Revestimento Cerâmico

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Centro Universitário de Belo Horizonte

Alejandro Ramirez Carlos Eduardo Cristina Silva Eduardo Costa Kassio Benfica Paulo Augusto Viviane Cazassa

Revestimentos cerâmicos e suas aplicabilidades

Belo Horizonte Março de 2010

RESUMO

Revestimentos cerâmicos são utilizados para revestir pisos e paredes, sendo divididos em grupos de acordo com suas características químico-físicas e suas aplicações. Existem casos de uso mais específicos das placas cerâmicas, como a necessidade de resistência ao congelamento, quando utilizadas em superfícies frias, uso industrial com exposição a ambientes ou produtos químicos agressivos, locais de tráfego intenso, atrito, e outros.

INTRODUÇÃO

Com diversas possibilidades de aplicação, alta durabilidade e variedade de estampas, os revestimentos cerâmicos estão entre os mais usados na construção civil, sejam comerciais ou residenciais. Na hora da escolha, porém, é preciso observar bem os critérios como resistência à abrasão, produtos químicos e impactos, além dos níveis de absorção de água e textura. Dos pisos e azulejos mais comuns aos modernos porcelanatos e pastilhas, há uma indicação adequada para cada tipo de ambiente (interno ou externo, molhado ou seco, alto tráfego ou não) e também de condições climáticas. A escolha do revestimento cerâmico certo exige a orientação de um profissional capacitado, como um arquiteto ou engenheiro. Este profissional precisa ter conhecimentos técnicos para fornecer a correta especificação da placa cerâmica, da argamassa de assentamento e de rejuntamento adequado ao ambiente de uso.

1 CARACTERÍSTICAS

O revestimento cerâmico tornou-se com o passar do tempo mais que um item de decoração e acabamento. Com novas tecnologias aplicadas à técnica

milenar de se produzir cerâmica, obteve-se um elemento que passou a ser, na maioria das vezes, indispensável na construção civil. Proteção de estruturas, direcionamento de deficientes visuais e reciclagem, são umas das versatilidades que serão apresentadas neste presente trabalho.

1.1 Origem da matéria prima e modo de extração

A indústria da cerâmica é uma das mais antigas do mundo, em vista da facilidade de fabricação e abundância de matéria-prima – a argila. Já no período neolítico, segundo Bauer (2008), o homem vedava as cestas de vime com a argila. Porém com o passar do tempo verificou que podia dispensar o vime, e fez os potes somente de argila e observou que o calor endurecia esse barro surgindo então a cerâmica propriamente dita, dando origem ao método usado até hoje para a fabricação das placas cerâmicas, o cozimento. As argilas podem ser encontradas de diversas maneiras na natureza, chamados depósitos, dentre eles: - na superfície das rochas, como resultado da decomposição superficial das mesmas; - nos veios e trincas das rochas; - nas camadas sedimentares, onde foram depositadas por ventos e Chuvas. (Associação Brasileira de Cerâmica, 2010) De acordo com o depósito em que a argila foi extraída, elas recebem diferentes classificações. As argilas são chamadas residuais quando o depósito ocorre no próprio local onde houve a decomposição da rocha, e sedimentares quando o depósito fica distante do local onde se encontrava a rocha. O depósito de argila natural é chamado barreira. Para sua exploração, é retirada inicialmente a camada superficial, que quase sempre apresenta grande porcentagem de matéria orgânica. Abaixo fica a argila mais pura, aproveitável, que é, então, empregada na indústria da cerâmica. (Bauer,2008)

