1000 Faces Da Biblia 2020 - Promocional

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Arquivo promocional do livro 1000 FACES DA BÍBLIA – 107 PÁGINAS – 6 CAPÍTULOS.

V.X. Carmo Carmo V.X. 1000 Faces da Bíblia – Ponta Grossa/PR – Brasil (Outubro/2020) 320 pp. 1. História 2. Religião 3. Mitos Registrado na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.

©Todos os direitos reservados ao autor da obra.

2

Sumário Dedicatória...............................................................................19 Apresentação............................................................................20 Introdução................................................................................23 Capítulo 1 Face Panorâmica dos Livros da Bíblia...........................................26

Antigo Testamento Profetas Maiores Os Profetas Menores (posteriores) Novo Testamento Cronologia Bíblica++

Capítulo 2 Face Canônica e Linguística..........................................................45

Origem do Cânon O Cânon Samaritano Judaísmo Helenístico As Línguas do Antigo Testamento Os Escritos de Moisés

3

Capítulo 3 Face Autoral do Antigo Testamento................................................55

Pontos Questionáveis

Capítulo 4 Face Curiosa da Bíblia....................................................................60

Dados Bíblicos Importantes Dados Bíblicos Curiosos Raridades Bíblicas Bíblias das Igrejas Ortodoxas Orientais Passagens Bíblicas Repetidas A Muralha de Jericó caiu por ação divina? Mar Vermelho ou Mar dos Juncos? Os Nomes de Deus Adão e Eva tinham umbigo? Animais Pré-Históricos na Bíblia? As Sete Frases de Jesus na Cruz Alma (nephesh) – Fôlego de Vida (neshamah) - Espírito (ruach)

Capítulo 5 Face Controversa do Livro do Gênesis...........................................79

Eram os dias do livro da criação de 24 horas? Qual a Idade da Terra baseando-se pelo Gênesis? Serpente No Gênesis é Uma Cobra? Duas narrações da criação do homem O que foi criado primeiro? 4

Jardim do Éden Criar e Transformar... O Gênesis Reinterpretado Épico da Criação Babilônica Noé Sumério Noé Babilônico Heróis Diluvianos da Mesopotâmia

Capítulo 6 Face Curiosa de Moisés ................................................................ 98

Moisés não conheceu o Deus dos seus antepassados Moisés falou com Deus nas trevas... Moisés falou com Deus que estava numa nuvem espessa... Moisés e a coluna de nuvem Moisés e a glória de Deus Moisés e o véu sobre o rosto Moisés esteve 40 dias com Deus

Capítulo 7 Face Inconsistente do Antigo Testamento....................................101

A lei mosaica é uma revelação de Deus? Visão machista Injustiça contra as mulheres Dores de parto como punição O golpe de Jacó Condenação à morte por não querer engravidar a cunhada Escravo tratado como mercadoria A mulher é mais impura Josué orou e o Sol parou? 5

Sansão coloca fogo nas plantações dos filisteus Voto a Deus ou ao Diabo? Moisés repreendeu a Deus O triste fim de Acam Genocídio por maldição de um profeta Deus falava através de oráculos ao seu povo? Autor do Eclesiastes era agnóstico? Moisés extraiu água da Rocha? Ur dos Caldeus ou Ur dos Sumérios? Lúcifer é o Diabo? Circuncisão – sinal de uma aliança eterna? Milagre do Maná e das Codornas Jonas engolido por um peixe? 42 mil pessoas perderam a vida por não pronunciar uma palavra... Muro caiu e matou 27 mil homens... Ló era pai e avô dos seus netos... Práticas sexuais ilícitas... Profeta toma prostituta por esposa...

Capítulo 8 Face Contraditória do Antigo Testamento.....................................121

Guerra e Derramamento de Sangue A frieza do sábio Salomão Enoque e Elias Foram Vivos Para o Mundo Espiritual? Espíritos desencarnados podem voltar à Terra em missão? Serpente : símbolo positivo ou negativo? Anos de fome em Israel: sete ou três? 6

Elias subiu ao céu atmosférico ou ao céu espiritual? Saul matou-se ou foi assassinado? Deus inspirou o rei Davi a fazer o censo em Israel? Responder ou não responder o tolo? Os chefes dos oficiais de Salomão eram quantos? Filhos pagam pelos pecados dos pais? Deus matou a filha de Davi? O que era permitido comer no Antigo Testamento? Moisés falava ou não falava bem? Davi matou Golias? O uso de cabelos compridos já foi sinal de santidade? Devemos guardar ou não o sábado? Abraão partiu sem saber aonde iria? Qual o nome do sogro de Moisés? É Proibido fazer imagens de escultura, mas... É bom ou ruim possuir sabedoria?

Capítulo 9 Face Furiosa de Deus...................................................................156

Deus matou? Deus castigou? Deus aprovou assassinatos? Deus mandou matar quem estivesse pela frente? Deus ordenou que os israelitas matassem Ogue? Deus ordenou que Moisés enforcasse... Deus ordenou que não tivessem piedade das nações vizinhas... Satanás tem livre acesso a presença de Deus? Deus causou doença mortal... 7

Deus enviou pragas aos egípcios... Deus ensinou a Davi guerrear...

Capítulo 10 Face Violenta dos Servos de Deus..............................................140

Filhos de Jacó, Levi e Simeão mataram... Moisés matou e mandou matar... Josué matou... Israelitas mataram seus irmãos Benjamitas... Samuel matou... Davi e Salomão mataram...

Capítulo 11 Face das Contraditória do Antigo Testamento II...........................149

Deus não pode ser visto Deus pode ser visto Deus é bom para todos? Deus não dá preferência a pessoas nem a presentes? Deus prefere a oferta de Abel e recusa a de Caim Deus exige o despojo dos medianitas Deus não muda de opinião Deus muda de opinião Deus fez planos para castigar seu povo Deus faz o bem e o mal Deus interfere no livre arbítrio das pessoas Deus não pode mentir Deus os fez cair no erro Deus usa um espírito para praticar ação mentirosa Deus aprova sacrifícios de animais 8

Deus desaprova ofertas queimadas e sacrifícios de animais... Deus descansa Deus nunca descansa Deus está em todo lugar, vê e sabe todas as coisas? Deus conhece o coração do homem Deus é todo poderoso Deus se arrependeu de ter criado o homem Deus endureceu o coração de Faraó

Capítulo 12 Face das Promessas Não Cumpridas..........................................156

Promessa: Deus prometeu a Abraão que seus descendentes... Promessa: Deus prometeu a Davi que sua linhagem real... Promessa: a cidade de Damasco se tornará em ruínas... Promessa: que a terra de Edom se tornaria piche ardente... Promessa: Jerusalém e as cidades de Judá... Promessa: que os judeus que entrassem no Egito morreriam... Promessa: Jesus garantiu a Paulo que ninguém lhe faria mal...

Capítulo 13 Face Inconsistente do Novo Testamento....................................161

Jesus quando bebê foi levado às pressas ao Egito Lucas nada menciona sobre isso De qual lugar Jesus foi elevado aos céus? Em que hora Jesus foi crucificado? Acréscimo ao Livro de João

9

Capítulo 14 Face Contraditória do Novo Testamento......................................164

Quem foi o pai de José? Quem comprou o campo do oleiro: Judas ou os sacerdotes? Onde o sermão das bem-aventuranças foi proferido? Quantas vezes o galo cantou? O quê as mulheres viram na sepultura? As boas obras devem ser vistas pelos homens? Jesus temeu a morte? Jesus ficou três dias e três noites na sepultura? Testemunhar ou não de si mesmo? Jesus é igual ou menor que o pai? Os dois ladrões insultaram Jesus? Quem foi o avô de Jesus? Jesus cometeu erros em suas afirmações?

Capítulo 15 Face Sacrificial..............................................................................173

Instituição das Ofertas de Sangue Ordem Divina ou Fruto da Mente Ignorante dos Homens? Sacrifícios Humanos Perguntas Inquietantes O Sacrifício de Abraão Consagração de homem e animal a Deus Crucificação de Sete Homens Pai Oferece Filha em Holocausto Os Profetas e a Questão Sacrificial 10

O Veredito dos Profetas

Capítulo 16 Face do Pós-Morte........................................................................189

Hoje estarás comigo no paraíso... Todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz e sairão... Multidões e multidões que dormem no pó da terra... Como morre um, assim morre o outro...

Capítulo 17 Face Científica da Bíblia................................................................193

Fogo debaixo da terra... A Terra está suspensa sobre o nada... Possibilidade de implantes de microchips... Correntes dos ventos... Correntes oceânicas... A Lua brilha por refletir a luz do Sol... O ar tem peso... Limite das águas do mar... Cada estrela difere em intensidade de brilho... Há água na atmosfera... O código genético... Partículas invisíveis (átomos, subpartículas atômicas)... Toda a carne não é a mesma... Visão acurada das águias... Constelações: Plêiades e Orion... O homem foi feito do barro... A vida da carne está no sangue... Leis de higiene... Leis sanitárias... 11

Aumento do conhecimento humano... A luz do Sol e da Lua influencia a vida sobre a Terra... No ano 700 a.C. Isaías sabia que a terra era redonda...

Capítulo 18 Face Arqueológica.........................................................................200

Estela de Tel Dã... Papiro que menciona Jerusalém... Palácio de Salomão em Gezer... Fábrica de vasilhas perto de Caná... Portão de santuário ilustra reformas de Ezequias...

Capítulo 19 Face do Inferno Bíblico.................................................................208

A característica do inferno... Inferno de Fogo e Os Pais da Igreja... Parábola do rico e Lázaro...

Capítulo 20 Face Absurda................................................................................212

Genocídio Estupro e Incesto Estupro em grupo Preconceito Vingança Discriminação Punição mortal para encontro proibido... Prostituição Crime hediondo 12

O rei e salmista Davi mandou matar... Davi amaldiçoa a casa de Joabe... Deus se arrependeu de ter escolhido o rei Saul... Quando um espírito mau é da parte de Deus... Abimelec matou seus irmãos... Por duzentos prepúcios Davi comprou a sua mulher... Sacerdotes não podiam ter defeitos físicos...

Capítulo 21 Face Numerológica........................................................................218

Número 7 Há dezoito grupos de 7 no Apocalipse Número 70 Número 3 Número 6 Números 12 Número 4 Número 10 Número 40

Capítulo 22 Face Sangrenta.............................................................................223

Sangue no Livro de Josué... Sangue Livro dos Juízes... Sangue Primeiro Livro do Profeta Samuel... Sangue no Primeiro Livro dos Reis... Sangue no Segundo Livro dos Reis... Sangue no Primeiro Livro das Crônicas... Sangue no Livro do Profeta Isaías... 13

Sangue no Livro do Profeta Jeremias... Sangue no Livro do Profeta Ezequiel... Sangue no Livro do Profeta Oséias...

Capítulo 23 Face Polêmica da Trindade..........................................................239

Etimologia O Dogma da Trindade A Trindade Na Bíblia Como Se Desenvolveu A Doutrina A Origem da Doutrina Jesus – Homem Ou Deus-Homem? Conclusão Notas Explicativas

Capítulo 24 Face Profética...............................................................................252

Os Profetas Posição dos Profetas No Velho Testamento Classificação dos Profetas A Escola dos Profetas O destino da cidade de tiro antecipado na profecia Tabela Profética Messiânica Tabela Cronológica dos Profetas

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Capítulo 25 Face da Sexualidade.....................................................................259

Definindo Imoralidade Sexual Homossexualismo no Antigo Testamento A Proibição da Lei A Pena da Lei Sodoma e Gomorra Guerra Para Vingar Pecado Sexual Estupro No Antigo Testamento Homossexualismo no Novo Testamento

Capítulo 26 Face Escatológica.........................................................................268

Amilenismo Pré-Milenismo Pós-Milenismo Dispensacionalismo

Capítulo 27 Face Salvífica................................................................................272

Sobre a necessidade da salvação Passos para a Salvação Aspectos da Salvação Justificação Regeneração Santificação

15

Capítulo 28 Face do Amor Divino.....................................................................277

Amor sem interesses (João 3:16) Amor sem hipocrisia (Romanos 12:9) Amor com fidelidade (II Timóteo 2:13) Amor compromissado (Números 23:9) Amor com intensidade (Jeremias 31:3) Amor sacrificial (João 10:11) A declaração do amor de Deus em Isaías 43

Capítulo 29 Face Fantástica – Anjos ou Aliens? ..............................................281

Elohim: Deus ou Deus? Nuvens, Carruagens ou Discos Voadores? No Livro do Apocalipse As Carruagens de Deus Rolo Voador O Filho do Homem Virá Numa Nuvem

Capítulo 30 Face Fantástica – Gigantes Bíblicos.............................................287

Os Filhos de Deus e As Filhas dos Homens Quem eram Os Nephilins? Tribos Gigantes de Canaã (Palestina) Visão Geral do Tema na Bíblia 16

Gigantes Mortos

Capítulo 31 Face Apócrifa da Bíblia..................................................................295

Verdades Inconvenientes Outros Livros Citados Na Bíblia

Capítulo 32 Face do Mal...................................................................................301

Há uma guerra entre Deus e o Diabo? O que diz a Bíblia sobre o bem e o mal? Qual a Origem do Mal?

Capítulo 33 A Falsa Pena dos Escribas........................................................305 Jesus e Os Escribas

Capítulo 34 Septuaginta - A Bíblia dos Primeiros Cristãos............................307

O Testemunho dos Pais da Igreja Manuscritos Mais Conhecidos da Septuaginta Quem Foi Jesus?

Bibliografia..........................................................................311 Gráficos e Imagens Bíblicas........................................314 17

Outras obras do autor:

vxcarmo.com.br

42-99932-6191 18

Dedicatória Ao meu pai Salim do Carmo, pelo esforço imensurável para educar seus filhos no caminho do bem. A minha mãe Alcidina Chagas do Carmo, por me ensinar o quão profundo pode ser o amor de uma mãe. A todos os buscadores da verdade que se lançam de corpo e alma em busca das respostas para os maiores enigmas da vida sempre com a mente aberta e norteados pela humildade. Ser humilde para buscar a sabedoria e achando-a tornar-se mais humilde ainda. Vale lembrar que nessa caminhada precisamos ser fiéis escravos da paciência, sem a qual não se chegará a lugar algum. Estar ciente que a verdade só é alcançada pela experiência de cada um. O caminho só será feito caminhando. Duvidar de tudo e fazer as perguntar certas, achando as respostas, digerir com calma para preencher a inquietude do espirito. Para mergulhar no oceano infinito do conhecimento é necessário que o buscador seja sempre cuidadoso para que não se afogue em àguas profundas sem os acessórios intelectuais adequados. No deserto o beduíno sabe que para beber àgua limpa terá que cavar um poço bem fundo.

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Apresentação Por que baseadas numa mesma Bíblia há 43 mil denominações cristãs no mundo? Não há como não se surpreender com a quantidade assustadora de ramificações cristãs protestantes que se reproduziram desde o ano 1800, quando só havia 500 instituições espalhadas pelo mundo. De acordo com os dados divulgados por uma das mais importantes instituições de ensino teológico dos EUA, o Seminário Gordon-Conwell, são 43 mil denominações cristãs no mundo hoje, eram 39 mil em 2008. A expectativa é de 55 mil por volta 2025. Mas se tudo está tão claro na Bíblia por que tantas divisões? Ou toda essa desagregação na cristandade é causada pela quantidade de textos

obscuros nas páginas bíblicas? Cada

denominação adota uma interpretação e assim fundamenta a sua teologia. Adotam muitas vezes uma posição dogmática baseada na visão do líder da denominação. O que é muito comum no meio das igrejas evangélicas. Compilamos nesse livro as possíveis razões de tantas fraturas na igreja cristã mundial. Há contradições e inconsistências na Bíblia capazes de causar tantas confusões e originar tantas denominações ou é a ganância dos homens que transformaram igrejas em negócio lucrativo? Por que mais um livro abordando temas relacionados à Bíblia? Porque em pleno século 21 os cristãos ainda não a conhecem com profundidade. Vamos prosseguir com as perguntas: é a Bíblia a palavra de Deus ou apenas contém passagens inspiradas? Mas estamos falando da Bíblia Católica Romana, das bíblias adotadas pelas igrejas católicas ortodoxas ou da protestante? 20

A Igreja Católica considera como oficiais 73 livros bíblicos (46 do Antigo Testamento e 27 do Novo), sendo 7 livros a mais no Antigo Testamento do que a Bíblia das igrejas cristãs.

