Atualidades E Redacao: Mande Bem No Exame!

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Enem Superguia

ATUALIZADO ATÉ O ENEM

2020

Conteúdo produzido por PROFESSORES experientes na área

atualidades e redacao

o segredo é praticar Solucione 21 questões para se sentir mais confiante Entenda! • Crise dos refugiados • Terrorismo • Reforma da Previdência • Maioridade penal...

Mande bem no exame!

As apostas dos especialistas sobre os temas que podem cair na prova e dicas para uma redação nota 1000

na prova! Que tal aproveitar ao máximo todas as informações contidas neste guia para superar suas expectativas no Enem?

O Exame Nacional do Ensino Médio é conhecido por ser uma das provas mais importantes do ano, certo? E, após 2009, quando sofreu algumas mudanças, ele passou, até mesmo, a substituir os vestibulares, se tornando o método de seleção para vários institutos e universidades (públicas e privados) de todo o Brasil!

CAPA - Design: Josemara Nascimento; Imagem Puresolution/Shutterstock

tenha sucesso

Além disso, o exame é utilizado como critério de acesso do participante a programas governamentais, como o Programa Universidade para Todos (Prouni), e o Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Com as notas do Enem também é possível obter a certificação de conclusão do Ensino Médio! Nesta edição de SUPERGUIA ENEM – ATUALIDADES E REDAÇÃO você irá conhecer temas que estão sendo bastante discutidos e que podem estar presentes na prova, tudo com a consultoria de especialistas no assunto. Eles fizeram suas apostas sobre os assuntos que têm a maior chance de serem abordados no exame e trouxeram dias de como estudá-los. Imagem: Iconic Bestiary/Shutterstock

Lembre-se: o Enem é uma oportunidade única de alcançar seus objetivos e alçar novos voos em direção a um futuro repleto de conquistas e de sonhos realizados. Esperamos que você tenha uma excelente leitura e muito sucesso no dia da prova! A redação

Superguia Enem atualidades e redação - Ano 1, nº 1 - 2019

Editora-chefe Tais Castilho Editor Ricardo Piccinato Redação Bruno Ribeiro, Érika Alfaro e Paula Santana Design Jamile Cury e Josemara Nascimento Estagiários Gabriel Jaquer, Marina Borges, Matheus Santos (Redação) e Victor Braga (Design) imagens Shutterstock Images Impressão MAR MAR Gráfica

©2019 EDITORA ALTO ASTRAL LTDA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. PROIBIDA A REPRODUÇÃO.

CONSELHO João Carlos de Almeida e Pedro José Chiquito DIREÇÃO Silvino Brasolotto Junior COMERCIAL Marcelo Pelegia EDITORIAL Mara De Santi MARKETING Flaviana Castro ENDEREÇOS BAURU Rua Gustavo Maciel, 19-26, CEP 17012-110, Bauru, SP.  Caixa Postal 471, CEP 17015-970, Bauru, SP. Fone (14) 3235-3878, Fax (14) 3235-3879 SÃO PAULO Alameda Vicente Pinzon, Nº 173, 4º Andar, CEP 04547-130, Vila Olímpia, São Paulo, SP. ATENDIMENTO AO LEITOR ✆ (14) 3235-3885 De segunda à sexta, das 8h às 18h [email protected] Caixa Postal 471, CEP 17015-970, Bauru, SP LOJA astralshopping.com.br ANUNCIE E-mail [email protected] Fone (11) 3048-2900

índice Dicas para o grande dia ........................................................................................................... 5 Atualidades Introdução .................................................................................................................................. 6 Temas ......................................................................................................................................... 8 Exercícios ................................................................................................................................... 18 Gabarito ...................................................................................................................................... 26

Redação Introdução .................................................................................................................................. 30 Dissertação ................................................................................................................................ 32 Temas ......................................................................................................................................... 38

Imagem: Mascha Tace/Shutterstock

Propostas Comentadas............................................................................................................ 42

dicas para se dar bem no

enem

Confira nossas orientações para potencializar seus estudos e manter-se sempre atualizado

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Organize-se

Destaque quais matérias você precisa estudar mais, a quantidade de assuntos para se dedicar por dia e em qual horário é melhor. Assim, os conteúdos não ficarão acumulados e, se os compromissos forem todos planejados, a organização não será comprometida. Separe uma agenda e anote tudo direitinho.

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Procure resoluções comentadas

Entenda sua rotina, seus limites e seja realista. Se não conseguir se concentrar continuamente por uma hora e meia, por exemplo, não determine esse período. Caso precise de mais tempo para estudar, adiante o seu cronograma conforme suas necessidades.

Na hora de resolver os exercícios, é importante checar o gabarito para verificar seu desempenho – e ter a noção da sua posição com relação à sua meta para ingressar na universidade desejada. Dessa forma, conferir se o raciocínio que levou a resposta correta era adequado, ou qual foi o erro que levou você a escolher a alternativa equivocada, são processos importantes para o aprendizado. Além das questões comentadas nesta revista, busque canais de YouTube especializados e sites de grandes colégios e cursinhos, pois eles também disponibilizam comentários completos por professores que manjam das disciplinas.

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Cronograma realista

Conheça bem a prova

Ficar por dentro dos desafios impostos pelas questões do Enem é um passo essencial para traçar estratégias e superá-los. Estar ciente das características e particularidades de cada disciplina contribui para o seu plano de estudos, assim como pesquisar sobre os temas que mais caem e a forma que costumam ser cobrados.

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Pratique

Busque provas de anos anteriores e crie um momento em que seja possível simular o contexto real do exame. Essa estratégia pode ser positiva para acostumar a mente e o corpo a esse tipo de situação. E o tempo é outro aspecto fundamental: cronometre o período de realização da avaliação e tente obedecer à duração regulamentada.

Conheça o que funciona para você

Se gostar de estudar sozinho, apenas lendo a matéria, faça isso. Já se preferir ir à escola para se concentrar melhor, excelente! Caso queira estudar em grupo, escolha essa opção. Muitos professores e pessoas mais experientes podem aconselhar uma maneira ou outra para estudar de forma mais adequada. Descubra qual é a que mais funciona segundo seus objetivos.

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A melhor maneira de aprender

O processo de aprendizagem de cada um é diferente. É válido testar recursos distintos, mas, se perceber que o rendimento é maior de um jeito, insista nesse caminho. Então, além de sua presença em todas as au-

las, teste outras estratégias como: ler o conteúdo de apostilas em voz alta, fazer resumo dos conteúdos já vistos, criar esquemas gráficos e visuais, anotar fórmulas e colocar em lugares visíveis em seu ambiente de estudos, rever teorias importantes pelo menos uma vez ao mês...

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Sem distrações

Nos momentos estabelecidos para se dedicar aos estudos, fique longe das redes sociais, da televisão ou de quaisquer objetos que representem distrações. Se utilizar o computador, deixe abertas somente as guias úteis para o seu propósito.

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Informação é poder

Assuntos atuais e relevantes, sempre presentes na mídia, são temas de redação em potencial, por isso é fundamental estar por dentro dos acontecimentos do Brasil e do mundo. Isso sem contar que entender e conhecer conteúdos variados são diferenciais. Quanto maior o repertório, maiores as chances de argumentar bem e fugir do senso comum na redação.

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Leia, leia, leia!

O hábito da leitura e do contato com diferentes tipos de textos facilita o entendimento sobre a linguagem e as estruturas gramaticais, além de aprimorar o vocabulário. Então, além das apostilas do colégio, mergulhe em mídias diferentes, como livros, jornais, revistas, sites e portais de informação...

atualidades Realizar leituras e ter acesso a informações sobre o que acontece no mundo pode ser um diferencial para fazer uma boa prova

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ara lidar com o nervosismo em situações importantes sem perder o controle, é primordial que o estudante se habitue a métodos e técnicas que proporcionam um preparo prévio. Por mais que vestibulares sejam vistos como exames complicados e exigentes (muitas vezes, por conta do aspecto emocional que esse tipo de avaliação causa), estar em dia com os estudos e temas em alta pode ser uma estratégia adequada para o candidato que quer se dar bem no teste.

Imagem: Rezen/Shutterstock

Nesse quesito, é importante salientar que o hábito de ler notícias pode não, necessariamente, representar uma boa nota no caderno de exatas de um vestibular. Entretanto, ao familiarizar-se com diferentes temas, o candidato passa a desenvolver um entendimento mais complexo e profundo sobre as questões que cercam o mundo, sendo capaz de relacionar diferentes áreas de conhecimento. Assim, das ciências humanas e linguagens às ciências da natureza e matemática, o indivíduo pode se mostrar preparado para solucionar questões que envolvam de tudo um pouco. É também por meio desse exercício que o estudante é capaz de aprimorar seu entendimento e, dessa forma, formar-se como um cidadão atuante e consciente em relação aos problemas e virtudes da realidade que o cerca.

Mantenha-se informado O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tem uma característica que é apontada por especialistas da educação como um diferencial perante outras provas de natureza

Imagem: Irina Strelnikova/Shutterstock

semelhante: não cobrar informações em específico sobre um determinado assunto. Um dos principais elementos da avaliação é exigir do candidato que seja capaz de relacionar fatos, eventos e informações dentro de um contexto de conhecimento. Por exemplo, ao analisar um episódio histórico, a prova, antes de privilegiar uma data ou personalidade, pode questionar do indivíduo o conhecimento sobre o cenário em que tal evento ocorreu. O exercício de redação no exame é um indicativo desse procedimento. Antes do que apenas fruto de um conhecimento profundo sobre o tema tratado, a dissertação exige do candidato coerência e coesão. Em meio ao texto, as atividades de exposição e argumentação do assunto precisam ser realizadas, resultando em uma proposta de solução que permita ao avaliador diagnosticar na produção do sujeito uma linha de raciocínio bem fundamentada. Para que essa proposta seja bem-sucedida e as questões compreendidas em sua totalidade, é imprescindível que o estudante tenha conteúdo e informação de sobra sobre assuntos em alta na atualidade.

Meios para o conhecimento Existem diversas formas de ter acesso a informações sobre o mundo de forma a ser capaz entendê-las com um mínimo de “propriedade”. Por mais que não sejam tão populares como em outros períodos históricos entre estudantes, hábitos como ler jornais e assistir noticiários podem ser bons meios de ter acesso a conteúdos de relevância. Atividades como ler livros e assistir filmes podem ser requisitadas pelos mais diversos exames como uma forma de aliar conteúdos culturais a linguísticos, políticos, históricos, entre outros. Além desses, no contexto moderno em que o acesso a internet é um meio cada vez mais disponível à população, é inegável a relevância de sites e portais que oferecem vas-

tas informações sobre os mais diversos temas históricos e contemporâneos. Dessa forma, o estudante é capaz de, por meio de um clique, ter acesso a uma infinidade de conhecimentos, podendo, caso queira e se empenhe, construir um profundo repertório sobre eventos e acontecimentos do mundo – como já citado, algo valioso para a realização de provas e vestibulares. Nesse contexto, vale a menção à ferramenta newsletter, que tem se tornado mais popular e que exige do indivíduo, muitas vezes, apenas um e-mail e a curiosidade para se manter atualizado em matérias publicadas em veículos jornalísticos prestigiados por meio de leituras (diárias ou semanais). O serviço é, muitas vezes, bem simples: basta cadastrar seu endereço de e-mail no site dos jornais e receber uma mensagem com o conteúdo. Veja alguns exemplos no box abaixo.

Newsletters

Nexo - Com o lema “tudo o que importa pela manhã”, o veículo digital criado em 2015 se propõe a realizar um apanhado diário de notícias importantes para seus leitores sem cobrar nada. Especializado em recursos gráficos, o jornal produz matérias analitícas e aprofundadas sobre os mais diversos temas. Meio - Por meio da seleção de conteúdos publicados, muitas vezes, por veículos terceiros, a ferramenta pública, de segunda a sexta-feira e de forma gratuita, um resumo diverso dos assuntos em alta no Brasil e mundo. Notícias Uol - Um conjunto de diferentes newsletters, o serviço do portal Uol oferece, gratuitamente, informações noticiosas e conteúdos analíticos de diversos assuntos. Para quem busca ficar em contato com as atualidades, o “Resumo do Dia” é uma boa indicação.

TEMAS ATUAIS Conheça – ou relembre – os principais assuntos que têm uma grande chance de estarem presentes na prova do ENEM 2019

Imagem: Viktoria Kurpas/Shutterstock

P

or que é tão importante estudar temas atuais durante a preparação para o Enem? Bom, primeiramente, é importante saber que eles permeiam a prova inteira, não só desse exame em específico, mas, também, dos principais vestibulares do país, embora não apareçam como “disciplina”. E essa definição está mais do que correta, já que as atualidades são inerentes a qualquer área do conhecimento humano. Por isso, um conselho: o segredo é ler (e muito!), revistas, jornais, sites confiáveis de notícias, livros, ouvir rádio e assistir aos noticiários de televisão. Além disso, é necessário ainda aprender a separar o que é real do que são “fake news”, ou seja, aquelas notícias falsas espalhadas, principalmente, pelas redes sociais virtuais. Mas, em meio a tanta notícia, ao que dar prioridade? Nas próximas páginas, você poderá conferir 10 dos principais temas que têm a maior possibilidade de estarem presentes nos exames, tudo com o respaldo de especialistas conceituados. Boa leitura!

Imagem: Visual Generation/Shutterstock

a RELAÇÃO ENTRE PROGRESSO E EQUILÍBRIO AMBIENTAL É um assunto que pode ser abordado em uma das provas deste ano, não só em função dos atuais desastres ambiental, como, também, por diversas outras discussões relacionadas aos impactos do homem sobre o meio ambiente.  Os avanços científicos e tecnológicos das últimas décadas transformaram significativamente a vida humana, gerando riquezas e, em muitos casos, mais qualidade de vida. O progresso traz, entretanto, uma nova questão, que preocupa cada vez mais o Brasil e o mundo: é possível garantir o desenvolvimento econômico e, ao mesmo tempo, preservar o equilíbrio ambiental do planeta? O candidato precisa saber sobre as últimas tragédias ambientais registradas no Brasil, aquecimento global, por que ocorrem tragédias climáticas internacionalmente atualmente e também sobre avanços tecnológicos recentes. Pensando em 2019, o que mais repercutiu esse ano foi

o meio ambiente. Tivemos o desastre de Brumadinho (MG) em janeiro, que evidencia como o descaso com a segurança pode provocar uma enorme tragédia social e para o meio ambiente, deixando mais de 200 mortos e um prejuízo ambiental incalculável. Em julho desse ano, segundo a Global Footprint Network (GFN), atingimos a sobrecarga da Terra no dia 29, ou seja, todos os recursos utilizados do nosso planeta após esse dia não são mais sustentáveis, podendo causar um prejuízo permanente no planeta. Além disso, temos repercutindo no mundo inteiro as queimadas na Amazônia. O assunto atingiu um patamar tão grande que líderes de diversos países se pronunciaram a respeito. Só para se ter uma ideia, apenas nos primeiros nove dias do mês de setembro, foram registrados 6.200 focos de queimadas no bioma Amazônia, segundo o sistema de monitoramento de focos ativos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Este dado foi divulgado no dia 9 de setembro de 2019, e esse sistema tem atualização

Comentários por: Andrea Ramal, educadora, consultora em educação e doutora em educação pela PUC-Rio, e Pablo Chagas, tutor do TutorMundi.

