O_que_todo_pastor

  • Uploaded by: Petronio De Albuquerque Carvalho
  • 0
  • 0
  • January 2021
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View O_que_todo_pastor as PDF for free.

More details

  • Words: 108,276
  • Pages: 319
Loading documents preview...
O Que Todo Pastor Deve Saber!

Título do original em inglês: WHAT EVERY PREACHER SHOULD KNOW! Publicado por SWORD OF THE LORD PUBLISHERS Publicado no Brazil com a devida autorização e com os direitos reservados pelo MINISTÉRIO MARANATA DE LITERATURA FUNDAMENTALISTA

O Que Todo Pastor Deve Saber! (Manual para um ministério bem sucedido)

Pasos simples para conseguir: Mais ouvintes, Maiores ofertas, Mais resultados, Melhor convívio na igreja, Despertamento espiritual, Mais soluções de problemas, Sermões mais eficazes e Um ministério mais eficiente.

Dr. Hugh F. Pyle, D.D.

Ministério Maranata de Literatura Fundamentalista Caixa Postal, 74 37270-000 Campo Belo - MG

8

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

9

DEDICATÓRIA Este livro é dedicado à esposa que tem permanecido ao meu lado durante os anos agitados, difíceis e empolgantes de meu ministério pastoral e evangelístico. Esther, minha rainha, foi a esposa de pastor ideal: dedicada, consciente, consagrada, firme e pronta a carregar o fardo do pastor e das ovelhas. Nenhum sofrimento, necessidade ou triunfo dos membros da igreja passava-lhe despercebido; porém ela nunca deixou de ser mãe carinhosa e dedicada. Nosso lar era seu reino. Na igreja, Esther sempre cumprimentava os visitantes e fazia com que se sentissem bem-vindos. Foi minha companheira de oração, de visitas e na conquista de almas para Cristo. Embora muito ativa na obra de Deus, nunca desejou o reconhecimento público. Hoje, como esposa de evangelista, Esther encara com bom humor as inconveniências das viagens constantes, a tristeza de ficar longe de casa e das pessoas que ama e a responsabilidade que lhe cabe nas campanhas de evangelização. Todas as semanas ela é obrigada a despedir-se de novos amigos e enfrentar a estrada mais uma vez—algumas vezes são centenas de quilômetros—e começar tudo de novo. Esther é tudo o que um profeta de Deus possa desejar: é leal, carinhosa, dedicada e disposta para o que der e vier. Esther, seus pais deram-lhe este nome porque certamente foi “para tal tempo como este que chegaste ao reino”. Todo e qualquer sucesso que eu tenha obtido no ministério é devido à sua dedicação e fidelidade. Meu desejo é que todos os jovens pastores que lerem este livro encontrem uma companheira assim! —Hugh F. Pyle

APRESENTAÇÃO Dr. Hugh Pyle foi ordenado ao ministério do evangelho há 40 anos. Foi pastor local durante 29 anos e conferencista por nove anos. Pastoreou e fundou igrejas na Florida, E.U.A. e construiu quatro templos. Em 15 anos de ministério, sua igreja em Panama City, na Florida, passou de cem membros para 1600 membros. Hugh Pyle doutorou-se em Divindade pela Universidade do Templo do Tennessee, e tem proferido discursos e palestras nas faculdades e universidades cristãs mais importantes dos Estados Unidos. Também foi presidente da Southwide Baptist Fellowship. Escritor talentoso e cativante, é autor de 30 livros e vários sermões premiados. Suas mensagens são constantes no periódico Sword of the Lord. Dr. Pyle é um homem de vida espiritual dedicada e convicções firmes. Esta é sua obra mais recente. É um manual de 22 capítulos e foi escrito do ponto de vista e como resultado das experiências de um pastor evangelista bem sucedido. O livro abrange inúmeros aspectos do ministério, desde o primeiro capítulo—sobre como iniciar o trabalho de modo certo—até o último—que esclarece dúvidas pastorais. Com a ajuda de ilustrações pertinentes, o Dr. Hugh Pyle trata em detalhes de quase todas as dificuldades enfrentadas pelos pastores. O capítulo que lida com a solução de problemas também apresenta meios de evitá-los. As questões mais comuns são estudadas em profundidade. O autor é um excelente construtor de sermões, e o capítulo sobre preparação e apresentação de mensagens é leitura obrigatória a todos os pastores. Ao tratar do relacionamento entre conferencista e pastor local, e sobre como planejar reuniões evangelísticas bem sucedidas, Dr. Pyle escreve com a autoridade de quem já ocupou as duas posições, e apresenta sugestões bastante úteis de como preparar reuniões especiais e visitas evangelísticas.

Este livro é prático, informativo e é baseado no bom senso, na compreensão e na solidariedade. Recomendo-o a todos os pastores. Ele será uma contribuição valiosa à sua biblioteca. —Dr. Curtis Hutson 1.981

PREFÁCIO Pastor, você já se perguntou o que fazer para que seu auditório cresça, como conseguir todo o dinheiro de que a igreja necessita, como lidar com aquele irritante membro da diretoria, como tocar o coração dos visitantes e como liderar bem os jovens da igreja? Suas perguntas foram respondidas! Você gostaria de pregar sermões inspirativos com títulos atraentes e ilustrações relevantes? Você enfrenta problemas com líderes da igreja ou tem dificuldade em substituir professores da Escola Dominical que não fazem o trabalho de modo satisfatório? Você gostaria de saber como tratar oradores e missionários visitantes sem ter que sofrer um colapse nervoso? Você gostaria de construir uma igreja forte e engajada na obra, e que também seja cordial, receptiva e entusiasmada? Uma igreja que abomine o pecado e lute ao seu lado contra o Inimigo, e continue a conquistar almas para Cristo? As respostas estão aqui! Você precisa saber como se desvencilhar de problemas de aconselhamento, reunião de comissões, pessoas intratáveis e situações delicadas que lhe impedem de se ocupar com tarefas mais importantes? Como tratar um visitante que fala demais, pessoas que desejam ser visitadas constantemente, cerimônias de casamento e funerais que não começam na hora marcada e tomam seu tempo? A solução chegou! Como a igreja pode ter uma escola sem que o pastor tenha de gastar grande parte de seu dia como diretor? É possível conciliar os trabalhos da igreja com os da escola? De que modo? Como lidar com os problemas de funcionários? Como promover escola e igreja de modo que sejam influentes na vida da comunidade? O que o pastor deve fazer para ter um lar feliz e ajustado enquanto ajuda a resolver as dificuldades que surgem na igreja e no ministério? Como resolver os próprios conflitos? Depois de 29 anos de pastorado bem sucedido e quase dez anos de experiência na área de evangelismo, tenho algumas dicas úteis e oportu-

nas que podem ser usadas na construção de uma obra dinâmica, efetiva e agradável a Deus e para Deus. Ponha-as em prática, e que o Senhor abençoe seu ministério e faça-o prosperar! —O Autor

AGRADECIMENTOS Sou profundamente agradecido a alguns servos de Deus que me permitiram fazer uso de seus trabalhos neste livro. Muitos desses materiais são citações breves, numerosas demais para serem mencionadas. Já que me refiro aos autores de modo favorável, espero que não se importem de eu citar seus nomes e escritos. Agradeço ao Dr. W. E. Dowell que me permitiu usar uma parte de seu excelente artigo sobre “The Philosophy of Music at Baptist Bible College” (A Filosofia da Música na Faculdade Bíblica Batista). Agradeço aos pastores que ofereceram uma lista dos livros que influenciaram grandemente seus ministérios. As pessoas abaixo mencionadas contribuíram com parágrafos ou páginas desta obra em diferentes assuntos. Sou-lhes imensamente gratos por terem permitido que eu usasse seus trabalhos:

Dr. Gary Coleman Dr. E. J. Brinson Rev. Milton Ker Dr. Frank Garlock Dr. J. R. Faulkner Rev. Gene Payne

Dr. Bob Jones III Rev. Bradley Price Rev. David F. Price Rev. Norman Pyle Rev. Howard Pyle

Que Deus abençoe a todos que inspiraram a realização desta obra e, assim, tornaram possível sua publicação. —O Autor

ÍNDICE CAPÍTULO 1. Ponto de partida.............................................................17 2. Aproveite bem seu dia...................................................25 3. Irmãos, reunimo-nos para adorar...................................35 4. Ponha brilho no culto dominical matutino....................49 5. Como aumentar e melhorar as ofertas...........................59 6. Santo barulho!...............................................................73 7. O que fizeram com a música de Deus?.........................85 8. Pregue um sermão!......................................................107 9. Apelo atendido. E agora?............................................123 10. Introdutores: força-tarefa do pastor...........................133 11. Diariamente e em todos os lugares...........................147 12. Escola: ensino ou confusão?.....................................163 13. Como enfrentar, resolver e evitar problemas.............175 14. A vida doméstica e pessoal do pastor........................199 15. Diáconos ou diábonos?..............................................211 16. Série de Conferências bem sucedidas.......................223 17. Pregador visitante: um relacionamento delicado......239 18. Recolhimento de ofertas durante conferências..........255 19. O papel do boletim....................................................265 20. Livros do coração.......................................................271 21. No meio da batalha....................................................273 22. Perguntas e respostas.................................................293

O QUE TODO PREGADOR DEVE SABER! (Manual para o sucesso pastoral) Jeremias 42.4 Certa vez alguns jovens pastores e seminaristas pediram-me que escrevesse um livro sobre O Que Todo Pregador Jovem Deve Saber. Já faz uns dois anos que venho observando, relembrando e anotando coisas. No entanto, estou convencido de que os pastores mais velhos precisam tanto de conselhos práticos e relacionados ao ministério quanto os seminaristas e jovens pastores. Assim, depois de 36 anos de ministério de tempo integral...lá vai! Como eu gostaria de ter lido este livro há 37 anos! Pastor, você gostaria de saber o que fazer para aumentar a assistência aos cultos; como convencer os membros da igreja sobre o valor da contribuição financeira; como lidar com aquele intratável membro da diretoria; o que fazer para que o ministério de música seja eficiente e glorifique mesmo a Deus; como alcançar os visitantes; como guiar os jovens no caminho certo? Já vai saber! Você sonha com uma Escola Dominical vibrante, cujos professores levem o trabalho a sério; quer introdutores que recebam tão bem os visitantes que eles sintam desejo de voltar à igreja; ora por campanhas evangelísticas bem sucedidas? As respostas estão aqui! Você gostaria de pregar mensagens novas, desafiadoras, com títulos sugestivos, esboços bem feitos, ilustrações apropriadas e conclusões decisivas? Gostaria de ter uma lista de livros que lhe serão úteis na edificação da igreja e que renovarão sua pregação com mensagens instigantes? A ajuda chegou!

20

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER Seu tempo poderia ser bem mais aproveitado com um plano de ataque bem organizado para o trabalho à frente? Você gostaria de saber como motivar os professores e encarregados da Escola Dominical; como demitir—sem causar sofrimento e decepção—funcionários e voluntários; como cuidar—sem muito desgaste—de pregadores, missionários e outros visitantes? Agora é fácil! Você gostaria de ter uma igreja forte e participativa, feliz e cordial; uma igreja que ame seu pastor, odeie o pecado e lute contra Satanás, e continue a ganhar almas para Cristo? Isso tudo é possível! Seria bom se desembaraçar das longas sessões de aconselhamento, reunião de comissões, pessoas intolerantes, situações delicadas que consomem as horas que poderiam ser gastas na preparação de mensagens e na conquista de almas? Quer saber como lidar com o visitante que não pára de falar; com pessoas da igreja que exigem ser visitadas todos os dias; com as cerimônias (e atrasos) de casamentos e funerais que tomam muito de seu tempo? É possível conciliar os trabalhos de uma escola com os da igreja, sem ter que dedicar muitas horas à primeira? Como lidar com os problemas de funcionários e professores? Como “segurar a barra”, evitar ataques de coração e fortalecer a igreja, apesar dos problemas, sem conseguir uma úlcera? Eis como!

21

Capítulo 1

PONTO DE PARTIDA (Preparar! Apontar! Já!) Raramente uma corrida é ganha por um atleta que tropeçou logo no início. Como é importante que o pastor comece seu ministério da maneira certa! A partir de agora, tudo é novo. O passado é passado; toque o barco para frente. Passe uma borracha no que já era. Participe da corrida com muita energia; estabeleça suas prioridades e fixe os olhos no que é realmente importante. “O sucesso e o fracasso dependem da liderança”, afirma o Dr. Lee Roberson. É mais fácil liderar um grupo do que incentivá-lo. As pessoas serão mais eficientes fazendo o que você faz do que fazendo o que você manda que façam. Pense no motivo de você estar onde está. Lembre-se de quem o chamou e para quem você trabalha. Não se esqueça de que seu contrato foi assinado com Deus. “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Romanos 8.31). “O que fazes aqui?”, Deus perguntou a Elias quando o profeta estava chorando de medo lá no monte. É importante que determinemos a razão de estarmos onde estamos e quais são nossos objetivos. Feito isso, caminhe em humildade perante Deus. “O galardão da humildade e o temor do SENHOR são riquezas, e honra, e vida” (Provérbios 22.4). Alguém disse com muita sabedoria que o Diabo não consegue nada de um homem humilde. Humildade e mansidão não significam moleza e covardia! Faça uma lista do que você deseja realizar nesse trabalho. Não anuncie todos os seus planos de uma vez. Mencione apenas as coisas sobre as quais não existam dúvidas e que irão encorajar e motivar as pessoas. O tiro pode sair pela culatra quando falamos demais. Algumas pessoas, por exemplo, não estão acostumadas a fazer muito esforço. Vão achar que além de você sobrecarregar-se, exige muito delas também. Se você é jovem, podem achar que é um novato presunçoso e mandão.

22

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER Alguns diáconos ou ovelhas mais experientes do rebanho podem imaginar que você esteja querendo passar por cima delas e tentarão cortar suas asas, e acabarão deixando-o numa situação embaraçosa logo no início do ministério. Faça uma lista de seus sonhos e objetivos e gradualmente compartilhe-os com as pessoas. À medida que a igreja perceber que pode confiar em você, e passar a amá-lo cada vez mais, ela irá segui-lo de espontaneamente. Uma boa sugestão (e acho que você deve segui-la) é fazer uma visita (breve) a todas as famílias da igreja logo nas primeiras semanas do pastorado. Mas cuidado: não tente abarcar o mundo com as pernas. Se prometer visitar alguém, cumpra sua palavra. Se planejar visitar uma centena de casas em poucas semanas, certamente não conseguirá fazer mais nada nesse tempo. Em vez disso, diga aos membros da igreja que deseja muito visitar a todos e que será muito bom passar um tempo conversando com eles sem pressa, mas que se quiser conhecer todo o rebanho logo, as primeiras visitas terão de ser rapidinhas. Desse modo, você não perde tempo e ninguém se preocupa achando que terá de passar horas fazendo sala para o novo pastor. Hoje em dia as pessoas estão sempre correndo, ocupadas com mil coisas, sem tempo para nada. No capítulo sobre visitação apresentarei algumas boas sugestões sobre o assunto; porém aqui vão algumas dicas interessantes para quem está iniciando seu ministério pastoral: 1. Planeje as visitas por áreas. Visite os membros da igreja que moram no mesmo quarteirão ou próximos uns dos outros. Além de poupar tempo, esse método é mais prático do que fazer as visitas por ordem alfabética. Se começar às 19 horas, poderá visitar vários irmãos até às 21horas. Nem todo mundo fica particularmente feliz em receber visitas depois disso. Pessoas hospitalizadas e as que trabalham à noite têm horários diferenciados para receber visitas. 2. Cuidado com a pressa. Embora você deseje muito conhecer as pessoas, e queira visitar todas as famílias o mais breve possível, é importante não deixar a impressão de que está na correria ou ansioso para livrar-se de uma obrigação. 3. Todos merecem sua atenção. Inclua crianças, adolescentes, avós ou qualquer outro membro da família na conversa, principalmente na

PONTA DE PARTIDA primeira visita. Seria muito bom que a esposa do pastor o acompanhasse nessas visitas iniciais, pois desse modo ela será conhecida e poderá ajudálo a lembrar-se dos nomes das crianças! 4. Mostre interesse pessoal. Não é preciso ser xereta, porém comentários positivos sobre as crianças, sobre um quadro ou sobre as flores são sempre agradáveis de ser ouvidos. Fale mais sobre os hospedeiros do que sobre você. Deixe quponta de partidae eles conversem durante a visita, e acharão que você é um bom papo! 5. Faça um arquivo sobre as visitas. Talvez a secretária da igreja possa fazer um cartão para cada família, anotando nomes e idades; isso facilitará seu trabalho. Anote a data da visita e as coisas mais importantes sobre a família: quem ainda não é crente, alguém que esteja doente ou desempregado etc. Se não quiser esquecer-se de nada, faça as anotações durante a visita, mas seja discreto. Você poderá dizer: “Vou colocar isso em minha lista de oração”, e não se esqueça de orar mesmo. 6. Não mostre favoritismo. No entanto, antes de qualquer outra pessoa, seria apropriado visitar os membros da diretoria. Caso alguma família convide-o para uma refeição, não se importe em interromper a seqüência de visitação por área. Os convites para refeições permitem visitas mais prolongadas do que as de “conhecimento”. O fato de você ter sido convidado por uma família pode “correr de boca em boca” e outros convites acontecerão. Porém nunca mencione esses convites do púlpito, se não quiser ser acusado de estar “dando uma indireta”, como se fosse “um morto de fome”. Além disso, por mais gostosa que as refeições sejam, elas exigem muito de seu tempo. Nas cidades menores os convites para almoços e jantares são mais freqüentes que nas cidades grandes. 7. Avisar ou não avisar? É necessário comunicar que a visita será feita? Naturalmente a questão tem seus prós e contras. Na maioria das vezes, eu simplesmente aparecia. Se a família estivesse em casa, ótimo. Se não, eu voltava depois. Se eu chegasse na hora do jantar ou quando a família estivesse aprontando-se para sair ou em meio a uma tarefa qualquer, eu fazia uma “visita de beija-flor” e prometia voltar com mais tempo.

23

24

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER As visitas programadas podem deixar um ar de formalidade e reunião oficial. Algumas donas-de-casa sentem-se na obrigação de limpar tudo, fazer bolo, doces e sanduíches quando sabem que o pastor vai aparecer. Nesses casos, a visita não pode ser rápida. Por outro lado, se não avisar você corre o risco de deixar as pessoas numa situação embaraçosa, se estiverem no meio de uma discussão ou saindo do banho. A propósito, alguns membros da igreja parecem nunca ter tempo para receber visitas, e se você não aparecer sem avisar jamais vai encontrálos em casa! Nesses casos, arrisque. Conversando com uns e outros, ficará sabendo quem gosta e quem não gosta de visitas inesperadas. Pessoalmente eu sempre achei que, na maioria dos casos, as visitas programadas são muito formais; além disso gasta-se muito tempo “planejando” a coisa toda. 8. Seja natural e educado. Tenha interesse genuíno pelas pessoas, mas não mostre intimidade excessiva. 9. Não seja intransigente. As pessoas exibirão pontos de vista diferentes dos seus; talvez você discorde delas. Lembre-se de que elas não o conhecem direito. Com o tempo, você poderá instruí-las de acordo com o que acha certo. Não discuta. 10. Trate as pessoas como se fossem assíduas na igreja. Se descobrir que a família não freqüenta os cultos regularmente, despeça-se com um “espero vê-los na igreja no domingo que vem”, e tente obter uma resposta afirmativa! 11. A importância da oração. Antes de encerrar a visita, faça uma oração. As pessoas devem saber que você fala com Deus. Na igreja, comporte-se com profissionalismo e organização, e cumpra os horários estabelecidos. Sempre haverá alguém que o procurará entre a Escola Dominical e o culto, ou em outras ocasiões, para falar sobre a tosse comprida da Mariazinha ou o dedão inflamado do tio que mora em Pernambuco. Preste atenção na conversa. Ouça e mostre interesse verdadeiro. Prometa orar pela Mariazinha ou pelo tio, e ore mesmo. (Se você for esquecido como eu, pegue um papel e anote: Mariazinha—tosse; tio de Pernambuco—dedão inflamado.) Quando o culto da manhã terminava, meu boletim estava cheio dessas anotações. No domingo à noite, com os pedidos de oração e avi-

PONTA DE PARTIDA sos, o boletim parecia um campo de batalha, mas tudo estava anotado. Um conferencista comentou que eu era o único pastor que ele conhecia cujo boletim continha anotações de Scofield! Talvez seja melhor carregar uma cadernetinha. Não é possível cuidar de uma igreja se ficar o tempo todo no escritório. Você trabalha com seres humanos; pessoas de verdade que têm problemas de verdade. Você logo descobrirá alguns casos crônicos, dois ou três hipocondríacos e até problemas mentais, e precisará de ajuda para lidar com eles—se não quiser gastar todo seu tempo nisso. Uma das situações mais aflitivas na vida de um pastor é observar os noivos saindo felizes da igreja depois da cerimônia de casamento enquanto ele tenta fazer com que a irmã “Manteiga Derretida” ou o irmão “Saco de Problemas” pare de reclamar o tempo suficiente para que um visitante seja cumprimentado! No entanto tenha paciência até mesmo com os fracos de espírito e com os neuróticos. Logo você encontrará um diácono atento, um membro da igreja ativo ou até mesmo uma senhora, já bastante ocupada, que se disporá a “resgatá-lo” dessas situações. Essa é uma boa tarefa para os introdutores, como discutiremos no capítulo que trata do assunto. Não se ofenda (nem se surpreenda) se algumas pessoas não simpatizarem com você de imediato. Afinal, se o ex-pastor ficou na igreja muitos anos, vai demorar algum tempo antes que alguns membros confiem em você e transfiram-lhe a lealdade que dedicavam a ele. Com o passar do tempo, você descobrirá que alguns que pareciam querer “morder sua perna” no começo do ministério agora “consomem” quase todo seu tempo. Faça o possível para se dar bem com as pessoas. Não há vantagem nenhuma em ser linha dura. Você descobrirá que herdou um diácono, um superintendente de Escola Dominical ou uma organista que acabaria com a paciência de Jó ou poria em dúvida a sabedoria do rei Salomão. Mas a vida não teria muita graça sem os desafios, não é mesmo? Todavia se você agir com humildade e mantiver seus olhos fixos no Senhor, ele o ajudará a lidar com os problemáticos. Nosso desejo sincero é que este livro responda algumas das perguntas que afligem os jovens pastores. Contudo seja modesto. Não dê uma de sabichão. Naturalmente a Bíblia deve ser nosso livro-texto, no entanto alguns pregadores se beneficiariam bastante com a leitura de

25

26

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER “Amizade: a chave para a evangelização”, de Joseph C. Alderich (Edições Vida Nova) e outros livros do tipo. Os problemas serão inevitáveis, e muitos. Não me esqueço do que ouvi do Dr. J. R. Faulkner, ex-presidente da Universidade Temple do Tennessee: “Nós não temos problemas; temos apenas desafios que devem ser ajustados aos planos de Deus”. Nossa fé, que às vezes é provada pelo fogo, será achada em louvor, honra e glória (1Pedro 1.7). Não revele todos os seus conhecimentos de imediato. O rebanho também precisará de alimento espiritual mais tarde. Eu não usaria todos os meus sermões “cheios de ternura” logo nos primeiros meses e semanas só porque funcionaram bem anteriormente. O que deu certo em um lugar pode não dar certo em outro. Claro que é bom já estar familiarizado com alguns sermões e não ter de gastar muito tempo com estudo e preparação quando se está tentando conhecer as pessoas e lembrar seus nomes. No entanto, não pregue uma mensagem só porque a conhece de cor e salteado. Quem vive das bênçãos passadas pode acabar jogado no meio de fracassos presentes. “Aprenda a amar sua igreja”, foi o que ouvi do pastor Jim Brown, de Batesville, Arkansas. Que verdade! Mesmo no início, quando você ainda não conhece bem as pessoas, ore pedindo que Deus o faça amar verdadeiramente Seu rebanho. Aprenda a amá-las por causa de Jesus, e logo descobrirá que as ama por elas mesmas também. Cultive bons hábitos logo no começo. Seja bem disciplinado. Levante-se cedo e fale com Deus logo de manhã. “Ele levantou-se cedo” são palavras usadas em relação a alguns bem sucedidos servos de Deus da Bíblia. Renove-se a cada manhã. Um dia é diferente do outro, e cada um deve ser um dia glorioso. Nenhum pastor que deseje se encontrar com Deus logo cedo, antes que a família se levante e o telefone comece a tocar, tem muito tempo para ficar assistindo à TV até tarde da noite. Oswald J. Smith dizia que ansiava mais pela “ronda da manhã” do que pela de qualquer outra hora do dia. “Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens” (Filipenses 4.5). Seja moderado na alimentação, no trânsito e no dogmatismo. Alguns pastores pecam por comer demais, dirigir perigosamente e reagir com violência. Nenhum pastor deve carregar a fama de glutão, pé-de-chumbo ou incendiário. Seja pontual. Os cultos devem começar na hora e os compromissos devem ser cumpridos prontamente. Nenhuma dona-de-casa deve fi-

PONTA DE PARTIDA car toda agitada imaginando se “aquele pastor” vai se atrasar novamente para um jantar do qual foi convidado a participar. Nada azeda mais uma senhora da igreja do que manter o jantar em fogo baixo, ver a carne secando na panela e a família reclamando de fome à espera de um pastor que chega esbaforido e atrasado para a refeição. A hospedeira disfarça com um sorriso, como se não se importasse porque o arroz grudou na panela, a carne ficou estorricada e o suflê desmoronou. Porém fique sabendo de uma coisa, companheiro, ela se importa, e muito! Saia de casa com tempo para chegar na hora! É bom que o candidato ao pastorado deixe claro à igreja seus alvos principais e em que acredita. Se a igreja não o convidar, paciência; pelo menos ele ficou livre de futuras dores de cabeça. Seja honesto com a igreja logo de começo. Isso não significa que o pastor vai ser grosseiro com as pessoas e descer-lhes a lenha para que saibam que as coisas irão ferver do púlpito, caso se atrevam a incomodá-lo. Seja gentil ao iniciar seu ministério e dê à igreja tempo para crescer na graça e na confiança em você. No entanto, seja sincero em relação ao que crê e defende. E não se esqueça de que existem várias maneiras de se “temperar um churrasco”. Se com um método você não conseguir realizar o que acha que Deus quer, tente outro. Não desanime se, no início do pastorado, as coisas não acontecerem exatamente como você gostaria que acontecessem. Seja um exemplo para o rebanho. “O trabalhador deve ser o primeiro a partilhar do fruto de seu trabalho”. Se você não estabelecer suas prioridades, a igreja também não estabelecerá as dela. Se você for preguiçoso, não espere outra coisa de seu povo. Se você se mostrar egoísta, a igreja também se mostrará. Se você não for um ganhador de almas, provavelmente sua igreja também não o será. Morra para si mesmo logo no início. O pastor não pode viver de mau-humor, ser arrogante nem andar se vangloriando. Seja disciplinado. Isso é muito importante. No entanto, por amor a Cristo, o céu deve ser o limite, pense grande e esteja certo de que Deus o usará para abençoar e ajudar Seu povo. Leia cuidadosamente o restante deste livro. Estude o que outros homens bem sucedidos na obra de Deus escreveram. Visite igrejas que estão ganhando almas e observem como estão agindo. A observação pode ser feita por meio de boletins, periódicos e outros materiais que lhe vierem às mãos e despertem suas próprias idéias. Ao estabelecer sua rotina pastoral, aproveite bem o tempo, que é o assunto do nosso próximo capítulo.

27

28

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

29

Capítulo 2

APROVEITE BEM SEU DIA “O tempo é curto”, avisou o apóstolo Paulo, e os pastores diligentes devem aproveitá-lo ao máximo. A maioria de nós sente-se tolhida com atrasos, interrupções e problemas que nos roubam as horas tão necessárias à realização de nossos projetos. Como gerenciar melhor o tempo e fazer tudo o que Deus planejou para o nosso dia? Antes de tudo, precisamos controlar a nós mesmos. “Pela muita preguiça se enfraquece o teto, e pela frouxidão das mãos goteja a casa” (Eclesiastes 10.18), ensinou o rei Salomão. Quase todos nós somos preguiçosos por natureza. Mesmo a pessoa mais consciente tem seu lado preguiçoso. “Já é hora de despertarmos do sono” (Romanos 13.11). Assim sendo, domine a si mesmo antes—e depois, seu dia. “E a tua força será como os teus dias.” Saber manejar o tempo é muito importante para o sucesso em qualquer profissão, e é especialmente verdade em relação ao ministério da Palavra. Tenha uma agenda para as tarefas diárias. Mesmo que, às vezes, seu horário fique caótico com interrupções, é bom saber o que vem pela frente. Planeje seu dia. Organize-se e faça o possível para se manter organizado. Arquive seus papéis, e será mais fácil achá-los depois. Se você tiver uma secretária, peça-lhe que mantenha o arquivo atualizado. Descubra o método mais eficiente para arquivar material para sermões, ilustrações etc. Já gastei tempo precioso tentando achar uma ilustração, um recorte ou uma carta que deveria ter sido arquivada corretamente! Saia cedo da cama! Se você acostumar-se a pular da cama assim que o despertador tocar, ganhará alguns minutos preciosos. Que vantagem você leva em resmungar, bocejar e rolar para o lado por causa de mais uns minutinhos de sono? Às vezes o cochilinho transforma-se em soneca de uma hora—sessenta minutos perdidos. Se a esposa e os filhos acordam mais tarde, e você não quer fazer barulho logo cedo, separe à noite as roupas que usará no dia seguinte. Vá para o escritório ou para

30

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER seu lugar de oração antes que a família comece a se movimentar ou o telefone a tocar. Lave o rosto com água bem fria se ainda estiver sonolento. Se você costuma fazer exercício de manhã, certamente estará bem desperto quando terminá-lo. É aconselhável ler um pouco a Bíblia antes de orar, para não cair no sono enquanto estiver ajoelhado. Um cristão chinês bastante conhecido adotou o seguinte lema: “Bíblia antes do café”. “Logo de manhã” é uma frase relacionada a muitas pessoas bem sucedidas da Bíblia. Davi afirmou: “de madrugada te buscarei” (Sl. 63:1). Moisés orou: “Sacia-nos de madrugada com a tua benignidade” (Sl. 90:14). Salomão convidou: “Levantemo-nos de manhã para ir às vinhas” (Cantares 7.12). “E Abraão levantou-se aquela mesma manhã de madrugada, e foi para aquele lugar onde estivera diante dz face do Senhor” (Gênesis 19.27). “Então levantou-se Jacó pela manhã de madrugada” (Gênesis 28.18). “Levantou-se pois Josué de madrugada” (Josué 3.1). “Então Gideão levantou-se de madrugada” (Juízes 7.1) para atacar os midianitas. O próprio Senhor Jesus “levantou-se de manhã muito cedo” (Marcos 1.35). Em um de meus pastorados, montei meu escritório numa sala afastada da ala principal da casa. Em outro, usei um quarto grande sobre a garagem. No último, e o mais longo, um quarto no fundo do quintal. Estudar no escritório da igreja pode ou não dar certo. Para um pastor amigo isso deu certo, já que o escritório ficava afastado das outras dependências da igreja, e a secretária “barrava” as interrupções antes que elas chegassem ao escritório pastoral. Quando o pastor estuda em casa, é-lhe impossível não ouvir o barulho proveniente das atividades normais da esposa e filhos. Se a campainha toca, ele pensa, mesmo inconscientemente, que pode ser alguém a sua procura, e teme precisar interromper o estudo. Os filhos pequenos não entendem por que não podem conversar com o papai já que ele está em casa. No entanto, se ele “sai” para o escritório, as crianças logo entendem que “o papai foi trabalhar”. Quando o pastor estuda em casa ou muito perto de casa, é mais fácil a esposa pedir-lhe que faça uma comprinha de última hora (“Meu bem, dá para você correr até o supermercado e comprar sabão em pó?”) ou que conserte algo rapidinho (“Querido, será que você poderia trocar a lâmpada do banheiro?”) ou que cuide do bebê só um pouquinho (“Vou aproveitar que o Juninho está dormindo para dar um pulinho até a casa

APROVEITE BEM SEU DIA da Joana. Você poderia ficar de olho nele para mim?”). Claro que assim que a mãe sai, o diabo acorda a criança, que chora meia hora—tempo que é roubado dos estudos. Não se transforme em babá nem em menino de recado. Se cortar a grama ou ir à padaria no meio da tarde é sua única forma de exercício físico, tudo bem; mas se você pratica esportes ou faz caminhada todos os dias, então pague alguém para cuidar do jardim. Não permita que seu tempo valioso seja consumido com pequenas atividades. O pastor é seu próprio chefe. Não existe relógio de ponto, nem gerente a quem prestar contas, nem horário a ser cumprido. Assim o pastor tem de ser honesto consigo mesmo e com Deus e disciplinar-se a fazer bom uso do tempo. Já que estamos “por nossa própria conta”, é fácil “fazer cera” lendo o jornal, papeando com o mecânico, correndo até o supermercado ou trocando experiências com pastores amigos. O obreiro atarefado é consciente demais para se ocupar com esse tipo de coisas. Devo gastar meu tempo estudando ou fazendo visitas? Devo fazer AS DUAS COISAS, claro! Mas é preciso estabelecer tempo para elas. No início de meu pastorado, eu fazia de 50 a 70 visitas por semana. Essa foi uma das razões para nossa igreja ter crescido de 100 para 1.600 membros durante meu tempo lá! Em conseqüência aumentaram as visitas a hospitais; aumentaram também os problemas da igreja e escola, os funerais e casamentos; o número de ovelhas necessitadas de ajuda também cresceu. Precisei, então, reduzir o número de visitas para 25 ou até 40 por semana; alguns membros da diretoria já estavam capacitados a fazer esse trabalho, dividindo-o comigo. Porém jamais se torne escravo da cadeira do escritório e fique esperando que os outros façam o seu trabalho. Estabeleça seu horário de sair a visitar e ganhar almas para Cristo. Pessoas afastadas, cristãos desanimados e gente interessada também precisam ser visitadas. E, claro, as visitas a hospitais e enfermos nunca cessam. Nenhum pastor pode se dar ao luxo de esquecer os velhinhos da igreja, principalmente os que estão em asilos ou impossibilitados de sair de casa. Certamente eles são as pessoas que mais gastam tempo orando a favor do pastor. Eles são solitários e precisam de incentivo. São pessoas que realmente precisam do pastor, especialmente os que não podem se locomover. Embora os membros da diretoria da igreja ou da comissão de visitação possam ajudar nessa área, nada substitui a

31

32

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER visita periódica do pastor. Estar com os que sofrem e não podem se locomover irá fortalecer e encorajar seu próprio coração. Se possível, grave o culto de domingo para que eles ouçam durante a semana. Talvez a igreja possa comprar gravadores para os que não têm dinheiro. Os velhinhos apreciam muito as visitas pastorais, e, quem sabe, aquele dinheiro que a igreja tanto necessita não será doado por alguém que você nem imaginava que tivesse algum dinheiro! Muitos deles, sentindo-se amados e protegidos pela igreja deixam, em seus testamentos, grandes quantias para o trabalho do Senhor. Nenhuma igreja pode fazer a desfeita de ignorar os enfermos e os idosos. Eu procurava fazer visitas evangelísticas pelo menos duas vezes por semana: terças e quintas, e também aos sábados. Naturalmente, você deve estar atento às almas perdidas o tempo todo. As comissões podem fazer muitas coisas que normalmente os pastores têm de fazer. Já ouvi pastores e igrejas se gabarem de não terem “comissão nenhuma para o trabalho, a não ser o pastor e os diáconos”. Eu, porém, já fui bastante ajudado por excelentes comissões. Não lemos em nenhum lugar da Bíblia que é errado ter comissões. Embora seja verdade que algumas delas “perdem muito tempo em reuniões”, isso não precisa ser necessariamente verdade. Alguém com muito senso de humor disse a respeito de comissões: “Separadamente eles não fazem nada, e quando se reúnem, decidem que nada pode ser feito”. (Já tive algumas assim!) Todavia se as comissões forem bem escolhidas, e tiverem um relator (ou relatora) bastante responsável — e se forem oficialmente aprovadas pela igreja, o que torna seu trabalho mais importante —não há razão para as comissões não serem ótimas ajudantes do pastor. Por exemplo, não existe motivo algum para que o pastor (ou sua esposa) tenha que escolher as flores para a mesa da ceia, ou que faça o horário de refeições para o evangelista que está visitando a igreja, ou que dê uma vistoria para saber se o departamento de crianças tem todo o material necessário e se há lençóis para as caminhas do berçário! Se as comissões forem bem escolhidas e se tiverem verba para tomar as providências necessárias, os pastores nunca precisarão carregar alguns dos fardos que lhe são jogados nas costas. Exemplos de comissões: Comissão de Patrimônio. Além de cuidar dos bens móveis e imóveis da igreja, também cuida de sua aparência externa, como jardins, gramados etc.

APROVEITE BEM SEU DIA Comissão do Departamento Infantil. Responsável em providenciar ajuda, móveis e limpeza dos locais onde as crianças se reúnem. Comissão de Hospitalidade. Se uma senhora esperta e sábia encabeçar esta comissão, os missionários sempre terão um lugar onde se hospedar; o conferencista fará excelentes refeições, em casas arrumadas e limpas, junto com o pastor; os visitantes nunca sairão da igreja sem serem cumprimentados etc. Comissão de Visita aos Idosos e Enfermos. Alguns idosos saudáveis e ativos podem fazer parte desta comissão. Geralmente eles têm mais tempo que o pastor, e podem informá-lo se alguém estiver seriamente enfermo, hospitalizado etc. A comissão também pode se responsabilizar em gravar os cultos para que os acamados ouçam; mandarão cartões de aniversário, Dia das Mães e dos Pais, de Natal etc para essas pessoas. Também se encarregarão de arranjar transporte para aqueles que desejam ir à igreja, mas não podem caminhar muito. Comissão de Ornamentação. Cuidarão para que a igreja esteja sempre bonita e limpa, e que as flores estejam frescas e atraentes. Comissão de Jovens. É de grande ajuda, especialmente se a igreja não tiver ninguém encarregado de trabalhar com os jovens e adolescentes. Esta comissão ficará encarregada de preparar comes-e-bebes para eventos especiais e reuniões dos jovens. A pobre esposa do pastor não tem nenhuma obrigação de fazer essas coisas, principalmente sozinha. Mesmo que a igreja tenha um pastor ou diretor de jovens, essa comissão lhe será extremamente útil. Comissão de Música. A não ser que a igreja tenha um ministro de música de tempo integral (que será o diretor da comissão), ela deverá trabalhar junto com o pastor (e sob supervisão dele). Variedade musical na apresentação do conjunto coral; seleção cuidadosa dos solos, duetos, trios etc; eliminação do tipo errado de música; música apropriada para funeral ou eventos especiais — todas estas coisas devem ser levadas em consideração. A comissão de música também tomará providências para que as pastas dos conjuntos estejam atualizadas e em ordem. Claro que se a igreja tiver um ministro de música, ele será responsável por essas coisas, e prestará contas ao pastor.

33

34

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER Comissão de Finanças. Trabalha junto ao pastor, especialmente na elaboração do orçamento anual da igreja. A comissão deverá estar atenta para que não aconteçam gastos desnecessários; que haja dinheiro em caixa para emergências, problemas financeiros de última hora etc. Certamente alguns diáconos devem ser incluídos na comissão; na verdade, em alguns casos, todos os membros da comissão deveriam ser diáconos. O tesoureiro da igreja não pode ficar de fora, logicamente. Comissão de Visitação. Em algumas circunstâncias, é valiosa. Se a igreja tem alguém especialmente encarregado desta área, então a comissão trabalha sob supervisão dele, que, por sua vez, será supervisionado pelo pastor. Porém a igreja não deve achar que todas as visitas são de responsabilidade única desta comissão. A comissão deve abrir caminho, inspirar a igreja, ser exemplo, ajudar a descobrir os interessados, dar boas-vindas aos que estão chegando de outros lugares, manter o arquivo de visitação em ordem etc. Pastor, aprenda a delegar! Eu sei que, em algumas ocasiões, parece que você vai ter mesmo de fazer o trabalho. Algumas vezes os membros da diretoria se esquecem de alguma coisa ou o diretor de uma comissão viaja sem avisar. Mesmo assim, é bom confiar em seus colaboradores e delegar responsabilidade. Claro que você deve estar atento ao que acontece, e também haverá ocasiões em que alguém terá de ser substituído; algumas vezes o pastor precisa chamar a atenção de um membro de comissão ou diretoria por causa de um trabalho que precisa ser feito. Mesmo com todos os problemas, a tarefa é mais fácil quando há alguém ao seu lado ajudando-o. Além disso, todos os seus colaboradores e membros da igreja precisam trabalhar para o Senhor. Se a igreja tem um pastor de jovens então a comissão de jovens torna-se desnecessária. E se houver um pastor, é melhor que ele escolha seus ajudantes. Do mesmo modo, se a igreja tem um ministro de música ou regente de coro, a comissão de música presta contas a ele, e ele, ao pastor. Discutiremos alguns desses assuntos em capítulos separados, Cada pastor sabe como seu horário deve ser, no entanto já me pediram para organizar a programação de um dia de trabalho pastoral. Talvez o apresentado abaixo, e bastante usado, lhe seja útil. 6h (ou mais cedo): Estudo bíblico e oração. Quem sabe 10m para exercício físico. Faça um rascunho das atividades do dia e ore a respeito.

APROVEITE BEM SEU DIA 7.10 - 7.30: Banho, barbear, vestir-se. 7.30 - 8.10: Café da manhã e culto doméstico. 8.10 - 8.30: Cuidar da correspondência pessoal, programa de rádio etc. 9.15 - 10.00: Ir ao escritório da igreja, cuidar da correspondência, ditar cartas. 10.00 – 12.30: Tempo para estudar, almoço com a esposa. 1.15 - 3.00: Estudo, preparação de sermões, responder e-mails etc. 3.00 - 5.30: Visitas, incluindo hospital, passar pela igreja e verificar se há trabalho acumulado por lá. 5.30 - 7.00: Jantar com a família, tempo com as crianças etc. 7.00 - 8.45: Visitas, reunião de diretoria, culto de oração – dependendo do dia da semana. 9.00 - 11.00: Tempo com a esposa e/ou família. Às quartas-feiras gaste mais tempo estudando a mensagem da noite do que fazendo visitas e outras tarefas. Aos sábados, passe entre seis e oito horas, começando logo cedo, nos estudos; faça eventuais visitas à tarde. Estude mais um pouco à noite e domingo bem cedo. Normalmente os pastores tiram a segunda-feira de folga. Algumas vezes, para descansar, saí da cidade. Se havia programa de rádio pela manhã ou alguma visita a enfermos, saíamos logo após. Às noites de segundas e sextas eram dedicadas à família. Emergências e fatalidades acontecem, portanto, ajuste-se a elas sem resmungar demais! E o aconselhamento? Particularmente, acredito que muitos pastores arruinaram seus ministérios de pregação e evangelismo porque se dedicaram muito ao serviço de aconselhamento. Você pode fazer uso da psicologia (quase sempre questão de bom senso!), no entanto Deus não o chamou para ser psicólogo nem psiquiatra. Ele o chamou para pregar a Palavra! Mantenha o púlpito aceso e seu coração saturado com a Bíblia e você responderá a maioria das perguntas em questão de minutos. Se as pessoas estiverem dispostas a levar a Bíblia a sério e a obedecer a Deus, você já realizou muita coisa. Caso contrário, só vai conseguir sufocar seu ministério nas longas horas de “aconselhamento”. Mas o que fazer com as pessoas que insistem em falar com você ou exigem tempo para aconselhamento? Primeiro, eu lhes daria a Palavra de Deus e explicaria que este Livro (a Bíblia) tem todas as respostas

35

36

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER para seus problemas. Incentive-as a participar dos cultos. Dos cultos de domingo de manhã e noite; dos cultos de quarta-feira; da Escola Dominical; das reuniões de estudos bíblicos; além do tempo que devem estudar a Bíblia em casa. Segundo, ore com elas e por elas. Ensine-as a orar por si mesmas e a caminhar com os próprios pés. Tenha um bom estoque de folhetos e evangelhos à mão para ajudar os que necessitam de aconselhamento. Há ótimos livros sobre aconselhamento no mercado, contudo os que mais me ajudaram foram folhetos e livros pequenos, que são práticos e vão direto ao assunto. Se possível, sugira-lhes bons programas evangélicos de rádio ou TV. Indique-lhes algum tipo de literatura devocional, como o Nosso Pão Diário. Tente encontrar um crente espiritualmente forte que se disponha a encorajar e ajudar a pessoa. Peça à classe da Escola Dominical ou outro grupo que envolva a pessoa em alguma atividade construtiva, de preferência algo que a leve a servir ao semelhante. Muitas vezes os problemas desaparecem quando a pessoa se dispõe a trabalhar para os outros. Se o seu problemático tiver mesmo uma questão mental, claro que você deve recomendar que procure um médico, cristão de preferência. Muitas vezes nossos problemas mentais ou espirituais imaginários são frutos de doença física. Se o problema for espiritual, mas a pessoa não aceita os conselhos da Bíblia, e também não aparece para ouvir a mensagem pregada, você não perderá muito se ela se mudar para outra igreja. Os pastores mais jovens devem tomar cuidado extra se o aconselhando for alguém do sexo oposto. Uma boa prática é estabelecer um limite de tempo – digamos, 20 minutos – para conversar com ela. (Se a pessoa está desejosa de aceitar a Cristo, talvez seja necessário mais tempo.) Uma boa idéia é fazer o aconselhamento quando sua secretária ou outra pessoa estiver por perto, de preferência na sala ao lado da sua. Se perceber que a mulher é sozinha, carente emocional e necessitada de atenção, peça que sua esposa o acompanhe no aconselhamento. Se a pessoa continuar falando e falando, o que o pastor deve fazer? Como terminar a conversa e fazer com que ela se retire? Quando eu terminava de dizer o que havia a dizer e sentia que a

APROVEITE BEM SEU DIA conversa terminara, eu afastava a cadeira, fechava a Bíblia ou livro que estava usando e sugeria que orássemos. Mesmo que você já tenha orado pelo problema, faça uma oração final. Ajoelhar, ficar em pé ou continuar sentado é sua decisão. Se você perceber que a pessoa é daquelas que nunca param de falar, e que vai ser difícil colocar um ponto final no assunto, diga: “Vamos orar antes de você sair.” Dito isto, abaixe a cabeça e agradeça a Deus pela oportunidade da reunião e peça-lhe que abençoe a pessoa em seus afazeres. Mesmo aqueles sem “desconfiômetro” nenhum vão perceber que você tem mais o que fazer e que já passou da hora de se retirar. Se a pessoa insiste em ficar zanzando por ali, você vai ter de ser direto: “Desculpe, mas tenho gente esperando para falar comigo” ou “Preciso fazer uma visita a uma pessoa doente” ou “Não quero tomar mais do seu tempo” e abra a porta para ela. Em alguns casos, quando você sabe que a pessoa fala pelos cotovelos e é cheia de problemas, peça à secretária (ou sua esposa ou quem estiver por perto) que o interrompa depois de uns 20 minutos para avisar que fulano ou beltrano já está esperando. Em todos os lugares há pessoas que não percebem quando a conversa já terminou!. O tempo não pára. Se você é honesto na obra de Deus, nunca vai colocar seu trabalho em dia. Sempre haverá coisas a ser feitas. Franklin disse: “Não desperdice tempo, pois a vida é feita dele”. O tempo é curto, portanto, redima-o. “Não há doze horas no dia?”, perguntou Jesus. Talvez ele tenha querido ensinar que devemos nos ocupar e realizar tudo o que pudermos nas doze horas estabelecidas para o trabalho. Mesmo que durmamos mais ou menos sete horas, teremos ainda cinco horas para nos divertir, comer e ficar com a família. Planeje bem suas doze horas. Talvez valha a pena fazer um inventário para descobrir como o último dia de trabalho foi gasto. Quem sabe você não consegue melhorar essas doze preciosas horas! Por falar nisso, o tempo será totalmente desperdiçado se você não orar. Se tentarmos realizar o trabalho do nosso jeito, em vez de seguirmos as ordens de Deus, nosso dia será um fracasso total. Em Marcos 4 lemos que a tempestade passou depois que eles oraram. Oh, que paz perdemos sempre. Oh, que dor de coração, Só porque nós não levamos Tudo a Deus em oração.

37

38

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER “A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” – Tiago 5.16 Faça bom uso dos minutos que lhe sobrarem e você perceberá que ganhou uma hora extra de estudo e conseguiu fazer muita coisa importante. Tenha sempre um bom livro no carro. Cole versículos bíblicos no painel ou no pára-sol de seu veículo e aproveite para memorizá-los enquanto estiver parado no sinal ou no trânsito. Tenha à mão folhetos e evangelhos para ler enquanto espera por alguém ou numa fila. Você terá tempo de ler alguns capítulos de um livro enquanto o mecânico troca o pneu de seu carro ou faz algum conserto. Leia o jornal à noite, quando já estiver cansado demais para se concentrar em coisas realmente importantes. Leia um pouco enquanto sua esposa acaba de pôr a mesa do jantar. Use todo tempo livre, por menor que seja, e aperfeiçoe seu trabalho para o Mestre. Muitos pastores colocam gravadores em seus carros e, assim, aproveitam para ouvir sermões ou estudos bíblicos enquanto dirigem ou esperam no farol. É verdade. O tempo não pára. Faça bom proveito dele. Não demora muito, e o tempo desaparecerá na eternidade.

39

Capítulo 3

IRMÃOS, REUNIMO-NOS PARA ADORAR Por que não promover cultos que despertem nas pessoas o desejo de voltar à igreja? Os cultos e estudos bíblicos podem ser tão agradáveis, apropriados e proveitosos que os visitantes não vão querer perder nenhum deles. Este capítulo estudará tanto a ordem do culto quanto as coisas práticas observadas ao longo do tempo. Algumas sugestões são tão corriqueiras que parecerão desnecessárias. No entanto, alguns pastores envolvem-se de tal maneira com o trabalho que não conseguem discerni-lo bem, como a pessoa que se concentra nos detalhes e não vê o quadro todo. As sugestões oferecidas são questão de bom senso. Já visitei muitas e muitas igrejas, e também já conversei com inúmeras pessoas que se aproximaram ou se afastaram de igrejas pelas razões que apresentarei. Então, por favor, não faça pouco caso das observações que apresentarei, por mais simples que pareçam. Elas farão uma grande diferença em sua igreja. 1. A primeira impressão é a que fica. Sua igreja pode não ser chique, rica, sofisticada ou bem ornamentada, mas a falta destas coisas não impede que seja bem arrumada, limpa, organizada e tenha as paredes pintadas. Ao se aproximarem do templo, os visitantes e membros devem ver que a calçada foi varrida, a grama foi cortada, as árvores foram podadas e o estacionamento foi bem demarcado. Ao atravessarem os portões, devem ficar impressionadas com o clima e aparência agradáveis de boas-vindas. Muitos pastores se preocupam tanto com os problemas espirituais da igreja que dificilmente percebem o que os visitantes notam logo de cara. Se a igreja é abençoada com um zelador caprichoso, metade do problema já está resolvido. Mesmo assim – a não ser que o zelador seja alguém fora de série –, o

40

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER pastor terá de ficar lembrando-o das tarefas necessárias para que a propriedade esteja em ordem. Poderá também delegar a supervisão a uma comissão ou, de preferência, a uma pessoa de confiança. A maioria dos zeladores não gosta de ter muitos “chefes”. Quem quer que esteja encarregado de supervisionar o trabalho tem de ser perfeccionista, mas de boa índole. Também não pode ser uma pessoa cuja casa e quintal sejam uma bagunça total. Se possível, contrate para a zeladoria alguém que não seja membro da igreja. Mas seja como for, não contrate ninguém cuja casa mais parece um campo de guerra. Faça todos os esforços para que sua igreja fique conhecida como um lugar bonito. No mínimo, não dê ocasião para que os visitantes apenas se lembrem da sujeira logo na entrada, dos papéis espalhados pelos bancos, dos buracos na calçada, do banheiro nojento. As pessoas acostumadas a viver em casas bem arrumadas, a freqüentar shoppings bem iluminados e convidativos, a ser atendidas em bancos e restaurantes que primam pela limpeza sentirão repulsa em um templo que cheira mal, em desordem e mal conservado. Se sua igreja é pequena e depende de voluntários para a limpeza, não se esqueça de enfatizar a importância do serviço prestado por aqueles que mantêm o local arrumado, limpo e convidativo. Lembre aos voluntários que “a limpeza é irmã gêmea da santidade”. Este provérbio não está na Bíblia, mas não deixa de ser verdadeiro! Não abaixe a guarda! Não despreze o valor da boa primeira impressão. Se a igreja é pobre demais para pagar um zelador ou muito pequena que não tenha voluntários que saibam fazer um bom serviço, tente contratar seus próprios filhos adolescentes, se eles forem bem disciplinados e com idade suficiente para fazer um serviço bem feito. Alguém disse que há três maneiras de se realizar um trabalho: faça-o você mesmo; contrate alguém para fazê-lo; proíba seus filhos de fazê-lo! Se optar por “contratar” seus filhos, você terá de supervisioná-los para ter certeza de que o trabalho será bem feito. No entanto, utilize este recurso apenas se não houver outra saída, e por pouco tempo. 2. Cuidado com os ouvidos alheios! Tenho certeza de que na maioria das igrejas os cultos seriam bem mais eficazes se o aparelho de som estivesse um pouco mais alto! Na verdade, muitas igrejas nem tem essa aparelhagem – o que causa surpre-

IRMÃOS, REUNIMO-NOS PARA ADORAR sa! Alguns pastores acham que só porque eles ouvem o que estão dizendo o auditório também ouve. Nem todos os pastores possuem um sistema de som embutido no tórax, como é o caso do Dr. Ian Paisley. Talvez Billy Sunday conseguisse se fazer ouvir por milhares de pessoas usando nada mais que um simples painel de madeira como caixa acústica. John Wesley pregava de cima do túmulo de seu pai às multidões que se reuniam ao lado do cemitério da igreja. No entanto, a maioria de nós não tem pulmões tão poderosos quanto os desses velhos cavalos de guerra. Acho que se eles vivessem nos dias de hoje, e tivessem de disputar a atenção dos ouvintes com bancos almofadados, pisos acarpetados, barulho de avião a jato e de ventiladores, também usariam um bom sistema de som. Como resultado de ter ficado sentado um bom tempo esperando para falar em Escola Dominical, cultos e reuniões de jovens pelo país todo, cheguei à seguinte conclusão: 50% dos pastores e entre 75% e 90% dos diretores de EBD e outras pessoas que falam perante a igreja não se fazem ouvir claramente. Na verdade, se muitas dessas pessoas que dão os avisos ou fazem qualquer outro tipo de apresentação na igreja ficassem caladas, o efeito seria o mesmo! Portanto, aumentem um pouco o volume! Se visitarmos igrejas que crescem e florescem na conquista de almas para Cristo, observaremos que todas possuem um excelente sistema de som, que estão sempre com o volume alto. É impossível alguém dormir quando o Dr. Lee Roberson prega ou dá avisos. Quando a voz do Dr. Jack Hyles ressoa, não perdemos uma única palavra do que ele diz. Pense em qualquer pastor dinâmico e bem sucedido em seu ministério e você descobrirá que isso também é verdade em relação a eles. Algumas vezes, ao começar a pregação em uma campanha evangelística, senti que não estava sendo ouvido de modo claro e eficiente. Não havia resposta do auditório. Mas assim que convenci o pastor ou o técnico de som a aumentar o volume do microfone, o clima da reunião mudou e os resultados foram visíveis. Pode ser que os pastores liberais e os amantes da liturgia se contentem com cultos moderados e em tom suave, mas aqueles entre nós que desejam sacudir os alicerces do Inferno e resgatar as almas condenadas ao tormento precisarão falar em alto e bom som! Algum tempo atrás ouvi o evangelista Hyman Appelman contar que alguém quis saber por que ele gritava e apelava tanto em suas pregações. O evangelista apontou para um beiral de concreto num edifício do

41

42

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER outro lado da rua e perguntou: “Se você estivesse parado embaixo daquele pesado beiral e ele começasse a rachar, e estivesse a ponto de cair em sua cabeça, você iria querer que eu chamasse gentilmente sua atenção e sussurrasse: ‘Ei, amigo, aquele beiral de concreto vai cair e esmagar você. Talvez seja melhor você sair daí’. É isso que você queria?” O homem respondeu: “Continue gritando, pois vou ouvir”. Fale alto! Mesmo ao microfone! Alguns oradores resmungam e murmuram, e abaixam a voz sem se aproximarem do microfone e, conseqüentemente, ninguém os ouve. Se você falar alto o auditório lhe agradecerá, especialmente as pessoas que sofrem de problema auditivo – e muitas sofrem. Um bom sistema de som é algo indispensável. Todas as igrejas que pastoreei tiveram dificuldade em encontrar um aparelho de som que valesse a pena e que funcionasse direito. Acústica não é coisa fácil. No meu último e mais longo pastorado a igreja adquiriu um equipamento de som caro e apropriado para o trabalho, mas levou tempo até que conseguíssemos o efeito desejado. Porém, ainda hoje, o volume adequado para o conjunto coral ou para um determinado orador não funciona para outro pregador ou para diretor da Escola Dominical. É preciso um bom engenheiro de som que faça os ajustes o tempo todo. Não tenha medo de dizer ao responsável pelo som que é preciso aumentar (ou diminuir) o volume. Lá de onde está, ele nem sempre ouve o resultado do jeito que você ouve. Você é o pastor; peça o que é necessário para que o culto seja feito como deve. Se as pessoas não ouvirem direito, não serão nenhum pouco tocadas pela mensagem, mesmo que seu esboço seja espetacular e a ilustração final seja maravilhosa. No começo de meu ministério, um conhecido evangelista me explicou que a mensagem do Evangelho jamais seria eficaz se não fosse pregada em voz alta. Ele estava absolutamente certo. No entanto, não estou falando em gritaria e berros no ouvido do auditório. Não tente substituir a inspiração pela perspiração (ou por um ótimo aparelho de som). Não estou me referindo a extravasar emoções. Contudo se a igreja possui um equipamento de som adequado e um técnico que saiba o que está fazendo, o pastor não precisa alterar a voz nem chegar à exaustão para alcançar os ouvidos (e corações) das pessoas. O equipamento de som se faz necessário por algumas razões: para encobrir os gritos de um bebê que destampa a chorar durante o culto; abafar o ronco ensurdecedor de aviões, caminhões e motocicletas que

IRMÃOS, REUNIMO-NOS PARA ADORAR passam voando sobre e ao redor do templo. Os ventiladores ou aparelhos de ar condicionados ligados só aumentam o problema. Quando o número de presentes aumenta e o templo fica lotado, todo esse barulho é absorvido pelas pessoas e a roupa que usam. Muitas igrejas modernas têm piso acarpetado e bancos forrados. Sem um bom sistema de som, o pastor “fica na pior”. É bom frisar que o pastor pode abaixar a voz de vez em quando para causar um certo impacto nos ouvintes. Isso pode ser feito com ótimo resultado se a igreja tiver um bom sistema de som, e o pastor aproximar-se bem do microfone. No entanto, ele não será ouvido se fizer isso sem a aparelhagem de som. E não se esqueça: se sua igreja possuiu aparelhagem de som, aumente o volume e veja o que acontece! Aquele pecador teimoso, que culto após culto ouve suas mensagens, é capaz de acordar e aceitar a Cristo no próximo domingo! O diretor da Escola Dominical talvez seja capaz de, finalmente, se fazer entender pelos adultos. E da próxima vez que alguém der um testemunho, as pessoas ouvirão e serão abençoadas. Não se esqueça: igrejas grandes e pequenas necessitam de um bom equipamento de som. 3. O auditório está congelando ou fritando? Nos dias mais frios, algumas igrejas fecham todas as janelas e o auditório fica a ponto de morrer sufocado. No verão, os ventiladores ficam em velocidade tão alta que os cabelos voam, as folhas de Bíblias e hinários não param no lugar, e fica um liga-desliga sem fim, pois uns sentem frio e outros sentem calor. O que fazer? Spurgeon afirmou que o oxigênio puro é a coisa mais importante depois da boa pregação. É primordial que o templo possua um bom sistema de ventilação, seja no frio ou no calor. Os desinteressados, que parecem em eterno estupor, já caem no sono de uma vez por causa do calor. Avise os introdutores para ficarem de olho nas janelas nos dias mais frios; elas devem ficar um pouco abertas para que o ar circule. No calor, os ventiladores devem estar numa velocidade que não incomode ninguém, mas refresque o ambiente. Instrua as pessoas que não gostam de vento nas costas ou na cabeça para que mudem de lugar. Se alguém estiver incomodado com o vento não prestará atenção na mensagem, e não será convencido dos horrores que o esperam no Inferno. As pessoas mais velhas sentem muito frio, e as mais novas, geralmente, sentem menos. Tente encontrar um mediador comum, mesmo sabendo que jamais conseguirá agradar a todo mundo.

43

44

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER 4. Comece na hora! Muitas igrejas não fazem isso. Os atrasos variam de um a dez minutos. Nada irrita mais às pessoas do que correr para deixar as crianças prontas, sair adoidadas trânsito afora, caçar um lugar para estacionar, entrar afobadas na igreja e, quando finalmente se afundam no banco, ter de ficar esperando pelo pastor, conjunto coral e regente se organizarem para o hino de abertura. A verdade é que a ordem do culto deve estar pronta muito tempo antes de ele começar. Pastor, se os cultos em sua igreja sempre começam atrasados, é hora de ensinar pontualidade à sua congregação; todos irão ganhar com isso! Nossa organista começava a tocar alguns minutos antes do início do culto. Desse modo, se a pianista tivesse algum imprevisto com o conjunto coral, o trabalho podia ser iniciado sem problemas. O ministro de música ou regente da igreja, seja ele pago ou voluntário, precisa entender que o trabalho de Deus é a coisa mais importante deste mundo e tem de ser feito da maneira certa. Isso inclui começá-lo na hora! Se sua igreja é pequena e não há muitas pessoas que possam tocar o órgão ou piano na falta do responsável, tenha alguém pronto a iniciar o culto sem o instrumento. Se o conjunto coral, ou qualquer outro grupo que fará a abertura, não estiver pronto na hora, inicie o culto com um cântico congregacional. É importante que os coristas, solistas etc. entendam a importância de estarem prontos na hora. Se por um ou dois domingos você iniciar o culto sem eles, logo entenderão a mensagem! “O pastor quer que sejamos pontuais.” Outra boa razão para o culto começar na hora é que o pastor não tem de cortar parte do sermão. Normalmente eu preparo sermões de 25 a 30 minutos. Se o culto começa atrasado, eu (mesmo que inconscientemente) fico ansioso com o fato de ter de avançar no horário ou ter de encurtar a mensagem. Os visitantes e interessados adquirirão confiança em você e em sua igreja se perceberem que são organizados e pontuais. Geralmente as pessoas acabam voltando, se gostaram do que viram antes. Se você, como pastor, perceber que o tempo do culto está saindo de seu controle, então corte alguns avisos, leia uma passagem menor da Bíblia antes da mensagem ou faça uma oração mais curta. Só não “aleije” a mensagem. Mas lembre-se de que se você for além da hora no final do sermão, vai perder seu auditório. Sempre procurei não deixar o apelo muito para o fim da mensagem. Aos domingos de manhã sempre procu-

IRMÃOS, REUNIMO-NOS PARA ADORAR ro terminar a mensagem, fazer a oração final e despedir a congregação exatamente na hora estabelecida. Caso contrário, as donas de casa ficarão pensando no assado que está no forno ou nas visitas que vão chegar, e farão isso exatamente quando você mais quer pensem em como aplicar a mensagem a suas vidas. “Se você não conseguir água em meia hora, pode parar de cavar”, alguém disse com sabedoria. Aos domingos à noite, você até pode alongar-se um pouquinho mais na mensagem. Mesmo assim, nesta época em que o tempo é supervalorizado, quando as pessoas sofrem de úlcera ansiosa e vivem a poder de tranqüilizantes, acho que sua mensagem será bem mais eficaz se você não ficar conhecido como “aquele pastor que não pára nunca”. Outra razão para ficarmos de olho no relógio, principalmente nas cidades grandes, é que muita gente depende de ônibus, e, especialmente aos domingos, eles não correm com tanta freqüência como nos dias da semana. Muitos jovens, adolescentes e até crianças vão à igreja sozinhos e seus pais esperam que voltem cedo para casa. Insista com o diretor da Escola Dominical para que o trabalho comece na hora. Esta é uma maneira de fazer com que todo o resto da programação ocorra no tempo certo e nada se atrase. Informe ao regente dos hinos, diretores de quarteto e de músicas especiais quantos números poderão ser apresentados. Se o dirigente escolheu um hino de 16 estrofes, diga-lhe que só há tempo para duas ou três. Naturalmente,este assunto deve ser discutido com antecedência, e não lá no púlpito. Às vezes os pastores mais jovens ouvem falar de pastores bem sucedidos que pregam longas mensagens, e gastam muito tempo se promovendo, e fazem do apelo uma jornada pela Grande Tribulação e chegam até o Milênio, e mesmo assim conseguem que as pessoas voltem para ser torturadas novamente, saibam que eles são exceção à regra. O povo volta apesar da falação, não por causa dela! 5. Avisos Diga a quem for fazer os avisos que os escreva, pois assim não terá de ficar tentando se lembrar do que deve ser dito e, então, não desperdiçará tempo lá na frente. Seja você mesmo rápido e direto em seus avisos. Jamais diga: “Agora é hora dos avisos” ou “Tenho vários avisos para dar aos irmãos”. Se fizer isso, muita gente vai aproveitar para tirar

45

46

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER uma soneca, ler o boletim, ajustar a gravata, cochichar no ouvido das crianças ou escrever um bilhete. Se um aviso não for importante, esqueça-o. (O melhor jeito é escrever tudo no boletim.) No entanto, se é um aviso importante, e não pode ser deixado de lado, tente algo assim: “Isso aqui é importante. Ouçam com atenção.” “Antes de cantarmos, tenho de avisar o seguinte.” “Há um aviso muito importante no boletim sobre...” “Mal posso esperar para lhes avisar sobre uma coisa sensacional.” Mas se a coisa não for realmente “sensacional”, pode muito bem ser colocada no boletim ou nem mesmo ser mencionada. Algumas vezes a presidente da Sociedade de Senhoras ou o professor de uma classe insiste em dar um aviso. Neste caso, diga: “Antes que me esqueça, a classe Orvalho do Monte avisa que no próximo domingo...” e passe para algo de interesse geral. Mas deixe claro à classe Orvalho do Monte que da próxima vez, se não quiser passar em brancas nuvens, deve entregar o aviso ao pessoal que faz o boletim. Programas especiais da igreja devem ser mencionados do púlpito. Na verdade, se você, como pastor, deseja que um projeto seja bem sucedido, terá de apoiá-lo publicamente. Nestes casos, no entanto, não o categorize como um “aviso”. Tão-somente apresente-o com entusiasmo. Se o projeto envolve a igreja toda, naturalmente você gastará um pouco mais de tempo falando sobre o assunto do que se fosse um programa do conjunto coral ou do departamento de jovens. Os pedidos de oração por enfermos são outro assunto delicado. Algumas pessoas (aquelas que normalmente não aparecem nas reuniões de oração das quartas-feiras) esperam que você toque profundamente os corações dos intercessores para que orem a favor da Maria das Dores Profundas que está com problema no pâncreas ou pelo Gustavo Semprenfermo que sofre de azia crônica. Alguns pastores acham que têm a sincera obrigação de, durante os avisos, fazer uma explanação completa sobre o órgão afetado do irmão que se encontra hospitalizado. E aí ficam sem entender por que o pessoal está desaparecendo da igreja! Na verdade, já ouvi pastores darem detalhes tão íntimos da condição de saúde de algumas senhoras doentes que fiquei imaginando por que os familiares das enfermas não se esconderam debaixo dos bancos! Leve sua igreja a entender que o período de oração a favor dos enfermos e dos que sofrem é às quartas-feiras à noite. (Mesmo assim, eu faria uma lista dos pedidos para que o tempo não seja totalmente tomado

IRMÃOS, REUNIMO-NOS PARA ADORAR por eles.) Com isso, se surgir uma emergência, ou alguém ficar em estado crítico, você poderá mencioná-lo rapidamente e de coração, e fazer uma oração imediata pelo enfermo no culto dominical. Deus ouve as orações curtas da mesma maneira que ouve as longas. Naturalmente que se acontecer um acidente trágico no sábado à noite e algum membro da igreja estiver envolvido, ou a casa de alguém pegar fogo, ou coisas desta natureza, você deverá mencionar o ocorrido e insistir para que a igreja ore fervorosamente pelos que sofrem. Nos cultos de domingo à noite, ao orar, mencione os que estão seriamente enfermos e os hospitalizados. Os parentes dessas pessoas ficarão agradecidos, e você estará relembrando às suas ovelhas que devem interceder por elas. 6. A variedade ainda é o tempero da vida. Conta-se que um homem foi declarado morto. A funerária preparou o corpo para o enterro. A igreja preparou um culto fúnebre muito bonito. O templo estava repleto de flores. Os presentes choravam baixinho. O órgão tocava uma música suave. Alguns amigos do falecido se preparavam para levar o caixão. De repente, o “defunto” começou a se levantar, deixando bem claro que ainda não estava morto. O pastor olhou contrariado e gritou: “Não faça isso! Você está arruinando a cerimônia!” Em algumas igrejas a programação é tão formal e a rotina tão inflexível que o auditório pode acertar o relógio pelos bocejos dos coristas. Não tenha medo de “arruinar a cerimônia” e mudar as coisas de vez em quando. Os cultos devem ter uma certa liturgia, mas não precisam ser tão formais que acabam se tornando cerimoniosos e sem vida. E não estabeleça um padrão tão rígido que o auditório saiba exatamente o que vai acontecer a seguir. (Quem foi mesmo que disse que a rotina é um túmulo aberto?) O culto não precisa começar sempre com a doxologia, que em muitas igrejas funciona como uma campainha avisando que o trabalho já começo. Surpreenda o povo de vez em quando e começo o culto com um hino retumbante pelo coral ou congregação. Em vez de orar depois da primeira música, faça-o depois da segunda. Assuste a turma e faça os avisos quando menos estiver esperando. (Se você fizer isso, e sem mencionar a palavra “avisos”, a igreja nem vai saber o que a atingiu!)

