Omf-pt-2017-01

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passatempos ganhe prémios com as suas fotografias

fotografia de

exterior

oferta de cd

Da preparação e captura à edição, tudo o que precisa saber para conseguir fotos épicas!

ANÁLISEs canon 7d mkii vs nikon d500 • Canon 5d Mk IV • Canon 1300D • apps de fotografia FOTOGRAFAR sete PROJETOS CRIATIVOS ENTREVISTA art wolfe portfólio Dina Belenko EDITAR quatro TUTORIAIS na ilha com uma reflex fotógrafa de game of thrones

três vídeo-tuturiais fotos dos leitores Guia de Compras

Rua Dom Afonso IV, Loja 14 2735-223 Cacém

214 039 725 www.hi-techwonder.com DJI Phantom 4 Pro

Segunda a Sexta

das 10h - 13h e das14h - 18h

[email protected] Canon PIXMA PRO-100S Impressora Wireless

Mantona Mochila Azurit

NOVO NOVO

€1699,00 Manfrotto Compact Action Black Tripod

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NOVOS MODELOS DISPONÍVEIS!

Fujifilm X-70 Fujifilm X-PRO2 Nikon D5 Canon 760D Sony 7 II Sony 7S II Sony 7R II

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editorial

participe

nos passatempos

olhares Esta é mais uma das secções mensais em que pode participar e ganhar prémios com as suas fotografias (página 40). O tema é livre, por isso dê asas à sua criatividade e surpreenda-nos! As regras de participação estão no CD.

Benvindo à edição de janeiro O final e início de cada ano ficam sempre marcados com rescaldos do que aconteceu e previsões para o que aí vem. E num desses rescaldos, vimos o fotógrafo Joel Santos, antigo diretor da revista que folheiam, ser coroado com a mais alta distinção no prestigiado concurso Travel Phtographer of the Year. E é inspirador ver o Joel ganhar este prémio. É inspirador pela fotografia que faz, porque é merecido, mas sobretudo pelo que pode significar para quem está agora a despertar para este fantástico mundo da fotografia e quer chegar mais longe. Os momentos que o Joel capta faz-nos lembrar como nós próprios devemos sonhar e procurar, em cada disparo, aquela imagem que queremos imortalizar, à nossa maneira. Por tudo isto, os nossos parabéns ao Joel e, porque não, uma resolução de ano novo: fotografar mais e melhor. Feliz 2017, cheio de momentos fotográficos!

missão Todos os meses lançamos um novo desafio aos nossos leitores. Esteja atento à temática e à data limite de envio de imagens para este passatempo (página 86), participe já e ganhe prémios. Consulte as regras de participação no CD.

Rogério Jardim [email protected]

o que prometemos?

Edição digital

A revista OM F está dispon ível em formato di gital para o se u tablet ou smartpho ne. Descarreg ue a app gratuita e tenha a sua revista preferida na ponta dos dedos, sempre!

projeto desafio

Para os leitores Queremos estreitar a relação com o leitor, apelando à sua participação em várias secções da revista. Envie-nos as suas sugestões e fotos para [email protected].

olhe para o outro lado

Para todos Com uma linguagem simples e acessível, dirigimo-nos a todos os amantes da fotografia que procuram soluções práticas e claras, ideias e inspiração. Com muita paixão!

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IndependentE Somos cem por cento independentes. Os fabricantes dos produtos e serviços, bem como os anunciantes, não determinam a nossa linha editorial ou as nossas opiniões.

Com rigor Esta publicação é criada por profissionais com provas dadas  nas áreas jornalismo e da fotografia. E as opiniões expressas nos testes a equipamentos são baseadas em análises rigorosas e objetivas, sempre tendo como base experiências no terreno.

devemos sonhar e procurar, em cada disparo, a imagem que queremos imortalizar

evitar o óbvio é muitas vezes a forma mais fácil de conseguir uma fotografia singular. Neste desafio é precisamente isso que nos aconselha Oliver Curtis, fotografar o que normalmente ignoramos em cenários importantes. Tente!

entre em contacto connosco! facebook A sua revista de eleição está bem representada na maior das redes sociais na Internet, em www.facebook.com /omundodafotografia. Faça “Gosto” já hoje!

@

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por via digital

Use e abuse do nosso endereço de e-mail: [email protected]. Faça-nos chegar as suas opiniões e sugestões, coloque-nos as suas questões e envie-nos as suas melhores fotografias para os passatempos Olhares e Missão...

janeiro 2017

por correio

Se prefere a via tradicional, pode continuar a comunicar connosco enviando a sua correspondência pelo correio para: Goody SA – O Mundo da Fotografia, Ptc. Bernardino Machado, Nº 11A, Lumiar, 1450-421 Lisboa.

O Mundo da fotografia

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JANEIRO 141

N E S TA E D I Ç Ã O T O D O O I N C R Í V E L “ U N I V E R S O ” D A F O T O G R A F I A N U M A Ú N I C A R E V I S TA . . .

T E M A D E C A PA

FOTOGRAFIA DE EXTERIOR

18

Fotografar no exterior é, por si só um desafio, que pode produzir fotografias épicas. Neste especial com 22 páginas compilamos dicas fundamentais para conseguir bons resultados e alguns conselhos para melhorar a sua experiência!

08

HOTSHOTS IMAGENS COM IMPACTO

78

Não importa a origem de uma fotografia quando nos faz parar para a contemplar. E é por isso que compilamos nesta seção fotografias que nos fazem parar para ver! 4

O MUNDO DA FOTOGRAFIA

ZOOM OUT ART WOLFE

Uma autêntica lenda da fotografia artística e documenta, que conta à OMF um pouco da sua história e os motivos que o levaram a tornar-se numa referência mundial.

JANEIRO 2017

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IMAGENS AO PORMENOR IDEIAS CRIATIVAS

Por vezes tudo o que precisamos é de um pequeno empurrão para despertar a nossa criatividade e vontade de fazer algo diferente. Inspire-se com estas imagens!

ASSINE JÁ A OMF

AVANCE ATÉ À PÁG. 66!

Outros temas na sua nova OMF

08 Hotshots

Contemple algumas das melhores imagens que recebemos este mês e desafie-se a si próprio a fotografar e a fazer-nos chegar os seus melhores registos..

16 Portfólio Internacional

Dina Belenko é uma fotógrafa russa que prova ser possível usar a fotografia de natureza-morta para contar histórias. Siga as suas dicas e saiba como pode dar vida a objetos inanimados em registos verdadeiramente desafiantes.

48 Projetos fotográficos Sete ideias que deve usar como inspiração para se desafiar.

da edição 68 Odemelhor imagem – Parte 12

Nove páginas de guias passo-a-passo para melhorar as fotografias captou, seja a retocar um retrato, a criar uma grande panorâmica ou a ser simplesmente criativo.

78 Zoom Out – Art Wolf

À conversa com uma referência da fotografia artística e documental.

86 Missão de janeiro: 114 Na ilha com uma reflex: Abraçar o frio

Uma nova seção, inaugurada pela fotógrafa de Game of Thrones.

desafios de fazer 18 Osfotografia de exterior

40

As melhores fotografias enviadas pelos nossos leitores.

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO António Nunes (Presidente), Alexandre Nunes, Fernando Vasconcelos, Nuno Catarino, Violante Assude ACCIONISTAS António Nunes (20%), Alexandre Nunes (20%), Fernando Vasconcelos (20%), Nuno Catarino (20%), Violante Assude (20%) DIRETOR GERAL António Nunes ASSESSOR DA DIREÇÃO GERAL Fernando Vasconcelos LICENSING Nuno Catarino DIRETOR ADM. E FINANCEIRO Alexandre Nunes CONTABILIDADE Cláudia Pereira APOIO ADMINISTRATIVO Tânia Rodrigues, Catarina Martins DIRETOR Rogério Jardim ([email protected]) CONSULTORA TÉCNICA Joana Clara ESTATUTO EDITORIAL Leia na íntegra em www.goody.pt/pt/estatutos/omf FOTOGRAFIA DE CAPA Getty Images / CResende PUBLICIDADE Carla Pinheiro [email protected] Tel.: 218 621 546 | 939 103 233 Fátima Eiras [email protected] Tel.: 218 621 491 | 937 908 007 DIRETOR DE PRODUÇÃO Paulo Oliveira PRODUTOR GRÁFICO António Galveia ARTE DE CAPA Vanda Martins, Rui Nave (imagem) PAGINAÇÃO Vanda Martins

Sair em busca de boas fotografias nos mais variados ambientes é um desafio para o qual nos devemos preparar com algum cuidado.

Olhares de dezembro

EDITOR GOODY, S.A. Sede Social, Edição, Redação e Publicidade: Pct. Bernardino Machado, n.º 11A, Lumiar – 1750-421 Lisboa Tel.: 218 621 530 – Fax: 218 621 540 N.º Contribuinte: 505000555

114

No CD

Conheça todos os conteúdos extra.

CD-ROM – EDIÇÃO Rogério Jardim CD-ROM – ARTE DE CAPA Vanda Martins PROGRAMAÇÃO E DESIGN Paulo Santos CD-ROM – PRODUÇÃO/EDIÇÃO DE VÍDEOS Paulo Santos COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO Carlos Nunes

Equipamento fotográfico em teste

96

Canon 7D Mk II Vs Nikon D500

A Canon mostra que a 7D Mark II ainda pode competir com as novidades mais recentes da D500 da Nikon. Saiba quem sai vencedora deste duelo.

Fujifilm 101 Fujinon XF100-400MM

A super teleobjetiva objetiva da Fujifilm prova que as credênciais de que se gaba têm, afinal, alguma razão de ser.

102

Canon EOS 5D Mark IV

A Canon mostra como conseguiu melhorar um modelo que já não tinha muito a provar. Conheça as novidades da nova 5D.

108

Canon EOS 1300D

Também da Canon, mas quase no extremo oposto, temos a 1300D, que sendo uma câmara de entrada de gama, pensada para iniciantes, não desilude fotógrafos avançados.

111 Aplicações de fotografia Analisámos algumas aplicações que certamente vai considerar instalar no seu smartphone.

SERVIÇO DE ASSINANTES E LEITORES Gonçalo Galveia – Tel.: 21 862 15 43 E-mail: [email protected] Site: www.assineagora.pt DISTRIBUIÇÃO DE ASSINATURAS J. M. Toscano, LDA Tel.: 214142909 E-mail: [email protected] Site: www.jmtoscano.com PRÉ-IMPRESSÃO E IMPRESSÃO Sogapal Estrada das Palmeiras, Queluz de Baixo 2745-578 Barcarena DISTRIBUIÇÃO Urbanos Press TIRAGEM 11.000 ex. DEPÓSITO LEGAL N.º 226092/05 REGISTO NA E.R.C. N.º 124710 MEMBRO

A Future plc é detentora do título Digital Camera. Todos os artigos traduzidos e/ou adaptados são propriedade da mesma, estando a Goody, S.A. autorizada a reproduzi-los em Portugal. Por favor recicle esta revista quando terminar de a utilizar

OBSERVATÓRIO As mais recentes novidades fotográficas! 1

O SnapBridge foi criado para manter uma ligação constante de baixo consumo com o smartphone.

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O ecrã de 3,2” de ângulo variável é tátil e uma excelente ajuda para fotografar de ângulos complicados.

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A nova câmara pesa menos 5 gramas que a antecessora, D5500.

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A D6500 conta com um sensor de formato DX de 24,2MP e equipa-se com um processador Expeed 4.

N O VA R E F L E X D E F O R M AT O A P S - C

NIKON D5600

A Nikon D5600 conta com tecnologia SnapBridge para facilitar a partilha

OUCO depois do lançamento da D3400 – a primeira reflex de entrada de gama da Nikon a incorporar SnapBridge – chega a D5600. O SnapBridge estás a tornar-se lentamente numa característica dos sistemas Nikon, tendo chegado primeiro à D500, antes de começar agora a equipar os modelos de entrada de gama. Com aplicação SnapBridge instalada num smartphone ou tablet, é possível emparelhar o seu dispositivo via Bluetooth com a D5600, via ligação permanente, de baixo consumo. Isto permite que sejam transferidas automaticamente para o dispositivo

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O MUNDO DA FOTOGRAFIA

versões JPEG de 2MP das suas imagens, mesmo enquanto fotografa, prontas a serem partilhadas. Permite ainda transferir manualmente as versões originais das imagens e controlar a D5600 remotamente (algo que não é possível fazer com a D3400 por não ter Wi-Fi). Mas, sobre a D5600, é justo dizer que não é fácil encontrar grandes diferenças em relação à sua antecessora, a D5500. Tem a mesma resolução de 24,2MP; tem as mesmas proporções, mas pesa ligeiramente menos; tem a mesma taxa máxima de disparos, de até quatro fotos por segundo, quando a fotografar em ficheiros NEF de 14-bits… Mas há algumas pequenas evoluções.

JANEIRO 2017

Por exemplo, a opção Time Lapse Movie. (Os resultados podem ser partilhados via SnapBridge.) Tal como a D5 e D500, temos também a nova barra de navegação que permite explorar com maior facilmente as fotografias tiradas, através do ecrã tátil e de ângulo variável. Em termos de preços, os valores rondam os € 800 para o corpo, e € 1.000 para o kit com objetiva de 18-105mm. www.nikon.pt

O B S E R VA T Ó R I O 1

2

A Leica TL tem um sensor APS-C CMOS de 16MP e pode gravar ficheiros Raw DNG e vídeo 1080p.

O ecrã tátil de 3,7” ocupa boa parte da traseira da câmara, mas revela-se prestável tanto quando estamos a fotografar, como a ver fotos já captadas.

CSC LEICA

NOVA LEICA TL

Construção sólida e compatível com as novas objetivas APS-C da Leica NOVA CSC da Leica sabe como dar nas vistas. Construída a partir de um único bloco de alumínio, surge em três cores diferentes – prata, preto e titânio – tendo disponível uma nova gama de proteções em pele, a nova Leica TL ganha alguns pontos estra pelo design. No que toca ao preço, espera-se que ande pela casa dos € 1.600. A nova câmara é basicamente uma Leica T atualizada. Em termos de design está próxima do modelo de 2014, aparte da nova opção de titânio anodizado, que tem também arestas biseladas. A TL promete um autofoco melhorado, maior

A

N O V A C S C D A O LY M P U S

OM-D E-M1 MKII MACHINE

Nova Micro Quatro Terços de 20MP traz mais estabilização e foco rápido

NUNCIADA em setembro na Photokina, a Olympus OM-D E-M1 Mark II acaba de chegar ao mercado. Disponível está já um kit com a objetiva Zukiko Digital ED 12-40mm f/2.8 PRO, a custar € 2.670. Claro que esta Mark II acaba de se transformar na porta-estandarte da série OM-D. Algum dos pontos a destacar desta Mark II incluem um sistema de autofoco de deteção por fase, com uns

A

impressionantes 121 pontos AF, do tipo cruzado, um sistema de estabilização de imagem interno, assente sobrfe cinco eixos e ainda uma selagem à prova de água. Faz-se acompanhar com uma bateria recarregável que se diz capaz de garantir até 440 disparos, e de se carregar completamente até o máximo de duas horas. Algo que pretendemos tirar a limpo assim que a levarmos para teste numa próxima edição. www.olympus.pt

compatibilidade com objetivas, incluindo SL-Lenses com OIS, e uma memória buffer interna superior, de 32GB. Outros destaques incluem flash embutido e uma velocidade de disparo máxima de cinco imagens por segundo. A 16MP, a resolução do sensor APS-C mantém-se igual. A TL vem ainda com Wi-Fi, o que vai permitir transferir fotos e vídeos sem fios, sendo que a Leica já te uma aplicação para iOS e Adroind, gratuita, que permite ver no telemóvel a imagem do Live View e controlar a câmara remotamente. www.comercialfoto.pt 3

Estão disponíveis três objetivas de kit (23mm f/2, 35mm f/1.4 and 60mm f/2.8 macro), e três de zoom para a TL.

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O MUNDO DA FOTOGRAFIA

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HOTSHOTS U M A S E L E Ç Ã O D E I M A G E N S FA N TÁ S T I C A S D A V I D A A N I M A L E M Á F R I C A

SALEEM MOOPEN DUBAI “O dia estava sombrio e nublado. Não estava numa situação em que pudesse usar uma velocidade de obturação alta, em animais em movimento. Felizmente estes amigos estavam a mexer-se lentamente pelo que pude fotografar com 1/80 seg. a f/6.3. Ao invés de optar por uma foto mais próxima decidi incluir, como fundo, as montanhas majestosas de Glencoe.” Equipamento Canon EOS 70D com objetiva Sigma 10-20mm f/3.5 a 20mm Exposição f/6.3 a 1/80 seg., ISO 200

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G E M • PA

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ESPECIAL EXTERIOR AGE

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ENVIE-NOS AS SUAS FOTOS! A sua fotografia pode aparecer aqui! Envie-nos o seu melhor registo para ‘[email protected]’ com o assunto ‘Secção Hotshots da OMF’.

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O MUNDO DA FOTOGRAFIA

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HHOOTTSSHHOOTTSS

NAVANEETH UNNIKIRSHNAN CALICUT, ESTADO DE KERALA, ÍNDIA “Esta imagem foi captada numa aldeia remota, em Himachal Pradesh, na Índia, chamada Kaza. A aleia está longe das luzes da cidade, o que a torna um excelente local para fotografia-astral. Lembrei-me de fazer um autorretrato sobre as estrelas, depois de ver os trabalhos de Michael Goh: inspirei-me muito no conceito.” Equipamento Canon EOS 6D com objetiva Rokinon 14mm f/2.8 Exposição 30 seg. a f/2.8, ISO 6.400 10

O MUNDO DA FOTOGRAFIA

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HOTSHOTS

YASIR MEHMOOD

www.facebook.com/yasirwildlifephotographer

ISLAMABAD, PAQUISTÃO “Acredito que uma boa composição funciona com a Proporção Áurea. A forma espiral da planta parece a Espiral Dourada. A joaninha caminha sobre a planta até chegar ao ponto certo, pelo qual tive de esperar algum tempo. “Para evitar problemas de foco por causa da vibração, usei um disparador remoto e fiz alguns testes. Havia ainda algum vento – mas tive sorte de não ter afetado a fotografia.” Equipamento Nikon D5200 com objetiva Sigma 70-300mm Exposição 1/12 seg. a f/11, ISO 100

YASIR MEHMOOD

ISLAMABAD, PAQUISTÃO “Numa noite de inverno vi algumas joaninhas em plantas espirais. Foquei a minha câmara na espiral e esperei que surgisse uma joaninha na área focada. Como a planta é muito leve, tive dificuldade em encontrar um sítio para fixar o tripé. Depois de muita espera, a sorte bafejou-me, e consegui uma fotografia com três joaninhas.” Equipamento Nikon D5200 Exposição 1/100 seg. a f/10, ISO 100

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O MUNDO DA FOTOGRAFIA

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HOTSHOTS

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O MUNDO DA FOTOGRAFIA

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HOTSHOTS

CARLOS SILVA

BRAGA, PORTUGAL “Obtida no Campo da Vinha, em Braga, em treinos do ‘Team Braga’, grupo de Parkour.” Esta foto valeu ao Carlos o primeiro lugar no concurso Reflex 2016, organizado pela revista Cais, e que este ano tinha como tema Ambição e Talento.

© Carlos Silva

Equipamento Nikon D750 com objetiva Nikon 24-120mm a 31mm Exposição 1/1.500 seg. a f/7.1, ISO 100

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O MUNDO DA FOTOGRAFIA

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PASSATEMPO

EM PARCERIA COM

FOTOGRAFAR O OUTONO A OMF, em parceria com a Primeira Luz, lançou um desafio aos leitores da revista e aos amantes de workshops fotográficos: O Outono. Fique com os três melhores registos deste desafio artístico e inspire-se no seu talento. Agora toca a viajar pelos quatros cantos do mundo.

FRANCISCO COSTA TINY FAMILY OF MUSHROOMS Equipamento Nikon D7200 a 170mm Abertura F5.6 Exposição 1/400 seg. Sensibilidade ISO 250

PAULO GONÇALVES SILVA OUTONO NO JARDIM BOTÂNICO “Jardim Botânico em Coimbra, numa manhã de outono, onde todas as cores se misturavam à nossa frente” Equipamento EOS 550D com objetiva Canon EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS Abertura f/8 a 57mm Exposição 1/300 seg. Sensibilidade ISO 200

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O MUNDO DA FOTOGRAFIA

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OMF/PRIMEIRA LUZ – OUTONO

PA S S AT E M P O

PRÉMIOS! As três melhores fotografias recebem um voucher para um criativo workshop fotográfico, oferecido pela Primeira Luz em parceria com O Mundo da Fotografia.