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO Muitas profissões estão desaparecendo e outras estão surgindo; funções, antes desempenhadas por homens, já são realizadas por robôs; vários processos começam a ser automatizados, sem qualquer contato com humanos. Qual é o futuro do mercado de trabalho? As pessoas terão menos oportunidades no futuro? Existe uma forma de se preparar para esse momento, se reinventando, estudando e buscando oportunidades mais alinhadas com a inovação e a tecnologia. E, apesar de ocupar posição relevante no ranking das 15 maiores economias do mundo, o Brasil não se destaca tanto quando o assunto é ciência. Mesmo com um crescimento considerável no investimento em pesquisa nos últimos anos, o país ainda enfrenta um déficit grande de cientistas. De acordo com estudos recentes, a cada mil pessoas economicamente ativas no Brasil, 1,4 é pesquisador. Vale ressaltar que países como Japão e

Coreia do Sul têm mais do que dez pesquisadores para cada grupo de mil trabalhadores. Para se preparar melhor para esse tema, é importante conhecer o Programa Ciência na Escola (PCE), lançado em 2019, que visa aprimorar a qualidade do ensino de ciências nos cursos fundamental e médio das escolas públicas brasileiras. Esse programa é uma iniciativa do Ministério da Educação em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Já sobre as questões objetivas, é importante o aluno dominar algumas “comemorações” relevantes que têm recebido destaque na mídia, como os 50 anos da chegada do homem à Lua e os 500 anos da morte de Leonardo Da Vinci. Comentários por: Andrea Ramal, educadora, consultora em educação e doutora em educação pela PUC-Rio, e Bárbara Rosário Costa Teixeira, professora de Língua Portuguesa e redação do Colégio Alfa Cem/RJ, formada em letras pela UFMG

QUESTÃO DA OBESIDADE NO BRASIL Destacar que a obesidade é um problema grave de saúde pública. Mais da metade dos brasileiros estão acima do peso, e os índices de obesidade aumentaram consideravelmente nos últimos dez anos. Devem ser destacadas também as consequências graves que a obesidade pode trazer, como a hipertensão arterial e as doenças cardiovasculares. Quando se fala em obesidade,

Imagem: Bloomicon/Shutterstock

diária (basta entrar no site para se atualizar: (www.inpe.br). Já entre 9 agosto e 9 de setembro de 2019, foram registrados 30.245 focos no bioma Amazônia (em 2018, foram 23.266 focos no mesmo período, ou seja, uma alta de 30%).

Imagem: Bahau/Shutterstock

ainda é possível listar uma série de motivos que podem resultar no problema: má alimentação, sedentarismo e alcoolismo são alguns deles e, quando realizados em conjunto, o resultado pode ser ainda pior. Para entender melhor, o alimento é o combustível do corpo e, para que ele possa trabalhar em harmonia e permanecer saudável, o organismo precisa gastar mais energia do que consome. Nos quadros de obesidade, não é isso o que acontece. A ingestão exagerada de alimentos gordurosos e repletos de calorias vazias faz com que o acúmulo de gorduras seja cada vez maior e, se unidos à falta de atividades físicas regulares, há uma grande chance de o quadro evoluir para a obesidade. De maneira bem simples, pode-se dizer que o excesso de peso é causado por uma ingestão de energia que supera o gasto do organismo. Ou seja: come-se muito, exercita-se pouco, e a obesidade acaba chegando com o tempo. Adotar um estilo de vida saudável, portanto, é medida primária e fundamental para emagrecer e, posteriormente, manter o peso.

Como cada pessoa tem uma necessidade nutricional, o ideal é que se procure um profissional da área da nutrição para seguir um cardápio que atenda a essa necessidade. Contudo, é importante saber que as mudanças na alimentação devem ser para o resto da vida. A pessoa com obesidade, porém, não deve seguir dietas restritivas que têm começo e fim, mas sim, uma reeducação alimentar, onde se aprende a comer bem, oferecendo ao corpo as substâncias de que ele realmente necessita. Comentários por: Thiago Braga, professor de redação do Colégio pH, do Rio de Janeiro.

O CONTROLE PARENTAL EM UMA SOCIEDADE PERMANENTEMENTE CONECTADA

O aluno deve destacar que muitas crianças estão tendo acesso a conteúdos impróprios cada vez mais cedo. Muitos pais desconhecem os mecanismos oferecidos pelas

Imagem: Goodstudio/Shutterstock

plataformas para controlar aquilo que seus filhos veem. Percebe-se que esse contexto pode ser absolutamente problemático e que gerar um amadurecimento precoce e danoso às crianças.  Em 2019, um desafio viral nas redes preocupou muitos pais e mães. Após a onda da Baleia Azul, jogo que surgiu em 2016 e incentivava o jogador a cumprir uma série de tarefas perigosas, surgiu a boneca japonesa Momo, que incitava crianças e adolescentes a agredirem outras pessoas, se automutilarem e, até mesmo, a cometerem suicídio. A personagem pálida, de olhos esbugalhados e boca proeminente estaria aparecendo durante vídeos do aplicativo YouTube Kids para assustar e incentivar as atitudes citadas acima. Já se sabe que o vídeo da boneca estava sendo compartilhado em aplicativos de mensagem tempos atrás e, a partir daí, pode ter chegado a conhecimento dos pequenos. Entretanto, evidências apontam que a versão recente da história não se passava de uma mentira compartilhada em massa na internet, chamada de “hoax”. Ainda assim, o caso despertou a preocupação dos pais com o tipo de conteúdo que os filhos consomem online. Mesmo a maioria das plataformas já possuindo recursos de controle parental, é extremamente necessário – principalmente quem tem pequenos em casa – ligar o sinal de alerta. Atualmente, a internet é tão difundida, e as crianças têm abertura tão cedo a esse mundo, que a atenção deve ser minuciosa em relação a tudo o que

elas acessam. Mesmo essa história da Momo sendo, provavelmente, um relato falso, é fundamental cuidar para que elas não entrem em sites ou vejam vídeos que reproduzam histórias e conteúdos desse caráter. Casos como o da Momo e da Baleia Azul alertam para o fato de que é responsabilidade dos pais oferecer um ambiente on-line que seja seguro para os filhos, já que os conteúdos que eles acessam podem impactar no seu desenvolvimento. A única maneira de garantir que as crianças e adolescentes entendam os perigos escondidos na rede é na base do diálogo e da atenção. Comentários por: Thiago Braga, professor de redação do Colégio pH, do Rio de Janeiro.

BULLYING, CIBERBULLYING, VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS E EDUCAÇÃO NO BRASIL Refletir sobre os sucessivos ataques e desvalorização que vêm atingindo os professores brasileiros, sobre a polarização e tensão que se acentuou entre alunos-alunos e professores-alunos, sobre a ausência de políticas públicas eficazes de valorização docente e contra a evasão escolar. Relacionar a violência como possível efeito do bullying e do cyberbullying. Diferenciar o bullying dos conflitos comuns do cotidiano escolar a fim de não banalizar a questão. Bullying, que vem do termo inglês bully e significa brigão, é sempre praticado por alguém que precisa se mostrar forte para todo mundo. Só que, na cabeça desse garoto

Imagem: Mascha Tace/Shutterstock

ou dessa menina, o jeito mais fácil de parecer superior é humilhando e ofendendo os mais tímidos e que não têm coragem de revidar os ataques. Tem como evitar? Se você e jamais teria coragem de revidar o bullying, procure não se isolar no colégio. Existe sempre uma galera que tem mais a ver com você e que a curte do jeitinho que é. Fique perto deles. Tem como acabar com isso? Por mais que você sinta vergonha e medo de reclamar, o seu silêncio só piora a situação. Fale com seus pais, com um professor ou mesmo com o diretor. Coloque na sua cabeça que ninguém no mundo tem o direito de pôr você para baixo. Comentários por: Andrea Lanzara, professora de Gramática e Redação do Cursinho da Poli

REFORMA DA PREVIDÊNCIA As últimas eleições deram um novo tema ao cenário político brasileiro, o do conservadorismo, que defende a manutenção de instituições tradicionais. A Reforma da Previdência tem causado bastante burburinho devido à diminuição dos valores da aposentadoria e o aumento do tempo de contribuição. Para se dar bem na prova, é importante estudar o porquê a reforma foi pensada, avaliar se é ou não benéfica ao sistema previdenciário brasileiro e os impactos que a

medida poderá causar a longo prazo. Além disso, é preciso estudar o que pode ser modificado no que se refere a: Idade mínima para a aposentadoria (tanto para homens quanto para mulheres): O governo propõe adoção da idade mínima de 65 anos tanto para homens, quanto para mulheres. Assim, a fórmula atualmente adotada seria substituída por essas novas regras, que terão um impacto significativo na diminuição do déficit, mas gerarão muitas críticas. Aposentadoria por tempo de contribuição: Além de fixar uma idade mínima para aposentadoria, a proposta feita pelo governo ainda aumenta o tempo mínimo de contribuição de 15 para 25 anos, tanto para homens, quanto para mulheres. Hoje, o trabalhador pode se aposentar por idade aos 65 anos, se tiver contribuído por, pelo menos, 15 anos para o INSS. Tabela progressiva: O valor exato de cada aposentadoria poderá depender do tempo de contribuição do trabalhador. Por exemplo, se o trabalhador contribuiu por 25 anos para a previdência, receberá apenas 76% do valor benefício de direito. Essa taxa aumenta em um ponto percentual a cada ano a mais de contribuição. O contribuinte que tiver doado por 49 anos receberá 100% do valor do salário de benefício. Pensões por morte: Taxa de reposição de 50%: o valor da pensão recebida poderá cair pela metade. Adicional de 10% para cada dependente: se uma viúva possui um filho, por exemplo, receberá 60% do valor anterior da pensão. Se tiver cinco filhos, receberá 100% do valor da pensão. Detalhe: assim que o dependente atingir a maioridade, os 10% adicionais são cortados. Desvinculação do ajuste pelo salário mínimo: as pensões por morte têm o mesmo ajuste anual do salário mínimo, que costuma receber ganhos reais. Agora, os reajustes devem apenas cobrir a inflação. OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: até o fechamento desta edição, a reforma não foi aprovada, portanto, essas “regras” ainda podem mudar. O importante, mesmo, é ter uma base de como poderão seguir essas mudanças. Comentários por: professores da escola Dalpino Educacional

Assuntos de alcance mais global são uma opção, para evitar um foco na política brasileira, ainda no primeiro ano deste governo. O terrorismo e a crise dos refugiados, dado o endurecimento das leis migratórias, têm sido muito debatidos em todo o mundo. Com a onda de ataques terroristas sofrida por pessoas em diversas cidades no globo, o tema pode ser explorado na prova do Enem. Muitas ações terroristas estão ligadas a grupos do Estado Islâmico. O estudante deve entender quais são os motivos dos ataques, como funcionam as táticas de recrutamento e como são realizadas as ações destes grupos. Também é de extrema importância saber comparar outros tipos de ataques terroristas, tanto entre grupos diferentes como entre atuações deles no passado e no presente. O terrorismo pode acontecer tanto de forma externa quanto interna. No primeiro caso, o maior exemplo são os dos já citados grupos islâmicos, cuja motivação principal costuma ser o confronto ao modo de vida ocidental de potências como Estados Unidos e países da União Europeia. Já no segundo caso, o exemplo mais comum são os de movimentos separatistas dentro de um mesmo país, em busca da independência do território ou de contestação do regime político vigente, como ocorreu no passado na Irlanda do Norte, na Espanha e na Colômbia. Comentários por: Andrea Ramal, educadora, consultora em educação e doutora em educação pela PUC-Rio

CRISE DOS REFUGIADOS A crise de refugiados na Europa, iniciada em 2015, e os consequentes problemas de ordem política e humanitária causados pelo deslocamento de milhares de muçulmanos, principalmente da Síria e Líbia, aos países europeus,

também devem aparecer na lista de temas a serem estudados. O candidato precisa compreender os conflitos que acontecem na região e as leis imigratórias dos países europeus. Desde a Segunda Guerra Mundial, este é o período em que mais e mais pessoas são obrigadas a deixar seus países de origem em virtude de conflitos e perseguições. É importante destacar também a diferença dos conceitos de refugiados e imigrantes, sendo este último um deslocamento de indivíduos por espontânea vontade, em busca de novas oportunidades de vida no país de destino. Além disso, deve-se estar ciente das imensas dificuldades de sobrevivência encontradas pelos refugiados, tanto durante o percurso quanto à chegada e permanência em outros países. Muitas destas pessoas, inclusive crianças e idosos, precisam atravessar o mar Mediterrâneo para alcançar o continente europeu, em embarcações geralmente superlotadas, cujas condições precárias ocasionam a morte de vários indivíduos. E, aos que chegam com vida após a travessia, barreiras como a xenofobia e a falta de recursos e oportunidades os aguardam em seu destino. Comentários por: Andrea Ramal, educadora, consultora em educação e doutora em educação pela PUC-Rio

LIBERDADE DE EXPRESSÃO A liberdade de expressão também pode ser um assunto abordado na prova. Até porque o jovem brasileiro tem o costume de se expressar diariamente nas redes sociais. Um possível enfoque seria discutir os limites da liberdade de expressão, considerada a preservação dos direitos humanos. Por um lado, a liberdade de expressão é garantida pela

Imagem: Kurpas/Shutterstock

TERRORISMO

Imagem: KKhorimarko/Shutterstock

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que o número de pessoas sem emprego formal subiu para 12,7%, o que representa 13,4 milhões de pessoas. O estudante precisa saber sobre como a tecnologia mudou o mercado de trabalho e os impactos da reforma trabalhista. O aluno deve destacar, ainda, que o contexto de pressão a que estão submetidos os trabalhadores tem gerado uma série de distúrbios graves. Além disso, há ainda, na sociedade brasileira, um preconceito muito grande em relação a esses distúrbios. É preciso destacar, para desenvolver bem o tema, as consequências físicas e mentais que essas doenças podem trazer ao trabalhador e à sua produtividade. Comentários por: Andrea Ramal, educadora, consultora em Educação e Doutora em Educação pela PUC-Rio e Thiago Braga, professor de redação do Colégio pH, do Rio de Janeiro

REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL

Declaração Universal dos Direitos Humanos, e qualquer tipo de censura de informações pode constituir uma ameaça aos valores que estão na base dessa liberdade. Em contrapartida, os próprios documentos da ONU mencionam que a liberdade de expressão não dá direito a incitar a guerra, o preconceito ou o ódio. Ora, se não pode haver censura prévia, ao mesmo tempo há responsabilidades posteriores pelo que se diz. Tal fronteira, imposta por limites legais e morais, é decisiva para garantir o respeito aos outros. O candidato precisa ter conhecimento sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos e o que a Constituição Brasileira diz sobre liberdade de expressão e direitos humanos, para poder se nortear no tênue limite existente entre os dois conceitos. Comentários por: Andrea Ramal, educadora, consultora em educação e doutora em Educação pela PUC-Rio

ATUAL MOMENTO DO MERCADO DE TRABALHO E SÍNDROME DE BURNOUT

O último índice de desemprego divulgado pelo Instituto

Sob uma perspectiva histórico-social, há dezenas de razões para não reduzir a maioridade: fixá-la em 18 anos é tendência mundial; os adolescentes infratores representam apenas 0,5% da população jovem do Brasil (e uma exceção não pode pautar uma lei); sem falar que as causas da violência e da desigualdade não se resolverão com a adoção de leis penais – seria tratar o efeito, e não a causa. Por outro lado, há quem pondere que, aos 17 anos, o jovem já sabe o que faz e alguns optam conscientemente pela criminalidade. O Enem pode cobrar alguma questão envolvendo essa polêmica. Por isso, o estudante precisa estar informado sobre violência urbana e a política nacional de combate às drogas. Comentários por: Andrea Ramal, educadora, consultora em educação e doutora em educação pela PUC-Rio

COMÉRCIO INTERNACIONAL Assistimos nos últimos meses ao aumento de medidas protecionistas e ao acirramento da guerra comercial entre os Estados Unidos, a China e a Europa, bem como entre o Japão e a Coreia do Sul. Como essas disputas e o fechamento dos mercados afetam o dia a dia das pessoas? Normalmente, os produtos importados ficam mais caros e, em alguns casos, de países com produção industrial menor, as pessoas podem se deparar com a escassez

Comentários por: Andrea Ramal, educadora, consultora em educação e doutora em educação pela PUC-Rio Além dos temas comentados, confira dicas com os dez fatos marcantes que completam datas redondas em 2019 e que podem cair no ENEM!