47

48

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER Não repita as mesmas palavras sempre que orar. (“Senhor, abençoe todos os povos do mundo, por quem temos a solene obrigação de interceder.”) Planeje e até mesmo escreva algumas coisas que gostaria de enfatizar na oração pública. Não sou a favor das orações “enlatadas”, mas se você pode fazer anotações para suas mensagens, por que não fazer o mesmo com suas orações? Ore por nosso país (Deus sabe quanto precisamos disso!). Quando você orar pela situação nacional e internacional, as pessoas ficarão sabendo que você é um pastor bem informado. Nenhum Presidente do país deveria ser eleito sem que os pastores das igrejas realmente bíblicas tivessem mencionado o fato em oração. Se uma cidade for atingida por uma enchente, é imperativo que o povo de Deus ore pelos que sofrem. A igreja deve orar pelos desempregados e pelas comunidades ameaçadas por qualquer tipo de perigo ou violência. Esses sofrimentos pesam no coração dos cristãos. Eles serão abençoados e confortados ao saber que o pastor está informado da situação e se preocupa com eles. Ore pelas autoridades, pois esta é uma ordem da Bíblia. Informe-se dos acontecimentos do dia e incentive sua a igreja a orar. Seja um guerreiro! Sei que alguns pastores se desviam do caminho principal e se deixam “levar” pelos projetos sociais, embora sejam muito importantes; outros, no entanto, jamais encorajam suas igrejas a escrever aos políticos exigindo mudanças que melhorem este país. Se houver uma campanha contra o aborto, a pornografia ou programas de baixo nível na TV, explique à igreja qual é sua posição e que atitude você espera que o rebanho tome. Um cinema que só exibe filmes pornográficos não deve continuar suas atividades sem antes tomar conhecimento do insulto que é ao povo de Deus. Nos Estados Unidos muitos cinemas desse tipo e muitas livrarias que só vendiam material pornográfico foram fechados. Em meus programas diários de rádio, eu falava no assunto constantemente, e, do púlpito ou em conversas particulares, também informava as pessoas sobre o assunto. O povo de Deus anda muito acomodado e tem deixado os pervertidos e fomentadores de pornografia se safarem e fazerem o que bem entendem. Naturalmente, ao falar sobre o assunto, você deverá escolher bem as palavras e ter cuidado com as crianças no auditório. Fique atento para não fazer mais propaganda das empresas de Satanás do que o necessário. Quando era pastor, acho que nunca mencionei o nome da revista

IRMÃOS, REUNIMO-NOS PARA ADORAR Playboy do púlpito, pois não queria que a curiosidade dos adolescentes ficasse mais atiçada do que já estava. Quantos cristãos fracos não acabaram indo assistir a um determinado filme porque o pastor, inadvertidamente, chamou atenção para ele em um sermão? Milhares de cópias de uma revista nojenta chamada Hustler foi vendida durante o julgamento de seu editor, Larry Flynt, em conseqüência da enorme publicidade feita durante todo o processo. No entanto, em meus sermões contra a nova moral da atualidade, eu aproveitava para descer a lenha na filosofia da Playboy. Os adultos sabiam do que eu estava falando. 7. Boas-vindas aos visitantes. Sempre tive muito cuidado ao apresentar os visitantes pelo nome e pedir que se levantassem. Algumas pessoas gostam de receber atenção, porém outras não apreciam ser expostas desse modo em público. Muitas preferem ficar quietinhas em seu canto e não gostam de ser “pressionadas” pelo pastor ou pela igreja e acabar sendo conhecida de todos os presentes. Isso é verdade especialmente em relação às pessoas não-crentes, que já se sentem pouco à vontade e sem jeito o bastante entre nós, e não precisam que o pastor faça com que se levantem e digam seus nomes. Você até pode forçar alguém a dizer seu nome, profissão e número do R.G., mas dificilmente verá a pessoa na igreja tão cedo. Se a igreja tem ficha para os visitantes preencherem, peça-lhes para entregá-las a você na saída (ou a um dos introdutores). Desse modo, você terá oportunidade de conhecê-los pessoalmente, e pode ser que desejem contribuir com mais do que uma ficha no prato de ofertas. Os visitantes se sentirão menos envergonhados ao lhe entregar uma ficha, e conhecer o pastor pessoalmente, do que se sentiriam ao ser “exibidos” e apresentados às doze tribos de Israel durante o culto. No capítulo “Maiores Ofertas”, falarei com mais detalhes sobre o assunto, mas quero mencionar agora que os coristas, os pastores e qualquer pessoa que estiver ao púlpito devem servir de exemplo na contribuição. Os pratos devem passar por todos os bancos; use várias pessoas na hora do recolhimento de ofertas; os pratos do ofertório devem ser usados para recolher as ofertas entregues a Deus e não para receber fichas de visitantes, cédulas de votação, ingresso para o jantar dos jovens e pedidos de oração pelos enfermos. Não é de estranhar que as igrejas estejam com déficit financeiro! Com todo essas coisas nos pratos, como haverá lugar para as ofertas?

49

50

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER 8. Pastor, seja otimista e animado. Se você não for entusiasmado, como esperar que a igreja o seja? Nossa pregação (se pregamos a Palavra) tem de mencionar coisas negativas se desejamos que nossas ovelhas tenham vidas santas e distintas. No entanto, temos muitos motivos para ser alegres e positivos. Embora as coisas andem pretas no cenário mundial, isto pode significar que a vinda de Cristo esteja mais próxima do que pensamos! Algumas vezes nos desanimamos achando que bem poucos cristãos estão interessados nas coisas de Deus. Contudo não nos esqueçamos dos sete mil que não se curvaram diante de Baal. Somos embaixadores de Cristo. Deus está do nosso lado. As promessas Dele continuam valendo. O céu é uma certeza absoluta para os filhos do Senhor. Deus responde nossas orações. A Bíblia é nosso alicerce seguro, firme. Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Deus continua no trono. Quando sentir que está esmorecendo e que o pessimismo está querendo tomar conta de você, pense nessas coisas. Leste Roloff perguntou: “Como podemos ajudar nosso rebanho machucado, se nós mesmos estamos aos pedaços?” Observe as igrejas que crescem e frutificam. Todas elas têm pastores otimistas, entusiasmados e fiéis. Seja alegre! “O coração alegre aformoseia o rosto.” De vez em quando leia um bom livro de auto-ajuda escrito por algum motivador conhecido no mundo dos negócios. Ouça fitas gravadas por especialistas em motivação. Sejamos sensatos ao liderar nosso povo. Mergulhe no amor de Deus e alimente-se das promessas da Bíblia, e quando você se levantar diante da igreja, todos se convencerão de que você tem certeza do que está falando e de que vive pela fé e na vitória do Senhor. 9. Acima de tudo, pregue a Palavra. Faça da Bíblia o centro de seu ministério. “Bíblia neles!” Mantenha-se atualizado, mas lembre-se de que as pessoas não vão à igreja para ouvir as últimas notícias sobre o que anda acontecendo no país e fora dele. Elas são ovelhas famintas, e estão procurando comida. É verdade que as ovelhas precisam ser tosquiadas e necessitam de umas varadas de vez em quando. Contudo, não deixe de alimentá-las. Elas não agüentarão a disciplina se não estiverem bem nutridas. Alimente-se da Palavra e, assim, você terá sempre coisas novas e maravilhosas,

IRMÃOS, REUNIMO-NOS PARA ADORAR vindas de Deus, para entregar aos que vêm à igreja. Não lhes ofereça comida requentada. “Inste a tempo e fora de tempo.” Ensine que as dificuldades e calamidades da vida podem ser entendidas com mais facilidade na igreja, à medida que o pastor vai explicando a Palavra de Deus. Uma das frases mais ternas que já ouvi à porta da igreja, veio de uma cristã velhinha, num domingo após o culto. Ela disse: “As ovelhas foram alimentadas”. Memorize versículos da Bíblia, pois nada abençoa mais seu ministério do que ela. Seja um homem da Palavra. A igreja não precisa ouvir: “Assim pensa o ser humano”, mas: “Assim diz a Palavra de Deus”. Tenha certeza absoluta disso. Pensamentos Finais O púlpito deve ser bem iluminado. Alguns pastores pregam suas mensagens quase envoltos na penumbra. Espera-se que eles não amem mais as trevas do que a luz porque suas obras são más. O rosto do pastor deve ficar bem às claras. As pessoas têm de ver a expressão facial de um homem dinâmico e fervoroso tanto quanto devem ouvir o que ele tem a dizer. Contudo a pregação da Palavra é o que realmente interessa. No entanto, em muitas igrejas a luz brilha mais forte sobre o conjunto coral ou a congregação do que sobre o homem de Deus. O pastor certamente enxergará sua Bíblia e anotações com mais facilidade se o púlpito estiver bem iluminado. O salão de cultos também deve ser claro e alegre. Algumas igrejas mais parecem um monastério ou um túmulo. “Que haja luz!” Se o salão é escuro e melancólico, instale mais janelas e luminárias ou pinte as paredes de branco – faça o que for necessário para iluminar o local. Nossa mensagem proclama que iremos viver no Céu, um lugar luminoso e bonito, onde o Senhor é a própria luz. Não “vivamos na escuridão” aqui embaixo. Em algumas igrejas a luz que fica acima do púlpito nunca é acesa. O zelador ou o técnico em eletricidade pode ter adquirido o mau hábito de não ligar o interruptor! No mundo do entretenimento, o diretor de iluminação do palco seria despedido caso não ligasse os holofotes e jogasse as luzes sobre o personagem principal do espetáculo. Quão mais importante é o homem cheio do Espírito; o proclamador da mensagem revolucionária de Deus! Não fique “enrolando” no começo do culto. Vá direto ao assunto, e proclame o que Deus tem a dizer.

51

52

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER O culto não precisa ser formal demais, no entanto não deve ser transformado num espetáculo circense. Não mostre intimidade excessiva nem irreverência com Deus ou com o auditório. Você ocupa um cargo de honra; é um representante de Deus. Não barateie sua posição com conversa mole ou brincadeira sem graça. Tenha senso de humor, mas não conte uma piada só por contar. Muitas vezes uma história bem humorada ajuda o auditório a entender exatamente o que você está querendo dizer. Não tenha medo de rir de si mesmo. Se cometer um erro, seja o primeiro a admiti-lo. Não deixe que o riso natural da congregação o desconcerte nem o envergonhe. O pessoal ficará feliz em descobrir que você também é um ser humano! Não use o púlpito para chicotear um bode velho qualquer, pois você corre o risco de atingir ovelhas inocentes. Algumas vezes o Inimigo nos convence de que o fato de uma família “estar nos cascos” conosco significa que todo o resto da igreja também está. Se você ignorar o caso e continuar tranqüilo, a maioria das pessoas nem perceberá o que está acontecendo. Tenha interesse genuíno pelo seu povo. Ame-os de verdade, e peça a Deus que lhe dê paixão pelas almas. Seja honesto, sincero. Mantenha sua fé viva. Depois do término do culto, muita gente pode se decidir a voltar no próximo domingo.

53

Capítulo 4

PONHA BRILHO NO CULTO DOMINICAL MATUTINO Qualquer bom pastor tem um auditório cheio nos cultos da noite. Mas, e nos cultos da manhã? O que fazer para que o pessoal apareça domingo de manhã? É possível competir com o esporte na TV, a preguiça, os almoços de família ou apenas com a indiferença mesmo? É sim! Contudo não espere para fazer isso no culto de oração de sexta-feira. Nos programas de rádio, insista nos convites para os cultos da manhã. Se for falar sobre algo especialmente interessante, avise de antemão. Se o sermão tiver um título que chame a atenção, publique no boletim da igreja e até nos jornais da cidade, e em letras grandes. Peça ao conjunto coral que cante seus hinos mais bonitos e inspirativos nos cultos da manhã. Trios, quartetos e instrumentos musicais também devem se apresentar pela manhã. Faça todo o possível para que o pessoal sinta que está perdendo muito por não vir aos cultos da manhã. Resumindo, faça muita propaganda do culto da manhã durante a semana! E veja o que acontece. Pessoas com um mínimo de religiosidade aparecerão na igreja. Mas nos dias atuais você tem de oferecer algo fora do comum, se quiser ter um bom auditório aos domingos – e um auditório que volte sempre. É preciso trabalhar nisso. Veja como. 1. Ensine a igreja a fazer propaganda dos cultos dominicais matutinos. Claro que nem todo mundo vai cooperar. No entanto, os cristãos fiéis aos cultos da manhã podem aprender a mostrar receptividade e a ter interesse genuíno em trazer visitantes à igreja. É necessário enfatizar constantemente a importância da receptividade, pois ela é facilmente esquecida. Até os cristãos mais con-

54

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER sagrados ficam presos na “tempestade em copo d’água”. É natural que depois do culto queiramos bater um papo com nossos amigos e familiares presentes ao culto. Portanto é necessário ensinar à igreja a exercitar essa camaradagem em relação aos outros, principalmente aos estranhos, até que ela seja tão natural quanto respirar. Muitas vezes, durante o tempo em que eu e minha esposa viajávamos bastante, entramos e saímos de igrejas sem que os pastores e os membros se dessem conta de nossa presença. Dificilmente recebíamos um sorriso ou um aceno e, mais raramente ainda, um aperto de mão. E estou me referindo a igrejas calorosas, evangelizadoras, e algumas que até se autodenominam “A igreja mais amiga da cidade”. Parece brincadeira, para não patético, entrar numa igreja que anuncia “Aqui termina sua busca por uma igreja acolhedora” e ver que ninguém lhe dá a mínima atenção. Mas isso acontece o tempo todo. Repito: é questão de liderança. A igreja acolhedora, calorosa, não brota do nada. O pastor, os diáconos e outros líderes têm de dar exemplo, e direcionarem a igreja nessa direção. Como curar a falta de atenção para com os visitantes? Forme o “círculo de amigos do culto dominical matutino” com o pessoal que freqüenta os cultos da semana. Na quarta-feira à noite, por exemplo, explique de modo simples e honesto o que a igreja precisa fazer para alcançar os visitantes e fazer com que voltem sempre. Recrute também alunos da EBD e freqüentadores habituais. Geralmente eles são ganhadores de almas e preocupam-se com os outros. Em suas mensagens sobre conquista de almas, o pastor deve aproveitar para enfatizar a importância de alcançarmos os não-crentes. Não deixe a igreja se esquecer de que os visitantes (e muitos crentes também) são pessoas com problemas, cansadas, sofridas; algumas são solitárias e estão à procura de amigos, e desejam ser importantes para alguém. Escolha membros da igreja que gostam de lidar com gente para ser “hospedeiros” aos domingos. Esse pessoal ficará de olho nos visitantes e falará com eles após os cultos. Explique-lhes que quando estiverem “de serviço” nada – nem sol nem chuva nem redemoinho – deverá impedi-los de se juntar aos visitantes e não-membros e fazer com que se sintam à vontade na igreja. Os hospedeiros devem anotar seus nomes e passá-los adiante – ao pastor, ao diretor da EBD e aos professores de classes das quais poderão ser alunos. Se o visitante é crente e canta bem, informe o regente do coro. Se forem jovens, “plugue-os” ao presidente ou líder da mocidade. Nenhum visitante deve sair da igreja sem sentir que foi bem-

BRILHO NO CULTO DOMINICAL MATUTINO vindo. 2. Não abra mão de músicas especiais. Informe ao ministro de música ou regente do coro que mantenha seu pessoal preparado e animado para os cultos da manhã. Sem exceções! Esta é a chave para o sucesso. Se o conjunto coral da igreja é realmente bom, peça-lhe que cante um hino na abertura e mais um ou dois no encerramento. Se não for dos melhores, peça-lhe que apresente apenas uma música especial. Não incomode a igreja com música “especial” de segunda e terceira categorias. Se há quartetos masculinos e femininos e conjuntos de jovens, esta é a hora de deixá-los “aparecer e brilhar”. No entanto, não abra mão de suas convicções: não permita música barata e mundana só para “agradar a turma jovem”. Insista em música de qualidade. Veja o capítulo “O que aconteceu com a música de Deus”. CANTE HINETOS BÍBLICOS. Três ou quatro hinetos serão uma beleza para descontrair e avivar os cultos da manhã. Cuidado para não repetir os mesmo hinetos em todos os cultos, pois acabarão perdendo a graça (e o significado) se forem cantados todos os domingos, desde o Ano Novo até o Dia da Proclamação da República! Cante hinetos que agradem às crianças, aos adolescentes e aos mais velhos. Varie o repertório. Aprenda, e ensine músicas novas à igreja. De vez em quando permita que a congregação escolha alguns favoritos. Cante os que são bem conhecidos e os aprendidos recentemente. Não caia na rotina. Ao passar de uma música para outra, não faça da ocasião algo solene. Evite as pausas longas. Em vez de anunciar: “Agora entoaremos alguns hinetos”, e seguir metodicamente a lista dos escolhidos, diga: “É hora dos hinetos! E vamos começar com ‘A graça de Jesus jamais me faltará’. Prestem atenção no tema que cantaremos hoje”. A “hora do louvor” é quase sempre estragada pelas longas pausas entre uma música e outra, enquanto o responsável pelo retroprojetor fica procurando o hineto da vez. Prepare-se com antecedência e deixe tudo arrumado para a hora de entrar em ação. Claro que se você for afortunado o bastante para ter um pianista que toque de ouvido, melhor ainda. Os jovens e as crianças são os que mais gostam de cantar hinetos. Porém os adultos acabam “baixando a guarda” e também passam a gostar dos “corinhos mais animados”.

55

56

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER APRESENTE NÚMEROS INSTRUMENTAIS. Além do piano e órgão, dê oportunidade para quem está aprendendo música mostrar seus talentos à igreja. Se houver alguém entendido no assunto, essa pessoa poderia até mesmo formar uma “orquestra ou banda” de estudantes para abrilhantar os cultos da manhã. Varie a música instrumental; dê oportunidade a todos os que sabem tocar. Mais uma vez, não caia na rotina. Violino é um instrumento muito bonito, mas quase ninguém gosta de ouvir o mesmo tipo de música todos os domingos. Apresente um trombone, um trio de flautas ou outro instrumento. Cuidado com os instrumentos, especialmente os mais “fortes” (como o trombone), muito juntos ao microfone. Você não quer estourar os ouvidos de ninguém. Algumas vezes, os mais idosos reclamam da música instrumental ensurdecedora. O técnico de som pode baixar o volume (ou desligá-lo) se o instrumento estiver muito próximo ao microfone. CANTE MÚSICAS EVANGELÍSTICAS e animadas no culto da manhã. As músicas muito calmas e suaves, como as de “consultório médico”, não deixarão o pessoal muito desperto ou atento ao sermão que vem pela frente. O hino “Santo, Santo, Santo” e “Manso e suave” dificilmente preparam a igreja para um sermão sobre “Prepara-te para te encontrares com teu Deus”. Claro que se o pastor preparou uma mensagem para os crentes, os hinos devem estar de acordo com ela, mas não precisam ser vagarosos, longos, lúgubres. O hino “Conta as bênçãos” e “A Deus seja a glória” se encaixam muito bem com um sermão sobre “As tribulações da vida” ou “O que fazer com os fardos da vida”. Alguns hinos, mesmo que escritos em ritmo mais lento, podem ser cantados num compasso mais rápido. Tudo depende da criatividade do regente. Os “números especiais” devem ser examinados com antecedência pelo pastor ou quem de direito. Não dê oportunidade para “quem for tocado pelo Espírito” se levantar na hora e fazer uma apresentação. O solista lhe ficará eternamente grato, mas os visitantes da manhã talvez não fiquem tão entusiasmados para voltar no próximo domingo. É bom que o pastor não seja o encarregado de decidir sobre as apresentações especiais. Pelo menos, não deve ser do conhecimento geral que é ele quem decide! Naturalmente o pastor sempre pode fazer um pedido para

BRILHO NO CULTO DOMINICAL MATUTINO que certo trio ou quarteto se apresente. Outra palavra de advertência: não perca o controle sobre as participações musicais no culto. Não permita que o responsável pela música inclua tantas participações “especiais” que deixe o auditório cansado antes mesmo de a mensagem começar. Certifique-se de que a parte musical seja tão bem planejada que o culto não se arraste por toda a eternidade. 3. Surpreenda a igreja. Você pode pregar sobre os grandes temas da Bíblia, e fazê-lo sem perder a reverência, e mesmo assim deixar o pessoal tentando adivinhar o que o significa o tema anunciado no boletim. Você pode ou não anunciar que começará uma série de estudos aos domingos pela manhã. No entanto, faça tanta propaganda do novo estudo que ninguém vai querer perder o primeiro da série. “Um solista misterioso cantará no próximo domingo pela manhã” ou “Você não vai querer perder a apresentação musical do próximo domingo, vai?” aguça a curiosidade da turma. Se você planeja fazer um concurso de presença nos cultos da manhã, não dê maiores detalhes sobre ele. Surpreenda todo mundo. Se houver entrega de qualquer tipo de prêmio, faça-o no culto da manhã. O pessoal vai comparecer para saber quem ganhará o quê. Dê oportunidade para um ou dois testemunhos no domingo de manhã. Em alguns casos, mantenha segredo sobre quem testemunhará. Se a pessoa for membro da igreja, anuncie do púlpito ou no boletim que “um de nossos membros falará no próximo domingo. Ele dará um breve testemunho sobre um resgate sensacional (ou uma ‘conversão eletrizante’ ou uma ‘resposta maravilhosa de oração’)!” Faça batismos domingo de manhã, no fim do culto. E faça um “alvoroço” sobre ele. Certifique-se de que parentes e amigos dos batizandos sejam informados. Você terá oportunidade de pregar para um grande auditório, que certamente contará com a presença de muitos nãosalvos. A igreja ficará surpresa em ver alguns dos visitantes na igreja; pessoas que vieram para ver seus amigos serem batizados. 4. Não diminua o ritmo. Não permita que o culto da manhã (e nenhum outro) se arraste até a morte. Do hino de abertura ao de encerramento, mantenha o ritmo e a animação.

57

58

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER Cuide para que o conjunto coral esteja no lugar e preparado quando o relógio marcar a hora do culto. Os músicos devem saber com antecedência o que será tocado e cantado. Os introdutores devem estar de prontidão para qualquer eventualidade. Não permita atrasos. Feliz o pastor que tem experiência em programa de radio ou TV. Se este não é o seu caso, observe alguns dos pastores que se enquadram aqui e cujo sucesso é evidente. Veja como eles fazem as coisas. Depois, faça de conta de você está no ar, mesmo não estando. Não quero dizer que você tenha de ser absolutamente profissional e não dar fora nenhum. Quero dizer que todos os participantes devem estar bem sincronizados, harmonizados, ativos e organizados para que o culto se desenrole perfeitamente e seja tão interessante que ninguém ousará tirar o menor cochilo. Escolha para fazer a oração de abertura alguém que tenha boa dicção e não tenha medo do microfone. Se a igreja é pequena, o intercessor poderá ficar em seu lugar, mas deverá se levantar e falar claramente. Embora quem ore esteja falando com Deus, a congregação não será nem edificada nem encorajada se não ouvir o que está sendo dito. Se a pessoa vai orar em frente da igreja, avise-a com antecedência, para que esteja a caminho quando o pastor anunciar: “Vamos orar”. Como sinal, o pastor poderá dizer: “O irmão Pedro Silva está vindo aqui à frente para nos elevar em oração ao trono de graça. Não nos esqueçamos de orar por... Abaixemos nossas cabeças enquanto o irmão Pedro ora.” A esta altura, o irmão Pedro já deverá estar no lugar e pronto a começar. Escolha os hinos com antecedência. Não permita que as pausas longas sufoquem o culto. Os diáconos ou introdutores devem estar prontos com as fichas de visitantes. Nenhum visitante deve ficar de mão levantada esperando até que alguém corra lá na frente e pegue as fichas, como já vi muitas vezes. Quem for cantar – solistas, trios, quartetos etc – deve se dirigir à plataforma assim que a última frase do hino anterior estiver sendo cantada. Não permita que os cantores façam um discurso antes de se apresentarem. Alguns pensam que esta é uma boa oportunidade para “fazer uma mensagem”. Certifique-se de que o regente congregacional não gaste tempo comentando cada estrofe do hino ou dizendo gracinhas com o propósito de fazer o povo cantar. Alguns hinos, como “Maravilhosa Graça”, são excelentes para um conjunto coral, mas a maioria dos auditórios quase

BRILHO NO CULTO DOMINICAL MATUTINO morre asfixiada tentando cantá-lo! De vez em quando, um regente muito competente poderá chamar a atenção para as “maravilhosas verdades” contidas em uma das estrofes ou para as palavras “desta quase sempre esquecida terceira estrofe”. No entanto, esses comentários devem ser esparsos. Se o hino escolhido tem seis estrofes e é lento, escolha as mais significativas para o culto, e a seguir cante um hino mais ritmado. Quando o coro ou quem quer que seja tenha terminado sua apresentação e estiver se sentando, o pastor ou regente já deve estar pronto para anunciar o que vem a seguir. Se os programas de TV tivessem tantos intervalos quanto a maioria dos cultos, os patrocinadores perderiam milhões de dólares em tempo de propaganda. Mantenha as coisas andando. Na hora do apelo, certifique-se de que os músicos estejam próximos aos instrumentos e não tenham de “atravessar o deserto inteiro” para chegar aos seus lugares e tocar a música que é tão importante para o momento. Quando o pastor começar a fazer o apelo, todos os envolvidos nele – coro, músicos, introdutores etc – devem estar mais do que atentos. Jamais anuncie o hino do apelo. Malhe o ferro enquanto ele está quente. Quando pastor disser: “Agora cantaremos”, os instrumentos devem começar e o hino é iniciado de imediato. Não dê ao perdido um único minuto de silêncio ou de tempo para mudar de idéia quanto a entregar sua vida a Cristo. 5. Atenção com o sistema de som. Como já dissemos anteriormente, certifique-se de que o sistema de som está funcionando e que o volume é adequado e alto o suficiente. A mensagem da Bíblia é a mais importante do mundo. Não a sussurre do púlpito. Quando os adolescentes ou as crianças forem se apresentar ou alguém for dar um testemunho, o responsável pelo som deve aumentar o volume para que o efeito não seja perdido. Naturalmente o som deve ser ajustado quando o pastor for pregar (a maioria de nós fala muito alto) ou o coro for cantar. Cuide para que a música do conjunto coral seja bem ouvida no momento do apelo. Muitas vezes as pessoas não ouvem o apelo cantado porque o hino é muito suave e o som está baixo demais.

59

60

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER 6. Seja otimista e incentivador. Muitas pessoas já mudaram de igreja e afastaram-se de bons pastores por causa da constante falta de incentivo e das “alfinetadas” vindas do púlpito. Leia bons livros e revistas na área de motivação. Seja otimista e alegre. “O coração alegre é como o bom remédio.” Muitos dos que participam dos cultos de domingo pela manhã preferiram sair de casa para ouvir você em vez de ficar um pouco mais na cama ou assistir à TV ou ir correr no parque. Você não é obrigado a ser um animador de auditório ou dar uma de bobo da corte, mas pode, no mínimo, mostrar-se alegre e interessado. A alegria é contagiante. Use psicologia com seus ouvintes. Alguns líderes cristãos vivem tão “para baixo” que fica difícil aos seus seguidores terem outro tipo de comportamento. Em vez de reclamar dos ausentes, alegre-se com os presentes. Não chateie os que vieram por causa do descaso dos que não vieram. Lembre aos presentes que “multidão atrai multidão” e que a fidelidade deles para com a igreja incentivará outros a agir da mesma forma. Mantenha a cabeça erguida durante o culto, mesmo sabendo que vai desmoronar depois do culto. 7. De vez em quando, faça mensagens seriadas ou sobre temas empolgantes. Embora as séries não devam ser longas demais, acho que as mensagens seriadas despertam o interesse das pessoas. “O Apocalipse Fala”, “Temas Emocionantes da Segunda Vinda”, “Gigantes Vitoriosos do Antigo Testamento”, “Homens Cujas Orações Foram Atendidas”, “Como Ter um Casamento Bem Sucedido e um Lar Feliz” – estes e muitos outros são assuntos interessantes para uma série de mensagens. “O que a Bíblia ensina sobre...” é outro jeito de tratar de assuntos como mundanismo, aborto, luxúria e pornografia, pena de morte, casamento, compromisso, música, Espírito Santo, Inferno etc. Tente fazer com que a igreja se comprometa a ouvir a primeira mensagem de uma série, e envolva-a nas restantes. Muita gente que nunca foi assídua ao culto da manhã passará a vir com mais freqüência. Use os acontecimentos atuais como temas de mensagens: episódios nacionais e internacionais; dias pátrios; morte de gente famosa; descobertas científicas; fatos esportivos etc. Conte uma história breve para as crianças, ou faça, de vez em quando, uma mensagem específica para elas. Dê oportunidade para que os

BRILHO NO CULTO DOMINICAL MATUTINO adolescentes se apresentem. Envolva as crianças e os jovens (ou meninos e meninas) num concurso de visitantes. Promova almoços especiais aos domingos. Todas estas coisas “dão brilho” aos cultos da manhã e mantém aceso o interesse da geração mais jovem, com quem nos enfurecemos tanto. 8. A variedade também é tempero nessa área! Uma série de “editoriais pastorais”, bem escritos, sobre os acontecimentos atuais à luz da Bíblia, atiçam a curiosidade do rebanho. Esses editoriais são pequenos comentários (de três a cinco minutos) lidos entre um hino e outro ou pouco antes da mensagem. Quando for pregar uma série de mensagens evangelísticas nos cultos da manhã, promova um concurso entre os adultos para ver quem traz mais visitantes. Campeonatos entre casais ou indivíduos para ver quem traz mais pessoas à igreja ajuda nos cultos regulares (se não se tornar uma rotina) e também durante as campanhas evangelísticas ou concurso entre as classes da Escola Dominical. Convidar escolas evangélicas, se a igreja não tiver uma, para apresentações especiais de vez em quando é uma boa variação. Mesmo que o assunto do sermão seja bastante conhecido da igreja, ele despertará interesse na congregação se tiver um título interessante e bem escolhido. Planeje tempo para sociabilidade entre o culto e a EBD (ou seja qual for a ordem em sua igreja). Se possível ofereça suco e biscoitos, pois tanto adultos quanto crianças necessitam de oportunidade para conversar e comer juntos. 9. Alguns lembretes. Comece na hora—sempre, e termine na hora também. Comece o culto numa hora em que seja mais conveniente para a maioria das pessoas de sua comunidade, e seu auditório será maior. Desperte o entusiasmo dos introdutores para o importante trabalho que têm a realizar. Peça-lhes que cheguem mais cedo para cumprimentarem as pessoas. Explique-lhes que devem estar a postos antes, durante e após o culto. (Falaremos mais sobre o assunto no capítulo “Introdutores”.) Certifique-se de que os diáconos estejam motivados para o culto da manhã. Eles devem fazer parceria com o pastor no esforço de fazer

61

62

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER deste culto um “grande culto” ou “uma ocasião de ganhar os perdidos” ou seja qual for seu objetivo para os cultos da manhã. Os diáconos e suas esposas devem formar a comissão de recepção e misturarem-se às pessoas e cuidar para que os crentes mais fracos sejam encorajados e os visitantes retornem. Reuniões de oração ou ensaios que aconteçam antes do culto podem atrair mais pessoas para o culto também. Propague o culto da manhã de todas as maneiras possíveis. Os convites devem ser feitos de maneira excitante. Se possível, anuncie pelo rádio e jornal da cidade ou bairro. Não deixe o culto se arrastar. Mantenha-o vivo. Os anúncios devem ser breves e diretos. Não convide para orar pessoas que começam no Gênesis e terminam no Apocalipse e fazem as pessoas dormir. Não “enrole”. Tenha músicas alegres, mas não muitas. Não passe da hora de terminar; se isso acontecer muitas vezes, o povo não volta. Faça todo o possível para ter um berçário bonito, limpo e com pessoal capacitado para deixar os pais tranqüilos. Muitos pais virão nem que seja para ter um descanso de seus filhos por uma hora mais ou menos. Fique de olho nas crianças! Não permita que as crianças nem os adolescentes conversem, dêem risadinhas e perturbem o culto. Talvez eles atrapalhem exatamente aquelas pessoas que você está querendo ganhar para Cristo. Mande que uma ou duas pessoas fiquem de olho nas crianças e nos adolescentes durante a mensagem. Peça a estas pessoas que mantenham a atenção principalmente naqueles que causam mais problemas. Explique aos pais que seus filhos só devem se sentar longe deles ou com os amigos apenas se souberem se comportar e prestar atenção no culto. Peça aos jovens e adolescentes para se sentarem sempre nos primeiros bancos. Isto incentivará os outros a fazerem o mesmo. É melhor que o pastor não chame (do púlpito) a atenção de uma criança; os pais ou os introdutores devem cuidar de qualquer problema que ocorrer. (No caso dos adolescentes, torne-se amigo deles, ame-os e digalhes o quanto você gosta de vê-los na igreja e que se interessa mesmo por eles. Se os adolescentes gostarem de você e sabem que você gosta deles, os problemas serão mínimos.) Aproveite os cultos da manhã para enfatizar os cultos de quartafeira à noite. Explique-lhe sobre os estudos bíblicos e a importância da oração.

63

Capítulo 5

COMO AUMENTAR E MELHORAR AS OFERTAS “por tudo o dinheiro responde.” Eclesiastes 10.19 Muitas igrejas poderiam ter muito mais dinheiro do que têm! Muitos pastores lamentam o fato de que certos projetos “se arrastam” porque não há dinheiro suficiente para terminá-los. Um grande número de igrejas estoura o orçamento, têm cheques devolvidos e não pagam suas contas, e o trabalho de Deus sofre por falta de dinheiro. No entanto, muitas igrejas não recolhem todo o dinheiro que poderiam. Por quê? As razões são muitas: 1. Alguns pastores não se sentem bem em falar sobre dinheiro. Isso porque ouvem maus crentes e avarentos reclamarem que “essa igreja vive pedindo dinheiro”, e ficam constrangidos com o assunto. 2. Lêem que a situação econômica do país vai mal, e sentem pena da igreja e não têm coragem de pedir aos membros que contribuam mais. 3. Não aproveitam as boas oportunidades dadas por Deus para que o povo contribua. 4. Não desafiam a igreja a contribuir. 5. O próprio pastor não é muito animado e interessado em contribuir. 6. Ele não dá o exemplo na contribuição. Também não incentiva os líderes, coristas e membros da diretoria a contribuir.

64

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER 7. Pede mil desculpas quando prega sobre o dízimo. 8. O recolhimento de oferta não é feito com entusiasmo e confiança. 9. A oferta é recolhida com relaxo e grosseria. Quem faz o recolhimento não recebeu nenhum treinamento no assunto. 10. Geralmente a música não é apropriada para um momento tão “positivo”. 11. Outras coisas acontecem ao mesmo tempo em que as ofertas estão sendo recolhidas. 12. Não há explicação nenhuma sobre onde o dinheiro será usado. 13. O prato de ofertas serve para receber todo tipo de coisas. 14. O dinheiro, ao ser recebido, não é tratado com o cuidado devido. 15. As pessoas desconfiam da falta de sabedoria no uso do dinheiro. 16. As pessoas não aprenderam que ofertar é uma grande oportunidade que temos de participar na obra de Deus—que tem feito tanto por nós. Pastor, você gostaria mesmo de ver sua igreja alegre e interessada em contribuir? Você apreciaria o aumento das contribuições? Gostaria que a igreja tivesse todo o dinheiro necessário para a realização de seus projetos? Suas necessidades e as de sua igreja podem ser satisfeitas. Falaremos sobre todas estas razões, começando pela número 16. Faz 39 anos que estou no ministério, sendo que fui pastor durante 29 anos. Nos dez anos que fiquei longe do pastorado local, observei muitas igrejas— centenas delas. Eis como conseguir ofertas maiores e melhores. 1. Cultuar é oferecer alguma coisa a Deus. Em Gênesis 22 quando Abraão disse “eu e o rapaz iremos adiante para adorar a Deus”, ele estava pronto e desejoso de dar a Deus o que

COMO AUMENTAR E MELHORAR AS OFERTAS possuía de melhor e mais precioso. O sacrifico do Monte Moriá era uma “oferta” a Deus. A primeira vez que a adoração é mencionada na Bíblia é em referência a uma oferta. E muita gente acha que é possível ter um culto de adoração sem que se retire uma oferta! Ensine seu povo que o ofertório é uma parte importante e santa de nossa adoração e culto a Deus. Ao entregar os dízimos e ofertas, todos participam de um ato maravilhoso de adoração ao Senhor. Naturalmente podemos entregar a Deus outras coisas além de nosso dinheiro (tempo, energia, serviço, talentos), no entanto o dinheiro é mencionado mais vezes. Na verdade, o oferecer é mencionado mais que qualquer outra coisa no Novo Testamento. 2. Certifique-se de que o dinheiro é tratado e usado de maneira honesta e profissional. Só assim os empresários, trabalhadores sérios e prováveis contribuintes terão certeza de que suas ofertas estão sendo bem aproveitadas. Pelo menos uma vez por mês, apresente um relatório financeiro de todo o dinheiro gasto. Assim as pessoas verão que seu dinheiro está sendo usado com o salário do pastor, para pagar despesas da igreja, com missões e em vários outros projetos. Tesoureiro, comissão de finanças e, naturalmente, o pastor devem trabalhar nisso mensalmente. Mesmo que sua igreja seja pequena, é bem possível que algum membro tenha habilidade para trabalhar com números—alguém de bom senso e que esteja inteirado dos trabalhos da igreja—e poderá, assim, providenciar o relatório financeiro. A pessoa deve ser cuidadosa em relatar entradas e saídas e não perder nenhum cheque. Se o pastor, os diáconos ou alguma comissão gasta em demasia, o pessoal acabará perdendo a confiança nos negócios da igreja. Os negócios de Deus são os mais importantes do mundo. Não podemos ser descuidados e enganadores no modo de lidarmos com as coisas. As pessoas também perderão a confiança se o pastor, o presidente dos diácono, o tesoureiro ou quem quer que seja tenha acesso ilimitado ao dinheiro da igreja e sai comprando indiscriminadamente. Nenhum pastor em seu juízo perfeito vai querer ficar com o dinheiro da igreja ao seu dispor. Quando pastoreava, nunca assinei um cheque, contei as ofertas nem levei para casa o que foi recolhido. Sempre tive cuidado em não dar ocasião para que membros ou não-membros pensassem que eu queria controlar as finanças da igreja. Há suficientes

65

66

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER embusteiros e charlatões mantendo o hábito por aí. Eles que carregam a má reputação de serem loucos por dinheiro, se quiserem, e que eles sejam “engaiolados” por roubarem o dinheiro da igreja. No entanto, nós, ganhadores de almas e pastores de igrejas que florescem, tenhamos bom senso e fiquemos longe de confusão. Não seja um “mão leve”. Se os empresários de sua cidade ficarem sabendo que a igreja não paga suas contas, os prováveis contribuintes terão dificuldade em ofertar. Se você tem por costume dizer que “usem os envelopes que estão nos bancos”, certifique-se de que há bastante e que estão limpos. Peça a alguém que cuide disso antes dos cultos. As crianças costumam desenhar nas costas dos envelopes; os adolescentes escrevem bilhetes, e até os adultos rabiscam neles, especialmente durante os avisos! Já ouvi pastores dizerem: “Usem os envelopes que estão nos bancos” quando não havia envelope algum. Certamente o pastor deve ter pedido ao irmão “Esquecidão” para colocar os envelopes nos bancos, mas o “Esquecidão” se esqueceu! Seja sensato, honesto e profissional, se você quer que as pessoas confiem que a igreja usa bem os dízimos e as ofertas. 3. Cuide bem do dinheiro recolhido. Quase todas as semanas leio que algum ladrão entrou numa igreja e roubou o dinheiro recolhido no domingo. Normalmente o dinheiro havia sido posto numa gaveta ou arquivo. Por quê? Geralmente foi porque alguém estava com muita preguiça de correr ao caixa eletrônico e fazer o depósito à noite. Não guarde dinheiro na igreja, a não ser que haja um cofre. Quando o dinheiro for levado ao banco, que seja feito por ao menos duas pessoas. Às vezes pessoas deixam a igreja porque foram acusados de roubar o dinheiro do dízimo. Quase sempre não aconteceu roubo nenhum, porém houve mau gerenciamente e descuido. Suponhamos que quem levava o dinheiro para o banco tenha sido roubado. Sempre haverá alguém desconfiado na igreja que achará “a história mal contada”. Como provar o contrário, se a pessoa estava só a caminho do banco? Por isso, JAMAIS permita que o dinheiro seja recolhido e contado por uma só pessoa, ou levado para a casa do tesoureiro para ser contado lá. Mesmo que a pessoa seja tão honesta quanto o Anjo Gabriel, algum dia alguém poderá dizer: “Tenho certeza de que entreguei $50,00, mas não vejo nenhum $50,00 registrado aqui.” Como o tesoureiro vai provar que é inocente de “tão grande transgressão”? Em muitas igrejas, já vi

COMO AUMENTAR E MELHORAR AS OFERTAS uma única pessoa pegar o dinheiro e sair com ele. Não é justo para com a pessoa nem tão pouco é bom para os negócios. E se o tesoureiro provado e aprovado, e de toda confiança, passar por uma situação financeira difícil e o Diabo cochichar em seu ouvido: “Ninguém vai achar falta de uns trocadinhos do dízimo. E você vai devolver mais tarde”? Coisas mais estranhas do que esta já aconteceram. Muita gente cai em tentação na hora da fraqueza; gente que jamais cederia a qualquer tentação que lhe fosse apresentada. Outra razão para usar várias pessoas (pelo menos duas) em vez de uma é que, às vezes, esta uma (o tesoureiro ou quem quer que seja) pode se desagradar do pastor ou não gostar do conferencista. Ele pensará que está fazendo um grande favor a Deus se der um jeitinho nas coisas, só para ter certeza de que o dinheiro vá para essa conta e não para o que foi planejado. Quando um membro de igreja “cai da fé”, ele faz coisas estranhas. Se você assumir o pastorado de uma igreja que tenha uma comissão de finanças de um só homem, não pressuponha que ele seja desonesto. Provavelmente isso não é verdade. Possivelmente ninguém nunca pensou nos riscos. Ele pode ser a criatura mais honesta da igreja e, portanto, todo mundo acha que ele é o homem mais apropriado para mexer com o dinheiro. Não se meta em apuros ao pular no pescoço dele ou falar com a igreja sobre o assunto. O coitado do irmão vai achar que estão duvidando dele. O melhor a fazer é investigar sobre as práticas da igreja antes de aceitar o pastorado. Assim ninguém vai pensar que você está “pegando no pé” do tesoureiro. Se o homem é honesto, ele vai ficar agradecido de ter mais alguém trabalhando com ele numa situação de risco. Por que não deixar que sua comissão de finanças de um homem só leia este capítulo sobre “Ofertas maiores e melhores”? Talvez ele acabe implorando para que alguém o ajude a contar o dinheiro! Se há recolhimento de ofertas nas classes de Escola Dominical, providencie para que tal seja feito e contado por duas pessoas. A Bíblia diz que devemos evitar qualquer aparência do mal. 4. Os pratos de ofertas só devem ser usados para as ofertas. Peça às pessoas que entreguem as fichas de visitantes para você lá na porta. Se houver cem visitantes na igreja, talvez você receba cem fichas, se elas forem passadas às pessoas. Mas poderá receber $100,

67

68

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER $200 ou mais, em vez de fichas, se elas não tiverem de ser colocadas no prato de ofertas. Se o auditório estiver lotado, você precisará de ajuda para cumprimentar os visitante e recolher as fichas à porta. Normalmente as pessoas colocam alguma coisa no prato. Se não tiverem sido avisadas para colocarem as fichas de visitas no prato, normalmente colocarão algum dinheiro. Não há mistério! Quando aprendi essa lição, nossas ofertas aumentaram. Além do mais, ao receber as fichas à porta, eu tinha a chance de conhecer as pessoas porque olhava para elas e lia seus nomes. No púlpito, ao dar as boas-vindas aos visitantes, eu dizia: “Estamos felizes com sua presença, e eu gostaria muito de conhecê-los pessoalmente. Assim, por favor, preencham a ficha de visitantes e entregue-as a mim na saída, pois quero ter o privilégio de cumprimentar cada um de vocês, e também terei mais facilidade em me lembrar de vocês na próxima visita”. No final do culto, antes da Bênção Apostólica, lembre os visitantes de entregarem as fichas à porta. Muitos ainda as colocarão nos pratos, mas nem tantos. As ofertas aumentarão e os pratos não ficarão tão cheios de coisas. Algumas pessoas, ao verem as notas nos pratos, ficarão inspiradas a contribuir. Imaginem o que pensam quando vêem um monte de fichas de visitantes no prato de ofertas! Às vezes os pratos poderão ser usados para receber os votos de uma eleição feita na igreja ou receber pedidos de oração, porém recolha estas coisas separadamente do ofertório. Não confunda as pessoas; elas já andam bastante confusas. 5. Explique em que as ofertas serão usadas. Esclareça que é nosso privilégio devolver a Deus um pouco do muito que ele nos tem dado. Explique que o dinheiro será usado no trabalho da igreja, para a construção de um novo templo, em missões etc. Deixe tudo bem claro na mente dos ouvintes. As pessoas se confundem facilmente, e contribuirão mais se souberem exatamente para que estão contribuindo, e se acharem que o projeto vale a pena. Não importa qual seja o motivo do culto, explique sempre o propósito dos dízimos e ofertas. Se a igreja deseja recolher uma oferta especial para algum projeto, deixe isso bem claro e entregue envelopes específicos para tanto. Se haverá uma oferta especial, avise com bastante antecedência para que haja tempo de as pessoas se prepararem.

COMO AUMENTAR E MELHORAR AS OFERTAS 6. A hora de recolher oferta, é a hora de recolher a oferta. Dr. Bill Rice pregou uma mensagem maravilhosa sobre recolhimento de ofertas. Não me esqueço do quanto ele enfatizou que não deve haver números especiais—solos, conjunto coral etc—nem avisos enquanto as ofertas estiverem sendo recolhidas. Se este é mesmo um ato de devoção e um ofertório a Deus, temos então de estar pensando Nele e em nossa entrega a ele nessa ocasião. Não acho que devamos “dar um beijo de despedida” nas notas que ofertamos; esse é o único dinheiro que entregamos e que voltaremos a ver um dia. Assim sendo, despeçamo-nos dele com gentileza e cuidado. “Entesourai para vós riquezas no Céu”, disse Jesus em Mateus 6. Se o conjunto coral estiver se apresentando ou algum aviso importante estiver sendo dado, as pessoas ficarão distraídas e se esquecerão da oferta. E os coristas? Eles devem louvar a Deus com suas ofertas também. Coloque um prato para eles junto do piano ou órgão. A pior coisa que já vi, foi um regente da igreja pedir para a congregação abrir o hinário e cantar o hino número tal enquanto as ofertas estavam sendo recolhidas! Dá para imaginar alguém, em pé, enfiar a mão no bolso ou na bolsa e dar, enquanto segura o hinário em uma mão e com a outra passa o prato adiante? A não ser que as pessoas que tenham três mãos, eu jamais tentaria um negócio desses! No entanto, isso acontece. Não é preciso nem dizer que as ofertas são contadas rapidinho nessas ocasiões! 7. A importância da música instrumental no recolhimento de ofertas. Muitos organistas tocam música clássica pesada ou “fúnebre” durante o recolhimento de dízimos e ofertas. Talvez achem que esse tipo de música seja sedativa e torne a extração menos dolorosa. Os hinos muito lentos não são bons motivadores, no entanto os rápidos demais podem, inconscientemente, levar a pessoa a se apressar em mandar o prato adiante antes que tenha tempo de ofertar como deve. Hinos bonitos, de bom gosto, alegres e desafiadores são excelentes para o recolhimento de ofertas porque nos traz à memória o quão maravilhoso Deus é e como ele proporciona um retorno espetacular para nosso investimento.

69

70

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER 8. Ensine como as ofertas devem ser recolhidas. Parece bobagem, mas é de causar admiração como o recolhimento de dízimos e ofertas é feito em algumas igrejas. Algumas vezes duas pessoas o fazem quando, na verdade, a igreja precisaria de uns quatro ou mais. Deve haver sempre uma pessoa na ponta do banco quando o prato chegar lá, para que a pessoa que estiver sentada ali não fique com o prato na mão sem saber o que fazer com ele. Às vezes, ela tem de fazer acrobacia para entregá-lo a quem estiver atrás de si. Muitas vezes a pessoa atrás é uma criança ou um adulto debilitado, e o prato vai para o chão. Pior ainda é quando alguém tem de ficar abanando o envelope ou tem de atravessar o santuário inteiro para entregar sua oferta porque o prato nunca chegou até onde ele estava sentado. Sejamos realistas. Pouca gente vai se abalar de seu lugar para entregar uma oferta. Para muitos, já é bastante desconcertante ter de se levantar e entregar o envelope. Depois, a pessoa pode achar que seu dinheiro não é tão necessário, pois ninguém se preocupou em facilitarlhe a entrega. Repito: algumas pessoas não vão ofertar de jeito nenhum, mas a maioria contribuirá se o prato chegar até elas e tiver de ser passado adiante. Algumas acham esquisito não oferecer nada quando o prato é colocado em suas mãos. Por descuido, alguns recolhedores se esquecem de fileiras inteiras de bancos. Outros acabam passando pelo mesmo banco duas vezes. Claro que essas coisas acontecem sem querer, mas mostram como é importante que as pessoas sejam treinadas para a tarefa e tenham cuidado ao realizá-la. Algumas igrejas pedem que adolescentes, e até mesmo juniores, recolham os dízimos e as ofertas. Acho que a escolha não dá à ocasião a dignidade e importância merecidas. Mas se quiser dar-lhes a oportunidade, escolha adolescentes responsáveis; peça-lhes que sejam cuidadosos no vestir, e treine-os bem. Talvez, de início, seja melhor deixar que recolham os dízimos e ofertas nos cultos da manhã. Quando tiverem mais experiência poderão fazê-lo no culto da noite. As pessoas que recolhem as ofertas devem ser respeitadas e darem bom testemunho cristão. Se um homem não goza de boa fama pelo jeito de cuidar de seus negócios e age de maneira duvidosa no dia-a-dia, eu

COMO AUMENTAR E MELHORAR AS OFERTAS certamente não o escolheria para um trabalho tão importante quanto o recolhimento de dízimos e ofertas! Não deixe para escolher em cima da hora as pessoas que vão recolher as ofertas; faça-o com antecedência para evitar qualquer tipo de confusão. Por esta mesma razão, é importante que essas pessoas sejam bem treinadas. Mais tarde falaremos sobre o treinamento. Explique aos diáconos, introdutores ou quem quer que seja que vá recolher as ofertas a importância de caminharem juntos pelos corredores; com isto, terão certeza de que todos os bancos serão atendidos, e também não se atropelarão durante o trabalho. Mande que fiquem atentos às crianças ou pessoas que precisem de ajuda em passar o prato adiante. Enfatize a importância de o dinheiro recolhido ser guardado imediatamente. Como deve ser feita a contagem do dinheiro? É melhor que seja feita pela comissão de finanças ou diáconos, e o dinheiro deve ser colocado no banco tão logo seja possível. Eu não permitia que a contagem fosse feita durante o culto, pois sempre achei que os “contadores” também precisavam ser abençoados pelos os hinos, músicas especiais e sermão. Ao voltar para o santuário, além de perturbarem a continuidade do culto, deixam a impressão de que o dinheiro é mais importante do que os hinos e a mensagem, e isto é um péssimo testemunho. 9. O dízimo e as ofertas devem ser recolhidos com otimismo e entusiasmo. Pastor, seja o primeiro a se entusiasmar com o ofertório. Transmita a certeza de que o dinheiro necessário à igreja (ou missões, construção ou seja lá o que for) vai ser suprido por Deus por meio de seu povo. Deus ama ao que dá com alegria. E ama o que dá com “gargalhadas” também. Assim, o pastor deve mostrar alegria e satisfação nesta hora do culto. Leia versículos como Malaquias 3.10, Lucas 6.38, 2Coríntios 9.68 e Filipenses 4.19 para incentivar a igreja a ofertar. 10. Não se desculpe por falar sobre o dízimo. Ele é tão parte da Bíblia, do viver cristão e das oportunidades missionárias como todas as outras mensagens ali encontradas. A Palavra de Deus tem muito a dizer sobre o assunto. Estaremos privando nossa igreja de algo importante se não falarmos sobre o dízimo. Ninguém pode oferecer mais do que Deus já nos ofereceu. Então, pregue sobre o dízimo!

71

72

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER É verdade que, sob a graça, não devemos parar nos dízimos, mas ele é um bom começo. “Podemos ir além do dízimo depois de dizimarmos, mas não podemos ir além dele até que o entreguemos” é um jeito muito bom de explicarmos o assunto. Eu sempre lembrava aos membros de minha igreja que eles poderiam conseguir muito mais com 90 por cento juntos com Deus do que com cem por cento sem Deus, e que Deus provaria a verdade deste conceito se eles fossem dizimistas fiéis. Não hesite em falar que quem não entrega pelo menos o dízimo está roubando a Deus (Malaquias 3.8-9). Tempere suas mensagens sobre o dízimo com ilustrações não só da própria Bíblia como também da vida cristã. As ilustrações apropriadas e bem humoradas ajudarão suas mensagens a ser mais bem aceitas e farão o não-dizimista rir de si mesmo por estar sendo mão-de-vaca, mesquinho e unha de fome. Não se esqueça de providenciar envelopes para o pessoal durante o ano todo. Mantenha um registro dos dízimos. Pelo menos uma vez por ano—melhor ainda se forem duas—pregue um sermão inteiro sobre o dízimo. Salpique outras mensagens com pensamentos sobre o dízimo. De vez em quando faça um estudo sobre mordomia no sentido bíblico. Nos boletins e outros impressos da igreja, escreva sentenças expressivas sobre o dízimo. De tempos em tempos, ofereça à igreja folhetos que falem sobre o assunto. Antes de pregar um sermão sobre o dízimo, lembre-se de que essa é uma das melhores coisas que você pode fazer por sua igreja. Portanto, jamais se desculpe por insistir que sejam dizimistas fiéis. 11. Dê o exemplo e certifique-se de que outros líderes façam o mesmo. Os membros da igreja são incentivados e inspirados a dar quando vêem o pastor, os membros da diretoria e os coristas entregando seus dízimos. Muitos crentes acham que só porque entregam uma oferta à classe da Escola Dominical não precisam entregar mais nada para a igreja. Quando um visitante vê o prato de ofertas passar quase vazio, no culto, ele pode pensar: “Acho que o pessoal desta igreja não confia muito nela. Parece que ninguém está lhe entregando nada!” Quando pastoreava, eu geralmente entregava uma oferta pequena na EBD e o dízimo nos cultos. Sempre que havia recolhimento de ofertas, eu procurava colocar algum dinheiro no prato.

COMO AUMENTAR E MELHORAR AS OFERTAS 73 12. Mostre entusiasmo ao entregar o dízimo. Sua própria alegria e interesse em relação ao dízimo serão contagiantes. Sua atitude deve ser sempre positiva. Faça prova de Deus constantemente. Mantenha seu coração sempre aberto em relação ao dízimo. Quando houver uma oferta especial ou algo que necessite ser comprado, seja o primeiro a participar, e faça-o com alegria. Deixe que os membros da igreja percebam que, por nada neste mundo, você perderia o privilégio de contribuir! Cuide para que sua esposa e filhos sejam tão entusiasmados quanto você em relação ao dízimo. As pessoas ficam de olho na família do pastor. Se elas perceberem que você e sua família dão sacrificialmente, desejarão fazer o mesmo. Seja generoso (Provérbios 13.7)! 13. Desafie a igreja a ofertar. As pessoas aceitam desafios verdadeiros. De vez em quando, faça um almoço ou jantar e convide um orador que faça a igreja vibrar com uma mensagem sobre dízimos e ofertas. Fale constantemente sobre igrejas que estão expandindo o reino de Deus porque seus membros estão unidos no trabalho e ofertam com alegria. Esdras e Neemias são livros da Bíblia que nos inspiram a contribuir, assim como as palavras de Jesus e Paulo o fazem. Promova uma campanha ou um concurso sobre o dízimo. Algumas igrejas fazem um banquete como “pontapé inicial” de tais programas. Se for dar um relatório bastante positivo sobre uma oferta que foi recolhida no domingo passado, espere até depois de a oferta ter sido recolhida hoje! Quando algumas pessoas ouvem sobre a maravilha que foi a oferta já recebida, podem achar que não precisam ser generosas hoje! Pense grande. Desafie a igreja com novos projetos, mas sem sobrecarregá-la, naturalmente. Em uma fábrica da Volkswagen havia o seguinte cartaz: “Pense grande, e você será despedido!” Isso pode ser verdade naquela fábrica, mas o pastor que deseja ver seu pessoal envolvido e respondendo ao desafio de ofertar deve, sem nenhuma dúvida, pensar grande.

74

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER 14. Aproveite todas as oportunidades para recolher ofertas. Recolha ofertas nos cultos de quarta-feira, por exemplo. Durante muito tempo, recusei-me a fazer isso. As pessoas diziam: “Pastor, quem ofertar, vai fazê-lo aos domingos”. Finalmente eu respondi: “Vamos tentar e ver no que dá”. E foi o que fizemos. Já nos primeiros cultos recolhemos $50 e $60. Não demorou muito e estávamos retirando $100 e $200. Hoje, ao olhar os registros daquele meu pastorado, vejo que recolhíamos regularmente, às quartas-feiras, entre $300 e $400 e, às vezes, mais! Que pastor não gostaria de aumentar tanto as ofertas semanais, e tão facilmente? Algumas pessoas se preparam para entregar seus dízimos e ofertas no domingo, mas acabam ficando doentes ou precisam viajar. Poucos membros passam procuram o tesoureiro para deixar o dinheiro com ele, antes da viagem, no entanto um bom número o trará à igreja na quartafeira. Os que esperam para entregar no próximo domingo, talvez gastem o dinheiro até lá. Não se esqueça de passar o prato aos coristas. Acredite ou não, muitas igrejas nunca recolhem as ofertas dos que cantam no conjunto coral. Em alguns casos, o coro está cantando na hora do recolhimento de dízimos e ofertas e os coristas não têm como entregar, a não ser que, depois do culto, corram atrás de um dos diáconos para o fazer. Se entregar os dízimos e ofertas é um ato de adoração, então os coristas devem adorar também. Recolha ofertas em ocasiões especiais. Geralmente as pessoas acham que uma oferta será recolhida quando um filme é exibido ou um convidado fala ou um missionário se apresenta. Por que não recolher a oferta e, assim, dar a todos a oportunidade de suprir uma necessidade? Não deixe que a igreja perca o hábito de contribuir. Em reuniões de avivamento ou conferências bíblicas eu recolhia ofertas todas as noites. Falarei sobre este assunto mais tarde, no entanto quero lhes avisar que as contribuições não são grandes nestas ocasiões. Algumas pessoas talvez só apareçam na primeira noite. Outras têm dinheiro um dia, mas estarão na maior “dureza” no outro. É possível que os visitantes tenham vindo apenas para ouvir o orador convidado. Por que não lhes dar a oportunidade de repartir as bênçãos por meio da contribuição? Use pratos fundos! Muita gente não se anima a colocar dinheiro nos pratos rasos que a maioria das igrejas usam. Eu ficaria com medo de

COMO AUMENTAR E MELHORAR AS OFERTAS que meu dinheiro fosse carregado pelo vento antes mesmo de chegar ao púlpito, caso não fosse colocado num prato fundo como os de sopa. Acho que vale a pena investir em pratos melhores, que não sejam rasinhos, finos, desenxabidos. Além de inspirar as pessoas, os recipientes fundos impedem que o dinheiro seja carregado pelo vento. Também é um ato de fé. “Abra bem sua boca e eu a encherei”, diz o Senhor no Salmo 81.10. USE ENVELOPES, NÃO FICHAS, PARA OS VISITANTES E ALUNOS DA EBD. É impossível colocar dinheiro dentro de uma ficha. Ao pegar um envelope, a pessoa entenderá, mesmo inconscientemente, que deverá colocar uma oferta ali. Uma ficha pode ser devolvida sem nenhum dinheiro, mas provavelmente isso não acontecerá com um envelope! Pense no assunto. Quando orar, não agradeça “pelos centavos” que foram entregues. Use uma psicologia melhor. Diga: “Abençoe a oferta generosa de teu povo. Somos-te agradecidos porque esse dinheiro será usado para levar o Evangelho às almas perdidas.” Alguns visitantes abrirão suas carteiras assim que a oração terminar. 15. Quando estiver endividado, entregue o dízimo! Este era o título de um dos primeiros artigos que li depois de entregar minha vida ao Senhor. A economia do país está mal das pernas. Os preços sobem todos os dias. No entanto, é exatamente por causa disso que não devemos colocar Deus de lado ou negligenciar nossa igreja. Deus cuidará daqueles que, como Elias no riacho de Queribe, (1Reis 17), puserem sua confiança Nele. Quando entregamos o dízimo estamos, na verdade, colocando Deus contra a parede (falo com todo respeito). Teremos a chance de “provar Deus”, exatamente como ele nos exorta em Malaquias 3. Veja as coisas pelo lado positivo. Se sentir pena das pessoas, não deixe que percebam. Elas sempre compram as coisas de que necessitam. Por que, então, não deveriam contribuir para a maior e melhor causa do mundo, e a única que DURARÁ PARA SEMPRE? (Confira Mateus 6.1933). Em muitos casos, se você não as incentivar a entregar o dízimo do Senhor, elas desperdiçarão o dinheiro em coisas que nunca mais verão depois que morrerem. 16. Não se deixe intimidar pelos egoístas. O fulano que reclama porque o pastor “só fala em dinheiro” provavelmente não contribui muito, se é que contribui. Se desse o dízimo regularmente e entregasse ofertas generosas, ele não se importaria que o

75

76

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER pastor falasse sobre o assunto. Na verdade, ele mesmo testemunharia sobre o fato. Não deixe que uns poucos mãos-de-vaca façam você roubar das pessoas as bênçãos que Deus tem para lhes dar; ensine a igreja a entregar generosamente seus dízimos e ofertas. Use de psicologia. Nós convidamos as pessoas para uma festa, não para um funeral. Leve-as a “ser generosas e ver o que acontece”! Você sabe que ninguém pode ultrapassar Deus. Desafie alguém a fazê-lo! É verdade que o versículo “ele prosperará em tudo que fizer” nunca foi mais verdadeiro do que neste assunto de dízimos e ofertas. Você estará ensinando às pessoas como prosperar. Quem iria reclamar disto? Antes do recolhimento das ofertas, faça uma oração de alegria e antecipação, ou peça que alguém dedicado e cheio de entusiasmo ore. Alguém que, por meio da oração, inspire os que desejam aproveitar esta grande chance de prosperar. Deus não precisa de nosso dinheiro tanto quanto precisamos de suas bênçãos. Portanto, jamais tenha medo de falar sobre contribuição.

