stava goza da aqui na terra. Na co ntem plação deste fa cto, o caso da morte estava desprezado. Ao menos este é o ponto de vista da primeira parte da literatur a da sabe dori a - a morte estava submergida nos principios que regulavam a relação de Deu s com o homem. A idéa então da immortalidade é qu e a vida normal, isto é, em communhão com Deus aqui n a terra, é imm ortalidade. tE' como se diz no Novo Testamento. Quem crê t em a vida eter n a . Os judeu s não exportaram para além a maior parte da su a es pe rança. P orém ell es imp ortaram "do nosso além ", o qu e nós esperamos encon trar lá. O que nós esper am os só gozar lá,elles achavam que podiam gozar aqui. Isto era então a sua idéa da immortalidade. Vida p ar a o hebreu era a existe n cia do homem em corpo e alma, bem relacionado 'com Deus, cuj a r elação cr iou uma communhão indissoluvel. Naturalmente muito disto existia ap enas em ideal porque a realidade de tudo só veio em Jesus Christo. . Em geral o san to do Velho T estamen to tinha a mes-
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m a attitude que o cren te hoj e tem para com o futur o, d epois da segund a vinda de J esu s. Nós h oj e não ternos razão de tem er a morte . Christo póde vir antes de nós morrermos . " Po rém digo ist o, irmãos : que a carne e o sa ng ue não podem herdar o r eino de Deus, n em a corrupçã o h erda a in corrupção . E is aqui vos digo um m yste ri o: Na ve r da de , nem todos dormiremos, m as tod os seremos tr ansformados, n um momento, num a bri r e fech ar de olhos, ao som da ultima tr ombet a; porque a trom beta soar á, e os morto s r esuscit arão incor r up tiveis, e n ós serem os tra nsform a dos. Por que convem que este cor po cor r up tível se r evi sta da in corruptibilidade, e que es te cor po m ortal se r evista da imm ortalidade. E, qua ndo es te cor po cor r up tivel se r eves tir da in corruptibilidad e, e es te cor po mor ta l se revestir da immortalida de, en tã o cum p rir-se-á a palav ra que está escrip ta : Tr agad a foi a m orte na victoria. Onde está, m ort e, o teu aguilhão ? Onde está, in ferno, a tUa vietoria? Ora o ag uilhão da morte é o pecca do, e a for ça do p eccado é a lei. Mas graças a De us q ue nos dá a victoria po r nosso Senhor Jesus Chr isto. Por ta nto, meus am a dos irm ãos, sêd e firm es e constantes , sempre ab undan tes na obra do Senho r , sab endo qu e o voss o trabalh o n ão é vã o no Senhor ." (I Cor . 15 :5058). Por outro la do Deus já es tav a com se u povo e elles já es tavam em communhão com Deu s; e a morte não era cap az de in ter r om per es ta communhão ou vida em D eus. ó
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7. Problemas de Justiça e as suas Soluções. Em muitas passagens do Velho Testamento a idéa d a immortalidade está ligada com os problemas da Reflexão ou da " Sabe dor ia " . Por isto a esperança e at é a necessidade da doutrina da immortalidade apparece com o a solu ção de muitos problemas que não acharam solução nesta vida. D esd e que a "·Sabedoria" procurou descobrir e exhibir a operação dos principios fixos, no mundo e na vida, ella tornou-se praticamente uma doutrina de providencia divina, no sentido geral. E num mundo corno o nosso esta doutrina da providencia parecia mais a justificação de Deus ao homem. Esta justificação sendo imperfeitamente compreendida nesta vida, projeotou-se a solução para a vida futura. Em nehuma nação foram os principios e condições
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do bem es tar e da infe licidade tão claramente distinguidos de que en tr e os He br eus. O Velho Testamento come ça coll ocan do claramente dia n te do homem benção e maldição. E os p rophetas sempre procuraram interpretar a vontade de De us em todos os acontecim entos; tudo quanto aco n tecia era a tt r ibu ido ás providencias de Deus. Por isto havia uma connexão tão intima entre o p eccado e o soffrimento, entre a justiça e a prosp eridade. Alé m des sa lei geral m ediante a qual a nação havi a de ceifar o que seme ára, ao individuo tambem foi ensin ada a m esma li çã o. Quando elle peccava tinha que soffrer de alguma maneira, ou indirectamente ou soffrer a p erda de a lgum bem , com o um animal, que o p odi a li vrar das conseque ncias do seu p eccado. Sendo assim, tão ac centuado na n açã o e tambem na vida individu al , a con nexão en tre peccado e so ffr ime nto tornou-s e e m extremo p remente . A lição foi tão bem ensinada que não era possivel ao individuo nem á nação esq ue cê-la . Essa lei tinha p or fim edu car o povo no co nhecim en to do p eccado e da r etribuição, e tambem n os demais deveres p ar a com Deus . "Por isso n enhum a carne será justificada diante delle pelas obras da lei, p orque pela lei vem o conhecimento do peccado." (Rom. 3 :20) . "E eu, nalgum tempo, vivia sem lei, m as, vindo o man damento, r evive u o peccado, e e u morri;" (Rom. 7 :9). O concer to do Sinai revelou bem claram ente os principios d e todo o governo mor al. Foi uma coisa natur al então para o hebreu applicar sev eramente o principio de retribuição . A concepção de vida o obrigou a f a zer isto . Todo o mal e soffrimen to q ue con he ci a provinham de algum peccado. O mal em toda s as suas phases não f oi um acci dente nem tão po uco o r esultado da n atureza das coisas, semp re surgiu de alg um p ecado . " Porque do pó não procede a aff1i cção, nem da terra brota o trabalho . Mas o homem nasce para o tr abalho como as faiscas das brasas se levantam para voarem." (Job 5 :6-7) . Uma applicação tão severa da lei de retribuição era na tu ral áquelle tem p o e áquelle p ovo. O principio de justiça então era: está b em par a os que p r a tic am o bem ; es tá ruim para o transgressor. Um Deus justo tinha que ag ir assim. "O bom entendimen to dá gr aç a, m as o caminho dos p revaricado res é aspero. " (Prov. 13 :15) .
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A's vezes porém essa philosophia da vida ou da jus tiça recebia contradicções aberrantes. Especialmente lá para o fim da vida nacional, quando Israel vivia rodeado e cercado constantemente pelos seus inimigos. Ao principio dessas desgraças nacionaes o povo as explicou do ponto de vista do peccado nacional. E quanto á nação, isto foi uma explicação satisfatoria e de acordo com a sua philosophia de vida. Mas em relação ao individuo o caso era bem differente; porque havia muita gente que não participava dos peccados nacionaes mas soffria da mesma maneira. A parte justa da nação até soffreu mais do que qualquer outra parte. Os desleaes que acompanharam os pagãos em suas praticas eScaparam muitos soffrimentos, emquanto os fieis da nação, por não se submetterem a essas coisas, soffreram muito. A nação israelita quanto á moral estava muito acima das nações que a cercavam, porém apesar disto foi a essas nações que Deus entregou o seu povo. Isto foi um grande problema devido ao facto de que sempre pensaram que o maior peccador soffria mais. E a questão ficou ainda mais grave pelo facto de que a segunda geração do captiveiro, que não era culpada dos peccados que levaram a nação ao captiveíro, soffreu mais do que a primeira. Disto pode-se ver que o problema da retribuição foi um problema bem difficil de resolver. O judeu pensava que cada peccado trazia a sua consequenoia , Esta idéa applicava-se ao individuo e á nação. Quando um ou outro soffria, já se sabe, era por causa de algum peccado. Porém quando o povo continuou a soffrer sem estar conscio de qualquer peccado grave ou quando o soffrimento, ao seu ver, era muito maior do que o mal commettido, ficava naturalmente muito perplexo e até tinha suas duvidas sobre a rectidão de J ehovah. O problema era real e premente especialmente do exílio em diante. Este problema foi encarado e suavizado de três maneiras. (1) No propheta Ezequiel, que era um dos exilados, a antiga concepção da unidade nacional está sujeita a um estudo e reforma bem grande. Essa unidade foi abrogada e destruida e manifestada nos individuos. Nesta prophecia a relação do individuo para com Deus não é considerada mais através da nação mas é uma relação directa , O filho não mais soffre os peccados do
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pae nem o in dividuo os peccados da nação. "A alma que peccar essa morrerá." Esta concepção emancipou o individuo das consequenoias do peccado da nação e foi um grande e importantissimo passo adiante para uma religião espiritual e .p essoa l. Naturalmente essa idéa do propheta só se refere ao lado esp iritu al da questão. Externamente o individuo ainda estava envolvido nas calamidades nacionaes, porém o ponto principal e importantissimo é que a sua religião pessoal para com Deus não fo i determinado pelo procedimento da nação, porém foi determinado pelo proprio individuo. Sendo assim o individuo podia soffrer por causa dos peccados da nação e ainda estar individualmente em boas relaçõe s para com Jehovah. Isto já é muita coisa, muita coisa mesmo. (2) A segunda phase da solu ção do problema a chava-se na esperança de um futuro glorioso como se ob serva n a segunda parte da prophecia de Isaias. Os proprios soffrimentos deram numa concepção mais seria e mais fi el do verdadeiro povo de Deus; da propria natureza de Deus; e dos seus grandes designios, parcialmente r evelados na historia . Os prophetas começaram a achar lugar no Eterno Proposito de Deus para os soffrimentos do seu povo. Não podendo exp licar os soffrimentos do povo do ponto de vista de peccados commettidos pelo mesmo, procuraram então achar sua solução nos designios divinos. O propheta chegou a peno sar que esses mesmos soffrimentos de alguma maneira poderiam fazer uma reconciliação entre Deus e seu povo. Parecia-lhes que os soffrimentos, de alguma maneira, annullavam as consequencias do peccado. "Verdadeiramente elle tomou sobre si as nossas e nfer m i da des, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputava. mos por afflicto, ferido de Deus, e opprimido . Porém elle foi ferido pelas nossas transgressões, e mqido pelas nossas iniquidades: o castigo que nos traz a paz estava sobre elle, e pelas suas pisaduras fomos sarados. To. dos nós andavamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho: porém o Senhor fez cair sobre elle a iniquidade de nós todos." (Isa . 53 :4-6). Os soffrimentos passaram do lado da justiça e condemnação para o lado de graça e salvação. Este foi mais um avanço bem grande na direcção da solução verdadeira do problema em questão.