DATAS HISTÓRICAS REDONDAS 

100 anos do Tratado de Versalhes Assinado em 1919, foi o acordo de paz que representou o fim da Primeira Guerra Mundial. O documento atribuiu à Alemanha a culpa pelo conflito e impôs uma série de reparações, o que incluía pagar diversas indenizações, diminuir o exército, ter a indústria bélica controlada, devolver à França as regiões da Alsácia e da Lorena, além das perdas coloniais.

Os prejuízos financeiros e materiais que as batalhas provocaram aos alemães foram intensificados por tais determinações. Em 1920, toda a Europa passou por um período inflacionário, mas a moeda da Alemanha esteve hiperinflacionada. O país havia perdido 10% da sua população, 15% do seu território, sem contar com as colônias. A produção teve uma queda enorme: a extração de minério de ferro caiu 75% e a de carvão, 30%. Quando o valor da indenização – cem mil toneladas de ouro – foi inserido nesse quadro, a economia despencou. Os nazistas, na figura de seu líder Adolf Hitler, aproveitaramse desta situação delicada pela qual passavam os germânicos para disseminar seu discurso político: de palanques frente a verdadeiras multidões, o futuro chanceler alemão acusava a república de ter condenado o país à humilhante derrota na guerra, apregoava um nacionalismo exacerbado, exaltava o coletivismo, desprestigiava raças que considerava inferiores e, acima de tudo, difamava comunistas e judeus. 90 anos do crash da bolsa de Nova York O ano de 1929 marcou o início da Grande Depressão dos Estados Unidos. O estopim foi a quebra da bolsa de valores de Nova York, quando bilhões de dólares foram perdidos em um único pregão.

Imagem: Macrovector/Shutterstock

de algumas mercadorias. Em um mundo cada vez mais globalizado, onde algumas economias importantes seguem estagnadas ou em recessão, quais são os próximos desafios? Que medidas podem ser tomadas para que haja um equilíbrio do comércio internacional, gerando benefícios para a grande maioria dos países e de suas populações? O tema é cada vez mais discutido e desperta divergências, ainda mais, a partir da eleição de líderes com perfis mais conservadores.

No período de 1921 a 1929, o crescimento produtivo americano se intensificou de maneira expressiva. A manufatura nas indústrias teve um aumento de cerca de 90%. Contudo, conforme os países europeus se recuperavam da guerra e iniciavam suas próprias linhas de produção, os Estados Unidos já não conseguiam exportar tudo o que fabricavam. Esse excesso fez com que as empresas diminuíssem o fluxo de seus negócios, causando desemprego em uma sociedade liberal e já afetada intensamente pela concentração de riqueza. O pico aconteceu em 29 de outubro de 1929, com a quebra da bolsa de valores de Nova York. Depois de três anos, o desemprego já atingia 14 milhões de pessoas, e os salários haviam sido reduzidos em 20%.  80 anos do início da Segunda Guerra Mundial O conflito armado mais devastador de todos os tempos teve início em 1939 com a invasão da Polônia pelas forças de Hitler. A partir daí, o que se viu foi uma escalada de violência sem precedentes na história moderna. Ao todo foram mais de 50 milhões de vidas perdidas, 35 milhões de feridos, o lançamento de duas bombas nucleares e uma mudança completa nos rumos do mundo.  70 anos da Revolução Comunista da China Anos de dominação estrangeira e uma dura guerra civil culminaram na subida ao poder do Partido Comunista na China. Em 1949, teve início a mudança que transformaria para sempre o país asiático. Mao Tsé-Tung, polêmico, amado e odiado, foi o líder que modificou a estrutura política e econômica do país. Mao morreu em 1976. 60 anos da Revolução Cubana Liderada por Fidel Castro, a Revolução Cubana foi concluída em 1959, após a queda do ditador Fulgêncio Batista. Com ajuda de Ernesto Che Guevara, os irmãos Castro impuseram uma rotina de ataques armados que derrubaram um governo com fortes relações com os Estados Unidos. A partir daí, o panorama mudaria completamente, com Cuba se aliando à União Soviética e, com isso, sofrendo uma forte represália econômica (bloqueio) dos americanos que perdura até os dias de hoje. 50 anos do homem na Lua “Um pequeno passo para um homem, um grande salto para a humanidade”. Com essas palavras, Neil Armstrong, o primeiro humano a pisar na Lua, entrou para a história junto com o seu companheiro de missão Edwin "Buzz" Aldrin, em 1969. O cenário geopolítico pós-guerra contribuiu para a corrida tecnológica que tornou possível a chegada do homem ao satélite natural da Terra. Anos

antes, a União Soviética já tinha mandado a Luna 2, uma nave não tripulada, à lua, além do primeiro homem ao espaço, Iuri Gagarin. A partir daí, os Estados Unidos criaram a projeto Apollo com o objetivo de conseguir a hegemonia na corrida espacial.   40 anos da Revolução Islâmica no Irã A Revolução Iraniana, ocorrida em 1979, transformou o Irã, até então uma monarquia autocrática pró-Ocidente, aliada dos EUA, comandada pelo xá Reza Pahlevi, em uma república islâmicateocrática sob o comando do aiatolá Ruhollah Khomeini (já falecido). Com isso, o Irã passa a sofrer uma profunda revolução política, cultural e econômica. O país, membro da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), é um dos maiores produtores de petróleo do mundo.   30 anos da queda do muro de Berlim  Símbolo máximo da Guerra Fria, o muro de Berlim foi construído em 1961, como forma de impedir a migração entre Berlim Ocidental e Berlim Oriental. A queda do muro de Berlim, em 1989, representou não só o fim do conflito indireto entre Washington-Moscou, mas também um duro golpe no socialismo como modelo econômico. 20 anos da Guerra do Kosovo A Guerra do Kosovo foi um dos conflitos armados mais sangrentos depois da Segunda Guerra Mundial. A luta pela independência da pequena província da Sérvia, ex-república da antiga Iugoslávia, deixou um rastro de milhares de mortos. De um lado, os kosovares, população de origem albanesa e muçulmana. Do outro, os sérvios de maioria cristã ortodoxa. O presidente sérvio Slobodan Milosevic deu ordem para os bombardeios, que continuaram durante 79 dias. Em 9 de junho de 1999, após a chegada da OTAN, foi selado o acordo que colocava fim à guerra. 10 anos do início do governo Obama O primeiro presidente negro dos Estados Unidos, Barack Obama iniciou seu mandato em 2009, sendo o 44º homem a chegar à Casa Branca. Entre os legados do seu governo estão a recuperação econômica após o estouro da bolha imobiliária em 2008; a reforma do sistema de saúde, conhecido como Obama Care; e uma histórica guinada para preservação do meio ambiente, como o Acordo de Paris, assinado em 2015. Comentários por: Marcelo Coelho, professor de Geografia no colégio CEL .

caderno de

Exercícios

(ENEM 2018 - DIA 1)

1.

TEXTO 1

TEXTO 2 Imaginamos um cidadão, residente na periferia de um grande centro urbano, que diariamente acorda às 5h para trabalhar, enfrenta em média 2 horas de transporte público, em geral lotado, para chegar às 8h ao trabalho. Termina o expediente às 17h e chega em casa às 19h para, aí sim, cuidar dos afazeres domésticos, dos filhos, etc. Como dizer a essa pessoa que ela deve praticar exercícios, pois é importante para sua saúde? Como ela irá entender a mensagem da importância do exercício físico? A probabilidade de essa pessoa praticar exercícios regularmente é significativamente menor que a de pessoas da classe média/ alta que vivem outra realidade. Nesse caso, a abordagem individual do problema tende e fazer com que a pessoa se sinta impotente em não conseguir praticar exercícios e, consequentemente, culpada pelo fato de ser ou estar sedentária. FERREIRA, M.S. Aptidão física e saúde na educação física escolar: ampliando o enfoque.  RBCE, n. 2,  jan. 2001 (adaptado). O segundo texto, que propõe uma reflexão sobre o primeiro acerca do impacto de mudanças no estilo de vida na saúde, apresenta uma visão

a) medicalizada, que relaciona a prática de exercícios físicos por qualquer indivíduo à promoção da saúde. b) ampliada, que considera aspectos sociais intervenientes na prática de exercícios no cotidiano. c) crítica, que associa a interferência das tarefas da casa ao sedentarismo do indivíduo. d) focalizada, que atribui ao indivíduo a responsabilidade pela prevenção de doenças. e) geracional, que preconiza a representação do culto à jovialidade.

ordem dos períodos e erros fonéticos e sintáticos. Mas como o programa realmente funciona? Considerando o texto como uma sequência de palavras, a ferramenta analisa e busca trecho por trecho nos sites de busca, assim como um professor desconfiado de um aluno faria. A diferença é que o programa permite que se pesquise em vários buscadores, gerando assim muito mais resultados. Disponível em: http://reporterunesp.jor.br. Acesso em: 19 mar. 2018

2.

Segundo o texto, a ferramenta Farejador de Plágio alcança seu objetivo por meio da

No tradicional concurso de miss, as candidatas apresentaram dados de feminicídio, abuso sexual e estupro no país. No lugar das medidas de altura, peso, busto, cintura e quadril, dados da violência contra as mulheres no Peru. Foi assim que as 23 candidatas ao Miss Peru 2017 protestaram contra os altos índices de feminicídio e abuso sexual no país no tradicional desfile em trajes de banho. O tom político, porém, marcou a atração desde o começo: logo no início, quando as peruanas se apresentaram, uma a uma, denunciaram os abusos morais e físicos, a exploração sexual, o assédio, entre outros crimes contra as mulheres. Disponível em: www.cartacapital.com.br. Acesso em: 29 nov. 2017. Quanto à materialização da linguagem, a apresentação de dados relativos à violência contra a mulher a) configura uma discussão sobre os altos índices de abuso físico contra as peruanas. b) propõe um novo formato no enredo dos concursos de beleza feminina. c) condena o rigor estético exigido pelos concursos tradicionais. d) recupera informações sensacionalistas a respeito desse tema. e) subverte a função social da fala das candidatas a miss.

3.

Farejador de Plágio: uma ferramenta contra a cópia ilegal No mundo acadêmico ou nos veículos de comunicação, as cópias ilegais podem surgir de diversas maneiras, sendo integrais, parciais ou paráfrases. Para ajudar a combater esse crime, o professor Maximiliano Zambonatto Pezzin, engenheiro de computação, desenvolveu junto com os seus alunos o programa Farejador de Plágio. O programa é capaz de detectar: trechos contínuos e fragmentados, frases soltas, partes de textos reorganizadas, frases reescritas, mudanças na

a) seleção de cópias integrais. b) busca em sites especializados. c) simulação da atividade docente. d) comparação de padrões estruturais. e) identificação de sequência de fonemas.

4.

O trabalho não ora penoso: colar rótulos, meter vidros em caixas, etiquetá-las, selá-las, envolvê-Ias em papel celofane, branco, verde, azul, conforme o produto, separá-las em dúzias… Era fastidioso. Para passar mais rapidamente às oito horas havia o remédio: conversar. Era proibido, mas quem ia atrás de proibições? O patrão vinha? Vinha o encarregado do serviço? Calavam o bico, aplicavam-se ao trabalho. Mal viravam as costas, voltavam a taramelar. As mãos não paravam, as línguas não paravam. Nessas conversas intermináveis, do linguagem solta e assuntos crus, Loniza se completou. Isabela, Afonsina, Idália, Jurete, Deolinda — foram mestras. O mundo acabou de se desvendar. Leniza perdeu o tom ingênuo que ainda podia ter. Ganhou um jogar de corpo que convIda, um quebrar dos olhos que promete tudo, à toa, gratuitamente. Modificou-se o timbre de sua voz. Ficou mais quente. A própria inteligência se transformou. Tornou-se mais aguda, mais trepidante. REBELO,M. A estrela sobe. rio de Janeiro: José Olympio, 2009. O romance, de 1939, traz à cena tipos e situações que espelham o Rio de Janeiro daquela década. No fragmento, o narrador delineia esse contexto centrado no a) julgamento da mulher fora do espaço doméstico. b) relato sobre as condições de trabalho do Estado Novo. c) destaque a grupos populares na condição de protagonistas. d) processo de inclusão do palavrão nos hábitos de linguagem. e) vínculo entre as transformações urbanas e os papéis femininos.

5.

Mais big do que bang A comunidade científica mundial recebeu, na semana passada, a confirmação oficial de uma descoberta sobre a qual se falava com enorme expectativa há alguns meses. Pesquisadores do Centro de Astrofísica HarvardSmithsonian revelaram ter obtido a mais forte evidência até agora de que o universo em que vivemos começou mesmo pelo Big Bang, mas este não foi explosão, e sim uma súbita expansão de matéria e energia infinitas concentradas em um ponto microscópico que, sem muitas opções semânticas, os cientistas chamam de "singularidade". Essa semente cósmica permanecia em estado latente e, sem que exista ainda uma explicação definitiva, começou a inchar rapidamente [...]. No intervalo de um piscar de olhos, por exemplo, seria possível, portanto, que ocorressem mais de 10 trilhões de Big Bangs. ALLEGRETTI F. Veja, 26 mar. 2014 (adaptado). No titulo proposto para esse texto de divulgação científica, ao dissociar os elementos da expressão Big Bang, a autora revela a intenção de

a) evidenciar a descoberta recente que comprova a explosão de matéria e energia. b) resumir os resultados de uma pesquisa que trouxe evidências para a teoria do Big Bang. c) sintetizar a ideia de que a teoria da expansão de matéria e energia substitui a teoria da explosão. d) destacar a experiência que confirma uma investigação anterior sobre a teoria de matéria e energia. e) condensar a conclusão de que a explosão de matéria e energia ocorre em um ponto microscópico.