77

Capítulo 6

SANTO BARULHO! FAÇA PROPAGANDA! Todos os moradores da cidade ou do bairro devem saber onde sua igreja fica, em que ela crê e o que acontece por lá! Não deixe que nenhum dia se acabe sem que sua igreja seja mencionada em reuniões de escola, rádio, jornal, feira etc. Nenhuma semana deve se acabar sem que os moradores do bairro saibam que alguma coisa está acontecendo na sua igreja! A maioria dos pregadores não usa uma fração das oportunidades que lhe batem à porta. Muitos nunca usam um décimo das ocasiões que se lhe apresentam de tornar a igreja conhecida no bairro. Faça com que todo mundo tome conhecimento de sua presença no bairro ou cidade. “O povo ouviu falar que ele estava em casa” (Marcos 2.1). Se ouviu é porque a notícia passou de boca em boca. Mas o que fazer para que as pessoas falem sobre sua igreja? Tem de existir outra maneira além de o pastor fugir com a organista ou o tesoureiro “se mandar” com o dinheiro da igreja! A não ser que tenha havido um acidente feio na porta da igreja ou um defunto esteja sendo velado no santuário, a única vez que algumas igrejas são mencionadas na imprensa escrita de suas cidades é com uma nota miúda, no pé de uma página desinteressante, sobre “cultos especiais esta semana”. É claro que dá para fazer melhor do que isso! Como é que algumas igrejas não param de crescer e o povo se acotovela para assistir aos cultos? Enquanto isso, outras se arrastam desfalecidas e são ilustres desconhecidas na cidade? Uma das igrejas que pastoreei pegou fogo e foi totalmente destruída. Mais tarde, um bêbado inveterado me contou que havia ido à igreja uma vez: “Foi no dia em que pegou fogo...vi a igreja ser queimada até o último banco”, ele me garantiu. Serviu de consolo. Mas aquele pé-de-

78

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER cana me ensinou uma grande lição. Ponham fogo na igreja e a multidão correrá para ver a causa de tanta fumaça. Vance Havner, no entanto, insinuou que o único incêndio que acontece em algumas igrejas é na cozinha, quando uma irmã encosta o pano de prato na boca do fogão ou durante uma assembléia geral de meia dúzia de gatos pingados. Como garantir que ninguém se esqueça do endereço da igreja e saiba exatamente onde ela fica? Mais ainda, como atrair as pessoas e despertar nelas o desejo de nos visitar? Já falamos sobre o que fazer para que continuem vindo, mas o que fazer para que nos visitem pela primeira vez? 1. Um local estratégico é meio caminho andado. Se você está iniciando um novo trabalho ou se os membros desejam mudar o templo para outro local, é importante procurar um lugar bom e de destaque. Quando nossa igreja em Panamá City, na Flórida, era bem pequena, enchemo-nos de coragem e compramos um aeroporto desativado (com hangar e tudo) de 3.500 metros quadrados bem no coração da cidade, perto de uma rua principal. A cidade havia se desenvolvido ao redor daquele aeroporto particular. Nem é preciso dizer que num piscar de olhos ficamos conhecidos na região toda. Qualquer pessoa que chegasse à cidade e perguntasse onde era a Igreja Batista Central ouvia: “Fica lá no aeroporto, perto do shopping center, na Rua 11” ou “É a que tem uma escola evangélica bem grande no cruzamento das ruas 11 e Balboa”. Claro que nem todas as igrejas podem comprar um terreno desse porte, porém todas as que puderem devem comprar. Ou pelo menos deveriam comprar o lote mais bem localizado que pudessem. Você vai me responder: “Pastor, minha igreja não tem dinheiro para comprar um terreno de 3.500 metros quadrados”. Sabe o que fizemos? Em vez de construir um templo bonito logo de começo, compramos o terreno que achamos que Deus queria que tivéssemos e mudamos nosso pequeno templo (que mais parecia uma caserna) ao lado do hangar. Fizemos o seguinte acordo com o administrador do aeroporto: ele poderia deixar seus aviões ao lado da igreja por uns tempos, e nós teríamos permissão para usar sua propriedade e parte do hangar enquanto ele se transferia para o aeroporto municipal. Tivemos muitos problemas de adaptação. (Já tentaram ventilar um hangar inteirinho num dia de muito calor?) Mas sobrevivemos; o aeroporto é

SANTO BARULHO! nosso – e está completamente pago – e temos uma propriedade que é o sonho de todos as igrejas da cidade e de quase todos o os empresários da região. Uma boa localização, com uma placa de identificação bem feita, é uma propaganda que automaticamente chama a atenção de quem passa. Se as pessoas vêem que a igreja adquiriu uma propriedade grande, mas continua atraente enquanto passa pelas “dores do crescimento” e continua pagando as prestações dm dia, elas entenderão que vocês não estão brincando e que logo terão um excelente edifício ali. Nosso hangar não era atraente, mas era grande e estava em pé! Sempre havia alguma coisa acontecendo por lá. Iniciamos nossa escola ao lado do hangar. Em nosso programa de rádio diário sempre falávamos de nossos planos e progressos. Depois de alguns poucos anos já estávamos construindo o novo santuário e o hangar foi ao chão. Valeu a pena esperar. Faça todo o possível para conseguir uma propriedade em local estratégico. 2. Mantenha a propriedade e arredores limpos e atraentes. Enfatizamos a importância destes aspectos no capítulo 3. Se não for possível contratar um paisagista e um jardineiro, certamente haverá pessoas na igreja que terão o maior prazer em realizar esse trabalho. Caso não haja ninguém, junte um grupo de pessoas interessadas que não se importarão em visitar floriculturas, estufas e empresas de paisagismo nem de folhear revistas sobre jardinagem e pôr mãos à obra para fazer da propriedade um orgulho de todos. O trabalho de Deus merece o que há de melhor. 3. Coloque uma placa bem feita à vista. Se a propriedade estiver numa rua principal ou num boulevard , a placa deverá ser grande, incapaz de passar despercebida. Se for numa área residencial tranqüila, com trânsito calmo e por onde os moradores passam diariamente, pode ser menor e mais simples. Seja como for, a placa deve ser trabalho de um profissional. A não ser que sua igreja seja abençoada com alguém dessa área, contrate um entendido no assunto. No entanto, examine alguns de seus trabalhos antes de assinar o contrato. Enquanto a placa não estiver pronta, ilumine bem o local e mantenha-o limpo e organizado. Não permita que a pressa o leve a deixar que

79

80

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER um “curioso” da igreja confeccione a placa. Ele pode ser capaz de meter o pincel numa parede de fundos, contudo uma placa de anúncio é algo bem diferente. Já vi muitas placas de igrejas tão mal feitas que até uma criança saberia que aquilo não foi trabalho de um profissional. 4. Contate a imprensa. Embora os jornais das grandes cidades cobrem caro por um espaço pequeno em suas páginas, eu colocaria um anúncio lá, pelo menos uma vez por semana. Existem também os jornais de bairros – mais baratos – e os suplementos gratuitos de escolas, associações comerciais etc que alcançam milhares de casas. Em cidades menores os preços são mais acessíveis, e as opções são muitas. Talvez você consiga um espaço maior no jornal e até mesmo a cortesia de uma pequena reportagem. Em localidades menores é sempre mais fácil conhecer o pessoal do departamento de publicidade do jornal, seu editor, diretor etc. Normalmente esses profissionais se interessam por histórias das igrejas locais. Nas cidadezinhas é “sopa”. Seus moradores estão sempre de ouvidos atentos para qualquer tipo de novidade. O pastor esperto mantém sua igreja sempre diante dos olhos da população. Se a cidadezinha não tem jornal próprio, anuncie sua igreja nos jornais das cidades vizinhas. 5. Saiba que há diferença entre propaganda e reportagem. Fico espantado ao ver quantos pastores falam em “fazer uma propaganda no jornal” quando, na verdade, estão se referindo a conseguir uma reportagem gratuita. Vise a redação do jornal de sua cidade; observe tudo; faça perguntas; apresente-se à direção. Mostre-se interessado em trabalhar com eles, e deixe claro que deseja fazer todo o possível para ajudar a eles e a você também. Preste atenção nas propagandas e convites que aparecem nos jornais e boletins de igrejas e de outras organizações. Observe que todas as propagandas bem feitas têm uma mensagem para os leitores. O anúncio eficaz inclui não apenas o que está acontecendo, mas fala sobre quem, quando, como, onde e por quê. Investigue sobre a possibilidade de o jornal ter um funcionário cristão (ou simpatizante) que possa interceder por você junto aos responsáveis por sua publicação. Eu sempre encontrei alguém assim nas

SANTO BARULHO! cidades onde fui pastor. Eu fazia questão de conhecer a redação dos jornais e deixava claro que gostaria de investir dinheiro no trabalho deles. Isso sempre dava resultado! O pastor mostra ignorância quando entra na redação de um jornal e diz que gostaria de “ganhar uma propaganda grátis”. Se vai ganhar, só pode ser grátis! Na realidade, o que ele deseja é uma reportagem, ainda que pequena, sobre o que está acontecendo ou vai acontecer em sua igreja. Cuidado com a aparência ao visitar a redação de um jornal. Não se vista com desleixo nem como um playboy. Não comece pechinchando nem perguntando se a propaganda pode ser grátis nem se há “bons descontos” para igrejas. Alguns jornais dão descontos para igrejas, outros não. Se o responsável não mencionar o fato, indague se o jornal oferece preço especial para igrejas ou entidades religiosas. Alguns periódicos oferecem preços especiais para um anúncio publicado várias vezes ou para um anunciante que é cliente fiel. Deixe claro que você tem interesse em colocar um anúncio no jornal. Nas cidades pequenas o editor do jornal é figura acessível. Apresente-se a ele tão logo seja possível. Diga que você é o pastor fulano de tal; que veio de tal lugar; que gosta muito do jornal que ele publica; que acabou de fechar um acordo para um anúncio da igreja e que aproveitou a oportunidade para conhecê-lo. Pergunte-lhe com quem deverá falar quando tiver algo sobre a igreja para ser publicado. Não mencione “reportagem grátis”; todas as reportagens devem ser gratuitas. Mas prepare-se: nem todos os editores são simpáticos às igrejas evangélicas, especialmente quando se trata de igrejas fundamentalistas, que não se desviam dos ensinos bíblicos. No entanto, continue investigando para descobrir alguém que possa interceder por você junto ao jornal da cidade. Se você é bom em redação, apresente um trabalho bem escrito (jamais à mão!), e com antecedência. Se esse não for o caso, procure alguém que conheça bem a Língua e que saiba redigir. Talvez você tenha de marcar uma hora com o redator do jornal para que ele mesmo redija seu artigo. O que não pode acontecer é um anúncio ou reportagem sobre a igreja (escrito pelo pastor) sair com erros de gramática e de grafia. Não tenha medo de consultar o dicionário nem de pedir a um professor que o ajude. Não repita nem escreva o que for desnecessário; assim, o editor terá menos correções a fazer.

81

82

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER Eis um exemplo de artigo que dá trabalho aos editores: “A Igreja Evangélica Fundamentalista Maranata avisa que promoverá cultos especiais com o evangelista Bartolomeu Bakadyoro. As reuniões serão no templo, situado na Avenida Difícil de Achar, 1779. Haverá músicas especiais. No domingo, haverá Escola Dominical às 9h45m e os cultos às 11 e 19 horas. O pastor aproveita a oportunidade para convidar o público em geral. As conferências irão de domingos até sextafeira. O pastor Bokadyoro é um evangelista conhecido em todo o país. Todos são bem-vindos”. O que há de errado neste artigo? Muitas coisas. Já que o evangelista ou as conferências é o destaque, deixe isso claro logo na manchete. Se não for mencionado o contrário, pressupõe-se que as reuniões serão no templo. Uma vez que a Avenida Difícil de Achar é difícil de achar, dê informações de como se chegar lá. O público gostará de saber quem apresentará as musicas especiais. O horário das reuniões deve ser mencionado junto com a data. Um bom editor passaria a caneta na frase “o pastor aproveita a oportunidade para convidar o público” pois além de ser um desfile de “p’s” é totalmente desnecessária (por que mais o artigo estaria no jornal?). Dizer que o pastor Bokadyoro é conhecido no país todo não esclarece muito sobre ele. Na verdade, o artigo todo é bem pouco esclarecedor. Exemplo de como o artigo pode ser mais bem redigido: CONFERÊNCIAS EVANGELÍSTICAS COM FAMOSO PREGADOR DE SÃO PAULO O conhecido evangelista Dr. Bartolomeu Bokadyoro estará falando de domingo à sexta-feira na Igreja Evangélica Fundamentalista. O pastor Bartolomeu já se apresentou em 21 estados brasileiros, é autor de dez livros e conferencista bastante requisitado entre os jovens. O pastor Edgar Silva, da igreja local, convida a todos para as reuniões que irão de 10 a 15 de junho, às 19h30m durante a semana e às 11h e 19h no domingo. O conjunto coral Maranata, sob a regência do maestro Canário Belga, e o quarteto Maranata se apresentarão durante a conferência. Contaremos também com um grupo musical jovem da cidade Vale das Canções. Com o uso de fantoches e palestras para adolescentes, o Dr. Bokadyoro cativa todas as idades. Haverá berçário e classes para crianças durante os cultos.

SANTO BARULHO! A Igreja Evangélica Fundamentalista Maranata está localizada na Avenida Difícil de Achar, 1779, a dois quarteirões do Hotel Sodescansis, esquina das Ruas Kaesthô e Hacheity. Entrada franca”. Talvez o editor do jornal não publique o artigo exatamente como você o escreveu, e pode até mesmo dar uma “podada” aqui e ali; mesmo assim a redação acima está bem melhor que a anterior, que falava muito mas não dizia quase nada. O jornal talvez o informe de que não é preciso escrever a manchete do artigo porque o editor redige suas próprias chamadas. Contudo, é possível que usem sua idéia; se não a usarem, pelo menos terão uma idéia do que você está querendo comunicar. Muitos artigos são praticamente “decepados” pelos jornais ou rejeitados totalmente porque não apresentam nenhum fato novo. Todavia, onde conseguir novidades todas as semanas? Bom, eu aproveitava meus sermões e transformava-os em tópicos “novos” para o domingo seguinte. Podia ser reavivamento em uma semana; cantata do coral em outra semana; inauguração de uma sala ou placa e a viagem missionária dos adolescentes. Faça propaganda da Escola Bíblica de Férias que a igreja está planejando há tempos; convide o público para o grande encerramento da EBF no próximo sábado. Escreva sobre o projeto do colégio da igreja ou sobre um novo programa beneficente. Anuncie o começo de uma nova série de estudos: PASTOR INICIA NOVA SÉRIE SOBRE TEMAS “ELETRIZANTES” DA BÍBLIA ou O ANTIGO TESTAMENTO ESTÁ VIVO E ATIVO ou PROMESSAS DO PASTOR. Anuncie os cursos de trabalhos manuais oferecidos pelas senhoras da igreja. Se for publicar uma nota sobre uma nova sala, não se esqueça de juntar fotos da comissão de construção junto com o pastor, o arquiteto, o engenheiro, o construtor e outros. As possibilidades são inúmeras. Dias especiais, competições, conferências bíblicas, visitas de missionários, contratação de novos funcionários, novas classes, eventos sociais, seminários, viagens, convidados especiais – tudo é notícia. Anunciar que no próximo domingo o pastor irá pregar sobre oração não é novidade que mereça ser publicada. No entanto, se o tópico for: COMO SER ATENDIDO POR DEUS, com uma observação de que o pastor mostrará como podemos “tocar o Invisível”, o anúncio chama mais atenção ainda.

83

84

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER Só dizer que você pregará uma mensagem sobre profecias não desperta o interesse de muita gente, mas anunciar que a mensagem do próximo domingo será: ISRAEL E A CRISE NO ORIENTE MÈDIO À LUZ DA BÌBLIA “acorda” até os não-crentes. Embora a doutrina bíblica do Espírito Santo possa não fascinar o leitor médio, UMA ANÁLISE DO MOVIMENTO CARISMÁTICO ATUAL pode causar um reboliço e tanto! Assim que eu começava uma série de mensagens aos domingos pela manhã sobre “Os Grandes Heróis da Bíblia”, e fazia toda a propaganda possível, eu deixava que a série tomasse conta de si mesma enquanto me concentrava nos anúncios das mensagens de domingo à noite. E logo que conseguia atrair o pessoal para os cultos da noite, incentivava-os a vir para os cultos da manhã. Em vez de anunciar que irá falar sobre “O Sangue”, por que não dar à mensagem o título: “O Banco de Sangue do Céu”? Não avise que irá pregar sobre o dízimo, mas sim sobre “O Caminho Certo Para o Sucesso Financeiro”. Quando Billy Sunday decidiu pregar sobre o versículo “E seu pecado o achará”, ele deu à mensagem o seguinte título: “O Fiel Detetive de Deus”. Ao pregar sobre o mesmo assunto, intitulei meu sermão de: “O Bumerangue”! Em lugar de falar sobre “A Doutrina do Novo Nascimento”, que tal “Gente Que Nasceu Duas Vezes”? Aborto, homossexualismo, pena de morte, preconceito racial e direitos iguais para todos jamais caem da moda! Publique seus anúncios no melhor espaço que seu dinheiro puder comprar no jornal. Quando pagamos, podemos exigir mais. As programações esportiva, de cinema, TV e teatro podem ser fortess competidora, a não ser que você tenha algo excepcional a oferecer, e o anúncio seja acompanhado de uma bela foto. Sempre que possível, publique uma foto também! Colocar uma foto do pastor é uma boa maneira de tornar a igreja e seu nome conhecidos na cidade. Em caso de série de conferências, não deixe de publicar a foto do conferencista, não importa a aparência que ele tenha! Segundo o ditado popular, “Uma foto vale mais do que mil palavras”. A foto chamará muito mais a atenção do leitor para o anúncio se ela for destacada por uma moldura. Se o templo for uma construção bonita, coloque sua foto junto à propaganda. Para variar, eu tirava uma foto de um grupo grande de pessoas à frente do templo. Tire fotos quando o auditório estiver cheio, e guarde-as para serem usadas mais tarde.

SANTO BARULHO! 6. Leve a mensagem da igreja à rádio Alguns pastores “levam jeito” para programas de rádio; outros não. Se você gosta deste tipo de trabalho e sente-se à vontade à frente de um microfone, e tem recursos para elaborar um programa bem feito, vá em frente, e veja se consegue um programa diário. Mas evite os horários da noite; competir com a TV não é nada fácil. Sejam programas diários de poucos minutos ou de uma hora completa, peça a ajuda de entendidos na área. Ofereça o melhor que puder aos seus ouvintes. A não ser que os solistas e o conjunto coral da igreja sejam excelentes, não apresente música ao vivo; é melhor ficar com as gravadas profissionalmente. Se não for possível ter um programa todo seu, faça anúncios durante a programação normal da emissora. Se a cidade tiver mais de uma estação de rádio, escolha a melhor delas para sua propaganda. O tempo no ar é precioso; use-o para transmitir a mensagem de Deus e para convidar seus ouvintes para os cultos, e não em orações longas. A não ser por alguns enfermos, pouca gente irá visitar sua igreja por causa das orações que você fez num programa de rádio. Ore antes de ir ao ar. A não ser que você seja um “orador” excepcional, faça como o resto de nós: ore pouco em público; entre “em seu quarto” para o exercício deste hábito vital. O programa deve ser iniciado em tom alegre e positivo, seja com uma citação apropriada ou um convite interessante. A seguir, apresente um número musical bonito. Só “entre direto” na mensagem se você for daqueles tipos raros de pregadores que chamam a atenção apenas com a bela voz. Os convites feitos em programas de rádio devem ser “rápidos e rasteiros”. Portanto, escreva tudo o que vai dizer ou que deseja que seja dito. Não se esqueça de anunciar o tópico das mensagens do domingo que se aproxima. Deixe seus ouvintes com a certeza de que algo sensacional estará acontecendo na igreja no próximo culto. Aguce o interesse deles. Fale com naturalidade ao microfone, como se estivesse conversando com os ouvintes. Não é preciso “berrar como um maluco” para mostrar entusiasmo e prontidão. Ninguém liga o rádio para levar bronca.

85

86

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER Livre-se de toda e qualquer rouquidão antes de fazer o programa de rádio. Se você sofre de sinusite, não deixe que ela o atrapalhe: pingue soro no nariz; nada de espirros, tosses e pigarros enquanto estiver no ar. Os programas podem ser encerrados com um convincente apelo para que vidas sejam entregues a Cristo ou com um convite caloroso para que visitem a igreja. Outra opção é deixar um “pensamento do dia” com os ouvintes. Não se esqueça de fazer propaganda das atividades especiais da igreja, mas seja breve. O tempo pode ser mais bem usado com a mensagem da palavra. Jamais peça dinheiro no ar! 7. Coloque outdoors nas entradas da cidade As placas devem ser bem feitas; trabalho profissional. Se não há dinheiro para isso, tentem conseguir patrocínio com empresários e comerciantes da igreja (ou com ouvintes do rádio). 8. Ilumine bem a fachada da igreja Se não for possível colocar vários spots iluminando a frente toda do templo, coloque apenas um, bem forte, direto no letreiro com o nome da igreja para que seja notado a uma boa distância. 9. Indique o caminho aos visitantes Sinalize bem sua igreja. Coloque placas e setas nas ruas próximas ao templo. As pessoas têm de saber exatamente onde vocês estão. Se o templo fica localizado no fim de uma ruazinha não muito conhecida do bairro, imprima mapas e distribua-os pela circunvizinhança. Uma boa idéia é imprimir o mapa nos folhetos distribuídos de casa em casa e pelas ruas. 10. Imprima convites atraentes e espalhe-os pela cidade toda Coloque o nome e foto da igreja (se for bonita), foto do pastor, do ministro de música; do pastor de jovens; do diretor do colégio junto a um artigo bem escrito e entusiasmado sobre as atividades que promovem. Não se esqueça de colocar horários de cultos e reuniões, endereço completo, mapa (se necessário) etc. Entregue uma boa quantidade de convite aos membros da igreja para que distribuam onde quer que estejam: nas lojas, no correio, supermercados e afins. A cidade toda precisa tomar conhecimento da presença da igreja e ser informada sobre seu trabalho para Deus.

SANTO BARULHO! 11. Promova dias especiais e eventos que atraiam visitantes Não se arrastem pela vida. Mantenham “a bola rolando” na igreja. Faça uma tempestade cerebral com seus líderes para que surjam idéias sobre programações e atividades diferentes. Sempre que há um “evento especial”, a igreja consegue que visitantes se tornem assíduos aos cultos, e também não deixa a cidade se esquecer que vocês estão presentes entre ela. 12. Veículos da igreja Se a igreja tem veículos para transportar membros e visitantes aos cultos – um ministério bastante produtivo na conquista de almas –, mantenha-os sempre limpos, funcionando bem e com o nome e endereço da igreja bem visíveis. Quando os veículos da igreja estão circulando pela cidade, mais uma vez o povo é lembrado da presença e trabalho de vocês. 13. Nada substitui a pregação da Bíblia e a conquista de almas Não importa o quão atraente é o templo nem o quanto a igreja gasta em propaganda, as pessoas precisam receber alguma coisa quando vêm aos cultos. Conquiste almas, e outros farão o mesmo. Perguntaram a um pastor vitorioso em ganhar almas para Cristo qual era a segredo de seu sucesso. Ele respondeu: “Bom, eu prego o Evangelho aos domingos, e quinhentos membros fazem a mesma coisa durante a semana toda!” Anime seu povo. Mantenha o púlpito aceso. Enfatize a importância da salvação de almas. Pregue a Palavra. Alimente as ovelhas, e elas voltaram para receber mais. 14. Conselhos finais Ao passo que seu trabalho progride e sua igreja cresce, outros pastores e igrejas se aproveitarão de suas idéias e vão ser concorrentes de vocês. Não fique alarmado nem abatido. Quando comecei a publicar anúncios da igreja, em Panama City, acho que era o único a fazer isto (exceto quando uma igreja estava promovendo reuniões de avivamento). No entanto, logo outros pastores seguiram no mesmo caminho semanalmente. Hoje, as páginas dos jornais estão lotadas de propagandas de seitas, de igrejas católicas, carismáticas e tantas outras. Até os liberais anda anunciando um pouco. Portanto, dentro do possível, compre espaços melhores e maiores nos jornais (dentro

87

88

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER do possível) e tente sair na frente. Se a competição ficar acirrada, peça que seu anúncio seja publicado longe dos das outras igrejas. Compramos ônibus e logo os tradicionais “de carteirinha” e os heréticos desenfreados também o fizeram. É assim que as coisas são. Pastores de todos os lugares têm de agüentar a “competição”. Certifique-se de que ventiladores, banheiros e bebedores estão funcionando a contento para os visitantes. Use todos os meios legais possíveis para chamar atenção e fazer propaganda da Escola Bíblica de Férias e outras programações especiais. Sua igreja deve ser famosa por levar gente a Cristo. Visitante e ouvintes do programa de rádio se lembrarão de vocês quando estiverem enfrentando dificuldades, e aparecerão. Se a igreja é dona de colégio, mantenha o equilíbrio entre a propaganda da igreja e a da escola; uma deve complementar a outra. Use a Internet e o Correio para enviar material que desperte o interesse das pessoas pela igreja. Enfatize às suas ovelhas como é importante falar bem da igreja, trazer visitantes aos cultos e distribuir folhetos e convites pela cidade ou bairro. Não deixe que a cidade se esqueça da presença de vocês!

89

Capítulo 7

O QUE FIZERAM COM A MÚSICA DE DEUS? Depois da pregação da Palavra, a música talvez seja o aspecto mais importante do culto. A música solene, sem vida, cerimoniosa pode esfriar ou matar o fervor evangelístico de uma igreja ou a eficácia de um sermão. Por outro lado, muitas igrejas abaixaram a guarda e aceitaram os padrões mundanos, liberais e carismáticos. Em muitas dessas igrejas, se fecharmos os olhos, não saberemos dizer – pela música – se estamos em uma boate, em um barzinho ou em um acampamento do tipo “cai fogo do céu”. Não é de admirar que os bons e fiéis cristãos, entristecidos com essas coisas, fiquem em casa lendo a Bíblia, saudosos dos velhos tempos quando os cultos tinham som e aparência de culto mesmo! Normalmente onde a música é vazia e mundana a igreja é do mesmo jeito. Há algum tempo, quando era pastor, eu fiquei sabendo que algumas igrejas estavam condescendendo em matéria de música e que algumas (liberais) promoviam reuniões dançantes para seus jovens. No entanto, nunca imaginei que o rock encontrasse lugar em qualquer igreja, e muito menos naquelas que pregam a Bíblia e acreditam que devem honrar a Deus. O conjunto coral não deve ser o “departamento de guerra” da igreja. O pastor é a chave! Se ele leva suas ovelhas a ser um rebanho espiritual, temente a Deus e que ama a Bíblia, automaticamente elas apreciarão a música certa e insistiram em tê-la na igreja. O pastor que acredita que a Bíblia nos ensina a ser separados do mundo e que incentiva seu rebanho a viver de modo que agrade a Deus, nunca enfrentará grandes batalhas sobre que tipo de música a igreja deve cantar nem sobre os músicos que serão convidados a ser apresentar para seu auditório.

90

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER É preciso muito cuidado na escolha do regente do coro ou do canto congregacional. O pastor deve escolher alguém que concorde com seu ponto de vista sobre o mundanismo, a consagração e a separação. Claro que não ouvi as músicas cantadas em todos os seminários e institutos bíblicos do país, porém ouvi muito do que já saiu de alguns deles. Quando pastoreava, sempre escolhi quartetos, conjuntos corais etc de instituições conservadoras e realmente bíblicas, e por isso nunca tive de ouvir música errada nas minhas igrejas. Filosofia de Música Percebendo a tendência da contemporização musical pelas igrejas, a Faculdade Batista de Springfield, Missouri, declarou, numa mensagem espetacular feita pelo Dr. W. E. Dowell, presidente da mesma, sua Filosofia de Música. Os líderes da escola não só observaram essa tendência, como decidiram que a faculdade deveria ser protegida dessa tendência liberal e que a música apresentada pela escola deveria ser tradicional. Entre outras coisas, o excelente periódico Baptist Tribune afirma: O ritmo vibrante das baterias e o som estridente das guitarras não são aceitáveis na Faculdade Batista de Springfield.. Preferimos que nossos grupos musicais apresentem os grandes hinos e canções espirituais. As “músicas” de fundo, quando necessárias nas apresentações especiais, devem ser discretas; jamais altas e agitadas como se costuma ouvir. Isso também se aplica ao uso de play-back. Já ouvi excelentes cantores apresentando músicas lindíssimas que foram arruinadas por causa do play-back. Qualquer letra que se refira a Deus como “alguém lá em cima” ou “o homem do andar de cima” não é aceitável. Se o instrumento cobre a melodia ou letra da música, ele perdeu seu objetivo na apresentação. Rock de nenhum tipo será apresentado ou ouvido na Faculdade Batista de Springfield. A boa música evangélica deve ser sincera e espiritual. A música sem sentido e frívola e os ritmos acelerados e as bateria atraem a carne, e não contribuem em nada para o culto e a adoração. A música apresentada na igreja deve ser moderada em seus anseios porque não apela às paixões carnais, e sim aos sentimentos do coração, que deve ser alcançado por ela. SE EXISTE ALGUMA DÚVIDA A RESPEITO DA MÚSICA A SER APRESENTADA, USE A REGRA DA MODERAÇÃO, E EVITE-A. (A ênfase é do autor deste livro.) Os ritmos acelerados são uma característica do rock. Não se trata de um simples compasso normal de música; é uma batida exces-

O QUE FIZERAM COM A MÚSICA DE DEUS? sivamente pulsante. Ouvi o mesmo ritmo no coração da África. Esse mesmo ritmo infiltrou em nosso meio um estilo pop mais lento de música evangélica. Os ritmos musicais acelerados foram planejados para excitar as emoções e os desejos físicos. Trocar a letra mundana pela evangélica não altera o efeito da música. Usar esse estilo é tentar contemporizar com o mundo. Não citei na íntegra a mensagem do Dr. Dowell, mas a filosofia de música do Seminário Batista de Springfield é boa para as igrejas também. Padrões Bíblicos Ao considerarmos a música na igreja, os versículos abaixo devem ser levados em conta: A música deve glorificar a Deus (1Coríntios 10.31). Sua mensagem deve ser bíblica (Efésios 5.19). Deve ser em nome de Jesus Cristo, em gratidão a Deus (Colossenses 3.17). Como novas criaturas em Jesus Cristo, todas as coisas devem ser novas (2Coríntios 5.17). Não devemos nos conformar “com este mundo”, mas ser “transformados” (Romanos 12.2). Devemos cantar no Espírito, porém com entendimento (1Coríntios 14.15). Em Levítico 10.10, Deus manda que façamos “diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo”. Não devemos “seguir o caminho dos ímpios.” Não devemos voltar “a esses rudimentos fracos e pobres” do mundo. (Gálatas 4.9) “ao tempo em que começou o holocausto, começou também o canto do Senhor” (2Crônicas 29.27) indica que, de acordo com Romanos 12.1, todos os crentes devem apresentar seus corpos como sacrifícios vivos ao Senhor. A música deve ser os “salmos e hinos e cânticos espirituais” mencionados em Colossenses 3.16, e não a barulheira sem nexo de um mundo obsceno. Ao descrever os pecados dos sacerdotes, Ezequiel diz: “entre o santo e o profano não fazem diferença, nem discernem o impuro do puro” (Ezequiel 22.26).

91

92

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER Não devemos amar “o mundo, nem o que no mundo há” (1João 2.15). “a santidade convem à tua casa, Senhor, para sempre” (Salmo 93.5). O pastor Colis Thorn, de Fort Walton, Flórida explica que a música “certa”: 1. Glorifica a Deus. 2. Prepara o auditório para a mensagem. 3. Prepara o pregador para transmitir a mensagem corretamente. Forrest L. Keneer escreveu: “Precisamos voltar a colocar os princípios bíblicos nos hinos de hoje. Eles têm de ter conteúdo bíblico e ser reverentes na apresentação”. Depois, ao comentar sobre os rocks e countries evangélicos, ele afirma: “Esta chama destruidora é alimentada pela infeliz idéia que muitas igrejas têm hoje de que é muito importante “falar a língua” dos jovens, do público em geral e do mundo. Essas igrejas estão pouco interessadas em glorificar a Deus ... insistamos para que nosso cântico seja uma adoração, não uma exibição”. No periódico Baptist Tribune, Dale Peterson pergunta: “Temos mesmo de oferecer aos adolescentes “o tipo de música de que gostam”? Peterson continua: “Como batistas fundamentalistas, nós acreditamos que devemos nos vestir de maneira diferente, que temos de nos abster do álcool, do fumo, das danças e do rock pesado, mas quando se trata de “música de igreja”, o assunto é outro. Muitos líderes de jovens dizem que para alcançarmos os adolescentes, precisamos ser iguais (perdidos) a eles. Afirmam que temos de nos vestir como eles se vestem, ser “da hora” e estar “por dentro”. Conversa mole! Os jovens estão procurando homens e mulheres que lhes mostrem o caminho. A Comunidade Jovem do Sul de Michigan não segue as tendências modernas e, pela graça de Deus, nunca seguirá! Ainda cantamos os bons e velhos hinos, e cantamos de coração, “à moda antiga”. Quando eu pastoreava na Flórida, testemunhei as igrejas vizinhas, uma a uma, adotarem as vestimentas, os hábitos e a música do mundo na tentativa de “alcançar os jovens”. Mas nossa igreja, com sua mensagem contra o pecado e o mundanismo, e defendendo os bons e tradicionais hinos, tinha mais jovens (e a maior escola cristã) naquela parte do Flórida do que qualquer outra igreja.

O QUE FIZERAM COM A MÚSICA DE DEUS? Temos de Ser Relevantes? O pastor Richard Kidd, da Pensilvânia, escreveu no boletim de sua igreja a respeito daqueles que insistem em que “Devemos ser relevantes” ou “Temos de nos atualizar, se queremos transmitir o evangelho aos nossos jovens”. O pastor Kidd nos adverte que essa “relevância” contemporânea tem nos afastado cada vez mais dos padrões da decência, da moralidade e do Deus de nossos pais. Ele cita as palavras de G. Campbell Morgan: “Já ouvi muitas pessoas afirmarem que para a igreja ser bem sucedida, ela deve se adaptar aos tempos modernos. Eu afirmo que a igreja só será bem sucedida se corrigir os tempos modernos!” Um pastor que cantava num quarteto realmente evangélico (em Nashville) disse: “Eu conheço essas pessoas. É por isso que não as convido para virem a minha igreja. Não queremos pastores carismáticos pregando para nós. Por que, então, cantar suas músicas?” Ele me faz lembrar de um compositor de música gospel moderna (e cheia de modismo) que alega que sua música é tão “inspirada” quanto a Bíblia! O pastor acima mencionado também afirmou: “Se o Clube 700 ou o Clube PTL aprova um certo tipo de música, não a queremos em nosso meio”. O escritor Vance Havner lamenta em seu livro Songs at Twilight (Canções da Madrugada): “O destempero invadiu as igrejas em relação à música gospel. Já seria ruim o bastante se o jazz tivesse permanecido nas boates, em meio à escuridão do ateísmo transplantado da África para a selva de pedra. Mas quando a igreja se apropria tanto da linguagem quanto do estilo de Sodoma, é hora de , envergonhados, abaixarmos a cabeça”. A. W. Tozer escreve em Born After Midnight (Nascido após a meianoite): “A influência do espírito erótico é sentido nos círculos evangélicos de praticamente todos os lugares. Em algumas reuniões, o conteúdo de quase todas as músicas é mais cheio de romance do que do Espírito Santo. Letra e melodia são compostas com o objetivo de despertar a libido”. No livro Why Our Churches Do Not Win Souls (Por que nossas igrejas não ganham almas), Dr. John Rice afirma: “Por onde andam os grandes hinos de avivamento? É triste, mas a verdade é que poucos hinos são escritos com uma mensagem que apele aos não-salvos ou aos que não freqüentam a igreja ou aos cristãos frios. Antigamente, multidões se emocionavam com ‘Maravilhosa Graça’, ‘Bendita Hora de Oração’, ‘Rude Cruz’, ‘Quão Grande és Tu’ etc”.

93

94

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER No capítulo “A música da igreja geralmente não conquista almas”, Dr. Rice continua: “Onde não há grandes avivamentos nem grandes mensagens evangelísticas, os compositores não compõem hinos evangelísticos. E as músicas de nossas igrejas não enfatizam a conquista de almas e geralmente não se encaixam num programa que tem como objetivo ganhar almas para Cristo”. O Dr. Rice cita o Dr. Jack Hyles ao dizer: “Se você quer alcançar tantos resultados quanto Billy Sundae, sua música precisa ser igual a de Homer Rodeheaver. Se você quer os avivamentos de Moody e Torrey, é preciso ter músicas iguais a de Sankey e Alexander!” Que grande verdade! O cantor Mike Coyler afirma: “Muito de nossa “música evangélica” contemporânea é escrita levando em conta as experiências individuais ou usando a verdade geral de um modo a agradar até mesmo os modernistas. A maioria delas não tem dignidade, honra e não são dirigidas a Deus. Nossa perspectiva é horizontal”. Reece Randle escreve: “A música pode, literalmente, construir ou destruir um culto. Se a música não enfatiza a sã doutrina, ela não é boa. Se a música fala aos pés e não ao coração, ela é do tipo errado. Se a música só atinge os sentimentos e não fala à mente, ela não está correta. Muitas igrejas estão infestadas de música carismática, sem conteúdo e mundana; músicas compostas, popularizadas e empurradas por gente de outro território. Por que alimentar a carne na tentativa de salvar os perdidos? Por que batemos os pés e dizemos “amém” enquanto cantamos músicas carnais que possuem tanto conteúdo espiritual quanto as cantigas de ninar?” Depois, ele fala sobre as músicas nefastas, as letras pervertidas e as associações diabólicas da música “religiosa” de hoje, e resumindo, Reece escreve: “Se a canção foi inspirada ou adaptada do rock ou da cultura popular, ela despertará pensamentos e sentimentos pecaminosos nos crentes que se converteram daquele ambiente ... A música pode ser essencialmente boa, mas se for apresentada do mesmo modo que o é na TV ou nos espetáculos artísticos, ela se torna perigosa. Aquele som frenético e barulhento que se ouve em sua igreja prepara mesmo os corações para sua mensagem? Aquela letra deplorável e sentimental realmente edifica

O QUE FIZERAM COM A MÚSICA DE DEUS? os cristãos? A melodia tão parecida com a do mundo alcança de verdade os perdidos?” Meu Testemunho Eu me converti ainda garoto, na “era do jazz”. No entanto, eu teria achado estranho se a igreja batista que eu freqüentava no Sul dos Estados Unidos tivesse esse tipo de música. Deixe-me dizer-lhes do que me lembro: lembro-me de “O Poder do Sangue”, “Firme nas Promessas”, “Onde Quer Que Seja”, “A Deus Demos Glória” e outros hinos iguais a estes, e era isso que eu esperava ouvir quando ia à igreja. Entreguei minha vida ao serviço de Jesus Cristo na “era do swing”. Mas certamente teria sentido repulsa – e até mesmo me afastado – se, na adolescência, minha igreja tivesse convidado uma banda de swing e “astros e estrelas” do mundo artístico para “alcançar os jovens”. Se tivesse feito isso, eu jamais teria depositado minha vida aos pés de Cristo. Se quisesse ouvir esse tipo de música, eu não precisaria ir à igreja. Eu queria algo muito melhor. Os Desertores Bill Harvey, cantor evangélico, escrevendo sobre a deserção da igreja por meio da conciliação feita com o novo ritmo musical, explica: “A deserção refere-se aos compositores em quem depositamos nossa certeza de receber músicas bem feitas, espirituais, bíblicas e consistentes, mas que se voltaram para a nova “forma de arte” (rock) como veículo de propagação de suas letras ... palavras que, sem dúvida, nos abençoariam, não fosse a confusão causada pelo ritmo de macumba que as acompanha. Os desertores são os quartetos que colocam clichês evangélicos no rock e recusam-se a cantar sem receber alguma garantia...Infelizmente até algumas escolas e igrejas fundamentalistas partiram para o rock light e a coreografia em seus grupos musicais no desejo de mostrar que estão contextualizadas e “por dentro”, e como isca para atrair multidões!” Richard De Haan, apresentador do programa “Escola Bíblica do Ar” (EUA), afirmou à revista Discovery Digest: “É impossível imaginar o Céu sem música. Certamente as letras celestiais expressarão adoração, gratidão e louvor ao Senhor nosso Deus”. Observem o que ele diz a seguir: “Não sabemos exatamente como será a música no Céu. Porém de uma coisa tenho certeza: assim que ouvirmos seus primeiros acordes,

95

96

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER não pensaremos em nem nos lembraremos de nada pecaminoso, desavergonhado e inferior da vida terrena. Ela não será nada parecida com a música chamada religiosa que ouvimos hoje em dia. Estou me referindo às melodias que nos faz pensar que estamos numa boate. Estou me referindo à barulheira infernal, estridente, martelante e metálica de instrumentos musicais. À “batida” que lembra a cultura da droga e dos concertos de rock. Vocês podem estar certos de que a música que ouviremos no Céu não será nada parecida com isso. Nem tampouco a nossa deveria ser. Esforcemo-nos para que a música dos santos daqui “seja igual à dos santos de lá”. “Mas perderemos nossos jovens”, “As multidões se afastarão”, é o choro dos que aderiram ao “novo som” de música na igreja. Contudo observem algo interessante: pensando nos lugares onde preguei, recordo-me de que os maiores auditórios aos quais falei foram os de igrejas que possuíam música de alta qualidade – e todas tradicionais; não tinham nada desse “ritmo novo” da moda atual. Eu poderia citar um grande número de igrejas com essa característica tanto no Norte quanto no Sul dos Estados Unidos – e todas repletas de jovens! Naturalmente a boa música era o aspecto que mais atraía as multidões. Nenhuma dessas igrejas havia comprometido seu padrão musical! Isso tem um grande significado. Na década de 60, algumas de nossas igrejas fundamentalistas imitaram os liberais e novos evangélicos e começaram a programar “festas caipiras” com música folclórica para os jovens. Não demorou muito para que o ritmo dançante e o “blues” choroso dos cantores carismáticos também fossem abraçados. Isso aconteceu no fim da década de 60 e início da de 70. Os grupos musicais apareceram com seus trajes “psicodélicos”; os homens eram cabeludos e as garotas usavam mini-saias ou túnicas sensuais coladas ao corpo. Os amplificadores que estouravam os tímpanos dos ouvintes eram montados. A “apresentação” começava. Se fechássemos os olhos teríamos a nítida impressão de que estávamos numa discoteca, e não numa igreja! Os novos lamentos e murmúrios eram acompanhados pela cadência de um rock light. Nesse compasso, não demorou muito para que nossas igrejas acabassem aceitando o rock pesado, o rock “pauleira”, o punk e outros. Algumas igrejas até permitem que moças se “apresentem” de calças compridas e outros trajes masculinos. Os homens parecem femininos tanto nos cabelos quanto nas vestimentas. A mini-saia voltou com

O QUE FIZERAM COM A MÚSICA DE DEUS? força total. Muitos desses entertainers evangélicos agarram o microfone, dançam e rebolam ao som do ritmo gospel exatamente como fazem seus companheiros de boate. As moças e os rapazes exibem um sorriso forçado, artificial, e gorjeiam e sussurram uns para os outros enquanto se contorcem de modo provocante. Onde iremos parar? Isso tudo é consistente com o que a Bíblia ensina sobre o distanciamento que devemos manter do pecado e do mundanismo? A resposta é óbvia. A Música Enfeitiça Na década de 60, Melvin Munn, de Washington, declarou a Life Line: “Todo mundo sabe que a música é usada para enfeitiçar serpentes. O que poucos sabem é que ela enfeitiça serpentes e pessoas”. “Loucura musical, uma arma dos Vermelhos” foi o título de uma mensagem bem instigante de Life Line. Ela nos advertia sobre o mau uso e as perversões da música. Herbert A. Philbrick, abrindo o jogo sobre a infiltração comunista em nosso meio, escreveu um livro intitulado Your Church – Their Target (Sua igreja – O alvo deles). Philbrick explica que os comunistas usavam canções populares para conquistar o coração dos jovens americanos. Como sabemos agora, a música logo se tornou a cabeça do camelo na tenda da igreja. Na revista Saturday Post de abril de 1978, um senhor chamado Paul Baker escreveu sobre o ritmo sensual do rock que invadira a igreja: “Sufocada na década de 60 pelo compasso sedutor do rock-and-roll, a Igreja arregaçou as mangas, tomou emprestado seu ritmo e conquistou de volta para si os jovens que havia perdido”. Mas, que tipo de igreja conquistou que tipo de jovens e para quê? Foram as igrejas sem militantes e sem mensagens bíblicas; igrejas cujos pastores têm medo de falar contra o pecado; igrejas carismáticas que pensaram que abraçando o mundo e trocando a santidade pelo “carisma” emocional conseguiriam se livrar do “estigma” do velho pentecostalismo. Muitas denominações que perderam o fervor evangelístico (se é que algum dia o possuíram) aderiram à moda agitada do novo chamariz. Isso resultou na aceitação da música cantada em boates e barzinhos, dos cantores afeminados de cabelos compridos e nas apresentações sexy, e tudo é feito em nome de Jesus Cristo – conforme explicam. Alguns têm a audácia de afirmar que essa capa moderna do Velho Pentecostalismo é, na realidade, um reavivamento espiritual! Até alguns dos compositores em quem confiávamos embarcaram no novo ritmo. “Ralph Carmichael passou a fazer uso de guitarra e bate-

97

98

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER ria na gravação de hinos”, escreve Paul Baker. Carmichael ficou em apuros quando os evangélicos tradicionais se opuseram ao “mundanismo” daquilo tudo. No entanto, com a ajuda de Billy Graham e um de seus filmes; com o apoio do compositor Ray Repp que injetou música popular nas missas católicas e com o lançamento feito pelos Batistas do Sul do musical “Good News” (Boas Novas), os grupos religiosos de música pop proliferaram por todos os cantos. Baker aplaude esse novo som religioso “desde as baladas até o rock pesado!” Você que é um pastor que teme a Deus, glorifica a Jesus Cristo e prega a Bíblia certamente não vai querer esse tipo de música em sua igreja. No entanto, uma pequena concessão abre as portas para muito, muito mais, como já temos observado. Certa vez na Grã Bretanha, falando em um congresso, Billy Graham afirmou: “Tenho certeza de que muitos de vocês estão tendo problemas em se adaptar à música da presente geração. Tenho de confessar que levei alguns anos e precisei da ajuda de meus cinco adolescentes para me adaptar a ela”. A música daquele congresso foi “planejada para falar de Cristo àqueles que haviam crescido ao som estridente do rock”. Contudo, será que devemos nos “adaptar” ao pecado, ao mundanismo, às concessões? Vocês sabem qual é a resposta. Um pentecostal advertindo (o que é incomum) sobre os perigos do rock evangélico afirmou: “Está se tornando cada vez mais claro que o rock evangélico está a um passo do rock pesado, e a não ser que retornemos para Deus, nós, os pentecostais, teremos de lidar com as forças demoníacas que dominarão nossas músicas. A música contemporânea da esfera do rock é perigosa. A separação bíblica deve ser aplicada aos nossos conjuntos corais, nossos solistas e nossa música em geral. É sintomático que nesta época em que as canções da noite estão em voga, a pregação verdadeiramente bíblica ande tão escassa. A não ser que nossa música seja diferente da música do mundo, nós acabaremos por nos tornar mundanos também. Estou convencido de que um espírito demoníaco anda trabalhando por intermédio da música e está exercendo um poder controlador que acabará por destruir seus aficionados”. Citarei também meu livro The Truth About Rock Music (A Verdade Sobre o Rock): “Muitos discos e fitas das livrarias “evangélicas” hoje são de música contemporânea ou rock evangélico. Naturalmente as livrarias ven-

O QUE FIZERAM COM A MÚSICA DE DEUS? dem o que lhes dá lucro, o que lhes abre as portas para a “explosão gospel”. Alguns gerentes e vendedores admitem que não gostam desse tipo de coisa, porém ela dá dinheiro, e é o que o público gosta”. Poluição Sonora Julian Thomas, ministro de música no Texas, explicou que a poluição sonora nos faz tanto mal quanto a poluição do ar, ao descrever o assalto do rock contra nossos ouvidos nos supermercados e outros lugares públicos. Pelo menos na igreja deveríamos estar livres da barulheira provocada por esse ritmo. Adam Knieste, terapeuta musical, afirmou: “O rock “é mais fatal que a heroína. Ele não é um passatempo inofensivo; é uma droga perigosa que viciou nossos filhos. Ele transforma pessoas equilibradas em seres perturbados”. Um cantor famoso, líder de uma banda de rock, explicou que a “música pop é sensual, e devemos esfregá-lo na cara dos adolescentes”. Um jornal evangélico relatou que um grupo de médicos que fez uma pesquisa para um projeto do governo descobriu que há uma conexão direta entre o rock e o sexo fora do casamento. O artigo, escrito por Donald LaRose, relata que muitos jovens apreciadores do rock “cristão” tocado nas emissoras “evangélicas” passaram do ouvir para o dançar e daí para o mundo, e foram arruinados pelo pecado. Estou convencido de que nada prejudicou e desmoralizou mais a vida espiritual de nossas igrejas do que a música errada que substituiu os hinos que abençoaram e inspiraram os cristãos do passado. O “Novo Som” É Confuso Já fomos advertidos de que esse novo som confunde muitos os cristãos. As pessoas que desejam oferecer aos jovens este “novo som” evangélico são adeptos do rock e da música pop evangélico, e justificam seu gosto dizendo que “o melhor jeito de alcançarmos os jovens radicais é com a música que está balançando o mundo. É ali que as coisas acontecem; é ali que as multidões se ajuntam”. F. M. Hechinger, editor educacional do New York Times pergunta em seu livro Teen Age Tyranny (Tirânia da Adolescência): “Será que é isso mesmo que os adolescentes desejam?” E continua: “A sociedade americana está de tal maneira admirada com os adolescentes que corre o risco de se tornar uma sociedade adolescente com

99

100

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

padrões de pensamentos, cultura e objetivos eternamente adolescentes. Como resultado, a sociedade americana está regredindo em vez de progredir. Esta doença avança de mansinho; é uma paralisia da maturidade. Ela produz objetivos imaturos na música, nas artes e na literatura. A culpa não é da juventude. Os erros são cometidos pela sociedade adulta.. Os adolescentes se comportam do jeito que foram ensinados a se comportar”. O Dr. Woychuck afirma: “Os jovens precisam de líderes e de pais que não façam caso de se tornarem impopulares entre eles e que os guiem com firmeza nos preceitos imutáveis de Deus encontrados em sua Palavra. A mensagem de salvação, expressada em palavras de revelação Divina, continua sendo relevante – para todas as idades e gerações – e não precisa ser deturpada nem diluída na linguagem dos não-regenerados. A música da geração jovem não precisa ser apresentada um estado de espírito deprimido e num ritmo entorpecente”. Frank Cook, da rádio HCJB, Equador, escreve: “Estamos enganados quando achamos que eles querem a mensagem do Evangelho no mesmo formato das músicas seculares que apreciam. Portanto, fazer uso dessa música é identificar-se com suas frustrações e estilo de vida negativo quando, na verdade, deveríamos lhes oferecer segurança e liberdade verdadeira!” O Dr. Woychuck diz ainda: “O Senhor Jesus não adotou a filosofia dos gregos para alcançar os gregos. Não aderiu ao modo de vida dos romanos par a se comunicar com os romanos. Não abraçou as tradições dos judeus para agradar aos judeus”. Que verdade grandiosa! Padrões Saudáveis de Música Certa vez, depois de ouvir um conjunto musical de um seminário de Alabama apresentar em minha igreja alguns dos tradicionais, belos e inspiradores hinos, escrevi ao departamento de música da escola para saber quais eram os padrões musicais da instituição. Um dos padrões adotados pela instituição era o seguinte: “Admitimos que algumas práticas relacionadas à música contemporânea são perfeitamente admissíveis. Por outro lado, há muitas que não são apropriadas para o culto cristão. Portanto, a linguagem atual deve ser cuidadosamente examinada antes de receber permissão para ser usada em qualquer programa musical do seminário. O rock-and-roll não

O QUE FIZERAM COM A MÚSICA DE DEUS? tem vez nas programações nem na vida do seminário, especialmente quando apresentado na forma já conhecida como “rock evangélico”. Nosso seminário não quer se tornar conhecido como uma instituição que se segue o compasso do mundo: (o baque surdo do ritmo balançante; o ritmo vagaroso do jazz sincopado; o vibrato de uma nota sensualmente delongada; a harmonia ou desarmonia da música dançante; o giro frenético dos corpos; o sentimentalismo religioso vazio das palavras e pensamentos”). E continuou: “Embora reconhecendo o fato de que a música deve se comunicar com os ouvintes, não aderimos ao conceito popular de que precisamos adotar a tendência musical moderna para comunicarmos o Evangelho à juventude de hoje”. O diretor do departamento de música do referido seminário também me enviou uma excelente exposição sobre a “Nova Música da Igreja” onde descreve a ousada música religiosa de hoje e chama de “distrofia musical” a amplificação eletrônica desagradável dessa baboseira moderna. Ao descrever a associação do rock com as drogas, o sexo ilícito, a morte, a fornicação, o sexo livre, a pílula anticoncepcional, a permissividade e falta de moral do egocentrismo, adicionados à ideologia do parricídio, o diretor chama nossa atenção para “lamentos” religiosos em forma de canção aos quais Amós se referiu (Amós 8.3). No entanto, “esse é o jeito de alcançarmos os adolescentes”, explicam algumas pessoas. Mas, lembrem-se de que a idéia por trás do uso desse tipo de música é que alguns crentes estão tentando dizer aos adolescentes não-salvos que os cristãos não são muito diferentes deles. “Vejam, nós nos vestimos e agimos como vocês, e até cantamos as mesmas músicas que vocês cantam.” Mas como sou pastor, e não compositor e tampouco profissional na área, pedi a alguns músicos bem sucedidos, educadores de primeira linha e líderes cristãos que dessem um depoimento sobre música. Pedilhes que fizessem um comentário sobre os perigos que a música evangélica corre hoje em dia. Devemos fazer concessões na área musical? Será que conquistaremos o mundo se usarmos sua própria música? Pedi-lhes também que fizessem uma distinção entre o “novo som” religioso do mundo e a música tradicional evangélica que acreditamos foi e continuará sendo abençoada por Deus. O resultado está abaixo, na íntegra: “Conquistaremos almas se imitarmos o mundo? É o que muitos estão fazendo com a música evangélica de hoje. No entanto, isso é total-

101

102

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

mente desnecessário, pois a intenção de Deus sempre foi que a música levasse as pessoas a adorá-lo. Deus não pode ser adorado com música mundana. Outros afirmam que precisamos usar essa “nova” espécie de música para alcançar os perdidos. Se os “alcançamos” por meios mundanos (e carnais) teremos de usar os mesmo recursos para que permaneçam conosco. Que Deus ajude os fundamentalistas a não se afastarem da música provada e aprovada. Lembremo-nos de que o Anticristo instigará“mudanças”! R. Gene Payne, Cantor, Regente de coro, Pastor “Em todos os aspectos da história da igreja a música usada pela Igreja tem sido um indicador válido da espiritualidade das igrejas nas diferentes épocas.” A corrupção espiritual dentro do Cristianismo atual é marcada pela falta de ênfase na importância da sã doutrina, da moral sadia, de práticas e ética saudáveis nos negócios. Assim, é inevitável que a música espiritual debilitante que propaga uma doutrina enferma e, na melhor das hipóteses, conceitos de vida cristã frívolos, sem conteúdo, tenham se apoderado de nós. Essa música apela à natureza carnal do ser humano. Ela diverte em vez de instruir, e é aceita e defendida pelas “melhores” igrejas. Dentro do espectro de música aceitável nas igrejas há lugar suficiente para variedade e gostos. Não é de se esperar que as igrejas de metrópoles ricas culturalmente apreciem o mesmo tipo de música que as igrejas de cidades interioranas. Ao mesmo tempo, é preciso reconhecer que mesmo nessas cidades há um tipo de música que não se encaixa no louvor a Deus, como também acontece nas grandes cidades. Ninguém pode usar a desculpa de “os gostos são diferentes” para defender a música inapropriada. O departamento de música das igrejas fundamentalistas se tornou o parque de diversão de Satanás. Ele pode não ter conseguido invadir a pregação, mas, em muitos casos, se apoderou da música. Com isso, seus desígnios subversivos contra o povo de Deus se concretizaram, e controlar a língua do pastor é só uma questão de tempo. Quando o padrão musical de uma igreja abaixa e o pastor desiste de lutar para preservar a música espiritual produtiva, ele está abrindo as portas da para a música que apenas diverte o auditório. A fraqueza de caráter do pastor será exposto mais tarde em sua pregação e, talvez, em sua conduta moral. A falta de personalidade que lhe permitiu racionalizar o afastamento da música sadia e edificante irá se revelar novamente

O QUE FIZERAM COM A MÚSICA DE DEUS? em sua vida pessoal quando Satanás o pressionar com tentações ou quando os crentes carnais de sua igreja forçarem-no a ser menos agressivo em suas mensagens e menos firme em suas convicções. O propósito da música cristã é transmitir verdades bíblicas. Assim como é importante que o sermão seja fundamentado na Bíblia, também é importante que a música o seja. Colossenses 3.16 adverte: “...ensinando e admoestando uns aos outros com salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seus corações”. Se o propósito dos cânticos é ensinar e admoestar, então o pastor tem obrigação de fazer com que a música de sua igreja seja espiritual, e não carnal, tanto em estilo quanto em conteúdo. A ênfase aqui, como em Efésios 5.19, é colocada em cânticos espirituais. Já é hora de os pastores fazerem uma limpeza na música apresentada em suas igrejas. Quando o pastor permite que a música carnal floresça em sua igreja, só posso concluir que sua própria carnalidade está sendo refletida naquilo que aprova. Ninguém precisa ser profundo conhecedor do assunto para diferenciar a música aceitável da inaceitável. Se o pastor caminha no Espírito, ele será ensinado pelo Espírito a distinguir o que é santo. O Espírito Santo que em nós habita dará testemunho contra o que é ímpio e pecaminoso. Não é por falta de evidência nem de entendimento que os pastores dão abrigo à música mundana em suas igrejas, pois muito já foi dito e escrito sobre o assunto. É por escolha pastoral que ela permanece”. Declaração de Dr. Bob Jones III Presidente da Universidade Bob Jones. “Estou certo de que muito do que anda acontecendo em nome da música evangélica só facilita aos jovens em geral o acesso ao mundanismo. A música moderna é dissonante. As letras, quase sempre, não têm mensagem nenhuma e são irritantemente repetitivas. Em vez de levar as pessoas à comunhão com Cristo e a meditarem nas verdades gloriosas do Evangelho, leva-as a comparar o intérprete com algum astro de Hollywood ou cantor famoso de música country. A história nos ensina que o ouvido humano médio demora a se adaptar a mudanças, especialmente em música religiosa, e que, gostemos ou não, muito do que ouvimos hoje será música bem aceita amanhã. Mas se isso acontecer em nossas igrejas, haverá escassez de louvor verdadeiro em nossos cultos”. J. R. Faulkner Pastor e Ministro de Música

103

104

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

“Creio que o problema principal de muitas igrejas hoje em relação à música é o desconhecimento sobre a influência que ela exerce em todas as áreas de nossa vida. No entanto, a Palavra de Deus fala claramente que somos afetados pelo que ouvimos. Por exemplo, Romanos 10.17 afirma: “A fé vem pelo ouvir, e ouvir a mensagem de Deus”. Isso quer dizer que se alguém ouve a Palavra de Deus sua fé aumentará. Por outro lado, isso também quer dizer que se alguém ouve o que é contrário à Palavra de Deus sua fé será abalada ou destruída. Tenho certeza de que muitas pessoas estão perdendo a fé por causa do tipo de música que se permitem ouvir. Em 1João 1.1, um versículo que esclarece bem este assunto, lemos: “O que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida”. Não há dúvida de que o ouvimos e vemos são as duas coisas que mais influenciam nossa vida. Não é interessante que os educadores chamem de “audiovisual” este processo usado por Deus em sua Palavra? Mais interessante ainda é o fato de que o enumeram na mesma maneira que Deus o fez. Portanto, um jovem que afirma: “Posso ouvir qualquer tipo de música que quiser” acredita que conseguirá violar os princípios divinos sem sofrer conseqüência nenhuma. O mais estranho sobre toda esta situação é que muitas pessoas aceitam em forma musical doutrinas e filosofias que não aceitariam se lhes fossem apresentadas de outra maneira. Já me espantei em ouvir jovens de nossas igrejas bíblicas fundamentalistas cantando todo tipo de heresia existencialista, humanista, pragmática e outras. De algum modo a música os engana e leva-os a aceitar as mais diversas doutrinas que não aceitariam de outra maneira. Além disso, a Palavra de Deus nos ensina claramente que quando abrimos nossa boca para elogiar alguém, também lhe abrimos nosso coração. O Salmo 40.3 afirma: “Pôs um novo cântico na minha boca, um hino de louvor ao nosso Deus”. A razão principal de abrirmos nossos lábios e cantar em louvor a Deus é fazer com que nossos corações se abram também. Assim, quando abrimos nossos lábios para entoar as canções do mundo, estamos abrindo nossos corações para o mundo. Para mim, isso explica o motivo de tantos jovens estarem tão afinados com o mundo, e porque o mundo lhes parece tão atraente. Esses jovens inadvertidamente abriram seus corações para o mundo por intermédio da música mundana.

