Iron Maiden - O Livro (1980-2015).pdf

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“A donzela de ferro não pode ser enfrentada, ... Bem, em qualquer lugar, Onde quer que você esteja, A donzela de ferro vai te pegar” !

1

Sobre o autor Fontes de referência

2

Singles Coletâneas Instrumentais “Belas Artes”

3

Curiosidades

4

Biografias

5

Iron Maiden 1980-2015

6

História

Como surgiu este e-book

Depois de curtir a banda por 30 anos, tive um estalo: “o que eles dizem, afinal?” Lógico que o inglês básico eu domino! Algo tipo, ah... ...“Rã-tu-de-réus, Rã-fori-or-laife”... Então decidi criar um arquivo com as letras traduzidas, pôr no celular e consultar, enquanto ouço as músicas. Vieram novas idéias, informações interessantes e, pra completar, o lançamento do “The Book of Souls”. Todas as resenhas dos CD‟s vieram do Whiplash.net, e a grande maioria dos comentários explicativos sobre as músicas, do internauta Ricardo Heavyrick (ver fontes no final). Algumas coisas eu alterei ou eliminei, outras expandi, mas no geral gostei das informações, e deixei como estava. Algumas traduções precisam ser aprimoradas, Afinal, Mr. Google Translate é onipresente Mas não onisciente! Obrigado, pessoal! Para quem adora o som do Iron Maiden (e quer ter certeza de que os caras não estão falando de rãs!), sugiro curtir um álbum de cada vez. Como nos velhos tempos!

As portas da “donzela” estão abertas, entre, coloque os fones e espere. Aumente o volume do som (um pouquinho). Sentindo o começo de alguma coisa? As portas se fecham... Contagem regressiva.

...Agora vai começar pra valer!

6 História

Iron Maiden, a “donzela de ferro” Vamos situar esse grupo musical londrino, cujo primeiro LP foi lançado em 1980. A Inglaterra, que assistira no início da (Yes, Genesis, Queen) e ao despontar do Sabbath), testemunhou, a partir dos idos representantes principais na Grã-Bretanha, “Anarchy in the U.K.”.

década de 1970 à exuberância do rock progressivo rock “pesado” (Deep Purple, Led Zeppelin, Black de 1975, a crueza do movimento punk, cujos os Sex Pistols, compuseram o hino anti-sistema

Na virada da década de 70/80, esgotadas muitas das possibilidades daqueles grupos e estilos, delineou-se o que viria a se chamar de “New Wave of British Heavy Metal”, cujo principal representante seria o Iron Maiden. Os dois primeiros discos da banda, Iron Maiden (1980) e Killers (1981) expõem o grupo ainda em busca de uma definição de estilo, que nessa altura abraça influências tanto do rock progressivo quanto do punk. Com a chegada do vocalista Bruce Dickinson, em 1982, o Iron Maiden começa a construir uma imagem finalmente compatível com os ecos medievais que seu nome sugere, e a consolidar seu estilo musical. Curiosamente, Dickinson fora aluno de História no Queen Mary and Westfield College, da Universidade de Londres e, embora ele não seja o principal compositor da banda, pode-se acreditar firmemente que seu ingresso tenha exercido forte influência nas escolhas temáticas das canções. O termo “Iron Maiden” (Donzela de Ferro) refere-se a um instrumento de tortura e execução, utilizado pelo Antigo Regime, que consistia em um sarcófago cujas portas continham, em seu interior, espetos pontiagudos. Uma vez que a vítima estivesse posicionada no interior do aparelho, suas portas eram cerradas, trespassando-lhe o corpo – mas não em pontos letais. Assim, o indivíduo agonizava muitas horas, às vezes dias, sofrendo dores lancinantes, até que viesse, finalmente, a expirar. Segundo a Wikipedia Encyclopaedia, na verdade houve apenas um Iron Maiden, em Nuremberg, na Alemanha, e a primeira pessoa executada teria sido um forjador de moedas, em 14 de agosto de 1515. Esse tipo de inspiração mórbida é um dos componentes mais comuns do gênero heavy metal, e pode ser detectada nas canções dos grupos que inauguraram o movimento, como o nova-iorquino KISS (segundo algumas igrejas protestantes, abreviatura de Knights in Satan‟s Service, “Cavaleiros a Serviço de Satã”), o australiano AC/DC (uma gíria para “bissexual”), e os ingleses do Black Sabbath. De fato, há vários denominadores comuns entre esses representantes do gênero, como a presença de vocais estridentes, a morbidez dos temas, as guitarras distorcidas e, na esfera visual, os cabelos revoltos e a indumentária confeccionada em couro e ferro – uma carapaça que guarda talvez um parentesco com as armaduras medievais. Chama a atenção, contudo, o fato de o Iron Maiden abordar em suas letras não apenas os temas-cliché comuns ao gênero, como o binômio “mulheres-bebedeiras” ou o suposto culto ao diabo (veja-se o LP The Number of the Beast, de 1982), mas por tratar de temas históricos em suas canções. Com efeito, as músicas com esse viés figuram de modo tão constante em sua discografia, que é mesmo possível traçar-se uma “linha histórica”, abrangendo desde a pré-história até a Segunda Guerra Mundial, passando por várias épocas e sublinhando os feitos tanto dos grandes vultos da História, como os de personagens anônimos, que ganham voz através das canções.

Temos mesmo a impressão de haver certa intenção em se “fazer justiça” para com as vítimas da história, em letras – em primeira pessoa, diga-se de passagem – como a de “Hallowed Be Thy Name”, em que um condenado se encaminha para o cadafalso; a de “Aces High”, o relato de um piloto da R.A.F., na Segunda Guerra Mundial; ou a de “The Trooper”, em que um combatente da cavalaria inglesa desafia o inimigo russo para a batalha e nos detalha a própria morte. Embora surpresos, num primeiro momento, com a proliferação de temas históricos nas canções do Iron Maiden, logo percebemos que, no fundo, há certos elementos que contribuem para essa convergência. No plano estético, por exemplo, a instrumentação do heavy metal contém um inegável componente épico, grandiloquente, e esse suporte musical constitui um terreno fértil para as alusões históricas, principalmente para aquelas relativas aos conflitos bélicos, em todas as suas configurações (das lutas corpo-a-corpo às batalhas aéreas). Estamos falando não somente das letras vociferadas, das guitarras distorcidas ou da bateria e do contrabaixo pulsantes, que elevam os níveis de adrenalina – isso sem mencionar o volume invariavelmente alto em que se costuma ouvir esse estilo de música –, mas também de alguns elementos estritamente musicais, que de alguma forma, combinam perfeitamente com os temas tratados nas canções. Alguns deles, seriam, por exemplo, os acordes quase sempre em modo menor (que sugerem sentimentos negativos, como tristeza ou melancolia – ou mesmo morbidez), o andamento acelerado em que as canções são executadas ou a longa duração das faixas, apropriada para os extensos relatos históricos. Tendo apresentado algumas das características gerais do heavy metal, contextualizando-o historicamente, e o modo como o Iron Maiden se diferencia dos demais grupos pelos temas retratados em suas canções, debrucemo-nos, agora, de modo sucinto, sobre aquelas que compõem a “linha histórica” a que nos referimos. Diversas canções do Iron Maiden envolvem temas históricos. “Powerslave” (sobre a escravidão no Egito Antigo), “Genghis Khan” (sobre o guerreiro mongol), “Invadiers” (acerca das invasões dos nórdicos às Ilhas Britânicas), “The Duellists” (que relata um duelo entre cavaleiros na Idade Média) e “The Trooper” (inspirada no poema “The Charge of the Light Brigade”, de Tennyson, sobre a Batalha de Balaclava, durante a Guerra da Criméia, 1854-1856), ... a lista é longa! Vejamos cinco canções, ilustrativas de diferentes períodos históricos: “Quest for Fire”, “Alexander the Great”, “Hallowed Be Thy Name”, “Run to the Hills” e “Aces High”. Quest for Fire Esta canção, composta para o álbum Piece of Mind, de 1983 (um trocadilho com “paz de espírito”), trata da busca pelo fogo pelas tribos pré-históricas, e de como essa fonte de calor e luz foi o pivô de sangrentas batalhas. O cenário descrito é inóspito; logo, o tema-chave da canção é apresentado: o caráter heróico do homem é exaltado. Perceberemos essa preocupação nas demais canções ora analisadas. O baixista Steve Harris, responsável pela maioria das composições do grupo, autor da canção, revela a ignorância dessas tribos pré-históricas quanto à técnica de se esfregar gravetos e pedras a fim de se obter a chama. Assim, essas tribos nômades, em vez de produzirem o próprio fogo, percorriam longas distâncias para conquistar, por meio da luta mais primitiva, essa fonte de calor e luz, fechando-se, assim, o “ciclo de ferozes batalhas” a que alude a letra.

Alexander the Great Saltemos para o ano de 334aC, quando Alexandre Magno torna-se soberano da Macedônia. O caráter épico do tema está em perfeita consonância com o estilo grandioso do arranjo e com a duração da faixa (8‟34‟)‟, com direito até a uma introdução “falada” por seu pai, o Rei Felipe II. Novamente, o heroísmo sobressai como valor inerente ao homem, elevando-o, neste caso, à condição de semi-deus. É o que se apreende pelo refrão: “Alexander the Great / His name struck fear into hearts of men / Alexander the Great / Became a legend „mongst mortal men”. A letra em si é menos poética (um caráter surpreendentemente constante nas canções do Iron Maiden) que didática. Ao cotejarmos a biografia de Alexandre Magno com a letra da canção, temos a nítida impressão de que ela foi organizada de modo a descrever, passo a passo, os episódios de sua vida e suas principais conquistas. Após a introdução, em que Felipe II aconselha o filho a buscar “um reino maior para si”, tece-se toda a biografia de Alexandre, a começar pela localização geográfica da Macedônia e pelo seu nascimento. A partir daí, conta-se que Alexandre tornou-se rei aos dezenove anos; que prometeu conquistar toda a Ásia Menor; e que derrotou os exércitos persas de Dario em 334aC. A letra registra ainda a fundação de Alexandria; a batalha contra Dario às margens do Tigre, quando, tomando Persépolis, pilhou os tesouros da capital persa; o episódio em que parte com sua espada o nó górdio; e, finalmente, fala de sua morte na Babilônia, causada por uma febre. Hallowed Be Thy Name “Santificado Seja o Vosso Nome”, título da canção, evoca uma aura religiosa que logo se confirma: trata-se da execução de um criminoso, provavelmente de um herege, pela Inquisição. A letra, escrita em primeira pessoa, carrega um tom confessional; é como se estivéssemos junto ao condenado, que nos fala de seus sentimentos à medida que as horas que o separam de seu fim transcorrem. A introdução é cantada lentamente, sublinhada por uma escala descendente tocada na guitarra e marcada pelo badalar de um sino que anuncia mais uma execução. O tom lamurioso e resignado dessa primeira passagem é bruscamente interrompido pela entrada dos instrumentos – um recurso recorrente no heavy metal – e o eu lírico agora entoa seu lamento uma oitava acima do tom original, utilizando uma impostação agressiva. Após alguns versos em que se percebe um eu lírico temeroso e ao mesmo tempo revoltado, a letra nos revela um inesperado desfecho: ao contrário do que acontece nas canções desse gênero, em que se alude à morte de um ponto de vista niilista, o tema subjacente de “Hallowed Be Thy Name” é a crença na imortalidade da alma. Run to the Hills A política de ocupação territorial norte-americana (entre 1791, ano de criação do Estado de Vermont, e 1853, quando se realizou a Convenção de Gadsden) resultou no extermínio de milhares de ameríndios. É esse o tema de “Run to the Hills”, que traz duas ópticas distintas: a do homem branco e a dos “peles vermelhas”. Novamente, a tônica recai no heroísmo, neste caso, dos índios, que resistiram bravamente ao ataque (contra o pseudo-heroísmo do colonizador). É disto que trata a primeira parte da letra. Em oposição a essa visão, dá-se voz ao europeu, que também considera seus feitos “heróicos”, ao atravessarem “nuvens de poeira” em “regiões áridas e remotas. Naturalmente, ao

expor a posição arrogante do invasor, que trata os nativos pejorativamente como “peles vermelhas” (redskins), habitantes de “buracos” (holes), bem como ao revelar feitos não tão heróicos assim (como as punhaladas pelas costas, os estupros, a escravização dos prisioneiros e as negociações esquivas), o autor da canção parece querer fazer justiça para com os verdadeiros heróis desse episódio. No entanto, o refrão, que arremata a canção, evidencia quais foram, afinal, os vencedores dessa disputa, sublinhando sua atitude de empáfia para com o inimigo subjugado: “Run to the hills / Run for your lives”. Aces High A jornada do Iron Maiden através da História chega, finalmente, ao século XX. Na introdução de “Aces High”, ouvimos a voz de Winston Churchill exortando os ingleses para a batalha, em seu discurso de 18 de junho de 1940: “We should never surrender!”. A canção descreve, em ritmo frenético (incluindo-se aí guitarras que simulam, com o sistema de trêmolo, os “mergulhos” das aeronaves), uma das muitas batalhas travadas entre a Royal Air Force britânica e a Luftwaffe de Adolf Hitler. A letra retrata a movimentação dos pilotos, desde o momento em que ouvem a sirene de alerta de ataque aéreo e correm direção às aeronaves (no jargão aeronáutico-militar, “scrambling”), passando por toda a sequência de ações tomadas pelos combatentes (“Jump in the cockpit”; “Start up the engines”; “Remove all the wheelblocks”; “Gathering speed as we head down the runway”), a fim de que estejam no ar o mais rapidamente possível. As piruetas executadas pelas aeronaves, descritas por meio de verbos no gerúndio (“Flying, rolling, turning, diving, going in again”) e a situação inescapável de voar – ou morrer – dão a tônica do refrão. A letra chega ao requinte de nomear os principais aviões envolvidos nesses embates – os Spitfires ingleses contra os ME-109 alemães (na verdade, uma versão modificada dos célebres BF-109). Ao descreverem a batalha aérea propriamente dita, os ingleses do Iron Maiden deixam transparecer certo favoritismo em versos como “Bandits at 8 o‟clock move in behind us”, qualificando seus inimigos como “bandidos” que atacam “por trás”, enquanto que os britânicos atacam frontalmente: “Ascending and turning out Spitfires to face them / Heading straight for them I press my guns”. Conclusão O Iron Maiden desconstrói o estereótipo segundo o qual o heavy metal é um gênero cujas letras versam sobre assuntos demoníacos ou mundanos. Ao invés disso, buscam na história e na literatura inspiração para suas canções, ao perceberem, de modo inteligente e artístico, que os temas históricos, em especial os relatos de guerra, encontram na instrumentação agressiva do heavy metal uma roupagem sonora adequada.

(texto http://www.ahistoria.com.br/banda-musica-iron-maiden/)

Heavy Metal, o “som pesado” Uma das principais críticas sobre música heavy metal é que ele torna seus ouvintes, especialmente os jovens, mais violentos. Um estudo feito pela Universidade de Loyola descobriu que esse fato não é verdadeiro, e que não há nenhuma relação direta entre a violência dos jovens com o heavy metal. Na verdade, conclui-se que os participantes que ouviam heavy metal eram menos violentos do que aqueles do grupo que não ouvia. A razão não é clara, mas uma hipótese é que o indivíduo que ouve música violenta realiza uma espécie de catarse interna e torna-se adverso a ela, tornando-se assim menos violento. Todos os tipos de música possuem um efeito sobre o humor. Foram feitos testes com o heavy metal para ver se a música evoca emoções positivas ou negativas em seus ouvintes. Um estudo realizado por Shaleen L. Coss, do departamento de psicologia da Universidade de Loyola, descobriu que os participantes que ouviam o heavy metal com letras violentas eram menos propensos a sentir depressão do que aqueles que ouviam músicas não-violentas. Constatou-se que há uma ligação entre o quanto um adolescente ouve heavy metal e a formação de sua personalidade machista. Os fãs do heavy metal são muito mais propensos a terem uma personalidade que almeja constantes sensações e emoções da vida. Esses indivíduos geralmente são extrovertidos sexualmente, embora possam não ser sociáveis. Há também algumas evidências que mostrem que os fãs de heavy metal são mais propensos a arriscarem sua vida, de acordo com o livro “Media Violence and Children” . Adolescentes com níveis mais elevados de inteligência são naturalmente atraídos pelo heavy metal, especificamente porque alivia a pressão e o estresse. Há também um grande senso de comunidade e de solidariedade entre os fãs do heavy metal, algo que as pessoas inteligentes preferem. Ouvir heavy metal é visto pela maioria dos adolescentes como uma forma de liberar sua raiva interna, e realmente pode ajudar os adolescentes a relaxar, deixando-os mais focados e melhorando seu desempenho acadêmico. Pesquisa feita com "mentes brilhantes" do Reino Unido mostrou que jazz e música erudita não agradam os "geninhos". Londres, 21 mar 2007. A música "heavy metal" é a preferida pelas crianças superdotadas do Reino Unido, que encontram neste som visceral uma forma de catarse, segundo uma enquete feita entre estudantes da Academia Nacional para Jovens de Talento. Grupos de rock pesado como Slayer e Slipknot são os favoritos entre os maiores intelectos do país, que parecem gostar também das letras com mensagens políticas e de forte carga emocional. Uma pesquisa feita entre estudantes da academia, à qual têm acesso apenas 5% dos jovens com mentes brilhantes do país, revela a predileção destes pela "brutalidade visceral" do "heavy metal". Mais de um terço dos entrevistados incluiu o "heavy metal" entre seus estilos favoritos. Os responsáveis pela pesquisa reconheceram sua surpresa ao ver que os estilos menos populares, entre os superdotados, eram os que tradicionalmente são associados às mentes mais privilegiadas, como jazz e música clássica. O responsável pela pesquisa, Stuart Cadwallader, da universidade de Warwick, disse que os resultados obtidos mostram que estes jovens encontram no "heavy metal" uma espécie de "catarse", de forma particular os que, apesar da inteligência superior, têm baixa auto-estima. Esse tipo de música agressiva serve também para que canalizem suas frustrações e insatisfação, disse Cadwallader, em conferência realizada na British Psychological Society, na

cidade inglesa de York. De acordo com Cadwallader, "as pressões associadas à condição de superdotado talvez possam ser esquecidas, temporariamente, com a ajuda desta música". O gosto musical de uma pessoa pode dar pistas sobre a maneira como ela pensa e viceversa, segundo pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Para investigar essa questão, pesquisadores recrutaram 4 mil participantes, que foram submetidos a diferentes testes. Primeiramente, eles foram solicitados a preencher questionários com afirmações desenhadas para investigar se eram mais "empáticos" ou "sistemáticos". Os participantes responderam, por exemplo, se tinham interesse por design e construção de motores de carro, e se eram bons em prever o sentimento das pessoas. Depois, foram submetidos a 50 trechos curtos de músicas, de 26 estilos diferentes, e tiveram que dar notas de 1 a 10 para cada trecho. Pessoas com alto índice de empatia tiveram maior inclinação a gêneros como R&B (rythm and blues), soft rock e folk. Por outro lado, quem se aproximou mais do perfil "sistemático" teve tendência a gostar da música de bandas de heavy metal e de jazz contemporâneo. Participantes com altos índices de empatia se aproximaram de músicas como a versão de Jeff Buckley para “Hallelujah”, de Leonard Cohen, e “Come Away with Me”, de Norah Jones. Quem foi identificado como "sistemático" teve maior conexão com músicas como Enter Sandman, do Metallica (ou qualquer música do IRON MAIDEN, diria eu, sistematicamente!)

Este livro é dedicado A todos, sistemáticos ou não,

Iromaníacos e “

Good Blood Headbanguer’s Agosto / 2015

”!

David Michael Murray (Londres, 23/12/1956) guitarra (1976–1977, 1978–)

Janick Robert Gers (Hartlepool, Inglaterra, 27/01/1957) guitarra (1990–)

Paul “Di‟Anno “ Andrews (Chingford, 17/05/1958) Vocal (1981-1982)

Paul Bruce Dickinson (Nottinghamshire, 07/08/1958) vocal (1981–1993, 1999–)

Stephen Percy "Steve" Harris (Leytonstone, 12/03/1956) baixo e vocal de apoio (1975–) Michael Henry McBrain (Londres, 05/06/1952) bateria (1982–) Adrian Frederik "H" Smit (Londres, 27/02/1957) guitarra e vocal de apoio (1980–1990, 1999–)

5 1980-2015

ÁLBUNS DE ESTÚDIO

2015

2010

1995

1984

2006

1992

1983

2003

2000

1998

1990

1988

1986

1982

1981

1980

1980

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.

Prowler Remember Tomorrow Running Free Phantom of the Opera Transylvania Strange World Charlotte the Harlot Iron Maiden

Steve Harris Harris, Paul Di'Anno Harris, Di'Anno Harris Harris Harris Dave Murray Harris

3:55 5:27 3:17 7:20 4:05 5:45 4:12 3:35

O som do Iron Maiden nesse seu primeiro registro oficial, apesar de meio “cru” comparado aos discos vindouros, era agressivo e cheio de energia. Percebia-se toda a garra, disposição e dedicação que era colocado em cada acorde de cada música. Nesses 35 anos desde que “Iron Maiden” foi lançado, foi raro ver um álbum tão puro e verdadeiro como esse. O disco abre com um clássico esquecido pela Donzela de Ferro, a música “Prowler”. Com riffs bem simples, o segredo dessa música está no refrão que obriga a cantar junto. Logo em seguida, mais outro clássico, “Sanctuary” que possui um riff bem simples também e tem aquela pegada punk que só mesmo o vocalista Paul Di‟Anno trazia ao Maiden. Aliás, nenhum vocalista jamais cantou as músicas desse álbum como Paul Di‟Anno. Ele não tem a mesma técnica e a mesma potência de Bruce, mas Di‟Anno compensava tudo com seu “feeling” inconfundível e sua agressividade, por isso ninguém nunca conseguiu superá-lo cantando esses clássicos, e é isso que vemos na ótima “Running Free”, outro hino da banda. Embora a maioria das músicas desse disco ser bem simples, rápidas e curtas, o Iron Maiden conseguiu compor dois clássicos muito bem elaborados e até mais complexos, apontando os rumos futuros que a Donzela seguiria, e estes são “Remember Tomorrow”, que é cheia de mudanças de andamento e tem um clima meio sombrio e, finalmente, um dos maiores hinos da banda, “Phantom of the Opera”, que em cada acorde, cada riff e cada mudança de andamento, revelam que Steve Harris é um mestre na arte de compor e tocar baixo. Seguindo com a melhor música instrumental da história do Metal, a inesquecível “Transylvania”, o Iron Maiden abre caminho para a contagiante “Charlotte The Harlot”, mas o melhor estava por vir. Dave Murray e Dennis Stratton começam a executar um dos riffs mais famosos e assustadores do Heavy Metal, e quando entra a avassaladora bateria de Clive Burr, a pancadaria começa e surge um dos maiores clássicos de todos os tempos, “Iron Maiden”. Tudo nessa música é perfeito, desde o simples solo de baixo no meio da música, ao seu poderosíssimo refrão. Encerramento perfeito de um disco perfeito. Definitivamente, foi uma estréia perfeita e fundamental para a construção dessa verdadeira entidade da música pesada, e que, com certeza, sobreviverá para sempre no coração dos fãs e de cada geração que se torna seguidora da Donzela de Ferro. “Iron Maiden” é um disco imortal! [1]

(1/8) Prowler (3:55)

Vagabundo

Walking through the city, looking oh so pretty I've just got to find my way See the ladies flashing All there legs and lashes I've just got to find my way

Andando pela cidade, parecendo oh tão bonita Apenas tenho de achar meu caminho Veja garotas brilhando Todas aquelas pernas e cílios Apenas tenho de achar meu caminho

Well you see me crawling through the bushes With it open wide What you seeing girl? Can't you believe that feeling, can't you believe it Can't you believe your eyes? It's the real thing girl

Bem, você me vê rastejando entre arbustos com eles abertos, O que está vendo, garota? Você não pode acreditar no que sente, não pode acreditar Não pode acreditar em seus olhos? É a garota da beleza

Got me feeling myself and reeling around Got me talking but feel like walking around Got me feeling myself and reeling a Got me talking but nothing's with me Got me feeling myself and reeling around

Me pego sentindo a mim mesmo e cambaleando Me pego falando mas me sinto caminhando à esmo Me pego sentindo a mim mesmo e cambaleando Me pego falando mas nada a ver comigo Me pego sentindo a mim mesmo e cambaleando

(2/8) Remember Tomorrow (5:27)

Lembre-se Amanhã

Unchain the colours before my eyes, Yesterday's sorrows, tomorrow's white lies. Scan the horizon, the clouds take me higher, I shall return from out of fire.

Liberte as cores perante meus olhos Dores de ontem, mentirinhas de amanhã Esquadrinhe o horizonte, as nuvens me elevam Eu devo retornar do fogo

Tears for rememberance, and tears for joy, Tears for somebody and this lonely boy. Out in the madness, the all seeing eye, Flickers above us, to light up the sky.

Lágrimas pela lembrança e lágrimas pela alegria Lágrimas para alguém e para este garoto solitário Lá fora na loucura, o olho que tudo vê Paira sobre nós para iluminar o céu

Unchain the colours before my eyes, Yesterday's sorrows, tomorrow's white lies. Scan the horizon, the clouds take me higher, I shall return from out of fire

Liberte as cores diante de meus olhos Dores de ontem, mentirinhas de amanhã Esquadrinhe o horizonte, as nuvens me elevam Eu devo retornar do fogo

(3/8) Running Free (3:17)

Correndo Livre

Just sixteen, a pickup truck Out of money, out of luck I've got nowhere to call my own Hit the gas, and here I go

Apenas 16 anos, uma pick-up Sem dinheiro,sem sorte Não tenho lugar pra chamar de meu Pé na tábua, e lá vou eu

I'm running free yeah, I'm running free I'm running free yeah, Oh I'm running free

Estou correndo livre, yeah, estou correndo livre Estou correndo livre, yeah, estou correndo livre

Spent the night in an L. A. jail And listened to the sirens wail They ain't got a thing on me I'm running wild, I'm running free

Passei a noite em uma cadeia de Los Angeles E ouvi o soar das sirenes Eles não têm nada comigo Estou correndo demais, Estou correndo livre

Puller here at the Bottle Top Whiskey, dancing, disco hop Now all the boys are after me And that's the way it's gonna be

Entro aqui no Bottle Top Uísque, dança, disco Agora todos os garotos vão me seguir Mas é como tem de ser

(4/8) Phantom Of The Opera (7:20)

Fantasma da Ópera

I've been looking so long for you now you won't get away from my grasp. You've been living so long in hiding in hiding behind that false mask. And you know and I know that you aint got long now to last. Your looks and your feelings are just the remains of your past.

Estive procurando por você há tanto tempo Agora não vai mais conseguir sair de minhas garras. Você tem vivido há tanto tempo, escondida por trás dessa máscara falsa. E você e eu sabemos que isso não vai durar pra sempre. Sua aparência e seus sentimentos é tudo o que restou do seu passado.

You're standing in the wings, there you wait for the curtain to fall. Knowing the terror and holding you have on us all. Yeah, I know that you're gonna scratch me, maim me and maul. You know I'm helpless from your mesmerising cat call.

Você está substituindo as asas, enquanto espera a cortina cair. Conhecendo o terror e possuindo você e a todos nós. Sim, sei que vai me arranhar, aleijar e dilacerar. Você sabe que estou necessitado do seu hipnótico ronronar.

Keep your distance, walk away, don't take his bait. Don't you stray, don't fade away. Watch your step, he's out to get you, come what may. Don't you stray, from the narrow way.

Mantenha sua distância, se afaste, não caia no engodo dele. Não se perca, nem desapareça. Cuide-se, ele saiu pra te pegar, é o que quer. Não se perca, do caminho estreito.

I'm running and hiding in my dreams you're always there. You're the Phantom of the Opera, you're the devil, you're just out to scare. You damaged my mind and my soul it just floats through the air. Haunt me, you taunt me, you torture me back at your lair

Estou correndo e me escondendo em meu sonho vou estar sempre lá. Você é o Fantasma da Ópera, você é o diabo que está ai para apavorar. Você prejudicou minha mente e minha alma flutua pelo ar. Assombre-me, zombe de mim, em sua toca você me tortura

(6/8) Strange World (5:45)

Mundo Estranho

The only place where you can dream Living here is not what it seems Ship of white light in the sky Nobody there to reason why

O único lugar onde você pode sonhar, Vivendo aqui não é o que parece Navio de luz branca no céu, Ninguém lá para dizer por quê

Here I am, I'm not really there Smiling faces ever so rare A let's walk in deepest space Living here just isn't the place Stalks of light come from the ground

Aqui estou, não estou realmente ali, Faces sorridentes cada vez mais raras Um convite para passear no espaço profundo, Viver aqui simplesmente não é o lugar Postes de luz saem do chão

When I cry there isn't a sound All my feelings cannot be held I'm happy in my new strange world Shades of green grasses twine

Quando choro não existe som Não posso segurar todos os meus sentimentos, Estou feliz em meu novo estranho mundo Sombras de cordões de gramas se retorcem,

Girls drinking plasma wine A look at love, a dream unfolds Living here, you'll never grow old

Garotas bebendo vinho de plasma Um olhar ao amor, um sonho se revela, Vivendo aqui, você nunca vai envelhecer

Don't you hear me call?

Você não me ouve chamar?

(7/8) Charlotte The Harlot (4:12)

Charlotte a Prostituta

Giving a swish with your arse in the air, don't you know what they're saying? Charlotte you're so refined when you take all the love thatthey're giving.

Zunindo o seu traseiro no ar, você não sabe o que eles estão dizendo? Charlotte você é tão refinada quando toma todo o amor que eles dão

Sticking with every man that you find, don't you know what they're after? Charlotte you've got your legs in the air, don't you hear all thelaughter?

Metendo com cada homem que encontra, não sabe o que eles são depois? Charlotte, você tem suas pernas no ar, não ouve todas as risadas?

Charlotte the Harlot show me your legs, Charlotte the Harlot take me to bed. Charlotte the Harlot let me see blood, Charlotte the Harlot let me see love.

Charlotte a Prostituta mostre-me suas pernas Charlotte a Prostituta me leve para a cama Charlotte a Prostituta me deixe ver sangue Charlotte a Prostituta me deixe ver amor

Taking so many men to your room, don't you feel no remorse? You charge them a "fiver", It's only for starters. And ten for the main course. And you've got no feelings, they died long ago. Don't you care who you let in? And don't you know you're breaking the law with the serviceyou're giving?

Levando tantos homens para seu quarto, você não sente remorso? Você pede a eles 5 xelins, isso só pra as preliminares E dez para o principal E você não tem sentimentos, eles morreram há muito tempo Você não se importa com quem deixa entrar? E não sabe que fere a lei com o serviço que você presta?

There was a time when you left me standing there, Picking up pieces of love off the floor. Well Charlotte you left me alone in there, To make your ends as a bloody whore.

Houve uma vez em que você me deixou ali esperando Pegando pedaços de amor no chão Bom, Charlotte, você me deixou sozinho ali Para fazer do seu fim uma prostituição sangrenta

Well Charlotte you told me you love me true, Picking up pieces of love yesterday. Well Charlotte you're draws are off color too 'Cause you're making love all day.

Bom, Charlotte, você me disse que me amava de verdade Pegando pedaços de amor ontem Bem, Charlotte, seus desenhos são desbotados também Pois você faz amor o dia inteiro.

Giving a swish with your arse in the air, don't you know what they're saying? Charlotte you're so refined when you take all the love thatthey're giving. Sticking with every man that you find,

Zunindo o seu traseiro no ar, você não sabe o que eles estão dizendo? Charlotte você é tão refinada quando toma todo o amor que eles dão Metendo com cada homem que encontra,

don't you know what they're after? Charlotte you've got your legs in the air, don't you hear all thelaughter?

não sabe o que eles são depois? Charlotte, você tem suas pernas no ar, não ouve todas as risadas?

(8/8) Iron Maiden (3:35)

Donzela De Ferro

Won't you come into my room, I wanna show you all my wares. I just want to see your blood, I just want to stand and stare. See the blood begin to flow As it falls upon the floor. Iron Maiden can't be fought Iron Maiden can't be sought.

Você não quer vir ao meu quarto, Eu quero te mostrar meus equipamentos Eu só quero ver seu sangue, Eu só quero que você pare de pé Veja o sangue começar a jorrar Enquanto cai no chão A donzela de ferro não pode ser enfrentada, A donzela de ferro não pode ser vista

Oh Well, wherever, Wherever you are, Iron Maiden's gonna get you, No matter how far. See the blood flow watching it shed Up above my head. Iron Maiden wants you for dead.

Bem, em qualquer lugar, Onde quer que você esteja A donzela de ferro vai te pegar, Não importa quão longe Veja o sangue jorrar ver ele se espalhar Sobre minha cabeça A donzela de ferro quer você morto

Won't you come into my room, I wanna show you all my wares. I just want to see your blood, I just want to stand and stare. See the blood begin to flow As it falls upon the floor. Iron Maiden can't be faught, Iron Maiden can't be sought.

Você não quer vir ao meu quarto, Eu quero te mostrar meus equipamentos Eu só quero ver seu sangue, Eu só quero que você pare de pé Veja o sangue começar a jorrar Enquanto cai no chão A donzela de ferro não pode ser enfrentada, A donzela de ferro não pode ser vista

Oh Well, wherever, Wherever you are, Iron Maiden's gonna get you, No matter how far. See the blood flow watching it shed Up above my head. Iron Maiden wants you for dead.

Bem, em qualquer lugar, Onde quer que você esteja A donzela de ferro vai te pegar, Não importa quão longe Veja o sangue jorrar ver ele se espalhar Sobre minha cabeça A donzela de ferro quer você morto

Won't you come into my room, I wanna show you all my wares. I just want to see your blood, I just want to stand and stare. See the blood begin to flow As it falls upon the floor. Iron Maiden can't be fought, Iron Maiden can't be sought.

Você não quer vir ao meu quarto, Eu quero te mostrar meus equipamentos Eu só quero ver seu sangue, Eu só quero que você pare de pé Veja o sangue começar a jorrar Enquanto cai no chão A donzela de ferro não pode ser enfrentada, A donzela de ferro não pode ser vista

Oh Well, wherever, Wherever you are, Iron Maiden's gonna get you, No matter how far. See the blood flow watching it shed

Bem, em qualquer lugar, Onde quer que você esteja A donzela de ferro vai te pegar, Não importa quão longe Veja o sangue jorrar ver ele se espalhar

Up above my head. Iron Maiden wants you for dead

Sobre minha cabeça A donzela de ferro quer você morto

PROWLER: algo como "perambulador" ou alguém que se esgueira atrás de algo. Na música, temos um cara observando e desejando mulheres, tipo o taradão da moita! REMEMBER TOMORROW: Di'Anno escreveu em homenagem ao avô, é tudo que se sabe. Analisando a letra pode-se imaginar que o avô dele foi piloto, inclusive algumas fontes sugerem que ele foi piloto da Força Aérea Real (Royal Air Force) na Segunda Guerra Mundial. A RAF surgiu em 1918 e foi muito proeminente na II Guerra Mundial. É a segunda maior atualmente na OTAN, ficando atrás apenas da USAF (Força Aérea dos EUA). A RAF responde às ordens do ministro britânico da defesa. RUNNING FREE: segundo Paul Di'Anno, uma espécie de autobiografia de quando era jovem. PHANTOM OF THE OPERA: título do romance escrito pelo francês Gaston Leroux em 1910 (Le Fantôme de l'Opéra), obra adaptada para o cinema e teatro várias vezes e atualmente o musical mais visto no mundo, com adaptação de Sir Andrew Lloyd Weber, superando Cats, dele mesmo. TRANSYLVANIA: região romena conhecida graças a Vlad III, Príncipe (Voivoda) da Valáquia, ou mais popularmente como Vlad, o Empalador, ou Drácula. Ele foi príncipe de 1456 até 1462 (época do apogeu do império Otomano) 1448 e 1476. Vlad era um cavaleiro cristão e enfrentou os turcos e seu próprio irmão Radu. Ele utilizava de métodos cruéis contra inimigos, principalmente o empalhamento. O irlandês Bram Stoker (1847 -1912) após estudar folclore europeu e histórias de vampiros, lançou em maio de 1896 sua magnum opus, Drácula. STRANGE WORLD: parece falar de drogas, do seu mundo perfeito e diferente, que está aqui mas não está, enfim... estranho. Porém, quando se vê que a letra foi escrita por Harris, a tese cai por terra, ele é muito certinho! SANCTUARY: parece alguém que cometeu um crime e precisa de refúgio em um santuário. Entre os séculos XIV e XVII um criminoso que se refugiasse em um santuário não podia ser preso, segundo a lei inglesa. CHARLOTTE THE HARLOT: é a primeira parte da "The Charlotte Saga", as outras músicas dessa saga são 22 Acacia Avenue (The Number of the Beast), Hooks on You (No Prayer for the Dying) e From Here to Eternity (Fear of the Dark). Charlotte é uma prostituta de East End, Londres. East End fica à leste do Muro (Medieval) de Londres e ao Norte do rio Tâmisa. Foi uma das áreas que mais sofreram com os bombardeios na segunda Guerra Mundial. Antes disso a área já era uma das mais pobres do Reino Unido (e ainda é), onde se concentravam os imigrantes e as pessoas que viviam nas favelas do centro, que tiveram que sair devido as construções das docas e de um terminal ferroviário. IRON MAIDEN: como a ministra britânica Margaret Thatcher era chamada. Também um instrumento medieval de tortura, com lanças dentro e na porta, conforme a porta vai fechando... bem, dá para imaginar o que acontece? Não, não dá! As lanças não atingem órgãos vitais, a pessoa morre de asfixia ou hemorragia um tempo depois. É também aquela musica que os caras vão tocar para sempre, por que representa perfeitamente a banda: eles fazem o público sangrar de alegria! Depois deste álbum o guitarrista Dennis Stratton deixa a banda e é substituído por Adrian Smith. (texto de: Ricardo Heavyrick, [2])

1981

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11.

The Ides of March Wrathchild Murders in the Rue… Another Life Genghis Khan Innocent Exile Killers Prodigal Son Purgatory Twilight Zone Drifter

Steve Harris Harris Harris Harris Harris Harris Harris, Paul Di'Anno Harris Harris Harris, Dave Murray Harris

1:46 2:55 4:19 3:24 3:09 3:54 5:02 6:13 3:20 2:34 4:51

Killers é o segundo álbum de estúdio do Iron Maiden, lançado em janeiro de 1981. Foi o primeiro a contar com o guitarrista Adrian Smith e o último com o vocalista Paul Di'Anno, demitido depois de problemas com suas performances nos palcos, devido a abuso de álcool e uso de cocaína. A abertura fica a cargo de "Ides of the March", a instrumental mais marcante da história do IRON MAIDEN. Uma música incrível que demonstra toda a desenvoltura que a banda apresentaria no restante do álbum. "Wrathchild" dispensa maiores apresentações, trata-se de um dos maiores clássicos da banda. Apesar de ser uma música direta, tem momentos interessantes, especialmente no som inconfundível de baixo do mestre Steve Harris. Hoje, mais de 35 anos após sua gravação, esta é uma das poucas faixas do disco que sobreviveu a prova do tempo e continua sendo presença constante nos shows do MAIDEN. Mas o nível não baixa. "Murders in the Rue Morge", faixa baseada no livro de mesmo nome de Edgar Allan Poe, é agressiva e de um feeling absurdo. A velocidade é a principal característica dessa música e a cozinha formada por Harris e Burr é impecável. Na sequência aparece "Another Life", outra cheia de feeling e com uma interpretação matadora de Di'Anno. Lá por 1 minuto e 45 segundos de música temos um dos melhores riffs do álbum. Steve Harris não deixa a peteca cair por nenhum segundo, dando um bom plano de fundo para os solos e guitarras dobradas. "Genghis Khan" é outra instrumental matadora, onde o destaque fica para Clive Burr, que apesar de simples mostra desenvoltura. Da metade em diante, a música toma uma nova roupagem, tornando-se bastante melódica e com um solo absolutamente bem colocado. Em "Innocent Exile" temos o melhor momento de Di'Anno no álbum, uma interpretação maliciosa e cheia de carisma. A dupla de guitarristas se mostra entrosada e afiada a cada nova música. A música é mais cadenciada, mas é impossível ficar apático diante de tamanha técnica e feeling. "Killers" é outro clássico do disco. O baixo de Harris dita o ritmo da música, galopante e intensa. Smith e Murray chegam ao ápice nesta música, o entrosamento imediato dos dois é espantoso. Mas novamente Di'Anno se destaca, tudo bem que Dickinson o superaria com sobras em técnica, carisma e personalidade, porém, Di'Anno criou algo impressionante junto com o MAIDEN, demonstrando ser um excelente vocalista tanto neste quanto no álbum de estréia da donzela. Sua voz é algo inconfundível e deu uma magia especial aos dois primeiros álbuns da banda.

A semi-balada "Prodigial Son" é uma bela canção. O vocal rouco de Di'Anno encaixa-se perfeitamente com um baixo melodioso e muito bem colocado. Com bases simples, a música mostra-se eficiente e com solos muito harmoniosos. Mais um ponto alto do disco. Com o pé no acelerador, "Purgatory" mantém o disco num nível excelente. Impossível não cantar o refrão junto (Please, take me away, so far away...). Clive Burr é novamente simples, mas preciso e conveniente, dando à música o ritmo necessário para os solos acelerados de Murray. "Twilight Zone" tem uma veia mais Hard Rock, com riffs interessantes, mas é bem curta, direta e sem muito a se destacar. O álbum fecha com "Drifter". O baixo de Harris é impressionante, de uma técnica e feeling absurdamente louváveis. Os solos são impecáveis e emocionantes, avance até 1 minuto e 25 segundos de música para entender. Enfim, um encerramento a altura de um disco excelente. O IRON MAIDEN começava a ganhar o mundo. A produção mais apurada de Killers eleva a banda à outro patamar. Poucas músicas deste álbum seriam aproveitadas para as apresentações da banda mais adiante, mas sua qualidade é inegável e muitos consideram os dois álbuns com Di'Anno no vocal a melhor fase do MAIDEN. Não sou desta opinião, mas aprecio muito essa fase da banda e considero algumas músicas daqui de extremo bom gosto. [1]

(2/11) Wrathchild (2:55)

Filho do Ódio

I was born into a scene Of angriness and greed Of dominance and persecution.

Eu nasci em uma cena De gargalhadas e fome De dominação e perseguição

My mother was a queen My dad I've never seen I was never meant to be.

Minha mãe era uma rainha Meu pai eu nunca vi Eu não era pra ter nascido

Now I spend my time Looking all around For a man that's nowhere To be found, Until I find him, I'm never gonna stop searching I'm going to find my man Gonna travel round.

E agora gasto meu tempo Procurando por todo lado Por um homem que não tem onde Ser encontrado Até que eu o ache Nunca irei parar de procurar Eu irei achar meu homem Vou viajar por aí

Cos I'm a wrathchild, Well I'm a wrathchild, Yeh I'm a wrathchild.

Porque sou um filho do ódio Bem, eu sou um filho do ódio Sim, eu sou um filho do ódio

I'm coming to get you Oh, yeah yeah.

Estou chegando para te pegar Oh, yeah yeah

Some say it shouldn't matter Ain't nothing gonna alter The course of my destination.

Diga que não se importa Nada vai alterar O curso do meu destino

But I know I've gotta find

E sei que devo encontrar

Some seriaus peace of mind Or I know I'll just go crazy.

Alguma paz de espírito Ou eu sei que vou enlouquecer

Now I spend my time Looking all around For a man that's nowhere To be found, Until I find him, I'm never gonna stop searching I'm going to find my man Gonna travel round.

E agora gasto meu tempo Procurando por todo lado Por um homem que não tem onde Ser encontrado Até que eu o ache Nunca irei parar de procurar Eu irei achar meu homem Vou viajar por aí

Cos I'm a wrathchild, Well I'm a wrathchild, Yeh I'm a wrathchild.

Porque sou um filho do ódio Bem, eu sou um filho do ódio Sim, eu sou um filho do ódio

I'm coming to get you Oh, yeah yeah

Eu vim para buscar você Oh, yeah yeah

(3/11) Murders in the Rue Morgue (4:19)

Assassinatos Na Rua Morgue

I remember it as plain as day Although it happened in the dark of the night I was strolling throught the streets of Paris And it was cold it was starting to rain And then I heard a piercing scream And I rushed to the scene of the crime But all I found was butchered remains Of two girls laying side by side

Eu lembro isso tão claro quanto o dia Embora tenha ocorrido na escuridão da noite Eu estava passeando pelas ruas de Paris E estava frio, começando a chover E então eu ouvi um grito lancinante e eu corri para a cena do crime Mas tudo que achei foram restos despedaçados de duas garotas deitadas lado a lado

Murders in the Rue Morgue Someone call the Gendarmes Murders in the Rue Morgue Flee before the killers go free

Assassinatos na Rua Morgue Alguém chame a polícia Assassinatos na Rua Morgue Corra antes que os assassinos sejam soltos

There's some people coming down the street At last someone's heard my call I can't understand why they're pointing at me I never done nothing at all

Havia algumas pessoas descendo a rua Ao menos alguém ouviu meu chamado Não entendo porque apontavam para mim Eu nunca fiz nada

Well I must have got some blood on my hands Because everybody's shouting at me I can't speak French so I couldn't explain And like a fool I started running away

Eu tenho um pouco de sangue nas mãos Porque todos estão gritando comigo Não falo francês então não pude explicar E, como um bobo, saí correndo

Murders in the Rue Morgue Someone call the Gendarmes Murder in the Rue Morgue Am I ever going to be free

Assassinatos na Rua Morgue Alguém chame a polícia Assassinatos na Rua Morgue Vou ser livre algum dia?

And now I've gotta get away from the arms of the law All France is looking for me

E agora tenho que fugir Dos braços da lei Toda França está procurando por mim

I've gotta find my way across the border for sure Down the South to Italy

Tenho que atravessar a fronteira No sul para a Itália

Murders in the Rue Morgue Running from the Gendarme Murders in the Rue Morgue I'm never going home

Assassinatos na Rua Morgue Alguém chame a polícia Assassinatos na Rua Morgue Nunca voltarei para casa

Well I made it to the border at last But I can't erase the scene from my mind Any time somebody stares at me Well I just started running blind

Finalmente cheguei na fronteira Mas não consigo apagar a cena de minha cabeça Sempre que alguém olha para mim Eu fecho os olhos e começo a correr

Well I'm running throught the shadows tonight Away from the staring eyes Any day they'll be looking for me Cause I know that I show the signs of...

Bem, estou correndo pelas sombras esta noite Longe dos olhos dos outros Qualquer dia eles vão estar procurando por mim Porque eu sei que vou mostrar os sinais de...

Murders in the Rue Morgue Running from the Gendarmes Murders in the Rue Morgue Runnin' from the arms of the law

Assassinatos na Rua Morgue Fugindo da polícia Assassinatos na Rua Morgue Fugindo dos braços da lei

Murders in the Rue Morgue Running from the Gendarmes Murders in the Rue Morgue Am I ever gonna be free

Assassinatos na Rua Morgue Fugindo da polícia Assassinatos na Rua Morgue Vou ser livre algum dia?

It took so long and I'm getting so tired I'm running out of places to hide Should I return to the scene of the crime Where the two young victims died?

Demorou tanto e estou ficando cansado Não tenho mais onde me esconder Devo voltar à cena do crime Onde as duas jovem garotas morreram?

If I could go to somebody to help It would get me out of trouble for sure But I know that it's on my mind That my doctor said I've done it before

Se eu pudesse pedir ajuda a alguém Não teria mais problemas Mas eu sei que isso está na minha cabeça Porque meu médico disse que eu já fiz isso antes

Murders in the Rue Morgue They're never gonna find me Murders in the Rue Morgue I'm never going home

Assassinatos na Rua Morgue Eles nunca vão me achar Assassinatos na Rua Morgue Nunca voltando para casa

(4/11) Another Life (3:24)

Outra Vida

As I lay here lying on my bed sweet voices come into my head. what it is I wanna know.

Enquanto fico aqui deitado em minha cama doces vozes vêm em minha cabeça O que é isso? Eu quero saber.

Please won' t you tell me it's got to go

Por favor não me diga que tem que ir

There' s a feeling that' s inside me telling me to get away but I' m so tired of living I might as well end today

Há um sentimento que está dentro de mim me dizendo para ir embora Mas estou tão cansado de viver eu devo terminar algum dia

(6/11) Innocent Exile (3:54)

Exílio Sem Culpa

My life is so empty Nothing to live for My mind is all confusion 'Cos I defied the law

Minha vida é tão vazia Nada por que viver Minha cabeça é só confusão Porque eu desafiei a lei

When you weren't there to help me I lost my mind and ran I never had no trouble Before this all began

Quando você não estava lá para me ajudar Eu perdi minha cabeça e corri Eu nunca tive problema Antes de tudo isso começar

My life is so empty Nothing to live for My mind is all confusion 'Cos I defied the law

Minha vida é tão vazia Nada por que viver Minha cabeça é só confusão Porque eu desafiei a lei

When you weren't there to help me I lost my mind and ran I never had no trouble Before this all began

Quando você não estava lá para me ajudar Eu perdi minha cabeça e corri Eu nunca tive problema Antes de tudo isso começar

I'm running away Nowhere to go I'm lost and tired And I just don't know

Eu estou fugindo Nenhum lugar para ir Estou perdido e cansado E simplesmente não sei

They say I killed a woman They know it isn't true They're just trying to frame me And all because of you Lord, I'm running

Dizem que matei uma mulher Sabem que não é verdade Eles apenas tentam me incriminar E tudo por sua causa Deus, estou fugindo

(7/11) Killers (5:02)

Assassinos

You walk through the subway, His eyes burn a hole in your back. A footstep behind you, He lunges prepared for attack

Você anda pelo subterrâneo Os olhos dele queimam um buraco nas suas costas Um passo atrás de você Ele investe preparando para atacar.

Scream for mercy, He laughs as he's watching you bleed. Killer behind you, His blood lust defies all his needs

Grite por misericórdia Ele ri enquanto te vê sangrar Assassino atrás de você Sua sede de sangue desafia todas as suas necessidades

My innocent victims

Minhas vítimas inocentes

Are slaughtered with wrath and despise, The mocking religion of hatred That burns in the night I have no-one, I'm bound to destroy All this greed. A voice inside me, Compelling to satisfy me

São massacradas com ira e despeito, A religião de ódio Que queima na noite. Eu não tenho ninguém, Estou fadado a destruir Todo esse sofrimento. Uma voz dentro de mim, Força a me satisfazer.

I can see, What a knife's meant to be. You'll never know, How I came to foresee. My faith in believing is stronger Than lifelines and ties, With the glimmer of metal My moment is ready to strike.

Eu percebo, Eu percebo o que a vida significa, Você nunca saberá, Como cheguei a prever Minha fé em acreditar é mais forte que os laços da vida e gravatas Com o lampejo do metal Minha hora é chegada.

The death call arises, A scream breaks the still of the night. Another tomorrow Remember to walk in the light.

Surge o chamado da morte, Um grito quebra o silêncio da noite. Outro amanhã Lembre-se de andar pela luz.

I have found you, And now there is no place to run. Excitement shakes me, Oh God help me what have I done. Yeah I've done it again!

Eu te encontrei, E agora não há para onde correr, Excitação me agita, Oh, Deus me ajude, o que eu fiz? É, eu fiz de novo!

He walks through the subway My eyes burn a hole through your back. A footstep behind you He lunges prepared for attack.

Você anda pelo subterrâneo Os olhos dele queimam um buraco nas suas costas Um passo atrás de você Ele investe preparando para atacar.

Scream for mercy, He laughs as he's watching you bleed. Killer behind you, My blood lust defies all my needs Look out I'm coming for you!

Grite por misericórdia Ele ri enquanto te vê sangrar Assassino atrás de você Minha sede de sangue desafia todas as minhas necessidades Cuidado, que eu vou atrás de você!

(8/11) Prodigal Son (6:13)

Filho pródigo

Listen to me, Lamia Listen to what I've got to say I've got these feelings And they won't go away I've got these fears inside That'll bring me to my knees

Me ouça, Lamia Ouça o que eu tenho a dizer Tenho esses sentimentos E eles não desaparecerão Tenho esses medos aqui dentro Que me porão de joelhos

Oh, help me Lamia Or I'm not sure I'll die, oh, please I feel unsettled, now I know that I've done wrong

Oh, me ajude, Lamia Ou não tenho certeza Eu irei morrer, oh, por favor Eu me sinto inseguro, agora eu sei que errei

I've messed around with mystic things And magic for far too long I feel I'm being paid with this nightmare inside me

Eu brinquei com coisas místicas E mágica, por muito tempo Eu sinto que tenho sido pago com este pesadelo dentro de mim

The devil's got a hold on my soul And he just won't let me be I'm on my knees, oh, help me, please Oh, Lamia, please, try to help me

O demônio tem domínio sobre minha alma E ele simplesmente não me deixa Estou de joelhos, oh, me ajude, por favor Oh, Lamia, por favor, tente me ajudar

The devil's got a hold on my soul And he won't let me be Lamia I've got this curse, I'm turning to bad The devil's got a hold on my soul And it's driving me mad

O demônio tem domínio sobre minha alma E ele não me deixará em paz Lamia, eu trago esta maldição, estou me tornando mau O demônio domina minha alma E isto me deixa louco

(9/11) Purgatory (3:20)

Purgatório

Thinking of an age old dream, Places I have never seen. Fantasies lived times before, I split my brain, melt through the floor.

Pensando em um velho sonho da velhice, lugares que nunca vi Fantasias vividas em tempos passados Eu despedaço meu cérebro, se espalha pelo chão

Over clouds my mind will fly, Forever now I can't think why, My body tries to leave my soul, Is it me? I just don't know.

Sobre nuvens minha mente irá voar para sempre, agora não entendo porque Meu corpo tenta abandonar minha alma Ou sou eu? Eu não sei

Memories rising from the past, The future shadows overcast. Something's clutching at my head, Through the darkness I'll be led.

Memórias renascendo do passado, a sombra do futuro nublado Alguma coisa aperta minha cabeça, pelas trevas serei guiado

Oh another time, another place, Oh well another smile on another face. When you see me floating up beside you, You get the feeling that all my love's inside of you.

Outro tempo, outro lugar Outro sorriso em outra face Quando você me olhar flutuando ao seu lado Você sentirá que todo meu amor está dentro de você

Please take me away, Take me away, So far away.

Por favor me leve, Me leve, Para longe

(10/11) Twilight Zone (2:34)

Zona do Crepúsculo

She lays in bed at night and that is when I make my call. But when she stares at me, she can't see nothing at all, Because you see I can't take no shape or form. It's been three long years since I've been gone.

Ela repousa na cama de noite e é quando eu faço meu chamado Mas quando ela me encara, ela não pode ver nada realmente Porque, você sabe eu não posso ter contornos ou aparência Faz três longos anos desde que eu desapareci

I can't get used to purgatory you know it really makes me cry, I'll never know the reason why I had to go.

Não posso me acostumar ao purgatório você sabe que isso me faz chorar Eu nunca saberei por qual razão eu tive que ir

I'm crying, Deep inside me, Can't you see me? Can't you see me?

Estou chorando Bem dentro de mim Você não pode me ver? Você não pode me ver?

I'm looking forward to her spirit coming over to me. I feel so tempted to bring her over to see, Just what it's like to be hanging on the other side. I feel so lonely, it's a long time since I died.

Eu estou ansioso para que o espírito dela venha até mim Eu me sinto tentado a pegá-la e ver como é Como deve ser estar preso no outro lado Eu me sinto tão só, faz tanto tempo desde que morri

I try to show her that she's never gonna be alone, Because my spirit is imprisoned in the Twilight Zone.

Eu tento mostrá-la que ela nunca estará sozinha Porque meu espírito está aprisionado na zona do crepúsculo

I'm crying, Deep inside me, Can't you hear me? Can't you see me?

Estou chorando Bem dentro de mim Você não pode me ver? Você não pode me ver?

(11/11) Drifter (4:51)

Flutuador

Look out now baby won't you take me away, Sitting here I think it's gonna be a new day.

Olhe agora, baby, você não vai me levar embora? Sentando aqui penso que será um novo dia

Gonna get my song 'til I can't go on, Gonna keep on roaming gotta sing my song.

Vou pegar minha música até não poder mais Vou continuar vagando vou cantar minha música

What you feeling when you hold me tight, Gonna cuddle up to you tonight. Gonna get you feeling so secure. Listen child, don't you see there's a cure. Anywhere got to get you away, Feels so good, think it's gonna be a new day.

O que você sente quando me abraça apertado? Vou aconchegar em voce hoje à noite, vou te fazer sentir tão segura Ouça, criança, não vê que existe uma cura? Em qualquer lugar, te levar para longe É tão bom, acho que vai ser um novo dia.

Gonna get my song 'til I cant go on, Gonna keep on roaming gotta sing my song.

Vou pegar minha música até não poder mais Vou continuar vagando vou cantar minha música

What you feeling when you hold me tight, I wanna cuddle up to you tonight. Gonna get you feeling so secure. Listen child, don't you see there's a cure. Anywhere got to get you away, Feels so good, think it's gonna be a new day.

O que você sente quando me abraça apertado? Vamos nos acariciar hoje à noite, vou te fazer sentir tão segura Ouça, criança, não vê que existe uma cura? Algum lugar onde você ache seu caminho. É tão bom, acho que vai ser um novo dia.

Gonna get my song 'til I cant go on, Gonna keep on roaming gotta sing my song.

Vou pegar minha música até não poder mais Vou continuar vagando vou cantar minha música

Gonna sing my song yeah, And it won't take long. Gonna sing my song yeah, Won't you sing along. I wan't you to sing it, sing it, sing it, sing it along.

Vou cantar minha canção yeah, E não vai demorar muito. Vou cantar minha canção yeah, Você não vai cantar junto? Eu quero que você cante, Cante, cante, cante, cante bastante.

THE IDES OF MARCH: apesar de ser uma música instrumental, Ides of March (Idos de Março) era uma expressão usada pelo antigo império romano para referir o 15° dia de cada mês, muito provavelmente usado para marcar a lua cheia. A palavra ides vem do latim “Idus”que quer dizer metade (usada para datas e calendários). Os Idos de Março também ficaram conhecidos por terem sido festejados e dedicados à Marte, o deus romano da guerra. No calendário romano então, os “Idos de Março” correspondia ao dia 15, data em que Julio Cesar foi traído e assassinado pelos senadores romanos, em 44 AC (de acordo com Plutarco, foram 23 facadas e 60 foram os conspiradores liderados por Brutus e Cássio). "Beware of Ides of March" (Cuidado com os Idos de Março), é o que um vidente teria dito a Julio Cesar, dias antes de sua morte. Claro, nas palavras de Shakespeare! (em A Tragédia de Julio Cesar, 1599)

WRATHCHILD: pode ser interpretada como a história do filho de uma prostituta procurando pelo seu pai. Uma nova expressão para son of a bitch! A criança está com raiva e procurando por todo lugar. Quem não estaria?!

MURDERS IN THE RUE MORGUE: nome de um conto de Edgard Allan Poe, escritor estadunidense nascido em Boston (1809-1849), um dos precursores da ficção científica moderna. Este conto fala sobre assassinatos de mulheres na rua Morgue, uma rua fictícia (pelo menos não achei no google mapas!). O investigador Durpin é quem desvenda estes crimes.

ANOTHER LIFE e INNOCENT EXILE: parecem seguir a história da música anterior. Na primeira, uma voz pede para morrer, e na outra o personagem foge por ser acusado de um crime que não cometeu.

GENGHIS KHAN: não fala de nada (talvez por ser instrumental!), porém tem muita história. O Cã dos Clãs, Temujin (1162-1227), foi o maior conquistador de terras da história. Morreu dizendo não ter atingido seu verdadeiro objetivo: faltou tempo suficiente para conquistar todo o mundo!

KILLERS: fala sobre as sensações de um serial killer sedento por sangue.

PRODIGAL SON: tem uma conotação cristã e de mitologia Grega. Na música, o personagem fala para Lâmia que cometeu muitos erros, foi possuído por Lu (vulgo capeta) e estava tornando-se mau. Na bíblia, em Lucas 15 11:32, há a Parábola do Filho Pródigo, que é parecido com o que está na letra: um filho que tinha tudo, gasta com bebidas, mulheres e Texas Hold'em e volta arrependido para a casa do pai. Lâmia por sua vez, era filha de Posêidon e rainha da Líbia. Estava tudo bem na vida dela, até ela conhecer Zeus (o Deus safadão). Como de costume, Zeus a "persuadiu" e eles tiveram muitos filhos. Um belo dia, Hera descobriu o novo casinho do maridão, matou as crianças de

Lâmia, fez com que os olhos dela jamais se fechassem, algumas versões dizem que Hera a transformou em um monstro. Lâmia ficou louca e começou a devorar crianças. Zeus, penalizado, deu a ela a habilidade de tirar os próprios olhos para que ela sofresse menos com o que teria que ver.

PURGATORY: é um remake de uma música que o Maiden já tinha. O purgatório, segundo a lenda cristã, não é bem um lugar, mas uma condição temporária de sofrimento pós-morte para alcançar a salvação.

TWILIGHT ZONE: tem relação com as demais quando ele diz que quer sair do purgatório, que ele, morto, chama por ela e espera que ela morra logo, pois ele está tão só... Eta amor doentio, meu! O termo técnico pra isso não seria encosto?!

DRIFTER: encerra este grande álbum, com um toque de esperança nos novos dias e novas aventuras. Ufa, ainda bem! (texto de: Ricardo Heavyrick, [2])

1982

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.

Invaders Children of the Damned The Prisoner 22 Acacia Avenue The Number of the Beast Run to the Hills Gangland Total Eclipse Hallowed Be Thy Name

Harris, Smith Harris, Smith

Smith, Clive Burr Harris, Murray, Burr

3:22 4:33 6:00 6:34 4:49 3:50 3:47 4:28 7:10

The Number of the Beast é o terceiro álbum de estúdio da banda. Foi lançado em março de 1982 pela EMI e Capitol Records. The Number of the Beast marcou a estreia do novo vocalista Bruce Dickinson, que entrou para o lugar de Paul Di'Anno, e o último álbum com o baterista Clive Burr. Recebeu um considerável sucesso comercial e critico, um marco da banda, visto tornar-se o seu primeiro álbum a alcançar a posição #1 nas vendas. Contém algumas das mais famosas canções do grupo, como "The Number of the Beast" e "Run to the Hills", com a segunda a ser o primeiro single da banda a entrar no Top 10 no Reino Unido. Particularmente nos Estados Unidos, o álbum criou grande controvérsia por utilizar temáticas religiosas em algumas das composições e na arte da capa, o que acabou por trazer uma espécie de publicidade gratuita para a banda, alavancando ainda mais o seu sucesso. Elevou o IRON MAIDEN ao patamar de mega-banda e tornou-se um verdadeiro marco para a história da música pesada em geral. Daqui saíram alguns dos maiores clássicos da banda, como "Run to the Hills", "Hallowed be thy Name" e a própria "The Number of the Beast". Já na primeira faixa, "Invaders", a banda mostra à que veio. O entrosamento das guitarras de Adrian Smitth e Dave Murray é monstruoso, Clive Burr se mostrava cada vez mais preciso e agressivo, Steve Harris já se tornava um dos maiores baixistas do Heavy Metal, com sua técnica apurada, velocidade e feeling estonteantes, e Bruce Dickinson mostra que definitivamente vinha para ficar, sua interpretação e personalidade davam vida as letras de Harris, e sua técnica vocal deu mais liberdade criativa aos demais músicos. A letra fala sobre uma batalha entre Vikings e Saxões, na qual os Vikings saíram vitoriosos. Na semi-balada "Children of the Damned", Dickinson é o destaque, seu alcance vocal é impressionante. A forma que a música vai crescendo e se tornando poderosa é sua principal característica. Uma letra forte contrasta com uma canção cheia de melodias, tanto nas guitarras quanto no baixo. "The Prisioner", é um verdadeiro petardo. Direta e com um refrão grudento cantado com o apoio dos backing vocals, ela pega o ouvinte de surpresa com sua levada mais Hard, sem muitas frescuras. O baixo de Harris novamente impressiona com sua versatilidade. Sua letra é baseada na série de mesmo nome, inclusive tendo sua introdução tirada de um diálogo da mesma. "22 Acacia Avenue" é a mais pesada do álbum e a melhor (na minha opinião), figurando facilmente entre as melhores da banda. O riff inicial é empolgante, e o solo melancólico de Adrian Smith está entre os melhores da história da banda. A letra também é marcante e fala novamente sobre a prostituta Charlotte, já citada na música "Charlotte the Harlot", do primeiro disco. Uma música empolgante do inicio ao fim, onde todos os músicos se destacam individual e coletivamente.

"The Number of the Beast" é uma das músicas mais importantes da história da banda. Apesar de uma letra não tão interessante, ela causou polêmica na época. Por causa do álbum e desta música, a banda foi acusada de incitar o culto ao demônio, quando tudo não passava de diversão para os músicos, que aproveitavam o marketing gerado pelas críticas de forma a venderem ainda mais cópias do álbum. A introdução narrada por Barry Clayton é um dos pontos altos nos shows da banda, e o riff inicial também é um dos mais conhecidos do Heavy Metal. "Run to the Hills", o maior 'hit' do álbum e presença confirmada em todos os shows da banda, especialmente no 'bis'. A famosa levada de bateria e riffs que introduzem a música chamam a atenção já de cara, o refrão é daqueles que não saem da cabeça, mas o ritmo galopante imposto por Harris e Burr ao restante da música é que a tornam incrivelmente empolgante. A letra fala sobre a invasão da América do Norte pelos europeus e a morte dos índios que lá habitavam. "Gangland" é a que menos se destaca, pois soa um pouco forçada, mas possui um refrão interessante e melhora com o decorrer da música. Essa faixa poderia ter sido facilmente substituída por Total Eclipse, que ficou deixada como lado B de um Single, como sobra de estúdio. "Total Eclipse" é uma música bastante cadenciada, mas não menos empolgante o restante do álbum. A música dá uma acelerada em certo momento, mas Dickinson a torna realmente interessante com sua interpretação por volta de 3 minutos e 5 segundos de execução. O desfecho se dá com a épica "Hallowed be thy Name", outro grande clássico onde Harris pela primeira vez apresenta um estilo que adotaria, muitas outras vezes, em álbuns mais recentes da banda: introdução lenta seguida de uma música bombástica. Porém, nesta primeira experiência neste estilo, tudo se encaixa na medida certa, tornando-a uma das músicas preferidas dos fãs. A letra é magnífica, demonstrando mais este talento incrível da dupla Harris e Dickinson, e conta a história de um homem prestes a ser mandado para a forca. Enfim, um dos álbuns mais completos e importantes da história do MAIDEN e da música pesada em geral. Obrigatório na discografia de qualquer fã de Heavy Metal. [1]

(1/9) Invaders (3:22)

Invasores

Longboats have been sighted the evidence of war has begun Many Nordic fighting men their swords and shields all gleam in the sun Call to arms defend yourselves get ready to stand and fight for your lives Judgement day has come around so be prepared don't run stand your ground

Galeras foram avistadas A evidência de uma guerra se iniciou Muitos guerreiros nórdicos Suas espadas e escudos brilham ao sol Corram às armas, defendam-se Preparem-se para resistir e lutar por suas vidas O dia do julgamento chegou Entao prepare-se, não corra, defenda sua terra

They're coming in from the sea They've come the enemy Beneath the blazing sun The battle has to be won Invaders... Pillaging Invaders... Looting

Eles estão vindo do mar Eles estão vindo, o inimigo Sob o sol brilhante A batalha tem de ser vencida Invasores... pilhando Invasores... saqueando

Set ablaze the camp fires alert the other men from inland Warning must be given there's not enough men for a stand

Coloquem fogo nos campos Alertem os outros homens do interior O aviso deve ser dado Não existem homens suficientes para resistir

The Vikings are too many too powerful to take on our own We must have reinforcements we cannot fight this battle alone

Os vikings são muitos Muito poderosos para sozinhos os enfrentarmos Nós temos de ter reforços Nós não podemos lutar esta batalha sozinhos

They're coming over the hill They've come to attack They're coming in for the kill There's no turning back Invaders... Fighting Invaders... Marauding

Eles estão vindo das colinas Eles estão vindo para atacar Eles estão vindo para a matança Não há como voltar Invasores... lutando Invasores... saqueando

Axes grind and maces clash as wounded fighters fall to the ground Severed limbs and fatal woundings bloody corpses lay all around The smell of death and burning flesh The battle weary fight to the end The Saxons have been overpowered victims of the mighty Norsemen

Machados trituram e maças se chocam Enquanto guerreiros feridos caem ao chão Membros decepados e cadáveres Cadáveres sangrentos fatalmente por todos os lados O cheiro de morte e carne queimada A batalha caminha para o fim Os saxões foram derrotados Pelos poderosos homens do norte

You'd better scatter and run The battle's lost and not won You'd better get away To fight another day Invaders... Raping Invaders... Plundering

Melhor se separarem e correrem A batalha foi perdida e não vencida Vocês devem fugir Para lutar um outro dia Invasores... estuprando Invasores... saqueando

(2/9) Children Of The Damned (4:33)

Filhos da condenação

He's walking like a small child But watch his eyes burn you away Black holes in his golden stare God knows he wants to go home Children of The Damned …

Ele está andando como uma pequena criança Mas veja os olhos dele queimarem você Buracos negros em seu olhar dourado Deus sabe que ele quer ir para casa Filhos da condenação ...

He's walking like a dead man If he had lived he would have crucified us all Now he's standing on the last step He thought oblivion, well it beckons to us all Children of The Damned …

Ele está andando como um homem morto Se ele tivesse vivido teria crucificado a todos nós Agora ele está parado no último degrau Ele esquece de tudo e acena a nós todos Filhos da condenação ...

Now it's burning his hands, he's turning to laugh Smiles as the flames sear his flesh Melting his face, screaming in pain Peeling the skin from his eyes Watch him die according to plan He's dust on the ground, what did we learn

Agora que queima sua mão, ele se vira para rir Sorri enquanto a chama consome sua carne Derretendo sua face que grita de dor Arrancando a pele de seus olhos Veja-o morrer de acordo com o plano Ele é poeira no chão, o que nós aprendemos?

You're Children of The Damned

Vocês são filhos da condenação

Your back's against the wall You turn into the light You're burning in the night You're Children of The Damned Like candles watch them burn Burning in the light You'll burn again tonight You're Children of The Damned

Suas costas estão contra a parede Vocês vieram para a luz Vocês estão queimando na noite Vocês são filhos da condenação Como velas veja-os queimarem Queimando na luz Vocês irão queimar novamente hoje à noite Vocês são filhos da condenação

(3/9) The Prisoner (6:00)

O Prisioneiro

We want information, information, information Who are you? The new number two. Who´s number one? You are number six. I´m not a number ya. I´m a free man! Hahahahaha!

Queremos informação, informação, informação Quem é você? O novo número dois. Quem é o número um? Você é o número seis. Eu não sou um número. Eu sou um homem livre! Hahahahaha!

I'm on the run, I'll kill to eat, Starving now, feeling dead on my feet. Going all the way, I'm nature's beast. Do what i want, I do as i please.

Correndo, matar para comer Você está faminto, morto embora de pé Se tornando um animal Faça o que quero e como peço

Run, you've gotta fight, to breathe, it's tough. Now you see me, now you don't. Break the walls, I'm coming out.

Corra, lute, respirar é difícil Agora você me vê, agora não Quebre as paredes, eu estou saindo

I'm not a prisoner, I'm a free man, And my blood is my own now. Don't care where the past was, I know where I'm going...out.

Eu não sou um prisioneiro, sou um homem livre E meu sangue me pertence agora Não importa onde estava o passado Eu sei para onde estou indo... para fora

If you kill me, it's self defence. If I kill you, then I call it vengeance. Spit in your eye, I will defy. You'll be afraid when I call out your name.

Se você me matar é defesa própria Se eu te matar eu chamo isso de vingança Cuspo no seu olho, eu desafio Você vai estar com medo quando eu chamar o seu nome

Run, you've gotta fight, to breathe, it's tough. Now you see me, now you don't. Break the walls, I'm coming out.

Corra, lute, respirar é difícil. Agora você me vê, agora não Quebre as paredes, eu estou saindo

I'm not a prisoner, I'm a free man, And my blood is my own now. Don't care where the past was, I know where I'm going.

Eu não sou um prisioneiro, sou um homem livre E meu sangue me pertence agora Não importa onde estava o passado Eu sei para onde estou indo.

I'm not a number, I'm a free man, I'll live my life how i want to. You'd better scratch me from your black book,

Eu não sou um número, eu sou um homem livre Eu vou viver minha vida como eu quiser Você deve me riscar do seu livro preto

'Cause I'll run rings around you.

Porque eu vou andar em círculos a sua volta

(4/9) 22 Acacia Avenue (6:34)

Avenida Acacia, 22

If you're feeling down depressed and lonely I know a place where we can go 22 acacia avenue meet a lady that I know So if you're looking for a good time And you're prepared to pay the price Fifteen quid is all she asks for Everybody's got their vice

Se você está se sentindo por baixo deprimido e sozinho Eu conheço um lugar aonde podemos ir Avenida Acacia 22 encontrar uma dama que conheço Então se você está em busca de um bom momento E você está preparado para pagar o preço Quinze libras é tudo que ela pede em troca Todo mundo tem seu vício

If you're waiting for a long time for the rest to do their piece You can tell her that you know me and you might even get it free So any time you're down the east end don't you hesitate to go You can take my honest word for it she'll teach you more than you can know

Se você está esperando por um longo tempo os outros acabarem Você pode dizer a ela que você me conhece e talvez você leve de graça Então toda vez que estiver no lado oeste não hesite em ir Você tem minha palavra de honra ela vai te ensinar mais do que você pode saber

Charlotte can't you get out from all this madness Can't you see it only brings you sadness When you entertain your men don't know the risk of getting disease

Charlotte você não pode se afastar de toda essa loucura? Não consegue ver que isto só te traz tristeza? Quando você distrai seu homens não sente o risco de pegar doenças?

Some day when you're reaching the age of forty I bet you'll regret the days when you were laying Nobody then will want to know You won't have any beautiful wares to show any more

Algum dia quando você chegar a idade de 40 anos Aposto que você vai lamentar os dias Quando estava mentindo Então ninguém mais vai querer saber Você não terá mais coisas bonitas para mostrar nunca mais

22, the avenue that's the place where we all go You will find it's warm inside the red Lights burning bright tonight

22, a avenida que é o lugar onde todos vamos Você vai achar aconchegante lá dentro as luzes vermelhas brilhando à noite

Charlotte isn't it time you stopped this mad life Don't you ever think about the bad times Why do you have to live this way Do you enjoy your lay or is it the pay

Charlotte, não é hora de você parar com essa vida louca Você nunca pensa nos tempos ruins? Porque você tem de viver desta forma? Você gosta de sua vida ou é pelo dinheiro?

Sometimes when your strolling down the avenue The way you walk it make men think of having you When you're walking down the street Everybody stops and turns to stare at you

Algumas vezes quando você passeia Avenida abaixo Seu jeito de andar faz os homens pensarem em tê-la Quando você está andando pelas ruas Todos param e se voltam para observar você

22, the avenue that's the place where we all go You will find it's warm inside the red Lights burning bright tonight

22, a avenida que é o lugar onde todos vamos Você vai achar aconchegante lá dentro as luzes vermelhas brilhando à noite

Beat her mistreat her do anything that you please Bite her excite her make her get down on her knees Abuse her misuse her she can take all that you've got Caress her molest her she always does what you want

Bata nela, maltrate-a, faça qualquer coisa que quiser Morda ela, excite-a, faça-a ficar de joelhos Abuse dela, use-a, ela pode te dar tudo o que você quiser Acaricie-a, moleste-a, ela sempre faz o que você quer

You're running away don't you know what you're doing Can't you see it'll lead you to ruin Charlotte you've taken your life and you've thrown it away

Você está fugindo, não percebe o que esta fazendo? Não consegue ver que isto levará você à ruína? Charlotte você teve a sua vida e a desperdiçou

You believe that because what you're earning Your life's good don't you know that you're hurting All the people that love you don't cast them aside All the men that are constantly drooling It's no life for you stop all that screwing You're packing your bags and you're coming with me

Você acredita nisso porque é o que tem ouvido Sua vida é boa, não sabe que está machucando Todas as pessoas que te amam, não os deixe de lado Todos os homens que estão constantemente gracejando Não é vida para você, pare com toda essa maluquice Você faz suas malas e você vem comigo

(5/9) The Number Of The Beast (4:49)

O Número da Besta

"Woe to you, oh, earth and sea For the devil sends the beast with wrath Because he knows the time is short Let him who hath understanding reckon The number of the beast for it is a human number Its number is six hundred and sixty six"

"Ai de vós, oh, terra e mar Pois o demônio envia a besta com ódio Porque ele sabe que o tempo é curto Deixe aquele que compreende reconhecer O número da besta porque é um número humano Seu número é seiscentos e sessenta e seis"

I left alone, my mind was blank I needed time to think to Get the memories from my mind

Saí sozinho, minha mente estava vazia Precisava de tempo para pensar e para Tirar as memórias de minha mente

What did I see, can I believe That what I saw that night was real And not just fantasy

O que eu vi, posso acreditar? Que aquilo que vi naquela noite era real E não apenas fantasia

Just what I saw, in my old dreams Were they reflections of my warped mind Staring back at me

O que eu vi, nos meus sonhos antigos Eram reflexos da minha mente distorcida Olhando para mim

'Cause in my dreams, it's always there The evil face that twists my mind and brings Me to despair

Porque nos meus sonhos, está sempre lá A face do mal que retorce minha mente e Me leva ao desespero

The night was black, was no use holding back 'Cause I just had to see, was someone watching me In the mist, dark figures move and twist Was all this for real, or just some kind of hell 666, the number of the beast Hell and fire was spawned to be released

A noite estava negra, não dava para se esconder Porque eu tinha que ver, alguém me observando Na névoa, formas escuras se moviam e se retorciam Tudo isso era real, ou só algum tipo de inferno? 666, o número da besta Inferno e fogo nasceram para serem liberados

Torches blazed and sacred chants were praised As they start to cry Hands held to the sky In the night, the fires are burning bright The ritual has begun, satan's work is done 666, the number of the beast Sacrifice is going on tonight

Tochas queimadas e cânticos sagrados foram louvados Como eles começam a chorar, Mãos erguidas ao céu Noite adentro, os fogos queimam brilhantemente O ritual começou, o trabalho do satanás estava feito 666, o número da besta Sacrifício está ocorrendo esta noite

This can't go on, I must inform the law Can this still be real or just some crazy dream But I feel drawn towards the chanting hordes They seem to mesmerize Can't avoid their eyes 666, the number of the beast 666, the one for you and me

Isto não pode continuar, devo informar a lei Pode ainda ser real ou apenas um sonho louco? Mas me sinto atraído pelas hordas que cantam o mal Elas parecem hipnotizar Não posso evitar seus olhos 666, o número da besta 666, o único pra você e pra mim

I'm coming back, I will return And I'll possess your body and I'll make you burn I have the fire, I have the force I have the power to make my evil take it's course

Estou voltando, vou retornar Possuirei seu corpo e o farei queimar Eu tenho fogo, tenho o poder Eu tenho o poder para fazer o meu mal seguir adiante

(6/9) Run To The Hills (3:50)

Corram Para As Colinas

White man came across the sea He brought us pain and misery He killed our tribes, he killed our creed He took our game for his own need

O homem branco veio pelo mar Nos trouxe dor e miséria Matou nossas tribos, matou nossas crenças Levaram nossa caça para sua própria necessidade

We fought him hard, we fought him well Out on the plains, we gave him hell But many came, too much for Cree Oh, will we ever be set free?

Nós lutamos duramente, nós lutamos bem Nas planícies, demos-lhe o inferno Mas muitos vieram, demais para Cree Oh, será que algum dia estaremos livres?

Riding through dustclouds and barren wastes Galloping hard on the plains Chasing the redskins back to their holes Fighting them at their own game Murder for freedom, a stab in the back Women and children and cowards attack

Cavalgando por nuvens de poeira e desertos áridos Galopando bravamente pelas planícies Perseguindo os peles-vermelhas de volta em seus buracos Combatendo-os em sua próprio jogo Assassine pela liberdade, uma apunhalada nas costas Mulheres, crianças e covardes atacam

Run to the hills, run for your lives Run to the hills, run for your lives

Corram para as colinas, corram por suas vidas Corram para as colinas, corram por suas vidas

Soldier blue in the barren wastes Hunting and killing for game Raping the women and wasting the men The only good Indians are tame Selling them whisky and taking their gold Enslaving the young and destroying the old

Soldado azul nos desertos áridos Caçando e matando por diversão Estuprando as mulheres e arruinando os homens Os únicos índios bons estão domados Vendendo uísque e levando o seu ouro Escravizando os mais jovens e matando os velhos

Run to the hills, run for your lives …

Corram para as colinas, corram por suas vidas ...

(7/9) Gangland (3:47)

Gangland

Shadows may hide you but also may be your grave. You're running today maybe tomorrow you'll be saved. You pray for daylight to save you for a while. You wonder if your children will face the killer's smile.

Sombras podem esconder, mas também podem ser sua sepultura. Você está correndo hoje talvez amanhã você seja salvo. Você reza para que a luz do dia te salve por algum tempo. Você se pergunta se seus filhos verão o sorriso do assassino.

Dead men - tell no tales, In Gangland - murder's up for sale. Dead men - tell no tales, In Gangland – where the jailbirds die.

Homens mortos - não contam histórias Em Gangland - assassinatos a venda Homens mortos - não contam histórias Em Gangland – onde passaros engaiolados morrem

Face at the window leers into your own. But it's only your reflection, still you tremble in your bones. How long can you hide? How long 'til they come? A rat in a trap but you've got to survive.

Olhe para a janela e veja dentro de ti Mas é apenas seu reflexo, mesmo que você tenha tremido. Quanto tempo você pode se esconder? Quanto tempo até eles chegarem? Um rato em uma armadilha mas você tem de sobreviver

Once you were glad to be free for a while. The air tasted good and the world was your friend.

Uma vez você estava feliz por estar livre algum tempo O ar cheirava bem e o mundo era seu amigo

Then came the day when the hard times began. Now you're alone but alive for how long?

Depois veio o dia em que os tempos ruins começaram Agora você está só mas vivo por quanto tempo?

A knife at your throat, another body on the pile. A contract to keep and it's service with a smile. Murder for vengeance or murder for gain. Death on the streets or a blacked out jail.

Uma faca em sua garganta, outro corpo na pilha Um contrato para manter e é feito com um sorriso Assassinato por vingança ou assassinato por lucro Morte nas ruas ou uma cela escura

Dead men - tell no tales, In Gangland - murder's up for sale. Dead men - tell no tales, In Gangland – where the jailbirds die.

Homens mortos - não contam histórias Em Gangland - assassinatos a venda Homens mortos - não contam histórias Em Gangland – onde passaros engaiolados morrem

In Gangland you tell no tales

Em Gangland você não conta mentiras

(8/9) Total Eclipse (4:28)

Eclipse Total

Cold as steel the darkness waits it's hour will come. A cry of fear from our children worshipping the sun. Mother nature's black revenge on those who waste her life. War babies in the garden of Eden, Shall turn our ashes to ice.

Fria como aço a escuridão espera, sua hora vai chegar Um grito de medo dos escolhidos que adoram o sol A negra vingança da Mãe Natureza Direcionada para quem disperdiça a vida dela Bebês de guerra no Jardim do Eden Irão transformar nossas cinzas em gelo.

Sunrise has gone freezing up the fires. Sunrise has gone numbing our desires.

O sol não nasceu, congelando todos os fogos O sol não nasceu, paralisando todos os desejos

Around the world the people stop, With terror stricken eyes. A shadow cast upon them all, To crush them like a fly. In the icy rain and whiplashed seas, There's nowhere left to run. The hammer blows of winter fall like a hurricane.

Ao redor do mundo as pessoas param com o terror nos olhos Uma sombra ao redor de todos para apanhá-los como moscas Na chuva de gelo e mares agitados não existe lugar para correr Uma martelante queda do inverno acontece como um furacão

Around the world the nations wait, For some wise word from their leading light. You know it isn't only madmen who listen to fools. Is this the end, the millions cried, Clutching their riche as they died. Those who survive must weather the storm.

Ao redor do mundo as nações esperam Por algumas palavras sábias da liderança Você sabe que não são apenas loucos que ouvem os idiotas Será o fim? Milhões gritaram Agarrando-se às suas riquezas enquanto morriam. Os que sobreviverem devem vencer a tempestade

Gone are the days when man

Acabados estão os dias em que os homens

looked down. They've taken away his sacred crown. To be set free, it took so long. It's not journeys' end, it's just begun.

olhavam para baixo Eles retiraram a coroa sagrada Para serem livres, isso demorou tanto Não é o fim da jornada, é apenas o início.

(9/9) Hallowed Be Thy Name (7:10)

Santificado Seja Vosso Nome

I'm waiting in my cold cell, when the bell begins to chime Reflecting on my past life and it doesn't have much time 'Cause at 5 o'clock they take me to the gallows pole The sands of time for me are running low

Aguardo em minha fria cela, quando o sino começa a soar Reflito sobre minha vida passada e já não há mais tanto tempo Pois às 5 em ponto eles me levarão para a forca As areias do tempo para mim estão se esgotando

When the priest comes to read me the last rites I take a look through the bars at the last sights Of a world that has gone very wrong for me

Quando o padre vem me ler os ritos finais Eu dou uma olhada através das grades numa última visão De um mundo que deu muito errado para mim

Can it be that there's some sort of error Hard to stop the surmounting terror Is it really the end, not some crazy dream?

Será que pode ter havido algum tipo de erro? É difícil controlar o terror que me vence Será realmente o fim, e não um sonho louco?

Somebody please tell me that I'm dreaming It's not so easy to stop from screaming But words escape me when I try to speak Tears flow but why am I crying After all I'm not afraid of dying Don't I believe that there never is an end

Alguém por favor me diga que estou sonhando Não é tão fácil parar de gritar Mas palavras me escapam quando tento falar Lágrimas rolam, mas porque estou chorando? Afinal eu não tenho medo de morrer Não acredito eu que nunca há um fim?

As the guards march me out to the courtyard Somebody cries from a cell "god be with you" If there's a god then why has he let me go?

Enquanto os guardas me conduzem ao pátio Alguém grita de uma cela "Deus esteja com você" Se existe um Deus, porque ele me deixa morrer?

As I walk all my life drifts before me Though the end is near I'm still not sorry Catch my soul, it's willing to fly away

À medida que ando minha vida passa diante de mim Apesar do fim estar próximo não me arrependo Segure minha alma, pois ela está prestes a voar

Mark my words please believe my soul lives on Please don't worry now that I have gone I've gone beyond to see the truth

Escreva minhas palavras acredite, minha alma ainda vive Não se preocupe agora que eu me fui Pois fui ao além para ver a verdade

When you know that your time is close at hand Maybe then you'll begin to understand Life down here is just a strange illusion

Quando você souber que sua hora está chegando Talvez então você comece a entender Que a vida aqui embaixo é apenas uma estranha ilusão

Hallowed be thy name

Santificado seja o vosso nome

Este é um dos melhores álbuns de heavy metal do planeta (diria da Via Láctea e adjacências!) de todos os tempos. Uma pequena mudança na banda acontece. Pequena mesmo, o inglesinho de 1,68m, Paul Bruce Dickinson entra no lugar de Paul Di'Anno. E a história da música passa a existir como AB/DB! INVADERS: fala sobre a invasão dos Vikings na Inglaterra. Os Vikings são uma antiga civilização nórdica, da escandinávia (Suécia, Noruega e Dinamarca). Além de colonizadores e comerciantes, eram também conquistadores e engajaram-se na conquista dos demais territórios europeus como a França, Bretanha e ilhas do Atlântico Norte, tendo seu apogeu nos séculos VIII e IX. Os ataques dos Vikings, principalmente os dinamarqueses, contra os ingleses, começaram por volta do ano de 793. Tomaram vários reinos ingleses, ficaram por ali e passaram a comercializar. A área inglesa sob domínio dinamarquês era chamada de Danelaw, onde as leis dinamarquesas prevaleciam. Depois disso foi aquela velha bagunça de povo conquistando povo: os ingleses recuperaram o território, depois perderam de novo para os dinamarqueses que depois perderam para os normandos (que eram vikings franceses por assim dizer). CHILDREN OF THE DAMNED: é resultado de duas obras televisivas vistas por Harris, “Village of the Damned” e “Children of the Damned”, filme de ficção científca lançado em 1964 pelo diretor Anton Leader, que tratam de crianças com poderes psíquicos. Dizem também que Bruce Dickinson afirmou, em seu antigo programa na Radio 6 BBC, ser esta música inspirada pela faixa “Children of the Sea”, do Black Sabbath na fase Ronnie James Dio. THE PRISONER: baseada em uma série de TV dos anos 60, estrelada por Patrick McGoohan. Na série, o agente abandona o serviço secreto britânico e é preso quando chega em casa. Ele é levado para “The Village” onde os nomes são trocados por números. Ele é o número 6. Na medida que o sujeito avança na hierarquia, seu número diminui até o 1, que manda no lugar. A intro da música "We want information, information, information Who are you? The new number two. Who´s number one? You are number six. I´m not a number ya. I´m a free man! Hahahahaha!" faz parte do segundo capítulo do seriado, The Chimes Of Big Ben. 22 ACACIA AVENUE: segue com a saga da prostituta Chartlotte, que começou lá no primeiro álbum. Acacia Avenue dá nome para mais de 60 ruas no Reino Unido. A Acacia Road mais próxima onde Steve Harris nasceu, Leytonstone, fica em Hornchurch. THE NUMBER OF THE BEAST: para entender a motivação que levaria o Iron Maiden a escrever uma música mencionando um ritual satânico sem muito rodeio, precisamos voltar um pouco no tempo. Os anos 70 foram os anos do rock progressivo. Era o ápice do eruditismo no rock. Bandas como Pink Floyd e Jethro Tull incorporavam temas e instrumentos eruditos em suas músicas conceituais. Paralelamente, o Hard Rock e o Heavy Metal estavam consolidados na imagem de Bandas como o Led Zeppelin e o Deep Purple. Não é incomum na arte que um novo estilo seja radicalmente oposto ao anterior, isso também ocorre no rock. Na metade dos anos 70 nascia o Punk Rock, um estilo agressivo caracterizado pela radicalização política e a filosofia do “faça você mesmo”. Porém, quando o punk começou a se firmar no cenário inglês, o heavy metal ameaçava ser deixado de lado, mas a resposta veio à altura, nascia o New Wave of British Heavy Metal.

O NWOBHM trazia de volta alguns elementos do heavy metal que já eram praticado nos anos 70, mas incrementava com tempos mais rápidos e som mais pesado, e mesmo alguns elementos do punk. Era um estilo jovem, condizente com aquele momento de transição tanto musical quanto político. Foi o NWOBHM que possibilitou estilos de metal mais extremos como o thrash metal e o death metal. Inserido no NWOBHM, o Iron Maiden se diferenciava das outras bandas de sua época. Enquanto as outras bandas cantavam sobre política, sexo e drogas, a banda de Steve Harris estava cantando sobre história (Genghis Khan) e literatura (Phantom of the Opera), ainda que, no começo da banda, fosse possível perceber as influencias de sua época. No single Sanctuary vemos o Eddie assassinando a então primeira-ministra Margaret Thatcher. Outro fator importante a ressaltar é que, nos anos 80, o histórico da religião contra o rock era bem recheado. A igreja se posicionava contra este estilo de música desde a época dos Beatles, e nada melhor para incentivar alguém do que proibí-lo. Citações e críticas a elementos religiosos cresceram no rock de forma vertiginosa após John Lennon dizer que era mais famoso que Jesus. As críticas vão desde o “no religion too” da musica “Imagine”, do próprio Lennon, até bandas declaradamente satânicas de black metal. Mas é importante saber separar as coisas, algumas vezes os elementos religiosos não são utilizados como crítica, apenas como elementos de terror. Nada melhor que o sobrenatural para criar um ambiente de horror na arte. Ninguém estranhou a explicação para os primeiros filmes de George A. Romero para os zumbis. A lógica era simples, o inferno estava lotado, os mortos não tinham outro lugar para andar que não fosse a própria terra! O terror como gênero artístico ajudou a fundar o Heavy Metal. O Black Sabbath com suas letras sombrias, fazendo referencias a rituais pagãos, moldaram muito do que seria a estética do Metal. Mesmo quando não relacionados com religião, os temas como morte, violência, ocultismo são marcantes no gênero até hoje. A donzela de ferro teve como um de seus principais méritos não se deixar levar pela onda minimalista de sua época, mas produzir músicas contestadoras de formas variadas, com um pouco do eruditismo dos anos 70 em suas composições. Aparentemente, (entenda: “eu li na Wikipédia que...”) uma das inspirações de Steve Harris na composição de The Number of the Beast é um poema escrito no fim do século XVIII chamado Tam o' Shanter, do escritor escocês Robert Burns (1759 - 1796). O poema, escrito em escocês misturado com inglês, fala de uma visão de Tam o'Shanter voltando para casa depois de muito tempo em um pub, deparou com bruxas fazendo um ritual sombrio, então foi perseguido e morto por uma delas. A semelhança mais marcante com a música do Iron Maiden é o fato de ser um poema narrativo, ou seja, um poema com enredo, um conceito que é muito utilizado no heavy metal até hoje. Talvez os críticos religiosos não tenham percebido que nem sempre as músicas querem convencer o ouvinte de algo. Quem ouve metal sabe que é normal uma música apenas contar uma boa história, porém, se analisamos uma obra de forma parcial, com uma leitura direcionada, encontraremos mensagens satânicas até na música dos Bananas de Pijamas! A introdução contém duas passagens da bíblia, Apocalipse 12:12 e 13:18, narrada por Barry Clayton, um locutor da rádio Capital 95.8, que ainda funciona e tem o slogan: “the uk's no.1 hit music station”. Não sabemos o que pode ter passado exatamente na cabeça de Steve Harris quando ele compôs um dos principais clássicos do rock. Talvez até possa ter sido inspiração do Cão Sarnento

Chupador de Manga (vulgo “Lú”), mas olhar para esta pérola sonora com tal preconceito, pode privar uma experiência musical única. RUN TO THE HILLS: a música fala das guerras que os colonos americanos travaram com os nativos dos EUA. É interessante como a letra é informativa e ao mesmo tempo sonora. Não é fácil narrar eventos históricos sem dar uma de professor, mas isso Steve Harris consegue fazer muito bem. Até dá pra imaginar as cenas dos cruéis soldados queimando vilas e matando Índios. Antes dos Ingleses chegarem, a América do Norte era dividida por várias tribos, em geral, caçadoras e coletoras. Diferentemente das civilizações da América central e dos Andes, eles não tinham escrita nem grandes cidades, mas eram povos complexos, com rituais e mitos diversificados, além de diversas formas de organização social. A base, entretanto, segue a lógica tribal do poder aos mais velhos, divisão do trabalho entre homens e mulheres e muitos rituais de passagem. Ouvimos falar que a facilidade dos espanhóis em destruir toda a civilização ameríndia veio da diferença cultural das duas civilizações, e isso teria causado a errada impressão que os espanhóis eram deuses. Apesar de realmente haver profecias de alguns povos sobre deuses vindos do mar e, em alguns lugares (como no Havaí), realmente os brancos terem sido tratados como representações de divindades, só isso é muito pouco para justificar o fim de uma civilização tão numerosa. O fator principal da vitória dos europeus deve-se, além da superioridade militar, à determinação em conquistar a América a qualquer custo. Os espanhóis foram tão cruéis em suas ações e tão mesquinhos em suas estratégias e traições, que um povo mais espiritual como os nativos da América não estavam preparados para enfrentar. A forma como eles tratavam os escravos e destruíam as vilas deixaram perplexos o povo que viveu tanto tempo isolado. Voltando para a música, ela mostra o lado norte-americano da conquista e exprime muito bem o horror que nós brancos podemos causar quando achamos necessário. Apesar de os americanos terem sido famosos em sua luta pela liberdade e pela democracia, eles não mediram esforços para tomar as terras indígenas e praticar um genocídio no processo. O pensamento de tomar à força o que interessa não é exclusividade dos americanos. Até o fim da segunda guerra mundial, ainda se acreditava que o europeu colonizador estava levando civilização aos nativos. GANGLAND: parece falar sobre um ex-gangster apavorado pelo seu passado. Falando em gangs, nos EUA existem dados que tratam apenas dos perfis dos gangsters, que constam no National Gang Center, subordinado a BJA (Bureau of Justice Assistence). TOTAL ECLIPSE: descreve um eclipse total, onde todos ficam aterrados de medo diante da escuridão total. HALLOWED BE THY NAME: por fim, esperando em sua cela, sem muito tempo para pensar na vida passada, pois às 5 horas o levarão para a forca, os sinos começam a tocar. As areias do tempo vão acabando, devagar... E assim termina a narração de um pré- enforcamento! Após este álbum o baterista Clive Burr deu lugar a Nicko Mcbrain. A banda faz mais sucesso ainda e parte para a maratona de álbuns e tours pelo mundo. Mas é só o começo do sucesso da Donzela! (texto de: Ricardo Heavyrick, [2])

1983

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.

Where Eagles Dare Revelations Flight of Icarus Die With Your Boots On The Trooper Still Life Quest for Fire Sun and Steel To Tame a Land

Harris Dickinson Dickinson, Smith Dickinson, Smith, Harris Harris Murray, Harris Harris Dickinson, Smith Harris

6:10 6:48 3:51 5:28 4:15 4:53 3:41 3:26 7:27

Piece of Mind é o quarto álbum de estúdio do Iron Maiden, lançado em 16 de maio de 1983. Ele marca a entrada do baterista Nicko McBrain na banda. O álbum mantém o estilo pesado de The Number of The Beast, mas com um pouco mais de técnica, e suas letras começam a definir melhor o perfil de músicas mais trabalhadas e com mais conceito, falando de guerras e temas de filmes e livros (o que já acontecia desde os primeiros álbuns, mas em escala menos significativa). Dois singles foram lançados, "Flight of Icarus" e "The Trooper", com a segunda se tornando uma das canções mais conhecidas da banda. Piece of mind significa pedaço da mente (daí a capa ser Eddie pós-lobotomia), e é um trocadilho com a expressão inglesa "peace of mind" que significa "paz de espírito". Deste álbum saíram tantos clássicos quanto de seu antecessor. Trata-se de um disco muito mais técnico que os anteriores, com músicas mais longas e trabalhadas. As melodias são marcantes, mas o peso é constante. Costumo dizer que este é o trabalho que define a sonoridade do IRON MAIDEN, servindo de base para tudo que eles fariam dali pra frente A sequência inicial das músicas é uma das mais interessantes da história do Heavy Metal, contando com cinco verdadeiros hinos da música pesada: "Where Eagles Dare", "Revelations", "Flight of the Icarus", "Die With Your Boots On" e "The Trooper". "Where eagles dare" inicia o desfile de clássicos e já de cara Nicko McBrain mostra por que foi escolhido para substituir Burr. Sua técnica, mais apurada que a do ex-baterista, e seu entrosamento imediato com Steve Harris, permite a banda dar mais peso e variedade às músicas. Esta é uma das faixas mais pesadas da história da banda e relata um ataque a uma base nazista no alto de uma montanha, durante a Segunda Guerra Mundial. Na sequência, a cadenciada mas não menos pesada "Revelations", mantém o nível elevado do disco. As melodias e riffs marcantes envolvem a música num clima soturno, mas o destaque fica por conta de Bruce Dickinson, que apresenta nesta música a sua melhor interpretação na carreira da Donzela, sendo também sua primeira composição para a banda. Impossível não imaginá-lo cantando-a, a plenos pulmões, com sua postura e carisma já característicos. Quando você ouve "Flight of the Icarus", pode perceber como uma banda competente transforma uma música comercial em uma canção fantástica e envolvente. Apesar do andamento e arranjos simples, esta é uma das faixas mais conhecidas da banda. O refrão demora a sair da cabeça. A letra também é clássica e fala sobre o personagem mitológico Ícaro e seu desejo de voar até tocar o sol ("Fly, on your way, like an eagle. Fly as high as the Sun On your way, like an eagle. Fly, touch the Sun"). "Die with your boots on" tem um dos riffs mais legais do álbum e é uma música mais rápida, com influências do Classic Rock. A música mantém o ritmo empolgante do disco especialmente nas levadas empolgantes de Steve Harris, que imprime um feeling inacreditável à música.

"The Trooper" é o maior clássico do disco e presença confirmada nos shows da banda. Nesta música a banda chega ao ápice do seu entrosamento. As guitarras dobradas dão o tom da música, seu ritmo galopante imprimido pela harmonia perfeita entre baixo e bateria e refrão forte tornam-na uma das mais empolgantes do álbum. A capa do 'single' tornou-se conhecida mundialmente, sendo estampada de capas de cadernos a camisas. Apesar das cinco faixas já citadas serem clássicos absolutos, a sequência final mantém a qualidade indiscutível do álbum. "Still Life" inicia com uma brincadeira com as mensagens invertidas que eram encontradas quando rodados os discos ao contrário, muito comuns na época e acusadas de serem utilizadas para fazer apologia ao satanismo. A música em si é mais leve que as demais, mas não menos empolgante. Alguns toques progressivos podem ser notados especialmente em seu inicio. O refrão também é divertido, com Dickinson utilizando efeitos que alteram sua voz. "Quest for Fire" é considerada por muitos a música menos interessante de "Piece of Mind", mas... seu ritmo lembra uma marcha, e a interpretação de Dickinson é novamente soberba, e as guitarras de Smith e Murray são impecavelmente precisas. Com o pé no acelerador, "Sun and Stell" é a mais rápida do disco e seu refrão é o melhor de todo o álbum. A esta altura você já se pega perguntando como uma banda consegue colocar tantos refrões grudentos e empolgantes em um mesmo disco. Por fim, "To Tame a Land" define, assim como "Hallowed be thy Name" do "The Number of the Beast", uma tradição que a banda adotaria em quase todos os seus discos: encerrá-los com uma música épica e cheia de variações. Em toda sua extensão podemos notar melodias marcantes e riffs fortes, mas novamente Burce Dickinson é o destaque. A letra baseada no livro 'A Duna' de Frank Herbert é interpretada com maestria pelo vocalista, e a parte instrumental imprime o clima exato para a canção. Apesar de tanta qualidade, a música nunca foi utilizada ao vivo pela banda. Mais um clássico na história de uma das mais importantes bandas do Heavy Metal, que possuí uma qualidade tão linear que fica difícil destacar uma ou outra canção. O disco é constante, sem momentos ruins. Aprecie sem moderação! [1]

(1/9) Where Eagles Dare (6:10)

Onde As Águias Ousam

It's snowing outside, the rumbling sound of engines roar in the night The mission is near the confident men are waiting to drop from the sky

Está nevando lá fora, o som retumbante de motores rugindo na noite A missão está próxima, os homens companheiros esperam para pular do céu

The Blizzard goes on, but still they must fly No one should go where eagles dare Bavarian Alps that lay all around They seem to stare from below The enemy lines a long time passed Are lying deep in the snow

A nevasca continua mas eles precisam voar Ninguém pode ir aonde as águias ousam voar Os alpes da Bavaria que se estendem em volta parecem olhar lá de baixo As linhas inimigas, após muito tempo estão enterradas fundo na neve

Into the night they fall through the sky No one should fly where eagles dare Their closing in, the fortress is near

Na noite eles caem atravessando o céu Ninguém pode voar onde as águias ousam voar Eles estão se aproximando, a fortaleza está próxima

It's standing high in the sky The cable car's the only way in it's real impossible to climb

está esperando lá no alto do céu O bonde de cabo é a única forma de entrar é realmente impossível subir

They make their way, but maybe too late They've got to try and save the day

Eles abrem caminho mas talvez muito tarde Eles tem de tentar ganhar o dia

The panicking cries, the roaring of guns Are echoing all around the valley The mission complete, they make to scape Away from the Eagles Nest

Os gritos de pânico, o rugir das armas estão ecoando por todo o vale A missão completa, eles tentam escapar do ninho da águia

They dared to go where no one would try They chose to fly where eagles dare

Eles ousaram ir aonde ninguém tentaria Eles escolheram voar onde as águias ousam

(6/9) Revelations (6:48)

Revelações

"O God of Earth and Altar, Bow down and hear our cry, Our earthly rulers falter, Our people drift and die, The walls of gold entomb us, The swords of scorn divide, Take not thy thunder from us, But take away our pride."

"Ó, Deus da terra e do Altar, Curve-se e escute nosso lamento. Nossos governantes terrenos vacilam. Nosso povo definha e morre. As paredes em ouro nos sepultam, As espadas do escárnio dividem, Não tomai de nós vosso trovão, Mas levai nosso orgulho."

(Gilbert K. Chesterton)

Just a babe in a black abyss, No reason for a place like this. The walls are cold and souls cry out in pain. An easy way for the blind to go, A clever path for the fools who know. The Secret of the Hangman the smile on his lips. The light of the Blind - you'll see, The venom that tears my spine, The Eyes of the Nile are opening - you'll see.

Apenas uma criança em um abismo negro Não há razão para um lugar como esse As paredes são frias e as almas gritam de dor Um caminho fácil para o cego seguir Um caminho certo aos tolos que conhecem o Segredo do Enforcado o sorriso em seus lábios A luz do homem cego - você verá O veneno que rasga minha espinha Os Olhos do Nilo estão se abrindo - você verá

She came to me with a serpents kiss, As the Eye of the Sun rose on her lips. Moonlight catches silver tears I cry. So we lay in a black embrace, And the Seed is sown in a holy place, And I watched and I waited for the dawn.

Ela veio até mim com um beijo traiçoeiro Enquanto o "Olho de Rá" surgiu em seus lábios O luar apanha as minhas lágrimas prateadas Então nos entregamos a um abraço de luto E a semente é plantada em um lugar santo Fiquei observando e esperei pelo amanhecer

The light of the Blind - you'll see, The venom that tears my spine, The Eyes of the Nile

A luz do homem cego - você verá O veneno que rasga minha espinha Os Olhos do Nilo

are opening - you'll see.

estão se abrindo - você verá

Bind us all together, Ablaze with Hope and Free. No storm or heavy weather, Will rock the boat you'll see. The time has come to close your eyes, And still the wind and rain. For the one who will be King, Is the watcher in the Ring. It is You.

Nos mantenha todos juntos Nos anime com liberdade e esperança Nenhuma tempestade ou tempo ruim Irá balançar o barco - você verá Chegou a hora de fechar os seus olhos E abrandar o vento e a chuva Para aquele que será o rei Que observa tudo ao seu redor É você.

(3/9) Flight Of Icarus (3:51)

Vôo de Icaro

As the sun breaks, above the ground, An old man stands on the hill, As the ground warms, to the first rays of light A birdsong shatters the still.

Enquanto o sol surge, sobre o chão Um velho está na montanha A medida que o chão se aquece, aos primeiros raios de luz O canto de um passaro quebra a monotonia

His eyes are ablazed, See the madman in his gaze.

Seus olhos estão inflamados Veja o louco com seu olhar

Fly, on your way, like an eagle, Fly as high as the sun, On your way, like an eagle, Fly touch the sun.

Voe, pelo seu caminho, como uma águia Voe tão alto como o sol No seu caminho, como uma águia Voe, e toque o sol

Now the crowd breaks and a young boy appears Looks the old man in the eye As he spreads his wings and shouts at the crowd In the name of God my father I fly.

Agora a multidão se abre e um jovem garoto aparece Olha o velho nos olhos Enquanto ele abre suas asas e grita para a multidão Em nome de Deus, meu pai, eu voo

His eyes seem so glazed As he flies on the wings of a dream, Now he knows his father betrayed Now his wings turn to ashes to ashes his grave.

Seus olhos parecem tão vidrados Enquanto ele voa nas asas de um sonho Agora ele sabe que seu pai traiu Agora suas asas tornam-se cinzas, cinzas, sua sepultura

Fly, on your way, like an eagle, Fly as high as the sun, On your way, like an eagle, Fly touch the sun.

Voe, pelo seu caminho, como uma águia Voe tão alto como o sol No seu caminho, como uma águia Voe, e toque o sol

(4/9) Die With Your Boots On (5:28)

Morra Lutando

Yeah! Another prophet of disaster Who says the ship is lost Another prophet of disaster Leaving you to count the cost Taunting us with visions

É! Mais um profeta de desastres que diz que o barco afundou Mais um profeta de desastres deixando você com a conta do prejuízo Nos provocando com visões

Afflicting us with fear Predicting war for millions In the hope that one appears

Nos afligindo com o medo Prevendo guerra entre milhões Na esperança que alguma aconteça

No point asking when it is No point asking who's to go No point asking what's the game No point asking who's to blame 'cos if you're gonna die, if you're gonna die 'cos if you're gonna die, if you're gonna die

Não importa quando será Não importa quem terá de ir Não importa que jogo é este Não importa quem é o culpado Porque se for pra você morrer se for pra você morrer Porque se for pra você morrer se for pra você morrer

If you're gonna die, die with your boots on If you're gonna try, just stick around Gonna cry, just move along If you're gonna die, you're gonna die

Se for pra você morrer, morra lutando Se for pra você se arriscar, pelo menos resista Você vai chorar, mas apenas avance Se for pra você morrer, você vai morrer

In 13, the Beast is rising The Frenchman did surmise Through earthquakes and starvation The warlord will arise Terror, Death, Destruction Pour from the Eastern Sands But the truth of all predictions Is always in your hands

Século 13, a Besta ressurge Aquele francês previu que em meio a terremotos e fome O senhor da guerra irá se levantar Terror, morte, e destruição Emanam das areias do deserto do Oriente Mas a verdade sobre todas estas previsões está sempre em suas mãos

No point asking when it is No point asking who's to go No point asking what's the game No point asking who's to blame 'cos if you're gonna die, if you're gonna die 'cos if you're gonna die, if you're gonna die

Não importa quando será Não importa quem terá de ir Não importa que jogo é este Não importa quem é o culpado Porque se for pra você morrer se for pra você morrer Porque se for pra você morrer se for pra você morrer

If you're gonna die, die with your boots on If you're gonna try, just stick around Gonna cry, just move along If you're gonna die, you're gonna die

Se for pra você morrer, morra lutando Se for pra você se arriscar, pelo menos resista Você vai chorar, mas apenas avance Se for pra você morrer, você vai morrer

They died with their boots on, yes, they died... The day they die with their boots on WE DIE! … No point asking when it is No point asking who's to go No point asking what's the game No point asking who's to blame 'cos if you're gonna die,

Eles morreram lutando, sim, eles morreram... No dia que eles morrerem em combate Nós morremos! ... Não importa quando será Não importa quem terá de ir Não importa que jogo é este Não importa quem é o culpado Porque se for pra você morrer

if you're gonna die 'cos if you're gonna die, if you're gonna die

se for pra você morrer Porque se for pra você morrer se for pra você morrer

If you're gonna die, die with your boots on If you're gonna try just stick around Gonna cry, just move along If you're gonna die, you're gonna die

Se for pra você morrer, morra lutando Se for pra você se arriscar se arrisque e pelo menos resista Você vai chorar, mas apenas avance Se for pra você morrer, você vai morrer

(5/9) The Trooper (4:15)

O soldado

You'll take my life, but I'll take yours too You'll fire your musket, but I'll run you through So when you're waiting for the next attack You'd better stand, there's no turning back

Você tomará a minha vida, mas eu tomarei a sua também Você irá disparar seu mosquete, mas eu irei trespassa-lo Então quando você estiver esperando pelo próximo ataque Melhor ficar firme, não existe maneira de voltar

The bugle sounds and the charge begins But on this battlefield no one wins The smell of acrid smoke and horses breath As I plunge on into certain death

A corneta soa e a carga começa Mas neste campo de batalha ninguém vence O cheiro de fumaça acre e hálito dos cavalos Enquanto eu mergulho para a morte certa

Ooh, ooh, ooh, ooh, ooh

Ooh, ooh, ooh, ooh, ooh

The horse he sweats, with fear, we break to run The mighty roar of the russian guns And as we race towards the human wall The screams of pain as my comrades fall

O cavalo sua, com medo, nós disparamos a correr O troar poderoso das armas russas E enquanto corremos de encontro à parede humana Os gritos de dor dos meus camaradas que caem

We hurdle bodies that lay on the ground And the russians fire another round We get so near yet so far away We won't live to fight another day

Nós saltamos sobre corpos que jazem no chão E os russos disparam mais uma salva Nós chegamos tão perto mas ainda tão longe Nós não viveremos para lutar outro dia

Ooh, ooh, ooh, ooh, ooh

Ooh, ooh, ooh, ooh, ooh

We get so close, near enough to fight When a russian gets me in his sights He pulls the trigger, and I feel the blow A burst of rounds take my horse below

Nós chegamos tão perto, suficiente para lutar Quando um russo me pega em sua mira Ele puxa o gatilho e eu sinto a pancada Um disparo pega meu cavalo por debaixo

And as I lay there gazing at the sky My body's numb and my throat is dry And as I lay forgotten and alone Without a tear I draw my parting groan

E enquanto eu jazo contemplando o céu Meu corpo anestesiado e minha garganta seca E enquanto eu jazo esquecido e sozinho Sem uma lágrima exalo meu gemido de partida

Ooh, ooh, ooh, ooh, ooh

Ooh, ooh, ooh, ooh, ooh

(6/9) Still Life (4:53)

Ainda Vivo

Take a look in the pool and what do you see In the dark depths there faces beckoning me Can't you see them it's plain for all to see They were there oh I know you don't believe me.

Dê uma olhada dentro da piscina e diga o que você vê Nas profundezas escuras existem faces acenando para mim Você não pode vê-las, esse é o plano Mas elas estão lá, oh eu sei, você não acredita em mim

Oh... I've never felt so strange But... I'm not going insane.

Eu nunca me senti tão estranho Mas ... Eu não ficarei maluco

I've no doubt that you think I'm off my head You don't say but it's in your eyes instead Hours I spend out just gazing into that pool Something draws me there I don't know what to do.

Eu não tenho dúvida que você pensa que enlouqueci Você não fala mas está escrito dentro de seus olhos Horas que eu passo apenas olhando dentro daquela piscina Algo me atrai para lá, eu não sei o que fazer

Oh... they drain my strength away Oh... they're asking me to stay.

Eles drenam minha força Eles me pedem para ficar

Nightmares... spirits calling me Nightmares... they won't leave me be.

Pesadelos... espíritos me chamando Pesadelos... eles não me deixam em paz

All my life's blood is slowly draining away And I feel that I'm weaker every day Somehow I know I haven't long to go Joining them at the bottom of the pool.

Todo sangue de vida é lentamente drenado E eu sinto que estou mais fraco a cada dia De alguma forma eu sei que dentro de pouco tempo Irei me juntar a eles no fundo da piscina

Now... I feel they are so near I… begin to see them clear

Agora eu sinto que eles estão tão próximo Eu começo a vê-los com nitidez

Nightmares... coming all the time Nightmares... Will give me peace of mind.

Pesadelos... vindo o tempo inteiro Pesadelos... me trarão pedaço da mente

Now it's clear and I know what I have to do I must take you down there to look at them too Hand in hand then we'll jump right into the pool Can't you see not just me they want you too.

Agora está claro e eu sei o que tenho que fazer Eu devo te levar lá para baixo para olha-los também De mãos dadas então nós iremos pular dentro da lagoa Você não consegue ver não apenas eu, eles querem você também

Oh... we'll drown together It... will be forever.

Oh nós iremos afundar juntos Será para sempre

Nightmares... forever calling me

Pesadelos... sempre me chamando

Nightmares... Now we rest in peace

Pesadelos... agora descansamos em paz

(7/9) Quest For Fire (3:41)

Busca Por Fogo

In a time when dinosaurs walked the earth When the land was swamp and caves were home In an age when prize possession was fire To search for landscapes men would roam

No tempo que os dinossauros andavam pela terra Quando a terra era pântano e cavernas eram lares Em uma época em que a maior riqueza era fogo A procura por paisagens homens iriam vagar

Then the tribes they came to steal their fire And the wolves they howled into the night As they fought a vicious angry battle To save the power of warmth and light

Depois as tribos vieram para roubar o fogo E os lobos uivaram na noite Enquanto lutavam uma perigosa e raivosa batalha Para salvar o poder do calor e da luz

Drawn by quest for fire They searched all through the land Drawn by quest for fire Discovery of man

Levados pela busca pelo fogo Eles procuraram por toda a terra Levados pela busca pelo fogo Descoberta de homens

And they thought that when the embers died away That the flame of life had burnt and died Didn't know the sparks that made the fire Were made by rubbing stick and stone

E eles pensavam que quando as brasas apagavam A chama da vida havia queimado e morrido Não sabiam que as faíscas faziam o fogo Foram geradas atritando madeira e pedra

So they ploughed through the forest and swamps of danger And they fought the cannibal tribes and beasts In the search to find another fire To regain the power of light and heat

Então eles procuraram através de florestas e pântanos perigosos E eles lutaram com as tribos canibais e feras Na procura por encontrar outro fogo Para ganhar novamente o poder da luz e calor

Drawn by quest for fire They searched across the land Drawn by quest for fire Discovery of man …

Levados pela busca pelo fogo Eles procuraram por toda a terra Levados pela busca pelo fogo Descoberta de homens ...

(8/9) Sun And Steel (3:26)

Sol e Aço

You killed your first man at 13 Killer instinct, Animal supreme By 16 you had learned to fight The way of the warrior, you took it as your right

Você matou seu primeiro homem aos 13anos Instinto assassino, animal supremo Aos 16 anos você aprendeu a lutar O caminho do guerreiro, você leva ao seu caminho

Sunlight, falling on your steel Death in life is your ideal Life is like a wheel Sunlight, falling on your steel Death in life is your ideal Life is like a wheel

Luz do sol, caindo no seu aço Morte em vida é o seu ideal A vida é como uma roda Luz do sol, caindo no seu aço Morte em vida é o seu ideal A vida é como uma roda

Through earth and water, fire and wind You came at last - nothing was the end

Por entre terra e água,fogo e vento Você chegou afinal - nada é o fim

Make a cut by fire and stone Take you and your blade and break you both in two Break you both in two

Fez o corte de fogo e pedra Pegaram você e a sua lâmina e partiram ambos em dois Partiram ambos em dois

Sunlight, falling on your steel Death in life is your ideal Life is like a wheel Sunlight, falling on your steel Death in life is your ideal Life is like a wheel - rolling on and on

Luz do sol, caindo no seu aço Morte em vida é o seu ideal A vida é como uma roda Luz do sol, caindo no seu aço Morte em vida é o seu ideal A vida é como uma roda, rolando e rolando

Sunlight, falling on your steel Death in life is your ideal Life is like a wheel Sunlight, falling on your steel Death in life is your ideal Life is like a wheel Sunlight, falling on your steel Death in life is your ideal Life is like a wheel Sunlight, falling on your steel Death in life is your ideal Life is like a wheel - and it`s rolling still

Luz do sol, caindo no seu aço Morte em vida é o seu ideal A vida é como uma roda Luz do sol, caindo no seu aço Morte em vida é o seu ideal A vida é como uma roda Luz do sol, caindo no seu aço Morte em vida é o seu ideal A vida é como uma roda Luz do sol, caindo no seu aço Morte em vida é o seu ideal A vida é como uma roda - e continua rolando

(9/9) To Tame A Land (7:27)

Domar a Terra

He is the king of all the land In the Kingdom of the sands Of a time tomorrow He rules the sandworms and the Fremen In a land amongst the stars Of an age tomorrow He is destined to be a King He rules over every thing In the land called planet Dune Body water is your life And without it you would die In the deserted planet Dune

Ele é o rei de toda a terra No reino das areias De um tempo, amanhã Ele governa os vermes de areia e os fremem Em uma terra entre as estrelas De uma época, amanhã Ele está destinado a ser um rei Ele reina sobre tudo Em uma terra chamada planeta Duna A água de seu corpo é sua vida E sem ela você iria morrer No deserto, o planeta Duna

Without a stillsuit you would fry On the sands so hot and dry In a world called Arakis It is a land that's rich in spice The sandriders and the 'mice' That they call the 'Muad'Dib' He is the Kwizatz Haderach He is born of Caladan And will take the Gorn Jabbar He has the power to foresee Or to look into the past He's the ruler of the stars

Sem uma roupa de proteção você fritaria Nas areias tão quentes e secas Em um mundo chamado Arakis É uma terra que é rica em tempero Os cavaleiros da areia e os ratos Que eles chamam o "Muad'Dib" Ele é o Kwizatz Haderach Ele nasceu de Caladan E irá tomar o Gorn Jabbar Ele tem o poder de prever Ou de ver dentro do passado Ele é o comandante das estrelas

The time will come for him to lay claim his crown

A hora chegará para ele para reclamar a sua coroa

And then the foe, yes they'll be cut down You'll see, he'll be the best that there's been Messiah supreme, true leader of men And when the time for judgement's at hand Don't fret he's strong and he'll make a stand 'Gainst evil the fire that spreads through the land He has the power to make it all end

E então os inimigos, sim, serão eliminados Você verá, ele será o melhor que já houve Messias supremo, lider de verdade de homens E quando a hora do julgamento estiver à mão Não reclame que ele é forte, e ele suportará Contra o mal e fogo que se espalha pela terra Ele tem o poder para fazer tudo terminar

WHERE EAGLES DARE: durante o inverno de 1943-44 na Segunda Guerra Mundial, um avião militar cae antes de chegar ao seu destino final, Creta. O único sobrevivente é o general de brigada americano George Carnaby, que acaba sendo capturado por militares alemães e levado para uma fortaleza quase impenetrável nos Alpes do sul da Baviera, chamada Schloss Adler (Castelo da Águia, em alemão). Temendo que o general fosse torturado e obrigado a entregar os planos do Dia D, uma equipe do maior comando da Grã-Bretanha é designada para resgatá-lo. O filme homônimo de 1968, dirigido por Brian G. Hutton, é estrelado por ninguém menos que Clint Eastwood. THE TROOPER: a música é inspirada no poema da autoria de Lord Tennyson, intitulado “The Charge of The Light Brigade”. O poema trata da Batalha de Balaclava, ocorrida durante a Guerra da Criméia, em 1854. Trata-se basicamente de uma narrativa da batalha sob o ponto de vista de um cavaleiro britânico, que, sem esperanças, avança contra as linhas russas. A corajosa cavalaria britânica avançou sobre os inimigos sem titubear, mas foi dizimada pelos russos, munidos de armamento pesado, sofrendo grandes perdas em pouquíssimo tempo. Lord Cardigan, que sobreviveu ao ataque, passou a ser considerado um herói nacional na GrãBretanha. Por ser considerado um ato heroico, apesar de mal planejado, a reputação da cavalaria britânica melhorou notavelmente com este ataque. A lentidão das comunicações marítimas fez com que as notícias do desastre não chegassem ao conhecimento do público britânico senão três semanas depois. Esta história é pouco conhecida em outros países, mas ao povo britânico é tão popular e importante quanto é a guerra da secessão para os americanos, tanto que, em todas as execuções da música pelo IRON MAIDEN, a bandeira britânica é hasteada com orgulho e paixão. A música foi escrita pelo baixista da banda e principal compositor, Steve Harris, e é geralmente interpretada pelo vocalista Bruce Dickinson, vestindo uma farda do exército britânico e segurando uma bandeira do Reino Unido.

STILL LIFE: é sobre um cara que se sente atraido por um lago, olha faces no lago, tem pesadelos sobre isso e enfim salta e leva sua desafortunada namorada com ele. É inspirada pelo romance de Ramsey Campbell, "The Inhabitant of The Lake."

QUEST FOR FIRE: foi inspirada pelo filme de mesmo nome.

SUN AND STEEL: fala sobre Miyamoto Musashi, um legendário espadachim japonês. A letra faz referências ao livro de Musashi's, "A Book Of Five Rings." A primeira luta de Musashi foi com a idade de 13 anos, quando ele (destreinado) supostamene derrotou seu oponente, um guerreiro samurai, matando-o com uma vara.

Aos 16 anos teve sua segunda luta, e matou este oponente também. O verso "Through Earth and Water, Fire and Wind, you came at last, Nothing was the end" é uma referência ao "Book Of Five Rings." Musashi também escreveu seu livro em 5 seções (livros): Earth, Water, Fire, Wind e Void (vazio). "You make your cut by Fire and Stones, take you and your blade, break you both in two". O "corte de fogo e pedra" é um movimento que Musashi descreve no livro, capaz realmente de partir em dois o oponente e sua lâmina. Também, de acordo com o livro "Kenjutsu: The Japanese Art of Swordsmanship", de Charles Daniel, Musashi morreu de causas naturais aos 61 anos. No filme "American Samurai" o nome de Musashi é citado pelo vilão do filme como um mestre que matou mais de 60 inimigos em um único combate antes de se considerar um guerreiro perfeito.

TO TAME A LAND: baseada na novela "Duna", de Frank Herbert. A canção aparentemente deveria se intitular "Dune" e Steve pretendia usar uma citação falada do livro como introdução. Por questão de cortesia eles pediram permissão ao agente de Frank Herbert, e a resposta veio do próprio Herbert: "Não, porque Frank Herbert não gosta de bandas de rock, particularmente bandas de heavy rock e, especialmente, bandas como o Iron Maiden." Mesmo informado de que a banda achava que seria uma boa divulgação do livro "Duna" e tudo mais, Frank Herbert disse que se o Iron Maiden continuasse com isso, seriam processados. (texto de: Ricardo Heavyrick, [2])

1984

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.

Aces High 2 Minutes to Midnight Losfer Words (Big' Orra) Flash of the Blade The Duellists Back in the Village Powerslave Rime of the Ancient Mariner

Steve Harris Adrian Smith / Dickinson Harris Dickinson Harris Smith / Dickinson Dickinson Harris

4:30 6:02 4:13 4:06 6:08 5:03 6:50 13:35

Recheado de clássicos, o quinto álbum do IRON MAIDEN possui músicas mais diretas que seu antecessor, mas não menos complexas, e o entrosamento dos músicos beira a perfeição, pela primeira vez repetindo a formação em mais de um disco. A capa também é um destaque, sendo considerada umas das mais belas da história do Heavy Metal. A arte, mais uma vez criada por Derek Riggs, retrata uma temática relativa ao antigo Egito, tema abordado na faixa título. "Aces High" tem a missão de abrir o disco e não decepciona, considerada a melhor faixa de abertura em discos do Maiden. Trata-se de uma música impactante que ficou encarregada de abrir os shows da turnê "World Slavery Tour" após a famosa intro Churchill's Speech. Com sua levada bem característica da banda, com riffs fortes, solos impecáveis e o baixo cavalgado de Harris, "Aces High" mostra a linha pesada que a banda adotaria no restante do álbum. A letra relata batalhas aéreas durante a "Segunda Guerra Mundial". Na sequência temos o maior clássico do disco, "2 Minutes to Midnight". Com seu riff matador, a canção mostra um típico Heavy Metal tradicional muito bem executado. Impossível destacar algum aspecto dessa música, pois ela é perfeita num todo. Da simplicidade de suas levadas ao refrão bombástico, para ser cantado em uníssono nos shows da banda. A temática desta faixa retrata a ameaça de uma guerra nuclear na época. Se pudesse descrever essa música em uma palavra seria feeling. "Losfer Words (Big' Orra)" é uma faixa instrumental que mostra exatamente o padrão utilizado na composição do disco. Levadas características, baixo galopante, solos extremamente bem colocados e melodiosos, riffs certeiros e uma bateria precisa e muito bem entrosada com o baixo. A parte menos famosa do disco (que conta com três faixas), mas não menos qualificada, inicia com "Flash of the Blade", uma faixa bastante diferente do que se costuma ouvir da Donzela, mas isso não quer dizer que seja ruim, pelo contrário, seus riffs são empolgantes e a interpretação do Bruce Dickinson, especialmente no refrão, é incrível. "The Dueslist" mantém o ritmo empolgante, mostrando a capacidade da banda conciliar riffs e melodias marcantes sem perder o peso. O entrosamento da banda torna-se escancarado nessa música. Avance até 1 minuto e 50 segundos de música e veja sobre o que estou falando. "Back in the Village" dá sequência ao tema adotado na faixa "The Prisioner", do álbum "The Number of the Beast". Uma música bastante rápida e novamente com riffs diferentes da característica da banda, que mostra a capacidade técnica de Steve Harris. O músico toca numa velocidade tão absurda que é quase impossível imaginar que comande as cordas apenas com os dedos. Mais uma vez a banda dá uma aula de Heavy Metal. Reservadas para o final do disco estão duas músicas que, na minha opinião, são as duas melhores canções da banda. Parece que a banda pegou peso, feeling, inteligência, jogou num liquidificador e dali saiu a canção "Powerslave". A faixa título possuí os melhores riffs do disco e o

melhor solo da carreira da banda, onde guitarra e baixo interagem de uma forma tão impressionante que me emociono toda vez que escuto. Quer entender o que estou falando? Avance até 2 minutos e 55 segundos de música. Indescritível! A letra carrega a temática da arte de capa do disco e retrata os últimos momentos de vida de um faraó e as reflexões que ele faz sobre a vida e a morte. Por fim, a outra melhor e também a mais longa (até agora, pois em 2015 “Empire of the Clouds” ganha!) canção da história da banda. "Rime of the Ancient Mariner" é uma música de 13 minutos e 35 segundos que não se torna cansativa em nenhum momento, com todas as suas variações e mudanças de ritmo. Uma música épica, pesada e com uma letra incrível, baseada no poema homônimo de Samuel Taylor Coleridge. A bateria e o baixo são tão bem entrosados que fica difícil acreditar que Harris e McBrain tocavam juntos há pouco mais de 2 anos. As partes narradas da canção criam um clima verdadeiramente macabro, deixando-a ainda mais interessante. No final a música ganha velocidade e os solos são muito bem colocados. Muitos consideram essa faixa cansativa, mas com certeza essas pessoas não deram a devida atenção aos detalhes da música, a atenção que ela de fato merece ao ser ouvida: a de uma orquestra! Para muitos fãs este é considerado um dos, senão O melhor álbum do IRON MAIDEN, mas o que é inegável é seu peso e qualidade, independente de opiniões pessoais. Após esse disco a banda saiu na maior turnê da banda até então, a "World Slavery Tour", que resultou na primeira vinda da banda ao Brasil e no clássico álbum ao vivo "Live After Death". Curta "Powerslave" e torne-se um escravo do poder da banda! [1]

(1/8) Aces High (4:30)

Ases às Alturas

"We shall go on to the end We shall fight in France We shall fightover the seas and oceans. we shall fight with growing confidence and growing strength in the air. We shall defend our island whatever the cost may be we shall fight on beaches, we shall fight on the landing grounds we shall fight in the fields and in the streets we shall fight on the hills. We shall never surrender." (Churchill speech)

"Nós devemos ir até o fim Nós devemos lutar na França Nós devemos lutar sobre os mares e oceanos Nós devemos lutar com confiança e força crescentes no ar Nós devemos defender nossa ilha não importa o quanto custe Nós devemos lutar nas praias, nós devemos lutar nos campos de pouso Nós devemos lutar nos campos e nas ruas Nós devemos lutar nas colinas Nós nunca devemos nos render." (discurso de Churchill)

There goes the siren that warns of the air raid Then comes the sound of the guns sending flak Out for the scramble, we've got to get airborne Got to get up for the coming attack

Lá vai a sirene que avisa do ataque aéreo Depois vem o som das armas antiaéreas Fora do combate, nós temos de decolar Temos de nos preparar para a chegada do ataque

Jump in the cockpit and start up the engines Remove all the wheelblocks, there's no time to waste Gathering speed as we head down the runway Got to get airborne before it's too late

Pule na cabine e ligue os motores Remova todas as travas das rodas, não há tempo a perder Ganhando velocidade enquanto avançamos pela pista Temos de decolar antes que seja tarde demais

Running, scrambling, flying

Correndo, lutando para voar, voando

Rolling, turning, diving Going in again Running, scrambling, flying Rolling, turning, diving

Balançando, girando, mergulhando Indo de novo Correndo, lutando para voar, voando Balançando, girando, mergulhando

Run Live to fly, fly to live, do or die Won't you Run, live to fly, fly to live Aces high

Corra Viva para voar, voe para viver, faça ou morra Você não irá Corra, viva para voar, voe para viver Ases às alturas

Move in to fire at the mainstream of bombers Let off a sharp burst and then turn away Roll over, spin round to come in behind them Move to their blindsides and firing again

Mova-se para atirar na formação de bombardeiros Solte uma rajada certeira e depois faça a retirada Gire, rode em volta para chegar por detrás deles Mova para seus pontos cegos e atire novamente

Bandits at 8 o'clock are moving behind us Ten ME-109's out of the sun Ascending and turning, our spitfires to face them Heading straight for them I press down my guns

Inimigos às 8 horas estão se movendo atrás de nós Dez ME-109 fora do sol Subindo e girando nossos Spitifires para enfrentá-los Indo em direção a eles eu disparo minhas armas

Rolling, turning, diving Rolling, turning, diving Going in again Rolling, turning, diving Rolling, turning, diving

Balançando, girando, mergulhando Balançando, girando, mergulhando Indo de novo Balançando, girando, mergulhando Balançando, girando, mergulhando

Run Live to fly, fly to live, do or die Won't you Run, live to fly, fly to live Aces high

Corra, Viva para voar, voe para viver, faça ou morra Você não irá Corra, viva para voar, voe para viver. Ases às alturas

(2/8) 2 Minutes To Midnight (6:02)

2 Minutos Para a Meia-noite

Kill for gain or shoot to maim But we don't need a reason The Golden Goose is on the loose And never out of season. Blackened pride still burns inside This shell of bloody treason Here's my gun for a barrel of fun For the love of living death.

Matar pelo lucro ou atirar para mutilar Mas nós não precisamos de uma razão O Ganso Dourado está solto E nunca fora de estação O orgulho escurecido continua queimando Desta casca de traição sangrenta Aqui está minha arma para um pouco de diversão Pelo amor dos mortos vivos

The killer's breed or the Demon's seed, The glamour, the fortune, the pain, Go to war again, blood is freedom's stain, Don't you pray for my soul anymore.

A cria do assassino ou a semente do demônio O glamour, a fortuna, o sofrimento Vá para a guerra de novo, o sangue é a mancha da liberdade Nunca mais reze pela minha alma

2 minutes to midnight, The hands that threaten doom. 2 minutes to midnight,

2 minutos para a meia-noite, As mãos que amedrontam a condenação. 2 minutos para a meia-noite,

To kill the unborn in the womb.

Para matar o não-nascido no útero.

The blind men shout let the creatures out We'll show the unbelievers, The Napalm screams of human flames Of a prime time Belsen feast...YEAH! As the reasons for the carnage cut their meat and lick the gravy, We oil the jaws of the war machine and feed it with our babies.

Os cegos gritam, deixam as criaturas saírem Nós mostraremos aos descrentes Os gritos de napalm de tochas humanas Num banquete de primeira ao estilo Belsen Enquanto os motivos pela matança cortem suas carnes e lambem o molho Nós lubrificamos as mandíbulas da máquina de guerra E a alimentamos com nossos bebês

The killer's breed or the Demon's seed, The glamour, the fortune, the pain, Go to war again, blood is freedom's stain, Don't you pray for my soul anymore.

A cria do assassino ou a semente do demônio O glamour, a fortuna, o sofrimento Vá para a guerra de novo, o sangue é a mancha da liberdade Nunca mais reze pela minha alma

2 minutes to midnight, The hands that threaten doom. 2 minutes to midnight, To kill the unborn in the womb.

2 minutos para a meia-noite As mãos que amedrontam a condenação 2 minutos para a meia-noite Para matar o não-nascido no útero

The body bags and little rags of children torn in two, And the jellied brains of those who remain to put the finger right on you As the madmen play on words and make us all dance to their song, To the tune of starving millions to make a better kind of gun.

Os sacos de corpos e pedaços de crianças Partidas ao meio E os cérebros pastosos dos que sobraram Para apontar o dedo para você Enquanto os loucos brincam com palavras E nos fazem dançar a sua música Na melodia de milhões de famintos Para fazer um tipo melhor de arma

The killer's breed or the Demon's seed, The glamour, the fortune, the pain, Go to war again, blood is freedom's stain, Don't you pray for my soul anymore.

A cria do assassino ou a semente do demônio O glamour, a fortuna, o sofrimento Vá para a guerra de novo, o sangue é a mancha da liberdade Nunca mais reze pela minha alma

2 minutes to midnight, The hands that threaten doom. 2 minutes to midnight, To kill the unborn in the womb. Midnight... Midnight... Midnight... is all night Midnight... Midnight... Midnight... is all night.

2 minutos para a meia-noite As mãos que amedrontam a condenação 2 minutos para a meia-noite Para matar o não-nascido no útero. Meia-noite... Meia-noite... Meia-noite... É a noite inteira. Meia-noite... Meia-noite... Meia-noite... É a noite inteira.

(4/8) Flash Of The Blade (4:06)

Brilho da Lâmina

As a young boy chasing dragons With your wooden sword so mighty You're st. George or you're David and you always killed the beast Times change very quickly

Como um jovem garoto desafiando dragões Com sua poderosa espada de madeira Você é São Jorge ou Davi e sempre matava a besta Os tempos mudam muito rápido

And you had to grow up early A house in smoking ruins and the bodies at your feet

E você teve que crescer cedo Uma casa em ruínas em chamas e os corpos aos seus pés

You'll die as you lived In the flash of a blade In a corner forgotten by no-one You lived for the touch For the feel of the steel One man, and his honour

Você irá morrer como viveu No brilho de uma lâmina Em um canto esquecido por todo mundo Você viveu para tocar Para sentir o aço de uma espada Um homem e sua honra

The smell of resined leather The steely iron mask As you cut and thrust and parried at the Fencing master's call He taught you all he never knew To fear no mortal man And now you'll wreak your vengeance in the Screams of evil men

O cheiro de couro resinado A dura máscara de ferro Quando você corta, fura e defende-se Da esgrima do mestre Ele lhe ensinou tudo o que sabia A não ter medo de nenhum homem mortal E agora você vai saciar a sua sede de vingança Com os gritos dos homens maus

You'll die as you lived In the flash of a blade In a corner forgotten by no-one You lived for the touch For the feel of the steel One man, and his honour

Você irá morrer como viveu No brilho de uma lâmina Em um canto esquecido por todo mundo Você viveu para tocar Para sentir o aço de uma espada Um homem e sua honra

You'll die as you lived In the flash of a blade In a corner forgotten by no-one You lived for the touch For the feel of the steel One man, and his honour

Você irá morrer como viveu No brilho de uma lâmina Em um canto esquecido por todo mundo Você viveu para tocar Para sentir o aço de uma espada Um homem e sua honra

(5/8) The Duellists (6:08)

Os Duelistas

He threw down the glove you made the mistake Of picking it up now you're gone The choosing of guns or fighting with swords The choice of weapons is done He'll tear you apart as soon as you start You know you don't have a chance.

Ele jogou uma luva, você cometeu o erro De pegá-la, agora você já era A escolha das armas, ou lutar com espadas A escolha das armas foi feita Ele vai rasgar você logo no início Você sabe que não tem uma chance

OH...OH... Fight for the Honour Fight for the Splendour

Oh oh, lute pela honra Lute pelo explendor

Fight for the Pleasure OH...OH... Fight for the Honour Fight for the Splendour Fight for your Life!

Lute pelo prazer Oh oh, lute pela honra Lute pelo explendor Lute por sua vida!

Ready to start the duel begins the best man wins in the end. A lunge and a feint,

Pronto para começar, o duelo começa E o melhor homem vence no final Uma estocada e um artifício,

a parry too late A cut to the chest and you're down Seeing the stain then feeling the pain Feeling the sweat on your brow.

uma defesa tarde demais Um corte no peito e você está no chão Vendo a mancha e depois sentindo a dor Sentindo o suor em sua testa

OH...OH... Fight for the Honour Fight for the Splendour

Oh oh, lute pela honra Lute pelo explendor

Fight for the Pleasure OH...OH... Fight for the Honour Fight for the Splendour Fight for your Life!

Lute pelo prazer Oh oh, lute pela honra Lute pelo explendor Lute por sua vida!

The fighting resumes, a silence looms the Swordsmen move 'gainst each other A cut and a thrust, a parry, a blow, a stab to the heart and you're down The Angel of Death hears your last breath Meanwhile the reaper looks on.

A luta continua, uma miragem silenciosa Os espadachins avançam um contra o outro Um corte e um ataque, uma defesa, um golpe Uma estocada no coração e você cai no chão O anjo da morte ouve seu último suspiro Enquanto isso o matador olha

OH...OH... Fought for the Honour Fought for the Splendour Fought for the Pleasure OH...OH... Fought for the Honour Fought for the Splendour Fought to the Death

Oh oh, lute pela honra Lute pelo explendor Lute pelo prazer Oh oh, lute pela honra Lute pelo explendor Lutou até a morte

(6/8) Back In The Village (5:03)

De Volta à Vila

Turn the spotlights on the people, Switch the dial and eat the worm, Take your chances, kill the engine, Drop your bombs and let it burn.

Foque as luzes sobre as pessoas Gire o botão e coma os vermes Aproveite suas chances, destrua a máquina Solte suas bombas e deixe queimar

White flags shot to ribbons, The truce is black and burned, Shellshock in the kitchen, Tables overturned.

Bandeiras brancas feitas em tiras por tiros A trégua é negra e queimada Nervosismo na cozinha Mesas viradas

Back in the village again, In the village, I'm back in the village again.

De volta à vila novamente Na vila Eu estou de volta à vila novamente

Throwing dice now, rolling loaded, I see sixes all the way. In a black hole, and I'm spinning As my wings get shot away.

Jogando dados agora, girando viciados Vejo números seis por todos os lados Em um buraco negro, e eu estou girando Enquando minhas asas são atingidas

Questions are a burden And answers are a prison for oneself Shellshock in the kitchen Tables start to burn.

Perguntas são uma carga E respostas são uma prisão para si mesmo Nervosismo na cozinha Mesas começam a queimar

Back in the village again,

De volta à vila novamente

In the village, I'm back in the village again.

Na vila Eu estou de volta à vila novamente

No breaks on the inside, Paper cats and burning barns, Theres a fox among the chickens, And a killer in the hounds.

Sem tréguas dentro Gatos de papel e celeiros queimados Existe uma raposa entre as galinhas E um matador entre os cães

Questions are a burden And answers are a prison for oneself Shellshock in the kitchen Tables start to burn.

Perguntas são uma carga E respostas são uma prisão para si mesmo Nervosismo na cozinha Mesas começam a queimar

Back in the village again, In the village, I'm back in the village again.

De volta à vila novamente Na vila Eu estou de volta à vila novamente

But still we walk into the valley And others try to kill the inner flame We're burning brighter than before I don't have a number, I'm a name!

Mas continuamos andando no vale E outros tentam matar a chama interior Estamos queimando mais forte que antes Eu não tenho um número, sou um nome!

Back in the village again, In the village, I'm back in the village again.

De volta à vila novamente Na vila Eu estou de volta à vila novamente

Back in the village again, In the village, I'm back in the village again.

De volta à vila novamente Na vila Eu estou de volta à vila novamente

Back in the village I'm back in the village I'm back in the village again

De volta à vila novamente Na vila Eu estou de volta à vila novamente

(7/8) Powerslave (6:50)

Escravo do Poder

Into the Abyss I'll fall - the eye of Horus Into the eyes of the night-watching me go Green is the cat's eye that glows in this Temple Enter the risen Osiris – risen again.

Dentro do abismo eu cairei - o olho de Horus Dentro dos olhos da noite - me olhando ir Verde é o olho do gato que brilha neste templo Entre no Osíris ressuscitado – ressuscitado novamente

Tell me why I had to be a Powerslave I don't wanna die, I'm a God, why can't I live on? When the Life Giver dies, all around is laid to waste. And in my last hour, I'm a slave to the Power of Death.

Me diga porque tenho de ser um escravo do poder Eu não quero morrer, eu sou um Deus, porque não posso viver para sempre? Quando o criador da vida morre, tudo em volta se desgasta. E na minha última hora, Eu sou um escravo do poder da morte.

When I was living this lie Fear was my game People would worship and fall

Quando eu vivia esta mentira medo era o meu jogo Pessoas me adorariam e cairiam

drop to their knees. So bring me the blood and red wine for the one to succeed me, for he is a man and a God and He will die too.

Descendo de joelhos Então traga-me o sangue e vinho tinto para aquele que vai me suceder, pois ele é um homem e um deus e ele vai morrer também.

Tell me why I had to be a Powerslave I don't wanna die, I'm a God, why can't I live on? When the Life Giver dies, all around is laid to waste. And in my last hour, I'm a slave to the Power of Death.

Me diga porque tenho de ser um escravo do poder Eu não quero morrer, eu sou um Deus, porque não posso viver para sempre? Quando o criador da vida morre, tudo em volta se desgasta. E na minha última hora, Eu sou um escravo do poder da morte.

Now I am cold but a ghost lives in my veins, Silent the terror that reigned marbled in stone. A shell of a man God preserved a thousand ages, But open the gates of my Hell I will strike from the grave.

Agora estou frio mas um espírito vive em minhas veias, Silencia o terror que reinou esculpido em pedra Uma casca de um homem deus preservado mil eras Mas abra os portões do meu inferno Eu saltarei da sepultura.

Tell me why I had to be a Powerslave I don't wanna die, I'm a God, why can't I live on? When the Life Giver dies, all around is laid waste. And in my last hour, I'm a slave to the Power of Death, Slave to the Power of Death Slave to the Power of Death

Me diga porque tenho de ser um escravo do poder Eu não quero morrer, eu sou um Deus, porque não posso viver para sempre? Quando o criador da vida morre, tudo em volta se desgasta. E na minha última hora, Eu sou um escravo do poder da morte, Escravo do poder da morte Escravo do poder da morte

(8/8) Rime Of The Ancient Mariner (13:35)

Conto do Velho Marinheiro

Hear the rime of the ancient mariner See his eyes as he stops one of three Mesmerizes of one of the wedding guests "Stay here and listen to the nightmares of the sea!"

Ouça a história do velho marinheiro Veja seus olhos enquanto ele para um de cada três Hipnotiza um dos convidados do casamento "Fique aqui e ouça sobre os pesadelos dos mares!"

And the music plays on, as the bride passes by Caught by his spell, and the mariner tells his tale

E a música toca, enquanto a noiva passa por perto Cativado pelo seu encanto, e o marinheiro conta sua história

Driven south to the land of the snow and ice To a place where nobody's been Through the snow fog flies on the albatross Hailed in God's name, hoping good luck it brings

Conduzido ao sul da terra de neve e gelo Para um lugar onde ninguém esteve Por meio do nevoeiro voa um albatroz Aclamado em nome de Deus, esperando a boa sorte que ele traz

And the ship sails on, back to the north Through the fog and ice and the albatross follows on

E o navio navega, de volta ao norte Através do nevoeiro e gelo e o albatroz vem em sequência

The mariner kills the bird of good omen His shipmates cry against what he's done But when the fog clears, they justify him And make themselves a part of the crime

O marinheiro mata o pássaro de bom presságio Seus companheiros reclamam contra o que ele fez Mas quando o nevoeiro desaparece, eles o perdoam E acabam fazendo parte do crime

Sailing on and on and north across the sea Sailing on and on and north 'til all is calm

Navegando e navegando para o norte através do mar Navegando e navegando para o norte até que tudo está calmo

The albatross begins with its vengeance A terrible curse, a thirst has begun His shipmates blame bad luck on the mariner About his neck, the dead bird is hung

O albatroz começa com a sua vingança Uma terrível maldição, uma sede começou Seus companheiros culpam o marinheiro pela má sorte Sobre seu pescoço, é pendurado o pássaro morto

And the curse goes on and on and on at sea And the thirst goes on and on for them and me

E a maldição continua, continua e continua no mar E a sede continua e continua para eles e para mim

Day after day, day after day We stuck nor breath nor motion As idle as a painted ship upon a painted ocean Water, water, everywhere, and all the boards did shrink Water, water, everywhere, not any drop to drink!

Dia após dia, dia após dia Presos, sem nos mover e nem respirar Tão parados como um navio colorido em um oceano pintado Água, água por todo lado e tudo a bordo se foi Água, água por todo lado, nem uma gota para beber!

"There", calls the mariner "There comes a ship over the line" "But how can she sail with no Wind in her sails and no tide?" See, onward she comes Onward she nears, out of the sun See, she has no crew She has no life, "Wait, but there's two!"

"Ali", grita o marinheiro "Lá vem uma embarcação no horizonte" "Mas como ela pode navegar Sem vento e sem correntes?" Veja, ela vem em frente Ela está se aproximando, vindo do sol Veja, ela não tem tripulação Ela não tem vida, "Espere, mas há duas!"

Death, and she life in death They throw their dice for the crew She wins the mariner And he belongs to her now Then, crew one by one They drop down dead, two hundred men She, she, life in death She lets him live, her chosen one

A morte, e ela a vida em morte Jogaram os dados para a tripulação Ela ganhou o marinheiro E ele pertence a ela agora Então, a tripulação um a um Caíram mortos, duzentos homens Ela,,ela, vida em morte Ela o deixou viver, o seu escolhido

"One after one, by the star dogged moo Too quick for groan or sigh Each turned his face, with a ghastly pang And cursed me with his eye Four times fifty living men And I heard nor sigh nor groan With heavy thump, a lifeless lump They dropped down, one by one"

"Um a um, sobre a lua rodeada de estrelas Rápido demais para gemer ou suspirar Cada um virou seu rosto atormentado E me amaldiçoou com seu olhar Quatro vezes cinquenta homens E eu não ouvi suspiro ou gemido Pesadamente, um vulto sem vida Eles caíram, um por um"

The curse, it lives on in their eyes The mariner, he wished he'd die Along with the sea creatures But they lived on, so did he

A maldição, vive em seus olhos O marinheiro, desejou ter morrido Juntamente com as criaturas do mar Mas elas viveram , então ele também

And by the light of the moon He prays for their beauty, not doom With heart he blesses them God's creatures, all of them too

E sobre a luz da lua Ele reza pela sua beleza, não pela maldição De coração ele os abençoa Criaturas de Deus, a todas elas também

Then, the spell starts to break The albatross falls from his neck Sinks down like lead, into the sea Then down in falls, comes the rain!

Então, o feitiço começa a se quebrar O albatroz cai de seu pescoço Afunda como chumbo no mar Então, cai a chuva!

