148550488-mecanica-de-bicicleta-aula-1.pdf

  • Uploaded by: Alex Sandro Heleno da Silva
  • 0
  • 0
  • February 2021
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View 148550488-mecanica-de-bicicleta-aula-1.pdf as PDF for free.

More details

  • Words: 8,475
  • Pages: 32
Loading documents preview...
Sumário

CURSO DE MECÂNICA DE BICICLETA AULA 1 FALANDO SOBRE A PROFISSÃO E A BICICLETA Introdução Atendimento ao Cliente Conhecimentos Empresariais Local para Montar a Empresa Cuidados ao Montar uma Empresa Divulgando seu Trabalho Montando uma Bicicletaria Ferramentas Básicas Ferramentas Especiais Componentes da Bicicleta Tipos de Bicicleta Geometria e Medidas do Quadro Medidas da Bicicleta Veja se Aprendeu

Instituto Universal Brasileiro

Administração Luiz Fernando Diniz Naso José Carlos Diniz Naso Inês Diniz Naso Gerente Geral Modesto Pantaléa Direção de Arte Carlos Eduardo P. Naso Assistente Jurídica Rafaela Naso

Produção Marcos Prado de Carvalho Imagens Alexandre Morsilla Revisão Roseli Anastácio Silva Marcia Moreira de Carvalho

Diretora Geral Irene Rodrigues de Oliveira Teixeira Ribeiro Coordenação Didática Waldomiro Recchi Fotografia Roberto Carlos Alves Autor Waldomiro Recchi Assessoria Técnica Antônio José Pinto Corrêa Editoração Instituto Universal Brasileiro

Impressão IUBRA - Indústria Gráfica e Editora Ltda. Rodovia Estadual Boituva - Iperó, km 1,1 Campos de Boituva - Boituva - SP CEP 18550-000

Todos os direitos são reservados. Não é permitida a reprodução total ou parcial deste curso.

AULA 1 FALANDO SOBRE A PROFISSÃO E A BICICLETA

As bicicletas ergométricas, embora não sejam veículos de locomoção, possuem a mesma mecânica de uma bicicleta comum. Portanto, são assistidas pela mesma mão de obra.

Introdução

É inegável que o uso da bicicleta na área esportiva, de lazer e, principalmente, como meio de transporte urbano vem crescendo, em especial, nas grandes cidades brasileiras. Esse crescimento deve atingir índices bastante elevados nos próximos anos, assim como acontece em muitos países. Embora a bicicleta seja um veículo de locomoção cuja mecânica é bastante simples, é inevitável que, num futuro bem próximo, haverá a necessidade de se abrir oficinas especializadas em assistência técnica em todo o território nacional. Foi pensando nisso que o Instituto Universal Brasileiro lançou esse curso de qualificação profissional em mecânica de bicicleta, com o objetivo de preparar mão de obra especializada para atender à demanda em pouco tempo no mercado de trabalho. Como o curso é voltado para a profissionalização, ele é útil tanto para quem deseja trabalhar como empregado em oficinas e lojas do ramo como para quem deseja se estabelecer montando sua própria bicicletaria, nome dado às oficinas que prestam serviço de assistência técnica a qualquer tipo de bicicleta. Por isso, vamos iniciar a primeira aula com orientações, informações e procedimentos que irão ajudar o aluno que deseja trabalhar por conta própria, além de apresentar as ferramentas de trabalho de um profissional mecânico de bicicleta. Curso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

A bicicletaria, como qualquer outro ramo de negócio, deve ser vista como empreendimento comercial estabelecido por algumas regras básicas que devem ser observadas antes da implantação da empresa.

Atendimento ao Cliente

3

Um bom atendimento é sempre importante para conseguir clientes. Quem trabalha com público pode se deparar com clientes muito exigentes e totalmente conscientes de seus direitos. Para isso, é importante que o profissional conheça o Código de Defesa do Consumidor para tomar os devidos cuidados e não cometer equívocos. O atendimento começa sempre que um cliente, ou potencial cliente, entrar em contato seja por telefone, por e-mail ou mesmo pessoalmente. Um bom atendimento é para todos, mesmo com aqueles que já são “da casa”, ou seja, os que são fiéis: eles também gostam de ser bem atendidos. Instituto Universal Brasileiro

educação. Cada pessoa é única, e devemos respeitar o gosto e desejo dela.

Atualmente, a excelência no atendimento ao cliente é um dos maiores diferenciais para o profissional poder conquistá-lo e muito importante para o crescimento do trabalho. Cliente satisfeito é sinônimo de trabalho estabilizado e próspero. Para um trabalho de marketing pessoal eficiente, preste atenção em detalhes simples do dia a dia, muito valorizados para quem trabalha com público:

Etiqueta. Assunto delicado, mas importante. Regras de etiqueta existem para facilitar nossa vida, esclarecendo o que é apropriado ou não numa determinada situação. Respeitar todas as pessoas é uma regra que não deve ser esquecida, assim como o horário marcado. Caso tenha algum ajudante, trate-o com educação e respeito, exigindo que ele faça o mesmo com os clientes.

Empatia. É o elemento fundamental do autoconhecimento, a capacidade de colocarse no lugar do outro, invertendo os papéis. Experimente e descubra como gostaria de ser atendido e avalie se o modo como se relaciona com seus clientes é o modo do qual gostaria para si mesmo.

Atendimento com qualidade

Para garantir um bom atendimento e o retorno dos clientes, algumas regras devem ser observadas:

Simpatia. As pessoas gostam de ser bem tratadas; logo, ser cordial, afetuoso, educado, entusiasmado é fundamental para garantir uma imagem positiva entre as pessoas de nosso relacionamento. Aja com simpatia e naturalidade e lembre-se de usar as palavras mágicas como “Bom dia”, “Obrigado”, “Por favor”, “Queira me desculpar” e outras que garantem um bom relacionamento, tanto na vida pessoal como na profissional.

• O trabalho mais importante do atendimento é criar vínculos, tanto com clientes como seus ajudantes, formando uma rede de relacionamentos. Converse com seu ajudante sobre a importância do atendimento adequado para deixar o cliente satisfeito. Isso garante retorno e indicação de novos clientes e serviços.

• Deixe que seus clientes expressem seus desejos e gostos e questione-os em caso de dúvida. Anote os detalhes com atenção para realizar um bom trabalho e lembre-se de que a pessoa que está atendendo é seu cliente, não seu melhor amigo, devendo tratálo com respeito e consideração.