VERENA FUCHS CAMINHO AO SOL Equipamento Sony A7 Abertura f /7.1 Exposição 1/320 seg. Sensibilidade ISO 100

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O MUNDO DA FOTOGRAFIA

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SO EC D BELENKO P R T IFOÓNL IHOE ADINA SUPPORT LINE IN HERE

NATUREZA

MORTA/VIVA Uma fotógrafa russa que usa a fotografia de natureza morta para contar histórias. NOME: Dina Belenko LOCALIZAÇÃO: Khabarovsk, Rússia ASSUNTO:

Natureza morta

EQUIPAMENTO: Nikon D800, Speedlight SB-910

© Dina Belenko

www.instagram.com/dinabelenko SITE:

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“COM objetos inanimados pode fotografar o retrato de uma pessoa real ou imaginária,” diz a fotógrafa Dina Belenko. “Todas as personagens e coisas no mundo estão unida com objetos simples do dia-a-dia.” Dina fotografa desde o secundário. Ao início fotografava tudo o que encontrava. “Se calhar gostava do som do obturador.” refere “Mas, um dia fartei-me de fotografar coisas sem sentido e decidi fazer eu própria a composição.” Dina lembra-se que a fotografia não estava a correr particularmente bem naquele dia, mas o facto de gostar tanto de fotografar fez com que nunca olhasse para trás. A fotógrafa adora objetos e adora encontrar formas de fazê-los contar histórias. “Acho que os objetos à nossa volta refletem as nossas emoções, expetativas e sentimentos,” diz. “Tudo envelhece e estraga-se, tal como nós.” No que toca a fotografar, a modéstia de Dina faz com que pareça fácil fazer o que faz: “Crio um esboço, arranjo alguns adereços e faço a composição, acerto as luzes, e voilá!” Confessa, no entanto, que O MUNDO DA FOTOGRAFIA

algumas fotos não são tão fáceis quanto outras. “Para a ‘Kitchen Mess’, não só tive de suspender todos os objetos no ar – usando cola e agulhas de tricotar – como fazer uma pistola de ‘farinha’, um balão com um cone de papel. Espalhava farinha pelo ar, criando algumas nuvens muito giras. Limitar-se a atirar farinha pelo ar não é, de todo, uma forma inteligente de conseguir uma boa foto, além de ser incontrolável e não se espalhar tão bem.” Mas Dina também já sofreu alguns azares, como admite. “A imagem ‘Waking Up’ foi a minha primeira tentativa a equilibrar doces e café. Suspendi uma pilha de chávenas com fios, mas infelizmente a construção não durou muito tempo. Colapsou sobre o seu próprio peso!” Felizmente, Dina já tinha fotografado – e desde este incidente que descobriu uma solução com menor risco para criar a ilusão de suspensão no ar, sob a forma de plástico transparente e alguns suportes escondidos. Mas, é difícil evitar alguns hábitos: “Prometi a mim própria que nunca, mas nunca mesmo, voltaria a pendurar vinho por um fio… mas tendo a quebrar essa promessa, por isso, mais desastres virão no futuro.” JANEIRO 2017

A pastelaria é parecida à fotografia de natureza morta: usamos ingredientes para fazer uma mistura. Equipamento Nikon D800 com objetiva 50mm f/1.8 a 50mm Exposição 1/125 s. a f/6.3, ISO 200

Há uma ligação forte entre a cozinha e a ciência. Fazer um bolo é muito parecido com fazer uma experiência: temos de seguir um processo. Equipamento Nikon D800 com objetiva 50mm f/1.8 a 50mm Exposição 1/100 seg. a f/7.1, ISO 125

SUPPORT LINE IN HERE

Os cubos de açúcar são ótimos para a construção. Podemos começar com um castelo e acabar a fazer um nível inteiro do Mario, se for algo de que goste. Equipamento Nikon D800 com objetiva 50mm f/1.8 a 50mm Exposição 1/160 seg. a f/8, ISO 160

‘Waking Up’ foi um desafio para Dina. Equipamento Nikon D800 com objetiva 105.0 mm f/2.8; Exposição 1/160 seg. a f/5.6, ISO 250

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SECTION HEAD

A explosão em ‘Kitchenmess’. Equipamento Nikon D800 com objetiva 105.0 mm f/2.8 Exposição 1/160 seg. a f/10, ISO 200

O MUNDO DA FOTOGRAFIA

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ZOOM IN

FOTOGRAFIA DE EXTERIOR

DOMINAR …

FOTOGRAFIA DE EXTERIOR Pontencie a sua fotografia com as nossas dicas e técnicas para fotografar paisagens e vida selvagem

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O MUNDO DA FOTOGRAFIA

JANEIRO 2017

ZOOM IN

PA R T E 1 AS BASES DA FOTOGRAFIA

PA R T E 2 AS FONTES DE INSPIRAÇÃO

PA R T E 3 J O N AT H A N CHRITCHLEY

PÁG IN A 20

PÁG IN A 26

PÁG IN A 4 4

JANEIRO 2017

O MUNDO DA FOTOGRAFIA

© Fotografia principal: Mark Hamblin

FOTOGRAFIA DE EXTERIOR

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O E Q U I PA M E N T O

AGE

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ESPECIAL EXTERIOR

Seis elementos essenciais para captar paisagens e vida selvagem

As bases da fotografia

F I LT R O S

UM BOM TRIPÉ

U M A T E L E O B J E T I VA

Os filtros polarizados são obrigatórios para reduzir clarões e reflexos, realçar nuvens e saturar cores. Os filtros de densidade-neutra (ND) são ótimos para exposições longas e os filtros de gradiente ND ajudam a evitar céus deslavados.

É impossível fazer boa fotografia de exterior sem um bom tripé, que seja sólido o suficiente para não abanar com uma brisa. Os modelos de carbono são leves e fortes (e caros). As versões em ferro são as alternativas mais baratas.

Quer se queira, quer não, fotografar a vida selvagem requer uma teleobjetiva. O zoom pode ser muito útil na composição da fotografia. Existem várias e boas opções, de diferentes marcas, com uma distância focal de 150-600mm.

M A PA S

B O A A L I M E N TA Ç Ã O

CAMUFLAGEM

Seja de papel ou digital, é bom que antes de caminhar para o terreno tenha um mapa que o ajude a chegar aos locais pretendidos, mas também a identificar, e até registar, o que consegue avistar ou fotografar nos locais por onde passa.

É importante manter-se alimentado e hidratado nestes passeios ao ar livre. Leve consigo barras energéticas e líquidos. Isto é especialmente importante se fizer longas caminhadas. No inverno, convém levar uma sopa ou uma bebida quente.

Não precisa de se vestir como um comando, mas convém ter alguma roupa que o ajude a passar despercebido. Mas melhor que uma indumentária camuflada, é um esconderijo, que será até essencial para fotografar animais mais tímidos.

2

MANTER-SE SECO

Invista em impermeáveis, para si e para o seu equipamento

FOTOGRAFAR no exterior significa que terá de enfrentar a meteorologia, pisar terrenos molhados ou caminhar por vegetação húmida, por isso, tem de se manter seco e quente. A variedade de impermeáveis é grande, no entanto, tente encontrar algo leve e respirável e que, de preferência, não ocupe muito espaço na sua bagagem. Para poder ter os pés sempre secos,

20

O MUNDO DA FOTOGRAFIA

JANEIRO 2017

será obrigatório ter umas botas impermeáveis – se a chuva não o apanhar, apanha-o o orvalho. Se quiser garantir que o seu equipamento se mantém seco, é bom que possa contar com uma bolsa de transporte com capa para a chuva. Para proteger a sua câmara e objetiva quando estiver a fotografar, use a capa para a chuva ou simplesmente um saco de plástico – mas um que não tenha buracos.

FOTOGRAFIA DE EXTERIOR

3

ZOOM IN

COMEÇAR CEDO Sair de madrugada permite captar imagens fantásticas

DICA ÚTIL Filtros ND CAPTAR... paisagens madrugadoras

Para fotografar o nascer do sol use um filtro ND em gradiente, como um 0,6ND, de forma a equilibrar a exposição ente o céu claro e o terreno escuro.

O céu é mais colorido antes do sol nascer, quando a luz está baixa, o sol invade as nuvens, transformando-as numa linda mistura de rosa, vermelho e laranja. Prepare a sua composição com tempo e não poupe fotos, porque as cores vão intensificando-se.

© Fotografias: Mark Hamblin

SEJA para fotografar paisagens ou vida selvagem, compensa sair antes do nascer do sol. Consulte as previsões meteorológicas e, se as condições forem promissoras, tente estar no local 45 ou 60 minutos antes do nascer do sol. Isto dar-lhe-á tempo para preparar-se e captar aquela que é muitas vezes a melhor luz do dia – e evitar confusão em locais mais concorridos. A vida selvagem é igualmente mais fácil de captar nesta altura, quando os animais estão mais ativos nas suas tarefas quotidianas.

CAPTAR... Reflexos

CAPTAR... Retratos de animais

CAPTAR... Orla costeira

As manhãs são, por norma, as alturas mais calmas do dia, ideais para captar reflexos na água de cenários como este. Componha a imagem com o nível da água ao centro, de forma a conseguir uma simetria perfeita e, assim, criar maior impacto na sua imagem.

Conheça a vida selvagem local e observe as suas rotinas. Isto vai ajudá-lo a planear as suas fotografias, de forma a que esteja no sítio certo, à hora certa, e captá-los em ação. Mantenha-se em silêncio, para que os animais se aproximem naturalmente.

É possível captar imagens fantásticas durante a madrugada. Deve usar exposições de dois segundos, ou mais, para que as águas criem este efeito de algodão. Se achar necessário, pode usar um filtro ND e ter exposições mais longas.

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DICA ÚTIL Enquadramento

© Fotografias: Mark Hamblin

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MANTENHA A SIMPLICIDADE

Use elementos naturais, como árvores ou ramos, para compor e enquadrar a paisagem. Isto ajuda a centrar a atenção na fotografia e a criar um equilíbrio natural.

Componha as suas imagens de forma a evitar distrações e elementos confusos

FOTÓGRAFOS mais experientes confiam numa boa composição, mas é fácil esquecer o mais básico quando nos deparamos com cenários fantásticos ou temos um encontro inesperado com um animal selvagem. No mundo real, os nossos olhos e cérebro interpretam o que vêm e criam uma imagem tridimensional mental. Mas isto não se traduz necessariamente numa boa fotografia 2D, porque há muita coisa a acontecer ao mesmo tempo. Por isso, quando estiver a enquadrar uma foto, reveja todos os elementos e pergunte-se a si mesmo sobre se acrescentam algo à imagem. Se a resposta for “não”, exclua-o para ter uma imagem mais imponente. O MUNDO DA FOTOGRAFIA

Desfocar envolventes

Evitar distrações

Focar o essencial

Quando estiver a fotografar vida selvagem, com uma teleobjetiva defina uma abertura ampla, como f/5.6, para reduzir a profundidade de campo. Quanto mais próximo estiver do assunto mais pronunciado será o efeito.

Uma objetiva longa ajuda a excluir distrações, simplifique e mantenha a atenção nos elementos mais interessantes. Uma teleobjetiva altera também a perspetiva, criando a ilusão que elementos distantes pareçam mais próximos entre si.

Não ceda à tentação de querer incluir tudo. Escolha os elementos mais importantes e concentre-se nestes, usando um ponto focal claro para ancorar a fotografia. Exclua elementos concorrentes para que os olhos se centrem nessa área.

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T I RE PA R T I DO DO P RI M E I RO P L A N O

Considere o potencial que o primeiro plano pode trazer à sua fotografia UM primeiro plano forte, com rochas ou flores, pode ser uma boa forma de dar profundidade e escala à sua paisagem, mas também um ponto de partida. Use uma grande-angular para dar ênfase ao

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primeiro plano e equilibrá-lo com elementos do fundo, como uma montanha. Uma grande-angular exagera a perspetiva, dando maior destaque ao primeiro plano. Pode potenciar este

USE A LUZ DE FUNDO Adicione drama à sua fotografia

USE a luz de fundo para iluminar vegetação e flores e para contornar o pelo de animais. Coloque o ponto de medição na luz de fundo, para ter exposição a altas luzes. Este tipo de luz funciona bem com árvores altas, criando sombras longas e novas siluetas. Para potenciar este efeito fotografe quando o sol está baixo. Cuidado com os reflexos e, se possível, proteja a objetiva com uma tapa ou com a mão.

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efeito aproximando a câmara do solo, e fotografando com uma perspetiva tão ampla quanto lhe for possível. Com uma abertura de f/16 vai aumentar a profundidade de campo e permitir que mais elementos estejam focados.

CRIE AMBIENTE Tire partido do nevoeiro

O NEVOEIRO tende a formar-se em noites claras e calmas, e a invadir a paisagem como um véu na manhã seguinte, transformando cenas normais em algo extraordinário. Procure pontos elevados para fotografar o nevoeiro que paira em paisagens sobre o campo ou um lago, por exemplo. Se fotografar contra o sol nascente vai trazer cores mais vibrantes e um brilho quente. JANEIRO 2017

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A N I M A I S N A PA I S A G E M Inclua as áreas envolventes para dar contexto à vida selvangem

COMO alternativa a retratos de animais selvagens, use uma objetiva com distância focal menor ou fotografe a maior distância, para incluir mais cenário. Claro que para isso as envolventes devem ser interessantes e adicionar algo à imagem; caso contrário vai só parecer que não se conseguiu aproximar o suficiente. É muito importante que consiga a composição certa para o seu assunto, mesmo que apareça em pequeno na imagem. Faça com que o assunto se 24

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destaque, colocando-o sobre uma envolvente limpa e equilibrada. As grande-angular vão ajudar a que o assunto se mantenha imponente, ao mesmo tempo que permitem incluir mais cenário e melhor enquadramento. Tente esta técnica em animais num parque ou num jardim. Baixe-se lentamente perante um animal que se aproxime para conseguir dar à imagem mais algum dramatismo. Ter comida à mão vai ajudar a que os animais se aproximem da câmara.

DICA ÚTIL Composição Use a ‘regra dos pássaros’ para criar uma composição harmoniosa: coloque o animal a um terço, de forma a ter mais espaço em frente ao assunto.

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C A P T E C O M P O R TA M E N TO S Capte o comportamento selvagem

OS animais tornam-se mais interessantes quando estão a fazer alguma coisa – até pode ser um simples rosnar! Esteja sempre preparado para o inesperado. Mantenha o dedo no disparador e o olho na ocular para que, no preciso momento em que o

animal esboçar qualquer expressão, a possa captar. Observe cuidadosamente o animal e procure sinais de atividade. Seja paciente, porque a qualquer momento, o animal que está a descansar vai mexer-se e não vai esperar por si.

Em cima Estar numa posição inferior faz com que o pássaro se destaque sobre o céu. Esquerda Tirar alguma ênfase ao bisonte funciona bem porque o fundo é suficientemente interessante e intenso.

NIMAIS EM MOVIMENTO 10 AAcrescente ação às suas fotografias PARA fotografar ação, defina a sua câmara para velocidades altas, de forma a conseguir captar várias fotos em sequência rápida. Ative o modo de foco contínuo (Servo na Canon) para que a câmara mantenha o foco num assunto em movimento. Para manter a nitidez, vai

precisar de velocidades de obturação de 1/1.000 seg., ou mais. Pode fazê-lo usando o modo de Prioridade à Abertura (A ou Av, no seletor de modos) e definir a maior abertura possível – por exemplo f/5.6 – e depois aumentando o ISO até ter a velocidade de obturação pretendida.

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DAVID TIPLING DAVID interessa-se por aves desde os seus oito anos de idade. Hoje é um dos fotógrafos de vida selvagem com mais fotos publicadas do mundo. JÁ trabalhou com algumas das editoras mais conhecidas, como a Harper Collins, New Holland Publishers, Random House, Duncan Baird, Penguin, Dorling Kindersley e Mitchell Beazley, só para referir algumas. Tem também colaborado com alguns dos melhores autores britânicos desta área, incluindo Jonathan Elphick e Mark Cocker.

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TEM ainda algumas aparições televisivas, em programas da BBC, como Springwatch e The One Show. Fez igualmente o filme Living Coast, subsidiado pela Heritage Lottery. Por fim, Tipling é ainda juiz regular em vários concursos de fotografia de referência. espalhados pelo Reino Unido.

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As fontes de inspiração

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É fundamental dar resposta a um mercado em constante mutação, diz o fotógrafo de aves

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AVID Tipling é um dos fotógrafos de aves mais publicados do mundo. As suas fotografias já foram usadas em milhares de capas de livros, revistas, rótulos de vinho e até já foram projetadas em Time Square, Nova Iorque. Alguns dos prémios que recebeu incluem o European Nature Photographer of the Year Documentary Award e várias ovações da BBC Wildlife Photographer of the Year. David tem ainda muita experiência sobre a realidade de tentar vender fotos tirada no exterior, especialmente da vida selvagem. “Quando comecei não tinha grandes critérios. Basicamente saía para fotografar tudo o que pudesse. Hoje em dia tento concentrar-me em objetivos e projetos mais específicos. Isto normalmente envolve visitar o mesmo local por várias e repetidas vezes. Digamos que a minha

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SENTIDO PONTEIROS DO RELÓGIO, A PARTIR DO TOPO ESQUERDO Pinguins-Imperador, Antártica, 2008 Objetivas mais amplas ajudam a captar aves em grupo. Papagaio-do-mar, Shetland, 2008 Um exemplo perfeito de como podemos usar objetivas longas para retratos de aves selvagens. Pinguins-Imperador, Mar de Weddell, Antártica, 2008 David usa objetivas longas para encontrar e fotografar formas gráficas apelativas. Ganso-de-faces-brancas, Escócia, 2011 Controle o autofoco da sua reflex para que não se deixe confundir com a vida selvagem.

abordagem se tornou mais refinada. Já não costumo ir tanto de câmara na mão ao mesmo local ver o que consigo fotografar – ainda que na primavera ache isso divertido. “A pressão comercial que existe nos dias de hoje para fotografar a vida selvagem significa que temos de fotografar assuntos msais raros – e isto é um conselho importante.” David reconhece que a fotografia de vida selvagem, em particular, se transformaram com a chegada de câmaras digitais de alto desempenho. “Hoje tudo é possível. Já não temos de montar um flash de grande velocidade para fotografar um guarda-rios a mergulhar, porque já é possível fazê-lo com luz natural. Agora costumo optar por objetivas mais curtas e concentrar-me em aves no seu ambiente. Antigamente, muito da fotografia de aves envolvia retratos, uma vez que a inexistência

de autofoco e as limitações de foco dos primeiros equipamentos dificultavam a captura de imagens de aves em voo.” Muitas das imagens que vendo são para editorias de livros e revistas, mas também a agentes, ainda que esta opção esteja a ser cada vez menos rentável. “Cheguei a gerir um banco de imagens que representava 40 a 50 fotógrafos, mas acabei por desistir com a chegada do online. Criar um site decente na altura era demasiado caro. Mas agora estou a considerar abrir um novo banco de imagens, porque noto que os agentes estão praticamente a oferecer imagens.” “Quero voltar a ter controlo, até porque é agora muito mais fácil criar uma área de cliente para download de imagens em alta resolução. Se está a fotografar boas imagens de aves não as devia oferecer.” David usa uma Nikon D810 e uma grande variedade de objetivas, do olho de peixe de 19.5mm até aos 400mm. www.davidtipling.com

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QUINTIN LAKE QUINTIN é um fotógrafo, de paisagens e arquitetura, do Reino Unido. Inicialmente estudou arquitetura, mas o seu interesse pela geometria e pelo acaso reflete-se na sua fotografia. PARA os seus clientes na área da arquitetura, Quintin prefere dar ênfase a detalhes abstratos, a interiores minimalistas que acentuam a luminosidade. O seu trabalho tem sido publicado um pouco por todo o lado e é representado pelo banco de imagens View. QUINTIN gosta também de se inspirar pela serenidade das paisagens que encontra em caminhadas. Já fotografou em 70 países, com destaque para ambientes singulares, como florestas, desertos e Ártico. É ainda apaixonado pelas paisagens britânicas, em todas as suas formas.

DIREITA Krak des Chevaliers, Síria, 2011 Imagem clássica de um dos castelos das Cruzadas mais bem preservado, agora com danos provocados por ataques aéreos.

UINTIN Lake é um fotógrafo paisagista e de arquitetura que acredita que a abertura de espírito para aceitar o acaso tem feito a diferença nas suas fotografias. “Cada vez mais aceito o acaso no meu trabalho – quando comecei queria controlar todos os aspetos das minhas fotografias. “Quando penso no objetivo final, preocupa-me mais o poder chegar a locais pouco comuns em alturas inesperadas do que a técnica fotográfica. Faço longas caminhadas para aumentar as hipóteses de me cruzar com um

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QUINTIN LAKE

Lembre-se de que um dos seus melhores acessórios é um bom par de sapatos...

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momento de beleza, ao contrário do que fazia no passado, onde tentava planear tudo – o que acabava por me levar a repetir uma foto que tivesse visto.” Em 2015 iniciou um ambicioso projeto intitulado The Perimeter, que envolvia caminhar mais de 10 mil quilómetros pela costa britânica. “Este trabalho foi feito durante caminhadas solitárias, com uma pequena tenda às costas. Desta forma conseguia sentir verdadeiramente um dado local e perceber as suas qualidades particulares. Para mim não é possível ter o mesmo nível de perceção se chegasse lá no meu

FOTOGRAFIA DE EXTERIOR

carro e voltasse para casa algumas horas depois.” No que toca à f0tografia de arquitetura, Quintin confessa-se atraído por locais que desafia uma rotulagem fácil – os limites das cidades, ruínas, paisagens industriais. Também gosto de paisagens vazias que transmitam a sensação de silêncio – desertos, o Ártico e paisagens marítimas. “Na arquitetura contemporânea sinto-me atraído por edifícios com grande sentido de geometria e textura, porque criam imagens graficamente fortes e abstratas. Na arquitetura vernácula é a convergência de materiais e

artesanato que mais importa.” Quintin recomenda caminhar por locais interessantes. “Parta sem um objetivo específico e veja o que lhe apela à alma. No fim do dia, olhe para as suas imagens e procure por um tema convergente. Leve esses temas a sério e tente melhorá-los numa próxima experiência. Repita este processo até conseguir ter um corpo de trabalho que expresse os seus interesses particulares.” Quintin fotografa com uma Canon 5DS R, com objetivas 17mm ‘tilt-and-shift’, 24-70mm e 70-300mm.

www.quintinlake.com

DE CIMA PARA BAIXO Terráço do Hotel Polissia, Pripyat, Chernobil, 2007 Esta imagem capta memórias de três traumas: radiação invisível, espaços desertificados, e colapso gradual de uma cidade fantasma. Lydney, Chepstow, 2014 Quintin percorreu 360km pelo rio Severn até ao mar.

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Edifício de Bioquímica, Universidade de Oxford, 2012 A separação de cores e formas têm um papel vital nas imagens de estruturas contemporâneas. Boiler Suit, Guy’s Hospital, Londres, 2012 Um excelente exemplo da visão de Quintin para as formas acentuadas da arquitetura moderna.

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SIMON BUTTERWORTH SIMON é um conhecido fotógrafo paisagista que gosta tanto de fotografar montanhas como ruas de uma cidade ou fábricas a fumegar – “Gosto de fotografar de tudo,” explica no seu site. AS suas imagens são representadas pela Getty Images e SuperStock USA, e são regularmente publicadas em meios que vão do The Jewish Chronicle até à Time. ALGUNS prémios incluem o International Photography Awards, de 2014 (primeiro, segundo e terceiro lugares e três menções honrosas); 2011 Landscape Photographer of the Year (alta recomendação); 2008 Landscape Photographer of the Year (primeiro na categoria Classic View e duas altas recomendações).

DIREITA Leadhills, Lowther Hill, Escócia, 2016 Estruturas criadas pelo homem já fazem parte das paisagens do Reino Unido e Simon gosta de captar as mais interessantes.

IMON Butterworth é fotógrafo paisagista e de arquitetura altamente condecorado, que foi considerado como o Fotógrafo Paisagista do Ano, em 2012, em solo britânico. Esteve também nomeado na edição 2015 dos prémios Sony World Photography. Um verdadeiro veterano na área, Simon não se interessa por fotografar cenas já exploradas até à exaustão. “Vivo na região fronteiriça da Escócia e tenho um interesse cada vez menor em locais mais conhecidos. Se vou a algum lado, procuro algo de que

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SIMON BUTTERWORTH

Fotografe perto de casa e procure por abordagens que vão além do óbvio

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ainda não tenha visto fotografias. É certo que pode não ser fácil, mas é possível. “Geralmente trabalho muito próximo do sítio onde resido. É frequente que as únicas fotografias desta zona fronteiriça, presentes em bancos de imagens, sejam minhas, ao contrário das Highlands e ilhas. Basicamente não me limito a seguir as fotografias de outros fotógrafos.” Simon considera importante trabalhar perto de casa. “Se para si a fotografia é um hobby, e conhece os sítios com a melhor luz quando chega do trabalho, tire partido disso. Se acha que só pode

fotografar locais a três horas de distância, não é um bom hobby.” Simon confessa-se também farto das convenções estabelecidas sobre fotografar em exterior. “Agora uso objetivas mais longas. Há muitos anos não fotografava nada com objetivas superiores a 16mm, mas hoje estou cansado de ângulos amplos. Também não sou obcecado pela ‘hora dourada’, e agora trabalho cm a luz do dia.” Para este trabalho de arquitetura, Simon recorre cada vez mais a objetivas ‘tilt-and-shift.’ “Verticais convergentes irritam-me. Os

edifícios inclinados não me parecem mal, se estiver muito próximo, mas não consigo suportar cadeeiros que parecem estar a cair.” Simon é fascinado pela captação da forma de viver das pessoas – desde as condições difíceis de quem trabalha em estaleiros, até a operários do Bangladesh ou a vida luxuosa dos arranha-céus na China e Hong Kong. Simon usa uma Sony Alpha 7R, a Canon 1DS Mk III, a Canon G1X e a Canon 6D, com objetivas que vão dos 16-35mm aos 400mm.

www.simonbutterworth photography.com JANEIRO 2017

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DE CIMA PARA BAIXO Demolição, Glasgow, 2015 Simon é fascinado por habitações em prédios altos – incluindo a sua demolição. Despejo forçado, Xangai, 2015 Mesmo não sendo fotógrafo documental foi atraído por este despejo forçado, que visa a construção de mais arranha-céus. Favelas em Mumbai, 2013 A forma de viver das pessoas mantém-se como uma forte fonte de inspiração para Simon.

