Curso De Eletricista

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SUMÁRIO 1. HISTÓRIA DA ELETRICIDADE ............................................................................ 3 1.1. Lei de Ohm..................................................................................................... 6 2.

INTRODUÇÃO A ELETRICIDADE ...................................................................... 7 2.1. Energia ........................................................................................................... 7 2.2. Eletricidade..................................................................................................... 8 2.3. Grandezas elétricas (Corrente, tensão, resistência e potência) ...................... 9 2.4. Condutores e isolantes ................................................................................... 11

3. GERAÇÃO E TRANSPORTE DE ENERGIA ELÉTRICA...................................... 12 3.1. Fontes de energia elétrica no Brasil ............................................................... 12 3.2. Geração .......................................................................................................... 17 3.3. Transmissão ................................................................................................... 17 3.4. Distribuição .................................................................................................... 17 4. ANÁLISE E EXECUÇÃO DE PROJETOS ELÉTRICOS ....................................... 19 4.1 Simbologias..................................................................................................... 19 4.2. Interpretação de planta baixa elétrica ............................................................. 24 4.3. Diagrama unifilar e multifilar ........................................................................... 27 4.4. Ligações elétricas (série e paralelo) ............................................................... 29 4.5. Conexões elétricas ......................................................................................... 30 5. FERRAMENTAL E EQUIPAMENTOS ................................................................. 33 6. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 37

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1. A HISTÓRIA DA ELETRICIDADE A História da eletricidade tem seu início no século VI a.C., na Grécia Antiga, quando o filósofo Thales de Mileto, após descobrir uma resina vegetal fóssil petrificada chamada âmbar (elektron em grego), esfregou-a com pele e lã de animais e pôde então observar seu poder de atrair objetos leves como palhas, fragmentos de madeira e penas. Tal observação iniciou o estudo de uma nova ciência derivada dessa atração. Os estudos de Thales foram continuados por diversas personalidades, como o médico da rainha da Inglaterra Willian Gilbert, que, em 1600, denominou o evento de atração dos corpos de eletricidade. Também foi ele quem descobriu que outros objetos, ao serem atritados com o âmbar, também se eletrizam, e por isso chamou tais objetos de elétricos. Em meados de 1730, o físico inglês Stephen Gray identificou que, além da eletrização por atrito, também era possível eletrizar corpos por contato (encostando um corpo eletrizado num corpo neutro). Através de tais observações, ele chegou ao conceito de existência de materiais que conduzem a eletricidade com maior e menor eficácia, e os denominou como condutores e isolantes elétricos. Com isso, Gray viu a possibilidade de canalizar a eletricidade e levá-la de um corpo a outro. O químico francês Charles Du Fay também contribuiu enormemente para a melhoria dos estudos da eletricidade, quando, em 1733, propôs a existência de dois tipos de eletricidade, a vítrea e a resinosa, que fomentaram a hipótese de existência de fluidos elétricos. Essa teoria foi, por volta de 1750, continuada pelo conhecido nos Estados Unidos, pelo físico e político Benjamin Franklin, que propôs uma teoria na qual, tais fluidos seriam na verdade um único fluido. Baseado nessa teoria, pela primeira vez se conhecia os termos positivo e negativo na eletricidade. Franklin também fez outra invenção importante, o pára-raios. Ele disse que a eletrização de dois corpos atritados era a falta de um dos dois tipos de eletricidade em um dos corpos. Em 1796 na Itália, Alessandro Volta descobriu que ocorria uma reação química quando dois metais diferentes ficam em contato com uma solução acida. Devido esta reação surgia uma corrente elétrica. A partir daí ele Página 3

construiu a primeira pilha utilizando discos de cobre e zinco, separados por um material que continha uma solução acida, essa pilha ficou conhecida como Pilha de volta. Em 1827 na Alemanha, George Simon Ohm descobriu a relação entre corrente, tensão e resistência em um condutor elétrico surgindo uma das mais utilizadas expressões na eletricidade, “1ª Lei de Ohm” V = R x I. Ele afirmou que, para um condutor mantido à temperatura constante, a razão entre a tensão entre dois pontos e a corrente elétrica é constante e a denominou de resistência elétrica. Em 1831 na Inglaterra, Michael Faraday descobre que a variação na intensidade da corrente elétrica que percorre um circuito fechado induz uma corrente em uma bobina próxima. Uma corrente induzida também é observada ao se introduzir um ímã nessa bobina. Essa indução magnética teve uma imediata aplicação na geração de correntes elétricas. Uma bobina próxima a um ímã que gira é um exemplo de um gerador de corrente elétrica alternada, tornando os geradores as principais fontes de suprimento de eletricidade empregada principalmente na iluminação. Michael Faraday também estabeleceu as leis da eletrólise, da capacitância elétrica e inventou o motor elétrico, o dínamo e o transformador. Em 1880 nos Estados Unidos, Thomas Alva Edison um empresário visionário, criou a lâmpada incandescente. Foram necessários enormes investimentos e milhares de tentativas para descobrir o filamento ideal: um fio de algodão parcialmente carbonizado, instalado num bulbo de vidro com vácuo, aquecia-se com a passagem da corrente elétrica até ficar incandescente, sem derreter, sublimar ou queimar. A primeira lâmpada assim construída brilhou por 48 horas contínuas e nas comemorações do final de ano, uma rua inteira foi iluminada para demonstração pública. Thomas Edison projetou e construiu as primeiras usinas geradoras, uma em Londres e duas nos Estados Unidos. Ambas eram de pequeno porte e forneciam eletricidade em corrente contínua. Outro grande inventor foi Nikola Tesla, ele criou o sistema de geração de energia elétrica trifásico por corrente alternada. Tesla havia se mudado para os Estados Unidos em 1884, estabelecendo-se em Nova Iorque e tornando-se um assistente do famoso cientista da época Thomas Alva Edison. Após um sério desentendimento com este por não haver recebido um gigantesco bônus prometido por Edison (segundo ele, uma brincadeira) por algumas de suas aplicações, aprimoramentos e Página 4

descobertas, Tesla perdeu o emprego e passou por um período difícil, realizando trabalho braçal. Em 1887, Tesla conseguiu realizar um contrato com um grande investidor e vende a sua patente da corrente alternada a George Westinghouse, que convence o governo americano a adotar o modelo-padrão de corrente alternada como meio mais eficiente para a distribuição de energia elétrica, contrariando interesses de seu antigo empregador Thomas Edison. Em 1903, houve uma disputa comercial entre Thomas Edison e o inventor Nikola Tesla. Nikola defendia o uso da corrente alternada e Thomas da corrente contínua. Edison teve, então, a desumana idéia de eletrocutar animais, dentre eles uma elefanta, para convencer o público dos perigos da corrente alternada. Essa disputa ficou conhecida como “Guerra das correntes”.