Hear the groans of the long dead seamen See them stir and they start to rise Bodies lifted by good spirits None of them speak, and they're lifeless in their eyes

Ouça os gemidos dos marinheiros mortos há muito tempo Veja eles se moverem e começarem a levantar Corpos levantados por bons espíritos Nenhum deles falam, e eles não tem vida em seus olhos

And revenge is still sought, penance starts again Cast into a trance and the nightmare carries on

E a vingança é ainda procurada, a penitência recomeça Preso em um transe e o pesadelo continua

Now the curse is finally lifted And the mariner sights his home Spirits go from the long dead bodies Form their own light and the mariner's left alone

Agora finalmente a maldição terminou E o marinheiro avista sua casa Espíritos saem dos corpos mortos a tanto tempo Formam sua própria luz e o marinheiro é deixado só

And then a boat came sailing towards him It was a joy, he could not believe The pilots boat, his son and the hermit Penance of life will fall onto him

E então um barco veio velejando de encontro a ele Foi uma alegria, ele não podia acreditar O comandante do barco, seu filho e o eremita A penitência da vida cairá sobre ele

And the ship, it sinks, like lead, into the sea And the hermit shrieves the mariner of his sins

E o navio afunda como chumbo no mar E o eremita perdoa o marinheiro de seus pecados

The mariner's bound to tell of his story To tell his tale wherever he goes To teach God's word by his own example That we must love all things that God made

O marinheiro é destinado a contar sua história A contar esta história onde quer que ele vá A ensinar a palavra de Deus através de seu próprio exemplo Que nós devemos amar todas as coisas que Deus fez

And the wedding guest's a sad and wiser man And the tale goes on and on and on

E o convidado do casamento é um triste e mais sábio homem E a história continua, continua e continua

ACES HIGH: a música conta a história de um piloto da Força Aérea Real em confronto com caças da Luftwaffe alemã durante a Batalha da Grã-Bretanha, ocorrida em 1940. Durante o desenrolar da música conta-se sobre um confronto entre aviões Supermarine Spitfire e Messerschmitt Bf 109. A Batalha da Grã-Bretanha foi a primeira batalha apenas com aeronaves. A blitz alemã da Luftwaffe (blitz significa flash ou lightning e vem de blitzkrieg, guerra relâmpago) atacou Londres e várias outras cidades inglesas, entre 7 de setembro de 1940 e 10 de maio do ano seguinte. Mais de 40.000 pessoas foram atingidas nos bombardeios, e acima de um milhão de casas foram destruídas, mais da metade em Londres. Os alemães começaram atacando pistas de pousos e fábricas, para que os ingleses não tivessem como repor suas perdas. Os ingleses atacaram Berlim e depois, por ordens do Fuhrer, a Luftwaffe começou seus ataques contra a população para espalhar medo. A maior dificuldade dos ingleses era se defender durante os ataques noturnos. Conforme o tempo foi passando, os ataques diminuíram (os alemães estavam perdendo muitos pilotos e aeronaves), até que suspenderam a Operação Seelöwe (Leão Marinho) e partiram para conquistar a União Soviética.

2 MINUTES TO MIDNIGHT: uma referência ao Relógio do Apocalipse utilizado pelo Bulletin of the Atomic Scientists, da Universidade de Chicago. Em setembro de 1953, o relógio chegou às 11:58, o mais perto que esteve da meia-noite (que simboliza a destruição da humanidade por uma guerra nuclear), quando Estados Unidos e União Soviética testaram diversas bombas de hidrogênio num curto espaço de tempo. O primeiro solo de guitarra é desempenhado por Dave Murray, seguido de outro por Adrian Smith. Durante a música é feita uma referência a Bergen-Belsen, que era um campo de concentração nazista, não de extermínio, onde muita gente tenha morrido, vítima de doenças e torturas. Hoje em dia é um campo aberto ao público. O comitê Bulletin of the Atomic Scientists, desde 1947, mantém um relógio chamado de Doomsday Clock (Relógio do Apocalipse), que conta quantos minutos faltam para um desastre nuclear baseado nos acontecimentos mundiais. Quanto mais o gráfico desce, mais próximo do desastre ele está. Em 1953, este índice chegou a 2 minutos (to midnight, ou seja, do apocalipse) e é disso que a música fala. Confira abaixo o índice recente.

LOSFER WORDS: é uma contração de "lost for words", ou seja, não há o que dizer. E "Orra" é a pronúncia da palavra Horror em Cockney, que é o sotaque do pessoal do East End de Londres.

FLASH OF THE BLADE: fala de um espadachim. Um garoto que viu os pais morrerem, aprende as técnicas da espada com seu mestre e parte para vingança. Esta faixa faz parte da trilha sonora do filme italiano Phenomena (1985), que inspirou o jogo de horror psicológico Clock Tower, disponível para PS3.

THE DUELLISTS: está relacionada com o filme de mesmo nome, de Ridley Scott (anos mais tarde diretor de Hanibal e Robin Hood), lançado em 1977. Este filme nos leva para França de 1.800, época do apogeu e declínio de Napoleão Bonaparte. Pelo que entendi (porque não vi o filme, mas é muito bom, diria Sílvio Santos!) são dois soldados do exército de Napoleão que, por mais de 20 anos, duelam entre si, com algumas pausas, e ninguém sabe exatamente o motivo (bem ao estilo meio sei-lá-entende dos filmes franceses).

BACK IN THE VILLAGE: refere-se a "The Village" do seriado The Prisoner, que já foi citado no texto do álbum The Number Of The Beast.

POWERSLAVE: a faixa que dá nome ao álbum e crava a marca do ritmo agalopado ironmaideniano! Nesta música um faraó lamenta a limitação de seus poderes, se ele é um deus, porque tem que morrer? A letra faz menções a símbolos egípcios como o Olho de Hórus que significa poder, coragem e proteção. Simbolizava o olho direito do falcão, o qual foi perdido durante a luta contra seu tio Seth, que o fracionou em 64 partes. Diz a lenda que o olho foi restaurado por Thoth. Após ser restaurado, Hórus pode reviver Osíris (referido no verso "Enter the risen Osiris risen again"). No fim da música, ele fala sobre o que acontecerá a ele após sua morte, baseado na fictícia maldição do faraó (“A shell of a man God preserved a thousand ages”). Esta história de maldição começou após 1.923, ano da descoberta da tumba de Tutankhamon por Lord Carnarvon e sua expedição, financiada por ele aliás. Lord Carnarvon morreu 4 meses depois, graças à picada de um mosquito. Enquanto ele morria, acabou a luz no Cairo e seu cachorro, que estava na Inglaterra, começou a uivar até morrer. Bom, aí a imprensa fez seu papel, espalhou a notícia com estardalhaço e muitos "analistas" começaram a sugerir que podia ser uma maldição do faraó, inventaram que haviam inscrições com maldições nas tumbas e o resto vocês já imaginam. Hollywood agradece mais esta lenda! (texto de: Ricardo Heavyrick, [2])

THE RIME OF THE ANCIENT MARINER: escrita a partir do poema homônimo do poeta romântico inglês do século XVIII, Samuel Taylor Coleridge. A obra relata eventos sobrenaturais vivenciados por um marinheiro durante uma longa viagem pelo mar. O marinheiro para um homem a caminho de uma cerimônia de casamento e começa a relatar sua história. A reação do convidado da cerimônia transforma-se de impaciência à fascinação com o desenrolar da história contada pelo marinheiro. O que ele conta começa com seu barco em sua jornada. Apesar de tudo ocorrer bem no início, o barco é desviado do seu caminho durante uma tempestade e, direcionando-se ao sul, alcança a Antártica. Um albatroz aparece e guia os tripulantes para fora da Antártica. Apesar da ajuda do pássaro e do carinho que a tripulação agora tinha por ele, o marinheiro atira e mata o animal. Os outros estão irados com o marinheiro, por acharem que o albatroz havia trazido os ventos que os levaram para fora da Antártica. Entretanto, mudaram sua opinião quanto o clima se tornou mais agradável e o nevoeiro se dissipou.

O crime despertou a ira dos espíritos sobrenaturais, que então passaram a perseguir o barco "a partir da terra do nevoeiro e da neve". O vento que inicialmente os levou para fora da terra da neve agora os havia levado para águas calmas. Agora eles estavam há dias parados, sem vento, e o estoque de suprimentos estava acabando. A tripulação muda de ideia novamente, e culpa o marinheiro por sua sede ("água por todos os lados, nem uma gota para beber"). O barco então encontra um barco fantasma pelo caminho. À bordo estão "A Morte" (um esqueleto) e "O Pesadelo da Vida na Morte" (uma mulher pálida tal como morta), ambos jogando dados apostando as almas da tripulação. Eventualmente "A Morte" ganha a vida da tripulação e "A Vida na Morte" ganha a vida do marinheiro, um prêmio que ela considera mais valioso. Seu nome é um indício do destino do marinheiro: uma vida pior que a morte como punição por ter matado o albatroz. Um a um, toda a tripulação morre, restando apenas o marinheiro, que vê por sete dias e noites a maldição nos olhos dos cadáveres de sua tripulação. Enquanto o marinheiro reza, o albatroz cai de seu ombro. Eis que, possuídos por bons espíritos, os corpos da tripulação levantam-se e guiam o barco para casa novamente, por fim afundando em um redemoinho. O único que não afunda com o barco é o marinheiro, que é avistado por um eremita na terra. Este, com a ajuda de um homem e seu filho, vai ao encontro do marinheiro em um barco. A princípio eles pensam que o marinheiro está morto, mas quando este passa a ajudar a remar o barco, seu filho enlouquece com a situação dizendo que o demônio sabe remar. Como pena por ter atirado no albatroz, o marinheiro é forçado a andar pelo mundo para contar sua história, e transmitir sua lição para quem encontrar pelo caminho.

1984

1. 2. 3. 4. 5.

Aces High The Number of the Beast (live in Dortmund, 1983) King of Twilight (Nektar Cover) Rainbow's Gold (Beckett cover) Cross-Eyed Mary (Jethro Tull Cover)

Steve Harris Harris

4:31 4:56 4:50 4:57 3:52

(3/5) King of Twilight (4:50)

Rei do Crepúsculo

I've been trying, trying so hard I've been crying, crying in the dark don't forsake me, the time of mine is near Don't ever break me and the world that brought me here

Eu tenho tentado, tentando tão duro Eu tenho chorado, chorando na escuridão não me abandone, o meu tempo está próximo Nunca quebre me e o mundo que me trouxeram aqui

sick and lonely, waiting for the dawn sick and lonely, wondering what to do can you hear me, when I say to you You gime your hand, I'll give mine to you

doente e só, esperando pelo amanhecer doente e só, desejando saber o que fazer possa você me ouve, quando eu digo a você Você gime sua mão, eu darei o meu a você

When the king of twilight shows me I will take ten steps to see Forty leaves I pay for freedom

Quando o rei do crepúsculo me mostrar Eu darei dez passos para ver Quarenta folhas que eu pago por liberdade

For a chance to be free For a chance to be free

Por uma chance de ser livre Por uma chance de ser livre

When the king of twilight calls you Take a step and you will see We all need a quick solution

Quando o rei crepúsculo chamar você Dê um passo e você verá Todos nós precisamos de uma solução rápida

For a chance to be free For a chance to be free When the king of twilight shows me I will take ten steps to see Forty leaves I pay for freedom

Para uma chance para ser livre Para uma chance para ser livre Quando o rei do crepúsculo me mostrar Eu darei dez passos para ver Quarenta folhas que eu pago por liberdade

For a chance to be free For a chance to be...FREE!

Para uma chance para ser livre Para uma chance para ser... LIVRE!

(4/5) Rainbow's Gold (4:57)

Arco-íris Dourado

In the heat of the morning When your day is still dawning And your bird, she's singing Catch your soul, he's willing to fly away

No calor da manhã Quando seu dia ainda está amanhecendo E seu pássaro, ela está cantando Pegue sua alma, ele está disposto voar fora

Packed your bags in a hurry Because your mind's in a worry Mark my words You're gonna be sorry if you ever fly away

Arrumado suas malas em uma pressa Porque sua mente em uma preocupação Marque minhas palavras Você vai sentir muito se você já voar fora

Sweet little girl with the saint da vinci-smile Stares at me with sadness in her eyes I'm not sure if she's really real or make-believe Maybe she's a vision that comes to only me

Doce pequena menina com o santo da vinci-sorriso Olhares fixos a mim com tristeza nos olhos dela Eu não estou seguro se ela for realmente real ou fictícia Talvez ela é uma visão que vem a só mim

Cause I'm so tired Yes I'm so tired So tired Yes I'm so tired

Cause eu estou tão cansado Sim eu estou tão cansado Tão cansado Sim eu estou tão cansado

(5/5) Cross-Eyed Mary (3:52)

Maria Vesga

Who would be a poor man, a beggar man? A thief if he had a rich man in his hand? Who would steal the candy? From a laughing baby's mouth If he could take it from the money man?

Quem seria pobre, um mendigo? Um ladrão, se tivesse um homem rico nas mãos? Quem roubaria o doce? Da boca de um risonho bebê Se pudesse tirar do homem do dinheiro?

Cross-eyed Mary, goes jumping in again She signs no contract but she always plays the game She dines in Hampstead Village On expense accounted gruel And the jack knife barber drops her off at school

Maria, a vesga, continua a dar seus pulos Ela não assina contratos mas sempre joga o jogo Ela janta na vila Hampstead Degusta sopas caras E o camarada da cozinha a deixa na escola

Laughing in the playground Gets no kicks from little boys Would rather make it with a latching gray Or maybe her attention is drawn by Aqualung, who watches Through the railings as they play

Dar risadas no playground Não é motivo para levar chutes de meninos Seria melhor fazer isso com um belo obstáculo cinza Ou talvez sua atenção esteja tomada por Aqualung que observa Através da grade enquanto eles brincam

Cross-eyed Mary finds it hard to get along She's a poor man's rich girl And she'll do it for a song She's a rich man's stealer But her favor's good and strong She's the Robin Hood of High Gate Helps the poor man get along

Maria, a vesga, descobre que é difícil se arranjar Ela é a filha rica de um homem pobre E ela fará isso por uma música Ela é a ladra do homem rico Mas seus favores são bons e fortes Ela é a Robin Hood de Highgate Ajuda os homens pobres a se arranjarem

Laughing in the playground Gets no kicks from little boys Would rather make it with a latching gray Or maybe her attention is drawn by Aqualung, who watches Through the railings as they play

Dar risadas no playground Não é motivo para levar chutes de meninos Seria melhor fazer isso com um belo obstáculo cinza Ou talvez sua atenção esteja tomada por Aqualung que observa Através da grade enquanto eles brincam

Cross-eyed Mary goes jumping in again She signs no contract

Maria, a vesga, continua a dar seus pulos Ela não assina contratos

but she always plays the game She dines in Hampstead Village On expense accounted gruel And the jack knife barber drops her off at school

mas sempre joga o jogo Ela janta na vila Hampstead Degusta sopas caras E o camarada da cozinha a deixa na escola

Cross-eyed Mary Eyed Mary Cross-eyed Mary

Maria, a vesga Olhos de Maria Maria, a vesga

1985

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Intro Aces High 2 Minutes to Midnight The Trooper Revelations Flight of Icarus The Rime of the Ancient Mariner Powerslave The Number of the Beast Hallowed be Thy Name Iron Maiden Run to the Hills Running Free Wrathchild 22 Acacia Avenue Children of the Damned Die With Your Boots On The Phantom of the Opera

0:49 5:29 6:06 4:29 6:11 3:49 13:12 7:34 4:37 7:30 4:21 3:53 3:24 3:07 6:19 4:34 5:15 7:24

Bruce Dickinson, Steve Harris, Dave Murray, Adrian Smith e Nicko McBrain encontravam-se no melhor de sua forma, isso após o Maiden ter dado ao mundo 5 dos mais clássicos álbuns de heavy metal que se tem notícia. Qual seria a melhor maneira de deixar registrada uma fase tão maravilhosa como essa? Com certeza, por meio da gravação de um álbum ao vivo. “Live After Death” é uma amostra da mítica “World Slavery Tour”, a famosa e grandiosa turnê de divulgação do álbum “Powerslave”, lançado em 1984, na qual a banda fez, inclusive, sua primeira aparição no Brasil, durante o primeiro Rock In Rio, em 1985.

E esse disco representa exatamente isso: um registro do que é considerado por muitos como o melhor momento da carreira da banda em termos de empolgação e criatividade, tudo documentado em um dos melhores álbuns ao vivo da história do metal.

Esse disco foi lançado com diferentes versões. O vinil original é um álbum duplo, onde o LP1 e o lado A do segundo disco contém as músicas gravadas nas apresentações da banda em 1985 no Long Beach Arena, em Los Angeles, que representavam o setlist básico da “World Slavery Tour”. O lado B do segundo disco trazia mais 5 músicas gravadas no Hammersmith Odeon, na Inglaterra.

A primeira versão em CD trazia apenas a gravação de Long Beach e com a música “Running Free” editada em relação à versão do LP. Posteriormente, foi lançada uma outra versão em CD, a qual trazia as mesmas músicas do vinil, incluindo as 5 faixas extras. Existe ainda uma versão bônus rara de “Live After Death”, onde o segundo CD com as 5 músicas gravadas na Inglaterra era substituído por um outro com versões ao vivo das músicas “Losfer Words (Big „Orra)”, “ Sanctuary” e “Murders in the Rue Morgue”. Bem, vamos falar sobre a primeira e melhor versão que se conheceu de “Live After Death”, aquela lançada em vinil e na versão remasterizada em CD.

A bolacha começa com uma inusitada introdução, trazendo parte do exaltado discurso do Primeiro Ministro Winston Churchill, apelando aos ingleses para que se mantivessem firmes e resistissem aos constantes ataques ao país durante a Segunda Guerra Mundial. Ao final das palavras do estadista, começam as primeiras notas de “Aces High”, aquela que, com certeza, é uma das 3 melhores canções para se iniciar um show em toda a história do metal. Dona de um misto perfeito entre peso, velocidade, agressividade, melodia e feeling, a música mostra perfeitamente „o que é o Maiden‟ e „porque o Maiden é o Maiden‟.

O entrosamento é perfeito entre as guitarras de Dave Murray e Adrian Smith, que desfilam sobre a cozinha competente montada por Steve Harris e Nicko McBrain. Bruce Dickinson não atinge os mesmos agudos altíssimos da versão em estúdio e utiliza-se de tons mais graves, um fato que se repetiria em algumas outras canções desse disco. Por isso mesmo, muita gente reclama de sua performance vocal nessa música. Mesmo que ninguém saiba se isso ocorreu simplesmente por opção sua ou por uma dificuldade em se conseguir atingir ao vivo o mesmo desempenho, o fato é que as linhas vocais um pouco mais graves de Mr. Air Raid Siren não deixam de ser excelentes e conseguem empolgar a platéia de uma forma absurda. A seguir, temos a ótima “2 Minutes To Midnight”, com seu refrão que não sai da cabeça, entremeado por um trabalho primoroso dos guitarristas e pelo baixo de Steve Harris sendo tocado “no talo”. Esta é uma música que ganhou aqui uma versão mais empolgante que a de estúdio. A clássica “The Trooper” ficou mais rápida e pesada em “Live After Death”. Esta é possivelmente, dentre todas as canções do Maiden, aquela onde Dave Murray e Adrian Smith atingem seu máximo em termos de entrosamento. Não há, por exemplo, como dizer qual dos dois faz o melhor solo ou acerta o melhor timbre durante as bases. Bruce Dickinson aqui dá um show de vigor e energia. Uma das melhores versões já registradas de um dos maiores clássicos da banda. Na canção seguinte, “Revelations”, o Maiden conseguiu a façanha de fazer com que essa música soasse mais dramática do que em “Piece Of Mind”. A beleza da faixa, se já é espantosa em estúdio, ao vivo torna-se mais assustadora ainda. O instrumental é espetacular, apenas perde uma parte melódica conduzida pela guitarra e que não havia como ser reproduzida em shows com apenas duas guitarras, ainda que Bruce Dickinson tocasse o instrumento num pequeno trecho dessa canção. E por falar em Dickinson, é ele quem se sai melhor na execução dessa música, já que consegue um timbre de voz ainda mais emocionante que na versão de estúdio. “Flight Of Icarus” ficou menos “feliz” e com muito mais cara de heavy metal em “Live After Death”. A melodia cheia de feeling, a ótima linha vocal, os belos solos, a cavalgada impressionante do baixo de Harris, nem tanto pela velocidade mas, sobretudo, pela forma como espanca as cordas de seu instrumento sem piedade, são todos fatores que deixaram essa música muito mais empolgante. Na sequência, somos brindados com uma das maiores epopéias da história do metal. “Rime Of The Ancient Mariner” já impressiona pelos seus mais de 13 minutos de duração. Aquilo que poderia se tornar uma canção maçante, sobretudo em um show, na verdade mostra-se um dos momentos mais marcantes de “Live After Death” e ainda um dos momentos mais criativos de toda a carreira da banda. A letra, baseada em um poema de Samuel Taylor Coleridge, ganha mais sentido com a interpretação de Bruce Dickinson. E o instrumental? Bem, a técnica e o entrosamento entre os músicos nessa faixa é tamanha, que faz a gente se perguntar se firulas e excessos de virtuosismo são realmente necessários para se fazer uma música de cair o queixo, com mais uma versão que supera a original de estúdio, sobretudo em termos de peso.

“Powerslave” sabe dosar bem momentos de cadência com aqueles de mais agitação. O instrumental dessa faixa, quando executado ao vivo, parece ficar ainda mais bem encaixado com o tema da canção. Dave Murray faz um solo pra lá de inspirado e Steve Harris mostra (mais uma vez) porque toda vez em que se fala de cavalgada no baixo, ele é o primeiro nome que vem à cabeça. “The Number Of The Beast” cumpre com competência a missão de levantar o público, desde o trecho inicial de sua introdução até o último segundo. A canção seguinte é a espetacular “Hallowed Be Thy Name”, uma música que provavelmente está no top 3 ou top 5 da maioria dos fãs da Donzela. E nesse disco, o Maiden a executa de maneira mais veloz, mais pesada e mais dramática. Não é errado dizer que ela é um dos maiores hinos de todo o heavy metal e que sua versão em “Live After Death” deve ser a melhor que a banda já registrou até hoje para essa música. “Iron Maiden” é a canção que encerra a primeira parte dos shows do Maiden. A entrada de Bruce e Nicko McBrain na banda fez com que essa faixa perdesse um pouco da crueza e brutalidade dos tempos de Paul Di‟Anno e Clive Burr. No entanto, sua execução ao vivo com os 2 ganhou em técnica, conforme pode ser observado nessa versão. Em “Run To The Hills”, Bruce Dickinson, mais uma vez, utiliza-se de tons mais graves, cantando os versos de forma um pouco menos „raçuda‟ que em outras ocasiões. Só que tocar uma música que tem um refrão como o dessa, será sempre entrar em campo com o jogo já ganho. “Running Free” ganhou 5 minutos a mais na versão de “Live After Death”, pois lá pelo meio da música Bruce começa uma interação com o público, aquela velha história de pedir para a platéia repetir alguma coisa, ver se quem grita mais alto é quem está no lado direito ou esquerdo, aquela coisa toda de show ao vivo. A música em si é outra da era Di‟Anno que perde em agressividade. No entanto, não é nada que comprometa a qualidade da canção e muito menos o poder de interação entre a banda e os fãs, que cantam o refrão em uníssono. Bem, a versão original em CD de “Live After Death” terminava aqui. A primeira prensagem original desse álbum, em vinil, ainda tem um lado B do disco 2, com mais 5 músicas que foram gravadas em apresentações no Hammersmith Odeon, na Inglaterra. “Wrathchild” é uma das poucas músicas desse álbum que não consegue repetir o mesmo nível de estúdio ou até melhorálo. Não que ela tenha ficado ruim, mas a versão de estúdio ou aquela do “Maiden Japan” são melhores, talvez pelo fato de que, entre todas as músicas dos 2 primeiros discos, essa é a que melhor se encaixa no estilo vocal de Paul Di‟Anno e a que mais se afasta do estilo do Dickinson. “22 Acacia Avenue”, coloco entre as mais criativas músicas do Maiden. Em relação à versão de estúdio, Bruce canta de forma bem mais „rasgada‟ e muito menos limpa, sobretudo a parte no meio da música, onde ele atingia agudos altíssimos em estúdio. Os riffs ao vivo soam com mais pegada e os solos são excepcionais. A seguir, temos a clássica “Children Of The Damned”, que ganhou uma versão excelente, mais pesada e com vocal mais dramático. Uma música definitivamente fantástica. “Die With Your Boots On” ficou impressionante, com seu instrumental técnico, entrosado e empolgante. Destaque para Steve Harris e seu baixo. O cara impressiona tanto pela velocidade com que toca quanto pela força com que bate nas cordas de seu instrumento. E Bruce Dickinson tem aqui uma de suas melhores performances no disco.

“Phantom Of The Opera”, a última canção da versão em vinil, é outra que deve figurar no top 3 ou top 5 da maior parte dos fãs da banda. Suas mudanças de andamento, suas variações de momentos mais porrada para outros mais calmos e viajantes, seu instrumental inspiradíssimo, tudo isso ainda ficou melhor na versão de “Live After Death”. Sem dúvidas, a versão definitiva dessa música. [1]

1986

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Caught Somewhere in Time Wasted Years Sea Of Madness Heaven Can Wait The Loneliness of the Long… Stranger in a Strange Land Déjà Vu Alexander the Great

Harris Smith Smith Harris Harris Smith Harris, Murray Harris

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O lançamento de "Somewhere in Time" foi estrondoso e as vendas foram muito boas, mas logo começaram as críticas em relação ao disco. Os fãs mais fervorosos acusavam a banda de ter mudado muito o seu som e estarem se tornando mais comerciais, visando especialmente o mercado americano. Apesar de todo o alvoroço causado na época, atualmente este é considerado um verdadeiro clássico da Donzela, figurando facilmente entre os preferidos pelos fãs. "Somewhere in Time" torna o ouvinte um verdadeiro fã de boa música e faz aprender a curtir cada detalhe de uma canção. Este disco não é apenas um grande álbum de Heavy Metal, ele é uma verdadeira obra-prima da música moderna. De cara, "Somewhere in Time" já chama a atenção pela sua maravilhosa arte de capa. A ilustração, novamente feita por Derek Riggs, possui inúmeros detalhes que nos remetem a história da banda. Falaremos destes detalhes mais adiante. A banda optou neste disco por uma musicalidade e temática futuristas, baseando-se especialmente no filme "Blade Runner", de 1982. Não se trata necessariamente de um disco conceitual, mas as músicas em geral falam sobre o tempo e a relação das pessoas com ele. Bruce Dickinson não teve participação nas composições e isso gerou certo desconforto entre os músicos, Harris ainda figurava como principal compositor e Adrian Smith participa com mais efetividade que outrora na parte criativa. Mantendo a mesma formação desde "Piece of Mind", o entrosamento da banda já é algo indiscutível, a forma como cada nota se encaixa beira a perfeição. A dupla que Adrian Smith e Dave Murray fazem nas guitarras se tornaria uma das mais importantes e influentes do Heavy Metal, e neste disco a dupla chega a seu ápice criativo, despejando riffs memoráveis e alguns dos melhores solos de toda sua carreira. Bruce Dickinson mostra mais uma vez todo seu potencial imprimindo sua personalidade inconfundível a cada faixa do disco. Steve Harris também vive um de seus melhores momentos em técnica e composição e junto com Nicko McBrain, que demonstra uma técnica e velocidade monstruosas, formam uma cozinha impecável. O disco abre com a veloz e variada "Caught Somewhere in Time". Após uma introdução calma e melodiosa que deixa clara a proposta da banda para o disco, a velocidade toma conta da música, especialmente na bateria, onde Nicko demonstra uma técnica absurda no bumbo, sem sequer utilizar pedal duplo. Cheia de variações, a música vai evoluindo até chegar aos solos, onde Smith demonstra toda sua versatilidade e virtuosismo, sem perder o feeling. Diferente dos discos anteriores, onde a banda abria com uma faixa mais direta, "Caught Somewhere in Time" é uma música longa e em seus mais de 7 minutos mostra-se bastante complexa e variada, apesar do peso e velocidade constantes. "Wasted Years" é o maior hit do disco e seu single fez bastante sucesso na época. Sem muita frescura e virtuosismo desnecessário, a música apresenta uma introdução interessante, um refrão pegajoso e se desenvolve em uma estrutura melódica bastante simples, mas eficaz. Nesta música, Adrian Smith apresenta mais um solo extraordinário.

O disco mantém uma regularidade impressionante. Sua qualidade é tão constante que tornase praticamente impossível destacar este ou aquele aspecto. Em "Sea of Madness", por exemplo, Steve Harris e Nicko McBrain iniciam a música com uma levada interessantíssima. O já famoso “andamento cavalgado” de Harris contrasta com o peso das variações de Nicko. Em seguida Dickinson entra com sua interpretação arrebatadora, chegando ao ápice no refrão, onde é impossível não cantar junto, a plenos pulmões. Por fim, os riffs de Murray e Smith, presentes em toda a extensão da música, são empolgantes e precisos. "Heaven Can Wait" é a música melhor aproveitada ao vivo pela banda, especialmente devido a seu ritmo empolgante e refrão bombástico. A música inicia com uma sequência distinta de notas e uma melodia cortante, acompanhada da bateria precisa de Nicko McBrain. Assim como a faixa de abertura, "Heaven Can Wait" é uma música mais embalada, com um ritmo mais rápido, mas ainda assim sobra espaço para solos e melodias precisos. Sua letra é soberba, de longe a melhor do disco e fala sobre uma pessoa recebendo nova oportunidade de continuar vivendo. Vale destacar que, diferente dos discos anteriores que possuíam alguns momentos mais interessantes, outros um pouco menos inspirados, "Somewhere in Time" mantém o mesmo nível em todo seu decorrer, sem músicas que se sobressaem. "The Loneliness Of The Long Distance Runner", apesar do título esquisito, é uma música incrível. Inicia com belas melodias e vai ficando mais encorpada conforme vai se desenvolvendo, com mudanças constantes de ritmos e quebradas de tempo diversas, que culminam em mais dois solos inacreditáveis, um mais lento e melodioso de Adrian Smith, outro mais rápido e preciso de Dave Murray. "Stranger in a Strange Land" começa com Harris e McBrain novamente demonstrando seu entrosamento. Trata-se de uma faixa mais cadenciada, mas ainda assim muito pesada. Adrian Smith nos presenteia nesta canção com o solo mais bonito do disco e provavelmente um dos melhores de toda a sua carreira. A letra fala da história de um explorador que visitava o Ártico, morreu congelado e depois de cem anos seu corpo foi encontrado preservado por outros exploradores. Esta faixa também foi lançada como single, mas apesar de sua qualidade não obteve o mesmo sucesso que "Wasted Years". A única participação de Murray como compositor no disco se dá em "Dejà Vu", que junto com Steve Harris não decepciona. A música começa com um dedilhado belíssimo e uma melodia bastante emotiva. Uma música bastante moderna, que soa atual mesmo após 35 anos de sua gravação. A velocidade é predominante e os duetos de guitarras estão por todos os lados. O termo "dejà vu" é francês, e diz respeito à sensação de já ter vivenciado uma situação anteriormente. ("Feel like i've been here before", "Sinto como se já tivesse estado aqui antes"). Fechando o disco temos a épica "Alexander the Great". Apesar do descaso da banda para com essa obra-prima, ela figurava na lista das preferidas de muitos fãs. Após uma introdução narrada, o instrumental e a parte lírica se completam de forma inexplicável, chegando ao ápice no refrão bombástico. Todas as melodias e harmonias se encaixam de forma perfeita e a música se desenvolve em diferentes climas, de forma que, ao transcorrer seus quase 9 minutos, você sente que ela poderia ainda se prolongar por outros 30. Apesar de tantos adjetivos que "Somewhere in Time" carrega, a maioria de suas canções não foram aproveitadas após a turnê do disco. Apenas "Wasted Years" e "Heaven Can Wait" ainda são lembradas em alguns shows. Mesmo a épica "Alexander the Great", considerada umas das melhores músicas da banda, nunca foi executada ao vivo. Enfim, como somente o tempo pode provar muitas coisas, este disco se tornou um clássico, reverenciado pela maioria dos fãs de Heavy Metal, mesmo aqueles que torceram o nariz para o disco na época em que foi lançado. [1]

(1/8) Caught Somewhere In Time (7:25) If you had the time to lose, An open mind and time to choose, Would you care to take a look, Or can you read me like a book? Time is always on my side, Time is always on my side. Can I tempt you, come with me, Be Devil may care, fulfill your dream, If I said I'd take you there, Would you go, would you be scared? Time is always on my side, Time is always on my side. Don't be afraid, you're safe with me, Safe as any soul can be... Honestly, just let yourself go. Caught somewhere in time … Like a wolf in sheep's clothing, You try to hide your deepest sins, Of all the things that you've done wrong, And I know where you belong. Time is always on my side, Time is always on my side. Make you an offer you can't refuse, You've only got your soul to lose Eternally... Let yourself go! Caught somewhere in time … Caught now in two minds!

Preso Em Algum Lugar no Tempo Se você tiver tempo pra perder Uma mente aberta e tempo para escolher Você se importaria de dar uma olhada? Ou poderia me ler, como um livro? O tempo está sempre ao meu lado O tempo está sempre ao meu lado Posso tentá-lo a vir comigo Que se dane, realize seu sonho Se eu dissesse que te traria aqui Você iria, ou ficaria com medo? O tempo está sempre ao meu lado O tempo está sempre ao meu lado Não tenha medo, você esta a salvo comigo Salvo como qualquer outra alma pode estar Honestamente... Apenas deixe-se ir! Preso em algum lugar no tempo ... Como um lobo em pele de cordeiro Você tenta esconder os seus pecados mais íntimos Todas as coisas que você fez de errado E eu sei a que lugar você pertence O tempo está sempre ao meu lado O tempo está sempre ao meu lado Faz uma oferta que você não tem como recusar Você só tem a sua alma a perder Eternamente... Deixe-se ir! Preso em algum lugar no tempo ... Preso agora nesta indecisão!

(2/8) Wasted Years (5:07)

Anos Perdidos

From the coast of gold, across the seven seas I'm travelling on, far and wide But now it seems I'm just a stranger to myself And all the things I sometimes do, it isn't me, but someone else

Da costa do ouro, atravessando os sete mares Eu estou viajando, muito distante Mas agora parece que eu sou um estranho para mim mesmo E todas as coisas que algumas vezes faço, não sou eu, mas um outro alguém

I close my eyes, and think of home Another city goes by, in the night Ain't it funny how it is,

Eu fecho meus olhos e penso em meu lar Outra cidade passa, na noite É engraçado não é,

you never miss it til it's gone away And my heart is lying there and will be til my dying day

você nunca sente falta até perder E meu coração descansa ali e ali ficará até o dia de minha morte

So understand Don't waste your time always searching for those wasted years Face up, make your stand And realize you're living in the golden years

Então entenda Não perca seu tempo sempre procurando aqueles anos perdidos Encare, tome posição E perceba que você vive nos anos dourados

Too much time on my hands, I got you on my mind Can't ease this pain so easily When you can't find the words to say, it's hard to make it through another day And it makes me wanna cry, and throw my hands up to the sky

Muito tempo em minhas mãos, eu tenho você em minha mente Não consigo aliviar esta dor tão facilmente Quando você não consegue achar as palavras para dizer, é difícil aguentar um outro dia E isso me faz querer chorar e erguer minhas mãos para o céu

So understand Don't waste your time always searching for those wasted years Face up, make your stand And realize you're living in the golden years

Então entenda Não perca seu tempo sempre procurando aqueles anos perdidos Encare, tome posição E perceba que você vive nos anos dourados

So understand Don't waste your time always searching for those wasted years Face up, make your stand And realize you're living in the golden years

Então entenda Não perca seu tempo sempre procurando aqueles anos perdidos Encare, tome posição E perceba que você vive nos anos dourados

So understand Don't waste your time always searching for those wasted years Face up, make your stand And realize you're living in the golden years

Então entenda Não perca seu tempo sempre procurando aqueles anos perdidos Encare, tome posição E perceba que você vive nos anos dourados

(3/8) Sea Of Madness (5:42)

Mar de Loucura

Out in the street somebody's crying, Out in the night the fires burn, Maybe tonight somebody's crying, Reached the point of no return.

Lá fora nas ruas alguém está chorando Lá fora na noite o fogo queima Talvez hoje à noite alguém esteja chorando Atingido o ponto sem retorno

Oh - my eyes they see but I can't believe, Oh - my heart is heavy as I turn my back and leave.

Oh - Meus olhos veem, mas eu não posso acreditar Oh - Meu coração está pesado quando viro as costas e parto

Like the eagle and the dove, Fly so high on wings above, When all you see can only bring you sadness, Like a river we will flow, On towards the sea we go, When all you do

Como a águia e o pombo Voar tão alto, voando lá em cima Quando tudo o que você vê só pode te trazer tristeza Como um rio nós seguiremos Em direção ao mar nós vamos Quando tudo o que você faz

can only bring you sadness, Out on the sea of madness.

só pode te trazer tristeza Lá fora no mar de loucura

Somewhere I hear a voice that's calling, Out in the dark there burns a dream, You got to hope when you are falling, To find the world that you have seen.

Em algum lugar ouço uma voz que chama Lá fora na escuridão queima um sonho Você tem de ter esperança quando está caindo Para encontrar o mundo que você imaginou

Oh - my eyes they see but I can't believe, Oh - my heart is heavy as I turn my back and leave.

Oh - Meus olhos veem, mas eu não posso acreditar Oh - Meu coração está pesado quando viro as costas e parto

Like the eagle and the dove, Fly so high on wings above, When all you see can only bring you sadness, Like a river we will flow, On towards the sea we go, When all you do can only bring you sadness, Out on the sea of madness.

Como a águia e o pombo Voar tão alto, voando lá em cima Quando tudo o que você vê só pode te trazer tristeza Como um rio nós seguiremos Em direção ao mar nós vamos Quando tudo o que você faz só pode te trazer tristeza Lá fora no mar de loucura

It's madness, The sun don't shine On the sea of madness, There ain't no wind to fill your sails, Madness, When all you see can only bring you sadness On towards the sea we go

É loucura O sol não brilha No mar da loucura Não há vento para soprar suas velas Loucura Quando tudo que você vê só pode te trazer tristeza Em direção ao mar nós vamos

Out in the street somebody's crying, Out in the night the fires burn, Maybe tonight somebody's crying, Reached the point of no return.

Lá fora nas ruas alguém está chorando Lá fora na noite o fogo queima Talvez hoje alguém esteja chorando Atingido o ponto sem retorno

Oh - my eyes they see but I can't believe, Oh - my heart is heavy as I turn my back and leave.

Oh - Meus olhos vêem, mas eu não posso acreditar Oh - Meu coração está pesado quando viro as costas e parto

Like the eagle and the dove, Fly so high on wings above, When all you see can only bring you sadness, Like a river we will flow, On towards the sea we go, When all you do can only bring you sadness, Out on the sea of madness

Como a águia e o pombo Voar tão alto, voando lá em cima Quando tudo o que você vê só pode te trazer tristeza Como um rio nós seguiremos Em direção ao mar nós vamos Quando tudo o que você faz só pode te trazer tristeza Lá fora no mar de loucura

(4/8) Heaven Can Wait (7:21)

O Céu Pode Esperar

Can't understand what is happening to me This isn't real, this is only a dream But I never have felt,

Não consigo entender o que acontece comigo Isto não é real, isto é apenas um sonho Mas eu nunca senti assim não,

no I never have felt this way before I'm looking down on my body below I lie asleep in the midst of a dream Is it now could it be that the angel of death has come for me? I can't believe that really my time has come I don't feel ready, there's so much left undone And it's my soul and I'm not gonna let it get away

eu nunca me senti assim antes Estou olhando para o meu corpo lá embaixo Eu adormeço no meio de um sonho Será possível que o anjo da morte chegou para me buscar? Eu não posso acreditar que minha hora tenha chegado Eu não me sinto pronto, há tanta coisa por fazer Esta é a minha alma e eu não vou deixá-la ir embora

Heaven can wait … Heaven can wait til another day

O céu pode esperar ... O céu pode esperar até um outro dia!

Heaven can wait … Heaven can wait til another day

O céu pode esperar ... O céu pode esperar até um outro dia!

I have a lust for the earth below And hell itself is my only foe 'Cause I've no fear of dying I'll go when I'm good and ready I snatch a glimpse of the light's eternal rays I see a tunnel, I stand amazed At all of the people standing there in front of me Into the paths of rightness I'll be led Is this the place where the living join the dead? I wish I knew this was only just a nightmare

Eu tenho paixão pela terra aqui embaixo E o inferno é meu único inimigo Porque eu não tenho medo de morrer Eu irei quando estiver bem e preparado Eu dou uma piscadela naqueles eternos raios de luz Eu vejo um túnel, e fico maravilhado Com todas aquelas pessoas, ali, diante de mim No caminho dos justos serei guiado Este é o lugar onde os vivos se juntam aos mortos? Eu queria saber se isso foi apenas um pesadelo

Heaven can wait … Heaven can wait til another day

O céu pode esperar ... O céu pode esperar até outro dia!

Heaven can wait … Heaven can wait til another day

O céu pode esperar ... O céu pode esperar até outro dia!

Take my hand, I'll lead you to the promised land Take my hand, I'll give you immortality Eternal youth, I'll take you to the other side To see the truth, the path for you is decided

Pegue minha mão, eu te levarei à terra prometida Pegue minha mão, eu te darei a imortalidade Juventude eterna, eu te levarei para o lado de lá Para ver a verdade, o seu destino está traçado

Oh, oh

Oh, oh

My body tingles, I feel so strange I feel so tired, I feel so drained And I'm wondering if I'll ever be the same again Is this in limbo or in heaven or hell? Maybe I'm going down there as well I can't accept my soul will drift forever

Meu corpo está formigando, e me sinto tão estranho Me sinto tão cansado, me sinto tão esgotado E eu me pergunto se algum dia voltarei a ser o mesmo novamente Seria este o limbo, o céu ou o inferno? De qualquer forma, talvez eu esteja indo para lá Eu não posso aceitar que minha alma vague eternamente

I feel myself floating back down to earth So could this be the hour of my rebirth? Or have I died or will I wake from dreaming?

Eu me sinto flutuando, de volta aqui para terra Seria esta a hora de meu renascimento? Será que morri, ou irei acordar de um sonho?

Heaven can wait … Heaven can wait til another day

O céu pode esperar ... O céu pode esperar até outro dia

(5/8) The Loneliness Of The Long Distance Runner (6:31)

A Solidão do Corredor De Longa Distância

Tough Of the track, With the wind, And the rain that's beating down on your back. Your heart's Beating loud And goes on getting louder And goes on even more till the sound Is ringing in your head, With every step you tread, And every breath you take, Determination makes You run, Never stop, Gotta win, gotta run till you drop, Keep the pace, Hold the race, Your mind is getting clearer, You're over halfway there but the miles Just never seem to end As if you're in a dream, Not getting anywhere. It seems so futile.

A trilha penosa, com o vento E a chuva que bate nas suas costas Seu coração bate alto E vai ficando cada vez mais alto E fica ainda mais até que o som Fica soando na sua cabeça A cada passo que você dá, E a cada respiração, Determinação te faz correr, nunca parar Precisa vencer, precisa correr até cair, Mantenha o ritmo, segure a corrida, Sua mente está ficando mais limpa, Você passou da metade, mas a distância Parece nunca terminar Como se você estivesse em um sonho, Não chegando a lugar nenhum. Isso parece tão fútil

Run, on and on, Run, on and on, The lonliness of the long distance runner.

Correr e correr, Correr e correr, A solidão do corredor de longa distância.

I've got to keep running the course, I've got to keep running and win at all costs, I've got to keep going, be strong, Must be so determined and push myself on.

Eu tenho de manter correndo no rumo, Eu tenho de prosseguir correndo e vencer a qualquer custo, Eu tenho de continuar correndo ser forte, Tenho de ser muito determinado e empurrar a mim mesmo.

Run Over stiles, Across fields, Turn to look at who's on your heels,

Correr sobre degraus, atravessando campos, Virar de costas para olhar quem está em seus calcanhares, No caminho à frente no campo, A chegada fica mais próxima mas você quer a glória que virá, Você chega à linha de chegada,

Way ahead Of the field, The line is getting nearer But do you want the glory that goes, You reach the final stretch,

Ideals are just a trace, You feel like throwing the race, It's all so futile.

Ideais são apenas pistas, Você se sente como desprezando a corrida, É tudo tão fútil.

Run, on and on, Run, on and on, The lonliness of the long distance runner.

Correr e correr, Correr e correr, A solidão do corredor de longa distância.

Run, on and on, Run, on and on, The lonliness of the long distance runner.

Correr e correr, Correr e correr, A solidão do corredor de longa distância.

(6/8) Stranger In a Strange Land (5:44)

Estranho Em Uma Terra Estranha

Was many years ago that I left home and came this way I was a young man full of hopes and dreams But now it seems to me that all is lost and nothing gained Sometimes things ain't what they seem No brave new world, no brave new world No brave new world, no brave new world

Foi a muitos anos atrás que eu deixei meu lar e tomei este caminho Eu era um jovem cheio de esperanças e sonhos Mas agora me parece que tudo está perdido e nada ganho Algumas vezes as coisas não são o que parecem Nenhum admirável mundo novo Nenhum admirável mundo novo

Night and day I scan horizon, sea and sky My spirit wanders endlessly Until the day will dawn and friends from home discover why Hear me calling, rescue me Set me free, set me free Lost in this place and leave no trace

Noite e dia procuro pelo horizonte, mar e céu Meu espírito vagueia sem parar Até que o dia nasça e os amigos de casa descubram porque Me ouçam chamando, me salvem Libertem-me, libertem-me Perdido neste lugar e sem deixar vestígios

Stranger in a strange land Land of ice and snow Trapped inside this prison, yeah! Lost and far from home

Estranho em uma terra estranha Terra de gelo e neve Preso aqui nesta armadilha Perdido e longe de casa

One hundred years have gone and men again they came that way To find the answer to the mystery They found his body lying where it fell on that day Preserved in time for all to see No brave new world, no brave new world Lost in this place, and leave no trace

Cem anos se passam, novamente homens vem por esse caminho Para achar a resposta do mistério Eles acharam seu corpo deitado onde ele caiu aquele dia Preservado no tempo para todos verem Nenhum admirável mundo novo, nenhum admirável mundo novo Perdido neste lugar e sem deixar vestígios

What became of men that started All are gone and souls departed Left me here of this place So all alone

O que resultou do que os homens começaram Todos se foram e as almas partiram Me deixaram aqui nesse lugar Então tudo sozinho

Stranger in a strange land Land of ice and snow

Estranho em uma terra estranha Terra de gelo e neve

Trapped inside this prison! Lost and far from home

Preso aqui nesta armadilha Perdido e longe de casa

Stranger in a strange land Land of ice and snow Trapped inside this prison Lost and far from home

Estranho em uma terra estranha Terra de gelo e neve Preso aqui nesta armadilha Perdido e longe de casa

(7/8) Déjà Vu (4:56)

Deja Vu

When you see familiar faces, But you don't remember where they're from, Could you be wrong?

Quando você vê faces familiares Mas não lembra de onde elas são, Você pode estar errado

When you've been particular places, That you know you've never been before, Can you be sure?

Quando você esteve em lugares particulares, Que você sabe que nunca visitou antes, Pode ter certeza?

'Cause you know this has happened before, And you know that this moment in time is for real, And you know when you feel Deja vu.

Pois você sabe que isso aconteceu antes, E você sabe que este momento é de verdade, E você sabe quando sente Deja Vu.

Feel like I've been here before, … Ever had a conversation, That you realise you've had before, Isn't it strange?

Sinto como se tivesse estado aqui antes, ... Alguma vez teve uma conversa Que você entendeu ter tido antes Não é estranho?

Have you ever talked to someone, And you feel you know what's coming next? It feels pre-arranged.

Alguma vez você já falou com alguém E sentiu que sabia o que iria acontecer? Parece pré-arranjado

'Cause you know that you've heard it before, And you feel that this moment in time is surreal, 'Cause you know when you feel Deja vu

Pois você sabe que já ouviu isso antes E você sente que este momento no tempo é surreal Pois você sabe quando sente Deja Vu

(8/8) Alexander The Great (8:37)

Alexandre, O Grande

"My son, ask for thyself another kingdom, For that which I leave is too small for thee."

"Meu filho, consiga para você um outro reino Pois este que deixo é pequeno demais para você"

Near to the East, in a part of ancient Greece, In an ancient land called Macedonia, Was born a son to Philip of Macedon, The legend his name was Alexander.

Perto do leste, em uma parte da antiga Grécia Em uma antiga terra chamada Macedônia Nasceu o filho de Felipe da Macedônia A lenda, seu nome era Alexandre

At the age of nineteen, he became the Macedon king, And he swore to free all of Asia Minor, By the Aegian Sea in 334 BC, He utterly beat the armies of Persia.

Aos dezenove anos tornou-se o rei da Macedônia E jurou libertar toda a Ásia Menor Pelo mar Egeu em 334 antes de Cristo Derrotou completamente os exércitos da Pérsia

Alexander the Great, His name struck fear into hearts of men, Alexander the Great, Became a legend 'mongst mortal men.

Alexandre, o Grande Seu nome colocava medo nos corações dos homens Alexandre, o Grande Tornou-se uma lenda entre os mortais

King Darius the third, Defeated fled Persia, The Scythians fell by the river Jaxartes, Then Egypt fell to the Macedon king as well, And he founded the city called Alexandria.

Rei Dário III, derrotado,fugiu da Pérsia Os Simérios se renderam no rio Jaxartes Os Egípcios sucumbiram também ao rei Macedônio E ele fundou a cidade chamada Alexandria

By the Tigris river, he met King Darius again, And crushed him again in the battle of Arbela, Entering Babylon and Susa, treasures he found, Took Persepolis, the capital of Persia.

No rio Tigre ele encontrou novamente o rei Dário E o esmagou novamente na batalha de Arbela Adentrando Babilônia e Susa, tesouros ele encontrou Tomou Persépolis, a capital da Pérsia

Alexander the Great, His name struck fear into hearts of men, Alexander the Great, Became a god amongst mortal men.

Alexandre, o Grande Seu nome colocava medo nos corações dos homens Alexandre, o Grande Tornou-se um deus entre os mortais

A Phrygian King had bound a chariot yoke, And Alexander cut the "Gordion knot", And legend said that who untied the knot, He would become the master of Asia.

Um rei Frígio partiu em uma biga E Alexandre cortou o Nó Górdio E a lenda dizia que quem cortasse o Nó Tornaria-se o governante da Ásia

Hellenism he spread far and wide, The Macedonian learned mind, Their culture was a western way of life, He paved the way for Christianity.

Ele espalhou o Helenismo por todos os lados A mente ensinada da Macedônia Sua cultura era um estilo ocidental de vida Ele pavimentou o caminho para o Cristianismo

Marching on, Marching on.

Marchando, marchando

The battle weary marching side by side, Alexander's army line by line, They wouldn't follow him to India, Tired of the combat, pain and the glory.

A cansativa batalha, marchando lado a lado Os exércitos de Alexandre, linha a linha Eles não seguiriam para a Índia Cansados do combate, da dor, e da glória

Alexander the Great, His name struck fear into hearts of men, Alexander the Great, He died of fever in Babylon

Alexandre, o Grande Seu nome colocava medo nos corações dos homens Alexandre, o Grande Morreu de febre na Babilônia

CAUGHT SOMEWHERE IN TIME: abre o disco mostrando a Donzela com uma sonoridade diferente dos discos anteriores. A música descreve alguém, como o diabo, tentando convencer outra pessoa a trocar sua alma por algo que não dá muito para saber o que é (vida eterna?). Argumenta-se que a música é inspirada no filme de 1979, Time After Time (“Um século em 43 minutos”), onde o escritor H. G. Wells inventa uma máquina do tempo e entra nela para perseguir seu amigo, que viria a se tornar Jack, O Estripador.

WASTED YEARS: pode ser considerada uma das músicas mais "mainstream" do Maiden ao lado de Wasting Love. Sua letra fala sobre não olharmos para trás e vivermos o presente como se fossem os dias dourados. O videoclipe mostra várias fotos da banda, durante a World Slavery Tour e até antes disso, mostra também várias fotos do Eddie em suas várias fases, desde o começo da banda. É como se fosse um resumo de tudo que eles viveram até então.

SEA OF MADNESS: também de autoria de Adrian Smith, narra outro estado mental. Fala do sofrimento do mundo, da miséria do povo (o tal mar de loucura) e que, às vezes, o melhor a fazer é virar as costas e ir embora, mesmo com o coração pesado.

HEAVEN CAN WAIT: segue descrevendo a experiência de quase morte: sensação de ver o próprio corpo e ter a alma sugada para outro lugar, onde há luzes e pessoas observando, mas tudo que ele deseja é continuar aqui na Terra. No fim, ele não sabe se renasceu, morreu ou vai acordar de um sonho. Near Death Experience (Experiência de Quase-Morte, EQM) é quando alguém perto da morte ou sofrendo de algum trauma ou doença que possa levar a ela, percebe eventos que parecem ser impossíveis, não usuais ou sobrenaturais (HSW). Características de EQM (as mais comuns, mas nem sempre presentes): sensações de tranquilidade, luz radiante, pura e intensa, experiências fora do corpo, entrando em outra realidade ou dimensão, visão e/ou comunicação com seres espirituais, o túnel e revisão da vida (tipo aquela sensação de que sua vida inteira passou como um flash diante de seus olhos). A maioria das pessoas classificam a experiência como sobrenatural (pessoas religiosas principalmente). A ciência não tem uma resposta comprovada ao assunto, mas... não é porque não consegue explicar, neste momento, que torna válida as teorias sobrenaturais (mesmo porque não há como testar algumas variáveis).

THE LONELINESS OF THE LONG DISTANCE RUNNER: é baseado na história de Alan Sillitoe, que se tornou filme em 1962. O filme fala de um jovem que é preso depois de roubar uma padaria. Ele fica em uma prisão para jovens delinquentes e, para se distrair, passa o tempo correndo. Descobrem seu talento como corredor e oferecem a ele um meio de sair da prisão (e promover o nome da instituição): vencer uma importante corrida cross-country contra alunos da escola pública. Se você não for ver o filme ou ler o livro, saiba que o garoto, quando está perto de vencer a corrida, pára no caminho e não aceita vencer uma corrida por aqueles que o prenderam. Ele se ferra depois, mas que tem firmeza, isso tem!

STRANGER IN A STRANGE LAND: ao contrário do que muitos dizem, NÃO fala sobre o romance de mesmo nome do escritor estadunidense Robert A. Heinlein (1907 - 1988) lançado em 1961, que conta a história de um humano que é criado pelos habitantes do planeta Marte e, quando adulto, vem para a Terra. Ok espertinho, então a música fala do que? A letra de Adrian Smith fala sobre uma conversa que ele teve com um explorador, que achou o corpo de um homem congelado há muitos anos no Pólo Norte. (Eu não me surpreenderia que ele tivesse lido o livro de Heinlein e relacionado as coisas.)

DÉJÀ VU: fala sobre... Déjà Vu! Aquela estranha sensação de já termos vivido uma mesma situação antes = "Feel like i've been here before.." Déjà Vu vem do francês, e significa "já visto".

ALEXANDER THE GREAT: Alexandre Magno, O Grande, rei da Macedônia e de um bom pedaço do mundo... Seu tutor foi nada menos que Aristóteles. Era filho de Filipe II, que conquistou a Grécia, depois das Cidades-Estado gregas como Atenas, Esparta, Tebas e Micenas se acabarem em guerras. Alexandre conquistou um território de 5.646.200km² e foi o segundo maior conquistador de terras do mundo ("perdeu" "apenas" para Genghis Khan). Nasceu em 356AC e morreu de febre na Babilônia em 323AC. O Império de Alexandre Magno: a música tem um probleminha histórico. Na letra de Harris consta que o exército de Alexandre não o seguiu até a Índia, pois estavam cansados, mas o exército de Alexandre o seguiu, sim, e no final tiveram que se retirar, pois viram que vencer os indianos não seria possível. Mas isto não diminui a grandeza deste som épico. Afinal, se até eu que sou bom em história erro, imagine o Harris! (texto de: Ricardo Heavyrick, [2])

Curiosidades sobre a capa de "Somewhere in Time" Pode não ser a mais bonita, mas com certeza é a capa mais interessante da carreira do IRON MAIDEN. Ilustrada pelo famoso Derek Riggs, apresenta diversos detalhes a respeito da história e das músicas da banda, além de outros detalhes divertidos. Veja a seguir alguns detalhes a respeito desta arte genial: 1- "This is a very boring painting", mensagem escrita ao contrário atrás da perna direita do Eddie. 2- Aces High bar, com um avião da Segunda Guerra Mundial voando ao fundo. (Referência à música "Aces High", do álbum "Powerslave"). 3- Ancient Mariner Seafood Restaurant. (Referência à música "Rime of the Ancient Mariner", do álbum "Powerslave"). 4- Eye of Horus sobre o anúncio da Webster à esquerda da arma de Eddie. (Referência à música "Powerslave", do álbum "Powerslave"). 5- Phantom Opera House. (Referência à música "Phantom of the Opera", do álbum "Iron Maiden"). 6- Na contra-capa vê-se um homem em queda livre, trata-se de Icaro caindo do sol com as asas de cera em chamas. (Referência à música "Flight of the Icarus", do álbum "Piece of Mind"). 7- O relógio na contra-capa, no viaduto, marca 23:58. (Referência à música "2 minutes to midnight", do álbum "Powerslave"). 8- "Tonight GYPSY'S KISS", abaixo do relógio. (Referência à primeira banda do baixista Steve Harris). 9- Live After Death e Blade Runner são os filmes em cartaz no cinema. (Referência ao disco ao vivo, "Live After Death" e ao filme "Blade Runner", no qual o disco "Somewhere in Time" é inspirado). 10- O cinema é o Philip K. Dick, que é o autor de "Do Androids Dream of Electric Sheep?", em que o filme "Blade Runner" foi baseado. 11- Ruskin Arms (Velho pub onde o IRON MAIDEN tocava no início da carreira). 12- The Rainbow Bar (Outro clube que a banda frequentava nos primórdios). 13- Marquee Club (Mais um velho clube frequentado pela banda). 14- Hammerjacks (Um dos bares favoritos da banda nos EUA, "Hammerjacks Night Club" em Baltimore, no estado de Maryland). 15- Tehe's bar é o local onde a banda conseguiu as pessoas que contam os Backing Vocals de "Heaven Can Wait". Batman está embaixo do anúncio do Tehe's bar. 16- West Ham 7 x 3 Arsenal. Placar de futebol mostrando a vitória do time preferido da banda, West Ham. 17- Long Beach Arena (Referência ao lugar onde foi gravado o disco ao vivo, "Live After Death"). 18- Nicko McBrain veste uma camiseta com o dizer "Iron What?".

19- "Bradbury Hotels International" (Referência ao autor Ray Bradbury de clássicos como "Ice Nine", "The Martian Chronicles", etc.). 20- As pirâmedes na contra-capa fazem referência à capa do disco "Powerslave". 21- Próximo às pirâmides pode-se ver a sombra da morte. 22- Os letreiros escritos em japonês fazem referência ao disco ao vivo "Maiden Japan". 23- "Maggies revenge" na contracapa faz referência à primeira ministra britânica Margareth Tatcher, que teve uma confusão com o Iron Maiden por volta de 1980 em virtude dos singles "Sanctuary" e "Women In Uniform", que a ilustravam morta por Eddie no chão e escondida atrás de uma parede observando Eddie, respectivamente. 24- A rua em que Eddie se encontra é a Acacia Avenue (Referência a música "22 Acacia Avenue" do álbum "The Number of the Beast"). 25- Em uma das janelas da Acacia Avenue há uma garota sentada próximo à uma janela, ela é supostamente a prostituta Charlotte (Referência a música "Charlotte the Harlot", do álbum "Iron Maiden"). 26- Bruce Dickinson segura um cérebro em suas mãos (Referência ao disco "Piece of Mind"). 27- Há uma lixeira embaixo da perna esquerda de Eddie junto a um poste de luz. Estes objetos constam na capa do álbum de estréia, "Iron Maiden".

1987

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.

Moonchild Infinite Dreams Can I Play with Madness The Evil That Men Do Seventh Son of a Seventh Son The Prophecy The Clairvoyant Only the Good Die Young

Adrian Smith/Dickinson Steve Harris Smith/Dickinson/Harris Smith/Dickinson/Harris Harris Dave Murray, Harris Harris Harris/Dickinson

5:39 6:09 3:31 4:34 9:53 5:05 4:27 4:41

Seventh Son Of A Seventh Son é considerado o último álbum da fase clássica do Iron Maiden. O uso de sintetizadores e outros efeitos ainda foi bem usado, porém com menos intensidade em relação ao álbum anterior. O álbum é conceitual e conta a lenda de que, se o sétimo filho de um sétimo filho nascesse, teria poderes infinitos, para o bem ou para o mal. 1 – Moonchild (Smith/Dickinson) (5:39) 4/5 O álbum já começa com uma de suas melhores faixas. Apenas a introdução acústica e a voz de Bruce, seguidos pelas primeiras notas dos sintetizadores, e então a faixa explode em uma bela abertura, que fala sobre o nascimento do “sétimo filho do sétimo filho”. A voz de Bruce está bem melódica, sem abusar muito dos agudos por enquanto, com excessão de algumas notas mais altas no refrão. A clássica dupla de guitarras do Maiden soa precisa e entrosada como de costume. Ótima abertura. 2 – Infinite Dreams (Harris) (6:09) 5/5 Inicia com uma bela introdução com a dupla de guitarras, e vai ganhando potência aos poucos, dando espaço às notas mais altas de Bruce Dickinson. O riff seguinte, e a explosão da faixa com o clássico baixo cavalgado de Harris nos fazem lembrar imediatamente dos antecessores Powerslave (1984) e Somewhere In Time (1986). Aqui percebemos o Maiden abusando bastante das guitarras dobradas, uma das principais características da banda. 3 – Can I Play With Madness (Smith/Dickinson/Harris) (3:31) 5/5 Uma das faixas mais “felizes” do álbum. O destaque fica por conta do baixo “estalado” de Steve Harris, e de um refrão bastante grudento. A base do solo, cheia de quebras de tempo também é um ponto alto da faixa, que é a mais curta do álbum, porém uma das mais conhecidas. 4 – The Evil That Men Do (Smith/Dickinson/Harris) (4:34) 5/5 Nessa faixa temos finalmente todo o poder de fogo do Iron Maiden. Baixo feroz, riffs geniais e Bruce Dickinson em sua melhor forma, cantando um dos refrões mais épicos do Maiden. Os solos são dignos de uma dupla de guitarristas como Adrian Smith e Dave Murray. Clássico e foda!

5 – Seventh Son Of A Seventh Son (Harris) (9:53) 3/5 Chegamos à long track do álbum. A faixa-título, assim como a maioria das long tracks do Maiden, é basicamente dividida em duas partes: antes e depois de uma parte lenta. Nesse caso, a primeira parte mantém o mesmo nível da faixa anterior, com um refrão poderoso. E então chegamos na parte lenta… e a música se torna cansativa. Temos uma ótima demonstração da qualidade dos músicos do Iron Maiden, que é indiscutível, mas a duração da faixa é exagerada, fazendo com que se torne cansativa, assim como muitas músicas do Maiden, principalmente à partir do álbum Brave New World (2000). 6 – The Prophecy (Murray/Harris) (5:05) 4/5 A única composição de Dave Murray nesse álbum tem, de fato, características diferentes do restante das músicas. Um andamento mais cadenciado e riffs menos elaborados, mas ainda muito bons. Ao final, uma passagem acústica que termina a faixa com grande beleza. Se Harris é o cérebro, Murray é a alma do Maiden. 7 – The Clairvoyant (Harris) (4:27) 5/5 Steve Harris é gênio. E se alguém ousa duvidar disso, eu recomendo a audição dessa faixa. A introdução com um ótimo dedilhado de baixo é seguida por uma tímida guitarra. A banda começa calma, até a explosão em um refrão fantástico e um riff matador. Falar da competência de Bruce Dickinson nos vocais é chover no molhado. O cara tem algo entre Dio e Rob Halford que é especial e bem particular, ao mesmo tempo em que lembra essas duas outras lendas do metal. Grande faixa. 8 – Only The Good Die Young (Harris/Dickinson) (4:41) 4/5 A última faixa tem a pegada do álbum anterior, com um pouco mais de velocidade nos riffs e solos. Se você leu até aqui, já deve ter percebido que esse é um álbum com ótimos refrões, e não seria diferente aqui. Fecha o álbum com competência, mas não possui nenhum diferencial. Ao final da faixa, temos mais uma vez a passagem acústica como no início de “Moonchild”, e acaba assim o último álbum dos chamados “Golden Years” do Maiden, que tentaria uma “volta às origens” no início dos anos 90, porém, sem sucesso.

A lenda do sétimo filho

I – Introdução: Eis que o sétimo filho do sétimo filho chega ao mundo. Em mitologias e lendas mais antigas, ele poderia ser comparado a um lobisomem ou um vampiro. Para os antigos profetas, místicos e religiosos, ele seria o enviado, o escolhido, o responsável por atribuir a salvação a todos, ou, a destruição de todos. Ele nasceria, na ótica destes, com poderes sobrenaturais capazes de trazer bênçãos ou catástrofes, cura e clarividência, castigo e maldição, dependendo do lado que estes poderes se desenvolvessem. Começa então, a recontagem da batalha de sete anjos e sete demônios, para assumir o controle da alma desta criança. Começa aqui a saga do disco conceitual “Seventh Son Of a Seventh Son”, do IRON MAIDEN, não por acaso, o sétimo álbum gravado pela banda, em um momento mágico de sincronia e sonoridade.

II – A Natividade: A Criança da Lua “Sete pecados mortais Sete maneiras de vencer Sete caminhos santos para o inferno E a sua jornada começa” E assim, BRUCE DICKINSON anuncia que os portais do inferno estão a se abrir para, primeiro, lutar para impedir que o “enviado” viesse ao mundo, nesta canção avassaladora. Evidentemente, a estrada para a perdição começa a manifestar-se, quando o próprio LÚCIFER, em pessoa, avisa à genitora da criança: “Eu sou ele, aquele que não nasceu O anjo caído que vigia você Babilônia, a prostituta escarlate Vou minar sua gratidão Não se atreva a salvar seu filho Mate-o agora e salve os infantes Seja a mãe de um recém-nascido estrangulado Seja propriedade do diabo... Lúcifer é meu nome” Assim como fizeram os faraós no antigo Egito com os primogênitos, a ideia do demônio era matar a todos os nascidos naquele mesmo instante. E o demônio continha a alertar, agora que não conseguiu impedir que a criança nascesse, sob o signo lunar. “E se você tentar salvar a sua alma Eu irei atormentá-lo - você não irá crescer A cada segundo e respiração que passa Você estará tão sozinho que sua alma irá sangrar até morrer” E então, LÚCIFER decide e confessa: quando por ventura houver um descuido do arcanjo GABRIEL, irá agir: “Sete anjos, sete demônios brigam por sua alma Quando Gabriel se encontra em repouso Esta criança nasceu para morrer” E, ao final, ele proclama: “Criança da lua - ouça a mandrágora gritar Criança da lua - rompa o sétimo selo* Criança da lua - em breve você será minha Criança da lua - pegue na minha mão esta noite” *Observação: o sétimo selo está presente durante o desenvolvimento do disco. Evidentemente, a conotação bíblica que remete às profecias acaba também por se misturar à saga aqui contada.

III – Infinitos São Todos os Sonhos

Sim, vivemos em um mundo que mais parece um louco sonho, carregado de tristezas, dores, traições, guerras, ilusões. Imagine, por um instante agora, amigo leitor e fã do IRON MAIDEN, o personagem principal desta saga, o “enviado”, já com poucos anos de idade, e, já ciente de que possui alguns poderes para além do bem e do mal. Imagine-se por um instante, dentro da mente e do coração deste ser, a sua forma de observar o mundo, e, o seu medo de adormecer e sentir pesadelos e temores, que, na verdade, são as mensagens de clarividência, mas que para ele, ainda não podem ser concebidas de forma a traduzir a sua missão, e, sim, ainda o assustam. Começa aqui uma das mais belas canções do IRON MAIDEN em toda rica sua história. A ansiedade e a agonia do sétimo filho são aqui, destiladas de maneira primorosa, tanto instrumental, com a bela introdução melódica das guitarras de MURRAY/SMITH, quanto pelo baixo magnificamente carregado de HARRIS, a bateria suavemente encaixada de NICKO e a voz sussurrante de BRUCE no início, a dizer: “Sonhos infinitos, eu não posso negá-los O infinito é difícil de se compreender Eu não posso ouvir aqueles gritos Mesmo nos meus sonhos mais selvagens Acordando sufocado em suor Com medo de dormir novamente Pois os sonhos podem começar mais uma vez” E assim, a natureza lírica e introspectiva da canção alcança momentos épicos de uma instrumental apoteótica e uma voz espetacular. “Mesmo tendo atingindo novas intensidades Eu prefiro as noites sem descanso Elas me fazem indagar, me fazem pensar Existe mais que isso, eu estou no extremo Não é o medo do que está além É só que eu não devo responder Eu tenho uma curiosidade, um desejo ardente, Mas gostaria eu de ir tão longe?” Sim, ele está cansado, carregado de vidências e imagens que não deseja presenciar mais. Então, naquele momento, o sétimo filho clama, em tom de lamento, aos céus: “Ajude-me. Ajude-me a encontrar meu verdadeiro eu, sem ver o futuro. Salve-me, salve-me de torturar a mim mesmo até dentro dos meus sonhos Tem de haver mais do que isso Ou diga-me porque nós existimos (...) Reencarnar, jogar o jogo Novamente e novamente e novamente” Na minha modesta opinião, a canção “Infinite Dreams” é o melhor momento do disco! Momento crucial, para que, em seguida, o jovem decida, pelos poderes que presencia dentro de si (encarados como loucura que o perseguem), buscar um profeta, um guru, uma espécie de YODA (parafraseando STAR WARS) que lhe responda as perguntas e lhe mostre o caminho. Nasce então, a próxima canção, que trata desta jornada em busca de seu guia.

IV – É Possível Jogar com os Loucos?

Uma pergunta mais do que crucial, que, entre cavalgadas de baixo e guitarras, explode em mais uma pequena mini-saga a ser vivida pelo sétimo filho, na aventura em tom de diálogo com uma espécie de “xamã”, a quem ele se abre sorrateiramente: “Dê-me o senso de perguntar Perguntar se eu sou livre Dê-me o senso de perguntar De saber que eu posso ser eu mesmo Dê-me a força para manter a cabeça erguida” E o diálogo então, encontra sua resposta, de forma irônica e aparentemente duvidosa, antes da revelação final: “Posso eu brincar com a loucura? O profeta olha em sua bola de cristal Posso eu brincar com a loucura? Não há visão nenhuma lá afinal Eu posso brincar com a loucura? O profeta olhou e riu de mim Eu posso brincar com a loucura? Ele disse: você é cego demais para ver” Mas o “enviado” duvida de suas palavras, e, sente neste profeta certo charlatanismo, pois tudo que ele, enquanto jovem cheio de dúvidas e anseios esperava naquele momento, era uma resposta em forma de ensinamento. Zangado, ele retruca ao profeta, e, ambos iniciam um embate de palavras: “Eu gritei alto para o homem velho Eu disse: não minta, não diga que não sabe, Eu disse: você pagará por sua brincadeira, Neste mundo ou no próximo. Oh, então ele me encarou com um olhar frio E o fogo do inferno queimou em seus olhos Ele disse: você quer saber a verdade, filho? Eu vou te dizer a verdade... ...Sua alma vai arder em um lago de fogo” E assim, em meio a este furor entre ambos, a pergunta que dá nome à canção continua sem respostas, e, a música se finda. Não é a melhor canção do álbum, mas tornou-se hit entre os fãs e virou single para divulgação do trabalho, e, teve vídeo oficial lançado.

V - A Canção Que Nunca Foi Escrita

É neste momento que, de forma muito rápida, a temática da saga migra do embate para o amor proibido entre o “enviado” e a filha deste profeta. Na minha modesta opinião, poderia haver, ainda mais uma canção depois de “Can I Play With Madness”, para criar uma ponte entre a forma como ambos se conheceram, até chegar a vingança do pai, que, temendo pelo sofrimento da filha (por saber o trágico destino do jovem que com ele travara uma discussão), acaba por mata-la. E, com isto, teríamos em “The Evil That Men Do” (a próxima canção que comentarei) a conclusão em

forma de lamento, do jovem em prantos pela injustiça sofrida por sua amada. Mas enfim, é uma opinião pessoal, e, já tentei, por gostar do disco, até mesmo escrever uma letra e imaginar uma melodia para esta música que contasse a história entre ambos. Enfim. É algo que lamento e lamentarei para sempre, neste álbum, pois eu o adoro, e, fica impossível para a minha pessoa, não desejar que exista uma ponte de ligação entre as canções, pois, afinal, estamos a falar de uma bela história de amor. E um amor impossível e covardemente retirado de dois corações. Os mais “raivosos” leitores poderão ver isto como algo “inconcebível” para o IRON MAIDEN, construir uma canção que falasse de um amor impossível, mas é preciso ser inteligente neste momento, e, separar a ideia de que romance é coisa de “baladinhas” e entender que as grandes tragédias literárias (das quais HARRIS e DICKINSON leram a maioria delas) são concebidas por grandes paixões e duelos de amor e ódio. E que é possível construir, no heavy metal, uma temática destas de forma grandiosa, a exemplo do que já foi feito com “Wasting Love”. VI – A Morte é uma Sinfonia Por Demais Shakespeariana Eis que “The Evil That Men Do”, outra canção maravilhosa, pesada e cavalgada pelo peso do baixo de HARRIS a ditar a canção, com uma bela introdução (como sempre) de guitarras melódicas de uma das maiores duplas de guitarristas da história do heavy metal, surge para contar o mencionado lamento deste jovem sétimo filho, ao perder a amada, uma belíssima jovem com instintos de guerreira (imagem abaixo), vítima do trágico assassinato cometido pelo próprio pai, o profeta que com ele teve um duelo de palavras. O título da canção foi formulado a partir de MARCO ANTONIO, enquanto discursava abordando a multidão de romanos depois de CÉSAR ser assassinado na peça de WILLIAM SHAKESPEARE, chamada de JULIUS CAESAR. A frase é a seguinte: “O mal que os homens fazem vive depois deles. O bem é muitas vezes enterrado com seus ossos”. (Ato 3, cena 2, O Fórum) BRUCE normalmente conta esta passagem no início da canção, como fez em diversas ocasiões, inclusive nos shows da banda no Brasil. E, nesse sentido, SMITH/DICKINSON/HARRIS acertaram em cheio na influência, pois exatamente neste instante, ao ver a amada morta de forma cruel e insana, o personagem central, o sétimo filho, o “enviado” encontra-se perdido e em crise existencial, a perceber que a humanidade é má. E então, ele se aproxima, cada vez, do círculo do fogo, movido pela dor e pela revolta. “O amor é uma navalha E eu caminhei por sobre aquela lâmina prateada Eu dormi na poeira com a sua filha, Com os seus olhos todos vermelhos pelo esquartejamento de sua inocência. E eu rezarei por ela, Gritarei seu nome alto, Eu sangraria por ela, Se ao menos eu pudesse vê-la agora. Vivendo no fio da navalha Balançando no abismo Você sabe, você sabe! O mal que os homens fazem vive para sempre!” Mergulhado num oceano de lágrimas, sangue e fúria, o sétimo filho aproxima-se então, das chamas que tanto o atormentam, e, agora, vê-se seduzido por elas, com requintes de vingança. “Círculo de fogo, Meu batismo de alegria parece terminar A sétima ovelha morta, O livro da vida está aberto diante de mim E rezarei por você

E algum dia talvez eu retorne Não chore por mim No „além‟ foi onde aprendi” Sim, agora o sétimo filho já invocou as forças do além. Foi através do além que ele encontra a sua resposta, o equilíbrio dos seus poderes. E é aqui que ele, literalmente, encontra a sua identidade, que será traduzida a partir da próxima canção: “Seventh Son Of a Seventh Son”. VII – O Sétimo Filho do Sétimo Filho Mais uma belíssima canção impulsionada pela poderosa introdução, longa e cadenciada de forma proposital, para evoluir instrumentalmente de acordo com cada parágrafo da letra, que conta, um após o outro, uma espécie de autobiografia do que foi vivido até agora pelo “enviado”, senão vejamos. “Aqui eles resistem, todos irmãos Todos os filhos divididos eles cairiam Aqui aguardam o nascimento do filho O sétimo, o santo, o escolhido Aqui o nascimento de uma linhagem perfeita Nasce o que cura, o sétimo, a vez dele Abençoado sem saber, a medida que sua vida se descortina Vagarosamente expondo o poder que ele detém Sétimo filho de um sétimo filho” Evidentemente, temos “o nascimento de uma linhagem perfeita”, descrito na letra, e, “o sétimo, o santo, o escolhido”, também descrito, como uma alusão a “Moonchild”, e, em seguida, as expressões “abençoado sem saber” e “vagarosamente expondo o poder que detém” para recriar os dons que ainda o assustavam em “Infinite Dreams”. Na continuidade, mais uma alusão, agora a “Can I Play With Madness”, os progressos e dúvidas do jovem iniciado, e, o final trágico e a sequência com “The Evil That Men Do”, onde o jovem toma ciência de seus poderes e de repente, se vê na condição de usa-los, e, este é o temor, tanto para os céus, quanto para as legiões de demônios: “Então eles viram o progresso que ele fazia O bem e o mal, qual caminho ele irá tomar, Ambos tentando manipular O uso de seus poderes antes que fosse tarde demais” De maneira épica, a canção parece ressonar uma batalha de anjos e demônios, pois, durante um dado momento, BRUCE narra, em meio a silêncio da banda e o exultar de um teclado: “Hoje nasce o sétimo Nascido de uma mulher o sétimo filho E ele, por vez, filho de um sétimo filho Ele tem o poder para curar Ele tem o dom da segunda visão Ele é o escolhido Que assim seja escrito Que assim seja feito” E, em seguida, um coral mágico que mais parece traduzir divindades é cortado pelo solo fantástico dos guitarristas, e, o clima que ecoa perante a canção parece nos transmitir a um campo de batalha onde legiões se evocam e se amaldiçoam, e, se enfrentam para que um deles possa

dizer, de forma mais alta, quem cuidará da alma do sétimo filho, para que a profecia enfim, seja cumprida. E então, o sétimo filho decide usar suas forças para cumprir o bem para com todos, ao passo em que a canção se aquieta, até o seu desfecho. VIII – O Despertar da Profecia Uma linda apresentação lírica de guitarras e teclados anuncia o aproximar da profecia. O sétimo filho agora é um homem com poderes para serem aplicados a fazer o bem. Ele decide peregrinar (a exemplo do que fizeram CRISTO e tantos e tantos personagens tidos como messiânicos na história da humanidade) e chega a um vilarejo, mas lamentavelmente, nenhum ser humano ao seu redor acredita nele quando ele prevê um desastre a ocorrer. “Agora que eu sei que a hora certa chegou Minha profecia certamente será verdadeira O desastre eminente agiganta-se E a vila inteira está condenada Por que vocês não me escutam? É tão difícil de entender Que eu sou o verdadeiro sétimo filho Sua vida ou morte de mim depende Sofrimento e dor, desastre eminente Almas gritando, a risada do demônio Ouça o grito dos sete silvos Lúcifer sorri, olha e espera” Mais um belo momento de vocalização de BRUCE, e, a canção se arrasta em forma de uma verdadeira batalha. Poderia, pela temática, ser tão grande e épica quanto “Rime Of The Ancient Mariner”, mas acabou ser mais curta e ter menos de cinco minutos. Nada que a diminua, ao contrário, é mais um belíssimo momento do MAIDEN, como em todo disco. Uma vez mais, ele tenta, agora sob a ironia de LÚCIFER, que anteviu que ele pecaria já na primeira canção (“Moonchild”), e, todos os acusam de ser primeiro, um falso profeta, e, depois, o culpam pelo ocorrido. “Eu tomarei suas vidas em minhas mãos Seu destino, sua sorte está em minhas visões Ouçam o que eu digo e vocês verão O que acontecerá, por favor me ouçam Agora que eles vêem que o desastre já ocorreu Eles colocam toda a culpa em mim Eles sentem que eu trouxe uma maldição Não sabem eles que o tormento Continua comigo, sabendo que eu ando sozinho Pelos olhos do futuro eu vejo Eles nem mesmo sabem o que é o medo Eles não sabem que sou eu o amaldiçoado” Desolado diante do vilarejo destruído, ele sente que caminha cada vez mais, para o destino trágico. Ainda assim, ele persiste, tentando aumentar ainda mais seus poderes, na tentativa de ajudar mais pessoas, mesmo que ele continue a ser desacreditado por todos.

IX – O Terceiro Olho E, através da ampliação de seus poderes, a clarividência começa a crescer de tal forma, que ele vive em dois mundos e confunde-se entre o real e o imaginário, assustando-se, e, chocando-se com os seus próprios limites. Começa aqui uma das melhores canções do disco, a fantástica “The Clairvoyant”, que, a exemplo de “Infinite Dreams” e “Seventh Son”, também foi composta inteiramente por HARRIS. Uma introdução de baixo marca o ritmo, e, em seguida, a bateria, as guitarras incendiárias e os teclados rompem com um novo petardo, rápido e direto. E a letra? Autobiográfica (sob a ótica do sétimo filho) em forma de clamor e luta de um homem destinado a ser herói, tentado por anjos e demônios, e, desacreditado, assim como um dia foi JESUS, por seu próprio povo. “Sinto o suor escorrer da minha testa Sou eu ou são sombras que Dançam na parede Isso é um sonho ou é o presente É uma visão ou normalidade que vejo Diante de meus olhos Eu pergunto por que, eu pergunto como Parece que as forças ficam mais fortes A cada dia Eu sinto uma força, um fogo interior Mas eu estou amedrontado eu não estarei mais preparado para controlar isto Existe tempo de viver e tempo de morrer Quando é a hora de encontrar o criador Existe um tempo para viver, mas não é estranho Que assim que você nasce você esteja morrendo” X – A Morte Abençoa Os Que Nela Se Abraçam O sétimo filho percebe que está a morrer. LÚCIFER sorri novamente, e, assim como ele terminou a primeira canção “Moonchild” avisando: “Eu te verei amaldiçoado no final da noite”, ele inicia a última conclusão da saga, dizendo: “O demônio em sua mente te capturará na sua cama à noite”. Há uma alusão bíblica clara aqui, ao CRISTO e a todos os líderes que, de alguma forma, foram mortos e esquecidos por seu povo. A metáfora da traição humana, a maçã de todos os sarcasmos, segurada nas mãos do demônio para ferir o “enviado”. Mas, mesmo diante da traição humana, o simples elevar de poderes, mesmo sabendo dos perigos e riscos, não consistiria também, em um pecado? Ou melhor, em um dos sete pecados? Temos a luxúria, a avareza, a gula, a ira, a vaidade, a preguiça e a soberba. A meu ver, a soberba, que consiste na manifestação de orgulho, foi o pecado anunciado. Alguns poderiam pensar na luxúria, mas creio que não, pois o significado da palavra luxúria é “apego e valorização extrema aos prazeres carnais, à sensualidade e sexualidade. desrespeito aos costumes. lascívia”. E o sétimo filho, mesmo sabendo de seus riscos, de seu sofrimento, escolheu elevar seus poderes, e, com isto, enlouqueceu e condenou-se à morte. E eis que voltamos à frase inicial do sétimo selo, prevista em “Moonchild”. Ao abrir o sexto selo, de acordo com os presságios bíblicos, a lua verter-se-á em sangue. E, eis que a canção diz exatamente isto: “A lua é vermelha e sangrenta O sol está queimado e preto O livro de vida está calado Não há como voltar atrás”

E assim, o sétimo selo é aberto, o selo causado pelos próprios homens contra si, que, cansado, acaba por orgulhar-se por poder, enfim, morrer, e, finalmente, descansar dos sonhos e pesadelos: “Seria a morte é outro aniversário? Um modo para dar seus sonhos como perdidos?” E, uma vez mais, ele dá um último suspiro, enquanto conclui: “Só os bons morrem jovens Todo o mal parece viver para sempre” E assim, fecha-se o ciclo da vida do sétimo filho do sétimo filho, assim como encerra-se de maneira nobre esta notável trabalho, entre os últimos recitares de BRUCE DICKINSON, que repetem o que foi dito na introdução do disco: “Sete pecados mortais Sete maneiras de vencer Sete caminhos santos para o inferno Sete ladeiras para baixo Sete esperanças ensanguentadas Sete são seus fogos ardentes Sete os seus desejos”

Conclusão: Um dos Grandes Álbuns da História do IRON MAIDEN! O disco fala por si só. Muitos preferem “Somewhere In Time”, porque foi certamente, o disco que apresentou o IRON MAIDEN em termos comerciais ao Brasil. O festival ROCK IN RIO fez com que a banda e suas canções ficassem conhecidas, mas as vendas realmente despontaram a partir de “Somewhere In Time”. Impactante, inovador, com temática futurista, era esperado que a próxima cria dos britânicos viesse também, com um excelente contexto por detrás das canções. E “Seventh Son Of a Seventh Son” cumpriu perfeitamente esta particularidade. É um disco coeso, cuja temática poderia, até mesmo, ser mais explorada e ter sido transformada em canções maiores (um álbum duplo, por exemplo), que seria tão excelente quanto é. Há como já dito, todo um conceito de início, meio e fim extremamente bem inserido por HARRIS e sua trupe, de forma brilhante. O mago STEVE HARRIS sabia muito bem o que estava a fazer, quando, seguindo os caminhos de seu coração, sua lenda pessoal, ele sonhou em conceber o embrião daquela que, sem dúvida, é uma das bandas mais cultuadas de toda a história e, uma das mais importantes de todos os tempos: IRON MAIDEN. [1]

(1/8) Moonchild (5:39)

Criança da Lua

Seven deadly sins Seven ways to win Seven holy paths to hell And your trip begins

Sete pecados mortais Sete maneiras de vencer Sete caminhos sagrados para o inferno E a sua jornada começa

Seven downward slopes Seven bloodied hopes Seven are you burning fires, Seven your desires...

Sete declives Sete malditas esperanças Sete são seus fogos ardentes Sete são seus desejos

I am he the bornless one The fallen angel watching you Babylon, the scarlet whore I'll infiltrate your gratitude Don't you dare to save your son Kill him now and save the young ones Be the mother of birth strangled babe Be the devil's own, Lucifer's my name

Eu sou ele, aquele que não nasceu O anjo caído que vigia você Babilônia, a prostituta escarlate Vou minar sua gratidão Não se atreva a salvar seu filho Mate-o agora e salve os infantes Seja a mãe de um recém-nascido estrangulado Fique do lado do diabo, Lúcifer é meu nome

Moonchild - hear the mandrake scream Moonchild - Open the seventh seal

Criança da lua - ouça a mandrágora gritar Criança da lua - rompa o sétimo lacre

I count the heads of those unborn The accursed ones I'll find them all If you die by your own hand As a suicide you shall be damned And if you try to save your soul I will torment you - you shall not grow old With every second and passing breath You'll be so alone your soul will bleed to death

Conto as cabeças dos não-nascidos Os amaldiçoados, encontrarei todos Se você morrer pelas próprias mãos Como suicida você deve ser condenado E se você tentar salvar a sua alma Vou lhe atormentar - você não vai crescer Com cada segundo a respiração entrecortada Você estará sozinho sua alma vai sangrar até a morte

Moonchild - hear the mandrake scream Moonchild - Open the seventh seal Moonchild - You'll be mine soon child Moonchild - take my hand tonight

Criança da lua - ouça a mandrágora gritar Criança da lua - rompa o sétimo lacre Criança da lua - em breve você será minha Criança da lua - pegue na minha mão esta noite

The twins they are exhausted, seven is this night Gemini is rising as the red lips kiss to bite Seven angels seven demons battle for his soul When Gabriel lies sleeping, this child was born to die

Os gêmeos estão exaustos, sete é esta noite Gemini está nascendo enquanto lábios vermelhos mordem Sete anjos, sete demônios disputam sua alma Quando Gabriel dormiu, a criança nasceu para morrer

One more dies one more lives One baby cries one mother grieves For all the sins you will commit You'll beg forgiveness and none I'll give A web of fear shall be your coat To clothe you in the night A lucky escape for you young man

Mais um morre mais um vive Uma criança chora, uma mãe se lamenta Para todos os pecados que irá cometer Você pedirá perdão mas eu não te darei Uma teia de medo deve ser seu casaco Para vestir nesta noite Uma escapada esperta para um cara jovem

But I'll see you damned in endless night

Mas o verei condenado pela noite sem fim

Moonchild - hear the mandrake scream Moonchild - Open the seventh seal Moonchild - You'll be mine soon child Moonchild - take my hand tonight

Criança da lua - ouça a mandrágora gritar Criança da lua - rompa o sétimo lacre Criança da lua - em breve você será minha Criança da lua - pegue na minha mão esta noite

(2/8) Infinite Dreams (6:09)

Sonhos Infinitos

Infinite dreams, I can't deny them Infinity is hard to comprehend I couldn't hear those screams Even in my wildest dreams

Sonhos infinitos, eu não posso nega-los O infinito é difícil de se compreender Eu não conseguia ouvir aqueles gritos Mesmo nos meus sonhos mais selvagens

Suffocation waking in a sweat Scared to fall asleep again In case the dream begins again Someone chasing, I cannot move Standing rigid, a nightmare's statue What a dream, when will it end And will I transcend?

Sufocando, acordando em suor Com medo de cair no sono de novo Se caso o sonho começar novamente Alguém correndo, e eu não posso me mover Parado e rígido, uma estátua do pesadelo Que sonho é esse sonho, quando ele irá acabar E eu o irei transcender?

Restless sleep, the mind's in turmoil One nightmare ends, another fertile It's getting to me so scared to sleep But scared to wake now, in too deep

Sono agitado, a mente está tumultuada Um pesadelo termina, outro começa Está me deixando tão assustado para dormir Mas com medo de acordar agora, lá no fundo

Even though its reached new heights I rather like the restless nights It makes me wonder, it makes me think There's more to this, I'm on the brink It's not the fear of what's beyond It's just that I might not respond I have an interest, almost craving But would I like to get too far in?

Mesmo tendo atingindo novos patamares Eu prefiro as noites sem descanso Elas me fazem indagar, me fazem pensar Existe mais que isso, ou estou no limite Não é o medo do que está além Disso só sei que posso não ter resposta Eu tenho uma curiosidade, quase uma fissura Mas eu gostaria de ir tão longe?

It can't be all coincidence Too many things are evident You tell me you're an unbeliever Spiritualist? Well me I'm neither But wouldn't you like to know The truth Of what's out there to have the proof And find out just which side You're on Where would you end in heaven or In hell?

Não pode ser tudo coincidência Muitas coisas são evidentes Você me diz que é um descrente Espiritualista? Bom, eu não sou nem um, nem outro Mas você não gostaria de saber A verdade? Do que está além, para ter a prova E descobrir de que lado Você está E onde você irá terminar, no céu ou No inferno?

Help me! Help me to find my true Self without seeing the future Save me, save me from torturing Myself even within my dreams

Ajude-me! Ajude-me a encontrar O meu verdadeiro eu, sem ver o futuro. Salve-me, salve-me dessa tortura De mim mesmo dentro dos meus próprios sonhos

There's got to be just more to it

Tem que haver mais que isso

Than this Or tell me why do we exist I'd like to think that when I die I'd get a chance, another time And to return and live again Reincarnate, play the game Again and again and again

Do que isso Ou então me diga porque nós existimos Eu gostaria de achar que quando eu morrer Eu teria uma chance, de viver mais uma vez De retornar e viver novamente Reencarnar, jogar o jogo De novo e de novo e de novo

(3/8) Can I Play With Madness (3:31)

Eu Posso Brincar Com a Loucura?

Give me the sense to wonder, To wonder if I'm free. Give me the sense to wonder, To know I can be me. Give me the strength, to hold my head up, Spit back in their face. Don't need no key, to unlock this door, Gonna break down the walls, Break out of this bad place.

Dê-me o senso de perguntar Perguntar se eu sou livre Dê-me o senso de perguntar De saber que eu posso ser eu mesmo Dê-me a força para manter a cabeça erguida Cuspir de volta em sua cara Não preciso de chave para abrir esta porta Vou derrubar as paredes Sair deste lugar ruim

Can I play with madness? The prophet stared at his crystal ball, Can I play with madness? There's no vision there at all. Can I play with madness? The prophet looked and he laughed at me! Can I play with madness? He said you're blind, too blind to see!

Eu posso brincar com a loucura? O profeta olha em sua bola de cristal Eu posso brincar com a loucura? Não há visão nenhuma lá afinal Eu posso brincar com a loucura? O profeta olhou e riu de mim Eu posso brincar com a loucura? Ele disse você é cego demais para ver

I screamed aloud to the old man, I said don't lie, don't say you don't know! I say you'll pay for your mischief, In this world, or the next! Oh then he fixed me with a freezing glance, And the hellfires raged in his eyes, He said do you want to know the truth son? I'll tell you the truth! Your soul's gonna burn, in a lake of fire!

Eu gritei alto para o homem velho Eu disse não minta, não diga que não sabe Eu disse "você pagará por sua brincadeira Neste mundo ou no próximo" Oh, então ele me encarou com um olhar frio E o fogo do inferno queimou em seus olhos Ele disse você quer saber a verdade, filho? Eu vou te dizer a verdade Sua alma vai queimar em um lago de fogo

Can I play with madness? The prophet stared at his crystal ball, Can I play with madness? There's no vision there at all. Can I play with madness? The prophet looked and he laughed at me! Can I play with madness? He said you're blind, too blind to see!

Eu posso brincar com a loucura? O profeta olha em sua bola de cristal Eu posso brincar com a loucura? Não há visão nenhuma lá afinal Eu posso brincar com a loucura? O profeta olhou e riu de mim Eu posso brincar com a loucura? Ele disse você é cego demais para ver

Can I play with madness? The prophet stared at his crystal ball, Can I play with madness? There's no vision there at all. Can I play with madness? The prophet looked and he laughed at me!

Eu posso brincar com a loucura? O profeta olha em sua bola de cristal Eu posso brincar com a loucura? Não há visão nenhuma lá afinal Eu posso brincar com a loucura? O profeta olhou e riu de mim

Can I play with madness? He said you're blind, too blind to see

Eu posso brincar com a loucura? Ele disse você é cego demais para ver

(4/8) The Evil That Men Do (4:34)

O Mal Que os Homens Fazem

Love is a razor And I walked the line on that silver blade Slept in the dust with his daughter Her eyes red with the slaughter of innocence And I will pray for her I will call her name out loud I would bleed for her If I could only see her now

O amor é uma navalha E eu caminhei por aquela lâmina prateada Dormi na poeira com sua filha, Os olhos dela vermelhos com a destruição da inocência E eu rezarei por ela Gritarei seu nome alto Eu sangraria por ela Se pelo menos eu pudesse vê-la agora

Living on the razor's edge Balancing on the ledge Living on the razor's edge Balancing on the ledge

Vivendo no fio da navalha Balançando no abismo Vivendo no fio da navalha Balançando no abismo

Balancing on the ledge Living on the razor's edge Balancing on the ledge You know, you know!

Balançando no abismo Vivendo no fio da navalha Balançando no abismo Você sabe, você sabe!

The evil that men do lives on and on … Circle of fire my baptism of joy And an end it seems The seventh lamb slain The book of life opens before me

O mal que os homens fazem vive para sempre ... Círculo de fogo, meu batismo de alegria parece terminar A sétima ovelha morta, o livro da vida está aberto diante de mim

And I will pray for you Some day I may return Don't you cry for me Beyond is where I learn

E rezarei por você E algum dia talvez eu retorne Não chore por mim No além foi onde aprendi

Living on the razor's edge Balancing on the ledge Living on the razor's edge You know, you know!

Vivendo no fio da navalha Balançando no abismo Vivendo no fio da navalha Você sabe, você sabe!

The evil that men do lives on and on … Yeah, yeah!

O mal que os homens fazem vive para sempre ... Yeah, yeah!

Living on the razor's edge Balancing on the ledge Living on the razor's edge You know, you know!

Vivendo no fio da navalha Balançando no abismo Vivendo no fio da navalha Você sabe, você sabe!

The evil that men do lives on and on …

O mal que os homens fazem vive para sempre ...

The evil The evil The evil that men do!

(5/8) Seventh Son Of A Seventh Son (9:53)

O mal O mal O mal que os homens fazem!

Sétimo Filho do Sétimo Filho

Here they stand, brothers them all All the sons, divided they'd fall Here await the birth of the son The seventh, the heavenly, the chosen one

Aqui eles resistem, todos irmãos Todos os filhos divididos eles cairiam Aqui aguardam o nascimento do filho O sétimo, o santo, o escolhido

Here the birth from an unbroken line Born the healer, the seventh, his time Unknowingly blessed and as his life unfolds Slowly unveiling the power he holds

Aqui o nascimento de uma linhagem perfeita Nasce o que cura, o sétimo, a vez dele Abençoado sem saber a medida que sua vida se descortina Vagarosamente expondo o poder que ele detém

Seventh son of a seventh son … Then they watch the progress he makes The Good and Evil which path will he take Both of them trying to manipulate The use of his powers, before it's too late

Sétimo filho de um sétimo filho ... Então eles viram o progresso que ele fazia O bem e o mal, qual caminho ele irá tomar Ambos tentando manipular O uso de seus poderes antes que fosse tarde demais

Seventh son of a seventh son …

Sétimo filho de um sétimo filho ...

Today is born the seventh one Born of woman the seventh son And he in turn of a seventh son He has the power to heal He has the gift of the second sight He is the chosen one So it shall be written So it shall be done (Bruce speech)

Hoje nasce o sétimo Nascido de uma mulher o sétimo filho E ele, por vez, filho de um sétimo filho Ele tem o poder para curar Ele tem o dom da segunda visão Ele é o escolhido Assim deve ser escrito Assim deve ser feito (fala de Bruce)

(6/8) The Prophecy (5:05)

A Profecia

Now that I know that the right time has come My prediction will surely be true The impending disaster it looms And the whole of the village is doomed

Agora que eu sei que a hora certa chegou Minha profecia certamente será verdadeira O desastre eminente agiganta-se E a vila inteira está condenada

Why won't you listen to me Is it so hard to understand That I am the real seventh son? Your life or death on me depends

Por que vocês não me escutam? É tão difícil de entender Que eu sou o verdadeiro sétimo filho Sua vida ou morte de mim depende

Suffering and pain. Impending disaster Souls crying. The devil's laughter

Sofrimento e dor, desastre eminente Almas gritando, a risada do demônio

Heard the cry of the seven whistlers Lucifer smiles, looks on and waits

Ouça o grito dos sete silvos Lúcifer sorri, olha e espera

I'll take your life in my hands Your fate, your fortune's in my visions Heed what I say and you'll see What will be. Please listen to me

Eu tomarei sua vida em minhas mãos Seu destino, sua sorte está em minhas visões Ouça o que eu digo e você verá O que será por favor me ouça

Now that they see the disaster is done Now they put all the blame unto me They feel I brought on a curse Don't they know that the torment

Agora que eles veem que o desastre já ocorreu Agora eles colocam toda a culpa em mim Eles sentem que eu trouxe uma maldição Não sabem eles que o tormento

It stays with me, knowing that I walk alone Through the eyes of the future I see They don't even know what fear is Don't they know I'm the one who is cursed

Continua comigo, sabendo que eu ando sozinho Pelos olhos do futuro eu vejo Eles nem mesmo sabem o que é o medo Eles não sabem que sou eu o amaldiçoado

Purgatory beckons souls lost forever Life after death or heaven hereafter Heard the call of the seven whistlers again Now Lucifer laughs, hell awaits

Almas acenantes do Purgatório perdidas para sempre Vida após a morte ou o paraíso depois daqui Ouço o chamado das sete trombetas novamente Agora Lúcifer ri, o inferno espera

I had their lives in my hands Their fate, their fortunes in my visions No one believed in my true prophecy And now, it's too late

Eu tive a vida deles em minhas mãos Seus destinos, suas fortunas, em minhas visões Ninguém acreditou em minha profecia de verdade E agora é tarde demais

(7/8) The Clairvoyant (4:27)

O Clarividente

Feel the sweat break on my brow Is it me or is it shadows that are Dancing on the walls. Is this a dream or is it now Is this a vision or normality I see Before my eyes.

Sinto o suor escorrer da minha testa Sou eu ou são sombras que Dançam na parede Isso é um sonho ou é o presente É uma visão ou normalidade que vejo Diante de meus olhos

I wonder why, I wonder how That it seems that the power is getting stronger Every day I feel a strength an inner fire But I'm scared I won't be able to control it anymore

Eu pergunto por que, eu pergunto como Parece que o poder fica mais forte A cada dia Eu sinto uma força, um fogo interior Mas temo que não poderei controlá-lo mais

There's a time to live and a time to die When it's time to meet the maker There's a time to live but isn't it strange That as soon as you're born you're dying.

Existe tempo de viver e tempo de morrer Quando é a hora de encontrar o criador Existe um tempo para viver, mas não é estranho Que assim que você nasce você esteja morrendo

Just by looking through your eyes He could see the future penetrating right In through you mind See the truth and see your lies But for all his power couldn't foresee

Apenas olhando por seus olhos Ele podia ver o futuro Penetrando em sua mente Ver a verdade e ver suas mentiras Mas com todo o seu poder não pôde prever

his own demise

sua própria morte

There's a time to live and a time to die When it's time to meet the maker There's a time to live but isn't it strange That as soon as you're born you're dying... ...and be reborn again?

Existe tempo de viver e tempo de morrer Quando é a hora de encontrar o criador Existe um tempo para viver, mas não é estranho Que assim que você nasce você esteja morrendo... ...e renascer novamente?

(8/8) Only The Good Die Young (4:41)

Só Os Bons Morrem Jovens

The demon in your mind will rape yo in your bed at night The wisdom of ages, the lies and outrages concealed Time it waits for no man

O demônio em sua mente o estuprará à noite em sua cama A sabedoria de idades, as mentiras e afrontas esconderam Tempo que espera por nenhum homem

My future, it is revealed Time it waits for no man My fate is sealed If I cancel tomorrow, the undead will thank me today Fly in the face of your prophets, I mock your morality plays

Meu futuro é revelado Tempo que espera por nenhum homem Meu destino é selado. Se que eu puder cancelar amanhã, o morto-vivo me agradecerá hoje Voe na face de seus profetas, eu escarneço seus jogos de moralidade

The moon is red and bleeding The sun is burned and black The book of life is silent No turning back

A lua é vermelha e sangrenta O sol está queimado e preto O livro de vida está calado Não há como voltar atrás

Only the good die young All the evil seem to live forever Only the good die young All the evil seem to live forever Only the good die young Only the good die young

Só os bons morrem jovens Todo o mal parece viver para sempre Só os bons morrem jovens Todo o mal parece viver para sempre Só os bons morrem jovens Só os bons morrem jovens

Mystery madman, a victim of cruel charade Some innocent pawn in an end game One more stalemate Is death another birthday? A way to kiss your dreams goodbye?

Louco misterioso, uma vítima da charada cruel, Algum peão inocente em um fim de jogo, Mais um beco sem saída A morte é outro aniversário? Um modo para dar seus sonhos como perdidos?

Do the undead live within us? And look through our eyes? Walking on water Are miracles all you can trust?

O morto-vivo vivem dentro de nós? E olhar por nosso olhos? Andando na água Tudo que se pode confiar são milagres?

Measure your coffin, does it measure up to your lust? So I think I'll leave you With your bishops and your guilt So, until the next time Have a good sin

Meça seu caixão, ele mede até sua luxúria? Então, acho que deixarei você Com seus bispos e sua culpa Então, até o da próxima vez Tenha um bom pecado

Only the good die young All the evil seem to live forever Only the good die young All the evil seem to live forever Only the good die young Only the good die young

Só os bons morrem jovens Todo o mal parece viver para sempre Só os bons morrem jovens Todo o mal parece para sempre Só os bons morrem jovens Só os bons morrem jovens

Seven deadly sins Seven ways to win Seven bloody paths to hell Seven downward slopes Seven bloody hopes Seven are your burning fires Seven are your desires

Sete pecados mortais Sete modos para ganhar Sete malditos caminhos para o inferno Sete declives descendentes Sete esperanças sangrentas Sete são seus fogos queimando Sete são seus desejos

O resumo sugere o seguinte:

MOONCHILD: o demônio manda um aviso para os pais da criança: não adianta escapar! Moonchild também é o nome de um livro de 1917, escrito por Aleister Crowley, que fala da luta das forças do bem contra o mal.

INFINITE DREAMS: o pai do sétimo filho (que também é o sétimo de sua geração), tem visões que ele não compreende.

CAN I PLAY WITH MADNESS: o pai do sétimo filho busca uma explicação para suas visões, mas não gosta muito do que ouve...

THE EVIL THAT MEN DO: a criança nasce, o pai morre. O nome da música foi retirado deste trecho da obra Julio César (1599) de William Shakespeare: "Friends, Romans, country men, lend me your ears; I come to bury Cæsar, not to praise him. The evil that men do lives after them, the good is oft interred with their bones; so let it be with Cæsar." (Julius Cæsar. ACT III Scene 2) Este trecho é falado por Marco Antônio após a morte de César pelos senadores traidores.

SEVENTH SON OF A SEVENTH SON: nascimento da criança com poderes sobrenaturais, o bem e o mal disputam a criança. Baseada na ficção de Orson Scott Card, Seventh Son (1987). O sétimo filho do sétimo filho não sabia de seus poderes, mas então os descobre, tendo que escolher entre o bem e o mal, que fazem o possível para persuadí-lo.

THE PROPHECY: o garoto se dá conta de seus poderes destruidores e tenta avisar a todos da profecia que iria destruir a vila. Lembrando que a lenda deve ser da época medieval, então, destruir uma vila era muita coisa! A profecia se mostra como algo inevitável, ou seja, estava escrita, e nada poderia mudá-la.

THE CLAIRVOYANT: O garoto torna-se vidente e passa a ter controle de seus poderes, e está ciente que este poder poderá destruí-lo. Já sabe controlar suas visões, mas não o que fazer de sua vida, pois estes poderes irão destruí-lo de qualquer forma.

ONLY THE GOOD DIE YOUNG: uma reflexão de tudo que aconteceu. (texto de: Ricardo Heavyrick, [2])

1990

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.

Tailgunner Holy Smoke No Prayer for the Dying Public Enema Number One Fates Warning The Assassin Run Silent Run Deep Hooks in You Bring Your Daughter... Mother Russia

Dickinson, Harris Dickinson, Harris Harris Dickinson, Murray Murray, Harris Harris Dickinson, Harris Dickinson, Smith Dickinson Harris

4:15 3:49 4:23 4:13 4:12 4:37 4:34 4:08 4:45 5:31

A década de 90 foi um tempo de boas safras para o heavy metal em geral. O mesmo não se pode dizer do Iron Maiden, que lançou apenas álbuns medianos (sim, Fear of The Dark foi duramente criticado) e sem muitos alardes na mídia especializada. No Prayer for the Dying é o disco que abre as portas aos tempos de “vacas magras” no Iron Maiden. Para compreender o que esse álbum representou, vamos voltar ao tempo. Dois anos antes de No Prayer for the Dying ser lançado, o mundo conhecia o magnífico Seventh Son of a Seventh Son, um disco caracterizado pela temática baseada na lenda do sétimo filho, visões e poderes sobrenaturais que lhes renderam boas críticas, registros em vídeo (Maiden England) e uma nova legião de fãs. A intenção do disco seguinte era trazer o Maiden aos velhos tempos, os quais foram marcados por canções simples e diretas e, é claro, retirar os sintetizadores largamente explorados nos dois trabalhos anteriores, o já citado. Entretanto, o guitarrista Adrian Smith não estava disposto a passar por tal mudança, já que a sonoridade que o Iron Maiden tinha naquele momento lhe agradava, então voltar ao som praticado no passado não lhe era uma opção. Resultado: Smith saiu durante o processo primário de composição do álbum e acabou formando o ASAP (Adrian Smith& Project). Para ocupar a vaga deixada por ele, foi sugerido um nome: “Janick Gers”, guitarrista que havia trabalhado no primeiro disco solo de Bruce Dickinson, o Tattooed Millionaire de 1989. Janick apresentava um estilo mais despojado do que os fãs do Iron Maiden estavam acostumados a ouvir, porém sua presença de palco era algo indiscutível. No teste de audição, foi solicitado que ele tocasse as músicas “The trooper”, “Iron maiden”, “The prisioner” e “Children of the Damned”, e já nos primeiros acordes de The Trooper todos sabiam que Janick era a pessoa certa. Então... com Nicko McBrain na bateria, Steve Harris no contrabaixo, o novato Janick Gers na guitarra com seu mais novo companheiro Dave Muray e Bruce Dickinson nos vocais, lá se foi o Iron Maiden rumo ao estúdio! As sessões de gravação do álbum foram no estúdio particular de Harris, situado em seu sítio na Inglaterra, o que resultou em uma produção ruim e descompromissada com a qualidade, mesmo com a produção de Martin Birch, algo que o próprio Bruce afirmou: “Era uma m...! Soava como m...! Eu desejei que não fosse feito desse modo”. Vamos às músicas. Tailgunner abre o álbum conforme o prometido, realmente se ouve um Iron mais direto e agressivo, porém ainda não é o Iron que estávamos acostumados a ouvir. Em seguida, Holy Smoke começa a mostrar todo o seu sarcasmo e humor. Foi escrita baseada nas baboseiras que a TV diz e contradiz a respeito do Iron Maiden, digamos... que essa foi a sua represália. A faixa-titulo é a terceira música a figurar no player. Escrita por Steve Harris, essa faixa traz andamentos duplos, porém sem grandes alardes. Na seguinte, parece que Dave Murray “deu luz a

outro elefante”. Public Enema Number One é um dos destaques do álbum, embora atualmente esquecida pela banda. Fates Warning, The assassin, Run Silent Run Deep, não chegam a dar ênfase ao ouvinte, podendo ser consideradas músicas neutras. Lembram que Adrian Smith saiu durante o processo de composição? Pois aqui está sua parte: Hooks in You é um Hard Rock bem feito que deixa em evidência a mudança de timbre de voz de Bruce Dickinson. Nota-se que ela está um pouco rasgada e rouca, resultado da má produção ou uma segunda puberdade do cantor? Bring Your Daughter... To the Slaughter deve ser a canção mais conhecida desse disco. Foi composta por Dickinson para figurar como trilha Sonora do filme “A Hora do Pesadelo 5: O Maior Horror de Freddy”, mas Harris achou ela perfeita para os novos ares que sua banda procurava, então a regravou, dando origem a uma ótima música. Mother Russia fecha o disco de forma interessante, com um fato curioso: é possível ouvir sintetizadores ao fundo... Estaria Steve Harris se contradizendo? Ela chega a lembrar o clássico Powerslave em alguns momentos. Conclusão: a ideia não vingou, a reputação do Maiden caiu em muitos países, embora o single “Bring Your Daughter... to the Slaughter” alcançasse o #1 nas paradas britânicas. A turnê de divulgação do álbum não foi das melhores, e o público também. Em todos os lugares em que a banda estava, os fãs apareciam timidamente. Sim Harris, você se enganou, certas coisas não foram feitas para serem mudadas... [1]

(1/10) Tailgunner (4:15)

Artilheiro

Trace your way back 50 years To the glow of Dresden - blood and tears In the black above by the cruel searchlight Men will die and men will fight - yeah Who shot who and who fired first? Dripping death to whet the bloodthirst No radar lock on - skin and bone The bomber boys are going home

Volte no tempo 50 anos Para a glória de Dresden - sangue e lágrimas Na escuridão lá em cima sobre os holofotes Homens irão morrer e homens irão lutar Quem acertou em quem e quem atirou primeiro? Gotejando morte para aguçar a sede sangue Sem busca por radar - carne e osso Os garotos do bombardeio estão indo para casa

Climb into the sky never wonder why Tailgunner You're a tailgunner

Subir para o céu nunca perguntar porque Artilheiro Você é um artilheiro

Nail that Fokker kill that son Gonna blow your guts out with my gun The weather forecasts good for war Cologne and frankfurt? Have some more

Acerte aquele Fokker, mate o desgraçado Vou estourar seus miolos com minha arma A previsão de tempo bom para a guerra Cologne e Frankfurt? Tem mais

Tail end Charlie in the boiling sky The Enola Gay was my last try Now that this tailgunner's gone No more bombers (Just one big bomb)

Cauda e Inimigo no céu fervente O Enola Gay foi minha última prova Agora que esses artilheiros não existem mais Não existem mais bombardeios (Apenas uma grande bomba)

(2/10) Holy Smoke (3:39)

Fumaça Sagrada

Believe in me - send no money Died on the cross, and that ain't funny But my so called friends they're making me a joke They missed out what I said like I never spoke They choose what they wanna hear they don't tell a lie They just leave out the truth as they're watching you die Saving your soul by taking your money Flies around shit, bees around honey

Acredite em mim e não mande dinheiro Eu morri na cruz e isso não é engraçado Mas os que se dizem amigos estão fazendo de mim uma piada Eles equivocam o que eu disse como se eu nunca tivesse falado Eles escolhem o que querem ouvir eles não mentem Eles apenas deixam de lado a verdade enquanto assistem você morrer Salvando sua alma em troca do seu dinheiro Moscas em volta da merda, abelhas em volta do mel

Holy Smoke, Holy Smoke, plenty bad preachers for The devil to stoke Feed 'em in feet first this is no joke This is thirsty work making Holy Smoke

Santa Fumaça, Santa Fumaça, existem muitos mau pregadores Para o diabo atiçar Se alimentando deles pés à cabeça isto não é brincadeira É trabalho cansativo fazer Santa Fumaça

Jimmy Reptile and all his friends Say they gonna be with you at the end Burning records, burning books Holy soldiers, Nazi looks Crocodile smiles, just wait awhile Till the TV Queen gets her make up clean I've lived in filth, I've lived in sin And I still smell cleaner than the shit your in

Jimmy Reptile e todos os seus amigos Dizem que vão estar com vocês no final Queimando discos, queimando livros Soldados sagrados, aparência nazista Sorriso de crocodilo, espere um pouco Até a rainha da TV terminar sua maquiagem Eu tenho vivido na sujeira, eu tenho vivido no pecado Mas continuo cheirando mais limpo que a merda em que vocês estão

Holy Smoke, Holy Smoke, plenty bad preachers for The devil to stoke Feed 'em in feet first this is no joke This is thirsty work making Holy Smoke

Santa Fumaça, Santa Fumaça, existem muitos mau pregadores Para o diabo atiçar Se alimentando deles pés à cabeça isto não é brincadeira É trabalho cansativo fazer Santa Fumaça

They ain't religious but they ain't no fools When Noah built his Cadillac it was cool Two by two they're still going down And the satellite circus just left town I think they're strange and when they're dead They can have a Lincoln for their bed Friend of the president - trick of the tail Now they ain't got a prayer 100 years in jail

Eles não são religiosos mas eles não são bobos Quando Noé construiu seu Cadillac foi legal De dois em dois eles continuam descendo E o circo transmitindo por satélite acabou de deixar a cidade Eu acho que eles são estranhos e quando morrerem Eles podem ter um Lincoln para sua cama Amigo do presidente, puxa-saco Agora eles não tem uma oração 100 anos na cadeia

Holy Smoke, Holy Smoke, plenty bad preachers for The devil to stoke Feed 'em in feet first this is no joke This is thirsty work making Holy Smoke

(3/10) No Prayer For The Dying (4:23)

Santa Fumaça, Santa Fumaça, existem muitos mau pregadores Para o diabo atiçar Se alimentando deles pés à cabeça isto não é brincadeira É trabalho cansativo fazer Santa Fumaça

Sem Preces Para Os Mortos

There are times when i wondered and times when i cried when my prayers they were answered at times when i've lied but if you asked me a question would i tell you the truth now there's something to bet on you've got nothing to lose

Existem vezes que eu pensei E vezes que eu chorei E quando minhas preces foram respondidas Em épocas em que eu menti Mas se você me fizesse uma pergunta Eu diria a verdade? Agora há algo para se apostar Você não tem nada a perder

when i've sat by the window and gazed at the rain with an ache in my heart but never feeling the pain if you would tell me just what my life means walking in a long road never reaching the end

Quando eu sentei à janela E olhei para a chuva Com uma dor em meu coração Mas nunca sentindo a dor Se você me dissesse Só o que minha vida significa Caminhar uma longa estrada E nunca chegar ao fim

god give me the answers to my life god give me the answers to my dreams god give me the answers to my prayers god give me the answers to my being

Deus dê-me a resposta para minha vida Deus dê-me a resposta para meus sonhos Deus dê-me a resposta para minhas preces Deus dê-me a resposta para meu ser

(4/10) Public Enema Number One (4:13)

Inimigo Público Número Um

When it all comes down the line And the lights they turn to greed And you race off with your tyres screaming Rolling thunder And the people choke with poison Children cry in fear But you've got your fast bullet One way ticket outta here

Quando tudo despenca E as luzes viram ganância E você corre com seus pneus cantando Trovão E as pessoas se engasgam com veneno Crianças choram de medo Mas você tem a sua bala rápida Um bilhete de ida para fora daqui

Fall on your knees today And pray the world will mend its ways Get to your feet again Refuges from the heartbreak and the pain

Caia nos seus joelhos hoje E reze para que o mundo se concerte desta forma Caia de joelhos novamente Esconda-se do coração despedaçado e da dor

In the cities in the streets There's a tension you can feel Breaking strain is fast approaching

Nas cidades, nas ruas Existe uma tensão que você pode sentir Quebrar limites é se aproximar rápido

Guns and riots Politicians gamble and lie to save their skins And the press get fed the scapegoats Public enema number one

Armas e ataques Politicos jogam e mentem para salvar suas peles E a imprensa alimenta os bodes espiatórios Inimigo público número um

A million network slaves In an advertising new age I don't need a crystal ball to sell ya Your children have more brains Than your drug infested remains California dreaming as the earth dies screaming

Um milhão de escravos da rede Em uma nova era de anúncios Eu não preciso de bola de cristal para dizer a você Suas crianças tem mais cérebro Que seus restos infestados de drogas A California sonha enquanto a terra morre gritando

(5/10) Fates Warning (4:12)

Avisos Sobre o Destino

Why is it some of us are destined to stay alive, and some of us are here just so that we'll die How come the bullet hits the other guy, do we have to try and reason why

Porque alguns de nós estão destinados a ficarem vivos, e alguns estão aqui apenas para morrer Como é que a bala atinge o outro cara, nós temos que tentar, e a razão pela qual

Be it the devil or be it him, you can count on just one thing When the time is up you'll know, not just one power runs the show

Seja o diabo ou seja você, você pode contar com apenas uma coisa Quando a hora chegar você saberá, apenas um poder não dirige o espetáculo

Are we the lucky ones saved for another day, or they the lucky ones who are taken away Is it a hand on your shoulder from the lord above, or the devil himself come to give you a shove

Somos nós os sortudos salvos para outro dia, ou os sortudos são, os que são levados É uma mão em seu ombro, do senhor acima, ou o próprio diabo veio para dar-lhe um empurrão

Be it the devil or be it him, you can count on just one thing When the time is up you'll know, not just one power runs the show

Seja o diabo ou seja você, você pode contar com apenas uma coisa Quando a hora chegar você saberá, não apenas um poder dirige o espetáculo

A volcano erupts and sweeps a town away, a hurricane devastates the cities in it's way The grief and misery for the ones that are left behind, the worst is yet to come a hell to face mankind

Um vulcão estoura e varre uma cidade longe, um furacão devasta as cidades em seu caminho A dor e a miséria para os que são deixados para trás, o pior ainda está para vir um inferno para enfrentar a humanidade

Be it the devil or be it him, you can count on just one thing When the time is up you'll know, not just one power runs the show

Seja o diabo ou seja você, você pode contar com apenas uma coisa Quando a hora chegar você saberá, Não apenas um poder dirige o espetáculo

(6/10) The Assassin (4:37)

O Assassino

Now the contracts out They've put the word about I'm coming after you

Agora o contrato terminou Eles deram suas palavras Eu estou indo atrás de você

It's not the money I make It's the thrill of the chase And I'm coming after you

Não é pelo dinheiro que faço É pelo prazer da caça E eu estou indo atrás de você

I watch your every move Study the things you do And the pattern of your ways

Eu observo cada movimento seu Estudo as coisas que você faz E a sequência de seus caminhos

I watch the way you walk I hear your telephone talk I want to understand the way you think

Eu observo a maneira como você anda Eu ouço suas conversas telefônicas Eu preciso entender a maneira como você pensa

Better watch out,cos I'm the assassin (Better watch out) cos I'm the assassin Better watch out,better watch out

Melhor prestar atenção, porque eu sou o assassino (Melhor prestar atenção) Porque eu sou o assassino Melhor prestar atenção, melhor prestar atenção

Better watch out,cos I'm the assassin (Better watch out) cos I'm the assassin Better watch out,better watch out

Melhor prestar atenção, porque eu sou o assassino (Melhor prestar atenção) Porque eu sou o assassino Melhor prestar atenção, melhor prestar atenção

ASSASSIN! ASSASSIN!

ASSASSINO! ASSASSINO!

I'm in a cold cold sweat I taste the smell of death I know the moment's getting closer

Eu estou suando frio Eu sinto o gosto da morte Eu sei que o momento se aproxima

And as you walk to the light I feel my hands go tight Excitement running through my veins

E a medida que você caminha para a luz Eu sinto minhas mão se apertarem Excitação correndo pelas minhas veias

I've got you in my sights I've got you dead to rights The triggers waiting for my finger

Eu te tenho na minha mira Eu tenho sua morte como direito Os gatilhos esperando pelo meu dedo

I feel adrenalin rush It's just the final touch You can kiss your arse goodbye

Eu sinto a adrenalina correr É apenas o toque final Você pode dar seu beijo de despedida

Better watch out,cos I'm the assassin (Better watch out) cos I'm the assassin Better watch out,better watch out

Melhor prestar atenção, porque eu sou o assassino (Melhor prestar atenção) Porque eu sou o assassino Melhor prestar atenção, melhor prestar atenção

Better watch out,cos I'm the assassin (Better watch out) cos I'm the assassin Better watch out,better watch out

Melhor prestar atenção, porque eu sou o assassino (Melhor prestar atenção) Porque eu sou o assassino Melhor prestar atenção, melhor prestar atenção

ASSASSIN!

ASSASSINO!

(7/10) Run Silent Run Deep (4:34)

Corra Calado, Corra Para o Abismo

The convoy lights are dead ahead

As luzes de escolta estão à frente mortas

The merchantmen lay in their bed The thump of diesels hammers down In the oily sea - the killing ground His knuckles white his eyes alight He slams the hatch on the deadly night A cunning fox in the chickens lair A hound of hell and the devil don't care

Os comerciantes se deitam em suas camas O baque de martelos de dieseis abaixo No oleoso mar - o chão mortal As juntas dele branco os olhos dele descem Ele bate o choque na noite mortal Uma raposa esperta na toca de galinhas Um cão de caça de inferno e o diabo não se preocupa

Running silent, running deep, we are your final prayer Warriors in secret sleep a merchantman's nightmare A silent death lies waiting, for all of you below Running silent, running deep sink into your silent sleep

Correndo calado, correndo para o abismo, nós somos sua oração final Guerreiros no sono secreto um pesadelo de um comerciante Uma morte silenciosa está esperando, para todos vocês debaixo Correndo calado, correndo para o abismo afundar-se em seu sonho silencioso

Chill the hearts of fighting men In open ocean wondering when? The lethal silver fish will fly The boat will shiver-men will die A cast of millions-a part to play Killer? victim? or fool for a day Obeying an order-men have to die Us or them - a well rehearsed lie

Esfrie os corações de homens lutadores Em oceano aberto que deseja saber quando? Os peixes prateados letais voarão O barco vai arrepiar - homens morrerão Um elenco de milhões - uma parte para jogar Assassino? vítima? ou estúpido durante um dia Obedecendo ordens - homens têm que morrer Nós ou eles - uma mentira bem ensaiada

The lifeboats shattered the hull is torn The tar black smell of burning oil On the way down to Davy Jones Every man for himself - you're on your own The wolf eyes watch the crosswire 'Stern tubes ready','aim and fire' They can pin some medal on your chest But in two more weeks - dead like the rest

Os barcos salva-vidas quebraram a casca é rasgada O cheiro preto de óleo ardente No modo até Davy Jones Todo homem para ele - você é por conta própria Os olhos de lobo assistem o fio cruz 'Duro entuba pronto', 'aponte e fogo' Eles podem fixar alguma medalha em seu tórax Mas em duas mais semanas - morto como o resto

(8/10) Hooks In You (4:08)

Ganchos em você

I got the keys to view at number 22 Behind my green door there's nothing to see Is that a creature? What kind of creature Would hang around waiting for a guy like me Stone cold sober, sitting in silence, laid back looking for symphaty I like a girl who knows where she's bound I don't like girls who've been hanging around

Pego as chaves para ver a número 22 Atrás de minha porta verde não há nada que ver Pedra frio sóbrio e sentando em silencio, senhorita Atrás e procurando por sinfonia Fria como pedra, sentada em silêncio, descontraída procurando por simpatia Eu gosto de uma garota que conhece onde ela salta Eu não gosto de garotas que ficam penduradas ao redor

Hooks in you, hooks in me, hooks in the ceiling For that well hung feeling No big deal, no big sin,

Ganchos em você, ganchos em mim, ganchos no teto Para que sinta bem pendurado Não é grande coisa, nenhum grande pecado,

strung up on love I Got the hooks screwed in

enforcado no amor eu Tenho os ganchos atarraxados em

Hooks in you, hooks in me, hooks in the ceiling For that well hung feeling No big deal, no big sin, strung up on love I Got the hooks screwed in

Ganchos em você, ganchos em mim, ganchos no teto Para que sinta bem apertado Não é grande coisa, nenhum grande pecado, enforcado em amor eu tenho os ganchos atarraxados em

She's tied up she can't come to the phone You must have got your wires crossed she ain't home Knock on wood you know I like that sound She never could keep her feet on the ground

Ela é amarrada para cima ela não pode vir ao telefone Você deve ter uma linha cruzada ela não está em casa Bata na madeira você sabe que eu gosto desse som Ela nunca poderia manter os pés no chão

Hooks in you, hooks in me, hooks in the ceiling For that well hung feeling No big deal, no big sin, strung up on love I Got the hooks screwed in

Ganchos em você, ganchos em mim, ganchos no teto Para que sinta bem pendurado Não é grande coisa, nenhum grande pecado, enforcado em amor eu Tenho os ganchos atarraxados em

Hooks in you, hooks in me, hooks in the ceiling For that well hung feeling No big deal, no big sin, strung up on love I Got the hooks screwed in

Ganchos em você, ganchos em mim, ganchos no teto Para que sinta bem pendurado Não é grande coisa, nenhum grande pecado, enforcado em amor eu Tenho os ganchos atarraxados

Hooks in you, I've got those hooks in you Hooks in you, in you Hooks in you, I've got those hooks in you Hooks in you, in you

Ganchos em você, eu tenho aqueles ganchos em você Ganchos em você, em você Ganchos em você, eu tenho aqueles ganchos em você Ganchos em você, em você

Oh yeah yeah yeah yeah yeah yeah yow!

Oh yeah yeah yeah yeah yeah yeah yow!

Right on the money got it wrapped up tight Got new ideas for the decor tonight Make this house a preservation zone Gonna set her in concrete set her up on her own

Direito sobre o dinheiro que foi embrulhado apertado Tenho novas ideias para a decoração esta noite Fazer dessa casa uma zona de preservação Vou colocá-la no concreto definí-la por conta própria

Hooks in you, hooks in me, hooks in the ceiling For that well hung feeling No big deal, no big sin, strung up on love I Got the hooks screwed in

Ganchos em você, ganchos em mim, ganchos no teto Para que sinta bem pendurado Não é grande coisa, nenhum grande pecado, enforcado em amor eu Tenho os ganchos atarraxados em

Hooks in you, hooks in me, hooks in the ceiling For that well hung feeling No big deal, no big sin, strung up on love I Got the hooks screwed in

Ganchos em você, ganchos em mim, ganchos no teto Para que sinta bem pendurado Não é grande coisa, nenhum grande pecado, enforcado em amor eu Tenho os ganchos atarraxados em

Hooks in you, I've got those hooks in you Hooks in you Hooks in you, I've got those hooks in you Hooks in you, I've got those Hooks in you

Ganchos em você, eu tenho aqueles ganchos em você Ganchos em você Ganchos em você, eu tenho aqueles ganchos em você Ganchos em você, eu tenho aqueles Ganchos em você

(9/10) Bring Your Daughter... To The Slaughter (4:45)

Traga Sua Filha... Para O Abate

Honey it's getting close to midnight And all the myths are still in town True love and lipstick on your linen Bite the pillow make no sound If there's some living to be done Before your life becomes you tomb You'd better know that I'm the one So unchain your back door and invite me around

Meu bem, é quase meia-noite E todos os mitos ainda estão na cidade Amor verdadeiro e batom no seu linho Morda o travesseiro, não faça barulho Se há alguma vida a ser vivida Antes que sua vida se torne sua cova É melhor você saber que eu sou o escolhido Então destranque sua porta dos fundos e me convide a entrar

Bring your daughter, bring your daughter to the slaughter Let her go, let her go, let her go! Bring your daughter, bring your daughter to the slaughter Let her go, let her go, let her go!

Traga sua filha, traga sua filha, para o abate Deixe-a ir, deixe-a ir, deixe-a ir Traga sua filha, traga sua filha, para o abate Deixe-a ir, deixe-a ir, deixe-a ir

Honey it's getting close to daybreak The sun is creeping in the sky No patent remedies for heartache Just empty words and humble pie So get down on your knees honey Assume an attitude You just pray that I'll be waiting Cos you know, you know I'm coming soon

Meu bem, o amanhecer está se aproximando O Sol está surgindo lentamente no céu Não existem medicamentos para mágoa Somente palavras vazias e desculpas Então ajoelhe-se, meu bem Tome uma iniciativa Você somente reza para que eu esteja esperando Pois você sabe que estou para chegar

Bring your daughter, bring your daughter to the slaughter Let her go, let her go, let her go! Bring your daughter, bring your daughter to the slaughter Let her go, let her go, let her go!

Traga sua filha, traga sua filha, para o abate Deixe-a ir, deixe-a ir, deixe-a ir Traga sua filha, traga sua filha, para o abate Deixe-a ir, deixe-a ir, deixe-a ir

So pick up your foolish pride, no going back No where, no way, no place to hide

Então pegue seu orgulho tolo, não há retorno Lugar nenhum, nenhum caminho, nenhum lugar para se esconder

Bring your daughter, bring your daughter, bring your daughter, bring your daughter, bring your daughter, bring your daughter to the slaughter

Traga sua filha, traga sua filha, traga sua filha, Traga sua filha, traga sua filha, traga sua filha para o abate

Bring your daughter, fetch your daughter, bring your daughter, fetch your daughter, bring your daughter, fetch your daughter to the slaughter

Traga sua filha, busque sua filha, traga sua filha, busque sua filha, traga sua filha, busque sua filha para o abate

Bring your daughter, bring your daughter to the slaughter Let her go, let her go, let her go! Bring your daughter, bring your daughter to the slaughter Let her go, let her go, let her go! Bring your daughter, bring your daughter to the slaughter Let her go, let her go, let her go! Let her go! let her go, let her go! I'm coming get you, now!

Traga sua filha, traga sua filha, para o abate Deixe-a ir, deixe-a ir, deixe-a ir Traga sua filha, traga sua filha, para o abate Deixe-a ir, deixe-a ir, deixe-a ir Traga sua filha, traga sua filha, para o abate Deixe-a ir, deixe-a ir, deixe-a ir, deixe-a ir, deixe-a ir, deixe-a ir! Eu estou indo te pegar, agora!

(10/10) Mother Russia (5:31)

Mãe Rússia

Mother Russia, how are you sleeping Middle winter cold winds blow from the snowflakes drifting swirling round like ghosts in the snow

Mãe Rússia, como você tem dormido? Sopra o vento frio de meados do inverno Os flocos de neve caindo das árvores Rodopiando como fantasmas na neve

Mother Russia, poetry majestic tells the time of a great empire turning round the old man ponders reminiscing an age gone by

Mãe Rússia, majestade poética Conta os tempos de um grande império Contrariando as ponderações do homem velho, Relembrando uma época que passou

Mother Russia Dance of the Tzars Hold up your heads Be proud of what you are now it has come Freedom at last turning the tides of history and your past

Mãe Rússia Dança dos czares Levantem suas cabeças Tenham orgulho do que são Agora chegou Ao menos a liberdade Mudando o curso das areias da história E seu passado

Mother Russia Dance of tzars Hold up your head remember who you are can you release the anger, the grief can you be happy now your people are free

Mãe Rússia Dança dos czares Levantem suas cabeças Lembrem-se de quem são Vocês podem liberar A fome, a dor Vocês podem ser felizes Agora seu povo está livre

Adrian Smith deixa o Maiden para entrar em sua carreira solo, e em seu lugar entra Janick Gers. Ele é muito bom, mas a qualidade das composições da banda, sem Smith, caem. Este álbum é considerado um dos mais fracos da banda, mas é aquela coisa, não dá para ser brilhante sempre, né? TAILGUNNER: traz-nos de volta para as guerras aéreas na segunda guerra mundial, como em Aces High, tema que os caras adoram, pelo jeito! Desta vez, a música nos leva para o bombardeio em Dresden, na Alemanha, entre 13 e 15 de fevereiro de 1945, pela RAF e USAAF (força aérea inglesa e estadunidense, respectivamente). Este bombardeio chama a atenção pela força desproporcional utilizada pelas artilharias. Cidade de Dresden após o bombardeio: a cidade estava cheia de civis, não tinha defesas fortes e militarmente não era interessante para os inimigos. Porém, o comandante da RAF, Arthur Harris, convenceu a USAAF que o ataque era necessário para destruir as linhas de comunicação alemãs e diminuir a moral. Por muitos, o ataque foi considerado um crime de guerra, por outros o ataque fazia parte da estratégia, assim como o ataque a várias outras cidades. Na época, a revista Veja (1945) publicou um artigo intitulado "O Massacre de Dresden". Em 1992, uma estátua de bronze foi erguida para Arthur Harris em Londres. O povo e a imprensa mundial criticaram a homenagem, devido às mortes teoricamente causadas por ele nos bombardeios. Em sua biografia, Harris disse que o ataque a Dresden fazia parte da estratégia, e que era decisão de gente mais importante do que ele. Churchill era o primeiro ministro e ministro da defesa na época em que o ataque foi planejado. Ele não tomava parte em todas as decisões, mas em algumas delas. E o ataque a Dresden, além dos motivos citados antes, também ajudariam os russos. Bruce Dickinson comenta a faixa em questão: "Eu tinha algumas frases que começavam com "Volte seu caminho 50 anos para a glória de Dresden, sangue e lágrimas". Eu sei que não devíamos mencionar a guerra, mas é sobre a atitude dos caras que bombardeiam. Era morte de verdade nos céus sobre eles. Mas não há mais artilheiros nos aviões, é tudo feito por computadores usando mísseis. Costumava ser homem a homem, mas agora, é máquina por máquina. Quem ainda usa balas?" HOLY SMOKE: faz uma sátira contra a religião, mais exatamente contra os pregadores hipócritas que existem na TV. Na música, a banda fala sobre Jimmy Reptile, que é na verdade Jimmy Swaggart, um pregador que se aproveita do sentimento de culpa imposto sobre os cristãos para arrancar-lhes dinheiro. Bem, o santo homem foi flagrado duas vezes traindo a esposa, e em 1988 foi pego com prostitutas no Texas! Ozzy também fez um som para "homenagear" este cara: “Miracle Men”. NO PRAYER FOR THE DYING: é a faixa título do álbum, e ela é bem legalzinha, uma das mais legalzinhas da Donzela. Existe um filme com nome parecido, A Prayer for he Dying (1987), mas a letra da música não tem relação com o filme. A letra fala sobre o sentido da vida, já o filme fala sobre um agente do IRA que explode um ônibus com crianças quando tentava explodir um caminhão com tropas. Após isso, ele deixa o IRA, porém a organização vai atrás dele para queima de arquivo...

PUBLIC ENEMA NUMBER ONE: enema é a introdução de um líquido no ânus para lavagem, purgação ou administração de medicamentos. Quem vai explicar do que se trata esta música é o próprio Bruce Dickinson: "Este som na verdade é sobre hipócritas verdes (ambientalistas). É sobre um cara grande com seu carro veloz, e ele está deixando a cidade em uma nuvem de fumaça com as crianças chorando de medo. Ele pegou sua viagem só de ida. Ótimo, até mais ver. Porque ele pode, ele deixa todos para trás, deixa as cidades superlotadas, armas, revoltas e parece que todos vão enlouquecer. Os políticos mentem para salvar sua própria pele, apostando que eles vão fazer a coisa certa e dão para a mídia bodes expiatórios a todo momento. A coisa toda é baseada entre New York e Los Angeles, e eu só espero que as crianças hoje em dia tenham mais cérebro do que os desgastados restos das gerações de 60 e 70. Califórnia sonha e a Terra morre chorando! É sobre isto, pessoas falando do meio ambiente e não fazendo nada. " FATES WARNING: fala sobre destino e só. THE ASSASSIN: remete à mesma sensação da música "Killers", onde é narrada a sensação de um matador. Em Killers parecia mais um doidão, aqui é um cara sangue frio, mas ainda psicopata... Segundo Bruce, a ideia era entrar na cabeça de um assassino. Ele não agia por dinheiro, apenas porque achava legal calcular, fria e sadicamente, seus movimentos. RUN SILENT RUN DEEP: baseada no romance do estadunidense, ex-oficial da marinha e escritor, Edward L. Beach Jr. (1918 - 2002). Há também um filme de 1958 de mesmo nome. Edward participou da Batalha de Midway durante a segunda guerra mundial. Esta batalha foi travada entre EUA e Japão, seis meses após o ataque japonês a Pearl Harbor, iniciando a guerra do Pacífico. Bruce havia escrito a letra para o álbum Somewhere in Time, mas disse para Harris que a letra se encaixava bem agora. É uma música sobre batalhas no mar na segunda guerra mundial. "On the way down to Davy Jones" Davy Jones (Davy Jones' Locker) é um eufemismo para quem morre no fundo do mar. O que se sabe é que ele é uma lenda, mas sua origem é incerta. A primeira menção a Davy Jones está na obra The Adventures of Peregrine Pickle de Tobias Smollett (1751). HOOKS IN YOU: é a última colaboração de Adrian Smith com a banda, até seu retorno em Brave New World. Este som faz parte da "Saga da Prostituta Charlotte". Aliás, há discussões se ela faz parte ou não. Nesta faixa há uma menção para 22 Acacia Avenue: "I got the keys to view at number 22". BRING YOUR DAUGHTER... TO THE SLAUGHTER: escrita por Bruce, as guitarras são de Janick Gers, antes dele entrar no Maiden. A música foi feita para o filme A Hora do Pesadelo 5 (1989), e Harris gostou tanto que a colocou neste álbum. Fez certo, ela é uma das que salvam o álbum! MOTHER RUSSIA: segundo Dickinson, é sobre a tragédia de uma grande terra, que tem uma triste história de ser invadida e suas pessoas massacradas, por séculos, e a música diz: não seria ótimo se a Rússia finalmente se unisse agora e vivesse em paz? A música não é uma homenagem a queda do regime comunista, pois a URSS só caiu em 9 de dezembro de 1991, mais de um ano após o lançamento desse álbum. (texto de: Ricardo Heavyrick, [2])

1992

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12.

Be Quick or Be Dead From Here to Eternity Afraid to Shoot Strangers Fear Is the Key Childhood's End Wasting Love The Fugitive Chains of Misery The Apparition Judas Be My Guide Weekend Warrior Fear of the Dark

Dickinson, Gers Harris Harris Dickinson, Gers Harris Dickinson, Gers Harris Dickinson, Murray Harris, Gers Dickinson, Murray Harris, Gers Harris

3:24 3:38 6:56 5:35 4:40 5:50 4:54 3:37 3:54 3:08 5:39 7:16

“Be Quick or Be Dead” surgiu como primeiro single. Composta pela dupla Dickinson e Gers, essa música rápida e quase thrash metal abre o trabalho de forma agressiva, com a bateria explosiva de Nicko. Com uma abordagem lírica voltada para a corrupção e o jogo sujo de quem detém o poder, o desempenho de Bruce é um dos mais rasgados de sua carreira e é impossível ficar imune ao ataque sonoro perpetrado por essa faixa, que manteve o ritmo alucinante também no videoclipe, exaustivamente exibido à época. Também presenteada com um videoclipe, “From Here to Eternity”, o 2º single chega com uma veia bem rock‟n‟roll, trazendo um pouco da linha mais despojada que a banda lançou mão no álbum anterior. Composta pelo eterno líder Steve Harris, sua letra aborda uma visão irônica e até otimista do inferno, fazendo inclusive uma alusão à Charlotte, a prostituta imortalizada no primeiro álbum. Na sequência, a primeira obra-prima, novamente concebida por Harris. “Afraid to Shoot Strangers”, com seus quase 7 minutos, chega suave, com uma bela melodia de guitarras e a sempre firme sustentação do baixo. Já antecipando o esquema “início lento / peso e rapidez / fim lento” que configura a faixa-título, esta belíssima canção traz uma reflexão de alguém que está à espreita de cometer um crime, supostamente por esconder um ato justiceiro. Com letras de fácil assimilação, ela permanece poderosa até o fim. Não é à toa que na turnê que celebra o saudoso “Maiden England”, a banda optou por incluí-la no repertório, mesmo soando um pouco deslocada. Seu apelo ao vivo é inquestionável. “Fear is the Key” retoma a parceria de Dickinson e Gers. Seu formato pouco usual e suas mudanças de ritmo servem de base para uma letra um pouco confusa, como o medo e a incerteza dos tempos atuais no tema, mas que agrada pelo solo de guitarra bem sacado. A próxima é “Childhood‟s End”, de Harris, que volta à duração abaixo de 5 minutos. Com seu ritmo marcante de baixo, é a primeira faixa menos inspirada do álbum, com refrão abaixo da média. Acaba se salvando pela letra, que faz uma análise bem interessante sobre o fim do período da inocência do ser humano e a situação caótica do meio ambiente. O terceiro single, lançado em 16 de setembro e composto por Bruce e Janick, é “Wasting Love”. Uma autêntica balada e com apelo bastante comercial. Servindo como aperitivo da futura “Tears of the Dragon”, de seu álbum solo pós-Maiden, a canção traz uma interpretação bastante emocional de Bruce, embora apresente uma letra fraca e hoje seja uma tarefa um tanto cansativa ouvi-la até o acorde final. Valeu para mostrar à banda que eles nunca precisaram desse tipo de faixa de fácil aceitação radiofônica. Coincidência ou não, a banda resolveu gravá-la um ano após o METALLICA, em seu multiplatinado álbum autointitulado, ter conquistado o mundo com “The Unforgiven” e “Nothing Else Matters”. Mas, no caso da banda inglesa, nem o videoclipe agradou.

Steve Harris compôs “The Fugitive”. Musicalmente, é um trabalho menor do líder, com estrofes de poucas variações. Liricamente, é bem envolvente e certamente daria um ótimo roteiro de filme. A quase hard rock “Chains of Misery” vem logo depois, com Bruce dividindo a autoria com Dave Murray. Seu ritmo é contagiante e conta com uma performance irrepreensível de Dickinson, tanto nas estrofes propositalmente “largadas”, quanto no refrão bem alegre. A letra não agrada, mas tampouco desmerece o bom trabalho da música. “The Apparition” é de longe a mais fraca do álbum. Mesmo no interlúdio, com a breve mudança de andamento, a canção se perde em uma repetição de notas. A letra também não a salva. Ainda bem que, na sequência, vem a música que é uma das mais injustiçadas de toda a carreira da banda. Novamente contando com Dickinson e Murray como autores, “Judas Be My Guide” é simplesmente espetacular. Desde o seu começo, com um tema crescente que desemboca em um solo maravilhoso, passando pelos versos cantados à perfeição, essa pérola ainda conta com um refrão de arrepiar. O solo do meio é inspiradíssimo. Pena que a banda nunca a tocou em shows. A penúltima música, “Weekend Warrior” é novamente uma peça de rock‟n‟roll, ainda trazendo resquícios do álbum anterior. Harris, em parceria com Gers, novamente brinda o ouvinte com uma faixa bem descontraída e com letra deliciosamente irônica. O primeiro verso “O rebelde de ontem, tolo de amanhã” (The rebel of yesterday, tomorrow‟s fool) já mostra a irreverência lírica. Por fim a faixa-título, que merece uma análise cuidadosa. O sucesso foi tão estrondoso que, quase um ano após o lançamento do álbum, uma versão ao vivo extraída de “A Real Live Dead One” foi lançada como single, chegando ao 5º lugar no Reino Unido. É a típica canção que nasceu para ser executada em grandes arenas. Ela traz todos os elementos típicos da Donzela: a introdução épica e pomposa, feita para cantar junto; o início sombrio e lento, invocando a clássica “Hallowed Be Thy Name”; as estrofes magistralmente interpretadas por Bruce; o refrão que a fez definitivamente se tornar atemporal e presença obrigatória desde que foi composta. E a duração longa, tipicamente Harris. Além dos atributos listados, ainda narra um típico roteiro de história em quadrinhos – o que efetivamente viria a se tornar algum tempo depois. Não haveria outra para fechar o LP, CD, ou seja lá qual for o formato. “Fear of the Dark” é um álbum forte e único, que mostra uma banda entrosada. A ordem das faixas é um grande trunfo, pois não tem como ser fraco um disco que abre com uma paulada certeira e encerra com uma obra-prima que rivaliza com os maiores momentos da história da banda e deste gênero musical. [1]

(1/12) Be Quick Or Be Dead (3:24)

Seja Rápido Ou Morra

Covered in sinners and dripping with guilt Making you money from slime and from filth Parading your bellies in ivory towers Investing our lives in your schemes and your powers.

Disfarçados de pecadores e gotejantes de culpa Fazendo dinheiro do lodo e da sujeira Desfilando suas barrigas em torres de marfim Investindo nossas vidas em seus esquemas E poderes

You got to watch them, be quick or be dead Snake eyes in heaven, the thief in your head You've got to watch them, be quick or be dead Snake eyes in heaven, the thief in your head

Você tem que vigia-los, seja rápido ou morra Olhos de cobra no paraíso, o ladrão em sua cabeça Você tem que vigia-los, seja rápido ou morra Olhos de cobra no paraíso, o ladrão em sua cabeça

Be quick or be dead, be quick or be dead

Seja rápido ou morra, seja rápido ou morra

See... What's ruling all our lives

Veja...o que controla todas as nossas vidas

See... Who's pulling the strings See... What's ruling all our lives See... Who's pulling the strings I bet you won't fall on your face... Your belly will hold you in place

Veja...quem está puxando as cordas Veja...o que controla todas as nossas vidas Veja...quem está puxando as cordas Aposto que você não vai cair de cara no chão... Sua barriga vai prendê-lo no lugar

The serpent is crawling inside of your ear He says you must vote for what you want to hear Don't matter what's wrong as long as you're alright So pull yourself stupid and rob yourself blind

A serpente está rastejando dentro do seu ouvido Ele diz que você deve votar para o que você quer ouvir Não importa o que é errado desde que você está bem Então, puxe-se estúpido e roubar-se cego

You got to watch them, be quick or be dead Snake eyes in heaven, the thief in your head You've got to watch them, be quick or be dead Snake eyes in heaven, the thief in your head

Você tem que vigia-los, seja rápido ou morra Olhos de cobra no paraíso, o ladrão em sua cabeça Você tem que vigia-los , seja rápido ou morra Olhos de cobra no paraíso, o ladrão em sua cabeça

Be quick or be dead, be quick or be dead

Seja rápido ou morra, seja rápido ou morra

You got to watch them, be quick or be dead Snake eyes in heaven, the thief in your head You've got to watch them, be quick or be dead Snake eyes in heaven, the thief in your head

Você tem que vigia-los, seja rápido ou morra Olhos de cobra no paraíso, o ladrão em sua cabeça Você tem que vigia-los, seja rápido ou morra Olhos de cobra no paraíso, o ladrão em sua cabeça

Be quick or be dead, be quick

Seja rápido ou morra, seja rápido

(2/12) From Here To Eternity (3:38)

Daqui Para A Eternidade

She fell in love with his greasy machine, she leaned over wiped his kickstart clean She'd never seen the beast before, but she left there wanting more more more But when she was walking on down the road, she heard a sound that made her heart explode He whispered to her to get on the back, "I'll take you on a ride from here to eternity"

Ela se apaixonou por sua máquina oleosa, ela aprendeu a manter o seu pedal de partida limpo Ela nunca havia visto a Besta antes, mas ela saiu de lá querendo mais, mais e mais Quando ela estava andando pela rua abaixo, ela ouviu um som que fez seu coração explodir Ele sussurrou para ela montar na sua garupa, "Eu vou te levar num passeio daqui para a eternidade!"

Hell ain't a bad place, hell is from here to eternity Hell ain't a bad place, hell is from here to eternity

Inferno não é um mal lugar, Inferno é daqui para a eternidade Inferno não é um mal lugar, nferno é daqui para a eternidade

She must be having one of her crazy dreams, she'd never sat on a piece so mean It made her feel like's she's on cloud nine, she even thought

Ela deve estar em um de seus sonhos malucos, ela nunca havia sentado numa máquina tão importante A fez sentir como se estivesse na nona nuvem, ela até achou que

she heard the engine sigh But like all dreams that come to an end, they took a tumble at the devil's bend The beast and Charlotte they were two of a kind, they'd always take the line from here to eternity

havia ouvido o motor sorrir Mas como todos os sonhos que se acabam, eles capotaram na Curva do Diabo A Besta e Charlotte eram ambos da mesma laia, eles sempre pegarão o caminho daqui para a eternidade

Hell ain't a bad place, hell is from here to eternity Hell ain't a bad place hell is from here to eternity

Inferno não é um mal lugar, Inferno é daqui para a eternidade Inferno não é um mal lugar Inferno é daqui para a eternidade

(3/12) Afraid To Shoot Strangers (6:56)

Com Medo de Atirar Em Estranhos

Lying awake at night I wipe the sweat from my brow But it's not the fear 'cos I'd rather go now

Deitado acordado à noite enxugo o suor da minha testa Mas não é o medo porque eu preciso ir agora

Trying to visualize the horrors that will lay ahead The desert sand mound a burial ground

Tentando visualizar os horrores que virão lá na frente O monte de areia do deserto, um cemitério

When it comes to the time Are we partners in crime? When it comes to the time We'll be ready to die

Quando chegar a hora seremos parceiros de crime? Quando chegar a hora estaremos prontos para morrer.