1.2 Composição química das placas cerâmicas

As placas cerâmicas são obtidas basicamente da moldagem, secagem e queima da argila ou alguma mistura contendo argila. Além disso, em seu processo de fabricação é feito a esmaltação e sua decoração. Conforme RIBEIRO; PINTO; STARLING (2002), são vários os tipos de argila, porém os que são mais usados para a fabricação de revestimentos cerâmicos são a argila vermelha, a argila branca, a argila fundente e a argila plástica. A argila possui em sua composição química, vários elementos. Dentre eles: Sílica (SiO2 ); Alumina (Al2O3); Oxido férrico (Fe2O3); Cal (CaO); Magnésia (MgO); Álcalis (Na2O e K2O); Anidrido carbônico (CO2); Anidrido sulfúrico (SO2). A argila vermelha, na sua composição química, tem maior teor de óxido de ferro que a branca, isso faz com que a base fique vermelha. A argila plástica tem em sua composição argilominerais e outros minerais não argilosos, como feldspato, micas, quartzo e matéria orgânica. Na argila fundente sua composição tem uma mistura de argilominerais com uma proporção variada de quartzo e outros minerais não plásticos, e nela tem a presença de óxidos fundentes. A esmaltação de uma cerâmica é feita para adicionar cor ou decorar sua superfície ou para variar sua textura. O esmalte é geralmente feito de pó de vidro com óxidos coloridos de elementos como cobalto (Co), cromo (Cr), manganês (Mn) ou níquel (Ni), suspensos em água. Podem ser adicionados no esmalte vários componentes como óxidos alcalinos, boratos e óxidos de chumbo. As cores dos esmaltes são conseguidas através de pigmentos coloridos, denominados corantes. Essas cores podem ocorrer de três maneiras: - Pela dispersão coloidal de metais ou metalóides ou compostos químicos (Ouro, Prata e Cobre); - Pela dispersão de cristais coloridos (pigmentos cerâmicos); - Pela solução de íons cromóforos, na maioria das vezes, metais do grupo de transição (Cr, Cu, Fe, Co, Ni e Mn) (Associação Brasileira de Cerâmica).

1.3 Método de produção das placas cerâmicas

Segundo BAUER (2008), os processos de fabricação empregados pelos diversos segmentos cerâmicos assemelham-se parcial ou totalmente. De um modo geral eles compreendem as etapas de preparação da matéria-prima e da massa, formação das peças, tratamento térmico e acabamento e obedecem às seguintes fases: extração da argila; preparo da matéria-prima; moldagem; secagem; esmaltação; cozimento. Cada tipo de cerâmica requer um tipo próprio de argila. Assim sendo, antes de qualquer coisa, deve-se proceder à escolha da mesma. Essa é uma das razões da grande variedade de materiais de cerâmica à venda. A importância do tipo de argila é tal, que muitas vezes as indústrias preferem barreiras localizadas a grandes distâncias das fábricas, que são instaladas onde há abundâncias de energia, transporte e mão-de-obra. Extraída, a argila deve ser preparada para a industrialização. Já na própria jazida pode-se fazer a seleção em lotes de mesma qualidade (composição, dureza, plasticidade etc.). Em seguida, a argila é levada para depósitos ao ar livre, onde é revolvida sumariamente e passa por um período de descanso, processo conhecido por apodrecimento da argila. Também deve-se fazer a eliminação de impurezas

grosseiras.

Posteriormente

é

começada

a formação

da

pasta

propriamente dita, que se inicia pela maceração, continua com a correção e termina com o amassamento. Já a moldagem é a operação de dar forma desejada à pasta de cerâmica e existem quatro processos para tal finalidade, que são: - modelagem a seco ou semi-seco (com 4 a 10% de água); - modelagem com pasta plástica consistente (com 20 a 35% de água); - modelagem com pasta plástica mole (com 25 a 40% de água); - modelagem com pasta fluida (com 30 a 50% de água). A escolha do processo de produção depende do tipo e característica da matéria-prima, do formato e constituição do produto acabado e do tipo de forno a ser empregado. A secagem é tão importante quanto o cozimento, porque, após a moldagem, ainda permanecem de 5 a 35% de água. Se a argila for levada ainda úmida para o forno, a umidade interior ficará retida pela crosta externa, gerando o fendilhamento. Por isso se faz a secagem prévia, controlada, e de grande importância. Se a secagem não for uniforme, aparecerão distorções nas peças, mas

se for muito lenta a produção torna-se anti-econômica. A estação do ano é um fator de alta influência na secagem. No inverno, por exemplo, a produção diminui consideravelmente. A esmaltação é uma das etapas finais do processo de fabricação da placa. O termo esmaltação ou linha de esmaltação é empregado geralmente para descrever todo o processo que envolve a aplicação de esmaltes e tintas sobre as placas cerâmicas e situa-se imediatamente após a secagem.