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(3) O terceiro faetor na solução do problema 'ach ava-se numa idéa nova do resultado do peccado na vida do .i usto O pronheta fazia uma distincção entre o Israel verdadeiro e o Israel infiel. Para o Israel verdadeiro os seus soffrimentos serviam para purificação das vidas dos fieis. O livro de Job desenvolve muito bem este ponto de visla. O fiel aperfeiçoava-se por meio dos seus soffrimentos , "Com o ouvido nas orelhas le ouvi, mas aaorn (depois dos soffrimentos) te vê o meu olho." (Joh 42 :5) "Ainda que era Filho, todavia aprendeu a obediencía. pelas coisas qu e padeceu." E, sendo elle consumado. veio a ser a causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem;" (Heb 5 :8-9) . Assim, tomando a nacão nor base, resolveram a anomalia dos soffrimen los dos .i ustos Ha tambem uma solucão do ponto de vista do individuo. O principio peral que está bem com os bons e ruim com os máus soffreu uma analyse e mudança em relação ao individuo . Muitas vezes a observação revelou o facto de flue o ímpio prosperava e o justo soffria grande falta. "Pois eu tinha inveja dos loucos, quando via a prosperidade dos impios . Porque não ha apertos na sua morte, mas firme está a sua força. Não se acham em trahalhos como outra gente. nem são affliotos como outros homens Pelo flue a soberba os cerca como um colIar; vestem-se de violencia como de adorno." "Pois todo o dia tenho sido afflicto, e castigado cada manhã. " (Psa . 73:3-6, 13-14) A solução do problema individual foi procurada na idéa que a prosperidade do injusto durava bem pouco. Uma coisa momentanea e passageira. "Como caem na desolação, quasi num momento! ficam totalmen te consumidos de terrores. Como um sonho, quando se acorda, assim, Ó Senhor, quando acordares, desprezarás a apparencia dellas." (Psa 73 :19.20). A verdadeira relação dos impios para com Deus havia de manifestar-se, e até nesta vida. "Até que entrei no santuario de Deus, então entendi eu o fim delles , . Certamente tu os puseste em lugares escorregadios, tu os lanças em destruição." (Psa , 75 :17.18). Porém essa solu ção já nâo chegava no livro de Job porque-neste livro o impio baixa ao tumulo em paz e Job soffria grandemente. "Finalmente é levado ás' sepulturas e vigia no montão. Os torrões do valle lhe são doces, e attrae a si a todo o homem; e diante de si ha innumeraveis. Como o
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pois me consolaes com vaidade? pois nas vossas respostas ainda resta a transgressão." (Job . 21 :32-34). A uni. ca solução deste ponto de vista foi projeetar a questão além da morte . Uma outra solução dada á questão em relação ao individuo foi a idéa de que a vida verdadeira do individuo era mais espiritual e portanto accentuavam menos a prosperidade material. Em vez de accen tuar o lado da prosperidade exaltaram o lado espiri tual da relação do individuo Coom Deus. O individuo podia achar mais prazer em r elação com Deus do qu e nas suas manifestações no mundo material. "Porque vale mais um dia nos teus atrios do que mil. Preferiria estar á porta da casa do meu Deus, a habitar nas tendas dos impios. (Psa. 84 :10) . A concepção da vida tornou-se mais espiritual e p or ta n to de menos valor as coisas deste mundo. Encontramos es ta idéa bem diffundida em alguns dos Psalmo s . "Confia no Senhor e faz e o bem ; habitarás na terra, e verdadeiramente serás alimentado. Deleita-te tambem no Senhor, e te concederá os des ejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor ; confi a nElle, e Elle tudo fará. E Elle fará sohresair a tua justiça como a luz, e o teu juizo como o meio dia. " (Psa. 37 :3.6) . "A quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não ha qu em eu desej e além de ti. A minha carne e o meu cor ação desfallecem; mas Deus é a fortaleza do meu coração, e a minha porção para sempre. Pois eis qu e os qu e se along am de ti , perecerão; tu tens des truido todos aquelles que se desviam de ti. Mas para mim, bom é aproximar-m e d e De us; pus a minha confi ança no Senhor Deu s, para ann unciar todas as tuas obras. " (Psa , 75: 25.28) . Nos Psalmos 49 e 17 parece qu e o problema.está compl etamente r esolvido. No Psalmo 49 o autor apresenta a philosophia da questão . "Aquelles que confiam na sua fazenda , e se gloriam na multidão das suas riquezas, ne nh um delles de modo algum pode remir a seu irmão, ou da r a Deus o resgat e delIe. (Pois a redemp ção da sua alma é carissima,e cessará para sempre) P ara que viva para sempre, e não veja corrupção: Porque elle vê que os sabios m orrem; perecem igualmente tanto o louco como o brutal, e deixam a outros os seus bens . O seu pen sam en to interior é qu e as suas casas se· r ão perpetuas e as suas habitações de ger ação em gera-
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ção; dão ás suas terras os seus proprios nomes. Todavia o homem que está na honra não permanece; antes é como os brutos que perecem. Este caminho delles é a sua loucura; com tudo a sua posteridade approva as suas palavras:" "Mas Deus remirá a minha alma do . poder da sepultura, pois me receberá." (Psa. 49 :6·13 e 15). No Psalmo 37 o autor examina a prosperidade do impío e chega á conclusão de que esta vida pertence ao impio; porém ha uma outra vida para o justo. "Dos homens, que são a tua mão, Senhor, dos homens do mundo, cuja porção está nesta vida, e cujo ventre enches do teu thesouro occulto; estão fartos de filhos e dão os seus sobejos ás suas crianças. Emquanto a mim, contemplarei a tua face na justiça; satisf'azer-me-ei da tua similhança quando acordar." (Psa. 17 :14-15) .
8. A ldéa da Vida Futura no Psalmo 49. O autor deste Psalmo começa com uma promessa a todos; ricos c pobres, altos e baixos, que vae esclarecer um grande mysterio. "Ouvi isto, vós todos os povos; inclinae os ouvidos, todos os moradores do mundo, tanto baixos como altos, tanto ricos como pobres. A minha bocca falará de sabedoria: e a meditação do meu coração será de entendimento. Inclinae os meus ouvidos a uma parabola; declararei o meu enigma na harpa." (Psa. 49 :1.4). Depois disto elle explica o seu mystcrio falando em primeira pessoa, porém o que se diz se applica a todos. A sua proposição é, "Porque temerei eu nos 'dias máus?" Não ha razão para temer. A base dessa segurança está na sua contemplação da humanidade toda. Elle vê que todos morrem, a morte é commum a todos. "Porque elle vê que os sabios morrem que perecem igualmente tanto o louco como o brutal, e deixam a ou tros os seus bens." (Psa. 49: 1O). Quanto á morte não ha differença entre os homens. Porém o mysterio que elle explica é a prosperidade do impio e a miseria do justo. As riquezas do impio não no podem livrar da morte. Ninguem pode remir o seu irmão ou dar a Deus um resgate delle. "Nenhum delles de modo algum pode remir a seu irmão, ou dar a Deus o resgate delle." (Psa. 49 :7). Todos têm que morrer. Tam· bem ninguem pode levar comsigo as suas riquezas para o tumulo. Sendo assim a prosperidade do mau não nos pode valer na hora da morte; porque todos têm que morrer; é a ordem J.Uesma de Deus.