God let us go now and finish what's to be done Thy Kingdom Come Thy shall be done... on earth

Deus deixe-nos ir agora e terminar o que tem de ser feito. Venha o vosso reino seja feita a vossa vontade... na terra

Trying to justify to ourselves the reasons to go Should we live and let live Forget or forgive

Tentando justificar à nós mesmos a razão de ir Deveríamos viver e deixar vivo Esqueça ou perdoe

But how can we let them go on this way? The reign of terror corruption must end And we know deep down there's no other way No trust, no reasoning, no more to say

Mas como podemos deixa-los ir por aquele caminho? O reino do terror e corrupção deve ter fim E nós sabemos que no fundo nao existe outro caminho Sem credo, sem explicação, nada mais a dizer

Afraid to shoot strangers Afraid to shoot strangers

Com medo de atirar em estranhos Com medo de atirar em estranhos

(4/12) Fear Is The Key (5:35)

O Medo É A Chave

We live our lives in fever, in a choking sweat of fear In the heat of the night you can feel so much In the heat of the night I scream "Don't touch!" I remember a time when we used and abused We fought all our battles in vain I remember a time we thought that passion was free In the heat of the night... bodies aflame We live in fever...

Nós vivemos nossas vidas em febre, suor em uma asfixia do medo No calor da noite você pode sentir tanto No calor da noite eu grito "Não toque!" Lembro-me de um tempo em que usou e abusou Nós lutamos todas nossas batalhas em vão Lembro-me de um tempo que nós pensamos que a paixão era livre No calor da noite ... corpos em chamas Nós vivemos na febre ...

I hear your secret heartbeat, I can hear your silent cries The kids have lost their freedom, and nobody cares till somebody famous dies

Eu ouço seu coração secreto, eu posso ouvir seus gritos silenciosos Os garotos perderam sua liberdade, e ninguém se preocupa até que alguém famoso morre

I remember a time when we used and abused And we fought all our battles in vain I remember a time we thought that passion was free In the heat of the night... bodies aflame

Lembro-me de um tempo em que nos usamos e abusamos E lutamos todas nossas batalhas em vão Lembro-me de um tempo que nós pensamos que a paixão era livre No calor da noite ... corpos em chamas

Now we live in a world of uncertainty Fear is the key - to what you want to be You don't get a say the majority get's it's way You're outnumbered by the bastards till the day you die

Agora nós vivemos em um mundo de incerteza O medo é a chave - o que você quer ser Você não tem o que dizer a maioria faz do seu modo Você está em inferioridade numérica perante os bastardos até o dia de morrer

I hear your secret heartbeat, I can hear your silent cries Oh, it gets to lies and lies The kids have lost their freedom, and nobody cares till somebody famous dies They're telling lies and lies and lies and lies and lies...

Eu ouço seu coração secreto, eu posso ouvir seus gritos silenciosos Oh, que começa às mentiras e mentiras Os garotos perderam sua liberdade, e ninguém se preocupa até alguém famoso morre Eles estão dizendo mentiras e mentiras e mentiras e mentiras e mentiras ...

I remember a time when we used and abused Ah, it was just lies I remember a time we thought that passion was free But it was just lies and lies and lies and lies and lies In the night, ooh

Lembro-me de um tempo em que usou e abusou Ah, era apenas mentiras Lembro-me de um tempo que nós pensamos que a paixão era livre Mas era apenas mentiras e mentiras e mentiras e mentiras e mentiras À noite, ooh

We live in fever, we live in fever, we live in fever

Nós vivemos na febre, vivemos em febre, vivemos na febre

Now we live in

Agora nós vivemos em

a world of uncertainty Fear is the key to what you want to be You don't get a say the majority get's it's way You're outnumbered by the bastards till the day you die

um mundo de incerteza O medo é a chave para o que você quer ser Você nao tem o que dizer a maioria faz do seu modo Você está em inferioridade numérica perante os bastardos até o dia de morrer

(5/12) Childhood's End (4:40)

O Fim da Infância

I'd sail across the ocean I'd walk a hundred miles If I could make it to the end Oh just to see a smile

Eu velejaria pelos oceanos Eu andaria cem milhas Se eu pudesse dar um fim a isto Oh apenas para ver um sorriso

You see it in their faces The saddness in their tears The desperation and the anger Madness and the fear

Você vê isto em suas faces A tristeza em suas lágrimas O desespero e a raiva Loucura e o medo

No hope, no life, just pain and fear No food, no love, just greed is here

Sem esperança, sem vida, apenas dor e medo Sem comida, sem amor, apenas a ganância está aqui

Starvation and the hunger The suffering and the pain The agonies of all-out war When will it come again ?

Fome e os famintos O sofrimento e a dor As agonias da maior guerra de todas Quando virão de novo?

The struggle for the power A tyrant tries again Just what the hell is going on ? When will it ever end ?

A disputa pelo poder Um tirano tenta novamente O que diabos está havendo? Quando isto irá acabar?

You see the full moon float You watch the red sun rise We take these things for granted But somewhere someone's dying

Você vê a lua cheia flutuar Você assiste o sol vermelho nascer Nós temos essas coisas como certas Mas em algum lugar alguém está morrendo

Contaminated waters Pollution and decay Just waiting for disease to strike Oh will we learn someday? No hope, no life, just pain and fear No food, no love, no seed, childhoods end

Aguas contaminadas Poluição e decadência Apenas esperando a doença atacar Iremos aprender algum dia? Sem esperança, sem vida, apenas dor e medo Sem comida, sem amor, sem sementes, fim da infância

(6/12) Wasting Love (5:50)

Desperdiçando O Amor

Maybe one day I'll be an honest man Up 'till now I'm doing the best I can

Talvez um dia eu serei um homem honesto Até agora estou fazendo o melhor que posso

Long roads, long days, of sunrise, to sunset Sunrise to sunset

Longas estradas, longos dias, do nascer ao pôr do sol Do nascer ao pôr do sol

Dream on brothers, while you can Dream on sisters, I hope you find the one All of our lives, covered up quickly By the tides of time

Sonhem irmãos, enquanto podem Sonhem irmãs, espero que encontrem ele Todas nossas vidas, cobertas rapidamente Pelas marés do tempo

Spend your days full of emptiness Spend your years full of loneliness Wasting love, in a desperate caress Rolling shadows of nights

Passe seus dias cheios de vazio Passe seus anos cheios de solidão Desperdiçando o amor, numa carícia desesperada Rolando nas sombras da noite

Dream on brothers, while you can Dream on sisters, I hope you find the one All of our lives, covered up quickly By the tides of time

Sonhem irmãos, enquanto podem Sonhem irmãs, espero que encontrem ele Todas nossas vidas, cobertas rapidamente Pelas marés do tempo

Sands are flowing and the lines Are in your hand In your eyes I see the hunger, and the Desperate cry that tears the night

O tempo está passando e as linhas Estão na sua mão Em seus olhos eu vejo a fome, e o Grito desesperado que rasga a noite

Spend your days full of emptiness Spend your years full of loneliness Wasting love, in a desperate caress Rolling shadows of nights

Passe seus dias cheios de vazio Passe seus anos cheios de solidão Desperdiçando amor, numa carícia desesperada Rolando nas sombras da noite

Spend your days full of emptiness Spend your years full of loneliness Wasting love, in a desperate caress Rolling shadows of nights

Passe seus dias cheios de vazio Passe seus anos cheios de solidão Desperdiçando amor, numa carícia desesperada Rolando nas sombras da noite

(7/12) The Fugitive (4:54)

O Fugitivo

On a cold October morning As frost lay on the ground Waiting to make my move I make no sound Waiting for the mist to cover all around I carefully picked my time then took the wall

Em uma manhã fria de outubro Enquanto a geada jazia no chão Esperando para fazer meu movimento Eu não faço nenhum ruido Esperando que a neblina cubra tudo em volta Eu cuidadosamente escolho a hora depois encaro o muro

I'm sick and tired of running The hunger and the pain A stop to look about then off again

Estou doente e cansado de correr A fome e a dor Uma parada para olhar para eles novamente

Being at the wrong place and the wrong time

Estar no lugar errado e na hora errada

Suspected of a hit that was my crime

Suspeito de um tiro que foi o meu crime

I am a fugitive being hunted down like game I am a fugitive but I've got to clear my name … Always looking 'round me Forever looking back I'll always be a target for attack

Eu sou um fugitivo sendo caçado como em um jogo Eu sou um fugitivo mas eu tenho de limpar meu nome ... Sempre olhando em volta de mim Sempre olhando para trás Eu sempre serei um alvo de ataques

Ever moving onwards Always on the run Waiting for the sight of a loaded gun

Sempre indo em frente Sempre fugindo Esperando pela visão de uma arma carregada

I am a fugitive being hunted down like game I am a fugitive but I've got to clear my name … Even if I find them And get to clear my name I know that things can never be the same

Eu sou um fugitivo sendo caçado como em um jogo Eu sou um fugitivo mas eu tenho de limpar meu nome ... Mesmo que eu os ache E chegue a limpar meu nome Eu sei que as coisas nunca poderão ser as mesmas

But if I ever prove my innocence some day I've got to get them all to make them pay

Mas se eu provar minha inocência algum dia Eu tenho de pegá-los todos para fazê-los pagar

I am a fugitive being hunted down like game I am a fugitive but I've got to clear my name …

Eu sou um fugitivo sendo caçado como em um jogo Eu sou um fugitivo mas eu tenho de limpar meu nome ...

(8/12) Chains Of Misery (3:37)

Correntes da Miséria

There's a madman in the corner of your eye He likes to pry - into your sunlight He wants to burst into the street with you and I A world of shadows and of rain He's seen what love is He wants to pay you back with guilt...

Ha um louco no canto de seu olho Ele gosta de espreitar - na sua janela Ele quer irromper nas ruas com você e eu Um mundo de sombras e de chuva Ele soube o que é o amor Ele quer pagar de volta com culpa

He lies to you - he won't let you be He's got your chains of misery He won't be still till he's turned your key He holds your chains of misery He´s got your chains of misery

Ele mente para voce - Ele nao deixara voce Ele tem suas correntes de miseria Ele nao ficara quieto Ate que ele vire a sua chave Ele segura suas correntes de miseria Ele tem sua corrente de miseria

There's a prophet in the gutter in the street

Ha um profeta na sarjeta

He says "you're damned!" And you believe him... He's got a vision but it shines out through your eyes A world of hatred and fear... He felt what love means He wants to pay you back with pain

Ele fala que voce esta amaldicoado! E voce acredita nele... Ele tem a visão mas ela brilha de seus olhos Um mundo de odio e medo... Ele sentiu o que o amor siguinifica Ele quer de volta com dor

He lies to you - he won't let you be He's got your chains of misery He won't be still till he's turned your key He holds your chains of misery He´s got your chains of misery

Ele mente para voce - Ele nao deixara voce Ele tem sua corrente de miseria Ele nao ficara quieto Ate que ele vire a sua chave Ele segura a suas correntes de miseria Ele tem as suas correntes de miseria

It's only lovethat holds the key to our hearts.... It's only love...

E so o amor que possui a chave para o nosso coração... E so o amor...

He lies to you - he won't let you be He's got your chains of misery He won't be still till he's turned your key He holds your chains of misery He´s got your chains of misery

Ele mente para voce - Ele nao deixara voce Ele tem a suas correntes de miseria Ele nao ficara quieto Ate que ele vire a sua chave Ele segura as suas correntes de miseria Ele tem as suas correntes de miseria

He lies to you - he won't let you be He's got your chains of misery He won't be still till he's turned your key He holds your chains of misery He´s got your chains of misery

Ele mente para voce - Ele nao deixara voce Ele tem a suas corrente de miseria Ele nao ficara quieto Ate que ele vire a sua chave Ele segura as suas correntes de miseria Ele tem as suas correntes de miseria

(9/12) The Apparition (3:54)

A Aparição

Now I'm here can you see me 'Cos I'm out on my own When the room goes cold tell me you can feel me 'cos I'm here

Agora estou aqui, você pode me ver? Porque eu estou sozinho Quando o quarto fica frio, diga-me Você consegue me sentir? Porque eu estou aqui

Here I am, can you see me Passing through, on my way To a place I'd been to only in my dreams... before

Aqui eu estou, você consegue me ver? De passagem, no meu caminho Para um lugar que eu teria ido apenas em meus Sonhos... antes

In a world of delusion Never turn your back on a friend 'Cos you can count your real true friends on one hand

Em um mundo de desilusão Nunca vire as costas para um amigo Porque por outro lado, você pode contar com seus Amigos reais e verdadeiros

through life

Pela vida

There are those that deceive you

Há aqueles que te enganam

There are those that'll let you down Is there someone out there that would die for you thought not

Há aqueles que te decepcionarão Há alguém lá fora que Morreria por você Pensei que não

Live your life with a passion Everything you do, do well You only get out of life what you put in so they say

Viva sua vida com paixão Tudo o que fizer, faça bem feito Você apenas leva da vida o que coloca nela É o que dizem

In a world of confusion People never say what they mean If you want a straight answer go look for one right now

Em um mundo de confusão Pessoas nunca dizem o que querem dizer Se você quer uma resposta direta Procure por uma Agora

In a room full of strangers Do you stand with your back to the wall Do you sometimes feel like you're on the outside looking in?

Em uma sala cheia de estranhos Você fica de costas para a parede? Você se sente as vezes como se estivesse Do lado de fora Olhando?

You can make your own luck You create your destiny I believe you have the power if you want to it's true

Você pode fazer sua própria sorte Você pode criar seu próprio destino Eu acredito que você tem o poder Se você quiser É verdade

You can do what you want to If you try a little bit harder A little bit of faith goes a long way it does

Você pode fazer o que quiser Se você tentar um pouco mais arduamente Um pouco de fé vai à um longo caminho Ela vai

Are we here for a reason? I'd like to know just what you think It would be nice to know what happens when we die wouldn't it?

Nós estamos aqui por alguma razão? Eu apenas gostaria de saber o que você acha Seria bom saber o que Acontece quando nós morremos Não seria?

There are some who are wise There are some who are born naive I believe that there are some that must have lived before don't you?

Há alguns que são sábios Há alguns que nasceram ingênuos Eu acredito que há alguns que devem Ter vivido antes Você não acredita?

As for me, well I'm thinking You gotta keep an open mind But I hope that my life's not an open and shut case

Quanto a mim, bem, eu estou pensando Você tem que manter a mente aberta Mas eu espero que minha vida não seja um Caso de abrir e fechar

Extrasensory Perception Life after death, telepathy Can the soul live on and travel through space and time?

Percepção extra-sensorial Vida após a morte, telepatia A alma pode viver viajando através do Espaço e do tempo?

You know I feel so elated 'Cos I'm about to find it out And when I know all the answers Maybe then I'll come back to fill you in

Você sabe que eu me sinto tão exultante Porque estou prestes a encontrá-las E quando eu souber todas as minhas respostas Talvez então eu voltarei Para te completar

You don't be alarmed now If I try to contact you If things go missing or get moved around ...it's me And don't disbelieve it No matter what your "friends" might say We'll meet up again someplace some way one day

Não se assuste agora Se eu tentar entrar em contato com você Se as coisas desaparecerem ou mudarem de lugar ... sou eu E não duvide disso Não importa o que seus "amigos" Possam dizer Nos encontraremos novamente em algum lugar De alguma forma Um dia

(10/12) Judas Be My Guide (3:08)

Judas Seja Meu Guia

Lights out! We live in a world of darkness No doubt! Everything's up for sale We sleep! All of the world is burning We pray! To God for a better deal Nothing is sacred Back then or now Everything's wasted Is that all there is? Can I go now?

Luzes apagadas! Nós vivemos em um mundo de escuridão Sem dúvida! Tudo está pra ser vendido Nós dormimos! Todo o mundo está queimando Nós rezamos! A Deus por uma ideal melhor Nada é sagrado Antes ou agora Tudo está Perdido È tudo isso? Posso ir agora?

Judas, my guide Whispers in the night Judas, my guide

Judas, meu guia Sussurros na noite Judas, meu guia

Fight wars! Die in a blaze of glory Come home! Meat in a plastic sack Fall down! Better pray to your God for mercy So kneel! And help the blade cut clean Nothing is sacred Back then or now Everyone wasted Is that all there is? Is that it now?

Lutas de guerra! Morra numa labareda de glória Volte para casa! Carne num saco plástico Caia! Melhor rezar para seu Deus por clemência Então ajoelhe-se! E ajude a lâmina a cortar limpo Nada é sagrado Antes ou agora Todos estão Perdidos... É tudo isso? É isso agora?

Judas, my guide Whispers in the night Judas, my guide

Judas, meu guia Sussurros na noite Judas, meu guia

Judas, my guide Whispers in the night

Judas, meu guia Sussurros na noite

Judas, my guide

Judas, meu guia

I live in the black I have no guiding light I'm whispering in your dreams...

Vivo na escuridão, não tenho uma luz guiante Eu estou sussurrando em seus sonhos...

Judas my guide Whispers in the night Judas my guide

Judas, meu guia Sussurros na noite Judas, meu guia

Judas, my guide Whispers in the night Judas, my guide

Judas, meu guia Sussurros na noite Judas, meu guia

(11/12) Weekend Warrior (5:39)

Guerreiro De Fim de Semana

The rebel of yesterday, tomorrow's fool Who are you kidding being that cool?

O rebelde ontem, tolo de amanhã A quem você está enganando fingindo estar legal?

Trying to break away from running With the pack But they ain't listening so you've Gotta go back

Tentando fugir correndo Com a turma Mas eles não estão ouvindo então você tem de Voltar

You're a weekend warrior when You're one of the crowd But it's over, just look at you now...

Você é um guerreiro de fim de semana, Você é um na multidão Mas acabou, simplesmente olhe para você agora...

You're not so brave the way you behave It makes you sick, gotta get out quick It's all bravado when you're out With your mates It's like a different person goes through Those gates And the game begins The adrenalin's high Feel the tension maybe someone Will die...

Você não é tão bravo do jeito como se porta Isso te deixa doente, tem de sair rápido É tudo bravata quando você sai Com seus companheiros É como uma pessoa diferente atravessando Aqueles portões E o jogo começa A adrenalina está alta Sinta a tensão, talvez alguém Vá morrer...

A weekend warrior lately A weekend warrior sometimes A weekend warrior maybe you ain't That way anymore

Um guerreiro de fim de semana afinal Um guerreiro de fim de semana algumas vezes Um guerreiro de fim de semana Talvez você não seja mais

You've gotta get out gotta get away But you're in with a clique it's not Easy to stray You've gotta admit you're just Living a lie It didn't take long to work out why

Você tem de sair, tem de se afastar Mas você está dentro do grupo não é tão Fácil sair Você tem de admitir que está Vivendo uma mentira Eu não levo muito tempo para descobrir porque

It's hard to say why you got involved Just wanting to be part Just wanting to belong...

É difícil dizer porque você foi envolvido Apenas querendo fazer parte Apenas querendo pertencer

A weekend warrior lately A weekend warrior sometimes A weekend warrior maybe you ain't That way anymore

Um guerreiro de fim de semana afinal Um guerreiro de fim de semana algumas vezes Um guerreiro de fim de semana Talvez você não seja mais

Some of the things that you've done You feel so ashamed After all it's only a game... Isn't it? And after all the adrenalin's gone What you gonna do on monday?

Algumas coisas que você fez Te deixam envergonhado Afinal é só um jogo... Não é? E depois que toda a adrenalina acaba O que você vai fazer na segunda feira?

A weekend warrior lately A weekend warrior sometimes A weekend warrior maybe you were Never like that at all

Um guerreiro de fim de semana afinal Um guerreiro de fim de semana algumas vezes Um guerreiro de fim de semana Talvez você não seja mais

(12/12) Fear Of The Dark (7:16)

Medo do Escuro

I am a man who walks alone And when I'm walking in a dark road At night or strolling through the park

Eu sou um homem que caminha sozinho E quando estou andando por uma estrada escura À noite ou passeando pelo parque

When the light begins to change I sometimes feel a little strange A little anxious when it's dark

Quando a luz começa a enfraquecer Às vezes me sinto um pouco estranho Um pouco ansioso quando está escuro

Fear of the dark, fear of the dark I have a constant fear that something's always near Fear of the dark, fear of the dark I have a phobia that someone's always there

Medo do escuro, medo do escuro Eu tenho um medo constante de que sempre haver algo por perto Medo do escuro, medo do escuro Eu tenho uma fobia de que alguém sempre está lá

Have you run your fingers down the wall And have you felt your neck skin crawl When you're searching for the light? Sometimes when you're scared to take a look At the corner of the room You've sensed that something's watching you

Você já correu seus dedos pela parede E sentiu a pele de sua nuca arrepiar Quando está procurando pela luz? Algumas vezes quando você está com medo de olhar No canto da sala Você sente que alguma coisa está lhe observando

Fear of the dark, fear of the dark I have a constant fear that something's always near Fear of the dark, fear of the dark I have a phobia that someone's always there

Medo do escuro, medo do escuro Eu tenho um medo constante de sempre haver algo por perto Medo do escuro, medo do escuro Eu tenho uma fobia de que alguém sempre está lá

Have you ever been alone at night Thought you heard footsteps behind And turned around and no one's there? And as you quicken up your pace You'll find it hard to look again Because you're sure that someone's there

Você alguma vez já esteve sozinho a noite Pensou ouvir passos por trás E quando virou de costas, não havia ninguém lá? E enquanto você acelera seu passo Você achará difícil olhar de novo Porque você tem certeza de que há alguém lá

Fear of the dark, fear of the dark

Medo do escuro, medo do escuro

I have a constant fear that something's always near Fear of the dark, fear of the dark I have a phobia that someone's always there

Eu tenho um medo constante de sempre haver algo por perto Medo do escuro, medo do escuro Eu tenho uma fobia de que alguém sempre está lá

Fear of the dark … Watching horror films the night before Debating witches and folklores The unknown troubles on your mind Maybe your mind is playing tricks You sense, and suddenly eyes fix On dancing shadows from behind

Medo do escuro ... Assistindo filmes de terror na noite anterior Debatendo sobre bruxas e folclore Os problemas desconhecidos na sua mente Talvez sua mente esteja pregando truques Você sente, e subitamente seus olhos fixam Em sombras dançando por trás de você

Fear of the dark, fear of the dark I have constant fear that something's always near Fear of the dark, fear of the dark I have a phobia that someone's always there

Medo do escuro, medo do escuro Eu tenho um medo constante de que sempre haver algo por perto Medo do escuro, medo do escuro Eu tenho uma fobia de que alguém está lá

Fear of the dark, fear of the dark I have constant fear that something's always near Fear of the dark, fear of the dark I have a phobia that someone's always there

Medo do escuro, medo do escuro Eu tenho um medo constante de que sempre há algo por perto Medo do escuro, medo do escuro Eu tenho uma fobia de que sempre alguém está lá

When I'm walking in a dark road I am a man who walks alone

Quando estou andando por uma estrada escura Eu sou um homem que caminha sozinho

Este álbum marca o "até logo" de Bruce Dickinson, que vai para sua carreira solo. BE QUICK OR BE DEAD: começa destruindo!!! Fala sobre as pessoas que estão no poder e controlam nossas vidas, além de nos alertar a não sermos estúpidos e deixar que eles entrem em nossas mentes. Podemos exemplificar com uma parte da mídia (Globo e Fox), com algumas indústrias como as de tabaco, petróleo e farmacêuticas. Eles se agrupam e atuam como a máfia, comprando influências de políticos para aprovarem leis que os beneficiem, atacam seus inimigos e extorquem quando necessário. O homem sendo estrangulado pelo Eddie na capa do single é Robert Maxwell, membro do parlamento britânico e um megaempresário que tinha negócios por toda Europa. Após sua morte, foi descoberto um desvio de fundos que seriam de pensão aos seus trabalhadores para reforçar as ações do Grupo Mirror (o qual ele era proprietário) e tentar evitar a falência de suas empresas. A frase 'Maxwell pegou dinheiro do fundo de pensão' está escrita em um dos recortes de jornal na capa do single. (Saiba mais)

FROM HERE TO ETERNITY: continua, e finaliza a "saga da prostituta Charlotte", quando ela se apaixona por um motociclista e deseja ir com ele daqui para a eternidade.

AFRAID TO SHOOT STRANGERS: segundo Bruce, esta música é sobre a Guerra do Golfo, sobre guerras que são iniciadas por políticos e finalizadas por pessoas comuns, que na verdade

não querem matar ninguém. A letra trata de como funciona a cabeça do soldado ao se preparar para uma batalha, suas dúvidas, seus medos, principalmente o de atirar em estranhos. A Guerra do Golfo (1990-1991) foi iniciada após Saddam Hussein ordenar que o Kuwait fosse invadido por questões petrolíferas. Os países do ocidente (EUA principalmente) não gostaram nada da situação - porque eles teriam problemas com os preços do petróleo - e com o aval da ONU, uniram-se para parar o Iraque. A guerra acabou em 28 de fevereiro de 1991, com o sucesso da operação Tempestade no Deserto, e o Kuwait liberado. A Guerra do Golfo é claramente uma guerra pelos interesses dos países ricos pelo petróleo. O Iraque era parceiro dos EUA poucos anos antes, e a família Bush tinha negócios com a família Bin Laden, então havia uma parceria. Chamá-los de reino do terror é um tanto hipócrita. E porque de repente o mundo achou necessária a intervenção a favor do Kuwait? Tadinho! A questão era árabe, ninguém tinha que ir lá se intrometer. Mas... FEAR IS THE KEY: mostra que o Maiden também fala sobre questões sociais. Esta música fala sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, a malditamente conhecida AIDS. A letra denuncia que a doença já fazia muito mal antes de a sociedade notar a morte de famosos causada por ela Freddie Mercury morreu em decorrência da AIDS um ano antes. A AIDS teve seu primeiro caso clinicamente comprovado em 1981, com a identificação de homossexuais com o mesmo quadro clínico, no ano seguinte um bebê de 20 meses morreu por transfusão de sangue, mesmo ano em que se registrou o primeiro caso no Brasil. De lá para cá, a situação só piorou...

CHILDHOOD'S END: é o mesmo título do romance de Arthur C. Clark (1953), mas não tem nada a ver com o livro. A música trata da dor, das guerras, da fome, da pobreza, da poluição e levanta uma relevante questão: será que vamos aprender algum dia? WASTING LOVE: é outra canção que até quem não conhece o Maiden, já ouviu por aí. Dica: se alguém da sua família falar que o Maiden só toca música do capeta, faça-o ouvir este som sem mencionar de quem é, e depois pergunte na maior inocêncial: "e aí, gostou?" Música para quem gosta de preencher sua vida com relacionamentos que não valem a pena, só pelo prazer, sem que eles de fato signifiquem algo, e depois, quando a vida traz a conta, sofre por causa da solidão. Triste né?

THE FUGITIVE: é baseada na série de TV de mesmo nome, que foi transmitida de 1963 até 1967. O seriado tratava do cirurgião Dr. Kimble, que é acusado e preso injustamente por matar sua esposa. Enquanto é transportado em um trem, este descarrilha e ele consegue escapar. Agora ele terá que fugir da polícia e descobrir quem foi o real assassino. O Fugitivo (1993), com Harrison Ford e Tommy Lee Jones, é uma releitura do seriado.

CHAINS OF MISERY: segundo Bruce, fala sobre o que os cristãos costumam imaginar: um diabinho nos ombros sussurrando para que você faça coisas ruins. Na música ele é representado como alguém que segura as correntes da miséria, aparecendo na forma de outras pessoas.

THE APARITION: é um som com dicas de Harris sobre como ter uma vida melhor, quais os sentimentos dele e medos. Ele faz isso na música usando uma espécie de espírito que se faz presente "quando o quarto fica frio".

JUDAS BE MY GUIDE: fala sobre nossa perda de valores, sobre como tudo está a venda, sobre como traímos a nós mesmos (o Judas).

WEEKEND WARRIOR: é para os hooligans (em português, vândalos), os guerreiros do fim de semana, que passam a semana toda em suas vidinhas e depois vão para torcer por seus times (ou torcer para suas torcidas) e arrumam confusão. Parecem viver apenas disso.

FEAR OF THE DARK: esta música fala sobre a nictofobia, que é o nome científico para medo do escuro ou da noite. É o medo do que não se pode ver, e medo de não poder nada ver. A faixa fala sobre quando no escuro você tem medo de olhar para os cantos da parede, por achar que existe algo te olhando; ou andar à noite, e achar que ouviu passos atrás de você, se virar assustado, e não ter nada lá. Ainda bem! Segundo Bruce, Steve Harris escreveu a canção e tem medo do escuro. Como muitos de nós, aliás. Bem, eu não! Estou com muito mais medo é da conta de luz! (texto de: Ricardo Heavyrick, [2])

1995

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11.

Sign of the Cross Lord of the Flies Man on the Edge Fortunes of War Look for the Truth The Aftermath Judgement of Heaven Blood on the World's Hands The Edge of Darkness 2 A.M. The Unbeliever

Harris Harris, Gers Bayley, Gers Harris Harris, Bayley, Gers Harris, Bayley, Gers Harris Harris Harris, Bayley, Gers Harris, Bayley, Gers Harris, Gers

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No dia 2 de outubro de 1995, o Iron Maiden lançava The X Factor, primeiro álbum com o vocalista Blaze Bayley, que substituía Bruce Dickinson. Também foi o primeiro trabalho desde Killers a não contar com a produção do mago Martin Birch. Nigel Green assumiu a tarefa. Passando por problemas pessoais, como seu divórcio com Lorraine, junto a quem teve quatro filhos (incluindo a cantora Lauren Harris) e ainda magoado com o comportamento de Dickinson após anunciar sua saída, o baixista e líder do então quinteto, Steve Harris, mostrou ao mundo o lado mais obscuro de sua criatividade. Músicas de desesperança, retratos de guerra, medo, angústia e depressão marcaram o conteúdo do álbum. A própria capa, trazendo um Eddie totalmente transfigurado em uma experiência, já deixava claro qual seria o clima. Abrir o álbum com um épico de onze minutos (segunda faixa mais longa da discografia do Maiden) como “Sign of the Cross” foi mais uma ousadia. E a música vingou, tanto que seguiu no setlist nas turnês de Virtual XI e Brave New World – além de ser cantada por Blaze em seus shows-solo até hoje. Além dela, os singles “Man on the Edge” e “Lord of the Flies” também figuraram entre as preferidas dos fanáticos. Mas não fica só nelas. A densa “Fortunes of War” e a ótima melodia de “Look For the Truth” também merecem ser citadas. “Blood on the World‟s Hands” conta com uma das melhores introduções de baixo já feita por Harris. Bem melhor que as dos trabalhos recentes. Também vale lembrar “The Edge of Darkness” é baseada na obra de Joseph Conrad, Heart of Darkness, a mesma que inspirou o mega-clássico da sétima arte, Apocalypse Now. Apesar de algum estardalhaço por parte da crítica especializada, que desceu a lenha sem dó nem piedade, The X Factor não chegou a desagradar totalmente. O problema maior foi quando Blaze teve que mostrar sua capacidade de interpretar os clássicos da banda nos shows. Aí a coisa ficou feia demais, como é possível constatar em qualquer vídeo no Youtube – se você tiver coragem de conferir, é claro! Com o tempo, o disco foi ganhando status de „cult‟, uma verdadeira recompensa para Steve, que sempre declarou em entrevistas que, junto com Seventh Son of a Seventh Son, The X Factor era seu trabalho preferido do Iron Maiden. Os apreciadores e detratores se dividem, mas o fato é que a obra passou no teste do tempo, ainda soando atual. Fico imaginando se o álbum X-Factor de 1995 fosse lançado com Bruce Dickinson ainda nos vocais do Iron Maiden naquela época. Com certeza seria tratado como mais um grande clássico, incomparável, ou mais. Só que não foi o que aconteceu, e esse álbum se tornou um dos mais injustiçados da banda. O que se pode dizer é que X-Factor é muito diferente dos demais álbuns do Iron Maiden, mas isso não significa que seja ruim, muito pelo contrário, é um excelente álbum.

A épica Sign Of The Cross abre o álbum com seus mais de 11 minutos, com belas passagens e solos. Uma música de abertura muito diferente que estamos acostumados a ouvir nos álbuns do Iron Maiden.

Na sequencia, Lord of The Flies, apresenta uma grande performance vocal de Blaze Bayley, e possui um refrão poderoso e grandes solos da dupla Dave Murray e Janick Gers.

Man on the Edge é o grande single do álbum. Uma música rápida, com solos rápidos, um excelente trabalho do baterista Nicko McBrain, um forte refrão e como de costume, o baixo pulsante de Steve Harris.

Fortunes of War tem um introdução lenta, com violões e uma voz suave de Blaze Bayley, que logo depois dá lugar a um som pesado e um ritmo bem cadenciado. Outra grande performance de Blaze Bayley.

Look for the Truth também possui um pequena introdução lenta, mas logo depois da lugar a um instrumental empolgante e com belas melodias.

The Aftermath é cadenciada, pesada, com um bonito refrão, e que vai aumentando seu ritmo gradativamente com o decorrer do tempo e possui solos avassaladores.

Judgement of Heaven, com uma atmosfera menos obscura que as demais, com um instrumental mais rápido e alegre, e com grandes duetos dos guitarristas Dave Murray e Janick Gers. O baterista Nicko McBrain mostra também um grande nível técnico nessa faixa.

Blood on The World's Hands abre com um dos melhores solos de baixo já feito por Steve Harris. É pesada e obscura, com passagens de teclados muito bem elaboradas.

As pegadas típicas do Iron Maiden aparecem em The Edge of Darkness. Após um pequeno começo lento, a música dá lugar às cavalgadas, guitarras em duetos, e solos extremamente técnicos.

2 A.M é a música mais depressiva do álbum, tanto pela letra quanto pelo instrumental. A mesma segue arrastada durante toda sua duração, com belas melodias e solos bem encaixados, e arranjos de teclados que dão todo o clima melancólico da música.

Para fechar o álbum, The Unbeliever, com boas pitadas progressivas, com arranjos de violões que combinam perfeitamente, e um refrão muito bem elaborado. Na metade, uma seguida maravilhosa com o baixo de Steve Harris pulsante como de costume e solos com as assinaturas de Murray e Gers!

X-Factor mostra o lado sombrio do Iron Maiden, influenciado pelos problemas que seu lider Steve Harris passou em sua vida, que conseguiu transformar em músicas sensacionais. Mas um álbum que o próprio Steve Harris admitiu ter sido o melhor que ele já compôs. [1]

No começo da década de 90, após o lançamento de “Fear Of The Dark”, o mundo do metal foi sacudido por uma notícia devastadora para uma enorme quantidade de fãs: Bruce Dickinson anunciava que deixaria o Maiden para se dedicar à sua carreira solo. E agora? Não podia ser verdade! Afinal, como imaginar a Donzela sem seu frontman de tantos anos? A tristeza provocada pelo anúncio tornava-se ainda pior quando se tentava fazer prognósticos sobre o futuro da banda, já que... quem seria capaz de ocupar o posto? Seria aquele o fim de uma das maiores bandas da história do heavy metal?

A curiosidade em saber se a banda continuaria e quem seria seu novo vocalista aumentou quando Steve Harris resolveu promover um concurso para decidir quem seria responsável pelo microfone do grupo. A peleja era aberta para quem se achasse com capacidade para tal. No entanto, Harris tinha conhecido alguns anos antes uma banda na época quase anônima, chamada “Wolfsbane”, que tinha um tal de Blaze Bayley nos vocais. O baixista teria ficado impressionado com o desempenho do cantor. O que muita gente diz é que o posto de vocalista do Maiden foi decidido pelo chefão independente de concurso, audições e do que quer que fosse, num episódio lamentável.

Entretanto, marqueteiros que são, Steve e a banda não perderiam a oportunidade de fazer um enorme movimento em torno do nome do grupo. Com isso, a história foi adiante. Entre os fãs, apareceu todo tipo de suposição e sugestão, desde artistas já consagrados até revelações. Rob Halford, Michael Kiske e muitos outros se viam no meio das especulações. De fato mesmo, entre os que eram considerados a sério para o posto, figuravam nomes como o do brasileiro André Matos, então no Angra, e o de Doogie White (que iria para o Rainbow), que chegou a ser anunciado como finalista ao lado de Bayley. No fim, a decisão foi a mais improvável e suscitou muitos comentários sobre a realidade do tal concurso.

Decidido o nome do substituto, era hora de colocar tudo pra funcionar de novo. As coisas não estavam sendo fáceis para Steve Harris. A saída de Bruce criou um enorme problema para o chefe e sua banda que, como todos sabem, é seu projeto de vida. Como se já não bastasse isso, o baixista ainda passava por um processo de separação, de forma que aquele momento era até de certa depressão para Steve. Existiram boatos na época de que foi cogitada inclusive a possibilidade de a banda encerrar suas atividades. No entanto, Harris decidiu passar por cima de tudo aquilo e, com o apoio de seu velho companheiro Dave Murray, começou a reconstrução do Maiden com o mesmo afinco de alguém em início de carreira.

A banda se mandou para o estúdio particular de Harris e começou o processo de composição de um novo álbum. E começou do zero, pois a história diz que a banda só iniciou as composições após a chegada do novo vocalista. O plano era que todos dessem vida às suas idéias para reuni-las e aproveitar o que surgisse de melhor. Dessa forma, não seria apenas Bayley que teria que se adequar ao estilo do Maiden, mas o grupo também se ajeitaria segundo o estilo do cantor, que poderia inclusive contribuir com novas idéias e composições. A Donzela demorou muito para lançar material inédito após a chegada do novo vocal, já que Blaze ficou fora de combate por um bom período devido a um acidente de moto. No entanto, quando lançou o disco, talvez nem imaginasse o rebuliço que isso causaria, sob os mais diversos aspectos. Após tantos anos com Bruce, cuja voz se identificava com o som da banda de forma espantosa, o mundo conhecia um novo Iron Maiden, que se mostrava com o enigmático nome “The X-Factor”.

Epa, e agora? Um álbum do Maiden sem Bruce e Adrian Smith? Sempre após um novo lançamento do Maiden, alguns críticos e mesmo alguns fãs costumam torcer o nariz de início,

considerando que tal trabalho já não tem mais a energia e qualidade de algum anterior. Do “Somewhere In Time” (que já mereceu uma resenha nessa seção) em diante, isso é algo que foi se tornando cada vez mais evidente, a cada novo álbum. Entretanto, não tem nada, mas absolutamente nada, que chegue perto do que foi a recepção a “The X-Factor”. A estréia em oitavo lugar nas paradas inglesas, pior posição da banda desde “Killers”, já acendia um sinal amarelo na frente de Harris e cia. O próprio Blaze conta que não se continha em alegria por um álbum cantado por ele ter chegado a tal posição nos charts do Reino Unido, mas o restante da banda não demonstrava essa empolgação toda. Muitos poderão dizer que seu sucessor, “Virtual XI” teve acolhida ainda pior, mas a questão é que, no disco de 1998, muitos já não esperavam grande coisa. Outro fato curioso sobre esse décimo disco da banda é que ele, de início, não teve uma aceitação muito boa mas ainda conseguiu agradar a alguns fãs. Com o passar do tempo, foi sendo cada vez mais criticado e ridicularizado e, a partir de certo momento não bem estabelecido, foi se tornando um pouco melhor avaliado, a ponto de se encaminhar a passos largos atualmente para se tornar um disco „cult‟, daqueles que nunca serão considerados obras-primas, mas que sempre terão seguidores fiéis e cada vez mais numerosos. De fato, o „fator X‟ não é uma obra-prima. De forma alguma é objetivo da matéria querer classificá-lo como tal. E por não ser uma obra-prima, acaba que também não é superior a vários dos álbuns que a banda já tinha em sua discografia. Apesar de gosto ser uma coisa subjetiva e individual, essa é, inegavelmente, a opinião da maioria dos fãs da banda. A questão que se pretende discutir então é a seguinte: esse disco é realmente a coisa ruim e desqualificada que tanto se falou? Será que o diabo é tão feio quanto o pintam?

O Maiden, que tanta gente gosta de criticar, usando o argumento de que a banda segue fórmulas prontas, cai na mesmice, tem medo de se arriscar, trazia um trabalho muito diferente de qualquer coisa que já tivesse lançado. A própria escolha de Blaze Bayley como vocalista já era uma mudança radical de estilo. Pois não é que esses mesmos que reclamavam da pouca afeição da banda a mudanças, reclamaram das mudanças também? Estão lá as cavalgadas, os duetos de guitarra, os solos, mas “The X-Factor” é, sem dúvidas, o disco mais melancólico, sombrio e obscuro da história da banda. Não era tão pesado enquanto distorção, mas o clima era pesado.

Algumas letras também fugiam um pouco ao Maiden clássico, falando mais sobre temas que refletiam o próprio estado de espírito dos compositores. Só que a saraivada de críticas que esse trabalho sofreu vai muito além de sua temática e seu clima. A coisa já começou pela capa. Após tantos discos, singles e todo tipo de material trazendo os clássicos desenhos de Derek Riggs, com o monstro-mascote-ícone Eddie, eles resolvem inovar e trazem na capa um Eddie mais humanizado, quase que um „boneco‟. A idéia que no começo até parecia legal, depois de certo período já não era tão bem sacada assim. Embora isso nada tenha a ver com música ou qualidade de um CD, teve gente que já não agradou da coisa desde aí. A produção, assinada por Steve Harris e Nigel Green, não era nenhuma maravilha, sobretudo quando lembramos os trabalhos de Martin Birch. E o principal, as músicas, será que também são tão ruins assim?

O álbum se inicia de forma totalmente atípica para os padrões do Maiden. Acostumada com aberturas rápidas, velozes e enérgicas para seus discos, a banda iniciava o novo trabalho com uma música de mais de 11 minutos, introduzida por um coro de canto gregoriano e um instrumental lento, com um dedilhado de guitarra acompanhado pelo baixo e sons de teclado. A banda viria a usar e abusar desse expediente em todo o seu trabalho posterior, inclusive após o retorno de Bruce e Adrian, mas, na época, essa estruturação não era tão constante assim.

“Sign Of The Cross” é uma epopéia, cadenciada, com excelente instrumental, várias quebras de ritmo, linhas melódicas entremeadas por riffs pesados, partes lentas se alternando com passagens mais rápidas e uma linha vocal que se encaixava muito bem no clima sombrio da música. Por que dizer então que uma canção assim seria ruim? A prova final da qualidade dessa música viria anos depois, quando muita gente considerou que a canção na voz de Dickinson ganhava ares de um clássico da banda.

É compreensível que um fã da banda, sobretudo os mais antigos, se assustasse e não aceitasse tais mudanças. Quem se lembrava da crueza dos 2 primeiros discos e da fase clássica da banda com Bruce realmente teria dificuldades em se acostumar com o estilo sombrio, introspectivo e cadenciado desse novo Maiden. Confesso que eu mesmo, como fã desde a fase mais clássica da banda, não aceitei bem aquela nova realidade.

Com o passar dos anos, após várias audições do álbum, após amadurecer um pouco e me abster de radicalismos, passei a tê-lo em conta como um excelente trabalho. A questão aqui não é colocar uma opinião pessoal como se fosse uma verdade absoluta, mas trazer para a discussão um tema que já foi levantado em várias ocasiões e que se encaixa bem com a proposta dessa seção. Um disco, para ser bom, tem que ser melhor que os anteriores ou ser bom é uma qualidade intrínseca a algo? “The X-Factor” não é o melhor trabalho da Donzela, não se equipara em nível a obras como “Piece Of Mind” e “Powerslave”, só que também não merece tanto desdém e crítica como se observa. Ele é um trabalho de grande qualidade, que seria a grande obra na discografia de muita gente. Não são poucas as bandas que sonhariam com um álbum assim em seu currículo. Dentro desse disco existem várias passagens instrumentais excepcionais e, inclusive, algumas boas linhas vocais. Se o clima sombrio, melancólico e pessimista, associado a uma maior cadência e „lentidão‟ nas músicas o afastam das características mais marcantes da banda, é fato também que justamente isso lhe confere uma originalidade e „alma própria‟ impressionantes.

Muitos que criticam o trabalho falam que, na voz de Dickinson, o álbum seria maravilhoso, o que significa dizer que, então, as músicas são boas. Outros já dizem que ninguém o salvaria. Um grande problema foi o momento histórico em que foi concebido, tanto da banda quanto do cenário metal. E ser lançado sob o nome Iron Maiden faz com que a pressão e o rigor ao se analisar o trabalho sejam elevados à estratosfera.

Outra coisa que fez parte de seu insucesso foi o vocalista. Não por Blaze Bayley ser ruim, pois isso ele não é. O cara tem uma carreira solo de três discos para provar isso. Mas os problemas de Bayley começam por seu estilo ser diametralmente oposto ao de Bruce, sob o que se quiser analisar, e trazer um estilo totalmente diferente ao Maiden era algo quase impossível. Ah, mas Bruce tem o estilo totalmente diferente do Paul Di‟Anno e se deu bem na banda. Sim, mas a questão não é ser parecido ou diferente do antecessor, mas ter um estilo que se encaixe ao som da banda. Arrisco a dizer que não haveria vocalista nesse mundo que pudesse agradar aos fãs do Maiden substituindo „Mr. Air Raid Siren‟. Talvez só alguém com estofo como um Dio ou um Halford.

O maior dos problemas de Blaze não foi o que ele fez no estúdio e, sim, o que fez ao vivo. Faltava-lhe experiência, vivência num palco grande e um pouco mais de carisma no início. Ele é um ótimo vocal para heavy metal, mas não tem grande versatilidade, seu tipo de voz não permite grandes variações e exige que as músicas sejam bem encaixadas no seu estilo, o que era tudo o que o Maiden não tinha como oferecer.

Além disso, fazê-lo cantar as linhas vocais altíssimas de Bruce era algo que não tinha como dar certo. Desafinava ao tentar alcançar os tons mais altos, se atrapalhava, perdia até mesmo o tempo das músicas. Então vão dizer, se o cara fez isso tudo, como falar que ele é bom vocalista? Cantando músicas que se enquadram em suas características ele sempre entregou excelentes performances. Não há explicação para o porquê de Steve Harris não ter percebido isso antes de chamá-lo para o grupo. Noventa e nove por cento dos fãs (eu incluso) preferem Bruce na banda e festejaram sua volta como se estivessem adorando uma divindade. Isso é uma coisa, agora querer crucificar Bayley como, aliás, foi feito e responsabilizá-lo pelo fato de a banda não ter atingido o mesmo sucesso de outrora nada mais é do que maldade.

Agora sim, você já pode esbravejar, praguejar, discordar de tudo o que foi escrito aqui. Faça isso mas, de preferência, após dar uma outra ouvida no “The X-Factor”. Quem sabe alguém que ainda não descobriu o bom álbum que existe escondido entre tantas críticas, possa fazê-lo agora? Tenho certeza que, da mesma forma que muita gente não comunga das idéias expostas acima, outros tantos concordam com boa parte do que foi dito. [1]

(1/11) Sign Of The Cross (11:17)

O Sinal Da Cruz

Eleven saintly shrouded men Silhouettes stand against the sky One in front with a cross held high Come to wash my sins away

Onze homens santos com mantos Silhuetas paradas contra o céu Um na frente com uma cruz levantada Vêm para limpar meus pecados

Standing alone in the wind and rain Feeling the fear that is growing Sensing the change in the tide again Brought by the storm that is brewing Feel the anxiety hold off the fear Some of the doubt in the things you believe Now that your faith will be put to the test

Esperando sozinho no vento e chuva Sentindo o medo que cresce Sentindo a mudança das marés novamente Trazida pela tempestade que está se formando Sinta a ansiedade, segure o medo Algumas das dúvidas nas coisas que você acredita Agora que sua fé será posta em teste

Nothing to do but await what is coming Why is then God still protecting me Even when I don't deserve it? Though I am blessed with an inner strength Some they would call it a penance Why am I meant to face this alone Asking the question time and again Praying to God won't keep me alive Inside my head feel the fear start to rise...

Nada a fazer a não ser esperar o que vem Porque então está Deus me protegendo Mesmo quando eu não o mereço Acho que fui abençoado com uma força interior Alguns podem dizer que é uma penitência Porque eu devo enfrentar isso sozinho? Perguntando a hora da pergunta Rezando a Deus que não me deixe vivo Dentro de minha cabeça sinto o medo começar a nascer

They'll be saving their prayers when the moment comes There'll be penance to pay when it's judgement day And the guilty'll bleed when that moment comes

Eles estarão dizendo suas preces quando o momento chegar Haverá penitências a pagar quando for o dia do julgamento E os culpados irão sangrar quando o momento chegar

They'll be coming to claim, take your soul away

Eles estarão vindo para reclamar, levar sua alma

The sign of the cross The name of the rose A fire in the sky The sign of the cross

O sinal da cruz O nome da rosa, um fogo no céu O sinal da cruz

They'll be coming to bring the eternal flame They'll be bringing us all immortality Holding communion so the world be blessed My creator, my God, lay my soul to rest

Eles estarão vindo para trazer a chama eterna Eles estarão nos dando a todos imortalidade Dando a comunhão de forma que o mundo seja abençoado Meu criador, meu Deus deixará minha alma descansar

The sign of the cross The name of the rose A fire in the sky The sign of the cross

O sinal da cruz O nome da rosa, um fogo no céu O sinal da cruz

Lost the love of heaven above Chose the lust of the earth below Eleven saintly shrouded men Came to wash my sins away

Perdi o amor pelo paraíso lá em cima Escolhi a luxúria da terra aqui embaixo Onze homens santos com mantos Vêm para limpar meus pecados

(2/11) Lord Of The Flies (5:03)

Senhor Das Moscas

(Commentary) I don't care for this world anymore, I just want to live my own fantasy Fate has brought us to these shores, what was meant to be is now happening

(comentary) Eu não me importo mais com esse mundo Apenas quero viver minha própria fantasia O destino nos trouxe para estas praias O que devia ser agora está acontecendo

I've found that I like this living in danger Living on the edge it feels, it makes me feel as one Who cares now what's right or wrong, it's reality Killing so we survive wherever we may roam Wherever we may hide, we've got to get away

Eu acho que gosto dessa vida perigosa Vivendo na beira do abismo me faz sentir único Quem se importa com o que é certo ou errado? É realidade Matando, assim sobrevivemos Onde quer que vaguemos Onde quer que nos escondamos Nós temos de fugir

I don't want existence to end, we must prepare ourselves for the elements I just want to feel like we're strong, we don't need a code of morality

Eu não quero que a existência acabe Nós devemos nos preparar para os elementos Eu só quero sentir como se fossemos fortes Nós não precisamos de um código de moralidade

I like all the mixed emotion and anger It brings out the animal, the power you can feel

Eu gosto de toda emoção forte e fome Isto traz o animal, o poder que você pode sentir

And feeling so high with this much adrenaline Excited but scary to believe what we've become

E se sentindo tão alto com tanta adrenalina Excitado mas com medo de acreditar no que nos tornamos

Saints and sinners, something willing us We are lord of the flies

Santos e pecadores Alguma coisa conosco Nós somos senhor das moscas

Saints and sinners, something within us To be lord of the flies

Santos e pecadores Alguma coisa nos controla Sermos senhor das moscas

(3/11) Man On The Edge (4:13)

Homem No Limite

The freeway is jammed And it's backed up for miles The car is an oven and baking is wild Nothing is ever the way it should be What we deserve we just don't get you see

A estrada está engarrafada E se estende por milhas O carro é um forno e cozinha de verdade Nada é nunca da maneira que devia ser O que merecemos não ganhamos, você vê

A briefcase, a lunch and a man on the edge Each step gets closer to losing his head Is someone in heaven? Are they looking down? 'Cause nothing is fair just you look around

Uma pasta, um almoço e um homem no limite A cada passo mais perto de perder a cabeça Há alguém no paraíso? Eles olham para baixo? Pois nada é justo, simplesmente olhe em volta

Falling down … He's sick of waiting of lying like this There's a hole in the sky for the angels to kiss Branded a leper because you don't fit In the land of the free You can live by your wits

Caindo ... Ele está cansado de esperar parado deste jeito Há um buraco no céu para os anjos beijarem Marcado como um leproso porque você não se encaixa Na terra da liberdade você não pode viver com sua firmeza de caráter

Once he built missiles a nations defence Now he can't even give birthday presents Across the city he leaves in his wake A glimpse of the future a cannibal state

Uma vez ele construiu misseis, a defesa de uma nação Agora ele não pode sequer dar presentes de aniversário Pela cidade ele vive em sua vigia Uma visão do futuro, um estado canibal

Falling down ...

Caindo ...

(4/11) Fortunes Of War (7:23)

Fortunas da Guerra

After the war And now that they've sent us homeward I can't help but feel that I'm on my own

Depois da guerra E agora que eles nos mandaram para casa Eu não posso ajudar mas sinto que estou sozinho

No one can see just what this conflict has done to The minds of the men who are on their way home

Ninguém pode ver o que este conflito fez às mentes dos homens que estão a caminho de casa

I'm scarred for life but it's not my flesh that's wounded So how can I face the torment alone The vivid scenes And all the recurring nightmares I lay there and sweat until it gets light

Estou amendrontado para o resto da vida Mas não foi minha carne que foi ferida Então como posso encarar o tormento sozinho As cenas vívidas e todos os pesadelos que se repetem Eu fico deitado ali e suo até a luz chegar

People say 'don't worry' Say that time's a perfect healer That the nightmares they will come to pass Can't hear what they're saying I am living in my own world And I'm feeling trance-like all the time

Pessoas dizem 'não se preocupe' Dizem que o tempo cura tudo Que os pesadelos serão coisa do passado Não posso ouvir o que eles dizem Eu vivo em meu próprio mundo E eu me sinto como num transe todo o tempo

I hear voices in my head Could I really be going crazy In the night the visions seem so real Do you care if you live or die When you laugh are you really crying You're not sure what's real anymore

Eu ouço vozes em minha mente Será que estou realmente ficando louco? à noite as visões parecem tão reais Você se importa se vive ou morre? Quando você sorri na realidade está chorando Você não tem mais certeza do que é real

Fortunes of war … no pain anymore

Fortunas da guerra ... não mais dor

Sometimes I wake I feel that my spirit's broken I wonder if I've the strength... carry on carry on

Algumas vezes eu acordo Eu sinto que minha alma está partida Eu pergunto se terei força... aguentar aguentar

(5/11) Look For The Truth (5:10)

Procurar a Verdade

All my dark dreams Drift like smoke in the breeze The fear grips me as I fall towards my sleep Here comes the nightmare that never ends Here is the dream that makes monsters of men

Todos os meus sonhos escuros Vagueiam como fumaça ao vento O medo me oprime enquanto caio no sono Aqui vem o pesadelo que nunca acaba Aqui vem o pesadelo que transforma homens em monstros

In the house of my soul In rooms of ugliness and cold Memories locked away All the doubts and fears I never faced

No lar de minha alma Em quartos de feiura e frio Memórias guardadas Todas as dúvidas e medos que nunca enfrentei

Now they come again I am falling down to meet with them Fear within us all

Agora eles vêm novamente Eu estou caindo para encontrá-los Medo com todos nós

Mine awake and they stand up tall

Acordo e eles estão lá grandes

Look for the truth Deepest cut of all from you Knife of the truth Blade of hatred slicing through

Procurar a verdade Corte mais profundo de todos Faca da verdade Lâmina de corte odioso

I pray my sleep will break Maybe this time I won't wake Weakness I hide so well This dagger in my mind will tell

Rezo para que meu sono termine talvez desta vez eu não acorde Escondo tão bem a fraqueza Este punhal em minha mente irá contar

It's my final stand I make a fist out of each hand To the shadows of the past Take a breath and I scream attack

É minha última chance Eu faço punhos de minhas mãos As sombras do passado Respiro e solto um grito de guerra

(6/11) The Aftermath (6:20)

A Consequência

Silently to silence fall in the fields of futile war Toys of death are spitting lead Where boys that were our soldiers bled war horse and war machine

Silenciosamente para cair calado Nos campos da guerra fútil Brinquedos da morte cospem chumbo Onde garotos que foram nossos soldados sangram Cavalo da guerra e máquina da guerra

Curse the name of liberty Marching on as if they should mix in the dirt our brothers' blood

Amaldiçoar o nome da liberdade Marchando como se pudessem Misturar a sujeira ao sangue de nossos irmãos

In the mud and rain what are we fighting for Is it worth the pain Is it worth dying for Who will take the blame Why did they make a war Questions that come again Should we be fighting at all

Na lama e chuva Por que estamos lutando? Vale a pena? Vale a pena morrer por isso? Quem levará a culpa? Porque eles fazem guerra? Questões que surgem novamente Deveríamos estar lutando afinal?

Once a ploughman hitched his team Here he sowed his little dream Now bodies arms and legs are strewn Where musterd gas and barbwire bloom Each moment's like a year I've nothing left inside for tears Comrades dead or dying lie I'm left alone asking why

Uma vez um arador se juntou a sua equipe Aqui ele plantou seu pequeno sonho Agora corpos, braços e pernas são espalhados Onde gás mostarda e arame farpado nascem Cada momento é como um ano Eu não tenho mais lágrimas Camaradas mortos ou deitados morrendo Fui deixado sozinho perguntando porque

In the mud and rain what are we fighting for Is it worth the pain Is it worth dying for Who will take the blame Why did they make a war

Na lama e chuva Por que estamos lutando? Vale a pena? Vale a pena morrer por isso? Quem levará a culpa? Porque eles fazem guerra?

Questions that come again Should we be fighting at all

Questões que surgem novamente Deveríamos estar lutando afinal?

After the war Left feeling no one has won After the war What does a soldier become

Depois da guerra Sobra o sentimento de que ninguém venceu Depois da guerra O que se torna um soldado?

(7/11) Judgement Of Heaven (5:12)

Julgamento do Paraíso

A lonely cry for help reaching out for help to anyone A silent prayer to God to help you on your way I've been depressed so long It's hard to remember when I was happy I've felt like suicide a dozen times or more But that's the easy way, that's the selfish way The hardest part is to get on with your life

Um grito solitário por ajuda pedindo ajuda a qualquer um Uma prece silenciosa para Deus ajudá-lo em seu caminho Eu estive deprimido por muito tempo É difícil lembrar quando estive feliz Tenho me sentido como suicida doze ou mais vezes Mas este é o caminho fácil, este é o caminho egoísta A pior parte é continuar com sua vida

You're searching in the dark Clutching at straws to find a way You take the Tarot cards and throw them to the wind

Você está procurando no escuro Se agarrando a bobagens para achar um caminho Você pegou as cartas do tarot e as jogou ao vento

Your questions your beliefs, your inner thoughts, your whole existence And if there is a God then answer if you will And tell me of my fate, tell me of my place Tell me if I'll ever rest in peace

Suas dúvidas, seus credos, seus pensamentos interiores toda a sua existência E se existe um Deus responda se puder E conte-me o meu destino, conte-me do meu lugar Diga-me se irei algum dia descansar em paz

If you could live your life again Would you change a thing or leave all the same If you had the chance again Would you change a thing at all When you look back at your past Can you say that you are proud of what we've done Are there times when you believe That the right you thought was wrong

Se você pudesse viver sua vida novamente Mudaria alguma coisa ou deixaria tudo do mesmo jeito? Se você tivesse a chance novamente Mudaria ao menos uma coisa? Quando você olha para o seu passado Pode dizer que tem orgulho do que tem feito? Há horas em que você acredita Que o que você pensava certo estava errado

All of my life I have believed Judgement of Heaven is waiting for me

Durante toda a minha vida tenho acreditado Julgamento do paraíso me espera

(8/11) Blood On The World's Hands (5:57)

Sangue Nas Mãos Do Mundo

Sometimes it makes me wonder Sometimes it makes me question Sometimes it makes me saddened Always it makes me angry but...

Algumas vezes isso me faz questionar Algumas vezes isso me faz perguntar Algumas vezes isso me enlouquece Isso sempre me deixa com raiva mas

When you can see it happening The madness that's all around you Nobody seems to worry The world seems to powerless to act...

Quando você pode ver acontecendo A loucura que existe em toda a sua volta Ninguém parece se preocupar O mundo parece tão incapaz de agir

It's out of control Blood on the world's hands Each day a new toll

Está fora de controle Sangue nas mãos do mundo A cada dia um novo imposto

Another assassination The same day a new creation But what are they coming into Security of a world that brings...

Outro assassinato O mesmo dia, uma nova criação Mas em que eles estão entrando? Segurança de um mundo que traz Um dia, outro assassinato Em algum lugar há alguém faminto Outro estupro selvagem

One day another killing Somewhere there's someone starying Another a savage raping Meanwhile there's someone laughing at us

Enquanto isso alguém está rindo de nós

It's out of control Blood on the world's hands Each day it goes on

Está fora de controle Sangue nas mãos do mundo A cada dia continua

Brutality and aggression Tomorrow another lesson Expecting another air raid Praying for a geaserfire

Brutalidade e agressão Amanhã uma outra lição Experando outro ataque aéreo Rezando por um cesar-fogo

They say things are getting better No need to be complacent There's chaos across the border And one day it could be happening to us

Eles dizem que as coisas estão melhorando Sem necessidade de complacência Há um caos além da fronteira E um dia poderá estar acontecendo conosco

It's out of control Blood on the world's hands It's our epitaph It's out of control Someone should know Blood on the world's hands Someone should

Está fora de controle Sangue nas mãos do mundo É o nosso epitáfio Está fora de controle Alguém deve saber Sangue nas mãos do mundo Alguém deve

(9/11) The Edge Of Darkness (6:39)

O Limite Das Trevas

I've looked into the heart of darkness Where the blood red journey ends When you've faced the heart of darkness Even your soul begins to bend

Eu olhei no coração das trevas Onde a vermelha jornada sangrenta termina Quando você encarou o coração das trevas Até sua alma começar a dobrar-se

For a week I have been waiting Still I am only in Saigon The walls move in a little closer I feel the jungle call me on

Por uma semana estive esperando Contudo estou apenas em Saigon As paredes se movem um pouco mais para perto Eu sinto a selva me chamar

Every minute I get weaker While in the jungle they grow strong What I wanted was a mission And for my sins they gave me one

A cada minuto fico mais fraco Enquanto na selva eles ficam mais fortes O que eu queria era uma missão E pelos meus pecados eles me deram uma

They brought it up just like room service Cause everyone gets what they want And when that mission was all over I'd never want another one

Eles falam como se fosse serviço de escritório Porque todos recebem o que querem E quando aquela missão estiver terminada Eu nunca irei querer outra

I know, captain that you've done this work before We've got a problem you can help us all I'm sure The colonel's gone rogue And his methods are unsound You'll take a PBR up river track him down

Eu sei, capitão Que você fez este serviço antes Nós temos um problema Você pode nos ajudar, garanto O coronel se tornou um velhaco E seus métodos são ineficientes Você vai tomar um PBR rio acima para trazê-lo

There's a conflict in every human heart And the temptation is to take it all too far In this war things get so confused But there are some things which can not be excused

Há um conflito em cada coração humano E a tentação é a de levar tudo muito longe Nesta guerra as coisas se tornam tão confusas Mas existem coisas demais Que não podem ser desculpadas

He's acting like a god an insane lunatic Your mission exterminate with extreme prejudice The route is dangerous and your progress may be slow Here is the file and it's all you need to know

Ele está agindo como um deus Um lunático insano Sua missão Exterminar com prejuízo máximo A rota é perigosa E talvez seu progresso seja lento Aqui está o arquivo e é tudo que você precisa saber

Here I am the knife in my hand And now I understand why the genius must die

Aqui estou, a faca em minha mão E agora entendo por que O gênio deve morrer

Now I stand alone in darkness With his blood upon my hands Where sat the warrior the poet Now lie the fragments of a man

Agora eu fico sozinho nas trevas Com seu sangue em minhas mãos Onde sentou o guerreiro poeta Agora jazem fragmentos de um homem

(10/11) 2 A.M. (5:37)

2 da Manhã

I get in from work at 2 a. M. And sit down with a beer Turn on late night t.v. And then wonder why I'm here It's meaningless and trivial And it washes over me And once again I wonder Is this all there is for me

Chego do trabalho às duas da manhã E sento com uma cerveja Ligo a TV da madrugada E depois pergunto porque estou aqui É sem motivo e trivial E isso me vigia E novamente eu pergunto É isso tudo o que há para mim?

Here I am again Look at me again Here I am again On my own Trying hard to see What there is for me Here I am again On my own

Aqui estou novamente Olhe para mim novamente Aqui estou novamente Sozinho Tentando ver com dificuldade O que há para mim Aqui estou novamente Sozinho

Life seems so pathetic I wish I could leave it all behind This canvas chair, this bed, These walls that fall in on my mind Hold on for something better That just drags you through the dirt Do you just let go or carry on And try to take the hurt

A vida parece tão patética Eu gostaria de poder deixar tudo para tras Esta cadeira de lona, esta cama Estas paredes que caem sobre minha mente Tentar algo melhor Que simplesmente te arraste através da sujeira Você deixa estar ou aguenta E tenta prender a dor?

(11/11) The Unbeliever (08:10)

O Ateu

When you start to take a look within Do you feel at ease with what you see Do you think you can have peace of mind And have self-belief or be satisfied

Quando você começa a olhar no interior Você sente facilmente o que significa o que você vê? Você pensa que pode ter a consciência tranquila E ter auto-confiança ou ficar satisfeito

Do you think you even like yourself Or really think you could be someone else Is there something that you'd rather be Never thought you'd be, had the chance to see

Você acha que alguma vez gostou de si mesmo Ou realmente acha que pode ser algum outro Há alguma coisa que você prefira ser Nunca pensou que fosse ser, teve a chance de ver

All my life I've run away All my life I've triedto hide away

Durante toda a minha vida eu fugi Durante toda a minha vida eu tentei me esconder

Fell the paranoia creeping in Like a cancer eating at the skin Do you feel you've lost your self esteem And your self respect, what can you expect

Sinta a paranóia se espalhando Como um cancer comendo a pele Você sente que perdeu sua auto-confiança? E seu respeito, o que você pode esperar?

All my life... I've run astray Let my faith... slip away All my life... I've run astray Allowed my faith... to drift away

Durante toda a minha vida eu estive perdido Deixo a minha fé passar despercebida Durante toda a minha vida eu estive perdido Permiti que a minha fé fosse embora

Are you scared to look inside your mind Are you worried just at what you'll find Do you really want to face the truth Does it matter now, what have you got to loose

Você tem medo de olhar dentro de sua mente? Você está preocupado com o que irá encontrar? Você realmente quer encarar a verdade? Importa agora o que você tem a perder?

Try to release the anger from within Forgive yourself a few immortal sins Do you really care what people think Are you strong enough to release the guilt

Tente soltar a fome de dentro de você Perdoe seus poucos pecados imortais Você realmente se importa com o que as pessoas pensam? Você é forte suficiente para aceitar a culpa?

(12/…) Virus (06:16)

Vírus

There's an evil virus that's threatening mankind Not state of the art, a serious state of the mind The muggers, the backstabbers, the two faced elite A menace to society, a social disease

Existe um vírus maléfico que está ameaçando a humanidade Não é um estado da arte, mas um grave estado da mente Os traiçoeiros, os que apunhalam por trás, a elite de duas faces Um perigo para a sociedade, uma doença social

Rape of the mind is a social disorder The cynics, the apathy one-upmanship order

A violação da mente é uma desordem social Os cínicos, a apática ordem dos "homens superiores"

Watching beginnings of social decay Gloating or sneering at life's disarray Eating away at your own self esteem Pouncing on every word that you might be saying

Estamos assistindo o início da decadência social Regozijando ou ironizando o desleixo de vidas alheias Falando mal da sua própria alto estima Atentos a cada palavra que você deverá falar

Rape of the mind is a social disorder The cynics, the apathy one-upmanship order

A violação da mente é uma desordem social Os cínicos, a apática ordem dos "homens superiores"

Superficially smiling a shake of the hand As soon as the back is turned treachery is planned

Sorrisos superficiais, um aperto de mão Mas logo que você vira de costas a traição é planejada

Rape of the mind is a social disorder The cynics, the apathy one-upmanship order

A violação da mente é uma desordem social Os cínicos, a apática ordem dos "homens superiores"

Watching beginnings of social decay Gloating or sneering... at life's disarray

Estamos assistindo o início da decadência social Regozijando ou ironizando o desleixo de vidas alheias

When every good thing's laid to waste By all the jealousy and hate By all the acid wit and rapier lies

Quando todas as coisas boas são destinadas à perdição Através de tanto ciúme e ódio Através da falta de juízo e mentiras

And every time you think you're safe And when you go to turn away You know they're sharpening all their paper knives

E quando você pensa que está a salvo Quando você dá as costas Você sabe que eles estão afiando os cortadores de papel

All in your mind All in your head Try to relate it

Tudo está em sua mente Tudo está na sua cabeça Tente relatar isso

All in your mind All in your head Try to escape it

Tudo está em sua mente Tudo está na sua cabeça Tente escapar disso

Without a conscience they destroy And that's a thing that they enjoy They're a sickness that's in all our minds

Sem consciência eles destroem E é uma coisa que eles sentem prazer Eles são uma doença que está dentro de nossas mentes

They want to sink the ship and leave The way they laugh at you and me You know it happens all the time

Eles querem afundar o navio e partir O jeito como eles sorriem para você e para mim Você sabe que isso acontece o tempo todo

All in your mind All in your head Try to relate it

Tudo está em sua mente Tudo está na sua cabeça Tente relatar isso

All in your mind All in your head Try to escape it

Tudo está em sua mente Tudo está na sua cabeça Tente escapar disso

The rats in the cellar you know who you are.... Or do you?

Os ratos no porão você sabe que é você... Sabe realmente?

Watching beginnings of social decay

Estamos assistindo o início da decadência social

(13/…) Judgement Day (04:02)

Dia do Juízo Final

There are no marks upon a man That can say he's good or bad

Não existem marcas em um homem Para dizerem se ele é bom ou mal

No label and no tell tale sign That can show he's full of lies

Sem rótulos e indícios Para mostrarem que ele é um poço de mentiras

By your deeds, you will be known Time will tell, truth will show As we exhale every breath We all got closer to our death

Por suas ações, você será conhecido O tempo vai dizer, a verdade irá mostrar Ao passo que respiramos Todos nós nos aproximamos da morte

What will you say What will you say On judgement day On judgement day

O que você vai dizer O que você vai dizer No dia do julgamento No dia do julgamento

When you look into their eyes You don't know what they hide No label and no tell tale sign That can show he's full of lies

Quando você olha nos olhos deles Você não sabe o que eles escondem Sem rótulos e indícios Para mostrarem que ele é um poço de mentiras

Ignorance is bliss, is that the reason We can not read another's mind If we knew what thoughts were dancing Through each others heads Would we all be driven mad Would we all be dead

A ignorância é graciosa, será essa a razão Não podemos ler a mente de outras pessoas Se soubessemos quais pensamentos se passavam Nas cabeças de cada um Será que seriamos levados pela loucura Será que estariamos mortos

(14/…) Justice of the Peace (03:33)

Juiz de Paz

Have you heard on the news Another let off madman Another screw on the loose Is it the judge or the badman

Você ouviu as notícias Outro louco está à solta Outro parafuso frouxo Será que é do juiz ou do homem mal

What's the matter these days No one has the courage to put them away Nobody has any faith 'Cause there's a breakdown of justice and order

Qual é o problema hoje em dia Ninguém tem coragem de colocá-los longe Ninguém possui mais fé Porque acontece uma quebra da justiça e da ordem

Waiting for justice, waiting for justice of the peace Waiting for justice, waiting for justice of the peace

Esperando pela justiça, esperando pela justiça divina Esperando pela justiça, esperando pela justiça divina

When I remember back the memories of yesteryear With all the friends and all the times When people were carefree And walking down the street When everyone knew everyone And all the houses doors were open No had to care, those days are gone Those days are gone

Quando me lembro das memórias passadas Com todos meus amigos e todas as vezes que As pessoas eram despreocupadas E andando pelas ruas Quando todos se conheciam E todas as portas das casas estavam abertas Ninguém precisava se preocupar, esses dias se foram Esses dias se foram

I long for the times

Eu almejo pelos tempos

when you could Wander down the street unharmed When people didn't have much money But didn't seem to care It must be the cynic in me But I don't really like things now The violence, the attitudes Aggression that you see everyday A sick society looks the other way

em que você podia Andar pelas ruas sem se preocupar Quando as pessoas não tinham tanto dinheiro Mas não se preocupavam Deve ser o cínico dentro de mim Mas eu realmente não gosto das coisas agora A violência, as atitudes Agressão que você vê todos os dias Uma sociedade doente que parece ser do outro jeito

Sign of The Cross: a letra fala sobre a santa inquisição, movimento político da igreja católica durante a idade média que usando a desculpa de livrar o mundo de pecadores matou inimigos e pessoas influentes que pudessem afetar sua posição. Baseada no livro “O Nome da Rosa”, de Humberto Eco e no filme, do mesmo nome, protagonizado por Sean Connery.

Lord Of The Flies: baseada no romance de mesmo nome de William Golding. Senhor das Moscas é um dos nomes de “Lú”, o demo Belzebu. Man On The Edge: baseada no filme Falling Down (“Um Dia de Fúria”), com Michael Douglas.

The Edge Of Darkness: baseada no livro Heart of Darkness de Joseph Conrad, que também inspirou o filme Apocalypse Now.

Vírus: é um single lançado em 1996, e a única canção do Iron Maiden a ser creditada aos dois guitarristas da banda. (obs.: incluí junto com o X Factor, por ser no estilo do álbum) Judgement Day e Justice of the Peace: (obs.: incluí também, apesar de constarem no “Best of B Sides”, pelo mesmo motive).

1998

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.

Futureal The Angel and the Gambler Lightning Strikes Twice The Clansman When Two Worlds Collide The Educated Fool Don't Look to the Eyes of… Como Estais Amigos

Blaze Bayley, Harris Harris Harris, Dave Murray Harris Bayley, Harris, Murray Harris Harris Bayley, Janick Gers

2:55 9:52 4:50 8:59 6:17 6:44 8:03 5:30

Ao contrário do antecessor, Virtual XI começa com uma faixa bem rápida, Futureal. A performance de Bayley é excelente e faz lembrar um pouco Man on the Edge. Murray e Gers mandam ótimos riffs e devido aos seus 2:55 dá vontade de dar "repeat" nesta canção. Porém, fica evidente um dos problemas de Virtual XI: essa excelente faixa destoará de todo o restante do álbum. Não se trata de qualidade, mas sim da própria estrutura do trabalho. A segunda faixa, The Angel and The Gambler, remete ao clima mais soturno das canções do álbum antecessor. Com quase 10 minutos, a canção é um pouco quebrada e traz momentos mais introspectivos. O refrão é bom, mas repetido de forma extremamente exaustiva. A sensação que dá é de que as coisas poderiam funcionar se a faixa fosse menor, o que pode ser comprovado com a versão do single, com pouco mais de 3 minutos. Lightning Strikes Twice é mais direta. Inicia com um solo de guitarra e desbanca para as boas passagens velozes do Maiden. Uma canção que se assemelha bastante a momentos do Fear of the Dark. E sim, essa canção é mais um exemplar de que o som da banda e o vocal de Blaze poderiam fluir de forma bastante satisfatória. O álbum segue com mais uma canção excelente, e que está ao lado dos clássicos da banda para muitos fãs, The Clansman. Outra faixa épica com 9 minutos, seu maior mérito é a sua emocionante estrutura, com um breve começo introspectivo e uma sonoridade crescente, com o baixo galopante de Steve Harris provando porque ele é um dos baixistas mais admirados do heavy metal. Em seguida, temos When Two Worlds Collide, onde mais uma vez as linhas de baixo ficam bem presentes. Mais uma vez, temos o início lento e em seguida riffs guiados pelo evidente baixo. Há também uma boa presença dos teclados nessa faixa. Mas o que antes era apenas um pequeno detalhe se torna um dos principais problemas do álbum: a extensão das canções. When Two Worlds Collide é uma boa faixa com bom refrão, mas sua repetição incomoda, assim como em The Angel and The Gambler. The Educated Fool segue na mesma linha, mas sem a inspiração das duas anteriores. Realmente, uma faixa maçante. Don't Look to the Eyes of a Stranger é a mais incomum do álbum. Inicia com coesas linhas de guitarra acompanhadas de orquestrações e segue com bons vocais de Bayley. E, mais uma vez, fica bastante notável como a sua longa duração prejudica o resultado final. Encerrando o álbum temos a semi-balada Como Estais Amigos, na qual os vocais de Bayley se encaixam muito bem à atmosfera da canção. Pena que devido aos erros das três faixas anteriores a empolgação desse desfecho não seja das maiores. Pois bem, depois de uma audição de Virtual XI fica claramente perceptível um erro principal: a duração do álbum. São pouco mais de 53 minutos, o que não é nada tão absurdo para o heavy metal. O problema é que este espaço é preenchido por apenas 8 canções. Assim como The Angel fica mais aceitável em sua versão single por ter seus exageros corrigidos pelos cortes na música, possivelmente três ou quatro canções daqui poderiam melhorar bastante desta forma.

Mas dizer que este é um trabalho péssimo é uma injustiça. Obviamente era um "Iron Maiden diferente". Mas, por acaso há uma semelhança tão absurda assim entre os outros álbuns? Por acaso Somewhere in Time é um trabalho que se encaixa perfeitamente ao que a banda fez em The Number of The Beast e Powerslave? E o que dizer então de trabalhos como A Matter of Life and Death, cujas repetições são mais exaustivas? De fato, há elementos que pesam nessas comparações. Óbvio que Bayley não é um vocalista tão espetacular e com tanto talento quanto Bruce Dickinson, mas isso não o torna um mau cantor (muito longe disso, e sua carreira solo está aí para provar isto). Também é compreensível que o clima da banda e dos próprios indivíduos influenciou o processo de composição de um trabalho bem mais soturno e distante de épocas mais vívidas e radiantes. Mas definitivamente um trabalho que possuí tantos momentos interessantes e até mesmo canções que permaneceram sendo executadas pela banda após a saída de Bayley não pode ser considerado um "péssimo álbum". Porém, sabemos como o nome Iron Maiden pesa. E, apesar de saber o quanto isso é clichê, vale aquela comparação nesse caso: se este álbum tivesse sido lançado por uma outra banda, ele teria sido considerado melhor... [1]

(1/8) Futureal (2:55)

Futurreal

I'm running out of my time, I'm running out of breath And now it's getting, so I can't sleep at night In the day, feel like death

Meu tempo está terminando, meu fôlego acabando E agora está chegando, não consigo dormir à noite ao dia, sinto uma condenação eterna.

I'm getting in far too deep, I feel them closing in I've got to say that I'm scared, I know they'll win Even so, I'm prepared

Estou indo muito longe, sinto-as próximas Tenho que dizer que estou com medo, sei que irão vencer Mesmo assim, estou preparado.

Do you believe, what you hear? Can you believe, what you see? Do you believe, what you feel? Can you believe? What is real? Futureal What is real?

Você acredita no que ouve? Consegue acreditar no que vê? Você acredita no que sente? Consegue acreditar? O que é real? Futurreal O que é real?

Whenever anyone seems to treat me like a freak It makes me see I'm the only one who feels That I know what is real

Quando quer que alguém tente me tratar como louco Faz-me ver que sou o único que sente Que sei que é real.

Sometimes it feels like a game of deadly hide and seek And when you're reading this, then I will be gone Maybe then, you will see

As vezes é como um jogo mortal de esconde-esconde E quando você estiver lendo isso, eu já terei ido Talvez, então, você veja

Do you believe, what you hear? Can you believe, what you see? Do you believe, what you feel?

Você acredita no que ouve? Consegue acreditar no que vê? Você acredita no que sente?

Can you believe? What is real? Futureal What is real? Futureal

Consegue acreditar? O que é real? Futurreal O que é real? Futurreal

(2/8) The Angel and the Gambler (9:52)

O Anjo e o Jogador

Roll of the dice Take a spin of the wheel Out of your hands now So how do you feel But you're not gonna win You'd better go back again

Jogar os dados Fazer a roleta girar Fora de seu controle agora Então, como se sente? Mas você não vai ganhar É melhor você voltar

Do you feel lucky Or do you feel scared Take what luck brings And be Devil may care But you're down on your luck And what will the next day bring

Você se sente com sorte ou se sente assustado? Pegue o que a sorte traz E que o Diabo se dane Mas você está sem sorte O que o dia seguinte trará?

Adrift on the ocean Afloat in a daydream Or lost in the maze Or blind in the haze

À deriva no Oceano Flutuando em um devaneio Ou perdido em um labirinto Ou cego no nevoeiro

So what does it matter So why don't you answer So why did you send An angel to mend

Pois o que importa? Pois porque não responde Então o que você mandou Um anjo para consertar

Best make decisions Before it's too late Take all your chances Take hold of the reins A roll of the dice Ahead of the game again

Melhor tomar decisões Antes que seja tarde demais Pegue todas as suas chances Segure as rédeas Uma jogada dos dados À frente do jogo outra vez.

Nothing to lose But so much to gain A little danger It goes without saying But what do you care You're gonna go in the end

Nada a perder Mas tanto a ganhar Um pequeno risto Segue sem avisar Mas o que isso lhe importa? Você vai acabar lá no final

Gate open to Heaven Is ready and waiting Or straight down to hell Can go there as well

Portões abertos para o céu Abertos e à espera Ou direto para o inferno Pode acabar lá também.

I'll suffer my craving My soul's not worth saving So why don't you go

Sofrerei por minha obsessão Minha alma não vale a pena ser salva Então por que não vai

Just leave whell alone

E me deixa sozinho?

Don't you think I'm a saviour Don't you think I could save you (14X) Don't you think I could save your life

Não pensa que sou um salvador? Não acha que poderia salvá-lo? Não acha que poderia salvar sua vida?

There's like a hunger That knocks on your door You've had a taste of it Still you want more You've made your mistakes Won't play it the same again

É como uma fome Que bate à sua porta Você provou dela E ainda quer mais Cometeu seus erros Não vai cometer os mesmos erros outra vez

You have been warned But still you plunge in You play high stakes But there's nothing to win You`ve only one life And so many things to learn

Você foi avisado Mas ainda insiste Você joga alto Mas não há nada a ganhar. Você tem apenas uma vida E tanto a aprender

The Angel on one side The Devil the other Which path do you take Decisions to make

O Anjo de um lado O Demônio do outro Que caminho você pega? Decisões a tomar.

Arrive at the crossroads You know where you're going And what if you wait it maybe too late

Chegue à encruzilhada Você sabe aonde vai E que se você esperar Pode ser tarde demais

Don't you think I'm a saviour Don't you think I could save you (9x) Don't you think I could save your life

Não pensa que sou um salvador? Não acha que poderia salvá-lo? Não acha que poderia salvar sua vida?

(3/8) Lightning Strikes Twice (4:50)

Relâmpago Cai Duas Vezes No Mesmo Lugar

I feel the breeze on my face in expectance Not very long before the storm reaches here Off in the distance the lightning is flashing again Feel something strong as the power draws near

Eu sinto a briza no meu rosto em espectativa Não muito antes da tempestade alcançar aqui Fora do alcance o relâmpago está piscando de novo Sinto algo forte como o poder extraido de perto

Is it the rolling of thunder that scares you Is it the crashing of clouds that hold fear But all I know as I sit in the corner alone It takes me back to my childhood again

É o cair do trovão que te assusta? É a quebra das núvens que segura o medo? Mas tudo que sei é como Eu me sento na esquina sozinho Isto me leva de volta para minha infância

And as I wait and I look for an answer To all the things going round in my head I ask myself could it be a disaster and when It's maybe threatening to happen again

E como eu espero e procuro por uma resposta Para todas as coisas que acontecem na minha cabeça Eu me pergunto "Poderia ter sido um desastre?" E quando esta ameaçando acontecer outra vez

As the ominous light draws near There's a lone dog howls in the park All the people hurry inside As a lightning flash lights dark The storm is nearly here Only God will know

Como uma luz ameaçadora extraida de perto Tem um cão solitário no parque uivando Todas as pessoas tem pressa por dentro Como um relâmpejo ilumina o escuro A tempestade esta perto daqui Só Deus saberá

You're sitting alone you watch As the wind is blowing treetops And the swaying rustling of leaves Plenty of time to perceive As you wait for rain to fall Only God knows The whole sky glows

Você está sentando sozinho, você olha Como o vento esta soprando na copa das árvores E o balancear farfalhado das folhas Tempo abundante para perceber Como você espera a chuva cair Só Deus sabe O céu inteiro incandesce

Maybe lightning strikes twice Maybe lightning strikes twice

Talvez o relâmpago caia duas vezes no mesmo lugar Talvez o relâmpago caia duas vezes no mesmo lugar

(4/8) The Clansman (8:59)

O Membro do Clã

Wake alone in the hills With the wind in your face It feels good to be proud And be free and a race That is part of a clan And to live on highlands And the air that you breathe So pure and so clean

Acordar sozinho nas montanhas Com o vento em seu rosto É bom estar orgulhoso E ser livre e uma raça Que é parte de um clã Que vive nas terras altas E o ar que você respira Tão puro e limpo

Wake alone on the hills With the wind in your hair With a longing to feel Just to be free

Acordar sozinho nas montanhas Com o vento em seu cabelo Com uma saudade de sentir Apenas ser livre

It is right to believe In the need to be free It's a time when you die And without asking why Can't you see what they do They are grinding us down They are taking our land That belongs to the clans

É o direito de acreditar Na necessidade de ser livre É uma época em que você morre Sem perguntar por que Não consegue ver o que eles fazem? Eles estão nos pulverizando Estão tomando nossa terra Que pertencem ao clã

Not alone with a dream Just a want to be free With a need to belong I am a clansman

Não sozinho com um sonho Só uma vontade de ser livre Com uma necessidade de pertencer Sou um homem do clã

Freedom … It's a time wrought with fear It's a land wrought with change

Liberdade ... É um momento forjado com medo É uma terra forjado com a mudança

Ancestors could hear What is happening now They would turn in their graves They would all be ashamed That the land of the free Has been written in chains

Ancestrais poderiam ouvir O que está acontecendo agora Girariam em suas sepulturas Eles iriam se envergonhar Que a terra dos livres Foi escrita em correntes

And I know what I want When the timing is right Then I'll take what is mine I am the clansman

E eu sei o que eu quero Quando o tempo chegar Vou pegar o que é meu Eu sou o membro do clã

And I swear to defend And we'll fight to the end And I swear that I'll never Be taken alive And I know that we'll stand And we'll fight for our land And I swear that my bairns Will be born free

E juro defender E lutaremos até o fim E juro que nunca Serei pego vivo E eu sei que nós vamos ficar E lutaremos por nossa terra E juro que minhas crianças Nascerão livres

And I know what I want When the timing is right Then I'll take what is mine I am the clansman

E eu sei o que eu quero Quando o tempo chegar Vou pegar o que e meu Eu sou o membro do clã

Freedom … No, no we can't let them take anymore No we can't let them take anymore We've the land of the free

Liberdade ... Não. Não, não podemos deixá-los tomar mais Não, não podemos deixá-los tomar mais Nós temos a terra da liberdade

Freedom … Is it right to believe In the need to be free It's a time when you die And without asking why Can't you see what they do? They are grinding things down They are taking our land That belongs to the clans

Liberdade ... É um direito em acreditar Na necessidade de ser livre É um tempo em que se morre Sem perguntar por que Você não vê o que eles fazem? Eles estão nos destruindo Estão roubando nossa terra Que pertence aos clãs

Not alone with a dream Just a want to be free With a need to belong I am a clansman

E eu sei o que eu quero Quando o tempo chegar Vou pegar o que é meu Eu sou o membro do clã

And I know what I want When the timing is right Then I'll take what is mine I am the clansman

E eu sei o que eu quero Quando o tempo chegar Vou pegar o que e meu Eu sou o membro do clã

Freedom …

Liberdade ...

And I know what I want When the timing is right Then I'll take what is mine I am the clansman

E eu sei o que eu quero Quando o tempo chegar Vou pegar o que e meu Eu sou o membro do clã

(5/8) When Two Worlds Collide (6:17)

Quando Dois Mundos Colidem

My telescope looks out Into the stars tonight A little speck of light Seems twice the size tonight The calculations are so fine Can it be growing all the Time?

Meu telescópio olha para fora Nas estrelas hoje a noite Um pequeno raio de luz Parece duas vezes maior hoje a noite Os cálculos estão certos Poderia isto estar crescendo o tempo todo?

Now I can't believe it's true And I don't know what to do For the hundredth time I check the declination

Agora eu não posso acreditar que é verdade E eu não sei o que fazer Pela centésima vez Eu verifico a declinação

Now the fear starts to grow Even my computer shows There are no erros in the calculations

Agora o medo começa a crescer Até mesmo meu computador mostra Não há nenhum erro nos cálculos

Now it's happened take no other view Collision course, you must believe it's true No there's nothing left that we can do

Agora aconteceu não dá para tirar o olho Rota de colisão, Você deve acreditar que é verdade Não restou nada que nós possamos fazer

When Two Worlds collide The anger and the pain Of all those who remain Two worlds collide Who will be left alive No place to hide

Quando dois mundos colidem A raiva e a dor Do todos aqueles que restarem Dois mundos colidem Quem será deixado vivo Nenhum lugar a esconder

When Two Worlds collide The anger, the pain Of those who remain When Two Worlds collide So who will survive There's no place to hide When Two Worlds collide

Quando dois mundos colidem A raiva e a dor Dos que restarem Quando dois mundos colidem Assim quem sobreviverá Não há lugar para se esconder Quando dois mundos colidem

When Two Worlds collide The anger, the pain Of all those who remain Two Worlds collide Who will be left alive No place to hide There's no place to hide When Two Worlds collide

Quando dois mundos colidem A raiva e a dor De todos aqueles que restarem Dois mundos colidem Quem será deixado vivo Nenhum lugar para se esconder Não tem nenhum lugar para se esconder Quando dois mundos colidem

(6/8) The Educated Fool (6:44)

O Tolo Educado

I'm an educated fool So I don't know what it is I'm supposed to do About this awkward situation That's been forced down right upon me

Sou um tolo educado Então não sei o que devo fazer Sobre esta complicada situação Que foi aterrada bem em mim

As I'm walking down into On my own into the valley of life Got a lifetime of experience Yeah I've got so much to give

Enquanto estou descendo Sozinho pelo vale da vida Consegui uma vida inteira de experiência É, tenho tanto a partilhar

Open the page at chapter one Could this just be That life's just begun Forever within Your darker thoughts Reflecting on everything you've been taught

Abra o livro no capítulo um Isso poderia significar Que a vida acabou de começar? Para sempre dentro De seus pensamentos mais obscuros Ponderando sobre tudo que foi-lhe ensinado

Never felt this way before Seems that somebody's' just opened the door To the book of life or is it death Is there ever anyway out

Nunca me senti assim antes É como se alguém abrisse a porta Para o livro da vida ou é da morte Será que um dia haverá uma saída?

Someone's looking down on me To the very inner core of my soul They won't tell me what they see But I really want to know

Alguém está me olhando de cima Bem para o centro da minha alma Não me dirão o que veem Mas eu realmente quero saber

I want to leave my life on my own I want to lift the unturned stone I want to walk right into the fire I want to live out all my desires I want to go and see the fire burn I want to see and feel my world turn I want to know what more there's to learn I want to pass the point of no return

Quero deixar minha vida à minha vontade Quero levantar a pedra imóvel Quero andar pelo meio do fogo Quero viver todos os meus desejos Eu quero ir e ver o fogo queimar Eu quero ver e sentir meu mundo girar Eu quero saber que mais há para aprender Eu quero passar de onde não há mais volta

Do you really wanna be Just another one statistic or feel That you really should aspire That you really do deserve more

Você quer mesmo ser Apenas mais uma estatística ou sentir Que realmente deveria aspirar Que realmente merece mais

Do you ever really feel That you have so much potential inside What you really have to give Could be realised so much more

Você realmente sente Que tem tanto potencial aí dentro O que você tem a partilhar Poderia se tornar muito mais

I want to leave my life on my own I want to lift the unturned stone I want to walk right into the fire I want to live out all my desires I want to go and see the fire burn I want to see and feel my world turn

Quero deixar minha vida à minha vontade Quero levantar a pedra imóvel Quero andar pelo meio do fogo Quero viver todos os meus desejos Eu quero ir e ver o fogo queimar Eu quero ver e sentir meu mundo girar

I want to know what more there's to learn I want to pass the point of no return

Eu quero saber que mais há para aprender Eu quero passar de onde não há mais volta

Time will flow And I will follow Time will go But I will follow

O tempo escorrerá E eu seguirei O tempo continuará Mas eu seguirei

I want to feel what life's like respond I want to meet my father beyond I want to walk right into the light I want to feel no fear but delight

Eu quero sentir como vida reage Eu quero conhecer melhor meu pai Eu quero andar direto pra luz Eu quero sentir prazer e não medo

Time will flow And I will follow Time will go But I will follow

O tempo escorrerá E eu seguirei O tempo continuará Mas eu seguirei

(7/8) Don't Look To The Eyes Of A Stranger (8:03)

Não Olhe Nos Olhos De Um Estranho

Don't Look To The Eyes Of A Stranger

Não olhe para os olhos de um estranho

Don't look to the eyes of a stranger Don't look through the eyes of a fool Don't look to the eyes of a stranger Somebody's watching when the night goes down

Não olhe para os olhos de um estranho Não olhe pelos olhos de um tolo Não olhe para os olhos de um estranho Alguém está vendo quando a noite cai

Feel Someone's watching you You gotta get away Is it the first time You've ever felt this scared

Você sente alguém te vigiando Você tem que escapar É a primeira vez Que se sente amedrontado

Feel the adrenalin pump Your heart begins to race Begin to run now The sweat runs down your face

Sinta a adrenalina correr Seu coração começa a disparar Começa a correr agora O suor escorre por seu rosto

Don't know which way to turn You'd better hide yourself He's getting closer now You'd better improvise

Não sabe que caminho pegar Melhor se esconder Ele está chegando perto agora Melhor improvisar

Just hope you never reach The point of no return Could be the last time You see the light of day

Apenas espere que ele nunca alcance O ponto sem retorno Podia ser a última vez Que você veria a luz do dia

Don't look to, don't look to, Don't look to the eyes of a stranger

Não olhe para, não olhe para, Não olhe para os olhos de um estranho

(8/8) Como Estais Amigos (5:30)

Como Estão, Amigos?

Como esta amigo For the death of those we don't know Shall we kneel and say a prayer They will never know we care Shall we keep the fires burning Shall we keep the flames alight Shall we try to remember What is wrong and what is right

Como está, amigo? Pela morte daqueles que não conhecemos Devemos nos ajoelhar e rezar? Eles nunca saberão que nos importamos... Devemos manter aceso o fogo? Devemos manter acesas as chamas? Deveríamos tentar lembrar O que é errado e o que é certo?

No more tears, no more tears If we live for a hundred years Amigos no more tears

Sem mais lágrimas, sem mais lágrimas Se vivermos por uma centena de anos Amigos, sem mais lágrimas

If we do forget them and The sacrifice they made Will the wickedness and Sadness come to visit us again

E se nos esquecermos deles e do sacrifício que eles fizeram, será que a maldade e a tristeza virão nos visitar novamente?

Shall we dance the dance in sunlight Shall we drink the wine of peace Shall our tears be of joy Shall we keep at bay the beast

Devemos dançar a dança à luz do sol? Devemos beber o vinho da paz? Devem nossas lágrimas ser de alegria? Devemos manter a besta distante de nós?

No more tears, no more tears If we live for a hundred years Amigos no more tears

Sem mais lágrimas, sem mais lágrimas Se vivermos por uma centena de anos Amigos, sem mais lágrimas

Inside the scream is silent Inside it must remain No victory, no vanquished Only horror, only pain

Dentro, o grito está silencioso Dentro ele deve permanecer Sem vitória e sem conquistas Apenas horror, apenas dor

No more tears, no more tears If we live for a hundred years Amigos no more tears

Sem mais lágrimas, sem mais lágrimas Se vivermos por uma centena de anos Amigos, sem mais lágrimas

No more tears, no more tears If we live for a hundred years Amigos no more tears

Sem mais lágrimas, sem mais lágrimas Se vivermos por uma centena de anos Amigos, sem mais lágrimas

No cantinho da capa, há dois times de futebol em campo, Inglaterra e Brasil. A Inglaterra no ataque. Questionado, o guitarrista Janick Gers explica que esta é a única maneira de ver a seleção da Inglaterra atacando o Brasil!.. Tudo bem, isso foi bem antes da Copa do Mundo de 2014, 7 x 1 pra Alemanha, etc...

2000

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The Wicker Man Ghost of the Navigator Brave New World Blood Brothers The Mercenary Dream of Mirrors The Fallen Angel The Nomad Out of the Silent Planet The Thin Line Between…

Dickinson, Smith, Harris Dickinson, Gers, Harris Dickinson, Murray, Harris Harris Gers, Harris Gers, Harris Smith Harris Murray, Harris Dickinson, Gers, Harris Murray, Harris

4:35 6:50 6:18 7:14 4:42 9:21 4:00 9:05 6:25 8:27

Esse foi um dos discos mais esperados da história. Até mesmo gente que não tinha o Iron Maiden como banda favorita perdeu cabelos nessa maratona infernal de esperar pelo lançamento desse petardo. Aliás, que petardo! Bruce espalhou aos quatro ventos que eles estavam de volta e que subiriam ao palco. O fato de Mr. Air Raid Siren ter sido tão efusivo nesse quesito, despertou tanto o interesse pelo disco, como a incredulidade em milhões de pessoas ao redor do globo na questão de, se o grupo conseguiria fazer algo do nível de "Powerslave", "Piece of Mind", "The Number of the Beast" ou "Seventh Son of a Seventh Son". Outra memória ainda recente é a de que, tempos atrás, muita gente dizia que a Donzela estava acabada e que os grupos da atualidade, além das bandas de história - como Metallica, Judas Priest, Megadeth -, é que eram o verdadeiro heavy metal. Agora, veja como as coisas são engraçadas: os caras lançaram um disco de peso, têm Bruce e Adrian no cast, voltam a fazer as turnês mais extensas do globo e conseguem algo que só se tem a chance de alcançar uma vez na vida: voltar ao topo. Que é o lugar onde merecem estar, diga-se de passagem. A ironia? Olhe o tipo de música que estão fazendo Metallica e Megadeth... melhor até não comentar. "Wicker Man" foi a faixa que quem estava antenado nas novidades que saíam na Net pôde ouvir primeiro. O engraçado, entretanto, é que se pode dizer que é a faixa "menos melhor" do CD. Com um apelo claramente comercial, foi feito um video-clipe para programas como a MTV, onde poderiam ser divulgados, e não ficassem de fora. "Ghost of the Navigator" é a segunda faixa e a que atraiu mais atenção enquanto eram distribuídas MP3s clandestinamente do disco pela Internet afora. Como o som não soa clichê e tem bases e uma melodia poderosa, a música logo se tornou um hit entre os fãs do grupo. Que já era de se esperar. Como se poderá ver mais adiante, o disco todo é feito de clássicos. "Brave New World", a música título, também foi distribuída Internet afora. Possue linhas vocais muito bonitas, especialmente no refrão que, definitivamente, TEM que ser cantado pela multidão inteira, quando no show da banda. O baixo galopante está lá e as guitarras, idem. O paredão sonoro funcionou perfeitamente. "Blood Brothers" é a quarta faixa do disco e, segundo uma versão da lenda, Steve compôs a música inspirado nos laços que mantinha com seu pai, que morreu quando o baixista estava em turnê. A canção tem o começo lento, para depois ficar relativamente pesada, com os vocais de Bruce gritando "blood brothers". Mas é com "The Mercenary" que o fã pode ver o metal puríssimo que o Iron Maiden tem correndo nas veias. A música já começa na porrada e é assim por todos seus 4 minutos e 41 segundos. É como se os gritos de batalha de Bruce não lhe deixassem fugir do massacre: "nowhere to run, nowhere to hide, you have to kill to stay alive". Na verdade, a temática da música chega a lembrar um pouco "The Fugitive". Mas com bases muito mais rápidas e - principalmente metálicas. É Iron Maiden puro, das raízes.

"Dream of Mirrors" tem as guitarras bastante coladas - dá pra ver que o entrosamento dos guitarristas atingiu niveis incríveis. No comecinho da música dá pra sentir uma leve brisa lhe levando de volta no tempo até 1990, onde se pode perceber alguns toques de "Mother Russia" e, logo depois, você corre de volta a 83, com "Piece of Mind". Se ouvir com atenção, dá pra sentir um pouquinho de "To Tame A Land". A balada, em geral, discorre de linhas de baixo limpíssimas que mais lembram "The Clansman", canção épica do "Virtual XI". "The Fallen Angel" foi a última das quatro faixas distribuídas pela Net. Quem a ouviu sabe o estilo Piece of Mind incrustrado na música. Peso, rapidez, está tudo lá. "The Nomad". Agora, sim. Ah, musiquinha boa! Assim como "The Fallen Angel" e "The Mercenary", já começa na porrada. O feeling é crescente. O peso realmente remete o ouvinte diretamente a 85, época do estouro "Powerslave". O timbre da voz de Bruce combina perfeitamente com a temática e o seguimento da canção. Aquela linha melódica (vocal) rasgada à lá "Be Quick...". O refrão também tem a obrigatoriedade de ser cantado ao vivo. O detalhe vai para os teclados, no fundo, acompanhando a melodia do baixo. "Out of the Silent Planet", a seguinte, é portadora de uma bela introdução. Enquanto as guitarras vão tocando os solinhos duplos bem Maiden, o baixo toca os acordes cheios ao fundo, dando aquele clima de espaço para a entrada do vocal, que já começa recitando o nome da música: "Out of the Silent Planet... Out of the Silent Planet we are...". Pouco depois, os riffs pesados que carregam a canção até seu final. Os refrões são lindíssimos, cantados em duas vozes. "The Thin Line Between Love and Hate", a última música (que pena, acabou) do disco, se traduz em uma coisa: peso. O começo lento dá espaço para a distorção de guitarra, que entra e preenche os ouvidos com a maior facilidade possível. O refrão não demora e logo entra, após algumas frases cantadas por Bruce. Solos curtos, mas com feeling. Dá pra imaginar direitinho Adrian com aquela pose paradona com a Gibson à frente, solando como se aqueles fossem os últimos minutos de existência. No geral, "Brave New World" é simplesmente o que Bruce garantiu que seria: o ícone da volta da banda ao topo. Os defeitos ficam por conta de algumas partes onde há repetição das bases e sempre fica aquele gostinho de quero mais do vocal ou dos solos. Mas é só. O peso, a rapidez, a balada, o galope, os solos... e, principalmente, ele: Bruce. Novamente. Lá, na frente, como fez por quase 15 anos, gritando "Scream for Me" e correndo de um lado pro outro no palco, como um louco desvairado. Maiden's back. Up The Irons! [1]

(1/10) The Wicker Man (4:35)

O Espantalho

Hand of fate is moving and the finger points to you He knocks you to your feet and so what are you gonna do Your tongue has frozen now you've got something to say The piper at the gates of dawn is calling you his way

A mão do destino se move e o dedo aponta pra você Ele te deixa de joelhos e então, o que você irá fazer? Sua língua congelou agora você tem algo a dizer O flautista nos portões do amanhecer indica a você o caminho

You watch the world exploding every single night

Você assiste o mundo explodindo toda noite

Dancing in the sun a new born in the light Say goodbye to gravity and say goodbye to death Hello to eternity and live for every breath

Dançando sob sol um novo nascimento na luz Diga adeus a gravidade e diga adeus a morte Dê olá à eternidade e viva cada suspiro

Your time will come Your time will come Your time will come Your time will come

A sua hora chegará A sua hora chegará A sua hora chegará A sua hora chegará

The ferryman wants his money you ain't gonna give it back He can push his own boat as you set off up the track Nothing you can contemplate will ever be the same Every second is a new spark, sets the universe aflame

O balseiro quer o dinheiro dele mas você não vai devolver Ele pode empurrar seu próprio bote enquanto você sai do caminho Nada que você possa admirar será mais a mesma coisa Cada segundo é uma nova faísca, deixando o universo em chamas

You watch the world exploding every single night Dancing in the sun a new born in the light Brothers and their fathers joining hands to make a chain The shadow of the Wicker man is rising up again

Você assiste o mundo explodindo toda noite Dançando sob sol um novo nascimento na luz Irmãos e seus pais juntam as mãos e fazem uma corrente A sombra do espantalho está se levantando novamente

Your time will come Your time will come

A sua hora chegará A sua hora chegará

(2/10) Ghost Of The Navigator (6:50)

Fantasma do Navegador

I have sailed to many lands now I make my final journey On the bow I stand, west is where I go Through the night I plough still my heart calculate and pray As the compass swings my will is strong I will not be led astray Mysteries of time clouds that hide the sun But I know, I know

Eu naveguei por muitas terras agora faço minha jornada final Na proa eu permaneço, oeste é para onde eu vou Através da noite abro meu caminho acalmo meu coração, calculo e rezo Ao oscilar da bússola, minha determinação é forte Eu não vou ser desviado Mistérios do tempo, nuvens que escondem o sol Mas eu sei, eu sei

I see the ghosts of navigators but they're lost As they sail into the sunset they'll count the cost As their skeletons accusing emerge from the sea The sirens of the rocks, they beckon me

Eu vejo os fantasmas de navegadores mas eles estão perdidos Ao navegarem para o por do sol medirão as consequências Enquanto seus esqueletos acusam emergir do mar As sereias das rochas, elas me acenam

Take my heart and set it free Carried forward by the waves Nowhere left to run, navigator's son

Pegue meu coração e o liberte Carregado adiante pelas ondas Não restou lugar para ir, filho do navegante

Chasing rainbows all my days Where I go I do not know I only know the place I've been

Caçando arco-íris todos os meus dias Para onde eu vou eu não sei Eu sei apenas dos lugares em que estive

Dreams they come and go, ever shall be so Nothing's real until you feel

Sonhos, eles vem e vão, vai ser sempre assim Nada é real até você sentir

I steer between the crashing rocks, the sirens call my name Lash my hands onto the helm, blood surging with the strain I will not fail now as sunrise comes the darkness left behind For eternity I follow on ther is no other way Mysteries of time clouds that hide the sun But I know, I know

Eu navego entre as rochas das ruínas, as sereias chamam pelo meu nome Minhas mãos amarradas no leme, meu sangue corre com a pressão Não irei falhar agora o nascer do sol chega deixando a escuridão para trás Pela eternidade, eu sigo em frente não há outro caminho Mistérios do tempo, nuvens que escondem o sol Mas eu sei, eu sei

(3/10) Brave New World (6:18)

Admiravel Mundo Novo

Dying swans twisted wings Beauty not needed here Lost my love, lost my life In this garden of fear I have seen many things In a lifetime alone Mother love is no more Bring this savage back home

Cisnes moribundos, asas distorcidas Beleza não é necessária aqui Perdi meu amor, perdi minha vida Nesse jardim de medo Eu tenho visto tantas coisas Em apenas uma vida O amor materno não existe mais Leve esse selvagem para casa

Wilderness house of pain Makes no sense of it all Close this mind dull this brain Messiah before his fall What you see is not real Those who know will not tell All is lost sold your souls To this brave new world

Desnorteadora casa de dor Ela não faz sentido algum Aprisione essa mente, estupefique esse cérebro Messias antes da sua queda O que você vê, não é real Aqueles que sabem não vão dizer Tudo está perdido, venda sua alma Para esse admirável mundo novo

A brave new world In a brave new world A brave new world In a brave new world

Um admirável mundo novo Em um admirável mundo novo Um admirável mundo novo Em um admirável mundo novo

Dragon kings dying queens Where is salvation now? Lost my life, lost my dreams Rip the bones from my flesh Silent screams laughing here Dying to tell you the truth You are planned and you are damned In this brave new world

Reis despóticos matando rainhas Onde está a salvação agora? Perdi minha vida, meus sonhos Ossos arrancados da minha carne Gritos silenciosos gargalhando aqui Morrendo para te dizerem a verdade Você é planejado e está condenado Nesse admirável mundo novo

A brave new world In a brave new world A brave new world In a brave new world

Um admirável mundo novo Em um admirável mundo novo Um admirável mundo novo Em um admirável mundo novo

Dying swans, twisted wings Bring this savage back home

Cisnes morrendo, asas distorcidas Levem esse selvagem daqui

(4/10) Blood Brothers (7:14)

Irmãos de Sangue

And if you're taking a walk through the garden of life What do you think you'd expect you would see? Just like a mirror reflecting the moves of your life And in the river reflections of me

E se você está passeando pelo Jardim da vida O que você pensa que Irá ver? Somente um espelho refletindo os Movimentos de sua vida E no rio reflexos de mim

Just for a second a glimpse of my father I see And in a movement he beckons to me And in a moment the memories are all that remain And all the wounds are reopening again

Por um segundo vejo de relance Meu pai E num movimento ele acena pra mim Em um momento as memórias são tudo Que permanecem E todas as feridas estão reabrindo novamente

We're blood brothers … And as you look all around at the world in dismay What do you see, do you think we have learned Not if you're taking a look at the war-torn affray Out in the streets where the babies are burned

Nós somos irmãos de sangue ... E conforme você olha ao redor o Mundo em desânimo O que você vê? Você acha que Temos aprendido? Não, se você estiver olhando a Guerra tumultuosa Lá fora, nas ruas, onde bebês São queimados

We're blood brothers … There are times when I feel I'm afraid for the world There are times I'm ashamed of us all When you're floating on all the emotion you feel And reflecting the good and the bad

Nós somos irmãos de sangue ... Há horas que eu receio Pelo mundo Há horas que eu me envergonho por todos nós Quando você está pairando sobre todas as Emoções que se sente E refletindo o bem e o mal

Will we ever know what the answer to life really is? Can you really tell me what life is? Maybe all the things that you know that are precious to you Could be swept away by fate's own hand

Algum dia nós saberemos qual a resposta Para o que a vida realmente é? Você pode me dizer o que a vida realmente é? Talvez todas coisas que você sabe Que são preciosas para você Possam ser varridas pela Própria mão do destino

We're blood brothers … When you think that we've used all our chances And the chance to make everything right

Nós somos irmãos de sangue ... Quando você pensa que nós já usamos todas as Nossas chances E a chance de fazer Tudo direito

Keep on making the same old mistakes Makes untipping the balance so easy When we're living our lives on the edge Say a prayer on the book of the dead

Continua fazendo os mesmos Velhos erros Faz o equilíbrio tão fácil Quando vivemos nossas vidas no Limite Faça uma oração ao livro dos mortos

We're blood brothers … And if you're taking a walk through the garden of life

Nós somos irmãos de sangue ... Se você está passeando pelo Jardim da vida

(5/10) The Mercenary (4:42)

O Mercenario

Pay to kill, die to lose Hunted, hunter which are you Diablo comes again To make trophies out of men

Pagar para matar, morrer para perder Caça, caçador, qual você é? Diablo volta novamente A fazer de homens troféus.

Lose your skin, lose your skull One by one the sack is full In the heat dehydrate Know which breath will be your last

Perca sua pele, perca seu crânio Um por um o saco enche No calor desidrate, Saiba qual suspiro será seu último.

Nowhere to run, nowhere to hide You've got to kill to stay alive Nowhere to run, nowhere to hide You've got to kill to stay alive

Nenhum lugar para correr, nenhum lugar para se esconder Você tem que matar para continuar vivo Nenhum lugar para correr, nenhum lugar para se esconder Você tem que matar para continuar vivo

Show them no fear, show them no pain … Human heart, human mind Intellect intertwined Focus sharp in the night Watch the jungle burning bright

Não lhes mostre seu medo, não lhes mostre sua dor ... Coração humano, mente humana Intelecto entrelaçado O foco afiado na noite Assistindo a selva queimando claro

Toe to toe throw the line Everyone's caught hand tied Iron will Iron fist How could it have come to this?

Pé-ante-pé, arremesse a linha Todos pegos com as mãos amarradas Vontade de aço, punhos de aço, Como tudo pôde chegar a isso?

Nowhere to run, nowhere to hide You've got to kill to stay alive Nowhere to run, nowhere to hide You've got to kill to stay alive

Nenhum lugar para correr, nenhum lugar para se esconder Você tem que matar para continuar vivo Nenhum lugar para correr, nenhum lugar para se esconder Você tem que matar para continuar

Show them no fear, show them no pain

Não lhes mostre seu medo, não lhes mostre sua dor

(6/10) Dream Of Mirrors (9:21)

Sonho de Espelhos

Have you ever felt The future is the past But you don't know how? A reflected dream Of a captured time Is it really now is it really happening?

Alguma vez você já sentiu O futuro é o passado Mas você não sabe como...? Um sonho refletido De uma ocasião capturada É realmente agora? Está realmente acontecendo?

Don't know why I feel this way Have I dreamt this time, this place? Something vivid comes again into my mind And I think I've seen your face Seen this room, been in this place Something vivid comes again into my mind

Não sei porque me sinto assim Eu sonhei essa vez, com esse lugar? Alguma coisa vívida vem novamente em minha mente E eu acho que vi seu rosto Vi esse quarto, estive nesse lugar Alguma coisa vívida vem novamente em minha mente

All my hopes and expectation Looking for an explanation Have I found my destination? I just can't take no more

Toda minha esperança e expectativa Procurando por uma explicação Eu achei meu destino? Eu simplesmente não posso mais aguentar

The dream is true, the dream is true The dream is true, the dream is true

O sonho é real, o sonho é real O sonho é real, o sonho é real

Think I've heard your voice before Think I've said these words before Something makes me feel I just might lose my mind Am I still inside my dream? Is this a new reality Something makes me feel that I have lost my mind

Acho que ouvi sua voz antes Acho que já disse essas palavras antes Alguma coisa me faz sentir que posso ter perdido minha mente Ainda estou dentro de meu sonho Essa é uma nova realidade? Alguma coisa me faz sentir que posso ter perdido minha mente

All my hopes and expectation Looking for an explanation Coming to the realisation I just can't see for sure

Toda minha esperança e expectativa Procurando por uma explicação Vindo para a realização Que eu não consigo ver direito

I only dream in black and white I only dream 'cause I am alive I only dream in black and white To save me from myself

Eu só sonho em preto e branco Eu só sonho porque estou vivo Eu só sonho em preto e branco Para me salvar de mim mesmo

I only dream in black and white I only dream 'cause I'm alive I only dream in black and white Please, save me from myself

Eu só sonho em preto e branco Eu só sonho porque estou vivo Eu só sonho em preto e branco Por favor salve-me de mim mesmo

The dream is true, the dream is true The dream is true, the dream is true

O sonho é real, o sonho é real O sonho é real, o sonho é real

I get up put on the light

Eu levanto e acendo a luz

Dreading the oncoming night Scared to fall asleep and dream the dream again

Temendo a próxima noite Com medo de dormir e sonhar o sonho de novo

Nothing that I contemplate Nothing that I can compare To letting loose the demons deep inside my head

Nada que eu contemplo Nada que eu posso comparar Para deixar perdidos os demônios dentro da minha cabeça

Dread to think what might be stirring That my dream is reoccurring Got to keep myself from drifting Saving me from myself

Temendo pensar o que poderia ser agitado Que meu sonho é recorrente Preciso ficar longe da correnteza Me salvando de mim mesmo

I only dream in black and white I only dream 'cause I'm alive I only dream in black and white To save me from myself

Eu só sonho em preto e branco Eu só sonho porque estou vivo Eu só sonho em preto e branco Para me salvar de mim mesmo

I only dream in black and white I only dream, 'cause I'm alive I only dream in black and white To save me from myself…

Eu só sonho em preto e branco Eu só sonho porque estou vivo Eu só sonho em preto e branco Para me salvar de mim mesmo

Lost in a dream of mirrors Lost in a paradox Lost and time is spinning Lost a nightmare I retrace

Perdido num sonho de espelhos Perdido num paradoxo Perdido e o tempo está passando Perdido num pesadelo que eu me recordo

Lost a hell that I revisit Lost another time and place Lost a parallel existence Lost a nightmare, I retrace

Perdido, um inferno que eu visitei de novo Perdido, outro tempo e espaço Perdido, uma existência paralela Perdido, um pesadelo que eu me recordo

I only dream in black and white I only dream 'cause I'm alive I only dream in black and white To save me from myself

Eu só sonho em preto e branco Eu só sonho porque estou vivo Eu só sonho em preto e branco Para me salvar de mim mesmo

… The dream is true, the dream is true

... O sonho é real, o sonho é real

(7/10) The Fallen Angel (4:00)

O Anjo Caído

Azazel is besides you And he's playing a game. Demons are inside you and they are making a prayer Watching on their hiding as they wait for the time For the devil to get ready and take over heaven

Azazel está perto de você E ele está jogando. Demônios estão dentro de você e eles estão fazendo uma oração Eles observam e se escondem ao esperarem pela hora certa Para o diabo se preparar e tomar o céu

You and only god will know What can be done? You and only god will know

Você e apenas Deus saberiam O que poderia ser feito? Você e apenas Deus saberão

I am the only one. You and only god will know What can be done? You and only god will know I am the chosen one.

Que eu sou o único Você e apenas Deus saberiam O que poderia ser feito? Você e apenas Deus saberão Eu sou o escolhido

Could it be it's the end of the world? All the things that we charish and Love Nothing left but to face this all of my own Cause I am the chosen one.

Será possível, é o fim do nosso mundo? Todas as coisas que apreciamos e amamos Nada mais além de encarar tudo isso por mim mesmo Porque eu sou o escolhido

Beaten Fallen angel But I've risen again And the power is inside me I've decided to pray He's awake for armageddon And he's coming my way It's an honor to be chosen And awaken from the dead

Ora um derrotado anjo caído, Mas eu reapareci E o poder está dentro de mim, Eu decici rezar E espero pelo armagedom, Que virá como eu quero É uma honra ser escolhido E despertar dos mortos

(8/10) The Nomad (9:05)

O Nômade

Like a mirage riding on the desert sand Like a vision floating with the desert winds Know the secret of the ancient desert lands you're the keeper of the mystery in your hands

Como uma miragem viajando nas areias do deserto Como uma visão flutuando com os ventos do deserto Sabe o segredo das antigas terras do deserto Você guarda esse mistério em suas mãos

Nomad rider of the ancient east Nomad rider that men know the least Nomad where you come from no one knows Nomad where you go to no one tells

Nômade, viajante do antigo leste Nômade, viajante que os homens pouco conhecem Nômade, da onde você vem, ninguém sabe Nômade, para onde você vai, ninguém diz

Undercover of the veil of your disguise The men that fear you are the ones that you despise No one's certain what your future will behold You're a legend your own history will be told

Encoberto pelo máscara do seu véu Os homens que te temem são aqueles que você despreza Ninguém sabe o que o futuro lhe reserva Você é uma lenda, sua própria história será contada

Nomad rider of the ancient east Nomad rider that men know the least Nomad where you come from no one knows Nomad where you go to no one tells

Nômade, viajante do leste remoto Nômade, viajante que os homens pouco conhecem Nômade, da onde você vem, ninguém sabe Nômade, para onde você vai, ninguém diz

No one dares to even look or glance your way Your reputation goes before you they all say Like a spirit that can disappear at will Many claim of things but no one's seen you kill

Ninguém nunca se atreve a te olhar ou cruzar seu caminho Sua reputação o precede, é o que todos dizem Como um espírito que pode desaparecer ao desejar Muitos alegam coisas mas ninguém viu você matar

Nomad, you're the rider so mysterious Nomad, you're the spirit that men fear in us

Nômade, você é o viajante, mas tão misterioso Nômade, você é o espírito que os homens temem em nós

Nomad, you're the rider of the desert sands No man's ever understood your genius

Nômade, você é o viajante nas areias do deserto Nenhum homem compreendeu sua genialidade

Those who see you in horizon desert sun Those who fear your reputation hide or run You send before you a mystique that's all your own Your silhouette is like a statue carved in stone

Os que viram você no horizonte do deserto ensolarado Os que temem que sua reputação se escondem ou correm Você mandou antes de você uma mística que é tão sua Sua silhueta é como uma estátua esculpida na pedra

Nomad, you're the rider so mysterious Nomad, you're the spirit that men fear in us Nomad, you're the rider of the desert sands No man's ever understood your genius

Nômade, você é o viajante, mas tão misterioso Nômade, você é o espírito que os homens temem em nós Nômade, você é o viajante nas areias do deserto Nenhum homem compreendeu sua genialidade

Legend has it that you speak an ancient tongue But no one's spoke to you and lived to tell the tale Some they say that you have killed a hundred man Others say that you have died and live again

A lenda diz que você dialoga numa linguagem remota Mas ninguém conversou com você e viveu para contar a história Alguns dizem que você matou uma centena de homens Outros dizem que você morreu e vive outra vez

Nomad, you're the rider so mysterious Nomad, you're the spirit that men fear in us Nomad, you're the rider of the desert sands No man's ever understood your genius

Nômade, você é o viajante tão misterioso Nômade, você é o espírito que os homens temem em nós Nômade, você é o viajante das areias do deserto Nenhum homem compreendeu sua genialidade

(9/10) Out Of The Silent Planet (6:25)

Fora do Planeta do Silêncio

Out of the silent planet Out of the silent planet we are Out of the silent planet Out of the silent planet we are Out of the silent planet Out of the silent planet we are Out of the silent planet Out of the silent planet we are

Fora do planeta do silêncio Fora do planeta do silêncio nós estamos Fora do planeta do silêncio Fora do planeta do silêncio nós estamos Fora do planeta do silêncio Fora do planeta do silêncio nós estamos Fora do planeta do silêncio Fora do planeta do silêncio nós estamos

Withered hands, withered bodies begging for salvation Deserted by the hand of gods of their own creation Nations cry underneath decaying skies above You are guilty

Mãos murchadas, corpos murchados implorando por salvação Abandonados pela mão dos deuses em sua própria criação Nações choram debaixo de deteriorados céus acima Vocé é culpado

The punishment is death for all who live The punishment is death for all who live

a punição é morte a todos os que vivem a punição é morte a todos os que vivem

Out of the silent planet Dreams of desolation Out of the silent planet Come the demons of creation

Fora do planeta do silêncio Sonhos de desolação Fora do planeta do silêncio Venham os demônios da criação

Out of the silent planet Dreams of desolation Out of the silent planet Come the demons of creation

Fora do planeta do silêncio Sonhos de desolação Fora do planeta do silêncio Venham os demônios da criação

The killing fields, the grinding wheels crushed by equilibrium Separate lives no more disguise, no more second chances Haggard wisdom spitting out the bitter taste of hate I accuse you

Os campos de matança, as rodas moedoras esmagados pelo equilíbrio Vidas separadas não mais disfarce, não mais segundas chances Sabedoria desfigurada cuspindo o amargo gosto de ódio Eu te acuso

Before you know the crime it's all too late Before you know the crime it's all too late

antes que você saiba o crime, já é tarde demais antes que você saiba o crime, já é tarde demais

Out of the silent planet Dreams of desolation Out of the silent planet Come the demons of creation … Out of the silent planet Out of the silent planet we are Out of the silent planet Out of the silent planet we are

Fora do planeta do silêncio Sonhos de desolação Fora do planeta do silêncio Venham os demônios da criação ... Fora do planeta do silêncio Fora do planeta do silêncio nós estamos Fora do planeta do silêncio Fora do planeta do silêncio nós estamos

(10/10) The Thin Line Between Love And Hate (8:27)

A Tênue Linha Entre o Amor e o Ódio

When a person turns to wrong Is it a want to be, belong? Part of things at any cost At what price a life is lost?

Quando uma pessoa se torna errada É uma vontade de ser, pertencer? Parte das coisas que se faz a qualquer custo A qual preço uma vida é perdida?

At what point do we begin Fighter spirit a will to win But what makes a man decide Take the wrong or righteous road

Do ponto em que começamos Espírito lutador, uma vontade de vencer Mas o que faz um homem decidir Seguir o caminho de errado ou do certo

There's a thin line between love and hate Wider divide that you can see between good and bad There's a grey place between black and white But everyone does have the right to Choose the path that he takes

Existe uma tênue linha entre o amor e o ódio Tão separada que você não consegue distinguir entre o bem e o mal Existe um lugar cinza entre o preto e o branco Mas todos têm o direito de escolher Qual caminho seguirá

We all like to put the blame On society, these things But what kind of good or bad

Nós adoramos pôr a culpa Na sociedade, em relação a essas coisas Mas o que de bom ou ruim

A new generation brings?

Uma nova geração traz?

Sometimes takes just more than that To survive be good at heart There is evil in some of us No matter what will, never change

As vezes é mais complicado que isso Sobreviver, ter bom coração Existe um mal em alguns de nós Não importa o que aconteça, nunca mudaremos

I will hope My soul will fly So I will live forever Heart will die My soul will fly I will live forever

Eu terei esperança Minha alma voará E eu viverei eternamente O coração morrerá Minha alma voará Eu viverei eternamente

Just a few small tears between Someone happy and one sad Just a thin line drawn between Being a genius or insane

Apenas algumas pequenas lágrimas existem entre Alguém feliz e alguém triste Apenas uma tênue linha desenhada entre Ser um gênio ou louco

At what age begin to learn Of which way out we will turn? There's a long and widing road And the trail is there to burn

A que idade começaremos a aprender Que caminho iremos pegar? Existe uma longa e desenrolada rua E a trilha está lá para ser queimada

There's a thin line between love and hate Wider divide that you can see between good and bad There's a grey place between black and white But everyone does have the right to Choose the path that he takes

Existe uma tênue linha entre o amor e o ódio Tão separada que você não consegue distinguir entre o bem e o mal Existe um lugar cinza entre o preto e o branco Mas todos têm o direito de escolher O caminho que seguirá

I will hope My soul will fly So I will live forever Heart will die My soul will fly And I will live forever

Eu terei esperança Minha alma voará E eu viverei eternamente O coração morrerá Minha alma voará Eu viverei eternamente

There's a thin line between love and hate

Existe uma tênue linha entre o amor e o ódio

THE WICKER MAN: fala sobre o egoismo do ser humano e do nosso desinteresse sobre a vida em geral. Cita um personagem interessante da mitologia grega: o barqueiro (ferrymen) Caronte. "Caronte, velho e esquálido, mas forte e vigoroso, que recebia em seu barco passageiros de todas as espécies, tão numerosos quanto as folhas no outono. Todos se aglomeravam para passar, mas o barqueiro só levava aqueles que escolhia, empurrando os restantes para trás. Aqueles que são acolhidos a bordo do barco são as almas dos que receberam os devidos ritos fúnebres. Os espíritos dos outros, que ficaram insepultos, não podem passar o rio, mas vagueiam cem anos acima e abaixo de sua margem, até que finalmente sejam levados". Caronte fazia a travessia das almas dos mortos para o outro lado, para Hades, sobre as águas dos rios Estige e Aqueronte. Era comum na Grécia Antiga o enterro dos mortos com uma moeda sobre a boca, ou dentro dela para o pagamento do barqueiro. Quem não tinha essa moeda era o povo que ficava vagando.

"The shadow of the Wicker man is rising up again". O filme The Wicker Man (original de 1973, e remake de 2006) inspirou a citação da frase na música. O Wicker Man (o homem de vime ou homem de palha), era uma estátua representando um ser humano, usada pelos druidas em um ritual muito legal. Eles colocavam coisas vivas dentro do homem de palha, como animais e às vezes seres humanos, tacavam fogo neles, pegavam as cinzas e espalhavam pelos campos para fertilizá-los! Há quem desconfie dos sacrifícios humanos, pois não houveram testemunhas oculares. GHOST OF THE NAVIGATOR: uma metáfora sobre a vida. O mar é a vida, a rota para o oeste é a morte, pois é onde o sol se põe. O timoneiro do navio somos nós, que viajamos durante a noite, que é a representação da escuridão, do desconhecido. E durante o dia, o sol é encoberto pelas nuvens, mas mesmo assim seguimos adiante. Navegamos por entre as rochas, as sereias tentam nos distrair, e nos seguramos com força ao leme. Não vamos desistir agora que deixamos a escuridão para trás... afinal, não temos outra saída! Precisa falar mais algo? BRAVE NEW WORLD: Admirável Mundo Novo, é uma grandiosa obra do escritor inglês Aldous Huxley (1894–1963). O livro descreve uma sociedade extremamente científica, onde as pessoas são pré-condicionadas biologicamente e condicionadas psicologicamente a viverem em harmonia com as leis e regras sociais da sociedade. Esta sociedade não possui ética religiosa e valores morais. Qualquer dúvida e insegurança dos cidadãos era dissipada com o consumo da droga sem efeito colateral aparente, chamada "soma". As crianças têm educação sexual desde os mais tenros anos da vida. O conceito de família também não existe. O nome Brave New World por sua vez, é baseado na obra de Shakespeare (sempre ele), “A Tempestade” (1.612), que traz em sua página 109, (Ato V, cena I) a citação de Miranda: Oh! Que milagre! Que soberbas criaturas aqui vieram! Como os homens são belos! Admirável mundo novo que tem tais habitantes! BLOOD BROTHERS: fala da relação de Steve Harris com seu pai. Isso fica evidente neste trecho: "Just for a second a glimpse of my father I see And in a movement he beckons to me And in a moment the memories are all that remain And all the wounds are reopening again" A música fala sobre o sentido da vida, assunto recorrente nos álbuns da banda. THE MERCENARY: fala sobre um mercenário, assim como em "The Assassin", que fala de um assassino, e só! DREAM OF MIRRORS: é outra faixa sobre os sonhos de Harris. O cara sonha e faz a música depois. A música fala do lado escuro das coisas, sobre pensamentos, sobre o conflito realidade X ilusão. Algo citado na música, é o tal do sonho em preto e branco, "I only dream in black and white". Sim, existem pessoas que sonham em preto e branco (ou em tons pastéis), mas são poucas. É uma discussão que existe desde os anos 50. Há estudos mostrando que o número de pessoas que sonhavam colorido aumentava, conforme as pessoas usavam TV colorida!

THE FALLEN ANGEL: fala sobre a batalha do bem contra o mal, que segundo Harris, supostamente, acontece dentro de nós. Azazel é um anjo, ou é um lugar ou é aquele que é mandado embora. Ele é mencionado no Velho Testamento (Torá), em Levítico 16, onde Arão fala de dois bodes, um que é sacrificado para Deus e outro que é enviado para Azazel. No dia da expiação, Yom Kippur, é feito um rito onde um bode "recebe" todos pecados do povo de Israel, e é enviado para o deserto como forma de expiação, daí o nome, bode de expiação (no inglês, escape goat). Azazel é o lugar para onde o bode vai, ou, ele é o demônio quem reclama por este bode. A maioria das fontes apontam Azazel como um anjo caído. A expressão bode expiatório (pessoa ou grupo de pessoas, comumente inocente, que leva a culpa por uma série de eventos através de um complô) que usamos hoje em dia vem desta lenda judaica. O dia de Yom Kippur é feriado judaico, segundo a tradição eles tem de ficar num jejum de 25 horas, não podem ter relações conjugais, não poder usar nada de couro (não podem usar nada que seja resultante da morte de algum animal), não podem tomar banho e nem passar perfume. Pois é.... THE NOMAD: fala sobre a vida de um nômade, um cara sem destino, que vive zanzando no deserto. Os seres humanos, antes de descobrirem a agricultura, eram basicamente nômades, ficavam num local até que a comida acabasse ou se tornasse perigoso. Graças à agricultura, o povo tornou-se sedentário, começou a se concentrar, concentrar ... até chegar nesse caos que é hoje. Porém, ainda assim muitos povos não deixaram com sua vida de errantes, e continuam sua lida de nunca ficarem parados num lugar só, seja na tundra, seja no deserto, seja nas grandes cidades. OUT OF THE SILENT PLANET: inspirada no filme “The Forbidden Planet” (1.956), com Leslie Nielsen. O filme é baseado na peça “A Tempestade”, de Shakespeare... é, a mesma peça que inspirou o nome Brave New World de Huxley. Este filme inspirou Star Trek, que surgiu 10 anos depois, com o capitão James T. Kirk, interpretado por Willian Shatner, que anos mais tarde representaria um dos advogados mais loucos do mundo em... Onde estava, mesmo? Ah é, no planeta proibido. A música tem uma interpretação bem ampla, por exemplo, em "Withered hands, withered bodies begging for salvation" pode ser considerado o sofrimento das pessoas que pedem por salvação ou por uma vida melhor; "Deserted by the hand of gods of their own creation", aqui as pessoas foram abandonas pelos deuses que elas mesmas criaram, ou seja, todo aquele castelo de areia, de ilusões dos mitos, não mais existe, o que existe apenas é a dura e cruel realidade, e por aí vai. O planeta silencioso parece ser a Terra. Mas se você achar que a letra fala de alguma guerra nuclear, também cabe aí, depende da luz que você der à letra. THE THIN LINE BETWEEN LOVE AND HATE: fala novamente de bem e mal, sobre a linha tênue que os separa, aquele velho conceito judaico-cristão. As letras de cunho cristão da banda normalmente são de Steve Harris, e esta não é diferente (feita em parceria com Dave Murray). (texto de: Ricardo Heavyrick, [2])

2002

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15.

CD one "Burning Ambition" "Drifter" (live) "Invasion" "Remember Tomorrow" (live) "I've Got the Fire" "Cross-Eyed Mary" "Rainbow's Gold" "King of Twilight" "Reach Out" "That Girl" "Juanita" "The Sheriff of Huddersfield" "Black Bart Blues" "Prowler '88" "Charlotte the Harlot '88"

2:42 6:03 2:39 5:28 2:39 3:56 4:59 4:53 3:33 5:05 3:47 3:35 6:41 4:09 4:13

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16.

CD two "All in Your Mind" "Kill Me Ce Soir" "I'm a Mover" "Communication Breakdown" "Nodding Donkey Blues" "Space Station No. 5" "I Can't See My Feelings" "Roll over Vic Vella" "Justice of the Peace" "Judgement Day" "My Generation" "Doctor Doctor" "Blood on the Worlds Hands" (live) "The Aftermath" (live) "Futureal" (live) "Wasted Years '99" (live)

4:31 6:17 3:29 2:42 3:17 3:47 3:50 4:48 3:33 4:04 3:37 4:50 6:07 6:45 3:01 5:00

Sabbath Bloody Sabbath (05:33)

Sabbath Bloody Sabbath

You've seen life through distorted eyes You know you had to learn The execution of your mind You really had to turn

Você tem visto a vida através dos olhos distorcidos Você sabe que você teve que aprender A execução da sua mente Você realmente tem que transformar

The race is run the book is read The end begins to show The truth is out, the lies are old But you don't want to know

A corrida é iniciada eo livro é lido O fim começa a mostrar A verdade está lá fora, as mentiras são velhas Mas você não quer saber

Nobody will ever let you know When you ask the reasons why They'll just tell you that you're on your own Fill your head all full of lies

Ninguém nunca vai deixar você saber Quando você pergunta as razões pelas quais Eles apenas dizem que você está no seu próprio Preencha sua cabeça toda cheia de mentiras

The people who have crippled you You want to see them burn The gates of life have closed on you And now there's just no return

As pessoas que você aleijados Você quer vê-los queimar Os portões da vida fecharam em você E agora não é só sem retorno

You're wishing that the hands of doom Could take your mind away And you don't care if you don't see Again the light of day

Você está desejando que as mãos da desgraça Poderia levar a sua mente longe E não me importo se você não vê Mais uma vez a luz do dia

Nobody will ever let you know When you ask the reasons why They'll just tell you that you're on your own Fill your head all full of lies You bastards!

Ninguém nunca vai deixar você saber Quando você pergunta as razões pelas quais Eles apenas dizem que você está no seu próprio Preencha sua cabeça toda cheia de mentiras Você bastardos!

Where can you run to What more can you do No more tomorrow Life is killing you Dreams turn to nightmares Heaven turns to hell Burned out confusion Nothing more to tell

Onde você pode correr O que mais você pode fazer Não mais amanhã A vida está matando você Sonhos se voltam para pesadelos Céu se volta para o inferno Queimado confusão Nada mais a dizer

Everything around you What's it coming to God knows as your dog knows Bog blast all of you Sabbath Bloody Sabbath Nothing more to do Living just for dying Dying just for you

Tudo ao seu redor O que está vindo para Deus sabe como seu cão sabe Bog explodir todos vocês Sabbath Bloody Sabbath Nada mais a fazer Vivendo apenas para morrer Morrendo só para você

That Girl (05:04)

Aquela Garota

The words she said turned out why desperation fills her eyes Hold her in your arms don't let go

As palavras que ela disse revelaram porque, O desespero enche os olhos dela Segure-a em seus braços, não a deixe ir

When you taste defeat, when you loose again Fight and win, never give in Hold her in your arms don't let go

Quando você prova o gosto da derrota, Quando você perde novamente Lute e vença, nunca desista Segure-a em seus braços, não a deixe ir

That girl you need Gonna knock you off your feet That girl, you know She'll never let you go

Aquela garota, você precisa Ela vai te atordoar completamente Aquela garota, você sabe Ela nunca vai deixar você ir

That girl, That girl, That girl you need

Aquela garota, Aquela garota, Aquela garota você precisa

Can you hear her call,

Você pode ouvir o seu chamado,

call out your name Think about you, cry without you Hold her in your arms, don't let go

chame seu nome Penso em você, choro sem você Segurá-la em seus braços, não deixe ir

Can you taste defeat, when you loose again Fight and win, never give in Hold her in your arms don't let go

Você consegue sentir o gosto da derrota Quando você perde novamente Lute e vença, nunca desista Segure-a em seus braços, não a deixe ir

That girl, That girl, That girl you need

Aquela garota, Aquela garota, Aquela garota você precisa

You need!

Você precisa

Juanita (03:45)

Juanita

Yeah, it cost me a bundle Trying to track you down, it's true Yeah, and it's the truth I'm looking from town to town for you You know you never offered much security Do you know I'm gonna get you back? You just wait and see

Sim, custou certo preço Tentando ir ao seu encalço, é verdade Sim, e é verdade Que estou te procurando de cidade em cidade Você sabe que nunca ofereceu muita segurança Você sabe que vou te pegar de volta? Espere e você verá

I'm never goin' back, Juanita I know you never got my call I'm never goin' back, Juanita Never at all

Eu nunca voltarei, Juanita Eu sei que você nunca recebeu minha ligação Eu nunca voltarei, Juanita De maneira alguma

Yeah, I'm spending a long time Trying to work it out for true Yeah, it's such small crime Thirsting over you Living in a Cheisea flat Seems so lonely now I just know I gotta get you back I just don't know how

Sim, eu estou gastando muito tempo Tentando fazer isso acontecer, é verdade Sim, é um pequeno crime Tendo sede por você Viver num apartamento em Chelsea Parece ser tão solitário agora Eu só quero saber que vou te pegar de volta Eu só não sei como

Yeah, I just got to tell you I'm gonna leave it up to you Yeah, what more can I say? What more can I do? Living in a Cheisea flat Seems so lonely now I just know I gotta get you back I just don't know how

Sim, eu tenho que te dizer Eu vou deixar por sua conta Sim, o que mais posso dizer? O que mais posso fazer? Viver num apartamento em Chelsea Parece ser tão solitário agora Eu só quero saber que vou te pegar de volta Eu só não sei como

I'm never goin' down on, Juanita Never gonna make that call Never goin' down on, Juanita Never at all I'm never goin' down on, Juanita Never gonna make that call Never goin' down on, Juanita

Eu nunca mais vou continuar, Juanita Nunca farei essa ligação Nunca mais vou continuar, Juanita De forma alguma Eu nunca mais vou continuar, Juanita Nunca farei essa ligação Nunca mais vou continuar, Juanita

Two fingers at all I'm never goin' back, Juanita Never goin' down on you Juanita, I'm never goin' back, Juanita

Dois dedos, mesmo assim Eu nunca voltarei, Juanita Nunca voltarei por você Juanita, eu nunca voltarei Juanita

Massacre (02:53)

Massacre

at a point below zero there's no place left to go six hundred unknown heroes killed like sleeping buffalo

A um ponto abaixo de zero Há nenhum lugar para correr Seiscentos heróis desconhecidos Mortos como búfalos dormentes

Through the devil's canyon across the battlefield Death has no companion the spirit's lost

Pelo desfiladeiro do diabo Pelo campo de batalha Morte não tem nenhum companheiro O espírito está perdido

There goes the bandolero through the hole in the wire he's a coward but he doesn't care doesn't care if he lives or if he dies

Lá vai o bandolero Pelo buraco no arame Ele é um covarde mas ele não se preocupa Não se preocupe se ele viver ou se ele morre

the general commanding defending what we feel the troops they are depending on reinforcements from the rear

O general comandando Defendendo o que nós sentimos As tropas que eles estão dependendo Em reforços da retaguarda

If God is in this heaven how come there's no heaven here? In God's name they use weapons for the massacre

Se Deus está neste céu Como venha não há nenhum céu aqui? No nome de Deus eles usam armas Para a massacre

at a point below zero the sun can see the land six hundred unknown heroes lay dead beneath the sand

A um ponto abaixo de zero O sol pode ver a terra Seiscentos heróis desconhecidos Morto secular em baixo da areia

All in Your Mind (04:31)

Tudo Em Sua Mente

Look inside your head and find And tell me now that it's all in your mind Look inside your head and find A way deep inside and it's all in your mind

Olhe dentro de sua cabeça e procure, me fale agora e está tudo em sua mente Olhe dentro de sua cabeça e procure um modo bem fundo e está tudo em sua mente

It's all in your mind, it's all in your mind

Está tudo em sua mente, está tudo em sua mente

Revolution, air pollution Chairman Mao Tse Tung is in your mind (but he's dead now... he's not very well anyway!) New day breaking,

Revolução, poluição do ar Presidente Mao Tse Tung está em sua mente (mas ele está morto agora... ele não está muito bem de qualquer maneira!) Um novo dia nascendo

people hating Love supreme, but it's all in your mind

pessoas odiando Amor é um sonho mas está tudo em sua mente

It's all in your mind, it's all in your mind

Está tudo em sua mente, está tudo em sua mente

Segregation, preservation Politicians all are in your mind Pewter Suta, kama sutra Even Blankenheimer is in your mind

Segregação, preservação, políticos estão todos em sua mente Pewter Suta, Karma Sutra, até mesmo Blanckenheimer em sua mente

It's all in your mind, it's all in your mind

Está tudo em sua mente, está tudo em sua mente

Kill Me Ce Soir (06:18)

Me Mate Hoje À Noite

Remember that song called kill me, from victim's last LP Too much of a risk for a golden disc, the price he paid for money Ce soir, ce soir, assassination d'un rock'n'roll star Ce soir, ce soir, assassination d'un rock'n'roll star

Lembra-se daquela música chamada mate-me do último LP da vítima Arriscado demais por um disco de ouro, o preço que ele pagou por dinheiro Hoje à noite, hoje à noite, assassinato de uma estrela do Rock and Roll Hoje à noite, hoje à noite, assassinato de uma estrela do Rock and Roll

Sing your song, you can't go wrong, empted his business advisor No need for alarm, you'll come to no harm, he didn't mention the sniper Ce soir, ce soir, assassination d'un rock'n'roll star Ce soir, ce soir, assassination d'un rock'n'roll star

Cante sua canção, você não pode estar errado, disse seu consultor de negócios Não precisa ficar alarmado, nada vai te acontecer, ele não mencionou sobre o cortador Hoje à noite, hoje à noite, assassinato de uma estrela do Rock and Roll Hoje à noite, hoje à noite, assassinato de uma estrela do Rock and Roll

The news is read, the need is fed, one yawn, two yawn, and back to bed Turn off the light, and hold me tight, c'mon, maman, bend down your head And just sing on, immortal song, fini, belle vie, bonne nuit Remember that song called kill me, a lecture on political chicanery Of peoples rape, recorded on tape, brought shame to the presidency

A notícia é lida, a necessidade é alimentada, um bocejo, dois bocejos e de volta pra cama Desligue as luzes e me abrace forte, vamos lá, mamãe, abaixe sua cabeça E apenas continue a cantar, música imortal, concluída, vida feliz, boa noite Lembra-se daquela música chamada mate-me, uma leitura sobre questões políticas Do rapto de pessoas, gravados numa fita, trouxe vergonha para a presidência

Tonight, tonight, one more point for human rights Tonight, tonight, one more point for human rights Remember that song kill me, once used by a man from Gallilee He had nothing to lose, he was King of the Jews, secured his place in History

Hoje à noite, hoje à noite, mais um ponto para os direitos humanos Hoje à noite, hoje à noite, mais um ponto para os direitos humanos Lembra-se daquela música chamada mate-me, uma vez usada por um homem da Galileia Ele não tinha nada para perder, ele era o Rei dos judeus, garantiu seu nome na História

Ce soir, ce soir, assassination d'un provocateur Ce soir, ce soir, assassination d'un provocateur The news is read, the poison's spread, one yawn, two yawn, and back to bed Turn off the light, and hold me tight, c'mon, maman, bend down your head And just sing on, immortal song, fini, belle vie Turn off the light and hold me tight, come on

Hoje à noite, hoje à noite, assassinato de um agitador Hoje à noite, hoje à noite, assassinato de um agitador A notícia é lida, o veneno é espalhado, um bocejo, dois bocejos, e de volta para a cama Desligue as luzes e me abrace forte, amos lá, mamãe, abaixe sua cabeça E apenas continue a cantar, música imortal, concluída, vida feliz Desligue as luzes e me abrace forte, vamos lá

Vick played his part with all his heart, he wasn't prepared for the shock When hollow lead bit into his head, a new martyr for the book of rock When hollow lead bit into his head, a new martyr for the book of rock

Vick fez sua parte com todo seu coração, ele não estava preparado para o choque Quando o gemido aconteceu dentro de sua cabeça, um novo mártir para o livro do rock Quando o gemido aconteceu dentro de sua cabeça, um novo mártir para o livro do rock

Ce soir, assassination d'un rock'n'roll star Ce soir, ce soir, assassination d'un rock'n'roll star Ce soir, assassination d'un rock'n'roll provocateur Ce soir, ce soir, ce soir, assassination d'un rock'n'roll star

Hoje à noite, assassinato de uma estrela do Rock and Roll Hoje à noite, hoje à noite, assassinato de uma estrela do Rock and Roll Hoje à noite, assassinato de um agitador Hoje à noite, hoje à noite, hoje à noite, assassinato de uma estrela do Rock and Roll

Communication Breakdown (02:40)

Quebra de Comunicação

Hey girl, what you doin'? Hey girl, you'll drive me to ruin I don't know what it is about you But I like it a lot Oh why don't you let me hold you Let me feel your lovin' touch

Hey garota, o que você está fazendo? Hey garota, você vai me levar à ruína Eu não sei o que é isso que vi em você Mas eu gosto muito Oh porque não me deixa te abraçar Me deixe sentir seus encantos amorosos

Communication breakdown, it's always the same I'm having a nervous breakdown, drive me insane! Hey girl, I got something I think you want to know Hey girl, I wanna tell you that I love you so I wanna hold you in my arms And feel your love tonight I'm never gonna let you go 'Cause I like your charms

Quebra de comunicação é sempre assim Eu estou tendo um colapso nervoso me levando à loucura! Hey garota, u tenho algo que você deveria saber Hey babe, eu quero te dizer o quanto eu te amo Eu quero te segurar nos meus braços E sentir seu amor esta noite Eu nunca vou deixar você desistir Porque eu gosto do seu charme

Communication breakdown, it's always the same I'm having a nervous breakdown, drive me insane! Communication breakdown, it's always the same I'm having a nervous breakdown, drive me insane!

Quebra de comunicação é sempre assim Eu estou tendo um colapso nervoso me levando à loucura! Quebra de comunicação é sempre assim Eu estou tendo um colapso nervoso me levando à loucura!

Communication breakdown Communication breakdown Communication breakdown

Quebra de comunicação Quebra de comunicação Quebra de comunicação

I want to feel your love all night Communication breakdown Communication breakdown I'm gonna make your telephone work tonight Communication breakdown

Eu quero sentir seu amor a noite toda Quebra de comunicação Quebra de comunicação Eu vou fazer seu telefone trabalhar esta noite Quebra de comunicação

I Can't See My Feelings (03:51)

Eu Não Consigo Ver Meus Sentimentos

I can't see my feelings Open my eyes I can't see my feelings Open a pair of eyes

Eu não consigo ver meus sentimentos Abra meus olhos Eu não consigo ver meus sentimentos Abra um par de olhos

I can't see my feelings Keep them behind I just keep on reeling Running back down the line

Eu não consigo ver meus sentimentos Deixei-os para trás Eu só continuo a vacilar Retrocedendo

Oh, I can't stand that screaming Don't even try Music fans some feelings It'll be tell me why

Oh, eu não vou segurar esse grito Não pense em tentar Fãs da música, alguns sentimentos Isso vai me dizer o motivo

I can't stop that feeling Showing me why Man I love that feeling

Não consigo parar com esse sentimento Me mostrando o motivo Cara, eu adoro essa sensação

Yeah, blowin' me right through the sky

Sim, me levando para os céus

Oh hey hey hey hey hey hey Oh, listen to what she says If it's good, it's nice

Oh hey hey hey hey hey hey Oh, ouça o que ela diz, Se for bom, está tudo bem

2003

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11.