(ENEM 2017)

6.

Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: www. planalto. gov. br. Acesso em: 27 abr. 2017 A persistência das reivindicações relativas à aplicação desse preceito normativo tem em vista a vinculação histórica fundamental entre

a) etnia e miscigenação racial. b) sociedade e igualdade jurídica. c) espaço e sobrevivência cultural. d) progresso e educação ambiental. e) bem-estar e modernização econômica.

7.

O fenômeno da mobilidade populacional vem, desde as últimas décadas do século XX, apresentando transformações significativas no seu comportamento, não só no Brasil como também em outras partes do mundo. Esses novos processos se materializam, entre outros aspectos, na dimensão interna, pelo redirecionamento dos fluxos migratórios para as cidades médias, em detrimento dos grandes centros urbanos; pelos deslocamentos de curta duração e a distâncias menores; pelos movimentos pendulares, que passam a assumir maior relevância nas estratégias de sobrevivência, não mais restritos aos grandes aglomerados urbanos. OLIVEIRA, L. A. P.; OLIVEIRA, A. T. R. Reflexões sobre os deslocamentos populacionais no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2011 (adaptada). A redefinição dos fluxos migratórios internos no Brasil, no período apontado no texto, tem como causa a intensificação do processo de a) descapitalização do setor primário. b) ampliação da economia informal. c) tributação da área residencial citadina. d) desconcentração da atividade industrial. e) saturação da empregabilidade no setor terciário.

8.

A grande maioria dos países ocidentais democráticos adotou o Tribunal Constitucional como mecanismo de controle dos demais poderes. A inclusão dos Tribunais no cenário político implicou alterações no cálculo para a implementação de políticas públicas. O governo, além de negociar seu plano político com o Parlamento, teve que se preocupar em não infringir a Constituição. Essa nova arquitetura institucional propiciou o desenvolvimento de um ambiente político que viabilizou a participação do Judiciário nos processos decisórios. CARVALHO, E. R. Revista de Sociologia e Política, nº 23. nov. 2004 (adaptado). O texto faz referência a uma importante mudança na dinâmica de funcionamento dos Estados contemporâneos que, no caso brasileiro, teve como consequência a a) adoção de eleições para a alta magistratura. b) diminuição das tensões entre os entes federativos. c) suspensão do princípio geral dos freios e contrapesos. d) judicialização de questões próprias da esfera legislativa. e) profissionalização do quadro de funcionários da Justiça.

(UNICAMP 2017)

9.

“Não existem culturas ou civilizações ilhadas. (...) Quanto mais insistirmos na separação de culturas e civilizações, mais imprecisos seremos sobre nós mesmos e os outros. No meu modo de pensar, a noção de uma civilização isolada é impossível. A verdadeira questão é se queremos trabalhar para civilizações separadas ou se devemos tomar o caminho mais integrador, mas talvez mais difícil, que é tentar vê-las como um imenso todo cujos contornos exatos uma pessoa sozinha não consegue captar, mas cuja existência certa podemos intuir e sentir. Edward Said. Reflexões sobre o exílio e outros ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. P. 317. Sobre o conceito em questão e os contextos referidos pelo autor, é correto afirmar: a) O processo de globalização provocou a destruição da cultura dos povos não ocidentais e, por isso, aumentou práticas como o terrorismo a partir de 2001. b) A ideia de civilização, como imaginada no século XIX, produziu a emancipação das Américas e o fim da disputa colonial no mundo. c) O conceito de civilização foi estabelecido na Grécia Antiga e aperfeiçoado pelas práticas integradoras do imperialismo do século XIX ocorridas na África. d) A lógica de integração de culturas é negada por grupos radicais e pelos defensores do princípio de que vivemos em um choque de civilizações.

(UNICAMP 2018)

10. Em junho de 2017, o governo dos Estados Uni-

dos da América (EUA) se retirou do “Acordo de Paris”, assinado em 2015 por 195 países. Sobre as medidas previstas no Acordo para a redução da emissão de gases do efeito estufa, e o motivo da saída dos Estados Unidos do referido acordo, é correto afirmar que: a) São medidas deliberativas e os países signatários pagarão multas pelo descumprimento das metas; os EUA não aceitam o papel da ONU na função de agente fiscalizador. b) São medidas propositivas e os países signatários deverão definir metas para os próximos anos; os EUA não concordam com o controle externo sobre suas fontes poluidoras. c) São medidas restritivas e os países signatários sofrerão punições políticas e econômicas se não atingirem as metas; os EUA não aprovam a presença da Rússia no acordo. d) São medidas normativas e os países signatários deverão definir as estratégias a serem adotadas; os EUA não aceitam assumir as mesmas responsabilidades da Índia, o maior poluidor do planeta.

(UNESP 2017)

11.

Dado que o presidente eleito Donald Trump articulou uma visão coerente dos assuntos externos, parece que os Estados Unidos devem rejeitar a maioria das políticas do período pós-1945. Para Trump, a OTAN é um mau negócio, a corrida nuclear é algo bom, o presidente russo Vladimir Putin é um colega admirável, os grandes negócios vantajosos apenas para nós, norte-americanos, devem substituir o livre-comércio. Com seu estilo peculiar, Trump está forçando uma pergunta que, provavelmente, deveria ter sido levantada há 25 anos: os Estados Unidos devem ser uma potência global, que mantenha a ordem mundial – inclusive com o uso de armas, o que Theodore Roosevelt chamou, como todos sabem, de Big Stick? Curiosamente, a morte da União Soviética e o fim da Guerra Fria não provocaram imediatamente esse debate. Na década de 1990, manter um papel de liderança global para os Estados Unidos parecia barato – afinal, outras nações pagaram pela Guerra do Golfo Pérsico de 1991. Nesse conflito e nas sucessivas intervenções norte-americanas na antiga Iugoslávia, os custos e as perdas foram baixos. Então, no início dos anos 2000, os americanos foram compreensivelmente absorvidos pelas consequências do 11 de setembro e pelas guerras e ataques terroristas que se seguiram. Agora, para melhor ou para pior, o debate está nas nossas mãos. (Eliot Cohen. “Should the U.S. still carry a ‘big stick’?”. www. latimes.com, 18.01.2017. Adaptado.)

Um dos principais lemas da campanha presidencial de Donald Trump foi “Make America Great Again”. Tal lema pode ser associado à seguinte frase do texto: a) “Com seu estilo peculiar, Trump está forçando uma pergunta que, provavelmente, deveria ter sido levantada há 25 anos”. b) “O Presidente eleito Donald Trump articulou uma visão coerente dos assuntos externos”. c) “Na década de 1990, manter um papel de liderança global para os Estados Unidos parecia barato”. d) “Os Estados Unidos devem ser uma potência global, que mantenha a ordem mundial”. e) “Curiosamente, a morte da União Soviética e o fim da Guerra Fria não provocaram imediatamente esse debate”.

(UNICAMP 2018)

12.

Frequentemente o terrorismo recorre a ações de grande impacto. Contudo, seu objetivo maior é o de influenciar os espíritos; antes de tudo, ele visa a aterrorizar, e

se distingue da criminalidade. Inovocando reivindicações políticas, de natureza social, econômica ou religiosa, o terrorismo a) Realiza-se apenas no âmbito internacional, enquanto a criminalidade é marcada pelo objetivo primeiro do ganho financeiro. b) Realiza-se nacional e internacionalmente, enquanto a criminalidade é arcada pelo objetivo primeiro do ganho financeiro. c) Realiza-se apenas no âmbito internacional, enquanto a criminalidade é marcada basicamente por objetivos ideológicos d) Realiza-se nacional e internacionalmente, enquanto a criminalidade é marcada basicamente por objetivos ideológicos.

(UNESP 2018)

13.

Chancelado na cidade de mesmo nome no Canadá em 1987, o Protocolo de Montreal completa 30 anos em 2017. Esse tratado é considerado um dos mais bem-sucedidos da história, prescrevendo obrigações aos 197 países signatários em conformidade com o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas à luz das diversas circunstâncias nacionais. O protocolo evidenciado no excerto estabelece metas para: a) eliminação das substâncias prejudiciais à camada de ozônio, a qual funciona como um filtro ao redor do planeta, que protege os seres vivos dos raios ultravioleta. b) contenção dos fatores que contribuem para o processo de desertificação, o qual é derivado do manejo inadequado dos recursos naturais nos espaços subtropicais úmidos. c) proteção no campo da transferência, da manipulação e do uso seguros dos organismos vivos modificados, resultantes da biotecnologia moderna. d) redução das emissões de gases de efeito estufa mediante o incentivo de atividades do 2º setor que promovam a degradação florestal. e) erradicação do conhecimento das comunidades locais e populações indígenas sobre a utilização sustentável da diversidade biológica

(UNICAMP 2017)

14.

A presença de empresas globais que dominam o mercado de tecnologia no mundo costuma gerar atritos com os governos nacionais e impactos de diferentes dimensões em sua indústria cultural e na privacidade dos indivíduos. Diante do poder dessas grandes empresas, os Estados nacionais buscam estabelecer regras antitrustes para o setor. Adaptado de Farhad Manjoo, The New York Times/ Folha de São Paulo, 11/06/2016, p. 1 e 2.

Imagem: Mchlskhrv/Shutterstock

Com relação ao poder econômico e político das empresas globais de tecnologia digital e as ações dos governos nacionais, é correto afirmar que: a) A tecnologia digital representou uma expressiva reestruturação da ordem global. Houve maior democratização da circulação de informações pela internet e os Estados nacionais perderam totalmente o controle do conteúdo transmitido pelas redes digitais. b) O poder das grandes empresas de tecnologia predomina apenas nos países pobres, cujos Estados dispõem de limitadas legislações para o controle desses grupos econômicos em seus territórios, sobretudo no que diz respeito às mídias globais. c) As leis antitrustes surgiram no final do século XX e foram criadas pelos Estados nacionais para o controle do poder econômico das empresas globais do mercado de tecnologia digital, setor que costuma desenvolver práticas de mercado anticompetitivas. d) As empresas de tecnologia digital formam verdadeiros oligopólios e controlam diversas redes informacionais;

apesar disso, elas ainda dependem das legislações dos Estados nacionais para a atuação nos territórios e comercialização dos seus produtos.

(ESPM 2017)

15.

A ONG Médicos Sem Fronteiras anunciou nesta sexta (19) que está retirando suas equipes de seis hospitais do norte do Iêmen, quatro dias depois que um hospital gerido pela organização foi bombardeado, provocando a morte de 19 pessoas e deixando 24 feridos. O ataque aéreo foi feito pela coalizão liderada pela Arábia Saudita contra rebeldes houthis. Diário de Notícias, Lisboa, 21/08/2016 Os houthis são: a) uma milícia radical alauita, aliada da Síria. b) uma comunidade cristã que vive no Iêmen. c) uma milícia xiita que derrubou o governo do presidente Abdo Rabbo Mansoor, em 2015.

16.

Entre 4 e 5 de setembro, em Hangzhou (China), 19 líderes de países e mais a União Europeia se reúnem para o G20. A cúpula reúne cerca de 85% do PIB mundial e um recorte de polêmicas e tensões. Um país votou para se desgarrar da União Europeia. Um tem pretensões de anexar parte do vizinho. Outro tenta dominar águas do mar disputadas por outras nações. www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/08

Assinale a alternativa que apresente respectivamente os países que vivem os problemas mencionados no texto: a) Espanha – Rússia – Japão. b) Grã-Bretanha – Rússia – China. c) Grã-Bretanha – Alemanha – China. d) Grécia – Alemanha – Japão. e) França – Ucrânia – Coreia do Sul.

(ESPM junho 2017)

17.

Leia o texto: Polêmico, o presidente se comparou ao líder nazista Adolf Hitler. Durante a entrevista, o mandatário relacionou a violenta campanha antidrogas de seu governo com a prática de extermínio de judeus pelo nazismo e afirmou que ficaria feliz em massacrar viciados. Desde que o presidente assumiu o cargo, em junho de 2016, a polícia matou mais de sete mil pessoas. Muitas dessas mortes são contestadas pela oposição ao governo e por grupos de defesa dos direitos humanos. De acordo com o presidente é necessário além de combater as drogas aprofundar o combate à corrupção policial. Jornal do Brasil; 04/03/2017 O presidente e o país em questão são: a) Joko Widodo – Indonésia. b) Najid Razak – Malásia. c) Prayuth Chan Ocha – Tailândia. d) Rodrigo Duterte – Filipinas. e) Htin Kyaw – Mianmar

(UFRGS, 2017)

18.

Considere as afirmações abaixo, sobre a mobilidade urbana no Brasil. I - A mobilidade aumenta com a renda e varia em função das características econômicas e sociais das pessoas, além de vir acompanhada de diferenças no uso dos modos de transporte.

II - O modo “a pé” ainda representa parcela significativa dos deslocamentos urbanos no Brasil, apesar do aumento de uso do transporte individual (carro). III- O investimento em trens, nas grandes metrópoles brasileiras, tem transformado essa modalidade na maior transportadora de passageiros.

Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) I, II e III

(UFRGS, 2016)

19.

O deslocamento diário de pessoas entre municípios que fazem parte de uma mesma região metropolitana é denominado de a) migração pendular. b) migração internacional. c) migração interestadual. d) emigração. e) êxodo rural.

Imagem: Illizium/Shutterstock

d) uma milícia rebelde aliada do Estado Islâmico. e) uma milícia rebelde aliada da Al Qaeda.

(UFRGS, 2016)

20.

Observe o mapa abaixo.

Considere as informações abaixo, contidas no mapa, sobre Mulheres Economicamente Ativas em 2010 no mundo: I - Os países mais ricos têm, proporcionalmente, maior quantidade de mulheres que participam do mercado de trabalho. II - O mapa mostra que a participação da mulher nas atividades econômicas está presente na maior parte dos países. III- Os países considerados menos desenvolvidos possuem a maior participação relativa das mulheres na população economicamente ativa. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. e) I, II e III.

(UFRGS, 2016)

21.

Observe o mapa abaixo. Considere as afirmações abaixo, sobre a questão dos refugiados. I - Os refugiados procuram principalmente países considerados ricos e desenvolvidos. II -Estados Unidos, Alemanha e França são os países que mais recebem refugiados. III - O maior número de refugiados localiza-se em países da África e da Ásia. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas lI. c) Apenas III. d) Apenas I e lI. e) I, lI e III.

Imagem: Cosmaa/Shutterstock

gabarito comentado

Enem 2018

1. [B]

O contraponto entre os dois textos aponta para o conceito ampliado de saúde, que envolve muito mais do que a ausência de doenças. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde é a situação de perfeito bem-estar físico, mental e social. Portanto, apesar da importância do exercício físico para a saúde, não deve ser analisado como condição única. Fatores psicológicos e sociais, como a qualidade das relações entre as pessoas, as condições de trabalho e de lazer também devem ser considerados neste contexto de forma integrada e interdependente aos fatores físicos. A questão que remete a essa visão ampliada de saúde é a B. Comentário: Davi Marangon, coordenador da Assessoria de Educação Física, Arte e Pedagógica.