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E' justamente onde entra a questão de morte que ' se nota a differença entre o rico, impio e o pobre, iusto . O homem sem entendimento, o ímpio, como ovelhas é posto na sepultura. "Como ovelhas são postas na sepultura: a morte se alimentará ' delIes ; e os rectos terão dominio sobre elles na manhã, e a SUa formosura se consumirá na sepultura, a sua morada." (Psa . 49 :14) . A morte é pastor do ímpio. Por mais prosp ero que fosse na vida na hora da morte ele cá e nas garras da morte. O Psalmista até compara o irnpio aos brutos qu e perecem. Por outr o lado na hora d a morte o justo é livre da morte ou do Sheol e continú n a viver. P arece qu e a id éa é qu e o justo vôa sobre o Sheol até á pr esen ça d e Deus. "Mas Deus remirá a minha alma do poder da sepultura, pois m e receberá." (Psa. 49 :15) . Neste Psalmo en tão encon tr am -se alg uns pontos bem importantes . Notemo-los. (1) O qu e se diz aqui é em form a de doutrin a. é uma verdade obj ectiva, isto é, u m a verdade que lh e chegou de fóra . (2) A doutrina tem por base a universalidade da morte . .Todos morrem. (3) A doutrina esclarece o pont o da prosperidade do impio nesta vida e o mal qu e sobrevem aos justos nesta vida. (4) A solução do problema esl a transferida para o al ém da morte. O destino do homem está encarado do ponto de vista do "aquem tumulo " c do "além lumulo". E este destino depende não d e riquezas nem de pobrezas, porém da relação do individuo para com Deus . A urosperidade do mau não no pode salvar e a mo rte delle é morte m esmo . Os máus com o um rebanho estão aj un ta dos no Sheol e a morte é seu pas tor. Os máus não sóm en te morrem, porém continuam nesta condição. Porém Deus redime o seu povo. "Mas Deus r emirá a minha alma do poder da sepultura, pois me receberá. " (Psa . 49 :15) . O Psalmo 73 che ga á m esma conclusão porém só depois de uma experiencia bem dura porq ue o problema tomou feição mais seria. " Emqu ant o a m im, os meus p és quase qu e se desviaram ; pouco falt ou par a que escorregassem os m eus passos." "Na ver da de qu e em vão tenho purificad o o m eu cor ação ; e lavei as minh as m ãos
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na innocencia." (Psa. 73:2 e 13). Eis até que ponto de desanimo e de descrença chegou o homem! A conclusão acha-se, quanlo aos impios, nos versos 18-2U e 27 e quanto aos justos, nos versos 23 e 26. "Certamente tu os puseste em lugares escorregadios; tuas lanças em destruição. Como ca em na desolação, quase num momentu! ficam totalmente consumidos de ter'r ores . Como um sonho, quando se acorda, assim, Senhor, quando acordares, desprezarás a aparencia delles. " .. Poiseis que os que se alongam de ti, perecerão; tu tens destruido todos aquelles que se desviam de ti." (Psa , 73:18-20 e 27). "Todavia estou de continuo comtigo; tu me sustentaste pela minha mão direita." "A mmha carne e o meu coração desfalecem; mas Deus é a fortaleza do meu coraçao, e a minha porção para sempre " (Psa , 73 :23 e 2t.i). ó
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Em tentar descobrir o que o Velho Testamento ensina sobre a vida além da morte não se pode desprezar o livro de Job. Afim de compreender bem o que J oh diz sobre o assumpto em questão seria bom uar um apanhado geral do conteúdo do livro. 1. O livro consiste de cinco partes. (1) Primeiro o prologo - capítulos 1 c 2. Estes dois capítulos nos duo em traços largos a historia de J ob. Era um homem bom e prospero. Afim de prová-lo, foi permittido a Satanás tentá-lo. Isto foi feito com a maior severidade e sem permittir que Job soubesse quem era o seu tentador . Job além de perder suas riquezas, seus filhos, perdeu lambem a saude e até os seus amigos. Apesar de tudo isto elle continuou fiel, um homem íntegro, justo. Nesta condição apparecem três consoladores que procuram auxiliar a Job na sua grande afflicção. (2) A segunda parte do livro consta dos capitulos 3 a 31, que constam dos discursos de Job e dos seus amigos. A questão do debate é a afflicção de Job e a relação do mal para com a justiça de Deus. J ob conclue esta parte com um solenne desafio a Deus mesmo que viesse e provasse que elle, Job, tinha andado errado. "Ah, quem me dera um que me ouvisse! Eis que O meu intento é que o Todo-poderoso me responda, e o
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que o m eu adversario escreva um livro . Po r certo que o levaria sob re o meu ombro, sobre mim o ataria 'p or corôa. O numero dos meus passos lh e mostraria; como prin cipe m e chegar ia a elIe. Se a minha terra clamar con tra m im, e se os meus regos juntamente chor arem , se comi a su a novidade sem dinheiro, e suffoquei a alm a dos se us donos! Por tri go me produza cardos, e por cevada joia , Acabaram-se as p al avras d e Job . " (Jo b 31 :35-40) . (3) A ter ceira divisão é o discu r so de Elih u, que at é es te ponto n ão tinha tomado parte no debate . Elihu discor da tan to de Job como dos seus amigos e offere ce um a solução nova e al guns argumentos que achava devia m sile n ci ar a Job . Esta parte consta dos capitul os 32 a 37. (4) Na quarta divisão J oh exige novamente que D eu s appareça e r esolva este pro blema da su a vida e D eu s respon de a J ob num redem oinho . Es te orador divin o não discu te directamente o caso de Job, porém faz um a sé rie de pergun ta s . " On de es tav as tu , quando eu fu ndava a te rr a? f aze-mo sa be r, se tens intelligenci a . Quem lh e pôs as m edidas ? se tu o sa bes, ou quem estendeu sobre elIa o cor de l? Sobre que es tão fu nda das as suas ba ses ? ou quem assentou a sua pedra de esq uina, quando as es trellas da alva juntas a legremen te ca nta vam, e todos os filho s de Deu s jubilav am ? Ou quem encerro u o m ar com portas, quando transbordou e saiu da m a dre; quando eu pu s as n uve ns por su a vestidur a, e a esc ur id ão por e nv olve d ouro ? Quan do passei sobre ellc o m eu decr eto , e lh e p us portas e ferrolhos ; e dis se : Até aqui virás, e não mais adiante, e aqui se queb rar ão as tuas on das em po lla das?" (J ob 38:4-11 ). Diante destas perguntas J ob é humilhado ; colIoca a m ã o sobre a ho cca e arrep ed e-se , "En tã o r esponde u J ob ao Se nhor, e disse: Bem sei eu q ue tudo p odes, e n enhum dos teus 'pensa m entos pode ser im pedido. Quem é aquelI e, dizes tu, qu e sem con hecimen to encobre o conse lho? por isso r elatei o que não en ten dia; coi sa s que para mim er am maravilhosissimas, e eu as não e nte n dia. E sc uta-me, pois, e eu f alarei ; e u te perguntarei, e tu me ensinas. Com o ouvido das orelhas te ouvi, mas agora te vê o m eu olh o. Por isso m e abom ino e m e arrependo no pó e n a cinza ." (Job 42 :1-6) .
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Esta é a parte mais profunda e mais sublime do livro e consta dos capitulas 28 a 42. (5) A quinta parte é o epilogo. "Succedeu pois que, acabando o Senhor de falar a Job aquellas palavras, o Senhor disse a Eliphaz, o temanita: A minha ira se accendeu contra ti, e contra os teus dois amigos; por que não falaste de mim o que era recto, como o meu servo J ob. Tomae pois sete bezerros c sete carneiros, e ide ao meu servo Job, e offerecei holocaustos por vós; porque devéras a elle accei tarei, para qu e eu vos não trate conforme a vossa loucura; porque vós não falastes de mim o que era recto como o meu servo J ob . Então foram Eliphaz, o temanita, e Bildad, o suhita, e Sofar, o naamathita, e flizeram como o Senhor Ihes disséra : e o Senhor acceitou a face de J ob. E o Senhor virou o captiveiro de Job, quando orava pelos seu s amigos; e o Senhor accrescentou a Job outro tanto em dobro, a tudo quanto dantes possuia. Então vieram a elle todos os seus irmãos, e todas as suas irmãs, e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com elle em . sua casa, e se condoeram delle, e o consolaram acerca de todo o mal que o Senhor lh e havia enviado; e cada um delles lhe deu uma peça de dinheiro, e um pendente de oiro. E assim abençoou o Senhor ao ultimo estado de Job, mais do que o primeiro; porque teve quatorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de bois , e mil jumentas. Tambem teve sete filhos e três filhas. E chamou o nome da primeira Jemina, e o nome da outra Cassia, e o nome da terceira Keren-happuch , E em toda a terra não se acharam mulheres tão formosas como as filhas de Job;e seu pae lhes deu herança entre seus irmãos. E depois disto viveu Job cento e quarenta annos; e viu a seus filhos, e aos filhos de seus filhos até á quarta geração. Então morreu Job, velho e farto de dias." (Job 42:7-17). Estes versos descrevem da restauração de Job . 2. Passando agora do esboço geral do conteúdo do livro para a discussão do livro, perguntamos qual é a idéa principal ou o designio do livro? Para que fim foi escripto? O fim do livro é alargar, é ampliar a concepção do homem em relação á providencia de Deus e ao mesmo tempo ensinar uma nova idéa acerca dos soffrimentos. Como bem sabemos, havia uma idéa de que todo soffrimento estava ligado intimamente a al-
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gum mal praticado . Se alguem soffria é porque já peccára, como di sseram os amigos de Job . U liv r o, p or ém tem p or fim aprese ntar outra id éa; a de que o soffrim ento pode se r uma providen cia de Deu s afi m de p urificar o soff re dor ; nào é punição ; é correc ção e pu rif icação . Sem duvi da o autor tinh a em mira não so m ente discutir o probl ema em th ese mas tinh a por fim a juda r a sua nação, o seu povo. O li vro tem a sua a pplicu ção ta nt o á nação como ao individuo, porque além da parte did acti ca , h a uma parte histor ica a qua l nos propo r cion a as lições mais profu ndas. Es ta parte historica exh íbe uma afflicção bem grande e inex pl icavel, e um confl icto moral tambem mu ito gran de, e em fim, uma vic tor ia glorios a . O a utor certa me n te que ria in spirar uma nova fé e uma nov a co n ducta n o se u povo . Israel devia ver na historia de J ob , n a sua gr a n de affl ic ção e n a sua gr a nde victoria, coisas qu e muito bem podiam consolar e fortal ecer gr a n de men te a n açã o. E' interessante comparar a di scu ssão dos soffr im entos do justo em J ob e na segunda parte de Isaias , E' certo que "meu servo " Job não é o se rvo soff re do r de Isaias, porém o problema é o mesmo. A sol uçã o de J ob é qu e o soffrim ento é prova de fé . Em Isai as o so ff'r imento vicario substitutivo e portanto ma is profun do, m a is significativo, m ais frutífero do qu e a idéa de .Tob. 3 . Ha d uas coisas que corr em como fio de ouro a través do livro de J ob. Um a é a dis cussão do probl ema do m al por Job e se us amigos. A outra é a a tt itu de variante de Joh para com os Cé us . A primeira coisa r ealm en te está subordinada á seg un da. T a nto .Tob como os seus amigos avançam para a discu ssão do probl ema; ignorantes da sua ver da de ir a causa . "E di sse o Senhor a Satanás: Eis qu e tudo quan to tem es tá na tu a m ã o; sóm ente con tr a elle não es te ndas a tua mão . E Satanás sai u da presença do Sen hor." (J ob 1 :12) . Na di scus sã o Job sustentava a sua innocencia e m qu an to os seus a migos s uste n ta vam as suas id éas sobre a relação cer ta entre o mal e o soffr ime nto . Os amigos de Job er am 0 1'thodoxos n est e ponto; quem p ecca, soff re as consequ encias dos seus peccados. "Lembra-te agora dcq ual é o innocente qu e jamais perecess e? .e onde foram os sll1.c~ ros destruidos ? Como eu tenho VIsto, os que ·lavram nu quid ade, e semeiam trabalho segam o mesmo. Com o r é