Wildest Dreams Rainmaker No More Lies Montsegur Dance Of Death Gates Of Tomorrow New Frontier Paschendale Face In The Sand Age Of Innocence Journeyman

Smith/Harris Murray/Harris/Dickinson Harris Gers/Harris/Dickinson Gers/Harris Gers/Harris/Dickinson McBrain/Smith/Dickinson Smith/Harris Smith/Harris/Dickinson Murray/Harris Smith/Harris/Dickinson

3:52 3:48 7:21 5:50 8:36 5:12 5:04 8:28 6:31 6:10 7:06

Inesperadamente a banda resolveu explorar um lado perigoso e experimentou um pouco nesse cd, o que é uma grata surpresa. Mas não pense que o Maiden mudou, muito pelo contrário. O som é o de sempre, só que há elementos novos. Tudo bem que aquelas introduções à la “X Factor” continuam (fazer o quê), assim como o terrível timbre de guitarra de Janick Gers, mas as músicas compensam tudo isso. O CD começa com o primeiro single “Wildest Dreams”, que alguns fanáticos pela banda não gostaram. Alegre demais, é um hard rock feito pra tocar nas rádios, que ainda bem não reflete o resto do trabalho. Uma composição direta, não apresenta muitas variações, típico hard/heavy com um refrão empolgante, mas, pode ser um pouco chatinha para quem gostou das longas e épicas faixas da Donzela. “Rainmaker” vem logo em seguida e arrebenta com tudo. Talvez seja a melhor música do álbum, direta, sem frescura, beirando os quatro minutos, com um riff matador, assim como o refrão. “No More Lies” tem uma letra legal, é grandona (mais de sete minutos) e apesar do começo desanimador, termina como uma locomotiva (já dá pra imaginar o público cantando o refrão aqui no Brasil). Esta música poderá pegar alguns fãs de surpresa, por ela se parecer com a fase solo de Bruce Dickinson vide “Balls to Picasso”. A música não chega a apresentar riffs muitos pesados, mas em compensação tem uma ótima melodia na voz de Bruce. Mesmos sem muito peso, na hora de aparecer, as três guitarras se destacam durante o solo. “Montsegur” vai deixar muitos fãs com lágrimas nos olhos, pois tudo lembra a saudosa época dos clássicos “Piece Of Mind” e “Powerslave”. “New Frontier” vai na mesma linha. “Dance of Death”, a mais longa música do CD, tem uma letra bem interessante. A música começa cadenciada, demora cerca de três minutos até passar para a fase do peso mesmo, novamente com muitas orquestrações. Outra série candidata a melhor do disco, realmente uma linda composição – e que agradará todos que adoram “Alexander the Great”, presente no disco “Somewhere in Time”. “Gates Of Tomorrow” é a piorzinha de todas. A banda já fez essa mesma música pelo menos duas vezes. Janick Gers compôs o mesmo riff de “From Here To Eternity” e Nicko parece tocar bateria com preguiça. “New Frontier” é outra típica faixa para a abertura do álbum, mas esta, um pouco mais longa. Sem muitas firulas e passagens técnicas, outra música que já começa puramente com peso e mantendo o pique até o final. Até aí tudo bem, é o Iron de sempre, mas em seguida vem um Iron Maiden que pouca gente conhecia. “Paschandale” é uma das composições mais ousadas e complexas do grupo. Fica até

difícil descrever, mas a integração é perfeita nos arranjos nada convencionais e no ritmo quebrado. Falando sobre uma batalha francesa do século XIX, “Paschendale” apresenta diversas melodias e partes distintas com peso, teclado (sim, teclado), orquestrações e momentos cadenciados. Se esta não é a melhor de todas, será uma das preferidas de nove entre dez „maidenmaníacos‟. Uma das poucas músicas que passa a quem escuta energia suficiente para se sentir dentro da estória lírica da mesma. “Face in the Sand”, começando à lá “Blood Brothers”, desfila novamente mais momentos orquestrados, bateria com pedal duplo (acredito que pela primeira vez em uma música do Iron aparecendo tão “abertamente”) e muito peso tratando-se de riffs de guitarra. Digamos que uma composição um tanto quanto atmosférica tratando-se de Iron Maiden. “Age of Innocence”, começando cadenciada, faz parte do recorde pessoal de Dave Murray, que pela primeira vez contribui em um disco com três composições. Esta música na hora em que o peso aparece, possui um refrão bem melodioso, mas os riffs e a levada dela são dignos para quem curte “bater uma cabeça” enquanto ouve uma música ao fundo. Para mim, uma música interessante e bem representativa desta nova fase da banda. “Journeyman”, pela primeira vez uma música sem guitarras elaborada pela banda. De novo, orquestrações ao longo da música. Inclusive, podemos comparar esta música com as baladas da fase solo de Bruce Dickinson, especialmente em uma bem parecida, presente no seu disco “Accident of Birth” (“Arc of Space”). “Dance Of Death” já nasceu clássico. Traz uma banda preocupada em progredir dentro do seu estilo e acertando em cheio. Não é à toa que o Iron é a maior banda de metal no mundo, pois não fez a besteira de virar paródia de si mesmo! [1]

(1/11) Wildest Dreams (3:52)

Sonhos Mais Selvagens

I'm gonna organize some changes in my life I'm gonna exorcise the demons of my past I'm gonna take the car and hit the open road I'm feeling ready to just open up and go

Eu vou organizar algumas mudanças em minha vida Eu vou exorcizar os demônios do meu passado Eu vou pegar o carro e pegar a estrada livre Eu me sinto pronto para simplesmente partir

And I just feel I can be anything That all i might ever wish to be and fantasize just what I want to be Make my wildest dreams come true

E eu sinto que posso ser qualquer coisa Que eu sempre quis ser E fantasiar o que eu quero ser Realizar meus sonhos mais selvagens

I'm on my way Out on my own again I'm on my way Out on the road again

Eu estou a caminho Por conta própria novamente Eu estou a caminho Na estrada novamente

When I remember back to how that things just used to be And I was stuck inside a shroud of misery I felt I'd disappeared so deep inside myself

Quando eu me lembro de como as coisas costumavam ser E eu estava preso dentro de uma mortalha de miséria Eu senti que desapareceria mergulhando dentro de mim

I couldn't find a way to break away the hell

Eu não conseguia encontrar um meio de me libertar do inferno

When I'm feeling down and low I vow I'll never be the same again I just remember what I am And visualize just what I'm gonna be

Quando me sinto pra baixo e deprimido Eu juro que nunca mais serei o mesmo Eu apenas me lembro do que eu sou E visualizo o que eu vou ser

I'm on my way Out on my own again I'm on my way Out on the road again

Eu estou a caminho Por conta própria novamente Eu estou a caminho Na estrada novamente

I'm on my way Out on my own again I'm on my way

Eu estou a caminho Por conta própria novamente Eu estou a caminho

I'm gonna breakaway

Eu vou me libertar

(2/11) Rainmaker (3:48)

Criador de Chuva

When I was wandering in the desert and was searching for the truth I heard a choir of angels calling out my name I had the feeling that my life would never be the same again I turned my face towards the barren sun

Quando eu estava vagando pelo deserto e procurando pela verdade Eu ouvi um coro angelical chamando por meu nome Eu tive o pressentimento que minha vida nunca mais seria a mesma Eu virei meu rosto na direção do sol estéril

And I know, of the pain that you feel the same as me And I dream, of the rain as it falls upon the leaves And the cracks, in our lives like a cracks upon the ground They are sealed, and are now, washed away

E eu sei da dor que você sente assim como eu E eu sonho com a chuva enquanto ela cai por sobre as folhas E as rachaduras em nossas vidas como as rachaduras no chão Elas estão fechadas e agora são lavadas

You tell me we can start the rain You tell me that we all can change You tell me we can find something to wash the tears away You tell me we can start the rain You tell me that we all can change You tell me we can find something to wash the tears

Você me diz que podemos começar a chuva Você me diz que todos podemos mudar Você me diz que podemos encontrar algo para lavar as lágrimas Você me diz que podemos começar a chuva Você me diz que todos podemos mudar Ele me diz que podemos encontrar algo para lavar as lágrimas

And I know, of the pain that you feel the same as me And I dream, of the rain as it falls upon the leaves And the cracks, in the ground, like the cracks are in our lives They are sealed, and are now, far away

E eu sei da dor que você sente assim como eu E eu sonho com a chuva enquanto ela cai por sobre as folhas E as rachaduras em nossas no chão como as rachaduras em nossas vidas Elas estão seladas e agora distantes

You tell me we can start the rain

Você me diz que podemos começar a chuva

You tell me that we all can change You tell me we can find something to wash the tears away You tell me we can start the rain You tell me that we all can change You tell me we can find something to wash the tears

Você me diz que todos podemos mudar Você me diz que podemos encontrar algo para lavar as lágrimas Você me diz que podemos começar a chuva Você me diz que todos podemos mudar Ele me diz que podemos encontrar algo para lavar as lágrimas

You tell me we can start the rain You tell me that we all can change You tell me we can find something to wash the tears away You tell me we can start the rain You tell me that we all can change You tell me we can find something to wash the tears

Você me diz que podemos começar a chuva Você me diz que todos podemos mudar Você me diz que podemos encontrar algo para lavar as lágrimas Você me diz que podemos começar a chuva Você me diz que todos podemos mudar Ele me diz que podemos encontrar algo para lavar as lágrimas

And I know, of the pain, that you feel the same as me And I dream, of the rain as it falls upon the leaves And the cracks, in the ground like the cracks are in our lives They are sealed, and are now, far away

E eu sei da dor que você sente assim como eu E eu sonho com a chuva enquanto ela cai por sobre as folhas E as rachaduras em nossas no chão como as rachaduras em nossas vidas Elas estão seladas e agora distantes

(3/11) No More Lies (7:21)

Sem Mais Mentiras

There's a darkened sky before me There's no time to prepare Salvage a last horizon But no regrets from me

Há um céu escurecido à minha frente Não há tempo para preparações Recuperar um último horizonte Mas eu não me arrependo

Maybe I'll be back some other day To live again just who can say In what shape or form that I might be Just another chance for me

Talvez eu volte algum outro dia Para viver novamente, quem pode dizer Em que forma ou estado eu estarei Apenas uma outra chance para mim

A hurried time no disgrace Instead of racing to conclusion And wishing all my life away No-one can stop me now

Um tempo apressado, sem desgraça Ao invés de correr para a conclusão E desejando por toda a minha vida Ninguém pode me impedir agora

Time is up it couldnt last But there's more things I'd like to do I'm coming back to try again Someday maybe I'll wait till then

O tempo acabou, não poderia durar Mas há mais coisas que eu gostaria de fazer Eu estou voltando para tentar novamente Algum dia talvez eu espere até lá

No more lies … They're all sitting at my table Talking tall and drinking wine Their time is up just like me But they just dont know it yet

Sem mais mentiras ... Eles estão todos sentados à minha mesa Falando alto e bebendo vinho O tempo deles esgotou assim como o meu Mas eles ainda não sabem disto

So just a word of warning When you're in your deepest dream There's nothing you can hide from I've got my eye on you

Então apenas uma palavra de aviso Quando está em seu mais profundo sonho Não há nada de que possa se esconder Eu estou de olho em você

The clock is fast the hour is near Eventful past is everclear My life is set the time is here I think I'm coming home

O relógio é rápido, a hora está próxima O passado agitado está cada vez mais claro Minha vida está marcada, a hora chegou Eu acho que estou indo pra casa

No more lies … A hurried time no disgrace Instead of racing to conclusions And wishing all your life away No-one can stop me now

Sem mais mentiras ... Um tempo apressado, sem desgraça Ao invés de correr para a conclusão E desejando por toda a minha vida Ninguém pode me impedir agora

Time is up it couldnt last But there's more things I have to do I'm coming back to try again Don't tell me back this is the end

O tempo acabou, não poderia durar Mas há mais coisas que eu gostaria de fazer Eu estou voltando para tentar novamente Não me diga novamente que isso é o fim

No more lies

Sem mais mentiras

(4/11) Montségur (5:50)

Monstségur

I stand alone in this desolate space In death they are truly alive Massacred innocence, evil took place The angels were burning inside

Eu estou sozinho neste lugar desolado Na morte eles estão verdadeiramente vivos Inocência massacrada, o mal tomou conta Os anjos queimavam por dentro

Centuries later I wonder why What secret that they took to their grave Still burning heretics under our skies Religion's still burning inside

Séculos depois eu me pergunto por que Que segredo eles levaram para o túmulo Ainda queimando hereges sob nossos céus A religião ainda queimando por dentro

At the gates and the walls of Montségur Blood on the stones of the citadel … As we kill them all so God will know his own The innocents died for the pope on his throne Catholic greed and its paranoid zeal Curse of the grail and the blood of the cross

Às portas e as muralhas de Montségur Sangue nas pedras da cidadela ... A medida que os matamos Deus saberá o seu próprio Os inocentes morreram para o Papa em seu trono A ganância católica e seu zelo paranóico A maldição do Graal e o sangue da cruz

Templar believers with blood on their hands Joined in the chorus to kill on demand Burned at the stake for their soul's liberty To stand with the cathars to die and be free

Templários crentes com sangue nas mãos Juntaram-se ao coro para matar quando mandados Queimados na fogueira pela liberdade de suas almas Para ficar com os cátaros para morrer e ser livre

The book of old testament crippled and black Satan his weapon is lust Living this evil God`s nation of flesh

O livro do velho testamento incompleto e negro A arma de satanás é a luxúria Vivendo essa nação carnal de um Deus maligno

Back to the torture of life

Devolta à tortura da vida

The perfect unwillingly died in the stake And all of the followers slained As for the knowledge of god they had claimed Religion's still burning inside

Os de má vontade morreram na fogueira E todos os seus seguidores assassinados E assim como a inteligencia do Deus a qual clamam A religião ainda queimando por dentro

At the gates and the walls of Montségur Blood on the stones of the citadel … As we kill them all so God will know his own The innocents died for the pope on his throne Catholic greed and its paranoid zeal Curse of the grail and the blood of the cross

Às portas e as muralhas de Montségur Sangue nas pedras da cidadela ... A medida que os matamos Deus saberá o seu próprio Os inocentes morreram para o Papa em seu trono A ganância católica e seu zelo paranóico A maldição do Graal e o sangue da cruz

Templar believers with blood on their hands Joined in the chorus to kill on demand Burned at the stake for their soul's liberty To stand with the cathars to die and be free

Templários crentes com sangue nas mãos Juntaram-se ao coro para matar quando mandados Queimados na fogueira pela liberdade de suas almas Para ficar com os cátaros para morrer e ser livre

As we kill them all so God know his own Laugh at the darkness and in god we trust The eye of the triangle smiling with sin No passover feast for the cursed within

A medida que os matamos Deus saberá o seu próprio Ria das trevas e do Deus em que confiamos O olho do triângulo sorrindo com sua sina Sem festa de páscoa para nós amaldiçoados

Facing the sun as they went to their grave Burn like a dog or you live like a slave Death is the price for your soul's liberty To stand with the cathars to die and be free

Encarando o sol enquanto entram em suas covas Queime como cachorro ou viva como um escravo A morte é o preço da liberdade de nossas almas Para ficar com os cátaros para morrer e nos libertar

At the gates and the walls of Montségur Blood on the stones of the citadel

Às portas e as muralhas de Montségur Sangue nas pedras da cidadela

(5/11) Dance of Death (8:36)

Dança da Morte

Let me tell you a story to chill the bones About a things that I saw One night wandering in the everglades I'd one drink but no more

Deixe-me lhe contar uma história para gelar os ossos Sobre algumas coisas que eu vi Uma noite vagando em Everglades Eu tinha uma bebida, mas não mais

I was rambling, enjoying the bright moonlight Gazing up at the stars Not aware of a presence so near to me Watching my every move

Eu estava divagando, aproveitando a luz da lua brilhante Olhando para as estrelas Sem conhecimento de uma presença tão perto de mim Assistindo cada movimento meu

Feeling scared and I fell to my knees As something rushed me from the trees Took me to an unholy place

Sentindo-se assustado e eu caí de joelhos Como se algo me atacasse das árvores Levou-me para um lugar profano

And that is where I fell from grace

E foi onde eu caí em desgraça

And They summoned me over to join in with them To the dance of the death In to the circle of fire I followed them Into the middle I was led

E eles me chamaram para se juntar a eles Para a dança da morte Para dentro do círculo de fogo eu os segui Para o meio fui levado

As if time had stopped still I was numb with fear, but still, I wanted to go And the blaze of the fire did no hurt upon me As I walked onto the coals

Como se o tempo tivesse parado Eu estava entorpecido com medo, mas ainda assim, eu queria ir E a chama do fogo não doeu em mim Enquanto eu caminhava sobre as brasas

And I felt I was in a trance And my spirit was lifted from me And if only someone had the chance To witness what happened to me

E eu senti que estava em transe E o meu espírito foi tirado de mim E se apenas uma pessoa tivesse a chance De testemunhar o que aconteceu comigo

And I danced and I pranced and I sang with them All had death in their eyes Lifeless figures they were undead all of them They had ascended from hell

E eu dancei e eu pulei e eu cantei com eles Todos tinham a morte em seus olhos Figuras sem vida eles foram mortos-vivos todos eles Eles haviam subido do inferno

As I danced with the death My free spirit was laughing and howling down at me Below my undead body just danced the circle of death

Enquanto eu dançava com a morte Meu espírito livre estava rindo e uivando para mim Abaixo o meu corpo morto-vivo apenas dançava o círculo da morte

Until the time came to reunite us both My spirit came back down to me I didn't know if I was alive or dead As the others all joined in with me

Até chegar a hora de nos reunir Meu espírito voltou para mim Eu não sabia se estava vivo ou morto Como os outros, todos se juntaram comigo

By luck then a skirmish started And took the attention away from me When they took their gaze from me Was the moment that I fled

Por sorte, em seguida, uma escaramuça começou E tomou a atenção para longe de mim Quando eles levaram o seu olhar de mim Foi o momento em que eu fugi

I ran like hell faster than the wind But behind I did not glance One thing that I did not dare Was to look just straight ahead

Corri como o inferno mais rápido do que o vento Mas, para trás eu não olhei Uma coisa que eu não ousava Era olhar apenas para a frente

When you know that your time has come around You know you'll be prepared for it Say your last goodbyes to everyone Drink and say a prayed for it

Quando você sabe que sua hora chegou Você sabe que vai estar preparado para isso Diga seu último adeus a todos Beba e diga uma oração por isto

When you're lying in your sleep, when you're lying in your bed

Quando você está deitado em seu sono, quando você está deitado em sua cama

And you wake from your dreams to go dancing with the death When you're lying in your sleep, when you're lying in your bed And you wake from your dreams to go dancing with the death

E você acorda de seus sonhos para ir dançar com a morte Quando você está deitado em seu sono, quando você está deitado em sua cama E você acorda de seus sonhos para ir dançar com a morte

To this day I guess I'll never know Just why they left me go But I'll never go dancing no more Until I dance with the death

Desde este dia eu acho que nunca saberei Por que eles apenas me deixaram ir Mas eu nunca vou dançar, não mais Até eu dançar com a morte

(6/11) Gates Of Tomorrow (5:12)

Portões do Amanhã

Weaving a thread round your heart and your soul Decieving your eyes and delaying your goal Ships in the night when they pass out of sight Deliver their cargo of eartly delights To the women and the children the souls of the dead I've opened their book and no mercy is shed

Tecendo uma teia ao redor de seu coração e sua alma Enganando seus olhos e atrasando seu objetivo Navios na noite quando eles passam fora da visão Entregam sua carga de deleites terrenos Às mulheres e crianças às almas dos mortos Eu abri seu livro e não há piedade

You want forgiveness and you want it cheap I don't give redemption rewards for the meek Suffering evil when you pay the price of fame There isn't a god to save you if you don't save yourself You can't blame a madman if you go insane Give me the strength so I carry on

Você quer perdão e você quer barato Eu não dou libertação recompensa para os humildes Sofrimento quando você paga o preço da fama Não há um deus para salvá-lo se você não salvar a si mesmo Você não pode culpar um homem louco se você enlouquecer Dê-me forças para que eu continue

Trapped in the web but I cut the threads Show you the gates of tomorrow Trapped in the web no mercy is shed Show you the gates of tomorrow Trapped in the web slaves to the dead Show you the gates of tomorrow Trapped in the web but I cut the threads Show you the gates of tomorrow

Preso na teia mas eu corto os fios Mostro-lhe os portões do amanhã Preso na teia não há piedade Mostro-lhe os portões do amanhã Presos na teia, escravos para os mortos Mostram-lhe os portões do amanhã Preso na teia mas eu corto os fios Mostro-lhe os portões do amanhã

Suffering evil when you pay the price of fame There isn't a god to save you if you don't save yourself You can't blame a madman if you go insane Give me the strength so I carry on

Sofrimento quando você paga o preço da fama Não há um deus para salvá-lo se você não salvar a si mesmo Você não pode culpar um homem louco se você enlouquecer Dê-me forças para que eu continue

Trapped in the web but I cut the threads Show you the gates of tomorrow Trapped in the web slaves to the dead Show you the gates of tomorrow Trapped in the web no mercy is shed

Preso na teia mas eu corto os fios Mostro-lhe os portões do amanhã Presos na teia, escravos para os mortos Mostro-lhe os portões do amanhã Preso na teia não há piedade

Show you the gates of tomorrow Trapped in the web but I cut the threads Show you the gates of tomorrow

Mostram-lhe os portões do amanhã Preso na teia mas eu corto os fios Mostro-lhe os portões do amanhã

(7/11) New Frontier (5:04)

Nova Fronteira

Bleeding you dry from the start The sum of my parts To give it away New life in a day Some new Frankenstein Damned for all time

Sangrando você seca desde o começo A soma de minhas partes Para desperdiçar Uma nova vida em um dia Algum novo Frankenstein Amaldiçoado por todo o tempo

Cursed by the angel who fell Who saves me from hell? And who is my god? And where is my soul? Too tired to jump too young to run

Amaldiçoado pelo anjo que caiu Quem me salvará do inferno? E quem é meu deus? E onde está minha alma? Cansado demais para pular jovem demais para correr

Neverending forever searching Chasing dreams, the dreams of my heart Always seeking always asking Questions right from the start

Procurando para sempre Caçando sonhos, os sonhos do meu coração Sempre procurando, sempre perguntando Perguntas desde o começo

Out beyond the new frontier Playing god without mercy without fear Create a beast made a man without a soul Is it worth the risk a war of god and man? Is it worth the risk a war of god and man?

De além da nova fronteira Brincando de deus sem piedade e sem medo Criou uma besta, fez um homem sem alma Vale a pena o risco De uma guerra entre deus e homem? Vale a pena o risco De uma guerra entre deus e homem?

I want to end my life now, but I don't know how Recycled again a lifetime of pain The spawn of a man The devil has planned

Eu quero terminar minha vida agora, Mas eu não sei como Reciclar novamente uma vida inteira de dor Uma criação de um homem O demônio planejou

Neverending forever searching Chasing dreams, the dreams of my heart Always seeking always asking Questions right from the start

Procurando para sempre Caçando sonhos, os sonhos do meu coração Sempre procurando, sempre perguntando Perguntas desde o começo

Out beyond the new frontier Playing god without mercy without fear Create a beast made a man without a soul Is it worth the risk a war of god and man? Is it worth the risk a war of god and man?

De além da nova fronteira Brincando de deus sem piedade e sem medo Criou uma besta, fez um homem sem alma Vale a pena o risco De uma guerra entre deus e homem? Vale a pena o risco De uma guerra entre deus e homem?

(8/11) Paschendale (8:28)

Paschendale

In a foreign field he lay Lonely soldier unkown grave On his dying words he prays Tell the world of Paschendale

Em um campo estrangeiro ele se deita Soldado solitário, túmulo desconhecido Em suas palavras agonizantes ele pede Conte ao mundo sobre Paschendale

Relive all that he's been through Last communioun of his soul Rust your bullets with his tears Let me tell you 'bout his years

Relembra de tudo pelo que passou A última conversa com sua alma Enferrujou suas balas com suas lágrimas Deixe-me contar sobre seus anos

Laying low in a blood filled trench Killing time 'til my very own death On my face I can feel the falling rain Never see my friends again

Agachado numa trincheira cheia de sangue Matando tempo até minha própria morte Em meu rosto eu sinto a chuva que cai Nunca mais verei meus amigos

In the smoke in the mud and lead Smell the fear and the feeling of dread Soon be time to go over the wall Rapid fire and the end of us all

Na fumaça, na lama e chumbo Sinta o cheiro do medo E o sentimento de pavor Em breve será a hora de ir além da parede Fogo rápido e o fim de todos nós

Whistles, shouts and more gun fire Lifeless bodies hang on barbed wire Battlefield nothing but a bloody tomb Be reunited with my dead friends soon

Apitos, gritos e mais tiros Corpos sem vida Pendurados em arame farpado O campo de batalha não é nada mais Que uma tumba ensanguentada Me unirei a meus amigos mortos em breve

Many soldiers eighteen years Drown in mud no more tears Surely a war no-one can win Killing time about to begin

Muitos soldados de dezoito anos Afogados na lama sem mais lágrimas Certamente uma guerra Que ninguém pode vencer A hora de matar está prestes a começar

Home, far away From the war, a chance to live again Home, far away But the war, no chance to live again

Lar, distante Da guerra, uma chance de viver novamente Lar, distante Mas a guerra, Nenhuma chance de viver novamente

The bodies of ours and our foes The sea of death it overflows In no man's land god only knows Into jaws of death we go

Os corpos dos nossos e de nossos inimigos O mar da morte transborda Na terra de ninguém só deus sabe Para as mandíbulas da morte nós vamos

Crucified as if on a cross Allied troops they mourn their loss German war propaganda machine Such before has never been seen

Crucificados como se em uma cruz As tropas aliadas lamentam suas perdas Máquina da propaganda de guerra alemã Como antes jamais vista

Swear I heard the angels cry Pray to god no more may die So that people know the truth Tell the tale of Paschendale

Juro que ouvi o lamento dos anjos Rezo a deus para que ninguém mais morra Assim as pessoas saberão a verdade Conta a historia de Paschendale

Cruelty has a human heart Everyman does play his part Terror of the men we kill The human heart is hungry still

A crueldade tem um coração humano Todos os homens fazem seu papel Terror dos homens que matamos O coração humano ainda está faminto

I stand my ground for the very last time Gun is ready as I stand in line Nervous wait for the whistle to blow Rush of blood and over we go

Eu protejo meu território pela última vez Arma pronta eu permaneço em formação Espera nervosa pelo sopro do apito Sangue correndo e lá vamos nós

Blood is falling like the rain It's crimson cloak unveils again The sound of guns can't hide their shame And so we die on Paschendale

O sangue cai como a chuva Sua capa vermelha revela-se novamente O som das armas Não pode esconder sua vergonha E então nós morremos em Paschendale

Dodging shrapnel and barbed wire Running straight at the cannon fire Running blind as I hold my breath Say a prayer symphony of death

Esquivando de estilhaços e arame farpado Correndo na direção dos tiros do canhão Correndo cegamente Enquanto prendo a respiração Digo uma oração, sinfonia da morte

As we charge the enemy lines A burst of fire and we go down I choke a cry but no-one hears Fell the blood go down my throat

Enquanto atacamos as linhas inimigas Um estouro de tiros e então caímos Dou um grito abafado mas ninguém ouve Sinto o sangue descer por minha garganta

Home, far away From the war, a chance to live again Home, far away But the war, no chance to live again

Lar, distante Da guerra, uma chance de viver novamente Lar, distante Mas a guerra, Nenhuma chance de viver novamente

See my spirit on the wind Across the lines beyond the hill Friend and foe will meet again Those who died at Paschendale

Vejo meu espírito no vento Através das linhas além da colina Amigo e inimigo se encontrarão novamente Aqueles que morreram em Paschendale

(9/11) Face In The Sand (6:31)

Rosto Na Areia

Everybody's waiting for something to happen Everybody's waiting for something to see Lunatics waiting for bigger disasters Everyone's waiting for news on TV

Todos estão esperando que algo aconteça Todos estão esperando por algo para ver Lunáticos esperando por desastres maiores Todos estão esperando por notícias na TV

Winding lives at the end of the spiral Waiting dictators with their next big thrill Everyone's looking but no one is listening Everybody wants to be in at the kill

Vidas tortuosas no final da espiral Esperando ditadores com sua próxima grande emoção Todos estão olhando mas ninguém está escutando Todos querem participar da matança

I wait for the signs, they tell me true I see the signs of the end of time

Eu espero pelos sinais, eles dizem-me a verdade Eu vejo os sinais do fim dos tempos

Everyone's searching but nothing's revealing Everyone's looking for the reason why Everyone's hoping for life everafter Everyone's looking at death from the sky

Todos estão procurando mas nada é revelado Todos estão procurando pelas razões Todos têm esperança na vida eterna Todos estão olhando para a morte do céu

Everyone's nightmares are going to happen Everybody's ripping the mask from their eyes Everyone's praying but no one's believing Everyone's heroes tell everyone's lies

Os pesadelos de todos irão se realizar Todos estão rasgando as máscaras de seus olhos Todos estão rezando mas ninguém está acreditando Os heróis de todos dizem mentiras a todos

I wait for the signs, they tell me true I see the signs of the end of time

Eu espero pelos sinais, eles dizem-me a verdade Eu vejo os sinais do fim dos tempos

So I watch and I wait And I pray for an awnser An end to the strife and the world's misery But the end never came And we're digging the graves And we're loading the guns for the kill

Então eu observo e eu espero E eu rezo por uma resposta Um fim para a discussão e para a miséria do mundo Mas o fim nunca veio E estamos cavando os túmulos E estamos carregando as armas para a matança

Can the end be at hand? Is the face in the sand? Future memory of our tragedy

O fim pode estar à mão? É o rosto na areia? Lembrança futura de nossa tragédia

Can the end be at hand? Is the face in the sand? Future memory of our tragedy

O fim pode estar à mão? É o rosto na areia? Lembrança futura de nossa tragédia

(10/11) Age Of Innocence (6:10)

Idade da Inocência

I can't be compromising in my thoughts no more I can't prevent the times my anger fills my heart I can't be sympathizing with a new lost cause I feel I've lost my patience with the world and all

Eu não posso me comprometer mais com meus pensamentos Eu não posso evitar os tempos minha raiva preenche meu coração Eu não posso simpatizar Com uma nova causa perdida Eu sinto que perdi minha paciência com o mundo e tudo mais

And all the politicians and their hollow promises And all the lies, deciet and shame that goes with it The working man pays everything for their mistakes And with his life too if there was to be a war

E todos os políticos e suas promessas vazias E todas as mentiras, enganações e vergonha que vêm com elas O homem trabalhador paga pelos erros deles E também com sua vida se acontecer uma guerra

So we can only get one chance can we take it And we only got one life can't exchange it Can we hold on to what we have don't replace it The age of innocence is fading like an old dream

Então nós só temos uma chance, podemos aceitá-la? E nós só temos uma vida, não podemos trocá-la Podemos nos agarrar ao que temos e que não substituímos? A idade da inocência está desaparecendo como um velho sonho

A life of petty crime gets punished with a holiday The victims' mind are scarred for life most everyday Assailants know just how much further that can go They know the laws are soft conviction chances low

Uma vida de crimes insignificantes é punida com um feriado A mente da vítima é traumatizada por toda a vida quase todos os dias Assaltantes sabem exatamente o quão mais longe isso pode ir Eles sabem que as leis são flexíveis são poucas as chances de culpabilidade

So we can only get one chance can we take it And we only got one life can't exchange it Can we hold on to what we have don't replace it The age of innocence is fading like an old dream

Então nós só temos uma chance, podemos aceitá-la? E nós só temos uma vida, não podemos trocá-la Podemos nos agarrar ao que temos e que não substituímos? A idade da inocência está desaparecendo como um velho sonho

You can't protect yourselves even in your own home For fear of vigilante cries the victims wipe their eyes So now the criminal they launch right in our face Judical system lets them do it, a disgrace

Vocês não podem se proteger nem mesmo em suas próprias casas Pelo medo do choro dos vigilantes as vítimas enxugam seus olhos Então agora os criminosos são lançados bem na nossa cara O sistema judicial os deixa fazer isto, uma desgraça

Despondent public worries where it will all end We can't protect ourselves our kids from the crime trend We cannot even warn each other of evil in our midst They have more rights than us, you cannot call that just

Preocupações públicas desesperadas, onde tudo isso vai acabar Nós não podemos nos proteger nossos filhos da tendência do crime Não podemos nem avisar uns aos outros do mal em nosso meio Eles têm mais direitos que nós você não pode chamar isto de justo

So we can only get one chance can we take it And we only got one life can't exchange it Can we hold on to what we have don't replace it The age of innocence is fading like an old dream

Então nós só temos uma chance, podemos aceitá-la? E nós só temos uma vida, não podemos trocá-la Podemos nos agarra ao que temos e que não substituímos? A idade da inocência está desaparecendo como um velho sonho

The age of innocence is fading like an old dream

A idade da inocência está desaparecendo como um velho sonho

(11/11) Journeyman (7:06)

Viajante

From the red sky of the east To the sunset in the west We have cheated death And he has cheated us

Do céu vermelho do leste Ao por do sol no oeste Nós enganamos a morte E ela nos enganou

But that was just a dream And this is what it means We are sleeping and we'll dream for evermore And the fragment remains of our memories And the shadows remain with our hands Deep grey, came to mourn All the colours of the dawn Will this Journeymans day be his last?

Mas aquilo era apenas um sonho E isto é o que significa Nós estamos dormindo e nós sonharemos para sempre E os fragmentos que restam de nossas lembranças E as sombras permanecem em nossas mãos Cinza profundo, veio lamentar Todas as cores do nascer do sol Será este o último dia do viajante?

I know what I want I'll say what I want And no one can take it away I know what I want I'll say what I want And no one can take it away

Eu sei o que eu quero E eu digo o que eu quero E ninguém pode tirar isto de mim Eu sei o que eu quero E eu digo o que eu quero E ninguém pode tirar isto de mim

But the memory still remains All the past years not so stange Our winter times are like a silent shroud And the heartbeat of the day Drives the mist away And winter's not the only dream around

Mas a lembrança ainda permanece Os anos passados não são tão estranhos Nossos invernos são como uma mortalha silenciosa E a as primeiras horas de um dia Leva a névoa embora E o inverno não é o único sonho ao redor

In your life you may choose desolation And the shadows you build with your hands If you turn to the light That is burning in the night Then the Journeyman's day has begun

Em sua vida você pode escolher desolação E as sombras que você cria com suas mãos Se você se virar para a luz Que está queimando na noite Então o dia do viajante começou

I know what I want And I say what I want And no one can take it away I know what I want. And I say what I want And no one can take it away

Eu sei o que eu quero E eu digo o que eu quero E ninguém pode tirar isto de mim Eu sei o que eu quero E eu digo o que eu quero E ninguém pode tirar isto de mim

In your life you may choose desolation And the shadows you build with your hands If you turn to the light That is burning in the night Then the Journeyman's day has begun

Em sua vida você pode escolher desolação E as sombras que você cria com suas mãos Se você se virar para a luz Que está queimando na noite Então o dia do viajante começou

I know what I want And I'll say what I want And no one can take it away I know what I want And I'll say what I want And no one can take it away

Eu sei que quero E eu digo o que eu quero E ninguém pode tirar isto de mim Eu sei o que eu quero E eu digo o que eu quero E ninguém pode tirar isto de mim

MONTSÉGUR: fala sobre um castelo de mesmo nome localizado na França, que teria sido dos cátaros, membros de uma seita considerada herege no século XIII. O Castelo de Montségur localiza-se na comuna de Montségur, no Departamento do Ariège, na região do Midi-Pyrénées, na

França, no topo da montanha, a 1.207 metros acima do nível do mar, em posição dominante sobre a vila. O castelo foi atacado e destruído pela inquisição, e os cátaros que não renunciaram à sua fé, queimados em fogueiras. Lendas em torno da história dizem que alguns cátaros teriam escapado com um tesouro e especula-se que o Santo Graal faria parte dele. A trilogia "Busca do Graal", de Bernard Cornwell, composta por "O Arqueiro", "O Andarilho" e "O Herege" se baseia em parte nesta lenda, sendo o castelo de Montségur citado no último livro. É resultado do inspirado Bruce após uma viagem ao sul da França, onde ficou sabendo das histórias sobre o lugar e colocou neste som. Montségur fica apenas alguns quilômetros da Espanha e quase 800km de Paris. Os cátaros, povo que viveu no Sul da França (Languedoc) nos séculos X e XI, eram cristãos que pensavam diferente da igreja católica, a quem eles chamavam de "A Igreja dos Lobos", e tinham crenças diferentes dela, logo, FOGO santo neles! E ainda falam do “Lú”.... PASCHENDALE: descreve as ações de um soldado que lutou na batalha de Paschendale, também conhecida como “A Terceira Batalha de Ypres”, uma das maiores da Primeira Guerra Mundial. Neste conflito contra o exército alemão lutaram os exércitos canadense e britânico, além do ANZAC, grupo de tropas da Austrália a Nova Zelândia. O conflito se deu pelo controle da vila de Paschendale (conhecida como Passchendaele naquele tempo), perto da cidade de Ypres, na província de Flandres, Bélgica. O controle da região romperia a linha de defesa alemã, abrindo caminho à costa belga, onde estavam instaladas bases de submarinos alemães. O solo nos arredores de Paschendale era composto por pântanos, encharcados durante todo o ano, independentemente do clima. O ataque aéreo lançado pelos bombardeiros ingleses, com a finalidade de destruir as barricadas e metralhadoras alemãs, danificou ainda mais o terreno, e em conjunto com as chuvas de agosto, formaram grandes “lagos” de lama líquida, onde muitos tanques afundaram e muitos soldados se afogaram. Em seis de novembro de 1917, após três meses de luta, o exército canadense finalmente tomou Paschendale, encerrando o conflito. E é neste ponto que se encontra o soldado ao início da música, ferido mortalmente no campo de batalha. A melodia divide-se em três momentos principais: - a “calmaria” dentro da batalha, quando o soldado está entrincheirado ou escondido, esperando para entrar em ação (correr para uma outra trincheira ou atacar um ponto estratégico, por exemplo), caracterizado por uma sequência de riffs pesados, embora lentos; - a ação em si, onde a velocidade da música aumenta e o tom vocal torna-se mais; e - o momento em que o soldado se lembra de sua casa, seu lar, quando a música assume um ritmo mais cadenciado (a característica “cavalgada”) durante o refrão. Caído no campo de batalha, em seu leito de morte, o soldado começa a lembrar o que se passou. In a foreign field he lays, Lonely soldier, unknown grave On his dying words he prays Tell the world of Paschendale

Fortes acordes são tocados, como se flashes da batalha passassem pela mente do soldado. As primeiras e calmas notas são tocadas novamente em seguida: Relive all that he‟s been through Last communion of his soul Rust your bullets with his tears Let me tell you ‟bout his years Após a repetição dos fortes acordes, a música engrena, e riffs pesados, porém lentos, são tocados (primeiro momento) enquanto o soldado passa a descrever em flashback a situação em que se encontrava: Laying low in a blood filled trench Killing time ‟til my very own death On my face I can feel the falling rain Never see my friends again In the smoke in the mud and lead Smell the fear and the feeling of dread Soon be time to go over the wall Rapid fire and the end of us all Agachado em uma trincheira, com sangue e lama por todos os lados, a chuva cae, e o cheiro de chumbo e de morte está por toda parte. Ele aguarda o momento certo para a ofensiva, e sabe que em breve irá se expor, arriscar a vida, em busca do objetivo. Nada mais lhe resta além de aceitar o fato de que já está morto. A música parte para o segundo momento, descrito anteriormente: Whistles, shouts and more gun fire Lifeless bodies hang on barbed wire Battlefield nothing but a bloody tomb Be reunited with my dead friends soon Many soldiers eighteen years Drown in mud no more tears Surely a war no one can win Killing time about to begin A letra fala de “apitos, gritos e mais tiros”, o que caracteriza o comando para que os soldados entrem em ação, ou seja, a indicação de um superior, aos gritos e sopros de apitos, e o chamado covering fire, ou seja, os tiros de “cobertura” disparados pelos que ficaram na trincheira. O soldado se depara com os companheiros que não conseguiram passar com vida por este trecho do campo de batalha (a chamada “No Man‟s Land”, ou “Terra de Ninguém”). Há corpos pendurados nas cercas de arame farpado, além de soldados afogados na lama. Sua esperança se vai, e ele entende que em uma guerra não há vencedores. Pensa em sua casa, e em como queria ter outra chance de viver. Vem o refrão (terceiro momento): Home, far away From the war, a chance to live again Home, far away But the war, no chance to live again Uma ponte para a estrofe seguinte, constatando o grande número de mortes da batalha:

The bodies of ours and our foes The sea of death it overflows In no man‟s land god only knows Into jaws of death we go O segundo momento é executado novamente, demonstrando o desespero do soldado ao desejar que ninguém mais morra: Crucified as if on a cross Allied troops they mourn their loss German war propaganda machine Such before has never been seen Swear I heard the angels cry Pray to god no more may die So that people know the truth Tell the tale of Paschendale É mostrado o lado religioso do ser humano, uma vez que o soldado pensa ter ouvido anjos chorarem e reza para que não haja mais mortes. A história existe para que os erros do passado não sejam repetidos pelas futuras gerações, e é isto que ele pensa agora, desejando também que todos conheçam e contem a história de Paschendale. Após um interlúdio, a melodia retorna ao primeiro momento. A letra fala da crueldade humana, não satisfeita com o sofrimento e o terror dos combatentes inimigos. Cada homem cumpre seu papel na cruel realidade da guerra: Cruelty has a human heart Every man does play his part Terror of the men we kill The human heart is hungry still I stand my ground for the very last time Gun is ready as I stand in line Nervous wait for the whistle to blow Rush of blood and over we go Entra o solo de Dave Murray, e em seguida o de Adrian Smith. O soldado se posiciona, mantém seu posto pela última vez. Descreve a sensação de estar alinhado com os companheiros, com a arma na mão, nervoso, à espera de um comando de seu superior para atacar. O sangue jorra como a chuva, e nem o som dos disparos das armas é alto o suficiente para encobrir a vergonha que os combatentes sentem. Blood is falling like the rain It‟s crimson cloak unveils again The sound of guns can‟t hide their shame And so we die on Paschendale Entra o solo de Janick Gers. O comando é dado, e eles partem para seu último ataque (segundo momento da melodia): Dodging shrapnel and barbed wire Running straight at the cannon fire Running blind as I hold my breath Say a prayer symphony of death

As we charge the enemy lines A burst of fire and we go down I choke a cry but no one hears Fell the blood go down my throat O soldado descreve um ataque praticamente suicida: eles avançam contra as linhas inimigas, correndo e segurando a respiração, desviando de cercas de arame farpado de encontro ao fogo adversário. Um disparo do canhão, e todos caem. O lamento sufocado do soldado não pode ser ouvido por ninguém, enquanto este sente o sangue descendo pela garganta. Ele pensa em sua casa, distante, enquanto percebe sua vida se esvair: Home, far away From the war, a chance to live again Home, far away But the war, no chance to live again De volta ao cenário inicial, o soldado caído no campo de batalha finalmente dá seu último suspiro. Seu espírito e o de seus companheiros se vão com o vento, sem importar-se com as linhas inimigas. Inimigos e aliados se encontrarão novamente, na outra vida. See my spirit on the wind Across the lines beyond the hill Friend and foe will meet again Those who died at Paschendale Cerca de 250 mil homens dos exércitos aliados morreram na Batalha de Paschendale, e houve praticamente o mesmo número de baixas do lado alemão.

WILDEST DREAMS: fala sobre reorganizar a vida, deixar o passado para trás e realizar os sonhos mais selvagens. RAINMAKER: não fala sobre filme ou livro algum, fala novamente sobre a vida, faz uma metáfora com a chuva que cai no deserto e rapidamente faz com que as plantas cresçam, mudando o estado do local em pouco tempo. Só não se sabe quem é o personagem que é capaz de "fazer chuva"! Rainmaking (fazer chuva) é um ritual adotado por alguns povos para invocar a chuva. Os mais conhecidos são os índios do sudoeste dos EUA (Novo México, Arizona). Nas épocas secas (por volta de agosto), homens e mulheres se reúnem para a dança. Eles colocam uma roupa especial, adereços na cabeça e joias (como a turquesa, que representa a chuva) só para este momento. A dança é tipo um ziguezague em direção circular. Se funciona? Nem vou responder... NO MORE LIES: Steve Harris novamente fala sobre a possibilidade da vida após a morte. Neste álbum do Maiden, no encarte, há uma descrição sobre cada faixa, com citações dos próprios membros da banda. Vou traduzir o que o Harris fala desta música: "Pensar sobre a morte é algo que passa pela cabeça de todo mundo em algum ponto da vida. Eu acho que a ideia do que vem depois (da vida), quer você creia em vida pós morte ou não, nos traz muitas ideias e emoções diferentes. Algumas pessoas admitem ficar com medo da ideia de morrerem, enquanto outras não se incomodam. É que nem ter medo do escuro, é algo que muitas pessoas relatam, mas nunca admitem, e provavelmente este seja o porquê de ser uma

música tão popular. As pessoas assustadas e intrigadas pelo desconhecido e isto é algo muito forte. Novamente, talvez é só algo que está mais na minha cabeça do que na dos outros". DANCE OF DEATH: inspirada no filme “The Seventh Seal” (1.958), do sueco Ingmar Bergman (1.918 – 2.007). O filme fala sobre um homem que joga xadrez com a morte durante a época da peste negra (black death) na Europa (1347 - 1352DC). O quadro Dance of Death aparece sendo pintado quando o personagem principal entra na igreja. No fim do filme, uma cena de artistas que fugiram da morte retrata a dança da morte (Danse Macabre). O quadro é uma alegoria sobre a universalidade da morte. Não importa qual nosso estado atual na vida (ou o que estamos fazendo, tipo, dançando), a morte nos une. A peste negra (peste bubônica) é uma doença causada pela bactéria Yersínia pestis, transmitida por roedores, normalmente ratos. Ela pode matar em até 48 horas. Os sintomas de peste bubônica são: aumento dos linfonodos, que deixavam a pele enegrecida nas axilas, virilhas ou pescoço; febre alta; intolerância à luz; apatia; tremores pelo corpo; vertigens; cefaléia; cansaço; aumento da frequência cardíaca e tosse inicialmente seca e depois com sangue. Morreram mais de 25 milhões de pessoas de peste na Europa naquela época! “Dança da Morte” ou “Dança Macabra”, refere-se a uma pintura chamada “A morte de Lubeck”, feita por Bernt Notke, mostrando 24 seres humanos de todas as classes sociais (do Papa ao camponês), dançando com a morte, sutilmente representada por esqueletos. A pintura tinha 30 metros de comprimento, composta por imagens e textos, sendo destruída durante a 2° Guerra Mundial, e era apenas uma cópia da medieval original de 1463. A pintura apresenta a morte animada e ágil, realmente dançando, e seus parceiros desajeitados e passivos. GATES OF TOMORROW: fala sobre... hummm... complicado dizer sobre o que ela fala. No encarte do álbum, a banda se reserva o direito de não falar sobre o que se trata a música, deixando para os fãs essa tarefa. Há quem diga que ele fala sobre a internet ("Trapped in the web"), há quem diga que fala sobre religião ("There isn't a god to save you if you don't save yourself"). Explicitamente a faixa fala sobre estar preso nos fios e cortá-los para mostrar-lhe os portões do amanhã. NEW FRONTIER: fala sobre uma preocupação de Nicko: clonagem. Para ele é errado o ser humano brincar de Deus, "Playing god without mercy without fear", e só Deus teria o direito de criar um ser humano porque só Ele consegue nos dar uma alma. A clonagem é um processo de reprodução assexuada, ou seja, sem troca de gametas, onde se obtém a produção de indivíduos geneticamente iguais a partir de uma célula-mãe. Lembram que a ovelha Dolly morreu em 2003? Isso provavelmente fez Nicko levantar a discussão sobre o assunto nesta música. FACE IN THE SAND: fala sobre a inércia da massa de pessoas do mundo, esperando que as coisas se resolvam sozinhas, vendo os desastres acontecerem e não fazendo nada para evitá-los. AGE OF THE INNOCENCE: é um protesto contra o governo britânico no que diz respeito à criminalidade. É o mesmo tipo de reclamação que temos no Brasil: governantes não cumprem suas promessas, o sistema judiciário é ineficiente, ineficaz e injusto, os bandidos sabem que nada (ou pouco) lhes acontecerá se forem pegos, que não estamos seguros nem em nossas casas e que os bandidos tem mais direitos que as pessoas "normais". Ou seja, o problema não é só aqui ou nos EUA! JOURNEYMAN: é uma das mais bonitas músicas da banda, sobre as reflexões de um cara em sua jornada pela vida. Falei muito, hein?! (texto de: Ricardo Heavyrick, [2])

2006

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.

Different World These Colours Don't Run Brighter Than a Thousand… The Pilgrim The Longest Day Out of the Shadows The Reincarnation of Benj… For the Greater Good of God Lord of Light The Legacy

Smith, Harris Dickinson Dickinson, Harris Harris Dickinson Dickinson Harris Harris Dickinson Harris

4:17 6:52 8:44 5:07 7:48 5:36 7:21 9:24 7:23 9:22

“A Matter Of Life And Death” definitivamente não é um álbum fácil de ser ouvido. Para alguém acostumado à raiva de um “Killers” ou à velocidade de um “Powerslave” então, a coisa torna-se mais difícil ainda. Mesmo levando-se em conta o que se poderia considerar como alguns deslizes, ao ouvir essa obra duas, três, seis, vinte vezes, o indivíduo vai percebendo, a cada nova audição, uma nuance diferente, um detalhe não percebido antes em determinada parte da música, que fazem desse o melhor trabalho do Maiden em anos. Trata-se de um disco com peso, porém cadenciado e que, apesar das influências claras de rock progressivo, está longe de poder ser chamado de „prog metal‟. Na verdade, a banda parece, enfim, ter atingido algo que sempre buscou, conseguir unir o seu heavy metal clássico ao som levado adiante por alguns de seus maiores ídolos e que serviram de influência durante toda a sua trajetória. Só que, ao contrário do que tal afirmação poderia dar a entender, o sexteto capitaneado por Steve Harris não pegou leve e concebeu um dos trabalhos mais pesados de sua carreira. As características clássicas do Iron Maiden estão lá. Guitarras dobradas, riffs e linhas de baixo cavalgadas, mudanças de tempo. Também estão presentes coisas que se tornaram motivo de reclamação de vários fãs e detratores da banda, como as introduções lentas, com dedilhados conduzidos sobre uma linha de baixo, além dos refrões repetidos várias vezes. Entretanto, ainda que as dez músicas seguissem essa padronização, não é isso que faz uma canção boa ou ruim. “Hallowed Be Thy Name” é uma das maiores músicas da história do heavy metal e segue uma linha de introdução bem parecida com a supracitada. “Wrathchild”, “Running Free” e até “Run To The Hills” são clássicos absolutos da banda onde o refrão também é repetido várias vezes. Outra coisa que pode incomodar alguns fãs é o andamento mais lento que o Maiden imprime às suas canções mais recentes, mas também não é isso que tira o brilho de “A Matter Of Life And Death”. A história começa com “Different World”, a faixa mais curta do álbum e também a de mais fácil assimilação à primeira ouvida, onde o Maiden mostra que bebeu na fonte do lendário Thin Lizzy. Além de um belo dueto de guitarras e um ótimo solo de Adrian Smith, o que chama atenção na música é justamente algo pelo qual ela foi muito criticada, que é a linha vocal adotada por Bruce Dickinson, que apesar de atingir tons bem altos no refrão, como de costume, destaca-se mais pela melodia vocal diferente e interessante, em tons mais baixos, que faz na ponte antes do refrão. “These Colours Don‟t Run” flerta um pouco com o hard rock e possui um refrão daqueles a ser cantado em uníssono pelos fãs, além de um trabalho muito bem feito com os teclados. Steve Harris espanca as cordas de seu baixo e os dois solos da música são bem executados. O senão fica pelo coro antes da última passagem pelo refrão, que dessa vez poderia ter sido dispensado, pois não consegue o mesmo efeito de uma “Heaven Can Wait”, por exemplo.

A seguir somos brindados com uma das melhores composições do Maiden nos últimos tempos. “Brighter Than A Thousand Suns” se destaca pela introdução, pela letra, pelo riff pesadíssimo, pelos vocais inspirados de Bruce Dickinson, pelo andamento totalmente diferente do habitual para o Maiden, pelas mudanças de tempo, pelos solos muitíssimo bem encaixados no clima da música, pela excepcional exploração dos teclados, pela bateria de Nicko McBrain, que entrega nessa música o seu melhor trabalho com as baquetas em muitos anos. Já em “The Pilgrim” vemos um ensaio de retorno às origens, uma canção repleta de guitarras melódicas, um refrão bem „feliz‟ para os padrões do Maiden, e Bruce mais uma vez arrebentando nos vocais. Canção simples, nada de espetacular, mas bem legal. A canção seguinte, “The Longest Day” passa, com a introdução, o clima perfeito para o que está sendo cantado, com sua letra sobre o desembarque das tropas aliadas na Normandia durante a Segunda Guerra Mundial. Aliás, se tem algo que o Maiden faz como poucos é conseguir criar uma sonoridade em sintonia absoluta com a história que está sendo contada na letra. Logo explode num som pra levantar qualquer estádio e num refrão que, embora repetitivo, não chega a cansar. E, por falar em repetitivo, tenho que dizer que Bruce Dickinson consegue, de novo, uma performance acima da média. É algo impressionante o que ele faz com sua voz até hoje. Mas o melhor da música são suas passagens instrumentais na segunda metade, onde consegue ao mesmo tempo soar extremamente pesada e com toques de progressivo. A sexta faixa, “Out Of The Shadows” começa com uma introdução pesada, que deságua numa balada com potencial radiofônico, apesar de soar um pouco progressiva, e um bonito refrão, mas, aqui sim, desnecessariamente repetitivo. Só que o que dá a maior beleza da música não é nem o vocal e nem o solo principal, levado com muita competência por Adrian Smith. É justamente a discreta melodia de guitarra que Dave Murray conduz por baixo dos vocais durante o refrão. É algo tocado com um sentimento que impressiona. “The Reincarnation Of Benjamin Breeg”, a primeira música que se conheceu desse trabalho, a despeito do que se falou de negativo sobre ela, é uma das boas composições do álbum, justamente por sua simplicidade. A introdução lenta e longa, algo, como já dito, sempre criticado por alguns fãs e detratores da Donzela, pode até soar cansativa, mas cria um clima especial, que vai de encontro à letra e que é a deixa perfeita para o riff seco que entra na sequência. E Mr. Air Raid Siren (ele, mais uma vez) dá um show de interpretação e de capacidade técnica, cantando em tons que vão crescendo, até atingir níveis bem altos. A levada é bem interessante e Dave Murray entrega mais um solo excelente. Boa música. Ao se ouvir “For The Greater Good Of God”, tem-se logo a lembrança do álbum “The X Factor” e a música tem várias partes que remetem a “Sign Of The Cross”. Só que aqui a grandeza da composição é maior, as melodias são mais belas, o tom de lamentação em várias passagens do vocal cai como uma luva na interação com a letra e com o instrumental que, aliás, é responsável nessa música por alguns dos melhores momentos de “A Matter Of Life And Death”. O refrão é repetido à exaustão, mas não chega a comprometer a música. Uma epopéia. Excelente canção e candidata a clássico, embora não tenha nada de original. Eis que aparece “Lord Of Light”, uma pérola discretamente colocada mais para o final do CD. Com seu início também influenciado por algo de progressivo, desemboca num riff matador, seguido pela música mais veloz, em termos de andamento, do álbum, que consegue um resultado final absurdamente eficiente. E é nessa canção que Bruce tem o seu melhor momento no disco. Na verdade, Dickinson não se destaca apenas pelas notas que consegue atingir mas, sobretudo, por sua capacidade de variar tons, de criar um clima baseado no que diz a letra e na beleza de sua voz. A faixa de encerramento, “The Legacy”, é também a música mais original do álbum e talvez da carreira da banda. O Maiden jamais fez algo sequer parecido com essa canção. Com suas

influências de música celta, a bela introdução com violões, os experimentalismos no vocal, as passagens que em alguns momentos lembram Led Zeppelin e em outros lembram Black Sabbath, mas que sempre trazem aquela coisa que faz o indivíduo ouvir e saber que é Iron Maiden, é um fechamento digno para um grande trabalho. A produção desse álbum é bem melhor que a de seu antecessor, “Dance Of Death”, provavelmente o melhor trabalho de Kevin Shirley com o Maiden. Mas ainda há como melhorar, principalmente a sonoridade das guitarras. Guitarras que conseguiram chegar ao seu melhor entrosamento desde o início dessa formação. Ainda não dá pra saber qual será a posição de “A Matter Of Life And Death” no contexto histórico do Iron Maiden. É um álbum que, quanto mais o tempo passa, parece ir ficando melhor. Um disco que apresenta uma grande homogeneidade entre as canções, e que mostra que a Donzela ainda tem muita lenha pra queimar. [1]

(1/10) Different World (4:17)

Mundo Diferente

You lead me on the path Keep showing me the way I feel a little lost A little strange today

Você me guia pelo caminho Continua me mostrando a trilha Eu me sinto um pouco perdido Um pouco estranho hoje

I think I'll take ahold Of whatever comes my way Then we'll see what happens Take it day by day

Eu acho que eu me agarrarei A tudo que vier em meu caminho Então veremos o que acontece Dia após dia

I thought I had it all I had it all worked out Just what the future held That there would be no doubt

Eu pensei que tinha tudo Eu tive tudo funcionando Exatamente como o futuro era e ali não haveria duvidas

But then the card came up And I took another turn But I don't know what is Fulfillment that I yearn

Mas então a ficha caiu Eu tomei uma nova rodada Mas eu não sei se é para sempre que eu corro Satisfação que eu anseio

Tell me what you can hear And then tell me what you see Everybody has a different way to view the world I would like you to know when you see the simple things To appreciate this life it's not too late to learn

Diga-me o que você pode ouvir E me diga o que você vê Todos possuem um modo diferente de ver o mundo Eu gostaria que você soubesse que quando você vê as coisas mais simples A apreciar a vida, não é tão tarde para aprender

Don't wanna be here Somewhere I'd rather be But when I get there I'm afraid it's not for me

Não quero estar aqui Algum lugar em que eu preferisse estar mas quando eu lá chego Eu temo que não seja para mim

Tell me what you can hear And then tell me what you see

Diga-me o que você pode ouvir E me diga o que você vê

Everybody has a different way to view the world I would like you to know when you see the simple things To appreciate this life, it's not too late to learn

Todos possuem um modo diferente de ver o mundo Eu gostaria que você soubesse que quando você vê as coisas mais simples Apreciar a vida, não é tão tarde para aprender

Tell me what you can hear And then tell me what you see Everybody has a different way to view the world I would like you to know when you see the simple things To appreciate this life, it's not too late to learn

Diga-me o que você pode ouvir E me diga o que você vê Todos possuem um modo diferente de ver o mundo Eu gostaria que você soubesse que quando você vê as coisas mais simples Apreciar a vida, não é tão tarde para aprender

Don't wanna be here Somewhere I'd rather be But when I get there I'm afraid it's not for me

Não quero estar aqui Algum lugar em que eu preferisse estar mas quando eu lá chego Eu temo que não seja para mim

Don't know what I want Or where I want to be Feeling more confused The more the days go by

Não sei o que eu quero Ou aonde eu quero estar Me sentindo cada vez mais confuso Quanto mais os dias passam

(2/10) These Colours Don't Run (6:52)

Essas Cores Não Fogem

It's the same in every country When you say you're leaving Left behind the loved ones Waiting silent in the hall Where you're going lies adventure Others only dream of Red and green light this is real And so you go to war

É a mesma coisa em todos os países Quando você diz que está partindo Você deixa para trás aqueles que ama Esperando em silêncio no salão Para onde você vai, aventura vai encontrar Outros apenas sonham Na luz verde e vermelha, isto é real E assim você parte para a guerra

For the passion, for the glory For the memories, for the money You're a soldier, for your country what's the difference, all the same

Pela paixão, pela glória Pelas lembranças, pelo dinheiro Você é um soldado de seu país E qual é a diferença? são todos iguais

Far away from the land of our birth We fly a flag in some foreign earth We sailed away like our father before These colours don't run from cold bloody war

Bem distante da sua terra natal Nós asteamos uma bandeira em uma terra estrangeira Nós navegamos para longe igual ao que nosso pai fez Estas cores não fogem desta fria e sangrenta guerra

There is no one that will save you Going down in flames No surrender certain death you You look in the eye On the shores of tyranny you Crashed a human wave Paying for my freedom with your

Não existe ninguém para te salvar Se afundando em chamas Não se renda à morte certa Você olha nos olhos Nas orlas da tirania você se amaça junto a onda humana Pago pela minha liberdade com um

lonely unmarked graves

solitário não-identificado túmulo

For the passion, for the glory For the memories, for the money You're a soldier, for your country what's the difference, all the same

Pela paixão, pela glória Pelas lembranças, pelo dinheiro Você é um soldado de seu país E qual é a diferença? são todos iguais

Far away from the land of our birth We fly a flag in some foreign earth We sailed away like our father before These colours don't run from cold bloody war

Bem distante da sua terra natal Nós asteamos uma bandeira em uma terra estrangeira Nós navegamos para longe igual ao que nosso pai fez Estas cores não fogem esta fria e sangrenta guerra

(3/10) Brighter Than A Thousand Suns (8:44)

Mais Brilhante do Que Mil Sóis

We are not the sons of god We are not his chosen people now We have crossed the path he trod We will feel the pain of his beginning

Nós não somos os filhos de Deus Nós não somos mais os seus escolhidos agora Nós atravessamos o caminho que ele pisou Nós sentiremos a dor de sua criação

Shadow fingers rise above iron fingers stab the desert sky Oh behold the power of man On it's tower, ready for the fall

Dedos sombrios se erguem Dedos de ferro golpeiam o céu deserto Oh! Admire o poder do homem Na sua torre, prontos para a queda

knocking heads together well Raise a city, build a living hell Join the race to suicide Listen for the tolling of the bell

Trocando bem ideias Erga uma cidade, construa um inferno vivo Una-se à corrida para o suicídio Ouvindo o badalar dos sinos

Out of the universe A strange love is born Unholy union Trinity reformed

Fora do universo Um estranho amor nasce União profana Trindade reformada

Yellow sun its evil twin In the black the wings deliver him We will split our soul's within Atom seed to nuclear dust is riven

Sol amarelo de seu gêmeo perverso Na escuridão as asas o entregam Nós dividiremos a alma que nos habita Semente atômica é dividida em poeira nuclear.

Out of the universe A strange love is born Unholy union Trinity reformed

Fora do universo Um estranho amor nasce União profana Trindade reformada

Out of the darkness, brighter than a thousand suns … Bury your morals And bury your dead Bury your head in the sand E=mc squared you can relate

Fora das trevas, mais brilhante do que mil sóis ... Enterre sua moral E enterre seus mortos Enterre sua cabeça na areia E=mc² você pode relacionar

How we made god with our hands

Como criamos Deus com nossas mãos

Whatever would Robert have said to his god about how we made war with the sun E=MC squared you can relate how we made god with our hands

O que quer que robert tenha dito a seu Deus Sobre como ele fez a guerra com o sol E=mc², você pode relacionar Como criamos Deus com nossas mãos

All nations are rising Through acid veils of love and hate Chain letters of Satan, uncertainty leads us all to this All nations are rising, through avid veils of love and hate cold fusion and fury

Todas as nações se erguem Através de véus ácidos de amor e ódio Correntes de satan Incerteza nos levou a isto Todas as nações se erguem Através de véus ácidos de amor e ódio Fusão a frio e fúria

Divide and conquer while ye may Others preach and others fall and pray In the bunkers where we'll die Where the executioners they lie

Divida e conquiste enquanto você pode Alguns pregam e outros caem e rezam No abrigo em que morreremos Onde os executores mentem

Bombers launch with no recall Minutes warning of the missile fall Take a look at your last sky Guessing you won't have the time to cry

Bombardeiros lançam sem pedidos de abortar Minutos alertando a queda do míssil Olhe pela última vez o céu Provavelmente não terá tempo de chorar

Out of the universe A strange love is born Unholy union Trinity reformed

Fora do universo Um estranho amor nasce União profana Trindade reformada

Out of the darkness Out of the darkness Out of the darkness brighter than a thousand suns … Holy Father we have sinned

Fora das trevas Fora das trevas Fora das trevas, mais brilhante do que mil sóis ... Pai sagrado nós pecamos

(4/10) The Pilgrim (5:07)

O Peregrino

The keys to death and hell The ailing kingdom doomed to fail The bonds of sin and heart will break The pilgrims course will take

As chaves para a morte e para o inferno O reino da aflição condenado a falhar Os elos do pecado e do coração irão se romper O curso dos peregrinos iremos seguir

Quelling the devils might And ready for eternal fight Aching limbs and fainting soul Holy battles take their toll

Colocando um fim no poder do demônio E se preparando para a luta eterna Membros doloridos e almas indistintas Batalhas sagradas tem o seu preço

Liberty and hope divine Changing the water into wine So to you we bid farewell Kingdom of heaven to hell

Liberdade e esperança divinas Tornando água em vinho Então de você nós nos despedimos Reino do paraíso para o inferno

Spirit holy life eternal

Santo espírito, vida eterna

Raise me up take me home Pilgrim sunrise pagan sunset Onward journey begun

Eleva-me, leve-me para casa O nascer-do-sol do peregrino, o por-do-sol do pagão A jornada para diante começou

To courage find and gracious will Deliver good from ill Clean the water clean our guilt With us do what you will

Para encontrar coragem e vontade graciosa Libertar o bem do mal Limpar a água, a nossa culpa Faça conosco o que quiser

Then will my judge appear Bear no false angel that I hear For only then I will confess To my eternal hell

Então irá o meu juiz aparecer Não suporto o falso anjo que escuto Pois somente então eu irei me confessar para Par meu eterno inferno

Now give us our holy sign Changing the water into wine So to you we bid farewell Kingdom of heaven to hell

Agora nos dê nosso sinal sagrado Tornando a água em vinho Então de você nós nos despedimos Reino do paraíso para o inferno

Spirit holy life eternal Raise me up take me home Pilgrim sunrise pagan sunset Onward journey begun

Santo espírito, vida eterna Eleva-me, leve-me para casa O nascer-do-sol do peregrino, o por-do-sol do pagão A jornada para diante começou

(5/10) The Longest Day (7:48)

O Mais Longo Dia

In the gloom the gathering storm abates In the ships gimlet eyes await The call to arms to hammer at the gates To blow them wide throw evil to its fate

Nas trevas a tempestade que se forma diminui de intensidade Nos barcos olhos perfurantes aguardam Um chamado às armas para derrubar todos os portões Para explodi-los e jogar o mal a seu próprio destino

All summers long the drills to build the machine To turn men from flesh and blood to steel From paper soldiers to bodies on the beach From summer sands to armageddon's reach

Todos almejam a ferramenta para construir a maquina Para tornarem homens de carne e sangue em aço Soldados de papel em corpos sob a praia Areias de verão no apocalipse

Overlord, your master not your god The enemy coast dawning grey with scud These wretched souls puking, shaking fear To take a bullet for those who sent them here

O seu superior é seu mestre, não o seu deus A praia inimiga amanhece cinza e enevoada Estas infelizes almas vomitam, se tremem de medo Para ser baleado por aqueles que os enviaram aqui

The world's alight the cliffs erupt in flames No escape remorseless shrapnel rains Drowning men no chance for a warrior's fate A choking death enter hell's gates

O mundo está aceso as ravinas explodem em chamas Não há escapatória granadas chovem sem remorso Homens se afogam sem chance para um destino de guerreiro Uma morte sufocante adentre os portões do inferno

Sliding we go only fear on our side To the edge of the wire And we rush with the tide Oh the water is red With the blood of the dead But I'm still alive, pray to God I survive

Escorregando nós seguimos apenas medo há ao nosso lado Até o limiar dos cabos E nós nos atiramos junto a maré Oh, a água se torna vermelha, Com o sangue dos mortos Mas ainda estou vivo, rezo a deus para sobreviver

How long on this longest day 'Til we finally make it through How long on this longest day 'Til we finally make it through

Quanto tempo neste mais longo dia Até que finalmente sobrevivamos à isto Quanto tempo neste mais longo dia Até que finalmente sobrevivamos à isto

The rising dead, faces bloated torn They are relieved the living wait their turn Your number's up the bullet's got your name You still go on to hell and back again

Os mortos aumentam, com seus rostos inchados Eles já foram consolados os vivos esperam por sua vez O seu numero foi escolhido a bala tem o seu nome escrito nela Você ainda segue adiante indo e voltando do inferno

Valhalla waits, valkyries rise and fall The warrior tombs lie open for us all A ghostly hand reaches through the veil Blood and sand, we will prevail

Valhalla aguarda, valquirias sobem e caem A tumba do guerreiro se encontra aberta para nós Uma mão fantasmagórica alcança através do véu Sangue e areia, nós iremos prevalecer

Sliding we go only fear on our side To the edge of the wire And we rush with the tide Oh the water is red With the blood of the dead But I'm still alive, pray to God I survive

Escorregando nós seguimos apenas medo há ao nosso lado Até o limiar dos cabos E nós nos atiramos junto a maré Oh, a água se torna vermelha, Com o sangue dos mortos Mas ainda estou vivo, rezo a deus para sobreviver

How long on this longest day 'Til we finally make it through How long on this longest day 'Til we finally make it through

Quanto tempo neste mais longo dia Até que finalmente sobrevivamos à isto Quanto tempo neste mais longo dia Até que finalmente sobrevivamos à isto

How long on this longest day 'Til we finally make it through How long on this longest day 'Til we finally make it through

Quanto tempo neste mais longo dia Até que finalmente sobrevivamos à isto Quanto tempo neste mais longo dia Até que finalmente sobrevivamos à isto

(6/10) Out Of The Shadows (5:36)

Fora Das Sombras

Hold a halo round the world Golden is the day Princes of the universe Your burden is the way So there is no better time Who will be born today A gypsy child at day break

Segure uma auréola em volta do mundo Dourado é o dia Príncipes do universo Os seus fardos são o caminho Portanto não há melhor momento Quem irá nascer hoje? Uma criança cigana ao romper do dia

A king for a day

Rei por um dia

Out of the shadows and into the sun Dreams of the past as the old ways are done Oh there is beauty and surely there is pain But we must endure it to live again

Vindo das sombras em direção ao sol Sonhos do passado enquanto as antigas maneiras se findam Oh, há beleza e certamente há dor Mas nós devemos suportar isso para viver novamente

Dusty dream in fading daylight Flicker on the walls Nothing new, your life's a drift What purpose to it all? Eyes are closed and death is calling Reaching out his hand Call upon the starlight to surround you

Sonho empoeirado sob a luz do dia que se desbota Tremulam nas paredes Nada de novo, sua vida é uma deriva Qual o propósito de isto tudo? Olhos fechados e a morte está chamando Estendendo suas mãos Clame para a luz estelar te circundar

Out of the shadows and into the sun Dreams of the past as the old ways are done Oh there is beauty and surely there is pain But we must endure it to live again

Fora das sombras em direção ao sol Sonhos do passado como se faziam antigamente Oh, há beleza e certamente há dor Mas nós devemos suportar isso para viver novamente

Out of the shadows and into the sun Dreams of the past as the old ways are done Oh there is beauty and surely there is pain But we must endure it to live again

Vindo das sombras em direção ao sol Sonhos do passado enquanto as antigas maneiras se findam Oh, há beleza e certamente há dor Mas nós devemos suportar isso para viver novamente

Out of the shadows and into the sun Dreams of the past as the old ways are done Oh there is beauty and surely there is pain But we must endure it to live again

Vindo das sombras em direção ao sol Sonhos do passado enquanto as antigas maneiras se findam Oh, há beleza e certamente há dor Mas nós devemos suportar isso para viver novamente

Out of the shadows and into the sun Dreams of the past as the old ways are done Oh there is beauty and surely there is pain But we must endure it to live again

Vindo das sombras em direção ao sol Sonhos do passado enquanto as antigas maneiras se findam Oh, há beleza e certamente há dor Mas nós devemos suportar isso para viver novamente

A man who cast no shadows has no soul

Um homem que não emite sombra não possui alma

(7/10) The Reincarnation Of Benjamin Breeg (7:21) Let me tell you about my life Let me tell you about my dreams Let me tell you about the things that happened Always real to me

A Reencarnação de Benjamin Breeg Deixe eu te contar sobre minha vida Deixe eu te contar sobre meus sonhos Deixe eu te contar sobre coisas que aconteceram Tudo é tão real para mim

Let me tell you of my hope Of my need to reach the sky Let me take you on an awkward journey Let me tell you why Let me tell you why

Deixe eu contar sobre a minha esperança Sobre minha necessidade de alcançar o céu Me deixe te levar em uma desgraciosa jornada Me deixe te dizer o porque Me deixe te dizer o porque

Why should these curses be laid upon me I won't be forgiven 'til I can break free What did I do to deserve all this guilt? Pay for my sins for the sale of my soul Demons are trapped all inside of my head My hopes are gone reach for Heaven from Hell

Porque estas maldições tiveram que ser impostas sobre mim? Eu não serei perdoado até eu poder me libertar O que fiz para merecer toda esta culpa? Eu pago pelos meus pecados com a venda da minha alma Demônios estão presos dentro da minha cabeça Minhas esperanças se foram eu tento alcançar o Paraíso do Inferno

My sins are many My guilt is too heavy The pressure of knowing of hiding what I know I'm able to see things Things I don't want to see The lives of a thousand souls Weigh Heaven down on me

Meus pecados são muitos, minha culpa é pesada demais A pressão de saber, de esconder o que eu sei Sou capaz de ver coisas, coisas que não quero ver As vidas de milhares de almas pesam sobre mim

I know they're crying for help reaching out The burden of them will take me down as well The sin of a thousand souls not died in vain Reincarnate still in me live again

Sei que eles clamam por ajuda e tentam me alcançar O fardo deles irá me levar para baixo também O pecado de milhares de almas não morreram em vão Reencarnação minha, viver novamente

Someone to save me Something to save me from myself To bring salvation, to exorcise this Hell

Alguém para me salvar Algo para me salvar de mim mesmo Para trazer salvação, para exorcisar esse inferno

Someone to save me Something to save me from my Hell A destination, away from this nightmare

Alguém para me salvar Algo para me salvar do meu inferno Um destino, fora deste pesadelo

Someone to save me Something to save me from myself To bring salvation, to exorcise this Hell

Alguém para me salvar Algo para me salvar de mim mesmo Para trazer salvação, para exorcisar esse inferno

(8/10) For The Greater Good Of God (9:24) Are you a man of peace Or man of holy war Too many sides to you Don't know which anymore So many full of life But also filled with pain Don't know just how many Will live to breathe again

Pelo Bem Maior de Deus Será você um homem de paz Ou o homem da guerra santa? Há muitos lados para se escolher Não sei mais qual deles tomar Tantas pessoas cheias de vida Mas também cheias de dor Não sei quantos irão Viver e respirar novamente

A life that's made to breath desctruction or defense A mind that's vain corruption Bad or good intent A wolf in sheep's clothing Or saintly or sinner Or some that would believe A holy war winner

Uma vida que foi feita para ser vivida Destruição ou auto-proteção? Uma mente que se envaidece na corrupção Com boas ou más intenções Um lobo em pele de cordeiro Um santo ou pecador? Ou alguém acreditaria que haveria um vencedor nesta guerra santa?

They fire off many shots and many parting blows Their actions beyond a reasoning Only god would know And as He lies in heaven Or it could be in hell I feel he's somewhere here Or looking from below But I don't know, I don't know

Eles disparam tantos tiros e fazem tantos ataques As atitudes deles estão além da compreensão Somente Deus compreenderia E enquanto Ele se encontra no céu Ou seria no inferno? Eu sinto que ele está aqui em algum lugar Ou olhando lá de baixo Mas eu não sei, eu não sei

Please tell me now what life is Please tell me now what love is Well tell me now what war is Again tell me what life is

Por favor me diga agora o que é a vida Por favor me diga agora o que é o amor Ora, me diga agora o que é a guerra De novo, me diga o que é a vida

More pain and misery in the history of mankind Sometimes it seems more like the blind leading the blind It brings upon us more famine, death and war You know religion has a lot to answer for

Mais dor e miséria na história da humanidade As vezes mais parece que o cego lidera os demais Isso nos traz mais fome, morte e guerra Você sabe que a religião tem muito o que responder

Please tell me now what life is Please tell me now what love is Well tell me now what war is Again tell me what life is

Por favor me diga agora o que é a vida Por favor me diga agora o que é o amor Ora, me diga agora o que é a guerra De novo, me diga o que é a vida

And as they search to find the bodies in the sand They find its ashes that are Scattered across the land And as the spirits seem to whistle in the wind A shot is fired somewhere another war begins

E enquanto eles procuram pelos corpos enterrados na areia Eles encontram suas cinzas espalhadas pela terra E enquanto seus espíritos tentam inutilmente se comunicarem conosco Um tiro é disparado em algum lugar e outra guerra se inicia

And all because of it you'd think That we would learn But still the body count the city fires burn Somewhere there's someone dying In a foreign land Meanwhile the world is crying stupidity of man Tell me why, tell me why

E mesmo com tudo isso, você pensou Que nós iriamos aprender alguma coisa Mas a contagem de corpos continua, com a cidade em chamas Em algum lugar há alguém morrendo Em terra estrangeira Enquanto isso o mundo chora a estupidez do homem Me diga porque, me diga porque...

Please tell me now what life is Please tell me now what love is Well tell me now what war is Again tell me what life is

Por favor me diga agora o que é a vida Por favor me diga agora o que é o amor Ora, me diga agora o que é a guerra De novo, me diga o que é a vida

Please tell me now what life is Please tell me now what love is Well tell me now what war is Again tell me what life is

Por favor me diga agora o que é a vida Por favor me diga agora o que é o amor Ora, me diga agora o que é a guerra De novo, me diga o que é a vida

For the greater good of god

Pelo bem maior de Deus

Please tell me now what life is Please tell me now what love is Well tell me now what war is Again tell me what life is

Por favor me diga agora o que é a vida Por favor me diga agora o que é o amor Ora, me diga agora o que é a guerra De novo, me diga o que é a vida

Please tell me now what life is Please tell me now what love is Well tell me now what war is Again tell me what life is

Por favor me diga agora o que é a vida Por favor me diga agora o que é o amor Ora, me diga agora o que é a guerra De novo, me diga o que é a vida

For the greater good of god

Pelo bem maior de Deus

He gave his life for us he fell upon the cross To die for all of those who never mourn His loss It wasn't meant for us to feel the pain again Tell my why, tell me why

Ele deu sua vida por nós, ele caiu perante a cruz Para morrer por todos aqueles que nunca lamentaram sua perda Não era para estarmos sentindo esta dor novamente Me diga o por que, me diga o porque

(9/10) Lord Of Light (7:23)

O Senhor da Luz

There are secrets that you keep There are secrets that you keep There are secrets that you tell to me alone I can't reach things i can't see You don't see this strange world quite the same as me Don't deny me what i am Nothing hidden still you fail to see the truth These are things you can't reveal These are things you can't reveal

Existem segredos que você guarda Existem segredos que você guarda Existem segredos que você diz para mim sozinho Não posso alcançar coisas que não consigo ver Você não enxerga este estranho mundo Da mesma maneira que eu Não me negue o que eu sou Nada há escondido ainda assim você falha em ver a verdade Estas são coisas que você não pode revelar Estas são coisas que você não pode revelar

We are part of some strange plan Why the slaughter of the brotherhood of man Infernal sacrifice of hell Fire breathing lead the way Mounds of bodies as they all burn into one Revenge is living in the past

Somos parte do mesmo estranho plano Porque esta chacina da irmandade dos homens? Sacrifício infernal das profundezas Fogo conduz o trajeto Montes de corpos enquanto todos queimam Vingança é viver no passado

Time to look into a new millennium

Hora de olhar para um novo milênio

Spiral path leads through the maze Down into the fiery underworld below Fire breathing lead the way Lucifer was just an angel led astray

Caminho espiral que guia através do labirinto Lá embaixo no submundo Fogo conduz o trajeto Lúcifer foi apenas um anjo que se afastou do caminho

Free your soul and let it fly Give your life to the Lord of Light Keep your secrets and rain on me All i see are mysteries

Liberte sua alma e deixe-a voar Dê sua vida para o Senhor da Luz Guarde seus segredos e que chova sobre mim Tudo que vejo são mistérios

Free your soul and let it fly Give your life to the Lord of Light Keep your secrets and rain on me All i see are mysteries

Liberte sua alma e deixe-a voar Dê sua vida para o Senhor da Luz Guarde seus segredos e que chova sobre mim Tudo que vejo são mistérios

We are not worthy in your black and blazing eyes We gather demons in the mirror every day The bridge of darkness casts a shadow on us all And all our sins to you we give this day

Não somos dignos de seus negros E chamuscantes olhos Nós reunimos demônios no espelho todos os dias A ponte da escuridão lança sua Sombra sobre nós todos E todos os nossos pecados damos a você neste dia

Others wait their turn their lives were meant to last Use yours wisely as the light is fading fast Free your soul and let it fly Mine was caught i couldn't try Time returns again to punish all of us

Os outros esperam a vez deles A vida deles foi destinada a durar Use a sua vida sabiamente enquanto a luz se apaga rapido Liberte sua alma e a deixe voar A minha foi presa, eu não pude tentar O tempo retrocede novamente para punir todos

We are cast out by our bloody fatheres hand We are strangers in this lonely promised land We are the shadows of the one unholy ghost In our nightmare world the only one we trust

Fomos expulsos pela mão sangrenta de nosso pai Somos forasteiros nesta solitária terra prometida Somos as sombras do fantasma profano Em nosso mundo de pesadelos o único em que confiamos

Free your soul and let it fly Give your life to the Lord of Light Keep your secrets and rain on me All i see are mysteries

Liberte sua alma e deixe-a voar Dê sua vida para o senhor da luz Guarde seus segredos e que chova sobre mim Tudo que vejo são mistérios

Free your soul and let it fly Give your life to the Lord of Light Keep your secrets and rain on me All i see are mysteries

Liberte sua alma e deixe-a voar Dê sua vida para o Senhor da Luz Guarde seus segredos e que chova sobre mim Tudo que vejo são mistérios

(10/10) The Legacy (9:22)

O Legado

Tell you a thing That you ought to know Two minutes of your time

Te direi uma coisa Que você já deveria saber Dois minutos do seu tempo

Then on you go

E então você pode seguir seu rumo

Tell tale of the men All dressed in black That most of them Not coming back

Direi o conto dos homens Todos vestidos em preto A maioria deles Não irá retornar

Sent off to war To play little games And on their return Can't name no names

Enviados para a guerra Para brincar com pequenos jogos E ao retorno deles Não podem nomear nome algum

Some strange yellow gas Has played with their minds Has reddened their eyes Removed all the lies

Algum estranho gás amarelo Brincou com suas mentes Ela tornou vermelho seus olhos Removeu todas as mentiras

And strange as it souns Death knows no bounds How many get well? Only time will tell

E mesmo que isso soe estranho A morte não conhece fronteiras Quantos deles irão ficar bem? Apenas o tempo dirá

You lie in your death bed now But what did you bring to the table? Brought us only holy sin Utter trust is a deadly thing

Você mente em seu leito de morte agora Mas o que você trouxe para a mesa? Nos trouxe apenas pecados santos Confiança absoluta é algo mortal

To the prayer of holy peace We didn't know what was lying underneath So how could we be such fools And to think we tought you the answer

Até a prece da santa paz Nós não sabíamos o que se encontrava por debaixo Como pudemos ter sido tão tolos E pensar que nós te ensinamos a resposta

I can't begin to understand in all the lies But on your death bed I can see it in your eyes Just as clear as all the sweat upon your brow It really makes sense I can see it clearly now

Posso não começar a entender todas as mentiras Mas no seu leito de morte eu posso ver isto em seus olhos Tão claro quanto o suor em sua testa Isto realmente faz sentido eu posso ver isto claramente agora

Tangled up in a web of lies Could have been away to prophesise Unaware of the consequence Not aware of the secrets that you kept

Emaranhado em uma teia de mentiras Poderia ter me distanciado para profetizar Não ciente das consequências Não ciente dos segredos que você guardava

Nothing that we could believe To reveal the facade of faceless men Not a thing that we could foresee Not a sign that would tell us the outcome

Nada que pudéssemos acreditar Para revelar a fachada do homem sem rosto Nada que pudéssemos prever Nenhum sinal que nos diria o resultado

You had us all strung out with Promises of peace

Você nos manteve debilitados com Promessas de paz

But all along your cover plan was to deceive Can it put to rights now? Only time will tell Your prophecies will send us all to hell as well

Mas desde o começo seu plano era nos enganar Poderemos concertar isso agora? Apenas o tempo dirá Suas profecias irão nos enviar para o inferno do mesmo jeito

Left to all our golden sons All to pick up on the peace You could have given all of them A little chance at least

Deixado para todos os nossos filhos dourados Todos para recolherem a paz Você poderia ter dado a todos eles Uma pequena chance pelo menos

Take the world to a better place Given them all just a little hope Just think what a legacy You know will leave

Leve o mundo a um lugar melhor Dê a eles todos um pouco de esperança Apenas pense em qual legado Você irá transmitir

We seem destined to live in fear And some that would say armageddon is near But while there's a life or there's hope That man won't self destruct

Nós parecemos destinados a viver com medo Alguns diriam que o apocalipse está próximo Mas aonde há a vida há a esperança De que o homem não irá se auto destruir

Why can't we treat our fellow men With more respect and a shake of their hands But anger and loathing is rife The death on all side is Becoming a way of life

Porque não podemos tratar nossos companheiros Com mais respeito e um aperto de mãos? Mas ódio e repulsa prevalecem A morte está ao lado de todos e Tornando-se um modo de vida

We live in a uncertain world Fear understanding and ignorance Is leading to death Only the corpses are left For voltures that pray on their bones

Vivemos num mundo de incerteza Medo, conhecimento e ignorância Conduzindo até a morte Apenas corpos restaram Para aqueles abutres rezarem sobre seus ossos

But some are just not wanting peace Their whole life is death and misery The only thing that they know Fight fire with fire, life is cheap

Mas alguns simplesmente não querem a paz A vida inteira deles é morte e miséria A única coisa que eles sabem É enfrentar fogo com fogo, a vida é supérflua

But if they do stop to think That man is teetering right on the brink But do you think that they care? They benefit from death and pain and despair

Mas se eles parassem para pensar Que o homem está cambaleando direto pro abismo Mas você acha que eles se importam? Eles lucram com a morte, a dor e o desespero

DIFFERENT WORLD: fala sobre modos diferentes de se ver a vida, como muitas vezes tudo parece estar nos trilhos, e de repente, muda. Este álbum trata muito sobre guerra, e aqui ele fala sobre aproveitar a vida antes que seja tarde. E deve ser bem essa a cabeça de um soldado na guerra, o drama de ter a morte a sua volta o tempo todo, sem saber quando tudo pode acabar.

THESE COLOURS DON'T RUN: fala sobre um soldado que vai para guerra.

Num trecho, menciona meio romanticamente quais as motivações de se ir para a guerra e defender seu país: a paixão, a glória, memórias, dinheiro. Voltemos nossas mentes para o contexto da Segunda Guerra Mundial, a Era Atômica, com

BRIGHTER THAN A THOUSAND SUNS: em agosto de 1939, os físicos húngaros Léo Szilárd e Eugene Wigner enviaram uma carta (famosa por ser assinada por Einstein) ao presidente dos EUA, Roosevelt, informando que os alemães estavam pesquisando sobre reações nucleares, e que estas poderiam ser usadas como bombas que causariam grande destruição. Buummmm! Os EUA começam a investir em pesquisas para conseguir a tal bomba antes dos alemães. Em junho de 1942, é iniciado o Projeto Manhattan, liderado pelo coronel James C. Marshall e na parte técnica, pelo físico-teórico J. Robert Oppenheimer. Várias bases foram construídas ao longo dos EUA e algumas no Canadá. Por convenção, a Era Atômica inicia após a detonação da primeira bomba atômica (a “Trinity”) em 16 de julho de 1945, em Jornada del Muerto, Novo México - EUA. Para se ter ideia, tinha força de 20kt de TNT, ou seja, 20.000 toneladas de TNT! Dá pra fazer um belo estrago em Brasília... Em 1945 a Alemanha já havia sido derrotada, e os estadunidenses já haviam se consolidado nas ilhas do pacífico, onde bateram o Japão em várias batalhas, como Midway, Guadalcanal e outras. Só que o Japão não estava nem um pouco disposto a se entregar, os caras iam lutar até o último homem, lembrando que foi nesta guerra que começaram os ataques suicidas por terra, água e pelo ar, com os conhecidos kamikazes. Tecnicamente os EUA não precisavam mais lutar contra os japoneses, mas pelo jeito eles também não iam cessar os ataques até que o Japão se rendesse, o que como já disse, não ia acontecer. A Solução final dos estadunidenses foi, em 6 de agosto de 1945, atirar a bomba Little Man (13kt) na cidade de Hiroshima, matando cerca de 70 mil e ferindo a mesma quantidade. E 3 dias depois, a bomba Fat Man (25kt) atinge a cidade de Nagazaki, matando mais de 75 mil pessoas e ferindo outras 20 mil. Como o tempo estava ruim, o piloto errou o alvo, a bomba caiu num vale ao lado da cidade...

THE PILGRIM: refere-se aos peregrinos, que são os colonos ingleses que foram para a região da Nova Inglaterra, onde hoje fica Massachusetts, transportados pela navio Mayflower em 1.620. Devido a conflitos com a igreja anglicana, os colonos, que eram protestantes puritanos, decidiram vir para a América e começar uma nova vida. Nesta nova vida, massacraram alguns índios, como é natural com qualquer colonizador. Inclusive, o tal dia de ação de graças é praticamente a celebração de um dia de caçada aos índios bem sucedida, não tem muito a ver com aquelas historinhas que contam de índios e colonos compartilhando um belo almoço, que é celebrada até hoje!

THE LONGEST DAY: fala sobre o Dia D, que é conhecido como o maior invasão marinha já conhecida na face do planeta Terra. No dia 06 de junho de 1944, os Aliados (EUA, Inglaterra, Canadá, Austrália, França, URSS) invadiram a praia da Normandia na França, que estava sob domínio da Alemanha de Hitler. Este ataque foi determinante para a vitória dos aliados no front oeste, uma vez que os russos já haviam vencido os alemães na batalha de Stalingrado.

OUT OF SHADOWS: é mais um som que fala do sentido da vida.

THE REINCARNATION OF BENJAMIN BREEG: fala sobre um personagem fictício que os caras da banda criaram, talvez por pura ação de marketing. Tem algumas coisas interessantes, como por exemplo, Benjamin Breeg nasceu dia 3 de setembro de 1939, que foi o dia em que a Inglaterra declarou guerra à Alemanha nazista, e o ano de lançamento do filme “The Man of the Iron Mask” (O Homem da Máscara de Ferro), nome que inspirou o nome da banda

FOR THE GREATER GOOD OF GOD: tem a letra do cristão Harris questionando Deus sobre o porquê de tanto sofrimento, o porquê da guerra, morte, fome e se Jesus teria livrado a Terra do mal enquanto na cruz pagou pelos pecados. LORD OF LIGHT: = “Lú”, “tinhoso” ou “Cão Sarnento Chupador de Manga”, etc. Parece que a banda encontra na faixa o culpado pelas questões da música anterior: o ser humano. A letra aponta o ser humano como aquele que vai atrás do mal, se entrega ao mal, tirando a face vilanesca de Lúcifer, que se torna apenas um acolhedor das almas que se oferecem a ele. Lúcifer, inclusive, tem grande similaridade com outra criatura da mitologia grega: Prometheus. Ambos desafiaram os deuses levando conhecimento ou fogo aos humanos, e ambos foram punidos pelos deuses.

THE LEGACY: conta a história de um soldado que foi para a guerra e está descascando toda sua raiva em cima dos líderes: aqueles FDP‟s que arrumam uma guerra e mandam os outros lutarem, enquanto os bonitões ficam lá, numa boa, ganhando grana, tomando champagne e tratando soldados como se fossem números, não gente. (texto de: Ricardo Heavyrick, [2])

2010

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The Final Frontier El Dorado Mother of Mercy Coming Home The Alchemist Isle of Avalon Starblind The Talisman The Man Who Would Be King When the Wild Wind Blows

Smith, Harris Smith, Harris, Dickinson Smith, Harris Smith, Harris, Dickinson Gers, Harris, Dickinson Smith, Harris Smith, Harris, Dickinson Gers, Harris Murray, Harris Harris

8:40 6:49 5:20 5:52 4:29 9:06 7:48 9:03 8:28 10:59

A grosso modo, pode-se dizer que este disco do MAIDEN dá continuidade aquilo que a banda vem fazendo desde “Brave New World”, quando Bruce Dickinson retomou ao posto de vocalista. Ou seja, músicas muitas vezes longas demais, ritmos cadenciados e uma fórmula que já está mais do que manjada. Aquela velha estrutura de começar de forma calma, muitas vezes com um batido riff de baixo, e depois ir numa crescente até se tornar uma música de Heavy Metal propriamente dita. Porém, resumir “The Final Frontier” somente a isso seria injusto. Independente da aparente falta de criatividade da banda nos últimos anos, o novo disco possui alguns lampejos de inovação e, algumas vezes, mesmo nas fórmulas batidas, consegue demonstrar talento e empolgar. Já em outras não tem o mesmo êxito. Logo na primeira faixa “Satellite 15... The Final Frontier”, podemos perceber algumas nuances de rock progressivo na parte inicial, com um instrumental diferenciado e um vocal que também foge, e muito, do costumeiro. Depois dos quatro minutos (ela tem mais de oito), ela desemboca num hard/heavy vigoroso, terreno conhecido do grupo, que se não é novidade, é muito bem feito e garante lugar de destaque no disco. A música seguinte, “El Dorado”, é pesada na medida certa. Possui um baixo potente e boas linhas vocais. Se os últimos discos da banda tivessem mais músicas desse naipe, mais metalizadas e menos pomposas, obteriam resultados melhores. Outro caso que comprova essa tese é a faixa “The Alchemist”. A canção mais curta do disco tem boa velocidade e vai direto ao ponto, sendo certeira em soar como um autêntico Heavy Metal. “Mother of Mercy” e “Coming Home” lembram bastante o trabalho da banda no disco “A Matter of Life and Death”. Tanto na velha fórmula, lento-rápido, como no próprio clima criado pelas músicas. Se não são músicas ruins, também estão longe de serem das melhores. Aqui acabamos a seção de músicas com menos de sete minutos de duração. Das 10 faixas, seis passam dos oito minutos. O que, você deve concordar, é um exagero. Ainda mais se lembrarmos que em grandes clássicos da banda, como “The Number of the Beast” (1982), “Piece of Mind” (1983) e “Powerslave” (1984), a média de duração não passa de cinco minutos. Daí pra frente é aquela receita: começo lento, vocal baixo, que depois ganha corpo e peso, começa a reinar nas composições. Mas, independente do script ser o mesmo, é necessário notar que cada música se diferencia da outra. Afinal, cada uma tem seus riffs, solos, linha vocal, melodia e letra. Por exemplo, “Isle of Avalon”, é bastante interessante e conta com um instrumental que alterna, durante toda a canção, entre cadência, alguma velocidade e peso. Já “Starblind” tinha tudo para ser uma grande música, mas pecou por ser uma música grande. Ela tem uma levada pesada

e linha vocal bem trabalhada, porém se torna cansativa e repetitiva. Típico caso em que alguns minutos a menos só faria bem. “The Talisman” alterna bons e maus momentos, assim como “The Man Who Would Be King”, que possui partes mais inspiradas e criativas e outras descartáveis. Se ambas fossem mais compactas poderiam alcançar um resultado final melhor. Fechando o álbum, “When the Wild Wind Blows” é uma das faixas que mais agrada. Seu tom quase épico é muito interessante, assim como as linhas vocais e variações rítmicas bem encaixadas. “The Final Frontier” é um bom álbum, no final das contas. Lógico que alguns ajustes poderiam ser feitos. Algumas músicas poderiam ser mais curtas, assim como poderiam existir canções mais velozes. Mas, pelo jeito, a banda gosta mesmo é de utilizar a supracitada fórmula. De qualquer forma, se o disco não faz frente aos grandes clássicos dos anos 80, também passa longe de fazer feio na discografia da banda. [1]

(1/10) The Final Frontier (8:40)

A Fronteira Final

I'm stranded in space I'm lost without trace I haven't this chance of getting away Too close to the sun and surely will burn Like Icarus before me or so legend goes

Estou encalhado no espaço eu estou perdido, sem deixar vestígios Eu não tenho chance de ficar longe Muito perto do sol e, certamente, vou queimar Como Ícaro antes de mim então a lenda segue

I think my life, reliving my past There's nothing but wait til' my time comes I've had a good life, I'd do it again Maybe I'll come back some time afresh

Estou levando minha vida, revivendo o passado Não há nada a fazer a não ser esperar até minha hora chegar Eu tive uma vida boa, eu faria tudo de novo Talvez eu volte algum dia, meus amigos

For I have lived my life to the full I have no regrets But I wish I could talk to my family to tell them one last goodbye

Porque eu vivi minha vida ao máximo eu não tenho arrependimentos Mas eu gostaria de poder falar com minha família para lhes dizer um último adeus

The final frontier, the final frontier!! The final frontier, the final frontier!!

A fronteira final, a fronteira final! A fronteira final, a fronteira final!

If I could survive to live one more time I wouldn't be changing a thing at all Done more in my life than some do in ten I'd go back and do it all over again

Se eu pudesse sobreviver, pra viver mais uma vez, eu não mudaria nenhuma das coisa Faço mais em minha vida do que alguns fazem em dez se eu voltasse eu faria tudo novamente

For I have lived my life to the full I have no regrets But I wish I could talk to my family and tell them that one last goodbye

Porque eu vivi minha vida ao máximo eu não tenho arrependimentos Mas eu gostaria de poder falar com minha família para lhes dizer um último adeus

The final frontier, the final frontier!! The final frontier, the final frontier!!

A fronteira final, a fronteira final! A fronteira final, a fronteira final!

There isn't much time must say my last rites

Não há muito tempo devo dizer minhas ultimas palavras

Nobody is here to read them to me Must say my goodbyes, if only a line A message to tell them in case they might find...

Ninguém está aqui para lê-los para mim Devo dizer o meu adeus, se em apenas uma linha Uma mensagem a dizer caso possam encontrar

For I have lived my life to the full I have no regrets But I wish I could talk to my family to tell them that one last goodbye

Mas eu preenchi a minha vida ao máximo eu não tenho arrependimentos Mas eu gostaria de poder falar com minha família para lhes dizer um último adeus

The final frontier, the final frontier!

A fronteira final, a fronteira final!

(2/10) El Dorado (6:49)

El Dorado

Gotta to tell you a story On a cold winter's night You'll be sailing for glory Before you know what is right So come over here now I got a vision for you It's my personal snake oil It's just something I do I'm the jester with no tears And I'm playing on your fears

Tenho que lhe contar uma história Numa noite fria de inverno Você vai velejar rumo à glória Antes de saber o que é certo Então venha aqui agora Eu tenho uma visão para você Esse é o meu embuste É apenas algo que eu faço Eu sou o bobo da corte sem lágrimas E eu estou brincando com seus medos

I'm a trickster smiling underneath this mask of love and death The eternal lie I've told About the pyramids of gold I've got you hooked at every turn, your money's left to burn Ha ha ha ha ha ha ha!

Eu sou um trapaceiro sorrindo debaixo dessa máscara de amor e morte Tenho contado uma eterna mentira Sobre as pirâmides de ouro Eu fisguei você de todas as formas, seu dinheiro agora vai queimar Ha ha ha ha ha ha ha!

You'll be wanting a contract You'll be waiting a while I'd like to give you my contact But that isn't my style Well you only get one chance

Você vai querer um contrato Você vai ficar esperando um pouco Eu gostaria de te dar o meu contato Mas esse não é o meu estilo Bem, você só tem uma chance

And it's too good to miss If I didn't lie to you Then I wouldn't exist Greed lust and envy pride

E é boa demais para ser desperdiçada Se eu não mentisse para você Então, eu nem existiria Ganância, luxúria, orgulho e inveja

It's same old same old ride The smoke and mirrors visions that you see Are just like me I'm a clever banker's face With just a letter out of place I know someone just like you know someone just like me

O caminho é sempre o mesmo A fumaça e as visões refletidas que você vê São exatamente iguais a mim Eu sou a cara de um banqueiro inteligente Com apenas uma letra fora do lugar Eu sei que alguém como você conhece alguém igual a mim

El Dorado, come and play El Dorado, step this way

El Dorado, venha jogar El Dorado, fica por aqui

Take a ticket for the ride El Dorado streets of gold See my ship is oversold You've got one last chance to try

Pegue seu bilhete para o passeio El Dorado, ruas de ouro Veja o meu navio está supervalorizado Você tem uma última chance para tentar

So gone is the glory And gone is the gold Well if you knew a story how come it has to be told Well you can say I'm a devil And I wouldn't say no But out here on the dark side Hey, on with the show So now my tale is told Big and bad and twice as bold

Então se foi a glória E se foi o ouro Bem, se você já conhecia a história Porque ela precisa ser contada? Bem, você pode dizer que eu sou um demônio E eu não negaria Mas aqui do lado negro Ei, o show continua Então agora minha história está contada Longa, má e com o dobro de coragem

This ship of fools is sinking as the cracks begin to grow There is no easy way For an honest man today Which is something you should think on As my life boat sails away

Esse navio de tolos afunda conforme as rachaduras aumentam Não há caminho fácil Para um homem honesto nos dias de hoje Isto é algo em que você deveria pensar Enquanto meu bote salva-vidas vai embora

El Dorado, come and play El Dorado, step this way Take a ticket for the ride El Dorado, of streets of gold See my ship is oversold You've got one last chance to try

El Dorado, venha jogar El Dorado, fica por aqui Pegue seu bilhete para o passeio El Dorado das ruas de ouro Veja o meu navio está supervalorizado Você tem uma última chance para tentar

El Dorado, come and play El Dorado, step this way Take a ticket for the ride El Dorado of streets of gold See my ship is oversold You've got one last chance to try

El Dorado, venha jogar El Dorado, fica por aqui Pegue seu bilhete para o passeio El Dorado das ruas de ouro Veja o meu navio está supervalorizado Você tem uma última chance para tentar

(3/10) Mother Of Mercy (5:20)

Mãe da Misericórdia

Sitting waiting in the falling rain Getting ready to begin again

Sentado, esperando sob a chuva Preparando-me para começar novamente

Wounded lying crying Bodies moving dying All around there is the smell Of death and fire

Feridos deitados, gritando Corpos moribundos se mexendo Tudo em volta cheira A morte e fogo

Here the planes are coming Hear the soldiers running Killing on a scale to comprehend

Aqui os aviões estão chegando Ouço os soldados correndo Matando em uma escala para entender

Why are we here In this place...here to kill Please God forgive us

Por que estamos aqui Nesse lugar...aqui para matar Por favor Deus perdoe-nos

For what we have done

Pelo que fizemos

I always thought I was doing right As of now I'm not feeling so sure

Eu sempre achei estar fazendo o certo A partir de agora não tenho mais tanta certeza

I'm at a place of where I give no grace I'm a soldier of war

Eu estou num lugar onde Não dou graça Eu sou um soldado da guerra

I sit waiting for my darkest hour to come I cannot think about the things that I have done It shouldn't take a fool to see that I believe Accept the consequence repent for what I've done

Sento-me esperando a minha hora mais escura chegar Não posso pensar sobre as coisas que fiz Até mesmo um tolo veria que acredito Em aceitar a consequência arrepender-me do que fiz

You tell me what is certain But I'll tell you what is true You tell me what is honesty When all around is death and cruelty

Você me diz o que é certo Mas te direi o que é verdadeiro Você me diz o que é honestidade Quando tudo em volta é morte e crueldade

The making of a man is fire Not giving into our desires Within the truth that lies Within the only thing

O que forma um homem é o fogo Não cedendo aos nossos desejos Dentro da verdade que se encontra Dentro da única coisa

Mother of mercy Angel of death desire Mother of mercy Taking my last breath of fire Mother of mercy Angel of pain Mother of mercy Taking my last breath

Mãe da Misericórdia Anjo do desejo da morte Mãe de Misericórdia Tomando meu último suspiro de fogo Mãe da Misericórdia Anjo da dor Mãe da Misericórdia Tomando o meu último suspiro

Some say you are a lost cause Some say you're a saint Just being here's an act Of suffering and restraint

Alguns dizem que você é uma causa perdida Alguns dizem que você é uma santa Só de estar aqui é um ato De sofrimento e retenção

Walk down the long dark road To ruin and panic not I'll die a lonely death Of that I'm certain of

Desça a estrada longa e escura À ruína e sem medo Eu morrei de morte solitária Disso tenho certeza

Rivers flow with blood There's nowhere left to hide It's hard to comprehend There's anyone left alive

Rios de sangue fluem Não resta lugar para se esconder É difícil compreender Que ainda há alguém vivo

Sick of all the killing And the reek of death Will God tell me

Farto de toda a matança E do fedor de morte Deus me contará

What religion is to man

O que é religião para o homem

I don't hold with bad religion Understand what's underneath it Now I come to think of it I just don't hold at all you know it

Eu não me prendo à religião má Entendo o que está por baixo Agora venho a pensar nisso Eu simplesmente não me apego, você sabe

You say you are a holy man But what is it you do From where I stand is nothing But a hollow man I see

Você diz ser um homem santo Mas o que é que você faz? De onde estou vejo apenas Um homem vazio

Mother of mercy Angel of death desire Mother of mercy Taking my last breath of fire Mother of mercy Angel of pain Mother of mercy Taking my last breath

Mãe da Misericórdia Anjo do desejo da morte Mãe de Misericórdia Tomando meu último suspiro, de fogo Mãe da Misericórdia Anjo da dor Mãe da Misericórdia Tomando o meu último suspiro

Mother of mercy Angel of death desire Mother of mercy Taking my last breath, of fire Mother of mercy Angel of pain Mother of mercy Drawing my last breath

Mãe da Misericórdia Anjo do desejo da morte Mãe de Misericórdia Tomando meu último suspiro, de fogo Mãe da Misericórdia Anjo da dor Mãe da Misericórdia Desenhando meu último suspiro

I'm just a lonely soldier fighting In a bloody hopeless war Don't know what I'm fighting Who it is or what I'm fighting for

Eu sou apenas um soldado solitário lutando Em uma guerra sangrenta e inútil Não sei o que estou combatendo Contra quem ou pelo que estou lutando

Thought it was for money Make my fortune, now I'm not so sure Seem to just have lost my way

Pensei que fosse pelo dinheiro Para fazer minha fortuna, agora não estou tão certo Pareço apenas ter perdido meu caminho

(4/10) Coming Home (5:52)

Voltando Pra Casa

When I stand before you shining in the early morning sun When I feel the engines roar and I think of what we've done Oh, the bittersweet reflection as we kiss the earth goodbye As the waves and echoes of the towns become the ghosts of time

Quando estou junto a você brilhando na luz do amanhecer Quando escuta o ronco dos motores e penso no que nós deveríamos ter feito Olho a reflexão melancólico enquanto beijamos a terra pela última vez Enquanto as ondas e os ecos das cidades transformam-se em fantasmas do tempo

Over borders that divide the earthbound tribes No creed and no religion just a hundred winged souls We will ride this thunderbird

Acima dos limites que dividem as tribos terrenas Sem crença nem religião apenas centenas de almas voando Vamos flutuar nesta maquina,

silver shadows on the earth A thousand leagues away our land of birth

sombras prateadas sobre a terra Mil léguas de distância o planeta em que nascemos

To Albion's land Coming home when I see the runway lights In the misty dawn the night is fading fast Coming home far away as their vapor trails align Where I've been tonight, you know I will not stay

À terra de Albion Voltando pra casa, quando vejo as luzes na pista No amanhecer ou nublado a noite esta desvanecendo rápido Voltando pra casa longe os rastros de vapor se alinham Onde estou esta noite, você sabe que não ficarei

Curving on the edge of daylight til it slips into the void Waited in the long night, dreaming til the sun is born again Stretched the fingers of my hand covered countries with my span Just a lonely satellite speck of dust and cosmic sand

Dobrando no limiar do amanhecer até escorregar para o vazio Esperando na longa noite, sonhando até que o sol nasça novamente Esticando os dedos da mão países cobertos com minha palma Apenas um satélite solitário um grão de poeira na areia cósmica

Over borders that divide the earthbound tribes Through the dark atlantic over mounting stormy waves We will ride this thunderbird silver shadows on the earth A thousand leagues away our land of birth

Acima dos limites que dividem as tribos terrenas Através do Atlântico escuro sobre crescentes ondas de tempestades Vamos flutuar nesta maquina sombras prateadas sobre a terra Mil léguas de distância o planeta em que nascemos

To Albion's land Coming home when I see the runway lights In the misty dawn the night is fading fast Coming home far away as their vapor trails align Where I've been tonight, you know I will not stay

À terra de Albion Voltando pra casa, quando vejo as luzes na pista No amanhecer nublado a noite está desvanecendo rápido Voltando pra casa longe os rastros de vapor se alinham Onde estou esta noite, você sabe que não ficarei

To Albion's land Coming home when I see the runway lights In the misty dawn the night is fading fast Coming home far away as their vapor trails align Where I've been tonight, you know I will not stay Coming home far away when I see the runway lights In the misty dawn the night is fading fast Coming home far away as their vapor trails align Where I've been tonight, you know I will not stay

À terra de Albion Voltando pra casa, quando vejo as luzes na pista No amanhecer nublado a noite está desvanecendo rápido Voltando pra casa longe os rastros de vapor se alinham Onde estou esta noite, você sabe que não ficarei Voltando pra casa quando vejo as luzes na pista No amanhecer nublado a noite esta desvanecendo rápido Voltando pra casa longe os rastros de vapor se alinham Onde estou esta noite, você sabe que não ficarei

(5/10) The Alchemist (4:29)

O Alquimista

Stranger than the comet as it streaks across the sky Stranger than the truth I know before my open eyes I have dealt in mysteries and trickery of light to entertain Looked into the abyss, called it by its name

Mais estranho que o cometa como estrias através do céu Mais estranho que a verdade eu sei diante dos meus olhos abertos Eu tratei de mistérios e malandragem da luz para entreter Olhei para o abismo, chamado pelo seu nome

I have plundered time itself put the world inside it And the mysteries, day and night, divide it A plague of wonders, on your knees beside me Know the secrets you shall not deride us

Eu tenho saqueado o próprio tempo coloquei o mundo dentro dela E os mistérios , dia e noite dividi-lo Uma praga de maravilhas, de joelhos ao meu lado Conheça os segredos você não deve ridicularizar-nos

My dreams of empire from my frozen queen Will come to pass Know me, the Magus I am Dr. Dee And this is my house

Meus sonhos de império da minha rainha congelados Irão passar Me conhece, eu sou o Mago Dr. Dee E esta é minha casa

I am the master of the tides I shame the mirror in my sight What random music of the spheres Across the years

Eu sou o mestre das marés Eu tenho vergonha do espelho na minha frente Que música aleatória das esferas Ao longo dos ano

Know this I will return to this land Rebuild where the ruins did stand Chain of the demons set free Strange alchemy

Conheça este Eu voltarei para esta terra Reconstruir onde as ruínas se põem Cadeia dos demônios libertados Estranha alquimia

Gather round the aimless and the feckless and the lame Hear the master summon up the spirits by their names I curse you Edward Kelly your betrayal for eternity is damned Know you speak with demons you cannot command

Aproximem-se a esmo e os irresponsáveis e os coxos Ouça o mestre conjurar os espíritos de seus nomes Eu vos maldigo Edward Kelly sua traição para a eternidade é condenado Sei que você fala com demônios você não pode comandar

Even as I looked into the glass then I was blinded Burning by the Mortlake shore my house my books inside it You have taken up my wife and lain beside her Now the black rain on my house the timbers burning

Mesmo quando eu olhei para o vidro então eu estava cego Queimando pela costa Mortlake, minha casa meus livros dentro dela Você tomou a minha esposa e deitou ao lado dela Agora, a chuva preta na minha casa as madeiras queimando

My dreams of empire from my frozen queen Will come to pass

Meus sonhos de império da minha rainha congelados Irão passar

Know me, the Magus I am Dr. Dee And this was my house

Me conhece, eu sou o Mago Dr. Dee E esta era a minha casa

I was the keeper of the books I had the knowledge of the scrolls But now through ignorance and fear I cast a shadow through the years

Eu era o guardião dos livros Eu tinha o conhecimento dos pergaminhos Mas agora, por ignorância e medo Eu coloco uma sombra ao longo dos anos

Know this I will return to this land Rebuild where the ruins did stand Chain of the demons set free Strange alchemy

Conheça este Eu voltarei para esta terra Reconstruir onde as ruínas se põem Cadeia dos demônios libertados Estranha alquimia

Know this I will return to this land Rebuild where the ruins did stand Chain of the demons set free Strange alchemy

Conheça este Eu voltarei para esta terra Reconstruir onde as ruínas se põem Cadeia dos demônios libertados Estranha alquimia

Know this I will return to this land Rebuild where the ruins did stand Restore the knowledge memory Strange alchemy

Conheça este Eu voltarei para esta terra Reconstruir onde as ruínas se põem Restaurar a memória do conhecimento Estranha alquimia

(6/10) Isle of Avalon (9:06)

Ilha de Avalon

I can hear them floating on the wind Immortal souls their weeping saddens me Mother earth you know your time is near Awaken lust the seed is sown and reaped

Eu posso ouvi-los flutuando no vento Suas almas imortais chorando me entristece Mãe terra você sabe que seu tempo está próximo Despertar cobiça a semente é semeada e colhida

Through the western isle I hear the dead awaken Rising slowly to the court of Avalon The cauldron of the head of Annwyn laced with envy Dark around its edge with pearl and destiny

Através da ilha ocidental ouço o acordar dos mortos Subindo lentamente pelas cortinas de Avalon O caldeirão da cabeça Annwyn atado com inveja Escuridão em torno de sua borda com pérola e destino

All my days I've waited for the sign The one that brings me closer to isle of Avalon I can feel the power flowing through my veins My heart is beating louder close to Avalon

Todos os meus dias eu espero o sinal Aquele que me trará mais perto da Ilha de Avalon Eu posso sentir o poder fluindo pelas minhas veias Meu coração está batendo mais forte perto de Avalon

I can hear you, can you hear me? I can feel you, can't you feel me? Fertility Mother Goddess Celebration, sow the seeds of the born The fruit of her body laden Through the corn doll You will pray for them all

Eu posso ouvir você, você pode me ouvir? Eu posso sentir você, você não pode me sentir? Fertilidade da Deusa Mãe Comemoração, plantar as sementes dos nascidos O fruto do seu corpo carregado Através da boneca de milho Você vai rezar para todos eles

The image of Mother Goddess

A imagem da Deusa Mãe

Lying dormant, in the eyes of the dead The sheaf of the corn is broken End the harvest Throw the dead of the pyre

Adormecidos, nos olhos dos mortos O feixe do milho é quebrado Fim da colheita Jogue os mortos da pira

I hear her crying the tears of an angel The voices I hear in my head Blessed the fruits are the corn of the earth Mother earth holy blood of the dead

Eu escuto ela chorando lágrimas de um anjo As vozes que ouço na minha cabeça Abençoados os frutos são o milho da terra Mãe da terra, santo sangue dos mortos

Mother earth I can hear you Sacrifice, now united

Mãe terra, eu posso ouvir você Sacrifício, agora unidos

Rising levels of the tidal lakes protect them Keepers of the goddess in the underworld Holding powers of the mystics, deep inside them nineteen maidens, guardians of the otherworld Mortal conflict born of Celtic legend That apart from seven, non-returned from Avalon

Aumento dos níveis de maré lagos protegê-los Guardiões da Deusa no submundo Fixação de poderes místicos, profundamente Dezenove donzelas, guardiões do outro mundo Conflito mortal nasceu da lenda celta Que, além de sete anos, não voltou de Avalon

Mother earth I can feel you My rebirth now completed

Mãe terra, eu posso sentir você Meu renascimento já completo

Fertility mother goddess Celebration, sow the seeds of the born The fruits of her body laden Through the corn doll You will pray for them all The image of mother goddess Lying dormant, in the eyes of the dead The sheaf of the corn is broken End the harvest, throw the dead on the pyre

Fertilidade da deusa-mãe Comemoração, plantar as sementes dos nascidos Os frutos de seu corpo carregado Através da boneca de milho Você vai rezar para todos eles A imagem da deusa mãe Adormecidos, nos olhos dos mortos O feixe do milho é quebrado Fim da safra, lançar os mortos sobre a pira

To have the belief of others Looking for the Isle to Show them a sign Fertility of all mothers Stood in silence Waiting now for their turn

Para ter a crença dos outros Olhando para a ilha para Mostre-lhes um sinal Fertilidade de todas as mães Ficou em silêncio Esperando agora por sua vez

The gateway to Avalon The island where the souls Of dead are reborn Brought here to die and be Transferred into the earth And then for rebirth

A porta de entrada para Avalon A ilha onde as almas Dos mortos renascem Trouxe aqui para morrer e ser Transferida para a terra E, em seguida, para o renascimento

I hear her crying the tears of an Angel The voices I hear in my head Blessed the fruits are the corn of the earth Mother earth holy blood of the dead

Eu escuto ela chorando lágrimas de um Anjo As vozes que ouço na minha cabeça Abençoados os frutos são o milho da terra Mãe terra, santo sangue dos mortos

The water in rivers and rhymes rises quickly Are flowing and flooding the land The sea shall return once again

As águas dos rios e riachos sobem rápido Estão fluindo e inundando a terra O mar deverá voltar mais uma vez

just to hide them Lost souls on the Isle of the dead

apenas para escondê-los Almas perdidas na ilha dos mortos

(7/10) Starblind (7:48)

Ofuscado

Take my eyes the things I've seen In this world coming to an end My reflection fades, I'm weary Of these earthly bones and skin

Tomam meus olhos as coisas que eu tenho visto Nesse mundo chegando ao fim Meu reflexo desaparece, estou cansado Desses ossos e pele terrena

You may pass through me and Leave no trace I have No mortal face Solar winds are whispering You may hear me call

Tu podes passar por mim E não deixar vestígios Não tenho cara mortal Os ventos solares estão sussurrando Você pode me ouvir chamar

We can shed our skins and swim Into the darkened void beyond We will dance among the world That orbit stars that aren't our sun

Nós podemos derramar nossa pele e nadar No vazio escurecido além Nós dançaremos entre o mundo Que as estrelas orbitam não são nosso Sol

All the oxygen that trapped us in A carbon spider's web Solar winds are whispering you May hear the sirens of the dead Let the elders to their parley Meant to satisfy our lust Leaving damacles still hanging Over all their promised trust

Todo o oxigênio que nos prendeu em Uma teia de aranha de carbono Ventos solares sussurram, você Pode ouvir as sirenas dos mortos Deixe os anciões fazerem a negociação Designada para satisfazer nossa luxúria Deixando Damocles pairando sobre Toda a sua confiança prometida

Walk away from freedoms offered By the jailors in their cage Step into the light startripping Over mortals in their rage

Se afaste das liberdades oferecidas Por carcereiros em sua gaiola Caminhe na luz viajando pelas estrelas Sobre mortais em sua raiva

Starblind with sun the Stars are one We are the light that brings The end of night Starblind with sun the Stars are one We are with the goddess Of the sun tonight

Ofuscado - com Sol As estrelas são uma Nós somos a luz que traz O fim da noite Ofuscado - com Sol As estrelas são uma Estamos com a Deusa Do Sol essa noite

The preacher loses face With christ Religion's cruel device is gone Empty flesh and hollow bones Make pacts of love but die alone The crucible of pain will forge the Blanks of sin begin again You are free to choose a life to live Or one that's left to lose

O pregador perde o rosto De Cristo O dispositivo cruel da religião se foi Carnes vazias e ossos ocos Fazem pactos de amor mas morrem sozinhos O crisol de dor forjará Os espaços vazios do pecado começam de novo Você é livre para escolher uma vida para viver Ou uma que sobra para perder

Virgins in the teeth of god are Meat and drink to feed the damned You may pass through me and I Will feel the life that you live less Step into my light startripping We will rage against the night

Virgens nos dentes de Deus são Carne e bebida para alimentar os condenados Você pode passar por mim e eu Sentirei a vida que você vive menos Ande na minha luz viajando nas estrelas Nos enfureçeremos contra a noite

Walk away from comfort offered By your citizens of death

Afastando do conforto oferecido Por seus cidadãos de morte

Starblind with sun the The stars are one We are the light that brings The end of night Starblind with sun the Stars are one We're one with the goddess Of the sun tonight

Ofuscado com Sol As estrelas são uma Nós somos a luz que traz O fim da noite Ofuscado - com Sol As estrelas são uma Nós somos um com a Deusa Do Sol essa noite

Take my eyes for what I've seen I will give my sight to you You are free to choose whatever Life to live or life to lose

Tome os meus olhos para o que eu tenho visto Eu darei minha visão para você Você é livre para escolher o que quer que seja Vida para viver ou vida a perder

Whatever god you know He knows you better than you Believe In your once and future grave You'll fall endlessly deceived

Seja qual for o Deus que você conhece Ele te conhece melhor do que você Acredite Na sua única e futura cova Você cairá incessantemente enganado

Look into our face reflected in the Moonglow in your eyes Remember you can choose To look but not to see and Waste your hours

Procure em nosso rosto refletido No brilho da lua em seus olhos Lembre-se, você pode optar Por olhar mas não ver e Desperdiçar suas horas

You believe you have the time But I tell you your time is short See your past and future all the Same and it cannot be bought

Você acredita que tem o tempo Mas eu lhe digo que o seu tempo é curto Consulte o seu passado e futuro, tudo a Mesma coisa e isso não pode ser negociado

Starblind with sun the Stars are one We are the light that brings The end of night Starblind with sun the Stars are one We're one with the goddess Of the sun tonight

Ofuscado com Sol As estrelas são uma Nós somos a luz que traz O fim da noite Ofuscado - com Sol As estrelas são uma Nós somos um esta noite com a Deusa Do Sol essa noite

Take my eyes for what I've seen I will give my sight to you You are free to choose whatever Life to live or life to lose Whatever god you know

Tome os meus olhos para o que eu tenho visto Eu darei minha visão para você Você é livre para escolher o que quer que seja Vida para viver ou vida a perder Seja qual for o Deus que você conhece

He knows you better than you Believe In your once and future grave You'll fall endlessly deceived

Ele te conhece melhor do que você Acredite Na sua única e futura cova Você cairá incessantemente enganado

The preacher loses face With christ Religion's cruel device is gone Empty flesh and hollow bones Make pacts of love but die alone The crucible of pain will forge the Blanks of sin begin again You are free to choose a life to live Or one that's left to lose

O pregador perde o rosto Com Cristo O dispositivo cruel da religião se foi Carnes vazias e ossos ocos Fazem pactos de amor mas morrem sozinhos O crisol de dor forjará Os espaços vazios do pecado começam de novo Você é livre para escolher uma vida para viver Ou uma que sobra para perder

(8/10) The Talisman (9:03)

O Talismã

When I stand and look About the port And contemplate my life, will I Ever see my countrymen again? As the captain calls us on the deck I take my things and walk To the harbourside, I glance back One last time

Quando eu paro e aguardo Sobre o porto E contemplo minha vida Verei meus contemporâneos de novo? Enquanto o capitão nos chama na plataforma Eu pego minhas coisas e ando Para a zona portuária, eu olho para trás Uma última vez

Fleeing our nation, our problems We leave behind Ships by the tenfold sail Out on the tide We are pleased to be out and Embracing the open sea Free from our troubles And more free from thee

Fugindo de nossa nação, de nossos problemas Deixamos para trás Navios de dez velas Fora da maré Estamos contentes de estar fora Abraçando o mar aberto Livre de nossos problemas E mais livre de ti

Inheritors unfulfilled reason Behind us We flee from what is not what Is will be We flee the earth and face our Harsh reality Will death be low mist that Hangs on the sea?

Herdeiros insatisfeitos com razão Atrás de nós Fugimos para o que não É a vontade de ser Nós fugimos da terra e enfrentamos nossa Dura realidade A morte é a baixa névoa que Trava no mar?

We run from the evil tongues, rash Judgements, selfish men Never to be seen on these Shores again

Nós corremos das más línguas Julgamentos apressados, homens egoístas Nunca mais serão vistos nessas Margens de novo

As we sail into oceansize And lose sight of all land A face of contentment Around in the air We're off now to

À medida que navegamos pelo oceano E perdemos a vista de toda a terra Um rosto de contentamento Ao redor no ar Estamos fora agora para

Seek all our fortunes To the land of our dreams

Procurar todas as nossas fortunas Para a terra de nossos sonhos

Riding the waves and the storm Is upon us The winds lash the sails but The ropes keep them tight Off in the distance a dark cloud Approaching

Cavalgando nas ondas e a tempestade Está sobre nós Os ventos açoitam as velas, mas As cordas as mantêm presa Fora na distância uma nuvem escura está se Aproximando

None could imagine what there Was to come No, there's no one going back No, there's not a second chance As we strap onto the side We pray to God that we don't die

Ninguém poderia imaginar o quê Estava por vir Não, não há mais volta Não, não há uma segunda chance À medida que se tira para o lado Nós rezamos á Deus para não morrer

As we ride the rough seas As we soak from the ocean waves I just hope for all our lives And pray that I survive

Como nós montamos o mar agitado Como se embebe das ondas do oceano Eu só espero que para todas as nossas vidas E rezo para que eu sobreviva

Four ships are lost in the Stormy conditions

Quatro navios estão perdidos No tempestuoso tempo

The spirits of the sunken crews Their phantoms follow us

Os espíritos das tripulações afundadas Os fantasmas nos seguem

Spirits, sails, they drive us on Through the all consuming waves Cold mortality, no weapon Against these ever raging seas

Espíritos, velas, eles conduzem-nos Através do consumo de todas as ondas Mortalidade fria, nenhuma arma Contra esses mares furiosos

Four leagues and ten and we Hit storms again We just can't get away from The eye of the storm

Quatro léguas e nós Tempestades nos acertaram novamente Nós não apenas podemos fugir Do olho da tempestade

The birds outsoar the raging storm But we cannot escape it Abandoned earth that we Now crave Is many leagues from safe

Os pássaros a subir na tempestade Mas não podemos fugir dela Terra abandonada que Agora crava Está há muitas léguas de seguro

Holding on for our dear lives And we're praying once again Rotten luck or just jonahed? The talisman is in my hand

Conservação para nossa querida vida E nós estamos orando mais uma vez Má sorte ou apenas muito bêbado O talismã está em minha mão

Limbs fatigues, trembling with cold Blinded from the sea spray salt Clasping anything we can hold Heaven's rain upon us falls

Fadigas nos membros tremendo de frio Cegos da maresia Juntando tudo o que pode segurar Chuva do céu cai sobre nós

Twenty days without a meal

Vinte dias sem uma refeição

And ten without fresh water still Those that didn't die in storms The scurvy rest did slaughter

E dez sem água potável ainda Aqueles que não morreram numa tempestade O rosto escorbuto fez abate

Westwards the tide Westwards we sail on Westwards the tide Sail by the talisman

Oeste a maré Velejamos em direção ao oeste Oeste a maré Vela pelo talismã

We approach the other side Of the ocean with the tide In our favour just for once Welcome greeting, our new land The elation in our hearts The excitement in our veins As we sail towards the coastline Of our golden promised land

Nós nos aproximamos do outro lado Do mar com a maré A nosso favor só por uma vez Bem vindo a salvação, a nossa nova terra A alegria em nossos corações O entusiasmo em nossas veias À medida que a vela vai para o litoral Para a nossa terra de ouro prometida

Weary limbs fatigued away I have no life left in me No more strength and nothing Left to give Must find the will to live

Membros cansados Fadigados pela distância Não tenho vida em mim Não há mais força para dar Devo encontrar a vontade de viver

Never thought that we could Make it Truly sight of shores divine The sickness I am dying from Never wanted it to end this way

Nunca pensei que Conseguiríamos A visão da costa é realmente divina A doença que estou morrendo Nunca quis que isso terminasse desse jeito

Westwards the tide Westwards we sail on Westwards the tide Sail by the talisman

Oeste a maré Velejamos em direção ao oeste Oeste a maré Vela pelo talismã

(9/10) The Man Who Would be King (8:28)

O Homen Que Deveria Ser Rei

As he travels on the beast of burden, Moving up along the mountainside, As he gazes looking down the valley, No regrets but his pride,

Como ele viaja na besta do fardo Movendo-se ao longo da encosta Como olha a vista abaixo no vale Sem arrependimentos, mas orgulho

As he journeys across mountain passes, And significant sweeps over him, His reflection of the beauty around him, Feeling empty inside,

Como ele viaja através de passagens nas montanhas A insignificância se estende sobre ele O reflexo de sua beleza o ronda Sentindo-se vazio por dentro

He is running from his wildest thoughts, He is running from his everything, He is looking now to find something, Hoping he can be saved,

Ele está fugindo de seus pensamentos mais selvagens Ele está fugindo de seu todo Ele está olhando agora á procura de algo Esperando que possa ser salvo

He's searching for the answer now, It's something that he's managed to avoid up 'till now, Real conviction that he craves, He needs to find the answer sooner or later,

Ele esta procurando por uma resposta agora É algo que ele conseguiu Evitar até agora Real convicção que ele almeja Ele precisa encontrar a resposta cedo ou tarde

Pushed himself to the limits, He had to strive for all the harder things in life, But what the cost to giving now, His life his, time are the only things that he has

Forçando seu interior ao limite Ele teve que lutar por todas as coisas mais difíceis na vida Mas qual é o custo à ser dado agora Sua vida seu tempo são as únicas coisas que possui

Life is not a rehearsal, All he has is the one chance to get it right, Living really is the only way to know,

A vida não é um ensaio Tudo que ele tem é uma chance para acertar Viver é realmente a única maneira de saber

Maybe one day they'll forgive him what he's done, But now the pain of lying too early in the grave,

Talvez um dia eles vão perdoar-lhe pelo o que fez Mas agora a dor de mentir foi muito cedo à sepultura

Destiny no good to hide away, Penance now will be his only way, Understand, no good to run away, Penance now, we'll be his saving grace,

Destino não é bom para se esconder Penitência agora será sua única maneira Entenda, não adianta fugir Penitência agora será sua graça salvadora

He tries to make his peace with God, All is forgivable but he's left a little late, Trying something that he's not, Is impossible to change such a lot,

Ele tenta fazer as pazes com Deus Tudo é perdoável, mas ele deixou um pouco tarde Tentando algo que ele não é É impossível mudar de tal maneira

He's taken someone's life away, There's not a day that goes by he regrets what he's done, He should have found another way, But the good book says an eye for an eye,

Ele tirou a vida de alguém Não há um dia que passe que ele lamente o que fez Ele deveria ter encontrado outra forma Mas o bom livro diz "olho por olho"

In reflecting on decisions that were made, On the judgements that will haunt him 'till his grave, No one has the right to take another life, But in his mind he had no choice so be it,

Ao refletir sobre as decisões que foram feitas No julgamento que irá assombrá-lo até seu túmulo Ninguém tem o direito de tirar outra vida Mas em sua mente, ele não teve outra escolha então que assim seja

Destiny, no good to hide away, Penance now, will be his only way, Understand, no good to run away, Penance now, we'll be his saving grace,

Destino não é bom para se esconder Penitência agora será sua única maneira Entenda, não adianta fugir Penitência agora será sua graça salvadora

Destiny, no good to hide away, Penance now, will be his only way, Understand, no good to run away, Penance now, we'll be his saving grace,

Destino não é bom para se esconder Penitência agora será sua única maneira Entenda, não adianta fugir Penitência agora será sua graça salvadora

Far , far away,

Longe, distante

The man who would be king, … (10/10) When The Wild Wind Blows (10:59)

O homem que deveria ser rei ... Quando o Vento Selvagem Sopra

Have you heard what they said on the news today Have you heard what is coming to us all? That the world as we know it will be coming to an end Have you heard, have you heard?

Você viu o que eles disseram nas notícias de hoje? Você viu o que está vindo para nós? Que o mundo como conhecemos chegará ao fim Você ouviu, você ouviu?

He sees them in the distance where the darkened clouds roll He can feel tension in the atmosphere He would look in the mirror, see an old man now Doesn't matter they survived somehow

Ele os vê à distância onde as nuvens escuras passam Ele podia sentir a tensão no ar Ele olharia no espelho, viria um homem já velho Não importa se sobreviveram de algum jeito

They said there's nothing can be done about the situation They said there's nothing you can do at all To sit and wait around for something to occur Did you know, did you know?

Eles disseram que não há nada a ser feito sobre a situação Eles disseram que não há nada que você possa fazer Para sentar e esperar que algo aconteça Você sabia, você sabia?

As he stares across the garden looking at the meadows And wonders if they'll ever grow again The desperation of the situation getting graver Getting ready when the wild wind blows

Enquanto observa o jardim olhando para o pasto Imaginando se eles crescerão novamente O desespero da situação está se agravando Preparando-se quando o vento selvagem sopra

Have you seen what they said on the news today Have you heard what they said about us all Do you know what is happening to just every one of us? Have you heard, have you heard?

Você viu o que eles disseram nas notícias de hoje? Você viu o que está vindo para nós? Você sabe o que acontecerá com cada um de nós? Você ouviu, você ouviu?

There will be a catastrophe that like we've never seen There will be something that will light the sky That the world as we know it it will never be the same Did you know, did you know?

Haverá uma catástrofe como nunca vimos antes Haverá algo que iluminará o céu Que o mundo como nós o conhecemos nunca mais será o mesmo Você sabia, você sabia?

He carries everything into the shelter, not a fuss Getting ready when the moment comes He has enough supplies to last them for a year or two Good to have because you never know

Ele leva tudo para o abrigo, sem agitação Preparando-se para quando o momento chegar Ele tem suprimentos suficientes para durar por um ano ou dois É bom ter, porque nunca se sabe

They tell us nothing that we don't already know about They tell us nothing that is real at all

Eles não dizem nada que nós já não saibamos Não nos dizem nada real

They only fill us with the stuff that they want Did you know, did you know?

Eles apenas nos enchem com as coisas que eles querem Você sabia, você sabia?

He's nearly finished with the preparations for the day He's getting tired. that'll do for now They are preparing for the very worst to come to them Getting ready when the wild wind blows

Ele está quase acabando com os preparativos para o dia Ele está cansando, é o suficiente por enquanto Estão se preparando para que o pior venha até eles Preparando-se quando o vento selvagem sopra

He sees the picture on the wall, it's falling down Upside down He sees a teardrop from his wife roll down her face, Saying "grace" Remember times they had they flash right through his mind Left behind And a lifetime spent together long ago Will be gone

Ele vê o retrato na parede, está caindo De cabeça para baixo Ele vê uma lágrima de sua esposa descer no seu rosto, Dizendo graça Lembra de momentos que eles passaram eles lampejam pela sua mente Deixados para trás E a vida que passaram juntos há muito tempo Desaparecerá

They've been preparing for some weeks now For when the crucial moment comes To take their refuge in the shelter Let them prepare for what will come

Eles já estiveram se preparado por algumas semanas Para quando o momento crucial chegar Para se refugiarem em seu abrigo Deixe-os se preparar para o que virá

They make a tea and sit there waiting They're in the shelter feeling snug Not long to wait for absolution Don't make a fuss. just sit and wait

Eles fazem um chá e sentam-se ali à espera Eles estão no abrigo sentindo-se apertados Não muito tempo para esperar a absolvição Não se agite, basta sentar e esperar

Can't believe all the lying, All the screens are denying That the moments of truth have begun

Não posso acreditar em todas as mentiras, Todos os gritos estão negando Que os momentos da verdade começaram

Can't you see it on the t.v.? Don't believe them in the least bit Now the days of our ending have begun

Você não vê na TV? Não acredite neles, nem um pouco Agora os dias de nosso fim começaram

Say a prayer when it's all over Survivors unite all as one Got to try and help each other Got the will to overcome

Faça uma oração quando tudo isso acabar Sobreviventes unidos como um só Têm que tentar ajudar uns aos outros Ter a vontade de superar

I can't believe all the lying, All the screens are denying That the moments of truth have begun

Não posso acreditar em todas as mentiras, Todos os gritos estão negando Que os momentos da verdade começaram

Can't you see it on the t.v.? Don't believe them in the least bit Now the days of our ending have begun

Você não vê na TV? Não acredite neles, nem um pouco Agora os dias de nosso fim já começaram

When they found them

Quando os encontraram

had their arms wrapped around each other The tins of poison laying nearby their clothes The day they both mistook an earthquake for the fall out, Just another when the wild wind blows

estavam abraçados As latas de veneno caídas ao lado de suas roupas O dia em que ambos confundiram um terremoto pelo holocausto nuclear, Apenas outro quando o vento selvagem sopra

Ronald James Padavona, Dio, morre aos 67 anos, após enfrentar um câncer no estômago. Durante a The Final Frontier Tour, Bruce dedicou a música Blood Brothers para Dio algumas vezes. SATELLITE 15... THE FINAL FRONTIER: o som começa com o astronauta narrando seu desespero por estar fora da rota espacial e tentando algum contato com o comando para se salvar. É uma intro longa, e bem que os caras podiam ter fatiado o som, mas... Na segunda parte, The Final Frontier, o astronauta se lamenta de estar perdido, sem ter chance de escapar. Enquanto se aproxima de virar churrasquinho queimado no sol, ele reflete sobre sua vida. Leva a pensar que a banda iria encerrar suas atividades, pois a letra toda tem tom de despedida, com frases como: I've had a good life, I'd do it again Eu tive uma boa vida, eu faria tudo de novo Maybe I'll come back some time, my friends Talvez eu volte algum dia, meus amigos If I could survive to live one more time Se eu pudesse sobreviver para viver mais uma vez I wouldn't be changing a thing at all Eu não mudaria absolutamente nada Done more in my life than some do in ten Fiz mais em minha vida do que muitos fazem em dez

Felizmente não foi o que aconteceu!

EL DORADO: é sobre um vigarista que tenta iludir alguém a buscar a lenda de El Dorado. Em 1534, enquanto Cuzco caia nas mãos de Francisco Pizarro, Sebastian de Belalcázar conquistava Quito. Durante sua expedição, Sebastian teria conhecido um índio e prisioneiro em Lacatunga, que teria lhe contado sobre seu rei, vivendo numa terra chamada Cundinamarca. Esta terra tinha tanto ouro, que o rei costumava cobrir o corpo com pó de ouro como oferenda aos deuses, no meio do Lago Guatavita (Colômbia). Nascia ali a lenda de El Dorado (pelo menos é a versão mais difundida dela). A história foi se espalhando e tinha quem contava que a cidade toda era feita de ouro, tendo muitas expedições sido feitas para encontrá-la. Como vocês podem imaginar, ninguém encontrou a tal cidade nem o índio de ouro.

MOTHER OF MERCY: outro som que fala sobre o sentimento de um soldado em uma guerra.

COMING HOME: é Bruce descrevendo a sensação de voltar para sua casa enquanto pilota. Lembrando que além de pilotar o avião Ed Force One e levar o Iron Maiden pelo mundo, Bruce também fazia voos comerciais. Na letra, quando Bruce diz "to Albion's land", ele se refere ao antigo nome da ilha da Grã-Bretanha, na época celta. THE ALCHEMIST: aqui é tratado o tema da alquimia, que originou diversas ciências (química, antropologia, astrologia e metalurgia) como as conhecemos hoje. A música é cantada em primeira pessoa, colocando-se no lugar de John Dee, um matemático, astrônomo, astrólogo, geógrafo e conselheiro da rainha Elizabeth I. Dee viveu entre os séculos XVI e XVII e também devotou sua vida à alquimia. Procurava entender todos os segredos da natureza e no sobrenatural um meio de conseguir este conhecimento. Nessa busca, conheceu Edward Kelley, alquímico que dizia conseguir ler a bola de cristal e falar com anjos, algo que impressionou Dee e o colocou como assistente. Ambos buscavam a fórmula da Pedra Filosofal, mas enquanto Dee estava interessado em buscas espirituais, Kelley se interessava pela alquimia. Em 1587, Kelley disse a Dee que os anjos haviam “revelado” que eles deviam compartilhar tudo que tinham, inclusive as esposas (espertinho esse cara!). John Dee ficou em conflito e acabou por romper com Kelley, como citado no verso "I curse you Edward Kelley your betrayal for eternety is damned" (Eu o amaldiçoo, Edward Kelley, sua traição o condena pela eternidade) e mais à frente "You have taken up my wife and lain beside her" (Você tomou minha esposa e deitou-se ao lado dela). Especula-se que esta foi a forma, encontrada por Kelley, para se separar de John Dee e continuar sua pesquisa alquímica, afastando-se da busca espiritual. A letra cita diversas características atribuídas aos alquimistas da Idade Média, como conhecer e controlar as forças da natureza, e artefatos de John Dee, como as bolas de cristal e um espelho asteca. John Dee possuiu uma biblioteca em sua casa, em Mortlake, que chegou a ser a maior da Inglaterra ("I was the keeper of the books"). Ao voltar para lá, depois de morar na Polônia e na Boêmia (hoje parte da República Tcheca), ele a encontrou destruída e com muitos livros roubados. A música fala como se Edward Kelley tivesse sido reponsável pelo ato. Ambos dedicaram o resto de suas vidas à busca pelo desconhecido, através de contatos místicos e artefatos mágicos. Edward Kelley morreu em 1597 e John Dee em 1608 (embora esta data não seja comprovada). E a pedra filosofal, foi descoberta, afinal? Não sei, mas a tal “revelação” angelical pra ficar com a mulher do vizinho já é uma pérola!... ISLE OF AVALON: outro local lendário. Nesta ilha teria sido forjada a espada Excalibur, que pertencia ao Rei Arthur. A primeira citação desta lenda vem da obra do clérigo Geoffrey of Monmouth, Historia Regum Britanniae ("A História dos Reis da Bretanha") de 1136. Esta obra traça a genealogia dos reis ingleses desde 1100 AC, e claro, o rapaz tinha muita imaginação - não existem evidências históricas sobre Arthur. Mas graças a ela, toda uma literatura foi criada ao redor das lendas do Rei Arthur! STARBLIND: uma música bem complexa, cheia de metáforas. Mas de forma geral, Bruce quer que vejamos através de seus olhos e possamos refletir sobre a vida. Let the elders to their parley meant to satisfy our lust Deixe os anciões fazerem a negociação designada para satisfazer nossa luxúria Leaving damacles still hanging over all their promised trust Deixando Damocles pairando sobre toda a sua confiança prometida Aqui ele fala dos velhos que pedem que confiemos em suas palavras de salvação. Ele cita Dâmocles para dizer que estas promessas podem se mostrar vazias a qualquer momento.

Dâmocles é personagem da anedota moral "A espada de Dâmocles". Dâmocles dizia que Dionísio era um homem afortunado por possuir tanto poder e autoridade. Dionísio ofereceu-se para trocar de lugar com Dâmocles por um dia, entretanto, pediu que uma espada fosse pendurada sobre o pescoço de Dâmocles e presa por um fio de rabo de cavalo. Dâmocles, óbvio, declinou da oferta. Com isso, Dionísio queria demonstrar que mesmo tanto poder pode lhe ser tomado de repente. Walk away from freedoms offered by the jailors in their cage Fuja das ofertas de liberdade dos carcereiros em suas celas. Ou seja, o cara vive em seu mundinho como um ignorante e miserável, enquanto tenta convencer outros do que é a liberdade! THE TALISMAN: sobre um povo que está fugindo de seu país, para nunca mais voltar, em dez navios, rumo a uma terra cheia de fortunas e sonhos. Uma tempestade os atinge no caminho, quatro destes somem, e depois vem outra tempestade. O talismã, que não sabemos o que é (uma cruz?) está nas mãos do narrador. Passaram vinte dias sem comer e dez sem água potável. Alguns morreram na tempestade e outros foram mortos por terem escorbuto - que é uma doença causada por falta de vitamina C, muito comum entre os marinheiros que passavam muito tempo em alto mar. Talvez o som fale sobre o peregrinos que vieram fugidos da Europa para a América, mas isso não fica claro, até porque os detalhes da letra não batem com a descrição histórica. THE MAN WHO WOULD BE KING: é sobre alguém que queria ser rei... Não deve ser o Roberto Carlos nem Pelé!... WHEN THE WILD WIND BLOWS: é inspirado no filme “When the Wind Blows” (1986), dirigido por Jimmy Murakami. O filme por sua vez, é adaptado do graphic novel de mesmo nome, feito por Raymond Briggs (1982). O pavor vai tomando conta dos personagens da estória. Como ultimamente as coisas vem acontecendo mesmo: cada vez mais, temos mais e mais notícias, via TV, internet, Twitter… é algo exponencialmente incontrolável… basta sair uma notícia em algum canal que se inicia um fluxo sem fim em todos os meios de comunicação. E o pior de tudo: com a ganância de ter um conteúdo novo, mais exclusivo ou personalizado, as vezes, a notícia começa a ficar distorcida, maior do que é realmente, ou ganhando um tom mais drástico do que realmente seria. Então, neste clima de dúvida e pavor, os personagens começam a se preparar para o pior, sem nem saber exatamente o que, nem por quanto tempo, eles sofrerão com a anunciada catástrofe. Claramente, a letra anuncia que não devemos confiar em tudo que lemos, em tudo que eles (os canais de comunicação) QUEREM que acreditemos… Começa a acontecer. O quadro da parede cai, a esposa chora e reza. As memórias da vida começam a vir à tona, as coisas boas, enquando eles esperam pelo pior acontecer. Agora, tudo ficou para trás. E chegamos ao final do épico som, quando eles são encontrados, abraçados. Mas será que eles realmente perderam a vida através da catástrofe tão amplamente anunciada / divulgada? Ou foram “envenenados” pela pressão exterior? (texto de: Ricardo Heavyrick, [2])

2015

Disco 1 1. 2. 3. 4. 5. 6.

If Eternity Should Fail Speed Of Light The Great Unknown The Red And The Black When The River Runs Deep The Book Of Souls

Dickinson Smith/ Dickinson Smith/ Harris Harris Smith/ Harris Gers/ Harris

8:28 5:01 6:37 13:33 5:52 10:27

1. 2. 3. 4. 5.

Death Or Glory Shadows Of The Valley Tears Of A Clown The Man Of Sorrows Empire Of The Clouds

Smith/ Dickinson Gers/ Harris Smith/ Harris Murray/ Harris Dickinson

5:13 7:32 4:59 6:28 18:01

Disco 2

"The Book Of Souls" chegou em meio a uma tempestade dramática adicional, a revelação genuinamente chocante que Bruce Dickinson sofrera um câncer contra o qual lutara e vencera heroicamente, enquanto era produzido o 16o. trabalho da banda, que não precisaria deste impulso adicional. Finalizado antes de Bruce receber o temido diagnóstico, "The Book Of Souls" traz a sonoridade de uma banda em pleno auge, tanto individual quanto coletivamente, e a performance de Dickinson não deixa nenhuma pista do seu problema de saúde. Alguns poderiam, de má-fé, insinuar que este seria o momento ideal para uma declaração derradeira, mas é difícil imaginar outra banda desta safra sendo capaz de soar tão vital e inspirada. Tudo começa com a primeira das duas canções compostas unicamente por Dickinson. "If Eternity Should Fail" se inicia com uma estranha, quase psicodélica introdução, onde uma sirene de ataque aéreo com tonalidades flutuando num espaço cintilante, até que surgem os primeiros dos inúmeros riffs poderosos da canção. Sombria nas tonalidades e texturas e um tanto quanto mais pesada que o usual do Maiden, são velozes oito minutos e meio que passam rapidamente como se fosse apenas metade deste tempo, com coros e mudanças de tempo adicionando um tempero extra. Os álbuns mais recentes do Maiden tem se caracterizados pela natureza épica e progressiva de seu conteúdo, e embora "The Book Of Souls" certamente demonstre esta face em inúmeras ocasiões, também é um disco que traz vários flashes de concisão. "Speed Of Light", "Death Or Glory" e "Tears Of A Clown" atingem seu clímax em torno de cinco minutos e as três são potenciais hinos do Maiden, onde a presença de Adrian Smith se faz notar intensamente, trazendo de volta o que ficou perdido durante a década em que ficou ausente. Entretanto, tanto "The Great Unknown" e "When The River Runs Deep" demonstram a química intuitiva que existe entre Smith e Steve Harris, os esforços colaborativos de ambos criam mini-sinfonias para Dickinson soltar seu conhecido vibrato. No entanto, "The Book Of Souls" será mais celebrado pelos seus épicos, e se você pensou que o Iron Maiden tinha esgotado todo seu arsenal no passado, você vai ter que apertar seu cinto de segurança e fazer sua prece para Eddie. "The Red And The The Black" é a única composição apenas de Harris, porém é a mais emocionante e fluída que ele já escreveu. Cerca de 14 minutos de ritmos e riffs entrelaçados, com uma pitada de "Flight Of Icarus" aqui, algo de Thin Lizzy ali e backing vocals que devem fazer esta canção se tornar uma das favoritas quando o Maiden levar o "Livro das Almas" para a estrada.

O mesmo se aplica para a faixa-título, uma aventura absurdamente grandiosa e teatral abrangendo mais sacadas inteligentes em seus dez minutos e meio do que qualquer banda gostaria de ter em toda sua carreira. Se Dickinson poderia vir a cantar menos por ser um homem prestes a descobrir um tumor na garganta... bem, desnecessário dizer que sua recuperação tenha sido talvez a coisa mais surpreendente acontecida na história recente do Maiden. A interação entre os "três amigos" (Harris, Dickinson e Smith) atinge um pico similar na estrondosa "Shadows Of The Valley" e, a melhor de todas, a sombria e inquietante parceria de Harris e Dave Murray em "The Man Of Sorrows", onde a poderosa produção de Kevin Shirley, sem nenhum arroubo pretensioso, reluz sobre a interação orgânica e sublime entre os seis músicos. Tão longo, tão brilhante. E mesmo o maior e mais otimista fã do Iron Maiden ficará de queixo caído pela derradeira canção do "The Book Of Souls". A canção mais longa que a banda já gravou, "Empire Of The Clouds", é essencialmente uma ópera heavy metal com 18 minutos, repleta de trechos com Bruce Dickinson ao piano e instrumentais orquestrados que agregam de forma grandiosa uma atmosfera cinematográfica. A faixa relata detalhadamente mas de maneira poética a história do desastre ocorrido com o dirigível R101 em 1930, sendo uma obra impressionante e claramente um trabalho feito com muito amor por seu autor, Bruce Dickinson. E chegando ao final de um disco tão consistente e notável de heavy metal idiossincrático, fica uma questão no ar: há algo que o Iron Maiden não possa fazer? "The Book Of Souls" sugere que não. Considerando que este disco não soa em nada como o trabalho de uma banda que está próxima do fim, o futuro pode trazer maravilhas ainda maiores. A banda ficou tecnicamente melhor... e produções mais rebuscadas são o caminho natural. Impossível não começar a ouvir o álbum questionando se a voz de Dickinson estará lá inteira, visto que ele gravou o álbum quando tinha câncer, um tumor na boca então não diagnosticado. Na boca! Tinha de ser na boca? E a voz está lá! Inteira! Talvez não tão rasgada quanto nos primeiros álbuns, não tão aguda quanto nos primeiros álbuns, mas isso foi consequência mais da idade e experiência do que do câncer. O álbum foi gravado pouco antes do diagnóstico e tratamento. Dickinson estava perfeito com a doença de que ainda não sabia, e muito provavelmente vai continuar perfeito depois de tratado! O resto da banda continua sendo o que se espera. Não poderia ser diferente. O baixo de Steve Harris está lá reconhecível no primeiro "ploc". As guitarras de Adrian e Murray estão lá tão perfeitas quanto sempre. A guitarra de Janick está lá tão impecavelmente imperfeita como sempre. Nicko continua tocando bateria como quem chupa laranja, com muito carinho. "The Book Of Souls" é o mesmo bom Iron Maiden dos últimos anos. Se algo mudou foi irem adiante do que fizeram nos últimos álbuns. Era de se esperar. Sem surpresas. O álbum é apenas um superlativo do que fizeram nos últimos álbuns. Não há unanimidade, claro. A banda está mais madura para o bem e para o mal. Tocam melhor a cada dia. Produzem trabalho mais elaborado a cada dia. O "mais elaborado" vai soar como "mais burocrático" para alguns. O álbum soa mais longo do que o necessário. Muito mais longo do que o necessário. Tem muitas introduções. Tem muitos teclados. O Iron Maiden hoje soa superlativo para o bem e para o mal. É louvável ver a banda acrescentando pianos e orquestra ao seu som. Em meio a tantas mudanças de andamento, continua impossível não encontrar o Maiden de sempre, claro, e terminar gostando de muitos trechos.