Veja as

demais Bíblias: Igreja Ortodoxa da Síria (Bíblia Peshitta Siríaca),75 livros. Igrejas de tradição ortodoxa grega, copta, eslava e bizantina 78 livros. Igreja Ortodoxa Etíope - 81 livros. Igreja Ortodoxa da Armênia - 78 livros. Lembrando que a Bíblia dos evangélicos tem 66 livros. Qual Bíblia traz a lista de livros canônicos mais correta? É mais correto falarmos que a Bíblia contém mensagens inspiradas por Deus do que dizer que ela é 100% a infalível palavra de Deus? Sim. No entanto, isso não altera nada a nossa visão sobre a existência de Deus, nem modificará a nossa convicção que a vida não é obra do acaso, mas fruto de um plano além do nosso entendimento. Muitos adeptos das igrejas protestantes falam dos livros a mais da Igreja Católica Romana, mas esquecem que há passagens de livros apócrifos na Bíblia. O livro de Hebreus, por exemplo, até o momento não teve sua autoria definida. Observe que a Epístola de Judas traz uma profecia que está registrada no livro apócrifo de Enoque:

“Vejam! Jeová veio com as suas santas miríades para executar julgamento contra todos, e para condenar todos os ímpios por todas as ações ímpias que fizeram de modo ímpio e por todas as coisas chocantes que os pecadores ímpios falaram contra ele.” (Judas 1:14, 15)

21

"E eis! Ele vem com dez mil santos; para julgar sobre eles e destruir

os ímpios, e lutar contra toda carne em relação a tudo o que os pecadores e os ímpios fizeram e forçaram contra Ele." Enoque 2:1 Ainda na mesma epístola:

“Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo infamatório contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor te repreenda!”. (Judas 1:9) Judas tirou essa passagem de um livro chamado “Assunção de Moisés,” um livro considerado apócrifo, livro que não faz parte do Canon de livros divinamente inspirados. Como você já percebeu estudar a Bíblia não é tão simples. É como comer um peixe, precisamos tirar as espinhas senão acabaremos engasgados. Quando mergulhamos nesse oceano de mistérios precisamos ter a mente aberta. Não é só uma questão de fé, mas de racionalidade também. Dessa colcha de retalhos que são as Escrituras hebraicas e gregas, muitas doutrinas duvidosas foram extraídas e hoje milhões são enganados por falta do devido entendimento. Contradições,

inconsistências,

citações

erradas...você

está

disposto a ser desafiado a provar que a Bíblia não tem nada disso? Se sim, prossiga. Tenha uma boa viagem!

22

Introdução Neste livro dezenas de tópicos foram organizados para tornar muito mais fácil a sua compreensão de alguns temas pouco explorados nas igrejas cristãs até pela complexidade em se tratar de assuntos tão delicados. Aqui passagens bíblicas foram agrupadas numa sequência que lhe permitirá escolher qual quebracabeça montar primeiro. Voltamos a um passado distante para lembrar ao leitor que há versões bíblicas muito antigas, a Septuaginta é a versão da Bíblia hebraica traduzida em etapas para o grego koiné, entre o século III a.C. e o século II a.C., em Alexandria, é a primeira versão grega da Torá (Antigo Testamento) foi feita a pedido de Ptolomeu II Filadelfo (367-282 a.C.). É a mais antiga tradução da Bíblia Hebraica para o grego, língua do Mediterrâneo oriental no tempo de Alexandre, o Grande. Outra versão menos antiga, mas de importância impar é a Vulgata Latina, que é a tradução para o latim dos manuscritos em hebraico e grego por São Jerônimo. Ele viveu entre os anos de 342 e 420 d.C., era um grande sábio e padre de Belém e Cesaréia, conhecedor profundo do latim, grego e hebraico. Jerônimo nasceu em Stridone (Itália) em 347, de uma família cristã, que lhe assegurou uma formação apurada, enviando-o a Roma para aperfeiçoar seus estudos. Em 382 transferiu-se a Roma: aqui, o Papa Damaso, conhecendo sua fama e sua competência de estudioso, nomeou-o secretário e conselheiro; encorajou-o a empreender uma nova tradução latina dos textos bíblicos.

23

A preparação literária e a vasta erudição permitiram a Jerônimo a revisão e a tradução de muitos textos bíblicos: um belíssimo trabalho para a Igreja e para a cultura ocidental. Com base nos textos originais em grego e em hebraico, e graças ao confronto com versões precedentes, ele fez a revisão dos quatro Evangelhos em língua latina, e de grande parte do Antigo Testamento. Levando em conta o original hebraico e grego, dos Setenta (Septuaginta), a clássica versão grega do Antigo Testamento que remonta a tempos antes do Cristianismo, e das precedentes versões latinas, Jerônimo, ajudado por outros colaboradores, pôde oferecer uma tradução melhor: essa constitui a assim chamada Vulgata, o texto oficial da Igreja latina, que foi reconhecido como tal pelo Concílio de Trento e que, depois da recente revisão, permanece sendo o texto oficial da Igreja de língua latina. Veja o que ele escreveu em carta em (376/377 d.C.) para o papa Dâmaso:

"Obrigas-me a fazer obra nova duma antiga, assim que depois já espalhadas cópias da escritura pelo mundo. Me vejo na contingência de tomar assento, feito um árbitro, e dados que as cópias variam entre si, decidir quais se encontram em consonância com a verdade do texto grego. Trabalho que me é imposto pela piedade filial para contigo, mas não deixa de ser uma perigosa presunção: a que ajuize dos outros justamente aquele que deveria por todos ser julgado, a de mudar as palavras bíblicas as que já se acostumou a língua do ancião, é forçar o mundo já entrado em anos a entrar os rudimentos próprios da infância." "Homens mesquinhos me caluniam duramente porque, indo contra a autoridade dos antigos e a opinião de todos, pus-me a corrigir e melhorar algumas frases dos Evangelhos. Parece que pensam que 24

a ignorância seja a única santidade possível para quem, como eles, se diz discípulo dos pescadores, como se fossem justos pelo simples fato de serem ignorantes. Eu quis somente reconduzir ao original grego, de onde foram traduzidos – coisa que não poderão negar – os códices latinos e corrigir os defeitos de tradução que eram evidentes, vista as diferenças existentes entre eles. Se a água pura da fonte não lhes agrada, que bebam de rios de lama." Por aí podemos ter uma ideia da dificuldade que ele teve para fazer de manuscritos diversos uma versão da Bíblia que espelhasse a essência dos textos originais. Escolha um capítulo e comece a sua aventura para desvendar as 1000 Faces da Bíblia.

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Capítulo 1 Face Panorâmica dos Livros da Bíblia Os 39 livros do V. T. da Bíblia protestante estão classificados da seguinte forma:  5 livros da lei: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio.  12 livros históricos: Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias, Ester.  5 livros poéticos: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos.  5 livros dos profetas maiores ou anteriores: Isaias, Jeremias, Lamentações, Ezequiel, Daniel.  12 livros dos profetas menores ou posteriores: Oséias, Joel, Amos,

Obadias,

Jonas,

Miquéias,

Naum,

Habacuque,

Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Os 27 livros do N. T. da Bíblia protestante e católica estão classificados da seguinte forma:  4 livros dos Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas, e João.  1 livro histórico: Atos dos Apóstolos.  13 cartas do apostolo Paulo: Romanos, 1 e 2 Corintios, Gálatas,

Efésios,

Filipenses,

Colossenses,

1

e

2

Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito e Filemon.  8 cartas gerais: Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João e Judas. 26

 1 livro profético: Apocalipse ou livro da revelação. Nota: a Bíblia católica contém mais 7 livros que são: Tobias, Judite, 1 Macabeus, 2 Macabeus, Sabedoria

de Salomão, Eclesiástico,

Baruc. Antigo Testamento O Pentateuco - é o nome dado aos cinco primeiros livros da Bíblia (Gn, Ex, Lev, Nm, Dt) e constituem a Lei de Moisés ou Torá. O livro do Gênesis - narra as origens do homem e do mundo criados por Deus, e apresenta-nos a história dos Patriarcas: Abraão, Isaque e Jacó. Entre outras coisas o livro afirma os seguintes pontos: 1. Deus é o Criador do mundo e do homem. 2. Deus é distinto do universo; tudo que vemos é "emanação de Deus". 3. Tudo que Deus criou é bom. 4. O mundo criado manifesta a glória e o poder de Deus. 5. O homem foi criado da terra, mas foi animado pelo sopro divino, espírito imortal, criado e dado por Deus. 6. O homem foi criado para usufruir da amizade de Deus. 7. A harmonia do mundo foi destruída pelo pecado da desobediência a Deus. O homem foi excluído do Paraíso. 8. Deus faz a Promessa de Redenção da humanidade através da semente da mulher. 27

9. O homem foi dominado pelo pecado e o mal se generaliza: Caim, Torre de Babel, Sodoma e Gomorra, etc... 10. Deus faz uma primeira aliança com o homem através de Noé. 11. Deus continua a aliança com Abraão, Isaque e Jacó. O livro do Êxodo - narra a ida do povo de Israel para o Egito e a escravidão alí sofrida. Deus chama Moisés e através dele tira o povo do Egito milagrosamente; em seguida estabelece uma Aliança com Moisés e dá ao povo os seus mandamentos, leis, preceitos, ritos e cultos. O livro do Levítico - narra as Leis dos rituais, as leis sociais, as prescrições, as bênçãos e maldições, os sacrifícios oferecidos a Deus (holocaustos, oblações, sacrifícios pacíficos, sacrifícios de expiação). Era o livro dos levitas ou sacerdotes do povo. São as leis relativas ao culto e à santificação do povo. O livro dos Números - fala do recenseamento do povo feito por Moisés no deserto e apresenta as listas de nomes e números. Contém ainda outras leis misturadas com a narrativa da caminhada até as margens do rio Jordão. O livro do Deuteronômio, que quer dizer "segunda lei", consta de cinco sermões de Moisés que recapitulam a Lei e narra o fim da vida de Moisés. Os livros Históricos - Há 16 Livros históricos na Bíblia católica (Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester, 1 e 2 Macabeus) que 28

narram a história do povo hebreu desde a entrada na Terra Prometida até os tempos dos Macabeus, já próximo de Jesus cerca de 150 anos. O livro de Josué - narra a árdua missão de Josué, indicado por Deus a Moisés para ser o seu sucessor e introduzir o povo na Terra prometida, fazendo o povo viver as leis que Deus deu a Moisés, distribuindo a terra entre as tribos de Israel e lutando contra os cananeus. Mostra a fidelidade de Deus às suas promessas feitas ao povo. É uma continuação lógica do Pentateuco. O livro dos Juízes - narra as suas histórias desde a morte de Josué até Samuel. Josué ao morrer não deixou sucessor. As doze tribos de Israel já estavam estabelecidas na terra prometida, mas não tinham um governo central, mas eram unidas pela religião monoteísta (um só Deus), diferente dos outros povos de Canaã que tinham muitos deuses (Baal, Aserá, Astarte). Israel convivia com esses povos pagãos e muitas vezes caiu na idolatria. Neste contexto Deus suscitou os Juízes em Israel. Eram heróis, muitas vezes dotados de força física ou carismas especiais para libertarem uma ou mais tribos de Israel dominadas pelos extrangeiros.

Não

tinham

sucessores

nem

dinastia,

não

promulgavam leis e nem impunham impostos. São o testemunho vivo de que Yahweh jamais abandonou o seu povo. Entre os grandes juízes encontramos Eli e Samuel, que foram os únicos que tiveram autoridade sobre todo o Israel, embora não tinham sido chefes de exércitos como os outros. Ao todo foram doze juízes.

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Os maiores foram Otoniel (da tribo de Judá), Aod (Benjamim), Barac (Neftali), Gedeão (Manassés), Jefté (Gad), Sansão (Dã). Os menores são Samgar (Simeão), Tolá (Issacar), Jair (Galaad), Abesã (Aser), Elon (Zabulon) e Abdon (Efraim). Os 21 capítulos dos Juízes cobrem um período de quase 200 anos que vai de 1250 a 1050, da morte de Josué até o primeiro rei de Israel, Saul. O livro de Rute - é posterior ao exílio na Babilônia (587 - 537 a.C.). Conta a bela história de Rute, a moabita que desposou Boaz, israelita, e dos quais nasceu Obed, o pai de Jessé, que foi o pai do rei Davi. A finalidade do livro é transmitir uma história edificante sobre as origens da família de Davi, que teve, então, entre os seus antepassados uma moabita, isto é, um membro que não era do povo judeu, e até seu inimigo. Isto já ensina a universalidade da salvação preparada por Deus para todos os homens (Rt 2:12). O mesmo se dá com o livro de Jonas. Mateus, na genealogia de Jesus, faz questão de citar Rute, para significar que Ele não é filho apenas de israelitas, e Salvador não só dos judeus, mas de todos os homens. Os livros de Samuel - foram escritos após o ano 622 a.C., e narra as histórias de Samuel, o último dos Juízes, do rei Saul e do rei Davi. Continuam as narrações contidas nos livros dos Juízes e cobrem um período da história de Israel de 1050 a 970 a.C. Samuel, o último dos juízes foi incumbido por Deus para sagrar o primeiro rei de Israel, Saul. Os livros dos Reis - narram a história dos reis de Israel, Saul, Davi, Salomão, etc., e vai até o exílio do ano 587 a.C. quando aconteceu o exílio para a Babilônia. Narra a construção do Templo 30

por Salomão, a separação das 12 tribos de Israel em dois reinos rivais (Samaria e Judá), e conta, entre outras coisas, a queda de ambos os reinos, a destruição de Jerusalém, a história de Elias, Eliseu, a Reforma de Josias e a destruição de Jerusalém pelos babilônios. O livro cobre cerca de 400 anos de história de Israel (970-570 a.C). Começa com os últimos dias de Davi e vai até a libertação de Jeconias, rei de Judá, detido na Babilônia (561 a.C.). O livro conta a história dos dois reinos de Israel separados e rivais. Apresenta os doze reis de Judá, todos da descendência de Davi; e os dezenove reis da Samaria, pertencentes a nove dinastias diferentes, perdendo, então, a descendência de Davi. Os dois livros das Crônicas 1 e 2 (ou Paralipômenos = as coisas omitidas ou complementos ao livro dos Reis) - formam com os livros de Esdras e Neemias um bloco homogêneo chamado de "obra do Cronista". Narram as histórias de Israel, repetindo ou completando o que já foi narrado em Samuel e Reis. Na verdade, reapresenta a história narrada em Samuel e Reis, mas com uma perspectiva ainda mais religiosa. Trazem uma tabela genealógica desde Adão até Davi; a história do rei Davi, de Salomão e dos reis de Judá, e procura dar um significado teológico aos acontecimentos narrados. O livro de Esdras (sacerdote) e Neemias (governador) - são do mesmo autor das Crônicas e contam as histórias desses personagens importantes que restabeleceram a restauração religiosa e moral de Israel após o exílio da Babilônia. Cobre uma época que vai de 538 a 430 a.C. Narram a construção e a dedicação do Templo, a reconstrução das muralhas e da cidade de 31

Jerusalém. É o tempo dos profetas Ageu, Zacarias e Malaquias. Foi o renascimento do judaísmo após o exílio, a partir de Judá que volta do exílio; e daí nascerá o Messias. Por isso Esdras é chamado o "pai do Judaísmo". Os livros de Tobias, Judite e Ester - são livros escritos no gênero literário chamado de midrash, que é a narração de um fato histórico com ênfase religiosa, isto é, na ação de Deus que age em defesa dos fiéis, realçando os aspectos edificantes e moralizantes dos fatos narrados, com o intuito de formar os leitores. São histórias edificantes que não se pode saber bem quando ocorreram, e que não se referem a todo o Israel, mas apenas a uma pessoa, família (Tobias) ou cidade (Judite). São belos livros, de leitura muito edificante, que mostram a ação de Deus, na vida de uma pessoa, de uma família ou de uma cidade que nele confia. É importante notar a figura de duas mulheres, usadas por Deus para a sua obra de salvar o seu povo. Os livros dos Macabeus - contam a história do povo Judeu no tempo da opressão dos sírios, especialmente pelo rei Antíoco IV Epífanes (175 -163), que queria obrigar o povo a praticar as leis pagãs e rejeitar a lei de Deus. Levantou-se Matatias, sacerdote, como chefe de guerrilha e guerreia contra os sírios, com os seus filhos João, Simão, Judas, Eleazar e Jônatas. A revolta dos Macabeus surgiu por esta causa e vai aproximadamente de 175 a 163 a.C., já no limiar da chegada de Jesus. Do tempo de Esdras (400) até os Macabeus (175), temos um período de cerca de 225 anos dos quais a Bíblia nada fala. Parece terem sido tempos de

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paz, embora Israel ainda vivesse sob o jugo de Alexandre Magno, e depois os sírios. Os livros sapienciais - Há 7 livros na Bíblia que são chamados de Sapienciais, isto é, que falam da sabedoria de Deus. Vamos examiná-los. O livro de Jó - foi escrito entre os séculos VII e X antes de Cristo, e medita sobre a questão do sofrimento humano. Por que sofrem os bons? A sua mensagem principal é que o homem deve humilhar-se no sofrimento e confiar em Deus que sabe tirar o bem até mesmo do mal. Mostra a vitória, pela fé, de um homem que mesmo coberto de lepra da cabeça aos pés, sabe ainda confiar em Deus, sem perder a fé e sem blasfemar. A grande mensagem do livro é que não podemos conhecer todas as causas do sofrimento, mas devemos fazer um ato de confiança absoluta em Deus. E não ficaremos frustrados. O livro dos Salmos - contém 150 salmos de Davi, Salomão e outros. Eram orações "cantadas com o acompanhamento de instrumentos de cordas". Era por excelência o livro de oração dos judeus e também da nossa Igreja. Canta os louvores de Deus, as lamentações do povo, os cânticos religiosos, os poemas e as súplicas. Exprimem as mais diversas situações de ânimo; adoração, louvor, perseguição, saudades do santuário, desejo de Deus, confissão dos pecados, esperança em Deus que salva, oráculos messiânicos, cânticos de Sião, etc...