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YOSHINORI MIZUTANI NASCIDO em 1987, Yoshinori é um conceituado jovem fotógrafo japonês. Estudou na Tokyo College of Photography e tornou-se conhecido internacionalmente com o seu projeto Parrots. PRÉMIOS incluem: Lens Culture Emerging Talents Top 50 (2014); Tokyo Frontline Photo Award Jury Award (2013); e o Japan Photo Award Jury Award (2013). LIVROS incluem Honon (2016); Yusurika (2015); Tokyo Parrots (2014) e Taxi Dirty Books (2014).

YOSHINORI M I Z U TA N I

A inspiração para criar boas imagens em exterior pode até vir dos meios mais urbanos

EM ideias sobre o que fotografar no exterior? Yoshinori Mizutani captou algumas imagens pouco normais, mas impressionantes, a partir das ruas de Tóquio. “O meu trabalho surge do estímulo e inspiração que provém das paisagens naturais e urbanas,” explica. “As ruas têm muito para oferecer, há muito mais a acontecer do que podemos imaginar.” Ele tem também um olho apurado para encontrar o lado estranho e o incongruente de uma cidade,

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sendo um bom exemplo um conhecido trabalho seu, sobre os periquitos em Tóquio. “Vi centenas de periquitos no céu, perto de casa. Estas aves tropicais são estranhas no ambiente de Tóquio e considerei a sua aparição algo de perturbador.” Decidiu usar o seu flash Canon 600EX-RT para acentuar o visual tropical das aves. Yoshinori fotografa com a EOS 5D Mark II e 5DS R, com objetivas de 50mm, 24-105mm e 100-400mm. www.yoshinori-mizutani.com JANEIRO 2017

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SENTIDO PONTEIROS RELÓGIO A PARTIR DO TOPO ESQUERDO Rain, 2014 Rain é um projeto muito importante para Mizutani, aqui uma pedestre numa passadeira na baixa de Tóquio. Rain, 2014 À primeira vista é difícil perceber, mas isto é uma árvore no outono de Tóquio, fotografada a partir de uma janela salpicada pela chuva. Tokyo Parrots, 2014 Originalmente comprados em países tropicais como prendas, estas aves vivem nos subúrbios de Tóquio. Captadas com flash. Yusirika, 2014 Mizutani é fascinado por Yusurika (um pequeno inseto), que pode ser encontrado perto de rios e lagos. Quando fotografados com flash parecem uma pequena bola de luz mágica..

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J O N AT H A N CHRITCHLEY Orador de referência no Digital Splash Show, este fotógrafo artístico e professor reflete sobre a sua forma de fotografar no exterior

s maravilhosas fotografias de Jonathan Chrischley têm uma atração eterna. Foi uma das grandes atrações da edição deste ano da Digital Splash, e é a prova viva de que pode fazer da fotografia uma segunda carreira e ter sucesso “Estudei fotografia com vinte e poucos anos e tentei fazer carreira, mas faltava-me conhecer o mercado e o marketing associado,” diz. “Julgava que bastava tirar fotografias, mas a realidade é diferente. Na verdade, desisti do curso depois de a enfâse deste ter ido para o trabalho de estúdio, algo que não me interessava fazer.” “Acabei por ser assistente do curso durante alguns anos. Em 1998 comecei a trabalhar numa empresa de pranchas de surf, onde organizei eventos e tirei muitas fotos. Acabei por mudar-me para França, onde vivo atualmente, e onde me tornei diretor de marketing para a Europa. Aprendi muito e decidi que era tempo de voltar à fotografia – chegava de trabalhar para outros e dar-lhe dinheiro a ganhar.” Foi uma decisão importante e ainda se tornou mais importante quando Jonatham descobriu que a esposa estava grávida de gémeos, no mesmo dia em que se demitiu,

SOBRE JONATHAN O trabalho de Jonathan Chritchley pode ser visto em galerias, revistas e livros, um pouco por todo o mundo. Tem clientes como Ralph Lauren, Hilton International, Fortuny e P&O. Jonathan é fundador e detentor da Capture Earth e da Ocean Capture, duas empresas na área dos workshops e passeios de fotografia de luxo. Foi incluído na lista do The Sunday Times, Top 100 Photographers of All Time. O seu primeiro livro, Silver, foi publicado em 2014.

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© Todas as fotos: Jonathan Chritchley

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Dettifoss, Islândia Jonathan diz: “este foi um momento carregado de intensidade, porque estava à beira de um precipício, a ouvir a queda de água, e a levar com a os salpicos na objetiva, enquanto anoitecia. Só tive uma ou duas hipóteses de fazer esta imagem!” Nikon D800E com objetiva Nikon 24-70mm f/2.8; 3 seg. a f/11, ISO 50

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Em cima Quatro Cavalos, Camargue “Um daqueles momentos em que sabia que tinha visto algo especial, e que rezava para que tivesse conseguido captá-lo. Absolutamente essencial ter uma velocidade de obturação alta.” Nikon D800E com objetiva Nikon 200-400mm f/4; 1/1.250 secg. a f/9, ISO 400

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em 2005. “Era urgente começar a ganhar dinheiro, mas decidi manter-me fiel ao meu estilo de fotografia, ao invés de fotografar casamentos, só para manter-me à tona. Não tenho nada contra esta fotografia, mas não é para mim. “Como vivia numa área boa, comecei a organizar workshops e, em 2016, criei a Ocean Capture. Temos cursos e férias no mar pelo mundo fora. Acabou por ser uma forma de criar o meu portfólio, por

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isso, comecei a contactar galerias. “Na altura, exposições longas não eram assim tão conhecidas, e isso captou a imaginação das pessoas. A Ocean Capture cresceu, tal como a minha reputação, e o meu trabalho começou a ser requisitado por grandes empresas, na área da publicidade.” Jonatham diz que teve sorte, enquanto construía o seu negócio de fotografia de exterior. “A empresa que estava a criar o

meu site decidiu usar o meu trabalho na sua publicidade, o que ajudou bastante. Uma imagem da homepage do meu site apareceu em anúncios de página inteira, em revistas, o que aumentou o interesse pelo site. “Os workshops esgotavam e a base de clientes aumentava. Hoje seria mais complicado, sim, na altura não havia tanta oferta e tinha apenas dois ou três concorrentes.” Jonathan descobriu

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ainda que tinha jeito para ensinar e lidar com grupos heterogéneos de estudantes, algo que ganhou por ter vindo de uma família grande.

IR COM A CORRENTE

A água e, em especial, o mar, é algo muito importante para a fotografia de Jonathan, Ele diz que o oceano o influenciou desde a sua infância. “Mudamo-nos para a costa sul quando ainda era novo, depois do meu pai falecer, e o mar era onde

procurava consolo. Quando fiquei mais velho, não tinha dúvidas que queria conjugar as minhas duas paixões – a arte e o mar” Há uma citação de Pierre Yves Cousteau no site de Jonathan: “A mente é como a água; só consegue refletir quando está perfeitamente calma.” Parece muito Zen, e Jonahtam procura a mesma abertura de espírito e serenidade. “Pierre Yvez escreveu esta introdução para o meu livro Silver,

Em cima Sea Palms & Cormorants, Califórnia  “Fotografar a costa Big Sur, na Califórina, é um das minhas coisas favoritas. Esta fotografia foi inspirada pelos lendários fotógrafos que por ali passaram, a meio do século XX.” iNikon D800E com objetiva Nikon 80-400mm f/4.5-5.6; 30 seg. a f/11, ISO 160

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“Não tinha dúvidas de que queria conjugar as minhas duas paixões – o mar e a arte” O MUNDO DA FOTOGRAFIA

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Em cima, à esquerda Silent Shore, França “A praia, perto de onde vivo, no sul de França. Os spots locais são perfeitos para aperfeiçoar a técnica. Conhecer as marés e a meteorologia ajuda a conseguir a tal foto.” Nikon D2XS com objetiva Nikon 16-35mm f/4; 30 seg. a f/8, ISO 100   Em cima Elemental V, Islândia “Este lago glaciar é muito popular entre fotógrafos. Mas estas paisagens concorridas e amplas não são para mim. Tento procurar detalhes interessantes, como as linhas num icebergue e o seu reflexo na água.” Nikon D800E com objetiva Nikon 70-200mm f/2.8; 1/125 seg. a f/8, ISO 400

“Uso exposições longas para transmitir a sensação de paz e tranquilidade” 38

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é uma citação linda. Não me inspiro especificamente pelo Budismo Zen, mas procuro ter uma fotografia com um estilo calmo. Faço exposições longas para convergir a paz e tranquilidade, mesmo que os assuntos não estejam calmos e tranquilos – por exemplo, cavalos e veleiros. Posso ter de navegar pela água a 50km/h JANEIRO 2017

Esquerda La Nord, Hossegor, França “Tenho a sorte de ter perto de casa uma das melhores praias do mundo para o surf – por isso, se não estiver a viajar e houver ondas, imaginem onde vou?” Nikon D3X com objetiva Nikon 16-35mm f/4; 40 seg. a f/11, ISO 100

a tentar fotografar veleiros na Côte d’Azur, mas temo que isto não se reflita na imagem final.” A influência de fotógrafos minimalistas conhecidos, como Michael Kenna, faz-se sentir no trabalho de Jonathan. “Adoro o trabalho de Kenna, ele tem influenciado alguns aspetos da minha fotografia, mas apenas ele.” O minimalismo mono é um estilo popular: ainda que os pontões com exposições longas já sejam um cliché. Jonathan sabe-o, mas é-lhes indiferente. Para dizer a verdade, não me preocupo com clichés – os clichés vêm do facto de um assunto ser popular. Mas o que me está na mente quando fotografo é simplesmente: gosto disto? Não penso no resto. As minhas imagens estão a ser comercializadas e vistas em bons sítios, e isso chega-me.” Jonatham usa Nikon, e gosta da D810, para fazer grandes imagens, em alta resolução, e da sua boa qualidade de construção.

FAZER SPLASH

Como formador de fotografia ao ar livre, Jonathan apercebeu-se alguns problemas recorrentes que os seus alunos encaram, e nem sempre estão relacionados com a técnica. “O maior problema é a confiança. Os meus alunos costumam ter sucesso nos seus

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negócios e carreira, e colocam essa pressão sobre eles, quando tentar controlar da mesma forma a câmara, mesmo que sejam inexperientes “Lembramos-lhes que o workshop é suporto ser divertido, e não uma preocupação sobre críticas que possam receber. É possível ensinar a composição e a técnica. O que é complicado ensinar é a relação com a sua câmara; entre o seu olho e o que está no outro extremo.” Jonathan já trabalhou pelo mundo inteiro, sendo que neste momento, tem-se sentido atraído pela ásia, em particular China e Japão. “Mas os meus locais favoritos ficam na África orientam, Zanzibar, Moçambique. Sinto-me atraído por culturas que se adaptam à vida próxima da água. A Islândia tem sido fotografada até à exaustão, mas continua a ter um grande espaço no meu coração. Há tantas paisagens diferentes.” Durante o evento Digital Splash, Jonhathan teve muito sobre o que falar e com quem falar. “Tenho duas palestras na Digital Splash, que é algo pelo qual tive muita expetativa. Na primeira palestra falo sobre como me tornei fotógrafo, sobre como desenvolvi o meu estilo, e sobre como correu o livro. A segunda é sobre as experiências que tive durante 2016,

ao viajar por cinco continente diferentes, pelo que há sempre muitas histórias para contar sobre os bastidores.” Silver, o primeiro livro de Jonathan, foi um sucesso – o que significa que pode haver um segundo livro, ainda que Jonathan não tenha planos concretos para o anunciar nesta fase. “Não estou certo sobre o que poderá ser o tema – se cavalos, vela ou uma retrospetiva. Espero ter isso definido até ao final do ano – mas não estou a prometer nada!”

HÁ SEMPRE ESPAÇO

Passou uma década desde que Jonatham decidiu deixar a sua carreira anterior no marketing para tonar fotógrafo a tempo inteiro. Considerando os desafios que hoje existe para os fotógrafos profissionais e a muito concorrência na área da formação e dos workshops, teria tomado a mesma decisão? “Sim, creio que sim. Há agora uma série de problemas diferentes, comparando com há 10 anos, mas também não foi fácil na altura… se tivesse sido, qualquer um o faria. Gosto do facto de ter sido difícil. Eu acredito que há sempre espaço para mais fotógrafos – só muda a forma e a exigência de como devemos fazer as coisas.”

Em cima, à esquerda Sea Wall, Biarritz  “O Atlântico estava intempestivo nesta manhã. Apesar de querer uma exposição mais longa, com o filtro Lee Big Stopper, acabei por preferir ter alguma velocidade de obturação, o suficiente para conseguir ter textura na água.” Nikon D3X com objetiva Nikon 16-35mm f/4; 40 seg. a f/11, ISO 100

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Em cima Sails of Moonbeam  “Quando fotografo veleiros, para a minha coleção, costumo recorrer a um helicóptero ou a um barco rápido. Neste caso foi um semirrígido de sete metros – muito rápido, mas muito pouco estável.” Nikon D3X com objetiva Nikon 24-70mm f/2.8; 1/800 seg. a f/7.1, ISO 200

D I G I TA L S P L A S H

FA Z E R S P L A S H E M L I V E R P O O L A Digital Splash acontece em outubro. Organizado por um retalhista de referência no Reino Unido, centra as atenções dos entusiastas da fotografia, aspirantes a videográficos, astrónomos e observadores de aves. Além da oportunidade de conhecer novos equipamentos, é um bom local para procurar dicas e participar em alguns workshops. Podem ver o rescaldo da edição deste ano no site oficial. www.digitalsplash.tv

www.jonathanchritchley.com

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O MUNDO DA FOTOGRAFIA

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LEITORES

OLHARES

OLHARES

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Demore o olhar nos melhores registos fotográficos enviados pelos leitores da OMF e encontre inspiração para dar asas à sua veia mais criativa.

MENSALMENTE os leitores da revista O Mundo da Fotografia são contemplados com apelativos prémios em resposta aos desafios que lançamos em cada edição. No passatempo Olhares deste mês, a leitora Filomena Fonseca foi eleita 1ª classificada e receberá um disparador remoto Cactus V5 (€ 41,99). Já a leitora Carla Brito, 2º classificada, será premiada com um flash Metz Led 72 (€ 29,90). Ambos os prémios são oferta Rodolfo Biber S.A. PARTICIPE TAMBÉM E GANHE PRÉMIOS! www.eyefi.com

www.cottoncarrier.com

Envie as suas fotos para ‘[email protected]’. Regras de participação no CD que encontra na pág. 114. 1

FILOMENA FONSECA MISTÉRIO Equipamento Canon EOS 400 D Abertura f/16 Exposição 1/200 seg. Sensibilidade ISO 100

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DAVID DORES LIBELINHA A VER O PÔR-DO-SOL “À medida que aguardava que escurece-se, encontrei esta Libelinha pousada numa perspetiva natural, aproveitei e insisti em fotografar algumas vezes, e esta foi a que gostei mais.” Equipamento Sony A230 a 100 mm Abertura f/8 Exposição 1/2500 seg. Sensibilidade ISO 100

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CARLOS VIANA

RAUL SANTOS

PENEDO DO GUINCHO

AO RITMO DAS CASTANHAS

Nascer do Sol, Ponte Vasco da Gama

“Foto captada ao imponente Penedo do Guincho.” Equipamento Nikon D3300 a 18mm Abertura f/22 Exposição 2,5 seg. Sensibilidade ISO 100

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INÊS ROSEIRO OLHAR

Equipamento Olympus X36 a 6mm Abertura f/3.1 Exposição 1/200 seg. Sensibilidade ISO 100

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MIGUEL MARTINS

Num passeio no areal da Ilha da Boavista, em Cabo Verde descobri um caranguejo

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“Final de dia em Sintra com os turistas a passearem no adro do Palácio e a luz de fim do dia atrás batendo numa fumarada imensa que saía de um carrinho de venda de castanhas.” Equipamento Nikon D750 Abertura f/4.5 Exposição 1/600 seg. Sensibilidade ISO 100

RADICAL BRIDGE Equipamento Nikon D7200 a 11mm Abertura f/16 Exposição 79 seg. Sensibilidade ISO 100

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DUARTE SOL

GONÇALO ARAÚJO

BRUNO CHARRIA

PICO ARIEIRO, MADEIRA

SUPER LUA

FEAR

“The Path is Calling”

“Uma sobreposição de duas fotografias criou esta longa exposição onde espreita a Super Lua na cidade dos estudantes, Coimbra.”

Equipamento Nikon D3300 a 50 mm Abertura f/16 Exposição 10 seg. Sensibilidade ISO 100

Equipamento Canon 5D Mark III Abertura f/14 Exposição 2,5 seg. Sensibilidade ISO 100

Equipamento Canon EOS 6D a 50mm Abertura f/13 Exposição 6 seg. Sensibilidade ISO 250

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JOÃO ALMEIDA ILHA DO PESSEGUEIRO “The Island” Equipamento Canon EOS 5D MkII a 17mm Abertura f/9 Exposição 140 seg. Sensibilidade ISO 50

PARTICIPE, ENVIE-NOS AS SUAS FOTOGRAFIAS!

2º P R É M I O

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Participe já no passatempo Olhares da edição de fevereiro da revista OMF! Utilize o e-mail ‘[email protected]’ e siga as regras de participação que encontra no CD da revista. Habilite-se a ganhar uma alça GGS Fotospeed F1s (€ 64,90) e um Sandisk Extreme Pro SDHC 32GB 95MB/s (€ 29,90), ofertasda Hi-tech Wonder. Serão premiados o 1º e 2º classificados deste passatempo, respetivamente.

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1º P R É M I O

f o t o g r a fa r

f o t o g r a fa r DICAS E TRUQUES EFICAZES E TÉCNICAS PRÁTICAS, CRIATIVAS E PROFISSIONAIS. ESTÁ PREPARADO?

PROJETOS e ideias fotográficas! 48 Sete ideias de fotografias que pode, e vai querer, fazer no exterior.

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técnicas básicas saiba tudo sobre...

...a qualidade das imagens das suas fotografias. Que formatos deve usar e que vantagens tem afinal o Raw e o JPEG?

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ImageNS ao pormenor técnicas práticas

Das fotografias de rock dos Iron Maiden à beleza de uma escadaria, inspire-se e saiba para onde deve olhar e como.

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experiência de trabalho fotografia abstrata

Na fotografia, e como em tudo, às vezes é preciso dar um passo atrás para ver melhor, especialmente neste tipo de fotografia.

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O Mundo da fotografia

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Sete ideias que o vão a inspirar a querer sair à rua e procurar por imagens fantásticas, na natureza, mas não só

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PROJETOS FOTOGRÁFICOS

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L E S P E C II A R O R E EXT

PROJETO 1

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Combinar elementos naturais

Siga uma abordagem diferente à fotografia paisagística NSPIRADAS por Richard Long e Robert Smithson, as imagens paisagísticas de David Shannon-Lier conjugam imagens esculturais naturais com uma longa exposição para captar o movimento da terra. Esta imagem, da sua série Of Heaven And Earth, foi tirada em Bisti Badlands, uma área selvagem junto a Farmington, no Novo México. Curiosamente, David consegue esta configuração com apenas uma mão. “Passei a primeira parte da manhã a procurar uma boa composição.” David usa depois a posição do sol para o ajudar a colocar os elementos na cena. “Assim que está tudo pronto, configuro a minha câmara 8x10. Durmo num saco cama, ou numa tenda, para que possa acordar cedo,

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junto do disparador. A exposição costuma ser de 8 horas.” O suporte predileto de David é o filme: isto significa transportar a sua câmara 8x10 até cada local, mas diz que há vantagens. “Não tenho de lidar com a falta de bateria ou com o aparecimento de ruído – há algo sobre o imediatismo do filme que contribui para o projeto. Há um sentindo de ligação maior entre o nascer da lua, o ato de marcar o local e a fotografia que tenho em mente.” David passou alguns meses a aperfeiçoar a sua técnica e teve de resolver algumas questões técnicas para conseguir estes resultados. “Inicialmente, tanto a exposição como o alinhamento eram problemáticos.” Confessa. www.davidshannon-lier.com JANEIRO 2017

© David Shannon-Lier

Seja preciso! Para conseguir precisão nas suas imagens, David usa uma combinação entre a posição do sol, uma aplicação chamada Stellarium e uma ferramenta de sobrevivência chamada teodolito. Outra forma de perceber os movimentos da a lua é através deste site: www.photoephemeris.com.

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© Amy Drucker

PROJETOS FOTOGRÁFICOS

PROJETO 2

Capte a vida real

Fotógrafa e mãe, Amy Drucker revela os seus segredos para captar momentos reais. 50

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VIVER nos subúrbios de Nova Iorque, Amy Drucker, fotógrafa de crianças e famílias, tem sempre a sua câmara consigo. “Fotografem os vossos filhos todos os dias...” Diz Amy. “A maioria dos pais só usam as câmaras em momentos especiais, mas são os pequenos momentos do entretanto que contam a história da infância.” Os dois filhos de Amy têm 9 anos de diferença, e tem-los fotografado todos os dias,

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desde que se lembra. “Normalmente tenho o iPhone 6 Plus ou a Fujifil X-T1, com uma objetiva 18-55 f/2.8. Adoro estas câmaras pela sua portabilidade, e a X-T1 pela qualidade de imagem. Mas quando quero ter mais garantias levo a Nikon 810.” Para o seu último projeto, um livro chamado “Real-Life Family Photography, Amy inspirou-se quando completou um projeto pessoal que envolvia fotografar diariamente a sua família

durante cinco anos. “Inicialmente, propus-me a tirar uma foto por dia, durante um ano, para que nos pudéssemos recordar mais tarde uma fase ou evento. Mas depois percebi que estas fotos tornaram-se parte da fábrica da minha vida e decidi continuar.” O livro de Amy começa com dicas sobre documentar recém-nascidos, e passa depois por todas as idades, incluindo adolescência. www.amydrucker.com

© Matthias Heiderich

UITOS fotógrafos (OMF incluída) falam da importância de fotografar nas “horas douradas” – e por uma boa razão, uma vez que a luz é mais suave e fácil de trabalhar. No entanto, para alguns assuntos, não é obrigatório: podem conseguir excelentes imagens durante o dia. Tome o exemplo do fotógrafo de arquitetura,

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PROJETO 3

Saia a meio do dia Desafie as normas e fotografe com muita luz

Matthias Heidreich, que captou estas imagens em Las Vegas, em 2015. Estas imagens fazem parte de um projeto seu, chamado Nowhere In Particular, que relata edifícios abandonados, hotéis e casinos. Claro que fotografar durante as horas do dia com mais luz vai levantar um problema técnico, em particular: tem de lidar com as sombras! Para as

contornar, Matthias fotografa com diferentes exposições, de diferentes ângulos, e usa a imagem com melhor equilíbrio de brancos e pretos. “O resto é pós-produção,” diz. Uma das ferramentas com que mais trabalho é o Curves. É a melhor forma de corrigir uma situação complicada de luz e de ajustar os vários tons de brilho.” matthias-heiderich.de

PROJETO 4

Edite o seu verão

E pretende elevar o nível das suas fotografias de flores, experimente adicionar um tom. Foi o que fizémos com esta imagem, para centrar a atenção nos elementos mais fortes. Para o fazer, usámos o Photoshop para criar um Adjustment Layer de Hue e Saturarion. Ativamos o Colorize e escolhemos uma

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cor adequada – neste caso, uma já com uma forte presença na flor, para que o efeito mono-tom reflita a cor real da flor. Depois reduzimos ligeiramente a opacidade para 77% no Adjustment Layer, para que se notasse algumas das cores originais, o que dá maior profundidade à imagem, sem desfazer o efeito que pretendemos dar.