A primeira audição de um álbum do Iron Maiden é sempre emocionante. Principalmente depois de cinco anos sem um lançamento de estúdio! If Eternity Should Fail: muitos ecos! Sons dignos dos clássicos progressivos. Tambores tribais, uma leve pegada oitentista e um refrão melodioso e marcante, são alguns dos destaques dessa faixa de abertura do disco. O timbre dos instrumentos, algo bem “verdadeiro”, marca presença em toda a faixa. Uma narração com vozes distorcidas e acompanhadas por um violão suave encerram a canção. Speed of Light: começa com um indefectível Cowbell e o vocal rasgado de Bruce, remetendo o fã mais antigo às épocas de “No Prayer for the Diyng” e “Fear of the Dark”. Música bem direta e empolgante. O riff bem posicionado e constante, se mantém mesmo com o vocal rolando e dá um diferencial à faixa. Os solos são diretos e bem construídos. The Great Unknown: uma introdução com muitas cordas e um vocal imponente. Se Bruce revela-se em plena forma nas duas primeiras faixas, nessa sua voz surpreende até o fã mais otimista. Vocal agudo e marcante, afinação precisa e timbre perfeito. O primeiro solo entra em um momento propício da canção, solo curto e bem posicionado, sonoridade inconfundível. Na sequência, mais da performance de Bruce, riff‟s dobrados e os solos devastadores de Smith e Murray. Segue uma pausa marcada apenas pelo Chimbal de McBrain. O entrosamento da banda é realmente algo fantástico. Enfim, Iron Maiden sendo Iron Maiden. The Red and the Black: introdução um tanto indefinível ao baixo, seguida de uma levada bem tradicional conduzida por toda a banda. Metal puro! Um riff meio “Dance of Death” com o vocal do Bruce acompanhando a melodia da guitarra. O trecho melódico se repete seguido de um Ohooo!… Ohoooo!... Marcação precisa da guitarra base. Volta a sincronia entre vocal e guitarra. Não me lembro de uma canção do Maiden onde isso tenha ocorrido com tanta intensidade. Seguese um riff com guitarras e teclados. Surpreendentemente Bruce volta e repete as melodias dos instrumentos, com ligeiros semitons vocais. Solos impecáveis. No segundo e terceiro solos o andamento muda. Novos e aprazíveis riff‟s. A sonoridade da banda está em um nível altíssimo. Esse último solo, com bends e timbres perfeitos, com certeza é de Smith. Nova mudança no andamento da canção, frases intermináveis de guitarra, riff‟s sem fim... A banda esbanja criatividade e entrosamento. Encerra-se com o Ohooooo!... Ohoooooo!... E o baixo de Harris. When the River Runs Deep: introdução pesada e bateria marcando somente as notas fortes. Vocal agudíssimo, bem agressivo. Chimbal e guitarra sozinhos, seguidos da levada mais característica da banda, protagonizada por Nico McBrain e Steve Harris. Uma mudança no andamento e os repiques no prato de condução. Show! Solos bem definidos. Nico comanda o ritmo de forma magistral. Grande som de batera! The Book of Souls: a faixa título do álbum começa com um violão desferindo notas bem longas, o que nos faz acreditar que a música seguira a tendência das introduções demoradas de “The X Factor” e “Brave New World”. Nada disso, a banda explode com peso. Bruce cantando muito! Esse é provavelmente o refrão mais bonito até agora. A interação precisa entre vocal e harmonia chamam a atenção até mesmo do ouvinte mais leigo. Arranjos impecáveis! Aos 05:40, a múcica indica uma pausa que remete ao encerramento da faixa ou uma seção daquelas intermináveis melodias “baladescas”… nada disso de novo! A caixa da bateria ressurge bem nos padrões de “Be Quick Or Be Dead” seguindo-se num universo que remete à “Back In The Village”… Nesse momento o corpo todo arrepia! Composição Épica! Dez minutos que parecem três. O violão volta, solene, para encerrar a canção. Death or Glory: fazendo jus ao nome, apresenta-se a introdução mais pesada até agora. Metal tradicionalíssimo e vocal bem coeso. A letra é exposta entre trechos que se alternam entre agressivos e melódicos. A levada de bateria segue sua cadência constante, os rff‟s surgem, baixo cavalgado, característico de Harris. Os solos cumprem seu papel sem muitas variações da

harmonia. O refrão retorna e a canção segue para seu encerramento. Essa faixa sim respeita aquela linha bem definida do heavy metal. Uma ótima canção. Direta e precisa, mas sem grandes surpresas. Shadows of the Valley: essa faixa te leva, logo em seus primeiros compassos, ao universo de “A Matter Of Life And Death”, em especial, à “These Colours Don't Run”. Uma canção que diz de cara à que veio. Viradas “justas” de bateria, precisos ataques de guitarra, vocal bem moderado, com apenas alguns trechos agudos. A cadência da banda muda durante o primeiro solo e retoma a pegada no segundo, (solo sobre riff). E uma das características mais marcantes desse trabalho reaparece após o instrumental, vocal e riff juntos, mais, Ohooooo! Um solo curto interrompe o coro, retorna o vocal e a faixa se encaminha para o fim. Uma grande música, embora não se destaque tanto quanto as demais. Tears of a Clown: música que surpreende já na introdução, pesada e técnica. Um trecho que, com certeza, exigiu muito ensaio e entrosamento da banda. Nico mandou muito na batera! O vocal surge em um tom médio, as guitarras soam mais discretas e o baixo se destaca. A pegada cresce novamente aos poucos. O refrão chega e o vocal sobe ligeiramente o tom. Uma canção reflexiva e cadenciada. Não chamaria de forma nenhuma de balada, mas não mantem o peso que indicara no começo. A introdução se repete e logo o primeiro solo é executado. Os timbres das guitarras são, sem dúvida, dignos de menção. Instrumentos diretamente plugados ao amplificador, sem filtros, pedais, compressores e afins. Assim como o vocal, somente garganta e microfone. O mesmo pode ser dito da bateria e baixo. Sonoridades verdadeiramente grandiosas. The Man of Sorrows: essa sim poderia, logo pela introdução, ser taxada como “balada”. Uma guitarra chorada encima da harmonia de cordas com drives bem leves. O vocal surge sob a mesma atmosfera introspectiva. Um minuto e meio que remete ao título em seu sentido mais literal. Bateria e baixo entram poderosos e a música segue outra direção, alterando sua cadência nos próximos compassos. Aos 02:15 o vocal parece não se integrar tão bem à harmonia. Um acorde agudo e contínuo de teclado surge sombrio, vozes sobrepostas criam um ambiente um tanto quanto confuso. As guitarras se juntam no riff pré solo. Solos curtos e objetivos cumprem bem seu papel. Destaque para a linha de baixo e as guitarras fantasmagóricas no encerramento da faixa. Com certeza está é uma canção enigmática, com alternações um tanto conflitantes, difícil de sintetizar. Empire of the Clouds: enfim, a maior canção já lançada pelo Iron Maiden, com 18 minutos de duração e assinada exclusivamente por Bruce Dickinson. Sua introdução, ao piano, já seria inovadora, mas o que dizer de um violoncelo? Isso mesmo! Um violoncelo em uma canção do Iron Maiden. Com certeza sua presença se justifica em termos de ambientação e harmonia, perfeito ao contexto da obra. Uma introdução com arranjos incríveis e sonoridade que compõem brilhantemente a anunciação de um clássico. Uma atmosfera que remeteria facilmente o ouvinte à uma obra medieval, ou, no mínimo, às trilhas sonoras dos grandes épicos do cinema. O vocal surge juntamente aos rufos pausados da bateria. Destaque para as primeiras frases de Bruce, não apenas cantando a canção, mas narrando uma história, interpretando verdadeiramente o texto. O conjunto apresentado até aqui é realmente brilhante. Um crescimento evidente em aspectos musicais e profissionais. Bateria e baixo ditam o ritmo cadenciado e pesado em que a canção, aos poucos, se desenvolve e cresce. O primeiro riff de guitarras dobradas não foge ao que já vinha sendo apresentado, conduzindo a banda à uma pausa, aí sim a coisa muda de direção. A próxima sequência de riff‟s e a cadência dão uma sensação de liberdade e “vitória”. Segue um longo trecho sem vocal eté que os primeiros solos surgem aos dez minutos. Instrumental perfeitamente harmonioso. Bruce retoma a canção em um a taque agudo e agressivo. O que dura pouco. Logo o instrumental assume as rédias da situação novamente. Durante um grande período não se tem uma participação ativa do vocal. A canção segue para seu final. Essa é, sem dúvida, uma obra sem precedentes.

Em entrevista exclusiva para a revista Kerrang, Steve Harris revelou que a crença na vida após a morte na Civilização Maia foi a inspiração da faixa título do novo disco do Iron Maiden, The Book Of Souls.

"A faixa (título) é baseada na civilização Maia. Eles acreditavam que as almas continuavam vivendo após a morte. Eles acreditavam em muitas outras experiências fora do mundo dos vivos. Há muito misticismo sobre a forma como eles viveram suas vidas e sobre os diferentes deuses em que acreditavam. É muito fascinante. Isso sempre me fascinou, de verdade. Acho que à medida que envelhecemos, você pensa muito mais nesse tipo de coisas. Algo como o que aconteceu com Bruce ou quem quer que seja. As pessoas próximas de você vão morrendo - e como estamos ficando mais velhos isso acontece mais e mais. Eu sempre fui tocado pela mortalidade e coisas assim nas minhas letras, mesmo quando eu tinha meus 20 e poucos anos. Houve sempre um fascínio com o que está lá fora, realmente, e se as pessoas continuam vivendo depois." [1]

(1/11) If Eternity Should It Fail (8:28)

Se a Eternidade Deve Falhar

Here is the soul of a man Here in this place for the taking Clothed in white Stand in the light Here is the soul of a man

Aqui é a alma de um homem Aqui neste lugar para acreditar Vestido de branco Ficar na luz Aqui é a alma de um homem

Time to speak with the shaman again Conjure the jester again Black dog in the ruins is howling my name So here is the soul of a man

Tempo para falar com o xamã novamente Conjurar o bobo da corte novamente Cão preto nas ruínas está urrando meu nome Então aqui é a alma de um homem

When the world was virgin Before the coming of men Just a solar witness The beginning of the end

Quando o mundo era virgem Antes da vinda dos homens Apenas uma testemunha solar O início do fim

From a world of magma To a cold rock face The ascent of madness And a human race

De um mundo de magma Para uma face rochosa fria A ascensão da loucura E a raça humana

We are strange believers All of us There are stranger truths Immortal rust

Somos crentes estranhos Todos nós Há verdades mais estranhas Ferrugem imortal

We rise from slumber He calls our name Recalls our number

Nós subimos do sono Ele chama o nosso nome Recorda o nosso número

Abide with pain

Permanece com dor

Reef in a sail at the edge of the world If eternity should fail Waiting in line for the ending of time If eternity should fail

Recife numa viagem marítima (“porto seguro”) na borda do mundo Se a eternidade deve falhar Esperando na fila pelo fim dos tempos Se a eternidade deve falhar

To God's illusion Which I recall Was our delusion Before the fall

Para ilusão de Deus Que me lembro Era nossa desilusão Antes da queda

The angels come And the angels go But the lord of light Shining below

Os anjos vêm E os anjos vâo Mas o senhor da luz Brilhando abaixo

Eternal blackness Beyond the stars We think our wisdom Will get that far

Escuridão eterna Além das estrelas Nós pensamos que nossa sabedoria Vai chegar tão longe

At the master's table The table's bare No land of plenty Devastation, despair

À mesa do mestre A mesa vazia Nenhuma terra de abundância Devastação, desespero

Reef in a sail at the edge of the world If eternity should fail Waiting in line for the ending of time If eternity should fail

Recife numa viagem marítima na borda do mundo Se a eternidade deve falhar Esperando na fila pelo fim dos tempos Se a eternidade deve falhar

Reef in a sail at the edge of the world If eternity should fail Waiting in line at the ending of time If eternity should fail (x3)

Recife numa viagem marítima na borda do mundo Se a eternidade deve falhar Esperando na fila no fim dos tempos Se a eternidade deve falhar

Good day My name is necropolis I am formed of the dead I am the harvester of the soul meat And I suck the lives from around my bed My own two sons, I gave them breath And I filled their living corpses with my bile What humanity I knew I have long forgotten For me, eternity is nothing but a short while

Bom Dia Meu nome é necrópole Sou formada dos mortos Eu sou a ceifeira da carne da alma E eu sugo a vida Em torno da minha cama Meus dois filhos, dei-lhes fôlego E eu encho seus cadáveres vivos com a minha amargura A humanidade que conheci há muito tempo esquecidi Para mim, a eternidade não é nada além de um curto espaço de tempo

(2/11) Speed Of Light (5:01)

Velocidade Da Luz

Another time, another place A hollow universe in space

Outro tempo, outro lugar Um universo oco no espaço

I took a trip to see the sights I will be blacker than the night

Eu viajei para ver as paisagens Serei mais negro que a noite

One way ticket no returned My shooting star so fast it burns On the edge that you can't see

Um bilhete de ida sem retorno Minha estrela cadente Tão rápida que queima Na borda que você não pode ver

Let‟s shoot the moon, you and me I‟m not particular you see Just a lonesome galaxy

Vamos fotografar a lua, você e eu Eu não especial você vê Apenas uma galáxia solitária

Shadows in the stars We will not return Humanity won‟t save us At the speed of light

Sombras nas estrelas Nos não vamos voltar Humanidade não nos salvará Na velocidade da luz

Shadows in the stars We will not return Humanity won‟t save us We slip into the night

Sombras nas estrelas Nos não vamos voltar Humanidade não nos salvará Estamos deslizando noite adentro

I‟ll say a mass for you and wave Shooting plasma from my grave Event horizon lost in space Running in a human race

Eu vou rezar por você e acenar Atirando plasma do meu túmulo Horizonte de eventos perdido no espaço Correndo numa corrida humana

I don‟t know where I don‟t know when But somehow back there time again I‟m the edge that you can‟t see

Eu não sei onde, eu não sei quando Mas de algum modo volto no tempo de novo Estou numa borda que você não pode ver

I‟m not particular at night A single particle of me You won‟t be tracking me by sight

Não sou especial de noite Uma simples partícula de mim Você não vai me rastrear por sinal

Shadows in the stars We will not return Humanity won‟t save us At the speed of light

Sombras nas estrelas Nós não vamos voltar Humanidade nos salvará Na velocidade da luz

Shadows in the stars We will not return Humanity won‟t save us We slip into the night

Sombras nas estrelas Nós não vamos voltar Humanidade nos salvará Estamos deslizando noite adentro

Shadows in the stars We will not return Humanity won save us At the speed of light

Sombras nas estrelas Nós não vamos voltar Humanidade nos salvará Na velocidade da luz

… We slip into the night

... Estamos deslizando noite adentro

(3/11) The Great Unknow (6:37)

O Grande Desconhecido

Winter softly falling to the ground Calmly waiting don‟t you hear a sound

Inverno suavemente caindo no chão Calmamente esperando você não ouve um som

When the world has fallen to the depths below Where the future‟s open and the fear has grown And the path to follow to the great unknown Where the dark has fallen and the seed is sown

Quando o mundo caiu para as profundezas abaixo Onde o futuro se abre E o medo cresceu E o caminho a seguir para o grande desconhecido Onde a escuridão caiu e a semente é semeada

In the selfish hearts of some The nightmare‟s coming With the spilling blood of others Now wringing through

Nos corações egoístas de alguns O pesadelo está chegando Com o sangue derramado de outros Agora torcendo através

Now the cup is spilling over Wake to news of death And the prophecy of sages Destiny is met

Agora, o copo está transbordando Acorde para a notícia da morte E a profecia dos sábios Destino é cumprido

To the depths of human mind The cry is burning With the mentor‟s anger Of the lesson ringing true And for those who live by and are dying by the sword They will take their ideals with them Justify their end

Para as profundezas da mente humana O grito está queimando Com a raiva do mentor Da lição zunindo verdadeira E para aqueles que vivem pela e estão morrerendo pela espada Eles vão levar seus ideais com eles Justificar seu fim

Where the fools are lying and the meek are crying Where the wolves are preying On the weak alone Where the sons are dying Hear their mothers crying And the distant sound of fire Begins again

Onde os tolos estão mentindo e os mansos estão chorando Onde os lobos estão predando No fraco sozinho Onde os filhos estão morrendo Ouvir suas mães chorando E o som distante de fogo Começa de novo

Never ending the desires of men It‟ll never be the same or calm again In a time of changing hearts And great unknown It‟ll be the damnation and end of us all

Nunca terminando os desejos dos homens Isso nunca vai ser o mesmo ou calmo novamente Em um tempo de corações mudados E grande desconhecido Vai ser a condenação e o fim de todos nós

Where the fools are lying And the meek are crying Where the wolves are preying On the weak alone Where the sons are dying Hear their mothers crying And the distant sound of fire begins again

Onde os tolos estão mentindo e os mansos estão chorando Onde os lobos estão predando No fraco sozinho Onde os filhos estão morrendo Ouvir suas mães chorando E o som distante de fogo Começa de novo

Never ending the desires of men It‟ll never be the same or calm again In a time of changing hearts And great unknown It‟ll be the damnation and end of us all

Nunca terminando os desejos dos homens Isso nunca vai ser o mesmo ou calmo novamente Em um tempo de corações mudados E grande desconhecido Vai ser a condenação e o fim de todos nós

When the world has fallen And we stand alone...

Quando o mundo caiu E ficamos sozinhos...

(4/11) The Red And The Black (13:33)

O Vermelho e o Negro

The morals of life and the perils of death Take the wrong way out running out of breath Meet my match in the afterlife Suppress the demons that plague the night

A moral da vida e os perigos da morte Pegar a saída errada Correndo sem fôlego Cumprir meu jogo na vida após a morte Suprimir os demônios que atormentam a noite

A tortured mind is a safe place to go But the truth lurks down in the dark below Step inside my inquisitive mind Are you scared at what you just might find

A mente torturada é um lugar seguro para ir Mas a verdade se esconde abaixo no escuro inferior Etapa dentro de minha mente inquisitiva Você está com medo com o que você só pode encontrar

See myself in the hall of mirrors A different shape every step I take A different mind every step of the line But in the end they are all mine

Vejo-me na sala de espelhos Uma forma diferente a cada passo que dou Uma mente diferente a cada passo da linha Mas no final eles são todas minhas

Laughing sorrow inside your head Can‟t get out just a feeling of dread I know this burden is a heavy load A dark mistake never ending road

Rindo triste dentro de sua cabeça Não pode sair apenas um sentimento de pavor Eu sei que esta aflição é uma carga pesada Uma névoa escura interminável estrada

The black jack king and the red queen clash The artful dodger he counts his stash The joker‟s wild like an impish child While madame fortune she waits inside

O rei valete preto e a rainha vermelho conflitam O trapaceiro astuto ele conta seu esconderijo O coringa selvagem como uma criança travessa Enquanto madame fortuna ela espera dentro

The good luck charm is overkill The tired old soldier says fire at will Planes overhead go search destroy The ones below human decoy

O amuleto de boa sorte é um exagero O velho soldado cansado diz fogo à vontade Aviões suspensos procuram destruir Aquelas armadilhas humanas indignas

I need somebody to save me

Eu preciso de alguém para me salvar

Meanwhile we play the waiting game The clock is struck the horse is lame And when we think that this is done Chance your luck a four leafed one

Enquanto isso nós jogamos o jogo da espera O relógio é atingido o cavalo é manco E quando pensamos que isto é feito Tente sua sorte um quatro folheado

You hedge your bets the battle lost To wait in vain and count the cost The thin edged line Between good and bad And cast the luck be happy sad

Você protege suas apostas a batalha perdida Para esperar em vão e contar o custo A fina linha afiada Entre o bem e o mal E lança a sorte seja feliz triste

I need somebody to save me

Eu preciso de alguém para me salvar

The red and the black People don‟t want the truth Look in their eyes and you send them away

O vermelho e o negro As pessoas não querem a verdade Olhe em seus olhos e você os manda embora

The red and the black Fate and hypocrisy Burden‟s a heavy load there is no doubt

O vermelho e o negro Destino e hipocrisia Aflição é uma carga pesada não há dúvida

The red and the black All out of luck again How many chances can anyone have

O vermelho e o negro Tudo sem sorte novamente Quantas chances alguém pode ter

The red and the black Treachery out to win There in the wrong place and at the wrong time

O vermelho e o negro Traição para ganhar Há no lugar errado e na hora errada

I need somebody to save me

Eu preciso de alguém para me salvar

(5/11) When The River Runs Deep (5:52)

Quando o Rio é Mais Profundo

Look for something that is hard to find Searching somewhere Deep inside your mind Hope you find just what you‟re looking for Heaven‟s waiting with an open door

Procurar por algo que é difícil de encontrar Pesquisando em algum lugar no fundo da sua mente Esperar que você encontre apenas o que você está procurando O céu está esperando com uma porta aberta

If you should sell your soul as cheaply as I did then The road to ruin is a long road to hide in We signed our lives away to have an escape It‟s something that will be whatever our fate

Se você deve vender sua alma tão barata como eu fiz então O caminho para a ruína é um longo caminho para se esconder Nós marcamos nossas vidas até o fim Para ter uma fuga É algo que vai ser seja qual for nosso destino

There‟s no use in hiding Got to keep on trying Can‟t take no more lying This is the last There‟s no time for crying When some of us are dying None of us decide what is our fate

Não há objetivo na clandestinidade Tem que continuar tentando Não pode aceitar mais nenhuma mentira Esta é a última Não há tempo para chorar Quando alguns de nós estão morrendo Nenhum de nós decide qual é o nosso destino

Now with nothing to hide going nowhere Take my chances and stand by their sides When the river runs deep And the line breaks And the blood it flows Free from our lives

Agora com nada a esconder indo a lugar nenhum Ter minhas chances e ficar ao lado delas Quando o rio é mais profundo E a linha se quebra E o sangue flui Livre de nossas vidas

Is this the last together maybe this time now We stand together and we‟re holding the line here There‟s nothing we can do just sit here and wait The die is cast that is deciding our fate

É este o último conjunto talvez este tempo agora Estamos juntos e estamos segurando a linha aqui Não há nada que possamos fazer apenas sentar aqui e esperar O dado é lance que decide nosso destino

There‟s no use in hiding Got to keep on trying Can‟t take no more lying This is the last There‟s no time for crying When some of us are dying None of us decide What is our fate

Não há objetivo na clandestinidade Tem que continuar tentando Não pode aceitar mais nenhuma mentira Esta é a última Não há tempo para chorar Quando alguns de nós estão morrendo Nenhum de nós decide qual é o nosso destino

Now with nothing to hide going nowhere Take my chances and stand by their sides When the river runs deep And the line breaks And the blood it flows Free from our lives …

Agora com nada a esconder indo a lugar nenhum Ter minhas chances e ficar ao lado delas Quando o rio é mais profundo E a linha se quebra E o sangue flui Livre de nossas vidas ...

(6/11) The Book of Souls (10:27)

O Livro das Almas

Sacrifices buried with kings Accompany them on a journey with no end To an afterlife that‟s rich with fruit of all the gods And to face the demons Of their underworld haunts

Sacrifícios enterrados com reis Acompanhá-los em uma jornada sem fim Para uma vida após a morte que é rica com frutos de todos os deuses E para enfrentar os demônios De suas assombrações do submundo

The sentient is sent to seek out all the truth A flight to earth that is a given from his birth To rise from ashes of the dead Out of the fire is sent to fulfil man‟s desire

O senciente é enviado a procurar toda a verdade Um voo para terra que é dado desde o seu nascimento A subir a partir das cinzas dos mortos Fora do fogo é enviado para cumprir o desejo do homem

By power day and night and death he ruled them The sky and earth and the fires too Two headed reptile symbol of his reign Universes of the underworld

Pelo poder do dia e da noite e da morte ele governou-os O céu e a terra e os fogos também Duas cabeças répteis símbolo de seu reinado Universos do submundo

A life that‟s full of all the wealth and riches Can never last for an eternity After living in a golden paradise The ultimate sacrifice

Uma vida que é cheia de todas as farturas e riquezas Nunca pode durar uma eternidade Depois de viver em um paraíso dourado O sacrifício final

Prophecy of sky gods, the sun and moon Passing of old ways will come true soon

Profecia de deuses do céu, o sol e a lua Passagem de velhos hábitos se tornará realidade em breve

Falling of ages, forest of kings The search for the truth, the book of souls

Queda de idades, floresta de reis A busca pela verdade, o livro das almas

The rulers of planets and stars The power of the kings of traders and the wars

Os governantes de planetas e estrelas O poder dos reis dos comerciantes e das guerras

Planetary cycles and the phases of the moon Is in the document a kingdom they will learn

Ciclos planetários e as fases da lua Está no documento um reino que eles vão aprender

They were praying to the gods of nature And were living in the cities of stone Towers reaching upward to the heavens Sacred wonders for the world unknown

Eles estavam orando aos deuses da natureza E estavam vivendo nas cidades de pedra Torrers ascendendo acima para os céus Maravilhas sagradas para o mundo desconhecido

Make their lives be a mystery no more Records kept and the passing of laws Sacred gods to the book of lies When a civilization dies

Fazer suas vidas ser um mistério não mais Registros mantidos e a aprovação de leis Deuses sagrados para o livro de mentiras Quando uma civilização morre

Prophecy of sky gods The sun and moon Passing of old ways will come true soon

Profecia de deuses do céu, o sol e a lua Passagem de velhos hábitos se tornará realidade em breve

Falling of ages Forest of kings The lost book of souls, destruction begins

Queda de idades, floresta de reis o livro perdido das almas a destruição começa

Ascending the throne wearing feathers and shells He brought back their lives from the void Alien invasion brings nothing but death Mass exodus and plant life destroyed

Subir ao trono vestindo penas e conchas Ele trouxe de volta suas vidas a partir do vazio Invasão alienígena traz nada além de morte Êxodo em massa e vida vegetal destruída

Domain of the earth to the journey of truth The underworld caves mayan slaves

Domínio da terra para a viagem da verdade O escravos maias das cavernas do submundo

Defeat of the dark lords The ultimate proof In the place where the ancestors rule

Derrota dos senhores escuros A prova final No lugar onde governam os ancestrais

The book of souls

O livro das almas

(7/11) Death Or Glory (5:13)

Morte ou Glória

I see the enemy, I know he can‟t see me Combat red in tooth and claw

Eu vejo o inimigo, eu sei que ele não pode me ver Vermelho combate em dentes e garras

Ready now for one more score Took a bullet in my brain Inside I‟m the king of pain Outside you will fear my name I ride a blood red triplane

Pronto agora para mais uma pontuação Levei uma bala no meu cérebro Dentro de mim eu sou o rei da dor Fora você vai temer o meu nome Eu monto um triplano vermelho sangue

Turn like the devil, shoot straight from the sun Climb like a monkey out of hell where I belong

Vire como o diabo, dispare em linha reta do sol Suba como um macaco para fora do inferno onde eu pertenço

Death or glory, it‟ss all the same Death or glory, the price of fame Death or glory, I‟m in the game of Death or glory, a one way train

Morte ou glória, tudo é a mesma coisa Morte ou glória, o preço da fama Morte ou glória, eu estou no jogo de Morte ou glória, um trem de sentido único

I watch you spiral down Dead before you hit the ground Bullet got you in the back Deflection shooting beam attack I shoot the gunner first I kill to quench my thirst I hunt the weakest prey Live to fly another day

Eu vejo você em espiral para baixo Morto antes de atingir o chão Bala pegou-lhe nas costas Tiroteio desviado Ataque cego Eu acerto o artilheiro primeiro Eu mato para saciar minha sede Eu caço a presa mais fraca Viver para voar outro dia

Turn like the devil, shoot straight from the sun Climb like a monkey out of hell where I belong

Vire como o diabo, disparar em linha reta do sol Suba como um macaco para fora do inferno onde eu pertenço

Death or glory, it‟s all the same Death or glory, the price of fame Death or glory, I‟m in the game of Death or glory, a one way train

Morte ou glória, tudo é a mesma coisa Morte ou glória, o preço da fama Morte ou glória, eu estou no jogo de Morte ou glória, um trem de sentido único

Turn like the devil, shoot straight from the sun Climb like a monkey out of hell where I belong

Vire como o diabo, disparar em linha reta do sol Suba como um macaco para fora do inferno onde eu pertenço

Death or glory, it‟s all the same Death or glory, the price of fame Death or glory, I‟m in the game of Death or glory, a one way train …

Morte ou glória, tudo é a mesma coisa Morte ou glória, o preço da fama Morte ou glória, eu estou no jogo de Morte ou glória, um trem de sentido único ...

(8/11) Shadows Of The Valley (7:32)

Sombras do Vale

Wandering aimlessly in a cold dark mist I follow Walking in a dark world that‟s been Kissed with sadness Without sunlight things are born To the dead of nightmares

Vagando sem rumo em uma névoa fria e escura Eu sigo Andar em um mundo escuro que tem sido Beijado com tristeza Sem luz solar coisas nascem Para os mortos de pesadelos

Soulless demons laughing in a sea of madness

Demônios sem alma rindo em um mar de loucura

Listen closely to the raven‟s call Praying hard for our world not to end Try as might to make sense of it all Will it be for the penance of men

Ouça com atenção ao chamado do corvo Orando difícil para o nosso mundo não para acabar Tente como puder para fazer sentido disso tudo Será que vai ser para a penitência de homens

Follow north for the call of the wild Look all out for a small wayward child Lay in fear as the dark raven crows Look for guidance from the one who knows He lived on this earth for a time and a half Playing a tune to the old man‟s laugh The fear that‟s inside the men of the oath In the script of the book that he wrote

Siga para o norte para a chamada do selvagem Olhe tudo para fora por uma pequena criança rebelde Coloque no medo como os corvos escuros corvo Procure a orientação de quem conhece Ele viveu na terra por um tempo e meio Tocando uma melodia Para a risada do velho O temor que está dentro os homens do juramento No roteiro do livro que ele escreveu

Ask them the questions Tell them no lies A cry for freedom Praying that they wouldn‟t die Mind over matter Cry over sins Their lives are over now Ended before they begin

Peça-lhes as perguntas Diga-lhes que não há mentiras Um grito de liberdade Orando que eles não morreriam Mente sobre a matéria Chorar sobre pecados Suas vidas estão além agora Terminadas antes de começar

As the raven again passes by I can hear all the wake fathers cry That the first born of all men will die That their lives will be taken from them Face the danger a battle of wills Strength and courage a cure for all ills We believe in that thou shall not kill

Como o corvo passa novamente Eu posso ouvir todos os choros dos pais vigiliantes Que o primogênito de todos os homens vão morrer Que suas vidas serão tomadas deles Enfrentam o perigo de uma batalha de vontades Força e coragem uma cura para todos os males Nós acreditamos que você não deve matar

But others are ready to spill The hearts of all men since beginning of time Living with temptation Wanting and crime

Mas outros estão prontos para derramar Os corações de todos os homens desde o início do tempo Vivendo com a tentação Querendo e crime

A walk in the shadow of the valley of death Knowing I‟ll take my last breath

Uma caminhada na sombra do vale da morte Sabendo que eu vou tomar o meu último suspiro

Ask them the questions Tell them no lies A cry for freedom Praying that they wouldn‟t die Mind over matter Cry over sins Their lives are over now Ended before they begin

Peça-lhes as perguntas Diga-lhes que não há mentiras Um grito de liberdade Orando para que eles não morressem Mente sobre a matéria Chorar sobre pecados Suas vidas estão além agora Terminadas antes de começar

The hearts of all men since beginning of time Living with temptation Wanting and crime A walk in the shadow of the valley of death Knowing I‟ll take my last breath

Os corações de todos os homens desde o início do tempo Vivendo com a tentação Querendo e crime Uma caminhada na sombra do vale da morte Sabendo que eu vou tomar o meu último suspiro

Ask them the questions Tell them no lies A cry for freedom Praying that they wouldn‟t die Mind over matter Cry over sins Their lives are over now Ended before they begin

Peça-lhes as perguntas Diga-lhes que não há mentiras Um grito de liberdade Orando para que eles não morreriam Mente sobre a matéria Chorar sobre pecados Suas vidas estão além agora Terminadas antes de começar

Into the valley of death fear no evil We will go forward no matter the cost Into the valley of death follow me now Bring me your souls and I‟ll make it our last

Dentro do vale da morte não temerei mal algum Vamos seguir em frente não importa o custo Dentro do vale da morte segue-me agora Traga-me as suas almas e eu vou fazer isso o nosso fim

Ask them the questions Tell them no lies A cry for freedom Praying that they wouldn‟t die Mind over matter, cry over sins Their lives are over now Ended before they begin

Peça-lhes as perguntas Diga-lhes que não há mentiras Um grito de liberdade Orando para que eles não morressem Mente sobre a matéria, chorar sobre pecados Suas vidas estão além agora Terminadas antes de começar

(9/11) Tears Of a Clown (4:59)

Tears of a Clown

All alone in a crowded room He tries to force a smile

Completamente sozinho em uma sala lotada Ele tenta forçar um sorriso

The smile it beamed or so it seemed But never reached the eyes, disguise Masquerading as the funny man do they despise

O sorriso que irradiou ou assim parecia Mas nunca chegou aos olhos, disfarçar Mascarando como o homem engraçado Que eles desprezam

The false smile maketh of the man Glass empty or half full Try to make some sense or sorrows drown All looks well on the outside Underneath the solemn truth There's something that inside has died

O falso sorriso de mercado do homem Copo vazio ou meio cheio Tentar fazer algum sentido Ou afogar as dores Tudo parece bem do lado de fora, debaixo da verdade solene Há algo que dentro morreu

Tomorrow comes tomorrow goes But the cloud remains the same Wonder why he's feeling down Tears of a clown Maybe it's all just for the best Lay his weary head to rest Was forever feeling drowned Tears of a clown

Amanhã vem, amanhã vai, mas a nuvem continua a mesma Surpreso por que ele está se sentindo para baixo lágrimas de um palhaço Talvez seja tudo só para o melhor reclinar sua cabeça cansada para descansar sempre se sentindo afogado, lágrimas de um palhaço

Who motivates the motivator Facade it has to go He knows it sooner or later Smile for cameras all ok But tomorrow is another day he must get through

Quem motiva o motivador Fachada, isto tem que ir Ele sabe disto cedo ou tarde Sorrir para as câmeras tudo ok Mas amanhã é outro dia ele deve superar

He had a longer way to run Or so the story goes Life full of fun where did it go We saw the sadness in his eyes It came as no surprise And now of course we'll never know

Ele tinha um longo caminho a percorrer ou assim diz a história A vida cheia de diversão onde foi Nós vimos a tristeza em seus olhos Isto veio sem nenhuma surpresa e agora, claro, nós nunca saberemos

Tomorrow comes tomorrow goes But the cloud remains the same Wonder why he's feeling down Tears of a clown Maybe it's all just for the best Lay his weary head to rest Was forever feeling drowned Tears of a clown

Amanhã vem, amanhã vai, mas a nuvem continua a mesma Surpreso por que ele está se sentindo para baixo lágrimas de um palhaço Talvez seja tudo só para o melhor reclinar sua cabeça cansada para descansar sempre se sentindo afogado, lágrimas de um palhaço

Tomorrow comes tomorrow goes But the cloud remains the same Wonder why he's feeling down Tears of a clown

Amanhã vem, amanhã vai, mas a nuvem continua a mesma Surpreso por que ele está se sentindo para baixo lágrimas de um palhaço

Maybe it's all just for the best Lay his weary head to rest

Talvez seja tudo só para o melhor reclinar sua cabeça cansada para descansar

Was forever feeling down Tears of a clown

sempre se sentindo afogado, lágrimas de um palhaço

Tears of a clown

lágrimas de um palhaço

(10/11) The Man Of Sorrows (6:28)

O Homem das Tristezas

Like a man without a home Watching people come and go Carry on their daily lives Without a thought for the ones alone

Como um homem sem casa Observando as pessoas vindo e indo Suegindo suas vidas diárias Sem um pensamento para aqueles sós

Cast the dream aside like throwing a pebble into the ocean tide And I‟m feeling so alone again

Lançar o sonho de lado como jogar uma pedrinha na maré do oceano E eu estou me sentindo tão sozinho novamente

Free the angry from their pain Free the captives from the chains Cast aside the doubt that Nothing good can come their way again Living in a world of lies No matter how or hard we try Living life without a dream today

Livre a raiva de sua dor Libertar os cativos das cadeias Ponha de lado a dúvida de que Nada de bom pode vir a caminho de novo Vivendo em um mundo de mentiras Não importa como ou tentemos Vivendo a vida sem um sonho hoje

Looking through a mist of truth That we believe an elusive cloud The things we find are hard to say now That we live through day to day Find it hard to force the reasons Why we find it hard to die

Olhando através de uma névoa de verdade Que acreditamos numa nuvem ilusória As coisas que encontramos são difíceis dizer agora Que vivemos através do dia a dia Achar que é difícil forçar as razões Por que achamos difícil morrer

Now we need to know the truth now Open our eyes that we can see So we live and breathe again Better days for you and me Can we even hope to deliver this We are so far away

Agora precisamos saber a verdade agora Abrir nossos olhos para que possamos ver Assim vivemos e respiraramos novamente Dias melhores para você e para mim Podemos mesmo esperar para transmitir isto Estamos tão longe

As one turns against the other With a brother against brother Situation like no other it‟s a picture of despair

Como um se vira contra o outro Com um irmão contra irmão Situação como nenhuma outra uma imagem de desespero

As we look to see

Ao olharmos para ver

the man of sorrows Passing knowledge to those who don‟t know As we watch all our friends passing over As they pass through the edges of time And we see what‟s ahead that awaits us That no longer do we feel afraid So we look to see the man of sorrows And the light is the darkness no more

o homem das tristezas Passando conhecimento para aqueles que não sabem Enquanto assistimos todos os nossos amigos passando por cima À medida que passam através das bordas do tempo E vemos o que está adiante que nos espera Que já não nos faz sentir medo Então olhamos para ver o homem de dores E a luz é a escuridão não mais

As we look to see the man of sorrows Passing knowledge to those who don‟t know As we watch all our friends passing over As they pass through the edges of time And we see what‟s ahead that awaits us That no longer do we feel afraid So we look to see the man of sorrows And the light is the darkness no more

Ao olharmos para ver o homem das tristezas Passando conhecimento para aqueles que não sabem Enquanto assistimos todos os nossos amigos passando por cima À medida que passam através das bordas do tempo E vemos o que está adiante que nos espera Que já não nos faz sentir medo Então olhamos para ver o homem de dores E a luz é a escuridão não mais

(11/11) Empire Of The Clouds (18:01)

Império das Nuvens

To ride the storm, to an empire of the clouds To ride the storm, they climbed aboard their silver ghost

Para cavalgar a tempestade, a um império das nuvens Para cavalgar a tempestade, eles subiram a bordo de seu fantasma prateado

To ride the storm, to a kingdom that will come To ride the storm, and damn the rest, oblivion

Para cavalgar a tempestade, a um reino que virá Para cavalgar a tempestade, e danar-se o resto, esquecimento

Royalty and dignitaries, brandy and cigars Grey lady giant of the skies, you hold them in your arms The millionth chance they laughed, to take down his majesty‟s craft “To India” they say, “magic carpet float away”,

Realeza e dignitários, brandy e charutos Gigante senhora cinza dos céus, você mantém-os em seus braços A chance milionésima eles riram, de derrubar sua capacidade majestosa "Para a Índia", dizem, "tapete mágico flutue",

an october fateful day…

num dia fatídico de outubro...

Mist is in the trees, stone sweats with the dew The morning sunrise, red before the blue. Hanging at the mast, waiting for command His majesty‟s airship, the R101

Névoa está nas árvores, pedra suada com o orvalho O nascer do sol da manhã, vermelho antes do azul Suspenso no mastro, à espera de comandao Seu majestoso dirigível, O R101

She‟s the biggest vessel built by man, a giant of the skies For all you unbelievers, the titanic fits inside. Drum roll tight her canvas skin, silvered in the sun. Never tested with the fury, with the beating yet to come

Ela é a maior embarcação construída pelo homem, um gigante dos céus Para todos os incrédulos, o Titanic se encaixa dentro. Rufar de tambores Aperta sua pele de lona, prateada no sol Nunca testada com a fúria, com uma derrota ainda por vir

The fury yet to come….

A fúria ainda por vir....

In the gathering gloom, a storm rising in the west The coxswain stared into the plunging weather glass, We must go now, we must take our chance with fate We must go now, for a politician, he can‟t be late

Na escuridão aglomerada, uma tempestade em ascensão no oeste O timoneiro olhou arregalado No mergulho do vidro do tempo, Devemos ir agora, devemos aproveitar nossa chance com o destino Devemos ir agora, para um político, não pode ser tarde

The airship crew awake for thirty hours at full stretch, But the ship is in their backbone, every sinew, every inch

A tripulação do dirigível acordada durante trinta horas em total tensão, Mas o navio está em sua estrutura, cada tendão, cada polegada

She never flew at full speed, a trial never done Her fragile outer cover, her Achilles would become

Ela nunca voou em plena velocidade, Uma provação nunca feita A cobertura exterior frágil, seu Aquiles se tornaria

An Achilles yet to come...

Um Aquiles ainda por vir...

Sailors of the sky, a hardened breed Loyal to the king, and an airship creed

Marinheiros do céu, uma raça endurecida Leal ao rei, e na crença dum dirigível

The engines drum, the telegraph sounds Release the cords that bind us to the ground

Os motores rufam, o telégrafo soa Solte os laços que nos prendem ao chão

Said the coxswain “sir, she‟s heavy, she‟ll never make this flight.” Said the captain, “Damn the cargo, We‟ll be on our way tonight.” Groundlings cheered in wonder, as she backed off from the mast Baptizing then her water, from the ballast fore and aft

Disse o timoneiro "senhor, ela é pesada, ela nunca vai fazer este voo." Disse o capitão, "Dane-se a carga Vamos estar no nosso caminho hoje à noite." Pessoas simples aplaudiram maravilhadas, como ela recuou a partir do mastro Batizando então sua água, desde o lastro até a popa

Now she slips into our past…

Agora ela desliza em nosso passado...

Fighting the wind as it rolls you Feeling the diesels That push you along Watching the channel below you Lower and lower, into the night

Lutando contra o vento enquanto levanta você Sentindo os motores diesel Que lhe empurram para longe Assistindo o canal abaixo de você Menor e menor, noite adentro

Lights are passing below you Northern france, asleep in their beds Storm is raging around you A million to one, that‟s what he said

Luzes estão passando abaixo de você Norte da França, dormindo em suas camas Tempestade se enfurecendo em torno de você Um milhão para um, é o que eles dizem

Reaper standing beside her With his scythe cuts to the bone Panic to make a decision Experienced men asleep in their graves

Ceifador de pé ao lado dela Com seus cortes de foice para o osso Pânico de tomar uma decisão Homens experientes dormindo em seus túmulos

Her cover is ripped and she‟s drowning Rain is flooding into the hull Bleeding to death and she‟s falling Lifting gas is draining away

Sua cobertura é rasgado e ela está se afogando Chuva inundando a cobertura Esvaziando até a morte e ela está caindo Gás de elevação se esvaindo

“We‟re down lads” came the cry, bow plunging from the sky Three thousand horses silent as the ship began to die The flares to guide her path ignited at the last The empire of the clouds, just ashes in our past Just ashes at the last…

"Estamos caindo, rapazes", Veio o grito, a curva mergulhando do céu Três mil cavalos em silêncio enquanto o navio começou a morrer As chamas para guiar seu caminho inflamado por último O império das nuvens, apenas cinzas em nosso passado Apenas cinzas por último...

Here lie the dreams

Aqui jazem os sonhos

As I stand in the sun On the ground where they built, and the engines did run To the moon and the stars, now what have we done? Oh the dreamers may die, but the dreams live on

Como eu parado no sol No terreno onde construíram, e os motores foram executados Para a lua e as estrelas, agora o que nós temos feito? Oh os sonhadores podem morrer, mas os sonhos vivem

Dreams live on Dreams live on

Sonhos vivem Sonhos vivem

Now a shadow on a hill, the angel of the east The empire of the clouds may rest in peace And in a country churchyard, laid head to the mast Eight and fourty souls, who came to die in France…

Agora uma sombra numa colina, o anjo do leste O império das nuvens pode descansar em paz E em um cemitério do interior, deitados de cabeça para o mastro Oito e quarenta almas, quem veio para morrer na França...

A observância do movimento dos astros e dos fenômenos climáticos trazia ao pensamento religioso maia uma noção de que os fenômenos eram marcados por uma repetição. A circularidade temporal influenciava, até mesmo, a origem do homem na terra. Segundo o Popol Vuh, livro sagrado dos maias, os deuses criaram primeiro os seres que não possuíam consciência de si e, por isso, não poderiam adorá-los. O homem surgiu após dois grandes dilúvios, que varreram as primeiras versões humanas feitas a partir de barro e madeira. Na terceira e última tentativa, os deuses resolveram criar o homem a partir do milho, ofereceram a ele a consciência de si e seu sangue foi obtido dos próprios deuses. Para merecerem a dádiva de sua própria existência, os homens deveriam reverenciar os deuses. A figura mais importante do panteão maia é Itzamná, deus criador, senhor do fogo e do coração. Representa a morte e o renascimento da vida na natureza. Itzamná é vinculado ao deus Sol, Kinich Ahau, e sua esposa, a deusa Lua, Ixchel, representada como uma velha mulher demoníaca, responsável pelas chuvas e inundações. Haveria quatro Itzamnás, correspondentes às quatro direções do Universo. Quatro gênios ou divindades, os Bacabs, por outro lado, aparecem sustentando o céu, identificados com os quatro pontos cardeais, que por sua vez estão associados a quatro cores simbólicas (leste,vermelho; norte, branco; oeste, preto; sul, amarelo), uma árvore (a seiva sagrada) e uma ave. O mundo terreno seria a base de outros 13 extratos celestiais que representariam uma escada que conduziria os indivíduos à morada dos deuses. Os templos maias, inspirados nesta escada para o céu, possuíam degraus que alcançavam um determinado topo. Durante os rituais religiosos, a subida do sacerdote ao topo do templo representava a aproximação destes homens com os deuses. Segundo a cosmogonia maia, o mundo era plano e dividia-se entre quatro regiões de diferentes cores. Além da realizada terrena e celestial, os maias também acreditavam na existência de um submundo habitado pelos mortos. Ah Puch, O Descarnado, era a divindade que controlava esse local. Ainda faziam reverências a outros deuses e elementos da natureza. Os rituais religiosos eram de suma importância para os maias. Sem essas manifestações, os deuses e o universo poderiam vir a desaparecer. Além de preservar a existência do mundo

espiritual, os rituais também deveriam apaziguar as divindades com o oferecimento de flores e alimentos. Outro importante aspecto dos rituais religiosos dos maias envolvia o oferecimento de sacrifício humano e animal. A principal importância do sacrifício era a oferenda do sangue, que saciaria a fome dos deuses. Em geral, um escravo, um inimigo de guerra ou uma virgem eram utilizados durante os sacrifícios humanos. Os sacrificados poderiam ter seu coração extraído, ser executado à flechadas ou afogado em um rio. Durante alguns rituais, a cabeça de um sacrificado era utilizada para a prática de um jogo que representava o movimento e a importância dos astros na manutenção do equilíbrio universal. Nas cidades maias eram erguidos templos de adoração. Neles ocorriam grandes celebrações públicas que marcavam diferentes épocas do calendário maia. O ano novo, por exemplo, era celebrado por uma diversidade de ritos que faziam referência ao nascimento e à fertilidade. É importante citar os rituais funerários, que indicavam a crença maia na vida após a morte. Os mortos eram preparados para uma espécie de viagem para outra existência. Nas sepulturas eram colocados alimentos e utensílios pessoais que, segundo acreditavam, poderiam ser utilizados pelo morto durante a sua viagem. Em alguns casos, escravos e mulheres eram juntamente sacrificados para acompanhar o morto durante sua jornada. (texto de Rainer Sousa em http://www.brasilescola.com/historia-da-america/maias-religiao.htm)

O historiador britânico Simon Marti, em entrevista para a revista inglesa Metal Hammer, falou sobre a civilização Maia e seu trabalho por trás do conceito do novo álbum do Iron Maiden, The Book Of Souls.

Recrutado pelo Maiden para garantir que todos os aspectos da arte do novo álbum fossem representados fielmente na antiga língua e cultura Maia, Simon Martin vem se dedicando, nos últimos 30 anos, aos estudos sobre a história e o legado dos maias. O pesquisador foi o escolhido pela banda para fazer o meticuloso trabalho de traduzir os títulos das músicas em autênticos hieróglifos maias.

"Eu sou praticamente a única pessoa na Grã-Bretanha que faz isso, então eles não tiveram muita escolha", confessa Simon para Metal Hammer. "E me reuni com os representantes do Maiden e eles conversaram um pouco comigo sobre o conceito. Eles não queriam que fosse qualquer bobagem, eles queriam que fosse real, então foi por isso que eles vieram até mim.” Este não é um álbum conceitual, no sentido tradicional, pois "O Livro das Almas" não retorna com frequência aos temas sugeridos pelo seu título e sustentados por sua deslumbrante arte.

Como Simon aponta, o título do álbum não possui uma origem específica na cultura maia, mas a preocupação do Iron Maiden com o espírito humano e seu destino é certamente algo que os antigos maias teriam reconhecido e apreciado. Simon fala mais sobre a crença dos Maias: "Eles acreditavam que as pessoas faziam uma longa viagem por toda a superfície da Terra até um

submundo, onde eles então enfrentariam os deuses em uma batalha, antes que sua alma deixasse a terra e fosse para o céu. Então, como um título, é bastante apropriado para a cultura maia, mas a coisa toda é muito Iron Maiden também.” [1] EMPIRE OF THE CLOUDS: “Bruce ficou trabalhando em „Empire Of The Clouds‟ por cerca de um mês sozinho”, explicou o guitarrista da banda, ADRIAN SMITH ao site Total Guitar. “Todo dia nós estávamos no estúdio gravando e ele estava na cabine do aquário tocando piano. Tipo Beethoven com o ouvido perto do piano, talhando sua obra-prima. Eu acho que ele escreveu cada nota da faixa.” “Nós a interpretamos e a gravamos em partes”, continua Adrian. “Kevin e Bruce ficavam na mesa e diziam, „Isso fiucou blues demais, tem como deixar mais clássico?‟. Ele gravou todas as partes de piano e depois tocamos em cima daquilo. Daí acho que colocaram a orquestra depois. Essa música tem toda uma história à parte. ” Nunca deve ser tocada ao vivo pela banda. Bruce dá risadas e comenta: "Acho que nossos fãs não estão preparados para isto. Arruinaria a fluidez do nosso setlist, e nós ainda por cima estamos acostumados a ficar correndo no palco feito idiotas. Mas um dia eu gostaria de fazer um concerto solo com uma orquestra".

R101 foi um dirigível britânico, o segundo da série R100 fabricado pela Royal Airship Works. Quando foi construído, era o maior dirigível em operação e só foi superado pelo LZ 129 Hindenburg, cinco anos depois. O primeiros testes com a aeronave foram realizados em 14 de outubro de 1929.

Depois de alguns voos de ensaio e modificações para aumentar a sua capacidade de ascensão, que incluiu o alongamento da aeronave em 14m, partiu para sua viagem inaugural com destino a Karachi na Índia. O R101 caiu no dia 5 de outubro de 1930, em solo francês, matando 48 das 54 pessoas a bordo.

4 Biografias

NO INÍCIO, APENAS UM GAROTO E SEU BAIXO Nossa história começa no início dos anos 70, na Inglaterra, quando um garoto de quinze anos, chamado Steve Harris, desistiu de uma promissora carreira como jogador de futebol pelo West Ham United. Também não andava muito interessado na Leyton Country High Schooll, onde estudava na sua nativa Leytonstone. Pouco depois de pendurar as chuteiras, Harris, como muitos e muitos outros garotos de sua idade, acabou caindo de amores pelo rock. Logo estava curtindo os sons das maiores bandas da época como Yes, Black Sabbath, Deep Purple, Jethro Tull, e duas de suas maiores influências: o Wishbone Ash (primeira banda a ter dois guitarristas solo) e o UFO, onde as acrobacias de palco do lunático baixista Pete Way seriam copiadas ponto a ponto. Mais tarde Scorpions e Judas Priest também trariam uma considerável inspiração. Seu colega de classe, um certo Dave Smith, tinha aprendido a tocar guitarra, mas Steve gostava do som característico do baixo elétrico. Assim, pegou 40 libras juntadas com muita dificuldade e comprou uma cópia de um baixo Fender Telecaster. Junto com Smith formou então seu primeiro grupo que batizou de Influence, mas antes que tocassem seu primeiro show ao vivo, eles mudaram para um nome mais evocativo, Gypsy Kiss. Nessa época, 1972, Steve resolveu deixar a escola para sempre e seguir a carreira de músico. Antes que pudesse ganhar o suficiente para se sustentar, como viveria durante muito tempo, pegou diversos pequenos empregos durante o dia para ter o prazer de tocar à noite. Então, logo que deixou a escola, utilizou suas boas notas para conseguir um trabalho como estagiário desenhista, ganhando a preciosa soma de 11 libras por semana. Quando se cansou, passou para varredor de rua e uma série de empregos temporários incluindo uma temporada de 3 dias como lixeiro. "Esse eu tive que me livrar logo porque fiquei cheio de catar insetos que caiam pelo meu pescoço" revelou Steve na primeira biografia oficial do grupo, Running Free. AS PRIMEIRAS APRESENTAÇÕES Mas se a vida nos empregos não era lá essas coisas, musicalmente falando as expectativas foram aumentando progressivamente, ao mesmo tempo em que ganhava importante experiência. A primeira apresentação do Gypsy Kiss foi num show de talentos no St. Nicholas Church Hall em Poplar. O promotor do evento era um cara chamado Dave Beasley, mais conhecido como Dave Lights, que viria a ser uma figura importante na vida do Iron Maiden, num futuro próximo. Claro que não foi das melhores apresentações que se podia esperar. Numa das músicas, que deveria começar com um solo de baixo, Steve se mostrou tão nervoso que errou completamente, ao ponto de seus companheiros acharem que ele estava tentando afinar o instrumento. Mas a apresentação foi bem recebida, constando que o grupo ficou em segundo lugar no concurso. Nos meses seguintes o Gypsy Kiss continuou fazendo alguns shows esporádicos, tocando um set de músicas famosas como Paranoid (do Black Sabbath), All Right Now (do Free), Smoke On The Water (Deep Purple), Blowing Free (do Wishbone Ash) e até Neil Young (Southern Man). Também arriscavam algumas músicas próprias, incluindo uma certa "Endless Pit", de autoria de Harris, que mais tarde, se tornaria parte de "Innocent Exile". Mas depois de sete apresentações, o Gypsy Kiss acabou e Steve resolveu entrar para outra banda da região leste de Londres chamada Smiler. Nesta banda estavam o baterista Doug Sampson, o vocalista Dennis Wilcock e os guitarristas Mick e Tony Clee. Mick e Tony, oito anos mais velhos que Steve, eram os donos do show. A banda fazia um som mais para o boogie, como o Savoy Brown, e conseguiram uma série de apresentações através do circuito de bares da região, obtendo uma fama pequena mas respeitável. Para o jovem Steve a experiência foi considerável, mas estava fadada a ser curta. A banda chegou a fazer uma versão balançada de Innocent Exile, mas recusaram a tocar a primeira canção

"verdadeira" de Harris, "Burning Ambition" com a desculpa esfarrapada de que ela tinha "muitas mudanças de andamento" e que - acreditem se quiserem - "parecia com Genesis"(!). NASCE UMA BANDA Frustrado, Harris caiu fora do Smiler, decepcionado com aquela visão estreita e preconceituosa e resolveu criar uma banda nova. Mesmo naqueles tempos iniciais Steve já tinha uma idéia bem clara de como a banda devia ser. "Naquela época eu já tinha escrito algumas músicas. Então eu sabia qual era meu objetivo. Eu queria uma banda de rock pesado que preferiria tentar algumas coisas diferentes, que experimentaria um pouco ao invés de ficar naquela de três acordes que todo mundo fazia". Relembra ele. Steve escolheu o macabro nome de “Iron Maiden” para sua banda. Como muitas das músicas que escreveu, esta foi inspirada num filme, O Homem da Máscara de Ferro, e se referia a um instrumento de tortura, uma espécie de caixão, com espinhos afiados na parte interna. Nessas alturas o repertório incluía algumas composições que ficariam famosas anos depois: "Transylvania", "Innocent Exile", "Burning Ambition" e o hino "Iron Maiden". O recém batizado grupo estreou em maio de 1976, no St. Nicholas Hall, em Londres, e logo depois tocando no clube Cart & Horses, em Maryland Point, Stratford (que muitos acreditavam ser o primeiro show). O local era tão pequeno que a banda teve que usar o banheiro como camarim. A primeira formação do Maiden tinha Ron Mathews na bateria, Steve no baixo, Paul Day no vocal e Terry Rance e Dave Sullivan nas guitarras. Não foi muito difícil para a banda arranjar apresentações em clubes locais, já que o próprio Harris atuava como agente e cuidava dos contratos, usando seus contatos e experiência adquirida durante sua temporada com o Smiler. Mas muita água iria correr antes que conseguissem ganhar o suficiente para encarar a vida como músicos profissionais. Um dos maiores empecilhos nessa fase, além das dificuldades normais de ter que competir com dezenas e dezenas de outras bandas iniciantes, foi a constante troca de membros na formação do grupo. Isso iria continuar por muito tempo, já que Harris, o eterno perfeccionista, era difícil de se satisfazer. E, embora o primeiro Maiden tivesse sido bem recebido ao vivo, Harris estava longe de sentir que tinha as pessoas certas. Para começar havia o problema dos guitarristas: embora fossem bons nas bases, Rance e Sullivan não tinham muito jeito para solos. Paul Day era outro problema, não no vocal, no que era muito competente (mais tarde faria um certo sucesso no More), mas na sua falta de energia ao vivo. Harris queria uma banda dinâmica e brilhante no palco. EM BUSCA DA FORMAÇÃO PERFEITA Assim, Steve mudou de vocalista chamando o antigo cantor do Smiler, Dan Wilcock, que, por sua vez, trouxe a solução de terem um bom solista de guitarra: um loirinho, jovem e talentoso que havia tocado com Wilcock no Warlock chamado Dave Murray. Fizeram uma pequena audição e o cara caiu como uma luva no som que Harris pretendia fazer. Isso faria do Maiden um sexteto, mas Rance e Sullivan sentiram-se diminuídos com a inclusão de Murray e intimaram Harris a escolher entre eles ou o novato. Steve, muito profissional, não teve dúvidas: ficava com Murray. Sullivan e Rance caíram fora. Um certo Bob Sawyer foi chamado para completar o time de guitarras. Dave ficou uns seis meses com a banda, até ter uma briga feia com Wilcock durante uma apresentação na Bridge House. Wilcock o despediu e Dave foi juntar-se à banda Urchin, liderada por um velho amigo seu, um guitarrista desconhecido mas muito bom, chamado Adrian Smith. Bob Sawyer já tinha sido descartado um pouco antes, pois vivia tentando ultrapassar Murray ao invés de complementar seu som, sendo mais um rival do que um companheiro. Com isso Steve ficou temporariamente desiludido com o conceito de dois guitarras-solo, cheio das brigas de ego. Chamou o guitarrista Terry Wapram, ex-Hooker, para ocupar o posto de Murray

e, pela primeira e única vez, contrataram um tecladista via anúncio na Melody Maker, Tony Moore. Nesse meio tempo Ron Matthews saiu da banda e foi substituído por Barry Purkins. Essa formação só durou uma apresentação. Teclados não se encaixavam bem no som do Maiden da época e Moore caiu fora. O guitarrista Wapram acabou saindo também pois insistia que só tocaria se tivessem teclados na banda. Nessas alturas Harris sabia muito bem quem ele queria de volta: o veloz, preciso e tranquilo Murray. Steve foi atrás dele com sua habitual determinação, até encontra-lo num show do Urchin. Foi, conversou e conversou até convencer Dave a voltar para o Maiden, deixando um Adrian Smith muito chateado. Mal voltava à banda com Harris e nova crise bateu: Dan Wilcock disse que "estava cheio" e pulou fora do Maiden bem em cima de uma apresentação no Green Man Plumstead, o que deixou a banda furiosa. Com essa baixa, Purkins resolveu sair também, deixando apenas Harris e Murray para levantar a bandeira do Iron Maiden. Purkins, que atendia pelo apelido de Thunderstick iria se juntar pouco depois ao Samson, um grupo que incluiria um certo Bruce Dickinson nos vocais. Dava para acabar com qualquer um. Mas Harris não era qualquer um e tratou de arrumar as pessoas que faltavam. NEM SÓ DE SOM VIVE UMA BANDA Aqui, antes de Wilcock desaparecer de cena, vale a pena destacar sua contribuição para o futuro do Maiden. Nem tanto no vocal, mas sim numa outra área muito importante para o sucesso posterior da banda: sua imagem. Wilcock era um grande fã do Kiss e foi dele a idéia de usar um pouco de teatro no palco para dar mais força às apresentações. Ele usava maquiagem vermelha num dos olhos (muito parecida com a de Paul Stanley do Kiss), máscaras em algumas músicas e fingia atacar Dave Murray para morder-lhe o pescoço durante seus solos. Mas o ponto alto destas apresentações acontecia em "Iron Maiden", quando ele passava um florete na boca e "cuspia" sangue de cápsulas de tinta. O resto da banda ficou muito impressionado com o resultado, principalmente quando duas garotas que estavam na fila da frente num show em Margate desmaiaram ao verem a cena. Certamente esses truques ajudaram a melhorar sua performance no palco. Depois que Dan Wilcock saiu, Steve quis manter o elemento de teatro de horror na banda, mas sem a necessidade de ter um cantor maluco para fazê-lo. Até então o símbolo do Iron Maiden era um desenho de uma boca cuspindo sangue, bem parecida com a famosa boca dos Rolling Stones. O desenho era baseado nas performances de Wilcock. A famosa figura do Eddie só apareceu bem depois, graças a um personagem chamado Dave Lights. Dave era um velho conhecido de Harris, pois foi ele quem organizou o concurso de bandas onde o Gypsy Kiss estreou. Mais tarde Lights decidiu transformar um velho vicariato onde vivia num local para ensaios. Dave acabou entrando para a história do Maiden como responsável pelo show de luzes da banda e, mais tarde, efeitos especiais, tais como fogos de artifício durante as apresentações. O caráter de improvisação é bem demonstrado pelo número de vezes que Steve e Dave Murray saíram queimados quando o sistema estourava. Mas a criação mais famosa de Dave Lights aconteceu quando ele pegou o logotipo da banda (desenhado pessoalmente por Steve Harris) e pintou-o de dourado, colocando junto uma máscara facial (segundo consta, furtada de alguma escola de arte). "Eu não sei quem é esse cara Comentou Steve - Mas ele devia ser feio!" Dave colocou lâmpadas em torno das beiradas e usou o compressor de ar de um aquário para que a máscara cuspisse sangue durante a música "Iron Maiden". A idéía da cabeça e da rima (em inglês: Eddie, the Head) veio de uma piadinha infame de Dave Murray sobre um garotinho que tinha nascido sem corpo.

A segunda cabeça de Eddie era um pouco maior e Dave Lights a construiu de fibra de vidro e acrescentou olhos que acendiam, além de fumaça vermelha que saía dela. Também o logotipo foi melhorado sendo bem maior e feito de pedaços de vidro duramente construídos pelo senhor Lights. Tanto a cabeça de Eddie quanto o logotipo podem ser vistos nas primeiras fotos promocionais da banda, e na contracapa do primeiro LP. Eddie permaneceria sem corpo até a aparição do desenhista Derek Riggs, bem mais tarde. RETORNANDO PARA A BATALHA Depois que Wilcock e Purkins saíram, Harris não desanimou e voltou à carga a procura de pessoas que pudessem preencher as vagas da melhor forma possível. Como resultado ele acabou entrando em contato com seu antigo baterista do Smiler, Doug Sampson, e ensaiaram duramente por seis meses, enquanto buscavam novo cantor. Eventualmente ele acabou chegando a Paul Di'Anno, uma figura de Chingford, que era, sem dúvida o primeiro vocalista digno do nome até então. Harris o conheceu através de um amigo de Paul, Trevor Searle, que ficou sabendo que o Maiden precisava de novo cantor. Foi durante uma apresentação do Pink Fairies no seu clube local, o Red Lion, antes de ser demolido. Curiosamente, o cara que organizou aquela apresentação do Pink Fairies era um certo Rod Smallwood, então agente do grupo. Paul foi chamado para um teste e passou tranquilamente numa inspirada versão para "Dealer" do Deep Purple. A lenda diz que Di'Anno impressionou a banda com histórias que teria cantado em vários conjuntos, chegando a mais tarde declarar para a imprensa que tinha estado até em bandas de Reggae e coisas a fim. Essas declarações eram típicas mentirinhas que Paul faria durante os anos seguintes para aumentar sua reputação, embora isso em nada afetasse o fato dele ser um excelente cantor e uma figura carismática no palco, perfeito para uma banda energética e carismática como o Maiden. Paul entrou no final de 1978 bem na hora do Maiden estrear uma série de apresentações triunfais num bar que faria sua fama e glória, o Ruskin Arms, na High Stree North, Manor Park, East London. O MARKETING DA ÉPOCA O Maiden tinha um público certo, mas estava longe de ser a única grande banda das redondezas. Havia muita rivalidade e a competição era foda. Steve então achou interessante fazer muita propaganda, colocando anúncios em todos os locais possíveis, que podiam variar desde um simples "Vocês não viram nada ainda" até coisas mais elaboradas como "A única banda que vale a pena ver... sangue, choque e rock", "Reis do rock do East End" e por aí vai. A mais longa e interessante, além de original, veio depois de seus seis meses de preparação quando colocaram no jornal Melody Maker essa bomba, que traduzida livremente dizia mais ou menos assim: "IRON MAIDEN não é apenas a de melhor visual, alta energia, original, barulhenta mas talentosa, bonita, de bom gosto, apaixonante, batedora, vampiresca, fazedora de cabeças, banda de hard rock de Londres! Nós somos também muito bons rapazes, legais com nossos fãs e familiares, hostis para outras bandas, mas antes de tudo nós somos sensacionais, grandes estrelas e nós somos honestos e estamos de VOLTA!!!!!!! ENTÃO FÃS, GRAVADORAS, CAçADORES DE TALENTO, AGENTES, PROMOTERS, CONTADORES E GAROTAS BONITAS DISPONÍVEIS, FIQUEM DE OLHO NESSE ANÚNCIO PARA DETALHES!” Sim, eles sabiam voltar com estilo. O único problema é que muitas pessoas não viam as coisas com tanto humor e vira e mexe havia gente de outras bandas que vinha provoca-los ou coisa pior. Em pelo menos uma ocasião outra banda arrebentou os portões do clube Cart & Horses e jogou cerveja em todos os monitores da banda, resultando numa briga de proporções épicas. TEMPOS DIFÍCEIS

Apesar do Maiden ter um público fiel e certo, a época não era para Heavy Metal. De fato, o Punk rock começava a chamar a atenção da mídia e empresários e já anunciado como a "nova tendência". Vale dizer aqui que, nessa época, o pessoal do punk e do metal não se tocavam e viviam se estranhando. Heavy Metal era coisa de “hippies cabeludos” e o som era tido como “ultrapassado”, como pontuavam os críticos. Mas não dava para ignorar totalmente um pessoal talentoso como o Maiden. Vários "olheiros" apareciam e alguns empresários se aproximaram de Steve Harris & cia. para um eventual contrato de gravação. Mas a história era sempre a mesma: todos ficavam impressionados com a energia e talento da banda, mas vinham com as velhas propostas de "cortem os cabelos" ou "Façam algo mais comercial". Uma empresária de Londres, dona de uma gravadora de Reggae(!) chegou mesmo a sugerir que tocassem no Roxy (o templo do punks na época), com um material mais pop, desistissem do cenário e das pirotecnias, cortassem o cabelo e usassem toda a parafernália punk (como alfinetes e penteados arrepiados). Desnecessário dizer pra onde os membros da banda mandaram a empresária. Foi um período duro para pessoas como Steve Harris, determinado, inteligente e consciente de sua musicalidade, ver suas chances de gravação e shows desaparecerem diante da moda dos Punks e New Waves. Os membros do Maiden estavam certos que fazer concessões à moda queimaria seu nome e nunca conseguiriam de volta os fãs que tinham em sua região. Levantaram a bandeira do Heavy Metal para quem quisesse seguir e foram adiante. O único interesse da época tinha sido de um empresário belga que chegou a sugerir que a banda se mudasse para aquele país onde poderiam gravar. Mas o pessoal do Maiden chegou à conclusão que não valia a pena deixar seus fãs fiéis e sua localidade. Enquanto isso a banda logo descobriu que estavam cada vez mais atraindo pessoas de locais mais longínquos para vê-los tocar. Melhor: quando o Iron se aventurou a se apresentar em clubes distantes, descobriram que os fãs vinham atrás, não importando as dificuldades de transporte. E a banda, que nunca ficou mascarada, sempre dava um jeito de dar uma carona para alguns que ficavam sem jeito de voltar para casa. Quando o Maiden retornou à cena com Paul Di'Anno, seus seguidores se tornaram ainda mais fanáticos. Instalados no Ruskin Arms (que virou assim uma espécie de "base" de ação do Maiden), o conjunto tinha um sucesso fenomenal. Enquanto que o Maiden conseguia tocar lá três ou quatro noites numa semana e enchia o lugar em todas elas, as outras bandas do pedaço só conseguiam fazer um show por semana. A banda recebia a "preciosa" soma de 30 libras por noite, o que queria dizer que todo mundo no Maiden tinha que se manter firme nos seus empregos durante o dia. A PRIMEIRA GRAVAÇÃO Mas Harris estava longe de se contentar em ser apenas o líder da banda herói do local. Queria expandir, crescer, não importando as dificuldades. Gravar uma demo tape por conta própria para conseguir shows fora do circuito da East London pareceu o caminho mais lógico. Impressionado com a fita demo que Wilcock e Terry Wapram haviam gravado com sua nova banda V-1 nos estúdios Spacewood em Cambridge, Steve resolveu fazer o mesmo. Custaria mais caro e o estúdio ficava mais longe que outros, mas Harris queria uma fita de qualidade e resolveu não economizar nos palitos. O dia 31 de dezembro de 1978 era a única data que conseguiram e resolveram ir adiante, embora não tivessem lugar para ficar. Mas graças ao charme e lábia de Paul Di'Anno, que arranjou uma namorada enfermeira, tudo se resolveu. A boa moça deu um jeito de levar toda a gangue para uma festa e conseguiu com que, muitas cervejas depois, também dormissem por lá. As sessões duraram dois dias, ao preço de 200 libras, e conseguiram a gravação de quatro músicas de Harris: "Iron Maiden", "Invasion", "Prowler" e "Strange World".

A banda voltou para casa com a intenção de retornar aos estúdios duas semanas depois, quando teriam mais grana, para poder polir um pouco o produto, corrigir alguns pequenos erros e fazer uma remixagem de algumas passagens. Infelizmente a banda não dispunha de dinheiro suficiente para comprar a fita original e, quando retornaram duas semanas depois, ficaram sabendo que ela tinha sido apagada! Assim sendo tiveram que ficar com a cópia gravada "direto" e foi ela que mais tarde se tornaria o primeiro registro em vinil do Maiden, prova irrefutável do incrível entrosamento e capacidade dos músicos desde aqueles tempos. Logo depois eles levariam esta fita para Neal Kay, o disc Jóquei mais quente da área de Heavy Metal que conheciam, dono de um lugar chamado Soundhouse em Kingsbury. UM LUGAR DIFERENTE: SOUNDHOUSE Neal Kay era uma figura esquisita, para dizer o mínimo: longos bigodes e cabelos, baixinho e usando botas altas, parecia um refugiado de Woodstock. Até sua maneira de falar era hippie, coisa totalmente fora de moda no fim dos anos 70. Mas era um cara que amava apaixonadamente o Heavy Metal. E o Soundhouse era a prova disso. Havia outras discotecas que tocavam este tipo de música na época (1979), mas o Soundhouse era O local, o point de encontro de todos os que realmente conheciam o que era o melhor. E não só porque tinha uma aparelhagem de som muito maior do que qualquer outra disco, caixas de som empilhadas até o teto, que mais pareciam indicadas para uma banda do que para uma danceteria. O que tornava o Soundhouse uma coisa única era realmente seu dono, guru e luz guiadora: Neal Kay, o homem que estabelecera a fama do local em termos nacionais. Havia outros DJs que tocavam Heavy Metal na época, mas absolutamente ninguém com a sua capacidade ou garra. Para ele o Soundhouse não era apenas uma discoteca - era uma missão. Kay não queria saber nem tocava velhos standards do gênero. Nem modismos. Ele estava interessado nos últimos lançamentos, nas novidades e em fitas demo promissoras. Queria também usar o Soundhouse como base para promover novas bandas. Kay tinha uma atitude meio messiânica em relação ao metal. Foi numa tarde daquele ano que um tímido Dave Murray trouxe-lhe uma cópia da demo que gravaram no ano-novo, tentando conseguir arranjar uma apresentação no local. Kay se lembra bem da ocasião: "Eu disse: 'Ok, vocês e cinco milhões de outros'. Aí eu falei para ele deixar a fita comigo e talvez eu tivesse a chance de ouvi-la umas duas semanas depois. Eu realmente me recrimino por ter dito aquilo!" Mas quando Kay resolveu por a demo para tocar, ficou impressionado com o potencial da banda. Ficou louco com o som e tocava-o sem parar. No outro dia telefonou correndo para onde Steve Harris estava trabalhando: - "Vocês têm algo aqui que vai te render milhões!" Steve só podia rir. Achou que ele estava passando um trote. Mas Kay tinha razão: "Eles tinham uma impressionante unidade de som. Tá certo, havia umas notas erradas aqui e ali, mas Steve e Cia sabiam que precisavam de um estúdio decente. Não perderam tempo, foram lá e trabalharam duro. E a coisa toda foi costurada muitíssimo bem. Fizeram o melhor que podiam na época. E musicalmente era impressionante. Era a melodia somada à porrada que me impressionou. Bandas agressivas existem às dúzias desde então, mas nenhuma com aquelas canções. A combinação de peso, velocidade, as mudanças de andamento, e as linhas melódicas de Dave Murray realmente me derrubaram. Era um som muito original e muito impressionante... Definitivamente a mais impressionante demo que jamais me mandaram." Kay costumava mandar uma "parada de sucessos” para a prestigiosa revista Sounds desde 1978. Como tudo que se relacionava com HM, ele levava isso muito a sério e era baseada exclusivamente nos pedidos dos garotos que frequentavam o Soundhouse. Logo Kay começou a tocar a fita do Maiden no PA. E ninguém ficou mais surpreso que os membros do grupo quando viram "Prowler" aparecer em vigésimo lugar na revista, na edição de 17 de fevereiro de 1979. Steve

recorda: "Eu e Paul fomos então no Soundhouse para ver como era aquele lugar. Ninguém nos conhecia, éramos somente mais dois headbangers bebendo no bar. Quando começaram a tocar 'Prowler' a gente ouviu aquela gritaria. Foi muito estranho ver aqueles garotos batendo as cabeças pra gente!" Em 21 de abril, Prowler atingia o número um da parada da Soundhouse e lá ficaria por meses. Uma semana depois a banda estreava no lugar. O público enlouqueceu e o único senão ficou por conta do cenário, que não coube direito no fundo do palco e a cabeça de Eddie, ficou bem acima da bateria. Quando o sangue jorrou da boca durante a música "Iron Maiden", Doug Sampson levou um banho que não estava esperando. Vale a pena notar aqui que quase que a banda vai pelo ralo logo no início de 1979 quando um caminhão, com todo o equipamento que possuíam, foi roubado em Fletching Road, Clapton. A banda chegou a mandar um anúncio na Melody Maker, sem muita esperança, avisando do roubo e oferecendo uma recompensa para quem conseguisse encontrar o material. Felizmente, poucas semanas depois os ladrões foram presos pela polícia antes que conseguissem passar à diante o que tinham roubado e o Maiden conseguiu quase todo seu equipamento de volta intacto. Foi seu sucesso nas paradas da Soundhouse que deu ao Maiden o primeiro gosto de atenção nacional. Mas seria Neal Kay quem realmente daria o "empurrão" necessário. Ele resolveu levar alguns de seus protegidos para a estrada para provar que o Heavy Metal, longe de ser um gênero ultrapassado, estava vivo e bem e tinha uma fornada de novas bandas prontinhas para arrebentar o mundo com suas guitarras. Foi Geoff Barton, através do seu editor da Sounds Alan Lewis, e meio de brincadeira, que acabou batizando a empreitada num termo que ficaria na história da música pesada: New Wave Of British Heavy Metal (NWOBHM). Foi numa terça-feira à noite, em maio de 1979, que se deu a estréia de três bandas escolhidas por Kay: AngelWitch, Samson e Iron Maiden. Kay em pessoa cuidou da apresentação das bandas, sendo o DJ da noite. Geoff Barton, que não estava muito convencido de que veria algo especial, foi lá ver o que seria a primeira apresentação pública do novo fenômeno. O Maiden passou fácil como a melhor banda da noite, colhendo todos os maiores elogios no quesito originalidade, composições e presença de palco. Impressionado, Barton saiu de lá cunhando o termo NWOBHM e iniciando uma série de artigos sobre o fenômeno. Estes artigos deram origem a uma revista paralela, que chamaram de Kerrang!, hoje uma das mais prestigiosas revistas de Heavy Metal do mundo. A bola de neve tinha começado a rolar. SURPRESAS DO ACASO: UM EMPRESÁRIO NADA COMUM Foi nessa mesma época, no verão (europeu) de 1979, que outra figura importante entra em cena: um certo Roderick Charles Smallwood. Smallwood chegou a estudar na Trinity College de Cambridge durante três anos, pulando de uma matéria para outra e aproveitando seu tempo para ir a festas, jogar Rugby ou ficar de porre, perdendo provas e trabalhos até receber ordem de pular fora da faculdade ou correr o risco de ser expulso. Antes disso tinha começado a trabalhar no grêmio local num evento anual chamado May Balls, junto com outro colega seu, George Andy Taylor, que, ao contrário de Rod, terminou a faculdade e continuou parceiro dele durante os anos seguintes. No May Balls, meio por acaso, ajudou a organizar eventos musicais e tomou gosto pela coisa. Logo depois de cair fora de Cambridge, Rod conseguiu um emprego numa agência que cuidava dos interesses de várias bandas de rock famosas naquela época, a MAM. Entre seus contratados estavam os Kinks, Judas Priest, Golden Earing e outros. Depois resolveu dar um tempo sem fazer nada para logo em seguida se arriscar como empresário pela primeira vez com o bom grupo Cockney Rebel, do cantor e jornalista Steve Harley. Após uma frustrante experiência, em que acusou a gravadora RCA de sabotar o grupo (além de ter que lidar com o ego incontrolável

de Hartley), Rod se encontrou desiludido com o mundo do showbusiness. Chegou mesmo a pensar em desistir de tudo completamente e voltar à faculdade para estudar Direito. Aconteceu no entanto, que um amigo seu trabalhava num escritório de arquitetura e conhecia a família de Steve Harris. Sabendo do passado musical de Rod passou-lhe um dia a fita demo que o Maiden tinha gravado em abril de 1979. Mais tarde Rod se lembraria de ter ficado impressionado com o que ouviu, mas sem ter certeza se haveria algum futuro nesse tipo de música. Além disso, já tinha programado uma turné de rugby na Califórnia. Mas na volta em junho, depois que a namorada lhe deu um tremendo pé na bunda, se viu livre e solto de novo no mundo. E, nessas alturas, as reportagens da revista Sounds sobre as novas bandas sugeria que o Metal poderia estar voltando. "Eu nunca estive nesta de punk ou coisa parecida" Comentaria Rod alguns anos depois: "Meu negócio era rock e é por isso que fiquei desiludido com essa coisa toda em primeiro lugar. Eu pus pra tocar a fita do Maiden mais algumas vezes, gostei do que ouvi, telefonei para Steve Harris e lhe disse que estava interessado em ver a banda ao vivo. Não queria ir ao East End, porque eu tinha ouvido muitos boatos da má fama do lugar e era tão preguiçoso quanto esses caçadores de talento para ir por lá." Então Rod arranjou dois lugares para o Maiden dar shows de demonstração. Um deles seria no castelo de Windsor na região norte de Londres e outra no Swan, em Hammersmith. Nada aconteceu de acordo com os planos. No Castelo de Windsor a banda teve problemas com a autoridade local, o equivalente a prefeito, que ficou tentando coloca-los para tocar antes que a maioria de seus fãs tivesse chegado. Não sabendo bem de quem se tratava, a banda mandou o prefeito enfiar suas exigências naquele lugar, o que lhes custou uma boa temporada sem poder aparecer em North London. As coisas estavam melhores no show em Swan, com tudo nos lugares até que cinco minutos antes de subirem ao palco. Steve chegou até Rod para dizer, muito sem graça, que Paul Di‟Anno tinha sido preso. Aparentemente a polícia o achou suspeito de drogas e o revistou, achando uma pequena faca (que o mascarado cantor usava para aparecer palitando os dentes). Paul foi detido como suspeito e os policiais não quiseram saber dos desesperados pedidos da banda que tinha uma apresentação em minutos. Sabendo que teriam de enfrentar um clube cheio de gente e um empresário em potencial, o Maiden resolveu arriscar tudo e mandou ver como um trio, num set quase todo instrumental, com Steve Harris arriscando um pouco como cantor. Di‟Anno ainda chegou a tempo de participar das últimas músicas depois de pagar pequena fiança. Rod achou o máximo.

"Eu fiquei muito impressionado". - Relembraria anos mais tarde "Eu nunca tinha visto uma banda que olhava a platéia nos olhos e estavam curtindo tão descaradamente o show quanto o público. Então ficou muito claro para mim naquela primeira experiência que eles seriam do tipo que poderiam ir longe, porque eles tinham uma boa estrutura, atitude, muita integridade, e a energia e o carisma no palco só do Steve e do Dave era muito, muito poderosos. Eu acho que foi a honestidade deles que me impressionou mais. Eles eram verdadeiros." NOVAS PORTAS SE ABREM A primeira coisa que resolveu fazer pela banda foi arranjar para ver como se comportariam diante de platéias de outros lugares. Assim sendo, através de seus contatos adquiridos durante os tempos na agência londrina, arranjou apresentações em cidades como Blackpool e Aberdeen, na Escócia. Para isso precisariam de um meio de transporte. Até então as distâncias maiores eram percorridas com uma velha pick up caindo aos pedaços. Quem veio salvar a situação foi uma tia de Steve, Janet, que devia ter muita fé no sobrinho cabeludo, pois emprestou três mil libras (quase

toda a sua poupança), para que pudessem comprar um caminhão de três toneladas, logo batizado de Green Goddess (a Deusa Verde). Vic Vella, que fazia parte junto com Dave Lights da „entourage‟ do Maiden na estrada, teve dois dias para transformar o caminhão em um ônibus que pudesse levar a turma toda mais o equipamento com o mínimo de conforto na estrada. "Ele fez um ótimo trabalho". - Relembra Steve - "Tinha até um interfone, de modo que a gente podia avisar o motorista que queríamos parar para ir ao banheiro. Nós não tínhamos dinheiro para pagar um hotel, então tínhamos de fazer o show e depois dormir no ônibus. Me lembro uma vez quando tocamos no Birkenhead Gallery Club e estava tão frio que quando acordamos estávamos cobertos por uma fina camada de geada! Mesmo assim era divertido." Vic Vella lembra-se de algumas aventuras desses tempos. Uma delas chegou a ser bastante séria: "Paul era o tipo do cara que adorava começar uma encrenca mas não gostava de ficar para termina-la. Eu me lembro de uma vez que ele arranjou uma briga com duas pessoas em Rock Garden. Eu fui para ver se conseguia acalmar as coisas e quando eu olhei em torno, o Paul tinha desaparecido e a última coisa que eu me lembro é alguém me acertando uma garrafa." Outro incidente menos violento aconteceu quando eles resolveram parar num lugar calmo durante a noite, depois de um show, para dormirem. Só na manhã seguinte descobriram que o lugar calmo era na verdade um estacionamento e que estavam cercados de carros por todos os lados, levando duas horas para conseguirem sair. Ainda se apresentavam no Soundhouse com regularidade para um público cada vez mais alucinado. Mas o interesse das gravadoras continuava morno, se tanto. "Olheiros" não apareciam com frequência. Mesmo quando Rod Smallwood usou todo o seu prestígio para conseguir que a banda tocasse no famoso clube Marquee, houve pouca resposta desses senhores. Uma das primeiras vezes que isso aconteceu foi quando a banda deu alguns shows de graça nos dias 3 e 4 de outubro no The Swan. (Rod Smallwood se lembra de ter ficado a noite inteira acordado desenhando os posters do show, para economizar. Vale a pena apontar que o pão-durismo do senhor Smallwood se tornou tão notório durante a carreira do Maiden que ele ganhou o apelido de Smallwallet [carteira pequena]). Naquelas alturas a banda continuava com o problema de um outro guitarrista para melhorar o som ao vivo. Paul Todd passou no teste mas ficou só dois dias. Tony Parsons o substituiria durante umas dez semanas e apareceria em algumas das primeiras fotos promocionais do maiden. Nos shows os representantes das gravadoras continuavam devagar: o da A&M nem deu as caras. O da CBS viu algumas apresentações mas achava que as músicas não tinham "Força suficiente" (!). Os irmãos Warner também não se impressionaram. Aliás, demoraria algum tempo antes que as gravadoras descobrissem o que estavam perdendo com o renascimento do metal e irem atrás de qualquer bandinha que soubesse tocar alguns acordes que lembrassem Deep Purple. Mas nem todas estavam tão alienadas. A EMI sentiu que algo estava acontecendo e um dos diretores, Ashley Goodall, resolveu lançar uma coletânea com as novas bandas para testar o mercado. Ela se chamaria Metal For Muthas. Desde o princípio ficou claro que o Maiden era uma banda única, especial. Ao contrário das outras, o Maiden negociou sua participação na coletânea de forma extremamente profissional e dura. Rod se lembra: "Tínhamos que fazer as coisas do nosso jeito ou não o faríamos. Isso queria dizer que teríamos pelo menos dois dias para gravarmos no estúdio Manchester Square da EMI. E nós insistimos em termos duas faixas incluídas, sendo que uma delas seria a primeira do lado A. Nossa atitude era: ou do nosso jeito ou de jeito nenhum." Rod mostrou a Goodall um show do Maiden no Marquee e este ficou maravilhado com a performance da banda e da reação quase histérica da platéia. Ao voltar, contou a seu chefe, o diretor de talentos Brian Shepherd, o que viu. Shepherd foi pessoalmente na Soundhouse para ver a tal maravilha do Metal em primeira mão. Acontece que ele se perdeu no meio do caminho e só conseguiu chegar ao Soundhouse no meio da apresentação, onde o Maiden estava arrasando

como de hábito. Shepherd não iria tentar lutar por um lugar na frente no meio de um pub lotado de garotos alucinados. Ficou atrás, mas não pôde ver muito: em minutos um fã mais atirado levantou uma bandeira que impediu o baixinho empresário de ver qualquer coisa. Nem era preciso: só alguém muito insensível não notaria a atmosfera elétrica que a banda produzia e a resposta imediata do público. Era uma mina de ouro. Shepherd voltou convencido e em pouco tempo o Maiden tinha um contrato com tudo que pedira, assinado oficialmente em 15 de dezembro daquele ano. O contrato foi um golpe de mestre de Rod Smallwood. Ao invés de ficar satisfeito com um disco e um bom adiantamento, como a maioria das bandas sempre fazem, Rod arrancou da EMI um raríssimo contrato de cinco discos (três garantidos) em troca de um adiantamento bem pequeno - Apenas o estritamente necessário para pagarmos dívidas e trocar algum equipamento caindo aos pedaços – dizia ele. Rod sabia que o Maiden levaria uns três LPs para conseguirem sucesso a nível mundial e a banda concordou em segurar as pontas financeiramente durante mais algum tempo. Assim, a gravadora não poderia dispensá-los, cheios de dívidas, se não dessem certo no primeiro disco. Só então é que Rod decidiu oficialmente se tornar o empresário do Iron. Não era o caso de conseguir um contrato e sim de conhecer mais o pessoal da banda e saber se eles não seriam como outros que encontrara no caminho e que tinham mascarado completamente uma vez que conseguiram alguma fama. Acertadamente, Rod concluiu que eles eram profissionais com os pés no chão e que não iam entrar numa trip de superstar. Pouco tempo depois do contrato, conversando com Steve Harris sobre planos futuros, o baixista perguntou então: "Quer dizer então que você vai nos empresariar?" e ouviu a resposta do homem de Yorkshire: "Yeah, fucking right I am!" O novo contrato fez com que Rod começasse a lutar para lançá-los em escalas maiores, conseguindo um empréstimo de 8000 libras de várias fontes (segundo a lenda, de algumas até bem suspeitas). No final de outubro ele tinha fé suficiente no sucesso para convencer os membros do Iron Maiden a deixar seus empregos diurnos - todo mundo no Maiden ainda trabalhava (ou, como no caso de Paul, vivia de seguro desemprego) - para embarcar em sua primeira tour como atrações principais que foi de primeiro de novembro até dezesseis de dezembro, em clubes e faculdades por toda a Inglaterra. THE SOUNDHOUSE TAPES E, no dia 9 de novembro, para saciar um pouco a sede dos fãs, o Maiden decidiu lançar três das músicas que tinham gravado no último dia de 1978, como um EP, que se chamaria The Soundhouse Tapes - "Iron maiden", "Prowler" e "Invasion" - através de seu próprio selo, Rock Hard Records, prensando somente 5000 cópias. Usando fotos tiradas no Soundhouse e de alguns shows no Music Machine, o disco trazia as proféticas palavras do profeta DJ Neal Kay na contracapa: "(...) As faixas deste EP são as primeiras coisas gravadas pela banda e são as autênticas músicas não-remixadas tiradas da fita demo gravada em 30 de dezembro de 1978, e que foram apresentadas ao Soundhouse uma semana depois. Depois de uma ouvida ficou claro que o Iron Maiden se tornaria um dos líderes do Heavy Metal atual, combinando um tipo de talento e energia dirigida que o mundo da música jamais poderá ignorar!" (E como o senhor Kay acertou na mosca!) Steve Harris pessoalmente escreveu à mão todo o projeto gráfico, incluindo o selo, títulos e créditos - foi ele quem criou o famoso logotipo do Maiden. The Soundhouse Tapes, como ficou conhecido o EP, nunca foi vendido em lojas, sendo distribuído exclusivamente por Keith Wilford: um dos mais antigos fãs do grupo e que teve o mérito de ser o primeiro a aparecer num show do Maiden com uma camiseta com o nome da banda (feita de improviso por ele mesmo). Keith, que tempos depois viria a trabalhar no escritório do Maiden e cuidar do fã-clube oficial durante muitos

anos, estocou as cópias na casa em que vivia com sua mãe. Em uma semana já tinham vendido 3000 exemplares, o que dá alguma idéia da demanda. E poderiam ter sido muito mais, pois Rod recebeu chamados das grande cadeias de lojas de discos pedindo quantidades enormes de cópias (20.000 só em uma semana). Mas banda e empresário se recusaram a atende-los. Embora o dinheiro oferecido tivesse chegado numa hora de necessidade, era desejo do Maiden que o disco fosse uma coisa muito especial, um presente para os fãs mais fiéis, que tinham acreditado neles desde o princípio. Enquanto o EP era vendido rapidamente, a banda também excursionava rapidamente em torno da Inglaterra, fazendo shows memoráveis. Na volta, uma apresentação do Maiden entrou como atração principal no Music Machine ficou na memória da banda e de muitos outros pelos motivos errados. Batizada de Bonfire Night (a Noite da Fogueira), a banda, e mais particularmente, Dave Lights, resolveu fazer uma apresentação cheia de pirotecnias. No momento fatal em que Dave apertou o botão todos os fogos de artifício dispararam ao mesmo tempo, estourando também todos os fusíveis do lugar e deixando tudo às escuras! E, para variar, a banda já estava procurando outro guitarrista. Segundo consta, Tony Parsons era bom, mas sua figura paradona no palco não era muito estimulante. Até nas primeiras fotos promocionais do grupo ele parecia deslocado e sem jeito. Também para variar, buscaram o substituto via anúncio na Melody Maker: "Precisa-se: segundo guitarrista solo para começar imediatamente. Base totalmente profissional. Precisa ser fanático por HM, tenha 22 anos ou menos. Apenas os mais pesados devem ser apresentar. NADA DE DISCOTHEQUE, POP, MOD, etc..." Curiosamente, o escolhido não seria nem um fanático por Heavy Metal nem tinha 22 anos ou menos, como veremos um pouco adiante. ON THE RADIO No dia 14 de dezembro, sem Parsons e como um quarteto, fizeram sua primeira apresentação no Rádio, na Friday Night Rock Show da Radio One. Tocaram seus futuros clássicos: "Iron Maiden", "Sanctuary", "Transylvania" e "Running Free". Depois ainda fizeram mais dez shows antes do ano terminar, sendo o maior destaque uma noite particularmente inspirada no Marquee. Malcolm Dome do Record Mirror se babou todo sobre aquela apresentação e anotou no final: “Estes caras vão arrebentar a velha geração de metaleiros para fora de suas suítes presidenciais nos próximos meses." Outro show no Music Machine, no dia 19, mostrou o senso de humor da banda, com amplificadores cobertos de neve falsa e até um papai noel headbanger. Foi um final muito engraçado para um ano sensacional para a banda. Em um ano eles tinham conseguido muito mais do jamais tinham sonhado: tornaram-se atrações principais nos prestigiosos Music Machine e Marquee. Tiveram muita e boa cobertura da imprensa, arranjaram um empresário de verdade, uma agência e um contrato de gravação com uma gravadora multinacional. Os dias em que trabalhavam duramente no Ruskin Arms por 30 libras por noite ficariam para trás. A banda ria ao pensar que no início tudo o que queriam era ser o número de abertura para algum medalhão no Marquee. Seu dono, Jack Barry, tinha se recusado a aceitá-los várias vezes antes de outubro de 1979. Nunca mais cometeu tal erro. OS HERÓIS DA NOVA DÉCADA O Maiden inaugurou os anos 80 com uma nova formação. Primeiramente conseguiram como guitarrista um cara de 27 anos chamado Dennis Straton, veterano de algumas bandas locais. Na realidade sua primeira escolha foi o velho amigo e companheiro de guitarra de Dave Murray chamado Adrian Smith. Mas Smith, que liderava o Urchin, acreditava na sua banda e não quis deixá-la numa hora em que parecia que seria bem sucedida - tinham até conseguido um contrato de gravação antes do Maiden. Entretanto, Straton não ficava nada atrás em habilidade musical. Melhor: no palco era animado e ágil como seus companheiros. Fora do palco era um palhaço:

embora fosse mais velho que todos os outros, agia como um garoto de 17 anos. Parecia ser o cara ideal. A segunda mudança ocorreu por outros problemas: Doug Sampson estava com a saúde meio abalada e todos sentiram que não estava bem o suficiente para os rigores das futuras turnês: meio a contragosto ele acabou concordando que não estava bom o bastante para ir adiante. Seu substituto era um garoto louro, simpático e muito bom nas baquetas chamado Clive Burr. Burr tinha tocado por um breve período no Samson e dizia a lenda que vinha recomendado por Neal Kay. Na verdade foi Dennis Straton que o indicou para uma audição. Clive foi aprovado rapidamente depois que demonstrou sua habilidade na difícil Phantom Of The Opera. AS PRIMEIRAS GRAVAÇÕES "SÉRIAS" A primeira coisa que a banda queria fazer era gravar um compacto e, para isso, precisavam de alguém capaz de mexer nos controles e conseguir o som que os representasse bem. Inicialmente tentaram Gary Edwards, do East End Studios, mas não ficou muito bom, só sendo aproveitada uma gravação, 'Burning Ambition', que viria a ser o lado B de Running Free. Entraria para a história tanto por ser uma das primeiras coisas que Steve escreveu, como também a única gravação, fora o Soundhouse Tapes, em que Doug Sampson aparece. Nessa música, ainda sem Straton, Dave Murray toca todas as guitarras. Nova tentativa foi feita com o antigo guitarrista do Sweet, Andy Scott, mas deu tudo errado. Para começar, Scott tentou convencer Steve a usar uma palheta ao invés de sua fantástica técnica de dedos no baixo, e foi informado onde deveria enfiá-la. Depois seu empresário quis arrancar da banda a garantia de produção do LP e eles lhe disseram para onde ir. Por fim, foi Brian Shepherd, da EMI, quem sugeriu Will Mallone, que tinha no seu currículo produções de discos do Black Sabbath e Meatloaf. Ele acabaria produzindo tanto o compacto quanto o primeiro álbum da banda. A gravação foi feita no Morgan Studios, com uma boa ajuda do engenheiro Martin Levan. Antes que lançassem o sensacional single contendo "Running Free", no entanto, a EMI pôs no mercado a coletânea "Metal For Muthas" ansiosamente aguardada por todos. Foi um vexame. O que deveria ser uma amostragem abrangente do muitos grupos novos do Metal virou uma colcha de retalhos com conjuntos fraquíssimos como Toad The Wet Sprocket e Ethel The Frog. Apenas o Maiden, que compareceu com "Wrathchild" e "Sanctuary", era completamente convincente. O disco, longe de mostrar o potencial do New Wave Of British Metal, apenas reforçou a opinião de quem acreditava que o metal estava morto e enterrado. A única vantagem dessa coletânea foi uma série de apresentações da tour "Metal For Muthas" como atrações principais, tendo seus velhos amigos do Praying Manthis como grupo de abertura. Quem organizou tudo foi o sempre eficiente Neal Kay, que sofreu com seus pupilos que fizeram muitas brincadeiras de gosto duvidoso, como trocar os discos de capas e colar o braço de seu aparelho de som com Super Bonder. Dave Lights foi com eles levando novos equipamentos. A equipagem ia num caminhão enquanto que os músicos e road crew iam num ônibus de 52 lugares. Muitas vezes acabavam dormindo no banco, já que o motorista era tão devagar que raramente conseguia chegar no hotel em tempo. Mas a turnê foi um sucesso. O Maiden sabia conquistar novos adeptos a cada apresentação, com Steve Harris e seus asseclas se movendo todo o tempo enquanto uma barragem de som pegava a platéia em cheio. Ainda que as condições das viagens não fossem das mais confortáveis, o grupo mostrava um profissionalismo à toda prova, o que sempre marcou a carreira do Maiden. RUNNING FREE NA TV, AO VIVO! Enquanto o Maiden conquistava novas platéias, a EMI finalmente tinha algo para mostrar ao mercado: o compacto Running Free. Rod Smallwood teve uma rápida conferência com o pessoal

encarregado da promoção só para dizer-lhes que se a banda fosse convidada para o programa "Top of The Pops" (uma espécie de Globo de Ouro de lá), eles não o fariam de jeito nenhum. - Eles devem ter pensado que eu era algum retardado. - Lembra-se Rod rindo - Em primeiro lugar porque bandas de Heavy metal não tinham compactos de sucesso então, especialmente o primeiro compacto e em segundo lugar, se acaso o tivesse, era uma loucura recusar a tocar no Top Of The Pops". O pessoal da promoção levou um susto, pois a banda de Heavy Metal teve o seu compacto entrando nas paradas logo na primeira semana de lançamento, no número 44. Foi uma surpresa, mesmo para quem conhecia o Maiden e via seu potencial de vendas como no caso do Soundhouse Tapes. Assim sendo, Iron Maiden foi de fato convidado a se apresentar no Top Of The Pops, provavelmente a única banda nova a ser oferecida essa honra na primeira semana de lançamento de seu primeiro compacto. Para uma banda de rock pesado isso era ainda mais sensacional. Naturalmente o pessoal da gravadora entrou em pânico quando o grupo confirmou que não tocaria no programa. Explicação: não fariam play back. Só fariam o programa se pudessem tocar de verdade. Para a surpresa de muitos, a direção concordou e o Maiden se tornou o primeiro grupo a tocar ao vivo no programa desde que o The Who o tinha feito oito anos antes. Claro que não foi sem aborrecimentos, tendo que tocar bem mais baixo do que estavam acostumados. Ainda assim foi uma apresentação energética, bem diferente dos popinhos insossos que tocaram antes e depois deles. Infelizmente as rádios continuaram boicotando bandas de HM e se recusaram a acreditar no novo compacto. Ainda assim "Running Free" chegou ao nª 33, no princípio de março, quase que só na base do boca a boca. DEREK RIGGS E EDDIE ENTRAM EM CENA O compacto, cuja letra foi escrita por Paul Di‟Anno e, segundo ele mesmo, baseada nos seus primeiros tempos de adolescente rebelde, trouxe uma novidade que marcaria toda a carreira do Maiden e ajudaria a estabelecer sua reputação: a capa desenhada por um cara chamado Derek Riggs. Tudo aconteceu por acaso. Rod Smallwood estava discutindo com um agente amigo chamado John Darnley sobre como deveria ser a arte da capa (era outubro de 79, bem antes de conseguirem o contrato) quando viu um poster de jazz na parede. Rod ficou impressionado com o desenho de Riggs e queria ver mais. Derek então foi convidado a trazer seu book para o escritório do Maiden. Na maioria seus desenhos eram sobre ficção científica, muito bons, mas não era esse tipo de imagem que a banda tinha em mente. Mas um deles chamou a atenção de todos: um mutante com o olhar louco que combinava perfeitamente com a idéia de Eddie, the Head, (só precisou que Derek mudasse seu cabelo para ficar mais HM e menos parecido com um punk). Ficaram tão fissurados com o desenho que o escolheram para a capa de seu primeiro LP, embora ainda não tivessem nem sequer assinado o contrato. Na capa do compacto 'Running Free' um fã de rock foge de uma figura do Eddie armado de uma garrafa quebrada, num beco escuro. A idéia foi de Paul, mas a banda pediu para Derek esconder a cara de Eddie nas sombras porque não queriam tirar o impacto da capa do LP quando saísse, quando introduziriam a figura de forma apropriada. O LP enquanto isso foi gravado na Kingsway Studios e mixado no Morgan Studios, em fevereiro. 'Running Free' tinha sido lançado e a banda conseguiu uma chance de abrir para o Judas Priest, na honrosa condição de "convidados especiais". Mas quase tudo foi por água abaixo quando o boca grande Paul Di‟Anno deu uma declaração na Sounds dizendo que iam "arrebentar com o Priest". Assim, quando a banda foi ao ensaio carregados de presentes (isto é, cervejas), um

irritado K K Downing os colocou para fora sem cerimônia. Mais tarde, trabalhando juntos, as relações ficaram OK e a tour deu muito certo. Durante a turnê o Maiden tinha um set de 45 minutos, sendo muito bem recebidos. Sua popularidade pôde ser medida quando, numa votação de melhores do ano da Sounds em janeiro, conseguiram o quarto lugar como a melhor nova banda antes de lançado qualquer coisa! THE IRON MAIDEN! Logo depois da tour com o Judas Priest, saía o primeiro LP da banda, chamado apenas de Iron Maiden. Lançado no dia 11 de abril de 1980, foi um sucesso absoluto, superando todas as expectativas, indo direto parar no nª 4 dos mais vendidos em uma semana e dando à banda um disco de prata em apenas um mês. Nem mesmo Steve Harris acreditou quando ouviu falar que o disco tinha chegado lá - Esperávamos chegar aos top 40 ou mesmo até 14... não no 4 de cara! A crítica especializada amou o disco, se desmanchando toda, embora insistissem num ponto que irritou a banda, chamando-os de "cruzamento de Heavy Metal com Punk" (uma expressão muito em voga na época). Os críticos ignoravam que as músicas haviam sido escritas anos antes do punk aparecer e que nunca houve um cruzamento entre o Maiden e os punks. Ambos os tipos se desenvolveram paralelamente e o Maiden era um autêntico herdeiro das bandas precedentes do heavy setentista (Deep Purple, UFO, Scorpions, etc.). Mas os críticos amavam os punks, eles ainda estavam na moda e a maioria havia ignorado o estilo HM até o Maiden estourar na cara deles. Erros como este continuariam a acontecer. Mas o disco era uma maravilha e ainda hoje impressiona desde os primeiros acordes de 'Prowler‟ até a última nota do hino 'Iron Maiden‟, com uma variedade de sonoridades raramente ouvida numa estréia. Embora nos anos seguintes Steve Harris reclamasse muito que a produção foi ruim, a qualidade das músicas e a energia das interpretações faziam disso um detalhe mínimo. A banda não deixava dúvidas quanto à sua versatilidade seja nas variações de 'Phantom of The Opera', no instrumental 'Transylvania' ou na linda 'Strange World', onde provavam que eram capazes de tocar coisas mais leves e fazê-lo bem. Claro que ajudou muito a capa, um primor, impossível de se ignorar. A falta de duas músicas favoritas de shows, 'Sanctuary' e 'Wrathchild', foi uma decepção para o público, mas aconteceu da banda estar guardando a primeira para o próximo compacto, enquanto uma versão mais bem produzida da segunda apareceria no álbum seguinte, Killers. (obs. Quando Iron Maiden foi relançado em CD, algumas edições incluíram 'Sanctuary', mas não a brasileira. Posteriormente, em 98, um novo relançamento incluíu definitivamente nos CDs essa música). Voltando para a estrada em abril, o Maiden arrebentou em duas apresentações no Marquee, antes de retornarem ao Ruskin Arms para um show beneficente. Logo depois partiram para sua primeira turnê nacional como atrações principais para promover o LP. Foi uma maratona de 42 apresentações, que, pela primeira vez incluía a presença de um Eddie de corpo inteiro (na forma de Rod Smallwood ou outros roadies mascarados). O único problema que pintou foi que tiveram de cancelar algumas datas devido à perda de voz de Paul. Em Grimsby ele ficou afônico bem no dia da apresentação e a banda não quis decepcionar os fã que esperavam: tocaram um set instrumental e pediram para que as 500 pessoas conservassem seus tickets porque eles voltariam à cidade para um show completo. Sempre orgulhosos de sua honestidade e fidelidade, a banda cumpriu a palavra voltando em outubro e fazendo o show sem cobrar nada deles. Em Edinburgh foi a vez de Clive, que sofreu uma intoxicação alimentar. Mas, levando em consideração que eles não podiam tocar sem um baterista, os roadies o carregaram da cama para o palco. Burr desmaiou um minuto depois que o show acabou (isso é que é profissionalismo!). A tour incluiu a primeira apresentação no Finsbury Park Rainbow, onde tiveram lotação esgotada, e o clímax foi numa festa arranjada pela EMI no Museu de Horrores de Madame Tussaud.

A POLÊMICA: SANCTUARY Durante a tour a gravadora lançou o single 'Sanctuary', que causou muita polêmica por causa da capa: um Eddie armado de uma faca, tendo a seus pés a vítima: uma Margaret Thatcher (a primeira ministra da Inglaterra na época), que havia arrancado da parede um poster do Iron Maiden. Para o azar da banda, o lançamento coincidiu com pelo menos dois incidentes desagradáveis: importantes figurões conservadores tinham sido espancados por arruaceiros. Deu muita conversa nos jornais e uma ameaça de censura. A gravadora então colocou uma tarja nos olhos, embora ainda ficasse bem visível de quem se tratava. A banda não estava muito atenta a toda esta conversa e sim no seu grande segundo amor: o futebol, torcendo para o West Ham no final da Copa. (Vale aqui uma nota: se você é fanático pelo Iron e percebeu em várias capas os dizeres 'Up The Hammers!', fique sabendo que não é nenhuma mensagem demoníaca e sim o slogan do West Ham. Nos Estados Unidos muitos ficariam decepcionados ao saber disso. Um fã americano mais radical chegou a tatuar a frase antes de saber do que se tratava.) Enquanto isso o compacto, que tinha 'Drifter' e 'I've got The Fire' no lado b, chegou ao nª 29 das paradas. Isso queria dizer que seriam convidados para o Top Of The Pops de novo, mas o pessoal da TV estava no meio de uma greve. Para compensar a banda tocou em julho no Marquee para serem filmados num especial sobre a "Nova Onda de Heavy Metal", onde o Maiden era, desnecessário dizer, a atração principal e teve uma cena hilária onde o DJ Neal Kay declarava: "Eu detesto o termo Heavy Metal", ao mesmo tempo em que usava uma camiseta com os dizeres: Heavy Metal Soundhouse! Depois foram tocar no Reading Festival onde dividiram a noite principal com seus heróis do UFO. A crítica amou, claro: "Iron Maiden provou que são os heróis do Sábado à Noite" escreveu Robin Smith do Record Mirror "Deram um trabalhão danado ao UFO para se equipararem." Também entre os vários grupos que se apresentaram no festival, houve um que se destacou: o veterano Samson, por causa de um cantor muito bom, chamado Bruce Bruce. E a turma nem teve tempo de respirar direito: nova turnê européia, 40 shows, junto com os americanos do KISS. Foi de matar, pois enquanto os yankees podiam se dar ao luxo de viajar de jatinho de compromisso em compromisso, nossos heróis tinham que enfrentar enormes distâncias num ônibus meio capenga. O crítico Geoff Barton, que escreveu sobre a maratona, conta que parece que só o veterano Dennis Straton aguentou razoavelmente bem o terrível stress. A tour incluía Itália, Suíça, Noruega, França, Suécia, Dinamarca, Alemanha, Holanda e Bélgica. Muitas bandas iniciantes não teriam aguentado e ficariam felizes em desistir de tudo e voltar correndo para casa. Não o Maiden. Exceto por uma breve estada na Bélgica, nunca tinham excursionado fora da Inglaterra. Ainda assim eles encontraram fãs enlouquecidos onde quer que fossem. Até em cidadezinhas como Leiden, na Holanda, foram recebidos por bandos de convertidos que tinham até bandeiras improvisadas e usavam camisetas com o logotipo do Iron. Arrebentados de cansaço que estavam, ainda assim conseguiam surpreender. Barton foi um dos que escreveu sobre suas apresentações: "Eles estão tocando com tanta velocidade que periga deles começarem a segunda música antes de terem acabado a primeira". E, a contragosto, era forçado a declarar: "Por mais que isso seja difícil de engolir, tenho que admitir que eles deram muitíssimo trabalho para as atrações principais se equipararem". Nada mal esse comentário vindo de um crítico que amava o KISS ao ponto de se considerar seu "quinto membro"! Ao contrário do que era de se esperar, o KISS não ficou enciumado com a banda de abertura. Gene Simmons chegou mesmo a entrar no camarim do Maiden e elogiar o disco da banda. "Aposto que você nem o ouviu". Soltou Paul, desconfiado. Gene então se virou para ele e citou o disco faixa por faixa, na ordem correta. Gene chegou mesmo a pedir uma camiseta da banda. Sabendo que o pessoal do Kiss não usava camisetas que não fossem do próprio Kiss, o boca grande Paul mandou

essa: "Para que você quer uma, se nunca usa de outra banda?" "É verdade". - Respondeu Simmons - "As pessoas não me vêem usar muito outras que não sejam camisetas do Kiss. Mas se eu tivesse uma que teria o nome de uma banda que vai ser uma das maiores do mundo, eu não me importaria em usar". Falando nisso, as bandas se deram tão bem que o KISS nem se importou quando Maiden jogou tortas na cara deles no palco durante a última noite de turnê... SURPRESAS, DEMISSÕES E ENTRADAS Voltando para casa, o Maiden ficou chocado ao saber que Neal Kay tinha sido despedido da Soundhouse. Com seu temperamento irrascível e uma autoconfiança que beirava a arrogância, Kay havia atraído muitas antipatias tanto quanto seguidores. A banda chegou a escrever uma carta de protesto e até incentivou uma greve contra o lugar, mas nada adiantou. Neal Kay então levou seu show para a estrada e se dedicou a descobrir novos talentos. A banda não teve muito tempo para se lamentar, já que enfrentava novos problemas internos, que nunca ficaram totalmente esclarecidos, em relação a Dennis Straton. Aparentemente Straton estava se afastando demais do resto do pessoal da banda - preferindo viajar com os roadies, quando estava na estrada - além de ter gostos musicais muito diferentes (Straton amava countryrock como os Eagles, p.ex.). Dennis chegou mesmo a mexer em Phantom Of The Opera no estúdio tornando-a mais pop, o que deixou Harris furioso, mandando-o apagar tudo ("Parecia Queen tocando Bohemian Rhapsody ao contrário.") Apesar de, mesmo na época, o próprio Straton admitir que tinha sido um erro, isso só reforçou a idéia de que tinham objetivos e conceitos musicais bem divergentes. Assim sendo, apesar do guitarrista dizer que estava "110% integrado" isso não foi o suficiente para convencer Steve e Rod numa reunião e Dennis foi convidado a se retirar. Straton saiu para formar o Lionheart, mas deitou na imprensa contra o Maiden, dizendo quão injustamente tinha sido tratado, chamando Steve com frequência de "Sargento Harris". (Obs. Em muitas biografias, inclusive brasileiras, é dada a informação de que Stratton teria saído por se considerar muito velho para a banda. Tal afirmação não tem nenhum sentido). Com uma guitarra a menos, o Maiden voltou a procurar o velho amigo de Dave Murray, Adrian Smith. Ambos continuaram mantendo contato através dos anos e Dave chegou mesmo a tocar como convidado no segundo compacto do Urchin, 'She's A Roller'. O Urchin não conseguiu o sucesso esperado e acabou. Smith estava tocando no Broadway Brats, mas andava chateado, sem dinheiro e desiludido (e, de certa forma, como ele mesmo admitiu, com um pouco de inveja do amigo Dave). Apesar de sua notória indecisão, quando recebeu o convite para um teste, não vacilou um segundo. Vinte minutos depois de uma jam o grupo e Rod anunciaram que ele estava aprovado. "Foi ótimo ouvir isso. Me senti como se estivesse sendo aceito dentro de uma família, quase. De fato, a impressão que me passavam era a de que eles eram como uma família. Eles cuidavam uns dos outros e, uma vez que eu estava dentro eu não tinha que me preocupar com mais nada além de tocar. É o sonho de todo músico." (nem tanto: mais tarde ele afirmaria que entrar para o Maiden foi mais difícil do que esperava porque as músicas de Harris eram muito diferentes e mais complexas do que as que estava acostumado a tocar. Ele também sempre tinha sido o cantor e líder das bandas que tocava até então.) Aqui vale uma nota interessante: se Adrian novamente não estivesse disponível, a banda já tinha outro nome em mente: um velho amigo de Paul Di'Anno, guitarrista do grupo Girl, Phil Collen. Collen pouco depois entraria para o multiplatinado sucesso Def Leppard. Mais curiosidades para Maidenmaníacos: No breve período que esteve fora do Maiden depois de ter brigado com Dan Wilcock, Dave Murray tocou com o Urchin e eles já apresentavam „Charlotte The Harlot' ao vivo naquela época, além de uma canção muito boa, que viria a ser '22 Acacia Avenue'.

A banda já tinha material e datas para gravar seu segundo LP, mas resolveram fazer uma mini-tour para que Adrian tivesse tempo de se entrosar antes de encararem o estúdio. Foi duro para ele. Logo a primeira data foi na Universiade de Brunel tão perto de Londres que atraiu todo o staff da EMI e grande parte dos fãs radicais do East End. Adrian admite que ficou "apavorado", com os nervos à flor da pele com a expectativa. Não precisava: passou no teste com louvor e a dupla Smith-Murray ficaria para sempre na memória de qualquer fã como sendo uma das mais ricas da história do Metal. Curiosamente, vale dizer que Dave costuma ser o mais espontâneo, criando muita coisa de improviso, enquanto Adrian é mais cerebral e costuma compor seus solos antecipadamente. Juntos funcionavam como um relógio suíço. Para promover a mini-tour eles precisavam de um novo compacto, mas nenhuma das novas composições parecia servir a este propósito. Foi quando sua editora musical, a Zomba, sugeriu que regravassem 'Women In Uniform', do grupo australiano Skyhooks, que tinham tido sucesso na sua terra natal com ela. O grupo gravou-a com 'Invasion' no lado b, sendo que Dennis Straton ainda estava no Maiden. A banda mais tarde renegou esta atitude, dizendo ter sido um erro. Ainda assim o compacto chegou ao número 35 das paradas. Foram chamados ao Top Of The Pops de novo mas deu tudo errado: brigaram com o cara do som que insistiu em colocar o volume muito baixo e ficaram ainda mais aborrecidos quando proibiram a aparição de Eddie naquele horário familiar. O Iron então jurou nunca mais por os pés naquele programa: mesmo com mais de vinte hits nesse meio tempo, eles só voltaram a se apresentar lá depois de quinze anos, em 1995, com Blaze Bayley (quando então tinha mudado toda a diretoria da emissora). (Obs. Em relação a essa música o Maiden foi um pioneiro, já que chegaram a gravar um vídeo promocional para ela [último trabalho com Dennis Straton]. Isso foi antes da MTV, e a única banda de Rock que tinha feito algo semelhante antes foi o Queen com a famosa "Bohemian Rhapsody'. Nesse aspecto o Maiden estava um ano da frente de todos!) KILLERS Depois da tour de novembro, o Maiden correu para o Battery Studios para gravar seu segundo LP, Killers. A banda já tinha tocado a faixa-título no festival de Reading e foi muito bem recebida. De modo que estavam ansiosos para gravar, ainda mais que tinham conseguido ninguém menos do que Martin Birch para a produção. Birch tinha produzido alguns dos mais famosos álbuns do Deep Purple, Rainbow e Whitesnake, entre outros. E, curiosamente, já tinha ouvido falar do Iron Maiden já há algum tempo. A banda teria desejado tê-lo como produtor desde o princípio, mas não tiveram coragem de convidar uma figura tão ligada a seus ídolos logo para o primeiro trabalho. Uma pena pois o surpreendente Birch (Chamado "The Headmaster" [diretor], por causa de sua disciplina no estúdio) lhes comunicou que teria aceito trabalhar com eles já naquele tempo. Vale a pena citar aqui que a capa de Killers também teria um considerável impacto na mídia. Hoje em dia talvez não passasse de mais um disco de Heavy Metal, mas na época, assim como o primeiro LP, era extremamente original e violenta: um Eddie sorrindo macabramente segurando uma machadinha ainda pingando de sangue, enquanto a vítima (só as mãos ainda segurando a camiseta do assassino aparecem no desenho) agoniza. Essa capa, idealizada por Dave Lights, trazia alguns detalhes só percebidos pelos fãs de primeira hora: o local é uma das ruas do East End (dá pra ver o letreiro do famoso clube Ruskin' Arms) e Charlotte The Harlot observa a cena através da cortina de seu quarto. O PRIMEIRO VÍDEO Para finalizar o ano uma equipe da EMI contratou cinegrafistas para fazer o primeiro vídeo ao vivo de uma das novas bandas a aparecer no mercado. Durante um show triunfante no Rainbow o Maiden arrasou, como de costume, mesmo com um exército de „camera-mens‟ em volta deles. O som falhou na filmagem durante números-chaves como 'Iron Maiden' e „Phantom Of The Opera‟. Depois que o show acabou, Paul explicou ao público o que tinha acontecido e que iriam repetir algumas músicas e se alguém quisesse ficar, seria bem vindo. Resultado: nem uma única pessoa

deixou o teatro até o final! Duas horas de HM de primeira para os alegres sortudos da noite que viram a primeira filmagem de um show do Maiden. A única reclamação era de que o vídeo, de apenas meia hora, era muito curto. Mas quem naquela época, fora os fãs mais radicais, podia prever que o Maiden iria crescer tanto? Logo depois das gravações a banda tirou o mês de janeiro de 1981 para um bem merecido descanso depois da loucura das tours do ano anterior. As férias foram boas mas não o suficiente para prepará-los para o que estava por vir quando saíram as primeiras críticas do novo LP. A crítica o achou decepcionante em relação ao primeiro e deixou isso bem claro: Robbi Millar da Sounds rotulou Killers de medíocre chamando-o de "mais um fracasso do que um triunfo". E depois foi ainda mais longe, insinuando que o primeiro disco tinha chegado onde chegou somente com ajuda de publicidade. Outros críticos também não foram muito gentis, embora a maioria não descesse o pau com tanta força. Alguns elogios aqui e ali não tiraram o mal estar do pessoal do Maiden, que ficou muito chateado, principalmente com a história da publicidade, totalmente falsa. Olhando para trás, dá pra notar que Killers não era tão ruim assim, mas em certos pontos os críticos (na época) pareceram ter razão em temer pelo futuro do Maiden. Em Killers as melhores músicas eram, sem dúvida, as antigas 'Wrathchild', 'Drifter' e 'Innocent Exile', sendo que entre as novas apenas a faixa-título se destacou o suficiente para permanecer como clássico da banda. Killers não chega perto do impacto do primeiro disco em termos de versatilidade e originalidade (embora ganhe muito em termos de produção, mas isso se deve ao fato de terem o produtor certo desta vez). Muitos temiam que Steve Harris tivesse usado todas as boas idéias no primeiro disco e não estivesse dando conta de manter o nível de suas composições. O álbum seguinte, The Number Of The Beast, mostraria que essa suposição era um tanto precipitada. Talvez refletindo as críticas, Killers estreou no décimo segundo posto da parada inglesa, bem abaixo de Iron Maiden. (Obs. A edição brasileira do LP não incluía uma faixa, 'Twilight Zone', erro esse infelizmente repetido quando da edição nacional do disco em CD, só em 98 o erro foi reparado com o lançamento da discografia com faixa-multimídia) A PRIMEIRA TOUR INTERNACIONAL Melhor ou pior do que a estréia, Killers foi o disco que serviu de cartão de visitas para a primeira tour realmente internacional do Maiden. A Killers World Tour levou a banda a tocar uma inacreditável maratona de 125 apresentações através da Europa, Japão, Austrália e América do Norte. Em todos, exceto no Estados Unidos, o Maiden seria atração principal. Começou na própria Inglaterra no dia 17 de fevereiro e incluía uma apoteótica apresentação no famoso Hammersmith Odeon, em 15 de março. A estafante tournê com o KISS pareceria um passeio de carro de final de semana comparada a essa tour, mas foi imensamente bem sucedida levando os discos do Maiden a vender pela primeira vez mais de um milhão de cópias. Na Inglaterra o compacto escolhido foi 'Twilight Zone' para coincidir com a tour e lançado em Março. Tinha sido originalmente gravada como um lado b em potencial, mas a banda gostou tanto que acabou dividindo o crédito de lado A junto com 'Wrathchild'. O compacto chegou ao nª 31 das paradas. Um vídeo com 'Wrathchild' ao vivo no Rainbow teria ajudado as vendas, caso uma nova greve não tivesse ocorrido na TV naquela época. A turnê européia foi tão dura e rápida que algumas vezes a banda se esquecia ou não sabia onde estavam. Adrian Smith se lembra de Paul Di'Anno tentando falar com a platéia num francês de colégio uma vez: o problema era que estavam na Itália naquele dia! Outra consequência foi a voz de Paul falhar ao ponto da banda ter que cancelar nada menos que dez apresentações: quatro shows finais na Alemanha e todos que deveriam dar na Escandinávia. Para não decepcionar demais os fãs alemães, a banda decidiu dar algumas tardes de autógrafos, onde os garotos ficaram tão entusiasmados que a polícia foi chamada para conter quebradeiras.

MAIDEN JAPAN A voz de Paul melhorou o suficiente para poderem encarar suas primeiras apresentações no Japão no final de maio. Aqui vale dizer que a conexão japonesa com o Maiden era antiga. Aconteceu por uma dessas coincidências do destino quando um cara chamado Masa Ito ficou sabendo da existência do conjunto durante a apresentação da banda no Music Machine, em setembro de 1979 como número de abertura do Saxon. Ito, que estava na Inglaterra, ficou impressionado com a performance da banda e, sendo ele uma pessoa de grande renome na mídia japonesa, tratou de dar uma boa cobertura de imprensa sobre o Iron, mesmo antes do primeiro LP ter sido lançado. Essas reportagens despertaram a curiosidade dos japoneses na banda, tanta curiosidade de fato que o LP "Iron Maiden" ganhou o disco de ouro lá e foi o primeiro disco de ouro que a banda ganharia em sua carreira. A importante publicação Player votou o Maiden como sendo a melhor do mundo. Só para se ter uma idéia como tinham fãs na Terra do Sol Nascente, basta dizer que os ingressos para os shows se esgotaram em menos de duas horas. Isso foi em fevereiro, três meses antes da banda tocar por lá! O grupo fez um exaustivo vôo de 27 horas até o Japão, onde chegaram, como era de se esperar, completamente arrebentados. Mas a recepção foi tão positiva, com fãs seguindo-os por toda parte, com muito saquê disponível para animá-los e todos os shows totalmente lotados, que o grupo acabou passando bem a semana que estiveram ali. Tão bem que acabou resultando num EP, ao vivo, chamado Maiden Japan com as músicas 'Killers', 'Innocent Exile', 'Running Free', 'Remember Tomorrow' e 'Wrathchild'. (obs. A versão inglesa e algumas outras edições tem apenas 4 músicas, tendo 'Wrathchild' ficado de fora. No Brasil o disco foi vendido como se fosse um LP comum e pelo mesmo preço. Pobres de nós!) A produção desta vez ficou a cargo do próprio Maiden (mas principalmente por Harris) e do soundman Doug Hall. O EP dá uma dimensão do estado das cordas vocais de Paul Di'Anno e elas ficariam ainda piores ao fim da turnê. ENCARANDO A AMÉRICA A banda tirou dois dias de folga antes de enfrentarem o maior dos desafios: A América. É bom frisar que naqueles tempos pré-MTV, a promoção de um artista dependia muito da programação de rádio. E a música poderosa do Maiden não era o padrão FM que os DJ yankees estavam tocando na época. Apenas quatro estações tinham tocado o primeiro LP, isto entre mais de duzentas rádios espalhadas pelo país. Uma pena, visto o sucesso imenso que as bandas HM tiveram na década de setenta quando Led Zeppelin era simplesmente endeusado pelos americanos, além de Deep Purple, Black Sabbath e outros. Talvez o imenso fracasso comercial dos Punks pouco tempo antes tenha feito os chefões das rádios pensarem que o gosto do público jovem houvesse mudado e que os adolescentes não gostassem mais de música pesada. Não tinha: Rush, Heart e outras bandas pesadas continuavam a fazer sucesso, embora com muito menos cobertura jornalística do que na década anterior. Mas, tal como na Inglaterra, as vozes das ruas demoraram a ser ouvidas e só quando ficou evidente para todo mundo é que acordaram as gravadoras. O Maiden encarou o desafio como tinha feito na sua terra natal: com garra e profissionalismo. Abriram shows para o Judas Priest, além de tocarem em dois clubes em Chicago e Detroit e um festival em Milwaukee. Depois foram para o Canadá, onde o primeiro LP tinha se tornado disco de ouro, o que queria dizer que podiam ser a atração principal em lugares como Toronto (em teatros com capacidade de 1500 pessoas), além de clubes em Montreal e Quebec. As dificuldades eram que a banda já conseguia viajar de avião quando as distâncias eram maiores que 300 milhas (uns 450 quilômetros), sendo que distâncias menores que estas tinham

que ser percorridas de carro alugado. O resultado foi que nas alturas do Canadá todo mundo estava moído até os ossos, especialmente os motoristas, que eram o tour manager Tony Wigens e o relutante SmallWood. Eles tinham que sair de uma cidade, chegar na outra até as quatro da tarde para aprontar tudo e ter que sair às sete da manhã. Wigens comentou: "Rod e eu estávamos nos mantendo vivos à base de café puro". Inevitavelmente houve incidentes. Tony estava saindo do palco uma noite, tão cansado que não viu que saía pelo lado errado, onde não tinha escada e levou um tombo de quase quatro metros. Foi levado às pressas ao hospital mais próximo, coberto de hematomas e suspeita de fraturas, mas voltou à tempo para cuidar do equipamento para o show daquela noite. Smallwood acabou achando que aquela economia não adiantava nada e, relutantemente, concordou em alugar um ônibus para a tour. Tocaram com Whitesnake, Humble Pie, e seus velhos ídolos do UFO depois dos shows no Canadá. A banda estava na Philadélfia tocando seus últimos shows com o Priest quando receberam o convite de tocar com o UFO no Long Beach Arena, na Califórnia, no outro lado do país. O Maiden achava estes shows tão importantes que fretaram todo o seu equipamento para poderem chegar a tempo. Essa atitude custou uma nota preta mas a reação da platéia fez tudo valer a pena. Vale dizer que o Maiden, que não aceitou a sugestão de modificarem sua música, tornando-a mais "palatável" para tocar nas rádios, tornou-se rapidamente num cult band underground. Killers vendeu por conta da turnê, e chegou a respeitáveis 200 mil cópias (quatro vezes a de 'Iron Maiden"). Por todos os cantos encontravam garotos que os seguiam fanáticamente, comprando ou arranjando camisetas com o logotipo e a figura de Eddie numa velocidade de dar inveja a bandas muito mais estabelecidas. Encontraram um garoto que tinha o logotipo tatuado nos dois braços e outro com uma cabeça de Eddie gravada no peito. Mas o melhor de tudo foi o cara que tinha a capa do single 'Sanctuary' (aquela do Eddie matando a Margaret Thatcher) tatuada no braço, com os dizeres "Up The Hammers" embaixo. Harris contou que quando lhe explicou que aquilo era um grito de guerra de um time de futebol, ele ficou decepcionado. "Acho que ele esperava que isso fosse um tipo de encantamento mágico ou coisa parecida." Terminada a tour americana, o Maiden voltou à carga na Europa para honrar os compromissos que faltaram devido aos problemas com a garganta de Paul. Tocaram em três grande festivais ao ar livre na Alemanha durante este processo, com Foreigner, Kansas, Blue Oyster Cult, Motorhead e outros. Logo depois atravessaram a „Cortina de Ferro‟ pra tocar na Iugoslávia, onde o disco Killers também tinha ganho o disco de ouro. Nada menos que 5000 garotos estavam esperando por eles dormindo ao relento durante a noite anterior só para garantir os lugares. Com o dinheiro conseguido por lá, a banda refez os esquemas para se apresentarem na Escandinávia, para honrar as datas canceladas. Seriam as últimas apresentações da banda com Paul Di'Anno. MUDANÇAS RADICAIS Boatos sobre as dificuldades do vocalista com o resto da banda já estavam se espalhando desde os problemas de voz que Paul teve durante a primeira parte da tour. Pouco tempo depois que voltaram para a Inglaterra, a Sounds publicou uma matéria de capa: "Di'Anno fora do Maiden". Apesar de dizerem que a separação foi "totalmente amigável" e por diferenças em torno de música e tours, a coisa não foi bem assim. Durante muito tempo aceitou-se como verdadeira a tese de que Paul andava cansado das longas excursões da banda. Essa notícia chegou a ser dada em algumas biografias que saíram até no Brasil. O próprio Paul Di'Anno a negou pouco antes de se apresentar no Brasil em 97 além de acusar Steve Harris de ser o dono da banda, um "fuhrer" (ditador). O grande problema foi que Paul adorava o estilo de vida rock'n roll. E não cuidava bem do seu instrumento: sua voz. Paul fumava, bebia demais e era largamente indisciplinado. Com isso sua voz sofria e a banda perdia shows importantes e levava a culpa. Os membros do Maiden

sabiam se divertir, mas se cuidavam, eram profissionais e tinham orgulho de se apresentar para a platéia um show sensacional, dando do melhor de si. Não é pra menos que ficavam zangados quando um deles podia estragar tudo por descuido. Paul também não tinha a mesma ambição de vencer mundialmente como Steve e se dizia assustado com a proporção gigantesca que o Maiden estava alcançando, sentindo que era muito grande o peso de tanta responsabilidade. Paul saiu da banda e foi uma grande perda, ainda que por sua própria culpa. Um cantor carismático, com um timbre diferente e marcante. Na sua carreira posterior, mostrou-se tão irregular e errático quanto a vida que escolheu, alternando grandes momentos com outros absolutamente medíocres. Parece que resolveu finalmente fazer algo direito tendo recentemente reunido sua melhor banda, o Battlezone, e lançando em 99 um CD digno do grande cantor que é. Seu trabalho seguinte seguiu a mesma linha, sendo gravado no Brasil com músicos brasileiros. O resultado, Nomad, foi um disco brilhante, talvez seu melhor trabalho pós Maiden. UMA SUBSTITUIÇÃO FELIZ O substituto de Paul foi, como todos sabemos, Bruce Bruce, do Samson, que tanto havia impressionado Harris no festival de Reading um ano antes. Ao contrário do que diz a lenda, não foram ouvidos uma série de cantores antes de chegarem a Bruce Bruce, isto é, Bruce Dickinson. Quando Paul saiu, foi o próprio Steve Harris, com sua habitual objetividade que o convidou para um teste. Steve pediu que ele decorasse seis músicas. Dickinson sentiu a oportunidade e não perdeu tempo: decorou 15. No teste tocaram dez direto e dali saíram para o bar mais próximo para comemorar. Em muitos aspectos Bruce Dickinson era diferente da banda: estudou em escolas particulares e se formou na faculdade em História. Ao invés de se tornar um chato intelectual, Bruce se mostrou perfeito em todos os sentidos para o Maiden: profissional rigoroso, ambicioso, nem um pouco chegado à trips de superstar e com um senso de humor à toda prova. Mais importante: cuidava muito bem das cordas vocais. E que cordas! Dizem as lendas que ele ganhou o apelido de "Sirene de Ataque Aéreo" quando, durante um show do Samson no Chelsea College, ele trincou um enorme globo de vidro com um grito bem colocado. Paul Bruce Dickinson (ele sempre preferiu usar o segundo nome, mesmo quando criança) teve seus primeiros contatos com o showbusiness logo depois de entrar na faculdade, através do grêmio estudantil, ajudando a organizar apresentações de bandas por lá. Um pouco depois entrou como cantor num conjunto local. "Eu queria tocar bateria" - contaria ele mais tarde - Mas eu nunca tive o dinheiro para comprar uma. - O destino não deixaria Bruce cair no anonimato nem nesses primeiros tempos. Logo uma apresentação com o grupo acabou virando notícia no jornal local. Não tanto pela música, que ainda tinham muito a aprender, mas pelo fato de terem sido atacados em pleno palco por um cidadão que morava por perto e tinha sido acordado por eles. "Ele acertou uma garrafa no guitarrista e chutou o kit da bateria fora do palco. Então eu o ataquei com uma cadeira". - relembra Bruce. Nos tempos de faculdade, Bruce cantou em duas bandas: no Speed, que tinha teclados e faziam um som estilo Stranglers e no Shots, que era um pouco mais pesado e com quem excursionaria durante boa parte de 1978. Seus exames finais na faculdade puseram uma pausa na carreira com o Shots. Pouco depois seria chamado por Paul Samson, que o tinha visto se apresentar na Soundhouse (sempre lá). Assim, depois de fazer sua última prova da faculdade na parte da manhã, Bruce passou a tarde ensaiando com o Samson. Ele ficaria com eles durante dois anos e meio, gravando três LPs (entre eles o bom Head On). O apelido Bruce Bruce foi dado pelo empresário e se referia a um personagem famoso do grupo de comédias Monty Python. Bruce até recebia seu pagamento em cheques com esse nome. Mas logo ficou claro que as idéias musicais entre Paul e Bruce iam por linhas divergentes. Samson seguia pelo lado do blues mais tradicional, enquanto que Bruce era obviamente um cantor

de HM. Assim, a saída não foi tão difícil no ponto de vista artístico. Infelizmente os processos legais de separação foram muito mais complexos: houve a quebra da gravadora do Samson, a Gem records e má administração dos negócios da banda. Essa confusão legal impediu que Bruce pudesse incluir alguma canção sua no seu primeiro ano no Maiden. Assim que sua entrada na banda foi tornada oficial, eles partiram para a Itália para fazerem quatro apresentações por lá, apenas para testar a reação da platéia e deixar Bruce se acostumar. Todos os shows lotaram, o público ficou doido como sempre e ninguém parecia notar alguma diferença. Londres seria um teste mais duro. A banda tinha agendado um show no Rainbow, com o Praying Mantis abrindo. Naturalmente, Bruce se deu muito bem. Claro, teve aqueles retrógrados que gritaram de vez em quando um "Tragam Di'Anno de volta!", mas a maioria reconheceu que estavam diante de um grande cantor e aprovou. Depois do show foi dada uma festa pelo Pão-Duro Smallwood em que Paul Di'Anno esteve presente, provando que não havia mais ressentimentos. Dessa forma, 81 se fechou como um ano de mudanças e muita, muita batalha na estrada. Mas foi altamente recompensador em termos de carreira: mesmo com más críticas e muito por causa dos excelentes shows, Killers chegou ao top 10 de vários países: Inglaterra, França, Alemanha, Japão, Suécia e Bélgica (chegou ao número 80 nos Estados Unidos). E disco de ouro no Canadá, Inglaterra e Japão. Na França se tornou disco de ouro duas vezes. Nada mal. Mas o melhor ainda estava por vir... A BESTA ESTÁ SOLTA 1982 entrou com a banda gravando seu terceiro LP na carreira e o primeiro com o novo vocalista. E as coisas começaram de forma bem negativa nos estúdios Battery, em fevereiro. Segundo Bruce, os equipamentos pareciam enlouquecer, com luzes acendendo e apagando a todo o momento sem nenhuma razão aparente, com a aparelhagem de gravação deixando de funcionar e ruídos estranhos ocorrendo com amplificadores e instrumentos da banda. Parecia que o grupo tinha mexido com o oculto, como numa das músicas que gravariam por lá e que daria o nome ao novo disco: The Number Of The Beast (como boa parte das canções de Steve Harris, baseado num filme: Omen II [no Brasil: A Profecia 2]). Como se para confirmar tal loucura, o produtor Martin Birch teve um acidente de trânsito quando dirigia-se para o estúdio numa noite. O motorista do outro carro era um fanático religioso e a conta do mecânico foi 666,66 Libras! Embora pareça uma das várias histórias para promover discos, todos os envolvidos garantem que é verdadeira (tanto as biografias oficiais quanto o documentário Twelve Wasted Years o mencionam como fato): "Aquilo mexeu com a gente e o Martin ficou apavorado." Relembra Steve Harris "Ele fez com que o pessoal arredondasse a conta para 667 libras!" Apesar de todos esses incidentes bizarros e inexplicáveis, o álbum resultante seria um triunfo e catapultaria definitivamente o Maiden para seu lugar como os reis do novo Metal. Um sinal de que as coisas seriam bem maiores ficou claro quando a banda lançou o primeiro compacto resultante das gravações com a música 'Run To The Hills': nele estava provado que o novo cantor era simplesmente sensacional e que possuía uma técnica e potência à altura do muro de som que Harris & co estavam elaborando. Como prova, o disco chegou ao número 7 nas paradas de compactos, mesmo com a habitual recusa das rádios de tocar o estilo. Foi a primeira vez que a banda conseguia chegar tão alto em termos de singles. O vídeo que a banda fez para promover o disco também ajudou a torná-los mais conhecidos nos Estados Unidos, já que agora existia a MTV e a necessidade de novos vídeos ainda fazia passar por cima de velhos preconceitos. De qualquer forma o clip da banda mostrava bem que a turma tinha humor, alternando cenas deles no palco e extratos de uma velha comédia de Buster Keaton, tornando mais leve a música, cuja letra amarga falava do massacre que os brancos perpetraram aos índios americanos.

Mas se o compacto já era muito bom, o LP resultante era simplesmente o máximo. Quando foi lançado no dia 22 de março o disco estabeleceu novos parâmetros para o Heavy Metal. Os críticos que temiam que a banda estivesse ficando sem inspiração e que tinha esgotado todas as suas fichas nos dois primeiros discos, ficaram estupefados. A nova fornada de músicas era espetacular: Não tendo mais material antigo para utilizar, as novas composições vieram mais maduras, mais ousadas e com uma nova perspectiva, por causa do vocal mais técnico e poderoso de Bruce Dickinson. Da primeira faixa à última (e principalmente a última, a sen-sa-cio-nal Hallowed Be Thy Name), ninguém tinha dúvidas de que se tratava de um clássico absoluto, tão ou mais surpreendente quanto ao magnífico disco de estréia. The Number Of The Beast lançaria o grupo definitivamente no cenário mundial (leia-se, Estados Unidos). Até a capa, uma obra-prima, contribuiu, embora não fosse específica. Derek Riggs a tinha desenhado com intenções ao compacto Purgatory, mas a banda gostou tanto do desenho que resolveram deixá-la para o LP. Purgatory então recebeu um outro desenho (uma figura do diabo apodrecendo para se transformar no Eddie) e foi o menos bem sucedido single da banda, chegando só ao número 46 das paradas, fato esse talvez explicável por já se incluir no LP Killes, que todo fã já tinha comprado. A crítica especializada amou The Number Of The Beast e o colocou no seu devido lugar: um disco tão importante e renovador para os anos 80 quanto In Rock do Deep Purple tinha sido para os anos 70 (uma comparação para grupo de HM nenhum botar defeito). E, só para confirmar, o LP foi direto ao topo da parada inglesa, chegando ao primeiro lugar e ficando lá por duas semanas. The Number Of The Beast bateu Killers em vendas em todos os lugares que foi lançado. (Obs.: Curiosamente, Steve Harris não considera o disco tão bem assim. Segundo ele mesmo as gravações foram muito corridas, não deu tempo para polir melhor as músicas e que se arrepende de não ter substituído a faixa Gangland por Total Eclipse – que acabou sendo o lado b do compacto Run To The Hills – e de não ter algo melhor do que Invaders para abrir o disco. Imaginem o que seria esse clássico se ele tivesse tido tempo para essas melhoras!) A banda ficou sabendo das boas novas quando estavam indo da Suíça para Paris e o ônibus tinha quebrado no meio do caminho. Como os roadies já tinham ido na frente para montar o equipamento, o pessoal do Maiden não teve outra alternativa a não ser sair fora e começar a empurrar. Tony Wiggins se lembra da ocasião: "Então lá estavam aqueles caras, cujo álbum tinha chegado ao topo das paradas da Inglaterra, empurrando o ônibus para ver se ele pegava. E ninguém pensou duas vezes antes de fazê-lo. Não houve reclamações, ninguém entrou numa de superstar. Depois que o ônibus voltou a funcionar todo mundo voltou a seus lugares como se nada tivesse acontecido." Isso aconteceu, claro, na parte européia da "Beast On The Road 1982" , a segunda tournê mundial do Maiden, que iniciou-se em fevereiro e iria até o dia 20 de dezembro daquele ano, cobrindo nada menos do que 18 países e um recorde de 180 apresentações! Foi nessa época que o importante jornal New Musical Express pediu uma entrevista. Vale dizer que o referido tablóide detestava (e provavelmente ainda detesta) rock pesado, sendo formado principalmente por elitistas que nunca viram o HM como algo a se considerar seriamente.

Rod concordou, mas com a condição de toda a entrevista ser na forma de perguntas e respostas (para não haver interpretações por parte do entrevistador) e que estariam na primeira página. Relutantemente o jornal aceitou e mandou um dos mais hábeis entrevistadores que possuíam, na certa esperando encontrar pessoas que não estariam à altura das perguntas. E o cara começou logo com as provocações perguntando sobre a "complacência moral e intelectual" das músicas. Acontece que ele trombou de frente com Dickinson e Harris, inteligentes e

articulados, que viraram o jogo a seu favor. Eddie apareceu assim na capa do NME e a entrevista ajudou a abrir muitas cabeças para o novo Metal. ANDY TAYLOR Nessa tour Andy Taylor, sempre parceiro de Smallwood, ainda não envolvido diretamente com o Maiden, entrou como co-empresário de forma integral. Andy e Rod são completamente diferentes: Rod mais parece um membro da banda: cabeludo, sempre usou jeans, tênis e camisetas da banda, além de ser famoso pelo humor. Andy, ao contrário, sempre pareceu o típico executivo inglês: alto, gorducho, quase totalmente careca, de óculos e sempre vestindo terno e gravata. Rod é um fã de Heavy Metal, enquanto Andy prefere músicas mais leves para ouvir no carro. Curiosamente a dupla sempre se deu muito bem, unindo forças e provando que os opostos podem agir para o bem comum (e fazer uma fortuna juntos!). Ambos demonstram um recíproca admiração mútua e, como Rod gosta de lembrar, as aparências enganam: "Andy é um grande cara, sempre foi. Tem uma mente brilhante e cheia de surpresas". Andy Taylor foi ver o Maiden pela primeira vez num show em Newcastle, 1980. Ele apareceu na apresentação de terno e foi parado pelo porteiro, que perguntou se ele sabia quem iria se apresentar ali. Andy Taylor respondeu que sim, que sabia. - Oh - retrucou o porteiro - É que não vem muita gente de terno aqui. - Taylor então disparou essa: "O que demonstra mais ou menos que tipo de relação eu tenho com a banda." Uma das primeiras providências que Taylor cuidou logo que assumiu sua nova função foi tratar de acabar com a pirataria que se espalhava como uma praga envolvendo todo o merchandising da banda. O Maiden tinha orgulho de vender apenas material de alta qualidade para os fans. A turnê européia foi um sucesso absoluto: embora fosse a primeira vez que fossem à Espanha, isso não os impediu de conseguirem lotar as três noites seguidas que deram em estádios de 8.000 lugares. França, Alemanha, Holanda, Bélgica, Suíça, seguiram-se antes do grande desafio: Os Estados Unidos. Principalmente porque a banda ganhou a fama de satanista por causa da capa e do conteúdo da música The Number Of The Beast. A maioria dos americanos parecia não ter prestado a mínima atenção de que somente aquela canção podia ser considerada de teor demoníaco, e ainda assim era baseada apenas num filme. Harris teve que gastar muita saliva em entrevistas para tentar esclarecer o óbvio: o Maiden não tinha uma linha de pensamento fixa, nem eram adoradores do diabo. Levou muito tempo para conseguirem mudar essa imagem errônea na terra dos yankees. Um segundo compacto, com a faixa-título, também chegou ao Top 20 das paradas inglesas. O vídeo que vincularam para a música também ajudou e, pela primeira vez, um Eddie de mais de três metros de altura fez sua primeira aparição. Uma pena que o fizessem numa época de Margaret Thatchers e Ronald Reagans: a parte do Eddie foi editada do vídeo, depois que cidadãos conservadores o acharam muito assustador para aparecer na MTV. BACK IN THE USA O Maiden começou a parte americana da tour em Michingan, no dia 11 de maio, e seria a primeira de 102 apresentações no continente (com apenas um intervalo para poderem tocar no Reading Festival). The Number Of The Beast ficaria nas paradas da Billboard durante 8 meses, atingindo o 33ª lugar e vendendo só nos EUA 350.000 cópias (o que queria dizer que o Maiden, em termos mundiais, tinha vendido mais do que tudo que conseguiram no ano anterior [1 milhão de discos] em apenas 5 meses!). Nos Estados Unidos o Maiden abriu shows do Rainbow e do 38 Special, para depois, na condição de 'convidados especiais', dividirem o palco primeiro com os Scorpions (com o Girlscholl na abertura) e depois com o Judas Priest. Para variar, os shows foram excelentes, com o Maiden dando muito trabalho para as outras bandas se equipararem ao seu espetáculo. De nota vale

mencionar uma partida de futebol, para relaxar, entre os alemães do Scorpions e os ingleses do Iron que, depois de um jogo muito disputado, terminou num cavalheiresco 0 X 0. Em alguns shows o Maiden tocou na frente de 57.000 (Oakland) e 75.000 (Anaheim) pessoas. No Canadá, assim como todos os outros países fora os EUA, o Maiden foi a atração principal. Naquele país do norte o novo LP tinha ganho disco de platina e o pessoal do grupo ficou muito feliz em saber que as rádios por ali não tinham tanto preconceito contra Heavy Metal quanto seus vizinhos americanos. Em Quebec tocaram em um estádio com capacidade de 9.000 e o lotaram, apesar da população ser muito menor do que nos Estados Unidos. De volta aos EUA, novos problemas com o velho assunto: o pessoal da God Squad (Patrulha de Deus) no Arkansas queria que o disco tivesse tarjas avisando sobre a natureza satânica do conteúdo. "As pessoas levaram isso tudo muito além da conta". Reclamou Steve Harris numa entrevista. "Eles acham que se trata de um álbum sobre um tema e isso obviamente não é o caso. Há apenas duas faixas sobre o assunto e as duas são claramente escapistas". Na mesma entrevista ficou claro que Steve não parecia saber ou se importar com a enorme proporção do sucesso e da fama que o Maiden havia atingido. Para ele as coisas continuavam as mesmas e se considerava um fã de rock, mesmo tendo mais projeção do que as bandas que o inspiraram. "É esquisito." Admitiu Steve "Eu ainda gosto destas bandas e pagaria para vê-los tocar, mas eu me sinto estranho em poder encontrar com eles em termos de igualdade como um músico ao invés de fã. Acho que é por isso que o Maiden se relaciona tão bem com os garotos. Eles devem pensar: se eles podem nós também podemos. Isso faz o sonho ficar muito mais perto." Harris saiu pela tangente quando perguntado porque tanta gente os compara com o Deep Purple: "Eu não sei ao certo. Martin Birch diz que 'Innocent Exile' têm o mesmo feeling de 'Into The Fire'. Ele trabalhou com eles, então ele deve saber." O entrevistador foi mais longe e tocou num ponto sensível: teria Steve copiado o estilo de palco do baixista Pete Way do UFO? "Eu não quis copiar o Pete." - Respondeu - "mas ele é o único outro baixista que eu posso me lembrar que se comporta no palco como um baixista deveria. Eu sempre pensei que o baixista não deviam ficar ali parados tocando no fundo do palco. Tocar baixo não faz esse efeito em mim - o baixo me faz querer pular o tempo todo." O Maiden só parou a sua turnê monstro para tocar no Reading Festival, na Inglaterra, o que os fez viajar nada menos que 12000 milhas ida e volta só para um show! mas o festival era importante, tão importante que Bruce admitiu estar "petrificado de medo" só com a expectativa. O equipamento também não ajudou, com nenhum dos músicos conseguindo ouvir o que estavam tocando. Mas foi um sucesso absoluto e serviu para solidificar a fama do Maiden na sua terra natal ainda mais. Assim que terminaram a turnê americana, que incluiu uma apresentação lotada no Madison Square Garden (junto com o Judas Priest), os incansáveis rapazes partiram para a Austrália. Lá foram recebidos como heróis (era a primeira grande banda inglesa a tocar lá desde o Rainbow seis anos antes) e ganharam disco de platina (por The Number Of The Beast, que vendeu nada menos do que 27 vezes mais do que Killers). Depois partiram para o velho conhecido Japão, mais outro disco de ouro, antes de retornarem para casa para um merecidíssimo descanso. Três semanas inteirinhas sem fazer nada antes de uma nova blitz de gravações e shows. (Obs.: É justo contar aqui uma história engraçada para se conhecer a figura interessante do empresário Smallwood. Bruce e sua namorada Jane chamaram Rod para uma ceia de Natal na sua nova casa. Não contente em chegar tarde, Smallwood comeu o equivalente a três pessoas e depois tirou um baralho para um joguinho de cartas, a dinheiro, com os convidados. Depois de limpar cada centavo de todo mundo, levantou-se dizendo: "Com licença, tenho que ir, tenho um compromisso" e saiu. Pela primeira vez, desde que entrou para o Maiden, Bruce Dickinson ficou sem fala.)