O QUE FIZERAM COM A MÚSICA DE DEUS? Acredito que a resposta está em nos certificarmos de que a melodia e as letras que cantamos sejam bíblicas tanto em seu fundamento quanto em sua filosofia. Tanto a mensagem quanto seu mensageiro devem ser puros”. Frank Garlock Músico, cantor e compositor “A questão central em relação à música evangélica é saber de quem estamos tentando obter aprovação e a quem estamos tentando imitar. Parece-me que quase todas as músicas são compostas com o desejo de conquistar a aceitação de pessoas que alimentam sua alma com as melodias mundanas que ouvem durante a semana. Quando vão à igreja, elas não têm apetite para se alimentarem da música celestial. Desse modo, músicos bem intencionados envolvem a mensagem do Céu na música do mundo na tentativa de torná-la mais agradável aos paladares. Muitos pastores fundamentalistas permitem que a programação musical de suas igrejas faça o que eles próprios nem sonhariam em fazer com suas mensagens: diluir e tornar a mensagem musical mais agradável e aceitável aos ouvintes. Procuramos tornar a programação musical de nossa igreja algo vivo, cheio de entusiasmo e bem evangelístico. Meu desejo é que cada hino seja tão contundente que salvos e não-salvos ouçam a voz de Deus claro o bastante para convencê-los ou desafiá-los a fazer a vontade de Deus. Todas as músicas têm como alvo principal atingir o corpo, a alma ou o espírito. A música que objetiva o corpo é sensual, sincopada e ritmada. A que objetiva a alma descreve situações, é bem recheada de problemas pessoais e evidencia o ego. A música dirigida ao espírito do ser humano é inspirativa e enaltecedora. Esta música desperta no cristão o desejo de proclamar ao mundo todo a grandeza e majestade do maravilhoso Salvador. É essa música que cantaremos no Céu. Portanto, vamos colocá-la em prática aqui”. Bradley Price Cantor, regente de coro e pastor “A música evangélica atual depara-se com dois problemas. Ambos são perigosos e colocam em risco a obra de Deus. Primeiro, muitos de nós se esqueceram do objetivo da música na igreja. Em 2Crônicas 5 lemos que depois que Salomão acabou de construir o Templo e que os sacrifícios haviam sido oferecidos, os cantores e os músicos tomara seus lugares ao pé do altar e puseram-se a louvar a Deus. A Bíblia diz que depois que terminaram de cantar, “uma nuvem encheu o templo do Senhor...pois a glória do Senhor encheu o templo de Deus”. Que música

105

106

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

maravilhosa deve ter sido aquela! O único propósito é louvar e preparar. Louvar a Deus e preparar os corações para a mensagem de Deus. Segundo, muitas igrejas estão usando os ritmos “modernos” como chamariz de multidões. No entanto, não prestam atenção nos perigos do ritmo “incerto”. Se não podemos distinguir entre o som do mundo e o som do evangelho, é só uma questão de tempo até nos encontrarmos na situação que Israel se encontrou em Êxodo 32. Quando os israelitas terminaram de fabricar o bezerro de ouro, Moisés e Josué perceberam que a música que ouviam era diferente. No versículo 17, Josué pensou que o povo estava lutando, e o versículo 18 diz que os dois não distinguiram que som era aquele. Que pena que em nossas igrejas torna-se difícil saber se o que ouvimos é música “evangélica” ou um sucesso “do momento”. Como Davi afirma no Salmo 89.15: “Feliz é o povo que aprendeu a aclamar-te, Senhor, e que anda na luz da tua presença”. Como necessitamos de pessoas que defendam a música certa em nossas igrejas, escolas e lares! David F. Price Ministro de Música. Um cantor evangélico me confidenciou que o motivo de ele ter abandonado o rock e ter se embrenhado pela música country e a evangélica é porque “isso dá grana”. Não estou nem aí para a música country e a ouço muito raramente, mas depois de ter pregado contra o rock em uma igreja da Carolina do Norte, uma senhora se aproximou e disse: “Pastor, a letra do country moderno é tão suja quanto a do rock”. Será, então, que não devemos fazer uso de nenhum tipo de música contemporânea? Só a música antiga é boa? Não necessariamente. No entanto, uma vez que a maioria da música de hoje é ôca, barulhenta e própria para ser apresentada em boate, é bom redobrar o cuidado. Então a igreja não deve fazer uso de música viva, animada, alegre e gostosa de cantar? Claro que deve. Existem hinos mais vivos, alegres, e animados do que estes: “A Linda História” “Jesus Me Transformou” “Amigo Incomparável” “Chamada Final” “O Dia Glorioso” “Bendito Cordeiro” “Louvai”

O QUE FIZERAM COM A MÚSICA DE DEUS? “Segue-me” “Não Sei Por Que” “Cristo pra Mim” “Confiar em Cristo” “Corajosos” “Vitorioso” “Lutar” Todos eles são ritmados, edificantes, alegres e em compasso animado, e quando cantados de maneira correta, não se ouvirá nenhum “batuque” nem o ritmo sincopado próprio das músicas dançantes. Todos os hinos acima mencionados são canções espirituais que transmitem mensagens bíblicas edificantes. O mesmo se aplica aos hinetos, já mencionados previamente. Devemos cantar com alegria e entusiasmo. Os músicos seculares transformam em rock pesado até mesmo os hinos de conteúdo espiritual profundo. Contudo isso não é motivo para que deixemos de cantá-los. Lógico que não estou sugerindo que massacremos nossas igrejas com hinos “profundamente” sacros e solenes; hinos que se arrastam sonolentos. O “Cantor Cristão” e outros estão repletos de hinos profundamente bíblicos que alimentam nossas almas. Mas é preciso estar atento hoje em dia. Examine cuidadosamente o que você está adquirindo. Alguns hinários modernos sofreram uma “hemorragia” e perderam muitos dos bons e velhos hinos e canções que falavam do sangue redentor de Jesus Cristo. A Rotina Mata Não permita que o regente dê lugar à rotina. Alguns hinetos e hinos são repetidos tantas vezes que o povo os canta até dormindo, e a letra acaba perdendo seu maravilhoso significado. Mesmo os melhores deles, como “Que Segurança”, “Ó Mestre, o Mar se Revolta”, “Já Refulge a Glória Eterna” podem se tornar corriqueiros se forem cantados “até a morte” porque o dirigente não passa tempo em oração, consultando a Deus sobre a música a ser apresentada, nem pesquisando hinos novos ou que não tenham sido cantados há algum tempo. Não deixe de lembrar à igreja, e especialmente aos regentes e cantores, sobre a importância da música na adoração e no louvor a Deus, na

107

108

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

edificação pessoal e no testemunho do Evangelho aos não-salvos presentes aos cultos. Gosto não se discute, mas há muita coisa boa por aí em matéria de música evangélica; hinos e hinetos que não comprometem nossa fé. Mesmo nas igrejas sem muita cultura musical é possível ao pastor ou ao regente despertar no rebanho o gosto pelos belos e edificantes hinos que glorificam a Deus e exaltam Suas verdades. Você e sua igreja podem preferir quartetos a solos; conjuntos corais a duetos. Não importa qual seja a preferência, procure oferecer sempre o melhor para Deus. Não abaixe seu padrão musical só para atrair as multidões. Para entendermos a importância que Deus dá à música e aos cantores, leiamos 1Crônicas 9.33: “Os cantores, chefes de famílias levitas, permaneciam nas salas do templo, e estavam isentos de outros deveres, pois dia e noite se dedicavam à sua própria tarefa”! Rock na Igreja? É preciso admitir que nem todas as músicas pobres, vazias e mal feitas que ouvimos nas igrejas são rock. No entanto, por mais estranho e inacreditável que pareça, ele está se esgueirando para nosso meio. Cada vez mais os pastores se deparam com esta pergunta: “O que há de errado com o rock e seu ritmo?” Jery Rubin afirma: “A energia selvagem e furiosa do compasso do rock corre violentamente em nossas veias. O ritmo alucinante desperta paixões reprimidas. O rock-and-roll marcou o início da revolução!” O Dr. David Noebel escreve: “Rock evangélico é tão coerente quanto “círculo cristão de maconha”, “promiscuidade cristã” e “pornografia cristã”. O Dr. Ronald Sprangler, professor de medicina na Inglaterra, afirma que, com toda probabilidade, a música pop é culpada pela obsessão dos adolescentes por sexo. Bob Larson diz: “O rock evangélico tem o mesmo ritmo e o mesmo som que os não-crentes associam com a promiscuidade sexual”. O Dr. Noebel disse ainda: “A igreja está abrigando no peito uma forma de música que não leva os adoradores a se concentrarem em Deus, mas nos genitais, que é exatamente o que o antigo paganismo fazia...uma espécie de fornicação espiritual. O rock evangélico não é espiritual; ele é erótico”.

O QUE FIZERAM COM A MÚSICA DE DEUS? As citações abaixo me foram enviadas por um jovem que estudou sobre a influência devastadora causada pelo rock: Um músico de Nova Iorque afirmou o seguinte: “Se a sociedade entendesse o significado da música atual – não o significado das palavras, mas da própria música – ela não apenas lhe viraria as costas como a baniria para sempre. A sociedade destruiria todos os discos e fitas e poria na cadeia qualquer pessoa que tentasse ouvi-la”. Frank Zappa, integrante da banda “Mothers of Invention”, declara: “O som estridente e as luzes incandescentes são ferramentas doutrinárias poderosas; a combinação certa de freqüências sonoras pode modificar a estrutura química do ser humano. Se a cadência de certos compassos faz as pessoas baterem os pés, qual será o ritmo que as faria fechar os punhos e socar?” Observação: Frank Zappa tem mestrado em música. Paul Canter, do grupo “Jefferson Airplane”: “O propósito do novo rock é aumentar a distância entre as gerações, alienar pais e filhos e preparar os jovens para uma revolução”. Platão (em “A República”): “A introdução de uma nova espécie de música deveria ser evitada por colocar em perigo o estado como um todo.” Ao dirigir-se aos governantes, num esforço de banir toda música de caráter efeminado e licencioso, Platão sentenciou: “Ela destruirá nossa nação”. Lênin, (ditador da USSR): “Temos de modificar a cultura de uma nação se a quisermos comunista”. Depois que minha mensagem intitulada “A Morte do Rei do Rock” apareceu em The Sword of the Lord, logo após a morte de Elvis Presley, recebi cartas revoltadas de seus defensores; claro que nenhuma delas estava fundamentada nas Escrituras. Um dos remetentes, que se propunha a me “esclarecer” quanto ao rock, pelo menos deixou claro o que pode acontecer quando essa música entra na igreja: “Vi e ouvi essa coisa pela primeira vez na década de 30, quando minha mãe praticamente me arrastou para uma embalada reunião pentecostal. Se você quiser ouvir um rock “dos bons”, vá a uma dessas orgias espirituais. Foi NUMA DELAS que o falecido Elvis ouviu e aprendeu a tocar e cantar rock. Se você tem necessidade de julgar alguém, julgue e condene essa influência”. Pastores, mantenhamos o Diabo em forma de música longe de nossas igrejas!

109

110

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

111

Capítulo 8

PREGUE UM SERMÃO! “Pregue a palavra!” é uma ordem de Deus ao pregador. Se não ensinarmos a Palavra de Deus aos nossos ouvintes, estaremos perdendo nosso tempo e desperdiçando o deles. “A fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Romanos 10.17). Se o pastor não encorajar, esclarecer e exortar seu rebanho e nem lhe der o alimento espiritual, este livro não tem valor nenhum. Os ouvintes devem sair dos cultos transformados, muito melhores do que eram quando entraram. Mas esta transformação não acontecerá se não ouvirem a mensagem que vem do Céu. “Há alguma palavra da parte do Senhor?”, perguntou Zedequias em Jeremias 37.17, e o velho e afligido profeta de Deus respondeu: “Há”! Paulo não poderia se olhar no espelho, caso não pudesse afirmar: “Estou inocente do sangue de todos. Pois não deixei de proclamar-lhes toda a vontade de Deus” (Atos 20.2627). Essa era a proclamação de Paulo – “toda a vontade de Deus”. O apóstolo esfregou o Livro na cara deles! Prepare-se Para Pregar Suas mensagens serão preparadas com mais facilidade se seu coração estiver preparado. Prepare-se para pregar. Como? Vivendo santamente por meio da oração e satisfazendo seu próprio coração com a Bíblia antes mesmo de pensar no que falar aos seus ouvintes. “Ele caminha com Deus”, explicou-me um jovem a caminho de uma igreja na Pensilvânia, onde eu iria pregar. Ele estava falando de seu pastor. Outra ovelha desse mesmo pastor afirmou: “Ele é um homem de visão”. As duas afirmações são verdadeiras. Nem é preciso dizer que esse jovem pastor, que já levou centenas de pessoas a Cristo e batizou milhares delas, é um homem bem sucedido em suas pregações porque se entregou primeiro a Deus.

112

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

Seja um Ministro de Primeira! Sua igreja talvez não o veja como um “cara legal”, nem como um excelente construtor, nem como um orador de primeira, nem como um administrador talentoso. Não importa o que pensem, certifique-se de que o vejam como um homem de Deus! Nada substitui esta qualidade. Seja um ministro de primeira! Alguém definiu desta maneira um certo pregador cheio do Espírito: “O homem prega como se Deus estivesse bem ao seu lado”. Nunca se esqueça disso. Você é um representante Dele! Ao pregar a verdade, é a verdade de Deus que você está pregando. Nunca se desculpe por isso! Transmita ao povo o que Deus diz. “Diga-lhes tudo o que eu lhe ordenar; não omita uma só palavra”, foi a ordem de Deus a Jeremias (Jeremias 26.2). Observem o imperativo “não omita uma só palavra”, ou seja, não a dilua, não suavize a verdade, não coloque ungüento no câncer do pecado. Ninguém gostou do que o profeta disse. As pessoas estavam a ponto de matar Jeremias depois da mensagem e “todo o povo se juntou contra ele”. No entanto, o profeta havia sido íntegro e manteve-se fiel à sua chamada de pregador. Deus não nos chamou para vencer um concurso de popularidade; ele nos chamou para que fôssemos seus profetas! No entanto preciso esclarecer uma coisa. Embora o pastor tenha de ser destemido e fiel, ele não precisa rugir como um leão no púlpito, sempre caçando briga, pronto a deixar todo mundo louco. Não seja irritante. Não tente provar que você pode ser insuportável ao último grau. Faça questão de que seus ouvintes entrem em crise por causa da mensagem, não por sua causa e teimosia, e porque você é intratável. Seu auditório pode até mesmo dizer “Ah, gente!” em vez de “Amém!”, mas desde que as pessoas tenham ouvido a verdade, como vinda de Deus, e saibam que você a transmitiu fielmente porque ama seu povo tanto quanto ama a Deus, elas agüentarão a mensagem. Devemos pregar os imperativos de Deus com os corações abrasados. “Não nos queimava o coração, enquanto Ele nos falava?” Se nosso coração estiver em brasa, o de nosso rebanho também estará. Seja Perfeccionista na Preparação Gaste o tempo que for necessário para receber a mensagem vinda de Deus; prepare-se e esforce-se para que ela seja eficaz; chore por ela; ore por ela; recheie-a com boas ilustrações; guarneça-a com dardos que

PREGUE UM SERMÃO! atinjam e abram as feridas do pecado. Depois as unte com o bálsamo de Gileade para que a transformação feita pela graça de Deus e pela lavagem do sangue de Cristo produza a cura completa no final da mensagem. Sei que um sermão pode ser tão perfeito, polido, elaborado e exato que, ao ser transmitido, fica parecendo um “sino que soa “ e um “címbalo que retine”. No entanto isso não é desculpa para sermos preguiçosos. Nada impede que preparemos um sermão edificante, claro, bem esboçado, com ilustrações apropriadas e, mesmo assim, tenhamos a liberdade do Espírito e o poder de Deus para transmiti-lo. A mensagem poética e bela também pode ser apresentada com poder e boa oratória. Muitos pregadores dão prova disso. Contudo, se você não tem o dom da eloqüência ou da oratória, não tente pregar dessa maneira. Muitos pastores adquiriram eloqüência por meio da prática e com a experiência e maturidade. Essas coisas não se aprendem nos livros. Seja natural, genuíno e sincero, e Deus o moldará no pregador que ele quer que você seja. Mas é preciso aumentar o vocabulário. Leia muito. Leia os sermões dos grandes pregadores como Spurgeon, Moody e outros. Aprenda a colocar as palavras certas nos lugares certos. “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é palavra dita a seu tempo” (Provérbios 25.11). Se você agradar seus ouvintes com um sermão bem apresentado, eles aceitarão mais facilmente as verdades penetrantes que tiverem de escutar. Grave suas mensagens de vez em quando e ouça-as depois. Você descobrirá que sua voz não é tão agradável quanto pensava, a apresentação não é tão convincente, as ilustrações não esclarecem muito e o esboço não é a maravilha que você pensava. Depois de chorar e orar e esperar no Senhor, você se sairá muito melhor na preparação do próximo sermão. Prepare suas mensagens durante a semana. Não deixe para a última hora, e se possível, nem mesmo para dois dias antes. As emergências acontecem, naturalmente, mas aprenda a estar um passo à frente delas. Se a situação for realmente calamitosa, pode ter certeza de que Deus encherá sua boca com palavras de mensagens já apresentadas. No entanto, isso não acontecerá se você tão somente se ocupou de coisas sem importância ou foi preguiçoso e ficou “na flauta” durante a semana. O mundo não vai se acabar se você cometer um erro. Outras pessoas já erraram antes de você. Aprenda a rir de si mesmo, e não fique

113

114

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

magoado se os outros rirem também. Eles podem até acabar descobrindo que, afinal, você é um ser humano! Não copie ao pé da letra as mensagens de outros pastores, contudo não há mal nenhum em se inspirar nas idéias e sermões de obreiros dedicados. No início do pastorado, a maioria de nós não saberia por onde começar nossos sermões, não fosse por Sword of the Lord (“Amigão do Pastor”, no Brasil) ou outros bons periódicos evangélicos. Num domingo de manhã, um conhecido pregador de rádio da Flórida pregou um sermão que eu havia acabado de ler num livro sábado à noite! Depois de um famoso conferencista ter pregado uma das melhores mensagens que eu já havia ouvido sobre Davi, encontrei-a (quase que palavra por palavra) num livro antigo de sermões! Se você decidir pregar o sermão de outro pastor, pelo menos use suas próprias ilustrações. Assim que você sair do á-bê-cê pastoral, comece a redigir seus próprios sermões. Devo confessar que algumas das mensagens que preguei no início de meu ministério se encaixavam também com meu estilo que até hoje – muitos anos depois – fico na dúvida sobre quais eram minhas e quais eram emprestadas de outros pastores. Isso quer dizer que ainda posso “dar um fora”! Tenho notado partes de sermões de alguns pregadores famosos em mensagens de outros famosos. Portanto não se sinta envergonhado de procurar ajuda em mensagens alheias. Já lucrei muito com a lógica, a clareza, o senso de humor, a ternura, a simplicidade, a dinâmica, a eloqüência e a aliteração de muitos pregadores renomados. Será que podemos afirmar que nosso sermão é inteiramente nosso? Memorize a Palavra Nada o ajudará mais na pregação do que a memorização de grandes partes da Bíblia. Eu memorizei 1.500 versículos nos três primeiros anos após minha conversão a Cristo. E quando comecei, nem pensava em ser pastor! Se você conseguir puxar da memória centenas de versículos (sem ter de procurá-los na Bíblia), além de ganhar tempo também poderá rechear suas mensagens com a verdade, abençoar seus ouvintes e dar brilho e autoridade a tudo o que disser. Tenha sempre nos bolsos fichas com versículos e revise-os constantemente. Você ficará surpreso em ver quantos deles podem ser transformados em esboços de mensa-

PREGUE UM SERMÃO! gens. Não memorize apenas versículos. Poemas, citações inteligentes e ilustrações bem elaboradas ajudam muito na pregação. Estude as palavras e estude as pessoas. Leia bastante. Saia a ganhar almas para Cristo. Se você se mantiver abrasado por Cristo durante a semana, suas mensagens serão ainda mais quentes aos domingos. Pregue sempre que tiver oportunidade. Mesmo que seja para um grupo pequeno no asilo, na cadeia ou na praça; toda vez que você pregar estará se aprimorando nessa maravilhosa arte. Aproveite as pequenas oportunidades e Deus lhe dará grandes oportunidades. Use aliteração, se funcionar para você, mas não gaste todo seu tempo tentando combinar palavras só para impressionar seu público com uma mensagem extremamente bem elaborada. Os Títulos Ajudam Se Deus o inspirar com bons títulos, use-os. No entanto, se você já sabe sobre o que vai pregar, siga adiante e prepare a mensagem; o título pode vir em cima da hora. Os títulos são excelentes meios de propagar suas mensagens. “A maior história de amor desse mundo” foi o título de uma mensagem do Dr. Lee em João 3.16. “É pecado sofrer adiantado”, baseado no versículo “Basta a cada dia o seu próprio mal”, foi o título de um sermão de Talmage. Quando os astronautas estavam dando os primeiros passos em direção á Lua, preguei uma mensagem intitulada “A caminhada espacial na Bíblia” que falava sobre o arrebatamento. Certa vez preguei uma mensagem sobre procrastinação, inspirada em Faraó quando ele disse “Amanhã”. A mensagem ficou na memória de meus ouvintes. Eles nem sempre se lembram de meu nome ou de meu rosto, porém se lembram da mensagem intitulada “Mais Uma Noite Com os Sapos!” Os sermões que ensinam “como...” fazem sucesso. “Como ser incrivelmente feliz”, “Como ganhar almas”, “Como ter um lar feliz”, “Como entender a Bíblia”, “Como ser cheio do Espírito”, “Como saber a vontade de Deus”. Certifique-se, porém, do que a Bíblia ensina a respeito desses assuntos, a não ser que você já os conheça por experiência própria. Minhas mensagens mais eficazes foram inspiradas em tragédias e acontecimentos à minha volta. Muitas dessas situações abrem as portas para que as verdades bíblicas sejam apresentadas. Sermões assim atra-

115

116

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

em um grande número de pessoas, e são fáceis de ser noticiados. Eles prendem a atenção das pessoas. “O que matou Marilyn Monroe” foi o tópico de meu sermão logo após a morte, por overdose, da deusa do sexo do cinema. Esse foi o título; o pecado foi o assunto! “Saias curtas e cabelos hippies” (que virou livro) foi um sermão que lidava com a moda esquisita que invadiu a sociedade no início da década de 70 e sobre o que a Bíblia tinha a dizer sobre o assunto. O livro continua abrindo os olhos do pessoal. “Como ter certeza de que Deus continua vivo” atraiu a atenção do público depois que extremistas religiosos decidiram celebrar a morte do Todo-Poderoso. Essas mensagens edificaram muito quando foram pregadas, e muitas foram publicadas mais tarde. Portanto, o trabalho, a pesquisa e o estudo valeram a pena! Sermões Seriados Descobri que os sermões seriados são muito interessantes especialmente para os cultos de domingo de manhã. As passagens mais notáveis da Bíblia, seus grandes heróis, textos incomuns, epitáfios, mensagens sobre a segunda vinda de Cristo, respostas de oração, mulheres da Bíblia, profecias messiânicas, mistérios bíblicos, namoro, noivado e casamento, vida de vitórias, histórias de sucessos, tragédias no meio da noite – estes são alguns assuntos sobre os quais preguei em meu pastorado. Geralmente a série não deve durar mais de dois meses. Raramente levei mais tempo pregando sobre um assunto, pois não queria que a igreja ficasse enfadada e perdesse o interesse. A pregação expositiva – do começo ao fim de um livro – é outro jeito de manter as coisas em movimento, seja no domingo de manhã ou à noite, e ela também lhe dá a possibilidade de ir além dos dois meses acima mencionados. Isso também é verdade em relação aos cultos da semana. Mas preste atenção no auditório. Se o grupo começar a diminuir e o interesse a desaparecer, interrompa a série ou adie seu final, e mude-se para pastos mais verdejantes. No entanto, as mensagens em série são importantes. Você e seu auditório se beneficiarão de seus estudos aprofundados na Palavra. Os bons comentários serão de grande ajuda nesse estilo de mensagem. Os livros de sermões de Spurgeon e outros que retiravam tudo o que podiam da Bíblia serão de ajuda inestimável.

PREGUE UM SERMÃO! Outro benefício da mensagem expositiva é que você já sabe qual será o assunto do sermão do próximo domingo, e não precisa “queimar as pestanas” durante a semana tentando decidir sobre o que falar. Porém, mesmo com seriados, é importante que cada sermão tenha seu objetivo próprio e um bom título, se possível. Desperte o apetite do auditório para a mensagem do próximo domingo. Não deixe que o interesse diminua. Seu próprio entusiasmo deve ser alimentado. Se você não se empolgar com o que está descobrindo na caixa do tesouro que é a Bíblia, seus ouvintes também não se empolgarão. Estude em lugar sossegado Afaste-se do barulho e das distrações. Poucos pastores conseguem produzir muito em um escritório onde há gente indo e vindo o tempo todo e onde o telefone toca sem parar. Explique a sua esposa e/ou secretária que esse horário de estudo é muito importante e peça-lhes que o ajudem a mantê-lo com unhas e dentes. Faça anotações do que ler. Não perca o rumo das coisas. Separe as ilustrações. Grafe e recorte. Arquive o material no lugar certo. Talvez você reúna mais do que o necessário para o sermão do próximo domingo, no entanto é melhor sobrar do que faltar. Dez minutos antes dos cultos, eu ainda estava reduzindo as ilustrações da mensagem. Algumas das ilustrações do sermão deste domingo se encaixarão melhor no sermão de domingo que vem. Não diga tudo o que aprendeu só porque planejou dizê-las hoje. Nada será perdido. Você poderá usar esse material mais tarde, a não ser que Deus lhe dê coisas novas. Tenho certeza de que o Céu não vai desabar se você não disser tudo o que planejou dizer. Ore antes de iniciar seus estudos. Jamais se esqueça de Deus quando estiver preparando suas mensagens. “Se o Senhor não edificar a casa (o sermão), em vão trabalham os que edificam.” Caminhe um pouco durante o estudo. Vá respirar um ar fresco ou tome um copo de água fria para limpar as teias de aranha do cérebro. Se ficar sonolento ou meio grogue, uma soneca de 10-15 minutos ali mesmo no carpete do escritório poderá ressuscitá-lo. É melhor dormir uns minutinhos e estar alerta durante a preparação da mensagem do que ver o auditório cochilando enquanto você prega. Aos sábados, eu passava horas em meu gabinete. Desconfio que muitos de meus sermões de domingo foram salvos porque me levantava a cada uma ou duas horas para ajeitar a mangueira de água no jardim. Aquele pouco de ar fresco e exer-

117

118

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

cício me deixavam prontos para mastigar os bocados mais difíceis e clareavam-me o cérebro. Use o dicionário e… Procure as palavras. Pronuncie-as corretamente. Se não souber, pergunte. Observe. Faça anotações. Um bom dicionário da língua portuguesa, um dicionário bíblico, uma concordância bíblica, um dicionário de sinônimos e antônimos, um dicionário de regência verbal e nominal – todos são importantes para o pastor e suas mensagens. Até os dicionários de rimas são úteis. Qualquer boa livraria os possui. Quando for pregar sobre acontecimentos atuais e temas proféticos, leia as boas revistas de notícias nacionais e estrangeiras. Os jornais diários estão repletos de boas ilustrações. Não deixe de ler os periódicos evangélicos. Livros devocionais para a família produzem excelente material para mensagens. No entanto, use mas não abuse, principalmente se as ilustrações forem muito antigas. Os acontecimentos do cotidiano são mais apropriados e atualizados. A Bíblia, naturalmente, está repleta de ilustrações, e quanto mais familiarizado você se tornar com ela, mais estes materiais de primeira qualidade virão em seu socorro. E não se esqueça de que a Bíblia é o melhor comentário sobre a Bíblia. Equipe sua sala cirúrgica Não se apegue tanto à suas mensagens a ponto de ter pena de decepar alguma coisa, se achar que o sermão está longo demais. Revise o sermão e veja o que é realmente dispensável. (Enterre o excesso na cova mais próxima!) A esposa de um senador americano que se tornou conhecido pelos discursos infindáveis disse-lhe: “Sabe de uma coisa? Seus discursos não precisam ser eternos para serem imortais”. Este é um bom conselho para os pastores também. É melhor parar enquanto o auditório está pedindo mais do que continuar quando ele deseja que você já tivesse parado. Quem tem menos a dizer são exatamente os que mais gostam de falar. Em verdade, precisamos estudar muito mais na preparação de um sermão curto do que na preparação de um sermão longo. Invista tempo na preparação. Levante mais cedo ou durma mais tarde , seja lá o que for mais conveniente, pois um pastor mal preparado

PREGUE UM SERMÃO! não precisa nem se perguntar o porquê de suas ovelhas estarem saindo desanimadas a procura de pastos mais verdes. Se você gastar tempo se preparando bem, não ficará preocupado com o tamanho do sermão. “Pregue a tempo e fora de tempo” Esta foi a recomendação de Paulo, o pregador por excelência. Pregue a Palavra, não se esquecendo de que todo o Evangelho está contido na Palavra, mas que nem toda a Palavra está no Evangelho. Algumas pessoas dizem que seus pastores só pregam o “Evangelho”. O que estão mesmo afirmando é que não estão sendo alimentados com a carne e os nutrientes das verdades da Bíblia. É evidente que alguns pastores acham mais seguro ficarem conhecidos como “pregadores do evangelho”, e se vangloriam no fato de pregarem só “a Cristo, e a ele crucificado”. Embora Paulo tenha afirmado que devemos “pregar a Cristo, e a Ele crucificado”, o apóstolo não disse que esta deve ser nossa única mensagem! “Propus-me a não lhes ensinar outra coisa a não ser” não significa que o apóstolo tenha ignorado o resto da Bíblia. Ele usou a Bíblia toda para ensinar de Jesus. E, por falar nisso, é preciso que usemos a Bíblia toda para exaltar a Cristo! Transmita todos os ensinos de Deus. Um velho pastor ensinou: “Vá para o púlpito de malas prontas”. Ou seja, não se deixe intimidar por nada. Não tenha medo de pregar a verdade. Antes de pregar contra o pecado, não observe o auditório para quem está presente. Todos precisam ouvir essa mensagem! “Não temas diante deles; porque eu sou contigo” (Jeremias 1.8). “Clama em alta voz, não te detenhas, levanta a tua voz como a trombeta e anuncia ao meu povo a sua transgressão, e à casa de Jacó os seus pecados”, foi isso que Deus ordenou a Isaías (58.1). Pregue contra o pecado. “Os seus pecados”, não só os pecados dos dias de Ezequiel e de Isaías. Alguns pastores acham que falar contra o pecado é dar uma olhada feia para uma garrafa de pinga de vez em quando ou dar uns berros contra a jogatina e o crime organizado uma vez por ano. Desse jeito, muitos pastores “pegam o bonde errado”, já que, provavelmente, não são muitos os membros de nossas igrejas que estão no ramo de bebidas alcoólicas, e é bem possível que nenhum seja dono de cassino ou chefe do crime organizado. “…anuncia ao meu povo a sua transgressão”: luxúria, avareza, cobiça, inveja, ciúme, fofoca, palavrões, calúnia, orgulho, mundanismo, imoralidade – estes são alguns dos peca-

119

120

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

dos do povo Dele. O povo de Deus precisa “se converter de seus maus caminhos” para que Ele possa reavivar e sarar nossa terra (2Crônicas 7.14). Há homens cabeludos cantando em nossos corais, recolhendo dízimos e trabalhando com os jovens simplesmente porque muitos pastores se acovardam na hora de clamar contra esse traço feminino e costume mundano, que se tornou popular nas cabeças dos seguidores de Satanás. Podemos dizer o mesmo a respeito da música contemporânea alucinada, da moda feminina escandalosa, das mulheres que vão à igreja de calças compridas, dos membros da igreja que não saem do cinema ou teatro, dos diáconos fumantes, e outras concessões mundanas dentro da igreja. O ser humano é falível e o coração de todas as pessoas é fraco e enganoso por natureza (Jeremias 17.9). Portanto, os cristãos não terão vidas limpas, separadas e mais elevadas que o padrão mundano se não pregarmos contra o pecado e não instruirmos o rebanho em justiça! O trabalho do pastor será bem mais fácil nessa área se ele oferecer boa literatura aos membros da igreja, e certificar-se de que os professores da EBD e os líderes de jovens possuem alto padrão moral. Assim, você formará, gradualmente, uma igreja que lutará em defesa de suas convicções porque elas também serão as convicções da igreja. Convide conferencistas que preguem a verdade, e seu povo entenderá que você não é o único “destrambelhado” do planeta! Aprenda com a leitura de revistas e jornais evangélicos, e depois transmitas os ensinos à igreja. Naturalmente que a Bíblia é o livro que melhor ensina sobre a vida cristã e a separação do mundo. Aproveite ao máximo as grandes verdades da Bíblia. Empenhe-se em memorizar versículos como 1João 2.15-17; Tiago 4.3-4; Gálatas 1.4; 2Coríntios 6.14-17; 2Coríntios 7.1; Gálatas 5.16; Efésios 5.15-18; Efésios 6.12; Filipenses 3.18-19; Colossenses 3.1-6; 1Tessalonicenses 5.22; Tito 2.12-14. As pessoas podem não se agradar da mensagem contra o pecado só porque você a pregou, no entanto as verdadeiramente honestas terão dificuldade em argumentar contra esses versículos bíblicos. Contudo, não se esqueça de que a verdade deve ser dita em amor. Não berre nem esmurre o púlpito. Pregue com amor intenso e verdadeiro por Deus e seu povo, “servindo ao Senhor com toda humildade e com lágrimas, sendo severamente provado” (Atos 20.19). Mantenha o equilíbrio, a segurança e a coerência. “Pregue a tempo e fora de tempo”. Persevere; não desanime.Tenha bom senso ao lidar com o rebanho. Não traia a confiança de suas ovelhas. Use exemplos

PREGUE UM SERMÃO! tanto da Bíblia quanto das situações à sua volta para ilustrar o que o pecado faz conosco. Dessa maneira, a igreja aceitará mais prontamente suas mensagens puras e verdadeiras contra o pecado. Não perca o senso de humor. Sorria. Equilibre suas pregações contra o pecado com mensagens sobre a vida cristã. Incentive e conforte suas ovelhas. O excesso de mensagens negativas pode voltar-se contra você mesmo. Devemos nos separar do mundo, mas devemos nos separar para o Evangelho de Deus (Romanos 1.1). Leve os membros de sua igreja a trabalhar para Deus e a ganhar almas para Cristo e você perceberá que seus costumes mundanos cairão como frutas podres quando a árvore é balançada. Não pregar contra o pecado é desobedecer a Deus, é desonrar e negligenciar uma boa parte da Bíblia, é enfraquecer a influência da igreja, é derrotar a vida espiritual de seu povo e dificultar bastante o trabalho do pastor que porventura venha a substituir você. Muitos pastores vivem numa batalha crescente porque pregam contra o pecado e muitas igrejas se dividem porque o ex-pastor se recusava a falar sobre o assunto e a guiar o povo num viver cristão santo. Não tenha medo de cara feia, contudo não provoque as pessoas nem espere o pior de seu rebanho. Se você tentar endireitá-las na base da carne, elas se tornaram mais tortas do que antes! Pregue a Palavra, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina. (Leia 2Tinóteo 4.2). Deixe que a Bíblia endireite as pessoas! Personagens da Bíblia Se pregar sobre personagens da Bíblia, você terá muito que dizer à sua igreja sobre a vida de outras pessoas. Ponha suas mãos em biografias bíblicas escritas por gente que entende do assunto. Seu rebanho verá o pecado de adultério na vida de Davi, de orgulho na de Saul, de mundanismo na de Jezabel, de concessões na de Ló, inconsistência na de Sansão, ódio na de Caim, arrogância na de Hamã e de cobiça na de Geazi. Por outro lado, muitos personagens da Bíblia nos ensinam lições preciosas quando estudamos sobre a paciência de Jó, a sabedoria de Salomão, a obediência de Abraão, a consagração de Enoque, a fidelidade de Noé, a dedicação de Ester, a diligência de Neemias, a pureza de José, a coragem de Daniel, a fé de Davi e a bravura de Elias!

121

122

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

A Poesia e o Sermão Até onde a poesia ajuda na pregação de um sermão? Depende do sermão, do pregador e da poesia. Usar um poema só por usar dá bem pouco resultado. O objetivo de um poema deve ser esclarecer um ponto, dar beleza ao que está sendo ensinando, culminar o sermão ou uma parte dele. O alvo não é mostrar ao público que o pastor conhece inúmeras poesias. Alguns pastores têm habilidade para memorizar e recitar poesias com muito sentimento e entusiasmo. Outros são tão monótonos que dá pena. Poucos são bem sucedidos e abençoados na leitura de poemas. Alguns lêem tão mal que é melhor deixar a poesia totalmente fora da mensagem. A poesia também deve ser apropriada ao tema. O assunto merece um capítulo à parte ou até mesmo um livro que fale sobre seu uso em sermões. Se você planeja usar poemas em suas mensagens, pratique até que a leitura seja natural e que expressões e gestos estejam adequados. Memorize e repita as poesias até que possa declamá-las com sentimento e gestos apropriados. Algumas pessoas não gostam de poesias de jeito nenhum, e não ficarão nem um pouco impressionadas a não ser que complementem muito bem as mensagens e sejam declamadas com tanto sentimento e expressão que atinjam em cheio o coração e a alma. Alguns hinos, declamados, serviriam de belíssimas ilustrações para nossas mensagens . Além da literatura evangélica, aproveite-se dos clássicos brasileiros e estrangeiros. Ofereça preciosidades e você sempre terá um auditório pronto a ouvir suas mensagens. Não importa o quanto você saiba nem o quanto tenha estudado; o alimento espiritual precisa ser servido aos ouvintes! Aprenda a caminhar com os próprios pés e “não dê moleza” ao Inimigo. Fale perto do microfone para que todos ouçam bem o que você diz. Alguns pastores abaixam a voz na hora errada e estragam a “frase de efeito”. Não ande para lá e para cá no púlpito, se não quiser que metade de suas palavras se perca no ar. Já participei de reuniões em que o auditório precisava se esforçar ao máximo para ouvir o pregador. Em outras ocasiões, as pessoas protegiam os ouvidos e se encolhiam nos bancos enquanto a mensagem retumbava a todo volume dos alto-falantes e da garganta do pregador. O auditório logo mostrava sinais de cansaço frente ao assalto verbal que seus tímpanos sofriam.

PREGUE UM SERMÃO! Não crie hábitos que distraiam a atenção de seus ouvintes. Infelizmente é bastante fácil ao pastor desenvolver maneirismo que irritam o público. Assoar o nariz, ajustar os óculos, socar o púlpito, mexer as orelhas, coçar a cabeça e limpar a garganta talvez seja necessário de vez em quando, no entanto podem irritar e distrair o auditório se forem repetidos constantemente. Agradeço a Deus por uma esposa que gentilmente me chama a atenção quando estou caindo num desses hábitos exasperantes. Qualquer pastor pode adquirir algumas “peculiaridades”, caso a esposa ou outra pessoa de confiança não o mantenha na linha. Oro constantemente antes da mensagem para que Deus não me deixe fazer nada que leve o auditório a se concentrar em mim em vez de na mensagem. Peço também para não dizer nenhuma bobagem sem querer. Preste atenção nos gestos, hábitos e maneirismos de pastores e conferencistas, e coloque-se no lugar de seu próprio auditório. Esboce a mensagem para que a apresentação seja eficiente e clara. O esboço oferece aos ouvintes cabides onde pendurar suas idéias. Além disso, você não perderá o rumo durante o sermão. Mas não faça um esboço tão grande e rebuscado que cause a maior confusão na cabeça dos ouvintes. Se você quer enfatizar vinte aspectos de um assunto, é bem melhor reduzir o esboço para quinze aspectos distribuídos em quatro ou cinco divisões. Os ouvintes se lembrarão mais facilmente dos quatro pontos e ainda sofrerão o impacto dos outros dezesseis que você queria lhes apresentar! Bater no púlpito pode causar problemas, especialmente se houver um microfone perto. O auditório se encolherá não tanto por suas palavras como pelo “baque” que as acompanha e fere os ouvidos alheios. Ficar se repetindo é outro hábito irritante. Alguns pontos da mensagem precisar ser enfatizados, contudo não exagere. Por outro lado, se pregar sobre personagens da Bíblia ou utilizar diversos versículos para desenvolver um tema, você será bem sucedido na mensagem. Use as mãos com naturalidade durante a pregação. Movimentar os braços, apontar o dedo, agarrar-se ao púlpito como se estivesse fazendo flexões são gestos que logo cansam o auditório. No entanto, as mãos podem ser grandes auxiliares na ilustração da mensagem. Estendê-las com as palmas para cima é um excelente complemento ao versículo: “Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos”. Gesticular as mãos vigorosamente para baixo é um ótimo gesto para o versículo:

123

124

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

“Apartai-vos de mim, malditos”. Ao descrever a tempestade no Mar da Galiléia, olhe para cima e, quem sabe, seus ouvintes não ficarão a observar o teto à espera de raios e trovões? Ao citar: “Assim como o oriente dista do ocidente, assim “ele afastou de nós as nossas transgressões”, faça um movimento ligeiro com as mãos nesses dois sentidos para exemplificar o versículo. Se não puder usar as mãos com naturalidade, é melhor deixá-las em cima do púlpito ou ao lado do corpo para evitar o hábito de brincar com as chaves que estão no bolso, torcer o lenço ou outro igualmente irritante. Não é pecado imitar os gestos dos grandes evangelistas ou de algum pastor que admiramos – desde que os gestos “caiam bem” em nós e sejam feitos ocasionalmente, e para a glória de Deus. No entanto, é importante que os gestos se encaixem com nossa personalidade e que não sejam teatrais nem alimentem o ego. Talvez o melhor mesmo seja não gesticular. Ponha fogo em suas mensagens. O hálito de Deus é insubstituível ao poder do Espírito Santo. “Que fez seus ministros uma chama de fogo.” Alguém sugeriu que se o pastor não consegue colocar fogo em sua mensagem, será melhor colocar a mensagem no fogo! Busquem o poder renovador de Deus para cada nova mensagem. John Knox exclamou: “Oh! Senhor. Dá-me a Escócia ou morro!” É Deus quase lhe deu a Escócia! Encare o auditório quando estiver pregando. Olhar direto nos olhos das pessoas é muito importante. Cada membro da igreja ou visitante deve ter a certeza de que você sabe que ele está presente e deve sentir que a mensagem é dirigida especialmente a ele. Habitue-se a correr os olhos pelo auditório, mesmo que não “registre” a presença de todos. A meninada tem menos disposição para brincadeiras na hora do culto quando sabe que os olhos do pastor estão atentos. Se você concentrar seu olhar em uma única direção, os dorminhocos procurarão um canto na igreja onde possam descansar tranqüilamente. Se você tem o hábito de pregar para o teto ou para o chão, os ouvintes nem desconfiarão que o apelo de arrependimento dos pecados está sendo feito para eles. Cuidado com a postura. Ponha-se ereto. Não se encurve nem “despenque” os ombros como se tivesse carregando o mundo nas costas; não se jogue em cima do púlpito como se estivesse desfalecendo. Você é um embaixador de Cristo, e sua postura deve condizer com a dignidade e importância de sua mensagem. Não é preciso ficar parado como uma

PREGUE UM SERMÃO! estátua; porte-se como alguém que fala com autoridade, pois você sabe que fala em nome de Deus. Lembre-se de que sua vida fora do templo determina o respeito que você recebe no púlpito. Certo homem não simpatizava com D. L. Moody, no entanto explicou: “Gosto de ouvi-lo porque é o homem mais intensamente honesto que já conheci na vida”. Satanás tem muita dificuldade em deter alguém humilde. Nossa destreza no púlpito pode muito bem levar ao orgulho se não estivermos sempre atentos. Não nos esqueçamos de que humildade e espiritualidade andam de mãos dadas. “Humilhai-vos debaixo da potente mão de Deus, e ele vos exaltará no tempo devido” (1Pedro 5.6). Se cuidarmos da pregação e oração, Deus cuidará de nossa honra e promoção. Como já mencionei, certifique-se de que o som esteja adequado ao auditório e que o templo esteja bem ventilado. Se as pessoas não o ouvirem claramente, sua mensagem produzirá poucos resultados, se produzir. Se a temperatura ambiente estiver muito quente ou muito fria ou muito poluída, muitas pessoas se concentrarão no próprio desconforto e esquecerão a mensagem. Gostaria de sugerir o seguinte livro para ajudá-lo em seu ministério: “O Pregador e a sua Pregação” pelo pastor Alfredo P. Gibbs, Editora Maranata de Literatura Fundamentalista, C.P. 74, 37270-000 Campo Belo - MG.

125

126

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

127

Capítulo 9

APELO ATENDIDO. E AGORA? O apelo deve ser feito com a convicção de um advogado suplicando pela vida de seu cliente ou a dedicação de um bombeiro resgatando uma criança das labaredas que destroem sua casa. Ele deve ser apresentado de modo inteligente e lógico, mas com tanto fervor e sinceridade que ninguém duvide da sinceridade do pregador nem da importância do chamado de Deus aos perdidos. O apelo varia dependendo da mensagem e das características do auditório. Nenhum pastor vai agarrar o microfone depois de um culto de oração com os fiéis da igreja e clamar aos perdidos que abandonem seus pecados e escapem da ira vindoura. Infelizmente, no entanto, o oposto também acontece mais vezes do que deveria. Ou seja, o pastor faz todos os tipos de “apelos” à congregação em geral enquanto as almas perdidas, já convencidas de seus pecados e “prontas para a colheita”, ficam esperando, esquecidas nos bancos. Nos domingos à noite, o pastor sente-se puxado em várias direções. Há perdidos necessitando de salvação; afastados que precisam retornar à comunhão da igreja; descompromissados que devem “entrar na linha” e envolver-se no trabalho de Deus. Há também pessoas que precisam ser convencidas a se tornar dizimistas e sustentar a obra; há crentes que devem sair do marasmo e ser desafiados a conquistar almas para Cristo. Como atender a todas essas necessidades? Não é fácil. Primeiro passo em direção ao apelo eficaz: assegure-se de que a igreja entenda que essa é a hora mais importante do culto. O Dr. R. G. Lee afirmava que ninguém jamais esperaria que ele adentrasse uma sala de cirurgia, onde um ente querido estivesse sendo operado, e puxasse o braço do cirurgião. Do mesmo modo, sua igreja precisava entender que a delicada cirurgia da alma – que acontece na hora do apelo – era extremamente importante e séria e não deveria ser “sacudida” nem atrapalhada por qualquer tipo de barulho, confusão, interrupção ou agitação.

128

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

É importante que as pessoas compreendam que a hora do apelo não é ocasião para arrumar a gravata, pentear os cabelos, juntar Bíblia e cantor, cochichar no ouvido do vizinho de banco preparar as crianças para uma saída estratégica e urgente assim que o culto acabar. A hora do apelo é sagrada, vital, crucial. O apelo é o clímax de tudo que aconteceu durante o culto. Para o pastor e sua igreja, o apelo é tão importante quanto o puxar da rede para o pescador profissional. É sua vida, sua maior alegria, sua agonia e seu êxtase. Durante o apelo, compartilhamos um pouco dos sofrimentos de Cristo. Nessa hora, a igreja deve ansiar, orar e implorar a Deus pela salvação de almas, enquanto o pastor implora com as almas perdidas a favor de Deus. Um famoso pastor e escritor britânico afirmou que não acredita em apelos e que não faz apelos públicos. Sei que há pastores que exageram no apelo, mas será que existe melhor hora de suplicar por almas perdidas do que logo após o pastor ter apresentado seus argumentos e aberto seu coração em público? Sem dúvida nenhuma o apelo deve ser feito com cuidado, em oração e com toda clareza. É bem mais provável que os crentes decidam ali, na hora, a ganhar almas perdidas para Cristo, e a viver de modo que agrade ao Senhor, do que depois de chegarem em casa, a TV ser ligada e o lanche servido. Também é mais provável que os não-crentes aceitem a Cristo no recinto sagrado do templo, entre os crentes, depois de ouvirem uma mensagem compassiva, do que lá fora, num mundo indiferente, combativo e carnal. Segundo passo: certifique-se de que todos os envolvidos estejam prontos para agir nessa hora tão importante. Os músicos devem estar a postos, e não sentados lá atrás, aconchegados juntos aos amigos. Em muitas igrejas, quando o pastor está encerrando o sermão e começando o apelo, os músicos desfilam em grande estilo pelo corredor em direção aos instrumentos. Se em sua igreja os instrumentistas retiram-se da plataforma na hora da mensagem, eles devem se sentar o mais perto possível de seus instrumentos. Desse modo estarão prontos para o apelo e não causarão tanta comoção. Se a pianista gosta de se sentar perto do namorado e a organista é casada e quer ficar junto do marido na hora do sermão, peça aos respectivos que se sentem à frente; assim as mulheres não terão de marchar até onde eles estão.

APELO ATENDIDO. E AGORA? Os conselheiros que irão ajudar na hora do apelo devem ficar bem posicionados e dirigirem-se à frente assim que o pastor necessitar deles. Alguns conselheiros têm de ser arrastados para a tarefa porque estavam distraídos, em vez de estarem “vigiando e orando”. Tão logo um decidido encaminhe-se para o altar, um conselheiro deve estar ao seu lado. Há pastores que preferem ter alguns conselheiros à frente, prontos para agir, assim que o apelo for iniciado. Naturalmente os conselheiros devem ser bem escolhidos e treinados para um trabalho de tal envergadura. Terceiro passo: mantenha o fluxo em direção ao púlpito. Uma das vantagens de os conselheiros se dirigirem para o altar assim que o apelo for iniciado é o efeito psicológico. O decidido se sentirá menos inibido em se encaminhar para o púlpito quando já há pessoas se movimentando naquela direção, e não se sentirá sozinho nem vigiado pelo resto do auditório. Ele pode até achar que muitos dos que se encaminham ao púlpito tomaram a decisão que ele também deveria tomar e, então, sinta-se mais motivado e à vontade para ir à frente. É sempre bom que todo e qualquer movimento seja dirigido ao púlpito. Para tanto, peça aos crentes que se aproximaram do púlpito dedicando novamente suas vidas ao Senhor, ou por outro motivo, que permaneçam até a oração de encerramento. Pedir-lhes que voltem a seus lugares assim que a oração em seu favor terminar, não é boa psicologia e alguns dos presentes, em vez de continuar orando em favor dos nãosalvos, começam a observar quem está retornando (e até pensar: “O que será que essa aí está aprontando?”). Claro que quando o Espírito Santo trabalha poderosamente e há arrependimento verdadeiro e muitos aceitam a Cristo, talvez seja melhor permitir que o novo convertido ou o afastado vá para junto de algum ente querido que também precise fazer a mesma decisão e o ajude a se encaminhar para o púlpito. Seja sensível ao toque do Espírito. Normalmente, porém, é melhor que o fluxo de pessoas seja dirigido ao altar. Quarto passo: certifique-se de que o regente dos hinos já esteja ao seu lado quando for iniciar o apelo, e evitar que ele marche corredor afora até você. O hino de apelo já deve ter sido escolhido. Muitos pastores preferem escolher esse hino. De modo geral, é melhor que a escolha seja feita pelo pastor, a não ser que o regente seja um homem bastante sensato e espiritual e que “viva tanto no Espírito” que quase consiga ler os pensamentos do pastor nesse assunto. O regente deve estar com seu hinário aberto no hino escolhido para que o pastor o anuncie à congrega-

129

130

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

ção. Assim o regente não precisará dizer nada num momento tão importante. Algumas vezes o pastor está apelando de todo o coração às almas necessitadas de salvação e, sem mais nem menos, o regente interrompe: “Por favor, abram seus hinários no hino 222, que fala sobre o convite de Cristo ao pecador. Cantemos com vigor e entusiasmo, irmãos!” Nessa altura dos acontecimentos, o não-crente está ocupado tentando achar o número 222, enquanto presta atenção no regente e não no homem de Deus que lhes trouxe a mensagem de Deus. Isso causa muita distração. Quanto menos for dito à hora do apelo, melhor será, especialmente por outra pessoa que não seja a que apresentou a mensagem. Não permita que o regente mude de hino durante o apelo. Se isso for necessário, o pastor (ou quem quer estiver pregando) deverá fazê-lo. Às vezes, quando um hino não está tocando os corações presentes, é melhor mudar para outro. No entanto, a mudança deve ser feita pelo pregador. Quinto passo: insista com os introdutores para que mantenham tudo em ordem e o mais quieto possível às portas durante o apelo. Algumas vezes os introdutores começam a “pôr a casa em ordem” assim que o apelo começa: juntam boletins que sobraram nos bancos, catam papel de bala do chão, ajeitam os guarda-chuvas no canto e (tolice das tolices) deixam que as crianças e outros entrem no santuário a procura dos pais e amigos. Isso jamais deve acontecer. Essa é a hora da cirurgia e todos os esforços devem se concentrar nas decisões que serão feitas. Os coristas também devem se comportar com toda reverência nesse momento tão crucial. Não é hora para cochichos nem para ajeitar a gola da beca. Alguns pastores preferem que o conjunto coral apresente os hinos de apelo. Dessa maneira os não-crentes não terão de folhear o hinário a procura do hino mencionado, não se distrairão e nem terão de terminar o hino antes de ir à frente. Sexto passo: tenha certeza de que fichas de decisões e lápis bem apontados estejam acessíveis aos conselheiros. Essa não é a hora de ficar revirando gavetas em busca do material. Escolha alguém para ser o líder dos conselheiros. Esta pessoa se responsabilizará para que todos tenham o material necessário à mão. Além das fichas e dos lápis, providencie folhetos ou livreto sobre a vida cristã para serem entregues aos novos convertidos. Sétimo passo: é melhor começar com o apelo aos não-salvos. Depois de duas ou três estrofes do hino escolhido, dirija-se aos crentes que

APELO ATENDIDO. E AGORA? precisam fazer algum tipo de decisão. Se o pastor ou conferencista sabe que a maioria dos presentes já é convertida, é bom fazer o apelo a estes logo depois da primeira ou segunda estrofe. Enquanto as pessoas estiverem aceitando o apelo, eu não mudaria de hino. Se depois da segunda ou terceira estrofe ninguém se decidir, escolha outro hino. Se ninguém aceitasse o apelo depois de duas ou três estrofes, geralmente eu pedia aos ouvintes que abaixassem a cabeça e cantassem suavemente a estrofe seguinte em oração. Algumas vezes eu incentivava os crentes a que conversassem carinhosamente com um amigo ou parente ao lado, oferecendo-se para acompanhá-lo à frente. Muitas pessoas ficam mais à vontade se alguém lhes fala enquanto os vizinhos estão orando. Eu mantinha o cântico enquanto houvesse pessoas se decidindo. Se depois de algumas estrofes, ninguém se decidir, e você tiver certeza de que colocou sua alma na mensagem e fez o que podia, nada mais resta a não ser colocar tudo nas mãos de Deus e terminar o apelo. Mas assegure aos ouvintes que se alguém desejar conversar depois do culto, você estará à disposição. Oitavo passo: faça questão de que as pessoas entendam a razão do apelo. Deixe bem claro que estarão se decidindo a aceitar a Jesus como Salvador ou de confessá-lo publicamente se já estão salvas. Explique aos possíveis decididos que se não estiverem bem certos sobre o que fazer, os conselheiros estão prontos a abrir a Bíblia e ajudá-los. Se o apelo é para que se tornem membros da igreja, esclareça bem isso e explique o que devem fazer. Se o apelo é para que os afastados retornem a Cristo ou para que os crentes se dediquem a ganhar almas para Jesus, explique exatamente o que você deseja. Algumas pessoas ficam confusas com tantos tipos de apelos feitos pelos pastores. Nono passo: cada pessoa deve ser alvo de atenção especial e ninguém deve ser negligenciado. Os decididos precisam receber ajuda de um conselheiro assim que chegarem à frente. O conselheiro deve se informar sobre que tipo de decisão a pessoa tomou. Se o decidido tem um problema mais sério ou precisa de aconselhamento específico ou tem muitas perguntas, instrua o conselheiro para que o leve a uma sala onde receberá mais assistência e oração. Alguns pastores preferem que os conselheiros façam seu trabalho numa dessas salas em vez de fazê-lo na frente do auditório. Se este for o caso, instrua os conselheiros para que levem as pessoas a uma decisão imediata por Cristo, dêem-lhes apoio e retornem ao santuário antes do fim do culto, se possível. Desse modo o

131

132

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

pastor terá oportunidade de conversar com os decididos, saber seus nomes e levar a igreja a se alegrar com a decisão que fizeram. Se antes do fim do culto alguém não se sentir completamente seguro sobre a decisão que tomou, apresente-a à igreja no domingo seguinte. Isso encoraja bastante as pessoas, fortalece o novo convertido e abre as portas para novas decisões. A maioria das pessoas que se decidem depois de uma mensagem pura e simples, apresentada no poder do Espírito Santo, não precisam de muita orientação logo de imediato. O que precisam é de alguém que lhes assegure da decisão que tomaram. Um evangelista bem sucedido me ensinou essa lição há muito tempo. Simplesmente peça-lhes que se ajoelhem imediatamente, leve-as a orar e peça a Deus que as salvem ali mesmo. Geralmente as pessoas fazem isso e ficam abertas a mais explicações e versículos sobre a certeza de salvação. Algumas pessoas têm perguntas e problemas pessoais e necessitam de mais ajuda. Explique-lhes que se aceitarem a Cristo como Salvador e, assim, tornarem-se seus filhos, os problemas serão mais facilmente resolvidos. Um novo convertido entenderá mais sobre a Bíblia logo após sua conversão do que teria entendido em dezenas de anos sem conversão. Portanto leve-os a confiar verdadeiramente em Jesus Cristo e a aceitá-lo como Salvador o mais rápido possível. Quando as pessoas forem à frente pressuponha que não sejam crentes (a não ser que você as conheça pessoalmente e saiba que o são) e que estejam aceitando o apelo de salvação. Depois de pregar uma mensagem aos perdidos, cumprimente o decidido e pergunte-lhe: “Você quer ser salvo, não quer?” Se a resposta for positiva, sente-se ou ajoelhe-se com a pessoa e pergunte: “Você sabe que é pecador, não sabe?” “Sei.” “Muito bem. Mesmo sem entender tudo completamente, você quer aceitar a Cristo como Salvador? Se quiser, segure minha mão”. Normalmente o gesto acontece. Então diga: “Vamos abaixar a cabeça para orarmos. Eu oro primeiro”. Sua oração pode ser mais ou menos a seguinte: “Querido Pai, somos agradecidos porque o senhor José (ou dona Maria ou seja lá quem for) entregou sua vida a Cristo. Ajude-o a compreender neste instante que ele está perdido mas que seu Filho Jesus morreu para salvá-lo e que o senhor lhe oferece a vida eterna gratuitamente. Ouça nossa oração e salve-o neste momento, nosso Pai. É o que pedimos”. Dirija-se então ao decidido: “Agora é sua vez de orar. Come assim: ‘Querido Senhor’ e confesse que você é pecador e que aceita a Jesus Cristo como seu

APELO ATENDIDO. E AGORA? Salvador pessoal neste instante. Abaixe sua cabeça e ore”. Se a pessoa não iniciar a oração logo, ajude-a da seguinte maneira: “Se você quer aceitar a Jesus como Salvador e quer fazer isso agora mesmo, terei prazer em ajudá-lo a orar. Feche seus olhos e repita após mim: ‘Querido Senhor Jesus, (mande que a pessoa repita suas palavras e dê-lhe tempo para tanto), sei que sou pecador. Creio que o senhor morreu por mim e desejo aceitá-lo como meu Salvador. Entre em meu coração e salve-me. Ajude-me a viver da maneira que o senhor deseja. Em seu nome, amém’.” Depois da oração, pergunte: “Você acredita que Deus respondeu sua oração, não acredita?” Se a resposta for afirmativa, continue: “Exatamente! Ele respondeu. E se Deus ouviu sua oração, o que ele fez por você?” “Bom, creio que ele me salvou.” Nesse momento é aconselhável perguntar como a pessoa sabe que Deus a salvou, e assegure-a com a Palavra para que saiba que a paz sobre este assunto não é resultado de sentimentos nem de oração nem da sabedoria do conselheiro, mas é resultado do que Deus diz na Bíblia. O cenário acima descrito é um modo simples de agir quando as pessoas acabaram de ouvir uma mensagem clara e já sabem como ser salvos e foram tocadas pelo Espírito. Se, por outro lado, a mensagem foi para os crentes, ou se alguém é novo na igreja e ainda não ouviu claramente o plano de salvação, será preciso que um conselheiro apresente o plano conciso que se encontra em Romanos. Eu diria: “Há três coisas que você precisa saber, se deseja ser salvo. A primeira é que você é pecador”. Leia Romanos 3.23 e mais um ou dois versículos de Romanos 3. “A segunda coisa é que Cristo recebeu o castigo por seus pecados e morreu na cruz por você. Portanto você não precisa continuar perdido para sempre”. Leia Romanos 5.6, 8 ou Romanos 4.25 e explique que “alguém – você, o pecador ou Cristo, o substituto inocente que carregou nossos pecados – tem de pagar a dívida do pecado”. Se a pessoa for católica, é importante enfatizar que Jesus ressuscitou de entre os mortos, pois os católicos geralmente usam um crucifixo e nós queremos que saibam que Cristo não só morreu por nossos pecados mas também quebrou os grilhões da morte e ressuscitou, e que Ele vive e está pronto a salvar quem confiar nele. “A terceira coisa que você precisa saber para ser salvo é que a salvação e a vida eterna estão à sua disposição a partir de agora. Você só precisa aceitá-las como um presente de Deus e confiar nele para ser salvo. Você gostaria de segurar

133

134

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

minha mão como sinal de que aceita a Jesus?” Faça então a oração acima mencionada. É bom que o pastor ou outro líder bem treinado converse com o decidido antes de ele sair da igreja e certifique-se de que a pessoa não tem dúvida nenhuma. Todos os decididos devem ir para casa com a certeza absoluta de que são novas criaturas em Cristo. Festeje os novos convertidos e novos membros Quando alguém aceita a Cristo (ou filia-se à igreja), ele deve ser recebido com entusiasmo e alegria pelo pastor e pelos membros da igreja. Nunca deixe a pessoa sentada sozinha ou tentando abrir caminho entre o grupo sem ter ninguém que se alegre com ela ou que a incentive na decisão que tomou. Assim que alguém aceita a Cristo e é apresentado como novo convertido, anuncie publicamente como todos estão alegres com a salvação de um novo amigo. Mencione o nome e endereço da pessoa. É bem provável que algum membro da igreja more perto do recém-convertido e possa oferecer-lhe mais ajuda e encorajamento. O pastor deve aproveitar a ocasião e dizer algumas palavras sobre as bemaventuranças da vida cristã e como será bom ter o senhor ou a senhora Cardoso trabalhando para Deus junto com a igreja toda. O pastor deve aproveitar a chance e incentivar a leitura da Bíblia, a oração diária e a necessidade que temos de conquistar almas para Cristo. Antes ou depois da oração final, seria bom que os membros da igreja se aproximassem do novo convertido (ou novo membro) e dessem-lhe as boas-vindas. Não permita que suas ovelhas adquiram o mau hábito de sair da igreja imediatamente após o culto sem nem ao menos cumprimentar os decididos. Esse gesto é muito importante. Às vezes as igrejas ficam sem saber o que aconteceu com os decididos. Os conselheiros tomam conta de tudo e ninguém é informado sobre quem aceitou a Cristo ou quem retornou aos braços do Pai. A igreja se sentirá bem mais motivada a trabalhar, orar e conquistar almas se testemunhar que Deus está salvando pessoas durante os cultos e observar que seus convidados estão sendo bem tratados e bem recebidos quando tomam uma decisão ao lado de Cristo. Os crentes sairão da igreja regozijando-se com a salvação dos perdidos e com a bondade e o amor de Deus. Se os decididos forem levados para a sala de aconselhamento e não voltarem para o templo antes da oração final, o pastor, os conselheiros, os introdutores e todos que trabalharam durante

APELO ATENDIDO. E AGORA? o apelo deverão cumprimentá-los e dar-lhes as boas-vindas. Esses decididos serão apresentados à igreja no domingo seguinte. Se as pessoas que aceitaram o apelo não se tornarem membros da igreja imediatamente, deverão ser bem recebidas mesmo assim e ser apoiadas e asseguradas que serão batizadas e/ou recebidas como membros no tempo apropriado. Não as abandone, ou se tornarão presas fáceis das seitas, dos carismáticos e dos liberais. É importante obter nome, endereço, idade e outras informações dos novos convertidos; isso facilitará o acompanhamento que devem receber da igreja. Informe à igreja quantas pessoas aceitaram a Cristo, quantas se dedicaram novamente ao Senhor, quantas mostraram interesse em se tornar membros etc. Este é um relatório que incentiva a igreja, os novos convertidos, os novos membros, os que retornaram etc. Qualquer que tenha sido a decisão tomada, as pessoas têm de receber cuidados imediatos. Se alguém mostrar interesse em ser batizado, precisa ser logo instruída sobre as qualificações para o batismo. Se o interesse é em ser membro da igreja, procure saber de onde a pessoa está vindo, quando e por quem foi batizada etc. É importante que os interessados se sintam queridos e bem-vindos. Certifique-se de que a pessoa é realmente convertida, quer venha a fazer parte da igreja por batismo ou carta de transferência. Muitos membros de igreja têm dúvida quanto a própria salvação, e este aspecto deve ser esclarecido antes de serem recebidos. Não mande que o novo convertido faça um discurso na frente da igreja. Raramente um novo crente agarra a primeira oportunidade que tem de abrir seu coração em frente a um grupo de pessoas estranhas. Normalmente se sentem bastante ansiosos se tiverem de se levantar e dar um testemunho. Isso não significa que a conversão não tenha sido genuína. Não se esqueça de que eles são “bebês em Cristo”. Os recém-nascidos choram, mas não falam assim que nascem! Se os visitantes virem que os novos convertidos são postos contra o paredão e obrigados a fazer um discurso ou dizer umas palavras em frente de todos, alguns deles jamais aceitarão a Cristo – pelo menos não em sua igreja! Mais tarde, quando os recém-convertidos tiverem seus olhos espirituais abertos, provavelmente seus lábios também se abrirão e estarão prontos a dar seus testemunhos.

135

136

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

Acompanhamento dos Novos Convertidos Empenhem-se para que os novos convertidos façam parte da Escola Dominical, dos cursos de treinamento, da classe de novos membros, dos cursos de evangelismo e reuniões que lhes darão a oportunidade de conviver com outros crentes e os ajudarão a crescer na graça e no conhecimento. Peça a alguns membros da igreja que se encarreguem de convidar e trazer os novos convertidos para os cultos de oração da semana. Providencie para que sejam encaminhados à classe dominical mais apropriada para a idade, estado civil etc. Esses pequenos gestos são muito importantes. Mais uma palavra sobre o apelo: use hinos adequados. Se depois de uma pregação aos crentes houver apelo à consagração, os hinos devem falar em entrega de vida à obra do Senhor, em dedicação à oração e sobre o desejo de se estar mais perto de Deus. Se a mensagem for de salvação, os hinos devem falar sobre o destino de alguém que morre sem Cristo, sobre a certeza de salvação etc. Se Deus estiver abençoando seu trabalho com inúmeras decisões por Cristo, e for necessário cantar mais um hino, escolha um que apele direta e firmemente ao coração dos perdidos. Escolha e treine cuidadosamente seus conselheiros. Algumas pessoas estão sempre prontas a ajudar, mas não têm “jeito para lidar com gente”. Os conselheiros não podem ser pessoas que falam demais. Eles têm de entender que a tarefa deve ser feita com eficiência, e que o trabalho deles é levar as pessoas a uma decisão firme ao lado de Cristo e não lhes apresentar um tratado teológico completo. Instrua os conselheiros a não dar explicações sobre separação, santificação ou a segunda vinda de Cristo antes de levar os decididos de volta ao templo para serem apresentados à igreja. Quem acabou de aceitar a Cristo não consegue entender tudo de uma vez; é preciso ir devagar. A coisa mais importante nesse momento é certificar-se de que a pessoa está salva e, se houver tempo, falar rapidamente sobre a importância do batismo, do caminhar com Cristo e de participar dos cultos. O resto fica para mais tarde. Em alguns casos, é bom que o conselheiro também faça o acompanhamento do novo decidido. Aja com sabedoria.

137

Capítulo 10

INTRODUTORES: FORÇA-TAREFA DO PASTOR Muitos introdutores nunca aprenderam sobre a importância do trabalho que realizam. Muitas igrejas só recebem 25% ou, no máximo, 50% dos benefícios que a tarefa dos introdutores poderia lhes oferecer. Por que não aproveitar todo o potencial dessa gente? Os introdutores podem construir ou destruir um culto. Como é importante que sejam bem treinados! Escolha cuidadosamente o líder dos introdutores Talvez seja melhor eleger um novo líder todos os anos até que o homem certo seja encontrado. Quando o “Senhor Perfeito” for descoberto, mantenha-o no cargo por tanto tempo quanto for possível. O líder não deve ser escolhido por causa de sua linhagem, popularidade, status ou boa aparência. Essas coisas podem ser importantes até um certo ponto, mas é necessário mais do que isso. Também não escolha o líder dos introdutores só porque seu nome foi recomendado pela comissão de indicação. Esse líder é (ou pode ser) tão importante para o pastor quanto o co-pastor, o ministro de música ou o presidente da mocidade – talvez até mais importante. Se os introdutores elegerem o “chefão” deles, faça questão de participar do processo e explique que você, como pastor, terá de aprovar a escolha. Deixe claro que esse homem é um assistente do pastor e, como tal, deve prestar contas a ele. Assim, para que os cultos sejam conduzidos como o pastor deseja, o escolhido tem de estar afinado com o pastor, deve amar o pastor e estar pronto a morrer por ele se necessário. 1. O líder dos introdutores deve ser simpático. Os companheiros devem gostar dele e ele deve gostar dos companheiros. Ele deve ser cordato, flexível e alegre. Deve ser gentil, educado e inteligente.