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O livro dos Provérbios - traz a riquíssima sabedoria que o povo judeu armazenou durante sua vida sofrida, especialmente no exílio. É o mais representativo da literatura sapiencial bíblica, que datam do século X a.C., às quais foram acrescentadas normas que são do séc. IV/III a.C. Aos poucos a sabedoria foi tomando aspecto religioso, com as suas raízes no "temor do Senhor", e procura agradar a Deus. É vista como um dom de Deus. Os sábios atribuíam a ao próprio Deus a sabedoria. O termo provérbio vem do hebraico "Meschalim", que quer dizer "Máximas". O livro consta de nove coleções de máximas, as mais antigas atribuídas a Salomão. Livro do Eclesiastes - é parecido com o livro de Jó; uma vez que ambos tratam da questão do sofrimento. O termo eclesiastes quer dizer "orador" ou "pregador", aquele que fala na assembléia. Enquanto Jó parte a realidade do mal, Eclesiastes parte da vaidade e da deficiência de todos os bens. Quem lê o livro pode à primeira vista ficar confuso com afirmações que recomendam o usufruto dos bens materiais; e outras de cunho um tanto racionalista ou materialista. Por fim o autor termina dizendo: "teme a Deus e guarda os seus mandamentos". O autor do livro não é Salomão, mas um judeu da Palestina que viveu no séc. III a.C. Livro do Cântico dos Cânticos - o tema do livro é o amor de um homem chamado Salomão por uma jovem chamada de "a sulamita", guarda de vinhas e pastora. A interpretação é a seguinte: sob a imagem do esposo é figurado o próprio Deus e, sob a imagem da esposa, a filha de Sião, o povo de Israel, que Deus escolheu entre todas a nações. Na perspectiva cristã é a figuração de Cristo (Esposo) e a Igreja (Esposa). As fortes cenas de amor são 34

uma maneira oriental de se expressar e não devem nos impressionar ou levar-nos a conclusões erradas; são fortes para mostrar o quanto Deus ama a humanidade. O livro da sabedoria - foi escrito por um judeu de Alexandria no norte do Egito, com o objetivo de fortalecer a fé dos judeus que viviam nesta região, de modo a não aderirem à religião dos povos desta região. Muitos judeus viviam nesta rica cidade fundada por Alexandre Magno († 324 a.C). O autor exalta a Sabedoria judaica, cuja origem é Deus; e quer mostrar que ela nada é inferior à grega, que domina Alexandria. O livro do Eclesiástico (ou Sirácidas) - A tradução grega é "Sabedoria de Jesus filho de Sirac". Os cristãos de língua latina o chamavam de "Ecclesiasticus", já que era usado para ensinar os bons costumes aos catecúmenos que se preparavam para o Batismo. Era o livro da "Ecclesia" (Igreja). É um pouco parecido com o livro dos Provérbios, mas revela uma fase mais avançada do pensamento

dos

judeus.

O

livro

deve

ter

sido

escrito

aproximadamente no ano 190 a.C. em Jerusalém, em hebraico, e depois foi traduzido para o grego em 132 a.C. Os livros proféticos - são 18. A partir de Samuel (séc. XI a.C) até Malaquias (séc. V a.C), a série dos profetas foi ininterrupta e eles exerceram papel muito importante no reino de Israel: eram conselheiros dos reis, censuravam as injustiças, condenavam toda idolatria, etc.

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Os profetas Isaías, Jeremias, Oséias, e Amós, atuaram antes do exílio (587-538 a.C) e mostravam aos reis e ao povo as suas faltas, pelas quais Deus os abandonaria nas mãos dos estrangeiros. Os profetas Ezequiel e Isaías (Is 40-55) agiram durante o exílio procurando erguer o ânimo do povo. O livro de Isaías - o profeta viveu de 740 a 690 a.C. Ele não foi o único autor de todo o livro. Este está dividido em três partes: Isaías I (capítulos 1-39) é do tempo do profeta; Isaías II (40-55) é da época do exílio da Babilônia (587-638 a.C.) e Isaías III (56-66) foi escrito após o exílio na época da restauração do povo na sua terra. O profeta Isaías era filho de nobre família de Jerusalém, poeta, foi conselheiro dos reis Jaotã, Acaz e Ezequias numa época de infidelidade moral e religiosa por parte do povo de Israel. O livro de Isaías, por isso, é dito da "escola de Isaías"; isto é, seus discípulos devem ter continuado a obra do profeta por um longo tempo. O livro de Jeremias - O profeta viveu de 650 a 567 a.C., nasceu perto de Jerusalém. O reino de Judá estava cada vez mais ameaçado pelos adversários, e o profeta anunciou a ruína da Cidade Santa e do Templo, por isso foi condenado à morte pelos sacerdotes e falsos profetas, mas escapou da morte. O livro contém os quarenta anos de pregação do profeta. O livro das Lamentações - é uma coleção de cinco cânticos que choram a queda da Cidade Santa de Jerusalém ocorrida e 587 a.C. Os quatro primeiros são acrósticos. Reconhece a culpa do povo por causa dos seus pecados e o convoca à penitência e à oração. 36

O livro de Baruc - Baruc foi conselheiro e secretário (amanuense ) de Jeremias. Acompanhou-o ao Egito após a queda de Jerusalém em 587 a.C., o autor trata do povo no exílio da Babilônia e exorta-o para que não caia na idolatria dos babilônios, viva a lei de Moisés e não desanime. Profetas Maiores Os chamados Profetas Maiores são o conjunto dos mais extensos livros proféticos do Antigo Testamento. O livro de Ezequiel - O profeta Ezequiel era sacerdote, casado, e perdeu a esposa um pouco antes da queda de Jerusalém em 587 a.C. Exerceu o seu ministério até 571 a.C. e, segundo uma tradição judaica morreu apedrejado pelos judeus. Acompanhou o povo de Judá na fase mais crítica da sua história, quando Jerusalém caiu sob Nabucodonosor. O livro de Ezequiel tem quatro partes: 1- (cap. 424), onde censura os judeus antes da queda de Jerusalém por causa dos seus pecados; 2- (cap. 25-32), que contém oráculos contra os povos estrangeiros que oprimiram os hebreus; 3 - (cap. 33-39), consola o povo durante e após o cerco de Jerusalém, prometendo-lhe tempos melhores; 4 - (40-48), descreve a nova cidade e o novo Templo após a volta do exílio. O livro de Daniel - O profeta Daniel é o principal personagem do Livro. Os capítulos de 1 a 6 formam um núcleo histórico e contam a história do profeta. Daniel foi um hebreu deportado para a Babilônia em 606 a.C., fiel à lei de Deus, tendo-se tornado importante na corte de Babilônia. Os capítulos 7 a 12 tem uma forma apocalíptica com a finalidade de animar os irmãos. Aquele momento histórico é apresentado como próximo da manisfestação 37

messiânica. Faz referência ao Filho do Homem (7:13) e ao seu reino definitivo sobre as nações. Mais do que um livro profético, é um Midrash e um Apocalipse, escrito no século II a.C. não pelo profeta, mas por alguém que contou a sua história. Os Profetas Menores (posteriores) Os profetas Ageu, Zacarias e Malaquias atuaram depois do exílio incentivando o povo a reconstruir o Templo e os muros de Jerusalém, além de empreender a reforma religiosa, moral e social da comunidade judaica e predizendo a glória do futuro Messias. Os profetas Oséias, Amós, Miquéias, Joel, Abdias, Jonas, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias, em número de 12, são chamados de profetas menores, não porque não foram importantes, mas porque nos deixaram escritos pequenos, que já no século II antes de Cristo eram colecionados em um só volume (rolo). Não é possível se saber com exatidão a época em que cada um deles atuou, mas sabemos que agiram do século VIII ao século III a.C. e fornecem dados importante da história de Israel e dos povos vizinhos. Amós - era natural de Técua (Judá). Pastor de gado e cultivador de sicômoros. Exerceu o chamado profético no reino da Samaria, sob o rei Jeroboão (783-743 a.C.). Pregou contra o luxo, a depravação dos costumes, o culto idolátrico, previu a queda do reino da Samaria em 721 a.C. nas mãos dos Assírios. Foi um ministério curto, mas influente.

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Oséias - pregou também no reino do norte, da Samaria, sob Jeroboão II (783-743 a.C.). O livro mostra as relações de Yahweh com o povo judeu simbolizadas pelo casamento do profeta, que se casa com uma prostituta (Gomer), que o engana; mas que cai na escravidão; é, então resgatada pelo profeta que a recebe de novo como esposa. O tema principal do livro é o amor de Yahweh pelo seu povo. Miquéias - profetizou sob Joatã, Acaz e Ezequias, reis de Judá (740-690 a.C.). Deve ter conhecido a queda do reino do norte em 721 e a invasão de Judá em 701 por Senaqueribe. O profeta Jeremias cita um dos seus oráculos contra Judá (Jr 26:18). Encontramos neste livro uma notável profecia messiânica (5:1-4). Sofonias - Exerceu seu ministério sob o piedoso rei Josias (640-609 a.C.), que fez uma forte reforma religiosa em 622 (2Rs22,3-23,21). A mensagem principal de Sofonias é o anúncio do Dia do Senhor, também abordado por Amós e Isaías. O Senbor salvará o resto do seu povo, que lhe servirá na justiça, na humildade e na piedade. Naum - era natural de Elcós. Trata somente da queda de Nínive, capital do império Assírio, que ameaçava os povos vizinhos e Judá. O livro é pouco anterior à queda de Nínive em 612 a.C. Habacuque - O livro trata do tema "porque o ímpio prevalece sobre o justo e o oprime?". É da época das ameaças dos Assírios sobre Israel. O Senhor responde indicando a queda final dos ímpios e a vitória dos justos. Mostra que Deus, por caminhos obscuros, 39

prepara a vitória do direito e dos justos. "O justo viverá pela fé." (Hab 2:4; Rm 1:17; Gal 3:11; Hb 10:38) Ageu - este profeta dá início ao último período dos profetas, após o exílio. Ageu acompanha o povo na volta da Babilônia. Essa gente era hostilizada pelos estrangeiros que moravam na Judéia e nos países vizinhos, passava dificuldades. Então o profeta exorta este povo a reconstruir o templo, e isto como condição para a vinda de Yahweh e do seu reino. Exerceu seu ministério no ano 520 a.C. Zacarias - Exerceu o ministério também por volta do ano 520 a.C., após o retorno do exílio. O livro se refere a oito visões do profeta que tratam da restauração e da salvação de Israel. Seguemse os oráculos messiânicos. A segunda parte do livro é de difícil entendimento, com fatos históricos difíceis de conhecer e como um apocalipse que descreve as glórias de Jerusalém nos últimos tempos. Malaquias - seu nome significa "meu mensageiro". Dois grandes temas são abordados pelo profeta: as faltas dos sacerdotes e dos fiéis na celebração do culto; e o escândalo dos matrimônios mistos e dos divórcios. O Senhor anuncia o dia do Senhor que purificará os sacerdotes e levitas, punirá os maus e concederá o bem aos justos. Fala da promessa da vinda de Elias que precederá o dia do juízo final. O livro de aproximadamente 515 a.C., anterior à proibição dos casamentos mistos devida à reforma de Esdras e Neemias em 445 a.C.

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Abdias (Obadias) - é o menor dos livros proféticos, e de difícil entendimento. Dirigido a Edom, povo vizinho de Judá, sob o rei Jorã (848-841 a.C.). O livro exalta a justiça e o poder de Yahweh, que age como defensor do direito. Joel - o livro foi escrito após o exílio, próximo do ano 400 a.C. É um compêndio da escatologia (últimos tempos) judaica. Descreve o Dia do Senhor, caracterizado pela efusão do Espírito Santo, o juízo sobre as nações e a restauração messiânica do povo eleito. O ataque dos gafanhotos, da primeira parte, indica os acontecimentos que antecederão imediatamente o Dia do Senhor. A segunda parte tem a forma de um apocalipse que descreve a intervenção final de Deus na história, com abalo cósmico. Jonas - é diferente de todos os outros livros proféticos. Narra a história de um profeta, Jonas, que recusou a ordem do Senhor para que fosse pregar aos ninivitas. Milagrosamente conduzido pela providência divina chega a Nínive e consegue converter a grande cidade. Deus lhe ensina que a sua misericórdia atinge a todos os povos. É uma narração didática, parabólica, não histórica, para mostrar aos judeus do século V a.C., muito nacionalistas, que a salvação é universal.