As contribuições para o então entendimento sobre a natureza da eletricidade tem se aprofundado desde o século XIX, quando a ideia do átomo como elemento constituinte da matéria foi aceita e, com ela, a convicção de que a eletricidade é uma propriedade de partículas elementares que compõem o átomo (elétrons, prótons e nêutrons).

1.1. Lei de Ohm Como mencionamos anteriormente, Georg Simon Ohm foi um físico alemão que viveu entre os anos de 1789 e 1854 e verificou experimentalmente que existem resistores nos quais a variação da corrente elétrica é proporcional à variação da diferença de potencial (ddp). Simon realizou inúmeras experiências com diversos tipos de condutores, aplicando sobre eles várias intensidades de voltagens, contudo, percebeu que nos metais, principalmente, a relação entre a corrente elétrica e a diferença de Página 5

potencial se mantinha sempre constante. Dessa forma, elaborou uma relação matemática que diz que a voltagem aplicada nos terminais de um condutor é proporcional à corrente elétrica que o percorre, matematicamente fica escrita do seguinte modo:

“V = R.i”

Onde: V

É a diferença de potencial, cuja unidade é o Volts (V)

I

É a corrente elétrica, cuja unidade é o Àmpere (A)

R

É a resistência elétrica, cuja unidade é o Ohm (Ω) É importante destacar que essa lei nem sempre é válida, ou seja, ela não

se aplica a todos os resistores, pois depende do material que constitui o resistor. Quando ela é obedecida, o resistor é dito resistor ôhmico ou linear. A

expressão

matemática descrita por Simon vale para todos os tipos de condutores, tanto para aqueles que obedecem quanto para os que não obedecem a lei de Ohm. Fica claro que o condutor que se submete a esta lei terá sempre o mesmo valor de resistência, não importando o valor da voltagem, e o condutor que não obedece, terá valores de resistência diferentes para cada valor de voltagem aplicada sobre ele. Georg Simon Ohm também definiu que quando um resistor é percorrido por uma corrente elétrica , devida a uma tensão fornecida por uma fonte de energia, ele se aquece. Esse aquecimento, chamado de efeito Joule, é resultado da transformação da energia que vem da fonte em energia térmica no resistor. A energia transformada em calor por unidade de tempo é a potência dissipada e é calculada pela equação: A unidade o watt (W).

de

medida

da

“P = V.I” potência

é

Por terem essa finalidade de transformar energia elétrica em energia térmica, os resistores também estão presentes nos aquecedores elétricos de ambiente, nos chuveiros elétricos, nos ferros elétricos de passar roupa, nos soldadores elétricos. Página 6

2. INTRODUÇÃO A ELETRICIDADE 2.1. Energia Energia é um termo que deriva do grego "ergos" cujo significado original é trabalho. Energia na Física está associada à capacidade de qualquer corpo produzir trabalho, ação ou movimento. A energia não pode ser criada, mas apenas transformada (primeiro princípio da termodinâmica) e cada uma capaz de provocar fenômenos determinados e característicos nos sistemas físicos. A unidade de energia no sistema internacional de unidades é o joule (J). O joule é uma unidade derivada, equivalente a 1 newton metro ( ) ou ainda a 1 quilograma metro quadrado por segundo quadrado (

).

FORMAS DE ENERGIA Muscular

 Animal ou do ser humano;

Calorífica

 Madeira, carvão mineral, álcool, petróleo, etc

Solar

 Fornecida pelo sol;

Mecânica

 Moinho de vento (energia eólica), a energia obtida por motores que utilizam combustíveis diversos, e a produzida por motores elétricos;

Química

 Baterias e pilhas;

Elétrica

 Usinas elétricas e termelétricas;

Nuclear ou atômica

 Usinas nucleares ou termonucleares.

Cerca de 40% de CO2 (dióxido de carbono) produzido no mundo é resultante da geração de energia e calor. Isto ocorre, pois o carvão mineral ainda é a principal fonte utilizada. Atualmente, a China é o país que mais lança CO 2 na atmosfera. Isto ocorre, pois o carvão mineral é muito utilizado na geração de energia. Porém, o governo chinês vem desenvolvendo, nos últimos anos, uma política de geração de energia limpa. Este fato faz da China o país que mais produz eletricidade a partir de fontes de energia limpa. Um dado positivo é que, desde 2006, os investimentos globais em energias renováveis aumentaram mais de 500%.

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2.2. Eletricidade Na eletricidade básica existem quatro grandezas fundamentais, são elas TENSÃO ELÉTRICA, CORRENTE ELÉTRICA, RESISTÊNCIA ELÉTRICA E POTÊNCIA ELÉTRICA, para estudá-las precisamos entender primeiro sobre o conceito de “cargas elétricas”. Sabemos que a matéria é constituída por átomos e estes por sua vez são constituídos por elétrons, prótons, nêutrons e outros. Qualquer corpo em seu estado normal possui um número igual de elétrons e prótons (corpo neutro). Os elétrons e os prótons são cargas elétricas e pelo principio das cargas sabe-se que cargas iguais se repelem e cargas diferentes se atraem. Em determinados processos, podemos retirar ou adicionar elétrons de um corpo fazendo com que este corpo fique com um número diferente de elétrons e prótons, através da indução ou atrito por exemplo. Observe o esquema abaixo:

Nota-se que o corpo A está carregado eletricamente com carga positiva, possuindo então potencial positivo, já o corpo B está eletricamente carregado com carga negativa, o que determina seu potencial negativo e o corpo C está neutro não possuindo potencial. Eletricidade é o fluxo de elétrons de átomo para átomo em um condutor e para entendê-la, deve-se pensar na menor parte da matéria, que é o átomo. Todos os átomos têm partículas chamadas elétrons, que descrevem uma órbita ao redor de um núcleo com prótons. O elemento cobre é muito empregado em sistemas elétricos, porque é um bom condutor de eletricidade. Essa conclusão pode ser facilmente verificada observando-se a figura ao lado, o átomo de cobre contém 29 prótons e 29 elétrons, esses elétrons estão distribuídos em quatro camadas ou anéis, Deve-se notar, porém, que existe apenas um elétron na última camada (anel exterior). Esse é o segredo de um bom condutor de eletricidade, elementos cujos átomos têm menos de quatro elétrons em seus respectivos anéis exteriores são geralmente denominados ”bons condutores”. Elementos cujos átomos têm mais de quatro elétrons em seus respectivos anéis exteriores são maus condutores. São, por isso, chamados de isolantes. Poucos elétrons no anel exterior de condutores são mais facilmente desalojados de suas órbitas por uma baixa voltagem, para criar um fluxo de corrente de átomo para átomo. Página 8

. 2.3. Grandezas elétricas (Corrente, tensão DDP, resistência e potência.