Saber ouvir. Algumas vezes, as pessoas aproveitam o momento de descontração e podem se abrir enquanto as atende. Encare isso como um privilégio, pois elas o consideram importante o suficiente para dividir as angústias pessoais, ou querem sua opinião em determinado assunto. Escute-as com paciência sem críticas e, com palavras positivas, dê forças, esperanças, sem julgar. Jamais comente qualquer assunto que lhe foi confidenciado com outro cliente ou com uma pessoa conhecida.

Ter conteúdo. De nada adianta agir com simpatia e educação sem conteúdo. Para isso, é essencial conhecer seu trabalho e acompanhar todas as novidades que surgem no ramo do ciclismo. É importante dar opiniões consistentes, objetivas, claras, sem impor sua vontade, mas com sinceridade, respeito e Curso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

• Faça uma agenda com os nomes, endereços e telefones de todos os seus clientes.

• Valor, custo e satisfação são itens que devem ser bem pensados. No início da carreira, o valor de um determinado serviço é um; com a prática e o aperfeiçoamento, seu preço passa a ser outro. Tenha uma tabela básica com valores cobrados para cada tipo de serviço e nunca mude o valor cobrado de acordo com o cliente, pois isso não é ser profissional.

4

• Da mesma maneira que algumas atitudes de conduta ajudam no atendimento, outras prejudicam o trabalho. Mascar chiclete, comer

Instituto Universal Brasileiro

Quando abrir uma empresa, é aconselhável contratar serviços de um escritório de contabilidade para poder assumir um negócio sozinho registrando-se como empresário, ou firmar uma sociedade.

bolacha ou sanduíche, apresentar-se com as mãos e a roupa sujas, ou cheirando a suor, são exemplos de conduta que prejudicam a imagem. Não é necessário apresentar-se com roupa de grife, mas ela deve estar bem limpa. Os cabelos também devem estar penteados e bem limpos, pois isso demonstra cuidado com a higiene pessoal e consideração com o cliente.

Dúvidas mais comuns na hora de abrir uma empresa O que é um profissional autônomo?

• Uma forte e atual tendência é o atendimento personalizado. Se tiver facilidade de transporte, ofereça seus serviços para buscar e entregar bicicletas.

O autônomo é o trabalhador que, normalmente, presta serviço por conta própria sem vínculo empregatício com qualquer empresa. Não é subordinado, nem segue horários rígidos de trabalho. O fato de ser autônomo não significa que não possa executar serviços para outras empresas; ao contrário, é o profissional mais procurado por elas. O profissional autônomo deve-se ater às seguintes observações:

Conhecimentos Empresariais

Exercer a função de empresário requer alguns conhecimentos necessários para o bom andamento da empresa, seja individual ou uma sociedade. Portanto, devemos entender um pouco mais sobre o que é ser empresário para montar uma empresa de acordo com a lei. Sabemos que um empresário precisa conhecer todas as especificações daquilo que pretende comercializar. Para abrir uma empresa, devemos obedecer a certas normas e apresentar alguns documentos exigidos por órgãos competentes devidamente representados. Nesse processo, é possível também buscar orientações em entidades como SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), que possui uma equipe de profissionais à disposição dos novos empreendedores e, dentre outras facilidades, distribui uma cartilha com informações preciosas para abertura de uma empresa. Curso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

• Ele é chefe de si mesmo, por isso, deverá tomar decisões certas ou erradas e arcar com as consequências. • Não tem horário fixo, ou pré-estabelecido, mas, quanto menor for o número de horas trabalhadas, menor será o seu rendimento. • A remuneração, ou rendimento, está diretamente relacionada com discrição, desempenho e competência profissional.

Para ser um autônomo, o profissional deve requerer um Registro de Autônomo na prefeitura de sua cidade para receber as orientações necessárias. O mecânico de bicicleta atua como profissional autônomo, podendo trabalhar em sua residência ou ter um lugar próprio para montar sua empresa. Quem pode abrir uma empresa?

5

De acordo com o Código Civil, são capazes de abrir uma empresa pessoas com idade superior a 21 anos. Quanto aos menores de 21 e maiores de 18, estes podem ser legalmente emancipados, devidamente representados com Instituto Universal Brasileiro

Como definir o nome da empresa?

suas respectivas autorizações por escrito, com reconhecimento de firma pelo cartório.

Ao escolher o nome da empresa, é necessário verificar, na Junta Comercial, se não há outra empresa, em seu estado, registrada com o mesmo nome. Essa busca é realizada mediante pagamento de taxa. Não havendo empresa homônima (com o mesmo nome), é possível fazer o registro; se houver, escolha outro nome. Caso queira estender a proteção e o uso exclusivo do nome para todo o território nacional, solicite o registro no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

O que é uma empresa limitada (Ltda)?

Conhecida também como sociedade por quotas, a empresa limitada é formada por dois ou mais sócios, com as devidas responsabilidades comerciais. Está sempre limitada ao capital social empregado pelos sócios na formação da sociedade. E se optar por uma microempresa?

O que é Alvará de Funcionamento?

Ao abrir uma microempresa (empresa de pequeno porte), pode receber tratamento diferenciado por vários órgãos governamentais, com redução, ou isenção, de taxas de registros, de licença etc.

O Alvará de Funcionamento é uma licença administrativa para o exercício de uma empresa. Este deve ser emitido pela prefeitura da cidade onde se pretende montar a empresa, e lá o futuro empresário deverá obter informações referentes às instalações físicas da empresa (em relação à localização) e ao próprio Alvará de Funcionamento.

Quais as providências a serem tomadas na abertura de uma empresa?

Para abrir uma empresa, é necessário obter alguns registros nos seguintes órgãos: Junta Comercial do Estado, Receita Federal, prefeitura do município da empresa, INSS (autônomo), Sindicato Patronal.

Local para Montar a Empresa

Como fazer o registro na Junta Comercial?

Para o registro na Junta Comercial, é necessário providenciar alguns documentos. Dentre eles: cópia do IPTU do imóvel onde será a sede da empresa, cópia autenticada do RG e CPF do proprietário e/ou dos sócios da empresa, cópia autenticada do comprovante de endereço do proprietário e/ou dos sócios.

Se o local de funcionamento não for próprio, é preciso conhecer as normas para a locação de um imóvel comercial. Na escolha do ponto que será locado, é importante considerar as seguintes questões:

Curso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

6

• Quanto à localização, à capacidade de instalar um negócio e às características da vizinhança, o imóvel atende às necessidades operacionais? Instituto Universal Brasileiro

imóvel, pois ele não é obrigado a prorrogar o prazo de locação. Caso o locatário não desocupe o imóvel, o locador poderá pedir o imóvel por meio de ação judicial (ação de despejo). O locador tem o direito de fazer uma revisão de valor a cada três anos, ajustando o aluguel ao valor de mercado. Contudo, se houver um acordo sobre os valores nesse espaço de tempo, o prazo só se iniciará após o último acordo.