138

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

2. O líder dos introdutores deve ser determinado. Ele tem de saber se ajustar às diferentes situações, e ser flexível se o pastor efetuar alguma mudança nos procedimentos. No entanto, deve ser decidido e firme em seu propósito de ver as coisas acontecendo de modo ordeiro e tranqüilo. Ele não pode se deixar intimidar pelos outros introdutores ou quem quer que seja. 3. O líder dos introdutores deve ser consagrado. O fato de ele ser um empresário destemido e respeitado no mundo dos negócios não o qualifica para essa posição tão importante de liderança. 4. O líder dos introdutores precisa ter capacidade de liderança, pois outras pessoas estarão trabalhando sob suas ordens. No entanto, não pode ser orgulhoso e arrogante por causa da posição que ocupa. 5. O líder dos introdutores tem de ser uma pessoa organizada. Ele precisa entender que o trabalho deve ser feito de modo ordenado, sensato e reverente. Mas às vezes as coisas têm de ser feita às carreiras. As pessoas chegam à igreja poucos minutos antes de o culto começar e saem mais apressadas ainda! As ofertas têm de ser recolhidas rapidamente, mas com dignidade e reverência. Emergências acontecem. Problemas surgem. Decepções virão. As pessoas esperam que ele faça o impossível. Portanto, ele tem de ser um homem organizado. 6. O líder dos introdutores também precisa ser moderado. Ele precisa ser paciente, calmo, educado – mesmo quando as coisas estão dando errado e o povo torna-se impaciente. 7. O líder dos introdutores deve treinar um assistente que faça o trabalho do jeito que ele faz, pois se ficar doente, precisar viajar de repente ou sair de férias alguém estará preparado para substituí-lo. Portanto, tente escolher um líder que esteja ausente o mínimo possível. Treine os introdutores O pastor e o líder devem promover cursos de treinamento para os introdutores. Antes de essas pessoas serem escolhidas para o trabalho, deixe bem claro que o treinamento é obrigatório. Explique que ninguém poderá servir nessa capacidade se não for treinado. Torne o curso mais

INTRODUTORES: FORÇA-TAREFA DO PASTOR prazeroso oferecendo uns comes-e-bebes antes da reunião, mas assim que a parte social terminar, ponha a mão na massa com seriedade. O pastor deve estar presente ao treinamento para dar apoio e servir de exemplo, e também para ter certeza de que estão recebendo as instruções que deseja que recebam. Contudo, os introdutores devem saber que o pastor confia no líder do grupo e respeita sua liderança. Talvez seja necessário fazer mais de uma sessão de treinamento. Se esse for o caso, esclareça o que vai acontecer e quanto tempo vai durar cada reunião. Se possível, prepare apostilhas explicativas para que o pessoal estude em casa. Prontos a ajudar o pastor Os introdutores são a força-tarefa do pastor e muitas vezes também são seu corpo diplomático. Eles são escolhidos para servir na missão mais importante deste mundo. Espera-se que cooperem, trabalhem e sacrifiquem-se na magnífica tarefa de ganhar almas para Cristo. Os introdutores devem prestar atenção aos problemas, às crianças barulhentas, à temperatura ambiente; o cuidado deve ser constante. Os introdutores devem estar preparados a interferir, parar e ajudaar, e até mesmo ficar de olho na descarga. Em uma igreja, o banheiro ficava encostado ao vestíbulo e se a porta não fosse bem fechada, assim que a descarga era acionada a igreja toda ficava sujeita ao som “maravilhoso” da água murmurejando encanamento abaixo durante a mensagem. O introdutor esperto trataria de certificar-se de que a porta estava convenientemente fechada após o banheiro ter sido usado. Situações constrangedoras podem acontecer. Algum bêbado pode cambalear para dentro da igreja. Já me deparei com essa situação mais de uma vez. Certa feita dois bêbados entraram enquanto os introdutores distribuíam as fichas de visitantes e, antes que alguém percebesse, os dois pinguços já estavam sentados bem à frente, prontos para ajudar o pastor com a mensagem. Se um dos introdutores tivesse permanecido à porta, talvez com um ajudante, os bêbados teriam sido interceptados em tempo. Do jeito que as coisas estavam indo, vários introdutores precisaram retirar os intrusos barulhentos por uma das portas laterais. Algumas vezes torna-se bem difícil “desgrudar” esse tipo de gente de seus lugares. Introdutores, guardem as portas! Numa cidade do interior, a porta da frente da igrejinha ficava sempre aberta e um cão velho e doente

139

140

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

entrou mancando corredor adentro. Certamente queremos que alguém se encaminhe para o púlpito na hora do apelo, mas é claro que preferimos que sejam indivíduos de duas pernas. Hoje em dia nem as igrejas são poupadas de roubos. Portanto, os introdutores precisam ficar de olhos bem abertos e observar quem entra por nossas portas. Eles devem ficar atentos durante todo o culto. Alguém pode adoecer e precisar de ajuda. As crianças pequenas podem ter um “acidente” e precisarem ser levadas ao banheiro. Alguém pode ficar tão acalorado a ponto de desmaiar. Os introdutores devem prestar atenção à ventilação do templo, embora só um ou dois tenham de abrir as janelas ou ligar os ventiladores. Os introdutores precisam entender que o trabalham que realizam é tão importante e necessário quanto o dos professores da EBD, do regente do coro ou do organista. Quando perceberem isso, compreenderão a importância de serem treinados, de chegar mais cedo aos cultos e de permanecer até que todos tenham se retirado antes de o templo ser trancado. Acredito que na maioria das igrejas os introdutores nunca foram informados sobre a importância do trabalho que lhes cabe.. Algumas igrejas nem têm introdutores; quase na hora do culto o pastor escolhe alguém para ficar à porta. Assim, quando as pessoas chegam não encontram ninguém que lhes dê as boas-vindas e as ajude a encontrar um lugar para sentar. Além disso, não há ninguém que seja a força-tarefa do pastor. Vestido para o sucesso Os introdutores devem se vestir como representantes do Rei. Não estou falando em roupa luxuosa e cara, mas em ordem, limpa e apropriada. A posição será mais bem respeitada se os introdutores exibirem nobreza e responsabilidade. Sempre que possível, os introdutores devem usar terno e gravata. Suas roupas não devem ser chamativas nem excêntricas. As cores devem combinar entre si. Os cabelos devem ter corte masculino, serem bem penteados e bem cuidados. É bom que usem um crachá de identificação. Os introdutores devem tomar cuidado especial com a higiene pessoal. Além de escovarem bem os dentes, é importante que tenham bala de menta à mão para refrescar o hálito enquanto estão de serviço. O desodorante não pode “vencer” facilmente. A colônia ou loção após barba não deve ser “barata” nem ter cheiro forte, enjoativo. Colarinhos e

INTRODUTORES: FORÇA-TAREFA DO PASTOR punhos de camisa têm de estar limpíssimos e os sapatos engraxados. O mais importante é que tenham sempre um sorriso nos lábios. Os introdutores não precisam usar terno e gravata, principalmente nos lugares de clima quente, mas o inaceitável é ser recebido por introdutores de bermudas e camiseta e, se forem homens, de cabelos compridos. Mulheres de mini-saia e barriga de fora? Isso é demais, até em cidades praianas! Seu trabalho será bem mais eficaz, e os introdutores serão bem mais respeitados pelo público em geral e as crianças perceberão que estão lidando com alguém que tem autoridade (quando precisam ser chamadas às falas), se eles forem zelosos com a aparência física. Posicione bem os introdutores Em algumas igrejas os introdutores se juntam a conversar num canto ou vagueiam sem destino ou caminham par cima e para baixo no corredor do templo como se estivessem afirmando o quanto são importantes. Cada introdutor deve ter seu posto e só se afastar dele se precisar ajudar alguém ou realizar uma de suas muitas tarefas. Os introdutores não devem ficar de conversa uns com os outros. Não devem conversar de jeito nenhum depois que o culto começar. Às vezes os introdutores formam seus grupinhos na frente da igreja e realizam seu próprio “cultinho” enquanto lá dentro o pastor (ou conferencista) põe todo seu coração na mensagem. Talvez o líder dos introdutores, ou seu assistente, precise sentar-se no vestíbulo durante o sermão. Nas igrejas grandes, talvez sejam necessários dois introdutores lá fora. Os outros introdutores devem ficar sentados em seus postos ou próximo deles, sempre atentos a qualquer eventualidade. Os introdutores devem cultuar, cantar e prestar atenção à mensagem. O introdutor é um pecador salvo pela graça e precisa tanto de alimento espiritual quanto qualquer outra pessoa. Se houver estacionamento na igreja, a pessoa escalada para cuidar dele deve fazer a ronda periodicamente e posicionar-se em um lugar de onde possa ouvir a mensagem sem dar na vista. Se o estacionamento precisa ser vistoriado com freqüência, faça um rodízio entre os escalados para que ninguém perca muito do sermão. Geralmente é melhor ter um número maior de introdutores no final do culto, para que todos os visitantes sejam cordialmente despedidos e convidados para a próxima reunião.

141

142

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

Os introdutores devem ter consigo boletins, cartões de visitantes e qualquer outro material que for ser entregue naquele dia. Os introdutores devem estar atentos às necessidades dos presentes. Provavelmente a tarefa mais importante dos introdutores é cumprimentar as pessoas e ajudá-las a encontrar um lugar no santuário. Para tanto, eles devem estar em seus postos. Amigos, mas não íntimos! Os introdutores devem ser simpáticos e cordiais, mas sem ser “melosos”. Também não devem falar demais nem se alongar nos cumprimentos aos visitantes. Os apertos de mãos podem ser firmes… sem quebrar os dedos da outra pessoa! Ao cumprimentar pessoas do sexo oposto os introdutores devem agir com prudência e discrição para não ofender ninguém nem tampouco deixar impressão desfavorável. Nem todos os homens recebem com simpatia abraços e tapinhas nas costas. Algumas mulheres se ofendem com apertos de mãos prolongados e gentilezas excessivas que não sejam de seus maridos, e muitas solteiras podem interpretar de maneira errada esses gestos. Alguns maridos podem ficar bastante zangados com esse tipo de “atrevimento”. Sempre que possível, os introdutores devem cumprimentar os visitantes no final dos cultos e convidá-los a voltar no próximo culto. Flexibilidade Os introdutores devem estar sempre prontos a se ajustar a mudanças de última hora. O pastor pode mudar o esquema de recolhimento de dízimos e ofertas ou decidir apresentar os visitantes antes da hora combinada. Os introdutores devem estar munidos de cartões de visitantes para que ninguém tenha de ficar esperando enquanto alguém dispara atrás do material depois de o pastor ter iniciado as apresentações. Às vezes um visitante têm de repetir seu nome tantas vezes que quase fica rouco. Isso não acontecerá se o pastor tiver todas as fichas em mãos. Plantão na entrada Embora seja bastante comum os introdutores ficarem de bate-papo à porta, negligenciando sua tarefa, com mais freqüência percebemos que abandonam seus postos, e os membros e visitantes não têm ninguém para recebê-los assim que chegam. Certa vez, presenciei uma jovem re-

INTRODUTORES: FORÇA-TAREFA DO PASTOR tardatária chegar ao culto e ficar em pé no hall de entrada, sem saber o que fazer, obviamente embaraçada pelo atraso, enquanto os introdutores estavam sentados com suas famílias, assistindo ao culto. Eu estava pregando e o pastor da igreja havia se sentado no primeiro banco, em vez de ficar comigo na plataforma – de onde poderia ter observado o que estava acontecendo com a pobre jovem lá na entrada. Fiquei tão irritado com a situação que tive vontade de parar a mensagem e mandar alguém ajudar a moça. Consegui me concentrar no sermão, mas foi só depois de a jovem ter “pigarreado” – quase no fim da mensagem – que um introdutor “caiu em si” o suficiente para lhe arranjar um lugar. Em outra igreja, uma senhora começou a passar mal na entrada e arranjou um lugar para se sentar e descansou a cabeça em uma mesinha que havia por lá. No entanto, não vi nenhum introdutor se aproximar e oferecer-lhe ajuda ou chamar alguém para fazê-lo. Se o líder dos introdutores ou um assistente estivesse presente isso não teria acontecido. (Também, se o pastor estivesse comigo ao púlpito, ele teria visto o que estava acontecendo.) Mesmo com o pastor na plataforma (onde deve estar), é bom que um introdutor de iniciativa fique de plantão, caso situações assim ocorram. Introdutor, professor e diácono ao mesmo tempo? Será que um introdutor também pode exercer o cargo de diácono ou professor da EBD? Acho que um ou dois poderiam, pois se na reunião de diáconos houver alguma discussão que envolva o trabalho dos introdutores, será mais fácil passar a informação adiante. Se o líder dos introdutores também for diácono, a situação será ainda melhor. Em alguns casos, um introdutor também pode ser professor da EBD, mas não do tipo que fala demais, já que lhe pode ser necessário ter de abandonar a classe para atender uma emergência à entrada. Enfim, um trabalho não deve interferir no bom andamento do outro. Um introdutor também pode ser corista? Mais uma vez, uma posição pode atrapalhar a outra – se ele quiser ser fiel às duas. É melhor ser bom em uma única coisa do que medíocre em duas. Quanto mais ... melhor Fico muito admirado com a “miséria” de pessoas que algumas igrejas usam no recolhimento dos dízimos e ofertas. Deve haver gente suficiente para atender ao coro, auditório e galeria, se houver uma. Algumas

143

144

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

igrejas têm apenas umas duas pessoas para atender todos esses lugares, e elas – e o auditório – precisam fazer malabarismo na realização do trabalho. Se a igreja tem várias seções de bancos, deve haver pelo menos uma pessoa trabalhando em cada um de seus lados. As igrejas menores podem até raciocinar que, já que o auditório é pequeno, não têm necessidade de tantas pessoas para recolher ofertas. Mas essa desculpa é esfarrapada. Se o auditório é pequeno, torna-se ainda mais necessário um bom grupo para recolher os dízimos e ofertas, pois as pessoas tendem a se sentar longe umas das outras. Num auditório pequeno, é bem mais provável que as pessoas ofertem se os pratos chegarem perto delas, pois assim não são obrigadas a se levantar e aparecer, em meio a tão pouca gente, para entregarem sua contribuição. Portanto, use muitas pessoas para o recolhimento de dízimos e ofertas. Se a igreja é grande e há muitas pessoas a ser alcançadas, aumente o número de recolhedores (e pratos) em cada seção de bancos. Cuidado para que nenhuma fileira seja negligenciada e outras recebam os pratos duas vezes! Já vi isso acontecer. Caso use introdutores para o recolhimento de ofertas, providencie para que haja sempre alguém recebendo os visitantes e membros retardatários. Claro que nem sempre é possível ter pessoas da mesma altura e tipo físico para recolher os dízimos e ofertas. O importante é que sejam dedicadas, cuidadosas da aparência e higiene pessoal. No entanto, não há como negar que um homem alto e magro e outro baixinho e gordo caminhando lado a lado pelo corredor da igreja criam uma situação, no mínimo, engraçada. Assim, procure formar duplas com pessoas que tenham as mesmas características físicas. Jovem demais ou velho demais? Não há regra definida quanto a idade dos introdutores. No entanto, é bom que se use pessoas maduras, sérias e que ajam com dignidade. Se um jovem – tenha ele 20 ou 21 anos – faz parte da igreja há bastante tempo e já provou ser dedicado, firme e sólido na doutrina, não há razão que o impeça de realizar o trabalho. Mas não escolha ninguém que seja volúvel, cheio de gracinhas ou irreverente. O tipo paquerador, que vive de olhos nas garotas, ou aquele que mal pode esperar pelo término do culto para “se mandar” com a turma, também deve ficar de fora, pois não fará um serviço completo e satisfatório.

INTRODUTORES: FORÇA-TAREFA DO PASTOR Ao falar em “dignidade” não quero dizer que a pessoa tenha de se portar como se já estivesse com um pé na Glória. Quero dizer é que ela deve ter maturidade suficiente para levar seu trabalho a sério, que seja tão responsável e dedicada à tarefa quanto um introdutor mais velho o seria. Não deve ser infantil, petulante, teimosa nem rude, não importa a idade que tenha. Pessoas mais velhas e aposentadas também podem ser introdutores. Na verdade, algumas realizam esse trabalho com muito mais eficiência que os mais novos. Claro que se a pessoa ficar impossibilitada fisicamente ou emocionalmente, deverá ser substituída por outra mais jovem e dinâmica. O pastor e o líder dos introdutores devem se preparar com antecedência para esse tipo de situação. Homens estimados, cristãos muito respeitados É preciso mencionar isso? É claro que alguém que exale cheiro de bebida e cigarro não deve ocupar o cargo de introdutor na igreja. Era só o que faltava! O visitante chega à igreja e dá de cara com um introdutor que tomou “um gole” com ele no bar durante a semana. Escolha uma pessoa assim para introdutor e sua mensagem estará arruinada! Se o introdutor for do tipo de crente que freqüenta cinema, bailes e boates, ou é sócio de clubes de fama duvidosa, ele não tem lugar na força-tarefa do pastor de uma igreja sadia, bíblica, que prega o que o Livro tem a dizer sobre o mundanismo. Algumas pessoas acham uma boa idéia manter os crentes mundanos ocupados na igreja, pois, quem sabe, não acabarão se “endireitando” com as pregações que ouvem. Mas esta idéia não é bíblica nem sensata. A pessoa tem de ser dedicada e consagrada antes de receber um cargo tão honroso na igreja. O pastor não precisa ser um carrasco quanto à situação. No entanto, se ele é fiel e transmite com amor o que a Bíblia ensina sobre o mundanismo (e a Palavra está repleta de ensinamentos em relação ao assunto), ele será capaz de formar um batalhão de homens cujos corações foram tocados por Deus e que servirão ao Senhor com alegria. Deus ordena: “Purificai-vos, os que levais os vasos do Senhor” (Isaías 52.11). A frente primeiro Os introdutores devem fazer com que os bancos da frente sejam ocupados primeiro. Algumas pessoas se acostumam a um certo lugar num certo banco e não mudam nem que chova canivete aberto. Outras,

145

146

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

no entanto, cooperam mais prontamente. Os introdutores devem usar diplomacia e muito cuidado ao pedir a membros da igreja e visitantes sentados nas pontas dos bancos que se sentem “mais para o meio” e deixem espaço nas beiradas para quem chegar mais tarde. Algumas pessoas se recusarão a mudar, e não há nada que os introdutores possam fazer. Mães com bebês: exceção à regra Se uma mãe entra com um bebê ou uma criancinha que pode fazer barulho e perturbar o culto, é melhor que ela se sente atrás em vez de na frente do auditório. As mães devem ser informadas se houver berçário ou classe para os pequeninos durante o culto. Não só informe, mas peça a alguém que as acompanhem até o local e garanta-lhes que os “rebentos” serão bem cuidados. Se a criança não quiser se separar da mãe, ou a mãe deixar seu filho com estranhos, um introdutor deve ficar atento e oferecer ajuda caso a criança chore ou precise ser retirada do templo rapidamente. Uma introdutora certamente poderá realizar esta tarefa com mais eficiência. Cuidado com a galeria Os introdutores não devem permitir que crianças e casais de adolescentes se sentem na galeria se não estiverem acompanhados dos pais. Na verdade, a galeria só deve ser usada em último caso. É mais fácil alguém que aceitou a Cristo vir à frente se estiver na parte inferior do santuário do que se estiver lá em cima. Poucos descem da galeria até a plataforma. Se o templo possui uma galeria, obstrua sua passagem com uma corda ou coisa parecida até que precise ser realmente usada. Nunca vi crianças prestarem atenção no culto quando estão na galeria da igreja. E a maioria dos adolescentes que se sentam nas galerias passam o culto dando risada, trocando bilhetes e conversando, quando não namoram. Portanto, mantenha a galeria fechada, se de todo possível. De olho na garotada Os introdutores devem ficar de olhos nas crianças e adolescentes que saem do templo durante o culto. Se os banheiros ficam no final de um corredor ou atrás do templo, é bom que alguém de confiança tome conta “do pedaço”. Coisas estranhas (e trágicas) têm acontecido. Adolescentes fazem de conta que vão ao banheiro, mas na verdade estão

INTRODUTORES: FORÇA-TAREFA DO PASTOR indo mesmo é namorar. Crianças pequenas, que gostam de vaguear aqui e ali, acabam se perdendo ou raptadas. Isto já aconteceu. IMPORTANTE: Se uma criança (ou adulto) precisa realmente ir ao banheiro ou tomar água quase no fim do culto ou na hora do apelo, peça-lhe, ao voltar, que se sente perto da porta, em vez de marchar corredor adentro e arruinar o final da mensagem ou o convite sendo feito ao pecador. Talvez o pastor deva avisar ao auditório que se alguém precisar sair quase no fim da mensagem, a pessoa deve achar um lugar perto da porta, caso volte ao templo. Ao dar esse esclarecimento, o pastor estará “livrando a cara” dos introdutores. Caso esteja havendo uma EBD especial, com um pastor de fora, por exemplo, os introdutores também devem estar à disposição para encaminhar os atrasados (ou adiantados) aos lugares apropriados, evitando distração e confusão. Não apresse o pessoal Alguns introdutores mal esperam o culto acabar e já começam a apagar luzes e fechar portas. As pessoas não devem ser expulsas do templo assim que o “amém” final seja dito; elas precisam interagir umas com as outras. Algumas pessoas se demoram mais porque precisam de ajuda espiritual do pastor ou de outro crente maduro. Elas não devem ser enxotadas só porque o introdutor (ou zelador) está com pressa. Já aconteceu de eu estar conversando com um novo convertido e um apressadinho começar a apagar as luzes, ameaçando-nos com a escuridão total. Nem todos os introdutores precisam ficar até que a última pessoa tenha se retirado, mas pelo menos um deve permanecer tanto tempo quanto necessário. Um líder organizado providenciará para que não seja sempre o mesmo introdutor que tenha de “fechar a igreja” depois de cada culto. Conselhos finais Introdutores, apresentem-se para o serviço com pelo menos 15 minutos de antecedência. Em cultos especiais, cheguem mais cedo ainda, se necessário. A primeira impressão é a que fica. Os introdutores têm de se comportar de tal modo que despertem nos visitantes o desejo de retornar à igreja. Devem ser cordiais, alegres, gentis e educados o tempo todo. Não podem ser exibidos nem relaxados. Portar-se com dignidade

147

148

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

não quer dizer ficar todo “empedernido”. Mostrem entusiasmo. “O tolo assenta-se em grandes alturas”, afirma Salomão. O introdutor mais simpático é aquele que consegue se lembrar do nome das pessoas. Introdutores, exercitem a memória nessa área. Porém não chamem ninguém de “você”, a não ser que receba permissão. Isso se aplica especialmente em relação ao sexo oposto. Se não conseguir se lembrar do nome de alguém, disfarce e aja como se conhecesse a pessoa. Se não se lembrar mais tarde, pergunte a alguém. IMPORTANTE: Os introdutores devem sempre ter lanternas e faroletes à mão, para o caso de faltar luz. O líder dos introdutores deve se certificar de que uma boa lanterna, carregada com baterias que funcionam, possa ser colocada à disposição do pastor o mais rápido possível. Se a igreja possui telefone, os introdutores devem ter acesso imediato a ele em caso de necessidade. Ação rápida impede que uma emergência vire uma catástrofe! CERTIFIQUE-SE de que todas as portas de saída do templo possam ser abertas rapidamente em caso de emergência. Deixe as portas destrancadas, mas não se esqueça de trancá-las ao final do culto. Os introdutores devem providenciar para que o material distribuído ao público esteja sempre à mão e em quantidade suficiente. Algumas vezes o pastor manda que as pessoas usem os envelopes que estão nos bancos e...não há envelope nenhum nos bancos. Verifique se todo o material está em ordem antes – bem antes – dos cultos. Mãozinha pastoral Como o pastor pode ajudar os introdutores? Elogiando-os de vez em quando! Diga-lhes o quanto você aprecia o trabalho que fazem. Explique à igreja que os introdutores são pessoas de sua confiança, seus colaboradores e que o trabalho deles é muito importante. Planeje atividades sociais para e com os introdutores. Esse negócio de “só trabalho e nenhuma diversão” não dá certo. Informe-os sobre mudanças na programação. Procure não “surpreendê-los” demais. Se um deles der “uma bola fora”, não o repreenda publicamente. De vez em quando, homenageie os introdutores individualmente ou em grupo.

INTRODUTORES: FORÇA-TAREFA DO PASTOR Insista para que os membros da igreja, inclusive a diretoria, tratem os introdutores com respeito. Eles podem tornar seu culto um desastre total ou um sucesso completo! Se houver bebês e criancinhas no culto, informe os pais que a igreja tem berçário e classes (se houver, naturalmente) onde os pequenos serão bem cuidados. Assim, durante o culto, o introdutor não ficará em situação difícil se tiver de pedir à mamãe que leve seu bebê chorão para outra sala. Algumas vezes, quando o aviso sobre o berçário não funcionava, e o nenê chorão ou a criança bagunceira continuava no culto, eu orava da seguinte maneira: “Obrigado, Senhor, por todos que estão colaborando para que este culto seja uma bênção: o coro, os introdutores e as pessoas que cuidam das crianças no berçário para que possamos ouvir tua Palavra com toda atenção”. Geralmente os pais “captavam” a mensagem e levavam os filhos ao berçário. Algumas dicas sobre etiqueta social no ambiente de trabalho, publicadas em revistas seculares, podem ser adaptadas e usadas pelos introdutores de nossas igrejas.

149

150

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

151

Capítulo 11

“DIARIAMENTE E DE CASA EM CASA” Como visitar Por que, quando, quem e como o pastor deve visitar? Estas perguntas são extremamente importantes. Visitei uma igreja onde os cultos eram muito desanimados e bem pouco freqüentados. Alguém me explicou: “Nosso pastor é gente fina, mas não é de fazer muitas visitas. Ele só visita quando lhe pedem”. Dá para entender por que a freqüência aos cultos era baixa e a igreja estava morrendo. Pastor, se você quer uma igreja forte e ativa, visite suas ovelhas constantemente. Perguntaram a um pastor extremamente bem sucedido em seu ministério qual era o segredo de tanto sucesso. Ele respondeu: “Simples. Oração e visitação”. Vitória por meio da visitação é o segredo do crescimento de muitas igrejas. Nada substitui as visitas aos lares ou indivíduos. Segundo ouvi, 85% dos negócios financeiros são fechados em contatos pessoais. D. L. Moody explicou que entre os milhares salvos em suas campanhas, ele não sabia de nenhum que não tivesse sido antes visitado por um crente ou tido algum contato pessoal com alguém de uma igreja. Ao pensar nas centenas de pessoas que se converteram durante meu ministério pastoral, também não me recordo de praticamente ninguém que tenha aceitado a Cristo sem ter sido convidado, visitado ou ouvido um testemunho antes, por parte de membros da igreja ou pastores. Há muitos tipos de visitas: rapidinhas, de conhecimento, evangelísticas, a doentes, a hospitais e asilos, a presídios, a novos membros, para resolver problemas e visitas a pessoas interessadas no Evangelho. A igreja pode programar visitas a cargo dos jovens, homens, senhoras, classes da EBD e outras organizações.

152

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

As visitas podem ser eficientes ou desastradas. O programa de visitação da igreja pode ser um grande sucesso ou uma derrota só. Gostaria de relatar o que aprendi e observei nas igrejas por onde passei. Primeiro, gostaria de falar sobre o pastor e seu esquema de visitação e depois de como a igreja pode desenvolver um programa eficaz de visitação. Nenhum pastor será bem sucedido na conquista de almas para Cristo nem na edificação da igreja se ficar o tempo todo atrás de uma escrivaninha, esperando que outros realizem a tarefa. Talvez as pessoas saíssem de casa para ouvir Spurgeon ou o apóstolo Paulo, mesmo se eles não as visitassem, no entanto, a maioria de nós está longe de ser um Spurgeon ou um Paulo. Nos dias atuais, será que até mesmo eles conseguiriam uma grande igreja, se não fizessem visitas? 1. Por que o pastor deve fazer visitas? Para manter seu próprio coração aquecido; para manter a igreja ativa; para inspirar outros a visitar também; para mostrar seu interesse pelo povo e para manter contato com a igreja. 2. Quem o pastor deve visitar? Os membros de sua igreja. No início deste livro, sugeri que o pastor visitasse todos os membros de sua igreja. Alguns precisam de mais visitas do que outros, no entanto, o pastor precisa visitar todas as suas ovelhas pelo menos uma vez. Se puder fazer isso logo na primeira semana de seu pastorado, melhor. Os faltosos. Visite-os antes que se envolvam em problemas realmente grandes e desinteressem-se totalmente pela igreja. Essa também é uma responsabilidade dos professores da EBD e dos diáconos. Os enfermos. É natural que os seriamente enfermos, machucados ou hospitalizados esperem uma visita do pastor. É preciso usar de inteligência e sensatez nesse tipo de visita. Consulte o médico, caso o enfermo tenha doença contagiosa. Pastor nenhum é obrigado a correr para visitar um crente por causa de um simples resfriado ou tosse. Nestes casos, um telefonema ou um cartão desejando melhoras é suficiente. Claro que se a pessoa morar sozinha ou estiver num asilo, será bom que alguém da igreja ofereça-se para levar uma refeição, um bolo etc. Caso contrário, a própria família se encarregará dos cuidados necessários.

“DIARIAMENTE E DE CASA EM CASA” Algumas vezes precisei visitar pessoas que espirravam e tossiam sem parar, mas não me lembro de ter ficado doente por isso. Creio que Deus cuida de nós quando a visita precisa ser feita nessas circunstâncias. Em visitas hospitalares, estive em contato com quase todas as doenças conhecidas neste mundo, e Deus sempre preservou minha saúde. No entanto, nunca cometi a insensatez de me expor desnecessariamente e sempre que possível tive o cuidado de não me aproximar demais de pessoas gripadas, contaminadas com algum tipo de vírus etc. Ninguém deve exigir que o pastor se exponha desnecessariamente a doenças contagiosas. Se um membro da igreja estiver hospitalizado, é natural que espere que o pastor se interesse o bastante para visitá-lo, ou peça a alguém da diretoria que o faça. Geralmente, no entanto, as pessoas preferem mesmo a visita do pastor. Porém sua visita não precisa ser diária. Algumas vezes eu retornava ao hospital com mais freqüência porque outro membro da igreja havia se internado para uma cirurgia e, já que estava lá, visitava todas as ovelhas doentes. Com isso, ganhei fama por fazer visitas diárias. Ao passo que a igreja cresce, ou se a cidade é muito grande, essas visitas tornam-se mais difíceis de serem feitas e os enfermos não devem exigir a presença constante do pastor. No entanto, ele deve “dar sinal de vida” de vez em quando. Caso o pastor mesmo não possa ir, deve pedir a alguém vá em seu lugar. Em caso de mulheres enfermas, peça a alguma senhora da igreja que transmita seus desejos de melhora. Por exemplo: “O pastor Silvano mandou dizer que está orando por sua recuperação e pediu-me para informá-lo sobre seu estado de saúde hoje”. Se a paciente tiver telefone em casa, dê uma ligadinha, ou peça para sua esposa ou secretária fazêlo. Membros problemáticos. Estes, e quem está enfrentando problemas, necessitam ser visitados. Algumas vezes, eles mesmos pedem a visita. Se não for o caso, o pastor deverá telefonar-lhes ou visitá-los e oferecer-lhes ajuda nas horas difíceis. Acidentes e tragédias. Nestes casos, o interesse e a preocupação pastoral são realmente importantes. Não-membros. Há pessoas que são crentes, freqüentam a igreja, mas nunca se tornam membros. Elas precisam ser visitadas antes que se afastem ou caiam nas armadilhas de seitas ou falsos líderes evangélicos. Interessados. Os visitantes regulares devem ser visitados e arrebanhados. Alguns já estão salvos, contudo precisam fazer parte de

153

154

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

uma igreja. Se participam dos cultos regularmente ou se o pastor souber que têm interesse na igreja, essas pessoas devem ser visitadas. Os que sofrem. Quem perdeu um ente querido precisa de conforto, e podem ser ganhos para Cristo nesse instante em que seus corações estão sensíveis. O pastor inteligente agirá com delicadeza nessas circunstâncias, especialmente se a família enlutada freqüenta outra igreja evangélica. Os solitários. Os viúvos, os aposentados e os idosos sem familiares que cuidem deles gostam de ser visitados, e muitas vezes são ganhos para Cristo nessas visitas. Pastores, não se esqueçam de visitar suas ovelhas que estão em asilos e retiros para idosos! Recém-chegados. Pessoas que acabaram de se mudar para a cidade ou para o bairro devem ser visitadas imediatamente. Pergunte aos estudantes da igreja se há alunos novos em suas classes. Os membros da igreja podem informar sobre novos vizinhos. As reuniões de bairros e de pais e mestres, as festas de rua, os aniversários, casamentos, funerais e outros são oportunidades para que o pastor conheça os recém-chegados. Encarcerados. Cadeias, penitenciárias e reformatórios também oferecem oportunidades para ganharmos almas para Cristo. Em alguns lugares, isso é mais fácil do que em outros. 3. Qual a melhor hora para se fazer visitas? Depende de quem e do lugar a ser visitado. Em cidades industriais ou que sediam bases militares, por exemplo, as pessoas cumprem horários bastante variados. É possível encontrar gente em casa no meio da tarde. Isso significa umas duas horas de boa conversa ANTES DO JANTAR e antes do anoitecer. Asilos, hospitais e organizações do gênero talvez tenham horas estabelecidas para visitas. Os aposentados geralmente têm mais flexibilidade de tempo. A maioria das pessoas, no entanto, só podem ser visitadas à noite. Quando visitar os hospitalizados, evite o horário do “rush hospitalar”, quando familiares e amigos aparecem. A Constituição garante aos pastores e guias espirituais o direito de visitarem suas ovelhas fora do horário estabelecido, mas não abuse do privilégio. Seja breve, sensível às dificuldades e sentimentos dos pacientes, atencioso aos pedidos de médicos e enfermeiras. Quem trabalha por conta própria pode receber visitas rápidas no local de trabalho, mas seja sensato, pois geralmente a pessoa tem um

“DIARIAMENTE E DE CASA EM CASA” prazo a cumprir ou cliente a atender. Não cause prejuízo a nenhum comerciante nem enfureça nenhum freguês por causa de visitas inapropriadas e longas em local de trabalho. Se a visita é para crianças ou adolescentes que freqüentam a igreja, faça-a quando os pais estiverem em casa também. Uma visita feita no sábado à tarde torna quase impossível à família esquecer o convite para que apareça na igreja no outro dia. Cuidado com as visitas noturnas. Nem toda campainha que é bem atendida às nove da noite. A família pode estar se preparando para dormir e não vai querer ser pega de pijamas. Outras pessoas, no entanto, nunca vão para cama antes das três da manhã e não se importam com visitas fora de hora. Mas todo cuidado é pouco. É melhor visitar jovens e adolescentes nos fins de semana, quando não têm aulas. 4. Como visitar Planeje suas visitas. Se eu tivesse apenas duas horas para fazer visitas antes do jantar, eu anotava os nomes das pessoas que precisavam ser visitadas com mais urgência. Talvez duas morassem na mesma rua ou bairro e pudessem ser vistas no mesmo dia. Assim, eu poupava tempo e gasolina, ou sola de sapato. Se dez pessoas precisavam ser visitadas e eu dispusesse de apenas três horas, eu priorizava os nomes e fazia as visitas de acordo com as necessidades mais imediatas. Às vezes eu me demorava em uma casa mais do que em outra e com isso conseguia progredir em meus objetivos de visitar um maior número de pessoas. Prepare-se para ir visitar. Tenha à mão um bom número de folhetos com o endereço da igreja. Familiarize-se com o bairro ou ruas aonde terá de ir; estude o mapa da cidade, se for o caso. Não deixe de levar caneta e papel para possíveis anotações. E, naturalmente, não se esqueça da Bíblia. Tenha sempre uma lanterna consigo, se for visitar à noite. Não “pega bem” um pastor ficar tropeçando no escuro, ralando-se todo. Maneje bem a lanterna; não vá jogar o facho de luz nos olhos dos outros nem nas janelas das casas. Alguém pode achar que se trata de um assaltante. Você não quer acabar no IML por causa de imprudência, quer? Ore sobre as visitas a ser feitas. Peça a Deus que o abençoe e que o impeça de “de ficar de papo furado”. Peça-lhe que inicie a conversa e

155

156

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

fale aos corações presentes. Ore por sabedoria sobre a duração da visita e sobre o que dizer. Seja breve. Geralmente as visitas se tornam longas demais. Na verdade, deveriam ser “vapt-vupt”. Use a cabeça. Se a família está se preparando para o jantar, não é hora de o pastor se sentar e ficar de “conversê”. Ed Nelson, famoso pastor em Colorado, EUA, relatou que fez cerca de oito mil visitas em dois anos de pastorado. (É fácil entender por que Deus o abençoou com um ministério fantástico em Denver.) Mas tenho quase certeza de que grande parte delas foram do tipo “mal cheguei e já estou saindo”. No início de meu ministério na Flórida, eu realizava entre 50 e 70 visitas semanais. Conforme a igreja crescia e meu tempo era exigido em outras atividades, deleguei um pouco do trabalho a outras pessoas. No entanto, quase sempre realizava entre 25 e 40 visitas durante a semana. Muitas eram visitas rápidas; levavam somente o tempo de dizer um “Oi. Tudo bem? Só passei para saber como estão as coisas. Tchau”. Se for visitar alguém que faltou à igreja algumas vezes seguidas, por exemplo, não é preciso mais que um “Sentimos sua falta. Espero que não tenha ficado doente”. A pessoa se alegrará em saber que notaram sua ausência, explicará que tinha ido visitar a vovó no interior e que estará na igreja no domingo que vem. Se eu chegasse a uma casa e percebesse que a família estava se sentando para jantar ou estava em meio a um problema, eu voltava da porta mesmo ou não ficava mais do que uns rápidos instantes. Claro que se estiverem precisando de ajuda e você puder ficar um pouco, ou então perceber que tem a oportunidade de ganhar alguém para Cristo, não vacile – estenda seu tempo um pouco mais. Dizem que alguns vendedores são capazes de convencer o cliente a levar um produto para logo em seguida fazê-lo desistir da compra, e tudo porque falam demais. Conheço membros de igreja e pastores que agem da mesma forma. É melhor sair enquanto as pessoas pedem que fique mais um pouco do que ficar enquanto estão orando para você ir embora logo. Torne sua visita tão agradável que o visitado nem veja o tempo passar. Não entre em discussões intermináveis que não levam a nada. Evite conversas que obriguem a pessoa a citar a árvore genealógica inteira da família. Fique longe de assuntos polêmicos, como profecias, fins dos tempos e política. Sei que as regras de etiqueta ensinam que ao

“DIARIAMENTE E DE CASA EM CASA” visitarmos alguém não devemos agir como se estivéssemos com pressa. Eu, no entanto, creio que as pessoas respeitam muito mais o pastor que é bastante ocupado e que tem outras visitas a realizar. Desculpem a franqueza, mas vejo que muitos pastores vivem como se tivessem o dia todo para ficar de “papo pro ar”, sem ter o que fazer. Tenho absoluta certeza de que a maioria das pessoas hoje vivem muito ocupadas, na maior correria, e ficariam muito agradecidas se não tomássemos tanto de seu tempo. Ninguém vai querer saber de sua amizade se você chegar na casa da pessoa quando ela estiver assistindo a um programa favorito – que só passa uma vez por semana – ou de olho grudado no jogo final do campeonato...especialmente se o time dela estiver em campo. Certo pastor me mostrou uma casa que ficava bem perto de sua igreja e disse que a família nunca tinha ido assistir a um culto lá. Acontece que um grupo de homens, zelosos do trabalho de visitação que realizavam, bateu à porta da casa quando o chefe da família estava preparando um churrasco para algumas pessoas. Os crentes explicaram que ficariam “só uns minutinhos” porque não gostariam de atrapalhar a reunião da família com seus amigos. No entanto, os visitadores foram ficando e ficando, e o dono da casa foi perdendo a esportiva com a grosseria deles. A visita terminou quarenta minutos depois, com alguns pedaços de carne estorricados na grelha. O dono do churrasco jurou à esposa que jamais botaria os pés naquela igreja. Não teria sido muito melhor se os visitadores tivessem cumprimentado os presentes, explicado quem eram e o que estavam fazendo e dito que voltariam mais tarde, quando a família não estivesse ocupada com seus amigos? Poderiam até mesmo ter convidado todos para o culto do próximo domingo e saído rapidinho. Contudo, a falta de “desconfiômetro” do pessoal da igreja fechou as portas daquela família para a igreja. Infelizmente alguns pastores são tão conversadores e “desligados” quanto esse grupo de visitação. Cuidado com as visitas sociais. Se o pastor visitar um membro da igreja só para bater um papo de amigo, outros vão exigir o mesmo tratamento. Deus não o convidou para ser “arroz de festa”. Claro que se um membro da igreja o convidar para um almoço ou jantar, a situação é diferente. Neste caso você terá uma excelente oportunidade de conhecer melhor seu rebanho. Porém, não se sinta na obrigação de reciprocar. A maioria dos membros da igreja não espera um convite para almoçar ou jantar na casa do pastor, mesmo que o tenham convidado várias vezes

157

158

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

para refeições em suas casas. Outras pessoas não veriam com bons olhos sua visita de amigo à determinada família, e as coisas poderiam ficar “esquisitas” para o seu lado. Já descobri que nem todos os crentes estão livres do pecado da inveja. Seja alegre e cordial. O mundo já é triste o bastante. “O coração alegre aformoseia o rosto.” Cumprimente todos os presentes. Dê atenção às crianças. Dedique um tempinho aos idosos. Comente sobre a beleza de um quadro, de um móvel novo, das flores etc. Procure incluir a família toda na conversa, a não que esteja se dirigindo a uma pessoa em especial e à necessidade de seu coração. Seja ético. Se estiver visitando alguém que pertença a outra denominação, não fale mal da igreja da pessoa, mesmo que você não concorde com a doutrina praticada por ela. Não insista para que membros de igrejas fundamentalistas mudem para a sua, a não ser que tenham demonstrado interesse em fazê-lo. Se morarem longe demais da igreja a que pertencem, então você poderá convidá-los a visitar sua igreja. Se a pessoa pertencer a uma igreja liberal ou freqüentar uma seita, a coisa é diferente. Mesmo assim, seja cauteloso e use de muito tato ao lidar com a situação, e suas chances de sucesso serão bem maiores. Se você conquistar para Cristo alguém que já esteja participando de uma igreja evangélica, deseje-lhe as bênçãos de Deus e encoraje-o a batizar-se e filiar-se à igreja que freqüenta. Caso a pessoa prefira unir-se a sua igreja, ela mesma dirá. Quanto tempo deve durar uma visita? Eu geralmente não me demorava mais de 20 minutos. As visitas rápidas iam de quatro a cinco minutos – normalmente um papinho à porta; mas se a pessoa estivesse realmente interessada em Cristo, eu ficava uma hora ou mais. Mas normalmente eu não precisava de mais de 20 minutos para cumprimentar, falar sobre amenidades, responder alguma pergunte importante, conversar sobre a vida da igreja, convidar as pessoas aos cultos e fazer uma oração. Repito: se houver oportunidade de ganhar alguém para Cristo, demore-se um pouco mais. Se você sentir que os hospedeiros estão sendo sinceros no convite para que você fique um pouco mais ou se têm uma necessidade espiritual a ser preenchida, então fique. Se estiverem apenas sendo educados no convite ou querem apenas bater um papo descomprometido, explique que “embora esteja gostando muito do papo e da companhia, tenho outra visita a fazer” ou “prometi ao irmão Barbosa que daria uma passadinha por lá ainda hoje e tenho de me apressar. Voltarei com mais tempo outro dia”.

“DIARIAMENTE E DE CASA EM CASA” É preciso orar sempre? Por que não? A não em visitas “vap-vupt” à porta (e até mesmo nesta circunstância), acho que o homem de Deus deve orar sempre que fizer visitas (orações curtas, naturalmente). É muito bom as pessoas saberem que o pastor tem um relacionamento pessoal com Deus. Aliás, talvez essa oração seja a única que muita gente tem o privilégio de ouvir! Mantenha um registro das visitas. As simples fichas de arquivo o ajudarão a se manter em dia com o trabalho de visitação. Anote a data e os resultados da visita e quando deverá visitar a pessoa novamente. Seja organizado. Se você tiver seu arquivo em dia, terá uma boa lista de pessoas que poderão ser convidadas para cultos especiais, reuniões evangelísticas etc. Cuidado com fofocas e diz-que-diz. Evite todo e qualquer comentário maldoso sobre outras pessoas. Se alguém insistir em fofocar, “mude de canal” rapidamente. “O homem vão cava o mal...e o difamador separa os maiores amigos” (Provérbios 16. 27-28). Não critique ninguém. Mais uma coisa. Não se deixe vencer pelo desânimo. Às vezes fazemos dez visitas sem nenhum resultado aparente. Mas, então, na 11a. casa encontramos a família toda preparada para ouvir a palavra de salvação e desejosa de pertencer à igreja. Isso realmente vale a pena! Por último. Ao fazer visitas a hospitais, seja breve, alegre e otimista. Não fale alto nem “apronte gracinhas”. Não sente na cama do paciente. Antes de entrar no quarto de uma paciente, certifique-se de que não há inconveniente nenhum. Não dificulte o trabalho dos enfermeiros. Não canse o paciente. Ore por ele. Não se demore na visita. Programa de Visitação da Igreja Se o pastor é um verdadeiro ganhador de almas e gosta de fazer visitas, a igreja se interessará em aprender sobre o assunto. Se você, como pastor, não se dedica nem a ganhar almas nem a fazer visitas, então é hora de se arrepender deste pecado e pedir a Deus que o enche de seu Espírito Santo para que você se envolva nessa obra. Você jamais edificará uma igreja vibrante sem essas duas coisas. (Confira Provérbios 11.20 e Atos 1. 8.) “Diariamente e de casas em casa… não cessavam de ensinar” (Atos 5.42). Não abra mão disso! Esse não é uma tarefa apenas do pastor. É uma tarefa de todos os crentes! Promova um censo a cada três ou quatro anos. Chame-o de “pesquisa religiosa”, se desejar. Todas as casas do bairro devem ser visitadas

159

160

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

nessa ocasião. Talvez você prefira que a igreja vá direto de casa em casa com a mensagem do Evangelho, entregando folhetos e convidando as pessoas para assistirem aos cultos. Seja como for, a pesquisa mune a igreja com as informações necessárias às visitas que serão feitas mais tarde, pois as pessoas se sentirão mais à vontade conversando com estranhos no portão do que dentro de casa . Os questionários da pesquisa oferecem informações importantes que serão usadas no trabalho mais tarde. Registre tudo. Se a igreja não tem uma secretária de tempo integral, contrate alguém (ou procure voluntários) para escreverem um relatório sobre as visitas, atualizarem mudanças de endereço, descartar fichas antigas – enfim, um trabalho completo. Com um arquivo bem organizado, não se corre o risco de visitar um “interessado” que já se filiou à igreja (sua ou outra) ou alguém que já tenha “ido dessa para a melhor”. Organize-se. A maioria dos membros da igreja não fazem visita nenhuma se a coisa for meio desorganizada, cada um por si e como quiser. É bem melhor separar uma noite quando toda a igreja sairá a fazer visitas, um dia para que as senhoras saiam a campo, uma tarde para entrega de folhetos etc. Caso contrário, a coisa não vai para frente. Se cada um for responsável por si mesmo, ninguém será responsável por nada. Visite os recém-chegados. No início deste capítulo sugerimos como descobrir quem são os novos moradores da cidade ou do bairro. Escolha algumas pessoas para esse trabalho. Elas farão o primeiro contato com os recém-chegados. Depois, quando for conveniente, o pastor ou outra pessoa poderá realizar as visitas. Visitas diurnas. Nem todas as mulheres têm coragem de sair à noite desacompanhadas. Portanto, é bom que elas visitem durante o dia. Além do mais, algumas senhoras não crentes sentem-se mais à vontade sendo visitadas por outras mulheres e podem ser ganhas para Cristo durante essas visitas. É verdade que hoje em dia há mais mulheres trabalhando fora que antigamente, no entanto, muitas ainda trabalham só em cassa. Material atraente. Os convites devem ser atraentes e impressos em papel de qualidade. Se possível, imprima um folheto com fotos do pastor, líder de jovens, diretor de música, de um grupo de crianças, adolescentes etc. Se a igreja é dona de escola; tem um bom departamento de música; está envolvida em algum programa beneficente; tem berçário bem equipado, anuncie tudo. Peça aos membros da igreja que tenham

“DIARIAMENTE E DE CASA EM CASA” um bom estoque desse material na bolsa, nos carros, lojas etc. Mas não se esqueça de que o folheto deve ser durável, de qualidade. De dois em dois. Quando era pastor local, eu sempre gostava de visitar sozinho, pois o trabalho rendia mais. No entanto, acho mais produtivo os membros saírem em pares. Isso encoraja quem visita; enquanto uma pessoa testemunha, a outra pode orar, preencher as fichas, memorizar o nome dos visitados etc. Se na casa houver crianças, um dos visitadores poderá cuidar delas enquanto a mãe ouve a Palavra. Se a visita será feita a uma família, esta é uma boa oportunidade para casais trabalharem juntos na obra. Esconda a Bíblia. Pelo menos até a conversa encaminhar-se para o lado espiritual. Ou carregue um Novo Testamento. Por quê? Geralmente quando as pessoas vêem alguém à porta com uma Bíblia, ou elas fingem não estar em casa ou dão uma “cortada logo de cara”. Os assaltantes nunca se aproximam com a arma em punho, à vista de todo mundo. Eles chegam como quem não quer nada, e então atacam. Os pescadores mostram a isca para o peixe, mas não o anzol. E a TV? Dificilmente encontraremos uma TV desligada à noite. O que fazer neste caso? Se a família estiver assistindo a um programa aguardado a semana toda ou se a Seleção (ou o time do dono da casa) estiver jogando naquela hora, os visitadores podem se sentar um pouco e participar da “atividade”. Quando houver um intervalo, convidem o pessoal para visitar a igreja, entreguem um folheto e batam em retirada. Muitas vezes, porém, as pessoas ligam a TV porque não têm mais nada a fazer. Outra saída é falar em voz um pouco mais alta ou bem baixa, na esperança de que alguém “se toque” e abaixe o volume do aparelho. Se quem visita conhece bem a família, é possível pedir: “Seria possível abaixar a TV só um pouco, pois quero lhes fazer um convite”. Se o que estiver passando não for realmente do interesse de ninguém, a TV será desligada. Organize as visitas por região. Escale os “missionários” da igreja para trabalharem nas regiões onde moram. Isso evitará que as ruas mais afastadas sejam esquecidas na visitação. Divida bem as fichas das pessoas a serem visitadas para que nenhuma dupla acabe tendo de visitar só “gente difícil”, e fique desanimada com os resultados. Deixe alguma coisa com a pessoa. Entregue folhetos, convites, boletins dominicais, desde que tenham o endereço completo da igreja. Reforce o convite e repita horário e endereço.

161

162

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

Visite os pais das crianças. Geralmente as igrejas têm um bom número de crianças que freqüentam a EBD e os cultos sozinhas. Essas crianças são portas sempre abertas ao trabalho de evangelização por meio de visitas. Os pais apreciam todo gesto carinhoso que é feito aos seus filhos, e dificilmente recusarão uma visita da igreja que trata tão bem “seus anjinhos”. Na verdade, esses pais estão entre as pessoas mais fáceis de serem ganhas para Cristo. Oração, paciência e persistência dão resultado. Algumas dúvidas 1. O pastor deve levar sua esposa quando for fazer visitas? A igreja não convidou a esposa do pastor para ser sua co-pastora. Portanto, a igreja não pode exigir que ela o acompanhe em todas as visitas e esteja presente em todas as reuniões. Cuidar bem de sua casa, de seu esposo e de seus filhos; atender 50 telefonemas diariamente de gente que procura seu marido; participar dos cultos da igreja e das atividades da União Feminina; ser a segunda memória do marido; dar bom testemunho diante do mundo e da igreja – tudo isso é trabalho mais que suficiente para deixar a esposa do pastor ocupada durante as 24 horas do dia. Ela não tem de acompanhá-lo em todas as visitas. Aliás, isso tomaria ainda mais o tempo dele, já que ele teria de terminar o serviço de casa antes de sair. 2. Seria apropriado ao pastor visitar uma senhora que esteja sozinha? Esta é uma questão delicada. Mas se o pastor tem comunhão íntima com Deus, respeita e ama sua esposa e é dedicado na conquista de almas para Cristo, não há problema, ainda que esteja desacompanhado. Eu raramente entrava e sentava para conversar se uma mulher estivesse sozinha em casa. No entanto, se um homem de Deus senta-se na sala, perto da porta, fala rapidamente o que tem a dizer e retira-se, dificilmente cairá nas armadilhas da tentação ou verá sua reputação em jogo. Contudo, se eu tivesse de voltar a mesma casa uma segunda vez, ou eu levava minha esposa ou certificava-me de que o marido ou outra pessoa estava por lá também. Caso contrário, eu ficava à porta, dizia o que tinha a dizer e ia embora. Agindo assim, nenhum pastor se verá em palpos de aranha.

“DIARIAMENTE E DE CASA EM CASA” Se o pastor prega duramente contra o pecado e vive o que prega, todas as mulheres entenderão logo que ele está acima de qualquer suspeita e não tolerará idiotices. Quase sempre há crianças ou empregadas em casa, o que facilita a visita. Se a mulher visitada estivesse vestida “muito à vontade”, eu parava na porta, dava meu recado e saía. Nas cidades do interior, onde as casas têm jardins e quintais, o pastor nem precisa entrar na sala para fala com uma mulher No entanto, procure fazer as visitas quando o marido também estiver em casa. Se a mulher precisasse de outra visita, eu pedia a minha esposa ou outra senhora da igreja que fosse em meu lugar. 3. Mas, e se a mulher se atirar nos braços do pastor ou tentar seduzi-lo? Isso dificilmente acontece quando a mulher percebe que o pastor é absolutamente sério e que seu padrão moral não dá espaço a desatinos. Se os olhos dele estiverem na Bíblia e no rosto da mulher a quem ele está falando do Evangelho, e se ele estiver falando “no Espírito” sobre as coisas de Deus, não acho que a mulher ouse fazer uma loucura desse tipo. Em todos os lugares há pessoas “desequilibradas” ou mulheres tão maldosas a ponto de tentar seduzir um pastor. No entanto, o homem de Deus deve ser capaz de perceber o que está acontecendo e retirar-se assim que a situação surgir. O pastor deve ser inteligente o bastante para não voltar mais àquela casa sem estar acompanhado da esposa ou de outra pessoa de confiança. 4. E o que fazer sobre os cães soltos no quintal? A Bíblia adverte: “Cuidado com os cães”. Portanto, precisamos ter cuidado com os seres de quatro pernas tanto quanto com os de duas. Geralmente os cachorros latem até que alguém da casa saia para ver o que está acontecendo. Não fique constrangido em pedir ao dono que prenda o animal, mas peça com jeito, pois geralmente quem ama animais acha que eles “também são gente”. Para não criar uma situação constrangedora, talvez seja melhor o membro da igreja convidar a pessoa para tomar um cafezinho em sua casa e apresentar-lhe o evangelho longe do canino. 5. Qual a melhor maneira de chegarmos à casa de alguém sem dar a impressão de estarmos invadindo seu território?

163

164

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

Depois de bater palmas ou tocar a campainha, afaste-se um pouco e espere ser atendido. Apresente-se, diga a que veio e peça licença para conversar um minutinho. Se for convidado a entrar, aceite e agradeça. Se não, fale rapidamente o que tem a dizer, faça o convite para que a família visite a igreja, agradeça e retire-se. Se entrar na casa, não fique bisbilhotando, tocando em objetos nem esticando o pescoço para ver o que está acontecendo na cozinha. Perguntar sobre o trabalho da pessoa é aceitável, mas quer saber quanto ela ganha é grosseria elevada ao quadrado. Espere ser convidado a sentar, e sente-se no lugar indicado; não fique experimentando para descobrir qual é a cadeira ou poltrona mais confortável. Aliás, nem mesmo dê a impressão de que está querendo ficar bem à vontade e acomodado. Se pessoa perceber que você não pretende tomar muito de seu tempo, é possível que ela ouça com mais atenção. 6. O que fazer quando o companheiro de visitas causa constrangimentos? Algumas vezes, porque não havia mais ninguém disponível, levei comigo um irmão que saía sem a dentadura. Depois de algumas visitas, abri o jogo com ele e expliquei-lhe que não ficava bem um embaixador de Cristo sair por aí sem dentadura. Ele a usou durante algumas visitas, mas depois começou a sair desdentado novamente. Passei a colocá-lo com outra pessoa meio desmazelada e mandava a dupla para lugares onde a aparência não fazia muita diferença. Insista para que os visitadores cuidem do visual. O crente desleixado difama o nome e a obra de Cristo. Se alguém insiste em continuar “do jeito que Deus me fez”, e vai causar constrangimento com seu relaxo – seja na aparência ou no falar –, incentive-a a encontrar outro meio de servir ao Senhor. Sempre ensinei meu rebanho a se vestir da melhor maneira possível, principalmente quando saiam a visitar. Não estou falando em usar roupa de marca nem festa, mas em cuidar da higiene e usar roupa limpa e passada, como convém aos representantes dos Reis dos reis. 7. E se eu não souber responder uma pergunta? Diga que a Bíblia tem resposta para todas as perguntas. Explique que você não sabe, assim de memória, onde está a resposta na Bíblia, mas que irá procurar e voltará depois. O visitador também pode explicar que o pastor da igreja tem mais conhecimento bíblico que ele e que se a pessoa for assistir ao culto, o pastor ficará feliz em responder suas dúvidas.

“DIARIAMENTE E DE CASA EM CASA” 8. Fazemos tantas visitas, mas não vemos quase nenhum resultado. O que está errado? O que precisa ser corrigido? Faça todo o possível para que a igreja torne-se bem conhecida no bairro ou cidade e que ninguém se esqueça dela. Use rádios e jornais; cartazes, folhetos e propaganda de boca em boca. O pastor deve insistir com os membros da igreja para que convide seus amigos e parentes para os cultos normais da igreja, e não só para série de conferências e dias especiais. Os moradores da cidade ou do bairro logo entenderão que a igreja leva seu trabalho a sério. Desse modo, quando vocês saírem a visitar, as pessoas já conhecerão a igreja de nome. Muitas pessoas não querem saber do Evangelho de jeito nenhum, não importa o que a igreja faça ou diga, mas pelo menos saberão quem são vocês e em que acreditam. É muito importante que cada membro da igreja compreenda que ele ou ela é um missionário, um embaixador de Cristo, um representante da igreja. Os filhos de Deus precisam entender que nenhum policial, carteiro, vizinho, cliente ou amigo deve cruzar nosso caminho sem receber um convite para visitar a igreja. Isso dá resultado! 9. O pastor deve exigir que todos os membros da igreja participem do programa de visitação? Para começar, exigir não adianta muito. Sejamos francos: algumas de nossas ovelhas nunca vão participar de tudo o que promovemos. Indivíduos diferentes têm talentos e oportunidades diferentes. Além do mais, quem trabalha 12 horas por dia, seis vezes por semana e ainda “faz bico” (e no sol quente), não tem o mesmo tempo nem a mesma disposição de quem trabalha bem menos, folga nos fins de semana e está em casa todas as noites antes das sete. Especialmente nas cidades grandes, muitos membros moram em bairros distantes da igreja; nas cidades pequenas, muitos moram em sítios. No entanto, essas pessoas devem ser encorajadas a testemunhar de Cristo lá mesmo onde estão. Deus coloca missionários em todos os lugares. Outras pessoas não gostam mesmo de fazer visitas, mas são fiéis ao pastor e às suas orientações e, por onde quer que passem, convidam conhecidos e desconhecidos para os cultos. Já tive gente assim em meu pastorado, e acabei descobrindo que não vale a pena brigar. Eu sempre insisti com os professores da EBD e com os diáconos para que participassem do programa de visitação da igreja. Alguns participavam mais do que outros, e alguns tentavam ajeitar as coisas con-

165

166

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

forme o horário disponível e, de uma forma ou de outra, faziam as visitas. 10. Alguns membros da igreja são tímidos e tremem só de pensar em bater de porta em porta. No entanto, são pessoas talentosas em outras áreas, como administração patrimonial, decoração, música etc. Por que, então, não lhes dar oportunidade de servir nessas áreas? Também acho que é improdutivo insistir que todos os membros da igreja participem do programa de visitação. Na verdade, acho que alguns causariam mais danos que benefícios. Algumas pessoas realmente não têm o mínimo jeito para esse tipo de trabalho. Outras são tão tímidas que ficam envergonhadas diante do próprio rosto no espelho. Sem falar naquelas que só abrem a boca para dizer besteira e “dar bola fora”. Assim, faça o melhor que puder e ore para que Deus mande as pessoas certas, e use quem Deus mandar! 11. Como o pastor deve treinar a igreja para o trabalho de visitação e conquista de almas para Cristo? Primeiro, pelo exemplo. Uma boa idéia é levar sempre alguém junto quando for fazer visitas; a pessoa receberá treinamento “ao vivo” e aprenderá a realizar o trabalho sozinho. Diáconos, professores da EBD e outros líderes da igreja podem se fazer acompanhar de alguém inexperiente, mas desejoso de aprender. Promova cursos e palestras sobre evangelismo e visitação. Use este livro e outros materiais que existem no mercado. Pregue sobre a importância de ganharmos os perdidos para Cristo. Convide conferencistas que acreditem nisso e pratiquem o que pregam. Leve alguns de seus melhores ganhadores de almas a cursos e palestras sobre evangelização. Durante os cultos, apresente à igreja as pessoas que aceitaram a Cristo durante a semana por causa de uma visita. Isso incentivará quem já está envolvido no trabalho e motivará os desanimados. Alguém comentou sobre o grande evangelista Wesley: “Em sua busca por almas perdidas, ele chega a perder o fôlego”. Será que isso também não deveria acontecer conosco?

167

Capítulo 12

ESCOLA: ENSINO OU CONFUSÃO? Será que a igreja deve fundar uma escola? O que fazer se a igreja já tem uma escola? Se um pastor me perguntar se sua igreja deve ou não fundar uma escola, minha resposta será: “Nem pense no assunto!” Se o pastor pretende ficar ocupado 24 horas por dia; se ele gosta de longas reuniões fora de hora; se ele está à caça de mais problemas para lhe empatar a vida; se ele não está nem aí para seu descanso semanal; se ele quer encrenca com o Ministério da Educação; se ele anseia causar problemas na igreja que deixariam até o próprio rei Salomão de cabelo em pé, que vá em frente! Sei que as escolas evangélicas estão beneficiando muita gente. Mas vou apresentar os prós e os contras de uma escola assim. Pense cuidadosamente no assunto. Consulte seriamente a vontade de Deus para sua igreja. A coisa não é tão simples quanto parece. Não vou entrar nos aspectos administrativo e gerencial de uma escola. A Secretária e o Ministério da Educação e os bons livros escritos sobre o assunto estão aí para isso. As escolas evangélicas têm meu apoio, aprecio o trabalho que realizam, faço palestras nessas escolas e oro por elas. Minha igreja na Flórida organizou uma escola, e em 13 anos ela passou de 32 a mais de 900 alunos, entre maternal e colegial. Muitas crianças aceitaram a Cristo na escola. No entanto, por que mais de 85% dos alunos eram de lares que não pertenciam à igreja, enfrentamos quase todos os tipos de problemas que uma escola pode ter. Deus nos abençoou com bons administradores e funcionários naquele período. Em resposta às nossas orações, que não foram poucas e foram sérias, ele nos enviou exatamente os professores de que necessitá-

168

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

vamos. Todavia, como presidente da escola, eu não podia dedicar-me à igreja como antes. Algumas vezes eu ia à escola mais de uma vez por dia. O diretor e os funcionários estavam sempre me procurando em meu escritório. Havia problemas com alunos, dinheiro, pessoal, pais, disciplina, regulamento, comportamento, leis do ensino, esporte – o que você quiser; mais cedo ou mais tarde o problema surgia. E, às vezes, todos no mesmo dia! Nem preciso dizer que já não conseguia fazer tantas visitas como antes nem dar tanta atenção às ovelhas. Antes de fundar uma escola, tenha certeza mais que absoluta que é exatamente isso que Deus quer você faça. Se o Senhor não estiver ao seu lado o tempo todo, você será um homem morto! Veja bem se a maioria da igreja realmente aprova essa nova empreitada. Na melhor das hipóteses, você perderá alguns membros por causa da escola, e terá de enfrentar o azedume de outros. Não se iluda achando que os pais de todos os alunos passarão a freqüentar a igreja agora. Falo de experiência própria. Certifique-se de que os líderes da igreja estão ao seu lado e prontos a cooperar. Você precisará de toda ajuda que conseguir, e um pouco mais. Sei de pastores que estão atolados em suas escolas. Alguns são professores; outros são supervisores ou diretores – pelo menos tentam ser. Alguns cuidam das finanças, outros são motorista do ônibus escolar, treinador do time e até mesmo faxineiro. Outros são tudo isso! Não é de estranhar que tantas igrejas estejam morrendo aos poucos! Quando você pensa que todas as crises foram resolvidas e agora terá tempo para se dedicar à igreja, surge outro problema, e lá vai você peregrinar pela Secretária da Educação ou seja onde for. Se você deseja mesmo afundar o pé na lama, espere até a construção ser iniciada – ao mesmo tempo em que outras coisas estão acontecendo na igreja! Se há uma boa escola evangélica em sua cidade, pense muito, muito mesmo antes de se aventurar na área educacional. Você pode ajudar essa outra escola em várias áreas, inclusive fazendo propaganda dela na cidade, e não precisará colocar seu ministério em risco. Por mais que eu aprecie as coisas boas que muitas escolas evangélicas estão realizando, fico pensando se vale a pena o pastor negligenciar sua igreja por causa delas.