2. [E]

O texto, ao relatar o posicionamento crítico das candidatas ao título “Miss Peru 2017”, revela a subversão da função so-

cial da fala das candidatas, pois, ao invés de, comumente, se apresentarem e mostrarem suas qualidades pessoais, estas “denunciaram os abusos morais e físicos, a exploração sexual, o assédio, entre outros crimes contra as mulheres”. Além de quebrar protocolos e trazer uma nova visão para concursos tradicionais como esse, indo além do concurso pela beleza, também se preocupa com questões sociais e que envolvem o público feminino. Logo, a alternativa que apresenta essa materialização é a E. Comentário: Simone Sicora Poleto, assessora Pedagógica Interna de Língua Portuguesa.

3. [D]

O texto apresenta a informação de que a ferramenta é capaz de detectar “trechos contínuos e fragmentados, frases soltas, partes de textos reorganizadas, frases reescritas, mudanças na ordem dos períodos e erros fonéticos e sintáticos”. Ou seja, por meio de comparações entre estruturas linguísticas semelhantes, a ferramenta atinge o seu objetivo. Assim, a alternativa correta é a D.

Comentário: Simone Sicora Poleto, assessora Pedagógica Interna de Língua Portuguesa.

4. [E]

O narrador exibe o cenário da década de 30/40, revelando tipos e situações que espelham o Rio de Janeiro da época, contextualizando as relações de trabalho dentro do espaço urbano. Assim, é apresentada a figura das personagens femininas em um ambiente profissional em que as mulheres são a força de trabalho, sofrendo mudanças comportamentais devido ao convívio com outras mulheres. Assim, a alternativa que explicita esse contexto é a E. Comentário: Simone Sicora Poleto, assessora Pedagógica Interna de Língua Portuguesa.

5. [C]

O texto evidencia uma descoberta científica que comprova o fato de o Big Bang não ter sido uma explosão, mas uma “súbita expansão de matéria e energia”. Portanto, a alternativa que traz a intenção da autora é a C. Comentário: Simone Sicora Poleto, assessora Pedagógica Interna de Língua Portuguesa.

Enem 2017 Comentários: Márcio Scarpellini Vieira, pedagogo, cientista social, administrador de empresas e diretor de colégio em São Paulo; Mara Magaña, jornalista pela Cásper Líbero, formada em Letras pela USP, com pós em jornalismo e comunicação

6. [C]

A preservação das culturas tradicionais indígenas e afrodescendentes está preservada na Constituição Cidadã, como ficou conhecida a Constituição de 1988.

7. [D]

As cidades tornam-se atrativas para as atividades industriais porque oferecem incentivos fiscais; outro detalhe é a saturação dos grandes centros urbanos. Nessas cidades, as empresas ganham incentivos para ali implantarem suas fábricas. Isso vem provocando fluxos migratórios para essas cidades e deslocando a atividade industrial.

8. [D]

O tema dessa questão é pertinente à atual realidade política brasileira, porque fala da crescente interferência do Poder Judiciário para poder resolver questões que são próprias do Poder Legislativo. Então, só o futuro é que poderá dizer se isso é momentâneo ou se fixará dentro dos nossos poderes

Outros vestibulares Comentários: Alan Cravo, professor de Atualidades do Curso Progressão Autêntico; Anderson Sousa, professor de Geografia e Sociologia da Rede Educacional Alub; Marcos Girotto, professor de História e Filosofia da Rede Educacional Alub; Márcio Scarpellini Vieira, Pedagogo, cientista social, administrador de empresas e diretor de colégio em São Paulo; Mara Magaña, jornalista pela Cásper Líbero, formada em Letras pela USP, com pós em Jornalismo e Comunicação.

9. [D]

A questão remete a um problema muito em voga nas últimas décadas. O mundo ocidental, querendo estender seus valores a povos e culturas diversas, teve como resposta uma reação fundamentalista, regionalista e racionalista, que se opõe de forma radical a integrar-se com outras civilizações.

10. [B]

A Conferência do Clima em 2015 estabeleceu o Acordo de Paris, que prevê metas para reduzir-se as emissões de CO2, segundos as metas de cada país em consonância com as metas conjuntas da União Europeia. Mas os Estados Unidos retiraram-se do acordo em 2017, sob o comando do Presidente Trump. Os demais membros do G-20, principalmente os que compõem a União Europeia, então, geraram uma declaração conjunta. Trump não concorda com o controle externo das fontes poluidoras, alegando que o petróleo e o carvão são os combustíveis fósseis mais adequados ao seu parque industrial.

11. [D]

“Make America Great Again”, Tornar a América Grande Outra Vez, é a pretensão do presidente Donald Trump, já que a China ameaça a posição de potência mundial dos EUA.

12. [B]

A questão do terrorismo ganhou mais destaque neste século devido às tensões e instabilidades que causam na sociedade civil. Normalmente as ações terroristas são utilizadas para chamar a atenção para causas ideológicas e podem ser tanto internas quanto externas. Como podem influir no cenário político nacional e internacional, costuma ser uma das estratégias utilizadas por grupos radicais. Hoje, é um dos principais problemas do Direito Internacional porque sua definição não é consensual. Por exemplo, quando uma ação terrorista é associada a movimentos insurretos ou nacionalistas, que atingem interesses de um Estado ou de vários, tende a ser classificada como criminosa. Mas as ações tidas como criminosas têm objetivos financeiros, normalmente, como roubos, furtos, sem que apresentem alguma intenção ideológica.

Imagem: Sofiav/Shutterstock

13 . [A]

O Protocolo de Montreal, que entrou em vigor em 1989, é um tratado internacional. Seu objetivo é proteger a camada de ozônio, reduzindo a produção e consumo de várias substâncias, que são causadoras de desgaste à camada de ozônio.

14. [D]

A tecnologia digital provocou uma reestruturação de ordem global e colocou em xeque o poder dos Estados Nacionais. Com isso, viram minar o controle e ação das empresas globais de tecnologia no setor de telecomunicações que, por um lado, trouxeram a democratização das informações, com uma melhor e mais apurada circulação, mas, por outro, formaram grupos que têm interesses alheios ao Estado. Por isso é que os Estados criam leis, como as de antitruste, para regrarem essas empresas, definindo o que podem fazer em seus territórios.

15. [C]

Atualmente, os houthis (xiitas), tribos sunitas, o grupo Estado Islâmico, a Arábia Saudita, o Irã e o Al Qaeda mergulharam o Iêmen numa disputa sem precedentes. A mistura é perigosa:

os houthis, em formação de milícia, tentam há vários meses aumentar sua influência na política do Iêmen. Como membros de um grupo rebelde conhecido como Ansar Allah, que quer dizer “Partidários de Deus, que assumiram uma versão xiita conhecida como zaidismo, já detêm o controle de grande parte de Saana desde 2014. Eles governaram antes o norte do país até 1962, por quase mil anos.

16. [B]

Os britânicos, em 23 de junho de 2016, em referendo popular, optaram por não fazer mais parte do bloco da União Europeia (EU). Vladimir Putin, presidente da Rússia, que é um aliado do ditador sírio Bashar al-Assad, tem uma atuação bastante controversa no que diz respeito ao ataque à facção Estado Islâmico e também na guerra da Síria. E, devido à anexação que a Rússia fez da Crimeia e apoio aos separatistas do leste da Ucrânia, está sob sanções. Em julho de 2016, por sua vez, a China amargou uma derrota nos seus avanços sobre os territórios na Ásia – um tribunal rejeitou seus argumentos sobre os direitos históricos que possuía sobre o mar do sul da China, ou seja, Pequim.

17. [D]

O fato ocorreu em uma entrevista coletiva, em 2016: o polê-

mico presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, comparou-se a si mesmo com o líder nazista Adolf Hitler no que toca à sua violenta política antidrogas e à sistemática política de extermínio dos judeus pelo nazismo. Até o final de 2017, Duterte contabilizava mais de 3 mil pessoas mortas em operações policiais por envolvimento com drogas.

18 - [D]

Primeiro vamos conceituar mobilidade urbana: entende-se que mobilidade urbana é a forma como acontecem os deslocamentos nos espaços urbanos, que irão depende do nível de renda do usuário, da distância percorrida, que irá fazer com que haja uma variação no tipo de transporte. Ainda se utiliza muito o “modo a pé” e se usa cada vez mais automóveis. Mas o ônibus ainda suplanta o transporte pelos trilhos.

19 - [A]

Imagem: Elenabsl/Shutterstock

Vamos entender os conceitos: migração internacional acontece de um país para outro; interestadual é quando se migra de um estado para outro. Movimento de emigração é quando se dá a saída de um país para outro: Exemplo: do Brasil para a Itália. Já êxodo rural é entendido como o deslocamento campo-cidade. Agora, os movimentos pen-

dulares são diários, ocorrem em áreas conturbadas, principalmente e estão entre os mais intensos atualmente.

20 - [D]

Não consta no mapa, mas os dados que se referem à porcentagem de participação de mulheres na PEA total dos países em questão. Vem da África Subsaariana e do Sudeste Asiático o maior número de mulheres. São países em desenvolvimento ou subdesenvolvimento, portanto a alternativa I está incorreto. Países como África setentrional e do Oriente Médio, do subcontinente indiano, mesmo com leis restritivas aos direitos femininos e de acesso ao trabalho apresenta cerca de 40% de participação da mulher na PEA. Mas são a África Subsaariana, Botsuana, Gana, Moçambique, Zâmbia e Zimbábue os países com maior participação da mulher na PEA.

21 - [C]

Uma leitura atenta ao enunciado da questão revela uma dica importante no título do mapa: onde estão os refugiados hoje. Encontramos, no mapa, uma grande massa na Ásia e na África, com um número considerável de refugiados sírios na Jordânia e Turquia. Isso se deve à guerra civil na Síria ou das ações extremistas do Estado Islâmico. Isso invalida as afirmativas I e II.

O que você precisa saber para se preparar e escrever um texto nota 1000

C

onhecer as exigências, os critérios de avaliação e as particularidades de cada prova contribui para que os estudos sejam mais assertivos e focados para cada candidato. Dessa forma, reconhecer aquilo que é esperado para alcançar uma boa pontuação é o primeiro passo para que o treinamento para o exame seja feito da melhor forma possível. Fique por dentro das indicações do Enem e entenda o que cada aspecto significa.

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Conteúdo originalmente produzido por Mara Magaña, jornalista pela Cásper Líbero, formada em Letras pela USP e tradutora de Espanhol. Foi coordenadora e diretora de colégio em São Paulo.

A redação no Enem

Competência I – Evidenciar o domínio da norma culta da língua escrita. O aluno deve mostrar que domina a Gramática e que tem estilo textual. O que irão avaliar? 1. Se você sabe diferenciar a linguagem oral da escrita; 2. Se conhece as regras gramaticais e ortográficas; 3. Qual a forma proposta ao texto (estética); 4. Se respeita o número mínimo e máximo de linhas pedidas; 5. Se não usa o discurso oral; 6. Qual o conhecimento vocabular; 7. Se tem entendimento sobre o uso de letras maiúsculas e minúsculas; 8. Como é o emprego da divisão silábica quando muda de linha (translineação). Competência II – Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. Trata-se da capacidade de organizar as ideias. O que irão avaliar? 1. Se o candidato entendeu a proposta. Uma dica é não desprezar, mas também não se prender, os textos motivadores. Isto é, não copie trechos do material de apoio; 2. O domínio de outros saberes, que significa ter conhecimentos advindos de áreas que podem contribuir para a argumentação; 3. Se há o domínio das ferramentas para construir um texto dissertativo-argumentativo. Competência III – Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. Trata-se da argumentação: se tem como base fatos concretos, ou seja, que possam ser comprovados. O que irão avaliar? 1. Se há progressão qualitativa, isto é, sentido nos parágrafos do texto; 2. Se existe coerência e uma ordem lógica quando as ideias são apresentadas; 3. Coerência: adaptação do conteúdo do texto ao mundo real; 4. Ideias concatenadas: um parágrafo deve permitir uma ligação para o outro. Deve haver coerência entre o que foi dito e o que vem na sequência. Competência IV – Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. É necessário que as ideias estejam embasadas

corretamente – se estiverem "soltas" não proporcionarão unidade ao texto. Essa articulação se dá por meio de conectivos, que ajudam a ligar argumentos e parágrafos. O que vão avaliar? 1. Se o parágrafo tem um núcleo, que é a ideia principal, ligado às ideias secundárias. 2. A estrutura dos períodos, que deve levar em conta alguns preceitos, como: ideias que esclareçam a causa-consequência, comparação, efeitos contraditórios, temporalidade das argumentações e conclusão. 3. Uso de referências: fontes, dados estatísticos e conhecimentos prévios. Competência V – Elaborar proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. São exigidos detalhamento, clareza, coesão e consistência. O candidato deve expor uma proposta adequada, crível e passível de ser aplicada na prática. O que irão avaliar? 1. Se há realmente a apresentação de uma verdadeira proposta; 2. Se há a explicação clara de como aplicá-la; 3. Se é possível executá-la, ou seja, se é viável; 4. Se ela respeita, por exemplo, os direitos humanos, já que não pode, em hipótese alguma, ferir valores como liberdade e diversidade. Dicas para uma boa redação no enem • Mantenha-se informado; • Assuntos atuais e relevantes, sempre presentes na mídia, são temas de redação em potencial sem, contar que entender conteúdos variados é um diferencial. Quanto maior o repertório, maiores as chances de argumentar bem; • Treine e teste seus conhecimentos; • Ler e praticar. Se existem dois meios primordiais para aprender a escrever bem, podemos destacar esses dois passos; • Faça um esquema ou projeto de texto; • Escreva em tópicos todas as questões que deseja abordar na redação. Depois, coloque tudo na ordem em que será trabalhado; • Nunca dispense o rascunho; • Depois de planejar quais argumentos serão utilizados em cada parte do texto, faça um rascunho. Isso permitirá a visualização da redação, a organização das conexões e identificação de possíveis falhas; • Fuja do senso comum, a começar pelo título, que não pode ser longo e nem óbvio; • Justificativas baseadas em falsas estatísticas, citações que não são de determinado autor e ditados populares não podem ser usados como fundamentação teórica.

Conteúdo originalmente produzido por Mara Magaña, jornalista pela Cásper Líbero, formada em Letras pela USP e tradutora de Espanhol. Foi coordenadora e diretora de colégio em São Paulo. Imagem: Cosmaa/Shutterstock

Texto dissertativo Expor, argumentar e propor soluções é o segredo para se dar bem na redação

A

lém de servir como um meio de acesso para os sistemas público e privado de ensino superior, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) busca analisar a capacidade de discorrer, clara e coerentemente, sobre questões relacionadas à realidade. Para isso, a prova opta exclusivamente pelo texto dissertativo-argumentativo, aliando exposição, argumentação e proposta de intervenção. Assim, por meio dessa modalidade, o estudante é capaz de demonstrar suas compreensões e sugestões a respeito do assunto tratado. Vejamos um exemplo abaixo, da candidata Anna Beatriz Alvares Simões Wreden. A redação alcançou a nota 1000 do Enem 2015, cujo tema foi a violência contra a mulher no Brasil. “A violência contra a mulher no Brasil tem apresentado aumentos significativos nas últimas décadas. De acordo com o Mapa da Violência de 2012, o número de mortes por essa causa aumentou em 230% no período de 1980 a 2010. Além da física, o balanço de 2014 relatou cerca de 48% de outros tipos de violência contra a mulher, dentre esses a psicológica. Nesse âmbito, pode-se analisar que essa problemática persiste por ter raízes históricas e ideológicas. O Brasil ainda não conseguiu se desprender das amarras da sociedade patriarcal. Isso se dá porque, ainda no século XXI, existe uma espécie de determinismo biológico em relação às mulheres. Contrariando a célebre frase de Simone de Beavouir “Não se nasce mulher, torna-se mulher”, a cultura brasileira, em grande parte, prega que o sexo feminino tem a função social de se submeter ao masculino, independentemente de seu convívio social, capaz de construir um ser como mulher livre. Dessa forma, os comportamentos violentos contra as mulheres são naturalizados, pois estavam dentro da construção social advinda da ditadura do patriarcado. Consequentemente, a punição para este tipo de agressão é dificultada pelos traços culturais existentes, e, assim, a liberdade para o ato é aumentada.