• É de fácil acesso para os clientes? • Está regularizado pelos órgãos públicos municipais? • Possui o Habite-se, documento que atesta que a construção do imóvel seguiu as exigências estabelecidas pela prefeitura? • O IPTU está em dia? • É possível colocar placas de identificação no estabelecimento?

Contrato de locação

Laudo de vistoria

O contrato de locação é um instrumento jurídico celebrado entre o locador e o locatário, estabelecendo regras claras e objetivas para que o locatário utilize o imóvel cedido pelo locador sob determinadas condições, mediante pagamento mensal de aluguel.

O locatário pode exigir uma descrição minuciosa do estado do imóvel que está recebendo; isso trará uma garantia para não ser pego de surpresa com reparos futuros, indevidos. Essa atitude deverá ser tomada se o locador não exigir um laudo de vistoria. Verificando o estado em que o imóvel se encontra, é bom tirar fotos e, se possível, fazer um relatório com o locador, descrevendo a condição do imóvel. Também é bom relacionar o que está na sua frente e anotar, criteriosamente, como se encontram as instalações telefônicas, torneiras, portas, janelas e tudo o que possa ser detalhado, escrito e reconhecido com o locador. O locatário deverá notificar ao locador, com cópia protocolada, todos os danos que ocorrerem no imóvel, provocados por chuvas, infiltrações, defeitos de instalações etc. A pintura nova só deverá ser realizada na entrega do imóvel, no fim do contrato de locação; a pintura antes da locação deverá ser providenciada antes da entrada do inquilino.

No contrato de locação, deverão constar:

• a qualificação das partes (locador e locatário); • o objeto (imóvel); • o valor do aluguel e o índice de reajuste; • o tempo da locação; • a forma e o local de pagamento do aluguel; • garantias locatícias (benfeitorias a serem realizadas no imóvel pelo locatário); • multas e juros que incidirão em caso de atrasos no pagamento do aluguel; • demais obrigações do locador e locatário. Quando o contrato de locação é verbal, ou omisso, os impostos, as taxas e o seguro complementar do imóvel são responsabilidades do locador.

Veja mais algumas observações sobre o contrato de locação: Documentação

É bom pedir ao locador a documentação atualizada comprobatória de propriedade do imóvel, que é expedida pelo cartório de registro de imóveis.

Prazo do contrato Ao término na data prevista, o locador poderá, seguramente, pedir a restituição do Curso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

7

Instituto Universal Brasileiro

Vistoria do imóvel realizada pelo Corpo de Bombeiros

tudo sobre seu negócio e em como administrá-lo. • Calcular todos os riscos que vai correr para não sair do controle. • Ter sempre uma rede de contatos. • Preparar-se, pois o retorno financeiro, nos primeiros anos, será lento. • Criar um jeito só seu de atendimento.

É muito comum, antes de conseguir um Alvará de Funcionamento, a prefeitura pedir vistoria do imóvel para o qual está sendo requerida. Geralmente, a vistoria é realizada pelo Corpo de Bombeiros, que verifica as instalações elétricas e condições da distribuição de pontos de energia local. Essa vistoria é obrigatória com a presença do requerente para liberação do Certificado de Vistoria de Conclusão de Obras (CVCO), do Habite-se (no caso de construções novas, reformadas e ampliadas) e do Alvará de Funcionamento. Para agendar essa vistoria, o requerente deverá se dirigir ao guichê do Corpo de Bombeiros da prefeitura, ou ao Quartel Central do Corpo de Bombeiros. No caso de concessão do Alvará de Funcionamento, deverá ter em mãos o endereço do imóvel com o número do CNPJ da empresa e o nome do escritório contábil, ou do contador responsável.

Divulgando seu Trabalho

A maior propaganda do negócio somos nós mesmos, quando fazemos um bom trabalho, deixando o cliente satisfeito. Assim, ele indicará seu trabalho a outros futuros clientes. Cartão de visita ou folhetos com telefone para contato é outra ferramenta para divulgar seu negócio. Faça cartões bem criativos e distribua-os para seus conhecidos e também aos seus clientes, pois eles também são divulgadores do seu trabalho. Outra ferramenta de propaganda na atualidade tem sido a internet. Através de blogues ou sites, poderá divulgar seu trabalho, dar algumas dicas e outros conselhos profissionais. Enviar spams (mensagens eletrônicas não solicitadas) e e-mails sem autorização pode manchar seu negócio; para evitar isso, cadastre seu blogue ou site em um dos sistemas de busca existentes na internet.

Cuidados ao Montar uma Empresa

Além das precauções apresentadas até agora, veja mais alguns cuidados que devemos ter antes de montar uma empresa:

• Fazer um plano de negócio, organizando todo o investimento que será usado para montar uma empresa. • Organizar o custo de cada operação, como, por exemplo, o orçamento do material de trabalho. • Preparar o orçamento para despesas como água, luz, telefone, aluguel etc. • Sempre ter um capital de giro, ou seja, um dinheiro guardado para situações de emergência. • Investir em novidades e atualizações profissionais. • Começar de fora para dentro: conheça a vizinhança de seu ponto comercial. • Não acreditar que as experiências dos outros serão as mesmas que você terá. • Investir em tempo com pesquisa e esCurso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

Saiba que o marketing mais barato que existe é o chamado boca a boca, ou seja, a propaganda feita de uma pessoa para outra.

8

Instituto Universal Brasileiro

Montando uma Bicicletaria

As peças e os acessórios são expostos em balcões de vidros e estantes localizados em lugares onde possam ser vistos, protegidos do alcance dos clientes. A oficina deve ser subdividida em dois espaços: um para limpeza e lavagem da bicicleta e outro com bancada e painel de ferramentas para serviços de manutenção e assistência técnica. A bancada pode ser simples ou com painel de ferramentas conjugado, conforme podemos ver na figura 4.

A maioria das bicicletarias é classificada como microempresa, pois, além dos serviços de assistência técnica, comercializam-se bicicletas, peças e acessórios. A área de uma bicicletaria não precisa ser muito grande, mas deve oferecer possibilidades de divisão do espaço. Veja um exemplo na figura 1.

Figura 4 – Bancada simples e com painel de ferramentas conjugado.

Figura 1 – Área de uma bicicletaria.

Na área de vendas, podemos expor as bicicletas de várias maneiras: apoiadas em suportes (paraciclos), penduradas etc. (figuras 2 e 3).