ESCOLA: ENSINO OU CONFUSÃO? Por mais estranho que pareça, os jovens mais consagrados que tenho conhecido nas igrejas não estudaram em escolas evangélicas. Os jovens que estudam em escolas públicas e nas particulares não-evangélicas enfrentam mais oposições, e com mais freqüência se deparam com situações em que têm de testemunhar de sua fé e defender o que crêem e aprenderam na igreja. (Geralmente, se grupo de jovens da igreja é firme e ativo, isso significa que seu líder tem as mesmas características!) Poucos pastores são também educadores, e não saberiam dirigir uma escola mesmo que tivessem tempo para isso. Se a igreja possui uma escola, e tanto uma quanto a outra estão prosperando, é por uma das duas razões abaixo, ou as duas juntas: 1. O pastor é um pregador talentoso, faz leitura dinâmica e é um líder dinâmico, e é um gênio em termos de organização. Com tudo isso, ele pode desenvolver uma boa escola. 2. O pastor é uma dessas raras pessoas que têm temperamento, personalidade, capacidade e tempo para liderar; tem aquela personalidade magnética que atrai colaboradores num piscar de olhos e tem sabedoria para delegar responsabilidades às pessoas certas. Com estas qualidades, ele pode ser bem sucedido tanto na escola quanto na igreja. Mesmo assim, a tarefa exige um tipo de líder que não se importe em trabalhar duro; que adore problemas; não se importe com crises e dificuldades; seja capaz de preparar sermões e estudos com a maior facilidade; goste de trabalhar com gente e também se dê bem com qualquer tipo de pessoa que Deus colocou na terra. Se você é um pastor ocupado, e pretende fundar uma escola, prepare-se para levantar cedo e dormir tarde. Esqueça os feriados e as horas de folga – pelo menos até encontrar um excelente diretor, supervisores capacitados e secretárias de primeira. Você também precisará de um pastor-assistente ou líderes que o ajudem nas visitações enquanto a escola toma pé. Não quero parecer pessimista, mas fundar e manter uma escola bem sucedida é tudo, menos fácil. Sei que muitos pastores-educadores acham que o tempo investido em educação vale realmente todas as chateações, e que se a igreja ficar exatamente como está, a escola mais do que recompensa. Talvez tenham razão. Contudo, muitos pastores de verdade, que não têm dúvida nenhu-

169

170

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

ma de que foram chamados a pregar, ficam frustrados e exaustos com a tarefa de também dirigir uma instituição educacional. Meu maior problema em relação às escolas evangélicas é que, muitas vezes, elas tiram jovens cristãos verdadeiros das escolas seculares (removendo o sal da terra), que ficam sem ninguém que lhes testemunhe de Cristo, e sem pais que defendam a verdade e lutem contra a permissividade dentro delas. Os poucos que ficam não têm força para lutar sozinhos, já que os pais cristãos estão envolvidos e protegidos nas escolas evangélicas, longe do campo de guerra. Muitos líderes cristãos acham que todas as cidades deveriam ter uma escola evangélica; mas isso não significa que todas as igrejas da cidade devem ter sua própria escola! VANTAGENS DE UMA ESCOLA EVANGÉLICA 1) Seus próprios filhos têm oportunidade de receber ensino bíblico, e (algumas vezes) melhor educação acadêmica do que na maioria das escolas seculares. 2) De modo geral, as crianças da igreja podem ficar longe de drogas, palavrões e vulgaridades que infestam as escolas de hoje. 3) As crianças têm oportunidade de ouvir a mensagem da Bíblia nas assembléias da escola, e não precisam ouvir as mentiras da teoria da evolução nem entrar em contato com a putrefação do ateismo e do ensino humanístico. 4) Se a escola for bem sucedida; administrada com eficiência: pagar suas contas em dia e incentivar o desenvolvimento acadêmico de seus alunos, ela causará uma excelente impressão no bairro ou cidade, e desperterá o interesse das pessoas pela igreja e pelo que ela realiza. Famílias inteiras poderão ser ganhas para Cristo por meio da escola. 5) Se a escola for bem sucedida, ela atrairá alunos de outras igrejas e lares onde a Bíblia não ocupa lugar de destaque e, assim, sua igreja terá o maravilhoso privilégio de conquistar muitos jovens para Cristo. Algumas escolas seculares são piores do que outras. Os livros adotados são muitas vezes perniciosos e vulgares, e a filosofia em rela-

ESCOLA: ENSINO OU CONFUSÃO? ção a “situações éticas” e à famosa nova moral é tão oposta aos ensinamentos bíblicos que se torna quase obrigatório a formação de uma escola evangélica na cidade. No entanto, é verdade que nas cidades pequenas, de modo geral, os professores, orientadores e funcionários possuem formação ética e religiosa mais conservadoras. Algumas escolas seculares são melhores do que outras e, de certa forma, ainda não foram contaminadas pelo pecado, pelos ensinos humanísticos nem pelas instituições governamentais. Meus filhos estudaram em escolas seculares e saíram ilesos. Eles se mantiveram íntegros, deram bom testemunho cristão e aproveitaram muito bem a vida no serviçao do Senhor. Eles não participavam de festas dançantes – nem mesmo das de formatura – e não iam ao cinema. Sempre tiraram boas notas, vestiam-se com decência e não adquiriram maus hábitos. Reconheço que hoje em dia o modo de se vestir, a ênfase na igualdade de sexos e a influência do rock e das drogas exercem influência mais forte na juventude do que antigamente. Sinceramente, não gostaria nem um pouco que meus netos estudassem nas escolas secundárias de nossos dias. COMO ORGANIZAR UMA ESCOLA? O que fazer se ao seu redor não houver nenhuma escola evangélica que mereça sua confiança, e você achar que já está na hora de a igreja ter sua própria instituição de ensino? Primeiro, fale com a igreja. Depois converse com pastores que já viveram ou estão vivendo a experiência de dirigir uma escola. Eles conhecem todos os ângulos da situação. Depois, visite escolas evangélicas e obtenha todas as informações possíveis. Inteire-se de todas as exigências do Ministério da Educação, Secretária de Ensino do Estado, Delegacia de Ensino Regional etc. Informe-se sobre os procedimentos e exigências legais. Uma escola evangélica não pode de jeito nenhum funcionar “meio que por baixo dos panos”. Façam planos e estabeleçam objetivos. Para nossa igreja foi importante enfatizar: 1) A Palavra de Deus. Decidimos que ensinaríamos a Bíblia e buscaríamos a salvação de nossos alunos.

171

172

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

2) O Ensino Acadêmico. Comprometemo-nos a oferecer aos nossos alunos a melhor educação escolar possível. 3) O Amor â Pátria. Entendemos que educação social, moral e cívica ajudaria nossos alunos a ser não apenas melhores cristãos como também melhores cidadãos. 4) Boas Maneiras e Bons Costumes. Determinamo-nos a ensinar nossas crianças a se comportarem bem tanto em público quanto em particular. 5) A Edificação do Caráter. Propusemo-nos a ajudar nossos alunos a se tornarem pessoas decentes e com valores morais bíblicos. EM QUE LUGAR? Naturalmente a escola precisará de salas de aula. Algumas igrejas usam as da Escola Dominical; outras preferem – e podem – ter classes especificamente para esse fim. Em nossa igreja, começamos com préprimário e primeira série. Levantamos uma oferta entre membros da igreja e grupos interessados no projeto. Como possuíamos um terreno grande, parte dele foi usado para a construção de classes. Assim que toda a documentação ficou em ordem, começamos a fazer propaganda de nossa escola. Toda a igreja – que estava bem consciente dos fatos – envolveu-se no projeto. Deixamos claro que ofereceríamos apenas instrução pré-primária e primária (até a quarta série), pelo menos a princípio. Construímos duas salas amplas (para que nenhum supervisor de ensino reclamasse que as acomodações não eram apropriadas). Tomamos cuidado para que a iluminação e ventilação fossem adequadas, e que as saídas de emergência fossem de fácil acesso. Certificamo-nos de que o número de banheiros era suficiente e de que estavam dentro dos padrões de segurança e sanitarismo público. Também construímos uma pequeno escritório. Nossa escola começou a funcionar em 1960, com 32 alunos– 20 no pré-primário e 12 na primeira série. Conseguimos professores e diretor dentro da própria igreja. Nossos melhores professores eram jovens recém-formados, treinados por nós mesmos. No ano seguinte implantamos a segunda série, depois a terceira e assim por diante. Como pastor da igreja, eu supervisionava as atividades da escola. Mais tarde, por causa do ministério pastoral, a igreja elegeu outra pessoa

ESCOLA: ENSINO OU CONFUSÃO? para fazer esse trabalho. No entanto, sempre fiz questão de estar presente quando alguma decisão importante deveria ser tomada. Com o passar do tempo, melhoramos nossas instalações, tendo sempre em mente a segurnça e o bem-estar de alunos e funcionários. A escola cresceu e tornou-se bem conceituada na cidade. Jamais deixamos de pagar nossas despesas. Doze anos mais tarde, tínhamos quase mil alunos entre maternal e colegial, e éramos muito abençoados por Deus. PERGUNTAS E RESPOSTAS 1) Devemos contratar apenas professores da igreja? R) Só se forem qualificados, claro. Os ajudantes devem ser treinados conforme as regras estabelecidas pela igreja. 2) Onde conseguir professores? R) Creio que a maioria de nossos professores foi resposta de oração! Anuncie em jornais e revistas evangélicas, visite igrejas e apresente sua necessidade de professores comprometidos com Deus. 3) A escola deve ser uma organização separada da igreja? R) (NÃO SEI SE NO BRASIL UMA PODE SER PARTE FISCAL DA OUTRA) 4) A escola deve aceitar ajuda do governo? R) Se aceitar, também terá de aceitar suas imposições. Quanto menos interferência de fora, melhor será. 5) Os professores devem ser da mesma fé e ordem que a igreja? R) Se não forem, terão dificuldade em entender completamente os objetivos da igreja para a escola e poderão ter problemas em adotar sua filosofia de ensino. 6) Como manter a escola financeiramente: R) Com a mensalidade paga pelos alunos. Procure saber o que outras escolas do mesmo tamanho e padrão estão cobrando e ajuste a mensalidade ao custo de vida de sua localização. Uma escola bem administrada gera lucros.

173

174

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

7) Queremos oferecer às nossas crianças uma educação de acordo com os ensinos bíblicos, mas não temos condições de montar uma escola com todas as séries. R) Comece com uma creche, com o maternal ou pré-primário. Estes anos formativos são extremamente importantes na vida de uma criança. 8) É possível obter lucros com maternal, creche ou pré-primário? R) Certamente, já que as qualificações de seus professores não precisam ser as mesmas daqueles que lecionam para o colegial, por exemplo, e, conseqüentemente, os salários são menores. Além disso, a escola não precisará de tantos equipamentos caros e sofisticados. 9) Como lidar com as finanças da escola? R) Não se esqueça de que a escola não é uma instituição de caridade. Embora seja possível oferecer bolsas de estudo, certifique-se da real necessidade do aplicante. Nenhum membro (ou não-membro) tem direito de atrasar o pagmento de mensalidades só porque a escola “é nossa” ou é evangélica e o “amor cristão deve imperar”. Arrecade fundos promovendo festas que envolvam as famílias dos alunos. Além de oferecer diversão sadia para todos, a escola conseguirá dinheiro para seus projetos. 10) Se a escola for uma organização sem fins lucrativos, como obter lucro para gerenciá-la? R) O dinheiro das mensalidades tem de ser suficiente para gerar benefícios para a própria escola, e não para enriquecer quem quer que seja! 11) Como envolver os pais dos alunos, principalmente os que não são crentes? R) Muitos pais estão sempre prontos a colaborar e envolver-se na vida escolar de seus filhos. Outros precisam de um empurrãozinho. Nas programações especiais, use as crianças das famílias que mostram menos interesse pela vida acadêmica dos filhos. Convide pessolamente esses pais para as reuniões e faça tudo para que se sintam à vontade. 12) Como tornar a escola uma organização “bem sucedida” aos olhos do público? R) Ofereça educação de primeira! E mantenha a escola “na boca do povo” – de modo positivo, claro. Algumas das sugestões apresenta-

ESCOLA: ENSINO OU CONFUSÃO? das no capítulo “Santo Barulho”, sobre como tornar a igreja bem sucedida, também funcionam para a escola. Será de interesse da escola ter alguém bastante ativo na área de relações públicas. 13) Como tratar com os padrões morais numa época em que eles parecem não existir? R) Estabeleça regras e padrões coerentes e bíblicos e atenha-se a eles. Explique aos professores o que você espera deles. Funcionários e diretores devem concordar 100% com as normas e padrões da escola a respeito de música, vestimenta, comprimento de cabelo, etc. 14) O que fazer quando um excelente aluno (na área acadêmica) não segue o regulamento da escola? R) Geralmente os “gênios” exercem grande influência sobre os colegas. Assim sendo, não tenha medo de estabelecer e enfatizar regras e padrões. As academias militares têm regras. Os clubes de futebol têm regras. Para que fundar uma escola cristã sem regras e padrões! Mantenha-se em contato com os pais. Geralmente eles causam mais problemas que os filhos. Quando os pais não freqüentam uma boa igreja evangélica, uma igreja que prega contra o pecado, mantenha-os informados sobre o que anda acontecendo na área de novos hábitos e costumes, da moda feminina e masculina, drogas, educação sexual, aspectos éticos, falta de pudor, etc. Faça-os se sentirem agradecidos por ter os filhos em sua escola. 15) Como fazer com que os pais não crentes concordem com suas regras e padrões? R) Nem todos concordarão. No entanto, têm de compreender que se querem os filhos em sua escola, eles devem apoiar suas instruções disciplinares. Peça que assinem um contrato de acordo nesta área. Assim você livrará sua cara mais tarde. Explique aos pais que as escolas mais bem sucedidas são as que exigem padrões morais altos e bem estabelecidos. 16) Como evitar conflitos entre escola e igreja? R) Sempre haverá conflitos e problemas. Faça tudo que puder para que a escola seja bem vista aos olhos da igreja. Aja com diplomacia. Não “viva” elogiando a escola, pregando sobre a escola e fazendo pro-

175

176

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

paganda da escola no púlpito. O povo acaba se cansando desse “papo de escola”. Só fale e anuncie o absolutamente necessário. 17) O que fazer quando os professores se preocupam mais com a escola do que com a igreja, e não apoiam sua programação? R) Em primeiro lugar, não contrate professores que não concordem com o estilo de vida da igreja. Segundo, treine bem seus professores. Explique-lhes que a escola está ligada à igreja e que esta é mãe daquela e também é mais importante do que ela. Certa vez ouvi um pastor relembrar aos professores para que não carregassem os alunos com tarefas de casa naquela semana, pois a igreja estava em série de conferências e ele queria a presença de todos. É assim que deve ser. Já testemunhei, em algumas igrejas, professores “atolarem” os alunos em tarefas de casa durante uma série de conferências. Treine bem seus professores. 18) E se os pais se rebelarem contra os regulamentos da escola? R) Não permita que dêem nem mesmo o primeiro passo nesta direção. Firme-se no regulamento. Explique aos alunos que não são da igreja que as regras são as mesmas para todos, sem exceção. Não abaixe os padrões nem um pouco. Se o fizer, você estará “frito”. 19) O pastor deverá eventualmente se afastar da escola e deixá-la completamente nas mãos de sua diretoria? R) Não totalmente. Se o diretor é pessoa de sua absoluta confiança, ele poderá deixar quase tudo mas não tudo. Mesmo na melhor das circunstâncias, mantenha um olho no lemo. Haverá ocasiões em que os pais vão querer falar mesmo é com o pastor. E não haverá como ignorálos, especialmente se forem membros da igreja e acharem que não estão sendo bem tratados na escola. Nestes casos, é preciso chegar a um acordo. Não vale a pena deixar o caldo entornar na igreja por causa da escola. Quando se trata de sua escola não deixe a situação lhe escapar pelos dedos. Mantenha as coisas sob controle, mas seja sensato. Não tente resolver todos os problemas que surgirem. Não se intrometa em tudo. Deixe os administradores fazerem o trabalho deles. 20) O que fazer quando um membro da igreja acha que as crianças da escola recebem mais atenção do que as que não freqüentam a escola? R) Isso pode realmente acontecer. Não permita que os alunos que pertencem à igreja dêem uma de “sou mais santo e consagrado do que

ESCOLA: ENSINO OU CONFUSÃO? você”. Providencie programas na igreja que envolvam igualmente todas as crianças. Quem trabalha na escola e também na EBD ou com outros grupos da igreja, deve tratar todas as crianças da mesma maneira. Não permita que a escola promova atividades que entrem em conflito com atividades especiais da igreja. É muito importante que professores, funcionários e diretoria de escola sejam pessoas fiéis a Deus e comprometidas com suas igrejas. Isso evitará muitos problemas e dores de cabeça, além de manter ativa a vida espiritual deles. 21) Quem deve fazer parte do conselho diretor da escola? R) Pessoas que entendam de administração e educação, e que tenham aptidão e tempo para se envolverem nas atividades da escola. Muita gente boa acaba “se estragando” quando se torna parte de um grupo assim. Delegue autoridade e deixe cada um fazer seu próprio trabalho. Ore sem cessar para que Deus aja e mantenha tudo em ordem até o Arrebatamento! 22) Há problema em a escola se reunir nas dependências da igreja? R) A não ser que as salas da igreja tenham sido construídas para esse propósito também, dificilmente o arranjo vai funcionar. Uma escola precisa de muitas salas amplas, bem ventiladas e iluminadas, e de muitos banheiros. A coisa pode funcionar temporariamente. Na segunda-feira, haverá professor reclamando da bagunça deixada no domingo, da lousa rabiscada, do lixo pelo chão, etc. Se houver necessidade de usar as salas da igreja, explique às crianças que devem deixar tudo em ordem e limpo, inclusive o banheiro. Caso contrário, vai haver problemas com membros da igreja. 23) É possível aceitar apenas evangélicos (ou só os membros da igreja) como alunos da escola? R) Em primeiro lugar, a Constituição não permite discriminação religiosa. Segundo, dificilmente uma escola sobreviverá financeiramente só com as mensalidades de alunos evangélicos. Além disso, a igreja perderá a oportunidade de testemunhar de Cristo e ensinar princípios bíblicos a um grande número de crianças, e também estará desobedecendo à Grande Comissão. Mesmo com todos os problemas, se a igreja vai organizar uma escola, deve aceitar, na medida do possível, todos que

177

178

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

concordarem com o regulamento previamente estabelecido. Quem sabe quantos não terão suas vidas transformadas porque ouviram a Palavra de Deus em sua escola!

179

Capítulo 13 COMO ENFRENTAR, RESOLVER E EVITAR PROBLEMAS Se você quer mesmo servir a Deus, prepare-se para enfrentar problemas. No entanto, não crie problemas para você mesmo! Spurgeon explicou que há dentro de nós uma fábrica de problemas e quando achamos que os outros não nos causam problemas suficientes, então criamos os nossos próprios. Os pastores não estão isentos dessa “fabricação”. “Todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições”, é o que Paulo afirma em 2Timóteo 3.12. Jesus declarou que somos abençoados quando disserem todo tipo de mal contra nós por causa da justiça (Mateus 5.10-11). No entanto, muitas vezes, nossos problemas são resultados de nossa teimosia, impaciência e “ataque de nervos”, e não de nossa justiça ou retidão. Podemos e devemos evitar esse tipo situação. Por mais correto e bondoso que seja, o homem de Deus enfrentará mais problemas do que possa imaginar ou enumerar. A maioria deles, no entanto, encaixam-se nas seguintes categorias: 1. Problemas causados pela língua. (“O que esse tagarela vai dizer agora?” ou “Esse pastor não vive o que prega.” No capítulo três de sua carta, Tiago afirma que a língua é um mal que não se pode dominar e que está cheia de veneno mortal.) Tanto a língua do pastor como a dos membros da igreja são criadoras de problemas. 2. Problemas financeiros. Tanto as finanças da igreja quanto as do pastor têm “colocado a corda no pescoço” de muitos servos de Deus. 3. Problemas com o “Gigante Eu”. O famoso “rei na barriga”. Diótrefes buscou proeminência. Alguns pastores fazem questão de dominar a igreja. Por outro lado, há na igreja homens e mulheres que que-

180

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

rem mandar em tudo e em todos, e desejam ser o centro das atenções e, muitas vezes, líderes absolutos e poderosos. 4. Problemas com o sexo oposto. Um número excessivo de pastores já caiu na armadilha da tentação por se envolverem com mulheres da igreja (ou não). 5. Problemas com diáconos. Como escolher as pessoas certas para o diaconato? Como conquistar simpatia e ajuda em vez de oposição e encrenca? 6. Ajudantes preguiçosos. O que fazer com funcionários e líderes que fazem corpo mole? 7. Oposição. Como lidar com a turma do contra? 8. Conflito de personalidades. Somos todos diferentes uns dos outros. Algumas pessoas nunca vão “morrer de amores” por nós, não importa o quanto nos esforcemos para conquistar-lhes a amizade. 9. Comunhão com outros pastores e movimentos religiosos. 10. Críticas e discordâncias. 11. Crentes e líderes mundanos. 12. Jovens que se distanciam da igreja. 13. Divisão. Pessoas que se afastam da igreja. 14. Assembléias que viram um pandemônio. Discutiremos alguns destes problemas em capítulos separados. Não tenho a pretensão de apresentar soluções para todos os problemas do pastorado. Caso conseguisse tal feito, Satanás acabaria inventando outras coisas para atazanar a vida do servo de Deus. Porém tenho certeza de que a maioria dos problemas podem ser enfrentados, discutidos e resolvidos, e muitos, muitos outros podem ser evitados. Deus nos dá força e sabedoria para lidar com as crises. Não temos de viver derrotados nem desanimados. Os pastores ensinam suas

COMO ENFRENTAR, RESOLVER E EVITAR PROBLEMAS ovelhas que elas são vitoriosas em Cristo. Eles também devem se apoderar dessa vitória. Antes de discutirmos os problemas acima mencionados, gostaria de lhes apresentar um excelente esboço feito por meu irmão, Norman Pyle, sobre como evitar problemas. É melhor evitar do que remediar. Norman é um pastor excepcional. Ele já lidou com problemas na área financeira, eclesiológica, de construção, de dramas emocionais de todos os tipos. Em meio às crises, ele permaneceu firme, convicto e verdadeiro em seu pastorado de mais de 20 anos na Geórgia, Estados Unidos. Além de um excelente pastor e pregador, Norman é muito querido por sua igreja. Suas ovelhas são gentis e leais, e as assembléias de sua igreja correm na maior tranqüilidade. Eis o que Norman sugere para evitarmos problemas: 1. “Permaneça em Creta”. Este foi o conselho de Paulo a Tito. Não fuja dos problemas e mude de igreja quando as coisas começarem a “ficar pretas”. Muitas vezes Deus prefere que o obreiro se acalme e “permaneça em Creta” (Tito 1.5). Apesar das dificuldades e dos problemas, o pastor deve “permanecer em Creta” porque ele precisa da experiência e das bênçãos que Deus irá lhe oferecer ali, porque Creta precisa dele e porque Deus precisa dele em Creta. Esse é um sábio conselho. Não é bom fugir todas as vezes que os problemas aparecerem. Sempre que um pastor pedia que o Dr. John R. Rice o recomendasse a outra igreja, o ilustre pregador respondia: “Por que você não pede que Deus o recomende? Se fizer isso, quem sabe você nem tenha de deixar sua atual igreja!” 2. Faça-se de cego e surdo. Não preste atenção às picuinhas que Satanás inventa para estragar seu dia. Dê uma de cego e surdo para tais mesquinharias. 3. Não exija que sua esposa seja tão dedicada ao pastorado quanto você. Isso não significa que ela não deva ser dedicada à obra. No entanto, você é quem foi chamado por Deus para ser pastor. Muitos pastores permitem que a igreja sobrecarregue suas esposas. 4. Estabeleça muito bem suas prioridades. Existe uma diferença clara entre Deus e igreja. O fato de você “trabalhar na igreja” não significa que sua vida esteja automaticamente andando nos trilhos. A Bíblia,

181

182

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

a oração, a devoção e o ganhar almas para Cristo são necessidades pessoais do pastor. Não são tarefas que fazem parte do currículo e, portanto, devem ser cumpridas. Não leia a Bíblia apenas porque um sermão tem de ser produzido e você está sem inspiração nenhuma. Leia-a para alimentar sua alma! 5. Separe suas preferências de suas convicções. Ainda que esteja disposto a morrer por suas convicções, o pastor deve aprender a “ceder” um pouco em questões de preferências. 6. Transforme os diáconos em amigos, e não em concorrentes! 7. Respeite seu ministério, mas aprenda a rir de si mesmo. Alguns pastores são muito sensíveis e ofendem-se por qualquer coisa. Jamais se esqueça de que você é um ser humano. Não permita que seu senso de humor crie mofo. Este conselho de Norman é ótimo: não tenha medo de rir de si mesmo. 8. Admita seus erros. Seu ministério não ficará minguado por isso. Normalmente as pessoas admiram um pastor sincero e humilde em suas atitudes. 9. Conte seus problemas e sofrimentos (familiares e pessoais) a outras pessoas – usando sempre de bom senso. Não tente esconder seus dissabores. Não tenha medo de deixar os outros descobrirem que você é tão humano quanto eles. Se as pessoas se sentirem amadas por você, elas também lhe expressarão amor, e orarão em seu favor quando você estiver passando por maus bocados. Meu desejo é que os conselhos de Norman os ajudem a evitar dificuldades a si próprios. Passemos agora às 14 áreas que, geralmente, causam mais dificuldades aos pastores. Não se esqueçam de que “é melhor prevenir do que remediar”. 1. A LÍNGUA “Põe ó Senhor, uma guarda à minha boca: guarda a porta dos meus lábios”, é o pedido de Davi no Salmo 141.3. Que oração maravilhosa para iniciarmos o dia! Em 1Tessalonicenses 4.11, Paulo adverte:

COMO ENFRENTAR, RESOLVER E EVITAR PROBLEMAS “Procureis viver quietos”. Quem fala o que pensa, deveria pensar! Se pensarmos bem e falarmos com sabedoria, dificilmente “pisaremos na bola”. Nunca prometa mais do que pode cumprir. Só fale quando tiver certeza. Quem fala o que quer ouve o que não quer. Quem fala pelos cotovelos acaba falando bobagem. Nossa língua também precisa de descanso. “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus”, diz o Senhor. Peça a Deus que ele controle seus lábios e guarde sua língua quando você abrir a boca para falar com familiares e o público em geral. Anote os avisos e o que deve ser falado do púlpito. Treine seu cérebro e sua língua para que os dois trabalhem em harmonia. Não dê atenção a todo tipo de conversa que lhe chegar aos ouvidos, principalmente se parecer fofoca. Não repita nada até certificar-se da veracidade dos fatos e, mesmo assim, só repita 50% das verdades ouvidas! Palavras impensadas são como folhas secas ao vento: é difícil recolhê-las. Não participe de rodinhas de fofoca. Quem fala a verdade não tem dificuldade em repetir o que falou. Se alguma coisa precisar mesmo ser dita a respeito de um membro da igreja, que seja algo gentil e agradável. Quando seus antagonistas souberem que você anda a elogiá-los, logo passarão para seu lado. Quando estiver com raiva, conte até dez antes de abrir a boca. Melhor ainda: passe dez minutos em oração. Certo pastor confessou à igreja que estava com tanta raiva que poderia matar alguém. Sinceramente, acho que ele deveria ter guardado a confissão para si mesmo. “Não se ponha o sol sobre a vossa ira” (Efésios 4.26). Não se auto-elogie; elogie os outros. Se você fizer algo extraordinário, os aplausos virão. Elogios têm mais valor quando vêm da boca de terceiros. Se quiser impedir que o rebanho “viva a fofocar”, de vez em quando pregue sobre como “a língua é um fogo; como mundo de iniqüidade” (Tiago 3.6); “Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia” (Tiago 3.5); “A língua falsa aborrece aquele a quem ela tem maravilhado” (Provérbios 26.28); “o tolo multiplica suas palavras” (Eclesiastes 10.14). A Bíblia está repleta de versículos sobre o assunto. Fazendo isso, você colocará o temor do Senhor no coração de suas ovelhas e as fofocas cessarão.

183

184

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

Não pregue só contra o pecado da luxúria, da embriaguez, dos pensamentos maldosos, do rock e das drogas. Fale também contra a língua ferina, as palavras sujas, a mentira, os mexericos, o bate-boca e a calúnia. Estas coisas são tão perniciosas quanto aquelas, ou até mais. Transmita à igreja os ensinos de Deus sobre o uso da língua. Faça um estudo sério sobre o assunto. 2. DINHEIRO Cuide bem de suas próprias finanças. Não dê nenhum passo maior do que as penas. Ponha em prática as lições do Capítulo 6 sobre como aumentar e melhorar os dízimos e ofertas e, certamente, suas fonte de renda também melhorará. Não permita que o dinheiro domine sua vida, mas leve a igreja a entender que o ministro de Deus deve “viver do evangelho” e que o obreiro é digno de seu salário. Pague suas contas em dia, nem que tenha de ficar sem comer. Se tiver que fazer uma “pendura”, explique ao credor suas dificuldades e assegure-o de que acertará a dívida o mais breve possível. Pague suas contas dentro dos prazos estabelecidos. Existe uma diferença grande entre fé e falta de juízo. Se houver uma necessidade verdadeira, clame ao Senhor e ele cumprirá o que prometeu e suprirá o que você precisar. Se esperarmos no Senhor, ele nos mostrará se devemos comprar a prazo ou se devemos aguardar até que tenhamos o dinheiro em mãos. Ao esperarmos em Deus, ele, muitas vezes, se alegra em suprir nossas necessidades de modo inesperado. Podemos receber de presente o que precisamos e, então, ficarmos livres das prestações. No entanto, não saia “estendendo o chapéu” por aí na esperança de receber presentes ou descontos só porque você é pastor. Nem todos os comerciantes de sua cidade “adoram” dar descontos especiais aos pastores evangélicos, Certa vez, depois de me examinar, um oftalmologista perguntou: “O senhor quer que eu lhe dê o desconto para pastores?” Percebi que ele estava um tanto exasperado. Respondi: “Não, doutor, só quero pagar o que o senhor cobra por consulta”. Paguei o preço normal – que nem era demais—e sempre mantive um ótimo relacionamento com aquele profissional. Era óbvio que outros pastores “choravam as pitangas” nos ouvidos dele. Por outro lado, Deus abençoa muito seus obreiros. Se alguém lhe

COMO ENFRENTAR, RESOLVER E EVITAR PROBLEMAS oferecer um desconto especial ou um presente, aceite-o e agradeça. Contudo, jamais se comporte como se merecesse atenção especial. Apenas glorifique a Deus por seus cuidados. Em casos assim, assegure à pessoa que ela ofereceu a Deus e que ele a abençoará por isso. Não se esqueça de orar pelo doador. Lucas 6.38 afirma que se agirmos com generosidade receberemos generosidade em troca. Os pastores mais generosos são os que mais recebem. Já percebi que os pastores que realmente se alegram quando um conferencista ou missionário visitante recebe uma boa oferta em suas igrejas são geralmente os que mais prosperam. “O que semeia em abundância, em abundância também ceifará” (2Coríntios 9.6). Não se atropele nas finanças da igreja nem se envolva com o dinheiro dela. Deixe que outras pessoas tomem conta dos dízimos e ofertas, esquentem a cabeça com orçamentos e negócios bancários. Não fique xeretando para saber quem é dizimista e quem não é, ou vai acabar com dois cifrões no lugar dos globos oculares. Pior ainda, pode ser acusado de estar passando a mão na “grana” da igreja. É responsabilidade do pastor ensinar as ovelhas a contribuir e também lhes dar oportunidades de contribuir de modo inteligente. Já estudamos bastante o assunto no capítulo 6. O pastor sensato se manterá o mais distante possível de assuntos que envolvam dinheiro. O amor ao dinheiro é mesmo a raiz de todos os males, e perder o sono por causa dele só vai diminuir sua fé, além de lhe arranjar uma bela úlcera antes do tempo. 3. EGO Problemas de ego são causados por nós mesmos. De acordo com Salomão, “a humildade precede a glória”. Agradeço a Deus por um velho e sábio evangelista que “pegava no meu pé” constantemente no início de meu ministério. Ele me fazia passar vergonha, rebaixava, chamava às falas e enfurecia-me tanto que, às vezes, eu quase o odiava. Porém, como sabia que ele era um homem de Deus e um ganhador de almas, entendi que ele estava sendo usado para que Deus me “domasse”. Meu amigo percebeu que eu era extremamente orgulhoso e auto-suficiente e que Deus não poderia me usar de modo eficaz enquanto essas coisas dominassem minha vida. Portanto, o homem não me dava sossego, e não desistiu de mim até que eu tivesse aprendido algumas lições importantes que Deus queria me ensinar sobre humildade, quebrantamento, crucificação da vontade própria. Também li muito sobre a vida vitoriosa, a

185

186

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

morte do ego e o viver diário sacrificial. Minha Bíblia de Scofield e o boletim semanal “The Sword of the Lord” também me ajudaram muito no ministério naquela época. Mesmo depois de tantos anos no ministério, ainda preciso que essas verdades sejam renovadas em minha vida. O “velho Adão” sempre teima em descer da cruz; só no Céu ficaremos livres dele. Não se torne um ditador, mas também não seja uma marionete. Alguns pastores mandam e desmandam no rebanho (veja 1Pedro 5.3), enquanto outros têm tanto medo de se impor que acabam virando capachos de diáconos e igrejas. Leiam cuidadosamente o que a Bíblia ensina sobre as responsabilidades e tarefas dos pastores, bispos e anciãos. Sirvam ao Senhor com humildade, e não se esqueçam de que são obreiros chamados por Deus e que terão de prestar contas ao seu Mestre, que é o próprio Senhor Jesus. Tenham em mente que assim como Deus estruturou o mundo com diferentes formas de governo, com reis e presidentes dirigindo países, governadores à frente de estados, diretores conduzindo escolas e deu aos homens a responsabilidade de serem cabeças de seus lares, ele também ordenou que os pastores sejam líderes de seus próprios rebanhos. As ovelhas têm de aprender a respeitar aqueles que “trabalham entre vós e que presidem sobre vós no Senhor, e que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua obra” (1Tessalonicenses 5.12-13). Se o pastor deseja ser respeitado pela igreja, deverá mostrar que merece respeito. Se ele for humilde, íntegro, ativo, dedicado à oração e à obra, consciente e amoroso, a igreja seguirá sua liderança mesmo quando Deus lhe der santa ousadia e fizer dele um instrumento poderoso de correção em Suas mãos. As ovelhas devem respeitar e amar o pastor mesmo que o detestem! Os pastores jovens precisam ser cautelosos. Não podem se esquecer de quem têm muito a aprender e que os cristãos mais velhos já receberam de Deus a sabedoria que os moços ainda não receberam. A nata precisa de tempo para se formar. Os grandes pastores, assim como os carvalhos, nascem de pequenas sementes. Quando releio alguns de meus primeiros sermões (e vejo fotos do início de meu pastorado), fico admirado de as pessoas terem agüentado um pastor de 20/30 anos. No entanto, àquela época, eu me achava bastante amadurecido! Quanto mais pedante for o pastor, mais fácil é substituí-lo. “O orgulho é a causa da destruição”, adverte o rei Salomão. Isto é especial-

COMO ENFRENTAR, RESOLVER E EVITAR PROBLEMAS mente verdade em relação aos pastores. Alguém explicou que o orgulho é uma doença muito estranha. Ela deixa todo mundo doente, menos a pessoa que a tem. Só depois de termos passado muito tempo aos pés da cruz e entendido que nada mais somos que instrumentos nas mãos de Deus – e não seus empresários – é que estaremos prontos a combater o “Gigante Eu” que domina algumas de nossas ovelhas. Pregue sobre humildade e abdicação. Não deixe a igreja se esquecer de que no conceito de Deus nós só nos elevamos quando nos humilhamos, só vencemos quando perdemos e só ganhamos quando entregamos. Faça tantos estudos em Gálatas 2.20, Lucas 9.23-24 e João 12.24 que os egocêntricos da igreja serão reconhecidos assim que puserem as garras de fora. Algumas pessoas demoram um pouco mais para fazer o caminho de volta ao Calvário, onde compreenderão que Jesus não apenas morreu por elas como elas também morreram com Ele naquela cruz. Construa uma igreja empenhada em conquistar almas para Cristo. Pessoas ocupadas em ganhar os perdidos, distribuir folhetos, ensinar classes da EBD, liderar estudos bíblicos etc não têm tempo para atazanar o pastor nem minar os trabalhos da igreja. Quando não têm o que fazer, os cães de caça ficam impacientes e agitados e, então, passam a grunhir e atacar uns aos outros. Se um membro da diretoria, ou outro líder qualquer, gosta de ser o manda-chuva, as eleições anuais oferecem uma excelente oportunidade para que a pessoa seja retirada do cargo que ocupa. Ninguém deve ter monopólio sobre a Escola Dominical, tesouraria ou diaconato da igreja. Esclareça ao tesoureiro que a tarefa dele é contar os dízimos e ofertas e assinar cheques, e não controlar e gastar o dinheiro da igreja. Explique às mulheres que, de acordo com a Bíblia, elas não podem ensinar os homens nem ocupar posição de autoridade na igreja (1Timóteo 2.10-12). 4. SEXO OPOSTO Mantenha acesa a chama da paixão e do amor por sua esposa; não se envergonhe de mostrar à igreja que sua lua continua cheia de mel. Jamais humilhe sua esposa, principalmente em público, para que mulher nenhuma entretenha a idéia de que seu casamento está na corda bamba. Ninguém deve ter a mínima dúvida de que o pastor e esposa são dedicados um ao outro e continuam se amando muito.

187

188

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

Evite qualquer contato físico com senhoras, moças e meninas da igreja (ou não). Algumas mulheres são mais expressivas em sua demonstração de carinho e gostam de segurar na mão do pastor ou tocar-lhe o braço durante uma conversa. Os cumprimentos podem ser calorosos sem ser prolongados e cheios de “mãos bobas”. Durante uma conversa ou aconselhamento, algumas mulheres caem no choro, ou ficam muito emocionadas, e se atiram nos braços do pastor ou conselheiro. Se isso acontecer com você, livre-se da situação o mais rápido possível. Ore e mantenha conversa em nível estritamente espiritual. A maioria das mulheres cristãs não age com segundas intenções quando cumprimentam seus pastores, nem mesmo quando lhe dão um abraço. No entanto, o pastor deve vigiar suas próprias mãos e pensamentos, e ficar em oração durante toda a conversa! De vez em quando aparece uma mulher carente em busca de um aperto de mão – ou mais que isso. Cuidado com a tentação. Se uma “maior carente” insistir na demonstração de afeto, mande-a conversar com sua esposa ou peça a alguém de sua confiança que faça parte da conversa. Infelizmente os pastores gastam muito tempo em aconselhamentos que poderiam ser feitos em pouco mais de 15 minutos. Só bastaria ele pedir à pessoa que relatasse o caso sem rodeios, desse-lhe então alguns conselhos bíblicos, práticos e diretos e fizesse uma oração objetiva. Não permita que as horas de aconselhamento consumam o tempo que deveria ser dedicado ao ministério da Palavra e à conquista de almas para Cristo. Aconselhamentos longos demais levam à tentação da carne. Se alguém (seja homem ou mulher) continua procurando-o para aconselhamento, peça-lhe que procure um dos líderes da igreja ou, caso a pessoa não aceite seus conselhos nem os da Bíblia, encaminhe-a a um conselheiro profissional. A maioria das pessoas que busca aconselhamento só precisa confessar sinceramente seus pecados, ler o livro de Provérbios regularmente, ser assíduas aos cultos e envolver-se na obra de Deus. Lembre-se de que muitos problemas são resultados de pecados na vida da pessoa. O sangue de Cristo e a Palavra (e vontade) de Deus são o remédio que a maioria dos problemáticos realmente necessitam. Não são precisos dias (nem muitas horas) de aconselhamento para que a verdade venha à tona! Caso uma senhora precise de mais de uma reunião de aconselhamento, chame sua esposa ou alguém de confiança para estar

COMO ENFRENTAR, RESOLVER E EVITAR PROBLEMAS presente. Se a conversa se encaminhar para a vida sexual da mulher, entregue-a aos cuidados de sua esposa ou outra senhora crente treinada e experiente em aconselhamento. Sugira-lhe livros que tratem do problema. Quando uma mulher reclamar que o marido não a satisfaz ou não lhe dá muita atenção nem é afetuoso com ela, peça à sua esposa para ajudá-lo no aconselhamento. Fique longe de situações que possam acabar em desastre ou levá-lo a cair em tentação. Não visite mulheres que vivam ou passem o dia sozinhas em casa – a não ser que a conversa seja rápida, no portão. De outro modo, leve sua esposa ou alguém de confiança, ou então faça a visita quando houver outros membros da família em casa. Não ofereça carona a pessoas do sexo oposto, mesmo às muito amigas. Sei de um pastor que não dá carona nem para a própria filha quando a encontra na rua. Talvez seja uma atitude um pouco exagerada, mas pelo menos ele evita “toda e qualquer aparência do mal”. Se você se vir forçado a dar carona a uma mulher – como levá-la ao hospital, por exemplo –, chame alguém para acompanhá-los. É muito comum moças e adolescentes se apaixonarem por pastores e líderes jovens. Não as encoraje. Trate-as com gentileza e educação, e concentre-se unicamente no trabalho de Deus. Vigie bem seus próprios olhos e mãos. Algumas mulheres não se vestem com a decência que deveriam. Salomão aconselha em Provérbios 4.25: “Os teus olhos olhem direitos, e as tuas pálpebras olhem diretamente diante de ti”. Mantenham-se “limpos pela palavra” (João 15.3) e “conserva-te a ti mesmo puro” (1Timóteo 5.22). 5. DIÁCONOS Dedicarei um capítulo especial a este assunto. Por enquanto alguns conselhos rápidos. Estabeleça (por escrito) padrões de conduta para os diáconos e enfatize as qualificações que devem possuir. Doutrine a igreja com amor e firmeza, e suas ovelhas entenderão que a escolha de diáconos não deve ser feita na base da amizade, laços de família ou popularidade. Os diáconos têm de ser homens sinceros, “cheios do Espírito e de sabedoria” (Atos 6.3). A escolha precisa ser feita com cuidado e muita oração. Meu irmão, Norman, ensina: “Os diáconos devem ser amigos do pastor, não seus concorrentes”. Não espere até as coisas ficarem “esqui-

189

190

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

sitas” entre você e os diáconos para então ensinar à igreja sobre as responsabilidades e tarefas pertinentes ao cargo. (Ver o capítulo 15.) 6. TRABALHADORES PREGUIÇOSOS Alguns pastores reclamam que a dor de cabeça aumenta quando a igreja contrata funcionários para ajudá-los. Não deveria ser assim. Em alguns casos, o pastor gasta tanto tempo mantendo o pessoal ocupado e resolvendo problemas causados pelos ajudantes que seria melhor não ter ajudante nenhum. Contudo, em primeiro lugar, nós, os pastores, devemos examinar o próprio coração e estabelecer as áreas em que precisamos de ajuda e esclarecer bem o que esperamos de nossos colaboradores. Quando a última igreja que pastoreei (e onde fiz o mais longo ministério) chegou perto de 500 membros, comecei a ter dificuldades em realizar todas as tarefas, que incluíam visitas a hospitais, programa de rádio diário e o preparo das mensagens. O primeiro funcionário que contratei foi uma secretária. Ela passou a fazer o serviço que antes era feito por voluntários. Normalmente uma igreja em crescimento precisa contratar funcionários. Os pastores de igrejas grandes precisam de uma secretária, se quiserem estar com as tarefas em dia. Precisam de alguém de tempo integral para atender telefones, colocar a papelada em ordem e dar atenção às necessidades de uma igreja em crescimento. Igrejas de qualquer tamanho precisam de um bom zelador por perto. Alguns pastores acham que ninguém deve ser contratado como zelador ou secretária só porque é membro da igreja e está precisando de dinheiro. A secretária deve ter boa redação, entender de computador e saber ficar de boca fechada, além de conhecer a logística da igreja. O zelador tem de saber receber e cumprir ordens, ser capaz de fazer muitas coisas ao mesmo tempo, não pode ser preguiçoso nem ter medo de arregaçar as mangas. Ele pode prestar contas do trabalho a quem quer que seja, mas certamente terá de fazê-lo ao pastor também. O pastor deve ter autoridade para contratar e demitir funcionários, e estes precisam estar cientes de que devem prestar contas ao pastor. Se a igreja é grande o suficiente para contratar funcionários, ela deve seguir rigorosamente as leis trabalhistas, e todos precisam saber exatamente quais são suas responsabilidades e se, uma vez ou outra, precisarão fazer hora extra na obra do Senhor. Quando as expectativas

COMO ENFRENTAR, RESOLVER E EVITAR PROBLEMAS são bem colocadas e esclarecidas, as frustrações e os mal entendidos são mínimos. Em igrejas grandes, secretárias, assistentes do pastor, diretores de música e líderes de jovens terão, muitas vezes, de trabalhar dobrado. Assim o pastor deve ser sensível e sensato e dar-lhes alguns dias de folga depois de uma semana especialmente ocupada. A causa da ineficiência nem sempre é a preguiça ou má vontade. Muitas vezes o funcionário não sabe exatamente o que se espera dele ou porque a tarefa lhe foi dada em cima da hora. Não importa o quanto valorizemos nosso trabalho, é bom não nos esquecermos de que ninguém o verá com o mesmo entusiasmo que o vemos. O pastor de jovem ou o ministro de música vai se dedicar muito mais ao trabalho dele do que ao seu.Você, como pastor da igreja, é quem deve se interessar pela obra em geral. Pode ser que depois de algum tempo ao seu lado os outros obreiros se entusiasmem com os projetos da igreja tanto quanto você. Conforme a igreja cresce, torna-se necessário contratar mais funcionários. No entanto, não gastem dinheiro com tarefas que podem ser feitas por membros da igreja. As ovelhas devem ter oportunidade e alegria de servir ao Senhor. Elas também devem fazer visitas, testemunhar de Cristo, ensinar classes da EBD etc. O líder de jovens não é o único responsável em trabalhar com a moçada. Os membros da igreja precisam assumir algumas responsabilidades, e contribuir financeiramente com alguns projetos. Os jovens também devem estar comprometidos com todos os trabalhos da igreja, e não somente com os realizados pelo seu líder. O pastor ou líder de jovens necessita da ajuda da igreja nas várias atividades do grupo. Acúmulo de Cargos? Poucas igrejas podem ter um líder para cada departamento ou grupo. Na maioria de nossas igrejas, um número pequeno de pessoas acumula um bom número de cargos – seja por falta de pessoal ou falta de vontade mesmo. O ideal seria que o diretor de música, por exemplo, se dedicasse apenas ao seu trabalho, e que o líder de jovens só se ocupasse desta tarefa. Quem faz muitas coisas ao mesmo tempo geralmente não faz nada bem feito. É natural que um líder tenha um “xodó” todo especial por seu departamento, queira se dedicar totalmente a ele e não tenha tempo nem

191

192

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

disposição para mais nada. Mas se a igreja é pequena, os esforços terão de ser redobrados. Alguns líderes de jovens só planejam atividades “da hora e legais” para a turma. No entanto, eles têm responsabilidade, e séria, perante a igreja e devem, pelo testemunho pessoal, ensinar seus liderados a falar do Evangelho, ganhar almas para Cristo e também se envolver nos trabalhos da igreja. O diretor ou pastor de jovens deve ser leal do pastor da igreja e tem de se empenhar em levar a juventude a amar a Deus de todo coração, a respeitar o pastor e a trabalhar na igreja. A função desse líder não é criar uma “igrejinha” dentro da igreja. Portanto, assim que alguém for escolhido para liderar os jovens, deixe tudo muito bem esclarecido entre vocês. Líderes e Funcionários Insatisfeitos O que fazer nesta situação? Nem todo mundo “morre de alegria” porque trabalha na e para a igreja. Prevenir é melhor que remediar. Fique atento aos problemas e mantenha um relacionamento cordial e de camaradagem com funcionários e obreiros da igreja. Se for necessário repreender alguém, faça-o com tato e gentileza. Ore com a pessoa e dêlhe outra chance. Às vezes uma pequena modificação na maneira de realizar uma tarefa ajuda bastante. Talvez a pessoa necessite apenas de uma palavra de encorajamento do pastor ou da igreja. Cuidado para não ofender nem ignorar nenhum de seus ajudantes. Procure ser amigo, além de pastor e empregador. Tenha sensibilidade ao tratar com as pessoas. Ore com e por seus colaboradores. Alguns funcionários realmente não se empenham na tarefa para a qual foram contratados ou eleitos e, apesar de todas as chances e encorajamento, não mudam de atitude. Nestes casos, a conversa tem de ser objetiva e direta. Deixe claro ao “infrator” o que você espera dele. Infelizmente alguns cristãos são preguiçosos na obra do Senhor e fazem um trabalho “meia sola”. Se a situação chegar a ponto de alguém ter de ser removido da função que ocupa, fale com ele e ore para que a vontade de Deus seja feita na vida dele. Ore fervorosamente para que Deus mesmo retire a pessoa da posição que ocupa e para que ninguém fique magoado nem ofendido. Felizmente nunca precisei demitir ninguém, mas certamente precisei orar seriamente a respeito de algumas pessoas, e elas mesmas resolveram se demitir.

COMO ENFRENTAR, RESOLVER E EVITAR PROBLEMAS Às vezes alguém resolve deixar o cargo que ocupa e decide anunciar sua decisão perante a igreja – quem sabe para angariar simpatia ou então porque deseja anunciar ao mundo que o pastor “é um osso duro de roer”. Deixe bem claro aos funcionários e líderes que se houver algum problema você, como pastor, deve ser o primeiro a saber. Caso a demissão seja a única saída, anuncie à igreja (no culto da semana) que “a partir do próximo mês o irmão João de Freitas não será mais o professor da classe Gigantes de Israel”. Agradeça o tempo que o irmão dedicou ao trabalho e ore para que Deus o use de modo ainda mais frutífero. Desentendimentos Para evitar ou diminuir equívocos, faça uma reunião semanal – se possível – com todas as pessoas diretamente envolvidas nos trabalhos da igreja. Encoraje-as a dar o melhor de si para Deus, ore com elas e ofereça sugestões de como podem melhorar. Dê-lhes oportunidade para expor suas opiniões e necessidades. Se houver choque de personalidade entre você e alguém ou surgir divergências pessoais, fale separadamente com o indivíduo. Não permita que o descontrole de alguém afete (ou infecte) todo o grupo. Mantenha o púlpito incandescente com pregações fundamentadas na Bíblia, e seus funcionários e líderes serão motivados a conquistar almas para Cristo. Sirva de exemplo para eles. Leia livros sobre gerenciamento, supervisão e delegação de tarefas. Aprenda a delegar responsabilidades, e deixe seus ajudantes livres para agir, desde que o façam dentro das normas e padrões bíblicos estabelecidos pela igreja. Embora o pastor deva ter autoridade para contratar (e demitir) funcionários, é bom que escolha pessoas que tenham a simpatia da igreja. Se um diácono ou qualquer outro cristão mais experiente achar que determinada pessoa não é a melhor escolha para um cargo, pense duas vezes antes de tomar sua decisão. Se um candidato a ministro de música não se afinou com a maioria dos coristas, estude o assunto com carinho antes de oficializar o convite. Talvez os coristas tenham visto algo que lhe tenha passado despercebido. Não se apresse. Observe cuidadosamente a vida da pessoa a ser convidada para ocupar um cargo na igreja – seja remunerado ou não. Se estiver vindo de outra igreja, procure saber como era seu relacionamento lá. Ela se dava bem com o pastor? Como era sua conduta financeira e familiar? Se for

193

194

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

casado, a esposa concorda com a mudança? Como é o comportamento dos filhos? O pastor deve supervisionar líderes e funcionários sem deixar a impressão de que está vigiando para ver se “não estão fazendo corpo mole”. Ele deve incentivar seus líderes e funcionários a desenvolver todo o potencial que Deus lhes deu. Alguém me disse que um chefe não recebe de seus funcionários tudo o que espera, mas sim tudo o que cobra. Concordo, porém acho que a cobrança tem de ser feita de maneira a não intimidar nem desencorajar ninguém. Leia bons livros sobre gerenciamento e aprenda com os executivos da área secular. Converse com pastores bem sucedidos para saber como agem em suas igrejas. Não tenha receio de fazer perguntas. Incentive seus líderes a participar de seminários, conferências e cursos de treinamento. Cuidado com seu próprio comportamento. Não sinta ciúme nem inveja do trabalho que suas ovelhas realizam na igreja. Estude a Bíblia e aprenda a ser um líder de valor. 7. OPOSIÇÕES Como agir com os opositores? Alguns membros da igreja se opõem ao pastor porque são crentes carnais ou indolentes. Contudo, em alguns casos, a oposição tem razão de ser. Aprenda com seus oponentes. Use toda e qualquer oposição como uma bússola que confirma se você está ou não caminhando na direção certa. Caminhe ajoelhado! Muitas vezes Deus usa as discórdias para que nos voltemos à oração. Muitos de nossos problemas desaparecerão ou serão resolvidos quando pusermos os joelhos em terra. Estude a Bíblia e descubra como Davi, Josué, Daniel, Elias e Paulo agiram frente às oposições que sofreram. Leia tudo que puder sobre liderança e gerenciamento, como já foi sugerido. É bem mais proveitoso conquistar a amizade de seus opositores do que derrotá-los. É mais inteligente fazer com que se sintam felizes ao seu lado do que enfurecê-los. Entretanto, às vezes, é melhor que vivam enfurecidos longe de você do que ao seu redor! Seja gentil no trato. Alguns pastores são bombásticos e sem nenhum pingo de paciência. Conheço pastores bem sucedidos no ministério exatamente porque não tentam impor sua vontade a todo e qualquer

COMO ENFRENTAR, RESOLVER E EVITAR PROBLEMAS custo. Se as coisas sempre caminham bem entre você, os diáconos e a igreja...ótimo! Caso contrário, por que não deixar o assunto problemático em banho-maria por uns tempos? A carne assada devagar ficará bem mais saborosa ao seu paladar! As pessoas mudam conforme as circunstâncias. O fulano que se opôs violentamente a você não mês passado pode ter tido um “dia daqueles” no escritório ou trocado algumas “amabilidades” com a esposa antes de ir para a reunião. Quem sabe o reumatismo, a cólica nos rins ou o joanete não estivesse acabando com a vida de um terceiro? Se você, no entanto, perder a paciência e “arrancar-lhes o coro” numa reunião, pode estar certo de que vai pagar caro na próxima reunião. Mas se agir com educação e pedir que, por favor, orem sobre o ponto de discórdia e peçam a orientação de Deus – pois você não quer cometer nenhum erro –, pode ter certeza de que receberá o apoio da turma. Tente e veja o que acontece! Quando seus oponentes baterem em retirada, estude o assunto polêmico com mais cuidado. Na reunião seguinte, apresente novas e melhores razões para que seu esquema de trabalho seja implantado. Antes da reunião, procure na igreja alguém que tenha paciência para conversar com o irmão Nervozildo e explicar-lhe uma ou duas coisas sobre o projeto. Não peça nem ameace pedir demissão do pastorado cada vez que as coisas não saírem como você quer. A igreja pode votar favorável ao seu pedido! Não aja como criança mimada. Mostre a sensatez e a maturidade que você quer que pensem que você tem. Prove seu valor e você terá como provar o valor de suas idéias. 8. ATRITO DE PERSONALIDADE Somos todos diferentes uns dos outros, embora alguns sejam “um pouco mais diferentes que os outros”. O que fazer quando alguém vive a discordar de você? Aceite o fato de que algumas pessoas serão sempre do contra. Paulo aconselha em Romanos 12.18: “Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens”. Deus conhece de antemão todas as pessoas que irão discordar de você pelo resto da vida. Portanto, sorria, ore e faça o melhor que puder. De modo geral, no entanto, os membros da igreja são cordatos e você conviverá bem com eles; é só uma questão de querer. Aprecie a

195

196

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

variedade da criação de Deus. O pastor que é amigo das ovelhas e acolhe em amor o rebanho de Deus, é muito abençoado. Não fale mal de ninguém, nem mesmo das pessoas difíceis de serem aturadas. Todo mundo tem seu lado bom. Seja amável e gentil com as crianças. Torne-se amigo dos pequeninos da igreja. Peça a Deus que lhe dê amor verdadeiro por aqueles que, aparentemente, não simpatizam com você. Dê-lhes atenção; ouça suas reclamações; mostre interesse genuíno pelo que fazem. Ore por essas pessoas e decida-se a fazer o possível e o impossível para ser o melhor pastor que já tiveram na vida. Até elas ficarão espantadas ao perceber que estão concordando com você cada vez mais. 9. COMUNHÃO COM PASTORES E MOVIMENTOS RELIGIOSOS Como deve ser a convivência entre pastores e o relacionamento destes com movimentos e grupos religiosos? Sempre haverá alguém disposto a lhe dar “um conselhozinho” sobre seus relacionamentos e amizades. Peça a Deus que ele seja seu conselheiro e direcione suas atitudes. No entanto, gostaria de oferecer algumas sugestões: 1) Mantenha comunhão com os pastores fundamentalistas de sua área. Eles precisam de você e você precisa deles. Reúnam-se de vez em quando, mas não gastem muito tempo com papo furado e brincadeiras improdutivas. Anuncie os eventos especiais promovidos por seus colegas e, sempre que possível, participe deles. Não se roa de inveja dos pastores mais bem sucedidos que você. Coopere com aqueles que vivem e pregam a Palavra de Deus. 2) Mantenha certa distância da política, dos políticos e de movimentos populares. Exerça bem sua cidadania e incentive suas ovelhas a fazer o mesmo. No entanto, há muitos profissionais do evangelho que são liberais e amigos do mundo que colocam uma “capa de religiosidade” em todos os eventos que promovem. Não abandone a pregação bíblica nem o hábito de conquistar almas para Cristo. 3) Podemos cooperar com organizações que defendam a moral e os bons costumes mesmo que nossas doutrinas sejam diferentes. Pesso-

COMO ENFRENTAR, RESOLVER E EVITAR PROBLEMAS almente, eu jamais me uniria a uma associação de pastores que abrigasse liberais infiéis e mundanos. Por outro lado, se essa mesma associação promovesse uma campanha para que o comércio fechasse suas portas aos domingos ou contra o homossexualismo ou o aborto, eu teria o maior prazer em apoiá-la e ajudá-la como pudesse. Seria praticamente impossível ter comunhão com um pastor mórmon ou com um líder dessas muitas seitas que proliferam ao redor. No entanto, se tal pessoa promovesse uma campanha contra a imoralidade e a pornografia na TV e nas bancas de revistas, eu uniria minhas forças às suas no combate a esses males. 4) Sinto-me bastante à vontade para cumprimentar um pastor carismático e, se tiver absoluta certeza de que ele é convertido, não me recuso a chamá-lo de “irmão” durante uma conversa. Porém jamais encorajaria minhas ovelhas a assistir a um de seus cultos. Podemos agir com civilidade e dentro da política da boa vizinhança sem comprometer nossa fé e doutrina. 5) Se você estiver atarefado nas atividades da igreja, na luta contra o Inimigo, na batalha contra o pecado, na pregação da Palavra e na conquista de almas para Cristo, não terá muito tempo para se envolver com os movimentos religiosos que surgem a todo instante. 6) Participe das reuniões de jovens, de acampamentos e programas especiais promovidos por pastores fundamentalistas. A união faz a força e edifica a todos os envolvidos. Outro benefício e que os jovens de sua igreja perceberão que você não é o único “caretão tradicional” das redondezas! 7) Quando realizar séries de conferências, convide outros pastores e igrejas. Cultive a amizade e o convívio cristão entre os irmãos. 10. CRÍTICAS E RECRIMINAÇÕES Como o pastor deve agir quando é criticado ou recriminado? Depende de quem critica e do motivo. Algumas vezes as críticas me ajudaram bastante. Se estiver seguro de estar agindo de acordo com a Bíblia, não se deixe abalar pelos recriminadores. Preste atenção e veja que lições você pode aprender com a situação. Converse com Deus sobre o

197

198

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

assunto. Certifique-se de estar agindo de acordo com Sua vontade. Quem vive corretamente sempre será criticado. No entanto, se você for obediente a Deus e estiver na rota que ele traçou para você, não se amedronte diante dos rabugentos e recriminadores. Confie no Senhor e ele fortalecerá seu coração. Mantenha-se tranqüilo em todas as situações. Seja educado até mesmo com os que vivem a criticá-lo. 11. CRENTES E LÍDERES MUNDANOS Se os pastores não tivessem gente desse tipo em suas igrejas, Deus não teria advertido os cristãos a “não amarem o mundo” (1João 2.15). O mundo é extremamente sedutor e a carne é fraca – e, para nos pegar, Satanás colocou armadilhas por todos os lados. O Inimigo tentará nos transformar em fanáticos religiosos ou em crentes mundanos. Não desista de pregar contra o mundanismo e o pecado. Avise seus ouvintes sobre os horrores do inferno. Ensine suas ovelhas a serem ganhadoras de almas. Mantenha sua igreja na linha. Só entregue seu púlpito a pastores e conferencistas que o ajudem na edificação de sua igreja. Explique a suas ovelhas que “a amizade do mundo é inimizade contra Deus” (Tiago 4.4). Não deixe que se esqueçam de que são cidadãs do Céu, e que só estão de passagem pelo mundo. No entanto, líder mundano já é outro assunto. Gente que vive com um pé na igreja e outro no mundo não pode ocupar cargo de liderança na igreja. Não permita que amantes do mundo sejam líderes de suas ovelhas; instrua a igreja a não eleger pessoas que adotem esse modo de vida. Ponha no papel as condições necessárias para que alguém seja diácono, professor da EBD ou ocupe qualquer cargo de liderança na igreja. Esse papel não precisa obrigatoriamente ser um documento assinado, mas os eleitos ou aspirantes a cargos na igreja devem entender que Deus e o rebanho esperam que eles vivam de acordo com os padrões e regulamentos bíblicos estabelecidos pela igreja. Se alguém transgredir o compromisso assumido, ore e fale com a pessoa em amor e com firmeza, lembrando-a de seu testemunho e influência diante da igreja. 12. JOVENS FUJÕES Esqueça a idéia de que pregar contra o pecado afugenta a moçada da igreja. Sempre preguei furiosamente contra o pecado e o mundanismo

COMO ENFRENTAR, RESOLVER E EVITAR PROBLEMAS e, mesmo assim, minhas igrejas sempre tiveram tantos jovens quanto as outras, se não mais. Mas também nunca deixei de alimentar minhas ovelhas nem de desafiá-las a se manterem ocupadas na obra de Deus. O que o pastor não pode fazer é ficar “descendo a lenha” no rebanho o tempo todo! Normalmente a juventude da igreja considera os pastores jovens como “um dos nossos” e, assim, seguem-no de mais boa vontade. Conforme envelhece, o pastor percebe que está perdendo o controle exercido sobre os jovens. Isso o deixa frustrado ou rabugento. Envelheça com classe; não perca o senso de humor; atualize suas ilustrações e seus métodos de ensino. Não permita que a brecha entre gerações diminua o amor e o respeito que os jovens sentem por você. Peça a colaboração de outros casais da igreja. Há muita gente sentada nos bancos que dariam excelentes líderes de jovens. Se a igreja tiver dinheiro, contrate um pastor de jovens de tempo integral, mas escolha alguém treinado em seminários ou faculdades verdadeiramente bíblicas. Você não tem obrigação de providenciar diversão para os jovens o tempo todo. Ensine-os e desafie-os a ganhar almas para Cristo. Eu realizava anualmente uma ou duas conferências de avivamento especialmente para os jovens. Com freqüência promovíamos reuniões nos fins de semana e convidávamos palestrantes bem sucedidos no trabalho com a moçada. Sempre trazíamos grupos musicais verdadeiramente cristãos para cantar em nossa igreja. Promova reuniões sociais para os jovens de vez em quando. Alugue bons filmes evangélicos para o grupo ver junto. Mantenha-os em sintonia com missionários. Encoraje seus jovens a participar ativamente de conferências missionárias, e eles serão muito abençoados e inspirados por elas. Convide equipes especializadas em trabalho com jovens e adolescentes para treinar e estimular seu grupo em música, evangelismo etc. Promova retiros, acampamentos, institutos de primavera, verão outono e inverno. Participe de seminários para jovens ou peça que os líderes participem. Atualize-se sobre o que há de novo no trabalho com jovens e adolescentes. Converse com especialistas da área. Monte uma boa biblioteca em sua igreja e encoraje os jovens a ler mais. Não desista disso. Logo a moçada crescerá e amadurecerá tanto

199

200

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

que você ficará de queixo caído. O resultado será tão bom que você terá de fazer tudo de novo para os juniores e adolescentes! 13. QUANDO A IGREJA SE DIVIDE Quando uma de minhas igrejas viveu um pequeno desentendimento e alguns membros saíram junto com um ex-pastor, um colega bastante experiente me disse que toda as cidades deveriam ter uma “boa igreja só para os insatisfeitos”. Na verdade, nunca sentimos falta dos que nos deixaram. Embora isso tenha acontecido no início de meu ministério, lembro-me que o boletim do domingo seguinte trazia o seguinte versículo: “Grandes coisas fez Deus por nós, e por isso estamos alegres!” Não houve nenhum problema sério e o caso não era para divisões. Mantivemos a calma e Deus tomou conta de tudo. Claro que você deseja manter na igreja as ovelhas que andam no Espírito e, caso surja algum desentendimento, não vai dar de ombros e deixar que “os incomodados que se mudem” – ainda que sejam as ovelhas sem carrapichos –, já que não entenderam “o espírito da coisa”. Contudo algumas pessoas são tão “malas sem alças” que você não lamentará muito a ausência delas. Deus colocará outros em seus lugares. Nem sempre é uma boa idéia “descer a lenha” do púlpito e acabar “com a raça” da igreja toda quando acontecer desentendimentos e divisões. Algumas pessoas jamais causarão problemas, a não ser que você comece a briga. Portanto, mantenha a calma. Aja com diplomacia e comporte-se como um embaixador de Cristo. Use o cérebro. Se você elogiar e amar suas ovelhas e orar por elas quando se afastarem, muitas acabarão se cansando de vaguear por aí e voltarão para o aprisco. Mantenha os portões sempre abertos. 14. ASSEMBLÉIA OU PANDEMÔNIO? Para que as “sessões de negócios” não acabem em confusão, planeje-as bem, e com antecedência; prepare o que vai dizer e preveja as possíveis respostas dos membros da igreja. E não se esqueça de orar! É importante mostrar uma a atitude correta logo no início da assembléia. Não vá de chicote na mão. Deixe o mau humor em casa. Seja simpático, mas conduza a assembléia com firmeza e de acordo com as regras parlamentares. Ensine à igreja as regras básicas que devem ser observadas durante uma reunião de negócios. Não é preciso dar oportunidade para que todo mundo dê sua opinião sobre o que está sendo votado. Se algum diácono ou outra pessoa

COMO ENFRENTAR, RESOLVER E EVITAR PROBLEMAS respeitada e querida pela igreja apresentar ou propuser a aprovação do assunto, é provável que a matéria seja decidida rapidamente, a não ser que você complique as coisas. Claro que se alguém desejar expressar sua opinião, terá o direito de fazê-lo, mas evite encrencas. Explique a proposta de modo tão claro, simples e dinâmico que não deixe muito mais a ser acrescentado. Se a situação fugir do controle, pare tudo e leve a igreja a orar pedindo a Deus que acalme os ânimos e lembre vocês que o trabalho é dele e que não devem entristecer o Espírito por causa de discórdia nem de palavras insensatas. Confessem seu amor a Deus e uns pelos outros e peça que ele os oriente na questão sendo discutida. Ore para que a igreja entenda que o trabalho deve ser feito em amor e comunhão e para o Senhor. Recomece a assembléia e explique que a palavra só será concedida aos que se propuserem a falar com gentileza, amor cristão e forem breves. Não permita discussões nem conversas paralelas. Não abandone a mesa, deixando o “papo rolar solto”. As ovelhas precisam da orientação do pastor. Deus jamais o abandonará. Descanse em seus braços eternos. Se possível, realize as assembléias num culto da semana, quando os crentes mais fiéis estão presentes, ou convoque-a para outra noite. Caso um assunto importante tenha de ser discutido no domingo, depois da EBD ou co culto, agradeça a presença dos visitantes e deixe-os à vontade para se retirarem antes de iniciar a reunião. Porém o melhor mesmo é fazer a assembléia depois de um breve e fervente culto de oração durante a semana. CONSELHOS EXTRAS EM COMO EVITAR PROBLEMAS E DORES DE CABEÇA Não tenha nenhum amigo íntimo na igreja. Algumas pessoas simpatizarão mais com você e serão suas amigas. Embora agradecido pela amizade, não mostre favoritismo. Para muita gente, familiaridade é sinônimo de confusão. A não ser que você possa convidar todos os membros da igreja para uma refeição em sua casa, não convide ninguém; assim não haverá ciúmes nem inveja entre as ovelhas. Não faça visitas sociais a membros da igreja. No entanto, se for convidado para uma refeição é próprio aceitar. Também não vejo problemas em aceitar um convite para um lanche – depois do culto, por

201

202

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

exemplo, quando outras pessoas também foram convidadas . Todavia não deixe a impressão de que você está se tornando íntimo de um grupinho. Algumas famílias o convidarão com freqüência para almoços e jantares, e isso poderá dar a impressão de que você gosta mais delas do que das outras. Procure mostrar afeto e amizade também para com aqueles que nunca o convidam para refeições. Não se esqueça da regra de ouro: “Trate os outros como você gostaria de ser tratado”. Se alguém precisar ser corrigido, deixe que a Palavra faça a maior parte da tarefa. Deus disse a um evangelista: “Se você tentar endireitar as pessoas, elas ficarão tão tortas quanto você é!” Seja sensato ao agir. Use de boa psicologia, que significa ter bom senso. (O livro de Provérbios será de grande ajuda nesta área.) Se “o Todo-Poderoso e Altíssimo” se relaciona com pessoas de posição inferior, por que você não o faria? Seja consistente e justo ao lidar com as pessoas. Se você continuar tagarelando depois de concluir a mensagem, tornará sem efeito tudo o que disse antes. Seja tão ético com os membros da igreja quanto gostaria que fossem com você. Viaje no balanço do mar, ou seja, não deixe que problemas e atritos o afoguem. Continue olhando para cima! O Inimigo pode cercá-lo, contudo jamais o prenderá. Ponha 1Coríntios 13 em prática em sua vida e ministério. O amor cobre uma multidão de pecados (e problemas). É impressionante o que a oração pode fazer! Ela move a Mão que move o mundo. Se você estiver enfrentando problemas financeiros (ou até mesmo à beira de uma crise) não espalhe o fato aos quatro ventos; visitantes e não-crentes não precisam saber de nada. Confie em Deus. Viva de acordo com Hebreus 11. Estude os sermões dos grandes pregadores, como Spurgeon e Dr. Jack Hyles, mas não se esqueça que você não é um Spurgeon nem um Hyles. Faça o trabalho para o qual você foi chamado.