Eletricidade ou energia elétrica, para a maioria das pessoas, traduz-se em iluminação de ambientes, aquecimento de água e funcionamento de eletroeletrônicos. Mas, o que acontece quando uma lâmpada acende? Assim como toda matéria, os condutores (materiais capazes de conduzir corrente elétrica) são compostos por átomos; por definição corrente elétrica é o movimento ordenado de elétrons, e, essa grandeza é representada em cálculos pela letra I e tem como unidade de medida o ampère (A). Logo, quando uma lâmpada incandescente acende, podemos entender que existe um fluxo de elétrons pelo condutor, fluxo este provocado por uma diferença de potencial. E o que é diferença de potencial? A diferença de potencial, também conhecida como tensão elétrica é a força que impulsiona o movimento dos elétrons; essa grandeza é representada em cálculos pelas letras “U”, “V”, “T” ou “E” e tem como unidade de medida o volt (V). Em alguns livros de ensino médio é possível que se encontre como sinônimo de tensão o termo voltagem, que não é bem aceito na área técnica. O núcleo do átomo exerce uma força sobre o elétron; para que o elétron se desprenda desse átomo e aconteça o fluxo é necessária uma força, que é chamada tensão. A essa resistência oferecida ao fluxo de elétrons damos o nome de resistência elétrica e esta é uma grandeza que pode ser calculada e medida, é representada pela letra R e tem como unidade de medida o ohm (Ω). Até então conseguimos entender que por meio dos condutores flui um movimento ordenado de elétrons chamado corrente elétrica, esse movimento se dá por uma força que impulsiona o movimento dos elétrons, chamada tensão, e existe uma oposição à passagem da corrente elétrica chamada resistência elétrica.

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Mas, por que uma lâmpada brilha mais do que outra? Para respondermos a essa pergunta devemos entender o conceito de potência elétrica que é a capacidade de realizar trabalho. Logo, uma lâmpada brilha mais do que a outra porque é mais potente do que a outra. Nos cálculos a potência é representada pela letra P e sua unidade de medida é o watt (W). Logo, podemos perceber que quanto maior for a resistência para uma mesma tensão, menor será a corrente elétrica e vice-versa.

Lei de Ohm: V = RxI

Efeito Joule: P = VxI

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 1º Exemplo: Utilizando a fórmula I = P / V, pode-se afirmar que a corrente elétrica que passa pelo resistor de um chuveiro de 5.500W, ligado a uma tensão de 220 V, é: Para resolvermos este exercício basta que apliquemos a fórmula que está no enunciado: I = P / V, em que a corrente é igual à potência dividida pela tensão, por substituição encontramos: I = 5.500 / 220 = 25 A.

2º Exemplo: Utilizando a fórmula I = P / V, pode-se afirmar que a corrente elétrica que passa pelo resistor de um chuveiro de 5.500 W, ligado a uma tensão de 127 V, é aproximadamente: Para resolvermos esta questão utilizaremos os mesmos procedimentos do exemplo anterior, logo basta substituir os valores I = 5.500 / 127 = 43,3 A. Podemos concluir assim que, no chuveiro, quando ligado em 127 V, circula uma corrente elétrica maior do que quando ligado em 220 V.

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2.4. Condutores e isolantes Todos os corpos são constituídos por átomos e estes são formados por partículas com pequenas dimensões que são os nêutrons (não possuem carga), os prótons (partículas de carga positiva) e os elétrons (partículas de carga negativa).

Os

nêutrons juntamente com

os

prótons

ficam no interior do núcleo, e os elétrons ficam na eletrosfera. Para manter esses elétrons sempre em órbita na eletrosfera, existem

forças

internas que os seguram, não deixando que os mesmos escapem. No entanto, quanto maior a distância entre a órbita e o núcleo, mais fraca é a força que mantém o elétron preso ao átomo, pois, dessa forma, pode se mover com certa liberdade no interior do material, dando origem aos chamados elétrons livres. O que determina se um material é condutor ou isolante é justamente a existência dos elétrons livres. São eles os responsáveis pela passagem e transporte da corrente elétrica através dos materiais. São chamados de condutores aqueles materiais onde há possibilidade de trânsito da corrente elétrica através dele como, por exemplo, o ferro. Este é um elemento químico que possui dois elétrons na última camada, os quais estão fracamente ligados ao núcleo. Dessa forma, o ferro se torna um ótimo condutor de eletricidade. Com os materiais isolantes, também chamados de materiais dielétricos, ocorre o processo inverso. Nesses materiais, os elétrons estão fortemente ligados ao núcleo atômico, ou seja, eles não possuem elétrons livres ou a quantidade é tão pequena que pode ser desprezada. Dessa maneira, não permitem passagem de corrente elétrica. São bons exemplos de materiais isolantes: o vidro, a borracha, a cerâmica e o plástico.

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3. GERAÇÃO E TRANSPORTE DE ENERGIA ELÉTRICA 3.1.

Fontes de energia elétrica no Brasil

A facilidade de transporte da eletricidade e seu baixo índice de perda energética durante conversões incentivam o uso da energia em grande escala no mundo todo, inclusive no Brasil. Fontes renováveis, como a força das águas, dos ventos ou a energia do sol e recursos fósseis, estão entre os combustíveis usados para a geração da energia elétrica. Por meio de turbinas e geradores podemos transformar outras formas de energia, como a mecânica e a química, em eletricidade.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostra em seu site que, pela abundância de grandes cursos d’água, espalhados por quase todo o território brasileiro, a fonte hidrelétrica está no topo da matriz elétrica brasileira. Políticas públicas, implementadas nos últimos anos, no entanto, têm feito aumentar a participação de outras fontes nessa matriz. A utilização de outros recursos naturais para geração de energia elétrica deve como fontes complementares, por exemplo, energia eólica, energia solar, biogás, etc.