PIECE OF MIND: A CONQUISTA QUE FALTAVA 1983 começou com uma má notícia para os fãs: Clive Burr saía da banda. Ele deu declarações que estava saindo por 'razões pessoais‟ e que pretendia deixar o mundo artístico permanentemente (Obs.: nem tanto. No ano seguinte ele formou o Clive Burr's Scape, que depois passou a se chamar Stratus). Tudo indicava que sua saída foi amigável, chegando a receber o recado de "Boa sorte, companheiro" na capa do Piece Of Mind. Mas não foi bem assim. Somente muitos anos depois é que se soube que Clive havia tido problemas muito parecidos com os de Paul Di'Anno. Na tour americana ele andou exagerando nas festas e nas bebidas e, conseqüentemente, começou a tocar mal. Depois de avisado várias vezes - e continuar se excedendo - a banda teve a dura tarefa de convidá-lo a se retirar. Tão dura que seu melhor amigo na banda, Adrian Smith, sentiu que seria o próximo e tratou de moderar nas festas. "Eu ainda me divertia muito, mas parei de me "socializar" tanto nos dias de apresentações. Além disso, eu estava cansado de subir no palco com dor de cabeça". Clive Burr até hoje se recusa a falar sobre o assunto. Todos lamentaram a perda de um músico tão talentoso, mas a banda não podia comprometer sua carreira por causa de uma pessoa só. Encontrar um substituto à altura não era coisa fácil (Burr chegou a ser votado na prestigiosa Kerrang! como o terceiro maior baterista do mundo), mas o Maiden tinha em mente um cara muito bom que tocava na banda francesa Trust. O Trust tinha aberto vários shows do Iron Maiden e resolveram checar sobre aquele inglês. Para a sorte geral, Michael 'Nicko' McBrain, tinha saído pouco antes do Trust e estava pronto para começar outra. Ele era natural de Londres, bem humorado e tinha muita experiência, tocando bateria desde os 12 anos com inúmeras bandinhas de colégio e algum trabalho de estúdio. Sua primeira banda importante foi o Streetwalker, quando tinha 20 anos, antes de tocar com Pat Travers. Foi Billy Day, do Streetwalker que criou seu apelido quando, caindo de bêbado, errou o nome ao apresentá-lo a um chefão de uma gravadora: Neeko. O nome pegou desde então. (seu apelido original era Nicky, desde criança, por causa de um ursinho de estimação. Ele mudou a grafia para Nicko quando o adotou profissionalmente). McBrain era um músico mais técnico e com uma pegada mais leve do que Burr, mas também tinha uma energia inesgotável. Fã assumido do Maiden e desempregado, ele não perdeu a oportunidade quando lhe foi oferecida a vaga. Mesmo adorando festas e sendo como ele mesmo admite "O mister excesso em qualquer lugar", nunca deixou que isso afetasse sua performance, o que muito surpreendeu o resto da banda através dos anos. Sua alegria contagiante e sua técnica irrepreensível o fizeram perfeito para dar o show energético que Steve Haris havia desejado para o Maiden. A dupla se transformou numa das cozinhas mais imitadas do Heavy Metal. Logo no início de janeiro a banda foi para Jersey, uma das ilhas do canal da mancha, para ensaios e composições tendo em vista o que seria o LP Piece Of Mind. A turma se instalou no hotel Le Chalet durante cinco semanas, onde alugaram máquinas de vídeo games, uma mesa de sinuca, outra de tênis de mesa e um jogo de dardos para tornar a vida tolerável naquele lugar frio e cinzento. Steve em geral prefere trabalhar sozinho, na tranquilidade de seu quarto (interessantemente ele costuma escrever suas músicas no baixo, daí resultando aqueles riffs característicos). Já Dickinson e Smith costumavam escrever suas canções na sala de ensaios, com amplificadores no talo. O Maiden sempre escreve tudo e faz os arranjos antes de ir ao estúdio. Nenhuma de suas músicas é feita de última hora. Martin Birch esteve lá nos últimos dez dias para conhecer o material. Derek Riggs também apareceu para trabalhar a arte da capa. De Jersey a turma se mandou para Nassau, nas Bahamas, para gravarem no Compass Studios. As gravações ocorreram de forma regular embora enfrentassem dois problemas. Um era a constante queda de energia cada vez que chovia. Por pouco as fitas de Piece of Mind não foram apagadas num desses blecautes. Outro era a falta de dinheiro: a banda descobriu que lá os cartões de crédito não eram aceitos. Era difícil obter ordens

bancárias, que demoravam demais. Assim, com as últimas cinquenta pratas que dispunham, apelaram para as lendárias habilidades de Rod Smallwood nas cartas para conseguir alguma grana. Os membros da banda contam que durante seis noites em seguida ele foi ao Cassino com 50 dólares e voltava com 300! Seis noites em seguida! O disco que sairia dessas sessões teria a capa mais elaborada de todas até então: Um Eddie lobotomizado, mas raivoso, arrebentando a camisa de força numa cela acolchoada. A capa abria com uma fantástica foto da banda na mesa, pronta para o jantar (um cérebro, cru, com salada). Todos os rapazes tomando vinho, exceto Harris, fiel à sua cervejinha. A turma resolveu dar o troco aos fanáticos religiosos americanos mandando mensagens "secretas": na contracapa do LP a citação de um trecho das revelações da Bíblia está alterado, com a palavra brain (cérebro) ao invés de pain (dor). Quase ninguém notou na época (o que prova que esse pessoal religioso não presta a devida atenção). Outra foi gravar uma mensagem de trás para frente (entre The Trooper e Still Life, no lado b), com esperança que os otários religiosos perdessem tempo tentando entender o que queria dizer. De fato, Nicko McBrain era quem falava umas bobagens concluindo com a frase: "Don't Meddle Wid t'ings you don't understand" (“Não mexam com coisas que vocês não entendem"). Steve & cia esperavam que muitos desses caras estragassem seus toca-discos forçando-os a tocarem de trás para frente. Antes do lançamento do LP, marcado para maio, um compacto com a música "Flight Of Icarus" foi lançado. Boa parte dos fãs estranhou: a música era muito "comercial", muito parecida com várias bandas de metal farofa, que começavam a infestar os EUA. É certo que ao vivo ela ficava mais pesada e ganhava alguma vida extra, mas era bem mais 'soft' que todo o material lançado antes em compacto. Foi o primeiro single deles nos Estados Unidos e apesar de ter seu lado comercial, não tocou nas rádios, para variar. Na Inglaterra chegou ao número 11. Talvez por causa dele, o LP entrou no número 3 das paradas inglesas ao invés de ser um número 1. Piece Of Mind é um excelente disco com algumas canções memoráveis: 'Where Eagles Dare' era um épico com as guitarras propositadamente soando como metralhadoras e, acredite se quiser, levando apenas dois takes para ficar pronta. 'Revelations' seguia a linha de 'Children of The Dammed' e era tão boa quanto. 'The Trooper', 'Die With Your Boots On' e 'Still Life' eram brilhantes canções, cheias de energia e maravilhosamente executadas. Apenas 'Sun and Steel' e 'Quest For Fire', meio fracas, não estão à altura das outras, enquanto que 'To Tame A Land', ainda que musicalmente excelente, não conseguiu ser muito convincente na letra (sejamos justos: como sintetizar um livro complexo, de mais de 500 páginas, como 'Duna' numa música de pouco mais de 7 minutos?). Ainda que não tivesse o impacto nem a musicalidade revolucionária do The Number Of The Beast, Piece Of Mind seria o disco que abriria definitivamente as portas do Maiden para os Estados Unidos (Talvez por isso Steve Harris viva dizendo que prefere a ele do que The Number Of The Beast). A revista Circus e outras publicações americanas anotaram como as músicas desse disco eram menos "virulentas" do que as anteriores, o que provava a notável ignorância dos críticos americanos ao material do Maiden desde o princípio. OS EUA SE RENDEM: HEADLINERS NA AMÉRICA A 'World Piece 83' Tour começou em 2 de maio na Inglaterra. No final do mesmo mês eles começaram o que seria sua primeira tour pelos Estados Unidos e Canadá como atrações principais. Era um passo audacioso, principalmente se levarmos em conta que as rádios continuavam boicotando o Maiden como sempre. Mais desafiadoramente ainda era o fato de Rod e a banda deixarem para lá lugares menores e partirem logo para estádios. Também já levavam seu próprio equipamento de som, o que facilitava uma qualidade mais regular nos shows.

E, como a fortuna sorri aos audazes, eles conseguiram de novo. Lugares como Seattle, em junho (12.000 lugares), Long Beach (14.000) e San Antonio no Texas (15.000!) tiveram lotação esgotada, provando de vez que o Metal tinha um público muito maior do que se imaginava, e a mídia queria. Nessa primeira fase da tour o Maiden teve como abertura o Fastway, e o Saxon como convidado especial. Depois Saxon saiu e Coney Hatch assumiu a abertura. Mas a tour não foi só um sucesso em termos de estádios lotados: Piece Of Mind entraria na parada da Billboard no dia 2 de junho na posição número 127. Em oito semanas, subiria até chegar à 15ª posição. Lá ficaria durante 5 semanas chegando a subir mais um ponto, o número 14. Ganharia o disco de ouro depois de dez semanas. O sucesso foi tão grande que trouxe até o 'The Number Of The Beast' de volta às paradas, onde voltou no número 79 e também virou disco de ouro. Ao final desse tour The Number Of The Beast se tornaria disco de platina, tendo ficado nas paradas durante 43 semanas. O RETORNO DO PODER: POWERSLAVE TRIUNFA! O Maiden voltaria a Londres no final do ano para umas rápidas férias (e o casamento de Steve Harris no dia 29 de dezembro) antes de encararem o habitual estúdio para escreverem e ensaiarem as novas músicas no estúdio Le Chalet. Depois partiram para para Nassau de novo, onde gravariam no Compass Studios e no The Waterloo, sempre com Martin Birch produzindo. Apesar da capa, mais 'simpática' e menos agressiva de todas até então (o Eddie como o deus egípcio Horos não convence mesmo. Muito menos assusta), o conteúdo era pura adrenalina. Muita gente esperava que o Maiden fosse suavizar seu som depois de Piece Of Mind, mas não podiam estar mais enganadas. Nada de canções 'fáceis' como 'Flight of Icarus': Powerslave era heavy metal em estado bruto do início ao fim, sendo um bloco de sons de difícil assimilação no início. Músicas como '2 Minutes To Midnight', 'Aces High' e a faixa-título (realmente impressionante) se tornariam clássicos absolutos, com a banda ainda mais entrosada, coisa que parecia impossível. 'Rime Of The Ancient Mariner' era uma extensão lógica das longas faixas épicas de Steve Harris, mostrando influências do rock progressivo, que iria marcar os futuros trabalhos da banda. Embora o restante do material não conseguisse seguir no mesmo nível (bem mostrado na instrumental 'Losfer Words') 'Powerslave' foi para muitos o ápice da carreira da banda, que ostentava um fôlego criativo muito acima da média de seus contemporâneos. Foi também o "disco da moda" nos Estados Unidos, onde a banda consolidou de vez sua carreira. Nunca mais deixariam de ser a atração principal, onde quer que se apresentassem. O LP tornou-se o segundo a vender mais de um milhão de cópias por lá, atingindo o décimo segundo lugar na parada da Billbord. Na Inglaterra só não chegou em primeiro por conta de uma coletânea que segurou-os no segundo posto. O disco chegou em boa hora, já que muitos críticos insistiam em dizer que o Metal tinha se esgotado e já dera tudo que podia no início da década. Numa época em que a guerra fria havia voltado com toda a força e o conservadorismo da chamada 'era Reagan' imperavam, o anticonformismo e as letras críticas do Heavy Metal não eram bem vindas de jeito nenhum. Já haviam começado as infames campanhas pela 'moralização' das artes em geral e da música em particular. O Iron viria provar que o Metal continuava vivo e bem. Ignorando os conservadores e fanáticos religiosos, se lançaram à sua mais nova tour pelo mundo. E a 'World Slavery Tour' seria ainda mais longa que as antecedentes: 300 apresentações em 13 meses, abarcando 28 países no processo. Poucas, muito poucas bandas tão bem sucedidas aguentariam e manteriam a qualidade de som num período tão longo e estafante. Para a sorte dos brasileiros, o grupo concordou em se apresentar no Rock In Rio, apesar do Brasil não estar no programa inicial. Assim, nós sortudos tivemos a chance de ver a banda no auge, ainda que por apenas um show.

SEM PAUSA PARA RESPIRAR Por melhor que tenha sido a recepção do novo disco e a enorme demanda de ingressos para ver "a última novidade" (nos Estados Unidos), esta quase foi a tour que acabou com o Maiden. Bruce Dickinson sintetizou muito bem o sentimento geral com uma frase: "Esta foi a nossa melhor tour e a nossa pior tour. Quase que nós terminamos de vez”. A banda foi para a estrada levando um cenário ao mesmo tempo simples e impressionante, que ganhou a aprovação geral da banda, pois servia para qualquer ambiente. Os próprios membros do Maiden consideram que foi o cenário mais bem sucedido deles até hoje e quem viu o sensacional vídeo "Live After Death" (dirigido com rara competência por Jim Yukich) pode conferir. Os shows foram um 'must' para o verão de 1985, onde a banda desfrutava uma fama sem precedentes nos EUA. Todo mundo parecia querer ver a "última moda". Powerslave tornou-se o disco que todo mundo tinha, mesmo que nunca comprassem outro LP do Maiden, como Bruce comentou tão acertadamente. Com isso a demanda para shows extras aumentou de forma assustadora, obrigando a banda a aguentar um esquema ainda mais pesado do que vinham enfrentando até então. O número de apresentações foi crescendo tanto que Bruce teve que, literalmente, chegar até Rod e ordenar que parassem ou "eu teria pulado fora. Eu acho que foi a primeira vez que eu realmente pensei em cair fora - e não digo só do Iron Maiden, mas desistir até da carreira musical. No final daquela tour eu estava me sentindo como se fosse só uma parte da maquinaria, assim como os fios do equipamento de luz." Adrian Smith confirma a dureza: "Parecia que ia continuar para sempre... seis meses, tudo bem... nove meses, tudo bem. E então era estendida. (...) Você perdia o ano inteiro, perdia contato com as pessoas... eu me lembro de quando eu fui visitar meus pais quando voltamos para a Inglaterra e eu bati na porta errada! Sério!" Até mesmo os incansáveis Nicko McBrain e Steve Haris acharam que a coisa estava fora de controle e deram um basta para Rod Smallwood que, sendo um ex-agente, parecia achar que estava mantendo todo mundo feliz enchendo a agenda com novos compromissos. Da tour resultou o primeiro 'verdadeiro' álbum ao vivo do Maiden: "Live After Death". Um impressionante álbum duplo gravado no Long Beach Arena, durante duas noites das quatro em que tocaram por lá durante a World Slavery tour. Ao contrário da maioria dos discos ao vivo, esse não possuía nenhuma regravação ou melhoria feita em estúdio, como é de costume. Foi gravado quase todo direto num único show, o que o torna ainda mais raro. "Nós queríamos um verdadeiro disco ao vivo, porque é isso que somos, afinal de contas. Uma banda ao vivo”. - Disse Steve Harris na época. Até mesmo o vídeo foi todo filmado usando apenas dois shows, sendo que apenas umas poucas partes do segundo foi usado na edição final, a fim de que o público tivesse uma boa idéia do que seria uma apresentação verdadeira da banda. O sucesso tanto do álbum (o terceiro a virar disco de ouro em seguida nos EUA) quanto do vídeo, deu o necessário descanso para que a banda se recuperasse da estafante maratona. Mas os efeitos dessa loucura continuariam a afetar a banda por muito tempo ainda no futuro, atingindo principalmente Bruce Dickinson. CAUGHT SOMEWHERE IN TIME A pausa que deveria durar seis meses acabou sendo de apenas quatro. Logo a banda estava preparando material para gravar seu sexto álbum de estúdio. O disco mostraria bem a divisão em que a banda se encontrava internamente: enquanto Steve, Adrian e Dave se atiravam de cabeça na mais avançada tecnologia das novas guitarras sintetizadas, Bruce estava interessado em fazer

algo mais acústico. Suas composições acabaram rejeitadas pelos outros, embora neguem que fosse pelo fato de serem acústicas. Para piorar a situação, Adrian Smith voltou a escrever suas próprias letras durante as férias. O resultado foi que nenhuma composição de Dickinson entrou no novo disco. Adrian também teve uma música sua, Reach Out, ejetada do álbum por ser muito pop ("parecia Bryan Adams" comentou Martin Birch), sendo aproveitada apenas como lado b de um compacto. Somewhere in Time foi o disco mais caro que a banda já tinha gravado até então. Baixo e bateria foram gravados em Nassau, guitarras e vocais na Holanda e a mixagem final foi feita em Nova York. Tudo feito sem pressa e com muito cuidado, com a preciosa ajuda de Martin Birch, claro. O resultado foi um disco espetacular, com grandes clássicos do Maiden, como Heaven Can Wait, a faixa-título, e Wasted Years, enquanto Alexander the Great continuava a linha de grandes épicos de Steve Harris. A levada de baixo meio funk de Stranger In A Strange Land era outra surpresa. A capa também é uma obra-prima e revela muito do conteúdo do disco: num cenário futurístico, bem à Blade Runner, um Eddie meio máquina, meio humano, liquida um adversário usando armas de raios, enquanto a banda os observa ao longe. A recepção do novo trabalho não foi unânime: a crítica se dividiu, uns elogiando a audácia dos músicos e sua tentativa de estender os horizontes do Heavy Metal, outros execrando a "sofisticação excessiva" do disco. Comercialmente, no entanto, foi o LP mais vendido até então, tendo ultrapassado a barreira dos dois milhões de cópias só nos Estados Unidos (alcançou o número 3 nas paradas britânicas). A tour que se seguiu também foi altamente bem sucedida, além de cuidadosamente planejada e, graças a isso, muito menos stressante que a anterior. Ainda assim, Bruce não engoliu totalmente a rejeição de suas composições, embora tivesse escondido bem seus sentimentos na época. TEMPOS RADICAIS: SEVENTH SON OF A SEVENTH SON O sétimo álbum do Iron Maiden foi, ao mesmo tempo, um triunfo e uma polêmica. Deve-se apontar aqui que os tempos haviam mudado muito em relação ao Metal. Depois do sucesso imenso a partir do início dos anos 80, muitas bandas que pouco ou nada tinham a ver com o estilo passaram a ser chamadas de metal apenas para aproveitar a moda. Assim, grupos "fabricados" ganhavam a mídia, em geral fazendo um som mais comercial, com letras mais leves e visual mais colorido (as famosas bandas "farofas"). A reação do verdadeiro Metal foi radicalizar totalmente, com bandas de Black Metal, Speed Metal e Trash. Qualquer um que não fizesse um som rápido, violento e cru era tido como vendido. O som do novo Metal fazia a música do Maiden parecer, como o próprio Steve Harris comentou, "quase comercial". Nada mais injusto. O novo disco, Seventh Son Of A Seventh Son, era ainda mais sofisticado do que Somewhere In Time, com o uso extensivo de teclados na maioria das faixas. Era pesado e melódico como tudo que o Iron Maiden havia feito antes, mas as influências de rock progressivo (o primeiro amor de Steve Harris quando começou a gostar de música) ficaram mais evidentes. Na época muita gente pensava que o uso de teclados era um pecado imperdoável para uma banda de Metal. Na verdade o Iron Maiden esta um pouco à frente do seu tempo e o disco antecipava a rica combinação de Progressivo com Metal, que geraria tantas bandas importantes nos anos 90. Gravado na Alemanha, no Musicland Studios, entre fevereiro e março de 1988, o disco seria o primeiro desde The Number Of the Beast, a atingir o primeiro posto da parada britânica. Apesar de toda a polêmica por causa do novo som, foi também dele que saíram os compactos mais bem sucedidos da carreira do Maiden, sendo que um deles, Can I Play With Madness, chegou ao terceiro posto da parada e, mais incrível ainda, lá ficou por três semanas. Foi o LP que mais vendeu na discografia do Maiden em termos mundiais. Só nos Estados Unidos o disco vendeu menos ("apenas" 1,2 milhões de cópias). Steve Harris têm frequentemente comentado ser este um de seus discos favoritos. De fato, ele possui um belo número de grandes músicas como a Infinite Dreams, The Clairvoyant e The Evil That Men Do (as duas últimas também chegaram ao top ten da

parada inglesa). O disco quase todo falava sobre a vida após a morte e temas espirituais, mas os membros garantem que, assim como Somewhere... “tinha uma temática sobre o tempo, tudo não passou de coincidência, que nada foi planejado”. A tour que se seguiu foi igualmente bem planejada e mais calma (mas ainda assim carregada: 25 países em 7 meses). Steve Harris, casado e então pai de duas meninas até deu um jeito de carregar a família a partir dessa excursão. Também foi a primeira vez que tiveram um músico de fora dando força, o tecladista Michael Kenney. Kenney, um americano, na realidade era um velho conhecido da banda tendo sido contratado por Steve Harris desde 1979 como o técnico responsável por seu equipamento. No palco ganhou o apelido de The Count (O Conde), por conta de uma ridícula capa escura que usava nas apresentações. Surpreendentemente, começaram a tour nos Estados Unidos para depois irem para a Inglaterra. Isso porque a banda estava orgulhosa de ser a atração principal no maior festival de rock do mundo o Castle Donnington (que havia superado em prestígio o até então inabalável Reading Festival). Tocaram encerrando a noite depois de Kiss, David Lee Roth, Megadeth, Guns N'Roses e Helloween. Foi uma noite apoteótica: Por quase duas horas 100.000 fãs cantaram com o Maiden seus maiores clássicos (o maior público já registrado no evento, antes ou depois daquela noite), ficaram encantados com a chuva de fogos de artifício no final e continuaram pulando e aplaudindo uma boa meia hora depois que o Iron deixou o palco. Infelizmente a banda ficou arrasada ao saber que dois fãs haviam morrido sufocados na lama depois de uma forte chuva durante a apresentação do Guns. A imprensa sensacionalista se aproveitou disso: futuros festivais foram muito cerceados e tiveram um limite fixo de público determinado pelas autoridades. Mesmo abalados, os membros do Maiden deram prosseguimento à tour britânica, que deu muito certo. Tão certo que um dos shows, gravado no NEC de Birmingham, virou um dos melhores vídeos de rock de toda a história, o Maiden England. Steve co-dirigiu e editou o vídeo, que foi aclamado por críticos e fãs como ainda melhor do que o clássico Live After Death. Foi também uma das fitas de vídeo mais vendidas no ano de 1989. O que ninguém sabia era que aqueles shows na Inglaterra seriam os últimos com Adrian Smith. PROJETOS PARALELOS Oficialmente, 1989 era para ser um ano de "folga" para as atividades da banda, mas os eventos acabaram modificando esta expectativa. Steve Harris se trancou em estúdio para fazer a edição do que viria a ser o vídeo de Maiden England, enquanto Dave Murray cuidava de arranjar residência no Havaí, com sua mulher Tamara. Nicko McBrain então resolveu fazer umas jams com Adrian Smith. Estas jams evoluíram para algumas pequenas apresentações com músicos convidados em bares locais. Depois Adrian resolveu aproveitar músicas suas que não seriam gravadas pelo Maiden para lançar seu próprio projeto solo chamado ASAP (as inicias de Adrian Smith Album Projects). A idéia foi aprovada por Rod Smallwood que via com bons olhos o plano de promover um membro do Iron nos Estados Unidos e assim conseguir alguma publicidade extra para o grupo. Mas, apesar de ter conseguido até mesmo um grande adiantamento da EMI, o disco foi um fracasso total. Nem uma série de entrevistas, nem uma pequena tour promocional (com o filho de Ringo Starr, Zak, substituindo Nicko) conseguiram atrair interesse. - Aquele material não era pesado o suficiente para fãs do Metal - Explicou o guitarrista. - E o fato de eu pertencer ao Maiden não me ajudou a entrar em outros mercados. Já a tentativa solo de Bruce Dickinson teria outro caminho e mudaria os rumos da banda dali em diante. Tudo aconteceu meio por acaso quando Rod estava procurando alguém para escrever o tema do filme Nightmare On Elm Street - part 5 e perguntou a Bruce se ele tinha alguma coisa. Bruce mentiu dizendo que sim, achando que isso seria uma boa oportunidade para dar uma força a

um amigo seu que andava sem emprego e deprimido: um guitarrista descendente de poloneses chamado Janick Gers. Janick já havia tocado com o antigo vocalista do Deep Purple, Ian Gillan, mas estava sem trabalho há bastante tempo e pensando em desistir da música para voltar a estudar. Bruce o conhecia de longa data e admirava seu talento. Ambos se encontraram pela primeira vez quando Bruce cantava no Samson e Gers era guitarrista da boa banda White Spirit. Bruce achava que era um desperdício alguém como Gers ficar parado e o chamou para fazerem uma pequena apresentação ao vivo no Prince Trust, em 1988. Em seguida mostrou-lhe o novo tema para o filme. Janick ajudou a acabar a música e ela foi aprovada para a película: a canção chamava-se Bring Your Daughter... ...To the Slaughter. A gravadora gostou tanto da música que sugeriu fazerem um álbum com material parecido. Bruce achou boa a idéia de fazer algo diferente do Maiden e topou na hora, embora não tivesse nenhuma outra coisa pronta. Em duas semanas fizeram tudo "as duas semanas mais rápidas da minha vida" - diria Janick: entre originais e covers, Tatooed Millionaire, foi lançado e provou que Bruce podia viver sem o Maiden. O cover de David Bowie "All The Young Dudes" chegou ao top 20 da Inglaterra. Bruce conseguiu mesmo arranjar uma mini-tour de quatro semanas nos Estados Unidos com Gers, mais o baixista Andy Carr e o baterista Fabio Del Rio. Não tocaram nenhuma música do Maiden, preferindo outras covers como 'Black Night' do Deep Purple e 'Sin City' (AC/DC). Curiosamente, a música que iniciou todo esse processo não está incluída em Tattoed Millionaire. Quando Steve Harris ouviu a gravação gostou tanto que tratou de convencer Bruce a incluí-la no disco seguinte do Maiden. Bruce naturalmente ficou com o ego massageado e topou. Apenas a versão americana do disco do filme incluiu uma versão solo (com Janick Gers) de Bring Your Daughter to The Slaughter. MUDANÇAS RADICAIS O disco seguinte seria gravado na Inglaterra (o primeiro desde The Number Of the Beast), usando o estúdio móvel pertencente aos Rolling Stones, instalada num galpão ao lado da mansão de Steve Harris, em Sussex, no início de 1990. Antes que as gravações começassem, no entanto, aconteceu outra baixa no Maiden e das mais sérias: Steve Harris conta que a banda questionou Adrian Smith, dizendo que ele não parecia feliz em estar no grupo. Adrian confirma que estava chateado com a idéia de gravarem um disco "de volta às bases" ao invés do material mais sofisticado que andavam fazendo nos dois discos anteriores. Também tinha gostado de ter completo controle no seu projeto solo, de voltar a cantar e compor todo o material. Sentindo que não estava 110% integrado no grupo (um pecado para Steve Harris e que já havia custado o mesmo posto à Dennis Stratton), banda e guitarrista acharam melhor não começarem disco e tour nesse clima. Adrian estava fora. Apenas uma música de Smith entraria no novo disco (a diferente Hooks In You). Como as gravações iam começar logo, Bruce Dickinson sugeriu o nome de Janick Gers para o posto vago. Janick foi chamado, fez uma audição relâmpago (onde tocaram The Trooper, Iron Maiden e The Prisioner) e deu tão certo que Steve Harris declarou que ele estava aceito e que as gravações começariam no dia seguinte. Gers ficou pasmo, mas era verdade. No dia seguinte começariam a gravar o novo disco do Maiden, intitulado No Prayer For The Dying. Martin Birch estava produzindo novamente, mas o resultado foi bem diferente. Gravado rápido e sem usar a vasta tecnologia dos dois anteriores, No Prayer For The Dying, soa como uma demo bem produzida. O grupo tentou fazer o som sair mais ao vivo possível, como se fosse num show. As críticas variavam muito, alguns gostando outros detestando, mas muito poucos adorando. Sem dúvida houve uma grande perda com a saída do elegante estilo de Adrian Smith e sem tempo de

Gers se adaptar devidamente. Ainda assim o disco tinha seus momentos, com Steve Harris escrevendo algumas de suas melhores letras. O lado progressivo também não ficou totalmente de fora em canções como a faixa-título e Mother Russia. Outro destaque foi a hard rock esperto Holy Smoke (com a letra descendo o pau nos pregadores televisivos), que chegou ao top 10 das paradas inglesas em setembro de 1990. A grande surpresa, no entanto, foi Bring Your Daughter to The Slaughter: seria o primeiro compacto da carreira do Maiden a atingir o primeiro posto na Inglaterra, apesar da letra algo pesada com seu humor negro de filmes de terror. Fato ainda mais extraordinário se levarmos em conta que a rádio estatal inglesa, BBC, se recusava a tocar o disco em horários "familiares". Lançado no dia primeiro de outubro de 1990, o novo disco alcançou o segundo posto da parada inglesa e se deu bem no resto do mundo, exceto nos Estados Unidos, onde, apesar de ganhar disco de ouro, vendeu apenas 500.000 cópias (uma queda considerável se levarmos em conta os cinco discos de platina consecutivos anteriores). Os americanos andavam, como se veria, recusando tudo que representavam os anos 80 em troca de um som mais largadão, produzido basicamente em Seattle: o Grunge. A banda iniciou nova tour, com um palco mais simples e básico, seguindo a nova filosofia contida no disco. A boa surpresa para os fãs foi ver que Janick Gers era um animal no palco, animadíssimo. Isso acabou contagiando o resto da banda e até o tímido Dave Murray. Mas o maior desafio que a banda iria enfrentar em sua carreira ainda estava para acontecer. FEAR OF THE DARK Os anos 90 não foram bons para a turma que fez a fama na década anterior. O cenário Heavy Metal estava sendo tomado pelas bandas trash (Metallica, Slayer, Megadeth, etc.) e a moda do som Grunge (Nirvana, Perl Jam, Soundgarden) atingia não só os Estados Unidos, mas boa parte do mundo. O hard rock e o metal tradicional começaram a ser encarados como "coisa ultrapassada". Ricos e famosos, o pessoal do Maiden podia ter simplesmente pendurado as chuteiras e viver de renda. Ao invés disso encaram as mudanças e foram em frente. Lançaram Fear Of The Dark, em maio de 1992. Bem mais entrosados com Gers agora e com uma nova fornada de canções fortes, o novo disco estreou no posto número um da parada britânica (a terceira vez que a banda conseguia este feito). Pouco antes o potencial do novo disco era mostrado com o sucesso de um single rápido e pesado: Be Quick Or Be Dead (chegou ao número dois das paradas). Para os fãs de longa data a novidade inicial era a capa: a primeira sem Derek Riggs. A banda estava achando que o Eddie precisava ser renovado e por isso escolheram o desconhecido Melvyn Grant para o trabalho. O resultado foi algo muito parecido com as anteriores, mas sem o humor nem a classe de Riggs. "Era apenas nossa tentativa de fazer algo novo" Diz hoje Harris dando os ombros. O disco no entanto continha um bom material: doze faixas inéditas gravadas no novo estúdio de Steve Harris, instalado em sua casa de Sussex. Com a nova tecnologia de CDs o grupo resolveu aumentar no número de músicas. O resultado foi consideravelmente superior ao No Prayer For The Dying, com músicas certeiras como Be Quick Or Be Dead, a épica faixa título, a balançante From Here To Eternity e até uma balada, Wasting Love. Havia um pouco de tudo no disco e parecia que o Maiden havia se acertado afinal na nova década. Só parecia. Para um bom observador a letra de Wasting Love começava com uma frase que parecia dizer como andava o espírito de Bruce: "Talvez algum dia eu me torne um homem honesto / Até agora eu estou fazendo o melhor que posso..." A tournê promocional de Fear Of The Dark começou na Escandinávia , em maio, e continuou por boa parte do verão europeu, sendo que muitos shows foram gravados já que a banda teve a idéia de lançar um disco ao vivo no meio da tour. Um dos melhores momentos que tiveram foi

quando se tornaram pela segunda vez a atração principal do festival do Donnington Castle. Embora com menos estrelas que em 88 (Skid Row, Sepultura e Thunder), o Maiden surpreendeu a todos com um show ainda melhor do que aquele. Todo ele foi filmado para um disco ao vivo e vídeo para serem lançados no ano seguinte. O público era menor e mais controlado, devido aos tristes acontecimentos da vez anterior, mas a animação foi total e o sucesso imenso. Mas havia pelo menos uma pessoa na platéia estranhando aquilo tudo: Adrian Smith. "Me senti esquisito vendo a banda tocar músicas que eu escrevi e participei" - comentou Adrian. O pessoal do Iron no entanto o chamou para a última música e tocaram juntos "Running Free". Pouca gente então podia acreditar ou sonhar que aquela formação completa, com três guitarras, iria se reunir de forma permanente muitos anos depois. Infelizmente o vídeo Iron Maiden At The Donington Castle, que apareceria tempos depois com a espetacular apresentação, seria o pior de toda a filmoteca do Maiden: cheio de efeitos esquisitos, muitíssimo mal dirigido, câmeras que corriam de um lado para o outro , não parecendo saber o que filmar, cores entrando e saindo como se o videocassete estivesse defeituoso. Lamentável. A primeira parte da tour terminou no dia 4 de novembro, no Japão. A idéia era tirar dois meses de férias, durante os quais Steve Harris cuidaria de fazer a mixagem do disco ao vivo e lançá-lo a tempo de pegar a segunda parte das apresentações, no ano-novo. INSATISFAÇÕES INTERNAS Apesar do sucesso de Fear Of the Dark e do triunfo no Donington Castle. Bruce não andava feliz da vida: "Eu estava entediado e desesperado para fazer alguma coisa diferente" e se ressentia de "ter que me adaptar sempre aos moldes do Maiden". A situação não melhorou nada com as férias forçadas por conta do trabalho de mixagem de Steve Harris. Bruce já tinha começado suas atividades extra Maiden há algum tempo, lançando dois livros de ficção, praticando esgrima com dedicação e trabalhando ocasionalmente em Rádio e TV como apresentador. Quando durante o intervalo da tour recebeu um convite da Sony Music para fazer uma continuação de Tatooed Millionaire, não foi preciso que pedissem duas vezes. Fez algumas gravações na Inglaterra com os membros do grupo Skin atuando como acompanhantes, mas achou que não ficaram boas. Bruce então se mandou para os EUA, indo trabalhar com o produtor Keith Olsen, nas demos do que seria seu segundo disco solo, Balls to Picasso. Segundo o próprio, Bruce andava decidido a fazer um disco diferente, explorar novos sons e se arriscar mais. Depois que começou as gravações percebeu que suas idéias estavam indo para muito longe de tudo que fazia no Maiden. Uma das faixas que gravou nessas sessões "Original Sin", que falava sobre seu relacionamento com seu pai, se tornou um momento de decisão para ele. Vendo que não poderia dar tudo o que tinha no Maiden (e que este não iria mudar o seu som por sua causa), achou que era hora de sair. Mesmo sabendo que era um tremendo risco tanto financeiro quanto artístico, Bruce resolveu seguir seu caminho. Depois de muito pensar, contou a novidade para Rod Smallwood, que tinha ido visitá-lo em Los Angeles. Rod decidiu que ele daria a notícia aos outros. Embora a decisão estivesse tomada, Bruce e a banda se viram numa situação difícil: e o resto da tour? Praticamente todos os ingressos já estavam vendidos, as datas marcadas, locais alugados, etc. Deveriam cancelar tudo e decepcionar os fãs? Segundo Steve Harris a proposta era de que Bruce daria tudo na tour, sem problemas, se eles quisessem honrar os compromissos. Embora a saída do vocalista não tivesse pego Steve totalmente de surpresa, a hora não poderia ser pior: Steve estava passando por um processo de divórcio e andava muito deprimido. Chegou mesmo a pensar em desistir de tudo e encerrar a carreira e banda quando soube da novidade sobre o vocalista. Mas recebeu muito apoio do resto do grupo, especialmente de Dave Murray, que segurou as pontas e o encorajou a continuar.

"Mas, mesmo assim, eu falei: como fazer a tour e olhar nos olhos do público, quando eles sabem que há uma pessoa ali que não gostaria de estar ali?" Relembra Steve. Rod garantiu: 'Ele disse que quer fazer a tour, vai dar tudo por ela e que deixará a banda no final. E que será um bom encerramento‟. Steve acabou concordando mas, como ele próprio diria mais tarde: "Claro que hoje eu me arrependo disso”. O restante da tour foi um período difícil para todos, para dizer o mínimo: houve muita polêmica sobre as atuações de Bruce. Segundo o pessoal do Maiden (menos Janick Gers) e várias testemunhas, Bruce estaria se esforçando apenas em shows mais importantes, sendo que algumas vezes nem cantava direito, simplesmente ruminando ao microfone. O tour manager Dickie Bell se lembra: "Quando ele estava bem, ele era muito, muito bom. Mas quando ele estava mal, ele era horrível. Ele nem se importava em cantar algumas partes, tanto quanto eu pude perceber. Bruce era sempre o último a chegar para o show e o último a deixar o camarim para ir para o palco, o que, pela minha experiência, era sempre um mal sinal. Eu comecei a achar, simplesmente, que a hora tinha chegado para ele sair. Ficar por ali não estava fazendo bem a ninguém." Bruce nega tudo, embora admita que ficou numa posição difícil, como frontman. "Eu não iria colocar uma máscara de cara feliz. Provavelmente eu fui ingênuo em ter me colocado naquela situação, mas eu estava tentando. Eu tentei o melhor de mim mas eu vi que não dava para ser a mesma coisa. Em algumas noites, por mais que eu tentasse, realmente não dava. Um concerto de rock deveria ser uma celebração e não um velório". O clima ficou tenso, com o profissionalismo, Harris louco para torcer o pescoço de Bruce e o resto da banda ressentida com todo o affair. Assim sendo, todo mundo ficou aliviado quando a tour finalmente acabou. A última apresentação do cantor com a banda seria num especial para TV, Raising Hell (que depois viraria vídeo), com a presença do mágico performático Simon Drake, em agosto de 1993. A presença do teatral Drake deu um sabor diferente, sem dúvida, mas a performance em geral deixou muito a desejar (é óbvia a divisão entre Bruce e os demais. Ele só se arrisca a brincar com Janick Gers). Apesar de uma estupenda versão de Transylvania, de todos os truques de ilusionismo e do humor negro do convidado especial, é um vídeo melancólico e não acrescentou muito na carreira da banda. Naturalmente lidar com a imprensa não foi fácil: antes de começar a segunda parte da tour, uma coletiva anunciou a separação usando o velho termo de "diferenças musicais". Depois que acabou a excursão e Bruce saiu, começou a esperada troca de farpas, com o vocalista tentando se afastar o máximo possível da sombra do Maiden. Mas nada do que foi dito, ou justificado, retirou a impressão (muito incômoda para ambas as partes) de que eram perfeitos um para o outro. Bruce mesmo deixaria escapar numa entrevista: "Eu acho que basicamente as coisas se desgastam depois de um tempo, especialmente dentro de uma banda. Quero dizer, ficamos juntos 12 anos e eu penso que algumas vezes eu deveria ter saído em 1986, antes de Somewhere In Time, sabe? Mas isso agora é passado”. NOVO VOCALISTA? No meio de toda a confusão com a saída de Bruce Dickinson da banda a boa notícia foi a chegada de dois discos ao vivo (ambos da primeira parte da turnê Fear Of The Dark): A Real Live One (com músicas da fase pós 1985) foi lançado em 22 de março de 1993, e A Real Dead One que seguiu em 18 de outubro do mesmo ano (com material mais antigo). Dos dois o primeiro é, de longe, o melhor, pois pegou muito bem a fase pós Powerslave e tem algumas interpretações muito inspiradas. O segundo deixou a desejar: Bruce Dickinson e a banda estão longe de conseguir performances tão boas quanto Live After Death. Mas ambos se deram bem nas paradas, os dois atingindo o top 10 da Inglaterra. (na versão mais recente da discografia do Maiden os dois foram juntados num CD duplo). A maior novidade desta fase foi a notada ausência do produtor Martin Birch. Birch, depois de 25 anos produzindo disco após disco, achou que estava na hora de se retirar de cena como um

todo, e não só do Maiden. "Eu já tinha tomado a minha decisão na época da saída de Bruce, e uma coisa nada tinha a ver com a outra” - comentou ele - "De fato, já no Fear Of The Dark eu fiquei pensando que talvez fosse a hora de uma mudança de produtor para eles. Mas uma vez que eu comecei o trabalho, eu mergulhei de cabeça nele. Eu adorei cada minuto e acho que ficou um álbum muito bom”. Mas assim que terminou o trabalho, Martin perguntou a Steve Harris se não estava na hora de mudarem. Na verdade Martin já queria parar completamente: "Naquele ponto, eu achava que já tinha tido o bastante de produzir discos. E pouco depois parei de trabalhar na área. Eu senti que se eu não queria ir para o estúdio, então não seria justo para eles eu ficar forçando. Eu não queria dar menos do que 100% para Steve e o Maiden. Nós fizemos álbuns durante anos juntos, mas chega uma época em que você tem que seguir outro caminho”. Steve Harris andava trabalhando muito no estúdio em anos recentes e havia aprendido bastante com o mestre. Nada mais natural que ele assumisse a nova função, com a ajuda de um fiel escudeiro, o engenheiro de som Nigel Green (que vinha trabalhando há anos nos discos do Maiden). Harris confirma: "Martin queria se aposentar e fazer suas próprias coisas e jogar golf. Eu já estava basicamente co-produzindo os dois últimos discos do Maiden com Martin, então eu sabia onde eu estava entrando. Foi um crescimento natural, mesmo”. Mas o problema mais sério continuava: como substituir alguém como Dickinson, alguém que tinha se tornado tão lendário quanto seus heróis Ian Gillan ou Ronnie James Dio? A banda anunciou que estava procurando um novo cantor e foi, literalmente, inundada de fitas, vídeos e CDs de candidatos de todo o mundo. Steve Harris garante que ouviu todo o material, mas já estava de olho num vocalista desde o princípio. Um cara que cantava numa banda de Birmingham, que havia aberto alguns shows do Maiden na Inglaterra em 1990, chamada Wolfsbane. Blaze Bayley (nome verdadeiro: Bayley Cook) já tinha sido convidado a fazer um teste logo depois da saída de Bruce, mas ele recusou inicialmente ao convite, já que sua banda tinha sua própria tour agendada e um disco ao vivo para ser lançado. Blaze agradeceu dizendo que estava lisongeado com a oferta. Steve entendeu perfeitamente: ele muito apreciava pessoas leais às suas bandas. Mas Blaze logo se arrependeu, sentindo que o Wolfsbane nunca seria um grande sucesso (já tinham lançado quatro álbuns, um EP e alguns singles), conseguindo sempre boas críticas, mas pouca vendagem. A gota d'água aconteceria com o novo disco de estúdio, onde o Wolfsbane estava se afastando do Heavy Metal e Blaze sentiu que "não havia mais lugar para uma voz do meu tipo." Ligou então para Steve para saber se ainda procuravam um novo cantor. Naquelas alturas o Iron só tinha um outro candidato: um cantor novo muito bom chamado Dougie White. A banda resolveu deixar que ambos cantassem duas músicas do Maiden com a voz de Bruce retirada para ver como se saíam. Apesar de Dougie ter uma voz muitíssimo mais privilegiada e ser mais técnico, ficaram com Blaze. Uma das decisões mais polêmicas (ou desastrosas, dependendo do ponto de vista) da história do Metal. White mais tarde entrou para o Rainbow e quem quer que tenha ouvido o disco que ele gravou com o grupo de Ritchie Blackmore, Stranger In Us All, deve ter se perguntado se o pessoal do Maiden realmente tinha se dado ao trabalho de ouvi-lo cantar. DISCO INTROSPECTIVO E CRÍTICAS Blaze foi anunciado oficialmente como membro do Iron Maiden em janeiro de 1994. E logo partiram para a produção do novo disco, a ser chamado The X Factor. As gravações ocorreram no estúdio da casa de Steve Harris, agora ainda mais bem equipado e batizado como "The Barnyard" (o celeiro). O CD seria lançado em outubro de 1995, sob muitas expectativas. Depois de um ano dando duro no trabalho, a banda ficou bastante confusa e magoada com a chuva de críticas que o disco recebeu assim que foi posto no mercado. Harris particularmente o considerava um dos "três melhores trabalhos da banda - os outros dois seriam Piece Of Mind e Seventh Son of A Seventh Son". No entanto, desde Killers que a

imprensa do Metal não malhava tanto o Maiden. E isso incluía críticos que eram fãs do Maiden, como David Ling, que não pouparam o disco, mesmo três anos depois: "Pessoalmente eu achei o CD um grande erro. E eu ainda acho isso." Apenas na França e na Alemanha, onde o disco ganharia prêmios de álbum do Ano, as opiniões foram melhores. The X Factor é, sem dúvida, o disco mais sério e "adulto" do Maiden. Não há historinhas de terror nem ficção científica, muito menos bom humor. Da capa até a última faixa, tudo reflete o momento difícil que passava a banda, especialmente Steve Harris. Ainda abatido pelo doloroso divórcio de sua mulher Lorraine, que tinha sido sua namorada desde a adolescência, e com quatro filhos pequenos para cuidar, Steve não se sentia nada à vontade para escrever canções animadas. "Foi provavelmente o período mais difícil que tive que encarar na minha vida" - Admitiu ele mais tarde - "Não fosse pelo Dave (Murray) e os outros rapazes da banda terem me dado tanta força eu não sei se teria me recuperado". Assim sendo não é nenhuma surpresa que as músicas do principal compositor tenham saído algo amargas, muito pessoais e introspectivas. Era um disco mais para si mesmo, para poder exorcizar seu demônios. Mesmo as músicas em parceria com Blaze ou Gers pareciam "contaminadas" pelo mesmo tom. Em Judgement of Heaven a letra não podia ser mais explícita: "Senti vontade de me suicidar uma dúzia de vezes ou mais / mas este é o caminho fácil, o caminho do egoísta / a parte mais difícil é levar sua vida adiante". A parte musical seguiu o clima das letras, sendo que muito raramente se via toda a força explosiva do Maiden. Visto por este ângulo não é também de surpreender que o primeiro single lançado para promover o CD tenha sido a única música que Steve não escreveu ou co-escreveu no disco: Man On The Edge (De Gers e Bayley), a mais "pra cima" (musicalmente) de todo o X Factor. O single se deu bem nas paradas, chegando ao décimo posto e permitindo a volta do Maiden ao Top Of The Pops. A banda, mais flexível, até aceitou fazer mímica para o playback (só Blaze cantou ao vivo). Mas o álbum não foi tão bem, chegando apenas ao oitavo posto, o primeiro desde Killers a não chegar no top cinco. A banda ficou chateada, claro (exceto Blaze, que nunca tinha ido tão longe em sua carreira até então). Mas Rod Smallwood mesmo admitiu que o disco era "muito sombrio" para ser um sucesso popular. Steve insiste que, pelo menos para ele, o disco é um dos seus melhores: "eu gosto que ele leve mais tempo para você se acostumar. Os melhores discos geralmente são assim". De fato, X Factor têm sido reconsiderado por muitos críticos com o passar dos anos. Mas na época pegou mal. O Iron Maiden sempre gostou de tocar em lugares diferentes e abrir novos horizontes. E, claro, acharam que seria bom começarem a primeira tour com Blaze indo para onde nunca tinham tocado antes, a fim de que o novo vocalista pudesse ir se acostumando: até então Bayley nunca tinha feito tours com mais de três semanas de duração. E o Wolfsbane só tinha tocado dentro da Inglaterra. Assim sendo a banda começou a tour com três shows em Israel, três na África do Sul, antes de seguirem para o leste europeu, tocando na Bulgária, Eslovênia, Romênia e Tchecoslováquia. A tour começou no dia 28 de setembro de 1995 e terminou quase um ano depois, em 7 de setembro de 1996, abarcando meio mundo e tocando inclusive no Brasil, onde a banda pode lotar o estádio Pacaembu em São Paulo. O Iron adorou: enquanto que nos Estados Unidos eles ficaram em lugares menores, entre 1.500 e 2.000 lugares, devido ao mercado ruim para o Metal, aqui eles puderam tocar para 55.000 pessoas numa única noite. Por melhor que pudesse parecer o quadro - o que não era o caso - um problema continuava: Blaze tinha sido mesmo a melhor escolha? Ficou na cara que o novo cantor era um cara extremamente simpático, bem-humorado e modesto. Era inclusive um vocalista muito bom, mas para uma banda como o Maiden, muito bom não era o bastante. Tinha que ser brilhante. Nessa tour ficou claro que Bayley podia dar conta do novo material, mas não convencia nos clássicos. Muito diferente quando Bruce substituiu Paul Di'Anno. Mas, pelo menos por hora, a banda deu apoio total ao novato e insistiram Run To The Hills tinha sido tirada não porque o cara

não conseguia cantá-la, mas somente porque tinha sido o primeiro hit com Bruce. Poucos acreditaram. ENQUANTO ISSO... O Maiden tentava ainda convencer com a nova formação. Para sua sorte, ou azar, o cenário mundial do metal começava a mudar de novo: o som de Seattle começou a decair enquanto bandas metálicas de todas as partes do mundo (e que tinham sido direta ou indiretamente influenciadas pelo Iron) começaram a aparecer fazendo justamente o metal rápido, pesado e melódico que era a raiz do Maiden, apenas com uma ótica e tecnologia mais anos 90. Mesmo nos Estados Unidos a cena musical foi lentamente mudando para um som mais pesado (o chamado Alterna Metal): Machine Head e Korn, entre outras, estreavam nas paradas. Muitas bandas antigas que tinham tentado mudar o seu som (e se dado muito mal), voltaram a fazer o que sabiam fazer de melhor. Aí incluídos alguns antigos relacionados do Maiden. Dennis Straton, depois de formar e ter algum sucesso com o seu Lionheart, sumiu de cena até o início de 1990, quando participou junto com o velho Praying Mantis (acrescentado temporariamente com Paul Di'Anno) para as comemorações dos dez anos da NWOBHM. Fizeram uma tour muito bem sucedida pelo Japão, lotando todos os lugares onde tocaram e gerando um disco ao vivo: "Praying Mantis featuring Paul Di'Anno and Dennis Straton Live In Japan", que chegou ao top dez japonês. Paul e Dennis conseguiram reativar suas carreiras, mas outros não se deram tão bem: Doug Sampson se tornou motorista de empilhadeiras e Clive Burr, que se recusa a falar com a imprensa, diziam estar ganhando a vida como taxista. THE BEST OF THE BEAST O Maiden, pego no meio da "nova nova onda" do novo Metal, resolveu lançar pela primeira vez uma coletânea oficial, enquanto dava um tempo para o decisivo segundo trabalho com Bayley. The Best Of The Beast, um CD duplo, lançado em novembro de 1996, foi saudado por público e críticos, ainda que apenas por motivos saudosistas. Certamente qualquer "maidenmaníaco" deve ter ficado felicíssimo de ver algumas faixas raras incluídas, especialmente a versão original de Strange World (gravada na sessão de Soundhouse Tapes, mas excluída do vinil. Paul canta maravilhosamente desafinado). A prensagem inicial incluía um belíssimo encarte com fotos raras e letras. Também trazia, como atrativo extra, uma música nova (e muito boa): Vírus. Gravada em setembro de 1996, nos estúdios de Steve Harris, essa peça de 6 minutos era a resposta de Steve para os críticos que malhavam a banda impiedosamente havia um ano. Na frente de uma base poderosa, Blaze cuspia a letra que ele e Steve haviam escrito: "Eles querem afundar o barco e partir / o jeito que eles riem de você e eu / você sabe que isso acontece o tempo todo". O CD, mesmo duplo, foi o décimo quarto trabalho do Maiden a vender mais de um milhão de cópias em seguida.

A turma então resolveu tirar uma folga: entre gravações e tours tinham sido já dois anos com Blaze. Levaria alguns meses para que o grupo se reunisse novamente na mansão de Steve para iniciarem as composições e ensaios do novo disco. BRUCE E ADRIAN Bruce Dickinson enquanto isso se manteve durante um bom tempo distante do Heavy Metal em geral, e de qualquer ligação com o Iron Maiden em particular. Mas depois de dois discos meio

esquisitos, Balls to Picasso e Skunkworks, finalmente percebeu que sua praia era mesmo a música pesada. Ambos os CDs eram válidos como experimentos, mas não convenceram nem os fãs antigos, nem conquistaram novos mercados. Em paz com o passado, casado pela segunda vez e pai de três filhos, parou de criticar o Maiden e voltou para onde estavam suas raízes. Sua volta foi triunfal: além de uma banda afiadíssima (destaque para o guitarrista, compositor e produtor Roy Z), convidou o antigo companheiro Adrian Smith para ajudá-lo. A química continuava intacta e o disco resultante foi o fantástico Accident Of Birth, lançado em 1997, um sucesso de crítica e público. Bruce estava tão reconciliado com o passado que até arranjou para que Derek Riggs desenhasse a capa e criasse uma "paródia" do Eddie, que ele teve a cara dura de chamar de Edison. "Eu fiz tudo isso deliberadamente" admitiu Bruce "Eu queria soar mais Maiden do que o Maiden". E, segundo muitos, conseguiu. Até mesmo o cavalheiresco Steve Harris, provavelmente ainda magoado com as críticas que a banda vinha recebendo (enquanto acontecia o inverso com Bruce), soltou um raro comentário venenoso: "Bruce gravaria um disco de Country, se ele pensasse que isso ia vender". No meio desse tiroteio, Adrian Smith admite que levou tempo para recomeçar a tocar: "Eu acho que não fiz absolutamente nada durante os dois primeiros anos depois que deixei o grupo". Financeiramente ele não tinha que se preocupar pelo resto da vida depois de sete anos de gravações e tours gigantescas em seguida. Ao invés disso, ele se mudou com a mulher, a canadense Natalie, para o interior da Inglaterra e começou uma família. "Acho que eu nem olhei para uma guitarra durante um tempo". Admitiu ele. Foi só depois de ir ver o Maiden tocar no Donington Castle em 1992 (e fazer uma jam com eles no final do show), que finalmente decidiu voltar à ativa. Um ano e meio depois apareceu com uma banda chamada Psycho Motel, dando início à gravação de seu primeiro disco auto intitulado. O CD seria lançado em 1996, depois que Rod Smallwood - sempre ele! - arranjou um contrato com uma gravadora independente, Castle Communications (a mesma de Bruce, depois que deixou o Maiden). Mas o Psycho Motel não deu muito certo. E, apesar de Adrian dizer que ia continuar e até começar a gravação de um segundo disco, acabou deixando um pouco de lado o projeto ao aceitar o convite de Bruce para fazer Accident Of Birth. Aqui vale dizer que Adrian, ao contrário de Bruce, continuou amigo do pessoal do Maiden e a manter contato: "Eu continuei querendo saber tudo sobre eles desde que saí. Parte por causa de curiosidade e parte por causa de alguma devoção esquisita. Eu ainda me importo com eles. Acho que sempre me importarei. Você não pode escapar disso". Disse ele na época. Adrian seria também um dos poucos a apoiar publicamente o Maiden pós Bruce e a elogiar The X Factor. EM ESTADO DE EBULIÇÃO A grande prova da nova formação do Maiden seria seu segundo CD, que começaram a gravar em fins de 1997. O primeiro já tinha levado bastante fogo antiaéreo e não aguentariam uma segunda artilharia. O novo Metal se expandia e novas bandas fazendo um som próximo do Iron competiam no mercado. O sucesso do mais recente trabalho solo de Bruce só tornou as coisas mais tensas. O retorno do Metal nos anos 90 foi gradual, não a explosão que tinha sido no início da década de 80, onde grandes bandas dos anos 70 acabaram ficando para trás, meio esquecidas (como seus ídolos do UFO). Desta vez muitos artistas que estavam decadentes ou tinham acabado puderam reativar suas carreiras graças a este renascimento em meados da década (Metal Church, Angel Witch, Twisted Sister, entre dezenas de outros). Mesmo assim, e ainda que somado ao fato das pessoas estarem com a mente mais aberta, público e críticos começaram a ficar impacientes com o Maiden, achando que a nova formação não honrava o nome e a fama da banda.

O grupo apostou todas as suas fichas no CD Virtual XI (o título se referindo à paixão do grupo tanto ao futebol quanto a jogos de computadores). Infelizmente o resultado, lançado no início de 1998, foi longe do que precisavam: razoável, no máximo. Menos sombrio e mais "para cima" do que The X Factor, o disco mostrava muito pouco para uma banda que se orgulhava de sempre apresentar trabalhos primorosos. Faixas boas como Futureal ou Lightning Strikes Twice conviviam com outras que não convenciam de jeito nenhum, coisas como The Educated Fool. Embora The X Factor tivesse um certo "charme" sombrio e diferente, neste não dava para disfarçar a falta dos duelos de guitarra, a duração excessiva de algumas faixas, o uso indevido dos teclados e o que parecia ser uma notável falta de inspiração. A banda ainda tentou defender o novo disco com uma barragem de entrevistas na imprensa, rádio e televisão. Até uma biografia oficial, Run To The Hills, foi lançada em abril de 1998, onde, na parte final, todos faziam a maior babação de ovo para Blaze e o novo trabalho. Mas todo este esforço não foi suficiente. Para piorar, na mesma época Bruce e Adrian lançariam um disco ainda mais pesado e vibrante do que o anterior: The Chemical Wedding. Outro sucesso de crítica e público. Consequentemente a situação da banda em geral - e de Bayley em particular - ficou crítica. A tour subsequente com os alemães do Helloween abrindo, só tornou as coisas ainda mais difíceis. Notícias de cancelamentos por falta de interesse do público (principalmente nos Estados Unidos) escapavam para a imprensa. Nesse clima não ficou difícil para que alguém levasse a culpa e se tornasse o bode expiatório do período. Dados sobre o que realmente aconteceu nessa épocas não estão disponíveis: só no futuro poderemos saber exatamente o que rolou. O certo é que público e imprensa culpavam Bayley em maior escala e Gers em menor pela "decadência" da banda. Há quem diga que Blaze não estava dando conta do esquema pesado das tours do Maiden, perdendo a voz e forçando o cancelamento de apresentações importantes, justamente como Paul Di'Anno havia feito tantos anos antes. Testemunhas falam do clima tenso entre o vocalista e o resto da banda no que seria sua última tour com o Iron. Independente do que aconteceu internamente, o destino de Blaze estava selado desde o começo das apresentações. Era preciso uma mudança radical. E rápida. UM SONHO QUE SE TORNA REALIDADE Notícias da iminente saída de Blaze começaram a correr pela imprensa. O metal melódico e o Power Metal tradicional estavam voltando com toda a força. Um CD tributo ao Maiden, chamado A Call To The Irons, com bandas underground (na maioria de Death ou Doom Metal), foi um grande sucesso, tanto que levou a um segundo volume em 1999. Outros tributos apareceriam em seguida. Bandas veteranas como o Saxon lançaram grandes discos na segunda metade dos anos 90 provando que havia espaço para todos no novo cenário. O "som do Maiden" estava retornando com força total. Mesmo antes da saída oficial de Blaze, muito se especulou sobre quem seria o novo vocalista do Maiden: Dougie White, que havia sido preterido em favor de Blaze, era uma possibilidade. Falava-se também em Michael Kiske (ex-Helloween). Mas a grande notícia pegou meio mundo de surpresa: Bruce Dickinson estava de volta ao Maiden! E, melhor ainda, trazia junto consigo Adrian Smith! Janick Gers, que manteve intacta sua amizade com aquele que lhe dera a mão quando mais precisava foi o principal articulador da reunião, aparando devidamente as arestas entre Steve Harris e o vocalista. Numa série de encontros feitos secretamente em Paris, todos tiveram a oportunidade de conversar e chegar a um acordo. Vale dizer que durante todo este tempo, mesmo quando criticavam abertamente um ao outro, nenhum dos dois deixou de destacar o respeito mútuo pelo

talento de parte a parte. Bruce em particular sempre deixou claro que considerava Steve um "cara muito talentoso e honesto". Blaze, um bom vocalista, com talento e elegância, deixou o Maiden sem falar mal dos seus antigos companheiros e tratou de se concentrar em sua carreira solo, o resultado do trabalho é o magnífico 'Silicon Messiah', um disco 100% heavy metal com guitarras pesadas e letras de primeira, Blaze sempre se mostrou um cara bem heavy metal, o resultado não poderia ser outro, seu disco também por algumas vezes mostra marcas da sua passagem pelo Maiden, como 'The Launch' que lembra muito 'Man on the Edge', do Maiden. BRAVE NEW WORLD? A tour de reunião coincidiu com o lançamento do game Ed Hunter, um velho projeto do pessoal do Iron, sempre apaixonados por vídeo games. Quem apostava numa turnê "caça níqueis", onde a banda só teria se reunido para conseguir dinheiro, se deu muito mal. Com três guitarras o som ficou ainda mais poderoso e mesmo os críticos mais ferrenhos se renderam, admitindo que todos no Maiden pareciam rejuvenescidos e cheio de energia vibrante. "O Maiden nunca soou tão brilhante e Bruce Dickinson está tão animado quanto durante a World Slavery Tour de 1984!" Escrevia um jornalista americano que viu os primeiros shows da nova formação. A excursão foi um sucesso absoluto e provou de vez que havia mais do que simples ambição com a reunião dos músicos. Mas se provariam no estúdio? Ainda haveria inspiração para trabalhos inéditos? As três guitarras funcionariam num disco do Iron Maiden ano 2000? A resposta seria um trabalho que calaria a boca dos piores pessimistas. Bruce e Steve disseram que o novo disco seria o mais importante da carreira do grupo. Era uma bravata, claro. Mas não deixou de surpreender. Gravado em Paris, com a produção desta vez dividida entre Steve e Kevin Shirley (Dream Theater, entre outros) foi lançado finalmente em maio de 2000. Brave New World veio ao mundo sob muitas expectativas e não é um disco tão revolucionário quanto The Number Of The Beast, por exemplo. Mas é, sem dúvida, seu melhor desde Seventh Son Of A Senventh Son. Um trabalho elaborado, surpreendente e, melhor de tudo, muito superior a tudo que lançaram na década de 90, com faixas mais diretas (The Mercenary, Fallen Angel) e outras mais viajantes (como a brilhante Nomad). As três guitarras mostram um trabalho sutil e elaborado, muito longe da guerra de egos que se poderia imaginar com músicos tão bons, dando uma textura rica e diferente para o já consagrado "som do Maiden". Até mesmo Steve Harris está mais discreto, suas intervenções tanto no baixo quanto nos teclados mostrando um músico mais preocupado em fazer seus instrumentos funcionarem dentro do contexto do que simplesmente aparecer. Bruce canta com paixão e brilhantismo, mostrando que sempre foi a melhor voz que o Iron Maiden já teve. Enfim, um disco que valeu toda a espera. Brave New World foi a prova final de que o Maiden ainda era capaz de ser criativo, surpreendente e relevante mesmo depois de todos os anos passados e com todas as crises musicais e pessoais que enfrentaram. E tal qualidade não pode ser ignorada. A mágica ainda está lá e a banda soa tão boa quanto sempre. Mas isso também não teria a menor importância nessas alturas. Mesmo que não desse certo. Mesmo que fosse um total fracasso, já teriam deixado para sempre a marca dos grandes nomes da história musical da humanidade. E não há dúvida que Steve e companhia tentariam de novo e de novo. Não se acaba com uma turma assim tão fácil. A VOLTA POR CIMA O que poderia então, representar melhor a volta as raízes do que um festival para mais de 200 mil fans enlouquecidos no último show da turnê? Pois este foi o cenário do Rock In Rio, em janeiro de 2001.

Antes porém, devemos mencionar a longa jornada que se seguiu após o lançamento do Brave New World, com lotações esgotadas em quase todos os países por onde a banda passou. Nunca o Maiden vendeu tanto ingresso em tão pouco tempo, nunca a banda esteve tão bem na mídia quanto em 2000, exceto nos tempos áureos da década de 80, mas a mídia não era nem metade do que víamos neste novo milênio, neste novo mundo, neste bravo novo mundo... A banda conseguiu retomar o sucesso de onde supostamente havia parado para os fãs mais radicais. Voltou a locais consagrados de antes, tornou a vender como antes, tanto em ingressos quanto em discos, e tudo isso de uma forma que os fãs realmente desejavam, a banda arrasando em cada apresentação. A cena musical e tecnológica porém era outra, se o impacto de um álbum já não impressionava tanto por haver mp3 (e vasamento de algumas canções), o Iron precisava inovar, precisava criar algo que desse ao público novo a dimensão real do que era o Iron Maiden e ao mesmo tempo agradar os mais tradicionais. Ainda em turnê a banda divulgou que gravaria e lançaria algo inédito para eles até então: um DVD de um show. Para felicidade geral da nação tupiniquim o local escolhido para tal seria o último show da tour, em janeiro de 2001 – o Rock In Rio. Tão logo a notícia se espalhou criou-se um alvoroço em terras brasileiras como jamais visto. Caravanas do país inteiro viajavam de simples 30km até cansativos 1.500km de distância. Houve grupos vindos até de Teresina, Piauí! O show, não é preciso dizer, foi antológico, fenomenal, um marco na história da banda, como os próprios integrantes admitem. Vale lembrar que a banda estava no fim da tour e o cansaso poderia ser visível, mas não foi. Poderíamos lembrar também que os shows do Maiden já estavam sendo vistos e revistos pelo mundo afora, o que não tornava o set list uma novidade. Poderíamos também citar as poucas falhas técnicas como a cruz que não subiu ou os microfones que não captaram o som do público como deveriam, mas nada disso atrapalhou a banda e o que se viu foi uma apresentação digna de um verdadeiro medalhão do HM. O Iron Maiden não estava de volta, o Iron Maiden estava dando um passo a frente, mais uma vez. Que as três guitarras soavam harmoniosamente no palco todos já sabiam, mas nesta turnê o que se viu foi absurdamente revolucionário. De fato não há de se recordar nenhuma banda que tenha imposto três guitarristas solos, juntos no mesmo palco e a sonoridade não se tenha perdido ao menos um pouco, mas ao contrário do que seria normal, o que se viu (e ouviu) foram clássicos como The Trooper, The Evil That Man Do e 2 Minutes to Midnight sendo executadas ainda mais vibrantemente do que de costume, com solos de fazer chorar até o fã mais acostumado. Hallowed Be Thy Name, The Number of The Beast, The Clansman, Sign Of The Cross... todas, inclusive as novas músicas estavam realmente sensasionais. O trio de guitarras passara com louvor no segundo e mais difícil teste, e depois disso, tiraram um descanso merecido. Durante todo o ano de 2001, enquanto a banda se divertia ou trabalhava em seus projetos pararelos, Harris se encabeçou na produção do novo álbum ao vivo: o já anunciado Rock In Rio. A produção esteve longe de ser um primor, mais por causa das “inintendíveis” colagens no vocal de Bruce do que por qualquer outra coisa. De fato, seria muito difícil superar um álbum ao vivo como o Live After Death, mas o Rock In Rio chegou perto. Alguns insistem em dizer que se não fosse o “estrago das colagens” este seria “o álbum” da banda, mas na verdade não é pra tanto. Um fã novo que talvez escute o Rock In Rio possa não se interessar pelos A Real Live ou A Real Dead One, mas certamente vai entender o “pequeno abismo” que há entre ele e o Live After Death. Voltando as atenções para o DVD, este sim é, de fato um item raro. Bem produzido visualmente, mostra mais do que somente um show da banda, mostra a essência do Iron em uma de suas melhores apresentações. Com um menu bem elaborado, cortes de cena bem feitos e

extras interessantes, é sem dúvida um item indispensável para o bom amante do HM. Não é preciso nem dizer que tanto Cd quanto Dvd foram sucessos de venda, calando a boca dos que já contavam com a “morte” do Iron Maiden e do Metal. SOLIDARIEDADE E MAIS LANÇAMENTOS Abrimos aqui um “parênteses” nas férias da banda para citar as 3 noites de shows na Brixton Academy, em março de 2002. A banda estava parada há mais de um ano e só uma coisa conseguiu a tirar de seu descanso: a solidariedade. Clive Burr, meio sumido desde a década passada, quando boatos indicaram que ele chegou a trabalhar de taxista, apareceu em entrevista para dizer que tinha esclerose múltipla. Desde então foram feitos vários esforços para que sua dor fosse minimizada e um deles, talvez o mais importante, foi a realização destes três shows na Brixton Academy. Os eventos, claro, tiveram lotação esgotada e só em merchandising arrecadou mais do que todas as noites daquele ano no local. O show foi muito bom, nos moldes da Brave New World tour e com a inclusão de Children of The Damned, uma das músicas que Clive mais gostava. Além dos shows, foi relançado o single Running Free, com os lucros da venda revertidos para a campanha de combate a esclerose múltipla. Ainda em 2002 a banda anunciou o lançamento de algo muito especial para os fãs: a Eddie´s Archive, uma caixa contendo três CDs duplos, um pergaminho com a árvore da banda e um mini cálice bem trabalhado. Para os mais fanáticos aquilo não foi nenhuma novidade, já que a maioria do material estava disponível em singles, vídeos e bootlegs, mas com certeza gerou um grande impacto entre todos pelo brilhante trabalho de produção tanto no áudio quanto no visual. Os Cds presentes na caixa eram o Beast Over Hammersmith, o registro completo de um dos melhores shows da turnê do The Number of The Beast; o BBC Archives, uma coletânea com músicas da participação da banda no Rock Friday Night, Reading Festival de 1980 e 82 e do Monsters of Rock de 1988, realmente de mais! O último CD era a coletânea de B-sides, chamado Best of The B-Sides. Além do caixão (destinado aos mais fanáticos) foi colocado um novo item substituindo o Best of The Beast, que sairia de catálogo. Seu nome: Edward The Great. Que nada mais é do que uma coletânea com algumas das melhores músicas da donzela. De volta ao trabalho em 2003 a banda já abre o ano com boas surpresas. Um novo álbum já estava em fase de composição e as gravações logo se iniciaram. O cd, ainda sem nome, seria lançado em maio daquele ano mas devido a alguns atrasos (que muitos especulam ter sido motivado pelo lançamento do novo disco do Metallica) só acabou saindo em setembro. Durante esse período (de janeiro a setembro) muita coisa rolou, muitos boatos foram inventados e desmentidos e muitas promessas foram dadas. Pra começar, o nome do novo álbum era uma incógnita. A banda afirma que seu nome foi guardado em segredo assim como as músicas, que ao contrário do álbum anterior não conseguiram ser postas na internet até a semana do lançamento. De fato as gravações foram finalizadas muito cedo e o álbum certamente poderia ter cumprido a data planejada mas a banda guardava alguma coisa na manga... Com a chegada do verão no hemisfério norte Harris e Cia lançaram um item para testar o mercado: Visions of The Beast, um Dvd bem produzido visualmente com todos os clips da banda e mais algumas versões desenvolvidas pela Camp Chaos. O item é muito bom, sem dúvida, e estava programado para ser lançado em VHS desde 1997 (mas por algum motivo ainda oculto não o foi). EDDIE ATÉ MORRER: A BANDA VOLTA A ESTRADA

Tanto o „Visions‟ quanto „Edward‟ não chegaram a render bons frutos como talvez os fãs esperavam, mas para a banda foi o suficiente para motivar uma nova turnê, a Gimme Ed „Til I´m Dead. Esta tour não foi grande, passou apenas por alguns países europeus e norte-americanos aproveitando a enorme quantidade de festivais que surgiam. A banda na verdade queria duas coisas: se aquecer para a turnê do novo álbum e aquecer o mercado e os fãs para o que estava por vir. Durante toda a turnê, o Iron tocou uma música inédita, que só estaria no novo CD, Wildest Dreams. Essa música acabou se tornando alvo de polêmicas muito mais pelo motivo que levou a banda a toca-la do que por sua musicalidade. No palco, sempre antes de cada execução desta música, Bruce criticava muito o fato de algumas bandas estarem processando seus fãs por troca de MP3 via internet. A frase, claro, era destinada principalmente ao Metallica, com quem a banda tem certa inimizade. Apesar deste fato o que se viu na prática foi o oposto. O conteúdo e nome do novo CD tiveram tratamento de um segredo de estado, guardado a 7 chaves desde sua gravação no começo do ano, e após lançado, suas músicas eram protegidas de forma a dificultar a gravação digital. Se o álbum era guardado em segredo, as apresentações não. Apesar de pequena esta foi uma turnê que gerou uma grande quantidade de bootlegs, mas a banda parecia não se importar. “Gravem, divulguem, mostrem o show e a nova música para seus colegas...” – dizia Bruce – “tudo o que pedimos é: se gostam realmente do que ouvem, comprem o novo CD. É ele que faz o trabalho da banda continuar”. E Bruce realmente estava de bem com a vida. Além deste, outros bons “discursos” rolaram durante a turnê, principalmente apontando suas armas para a mídia em geral, que nunca boicotou tanto a banda como nestes tempos modernos(?) de „new metal‟. Paralelamente aos eventos rolavam inúmeros boatos sobre discussões em geral. Bruce x Steve; Janick x Adrian... chegaram até a falar coisas a respeito de Dave! Claro, nenhum confirmado. No meio de sua excursão nos EUA um fato curioso: o atropelamento de um funcionário do Tommy Hilfiger, em Nova York, por Nicko McBrain. A confusão supostamente teria começado porque o sujeito insistia em não deixar Niko passar sem crachá. O baterista então, irritado, teria passado com o carro por cima do pé do infeliz e o jogado no chão, causando-lhe alguns machucados não muito sérios. O show atrasou mas Nicko conseguiu tocar. Depois foi levado à delegacia, prestou depoimento e foi liberado. Meses depois, foi julgado e condenado a uma pena leve. A banda não se pronunciou sobre o caso. DANCE OF DEATH Finalmente, 9 dias após o fim da Gimme Ed... a dança começa! Em setembro, (e sem mais atrasos) é lançado o novo álbum: Dance of Death. Um álbum diferente, dinâmico, estranho! Sim, por que não dizer... soou estranho no começo. Dance of Death é um ótimo álbum, na certa um dos melhores, mas até se acostumar foi estranho aceitar os riffs diferentes em No More Lies, Gates of Tomorrow, Paschendale... o álbum tinha até uma música acústica: Journeyman. E pela primeira vez também, Nicko McBrain participou como compositor. Ele escreveu a música New Frontier. Mas o álbum não tinha apenas detalhes curiosos, ele trouxe também a velha potência e mística em torno das letras que só o Iron sabe fazer. Quem escuta os solos de Rainmaker, No More Lies ou da faixa título, por exemplo, sabe que aquilo é o mais puro Heavy Metal. A faixa título que, por sinal, é um primor. Tem ótimos riffs, ótimos solos, uma harmonia sem igual! Outra que também impressiona bastante é Montségur. Seu peso é considerável, uma das músicas mais bem feitas da banda. O solo também é muito característico e a letra... que letra! Montsegúr tem toda

uma mística em torno de sí (assim como a própria Dance of Death baseada em rituais vudú), ela fala a respeito da batalha pelo forte Montsegúr. Um castelo construído na França onde cátaros e católicos mancharam de sangue suas paredes em uma guerra sem precedentes na época da perseguição aos “infiéis” por parte da Igreja. O castelo também tem uma lenda muito interessante: em sua construção teriam petrificado o santo Grall (o cálice sagrado de cristo) em uma de suas paredes. Posteriormente em uma das batalhas, o enorme exército católico teria se assustado com o que seria uma aparição de um cavaleiro guardião do Grall e fugido, dando a vitória aos cátaros quando estavam quase os derrotando. Mas esta música apesar de tão fascinante, especial e agradável à grande maioria dos fans, não foi incluída no set list da turnê. O álbum não se destacou só pelos pontos positivos, a capa, por exemplo, foi um tremendo desastre. Considerada de longe a pior arte de capa já feita pela banda, não só em álbuns mas também em singles, perdeu a “guerra” contra o X-Factor e até contra a antiga capa do Live at Donington (talvez os fãs preferissem uma capa toda branca do que aqueles bichinhos horrendos). A resposta para tamanha bizarrice veio de Steve Harris - “Nós queríamos algo que desse impacto nos fãs e ao mesmo tempo tivesse a ver com a idéia do novo álbum” – De fato deu muito impacto... negativo! Ainda segundo Steve, a banda havia pedido que fosse desenvolvida uma dança nos moldes da do filme De Olhos bem Fechados (talvez o desenhista tenha entendido mal e desenhado tudo de olhos muito fechados mesmo...). Com o Dance of Death fazendo sucesso pelo mundo (foi 1º lugar nas paradas de Italia, Suécia, Finlandia, Grécia e Republica Tcheca; 2º em Inglaterra, Alemanha, Suíça e Slovênia; e 3º na Franca, Espanha, Noruega, Polônia, Hungria, Argentina e Áustria) a banda se lançou para a tão esperada turnê. Das novidades prometidas anteriormente só foram apresentadas três: A volta de Can I Play With Madness, a entrada de Lord Of The Flies e a música acústica Journeyman. Só que o que acabou marcando o set list não foi uma presença e sim uma ausência, ou muitas ausências. Pra começar, a lista de músicas estava mais enxuta, com somente 16. Além disso, a música mais adorada pelos fãs do mundo todo ficou de fora: Montségur. Apesar disso, a banda fez brilhantes apresentações por onde passou, principalmente no velho continente, consolidando a boa nova fase. Ao chegar no Brasil, mais uma surpresa: “Ei, Metallica, vai tomar no c* ” - foi o que se ouviu de mais de 20 mil fãs no Rio e em São Paulo, protestando contra o fato de o Metallica, alguns meses antes, ter cancelado seus shows no país (apesar de todos os ingressos já terem se esgotado) alegando “cansaço psicológico”, mas na mesma época, viajou para o Japão para cumprir seus compromissos. Bruce Dickinson (sempre ele) não perdoou – “Quando o Iron Maiden promete vir ao Brasil, o Iron VEM MESMO AO BRASIL P%$#@!” – disse ele no palco da cidade maravilhosa e da terra da garoa. A aprovação foi imediata, e as polêmicas também. Depois da curta passagem pela América do Sul e do Norte, a banda seguiu para o Japão onde encerrou a maratona de shows e partiu para seu merecido descanso. Antes, porém, durante toda a turnê do Dance of Death a banda teve de dar entrevistas por onde passou, para explicar uma coisa tão simples quanto beber água: O Maiden vai parar de fazer longas turnês, mas vai continuar com seus shows. A primeira entrevista foi dada por Bruce Dickinson, ainda na Suécia, mas a mídia, como sempre, preferiu entender errado e divulgou que esta era a última turnê da banda. Isso até ajudou, pois quem acreditou não perdeu a oportunidade e lotou estádios e casa de shows, mas a verdade estava longe de ser aquela, o Maiden não estava com os dias contados. Na entrevista coletiva no Rio de Janeiro, Bruce tratou de ser claro – “A banda SEMPRE virá para o Brasil porque amamos essa terra. É onde o fã parece mais caloroso. O Brasil sempre estará em nossos planos” – Disse o vocalista. Aliás, toda a entrevista mostrou como a banda não dá a mínima para a imprensa em geral. Também não era para menos, se a mídia pelo mundo afora for sempre tão estúpida quanto a brasileira, essa colocação da banda não só é entendida como é

aplaudida de pé. Toda a entrevista foi recheada de perguntas sem nexo ou tão estúpidas que faz qualquer um pensar que aquilo não é um repórter e sim um fugitivo de algum centro de retardados. EARLY DAYS... LATER DAYS! A prova de que o Maiden não pretende e nunca pretendeu encerrar suas atividades são os agendamentos de 3 shows para o verão de 2005: um em Paris, outro em Helsinki (Finlândia) e outro em Gotemburgo (Hungria), nos dias 25 de junho, 6 e 9 de julho, respectivamente, para promover o novo DVD: The Early Days – com lançamento em novembro de 2004. Enquanto esta biografia era escritaa, a notícia de que os ingressos (51 mil) se esgotaram em Gotemburgo em apenas duas horas e meia desde que foram postos à venda, mostram o quanto a banda ainda está ativa e sendo muito bem recebida pelos fãs onde quer que vá. Tudo isso só reforça a idéia de que o Iron Maiden está mais forte do que nunca e que sempre estará no coração do amante do Heavy Metal. A MATTER OF LIFE AND DEATH (2006) A banda durante o A Matter Of Life And Death World Tour, em 2006 (da esquerda para a direita:Steve Harris, Dave Murray, Janick Gers e Adrian Smith). Em 2006 a banda lança o décimo quarto álbum de estúdio, A Matter of Life and Death, com canções mais longas que o habitual do Iron Maiden. O álbum traz algumas características progressivas, que a banda já vinha apresentando nos últimos álbuns, porém agora nesse álbum com maior intensidade, junto com um som mais pesado que o mostrado anteriormente pela banda. Este álbum foi considerado pela crítica especializada como um dos melhores álbuns já feito pela banda, sendo considerado pela revista Classic Rock o álbum do ano de 2006, e obtendo uma classificação de cinco estrelas (classificação máxima) da revista Kerrang!, que neste mesmo ano elegeu o Iron Maiden como banda mais importante nos 25 anos de existência da revista. Em 2007, a banda faz uma turnê batizada de A Matter of the Beast Tour, comemorando os 25 anos de lançamento do The Number of the Beast. Neste ano ainda tocam como atração principal mais uma vez noDonnington Download Festival. Em agosto de 2007 a banda anuncia a próxima turnê que se chamará Somewhere Back In Time World Tour, que vai ser uma volta ao passado, onde a banda executará apenas canções dos anos 1980 (para os fãs novos também haverá uma canção dos anos 90). Em fevereiro de 2008, inicia-se a Somewhere Back In Time World Tour na India, e a bordo do Ed Force One (um Boeing 757 customizado pilotado por Bruce Dickinson), passaram por muitos países (incluindo o Brasil, em 2008 e 2009), tocando para mais de 3 milhões de pessoas em estádios e arenas. O filme Flight 666 chega aos cinemas mostrando como é a vida da banda na estrada durante a primeira perna da tour de 2008. Em 15 de março de 2009, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, a banda realizou o maior show da história do estado, tendo os organizadores estimado em 63 mil espectadores.30 THE FINAL FRONTIER (2010) Durante a turnê Somewhere Back In Time em 2008, Bruce Dickinson anunciou nos concertos que ainda no mesmo ano começariam os preparativos para um novo álbum. No ano seguinte, Dickinson anunciou que um novo álbum chegaria em 2010, e Harris declarou em uma entrevista que já haviam reservado um estúdio. Em 5 de junho de 2010, o site oficial da banda revelou capa, data de lançamento e faixas do álbum The Final Frontier, bem como disponibilizou a faixa "El Dorado" para download.31 4 dias depois, iniciaram uma turnê mundial para promoção do álbum, The Final Frontier World Tour em Dallas, Estados Unidos. A turnê passou em 2011 pelo Brasil e por Portugal.

The Final Frontier foi lançado em agosto de 2010, e estreou no topo das paradas de 30 países.32 33 O álbum marcou um retorno da banda ao Compass Point Studios para as gravações. Após concluída a turnê, a banda lançou um DVD com a apresentação no Estadio Nacional de Chile em 10 de Abril de 2011, em Santiago, com o título En Vivo!, em 26 de Março de 2012. Além do show, o DVD conta também com um documentário contando os bastidores da tour, o clipe promocional e o making of de "Satellite 15...The Final Frontier" e um vídeo da introdução dos shows.

Biografia - Bruce Dickinson Paul Bruce Dickinson, Nottinghamshire, 07/08/1958, vocal (1981–1993, 1999–)

Despedir Paul Di‟Anno do Maiden foi um gesto de desespero para a banda. Só aconteceu quando a situação se tornou insustentável. Afinal, Paul era um grande vocalista e tinha deixado sua marca na história do grupo. No entanto, essa atitude – que muitos pensaram impensada e fatal – acabaria beneficiando a carreira do Iron de uma forma quase inacreditável. Seu substituto, Bruce Dickinson, era mais do que um entre outros grandes cantores. Talvez fosse o único capaz de cantar com total eficácia o novo material que Steve Harris estava escrevendo. De qualquer forma, ele foi perfeito para a banda e a banda foi perfeita para ele. E o novo vocal possuía a personalidade ideal para tal cargo. Ao contrário de Di‟Anno, e bem ao gosto de Harris, Bruce sonhava com os maiores palcos do mundo, não temia o sucesso avassalador do Iron e estava pronto para encarar tudo com muito profissionalismo. O resultado foi uma série de álbuns eternos, brilhantes, e shows que ficariam na história do Metal de todos os tempos. Bruce nunca foi uma pessoa limitada, em todos os aspectos de sua vida. Não satisfeito em ser um dos maiores vocalistas de rock do mundo, voltou sua aparentemente inesgotável capacidade criativa para diversas atividades, que cumpriu com muito gosto: autor de dois livros de ficção, exímio esgrimista, piloto amador, além de se arriscar na direção de vídeos e ser apresentador de rádio e televisão. Mesmo hoje em dia, aos 57 anos, casado pela segunda vez – com Paddy – e pai de três filhos – Bruce continua o artista irrequieto e criativo que sempre foi.

Quem viu sua performance no Rock In Rio 3 deve ter tido uma pequena amostra da notável energia deste que é, sem dúvida, um símbolo do Maiden tão forte quanto seu criador. A maior prova disso vem das palavras do próprio Steve Harris, que afirmou em 1998, em pleno período que andava às turras com o cantor: “Para ser honesto com você, eu tenho que dizer que era mais o tipo de voz do Bruce que eu, realmente, imaginei cantando as minhas músicas do Maiden, desde os primeiros tempos. Apenas ocorreu de Paul chegar primeiro.” Mas o início de sua vida, como quase tudo relacionado ao Maiden, não foi exatamente o mais fácil do mundo. Muito pelo contrário, suas dificuldades o levariam a querer superar os diversos obstáculos e traumas de sua vida para crescer e se tornar o ídolo que sonhava. Paul Bruce Dickinson nasceu no dia 7 de agosto de 1958, em Worksop, uma pequena cidade mineira do condado de Nottinghamshire. Apesar de seu primeiro nome ser Paul, ele sempre preferiu ser chamado de Bruce, mesmo quando criança. Os pais de Bruce ainda eram adolescentes quando se casaram. Foi um daqueles famosos casamentos apressados devido à gravidez da moça, um pequeno escândalo, ainda mais se considerarmos que estávamos na conservadora sociedade britânica dos anos 50. O casal mal tinha saído da escola e, obviamente, não tinha dinheiro. Por isso, foram viver com os avós de Bruce, que acabaram assumindo muito da criação do menino. “Eu fui meio que um acidente de percurso.” diz Bruce sobre sua vinda ao mundo. “Minha mãe tinha 16 ou 17 anos quando engravidou, e meu pai tinha 17 ou 18. Eles então se casaram e eu nasci uns 4 ou 5 meses depois. Minha mãe trabalhava numa loja de sapatos, meio período, enquanto que meu pai estava no exército. Ele era mecânico especializado em motores, mas perdeu sua licença de dirigir porque aprontou demais. Então ele pensou: „Dane-se‟ e entrou como voluntário no exército, porque lá eles pagavam mais e, com isso, conseguiu sua licença de volta na hora. Minhas lembranças são de ser basicamente criado pelos meus avós, porque meus pais eram muito novos. Meu avô era um trabalhador das minas. Minha avó era uma dona de casa que de vez em quando fazia uns trabalhos como cabeleireira no quarto da frente. Minha primeira escola foi a Manton Primary, que era conhecida como um lugar duro naquela região. Todos os garotos da área estudavam lá. Mas nunca me pareceu dura, eu achava muito divertida, realmente. Eu me lembro de minha infância na época como sendo extremamente feliz.” Mas na época em que Bruce estava pronto para ir para o primeiro grau, seus pais tinham se mudado de Worksop, deixando-o com seus avós enquanto se dirigiam para Sheffield – a cidade

grande mais próxima, altamente industrializada, onde trabalho naquela época era mais fácil de se achar. Bruce Dickinson: “Meus pais se mudaram, porque os empregos estavam na „fumaça‟, como Sheffield era chamada. Eu realmente nunca senti como se tivesse um pai e uma mãe. Meu avô era o que chegava o mais perto de ser um pai. Ele era ótimo. Meu avô estava provavelmente nos seus 45 anos naquela época, o que é realmente uma boa idade para se ser pai. Eu me lembro dele me ensinando boxe. Ele me ensinou como lutar antes de eu entrar para a escola. Ele me disse: „Se alguém disser alguma coisa na escola, bata nele! Fique firme e não deixe ninguém te dominar.‟ E eu fui mandado de volta para casa no dia seguinte, porque eu tinha entrado na escola e batido em todo mundo! Então ele me deu uma dura, me ensinando quando eu deveria bater e quando não deveria bater em alguém. De certa forma, eu acho que fui o filho que ele nunca teve. Mas para a minha avó eu sempre seria o bastardinho que levou sua filha a ficar longe dela. Ela dizia que, quando olhava para mim, sempre via o meu pai. E eu realmente parecia com o meu pai, eu acho, pelo menos o rosto, um pouco.” Uma criança que conseguia ser feliz, senão um tanto solitária, que quando estava zangada se arrastava atrás do sofá e não saía de lá – “Eu não queria que ninguém me visse”. A primeira experiência musical de Bruce foi dançando “The Twist” de Chubby Checker, na sala de estar dos seus avós. “Meus avós costumavam por o disco e eu dançava o Twist para todo mundo. E, claro, naquela idade você pensa que isso é o máximo.” O primeiro disco que ele se lembra de ter ganhado foi “She Loves You” dos Beatles. “Nós tínhamos um toca discos e um rádio e eu dei um jeito de convencer meu avô a comprar para mim “She Loves You”, que foi o número um durante semanas e semanas, e era do tipo de disco que você tinha que ter, sabe?” recorda Bruce “E talvez por causa disso, eu não sei, mas me lembro que pensei que o lado B do disco era melhor do que o lado A, e foi aí que eu comecei a ouvir música e decidir o que gostava e o que não gostava. Eu me lembro de ter gostado das harmonias do lado B de um compacto do Gerry And The Pacemakers, chamado “I‟ll Never Get Over You”. Então, fiquei sabendo de um garoto na rua que tinha uma guitarra elétrica e todo mundo falava nisso no maior burburinho. Eu devia ter uns cinco anos de idade e lembro de ter visto este garoto com a guitarra elétrica, e isso foi como, bimba! Era um adolescente, devia ter uns 16 anos e parecia como um deus para mim. Tinha um cabelo longo – bem, longo para a época, devia ser um pouco abaixo das orelhas – e tinha sapatos pontudos e todas aquelas coisas. Eu quero dizer, parecia que ele tinha saído direto da televisão.” Televisão naquela época foi crucial para que Bruce aprimorasse seu gosto musical. Embora seu tempo de assistir a programas fosse racionado, ele não perdia seus programas favoritos: Jukebox Jury – um programa de auditório em que alguns convidados especiais votavam sobre os mais recentes lançamentos musicais, decidindo se o consideravam um sucesso (hit) ou fracasso (miss) – e Doctor Who, um dos primeiros seriados de ficção científica. “Eu sempre assistia a Jukebox Jury porque era antes de Doctor Who, aos sábados à noite. Então os dois programas acabaram inseparáveis em minha mente. A excitação de ver os Beatles ou quem quer que fosse no Jukebox Jury era parecida com a excitação que sentia de ver os Cyberman de Doctor Who. Eles eram ambos de mundos diferentes para mim. Eu não estava particularmente interessado em ficção científica, mais fatos científicos, realmente. Eu era incrivelmente obcecado pela lua e o espaço, ao ponto de pegar grande painéis de papel de parede e desenhar planos para minha própria espaçonave, todo o equipamento de navegação e o resto. Planos realmente detalhados, sabe? A mesma coisa com um submarino, que desenhei quando tinha nove anos. Ia ser construído a partir de latas de lixo soldadas umas nas outras, com cerca de um metro de comprimento. Eu adorava a idéia de viver debaixo da água, como o capitão Nemo – ou flutuando no espaço, ou qualquer outro lugar, exceto a realidade. Estava muito interessado na chegada à lua; a primeira chegada não tripulada à lua foi no começo dos anos 60. Eu me lembro de tentar dizer à minha avó o quanto importante isso era, porque ela ia usar o jornal para acender o

fogo com ele. Eu disse: „Você não pode jogar isso fora!‟ Não sei o que esperava que ela fizesse com aquilo, apenas achava que era muito importante para ser jogado no fogo. Mas assim eram os anos 60, crescendo naquele tempo, eu sentia que não havia limite para o que você podia fazer.” Exceto talvez em Sheffield, para onde Bruce foi despachado aos 6 anos, assim que seus pais conseguiram arranjar uma casa e empregos estáveis naquela cidade. “Eles nunca ouviam música.” relembra Bruce “Meus pais estavam totalmente focados em conseguir dinheiro. Era esquisito, eles eram muito rígidos. Então mais tarde eu descobri que tinham viajado pelo mundo ou coisa parecida. Eles trabalhavam em parceria com um show de cachorros, com, tipo, poodles pulando através de aros. Minha mãe costumava dançar muito, ballet, e ela era muito boa, tinha uma grande presença e tudo mais. Ela tinha ganhado uma bolsa para estudar no Royal College Of Ballet e minha avó não a deixou ir. Então ela ficou grávida e foi o inferno. Aí a dança virou sua maneira de sair desse inferno. Sair de Worksop, da loja de sapatos e tudo mais... então tinha toda essa outra vida que eu não conhecia nada quando era garoto.” Talvez o único estímulo da família viesse de um velho violão que seu pai tinha, mas que nunca tocou. “Era muito, muito ruim, mas eu estava fascinado com ele. Era uma coisa velha, horrível, impossível de se tocar. Eu não acho que ninguém conseguia tirar nada daquilo. Então eu costumava pegá-lo e ficar tirando uns barulhos dele, fazendo sons terríveis e ficando com calos nos dedos.” Quando chegou a Sheffield Bruce foi mandado para uma escola primária local, notória por ser um local duro. “Era a Manor Top e, tanto quanto eu saiba, continua lá. Eu não sei como ela é agora, mas quando eu fui para lá ela era como um campo de concentração”, ele relembra com um sorriso torto. Como o garoto novo do pedaço, Bruce foi tão surrado e incomodado que seus pais tiveram que tirá-lo de lá, e o matricularam numa pequena escola particular, a Sharrow Vale Junior. “Eu estive na Manor Top durante uns seis meses, talvez. E então nos mudamos – nós estávamos constantemente nos mudando de casa para fazer dinheiro. Meus pais costumavam comprar uma casa, arrumavam-na, aí a vendiam, para depois comprarem outra e começavam tudo de novo. Por boa parte de minha vida eu estava morando numa construção. Mas meus pais tinham chegado a um ponto onde estavam começando a fazer algum dinheiro. Compraram uma pensão. Acho que meu pai comprou uma garagem falida e começou a dirigi-la também. Ele estava sempre vendendo carros de segunda mão perto da entrada do hotel... Como resultado dos incansáveis esforços de seus pais, na sua adolescência Bruce foi despachado para um colégio interno de segundo grau, também pago, chamado Oundale, em Shropshire. “Eu não me importei em ir para lá.” comentou Bruce “Eu não me sentia particularmente feliz em estar com meus pais, por isso eu vi essa ida como uma escapatória. Eles me perguntaram se eu realmente queria ir, eu tinha uns doze anos e respondi que sim. Acho que era porque não tinha criado nenhum vínculo real com eles quando era muito, muito novo, e também pelo fato deles terem muita dificuldade de se relacionar comigo de uma maneira profunda, como pessoa.” Bruce se ressentia disso, mas hoje olha para o outro lado da coisa. “Havia outras ocasiões que eu ficava surpreso de como eles podiam ser compreensivos com as coisas. Eu um dia roubei um carro de brinquedo de uma loja e fui apanhado. Passei um aperto com a polícia e tudo mais. E, claro, você tem 11 anos e eles tentam te fazer cagar de medo para que não faça isso de novo. E isso funcionou: eu me caguei de medo e desde então não furtei mais nada. Mas me lembro que meu pai teve que vir até a delegacia para me soltar, e fiquei surpreso que não tenha me colocado no colo e me dado uma surra. Por outro lado ele nunca conversou comigo para saber porque eu tinha feito aquilo. Expressar seus sentimentos mais íntimos não estava no programa de minha família. Meu avô, que estava muito doente, mais tarde engoliu um monte de pílulas e tentou se matar. Mas ninguém falou sobre isso depois, e ele estava vivendo conosco naquela época – meus avós tinham se mudado conosco para o hotel então.” “Mas, de certa forma, estou bastante agradecido pelo fato de não ter tido o que é convencionalmente conhecido por uma infância feliz e descomplicada. Isso me fez uma pessoa muito auto-suficiente. Cresci num ambiente que me mostrou que o mundo nunca iria me fazer

nenhum favor. Que se você ficar parado e esperar por algo, vai acabar sendo pisoteado. Isso foi injetado em mim por causa do jeito que meus pais eram. Muito auto-suficientes e trabalhavam duro, nunca paravam. E eu tinha muito poucos amigos íntimos, muito poucos porque, você sabe, eu nunca ficava encontrando com ninguém por muito tempo. Estava sempre me mudando. Não acho que meu pai tivesse muito mais amigos, tampouco. A única que tinha muitos amigos era minha irmã Helen, que nasceu não muito depois que me mudei para Sheffield. Ela era o completo oposto de mim – totalmente sociável. Saía por aí e tinha centenas de amigos!” Mas a educação em escolas privadas de Bruce chegaria a um fim brusco quando, aos 17 anos, foi expulso pelo crime meio surreal de ter urinado no jantar do diretor. Para entender bem esta estória, é preciso ter em mente que o internato britânico é um dos mais conservadores de todo mundo ocidental. Poucas coisas mudaram desde o século passado neles, e alguns métodos mais parecem medievais. Isso sem falar no inferno que veteranos fazem os calouros passar dentro destas instituições. Assim sendo, Bruce sentiu na pele o que era ser atormentado quase que diariamente, com todo o tipo de brincadeiras de mau gosto e surras dos mais velhos. Não eram brigas de socos, como as que tinha tido de enfrentar em lugares como Manor Top. “Eram mais como uma tortura sistemática.” explica ele “Você não podia escapar, esta era a coisa. Em Manor Top, pelo menos você podia voltar para casa no fim do dia.” Seu maior tormento era o „capitão do dormitório‟ (uma espécie de chefe de turma), um rapaz de 18 anos, com cerca de 1,90 m de altura (e “com a idade mental de 12 anos”). Bruce conta que a brincadeira favorita de seu chefe de dormitório era “chegar às 10 da noite, pegar um travesseiro, transformá-lo numa arma, juntar todo mundo em torno da minha cama e me dar uma lição de auto defesa, me surrando até não poder mais.” E seria assim por todo o seu primeiro ano... “Essas coisas aconteciam literalmente a cada noite. Você ia para a cama algumas noites e eles tinham colocado seis ovos quebrados dentro dela e tudo estaria ensopado, todas as roupas molhadas, tudo arruinado e impossível de dormir nelas... Eu sei que poderia ter chamado meus pais, mas isso teria sido me acovardar, então não o fiz. Eles ficaram sabendo cerca de um ano e meio depois. Gozado, eu achava que falar para os meus pais ou professores seria uma forma de deixá-los ganhar. Eu estava determinado a não deixar isso acontecer. Você não pode deixar as pessoas arrancarem o melhor de você, essa era minha atitude. Mesmo quando está ali estendido no chão todo espancado, você ainda assim pode dizer: „Tudo bem, você é maior do que eu, pode me bater à vontade, mas você não é superior.‟ Assim sou eu, cara. E foi o que aconteceu comigo. Costumava chorar até não poder mais, escondido, mas nunca, nunca, nunca mostraria esse tipo de... de fraqueza... em público, porque assim eles teriam vencido.” Bruce cresceu como sendo filho único, constantemente mudando de casas, escolas e até de país. Ele se sentia distante até mesmo de sua irmã – coisa que confessa sentir um pouco até hoje – porque “Ela foi uma criança planejada, você sabe. Então comecei a sacar que eu era esse... deslocado (em inglês outsider, que quer dizer uma pessoa que não está dentro de um determinado sistema). E eu aceitei isso. Mas foi quando comecei a, vamos dizer, fazer coisas diferentes. Lembro que eles tinham um curso na escola de cadete para o exército que todo mundo odiava, então resolvi ficar com a liderança daquilo. E podia cuidar de toda a munição de verdade, e armas, e todas esses revólveres e coisas assim.” Com acesso a esse tipo de coisa e ajudado por outro deslocado, que passava pelos mesmos apuros, aos 16 anos, cuidou de se vingar de seus algozes, preparando pequenas bombas de pólvora e fazendo armadilhas com elas. “Oh, Deus, nós manipulávamos um material que era tão perigoso! Preparando pequenas armadilhas para as pessoas. Não para machucar, mas para assustá-las”, ele relembra. Foi nessa época, muito longe de se imaginar um cantor, que Bruce deu seu primeiro passo ao lugar em que se sentiria à vontade. Foi entrando para aulas de teatro na escola. “A primeira vez que subi no palco, adorei. Eu me senti confortável na hora, então comecei a ser voluntário para qualquer peça que estivesse sendo montada. Fiz uma porção. Até mesmo acabei dirigindo algumas delas. Eu amava isso. Não tanto a roupagem, mas a linguagem, e tentar entrar na cabeça do que estava acontecendo na peça. Nós encenamos Shakespeare – o departamento de teatro era

muito ambicioso, e me lembro de tomar parte dessas produções, bastante elaboradas de McBeth e Henrique VI. Costumava dar muito duro para tentar compreender o que estava sendo dito no papel e dar algo a ele, entende?” Mas a música não estava muito longe de deixar sua marca no adolescente Bruce. O hábito de ouvir rádios de pilha debaixo dos travesseiros durante a noite, após o horário de apagar as luzes, era muito comum numa escola interna que restringia terrivelmente os alunos no tocante às horas de folga. “Nós só tínhamos permissão de ver televisão uma hora por semana, consequentemente o único outro tipo de diversão externa que tínhamos era música. E os caras estavam sempre trocando discos ou vendendo-os de segunda mão. Você caminhava pelos corredores e vinha música de quase todas as salas. Ouvi um dia uma coisa soando no quarto de alguém, fui lá dentro e perguntei: „Oooba! O que é isso?‟ e eles olharam para mim com desdém e disseram: „É Child In Time do Deep Purple. Você não sabe de nada?‟ Mas eu estava muito fascinado para me importar. Fiquei tipo „Yeah, mas onde eu posso conseguir esse disco?‟ O primeiro disco que comprei na minha vida foi o In Rock do Deep Purple, arranhado até não poder mais, mas pensei que era o máximo. E foi isso que começou a me fazer começar a comprar álbuns e ficar por dentro de rock. Isso e os concertos. Uma banda sempre ia tocar na escola. A cada quatro meses então, nós tínhamos um concerto de rock. A primeira apresentação que fui na vida foi a de uma banda chamada Wild Turkey. E me lembro que li uma entrevista com eles pouco depois na Melody Maker ou coisa assim, e foram perguntados sobre qual teria sido a tour deles, e um deles respondeu: „É engraçado, mas o melhor show de toda a turnê foi um que demos nesse colégio interno.‟ Eu me lembro que fiquei completamente maluco, minha camisa até saiu!” Houveram outros concertos que marcariam a vida do jovem estudante, como o que o Van Der Graaf Generator tocou por lá (uma inovadora banda progressiva) e Arthur Brown (“Seu disco Kingdom Come tinha acabado de sair e era fantástico – o melhor cantor que já tinha visto”). “A música que se apresentava por ali era sempre meio progressiva, muito ligada a discos conceituais. Era esta a minha dieta de música ao vivo. Mas quanto aos discos, eu sempre ouvia o primeiro disco do Black Sabbath, In Rock do Deep Purple, Aqualung do Jethro Tull, Tarkus do Emerson, Lake & Palmer – tudo que encontrava. Quer dizer, eu devia ser o sonho de qualquer publicista, porque toda banda que via ao vivo, comprava o disco. Depois ia atrás e comprava os discos daquelas bandas que os teriam influenciado na carreira, você sabe. Mas a minha banda favorita era o Deep Purple. Achava que o disco „In Rock‟ era a melhor coisa de todos os tempos!” Mas ser cantor era uma coisa que ainda não tinha passado pela cabeça de Bruce. Originalmente ele se via como um candidato a baterista. “Ian Paice do Deep Purple era meu maior herói, eu só queria ser Ian Paice”, ele confessa. “Mais especificamente, eu queria ser o pé esquerdo do Ian Paice! Mas não tinha dinheiro para comprar uma bateria. Tinha dois garotos ricos que arranjaram um kit de bateria na escola e arranjaram uma banda. Eu me lembro de ficar flertando pelos fundos, vendo-os ensaiar, e pensava „Eu tenho certeza de que posso tocar melhor do que eles.‟ De vez em quando eles me deixavam dar umas tocadas na bateria, e eu não conseguia fazer nada direito. Mas sabia que podia fazer melhor do que eles, sentia isso no meu íntimo. Costumava fazer um kit de bateria, usando livros e outras coisas na minha mesa. Não tinha baquetas, por isso eu usava dois pedaços de madeira e ficava batendo na minha cama às 7 da manhã.” Eventualmente, Bruce conseguiu dar um jeito de participar dos ensaios, quando pegou „emprestado permanentemente‟ um par de bongôs da sala de música da escola. “Comecei a zoar com eles num canto, sem perguntar se podia. Fiz amizade com o cantor deles, que era esse cara chamado Mike Jordan. Nós costumávamos fazer jogos de guerra juntos. Ele tinha ganho todos esses prêmios de canto – ele era um baixo – como um cantor de música clássica. Então ele era o cantor nesse grupo e era uma coisa horrível, nada a ver com rock‟n roll. Eu me lembro de tentar aprender „Let It Be‟ dos Beatles. Ela tinha só dois ou três acordes e estávamos todos tentando tirá-

la. Eu estava lá no canto, tentando soar como John Bonham (Led Zeppelin) num par de bongôs, e soava terrível, minhas mãos estavam vermelhas e estava dando uma dor de cabeça em todo mundo. Parecia um cavalo andando sobre caixas. Mas o pobre Mike não conseguia atingir as notas mais altas de jeito nenhum, e eu tentei encorajá-lo a seguir em frente, cantando junto com ele – só que eu conseguia atingir as notas agudas. Sempre pensei que, provavelmente, poderia cantar, de fato eu sabia que podia cantar, porque todo mundo já tinha me ouvido gritando „Jerusalém‟ no coro da escola e diziam „Você tem realmente uma boa voz‟. E eu respondia: „Besteira!‟ Você sabe, mas isso me fazia pensar.” “Então eu disse: „Me dêem uma oportunidade como cantor e eu não toco mais os bongôs, e dou uma mão pra vocês com as notas altas de „Let It Be‟. Foi o que fizemos e todo mundo disse : „Legal! De onde esta voz apareceu?‟ Infelizmente a banda acabou uns cinco minutos depois. Mas havia aquele outro garoto, também muito nervosinho, que estava numas de curtir B.B. King e gostar de Blues. Ele estava aprendendo tudo num violão e eu costumava sair com ele – Nick Bertram era o seu nome – e ele tirava o songbook do B.B. King e tocávamos todos aqueles clássicos do blues e coisas assim. Ele tocava e eu cantava. E foi quando eu fui expulso por urinar no jantar do diretor...” Na realidade foi uma brincadeira mais inocente do que parecia: o jantar estava sendo preparado para uma festa. Mas descobriram que estavam sem óleo de cozinha e pediram o óleo dos estudantes do quarto de Bruce. Bruce e outro garoto resolveram fazer uma “pequena” brincadeira e „batizaram‟ o óleo com uma pequena quantidade de urina. Ele e o outro responsável tomaram algumas cervejas e caíram na gargalhada. Tiveram o azar de contar a brincadeira para outro colega e, no dia seguinte, toda a escola estava sabendo. “A pior coisa de ser expulso foi esperar pelo meu pai vir com o carro me pegar. Mas meus pais não falaram nada sobre o assunto, do mesmo jeito que fizeram quando eu furtei o carrinho de brinquedo. Eles me pegaram, não falaram nada sobre isso, nunca mencionaram a respeito. Eu tinha pensado „Inferno, sabe, eles não vão dizer nada?‟ Mas saí da escola e os seis meses seguintes foram muito, muito proveitosos.” Voltando para casa em Sheffield, Bruce foi estudar numa escola bem mais liberal e de vanguarda (para a época). “Eu adorei! Ela era brilhante! Todo mundo era, tipo, normal, e havia garotas lá – o que me deixou maluco na hora. Fiquei numas de „Que coisa, eu espero que elas conversem comigo!‟ Então, na minha primeira ou segunda semana lá, ouvi dois garotos conversando e dizendo „O que vamos fazer sobre o ensaio de hoje á noite então? O cantor pulou fora, o que vamos fazer?‟ E fiquei pensando „Cristo! Devo dizer que eu sou cantor?‟ Então me virei e disse: „Eu posso cantar para vocês, se quiserem.‟ E eles responderam: „Oh, grande, esperamos você lá então.‟ Fui lá e descobri que o baterista deles era um garoto que conhecia de minha velha escola. O ensaio foi na garagem do seu pai – bateria, baixo, duas guitarras – muito estilo Wishbone Ash, porque eles tinham aprendido todo o disco Argus (o mais famoso LP do grupo, muito popular no início dos anos 70) nota por nota. Assim que fui aprendendo as canções, eles ficavam numas de me dizer “Você realmente sabe cantar! Uau, nós temos um cantor!‟ Então comecei a pensar: „Tenho que comprar um microfone...‟ Mas Bruce não se sentia confortável nessa posição. “Eu me sentia como um velho tarado indo comprar uma revista pornô, porque isso era muito esquisito. Se alguém me perguntava „Você é um cantor?‟ eu respondia „Não, não, eu não sou não, definitivamente não!‟ E saía correndo da loja. Estava com muito medo de parecer um idiota, não queria fazer aquilo a não ser que conseguisse atingir cada nota como Ian Gillan. Não queria me ver como um cantor se não conseguisse atingir este ponto e não sabia se conseguiria.‟ “O primeiro lugar no qual fizemos uma apresentação foi numa taverna chamada Broad Fall, em Sheffield, onde se fazem este tipo de shows. A banda se chamava Paradox e eu disse: „Este é um nome idiota. Por que não um nome grande e místico como Styx?‟ E eles responderam: „Este é

um bom nome.‟ Então nos chamávamos de Styx. Não sabíamos que já havia uma grande banda americana com este nome. Éramos uns sonhadores ignorantes. Mas a banda acabou pouco depois disso e ficou por aí – exceto que agora eu tinha um microfone e um amplificador. Pensei: „Bem, sempre posso usá-los de novo em algum outro lugar.‟ Bruce deixou a escola com três notas máximas – Inglês, História e Economia – e no princípio considerou seguir os passos de seu pai, indo para o exército. Já tinha se alistado no Exército Territorial (uma espécie de curso para entrar em armas) e seu pai aprovava a idéia de seu filho ter uma carreira desse tipo. Bruce: „Não sabia o que ia fazer. Mas fui para casa e pensei: „Dane-se, eu vou fazer o TA por seis meses.‟ Até que gostei, mas logo percebi que minha fantasia de que ia ser como um Rambo e atirar para todo lado era uma merda. Havia tantos idiotas, senão mais, no exército quanto em qualquer lugar. Não necessariamente os caras com quem eu estava, porque eles eram um bando de colegas legais. Nós íamos até a mata, fazíamos um monte de buracos, enchíamos a cara, voltávamos e ficávamos bêbados como gambás. Eu nunca tive visto homens ficarem tão bêbados e fazerem coisas tão deploráveis, e certamente nunca tinha visto tantas „mulheres fáceis‟. Quer dizer, eu não fazia nada com elas, não tinha a menor idéia do que fazer. Lembro duma mulher tentando me levar para cima e tudo que fiz naquela noite foi jogar dardos. Não tinha a menor idéia de como lidar com aquilo. Mas, no fim das contas, concluí que isso não era uma escolha de carreira, era um pouco de fantasia, realmente. Foi uma boa maneira de dar uma escapada por uns tempos, porque eu não sabia o que mais iria fazer. Tipo, ser um cantor de rock‟n roll? Se isso não é uma fantasia, então o que é?” Ao invés disso, resolveu se inscrever numa vaga na universidade para estudar História, mais exatamente no Queen Mary College, no East End de Londres. “Foi a primeira vez que fui para Londres”, conta Bruce. “Meus pais perguntaram: „O que você vai fazer quando for para lá?‟ Eu lhes disse que ainda iria para o exército, mas que queria ter o meu diploma antes. Era o que eles queriam ouvir e isso foi a estória que contei para disfarçar. Assim que cheguei lá, imediatamente comecei a procurar e tocar em bandas. Encontrei esse cara chamado Noddy White, que se parecia demais com o Noddy Holder do Slade. Ele era do Southend (região sul de Londres) e um pouco guitarrista, um pouco baixista, um pouco tecladista, um pouco compositor, um pouco de tudo, sabe? E tinha um monte de equipamentos, caixas de som, tudo. Eu fiquei numas de „Dane-se, cara, vamos formar uma banda!‟ A banda era chamada de Speed. “Não tinha nada a ver com tomar speed (gíria para anfetaminas), éramos uma banda completamente limpa, é que tocávamos tudo ridiculamente rápido!” Eles ensaiavam todas as vezes que Bruce conseguia convencer o dono do equipamento a montá-lo. “Eu pedi ao Noddy para me dar algumas aulas de violão e comecei a escrever canções na hora. Ele me ensinava três acordes e eu escrevia a partir destes três acordes. Naquela época o Punk estava estourando e no East End você estava bem no meio do movimento. Eu me envolvi com o Entertainment Comittee (uma espécie de grêmio estudantil) da faculdade, e num dia você seria roadie para o The Jam, no outro estaria colocando o cenário de Stonehenge para um show do Hawkwind, ou qualquer coisa assim. Eu me lembro de ver Ian Dury and the Blockheads tocando lá. Os Sex Pistols fizeram um show meio secreto na escola. Aí a gente começou a fazer algumas apresentações. Costumávamos pegar o microonibus da escola, dizendo que estávamos pegando emprestado para um curso fora, tirávamos todos os assentos, amontoávamos todo o equipamento e íamos para o pub Green Man, em Plumstead. Arranjamos até que uma boa base de fãs no final, e tive minha primeira experiência do que era cantar em frente a um público. Era uma dessas bandas de escola que não duram muito, mas foi legal enquanto durou.” Mas não foi bom o bastante. Bruce queria expandir seu repertório, e logo viu um anúncio na Melody Maker que chamou sua atenção imediatamente: “Procura-se cantor para completar um projeto de gravação”. Bruce, que nunca havia estado num estúdio antes, respondeu ao anúncio. Pediram que ele mandasse uma fita com uma demonstração de sua voz. Bruce diz que “Uivei,

gritei, lati e apenas fiz barulhos.”, na fita que mandou. E ainda mandou uma nota (onde já deixaria a marca de seu humor): “Falando nisso, se vocês acharem que o cantor é uma merda, há algumas comédias de John Cleese (do Monty Pythom) no outro lado da fita, que vocês podem achar engraçadas.” A fita foi retornada e o cara disse: „Nós achamos sua voz realmente interessante. Venha ao estúdio.‟ “Assim, fui lá e gravei esta canção chamada „Dracula‟. A faixa era da banda obscura chamada Shots, formada basicamente por Phil Shots e seu irmão, Doug. Só Deus sabe o que aconteceu com esta gravação, mas Doug ficou louco, porque nós dobramos as vozes, fazendo uma coisa como uma harmonia de quatro partes. E ele ficou me perguntando „Você tem mesmo certeza que nunca fez isso na sua vida?‟ Então começamos a conversar e ele me perguntou que tipo de música eu gostava e, é claro, mencionei Ian Gillan, Ian Anderson (Jethro Tull), Arthur Brown... e Doug fala: „É isso aí! O Arthur Brown, cara! Algumas vezes sua voz é igualzinha ao do Arthur! Nós temos que formar uma banda!‟ Pensei: „Caramba, esse cara tem um estúdio e quer formar uma banda comigo.‟ Respondi; „Yeah!‟” Bruce começou a cantar com o Shots “principalmente em bares, mas ninguém estava interessado.” Até que numa noite, puto com aquilo, ele meio que brincando começou a xingar a platéia por não estar prestando a devida atenção. A resposta foi tão boa que começou a fazer isso toda noite, até que virou parte do seu ato. Bruce conta como começou: “Nós estávamos tocando em clubes para cinco pessoas, você está tentando fazer o seu trabalho e ninguém presta atenção. Então entrei nessa de parar uma canção na metade e começar a provocar estes caras na platéia. Começava: „Ei, você! É, você! Você, seu gordão! Todo mundo olha para ele. Todo mundo está olhando para ele? Ok, qual é o seu nome? Você tem um nome?‟ Apenas para provocar as pessoas. E todo mundo de repente presta atenção, porque correm o risco de serem os próximos! Aí, antes que o cara tenha chance de responder, nós começávamos a próxima música – só que agora todo mundo estava ouvindo. A primeira vez que fiz isso, o dono do lugar veio e disse „Foi um grande show, caras! Vejo vocês na próxima semana!‟ Então começamos a desenvolver isso nas apresentações. E foi a partir daí que passei a ser não apenas um cantor, mas um frontman também. Descobri que um monte de gente pode cantar, mas peça a elas que subam no palco e segurem a platéia e elas não conseguirão. Não saberiam como. Então isso era um fato muito importante que descobri sobre este trabalho.” Mas a verdadeira chance de Bruce aconteceu na noite que membros do grupo Samson apareceram, de surpresa, num show que o Shots dava em Maidstone, em 1978. Liderado pelo guitarrista nascido em Sidcup, Paul Samson, eles já tinham lançado um LP, Survivors, através do selo independente Lazer, atraindo uma boa parcela de interesse da imprensa, fazendo se destacarem, junto com certas bandas como Iron Maiden, Saxon e Angel Witch, num novo movimento que estava sendo chamado de “New Wave of British Heavy Metal” (NWOBHM). Mas seu maior destaque, curiosamente, era o fato de seu baterista Thunderstick (nome verdadeiro: Barry Purkins), usar uma máscara sadomasoquista no palco. (Ele era também um fã ardoroso do Kiss. Nos primeiros tempos do Maiden, Purkins chegou mesmo a tocar com grupo, mas fez só um show com a banda). Bruce Dickinson: “Eles viram o nosso show, nós tivemos um bate-papo depois e me perguntaram: „Qual é a sua?‟ eu disse: „Bem, eu gosto muito do Purple, Sabbath e Jethro Tull, mas eu gosto de fazer coisas com uma ponta de esquisitices.‟ Porque naquelas alturas o Shots tinha virado quase que um ato de comédia Heavy Metal. A interpretação tinha ficado mais importante que a música. Mas o Thundestick estava numas de curtir o Heavy Metal Kidz (uma banda meio de paródia da época) e me disse: „Foi como ver um jovem Gary Holton (vocal do Kidz), gozando as pessoas e se divertindo, foi ótimo!‟ E eu disse: „Tudo bem, eu posso fazê-lo, mas acho que havia mais coisa (no show) do que isso.‟ Paul Samson me deu seu número de telefone e disse: Ouça, nós temos um disco que saiu agora, temos um contrato de gravação, mas precisamos de um novo cantor e queríamos que você entrasse para o grupo.‟ Faltavam umas duas semanas para as

minhas provas finais na faculdade, então disse: „Sim, eu adoraria estar na sua banda, mas podiam me dar duas semanas? Eu tenho algumas provas para fazer e aí eu sou todo seu.‟” Conseguir se formar não parecia uma coisa importante – até Bruce perceber que poderia nem sequer chegar a fazer os exames, se não deixasse suas atividades extra-curriculares de lado, pelo menos durante algum tempo. “Eu fiquei enrolando na faculdade durante dois anos”, admite ele, “fazendo apenas o mínimo necessário, enchendo a cara, indo pra cama e geralmente, me divertindo muito. Então eles quiseram me expulsar por não pagamento de aluguel, porque eu gastei todo o meu dinheiro (para pagar a faculdade) comprando equipamento para a banda. Costumava me esconder quando os inspetores de aluguel apareciam. E também havia tomado bomba nos meus exames do segundo ano. Então eles tinham um caso muito fácil, realmente. Mas eu era encarregado da seção de entretenimento da Students Union (uma espécie de UNE) e, naqueles dias, isso tinha um certo peso. Então eles deixaram passar, mas tive que fazer seis longos trabalhos no espaço de duas semanas, o que as pessoas normalmente levam seis meses para fazer. Consegui boas notas em todos eles e acabaram me deixando ficar. E nos seis meses finais para a minha formatura, pensei: „Dane-se, já fui muito longe, seria uma vergonha não ir à biblioteca, abrir um livro e descobrir do que, afinal de contas, se trata o curso de História.‟” Estudando como um doido nas últimas semanas antes dos exames finais, Bruce conseguiu tirar o suficiente para passar. “Era o que a maioria das pessoas consegue, de qualquer forma”, conclui ele, bem humorado. Ir direto da sua última prova para seu primeiro ensaio com o Samson provou ser uma experiência diferente demais até mesmo para o infatigável Bruce. “De fato, os primeiros ensaios que tive com o Samson definiram claramente o padrão que teria todo o meu tempo com a banda.” Ele estava para entrar no que ele pode hoje falar bem humorado de “Meus dias de „vamos-experimentar-drogas‟. Eu nunca tinha me envolvido com drogas. Eu apenas costumava beber muito naqueles tempos. Mas quando fui lá, o baixista estava cheirando carreiras de sulfato atrás dos amplificadores, Paul estava fumando quilos de maconha e o baterista tinha engolido um punhado de mandies (um poderoso tranquilizante, que só podia ser vendido sob estrita prescrição médica, mas que se tornara popular entre músicos no final dos anos 70). E eu tinha estado no bar, é claro, logo depois de fazer minhas provas, então você pode imaginar a zona nesse meu primeiro ensaio. Thunderstick caiu do seu banquinho porque estava completamente fora de si com os mandies. Por sorte, tinha uma parede atrás dele, e então a gente o encostou lá e ele conseguiu continuar tocando. Eu não tinha a menor idéia do que estava acontecendo, sério. Só fui em frente com aquilo tudo. Thunderstick era, obviamente, um grande fã do Kiss, eu podia perceber isso. E Paul estava numas de curtir Leslie West, Mountain e ZZ Top, e eu maluco por Deep Purple, então, éramos um grupo e tanto.” Não sabendo exatamente seus limites ou objetivos, ele decidiu que o melhor caminho a seguir seria “me atirar de cabeça naquilo e fazer o melhor que podia. Quando em Roma, faça como os romanos, essas coisas. Terminei com a namorada que estava comigo há três anos, na universidade. Disse a ela que iria me tornar um completo cretino. Pensava que era isso que tinha que fazer, francamente, e assim poderia me comunicar com os rapazes da banda. Porque não era nada do que eu esperava. Na minha inocência, achava que pessoas que tocavam em bandas de rock‟n roll eram grandes artistas, e foi um grande choque nas minhas convicções quando descobri que não, que não queriam nem se tornar isso, realmente. Alguns deles, talvez. Mas outros – como o Samson – estavam com medo dessa idéia. Alguns deles só queriam beber uns tragos, dar uma boa trepada e tomar umas drogas, e descobri que isso era muito, muito difícil de lidar. Pensei: „Tenho que descobrir se vou trabalhar com esses caras e nós vamos fazer música.‟ E tão logo aceitei esta idéia, pensei „Certo, devo então saber o que toda essa tomação de drogas e trepadas são, afinal de contas.‟ Mas Bruce nunca entrou nas mais pesadas. O máximo que chegava no material ilegal era maconha, seu maior vício pessoal. “Eu já fumava um pouco naquele tempo”, ele admite. “Alguém já havia me ligado num pouco de droga na escola, e eu pensei, „Oh, isso é meio esquisito‟. Eu gostava daquilo, sabe? E no Samson isso era um tipo de hábito. Quer dizer, Paul costumava

acender um baseado todo dia, o dia todo. E descobri que, se você estava limpo, não conseguia realmente se comunicar com ninguém. Era impossível. Por isso, pensei, „Oh, eu devo então fumar um baseado ou não vou conseguir ser capaz de escrever nada‟. E foi mais ou menos destejeito que a coisa foi. Eu mais ou menos me resignei a isso. Tipo, vou me tornar uma pessoa que basicamente não sou por dois ou três anos, sabe, porque queria ser um cantor, e pensava que isso era parte do preço que tinha que pagar. Para ser honesto, cada pequena coisa que eu fazia era outro passo para atingir meu objetivo, ser um cantor numa banda de rock‟n roll. Acho que você tem que ter esse nível de crença, ou pelo menos eu tenho.” Bruce teve que engolir muitos sapos para ter a sua oportunidade de sucesso. Teve até que aceitar um nome boboca, ficando conhecido, durante seus tempos no Samson, como “Bruce Bruce”, algo tirado de uma cretina piada da trupe do Monty Pythom. “O pessoal da editora vivia me mandando cheques de brincadeira, só para me gozar”, diz Bruce, que cansou de explicar a estória, “e uma de suas piadinhas era me mandar um cheque nominal para Bruce Bruce, como num daqueles sketchs do Monty Pythom. E ele pegou. Quer dizer, não fiquei muito contente com isso mas pensei, „Oh, bem, ok, é um tipo de nome de guerra, não é?‟ No Samson, Bruce pôde expandir sua capacidade como compositor, escrevendo com Paul a maioria do material gravado pelo conjunto. Ele deixaria dois álbuns: Head On, lançado em 1980, através do pequeno selo Gem, e Shock Tactics, lançado pela RCA, depois que o Gem faliu, em 1981. Em nenhum dos dois discos o vocal de Bruce está na mesma categoria que mostraria nos seus trabalhos com o Iron Maiden, mas não eram maus discos, principalmente para a época. Um bom hard rock do início dos anos 80, fortemente influenciado pelas bandas dos anos 70. Tampouco atingiram grandes posições nas paradas. A falta de uma grande gravadora, para promovê-los em escala maior, parece ter sido o principal fato de não ficarem mais conhecidos na época. Aparentemente, o Samson tinha o talento, mas não a sorte. Bruce: “Acho que Head On poderia ter sido um bom disco. Eu só pediria a Deus para termos tido um produtor decente, porque tinha umas grandes canções nele. E francamente, é meio engraçado, eu falei isso com o Rod Smallwood um tempo depois, e ele meio que admitiu que a única banda que achava que podia rivalizar com o Maiden era o Samson. Ele é bastante honesto para admitir quedeliberadamente, se encarregou de fazer o Maiden bater o Samson de qualquer jeito. Não especificamente por isso, mas porque antes de eu me juntar à banda, o Samson tinha sabotado o Maiden numa passagem de som ou coisa parecida. E Rod nunca os perdoou por isso. Acredito nesta estória, porque, com certeza, havia mesmo algumas batalhas de ego rolando naqueles tempos.” O Samson havia sido jogado no lote da NWOBHM, e não demorou muito para que eles estivessem dividindo os mesmos palcos com outros colegas da NWOBHM, como o Praying Mantis, Angel Witch e, claro, o Iron Maiden. “Havia aquela coisa chamada de „A Cruzada Pelo Heavy Metal‟, da qual o Iron Maiden era parte, basicamente uma espécie de circo viajante de bandas que tocaram no Music Machine, em Camden, toda semana. Os empresários do Samson sempre declararam que a idéia tinha sido deles, então o Samson sempre estava no programa da NWOBHM em algum lugar. O Saxon estava lá também, e o Angel Witch – todo mundo que fez parte daquela coletânea da EMI, a Metal For Muthas. Então, sabe, aquela coisa existia, para o bem ou para o mal, e foi realmente minha primeira experiência dessa idéia que havia um tipo de... movimento. Até então eu desconhecia isso. Mas a primeira vez que eu vi o Maiden, acho que foi no Music Machine, por volta de 1980. Nós éramos a banda principal da noite, mas eles vieram trazendo toda aquela tribo do Ruskin Arms e o lugar ficou lotadoe as pessoas ficando loucas por eles. E me lembro de estar assistindo no fundo do palco, sentindo esta vibração em volta da banda, e pensei; „Isso é o Purple!‟ Essa foi a primeira coisa que me veio à cabeça, que isso era puro Deep Purple. Tinha o Dave Murray, que era obviamente influenciado pelo Ritchie Blackmore. Ele tinha a (guitarra) Strat, o cabelo muito longo... E o baterista soava como Ian paice – quer dizer, parecia um clone dele! Não percebi o baixista naquela primeira vez, mas olhei para o cantor, Paul, e pensei: „Hummm, eu não entendo porque ele está lá...‟

“Mas fiquei olhando, e eles eram bons, danados de bons. E naquele momento me lembro de ter pensado: „Eu quero cantar nessa banda. De fato, eu vou cantar nessa banda! Sei que vou cantar nessa banda.‟ E não foi nem uma coisa de tentar forçar a entrar nela. Apenas pensei que era inevitável, pensava o que poderia fazer com a banda, porque sempre tinha sido um imenso fã do Purple, e eu vi o Iron Maiden como outro Deep Purple – não idêntico musicalmente, mas talvez o mesmo arrepiar da espinha. Eu pensei: „Isso é o que eu sou realmente. Não o Samson.‟ O Paul mesmo estava desprezando-os. Um pouco, acho que era inveja, um pouco verdadeiro. Ele apenas não gostava do som deles, não conseguia se identificar com isso de jeito nenhum. Mas me lembro que tinha uma garota que era uma espécie de groupie - nós a chamávamos de Flannel Tits (seios de flanela) - e eu acho que ela estava flertando com os caras do Maiden também – e ela apareceu um dia com uma fita do Maiden, de um show gravado direto na mesa de som. Ela pôs para tocar e falei: „Caramba! Isso é louco!‟ Eles faziam o Samson parecer uma piada, em comparação. Nossa noção de dinâmica nunca foi muito boa, mas o Maiden tinha a deles muito, muito precisa.” Bruce admite que o que mais admirava na banda era o seu direcionamento, sua firme decisão e objetividade, e isso o atraiu mais do que a música propriamente dita. Afirma que “não ouvia muitos seus discos, foi vendo-os e ouvindo-os ao vivo que me impressionou. Quer dizer, é claro que ouvia os discos, e algumas coisas lá eram muito legais, como „Prodigal Son‟ e „Remember Tomorrow‟. Sobre o seu predecessor na banda, Bruce opina que “ele soava muito bem nos discos, mas quando chegava o pega para capar – quando a banda estava detonando no palco – ele tinha que ir ao máximo, dominar isso, e eu achava que era aí que a coisa não acontecia.” A vez seguinte de encontrar a banda só ocorreria quase um ano depois, e seria fruto de uma coincidência. O Samson estava gravando seu disco Shock Tactics no estúdio adjacente ao que o Maiden estava então produzindo Killers. Bruce Dickinson: “Havia um bar no Morgan Studios, onde podíamos nos encontrar. Martin Birch estava produzindo o disco deles, e Martin era meu herói. Tinha produzido a maioria dos meus álbuns preferidos, e só de botar os olhos nele eu pensava: „Oh meus Deus!” E é claro que o Clive Burr estava por lá também, e era quem nós conhecíamos, porque ele tinha tocado no Samson antes de eu entrar. Clive costumava visitar nossas gravações e retribuímos, indo lá vê-lo gravar também. De qualquer forma, eu estava lá uma noite e eles tinham acabado de terminar esta mixagem, e Clive disse: „Vem aqui dentro e ouça‟, aí ele ligou as caixas de som tão alto quanto podia, e ficou em pé no fundo da sala, bebendo uma cerveja. Lembro de ter ouvido esta coisa – eu acho que era „Murders In The Rue Morgue‟ – e ter ficado numas de „Uau, isso soa fantástico!‟ E era. Eu tinha ouvido o primeiro LP do Maiden e achava que o som dele era uma merda (ele se refere à produção do disco). E aí, quando ouvi o Killers, pensei que isso faria eles serem realmente grandes. Claro que Killers foi o disco que recebeu críticas muito duras por aqui, mas foi aquele que o resto do mundo parou e deve ter pensado, „Espere um pouco, isso é bom...‟ Uma das ironias do destino é o fato de que o Samson deveria ter sido o grupo de suporte do Maiden, na parte européia da tour de 1981. Seria a primeira tour mundial da banda, e aquela que levaria à demissão de Paul Di‟Anno. Bruce: “Nos programas da tour de Killers, chegaram mesmo a imprimir um anúncio do Shock Tactics no verso. Mas fomos retirados na última hora, porque nossa gravadora não queria pagar pelas despesas da tour ou qualquer coisa assim. Eu ainda não estou certo até hoje se esta foi a verdadeira razão, mas qualquer que fosse, fomos retirados no último minuto e então estava feito. O Samson, no tempo em que estava com eles, jamais chegou a tocar fora do Reino Unido.” Foi o princípio do fim da relação Samson e Bruce Bruce. Sua gravadora, a Gem, quebrou. As gravações de Shock Tactics foram então repassadas para a RCA que, segundo Bruce “Não estava dando a mínima sobre esta banda desconhecida da Inglaterra. Sobre a eles, foi como se

dissessem: „vamos só lançar e quem se importa?‟ Desiludidos com o que parecia a maneira inepta com que dirigiam os negócios da banda, Samson despediu seus empresários, o que acabou por deixá-los numa situação ainda pior. „Nós fizemos isso tudo da maneira errada, provavelmente porque estávamos chapados o tempo todo, naquela época”, diz Bruce. Com isso, foram processados pelos seus agora ex-empresários e perseguidos por ações na justiça, que acabaram por fazer com que tivessem seu equipamento gradualmente confiscado, enquanto estavam em plena tour. Algumas vezes eles mesmo ficaram legalmente incapacitados até de receber pagamentos! “Foi o fim da linha, bastante literalmente, mas nos recusamos a aceitar isso”, diz Bruce. Mas nem tudo estava perdido. O grupo recebeu a oferta de se apresentar no Reading Festival daquele ano, como uma das atrações principais. Era uma chance de ouro e Bruce diz que “Nós agarramos a oportunidade com as duas mãos e esperamos pelo melhor. Foi a segunda vez que fizemos o Reading, e tudo deu muito certo, conseguimos críticas positivas e tudo mais. Existe até um disco ao vivo („Live At Reading 81) daquele show, e acho que soamos muito bem. Mas já naquele ponto a energia estava muito esquisita na banda. Paul (Samson) estava realmente numas de dar o fora e mergulhar mais e mais no seu projeto solo, você sabe, essa coisa de ZZ Top, que foi o que fez, logo depois de eu sair. Ele tinha um novo empresário então, que estava tentando conseguir um novo contrato com a A&M – chegamos mesmo a tirar fotos promocionais para a A&M. Mas, naquela altura, eu já tinha me decidido a sair.” Talvez o que tenha apressado sua decisão fosse a presença de um certo empresário, de outra banda muito grande, que estava no Reading Festival. Bruce resume o que ocorreu: “Paul (Di‟Anno) ainda estava na banda, mas acho que todos estavam cônscios de que havia um problema. E, quando eu deixei o palco no festival naquele dia, todo mundo sabia que havia alguma coisa no ar. O mais engraçado é que havia aqueles rumores de que eu ia me juntar ao Rainbow. Recebi um telefonema esquisito no meio da noite de um roadie de Ritchie (Blackmore) ou alguém assim, perguntando: „Você está disponível?‟ e respondi: „Claro que eu estou disponível, Ritchie é o meu guitarrista favorito!‟ Mas não ouvi mais falar disto. A primeira coisa que eu ouvi do Maiden foi a de que Rod e Steve estavam rondando o backstage durante o Reading. Descobri que eles voaram do sul da França especialmente para ver o Samson. É claro que eu não sabia de nada que estava ocorrendo nos bastidores, que o Rod ainda estava vacilando. Steve dizia: „O cara tem uma grande voz‟ ou algo assim, e Rod respondia: „Eu não me importo com que tipo de voz ele tenha, ele está no Samson e eles nos prejudicaram!‟ Mas aí o Rod veio e teve uma conversa comigo. No Reading tinha aquele quadrangular de tendas vendendo cerveja e outras coisas, sabe, e bem no meio disso, um grande poste com armações e holofotes em cima. Nós éramos as únicas duas pessoas em pé nesse quadrângulo, debaixo dos holofotes, com todo mundo que estava no Reading festival olhando para nós, eu olhando para o Rod e ele: „Você quer mesmo fazer isso aqui?‟ Mas Rod estava meio desligado, você sabe. Não foi bem uma proposta. Nada como „Queremos que você seja o cantor‟, foi mais como „Nós queremos lhe oferecer a chance de um teste‟. E respondi: „Oh, tudo bem.‟ Lembro de estar muito auto-confiante naquele dia, então disse: „Mas quando eu o fizer, vou ficar com o emprego. Então vamos falar com o que vai acontecer quando estiver no emprego.‟ E Rod respondeu: „Oh, oh... melhor você voltar para o hotel com a gente.‟” Steve Harris: “Eu nunca fui muito fã do Samson, mas sempre pensei que o cantor deles era bom. E porque estávamos tendo problemas com o Paul mais ou menos desde o princípio, suponho que sempre mantive um olho aberto para cantores. Eu apenas tinha uma vaga impressão de que Paul nos deixaria na mão um dia, e teríamos que arranjar outra pessoa. Então eu vi o Samson umas duas vezes e pensei: „Yeah, o cara tem uma voz muito boa e sabe como segurar o público.‟ Achei que ele soava um pouco como Ian Gillan, realmente. Quando a porcaria realmente atingiu o ventilador, no caso do Paul, ele foi uma das primeiras pessoas em quem pensei. Rod não gostou muito da idéia, ele nunca perdoou o Samson por ter-nos atrapalhado na época. Mas não me

importava, só pensava que o cara tinha uma grande voz. Então disse: „Dane-se com isso, eu o quero!‟ Assim demos um jeito de ir ao Reading dar uma olhada e ver se ele estava interessado.” Bruce foi fazer sua audição para a banda, em Hackney, no dia seguinte. Ele conta suas impressões: “Assim que entrei sabia que era uma coisa completamente diferente de tudo que conhecia até então. Eles tinham roadies de verdade, um sistema profissional de monitores, carros para transporte, eles tinham tudo. Pensei „Certo, não vai ter gente puxando fumo no fundo do ônibus, então.‟ Só que depois descobri que tinha, bastante. Mas, quero dizer, não era o mesmo tipo de clima que tinha no Samson ou qualquer outra banda que tenha estado. Fiquei numa de „Ok, bem, esses agora são os caras grandes com quem você está tocando, então você tem que aprender a jogar pelas regras dos caras grandes .‟ E isso estava bom para mim. Eu já tinha me encontrado com o Steve umas duas vezes. Tinha conversado um pouco com ele, mas nada que tenha feito muito impacto comigo. Não pensava que ele fosse o messias que muitos faziam idéia, nem o ogro que outros diziam ser. Eu o via como um cara que tinha uma boa personalidade. Ele era muito amigável, sabe? Mas aquela coisa toda que envolvia o Iron Maiden, aquele clima intenso, quase de auto-importância, eu achava intimidador, tenho que admitir. Pensei: „Isso é realmente necessário?‟ Mas acho que sim, porque você cria aquele clima em volta, que é realmente importante. Ele atrai as pessoas como um ímã. Fãs e patrocinadores do showbiz. Você consegue respeito porque o exige. E era isso que eles tinham.” “Então comecei a cantar e tocamos „Prowler‟, „Sanctuary‟, „Running Free‟ e „Remember Tomorrow„. Aí passamos para „Murders In the Rue Morgue‟ e outras, mas acho que já sabíamos desde aí. Todo mundo sacou imediatamente, sério. E aí já queriam me por num estúdio logo depois, para saber como eu soaria. Steve telefonou para o Rod e disse: „Quando teremos que ir para a Escandinávia? Podemos ter um tempo no estúdio esta tarde?‟ Então virou para mim e disse „O que você acha disso?‟. Eu respondi „Dane-se, vamos lá, colega, o que você quiser, vamos agora se você quiser.‟ Então fomos ao estúdio, entrei e cantei em quatro faixas, e teve uma espécie de conferência (entre eles). Pude ver o Rod num canto falando; „Vocês tem certeza?‟ Vocês tem certeza?‟, e todos os outros estavam basicamente dizendo: „Oh, cale a boca‟, você sabe, e isso foi tudo. Saímos todos, ficamos estupidamente bêbados e eu estava no Iron Maiden!” Os boatos sobre a saída iminente de Paul voavam na imprensa, principalmente na revista Sounds, a mais importante na área hard/heavy daquele tempo. O grupo, muito sabiamente, resolveu não dar tempo para que os fãs ficassem debatendo demais sobre essa mudança. Nem deram muitas explicações, tampouco. Steve Harris: “Dizemos que foram „diferenças musicais‟ sempre que alguém sai. Mas é mais para a proteção deles do que nossa. Já é o bastante que eles não estejam mais na banda, não precisa ficar insistindo nesse assunto, sabe?” Assim, trataram de apresentar o novo vocalista logo, anunciando uma apresentação no Rainbow, no dia 15 de novembro daquele ano. Claro que resolveram antes testar a reação da platéia em terras estrangeiras, fazendo cinco shows na Itália (mais exatamente Bolonha, Roma, Florença, Udine e Milão). Como sabemos, os shows foram um grande sucesso, casa lotada e fãs enlouquecendo, como sempre. Ninguém parecia ter notado qualquer mudança, e o próprio Bruce se surpreendeu com a facilidade com que se sentiu à vontade com sua nova banda. “Eu me senti em casa desde o princípio. A coisa toda me pareceu uma família da qual eu, de repente, tinha tomado parte.” O resto da banda também ficou muito contente em ver que, se Paul era uma incógnita sobre sua performance, Bruce sempre daria o melhor de si, noite após noite, sem exceção. Adrian Smith sobre a primeira apresentação de Bruce: „Se ele estava nervoso, não demonstrou. Ele simplesmente entrou no palco e cantou como se estivesse na banda desde o começo.”

Mas encarar o primeiro show na Inglaterra não seria tarefa tão fácil assim, como o próprio Bruce admite: “Eu não estava preocupado em fazer bem o meu trabalho, senti que já tinha provado bem isso, na Itália. Era mais a questão de saber se os fãs realmente iriam me aceitar. Não era minha culpa que Paul não estivesse mais na banda, mas era inevitável que qualquer ressentimento da platéia certamente seria dirigido para mim.” Apesar de alguns estraga-prazeres terem gritado o nome de Paul aqui e ali no show, a estréia de Bruce foi um sucesso sem precedentes. Sua performance atlética, correndo de um lado para o outro do placo, subindo nos stands das luzes e nunca parando de se mexer, era muito diferente da de Paul (que sempre ficou mais parado quando não estava cantando). Steve, que até então era o que mais agitava ao vivo, tinha encontrado um competidor à altura. E não ficou triste com isso. Sempre sonhara com um frontman que fosse mais do que um cantor. A banda saiu do Rainbow com a certeza de que seu futuro estava garantido. Dave Murray: “Ele realmente sabia como segurar a platéia. E dava tudo nisso, de um jeito que Paul nunca conseguiu. Paul era grande quando estava cantando, mas ficava um pouco perdido no palco, o resto do tempo. Bruce não parava de se mover por todo lado e dar tudo de si, cantando ou não.” Malcom Dome, que trabalhou com o Maiden muitos anos, coloca o seu ponto de vista: “A maioria das pessoas achava que Paul Di‟Anno era um grande frontman e quando ele foi despedido, eles acharam que a banda estava agora num buraco. Então Bruce apareceu e tudo mudou. Ele era a perfeita peça que faltava no quebra-cabeças para torná-los uma gigantesca banda internacional. Se Paul tivesse ficado e Bruce não aparecesse, eu acho que eles teriam lutado muito mais para conseguir ir além de meados dos anos 80. Eles precisavam de algo mais, e Bruce era esse algo mais. Mas você tem que dar crédito ao Steve e ao Rod por terem percebido isso, e terem feito a escolha certa na hora certa. Teria sido fácil estragar com tudo, como a maioria das bandas da NWOBHM fez, de um jeito ou de outro. Mas não o Maiden. Eles ficaram firmes até conseguir fazer a coisa direito, e a partir daí nada podia pará-los.” Bruce Dickinson: “Eu não tinha nada planejado sobre o que eu iria fazer uma vez que estivesse no palco com eles. Eu apenas deixei as coisas acontecerem bem espontaneamente. A única coisa que tinha certeza era que eu não ia ser um clone do Paul Di‟Anno – não nos vocais, não visualmente ou de qualquer outro modo. A primeira vez que falei com Rod a respeito do trabalho, em Reading, eu disse: „Olha, eu não sei qual é a sua perspectiva do que eu deva fazer, mas eu tenho umas idéias bem claras sobre o que eu não devo fazer, e o que eu não devo fazer são as coisas que o cara antes de mim estava fazendo. Se você quiser que eu faça isso, então é melhor arranjar outra pessoa agora, porque não vai nem valer a pena falar sobre isso.‟ Aquelas coisas do tipo cockney que Paul fazia apenas não eram a minha. Eu não achava que elas eram particularmente interessantes. Legal quando eles tocavam na Inglaterra, talvez, que era o lugar onde as pessoas podiam entender o que era tudo isso. Mas uma perda de tempo no resto do mundo. Eu só pensava que a banda era maior do que isso.” Adrian Smith: “Bruce era um daqueles poucos caras que realmente poderiam fazer o trabalho, sério. Ele tinha o alcance vocal e a experiência – tanto quanto a gente saiba ele era um talento garantido, que definitivamente podia dar conta do serviço. Mas não podíamos saber com certeza, até que fizemos aquelas primeiras apresentações com ele na Itália e no Rainbow, que serviram para nos entrosarmos antes de irmos ao estúdio. Essa foi a prova final para vermos que tínhamos feito a escolha certa. Vocalmente, ele se encaixou com perfeição, mas em termos de personalidade, ele era completamente diferente de Paul. Não tanto como um companheiro de bairro, era mais cosmopolita, se você entende o que eu quero dizer. Em qualquer país que estivéssemos tocando, Bruce sempre tentava falar com a platéia em sua própria língua, mesmo que fosse só um pouquinho, só para saberem que ele estava tentando se esforçar, e o povo adorava isso. Isso fez uma diferença para o „Awright! ow are ya!‟ que era quase sempre a maneira

de Paul se apresentar. Depois disso, fazer um disco não era uma coisa que nos preocupava muito. De fato, isso nos fez ficar mais ansiosos para ir lá e mostrar o que podíamos fazer agora.” Martin Birch, o produtor: “Apesar dele ser excelente nos discos que gravou com eles e que era ideal para a época, eu sempre pude ver que o Maiden estava indo para além daquilo que Paul estava capacitado a fazer. A partir deste ponto de vista, eu simplesmente não conseguia vê-lo tendo capacidade de cantar os vocais de algumas partes, bastante complicadas, das direções que Steve estava querendo explorar. A voz de Bruce era uma que eu podia trabalhar com muito mais facilidade. Ele tinha um alcance muito maior e podia levar os tons até um ponto que Paul não poderia, de jeito nenhum. Então, quando o Bruce entrou, isso abriu as possibilidades para o novo disco de forma tremenda. Paul apenas não poderia fazer as coisas do jeito que Bruce fez e foi por esta razão que „The Number Of The Beast‟ se tornou um marco histórico para o Iron Maiden, tanto quanto eu possa afirmar. Foi o disco que percebi que eles seriam tudo aquilo que eu esperava que fossem.” Paul Bruce Dickinson é o integrante do Iron Maiden de menor estatura (1,68m), esgrimista, e chegou a competir, sendo chamado para ser o capitão da equipe profissional de esgrima nas olimpíadas de 1988, mas recusou, pois estava em turnê com o Iron Maiden. Outros talentos do cantor incluem literatura, tecnologia ferroviária e pilotagem de aviões. Em fevereiro de 2015, Bruce foi diagnosticado com câncer na língua. Após análise médica, foi constatado que ele tinha grandes possibilidades de cura, pois o câncer ainda estava no estágio inicial. Em maio de 2015, através da página oficial do Iron Maiden no Facebook, Bruce divulgou nota em que comemorava a cura do câncer e agradecia o apoio dos fãs em todo o mundo.