203

Capítulo 14

VIDA FAMILIAR E PESSOAL DO PASTOR Seu ministério será tão bom quanto sua vida familiar. Mantenha a chama do amor acesa em seu lar a todo custo. A casa de muitos pastores mais parece uma torre de babel. Mas será que precisa ser assim mesmo? Infelizmente muitos pastores foram abandonados pelas esposas e outros tantos têm filhos que só envergonham o ministério. Você não quer ser um desses, quer? De começo, quero esclarecer que a maioria dos pastores de quem sou amigo e em cujas igrejas preguei vivem muito bem com suas famílias. Também, na maioria dos casos, têm filhos que servem a Deus. Este é um bom exemplo dado pelos pastores fundamentalistas dos Estados Unidos, pastores que vivem e pregam a Palavra. Depois do cuidado com sua própria alma e com seu relacionamento com Deus, seu lar deve ser sua prioridade. Leia 1Timóteo 3 novamente e observe que Deus manda que você cuide bem de seus filhos e de sua esposa, tenha “seus filhos em sujeição”, seja marido de uma única mulher, que dirija bem seu lar e, assim, tenha um bom testemunho dos que estão de fora. Entre outras coisas, o apóstolo Paulo enfatiza que devemos ser irrepreensíveis, vigilantes, sóbrios, honestos, hospitaleiros, pacientes, pacíficos, não dados ao vinho nem cobiçosos de torpe ganância. O pastor só tem a ganhar se estudar não só o que a Bíblia tem a dizer sobre a vida no lar, mas também ler o que homens espirituais e instruídos escreveram sobre o assunto. Você e sua esposa precisarão de graça em dose dupla para manter um lar cristão feliz e exemplar. 1. SEJA ORGANIZADO Você jamais ficará livre de interrupções e emergências, no entanto, seja prudente e organize sua agenda, planeje suas atividades e as horas de lazer em família tanto quanto seu ministério. Sua esposa o valo-

204

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

rizará ainda mais ao ver que ela é a pessoa mais importante na sua vida e que você está, pelo menos, tentando arranjar tempo para ela. Trate-a como a rainha do lar, dê-lhe honra e trate-a com amor. Sente-se com sua esposa e explique-lhe que vocês estão servindo ao Senhor juntos e que você deseja repartir com ela todas as alegrias e bênçãos do trabalho. Contudo, os dois precisam entender que haverá tempos difíceis, sofrimentos, problemas, interrupções e decepções a ser repartidas também. Se vocês decidirem aceitar com alegria tudo que lhes vier – entendendo que Deus está no controle e que todas as circunstâncias fazem parte do plano que ele tem para seu treinamento e serviço –, então será bem mais fácil enfrentarem as dificuldades. Passe tempo com seus filhos e um com o outro. O pastor inteligente incentiva suas ovelhas a gastar tempo com suas famílias quando não houver nenhuma atividade na igreja. Encoraje-as – pelo exemplo – a ter pelo menos uma “noite da família” semanalmente. Quando a igreja estiver em conferências, seminários etc, é que claro que as famílias deverão participar destas atividades. 2. CONTINUE A NAMORAR SUA ESPOSA Não deixe o romantismo morrer! Uma ou duas vezes por semana, tomem um lanche, almocem ou jantem sozinhos. Tire um dia de folga e leve sua esposa para passear; faça isso uma vez por semana, se possível. Quando puder, leve-a para jantar num restaurante fino. Muitas vezes o ministério obriga o pastor a trabalhar até tarde da noite – mais tarde do que o sono de sua esposa agüenta – mas não se habitue a fazer isso. Alimentem a paixão um pelo outro. (Há bons livros evangélicos sobre o assunto. Leia-os.) Seja carinhoso com sua esposa, e não tenha vergonha de mostrar isso em público. Depois de quase 40 anos como pastor e evangelista, posso afirmar com toda segurança que eu e minha esposa nos amamos e apreciamos mais um ao outro agora do que em todo nosso tempo de casados. O relacionamento ficou mais gostoso com o tempo. Há sete anos, quando iniciei meu ministério como evangelista, comprei – pela fé – um trailer para que minha esposa pudesse me acompanhar e pudéssemos manter aceso “o fogo da paixão”. Ela se cansa das viagens e sei que, muitas vezes, gostaria de “ter um canto seu” em algum lugar novamente, e não ter de pegar a estrada todas as semanas. No entanto, dificilmente viajo sem minha esposa. Eu poderia “meter as caras” e pegar a estrada sema-

VIDA FAMILIAR E PESSOAL DO PASTOR nas a fio e, com a maior boa vontade, dar-lhe um descanso. Quase sempre, no entanto, minha esposa respira fundo, faz as malas e parte comigo para mais uma jornada. Ela tem sido minha grande incentivadora e uma verdadeira bênção no ministério. Qualquer dia destes, escreveremos um livro especialmente para esposas de pastor. Ela tem sido uma esposa excepcional. 3. PROPONHA-SE A SER O MELHOR MARIDO DO MUNDO Deixe a preguiça de lado. Ajude sua esposa em tudo o que puder, e ela se desdobrará para agradar você. Seja um marido paciente, amoroso, gentil, agradecido, educado e cavalheiro. Estas qualidades também beneficiarão seus filhos e sua igreja, e seu casamento só poderá sair ganhando! Analise seu comportamento de vez em quando. Verifique se você não está negligenciando os pequenos gestos que são tão importantes para as mulheres. Não se esqueça do aniversário de sua esposa, do aniversário de casamento de vocês, do Dia dos Namorados e outras datas especiais. Abra a porta do carro para ela, puxe a cadeira à mesa, ajude-a a vestir o casaco etc. Dentro do possível, seja tão dedicado em seu relacionamento com ela quanto o é em seu relacionamento com Deus. 4. EDIFIQUE-A COMO ESPOSA E IRMÃ EM CRISTO Não menospreze sua esposa nem deixe a impressão de que ela é um fracasso no exercício de suas funções. Leiam juntos livros que aprimorem seu relacionamento conjugal. Se ela perceber que você está interessado em melhorar, ela ficará incentivada a fazer o mesmo. Peça-lhe que avalie livros e revistas sobre casamento e vida familiar para que vocês possam se aprimorar no aconselhamento a casais mais jovens. Ao estudar para ajudar outras pessoas, ela estará ajudando a si mesma. Dê à sua esposa oportunidades de participar de encontros de casais, de congressos para mulheres e outras reuniões promovidas por líderes fundamentalistas e fiéis a Deus. 5. A CASA É DO PASTOR OU “DA SOGRA”? Você terá algumas vantagens se morar pertinho da igreja, mas, às vezes, o pessoal se aproveita da conveniência e transforma a casa do pastor numa verdadeira “casa da sogra”. Com educação e firmeza, esclareça que os pastores também são seres humanos e têm direito à privacidade de seus lares. Explique ainda que para ser o pastor que a igreja

205

206

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

deseja, você precisa de privacidade em sua casa. Em um dos meus primeiros ministérios, a casa pastoral ficava em frente da igreja. Alguns membros chegavam mais cedo e acomodavamse em nossa sala de estar até a hora do culto. Alguns pais deixavam seus filhos em nossa casa antes dos cultos ou mandavam que as crianças esperassem lá até que alguém viesse pegá-las depois. Sem consultar minha esposa, alguém avisava que “a reunião da União Feminina será na casa do pastor, terça-feira, às dez horas da manhã”. Algumas senhoras bisbilhotavam pela casa inteira antes ou depois da reunião. Afinal, o pastor morava às custas da igreja, e a casa era propriedade delas também! Por essas e outras é que acho melhor o pastor ter sua própria casa ou alugar uma ou então não morar tão próximo à igreja. Entretanto, mesmo que o pastor more em casa da igreja, os membros devem entender que ela é a residência do pastor enquanto ele estiver morando lá e pastoreando aquele rebanho. Nem que seja preciso ferir gentilmente os sentimentos alheios, ofereça à sua família um lugar que seja dela. Se agir com diplomacia e em espírito de oração, a igreja verá que você tem razão. Se você morar um pouco distante da igreja (alguns quarteirões ou quilômetros) enfrentará menos problemas, mesmo que a casa seja da igreja. Caso planeje ficar bastante tempo na mesma cidade, considere a possibilidade de comprar sua própria casa. Quem sabe você não consegue convencer a igreja a ajudá-lo a pagar as prestações? Se isso acontecer, certifique-se de que a decisão tenha sido aprovada pela igreja e registrada em ata; guarde uma cópia da ata com você. Sabe como é: mais tarde alguém aparece e começa a criar problemas. Se você tiver de morar na casa da igreja, não seja exigente demais nem arbitrário nem difícil de ser aturado. Mas não se acanhe em falar com diáconos ou diretoria quando a casa precisar de reparos. A boa conservação da casa beneficia a você e à igreja. Não se descuide dos impostos, seguros, etc. Se a casa pertence à igreja, esta terá de arcar com tais responsabilidades, o que é uma vantagem para o pastor. 6. É PRECISO DESCANSAR TAMBÉM Alguns pastores acham que porque o Diabo nunca descansa, eles devem fazer o mesmo. Acontece que o Diabo não é o nosso chefe, e o próprio Jesus chamou os discípulos para descansarem um pouco. Quem

VIDA FAMILIAR E PESSOAL DO PASTOR refaz as energias não se desfaz em cacos! Sempre que possível, tenha seu descanso semanal. Eu sempre tirava as segundas-feiras de folga. Às vezes alguém da igreja dava entrada no hospital naquele dia ou então acontecia alguma emergência à qual eu precisava atender. Nestes casos, eu procurava resolver tudo até a hora do almoço e tirava a tarde para ficar com minha esposa. Se você quer mesmo ter uma folga, não fique em casa! Sei que nem sempre dá para fazer isso, mas se der, pegue a rainha do pastorado, “se mandem” para algum lugar e só apareçam na terça-feira. A “luazinha-de- mel” só lhes fará bem. Ore sobre o assunto; quem sabe Deus não toca no coração de alguém que possua uma casa na praia, nas montanhas ou qualquer lugar agradável onde vocês possam descansar sem gastar muito. Se não der para tanto, visitem um pastor amigo ou saiam para jantar num restaurante sossegado e agradável. Depois do descanso, você estará “com a corda toda” novamente. Se você gosta de pescar, pegue a vara e o anzol e saia a procura de peixes. Se sua esposa não gosta de “dar banho em minhoca”, vá sozinho. Talvez ela também queira ficar sozinha um pouco. Além do mais, todo homem precisa ficar a sós de vez em quando, ou em companhia de amigos do mesmo sexo. Relaxe à noite. Fique de papo com sua esposa. Ajude-a a descansar também. Não leve para cama os problemas de ninguém, nem os da igreja. Ore sobre seu relacionamento com suas ovelhas. Leve todos os problemas a Deus e deixe-os lá com ele – pelo menos até a manhã seguinte. Sua vida sexual será beneficiada, você dormirá melhor e acordará revigorado e cheio de disposição para cumprir as exigências do ministério. Anote as tarefas a ser feitas no dia seguinte e deixe-as trancadas num arquivo mental. Desse modo os problemas não perturbarão seu subconsciente quando você estiver relaxando, lendo ou divertindo-se com sua esposa. Jogue um jogo de tabuleiro, leia uma boa revista, assista ao noticiário, faça “uma boquinha” antes de ir para a cama, peça à esposa para lhe fazer uma massagem e depois a massageie também. Você ficará bem descansado e dormirá tranqüilo, sem se preocupar com questões pastorais. Não se esqueça da oração, claro. Ore por e com sua esposa. Não a deixe pensar que você se preocupa com os problemas de todo mundo, menos com os dela. Lógico que as coisas se complicam um pouco mais se vocês tiverem filhos pequenos. Mas se vocês organizarem bem o seu dia e noite,

207

208

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

poderão descansar depois que elas forem para cama. Não permita que os afazeres domésticos atrapalhem a paz e o descanso de sua noite. Talvez haja na igreja alguém que não se importaria em ficar com seus filhos para vocês saírem de vez em quando.

7. INCENTIVE SUA ESPOSA Haverá ocasiões em que sua esposa terá pena de si mesma por não ter uma vida “normal”. Outras vezes se sentirá indisposta. Algumas vezes sofrerá pela falta das amizades que não pode ter como esposa de pastor. Repita constantemente o quanto você a ama e é grato pelo trabalho que ela faz para você e para Deus. Afirme-lhe o quanto sua vida e amor cooperam para o sucesso de seu ministério. Mantenham o senso de humor. Riam juntos, nem que para isso seja necessário ler um livro de piadas. Riam também das situações engraçadas que lhes acontecem. Mostre interesse por seus dotes culinários e agradeça-lhe pelas refeições. Mostre apreço pelas coisas gostosas que ela prepara para você. Incentive-a a ser uma boa hospedeira, mas não convide ninguém para uma refeição nem apareça com um “batalhão” de gente para o “rango” sem falar com ela antes. Não jogue sobre os ombros da sua esposa todos os problemas, sofrimentos e dissabores de outras pessoas. Algumas destas questões você terá de guardar para si mesmo e só falar com Deus sobre elas. Se sua esposa é uma crente firme e fiel ao Senhor, você poderá, às vezes, conversar com ela sobre assuntos mais sérios e pedir suas orações. Poupe-a de dissabores que apenas lhe causarão ansiedade desnecessária. Instrua suas ovelhas a ligar para o escritório da igreja quando tiverem pedidos de oração, precisarem marcar uma reunião etc. Se sua igreja é pequena, e seu escritório é em casa mesmo, e vocês têm apenas uma linha telefônica, peça que telefonem apenas quando for absolutamente necessário. Claro que certas pessoas telefonam, quer você queira quer não. Muitas esposas de pastor sofrem de “desgaste ouvidal” no fim do dia porque a irmã Manteiga Derretida choramingou a tarde toda ao telefone. Coopere com sua esposa no serviço de casa. Leve o lixo para fora sem ela ter de “ficar no seu pé”. Troque a luz queimada ou arrume a torneira que vive pingando antes que ela tenha um ataque de nervos. Não deixe que ela levante objetos pesados, especialmente se o filhinho queri-

VIDA FAMILIAR E PESSOAL DO PASTOR do de dois anos está pesando tanto quanto um saco de batatas ou quando ela estiver retirando as compras do porta-malas do carro ou do carrinho de feira. Ofereça-se para ficar com as crianças para que ela tenha uma folga ou participe de uma reunião de oração, de uma festinha, ou seja lá o que for. Sua masculinidade não descerá pelo ralo se você lavar os pratos ou der banho nas crianças. Sua ajuda será ainda mais apreciada, se sua esposa tem de trabalhar fora para ajudar no orçamento da casa. Espero que este não seja seu caso. O ideal seria que as esposas de pastores ficassem em casa cuidando do marido e dos filhos. No entanto, numa época em que o dinheiro anda curto para a grande maioria das pessoas e a inflação acaba com quase todo o orçamento da família, as mulheres precisam arregaçar as mangas e trabalhar fora também. Não permita que a situação dure mais que o necessário, porém ajude nas tarefas domésticas, especialmente se sua esposa tem jornada dupla de trabalho. Pastores, prestem atenção ao que vou dizer agora! Algumas jovens esposas acham que seus maridos têm de estar à disposição delas 24 horas por dia e fazer a maior parte do trabalho doméstico. Isto é especialmente problemático se seu escritório for em casa mesmo. O ideal seria estudar em outro lugar. Contudo se isto não for possível, explique à sua esposa que seu tempo com Deus é precioso e que você precisa orar, estudar e preparar as mensagens. Não permita que sua querida esposa o transforme em menino de recados. Seu horário de estudo e visitação deve ser respeitado e cumprido do mesmo modo que ela tem de cumprir as responsabilidades domésticas. As tarefas do lar não serão causa de conflito se vocês planejarem bem o dia-a-dia. Não se transforme em “capacho” de sua esposa. 8. EDUQUE BEM SEUS FILHOS Este é um fator de suma importância! A educação no lar não pode ser descuidada. Peça à sua esposa que não deixe de explicar às crianças que “os filhos do rei são especiais”; que somos cidadãos do Céu; que devemos obedecer nossos pais (e que não paire nenhuma dúvida quanto a isso); que devemos servir de exemplo às crianças da igreja cujos pais não são crentes. Jamais se esqueça de sua obrigação de “criá-los nos cuidados e admoestações do Senhor”. Embora a educação dos filhos recaia mais sobre os ombros da mãe, a responsabilidade maior diante de Deus é do pai. Fique atento aos passos dos seus filhos e ao comportamento deles na igreja. Se eles vivem correndo para cima e para baixo no pátio e

209

210

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

corredores da igreja ou desenrolam todo o papel higiênico dos banheiros ou tropeçam nas pessoas à saída do culto, vai “sobrar” para você e sua esposa. Geralmente a esposa do pastor tem participação ativa nos cultos. Se ela é a organista da igreja, passará a maior parte do tempo sentada no banco do órgão, longe das crianças. A mãe precisa estar perto dos filhos pequenos, mas nem sempre dá. Por isso é importante que as crianças aprendam a se comportar. O mau comportamento deles pesa em seu ministério. Quando os filhos ainda são pequenos, e a mãe tem responsabilidades no culto, peça a alguém para ficar de olho neles. Mas cuidado: não se aproveite da boa vontade dos outros. Ninguém tem obrigação de cuidar de seus filhos por você. Mesmo os filhos adolescentes precisam de supervisão. Até que criem juízo e tenham maturidade espiritual para serem responsáveis por seus atos como filhos do Rei, os pais precisam estar sempre informados do paradeiro deles e do que andam fazendo. Não permita que sejam maus exemplos e sentem-se nos últimos bancos, lã no “fundão” da igreja. Quando entrarem na adolescência, não os largue por conta própria. Se você fizer o que é certo e não se descuidar da oração, o mesmo garotinho que gostava de ajudar nas tarefas domésticas e nos trabalhos da igreja, continuará sendo – mesmo na adolescência – útil à obra de Deus. E também continuará achando “legal” acompanhar você em algumas visitas. Ele servirá de inspiração e exemplo para outros jovens. Jamais negligencie seus filhos. Mantenha aberto o canal de comunicação entre vocês. Seja justo com eles. Seja razoável, educado e bem humorado ao lidar com seus filhos. Divirta-se com seus filhos; participe de algumas de suas brincadeiras. Todos se beneficiarão com isso. Se precisar discipliná-los, certifique-se de que eles sabem que a correção é feita em amor e que você deseja o melhor para eles. “Instrui ao menino no caminho em que deve andar” (Provérbios 22.6) que dizer exatamente isto: educar os filhos é uma tarefa de muitos, muitos anos. Não “amarele” e fuja das responsabilidades de pai. Seja consistente. Estabeleça normas e regras adequadas para seus filhos. Se eles forem indisciplinados, você terá dificuldades em convencer outros pais da igreja sobre a necessidade de terem um lar verdadeiramente cristão.

VIDA FAMILIAR E PESSOAL DO PASTOR Alguns pastores são tão lenientes com os filhos que o ministério todo sofre as conseqüências. Mas não espere que seus filhos e sua esposa sejam seres humanos perfeitos. Na verdade, dê-se por muito satisfeito se ela tentar ser perfeita. Saiba que neste mundo ninguém – nem mesmo você – alcançará a perfeição. Ponha seus filhos para ajudar nas tarefas domésticas o quanto antes. Logo cedo, podem aprender a arrumar as camas e a cuidar da higiene pessoal e das roupas. Quando for lavar o quintal, consertar o carro ou fazer pequenos reparos na casa, chame as crianças para ajudá-lo Sua esposa tem problemas e cargas suficientes como mulher de pastor. Ela não precisa ser empregada nem babá de tempo integral dos filhos. Criança ocupada dificilmente causa encrencas. Todavia, elas também precisam de tempo para brincar. Se os pais não ficarem “enrolando”, puserem mãos à obra e realizarem suas tarefas com rapidez e eficiência, os filhos perceberão que se cumprirem suas obrigações de uma vez, e acabarem logo o serviço, terão mais tempo para se divertir. 9. A IMPORTÂNCIA DO CULTO DOMÉSTICO Quando você pregar sobre a importância da oração e da leitura da Bíblia em família, é importantíssimo que seus filhos saibam que o pai deles pratica o que prega. Decida com sua esposa qual o melhor horário para a família se reunir perante Deus. O culto doméstico não precisa ser longo, chato e cansativo. Não pregue “sermõezinhos” nem aproveite a ocasião para disciplinar os filhos. Faça do culto doméstico uma ocasião alegre. É importante que seus filhos o vejam lendo a Bíblia em horários que não sejam o do culto doméstico e o do culto na igreja. Assim entenderão que você a lê porque ama a Palavra de Deus. A mãe deve ensinar muitos, muitos versículos da Bíblia para os filhos até que comecem a ir para a escola. Incentive os filhos adolescentes a memorizar a Palavra de Deus. 10. CUIDE DA SAÚDE! É melhor prevenir do que remediar. Médicos e planos de saúde atestam que pastores têm saúde de alto risco. “Malhe” diariamente, nem que seja varrer e lavar o quintal ou levar os filhos a pé à escola. Se

211

212

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

possível, caminhe, corra ou ande de bicicleta todos os dias. Infelizmente alguns pastores têm fama de ser glutões. Cuide bem do único corpo que Deus lhe deu. Ele é o templo do Espírito Santo. Sei que alguns crentes acabam virando “fanáticos” em matéria de saúde e exageram na dieta alimentar ou regime para emagrecer. Porém não nos devemos esquecer do conselho do apóstolo sobre sermos “moderados em todas as coisas”. Aprenda tudo o que puder sobre alimentação e saúde mesmo com os extremistas. Há boas revistas e bons livros sobre o assunto nas bancas e livrarias. O mercado cristão ainda é bem pequeno (no Brasil) nesta área, mas é possível encontrar excelente material. Mesmo que você não concorde com a teologia do escritor ou com a versão da Bíblia que ele usa, aproveite seus conselhos sobre alimentação, saúde e os benefícios dos exercícios físicos. 11. EXERCITE A MEMÓRIA TAMBÉM É verdade que muitos pastores são “um tanto desligados”, porém alguns vivem tão no mundo da lua que nunca percebem o que os filhos aprontam nem ouvem o que a esposa diz. “Tem cuidado de ti mesmo”, Paulo aconselha. Faça uma lista das tarefas que precisam ser feitas. Anote os pedidos e recados dos irmãos para não ter de “queimar os miolos” mais tarde tentando se lembrar do que queriam ou disseram. Trate dos problemas gigantescos quando puder se ajoelhar em oração; não tente lidar com eles em casa. Sua família precisa tanto de um pai e esposo quanto de um pastor. 12. ATENÇÃO ÀS BOAS MANEIRAS Cultive boas maneiras e ensine seus filhos a fazer o mesmo. Acostumem-se a dizer “obrigado”. Seja cortês, gentil, atencioso. Boas maneiras são sinônimos de altruísmo. Ensine seus filhos a dizer “por favor”, “obrigado”, “com licença” e “desculpe-me” e suas ovelhas terão muito mais satisfação em convidá-los para uma visita. De modo geral, a presente geração é rude, mal educada e sem modos. É imperativo que o povo de Deus seja exemplo para ela. Infelizmente até alunos de escolas evangélicas são grosseiros, incivilizados. A família não deve começar as refeições até que a mãe esteja à mesa, ou dê permissão. Quando forem convidados para uma refeição, não se sentem até que a dona da casa esteja sentada. Cuidado com os modos à mesa. Também espere pela dona da casa antes de “atacar” a

VIDA FAMILIAR E PESSOAL DO PASTOR sobremesa. Não permita que seus filhos se “esparramem” sobre a mesa ou cadeira nem tampouco apresentem uma “trilha sonora” na hora da sopa. Apresente seus filhos e hóspedes aos convidados ou às pessoas que convidaram vocês. Não pressuponha que todos os presentes já se conhecem. Agradeça a refeição que lhe foi oferecida tanto em sua casa como (e especialmente) na casa de terceiros. As crianças aprendem com o exemplo dos pais. CONSELHOS FINAIS “Governar bem sua casa” ou “ser o chefe da família” não é permissão para tirania nem autoritarismo. Seja “amoroso e cheio de ternas misericórdias” em seu reinado. Queira que seus filhos se lembrem de você como um pai coerente; um disciplinador firme que exercia sua tarefa com amor e justiça, e que realmente vivia o que pregava. “Não irriteis a vossos filhos, para que não percam o ânimo” (Colossenses 3.21). “Maridos, amai a vossas esposas , e não vos irriteis contra elas” (Colossenses 3.19). Você terá autoridade para pregar contra o pecado...se não tiver nada a esconder. Ande de cabeça erguida. “Sedes firmes no Senhor.” Nenhum mal poderá lhe fazer o homem. Não se atrase para os compromissos – nem mesmo para os assumidos com sua família – a não ser em casos de emergências. Esteja acima de qualquer suspeita. Alguém explicou que o crente deve viver de tal modo que não tenha medo de vender seu papagaio para o maior fofoqueiro da cidade. Discipline-se antes de disciplinar os outros. Não seja preguiçoso. Se você anda ocupado demais para orar – então você está ocupado demais!

213

214

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

215

Capítulo 15

DIÁCONOS OU “DIABROS”? “Como lidar com os diáconos?”, perguntou um pastor quando soube que eu estava escrevendo este livro. Outro quis saber: “Como incentivar os diáconos?” Conheço uma igreja que tem a reputação de ser uma “máquina de triturar pastores”. Dizem que dois ou três diáconos carnais daquela igreja põem todos os pastores para correr. Eles não têm o mínimo respeito pelos homens chamados por Deus. Um pastor explicou que há três anos acabou com as reuniões de diáconos. “Se eles não sabem agir como cristãos, então não vão mais se reunir!” A igreja cresceu e os dízimos e ofertas dobraram depois que o diaconato foi encerrado. Certa vez, num corredor de hospital, um irmão se lamentou comigo porque nenhum pastor ficava em sua igreja muito tempo. Os diáconos começavam controlando o tempo que o pastor gastava em visitas e coisas assim; depois passavam a escolher o assunto das mensagens; a seguir, punham o pastor para correr. Sejamos justos: pastores que só sabem respirar e receber o salário deveriam ser postos na rua! Mas a impressão é que muitos diáconos e igrejas (e pastores também) ainda não entenderam as qualificações e propósitos bíblicos dos diáconos. Conheço pastores que não querem nem saber de diáconos por pura questão de medo. Alguns dos cristãos mais espetaculares que jamais conheci e alguns de meus melhores colaboradores no ministério eram diáconos inteiramente consagrados a Deus. Por outro lado, em alguns casos, os espinhos na carne que mais me afligiram como pastor também eram diáconos, que supostamente deveriam me ajudar a carregar o peso e tornar mais leve o fardo do ministério. A responsabilidade dos diáconos não se restringe a “contratar e dispensar” pastores; eles devem “aliviar a carga” do pastor. Leiam Atos 6.1-7.

216

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER Tenha cuidado ao selecionar seus diáconos, ou você acabará na

pior. Alguns pastores enfrentam problemas com os diáconos porque agem como ditadores e são extremamente mandões. Outros têm problemas porque deixam que os diáconos sejam ditadores e mandem neles! O pastor deve estar no comando da igreja e ser tratado com muita estima e amor por causa do trabalho que realiza (1Tessalonicenses 5.13). A reunião do pastor com os diáconos deveria ser como a de Boaz com sus trabalhadores: “Que o Senhor esteja contigo” e “Que o Senhor te abençoe” (Rute 2.4). Quando perguntaram a um pastor se sua igreja tinha um estatuto, ele respondeu: “Eu sou o estatuto!” Talvez de dez em dez anos apareça alguém com tanta capacidade e grandeza, mas acho que os casos estão se tornando raríssimos. Além do mais, se algum pastor viesse com essa conversa, acabaria no olho da rua bem rapidinho. Entretanto nossas igrejas têm de aprender que se um país não tiver um presidente, ele acabará em anarquia. Se um lar não tiver um chefe, a família só acabará perdendo. Se a igreja não tiver um líder, a confusão será total. Claro que Jesus é a Cabeça de Sua igreja, porém foi ele mesmo quem escolheu o pastor (ou bispo) para ser “supervisor” de seu corpo. Liderança só existe se houver liderados. Querido pastor, se você quer viver em harmonia com seus diáconos, proponha-se a fazer algumas coisas. Primeiro, se você é jovem ou está começando seu ministério, vá com calma. É preciso ganhar o respeito e a confiança de pessoas talvez mais velhas e, quem sabe, mais experientes que você. Caso você tenha herdado um grupo diaconal, aprenda a conviver com ele até que a igreja tenha sido ensinada e tenha crescido, não só numericamente como também espiritualmente. Ao ser convidado a pastorear uma igreja, pergunte sobre os diáconos; sobre a postura deles; se respeitam os pastores; como se sentem em relação a eles e como deve ser o relacionamento entre pastor e diáconos. Se você está iniciando um trabalho, será mais fácil “criar” seus próprios diáconos e desenvolver o tipo de relacionamento que acha bíblico e apropriado. Seja humilde. Você pode ser espiritual, firme, consagrado, corajoso e continuar humilde. Caminhe em submissão a Deus. Quando os

DIÁCONOS OU “DIABROS”? diáconos perceberem que você realmente anda com Deus, eles o respeitarão e dificilmente discordarão de você. “Se...não morrer, fica ele só” (João 12.24). Morra para si mesmo, e o fato de alguns diáconos concordarem ou disserem indelicadezas a seu respeito não terá muita importância. “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir, e dar sua vida…” (Mateus 20.18). Não viva amuado; não seja impaciente; não se ofenda por ninharias. Faça todo o possível para se dar bem com todos os homens – inclusive com os diáconos. Seja paciente com eles. É possível que alguns diáconos não tenham recebido o mesmo treinamento, a mesma educação e os mesmos ensinos bíblicos que você recebeu. Por outro lado, alguns podem ser mais capacitados, treinados, entendidos e experientes na área financeira que você, e terão muito a lhe ensinar; diáconos assim poderão ajudá-lo imensamente em seu ministério. Deixe o orgulho de lado: disponha-se a aprender com os leigos da igreja. Seja honesto, mas não indelicado ao dizer a verdade. Quem é brutalmente franco torna-se grosseiro e cruel. Não fale tudo que lhe vier à cabeça e, certamente, não revele ao mundo tudo o que você pensa. Contudo não seja evasivo e falso. Tenha firmeza em suas convicções, porém não seja cabeça-dura. Seja flexível, em submissão a Deus, e não tenha vergonha de admitir que errou ou agiu sob impulso. Ensine aos diáconos que “caminhamos pela fé” e que em certas ocasiões a obra de Deus não será realizada se não formos “atirados” e agirmos pela fé. Explique a eles que se confiarmos sempre e apenas em nosso conhecimento e bom senso financeiro, e formos excessivamente cuidadosos, corremos o risco de não dar lugar à fé e ao Senhor em nossos empreendimentos. A precaução pode nos levar à fraqueza e à derrota. Os diáconos não devem “mandar” no pastor, mas também não devem ser tratados como se fossem seus mordomos. Embora Atos 6 possa dar esta impressão, as qualificações apresentadas em 1Timóteo 3 deixam claro que a posição de diácono exige mais que isso. O pastor precisa de colaboradores que tenham discernimento espiritual e possam assumir algumas das responsabilidades e deveres que acompanham as necessidades materiais e financeiras da igreja. O Dr. Harvey Springer afirmou: “Para cada problema que meus diáconos me causaram, eles me livraram de cem”. E continuou: “Não canso de afirmar que sou o líder da igreja, e não abro mão desta prerrogativa – o que é bem verdade. Mas sei

217

218

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

também que o líder deve estar tão disposto a repartir seu amor quanto está pronto a exigir seus direitos”. Paulo declarou: “Pelo que, ainda que tenha em Cristo grande confiança para te mandar o que te convém, todavia peço-te, antes por amor...” (Filemon 8-9). No início de um de meus pastorados, havia na igreja um diácono grandalhão que se levantava em quase todas as assembléias e dizia: “Sou visceralmente contra isso”. Esta era sua cantilena: “Sou visceralmente contra isso”. Muitas vezes a reunião se delongava por causa dele, e nem sempre era tempo perdido, mas aprendi a ter paciência e boa vontade. Tempos depois, quando aquele irmão teve de remar contra a maré, ele dirigiu centenas de quilômetros para me ver e, em lágrimas, pediu desculpas pelas dores de cabeça que havia me causado. Digo de coração que não guardo a mínima raiva nem ressentimento daquele diácono. COMO LIDAR COM DIÁCONOS PROBLEMÁTICOS Quem pode ser diácono? Qual o trabalho dos diáconos? Como lidar com os diáconos? Como encorajá-los? Atos 6.1-15 e 1Timóteo 3 apresentam o que a Bíblia diz sobre o assunto. Com amor e clareza, seja fiel no ensino dessas verdades à igreja. A grandeza de uma igreja não é maior que a de seus líderes. Embora os diáconos sejam servos (grego diakonos), geralmente são considerados líderes e pilares espirituais da igreja. No entanto, não são seus “dirigentes”. Filipenses 1.1 faz a distinção. Os diáconos devem ser homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria (Atos 6.3). Os diáconos foram escolhidos pela primeira vez na Bíblia para cuidar de um “negócio importante”: a beneficência e o atendimento às viúvas necessitadas. Eles deveriam se ocupar do aspecto doméstico da igreja para que os pregadores tivessem tempo de se dedicar à oração e ao ministério da Palavra (Atos 6.4). Como resultado da escolha desses primeiros diáconos, a “palavra de Deus crescia, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé” (Atos 6.7). Vemos, então, que a tarefa dos diáconos é permitir que os pastores e evangelistas possam se dedicar mais ao estudo da Palavra e à conquista de almas para Cristo. Estevão foi um homem cheio de fé (Atos 6.5-8), como os diáconos devem ser. Somos cooperadores de Deus. O Dr. Jack Hyles afirmou que

DIÁCONOS OU “DIABROS”? todos os seus diáconos foram ganhadores de almas. Idealmente, é assim que deveria ser. Muitos cristãos fiéis foram arruinados ao serem eleitos diáconos, pois não tinham ainda a maturidade emocional e/ou espiritual exigidas pelo cargo. O diácono não pode ser “neófito” e deve ter bom testemunho tanto da igreja como dos que estão de fora. Não pode ser de “língua dobre” (1Timóteo 3.8), ou seja, deve ser homem de palavra. “O homem de mente dividida é instável” (Tiago 1.8). O diácono deve se abster de todos os tipos de bebidas fortes, claro, e não pode ser louco por dinheiro (1Timóteo 3.8). O diácono tem de ser “provado”, e mostrar que é um cristão sólido, estável, sensato e espiritual e, conseqüentemente, “irrepreensível” (1Timóteo 3.10). O diácono precisa ter a esposa certa (v.11). A vida familiar do diácono, assim como a do pastor, deve ser exemplar; ele deve governar bem sua casa e disciplinar seus filhos (1Timóteo 3.12). Ele deve “guardar” a fé e adquirir confiança na fé (vs.9,13). Resumindo, o diácono tem de ser forte, fundamentado e solidificado em sua fé na Palavra. Se alguém preencher todas as qualidades exigidas em Atos 6 e 1Timóteo 3, ele será um diácono ideal. No entanto, por melhor que seja, ainda é um ser humano (como o pastor também é) e, enquanto estiver “no corpo”, será imperfeito. Em um de meus arquivos, as palavras demônio, diácono e diabo estão em seqüência. Temos a impressão de que, algumas vezes, diáconos e diabos andam de mãos dadas. Como impedir que isto aconteça? Quais são algumas dúvidas que os pastores têm sobre o assunto? 1. Quantos diáconos a igreja deve ter? Sete? R. Depende. Sete foi um bom número para a igreja de Jerusalém, que era uma igreja enorme quando os diáconos foram escolhidos. Não é prudente registrar nos Estatutos que a igreja terá “tantos” diáconos, pois há o perigo de se eleger pessoas erradas só porque aquele número tem de ser preenchido. É melhor ter apenas dois ou três bons irmãos do que um grupo que lhe dê imensas dores de cabeça. 2. É possível acabar tendo diáconos demais? R. É. Neste caso, as chances de alguns serem meio atrapalhados, sempre do contra e mandões são maiores, Por outro lado, quanto mais

219

220

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

diáconos, menos possibilidades de dois ou três acharem que eles são os donos da igreja. Se a igreja tiver seis diáconos, por exemplo, e dois ou três começarem a causar problemas, então você estará encrencado. Porém se tiver vinte e apenas três forem problemáticos, você ainda terá o apoio de pelo menos dezessete. 3. O que fazer quando a igreja tem muitos diáconos e todos querem dar uma opinião durante as reuniões do corpo diaconal? R. Por que dar oportunidade para que todos expressem sua opinião? Quanto maior o número de pessoas, mais fácil é conduzir as reuniões de modo profissional e eficiente. Um corpo diaconal composto de quatro ou seis membros torna suas reuniões mais informais e dá oportunidade para que tudo que for mencionado acabe sendo discutido. Contudo, um corpo diaconal numeroso predispõe mais ao silêncio e faz com que as pessoas se manifestem apenas quando tiverem algo importante a dizer, já que sabem que quanto mais falarem mais longa será a reunião. 4. Como agir se diáconos ou membros da igreja sugerirem para o diaconato alguém que não seja leal ao pastor? R. Leve o assunto à igreja – 1Timóteo 3 e Atos 6. Esta é uma das razões de a igreja colocar no papel as normas e os padrões exigidos para que alguém seja diácono. Isso elimina a maioria dos inidôneos. Nunca tive muitos diáconos nas igrejas que pastorei. Talvez meus padrões fossem um pouco altos demais, sei lá. A maioria dos candidatos recusava a oportunidade assim que se inteirava das exigências. Novamente, leva tempo, é preciso ter paciência e é necessário ensinar muito para formar um rebanho que saiba como ajudar o pastor a ajudar a igreja. 5. Quais são alguns desses padrões e normas? R. Entre outros, o diácono deve ser sincero ao responder como é seu relacionamento com o pastor e se está disposto e feliz em ajudá-lo da maneira que a Bíblia recomenda. Marido e mulher devem se comprometer a “segurar a língua”, a estar prontos a perdoar os irmãos, e dispostos a apoiar o que a igreja realiza sob a liderança do pastor. No final do capítulo, apresentarei uma lista desses padrões. 6. E se eu “herdar” diáconos encrenqueiros? Como ficar livre deles?

DIÁCONOS OU “DIABROS”? R. Ensine e treine o pessoal, ore sem cessar sobre o assunto e crie um rodízio para os diáconos de maneira que dois ou três fiquem na “reserva” durante o ano. Para voltar à ativa, eles devem ser nomeados e eleitos novamente. 7. E se um deles estiver comprovadamente agindo errado e servindo de mau exemplo para a igreja? R. Neste caso, converse primeiro com Deus e depois com o diácono em questão. Com gentileza e em espírito de oração, explique-lhe que alguns irmãos estão desgostosos com o comportamento dele e que você tem certeza de que o desejo dele é fazer a vontade de Deus. Diga que você gostaria de ajudá-lo e teria prazer em pedir a um irmão consagrado que se reunisse com vocês dois para levá-lo a entender o que a Bíblia diz sobre as atitudes dele. Caso a pessoa não concorde em mudar e também não queira se demitir do cargo de diácono, leve o assunto ao corpo diaconal. No entanto, aja sempre movido pelo amor, com muito cuidado e em contrição de espírito. A não ser que seja um pecado moral que atinja a igreja toda, talvez nem seja necessário anunciar publicamente que o referido irmão não é mais diácono; especialmente se a eleição anual de novos diáconos estiver próxima. Assim você até poderá “livrar a cara” do irmão e guiá-lo num caminhar ainda mais perto de Deus. 8. Que tal a idéia de termos um grupo de diáconos em treinamento, ou “Diáconos Juniores”? R. Tentei a idéia em uma de minhas igrejas. Não tenho certeza se ela é bíblica, mas também não vejo nada antibíblico nela. Você apenas estaria treinando um grupo de jovens com potencial de se transformarem em bons diáconos mais tarde. Dessa maneira, você já ficará sabendo quem não poderá ser escolhido para o cargo mais tarde. 9. Como incentivar os diáconos a dar o melhor de si? R. Em minha igreja, colocamos (ou tentamos colocar) os diáconos em áreas específicas de trabalho. Por exemplo, um deles era relator da comissão de patrimônio; outro se responsabilizava pela zeladoria (certificando-se de que o trabalho estava sendo bem feito); um terceiro tomava conta da propriedade: arbustos que deviam ser podados, calçada que precisava de reparos etc. Tínhamos um diácono trabalhando com os jovens; outro com o grupo de missões e assim por diante. Porém todos os

221

222

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

diáconos eram incentivados a fazer visitas; a ganhar almas para Cristo; a minimizar conflitos; a promover paz e amizade entre os irmãos; a acompanhar a vida da igreja e a cumprimentar os visitantes e recém-chegados. Se você os encorajar na vida de oração, na visitação e na conquista de almas, eles não terão muito tempo para lhe criar encrencas nem dores de cabeça. 10. O que fazer com gente simpática que deseja ser diácono, mas fazem “campanha” entre os irmãos para ser eleito? R. Se alguém deseja ser diácono só para poder mandar na igreja e conseguir uma posição de destaque...mantenha-o distante! A pessoa qualificada é um cristão humilde, que tem vontade de servir, e vê o serviço como um privilégio, embora não se sinta capacitada para o trabalho. O crente que se alegra em ficar de fora, se esta é a vontade de Deus para ele, é quem merece ser diácono! 11. O que fazer com um diácono “explosivo”, que vive arranjando confusão, não importa o que você faça ou ensine? R. Quanto mais ele “crescer” menos “explosivo” se tornará. Uma pessoa assim é imatura e não deve ser diácono. “Lança fora o escarnecedor, e se irá a contenda”, aconselha Salomão em Provérbios 22.10, “e cessará a questão e a vergonha”. Em pouco tempo os outros diáconos não agüentarão mais as “explosões” e apoiarão o pastor na decisão de manter o encrenqueiro afastado do cargo até que ele amadureça e mantenha o gênio ruim sob controle. De vez em quando faça um sermão avisando que a “rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniqüidade e idolatria” (1Samuel 15.23). Relembre suas ovelhas que a Bíblia ensina que o homem espiritual “é pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar” (Tiago 1.19). Desenvolva uma igreja que entenda o significado bíblico de um verdadeiro diácono. Alguém comentou sobre os corajosos astronautas em suas missões espaciais: “Quanto mais sensacional a conquista menos sensacionalista é o comportamento deles”. É de diáconos assim que precisamos. Pregue sobre Mateus 18.1: “Quem é o maior?” e sobre Provérbios 15.33: “Diante da honra vai a humildade”.

DIÁCONOS OU “DIABROS”? Dr. Fred Brown, referindo-se ao zelador de uma grande igreja em Kentucky, Estados Unidos, declarou: “Se eu fosse pastor, preferiria aquele zelador trabalhando comigo a qualquer pastor assistente!” Todos os diáconos deveriam ser assim. Que Deus nos dê diáconos tão humildes quanto um zelador dedicado. Gostaria de acrescentar que além de ter regras e padrões escritos para os diáconos, você poderia conversar com outros pastores e também ler tudo o que puder sobre o relacionamento entre os pastores e seus diáconos. E algumas igrejas, os diáconos em exercício escolhem os futuros diáconos e depois os apresentam à igreja. Esta prática impede a eleição de alguém não totalmente qualificado para o cargo, e o faz sem expor em público as “deficiências” da pessoa e sem feri-la desnecessariamente. Há muitos cristãos que amam verdadeiramente a Deus, mas por alguma razão não são qualificados biblicamente para o diaconato. A seguir, apresento o questionário que usei na escolha dos diáconos de uma de minhas igrejas. Adapte-o às suas necessidades e convicções. Não é um questionário abrangente, porém ajudou muitos crentes a perceber que realmente não tinham as qualidades necessárias para servir como diáconos. Não se esqueça de que sua atitude pessoal ajuda ou atrapalha seu relacionamento com os diáconos. Considere-os seus “agentes especiais”. Vocês jogam no mesmo time. Ame-os e ore por eles, e não esconda isso de ninguém. Mais uma coisa: sempre aprendemos com as pessoas que menos simpatizam conosco. QUESTIONÁIO PARA CANDIDATOS A DIÁCONO Querido Irmão Seu nome foi sugerido para o diaconato desta igreja. Ser diácono é uma responsabilidade séria e sagrada. Para ajudá-lo a decidir suas próprias qualificações ao cargo, este questionário deve ser respondido com toda honestidade, cuidado e depois de muita oração. Suas respostas são sigilosas. O propósito do questionário é evitar todo e qualquer constrangimento a quem quer que seja, e também ajudar a igreja a fazer, sob a orientação da Bíblia, a melhor escolha possível (leia Atos 6.1-7 e 1Timóteo 3.1-13). 1. Você tem certeza de sua salvação pela fé em Cristo Jesus? _________

223

224

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

2. Você acredita que a Bíblia foi verbalmente inspirada por Deus? _____ Você crê no nascimento virginal de Jesus Cristo, na redenção do pecado por meio de Seu sangue e em Seu retorno pré-milênio?______ 3. De acordo com os ensinos de Atos 6, você crê que a principal responsabilidade de um diácono é ajudar o pastor nas tarefas do dia-adia da igreja para que ele não tenha de “deixar o ministério da Palavra para servir às mesas”? _________ Você se relaciona bem com o pastor? É leal a ele e acha que poderá ajudá-lo, com toda disposição e alegria, a liderar biblicamente a igreja sob a orientação de Deus? _________ 4. Você gostaria de ser candidato a diácono da igreja? _________ Se eleito, dará o melhor de si na realização de suas tarefas? __________ 5. Os diáconos do Novo Testamento eram homens “cheios do Espírito Santo”. Você já se entregou completamente a Deus, e propõem-se a viver uma vida cheia do Espírito e consagrada à obra do Senhor? _________ 6. Cristo e Sua igreja ocupam mesmo o PRIMEIRO lugar em sua vida – antes de quaisquer outras atividades? 7. De acordo com nossos estatutos, somos uma Igreja Batista Independente não afiliada a nenhuma convenção, e assim devemos continuar. Você concorda plenamente que este é o modelo de igreja apresentado no Novo Testamento? ______ 8. A Bíblia exige “traje honesto” (1Timóteo 2.9), insiste em que as mulheres “não usem traje de homem” (Deuteronômio 22.5) e que devemos nos “abster de toda a aparência do mal” (1Tessalonicenses 5.22). Você, sua esposa e seus filhos se vestem de modo comedido e apropriado aos cristãos (por exemplo: nada de shorts, minissaia e outras roupas escandalosas)? _______ 9. A Bíblia insiste em que nos afastemos de práticas mundanas. Você ou sua esposa pertence a alguma sociedade ou organização secretas? _____ Você dança, vai ao cinema, jogam bingo, baralho etc, ou permite que seus filhos participem destas coisas? ________

DIÁCONOS OU “DIABROS”? 10. Você ou sua esposa já foram divorciados alguma vez (1Timóteo 3.12)? ______ 11. Você é o chefe de seu lar? Sua esposa e filhos são submissos a você? Seus filhos são obedientes e comportados? ________ (Efésios 5.22-25; 1Timóteo 3.12.) 12. Você é fiel aos cultos da igreja e participa de todos os trabalhos especiais que ela promove (exceto em casos de força maior), como série de conferências, seminários de crescimento espiritual etc? ______ 13. Ser honesto é uma qualidade importante. Você é dizimista (devolve a Deus 10% do que recebe)? _______ (Malaquias 3.10; 1Coríntios 16.1-3). Você contribuirá regularmente com seus dízimos e ofertas? _______ 14. Seu relacionamento com o pastor e os outros diáconos será fundamentado na honestidade, confiança e cooperação que devem existir entre irmãos em Cristo? ________ 15. Você bebe, vende ou permite em sua casa bebida alcoólica? ______ 16. Você paga suas contas em dia, pois não deseja se meter em dívidas e envergonhar o nome da igreja? _________ 17. Você e sua esposa sabem guardar segredo, ficam longe de fofocas e recusam-se a criticar os irmãos? _________ Vocês são capazes de esquecer os rancores e são prontos a perdoar os que erram? ______ Sua esposa tem as qualidades de uma esposa de diácono, conforme estabelecido em 1Timóteo 3.8-11? _________ 18. O corpo do cristão é o templo do Espírito Santo (1Coríntios 6.19). Você maltrata seu corpo com o fumo, drogas ou qualquer outro vício? ______ Você mantém-se puro sexualmente? ________ 19. Você aproveita todas as oportunidades para falar do evangelho e ganhar almas para Cristo? _______ Você está disposto a colaborar com o programa de visitação e crescimento da igreja? ______

225

226

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

20. Você concorda que a principal tarefa do crente e levar adiante a Grande Comissão de Mateus 28.19-20? ________ Você apóia completamente a programação, os eventos, a pregação, a música e a administração de nossa igreja? _______ 21. Você concorda com o princípio batista de que a maioria de votos decide um assunto? Você aceitará sem reclamações as decisões tomadas pela maioria dos membros em assembléias da igreja? ______ 22. Você guardará fielmente o Dia do Senhor? ______ Você se esforçará para que a igreja cresça, apoiando-se na fé para transformá-la em uma igreja forte e amadurecida, para a glória de Deus? _____ 23. Se algum dia chegar à conclusão de que não pode em sã consciência, nem em espírito cristão, apoiar seu pastor , os colegas diáconos e a maioria da igreja (trabalhando em harmonia e amor), concordará em deixar o cargo de diácono sem desavenças nem discussões? _____ Por favor, assine e devolva ao pastor dentro de dez dias. Nome:________________________________________

227

Capítulo 16

SÉRIES DE CONFERÊNCIAS BEM SUCEDIDAS Depois de pastorear igrejas de todos os tamanhos tanto em cidades grandes quanto em pequenas, e de trabalhar como evangelista durante nove anos, tive muitas oportunidades de testemunhar os dois lados das séries de conferências evangelísticas. Em um capítulo, gostaria de tratar do “Como” promover séries de conferências, e em outro, dos problemas causados por esses movimentos. É meu desejo mostrar o que os pastores devem esperar de um evangelista convidado e o que o evangelista espera deles. Nossa tendência é esquecer os pequenos detalhes – pequenos, mas importantes. É perfeitamente possível realizar séries de conferências evangelísticas, conferências bíblicas e também programações missionárias bem sucedidas e que produzam muitos frutos. As conferências de uma semana (ou mais) podem realmente “dar bons retornos”. Contudo o sucesso do evangelismo não acontece do dia para a noite. O esforço vale a pena. Se você conseguir o pregador certo – um homem de Deus – para ajudá-lo, e preparar cuidadosamente todo o programa, as reuniões serão muito eficazes e os resultados serão duradouros. Programe uma ou duas séries de conferências evangelísticas durante o ano. Além delas, uma conferência bíblica e uma missionária também serão uma grande bênção para a igreja. O ideal é que as séries de conferências evangelísticas durem uma semana pelo menos. Em alguns casos, duas semanas seriam ainda melhor. As conferências bíblicas poderiam ser de cinco ou seis dias e as missionárias de quatro a seis dias. Várias conferências longas durante o ano cansam, e acabam tirando o interesse e entusiasmo da igreja pelos eventos. Infelizmente muitos pastores desistiram de promover campanhas evangelísticas em suas igrejas. Não tenha medo de planejar uma campa-

228

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

nha nem de aguardar as vitórias que certamente hão de vir. Planeje bem e ore muito, e o povo virá. Como uma série de conferências ajuda sua igreja? 1. Aumenta o número de ouvintes da Palavra e desperta entusiasmo na igreja. 2. Revigora os desanimados. 3. Busca os membros afastados. 4. Desenvolve o espírito de amizade e comunhão. 5. Estimula consagração, dedicação e entrega. 6. Traz novos membros para a igreja. 7. Reacende a chama dos cultos domésticos nos lares da igreja. 8. Desperta o interesse dos jovens pela obra de Deus. 9. Descobre novos talentos a ser usados na igreja. 10. Ganha almas para Cristo tanto durante como após a campanha. Muitos pastores têm afirmado que mesmo atualmente – quando a TV e todos os outros tipos de entretenimento seguram as pessoas em casa –, as séries de conferências estão atraindo um auditório cada vez maior, quem sabe até maior que há alguns anos. Esses pastores testificam que almas continuam sendo salvas e que as evidências da série de conferências ainda continua depois do término da campanha. Isso confirma o que digo: as conferências evangelísticas funcionam. Deus mesmo “deu outros para evangelistas” (Efésios 4.11). Portanto é óbvio que ele deseja usar esses evangelistas nas igrejas. Infelizmente, porém, alguns pastores desistiram de promover campanhas evangelísticas em suas igrejas. Por quê? Talvez porque tenham se decepcionado com um determinado evangelista ou por não terem obtido os resultados esperados ou por medo de não serem capazes de manter o ritmo depois das conferências.

SÉRIES DE CONFERÊNCIAS BEM SUCEDIDAS É raro, mas alguns pastores temem que a oferta dada ao conferencista faça falta aos cofres da igreja. Sei que alguns pastores sentem um pouco de ciúme de seus púlpitos e outros têm inveja do evangelista usado por Deus para que seu rebanho seja abençoado. Mas nada disto precisa acontecer. O evangelista convidado será capaz de abençoar e edificar suas ovelhas; os resultados podem ser gratificantes tanto durante quanto depois das reuniões; o dinheiro oferecido ao servo do Senhor não fará falta à igreja e, depois da campanha, as ovelhas gostarão ainda mais do pastor que têm. Elas agradecerão porque você permitiu que ouvissem uma voz diferente e que aprendessem com os ensinos ministrados por um servo de Deus tão capacitado. A maioria dos membros de sua igreja nunca teria o privilégio de participar de uma verdadeira série de conferências, se você não tivesse convidado o evangelista para lhes falar. Também, depois de ouvir um conferencista empolgado falar tantas noites seguidas, suas ovelhas ficarão felizes em ouvir suas mensagens novamente. Talvez até comentem: “Nenhum conferencista é tão bom quanto nosso pastor!” Em minha opinião, a verdadeira razão de muitos pastores e igrejas não programarem séries de conferências evangelísticas com mais freqüência é porque ficaram desapontados com o número de visitantes em conferências passadas e não acreditam que hoje as pessoas saiam de casa várias noites seguidas para participar de uma série de conferências. Outros pastores se entregaram ao desânimo; concluíram (pelo menos interiormente) que as séries de conferências com resultados grandiosos são coisas do passado! Temos de concordar que hoje em dia é mais difícil trazer os nãocrentes para uma série de conferências evangelísticas. Há mais atrações prendendo os jovens; as pessoas estão mais envolvidas com as coisas materiais e são mais exigentes que antigamente; as seitas e os ismos têm contribuído para a confusão e vergonha do termo “evangélico”. Isso tudo significa que precisamos nos empenhar mais, orar sem cessar, planejar com muita sabedoria, começar a nos movimentar mais cedo e, talvez, fazer uma campanha mais ampla para conseguirmos penetrar a crosta endurecida ao nosso redor. Os evangelistas do passado (nos Estados Unidos) armavam uma tenda e permaneciam no mesmo lugar durante uns dois meses, ou até que Deus agisse e as almas começassem a ser salvas. Nós, entretanto, não estamos dispostos a pagar o preço de uma campanha evangelística bem

229

230

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

sucedida. Se a igreja não está preparada para dar tudo de si, se não crê que Deus tem mesmo poder para convencer os pecadores, se não quer empenha-se no trabalho e na oração, e não está pronta a clamar para que a campanha produza muitos, muitos frutos, não é justo nem prudente pedir a um conferencista que invista um mês (ou duas semanas) de seu tempo em uma série de conferências. Com todas as comodidades e conveniências de hoje podemos dar avisos e recados em menos tempo; chegamos mais rapidamente aos lares; atingimos uma área maior com nossa propaganda; alcançamos mais gente e, assim, podemos esperar um grupo bem maior de ouvintes. Quase todas as pessoas têm telefone, automóveis e muitas outras facilidades jamais sonhadas nos dias das “grandes séries de conferências”. Todas essas conveniências facilitam as campanhas evangelísticas de sete, oito ou doze dias. Talvez oito dias – de domingo a domingo – seja mais prático, principalmente nas cidades grandes, onde a locomoção é sempre mais difícil. Com a maioria dos jovens estudando de dia e trabalhando à noite, qualquer programação que dure mais de sete dias terá um auditório pequeno, especialmente no início da semana. Se sua igreja for corajosa, quiser bons resultados e decidir promover uma semana toda de conferências evangelísticas, bíblicas ou de reavivamento, saibam que terão de unir suas forças. Comecem a orar já para que Deus mande o conferencista certo, e ponham mãos à obra imediatamente. Como pastor, determine-se a fazer todos os esforços para que a igreja esteja bem preparada quando o pastor convidado chegar e as reuniões começarem. OBSERVAÇÃO: Se a igreja pretende convidar alguém famoso, muito requisitado, é bom convidá-lo o quanto antes, mesmo que seja com um ano de antecedência. Não se zangue com um conferencista que não aceitou ir à sua igreja em março quando o convite lhe foi feito em fevereiro! Quando pastoreava, eu gostava de promover uma série de conferências assim que as férias terminavam. Este era um bom meio de dar uma “injeção de ânimo” na igreja logo no começo do ano. Dependendo das circunstâncias e do tipo de trabalho, os meses de férias também podem dar bons resultados. Uma solução para estes meses mais fracos em assistência (quando muita gente viaja) é combinar a série de conferências com a Escola Bíblica de Férias; em vez de convidar um único pastor para falar, convide uma equipe de evangelismo;

SÉRIES DE CONFERÊNCIAS BEM SUCEDIDAS tenha alguém para trabalhar especificamente com as crianças. Escolha temas que enfatizem a família; realize as conferências ao ar-livre ou em acampamentos (se a locomoção for fácil); promova conferências só para os jovens. Experimente realizar uma série de conferências com dois ou três conferencistas. Mesmo que o número de visitantes e de convertidos não seja grande, sua igreja se beneficiará com a série de conferências, e os resultados serão duradouros. Muitas pessoas medem o sucesso de uma campanha evangelística pelo número de pessoas que aceitaram a Cristo. No entanto, estas conferências também têm o objetivo de despertar, alimentar e desafiar aqueles que já pertencem a Deus. Se os crentes se reavivarem, eles se unirão ao pastor na conquista de almas perdidas – mesmo depois do término das conferências. Como se preparar e financiar uma série de conferências bem sucedida? As respostas virão a seguir. As idéias são simples; só é preciso ter bom senso; o trabalho não é tão complicado quanto parece. SUGESTÕES PARA CONFERÊNCIAS BEM SUCEDIDAS 1. Ore a favor do trabalho e convide o conferencista que Deus colocou em seu coração. Se alguém sugerir o nome de um pregador que você conhece só de nome, vá ouvi-lo antes de convidá-lo. Se não for possível, quem sabe você não pode obter uma fita com duas ou três de suas mensagens? Em último caso, converse com outros pastores e procure obter informações. Não fique constrangido em dar alguns telefonemas. Se o provável convidado for também escritor, leia um pouco do que ele escreveu. 2. Se você deseja convidar um grande conferencista, alguém muito requisitado, terá de se adaptar ao calendário dele. É melhor ter um excelente pregador na data que for mais conveniente a ele do que um conferencista “meia boca” na data escolhida pela igreja. 3. Prepare-se e prepare a igreja com meses de antecedência. Se desejamos a conversão de familiares e amigos, temos de começar a orar antes das conferências. Distribua os convites e coloque cartazes de quatro a seis semanas antes da programação. Comece a empolgar a igreja e

231

232

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

a treinar os conselheiros e todo o pessoal que terá participação nos cultos. Visite os não-crentes. Peça aos membros da igreja que façam uma lista de seus convidados e comecem a orar pela salvação deles. Se vocês trabalharem antes de a série de conferências ser iniciada, terão mais tempo para cultivar o terreno junto aos amigos e conhecidos, para mostrarem simpatia e camaradagem e para se tornarem amigos das pessoas que querem ganhar para Cristo. Se deixarem as visitas para a última hora – poucos dias antes de as conferências serem iniciadas –, as pessoas podem ficar com um pé atrás, arranjar um monte de desculpas para não ir etc. Coloquem os nomes dos amigos, conhecidos e familiares na lista de oração e ponham os joelhos em terra. Realizem um censo ao redor da igreja bem antes das conferências. Anotem nome, endereço e telefone das pessoas; peça aos membros da igreja que comecem as visitas, e preencham uma ficha com todas as informações úteis sobre os lares visitados. Encoraje suas ovelhas a colocar o nome de várias pessoas em suas listas de oração; pessoas que poderão ser ganhas para Cristo. Se cada membro da igreja ganhar uma pessoa, imagine os resultados! Mas isto provavelmente não acontecerá se vocês deixarem tudo para a última hora. 4. Peça ao conferencista para escrever uma pequena biografia de sua vida e sobre seu ministério, e o que ele espera do trabalho que realizará em sua igreja. Leia cuidadosamente o material. Há muito que aprender com um servo dedicado a Deus e que tenha muita experiência na obra do Senhor. Procure atender todos os seus pedidos, se houver algum. Se ele propuser algo que não lhe pareça apropriado ou difícil de ser realizado, sugira uma alternativa. Por exemplo, se sua igreja só gosta de cantar os bons e velhos hinos – e até já ameaçou uma “greve de voz” se o novo hinário for usado nos cultos – e o conferencista sugerir alguns hinetos apropriados às mensagens que pregará, comunique-se com ele. Vocês estarão poupando tempo e evitando dores de cabeça. 5. Seja o primeiro a se entusiasmar com a série de conferências! Fique tão animado a ponto de contagiar a igreja toda. Varie a propaganda feita do púlpito e no boletim, e faça-a por várias semanas. Peça aos professores da EBD que despertem o interesse dos alunos pela campanha evangelística. Os mínimos detalhes são importantes. Motive os co-

SÉRIES DE CONFERÊNCIAS BEM SUCEDIDAS ristas e todas as organizações e ministérios da igreja. Passe seu entusiasmo para os jovens. Obtenha todas as informações que puder a respeito do conferencista. Enfatize as apresentações especiais que acontecerão durante as reuniões. Se o pastor convidado já foi esportista, cantor, ator, apresentador de TV ou se cometeu algum “pecado cabeludo” antes de se entregar a Cristo, sua propaganda já está meio caminho à frente. A maioria dos conferencistas são homens cheios do Espírito e que se preocupam com os perdidos e desejam ardentemente o reavivamento dos salvos. Procure saber o que aconteceu por onde ele pregou, e transmita os fatos à sua igreja. Se ele é escritor, reproduza um parágrafo ou uma frase de seus livros nos boletins da igreja. Se o convidado trabalha com jovens ou é habilidoso com as crianças, informe isso à turma. Eles nunca se esquecerão “daquela” série de conferências da igreja! 6. Ore muito e leve a igreja a fazer o mesmo. Promova reuniões de oração nos lares, escritórios etc. No entanto, não tenha reuniões todas as noites da semana, ou os membros da igreja estarão exaustos antes mesmo do início das conferências. Alguns pastores imprimem lembretes de oração para os crentes carregarem nos bolsos e bolsas ou terem em casa, sempre à vista, e não se esquecerem de orar pelos trabalhos. Faça reuniões de oração dos homens, das senhoras e dos adolescentes também. Uma cadeia de oração produz muitos resultados. Durante a série de conferências, promova reuniões de oração de 15 ou 20 minutos antes dos cultos. Elas são bastante frutíferas. Mas não “desça a boca” nos membros que não participarem destas reuniões. Algumas pessoas que certamente haveriam de comparecer são as mesmas que provavelmente trariam mais visitantes também. É melhor que cheguem em cima da hora e com muitos visitantes (explique-lhes isto) do que mais cedo – para orar – e sem ninguém para ouvir a mensagem de salvação e reconciliação. Peça a um adulto – que tenha interesse (e paciência) – para reunir os juniores e orar com eles antes dos cultos. A oração não só poderá resultar na salvação de alguns pais como ajudará a diminuir a “estripulia” que a meninada faz quando se ajunta. Não menospreze a oração das crianças. Elas também podem orar poderosamente. 7. A boa propaganda é a alma do negócio! Leia novamente o capítulo 5; ele poderá ajudar muito na preparação da campanha evangelística.