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Mas o que é energia eólica? A energia eólica é, basicamente, aquela obtida da energia cinética (do movimento) gerada pela migração das massas de ar provocada pelas diferenças de temperatura existentes na superfície do planeta. Não existem informações precisas sobre o período em que ela começou a ser aplicada, visto que desde a Antigüidade dá origem à energia mecânica utilizada na movimentação dos barcos e em atividades econômicas básicas como bombeamento de água e moagem de grãos. A geração eólica ocorre pelo contato do vento com as pás do cata-vento, elementos integrantes da usina. Ao girar, essas pás dão origem à energia mecânica que aciona o rotor do aerogerador, que produz a eletricidade. A quantidade de energia mecânica transferida – e, portanto, o potencial de energia elétrica a ser produzida – está diretamente relacionada à densidade do ar, à área coberta pela rotação das pás e à velocidade do vento. O Brasil é favorecido em termos de ventos, que se caracterizam por uma presença duas vezes superior à média mundial e pela volatilidade de 5% (oscilação da velocidade), o que dá maior previsibilidade ao volume a ser produzido. Além disso, como a velocidade costuma ser maior em períodos de estiagem, é possível operar as usinas eólicas em sistema complementar com as usinas hidrelétricas, de forma a preservar a água dos reservatórios em períodos de poucas chuvas. Sua operação permitiria, portanto, a “estocagem” da energia elétrica. Finalmente, estimativas constantes do Atlas do Potencial Eólico de 2001 (último estudo realizado a respeito) apontam para um potencial de geração de energia eólica de 143 mil MW no Brasil, volume superior à potência instalada total no país, de 105 mil MW em novembro de 2008. Página 13

E sobre energia solar? A energia solar chega à Terra nas formas térmica e luminosa. Segundo o estudo sobre Outras Fontes constante do Plano Nacional de Energia 2030, produzido pela Empresa de Pesquisa Energética, sua irradiação por ano na superfície da Terra é suficiente para atender milhares de vezes o consumo anual de energia do mundo. Essa radiação, porém, não atinge de maneira uniforme toda a crosta terrestre, dependendo da latitude, da estação do ano e de condições atmosféricas como nebulosidade e umidade relativa do ar. Ao passar pela atmosfera terrestre, a maior parte da energia solar manifesta-se sob a forma de luz visível de raios infravermelhos e de raios ultravioleta. É possível captar essa luz e transformá-la em alguma forma de energia utilizada pelo homem: térmica ou elétrica. São os equipamentos utilizados nessa captação que se determina qual será o tipo de energia a ser obtida. Se for utilizada uma superfície escura para a captação, a energia solar será transformada em calor. Se utilizadas células fotovoltaicas (painéis fotovoltaicos), o resultado será a eletricidade. Os equipamentos necessários à produção do calor são chamados de coletores e concentradores – pois, além de coletar, às vezes é necessário concentrar a radiação em um só ponto. Este é o princípio de muitos aquecedores solares de água. Para a produção de energia elétrica existem dois sistemas: o heliotérmico e o fotovoltaico. No primeiro, a irradiação solar é convertida em calor que é utilizado em usinas termelétricas para a produção de eletricidade. O processo completo compreende quatro fases: coleta da irradiação, conversão em calor, transporte e armazenamento e, finalmente, conversão em eletricidade. Para o aproveitamento da energia heliotérmica é necessário um local com alta incidência de irradiação solar direta, o que implica em pouca intensidade de nuvens e baixos índices pluviométricos, como ocorre no semi-árido brasileiro. Já no sistema fotovoltaico, a transformação da radiação solar em eletricidade é direta. Para tanto, é necessário adaptar um material semicondutor (geralmente o silício) para que, na medida em que é estimulado pela radiação, permita o fluxo eletrônico (partículas positivas e negativas). Segundo o Plano Nacional 2030, todas as células fotovoltaicas têm, pelo menos, duas camadas de semicondutores: uma positivamente carregada e outra negativamente carregada, formando uma junção eletrônica. Quando a luz do sol atinge o semicondutor na região dessa junção, o campo elétrico existente permite o estabelecimento do fluxo eletrônico, antes bloqueado, e dá início ao fluxo de energia na forma de corrente contínua. Página 14

Assim como ocorre com os ventos, o Brasil é privilegiado em termos de radiação solar. O Plano Nacional de Energia 2030 reproduz dados do Atlas Solarimétrico do Brasil e registra que essa radiação varia de 8 a 22 MJ (megajoules)1 por metro quadrado (m2 ) durante o dia, sendo que as menores variações ocorrem nos meses de maio a julho, variando de 8 a 18 MJ/m2. Além disso, complementa o estudo, o Nordeste possui radiação comparável às melhores regiões do mundo nessa variável. O que, porém, não ocorre com outras localidades mais distantes da linha do Equador, como as regiões Sul e Sudeste, onde está concentrada a maior parte da atividade econômica. Apesar deste potencial e de o uso de aquecedores solares estarem bastante difundidos em cidades do interior e na zona rural, a participação do sol na matriz energética nacional é bastante reduzida. O que existe no país são pesquisas e implantação de projetos pilotos da tecnologia. Um deles é o projeto Sistemas Fotovoltaicos Domiciliares, da Universidade de São Paulo (USP), que instalou 19 sistemas fotovoltaicos na comunidade de São Francisco de Aiuca, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamiruá, no Amazonas, com produção de 13 kWh (quilowatts-hora) mensais. A expectativa é que a expansão do número de usinas solares ocorra exatamente na zona rural, como integrante de projetos de universalização do atendimento focados em comunidades mais pobres e localizadas a grande distância das redes de distribuição. O Programa Luz para Todos, lançado em 2003 pelo Ministério de Minas e Energia, instalou diversos sistemas fotovoltaicos no Estado da Bahia. Com o objetivo de levar energia elétrica a uma população superior a 10 milhões de pessoas que residem no interior do país, ele contempla o atendimento das demandas do meio rural através de três tipos de iniciativas: extensão da rede das distribuidoras, sistemas de geração descentralizada com redes isoladas e sistemas de geração individuais.