Normalmente, a

esmaltação se processa em 3 aplicações consecutivas: - Aplicação de Engobe: composto aplicado que sela a superfície da peça, preparando-a para a aplicação da base (esmalte). - Aplicação de Esmalte: composto que após se fundir na queima proporciona resistência a abrasão na superfície da peça. Eventualmente algumas linhas de produtos utilizam camadas extras de esmalte de cobertura e granilhas que objetivam tornar os mesmos ainda mais resistentes quanto à abrasão. - Aplicação de Tinta (decoração): alguns produtos podem não apresentar aplicação de tintas (ex: produtos monocromáticos). A decoração dos produtos é realizada por telas serigráficas planas ou rotativas, através da técnica de “silk screen”. Existem outros equipamentos de decoração, porém os mais utilizados são os descritos acima. BAUER (2008)

1.4 Tamanhos e dimensões das placas cerâmicas A compatibilização entre as dimensões das placas e das faces revestidas deve ser um dos principais objetivos buscados para que o desperdício seja diminuído na construção civil. Placas grandes usadas sobre paredes ou pisos pequenos costumam demandar maiores porcentagens de corte. Uma vez necessário o corte, é importante fazer-se uso de equipamentos adequados e de mão-de-obra treinada para tal operação. As perdas por quebra de placas também podem acontecer durante o transporte do material, portanto, procedimentos de manuseio adequados devem ser seguidos. (Revista Construção Mercado, 2005) Conforme a norma brasileira (NBR 8214), para cada tamanho de revestimento há um tamanho especifico de junta de assentamento que pode ser observado na tabela abaixo: Quadro 1

Relação entre o tamanho da placa e a junta de assentamento.

Dimensão do revestimento

Junta de assentamento mínima

(mm)

(mm)

110 x 110

1

110 x 120

2

150 x 150

1,5

200 x 200

2

200 x 250

2,5

Fonte: ABNT (Associação Brasileiras de Normas Técnicas) NBR 8214

A partir do quadro 1 é possível saber exatamente quantas placas cerâmicas serão gastas em uma determinada área pela função a seguir: f(x):(quantidade de revestimentos).(área do revestimento)+{[(espessura da junta).(largura 1 do revestimento)]+[(espessura da junta).(largura 2 do revestimento)]}.(quantidade de revestimentos). Todas as unidades deverão estar em m².

1.4.1 Exemplo para cálculo de peças a serem utilizadas

Considere uma sala com a área total de 16,32m² e os revestimentos a serem utilizados possuem 200 mm x 200 mm. 16,32m²=x.(0,04m²)+x.[(0,002m².0,200m²)+(0,002m².0,200m²)] 16,32=0,04x+x.(0,0004+0,0004) 16,32=0,04x+x.(0,0008) 16,32=0,04x+0,0008x 16,32=0,0408x 0,0408x=16,32 x= 16,32 . 0,0408 x=400 peças

Figura 1: Dimensões de uma placa cerâmica. Eduardo Estevão (2010)

1.5

Absorção de água

Conforme CAMPANTE;

BAÍA

(2003), um dos parâmetros de classificação dos revestimentos cerâmicos é a absorção de água, que está inteiramente ligada à porosidade da placa. Quanto maior a porosidade de um revestimento, maior será a aderência à argamassa. Porém, o aumento da porosidade reduz a resistência mecânica. O grau de absorção interfere em outras propriedades como a expansão por umidade a resistência ao gelo. A segunda propriedade é exigida nas câmaras ou em regiões com frio intenso, na qual a água penetra nos poros do revestimento cerâmico e, ao congelar, aumenta de volume, danificando a placa. No quadro abaixo, relacionou-se a porcentagem de absorção de água quanto à tipologia do produto. Quadro 2 A absorção de água em tipos diferentes de revestimentos.