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bafo de Deus perecem; e com o assopro da sua ira se consomem." (J ob 4: 7-9). Mas o soffrimen to nem sempre é punitivo . A's vezes é disciplinario e tem por fim afastar o homem do seu peccado. Porém é necessario que o individuo reconheça o seu peccado e altenda á correcção do Senhor. "Porque a ira destroe o louco; e o zelo mata o tolo. " (J ob 5 :2) . Esta .id éa dos amigos de Job é verdadeira; serve de base a todo o governo moral; é a ess encia da Iei e lambem da prophecia , Os amigos de J ob, en tão, em these não est avam errados. O erro delles foi suppor qu e est e principio era tão extenso que podia incluir toda a providencia de Deus. Esquece r a m que Deus era muito grande e que podia agir mesmo acima ou independente desta lei de retribuição. J ob por sua parte concordou com os seus amigos que as atf líc ções vie ram de Deus, porém a sua consciencia n ão o accusava dequalquer peccado - eis o problema - Foi por causa disto que Job divergiu profundam ente dos seus amigos. Porém Job estava conscio qu e não tinha peccado mas ao mesmo tempo soffria mais do que os maiores peccadores. Job então, n ão podendo duvidar da sua propria consciencia, duvidou da j ustiça de Deus. "Até quando me não deixarás, nem me largarás, até que engula o meu cuspo '! Se pequei, que le Iurei, Guarda dos homens? porque fizeste de m im um alvo para li por tropeço, para que a mim mesmo m e seja pesado'! E porque me não p erdoas a minha transgressão, e não tiras a minha in íquidade? porque agora me deitarei no pó, e de madrugada me -b usca r ás, e nã o estarei lá." (Job 7:19-21). "Se eu me justificar, a minha bocca me condernnará ; se for r ecto, então me decla rur ú por perverso. Se for recto, não estimo a minha alma; desprezo a minha vida. A coisa é esta ; por isso cu d igo que elle consome ao recto e ao impio . Matando o aç oite de repente, então se ri da prova dos innocentes. A terra se entrega na mão do impio; elle cobre o r osto dos juizes; se não é elle, quem é logo?" (Job 9:20-24), "Bem sabes tu que eu não sou impio; todavia ninguem 11a que me livre da tua mão. As tuas mãos me fizeram e me formaram todo em roda; comtudo e, todavia, me consomes. Peço-te que te lembres de que como barro me formaste, e me farás em po ." (Job 10:7-9) . Naturalmente essas palavras de Job escandalió
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zavarn os seus amigos. Deus não podia ser injusto e cruel com o Job dizia . A diff'iculdade era com Job, elle era o injusto, diziam os seus amigos. " En tã o r esponde u Bildad, o suhita, e disse: Até quando falarás ta es coisas, e as razões da tua hoc ca serão com o um vento impetuoso ? Po rventur a perverteria Deus o direito ? e pervert eria o Todo-poderoso a justiça ? Se teus filhos peccaram con Ira elle, tam bcm elle os la nçou na mão da sua tran sgressão. Mas se lu de madrugada buscar es a Deus, e ao Todo-poderoso pedirei misericordia, se for es puro e r ecl o, cer ta mente logo desp ertará a morada da tu a justiça . " (Job 8 :1.6). Assim continuo u a grande luta entre uma cons cíenoía limpa e uma ob servação larg a . Nem Job nem seus amigos foram ca pazes de livraremse dos seus proprios pontos de vista; Joh, b asea do na sua consciencia e os amigos, amparando-se nas su as observações da vida humana . O nosso maior interesse, porém, não está na m archa do drama nem no des envolvimento do ar gumen to, porém está nas attitudes que Joh tomava para com Deus ; porque foi o proposito de Satan alimentar Job comp le tame n te de Deus. Satan a té di sse que J oh chegaria ao ponto de amaldiçoar a' Deus a su a fa ce. " P or ventur a não o circ umv all aste tu a elle, e a sua casa, e a tudo qu anto tem ? A obra de suas mãos a be nçoaste e o seu ga do está augm entado na terra. Mas este n de a tua m ão, e tocalh e em tudo quanto tem , e verás se te não amaldiçoa a tua fa ce! " (Job 1 :10-11) . Um a da s qu est ões principaes do livro, é, se Satan falou a verdade qu ando disse qu e poderia fazer Job assim proced er di ante de Deus . Um a das coisas mais in ter essantes do livro de Job é o fac to qu e os dis cursos de Job são em forma de m onol ogo , Elle não responde dírectamente aos seu s amigos, fala, mas fala a um au sente. Job não olha para os seus am igos, por ém olha o ausente. " Eis qu e tudo isto viram os m eus olhos, e os meu s ouvidos ouviram e entenderam. Como vós o sabeís, o sei eu tambem; não vos sou inferior . Mas e u falarei ao Todo-poderoso ; e ' qu ero defender-me para com Deus. Vós porém sois inventores de mentira, e vós todos m edicos que não valem nada. Oxalá vos calasseis de todo! qu e isso seria a vossa sabedoria!" (Job 13:1.5) . "Porque r azão tomo eu a minha carne com os meus den tes, e ponho a mio nha vida na minha mão? Ainda qu e elle m e m atasse, nelle esper arei ; com tudo os meus cam in hos defende-
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rei diante delle. Tamb ém elle será a salvação minha; porém o hypocrita não virá perante o seu rosto. Ouvi com attenção as minhas razões, e com os vossos ouvidos a minha declaração. Eis que já tenho ordenado a minha causa, e sei que serei achado justo. Quem é o que contenderá commigo? se eu agora me calasse, daria o espirito. Duas coisas sómente não faças para commigo; então me não esconderei do teu rosto: Desvia a tua mão para longe, de sobre mim, e não me espante o teu terror. Chama, pois, e eu responderei: ou eu falarei, e tu responde-me. Quantas culpas e peccados tenho eu? notifica-me a minha transgressão e o meu peccado, Porque escondes o teu rosto, e me tens por teu inimigo? Porventura quebrantarás a folha arrebatada pelo vento'! e perseguirás o restolho secco? Porque escreves contra mim coisas amargas e me Iazes herdar as culpas da minha mocidade? Tambem pões no tronco os meus pés, e observas todos os meus caminhos, e marcas as solas dos meus pés Envelhecendo-se entretanto ellecom a podridão, e como o vestido, ao qual roe a traça." (Joh 13 :14-28) . Antes da chegada dos amigos, Job refere uma vez só ao outro mundo. " ,E disse: Nú sai do ventre de mio nha mãe, e nú tornarei para lá; o Senhor o deu, e o Se. nhor o tomou; bemdito seja o nome do Senhor." (Job 1 :21). Porém depois da chegada delles temos como que uma erupção do espírlto a esse respeito. No capitulo três elle nos dá um quadro bem vivo do estado do morto. "Porque não morri eu desde a madre? e em saindo do ventre, não expirei? Porque me receberam os joelhos '1 e porque 00 peitos, para que mamasse? Porque já agora jazêra e repousára; dormiria, e então haveria repouso para mim. Com os reis e conselheiros da terra, que se edificavam casas nos lugares assolados, ou com os principes que tinham oiro, que enchiam as suas casas de prata, ou como aborto occulto, não existiria; como as crianças que não viram a luz. Ali os máus cessam de perturbar: e ali repousam os cano sados , Ali os presos juntamente repousam, e não ouvem a voz do exactor: Ali está o pequeno e o grande, e o servo fica livre de seu senhor." (Job 3 :11·19) . Duas idéas se destacam desta discussão do estado do morto. (1) o esplendor da morte onde se congregam os grandes da terra e tambem os pequeninos. (2) A
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segunda id éa é a completa isenção ou falta de d ôr e de soffrimentos . Essas duas coisas estão em vivo contraste com a con d iç âu de J\)}} aqui na terra. A segunda allusão ao esta do do morto accrescenta quasi nada á passagem que acabamos de e xa m inar . Essa passagem accentua mais a brevidade da vida humana. " Os m eus dias são mais velo zes do que a lançadeira do tecelão, e pereceram sem esp erança. " (J oh 7 :6) . "O somno da morte é continuo, é eterno ." Assim o homem se deita, e não se levanta; at é qu e não haja mais céu s não acordará nem se erg uer ão de se u somno . " (Job 14 :12) . H a pouca ou nenhuma esper ança aqui de uma resurreição. Agora ne sses capitulas donde tiramos as passagens examinadas, n ota-se uma grandedifferen ça na attilude de Job para com Deus. 1 TO capitulo prim eiro Job é chamado homem sincero, r ccto, servo temente a Deus . No ca pit ulo 3 Job fala do " De us de cim a " m as nestes capitulas ell e não hesita em declarar qu e es tá sendo inj ustamen te traido por Deu s e declara aos seu s amigos que elle s mesmos sabem qu e é assim. "Ha porventura iniquidade na minha lin gua ? Ou não poderia o meu paladar dar a en tender as minhas miserias ?" (Job ti :00) Depois disto elle passa a descrever a sua triste condição c de todos os homens, e pergunta se h a necessidade de cercá-lo e obrigá-lo a andar direito . "Por isso não reprimirei a minha bocca: falarei na a ngustia do m eu espir ito ; queixar-me-ei na am argur a da minha alma. So u eu porven tura o mar, ou a baleia, que me ponhas uma guarda ?" (Job 7 :11-12) . E J ob pergunta porque é qu e Deus se interessa tanto ne lle , "Que é o homem, para qu e tanto o estimes, e ponhas sobre elle o teu coração . " (J oh 7 :17) . J ob até p ergunta ao Todo-pod eroso, o Guarda dos hom en s, suppondo qu e peccou, como é que uma coisa dessas p odia affectar a Deus e porque é que Deus o vigia tanto . "Se p equei, que te farei, Ó Guarda dos homens ? p or q ue fize ste de mim um alvo para li por tropeço, para qu e a mim m esmo me sej a pesado? E porque me não perdoas a minha transgressão, e não tiras a minha iniquidade? porque agora me deitarei no pó, e de madrugada me buscarás, e não estarei lá." (Joh 7:20, 21) . . . Aqui nes tes dois versos temos uma das coisas mais interessantes do livro. Job começa a fazer uma certa distincção em Deus. Ha um Deus qu e p ersegue, que
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pôs tropeço e ha um De us a quem elIe appelIa para que o perdôe e livre das suas impiedades . Mas quando os amigos de Job affirmam que Deus é justo, Job responde .ironicamente "sei que assim é". "Então .Tob respondeu, e disse : Na verdade sei que assim é; porque como se justificaria o homem para com Deus? Se quiser contender com elle, nem a uma de mil coisas lhe poderá responder. ElIe é sabio de coração, poderoso em forças; quem se endureceu contra elle, e teve paz?" "Se eu me justificar, a minha bocca me condemnará: se for recto, então me declarará por perverso. Se for recto, não estimo a minha alma: desprezo a minha vida. A coisa é esta; por isso eu digo que elle consome ao recto e ao impio . Matando o açoite de repente, então se ri da prova dos innocentes." (Joh 9 :1-4 e 20-23) . Apesar de estar innocente, Job allegn que Deus vae con siderá-lo culpado. "Receio todas as minhas dores. porque bem sei que me terás por innocente . E sendo eu ím p io, por que trabalhei cm vão? Ainda que me lave, com agua de neve, e purifique as minhas mãos com sabão, ainda me submergirás no fosso, e os meus proprios vestidos me abominarão." (Job 9 :28-31.) . Joh está certo de que 'Deus o condemna por aquillo que não fez. "Direi a Deus: Não me condemn es : faze-me saber porque contendes commigo . " (Joh 10 :2) . Parece que a declaração do Satan se verificou . "Bem sabes tu qu e eu não sou impio; todavia ninguem ha que me livre da tua mão ." (Job 10 :7) . Esta conclusão fica ainda reforçada quando se vê que Job disse que Deus cuid ou muito delle nos seus primeiros annos só para poder puni-lo mais tarde. "Porventura não me vasaste como leit e, e como queijo me não coalhaste? De nelle e carne me vestiste, e de ossos e nervos me ligaste. Vida e beneficencia me fizeste; e o teu cuidado guar. dou o meu espirito. Porém estas coisas as occultaste no teu coração; 'be m sei eu que isto esteve comtigo. Se eu peccar, tu me observas; e da minha iniquidade não me escusarás. Se for ímpio, ai de mim! se for justo, não levantarei a 'minha cabeça: farto estou de affronta, e 'olho para minha miser'ia . Porque se vae crescendo; tu me caças como a um leão feroz" tornas-te, fazes maravilhas contra mim." (Job 10 :10.16) .