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Novo Testamento Mateus – escrito para convencer os judeus que Jesus é o Messias que eles estavam esperando. Muitos “Pais da Igreja” registram que Mateus foi originalmente escrito em Hebraico, como veremos logo abaixo: Papias (150-170 d.C.) - Mateus escreveu no dialeto hebraico, e as traduziu conforme a sua habilidade. Ireneu (170 d.C.) - Mateus também lançou um Evangelho escrito, entre os Hebreus, e em seu próprio dialeto. Orígenes (210 d.C.) - o primeiro (Evangelho) foi escrito segundo Mateus, o mesmo que era um coletor de impostos, mas depois se tornou um Emissário de Yeshua (Jesus) o Messias, quem tendo publicado (o seu Evangelho) para os crentes Judeus, o escreveu em Hebraico. Eusébio (315 d.C.) - Mateus proclamou o Evangelho em Hebraico. Marcos – escrito

para os romanos mostrando

dinamismo da

atividade de Jesus no dia-dia. Lucas – escrito para apresentar Jesus aos não religiosos. João – escrito para enfatizar o lado divino de Jesus. Atos dos apóstolos – uma descrição dos primeiros dias da igreja primitiva e como ela se espalhou pelo império romano Romanos – uma carta escrita para explicar, sistemática e logicamente, o plano de Deus para salvar seu povo. I Coríntios – carta para aconselhar uma igreja com problemas. 42

II Coríntios – defesa de Paulo do seu ministério em resposta ás acusações de membros da igreja. Gálatas – uma carta para lembrar que só a graça de Deus pode nos libertar do pecado. Efésios – uma carta descrevendo os laços que unem os cristãos como uma família. Filipenses – uma carta escrita para explicar que a vida em Cristo é uma vida de alegria verdadeira. Colossenses – uma carta escrita para desafiar os ensinos falsos e chamar os cristãos para a fé em Cristo. I Tessalonicenses – encorajamento para novos cristãos. II Tessalonicenses – mais encorajamento para novos cristãos. I Timóteo – uma carta de conselho e encorajamento para aqueles que ocupam cargos de liderança na igreja. II Timóteo – um desafio para líderes cristãos continuarem com seu trabalho. Tito – instruções para uma vida cristã irrepreensível. Filemon – uma carta encorajando cristãos se perdoarem e restaurarem a unidade entre eles. Hebreus - é usado como um argumento final em defesa do Cristianismo. Referindo-se frequentemente ao testemunho, o escritor define que Jesus Cristo é o Filho de Deus e digno da nossa fé. Tiago – uma carta escrita para encorajar cristãos perseguidos e para corrigir falsas ideias. I Pedro – uma carta de encorajamento, descrevendo a esperança dos cristãos no retorno de Cristo. II Pedro – uma carta avisando os cristãos sobre falsos conceitos. 43

I João – uma carta enfatizar a manifestação de Deus, o amor fraternal e sobre a manifestação de falsos cristos. II João – um aviso sobre os falsos doutores. III João – uma carta para manifestar alegria pelos irmãos que andam na verdade e queixa contra Diotrefes. Judas – um aviso contra falsos mestres. Apocalipse

(Revelação)



mensagem

de

advertência

as

comunidades cristãs da Ásia Menor (Turquia) e uma visão dos bastidores da história do mundo no seu aspecto espiritual com a consequente vitória de Jesus Cristo contra as forças do mal. Cronologia Bíblica Segundo o arcebispo irlandês James Ussher (1581–1656) Da criação até o dilúvio – 1656 anos (Adão à Noé: 10 gerações) Do dilúvio até Abraão – 292 anos (Noé à Abrão: 20 gerações) Do nascimento de Abraão até o êxodo do Egito – 503 anos (Abraão é pai de Isaque, que é pai de Jacó, que é pai de José: 3 gerações). Do êxodo até a construção do templo de Jerusalém – 481 anos. Do templo até ao cativeiro na Babilônia– 414 anos Do cativeiro até ao nascimento de Cristo – 614 anos (De Davi até Jesus há 14 gerações). Até aqui a soma deu 3960 anos. De Jesus até hoje: 2020 anos (lembrando que há um erro quanto a data exata do nascimento de 5 a 8 anos). Totalizando 5980 anos.

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Capitulo 2 Face Canônica e Linguística Quando nos aprofundamos neste tema somos obrigados a usar certos termos que parecem estranhos aos leigos, mas é necessário

usá-los



que

precisamos

de

exatidão

para

abordarmos um tema que apresenta tantas controvérsias ao longo dos anos. A palavra semítica qaneh, “cana”, é a origem do termo cânon, que era uma vara para medição e passou a ter o sentido no grego de “fio condutor, norma, regra”. Somente no século IV o conceito foi aplicado àquela lista de livros considerados como autênticos e sagrados pelo Concílio de Laodicéia (360). Foi a igreja romana que fez a identificação entre o cânon e a Bíblia. Antes deste termo ter sido adotado, nos escritos de Fílon de Alexandria e Flávio Josefo, aplicava-se a expressão “Sagradas Escrituras” para os livros do Antigo Testamento. O cânon do A.T. que se impôs de modo geral se compõe de três partes segundo a tradição judaica: A Lei

(Torah) - Profetas (Nebiim) - Livros

Poéticos e Didáticos (Ketubim). Desde o século VIII d.C., a segunda parte foi subdividida em primeiros profetas e profetas posteriores. Outros livros religiosos que ficaram de fora do cânon judaico são chamados pelos cristãos protestantes de apócrifos (secretos, ocultos), mas os católicos se referem a um grupo de 7 livros, como deuterocanônicos, algo como uma segunda lista de livros sagrados. Observe o quadro abaixo:

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Terminologia Protestante

Título do Livro

Apócrifos

Tobias

(ocultos, secretos)

Judite

Livros que não estão na Bíblia dos grupos oriundos

Terminologia Católica Deuterocanônicos

1 Macabeus

(Fazem parte da Bíblia

2 Macabeus

católica)

Sabedoria de Salomão

da reforma protestante.

Eclesiástico Baruc

Salmos de Salomão Enoque (versão etíope e eslava)

Apócrifos

Livros dos Jubileus Apócrifos

Ascensão de Moisés

Pseudo-epígrafos

Os Doze Patriarcas

(De falsa autoria)

3 Esdras 4 Esdras O Martírio de Isaías

Estes livros não são aceitos como canônicos pelos dois grupos.

Nota: os sete livros que fazem parte da lista dos deuterocanônicos para os católicos, foram efetivados a partir do Concílio de Trento (1546).

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Origem do Cânon O conceito tradicional a respeito da origem dos livros sagrados surge pela primeira vez em Flávio Josefo (Contra Apionem – 97 d.C.), onde ele diz que os judeus possuem vinte e dois livros fidedignos, em seu estado primitivo, os quais apresentam as seguintes características: a) Provêm de homens inspirados que viveram no período que se estende de Moisés até Artaxerxes I (465-424 a.C.); b) Distinguem-se da literatura profana pelo caráter sagrado de seu conteúdo; c) São numericamente limitados; d) Não se pode tocar no seu conteúdo. O aparecimento do Cânon percorreu um longo processo no qual se pode distinguir três estágios: a) A tradição oral, resultante de uma suposta revelação divina. b) O trabalho de compilação dos escritos sagrados dos tempos remotos. c) A formação desta lista canônica que se efetivou pela tradição. O pressuposto para a formação desta lista de livros sagrados é a crença que Deus se expressa na palavra humana e por isso determinadas palavras humanas representam a palavra de Deus, podendo reivindicar para si uma autoridade divina e valor normativo.

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Até por volta do ano 190 a.C., ainda não se havia chegado á formação de um Cânon hebraico propriamente dito. Não há uma acordo entre os estudiosos da origem do Cânon hebraico se de fato houve uma transmissão oral de geração á geração. Com relação ao Gênesis sabemos que seus mitos estão presentes nos registros babilônicos e o acesso á eles os judeus tiveram por ocasião do exílio, mas os persas, caldeus e indianos contavam com mitos semelhantes. É bom lembrar que os hebreus dividiram um mesmo período histórico com povos muito mais aculturados, não só na mesopotâmia como depois na Palestina, onde os fenícios já possuíam

na

época

uma

escrita

estruturada

e

outros

conhecimentos técnicos avançados na navegação, astronomia, fabricação de tinta etc.

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O Cânon Samaritano Os samaritanos, depois da divisão da Samaria pelos assírios em províncias, separaram-se

do judaísmo de Jerusalém e

formaram uma comunidade própria com o seu centro de culto no monte Gerizim, perto de Siquém. O cânon

desta comunidade

contém além dos cinco livros da Torah (lei), uma versão da História de Moisés. Judaísmo Helenístico O cânon do judaísmo helenístico, ou cânon alexandrino da versão dos LXX (Septuaginta), teve formação semelhante ao dos samaritanos, e no fundo corresponde também à concepção dos saduceus, encarnando com certeza uma tradição judaica mais antiga. Neste cânon só a Torah possui valor canônico e assume um lugar diferente que transcende a tudo o mais. Os outros escritos não receberam nenhum valor canônico, mas eram estimados e lidos como livros de edificação.

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As Línguas do Antigo Testamento A maior parte do A. T. foi escrito na sua maior parte em hebraico, somente partes do livro de Ester (4:7; 6:18) e Daniel (2:47; 7:28) foram escritas em aramaico. Estas duas línguas pertencem ao grupo linguístico semítico. Veja o quadro: Grupo Linguístico Semitico Norte da Mesopotâmia

Sul da Mesopotâmia

Nordeste

Noroeste

Sudeste

Sudoeste

Acádico

Aramaico

Árabe

Etíope

Cananeu

Fenício - Hebraico

Leia este verso bíblico: “Um arameu errante era o meu progenitor e

desceu ao Egito e ali se estabeleceu como estrangeiro, com um pequeno grupo de pessoas; mas aí tornou-se uma grande nação, poderosa e numerosa.” (Dt 26:5) O arameu errante deste texto é Jacó que entrou no Egito com toda a sua família: “Tomaram o seu gado e os seus bens que

tinham adquirido na terra de Canaã e vieram para o Egito, Jacó e toda a sua descendência com ele.” (Gn 46:6) O dialeto arameu daqueles primeiros israelitas se transformou ao longo dos séculos em uma outra língua no Egito, assimilando termos e expressões nativas. Após o êxodo, ao penetrarem na Palestina eles se defrontaram com a forte influência fenícia em toda a região, na 50

época um povo muito mais aculturado. Assim os israelitas veem a sua língua sofrer novas modificações e daí surge a língua hebraica antiga. Lembro que os alfabetos latino (a, b, c, d...), grego (Alpha, Beta, Gama, Delta...) e hebraico (Aleph, Beth, Guimel, Daleth...) são todos

de origem fenícia, o que cristaliza a forte influência

desta cultura no mundo antigo. A destruição do reino de Jerusalém em 586 a.C., não só modificou o mapa do país como desferiu um duro golpe na língua hebraica. Os judeus deixaram-na de usar como língua corrente e adotaram em seu lugar o aramaico do império que os dominava, por isso os textos em aramaico são posteriores ao exílio judeu na Babilônia. Assim, Jesus também não falou hebraico, visto que já pelo ano 300 a.C., muito poucos judeus conheciam a sua língua de origem. Conclui-se então que não é correto pensarmos que o hebraico é a língua mais antiga do povo de Israel, visto que como o texto bíblico acima demonstra as tribos originariamente já falavam um dialeto aramaico.

Os Escritos de Moisés

Os livros fundamentais em que se acham expostos parte de seus escritos são os livros “Sepher Mosheh –

Pentateuco”. O

grande libertador dos israelitas, que tinha penetrado no santuário do Egito e foi iniciado nos mistérios, escreveu os seus livros em estilo simbólico, servindo-se da língua egípcia. Esta língua, porém, que havia chegado a um alto grau de perfeição, não pôde conservar a

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sua pureza nas mãos de um povo grosseiro que passava a vida como nômade nos desertos da Iduméia. Moisés sabia o que poderia acontecer ao seu livro e as falsas interpretações que lhe dariam no decorrer dos tempos, por isso confiou as chaves para interpretação da sua obra a homens confiáveis, cuja fidelidade era comprovada, dando-lhes de viva voz os esclarecimentos para a compreensão da lei (Torah). Os discípulos de Moisés confiaram estes ensinos secretos a outros homens que, transmitindo-os, por sua vez, de geração em geração, fizeram com que chegassem a posteridade mais longínqua. Esta doutrina secreta ou esotérica, que se conservou até hoje, para os rabinos é a Cabala. Na época em que Moisés existia, o templo de Tebas – capital do Egito – continha os arquivos sacerdotais da extinta raça vermelha ou atlânte e os do templo de Ram, cuja sede era a Índia. Moisés foi iniciado em todas as ciências egípcias. Assim, a tradição oral que o célebre legislador deixou aos setenta eleitos, continha os pontos essenciais de todas as tradições que haviam aparecido no globo terrestre. Admite-se entre os estudiosos dos mistérios da humanidade, que os livros de Moisés foram escritos em paleo-hebreu e que, mais tarde – no século VI antes de Cristo – Esdras o substituiu pelos caracteres hebraicos quadrados. Moisés entregou a Josué as chaves da tradição oral, mas não foi na tribo sacerdotal de Levi que foram conservadas, mas sim nas comunidades leigas de profetas e videntes, das quais a mais notável foi a dos “essênios”. Para que os textos se conservassem inalterados, os seus copiadores deveriam observar certas regras fixas sobre a maneira de ler e escrever, as quais faziam parte de 52

uma longa tradição que chamava-se de “Massorah”. Os livros de Moisés eram lidos publicamente ao povo aos sábados, os comentários que se faziam de forma oral, mais tarde foram escritos e assim foi formada uma literatura escolástica, conhecida sob o nome de “Talmud”, que consta de quatro partes: 1) Mishnah - Tradição primitiva de Moisés e dos grandes profetas que tratava das festas, do matrimônio, das ofertas sagradas e das purificações. 2) Ghemarah – Um verdadeiro compêndio de jurisprudência. 3) Midrashin e Targumim – Comentários e paráfrases. 4) Thosiphtah – Suplementos. O que chamamos de Massorah é o corpo da tradição que se perpetuou na cultura hebraica, tratando de tudo o que se refere a forma escrita e interpretativa

da Bíblia Hebraica. O Talmud

representa a vida, seu objetivo é a jurisprudência, os costumes, as cerimônias, e as relações sociais. A Cabala ou a doutrina secreta, é a alma e o espírito da tradição, é a sua parte religiosa e filosófica. Vejam o que disse o Dr. F. V. Lorenz, um profundo conhecedor da tradição judaica no seu livro “A Cabala”: “Moisés escreveu a sua

obra em estilo simbólico como era costume dos antigos iniciados. Ele deixou para a compreensão do seu livro explicações orais que foram esquecidas, com raras

exceções, pelos exegetas

posteriores. Com o decorrer dos séculos, mudou-se o caráter da língua do povo hebreu, misturando-se com elementos estrangeiros, de

maneira que, 300 anos antes da era cristã, os judeus não

compreendiam mais a língua de Moisés, usando um dialeto sírio53

arameu. O conhecimento do verdadeiro sentido esotérico ou oculto somente permaneceu entre os essênios. A tradução Septuaginta, tida como a primeira tradução da Bíblia Hebraica para o grego, traz somente o sentido exterior da Bíblia e assim aconteceu que a cristandade recebeu este livro e o venera sem conhecer o real sentido que Moisés quis atribuir ao texto”.

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Capitulo 3 Face Autoral do Antigo Testamento

No grego a palavra Pentateuco significa “cinco volumes”, são os cinco primeiros livros da Bíblia, que são resultantes de um processo que teve várias etapas. Escribas, profetas e sacerdotes foram registrando em épocas diferentes, eventos religiosos, dados históricos e mitos que lhes foram transmitidos oralmente, cujo teor eram significativos para compor a história de seu povo. Os primeiros capítulos do livro do Gênesis, bem como êxodo, Levítico, Números podem ser atribuídos em parte á Moises. Ao todo podemos afirmar que o Pentateuco é o resultado de 4 (quatro) tradições: A tradição javista ou javística – é assim chamada porque desde o começo dá a Deus o nome Yahweh. Ela se originou provavelmente no tempo do rei Salomão, em torno do ano 950 a.C.,

em

Jerusalém.