Tipologia de produto

Absorção de água (%)

Porcelanato

0 a 0,5

Grés

0,5 a 3,0

Semi-grés

3,0 a 6,0

Semi-poroso

6,0 a 10,0

Poroso

Acima de 10,0

Fonte: Inmetro (Adaptado)

1.6 Resistência a abrasão superficial

De acordo com SOUZA (2005), as placas cerâmicas também se classificam de acordo com a resistência do esmalte ao desgaste por abrasão. Este desgaste é caracterizado pela perda do aspecto superficial da cerâmica que é causado pelo atrito de pneus ou da parte inferior dos calçados, em contato com sujeiras abrasivas sobre a superfície esmaltada. A resistência à abrasão é de grande importância para pisos onde há grande circulação de pessoas e veículos. A classe de abrasão das placas esmaltadas é denominada Índice PEI (Porcelain Enamel Institute: Laboratório inglês que criou o procedimento para se avaliar a resistência), conforme o Quadro 3: Quadro 3 Local adequado conforme o PEI

Classe

Resistência

Local de uso recomendado

PEI 0

Fraca

Paredes

PEI 1

Baixa

Banheiros e quartos residenciais

PEI 2

Média

Dependências residenciais sem comunicação para o exterior

PEI 3

Média alta

Todas as dependências residenciais

PEI 4

Alta

Todas as dependências residenciais e ambientes comerciais com alto tráfego

PEI 5

Altíssima

Todas as dependências residenciais e ambientes comerciais de tráfego muito elevado

Fonte: INMETRO; SOUZA, Roberto de; TAMAKI, Marcos Roberto.

1.7 Aderência

Esta é uma propriedade que, segundo BAÍA; SABATTINI (2000), os revestimentos cerâmicos têm de manter-se fixo ao substrato, pois surgem varias tensões normais e tangenciais no contato da base com o revestimento. Para que o revestimento cerâmico fique fixo à base, ele depende de vários fatores que influenciam: as propriedades da argamassa, dos procedimentos de sua execução, da sua natureza e das propriedades da base e da limpeza da superfície.

1.8 Resistência ao ataque químico

Os revestimentos cerâmicos devem ter resistência a ataques químicos, como de produtos de limpeza, por exemplo. Conhecer a classe de resistência ao ataque químico dos revestimentos cerâmicos é fundamental para se prever o desempenho do produto durante o uso. O quadro a seguir classifica os revestimentos nas seguintes classes de resistência ao ataque químico: Quadro 4 Classificação de resistência quanto ao ataque químico

Classe

Resistência ao ataque químico

A

Resistência química alta

B

Resistência química média

C

Resistência química baixa

Fonte: SOUZA, Roberto de; TAMAKI, Marcos Roberto. (adaptado)

1.9 Resistência a manchas

Outra característica que os revestimentos cerâmicos devem possuir é a resistência a manchas, que esta relacionada com a facilidade de limpeza e inalterabilidade da superfície frente à agressão provocada por agentes químicos. De acordo com a facilidade de limpeza, é feita a seguinte classificação: Quadro 5 Classificação quanto a facilidade de remoção às manchas

Classe

Facilidade de remoção de mancha

5

Máxima facilidade

4

Com produto de limpeza fraco

3

Com produto de limpeza forte

2

Com ácido

1

Impossível remoção de mancha

Fonte: Inmetro (adaptado)