Na bancada simples, o painel de ferramentas deve ser fixado na parede. Em ambas as bancadas, podemos colocar gavetas ou prateleiras tipo bandeja, que são práticas para acomodar ferramentas maiores como furadeira, suporte de rodas, arco de serra entre outras. As medidas de comprimento da bancada pode variar (1,20 m, no mínimo) para se adequar ao espaço de sua localização. O balcão de atendimento deve ser do tipo expositor, ou seja, com armação de madeira ou metálica e vidro na frente (figura 5).

Figura 2 – Bicicleta apoiada em um suporte.

Figura 3 – Bicicleta pendurada.

Curso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

9

Figura 5 – Balcão expositor.

Instituto Universal Brasileiro

Chave Philips. É uma chave com ponta em forma de cruzeta, que se encaixa nas cabeças de parafusos Philips. Ela é indicada pela largura da lâmina e pelo comprimento da haste e apresenta isolação no cabo, como a chave de fenda. Também devemos possuir um jogo com diversas chaves Philips (figura 7).

As estantes mais práticas e fáceis de serem instaladas são as moduladas de aço, encontradas em lojas de móveis comerciais.

Ferramentas Básicas

Todas as ferramentas devem estar dispostas de maneira organizada, em painéis fixados em paredes e em gavetas apropriadas. Ferramentas espalhadas prejudicam o serviço, pois não são localizadas com facilidade e proporcionam uma péssima impressão de um ambiente desorganizado. A seguir, apresentamos as ferramentas básicas utilizadas em mecânica geral, que são as chaves, os alicates, as limas, o martelo dentre outras.

Chaves

Veja as chaves que o profissional utiliza na bicicletaria:

Figura 7 – Chaves Philips.

Chave Allen. É uma chave sem isolação no cabo, utilizada em parafusos com cabeça sextavada. Também podemos encontrá-la em diversos tipos e tamanhos, indicada pela dimensão de sua secção, em polegadas ou milímetros (figura 8).

Chave de fenda. É uma chave constituída de haste cilíndrica de ferro, com ponta livre achatada, de duplo chanfro e isolação no cabo. Ela é indicada por dois números: o primeiro representa a largura da lâmina (fenda); e o segundo, o comprimento da haste. Por exemplo, uma chave de 3/16” x 6” indica 3/16” de largura por 6” de comprimento. Devemos ter um jogo de chaves de fenda para diversos tipos e tamanhos de parafusos (figura 6).

Figura 8 – Chaves Allen.

Figura 6 – Chaves de fenda.

Curso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

10

Chave de aperto. Utilizamos essa chave para apertar porcas e parafusos e podemos encontrar diversos modelos, escolhendo a que mais atende as nossas necessidades no dia a dia (figuras 9 a 13). Instituto Universal Brasileiro

Figura 9 – Chave de aperto tipo catraca. Figura 13 – Chaves de aperto biela (ou L).

Chave de grifa. Também conhecida como “grifo”, é uma chave destinada a segurar peças redondas como tubos, canos etc., facilitando a torção ou aperto. Ela possui mandíbulas ajustáveis mediante uma rosca que desliza paralelamente à direção da peça (figura 14).

Figura 10 – Chaves de aperto ajustáveis.

Figura 14 – Chaves de grifa.

Alicates

Figura 11 – Chaves de aperto fixas.

Figura 12 – Chaves de aperto combinadas (fixa + estrela).

Curso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

Os alicates são ferramentas que apresentam múltiplas funções, como segurar, fixar, torcer, cortar, apertar dentre outras. Todo alicate, sem exceção, deverá ter seu cabo isolado, assim como algumas chaves apresentadas. Existem diversos tipos de alicates no mercado, porém o nosso ramo profissional requer apenas os modelos a seguir:

11

Alicate universal. O alicate universal é o mais conhecido e utilizado, com Instituto Universal Brasileiro

modelos que variam, principalmente, no acabamento. Possui serrilhas nas suas extremidades que facilitam a pega de uma determinada peça e um corte lateral. Podemos encontrar o alicate universal em vários tamanhos (figura 15).

Figura 17 – Alicates de corte diagonal.

Alicate de pressão. Esse tipo de alicate, também conhecido como “terceira mão”, agarra uma determinada peça com relativa pressão, a qual é mantida. A pressão é ajustada através de um sistema de mola regulável por parafuso. Por causa dessas características, o alicate de pressão é muito empregado como “morsa portátil”, pois ajuda a manter uma peça segura, sem auxílio das mãos (figura 18).

Figura 15 – Alicates universais.

Alicate de bico. O alicate de bico é empregado para segurar peças pequenas em locais de difícil acesso e, no nosso caso, é utilizado para passagem de cabos de aço dos freios. Esse tipo de alicate pode ser reto ou curvo, mas utilizamos somente o reto (figura 16).

Figura 18 – Alicate de pressão.

Limas

As limas são utilizadas para desbastar madeira, ferro e até plásticos e são classificadas de acordo com o formato e o uso a que se destina (figura 19):

Figura 16 – Alicates de bico tipo reto.

Alicate de corte. Existem diversos tipos de alicates de corte, porém o mais utilizado na mecânica de bicicleta é o de corte diagonal, ótimo para cortes precisos (figura 17). Curso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

12

• Quanto à secção: triangular, quadrada, chata, faca, redonda ou meia-cana; • Quanto à superfície: mursa, bastarda ou grosa; Instituto Universal Brasileiro

• Quanto ao corte: simples ou duplo

ferro muito utilizado em serviços mais pesados como desamassar, desentortar etc. (figura 21).

Figura 21 – Marreta e martelo.

Figura 19 – Classificação das limas.

Torno de bancada

As limas mais comuns são as de formato triangular, chato, redondo e meia-cana.

O torno de bancada, ou morsa, permite que as peças sejam fixadas nela, para que sejam efetuados dobras, furos, cortes, desbastes etc. (figura 22).

As limas devem ser fixadas em cabos de plástico ou de madeira para um fácil manuseio (figura 20).

Figura 20 – Limas fixadas em cabos de plástico.

Martelo e marreta

O martelo é classificado pelo peso de sua parte metálica e pelo seu formato. Assim, temos martelos de 200 gramas, 550 gramas, de carpinteiro, de ferreiro, de sapateiro etc. O martelo de carpinteiro é o mais comum, que consiste numa cabeça de aço forjado resistente a choques, com unhas (orelhas) destinadas para retirar pregos. A marreta é um martelo de Curso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

Figura 22 – Torno de bancada.

Furadeira

13

A furadeira é utilizada para furar, desbastar, aparafusar etc. e apresenta dois modelos: manual e elétrica, sendo esta última com velocidade normal e de impacto (figura 23). Instituto Universal Brasileiro

Talhadeira e ponteiro

Tanto a talhadeira como o ponteiro são ferramentas destinadas ao corte de peças de metal, concreto e alvenaria. Variam de tamanho, comprimento e largura da lâmina (figura 26). Figura 23 – Furadeira elétrica.