Antes

Depois

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© Helen Clarke

Aplique técnicas na pós-produção para criar algumas imagens artísticas

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PROJETOS FOTOGRÁFICOS

PROJETO 5

Olhe para o outro lado Oliver Curtis e as cenas icónicas STÁ frente ao Taj Mahal, de câmara na mão. Virar-lhe-ia as costas para fotografar o que está atrás de si? Foi precisamente isso que Oliver Curtis fez no seu projeto Volte-Face. “Atraí as atenções para cenários que normalmente ignoramos,” diz Oliver. “Locais de que nos desvíamos. Podemos pisá-los, andar ou conduzir sobre eles. São negligenciados e ignorados mas, importantes, porque é a partir daqui que ajustamos o olho e a objetiva em direção ao famoso monumento ou edifício que nos trouxe até ali.” Uma das suas imagens favoritas vem do Memorial de Lincoln, em Washington, “Se nos viramos em frente ao monumento, temos outra famosa paisagem: a Reflecting Pool e o obelisco do Washington Monument. Por

© Oliver Curtis

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PROJETO 6

Insetos Cuidado para não perder detalhe HOMAS Shahan adora insetos assustadores. Para captar esta aranha lobo, Thomas aconselha algo muito simples. “Usei uma velhinha Pentax K200D, com uma objetiva de kit 50mm invertida em tubos de extensão. Thomas capta várias imagens e combina-as para ter uma forte profundidade de campo. “Simplesmente avanço e recuo a câmara sobre o assunto para mudar o ponto de foto e depois conjugo as que estiverem melhores.” Use o Photoshop para conjugar as suas imagens. www.thomasshahan.com 52

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© Thomas Shahan

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isso decidi olhar em direção à rota aérea para o aeroporto de Dulles. A passagem estava cheia de turistas até que um jovem, sem camisa, que julguei ser um local, virou a esquina. Creio que os turistas se sentiram um pouco ameaçados, porque esconderam-se atrás das colunas, acabamdo por sair da fotografia. O jovem continuou a andar, olhando de vislumbre para os turistas.” Sobre se costuma fazer fotografias “furtivas” nestes locais, Oliver revela: “Sinto-me tão ansioso ao visitar estes locais como qualquer turista – e até sou conhecido por fazer a famosa selfie de quando em quando! Só que comecei a achar o meio envolvente tão ou mais fascinante que o local histórico em si.” olivercurtisphotography. co.uk

© Joni Niemelä EC 5 SEC

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Use a luz de fundo para abrilhantar os seus assuntos

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Lindo bokeh

Tente esta configuração 00 4

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sendo que o fim do outono e início do inverno prova ser uma altura perfeita para fotografar. “Forma-se muita humidade no ar, que durante a manhã, brilha como um cristal com a luz de fundo do nascer do sol,” diz, Joni. “A neblina gelada cria este efeito bokeh multicor, que gosto muito de fotografar.” Se pretende fotografar este efeito, Joni sugere que use contraluz no seu assunto. “De preferência, use uma teleobjetiva para isolar o assunto do fundo, e tente encontrar o ângulo certo quando estiver a fotografar com o nascer do sol. Note que as luzes brilhantes não ajudam, por isso convém evitar fotografar a meio do dia.” www.joniniemela.com

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ONHECIDO pelo seu estilo distinto e pelas imagens criativas que cria, Joni Niemelä é rei do efeito bokeh! Joni fotografou esta imagem junto à margem de um rio, durante o nascer do sol. O efeito bokeh surge quando vários acontecimentos se desenrolam ao mesmo tempo. Primeiro, o fundo tem de estar distante do assunto que vai fotografar. Deve também usar uma abertura ampla (tente f/4, ou mais), e certifique-se que tem luz no fundo, ou numa lateral, já que vai precisar de luz para criar aqueles pontos circulares, que são criados pelo anel da sua objetiva. Como vive na Finlândia, Joni está habituado ao tempo frio;

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TÉCNICAS BÁSICAS SAIBA COMO MANTER AS SUAS IMAGENS DEFINIDAS.

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ALTERNAR ENTRE OS CARTÕES DE MEMÓRIA Câmaras com dois slots para cartões permitem definir a forma como gravamos as imagens. Por exemplo, pode escolher usar um cartão e a câmara automaticamente mudar para o outro, quando o primeiro estiver cheio, ou podemos gravar Raw num, e JPEG noutro.

1

RAW vs JPEG Pode fotografar em Raw ou JPEG – e costuma até haver uma opção para gravar ambos os formatos. Algumas câmaras permitem criar ficheiros Raw mais pequenos, poupando espaço no cartão, mas sem perder flexibilidade na edição.

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ESPAÇO NO CARTÃO Reduzir a qualidade das imagens permite gravar mais imagens no cartão. Mas como os cartões são baratos, recomendamos que comprem cartões com mais capacidade para poder fotografar com mais qualidade. 5

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QUALIDADE DE IMAGEM Além da quantidade de pixéis, também pode mudar a qualidade ou a compressão – JPEG em Fine-quality têm menos compressão, mas geram ficheiros maiores que JPEG em Normal ou Basic.

TAMANHO DA IMAGEM As câmaras digitais têm opções de JPEG Grande (L), Médio (M) e Pequeno (S) JPEG. Algumas câmaras também têm opções mais pequenas do Raw. Diminuir o tamanho diminui o número de pixéis, pelo que há que ser cuidadoso nesta gestão.

E ST E M Ê S : Q U A L I DA D E D E I M AG E M Tudo o que precisa saber sobre JPEG, ficheiros Raw e configurações técnicas UANDO definimos a qualidade de imagem, normalmente temos duas opções. Por defeito temos os JPEG. É um formato universal que não precisa de um software específico para ser aberto, pode ser partilhado e publicado online e até pode ser usado para fazer impressões. JPEG é um acrónimo para Joint Photographic Experts Group, o comité de especialistas que desenvolveram o código base do JPEG. O outro grande formato que vemos em reflexes e CSC, e em alguma compactas, é o RAW. Na verdade é ‘Raw’, dado que não é um acrónimo. Na verdade, os ficheiros Raw nem

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são fotos – pelo menos não quando as captamos. Os ficheiros Raw (cru ou bruto) contêm a informação em bruto, gravada pelo sensor da câmara, assim como detalhes dos parâmetros de processamento da imagem, que definimos na câmara – balanço de brancos, cor, nitidez, esse tipo de coisas. E como os ficheiros Raw não são imagens, tem de ser convertidos para um formato standard, como o JPEG, através de um software específico para o efeito, como o Lightroom, antes de poder ser partilhado ou impresso. Algumas câmaras possibilitam a conversão do ficheiro na própria câmara, o que lhe permite partilhar uma imagem ou ver

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como ficará, em diferentes parâmetros. Na verdade, é isto que acontece quando fotografamos em JPEG, cada imagem começa por ser um ficheiro Raw, que a câmara converte automaticamente para JPEG, antes de a gravar no cartão. Mas, então quais são as grandes diferenças? Porque deve escolher JPEG ou Raw? Bem, para começar, os JPEG permitem fotografar mais. Os ficheiros JPEG são mais pequenos – não em termos de resolução (um JPEG em alta tem o mesmo número de pixéis que um ficheiro Raw), mas em termos de espaço que ocupam no cartão de memória. Isto >

QUALIDADE DE IMAGEM

Qualidade de imagem JPEG

QUALIDADE - FINE

F O T O G R A FA R

QUALIDADE - BASIC Os JPEGs Fine têm variações mais suaves nos tons das cores, ponto onde os JPEGS de menor qualidade revelam mais debilidades.

QUANDO definimos a câmara para gravar JPEG, podemos escolher o tamanho da imagem (em pixéis) e a qualidade ou a compressão (de Fine até Basic). O tamanho é vital, por isso, se precisar de espaço no cartão para mais fotos, altere a qualidade. Note que se a compressão for muito alta, vai necessariamente perder detalhe, correndo o risco de ter uma imagem final má.

QUALIDADE - FINE

QUALIDADE - BASIC

Em Basic, notamos algum efeito fantasma nas linhas que definem a imagem, como nos galhos, neste caso.

JPEG - tamanho

GRANDE: 5.760 x 3.840 Esta configuração usa toda a resolução do sensor. Na Canon EOS 5D Mark III, terá 5.760 x 3.840 pixéis.

QUALIDADE - FINE

QUALIDADE - BASIC

Com o Basic perde-se detalhe em pontos onde, no extremo oposto, quase não notamos perda de qualidade.

Quando mudamos a qualidade, o tamanho da imagem mantem-se. A resolução só muda realmente quando mudamos o tamanho – Grande, Médio ou Pequeno.

MÉDIO: 3.840 x 2.560 Na 5D Mark III, em Médio, as imagens têm 3.840 x 2.560 pixéis. Cabem mais imagens no cartão, mas perdem lagum detalhe.

PEQUENO: 2.880 x 1.920 Estas imagens são metade do tamanho horizontal/ vertical das imagens Raw/Grande. Pode guardar muitas, mas são pequeninas.

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F O T O G R A FA R

QUALIDADE DE IMAGEM

ESCOLHER O CARTÃO CERTO

Aparte da capacidade, o que mais deve ter em conta quando se prepara para escolher o cartão de memória onde quer gravar as suas imagens? SD

O formato de cartões mais popular do momento – também mais pequenos que os Compact Flash, vêm em três tipo SD, SDHC e SDXC.

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6 0 MB/s

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133x Speed

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UDM A

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VELOCIDADE Quando maior a velocidade, melhor o desempenho em disparos contínuos e a gravar vídeo. A velocidade máxima de transferência costuma ser dada em megabytes por segundo (MBps).

UDMA A última geração de CompactFlash com velocidades de transferência mais altas usa o protocolo UDM (ultra-direct memory acess)..

A RAZÃO para existirem tantas opções de configuração de qualidade e tamanho visa permitir tirar mais partido do espaço do seu cartão. Mas, hoje em dia, a memória é mais barata. Com os € 50 que pagávamos por um cartão de 1GB há alguns anos, é possível comprar um de 32GB ou mesmo 64GB, e ainda ter troco. Claro que a resolução e o tamanho dos ficheiros produzidos pelas câmaras digitais cresceram

CAPACIDADE O espaço é medido em gigabytes (GB). Naturalmente, os cartões mais antigos ainda eram medidos em megabytes (MB); 1.024MB equivale a 1GB.

VELOCIDADE Alguns cartões representam a velocidade com um “fator x”, e não com megabytes por segundo. 133x equivale a 20MBps.

exponencialmente, o que exige cartões de memória também maiores, mas não é suposto ter de usar JPEG de baixa qualidade por ter falta de espaço no cartão. Mas não deve pensar apenas na capacidade do cartão, a velocidade é igualmente importante. As reflexes conseguem agora captar imagens de maior resolução mais rápida e consecutivamente, por isso não vai querer que o seu cartão seja limitador.

CLASSE Os cartões SD têm diferentes classes, pensadas para nos dar uma ideia da velocidade de escrita (que é importante para gravar vídeo). Um cartão de Classe 2 terá uma velocidade de escrita de pelo menos 2MBps; um Classe 6 terá pelo menos uma velocidade de 6MBps, e um de Classe 10, velocidades acima dos 10MBps.

LOGOS - EXPLICADOS SD

O Secure Digital (SD) é hoje o formato de memória flash mais popular. Versões mais antigas tinham uma capacidade máxima de 2GB.

SDHC

acontece porque o JPEG usa uma compressão com perda, o que significa que se perde algum detalhe da imagem para produzir ficheiros mais pequenos. Pode ajustar o nível de compressão na câmara: quanto maior a compressão, mais fotos vai conseguir ter no cartão, mas à custa da perda de qualidade nas imagens. Note que as configurações que aplica na sua imagem afetam de forma permanente os 56

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CompactFla sh

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XQD

Desenvolvido pela SanDisk, Nikon e Sony, este formato é rotulado como o substituto mais veloz dos cartões Compact Flash. Até agora, só surgiram em reflexes topo de gama da Nikon.

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COMPACTFLASH (CF)

Os cartões tradicionais vêm em duas espessuras (– 3.3mm (Type I) ou 5mm (Type II)). Hoje em dia, todos os cartões CF são Type 1. Existe ainda um cartão CFast, mais rápido.

JPEG ainda antes de chegarem ao cartão de memória. E se é possível depois fazer algumas correções na exposição e cor durante a edição, isso envolve reprocessar a imagem, que já tinha sido processada, quando foi convertida de Raw para JPEG e, depois, comprimida. Quando processamos um ficheiro Raw, começamos com a informação original, o que nos dá muito mais opções para edições futuras.

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O novo cartão SD High Capacity (SDHC) é mais útil nas reflexes, já que pode ter uma capacidade de até 32GB.

SDXC

A última versão do cartão SD eXtended Capacity poderá ter uma capacidade que vai até aos dois terabytes (2.000GB).

QUALIDADE DE IMAGEM



F O T O G R A FA R

O PODER DO RAW

Podem exigir mais espaço no seu cartão de memória e no seu disco rígido, mas os ficheiros Raw são uma garantia de qualidade A GRANDE vantagem do Raw sobre o JPEG é o facto de produzir a melhor qualidade possível e ter uma rede de segurança para quando, por alguma razão, não conseguimos o melhor equilíbrio de brancos e exposição. Há limites para o que se pode fazer com o Raw. Não podemos mudar as três configurações que usamos quando fotografamos – abertura,

que queremos muitas fotos seguidas. Os ficheiros Raw são maiores que os JPGEG, e se a sua reflexe pode ser capaz de fotografar sem parar uma enorme quantidade de JPEG, com o Raw vai haver um limite para essa sucessão de fotos. Por exemplo, a Canon EOS 7D Mark II não tem limite para JPEGS, a 10 imagens por segundo, mas em Raw faz “apenas” 31 ficheiros.

velocidade de obturação e ISO – e não podemos focar a imagem. Mas podemos mudar as alterações que a câmara aplica, incluído balanço de brancos e contraste. Podemos ajustar a exposição, um pouco como o fazemos na própria câmara. Um dos problemas de fotografar em Raw é que acaba por diminuir a taxa de disparos continuos, em situações em

ÁREA SELECIONADA

AO optar pelo Raw, a imagem e o histograma que vê na parte de trás da câmara é feito através de uma visualização em JPEG. Os ficheiros Raw gravam uma amplitude dinâmica superior ao que vemos na câmara e oferece maior latitude na exposição. Se sobre-expor as luzes ou sub-expor as sombras, terá mais opções para conseguir recuperar detalhe nessas áreas. Em contrapartida, vai precisar de mais espaço no cartão de memória. Na Nikon 3300, um cartão de 16GB aguenta até 524 ficheiros Raw, de 19,5MB, mas 1.000 imagens JPG na qualidade máxima.

FICHEIRO RAW

Com o Adobe Camera Raw recuperamos luzes sobre-expostas.

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Aqui é impossível recuperar de luzes que tenham queimado a foto.

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#1

LET’S ROCK Consiga excelentes fotografias de rock 58

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JOHN McMurtrie é um fotógrafo de sucesso nas áreas do rock e retratos, e também o fotógrafo oficial da banda de heavy-metal, Iron Maiden. Explica como fez esta imagem, no estádio Ullevi, em Gotemburgo, na Suécia. “O maior desafio esteve nos acessos, devido ao enorme palco dos Iron Maiden,” explica. “A passadeira estava a três metros de altura, carregada de pirotécnicos programados para detonar a qualquer momento. O meu timing

tinha de ser excelente, já que é o momento em que as ‘blinders’ (iluminação do público) iluminam a multidão – o momento em que o vocalista Bruce Dickinson pede para levantar os braços e o momento que alguns pirotécnicos explodem. Tinha 10 segundo para subir as escadas, tirar a fotografia e voltar, antes de ser despedido! “Por razões de segurança, tive de estar à vista do técnico pirotécnico para que. ao regressar, ele carregasse no botão. Lembro-me de sentir o calor das explosões, enquanto olhava para o ecrã da câmara.” www.picturedesk.co.uk

© John McMurtrie

Seja rápido ou esqueça Apesar de John ter acesso privilegiado a uma banda de renome, muitas das suas dicas podem ser aproveitadas neste tipo de fotografia. “A câmara está em Manual porque tenho de estar sempre a compensar a exposição, por causa dos focos de luz. Usei uma olho-de-peixe de 16mm, por ser a única objetiva a conseguir um ângulo de 180 graus; se o horizonte estiver bem posicionado conseguimos evitar a distorção.” 1

2 Apesar da luz difícil, a imagem está definida. “Usei um ISO de 2.000, na Nikon D3. O ISO elevado permite ter uma obturação

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rápida o suficiente para não ter arrastamentos.” John fotografou com uma abertura de f/2.8, para captar o máximo de luz disponível, tendo uma velocidade de 1/250 seg. Para fotografar concertos convém usar o Manual, com uma abertura ampla e boa velocidade de obturação. 3 Esta imagem funciona porque representa bem o sucesso dos Iron Maiden. “Sempre que digo que trabalho para eles, as pessoas dizem ‘Ainda estão na mó de cima?’ Na última tour tocaram para mais de quatro milhões de pessoas! Estão em grande forma; eles dão enormes espetáculos e são os tipos mais porreiros com quem se pode trabalhar.”

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IMAGENS AO PORMENOR

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ESPAÇOS ELEVADOS

ESTA imagem, de uma das alas do Hospital St. Thomas, em Londres, foi captada por Janie Airey, uma fotógrafa de arquitetura. “Este trabalho foi para a Hopkins, a empresa responsável pelo projeto arquitetónico que, entre outros projeto, fez o Velodrome.” Afirma. Muitos fotógrafos do género usam objetivas tilt-and-shift, mas Janie diz que exigem demasiado tempo na preparação. Aqui, preferiu recorrer a uma objetiva de zoom. Janie editou a imagem no Capture One, e não no Lightroom. “O Capture One é rápido e faz tudo o que preciso,” esclarece. “Não gosto muito do Lightroom. Para dizer a verdade, mas é uma questão de hábito”. www.aireyspaces.com 60

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© Janie Airey

Mesmo em situações racionais, é possível ter criatividade

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Torre do poder 1 Janie usou um filtro polarizado para que fosse possível ver através das janelas de vidro. 2 A composição foi desafiante, por causa do tamanho do novo edifício, mas Jamie conseguiu dar a volta, ao passear pelas imediações. “Enquadrei-o para que os ângulos estivessem alinhados e a sua forma ecoasse no edifício atrás. Foi complicado ter um sítio de onde captasse tudo, por isso tive de optar por mostrar contexto.”

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3 Usar uma objetiva de grande zoom permitiu a Janie incluir mais detalhes. “Podemos vender este tipo de imagens a empreiteiros, isto porque não costumam contratar fotógrafos.” 4 Esta imagem está definida e não tem ruído – Janie fotografou em Manual, usou medição pontual e um ISO baixo, de 320.

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© Matt Hart

IMAGENS AO PORMENOR

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ESCADAS PARA O CÉU Procurar o sítio certo pode compensar

FOTÓGRAFO de rua, Matt Hart captou esta imagem para um projeto sobre esta escadaria, no complexo Liverpool One. “Quando o centro abriu, fui um dos primeiros a fotografá-la, porque consegui dar a volta a um segurança,” diz. “Sempre que por ali passo, subo para ver se encontro algo interessante.” Fez esta imagem com uma CSC, da Fujifilm. ainda em pré-produção, a X-Pro 2. “A Fujifilm queria uma imagem para uma

Perder este beijo seria terrível 1 Matt diz: “Usei uma obejetiva de 27mm, com Prioridade à Abertura, a f/4 e ISO automático. Tenho o ISO em automático em todas as minhas Fujifilm, limitado a 6.500, e consigo boas imagens mesmo nesse ISO. A abertura a f/4 é o ideal para fotógrafos de rua: deixar entrar luz, mantendo profundidade de campo e nitidez.” 2 Dependendo do sitio, gosto de objetivas grande-angular e de zoom – uma de 27mm e uma de 90mm – para ter margem. Há quem diga que

exposição em Tóquio, para marcar o lançamento da câmara,” Explica. “Depois de andar muito, voltei à escadaria. Felizmente, apareceu este casal que decidiu beijar-se, mesmo no momento certo.” Encontrar o sítio certo foi fundamental e Matt conseguiu ser discreto. “Fiz a composição através do ecrã, usei foco continuo, e fiquei muito quieto, para que as pessoas na escada rolante não me vissem. Usei a objetiva de kit, isto porque objetivas maiores podem chamar à atenção.” www.lighttraveler.co.uk

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é preciso usar a ocular para ser um fotógrafo a sério, mas ninguém disse isso a Vivian Maier, que olhou para baixo a vida toda!” 3 Muito do impacto desta imagem vem da poderosa conversão para preto-e-branco. Pode parecer estranho, mas Matt gosta de manter tudo muito simples. “Usei o Silver Efex Pro nesta imagem, que agora é gratuito (www.google.com/nikcollection).”

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F O T O G R A FA R

EXPERIÊNCIA DE TRABALHO - FOTOGRAFIA ABSTRATA

EXPERIÊNCIA DE TRABALHO Afastarmos-nos do que vamos fotografar pode ajudar a ver melhor a cena como um todo. Lizzie Shepherd explica como faz as composições para as suas imagens.

O projeto Pattern & Form, que podemos ver no seu site, provém de algo planeado, ou são imagens que escolheu do seu portfólio? Há muito tempo que gosto do lado abstrato da fotografia paisagista. Não comecei por fotografar só imagens destas, mas quando comecei a escolher

imagens que queria colocar no site, notei que estava a emergir um tema.

Fala-se sobre visualizar a preto-e-branco e o momento decisivo… como podemos visualizar o abstrato? Na verdade, muito vem do instinto. Quando já somos fotógrafos há algum tempo, o nosso olho identifica pormenores sem termos de pensar. Procuro sempre padrões. Podem ser linhas numa imagem, uma curva em S numa paisagem, ou o ponto onde surge uma pedra no reflexo de uma árvore na água. Encontrar a cena abstrata na natureza que pode dar uma boa imagem requer a convergência de muitos elementos de uma mini-paisagem. Neste aspeto as sombras são elementos muito úteis. Gosto de transmitir algo que não é o que parece, como esta árvores por trás da parede (direita), que é das minhas favoritas. Conhecemos os elementos, mas a ambiguidade cria mistério. Outros exemplos de cenas que podem funcionar bem são dunas de areia, com uma curva em S, em que usamos uma objetiva de grande zoom para comprimir a cena e fazer com que os elementos pareçam mais próximos entre si do que estão realmente – e até podemos usar sombras para criar padrões. Encontro muitas cenas deste tipo quando faço passeios de esqui. Os padrões das sobras das árvores misturam-se com a textura do chão e criam assuntos maravilhosos.