É

originária

das

tribos

hebraicas

estabelecidas no sul da Palestina. Esta tradição traz vestígios evidentes dos costumes primitivos adotados por estas tribos enquanto ainda viviam no deserto. A tradição eloista ou eloística – é assim chamada por se referir a Deus pelo nome de Elohim. Ela nasceu provavelmente por volta do ano 750 no reino do norte depois que o reino de Salomão foi dividido. Muito marcada pela mensagem de profetas como Elias e Oséias, ela dá muita importância aos profetas. Esta tradição se fundiu com a javista pelos anos 700 a.C. Nesta região mais agrícola do que pastoril, as tribos viram-se compelidas a

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abandonar o seu modo de vida adotado no deserto e com ele muitas crenças e tabus. A tradição deuteronômica – Está contida principalmente no livro do Deuteronômio, mas influenciou outros livros também. Começou no reino do norte e finalizada no reino do sul. É um código muito mais adiantado, composto sob a influência dos grandes profetas e adotado por volta do ano 622 a.C. A tradição sacerdotal – Se originou durante o exílio judeu na Babilônia de 587 á 538. No exílio os sacerdotes tiveram que relembrar e reescrever a tradição do seu povo para manter sua fé e esperança. Código aparentemente mais moderno, pois é um reflexo da influência dos babilônios regidos pela casta sacerdotal e em cujo país foram cativos por 70 anos, só lhes sendo permitido o regresso á pátria em 536 a.C. Estas quatro tradições com outros acréscimos foram reunidas em um só volume. Este trabalho acredita-se que foi realizado pelo sacerdote Esdras, tendo sido finalizado por volta do ano 400 a.C. O único monumento sério, diz o Dr. Jacolliot, da tradição semítica ou assim considerada é a Bíblia, fonte onde bebem judeus e cristãos toda sua teologia cosmológica. Os estudiosos sérios desta matéria atestam que o Pentateuco foi escrito com o auxílio das velhas tradições do Egito, da Índia e da Caldéia (Babilônia) e da Pérsia. Moisés - com conhecimento que possuímos da cultura Mesopotâmica (sumérios, babilônios, caldeus, assírios, elamitas, persas), os dez primeiros capítulos do Gênesis é creditado a Moisés, mas elaborado sob a influência da cultura mesopotâmica. O Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, são atribuídos a Moisés,

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no entanto a narração da sua morte foi provavelmente registrado por Josué. Sabe-se que Josué não escreveu o livro que leva seu nome porque trata de eventos que ocorreram muito tempo após sua morte. Ninguém conhece o autor de Rute, nem o autor do primeiro e segundo livro de Samuel; o que sabemos é que Samuel não escreveu os livros que levam seu nome. Ninguém sabe quem foi o autor do primeiro e segundo livro dos Reis ou o primeiro e segundo livro das Crônicas; sabemos que os Salmos não foram escritos todos por Davi. Nos Salmos a escravidão é citada, e isto não aconteceu até quinhentos anos após Davi ter morrido. Sabemos que Salomão não

foi o único autor dos livros de Provérbios ou o Cântico dos

cânticos; e que Isaías não foi o autor do livro que leva seu nome. A passagem 38:10-20, do livro de Isaías foi escrita pelo rei Ezequias. Os escribas dele também compilaram os capítulos 25-29 do livro de Provérbios. O capítulo 30 deste livro são as palavras de um tal de Agur e o 31 de um desconhecido Lemuel. Ninguém sabe quem foi o autor de Eclesiastes, Jó, Ester, ou qualquer outro livro do Velho Testamento, com exceção de Esdras. Muitos livros do Antigo Testamento foram registros feitos por escribas anônimos, os quais eram os únicos que tinham conhecimento profundo da língua nativa e por isso responsáveis pela escrita, perpetuação e interpretação do texto sagrado. Estes deveriam ter intima relação com os sacerdotes, pois ambos dividiam o poder, um interpretava e o outro executava a aplicação da lei, e esta é a razão pela qual estes nomes por várias vezes são mencionados nos Evangelhos. 57

Sabemos

que

os

manuscritos

foram

copiados

com

extraordinário cuidado, mas isto não impediu que as cópias dos originais fossem carregadas de variantes. Imagine a dificuldade de se copiar em hebraico, aramaico e grego. O original não tinha capítulos, nem vírgula, nem sinais, nem mesmo separação entre as palavras. No hebraico não havia nem mesmo vogais, as quais só aparecem depois dos anos 700 d.C., por causa do trabalho de judeus eruditos chamados de massoretas, que tiveram a fantástica missão de aplicar ao texto original os sinais vocálicos a fim de fixar um padrão fonético. Pontos Questionáveis  O livro do Gênesis é independente dos quatro outros livros que compõem o Pentateuco e que as lendas de que é composto pertencem as tradições babilônicas e egípcias.  Todas as leis e prescrições que ele contém já existiam há milhares de anos em outros códigos de leis, na Babilônia, no Egito e na Índia.  Até o reinado de Josias, 580 a.C., os hebreus ofereciam as suas adorações as divindades e espíritos da mitologia grosseira dos povos vizinhos.  É provável que diferentes escribas, para dar mais peso á sua obra, redigiram o Pentateuco e colocaram-no sob a lendária autoridade de Moisés, cujo nome era venerado como libertador do povo hebreu.  O monoteísmo não era uma exclusividade hebraica (no Akhenaton, também chamado de Amenófis IV, implantou o 58

monoteísmo no Egito), mas este só foi fielmente levado á sério

pelos

judeus

a

partir

da

reforma

religiosa

empreendida pelo rei Josias e o sacerdote Hilquias.  Se foi Deus que inspirou Moisés a escrever que Deus pune a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração, por que Ezequiel ousou

contrariá-lo em seu

livro?

Por tudo que já foi demonstrado é impossível nominarmos com convicção todos aqueles que escreveram as Escrituras Hebraicas. O Novo Testamento já não apresenta tanta dificuldade assim. Alguns autores identificados da Bíblia: Mateus, Marcos, Lucas e João – os Evangelhos. Atos dos Apóstolos - Lucas Pedro/João – estes apóstolos pescadores foram autores de alguns livros do N.T., João escreveu um dos evangelhos, três epístolas, bem como o Apocalipse. Pedro, autor de duas cartas. Lucas - também escreveu o livro dos Atos dos Apóstolos. Paulo – foi o autor de pelo menos 12 cartas. Epístola Aos Hebreus – não é possível afirmar que o autor seja Paulo. Apontou-se Apolo (um judeu alexandrino) e Barnabé. Esse ùltimo foi uma sugestão de Tertuliano em 225 d.C. Ele se baseou nos relatos do livro de Atos dos Apóstolos sobre Barnabé, sobretudo em suas credenciais em Atos 4:36,37. Outros candidatos são: Lucas, Clemente de Roma, Silas, Filipe e Priscila.

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Capítulo 4 Face Curiosa da Bíblia Dados Bíblicos Importantes  A Bíblia já foi traduzida para mais de 1500 línguas.  No ano de 1529 o cardeal Caro dividiu a Bíblia em capítulos, os quais foram divididos em versículos no ano de 1550 por Robert Stevens.  Calcula-se que decorreram 400 anos entre o último livro de Malaquias e o Evangelho de Mateus.  A maioria das suas páginas foram originalmente escritas em papiro e em peles de animais também, os pergaminhos.  Os escribas foram responsáveis pela escrita e compilação das Escrituras.  O V. T. foi escrito em hebraico, com exceção de algumas passagens de Esdras Jeremias e Daniel que foram escritas em aramaico.  O N. T. foi escrito em grego koiné.  A Septuaginta é a mais importantes tradução das Escrituras Hebraicas para o grego e tem este nome em função do números de tradutores que participaram deste trabalho: 72 sábios judeus. Este trabalho foi realizado em Alexandria no Egito no segundo e terceiro séculos antes de Cristo.  Os judeus na época de Cristo falavam em aramaico.  O Codex Vaticanus é provavelmente o mais antigo exemplar da Bíblia em forma completa.

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 Outro antigo manuscrito é o Codex Sinaiticus, descoberto em 1844 no mosteiro de Santa Catarina, perto do Monte Sinai. Descoberto por um alemão de nome Tischendorf.  O Codex Alexandrinus, escrito no início do primeiro século contém quase toda a Bíblia exceto algumas passagens.  A Vulgata

é a versão latina da Bíblia, traduzida por São

Jerônimo a pedido do papa Dâmaso.  Martin Luther (Martinho Lutero) foi quem traduziu a Bíblia para o alemão a primeira vez.  Esdras foi responsável pela compilação dos livros do V. T. que haviam sido perdidos. Em 1631 um impressor Inglês teve que pagar uma multa de 500 libras por ter omitido a palavra “NÃO” nos dez mandamentos.  A primeira tradução da Bíblia completa para o Inglês foi feita por Wycliff em 1380. Dados Bíblicos Curiosos  O livro mais antigo da Bíblia pode não ser o do Gênesis segundo alguns estudiosos, mas o livro de Jó.  O primeiro salmo se encontra no livro de II Samuel 1:19-27, uma homenagem de Davi á Saul e seu filho Jônatas. A Bíblia contém 1.189 capítulos e 31.102 versículos.  O salmo 14 e o 53 são iguais.  O capítulo mais longo é o salmo 119. O capítulo mais curto é o salmo 117. Ester 8:9 é o maior versículo da Bíblia.  O versículo mais curto está em Êxodo 20 e Deuteronômio 5.  A conjunção “e” aparece 46.277 vezes na Bíblia. 61

 Os versículos que mais se repetem são Ap 18:12 e 13 num total de 28 vezes.  O capítulo 37 de Isaías e 19 de 2 Reis são muito semelhantes.  Obadias é o único livro do V. T. que contém apenas um capitulo.  No livro de Ester não se encontra a palavra Deus.  O único capítulo que termina com dois pontos é Atos 21.  V. T. termina com uma maldição e o N. T. começa com uma benção.  O último livro da Bíblia a ser escrito foi a III João.  Há 3.573 promessas na Bíblia e a última delas está no Ap 22:12.  O livro de Isaías assemelha-se à uma pequena Bíblia: contém 66 capítulos, os primeiros 39 falam da história passada e os 27 restantes apresentam promessas futura. Dos quatro evangelistas só dois andaram com Jesus: Mateus e João, Marcos e Lucas não.  João Batista era primo de Jesus e seis meses mais velhos que Ele.  O versículo mais curto do N. T. é João 11:35.  Judas era o único dos doze que não era Galileu. João era o discípulo mais jovem dos doze.  O salmo 108 é um mosaico dos outros dois: salmo 57: 8-12; e salmo 60: 7-14. O salmo 18 aparece a primeira vez em II Samuel 22.  A palavra Senhor aparece 1.855 vezes na Bíblia.  O segundo capítulo de Esdras e o sétimo de Neemias são semelhantes. 62

 Os últimos dois capítulos do livro de II Cr e os dois primeiros do livro de Esdras são quase iguais. Raridades Bíblicas  Matusalém o homem mais velho da Bíblia morreu antes de seu pai Enoque.  Paulo lançou uma serpente viva no fogo (Atos 28:3,5).  Elifaz, amigo de Jó , viu um fantasma que lhe fez arrepiar os cabelos (Jó 4:15). “Sô ” era um rei do Egito (2 Reis 17:4).  Em Isaías 66:24 são mencionados uns vermes imortais.  Ló era pai de Moabe e Ben-ami e também avô deles por que segundo Gn 19:36 -38 foi ele quem engravidou suas filhas.  Não se permitia que corcundas ministrassem no templo (Lv 21:20).  A Espanha aparece no V. T. com o nome de Tarsis para onde foi Jonas.  Quarenta e duas mil pessoas perderam a vida por não saberem pronunciar a palavra shiboleth (Jz 12:5,6).  Caim casou-se com a sua própria irmã (Gn 5:4).  A única idade de mulher que se menciona na Bíblia é a de Sara (Gn 23:1).  São registrados na Bíblia alguns nomes com as terminações verbais: Ar (Nm 21:15), cidade limítrofe com Moabe; Er (Gn38:1-7), filho de Judá; Ir (I Cr 7:12), da tribo de Benjamin.  Ogue, rei de Basã, pela sua altura (4 m.), dormia numa cama de ferro de 9 côvados de comprimento e 4 côvados de largura. 63

 Em Josué 10:11 registra uma chuva de pedras tão forte sobre os inimigos de Israel que o número maior de mortos por ela foi maior do que pela espada.  Em Gade havia um homem de grande estatura que tinha seis dedos em suas mãos e pés (2 Sm 21:20).  Elias comeu uma refeição preparada por um anjo (1 Reis 19:6).  Um muro caiu na cidade de Afeque sobre 27.000 homens e os matou (1 Reis 20:30). Uma morte por insolação na Bíblia, a do filho de Sulamita (2 Reis 4:18-23).  Pergunta curiosa: “Haverá sabor na clara do ovo?” Jó faz esta pergunta no capítulo 6 verso 6.  Não era permitido aos sacerdotes levitas, filhos de Zadoque, usar vestes de lã (Ez 44:17).  O menor e mais eloquente discurso de Jesus segundo alguns esta em S. Lucas 17:32 – “Lembrai-vos da mulher de Ló! ”  A cidade mais antiga do mundo ainda habitada é Damasco, na Síria.  Nenhum cidadão romano podia ser crucificado. Este castigo estava

reservado

para

estrangeiros.

Esta

prática

foi

introduzida na Palestina por um dos generais do antigo império de Alexandre, Antíoco Epifânio, no ano 165 a.C.

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Bíblias das Igrejas Ortodoxas Orientais Igreja Ortodoxa da Síria (Bíblia Peshitta Siríaca) 75 livros Igrejas de tradição ortodoxa grega, copta, eslava e bizantina - 78 livros Igreja Ortodoxa Etíope - 81 livros Igreja Ortodoxa da Armênia - 78 livros (Faz parte das igrejas ortodoxas orientais, juntamente com as igrejas Coptas, Etíopes e Siríacas. Chamadas de igrejas não calcedônicas porque não seguem a decisão do concílio da Calcedônia referente as duas naturezas de Jesus) Passagens Bíblicas Repetidas Jó 1:6-12; = 2:1-7 Esdras 2:1-70; = Ne 7:6-73 Esdras 2 e Neemias 7 são iguais. Esdras 1:1-11; tem o mesmo tema de 2 Cr 36:13-23 2 Rs 18:13-37; = Is 36:1-22 II Rs 19: 1-37; = Is 37: 1-38 Salmo 14 = 53. Salmo 108 é um mosaico dos outros dois: Salmo 57: 8-12; e salmo 60: 7-14. Salmo 18 aparece a primeira vez em 2 Samuel 22. Isaías 37 = 2 Reis 19.

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A Muralha de Jericó caiu por ação divina? No Antigo Testamento, no capítulo 6 do livro de Josué, temos o registro dos israelitas derrotando a cidade de Jericó quando eles entravam na terra prometida depois de vagarem pelo deserto 40 anos. De acordo com o registro bíblico depois que os israelitas marcharam em volta da cidade por seis dias, no sétimo dia eles circundaram a cidade sete vezes. Na sétima vez que os sacerdotes tocaram as trombetas, Josué pediu ao povo que gritasse e as muralhas caíram.

A primeira grande escavação nas ruínas de

Jericó, localizada no Sul do vale do Jordão em Israel, foi realizada por arqueólogos alemães entre 1907 e 1909. Eles acharam pilhas de tijolos na base do monte em que a cidade foi construída. Mas foi só quando a arqueóloga britânica Kathleen Kenyon reescavou o local com métodos mais apropriados nos anos 1950 que foi compreendido o que essas pilhas de tijolos significam. Ela determinou que eles pertenciam a muralha da cidade que havia colapsado quando a cidade foi destruída. Portanto, a muralha de Jericó comprovadamente existiu, mas será que a sua queda foi ação sobrenatural? A resposta não é simples, por mais que pareça. Admitir que foi ato de Deus a destruição de Jericó, é admitir que esse evento sangrento descrito abaixo também é:

E tudo quanto havia na cidade destruíram totalmente ao fio da espada, desde o homem até à mulher, desde o menino até ao velho, e até ao boi e gado miúdo, e ao jumento. (Josué 6:21)

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Mar Vermelho ou Mar dos Juncos? A intenção do estudo não é questionar se aconteceu ou não o evento da travessia como está escrito no texto bíblico. O cenário deste episódio fantástico é chamado pela Bíblia hebraica simplesmente de hayam, “o mar”, ou yam suf, em geral traduzido como “Mar Vermelho”. Muitos questionam se está correta esta tradução, e é isso que trataremos a seguir. A pista mais relevante para sua localização é a sua proximidade de um local conhecido como Pi-Hairote, em frente de Baal-Zefom, diante de Migdol – que, por sua vez, também possui uma localização desconhecida. Não sabemos com certeza qual a localização geográfica do mar da travessia. Talvez estudando a etimologia das palavras hebraicas, a narrativa bíblica, a história, a geografia e a arqueologia da região, possamos aprender algo mais sobre o famoso mar da travessia dos israelitas. Yam Suf é escrito em hebraico da seguinte forma: yām sûph, (‫ )ףוס םי‬e possui muitas ocorrências na Bíblia hebraica: yām sûph, referindo-se ao local da travessia, Ex 15:4, 22; Nm 21:14; Dt 11:4; Js 2:10, 4:23, 24:6; Ne 9:9; Sl 106:9, 22, 136:13, 15. Como hayyām, também se referindo ao mar da travessia, Ex 14:2, 9, 16, 21, 22, 23, 26, 27, 28, 29, 30; 15:1, 4, 8, 10, 19, 21; Nm 33:8; Js 24:6-7; Ne 9:11; Sl 78:13, 53. A palavra yam significa “mar, oceano, lago”. O termo Yam Suf é comumente traduzido como “Mar Vermelho”. A palavra suf possui diversos significados possíveis, segundo diferentes estudiosos: “cana, junco).” O termo Yam Suph também é aplicado ao Golfo de Suez a ao Golfo de ‘Aqaba, ao redor da Península do Sinai. Através 67

das diferentes conclusões dos estudiosos sobre a localização do mar da travessia, é possível verificar que há algo em comum entre os estudos: há uma grande probabilidade de que a travessia tenha ocorrido em algum ponto da linha norte-sul que liga o Mediterrâneo ao Golfo de Suez, ou nas suas proximidades, entre os lagos que existem ou que já existiram próximos ao Delta do Nilo. Qual conclusão chegamos? Ao examinarmos as mais antigas traduções da Bíblia concluímos que: na Septuaginta (aproximadamente de 300 a.C.), a mais antiga tradução conhecida da Bíblia – do hebraico para o grego – a tradução de Yam Suf é Erythra Thálassa que significa “Mar Vermelho.” Na Vulgata Latina (cerca de 400 d.C.), Yam Suf é traduzido como Mare Rubrum, “Mar Vermelho”. Assim essa tradução se manteve na tradição ocidental. Os Nomes de Deus 1. YHWH (Yahweh), o tetragrama, significa: "Aquele que faz tudo existir". 2. Yah - forma abreviada de YHWH. 3. El: era um deus dos cananeus que também foi cultuado pelas tribos hebraicas que se assentaram no norte da Palestina. 4. Eloah: Deus. Está ligado ao aramaico Eláh, ao siríaco Allahá e ao árabe Iláh. 5. Elohim: Plural de Eloah. É aplicado a Deus no plural majestático, mas também aos deuses pagãos e anjos e até os juízes, líderes do povo no A.T. 6. Shaddai: poderoso (El Shaddai - Deus poderoso). 7. Ahayah - Eu sou 68