Dissertação: definição e usos Dissertar é explanar ideias dentro de um contexto que envolve questionamentos. Dessa forma, por meio de discussões, o escritor é capaz de propor reflexões e, posteriormente, melhorias para o mundo. Para tanto, é preciso que se argumente adequadamente e que as visões expostas sejam fundamentadas. Assim, dissertar devidamente é a ciência de organizar as ideias para que se possa conquistar um interlocutor. Há técnicas para alcançar esse objetivo: nunca usar o discurso em primeira pessoa ("eu" ou "nós"); o que deve ser utilizado é o indireto, em terceira pessoa. O tema deve ser relevante e, quase sempre, ter alguma relação com questões da humanidade, como pobreza, violência, desigualdade, ética e liberdade, que tragam alguma contribuição para o contexto que vivemos. Considerando que argumentar significa apresentar provas, fatos, ideias ou razões lógicas que comprovem uma afirmação ou uma tese, e que analisar é sinônimo de examinar minuciosamente ou investigar, a dissertação deve ser uma união entre ambos recursos. Afinal, por meio da argumentação e da análise, o leitor pode ser exposto a um nível de conhecimento mais profundo a respeito do tema tratado. Observe os seguintes exemplos de textos dissertativosargumentativos, retirados de provas do ENEM de 2013, 2014 e 2015, que foram avaliados com nota máxima.

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Além disso, há o estigma do machismo na sociedade brasileira. Isso ocorre porque a ideologia da superioridade do gênero masculino em detrimento do feminino reflete no cotidiano dos brasileiros. Nesse viés, as mulheres são objetificadas e vistas apenas como fonte de prazer para o homem, e são ensinadas desde cedo a se submeterem aos mesmos e a serem recatadas. Dessa maneira, constrói-se uma cultura do medo, na qual o sexo feminino tem medo de se expressar por estar sob a constante ameaça de sofrer violência física ou psicológica de seu progenitor ou companheiro. Por conseguinte, o número de casos de violência contra a mulher reportados às autoridades é baixíssimo, inclusive os de reincidência. Pode-se perceber, portanto, que as raízes históricas e ideológicas brasileiras dificultam a erradicação da violência contra a mulher no país. Para que essa erradicação seja possível, é necessário que as mídias deixem de utilizar sua capacidade de propagação de informação para promover a objetificação da mulher e passe a usá-la para difundir campanhas governamentais para a denúncia de agressão contra o sexo feminino. Ademais, é preciso que o Poder Legislativo crie um projeto de lei para aumentar a punição de agressores, para que seja possível diminuir a reincidência. Quem sabe, assim, o fim da violência contra a mulher deixe de ser uma utopia para o Brasil”.

Exemplo 1:

Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil (2013) – Paulo Henrique Matta “Historicamente causadores de inúmeras vítimas, os acidentes de trânsito vêm ocorrendo com frequência cada vez menor no Brasil. Essa redução se deve, principalmente, à implantação da Lei Seca ao longo de todo o território nacional, diminuindo a quantidade de motoristas que dirigem após terem ingerido bebida alcoólica. A maior fiscalização, aliada à imposição de rígidos limites e à conscientização da população, permitiu que tal alteração fosse possível. As estatísticas explicitam a queda brusca na ocorrência de óbitos decorrentes de acidentes de trânsito depois da entrada da Lei Seca em vigor. A proibição absoluta do consumo de álcool antes de se dirigir e a existência de diversos pontos de fiscalização espalhados pelo país tornaram menores as tentativas de burlar o sistema. Dessa forma, em vez de fugirem dos bafômetros e dos policiais, os motoristas deixam de beber e, com isso, mantêm-se aptos a dirigir sem que transgridam a lei. Outro aspecto de suma relevância para essa mudança foi a definição de limites extremamente baixos para o nível de álcool no sangue, próximos de zero. Isso fez com que acabasse a crença de que um copo não causa qualquer diferença nos reflexos e nas reações do indivíduo e que, portanto, não haveria problema em consumir doses pequenas. A capacidade de julgamento de cada pessoa, outrora usada como teste, passou a não mais sê-lo e, logo, todos têm que respeitar os mesmos índices independentemente do que consideram certo para si. Entretanto, nenhuma melhoria seria possível sem a realização de um amplo programa de conscientização. A veiculação de diversas propagandas do governo que alertavam sobre os perigos da direção sob qualquer estado de embriaguez foi importantíssima na percepção individual das mudanças necessárias. Isso fez com que cada pessoa passasse a saber os riscos que infligia a si e a todos à sua volta quando bebia e dirigia, amenizando a obrigatoriedade de haver um controle severo das forças policiais. É inegável a eficiência da Lei Seca em todas as suas propostas, formando uma geração mais consciente e protegendo os cidadãos brasileiros. Para torná-la ainda mais eficaz, uma ação válida seria o incremento da frota de transportes coletivos em todo o país, especialmente à noite, para que cada um consuma o que deseja e volte para casa em segurança. Além disso, durante um breve período, a fiscalização poderia ser fortalecida, buscando convencer motoristas que ainda tentam burlar o Estado. O panorama atual já é extremamente animador e as projeções, ainda

melhores, porém apenas com a ação conjunta de povo e governo será alcançada a perfeição”.

Exemplo 2:

Publicidade infantil em questão no Brasil (2014) – Gabriela Costa “Desde o início da expansão da rede dos meios de comunicação no Brasil, em especial o rádio e a televisão, a mídia publicitária tem veiculado propagandas destinadas ao público infantil, mesmo que os produtos ou serviços anunciados não sejam destinados a este. Na década de 1970, por exemplo, era transmitida no rádio a propaganda de um banco utilizando personagens folclóricos, chamando a atenção das crianças que, assim, persuadiam os pais a consumir. É sabido que, no período da infância, o ser humano ainda não desenvolveu claramente seu senso crítico, e assim é facilmente influenciado por personagens de desenhos animados, filmes, gibis, ou simplesmente pela combinação de sons e cores de que a publicidade dispõe. Os adolescentes também são alvo, numa fase em que o consumo pode ser sinônimo de autoafirmação. Ciente deste fato, a mídia cria os mais diversos produtos fazendo uso desses atributos, como brindes em lanches, produtos de higiene com imagens de personagens e até mesmo utilizando atores e modelos mirins nos comerciais. Muitos pais têm então se queixado do comportamento consumista de seus filhos, apelando para organizações de defesa dos direitos da criança e do adolescente. Em abril de 2014, foi aprovada uma resolução que julga abusiva essa publicidade infantil, gerando conflitos entre as empresas, organizações publicitárias e os defensores dos direitos deste público-alvo. Entretanto, tal resolução configura um importante passo dado pelo Brasil com relação ao marketing infantil. Alguns países cujo índice de escolaridade é maior que o brasileiro já possuem legislação que limita os conteúdos e horários de exibição dos comerciais destinados às crianças. Outros, como a Noruega, proíbem completamente qualquer publicidade infantil. A legislação brasileira necessita, portanto, continuar a romper com as barreiras impostas pela indústria publicitária, a fim de garantir que o público supracitado não seja alvo de interesses comerciais por sua inocência e fácil persuasão. No âmbito educacional, as escolas devem auxiliar na formação de cidadãos com discernimento e capacidade crítica. Desta forma, é importante que sejam ensinados e discutidos nas salas de aula os conceitos de cidadania, consumismo, publicidade e etc., adequando-os a cada faixa etária”.

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Exemplo 3:

A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira (2015) - Julia Pereira “Permeada pela desigualdade de gênero, a história brasileira deixa clara a posição inferior imposta a todas as mulheres. Essas, mesmo após a conquista do acesso ao voto, ensino e trabalho – negado por séculos – permanecem vítimas da violência, uma realidade que ceifa vidas e as priva do direito a terem sua integridade física e moral protegida. O machismo e a misoginia são promovidos pela própria sociedade. Meninas são ensinadas a aceitar a submissão ao posicionamento masculino, ainda que estejam inclusas agressões e violência , do abuso psicológico ao sexual. Os meninos, por sua vez, têm seu caráter construído à medida que absorvem valores patriarcais e abusivos, os quais serão repetidos em suas condutas ulteriores. Um dos conceitos filosóficos de Francis Bacon, que declara o comportamento humano como contagioso, se aplica perfeitamente à situação. A violência de gênero, conforme permanece a ser reproduzida, torna-se enraizada e frequente. Concomitantemente, a voz das mulheres é silenciada e suas manifestações são reprimidas, o que favorece o mantimento das atitudes misóginas. O ensino veta todo e qualquer tipo de instrução a respeito do feminismo e da igualdade de gênero e contribui com a perpetuação da ignorância e do consequente preconceito. Ademais, os veículos de comunicação pouco abordam a

temática, enquanto o Estado colabora com a Lei Maria da Penha, nem sempre eficaz, e com unidades da Delegacia da Mulher, em número insuficiente. Entende-se, diante do exposto, a real necessidade de ações governamentais que garantam que a lei puna todos os tipos de violência, além da instalação de delegacias específicas em áreas necessitadas. Cabe à sociedade, em parceria com a mídia e com as escolas, instruções sobre igualdade de gênero e campanhas de oposição à violência contra as mulheres. Essas, por fim, devem permanecer unidas, através do feminismo, em busca da garantia de seus direitos básicos e seu bem-estar social." Contextos em que é utilizada A dissertação é considerada um gênero escolar. Afinal, nesse cenário, principalmente nas aulas de produção de texto do Ensino Médio e, posteriormente, no ambiente universitário, em trabalhos de conclusão de curso (TCC) e teses, o gênero textual surge com maior proeminência. Não à toa, vestibulares e provas como o Enem utilizam o formato, buscando familiarizar o candidato com a modalidade que virá a utilizar com mais frequência. Em ambos contextos, o propósito da dissertação é avaliar as capacidades de exposição e argumentação, além de sugerir/provar alguma nova metodologia a respeito de algum assunto.

Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil (2016) – Larissa Ferreira "Brás Cubas, o defunto-autor de Machado de Assis, diz em suas "Memórias Póstumas" que não teve filhos e não transmitiu a nenhuma criatura o legado da nossa miséria. Talvez hoje ele percebesse acertada sua decisão: a postura de muitos brasileiros frente a intolerância religiosa é uma das faces mais perversas de uma sociedade em desenvolvimento. Com isso, surge a problemática do preconceito religioso que persiste intrinsecamente ligado à realidade do país, seja pela insuficiência de leis, seja pela lenta mudança de mentalidade social. É indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema. Conforme Aristóteles, a poética deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, a perseguição religiosa rompe essa harmonia; haja vista que, embora esteja previsto na Constituição o princípio da isonomia, no qual todos devem ser tratados igualmente, muitos cidadãos se utilizam da inferioridade religiosa para externar ofensas e excluir socialmente pessoas de religiões diferentes. Segundo pesquisas, a religião afro-brasileira é a principal vítima de discriminação, destacando-se o preconceito

religioso como o principal impulsionador do problema. De acordo com Durkheim, o fato social é a maneira coletiva de agir e de pensar. Ao seguir essa linha de pensamento, observa-se que a preparação do preconceito religioso se encaixa na teoria do sociólogo, uma vez que se uma criança vive em uma família com esse comportamento, tende a adotá-lo também por conta da vivência em grupo. Assim, a continuação do pensamento da inferioridade religiosa, transmitido de geração a geração, funciona como base forte dessa forma de preconceito, perpetuando o problema no Brasil. Infere-se, portanto, que a intolerância religiosa é um mal para a sociedade brasileira. Sendo assim, cabe ao Governo Federal construir delegacias especializadas em crimes de ódio contra religião, a fim de atenuar a prática do preconceito na sociedade, além de aumentar a pena para quem o praticar. Ainda cabe à escola criar palestras sobre as religiões e suas histórias, visando a informar crianças e jovens sobre as diferenças religiosas no país, diminuindo, assim, o preconceito religioso. Ademais, a sociedade deve se mobilizar em redes sociais, com o intuito de conscientizar a população sobre os males da intolerância religiosa. Assim, poder-se-á transformar o Brasil em um país desenvolvido socialmente, e criar um legado de que Brás Cubas pudesse se orgulhar."

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Exemplo 4:

Quem lê uma dissertação?

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Nas provas do Enem e vestibulares, os primeiros leitores serão os corretores que irão avaliar as redações. Em casos de mestrado ou doutorado, o primeiro a pôr os olhos sobre o texto será o orientador do projeto. E, na hora da defesa, a banca examinadora, normalmente composta de mestres e doutores especialistas sobre o tema apresentado. É preciso lembrar, porém, que o perfil de leitor com o qual se deve trabalhar, no momento de produção de uma dissertação, não é o da pessoa real. É preciso ter cuidado na hora de produzir uma dissertação: o público a ser considerado deve apresentar um perfil universal, que possa entender o que está escrito sem ser, necessariamente, um especialista no assunto. Portanto, lembre-se: o discurso da dissertação deve ser generalizante e dirigido a um público de igual perfil genérico, podendo ser um ou vários interlocutores.

Estrutura da dissertação Na dissertação, deverão constar: I. Introdução Toda e qualquer introdução de um texto, seja ele dissertativo, descritivo ou narrativo, tem a missão de conquistar o leitor. Por isso, é importante destacar a relevância do tema, fazendo com que a contextualização do mesmo seja percebida claramente. É nessa etapa que a tese será exposta, isto é, se você é a favor ou contra a ideia fundamentada. II. Desenvolvimento O desenvolvimento é o cerne do texto. É onde o conceito proposto na introdução será detalhado por meio dos argumentos. Lembre-se de que é preciso fundamentar suas justificações com ideias e dados que conheça, desde que confirmados. Não se deve expor opiniões pessoais, uma vez que é necessário exemplificar, justificar e comprovar o que será dito. Assim, outro elemento fundamental é a clareza para que se possa compreender o raciocínio empregado. A conexão entre a introdução, o desenvolvimento e a conclusão precisa ser nítida. Se, no início da redação, foi mostrado o que será discutido, não há mais necessidade de retomar a ideia nessa etapa de texto. III. Conclusão É o grand finale, o encerramento. Nesse momento, o leitor é definitivamente conquistado – ou todo o esforço dos parágrafos anteriores será perdido. Deve-se fazer uma síntese das ideias defendidas e, caso seja exigido, apresentar a proposta de intervenção. Uma das maiores dificuldades reside nessa tarefa, pois a proposta dos candidatos revelase, muitas vezes, vaga e inconsistente. Ela precisa ser real e possível de ser implementada. Há meios que podem ser úteis para o último parágrafo: o uso das conjunções conclusivas. Termos como “portanto”, “logo”, “dessa forma”, “assim”, “sendo assim”, “por isso”, “desse modo” e “por conseguinte” servem, na verdade, para assinalar que o texto está em sua etapa final.