2 VERSATILIDADE

Segundo ANFACER - Associação Nacional de Fabricantes de Cerâmica para Revestimento (2009), há muito tempo se tem notícia dos revestimentos cerâmicos. Épocas onde apenas a nobreza os usava e eram ricamente decorados pelos artesãos e ceramistas para revestir as paredes dos grandes palácios. Graças à produção industrial em massa e a evolução tecnológica, a cerâmica se tornou um produto popular que é acessível a todas as camadas sociais. A escolha do revestimento cerâmico para o ambiente é um fator importantíssimo, pois o revestimento cerâmico, além de promover beleza, protege a estrutura da edificação. E neste caso deve-se estar atento para a aplicação deste produto. Para assentar o revestimento cerâmico é preciso de argamassa e rejunte, sempre observando as recomendações na embalagem se estão de acordo com as

normas técnicas brasileiras, o que pode ser confirmado em BAÍA; SABATTINI (2000). Para a escolha do revestimento que deve ser usado, alguns critérios devem ser considerados, como: se o ambiente é interno ou externo, horizontal (pisos) ou vertical (paredes), seco ou molhado. Após esses critérios serem examinados, é feito o projeto de aplicação do revestimento.

2.1 Áreas Internas e Externas

No emprego das placas cerâmicas, sendo ele interno ou externo em relação às características dos materiais, é importante ressaltar a resistência ao desgaste, ao ataque químico, às manchas, absorção de água e características antiderrapantes, no caso de pisos de áreas molhadas, externas e de segurança. Segundo MELCHIADES; TEIXEIRA; BOCSHI (1997), em pisos externos é recomendado o uso de placas antiderrapantes, cuja finalidade é evitar acidentes tendo em vista que o ambiente está susceptível a umidade excessiva. Pisos internos não possuem recomendação específica sobre o grau de aspereza do revestimento. Alguns revestimentos podem ser usados tanto em áreas internas quanto externas devido a sua grande durabilidade e garantia de manutenção simplificada. Para áreas internas e externas, são destacados também o tipo de argamassa e rejunte que será adequado a cada ambiente. Para áreas internas e externas é conveniente que seja elástico, pois a finalidade do rejunte e sempre permitir a movimentação. Já a argamassa para área interna deve ser rígida e pouco aditivada, no entanto, para áreas externas, deve ser elástica.

2.2 Revestimentos cerâmicos em áreas públicas

Após consultar os autores, MELCHIADES; TEIXEIRA; BOCSHI (1997) e guias de construções foi possível construir um quadro para definir qual o melhor revestimento para cada tipo de ambiente público. Quadro 6 Revestimento adequado para cada tipo de área pública

Uso visado:

Especificações recomendadas

pavimentos comerciais Lojas internas

Sem portas para exterior

PEI≥4

Com portas para exterior

PEI 5

(boutique) Lojas externas

(ex. lanchonetes) resistência a abrasão superficial Shoppings (acessos)

Usar não esmaltados

˂ 175 mm³

ou, porcelanato não polido. Resistência a abrasão profunda Shoppings (áreas

Esmaltados: resistência

principais internas)

a abrasão superficial

Trilhas de circulação

Resistência à manchas

PEI 5

PEI 5

após a abrasão ensaiar com pó xadrez Escada

Resistência à manchas:

Rampas

a mais alta Resistência à abrasão

ISO 5

PEI 5

superficial Resistência à carga de

≥ 1000N

ruptura

Posto de gasolina

Coeficiente de atrito

≥0,4

Carga elevada

1100N

Classe de limpabilidade

ISO 5

elevada

Resistência à manchas

PEI 5

após a abrasão Bancos

Esmaltados

PEI 5

Restaurantes

Não esmaltados

˂ 175mm³

Áreas públicas

Movimento de público

Especificar espessura

críticas: metrôs,

de centenas a milhares

plena

rodoviárias

de pessoas por dia: usar porcelanato não polido

Fast foods, padarias

Usar porcelanato não

˂ 175mm³

polido ou, esmaltados

ou PEI 5

com 1mm de espessura no esmalte Fonte: MELCHIADES; TEIXEIRA; BOCSHI (1997).