Biografia - Steve Harris Stephen Percy "Steve" Harris, Leytonstone, 12/03/1956, baixo e vocal de apoio (1975–)

Steve Harris é, sem sombra de dúvida, uma das figuras mais importantes da história do rock em geral, e do Heavy Metal em particular. Um homem com uma missão. Talvez seja essa a melhor definição deste inglês, que levou seus ideais de música honesta e sem compromissos, por toda a sua vida. Sempre colocou a honestidade e integridade em primeiro lugar e nunca cedeu a nenhuma pressão do caminho que significasse se desviar, ainda que apenas um pouco, de seus objetivos. Cabeludo, tatuado, não muito alto (mal passa de 1,70m), ainda assim é o tipo de sujeito que você não gostaria de enfrentrar numa briga. A não ser que fosse para brigar até a morte. Essa atitude fanática e sem concessões não raro feriu os sentimentos e sensibilidades de outros que, por um motivo ou outro, não compartilhavam a mesma visão e/ou atitude deste inglês criado num bairro operário da baixa classe média londrina. Ainda assim, Harris jamais deixou de inspirar respeito e admiração, mesmo nos seus piores desafetos, seja por seu talento natural, por sua

honestidade também nata, ou mais frequentemente, por ambos os motivos. Steve jamais cobrou de qualquer um mais do que ele mesmo estava disposto a sacrificar. Harris também se transformou num exemplo e ídolo para milhares de outros jovens que, mesmo sem nunca chegar a conhecê-lo pessoalmente, puderam admirar seu talento, inteligência e integridade através do trabalho com a banda que criou e se tornou famoso. Baixista virtuoso mas sem exageros, compositor de inacreditáveis hinos metálicos, letrista privilegiado e, ainda por cima, um showman no palco, Steve Harris extrapolou todos os limites impostos aos baixistas comuns. Mesmo vindo de um background relativamente pobre, mesmo tendo deixado a escola cedo e caído na estrada desde jovem, nunca deixou de aprender e absorver mais cultura. Oriundo de um ambiente pouco intelectual, adora ler. Mesmo rico e famoso, nunca abandonou sua simplicidade, sua dedicação aos fãs nem seus sonhos, e mantêm na ativa sua banda mesmo depois de crises de todos os tipos ao longo da carreira. Steve Harris é um cabeludo que leva o filho pequeno para jogos de futebol e cuida bem da saúde. Vive numa mansão em Sussex e tem o respeito e a admiração de milhões por todo mundo. No entanto, seu lar verdadeiro continua sendo a estrada, tocando e compondo com seus companheiros, através de todos os continentes. Mas antes de chegar a essa posição teve que ralar muito. E não tem medo de continuar ralando, até que seja chamado para uma jam lá no céu, onde certamente tocaria com grandes que estão esperando um baixista como ele. Gente como Jimi Hendrix, Keith Moon. Jim Morrison, etc. Mas, Heaven Can Wait. Steve nasceu em Leytonstone, East London, Inglaterra, no dia 12 de março de 1956, “No nquarto dos fundos da minha avó”. Era o filho mais velho de quatro, tendo três irmãs mais novas. Seu pai era motorista de caminhão, e sua mãe uma dedicada dona de casa que, ocasionalmente, trabalhava em empregos temporários, mas que sempre colocou em primeiro lugar o cuidado dos filhos. Havia bastante música na casa. Ele lembra das irmãs e suas amigas dançando ao som dos hits do momento, “coisas como Beatles, Simon & Garfunkel. Não consigo me lembrar se eu gostava disto desde o princípio, mas estava sempre tocando. Consigo me lembrar de algumas letras delas até hoje, então fica claro que absorvi aquilo tudo.” Mas antes de música, havia outra coisa na vida do jovem inglês: Steve era bom em esportes na escola, tendo praticado tênis, cricket e futebol. Desde o princípio, foi atraído por desenho e música, mas sua paixão infantil foi completamente dominada pelo futebol. Tanto que sonhava em se tornar jogador profissional, de preferência no seu amado time do coração, o West Ham United, um time local que deu ao mundo alguns dos jogadores que fariam parte da seleção campeã do mundo em 66: Bobby Moore, Geoff Hurst e Martin Peters. “Eu costumava jogar futebol na rua”, lembra-se ele. “Podia ser tanto com colegas quanto sozinho, só chutando a bola contra um muro. Se não tivesse bola, uma latinha jogada fora servia. Eu estava sempre jogando com meus amigos e música ainda não tinha entrado na minha vida naquele momento. De fato, devo dizer que o futebol foi a primeira coisa na qual realmente senti uma coisa muito forte.” Seu primeiro contato com um jogo profissional aconteceu quando tinha nove anos e um colega o levou para ver uma partida do West Ham no seu estádio, perto de Upton Park. Ele mesmo se recorda da ocasião: “Você podia ir de ônibus até lá. E lá fomos nós, por nossa própria conta sem adultos - e o vimos bater o Newcastle por 4 a 3. E foi então que aconteceu, fiquei louco, um fã completo dos Hammers! Meu pai e meu avô eram torcedores do Leyton Orient (outro time local do East End) e eles não gostaram nem um pouco quando ficaram sabendo. Mas meu pai estava sempre fora de casa a trabalho e eles nunca realmente me levaram a um jogo, então é culpa deles eu ter virado fã do West Ham. Tinha a camisa oficial do time e tudo mais.” Futebol passaria a ser o foco da vida de Steve pelos próximos sete anos, tempo durante o qual ele fez tudo para realizar seu sonho de se tornar, realmente, um jogador de seu time do coração. Passional em tudo que se dedica, esse sonho dominou todos os seus pensamentos de infância.

“Eu jogava futebol no time da escola, e também tênis. Gostava de música e de desenho, mas o futebol era sempre a prioridade número um para mim, quando eu era garoto.” Tão logo Steve começou seu estudo secundário na Leyton High, já estava jogando para o time da escola todo sábado, e para um time amador local (o Beaumont Youth), todo domingo. “Eu jogava bem em qualquer posição, exceto meio de campo e goleiro. E isso apenas porque eu era muito baixo. Eu podia correr muito bem com a bola dominada. Nós tínhamos um bom time em Beaumont. Dos doze caras que jogavam no primeiro time, sete ou oito viraram profissionais de vários clubes. Nós jogamos contra o Orient Youth uma vez e os derrotamos por 5 a 1! Meu pai e meu tio vieram ver a partida. Eu marquei dois dos gols e meu pai ficou muito contente. Foi nesse ponto que pensei na possibilidade de me tornar profissional.” Steve era, de fato, um bom jogador. Tão bom que chamou a atenção de um “olheiro” famoso no local, Wally St. Pier, que o convidou para treinar no time juvenil do West Ham. Ele mal pôde acreditar quando isso aconteceu: “Ele era uma figura lendária por ali, sempre rondando meio escondido. Nunca ninguém conseguia dizer se ele estava por ali ou não, mas eu acho que ele me viu jogar umas duas ou três vezes, e então eu recebi uma proposta, via Beaumont, para ir treinar no West Ham. Eu tinha apenas 14 anos e não podia acreditar naquilo! O diretor do clube chegou até mim e contou. Eu estava nas nuvens! Quando fui pela primeira vez ao West Ham, estava me borrando todo, para ser honesto. Mas, por sorte, tinha um outro cara que conhecia do clube, Keith Taylor, que também foi escolhido para ir lá – eu ainda o vejo algumas vezes. Até meu pai ficou encantado. Ele fez um comentário maldoso por ser do West Ham, mas eu sabia que ele estava feliz. Era uma coisa muito excitante para a época.” O que parecia um sonho tornado realidade logo azedou quando Harris descobriu que o ritmo e a dedicação exigidos pelo futebol profissional eram muito maiores do que imaginava. E, aos 14 anos, o jovem adolescente não estava muito a fim de abrir mão das festas, da turma e das meninas para ficar treinando e jogando dia após dia, praticamente sem descanso. “O ponto focal de ser um jogador profissional é que você tem que ser incrivelmente dedicado. É algo assim como se tornar um monge, e isso é muito difícil quando você tem apenas 14 ou 15 anos. Você está na idade em que todos os seus amigos começam a sair e se divertir, e você sabe que simplesmente não pode. Eu queria muito sair, encontrar com as meninas, tomar uns goles e me divertir com meu colegas. Estava treinando todos os dias da semana – duas vezes por semana no West Ham, uma vez pelo time da escola, então tinha os domingos. No único dia em que não estava treinando era época dos jogos da escola, e isso também era futebol. E ainda por cima, tinha três jogos todos os finais de semana. Era inacreditável, eu estava tão em forma que não dá para crer. Mas você não percebe isso na época.” Logo Steve concluiu que precisaria escolher entre a dedicação total ao futebol ou partir para outra. “Acabei concluindo que aquilo não era o que eu queria fazer, o que foi um choque para mim, de certa forma. Desde que eu tinha sete ou oito anos e vi o West Ham pela primeira vez, pensava: „Isso é o que eu quero „. Meu filho, aos sete anos, fala a mesma coisa: „Eu quero ser jogador de futebol quando crescer‟. Eu era do mesmo jeito. E então, quando você tem que enfrentar a dura realidade, descobre que tem que ser realmente dedicado ou então está perdendo tempo. Há um monte de jogadores talentosos que simplesmente não aguenta isso. Eu não me achava melhor nem pior do que qualquer outro jogador daquele tempo. Apenas pensei: „não posso fazer isso. Eu não posso ser tão dedicado a isso.‟, e me perguntava, se não posso me dedicar a algo que amo, o que é que eu quero mesmo fazer então? “Meus pais não me pressionaram muito. Sei que muitos pais fazem isso, mas os meus não. Eu é que tentei me pressionar, mas pensei: „Não quero mesmo fazer isso.‟ Foi um choque concluir isso. Até deixei completamente de jogar futebol durante um ano, depois de me decidir, e isso quase me levou à loucura. Quer dizer, o que eu ia fazer?” Com um grande peso no coração, deixou de lado seu antigo sonho de ser “um novo Geoff Hurst”. É certo que Steve jamais abandonou, de todo, sua antiga paixão. Um ano depois, voltou a

jogar por prazer. “Voltei a jogar pelo prazer da coisa. Comecei a jogar de novo por um clube que eu costumava participar, o Melbourne Sports, e ainda estou jogando com eles, de vez em quando, até hoje.” Assim, Harris passou para sua outra paixão, a música. Tinha decidido se tornar um rock star. E logo começou a deixar o cabelo crescer, como era moda entre roqueiros da época. Não sem que tenha causado certos acidentes de percurso. Steve: “No futebol as pessoas costumavam me chamar Georgie Best, por causa do meu cabelo ser tão longo. Mas isso não tinha nada a ver com George Best, era mais por causa do Chris Squire (baixista do Yes). Meu cabelo nunca tinha sido um problema, até eu me juntar a um clube de tênis, quando eu tinha uns 16 anos. E na hora um cara veio e me disse: „Oh, seu cabelo é um pouco cumprido, não é?‟ E eu me virei e disse: „Olha, antes de começarmos, nem meu pai me diz para eu cortar o meu cabelo, então não tenho que dar satisfações a você‟. Ele me disse: „Bem, não é necessário ser desse jeito.‟ E eu disse: „Bem, não fique me falando sobre o meu cabelo.‟ Me levantei, fui embora e foi isso – eu não joguei tênis por um bom tempo depois disso. Não sei se coisa assim ia acontecer no futebol, com esse códigos de como se vestir que eles impõe quando você assina um contrato profissional. Mas eu tinha essa coisa, naquele tempo, sobre não cortar o cabelo. Era apenas (uma questão de) princípio.” Música era uma ocupação que permitiria Harris expressar-se e manter seu cabelo grande. “Eu realmente não comecei a tocar guitarra até os 17 anos”, relembra ele, “Mas eu costumava comprar discos de vez em quando, desde que eu tinha 14 ou 15 anos. O primeiro disco que tive foi comprado para mim. Eu tinha só uns cinco anos e pedi aos meus pais que comprassem o tema do filme „Exodus „. Eu realmente adorava aquele tipo de música, acho que ainda tenho o disco em algum lugar. É bem épico, bem do estilo que sempre me chamou a atenção. Então, desta época em diante, passei a pegar discos de vez em quando. Mas eu tinha 14 anos quando comprei meu primeiro LP – um álbum compilação desses sucessos de reggae – coisas como „Monkey Spanner‟ de Dave e Anselmo Collins e „Big Five‟ do Judge Dread. Era 1970, Reggae, por mais estranho que pareça, era a música escolhida, para a primeira geração na Inglaterra, de um movimento que seria conhecido como skinheads (ou Carecas, como ficaram conhecidos no Brasil). Os uniformes eram parecidos com os atuais desse infame grupo. Mas naquela época as coisas eram diferentes, havia menos idealismo ligado ao neonazismo e Steve entrou nessa por motivos menos violentos dos que os que adotaram o estilo em tempos recentes. Ele mesmo se recorda bem da fase: “A maioria de nós era o que hoje em dia costumam chamar de skinheads, eu acho. Mas eu não era realmente um grande fã dessa coisa toda. Apenas comprei aquele disco para aprender alguns passos da dança. Você sabe, para poder chegar mais em festas. Se você não soubesse a dança, não conseguia descolar meninas. Nenhum de nós estava totalmente envolvido com isso (com o movimento skinhead). Eu nunca cortei o meu cabelo, nunca tive aqueles cortes máquina zero, mas cheguei a usar todo o aparato, uniforme completo, botas e coisas assim. Mas depois de um tempo, você passa para a moda seguinte e depois para outra, até chegar às calças de couro, cruzes de madeira e ficar ouvindo Free e Black Sabbath.” Nessa época, já tendo deixado a moda skin para trás há um bom tempo, Harris fez amizade com um colega de escola, Pete Dayle, e juntos passavam muitas horas na casa de Dayle, jogando xadrez ou outro jogo qualquer. Acontece que o novo amigo tinha uma boa coleção de rock, que punha para tocar durante as partidas, o que chamou a atenção de Steve. “Era um tipo de coisa que eu nunca tinha ouvido antes. E ficava pensando „O que é isso?‟. Basicamente era o que hoje chamamos de rock progressivo. Artistas como Jethro Tull, King Crimson e Genesis.” Steve ficava intrigado, já que todo mundo na sua turma gastava todo o dinheiro com coisas relacionadas a futebol, enquanto que seu amigo torrava toda a grana em discos, além de ter um aparelho de som muito bom. Steve começou a ficar curioso e gostar do que ouvia. Pediu para que

o amigo lhe explicasse o que era aquilo. Ainda meio verde, Steve descobriu que achava alguns bons e outros, “esquisitos”. Mas a grande virada de sua vida aconteceu quando Pete deixou que Steve levasse alguns discos de sua coleção para ouvir em casa, onde poderia escutar com mais atenção. Assim, Harris levou discos como This Was do Jethro Tull, um antigo Genesis e um Deep Purple. “Aquilo me enlouqueceu! – fiquei numas de „eu vi a luz, cara!‟ Especialmente o material do Genesis e Jethro Tull. Eu não podia acreditar em algo tão bom assim. Coisas como The Musical Box (do disco Nursery Crime do Genesis). Quero dizer, até hoje sinto um nó na garganta quando ouço estas coisas.” Até hoje Harris assusta os fãs, quando lhe perguntam quais são seus álbuns preferidos de todos os tempos: ele sempre cita Foxtrot do Genesis, provavelmente Recycled do Nektar ou algum disco do Jethro Tull. Apesar de alguns fãs terem dito que tais discos seriam coisas datadas e antigas, Steve chegou mesmo a escrever a alguns deles respondendo que “eles mudaram a minha vida, realmente. Achei aqueles sons danados de tão bons. E o próximo passo era que eu queria imediatamente tentar tocar aquele material.” (Obs. Harris renderia algumas homenagens a essas influências iniciais em lados B de compactos do Maiden e, principalmente, no EP Aces High, gravando músicas do Jethro Tull, Nektar e Mountain.) Inicialmente, como é muito comum com qualquer garoto que não sabia nada sobre música, Steve se interessou pela bateria. “Mas aí eu pensei: não posso tocar bateria, porque não tenho lugar para praticar e é muito barulhento.” Ao invés disso, resolveu comprar um violão usado para começar a praticar. “Decidi que ia pegar a coisa mais próxima à bateria, que é o baixo, e tocá-lo junto com a bateria.” Alguém tinha dito a Harris que deveria primeiro aprender violão, o que ele começou a fazer, chegando a ensaiar alguns acordes. Quando viu que não tinha nada a ver com o baixo, tratou de conseguir juntar 40 libras duramente, até poder comprar uma cópia de um baixo Fender. Um colega de escola, Dave Smith, lhe ensinou os quatro acordes básicos para tocar rock: Mi, Lá, Ré e Sol. Steve começou então a praticar no seu baixo todos os dias. “Uma vez que coloquei as mãos num baixo, vi que podia fazê-lo”. Lembra ele, “Foi algo como „dane-se com os acordes‟, apenas toque as cordas, você sabe, e a coisa foi maravilhosa. Eu fui logo começando a fazer aqueles sons esquisitos, para cima e para baixo.” E acrescentou modestamente: “Acho que o baixo é mais fácil de tocar do que a guitarra, que é muito complicada de se tocar da forma devida, sério. Você pode aprender a tocar as linhas de baixo de „Smoke On The Water‟ muito mais rápido que levaria para aprender a sequência de acordes, e essa é a sequência mais simples de todas. Eu amei isso. Pensei: „Isso é para mim.‟ Eu ainda tentei pegar alguns songbooks e coisas assim, mas eles não tinham nada para baixo, a maioria era para guitarra, e mesmo aqueles que chegavam a ter notas de baixo, geralmente estavam errados.” Mas tocar as complicadas sequências neoclássicas de grupos como Yes ou Genesis não era tão simples assim. Então o jovem baixista resolveu tentar começando por alguns rocks mais fáceis, que estavam na moda, como „Smoke On The Water‟ do Deep Purple ou „All Right Now‟ do Free. Aos poucos foi melhorando o bastante para conseguir pegar coisa mais complexas e sutis, de baixistas como Geezer Butler do Black Sabbath, cujas harmonias simples escondiam belas passagens de baixo bastante difíceis. “Lembro claramente de estar tentando tocar „Paranoid‟ junto com o disco e simplesmente não conseguia. Então joguei o baixo na minha cama e fui dar uma volta. Mas no dia seguinte, peguei de novo meu instrumento e quando toquei, eu conseguia seguir nota por nota! Uma vez que conseguia o básico, buscava as notas mais sutis e começava a tentar ser um pouco mais esperto, e conseguir tocar material de gente como Chris Squire e caras como ele, coisa que eu não conseguia ir muito longe durante um bom tempo.”

Esta mistura de estilos hard e progressivo fizeram com que Harris conseguisse desenvolver um estilo de compor raro até então, onde às „quebradas‟ de ritmo comuns dos grupos progressivos se juntava o peso e agressividade do heavy metal. Isso tudo, é claro, aliado a um ouvido antenado para melodias e uma imaginação fértil para letras. Harris era tão ligado a seu instrumento que até passou a compor nele, ao contrário da maioria dos baixistas (isso até os anos 80, quando passou a se dedicar também aos teclados). Mais tarde, outras bandas influenciaram decisivamente seu estilo de baixo e suas composições (Judas Priest, Scorpions, Wishbone Ash e outras). Mas a principal influência de sua persona de palco parece ter sido vinda de uma banda muito importante, que influenciaria toda uma geração de músicos de metal dos anos 80 e seguintes: o UFO. Embora nunca fossem grandes vendedores de discos, a banda inglesa foi uma das primeiras a utilizar elementos do que hoje é chamado de metal melódico, e fascinou o pequeno Steve, pelo seu som avançado, pelo solos limpos e virtuosos do guitarrista Michael Schenker, masprincipalmente pela performance do baixista Pete Way. Way, além de grande instrumentista e compositor, era um maluco no palco, não ficando quieto nem um minuto, bem ao contrário da tradição dos baixista de rock, mais discretos. Steve mais tarde copiaria não só grande parte de sua movimentação nos shows, mas também seu visual, como pode ser observado no documentário Too Hot To Handle do UFO (em que o próprio Steve aparece prestando depoimentos sobre a banda). AS PRIMEIRAS BANDAS Steve estava praticando duramente com seu baixo havia dez meses, quando convenceu seu amigo Dave Smith a formar uma banda com ele. Ela levaria o nome de Influence. Steve: “Nós nos batizamos de Influence. Dave era uns anos mais velho que eu e tocava a guitarra. O vocalista era um cara chamado Bob Verschoyle, com quem eu costumava jogar futebol, ele estava só pensando em tentar fazer os vocais, e não era ruim, do jeito que foi. E tinha outro cara, chamado Tim – não consigo me lembrar seu sobrenome – que tocava guitarra base, e o baterista era um rapaz chamado Paul Sears, que era ótimo, realmente um grande baterista, melhor do que o restante de nós juntos. Ele era veterano, tocou algumas tours por clubes e coisas do gênero, e era dois anos mais velho que nós. Ele tinha começado muito cedo e era muito bom – ele costumava tocar como o Simon Kirke do Free e do Bad Company. Detonava nos tambores e eu adorava isso.” Havia, claro, uns poucos shows muito preciosos nessa época, mas boa parte do tempo era gasto por eles apanhando dos seus respectivos instrumentos, na casa da avó de Steve, tentando tirar as músicas dos sucessos da época, até que conseguissem fazer algumas imitações passáveis delas. Steve comenta sobre esses ensaios iniciais: “Nós tocávamos umas duas canções do The Who e „I‟m a Mover‟ do Free, então mais tarde eu incluí „Mr. Big‟ também do Free, porque nessa eu podia fazer um solo de baixo. Tocávamos um par de músicas próprias com títulos bobocas, como „Heat Crazed Vole‟, que o Paul, o cantor, tinha escrito, e outra chamada „Endless Pit‟, que eu tinha vindo com o riff inicial e que acabaria sendo o riff de „Innocent Exile‟ que acabaria sendo gravada no segundo disco do Maiden. Acho que o Bob escreveu as letras para uma outra canção, mas não consigo me lembrar o que era. “Costumávamos ensaiar no quarto dos fundos da minha vó, e era bastante engraçado, porque eu ficava preocupado se não estaríamos perturbando a mulher que morava na casa ao lado, com todo aquele barulho. Mas a minha avó sempre falava algo como „Eu não ligo porcaria nenhuma para o que ela pensa, se ela chegar aqui para ficar se lamuriando sobre isso, diga a ela que vá se danar!‟ Dura como carvalho, minha vó. Então um dia, ela veio do pub e me disse que tinha visto a vizinha, e perguntou a ela sobre o barulho, se isso a estava incomodando, e a velha senhora respondeu: „Oh, não, eu não ouço nada, sou um pouco surda, querida!”

Com o nome de Influence, o grupo de Steve só tocaria uma vez, ainda que a modesta apresentação tivesse consequência positivas mais tarde. Foi em Poplar, perto de onde moravam, num pequeno concurso de bandas amadoras. “Só tivemos que tocar por 15 minutos, o que era ótimo, porque só tínhamos umas quatro músicas que podíamos tocar bem, e aí apresentamos as três originais que escrevemos. Foi num velho hall de uma igreja daquele lugar, e nós ficamos em segundo lugar! A banda que venceu do tipo The Osmonds (banda teen americana da época, bem na linha Hanson, só que ainda mais comercial e bonitinha), você sabe, terrível. Não que fôssemos muito melhores. Eu estava tão nervoso que danei com essa longa introdução que tínhamos trabalhado para a primeira música, o cantor pensou que eu estava afinando o baixo e não entrou quando deveria tê-lo feito. Então tive que começar de novo e, desta vez, todo mundo entrou na hora certa, e o público pensou que era parte da canção (o erro), de qualquer maneira conseguimos dar a volta por cima. Mas era bem ruizinho, realmente. Não fomos pagos nem nada, éramos bem baratos naqueles tempos! Eu acho que deveria ter uns cinco ou seis outros grupos, então não era nada de importante e não havia muita gente assistindo.” O melhor naquele dia foi que acabariam fazendo amizade com uma pessoa muito importante para o futuro da banda, o promotor do concurso, David Beazley, que seria mais tarde conhecido mundialmente pelo seu apelido/nome profissional de Dave Lights. Dave Lights: “Eu vivia num vicariato da vila, chamado Bridgehouse, que também era um centro comunitário. E estava promovendo coisas como noites dançantes para jovens desde que tinha 15 anos. Naquela noite em particular – deve ter sido em 1973 – tinha decidido que ia promover um concurso de talentos, e Steve e sua banda entraram. Eles ficaram em segundo. Os vencedores foram uma daquelas bandas em que os pais botam um monte de dinheiro – duas garotas e dois garotos, um tipo de conjunto familiar, como o Abba. Mas, claro, sendo eu mesmo mais rockeiro, achei que o bando do Steve tinha sido a melhor coisa da noite, e foi assim que cheguei para conversar.” Eles voltariam a se ver mais vezes, por causa de uma coincidência: Lorraine, a namorada de Steve já naquela época (depois sua esposa), era colega de escola de Kim, namorada de Dave. Assim, os dois casais estavam saindo juntos, inclusive indo para um pub que Steve gostava muito, situado em Barking Road que, ironicamente, também se chamava Bridgehouse – e que quase sempre tinha apresentações de bandas ao vivo. A primeira vez que Steve e Lorraine saíram juntos, haviam ido também ao mesmo lugar, ver uma banda de alguns amigos dele tocar lá. Quando a banda de Steve foi tocar ao vivo de novo, num pub chamado Cart And Horses, em Maryland Point, Stratford, Steve decidiu que o nome Influence deveria ser mudado. “Eu queria um nome mais divertido, mais para cima, porque estávamos tentando conseguir algumas apresentações, e Influence soava um pouco sério demais. Não soava como uma coisa engraçada, sabe?” Foi por isso que resolveram trocar para Gypsy‟s Kiss, por ocasião de sua nova apresentação (o nome, na gíria cockney, significa ir ao banheiro). Mas a mudança não ajudou a banda a durar mais tempo, como Steve explica. “Fizemos três apresentações no pub Cart And Horses e duas no Bridgehouse, em Canning Town. E então acabamos! Diferenças musicais! (risos) A verdade é que não consigo me lembrar quais foram as verdadeiras razões pelas quais nós nunca conseguimos ficar juntos. Mas nos separamos, basicamente. Suponho que os outros perderam o interesse, ou qualquer coisa assim. Essas coisas acontecem nessa idade. Você faz cinco shows aos 18 anos e isso parece muita coisa para algumas pessoas. Eles ficam satisfeitos então, era tudo o que queriam. Só uma experiência. Mas uma experiência não foi o bastante para mim, eu realmente gostava de me apresentar e queria que isso durasse para sempre!” Steve se achava muito novato para conseguir outros músicos para formar sua própria banda. “Basicamente, eles eram os únicos que eu conhecia e eles meio que sumiram.” Então, o jovem baixista pensou que a melhor coisa a fazer talvez fosse se juntar a alguma banda estabelecida, para tocar e se aperfeiçoar. Claro que ele ainda não tinha experiência suficiente para

tentar alguém muito conhecido, mas apenas uma banda que levasse a música a sério como ele fazia. Isso o levou ao Smiler. O Smiler era liderado por dois irmãos gêmeos, Tony e Mick Clee, ambos guitarristas. Steve fez um teste com eles num pub chamado White Hart, em Enfield, em fevereiro de 1974. “A idéia era me juntar a pessoas que fossem mais experimentadas do que eu, porque queria aprender as coisas, queria me ligar. E o Smiler era razoavelmente conhecido no circuito de bares. Eles já tinham feito algumas apresentações, tinham um repertório formado e eu estava me cagando de medo quando fui para a audição. Foi a primeira audição na minha vida. Então, claro, eu disse a eles: „Bem, eu já fiz um monte de trabalhos com várias bandas‟. Você sabe, fazendo um pouco de cera. Eu tinha apenas 18 anos e eles todos tinham algo como 26 anos, o que eu pensava que eram realmente velhos naquele tempo. “Eu perguntei que tipo de material eles estavam tocando e um deles me disse: „Bem, nós tocamos um pouco de Wishbone Ash, uma música do Free e algumas coisas do Savoy Brown‟. Eles tinham um som mais para o boogie do que o material que eu tocava até então, mas isso era bom, porque então eu tinha que ir para casa e aprender a coisa, e acho que consegui dar conta bastante bem daquilo. Eles tinham essa de duas guitarras soando iguais, estavam muito numas de Wishbone Ash. Então eu pensei: „Yeah, é isso aí.‟ Consegui o lugar com eles e tive que aprender todo o set de uma hora e quinze minutos. Eram todas covers, tinha uma original eu acho, mas de novo era todo material baseado no boogie. E então aquela foi realmente uma boa experiência, indo fundo e tendo que aprender um set inteiro. E estávamos literalmente excursionando em poucas semanas. Eu entrei meio que em cima da hora, mas gostei disso. Nenhuma confusão. E nós nos demos bem – este tipo de material funciona muito bem em bares de qualquer maneira, é fácil de bater os pés no ritmo.” Um problema acabou acontecendo quando Steve estava tocando nos pubs, há apenas algumas semanas na banda. “O baterista queria sair porque o Smiler estava recebendo mais e mais ofertas de apresentações, e ele simplesmente não podia ficar dispondo de tempo.” O grupo saiu à cata de outro baterista para substituí-lo e acabou encontrando um jovem muito bom, Doug Sampson, que seria um dos primeiros bateristas do Iron Maiden. Um outro nativo da região (mais exatamente em Hackney, no dia 30 de junho de 1957), fez uma audição para o Smiler quando tinha então 18 anos, num quartinho detrás de um pub perto de Chingford, em North London. Steve comenta sobre esse teste: “Nós tínhamos outros bateristas e para ser totalmente sincero, os outros eram tecnicamente melhores do que Doug. Mas Doug era um cara local, uma figura e era divertido. Você sacava isso no momento em que ele chegou, então isso pesou. Era um bom baterista, não me leve a mal, mas a sua atitude e sua personalidade é que realmente o qualificavam – a banda se chamava Smiler (sorridente) afinal, e Doug estava sempre sorrindo.” Doug Sampson: “A banda tocava um material mais voltado para o blues e o boogie, principalmente covers do Savoy Brown, Wishbone Ash e ZZ Top. Os gêmeos eram os chefes, mas ficou claro que Steve tinha idéias próprias também. Essa foi a minha primeira banda de verdade; antes do Smiler eu tocava em pequenos conjuntos com colegas de escola, nenhum que se destacasse. Apenas tocando aquelas coisas básicas de rock – Cream, Hendrix, essas coisas.” Com novo baterista à bordo, o grupo voltou ao circuito de bares de East London. Também começaram a incluir uma ou outra composição própria, escritas pelos irmãos Clee. E foi nessa época que Steve começou a experimentar escrever alguma coisa sua. Logo também notaram que um vocalista ia ser uma coisa boa para a banda e ajudaria a valorizar as novas músicas que estavam compondo. Até então os dois guitarristas se revezavam nos vocais. Através de um anúncio na Melody Maker, eles acabaram recrutando um certo Dennis Wilcock (outro futuro Iron Maiden, ainda que por pouco tempo). Steve comenta sobre essas mudanças: “Nós começamos a chamar pessoas para a banda e comecei a escrever uma ou outra música de vez em quando, tentando fazer a coisa ir mais para o hard rock. Consegui convencê-los

a tocar „Rock Candy‟ do Montrose e coisas como essa, e chegamos a fazer uma versão primitiva para „Endless Pit‟, que é a que nós hoje em dia chamamos „Innocent Exile‟, e tinha a „Burning Ambition‟, que teve uma versão que acabou sendo o lado B do primeiro compacto do Maiden, o „Running Free‟. “Então quando comecei a escrever umas duas outras músicas que eram um pouco mais o que seria o estilo do Maiden, eles disseram: „Ah, não... há muitas mudanças de tempo nelas.‟ Eles não disseram: „Nós não vamos tocá-la‟, apenas não mostravam muito entusiasmo por elas e pensei: „Vou ter que sair, eu tenho que formar minha própria banda porque acho que estas canções são muito boas.‟ Quando Steve saiu do Smiler, convidou Doug Sampson para se juntar a ele, mas o baterista hesitou. Como Steve explica: “Doug Sampson deixou o Smiler comigo mas levou um tempo antes que fôssemos tocar juntos de novo. Nós nos dávamos bem e formávamos uma boa seção rítmica, e eu achava que devia isso a ele, de avisá-lo o que estava na minha cabeça. Não pedi para ele deixar o Smiler comigo, só falei: „Olha, é isso que vou fazer, estou te dizendo porque você é meu amigo. Mas você faz o que você quiser.‟ Porque a banda estava acontecendo, eles tinham muitos shows marcados. Tudo que tinham que fazer era me substituir e seguir em frente. Não sei porque mas ele me disse: „Oh, dane-se, eu tive o suficiente e estou saindo também.‟ “Então basicamente foi isso: saí para formar minha própria banda mas não tinha outros músicos ou qualquer pessoa envolvida naquela época. Só pensei em escrever algumas músicas e tentar juntar algumas pessoas, então não tinha como oferecer um trabalho para Doug ou nada assim, você sabe, e só disse: „Vou te ligar daqui a algum tempo se alguma coisa acontecer‟, ou coisa assim. Mas aí ele se juntou a uma outra banda e quando reuni o pessoal do Maiden ele não estava realmente disponível, então acabei recrutando o Ron Mathews.” Doug Sampson se lembra de ter sido convidado por Steve para integrar sua nova banda, mas diz que recusou o convite porque “não era só com o Smiler que eu estava cheio, realmente, estava farto daquela coisa toda de bandas de rock, naquelas alturas. Estava completamente duro e precisava de arranjar algum dinheiro, então decidi arranjar um emprego.” Ele arranjou um, mas a vontade de tocar voltou logo e ele acabou se juntando a uma banda chamada Janski: “Era uma banda especializada em tocar covers dos Eagles e coisas tipo latin-rock (como Santana).” A PRIMEIRA FORMAÇÃO DO IRON MAIDEN Enquanto isso, Steve estava começando do zero com sua nova banda, usando os contatos que adquiriu nos tempos do Smiler para ajudá-lo. Passou as últimas semanas de 1975 juntando o que seria a primeira formação real do Iron Maiden. Ela seria formada no dia de natal de 1975, com Steve no baixo, Dave Sullivan e Terry Rance nas guitarras, Ron Mathews na bateria e Paul Day nos vocais. Steve Harris: “Bem, Ron e Dave... eu não consigo me lembrar se foi através de um anúncio num jornal ou o amigo de um amigo, ou o que fosse, não consigo me lembrar agora como eles chegaram na banda. Sei que Terry costumava tocar numa banda meio pop e soube de nós através de conversas, ou num anúncio no jornal - tudo era baseado no Melody Maker naquele tempos, era aquele que tinha todos os telefones para shows e os anúncios para músicos no verso. E Paul Day era basicamente um cara local, que queria tentar cantar. Era bastante bom, realmente, e acabaria entrando numa banda chamada More, que ironicamente, abriria para o Maiden uma tour européia algum tempo depois.” Dave Sullivan e Terry Rance eram de Waltthamstow, também no East End, e se conheciam há muitos anos. Antes de se juntarem a Steve Haris, tiveram durante pouco tempo uma banda chamada The Tinted Aspects, que hoje Dave fala que era: “uma dessas bandas em que o maior show que deram foi num quarto. Terry era um pouco mais velho do que eu e já tinha tocado em

umas duas bandas diferentes, acho. Então começamos a escrever juntos, apenas um material que nunca foi realmente tocado ao vivo. Os Tinted Aspects não duraram muito. Aí o Terry respondeu ao anúncio (de Steve Harris) no Melody Maker e eu meio que fui junto. Eu devia ter uns 21 anos naquela época. Comecei um pouco tarde. Havia começado a tocar guitarra aos 17 anos e as coisas aconteceram um pouco rápido. “Estava ouvindo heavy rock, talvez não tão pesado quanto o Maiden estava começando a fazer. Mas para começar a gente fazia um monte de covers – Wishbone Ash, Thin Lizzy, tudo que você podia encaixar um trabalho de duas guitarras solo. E estava se desenvolvendo bastante bem. Ainda estava tudo muito cru, mas a base estava toda ali.” Sullivan se lembra que a audição incluía uma demonstração de „Smoke On The Water‟, do Deep Purple. Ele comenta: “Foi tipo só uma vez que tocamos e eles disseram: „Yeah, bom o suficiente. Vocês estão dentro‟. Eram Steve e Ron, em primeiro lugar, então chegamos eu e Terry e quase que na mesma hora Steve disse que tinha um vocalista em mente. Não consigo me lembrar se Paul (Day) estava lá quando fizemos a audição. Mas Steve já tinha Paul em mente... eu acho que éramos bons. O fato de algumas das músicas ainda estarem nos shows deles até hoje já diz tudo. Elas precisavam ser trabalhadas, mas isso viria com o tempo...” Steve veio com o nome da nova banda: Iron Maiden – um instrumento medieval de tortura que pode ser descrito como um tipo de caixão cheio de longos espinhos na parte interna. A escolha aconteceu, como diz Steve, “porque ele soava bem para a música. Eu estava sentado no quarto da minha mãe, falando sobre nomes para a banda e esse foi um dos que saíram e disse: „Yeah, esse é grande. Eu gosto dele.‟ Não me lembro se pensei nele ou se foi minha mãe, ou alguém mais da minha família, mas me recordo falando isso para minha mãe e ela disse: „Oh, esse é bom.‟ Acho que tinha uma lista de uns quatro ou cinco nomes e ela disse: „Oh sim, este é o melhor deles.‟ “O filme O Homem Da Máscara de Ferro estava passando naquela época, eu o tinha visto e acho que o nome veio dali, apesar de não haver realmente um iron maiden no filme. Só pensei que seria um bom nome para a banda. Iron Butterfly era conhecido antes disso e, o engraçado é que, quando fizemos nossas duas primeiras apresentações no Cart and Horses, recebemos um telefonema no bar uma noite e, até hoje, não sei se era um trote ou coisa que valha, mas alguém telefonou e disse: „Nós nos chamamos Iron Maiden e vocês não podem usar esse nome!‟ e toda aquela besteira. Mas eu só disse: „Isso é pura merda, porque nós nos chamamos de Iron Maiden, então vão tomar no rabo.‟ Tenho que admitir, estava todo bravo no telefone, mas quando desliguei, pensei: „Oh, merda‟ porque eles tinham registrado o nome. E você sabe, mesmo que estivéssemos apenas tocando em bares, nós não poderíamos usar o nome e naquela época isso me deixou preocupado. Mas nunca mais ouvimos falar deles. Aquilo pode ter sido um dos meus colegas me passando um trote, fingindo um sotaque nortista, não sei.” Certo dia Steve comentou com Dave Lights que não tinha um lugar decente para ensaiar. Dave ofereceu sua casa, na Folly Street, bem atrás de um bar chamado Sir John Franklin. “Eles ensaiaram lá cerca de um ano”, relembra Dave. “Geralmente umas três ou quatro vezes por semana. Eu estava na minha própria banda também naquele tempo, como cantor. Mas, quero dizer, nós nem sequer tínhamos um nome e não conseguíamos ir além das primeiras notas de „Smoke On The Water‟ sem entrar em colapso. Mas o Steve estava com coisa muito boa, eu achava, bom de verdade. Além do mais, tinha de gostar, realmente, vendo que eles estavam em minha casa ensaiando três vezes por semana horas a fio. Você pode dizer que pelas alturas em que fizeram o primeiro show, eu conhecia as canções bastante bem!” Steve Harris: “O lugar onde ele vivia era essa casa velha que pertencia a algumas freiras ou coisa assim. Apenas elas não estavam mais lá e Dave Lights estava vivendo ali. E ele nos ofereceu algum espaço para ensaios, nesse lugar debaixo das escadas. (...) E ele então nos disse que: „Eu sei um bocado sobre lidar com iluminação, sabe.‟ E esse tipo de coisa, e então foi mais ou menos daí que começamos.”

David Lights está até hoje com o Iron, cuidando da iluminação de palco e sendo uma espécie de assessor pessoal de Steve durante as tours. Nesse tempo o Maiden se tornou uma espécie de banda semi-residente do Cart And Horses. Era Dave quem dirigia a van e Steve começou a usar os contatos que tinha estabelecido durante seus tempos no Smiler para conseguir apresentações. E havia gente nova para ajudar a promissora banda: um cara que tinha sido um dos ajudantes do Smiler, Vic Vella. Steve Harris: “Ele era alguns anos mais velho do que nós. E tinha esta característica de estar sempre atento, que você precisa tanto por perto, quando está dando um show.” Vic permanece na trupe do Maiden até hoje e trabalha como auxiliar pessoal de Steve, ajudando-o a manter suas quadras de tênis, seu campo de futebol e o bar que mantêm em sua mansão de campo em Essex. Mas nos primeiros tempos ele era, nas palavras de Steve, “nosso motorista, nosso técnico de equipamento de palco e um tipo de irmão mais velho. Vic era um cara legal para se ter ao seu lado, e você precisava um pouco disso nos lugares em que estávamos tocando naquela época. Se alguém precisava falar com o nosso „empresário‟ a gente apontava o Vic.” Desde o princípio, Steve deixou bem claro para os outros que ele queria uma banda que se concentrasse em tocar material próprio. “Eu sabia que precisaríamos começar tocando algumas covers, apenas para conseguirmos algumas apresentações. Mas já tinha algumas canções escritas, e isso é que era importante, tanto quanto me importava, levando os outros a aprender as canções primeiro e depois fazendo as coisas se acertarem em torno delas.” Claro que Steve estava escrevendo seu material, mas ele não desencorajou os outros de trazerem suas próprias idéias, como Dave Sullivan revela: “Geralmente, se nós tivéssemos uma idéia, Steve a ouvia e se gostasse, ela entrava. Eu e Terry costumávamos ir à casa de Steve com dois violões e ele ligava seu baixo num velho gravador, que me lembre, assim ele ficava amplificado, mas não muito alto. Ele vivia na casa de sua avó, naqueles dias. Nós começamos apenas com algumas idéias que ele tinha trazido de sua banda anterior. Coisas como o riff de „Innocent Exile‟, que veio dos tempos do Steve com o Smiler. E eu e Terry sugeríamos algumas coisa também.” Sullivan diz que o riff de entrada daquilo que se tornaria o hino da banda, „Iron Maiden‟, foi idéia sua. “Recordo bem que o riff do começo de Iron Maiden era meu”, relembra ele. “Nós só o tocamos e ficamos brincando com ele entre nós. Então o Steve o moldou ligeiramente e veio com outra coisa, que acabou virando a canção.” Steve: “Eu toquei algumas das canções e disse a eles que tipo de material queria fazer. Eles estavam numas de Wishbone Ash e esse tipo de coisa. David Sullivan, em particular, estava curtindo muito Wishbone Ash. Não vou dizer que sabia totalmente o que queria fazer, porque não acho que você saiba realmente isso, mas tinha uma direção que sabia que queria ir. Eu queria tocar um hard rock, material pesado, com muita agressividade incluída. Mas também queria tocar material com muita melodia e muitos duetos de guitarra. Poderia ter sido canções de qualquer pessoa, mas apenas aconteceu de eu estar escrevendo o material, e tentando juntar o repertório de qualquer maneira, porque pensei: „Bem, não posso trazer as pessoas para a banda se não tiver nada para tocar pra eles, então vou ter que escrever mais canções do que eu já tenha escrito.‟ Livre da tarefa de ter que tocar músicas de outras pessoas, Steve deu corda à sua imaginação e foi durante este período que sua criatividade disparou e, na busca de uma identidade para a banda, que canções como „Iron Maiden‟, „Wrathchild‟, „Prowler‟ e „Transylvania‟ começaram a ser rascunhadas. Como o próprio Steve diz: “Elas estavam ainda em suas primeiras versões, por assim dizer. „Purgatory‟ também é desses tempos, só que naquela época o título dela era „Floating‟. Era então bastante diferente mesmo. Eles ficaram impressionados com o material, sabe, mas o resto do nosso repertório era de covers. A idéia era sempre de que, se fizéssemos uma cover,

deveríamos tentar fazer uma que não fosse muito conhecida. No Smiler muito do nosso material era bem imprevisível, não era bem do tipo que o pessoal no pub conheceria, e muitas vezes eles pensavam que era uma canção nossa. Então decidi que preferia ir por este caminho, ao invés de tocar músicas que eram conhecidas demais. “Então ao invés de tocarmos „All Right Now‟ do Free, nós tocaríamos algo como „I‟m A Mover‟ (do mesmo grupo, só que menos conhecida). Nós tocávamos algumas músicas que ficariam mais conhecidas mais tarde, mas que não eram na época: „Jailbreak‟ do Thin Lizzy era uma delas. E tocamos uma canção chamada „Striker‟, dessa banda chamada Tucky Buzzard – eles eram um grupo que gravava pelo selo do Deep Purple e eu os conheci através dos gêmeos do Smiler, porque eles gostavam deles. Nós não estávamos tentando enganar as pessoas, não estávamos mentindo sobre as músicas (sobre serem deles), apenas achávamos que havia algo mais legal do que simplesmente ir lá e tocar covers (conhecidas). Porque todas as outras bandas estavam tocando Doobie Brothers e „All Right Now‟. Pensei „Dane-se com isso. Realmente quero fazer nosso próprio set.‟ Então assim que uma música original entrava, uma cover caía fora. Já naquela época ficava clara uma marca registrada do Iron Maiden: as súbitas mudanças de andamento nas músicas. Uma coisa que se tornaria comum nos seus maiores trabalhos. Steve Harris comenta sobre isso: “Naquelas alturas, o material mais intrincado que tocávamos era „Transylvania‟ e provavelmente „Iron Maiden‟, que era uma coisa meio esquisita para algumas pessoas. Na época os outros, com certeza, acharam que era um pouco estranha. Mas eu era muito influenciado pelo rock progressivo e para mim estas mudanças de andamento não eram nem um pouco estranhas. Achava que elas caíam como uma luva. Bandas que eram do estilo progressivo, como o Genesis, Emerson, Lake & Palmer, Jethro Tull, Yes, King Crimson – Eu adorava „In The Court Of The Crimson King‟ (obs. recentemente regravada por outra banda de metal, o Saxon). Então eu estava acostumado a essas mudanças doidas que pareciam vir do nada. Tipo „De onde diabos isso veio? O que eles estavam tentando fazer?” Você sabe.” No entanto, Steve não andava muito satisfeito com seus guitarristas, como ele mesmo explica: “As coisas não estavam ficando muito fáceis, porque apesar de Dave e Terry serem dois excelentes guitarras base, e eles conseguiam levar o conceito de dupla de guitarras muito bem, nenhum dos dois conseguia tocar guitarra solo do jeito que eu queria. Queria uma banda que iria tocar um repertório bem veloz e um material que era um pouco mais complicado, mas que também iria arrancar sua cabeça com alguns solos. E nem Terry nem Dave conseguiam realmente fazer isso. Comecei a pensar que precisava de um outro guitarrista para fazer isso.” No entanto, o primeiro a perder o seu posto, na primeira versão do Maiden, não seria nenhum dos dois guitarristas, mas sim o cantor Paul Day. É Dave Sullivan que conta como ocorreu: “Eu tinha viajado para a Flórida numas férias, e acho que quando voltei, Paul já tinha saído e Denny (Dennis Wilcock) tinha entrado. Eu estava razoavelmente satisfeito, mas não tinha certeza de sua habilidade vocal. Mas Denny tinha a imagem que Steve estava buscando. Den já tinha estado em algumas bandas, era um pouco mais velho do que nós, e gostava de ditar algumas regras. Eu sempre me lembro dele rodando seu microfone no Cart & Horses e quase me acertando. Pensei: „Yeah, isso é diferente.‟ “Nós sentimos que Paul era legal como cantor, mas ele não tinha bastante energia ou carisma no palco”, recorda Steve Harris. “Nós fizemos uns bons 25 shows com ele, acho. Todo o tempo eu esperava que ele ficasse melhor, porque tinha uma grande voz. Mas no palco ele não era nem um pouco seguro, não naquele tempo, pelo menos. Ficava muito nervoso e a coisa toda apenas não acontecia, então decidimos substituí-lo e foi aí que o Dennis Wilcock entrou.” Wilcock era um fã ardoroso do Kiss, tinha bastante experiência de palco e não pensou duas vezes antes de usar vários truques teatrais para impressionar a platéia. Foi idéia dele o visual macabro que acabaria se tornando uma das marcas do Iron Maiden. Ele subia no palco usando a

pintura de uma estrela vermelha no seu olho direito (não por acaso, muito parecida com a pintura de seu ídolo Paul Stanley do Kiss). Na música „Prowler‟ ele usava uma máscara de soldador (idéia que tirou de um show do Genesis). Durante alguns solos ele se transformava num vampiro, atacando as costas do guitarrista e fingindo que mordia seu pescoço. Mas o ponto alto dessas apresentações era em „Iron Maiden‟, quando ele passava o fio (cego) de um florete através de sua boca e cuspia golfadas de sangue falso. Steve e os demais membros da banda ficaram fascinados quando duas garotas desmaiaram ao ver a cena durante um show em Margate. Steve Harris: “Den não era um cantor tão tecnicamente bom quanto Paul, mas ele tinha carisma e um lado divertido. Tenho que admitir, achava que ele parecia meio que criança quando costumava aparecer com aquele coração vermelho pintado sobre um olho – igualzinho ao Paul Stanley saído do Kiss, você sabe. Dave talvez usasse um pouquinho de lápis no olho também, algumas vezes – quando ele estava bêbado sua garota punha isso nele antes dele subir no palco. Mas eu enchia o saco dele por isso! “Mas com o Dennis era uma maquiagem de um jeito diferente. Pelo menos ele tinha uma persona de palco, o que era uma evolução em relação ao Paul. E não importava a maneira que você encarasse o visual do cara, ele pelo menos se atirava de cabeça naquilo. E isso era importante. Eu queria tocar naqueles bares e botecos que tocávamos como se estivéssemos no palco do Hammersmith Odeon ou coisa assim. E Den era muito bom nisso.” Mas com a chegada de Dennis veio junto a notícia sobre um guitarrista, colega de Den, que segundo ele, podia detonar com tudo. Seu nome era Dave Murray. Steve: “Eu disse, „Bem, se ele é tão bom assim, traz ele aqui!‟ E ele veio. E foi aí que tudo mudou...” Hoje em dia pode parecer estranho ou irônico, mas Steve tinha mesmo a idéia de ter três guitarristas ainda nos anos 70! “Eu sabia que poucas bandas tinham tido três guitarras, como o Lynyrd Skynyrd, que tinham feito algo realmente bom com elas”, explicou Steve em 1998. “E, em princípio, eu pensei que seria legal tentar algo similar. Dave e Terry eram bons na dupla de guitarras e pensei que, se o cara que Den está trazendo fosse realmente tão bom quanto ele falava, bem que poderia arrebentar em cima dessas bases. Mas, do jeito que as coisas foram, isso não era para acontecer.” Dave Sullivan dá a sua versão: “Os solos estavam carecendo talvez da qualidade daquilo que o Steve e o Den procuravam naquela época, e houve algumas discussões a este respeito, sim. Em princípio, Steve só queria incluir um terceiro guitarrista. Eu não me importei muito, mas o Terry não estava gostando. Ele não achava que um terceiro guitarrista era necessário. Mas as pessoas levam a coisa pelo lado pessoal algumas vezes, como se isso fosse um desprezo pelo sua habilidade. E esse foi o jeito que Terry entendeu. Mas eu era bastante aberto a isso naquela época. Dave Murray já estava rondando por ali, acho. Eu não estava lá quando ele fez a audição. Acho que fez a audição só com o Steve e o Den (mais o Ron).” Steve Harris: “Eu queria o Dave Murray na banda. Sempre achei que ele era um grande guitarrista e que podia tocar melhor do que qualquer um que eu conhecia. Então pensei: „Bem, dane-se, sabe, Lynyrd Skynyrd tem três guitarristas, por que não nós?‟ Eu não tinha problema em ter os três lá, mas os outros não estavam nessa, eles não estavam numas de ter outro guitarrista. Não sei se isso foi porque eles tinham uma combinação e pensavam que não estava dando certo ou coisa assim – e não estava dando certo, eles apenas não eram solistas particularmente bons. Era só isso, realmente. Eu apenas disse: „Bem, se vocês não aceitarem alguém entrar para a banda, então vocês terão que sair.‟ Porque então já tinha me decidido que era aquilo que eu queria.” Dave Sullivan se recorda bem desta época: “Foi um pouco antes do natal de 1976. Nós tínhamos tocado no Walthamstow Assembly Hall, e foi a primeira vez que tivemos um poster promocional para uma apresentação. Foi o primeiríssimo poster do Iron Maiden, que o Steve

desenhou pessoalmente. Ainda tenho um. Mas eu e o Terry tínhamos saído pouco depois disso. Tivemos uma reunião num pub e Steve mais ou menos disse isso: „Nós vamos separar a banda e dar um descanso.‟ Não estou certo se foi mencionado sobre Dave Murray se juntar a nós. Acho que havia algumas coisas que deixavam as pessoas descontentes e as discussões ficaram um tanto obscuras naquele momento. Tinham sido ditas coisas sobre economizar dinheiro para comprarmos um PA melhor, e meio que passamos por cima da coisa toda. Estávamos chateados sobre isso, sim, mas eles estavam muito determinados. Disseram algo como, por enquanto nós vamos dissolver a banda e talvez trabalhar mais tarde. Mas acho que o Dave já estava rondando por ali.” Steve Harris admite que foi mais do que simples técnica que determinou as primeiras baixas nos guitarristas do Maiden: “Havia algumas coisas a respeito deles (Rance e Sullivan) na época. Não era só como tocavam. Algumas vezes eles não estavam muito convictos sobre seus compromissos com a banda, como fazer certos shows e coisas assim, porque ambos tinham bons empregos durante o dia, acho, e ambos estavam um pouco preocupados com isso. Eu não estava interessado nisso. Estava numas tipo „Danem-se os empregos! Não estou nem aí sobre o quão bem você está fazendo o seu trabalho, a banda tem que estar em primeiro lugar!‟ Eu disse isso a todos eles, qualquer um que entrasse na banda. Essa tem que ser a atitude. Era meio assim: „Eu não me importo se o seu irmão ou irmã estão se casando, ou o que for, se tivermos um show naquela noite, nós faremos o show.‟ Esta sempre foi a minha posição: O Maiden vem primeiro.” Sullivan diz que foi somente “uns seis meses depois” que ele e Terry descobriram que o Maiden estava de volta à ativa – com Dave Murray na guitarra. “Eu tinha falado com o Ron (Rebel) e ele me disse que estavam levando a banda adiante. Mas não fiquei muito aborrecido naquelas alturas. Lembro de estar tentando comprar um apartamento, porque estava me casando na época, e tinha um monte de outras coisas mais importantes na cabeça.” Naturalmente houve muito arrependimento mais tarde, como o próprio Dave Sullivan admite, quando viu o nome do Iron crescer assustadoramente pelo mundo todo. Embora ele tenha uma visão bastante filosófica sobre o que aconteceu: “Claro, acho que sempre vou ter arrependimento de não ter sido parte de tudo aquilo, porque estávamos lá bem no princípio.” Confessa ele mais de vinte anos depois: “Mas não saberia dizer se estaria lá agora. Porque acho que simplesmente não era para ser. Boa sorte para eles, eu digo. Sou um designer autônomo para companhias de petróleo agora. Mas ainda estou em contato com o Terry, ainda escrevemos juntos e fazemos algumas coisinhas aqui e ali. Mas apenas por divertimento, sabe. Muito diferente do Maiden. Steve sempre foi tão sério sobre aquilo tudo, desde o princípio.” Steve levaria seu sonho adiante contra todas as adversidades que encontraria no caminho – e que não seriam poucas. Mas nunca deixou de ser objetivo e dedicado. Quem acreditou e o acompanhou sabe disso. Milhões de fãs no mundo todo diriam em coro: Amém!

BIOGRAFIA - ADRIAN SMITH Adrian Frederik "H" Smith, Londres, 27/02/1957, guitarra e vocal de apoio (1980–1990, 1999–)

Um dos mais influentes guitarristas dos anos 80, Adrian Smith se tornou a segunda parte de um dos duos mais imitados de toda a história do Heavy Metal. Também foi, durante muitos anos, um dos poucos a desafiar a supremacia total de Steve Harris no terreno de escrever clássicos. Suas composições mais famosas são quase tão bem lembradas quanto ao do baixista (quem não identifica de cara o riff mortal de „Two Minutes To Midnight‟?). Esse grande músico, compositor e até cantor (nos seus projetos solo) é, no entanto, igualmente famoso - dentro do Maiden - por uma indecisão que quase o levou a deixar passar a oportunidade de sua vida. Adrian é um notório indeciso no que se refere a quase tudo na sua vida. Ele mesmo admite que tem dificuldade em decidir “Tudo. Alguns dias nem mesmo consigo me decidir se vou sair da cama ou não”, brinca ele. Rod Smallwood diz que “Indecisão é o nome do meio de Adrian. Mesmo se você for num almoço com o Adrian, provavelmente já estará no cafezinho enquanto ele ainda nem decidiu o que vai ter para começar!” “Desencanado”, é como Adrian prefere se descrever. “Eu nunca pareço muito excitado por fora. Tudo fica queimando bem no interior, mas nem sempre demonstro isso. Prefiro ficar na minha - se puder.” Qualquer um que tenha visto sua performance dentro e fora do palco diz que, na maioria das vezes, ele consegue. Apesar de tudo isso, esse brilhante músico toca e escreve temas que incendeiam e excitam a imaginação de milhões de fãs por todo mundo. Mas, como todos os membros do Iron, teve que penar um bom período antes de chegar à posição de adoração por tantos fãs. Adrian Ferderick Smith nasceu no hospital Hackney, em 27 de fevereiro de 1957. Era filho de um pintor e decorador de Homerton. Adrian é o mais novo de três irmãos, tendo um irmão mais velho chamado Patrick e uma irmã, Kathleen. Como o caçula da família, Adrian diz que teve uma “criação feliz, típica e meio chata, eu creio. Quando era garoto, me interessava pelas coisas usuais - principalmente futebol. Era um torcedor fanático do Manchester United quando criança. Mas quando me interessei por música, parei com tudo relacionado a isso até meus vinte anos. Mas não me interesso tanto por times como eles são hoje em dia - futebol atualmente é só dinheiro, não é? No máximo, sou hoje um fã do Fulham, porque vivia num apartamento perto do campo e costumava ir vê-los jogar algumas vezes. Então fico acompanhando o que eles fazem agora.” Adrian não era um mau jogador, tampouco. Chegou mesmo a ser do time principal de sua escola, mas seu interesse em futebol “e tudo mais” caiu abaixo de zero no momento que descobriu música, começou a comprar discos e a aprender a tocar guitarra. Ele tinha 15 anos quando comprou seu primeiro LP, Machine Head do Deep Purple. “Minha irmã estava saindo com um cara que costumava emprestar seus discos para ela e ela os deixava pela casa.” Ele recorda: “Coisas

como o Purple, Free, Black Sabbath... então ela parou de sair com ele e eu tive que começar a comprar meus próprios discos. A maior parte dos outros garotos que conhecia estava numas de Soul music, que gostava também, mas era apenas música para festas, para dançar. Eu gostava do conceito de discos que você podia se sentar e ouvir.” Adrian encontrou Dave Murray pela primeira vez quando estava procurando discos na seção de rock de uma loja do bairro. “Dave era o único outro cara que conhecia que estava interessado no mesmo tipo de coisas que eu.” Eles se vestiam como dois bons roqueiros (isso era no início dos anos 70, o que quer dizer todo o traje típico dos hippies da época, calças boca larga, cabelos longos, etc.) e “saíamos juntos, tentando ser o mais diferentes dos outros que pudéssemos. Éramos daqueles tipos que chegavam em festas vestidos em indumentária hippie, enrolávamos um baseado e dávamos um jeito de colocar „Highway Star‟do Deep Purple no toca discos tantas vezes, que deixávamos todo mundo louco. Aí em geral nos colocavam para fora. „Highway Star‟ era o meu hino quando era garoto. Meu cabelo já era longo desde o primeiro grau, mais longo que algumas das meninas. As pessoas viviam me dizendo para cortar o cabelo, o que nunca fazia. Acho que não tive um corte de cabelo propriamente dito durante anos.” Por mais incrível que possa parecer, este músico que influenciaria muitos outros, começou como cantor. “Eu queria ser um cantor em primeiro lugar”, confirma ele muitos anos depois. “Principalmente porque não tinha uma guitarra. Mas tinha um microfone. Meus pais compraram um microfone para o meu aniversário de 14 anos por alguma razão. Então era eu no vocal, Dave na guitarra e costumávamos tocar „Silver Machine‟ do Hawkwind (um grupo underground que misturava rock e ficção científica) porque só tinha três acordes e era fácil.” O que fez Adrian começar a aprender um instrumento foi todo o fuzuê que Dave causava na escola, toda vez que aparecia trazendo sua guitarra elétrica. “Ele ficava cercado de garotas todo o dia.” Recorda Adrian: “Ter uma guitarra era uma coisa que te dava um certo charme. As meninas olhavam para você. Então pensei „Certo, bem, eu posso fazer isso‟”. Começou arranhando “um velho violão que tinha em casa, porque meu irmão começou a ter lições de violão clássico.” Mas logo descobriu que não era a melhor escolha para tirar coisas como „Highway Star‟, então “passei aquilo adiante e peguei emprestada a guitarra de reserva do Dave e comecei a praticar nela.” “Ela não era muito boa”, Admite Dave Murray quando perguntado sobre o assunto. “Era uma velha cópia feita no Woodworth, meio defeituosa, mas eu a vendi para ele por, acho, umas cinco libras. Seu pai a consertou e ele começou a treinar com ela. Eu costumava aparecer por lá e tocar com ele, só para ajudá-lo um pouco.” Logo, os dois começaram a tocar regularmente juntos e tomaram a decisão de deixar a escola para formar uma banda. “Assim que eu aprendi a tocar uns dois acordes - pronto! - estava ligadérrimo! Claro, ouvia Black Sabbath e Deep Purple e outras bandas como Santana, e não podia tocar coisas assim para começar, então me concentrei em músicas dos Rolling Stones e Thin Lizzy. Coisas mais simples que você podia tirar. E, quero dizer, não estava apenas aprendendo um instrumento, estava também buscando um tipo de identidade nessa época. Seja ela musical ou não, é nessa idade que você tem que tomar algum tipo de decisão para sua vida. Você está perto de deixar a escola e enfrentar o mundo real. Então eu e Dave e nossos amigos costumávamos conversar sobre esse tipo de coisa, sonhando como seria ter sucesso numa banda.” Tanta era a pressa para começar sua carreira musical que Adrian deixou a escola aos dezesseis anos, largando tudo bem em cima dos exames finais, aos quais nem se deu o trabalho de fazer. “Pulei fora o mais rápido que pude”, diz ele. “Pensei: „Não preciso disso, eu vou uma estrela de Rock.‟ Não acho que meus pais sabiam o que se passava comigo. Quer dizer, eu tenho filhos agora e ficaria horrorizado se um deles me dissesse isso um dia!” Como resultado dessa decisão apressada, Adrian se viu tendo que se virar numa sucessão de empregos medíocres, enquanto sonhava com o decolar com sua carreira musical. Enquanto

isso não acontecia, trabalhou irregularmente como soldador trainee, aprendiz de marceneiro e leiteiro (ele diz que costumava pegar o seu carro de entregas com um amplificador Marshall amarrado nele, tocando suas fitas preferidas à todo volume às 6 da manhã.) “Tive muitos empregos, porque minha atitude era sempre ruim. Eram empregos que destruíam sua alma e eu não podia ficar excitado em estar trabalhando naquilo. Então enrolava o máximo que podi, até que me despediam, ou então eu me enchia e pulava fora. Esse último caso geralmente acontecia quando havia uma apresentação para fazer.” Tão logo deixou a escola, Adrian começou sua própria banda, que inicialmente se chamava Evil Ways. Dave Murray era o guitarrista mas, como Adrian gosta de frisar com um sorriso, “Ele tinha a tendência de ficar saindo e voltando”. Adrian sempre quis ter sua própria banda e escrever suas próprias canções e, mesmo que ocasionalmente tocasse por breves períodos em outros grupos, sempre manteve o Urchin na ativa. Ele conta como eram as diferenças entre sua visão de música e o de seu amigo: “Dave estava constantemente atendendo a anúncios na Melody Maker e indo a testes. Eu já não estava tão interessado em entrar em outras bandas. Ia a estes testes ocasionalmente, só para me testar, ver se conseguia enfrentar o nervosismo, ver se conseguia encarar tocar para um quarto cheio de pessoas que não conhecia. De fato, o primeiro teste que levei realmente a sério foi o do Iron Maiden. Antes dele, sempre tinha minha própria banda.” Ele então também abandonou a idéia de ser apenas um cantor: “Uma vez que eu peguei a guitarra e comecei a tocar um pouquinho, vi que era aquilo que queria. Eu me sentia mais confortável com uma guitarra do que sem ela.” Tocar guitarra também abria o caminho para que escrevesse suas próprias músicas. “Uma das primeiras coisas que eu escrevi foi „22 Acacia Avenue‟ que, claro, era um pouco diferente da versão que saiu no LP The Number Of The Beast. Eu a escrevi quando tinha 18 anos. Mas fiquei mexendo nela durante vários anos, variando com as pessoas que estavam na minha banda. Mas é esquisito como ela acabou se tornando uma canção do Maiden. O Urchin deu um show num parque local e nós tocamos ‟22 Acacia Avenue‟, e provavelmente soou muito diferente do som que faríamos com ela no Maiden, mas a coisa esquisita é que Steve Harris estava naquela apresentação. Eu nem o conhecia naquela época, mas ele se lembrava dela quando me juntei à banda, anos depois. Nós estávamos preparando o material para The Number Of The Beast e, sem mais nem menos, o Steve virou pra mim e perguntou „Qual era aquela música que você costumava tocar no Urchin?‟, e começou a solfejá-la e era ‟22 Acacia...‟ Ela tinha mudado um bocado desde então, e provavelmente acabamos por mudá-la ainda mais na época em que a tocamos no Maiden, mas é estranho como ele conseguiu lembrar dela, depois de tantos anos. Isso mostra que nada é desperdiçado. Nós provavelmente nem tocamos tão bem assim aquele dia, e devíamos estar mal depois disso, mas porque fomos em frente e demos o melhor de nós, alguém na platéia se lembrou. É por isso que sempre vale a pena dar o melhor de si. Mesmo que pareça ter sido um pequeno desastre na hora, você sempre sai ganhando no final das contas.” O Urchin conseguiu um contrato de gravação com o selo DJM (que um dia teve Elton John entre seus contratados) e um empresário, muito antes do Maiden colocar o primeiro pé nos escritórios da EMI. “Foi a companhia que veio com o nome „Urchin‟, conta Adrian. “Eles tinham essa idéia de criar uma imagem para nós. E éramos todos muito jovens - eu tinha apenas 19 anos quando assinamos o contrato.” Ao fazer isso, Adrian conseguiu o que era chamado localmente de “Um dólar de Hong Kong”. “Era um contrato muito enganador. Mas eu não sabia absolutamente nada sobre o lado comercial das coisas naquele tempo. E nem queria saber. Tudo que me importava era que naquele momento estava assinando e no próximo era que tinha um contrato de gravação, sabe o que quero dizer? Pensava que as coisas eram simples assim.” A banda recebeu 5000 libras de adiantamento, que eles rapidamente usaram para comprar um novo PA e “um ônibus grande e bem sujo - para a banda e os „roadies‟, que basicamente eram alguns amigos muito dedicados”. Um dos quais era soldador e deu um jeito de modificar o veículo com camas e cadeiras de armar. “Ficou ótimo”, conta Adrian, “realmente confortável. Coisa aliás que você precisa, se vai ter que morar naquela coisa durante semanas sem fim.” O que, de fato, acabou

acontecendo com o Urchin, que fez, de acordo com estimativa do próprio Smith, “mais de cem apresentações naquele ano.” O primeiro compacto do Urchin, um “épico sobre motocicletas”, foi criado com base num velho riff do Deep Purple, o qual deram o nome de „Black Leather Fantasy‟ e foi lançado em 1978. “Não tínhamos um título para essa música e eu falei „Black Leather Fantasy‟ (fantasia em couro preto) como uma piada e acabou ficando. Lembro que a capa promocional dizia algo sobre „o ressurgimento do Heavy Metal‟, mas não havia ninguém fazendo algo assim ainda naquela época.” O compacto teve “umas duas boas resenhas na Sounds e na Melody Maker, mas não vendeu muito. É engraçado, porque Neal Kay costumava toca-lo no Soundhouse. Mas só quando já fazia dois anos que o disco tinha saído.” Adrian diz que ficou sabendo a respeito de uma banda chamada Iron Maiden em 1977. “É provável até que os tenha visto antes do Dave entrar nela, mas foi quando ele se juntou a eles que realmente comecei a prestar atenção”. Mas quando Dave mais tarde voltou para o Urchin, depois de sua briga com Dennis Wilcock, “pensei que eles realmente deram uma cagada, porque mesmo naquele tempo eu podia ver que o estilo de guitarra do Dave se encaixava muito melhor no som que o Maiden estava criando do que no que fazíamos no Urchin, que era pesado, mas mais para um hard rock com algum „groove‟. Estávamos mais para o rock da época.” Dave tocaria no compacto seguinte (e último) do Urchin “She‟s a Roller”, que acabou sendo lançado em 1980. Mas então Dave já tinha saído mais uma vez - para voltar ao Maiden. Pouco tempo depois, Adrian recebeu um telefonema de Steve Harris, perguntando se não estaria interessado em tocar no Maiden. Ele admite que ficou muito tentado, já que o Urchin não estava indo muito longe: “Fumei dois maços de cigarro pensando na proposta. Já havia começado a aparecer algumas resenhas sobre o Iron Maiden em jornais de música naquela época e havia muitas especulações rondando. Acho que eles estavam a ponto de assinar um contrato com a EMI também, e isso podia querer dizer que haveria pagamento e coisas assim, o que seria muito bem vindo para mim. Mas acabei recusando a oferta. Tinha que faze-lo, realmente. Nós tínhamos nosso ônibus, nosso contrato e pensei sobre isso durante algumas horas. Mas acabei retornando o telefonema do Steve e disse „obrigado pela oferta, mas vou ficar com o que estou fazendo.‟” Foi uma decisão que - ele admite agora - iria se arrepender, já que o Urchin acabaria no ano seguinte, na mesma época em que o primeiro compacto e LP do Maiden estouravam nas paradas. Assim, ficou sem tocar, sem dinheiro e sem perspectivas a curto prazo. Enquanto isso, seu excolega de guitarra se dava bem, para dizer o mínimo. “Lembro de ter encontrado o Dave num show, em algum lugar, e recordo que pensei que ele me parecia muito bem sucedido. Não rico, mas... realmente bem. Estava usando aquelas novas roupas de couro e parecia muito feliz, como se tudo estivesse indo muito bem para ele. Não que eu desejasse nada de mal para ele, mas não podia deixar de me sentir com um pouco de inveja. Mas eu conhecia o Dave praticamente toda a minha vida, e estava feliz por ele. É ótimo quando um companheiro seu consegue se realizar, te faz sentir que há uma chance para você conseguir isso também. Então pensei que era grande o que tinha acontecido com ele. Eu só imaginava se isso algum dia ia acontecer comigo.” Adrian estava meio perdido. Sem uma banda regular para tocar, não podia ensaiar. “Então fiquei escrevendo músicas e indo a apresentações, imaginando o que faria a seguir.” Seu editor tinha sugerido que colaborasse com um compositor profissional do West End. Mas depois de apenas um encontro, Adrian abandonou a idéia, detestando a experiência: “Acabei me sentando com este cara, tentando escrever com ele, mas a coisa toda foi realmente horrível, nada acontecia. E voltei para casa me sentindo realmente deprimido.” Mas algo estava para acontecer, como ele nos conta: “Lembro de estar voltando para casa (do encontro com o compositor profissional). Voltava à pé, porque eu não tinha dinheiro para o

ônibus, e me sentindo deprimido com tudo. Acho que estava chuviscando também - você sabe, todo aquele clichê depressivo. Estava caminhando de cabeça baixa, perdido nos meus pensamentos, quando dei de cara com o Steve e o Dave andando na mesma rua. Parecia coisa do destino! E praticamente a primeira coisa que Steve me disse foi: „O que você anda fazendo?‟. Respondi: „Não muita coisa‟. Aí ele me fala: „Olha, nós estamos procurando um novo segundo guitarrista, você não estaria interessado?‟ Eu não podia acreditar! Parecia uma cena tirada de um daqueles velhos filmes piegas. Foi como se a sua fada madrinha aparecesse na rua! Então respondi: „Claro, seria ótimo.‟ Mais tarde eles me ligaram para dizer onde deveria ir para fazer um teste. Tenho que admitir que fiquei surpreso quando disseram que teria que fazer um teste. Pensei „Mas o Dave sabe mais sobre o que eu toco do que eu mesmo.‟ Mesmo assim fui, porque queria muito o lugar. E ia concluindo „Só porque o Dave sabe que toco bem, não quer dizer que os outros estão prontos para me aceitar. Então talvez isso possa ser uma coisa boa.” De fato, a audição foi pra lá de profissional. A primeira em que Adrian encontrou este tipo de clima, entre outros músicos, para valer. O que ele não sabia era que, depois de terem passado pelo ultra individualista Dennis Stratton - e sofrido com isso - tanto Steve quando Rod Smallwood queriam ter absoluta certeza de que, quem quer que quisesse entrar na banda, teria que preencher todas as expectativas que tinham para a posição. E Adrian se lembra bem: “Rod estava muito desconfiado, porque eu já tinha recusado o posto uma vez, suponho. Mas eu não estava nervoso nem nada. O Maiden estava se dando muito bem, isso estava bem claro desde o início, mas eles não eram estrelas para mim Eles eram apenas outra banda do East End com quem eu tinha crescido junto.” Steve, na sua visão do teste: “Adrian estava fazendo um tipo de música diferente, mas os outros também estavam, nisso Dennis não era o único. É só que, ao vivo, você tem que ir lá e enlouquecer a platéia, no que Dennis não era muito bem sucedido. Mas Adrian era como um de nós, ele realmente amava o UFO e bandas assim. Você sabe quando a pessoa está na mesma que você, e Adrian estava. Você podia sentir a diferença (entre ele e Dennis) na hora. Adrian, no entanto, não foi poupado pelo esquema de verificação armado, como ele se recorda: “Rod ficava me interrogando: „Você toca riffs? Você faz solos, também?‟ Foi tudo muito tenso. Steve estava obviamente muito motivado, muito sério a respeito da coisa toda. Dave e Paul (Di‟Anno) me pareciam mais tranquilos no geral. Mas Rod era o mais sério de todos. Steve ficou falando pra ele parar de me interrogar - o que virou o padrão dos anos seguintes - Rod colocando pressão e Steve decidindo quando era o bastante, este tipo de coisa.” Depois que o teste acabou, a banda disse a Adrian que esperasse com o tour manager (empresário que cuida da parte de viagens para apresentações) no bar ao lado, enquanto iam conversar com Rod, antes de tomar uma decisão. Adrian estranhou: “Para ser honesto, nem sabia direito o que era um tour manager, mas ele me levou ao pub e pagou uma bebida, e pensei „Ah, tour managers são legais‟. Então, vinte minutos depois, eles se juntaram a nós e disseram: „Você está dentro‟. Foi fantástico! Foi como ser acolhido dentro de uma família, ou quase. De fato, a impressão que tive foi que eles se mantinham unidos como uma família. E foi a primeira vez que fui pago para tocar, e estaria mentindo se não dissesse que o dinheiro foi ótimo. Eu nunca tinha tido dinheiro antes, então estava claro que isso era ótimo. Mas também foi fantástico tocar com o Dave de novo, e igualmente foi um verdadeiro desafio, porque o Maiden foi a primeira banda profissional em que estive na minha vida. Você sabe, eles tinham roadies de verdade e um equipamento espetacular. Você tinha uma coisa para batalhar realmente. Quer dizer, assim que passou toda a euforia de ter entrado na banda, comecei a pensar em todas as coisas que me esperavam nesse trabalho. Admito que comecei a me sentir meio intimidado. Eu sempre tive completo controle sobre todos os outros grupos em que toquei. Escrevia as músicas e tinha músicos que queriam tocar comigo. Mas quando entrei para o Maiden pela primeira vez, era apenas um guitarrista e isso foi muito diferente. Tive que tocar coisas que normalmente não tocaria, porque o tipo de canções que

o Steve escreve tende a ir em várias direções diferentes, muitas delas são bastante complexas, com várias mudanças de compasso e partes diferentes, que ele quer que você toque. Isso definitivamente me fez um guitarrista melhor - de repente, eles esperavam que eu tocasse músicas mais intrincadas do que qualquer coisa que estava acostumado a tocar até então. Quer dizer, qualquer um que fosse tocar no Maiden ia achar isso um empregão, e eu tinha apenas 23 anos na época, assim acho que era muito jovem pra entrar numa coisa tão grande. Mas sempre tive bastante confiança em mim mesmo, então fui em frente sorrindo, realmente”. A primeira coisa que Adrian fez ao entrar na banda, foi participar de um show na TV alemã. “Eu nunca tinha feito TV na minha vida, mas graças à Deus era uma dessas apresentações dubladas, com as canções pre-gravadas. Você entra rapidinho, faz o seu número e sai rapidinho também, não dá nem tempo de pensar muito sobre o assunto”. De volta à Inglaterra Adrian, ao contrário da maioria dos membros até então, acabou indo primeiro para o estúdio, onde começaram a ensaiar o novo material, antes de qualquer apresentação ao vivo. “Acho que a primeira música que trabalhei com eles foi „Killers‟, que seria a faixa título do novo disco, e “Purgatory‟, que acabou virando um dos compactos tirado deste disco. Acho que essa era uma versão de outra música antiga deles, chamada „Floating‟. O primeiro show de Adrian com o Maiden seria na Brunel Univesity, em Uxbridge, no dia 21 de novembro de 1980, que contou com a presença maciça dos fãs radicais do East End. “O lugar dava conta de 2000 pessoas e ele estava lotado. Eu nunca tinha tocado para tanta gente antes. E os fãs do Maiden não eram parecidos com nenhum dos que tinham cruzado em minha vida. Eles eram loucos, muitos deles. Loucos e apaixonados, e se você não fosse verdadeiro, eles acabavam com você num segundo, sabe? Naquele primeiro show, recordo que estava muito nervoso pouco antes de tocarmos. Então pensei em ir lá fora e me misturar um pouco com o povo, dar um „oi‟, aliviar um pouco. E lembro que um cara chegou até mim e disse: „Você é o novo guitarrista?‟, eu disse que sim, e ele me falou: „É melhor você ser bom!‟ Pensei: „Merda! Onde é que eu fui me meter?‟ Ele logo descobriria: tudo ocorreu legal e ele foi aceito pela galera. Mas o Maiden precisava de mais alguns shows para que o novo membro se entrosasse, antes das gravações começarem para valer. Foram doze ao todo, em dezembro. Que Adrian se lembra muito bem: “Nós fizemos doze shows em dezembro, que terminaram com um no Rainbow, o que foi uma experiência maravilhosa, no plano pessoal. Eu cresci indo assistir shows no Rainbow. Vi o The Who lá, Rory Gallagher, Nazareth... Agora, para mim, estar realmente ali, em pé no palco - isso quase nem parecia real. Mas o show daquela noite foi filmado, e quando o vi, com certeza, eu estava lá (obs. ele se refere ao primeiro vídeo do Iron, lançado em 1981). Nós ensaiamos para a tour, no que agora é conhecido com Brixton Academy - um espaço enorme no sul de Londres - e lembro de entrar lá e ver aquele equipamento gigantesco sendo armado, e fiquei pensando „Eu não consigo acreditar nisso! Isso é o grande sucesso!‟ Adrian tinha entrado e o futuro do Metal estaria garantido pelo resto dos anos 80. A SAÍDA DE ADRIAN EM 1989 Aqui abrimos um parênteses para contar com mais detalhes sobre sua saída da banda, em 1989. Tudo começaria quando o Maiden acabou sua tour do disco The Seventh Son Of A Seventh Son. 1989 era para ser um ano de “folga‟ para banda. Steve se ocupou editando as imagens do que seria o vídeo „Maiden England‟. Enquanto Dave Murray se ocupava em arrumar a casa na ilha de Maui com sua esposa Tamara, Adrian pensou que talvez fosse a hora de fazer algo por conta própria. Foi o que acabaria rendendo o disco ASAP, nome também de sua banda de pouca duração. De acordo com o próprio, a idéia não era nova e já tinha suas raízes fincadas dois anos antes: “foi quando tivemos uma folga antes de começarmos o disco „Somewhere In Time‟, depois da World Slavery Tour. A coisa toda começou quando Nicko ficou cheio de não fazer nada, e

decidiu alugar uma pequena sala de ensaios, assim ele teria onde ir para tocar um pouco de bateria. Mas isso não é o tipo de coisa que você pode fazer sozinho, por isso ele me telefonou num belo dia, para me perguntar se não queria ir lá fazer umas jams com ele, só para praticar um pouco. Então disse: „Legal, e o que você acha de eu chamar alguns amigos para ir comigo?‟ Mas dê a um bando de músicos um lugar para ensaiar por dez minutos e, antes que você perceba, isso acaba virando uma apresentação, e foi mais ou menos isso que aconteceu.” O resultado foi uma congregação de músicos que atendia pelo estrambólico nome de The Entire Population Of Hackney (A população total de Hackney). Ele explica o que aconteceu: “Éramos eu e Nicko, Andy Barnett (que mais tarde tocaria no FM) e outro guitarrista meu amigo, chamado Dave Caldwell, que depois foi tocar no Bad Company. E tinha outro colega deles, chamado Richard Young nos teclados. Basicamente, a gente só fez umas duas apresentações apenas por diversão - uma num pub em Gravesend chamado Red Lion, e uma no Marquee, onde um monte de fãs do Maiden apareceram também. Nós escrevemos alguns músicas, eu estava cuidando da maioria dos vocais e foi muito divertido. Mas ficou só nisso - por um tempo.” Ironicamente, Adrian diz que se sentiu atraído pela idéia de levar as coisas mais a sério, quando o Maiden escolheu duas das músicas que havia apresentado nos shows do The Entire Population Of hackney - „Juanita‟ e „Reach Out‟- e as colocou como lados B de compactos do Somewhere In Time. “Foi mais ou menos aí que comecei a fazer umas demos das músicas que o Maiden não estaria interessado em gravar”, diz ele. “Até então, eu costumava descartar qualquer idéia que não fosse funcionar para o Maiden.” Dois anos depois, Adrian tinha uma “pilha de material” que o Maiden não estaria interessado. Eram coisas diferentes e canções escritas pela metade. E, curiosidade das curiosidades, teriam ficado por ali, não fosse o interesse demonstrado por Rod Smallwood por elas, quando as ouviu através das demos de Adrian. Rod Smallwood: “Eu achava que elas soavam assim como Bruce Springteen ou Bryan Adams. Não eram uma competição com o Maiden de jeito nenhum, porque eram tão diferentes de tudo que o Maiden normalmente faz. Elas poderiam demonstrar o lado mais comercial do Adrian.” Adrian diz que Rod achava mesmo que a possibilidade de um guitarrista ter sucesso nos Estados Unidos seria uma boa coisa para o status do Maiden naquele país (onde o Maiden nunca tinha tido um compacto nas paradas).“ Ele me disse: „Seria grande ter um hit lá, porque isso faria com que chamasse a atenção dos americanos de novo para o Maiden.” Mas apesar de ter recebido um „caminhão de dinheiro‟ da EMI, o projeto solo de Adrian, o ASAP, não conseguiu colocar seu LP nas paradas, nem dos Estados Unidos, nem da Inglaterra. O disco foi gravado em Londres, sendo produzido por Steven Stewart Short (que já tinha trabalhado com David Bowie e o Queen). Lançado em setembro de 1989, o disco foi recebido com muitas reservas, já que nenhuma das músicas se comparava aos seus trabalhos mais elaborados no Iron. Houve até uma tour por clubes na Inglaterra com Zak Starkey (filho do ex-Beatle Ringo Starr) substituindo Nicko na bateria. Adrian também passou duas semanas inteiras dando entrevistas promocionais nos Estados Unidos. Mas foi tudo em vão. A imagem de Adrian era de um guitarrista de heavy metal, e o disco era tudo menos metal. Construir uma nova imagem, ele havia descoberto, não era assim tão fácil. Muito menos torná-la viável para um público não-metaleiro. Mas a saída de Adrian do Maiden, no final daquele ano, foi causada em parte, na pressa de se fazer o novo disco, como explica o próprio guitarrista: “O plano inicial era passarmos três meses no celeiro do Steve, indo devagar e captando o momento. Mas então, depois do que parecia ter sido só umas duas semanas, foi decidido trazer o estúdio móvel dos Rolling Stones para lá e começar as gravações. E eu estava completamente atordoado com a idéia. Queria mais tempo para acabar minhas músicas. Tinha terminado o projeto do ASAP havia pouco tempo, e talvez tivesse usado muito de minha energia criativa nele. Mas acho que o ASAP chocou muita gente também. Parece que ele deixou uma imagem errada para a banda de alguma forma, talvez deixando eles preocupados, dando a impressão de eu não estar mais interessado em tocar metal de novo.”

Adrian também não estava nada satisfeito com o novo direcionamento de Steve: fazer um álbum mais cru e básico. “A idéia era: „Vamos voltar o tempo e fazer um disco bem rústico, como Killers‟, e eu não queria fazer aquilo. Achava que estávamos indo na direção certa com os últimos dois discos. Achei isso um passo para trás, voltarmos ao básico de novo. Achava que precisávamos ir em frente e não me sentia bem com aquilo. Mas minha atitude não foi: „Certo, eu estou saindo!‟ Apenas não estava 100% convencido, só isso. E uma vez que expressei algumas dúvidas, Steve me disse: „Você não parece estar realmente a fim de permanecer na banda. Se você estiver 110% conosco, tudo bem, pode continuar. Mas não se esqueça: vai ter que investir mais um ano na estrada. Tem certeza de quer mesmo fazer isso?‟ E quanto mais eu pensava nisso, mais concluía que ele estava certo. Você não aguenta passar por tudo isso se não estiver 100% feliz. Seria um desastre. E não seria justo com ninguém.” Steve Harris, por seu lado, acredita que Adrian não estava feliz há bastante tempo. Havia sempre alguma coisa errada - diz Steve - Algumas vezes ele ficava de cabeça baixa e a gente ficava fazendo caras e bocas, sabe, só para faze-lo rir, mas ele não estava pegando o espírito da coisa. Então, antes de fazermos o Seventh Son, eu disse pra ele: „Olha, você quer estar no próximo álbum?‟, e ele tipo que respondeu: „Sim, sim, claro que eu quero...‟. Eu disse: „Só queria ouvir você confirmar, só isso.‟ Nós fizemos o Seventh Son, fizemos a tour e ele parecia um pouco mais animado. Mas quando estávamos terminando a excursão e indo começar o novo disco, Adrian começou a parecer estar negativo a respeito de um monte de coisas. Ele não parecia ter mais aquela paixão, e então apareceu de novo aquela perguntinha de seis milhões de dólares: você quer ou não ficar na banda? E ele respondeu algo como: „Bom, eu não sei, não tive tempo de pensar nisso ainda.‟ E eu pensei „Hei, espere aí, você sabe que tudo que queria ouvir era „‟Claro que eu quero, não seja estúpido!‟ Era este tipo de resposta que nós queríamos. Eu sei que ele é uma pessoa indecisa, para dizer o mínimo. Mas isso era sério. “Foi decidido que teríamos uma reunião da banda”, comenta Adrian. “Foi mais o Steve que falou. Ele disse: „Você não me parece feliz ou envolvido como antes‟. E eu disse: „Bem...‟ respirei fundo e falei por cerca de uma hora sobre como me sentia. Tinha acabado de lançar um disco onde realmente me expressava, muito feliz em tocar e cantar. Sabia que o Maiden tinha sua própria estória e ainda estava feliz em contribuir para ela. Mas não me pareceu que teria algum tipo de oportunidade em fazer algo para o próximo disco. Sentia que precisava de mais tempo para trabalhar novas músicas, mas o estúdio móvel já tinha chegado e eu não tinha escrito nenhuma canção e estava... muito infeliz.” Steve Harris: “Então nós dissemos: „Ok, talvez devamos tomar a decisão por você. E dissemos a ele: „Se você não está 100%, então não pode faze-lo‟ E ele apenas deu os ombros e disse: „Estava esperando que as coisas fossem de outro jeito.‟ Ele estava esperando que nós ainda o quiséssemos. Mas para isso era preciso que ele quisesse ficar por si mesmo. Foi péssimo para mim, porque realmente gosto do Adrian. Pessoalmente eu era provavelmente o cara mais próximo dele que qualquer um, e isso me arrasou. Me arrasou saber que ele não queria estar mais na banda, mas pensei: „Temos que ser fortes sobre isso. Não podemos deixar alguém naquele posto só por ficar, sabe?‟ “Eu realmente gostaria de poder chegar pra eles e dizer “sim, claro, estou dentro.‟, sabe?”, devolve Adrian. “Mas a vida não é tudo branco no preto. Sempre há dúvidas, especialmente quando você vai ficando mais velho. E tudo isso aconteceu durante dois dias agonizantes. Houve um monte de telefonemas longos, tudo foi muito emocional. O Maiden tinha sido minha vida por dez anos, e tinha se tornado como uma família para mim. Foi muito estranho no princípio, tenho que admitir. Eu não tinha mais aquele envolvimento com eles no dia a dia, no qual me envolvi por tantos anos. Mas, por outro lado, senti que havia tirado um peso de cima dos ombros. A verdade era que estava infeliz. Me senti travado depois que fiz meu disco solo. E voltar e não ter nenhuma idéia nova... isso me pegou no final.”

Adrian estava certo em pelo menos um ponto: a direção musical. “No Prayer For The Dying” é o disco menos bem sucedido do Maiden da era Bruce Dickinson. Quando retornou ao Maiden nove anos depois, Brave New World mostrou claramente que era um sucessor muito mais próximo de Seventh Son do que qualquer outro trabalho do Maiden feito após sua saída. Este intervalo, por mais doloroso que tenha sido para os fãs de seu estilo fluente e melódico, acabou sendo benéfico, seja dando seu toque pessoal nos dois mais recentes discos solos de Bruce, seja na sua grande volta. Sua contribuição ao som do Maiden estaria garantida, desde suas primeiras contribuições, mas todos ficaram felizes com seu retorno.

Biografia - Dave Murray David Michael Murray, Londres, 23/12/1956, guitarra (1976–)

Para boa parte do público do Iron Maiden, Dave Murray é "um dos guitarristas" ou "aquele que está há mais tempo na banda". Comparado com o estilo furioso dos outros membros do grupo, ele é o mais quieto no palco, o mais reservado, tímido e "apagado" do time (se é que alguém possa ser apagado em se tratando do Maiden). No entanto, para aqueles que conhecem a história do grupo e sacam um pouco que seja de música, sabem que a contribuição de Dave para a música da Donzela não é pequena. Embora escreva poucas canções, o estilo limpo, veloz e preciso do guitarrista é tão parte do som característico do Iron quanto o baixo pulsante de Steve Harris. Ele é, em termos de personalidade, o contraponto ideal para a força dominante do baixista. Calmo, conciliador e firme em suas decisões, Dave foi muitas vezes o fator de união que, inevitavelmente, faltaria à banda, caso não estivesse presente em muitas das crises que passaram. O guitarrista ainda mantêm a boa aparência que o fez, durante muito tempo, ser alvo da afeição dos fãs do sexo feminino durante os primeiros dias do Maiden. Suas maneiras calmas, sua modéstia e gentileza com as pessoas continuam intactos, depois de anos e anos na estrada e a imensidão de discos de ouro e platina que ajudou a amealhar com sua banda, durante esse tempo. Vive na exótica ilha de Maui com sua esposa, a californiana Tamar, e sua filha, Tasha. E continua tocando sua guitarra com a mesma garra com que se atirou a esse mundo de música quando adolescente. Mais do que isso, Murray pode não ser um músico que escreve tantas canções quanto Adrian Smith, ou tão capaz de pular e fazer solos ao mesmo tempo como Janick Gers. Mas sua musicalidade e talento são inquestionáveis. Quando perguntado sobre a disputa inicial entre os guitarristas originais Dave Sullivan e Terry Rance e a entrada de Murray na banda, Steve Harris foi

categórico: "Quando os outros deixaram claro que era ou eles ou ele, não tive outra escolha. De jeito nenhum eu deixaria Dave sair. Ele não era apenas um cara legal, mas o melhor guitarrista com quem eu já tinha trabalhado. E ainda é." David Michael Murray nasceu em Londres, no Royal Middlesex Hospital, em Edmonton, no dia 23 de dezembro de 1956. Tem duas irmãs, Pauline (seis anos mais velha) e Janet (três anos mais nova). O sobrenome Murray tem origem na mistura de sangue irlandês e escocês da família do pai de Dave. Exatamente como Harris, futebol foi sua grande paixão durante a infância e princípio da adolescência. Ele era um bom meio de campo, com algumas características de atacante: "Cresci na área de Tottenham de Londres, por isso sempre fui um torcedor do Tottenham Hotspur - apesar de ter que admitir que nunca fui a um jogo. Assistia na TV, você sabe. Era meio lógico ser assim, já que meu pai e minha mãe também eram torcedores do Tottenham. Mas isso tudo meio que acabou para mim, essa coisa de loucura de futebol, logo que tinha uns 15 anos e comecei a seguir bandas, comprar discos e coisas do gênero." A mãe de Dave costumava trabalhar como faxineira de meio período, enquanto seu pai era aposentado precoce, devido a uma doença. "Era o tipo (de doença) que vai te minando as forças aos poucos, até chegar ao ponto em que ele não conseguia fazer nenhum esforço físico." O dinheiro entrava irregularmente e, como resultado, a família vivia se mudando pela região. Como se lembra Dave: "Eu já devia ter estado em dez escolas diferentes quando cheguei aos 14 anos. Nós moramos em todas as partes de East London. Vivíamos nos mudando - basicamente porque éramos tão pobres. Arranjávamos um lugar por algum tempo e então tínhamos que mudar para alguma outra casa, apenas alguns meses depois." Frustração e pobreza levavam os pais de Dave a brigas. Quando isso ocorria, a mãe de Dave levava as crianças para o depósito do Exército da Salvação mais próximo, onde costumavam passar semanas, protegidos dos ocasionais ataques de fúria do pai. "Mas nós sempre voltávamos para casa, cedo ou tarde". Estes foram os anos que formariam a personalidade do futuro guitarrista do Maiden. Ocasiões que o levaram a se voltar para si mesmo, manter a boca fechada e "seguir em frente" em tempos difíceis. "Acabei criando esta 'carapaça' em torno de mim", comentou ele. "Você tinha que manter a cabeça baixa se quisesse sobreviver." Este aprendizado seria bastante útil nos muitos momentos de crise e mudanças de membros no seu futuro grupo. Mas não parecia e não era uma época boa para ninguém, e Dave não tem lembranças felizes desse período. "É, foi um aprendizado muito duro (quando criança). Ganhar alguma coisa nova era muito raro. Era muito difícil, e acho que, de certa forma, isso me afeta até hoje. Mas, naquela época, olhando para as outras famílias que nós conhecíamos, a coisa não era muito diferente. Todos éramos pobres. A primeira coisa que fiz quando arranjei algum dinheiro com o Maiden, foi comprar uma casa para meus pais. Eu sempre quis fazer isso, por causa de toda pobreza a qual eles estavam acostumados. Queria dar a eles algo sólido, para que não tivessem que se mudar novamente. Isso era o que sempre sonhava em fazer, se conseguisse sucesso com minha música. E, se essa parte do sonho se realizasse, então estaria satisfeito. Quer dizer, se eu perdesse tudo amanhã, pelo menos eu tinha feito minha parte, e isto me fez me sentir muito bem. Meu pai já faleceu há algum tempo, mas minha mãe ainda vive naquela casa." Mas ficar se mudando toda hora quando criança, sendo constantemente o novo garoto da vizinhança, queria dizer que os outros viviam em cima de Dave. Ele teve que endurecer rápido para aguentar. Seu pai, que por um tempo foi parte do círculo de amizades dos notórios bandidos do East End, liderados pelos gêmeos Ronnie e Reggie Kray nos anos 60, encorajou-o a se defender por conta própria. "Você sabe, eu era sempre o novo aluno na classe. E você tem que lutar pelo seu espaço, para ser aceito algumas vezes. E, assim que tinha feito algumas amizades, tinha que me mudar e então começava tudo de novo. Então acabava num monte de brigas, sim. De fato, meu pai me ensinou boxe desde que era muito novo. Ele me comprou um par de luvas de boxe, sabe, daquelas

pequenas. Eu ainda as tenho em algum lugar. E ele ficava constantemente me ensinando a me cuidar." O jovem Dave logo se interessou por música, chegando mesmo a fazer uma guitarra de cartolina, para fazer mímica com os discos dos Beatles das irmãs. Também arriscava brincar com o piano de um bar, que ficava na parte de baixo de um conjunto que moraram, durante algum tempo. Mas, como ele mesmo se lembra, naquela época música era "coisa das minhas irmãs". Esporte era algo que o atraía bem mais, pelo menos até seus quinze anos. Ele era bom em cricket, futebol e boxe, entrando em times das escolas que frequentava, com bastante sucesso. Em 1970, sua família finalmente arranjou uma moradia mais firme, em Clapton. E, assim como seu futuro companheiro Steve Harris e muitos outros adolescentes do East End, durante um tempo Dave se tornou um skinhead. Ao contrário de Steve, no entanto, ele adotou o corte de cabelo típico da época. E estava, regularmente, "me metendo em confusão - brigas de rua e coisas assim." Não é uma parte de sua juventude que ele se orgulha, claro, apenas "algo em que todos os garotos da vizinhança estavam envolvidos. Toda hora tinha gangues sendo formadas, mas você não podia ficar de fora ou eles te faziam a vida ficar miserável, nunca te deixavam em paz, sabe?" Durante quase dois anos, Dave viveu a movimentada vida de turbulência urbana, antes que fosse para o extremo oposto. "Eu então decidi que preferia uma atitude mais pacífica em relação à vida. O que aconteceu foi que uma vez, estava indo para um jogo do Arsenal e teve uma briga de gangues bem séria e pensei: 'Pra mim chega!', foi horrível. Hoje olho para aquela fase como parte de meu crescimento e um tipo de crise de identidade, quando tentava descobrir quem era, este tipo de coisa. Então deixei meu cabelo crescer, troquei a indumentária e decidi me transformar num hippie, bicho!" Nesta época, também num paralelo à do colega por vir, Steve Harris, Dave estava ouvindo muito Reggae com sua turma de skinheads. "Costumava comprar todos estes álbuns de antologias de reggae, que tinham estes artistas que me interessavam naquele tempo - Dave e Anselmo Collins, Jimmy Cliff, Prince Buster, etc. Era só aquele tipo de música que tocava nos clubes e festas que costumávamos ir. Tinha um grande ritmo e você podia dançar legal com aquilo. Eu era como qualquer outro adolescente, tentando novos objetivos até encontrar um com que me identificasse." O momento que mudou completamente a vida de Dave, e que o levou a ter uma carreira que parecia impossível na sua época de coturnos e cabeça raspada, ocorreu aos 15 anos, quando ele ouviu pela primeira vez a música 'Voodoo Chile (part 2)' do Jimi Hendrix no rádio. Então "tudo mudou, deste jeito. Entrar no mundo do rock não foi uma processo gradual para mim, foi uma coisa extremada. Tudo preto no branco. Eu ouvi 'Voodoo Chile' no rádio pela primeira vez e pensei: 'PQP! O que é isso? Como é que você faz isso?' Então dei uma de detetive, indo atrás e tentando descobrir quem era e o que estava acontecendo. E foi assim que comecei realmente a ir a lojas de discos e a comprar álbuns. Peguei alguns discos do Jimi Hendrix para começar, depois alguns de blues e então comecei a pensar em tocar. Eu ficava imaginando como seria isso." O amor de Dave pelo rock abrangeu tudo que se referia à chamada "cultura" do assunto: Dave deixou seu cabelo crescer muito (o que trouxe muitas chacotas de seus antigos colegas skinheads), adotou roupas hippies e passou a ler a bíblia do rock da época, o jornal Melody Maker. Começou também a frequentar shows e a sair com um novo bando de amigos ("todos que estavam numas de tocar alguma coisa"), sendo que o mais chegado deles era um cara chamado Adrian Smith. "Nós vivíamos a alguns quarteirões um do outro", relembra Murray, "e estávamos ambos interessados em tocar guitarra, então começamos a sair juntos e tocar." Adrian Smith: "Encontrar o Dave e conhecê-lo foi ótimo para mim, porque ele estava mais adiantado do que eu em termos de guitarra. Eu ainda estava arranhando uma velha guitarra, que Dave tinha me vendido por umas cinco libras, mais ou menos. Enquanto isso, ele já tinha uma

cópia de uma Gibson ou coisa parecida. Acho que estava um pouco com inveja dele, talvez. Mas costumávamos frequentar as nossas casas e a tocar, e isso era grande, acho que aprendemos um bocado." Na época que deixou a escola, aos 15 anos, Dave já tinha descartado a idéia de encontrar "um trabalho sério". Ao invés disso, queria uma carreira como guitarrista, sonhando com o sucesso. Adrian diz que, já naquele tempo, ele era "uma espécie de rock star do pedaço: tocava já há uns oito meses e tinha aperfeiçoado alguns acordes e todo mundo estava muito impressionado. Ele tinha aquele cabelo comprido, vestia roupas da moda e uma guitarra elétrica verdadeira. E, você sabe, nós nunca tínhamos visto uma ao vivo e em cores, só na televisão." Dave não concorda muito com essa visão: "A idéia básica para mim não era tanto ser uma estrela, mas apenas ter um trabalho que me permitisse tocar guitarra. Eu não tinha muito problema em qual tipo de música ria tocar, pelo menos no início. Apenas amava música e tinha começado a me introduzir nesse estilo de vida. Mas foi a guitarra que realmente me levou a isso. Estava dentro de mim desde que tinha 6 ou 7 anos de idade, e fiz minha primeira guitarra de papelão (fingindo que tocava ao som dos discos dos Beatles de suas irmãs. 'Eu era o John Lennon'). Acho que esse tesão estava ali o tempo todo, mas ficou nisso até que eu voltasse a me interessar, 8 ou 9 anos depois. Mas desta vez levei a coisa toda muito a sério. De repente, precisava saber tudo sobre música. Primeiro com discos e depois tocando guitarra." Seu primeiro grupo foi um trio chamado Stone Free (nome tirado de uma música de Jimi Hendrix) , que ele e Adrian formaram com um outro colega de escola. "Nós tínhamos uns 16 anos e éramos eu e Adrian nas guitarras e um colega nosso, chamado Dave McCloughlin, nos bongôs. Só fizemos uma apresentação, no hall da igreja local, num Sábado a tarde. Havia umas 6 pessoas ali para nos ver e acho que tocamos umas 4 ou 5 músicas - covers de T-Rex e Hendrix. Depois que acabamos, uma senhora que cuidava do local deu uma barra de chocolate e uma lata de CocaCola para cada um, como pagamento. Dave e Adrian continuaram tocando juntos em vários conjuntos, mais ou menos improvisados, até o final da adolescência, escrevendo algumas canções de vez em quando e conversando muito sobre o que fariam, se conseguissem sucesso. Mas havia uma diferença: Adrian era mais voltado à composição e queria ter sua própria banda. Dave, ao contrário, vivia fazendo testes para outras bandas, ansioso para alcançar seu objetivo de viver de música. "Eu queria saber como era chegar lá e tocar num lugar cheio de pessoas desconhecidas. Acho que seria um bom treino para quando fosse encarar um palco mais tarde. Meu pensamento na época era que queria tocar com muitas pessoas diferentes, dos mais variados estilos, assim poderia conseguir mais experiência. Então costumava comprar o Melody Maker toda semana e olhar a parte de classificados - isto se tornou uma coisa regular. Estava sempre indo para testes, nos sábados ou domingos de manhã." Como resultado destes testes, Dave recebeu convite para entrar numa banda chamada Electric Gas ("num estilo meio soft rock americano"). "Foi em 1973, não era bem o tipo de música que eu tocava, mas era uma coisa diferente, então gostei. Eu tocava com qualquer um naquela época, só pela experiência. Fiquei com eles um pouco menos do que um ano, no final das contas, mas nós nunca passamos da fase de ensaios e tocar muito de vez em quando num pub ou clube de jovens. Ninguém aparecia mesmo." Logo depois pintou "um tipo de banda meio doida de punk", chamado The Secret. "Eles já eram um pouco mais profissionais", Dave relembra, "eles tinham um empresário, um contrato com gravadora, e pareciam conseguir fazer bastante shows, então fiquei com eles." Mas apesar de ser considerada 'punk', Dave não teve que cortar seu cabelo. "Na realidade, eles eram uma mistura de estilos - aqueles eram os primórdios do punk, que também tinham um pouco glam, eu acho. Mas foi grande, porque acabei gravando um compacto com eles. A música era 'Café De Dance' e saiu

através de um selo independente, tão obscuro que nem me lembro o nome agora, mas sei que foi lançado em 1975. Então vou sempre me lembrar do The Secret. Foi a primeira vez que tive a oportunidade de entrar num estúdio de gravação de verdade e realmente adorei isso." Dave deixou o The Secret pouco depois do compacto ter sido lançado. Isso ocorreu depois de encontrar duas figuras interessantes, que buscavam um guitarrista: Dennis Wilcock (com quem já tinha tocado em outra banda, o Warlock) e um novato, chamado Steve Harris. Harris: "A primeira vez que encontrei Dave Murray, foi quando ele veio a um teste. Ele já tinha estado numa banda, com o Dennis Wilcock, chamada Warlock - não a banda alemã que aparecia nos anos 80, mas só outro bando local do East End. Dennis estava muito impressionado com a técnica do Dave e o chamou para um teste para o Maiden. E ele foi fantástico, quer dizer, realmente arrebentou!" Naquele tempo a banda estava usando o trailer de um namorado da irmã de Steve, Linda, que o tinha emprestado para que pudessem fazer testes dos novos membros. "Eles tinham este trailer no campo e Nick Lideye (namorado de Linda) disse: 'Vocês podem usá-lo para testes, se quiserem'. Então o Dave veio para uma demonstração e o arrastamos por aquele campo barrento até o trailer. Mas depois que ele tocou, falamos na hora: você está contratado. Lembro que o pusemos para tocar 'Prowler' e ele nos deixou de queixo caído. Totalmente! E dissemos: 'É isso aí, você está na banda!' Dave Murray também correspondeu. "Tão logo comecei a tocar com o Steve, vi que era isso que eu queria, realmente. Tinha encontrado a banda que tocava o tipo de música que realmente eu amava, então não havia mais volta." Naquela época a banda ficou com apenas um guitarrista durante um bom tempo, logo após a saída dos dois membros originais, Sullivan e Rance. Steve Harris: "Dave chegou e era tão bom que podia dar conta do recado sozinho. Ele era um desses caras que podia tocar com os dentes, sabe? E isso se tornou parte de sua performance - tocando a guitarra com os dentes, jogando ela nas costas, tocando ela de cabeça para baixo, ele podia fazer tudo! - Pensamos em conseguir outro guitarrista eventualmente, para as harmonias e coisas assim, mas éramos capazes de segurar a onda como um trio com um vocalista por algum tempo, e nesse ínterim boa parte das harmonias eu fazia no baixo." Mas haveria um problema no caminho. Embora impressionado com o estilo de Dave tocar, alguns meses depois houve uma briga entre Dennis e Murray, instigada pelo então segundo guitarrista, Bob Sawyer. Dave conta com detalhes: "Eu estava na banda há apenas alguns meses. Bob pegou algumas declarações minhas fora de contexto, foi até o Dennis e disse 'Olha, o Dave disse tal e tal coisa sobre você'. Quer dizer, ele disse tudo errado! E não havia nenhuma animosidade entre mim e o Dennis, mas o Bob foi lá e fez a fofoca e deixou o Dennis puto. Então Dennis veio até mim para umas palavrinhas, nem me lembro mais o que era - algo patético, alguma coisa que você diz quando tomou umas e outras e fica meio bobo, você sabe. Mas o Bob fez daquilo uma tempestade em copo d'água. Então lembro de receber um recado de ir até a casa de Steve para uma reunião." Dave foi ao encontro no seu velho carro, um Mini. Tão velho e alquebrado que pegou fogo no caminho, e só não foi destruído porque Dave mantinha um pequeno extintor de incêndio à mão, porque "mais cedo ou mais tarde sabia que isso ia acontecer. Meu carro não tinha nem limpador de para brisas! Então eu estava usando o extintor na traseira - fogo de verdade - e ficando coberto de fumaça e óleo. E aí chego na casa do Steve assim, coberto de merda, e a primeira coisa que ele diz é: 'Bem, eu sinto muito, mas você está despedido.' E só pude dizer um 'Oh'. Mas sabia que não era do Steve que a decisão estava vindo, e sim do Dennis.

"Então voltei para o Mini queimado e me mandei. Foi um momento horrível, sério. Quer dizer, fiquei muito puto de ser chutado da banda, ainda mais depois de quase me queimar todo no carro, e fiquei pensando: 'O que mais pode dar errado?' Acho que eu fui para casa e enchi a cara. Ser chutado de qualquer lugar já é muito ruim, mas porque eu acreditava muito na banda e a amava tanto, ser chutado do Maiden foi muito sofrido. Não sabia o que ia fazer." O que Dave fez foi se juntar a outra banda, que começava a despontar no mesmo circuito do East End que fazia a fama do Iron - o Urchin. Liderada pelo seu antigo amigo Adrian Smith, o Urchin, segundo as palavras do próprio Dave, "Não era tão pesada quanto o Maiden, mas eles definitivamente eram roqueiros e eram algo assim como a melhor coisa depois do Maiden naquele tempo", relembra ele. "Adrian estava cantando e tocando mais guitarra base, e eles estavam procurando um outro guitarrista. Então o que aconteceu foi que cheguei bem no momento oportuno. Isso foi menos de uma semana depois de ter sido despedido do Maiden, e fomos então direto ao mesmo esquema de pubs que eu estava fazendo no Iron. E foi nessa época que fizemos aquele compacto." O Urchin tinha assinado com o pequeno selo DJM, que previa dois compactos mais uma opção de um LP. Seu primeiro single 'Black Leather Fantasy' já tinha sido gravado, mas ainda não tinha sido lançado. Valentemente a banda voltou aos estúdios com Dave, para fazer o segundo, que tinha o título de 'She's a Roller', e só chegaria nas lojas em 1980. "Não é o melhor disco que você já ouviu na sua vida, coloque desta forma", diz Adrian Smith, "Mas eu ainda estou orgulhoso dele. Você pode ouvir o Dave e eu, tocando muito bem nele." "Naquela época, o Urchin estava numa posição muito parecida com o Maiden", diz Dave. "Eles tinham algumas canções originais, mas também faziam covers - material como Thin Lizzy e Free - mas o Urchin foi o primeiro a gravar um disco, o que na época era considerado um passo muito grande. Pessoalmente, eu tentava não fazer comparações entre as duas bandas. Ficava numas de 'estar no Maiden era grande, mas isso está acabado, então eu tenho que seguir em frente'. Quero dizer, o Adrian não era só um grande guitarrista, ele escreve ótimas músicas também. Então era muito excitante, com toda a estória de gravar disco e coisas assim. Eu sentia que, bem, pelo menos estou indo em frente, não é?" Enquanto isso, as coisas no Maiden estavam indo de mal a pior, com mudanças constantes, entrada de pessoas que não conseguiam fazer o som que Steve Harris queria e coisas do tipo, culminando com a inesperada saída de Dennis Wilcock, às vésperas de uma importante apresentação. A situação estava tão ruim que Harris resolveu recomeçar tudo do zero. Uma vez tomada esta decisão, a primeira coisa que pensou foi em buscar as pessoas certas. E Dave era uma delas. "Uns seis meses depois de ter sido despedido da banda, eu estava com o Adrian tocando no Urchin num show de sábado à noite, em um pub de North London, chamado Brechnoch, quando vejo ninguém menos do que o Steve", conta Dave. "E eu estava realmente contente de vê-lo, quer dizer, nós nunca tivemos qualquer problema, era só o Dennis Wilcock que tinha restrições a meu respeito. Nós conversamos depois da apresentação e Steve me disse que todo mundo tinha saído e que queria recomeçar a banda de novo, comigo e com um par de novos caras. E aí ele me perguntou se eu queria voltar para o grupo e eu disse sim, na hora!" "E a coisa toda era, você sabe - eu e Adrian - havia uma grande amizade entre a gente, que existia desde que tínhamos uns 15 anos, e tinha um compromisso de lealdade também por causa da banda, mas eu disse sim na hora. Quer dizer, não tive nem que pensar a respeito, apenas falei 'Claro, vamos!' Foi a minha reação do momento. Ao mesmo tempo, sabia que estava sacaneando com o Adrian, mas essa era a firmeza que eu sentia em relação ao Steve e ao Maiden. Sentia que, de todas as bandas em que já tinha tocado, era nesta que realmente queria ficar. Por causa das canções, da atitude do Steve, do direcionamento e da clareza da coisa toda, mesmo naquela

época. Então, apesar de minha lealdade ao Adrian, concluí que a coisa mais importante era estar na banda em que realmente acreditava." Contar a novidade para Adrian foi, ele admite com um sorriso torto, "realmente bastante esquisito". Ele resolveu contar para outro membro da banda primeiro, "Porque eu não tinha coragem de falar com direto com o Adrian, pois não queria prejudicar nossa amizade. Sutilmente deixei escapar uma pista para o baixista, Alan Levitt, de que iria sair, e ele ficou realmente infeliz com isso. Então ele contou pro Adrian e foi assim que aconteceu." A banda propriamente dita não sentiria tanto, no final das contas, já que havia outro guitarrista, Andy Barnett - que ocasionalmente tocava com eles - de olho no posto. Então "a coisa não ficou tão ruim para o Urchin assim, não era nada que eles não pudessem seguir em frente nem nada. Nós permanecemos amigos e não tivemos qualquer tipo de briga ou coisa parecida." Adrian, na sua versão: "Eu acho que seu coração sempre esteve com o Maiden, mesmo depois deles o terem despedido, mas nós não ficamos nada felizes quando ele saiu, pra começo de conversa (quando ele deixou o Urchin). Todos fomos até sua casa - a banda inteira e os roadies - e ficamos por perto, tentando fazê-lo ficar se sentindo culpado, mas isso não funcionou. Pelo menos, não o suficiente para que ele mudasse de idéia. Acho que ele se sentiu péssimo nos deixando, mas o Dave é assim, sabe? Ele não estava fazendo aquilo por razões mercenárias. Genuinamente preferia o tipo de som que o Iron estava fazendo. Então eu tinha que dizer pra ele 'tudo bem', você sabe. Você está seguindo seu coração."

Biografia - Janick Gers Janick Robert Gers, Hartlepool, Inglaterra, 27/01/1957, guitarra (1990–)

Janick Gers é, sem dúvida, o guitarrista que mais provocou polêmica entre todos que já tocaram no Maiden. Isso não se deve nem à sua personalidade nem à habilidade para com a guitarra. Tudo ocorreu porque teve a dura tarefa de substituir uma metade da dupla mais famosa da maior banda de metal de todos os tempos. Como se isso não bastasse, ainda teve a má sorte de ter entrado bem quando iam gravar um disco igualmente polêmico (No Prayer For The Dying) que, por sinal, já estava com todas as músicas compostas. Até sua performance enérgica no palco acabou se virando contra ele: com tantos malabarismos, muito passaram a crer que ele mais fazia firulas do que tocava.

E há quem diga que não deveria ter ficado no Maiden depois da volta de Smith. Essas pessoas parecem se esquecer que os membros da banda – mais exatamente Steve Harris – jamais deixaram alguém ficar no grupo só por amizade. Currículo não falta: Gers veio do mesmo ambiente dos demais membros do grupo (mais ainda do que Bruce Dickinson), tem uma gama de participações que iguala ou supera todos os outros (além de amar futebol, como Steve Harris gosta de frisar) e foi o guitarrista com maior experiência que entrou para a banda desde a sua fundação. Um músicos talentoso, que já havia se firmado como guitarrista e compositor ao tocar com nomes lendários do rock como Ian Gillan e Fish. É também um ser humano admirado por todos que o conheceram: humilde, simples e avesso a discussões, mostrou notável diplomacia em assuntos importantes e delicados, como a essencial volta de Dickinson para o Maiden em 1999. Gers é, queiram ou não os mais radicais, um membro do Maiden que deixou sua marca e muito contribui para que a banda continue no topo. E, como Steve Harris gosta de dizer, muito acrescentou à dinâmica do grupo ao vivo. Não são qualidades pequenas, vinda de uma pessoa tão exigente quanto o fundador da banda. Janick Robert Gers nasceu em Hartlepool, no dia 27 de janeiro de 1957. Ele é o mais velho de três irmãos (um irmão e uma irmã mais novos). Seu nome tem uma origem polonesa mais profunda que parece. “Meu pai entrou para a marinha polonesa, foi assim que ele chegou até a Inglaterra, onde conheceu minha mãe”, explica ele. “Ele entrou para a marinha britânica logo depois de casar com ela e, mais tarde, entrou para a marinha mercante. “Quando nasci ele ainda estava no mar, fazendo seu primeiro ano, então teve que parar e retornar. Havia muitos poloneses vivendo ali naquela área, porque tinha muitas docas em Hartlepool. Foi assim que meus pais se conheceram.” Quando criança, as atividades do pequeno Jan eram “natação, futebol e música – nessa ordem. Eu sempre adorei futebol e ainda adoro, mas natação era meu maior interesse quando era garoto. Costumava praticar todo dia. Então tudo parou de repente, quando me envolvi com música. Eu não sabia tocar, mas adorava posar em frente ao espelho com aquela guitarra de plástico dos Beatles que meus pais me deram. No primário, quando havia alguma peça teatral pra fazer, eu e meus colegas éramos sempre a banda. Costumávamos fazer guitarras de papelão, colori-las, nos vestir e brincar que estávamos no Top Of The Pops (programa de parada de sucessos mais famoso da Inglaterra). Fazíamos mímica ao som dos discos. Devíamos ter uns nove anos e ficamos numas de manter essa banda imaginária durante anos. Eu era o guitarrista, sempre. Queria ser John Lennon. A primeira guitarra de verdade que consegui foi quando devia ter onze anos. Um velho violão. Era muito ruim, tão difícil de tocar!” Ele finalmente conseguiu botar as mãos numa guitarra elétrica (“uma pequena Woolworth ruinzinha”) quando tinha 13 anos, e imediatamente descartou o violão. Mas foi só aos 18 que finalmente conseguiu o que queria: uma Fender Stratocaster branca. “Essa foi a primeira guitarra verdadeira que tive, e é ela que ainda uso hoje em dia. Eu a consegui de segunda mão, de um cara em Darlington, por 200 libras. Economizei a maior parte até que, ao fazer 18 anos, minha mãe me deu algum dinheiro como presente de aniversário, para completar.” Eu a adorei desde o primeiro momento em que a empunhei. Lembro de ter pensado: „Uau! Isso é o máximo!‟ E, claro, desde que tinha a Strato, eu podia entrar para uma banda de verdade. Nós fazíamos covers e, na nossa primeira apresentação na escola, tivemos uma tremenda briga antes de começarmos, porque tínhamos de usar o uniforme da escola. Os professores não queriam nos deixar entrar nas nossas roupas de palco. Mas, no final, a gente colocou as gravatinhas e fomos adiante, tipo porque queríamos cumprir o compromisso assumido.”

Nessa época, 1970, Janick já tinha passado de sua fase Beatles e entrado de cabeça no Heavy Rock. “Eu adorava aquelas guitarras selvagens e o visual cabeludo”, diz ele. “Logo estava comprando discos e lendo revistas musicais. Gostava muito de bandas como Deep Purple, Rory Galagher, T Rex. Coisas folk também, como o Lindsfarne. Mais tarde passei a curtir o Led Zeppelin. No princípio, não ia muito com a voz do Robert Plant, era um pouco aguda demais para mim. Achava que ele soava como uma garota. Mas eu realmente amava Ian Gillan (então no Deep Purple), porque ele tinha esse grito, era como me sentia, toda aquela agressividade saindo, e me identificava com isso.” “E por causa disso, comecei a tirar o estilo do Ritchie Blackmore também, e isso me levou aos solos. Eu estava sempre fazendo solos, porque nunca podia ficar fazendo acordes, era isso. Não sou daqueles que fica pensando no que vai fazer antes de fazer, pelo menos não quando toco ao vivo. Minha noção de tempo (musical) não é particularmente boa, mas para mim música não é matemática, tem mais a ver com o seu coração e com o que está sentindo. E, se você toca um solo, pode dizer „danem-se os compassos‟, e se expressar. Algumas vezes, erros são melhores do que aquilo que você teria feito, se tivesse pensado neles antes, de qualquer maneira.” Ele costumava “apenas ficar sentado e tocando o tempo todo”, com sua guitarra e amplificador permanentemente ligados no seu quarto. “Devo ter levado todo mundo à loucura com aquilo. A única coisa que fazia fora isso era jogar futebol, e nunca fui um bom jogador.” Um dia, no entanto, ele resolveu ir verificar um anúncio no Hartlepool Mail. “Ele dizia apenas: precisa-se de guitarrista”, Janick lembra, “mas fui lá e acho que tocamos Strange Kind Of Woman ou outra coisa do Deep Purple. Uma mulher apareceu, reclamando do barulho”, mas Janick gostou do pessoal. A banda se chamava White Spirit, um quinteto que foi formado em 1975, enquanto Janick estudava para seus exames finais na escola. O grupo tinha em sua formação duas guitarras, teclados e aqueles backing vocais típicos dos anos 70, sendo que Janick a descrevia como sendo muito influenciada pela trinca Uriah Heep – Deep Purple – Rush. Era uma esplêndida mistura de hard rock e progressivo, que ganhou para eles um contrato com uma gravadora independente, a Neat records, pela qual lançariam seu compacto de estréia, „Back To The Grind‟, em 1978. Gravar um disco naquela época, como lembra o próprio Gers, era “uma coisa muito grande lá em North East (onde ele vivia), mas eu estava disposto a curtir isso enquanto durasse. Nós fizemos uma tour e ganhamos dinheiro bastante para continuarmos. Todos estávamos no seguro desemprego. Mais tarde, quando gravamos o LP, o fiscal do seguro veio atrás de nós e quis insinuar que estávamos ganhando os tubos. Mas não estávamos É incrível como você pode viver com tão pouco quando se é jovem, e está desesperado para tocar.” A banda conseguiu um contrato com uma grande gravadora logo depois, a MCA, e seu LP “White Spirit” foi produzido pelo baixista de Ian Gillan, John McCoy. O álbum foi lançado no mesmo ano que o disco de estréia do Iron Maiden, 1980 – embora, claro, com muito menor impacto. E, ainda que hoje em dia o grupo de Janick seja considerado um representante da NWOBHM, o guitarrista discorda dessa caracterização: “Eu me lembro que havia reportagens na Sounds a respeito daquela coisa do Bandwagon (de Neal Kay): Samson, Iron maiden e algum outro, fazendo crer que havia alguma coisa grande acontecendo. Mas não era tão grande quanto todo mundo imagina. Éramos parte daquilo, suponho, mas nunca foi oficial. Agora que as pessoas olham para aquela época, somos colocados junto com o resto. Apenas estávamos fazendo o som que já tocávamos há cinco anos, e tenho certeza que o Maiden estava fazendo a mesma coisa.” (obs. „Midnight Chaser‟, o primeiro compacto do LP White Spirit, é incrivelmente semelhante à „Two Minutes to Midnight‟. O próprio Janick comentou: “Quando eu a toquei para o Steve, ele quase não acreditou. Mas o disco esteve no primeiro lugar na parada do Bandwagon de Neal Kay por muito tempo. Eu não estou dizendo que Adrian a ouviu ou copiou – apenas que talvez ela tivesse ficado no seu subconsciente ao ouvir em algum lugar”).

O disco, de qualquer modo, deu à banda a oportunidade de ser o grupo de abertura para a tour da banda Gillan naquele ano. E, sem dúvida, foi a grande chance para Jan conhecer seu ídolo Ian Gillan. “Foi como uma criança conhecendo Papai Noel”, ele recorda, rindo. Mas haveria bem mais do que um encontro fortuito entre fã e estrela. Pouco tempo depois Janick recebeu um telefonema do pessoal de Gillan, perguntando se ele gostaria de entrar para a banda do exvocalista do Deep Purple. Reação de Janick: “Pensei que fosse alguém me aprontando uma gozação. Eu pensava: „Ian Gillan me querendo como guitarrista? Ah, vá se danar!‟” Mas era verdade. O guitarrista de Gillan, Bernie Torme, tinha feito suas malas e caído fora depois de uma briga, abandonando o grupo no meio de uma tour pela Alemanha. Mais tarde, o próprio Ian Gillan comentou: “Janick foi o primeiro cara em que pensei para substitui-lo. Nós todos realmente admirávamos seu trabalho de guitarra no White Spirit, quando eles tocaram com a gente na tour inglesa, além de ter ficado claro, quando conversamos, que ele estava no mesmo tipo música que eu. Então pensamos: „Bem, vamos ligar pro cara e ver se ele está fazendo alguma coisa.‟” E a carreira do White Spirit estava encolhendo rápido, ao contrário do crescimento avalassador de outras novas bandas inglesas mais comentadas, como Iron Maiden, Saxon e Def Leppard. Quando percebeu que a estória de tocar com seu grande ídolo era verdadeira, Janick agarrou a chance com as duas mãos. “Eu tive bastante sorte na minha carreira”, diz Janick. “Nunca tive pretensões de entrar para o Gillan ou o Iron Maiden, juro. Passou pela minha cabeça trabalhar com o Bruce (Dickinson), mas nunca pensei que iria me juntar ao Maiden. Eles já tinham Adrian e Dave, pra que quereriam três guitarristas? (Obs. Mal sabia ele!) Esta era a minha atitude. Até que me mostraram em contrário.” Janick gravaria dois discos com o Gillan – o álbum ao vivo Double Trouble – que chegou aos dez mais vendidos da parada inglesa – em 1981, e Magic - que também chegou ao top ten – em 1982. A banda acabou pouco tempo depois, já que o entusiasmo de Ian por ela foi caindo. Caiu tanto que ele acabou aceitando o convite de se juntar ao Black Sabbath – afina, o grupo ainda tinha um nome bem forte nos Estados Unidos. E Ian Gillan não tinha conseguido estourar na terra do Tio Sam, desde que deixara o Deep Purple dez anos antes. Gers, agora desempregado, não se lamentou muito, no entanto. Ele mesmo diz que teria “caído fora mais cedo ou mais tarde, de qualquer maneira.” Com o tempo, ficou clara a diferença entre o jovem guitarrista que queria arrebentar o mundo com seus riffs, e o veterano frontman que andava meio cansado de guerra. Na época, Gillan se mostrava mais interessado em fazer covers de um material mais ligado ao soul e ao rock‟n roll básico. Janick conta um incidente claro: „Lembro da primeira vez que vi The Nunber Of The Beast na TV, eu praticamente arrastei o Ian para que ele visse também. Eu disse: „‟É isso que eu quero tocar, essa é a minha. Isso é rock!‟ e Ian me respondeu: „Certo, eu sei, mas eu já fiz isso.‟ Ele tinha um ponto de vista, que já tinha feito isso. Só que eu dizia: „Quero aquelas luzes! Quero o gelo seco!‟” Quando a banda acabou, Janick ficou desempregado, mas com um bom currículo. Mesmo assim, as coisas não foram bem. Várias tentativas foram feitas para que voltasse a ter sua carreira musical funcionando, mas nenhuma deu certo. “Eu nunca desisti de tocar. Mantive todo meu equipamento, mas demorou muito tempo para que voltasse à ativa.” Em 1986, o ex-vocalista do Twisted Sister , Dee Snider, chegou a sondá-lo para tocar em sua banda solo (que, na época, tinha um certo Clive Burr na bateria). Janick: “Ele me telefonou e nós conversamos. Lembro de ter dito a ele: „Não há nada no mundo que me faça usar maquiagem ou coisas desse tipo. Eu não estou nessa.‟ Mas nós tivemos um bom papo, ele me pareceu uma pessoa legal. Mas ele nunca mais me ligou.”

Um dos projetos mais estranhos que Janick esteve envolvido, foi um grupo idealizado por um produtor inglês, que incluía outro ex-Maiden, ninguém menos do que Paul Di‟Anno. “Um belo dia, recebo uma chamada do produtor Jonatham King, que me falou sobre esse grupo, que ele pretendia montar para vender nos Estados Unidos. Uma banda de Heavy Metal chamada Gog Magog. O nome ele tirou da Bíblia, acho. Gog e Magog eram as duas bestas que guardavam os portões do inferno. E basicamente ele queria montar uma banda com pessoas que já tinham tocado com grandes nomes. Ele disse: „Eu tenho Clive Burr e Paul di‟Anno do Maiden, tenho Pete Wills do Def Leppard e Neil Murray do Whitesnake, e queremos fechar a coisa com você.‟ Aí eu disse: „Legal, eu vou entrar‟. Então ele arranjou uns ensaios e algumas horas de estúdio para gravarmos. Nós nos juntamos e foi divertido. Pete Willis é um cara legal. Já conhecia Neil e encontrado com o Clive. E Paul, que é um cara muito legal, tem um botão de auto-destruição que gosta de apertar um pouco demais, mas realmente ele é um bom amigo.” Mas, no final das contas, tudo ruiu quando King não conseguiu arranjar um contrato razoável para lançar a banda. Hoje pode parecer incrível que tamanho time de estrelas não conseguisse um excelente negócio imediatamente, mas na época, o interesse na NWOBHM já tinha decaído muito. A galera mais radical estava ouvindo novas bandas de Thrash e Black metal. E é bem possível que as gravadoras americanas estivessem visando muito mais as bandas glam (Motley Crue, Cinderella, Poison, etc.), mais comerciais e fáceis de vender. Não estavam a fim de um projeto de restos de outros grupos. As demos que o Gog Magog gravaram acabariam saindo só mais tarde, num EP de quatro faixas, através do selo independente Food For Thought. Mas, como Janick diz: “Não havia nenhum dinheiro ali.” A situação ficou muito difícil e depressiva. Janick chegou mesmo a pensar em vender seu equipamento, desistir da carreira musical e voltar à faculdade, estudar ciências humanas. Mas antes que decidisse de uma vez por todas, recebeu um convite que mudaria sua sorte para sempre. Foi convidado a fazer uma aparição junto com o Marillion no Wemblley Arena, no Prince Trust (evento anual de caridade da família real britânica) de 1988. Esse convite era para acompanhar um outro cantor que, por acaso, era um velho amigo: Bruce Dickinson. “Eu conhecia o Bruce desde os tempos do Samson, e nós sempre fomos companheiros”, diz Janick. “Vivíamos a um quarteirão do outro em Chiswick, e costumávamos ir em shows algumas vezes ou a festas. E nós dois queríamos conhecer Fish e o pessoal do Marillion – eu sempre achei que o Marillion era uma grande banda. Como eu e Bruce, Fish também era um grande fã do Deep Purple e do Ian Gillan, assim todos tínhamos algo em comum. Então, quando fomos convidados para tocar no Prince Trust, Bruce estava todo animado, mas eu nem tanto. Tinha um bom tempo que não tocava ao vivo. De fato, desde os tempos com o Gillan. Mas fomos lá e foi incrível. Tocamos três músicas, todas covers: „All the Young Dudes‟ do Mott The Hoople, „The Boys Are Back In Town‟ do Thin Lizzy, e a versão de Joe Cocker para „With A Little Help From My Friends‟. Quando, pouco depois, Fish deixou o Marillion, ele convidou Janick para ir até sua fazenda em Edinburgh, para ver se escreviam algumas músicas junto. Apesar dessa parceria estar destinada a ser um tanto curta, Janick co-escreveria e tocaria guitarra em „View From A Hill‟, talvez a melhor faixa do disco solo de Fish “Vigil In A Wilderness Of Mirrors”, lançado em 1989. Bruce Dickinson: “A primeira vez que eu ouvi essa música ela realmente me derrubou. Pensei „Fish é louco de perder esse cara, ele consegue compor tão bem quanto toca.‟” Por acaso, seu antigo amigo dos tempos iniciais estava trabalhando em seu primeiro projeto solo, uma música para a trilha do filme Nightmare On Elm Street. E resolveu mostrar o novo trabalho para saber sua opinião. “Bruce me telefonou e então fui me encontrar com ele. Ele me mostrou essa música que soava meio AC/DC. Eu disse: „Não, isso aí está pedindo para soar mais assim...‟, então pus alguns acordes nela e aí refizemos o refrão. Ele estava tentando se distanciar do som do Maiden, portanto estava muito aberto a novas idéias. E nós fomos fundo, e a gravamos em um dia ou dois, algo assim, e ficou ótima, eu realmente gostei, sabe? E isso era „Brig Your Daughter To The Slaughter‟”.

“Eu a escrevi em três minutos”, conta Bruce. “Não sei de onde eu tirei o título. Ele veio de repente na minha cabeça. Pensei: „Que coisa, parece ser direto do AC/DC!‟” Bruce achou a música perfeita para o filme (A Hora do Pesadelo). “O pessoal da Zomba (editora do Maiden) ficou completamente louco. Eles me diziam „Isso é ótimo!‟ O cara chamou o escritório e disse: „Eu não acredito nisso, você tem mais material como esse?‟ E respondi „Bem, sim, tenho algumas coisinhas que estou trabalhando.‟ Era tudo mentira, claro. Eu disse: „olha, o que vocês acham de nós fazermos um álbum?‟ Ele respondeu „Claro, sim, faça isso.‟ Então chamei o Jan e disse para ele: „Você não pode vender seu equipamento agora, seu bastardo, nós temos um álbum para fazer!‟” O resultado, como sabemos, foi Tattooed Millionaire, primeiro disco solo de Bruce Dickinson, que conseguiu ser bem sucedido e até gerou dois hits na Inglaterra, „All The Young Dudes‟, a cover do Mott The Hoople, e a faixa título. Todo o disco foi gravado de forma muito espontânea e rápida, apenas duas semanas. “As duas semanas mais rápidas da minha vida”, ri Janick, ainda meio espantado com a velocidade da mudança de sua sorte. O disco continha um bom número de originais, escritas pela dupla Dickinson/Gers, além de algumas covers. A resposta foi tão positiva que Bruce chamou Janick para uma tour de quatro semanas nos EUA (que incluía os mesmos músicos que tocaram no disco: Janick mais o baixista Andy Carr e o baterista Fabio Del Rio). Isso tudo animou bastante Janick, que deve ter pensado que novos convites deveriam pintar em breve. Mas nada o preparou para o que estava por vir. Quando Bruce voltou ao Maiden para o próximo disco, Adrian Smith estava a beira de sair do grupo, insatisfeito com o novo material “mais básico” que o Iron queria gravar e infeliz com a perspectiva de mais uma estafante tour mundial. Logo Adrian estaria fora. Um outro guitarrista se fazia necessário e com urgência (todo o esquema de gravação e tour já estava montado). “Bruce nunca me falou sobre o que estava acontecendo”, diz Janick. “ Mas eu conhecia o Dave e o Adrian e gostava de ambos. Já conhecia todo mundo na banda, mas não sabia sobre o que estava para acontecer. Então, uma tarde, recebi um telefonema do Bruce. Ele me disse „Você poderia aprender algumas músicas do Maiden?‟ A primeira coisa que pensei foi em dizer „não‟, porque tínhamos concordado em não tocar nenhuma música do Maiden durante a tour solo de Bruce. Aí eu perguntei „Por que você quer tocar músicas do Maiden?‟ Ele respondeu „Porque alguém está saindo e nós gostaríamos que você viesse e ensaiasse com a banda‟. Perguntei „Quem saiu?‟ E ele me disse: „Adrian‟ E fiquei numas de „O que? Fala de novo.‟ Quero dizer, eu estava realmente chocado. Minha namorada diz que eu estava branco como um folha de papel quando desliguei o telefone. Ela achou que alguém havia morrido ou coisa parecida.” Janick fez um teste com a banda, no celeiro adjacente à mansão de Steve, três dias mais tarde. Ele lembra: “Eles disseram: „Qual música você quer tocar primeiro?‟ Eu disse: „The Trooper‟. Pensei: „Vamos tocar essa, rápida e agressiva, eu estarei bem.‟ Então eu e o Dave mandamos ver nas primeiras notas da canção e a coisa toda funcionou! Foi simples assim, a música simplesmente decolou. Quando nós terminamos, eu estava tremendo com a adrenalina, e me lembro do Bruce dizer; „Caramba! Isso soa incrível!‟, então tocamos outra – eu acho que era „Iron Maiden‟ – e então „The Prisioner‟ e talvez mais uma, não consigo me lembrar. Aí eles se juntaram num canto e tiveram uma conversa particular. Depois o Steve Harris veio até mim e disse: „Você está na banda. E vamos começar a gravar amanhã.‟ E eu pensei: „O quê?‟ Janick tinha acabado de conhecer o método Steve Harris de agir em relação à sua banda. E se adaptou muito bem, diga-se de passagem. Embora obviamente não pudesse contribuir muito num disco que estava todo pronto para ser gravado antes dele entrar, logo demonstraria seu valor, seja na sua técnica exímia, seja nas apresentações ao vivo, mostrando seu lado passional pela música que a banda e todos verdadeiros fãs compreenderam e amaram. Seu valor completo como membro efetivo de Maiden se daria no disco seguinte, Fear Of The Dark, onde comporia inclusive o primeiro compacto tirado dele („Be Quick Or Be Dead‟ – uma canção tão poderosa e tão „Maidiana‟ que foi o tema de abertura da banda em várias tours).

Biografia - Nicko McBrain Michael Henry McBrain, Londres, 05/06/1952, bateria (1982-)

Um dos grandes bateristas do Heavy Mundial, Nicko McBrain entrou para o Iron Maiden apenas no quarto disco, mas foi decisivo para que a banda pudesse desenvolver seu som além dos limites impostos da época. Dono de uma técnica ímpar, ele curiosamente substituiu um outro excelente baterista, Clive Burr, possuindo os mesmo hábitos que causaram a queda do seu antecessor. Nicko é, ou era, um festeiro absoluto. Ao entrar para o Maiden, surpreendeu a todos com sua energia inesgotável. Como diz Steve Harris: “A coisa toda com o Nicko é que ele tem essa – eu não sei do que você chama isso – mas esse depósito de energia em algum lugar. Ele sempre teve esta coisa que, independente do que faz, isso nunca afetou sua performance. (...) E Nick nunca deixou que nada o impedisse de dar 110% de si no palco. Para mim, como baixista, isso é realmente ótimo. Significa que nunca tive um show ruim porque o baterista me deixou na mão, o que acontecia muitas vezes com o Clive. Então, apesar de Nick ser o Senhor Festeiro, isso nunca me incomodou e ainda não incomoda. Sei que ele estará em ponto de bala no minuto em que entrarmos no palco, e isso não tem preço para mim.” O que pouca gente sabe é que Nicko e sua futura banda se encontraram várias vezes nos palcos da Europa. Quando estava no Trust, ele tocou abrindo para o Maiden em 1981. Dave Murray se recorda do fato: “Os membros do Trust eram franceses, enquanto Nicko era tão inglês quanto feijão cozido (um prato típico da Inglaterra). Então ele ficava a maior parte do tempo se enturmando com a gente, foi assim que o conhecemos.” Mas Steve Harris têm lembranças ainda mais antigas, quando Nicko tocava num trio chamado Kitty, num festival na Bélgica em 1979: “De fato, foi nossa primeira apresentação fora da Inglaterra, e a gente ainda era só semi-profissional naquela época. A Gillan era a banda principal, eu acho, e Nicko estava tocando com Donovan Mckitty, que era um grande guitarrista, muito influenciado por Jimi Hendrix, e Charlie Tumahai – que já tocou no Be-Bop De luxe, que eu adorava – no baixo. Eles tocaram sua parte e havia todo aquele tipo de problemas – a guitarra de Donovan Mckitty pifou e Nick e Charlie fizeram essa espécie de jam juntos, enquanto ele tentava consertar a guitarra. E Nicko foi incrível! Solos de bateria costumam ser um tédio, mas assisti-lo fazer isso foi melhor do que ver o resto do show! Então me lembrei dele desta época e, quando Clive saiu, ele foi uma das primeira pessoas em quem pensei. Quero dizer, ele sempre foi uma „figura‟, mas eu apenas sabia que ele seria o homem certo para o serviço. Foi engraçado porque anos depois, quando o Blaze entrou, foi o Nick

que chegou para mim e disse: „Olha, ouvi dizer que esse cara é um festeiro e tanto, você tem mesmo certeza que nós estamos fazendo a coisa certa?‟ Eu disse: „Nick, espere um minuto – nós contratamos você!‟ Ele pensou nisso e respondeu: „É, é verdade!‟ E nós dois caímos na gargalhada. Ele ganhou essa reputação de ser o Senhor Excesso, e ela está bastante correta, pelas muitas estórias que ouvi as pessoas me contarem através dos anos! Você nunca sabe que Nick você vai encontrar, porque ele tende a mudar de show para show. Um minuto ele está pra cima e é o Senhor Festeiro e então, no dia seguinte, ele pode ser o Senhor Deprimido, mas isso é o jeito que ele é. Mas isso nunca afetou o seu modo de tocar, e se isso acontecesse, então tudo que teríamos a fazer seria dar um tapinha nele e aí ele tipo que poria seu rabo entre as pernas e se consertaria, sabe. Nick nunca foi um problema deste tipo.” Michael Henry McBrain nasceu em Hackney, East London, no dia 5 de junho de 1952. Seu apelido apareceu quando ainda era criança: Nicky. Por um motivo muito singelo para um futuro baterista de Heavy Metal coberto de tatuagens. O nome foi dado porque, ele sorri ao confessar, “esse era o nome do meu ursinho de pelúcia – Nicholas, o urso. Eu era muito apegado a ele, levava-o para tudo quanto é lugar, então meus familiares começaram a me chamar de „Nicky‟ de brincadeira. A não ser que eu estivesse encrencado, aí era: „Michael‟!” Sua família não era particularmente musical, mas seu pai era um grande fã de jazz, e logo Nicko estava ouvindo os grandes da área. Seu herói na juventude foi o celebrado baterista Joe Morella, a quem ele descobriu numa performance na TV, tocando com Dave Brubeck, no começo dos anos 60. “Quando eu tinha uns dez anos de idade, costumava pegar todas as panelas, potes e latas de biscoito de minha mãe, e tudo mais que pudesse colocar minhas mãos e que fizesse um bom som quando era batido por algo, aí pegava as agulhas de tricô de minha mãe e começava a barulheira. Eu fingia que era Joe Morella batendo nos tambores. Ou então ia até a cozinha e pegava um par de facas e começava a bater naquele fogão a gás – um bem grande – e claro que toda a pintura começou a lascar e minha mãe ficava uma fera.” Em nome da paz familiar e para poupar a pobre cozinha da mulher, seu pai acabou comprando um kit de bateria para o filho. “Eu devia ter uns 11 ou 12 anos, e ele era o que chamávamos de John Gray Broadway kit, o que significava que era, basicamente, uma caixa, um tom-tom, um prato, duas baquetas comuns e duas do tipo vassourinha. Eu não estava interessado nas vassourinhas, só queria bater nas coisas, mas meu pai me fez aprender como tocar com as vassourinhas também. Ele dizia: „Você tem que aprender como tocar tudo, se quiser algum ser um baterista de verdade.‟ E, claro, ele estava completamente certo. Então, obrigado, pai, por isso. Mas eu amei aquilo. Estava feliz como um porquinho na lama.” Não demorou muito para que o jovem baterista se visse constantemente assediado. Bateristas são coisa rara quando se está na escola (principalmente um que tenha bateria). Nicko adorou a nova atenção que isso lhe trazia, assim que entrou para sua primeira banda de escola. Nicko: “Nós costumávamos tocar todo sábado de manhã. Era pura mágica. Eu ainda me lembro daquilo, tudo covers, você sabe, nós não éramos bons o bastante para escrever nada ainda. Era tudo músicas dos Stones e dos Beatles...“ Na sua formação musical, além da vasta coleção de jazz do seu pai, Nicko curtia os sons da moda, bandas que ficariam imortalizadas por seus trabalhos nos anos 60: The Animals, The Shadows e claro, os Rolling Stones e os Beatles. Curiosamente, uma de suas mais interessantes experiências artísticas aconteceu quando ele passou um tempo sendo parte da Russel Vale School of Dancing, onde aprendeu a praticar dança de salão todo sábado à tarde. “Eu tinha um pouco de jeito para o velho cha-cha-cha e o samba”, diz ele modestamente. Mas Nicko era sim, bom de dança, tanto que isso que o levou a participar de vários concursos pela sua escola. Mas, como ele

diz, “joguei tudo pela janela, assim que comecei a me dedicar mais a ser um baterista em tempo integral.” Aos 14 anos, Nicko estava tocando em “Pubs e casamentos – com equipamento semiprofissional”. Da maneira que ele crescia e ia se aperfeiçoando, Nicko mostrou que conseguia tocar qualquer coisa, do jazz ao pop. Logo ele começou a trabalhar como músico de estúdio, algo que sempre estavam precisando, naqueles tempos em que a maioria dos sucessos ainda era fabricada, e músicos versáteis eram muito requisitados. Ele costumava encher o carro de seu pai “Um minúsculo Morris Minor 1000” e cair na noite de trabalho (a maioria das gravações naquele tempo eram feitas à noite). “Eu tocava de tudo”, diz Nicko “daquela época, discos de música pop, folk, música religiosa, ou coisas mais rockeiras, não me importava. Podia tocar de tudo mas não sabia ler música. Então, acabava tocando coisas pop e fazia muito trabalho de estúdio para essa gravadora chamada Young Blood Records, e algumas vezes com esse cara da EMI. Tinha eu e esse baixista, chamado Brian Belshaw, e éramos um tipo de time, como uma seção rítmica portátil. Foi uma grande experiência. A maioria das pessoas que tocam em bandas costumam ser muito esnobes a respeito do trabalho de estúdio que tenham feito, como se isso fosse a coisa mais entediante do mundo. Mas, eu realmente gostava daquilo. Sendo um baterista, é muito difícil você se sentar em casa e tocar por conta própria. Não é como ser um guitarrista. Então eu gostava daquilo, porque me fazia sair e tocar em tudo quanto é tipo de banda. E isso deixava uma grana no meu bolso também, o que vinha muito a calhar.” No entanto, ainda que o dinheiro das sessões fosse o suficiente para pagar o aluguel, Nicko sabia muito bem que ser apenas um músico de estúdio não o faria nem rico nem famoso. E também porque, como ele mesmo diz, “Depois de um tempo você passa a querer fazer alguma coisa que tenha um significado pessoal para você, e não pode fazer isso nas sessões. Você tem que estar em sua própria banda antes que comece a poder tirar isso de sua música, e então era isso que eu queria fazer.” Sua primeira banda „de verdade‟ foi a The Eighteenth Fairfield Walk, que mais tarde trocou o nome para Peyton Bond, uma boa banda de bar, que tocava basicamente covers de Otis Redding, Beatles e The Who. Comentário de Nicko: “Foi bom enquanto durou. Mas não iria a lugar nenhum enquanto ficasse só numas de fazer covers.” Assim sendo, Nicko não precisou pensar muito quando lhe ofereceram o lugar de tocar as baquetas num grupo mais ambicioso, chamado The Wells Street Blues Band. Nicko: “Eu agarrei a chance. Ainda faziam muitas covers, mas o material era muito mais interessante, bem radical, puristas de blues.” Era o final dos anos 60, quando o som das bandas de blues foi ficando gradualmente mais pesado, criando em breve um novo estilo que seria batizado com o nome de um modelo da famosa moto Harley Davidson: Heavy Metal. A banda trocou o nome para The Axe, em 1969. “O The Axe era uma típica banda da época”, diz Nicko. “Nós todos fomos influenciados pelos Bluesbreakers do John Mayall e por tudo aquilo que Eric Clapton, Jeff Beck, Jimmy Page e Peter Green tinham feito com aquele som. Víamos-nos como um grupo nos mesmos moldes, mas nunca conseguimos decolar. Pensamos que estávamos com tudo quando ganhamos um concurso local de talentos, e o prêmio era um contrato de gravação com a Apple Records, que era a gravadora dos Beatles. Ou foi isso que disseram! Mas nada aconteceu depois disso. Era só um monte de merda...” O The Axe começou a tocar suas próprias composições nas apresentações ao vivo. Mas aí houve uma grande briga entre o cantor e o guitarrista, e isso foi o fim de tudo. “Eu gostava da banda, mas era um pouco exagerada – três guitarristas solo em um quarto ensaiando era um pouco demais para qualquer um, acho.” Um pouco abatido, mas não desanimado, Nicky simplesmente foi tentar de novo. Juntou-se ao cantor e tecladista Billy Day e seu parceiro de composição, o guitarrista Michael „Mickey‟ Lesley.