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E o biogás, como entender essa fonte de energia? Das fontes para produção de energia, o biogás é uma das mais favoráveis ao meio ambiente. Sua aplicação permite a redução dos gases causadores do efeito estufa e contribui com o combate à poluição do solo e dos lençóis freáticos. Isto porque o biogás é obtido da biomassa contida em dejetos (urbanos, industriais e agropecuários) e em esgotos. Essa biomassa passa naturalmente do estado sólido para o gasoso por meio da ação de microorganismos que decompõem a matéria orgânica em um ambiente anaeróbico (sem ar). Neste caso, o biogás também é lançado à atmosfera e passa a contribuir para o aquecimento global, uma vez que é composto por metano (CH4), dióxido de carbono (CO2), nitrogênio (N2 ), hidrogênio (H2), oxigênio (O2) e gás sulfídrico (H2S). A utilização do lixo para produção de energia permite o direcionamento e utilização deste gás e a redução do volume dos dejetos em estado sólido. Na verdade, existem três rotas tecnológicas para a utilização do lixo como energético. Uma delas, a mais simples e disseminada, é a combustão direta dos resíduos sólidos. Outra é a gaseificação por meio da termoquímica (produção de calor por meio de reações químicas). Finalmente, a terceira (mais utilizada para a produção do biogás) é a reprodução artificial do processo natural em que a ação de microorganismos em um ambiente anaeróbico produz a decomposição da maté- ria orgânica e, em conseqüência, a emissão do biogás. No Brasil, além de um projeto piloto segundo o Banco de Informações de Geração (BIG), da Aneel, em novembro de 2008 existiam três usinas termelétricas de pequeno porte movidas a biogás em operação. A primeira delas, inaugurada em 2003, dentro do aterro sanitário Bandeirantes, na cidade de São Paulo, com capacidade instalada de 20 MW, foi anunciada, à época, como a maior usina a biogás do mundo. As demais são: São João, também em aterro sanitário da cidade de São Paulo, com potência instalada de 24,6 MW, e Energ Biog, com 30 kW de potência, na cidade de Barueri, região da Grande São Paulo. Além dessas, havia mais sete empreendimentos outorgados, totalizando 109 MW de potência nos Estados de São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro, Pernambuco e Santa Catarina.

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3.2.

Geração de energia elétrica

A geração de energia elétrica se leva a cabo mediante diferentes tecnologias. As principais aproveitam um movimento rotatório para gerar corrente alternada em um alternador. O movimento rotatório pode provir de uma fonte de energia mecânica direta, como a corrente de uma queda d'água ou o vento, ou de um ciclo termodinâmico. As principais fontes de energia elétrica são: Hidráulica, eólica, solar, térmica, carvoeira e nuclear.

3.3.

Transmissão

Transmissão de energia elétrica é o processo de transportar energia entre dois pontos. O transporte de energia elétrica é realizado por linhas de transmissão de alta potência, geralmente usando corrente alternada, que, de uma forma mais simples, conecta uma usina ao consumidor. A transmissão de energia é dividida em duas faixas: a transmissão, propriamente dita, para potências mais elevadas e ligando grandes centros e centrais de distribuição; e a distribuição, usada dentro de centros urbanos para levar, por exemplo, a energia de uma central de distribuição até os consumidores finais.

3.4.

Distribuição

A rede de distribuição de energia elétrica é um segmento do sistema elétrico composto pelas redes elétricas primárias (redes de distribuição de média tensão) e redes secundárias (redes de distribuição de baixa tensão), cuja construção, manutenção e operação é responsabilidade das companhias distribuidoras de eletricidade. As redes de distribuição primárias são circuitos elétricos trifásicos a três fios (três fases) ligados nas subestações de distribuição. Normalmente são construídas nas classes de tensão 15 KV, 23 KV, ou 34,5 KV. Página 17

Nas redes de distribuição primárias estão instalados os transformadores de distribuição, fixados em postes, cuja função é rebaixar o nível de tensão primário para o nível de tensão secundário (para rebaixar de 13,8 KV para 220 volts). As redes de distribuição secundárias são circuitos elétricos trifásicos a quatro fios (três fases e neutro) e normalmente operam nas tensões (fasefase/fase-neutro) 230/115 volts, 220/127 volts, 380/220 volts. Nestas redes estão ligados os consumidores, que são residências, padarias, lojas, etc., e também as luminárias da iluminação pública.

São caracterizados pela DISTRIBUIÇÃO (até a medição, inclusive) os consumidores industriais, comerciais, urbanos e rurais.

A diferença está nos níveis de tensão em que são atendidos esses consumidores em função de sua demanda.

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4. ANÁLISE E EXECUÇÃO DE PROJETOS ELÉTRICOS 4.1 Simbologia A norma da ABNT que regulamenta os símbolos gráficos para instalações elétricas prediais é a NBR-5444, publicada em 1989. A construção da simbologia desta Norma é baseada em figuras geométricas simples, para permitir uma representação adequada e coerente dos dispositivos elétricos. Esta Norma se baseia na conceituação simbológica de quatro elementos geométricos básicos: o traço, o círculo, o triângulo equilátero e o quadrado. Traço

Polegadas

O seguimento de reta representa o eletroduto. Os diâmetros normalizados são segundo a NBR 5626, convertidos em milímetros, usando-se a Tabela a seguir: Círculo

Milímetros

1/2

15

3/4

20

1

25

1 1/4

32

1 1/2

40

2

50

2 1/2

60

3

75

Representa três funções 4 100 básicas: o ponto de luz, o interruptor e a indicação de qualquer dispositivo embutido no teto. O ponto de luz deve ter um diâmetro maior que o do interruptor para diferenciá-los. Um elemento qualquer circundado indica que este se localiza no teto. O ponto de luz na parede (arandela) também é representado pelo círculo.

Triângulo equilátero Representa as tomadas em geral. Variações acrescentadas a ela indicam mudança de significado e função (tomadas de luz e telefone, por exemplo), bem como modificações em seus níveis na instalação (baixa, média e alta). Quadrado Representa qualquer tipo de elemento no piso ou conversor de energia (motor elétrico). De forma semelhante ao círculo, envolvendo a figura, significa que o dispositivo localiza-se no piso. A seguir estudaremos as simbologias mais usadas em projetos elétricos para auxiliar nosso entendimento.  Tabela: Dutos e distribuição.

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 Tabela: Quadros de distribuição.

 Tabela: Interruptores

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 Tabela: Luminárias, refletores e lâmpadas.

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 Tabela: Tomadas.