(Ahayah Asher Ahayah - Eu sou o que sou) 8. Elohai: meu Deus 9. Adonai - Adon (Senhor) + sufixo "ai" (meus minhas). Esta palavra era utilizada pelos fenícios para o deus Tamuz e era o nome do deus grego Adônis. Os judeus utilizam esta palavra em relação a YHWH no lugar de pronunciar o tetragrama em orações e ocasiões solenes. Nota: a palavra mais comum usada para Deus pelos judeus no diaa-dia é HaShem, que significa: O Nome. Nomes Compostos Jeová-Jiré: "O Senhor proverá" (Gênesis 22:14) - o nome utilizado por Abraão quando Deus proveu o carneiro para ser sacrificado no lugar de Isaque. Jeová-Rafa: "O Senhor que sara" (Êxodo 15:26) - "Eu sou o Senhor que te sara", tanto em corpo e alma. No corpo, através da preservação e da cura de doenças, e na alma, pelo perdão de iniquidades. Jeová-Nissi: "O Senhor é minha bandeira" (Êxodo 17:15), onde por bandeira entende-se um lugar de reunião antes de uma batalha. Esse nome comemora a vitória sobre os amalequitas no deserto em Êxodo

17.

Jeová-Makadesh: "O Senhor que santifica, torna santo" (Levítico 20:8, Ezequiel 37:28) - Deus deixa claro que apenas Ele, e não a lei, pode purificar o Seu povo e fazê-los santos.

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Jeová-Shalom: "O Senhor nossa paz" (Juízes 6:24) - o nome dado por Gideão ao altar que ele construiu após o Anjo do Senhor ter-lhe assegurado de que não morreria como achava que morreria depois de vê-lo. Jeová-Eloim: "Senhor Deus" (Gênesis 2:4, Salmo 59:5) - uma combinação do singular nome YHWH e o nome genérico "Senhor", significando que Ele é o Senhor dos senhores. Jeová-Tsidikenu: "O Senhor nossa justiça" (Jeremias 33:16) - Tal como acontece com Jeová-Makadesh, só Deus proporciona a justiça para o homem, em última instância, na pessoa de Seu Filho, Jesus Cristo, o qual tornou-se pecado por nós "para que nele fôssemos feitos justiça de Deus." (2 Coríntios 5:21) Jeová-Rohi: "O Senhor nosso Pastor" (Salmo 23:1) - Depois de Davi ponderar sobre seu relacionamento como um pastor de ovelhas, ele percebeu que era exatamente a mesma relação de Deus com ele, e assim declara: "Yahweh-Rohi é o meu Pastor. Nada me faltará." (Salmo 23:1) Jeová-Shammah: "O Senhor está ali" (Ezequiel 48:35) - o nome atribuído a Jerusalém e ao templo lá, indicando que o outrora partida glória do Senhor (Ezequiel 8-11) havia retornado (Ezequiel 44:1-4). Jeová-Tzevaot: "O Senhor dos Exércitos" (Isaías 1:24, Salmos 46:7) - Exércitos significa "hordas", tanto dos anjos quanto dos homens. Ele é o Senhor dos exércitos dos céus e dos habitantes da terra, dos judeus e gentios, dos ricos e pobres, mestres e escravos.

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O nome expressa a majestade, poder e autoridade de Deus e mostra que Ele é capaz de realizar o que determina a fazer. El Eliom: "Altíssimo" (Deuteronômio 26:19) - derivado da raiz hebraica para "subir" ou "ascender", então a implicação refere-se a algo que é muito alto. El Elyon denota a exaltação e fala de um direito absoluto ao senhorio. El Roi: "Deus que vê" (Gênesis 16:13) - o nome atribuído a Deus por Agar, sozinha e desesperada no deserto depois de ter sido expulsa por Sara (Gênesis 16:1-14). Quando Agar encontrou o Anjo do Senhor, ela percebeu que tinha visto o próprio Deus numa teofania. Ela também percebeu que El Roi a viu em sua angústia e testemunhou ser um Deus que vive e vê tudo. El-Olam: "Deus eterno" (Salmo 90:1-3) - A natureza de Deus não tem princípio, fim e nem quaisquer limitações de tempo. Deus contém dentro de Si mesmo a causa do próprio tempo. "De eternidade a eternidade, tu és Deus." El-Gibor: "Deus Poderoso" (Isaías 9:6) - o nome que descreve o Messias, Jesus Cristo, nesta porção profética de Isaías. Como um guerreiro forte e poderoso, o Messias, o Deus Forte, vai realizar a destruição dos inimigos de Deus e governar com cetro de ferro (Apocalipse 19:15). Nota: Jeová = Yahweh

71

Adão e Eva tinham umbigo? Se a resposta é sim, cabe a pergunta: a incubadora ou útero em que foram gerados era de carne e ossos ou um útero espiritual? Se a opção é a segunda, como seriam alimentados por matéria orgânica por um duto espiritual? Se a resposta é não, também cabe outra pergunta: eles não eram humanos como nós? Assim, os umbigos de Adão e Eva nos levam para questões primordiais: saber que tipo de seres humanos eles eram e se de fato ali no texto trata-se de dois seres humanos ou apenas de símbolos do masculino e feminino. Se o texto é literal, então temos elementos bastante complexos a investigar: eram de pele branca, morena ou negra? Quem os criou? Quem os ensinou a falar? Qual era o idioma que o primeiro casal falava? Eles tiveram infância ou lá foram colocados adultos? A igreja cristã dos tempos medievais não sabia lidar com isso e mandou cobrir o umbigo e o sexo em algumas pinturas da época. Mandou colocar folhas de videira ou lençóis branquinhos nas pinturas de forma a eliminar os problemas umbilicais. Adão pintado como um homem branco, claro que na época não se sabia que os vestígios mais antigos da origem do homem estão na África. Temos aí um outro embate em que a Teologia se choca frontalmente com a Ciência oficial. Criacionismo ou Evolucionismo? Eis outra grande questão a ser respondida. Os adeptos da teologia tradicional se abraçam a primeira opção.

Os que se

baseiam em dados

científicos, uma vez que a Bíblia não é um manual de ciências naturais, se abraçam a segunda. 72

Animais Pré-Históricos na Bíblia? Behemoth

Contemplas agora o behemoth, que eu fiz contigo, que come a erva como o boi. Eis que a sua força está nos seus lombos, e o seu poder nos músculos do seu ventre. Quando quer, move a sua cauda como cedro; os nervos das suas coxas estão entretecidos. Os seus ossos são como tubos de bronze; a sua ossada é como barras de ferro. Ele é obra-prima dos caminhos de Deus; o que o fez o proveu da sua espada. Em verdade os montes lhe produzem pastos, onde todos os animais do campo folgam. Deita-se debaixo das árvores sombrias, no esconderijo das canas e da lama. As árvores sombrias o cobrem, com sua sombra; os salgueiros do ribeiro o cercam. Eis que um rio transborda, e ele não se apressa, confiando ainda que o Jordão se levante até à sua boca. Podê-loiam porventura caçar à vista de seus olhos, ou com laços lhe furar o nariz? (Jó 49: 15-24;) Nota: os hebreus usavam a palavra para os hipopótamos, mas certamente não é a esse animal que o texto se refere por essa descrição: “move a sua cauda como cedro...” Essa incrível menção a “Behemoth”, seria a um animal préhistórico? Esse animal é citado como obra prima da criação de Deus (Jó 40:19). O nome é o plural do hebraico bəhēmāh, "animal", com sentido enfático ("animal grande", "animal por excelência"). Na tradição judaica ortodoxa, o “Behemoth” é o monstro da terra em oposição ao Leviatã, o monstro do mar, citado muitas vezes na Bíblia.

73

Leviatã Leviatã – no hebraico Livyatan, Liwyāṯān. Mencionado na Bíblia, mas cujas origens remontariam à mitologia fenícia. É uma criatura que, em alguns casos, pode ter interpretação mitológica, ou simbólica, a depender do contexto em que a palavra é usada. Geralmente é descrito como tendo grandes proporções. É bastante comum no imaginário dos navegantes europeus da Idade Média e nos tempos bíblicos. Não se deve perder de vista que nas diversas descrições no Antigo Testamento ele é caracterizado sob diferentes formas, uma vez que funde-se com outros animais. Formas como a de dragão marinho, serpente e polvo também são bastante comuns. Existem várias referências a "Leviatã" no Antigo Testamento, mas o seu significado é muitas vezes poético e obscuro. Em um exemplo, a palavra hebraica para "leviatã" é usada como sinônimo de reis e príncipes da terra, possivelmente Faraó (Isaías 27:1);

Naquele dia o SENHOR castigará com a sua dura espada, grande e forte, o leviatã, serpente veloz, e o leviatã, a serpente tortuosa, e matará o dragão, que está no mar. Outro exemplo (Jó 3:8): Amaldiçoem aquele dia os que amaldiçoam os dias e são capazes de atiçar o Leviatã. Os versículos que realmente se referem a leviatã como uma criatura não fornecem informações suficientes para se tomar uma decisão de uma forma ou de outra a respeito de que tipo de criatura realmente era. Alguns comentaristas acreditam que leviatã era um crocodilo por causa das referências a suas escamas, mas não há como se afirmar concretamente o que ele é (Jó 41: 1,2-7; 15-21):

74

Poderás tirar com anzol o leviatã, ou ligarás a sua língua com uma corda? Podes pôr um anzol no seu nariz, ou com um gancho furar a sua queixada. Encherás a sua pele de ganchos, ou a sua cabeça com arpões de pescadores? Põe a tua mão sobre ele, lembra-te da peleja, e nunca mais tal intentarás. Eis que é vã a esperança de apanhá-lo; pois não será o homem derrubado só ao vê-lo? As suas fortes escamas são o seu orgulho, cada uma fechada como com selo apertado. Uma à outra se chega tão perto, que nem o ar passa por entre elas. Umas às outras se ligam; tanto aderem entre si, que não se podem separar. Cada um dos seus espirros faz resplandecer a luz, e os seus olhos são como as pálpebras da alva. Da sua boca saem tochas; faíscas de fogo saltam dela. Das suas narinas procede fumaça, como de uma panela fervente, ou de uma grande caldeira. O seu hálito faz incender os carvões; e da sua boca sai chama. O Que Era O Leviatã?

Fizeste em pedaços as cabeças do leviatã, e o deste por mantimento aos habitantes do deserto. (Salmos 74:14) Há muitos

comentaristas, estudiosos e especuladores da

história bíblica que acreditam que ele seja um grande réptil marinho, possivelmente até mesmo uma espécie de dinossauro. O fato de que o leviatã era uma criatura é incontestável. O leviatã era uma criatura real, ao contrário de algumas das representações mitológicas de grandes criaturas marinhas que batalham com os deuses da antiguidade. Não acreditamos que seja apenas um mito, mas independente da diversidade de descrições que recebe na Bíblia e no imaginário dos povos antigos, pode se tratar de algum 75

animal pré-histórico extinto. Pode ser uma criatura marinha, uma serpente gigantesca ou um peixe de proporções assustadoras. Personificação do Mal Nesta passagem já citada: Naquele dia o SENHOR castigará

com a sua dura espada, grande e forte, o leviatã, serpente veloz, e o leviatã, a serpente tortuosa, e matará o dragão, que está no mar. (Is 27:1) Para alguns estudiosos da Bíblia seria nesse caso uma referência ao próprio Diabo. Enfim, são essas as considerações mais relevantes que podem ser feitas sobre o tema, que cada um tire suas próprias conclusões. As Sete Frases de Jesus Na Cruz 1- Uma oração de perdão:

“Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. ” (Lc 23:34) 2- A declaração do seu desejo para todos os homems:

“Em verdade te digo, hoje estarás comigo no Paraíso. ” (Lucas 23:43) 3- Uma declaração sobre sua preocupação humana:

“Mulher eis aí o teu filho”, e ao discípulo: “Eis aí a tua mãe.” (João 19:26,27) 4- Uma declaração de quem se sentiu só na sua humanidade:

“Eloí, Eloí, lamá sabactâni. ” Meu Deus, meu Deus, por que me desamparaste? (Mt 27:46) 5- Uma declaração de quem era humano como nós:

“Tenho sede.” (João 19:28) 6- Uma declaração que a missão foi cumprida: 76

“Está consumado.” (Jo 19:30) 7- Uma declaração de sujeição. O filho se rende e se curva ao Pai:

“Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.” (Lc 23:46) Alma (nephesh) – Fôlego de Vida (neshamah) - Espírito (ruach)

Então o SENHOR modelou o ser humano do pó da terra, feito argila, e soprou em suas narinas o fôlego de vida (neshamah), e o homem se tornou um ser vivente (nephesh). Na narração da criação Deus sopra o fôlego de vida (neshamah) no homem feito do pó da terra (Gn 2:7). Este elemento que anima o corpo não pode ser desligado da vida do corpo. Este homem ao receber o neshamah, tornou-se nephesh.

Então, declarou o SENHOR: “Por causa da malignidade do ser humano mortal, o Espírito (ruach) que lhe dei não permanecerá nele para sempre; portanto, ele não viverá além dos cento e vinte anos!” (Gn 6:3) – versão King James atualizada A palavra “nephesh” é frequentemente usada para significar “pessoa” ou “ser vivo”. No entanto, os animais também podem possuir essa força vital - um "nephesh behemah". O termo “nephesh” é particularmente associado ao sangue, como em “a vida [nephesh] da carne está no sangue.” (Levítico 17:11) Nephesh reflete uma dimensão pessoal. Nephesh também está associada ao desejo ou atração pessoal. Nephesh está conectada ao corpo e seus desejos materiais. Em livros posteriores da Bíblia, a alma (usando todos os três termos) é mencionada separadamente do corpo e como mais do que apenas um espírito animador. Essa evolução sutil de significado reflete o crescimento da ideia do que 77

chamamos de alma - a parte única, eterna e intangível de uma pessoa. No impressionante poema que é a peça central do último capítulo do Eclesiastes, a morte de uma pessoa é descrita como ocorrendo quando “...o pó retorna ao solo onde estava e o espirito

(ruah) retorna ao Deus que a deu” (12: 7). Embora antes víssemos o alento vital deixando o corpo na morte, aqui o vemos como uma entidade separada que retorna a Deus, em vez de simplesmente desaparecer. Os judeus antigos também sofreram influência de filósofos não judeus. Por exemplo, o judeu grego Filo de Alexandria tentou usar as três palavras associadas ao espírito - neshamah, nefesh, ruah - para apoiar a afirmação de Platão de que a alma tem três partes. Mas essa ideia não muito aceita por muitos sabios judeus.