“Era por volta de 1971, algo assim, e eu lembro disso porque foi a primeira vez que estava recebendo pagamentos”, comentou ele. “Eu recebia 50 libras por semana e pensava „Ei! Isso é ótimo! Estou realmente começando a alcançar o sucesso‟. Mas o pagamento também incluía seus serviços como motorista da van. “Porque não tínhamos roadies e eu era o único que tinha uma carteira de motorista”, explica Nicko. “Billy tinha tido a sua cassada por dirigir embriagado. Mas isso também queria dizer que eu tinha que levar a van para casa à noite e, claro, achei isso muito bom. Aqui estou eu, consegui meu primeiro trabalho pago numa banda de verdade e ainda por cima eu fico com o carro da firma também!”, diz ele rindo. Foi nessa época que Nicky, de repente, virou Nicko. Como ele mesmo explica, com detalhes: “Os rapazes tinham um contrato editorial com a April Music, que de uma forma ou de outra acabou se transformando na CBS Records. Então estávamos nos estúdios da CBS em Whitfield Street, Londres, gravando o que seria nosso primeiro álbum. Aí, durante uma gravação um dia, o diretor da CBS resolve nos fazer uma visita de surpresa. Dick Asher era o chefe da CBS naquele tempo, então estávamos todos fazendo a maior barulheira e Dick Ashby chega com Maurice Oberstein. Isso foi um pouco antes de Obie assumir a direção da CBS na Inglaterra e acho que Dick estava mostrando para ele o lugar ou algo assim. De qualquer maneira, Dick entra, ele já conhecia o Billy, mas pede a ele que o apresente ao resto da banda. E Billy estava completamente chapado, como de costume – Ele adorava uma bebida, o Billy – e ele achou que seria engraçado me apresentar por alguma razão como Neeko (obs. pronuncia-se Niicko). Ele se levanta, vai até o Dick e Obie e fala: „Eu queria te apresentar ao meu baterista italiano – esse é Neecko‟. Eu pensei „É foda, Billy, você está realmente exagerando.‟ Eu tentei explicar que não era assim, mas Obie a partir daí começou a me chamar de Neecko, e isso só foi longe demais. Então ficou assim, isso pegou desde então. Eu gostei bastante dele, realmente, só que mudei para „Nicko‟ (em inglês pronuncia-se quase como Necko) para soar mais britânico.” O nome ficou, mas isso seria a única coisa que duraria da relação estabelecida entre o recém batizado baterista e o cantor Billy Day, já que os problemas com alcoolismo do vocalista acabariam atrapalhando toda a banda, que acabaria pouco depois. Nicko: “O problema de ser um baterista é que você tem que ficar esperando na berlinda muitas vezes. Esperando que as pessoas da banda que deveriam chegar com as canções e a direção a seguir se levantem e façam sua parte. Você começa a perceber muito rápido quando alguma coisa não está acontecendo e o pobre Billy - ele era um cara legal e um grande músico, e eu aprendi um monte de coisas tocando com ele - mas a banda não estava indo para lugar nenhum, então depois de algum tempo pensei: „Certo, chega, já aguentei o suficiente, estou fora...‟ Nicko tentou durante algum tempo sua sorte com uma ou duas bandas que fundou, mas a grande oportunidade apareceria novamente em 1975, quando ele se juntou aos Streetwalkers, banda formada pelo vocalista Roger Chapman e o guitarrista Charlie Whitney, ambos os quais tinham ficado famosos como líderes de um grupo muito conhecido na Inglaterra, o Family. Dois de seus discos, Music In A Doll‟s House (de 1968) e Bandstand (1972) são considerados pela crítica clássicos da época. Nicko explica como conseguiu chegar até eles: “É uma história um pouco complicada. Mas, basicamente, eu estava numa banda chamada The Blossom Toes, que parecia que ia conseguir assinar um contrato com uma grande gravadora, então – surpresa! – tudo danou no último minuto. O guitarrista no Blossom Toes era um cara chamado Jim Cregan, e quando as coisas apertaram ele caiu fora e se juntou ao Family. Isso foi em 1973. Então o Family acabou em 1974 e Jim saiu para se juntar ao Cockney Rebel. Mas antes de faze-lo, ele deve ter feito alguma recomendação ou coisa parecida, porque logo depois eu recebo um telefonema, perguntando se estaria interessado em fazer um teste para a nova banda de Roger e Charlie, do Family. Respondi na hora: „Yeah!‟ Quero dizer, era um grande fã do Family, achava Music In A Doll‟s House um disco fantástico, então eu estava definitivamente a fim. Eles já tinham gravado seu primeiro disco, que se chamava

Streetwalkers, mas seu baterista, Ian Wallace, tinha saído e havia essa tour esquematizada e era isso aí - eu estava nas nuvens!” Por uma dessas ironias do destino, numa das primeiras tours que Nicko faria com os Streetwalkers, ele se viu tocando num clube de Nova York junto com seus colegas ingleses do Cockney Rebel. Uma banda então empresariada por um desconhecido ex-estudante de Cambridge, chamado Rod Smallwood. Nicko: “Foi a primeira vez que encontrei Rod na minha vida. Estávamos tocando nesse clube de Nova York, chamado Bottom Line, nós e o Cockney Rebel, e lembro de ter visto aquela figura do norte da Inglaterra parecendo meio esnobe. Mas assim que você começa a conversar com ele, descobre que é um cara legal, que gosta de um copo e uma diversão. Houve uma grande festa depois do show, claro, e lembro que todo mundo estava gritando com todo mundo e bêbados. Acho que nenhum de nós tinha estado nos Estados Unidos antes, e parecíamos como garotos ingleses em férias – férias de rock‟n roll. Nós nos encontramos numa mesa. Foi essa espécie de festa. Rod Smallwood: “A primeira vez que encontrei Nick foi em Nova York. E a primeira coisa em que pensei foi: „Um cara legal, completamente doido!‟ E não acho que minha opinião a seu respeito tenha mudado desde então. Baterista brilhante, pessoa legal, completamente doido. Até ele vai te confirmar isso...” Nicko se encontraria de novo com Rod Smallwood, mas isso seria bem depois e em outras circunstâncias, e já sem os Streetwalkers, que acabariam logo depois de Roger Chapman resolver seguir carreira solo. Mas agora que tinha a técnica, a experiência e o currículo, não foi muito difícil para ele encontrar trabalho, e logo estava segurando as baquetas na Pat Travers Band (chegou a gravar o LP Making Magic) e, mais tarde, na banda francesa Trust. O Trust foi uma das poucas bandas de metal francesas a chamar alguma atenção durante os anos 80, e tinham uma ideologia esquerdista algo acentuada. Nicko conta que “havia muito de política nas suas canções, mas era tudo em francês, então não me pergunte o que elas diziam!” Nicko conta que encontrou os membros do Trust quando foram gravar em Londres, e tiveram problemas com seu baterista original. Para terminar o disco, tiveram que contratar outro cara para as baquetas. Nicko foi recomendado e tocou tão bem que valeu um convite para se ligar à banda, o que significava que teria de se mudar para a França. “Deve ter saído caro para eles, já que aí eu passei a morar num hotel!” Outro problema era a linguagem: metade da banda não falava inglês, e McBrain não sabia e nem estava interessado em aprender francês. Mesmo assim, ficou na banda durante dois anos. E seria nesse tempo que encontraria com o pessoal do Maiden e estabeleceria amizade com eles. Como sabemos, a banda de Nicko chegou a abrir para o Iron em 1981. Curiosamente, Nicko ficou sabendo das dificuldades do Maiden com Clive Burr muito antes de receber um convite para audição. Ele explica: “Eu conhecia o Clive, porque nós todos fizemos uma tour juntos, quando eu estava no Trust. E ele chegou até a me ligar dos Estados Unidos uma noite, falando que tinha ouvido falar que eles tinham conversado comigo sobre substituí-lo, e eu fui honesto com ele e disse: „Olha, Clive, eles não vão me chamar para um teste se você se arrumar.‟ Lembro, ainda estava casado com minha primeira mulher naquela época, e ela me deu o maior sermão depois. Ela falou: „Pra quê você disse isso para ele? Ele vai dar um jeito de se cuidar, vai ficar com o trabalho e você vai ficar sem nada!‟ Mas não era assim que eu via a coisa. Não queria tirar o emprego de outro cara. Ele tinha me telefonado e pedido a minha opinião, e eu dei a melhor que pude. O resto era por conta dele...” Claro que, quando a situação ficou insustentável entre o Iron maiden e Clive, e o convite foi confirmado, Nicko não perdeu a chance, como admite: “Eu fiquei super feliz! Acho que seria justo dizer que enchi a cara, para comemorar aquelas pequenas boas novas! Quer dizer, estava sem trabalhar, então foi a salvação da lavoura. Mas foi mais do que isso, eu realmente gostava da

música. Era bem do meu tipo. Sempre pude tocar forte, mas o Iron Maiden foi um momento decisivo para progredir no meu estilo. Foi uma grande experiência por causa do pedigree dos músicos – você não podia ficar melhor. No estilo que tocam, os músicos do Iron são os melhores que existem, simples assim. E quando Steve chega com uma canção, ele sempre vem com uma batida que nem tinha percebido, ou então ele sugere alguma coisa que eu não tinha pensado, e ele nem sequer é um baterista! Mas é esta a coisa bonita da música, há tantas maneiras de interpretála. Mas porque foi ele quem compôs as canções, ele sabe mais do que ninguém de que forma elas deveriam soar, e o sentimento que deveriam ter. Então sempre presto atenção, e aí eu tento dar a isso alguma coisa minha que talvez ele ainda não tenha pensado. Isso funciona muito bem.” Adrian Smith: “Eu conheço outros bateristas que fizeram testes para o Maiden e que simplesmente não conseguiam dar certo. Você tem que ser meio atleta, e Nicko é um baterista fantasticamente atlético. Ele sempre teve a técnica e a habilidade, mas foi no Maiden que realmente estourou – ao ponto em que muito do material que fizemos depois que ele entrou foi criado a partir do seu estilo de tocar, todos aqueles quebradas que ele faz, que exigem tremenda técnica. Isso soa meio cretino hoje em dia, mas quando ele se juntou a nós, eu achava que ele seria um pouco funky demais para nosso som. Porque Nick pode tocar de tudo. E é firme. Fica bem na frente de tudo, e Steve adora tocar com ele. Steve e Nicko costumavam passar horas trabalhando essas passagens de baixo e bateria. Quero dizer, regras normais não se aplicam nem a Nicko McBrain nem ao Iron Maiden – por isso é que eles se destacam tanto.” A primeira apresentação de Nicko seria numa TV na Alemanha. Ironicamente, a notícia de que Clive estava saindo do Iron Maiden ainda não tinha saído na imprensa, então Nicko tocou usando uma máscara de Eddie (o que se tornou motivo de piada nos anos seguintes). Com seu novo estilo de tocar, Nicko entrou para a „família‟ do Iron Maiden e participaria de uma série antológica de discos e shows, no que ficou conhecido como a formação „clássica‟ da banda. Sua contribuição não foi pequena e o Iron nunca mais teve que se preocupar se o baterista estaria em forma ou não, para qualquer show ou gravação! (biografias de http://www.ironmaidenbrasil.com.br)

Clive Burr (08/03/1957,  12/03/2013) Quando o baterista Clive Burr saiu do IRON MAIDEN em 1982, achou que as coisas não poderiam piorar muito. Então ele foi diagnosticado com esclerose múltipla, e sua vida virou de pernas pro ar...

Começou primeiramente em suas mãos. De todos os lugares, suas mãos – as ferramentas de seu comércio. Era apenas uma sensação de formigamento a princípio, nada de mais ou muito preocupante; inconveniente ao invés de doloroso. Mas não passava. E, ao invés de piorar, foi ficando continuamente, preocupantemente pior. A dedução de Clive Burr sobre o formigamento em suas mãos era simples: era por causa da bateria. A culpada deve ser toda aquela bateria que ele tocou por anos. „Bata nelas com força‟, ele tinha imprimido em suas baquetas feitas por encomenda. “E eu sempre bati”, ele diz. “Então continuei. Guardei aquilo no fundo da minha cabeça, tentei não pensar nisso”. Isso foi no fim dos anos 80, ele acha. 1988 ou talvez 1989. Um longo tempo depois de ter deixado o IRON MAIDEN. Ele tinha ocupado o banquinho de uma meia dúzia de bandas desde o Maiden. Por volta de 1994, estava tão ruim que não podia continuar ignorando. “Eu vivia deixando as coisas caírem”, ele diz. “Eu não conseguia segurar nada direito. Eu mal podia segurar minhas baquetas”. Quando não conseguia mais rodar as baquetas entre seus dedos – o tipo de truque que conseguia fazer com os olhos fechados dois anos antes – tinha chegado a hora de consultar um médico. O diagnóstico levou meses. Houve testes e exames, mais testes, até que eventualmente tudo culminou no consultório de um clínico, um homem de cara fechada com notícias muito ruins. Pior, impossível. Os exames revelaram esclerose múltipla, e duma variação particularmente virulenta e agressiva da doença, e por isso chamada de EM Inicial Agressiva. A vida do Sr. Clive Burr estava prestes a mudar para sempre.

Hoje em dia, o homem que fornecia a frenética, porém sempre distinta e original espinha dorsal rítmica dos três primeiros discos do Iron Maiden, está numa cadeira de rodas. Algumas vezes, apenas sair da cama para encarar um novo dia é uma luta. “Eu fico muito cansado”, ele diz. Eu nem sempre consigo fazer o que quero.” A bateria dele está numa garagem em sua casa especialmente adaptada, em Wanstead, zona leste de Londres, que ele divide com sua parceira Mimi, uma ex-professora de catecismo que também tem EM. “Meeeeeeeeemes”, ele grita, repetidamente ao longo de nossa entrevista. “Onde está o meu Rosie?” [Rosie Lee = marca de chá]. “Eu só tiro a bateria quando meus sobrinhos vem agora”, ele diz. “Eles parecem gostar”. Para Clive, agora com 53 anos de idade (2010), é só até aí que a coisa vai hoje em dia. Em outro aglomerado de tralhas está uma pilha de pratos Paiste danificados, quebrados em vários shows da turnê Beast On The Road em 1982; um lembrete contundente, se fosse preciso, do baterista poderoso que ele uma vez foi. Seus dias de baterista estão acabados. Nas raras ocasiões que a EM o abate, ele vai ao DVD player e assiste a um antigo show do Maiden. “Eu gosto disso”, ele ri. “Eu sento lá com a Meemes, com os pés pra cima, e eu volto praquela época. Eu fico sorrindo por todo o vídeo. A gente era uma banda boa, sabe.” Antes que a gente comece a falar do Maiden, e como eles eram bons com Clive junto, talvez seja mais pertinente abordar como isso acabou. Isso é algo que tem sido negado a Clive pela maior parte dos últimos 30 anos. Muito tem sido escrito sobre sua saída do Maiden, durante uma exaustiva turnê no verão de 1982. A maioria disso tudo, ele diz firmemente, é asneira. “Eu ouvi as histórias – que foi por causa de drogas ou por muita bebida”, ele diz. “Não foi nada parecido com isso”. A verdade, como é muitas vezes em casos de cadeiras musicais do heavy metal, é um pouco mais sórdida, um pouco mais acrimoniosa. Começou com uma ligação. Ele não lembra onde ele estava quando recebeu a ligação, só lembra que tinha que ir pra casa em Londres. O pai dele, Ronald, tinha morrido repentinamente de um infarto. Ele tinha apenas 57 anos. Um mapa dos EUA ponteado com shows está à frente do Maiden, mas, naquele momento, isso não importava, ele diz. “Eu tinha que ir pra casa”. Todo mundo pareceu concordar com isso, ele lembra. Vai pra casa, eles disseram. Fique com sua família. Clive voou de volta pra casa num Concorde. O Maiden trouxe o ex-baterista do TRUST, Nicko McBrain, como substituto para que a turnê continuasse, o show pudesse continuar. Clive e Nicko eram amigos. Sem problema. Tudo estava beleza. “Eu conhecia o Nicko”, Clive diz. Cara legal. Bom baterista. Num número dos primeiros shows, Nicko tinha se caracterizado de Eddie para assustar a plateia. “Ele amava a banda, ele amava ser parte de tudo aquilo. E o resto da banda gostava dele”. Clive estava prestes a descobrir o quanto gostavam. Então Clive foi pra casa, foi ao funeral de seu pai, passou algum tempo com sua família, e duas semanas depois, voou de volta para os EUA para se juntar ao Maiden, que estava cruzando a América, abrindo pro Rainbow, Scorpions, .38 Special e Judas Priest. “Eu voltei e podia sentir que algo não estava certo”, Clive lembra. Houve uma reunião. A atmosfera estava tensa. Havia mudança no ar, e Clive, ainda dormente pela perda do pai, podia farejá-la. “Achamos que está na hora de uma pausa”, eles disseram a Clive. E foi isso. Depois da melhor parte de quatro anos, três discos – não apenas qualquer disco velho, tampouco, mas os três discos que muitos fãs do Maiden dirão a você que permanecem sendo o melhor trabalho da banda – e de repente o sonho tinha acabado, logo quando estava começando a virar realidade.

Todos sabem o que aconteceu com o Maiden depois. O que aconteceu a seguir com Clive Burr foi um caso de sacudir a poeira e começar tudo de novo. Ele estava de luto por seu pai. Agora ele também estava de luto por sua banda e pelo trabalho com o qual ele tinha sonhado desde que viu Ian Paice tocando "Highway Star", com o Deep Purple, pela primeira vez. Em casa, no Reino Unido, os rumores eram díspares: eram as drogas as culpadas por sua demissão; era a cachaça; que Clive gostava da cerveja, sexo e rock n‟ roll apenas um pouco mais do que os outros; que algumas vezes ele tinha que tocar nos shows com um balde do lado de sua bateria pra quando as ressacas fossem demais... as mazelas do rock n‟ roll estavam entrando no caminho da banda, todo mundo concordava. Todos exceto por Clive. Trinta anos depois, ele diz que ainda incomoda ouvir isso. Ele nunca foi muito de beber. Claro, ele tomava brandy com Coca-Cola – um Curvoisier e uma Coca-Cola. “Meu roadie costumava me arrumar um antes de entrarmos no palco”, ele ri – mas nada muito exagerado. Não mais ou menos do que qualquer um da banda. “Éramos como garotos de escola nos EUA”, ele diz. “Nunca havíamos estado lá antes e nossos olhos se abriram. Havia muitas festas, e as garotas estavam se jogando em cima de nós. Nós nunca tínhamos vivido qualquer coisa como aquilo.” Clive – o cara que tinha sido eleito „Gostosão do Mês‟ de julho pela revista para adolescentes Oh Boy – mandou ver. “Claro que mandei. Todos nós mandamos.” E daí acabou. Clive voou para Londres novamente, e daí para a Alemanha com sua mãe, e ficou na dele. “Eu estava muito chateado para sentir raiva disso”, ele diz. “Houve um período de luto – eu senti pelo meu pai e eu senti pela minha banda – e daí eu me levantei e continuei”. Simples assim? “Bem assim, sim. Não teve nenhuma mágoa. A vida é curta demais. É bom esclarecer os fatos, contar meu lado da história”, ele diz, “porque ele não é muito conhecido. Eu acho que se você vai despedir alguém, despedir essa pessoa logo depois dela ter perdido o pai não é o melhor momento pra fazê-lo... eu acho que eles tinham as razões deles. E foi isso.” Depois do Maiden, Clive tocou com um número de bandas em seqüência rápida: Graham Bonnet‟s Alcatrazz (isso durou uma semana), Stratus, o assim chamado supergrupo da NWOBHM Gogmagog, Elxir, Dee Snider‟s Desperados. Nenhuma delas chegou perto de obter o que ele tinha alcançado com o Maiden. E ainda assim, para Clive, isso não fazia diferença. “Eu só queria tocar. Quando eu vim pra casa da Alemanha, depois do Maiden, costumava prender meu cabelo num chapéu, pôr um par de óculos escuros e tocar com qualquer pessoa que me quisesse, nos bares por Londres”, ele ri. “Eu só queria tocar bateria”. Era como era quando ele era garoto. Os Burr moravam num apartamento em Manor Park, no coração da zona Leste de Londres. Enquanto estava na escola, Clive construiu uma bateria artesanal. “Tudo que tínhamos pela casa, ele estava batendo com baquetas”, sua mãe Kiara lembra. Quando ele descobriu Ian Paice e o Deep Purple, sua obsessão pareceu tomar uma nova dimensão. A família de Kiara comprou seu primeiro kit da bateria pra Clive quando ele tinha 15 anos. Foi tanto uma benção como uma praga. “Era legal pra eles, mas eles não tinham que ouvir aquilo”, diz Kiara. “Eu costumava sair do apartamento com medo de olhar os vizinhos na cara, por causa do barulho que estava fazendo.” Mesmo para os ouvidos leigos, Kiara conseguia ver que era bom. Muito bom. Ele nunca teve uma aula propriamente dita, aprendeu vendo outros bateristas e tocando constantemente. Clive entrou pro Maiden saindo do Samson em 1979, substituindo Doug Sampson, logo quando o Maiden estava prestes a assinar com a gingante EMI Records. Era um baita passo, ele lembra, do rock tradicional calcado no blues do Samson. Os ensaios do Maiden eram sérios, e eles

tinham que ser. As canções eram mais rápidas e intrínsecas, com muitas mudanças de tempo. Tocar bateria com essa banda não era emprego pra novato. Mais – e melhores – shows começaram a vir, e também o interesse na banda de gravadoras. Logo que a EMI contratou o Maiden, Clive saiu de seu emprego diurno como entregador na cidade. O sucesso da banda devia-se quase todo ao baixista, Steve Harris, Clive diz. “Steve era o líder, com certeza. Ele escrevia as músicas, agendava os shows, arrumava os ensaios. Era muito centrado. Sabia pra onde queria que a coisa fosse. E a gente seguia.” A sessão rítmica naqueles três primeiros discos não podia ser mais entrosada. “Nem sempre foi assim, Clive lembra. “Steve costumava dizer que eu tocava as músicas de maneira muito rápida, estava sempre me dizendo pra desacelerar. Minha memória marcante de gravar 'The Number of the Beast' é Steve me dizendo pra diminuir”. Havia rusgas, ele diz, mas nada sério, nada grande. “A gente se dava bem, e havia muita camaradagem”. Mesmo depois da racha, Clive se encontrava com o guitarrista do Maiden, Adrian Smith e iam pescar. Quando a banda soube da esclerose múltipla de Clive, eles interferiram e ajudaram-no da melhor maneira que podiam – tocando por ele. A ajuda deles transformou sua vida. “Eles me deram um carro...” Ele pausa. “Meeeeeeemes, que carro é aquele mesmo?”, grita. “Nós os chamamos de Clivemóvel. É um Volkswagen Caddy com vidro fumê. É como um carro de gângster americano. Eles organizaram shows para angariar dinheiro, não só pra mim, mas pra outras pessoas com EM. Colocaram um elevador nas escadas de nossa casa. Algumas vezes eu subo as escadas olhando pros discos de ouro e platina na parede, há, há, ha”. Melhor do que isso, e o que ele mais aprecia em tudo, Mimi diz que, quando Clive está sumido, eles se lembram dele. “Dizem que se você precisar de qualquer coisa, apenas ligue, telefone,” ela diz. “Toda vez que eles tocam em Londres, Clive sabe que tudo que tem a fazer é pegar o fone e tem os dois melhores ingressos do lugar. Pode não parecer muito, mas pra Clive, é. No fim das contas, pra ele, é como seus feitos – quem ele é e o que ele fez – estão sendo reconhecidos. (Por LEE MARLOW, traduzido por Nacho Belgrande, em http://www.ironmaidenbrasil.com.br) O Iron Maiden anunciou, através de seu facebook, no fim da manhã desta quarta-feira (13/03/2013) o falecimento de Clive Burr, baterista do grupo até o ano de 1982. "Estamos profundamente tristes em informar que Clive Burr faleceu ontem à noite. Ele sofreu graves problemas de saúde por muitos anos depois de ter sido diagnosticado com esclerose múltipla e morreu tranquilamente durante o sono em sua casa." Steve Harris comentou o falecimento do ex-baterista do Iron Maiden: "Esta é uma notícia muito triste. Clive era um velho amigo de todos nós. Ele era uma pessoa maravilhosa e um baterista incrível que deu uma valiosa contribuição para a Donzela no início, quando estávamos começando. Este é um dia triste para todos na banda e aqueles em torno dele, e os nossos pensamentos e condolências estão com sua parceira Mimi e família neste momento. " Bruce Dickinson também se pronunciou: "Eu conheci Clive quando ele estava saindo do Samson para se juntar ao Iron Maiden. Ele era um grande homem que realmente viveu a vida ao máximo. Mesmo durante os dias mais sombrios da sua doença, Clive nunca perdeu seu senso de humor ou irreverência. Este é um dia muito triste e todos os nossos pensamentos estão com Mimi e família "

ÁLBUNS da CARREIRA SOLO de BRUCE DICKINSON

1990 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.

Son of a Gun Tattooed Millionaire Born in '58 Hell on Wheels Gypsy Road Dive! Dive! Dive! All the Young Dudes Lickin' The Gun Zulu Lulu No Lies

5:55 4:28 3:40 3:39 4:02 4:41 3:50 3:17 3:28 6:17

Faixas do CD Bonus Bring Your Daughter...To the Slaughter Ballad of Mutt Winds of Change Darkness Be my Friend Sin City* Dive Dive Dive (ao vivo) Riding with the Angels (ao vivo)* Sin City (ao vivo) Black Night (ao vivo)* Son of a Gun (ao vivo) Tattooed Millionaire (ao vivo)

Son Of A Gun (05:46)

Filho de Uma Arma

Holy was the preacher Riding on his rig of steel in the rising sun This was no grim reaper, but a man with a Smile who took a pride in a job well done Oh in a bloodred sunrise He's preaching conversion, as you lay down and die Die, die, die…

Sagrado era o padre Cavalgando em sua roupa de aço no sol nascente Ele não era nenhum ceifeiro severo, mas um homem com Um sorriso que ganhou orgulho em um trabalho bem feito Em um nascer do sol vermelho-sangue Ele está pregando conversão enquanto você deita e morre Morre, morre, morre...

Just a God given holy roller In a God forsaken land He didn't choose this killing ground He didn't want this scrap of land He's gonna scorch the earth, yeah And make the rivers run dry Until we learn to hate like him

Um rolo sagrado dado por deus Em uma terra esquecida por deus Ele não escolheu este solo assassino Ele não queria este pedaço de terra Ele irá queimar a terra, sim E fará os rios secarem Até que aprendemos a odiar como ele

Oh kill for killing, live to die

Oh matar por matar, viver para morrer

Ride on you son of a gun, ride on, ride into the setting sun Ride on you son of a gun, yeah Ride on you son of a gun, ride on, ride into the setting sun Ride on you son of a gun

Cavalgue seu filho da arma, cavalgue, cavalgue no sol poente Cavalgue seu filho da arma, sim Cavalgue seu filho da arma, cavalgue, cavalgue no sol poente Cavalgue seu filho da arma

You gotta be a hero For one last time To prove through your destruction Killing is a great way of life There's a wooden cross somewhere Where they'll bury you down deep You lie to your people, you lie to yourself You're in love with death, you've got no shame

Você tem que ser um herói Pela última vez Para provar através de sua destruição Que matar é uma ótima maneira de vida Há uma cruz de madeira em algum lugar Onde eles o enterrarão profundamente Você está mentindo para o seu povo, você mente para si mesmo Você está amando a morte, você não tem vergonha

Ride on you son of a gun, ride on, ride into the setting sun Ride on you son of a gun, yeah Ride on you son of a gun, ride on, ride into the setting sun Ride on you son of a gun

Cavalgue seu filho da arma, cavalgue, cavalgue no sol poente Cavalgue seu filho da arma, sim Cavalgue seu filho da arma, cavalgue, cavalgue no sol poente Cavalgue seu filho da arma

The preacher laughed, the preacher cried He loaded bullets as he smiled The congregation sat and wondered would they live or would they die? Just an ordinary man, with his orders and his plans In the shadows of a cross Oh in a bloodred sunrise Take me to Jesus, with Judas my guide

O padre riu, o padre chorou Ele carregou balas enquanto sorria A congregação sentou e se perguntou se eles viveriam ou se eles morreriam Apenas um homem comum, com suas ordens e seus planos Nas sombras de uma cruz Oh em um nascer do sol vermelho-sangue Leve-me para Jesus, com o meu guia Judas

Ride on you son of a gun, ride on, ride into the setting sun Ride on you son of a gun, yeah, yeah Ride on you son of a gun, ride on, ride into the setting sun Ride on you son of a gun, oh yeah

Cavalgue seu filho da arma, cavalgue, cavalgue no sol poente Cavalgue seu filho da arma, sim, sim Cavalgue seu filho da arma, cavalgue, cavalgue no sol poente Cavalgue seu filho da arma, oh sim

Ride on, ride on, ride on, yeah Ride on, ride on, ride on, yeah Ride on, ride to history

Cavalgue, cavalgue, cavalgue, sim Cavalgue, cavalgue, cavalgue, sim Cavalgue, cavalgue para a história

Ride on, ride on, you bleeding heart Ride on, ride on, you played no part Ride on, you feel no pity Ride on, you feel no pain

Cavalgue, cavalgue, em seu coração sangrando Cavalgue, cavalgue, você não participou Cavalgue, você não sente pena Cavalgue, você não sente dor

Ride into history

Cavalgue na história

1994 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.

Cyclops Hell No Gods of War 1000 Points of Light Laughing in the Hiding Change of Heart Shoot All the Clowns Fire Sacred Cowboys Tears of the Dragon

7:58 5:11 5:02 4:25 4:20 4:58 4:24 4:30 3:53 6:24

Faixas do CD Bonus Fire Child Elvis Has Left the Building The Breeding House No Way Out...To Be Continued Tears of the Dragon Winds of Change Spirit of Joy Over and Out Shoot All the Clowns (Extended Remix) Laughing in the Hiding Bush (live) The Post Alternative Seattle Fall Out (live) Shoot All the Clowns (Remix) Tibet Tears of the Dragon Cadillac Gas Mask No Way Out...Continued

6:24 3:23 5:18 7:31 4:32 4:14 3:13 4:32 5:39 4:17 5:04 4:17 3:02 8:20 4:09 5:21

1000 Points Of Light (04:24)

1000 Pontos de Luz

You can sail in the desert with a ship of fools You can smuggle in Mozes and his book of rules But you can't take a mother and give her back her son What kind of freedom is bought with a gun?

Você pode navegar no deserto com uma nau de insensatos Você pode contrabandear com Moisés e o livro de mandamentos dele Porém você não pode levar a mãe e lhe devolver o filho Ei que tipo de liberdade é comprada com uma arma?

People like to build their prison walls When they're afraid to look inside a

Pessoas gostam de construir suas próprias prisões Quando elas têm medo De olhar dentro de...

Thousand points of light Are the muzzle Flashes in the night And the freedoms

1000 pontos de luz São os flashes do cano de uma arma de fogo na noite E as liberdades

you profess to hold Won't bring the dead back from the cold

que você manifesta para assegurar Não trarão os mortos de volta do frio

Political speaches they're laying in the mud Nothing else matters but money and blood Tell me your freedom is do what you like There's a world gone crazy 'cause it can't say no

Discursos políticos eles estão mentindo na lama Nada mais importa a não ser o dinheiro e o sangue diga-me se sua liberdade é do que você gosta Há um mundo enlouquecido pois ele não consegue dizer não

People like to build their prison walls When they're afrai to look inside a

Pessoas gostam de construir suas próprias prisões Quando elas têm medo De olhar dentro de

Thousand points of light Are the muzzle flashes in the night And the freedoms you profess to hold Won't bring the dead back from the cold

1000 pontos de luz São os flashes do cano de uma arma de fogo na noite E as liberdades que você manifesta para assegurar Não trarão os mortos de volta do frio

Thousand points of light Are the muzzle flashes in the night And the freedoms you profess to hold Won't bring the dead back from the cold

1000 pontos de luz São os flashes do cano de uma arma de fogo na noite E as liberdades que você manifesta para assegurar Não trarão os mortos de volta do frio

There should be time for love But there's too much room for hate Too much sliding of the truth Too much abuse of wasted youth There's a time for dying and a time for living too Had enough of realize, had enough of your alibis

Deve haver tempo para o amor Mas não há muito espaço para o ódio Muito deslizamento da verdade Muito abuso da juventude perdida Há um tempo para morrer e um tempo de vida também Tive o bastante de perceber, fardo de seus álibis

Thousand points of light Are the muzzle flashes in the night And the freedoms you profess to hold Won't bring the dead back from the cold …

1000 pontos de luz São os flashes do cano de uma arma de fogo na noite E as liberdades que você manifesta para assegurar Não trarão os mortos de volta do frio ...

Change Of Heart (04:58)

Mudança de Atitude

Here I sit, alone in a window The rain falls down on the glass in the cold All my life, I've been waiting for a moment It never came, maybe never will

Eu sento aqui sozinho na janela A chuva cai sobre o vidro no frio Por toda minha vida estive esperando por um momento Que nunca veio, talvez nunca virá

Ah - sometimes I don't know Those days are gone Lord I hide where I just can't say I'm still there, catching your tears Before they fall to the ground

Ah - Algumas vezes eu não sei de nada Aqueles dias se foram Senhor eu me escondo onde não posso dizer Eu ainda estou lá, pegando suas lágrimas Antes que caiam no cão

You, you're walking away You couldn't stay, you need a change of heart You, you're walking away You couldn't stay, you need a change of heart - yeah

Você, você está indo embora Você não pôde ficar, você precisa de uma mudança de atitude Você... você está indo embora Você não pôde ficar, você precisa de uma mudança de atitude

Trees are bare, the earth it is hard I wait for winter, soft winter and snow Those days are gone Now I hide, where I just can't say I'll be there catching your tears Before they fall to the ground

As árvores estão sem folhas, a terra está firme Eu espero pelo inverno, inverno suave e neve Aqueles dias se foram Agora eu me escondo, onde eu não posso dizer Eu estarei lá, pegando suas lágrimas Antes que caiam no cão

You, you're walking away You couldn't stay, you need a change of heart You, you're walking away You couldn't stay, you need a change of heart

Você, você está indo embora Você não pôde ficar, você precisa de uma mudança de atitude Você... você está indo embora Você não pôde ficar, você precisa de uma mudança de atitude

And I know, where ever you go, I'll be around - yeah I'll be there catching your tears before they fall to the ground yeah

E eu sei, onde quer que você vá, eu estarei por perto - yeah Eu estarei lá, pegando suas lágrimas antes que caiam no chão yeah

Those days are gone Now I hide where I just can't say I'm still there, watching your tears As they fall to the ground

Aqueles dias se foram Agora eu me escondo, onde eu não posso dizer Eu ainda estou lá, observando suas lágrimas Enquanto elas caem no cão

You, you're walking away You couldn't stay, you need a change of heart You, you're walking away You couldn't stay, you need a change of heart And I know… You, you're walking away You couldn't stay, you need a change of heart And I know… Oh, now, child, you need a change of heart And I know…

Você, você está indo embora Você não pôde ficar, você precisa de uma mudança de atitude Você... você está indo embora Você não pôde ficar, você precisa de uma mudança de atitude E eu sei... Você, você está indo embora Você não pôde ficar, você precisa de uma mudança de atitude E eu sei... Oh, agora, criança, você precisa de uma mudança de atitude E eu sei...

You, you're walking away I need your love so bad

Você... você está indo embora Eu preciso muito do seu amor

Change of heart, change of heart Change of heart, change of heart

Mudança de atitude, mudança de atitude Mudança de atitude, mudança de atitude

Laughing In The Hiding Bush (04:20)

Rindo Escondido na Moita

There's a sinister game that children play, hey hey hey hey When they get to the end of each schoolday, hey hey hey hey They spend their lives getting ready for the kill - ha

Há um jogo sinistro que as crianças brincam, hey hey hey hey Quando chegar ao final de cada dia na escola, hey hey hey hey Eles passam a vida se preparando para o matar - ha!

Laughing in the hiding bush, the joker is back Laughing in the hiding bush, the joker is back

Rindo escondido na moita, o coringa está de volta Rindo escondido na moita, o coringa está de volta

Who remembers the names of fallen heroes, hey hey hey hey Who remembers today to fly their flags, hey hey hey hey I couldn't say I loved ya, like I did before - nah!

Quem se lembra dos nomes dos heróis caídos, hey hey hey hey Quem se lembra hoje de tremular ao vento suas bandeiras, hey hey hey hey Eu não poderia dizer que eu amei você, como eu fiz antes - nah!

Laughing in the hiding bush, the joker is back Laughing in the hiding bush, it's a laughing attack The joker is back He's one of the pack The joker is back Laughing in the hiding in the kick him in the bush, yeah

Rindo escondido na moita, o Coringa está de volta Rindo escondido na moita, é um ataque de risos O coringa está de volta Ele é um do bando O coringa está de volta Rindo escondido chute dele na moita, yeah!

Laughing in the hiding bush, the joker is back Laughing in the hiding bush, the joker is back Laughing in the hiding bush, he's one of the pack Laughing in the hiding bush, the joker is back

Rindo escondido na moita, o coringa está de volta Rindo escondido na moita, o coringa está de volta Rindo escondido na moita, ele é um do bando Rindo escondido na moita, o coringa está de volta

Tears Of The Dragon (06:20)

Lágrimas do Dragão

For too long now, there were secrets in my mind For too long now, there were things I should've said In the darkness, I was stumbling for the door

Por muito tempo até agora, haviam segredos em minha mente Por muito tempo até agora, haviam coisas que eu deveria ter dito Na escuridão, eu estava cambaleando até a porta

To find a reason, to find the time, the place, the hour

Para encontrar uma razão, para achar o tempo, o lugar, a hora

Waiting for the winter sun and the cold light of day The misty ghost of childhood fears The pressure is building, and I can't stay away

Esperando pelo sol de inverno e pela fria luz do dia Os nebulosos fantasmas dos medos da infância A pressão está se formando e eu não consigo me afastar

I throw myself into the sea Release the wave Let it wash over me To face the fear, I once believed The tears of the dragon for you and for me

Me jogo para dentro do mar Libero a onda Deixo ela me lavar Para encarar o medo, cheguei a acreditar que As lágrimas do dragão eram pra mim e pra você

Where I was, I had wings that couldn't fly Where I was, I had tears I couldn't cry My emotions, frozen in an icy lake I couldn't feel them until the ice began to break I have no power over this, you know I'm afraid The walls I built are crumbling, the water is moving I'm slipping away

Onde eu estava, eu tinha asas que não conseguiam voar Onde eu estava, eu tinha lágrimas que não podiam chorar Minhas emoções, congeladas num lago congelado Eu não conseguia senti-las até que o gelo começou a se quebrar Eu não tenho poder sobre isso, você sabe que estou com medo As paredes que construí estão caindo em pedaços, a água está se movendo Estou sendo levado para longe

I throw myself into the sea Release the wave Let it wash over me To face the fear, I once believed The tears of the dragon for you and for me

Me jogo para dentro do mar Libero a onda Deixo ela me lavar Para encarar o medo, cheguei a acreditar que As lágrimas do dragão que pra mim e pra você

Slowly, I awake Slowly, I rise The walls I built are crumbling The water is moving I'm slipping away

Lentamente, eu acordo Lentamente, me levanto As paredes que construí estão caindo em pedaços A água está se movendo Estou sendo levado para longe

I throw myself into the sea Release the wave Let it wash over me To face the fear, I once believed The tears of the dragon for you and for me

Me jogo para dentro do mar Libero a onda Deixo ela me lavar Para encarar o medo, cheguei a acreditar que As lágrimas do dragão eram pra mim e pra você

I throw myself into the sea Release the wave Let it wash over me To face the fear, I once believed The tears of the dragon for you and for me

Me jogo para dentro do mar Libero a onda Deixo ela me lavar Para encarar o medo, cheguei a acreditar que As lágrimas do dragão eram pra mim e pra você

The Breeding House (05:23)

A Casa de Procriação

The breeding house stood at 731, He was just a working man And he worked with his hands and prisoners He set a judgement on his fellow man Secret sight was his game, Justified by war His spawn lay in the freezer The killers that wore his name

A casa de procriação era ficava na 731 Ele era apenas um homem trabalhador E trabalhou com suas mãos e prisioneiros Ele julgou seus companheiros homens A visão secreta era seu jogo Justificado pela guerra Sua cria ficava no freezer Os assassinos que usavam seu nome

The breeding house, you were there And the sins of your fathers, In the breeding house The breeding house, 731 And the sins of your fathers Are the sins of your sons

A casa de procriação, você estava lá E os pecados de seus pais Na casa de procriação A casa de procriação, 731 E os pecados de seus pais E os pecados de seus filhos

Maybe within childhood He pulled off spiders legs Now he's a big boy Playing with big boys toys He's playing games he won't forget A contract for some research, A paycheque in the mail A secret that defended By the ones who should have ended it

Talvez dentro da infância Ele arrancou patas de aranhas Agora ele é um adulto Brincando com brinquedos de adultos Ele está jogando jogos que não esquecerá Um contrato para alguma pesquisa Um cheque de pagamento no correio Um segredo que defendeu Daqueles que deviam ter acabado com isto

Angels of death in a white coat There's thousand ways of dying, So obscene, so obscene when Washington was blaffened About knickers and G-strings And men were busy Hiding evil things, evil things

Anjos da morte em um casaco branco Há milhares de jeitos de morrer Tão obsceno, tão osbceno E washington estava ocupada Com calcinhas e algemas E os homens estavam ocupados Escondendo coisas malignas

Come to see the carnival, Come to witness fear Come to see deformity, Human life is here A double-blind experiment On who's the last to die A fifty year conspiracy Of murders and of lies

Venha ver a festa Venha testemunhar o medo Venha ver a deformidade A vida humana está aqui Um experimento cego Sobre quem será o último a morrer Uma conspiração de cinquenta anos De assassinos e mentiras

No Way Out... To Be Continued (07:32)

Sem Saida... A Ser Continuada

Welcome to the world, young man Welcome to the world that I have planned for you It's all come true Welcome to the city's gates Camps of concentration for the poor But not at my door

Bem-vindo ao mundo meu jovem Bem-vindo ao mundo que eu planejei para você Tudo se torna real Bem-vindo aos portões da cidade Campos de concentração dos pobres Mas não á minha porta

Welcome to the searchlights and the TV eyes

Bem-vindo as luzes de procura,os olhos da TV

Watching you, watching me

Olhando você,olhando a mim

Welcome to you new apartment Welcome to your block of fear You're welcome here

Bem-vindo a seu novo apartamento Bem-vindo a seu bloco do medo Você é bem vindo aqui

Go away!

Vá embora

Locked inside a concrete cage with those cameras for my eyes Outside are the population, the corpses and the flies

Fechado na jaula de concreto com câmeras para meus olhos Fora esta a população,os corpos,e as moscas

Got to keep my carpets clean You know there's mites and rats and mites and things living in ashagpile Fear of death is my recipe for life and I'm Locked in and I like it that way

Vá manter meus carpetes limpos Você sabe,existem ácaros e ratos e coisas vivendo na pilha de cinzas Medo da morte é a minha receita de vida estou trancado,e gosto assim

I see no way out of here There is no way out of here I see no way out of here

Não vejo caminho para fora daqui Não existe caminho para fora daqui Não vejo caminho para fora daqui

Here I sit at my windowbox, I put flowers on the rocks for you I don't put water on the cracks because you know what cracks cando Gotta keep myself secure, you know there's Emotions feelings, killer bugs live in a shagpile

Aqui sento na janela coloco flores nas pedras para você Não coloco aguá nas rachaduras você sabe o que elas podem fazer Tenho que me manter seguro você sabe que existem emoções,sentimentos insetos mortais vivem na pelúcia

Fear of life is the guarantee of safety And I'm locked in and I like it that way

Medo da vida é garantia de segurança E eu estou trancado,gosto assim

I see no way out of here There is no way out of here I see no way out of here

Não vejo caminho para fora daqui Não existe caminho para fora daqui Não vejo caminho para fora daqui

No way out!

Sem Saida

Flowers on the window box are blooming I pour water on the rocks so they won't die The pattern on the carpet shows I'm human I don't step on the foolish cracks, so I won't fry

Flores na janela estão florescendo Eu coloco agua nas pedras,para não morrerem O Desenho no carpete mostra que sou humano Eu não piso nas rachaduras,para não cair

The sky is blue, the weather seems appealing I lay my hand upon the armoured glass No more blood, I think my wound is healing Should I open it up, give it a try?

O Céu é azul,o tempo parece bom Eu encosto minha mão no vidro blindado Sem mais sangue, acho que minhas feridas estão se curando Eu devo abri-las e tentar?

Welcome to the world, young man Welcome to the world that I have planned for you It's all come true

Bem-vindo ao mundo meu jovem Bem-vindo ao mundo que eu planejei para você Tudo se torna real

Welcome to the city's gates Camps of concentration for the poor But not at your door

Bem-vindo aos portões da cidade Campos de concentração dos pobres Mas não á minha porta

Welcome to the searchlights and the TV-eyes Watching me, watching you, watching me

Bem-vindo as luzes de procura,os olhos da TV Olhando você,olhando a mim

I see no way out of here, there's no way out of here

Eu não vejo saída, não existe caminho para fora daqui

Shoot All The Clowns (04:24)

Atire Em Todos Os Palhaços

Shoot, shoot, shoot all the clowns Shoot, shoot, shoot all the clowns shoot, shoot

Atire, atire, atire em todos os palhaços. Atire, atire, atire em todos os palhaços atire, atire

I've been down at the crazy house I've been playing with the cat and the mouse I've been down, I've been down I've seen the crazy people running around

Eu estive lá na casa da loucura Eu estive brincando com o gato e o rato Eu estive lá, eu estive lá Eu vi pessoas loucas correndo em todos os cantos.

Shoot all the clowns Shoot 'em down, shoot 'em down, shoot 'em down Shoot all the clowns Shoot 'em down, shoot 'em down, shoot 'em down

Atire em todos os palhaços. Derrube-os, Derrubem-os, derrubem-os Atire em todos os palhaços. Derrubem-os, Derrubem-os, derrubem-os

Welcome to the circus where I fool around I've got the killer smile, I'm a killer clown Cover up your face, you've been found out You laugh when there's nothing to smile about

Bem-vindo ao circo onde eu passo meu tempo Eu tenho um sorriso assassino, eu sou um palhaço assassino Cubra seu rosto, Você foi descoberto Você ri quando Não há motivo para sorrir.

Shoot all the clowns Shoot 'em down, shoot 'em down, shoot 'em down Shoot all the clowns Shoot 'em down, shoot 'em down, shoot 'em down

Atire em todos os palhaços. Derrube-os, Derrube-os, derrube-os Atire em todos os palhaços. Derrube-os, Derrube-os, derrube-os

Shoot, shoot, shoot all the clowns Shoot, shoot, shoot all the clowns shoot, shoot

Atire, Atire, Atire em todos os palhaços. Atire, atire, atire em todos os palhaços atire, atire

Wanna gimme money, well you better get ready I'm a certified friend of John Paul Getty I'm a fat stargazer, I'm an all night raver I'm an anything you wannabe,

Quero que me dêem dinheiro, é melhor você estar preparado Eu sou um amigo certificado de John Paul Getty Eu sou um grande sonhador , eu sou um animador durante toda noite. Eu sou qualquer coisa que você queira ser,

if I can get your sympathy Welcome to the circus, I'm the killer clown Welcome to the circus, hey gather round Two sides of life, two sides of fun The one who does it and the one who gets done

se eu consigo ter sua simpatia. Bem-vindo ao circo, eu sou um palhaço assassino Bem-vindo ao circo, entre no círculo. 2 lados da vida, 2 lados da diversão A pessoa que faz isto e a pessoa que tem feito.

Shoot all the clowns Shoot 'em down, shoot 'em down, shoot 'em down Shoot all the clowns Shoot 'em down, shoot 'em down, shoot 'em down

Atire em todos os palhaços. Derrube-os, Derrube-os, derrube-os Atire em todos os palhaços. Derrube-os, Derrube-os, derrube-os

Shoot, shoot, shoot all the clowns

Atire, Atire, Atire em todos os palhaços

1996 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13.

Space Race Back from the Edge Inertia Faith Solar Confinement Dreamstate I Will Not Accept the Truth Inside the Machine Headswitch Meltdown Octavia Innerspace Strange Death in Paradise

3:47 4:17 3:04 3:35 3:20 3:50 3:45 3:28 2:14 4:35 3:15 3:31 4:50

Faixas do CD Bonus I'm in a Band With an Italian Drummer Rescue Day God's Not Coming Back Armchair Hero R 101 Re-entry Americans Are Behind Inertia (live) Faith (live) Innerspace (live) The Prisoner (Iron Maiden cover) (live)

1997 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12.

Freak Toltec 7 Arrival Starchildren Taking the Queen Darkside of Aquarius Road to Hell Man of Sorrows Accident of Birth The Magician Welcome to the Pit Omega Arc of Space

4:15 0:37 4:17 4:49 6:42 3:57 5:20 4:23 3:54 4:43 6:23 4:18

Faixas do CD Bonus The Ghost of Cain Accident of Birth (Demo) Starchildren (Demo) Taking the Queen (Demo) Man of Sorrows (Radio Edit) Man of Sorrows (Orchestral Version) Hombre Triste (Spanish of Man of Sorrows) Darkside of Aquarius (Demo) Arc of Space (Demo)

4:12 4:15 5:01 4:30 3:55 5:17 3:53 6:20 4:02

Accident Of Birth (04:23)

Acidente do Nascimento

Journey back to the darkside, back into the womb Back to where the spirits move like vapor from the tomb The centre of the cyclone blowing out the sun Break the shackles of your union to the light

Jornada de volta para o lado escuro, de volta para o útero De volta de onde os espíritos se movem como vapor vindo do túmulo O centro do ciclone, apagando o sol Rompe as correntes de sua união com a luz

I might've had a brother, as I was born they dragged him under To the other side of twilight, he's waiting for me now Nativity was lost on me, I didn't ask, I couldn't see What created me? What and where and how?

Eu podia ter tido um irmão Que quando nasci, eles o arrastaram pra baixo Para o outro lado do crepúsculo, ele está me esperando agora Natividade foi perdida em mim, não questionei, não podia ver O que me criou ? O que, onde e como?

Welcome home it's been too long, we've missed you Welcome home - we've opened up the gates Welcome home - to your brothers and sisters Welcome home - to an accident of birth

Bem vindo ao lar já faz tempo, sentimos sua falta Bem vindo ao lar - abrimos os portões Bem vindo ao lar - para seus irmãos e irmãs Bem vindo ao lar - para um acidente de nascimento

Feel our bodies breathing as you try to stop believing There's nothing you can do

Sinta seu corpo respirar enquanto tenta parar de acreditar Não há nada que você possa fazer

about your shadows You can fight us, you are like us And your body will betray you Lay down and die like all the others

quanto as suas sombras Você pode lutar conosco você é como nós E seu corpo irá lhe trair Deite-se e morra como os outros

Where are the angels and their wings of freedom? Jesus had his day off when they pulled you through...

Onde estão os anjos e suas asas da liberdade? Jesus teve seu dia de folga quando eles lhe jogaram

Welcome home it's been too long, we've missed you Welcome home - we've opened up the gates Welcome home - to your brothers and sisters Welcome home - to an accident of birth Visions growing dim as the daylight fades away A spinning, twisting black hole, it's your dying day

Bem vindo ao lar já faz tempo, sentimos sua falta Bem vindo ao lar - abrimos os portões Bem vindo ao lar - para seus irmãos e irmãs Bem vindo ao lar - para um acidente de nascimento Visões turvas estão aumentando enquanto a luz do dia desaparece Um grandioso, buraco negro contorcido, é o dia de sua morte

Welcome home it's been too long, we've missed you Welcome home - we've opened up the gates Welcome home - to your brothers and sisters Welcome home - to an accident of birth

Bem vindo ao lar já faz tempo, sentimos sua falta Bem vindo ao lar - abrimos os portões Bem vindo ao lar - para seus irmãos e irmãs Bem vindo ao lar - para um acidente de nascimento

Welcome home it's been too long, we've missed you Welcome home - we've opened up the gates Welcome home - to your brothers and sisters Welcome home - to an accident of birth

Bem vindo ao lar já faz tempo, sentimos sua falta Bem vindo ao lar - abrimos os portões Bem vindo ao lar - para seus irmãos e irmãs Bem vindo ao lar - para um acidente de nascimento

Dark Side Of Aquarius (06:42)

Dark Side Of Aquarius

The first hellrider came, on wings of plenty in the dark. Poured out his poison, blew away his mark The fascist from the east is coming. Mothers hide your sons

O primeiro cavaleiro veio, nas asas de fartura no escuro. Derramou o seu veneno, afastou a sua marca Os fascistas do leste estão chegando. As mães escondem seus filhos

The second hellridrer came From the flaming sea and molten sand Pipers playing hell's commands, poured out his poison With his promises of promised lands Blackened tongues of lying leaders

O segundo cavaleiro veio Do mar de fogo e areia de fundição Pipers jogando comandos do inferno, derramou o seu veneno Com suas promessas de terras prometidas Blackened línguas dos líderes mentirosos

Here comes the riders As the wheel of dharma's running out of time Here comes the riders As the wheel of dharma's running out of time

Aí vem os cavaleiros Como a roda de dharma correndo contra o tempo Aí vem os cavaleiros Como a roda de dharma correndo contra o tempo

The third hellrider came Teaching brothers to kill brother men The fourth hellrider

O terceiro cavaleiro veio Ensinando irmãos a matar irmãos homens O quarto cavaleiro

waits on an acid trip For an acid world Wars of old religious fools and superstitious men, Throw some scary tarot cards and...

espera por uma viagem de ácido Para um mundo ácido Guerras de velhos idiotas religiosos e homens supersticiosos, Jogue algumas assustadoras cartas de tarô e ...

Here come the riders As the wheel of dharma's runnig out of time Here come the riders as the revolution's Stepping into time The dark side of aquarius

Aí vêm os cavaleiros Como a roda de dharma correndo fora do tempo Aí vêm os cavaleiros como revoluçãos Pisando no tempo O lado escuro de aquarius

Has robbed us of our souls and minds Here come the riders As the wheel of dharma's running out of time From the starlit sky On a silver sea, A lonely silver surfer, comes to push the wheel for me A lonely silver surfer, come to push the wheel for me

Roubou-nos de nossas almas e mentes Aí vêm os cavaleiros Como a roda de dharma correndo contra o tempo Desde o céu estrelado Em um mar de prata, Um surfista de prata solitário, vem para empurrar a roda para mim Um surfista de prata solitário, vindo empurrar a roda para mim

Gotta move, gotta move, Gotta push the wheel right round Gotta move, gotta move, Gotta push the wheel right round

Tem que mover, tem que mover, Tem que empurrar a roda direito Tenho que mover, tem que mover, Tenho que empurrar a roda direito

Push the wheel of dharma round Push the wheel of dharma round Gotta move the wheel of dharma Gotta move the wheel of dharma

Empurre a roda do dharma contínuo Empurre a roda do dharma contínuo Mova a roda de dharma Mova a roda de dharma

Man Of Sorrows (05:21)

Homem Sofredor

Here in a church, a small boy is kneeling He prays to a god, he does not know, he cannot feel All of his sins of childhood, he will remember He will not cry, tears he will not cry

Aqui em uma igreja, um pequeno garoto está ajoelhado Ele ora para um Deus que ele não conhece, que não pode sentir Todos seus pecados da infância, ele vai se lembrar Não vai chorar, lágrimas ele não vai chorar

Man of sorrows, I won't see your face Man of sorrows, you left without a trace A small boy wonders, what was it all about? Is your journey over? Has it just begun?

Homem sofredor, eu não verei seu rosto Homem sofredor, você saiu sem rastro Um pequeno garoto imagina, o que foi isto tudo? Sua jornada acabou? Apenas começou?

A vision of a new world, from the ashes of the old "Do what thou wilt!", he screams from his cursed soul A tortured seer, a prophet of our emptiness Wondering why, wondering why

Uma visão de um mundo novo, das cinzas do velho "Faças o que tu quiseres", Ele gritou de sua amaldiçoada alma Um visionário torturado, um profeta de nosso vazio Perguntando por que, perguntando por que

Man of sorrows, I won't see your face Man of sorrows, you left without a trace

Homem sofredor, não verei seu rosto Homem sofredor, você saiu sem rastro

A small boy wonders, what was it all about? Is your journey over? Has it just begun?

Um pequeno garoto imagina, o que foi isto tudo? Sua jornada acabou? Apenas começou?

A man of sorrows racked, with thoughts that dare not Speak their name Trapped inside a body, made to feel only guilt and shame His anger all his life "I hate myself!", he cried "Do what thou wilt! Do what thou wilt!", he cried

Um homem sofredor contestado, com pensamentos que ele não ousa falar seu nome Preso dentro de um corpo, feito para sentir só culpa e a vergonha Seu ódio por toda a vida, "Eu me odeio", ele chorou "Faça o que quiseres! Faça o que quiseres!", ele chorou

Man of sorrows, I won't see your face Man of sorrows, you left without a trace A small boy wonders, what was it all about? Is your journey over? Has it just begun?

Homem sofredor, não verei seu rosto Homem sofredor, você saiu sem rastro Um pequeno garoto imagina, o que foi isto tudo? Sua jornada acabou? Apenas começou?

Man of sorrows, I won't see your face Man of sorrows, you left without a trace A small boy wonders, what was it all about? Is your journey over? Has it just begun?

Homem sofredor, não verei seu rosto Homem sofredor, você saiu sem rastro Um pequeno garoto imagina, o que foi isto tudo? Sua jornada acabou? Apenas começou?

Omega (06:24)

Ômega

The ashes drift away, smoke of our confusion We turn our frightened faces to each other, say goodbye Waited for the sign, waited for the moment Waited for the miracle to arrive, I guess they lied

As cinzas são levadas, fumaça de nossa confusão Nós viramos nossos rostos assustados um para o outro, dizemos adeus Esperado pelo sinal esperado pelo momento Esperado pelo milagre chegar acho que mentiram

Look at your future, take a look at your burning sky Look at your future, look at your burning sky

Cuide de seu futuro, dê uma olhada em seu céu ardente Cuide de seu futuro, dê uma olhada em seu céu ardente

The others they have gone, who wants to live forever With nothing left to hold on to the past that we once knew? We believed in heaven, we believed in angels With arms of purest white, to hold us, catch us when we fall

Os outros, eles se foram, quem quer viver pra sempre Com mais nada nos prendendo ao passado que uma vez conhecemos Nós acreditamos no paraíso, acreditamos nos anjos Com os braços do mais puro branco, para nos segurar, nos pegar quando cairmos

Look at your future, take a look at your burning sky Look at your future, now look at your burning sky

Cuide de seu futuro, dê uma olhada em seu céu ardente Cuide de seu futuro, agora dê uma olhada em seu céu ardente

Now it's omega zero day, the red star shines it's last rays, The sun that gave us life yesterday Is now the sun that takes our lives away

Agora é o dia ômega zero, a estrela vermelha irradia seus últimos raios O sol que nos deu vida ontem É agora o sol que leva nossas vidas embora

Take a look at your future, look at your burning sky Look at your future, look at your burning sky

Cuide de seu futuro, dê uma olhada em seu céu ardente Cuide de seu futuro, dê uma olhada em seu céu ardente

Now it's omega zero day, the red star shines it's last rays, The sun that gave us life yesterday Is now the sun that takes our lives away

Agora é o dia ômega zero, a estrela vermelha irradia seus últimos raios O sol que nos deu vida ontem É agora o sol que leva nossas vidas embora

Now it's omega zero day, the red star shines it's last rays, The sun that gave us life yesterday Is now the sun that takes our lives away

Agora é o dia ômega zero, a estrela vermelha irradia seus últimos raios O sol que nos deu vida ontem É agora o sol que leva nossas vidas embora

The Ghost Of Cain (04:12)

O Fantasma de Cain

In your hour of darkness be not afraid As the moonlight shivers on your grave Come back to find you here, save you from the danger Come back to lead you home, from the hooded stranger

Em sua hora de escuridão não seja medroso Enquanto o luar treme em sua sepultura Volte para se encontrar aqui salve-se do perigo Volte para se levar para casa do estranho encoberto

Conjuring the ghost of Cain, he won't let you fall again Return your soul to sleep again, conjuring the ghost of Cain

Invocando o Fantasma de Cain ele não vai deixar você cair de novo Retorne sua alma a adormecer novamente Invocando ao Fantasma de Cain

Cross a cork with silver, won't save you now You must pay the ferryman, pay him somehow There's only one place left, to take you across the river You'll never know who saved you, the angel who deliverd

Cruze uma rolha com prata, não poderá salvá-lo agora Você deve pagar o balseiro, pague-o de alguma forma Só há um lugar que resta, para levar você ao cruzar o rio Você nunca vai saber quem te salvou, o anjo que te entregou

Conjuring the ghost of Cain, he won't let you fall again Return your soul to sleep again, conjuring the ghost of Cain

Invocando o Fantasma de Cain, ele não vai deixar você cair de novo Retorne sua alma a adormecer novamente, Invocando ao Fantasma de Cain

A streamer from the sun, fire 'round your heart The earth gives up its dead, the brothers are apart

Uma bandeira do sol, fogo em volta de seu coração A Terra entrega seus mortos, os irmãos são separados

Conjuring the ghost of Cain, he won't let you fall again Return your soul to sleep again, conjuring the ghost of Cain Conjuring the ghost of Cain, he won't let you fall again

Invocando o Fantasma de Cain, ele não vai deixar você cair de novo Retorne sua alma a adormecer novamente, Invocando o Fantasma de Cain Invocando o Fantasma de Cain, ele não vai deixar você cair de novo

Return your soul to sleep again, conjuring the ghost of Cain

Retorne sua alma a adormecer novamente, Invocando o Fantasma de Cain

The ghost of Cain, the ghost of Cain, the ghost of Cain

O fantasma de Cain, o fantasma de Cain, o fantasma de Cain

Welcome To The Pit (04:43)

Bem Vindo ao Poço

You come on down to the pit Come on down to where the vipers spit I've been waiting for you down here

Você desceu ao fundo do poço Desceu onde as víboras jorram seu veneno Eu estava te esperando aqui embaixo

Cover your eyes with the velvet hands of darkness Cover your eyes with the velvet hands of darkness

Cubra seus olhos com as mãos aveludadas da escuridão Cubra seus olhos com as mãos aveludadas da escuridão

I don't even know your name, you won't even see my face But you choose to play my games, welcome to the hard place

Eu nem sei qual o seu nome, você nem vai ver meu rosto Mas escolheu jogar meus jogos, bem vindo ao lugar difícil

I'll bring you back from the brink Are you surprised in every way that you like it? Are you surprised that you want it?

Eu te trouxe de volta da beirada Você se surpreendeu com cada maneira que gostou? Você se surpreendeu com o que queria?

Cover your lips with the wicked tongue of silence Cover your lips with the wicked tongue of silence

Cubra seus lábios com a perversa língua do silêncio Cubra seus lábios com a perversa língua do silêncio

I don't even know your name, you won't even see my face But you choose to play my games, welcome to the hard place

Eu nem sei qual o seu nome, você nem mesmo vai ver meu rosto Mas escolheu jogar meus jogos, bem vindo ao lugar difícil

Back to back, you ride the snake You feel it strike, you feel it bite ya...

Costas com costas, você guia a cobra Você sente o golpe, você sente a picada

Cover your eyes with the velvet hands of darkness Cover your eyes with the wicked tongue of silence

Cubra seus olhos com as mãos aveludadas da escuridão Cubra seus lábios com a perversa língua do silêncio

I don't even know your name, you won't even see my face But you choose to play my games, welcome to the hard place I don't even know your name, you won't even see my face But you choose to play my games, welcome to the hard place

Eu nem sei qual o seu nome, você nem mesmo vai ver meu rosto Mas escolheu jogar meus jogos, bem vindo ao lugar difícil Eu nem sei qual o seu nome, você nem mesmo vai ver meu rosto Mas escolheu jogar meus jogos, bem vindo ao lugar difícil

I don't even know your name, you won't even see my face But you choose to play my games, Now can you feel the hard, the hard... place...

Eu nem sei qual o seu nome, você nem mesmo vai ver meu rosto Mas você escolheu jogar meus jogos, Agora você pode sentir o difícil, o lugar... difícil...

Taking The Queen (04:50)

Levaram a Rainha

Who stole your heartbeat in the night? The acolytes fearful in the flickering light They hold a mirror, to catch the breath from your mouth But your breath was stolen, by the wind from the south

Quem roubou sua pulsação à noite? Os acólitos cheios de medo na luz cintilante Eles seguraram um espelho, para capturar a respiração de sua boca Mas sua rspiração foi roubada, pelo vento do sul

Another winter's take is done, your immortal lover - he's gone The chalice stolen from her hand, eternal life at her command Now all that she rules, must sleep...

Mais um conto de inverno está acabado, seu amor imortal, se foi O cálice roubado de sua mão, a vida eterna a seu comando E agora tudo que ela governava, deve adormecer

The howling shriek of death in your eyes The hawklord and the beast, enter your room The gold will turn to rust Your empire follows you, into your tomb The wraiths of night caress, And whisper softly now "We are the dead" They bear your life away, they tear your heart in two They've taken the queen

O poderoso grito da morte em seus olhos O Senhor Falcão e a Besta entram em seu quarto O ouro vai enferrujar Seu império vai te seguir, na sua tumba As aparições noturnas acariciam, E sussurram suave agora "Nós somos os mortos" Eles levam sua vida embora, rasgam seu coração em dois Eles levaram a rainha

To some better place, so they think, as the flame burns low

Para algum lugar melhor, eles acham, enquanto a chama arde fracamente

Now the flame burns higher and it purifies the love that died A stone rolls closed on a life Back to the earth, sealing the tomb

Agora a chama queima mais alto e purifica o amor que morreu Uma pedra rola fechando em uma vida De volta a Terra, selando o túmulo

Our skeletons rise through the veil of blood, Who summons us now from our graves? "We are the dead" The shriek of death in your eyes, the hawklord and the beast, Enter your room The wraiths of night caress, and whisper softly now "We are the dead" They bear your life away, they've torn your heart in two They've taken the queen

Nossos esqueletos levantam pela veia de sangue, Quem nos chamou agora de nossas sepulturas? "Nós somos os mortos" O grito da morte em seus olhos, O Senhor Falcão e a Besta, Entram em seu quarto As aparições noturnas acariciam, e sussurram suave agora "Nós somos os mortos" Eles levam sua vida embora, rasgaram seu coração em dois Eles levaram a rainha

1998 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.

King in Crimson Chemical Wedding The Tower Killing Floor Book of Thel Gates of Urizen Jerusalem Trumpets of Jericho Machine Men The Alchemist

4:43 4:06 4:45 4:29 8:13 4:25 6:42 5:59 5:41 8:27

Faixas do CD Bonus 11. 12. 13.

Return of the King Real World Confeos

5:06 3:59 7:35

Chemical Wedding (04:06)

Casamento Químico

How happy is the human soul Not enslaved by dull control Left to dream and roam and play Shed the guild of former days Walking on the foggy shore Watch the waves come rolling home Through the veil of pale moonlight My shadow stretches out its hands

Como é feliz a alma humana! Não escravizada por estúpido controle Livre para sonhar, vagar e brincar Jogar a culpa dos dias passados Caminhando na praia nublada Observo as ondas vindo agitadas Através do véu do luar esmorecido Minha sombra estica a mão...

And so we lay We lay in the same grave Our chemical wedding day And so we lay We lay in the same grave Our chemical wedding day

E então nós nos deitamos Nos deitamos no mesmo túmulo Nosso dia de Casamento químico E então nós nos deitamos Nos deitamos no mesmo túmulo Nosso dia de Casamento químico

Floating in the endless blue My seed of doubt I leave to you Let in wither on the ground Treat it like plague you found All my dreams that were outside In living colour, now alive And all the lighthouses Their beams converge To guide me home

Flutuando no azul infinito Minha semente de dúvida que eu deixo para você Deixe-a secar no solo Trate-a como uma praga que você encontrou Todos os meus sonhos que estavam lá fora Em cores vivas, agora vivem E todos os faróis E raios de luz convergem Para me guiar para casa...

And so we lay We lay in the same grave Our chemical wedding day And so we lay We lay in the same grave Our chemical wedding day …

E então nós nos deitamos Nos deitamos no mesmo túmulo Nosso dia de Casamento químico E então nós nos deitamos Nos deitamos no mesmo túmulo Nosso dia de Casamento químico ...

The Tower (04:45)

A Torre

There are 12 commandments There are 12 divisions 12 are the pagans who have mapped the sky In the outer circle to the inner sanctum From the octave at the end of time

Há doze mandamentos Há doze divisões Doze são os pagãos que mapearam o céu No círculo externo para o lugar sagrado espiritual Da oitava ao fim do tempo

The fountain, the trinity The pilgrim is searching for blood (Searching for your blood) To look for his own free will The stone of infinity Washed in the flood

A fonte, a trindade O peregrino está procurando por sangue (Procurando pelo sangue dele) Para procurar o livre arbítrio dele A pedra da infinidade, Banhada no dilúvio

Lovers in the tower The moon and sun divided And the hanged man smiles Lovers in the tower The moon and sun divided Let the fool decide

Amantes na torre A lua e o sol divididos, E o homem enforcado sorri Amantes na torre A lua e o sol divididos, Deixe o tolo decidir

In the atom circle Where we break the stars Hammer into anvil snuffing out the sun Witness all the killing, see the birth of Mars Our religion thrown into the fire

No círculo atômico Onde nós quebramos as estrelas Martelo na bigorna, enchendo o sol Testemunhe toda a matança, veja o nascimento de Marte Nossa religião lançada ao fogo

The fountain, the trinity The pilgrim is searching for blood (Searching for your blood) To look for his own free will The stone of infinity Washed in the flood

A fonte, a trindade O peregrino está procurando por sangue (Procurando pelo sangue dele) Para procurar o seu próprio livre arbítrio A pedra da infinidade, Banhada no dilúvio

Lovers in the tower The moon and sun divided The hanged man smiles Lovers in the tower The moon and sun divided The magician laughs

Amantes na torre A lua e o sol divididos, o homem enforcado ri Amantes na torre A lua e o sol divididos, o mago ri

Lovers in the tower The moon and sun divided

Amantes na torre A lua e o sol divididos,

And the priestess kneels Lovers in the tower The moon and sun divided Let the fool decide

E a sacerdotisa se ajoelha Amantes na torre A lua e o sol divididos, Deixe o tolo decidir

Lovers in the tower The moon and sun divided And the hanged man smiles Lovers in the tower The moon and sun divided Let the fool decide

Amantes na torre A lua e o sol divididos o homem enforcado ri Amantes na torre A lua e o sol divididos, Deixe o tolo decidir

Lovers in the tower The moon and sun divided The priestess kneels to receive Lovers in the tower The moon and sun divided The magician laughs

Amantes na torre A lua e o sol divididos, e a sacerdotisa se ajoelha para receber Amantes na torre A lua e o sol divididos, O mago ri

Killing Floor (04:12)

Chão Mortal

So this is dreamtime and all is quiet So this is dreamtime and all is night You've never been held by the hand of God Who's rocking the cradle, if he is not?

Então essa é a hora de sonhar e tudo está quieto Então essa é a hora de sonhar e tudo é noite Você nunca foi segurado pela mão de Deus Quem está balançando o berço, se não é ele?

He turned the oil into his blood Panzer divisions burning in the mud The stain of freedom, he's washed it out Who's rocking the cradle, I have no doubt

Ele transformou o óleo no seu próprio sangue Divisões panzers queimando na lama A mancha da liberdade ele é lavado Quem está balançando o berço, eu não tenho dúvida

Sleeping eyes awake, to see his hooded gaze Whispers on the wind, the darker side of ecstasy

Olhos adormecidos se despertam para ver o olhar contraído dele Sussurros no vento, o lado mais escuro do êxtase...

Satan - has left his killing floor Satan - has left his killing floor Satan - hell fires burn no more Satan - has left his killing floor

Satã - saiu do seu chão mortal Satã - saiu do seu chão mortal Satã - o fogo do inferno não queima mais Satã - saiu do seu chão mortal

So now it's dreamtime for you tonight So now it's dreamtime and all is quiet You've never been held

Portanto agora é a hora de sonhar para você esta noite Portanto agora é a hora de sonhar e tudo está quieto Você nunca foi segurado

by the hand of God Who's rocking your cradle, if he is not?

pela mão de Deus Quem está balançando o seu berço, se não é ele?

Sleeping eyes awake, to see his hooded gaze Whispers on the wind, the neverending breath goodbye

Olhos adormecidos despertam para ver seu olhar contraído Sussurros no vento, o adeus infinito da respiração

Satan - has left his killing floor Satan - has left his killing floor Satan - his fires burn no more Satan - is coming back for more

Satã - saiu do seu chão mortal Satã - saiu do seu chão mortal Satã - o fogo do inferno não queima mais Satã - está voltando para mais

Satan - has left his killing floor

Satã - saiu do seu chão mortal

Return Of The King (05:08)

O Retorno do Rei

A 100 years of toil and pain To pull a stone upright again Up routed from its mountain home Taken to this sacred circle

100 anos de trabalho e dor Para colocar uma pedra no lugar novamente Arrancado de sua montanha Levado à este círculo sagrado

Is there a secret in the stones? A message in the hills Is there a secret in the stones? A message long ago

Há um segredo na pedra? Uma mensagem nas colinas Há um segredo nas pedras? Uma mensagem do passado

I know the king will come again From the shadow to the sun Burning hillsides with the Beltane fires I know the king will come again When all that glitters turns to rust Uther Pendragon standing fast beside you

Eu sei que o rei virá novamente Das sombras ao sol Queimando ladeiras com seu fogo Eu sei que o rei virá novamente Quanto todo o brilho virar ferrugem O chefe supremo rapidamente ao seu lado

I know the king will come again I know the king will come again

Eu sei que o rei virá novamente Eu sei que o rei virá novamente

The sun, the moon, we worshipped here a calendar of fear Gazing across the channel sea to see the beacons burningbrightly

O sol, a lua que adoramos aqui um calendário de medo Olhando através do mar para ver as bóias queimando

Is that a shadow on the hill Or a phantom in the mere What is the meaning of the stones? Why do they stand alone?

Aquilo é uma sombra na colina? Ou um fantasma na lagoa Qual o significados destas pedras? Por que elas estão sozinhas?

I know the king will come again From the shadow to the sun Burning hillsides with the Beltane fires I know the king will come again When all that glitters turns to rust Uther Pendragon standing fast beside you

Eu sei que o rei virá novamente Das sombras ao sol Queimando ladeiras com seu fogo Eu sei que o rei virá novamente Quanto todo o brilho virar ferrugem O chefe supremo rapidamente ao seu lado

Is that a shadow on the hill Or a phanton in the mere What is the meaning of the stones? Why do they stand alone?

Aquilo é uma sombra na colina? Ou um fantasma na lagoa Qual o significados destas pedras? Por que elas estão sozinhas?

I know the king will come again From the shadow to the sun Burning hillsides with the Beltane fires I know the king will come again When all that glitters turns to rust Uther Pendragon standing fast beside you

Eu sei que o rei virá novamente Das sombras ao sol Queimando ladeiras com seu fogo Eu sei que o rei virá novamente Quanto todo o brilho virar ferrugem O chefe supremo rapidamente ao seu lado

I know the king will come again

Eu sei que o rei virá novamente

2005 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.

Mars Within Abduction Soul Intruders Kill Devil Hill Navigate the Seas of the Sun River Of No Return Power of the Sun Devil on a Hog Believil A Tyranny of Souls

1:41 3:52 3:54 5:09 5:53 5:15 3:31 4:03 4:52 5:54

Faixa do CD Bonus Eternal (Japanese bonus track) - 5:59

Navigate The Seas Of The Sun (05:51)

Navegar Os Mares do Sol

Distant earthrise long ago lingers at the borders of our minds mysteries spinning in the dark in the frozen emptiness of time we were lost and we never knew who we were and what we left behind

Terra distante ergue-se há muito tempo Persiste nas fronteiras da nossa mente Mistério rodopiando no escuro No vazio congelado do tempo Nós estavamos perdidos e nunca soubemos, Quem nós fomos e o que deixamos para trás

living half lives we were blind to the new frontiers that opened up our eyes

Vivendo meias-vidas nós eramos cegos Para as novas fronteiras que abriram nossos olhos

to find our minds were spinning souls entwined in a spiral dance the ancient ways have found us again to give us one last chance

Para achar nossas mentes que estavam girando Almas entrelaçadas em uma dança espiral Os caminhos antigos nos acharam Novamente para nos dar uma última chance

living in this place staring into space we find we might share the corners of our lives infinity runs deep eternity that we can´t keep melting through the frozen wastes of time

Vivendo nesse lugar Olhando para o espaço nós achamos Nós podemos dividir os cantos de nossas vidas O infinito é profundo Eternidade que nós não podemos manter Derretendo através das perdas congeladas do tempo

so we go and will not return to navigate the seas of the sun our children will go on and on to navigate the seas of the sun so we go and will not return to navigate the seas of the sun our children will go on and on to navigate the seas of the sun

Então nós vamos e não vamos retornar Para navegar no mares do sol Nossas crianças vão continuar Para navegar nos mares do sol Então nós vamos e não vamos retornar Para navegar no mares do sol Nossas crianças vão continuar Para navegar nos mares do sol

we can´t go on tomorrow living death by gravity couldn't stand it anymore we sail our ships to distant shores

Nós não podemos continuar amanhã Vivendo a morte pela gravidade Não podendo suportar mais isso Nós levamos nossos navios para costas distantes

purple gold and blue, living colours every hue, flowers in the garden of the gods no one can ever know if you never saw them grow this darkness, is really full of light

Roxo, dourado e azul Cores vivas de todas as tonalidades Flores no jardim do deuses Ninguém nunca poderá saber Se você nunca as viu crescer Mas essa escuridão é mesmo cheia de luz

well beyond the earth beyond all things that gave us birth we'll navigate...

Nós vamos além da terra Além de todas as coisas que nos deram à luz Nós vamos navegar...

if God is throwing dice and Einstein doesn't mind the chance we'll navigate... infinity runs deep eternity that we can´t keep we'll navigate... flowers of our souls purple blue and gold we find

Se Deus está jogando os dados E Einstein não se importa com a chance Nós vamos navegar... O infinito é profundo Eternidade que nós não podemos manter Nós vamos navegar nos mares do sol Flores de nossas almas Roxo, azul e dourado nós vamos achar

to navigate

Para navegar nos mares do sol

so we know who we are even in this frozen waste we'll navigate... living in this place staring into space we find we'll navigate well beyond the earth beyond all things that gave us birth we'll navigate...

Então nós sabemos quem somos Mesmo nesse desperdício congelado Nós vamos navegar nos mares do sol Vivenedo nesse lugar Olhando para o eapaço nós achamos Nós vamos navegar nos mares do sol Nós vamos além da terra Além de todas as coisas que nos deram a luz Nós navegames nos mares do sol

if Einstein's throwing dice and God he doesn't mind the chance we'll navigate flowers of our souls purple blue and gold and who we were before eternity that we can´t keep we'll navigate...

Se Einstein está rolando dado E deus, ele não se importa com a chance Nós vamos navegar nos mares do sol Flores de nossas almas Roxo azul e ouro E quem nós fomos antes Eternidade que nós não podemos manter Nós vamos navegar nos mares do sol

flowers of the soul

Flores de nossas almas

Power Of The Sun (03:29)

Poder do Sol

Is this a citadel is this a prison cell? Who sits at my right hand now Who's watching me now? Who's made us live this way When do i get my say Automation turns us into Human beings now Tripping over faces Humanity has fallen Huddled into doorways Hnd the streets at dawn

Isto é uma fortaleza Ou uma cela de prisão? Quem senta ao meu lado direito Quem está me observando agora? Quem nos fez viver deste jeito? Quando chega a hora da minha fala? Automação nos torne seres humanos agora Viajando sobre rostos A humanidade caiu Amontoada em portais Nas ruas do amanhecer

The power of the sun Keeps us moving on Spinning ever faster The city never sleeps The echoes of the footfalls Already in the past

O poder do sol Nos mantém em movimento Girando cada vez mais rápido A cidade nunca dorme Os ecos dos passos Que já estão no passado

Every dawn arrives The gathering of the tribes Shattered waves of people Breaking over city walls Never out of touch But always on your own Trapped inside the logic Of your own communication zone

Todo nascer do sol chega A junção das tribos Ondas sucessivas de pessoas Atingindo as paredes da cidade Nunca fora de alcance Mas sempre por conta própria Preso dentro da lógica De nossa própria zona de comunicação

What deals have been made

Que acordos foram feitos?

Who's under the gun Stay one step ahead Of the next in line

Quem está sob a arma? Fique um passo à frente? Do próximo da fila?

The cameras never lie The ghost of you and i Already in the past Inside our own picture frame We'll vanish once again Now the dawn is coming fast

As câmeras nunca mentem O fantasma de nós dois Já está no passado Dentro de um porta-retratos Nós desapareceremos mais uma vez Agora o amanhecer chega rapidamente

River Of No Return (05:15)

O Rio Sem Volta

Break the bread and drink the wine Seize the challace suck the poison vine There is frost in every sunbeam water flows from the earth to sky Looking down on every rose nothing moves the wheal of heaven turns As our fingers leave there trace we are gods and the world returns up rise?

Parta o pão e beba o vinho Pegue o cálice, sugue o vinho envenenado Há frieza em casa raio solar água flui da terra ao céu Caindo sobre todas as rosas nada move a roda do paraíso Enquanto nossos dedos deixam o rastro somos deuses em um mundo que ousamos adotar

Now we're lost you can't disguise the river of no return Now its time you realise, the river of no return

Agora estamos perdidos, não pode disfarçar O rio sem volta Agora se foi, perceba, O rio sem volta

Growing embers of our anchient lives We struggle hard we live to turn the tide Living longer in the Â'astro-wast' We stare each other we looked death in the face All my life in front of you lonely secrets hidden from your view. Now we obit a different sun for eternity doomed to tell no one..

Criando brasas de nossas vidas passadas Nós lutamos bravamente vivemos para virar a maré Tendo vida mais longa no lixo astral Nós olhamos uns para os outros nós encaramos a morte Toda a minha vida na sua frente segredos solitários ocultos de sua visão. Agora orbitamos um sol diferente por toda a eternidade condenados a não contar a ninguém

Now we're lost you can't disguise the river of no return Now its time you realise, the river of no return

Agora estamos perdidos, Você não pode disfarçar O rio sem volta Agora se foi, perceba, o rio sem volta

Now and truly all alone, Canyon walls and the river of no return Im amazed at what i am, I've never knew the feelings I've ignored

Agora eu estou realmente sozinho Paredes de cânion e o rio sem volta Estou surpreso pelo que eu sou Eu nunca conheci, sentimentos que ignorei

Now we're lost you can't disguise the river of no return Now its time we realise

Agora estamos perdidos você não pode disfarçar o rio sem volta Agora é a hora de percebermos

the river of no return And the anguish drives me on I wish i could return All alone and washed away to the river of no return

o rio sem volta E a angustia me deixa quando eu desejo poder retornar Sozinho e lavado para o rio sem volta

Eternal (06:01)

Eterno

At the edge of space the world is curved Like a halo See a blackbird flying now, see it now... through my window And so the rocket man came down to land From the unknown On the ground he never found the truth... Turned his eyes... To the skies...

Na beira do espaço o mundo está curvado Como uma auréola Vejo um melro voando agora, vejo agora… pela minha janela E então o homen foguete desceu para a terra Do desconhecido No solo ele nunca encontrou a verdade Virou seus olhos Para os céus

We were eternal back in those days But now we are memories They hide us away But we were the only ones Never forget, those fallen heroes Never again...

Nós fomos eternos naqueles dias passados Mas agora nós somos lembranças Eles nos esconderam Mas nós fomos os únicos Nunca esqueça, daqueles heróis tombados Nunca mais

At the edge of space the world is curved Like a halo [whispers: hate halo(?)] See a blackbird flying now, See it now... through my window And so the rocket man came down to land From the unknown On the ground he never found the truth... Turned his eyes... To the skies...

Na beira do espaço o mundo está curvado Como uma auréola Vejo um melro voando agora Vejo agora… pela minha janela E então o homem foguete desceu para a terra Do desconhecido No solo ele nunca encontrou a verdade… Virou seus olhos Para os céus

We were eternal back in those days But now we are memories They hide us away We were the only ones Never forget, those fallen heroes Never again...

Nós fomos eternos naqueles dias passados Mas agora nós somos lembranças Eles nos esconderam Mas nós fomos os únicos Nunca esqueça, daqueles heróis tombados Nunca mais

We are at peace now... In the deep blue... In the deep blue... In the deep blue...

Nós estamos em paz agora No azul profundo No azul profundo No azul profundo

We were eternal back in those days But now we are memories They hide us away Now I'm the only one Never forget, those fallen heroes Never again...

Nós fomos eternos naqueles dias passados Mas agora nós somos lembranças Eles nos esconderam Agora eu sou o único Nunca esqueça, daqueles heróis tombados Nunca mais

Never again... We were eternal

Nunca mais Nós fomos eternos

2001 Disco um Broken (Dickinson, Z) Tattooed Millionaire (Dickinson, Gers) Laughing in the Hiding Bush [ao vivo] (Dickson, Z) Tears of the Dragon (Dickinson) The Tower (Dickinson, Z) Born in '58 (Dickinson, Gers) Accident of Birth (Dickinson, Z) Silver Wings (Dickinson, Z) Darkside of Aquarius (Dickinson, Z) Chemical Wedding (Dickinson, Z) Back from the Edge (Dickinson, Dickson) Road to Hell (Dickinson, Smith) Book of Thel [ao vivo] (Casillas, Dickinson, Z)

4:00 4:25 4:09 6:19 4:43 3:36 4:28 4:16 6:50 4:05 4:16 3:58 8:27

Disco dois Bring Your Daughter... to the Slaughter (Dickinson) 5:00 Darkness Be My Friend (Dickinson) 2:00 Wicker Man (recorded 97) (Dickinson, Z) 4:40 Real World (Dickinson, Z) 3:55 Acoustic Song (Dickinson, Z) 4:23 No Way Out... Continued (Baker, Crichton, Dickinson)5:18 Midnight Jam (Dickinson, Smith, Z) 5:11 Man of Sorrows(Demo) (Dickinson) 5:15 Ballad of Mutt (Dickinson, Gers) 3:33 Re-Entry (Dickinson, Dickson) 4:03 I'm in a Band With an Italian Drummer (Dale) 3:52 Jerusalem [ao vivo] (Dickinson, Z) 6:43 The Voice of Crube 13:45 Dracula (D.Siviter, A.Siviter) 3:45

Broken (04:00)

Quebrado

I will not be pushed I will not be stamped defiled I will not be crushed I am not your only child

Eu não serei empurrado Eu não serei carimbado Eu não serei esmagado Eu não sou somente sua criança

I am not a freak Object of your own desire I am not ashamed I am not your alibi

Eu não sou um louco Objeto do seus próprios desejos Eu não estou envergonhado Eu não sou seu álibi

I stand alone now I can see You won't bring me down For all this pain and misery I'm not broken

Eu estou sozinho agora posso ver Você não me trará para baixo Para todas estas dores e misérias Eu não estou quebrado

Crushed Crushed

Esmagado Esmagado

I am not a pawn This is not a game of chess I am not a pin stuck into your shiny vest

Eu não sou um penhor Isto não é um jogo de xadrez Eu não sou um pino furado em sua veste brilhante

I am not a slave I will do what I do best Walking out on you Take my life, leave the rest

Eu não sou um escravo Vou fazer o que eu acho que é melhor Andar para longe de você Pegue a minha vida, deixe o descanso

I stand alone now I can see You won't bring me down For all this pain and misery I'm not broken

Eu estou sozinho agora posso ver Você não me trará para baixo Para todas estas dores e misérias Eu não estou quebrado

All the hatred, can't you see You won't bring me down All the light has set me free I'm not broken

Todo o ódio, você não pode ver Você não me trará para baixo Todas as luzes me libertaram Eu não estou quebrado

I stand alone now I can see You won't bring me down For all this pain and misery I'm not broken

Eu estou sozinho agora posso ver Você não me trará para baixo Para todas estas dores e misérias Eu não estou quebrado

All the hatred, can't you see You won't bring me down All the light has set me free I'm not broken

Todo o ódio, você não pode ver Você não me trará para baixo Toda a luz me libertou Eu não estou quebrado

No Way Out (Continued) (09:12)

Sem Saída

A silent sleeping vampire,

Um vampiro que dorme em silêncio,

arisen from its grave As I lie still and quiet in the dark The only sign of breathing, a flicker on my skin The only sign of life, my beathing heart What does it take to open my eyes? What does it take to register surprise? What does it take to feel joy? What does it take to feel pain? Floors creak but doors are still I've read all the books about being ill I know the truth and truth knows I'm right One day you'll fear me in the night

acordado de seu túmulo Enquanto eu fico parado e quieto no escuro O único sinal de respiração, uma tremulação em minha pele O único som da vida, meu coração batendo O que é preciso para abrir meus olhos? O que é preciso para me surpreender? O que é preciso para sentir alegria? O que é preciso para sentir dor? O chão range mas as portas estão paradas Eu leio todos os livros sobre doenças Eu conheço a verdade e a verdade sabe que estou certo Um dia você vai me temer na noite

A drowning man sees daylight Coming up for air I've been working hard for this All my life and I like it this way

Um homem que se afoga vê a luz do dia Subindo para pegar ar Eu estive trabalhando duro por isto Por toda a minha vida e eu gosto assim

I know they're staking out my house That's why I'm quiet like a mouse I don't know love but I know what's right I feel my sickness every night My tv fills my world with light 24 hours of second sight I talk to God on my station He gives me secret information

Eu sei que eles espreitam minha casa É por isso que eu estou quieto como um rato Eu não conheço o amor mas eu sei o que é certo Eu me sinto doente todas as noites Minha tv preenche meu mundo com luz 24 horas de segunda visão Eu converso com Deus em meu canal Ele me dá informações secretas

A drowning man sees daylight Coming up for air I've been working hard for this All my life and I like it this way

Um homem que se afoga vê a luz do dia Subindo para pegar ar Eu estive trabalhando duro por isto Por toda a minha vida e eu gosto assim

Mother, suffocate me Mother, suffocate me There's no way out of here It's tearing me apart There's no way out of here There's no way out of here Mother, suffocate me There's no way out of here There's no way out of here No, no, no way out of here

Mãe, me sufoque Mãe, me sufoque Não há como sair daqui Está acabando comigo Não há como sair daqui Não há como sair daqui Mãe, me sufoque Não há como sair daqui Não há como sair daqui Não, não, não há como sair daqui

Wicker Man (04:42)

Homem de Vime

When the dying western sun dips low And the raincloud rises in the east Between the lines of trut and the words of faith

Quando o sol extinguível do oeste emerge E a nuvem que produz chuva põe-se a leste Entre as linhas da verdade e as palavras de crença

Lie the fiery duties of the priest

Encontrar os deveres ardentes de ser padre

Stir the blood of ancient things Drawing down the moon

Mexer o sangue de coisas antigas Arrastando a lua pra baixo

From the hill of Tarna see the Beltane fires And the silent Celtic kings await From the midnight hour to the light of dawn Feel the mountain tremble and your heart will shake

Da colina de Tarna vê os fogos de Beltane E os reis celtas silenciosos esperam Da meia-noite até a luz da alvorada Sente o tremor da montanha e o seu coração irá sacudir

Stir the memories of the stones We are drawing down the moon In the circle of the old ways Of the wicker man

Mexer nas memórias das pedras Nós estamos arrastando a lua pra baixo No círculo dos modos antigos Do homem de vime

Wicker man, wicker man From the beacon hill cast your fire on this land Wicker man, wicker man From the beacon hill throw your ashes on our hands

Homem de vime, homem de vime Do brilho da colina, Lance o seu fogo nessa terra Homem de vime, homem de vime Do brilho da colina, Atire suas cinzas nas nossas mãos

Let the pendulum go Let it sway away Let the chimes ring out On this solstice day

Deixe o pêndulo ir Deixe-o balançar Deixe as harmonias tocarem Nesse solstício dia

When the earth renews When the seed reveals When we are reborn Every waking dream

Quando a terra regenera-se Quando a semente revela-se Quando estamos renascidos Todo sonho acordado

When the earth renews itself When the seed reveals itself When the earth renews itself When the seed reveals itself

Quando a terra regenera-se por si mesma Quando a semente revela-se por si mesma Quando a terra regenera-se por si mesma Quando a semente revela-se por si mesma

When we are reborn In every waking dream Every tree and leaf Every frozen stream When the earth renews itself When the seed reveals itself

Quando estamos renascidos Em todo sonho acordado Toda árvore e folha Todo córrego congelado Quando a terra regenera-se por si mesma Quando a terra regenera-se por si mesma

When we are reborn In every waking dream Every tree and leaf Every frozen stream When the earth renews itself When the seed reveals itself

Quando estamos renascidos Em todo sonho acordado Toda árvore e folha Todo córrego congelado Quando a semente revela-se por si mesma Quando a semente revela-se por si mesma

3 curiosidades

Curiosidades sobre o Iron Maiden 1- Tudo começou em 1971, quando um garoto inglês, chamado Steve Harris, comprou uma Copy Fender Telecaster, por 40 libras e decidiu trocar o futebol por um de seus maiores sonhos, o de ser um astro do rock. Com sua guitarra em mãos, começou a estudar por conta própria e a compor suas primeiras canções, e em 72 Harris trocou a guitarra pelo contra-baixo. 2- Existiu uma banda chamada Iron Maiden antes do Iron Maiden. Surgida em Essex, na Inglaterra, a banda durou apenas oito anos (de 1964 a 1972). 3- O termo NWOBHM (New Wave Of British Heavy Metal) foi criado pelo jornalista Geoff Barton numa matéria sobre o Iron Maiden escrita para a revista 'Sounds' em 1979. Mais tarde Geoff fundaria a Kerrang!, revista considerada hoje uma verdadeira bíblia do Heavy Metal. 4- Steve Harris antes de fundar o Iron Maiden havia tocado em bandas como: Influence, Gipsy Kiss e em 1975 foi para o SMILER ficando seis meses; cansado da inconstância musical Steve saía para montar a banda que seria a mais famosa de todos os tempos, a Donzela de Ferro, ou Iron Maiden, cujo nome veio da inspiração do filme O Homem da Máscara de Ferro. 5- Sentindo que precisavam divulgar seu trabalho, os então integrantes do Iron Maiden (Steve Harris, Dave Murray, Doug Sampson e Paul Di'Anno) juntaram 200 libras e se dirigiram ao Spacewood Studios em Cambridge, na antevéspera do ano novo de 1979, onde gravaram quatro músicas: "Prowler", "Invasion", "Strange World" e "Iron Maiden". Porém, o dinheiro era insuficiente para pagar a fita master, e a única coisa que conseguiram foram cópias só fitas cassete sem edição e sem mixagem. 6- Entretanto, uma destas cópias foi parar na mão de Neal Kay, proprietário do Bandwagen Soundhouse, pub do Kingsburry Circle, na parte noroeste de Londres. Quando este resolveu tocar a fita numa noite, o público veio abaixo, e logo o Iron foi convidado para se apresentar ao vivo no local, que até então não aceitava bandas desconhecidas! 7- Em outubro de 1979 a banda faz um "showcase" (show de demonstração para chamar a atenção das gravadoras, porém, como nenhuma se interessou, em novembro a banda um selo próprio, chamado "Rock Hard Records", e transformam a fita demo num disco independente. Os caras pegam as fitinhas K7 que tinham (já que o Spaceward Studios tinha apagado as fitas master) e copiam três músicas para o EPzinho ("Prowler" de um lado e "Iron Maiden" e "Invasion" do outro), intitulando-o "The Soundhouse Tapes" em homenagem ao pub. Foram prensadas apenas cinco mil cópias do disco, vendidas quase que imediatamente nos shows e via correio. Aí então a EMI se interessa, e a banda assina com a superpoderosa gravadora em 28 de dezembro, quase um mês após o lançamento do EP, que como nunca mais foi reeditado, é hoje em dia o item mais cobiçado (e pirateado) da banda. 8- Steve tinha sonhos de jogar pelo seu time querido West Ham e chegou a assinar com o time através de formulários de estudantes. Há referências ao West Ham na capa do álbum Somewhere in Time. O clube usa 'Up the Irons' como seu moto e é por isso que o Iron Maiden também o usa. 9- Até hoje a capa do The Number Of The Beast, desenhada por Derek Riggs é considerada a melhor, e o CD como o mais vendido da história. 10- Uma das primeiras composições de Steve foi Burning Ambition, mais tarde viria a fazer parte do primeiro compacto do Iron pela gravadora EMI, chamado de Running Free. 11- Produzida pela NFL Comics: Iron Maiden em Quadrinhos (com 52 páginas), que traduz em ilustrações e balões as letras do álbum Seventh Son of a Seventh Son, de 1988. A publicação mostra a saga de um rapaz que é o sétimo filho de um sétimo filho da sua família. Diferente do que

se possa imaginar, essa realidade faz com que o rapaz, que possui poderes especiais, seja o escolhido a trazer o bem para a humanidade, mas é vigiado por Lúcifer que deseja conquistá-lo para o lado negro desde que nasceu. 12- Bar Eddie é um bar dedicado à banda de heavy metal Iron Maiden. Adotou o seu nome a partir do mascote da banda, Eddie. Ele está localizado na vila de Santa Bárbara de Nexe, concelho de Faro sul de Portugal. O proprietário é o baixista Steve Harris. O bar é decorado com muitos itens da banda como peças exclusivas do Iron Maiden, algumas usadas em turnês como o sarcófago da World Tour 1984/85, um baixo usado por Steve Harris, pratos da bateria de Nicko McBrain autografados, álbuns, fotografias e cartazes. O bar abriu as portas em 1989 com Manu da Silva, roadie da banda, como gerente. Atualmente é gerido por Dave Sullivan e Terry Rance, antigos guitarristas do Iron Maiden e Jeff Daniels, roadie dos anos 70. 13- Quando se fala de Paul e Iron Maiden, é claro que lembramos do sempre polêmico e fanfarrão Paul Di‟Anno. O vocalista que gravou os dois primeiros álbuns da banda, Iron Maiden e Killers, porém, não está sozinho quando o assunto é “vocalistas com nomes bíblicos à frente da Donzela”. Muita gente não sabe, mas o primeiro vocalista da banda não foi o Di‟Anno, mas sim Paul Day (trocadilhos com este nome são permitidos nos comentários), que ficou com a banda entre 75 e 76. E não pense que acabou por aí. O vocalista atual da banda também é um Paul! Sim, Bruce Dickinson na verdade se chama Paul Bruce Dickinson! Por isso, na próxima vez que te perguntarem “quem é o seu vocalista preferido do Iron Maiden?”, pode dizer sem medo de errar: é o Paul! Até porque com certeza não é o Blaze, certo? 14- Adrian Smith entrou na banda no álbum Killers, e deixou a Donzela após a turnê do álbum Seventh Son of a Seventh Son para seguir outros projetos. O disco seguinte, No Prayer for the Dying, de 1990, portanto, foi o primeiro com o novo guitarrista, Janick Gers. O que muita gente não sabe é que, mesmo estando fora da banda, Adrian tem créditos de compositor em uma música deste álbum. Trata-se da faixa oito, Hooks in You. 15- Bruce começou a aparecer no cenário do rock na banda inglesa Samson, que também fez parte do chamado NWOBHM (New Wave of British Heavy Metal). Lá, ele tinha a ridícula curiosa alcunha de Bruce Bruce. Ao chegar ao Iron Maiden, o empresário da banda, Rod Smallwood, ordenou que Bruce largasse o apelido, e que lá seria chamado de Bruce Dickinson. Porém, não demorou muito para o vocalista ganhar outra alcunha idiota: Air Raid Siren (Sinal de Ataque Aéreo). Muitos dirão que ele ganhou este apelido por sua potência vocal, mas poucos sabem que, na verdade, o apelido veio de uma crítica em uma carta enviada a uma revista. O fã da banda estava criticando a escolha de Dickinson para o lugar de Di‟Anno, reclamando que haviam colocado uma “sirene barulhenta” no lugar de seu antigo vocalista querido. O empresário Rod Smallwood gostou do apelido e rebatizou o novo integrante. No fim, acabou não pegando muito também e, graças a Odin, conhecemos o sujeito apenas pelo apelido muito mais família de Bruce Pinto-no-Filho (Dick in son) mesmo. 16- Nicko McBrain se tornou titular das baquetas do Maiden no álbum Piece of Mind, de 1983. Seu estilo logo agradou aos fãs da banda e ele se tornou muito querido, mesmo substituindo o também competente Clive Burr, que saíra por problemas de saúde. Mas o que nem todos sabem é que Nicko já estava com a banda antes de assumir as baquetas. Ele participou de turnês anteriores interpretando Eddie em algumas apresentações e, em outras, nada mais nada menos que o diabo! Na turnê do álbum The Number of the Beast, Nicko interpretava o diabo e, ao invés de carregar baquetas, levava um tridente, e devia se divertir muito com isso. 17- O mascote Eddie é figura garantida em todos os álbuns e shows da banda. O que muitos não sabem é a origem do nome do personagem, que ficou imortalizado nas capas dos discos, principalmente pelo desenhista Derek Riggs. No começo, Eddie era apenas uma cabeça sem nome que adornava os palcos da banda. Em determinada hora do show, ela soltava luzes, fumaça e uma gosma que caía sobre a cabeça do coitado do baterista. Não demorou muito para a cabeça ganhar

seu nome, e tudo por causa de uma piada, a piada de Eddie, The Head. Você conhece? Se não, aí vai, com uma sugestão de trilha sonora para você ouvir enquanto lê. Um casal teve um filho com um problema: ele nasceu sem um corpo, e era apenas uma cabeça. Apesar do “defeito”, o menino Eddie conseguia viver normalmente e era amado pelos pais. Quando o menino ia completar 16 anos, os pais do garoto acharam um médico que disse que poderia dar um corpo a ele. Os pais, animados, foram contar a novidade para o pimpolho. Chegando lá, eles disseram, alegremente: “Filho, temos um ótimo presente pra você!”, no que o menino respondeu: “Ah, não, outro boné?!” 18- Steve Harris é o principal autor da banda, tendo escrito ou co-escrito aproximadamente 75% de todas as músicas. 19- Dave Murray escreve uma música a cada 3 anos, um processo que Bruce Dickinson descreveu ser semelhante a "tentar dar a luz a um elefante". As suas músicas são "Charlotte The Harlot", "The Prophecy", "Still Life", "Deja-Vu", "Public Enema Number One", "Fates Warning", "Chains Of Misery", "Judas Be My Guide" e "Twilight Zone". 20- O vídeo de "The Trooper" mostra uma carga de cavalaria de brigada que a BBC nunca mostrou sem cortes (mesmo que o filme de onde foi retirada, "Die With Your Boots On" tenha sido ironicamente transmitido às 7 da noite do dia em que a banda foi comunicada de que seu vídeo era muito sangrento para ser assistido pelos jovens). 21- Bruce é um esgrimista ávido, e leva uma coleção de floretes na estrada. Já foi capitão da equipe inglesa deste esporte e por pouco não participou de uma olimpíada. 22- Derek Riggs vive em Ashwell, Hertforshire - e aparentemente tem um pub movimentado por lá. 23- Todos os fundos das vendas da biografia do Iron Maiden "Running Free" são doadas para campanhas anti-heroína, bem como as vendas de uma das edições do single "Running Free". 24- Em 1992 quando o Iron Maiden fez o primeiro show em São Paulo, um fã deu à Nicko McBrain (baterista) um berimbau. Não foi pouca a curiosidade do baterista, que tentava saber do que se tratava o objeto. A dificuldade em falar o nome daquilo também foi imensa: "Bat in ball"... Em 1996, quando o Iron Maiden retornou à São Paulo, o mesmo fã ficou sabendo que o filho de McBrain havia destruído o instrumento. 25- Em 1992 a banda Iron Maiden foi proibida de tocar no Chile. A Igreja Católica pediu ao governo providências contra a apresentação da banda e foi atendida. Segundo a igreja a música “Bring Your Daughter To The Slaughter” incitava o assassinato e “The Number Of The Beast” incitava satanismo e assassinatos. 26- A lendária casa de shows Marquee Club (Londres) abrigou em dezembro de 1985 uma apresentação histórica, seguramente a mais inusitada em toda a trajetória dos integrantes do Iron Maiden. A formação completa do grupo estava presente, mas Steve Harris, Bruce Dickinson e Dave Murray só subiram ao palco durante o bis. Antes disso, presenciaram a avassaladora performance de uma banda com três guitarristas, capitaneada por Adrian Smith e Nicko McBrain. 27- O inglês Gary Dobson entrou em coma após cair e bater com a cabeça no chão durante um show do Iron Maiden em 1989. Seis meses depois despertou enquanto rolava num tape-deck justamente uma fita da banda. 28- A trilha original dos cavaleiros do Zodíaco foi gravada pelo Iron Maiden. 29- Nicko McBrain já atropelou um manobrista no estacionamento de um show pois este não o reconheceu, e exigiu crachá.

Origem do logo A referida fonte apareceu na capa do álbum "Green Eyed God", lançado em 1972 pela banda Steel Mill, e no cartaz do filme "The Man Who Fell To Earth" ("O Homem Que Caiu na Terra" aqui no Brasil), lançado em 1976, que tem como protagonista o camaleão David Bowie, interpretando um alienígena alcóolico chamado Thomas Newton.

Alguém acredita na hipótese de um desses dois casos terem servido de inspiração para a banda, ou foi apenas coincidência?

A origem do mascote Dentre os icônicos personagens do mundo do metal, não há dúvida que a figura cadavérica que ilustra as capas dos álbums do IRON seja a melhor representação do fetichismo no rock n´roll. No livro "Heavy Metal", IAN CHRISTE destaca o momento do surgimento de EDDIE, nas palavras de seu "pai", DEREK RIGGS:

"Ele foi inicialmente criado para capa de um álbum punk, então seu cabelo era curto e espetado. A própria imagem foi tirada de uma fotografia de uma cabeça em decomposição que havia sido colocada em um tanque de guerra e usada como propaganda tanto na Segunda Guerra quanto na Guerra do Vietnã. Eu vesti essa imagem com uma camiseta e a coloquei no ambiente da cidade, porque queria que vivesse nas ruas - só que ali na esquina, não a milhões de quilômetros de distância. A banda me pediu que colocasse um pouco mais de cabelo para que combinasse mais com a cenas heavy, e essa ilustração tornou-se a primeira capa do IRON MAIDEN."

(A imagem que deu origem à lenda)

Uma das aparições mais polêmicas de Eddie foi na capa do single Sanctuary, em que aparece matando a primeira ministra inglesa, Margareth Tatcher (a verdadeira donzela de ferro) com uma faca. A capa obviamente foi proibida e gerou uma série de processos contra a banda. Margareth Tatcher aparece novamente na capa do single Women in Uniform, desta vez espreitando Eddie. Um fato curioso (entre tantos outros) sobre as capas dos discos, e sobre Eddie, é que a maioria apresenta uma ordem cronológica. A partir da capa de Piece of Mind, por exemplo, Eddie teve seu cabelo raspado e foi lobotomizado, teve a cabeça aberta e depois fechada com alguns parafusos. Os parafusos aparecem em praticamente todas as gravuras a partir de então. Já na capa do single de Two Minutes to Midnight Eddie aparece vestindo um tampa-olho como se tivesse perdido um lado da visão e nas capas a seguir o olho que falta é substituído por um olho biônico (a partir da capa de Somewhere in Time). Uma curiosidade pouco notada: na lápide da gravura do álbum Live After Death consta o nome verdadeiro de Eddie: Edward... Riggs (Portsmouth, Inglaterra, 3/02/1958)

Entrevista com Derek Riggs ao CNN Revelead Quando você começou a desenhar o Eddie, nos anos 70, imaginou que ele iria se tornar um personagem tão famoso e amado pelos fãs do Maiden? Derek Riggs: "Assim que terminei a primeira figura do Eddie, eu encostei na cadeira e pensei 'esse desenho vai me fazer rico e famoso'... e então eu pensei 'não seja idiota', e fui pegar um café. Mostrei-o ao meu empresário,

que me devolveu com uma careta, dizendo 'não achamos que esse desenho seja muito comercial'". Comecei a mostrar meu portfólio aos diretores de arte de gravadoras, que normalmente se escondiam de medo, quando o viam. Uma vez, um diretor de arte me expulsou de seu escritório porque ele não achava que era uma capa apropriada para um álbum de rock. Ele apontou para um desenho na parede, que para ele, era uma capa de rock ideal: era uma pintura de uma garçonete usando mini-saia, se curvando de modo que você conseguia ver sua calcinha". "Um outro sugeriu que eu fosse cortar meu cabelo e desenhasse coisas mais normais, porque eu 'parecia um esquisitão, ou deficiente mental', e que eu deveria parar de desenhar aquelas coisas e deveria fazer terapia. O desenho não despertou interesse de ninguém por um ano e meio, antes do Maiden pedir para ver meu portfólio. Eu juntei as coisas e pensei se deveria levar aquele desenho também, porque ele só tinha me prejudicado até ali. Eu meio que pensei 'bom, e daí?' e o coloquei junto com o resto das coisas. Então agora eu sou um pouco famoso, mas ainda não sou rico..." "Essa história e muitas outras são contadas com mais detalhes no meu livro 'Run for Cover, the Art of Derek Riggs', que está disponível exclusivamente através do meu site: www.derekriggs.com. O livro também traz um monte de desenhos legais e horríveis". Você sente alguma conexão pessoal com Eddie, como se ele fosse sua criação, quase seu filho? Ás vezes você se sente como um pai orgulhoso? Derek Riggs: "Eu não sou pai do Eddie, ele é apenas um desenho que eu fiz um dia e que acabou dando certo. Nunca tive intenção de ficar desenhando aquela coisa por vinte anos. Eu nem mesmo queria fazer desenhos de horror, sempre fui mais interessado em ficção científica, mas não podia pintar aquelas naves espaciais idiotas. Eu costumava desenhar naves espaciais bem bizarras (elas são feitas por aliens, certo?), e então os diretores de arte mostravam algo feito por outra pessoa e diziam 'naves espaciais não são desse jeito... elas são assim'. Então eu percebi que ilustração de ficção científica não era tão criativa ou original, como parecia. Aí eu caí fora e fui tentar fazer capas de discos". De onde veio a inspiração para as mais variadas formas do Eddie? Derek Riggs: "As várias formas do Eddie foram normalmente originadas da direção em que a banda gostaria de ir, naquele momento. Um ano o tema foi egípcio, depois ficção científica, e assim por diante. Normalmente os detalhes do que vinha depois eram meus. Eles só me davam a direção e me deixavam livre para criar. Na maioria das vezes, o resto do conteúdo era idéia minha, apesar de que às vezes eles tinham idéias mais detalhadas do conteúdo do desenho, como a capa do 'Piece Of Mind', que foi idéia do Steve. Muitas das outras coisas, detalhes e tal, eu costumava criar enquanto desenhava. Às vezes eu simplesmente enjoava e mudava ele, só pra ter o que fazer". Qual é o seu Eddie favorito, e por que? Derek Riggs: "Gosto do Eddie Clairvoyant, porque é complemente maníaco. Eu não o planejei daquele jeito. A música era sobre clarividência (ver o futuro), e eu comecei com uma idéia de algo como o deus romano Jano, que eu acho que tinha duas faces, e então eu dei a Eddie três faces (passado, presente e futuro), mas eu não conseguia ajustar o rosto quando a boca estava aberta, então no desespero, eu apaguei as partes entre suas mandíbulas (as bochechas) e ficou tão maluco que eu deixei daquele jeito". Há citações de você dizendo que a idéia para o Eddie foi baseada em uma imagem de uma cabeça decapitada que você viu em um documentário na televisão sobre a Batalha de Guadalcanal, na Segunda Guerra. Isso é correto? Derek Riggs: "Não, isso é uma asneira total. Não há citações minhas dizendo isso porque eu nunca disse nada parecido com isso. É uma citação completamente errada. E também, do ponto de vista dos fatos, é completamente errado. Eu queria fazer um desenho de uma figura em decomposição, semi-esquelética, nas ruas de Londres, mas eu precisava de algum material como fonte, porque eu realmente não sabia como uma cabeça humana se decompõe".

"Então me lembrei de uma montagem de fotos que eu tinha feito nos anos 70, quando estava na escola. Parte dessa montagem era uma fotografia de uma cabeça em decomposição que tinha ficado presa em um tanque. Essa foto estava na revista Time e a legenda dizia que era a cabeça de um soldado americano que ficou presa em um tanque vietnamita. Muitos anos depois, encontrei a mesma foto em uma coleção da Time Photos. A legenda dizia que era a cabeça de um soldado inglês em um tanque Nazista. Então agora eu acho que a foto não era nada mais do que um pouco de propaganda política de guerra. De qualquer forma, eu usei essa foto como referência para desenhar a cabeça do monstro". "Eddie não foi inspirado pela foto; usei a foto como referência para o desenho. O desenho foi inspirado pelo movimento punk rock inglês no final dos anos 70. Eles tinham meio que essa filosofia da rua, sobre como a juventude da época estava sendo desperdiçada e jogada no lixo. Foi uma tentativa de representar essa idéia visualmente. Mas eu não conseguia vendê-la aos punks, eles ficavam com muito medo". Você acha que ele envelheceu bem? O Eddie de hoje é tão poderoso e atrativo como os antigos? Derek Riggs: "Minhas ilustrações venderam mais produtos do que Walt Disney. Eddie vendeu mais do que Mickey Mouse. Eu já vendi mais pôsteres do que o presidente dos EUA em ano de eleição. Muitas das idéias 'originais' de fantasia que você vê nos filmes e na televisão foram roubadas diretamente do meu site e de trabalhos publicados meus. Tenho a idéia e alguém simplesmente vai lá e rouba. Fico um pouco cansado de ver minhas idéias sendo usadas por outras pessoas que não têm criatividade própria, mas apenas um grande orçamento para um filme. Ei, dê a MIM o grande orçamento para um filme e veja o que acontece. E parem de roubar do meu site. Ladrões". Quais são algumas das maiores idéias erradas que as pessoas têm sobre o Eddie? Derek Riggs: "Que ele é uma pessoa real, com personalidade. Que de alguma forma, eu seja daquele jeito, que ele seja meu alter ego. Bom, ele não é. Ele é só um desenho que eu fiz um dia e meio que ficou 'grudado' em mim. Ele meio que me segue, como o monstro de Frankenstein. E vocês acham que tem problemas com perseguidores". Você parou de trabalhar para o Iron Maiden há algum tempo. Foi difícil se separar da sua criação? Derek Riggs: "Não, na época em que parei de trabalhar pra eles, eu já estava mesmo com o saco cheio de desenhar o Eddie. Eu realmente queria fazer outra coisa. Eu poderia ter feito um grande estardalhaço por causa dos direitos sobre o personagem, mas eu não queria mais desenhá-lo e não o utilizaria pra mais nada mesmo. Além disso, ele era parte da essência nos negócios do Maiden, e não é da minha natureza prejudicar as pessoas desse jeito. Então eu simplesmente deixei de lado e segui em frente".

A assinatura de Derek Riggs, desenhista das capas mais clássicas dos discos e singles do Iron Maiden é algo semelhante a suas iniciais... um D reverso e um R do lado direito. A assinatura está presente em todas as capas e gravuras feitas por ele. Verifique a localização em cada um dos discos: IRON MAIDEN: no segundo tijolo na sexta fileira. KILLERS: na parte de baixo da janela na direita. THE NUMBER OF THE BEAST: à direita do joelho do demônio. PIECE OF MIND: na parte posterior da capa, como parte do colar suspenso pela mão. A assinatura não aparece na versão CD visto que parte da gravura foi cortada. POWERSLAVE: na entrada da pirâmide, onde os restos de Eddie estariam. LIVE AFTER DEATH: na parte posterior da capa (ou no verso do livrinho do CD). Siga o caminho de pedras pelo centro do cemitério. Existe uma lápide no meio da parte de trás com o símbolo nela. Em outra lápide atrás do gato e da rosa vermelha está escrito 'Here Lies Derek Riggs'.

SOMEWHERE IN TIME: no peito de Eddie e na nave espacial. SEVENTH SON OF A SEVENTH SON: na água. NO PRAYER FOR THE DYING: em algum lugar da grama ou o "ponto" sobre o 'i' em Dying podem ser a assinatura. A REAL DEAD ONE: no canto de fora do olho direito de Eddie. A REAL LIVE ONE: na parte de dentro da coxa direita de Eddie Mark Wilkinson A arte da capa do 16º álbum de estúdio do Iron Maiden, “The Book of Souls” foi feita pelo ilustrador britânico Mark Wilkinson, que já havia trabalhado anteriormente com a banda nos registros "Live At Donington" (1992), "The Wicker Man" (2000), "Out Of The Silent Planet" (2000) e “Best Of The 'B' Sides” (2002). O artista contribuiu também com as bandas Judas Priest, Marillion, The Darkness, Europe, Dancing Flame, entre outras. Confira abaixo alguns de seus trabalhos mais marcantes.

Teorias da conspiração Todos sabem que o mago inglês Aleister Crowley (1875-1947) tem influenciado o mundo do rock (e as artes em geral). E todos sabem também que o cantor inglês Bruce Dickinson é um cara multitalentoso e uma das personalidades mais inteligentes do heavy metal. Mas é possível que nem todos saibam que Bruce Dickinson sempre teve um grande interesse por história da magia, ocultismo e... Aleister Crowley! Chamado de satanista, um filósofo e ocultista praticante assíduo, envolvido em diversos ramos da magia (magick) e da filosofia oculta, desde a bruxaria pagã europeia até a cabala, alquimia, magia sexual, tantrismo, hinduísmo, budismo etc. Contudo, Crowley ficou muito conhecido e mal-afamado devido ao seu comportamento “inadequado” e “chocante” para a época (a Era Vitoriana) e às difamações de fundamentalistas religiosos; nos dias de hoje, provavelmente ele não chamaria tanto a atenção. Dickinson chama muita atenção devido ao seu trabalho artístico, sua inteligência e suas outras habilidades e interesses. Como músico e letrista, o trabalho dele é repleto de referências ao mago inglês e a diversas áreas da filosofia oculta, desde as músicas de sua carreira solo e do Iron Maiden até o seu filme Chemical Wedding (2008). Do álbum solo Accident of Birth, a música “Man of Sorrows” fala do próprio Crowley quando menino, profetizando o seu futuro, quando iria então estabelecer a vinda de um Novo Mundo, de

uma Nova Era. Em “Man of Sorrows”, pode-se encontrar também a frase “do what thou wilt”, que significa “faze o que tu queres”, uma referência mais direta e explícita a Crowley e à sua Lei de Thelema. Entretanto, tal lema thelêmico tem uma origem anterior a Crowley, remontando à obra Gargântua e Pantagruel, do escritor francês François Rabelais, na qual uma abadia fictícia chamada Abadia de Thelema apresenta esse lema como uma de suas “leis”. Essa famosa frase posteriormente foi adotada também por um dos clubes ingleses pseudossatanistas chamados Hellfire Club (“Clube do Fogo do Inferno”), onde se reuniam os aristocratas para praticar orgias, bebedeiras, comilanças, jogatinas e discutir arte e literatura. Porém, na filosofia de Crowley, e de acordo com a letra de “Man of Sorrows”, “faze o que tu queres” se refere à Vontade do Eu Superior de cada indivíduo e não a meros desejos impulsivos e descontrolados. Esse Eu (ou a Individualidade, o Logos, o Daimon socrático etc.), de acordo com a letra da música, supostamente sofre por estar preso em um corpo carnal denso e frágil e por não se fazer conhecido pelo própria presonalidade do indivíduo, que também sofre perdido, desorientado, sem conhecer a Si mesmo e seu verdadeiro destino. The Chemical Wedding, seguinte álbum de Dickinson, é em parte baseado na obra literária e artística do poeta inglês William Blake (1757-1827), que por sua vez também influenciou a filosofia de Crowley a ponto de este acreditar ser uma reencarnação daquele. Porém o título do álbum se refere a outro trabalho importante e lendário, o manifesto rosacruz intitulado The Chemical Wedding of Christian Rosenkreutz (“O Casamento Alquímico de Christian Rosenkreutz”), publicado em 1616 e que narra o casamento alquímico entre um rei e uma rainha. Esse matrimônio alquímico é basicamente uma alegoria para a união sexual do masculino com o feminino – estes simbolizados pelo Sol e a Lua, Fogo e Água, Espada e Cálice – por meio da magia sexual devidamente ritualizada a fim de expandir a consciência, assim como a união entre as duas partes da alma conhecidas na psicologia junguiana como animus (masculino) e anima (feminino). É claro que a magia sexual era uma prática comum na filosofia thelêmica de Crowley. Na letra de “The Chemical Wedding”, o refrão é bastante simbolista: “We lay in the same grave / Our chemical wedding day” (“Nós nos deitamos no mesmo túmulo / Nosso dia do casamento alquímico”). O túmulo é uma representação para o caldeirão na alquimia, no qual a matéria-prima densa é putrefata, desintegrada, quer dizer, transformada, para em seguida dar surgimento a algo novo; ou seja, o casamento do homem e da mulher (os alquimistas) que “morrem” no êxtase alquímico-sexual para dar surgimento a uma nova consciência, expandida, repleta de êxtase, alegria, e livre. “The Tower”, também do álbum The Chemical Wedding, é uma das letras desse álbum mais ricas em referências alquímicas e relativamente crowleyanas. A música fala especialmente sobre as imagens alquímicas do tarô e do zodíaco (ambos de suma importância no sistema de Crowley). O próprio título se refere a uma das cartas mais “sinistras” do tarô: A Torre, que é referida no Livro da Lei (Liber AL), de Crowley. Na letra, os versos “There are twelve commandments / There are twelve divisions” (“Há doze mandamentos / Há doze divisões”) aludem aos doze signos astrológicos divididos em casas de 30º no cinturão (imaginário) do zodíaco com suas “influências”, ou “mandamentos”. O verso “The pilgrim is searching for blood” (“O peregrino está à procura de sangue”) diz que o alquimista buscador, em sua senda solitária, está buscando a iluminação; o sangue é uma referência à fase “vermelha” da alquimia chamada rubedo. Nessa última fase alquímica, a Pedra Filosofal é “encontrada”, e o alquimista (ou qualquer iniciado) se torna um sábio “imortal” autoconsciente, realizando sua própria Vontade livre, uma referência direta à Lei de Thelema e que está presente no seguinte verso da música: “To look for his own free Will” (“Buscar por sua própria Vontade livre”). E no refrão, temos os versos “Lovers in the tower / The moon and sun divided / the hanged man smiles / Let the fool decide / the priestess kneels / the magician laughs” (“Amantes na Torre/ A

Lua e o Sol divididos / o Enforcado sorri / Deixe o Louco decidir / a Sacerdotisa se ajoelha / o Mago dá risada”), nos quais podemos encontrar referências diretas a várias cartas do tarô: The Lovers (Os Amantes), The Tower (A Torre), The Moon (A Lua), The Sun (O Sol), The Hanged Man (O Enforcado), The Fool (O Louco), The Priestess (A Sacerdotisa) e The Magician (O Mago). Pode-se dizer que a letra de “The Tower” contém alguns dos segredos alquímico-ritualísticos de magia sexual. Há outras músicas interessantes em The Chemical Wedding, incluindo aquelas inspiradas diretamente em William Blake: “Book of Thel”, “Gates of Urizen” e “Jerusalem”. Do álbum Tyranny of Souls, podem-se destacar alguns versos. O título da música “Navigate the Seas of the Sun” significa a libertação das restrições e a expansão da consciência, pois o Sol é um símbolo da cabeça humana, da inteligência e da consciência. Nessa música, encontramos “Our children will go on and on to navigate the seas of the Sun” (“Nossas crianças continuarão a navegar os mares do Sol”), que na filosofia thelêmica diz respeito ao arcano (carta, trunfo) do tarô O Sol, no qual duas crianças gêmeas, inocentes e livres “navegam” os raios solares, representando a humanidade em mais uma fase evolutiva, com seus aspectos masculinos e femininos assimilados e harmonizados pelo Eu Superior do iniciado. Na faixa-título “A Tyranny of Souls”, estão os versos “Who rips the child out from the womb? / Who raise the dagger, who plays the tune? / At the crack of doom on judgment day” (Quem tira a criança do útero? / Quem ergue a adaga, quem toca a música? / À beira da condenação no dia do julgamento”). É uma descrição do Aeon (Era, Idade, Tempo) de Crowley, retratado na carta do tarô crowleyano O Aeon (nos tarôs “tradicionais”, é conhecido como O Julgamento). Esse Aeon é marcado pela destruição do velho Aeon de Osíris e pelo nascimento do novo Aeon, o de Hórus, ambos deuses da mitologia egípcia. A criança arrancada do útero, de acordo a letra da música, é Hórus, filho de Osíris e Ísis; a adaga erguida significa a morte do Aeon passado, o Aeon de Osíris, ou a Era de Peixes, considerada uma era tirana, repressora, restritiva e opressora; a música referida nos versos é tocada tradicionalmente por um ser angélico com uma trombeta, anunciando o Novo Aeon, com o julgamento e condenação do velho Aeon. Mas, no Novo Aeon, Hórus mantém silêncio para representar a “perfeição” do Novo Tempo. Com relação ao Iron Maiden, Bruce Dickinson tem colaborado bastante nos processos de composição. Do álbum Piece of Mind, a letra de “Revelations” apresenta alguns “mistérios”. O verso “Just a babe in a black abyss” (“Apenas um bebê em um abismo negro”) é um referência ao conceito ocultista e crowleyano de “bebê do abismo”, um termo para designar aquele que mergulha e atravessa o Vazio. Trata-se de um abismo metafísico e psíquico entre o universo real e o universo ilusório, entre a “insana” dimensão do psicomental, do metafísico, e a igualmente insana (e aparentemente “segura”) dimensão da matéria; o magista ou iniciado que fracassa em cruzar o Abismo (e em assimilar o conhecimento nele contido) geralmente enlouquece. O verso “No reason for a place like this” (“Nenhuma razão para um lugar como este”) mostra que, uma vez no Abismo, a razão humana como se conhece é completamente abolida. Do álbum Powerslave, a faixa-título fala sobre um faraó, tido como um deus, que não quer morrer, mas continuar governando no mundo material. Na filosofia thelêmica de Crowley, Osíris representa a Era decadente que insiste em continuar, mas que deve ser destruída para dar lugar ao Aeon de Hórus (filho de Osíris), como mencionado anteriormente. Por outro lado, o faraó é uma representação de todo magista que fracassa em cruzar o Abismo, tornando-se assim um “escravo do poder da morte”, psicoespiritualmente. Isso pode ser visto especialmente nos versos “Into the abyss I'll fall – the eye of Horus / Into the eyes of the night – watching me go” (“no abismo eu cairei – o olho de Hórus / Nos olhos da

noite – me olhando ir”). E no verso “Shell of a man god preserved” (“A casca de um homem-deus preservado”) o faraó/deus/mago está morto fisicamente, com seu cadáver mumificado ou não, ao mesmo tempo que ele se torna um ser vazio e insano, sem conexão com o seu Eu, ou seja, uma “casca” no mundo dos mortos, o plano da ultratumba, cujos portais estão no próprio abismo interior, segundo outro verso: “But open the gates of my hell” (“Mas abra os portais de meu inferno”). “Moonchild”, do álbum Seventh Son of a Seventh Son, é uma referência direta a uma das obras de Crowley de mesmo nome. A letra da música fala sobre a união de dois magistas (homem e mulher) e o nascimento de um ser supra-humano (entendido também como uma supraconsciência). Na letra, o homem é representado por Lúcifer, o Portador da Luz, o Não Nascido, e a mulher é a Prostituta Escarlate, Babalon (nome derivado de Babylon), como aparece nos versos “The fallen angel watching you / Babylon, the scarlet whore” (“O anjo caído observando você / Babilônia, a prostituta escarlate”). Os nomes Babalon e Mulher Escarlate – apesar de derivados da Bíblia, em grande parte considerada uma obra de mitologia – são próprios do sistema mágico thelêmico de Crowley e equivalentes à deusa Lilith (mesopotâmica), Hécate (grega), Kali (hindu), entre outras, representando ainda os aspectos femininos da Natureza e a Grande Mãe do universo, livre dos dogmáticos conceitos (pseudo)morais sobre bem e mal propagados pelo fundamentalismo. O álbum Seventh Son of a Seventh Son é todo “profético”, com colaborações de outros membros da banda em torno de temas como magia, alquimia, ocultismo, bem e mal etc. Em The Final Frontier acontece o mesmo, trazendo alguns temas sobre alquimia, magia crowleyana e expansão da consciência. Na música “Starblind”, pode-se ler o verso “Let the elders to their parley meant to satisfy our lust” (“deixar os anciãos às suas barganhas significa satisfazer nosso desejo”). Lust é o título de uma das cartas do tarô de Crowley, que se refere, entre outras coisas, a tudo o que é dos sentidos e que provoca êxtase, pois, nas palavras de Crowley, “não tema que deus algum lhe negue isso.” Os anciãos representam a religião dogmática e repressora do Aeon passado, que oferecem “liberdades de carcereiros” e que “parlamentam” aquilo que lhes traz vantagens ilícitas. Enquanto eles falam e negociam e ficam no passado, os desejos (lust) do novo Aeon, ou seja, a Vontade livre e o desejo pela vida, são satisfeitos naqueles que se libertaram do dogmatismo e que estão sem “o dispositivo cruel da religião”, de acordo com o verso “Religion‟s cruel device is gone”. A frase “You are free to choose a life to live” (“Você é livre para escolher uma vida para viver”) é outra referência à Lei de Thelema, ao cumprimento da Vontade. Ainda do álbum The Final Frontier, a letra da música “The Alchemist” pode parecer óbvia, mas ela fala sobre algo mais do que um mero alquimista. O trecho “My dreams of empire from my frozen queen will come to pass” (“Os sonhos de império da minha rainha congelada irão passar”) refere-se à rainha inglesa Elizabeth, que protegia o também multitalentoso, suposto espião e mago John Dee (1527-1608), citado no verso “Know me, the Magus I am Dr. Dee” (“Conheça-me, o Mago Dr. Dee sou eu”). John Dee é conhecido especialmente por seu trabalho sobre a polêmica magia enochiana e por sua associação com o alquimista e clarividente Edward Kelley (1555-1597), com quem “criou” esse sistema de magia, posteriormente praticado por Crowley (que acreditava ser a reencarnação também de Edward Kelley). O Iron Maiden sempre carregou uma forte aura de intelectualismo, profetismo e mistério, contando muitas vezes com as inteligentes e valiosas contribuições de Dickinson. Teorias da conspiração a parte, o efeito comercial é muito eficaz. Mas o que faz o IRON MAIDEN ser a potência que é, não pode ser explicado por nenhum item isolado, seja visual, sonoro ou talento pessoal/particular. Confirmando a teoria gestáltica, nesta banda o todo é maior que a soma das partes!

ED FORCE ONE Veja na ilustração mais abaixo a evolução da aeronave que porta o nome de ED FORCE ONE, o avião oficial do IRON MAIDEN desde 2008. O título de Ed Force One é passado de um modelo para o outro com o tempo, e após o documentário „Flight 666‟, a aeronave tornou-se alvo de interesse para os fãs de metal, como não se via desde o avião do LED ZEPPELIN nos anos 70, batizado como „Carruagem de César‟.

O novo avião que carrega a mascote mais prontamente reconhecível do Metal é diferente dos dois modelos anteriores – ambos Boeing 757-200: trata-se de um Boeing 747-400. O kaiser do Iron Maiden [no fim das contas, em 2015, Steve Harris pode até ser o rei da banda, mas o primeiroministro é Bruce] declarou sobre seu novo brinquedo: “Apesar de já termos aprendido a logística de carregar um avião tão imenso em uma turnê, eu ainda tenho que aprender a pilotá-lo antes de irmos a qualquer lugar! Então eu estou atualmente em treinamento para me qualificar como piloto e Capitão de um Boeing 747. Eu estou fazendo isso na Cardiff Aviation, minha instalação de manutenção de aeronaves em Cardiff, onde recentemente adquirimos um simulador de 747 bastante esplêndido, no qual eu mal posso esperar para praticar!”

2 Singles – coletâneas - “belas” artes

SINGLES

COLETÂNEAS

1982

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.

Disco 1 Murders in the Rue Morgue Wrathchild Run to the Hills Children of the Damned The Number of the Beast Another Life Killers 22 Acacia Avenue Total Eclipse

4:32 3:31 4:19 4:39 5:07 3:45 5:47 6:55 4:14

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.

Disco 2 Transylvania The Prisoner Hallowed Be Thy Name Phantom of the Opera Iron Maiden Sanctuary Drifter Running Free Prowler

5:50 5:49 7:31 6:53 4:21 4:12 9:19 3:44 5:00

1989 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13.

Moonchild 5:45 The Evil That Men Do 4:16 The Prisoner 5:57 Still Life 4:32 Die with Your Boots On 5:10 Infinite Dreams 5:53 Killers 4:54 Heaven Can Wait 7:32 Wasted Years 4:54 The Clairvoyant 5:42 Seventh Son of a Seventh Son 10:11 The Number of the Beast 4:46 Iron Maiden 5:01 Total length: 74:33

1993

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.

Disc One Be Quick or Be Dead The Number of the Beast Wrathchild From Here to Eternity Can I Play with Madness Wasting Love Tailgunner The Evil That Men Do Afraid to Shoot Strangers Fear of the Dark

3:53 4:54 2:54 4:44 3:33 5:37 4:08 7:58 6:52 7:11

Disc Two Bring Your Daughter... 6:17 The Clairvoyant 4:22 Heaven Can Wait 7:20 Run to the Hills 3:56 2 Minutes to Midnight 5:38 Iron Maiden 8:15 Hallowed Be Thy Name 7:28 The Trooper 3:53 Sanctuary 5:18 Running Free 7:54 Total length: 112:05

1993

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12.

The Number of the Beast The Trooper Prowler Transylvania Remember Tomorrow Where Eagles Dare Sanctuary Running Free Run to the Hills 2 Minutes to Midnight Iron Maiden Hallowed Be Thy Name

Valby-Hallen, Copenhagen, Denmark - 25 August 1992 4:55 Ice Hall, Helsinki, Finland - 27 August 1992 3:55 Palaghiaccio, Rome, Italy - 30 April 1993 4:16 Grugahalle, Essen, Germany - 17 April 1993 4:26 Grugahalle, Essen, Germany - 17 April 1993 5:53 Rijnhal, Arnhem, Netherlands - 9 April 1993 4:49 Patinoire du Littoral, Neuchâtel, Switzerland - 27 May 1993 4:53 Patinoire du Littoral, Neuchâtel, Switzerland - 27 May 1993 3:49 The Vítkovice Sports Hall, Czech Republic - 5 April 1993 3:58 Élysée Montmartre, Paris, France - 10 April 1993 5:37 Ice Hall, Helsinki, Finland - 27 August 1992 5:25 Olympic Arena, Moscow, Russia - 4 June 1993 7:52 Total length: 59:48

1996

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16.

The Number of the Beast 4:49 Can I Play with Madness 3:31 Fear of the Dark (Live) 7:21 Run to the Hills 3:50 Bring Your Daughter... to the Slaughter 4:44 The Evil That Men Do 4:35 Aces High 4:31 Be Quick or Be Dead 3:21 2 Minutes to Midnight 6:04 Man on the Edge 4:18 Virus 6:30 Running Free (Live) 3:25 Wasted Years 5:06 The Clairvoyant 4:27 The Trooper 4:11 Hallowed Be Thy Name 7:10 Total length: 77:53

1998

1. Be Quick or Be Dead 2. From Here to Eternity 3. Can I Play with Madness 4. Wasting Love 5. Tailgunner 6. The Evil That Men Do 7. Afraid to Shoot Strangers 8. Bring Your Daughter... 9. Heaven Can Wait 10. The Clairvoyant 11. Fear of the Dark

Super Rock '92, Mannheim, Germany - 15 August 1992 Valby-Hallen, Copenhagen, Denmark - 25 August 1992 Brabanthallen, Den Bosch, Netherlands - 2 September 1992 Grande halle de la Villette, Paris, France - 5 September 1992 La Patinoire de Malley, Lausanne, Switzerland - 4 September 1992 Forest National, Brussels, Belgium - 17 August 1992 The Globe, Stockholm, Sweden - 29 August 1992 Ice Hall, Helsinki, Finland - 27 August 1992 Monsters of Rock, Reggio Emilia, Italy - 12 September 1992 Ice Hall, Helsinki, Finland - 27 August 1992 Ice Hall, Helsinki, Finland - 27 August 1992

3:17 4:20 4:42 5:48 4:10 5:26 6:48 5:18 7:29 4:30 7:11

1999 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14.

1. 2. 3. 4. 5. 6.

Disc one Iron Maiden (Live) The Trooper The Number of the Beast Wrathchild Futureal Fear of the Dark Be Quick or Be Dead 2 Minutes to Midnight Man on the Edge Aces High The Evil That Men Do Wasted Years Powerslave Hallowed Be Thy Name

4:27 4:11 4:51 2:54 2:54 7:17 3:24 6:00 4:11 4:29 4:34 5:05 6:48 7:14

US bonus track Disc two Run to the Hills 3:54 The Clansman 8:59 Phantom of the Opera 7:06 Killers 5:00 Stranger in a Strange Land 5:43 Tailgunner 4:15 Total length: 103:16

2002

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.

Disc One Intro (Arthur's Farewell) The Wicker Man Ghost of the Navigator Brave New World Wrathchild 2 Minutes to Midnight Blood Brothers Sign of the Cross The Mercenary The Trooper

1:55 4:41 6:48 6:06 3:05 6:26 7:15 10:49 4:42 4:33

Disc Two Dream of Mirrors 9:37 The Clansman 9:19 The Evil That Men Do 4:40 Fear of the Dark 7:40 Iron Maiden 5:51 The Number of the Beast 5:00 Hallowed Be Thy Name 7:23 Sanctuary 5:17 Run to the Hills 4:59 Total length: 116:06

2002 Disc one (BBC Radio 1 Friday Rock Show, 14 November 1979) 1. Iron Maiden 3:46 2. Running Free 3:10 3. Transylvania 4:03 4. Sanctuary 3:45 (Reading Festival, 28 August 1982) 1. Wrathchild 3:32 2. Run to the Hills 5:36 3. Children of the Damned 4:48 4. The Number of the Beast 5:29 5. 22 Acacia Avenue 6:36 6. Transylvania 6:20 7. The Prisoner 5:50 8. Hallowed Be Thy Name 7:37 9. Phantom of the Opera 7:02 10. Iron Maiden 4:58

1. 2. 3. 4. 5. 6.

Disc two (Reading Festival, 23 August 1980) Prowler 4:27 Remember Tomorrow 5:59 Killers 4:43 Running Free 3:53 Transylvania 4:49 Iron Maiden 4:56

(Monsters of Rock festival, Donington, 20 August 1988) 1. Moonchild 5:43 2. Wrathchild 3:00 3. Infinite Dreams 5:51 4. The Trooper 4:05 5. Seventh Son of a Seventh Son 10:27 6. The Number of the Beast 4:43 7. Hallowed Be Thy Name 7:10 8. Iron Maiden 6:01 Total length: 148:19

2002

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16.

Run to the Hills The Number of the Beast Flight of Icarus The Trooper 2 Minutes to Midnight Wasted Years Can I Play with Madness The Evil That Men Do The Clairvoyant Infinite Dreams Holy Smoke Bring Your Daughter... Man on the Edge Futureal The Wicker Man Fear of the Dark (live)

3:55 4:52 3:52 4:11 6:00 5:06 3:31 4:34 4:27 6:10 3:48 4:44 4:12 2:55 4:34 8:04 Total length: 74:55

2005

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

Disc One Wildest Dreams Wrathchild Can I Play with Madness The Trooper Dance of Death Rainmaker Brave New World Paschendale Lord of the Flies

4:52 2:49 3:30 4:12 9:23 4:02 6:10 10:18 5:04

Disc Two No More Lies 7:50 Hallowed Be Thy Name 7:32 Fear of the Dark 7:28 Iron Maiden 4:50 Journeyman 7:03 The Number of the Beast 4:58 Run to the Hills 4:24 Total length: 94:25

2005

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13.

Disc One Paschendale Rainmaker The Wicker Man Brave New World Futureal The Clansman Sign of the Cross Man on the Edge Be Quick or Be Dead Fear of the Dark (live) Holy Smoke Bring Your Daughter... The Clairvoyant

8:26 3:48 4:35 6:18 2:56 8:59 11:16 4:11 3:23 7:52 3:47 4:43 4:26

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14.

Disc Two The Evil That Men Do Wasted Years Heaven Can Wait 2 Minutes to Midnight Aces High Flight of Icarus The Trooper The Number of the Beast Run to the Hills Wrathchild Killers Phantom of the Opera Running Free (live) Iron Maiden (live)

4:34 5:06 7:20 6:00 4:29 3:51 4:12 4:52 3:54 2:55 5:01 7:06 8:44 4:54

2008

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15.

Churchill's Speech Aces High (live) 2 Minutes to Midnight The Trooper Wasted Years Children of the Damned The Number of the Beast Run to the Hills Phantom of the Opera (live) The Evil That Men Do Wrathchild (live) Can I Play with Madness Powerslave Hallowed Be Thy Name Iron Maiden (live)

Live After Death - segues into the next song Live After Death; Originally from Powerslave Powerslave Piece of Mind Somewhere in Time The Number of the Beast The Number of the Beast The Number of the Beast Live After Death; Originally from Iron Maiden Seventh Son of a Seventh Son Live After Death; Originally from Killers Seventh Son of a Seventh Son Powerslave The Number of the Beast Live After Death; Originally from Iron Maiden Total length:

0.49 4.36 6.00 4.11 5.06 4.35 4.53 3.53 7.21 4.34 3.07 3.31 6.47 7.12 4.50 71:25

2009

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.

Churchill's Speech Aces High 2 Minutes to Midnight Revelations The Trooper Wasted Years The Number of the Beast Can I Play with Madness Rime of the Ancient Mariner

Powerslave Heaven Can Wait Run to the Hills Fear of the Dark Iron Maiden Moonchild The Clairvoyant Hallowed Be Thy Name

Disc One Mumbai, India; 1 February 2008 Mumbai, India; 1 February 2008 Melbourne, Australia; 7 February 2008 Sydney, Australia; 9 February 2008 Tokyo, Japan; 16 February 2008 Monterrey, Mexico; 22 February 2008 Los Angeles, USA; 19 February 2008 Mexico City, Mexico; 24 February 2008 New Jersey, USA; 14 March 2008

0:43 4:49 5:57 6:28 4:01 5:07 5:07 3:36 13:41

Disc Two San José, Costa Rica; 26 February 2008 7:28 São Paulo, Brazil; 2 March 2008 7:35 Bogotá, Colombia; 28 February 2008 3:59 Buenos Aires, Argentina; 7 March 2008 7:32 Santiago, Chile; 9 March 2008 5:26 San Juan, Puerto Rico; 12 March 2008 7:29 Curitiba, Brazil; 4 March 2008 4:38 Toronto, Canada; 16 March 2008 7:52 Total length: 101:28

2011

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12.

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11.

Disc One The Wicker Man (from Brave New World) Holy Smoke (from No Prayer for the Dying) El Dorado (from The Final Frontier) Paschendale (from Dance of Death) Different World (from A Matter of Life and Death) Man on the Edge (live) (B-side of The Wicker Man single) The Reincarnation of Benjamin Breeg (from A Matter of Life and Death) Blood Brothers (from Brave New World) Rainmaker (from Dance of Death) Sign of the Cross (live) (from Rock in Rio) Brave New World (from Brave New World) Fear of the Dark (live) (from Rock in Rio)

4:36 3:49 6:49 8:27 4:18 4:33 7:21 7:14 3:49 10:51 6:20 7:51

Disc Two Be Quick or Be Dead (from Fear of the Dark) 3:24 Tailgunner (from No Prayer for the Dying) 4:15 No More Lies (from Dance of Death) 7:22 Coming Home (from The Final Frontier) 5:53 The Clansman (live) (from Rock in Rio) 9:28 For the Greater Good of God (from A Matter of Life and Death) 9:24 These Colours Don't Run (from A Matter of Life and Death) 6:53 Bring Your Daughter... to the Slaughter (from No Prayer for the Dying) 4:44 Afraid to Shoot Strangers (from Fear of the Dark) 6:56 Dance of Death (from Dance of Death) 8:37 When the Wild Wind Blows (from The Final Frontier) 11:02 Total length: 153:56

2012

Disco 1 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.

"Satellite 15..." (The Final Frontier, 2010) "The Final Frontier" (The Final Frontier, 2010) "El Dorado" (The Final Frontier, 2010) "2 Minutes To Midnight" (Powerslave, 1984) "The Talisman" (The Final Frontier, 2010) "Coming Home" (The Final Frontier, 2010) "Dance Of Death" (Dance of Death, 2003) "The Trooper" (Piece of Mind, 1983) "The Wicker Man" (Brave New World, 2000)

Harris, Adrian Smith 4:36 Harris, Adrian Smith 4:10 Bruce Dickinson, Harris, Smith 5:52 Dickinson, Smith 5:50 Janick Gers, Harris 8:45 Dickinson, Steve Harris, Smith 5:57 Gers, Harris 9:03 Harris 3:59 Dickinson, Harris, Smith 5:06 Duração total: 53:18

Disco 2 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.

"Blood Brothers" (Brave New World, 2000) "When The Wild Wind Blows" (The Final Frontier, 2010) "The Evil That Men Do" (Seventh Son of a Seventh Son, 1988) "Fear Of The Dark" (Fear of the Dark, 1992) "Iron Maiden" (Iron Maiden, 1980) "The Number Of The Beast" (The Number of the Beast, 1982) "Hallowed Be Thy Name" (The Number of the Beast, 1982) "Running Free" (Iron Maiden, 1980)

Harris 7:04 Harris 10:37 Dickinson, Harris, Smith 4:17 Harris 7:30 Harris 5:08 Harris 4:57 Harris 7:28 Paul Di'Anno, Harris 7:57 Duração total: 54:58

INSTRUMENTAIS

Piano - 2005 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12.

Two Minutes to Midnight Wasted Years Can I Play with Madness The Trooper Brave New World Run to the Hills Caught Somewhere in Time Aces High Hallowed Be Thy Name Flight of Icarus Number of the Beast Eddie's Lament

6:33 5:11 3:46 4:54 5:04 3:49 5:55 4:46 6:55 3:55 6:02 4:49

Cordas - 2003 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.

Run to the Hills The Number of the Beast 2 Minutes to Midnight Wasted Years Hallowed Be Thy Name Powerslave Aces High The Trooper Iron Maiden Anatomy of Evil

3:52 4:28 6:33 5:00 6:54 6:46 4:47 4:30 4:02 3:32

Orquestra - 2006 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.

Where Eagles Dare Revelations Flight of Icarus Die with Your Boots on The Trooper Still Life Quest for Fire Sun and Steel To Tame a Land

05:09 03:46 04:03 04:37 04:49 04:49 04:02 03:30 07:40

”BELAS” ARTES

1 Sobre o autor fontes

Sobre o autor Acho que ouvi Iron Maiden pela primeira vez quando tinha 15 anos, em 1985, e foi amor à primeira vista. Pra quem só curtia Kiss, Scorpions e AC/DC numa vitrola mono, “Powerslave” era assustador. Sua aura de mistério egípcio, sugerindo morte e renascimento, juntou-se à explosão dos hormônios juvenis, o fim da infância e o nascimento de um novo eu, e melhor que tudo, ao moderno aparelho de som que meu pai adquiriu. Nossa sala virou um templo, onde o pastor chamava-se Philips e os hinos galopavam. Mas eu só tinha uma fita K7 (gravada por um amigo santista), e com duas músicas apenas! Em nossa cidade do interior do Paraná, naquela época, quando uma banda lançava um disco novo, demorava meses pra ele chegar na única banca do lugar, isso se fosse encomendado! Lembro que, nessa época, a gente desmontava a fita K7, punha os rolinhos num envelope e mandava pelo correio, compartilhamento tipo assim... e-mail das cavernas! Consegui emprestar de um amigo o Powerslave e gravei uma fita, que de tanto tocar, foi perdendo qualidade, mas não o magnetismo. Entao fui pra capital (Curitiba), estudar e morar com minha avó materna, que era viúva. Um dos primeiros LP‟s que comprei foi Powerslave, mas pra ouvir, adivinhe: minha avó só tinha uma vitrolinha igual aquela nossa antiga! Tá ruim mas tá bão! Um dia, minha querida e saudosa vovó perguntou se eu queria ganhar um aparelho de som de verdade. Não acreditei! Será que ela compreendia o perigo daquela proposta em termos de tranquilidade, sossego e silêncio? Acabei escolhendo um aparelho “quase de verdade” CCE com duplo deck (pra não não onerar muito a velhinha), e ela escolheu um fone de ouvido tipo concha, pra não ter aborrecimento. Vovó era esperta! Acho que a lembrança do primeiro beijo que dei (numa japonesinha), empata com a da compra do CCE. Apaixonado (pela banda, não pela japonesa), decidi consumar nossa união: comprei os outros LP‟s numa liquidação das Lojas Americanas! Iron Maiden (o álbum) parecia (e parece ainda hoje) a capa mais tosca que eu já tinha visto, mas o som... palpitante como os sentidos dum animal doméstico que, de repente, vê-se fora de casa, oscilante entre a alegria da liberdade e o medo do desconhecido. Killers também era tosco, mas na época rolavam tosquises piores: Fred Krueger, Sexta-feira 13, etc. E o som continuava o mesmo: vibrante! The Number of the... (cruzes!), ainda bem que vovó não era carola, senão teria sido o fim do idílio. A capa mostrando o capeta como marionete da banda sugeria uma sacada inteligente: se nós podemos decidir entre fazer o bem ou fazer o mal, efetivamente, nós é que manipulamos os anjos ou o capeta! Gostei. E se a capa tinha evoluído, o som então!... Novo vocal, arranjos emocionantes, mesclando vibração e momentos de menor velocidade (Hallowed). O amadurecimento era nítido, a selvageria começava a refletir, também em mim. Piece of Mind veio como a foto (meio tosca, fala sério!), do cérebro exposto, para expor claramente meus pensamentos sobre a banda: muuuuito boa mesmo! Como um cavalo que aprendeu a galopar e se prepara para uma corrida, onde terá a chance de mostrar seu vigor e sua elegância.

Assim, voltei ao Powerslave, a vigorosa e elegante corrida no galope da donzela, fechando o ciclo. Live After Death não me cativou, naquela época. Gostei mais da capa do que do som. Afinal, não havia nenhuma novidade, só a chiadeira da galera pra atrapalhar. A verdade é que eu era um jovem tímido e introvertido do interior, e não era muito sociável. Quando saiu Somewhere In Time (1986), fui comprar e voltei correndo pra casa, botei pra tocar e... que som estranho! Bem, era um CCE, lembra? Talvez tivesse queimado algum circuito, de tanto usar. Mexi em todos os controles disponíveis (graves, agudos e volume), e nada. O som continuava diferente. Então me toquei: o mundo não pára, as coisas mudam, e eu estava insistindo no “parem o mundo que eu quero descer”! Foi um choque de mudança! Que continuou com o Seventh Son (1988). Mas aí comecei a aprender a aceitar as coisas como elas são. Já tinha sacado o lance de que as coisas nem sempre são como gostaríamos. O mundo não iria parar, nunca. Nem eu, de gostar daquele som girando no toca-discos. Em 1990, a coisa que eu menos gostaria que acontecesse, aconteceu. Vovó faleceu, enquanto eu servia, a contra-gosto, no quartel. Nos primeiros dias me desesperei, e fazia orações a cada momento, chorando e perguntando a Deus porque a vida era tão triste, e não como a gente a desejava. Os primeiros compact-disc-player estavam sendo lançados nesta época. Quando terminei o curso de oficial e fiz estágio, recebi um bom salário. Decidi comprar um aparelho, mas os preços era salgados. Então acabei comprando um... CCE, acertou! Tá ruim mas tá mais bão! Em 1992, quando saiu Fear of the Dark, comprei o LP duplo ao invés do CD. Vivi sozinho até 1991, na casa da falecida vó, e lembro que também tinha medo, mas era da solidão. Então comecei a namorar uma japonesa e vivemos juntos até este ano, quando ela foi pro Japão, e eu voltei pro interior, trabalhar numa grande empresa. Em 1995 casei e tivemos nossa primeira filha. Quando consegui comprar o CD The X Factor, estranhei a capa, e mais ainda o vocal. Achei que tudo tinha chegado ao fim: o fim da minha vida de solteiro, o fim do auto-centramento (agora era marido e pai)... O fim do Iron como eu gostava! Mas

Fomos vivendo, uma relação feliz com raros momentos de incompatibilidade, nos quais eu flertava de novo com o Kiss, AC/DC, Saxon, Metallica, Black Sabbath. Mas sabe como é, o primeiro amor a gente nunca esquece.

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uvir

Iron Maiden é cavalgar com elegância um nobre ritmo puro-sangue! ...e a donzela faz + uma “vítima”!...

Realizado por Paulo Dicker, 31/08/2015. [email protected]

disponível em www.minhateca.com

fontes de consulta: [1] resenhas de http://whiplash.net [2] textos de http://www.ironmaiden666.com.br

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