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4.2. Interpretação de planta baixa elétrica Ao iniciar qualquer tipo de instalação elétrica, o eletricista deve estar ciente da existência de um projeto elétrico. Obras que contem este documento facilitam muito a execução de uma instalação, pois assim iniciase o trabalho a partir de um planejamento bem definido. Quando vamos executar uma instalação elétrica qualquer, necessitamos de vários dados como: localização dos elementos, percursos de uma instalação, condutores, distribuição da carga. Para que possamos representar estes dados, somos obrigados a utilizar a uma planta baixa da instalação. Nesta planta baixa, deve estar representado o seguinte:  A localização dos pontos de consumo de energia elétrica, seus comandos e indicações dos circuitos a que estão ligados;  A localização dos quadros e centros de distribuição;  O trajeto dos condutores e sua projeção mecânica (inclusive dimensões dos condutos e caixas);  Um diagrama unifilar discriminando os circuitos, seção dos condutores, dispositivos de manobra e proteção;  As características do material a empregar, suficientes para indicar a adequabilidade de seu emprego tanto nos casos comuns, como em condições especiais. Vale ressaltar alguns trechos importantes da NBR-5410, para definição de pontos de iluminação e tomadas como segue: 9.5.2 Previsão de carga 9.5.2.1 Iluminação “9.5.2.1.1 - Em cada cômodo ou dependência deve ser previsto pelo menos um ponto de luz fixo no teto, comandado por interruptor”. “9.5.1.2 - Em cômodo ou dependências com área superior a 6m², deve ser prevista uma carga mínima de 100 VA para os primeiros 6m², acrescida de 60 VA para cada aumento de 4m² inteiros”. NOTA Os valores apurados correspondem à potência destinada a iluminação para efeito de dimensionamento dos circuitos, e não necessariamente à potência nominal das lâmpadas. Página 24

9.5.2.2 Pontos de tomada 9.5.2.2.1 Número de pontos de tomada “9.5.2.2.1 O número de pontos de tomada deve ser determinado em função da destinação do local e dos equipamentos elétricos que podem ser aí utilizados, observando-se no mínimo os seguintes critérios: a) em banheiros, deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada, próximo ao lavatório, atendidas as restrições de 9.1; b) em cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, cozinha-área de serviço, lavanderias e locais análogos, deve ser previsto no mínimo um ponto de tomada para cada 3,5 m, ou fração, de perímetro, sendo que acima da bancada da pia devem ser previstas no mínimo duas tomadas de corrente, no mesmo ponto ou em pontos distintos; c) em varandas, deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada; NOTA Admite-se que o ponto de tomada não seja instalado na própria varanda, mas próximo ao seu acesso, quando a varanda, por razões construtivas, não comportar o ponto de tomada, quando sua área for inferior a 2 m2 ou, ainda, quando sua profundidade for inferior a 0,80 m.

d) em salas e dormitórios devem ser previstos pelo menos um ponto de tomada para cada 5 m, ou fração, de perímetro, devendo esses pontos ser espaçados tão uniformemente quanto possível; NOTA Particularmente no caso de salas de estar, deve-se atentar para a possibilidade de que um ponto de tomada venha a ser usado para alimentação de mais de um equipamento, sendo recomendável equipá-lo, portanto, com a quantidade de tomadas julgada adequada.

e) em cada um dos demais cômodos e dependências de habitação devem ser previstos pelo menos: - um ponto de tomada, se a área do cômodo ou dependência for igual ou inferior a 2,25 m2. Admite-se que esse ponto seja posicionado externamente ao cômodo ou dependência, a até 0,80 m no máximo de sua porta de acesso; - um ponto de tomada, se a área do cômodo ou dependência for superior a 2,25 m2e igual ou inferior a 6 m2; - um ponto de tomada para cada 5 m, ou fração, de perímetro, se a área do cômodo ou dependência for superior a 6 m2, devendo esses pontos ser espaçados tão uniformemente quanto possível.

A seguir apresentamos uma planta baixa elétrica de uma risdência simples com apenas cinco cômodos, segue tammbém a legenda para auxílio.

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4.3. Diagrama unifilar e multifilar  Diagrama unifilar O diagrama unifilar é um desenho que utilizando simbologia específica, representa graficamente uma instalação elétrica, indicando, sobre a planta arquitetônica: • os pontos de luz e as tomadas; • a posição dos eletrodutos; • a localização dos quadros de distribuição; • a divisão dos circuitos; • o número e a caracterização dos condutores dentro dos eletrodutos. Tanto aspectos do circuito elétrico como do caminhamento físico da instalação são contemplados no diagrama unifilar. Quanto ao circuito elétrico, o diagrama unifilar deve indicar para cada carga (ponto de luz, tomada, ou aparelho específico), os correspondentes elementos básicos: • fonte (ponto de suprimento ou quadro de distribuição); • circuito parcial a que pertence; • pontos de comando (interruptores e chaves associados); • condutores associados. Para ilustrar esses conceitos, considera-se uma fonte (fase e neutro) e uma lâmpada, que deve ser comandada por um interruptor, conforme mostrado na figura abaixo.

Nota-se que, embora a primeira vista o interruptor (1-2) poderia inserir-se no trecho do circuito Fase/Lâmpada (entre os pontos F e 3) ou no circuito Neutro/Lâmpada (entre os pontos N e 4), é obrigatório, por norma, inseri-lo no trecho que contém a fase (F). Isto ocorre para que se garanta maior segurança na manutenção da luminária, mantendo-a com o potencial do neutro, quando o interruptor estiver aberto. Caso se interrompesse o neutro, o potencial da lâmpada seria sempre igual ao da fase, o que não é conveniente. Há uma nomenclatura própria para os três condutores que constituem os três trechos do circuito:

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• O condutor do trecho F/1, é designado por condutor FASE ou simplesmente FASE e está sempre no potencial da fase (110V, 115V, 127V ou 220V); • O condutor do trecho N/4, é designado por condutor NEUTRO ou simplesmente NEUTRO, e está no potencial do neutro quando a lâmpada está desligada e muito próximo dele quando a lâmpada esta energizada. • O condutor do trecho 2/3, é designado por retorno e ora está no potencial do neutro quando a lâmpada esta desligada, ora está no potencial da fase quando a lâmpada estiver acesa. Nota-se que podem ocorrer situações particulares em que circuitos são alimentados por duas fases, ao invés de uma fase e um neutro. Neste caso, esses dois trechos são designados por fase, e necessariamente há a interrupção de uma fase pelo interruptor. Abaixo segue o modelo do diagrama unifilar correspondente a planta residencial que já vimos estudando.

Podemos observar alguns componentes do sistema como: • Disjuntores (alimentação geral e circuitos); • Condutores (fases, neutro, terra e dimensionamento); • DDR (dispositivo diferencial residual, por grupo de circuitos); • DPS (dispositivo de proteção contra surtos); • Quadro de distribuição; • Identificação dos circuitos; etc.  Diagrama multifilar O diagrama multifilar é representação mais minuciosa de uma instalação elétrica, assim como no diagrama unifilar ele também mostra todos os condutores e componentes. Mas, além disso ele tenta representar os componentes da instalação bem como os condutores em sua posição correta. Representa com clareza todos os componentes, não considerando sua posição física na instalação, considerando todos os fios utilizados nas conexões de forma objetiva. É utilizado somente para circuitos elementares, pois se o circuito é complexo sua representação torna-se confusa Página 28

Desenhando em plano tridimensional ele representa detalhes de componentes e conexões. Devido sua complexidade este diagrama é menos usado, sua interpretação para grandes circuitos é bastante complexa. Abaixo segue o modelo de diagrama multifilar referente a planta residencial que estamos estudando.