Mãos à obra!

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Temas que podem cair no Enem 2019 para treinar antes do exame

feição, r e p à a ntica lev a çõ e s a e a p rá d e r s a t r mui e pode d a escreve d r e v a rova de tempo, te s d a p o r a l o r t o co n a b o ra ç ã l ajudar a e e d sso es que o proce d a , e d i d s r a e d adv ansie aisquer u q p a . Al é m e a t o e t x a e t d a c do ra m t ra rg i r e m o u f s s o m t a n s ssu pos o mais a n ce s d e t a n h a c u s q a , rã o disso ar. iores se a m , vestibul s o o n d a á r h i l ca ba ele que ber uma u e q c a e r r e a t o ra a ce r ou anegar a h h h l c a u b a o r s t já Já pen s ual você q a ofessore n r p a t s s o n p u alg pro ltamos alidades u u s t a n o e C o çã te s ? uem reda s a t ser iam s s i l s i a i a c u e q p s es . ele em 2019 amos a t n n E u o g r a r e pa ep e te m a s d s a t s o as ap seguir! a a r fi n Co

S

Andrea Lanzara, professora de Gramática e redação do cursinho da Poli, destacou cinco sugestões que considera relevantes: •Violência das escolas brasileiras Em março de 2019, atiradores entraram em uma escola estadual em Suzano, na Grande São Paulo, e deixaram vítimas entre alunos e funcionários. O fato recente pode ser um gancho para aprofundar o tema da violência em instituições de ensino – relacionado também ao bullying e ao cyberbullying –, além da educação no país. É possível abordar a saúde mental dos estudantes, as relações humanas no ambiente escolar e cuidados que as escolas podem adotar no que diz respeito aos jovens. •Desafios para a despoluição de mares e oceanos e desafio ambiental do lixo urbano Refletir como o consumo pode afetar a produção de resíduos sólidos e poluir o ambiente marinho e terrestre, como as alternativas aos plásticos não são tão simples como aparentam, como os microplásticos vêm poluindo e impactando as espécies e os ecossistemas e como a falta de destino do lixo urbano é um problema ainda a ser enfrentado pela população brasileira. •Aumento da obesidade Refletir sobre a epidemia global da obesidade e como a questão afeta as diferentes faixas etárias, assim como a cultura alimentar e a indústria dos alimentos interferem nessa questão. •Aumento da depressão entre os jovens Analisar as possíveis causas do avanço do transtorno, refletir sobre a vulnerabilidade emocional do jovem, o apoio e a presença dos pais, familiares e amigos sobre as pressões sociais, o bullying, o preconceito e a discriminação em função da orientação sexual. •Aumento de doenças sexualmente transmissíveis entre os jovens Pensar a respeito do recente desmonte de políticas públicas preventivas e a desvalorização da educação sexual nas escolas brasileiras, além da negligência e banalização da epidemia e como conter esse avanço. Para Bárbara Rosário Costa Teixeira, professora de Língua Portuguesa e redação do Colégio Alfa Cem (Rio de Janeiro), possíveis dicas de assuntos são: •Preservação da água: um desafio para a sociedade brasileira Apesar de ser um país com as maiores reservas de água por unidade territorial do planeta, no Brasil, há um grande déficit

de distribuição e acessibilidade de água potável. Além disso, cabe frisar que a matriz energética brasileira é baseada em hidrelétricas, valorizando o ciclo hidrológico que, em nosso país, tem sofrido grande impacto com o desmatamento. •Desastres ambientais: Qual o preço do desenvolvimento? Grandes desastres ambientais, como os que ocorreram em Chernobyl, Fukushima, Bhopal ou em Minamata, marcam a história mundial e podem ser analisados como fruto de políticas públicas equivocadas ou de estratégias privadas gananciosas. No caso do Brasil, três anos após a tragédia de Mariana, a sociedade se deparou com o rompimento de mais uma barragem, dessa vez na cidade de Brumadinho, resultando em um dos maiores desastres com rejeitos de mineração no Brasil. •Caminhos para incentivar a ciência e a inovação no Brasil A instabilidade no cenário nacional das pesquisas científicas, relacionada, entre outros fatores, a bolsas de mestrado e doutorado, é capaz de suscitar a discussão sobre a importância do investimento em educação e produção de conhecimento para o desenvolvimento do país. Dessa forma, é possível relacionar a quantidade de cientistas no Brasil com outras nações economicamente mais prósperas. Os professores da Escola Dalpino Educacional salientam dois outros âmbitos: •Reforma da Previdência Pauta recorrente da mídia brasileira, a reforma da previdência é um tema de grande impacto no contexto político nacional. Dessa forma, na redação, é possível que o assunto seja cobrado para que o estudante explore de forma crítica o programa de seguro social, realizando uma análise social e econômica que fuja do senso comum. •Combate às epidemias Doenças consideradas erradicadas após a massificação das vacinas estão voltando a aparecer, como é o caso do sarampo no Brasil. O professor de Geografia e Atualidades Patrick Lopes sugere: •Transição demográfica Para desenvolver essa questão, alguns tópicos imprescindíveis são urbanização, melhorias na qualidade de vida em geral e emancipação feminina no último quarto de século XX. Além disso, o baixo valor das aposentadorias, os idosos que ainda são arrimos de família, as mudanças nos padrões de consumo e acessibilidade são tópicos importantes.

•Mobilidade urbana É fundamental abordar pontos como a sociedade do automóvel, a periferização da mão de obra e a falta de planejamento no setor. O preço das tarifas, a popularização dos aplicativos e a questão ambiental também são aspectos relevantes. •Segurança alimentar Para fundamentar essa discussão, seria indispensável tratar da agricultura patronal x agricultura familiar, da estrutura fundiária, além da fome oculta e a fome aberta. Biotecnologia, commodities de alimentos e combate à pobreza são elementos capazes de contribuir com o texto. Thiago Braga, professor de redação do Colégio pH, do Rio de Janeiro, acrescenta duas outras temáticas: •Crianças no mundo digital Atualmente, há muitos conteúdos online direcionadas ao publico infantil. No entanto, o monitoramento dos pais e responsáveis se faz necessário para que as crianças não tenham acesso a materiais inadequados e não sejam expostas a interação, por meio de aplicativos de mensagens, com perfis suspeitos. Além disso, outro ponto que merece ser trabalhado é o incentivo ao consumo de bens materiais. •Relações de trabalho e saúde mental A síndrome de burnout, quadro de transtorno mental caracterizado pelo esgotamento profissional, tem se tornado cada vez mais recorrente entre pessoas economicamente ativas. Sendo assim, é possível que o estudante explore, na redação, a forma como a competitividade do mercado de trabalho influencia o acúmulo de funções em funcionários e o trabalho excessivo de trabalhadores autônomos. É importante buscar esclarecer a forma como questões psicológicas refletem no corpo, na produtividade e na vida pessoal. Sendo assim, as intervenções psiquiátricas e por meio de psicoterapias são essenciais para o tratamento dos indivíduos. Cris Miura, professora licenciada em Letras, especialista em Linguística e em Tecnologia aplicada à Educação, ressalta: •Desafios no uso de meios de transporte alternativos no Brasil Carros no Brasil ainda são associados a status e reconhecimento (pode-se contextualizar Juscelino Kubitschek e o início da produção de carros nacionais, somado ao chamado american way of life). No século XXI, propagandas estimulam constantemente o consumo de automóveis. A Cidade do México, por exemplo, tem uma rede de 200 km para metrôs, o dobro de São Paulo (ou seja,

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há pouco investimento em meios alternativos). Pode-se, ainda, discutir como desafios a resistência aos aplicativos de transporte, que facilitariam a vida de ainda mais pessoas (já são realidade em grandes centros). •As dificuldades do sistema escolar em preparar os alunos para profissões do mundo moderno As escolas no Brasil, historicamente, foram voltadas às camadas mais privilegiadas da sociedade (no Brasil colônia, era necessário viajar à Europa para estudar). Embora haja ensino público na atualidade, essa desigualdade permanece, juntamente às más estruturas que dificultam a formação ampla dos jovens. O ensino, no geral, é pautado no conteúdo e voltado para o vestibular (diploma ainda está associado à ascensão social no país). Isso contribui para um ensino tradicional, resistente às novas tecnologias e outras formas de trabalho. A professora também sugere uma possível abordagem por meio do exemplo: •A necessidade de debater a saúde mental dos brasileiros no século XXI - Contextualizar o hospital psiquiátrico de Barbacena, em Minas Gerais, onde se estima que 60 mil pessoas tenham

morrido. Expor a ideia de que o doente mental é louco e, portanto, deve ser afastado da convivência em sociedade. - Século XXI: vida cada vez mais acelerada (grandes centros urbanos e tecnologia); prejuízo à saúde mental dos brasileiros; questão, muitas vezes, silenciada pela ideia de “anormalidade”; - Tese: diante disso, é importante falar abertamente sobre a saúde mental dos brasileiros para que esse assunto deixe de ser considerado tabu, e as pessoas busquem ajuda familiar e profissional. “No século XX, o hospital psiquiátrico de Barbacena, em Minas Gerais, tratava doentes mentais de forma violenta, com intervenções de choque e isolamento (estima-se que 60 mil pessoas morreram no local). Esse fato reflete o modo como o assunto foi tratado durante muito tempo: a associação de doenças mentais à loucura e a necessidade de exclusão do doente. No século XXI, a vida acelerada nos grandes centros e o uso constante de tecnologias têm prejudicado o equilíbrio mental de inúmeras pessoas, mas a questão tem sido silenciada pela manutenção da ideia de ‘anormalidade’.  Diante disso, é importante falar abertamente sobre a saúde mental dos brasileiros para que esse assunto deixe de ser considerado tabu,  e  as pessoas busquem ajuda familiar e profissional”.

propostas comentadas Professores analisam e dão dicas a respeito de temas que já foram cobrados na redação do Enem TEXTOS MOTIVADORES - ENEM 2018

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TEXTO I Às segundas-feiras pela manhã, os usuários de um serviço de música digital recebem uma lista personalizada de músicas que lhes permite descobrir novidades. Assim como os sistemas de outros aplicativos e redes sociais, este cérebro artificial consegue traçar um retrato automatizado do gosto de seus assinantes e constrói uma máquina de sugestões que não costuma falhar. O sistema se baseia em um algoritmo cuja evolução e usos aplicados ao consumo cultural são infinitos. De fato, plataformas de transmissão de vídeo on-line começam a desenhar suas séries de sucesso rastreando o banco de dados gerado por todos os movimentos dos usuários para analisar o que os satisfaz. O algoritmo constrói assim um universo cultural adequado e complacente com o gosto do consumidor, que pode avançar até chegar sempre a lugares reconhecíveis. Dessa forma, a filtragem de informação feita pelas redes sociais ou pelos sistemas de busca pode moldar nossa maneira de pensar. E esse é o problema principal: a ilusão de liberdade de escolha que muitas vezes é gerada pelos algoritmos. VERDÚ, Daniel. O gosto na era do algoritmo. Disponível em: https://brasil.elpais.com. Acesso em: 11 jun. 2018 (adaptado).

TEXTO II Nos sistemas dos gigantes da internet, a filtragem de dados é transferida para um exército de moderadores em empresas localizadas do Oriente Médio ao Sul da Ásia, que têm um papel importante no controle daquilo que deve ser eliminado da rede social, a partir de sinalizações dos usuários. Mas a informação é então processada por um algoritmo, que tem a decisão final. Os algoritmos são literais. Em poucas palavras, são uma opinião embrulhada em código. E estamos caminhando para um estágio em que é a máquina que decide qual notícia deve ou não ser lida. PEPE ESCOBAR. A silenciosa ditadura do algoritmo. Disponível em: http://outraspalavras.net. Acesso em: 5 jun. 2017 (adaptado).

TEXTO III

TEXTO IV Mudanças sutis nas informações às quais somos expostos podem transformar nosso comportamento. As redes têm selecionado as notícias sob títulos chamativos como “trending topics” ou critérios como “relevância”. Mas nós praticamente não sabemos como isso tudo é filtrado. Quanto mais informações relevantes tivermos nas pontas dos dedos, melhor equipados estamos para tomar decisões. No entanto, surgem algumas tensões fundamentais: entre a conveniência e a deliberação; entre o que o usuário deseja e o que é melhor para ele; entre a transparência e o lado comercial. Quanto mais os sistemas souberem sobre você em comparação ao que você sabe sobre eles, há mais riscos de suas escolhas se tornarem apenas uma série de reações a “cutucadas” invisíveis. O que está em jogo não é tanto a questão “homem versus máquina”, mas sim a disputa “decisão informada versus sobediência influenciada”. CHATFIELD, Tom. Como a internet influencia secretamente nossas escolhas. Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 3

PROPOSTA DE REDAÇÃO

jun. 2017 (adaptado).

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Comentário: Silvana Aparecida Freire Sipraki e Salete Bernardino Poscidonio, professoras de Redação do Colégio Marista Maringá. O tema do Enem 2018 não causou surpresa na maioria dos participantes, pois questões relacionadas à segurança de dados pessoais de usuários da rede tiveram destaque nesses últimos anos, desde as eleições norte-americanas, que elegeram Donald Trump, até as nacionais. Apesar de o tema parecer simples e do domínio de todos, não é bem assim. O candidato precisava ler muito bem a coletânea que falava dos algoritmos e dos filtros da internet, além de observar que a proposta que faz um recorte temático: a manipulação do comportamento e o controle de dados. Porém, os candidatos menos atentos à especificidade do tema poderiam ter dado ênfase, por exemplo, ao curioso caso das fake news, acreditando ser o centro da discussão. Esse tema, de fato, exigia planejamento. Além disso, nesse caso, a conclusão não é tão simples pelo fato de que estamos falando de grandes grupos que lucram milhões por ano e que, inclusive, empregam milhares de pessoas ao redor do mundo. Como fazer o usuário ter voz ativa nesse contexto? Que ações poderiam ser feitas para minimizar essa cultura de lucro na sociedade atual? Como exigir que empresas desse porte sejam mais transparentes? Ou, ainda, como fazer com que o governo pressione por mais transparências e segurança? Comentário: Denise Vieira da Maia, professora de Língua Portuguesa e Redação do Colégio Marista Santa Maria O tema da redação 2018 não se diferenciou daquilo que se propõe regularmente a prova do Enem. Há a presença dos três eixos transversais (meio ambiente, comportamento humano e aspectos socioculturais) frequentes nas propostas. Dessa forma, ao analisarmos o tema, fica clara a intenção de despertar no candidato a questão instaurada a partir do uso das novas tecnologias, que cada vez mais se mostram presentes na sociedade atual.