Brocas

As brocas são instrumentos para perfurar madeira, metal etc., compostas de uma haste com ponta de ferro, aço, aço carbono, empregadas em conjunto com a furadeira. Elas podem ser adquiridas em polegadas ou milímetros, com vários tipos e modelos (figura 24).

Figura 26 – Talhadeira e ponteiro.

Esmeril

O esmeril é uma ferramenta utilizada para afiar, desbastar, refazer pontas etc. É composto de dois rebolos (pedra de fiar), sendo um de grana fina e outro de grana grossa (figura 27).

Figura 24 – Brocas.

Arco de serra

O arco de serra é uma armação onde se fixa a serra para metal, a qual é indicada pelo seu tamanho em polegadas. A colocação da serra no arco é feita com seus dentes voltados para frente (figura 25). Figura 27 – Esmeril.

Punção

Figura 25 – Arco de serra.

Curso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

14

O punção é um instrumento pontiagudo que serve para marcar centros, quando se deseja executar um furo. Assim, evitamos que a broca da furadeira saia da posição desejada (figura 28). Instituto Universal Brasileiro

Figura 28 – Punção.

Ferramentas Específicas

Além das ferramentas básicas, temos as ferramentas específicas utilizadas na mecânica de bicicletas. A seguir, mostraremos as ferramentas especiais cuja aplicação será vista na execução de todos os procedimentos de desmontagem, montagem, regulagem e reparações de uma bicicleta, tudo isso em forma de passo a passo (figuras 29 a 43).

Figura 32 – Corta-corrente.

Figura 33 – Espátulas para desmontar pneus.

Figura 29 – Chave de pedal.

Figura 34 – Chave de boca para soltar e apertar caixas de direção. Figura 30 – Chave de boca para movimento central.

Figura 31 – Chave para soltar e fixar raios de roda.

Curso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

15

Figura 35A – Extrator de cassete.

Instituto Universal Brasileiro

Figura 38B – Detalhe do extrator de catraca única.

Figura 35B – Detalhe do extrator de cassete.

Figura 39 – Chave para cone.

Figura 36 – Extrator para movimento central e engrenagens.

Figura 37 – Extrator para catraca de marcha.

Figura 40A – Suporte para alinhar rodas visto de frente.

Figura 38A – Extrator de catraca única.

Figura 40B – Suporte visto de lado.

Curso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

16

Instituto Universal Brasileiro

Figura 41 – Conjunto de chaves para retirar caixa de centro do movimento central.

Figura 44 – Componentes de uma bicicleta.

A nomenclatura utilizada para os componentes da bicicleta será a que considerarmos mais comum, porém alguns nomes podem divergir de uma região para outra. Vamos ver, com mais detalhes, cada um dos componentes:

Quadro. O quadro é a parte mais importante da bicicleta. É conhecida pelos mecânicos de a “alma” da bicicleta, pois a maioria dos componentes é fixada nele, como o garfo, o selim, o guidão, a pedivela, as rodas etc. (figura 45).

Figura 42 – Extrator de pedivela.

Figura 43 – Martelo de borracha.

Componentes da Bicicleta

Na figura 44, podemos ver o desenho de uma bicicleta com todos os componentes montados, e o mecânico deve conhecer cada um deles. Curso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

Figura 45 – Quadro.

17

Garfo. É a peça do sistema de direção que se encaixa no tubo dianteiro do quadro. No garfo, se conectam o guidão, a mesa e o eixo da roda dianteira (figuras 46 e 47).

Instituto Universal Brasileiro

Selim. É o assento fixado em um tubo, peça que se encaixa no quadro para proporcionar a regulagem de altura do selim (figuras 49 e 50).

Figura 46 – Garfo sem suspensão.

Figura 49 – Selim e canote comum.

Figura 47 – Garfo com suspensão.

Guidão. É uma peça tubular fixada no garfo através da mesa. É o volante do sistema de direção (figura 48).

Figura 50 – Tubo mais moderno.

Figura 48 – Guidão completo.

Curso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

18

Sistema de freios (V-Brake). É acionado por cabos de aço através dos manetes de freio fixados no guidão. Ao acionar os manetes, o cabo de aço puxa as sapatas de freio fixadas no manete, as quais entram em contato com o aro da roda, forçando a frenagem (figura 51). Instituto Universal Brasileiro

Passador de marcha. São alavancas fixadas no guidão que, quando acionadas, fazem a mudança da corrente entre a engrenagem do cassete e a coroa da pedivela; ou seja, a mudança da marcha para câmbios V7, V8 até V9 (figura 54).

Figura 51 – Sistema de freios (dianteiro e traseiro).

Cabo de aço. O cabo de aço é fixado em coduítes flexíveis, utilizado para o acionamento do sistema de freios e o engate de marchas (figura 52). Figura 54 – Passador de marcha.

Câmbio traseiro. É o mecanismo que nos permite executar a mudança de marchas quando acionamos o passador de marcha. Através dele, é realizada a passagem da corrente entre as engrenagens do cassete ou da catraca (figura 55). Figura 52 – Cabo de aço com conduíte flexível e tubo de passagem.

Manete de freio. São as alavancas fixadas no guidão, acionadas quando se deseja frear a bicicleta (figura 53).

Figura 55 – Câmbio traseiro.

Figura 53 – Manetes de freio.

Curso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

19

Câmbio dianteiro. Tem a mesma função do câmbio traseiro, mas realiza a passagem da corrente entre as coroas da pedivela (figura 56). Instituto Universal Brasileiro

Eixo da pedivela. É o eixo do movimento central instalado no quadro da bicicleta. Nele são fixadas as pedivelas direita e esquerda (figura 59).

Figura 56 – Câmbio dianteiro.

Cassete ou roda-livre. É a catraca dentada, ou conjunto de coroas dentadas, fixada no cubo da roda traseira. Juntamente com a corrente e a coroa do movimento central, o cassete possibilita a propulsão da bicicleta. É nela que o câmbio traseiro faz a mudança de marchas (figura 57).

Figura 59 – Eixo da pedivela.

Corrente. A corrente é formada por elos e faz a conexão entre a coroa da pedivela e o cassete ou coroa da roda traseira (figura 60).

Figura 57 – Roda-livre.

Figura 60 – Corrente.

Pedivela com coroas. É o conjunto formado por três coroas dentadas e as pedivelas direita e esquerda em que são fixados os pedais ao eixo do movimento central (figura 58).

Pedais. São peças fixadas nas pedivelas, em que o ciclista apoia os pés para movimentar a bicicleta (figura 61).