Observação: O diagrama acima representa a mesma instalação do diagrama unifilar da página anterior. 4.4. Ligações elétricas (série e paralelo)  Ligação em série As lâmpadas são ligadas em sequência, nesta ligação você pode usar várias lâmpadas ligadas ao mesmo circuito, desde que o mesmo esteja dimensionado para tal montagem, a desvantagem de uma ligação em série, é que se queimar uma lâmpada, as outras que estão ligadas em sequência com esta lâmpada se apaga também, é o caso daqueles cordões de iluminação Página 29

para enfeite de natal os famosos pisca pisa, queimou uma a sequência adiante toda se apaga, para solucionar o problema é só identificar a lâmpada queimada, e fazer a substituição da mesma que tudo volta a funcionar normalmente. Sempre é bom usar lâmpadas da mesma potência neste tipo de ligação, vale também lembrar que este tipo de ligação não é usado em uma iluminação residencial ou para iluminar locais escuros, a aplicação desse tipo de ligação se dá mais a aparelhos eletrônicos bem como enfeites de natal, por exemplo, o pisca-pisca.  Ligação em paralelo Nas ligações em paralelo, uma lâmpada é ligada no terminal da outra, você poderá ligar quantas lâmpadas quiser desde que dimensione o circuito elétrico para isso. Na ligação em paralelo, as lâmpadas funcionam umas independentes das outras, se uma lâmpada queima, as outras continuam funcionando normalmente sem apagar, ao contrário da ligação em série, que se uma lâmpada queimar as outras em sequência se apagarão, pois as mesmas funcionam simultaneamente. A ligação em paralelo pode ser usada em galpões, áreas indústrias e em ambientes residenciais, onde existe a necessidade de interligar um conjunto de lâmpadas em um só disjuntor ou outros dispositivos elétricos. 4.5. Conexões elétricas Conexão elétrica significa estabelecer uma ligação entre dois ou mais pontos discretos permitindo a continuidade do fluxo de elétrons, corrente elétrica. Nas instalações elétricas em geral, as conexões são indispensáveis e fundamentais para o funcionamento correto dos circuitos. “As conexões de condutores elétricos entre si e com outros componentes da instalação devem garantir a continuidade elétrica durável, adequada proteção e limite mecânico”. A NBR-5410:2004, determina as condições que devem ser considerada na seleção dos meios de conexão: a) O material dos condutores, incluindo sua isolação; b) A quantidade de fios e o formato dos condutores; c) A seção dos condutores;

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d) O número de condutores a serem conectados conjuntamente.

“As conexões devem ser acessíveis para verificação, ensaios e manutenção, exceto nos seguintes casos: a) emendas de cabos enterrados; e b) emendas imersas em compostos ou seladas. A conexão elétrica pode ser efetuada utilizando-se dos seguintes procedimentos:  Conectores  Terminais  Emendas de condutores entre si e olhal.

 Conectores e terminais Os conectores e terminais são dispositivos que têm a finalidade de interligar os condutores com equipamentos, com barramentos e condutores entre si.

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 Emendas de condutores elétricos entre si Esta operação consiste em unir dois ou mais condutores, cuja finalidade é prolongar ou derivar esses mesmos condutores. As emendas de condutores entre si podem ser realizadas de quatro formas, de acordo com a necessidade, a saber: a) Emenda em prolongamento: Este tipo de emenda tem por finalidade unir dois condutores para dar prolongamento aos mesmos, para restabelecer a continuidade elétrica do circuito. Recomendada a sua utilização em linhas abertas.

b) Emenda em derivação: Quando se deseja tomar a energia elétrica de uma rede para derivar a um dispositivo ou a outro circuito, utiliza-se este tipo de emenda.

c) Emenda tipo rabo de rato ou condutores torcidos: Este tipa de emenda é utilizada em caixas de derivação ou de passagem. Esta operação tem por finalidade prolongar ou derivar os condutores para atender uma necessidade específica. É a emenda utilizada em instalações embutidas.

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d) Olhal: Tem por finalidade conectar condutores rígidos diretamente aos bornes ou nas conexões de dispositivos, tais como: interruptores, tomadas, receptáculos, disjuntores, barramentos de quadros de distribuição e painéis, etc.

5. Ferramental e equipamentos Para a realização de suas tarefas do dia-a-dia, o profissional da área eletroeletrônica necessita não só do conhecimento teórico, mas também de uma série de equipamentos, componentes e ferramentas que o auxiliam nesse trabalho. Este texto apresenta as ferramentas e equipamentos mais usados em eletricidade.  Alicates O alicate é uma ferramenta de aço forjado, composta de dois braços e um pino de articulação. Cada uma das extremidades de cada braço (cabeça) pode ser em formato de garras, de lâminas de corte ou de pontas que servem para segurar, cortar, dobrar ou retirar peças de determinadas montagens. Existem vários modelos de alicates, cada um adequado a um tipo de trabalho. Em serviços de eletricidade, os alicates mais usuais são os seguintes: Universal

Corte diagonal

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Bico

Decapador

O alicate universal é o modelo mais conhecido e usado de toda a família dos alicates. Esse tipo de alicate é uma das principais ferramentas usadas pelo eletricista, pois serve para prender, cortar ou dobrar condutores. Este alicate é composto de dois braços articulados por um pino ou eixo, que permite abri-lo e fechá-lo, e em uma das extremidades se encontram suas mandíbulas. Os tipos existentes no mercado variam principalmente em relação ao acabamento e ao formato da cabeça. O alicate de corte diagonal serve para cortar condutores. O alicate de bico é utilizado para fazer olhal em condutores com diâmetros diferentes, de acordo com o parafuso de fixação. O alicate decapador possui mandíbulas reguláveis para decapar a isolação com rapidez e sem danificar o condutor. Outro alicate usado pelo eletricista instalador é o alicate gasista, também chamado de alicate bomba d’água, que possui mandíbulas reguláveis, braços não isolados e não tem corte. Serve para montar rede de eletrodutos, e especificamente buchas e arruelas.  Chave de fenda A chave de fenda comum ou chave de parafuso é uma ferramenta manual utilizada para apertar e desapertar parafusos que apresentam uma fenda ou ranhura em suas cabeças. Ela é constituída por uma haste de aço-carbono ou aço especial, com uma das extremidades forjada em forma de cunha e outra, em forma de espiga prismática ou cilíndrica estriada, solidamente em um cabo. O cabo normalmente é feito de material isolante ranhuras longitudinais que permitem uma boa operador e impedem que a ferramenta escorregue

encravada

rígido com empunhadura do da mão.