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Mas é de notar que até aqui Job não renuncia a Deus. Elle ainda deseja reconciliação. "Não .ha entre
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nós arbitro que ponha a mão sobre nós ambos. " (Job 9 :33) . Através dessas experiencias am argas ha constantemente uma supplica ao Deus invisivel, o Deus dos dias melhores. "E porque me não perdoas a minha transgressão, e não tiras a minha iniquidade '? porque agora me deitarei no pó, e de madrugada me buscarás, e não estarei lá." (Job 7 :21). " As tuas mãos me fiz eram e me formaram todo em r oda com tu do m e consomes. " (Job 10 :8). "E sobre est e tal abres os teus olhos, e a mim me fazes entrar em j uizo comtigo. Qu em do immundo tirará o puro? Ninguem . " (Job 14 :3-4) . .J ob estava plenamente convencido de qu e as su as afflicções foram expre ssões directas da ira de Deus e que essas afflicçõ es seriam fat aes . Ell c creu qu e a ira de Deus havia de levá-lo até a cova . .T ob não era nessa occasião em homem velho por tanto pensava qu e estava sen do levado no m eio dos se us di as. O tumulo n a da p rom ettia . "Antes qu e vá, e donde nunca torne, á terra da escuridão e da sombra da morte; terra escur issi m a, como a mesma escuridão, terra da sombra, da m or te e se m ordem alguma e onde a lu z é como a escur idão . " (Job 10 :21-22) . ' A's vezes Job caia num desanimo tal que parecia não h aver mais esp erança. Havia di as tão negros qu e n em havia nenhum raio de luz. Mas passadas es sas ci-ises podia-se notar certo progresso n a dirccção da solução dos seus problemas. Um dos capitulas mais importantes do livro de J oh é o capitulo 14. Nestes capitulas temos uma lam en tação muito grande sobre a fraqu eza inherente ao h omem . "O homem, nascido da mulher, é cur to de dias e farto de inquietação. Sae como a flor, e se cor ta ; foge tambem como a sombra, e não permane ce . " (Job 14:1, 2). Elle tambem lamenta a completa extincção da vida na morte. "Porém, morrendo o homem, está abatido: e dando o homem o espirito, entã o onde está ? Como as aguas se retiram do mar, e o ri o se esgota, e fica secco, assim o homem se deita, e não se levanta; até que não haja mais céus não acordarão nem se er guer ão de seu somno ." (Job 14 :10.12). Ha mais esper anças para a arvore cortada do que para o homem morto. "Porque ha esperança para a arvore q ue, se for cortada, ainda se r enovará, e não cessarão os seus r enovos." " Mas morto o homem, é consumido; sim, r endendo o homem
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o seu espirito, então onde está?" (Job 14:7 elO). Mas parece que o desanimo extremo fez surgir no homem alguma esperança pelo menos na lembrança de Deus. "Oxalá me escondesses na sepultura, e me occultasses até que a tua ira se desviasse: e me pusesses um limite, e te lembrasses de mim!" (J ob 14: 13). Mas o pensamento é apenas um c1arãozinho que logo desapparece porque logo uma segunda pergunta! "Morrendo o homem, porventura viverá?" (Joh 14 :14). E' bom demais para se perder para sempre a esperança; portanto diz "todos os dias de meu combate esperaria, até que viesse a minha mudança." (Job 14:1<1). A idéa de Job aqui é certamente de uma nova vida no corpo. E mesmo que seja passageira, esta idéa ha de dar o seu fruto. Agora, entre esta e uma oulra grande passagem no capitulo 19, ha mais um passo que se deve notar no desenvolvimento da relação de Job para com Deus. Referimo-nos novamente á distinc ção que Job fazia em Deus. Um Deus o persegue, o outro Deus, o Deus invisivel,condoe.se delle. Um Deus o considera injusto, cheio de culpas, o outro Deus approva a consciencia de Joh que diz que é innocente. Portanto Job appella de Deus para Deus. "O meu rosto todo está descorado de chorar, e sobre as minhas palpebras está a sombra da morte. Não havendo porém violencia nas minhas mãos e sendo pura a minha oração. Ah! terra, não cubras o meu sangue; e não haja lugar para o meu clamor! Eis que tambem agora está a minha testemunha no céu, e a minha testemunha nas alturas. Os meus amigos são os que zombam de mim; os meus olhos se desfazem em Iagrímas diante de Deus. Ah! se se pudesse contender com Deus pelo homem, como o filho do homem pelo seu amigo!" (Job 16:16.21). "Promette agora, e dá-me um fiador para comtigo: quem ha que me dê a mão?" (Joh 17:3). Esta é uma passagem bem peculiar . Job está certo que Deus o castiga severamente por causa dos seus peccados. Está certo tambem que Deus sabe da sua innocencia. Elle não entende como é, portanto appelIa de Deus para Deus. E depois do discurso de Bildad Job vê-se completamente abandonado tanto por Deus como pelos homens. "Respondeu porém Job, e disse: Até quando entristecereis a minha alma, e me
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qu ebrantarei s com . palavras? Já dez ve zes me enver gonh astes; vergonha não ten des ; contra mim vos e n d ur eceis. Embora haj a eu, na ver da de, er r a do, com m igo ficará o meu er r o . Se deveras vo s levanta es contra m im , e m e arguis com o m eu op probrio, sabe i agora qu e Deus é o qu e me trans tornou, e com a sua r êde me cerc ou . E is que clamo : Violen cia; porém não sou ouvido; gri to : Soccorro; porém n ã o h a j ustiç a . O m eu cam inh o e nt ri ncheir ou, e já não posso p assar; e n as minhas ve red as pôs trevas . D a minh a honra ine despojou; e tirou-m e a corôa da minha ca be ça . Derribou e lle em ro da e e u m e vou. e arr an cou a minha es perança, corno a uma arvore . E fez inflammar con tr a mi m a sua ir a, e m e r eputou para com sigo, como a seus in imi gos . Juntas vieram as SlUIS trop as , e prepararam con tr a mim o seu cam inh o, e se ac amparam ao r ed or da m inha tenda. Pôs longe de mim a m eus ir mãos, e os qu e me conhecem dev éras m e es tranharam . Os m eu s pare nt es me de ix ar am , e os meus conhecido s se esq ue cer am de mim. Os m eus dom esticas e as minhas ser vas m e r ep utaram com o um es tranh o, e vim a ser um es trangeir o ao s seu s olhos . Cha mei a meu cr ia do , e ellc m e não respondeu , sup p lic a ndo-l ho eu po r minha p r onria hocca . O m eu bafo se fez es tranho á minha mulh er, e c u a s up pl ico pe los filh os do m eu corpo . Até os rapazes m e desprez am, e, lev ant a nd o-m e eu, fa la m contra mim . Todos os hom ens do m eu sec re to conselho m e abominam, e at é os qu e eu am ava se tornaram contra m im . Os meus oss os se apegaram á m inha pelle c á minha carn e, e esca pei só com a pe Ile dos m eu s de ntes. Comp adecei-vo s de mim, amigos meus , com padecei-vos de mim, por que a m ão de D eus me tocou . Porque me per seguia as sim como Deu s. e da minha carne vos não fart aes?" (J ob 19 :1-22) . Que qua dro tris tissi mo mas ap esar de tudo Joh sabe que é innocente , E' justamente desta h ora tão negr a, tã o in grata, tão amarga que a alma nobilissima de .Tob se levanta e declara. "Quem m e déra, agora, que as minhas p alavr as se escr evess em! qu em m e déra , qu e se .gr avassem num livro ! .E qu e, com pcn na de fe r ro , e com c hum bo, p ara sempre fossem esc ul pi das na ro cha!" (.Toh 19.:23. 24). Ao menos Job queria qu e a post erid a de soube sse da sua innocen cia. P orém .isto não chega. A alma sabe ainda muito m ai s e J oh na ce rte za de qu e ha um Deu s que lhe fará just iça, qu e está ao seu la do, declara:
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"Porque eu sei que o meu Redemptor vive, e que estará em pé no derradeiro dia sobre o pó. E depois de roida a minha pelle, comtudo desde a minha carne verei a Deus, a quem eu verei por mim mesmo, e os meus olhos o verão, e não outro; e por isso os meus rins se consomem no meu seio". A grande coisa nestes versos está na phrase ..A quem eu vexei por mim mesmo." (Job 19:25-27). E' um pensamento fundamental de Job que a ira de Deus havia de acompanhá-lo até o tumulo. Restauração de saude e o favor de Deus nesta vida foram uma illusão apresentada a Job pelos seus amigos. Job sabia melhor que não podia ser assim. Portanto a certeza de que fala no capitulo 19 é a certeza depois da morte. "A quem eu verei por mim mesmo, e os meus olhos o verão e não outro; e por isso os meus rins se consomem no meu seio." (Job 19:27). A grande tristeza de Job era a sua separação de Deus porém isto não havia de continuar para sempre . "E depois de roida a minha pelle, corntudo desde a minha carne verei a Deus." (Job 19:26) . Não ha caracter mais nobre no Velho Testamento do que o de Job. Apparentemente elle não sabia do arranjo feito entre Deus e Satan para provar a sua fé. Job era um homem separado de Deus, privado da communhão com Elle sem saber por que. E ainda a unica evidencia que Job tinha da existencia de um Deus justo era a sua propria consciencia. O Deus que antiga. mente conhecia era contra elle, os amigos eram contra elle, perdeu a familia inteira; todos os seus 'bens, o povo em geral zombava delle; tudo fazia crer que era um homem máu, ruim, perverso. Porém, apesar de tudo isto, Job mantinha a sua innocenoia e a sua fé que havia de ver ainda, depois de tudo isto, Deus, o seu Redemptor. Satan enganou-se. Job não amaldiçoou a Deus mas o abençoou. A sua Fé em Deus foi inabalavel, inextinguivel, invencivel. "A quem eu verei por mim, e os meus olhos o verão, e não outro: é por isso os meus rins se consomem no meu seio." (Job 19 :27) .