O que pode dar boas formas?

Lizzie Shepherd é especializada em fotografia paisagísta e de viagem. A componente abstrata reflete o seu lado mais pessoal, ainda que já tenha conduzido a uma grande exposição.

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De uma forma geral, tudo o que contenha diagonais e elementos com a forma de letras do alfabeto. Se estiver a fazer fotografia abstrata no bosque, gosto de usar os galhos das árvores, porque dão estrutura e enquadramento. E é sempre bom ter padrões. O antropomorfismo também funciona muito bem – apesar >

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O TRABALHO DE LIZZIE

IZZIE Shepherd é uma fotógrafa profissional, de North Yorkshire, especializada em fotografia de paisagens e viagens. Escreve para várias revistas e está atualmente a trabalhar num guia de fotografia, na agência Yorkshire Dales. Gere um grupo de workshops, faz formação e fornece serviços comerciais de fotografia. O trabalho de Lizzie pode ser visto em vários eventos no Reino Unido. Aqui, explica como dá um passo atrás da visão geral para encontrar cenas mais abstratas na natureza.

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Nesta dupla Enquanto trabalha, Lizzie Shepherd procura constantemente novas oportunidades para captar imagens abstratas. “Gosto de sugerir algo que não o é,” refere, “Podemos conhecemos os elementos, mas a ambiguidade cria mistério.”

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“Temos de pensar sobre o que as pessoas vão querer ver, mas equilibrar com o que nós queremos que elas vejam”

de algumas pessoas não gostarem de ver caras em fotografias paisagistas. Em abstratos na floresta, gosto de usar as cores mais quentes das folhas contra as cores frias do fundo. A profundidade de campo também é importante, mas não só por escassez. Por exemplo, fiz uma série de imagens de canas, e fotografei uma com grande profundidade de campo, onde víamos claramente muitas repetições de padrões.

O que é a atrai para estas cenas?

Quando estou numa floresta, por exemplo, às vezes passa muito tempo até conseguir encontrar padrões e fotografar. Com o tempo vamos sabendo como encontrar o tipo de locais onde temos maior probabilidade de encontrar estas cenas. Se tivermos uma cascata, por exemplo, vamos ter ondas e reflexos que criam padrões engraçados. A neve e o nevoeiro são outras formas simples de conseguir bons resultados.

A cor é um deles. Gosto de misturar cores frias com cores quentes, uma papoila com um fundo verde funciona muito bem. As sombras também desempenham um papel importante em muitas das minhas imagens abstratas. Gosto imenso de conjugar diferentes formas numa imagem. Por exemplo, se encontrar na natureza as formas X, Y, Z, vou tentar combiná-las numa imagem. A ausência de escala também funciona. E apesar de gostar de ambiguidade, se a esta for demasiada, perco a paciência. Todos os abstratos têm de ter uma ligação com a realidade, uma pista sobre o que se trata o assunto.

Como se pode fazer a composição e enquadramento de padrões? Geralmente, para o meu trabalho, uso objetivas maiores, que ajudam a comprimir perspetivas e fazer uma imagem, toda ela sobre padrões. Isto faz 64

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O TRABALHO DE LIZZIE

Que elementos são essencais para uma boa imagem abstrata?

com que os elementos se destaquem, mas de forma equilibrada. Se estiver a olhar para edifícios, por exemplo, conseguimos captar as verticais convergentes e a sua perspetiva. Dito isto, uma das minhas imagens preferidas do meu portfólio foi fotografada a olhar para cima, com uma objetiva de 21mm. Isto funciona mesmo muito bem com um ângulo maior para criar padrões com as diferentes formas e tamanhos, com o céu de fundo. Mas diria que acabo por usar mais objetivas grandes.

Que outras objetivas utiliza mais?

De tudo, mas gosto mais de teleobjetivas. A grande vantagem destas objetivas é que, quando estamos a fotografar pormenores de edifícios ou copas de árvores altas, conseguimos estar mais próximos! Faço outras imagens com macros ou objetivas muito curtas. Noutros casos até uso compactas ou o meu iPhone.

Porque acha que por vezes há ceticismo sobre a fotografia abstrata?

Tudo se resume à ambiguidade, mas acho que do público. Estou prestes a expor num festival de arte onde grande parte do meu trabalho exposto é de natureza abstrata, mas as vendas têm sido fantásticas. Como foi muito promovido, atraiu público que gosta deste tipo de fotografia. Seja qual for o tipo de fotografia, há que pensar na nossa audiência. Temos de pensar sobre o que as pessoas vão querer, mas equilibrar com o que queremos que vejam. Uma lição importante que aprendi é a importância de pensarmos como o público em si: se identificarmos um problema numa imagem ou se acharmos que vai funcionar, então o público pode pensar assim também.

Como mantém o equilíbrio entre os projetos criativos e e fazer os trabalhos que lhe dão rendimentos regulares?

Tento organizar as coisas de forma que de quando a quando tenha algumas horas, ou um dia, para fotografar a meu gosto. Tenho algumas ideias para projetos sobre os quais ainda não pude pensar bem. Sinto que quando fotografo para mim estou a abrir-me a novos tipos de fotografia. Quanto mais fazemos, mais sabemos o que perseguimos. Algumas das minhas melhores imagens são as que captei à pressa, enquanto passeava ou estava de férias. Nesta dupla O lado abstrato das imagens permite contemplar locais conhecidos de uma forma diferente. “É fácil ver o quadro geral,” diz. “As pessoas vêm um cenário lindo e imaginam que pode resultar numa boa foto. Mas há muitos elementos a considerar para conseguir ter o fator uau.”

MAIS INFO • Veja mais algumas imagens de Lizzie em www.lizzieshepherd.com. Pode segui-la no Facebook, em www.facebook.com/ LizzieShepherdPhotography

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Seja criativo 76 Divirta-se com os filtros do Photoshop

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Retocar retratos

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Use as ferramentas Atualize-se com as novas ferramentas do Camera Raw e corrija distorções irritantes!

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Fazer panorâmicas

Saiba como conjugar várias imagens numa imponente panorâmica, com o Photoshop e/ou Lightroom! janeiro 2017

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O MELHOR DA EDIÇÃO DE IMAGEM - RETOCAR UM RETRATO DE PO IS

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pretendemos ser perfeitos, ficamos com vontade de comprar. A publicidade aumentou consideravelmente as exigências sobre como as fotografias devem ser apresentadas, especialmente quando falamos de retratos como o desta imagem. Todos sabemos que estas imagens são tratadas e retocadas, por isso é de estranhar que alguém que fotografe lhe peça para lhe dar alguns toques de magia, ou, como já se costuma dizer, “passar pelo Photoshop”. Mas nem precisamos do Photoshop. O Lightroom tem as ferramentas de que precisa para dar aquele “brilho extra” aos seus retratos.

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OMOS brindados com imagens todos os dias, pela TV, revistas ou cartazes publicitários. Até em casas de banho temos publicidades de lindas modelos que chegam a ser intimidativas. Estas imagens são criadas com o objetivo de nos fazer chegar a imagem de perfeição que, naturalmente, está associada a uma marca. Com isto, a marca espera conseguir convencer-nos de que ela própria representa alguma forma de perfeição e que, por conseguinte, será perfeitamente normal que, quem vê estas imagens, nós, sejamos convencidos a comprar um qualquer produto. Se a modelo é perfeita, a marca é perfeita, os produtos são perfeitos e, claro, como nós

MELHORAR A EXPOSIÇÃO Primeiro queremos sempre definir a melhor exposição do ficheiro Raw. Vai querer equilíbrio nos tons, mas sem estragar a pele. Nesta foto aumentamos os níveis de Exposure e Shadows e reduzimos os Blacks.

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REMOVER IMPERFEIÇÕES Com o Spot Removal, clique sobre as imperfeições que vai remover. Ponha o Feather a meio e passe o Spot Removal por baixo dos olhos. Arraste a fonte até lhe parecer bem. Para escolher a fonte carregue na tecla Ctrl (Cmd no Mac) ao clicar. Mantenha pressionando e arraste para escolher o ponto de fonte.

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O MELHOR DA EDIÇÃO DE IMAGEM - RETOCAR UM RETRATO

SUAVIZAR O EFEITO Vai notar desde logo que o efeito está um pouco forte, por isso terá de manter pressionado a tecla Alt enquanto “paira” sobre o pin. Isto baixará um pouco o efeito – vai parecer melhor. Depois, clique no pin e arraste-o para a esquerda, de forma a reduzir em simultâneo todas as barras das configurações, no Brush Effects.

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SUAVIZAR A PELE No menu Effects, em Adjustment Brush (K), escolha o preset Soften Skin. Pinte a pele e evite os olhos, narinas e boca. Evite também as linhas da face. Pressione O para ver a máscara e saber exatamente o que está a pintar. Quando terminar pressione O novamente.

PINTAR CADA IRIS Clique New, depois, no meu Effects, escolha Iris Enhance. Com um pincel pequeno, pinte cuidadosamente cada iris. Clique New novamente e agora escolha Dodge. Reduza o Exposure para 0,25, pinte os brancos dos olhos, perto das iris. Não pinte o branco todo, porque vai parecer demasiado falso e irrealista.

AUMENTAR A TEMPERATURA Deve corrigir sempre o equilíbrio de brancos da imagem, todavia, em retratos, a pele ganha um pouco se estiver mais quente. Para o fazer, faça pender a barra da Temperature um pouco mais para a direita.

Use as técnicas Dodge e Burn para um resultado profissional Uma técnica frequentemente usada por profissionais é o Dodge e Burn. O Lightroom não tem o mesmo nível de requinte, mas ainda assim pode fazer aqui alguns melhoramentos aos retratos. Dodge significa iluminar e Burn escurecer. Primeiro escurecemos: com Exposure definido em 0,2-0,3, pinte os claros (com

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Aperfeiçoar a pele

um pincel suave) nas áreas mais claras – o centro da testa, a ponta do nariz, a parte superior das bochechas, as curvas entre o lábio e o nariz e o queixo. Para Burn, defina Exposure para -0,2, ou menos, e pinte a parte exterior da testa, os lados do nariz, por baixo dos lábios, e parte das bochechas, desde a orelha até ao lábio.

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O MELHOR DA EDIÇÃO DE IMAGEM - FERRAMENTA TRANSFORM

A FERRAMENTA TRANSFORM VAI MUDAR A FORMA COMO UTILIZA O PHOTOSHOP Tome as rédeas da nova ferramenta do Camera Raw e descubra como manter paralelismos e corrigir a distorção da objetiva SOFTWARE Adobe Photoshop CC com Camera Raw 9.6 SITE www.adobe.com/pt

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PRATIQUE Utilize as imagens na pasta “Editar” do seu CD

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PASSO-A-PASSO CORRIGIR DISTORÇÃO EXTREMA Controle as linhas horizontais e verticais com o Guided Upright

ANULAR O EFEITO OLHO-DE-PEIXE No Adobe Bridge abra a imagem “transform_antes”, que está no CD desta edição: com o botão direito escolha Open In Camera Raw. Agora deve clicar em Lens Correction no painel à direita e ativar o Enable Profile Corrections e Remove Chromatic Aberration. Depois, clique em Transform Tool na barra de ferramentas.

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UTILIZAR O GUIDED UPRIGHT Clique e arraste uma linha vertical, usando uma referência da imagem. Para maior precisão ative o Loupe. Depois, deve adicionar uma segunda linha vertical ou horizontal, mais uma vez usando como referência linhas naturais da imagem. Por fim, use as barras Scale e Offset e ajuste a imagem no enquadramento até lhe parecer bem.

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O MELHOR DA EDIÇÃO DE IMAGEM - FERRAMENTA TRANSFORM

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ANATOMIA DO PHOTOSHOP GUIDED UPRIGHT A nova ferramenta Guided Upright dá-lhe controlo manual para corrigir linhas verticais e horizontes. Pode encontrá-la nas opções do Transform Tool, juntamente com outros controlos Upright (Auto, Level, Vertical e Full). Ao contrário destas opções – que fazem uma correção automática – Guided Upright controla manualmente as linhas horizontais e verticais da imagem.

CORRIGIR DISTORÇÃO Antes de começar a usar o Guided Upright, deve ir ao Lens Correction Panel e ativar a opção Enable Lens Profile Corrections. Isto vai corrigir distorções provenientes da objetiva. As correções são feitas a partir de uma base de dados de objetivas da Adobe, que inclui as marcas mais conhecidas. Convém ativar também o Remove Chromatic Aberration, e corrigir erros de cor.

CONTROLOS UPRIGHT Os controlos do Guided Upright estão junto aos botões de correção do Upright, os quais valem a pena explorar. Existem quatro outras opções, Auto, Level, Vertical e Full. Cada oferece uma correção de um clique para linhas verticais e horizontais da imagem – perfeito para fotos de arquitetura e paisagens.

DESENHAR A PRIMEIRA LINHA A Guided Upright Tool pode ser acedida a partir da nova Transform Tool, na barra de ferramentas. (Vai reparar que os outros controlos Upright também vieram para esta área.) Nas opções, à direita, selecione Guided Upright nas opções e depois desenhe uma linha sobre a linha natural da imagem, que saiba estar perfeita, seja ela vertical ou horizontal.

DESENHE MAIS LINHAS Depois de desenhar a primeira linha, nada muda. A correção só começa quando desenhar a segunda linha. Por isso, desenhe nova linha sobre um objeto vertical ou horizontal da cena - pode adicionar até quatro linhas. Para ter maior precisão, ative a opção Loupe View quando estiver a adicionar novas linhas. (Terá de ativar o GPU nas preferências do Camera Raw.)

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Como corrigir distorção caso o Transform vá longe demais 6

War [2]. Desligue o Mesh para ser mais fácil visualizar [3], depois adicione pins na metade inferior para criar uma ancora [4]. Adicione uma fila de pontos no topo [5], com o Shift clique e ative-os, depois arraste-os para comprimir o teto. Use o Crop Tool [6] para corrigir os cantos, e converta para mono, com um Adjustment Layer de P&B [7].

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Tire partido do Puppet Warp O Transform Tool é muito eficaz, mas pode deixar algumas partes da imagem distorcidas, ou pouco naturais, como é o caso do teto, aqui. Pode corrigir problemas como este com o Puppet Warp. Abra a imagem no Photoshop, clique com o botão direito no layer no Layer Panel [1] e selecione Convert to Smart Object: isto mantém o Warp editável. Depois, vá a Edit > Puppet

OFFSET E ESCALA Depois de corrigir a distorção e as linhas verticais da imagem vai ver que parte da imagem foi sacrificada. Pode recuperá-la reduzindo a barra Scale. A par desta, as novas barras Offset permitem-lhe derivar a imagem de uma ou outra forma. Em alternativa, pressione o Ctrl/Cmd+Alt e arraste para reposicionar a imagem.

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O MELHOR DA EDIÇÃO DE IMAGEM - FAZER PANORÂMICAS

FAZER PANORÂMICAS NO PHOTOSHOP E LIGHTROOM

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ESPECIAL EXTERIOR

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Potencie a grandeza das suas paisagens conjugando várias imagens, em JPEG ou Raw, e torne a fotografia o mais panorâmica possível

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VISÃO humana é panorâmica, por isso, confinar a fotografia paisagística aos limites da sua câmara nunca produzirá um resultado próximo do que vê realmente. Ao captar várias imagens que se completam, estará a captar também uma cena mais ampla, que será mais fiel ao que vê. Mas 72

O MUNDO DA FOTOGRAFIA

qual a melhor forma de o fazer? Claro que pode sempre recortar uma imagem para o formato panorâmico, mas há duas boas razões para não o fazer. Costumamos defender que deve conseguir a melhor imagem na câmara, para que possa reduzir ou eliminar quaisquer recortes; até porque, ao

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recortar uma imagem para um formato panorâmico, não estará a criar uma verdadeira panorâmica, mas uma falsa. Por isso, conjugar imagens acaba por ser a melhor forma de criar uma panorâmica. Aqui estão duas formas de criar imagens panorâmicas, com o Photoshop e Lightroom.

O MELHOR DA EDIÇÃO DE IMAGEM - FAZER PANORÂMICAS

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CRIE UMA PANORÂMICA COM O PHOTOSHOP

3 ACEDER À IMAGEM Depois de cerca de um minuto, a imagem panorâmica surge na área de imagens do Photoshop. Amplie e procure por alguns erros de conjugação. Se encontrar algum erro, a forma mais fácil de os corrigir passa por clonar para um layer vazio, no topo da lista de layers. Depois, amplie e pressione C para ativar a ferramenta Crop.

Assegure-se de que todas as imagens se sobrepõem

Não pode transformar qualquer imagem em panorâmica – deve fotografar com esta técnica em mente. Pode fazê-lo com ou sem tripé, ainda que com tripé seja mais fácil evitar demasiadas variações. Comece pela esquerda e tire a

CRIAR A IMAGEM FINAL Com o Crop ativo, defina as dimensões para Unconstrained, antes de começar a usar a ferramenta Crop, para recortar a imagem da forma que pretende. Pode e deve agora fazer alguns ajustes à imagem. Depois de fazer estes ajustes vá ao painel, no topo direito do menu dos layers, e selecione a opção Flatten Image.

primeira fotografia, depois vire ligeiramente para a direita, para que abranja metade da área da primeira foto, e assim sucessivamente. Neste exemplo, a imagem foi criada usando apenas três das nove fotografias captadas com esta técnica. Como todas as imagens se sobrepõem, funcionou bem – mas sem a outras imagens,

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Tire muitas fotos

DEFINIR O PHOTOMERGE Defina o Layout para Auto: isto funciona quase sempre muito bem. Se não for o caso, tente outras opções. Agora, para conseguir uma boa conjugação de imagens, ative a opção Blend Images Together. Ative também a opção Vignette Removal. Deixe as outras opções desativadas, porque podem vir a criar problemas. Clique OK para fazer o Photomerge.

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ESCOLHER IMAGENS Coloque todas as suas imagens numa só pasta. Vá a File > Automate > Photomerge; quando surgir o menu, assegure-se de no Source está Files, depois clique Browse e escolha a pasta respetiva. Clique em qualquer imagem e pressionar Ctrl/Cmd+A para selecionar todas. Clique OK para que as imagens surjam na janela Photomerge.

a imagem teria de ser mais recortada para evitar a falhas no fundo.

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O MELHOR DA EDIÇÃO DE IMAGEM - FAZER PANORÂMICAS

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CRIE UMA PANORÂMICA COM O LIGHTROOM

3 APPLY PHOTO MERGE Quando surgir o menu, será apresentada a imagem que conjugou quando é renderizada. Por defeito, o Projection está definido para Spherical. Para recortar a imagem, ponha o Boundary Warp a 100. E porque o Auto Crop pode ser muito cru, é bom que o faça manualmente no Develp Module.

Panorâmicas criativas Crie imagens de alta resolução, tanto em interiores como em exteriores

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O MUNDO DA FOTOGRAFIA

SINCRONIZAR DEFINIÇÕES Note que convém ter as mesmas definições em todas as imagens. Para isso, pressione Shift e clique na imagem final, à esquerda, assegure-se de que todas as caixas estão ativas e clique Synchronize. Repita o processo para as imagens à direta, depois escolha todas as imagens. Agora vá ao menu principal e escolha Photo > Photo Merge > Panorama.

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PROCESSAR AS IMAGENS No Lightroom, abra todas as imagens que pretende transformar em panorâmicas. Aplique todos os ajustes que achar necessário, como Exposure, Contrast, Shadows, Highlights e Lens Correction. Neste ponto, caso pretenda retocar o céu e o fundo, pode aplicar o Graduated Filter com os ajustes que achar mais adequados.

O melhor das panorâmicas é o elevado nível de detalhe que captamos. Fotografe ao alto para conseguir imagens com mais detalhe, dando-lhe a opção de ampliar pormenores. Ainda que as melhores panorâmicas surjam em exteriores, normalmente com

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AJUSTES DE PORMENOR Junto da sua imagem, ou a seguir aos thumbnails, será criado um ficheiro HDR DNG. Todos os ajustes feitos mantêm-se, por isso pode fazer ajustes de pormenor. Pode fazê-lo com o Adjustment Brush ou com o Graduated Filter – nós reduzimos os Highlights no céu com dois Grads.

um por-do-sol fantástico, também é possível conseguir boas fotos em interiores. E não se esqueça que as pode fotografar ao alto, para ter uma abordagem diferente.

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O MELHOR DA EDIÇÃO DE IMAGEM - FILTROS DO PHOTOSHOP

SEJA CRIATIVO E DIVIRTA-SE COM O FILTROS DO PHOTOSHOP Nem toda a gente é fã dos filtros do Photoshop, mas a verdade é que, em apenas alguns segundos, conseguem ajudá-lo a ser criativo. Aqui estão quatro que deve experimentar...

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SOFTWARE Adobe Photoshop CC SITE www.adobe.com/pt

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PRATIQUE Utilize as imagens na pasta “Editar” do seu CD

EFEITOS DE PINTURAS

EFEITOS DE CHUVA

EFEITOS DE MUNDO MINIATURA

Explore uma grande variedade de opções

O PHOTOSHOP tem uma grande variedade de efeitos na Filter Gallery. Vá a Filter > Filter Gallery. (Estará a cinzento, se a sua imagem for de 16-bit; nesse caso, vá a Image > Mode > 8-bit.) Os filtros estão divididos por categorias. Muitos dos efeitos usam as cores de fundo como base, por isso, antes de aplicar, experimente aqui várias combinações de cores, como

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verde/azul, ou pressione D para fazer reset às cores para um preto e branco simples. Na Filter Gallery tem também a opção de criar combinações de efeitos, aplicando dois ou mais filtros ao mesmo tempo, como o Halftone/Film, neste caso. Para o fazer adicione um filtro e depois clique no ícone New Effect Layer, no canto inferior direito do painel para adicionar um segundo efeito.

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Conhecer a Filter Gallery

EFEITOS DE BRILHOS SUAVES

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FAZER CHOVER Pressione Ctrl/Cmd+J e depois Ctrl/Cmd+U; ponha a Saturation a -75 e o Lightness a +15. Crie um novo layer e uma seleção retangular; vá a Edit > Fil e defina o Contents para Black. Vá a Filter > Noise > Add Noise e ponha o Amount a 400. Pressione Ctrl/ Cmd+T para aumentar o retângulo e preencher a imagem. Vá aos Levels com o Ctrl/Cmd+L e defina as sombras para 253. Bá a Filter > Motion Blur e defina o Angle para -60 e o Distance para +70. Mude o Blend Mode para Screen.

CRIE UM MINIMUNDO Este efeito funciona melhor com imagens horizontais, como paisagens, ou com imagens que tenham um horizonte definido e um céu uniforme. Primeiro há que duplicar o layer com o Ctrl/Cmd+J e ir a Edit > Transform > Rotate 180. Vá a Filter > Distort > Polar Coordinates, selecione Rectangular To Polar e clique OK. Depois Ctrl/Cmd+T e comprima-o para ficar mais circular. Por fim, corrija pequenas anomalias com a Clone Tool e com o Spot Healing Brush.