Figura 58 – Pedivela com coroas.

Figura 61 – Jogo de pedais.

Curso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

20

Instituto Universal Brasileiro

Cubos centrais de rodas. São peças com formato de um cartucho colocadas no centro das rodas. Dentro deles, trabalham esferas, rolamentos e um eixo passando pelo centro. Esse eixo é fixado no garfo (roda dianteira) e no quadro (roda traseira); nesse caso, instala-se a roda traseira com blocante (encaixe) ou porcas, dependendo do modelo do cubo (figura 62).

Pneu e câmara de ar. A câmara de ar deve ser inflada no interior do pneu numa determinada calibragem para suportar o peso da bicicleta e do ciclista (figura 65).

Figura 65 – Pneu e câmara de ar.

Mesa. É a peça que conecta o guidão ao tubo dianteiro do quadro (figura 66).

Figura 62 – Cubos de rodas.

Roda. É formada pelo aro, raios e cubo central (figuras 63 e 64).

Figura 66 – Mesa.

Figura 63 – Roda.

Manoplas. São peças de borracha colocadas no guidão para dar mais firmeza e conforto ao ciclista (figura 67).

Figura 64 – Componentes da roda.

Figura 67 – Manoplas.

Curso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

21

Instituto Universal Brasileiro

Sistema de freio a disco. Similar ao sistema de freio a disco do automóvel, o sistema da bicicleta é constituído de um disco fixado no cubo da roda, manetes mecânicos ou hidráulicos, conduítes e um conjunto de peças chamado caliper ou pinça, o qual contém o burrinho, as pastilhas etc.

Aseguir, apresentamos alguns componentes que diferem um pouco dos mencionados anteriormente e pertencem a uma linha de bicicletas standard, mais simples e populares (figuras 69 a 79).

Observações

• O caliper dianteiro é fixado na suspensão ou garfo; já o traseiro, num suporte específico no quadro. • O sistema mecânico funciona através de cabos de aço que podem ser os mesmos do V-Brake, inclusive os mesmos manetes.

Figura 69 – Quadro simples e garfo standard.

• No sistema hidráulico, os manetes possuem um reservatório de óleo utilizado para acionar as pastilhas.

Caixa de direção. Os componentes da caixa de direção são estes: duas bacias, dois colares de esferas, um cone, uma porca conjugada com cone, duas arruelas e uma contraporca (figura 68).

Figura 70 – Conjunto de movimento central.

Figura 71 – Componentes do rolamento para movimento central.

Figura 68 – Caixa de direção.

Observações

• Existem caixas de direção com dois cones. Nesse caso, é comum uma porca conjugada com cone.

• As medidas mais comuns da caixa de direção são standard, over, megaover, e podem ser integradas, semi-integradas e externas ao quadro.

Curso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

22

Figura 72 – Pedivela tipo monobloco.

Instituto Universal Brasileiro

Figura 73 – Engrenagem tripla.

Figura 77 – Câmbio dianteiro.

Figura 78 – Eixo substituto do movimento central.

Figura 74 – Conjunto de câmbio.

Figura 79 – Carrinho do selim.

Figura 75 – Conjunto de alavanca índex.

Tipos de Bicicleta

Assim como os automóveis, as bicicletas também apresentam características específicas de acordo com o seu uso. Elas são diferenciadas conforme o objetivo do ciclista: bicicletas de passeio ou lazer, bicicletas de estrada, mountain bike, bicicletas especiais etc.

Figura 76 – Câmbio traseiro com gancheira.

Curso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

23

A seguir, daremos as características de uso dos principais modelos de bicicletas:

Instituto Universal Brasileiro

Bicicleta de passeio ou lazer. Essa bicicleta tem, como característica principal, a simplicidade da geometria e dos equipamentos. É utilizada em atividades de lazer, em pisos duros e com pó, encontrada em diversos tamanhos e modelos.

competições específicas, que são diferenciadas pelo material utilizado em sua construção e alteradas em sua estrutura como ângulos e tamanho do quadro, para atender as necessidades de diversas provas a que serão submetidas. Podemos incluir, nessa categoria, para efeito de manutenção, as bicicletas ergométricas.

Bicicleta de estrada. Indicada para ciclistas que percorrem quilômetros de estrada, ou participam de provas de estrada. Possui quadro leve, pneus finos, selim estreito e punhos por baixo do guiador que permitem ao ciclista uma postura mais aerodinâmica.

Geometria e Medidas do Quadro

Como dissemos, o quadro é a estrutura principal da bicicleta, o corpo que dá suporte aos demais componentes. Ele é formado por três tubos unidos entre eles por solda e a um tubo dianteiro, fabricado em diversos tamanhos adequados para determinadas modalidades esportivas e biótipo do ciclista (figura 80).

Mountain bike (MTB). Conhecida como bicicleta de montanha, ela é própria para o ciclismo em terrenos montanhosos, duros e rugosos, com suspensão no garfo para absorver os choques. Podemos, ainda, instalar uma suspensão traseira para maior conforto e controle em terrenos muito montanhosos. A mountain bike possui pneus rugosos e largos, selim pequeno e guiador liso, ou com punhos elevados. Mesmo com essas características, é uma bicicleta que pode ser utilizada também em qualquer tipo de terreno. Speed. A speed é uma bicicleta de corrida e de estrada específica para uso em asfalto. Tem rodas leves e pneus finos e calibrados com pressão alta que diminui sua aderência; por isso requer técnica e prática do ciclista quando estiver utilizando este tipo de bicicleta.

Figura 80 – Quadro de bicicleta.

Bicicleta híbrida (urbana). É uma bicicleta com aro 700, pneus finos e guidão alto. Ela pode ter faróis, para-lamas, lanternas, bagagito traseiro e outros acessórios. É comum, no Brasil, adaptar a mountain bike para híbrida, trocando o guidão por um mais alto, os pneus por modelos mais finos e lisos e a mesa. A bicicleta híbrida é confortável para o ciclista, e este pode pedalar mantendo uma posição ereta. Tem boa estabilidade, direção e bom rendimento em longos percursos sobre o asfalto. Bicicletas especiais. Podemos citar, como bicicletas especiais, as utilizadas em Curso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

24

O quadro pode ser fabricado com diferentes materiais, e os principais são o aço, o alumínio, o titânio, a fibra de carbono, o cromo molibdênio e a liga de materiais. A geometria do quadro da bicicleta é o resultado obtido da associação do comprimento dos tubos mais as medidas dos ângulos do quadro. A variedade de medidas obtidas é o que possibilita ao ciclista escolher o quadro mais adequado para suas medidas e necessidades, tanto para o sexo masculino como para o feminino. É a geometria do quadro que define a finalidade e o comportamento da bicicleta. Instituto Universal Brasileiro

• A medida do tubo horizontal (D), ou superior, cujo comprimento vai do centro do tubo de selim ao centro do tubo dianteiro, é importante para definição do tamanho da bicicleta em função do ciclista.