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A coletânea trouxe quatro textos pertinentes ao tema. Vale lembrar que a leitura atenta permite ao candidato se apropriar da temática abordada no comando da questão e facilita esse processo inicial de levantar conhecimentos e argumentos não só relacionados à abordagem solicitada, como também pensar em uma problematização – tese. Além disso, o infográfico apresentado oferece dados numéricos que, se bem utilizados, podem ajudar os alunos na comprovação de seus pontos de vista. O primeiro traz o levantamento de um perfil do usuário, por meio de plataformas de streaming, cujo objetivo é adequar a seleção de músicas ao gosto do internauta. Neste caso, a escolha é realizada por meio de um traçado feito pela inteligência artificial (o famoso algoritmo), ficando a dúvida se, de fato, adequa-se ao internauta, já que não houve uma seleção prévia por parte dele. Já no segundo, embora a presença humana esteja presente na triagem daquilo que deve ou não ser eliminado das redes sociais, fica clara a intervenção dos algoritmos como forma de decisão final, ou seja, o que deve ser mantido ou retirado. O texto 3 demonstra a prevalência do sexo feminino na internet (65,5%). Além disso, oferece informações sobre os costumes dos usuários, que são a troca de mensagens e a busca por vídeos. Por fim, o último traz a relevância da informação, que possibilitará ao usuário das redes uma

escolha consciente, não previamente selecionada a partir de um perfil retirado das redes sociais. Com base nos dados fornecidos pela coletânea, podese afirmar que o maior desafio da sociedade é combater a manipulação de dados, cujos facilitadores estão em meios virtuais, por meio de uma gama de informações em tempo real, fato que dificulta a criticidade desses dados. Como resultado, muitos internautas são estimulados não só ao consumo de produtos, como também induzidos em escolhas partidárias. Caberia, entretanto, salientar a importância de o candidato não tangenciar o tema, mas sim compreender a participação efetiva da internet como disseminadora de perfis dos usuários, objetivando-se delinear um perfil cultural que culmina em um ambiente virtual pretensamente selecionado pelo internauta. Baseando-se em uma problematização que trouxesse esses aspectos, caberia uma proposta de intervenção cujo agente estaria diretamente ligado às redes sociais e às plataformas de conteúdo/streaming, que poderiam estar atreladas ao Marco Civil da Internet de 2014. Outra possibilidade seria a necessidade imediata de posicionamento do internauta no sentido de selecionar informações e realizar escolhas conscientes, não manipuladas como hoje se destacam nas redes virtuais. Fazer valer também a importância de

avisos contínuos sobre configurações de privacidade emitidas pelas redes sociais, cujo objetivo seria dificultar a manipulação dos dados disponibilizados na internet.

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Comentário: Equipe de Língua Portuguesa do Colégio Palmares. A manipulação dos usuários na e pela internet – por meio do uso dos dados que são fornecidos de maneira gratuita, ingênua, muitas vezes, ou até mesmo sem que se saiba – é uma questão extremamente atual  e alvo de muitas discussões de pensadores. Os próprios defensores e desenvolvedores da rede começam a questionar o quanto essa manipulação passou a comandar a vida das pessoas. Além disso, a experiência pessoal dos candidatos sobre  trendings topics  e  playlists  de filmes e músicas que lhes são oferecidas em aplicativos mostra que o tema faz parte da vida das pessoas, e o que se pedia era uma reflexão acerca disso que as atinge. Contudo, pode-se problematizar que, como a própria coletânea destaca, atualmente, apenas 64,7% da população brasileira tem acesso à internet. No entanto, essa questão não se configura como uma possibilidade de encaminhamento, pois a abordagem se restringe aos usos feitos pelos usuários, mas denuncia que o estudante

que fizer parte dos 35,3% dos brasileiros que não possuem acesso à rede estará em situação de desvantagem, muitas vezes, desconhecendo até mesmo os aplicativos e o sistema de algoritmos discutidos no tema. Sobre o desenvolvimento do tema, as discussões acaloradas de 2018 a respeito das fake news e das eleições foram demonstrações da manipulação das redes. É claro que isso não é controle de dados dos usuários, por isso, quem tratasse exclusivamente desse recorte apenas tangenciaria o tema. Entretanto, perceber que o poder da internet tem ultrapassado limites importantes é uma questão latente. Ainda sobre a proposta, tratar de internet era essencial para não ocorrer fuga do tema, enquanto não tratar de controle de dados do usuário e de manipulação deste ocasionava tangenciamento. Por que se faz esse tipo de uso da internet? Quem ganha e o que se pretende com isso? Por que as pessoas entregam seus dados tão facilmente? Quais as consequências dessa manipulação na sociedade? Todas essas são questões que poderiam orientar a argumentação. Fugir do senso comum e dos clichês é fundamental. Cabe ressaltar que a temática pode ser abordada de maneira bilateral, dialética. Se, por um lado, a grande disponibilidade de plataformas digitais para o consumo

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de música, cinema e outros produtos pode ser um instrumento de enriquecimento cultural, por outro, o caráter comercial dessas plataformas tem como objetivo criar celeiros de consumo bastante coesos, também conhecidos como "bolhas" digitais. Para isso, além de usar a coletânea, o candidato deve mobilizar um repertório externo, demonstrando domínio de diferentes áreas do conhecimento que se relacionem ao tema. Comentário: Professores do Colégio Marista Arquidiocesano Apesar de ser um assunto muito discutido na atualidade, o tema de 2018 foi inovador, visto que fugiu do tradicionalmente esperado. O Enem, historicamente, atrelava suas propostas a temas nacionais, focados em alguma minoria, visando a “caminhos, desafios” e enfatizando essa discussão ao que acontecia em nosso país. Assim, destacou-se a importância da leitura mais atenta – o candidato não recebeu nenhum comando para redigir um texto apenas restrito ao viés brasileiro. Ademais, é imprescindível ler os textos motivadores, uma vez que eles auxiliam na delimitação do tema e servem de base

para uma argumentação mais pertinente. Como o enfoque passou a ser mundial, o estudante pôde lançar mão de repertório mais amplo e analisar os impactos dos algoritmos na vida do ser humano, não só do brasileiro, possibilitando citar séries em que essa invasão de privacidade, a influência das redes sociais foram representadas, a exemplo da série Black Mirror (da Netflix), muito assistida por essa faixa etária e citada em algumas redações. Esse tipo de relação, além do uso das ideias contidas na coletânea, é importante para revelar repertório, algo exigido pela banca. Uma vez realizada uma leitura eficaz, o estudante deve estruturar seu plano de texto, definindo a ideia a ser defendida (tese) e citar termos ou sinônimos (“manipulação”, por exemplo), revelando ter captado o tema, além de selecionar os argumentos que o auxiliarão a defender seu ponto de vista. Contudo, o candidato deve se recordar que as propostas de intervenção merecem atenção redobrada para se evitar um erro grave: fazer uma lista de sugestões de melhorias. O candidato precisa propor (utilizar expressões como “é preciso”; “deve haver”;“devem garantir”) apenas intervenções relacionadas ao tema e ao que foi discutido. Também importante é o respeito aos

direitos humanos, não sugerindo, por exemplo, que o sinal de internet seja apenas para algumas pessoas, privando outras; prender quem repassou fake news e proibir esse indivíduo do acesso à rede.

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Comentário: Mario Felix, professor de Português e Literatura, além de coordenador do Enem Para Ouvir, ferramenta de conteúdos em áudio voltados vestibulares criada pelo Ubook, plataforma de audiolivro por streaming. O tema do ENEM está cada vez mais ligado a assuntos do cotidiano, isso porque o mundo digital nos faz cada vez mais seres “cybridos”: cyber híbridos, uma mistura de homem e máquina. Cada vez mais não conseguimos largar os aparelhos – muitas vezes, corremos aos nossos bolsos para ver se lá estão, como um membro a mais, cuja falta nos dá a sensação de um membro fantasma. O fundamental para pensar nesta redação é perceber que a nova grande moeda do mundo é o dado. Deixamos sempre, por onde passamos, um rastro das nossas ações e desejos. Redes sociais badaladas e aplicativos de troca de mensagens

são e sempre serão gratuitos para os usuários, pois a grande movimentação monetária está na ação de vender os dados dos usuários para as grandes redes de produtos. Por causa dos rastros, dos testes e até das pesquisas que fazemos nos buscadores, as empresas são capazes de confeccionar anúncios personalizados voltados para os nossos desejos. Tudo isso é produzido a partir de uma linguagem de máquina que aprende a cada input nosso: o algoritmo. Mas, pensemos, é da nossa plena vontade consumir todos os produtos disponíveis? O que é a sugestão? Quais são os efeitos das nossas escolhas, se elas mesmas não são feitas por nós mesmos? Estas perguntas são linhas mestras para a boa discussão do tema. O aluno que deseja uma boa nota em um tema como este é aquele que está conectado com os acontecimentos do seu dia e do seu entorno, que reflete sobre as complicações da modernidade e questiona o que se passa. Não é preciso ter vasto conhecimento sobre dados ou informática; é algo que séries como Black Mirror e filósofos contemporâneos e acessíveis, como Byung-Chul Han, discutem incansavelmente.

Enem 2017 - TEXTOS MOTIVADORES

TEXTO III

TEXTO I CAPÍTULO IV DO DIREITO À EDUCAÇÃO Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem. Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e discriminação. Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar (...) IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na modalidade escrita da língua portuguesa como segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas; XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de recursos de tecnologia assistiva, de forma a ampliar habilidades funcionais dos estudantes, promovendo sua autonomia e participação.

TEXTO II

TEXTO IV No Brasil, os surdos só começaram a ter acesso à educação durante o Império, no governo de Dom Pedro II, que criou a primeira escola de educação de meninos surdos, em 26 de setembro de 1857, na antiga capital do País, o Rio de Janeiro. Hoje, no lugar da escola, funciona o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines). Por isso, a data foi escolhida como Dia do Surdo. Contudo, foi somente em 2002, por meio da sanção da Lei nº 10.436, que a Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi reconhecida como segunda língua oficial no País. A legislação determinou também que devem ser garantidas, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Libras como meio de comunicação objetiva. Disponível em www.brasil.gov.br. Acesso em: 9 jun. 2017 (adaptado).

Comentário: Mara Magaña, profissional formada em Letras e Jornalismo. A proposta do Enem 2017 surpreendeu a todos: candidatos e professores dos diversos cursinhos e colégios por todo território nacional. Alguns julgaram o tema inapropriado para alunos ainda tão jovens e por sua especificidade técnica, já que exige conhecimento de legislação. Outros, por sua vez, comemoraram o fato de tocarem em um assunto importante envolvendo uma minoria representativa na sociedade brasileira, os surdos. Para a realização da prova, foram apresentados quatro textos motivadores. Após a leitura atenta, chega-se à conclusão que o problema do tema da redação do Enem 2017 é a falta de oferta de Libras nas escolas públicas e privadas, atingindo da educação infantil à pós-graduação. A situação que se perpetua no mercado de trabalho. Isso porque, se houvesse a comunicação por meio da linguagem, a inclusão seria facilitada. Há, nos textos motivadores, a prova de que a legislação garante esse direito, mas, segundo o gráfico e a campanha,

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na prática, isso não acontece, mostrando uma face cruel do problema. Para apresentar um texto coerente e coeso, o candidato deveria argumentar que o grande problema é a falta de investimento no ensino de Libras e a ausência de intérpretes – sem esquecer a mentalidade errônea e preconceituosa que desqualifica pessoas deficientes. A consequência desse abandono remete à exclusão dos surdos do mercado de trabalho e, portanto, nega-lhe o direito de cidadania. E, como língua é representatividade, dificulta o empoderamento dos surdos. As perguntas que poderiam ser feitas pelo candidato seriam: os professores aprendem Libras nos cursos de licenciatura de Letras? E licenciaturas de outras disciplinas? Se temos Libras como a segunda língua oficial do país, por qual motivo ela não faz parte efetiva do currículo em todas as escolas? Quanto à proposta de intervenção social, poderia partir desses questionamentos, de projetos que propiciem o investimento em Libras, para uma inclusão, de fato, dos surdos nas escolas e no mundo do trabalho. Uma prova relativamente difícil, porque, primeiro, exige conhecimentos prévios dos candidatos sobre um tema que não é debatido na sociedade, tampouco pela mídia e nem nas escolas.

Enem 2016 - TEXTOS MOTIVADORES TEXTO I Em consonância com a Constituição da República Federativa do Brasil e com toda a legislação que assegura a liberdade de crença religiosa às pessoas, além de proteção e respeito às manifestações religiosas, a laicidade do Estado deve ser buscada, afastando a possibilidade de interferência de correntes religiosas em matérias sociais, políticas, culturais etc. Disponível em: www.mprj.mp.br. Acesso em: 21 maio 2016 (fragmento)

TEXTO II O direito de criticar dogmas e encaminhamentos é assegurado como liberdade de expressão, mas atitudes agressivas, ofensas e tratamento diferenciado a alguém em função de crença ou de não ter religião são crimes inafiançáveis e imprescritíveis. STECK, J. Intolerância religiosa é crime de ódio e fere a dignidade. Jornal do Senado. Acesso em: 21 maio 2016 (fragmento)

TEXTO III CAPÍTULO I Dos Crimes Contra o Sentimento Religioso Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo Art. 208 – Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia de

culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso: Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa. Parágrafo único – se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência. Brasil. Código Penal. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 21 maio 2016 (fragmento)

TEXTO IV

PROPOSTA DE REDAÇÃO A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil", apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Comentário: Mara Magaña, profissional formada em Letras e Jornalismo. O tema pedia uma proposta de intervenção social e mostrava sua face e natureza ética, de tema relevante para a sociedade e crucial para o país. As perguntas fundamentais que deveriam ser feitas são as seguintes: Como possibilitar um combate efetivo da intolerância religiosa no Brasil? Quais estratégias poderiam ser colocadas em prática para que a intolerância religiosa fosse percebida em suas mazelas e diminuísse no contexto nacional? Mas, com base na leitura dos textos motivadores, as grandes questões a serem respondidas são: Por que há intolerância religiosa no país? Quais caminhos, fatores e fenômenos

levaram a isso? Por que, em um país multirracial, tal fato vem se apresentando de forma tão crucial? Lembrando que o texto deve ser dissertativo-argumentativo, por isso o candidato poderia elencar uma série de argumentações que lhe aprouvesse. Assim, é importante atentar-se ao que os textos motivadores apontam para ter um guia de pensamento e imersão no assunto. Uma dica é se atentar à origem desses materiais de apoio, ou seja, se é um artigo de opinião, se é uma notícia, uma lei, uma cartilha ou qualquer outro. Com isso, será mais fácil identificar o valor das informações fornecidas. Por exemplo, se for um texto retirado de um jornal e expressar opinião, possui um caráter mais subjetivo, mas que indica um caminho para o texto. Já se for uma fonte oficial, como é a Constituição, trata-se de um fato seguro. A proposta de intervenção vai depender de como foi o caminho escolhido para a argumentação. Entretanto, algumas propostas podem surgir: campanhas a favor da tolerância religiosa, projeto educativo nas escolas, campanhas televisivas chamando a atenção para o tema e campanhas maciças nas redes sociais, conclamando a sociedade a uma mobilização em prol da tolerância religiosa.

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