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DAR UMAS PINCELADAS O filtro Oil Paint confere às imagens a aparência de pintura. Para o fazer deve, primeiro, duplicar o layer com o Ctrl/Cmd+J e ir a Filter > Stylise > Oil Paint. Defina o Stylisation para 10, o Cleanliness para 10, o Scale para 4,5 e o Brush Detail para 1,3. Ative o Lighting e ajuste o Shine. Clique OK e depois, se pretender algo mais forte, pressione Ctrl/Cmd+F para aplicar o filtro uma segunda vez. Se quiser aumentar o detalhe, vá a FIlter > Camera Raw Filter e aumente o Clarity.

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O MELHOR DA EDIÇÃO DE IMAGEM - FILTROS DO PHOTOSHOP

DAR BRILHO Este efeito proporciona às suas imagens monocromáticas um brilho especial. Duplique o Layer com o Ctrl/Cmd+J e vá a Image > Adjustments > Black & White. Use as barras das cores para ajustar a conversão. Clique Ok. Depois pressione D para fazer reset às cores para preto e branco, depois vá a Filter > Filter > Gallery. (A imagem terá de estar a 8-bit: verifique em Image > Mode.) Selecione Choose Distort > Diffuse Glow. Ponha 3 no Graininess, 2 no Glow Amount e 10 em Clear Amount e clique OK.

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Em cima Serengeti National Park, Tanzânia Art diz: “A poeira levanta-se com a agitação de um grupo de gnus em corrida. A migração acontece em janeiro, com milhões de animais em movimento.” Canon EOS-1D X com objetiva EF 70-200mm f/4L IS USM ; 1/8.000 seg. a f/5.6, ISO 2.500

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O MUNDO DA FOTOGRAFIA

Aos 65 anos, este fotógrafo de natureza, viagens e fine-art está a fazer a sua melhor fotografia de sempre, e não quer parar JANEIRO 2017

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OMO e quando se abraçou à fotografia? Ambos os meus pais eram fotógrafos de casamento. Cresci a vê-los fotografar, mas sempre soube que a fotografia de casamento não era algo que queria fazer. Ambos motivaram-me a optar pelas artes.. E quando começou a fotografar? Na universidade estava focado na arte e pintura, mas nessa altura fazia muito montanhismo pelo Noroeste americano, e comecei a levar a câmara para documentar. Depois fui para a fotografia como um pato que vai para a água, simplesmente porque criava composições originais mais depressa do que quando me sentava à frente de uma tela branca. Por isso, quando terminei a

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universidade, a minha orientação mudou da pintura para a fotografia. O que o fez concentrar-se no mundo natural? Já era naturalista aos sete anos de idade, conhecia todos os pássaros, árvores e mamíferos da floresta. Tinha livros-guia e ia memorizando-os. Quando não estava a pintar, estava a brincar na floresta. A minha família era modesta, por isso só conseguíamos ir acampar não muito longe casa. A natureza estava sempre presente na minha vida. Como tem mudado a sua fotografia com o passar do tempo? Comecei a fotografar o mundo natural, mas cresci e evolui, e agora fotografo virtualmente tudo, exceto casamentos e celebrações judaicas. > JANEIRO 2017

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© Retrato por Yuri Choufour

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ART WOLFE

Fotógrafo de fine-art, natureza e viagens Art nasceu em Seatlle, em 1951, desde criança que é um apaixonado pela arte e natureza. Art começou a fotografar quando tinha pouco mais de 20 anos e desde então já captou mais de 2 milhões de fotos de nu artístico, retratos, natureza e viagens. Publicou quase 100 livros e apresentou um programa de televisão no EUA chamado Art Wolfe’s Travels to the Edge. Entre outros, ganhou o prémio Progress Medal, da Photographic Society of America.

Em cima Año Nuevo State Reserve, Califórnia, USA “Estes elefantes marinhos criaram um contraste fantástico de cores devido às alterações entre a pele nova e a do ano anterior. ” Hasselblad Xpan com objetiva Xpan 4/90mm; 1/15 seg. a f/22 Direita Haida Gwaii, Colúmbria Britânica, Canadá “Encontrei estas estrelas do mar quase por acaso. Nunca tinha visto uma combinação de cores destas na vida selvagem.” Nikon F4 com objetiva macro Nikkor 50mm; 1/8 seg. a f/11

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Por isso, seja algo sobre a forma humana para o meu projeto The Human Canvas ou para as palestras que dou, Photography As Art, onde foco a ligação inequívoca entre o expressionismo abstrato e a fotografia, fotografo um pouco de tudo. Portanto, neste momento, nem me considero um naturalista, mas apenas um artista com uma câmara que encontra interesse em quase tudo o que vê.

fotografava em 1994. Quando ainda fotografava com filme nunca cheguei a fazer imagens que fossem além de ISO 100 ou 200. A fotografia digital e ISO mais elevados permitem maior profundidade de campo, maiores velocidades de obturação, fazer fotografia de forma mais eficaz do que com filme. A tecnologia transformou por completo a forma como fazemos as coisas.

Acha essencial viajar para criar excitação pela fotografia? Sim, definitivamente, viajar faz parte do estímulo. É importante para evitar bloqueios e ser criativo, porque quando ficamos sem ideias sobre um assunto, viajamos. Depois somos confrontados com os choques culturais, o que se traduz em energia e em interesse por outros assuntos.

Para o novo livro, quantas imagens são novas? Se me apontar uma arma à cabeça, diria que cerca de 85%. Encontramos uma editora que queria editar o Migrations, e esperava publicar as mesmas fotos. Nós só dissemos que: “Temos tantas fotografias melhores; vamos usá-las.” E foi o que fizémos.

Para o seu novo livro, porque decidiu revisitar o seu livro de 1994, Migrations? O melhor de envelhecer é podermos revisitar assuntos que fotografamos no início de carreira. A tecnologia permite-me fotografar melhor do que

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O livro original foi controverso pela utilização que fez da tecnologia digital. Como é que agora olha para trás? O Migrations foi o primeiro livro a assumir claramente que era feito com ‘ilustração digital’. Nessa altura só se usava filme, ainda assim

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© Fotografias: Art Wolfe

ART WOLFE

conseguimos digitalizar o filme e alterar algumas imagens. Na verdade, as alterações foram poucas. Tentamos mostrar que se tratava de um livro de arte e não um tratado da história natural, mas as piores críticas são as que dizem que ninguém lê, por isso a pressão estava em nós. Na altura pareceu absurdo – mas agora parece um pouco ingénuo. Alterou alguma imagem para o novo livro? Por muito que não tente evitar controvérsias, foi algo que não foi preciso fazer. Não tive de mudar a cabeça de um determinado pássaro numa determinada foto porque, simplesmente, tenho uma enorme quantidade e variedade de imagens, a que posso recorrer. O que pensa sobre alterar digitalmente fotografias da natureza? Sempre defendi que não nos devemos meter com a história natural. Acredito mesmo nisto. Se as pessoas gostarem do meu trabalho porque pensam que as imagens são reais, > JANEIRO 2017

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não há razões para começar a mudar. Se apagar uma lata de um fundo, no qual não devia estar, não acho que esteja a mudar a qualidade ou a honestidade da imagem. Todavia, há uma tendência de muitos jovens fotógrafos não hesitarem a baixar uma nuvem ou de misturar um céu com uma paisagem. Por mim, não há problema, desde que lhe chamem arte criativa e se assuma o que foi feito. Mas há quem tente contornar isso, fazendo com que as pessoas acreditem no que criaram. Eu não acho que isso seja apropriado.

“Honestamente, não noto uma redução na vida selvagem ao ponto de não poder tirar as fotografias que tirei há 20 anos” 82

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Utilizou drones para captar algumas das imagens que aparecem em Migrations? Existem algumas fotografias de helicóptero, mas definitivamente não sou inteligente e talentoso o suficiente para pilotar um drone sem o despenhar. Tenho amigos que têm drones, e quase todos eles já os despenharam. O declínio de espécies condicionou de alguma forma a amplitude do livro? Honestamente, não noto um uma redução na vida selvagem ao ponto de não poder tirar as fotografias que tirei há 20 anos. Continuam a existir 2 milhões de mamíferos a migrar pelo este africano. Os números continuam lá. Na verdade, e felizmente, em alguns casos havia mais animais que há 20 anos – como é o caso dos pinguins-rei. Quanto tempo por ano passa em viagem? Agora, cerca de oitos meses e JANEIRO 2017

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QUESTIONÁRIO RÁPIDO Que espécie gosta mais de fotografar? Eu adoro ursos. São muito bonitos e fazem-me lembrar cães, porque têm personalidades muito distintas entre si. Acho as várias raças de ursos verdadeiramente fascinantes. Alguma vez se sentiu em perigo enquanto fotografava? Os rinocerontes quase me mataram em 1998. Estava a pé, juntamente com o meu assistente e dois guias, quando fomos atacados. Protegemo-nos atrás de umas raízes de uma árvore chamada figueira-de-benguela. Que assuntos gosta mais de fotografar? Basicamente, o que mais me atrair num dado momento, seja retratos culturais de habitantes da Etiópia ou posters velhos, nas ruas de Chinatown, em Bangkok.

Em cima South Luangwa National Park, Zâmbia “Centenas destes abelharucos estavam juntos aos seus ninhos, perto da margem de um rio. O sol brilhante refletia na água do rio Luangwa, iluminando suavemente as paredes.” Canon EOS-1D S Mk III com objetiva EF 500mm f/4L IS USM; 1/320 seg. a f/4, ISO 400 Esquerda Amboseli National Park, Quénia “Estávamos a bordo de um pequeno avião quando ficamos deslumbrados com a visão sobre esta horda de búfalos.” Nikon F3 com objetiva Nikkor 80-200mm; 1/500 seg. a f/2.8

meio, o que é absolutamente ridículo. Penso que neste momento estou de tal forma viciado neste estímulo que não consigo evitar sentir-me um tanto aborrecido, quando estou em casa durante uma semana e meia seguida. Acho que isto se deve ao facto de estar constantemente a ser estimulado pelas viagens em si. Creio que a certa altura terei de abrandar, mas ainda não estou propriamente preparado para passar por isso. São mais de 40 anos de carreira. Como consegue manter a energia e o entusiamo? Tenho sido prendado com saúde, espírito e uma curiosidade insaciável. Creio que o maior desafio para qualquer fotógrafo é manter o entusiamo após uma carreira longa. Há ainda muitas coisas que quero fazer e acredito que tudo isto vem do que aprendi na arte e pela motivação de quem me ensinou. Não tenho medo de me esgotar. > JANEIRO 2017

No topo Masai Mara Reserva Nacional, Quénia “A zebra solitária, rodeada por um mar de gnus, captou-me a atenção. Esperei que a zebra se deixasse apanhar pela manada e coloquei-a ao centro para maior impacto.” Nikon N90S com objetiva Nikkor 600mm lens; 1/30 seg. a f/16 Above Bosque del Apache National Wildlife Refuge, Novo México, EUA “Quando o Rio Grande foi desviado, as áreas com água secaram por completo e a vida selvagem desapareceu. Depois de vários anos de trabalho de restauro da Civilian Conservation Corps, este refúfio foi estabelecido em 1939. Um sítio fantástico para observar a vida selvagem.” Canon EOS-1D S Mark III com objetiva EF 500mm f/4L IS USM; 1.6 seg. a f/32, ISO 400

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ART WOLFE

Qual será o seu próximo projeto? Estou em tour pelos EUA com a Photography As Art. É uma série de palestras onde tento potenciar a imaginação das pessoas. Levo este assunto muito a sério; esforço-me tanto a lecionar como a fotografar. Não tenho filhos, não tenho qualquer legado além do trabalho que faço. Se conseguir passar parte do que fiz na vida e encorajar e inspirar outras pessoas, então será algo verdadeiramente significativo para mim. Se estivesse a iniciar a sua carrega agora, acha que acabaria à mesma por tornar-se fotógrafo? Absolutamente. Sem margem para dúvidas. Hoje em dia as pessoas queixam-se por já quase tudo ter sido fotografado, e é verdade que quando pessoas como eu e Frans Lanting começaram, havia menos concorrência. Mas mesmo na altura, foi uma ocupação muito difícil de cimentar. Hoje, há mais pessoas a fotografar, mas há muito mais tecnologia, e a Internet, se souber o que está a fazer, será provavelmente a sua maior galeria e exposição. Por isso, é uma altura fantástica para ser fotógrafo. www.artwolfe.com

O KIT FOTOGRÁFICO DE ART WOLFE “Atualmente uso uma Canon EOS 5DS R. Fotografei muito com a EOS 1D X para o livro Migrations, porque me sentia confortável ir até ISSO 4.000 e maximizar a profundidade de campo para algumas fotos. Mas vou comprar a última 1D X. Também fotografo com Leica, que usei em estúdio para o meu projeto Human Canvas.”

Migrations: Wildlife in Motion by Art Wolfe por Art Para poder adquirir um exemplar deste livro em Portugal terá de recorrer a lojas online, visto que, à data de fecho desta edição, não estava disponível nas lojas portuguesas

Em cima Halley Bay, Antártica “Estes pinguins Imperador estavam sobre o mar congelado, no top de um glaciar, no início de novembro. Para ter este ângulo aéreo sobre as aves escalei o um penhasco de 90 metros.” Nikon N90S com objetiva 200-400mm; 1/15 seg. a f/11 Esquerda México “Como em muitas imagens desta coleção, esta fotografia foi planeada ao pormenor antes de chegar ao local. Milhares de borboletas-monarcas convergiram num pequeno recanto da floresta, nas montanhas alta, perto da Cidade do México. Camufladas sobre as o amarelo e laranja das asas das borboletas estão as árvores, agora uma paisagem viva.” iNikon N90S com objetiva Nikkor 200-400mm; 1/30 seg. a f/11

LEITORES

MISSÃO - ABRAÇAR O FRIO

MISSÃO

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Fique a conhecer as melhores imagens que os leitores da OMF enviaram este mês para o passatempo Missão. Inspire-se com o impacto destas fotografias!

MENSALMENTE os leitores da revista O Mundo da Fotografia são contemplados com apelativos prémios em resposta aos desafios que lançamos em cada edição. No passatempo Missão deste mês, o leitor João Amaro foi eleito 1º classificada e receberá um colt lateral Cotton Carrier Wanderer 504 HSB (€ 44,90). Já o Filipe Patrocínio, 2º classificado, será premiado com um cartão de memória Eyefi 8 GB (€ 41,99). Ambos os prémios são ofertas Rodolfo Biber S.A. PARTICIPE TAMBÉM E GANHE PRÉMIOS! www.eyefi.com

www.cottoncarrier.com

Envie as suas fotos para ‘[email protected]’. Regras de participação no CD que encontra na pág. 114. 1

JOÃO AMARO FRESTA DE LUZ Equipamento Nikon D90 a 15 mm Abertura f/10 Exposição 1/250 seg. Sensibilidade ISO 100

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LEITORES

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FILIPE PATROCÍNIO FAMÍLIA DE GIGANTES NA “ESTRELA” “Quando o Inverno é tão fiel, que a fotografia parece captada a preto e branco.” Equipamento Canon EOS 600D a 34 mm Abertura f/7.1 Exposição 1/125 seg. Sensibilidade ISO 100

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ANA FRANÇA O BONECO DE NEVE “Decorações típicas da época fria.” Equipamento Nikon D7000 a 35 mm Abertura f/1.8 Exposição 1/80 seg. Sensibilidade ISO 640

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RAUL BRANCO GOTAS - SERRA DO CARAMULO “Gerberas congeladas com o frio.” Equipamento Sony SLT-A33 a 90 mm Abertura f/5 Exposição 1/200 seg. Sensibilidade ISO 400

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LEITORES

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TERESA MORGADO

TELMO PEDROSA FLORES NO FRIO

RASTROS DE FELICIDADE

“Gerberas congeladas com o frio.”

“Imagem captada em Dublin”

Equipamento Canon EOS 700D a 70 mm Abertura f/6.3 Exposição 1/250 seg. Sensibilidade ISO 110

Equipamento Nikon D3200 a 18mm Abertura f/5.6 Exposição 1/125 seg. Sensibilidade ISO 400

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ARMANDO LOPES

DOMINGOS SILVA

MISTÉRIO

QUENTES E BOAS

Equipamento Samsung S5 a 5 mm Abertura f/2.2 Exposição 1/11840 seg. Sensibilidade ISO 40

“A minha mulher foi comprar castanhas para ajudar na caminhada e não resisti a fotografar o momento e alguns pormenores...” Equipamento Canon EOS 70D a 200 mm Abertura f/2.8 Exposição 1/250 seg. Sensibilidade ISO 1600

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LEITORES

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VASCO AMORIM COVÃO NO INVERNO Registo no Covão da Ametade - Serra da Estrela Equipamento Nikon D5200 a 18 mm Abertura f/11 Exposição 1/125 seg. Sensibilidade ISO 110

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JOSÉ MELIM NEVE EM TEMPO QUENTE “Alguns adereços polvilhados com farinha, a gosto, e temos uma paisagem de neve.” Equipamento Pentax K20D a 38mm Abertura f/8 Exposição 1/6 seg. Sensibilidade ISO 200

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MISSÃO - ABRAÇAR O FRIO

LEITORES

PARTICIPE NO PRÓXIMO PASSATEMPO MISSÃO!

MISSÃO PARA MARÇO DE 2017 NATUREZA MORTA

2º P R É M I O

DATA LIMITE PARA ENVIO: 29 DE JANEIRO 2017

A chegada dos dias mais gélidos não pode nunca ser uma desculpa para ficar em casa. Há tantas oportunidades para fotografar: as castanhas assadas na rua, as gotas de chuva... Seja criativo! Envie já as suas fotografias para o passatempo Missão da edição de janeiro da revista OMF! O tema é: NATUREZA MORTA. Habilite-se a ganhar uma alça GGS Fotospeed F1s (€ 64,90) e um Sandisk Extreme Pro SDHC 32GB 95MB/s V30 UHS-I U3 (€ 29,90), ofertas da Hi-tech Wonder. Serão premiados o 1º e 2º classificados deste passatempo, respetivamente.

1º P R É M I O

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em análise o mais recente equipamento fotográfico levado ao limite...

E ainda... 108

Canon EOS 1300D

Uma excelente opção de entrada de gama para quem se está a iniciar na fotografia ou à procura de uma segunda câmara mais compacta, mas com qualidade.

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canon 7d mkii vs nikon D500

Um confronto de gigantes que opõe as novidades da câmara da Nikon a um modelo da Canon que, pese a idade, tem afinal muito para dar.

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Fujinon XF100-400mm

A objetiva da Fujifilm que o vai deixar mais perto do seu assunto... e com qualidade.

canon 5d mk iv

aplicações de fotografia

A nova versão da 5D traz melhorias significativas em relação à sua antecessora.

Equipe o seu telemóvel com aplicações que o podem ajudar a conseguir melhores fotos, mas também a rentabilizá-las.

Análises em que pode confiar Pontuações explicadas A revista O Mundo da Fotografia é criada por uma equipa de jornalistas especializados em fotografia, o que significa que pode confiar em tudo o que lê nas páginas desta publicação e assim poder comparar de forma segura os diferentes equipamentos fotográficos que surgem nesta secção. Acreditamos que o melhor modo de testar um produto é utilizá-lo como é suposto ele ser utilizado por quem o adquire, mas sob uma perspetiva

de especialista, para podermos ressalvar os pontos positivos e notar os menos bem conseguidos. Os nossos testes no terreno colocam os equipamentos em ação no terreno ou em estúdio, para recolha de dados científicos e bases para podermos fazer comparações e chegarmos assim às nossas conclusões finais. E uma série de testes controlados submetem cada câmara e objetiva a análises exaustivas. Vire a página!

Confie nos nossos selos! r l ho . Mea r a .. p

Este selo é atribuído a um acessório, seja uma objetiva ou um flash externo, por exemplo sempre que este seja tido como o ideal para uma determinada marca.

VALOR SEGURO

Cada um dos testes apresenta uma classificação geral entre uma e cinco estrelas, sendo que essa mesma classificação pode surgir também no âmbito de critérios específicos. A revista O Mundo da Fotografia é 100% independente e os artigos de análise baseiam-se em processos e opiniões genuínos e imparciais. O nosso código de conduta nos testes é rigoroso e exigente.

Esqueça... Abaixo da média. Bom para o preço. Muito bom em geral. Um produto excecional e de topo. Compre!

Para ajudá-lo na escolha dos seus próximos equipamentos fotográficos, os nossos certificados assinalam as melhores opções que surgem em teste.

Pode não ser o modelo de topo na categoria em que se enquadram, mas o preço é convidativo e está adequado face ao desempenho demonstrado. Um valor seguro, sem dúvida!

janeiro 2017

RECO

MENDADO

Este selo está reservado para os produtos fora de série. Se pode comprá-los, não hesite, estão entre as melhores opções!

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CANON 7D Mk II NIKON D500 VS

Reflex topo de gama, de formato APS-C, em confronto direto.

CANON EOS 7D MK II VS NIKON D500

H

Á MUITO tempo que a Canon tem sido a única fabricante a conseguir apresentar uma reflex de formato APS-C verdadeiramente capaz de apelar aos fotógrafos mais entusiastas, ou a até mesmo a profissionais que procurassem uma alternativa com corpo mais leve e um sensor mais pequeno, que desse mais alcance às suas objetivas. Mas isso mudou por completo com a chegada da Nikon D500, o mesmo que dizer qeue a Canon EOS 7D Mark II tem agora um concorrente de peso. Vamos ver como se comportam e perceber qual sai vencedora do duelo?