Na mountain bike, as medidas são indicadas em polegadas; na bicicleta de estrada, na speed e na híbrida, em centímetros. A polegada é o padrão de medida americano; já o centímetro é o padrão europeu.

• A medida do tubo dianteiro (E) pode variar por causa da influência no posicionamento do ciclista. Esse tubo corresponde à caixa de direção onde será encaixado o garfo.

Veja, na figura 81, as medidas e os ângulos dos tubos do quadro de uma bicicleta, cujas medidas determinam sua geometria.

• A medida do tubo inferior traseiro (F), se for longa, aumenta a torção da traseira da bicicleta, mas proporciona maior conforto nas pedaladas pois absorve os impactos da traseira, deixando a bicicleta mais lenta; caso seja uma medida curta, proporciona menor absorção de impacto na traseira, dando à bicicleta melhor desempenho em subidas, deixando-a mais agressiva.

• A distância entre os eixos (G) influencia no desempenho da bicicleta. Com medidas mais longas, a bicicleta fica mais estável, porém terá reações mais lentas, ideal para bicicletas de passeio e para ciclistas iniciantes. Já com medidas mais curtas, a bicicleta fica ágil e rápida, ideal para competições.

Figura 81 – Tubos e ângulos do quadro de uma bicicleta.

A seguir, observe as medidas dos tubos e dos ângulos, indicados com letras maiúsculas:

• A medida do tubo de selim (A), ou tubo vertical, é tomada como base para determinar o tamanho da bicicleta em relação ao ciclista. É o tamanho nominal da bicicleta e corresponde à distância entre o centro da pedivela ou do eixo do movimento central à ponta do tubo.

• A medida da altura do tubo superior (H) é tomada do chão até a ponta do tubo, em que o ciclista, em pé, deverá manter a bicicleta entre as pernas. Essa medida deve ser alguns centímetros maiores que a medida do cavalo conforme podemos ver mais adiante.

O comprimento do tubo de selim, bem como seu diâmetro, podem variar em função dos diferentes tipos, tamanhos e marcas de bicicleta. • O ângulo do tubo dianteiro (B) corresponde à caixa de direção; já o ângulo do tubo de selim (C) influencia na postura e nas pedaladas do ciclista. Esses ângulos são muito importantes, pois influenciam no equilíbrio dinâmico da bicicleta. Curso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

Medidas da Bicicleta

25

Ajustar perfeitamente o tamanho da bicicleta ao ciclista é fundamental para o bom desempenho do conjunto ciclista/bicicleta. Para isso, precisamos escolher um quadro de acordo com a medida do cavalo do ciclista, cuja medida é tomada da sola do pé apoiada no chão até a região que apoia cilindro da coxa (figura 82). Instituto Universal Brasileiro

car a medida do cavalo por 0,65. Por exemplo: com a medida do cavalo igual a 78 cm, aplicamos a fórmula:

78 x 0,65 = 50,7 O valor encontrado deve ser arredondado para um número aproximado; nesse caso, 50 cm para uma bicicleta mais ágil e 52 cm para uma mais estável e confortável. Para determinar o tamanho do quadro de uma mountain bike, utilizamos uma regra americana: obtemos o tamanho do quadro transformando a medida do cavalo em polegadas e subtraindo 14. Por exemplo: utilizamos a mesma medida anterior, 78 cm, e dividirmos pelo valor da polegada, que é 2,54; depois, subtraímos 14 do resultado:

Figura 82 – Medida do cavalo.

Para tomar a medida do cavalo, a pessoa deve estar descalça, com bermuda e as pernas afastadas. O ciclista deve encostar-se em uma parede para que se faça a marca da medida nela, utilizando um lápis e uma fita métrica. Normalmente, os quadros trazem uma etiqueta que indica seu tamanho. Se não houver essa indicação, medimos o tubo de selim. No caso da speed, medimos o tubo de selim a partir do centro do eixo de movimento central até o centro da intersecção do tubo horizontal com o de selim; essa medida é denominada medida de centro a centro (figura 83).

78 ÷ 2,54 = 30,71 30,71 – 14 = 16,71

Figura 83 – Medida de centro a centro.

Tamanho do quadro

Para determinar o tamanho do quadro das bicicletas de estrada, utilizamos a fórmula desenvolvida pelo engenheiro suíço Wilfried Huggi, a qual consiste em multipliCurso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

26

Aproximando-se o valor, podemos determinar o tamanho do quadro em 17 polegada. No Brasil, as bicicletas fabricadas apresentam comumente um quadro de 17 ou 18 polegadas, que satisfaz a estatura média da população. Uma nova numeração está sugerindo que se substituam as numerações em centímetros ou em polegadas, cujas letras são S (Small – Pequeno), M (Medium – Médio), L (Large – Grande) e XL (Extra Large – Extra Grande). Não se pode estabelecer tamanhos que sejam aplicáveis em todas as pessoas, pois uma pode ter a mesma altura que outra, mas com medidas diferentes de pernas, tronco, braço etc. Por isso, a tabela 1 é a referência ideal para fazer cálculos sugeridos. Instituto Universal Brasileiro

Altura média da pessoa (m)

Tamanho do quadro da mountain bike (polegadas)

Tamanho do quadro da bicicleta de estrada (cm)

1,60

16

50, 52, 54

19 ou 20

57, 58

1,50

14

1,70

17 ou 18

1,90

21 ou 22

1,80

Tabela 1 – Tamanhos médios para quadros de bicicletas.

Selim

Para um bom desempenho do conjunto ciclista/bicicleta, é fundamental que o veículo se ajuste ao ciclista. Por isso, a principal medida é o tamanho do quadro; depois, o próximo passo é a regulagem do selim. Como dissemos, o selim é o assento da bicicleta fixado ao quadro por meio do tubo de selim. Seu formato está relacionado ao tempo de uso que o ciclista faz da bicicleta. Veja quais são:

• Os selins mais largos são próprios para vias pavimentadas e percursos curtos, ou seja, o ciclista fica pouco tempo sentado. • Os selins muito largos servem para ciclistas acima do peso, mulheres e pessoas com bacia mais larga, próprios também para percursos curtos e com pouco tempo sentado. • Selins de largura mediana servem para distâncias e permanências médias, próprios para pessoas com bacias largas e mulheres. • Os selins mais finos são os mais utilizados por esportistas.