Fica determinado então que o melhor revestimento cerâmico para áreas públicas é aquele que tem alta resistência e fácil limpeza, porém deve-se observar a questão da acessibilidade. Em áreas públicas, conforme a ABNT (NBR 9050), é necessária a utilização de pisos táteis, que tem por finalidade indicar o caminho para deficientes visuais. São elementos que auxiliam a mobilidade combinando a linguagem binária de alerta e direção. Informam e direcionam as pessoas em seus deslocamentos, formando trilhas com precisão e segurança. Devem ser utilizados em áreas externas e internas garantindo fluxo adequado. As combinações são bastante flexíveis e as normas de aplicação exemplificam diversas situações. Os pisos táteis devem ser de cores vibrantes e devem seguir a norma NBR 9050 para serem aplicados com a devida precisão. Existem dois modelos de pisos táteis, as figuras abaixo representam os dois modelos, o piso tátil de alerta e o piso tátil direcional.

Figura 2: Piso tátil de alerta

Fonte: ABNT (NBR 9050)

Figura 3: Piso retrátil direcional Fonte: ABNT (NBR 9050)

Esta acessibilidade é muito importante em áreas públicas, porém nem sempre é suficiente, conforme M. Dischinger et al. (2007, p. 2). No caso do grupo específico de usuários com deficiência visual, a simples eliminação de barreira físicas (como remoção de postes em calçadas estreitas e a construção de rampas), não é o suficiente para garantir o seu acesso e a participação nas atividades da vida diária. Para esses usuários é fundamental garantir a oferta de informações espaciais específicas, que auxiliem na compreensão do espaço, na sua orientação e deslocamento de modo independente e com segurança.

Portanto, a necessidade de desenvolver novos produtos de qualidade que possam aumentar a resistência para uma grande capacidade de circulação de pessoas e deficientes visuais é grande no setor que diz respeito aos revestimentos cerâmicos para áreas públicas prometendo, então, ser rentável a quem investir neste segmento.

2.3 Revestimentos cerâmicos de fachadas

Figura 4: Edifício situado na Av. Álvares Cabral, n1833, bairro Lourdes, Belo Horizonte – MG. Eduardo Estevão (2010)

As principais funções dos revestimentos cerâmicos de fachadas são proteger a edificação de chuvas, preservando assim sua estrutura e alvenaria e dar um acabamento arquitetônico ao conjunto. A escolha do revestimento cerâmico para fachadas deve ocorrer no projeto arquitetônico da edificação, levando-se em conta vários aspectos da construção e sua localização geográfica. A localização geográfica é um fator importante na hora de escolher o revestimento correto. Se for uma região chuvosa, deverá ser aplicado um revestimento de maior resistência a água, com as características que já foram citadas acima, mesmo que seja em uma região com pouca chuva a escolha deve seguir a norma técnica brasileira NBR 13755/1996. Devem também ter fácil limpeza e não podem perder sua coloração original com a ação da luz solar. O vento também é um importante fator, pois sua ação, levando-se em consideração principalmente em cidades com maior índice de poluição, pode causar oxidação das peças cerâmicas e em maior intensidade atuando em conjunto com as chuvas.

2.3.1 Execução de revestimentos cerâmicos de fachadas em argamassa

Figura 5: Modelo de aplicação de placas cerâmicas em fachadas Eduardo Estevão (2010)

Para que haja a aplicação do revestimento todas as alvenarias devem estar concluídas, as esquadrias assentadas, as parte elétrica e hidráulica estaladas e revisadas. Recomenda-se também que os contra-pisos e revestimentos verticais internos já estejam concluídos, SOUZA; TAMAKI (2005).