10. A Esperança de uma Vida Futura em Relação ás ldéas da Yida e da Morte. A doutrina da immortalidade no Velho Testamen-
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to é bastante larga. Ha diversos elementos que exigem a nossa consideração. Vamos considerar agora três p ar. tes (1) A idéa da morte no Velho Testamento; (2) A idéa da vida no Velho Testamento; e (3) A recon ciliaçã o en tre os dois. A b em da verdade é preciso declar ar .n ovam en te que o Velho Testamento não é li vro de seie ncia, é livro de religião e trata todas as questões deste ponto d e vista. Mesmo quand o faz decl araçõ es physicas, tem se m pre p or fim ensin ar verda des m oraes e não fa ctos m eramente scientificos. A Bíblia f az declarações moraes do universo, do homem , eto . ; a sciencia faz declarações physicas das m esmas cois as, p ortanto n ão ha necessidade de divergencia e ntre as duas d ecl araçõe s. Notemos agora os seguintes pontos: 1. Quanto á morte. O Velho T estamento en te n de que a morte é o que nós entendemos hoj e quando usamos a palavra. A m orte é o processo que se ob serva c o que desi gna p elo termo "morrendo " . No Ve lho Testamento, porém, esta idéa se divide e m duas partes ; o acto de morrer e o estado do morto. O Ve lho T est amento nunca su ggere a idéa de que a morte ano niquila a p essoa. A p essoa que está m orta n ão tem ces s a do de existir, em bor a não viva. O Velho T estamento f az distincção entre existir e viv er. Vida no Velho Testamento é o que nós en te n dem os hoj e em dia como vida, muitas experiencias, muita coisa 'boa , et c. Existir é viver sem nada, na miseria, sem prazer ou conforto algum, é vegetar. Porém para o Velho Testamento a morte não é apenas a separaçã o do cor po e da alma, porque envolve tambem o estado da pessoa depois da morte. O Velho Testamento con templa sempre a pessoa toda e não a sua alma ou o seu .c or p o separados. A morte paralysa a vida da pessoa e .a pessoa continúa nesta condição de vida paralysada . Nesta condição ' desce para o Sheol, lugar para onde vão todos os que morrem. No Sheol a p essoa mort a exis te mas é só isto, só existencia, nada mais. A vida e as su a s .condições só existem do lado de cá da morte. Agora o que vae para o Sheol é o que Deus soprou nos narizes do homem quando foi criado espiritual. mente. E o Velho Testamento chama o que vae p ara o Sheol, pessoa morta, mas nunca chama alma ou espio rito. E a pessoa, embora morta, existe, e pode até ser chamada; como aconteceu com Samuel, porém com gra-
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ves consequencias para quem chama. A idéa principal então é que a morte paralysa a vida. E neste estado de vida parada, paralysada, a pessoa, não a alma ou o espirito, mas a pessoa, desce para o SheoI. E esLe 'estado do morto é uma parte da idéa da morte, é o prolongamento da morte. Vamos notar algumas passagens que mostram o que o Velho Testamento ensina sobre o estado dos mortos. (a) Ha certas expressões bem fortes empregadas em relação á morte que apparentemente ensinam o anniquilamento do individuo pela morte. "Sae-lhe o es.p ír ito, e voltam para a terra: naquelIe mesmo dia perecem os seus pensamentos." (Psa. 146:4). "Poupame, até que tome alento, antes que me vá, e não seja mais." (Psa. 39:13). "E porque me não perdoas a minha transgressão, e não tiras a minha iniquidade? porque agora me deitarei no pó, e de madrugada me buscarás, e não estarei lá." (Job 7:21). "Porque ha espe.r a n ça para a arvore que, se for cortada, ainda se re-n ova r á, e não cessarão os seus renovos. Se se envelhecer na terra a sua raiz, e morrer o seu tronco no pó, ao cheiro das aguas brotará, e dará ramos para a planta. Porém, morrendo o homem, está abatido; e dando o homem o espir-ito, então onde está? Como as aguas se retiram do mar, e o rio se esgota, e fica secco, assim o homem se deita, e não se levanta: até que não haja mais céus não acordarão nem se erguerão de seu sOmno." (Job 14:7-12). Mas não se deve interpretar essas passagens literalmente. ElIas são apenas expressões fortes de desanimo e de tristeza sobre o facto de que a vida é curta, e morrendo o homem, elIe não vive mais aqui na terra, onde realmente só se pode viver. O termo Sheol, lugar dos mortos, prova que essas passagens não ensinam o anníquilamento da pessoa pela morte. Sheol é um lugar bem triste, onde todos os mortos estão. "Mas aquelles que procuram a minha vida para destruir, irão para as profundezas da terra." (Psa. 63:9). "Os mortos tremem debaixo das aguas, e com os seus moradores dellas." (Job 26 :5). "Terra -e scuríssim a, como a mesma escuridão, terra da sombra da morte e sem ordem alguma e onde a luz é como a escuridão." (Job 10:22). Como já observámos, quando se diz que Sheol está
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nas profundezas da terra, não se deve pensar que o Sheol realmente está no interior da terra porque os termos são mais moraes do que physicos ou geographicos . A idéa é que o Sheol é um lugar escuro, indesejável, lugar onde ninguem desej aria ir. Porém para " lá" todos vão. "Que homem ha, que viva, e não vej a a m or te 1 Livrará elle a sua alma do poder da sepultura 1" (Psa. 89:48). (b) A morte acontece quando Deus retira o se u espirito. E desde que este espirito é a fonte da força e da energia, quando é retirado, a pessoa fica molle, f'raca, só tem força para existir mas não tem força para viver . Tudo quanto realmente pertence, e podia se ohamar a vida, cessa. Sheol ás vezes é chamado "cessação". As pessoas ali estão quietas e dormindo; são apenas sombra. "Se o Senhor não tivera ido em meu auxilio, a minha alma quasi que teria ficado no silendio . " (Psa. 94:17). Sheol é terra de esquecimento . "Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tão pouco teem elles jamais paga, mas a sua memoria ficou entregue ao esquecimento." (Eccles. 9 :5) . Ha uma passagem, porém, que representa os mortos como estando conscios. Elles reparam a che ga da de outros que descem para o Sheol , "O inferno debaixo se turbou por ti, para te sair ao encontro na tua vinda; desperta por ti os mortos, e todos osprincípes da terra, e fez levantar dos seus thronos a todos os r eis das nações. Estes todos responderão, e te dirão: Tu tambem adoeceste como nós, e foste similhante a nó s. Já foi derribada no inferno a tua soberba com o som dos teus alaudes; os bichinhos debaixo de ti se estenderão, e os bichos te cobrirão. Como caiste desde o céu, ó estrella da manhã, filha da alva do dia 1 como f oste cortado por terra, tu que debilitavas as nações?" (Isa. 14:9-12). E' certo então que a morte não te rmina a existencia da pessoa. (c) Segundo os ensinos do Velho Testamento não apparece uma distinção entre os bons e máus no Sh eoI. Sheol não é lugar de punição nem de galardão . O estado em Sheol não é de benção nem de maldição . E' apenas existenoia. Ha uma distincção no . Velho Testamento entre os bons e os máus, porém é nesta vida e n ão no
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Sheol que se faz essa dístincção , E' uma dístincção antes de chegar ao Sheol . (d) Ha mais um ponto em relação aos mortos. A connexão com este mundo está completamente quebrada . O morto não pode olhar para este mundo e nada sabe daquillo que se passa aqui. "Os seus filhos estão em honra, sem que elle o saiba: ou ficam minguados sem que elle o perceba:" (Job 14:21). Havia uma idéa de que os que estão em terra podiam consultar os que estão no Sheol. Isto parece é a idéa da tentativa de Saul consultar a Samuel. Porém Isaias ridiculariza essa idéa. "Quando pois vos disserem: Consultae os adivinhos e os encantadores, e que, clrilrarído entre dentes, murmuram: Porventura não perguntará o povo a seu Deus? ou perguntar-se-á pelos vivos aos mortos?" (Isa. 8:19). A idéa principal é que toda a relação entre os mortos e a terra termina com a morte. Foi por causa disto que os israelitas tinham tanto horror á morte. "Portanto está alegre o meu coração e se regozija a minha gloria; tambem a minha carne repousará segura. Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permittirás que o teu Santo veja corrupção. Far-me-ás ver a vereda da vida; na tua presença ha delicias perpetuamente ." (Psa. 16:9.11). Agora estes pontos mencionados não são tanto ensinos directos do Velho Testamento sobre este assumpto como são concepções que nós achamos na mente do povo que as Escripturas presuppõem e que servem de base dos e nsinos das Escripturas. Esses factos são elementos da mente nacional e foram as convicções que a fé apresentava diante dos problemas da vida . Basta citar as seguintes passagens para mostrar quão geral eram ' essas concepções. "Volta-te, Senhor, livra a minha alma; salva-me por tua benignidade. Porque na morte não ha lembrança de ti; no sepulcro quem te louvará?" (Psa. 6 :4-5). "A ti, Senhor, clamei, e ao Senhor suppliquei. Que proveito ha no meu sangue, quando desço á cova? Porventura te louvará o pó? annunciará elle a tua verdade?" (Psa . 30:8.9) . "Porque não te louvará a sepultura, nem a morte te glorificará; nem tão pouco esperarão em tua verdade os que descem á cova." (Isa. 38:18) .