Embora os rabinos

também vissem os seres humanos como compostos de corpo e alma, eles geralmente rejeitavam a crença dos gregos e gnósticos de que o corpo terreno aprisiona a alma. Guf – palavra hebraica para corpo ou cadáver. Nephesh - alma no sentido primário, as faculdades vegetativas e sensitivas no homem como qualquer animal. Muito mais um corpo consciente do que um ser imortal. Ser vivente. No texto bíblico em grego, a palavra “psique” é a sua tradução. Ruach – espirito, tanto no sentido genérico como o espírito divino no homem. Neshamah - fôlego de vida. Usaremos esta comparação: o computador ligado na rede elétrica (é um símbolo do homem recebendo neshamah), o programa que o gerencia

(ruach),

as

suas

funcionalidades

comparamos

às

habilidades da alma (nephesh). 78

Capitulo 5 Face Controversa do Livro do Gênesis

“No princípio Elohim criou os céus e a terra” (Gn 1:1;). Neste primeiro verso da Bíblia já notamos um problema na tradução, o qual foi amplamente exposto por

Voltaire em seu “Dictionnaire

Philosofique, ed. 1860, t. 13, p. 459: “Aquele que possui um pouco de instrução na língua hebraica não

pode ignorar que o verdadeiro sentido deste texto é: “No princípio os deuses criaram os céus e a terra”. A idéia de que os céus foram criados para a terra sempre prevaleceu entre os povos ignorantes do passado. É como se disséssemos que havendo Deus criado as montanhas e um grão de areia, criou aquelas para este e não o contrário”. Você não precisa ser conhecedor da língua hebraica para deduzir isto, veja, por exemplo, a seguinte passagem onde Deus (Senhor) aparece como Elohim, mas na verdade a palavra se refere a três homens, que são no sentido bíblico, anjos, para os quais aplica-se na Bíblia hebraica os termos: Malachim e Elohim.

“Depois apareceu o Senhor (Elohim) a Abraão nos carvalhaes de Manre, estando ele assentado á porta da tenda no maior calor do dia. Levantou Abraão os olhos e olhou e viu três homens em pé na sua frente. Vendo-os, correu da porta da tenda ao seu encontro e prostrou-se em terra.” (Gn 18: 1-2)

79

Eram os dias do livro da criação de 24 horas? No livro do Gênesis houve primeiro, segundo e terceiro dia (com tardes e manhãs), mesmo antes da separação do dia e da noite. Portanto, antes da presença dos luminares (Sol e Lua). ◄ Gênesis 1:5 ► Chamou Deus à luz “Dia”, e às trevas chamou “Noite”. Houve então, a tarde e a manhã: o primeiro dia. ◄ Gênesis 1:8 ► E Deus ao firmamento deu o nome de “Céu”. A tarde passou, e raiou a manhã: esse foi o segundo dia. ◄ Gênesis 1:13 ► Passaram-se a tarde e a manhã: esse foi o terceiro dia. Mas a separação do dia e da noite só no verso 14: ◄ Gênesis 1:14 ► Declarou Deus: “Haja luminares no firmamento do céu a fim de separar o dia da noite; e sirvam eles de sinais para definir as estações, dias e anos; ◄ Gênesis 1:15 ► e que sejam também luzeiros nos céus, para iluminar toda a terra!” E assim aconteceu. ◄ Gênesis 1:16 ► Deus fez os dois grandes luzeiros: o maior para governar o dia e o menor para regular o andamento da noite. E formou também as estrelas.

80

◄ Gênesis 1:17 ► Deus colocou todas essas luzes nos céus a fim de iluminarem toda a terra, ◄ Gênesis 1:18 ► para dirigirem o andamento do dia e da noite e fazerem separação entre a luz e a escuridão. E observou Deus que isso era bom. Pergunta: Os três primeiros dias eram dias de 24 horas? Não. O 4⁰, 5⁰, 6⁰ e 7⁰ dia no Gênesis eram de 24 horas, já que os luminares estavam estabelecidos? Não podemos afirmar que eram. Se os três primeiros dias tiveram um período indeterminado, uma vez que os luminares não estavam postos, as expressões tarde e manhã, podem ser apenas uma indicação de estágios do processo de criação. Não vemos base para afirmar que os dias do Gênesis eram de 24 horas. Muitos dirão: "Mesmo antes dos luminares serem estabelecidos

para ordenar as horas do dia, os dias eram de 24 horas." Mas quem garante que o dia e a noite do Gênesis eram períodos de 12 horas? Ah, e as expressões tarde e manhã? As mesmas que aparecem nos versículos 5, 8 e 13, quando os luminares não estavam postos para determinarem a divisão do dia e da noite? Conclui-se então que honestamente ninguém pode afirmar que os dias do livro da criação são de 24 horas.

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Qual a Idade da Terra Baseado No Gênesis? A Bíblia remete nosso mundo a 6000 anos de existência. Mas o consenso científico testifica que ela tem 4,5 bilhões de anos. Porém, muitos criacionistas acham que isso é um cálculo imbecil dos cientistas que nunca podem provar nada. Como é que sabemos a idade da Terra? Não é por isso, mas só por algumas árvores, nós conseguimos descobrir que o mundo é mais velho do que a bíblia sugere. Algumas árvores vivem por 5000 anos. Considerando essas mesmas árvores que vivem tudo isso, podemos contar as que já morreram há muito tempo, e considerando que ela está ali, pode-se deduzir que ela veio de uma semente, e de outra, de outra, de outra, etc... Mas, de fato, não é assim que calculamos a idade da Terra. Existe uma teoria, que partiu de um raciocínio simples, começando por uma batata quente, que pode nos dizer algo sobre temperatura. Já na idade média, os mais ignorantes sabiam que quando mais você desce buraco abaixo, mais quente vai ficando. O interior da Terra é quente, como sabemos. No inicio da Terra, a superfície não era fria e estável como é hoje, mas a Terra inteira era quente. Uma batata quente pode ter a superfície fria. Mas imagine você dando uma mordida numa batata que está bem quente por dentro. Se pararmos para pensar, ela pode demorar cerca de 1 hora ou um pouco menos, para esfriar por completo. Não é diferente com o nosso planeta. Lorde Kelvin (quem estudou física na escola sabe quem foi ele), por suposição, concluiu que a Terra já estava esfriando há alguns anos. Imagine que uma batata de 13cm demore 82

1 hora para esfriar totalmente. Sabemos que o tempo de esfriamento da batata torna-se maior quanto maior ela for. Imagine essa mesma batata 100 vezes maior. Demoraria 100 horas pra esfriar, ou seja, 4 dias. Agora, vamos imaginar essa mesma Batata do tamanho da Terra. Certamente

ela

demoraria

10

mil

anos

para

esfriar,

considerando que ela tem 13 mil km. Claro que o nosso mundo não está esfriando há 10 mil anos, e sim há mais tempo, senão não suportaríamos viver na superfície. Uma rocha, obviamente demora muito mais tempo para esfriar. Sabemos que quando um vulcão se eleva da Terra, ele aumenta a temperatura para milhares de graus, fazendo com que demore mais algumas centenas de milhares de anos para esfriar. Bem, mas isso não é nada depois que os cientistas descobriram que alguns elementos químicos são instáveis; Ou seja, emitem radiação até que se transformem em elementos estáveis, que não emitem mais radiação. Imaginem, que coloquemos um metal para esquentar. Com alguns materiais, cálculos e paciência, poderemos prever, com exatidão, quanto tempo um conjunto com 900 metais iguais a estes, um grudado no outro, demorariam para esfriar. Isso não é diferente com um elemento químico. O Decaimento radioativo, nos mostra que os átomos dessa barra de metal que colocamos para aquecer têm uma perda de calor, e essa perda nada mais é que a emissão de partículas radioativas. Não é diferente com objetos que brilham e perdem o brilho, por exemplo. Eles perdem o brilho por causa dessa emissão de partículas radioativas. De tanto emitir, ele acaba perdendo. Alguns elementos demoram alguns segundos para decaírem. Outros, bilhões de anos... 83

O Potássio-40 decai para Argônio-40 em 1,25 bilhões de anos. Outro exemplo é o Rubídio-87, que se torna Estrôncio-87 na meia vida de 48,8 bilhões de anos. O elemento original costuma ser chamado de Elemento Pai, e o derivado evidentemente de Elemento-Filho. E o mais famoso é o Urânio-238, que se torna Chumbo-206 com meia vida de 4,5 bilhões de anos. Quando os cientistas começaram a usar esse método para medir rochas, logo descobriram que a maioria das rochas da superfície da Terra possuía altas quantidades do Argônio-40, e baixas de seu Elemento-Pai, o Potássio-40. Isso significa que a maior parte do Potássio-40 já se transformou em seu Elemento-Filho, portanto a rocha existe a um tempo maior que a Meia-Vida destes elementos, que é de 1,25 bilhões de anos. Somando alguns outros bilhões de anos que as rochas demoraram para esfriar, sabemos que o nosso planeta tem no máximo 5 bilhões de anos. Serpente No Gênesis é Uma Cobra? O Antigo Testamento usa o termo nachash dezenas de vezes para designar todo tipo de serpentes, reais ou míticas. O primeiro emprego é no Gênesis, em relação à serpente que convence Eva a provar o fruto proibido. A Bíblia hebraica não costuma fazer animais falarem. A outra exceção é a jumenta de Balaão, mas esta fala por milagre de Yahweh, o que não é o caso da serpente do jardim do Éden. Além disso, a narrativa dá a entender que a serpente foi condenada a se arrastar no chão depois desse episódio, o que pode dar a entender que, antes, ela possuía pernas. Será?

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A explicação mais razoável é que o episódio do Jardim do Éden é uma fábula que deve ser interpretada em sentido alegórico e não ao pé da letra. Ao longo dos séculos, porém, muitas linhas interpretativas concluíram que a nachash do Jardim do Éden não era uma serpente no sentido usual da palavra, mas um simbolismo da perspicácia, a curiosidade humana sempre querendo ultrapassar os limites. Na arte cristã da Baixa Idade Média e Renascença, era comum representar a serpente do Éden como uma cobra, lagarto ou dragão com cabeça de mulher. Um comentário rabínico tradicional apoia-se no trocadilho em aramaico: "a serpente (chawya’) foi a serpente de Eva (chawwāh) e Eva foi a serpente de Adão" - daí, possivelmente, a tendência a representar a serpente não só com cabeça de mulher. Outra interpretação comum é que Nachash era Lúcifer, o líder dos anjos caídos, disfarçado de serpente, será? A própria noção de uma entidade chamada "Lúcifer" no Antigo Testamento é obscura: o nome (‫הילל‬, Hêlēl, "estrela da manhã") é usado apenas em Isaías, como referência metafórica ao rei de Babilônia. A identificação de Nachash com Lúcifer ou Satã foi, porém, reforçada pela descrição de Satã como "a antiga serpente" (ton ophin ton archaion) no Apocalipse.

85

Duas narrações da criação do homem:

“Então disse Deus: Façamos o homem a nossa imagem e semelhança [...]. Macho e fêmea os criou. Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a. Dominai sobre os peixes, aves dos céus e sobre todos os animais [...]. Tenho-vos dado todas as ervas, bem como toda árvore em que há fruto que dá sementes.” (Gn 1:26,27,28,29) Você acabou de ler a primeira narração da criação do homem. O texto afirma que havia peixes, aves, répteis, enfim, a criação estava completa aquela altura, mas a seguir temos outra narração contraditória que diz:

“Não havia nem planta, nem erva do campo, nem homem para lavrar a terra. Formou Deus o homem do pó da terra [...]. Não é bom que o homem esteja só. Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre o homem [...]. Da costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou a mulher [...].” (Gn 2: 5,7,18,21,22) Você acabou de ler duas narrações sobre a criação do homem. A primeira faz parte de uma tradição mais antiga, a segunda faz parte de uma tradição mais recente, um acréscimo que foi anexado posteriormente. Do capítulo 1 até 2:3 temos o texto mais antigo, a partir do verso 4 temos a interpolação posterior. O que foi criado primeiro?  As árvores foram criadas antes do homem. (Gn 1:11-12, 2627) O homem foi criado antes das árvores. (2:4-9)  Os pássaros foram criados antes do homem. (Gn 1:20-21, 2627) 86

O homem foi criado antes dos pássaros. (2:7-19)  O homem e a mulher foram criados ao mesmo tempo. (Gn 1:26-27) O homem foi criado primeiro, a mulher depois. (2:7, 21-22) Quem foi criado primeiro: o homem ou animais? Os animais:

“E Deus fez os animais selvagens conforme a sua espécie e toda a criatura que rasteja sobre a Terra segundo a sua espécie: e Deus viu que era bom.” (Gn 1:25) “E disse Deus: Façamos o homem á nossa imagem, conforme a nossa semelhança, domine ele sobre os peixes do mar[…].” (Gn 1:26) O homem:

“Formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida, e o homem tornou-se alma vivente.” (Gn 2:7) “Havendo, pois, o Senhor Deus formado da Terra todos os animais do campo e todas as aves do céu, trouxe-os ao homem.” (Gn 2:19)  Deus encoraja a reprodução. (Gn 1:28) Deus exige ritos de purificação logo após o parto. O período de purificação após o nascimento de uma menina é duas vezes maior do que do sexo oposto. (Lv 12:1-8)  Deus estava satisfeito coma a criação. (Gn 1:31) 87

Deus não estava satisfeito com a criação. O que se contrapõe à ideia de um Deus onisciente. (6:5-6)  Conforme estes registros (Gn 2:4; 4:26; 12:8, 22:14-16; 26:25), no texto original Deus já aparece como “Yahweh” muito antes do tempo de Moisés, mas... “Disse mais Deus a Moisés: Eu sou o Senhor. Apareci a

Abraão, a Isaque e a Jacó, como o Deus Todo-poderoso, mas pelo meu nome, o Senhor (Yahweh), não lhes fui conhecido.” (Ex 6:2-3) Nota: este verso diz que pelo nome Yahweh, Deus ainda não tinha se revelado, mas como vimos no livro do Gênesis já aparece este termo se referindo a Deus. Quem escreveu o livro do Êxodo será que não leu os registros do Gênesis? Mas não foi Moisés quem escreveu os dois livros?  Deus prefere a oferta de Abel e recusa a de Caim. (Gn 4:4-5) Mas este verso diz que Deus não escolhe presentes:

“Pois,

não há no Senhor nosso Deus iniqüidade, nem

acepção de pessoas, nem aceitação de presentes.” (2 Cr 19:7) Todas as criaturas, a não ser Noé e sua família, foram aniquiladas pelo dilúvio (Gn 7:21). Mas

havia nephilins

(gigantes) também depois do dilúvio. (Nm 13:33)  Noé e sua família entraram na arca. (Gn 7:7) Neste versículo diz que eles entraram de novo. (Gn 7:13)  Terah tinha 70 anos quando seu filho Abraão nasceu. (Gn 11:26)

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 Terah tinha 205 anos quando morreu, isto dá a Abraão na época de sua morte a idade de 135 anos. (Gn 11:32) Nota: mas Abraão tinha na verdade 75 anos quando saiu de Harã depois da morte de seu pai. (Gn 12:4; At 7:4)  Deus promete à Jacó que ele não mais seria chamado de Jacó, pois seu nome é Israel (Gn 35:10;). Mais tarde o próprio Deus o chama de Jacó. (46:2)  Onde Jacó foi sepultado? Aqui: Jacó foi sepultado numa caverna em Machpelah (Hebrom) comprada de Ephron, o hitita. (Gn 50:13) Mas aqui: Jacó foi enterrado numa sepultura em Siquém (Shechem), comprada por Abraão junto aos filhos de Hamor. (At 7:15-16)  Jardim do Éden