A região da cunha da chave de fenda é temperada para resistir à ação cortante das ranhuras existentes nas fendas dos parafusos. O restante da haste deve apresentar uma boa tenacidade para resistir ao esforço de torção quando a chave de fenda estiver sendo utilizada. Para permitir o correto ajuste na fenda do parafuso, as chaves de fenda comuns de boa qualidade apresentam as faces esmerilhadas em planos paralelos, próximo ao topo. A finalidade dessas faces esmerilhadas é dificultar o escorregamento da cunha na fenda do parafuso quando ele está sendo apertado ou desapertado. Isso evita que a fenda do parafuso fique danificada e protege o operador de acidentes devidos ao escorregamento da ferramenta.

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Além da chave de fenda comum, existem alguns outros modelos indicados para o uso em trabalhos da área eletroeletrônica. Elas são:

Chave Philips

Chave Tipo Canhão

A chave Philips é uma variante da chave de fenda. Nela, a extremidade da haste, oposta ao cabo, tem o formato de cruz. É usada em parafusos que usam este tipo de fenda. A chave tipo canhão tem na extremidade de sua haste um alojamento com dimensões iguais às dimensões externas de uma porca. Esse tipo de chave serve para a colocação de porcas. Como qualquer outra ferramenta, a chave de fenda requer cuidados especiais de manuseio e armazenamento. Para que a chave de fenda se mantenha em perfeito estado para uso, deve-se seguir os seguintes cuidados de manuseio:  Não usar o cabo da chave como um martelo;  Não usar a chave para cortar, raspar ou traçar qualquer material;  Usar a chave adequada ao tamanho e tipo do parafuso;  Jamais esmerilhar ou limar a cunha da chave. Para evitar acidentes, ao apertar parafusos, a peça deve estar apoiada em um lugar firme. Do contrário, a chave poderá escorregar e causar ferimentos na mão que estiver segurando a peça.  Instrumentos de medição de grandezas elétricas Sabemos que, corrente, tensão e resistência são grandezas elétricas e por isso, podem ser medidas. Existem vários instrumentos para medição dessas grandezas elétricas, iremos abordar os dois principais, multímetro digital e o alicate volt-amperímetro. O multímetro digital e o voltamperímetro alicate são instrumentos dotados de múltiplas funções: com eles é possível fazer medições de tensão, corrente, resistência. Com alguns de seus modelos pode-se, também, testar componentes eletrônicos, e até mesmo medir outros tipos de grandezas. Com a utilização do multímetro digital a leitura dos valores observados é de fácil execução, pois eles aparecem no visor digital, sem a Página 35

necessidade de interpretação de valores como ocorre com os instrumentos analógicos, ou seja, que têm um mostrador com um ponteiro. Antes de se efetuar qualquer medição, deve-se ajustar o seletor de funções na função correta, isto é, na grandeza a ser medida (tensão, ou corrente, ou resistência) e a escala no valor superior ao ponto observado. Quando não se tem idéia do valor a ser medido, inicia-se pela escala de maior valor, e de acordo com o valor observado, diminui-se a escala até um valor ideal. Observação: Nunca se deve mudar de escala ou função quando o instrumento de medição estiver conectado a um circuito ligado, porque isso poderá causar a queima do instrumento. Para a mudança de escala, deve-se desligar antes o circuito. Para a mudança de função, deve-se desligar o circuito, desligar as pontas de prova, selecionar a função e escala apropriadas, antes de conectar as pontas de prova no circuito. Para a medição de tensão elétrica as pontas de prova do instrumento devem ser conectadas aos pontos a serem medidos, ou seja, em paralelo.

Nas medições da corrente elétrica, o circuito deve ser interrompido e o instrumento inserido nesta parte do circuito, para que os elétrons que estão circulando por ele passem também pelo instrumento e este possa informar o valor dessa corrente. Desse modo, o instrumento deve ser ligado em série. Para a medição de resistência elétrica, o resistor desconhecido deve estar desconectado do circuito. Se isto não for feito, o valor encontrado não será verdadeiro, pois o restante do circuito funcionará como uma resistência. Além disso, se o circuito estiver energizado poderá ocorrer a queima do instrumento.  Alicate Volt-amperímetro Para a medição de tensão e resistência com o alicate volt-amperímetro deve-se, seguir os mesmos procedimentos empregados na utilização do multímetro. Na medição de corrente elétrica, o manuseio do alicate volt-amperímetro difere do manuseio do multímetro, pois com ele não é necessário interromper o circuito para colocá-lo em série. Basta abraçar o condutor a ser medido com a garra do alicate. É indispensável em instalações industriais, para medições da corrente elétrica de motores, transformadores, cabos alimentadores de painéis. Antes de utilizar qualquer instrumento de medição, é necessário que se consulte o manual do instrumento, no qual são descritas particularidades e formas de utilização, pois de um instrumento para outro ocorrem diferenças significativas. Página 36

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MATSUMI, Carlos T. - Instalações Elétricas Industriais - IFSC CAMPOS, Luiz Fernado L. - Apostila de ELETRICIDADE BÁSICA MAMEDE FILHO, João. Instalações Elétricas Industriais. 8ª Edição, Editora LTC, Rio de Janeiro, 2010. SILVA, Marco Aurélio - FÍSICA, Lei de ohm - Brasil escola CCEE, Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - FONTES ABNT – NBR 14039:2003 - Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV

CREDER, Hélio. Instalações Elétricas , 15ª Edição, Editora LTC, Rio de Janeiro, 2007. ABNT – NBR 5444:1989 - Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais CESP - Manual de segurança do eletricista. SENAI/SP - Conteúdos extraídos de diversas apostilas. LIMA FILHO, Domingos Leite. Projeto de Instalações Elétricas Prediais, 11ª Edição , Editora Érica , São Paulo, 2007. ABNT – NBR 6148:1997 - Condutores isolados com isolação extrudada de cloreto de polivinila (pvc) para tensões até 750 V - Sem cobertura Catálogos e sites das empresas: PRYSMIAN, SIEMENS, SYLVANIA, WEG, PHILIPS,.

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