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Para o Santo 'do Velho Testamento a vida era uma visita boa, bem agradavel, mas curta, feita ao Senhor, a qual a morte interrompia. Esta é a idéa principal da morte que separava o homem da communhão com o seu Deus. 2. Quanto á vida. A idéa da vida no Velho T estamento é a m esma commum a que nós temos hoje ; é a existencia completa da personalidade; isto é, a alma dentro do corpo. A idéa da vida liga-se mais com a pessoa toda - corpo e alma - do que com a alma só. O homem foi feito alma vivente e a continuação dessa condição' é o que se chama vida. Porém no Velho Testamento ha um elemento addicionado. O centro da vida, a essencia da vida, é moral e não physica. O homem foi criado alma vivente mas já com uma certa relação para com Deus. E essa relação com D eus, se tivesse sido guardada, teria conservado o homem na condição em que foi criado. Portanto a relação para com Deus é uma das coisas mais importantes em r el ação á concepção da vida. Vida no Velho Testamento, então, é o que nós hoje em dia chamamos vida, mas, com este elemento a mais, a relação do homem para com Deus . "E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti, só, por unico Deus verdadeiro, e a Jesus Christo, a quem enviaste." (João 17:3). Esta foi a condição do homem origin al que foi criado alma vivente . . Agor a a continuação desta vida de communhão com D eus é immortalidade . Já se vê que a idéa da immortalidade no Velho Testamento não é uma idéa on tologica ou apenas a da continuação da p essoa depois da morte. A idéa é r e I i g i o s a e a br an ge a pessoa toda e principalmente a relação .da p essoa para com Deus. Ninguem duvidou da existe ncia da alma depois da morte, porém essa existencia não era vida. A idéa da immortalidade no Velho Testamento é uma idéa r eligiosa, isto é, envolve a relação d a pessoa para com Deus. Os primeiros capitulos de Genesis illus tr am a idéa da vida e da immortalidade no Velho Testamento. Estes capitulos nos diz em que Adão foi f eito alma vi vente, e vivia como nós vivemos hoje. Adão vivia em communhão com Deus. E é presumido qu e essa relação e vida haviam de continuar, porque D eus avisa que podia cessar em certas circumstancias. "Mas da arvore da sciencia do bem e do mal, della não comerás;
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porque no dia em que della comeres, certamente morrerás." (Gen . 2 :17) . Não se 'levan ta a questão por quanto tempo o homem pode viver, porque nenhuma cessação é contemplada, a não ser que o homem caia no peccado , Deve notar-se tambem que o que viv e é a pessoa toda, isto é, a alma incorporada. A passagem fala de pessoa, não da alma ou do corpo em separado. Quando deixamos este periodo logo depois da criação e passamos para o periodo do s patriarchas e de Moysés encontramos as mesmas idéas. Encontramos a idéa commum de vida juntamente o elemento da relação da pessoa para com Deus. A prosperidade só servia para testemunhar o favor divino e não fazia parte da vida. ,E' e xactam en te isto que Jesus di sse do rico louco. O Santo do Velho Testamento vivia no corpo e no favor de Deus. Vej a o que se diz em Actos 17: 28 - "Porque nelle vivemos, e nos movemos, e existimos; como tambem alguns dos vossos poetas disseram: Porque somos tambem sua geração. " O nosso ponto de vista hoje é exactamente contrario á idéa do Velho Testamento. O Santo do Velho T estamento importava tudo, as maiores glorias, a mais intima communhão com Deus para esta vida aqui no corpo. Nós exportamos para a vida futura todas essas coisas. O Santo do Velho Testamento só se interessava na questão de uma vida futura quando a morte ameaçava terminar a vida aqui na terra. Não devemos esquecer que o qu e o Santo do Velho Testamento chamava vida, era vida aqui no corpo, isto é, a pessoa completa gozando a vida em communhão com Deus. A perda de qualquer desses elementos, ou do corpo ou da communhão com Deus, er a terminar a vida,era roubar a vida de sua verdadeira significação. Para o San to do Velho T estamento não havia coisa melhor do que estar no corpo aqui na terra e estar em com m u nhão com Deus. Isto er a vida. Quando ch egasse o reino em toda a sua perfeição, quando foss e J ehovah r ealmente o Deus de Israel, os Santos não haviam de ser transladados para os' céus, porém o tabernaculo de Deus se baixaria para a terra, no meio dos homens. O estado bemaven turado que nós transferimos para os céus, os Santos do Velho Testamento achavam que estava realizado aqui na terra.
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Na vinda de Deus para a terra tudo será transformado . "E o seu deleite será no tem or do Senhor: e não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem repreende. rá segundo o ouvir dos seus ouvidos, mas julgará com justiça aos pobres, e repreenderá com equidade os mansos da terra, porém ferirá a ter r a com a vara de sua bo cca, e com o assopro dos seus labias matará ao impio, p or q ue a justiça será o cinto dos seus lombos, e a verdade o cinto dos seus rins. E mo rará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará, e o bezerro, e o filho de leão e o animal ceva do andarão juntos, e um menino pequeno os guiará. A vacca e a ursa pastarão juntas, seus filhos se deitarão juntos; e o leão comerá palha como o boi. E brincará a criança de p eíto sobr e o buraco do áspide,e o já desmamado metter á a sua mão na cova do basilisco. Não se fa rá mal nem damno algum e m nenhuma parte de todo o monte da minha santidade, porque a terra se enche r á do conhecimento do Senhor, como as aguas cobrem o fundo do mar. " (Isa. 11 :3-9) . "Porque, eis que eu crio céus novos e a terra nova; e não haverá mais lembrança das coisas passadas, nem mais subirão ao coração . " (Isa. 65:17). A communhão com D eus, qu e é a essencia dos céus, os Santos do Velho Testamento tinham aqui nesta vida. Parece que o que nós chamamos cé us elles chamavam terra. Para elles havia um só mundo e um Deus governando tudo. Não havia a distinc ção dos mundos como nós fazemos hoj e . Deus havia de realizar aqui na terra o que nós p ensamos qu e ha de realizar ali nos céus. Elles tambem, como nós, p ensavam que essa vinda de Deus er a ímmínente , A m ente prophetioa viu em tudo os signaes da vinda do Senhor. E bem pode ser que essa idéa da imminencia da vinda de Deus tivesse a sua influencia sobre a pobreza da doutrina da imo mortalidade. O Velho Testamento era como no Novo Testamento no tempo de Paulo . "Dizemo-vos, portanto, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que fi car. mos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem." (I Thes. 4:15). 3. O conflicto entre as concepções da vida e da morte. Vida, como já observámos, é a existencia da pessoa completa corpo e alma, aqui na terra em pleno gozo da communhão com Deus. A morte é a cessação
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desta condição. Portanto se levanta um conflicto entre a vida e a morte; e no triumpho da fé sobre a morte achamos a maior contribuição do Velho Testamento á doutrina da immortalidade. (a) Parece que temos de admittir que nos primeiros periodos o Santo do Velho Testamento realmente pensava que a morte acabava tudo. Porque é facto bem accentuado que o individuo se submergia na massa, no povo, ou na nação. Quando a morte se aproximava do individuo nestes primeiros tempos, parece que, pensava que já tinha recebido as bençãos da vida e que estando cheio de vida tinha que ir embora. A unica consolação era que de alguma maneira oontinuaria a viver nos seus filhos e nos filhos dos seus filhos. O individuo podia desapparecer mas a nação continuaria a viver. Porém quando a nação desappareceu foi então que o individuo ficou empossado nos seus direitos e privilegios. E' neste período que os problemas do individuo mais se destacaram. Afim de resolver o conflicto entre a vida e a morte, a fé esforçava-se em duas linhas. (1) Havia um protesto contra a interrupção da communhão do ind!ividuo com Jehovah. Parece que esses protestos se levantaram quando o individuo estava sendo ameaçado pela morte, porém elles exprimem o que a alma exige; a continuação da relação para com Deus. Estes protestos individuaes além de assegurar que Deus havia de salvar o individuo da morte transformaram-se em principios geraes que são applicaveis á morte em geral. O primeiro protesto, como acabamos de notar, foi um protesto individual contra a morte em certas occasiões e a revelação de principios que se applicavam á morte em geral. Porém o segundo protesto foi contra a idéa que "morrendo" é a morte. Para elles morrer não era morte; isto é, a idéa commum era que a morte e a condição da morte eram uma coisa só, contra isto elles protestaram. A morte do santo não é assim. Elle pode morrer mas não continúa morto, não desce ao estado dos demais mortos. Portanto morte para elles não é morte mesmo porque os outros é que morrem. (2) Junto com esta analyse da morte ou o acto de
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morrer e a condição do 'm or to, havia tambem uma analyse do ser humano. A morte fez esta analyse inevitavel. ·O corpo caiu em decomposição mas a fé assegurava que a pessoa ia para 'Deus. Não se pode saber a idéa da condição da pessoa. Diante do facto de que a vida só podia reunir todos os elementos aqui na terra é bem provavel que não pensaram que mesmo aquelle que foi tomado por Deus, vivia verdadeiramente. A fé preoisava de um supplemento. E isto vem na doutrina da resurreição do corpo. Foram principalmente os prophetas que sustentaram essa idéa. Encontramos a idéa no livro de Ezequiel onde elle falou do valle dos ossos seccos. Mas ha uma passagem onde encontramos. a idé a não em relação á nação, porém em relação ao individuo. "Oxalá me escondesse na sepultura, e me ocultasses até que a tua ira se desviasse; e me pusesses um limite, e te lembrasses de mim! Morrendo o homem, porventura tornará a viver? Todos os dias de m eu combate esperaria, até que viesse a minha mudança. Chama-me, e eu te responderei e affeiçoa-te á obra de tuas mãos." (Jo 14:13-15).