2.3.2 Patologias dos revestimentos cerâmicos em fachadas

As patologias nos revestimentos cerâmicos podem ter origem na fase do projeto, quando os projetistas desconsideram as interações dos revestimentos com outras partes da edificação ou são escolhidos materiais incompatíveis com as condições de uso, ou na fase de execução, quando os assentadores não dominam o processo de aplicação do revestimento. As falhas podem se evidenciarem no período de construção ou, como é mais comum, depois que o imóvel estiver habitado. Dentre as mais comuns estão: - Destacamento: são caracterizados pela perda de aderência ao material colante, ocasionando assim seu rompimento. O primeiro sinal desta patologia é o sinal oco nas placas cerâmicas quando percutidas. É considerada a mais grave dos defeitos ligados à fachada, e sua recuperação é cara e trabalhosa. - Trincas: são rupturas no corpo da placa cerâmica provocadas por esforços mecânicos, que causam a separação das placas em partes, com aberturas superiores a 1 mm. - Fissuras: são rompimentos nas placas cerâmicas, com aberturas inferiores a 1 mm e que não causam a ruptura total das placas. - Gretamento: é uma série de aberturas inferiores a 1 mm e que ocorrem na superfície esmaltada das placas, dando a ela uma aparência de teia de aranha. Estas patologias ocorrem normalmente nos primeiros e últimos andares do edifício,

geralmente pela falta de especificação de juntas de movimentação e detalhes construtivos adequados. A inclusão destes elementos no projeto de revestimento e o uso das argamassas bem dosadas ou colantes podem evitar o aparecimento destes problemas. - Deterioração das juntas: este problema, apesar de afetar diretamente as argamassas de preenchimento das juntas de assentamento (rejuntes) e de movimentação, compromete o desempenho dos revestimentos cerâmicos como um todo, já que estes componentes são responsáveis pela estanqueidade do revestimento

cerâmico

e

pela

capacidade

de

absorver

deformações.

O

envelhecimento das juntas entre componentes, por serem preenchidas com materiais à base de cimento, normalmente não representa grandes problemas, já que o cimento é um material de excelente durabilidade, desde que bem executado.

2.4 Mosaico

O Mosaico é uma forma de arte decorativa, tendo-se utilizado vários tipos de materiais e aplicações ao longo dos tempos. Resumidamente o Mosaico é a técnica de transformar materiais variados em fragmentos diminutos, que posteriormente serão unidos, como num quebracabeça, criando uma figura única. O produto adequado para rejuntar o mosaico não é argamassa, gesso, massa acrílica ou massa corrida. Deve ser usado rejunte flexível de boa procedência e deve ser preparado no ponto certo, nem muito úmido e nem muito seco, sempre seguindo as orientações do fabricante do rejunte. A água em excesso rouba a resistência, causando rachaduras no rejuntamento.

2.4.1 O mosaico e a geometria

Os mosaicos são usados para formar desenhos ou formas abstratas, podem ser também de mais variadas formas.

Abaixo estão listados exemplos de formas de mosaicos, com diferentes números de lados, e sua união resulta nas mais variadas figuras.

Figura 6: Modelos de Mosaicos Eduardo Estevão (2010)

Porém o mais utilizado é a forma indefinida, ou seja, sem números de lados pré-determinados.

Figura

7:

Mosaicos de formas indefinidas. Cruzamento da Avenida do Contorno com a Avenida Raja Gabalia, Lourdes, Belo Horizonte – MG. Eduardo Estevão (2010)

2.4.2 Reciclagem dos revestimentos cerâmicos

O tema sustentabilidade vem sendo alvo de estudos e pesquisas em volume crescente, principalmente na última década. O conceito de sustentabilidade hoje é encarado de forma mais ampla, de maneira a tratar o ambiente físico,

econômico e social, de forma equilibrada. Porém, observa-se que, em edificações, a maior parte das pesquisas realizadas, mesmo as de cunho essencialmente tecnológico, não têm conseguido abordar a questão com a desejada abrangência. O mundo moderno, cada vez mais competitivo e dinâmico, leva os engenheiros e arquitetos a uma busca permanente pela inovação, levando-se em consideração à responsabilidade social e ecológica. Com isso, o mosaico tem sido uma forma de aproveitar restos de revestimentos que sobram, peças danificadas ou que quebraram de obras e construções. Porém, há pessoas que consideram que o mosaico, a partir de restos de revestimentos cerâmicos, é lixo e não leva em consideração que é uma arte milenar que pode representar lucros nos orçamentos.