Características

Apesar de a Canon 7D Mark II já datar de setembro de 2014, consegue, ainda assim, ter quase tantos pixéis no seu sensor como a D500, são 20,2 milhões contra 20,9 milhões, respetivamente. E a D500 não tem um filtro ótico de passa-baixas, o que lhe poderia dar uma pequena vantagem no detalhe da resolução. A fotografia de desporto e de ação representam áreas importantes do mercado, qu e é para onde a Canon e Nikon apontam a as suas 7D Mark II e D500. A Nikon foi generosa ao dar à D500 um sistema de 153 pontos, 99 dos quais do tipo cruzado, e com 15 a funcionar com combinações de objetivas e teleconversores com aberturas máximas de até f/8. Dos 55 pontos selecionáveis, 35 são cruzados, e nove são sensíveis até f/8. A Nikon alega que a sensibilidade deste sistema de focagem chega até -4EV. Entretanto, por seu lado, a Canon 7D Mark II tem 65 pontos AF, todos selecionáveis pelo utilizador e de tipo cruzado. O ponto central é cruzado duplo e, por conseguinte, mais preciso, quando usado com uma objetiva que tenha uma abertura máxima de f/2.8, ou superior. Com objetivas de aberturas menores, de f/2.8 a f/8, reverte para um sentor tipo cruzado. Supostamente este sistema leva a sensibilidade até -3EV. Isto significa que, mesmo tendo a 7D Mark II mais pontos selecionáveis, a D500 apresenta maior sensibilidade no seu sistema de focagem, com mais pontos AF quando são usados teleconversores. Com o modo de foco continuo selecionado, ambas as câmaras permitem escolher um ponto inicial de autofoco e usar os pontos circundantes para detetar o assunto, quando este está

CANON EOS 7D Mk II

Site www.canon.pt Preço (corpo) € 1.679 Sensor 20,2MP CMOS Tamanho do sensor 22,5 x 15,0mm APS-C (1,6x) Tamanho de imagem máx. 5.472 x 3.648 Processador Digic 6 Filtro passa-baixo Sim Baioneta Canon EF-S Ocular Pentaprisma, 1,0x, 100% Gama ISO (expandido) ISO 100-16.000 (51.200) Autofoco 65 (todos cruzados) Vel. obturação 1/8.000 a 30 seg., Bulb Flash Integrado, sapata, terminal PC Vel. disparo (máx.) 10fps Estabelização Através da objetiva Vídeo – resolução máx. 1080p, 30/25/24fps Ecrã LCD TFT LCD fixo Clear View II de 3”, com 1.040.000 pontos, Memória CF (UDMA 7) e SD/SDHC/SDXC UHS-I Conetividade sem fios N/D Interface USB 3.0, HDMI, microfone, auscult. Materiais Liga de magnésio Corpo (L x A x P) 149 x 112 x 78mm Peso 910g (corpo) Autonomia (Cipa) 670 fotos

Uma velocidade de disparo alta é bom se quisermos fotografar desporto. Apesar da idade, a 7D Mark II iguala a D500

fora do ponto inicial. No papel, a Canon parece ter aqui maior precisão, com a opção de restringir os pontos autofoco alternativos para apenas os quatro, imediatamente adjacentes ao ponto selecionado (conferindo um cruzamento de cinco pontos); todavia, a opção de 25 pontos dinâmicos da Nikon adiciona os quatro pontos diagonais e selecionáveis, adjacentes, para criar um quadrado de

EM ANÁLISE

NIKON D500

Site www.nikon.pt Preço (corpo) € 2.345 Sensor 20,9MP CMOS Tamanho do sensor 23,5 x 15,7mm APS-C (1,5x) Tamanho de imagem máx. 5.568 x 3.712 Processador Expeed 5 Filtro passa-baixo Não Baioneta Nikon F DX Ocular Pentaprisma, 1,0x, 100% Gama ISO (expandido) ISO 100-51.200 (1.640,000) Autofoco 153 (99 cruzados) Vel. obturação 1/8.000 a 30 sec., Bulb Flash Sapata, terminal PC Vel. disparo (máx.) 10fps Estabelização Através da objetiva Vídeo – resolução máx. 4K UHD (3.840 x 2.160), 25/24fps Ecrã LCD TFT LCD tátil de 3,2”, com 2.359.000 pontos Memória XQD e SD/SDHC/SDXC UHS-II Conetividade sem fios Wi-Fi + NFC + Bluetooth Interface USB 3.0, HDMI, microfone, auscult. Materiais Liga de magnésio Corpo (L x A x P) 147 x 115 x 81mm Peso 760g (corpo) Autonomia (Cipa) 1.240 fotos

3x3 pontos, a par de 16 pontos não selecionáveis. Há ainda opções de foco à zona, que dão maior cobertura para quando não temos uma noção muito precisa do local exato do nosso assunto, e uma opção de seleção automática. Quando se pretende fazer fotografas de desporto, convém ter uma taxa de disparo elevada para não perdermo momentos essenciais. E aqui, apesar de mais velha, a 7D Mark II iguala a D500, sendo que ambas as câmaras conseguem captar 10 imagens por segundo, sempre com autofoco e medição a funcionar em pleno. A D500 revela-se ainda capaz de manter o ritmo de disparo até acumular 200 imagens Raw de 14-bit de baixa compressão, enquanto a 7D II consegue apenas 31 ficheiros Raw. Caso não nos importemos de sacrificar os Raw, para podermos usar JPEG, então vamos poder fotografar sem parar até chegamos às 1.090 fotografias. O desempenho com sombras é uma > JANEIRO 2017

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CANON EOS 7D MK II VS NIKON D500

CANON 7D Mk II

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Por defeito, este botão serve para escolher o modo de seleção de pontos AF.

O botão de gravação Move está no topo da câmara e não na parte de trás, como acontece com a 7D Mk II.

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O cursor de modos inclui a opção Fully Automated, assim como três opções personalizáveis.

Para poder alterar o modo é necessário pressionar este botão de bloqueio.

3

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Com este botão torna-se mais fácil mudar o modo de focagem, quando estamos a fotografar pela ocular.

Este botão abre o flash. A D500 não tem flash embutido. 4

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O recetor de infravermelhos, colocado nesta área da pega, permite ligação a controlos remotos.

Este botão é configurável e pode ser muito útil para, por exemplo, ativar o nível.

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5

Este botão de alavanca permite mudar a função do cursor principal - para definir sensibilidade, por exemplo.

Enquanto a 7D Mk II aceita cartões CF e SD/SDHC/SDXC cards, a D500 aceita XQD e SD/SDHC/SDXC. 6

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É aqui que podemos alternar entre fotografia e o modo Live View.

Utilizar este botão para classificar as imagens vai facilitar a pesquisa depois de as descarregar.

área chave para a D500: tem uma gama ISO nativa de 100-51.200. Há depois cinco opções para expandir até um ISO máximo equivalente a 1.640.000 – um número impressionante que bate todas as outras reflex de formato APS-C. Comparativamente, a gama nativa de ISO da 7D Mark II é de 100-16.000. As duas configurações de expansão elevam o ISO para 51.200 – o valor máximo do ISO nativo da D500. Ambas as câmaras permitem vídeo Full HD, mas apenas a D500 chega aos 4K. Uma grande vantagem para a câmara da Nikon – mas focar com o Live View ou a gravar vídeo passa apenas pela deteção de contraste, ao contrário da Canon que tem tecnologia Dual-Pixel, que incorpora focagem por fase. Desilusão na 7D Mark II é o facto de não ter Wi-Fi embutido (mas tem GPS). A Nikon, por seu lado, usou a D500 para introduzir o SnapBridge, um sistema Wi-Fi que usa a comunicação Bluetooth para manter constante uma ligação com um dispositivo compatível. Pode ainda 98

O MUNDO DA FOTOGRAFIA

ser configurada para transferir automaticamente imagens 2MP para o telemóvel ou tablet – mesmo com a câmara desligada. A aplicação está disponível para Android e iOS.

Construção e manuseamento Em termos de dimensões e aspeto, as duas não são muito diferentes, no entanto, a D500 parece-nos mais bem conseguida. Se olharmos para a ficha técnica percebemos que é 150 gramas mais leve. Mas esta diferença de penso não se parece fazer sentir, quando lhe pegamos: parece-nos tão rígida quanto a 7D Mark II. Ambos os modelos têm selagem à prova de água e pó. Em termos de controlos, ambas seguem as respetivas linhas. A 7D Mark II tem um cursor de modos, no topo esquerdo, e a D500 um botão que tem de ser conjugado com o cursor na parte de trás para definir o modo de exposição. Uma diferença significativa entre as câmaras é que, quanto o ecrã da 7D Mark II é fixo, o da D500 é está montado num

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suporte regulável, o que significa que podemos ajustar o ecrã para temos melhor perceção do que estamos a fotografar em ângulos mais elevados ou mais baixos. Esta funcionalidade é especialmente útil para videográficos que têm de usar o ecrã para compor cenas. Este suporte é sólido e parece ter o que é preciso para resistir ao tempo. Com 3,2”, o ecrã da D500 tem uma diagonal 0,2” maior que a da 7D Mark II. Mas, talvez mais importante para o manuseamento, e ó facto de o ecrã da D500 ser tátil. Infelizmente não é possível usar esta funcionalidade para escolher definições e navegar pelo menu, felizmente revela-se muito útil para definir o ponto AF, quando estamos a usar o Live View ou a gravar vídeo. Permite também navegar pelas imagens e fazer zoom com um duplo toque e verificar se as imagens ficaram focadas. Com um ecrã constituído por 2.359.000 pontos, ao invés de 1.040.000, a Nikon consegue ter mais nitidez e detalhe que o ecrã da Canon. Algo que se

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TESTE DE IMAGEM

Canon

Nikon

Autofoco

Se por um lado o sistema de autofoco da Canon EOS 7D Mark II é muito capaz, por outro, o da Nikon D500 é um pouco mais rápido é fantástico a seguir objetos em movimento rápido.

Apesar de ambas terem resoluções semelhantes, a D500 consegue apresentar um pouco mais de detalhe

torna mais visível quando ampliamos uma imagem para verificar o foco. Como seria de esperar, as oculares têm uma visualização semelhante; ambas grandes e claras. A fotografar notámos que os pontos AF da Ninkon estendem-se um pouco mais – melhor percetível quando usamos uma distribuição vertical. Ambas as câmaras têm um controlo dedicado para definir o ponto AF. Na 7D Mark II, temos de pressionar um botão antes do ponto de foco ser alterado pelo controlador tipo joystick, no entanto, há uma opção no menu que permite a alteração direta. Há, também, umas questões sobre os controlos da Canon. Temos de pressionar ligeiramente o botão de disparo para ativar o sistema AF e que o ponto seja movido; temos depois pressionar e libertar ligeira e respetivamente o disparador, para mover de ponto para ponto – não podemos simplesmente manter o pequeno joystick para saltar por vários pontos. Já a Nikon conseguiu resolver este problema.

Desempenho

O nosso quadro com os resultados sobre a resolução deu-nos uma perspetiva interessante. Apesar de ambas terem um número de pixéis semelhantes, a D500 acaba por conseguir um pouco mais de

Canon

Nikon

Exposição

Nenhuma das câmaras teve problemas com a exposição desta cena colorida, ainda que a Nikon D500 tenha sido mais precisa a reproduzir o vermelho nas definições standard.

Canon

Nikon

Ruído Com ISO 6.400, o ruído não criou problemas em a ambas as câmaras: esta imagem tem um bom nível de detalhe e só começamos a notar problemas nas texturas com a visualização a 100%.

Canon

Nikon

Monocromático Se colocarmos o contraste no máximo, vamos conseguir boas fotografias a preto-e-branco na própria câmara. É igualmente impressionante o imenso detalhe destas imagens.

detalhe durante grande parte do raio de sensibilidade. Não bate a 7D Mark II de forma consistente, mas tem uma pequena vantagem que podemos atribuir à falta de um filtro de passa-baixas. Ao avaliamos as imagens captadas no raio de sensibilidade definido vemos que o nível de ruído das duas câmaras é semelhante, mesmo com a configuração de expansão isso da 7D Mark II no máximo (ISO 51.200). Isto revela que, ao invés de apresentar uma revolução no controlo de ruído, a Nikon esticou os

limites para poder dar aos fotógrafos o poder de decidir sobre que qualidade de imagem é aceitável em cada situação. E de facto, nas definições mais elevadas, a D500 apresenta resultados terríveis: em sombras será complicado reconhecer o assunto na configuração Hi 5 (ISO 1.640.000). O sistema autofoco da 7D Mark II é muito bom: capta assuntos em movimento com rapidez e nitidez, conseguindo mantê-los focados em muitas situações. A D500 é apenas um > JANEIRO 2017

O MUNDO DA FOTOGRAFIA

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EM ANÁLISE

CANON EOS 7D MK II VS NIKON D500

CANON EOS 7D MARK II

NIKON D500

ERRO DE COR RESULTADOS MAIS PERTO DE ZERO SÃO MELHORES. 1.6

6.3 0

2

4

6

8

10

0

12

Esta pontuação indica que a 7D Mark II cria imagens mais quentes e saturadas que a D500.

2

4

6

8

10

12

Resultado perto de perfeito. Todavia, as cores podem parecer insípidas nas configurações padrão.

O autofoco é suficiente para fazer vídeo com a 7D Mark II – mas não se pode dizer o mesmo em relação à Nikon D500

100

O MUNDO DA FOTOGRAFIA

50

40

40

30 20 10

100

400

1,600

30 20 10

* RAW RESULTS USE IMAGES CONVERTED TO TIFF 6,400

25,600

É por muito pouco, mas a 7D Mark II bate a D500 em toda a sua gama ISO.

100

400

1,600

6,400

25,600

Na prática, ambas as câmaras acabam por captar níveis semelhantes de ruído.

AMPLITUDE DINÂMICA RAW MAIS ALTA É MELHOR. OS RESULTADOS RAW USAM IMAGENS CONVERTIDAS DE TIFF 14

Valor de exposição

14

Valor de exposição

pouco mais penetrante e precisa de muito pouco contraste para operar. É também um pouco mais rápida a captar assuntos – notamos que conseguimos mais boas fotos com a D500. Quando mudamos para vídeo ou para o Live View, entra em ação a tecnologia Dual Pixel AF da 7D Mark II. Isto traz suavidade e velocidade superiores ao autofoco face á deteção de contraste da D500. Apesar dos videográficos mais experientes continuarem a optar pelo foco manual, a 7D Mark II não nos desilude a fazer vídeo com o autofoco. Ao usarmos os sistemas de medição Evaluative (Canon) e Matrix (Nikon) durante o teste, houve algumas situações em que foi necessário compensar um pouco a exposição, ora numa, ora nas duas. Nunca houve excesso em nenhuma das câmaras, apesar da D500 se portar muito bem com assuntos mais claros. O balanço de brancos automático da D500 tende a produzir resultados neutros, ou mais frios, enquanto a 7D Mark II se mantém pelo lado mais quente. Nenhuma deixa de ser competente nas várias situações, mas suspeitamos que vistas lado a lado a maioria acabe por preferir a Canon.

50

Decibéis

Decibéis

RELAÇÃO SINAL-RUÍDO RAW MAIS ALTA É MELHOR. OS RESULTADOS RAW USAM IMAGENS CONVERTIDAS DE TIFF

12 10 8 6

100

400

1,600

6,400

25,600

A 7D Mark II mostra-se capaz de captar uma boa variedade de tons, ainda assim, não iguala a D500. Gama ISO normal

12 10 8 6

100

400

1,600

6,400

25,600

A amplitude dinâmica é superior a 12EV, em ISO 50-800, e cumpre até ISO 51.200. (não mostrado).

Gama ISO expandida

VEREDICTO CARACTERÍSTICAS

CARACTERÍSTICAS

CONSTRUÇÃO

CONSTRUÇÃO

DESEMPENHO

DESEMPENHO

QUAL./PREÇO

QUAL./PREÇO

CLASS. FINAL

CLASS. FINAL

A CANON 7D Mark II é uma excelente câmara, e esteve realmente muito bem neste teste, com a qualidade de imagem a estar muito próxima da Nikon D500. No entanto, a D500 beneficia da chegada de alguns melhoramentos mais recentes. O sistema de autofoco é absolutamente soberbo, e toda a câmara parece responder melhor que a sua concorrente da Canon. A nova tecnologia SnapBridge é

JANEIRO 2017

fantástica para quem gosta de partilhar imagens com frequência, dado poupar-nos à tarefa de ter de reestabelecer a ligação o seu telemóvel. É pena que a Nikon não tenha dado mais atenção à melhoria do Live View e ao autofoco de vídeo da D500, especialmente porque o ecrã tátil representa uma excelente parceria com a capacidade de gravação de vídeo 4K.

Fujifilm Fujinon XF100-400mm f/4.5-5.6 R LM OIS WR 2

1

RECO

MEN

DA

em análise

especificações Compatível com full-frame Sim (APS-C) Distância focal 152-609mm Estabilizador de imagem Yes (cinco stops) Distância de focagem mínima 1.75m Fator de ampliação máxima 0.19x Reajuste de focagem manual Sim Interruptor de limite de focagem sim Zoom/focagem interna Não/Sim Tamanho de filtro 77mm Lâminas da iris 9 Selagem Sim Acessórios fornecidos Pára-sol, caixa mole, colar de tripé Dimensões (D x C) 95 x 211mm Peso 1.375 gramas

DO

3

nitidez 2500

Uma teleobjetiva recheada de boas credenciais á décadas que a Fujifilm fabrica objetivas para a indústria da fotografia, TV e cinema. A gama de objetivas XF ganhou reputação de excelência em qualidade de construção e imagem. A nova teleobejtiva 100-400mm é uma objetiva ‘R’ com um anel de abertura embutido; sistema de autofoco de motor linear (LM – Linear Motor), estabilizador (OIS Optical Image Stabilisation) e uma construção resistente à água (WR – Water Resistant).

excelente e os anéis de zoom e foco são suaves e precisos. O anel de abertura vem com um botão para alternar entre controlo manual ou automático. O sistema autofoco conta com dois motores para ter mais velocidade, assim como um limitador que bloqueia o foco a menos de 5m. O estabilizador ótico, classificado com cinco estrelas CIPA, inclui a deteção automática de panning horizontal. A construção resistente à água conta com 13 selagens, e ainda, no elemento frontal, um revestimento de flúor.

Construção e manuseamento

Desempenho

H

A Fujifilm diz que esta objetiva tem um design compacto e leve, todavia, sendo uma objetiva de formato APS-C que produz um pequeno círculo de imagem, tem a mesma compatibilidade full-frame das objetivas Canon 100-400mm e Nikon 80-400mm). É mais leve, o fator de recorte das CSC da Fujifilm dá à objetiva uma monstruosa amplitude de foco efetivo de 152-609mm. A qualidade de construção é

Tira o máximo partido das suas cinco lentes ED (Extra-low Dispersion), e de uma Super ED, com níveis de contraste e nitidez fantásticos, com muito poucos erros de cor. Praticamente não notamos distorções e sentimos grande resistência a reflexos e efeitos de fantasma. O sistema autofoco é muito rápido e bem capaz de focar assuntos em movimento, e sempre muito silencioso.

1500 1000 500 Amplo Médio Tele 0 f/4.5 f/5.6 f/8

f/11

f/16

f/22

f/11

f/16

f/22

2500 2000

Orla

Fujifilm Fujinon XF100-400mm f/4.5-5.6 R LM OIS WR € 1.899

Centro

2000

t e l e o b j e t i va w w w. f u j i f i l m . e u . p t

1500 1000 500 Amplo Mid 0 f/4.5 f/5.6

Mesmo sendo normal que a nitidez diminua um pouco com a distância nestas objetivas, as imagens continuam a surgir com detalhe.

1

O elemento frontal tem um revestimento de flúor e o encaixe para filtros é de 77mm. A rotação do filtro é feita via um painel deslizante no para-sol.

Tele f/8

franjamento mais baixo é melhor

Amplo 0.24 Méd 0.27 Tele. 0.33 A aberração cromática lateral mantém-se baixa em todas aberturas e zooms.

distorção mais baixo é melhor

2

Botões on/off para o OIS, auto/manual para a abertura, limitador de amplitude de AF (5m a infinito) e bloqueio de zoom. 3

O colar de tripé fornecido facilita o equilíbrio a fotografar com tripé ou monopé, sendo fácil alternar entre orientação vertical e horizontal.

Amplo -0.01 Méd 0.02 Tele. 0.01 Do meio até às extremidades, não tivemos distorções em nenhuma distância focal.

a nossa opinião... Esta teleobjetiva é um ótimo produto de engenharia e tem um preço competitivo, sem por em causa um desempenho que deixe os utilizadores satisfeitos.

VerEDICTO características construção desempenho qual./preço class. final

janeiro 2017

O Mundo da fotografia

101

EM ANÁLISE

CANON EOS 5D MK IV

2

3

R EC

OM

END

AD

O

1

RE F L E X w w w.canon . p t

Canon EOS 5D Mark IV € 4.199

Esta versão chega com uma série de novidades ESPECIFICAÇÕES Sensor 36 x 24mm 30.4MP CMOS Conversão de distância focal 1x (full-frame) Memória 1x CompactFlash; 1x SD/ SDHC/SDXC (UHS-I) Ocular Ótica com pentaprisma com aproximadamente 100% de cobertura Resolução de vídeo máxima 4K (4.096 x 2.160) a 30fps Gama ISO 100-32.000 (expansível a 50-102.400) Autofoco 61 pontos. Máximo de 41 do tipo cruzado, inclui 5 tipo cruzado duplo a f/2.8 e 21 tipo cruzado a f/8. O número de pontos muda em função das objetivas Taxa de disparo máximo 7fps Ecrã LCD Clear View II 3.2”. tátil; com 1.620.000 pontos (aproximadamente.) Velocidade de obturação 30-1/8.000 seg. mais Bulb Peso 890g Dimensões 151 x 116 x 76mm Fonte de energia Bateria de iões de lítio recarregável, LP-E6N

CHEGADA da nova geração da 5D só pode ser representar um marco importante, uma vez que herda os genes da série que trouxe pela primeira vez o formato full-frame às massas. Nas comparações diretas com alguns concorrentes, o sensor de 22,3MP da 5D Mark III já revelava alguma idade, pelo que só podíamos ficar satisfeitos com este salto para os 30,4MP. Ainda que este número não supere os 36,3MP da Nikon D810, ou os 42MP da Sony Alpha 7R II, os ficheiros continuam a ter 6.729 x 4.480 pixéis. Isto significa que, se quiser imprimir a 300dpi, terá uma área pouco inferior a

A

Direita O sensor da 5D Mark IV representa um aumento considerável da resolução e é competente a evitar ruído. 102

O MUNDO DA FOTOGRAFIA

JANEIRO 2017

1

Tem entradas HDMI e USB. Já o disparador remoto passa a ser ligado na parte frontal da câmara. 2

Não só este ecrã LCD de 3,2” é totalmente tátil, como subiu a resolução para uns úteis 1.620.000 pontos. 3

Este novo botão permite mudar a área de AF e, se usado em conjunto com o controlo frontal, controlar outras configurações da câmara.

A2, com 56,9 x 37,9cm. Se procura ainda mais pixéis, pode sempre optar pela 5DS, com sensor de 50,6MP.

Características

A 5D Mark IV usa a mesma tecnologia de última geração que vimos na 1DX Mark II e na 80D. A Canon afirma que a conversão de digital/analógico deste sensor proporciona melhor amplitude dinâmica e melhor relação sinal-ruído. A utilização da tecnologia Dual Pixel Raw (apenas possível com software DPP da Canon), potencia a gestão de nitidez máxima na pós-produção. A sensibilidade nativa da Mk IV tem um intervalo ISO 100-32.000, sendo expansível até 50-102.400. A câmara usa tanto o processador Digic 6 como o Digic 6+ para tratar de tudo o resto, com o primeiro a ser

1

Autofoco

Este skater em constante movimento põe à prova a tecnologia por trás do sistema de autofoco de 61 pontos da Canon.

responsável pela medição, e o Digic 6+ para o que sobra, o que inclui o sistema AF de 61 pontos, com 41 do tipo cruzado (cinco dos quais tipo cruzado duplo, para maior precisão). O sistema AF tem uma sensibilidade de até -3EV (-4EV em Live View) – mais escuro que a luz lunar, pelo que não será complicado focar com pouca luz, por outro lado, pode ainda ter combinações objetivas/teleconversor com uma abertura máxima de f/8 e, ainda assim, ter 61 pontos AF (21 do tipo cruzado), ótimo para fotógrafos de desporto e vida selvagem. A Mark IV herda ainda a tecnologia Dual Pixel AF da Canon, o que significa que existem pontos de deteção por fase no próprio sensor e que a deteção do ponto AF será mais rápida que na Mark III, e tão célere como muitas câmaras sem espelho. O ecrã de 3,2 polegadas é tátil e divide-se por uns impressionantes 1.620.000 pontos, tal como o da 1D X Mark II. A interface tátil e revela-se sempre muito responsivo, quer a navegar pelos menus como na análise www.digitalcameraworld.com 

2

3

Ruído

Para manter uma velocidade de obturação rápida foi preciso usar um ISO de 4.000 - incrível como acabamos por ter um nível de ruído tão baixo.

de uma imagem. A Canon manteve também a mesma bateria da 5D Mark III, por isso, quem possa desejar usar as duas câmaras não precisa de ter carregador e baterias em duplicado. A 5D Mark IV capta vídeo DCI 4K, com 4.096 x 2.160 pixéis, a 30/25/24fps (aproximadamente 500Mbps). Isto significa também que pode extrair imagens JPEG de 8,8MP

Amplitude dinâmica

Mesmo aumentando a sensibilidade do sensor temos amplitude dinâmica suficiente para captar detalhe em altas luzes e em sombras

do vídeo 4K, graças ao formato Motion JPEG, disponível para a captura em 4K. Este é o único formato disponível quando grava a 4K. As opções Full HD aumentam a 1080p, incluindo a hipótese de fazer vídeo slow-motion HD a 120fps, que impressiona sempre. A 5D Mark IV tem microfone externo e entrada para

As rivais… Eis as câmaras que competem com a EOS 5D Mk IV…

Canon EOS 5DS € 3.869 A 5DS é agora a referência no que à qualidade de imagem diz respeito, em câmaras full-frame, mas não consegue superar a 5D Mark IV.