11. A Significação Moral da Morte. Já chamámos a attenção para diversas passagens no Velho Testamento com o intuito de exhibir a maneira da men te hebraica pensar na morte e na con dição dos mortos. Muitas dessas passagens foram tiradas de textos poeticos e por isso não são de natureza dogmatica. Todavia são suff'ioientemente claras para fazer compreender a maneira geral de considerar a morte. Indagamos agor a, qual foi a significação moral da morte? Precisamos lembrar-nos novamente de que a Ve· lho Testamento emprega linguagem commum, linguagem do povo, e que seu ponto de vista é sempre pratico e religioso. O Velho Testamento não apresenta os seus ensinos nem do ponto de vista da sciencia nem do p on. to de vista da philosophia. O seu ponto de vista é sempre religioso e pratico. E é coisa mais que interessante que a Biblia nunca se contradiz embora medeiem mais de mil annos entre os primeiros e os derradeiros escriptores. Ha progresso nos seus pontos de vista porém nunca contradicções em doutrinas. Por ex emplo. a idéa da Biblia sobre o peccado e a morte é con sistente desde o principio até o fiin. Portanto devemos
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deixar a Biblia contar sua historia á sua maneira, e não a devemos forçar a concordar com os pontos de vista da scíencia; ou de physica ou de qualquer outro ponto de vista alheio. O Velho Testamento apresenta o homem como criado á imagem de Deus . O homem é um ser livre, moral e portanto tem o seu proprio caracter adquirido por elle mesmo. E as suas relações para com as coisas que lhe são exteriores revelam sua liberdade e seu caracter. Deus e o homem são semelhantes neste sentido, mas com essa differença, que Deus communica e o homem recebe . O homem não é considerado nas Escripturas como ' uma dualidade nem triunidade mas corno uma unidade, composta de elementos differenteso O centro dessa unidade é a sua relação moral para com Deus. Essa relação constitue a unidade -e mantem a sua constituição na sua inteireza como saiu das mãos de Deus. A narrativa de Genesis descreveu como Deus chamou a attenção do homem para essa relação e 001locou diante delle a morte como a consequencia certa de qualquer perturbação dessa relação. "Mas da arvore da sciencia do bem e do mal, della não comerás; porque no dia em que della comeres, certamente morrerás." (Gen. 2:17). Apesar de tudo isto, o homem comeu e morreu. No dia em que comeu, morreu. Desde aquelle momento estava morto como consequencia do peccado, porque lhe faltava o mais importante e lemento da vida - a communhão com Deus. Indagamos, pois, quaes foram os effeitos desta morte desnatural. Qual foi a condição da alma? Primeiramente devemos notar que o ponto de vista do Velho Testamento não é materialistico. A narrativa da criação deixa bem claro que depois da formação do corpo Deus criou o homem e o collocou no corpo "por soprar nos seus narizes. " Assim o que encontrou no corpo, sáe quando o homem morre, porém o homem continúa a existir da mesma maneira que existiu antes de ser collocado no corpo. E naturalmente quando o morto é resuscitado, o homem ou o espirito recebe um novo corpo. A morte então não é a extincção de ninguem. Os termos "vida" e "morte" geralmente envolvem o que -n ós as sociamos com estes termos hoje em dia. A vida associa-se com gozo, prazer, bem estar; e a mor-
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te com tristeza, temores, remorsos, etc. E desde que a morte é a consequencia do peccado qualquer morte horrivel ou extraordinaria sempre estava ligada directamente com o peccado. "E aquelles dezoito, sobre os quaes caiu a torre de Silo é e os matou, cuidaes que foram mais culpados do que todos quantos homens habitam em Jerusalém?" (Luc. 13:4). A morte é essencialmente um mal. E' sempre um effeito mais terrivel é a separação do individuo de Deus . Portanto quando se diz que a pena do peccado é a morte é preciso lembrar o que é a morte. O morto é insensivel a tudo, não ha mais communhão com os vivos e cessa especialmente a communhão com Deus. A alma ou o espirito continúa a existir, porém não tem relações conscias. A causa de tudo isto é a separação de Deus. O hebreu sempre considerava o mal como evidencia da ira de Deus. Isto é fundamental no livro de Job. Até Joh mesmo reconheceu que o seu mal era devido á ir a de Deus e o que complicava a questão não foi esse facto, porém o facto de que elle achava que não merecia esta manifestação da ira divina. Em toda a parte o mal é a consequencia da ira de Deus, isto é, Deus castiga os máus e desobedientes. A ídéa era que Deus abandonava a pessoa quando o corrigia ou castigava, e qu ando a pessoa morria, o abandonava por completo. O Santo só se sentia abandonado por Deus nessas calamidades. Este foi o sentimento de Christo no Calvario . "Meu Deus, meu Deus, porque me desamparaste." O Santo do Velho Testamento só sentia a separação de Deus nos soffrimentos e na morte; e nunca houve soffrhnentos e morte sem que sentissem que eram a expressão da ira de Deus. A morte manifestava a ira de Deus. Morrer então, era ficar separado de Deus; e estar morto significava continuar neste estado de separação. Esta é a significação moral da morte no Velho Testamento. E por isso que os israelitas tinham tanto horror á morte. A morte para o Santo do Velho Testamento era a coisa menos desejavel , Ella não promettia coisa alguma, ao contrario roubava tudo quanto era precioso e de real valor. O Santo do Velho Testamento sentia que estava unido com Deus pelo concerto . Esta união com Deus constituiu a vida. A morte termina-
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va tudo isto. Esta idéa é bem differente da idéa de Paulo em Phil. 1 :23. "Porque de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de ser desatado, e estar com Christo, porque isto é ainda melhor." (Phil , 1 :23).
12. Recapitulação, Achamos que a morte significa insensibilidade da pessoa a tudo quanto é vida; é a separação do morto deste mundo e de Deus. O que causa esta separação é o peccado. E' verdade que ha passagens que apparentemente ensinam que a morte é coisa natural, porém é natural só depois de ser naturalizada pelo peccado. E' este o ponto de vista destas passagens. Achámos que no Velho Testamento ha a mesma idéa de vida que nós temos hoje em dia . Vida é o que se passa aqui neste mundo em quanto estamos no corpo. Porque a pessoa é composta de corpo e alma ou, melhor ainda, alma e corpo. A personalidade pertencia á alma. O morto no Sheol não perde a personalidade. A morte apenas torna a pessoa fraquissima, quase uma sombra, só fica o poder da existenoia , A personalidade nunca perde a sua identidade, mas adhere á alma e naturalmente a acompanha quando sae do corpo . Porém a idéa da pessoa completa é a alma dentro do corpo. Só nessas condições é que pode haver vida verdadeira. Esta vida tem por essencia a communhão com Deus e é gozada aqui na terra, no corpo. O que nós chamamos hoje vida eterna, o Santo do Velho Testamento chamava simplesmente vida. Baseado na convicção que o Santo já está de posse da vida, era natural que surgisse uma fé forte na continuação desta vida. Esta fé se manifestava de duas maneiras. (1) Manifestava-se numa consideração cal. ma do principio envolvido. Encontramos essa contemplação na literatura da Sabedoria. Ahi a vida não é contemplada do ponto de vista da redempção nem do peccado, porém de um ponto de vista mais largo, que abrange tanto um como o outro . E naturalmente o ponto de vista maior absorve os demais pontos de vista. Essa relação geral do homem para com Deus é absoluta e portanto não pode ser perturbada. A fé não dá lugar para a morte neste eschema. (2) A outra maneira pela qual essa fé se manifestava era num protesto solenne contra a ameaça da morte. A morte num
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certo sentido valor iza mais essa r elação do individuo para com Deus e não se pode admittir que essa r elaçã o s eja i nter r om pida . Agor a, como é que vamos r econciliar tal attitu de de f é com o facto de morte? Como já vimos, na liter atura da Sabedoria a fé bania a morte, não lhe da n do lugar. I sto po dia ser quando tudo corr ia bem, p orém n as h or as de gr ande aff'li cção er a necessario mais alguma coisa . Esta outra coisa, como j á vim os, foi a i déa que para o Santo, a morte r ealmente não er a morte.. p orque não o separava de De us. Mas ainda que h ouvesse a sep ar aç ão da alma do cor po a vi da exigia a su a u ni ão novamente . Portanto afim de supplementar, a s alva ção, surgiu a id éa da resurreição do cor po. Ist o, j á vimos, tomou duas formas, uma forma nacio nal, com o em Ezeq uiel, e uma forma individual, com o em Job . ' Os prophetas acc entuam naturalmente a idéa nacional da r esurreição. "Depois de doi s dias nos dará a vida; ao terceiro dia no s resuscitará, e vivere m os diante dell e. " (Oséas 6 :2). "Eu pois os r emire i da viole ncia do inferno e os r esgatarei da morte ; on de estão m orte, as tu as p estes? onde está, inferno , a tua perdição ? o arrep endimento será escondido de meus olhos. " (Oséas 13:1 4). "E naquelle tempo se levantará Miguel, o gr ande princip e, que se levanta a fa vor do teu po vo, e haverá um tempo de a ngustia, qual nunca houve, desde qu e houve nação at é aquelle tempo; porém naquelle tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquelle q ue se achar escripto no livro." (Dan . 12:1). Agora debaixo dessa linguagem figurativa em relação á nação ha certamente uma referencia do individuo justo. Quanto ao destino dos impios quase nada se p ode diz er . O Velho Testamento, como o Novo, está mais interessado no destino do justo. A doutrina da immortalidade está desenvolvida em relação ao justo e não em r elação ao impio. Nos Psalmos 1 e 49 fala-se do desti no do impio. "Pelo qu e os impios não subsistirão no juizo, nem os pe ccadores na congregação dos justos. Porque o Senhor con h ece o caminho dos justos; porém o caminho dos ímpios perecerá" (Psa. 1 :5-6) . "Todavia o homem que e stá na honra não permanece; antes como os brutos que perecem. Este caminho delles é a sua loucura; com tu do a sua posteridade approva as suas palavras. Como ovelhas são postos na sepultura; ' ó
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a morte se alimentará delles; e os rectos terão dominio sobre elles na manhã; e a sua formosura se consumirá na sepultura," (Psa. 49:12-14). "E será que naquelle dia o Senhor visitará os exercitos do alto na altura, e os reis da terra sobre a terra." (Isa : 24:21). Precisamos lembrar-nos de que o Velho Testamento é livro de começos e não podemos esperar que elle nos diga tudo o que queremos saber sobre taes assumptos. Só no Novo Testamento é que temos a palavra final sobre taes assumptos. No . Velho Testamento a verdade ainda não attingiu a sua unidade, é ainda fragmentaria. Por toda a parte, no Velho Testamento ha a grande idéa de que a base de toda a esperança está numa communhão espiritual com Deus. A expressão mais segura do Velho Testamento sobre a questão da immortalidade é o que Jesus disse: "Deus não é o Deus dos mortos mas sim dos vivos;" o vivo é aquelle que está em communhão com Deus ,. o morto é aquelle que vive separado de Deus.
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