2.5 Porcelanato

O Porcelanato, segundo o fabricante CEUSA (2010), se destaca entre os revestimentos cerâmicos por ter características técnicas superiores em comparação aos demais e até a de rochas naturais. Ainda conforme o mesmo fabricante, seu processo de fabricação requer altas temperaturas e matérias primas nobres, o que proporciona uma maior resistência a abrasão, a riscos, uma taxa de absorção de água praticamente nula, sendo de ≤ 0,50% e a reprodução da beleza de rochas naturais. Segundo a ANFACER, a norma NBR 15.463, da ABNT, publicada em 19 de fevereiro de 2007 foi a primeira iniciativa mundial para normatização do produto e está sendo base para a norma internacional (ISO) do produto.

3 CONCLUSÃO

Após a realização do presente trabalho, percebe-se as diversas aplicabilidades do revestimento cerâmico na construção civil. Pode-se concluir também que além da característica mais famosa das placas cerâmicas, o acabamento, elas possuem uma finalidade, acima de tudo, funcional para a

obra, dentre elas a proteção da estrutura e prevenção contra infiltrações, tendo em vista que elas impedem que a alvenaria fique exposta às intempéries do tempo.

Referências Bibliográficas

ANFACER - Associação Nacional de Fabricantes de Cerâmica para Revestimento. Fundada em 1984, representa um setor composto por 94 empresas, que operam 117 plantas industriais, em 17 estados. Este parque fabril emprega 23 mil pessoas. Disponível em <www.anfacer.org.br>. Acesso em 04 abr. 2010. ASSOCIAÇÃO Brasileira de Cerâmica – ABC. tem por objetivo promover e defender a cerâmica nos planos científico, tecnológico, didático e de cultura geral, como também as atividades industriais e empresariais do setor. Disponível em . Acesso em 17 abr. 2010.

BAÍA, Luciana Leone Maciel; SABATTINI, Fernando Henrique. Projeto e execução de revestimento de argamassa. 1 ed. São Paulo: Tula Melo, 2000. p. 22.

BAUER, L. A. Falcão.Materiais Cerâmicos, In:_____. Materiais de Construção/2. 5. ed. Rio de Janeiro: LCT, 2008. cap. 18, p.526-535.

CAMPANTE, Edmilson Freitas; BAÍA, Luciana Leone Maciel. Projeto e execução de revestimento cerâmico. 1. ed. São Paulo: O Nome da Rosa, 2003. p. 104 CEUSA Revestimentos Cerâmicos. Fundada em 30 de junho de 1953, sendo a segunda empresa cerâmica mais antiga em atividade no Brasil, a Ceusa destaca-se no mercado nacional pela excelente qualidade dos revestimentos cerâmicos que produz. Disponível em . Acesso em 04 abr. 2010.

DISCHINGER, M. Criando novos pisos cerâmicos para pessoas com deficiência visual. Artigo. Salvador, 2007.

INMETRO. Promove confiança à sociedade brasileira nas medições e nos produtos, através da metrologia e da avaliação da conformidade, promovendo a harmonização das relações de consumo, a inovação e a competitividade do País. Disponível em: http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/revestimentos.asp. Acesso em 14 abr. 2010. LINEART Cerâmicos – Empresa atuante no ramo de revestimentos cerâmicos há mais de 80 anos, começando com tijolos e na década de 90 passou a produzir cerâmicas

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MELCHIADES, Fábio Gomes; TEIXEIRA, Renata Aparecida; BOCSHI, Anselmo Ortega. Estudo do defeito denominado “verruga” em revestimentos cerâmicos. Artigo Científico. Universidade Federal de São Carlos. São Carlos, 1997.

REVISTA

Construção

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edição

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