Nikon D810 € 3.150 A Nikon D810 é uma excelente reflex. O sensor de 36,3MP cria imagens fantásticas, a um nível elevando, em termos de qualdiade de imagem.

JANEIRO 2017

Sony Alpha 7R II € 3.399 A A7R II tem sido popular, graças à resolução de 42,2MP, o que cria imagens com muito detalhe, e sempre com o nível de ruído sob controlo.

JULY O M 2016 U N D O DDI G A I TF A O LT OCGARMAEFRI A

103

KIT ZONE

SONY ALPHA 7R II

Acima O sistema de medição RGB+IR com reconhecimento facial conseguiu aqui uma exposição excelente.

semelhanças com a Mark III, 5DS e 5DS R são muitas. A Canon não quer que os utilizadores desta série tenham de reaprender uma nova câmara e possa assim ter uma transição o mais suave possível.

Construção e manuseamento

Acima Mesmo na configuração de cor standard, no Picture Style. as imagens surgem com boa saturação.

Esquerda Diga adeus aos horizontes desnivelados. A tecnologia do Intelligent Viewfinder II e o nível eletrónico da Mark IV resolvem o problema.

Mesmo melhorando a resistência e isolamento da câmara a Canon conseguiu reduzir 60 gramas no peso da Mark IV, em relação à Mark III 104

O MUNDO DA FOTOGRAFIA

auscultadores, tal como saída HDMI Mini e entradas USB 3.0. Tem um slot para cartões CompactFlash (compatível com cartões UDMA 7) e outro para cartões SD, GPS assim como Wi-Fi e NFC, para transferência de imagens para dispositivos compatíveis. À primeira vista, as JANEIRO 2017

Houve, ainda assim, uma série de alterações e aperfeiçoamentos. A pega foi aumentada, o que melhora o conforto e segurança, e a ocular com pentaprisma está ligeiramente mais elevada, de forma a albergar a unidade de GPS. Apesar de a quantidade de tecnologia presente ter aumentado, os engenheiros da Canon conseguiram que a 5D Mark IV seja 60 gramas mais leve que a Mark III, mesmo tendo melhorado a resistência à água com uma selagem e isolamento melhorados. Novidade também é um novo botão configurável, colocado por baixo do joypad, na parte de trás da câmara. Em conjunto com o controlador frontal permite que lhe seja atribuída uma série de funções. Uma opção útil será configurá-lo para controlar o ISO, o que lhe permitirá gerir a sensibilidade sem tirar o olho da ocular. Como se poderia esperar de uma câmara dotada de uma configuração AF muito semelhante à topo de gama 1D X Mark II (ainda que partilhem alguns componentes internos a Canon refere não serem sistemas iguais), o desempenho do autofoco não desilude. O AF está ligado ao sistema de medição da 5D Mark IV e deteta objetos coloridos, mas também a presença de faces. A cobertura é boa, e melhor que a da 5D Mark III, mas ainda se nota uma convergência para o centro da imagem. Aparte disso, o sistema AF tem um desempenho brilhante.

CANON EOS 5D MK IV

KIT ZONE

Acima Assuntos em movimento como estes são perfeitos para por à prova a taxa de disparo de 7pfs da Mark IV.

O Dual Pixel AF representa uma grande evolução em relação à Mark III, quando estamos a fotografar via Live View, fazendo com que esta se torne numa funcionalidade bem mais útil do que tem acontecido até então.

Desempenho

A 5D Mark IV conta com o sistema da medição da Canon RGB+IR de 252 zonas, com o Intelligent Scene Analysis, um conjunto superior ao sistema iFCL que podemos encontrar na 5D Mark III. O sistema gera a exposição em função do ponto AF, conseguindo considerar toda a cena de forma a conseguir uma exposição mais equilibrada. Também o equilíbrio de brancos não nos presenteia com surpresas desagradáveis. Temos a possibilidade de alternar entre as configurações Ambience e White Priority, sendo que esta última cria imagens neutras, mesmo com iluminação de tungstênio. Já com o Ambience Priority, tendencialmente produzirá imagens mais quentes. Como poderia esperar de uma reflex full-frame, temos 100% de cobertura. E além de termos

informação essencial para fotografar, beneficiamos ainda da tecnologia Intelligent Viewfinder II. Isto permite-lhe ter nível eletrónico, grelha e algumas outras informações essenciais para que sinta ter o suficiente para abordar a sua fotografia da melhor forma. O ecrã tem uma resolução elevada e torna-o um dos mais detalhados que poderá encontrar no mercado. Facilita, e de que maneira, compor uma foto através com o Live View – mesmo que esteja a usar um filtro muito denso, que retire uma dezena de stops, continua a ter uma imagem clara e pouco ruído. É fácil imaginar situações em que seria útil ter um ecrã de ângulo regulável, ainda assim, a claridade e o ângulo de visão fazem com que não nos sintamos tão frustrados em fotografias baixas, rentes ao chão, ou quando queremos aquele ângulo mais elevado, de braços esticados. Já a funcionalidade tátil do ecrã, há que dizer que é um extra muito bem-vindo. Poder controlar, tanto as configurações base, como o próprio menu da câmara, acelera e facilita toda a navegação pela 5D Mark IV;

Acima Mesmo muma composição com mistura de luzes frias e quentes, a Mark IV consegue boas exposições.

JANEIRO 2017

O MUNDO DA FOTOGRAFIA

105

EM ANÁLISE

CANON EOS 5D MK IV ERRO DE COR Canon EOS 5D Mk IV

5.1

Canon EOS 5DS

1.2

Nikon D810

0.9

Sony Alpha 7R II

3.6 -5

5

0

RESULTADOS MAIS PERTO DO ZERO SÃO MELHORES

10

15

20

Apesar da 5D Mark IV tecnicamente se destacar neste teste, na prática acabámos por não notar muitas diferenças.

RELAÇÃO SINAL-RUÍDO RAW 50

Decibéis

40 30 20 10 AS PONTUAÇÕES MAIS ALTAS SÃO MELHORES. OS RESULTADOS RAW USAM IMAGENS CONVERTIDAS PARA TIFF.

já poder ampliar diretamente no ecrã imagens fotografadas torna tudo mais fácil. A taxa de disparo máxima são umas respeitáveis sete imagens por segundo, podendo acumular consecutivamente até 21 fotografias em Raw, sem precisar de respirar novamente. Caso esteja a fotografar em JPEG, não tem limite. A Canon refere que uma carga da bateria LP-E6N suporta até 900 fotos. Nós usamos a câmara de forma intensa e podemos dizer que, ainda que 900 possa ser otimismo, ficamos satisfeito por precisarmos apenas de uma carga para um dia.

Qualidade de imagem

É sem surpresa que percebemos que o novo sensor de 30,4MP produz imagens com excelentes níveis de detalhe. Não será complicado conseguir impressões em Super A3, recheadas de detalhe, já a partir de A2 temos de ser mais realistas – e não nos esqueçamos das possibilidades de

Na variedade de ligações incluídas, pode contar com mini-HDMI e USB 3.0. 106

O MUNDO DA FOTOGRAFIA

JANEIRO 2017

recorte que nos dá, nem do desempenho em ISO mais elevados. Em ISO 800 as imagens que fizemos parecem não ter qualquer ruído, e mesmo com ISO 2.000 ficamos muito impressionados – claro que há algum ruido, mas nada que nos deixe demasiado preocupados. Os ficheiros em Raw deixam ir mais longe na pós-produção, permitindo-lhe, por exemplo, fazer imagens subexpostas de forma a evitar demasiada luz, sabendo que pode depois recuperar detalhe, aparentemente perdido nas sombras, sem ser incomodado por ruído. Não notamos também problemas na reprodução de cores. O JPEG Picture Styles produz bons resultados e mesmo o tom da pele é fielmente reproduzido.

Veredicto

A evolução em relação à Mark III acontece em praticamente todas as frentes que poderíamos exigir. A maior resolução do sensor de 30,4MP (contr os 22,3MP da Mark III) é bem-vinda, tal como a melhoria na taxa de ruído e na amplitude dinâmica. O que também não nos surpreende de sobremaneira é a possibilidade de captura de vídeo em DCI 4K, ainda que o fator de recorte de 1.64x do sensor dificulte filmar ângulos mais abertos. O outro único factor a apontar é o seu preço elevado, especialmente na europa. Ainda assim, a Canon EOS 5D Mark IV é uma das reflexes mais completas que já testámos. Adapta-se a uma grande variedade de situações, de paisagens a desporto ou vida-selvagem, e com excelentes resultados.

400

1,600

6,400

25,600

O sensor de 30,4MP da 5D Mark IV dá aqui nas vistas, produzindo melhores resultados que a Nikon D810 e Sony Alpha 7R II, em todos os níveis de sensibilidade que testámos.

AMPLITUDE DINÂMICA RAW 14

Valor de exposição

Acima O desempenho com pouca luz é excelente. Considerando que esta imagem foi tirada com ISO 8.000, é inevitável ter algum ruído, mas nada que ponha em causa a qualidade da imagem.

0 100

12 10 8 6 AS PONTUAÇÕES MAIS ALTAS SÃO MELHORES. OS RESULTADOS RAW USAM IMAGENS CONVERTIDAS PARA TIFF.

4 10

400

1,600

6,400

25,600

Estranhamente, em Raw tivemos piores resultados com ISO baixos, mas estávamos a usar o novo software DPP da Canon. O Adobe Camera Raw conseguiria melhores valores.

A NOSSA OPINIÃO... A Canon EOS 5D Mark IV representa uma evolução clara em relação à sua antecessora e apresenta um desempenho admirável em variadíssimas situações, isto apesar de o fator de recorte do vídeo 4K não agradar a alguns videográficos. Aparte disso, se conseguir justificar o investimento, a 5D Mark IV é extremamente poderosa e eficaz.

VEREDICTO CARACTERÍSTICAS CONSTRUÇÃO DESEMPENHO QUAL./PREÇO CLASS. FINAL

EM ANÁLISE

CANON EOS 1300D

1

2

RE F L E X w w w.canon . p t

Canon EOS 1300D

3

€ 520 com objetiva 18-55mm

A reflex de entrada de gama da Canon recebe algumas melhorias e conetividade Wi-Fi ESPECIFICAÇÕES Sensor Sensor APS-C CMOS de 18MP (22,3 x 14,9mm) Conversão de distância focal 1,6x Memória Cartão SD Ocular Ótico com pentaprisma 95%, fator de ampliação de 0,8x Resolução máxima de vídeo 1.920 x 1.080 Gama ISO 100-6.400 (expansível a 12.800) Pontos de autofoco 9 pontos Taxa máxima de disparos 3fps Ecrã TFT LCD de 3”, 920.000 pontos, Velocidade de obturação 30-1/4.000 seg., Bulb Peso 485 gramas (inclui bateria e cartão de memória) Dimensões 129 x 101 x 78mm Fonte de energia Bateria de iões de lítio LP-E10 (incluída)

A pega releva-se confortável, com o dedo indicador a descansar sobre o disparador de forma muito natural 108

O MUNDO DA FOTOGRAFIA

STA reflex de entrada de gama da Canon vem substituir a 1200D, lançada há dois anos. Uma excelente compra para quem procura a sua primeira reflex ou uma segunda câmara. Ainda que não seja uma grande evolução em relação à antecessora, existem algumas características e melhorias que valem a pena considerar, especialmente se olharmos para o preço.

E

Características

A mais óbvia será, talvez, a chegada de conetividade Wi-Fi e NFC. Isto significa que pode usar o seu telemóvel ou tablet para controlar a sua câmara, ou partilhar imagens nas redes socais. A Canon adicionou ainda o processador Digic 4+, uma evolução do Digic 4, da 1200D. Por fim, o ecrã subiu a resolução para 920.000 pontos (o ecrã da 1200D tem 460.000). O que não JANEIRO 2017

1

A ocular tem apenas 95% de cobertura, o que pode criar problemas a fazer composições. 2

Com este botão chegamos ao menu da câmara com as configurações mais comuns. 3

No seletor de modos temos modos automáticos, semiautomáticos e opções manuais.

muda é o sensor, ou seja, tem o mesmo sensor de 18MP da 1200D. Outras características incluem possibilidade de gravar vídeo Full HD, uma bateria capaz de disparar 500 fotos e uma ocular ótica com uma cobertura de 95%.

Construção e manuseamento

Para a 1300D a Canon manteve o corpo e o design da 1200D. Tem uma cobertura texturada na pega frontal e no repouso para o polegar, o que eleva a sensação de qualidade para o que seria uma câmara de gama média, como a 700D. A pega alberga com conforto os dedos do meio, enquanto o indicador repousa sobre o disparador. Atrás temos uma série de botões que lhe serão muito familiares, caso esteja a usar este reflex como segunda câmara, mas fáceis de controlar caso seja a sua primeira reflex. Ao contrário de alguns outros modelos da Canon, o ecrã da 1300D não é tátil. Isto significa que qualquer alteração nas configurações terá de ser feita via controlos físicos.

Usar o Live View pode ser uma boa opção quando fotografar macros.

Felizmente existem uns quantos botões que dão acesso direto às principais opções, pelo que não será complicado fotografar. Há também um botão autofoco com o qual selecionamos um dos noves pontos de foto da 1300D, sendo que o ponto central, por ser cruzado, tem maior sensibilidade. E como os nove pontos estão algo centrados, vão existir situações em que teremos invariavelmente de recompor a cena, depois de forcarmos. Algo a ter em conta quando usamos a ocular da 1300D é a forma como a composição é afetada, comparativamente a câmaras com 100% de cobertura. Quando só temos 95%, é provável que surjam algumas invasões junto aos limites da imagem, que nos passam despercebidas enquanto estamos com o olho na ocular a fazer o enquadramento. A ligação Wi-Fi é muito útil, por várias razões: não precisamos de acessórios para controlar a câmara à distância, basta um smartphone ou um tablet; e podemos transferir imagens com facilidade com vista a partilha nas redes sociais ou envio por e-mail. A aplicação Canon Camera Connect App é intuitiva, gratuita e está disponível para dispositivos iOS ou Android.

1

3

2

Áreas fora do foco

Cores claras

Detalhe

Captada a f/2.8, esta imagem tem algumas áreas fora do foco que foram bem renderizadas pelo sensor da 1300D.

As imagens JPEG mostradas pela 1300D revelam uma dose satisfatória de saturação e de cores vibrantes.

O sensor de 18MP capta uma grande quantidade de detalhe. como se vê na imagem, captada com um objetiva macro.

As rivais… Eis as câmaras que competem com a Canon 1300D…

Vai encontrar a 1300D com uma objetiva de kit 18-55mm DC a preços bonbásticos. Mas ficará melhor servido se optar pela objetiva 18-55mm IS.

Canon EOS 1200D € 399 (com objetiva 18-55mm) A Canon EOS 1200D pode não ter conetividade Wi-Fi ou NFC, mas em muitos outros aspetos é muito parecida com a EOS 1300D.

Nikon D3300 € 499 (com objetiva 18-55mm) A reflex entrada de gama da Nikon tem um sensor de alta resolução sem filtro anti-aliasing. O modo Guide é muito útil para quem está a começar.

JANEIRO 2017

Pentax K-S2 € 565 (com objetiva 18-50mm) Uma boa câmara para fotógrafos principiantes, que vem com o extra de ter resistência à água e algumas características interessantes.

O MUNDO DA FOTOGRAFIA

109

EM ANÁLISE

CANON EOS 1300D ERRO DE COR 4.4

Canon EOS 1300D Canon EOS 1200D

3.6

Nikon D3300

4.1

Pentax K-S2

4.5 -5

0

5

RESULTADOS MAIS PERTO DE ZERO SÃO MELHORES.

10

15

20

Todas as câmaras têm comportamentos muito parecidos, sendo que os erros mais notados surgem em temperaturas superiores.

RELAÇÃO SINAL-RUÍDO RAW 50

Decibéis

40 30

20

10

Desempenho

A qualidade de imagem da 1300D é ótima. Qualquer fotógrafo principiante vai ficar impressionado com os resultados, mas sobretudo fotógrafos que tenham uma câmara superior da Canon vão poder perceber que estas imagem podem até rivalizar com as das suas câmaras mais avançadas. Isto faz com que seja uma boa opção para segunda câmara, para aqueles momentos em que não é prático estar a trocar de objetivas na sua câmara principal. O sensor de 18MP da 1300D já tem provas dadas, pelo que volta a mostrar se capaz de produzir um bom nível de detalhe, particularmente para impressões até A3 (420 x 297mm). Já as sombras não são o forte da câmara, no entanto, é possível conseguir com ISO 6.400 boas imagens para impressões até A4 – é de evitar a

expansão até 12.800, a não ser que seja mesmo necessário ou pretenda apenas fazer pequenas impressões. No geral, o sistema de medição é competente, mas, como em muitas outras câmaras da Canon, pode ser distorcido, caso o assunto esteja por baixo do ponto ativo e tenha sombras ou claridade, pelo que poderá ter de fazer ajustes na exposição. O balanço de brancos automático funciona razoavelmente com luz artificial, ainda que faça imagens um pouco mais quentes do que devia, mas sem excessos. Em termos de processadores, o Digic 4+ já tens algumas gerações de idade – a última versão disponível é o Digic 7. E isso já se começa a notar em câmaras como esta, quando, ao tirarmos algumas fotografias seguidas, precisa de alguns segundos até mostrar a imagem no ecrã. Claro que teria sido bom que a Canon equipasse a 1300D com algo mais recente, mas este sensor mais antigo permite manter o preço baixo. A velocidade do autofoco em geral é boa, mas depende muito da objetiva que estivermos a usar. O AI Servo funciona bem com assuntos em movimento lento, mas não o suficiente para tornar a câmara adequada a fotografia de desporto ou de ação.

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A 1300D usa um sensor de 18MP, que já não é novo, mas consegue manter qualidade de imagem. 110

O MUNDO DA FOTOGRAFIA

JANEIRO 2017

6.400

AMPLITUDE DINÂMICA RAW 14 12 10

8 6 4

AS PONTUAÇÕES MAIS ALTAS SÃO MELHORES. OS RESULTADOS RAW USAM IMAGENS CONVERTIDAS PARA TIFF.

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Mais uma vez, uma ligeira melhoria em relação à 1200D, mas ultrapassada tanto pela Nikon D3300 como pela Pentax K-S2, especialmente com sensibilidades reduzidas.

A NOSSA OPINIÃO... Para poder continuar a ter boa relação qualidade/preço não houve espaço para grandes melhorias. Teria sido bom ter um processador melhor, capaz de aumentar a taxa de fotogramas e acelerar outras operações. O Wi-Fi e NFC é bem-recebido, mas se já tiver uma 1200D, não valerá a pena, a não ser que desespere por conetividade.

VEREDICTO

O sensor de 18 MP da 1300D trabalha bem para conseguir produzir um bom nível de detalhe, em especial até impressões A3 (420 x 297mm)

6.400

O processador da 1300D, ligeiramente melhor, parece ter tido impacto positivo na relação sinal-ruído. Ainda assim mantém-se um pouco atrás da Nikon D3300.

Valor de exposição

A Canon EOS 1300D consegue captar uma quantidade de detalhe impressionante – como podemos ver nesta imagem, onde vemos as penas do pássaro reproduzidas brilhantemente.

AS PONTUAÇÕES MAIS ALTAS SÃO MELHORES. OS RESULTADOS RAW USAM IMAGENS CONVERTIDAS PARA TIFF.

CARACTERÍSTICAS CONSTRUÇÃO DESEMPENHO QUAL./PREÇO CLASS. FINAL

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janeiro 2017

O Mundo da fotografia

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NA ILHA COM UMA REFLEX Helen Sloan

Fotógrafa de Game of Thrones www.twitter.com/helenstills

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Local favorito à face da terra? Islândia ou Irlanda – porque, para mim, ambos significam casa. Neste momento, o que guarda no cartão de memória? Nada – estou a preparar-me para o meu sétimo (mais piloto) GoT! Recortar ou não recortar? Não retocar – a não ser que seja algo muito desagradável e que não possa retocado. O que está no top da sua ‘bucket list’? Há tantos sítios que quero visitar, mas acho que é o Japão que está no topo da lista. O que transporta na sua mala neste momento? Muitas câmaras e objetivas Nikon, e algumas barras de chocolate para repor energias em dias mais longos. 112

o mundo da fotografia

Em que tipo de fotografia é pior? Acho que todos os fotógrafos têm dias em que são maus no que são bons. Conte-nos um segredo da sua fotografia que nunca contou a ninguém... Às vezes vou fotografar e sinto que não faço ideia do que estou a fazer! Se não fosse fotografia, o que estaria a fazer? Provavelmente, ilustração. Quando tinha nove anos queria ser o Christian Slater – mas isso é outra história. Que livro é de leitura obrigatória para um fotógrafo? O manual da câmara. Mas nunca lemos… Tenho uma estante cheia de livros de fotografia e National Geographics. Mas para descrever melhor a minha relação com esta estante seria dizer “ver”, e não “ler”. Por quanto é que vendeu a sua fotografia mais cara? Nunca vendi uma imagem individual. A maioria do meu trabalho pertence aos estúdios. A experiência mais gratificante que tive foi ver uma fotografia minha em Time Square. Janeiro 2017

Como descreveria a sua fotografia? Não sou a melhor pessoa para descrever o meu trabalho, mas sei que não gosto particularmente de “poses”. Para mim é importante captar o humor ou a pessoa. Quantas fotografias tira? Durante uma época de Game of Thrones? Dezenas de milhares. Definitivamente mais de uma milhão, quando terminarmos. Que palavras sábias daria a aspirantes a profissionais? O freelance criativo não é uma escada normal. Por vezes, quando chegamos ao topo, há que estar preparado para escorregar e recomeçar a subida. Mas desde que se divirta durante o processo, estará bem. Arrependimentos? O hábito de não ler o manual! Que reflex levaria para uma ilha deserta? Adoro a minha Nikon Df: é elegante e tem um desempenho impressionante. Tem o peso e o tamanho certos para a levarmos pendurada ao ombro durante uma aventura.

© Ilustração: Andy McLaughlin. Retrato: Olly Butler

om que fotógrafo(a) (vivo ou não) gostaria de jantar? Com a Vivian Maier. Adorava saber o que a motivava. Ela é um enigma.

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O Mundo da fotografia

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