“Deste lugar de delícias saia um rio para regar o paraíso, o qual dali se divide em quatro braços. O nome do primeiro Fisom e é aquele que torneia o país de Havilá, onde se encontra o ouro. E o ouro deste pais é ótimo; ali se acha também o bdélio e a pedra Ônix. O nome do segundo rio é Giom; este é aquele que torneia toda a terra da Etiópia. O nome, porém, do terceiro rio é Tigre, que corre para banda dos assírios. E o quarto é o Eufrates” (Gn 2:1014;). Nota: o Dr. Léo Taxil, em sua obra La Bible Amusante escreveu: “A grande maioria dos comentaristas bíblicos reconhecem que o Pisom é o Araxe, o qual tem sua nascente num dos locais mais inacessíveis do Cáucaso. Com referência ao Giom há um problema. Este é o que 89

rodeia toda a terra de Cuxe e de acordo com a Septuaginta e mesmo a Vulgata Latina, a terra de Cuxe (filho de Cão e pai de Nimrod), não é outra senão a Etiópia. Este rio não é outro senão o Nilo, que corre não na Ásia, mas na África e precisamente em sentido oposto ao Tigre e Eufrates, de sul á norte. Quanto ao Tigre e Eufrates, eles não provém de um mesmo rio, ao contrário, formam o Chat-el-Arab que se lança no golfo pérsico. Assim este imenso jardim do Éden abrangeria um imenso território de montanhas eriçadas, se tornando nos dias atuais uma das regiões mais inóspitas do globo. Conclusão: estes rios não são braços de um mesmo rio e além disso, entre as nascentes do primeiro e do segundo há milhares de quilômetros de distância. Portanto, mais um texto do Gênesis que me parece equivocado. ”  “Então disse o Senhor: não contenderá o meu espírito para

sempre com o homem; pois este é mortal; os seus dias serão cento e vinte anos.” (Gn 6: 3) Não se compreende como depois desta promessa atribuída á Deus, viveu Sem 600 anos; Arfaxade 438 anos; Sela 433 anos; Héber 464 anos; Pelegue e Réu 239 anos; Serugue 230 anos; Naor 148 anos e Terá 205 anos. O próprio Noé viveu mais de 900 anos. (Gn 11:10-25,32;)  “Por estes foram repartidas as ilhas das nações nas suas terras,

cada qual segundo a sua língua [...].” (Gn 10:5b) “Ora a terra toda tinha uma só língua...o povo é um e todos têm uma só língua.” (Gn 11:1,6;) Como pode no capítulo 10 haver terras com línguas distintas e no capítulo seguinte a terra voltar a ser de uma só língua? A dedução óbvia é que houve aí um erro na ordem dos capítulos, nada mais do que isso. 90

 “Foram estes os reis que reinaram na terra de Edom, antes que

reinasse rei algum sobre os filhos de Israel” (Gn 36:31;). Esta passagem é mais uma prova de que o Gênesis foi escrito por ocasião do cativeiro na Babilônia. Quando a informação essa informação já estava disponível, ou seja, período da monarquia teocrática de Israel. Criar e Transformar (bará/asah) No latim há dois verbos que se completam em significado: crear e trazer a existência) e criar (fazer, transformar). No hebraico bíblico também há uma distinção entre os verbos aplicados na narração da criação. No Gênesis (Bereshit ‫ )בראשית‬esses verbos precisam ser levados em consideração para uma melhor compreensão do que foi escrito:

Bereshít, "no início", "no princípio", a primeira palavra do texto) é o nome da primeira parte da Torá. Bereshit é chamado comumente de Gênesis pela tradição ocidental. Bará - trazer a existência Asah – fazer, transformar "No princípio criou Deus os céus e a Terra". (Gn 1.1) Bará: criar algo a partir de matéria inexistente. Num sentido mais profundo: "sair de dentro de...". A luz criada saiu de dentro de Deus quando Ele disse: "Haja luz!" "E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra." (Gn 2:7)

91

Asah: criar, referente à criação de algo a partir de matéria existente. Traduzido por "fazer, formar ou transformar". Podemos observar que esse verbo nos dá razões para pensar que a criação não foi acontecendo como num passe de mágica, mas a natureza foi se transformando, os seres vivos se adaptando, ganhando formas, evoluindo. Vejamos:

Bará: dar forma,

Asah : fazer,

trazer a existência

transformar Fez a expansão

Gn 1:1

Criou os céus e a Terra.

Gn

entre as águas

1:7

de cima e de baixo.

Gn 1:21

Gn 1:27

Gn 2:3

Criou as criaturas e

Gn

pássaros.

1:16 estrelas.

Criou Adão e Eva.

Gn 1:25

Fez o Sol, Lua e

Fez todas as criaturas da Terra.

Criou todas as suas

Gn. Tudo que Ele

obras.

1:31 fez...

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O Gênesis Reinterpretado Culturas mais antigas que a hebraica também possuem a sua cosmogonia, o seu registro sobre a criação primordial. Segundo os indianos Deus criou um homem chamado Adama, uma mulher chamada Heva, e então descansou. Os sumérios, gregos, caldeus, assírios, egípcios, chineses tiveram seu Jardim do Éden e sua árvore da vida. Os persas, os povos da Mesopotâmia e do sul da Índia, todos tinham sua estória sobre a tentação do homem e a serpente astuta. Os chineses acreditavam que o mal caiu sobre a terra por desobediência de uma mulher. Até os habitantes do Taiti acreditavam que o primeiro homem fora criado da terra, e a primeira mulher dos seus ossos. A lenda da criação contida no Zend-Avesta, livro sagrado dos persas, tem um conteúdo idêntico ao Livro da Criação hebraico:

“Ormuz, o deus bom, colocou na terra o primeiro homem e a primeira mulher, Meshia e Meshiahé, destinados a viverem com todos os seres criados. Prometeu-lhes felicidade neste e no outro mundo, com a condição de o adorarem como o autor de todos os bens. Durante muito tempo o casal se conformou com isso e suas palavras, pensamentos e ações eram puros e executaram a vontade de Ormuz, mas um dia, o deus do mal, Ariman, apareceu-lhes sob a pele de uma serpente, os enganou pela habilidade de sua palavra e os fez adorálo. Desde então, suas almas foram condenadas ao inferno até a ressurreição. A vida tornou-lhes cheia de penas e de sofrimentos, um demônio

lhes trouxe uma fruta sobre

a qual eles se atiraram

sedentos. Foi a segunda fraqueza em conseqüência da qual, seus males dobraram, caminhando de tentação em tentação, de queda em queda, só conseguindo prover o sustento com muito esforço e fadiga”.

93

Épico da Criação Babilônica Em 1849 o arqueólogo Henry Layard encontrou na antiga capital dos assírios, Nínive, na colina de Kuiundjik, o palácio de Assurbanipal (884-859 a.C.), que abrigava uma biblioteca composta de milhares de volumes, os quais constituem a chave para a compreensão de toda a civilização assírio-babilônica. Seus volumes englobavam toda a sabedoria do seu tempo: Ocultismo – filosofia – astronomia – listas dos reis – relatos históricos – literatura poética – canções e hinos sagrados. Composta na sua maioria de cópias dos originais babilônicos muito mais antigos. Um tesouro de valor incalculável que, devidamente acondicionado, partiu para a longa viagem de Nínive á Inglaterra e ao Museu Britânico. Enuma Elish, o texto da criação dos babilônios está escrito em sete tabletes, cada um contendo de 115 á 170 linhas. Foi supostamente escrito no 12° século a.C., mas há também aqueles que o dizem ser ainda mais antigo. O Dr. George Smith primeiramente o publicou em 1876 sob o título “O Gênesis Caldeu -

texto Acadiano em antigo dialeto babilônico”. O acádico era a linguagem diplomática da época do rei Assurbanipal, estas placas são cópias daquelas que se encontravam na biblioteca da Babilônia no tempo do grande rei Hamurabi. Pouco antes de 1900, nas sóbrias salas do Museu Britânico, os velhos textos começaram a narrar de novo, após uma pausa de dois mil e quinhentos anos, um dos mais belos poemas do antigo Oriente, a cantar pela primeira vez para os assiriólogos a epopéia de Gilgamesh, o rei de Uruk meio deus, meio homem. Nela se encontram todos estes elementos: o dilúvio, a arca, os animais, a pomba que fora enviada três vezes, e a montanha na qual a arca 94

descansou. A obra da criação do deus babilônico está registrada em seis tabletes de pedra. Na sétima o seu trabalho é exaltado. Assim entendemos que os sete dias da criação do Genesis bíblico achado na Bíblia se baseou nos registros babilônicos, cuja origem está nos registros sumérios. Noé Sumério Na epopéia original, um clássico da literatura suméria, esculpido há 5 mil anos, lemos a história de Ziusudra, um herói que sobrevive a uma enorme enchente graças a sua devoção ao deus Enki. Esta Divindade teria decidido destruir a humanidade, mas poupado o seu eleito e o aconselhou a levar consigo as sementes de todos os seres vivos. Ziusudra esperou sete dias, até soltar uma andorinha, um pombo e um corvo para verificar se a água já havia baixado. Noé Babilônico Mil anos depois, esta lenda sumeriana ressurgiria em um mito da Babilônia, a epopéia de Gilgamesh, relato da vida de um rei sumério que governava a cidade de Uruk. Neste relato, idêntico ao anterior, o personagem Ziusudra reaparece como Utnapishtim, o deus Enki como Ea. Qualquer semelhança entre os relatos mesopotâmicos com o do Gênesis não é considerado mera coincidência pelos estudiosos. A epopéia de Gilgamesh pertence aos tesouros culturais de todas as grandes nações do antigo Oriente. Sem dúvida a redação original desta narração, o mundo deve aos sumérios, cujo povo erigiu a primitiva Ur. Gilgamesh, diz a inscrição cuneiforme da tabuinha XI da Biblioteca de Nínive, está decidido a assegurar sua imortalidade e 95

empreende uma longa e aventurosa viagem a fim de encontrar seu antepassado Utnapishti, do qual espera saber o mistério da imortalidade, que os deuses lhe conferiram. Chegando a ilha onde vive Utnapishti, Gilgamesh interroga-o sobre o mistério da vida e este conta-lhe que viva em Shuruppak e era um fiel adorador do deus Ea. Quando os deuses tomaram a resolução de exterminar a humanidade por meio de uma inundação, Ea avisou-lhe dando a seguinte ordem: “Homem de Shuruppak: destrói tua casa e constrói um navio.

Abandona as riquezas despreza os bens e salva a vida! Introduza toda sorte de semente de vida no navio que deves construir, as medidas devem ser bem tomadas ”. A fim de facilitar a comparação entre a narração bíblica com Noé e a de Gilgamesh com Utnapishti examine o Gênesis (capítulo 6 até 8:21;). Segue a narração babilônica:

“No quinto dia tracei sua forma., sua base media doze Iku (três mil e quinhentos metros quadrados). Suas paredes mediam dez gar de altura cada uma (seis metros). Dei-lhe

seis

andares.

Joguei

no

forno

seis

sar

(medida

desconhecida) de breu. Tudo que eu tinha carreguei e toda a sorte de semente de vida. Coloquei no navio toda a minha família e parentela. Toda cólera

de Adad chega até o céu, toda a claridade se

transforma em escuridão. Seis dias e seis noites sopra o vento, o dilúvio, a tempestade do sul assola a Terra. Quando chegou a sétimo dia, a tempestade do sul, o dilúvio, foi abatida. 96

O mar se acalma e fica imóvel, e toda a humanidade se transforma em lodo. Abri o respiradouro e a luz caiu no meu rosto. O navio pousou no monte Nisir. O monte Nisir prendeu o navio e não o deixou flutuar.” Heróis Diluvianos da Mesopotâmia Ziusudra

(sumeriano),

Atrahasis

(acadiano),

Utnapishtim

(babilônico) são os principais heróis diluvianos. Embora cada versão tenha elementos distintos, há muitos elementos comuns em cada versão. A mais antiga versão do mito do dilúvio foi preservada em fragmentos que datam de 2600 a.C., são as mais antigas literaturas conhecidas. Acredita-se que estas influenciaram diretamente o Livro da Criação hebraico. “Os babilônios, assírios, persas, hititas e egípcios, leram e contaram

esta história uns aos outros.” (Werner Keller – E A Bíblia Tinha Razão, p. 46.)

97

Capitulo 6 Face Curiosa de Moisés Moisés não conheceu o Deus dos seus antepassados? Conforme estas passagens (Gn 2:4; 4:26; 12:8; 15:2,8; 22:1416; 26:25; 28:13;), Deus já era conhecido como “Yahweh” muito antes do tempo de Moisés, mas... No livro do Êxodo 3:13,14; Moisés demonstra não conhecer o nome do Deus dos seus antepassados, leia:

“Moisés disse a Deus: Eis que eu irei aos filhos de Israel e lhes direi: O Deus de vossos pais enviou-me a vós. Se eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes hei de responder?” É estranho, pois no Gênesis o nome Yahweh já aparece no original. Primeiro foi Moisés quem disse que não conhecia o nome do Deus de seus antepassados. Agora neste próximo versículo é o próprio Deus quem diz que não foi conhecido anteriormente pelo nome Yahweh. Leia:

“Disse mais Deus a Moisés: Eu sou o Senhor. Apareci a Abraão, a Isaque e a Jacó, como o Deus todo-poderoso, mas pelo meu nome, o Senhor (Yahweh), não lhes fui conhecido.” (Ex 6:2-3) Nota: como não foi conhecido pelo seu nome Yahweh se vimos anteriormente que no livro do Gênesis por várias vezes seu nome aparece no original? Quem escreveu o livro do Êxodo não leu os registros do Gênesis? No Gn 15:2,8 é Yahweh que se manifesta a Abraão e no Gn 28:13 á Jacó. O fato de Moisés não ter conhecido o nome do Deus dos seus ancestrais é estranho. O fato do verso 6:298

3 confirmar que Deus não era conhecido pelo nome Yahweh pelos antepassados de Moisés é mais esquisito ainda. Moisés falou com Deus nas trevas:

“O povo permaneceu em pé de longe, enquanto Moisés se chegou ás densas trevas, onde Deus estava.” (Êx 20:21) Moisés falou com Deus que estava numa nuvem espessa:

“Eu virei a ti numa nuvem espessa, para que o povo ouça quando eu falar contigo e para que também sempre creiam em ti. Ao amanhecer do terceiro dia houve trovões e relâmpagos e uma espessa nuvem sobre o monte e um sonido de buzina muito forte de maneira que todo o povo que estava no arraial estremeceu.

Nisso todo o monte Sinai fumegava, porque o Senhor descera sobre ele em fogo; e a fumaça subiu como a fumaça de uma fornalha, e todo o monte tremia fortemente. E, crescendo o sonido da buzina cada vez mais, Moisés falava, e Deus lhe respondia por uma voz. E, tendo o Senhor descido sobre o monte Sinai, sobre o cume do monte, chamou a Moisés ao cume do monte; e Moisés subiu.” (Êx 19:9,16,18-20) Moisés e a coluna de nuvem:

E sucedia que, entrando Moisés na tenda, descia a coluna de nuvem, e punha-se à porta da tenda; e o Senhor falava com Moisés. (Êx 33:9)

99

Moisés e a glória de Deus:

E disse mais: Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum verá a minha face, e viverá. Disse mais o Senhor: Eis aqui um lugar junto a mim; aqui te porás sobre a penha. E acontecerá que, quando a minha glória passar, pôr-te-ei numa fenda da penha, e te cobrirei com a minha mão, até que eu haja passado. E, havendo eu tirado a minha mão, me verás pelas costas; mas a minha face não se verá. (Êx 33:20-23) Moisés e o véu sobre o rosto:

Assim que Moisés acabou de falar com eles, pôs um véu sobre o seu rosto. Porém, entrando Moisés perante o Senhor, para falar com ele, tirava o véu até sair; e, saindo, falava com os filhos de Israel o que lhe era ordenado. Assim, pois, viam os filhos de Israel o rosto de Moisés, e que resplandecia a pele do seu rosto; e tornava Moisés a pôr o véu sobre o seu rosto, até entrar para falar com ele. (Êx 34:33-35) Moisés esteve 40 dias com Deus:

Disse ainda Yahweh a Moisés: “Escreve essas palavras; porquanto é de acordo com o teor dessas palavras que estabeleço aliança contigo e com Israel! Moisés ficou ali com o SENHOR quarenta dias e quarenta noites, sem comer pão e sem beber água. E escreveu sobre as Tábuas de pedra as palavras da aliança: os Dez Mandamentos. (Êx 34:27,28)

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Gráficos e Imagens Bíblicas

101

102

103

Mundo do Antigo Testamento

104

Tanakh – Bíblia Hebraica

Bíblias Ilustradas da Igreja Ortodoxa Etíope

105

Códice Aleppo - Torá

Torá de Damasco

106

Códice de Leningrado - versão mais antiga e completa da Bíblia Hebraica

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