54, 55, 56 60, 62

O selim é fixado ao quadro de tal maneira que se permitem movimentos para frente e para trás, com ajuste de sua distância ao guidão. Ele deve ser mantido na horizontal, ou seja, nivelado ao piso (figura 84). Podemos utilizar o nível de pedreiro para fazer a regulagem.

Figura 84 – Ajuste do nível do selim.

Alguns ciclistas preferem o selim ajustado com a ponta levemente inclinada para baixo ou para cima.

É importante que o selim tenha um sistema de amortecimento de impactos como espuma, gel, elastômero, molas etc. e que esse sistema esteja sempre bem regulado. Curso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

48

27

A altura do selim pode ser ajustada a três dedos abaixo da parte mais alta do osso da bacia, como podemos ver na figura 85. Instituto Universal Brasileiro

Figura 87 – Altura ideal do selim (69 cm).

Essa medida de altura pode ser conferida na prática, com o ciclista sentado no selim. O calcanhar deve tocar no pedal da pedivela que deve estar totalmente para baixo, na vertical, de maneira que a perna fique quase totalmente estendida, ou formando um ângulo de 155 a 160° (figura 88).

Figura 85 – Ajuste da altura do selim.

Outra maneira de se ajustar a altura do selim é utilizando uma fórmula desenvolvida pelo técnico francês de ciclismo Cyrille Guimard. A fórmula consiste na altura do cavalo multiplicada por 0,88, medida em linha reta do centro do selim até o centro do eixo do movimento central (figura 86).

Figura 88 – Testando a altura do selim.

Para que se possa aplicar a força correta nos pedais, recomendamos que a ponta do selim esteja recuada em 4 cm, com referência ao centro de eixo da pedivela (figura 89).

Figura 86 – Medida do centro do selim ao centro do eixo do movimento central.

Por exemplo: tomamos a mesma medida de cavalo, ou seja, 78 cm. Então, para o ajuste da altura do selim, teremos:

78 x 0,88 = 68,64 Portanto, a altura ideal do selim com relação ao centro do eixo do movimento central é de 68,64 cm, ou 69 cm arredondados (figura 87).

Curso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

28

Figura 89 – Recuo da ponta do selim.

Instituto Universal Brasileiro

Mesa e guidão

O guidão, também conhecido como guiador, é a peça fixada ao garfo responsável pela dirigibilidade (orientação da roda dianteira) da bicicleta, sobre o qual são fixados os manetes de freios passador de marchas, espelho retrovisor etc. O guidão deve estar posicionado 4 cm abaixo do nível do selim (figura 91).

A mesa e o guidão são componentes do sistema de direção (figura 90).

Figura 90 – Mesa e guidão.

A mesa é a peça que liga o guidão ao garfo, além de permitir que se façam alguns ajustes como adequar o tamanho do quadro ao tamanho do tronco do ciclistas, a altura do guidão para uma melhor distribuição do peso do corpo entre o selim e as mãos.

Figura 91 – Altura do guidão.

Esses ajustes são muito importantes para os ciclistas que queiram fazer alguma viagem de bicicleta. Não existem fórmulas ou regras fixas para se determinar o comprimento da mesa, a qual é responsável pelo conforto dos braços e da parte superior do corpo do ciclista. Se a mesa for curta, pode ocasionar dores nos ombros; se for larga, o resultado são dores nos braços e formigamento das mãos. As medidas de mesas encontradas no comércio está entre 90 e 140 mm. Curso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

29

Posicionar o guidão deitado para frente é muito bom para percursos em trilhas e subidas, porém essa posição não é indicada para longas distâncias. O ideal é que haja distribuição do peso do ciclista entre o selim e o guidão para um bom equilíbrio, conforto e desempenho. O guidão é fabricado com diferentes materiais, em vários tamanhos e tipos. O tamanho deve estar entre 38 e 42 cm e deve corresponder à largura dos ombros do ciclista (pode ser um pouco maior), proporcionado ao ciclista uma boa respiração e maior conforto. O ajuste entre o selim e o guidão é feito da seguinte maneira: com o antebraço formando um ângulo reto (90°), com o braço, encosta-se o cotovelo à ponta do selim, e a ponta do dedo médio deve tocar o guidão no ponto onde se fixa a mesa (figura 92). Instituto Universal Brasileiro

Figura 92 – Ajuste do guidão ao selim.

Nos próximos fascículos, mostraremos o passo a passo da montagem, desmontagem e a regulagem dos sistemas de caixa de direção, selim e tubo, sistema de freios, movimento central e câmbio traseiro (figuras 93 a 97).

Figura 95 – Sistema de freio.

Figura 96 – Movimento central. Figura 93 – Caixa de direção.

Figura 94 – Selim e tubo.

Curso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

30

Figura 97 – Câmbio traseiro.

Instituto Universal Brasileiro

Veja se Aprendeu - Aula 1 1. Assinale a alternativa que não indica uma qualidade do profissional autônomo.

a) ( b) ( c) ( d) (

) Ele é chefe de si mesmo. ) Não tem horário fixo. ) A remuneração depende da sua competência profissional. ) Ele não arca com as consequências de seus atos.

2. De acordo com o Código Civil, são capazes de abrir uma empresa pessoas com idade superior a 18 anos. Essa afirmação é: ( ) verdadeira

( ) falsa

3. Geralmente, a vistoria de um imóvel comercial é realizada por quem?

a) ( b) ( c) ( d) (

) Corpo de Bombeiros. ) Prefeitura. ) Junta Comercial. ) Imobiliária.

a) ( b) ( c) ( d) (

) Chave de fenda. ) Chave Philips. ) Chave Allen. ) Chave de aperto.

a) ( b) ( c) ( d) (

) guidão. ) quadro. ) garfo. ) selim.

a) ( b) ( c) ( d) (

) Bicicleta de lazer. ) Bicicleta de estrada. ) Mountain bike. ) Bicicleta híbrida.

4. Dentre as ferramentas básicas, é uma chave utilizada em parafusos com cabeças sextavadas.

5. É o componente mais importante da bicicleta, pois a maioria dos demais componentes é fixada nele. Estamos falando do:

6. Dos tipos de bicicleta, qual é o modelo utilizado para ciclismo em terrenos montanhosos, duros e rugosos?

7. A geometria do quadro é o que define a finalidade e o comportamento da bicicleta. Essa afirmação é: ( ) verdadeira

( ) falsa

Obs: A resposta do Veja se Aprendeu da Aula 1 encontra-se no Passo a Passo 1

Curso de Mecânica de Bicicleta - Aula 1

31

Instituto Universal Brasileiro

More Documents from "Alex Sandro Heleno da Silva"