233

234

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

Se for necessário, recolha uma oferta especial para cobrir as despesas com a série de conferências. Os cartazes, faixas e panfletos não precisam ser luxuosos; mas de bom gosto e bem feito, sim. O material deve ser exposto pelo menos uma semana antes de as conferências serem iniciadas e retirados logo que terminarem. Se algum comerciante deu permissão à igreja para colocar faixas e cartazes em frente de seu estabelecimento, sejam tão prontos em retirá-los quanto foram ao pedir licença para colocá-los. Dificilmente um comerciante que foi tratado com tanta consideração lhes recusará permissão em outras oportunidades. Coloque uma bela faixa – trabalho de profissional – em frente à igreja. Uma faixa feita “no joelho”, mesmo que com todo amor carinho dos adolescentes, jovens ou outros membros, deixará impressão de desleixo. Quem sabe a União Feminina não consegue levantar um bom dinheiro para a confecção da faixa? Se possível, coloque outdoors nas entradas da cidade Artigos e propaganda no jornal são essenciais. Planeje tudo muito bem. Releia o capítulo 5 sobre o assunto. Se você não entende de leiaute, busque ajuda de um profissional. Aprenda com quem está fazendo a coisa certa. Mesmo que o retorno da propaganda nos jornais não seja grande, ela mantém a série de conferências diante dos olhos do público e enfatiza toda a publicidade feita pelos pôsteres, faixas, convites e telefonemas que foram instrumentos de decisão para a visita de muitas pessoas à igreja. Além disso, a propaganda no jornal deixa claro que você está trabalhando e que a igreja está viva e ativa na comunidade. É bem provável que algumas pessoas que não assistiram às conferências apareçam na igreja depois. A propaganda é sempre válida. Se apenas uma família se interessar pelas conferências por causa da propaganda, ela pode – unindo-se à igreja mais tarde – entregar dízimos e ofertas que pague muitas e muitas propagandas! Imprima convites de bolso atraentes sobre as conferências. Cartões são melhores que panfletos, já que não se dobram nem voam tão facilmente e cabem em bolsos de camisas e nas bolsas de mulheres, e podem ser distribuídos a qualquer momento. Nenhum empresário vai querer andar com os bolsos do terno cheios de folhetos. E se andassem, em que estado ficariam os convites? Encham a cidade ou bairro de convites; vão de casa em casa convidando as famílias. As senhoras, os homens, os adolescentes, enfim, todos os membros da igreja devem se envolver no trabalho. Faça desta visitação um projeto especial do domingo antes do início das conferências.

SÉRIES DE CONFERÊNCIAS BEM SUCEDIDAS Pode ser que a transmissora de TV e a rádio da cidade concordem em anunciar a campanha evangelística da igreja. Forme uma comissão de propaganda e relações públicas; escolhas pessoas entusiasmadas e cheias de idéias e incentive-as a começar a trabalhar nos comerciais bem antes da data das conferências. (Mais uma vez, releia o capítulo 5.) Nas propagandas, não diga apenas que “o irmão Mineiro, de Minas, realizará uma série de conferências na igreja”. Coloque o nome do conferencista em letras grandes e diga de onde ele é em Minas! Se ele vir do outro lado do país, esta informação pode levar muita gente a pensar que se alguém está vindo de tão longe, talvez valha a pena ouvi-lo. Se ele for escritor, cantor, educador, anuncie! Se é conhecido nacionalmente, informe o público. Agora, dizer que um jovem de 23 anos, recém formado em teologia, é “conhecido no país e fora dele”, extrapola o exagero. Seja honesto em sua propaganda. IMPORTANTE: Não se esqueça de colocar nos convites, faixas, cartazes etc o endereço completo da igreja e informações sobre sua localização, especialmente se ficar numa rua escondida no final do bairro. Certifique-se de que o horário dos cultos esteja bem visível. Imprima convites em número suficiente para que o pastor convidado e membros da igreja possam distribuí-los mesmo durante as conferências. Muitas vezes, em minhas campanhas evangelísticas, cheia à igreja onde iria trabalhar e não encontrei nenhum convite para eu próprio entregar a alguém que encontrasse na rua. A cidade inteira tem de saber sobre as conferências antes mesmo de elas começarem, e ninguém deve se esquecer delas enquanto estiverem acontecendo. 8. Não faça nenhuma programação especial às vésperas das conferências nem durante as conferências. Não confunda o pessoal com atividades diferentes quase à mesma época. A campanha evangelística vai precisar de todo o tempo, oração e dedicação dos membros da igreja. Reuniões de diáconos, da comissão de construção, da escola e do grupo de sociabilidade podem ser deixadas para mais tarde. “E isso faremos”, deve ser nosso clamor! Nada deve ocupar o pensamento de suas ovelhas a não ser a série de conferências, a comunhão com Deus e a conquista de almas para Cristo. Para algumas igrejas, a série de conferências evangelísticas é um mal necessário que deve ser espremido num calendário já bastante apertado com as programações que o pastor “inventa”. Não é de estranhar que não haja conversões nem reavivamento por ali!

235

236

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

9. Promova “dias especiais” durante a campanha, caso o conferencista já não tenha algo em mente; ele lhe ficará agradecido por isto. Por exemplo, planeje “O Culto dos Gêmeos”, “O Culto do Vizinho”, “O Culto do Colega de Trabalho” etc. Se a série de conferências for iniciada no começo ou meio da semana, promova o “Culto de Boas-Vindas ao Conferencista” ou o “Culto da Fidelidade À Igreja”. Estas reuniões incentivarão o evangelista convidado, além de serem um ótimo “ponta pé” inicial da campanha. Mas por que promover a “Noite da Escola Dominical” quando professores e diretor da mesma não se esforçam para que 100% dos alunos – sejam crianças, jovens ou adultos – compareçam? Se a primeira noite da série tiver um bom auditório e se as pessoas gostarem do que viram e ouviram e se Deus derramar suas bênçãos, o sucesso da campanha estará praticamente garantido. Se você promover “A Noite da Família”, planeje-a bem, e com tempo para que os membros da igreja convidem seus familiares antes que estes se comprometam com outras atividades. O mesmo critério deve ser aplicado a qualquer noite especial. Os colegas de trabalho precisam de tempo para se programar e, quem sabe, vir direto do serviço para a igreja. E eles virão, especialmente se gostarem do amigo que lhes fez o convite. Em uma das igrejas onde fiz uma série de conferências, o pastor prometeu Bíblias, comentários bíblicos e outros livros evangélicos para quem trouxesse mais visitantes todos as noites. A igreja se empenhou na tarefa. Oitenta e duas pessoas se comprometeram a encher um banco cada uma em um dos cultos. Muitas pessoas foram salvas só naquele culto especificamente e, se não me engano, 114 aceitaram a Cristo durante a campanha evangelística. No entanto, informe o conferencista sobre seus planos. 10. Escolha cuidadosamente as pessoas que estarão diretamente envolvidas na série de conferências. Treine bem os conselheiros para que sejam rápidos e eficientes ao lidar com as pessoas que aceitaram a Cristo. Na maioria das vezes, só é preciso alguém se ajoelhar com os novos decididos e pedir que Deus trabalhe em suas vidas e perdoe seus pecados. Instrua os conselheiros para que não se envolvam em discussões sobre textos da Bíblia, denominações evangélicas e coisas do tipo. Isso só confunde as pessoas e pode até desinteressá-las de seguir a Cristo. Os conselheiros devem pressupor que cada pessoa que vai à frente é alguém que precisa de salvação – a não ser que sejam informados do

SÉRIES DE CONFERÊNCIAS BEM SUCEDIDAS contrário. Infelizmente, muitos membros de igreja ainda não foram salvos por Jesus. Fiquei sabendo de um conselheiro que ao apresentar uma nova convertida anunciou: “Esta senhora da ‘Ciência Cristã’ rededicou sua vida a Jesus”! É importante que os conselheiros sejam treinados para levar as pessoas a fazer uma decisão verdadeira ao lado de Cristo. Leia cuidadosamente o capítulo 9, que fala sobre o assunto. 11. Explique ao conjunto coral e a quem for apresentar números especiais a importância da boa música evangelística e dos hinetos bem cantados durante toda a série de conferências. É bom que coristas, solistas etc ensaiem bem seus números especiais, mas não é necessário se desgastar nesta tarefa. Assim, é importante que os ensaios comecem bem antes de a campanha começar. Leia novamente o capítulo sobre música na igreja e certifique-se de que todos os números especiais sejam adequados. Não convide grupos musicais (de fora) sem informar o conferencista. É importante que sua filosofia de música e a do conferencista estejam em sintonia. Não convide nenhum solista, grupo musical etc do tipo “meia boca”, sem postura e cujo testemunho não seja verdadeiramente cristão. A não ser que os solistas da igreja saibam mesmo cantar, e sejam pessoas que movam corações com suas vozes melodiosas, deixe que as músicas especiais (que precisam ter arranjos bem feitos) sejam apresentadas pelo conjunto coral, por quartetos e trios. 12. Apresentação do conferencista. É importante que o pastor convidado seja apresentado de maneira correta. Se as conferências forem começar no domingo de manhã, por exemplo, leve o conferencista para uma visita rápida às classes da EBD – a não ser que todos os alunos se reúnam no templo para um “escolão”. Aliás, reunir a igreja toda para uma palestra inicial é um excelente meio de começar a série de conferências. Se a campanha for de domingo a domingo, promova uma grande “festa de despedida” para o conferencista na EBD. Incentive a participação de todos os alunos e seus familiares. Ao apresentar o conferencista, além de mencionar seu nome completo e de onde ele vem, fale um pouco sobre sua família, seus estudos etc. A introdução não precisa ser longa e nem rebuscada, no entanto precisa ser feita com bom gosto. Geralmente o auditório é mais recepti-

237

238

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

vo quando conhece um pouco sobre o palestrante. Mesmo que a igreja já o conheça, muitos visitantes não têm a mínima idéia sobre quem ele é. Não deixe de apresentar a esposa do conferencista, se ela estiver presente. Claro que não é necessário uma apresentação completa todas as noites. Basta repetir seu nome e entregar-lhe o púlpito. 13. Enfatize aos professores e ao diretor da EBD como é importante que incentivem os alunos a participar da série de conferências. Sugira aos professores que se sentem com a meninada durante os cultos. Muitas crianças poderão ser salvas por causa do interesse que um professor mostrou por elas. Além de estar presentes aos cultos, os professores devem observar se seus alunos também estão. Forme uma comissão de pessoas que se disponham a telefonar aos crentes faltosos ou visitá-los, e que façam o mesmo com pessoas interessadas. Organize bem esta atividade para que ninguém receba dois telefonemas ou duas visitas que tratem do mesmo assunto. Os “telefonistas e visitadores” devem mostrar-se entusiasmados pela série de conferências. 14. Os diáconos exercem papel muito importante na visita aos afastados e desencorajados na fé. Depois das visitas e telefonemas, devem ficar atentos e observar se alguns dos visitados aparecem na igreja; se for o caso, um diácono deve se sentar junto ao visitante, ou pelo menos cumprimentá-lo e expressar alegria por sua presença. 15. Se a igreja oferece transporte para levar pessoas à igreja, façam um intensivo programa de visitação e oração para que muitas pessoas assistam aos cultos durante as conferências 16. Entre em contato com o conferencista dias antes da campanha e acerte os últimos detalhes de sua chegada, da hospedagem e aspectos importantes das conferências. Quando fiz uma campanha evangelista no estado da Carolina do Norte, o pastor entregou-me, a caminho do hotel, três fichas de arquivo com as seguintes informações: 1) Horário dos cultos; 2) Horário em que eu seria apanhado no hotel para os cultos;

SÉRIES DE CONFERÊNCIAS BEM SUCEDIDAS 3) Nomes do pianista, do regente de música e do diretor da EBD; 4) Plano de refeições; 5) Quem iria me buscar para as refeições; 6) Como e quando as ofertas seriam recolhidas; 7) Perguntas sobre despesas de viagem; 8) Quem era responsável pela venda de meus livros; 9) Informações sobre o programa de rádio e outros compromissos 10) Explicações sobre programas especiais como “O Culto do Vizinho” etc. Naturalmente, durante toda a campanha pude me dedicar à oração e ao ministério da Palavra. Aquele pastor foi uma bênção para mim e para as conferências. Muitas vezes viajo de carro, como muitos pastores fazem. Como é bom quando o pastor hospedeiro me envia um mapa detalhado de como chegar à igreja! 17. Os introdutores não podem se esquecer do quanto são importantes durante as conferências. Leia novamente o capítulo 10; “Introdutores: Força-Tarefa do Pastor”. Em nenhuma outra ocasião os introdutores são tão necessários quanto nos cultos especiais da igreja. 18. Inicie o culto na hora marcada. A pontualidade facilita a tarefa do conferencista, e os visitantes ficam impressionados com a organização da igreja. Começar e terminar os cultos na hora anunciada é meio caminho andado para trazer as pessoas de volta noite após noite. 19. Providencie berçário para as criancinhas, e insista com os pais para que as deixem lá. Muitas vezes o choro de um bebê atrapalha o culto inteiro. Organize uma boa equipe para cuidar não só dos bebês como também das crianças maiores. A responsabilidade desta tarefa não é necessariamente da esposa do pastor. Os adolescentes podem ajudar

239

240

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

bastante, desde que bem supervisionados. Muitos adolescentes preferem ficar com as crianças, quando, na verdade, precisam mesmo é ouvir a mensagem. 20. Dê atenção especial a todas as idades. Quando faço série de conferências, procuro me comunicar com as crianças em todas as reuniões contando uma história da Bíblia especialmente para elas. A meninada se anima e convida os amiguinhos. Também me dirijo aos adolescentes; converso com eles sobre namoro e “ficar”. Aos crentes adultos, apresento um plano simples de como podem ganhar amigos e vizinhos para Cristo. Se o conferencista não tem nada preparado para as crianças e adolescentes, peça a um professor da EBD e ao líder de jovens que organizem algo especial para a turma. A garotada pode se reunir para orar e distribuir folhetos e convites durante a campanha. Os adolescentes podem colaborar muito com a série de conferências (mesmo antes de ela ser iniciada). Reúna-os numa mesa de pizza e refrigerante e observe o entusiasmo deles explodir! 21. Se a igreja tem uma escola, cuide para que suas atividades não atrapalhem as conferências. Convide o conferencista para falar na assembléia. Promova um culto especial para a escola e convide os alunos. Se a escola possui conjunto coral, quartetos etc, peça-lhes que se apresentem. Os pais certamente irão prestigiar a participação dos filhos. Quando fiz conferências na igreja do Dr. Bruce Cummons, no estado de Ohio, ele cancelou todas as tarefas de casa e testes daquela semana; os alunos não tiveram nenhuma desculpa para não comparecerem aos cultos. Que beleza trabalhar com um pastor assim! 22. Certifique-se de que o templo e todas as suas dependências – inclusive estacionamento, hall de entrada e calçada – estejam limpos e em ordem antes do início das conferências. Podem árvores e arbustos, e não se esqueçam de colocar papel higiênico e toalhas extras nos banheiros. Muitas pessoas visitarão sua igreja pela primeira vez, e algumas – dependendo do que virem e ouvirem – decidirão se voltam ou não. Caprichem para a série de conferências.

SÉRIES DE CONFERÊNCIAS BEM SUCEDIDAS 23. Ao dar avisos, apresentar os visitantes e cumprimentar os presentes seja diplomático. Não se mostre aborrecido porque alguns se atrasaram. Alegre-se por causa dos que vieram! Não resmungue (com cara de enterro): “Que pena! Hoje temos menos gente do que ontem”. Em vez de murmurar, expresse sua alegria: “A presença de vocês nos deixa muito contentes! Sei que mais pessoas chegarão daqui a pouco. Nosso Deus é maravilhoso e tem nos coberto de bênçãos! Louvemos ao Senhor pelo que ele já realizou e continuará realizando durante esta semana!” 24. Convide times esportivos, escoteiros, clubes de serviço e outras igrejas da cidade para as conferências. Talvez haja em sua igreja alguém que possa atuar como Relações Públicas junto a estas organizações e acertar a visita de cada uma em um determinado culto. Não se esqueça de registrar e agradecer a presença de todos. Os colegas pastores merecem atenção especial também. 25. Planeje (depois de falar com o conferencista) reuniões em escola, na Ordem dos Pastores, em fábricas etc. Programe visitas às autoridades e entrevistas em programas de rádio e TV (se for o caso) e com o jornal da cidade. Essas atividades extras contribuem para que mais pessoas assistam às conferências. 26. Agilize os cultos: seja rápido nos avisos. Escreva o que tem de ser dito e seja breve. Não permita que as músicas especiais se arrastem e atrasem o culto. Quem for apresentar um número especial já deve estar a postos antes mesmo de chegar sua vez. Não “complemente” o sermão do conferencista. Os ouvintes devem sair da igreja com a mensagem no coração. Outra coisa: é grosseria entregar ao conferencista um auditório exausto de tanto ouvir avisos, músicas especiais e do levanta-e-senta para cantar, orar e ler a Bíblia. Avisos e números especiais não devem tomar mais que meia hora do culto todo. Então, os “entretantos e finalmentes” – incluindo-se as músicas especiais e os hinos congregacionais – devem ser breves. 27. É importante que os cultos terminem de modo vibrante. Regozije-se no que foi dito e apresentado. Se houve salvação de almas, alegre-se. A igreja deve ter oportunidade de louvar a Deus pelos que se entregaram a Jesus. Mostre otimismo e felicidade com o que ainda irá acontecer nos próximos cultos. Escolha um hino animado para o encerramento. Enquanto o auditório se retira, o pianista ou o conjunto coral

241

242

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

deve apresentar uma música alegre, cheia de vida. As pessoas devem ir para casa com os corações entusiasmados pelo que Deus está realizando na igreja!

243

Capítulo 17

PASTOR LOCAL E CONFERENCISTA: UM RELACIONAMENTO DELICADO Uma campanha evangelística ou de avivamento espiritual deve ser uma das experiências mais felizes e magníficas do ano para a igreja toda. E deve ser um trabalho muito bem sucedido. O diretor de uma faculdade teológica me pediu que falasse aos jovens seminaristas sobre: “O que o pastor local espera do conferencista e vice-versa”. O tema era pesado! Elaboremos um pouco sobre o assunto. O QUE O CONFERENCISTA ESPERA DO PASTOR… …que o convida a investir uma semana ou mais de sua vida ministerial na igreja dele? 1. O convite é para valer ou o pastor está apenas sondando a possibilidade de promover uma série de conferências com ele? Alguns pastores gostam de “jogar verde para colher maduro” com vários conferencistas ao mesmo tempo, dando-lhes a impressão (a cada um em separado) que gostariam de convidá-los para uma campanha evangelística ou de avivamento em suas igrejas. Isso é “jogo sujo”, porque muitas vezes o conferencista, depois de gastar tempo e dinheiro em telefonemas na tentativa de arranjar uma data para aquele pastor em sua agenda já bastante cheia, acaba descobrindo que muitos foram consultados e um já foi escolhido. Isto é o mesmo que propor casamento a várias jovens ao mesmo tempo e casarse com a primeira que concordar com a data escolhida! Claro que não há nada de errado em consultarmos vários pastores sobre a possibilidade de realizarem uma série de conferências em certa data, conforme o calendário da igreja. O pastor local tem liberdade de

244

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

perguntar o que quiser sobre o conferencista, suas convicções, seus métodos, planos de viagem e hospedagem, preferências etc. Posso lhes garantir que os conferencistas famosos estão acostumados a isso e que a caixa postal deles vive abarrotada de correspondência desse tipo. No entanto, quando um pastor escreve a um conferencista: “Temos certeza de que Deus quer que o irmão venha realizar uma série de pregações em nossa igreja. Pedimos que marque uma data que lhe seja mais conveniente. Quando o senhor pode vir?”, a pessoa tem todo o direito de acreditar que o convite é sério e que pode agendar uma data para aquela igreja. Se o pastor prefere entrar em contato com vários conferencistas para conhecê-los melhor e então decidir a quem convidar, deve fazê-lo bem antes da época planejada para a campanha. Melhor ainda, se quiser agilizar o processo, é passar a mão no telefone e conversar francamente com os conferencistas, explicar-lhes o que pretende e fazer as perguntas necessárias. Não desista de convidar alguém só porque não conseguiu falar com ele nas primeiras vezes que lhe telefonou. Os conferencistas muito ocupados não têm tempo para ficar ao lado do telefone. Quem sabe ele não está pregando em uma igreja perto da sua? Vá lá conversar com ele pessoalmente. 2. Não pode haver dúvidas entre o conferencista e o pastor quanto ao dia , mês e ano da série de conferências. Informe-o quanto ao tamanho da igreja, seu potencial etc. Ao convidar um evangelista para um trabalho, é uma questão de cortesia explicar-lhe o que você tem em mente e quais as possibilidades de conversões e avivamento em sua igreja. Não é responsabilidade do convidado perguntar: “Quantos membros tem sua igreja? Teremos muitos visitantes? O templo é grande?” No entanto, talvez ele queira saber estas coisas, e tem o direito de ser informado especialmente quando está buscando a vontade em relação às conferências. Isto não quer dizer que um evangelista chamado por Deus somente queira pregar em igrejas grandes, ou que precise ter certeza de que tudo vai dar muito certo. Eu nunca exigi “esse tipo de coisa” e nunca pedi garantias de nada, e também nunca conheci nenhum conferencista que o fizesse, e minhas melhores conferências foram em igrejas pequenas. Porque o tempo dos conferencistas é curto e precioso, eles preferem ir aonde podem ser mais bem aproveitados, aonde há possibilidade de mais almas serem salvas e aonde podem influenciar mais pessoas a viver para

PASTOR LOCAL E CONFERENCISTA: UM RELACIONAMENTO DELICADO Deus. Por que falar a cem pessoas quando tem a oportunidade de falar a duas mil e ganhar dez vezes mais almas para Cristo? Naturalmente, o conferencista deve orar e buscar a vontade de Deus quanto aos lugares onde deva pregar. Talvez o Senhor queira que ele vá a uma igreja pequena. Contudo, nenhum pastor deve tentar iludir o conferencista sobre a igreja que o está convidando. É sempre agradável receber uma carta do pastor falando sobre sua igreja; sobre o que crêem e o que desejam realizar; quantos alunos fazem parte da EBD; quantos membros a igreja tem; se o templo é grande ou pequeno, e até mesmo o nome de alguns conferencistas que já pregaram lá. Mesmo que a igreja seja pequena, as ofertas sejam inexpressivas e os crentes estejam desanimados, o conferencista provavelmente irá assim mesmo – se puder. Mas ele tem de ter a chance de avaliar a situação e tomar sua decisão, depois de passar tempo ajoelhado em oração. Caso a igreja não tenha condições financeiras de hospedar o conferencista em um hotel e ele precise ficar na casa de algum membro da igreja que tenha filhos pequenos e onde não haja muita privacidade, é bom que essas informações lhe sejam dadas antes de acertarem a data da série de conferências. Certa vez recebi uma carta convidando-me para realizar um trabalho especial em determinada cidade. O remetente me garantiu que a igreja estava ansiosa por minha visita. Embora a carta fosse bastante animadora, quando telefonei ao pastor para conversar sobre o convite, descobri que ele, para complementar o salário, trabalhava em uma cidade, que não morava muito perto da igreja – composta de 35 membros – e que, na verdade, não estava lá muito entusiasmado com a idéia de receber um conferencista. Nada mais justo do que o conferencista ser informado do que o aguarda. 3. O conferencista tem o direito de esperar que a igreja toda se empenhe e concentre seus esforços para que Deus opere de modo real e verdadeiro. 4. O pastor deve assegurar ao conferencista que a igreja está disposta a investir tempo e dinheiro em propaganda e folhetos para que as conferências sejam muito bem sucedida logo no primeiro dia. (Se o auditório continuar pequeno, é bom que o conferencista examine-se a si mesmo!)

245

246

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

5. O sistema de som e todos os equipamentos essenciais ao bom funcionamento das reuniões têm de estar em ordem antes de as conferências começarem. Não é justo que a garganta do pregador fique em frangalhos por conta de microfones e caixas de sons inadequados. 6. O pastor consciente começa os cultos na hora marcada; é breve ao fazer anúncios e orienta o ministro de música para que os números especiais não tomem muito tempo do culto, pois não quer que o conferencista “corra” na apresentação da mensagem. Não há nada mais frustrante para quem prega do que ver seu tempo ser consumido em anúncios ou testemunhos infindáveis e perceber que terá de fazer uma “amputação” na mensagem, se não quiser que o auditório pegue no sono ali mesmo por causa da hora avançada. 7. Não é responsabilidade do conferencista fazer com que o berçário funcione como deve e insistir com as mães para que deixem seus bebês lá durante o culto. Não é o conferencista quem deve lembrar aos senhores pais e aos introdutores que fiquem de olho nos adolescentes peraltas. Nenhum mensageiro que coloca sua alma na pregação da Palavra de Deus tem de ser obrigado a competir com bebês chorões nem com juniores inquietos nem com adolescentes engraçadinhos. 8. O conferencista deve ser informado (com antecedência) se terá de fazer visitas que lhe tomarão muito tempo e se, além da igreja, haverá cultos em outros locais. Os pastores mais bem sucedidos no ministério são os que dizem ao conferencista: “Quero que você tenha tempo para orar, estudar, escrever e preparar suas mensagens. Não esperamos que você faça visitas por nós”. Claro que todo pregador que se coloca nas mãos de Deus não se recusará a fazer visitas importantes e promissoras, quando convidado. No entanto, o conferencista não pode ficar esgotado de tanto andar de lá para cá visitando gente. Ele precisa estar descansado para o trabalho que foi convidado a fazer. Alguns conferencistas gostam de fazer visitas com o pastor da igreja; outros, no entanto, ficam muito cansados e sem disposição para os cultos da noite. Um excelente conferencista, poderoso na conquista de almas, explicou-me que se empenhava de todo coração tanto para ganhar uma única pessoa como para falar a multidões. Achei que não seria sensato exauri-lo com visitas aos lares. No início do ministério, eu costumava levar os conferencistas para visitar os “duros de coração”; os maridos machões incrédulos; os perdidos da cidade. No entanto, pelo que me lembro, essas visitas não deram

PASTOR LOCAL E CONFERENCISTA: UM RELACIONAMENTO DELICADO muitos resultados. Alguns “durões” aprenderam a se “armar” e passaram a jogar todo tipo de oposição para cima do conferencista. Outros, quando descobriam que iríamos visitá-los, arranjavam uma viagem “inesperada”, ou tinham “um negócio urgente” para realizar exatamente nos dias das conferências e, então, não podiam ouvir o pregador convidado. É verdade que toda regra tem suas exceções e, em alguns casos, a visita de um conferencista é mais que bem-vinda e oportuna. Contudo, o conferencista precisa ter tempo para descansar, estudar e orar. 9. Encha as mãos dos membros da igreja de folhetos bem feitos e ensine-os a ser porta-vozes da campanha. Os crentes devem mostrar entusiasmo ao falar da série de conferências e do pregador e suas mensagens. O conferencista não pode se elogiar, mas os membros da igreja podem fazer isto por ele! A igreja tem de ficar tão empolgada com o que Deus está realizando que até as pessoas mais apáticas quererão saber o que está acontecendo lá. 10. O pastor, a diretoria e os membros da igreja em geral precisam trabalhar muito durante a série de conferências. Durante as campanhas realizadas em minhas igrejas, eu ficava rouco de tanto fazer convites a não-crentes e aos afastados. Eu me empenhava em que prometessem ir aos cultos. Quando o pastor local não tem de pregar, ele fica livre para fazer visitas, dar telefonemas e orar como nunca. 11. Mesmo antes de o conferencista chegar, o pastor faria bem em pregar algumas mensagens a respeito dos empecilhos a uma série de conferências. Peça a Deus que o ajude a conscientizar a igreja sobre os problemas causados pela falta de perdão; pela ira; raiva; inveja; mau humor; impaciência; mundanismo; orgulho; desonestidade; espírito crítico; preocupação; luxúria; descrença; falta de oração; preguiça em testemunhar de Cristo; amargura; fofoca e calúnia; cobiça; acusações; inconsistência; apego à televisão; desinteresse e falta de amor pelas almas perdidas. Estas são algumas coisas das quais os crentes precisam se arrepender, se a igreja quer mesmo experimentar o avivamento real e testemunhar a salvação de muitas almas. Pastor, antes de pregar sobre esses empecilhos, certifique-se de que você mesmo não é culpado de nenhuma deles! 12. Pastor, esteja presente em todas as reuniões. Se o conferencista estivesse falando à classe de adultos, eu fazia questão de estar lá, não

247

248

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

só para lhe dar uma força como para ser exemplo à minha igreja. Além disso, minha alma também precisava ser alimentada. Alguns pastores são famosos por “abandonar” o conferencista e sair vistoriando as classes da EBD ou a contagem dos dízimos e ofertas. Em algumas ocasiões, tive de encerrar os trabalhos da EBD ou aconselhar um convertido em igrejas de terceiros porque não havia ninguém mais para fazê-lo. Algumas vezes, o pastor não estava presente quando terminei a mensagem e fiquei sem saber a quem passar a palavra. 13. Durante uma série de conferências, esqueça tudo o mais...menos as pessoas. Concentre-se em ganhar almas para Cristo; em levar muitos ao arrependimento. Não fique preocupado com as eleições, atividades sociais, projetos da escola, orçamento da igreja, construção do novo templo etc. Acho que até mesmo as uniões de treinamento, os grupos de estudo bíblico, as reuniões missionárias e os intermináveis ensaios do conjunto coral deveriam ser cancelados. Em vez de as senhoras evangelizadoras se reunirem para tomar chá e ler “pontos” da revista, é melhor que gastem o tempo em oração e visitação! Em vez de o pessoal interessado em evangelismo passar uma hora sentado na união de treinamento antes do culto evangelístico, não seria mais sensato que orassem pelos não-salvos e saíssem a buscá-los para o culto? Acho que algumas vezes somos nossos maiores obstáculos. 14. Antes de convidar solistas e grupos musicais para se apresentarem na série de conferências, procure saber exatamente quem eles são. Se não conhecê-los direito, você pode acabar tendo um ataque cardíaco. Não faça o conferencista morrer de vergonha por ter de se levantar e pregar depois de um grupo barulhento e mundano ter “assassinado” a hora do louvor! 15. Ao levar o conferencista e esposa para almoçar ou jantar na casa de alguém, não pressuponha que eles já conhecem todo mundo lá. Geralmente não conhecem e, na maioria das vezes, nem sabem quem são os hospedeiros. Faça as apresentações. Melhor ainda: antes de saírem para a refeição, conversem um pouco sobre a família hospedeira. Muito constrangimento poderá ser evitado com isso. Por exemplo: a dona da casa pode ser viúva ou divorciada, e uma conversa sobre o ex-marido pode ser bastante constrangedora!

PASTOR LOCAL E CONFERENCISTA: UM RELACIONAMENTO DELICADO 16. Escolha cuidadosamente as casas que hospedarão o conferencista. Forme uma comissão de hospedagem ou selecione alguém de bom senso para o trabalho. Não coloque uma lista no quadro de avisos pedindo voluntários que queiram oferecer uma refeição ao visitante. Quando era pastor, algumas vezes fiquei em palpos de aranha diante de uma situação que poderia ter sido evitada. Não vá levar o conferencista para uma casa onde haja gente doente ou com doença contagiosa. Evite lugares sujos, malcheirosos, que causam nojo. Trate o conferencista como você gostaria de ser tratado na igreja dele. Os conferencistas viajam muito e comem em todos os tipos de lugares e bebem água filtrada e água de torneira; diante das circunstâncias, fazem tudo o que podem para se manter saudáveis. Eles não precisam de mais situações que comprometam seu bem-estar físico. Isso não quer dizer que famílias pobres não possam receber o conferencista. Mas pobreza não é desculpa para sujeira e comida mal feita. A equipe de hospedagem tem de ficar “esperta”. 17. O pastor deve acompanhar o conferencista às refeições; deixe isso bem claro à igreja. Geralmente os conferencistas querem a companhia do pastor da igreja, pois não se sentem à vontade em conversar com pessoas estranhas – sobre as quais não sabe praticamente nada – e que também se sentem acanhadas diante dele. É verdade que alguns membros da igreja preferem ficar a sós com o visitante porque não gostam muito do pastor local. Se isto for verdade, aí é que o visitante não deve mesmo ir sozinho àquela casa. Os hospedeiros não são obrigados a convidar também a família toda do pastor, principalmente se ele tem muitos filhos. Se a esposa do conferencista estiver presente, é bom que a esposa do pastor os acompanhe. Os responsáveis pela hospedagem e alimentação do conferencista devem explicar todos esses detalhes às famílias que vão receber os visitantes. 18. Procure não consumir todo o tempo do conferencista. Naturalmente ele vai querer conversar e trocar idéias com você, mas também espera não ter de “fazer uma viagem” para chegar à casa onde fará a próxima refeição nem ser arrastado para uma longa e cansativa sessão de aconselhamento nem ter de esperar até o dia do juízo final antes de voltar para seu quarto e descansar um pouco depois de algumas visitas ou programa de rádio. Tenha consideração para com o visitante.

249

250

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

19. O conferencista fica mais tranqüilo quando percebe que o pastor está atento ao que se passa na igreja durante a pregação; isso poderá ser feito com mais eficiência se o pastor ficar ao púlpito, junto com o convidado. De modo geral, a igreja toda – adultos, jovens, adolescentes e crianças – comporta-se melhor quando sabe que o pastor está observando o que acontece durante a mensagem. Além do mais, estando à frente, o pastor tem oportunidade de observar se alguém está sendo tocado pelo Espírito durante a pregação e também ver quem está presente e quem não está. O bom mesmo é que o pastor da igreja e um assistente fiquem sentados ao lado do conferencista. A mensagem do evangelho é a tarefa mais preciosa que existe, e merece todo nosso empenho. 20. Não gaste tempo dos cultos especiais com propaganda de eventos futuros a serem promovidos pela igreja. Se deseja aproveitar a ocasião, porque tem à sua frente uma grande platéia, faça esses avisos no último culto da série de conferências. Durante toda a campanha evangelística, as pessoas têm de sentir que estão participando das reuniões mais importantes do mundo; reuniões que precisam de toda atenção possível. 21. É importante que a família do pastor seja exemplo para todos. Seus filhos devem sentar-se nos primeiros bancos e comportar-se muito bem durante os cultos. Já participei de uma campanha em que os filhos do pastor não tomaram parte das reuniões especiais para os adolescentes. Isto afeta negativamente o que pretendemos fazer pelos jovens. A maioria dos filhos de pastores são crianças notáveis, bem educadas e comprometidas com a igreja. Nossos pastores estão sendo excelentes pais! 22. A igreja é responsável pelas despesas de viagem, alimentação e hospedagem do conferencista. Além disto, uma oferta de amor deve ser-lhe entregue como investimento na obra de evangelização. Muitos conferencistas não têm renda fixa; sustentam-se das ofertas que recebem. As igrejas precisam ser sensibilizadas quanto a isto e dar-lhes uma oferta generosa. Este é um assunto delicado e gera mal entendidos nas igrejas. Por esta razão, pedi que meu pastor, Milton Ker, escrevesse, no capítulo 18, um pouco sobre o assunto. Falemos agora sobre…

PASTOR LOCAL E CONFERENCISTA: UM RELACIONAMENTO DELICADO O QUE O PASTOR ESPERA DO CONFERENCISTA? 1. O evangelista (assim como o pastor da igreja) deve ser diligente e cuidar de sua correspondência prontamente. Já ouvi pastores reclamarem de conferencistas relapsos quanto a mandar fotos, acertar datas, responder cartas e coisas do gênero. É verdade que muitas vezes, por estar viajando, o conferencista não pode cuidar rapidamente de sua correspondência, e quando chegam em casa já começam a se preparar para outra campanha. E assim, a correspondência vai se acumulando. Também, muitas vezes, o conferencista depende da resposta do Pastor A para então responder ao Pastor B. Tanto os pastores locais quanto os conferencistas devem ser corteses uns com os outros e responderem suas cartas o mais rápido possível. É enervante tanto para um quanto para outro ficar com datas “penduradas” a espera de uma decisão. Os conferencistas têm de ser organizados, manter o arquivo em dia e cuidar bem de sua correspondência, e ser consciente de suas responsabilidades. 2. Enviar fotos, marcar a data da campanha etc o quanto antes para que o pastor tenha tempo de se preparar adequadamente. O pastor hospedeiro precisa receber esse material com pelo menos dois meses de antecedência, e, dependendo das circunstâncias, com até três meses. Alguns preferem que os conferencistas lhes enviem o material até mais cedo, mas acabam perdendo tudo antes mesmo de usá-lo. 3. Informe ao pastor da igreja seus planos de viagem, meio de transporte, quando pretende chegar à cidade e o que necessitará quando chegar lá. Se viajar de carro e precisar de garagem para estacioná-lo, não deixe de avisar. Se você vai aproveitar a viagem para realizar negócios particulares e quer dividir as despesas com a igreja, informe seus planos ao pastor o quanto antes. Se viajar de avião, não se esqueça de informar o horário de chegada e o número do vôo. Se houver alteração de planos, não se esqueça de comunicar. 4. O conferencista deve ter liberdade para oferecer sugestões sobre a propaganda da série de conferências e de como a igreja pode atrair mais visitantes aos cultos, a não ser que o pastor da igreja lhe informe que tudo está sob controle. Alguns pastores gostam de receber sugestões e ajuda de seus conferencistas.

251

252

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

5. Informe ao pastor sobre suas preferências alimentares, mas seja flexível. Não seja cricri. Se você tiver problemas de saúde ou alergia a algum tipo de alimento, não espere até a última hora para avisar a comissão de hospedagem e alimentação. 6. Tenha consideração pelo púlpito de seu colega, e honre o pastor como homem e líder do rebanho. Encoraje-o; empenhe-se para ajudálo enquanto for seu convidado. Não se comporte de modo que envergonhe o pastor. Não faça brincadeiras de mau gosto sobre o pastor e seus colaboradores. Mesmo que você e o pastor sejam bons amigos, algumas pessoas podem não entender e achar que você está desrespeitando o pastor delas. O conferencista deve valorizar o pastor diante de suas ovelhas. 7. O conferencista não deve levar seus próprios convidados. Se sua esposa costuma viajar com você, avise o pastor. Se ela não faz parte da equipe convidada a acompanhá-lo, a igreja hospedeira não tem obrigação de pagar sua passagem nem hospedagem (se ficarem em hotel). Algumas igrejas não se importam – e até fazem questão – de arcar com as despesas da esposa do conferencista, e é uma bênção quando isto acontece. No entanto, não exija que o façam. Não leve filhos nem amigos, sem antes consultar a igreja. Minha esposa viaja bastante comigo, mas suas despesas correm por minha conta, e sempre comunico ao hospedeiro quando ela irá me acompanhar. 8. Não faça exigências ao pastor. Já me surpreendi ao saber que alguns pastores ficaram aliviados porque sou simples e fácil de agradar. Obviamente alguns tiveram experiências bastante infelizes com conferencistas rabugentos. Se não há uma sala sobrando na igreja para eu usar como escritório, acomodo-me em um lugar sossegado ou numa classe da EBD. Os assentos nem sempre são confortáveis e a iluminação nem sempre é das melhores, mas sempre dou um jeito; a maioria dos pastores dá o melhor de si. Você pode fazer sugestões para melhorar a Escola Dominical ou alguma organização, porém jamais imponha suas idéias. Alguns conferencistas acabam com nossa fama. 9. Os conferencistas devem ser prudentes e amáveis ao lidar com as pessoas. Alguns pastores reclamam comigo sobre conferencistas que esbravejam do púlpito, apontam o dedo para algumas pessoas do auditório (envergonhando-as terrivelmente), quase as obrigando a levantar a mão aceitando a Cristo. Espero que não haja muitos desse tipo por aí.

PASTOR LOCAL E CONFERENCISTA: UM RELACIONAMENTO DELICADO Dificilmente alguém que foi pressionado ou ridicularizado volta à igreja. Os conferencistas precisam ser atenciosos, compassivos, diplomáticos e afáveis quando fizerem o apelo. Deixem sempre uma porta aberta para que o pastor da igreja continue a trabalhar com as almas que não se renderam a Cristo durante a série de conferências. Seja totalmente transparente ao fazer o apelo. Os ouvintes têm de perceber que você é confiável. 10. Seja discreto e cuidadoso ao lidar com moças e senhoras. Não dê nenhuma brecha para que suspeitem de você. Evite toda e qualquer aparência do mal. 11. Atenção às boas maneiras. Seja pontual nas refeições e nos cultos. Comporte-se como um verdadeiro cavalheiro na casa do pastor e na casa dos membros da igreja. Seja agradecido pelo que lhe servirem à mesa. Cumprimente e agradeça à anfitriã pela refeição. Assim que voltar para casa, mande uma cartinha de agradecimento aos seus hospedeiros. Se possível, ofereça-lhes um presentinho também. Jamais deixe de escrever ao pastor da igreja agradecendo-lhe pela oferta e pelos atos de gentileza recebidos. Escreva seus agradecimentos uns dois dias após as conferências. Os agradecimentos escritos não dispensam os agradecimentos feitos do púlpito no último culto da campanha. Se alguém lhe oferecer um carro para usar durante as conferências, entregue-o em ordem, e com o tanque cheio, a menos que saiba que a igreja cuidará disto. 12. Não se descuide da oração nem do preparo do sermão. Os membros da igreja podem deixar de orar e o pastor, com tantos afazeres, pode se esquecer, mas você, o conferencista, não pode se dar ao luxo de não orar, orar e orar. Mais ainda: se negligenciarmos o estudo da Bíblia e nossa comunhão com Deus, isto ficará evidente quando subirmos ao púlpito. 13. Seja amigável. Não se enclausure nem seja um “chatonildo”. Sei que não fomos chamados para ser “arroz de festa” e que não temos tempo a perder com trololós, mas temos de ser gentis, simpáticos e atenciosos com as pessoas. Mostre-se paciente com os idosos e as crianças. Considere um privilégio autografar Bíblias ou responder perguntas.

253

254

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

14. Não pressione os pastores. Se Deus quiser que você pregue em determinada igreja, ele mesmo convencerá o pastor a convidá-lo. Nenhum pastor gosta de conferencistas que telefonam ou escrevem insistindo para pregar em suas igrejas. Não estou falando de situações quando o pastor tenha pedido que o conferencista lhe comunicasse assim que tivesse uma data livre ou estivesse perto de sua cidade. Neste caso, o telefonema é perfeitamente aceitável. 15. Arrume sua própria bagunça. Em hotéis, pousadas etc, as camareiras arrumam os quartos dos hóspedes, mas se você ficar na casa de alguém, mantenha seu quarto em ordem. Faça a cama; não deixe suas coisas largadas pelo chão e, por favor, mantenha o banheiro em ordem. 16. Anedotas têm hora e lugar certos, e só se forem limpas. Histórias e comentários de duplo sentido vão levar você para o brejo cedo, cedo. 17. Deixe a preguiça de lado. Mantenha-se ocupado. Estude, ore, testemunhe, leia, caminhe, exercite-se, escreva, mantenha sua correspondência em dia. Não dê chance para que o Inimigo o transforme num conferencista descuidado e preguiçoso. Livre-se das revistas pornográficas que tenham sido deixadas no quarto do hotel. Pense em tudo o que for puro, adverte-nos o apóstolo Paulo. Despreze o que for pernicioso. Não alimente os desejos carnais. Cuidado com seus olhos em bancas de revistas e livrarias. Não se deixe escravizar pela TV; ela pode empobrecer sua vida espiritual e acabar com as horas preciosas de estudo da Bíblia e comunhão com Deus. 18. Não seja ganancioso. Não se aborreça se perceber que o pastor não está se empenhando para que você receba uma boa oferta da igreja. Alguns pastores não sabem como é a vida de alguém que depende das ofertas recebidas em séries de conferências. Ele conhece o rebanho que tem e sabe que a igreja será generosa mesmo que o assunto não seja mencionado a todo instante. Se a oferta for pequena, louve a Deus por ela e agradeça ao pastor; lembre-se de que você trabalha para Deus, e ele vai cuidar de suas necessidades. Às vezes, o pastor local não se dá conta de que os conferencistas – que não têm um salário mensal – pagam seu próprio aluguel, impostos, plano de saúde, água, gás e eletricidade e outras despesas com as quais, geralmente, os pastores locais não têm de

PASTOR LOCAL E CONFERENCISTA: UM RELACIONAMENTO DELICADO se preocupar porque a igreja se encarrega delas. Espero que este livro ajude tanto pastores como evangelistas a entenderem melhor um ao outro nessa área. 19. Não permita que a “dor de cotovelo” tome conta de seu corpo todo. Se o carro do pastor é melhor que o seu e a casa dele maior que a sua, simplesmente agradeça a Deus pelo que você tem, e lembre-se de que você também não tem algumas das dores de cabeça dele! Se tiver a impressão de que outros conferencistas são convidados por igrejas maiores e mais ricas do que as que convidam você, não se esqueça de que somos chamados a sofrer por Cristo “fora do acampamento” e de que toda e qualquer bênção que recebemos é muito mais do que merecemos. 20. Quando “requentar” sermões, certifique-se de que continuam “saborosos”! Não repita os velhos sermões como se você fosse um papagaio. Estude-os um pouco mais; tempere-os com muita oração; unte-os com o óleo do Espírito e deixe que a unção do Senhor esteja sobre você também. E não deixe de atualizar as ilustrações. 21. Não exagere ao falar sobre as séries de conferências que já realizou. Não devemos nos dar mais crédito do que o merecido. 22. “Revolva-se na Palavra”, aconselha o Dr. Appelman. Apeguese à Bíblia, para que sua fé continue firme e seus sermões sempre novos. 23. Não fale demais. Alguns pregadores levam os ouvintes a tomar uma decisão, e continuam falando até que eles desistam do que fizeram. Spurgeon dizia que pregamos enquanto as idéias abençoadas vão enchendo nossa mente, e falamos tanto que logo o auditório começa a ter idéias não tão abençoadas! 24. Evite os tiques nervosos e hábitos irritantes. Trejeitos ridículos, gestos engraçados; chaves balançando no bolso, anel que gira e gira no dedo distraem e enervam o auditório. Observe-se falando diante do espelho e veja se você já não adquiriu alguns. Livre-se deles. 25. Não culpe ninguém pelo fracasso da campanha. Quando me lembro de algumas reuniões que fiz, percebo que minhas atitudes nem sempre foram das melhores ou então comecei a série de conferências da

255

256

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

maneira errada. Dependendo do lugar, as pessoas são mais ou menos receptivas logo de início. As pessoas do interior podem desconfiar do “pregador da cidade grande” até o conhecerem melhor. Conquiste a confiança dos seus ouvintes; assim que passarem a gostar de você, prestarão atenção em suas mensagens. 26. Não desenvolva amizades na igreja com pessoas que possam convidá-lo a visitá-las ou queiram corresponder-se regularmente com você. Não faça uma lista de possíveis sustentadores com a intenção de lhes pedir dinheiro mais tarde. Os pastores se ressentem disto, e com toda razão. 27. Vista-se com discrição. Talvez o conferencista use um blazer que o pastor da igreja jamais usasse, no entanto, é bom evitar roupas espalhafatosas e que pareçam ter custado uma nota preta. Vista-se com capricho: terno lavado e passado, camisa limpa e sapatos engraxados! Esqueça os penteados excêntricos e as cores “cheguei”. Jamais se descuide da higiene pessoal, e que Jó 17.1 jamais seja seu versículo preferido – especialmente a frase inicial. 28. Certa vez, numa aula de evangelismo de uma faculdade teológica, alguém me perguntou que tipo de pregador eu não convidaria para falar em minha igreja (eu pastoreava naquela época). Relacionei os seguintes: (1) Os “poderosos”, os profissionais cheios de si mesmos. (2) Os grosseiros e que usam terminologia vulgar. (3) Os que contam piadas de mau gosto ou pareçam ser doidos por um rabo-de-saia. (4) Os que vivem choramingando por causa de dinheiro ou façam qualquer coisa por ele. (5) Os que vivem a falar de si mesmos e não de Deus. (6) Os mal-educados e os ingratos. (7) Os que menosprezam o pastor da igreja ou tentam humilhá-lo publicamente. (8) Os engraçadinhos de tempo integral que recheiam o sermão de anedotas irrelevantes, só para divertir o auditório. (9) Os efeminados; os detalhistas ao extremo; os sérios demais e os pomposos.

PASTOR LOCAL E CONFERENCISTA: UM RELACIONAMENTO DELICADO (10) Os que pregam mensagens vazias, sem substância; sem conteúdo. Alguém que não “pregue a Palavra”. (11) Os que pregam sempre a mesma coisa; que vivem “requentando a marmita”. (12) Os que “apelam” na hora do apelo; os desonestos em seus negócios; os que continuam falando quando o sermão já terminou. 29. E que evangelista eu convidaria novamente? Também me fizeram esta pergunta. Convidaria os sinceros, compassivos, frutíferos. Convidaria novamente o evangelista que sabe falar ao coração das minhas ovelhas e encorajá-as a amar e servir ao Senhor cada vez mais e melhor. O conferencista sensato ao lidar com as pessoas; que seja fácil de ser agradado; que não tenha uma crise de nervos se alguma coisa não sai como ele quer. Sempre gostei de conferencista bem humorado, versátil e imaginativo em suas pregações. Os conferencistas apaixonados em conquistar almas para Cristo eram convidados a voltar ao meu púlpito. Dei preferência aos pregadores que advertiam minhas ovelhas contra o pecado e o mundanismo, mas o faziam com gentileza e contrição; homens que não barganhavam com o erro; que haviam estado aos pés do Calvário. Minha igreja gostava de ouvir pregadores com essas qualidades, cujas mensagens eram instigantes; homens cujas mensagens não eram quilométricas. Quando penso nos evangelistas que convidei, vejo uma combinação de pessoas simples e preocupadas com as almas perdidas; sinceras e dinâmicas; destemidas, entusiasmadas e interessantes; coerentes e sensatas; sensíveis e ternas; objetivas e eficazes. Evangelistas que apresentavam mensagens singelas, porém substanciosas; pungentes e penetrantes. Se pudéssemos combinar todas estas características em uma só pessoa, teríamos uma mistura de Paulo, Isaías, Jeremias, Estevão e Moisés! Graças a Deus porque ainda existem pastores valorosos entre nós. Quando os velhos pregadores despirem suas capas, Deus usará os jovens que estiverem com seus escudos brilhando e suas espadas afiadas, prontos a pisar na arena.

257

258

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

259

Capítulo 18

RECOLHIMENTO DE OFERTA DURANTE AS CONFERÊNCIAS Alguns pastores relutam em incentivar o auditório a dar uma oferta expressiva durante as séries de conferências. Existem pelo menos três razões para este comportamento: 1. Alguns temem que se falarem muito em dinheiro, os visitantes e outros pensarão que a “igreja só quer meter a mão na carteira deles”. 2. Outros temem que uma oferta generosa para o conferencista pode fazer falta à igreja. 3. Acredito que outros (e espero que sejam poucos), acham que os conferencistas são tão bem pagos que é melhor não mimá-los ainda mais! Não há razão para nada disto. Qualquer pessoa inteligente sabe que ninguém vive sem dinheiro e que os evangelistas de tempo integral precisam de sustento para sobreviver e continuar viajando.Quem oferta porque é agradecido pelas bênçãos que recebe, geralmente vai contribuir com mais do que o dízimo e ofertas regulares. E mesmo que não o façam, nenhuma igreja passará necessidades se investir em evangelismo, assim como não sofre porque investe em missões. Nenhuma oferta é grande demais para se dar a um evangelista de valor. As despesas de viagem e hotel são altas, principalmente para os evangelistas que não fazem parte de nenhuma missão nem têm sustento permanente de uma igreja em particular, como os pastores locais, e ainda sustentam uma família e também precisam arcar com despesas de transporte, impostos, plano de saúde etc. Uma oferta generosa – mesmo que pareça muito por poucos dias de trabalho – compensa as ofertas pequenas que o conferencista recebe, e que juntas são menores do que o

260

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

salário anual do pastor. Assim, não se preocupe achando que vai dar dinheiro em excesso ao conferencista. Infelizmente os “curandeiros” e os charlatões mancham o nome dos conferencistas por causa das imensas ofertas que recolhem, mas os crentes espirituais de nossas igrejas sabem que há diferença entre uns e outros, e precisam ser informados sobre as reais necessidades dos evangelistas e suas famílias. Nossas igrejas devem entender que muitos desses homens estão se sacrificando e têm dificuldade em cuidar de suas obrigações enquanto viajam tanto. O Pastor Milton Ker, meu sucessor na Igreja Batista Central de Panamá City, na Flórida, é uma jóia de pastor. É um dos homens mais generosos que já conheci, e muito experiente em recolher boas ofertas em séries de conferências (ou de qualquer outro tipo!). Por isso, pedi-lhe que escrevesse um artigo sobre o assunto. Eis o que ele diz: O QUE TODO PASTOR DEVE SABER SOBRE RECOLHIMENTO DE OFERTAS EM SÉRIE DE CONFERÊNCIAS As principais razões de uma igreja ser financeiramente estável são bem conhecidas, e começam com R. (1) Recolher as ofertas educadamente ; (2) Registrar cuidadosamente todas as ofertas e (3) Relatar fielmente as ofertas. Neste momento, estamos interessados no recolher, e especialmente no recolher oferta para o conferencista. Como deve ser feito este recolhimento? As 14 proposições seguintes respondem à pergunta. 1. O pastor deve preparar a igreja para o importante evento. A série de conferências precisa ser vista como algo muito especial. Pessoas inteligentes não apóiam coisas insignificantes. Bem antes do início das conferências, o pastor deve plantar no coração dos membros da igreja o interesse pela obra e o potencial que ela representa. A igreja tem de ver a série de conferências como um negócio importante. 2. O pastor deve perceber que é dele a responsabilidade de recolher uma oferta expressiva. Se a oferta recolhida não for suficiente, o pastor falhou em guiar seu povo como deveria. Ele precisa acreditar que a oferta pode e será grande. Esta não é hora de fugir da raia e dar desculpas esfarrapadas.

RECOLHIMENTO DE OFERTA DURANTE AS CONFERÊNCIAS 3. O pastor deve enfatizar a verdade: “Deus deu uns para evangelistas...”. A igreja tem de entender que o conferencista foi “enviado por Deus”. Ele recebeu chamado divino; unção divina; inspiração divina; capacitação divina e deve se apresentar ao trabalho por ordem divina. Ele é uma das maiores bênçãos de Deus à igreja. Por tudo isto, o conferencista tem de ser recebido com amor e honra. 4. O pastor deve informar a igreja sobre as necessidades financeiras dos evangelistas. As pessoas têm de saber que: 1) os evangelistas trabalham em igrejas de todos os tamanhos e recebem ofertas de todos os tamanhos; 2) os evangelistas não podem realizar 52 séries de conferências no ano. Assim, talvez eles fiquem algumas semanas sem receber nada; 3) além das despesas normais de viagens, os evangelistas têm famílias que dependem deles; 4) geralmente os evangelistas não têm sustento garantido por organizações ou missões; 5) os evangelistas dependem de Deus e do povo de Deus; 6) os evangelistas precisam se vestir como mensageiros de Deus diante do povo. 5. O pastor deve capitalizar na importância do alvo. “Quem mira o nada geralmente atinge o alvo.” O pastor sábio estabelece um alvo de quanto quer recolher de ofertas nas conferências. A igreja não precisa saber de quanto é o alvo, mas o pastor precisa. Ele deve fazer das tripas coração para que o alvo seja alcançado, e nem um centavo a menos. 6. O pastor deve anotar as despesas da campanha. A igreja precisa receber uma estimativa das despesas da série de conferência. Pessoas bem informadas geralmente são pessoas satisfeitas. No entanto, se as despesas forem exorbitantes, a reação pode ser outra. 7. O pastor deve edificar uma igreja que se orgulhe de cuidar bem dos evangelistas. É bom que os crentes aprendam a se regozijar em fazer o melhor para os servos de Deus. Ensine suas ovelhas a colocar em prática o ensino de Jesus: “...quando fizeste a um desses pequeninos, a mim o fizeste”. Enfatize a pergunta: “Como trataríamos a Jesus?” Desafie a igreja a fazer mais do que é normalmente feito pelas igrejas porque estarão fazendo para o Senhor. 8. O pastor deve ensinar o que a Bíblia diz sobre o sustento da obra e dos servos de Deus. Pregue sobre Lucas 6.38; Mateus 6.33 e Filipenses 4.19; peça à igreja que memorize estes versículos.

261

262

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

9. O pastor deve se alegrar em “caminhar a segunda milha” e compartilhar as bênçãos com a igreja. Ofereça um presente simples, como uma cesta de café da manhã, ao conferencista (caso ele se hospede em hotel). O pastor tem de estar atento às pequenas necessidades de seu convidado. A igreja deve fazer o melhor que puder pelo conferencista e tratá-lo com toda cortesia e generosidade. 10. O pastor deve tratar o recolhimento de ofertas com muita seriedade. Alguns acham que o recolhimento de ofertas é hora para brincadeiras e piadinhas. Mas não é! É hora de oração, adoração, gratidão e amor. É hora de investimento e é hora de fé. 11. O pastor deve planejar o recolhimento da oferta. “Quem falha em planejar, planeja falhar.” O plano abaixo foi traçado pelo falecido Dr. Bill Rice. O plano funciona. (1) A palavra chave é Convite a. Prepare as pessoas que recolherão as ofertas. b. Prepare os envelopes. c. Prepare o que você vai dizer. (2) Passos para recolher a oferta: a. Peça aos ouvintes que peguem um envelope e esperem pela oração. b. Mande que os envelopes sejam entregues rapidamente. c. Chame atenção dos ouvintes para o envelope. d. Leia o versículo impresso no envelope e use-o para explicar o motivo dos dízimos e ofertas. e. Enfatize a necessidade de quem recebe e a responsabilidade de quem entrega. f. Faça uma oração breve e direta. g. Recolha as ofertas. h. Anuncie a próxima oportunidade de ofertarem. i. Na próxima vez, repita o processo. 12. O pastor deve se alegrar com a igreja quando o trabalho é bem feito. No primeiro culto após as conferências, mencione de quanto foi a oferta e agradeça a todos que colaboraram. Os irmãos devem louvar a Deus juntos porque contribuíram para o trabalho de um servo do Senhor.

RECOLHIMENTO DE OFERTA DURANTE AS CONFERÊNCIAS 13. O pastor deve ser o exemplo da igreja. Se ele é mesquinho, seu povo também será. Se ele for generoso e desprendido, o povo será contagiado por ele. 14. O pastor deve confiar que Deus suprirá as necessidades. Ele deve orar fervorosamente pelo assunto. Deve reivindicar a promessa e crer que Deus dará a vitória...e ela virá! – Pastor Milton Ker O pastor Milton tratou do assunto muito bem. No entanto, um pouco mais pode ser acrescentado. O tema é importante. Fico abismado em ver quantos bons evangelistas iniciam o trabalho e logo são obrigados a largar tudo simplesmente porque não conseguem dinheiro suficiente para viajar e sustentar suas famílias. O evangelista Darrell Dunn comentou que se um evangelista participa de 30 série de conferências num ano (que é a média), ele fica 22 semanas sem receber nada; é como se ficasse cinco meses de licença não remunerada! Nenhum pastor e bem poucas pessoas podem se dar a este luxo, no entanto os evangelistas de tempo integral podem! É importante que o pastor mesmo dirija o momento de recolhimento de ofertas. Às vezes, pastores bem intencionados pedem que um diácono ou líder se encarregue deste trabalho, pois quer que a pessoa se sinta útil na obra. No entanto, um assistente, por melhor que seja, não possui o mesmo discernimento, autoridade e eficiência do pastor, e, geralmente, não entende as necessidades do obreiro da mesma maneira que o pastor entende. As ofertas de amor para o conferencista serão maiores se, em vez de colocarem o dinheiro solto num prato, as pessoas receberem um envelope específico (e se o envelope for usado de maneira correta). Naturalmente, os envelopes devem ser providenciados pela igreja, e não pelo conferencista. Use de psicologia: jamais mencione que as ofertas estão “de bom tamanho”. Talvez Deus tenha preparado alguém para suprir algumas necessidades do evangelista, mas se a pessoa ouvir o pastor dizer que já recolheram uma boa oferta, ela pode concluir que seu dinheiro não é mais tão necessário. Deixe bem claro qual o propósito das ofertas. Se o dinheiro recolhido nas duas primeiras noites for ser usado para cobrir despesas de viagem, hospedagem, propaganda etc, os contribuintes têm direito de saber. Quando a oferta recolhida for considerada um investimento em

263

264

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

evangelismo e, assim, destinada ao sustento do conferencista e sua família, ou da equipe que está fazendo a obra, esclareça bem isso ao auditório. Alguns pastores recolhem a oferta para cobrir despesas e a oferta específica para o evangelista ao mesmo tempo. Contudo, a combinação pode confundir os doadores e resultar em ofertas menores, porque geralmente as pessoas ofertam mais quando sabem que o dinheiro será entregue ao conferencista que lhes é muito querido; poucos querem que seu dinheiro seja usado em “despesas de campanha”. Ao ouvir a palavra “despesas”, alguns pensam em conta de água, luz, limpeza etc e acham que qualquer mixaria é suficiente. É caro viajar hoje em dia. Explique à igreja em quanto ficará, aproximadamente, as despesas de viagem do conferencista. Atualize-se sobre preço de passagem de ônibus, de avião, de gasolina e pedágio – dependendo do meio de transporte usado pelo evangelista. Pode ser que algum membro da igreja seja tocado a cobrir essas despesas todas, e imediatamente! IMPORTANTE: Geralmente são precisos alguns cultos para que todo o dinheiro necessário seja recolhido. Portanto, não espere até o último culto da campanha para recolher a oferta de amor para o conferencista. Vai que nesse dia cai o maior toró? O auditório será pequeno e as ofertas menores ainda. Encoraje os presentes a retirar um envelope, orar e perguntar a Deus que tipo de investimento ou sacrifício Ele quer que façam. Incentive o auditório a fazer um cheque tão generoso quanto possível. (Alguns pastores explicam que “cada centavinho” será entregue ao conferencista, e algumas pessoas só entregam os “centavinhos”!) Se o pastor se referir ao “cheque que vocês farão”, ele estará dando ao assunto um caráter de investimento e generosidade. Quase todos os pastores desejam que suas ovelhas contribuam liberalmente, no entanto eles não sabem aplicar bem a psicologia das palavras. Se a igreja recolher uma oferta de amor para os conferencista todas as noites, escolha um dos últimos cultos para enfatizar a necessidade de uma oferta um pouco maior. Incentive as pessoas a investir na vida e no ministério do servo de Deus que tem abençoado a tantos com seu trabalho. Certifique-se de que haja envelopes de contribuição em todos os bancos, todas as noites, para que os visitantes do dia (que talvez não voltem amanhã) tenham oportunidade de contribuir para o sustento do evangelista.

RECOLHIMENTO DE OFERTA DURANTE AS CONFERÊNCIAS Não faça anúncios nem entregue fichas de visitantes enquanto as ofertas estiverem sendo recolhidas. Ninguém deve ser perturbado quando estiver adorando a Deus com sua oferta. Os avisos devem ser dados antes ou depois das instruções sobre o ofertório. Os equívocos são comuns quando anúncios e instruções são dados ao mesmo tempo. Alguns evangelistas já se sentiram humilhados pelo jeito em que o recolhimento das ofertas de amor foi explicado ao auditório. Acho que nenhum pastor chegou a dizer: “Vamos dar uns trocadinhos para ajudar nosso conferencista a voltar para casa”; no entanto, é embaraçoso demais para um evangelista e sua família ouvirem: “Precisamos ajudar o evangelista, coitado. Vamos agora recolher uma oferta para ele”. Parece caridade. “Quem tem põe, quem não tem tira” é uma das “pérolas” ditas por alguns pastores que desejam dar “um ar de leveza” ao momento. Ouvi sobre um pastor que convidou um evangelista bastante conhecido, e na hora da oferta fez um apelo fantástico aos amigos pessoais do convidado que estavam presentes, mas não insistiu nenhum pouco para que suas próprias ovelhas contribuíssem. Ficou óbvio que estava poupando-as. A responsabilidade financeira para com o sustento do evangelista é da igreja que o convida, e não de seus amigos e de outras igrejas da cidade! Alguns pastores fazem piadinhas e gracinhas na hora do recolhimento das ofertas, na esperança de tornar a extração menos dolorida. Esta atitude só barateia o Evangelho e humilha o servo de Deus. Assim que as ofertas começarem a ser recolhidas, o auditório não deve ser distraído com outros projetos. Às vezes, enquanto a oferta para o evangelista (ou missionário) está sendo tirada, o pastor apresenta um quadro triste sobre a situação da igreja no momento ou reclamam sobre a condição da escola ou do templo e falam da necessidade de dinheiro para reformar isto ou aquilo. Em certa igreja, durante o ofertório, alguém contou uma história triste sobre uma velhinha muito necessitada. O conferencista talvez tenha sido abençoado ao repartir sua oferta de amor com a senhora carente que ele nem conhecia, mas o correto e inteligente teria sido retirar do fundo de beneficência ou da tesouraria a ajuda para pobrezinha, em não confundir suas necessidades com a oferta de amor que estava sendo retirada para o evangelista convidado pela igreja. Suas ovelhas só estarão sendo beneficiadas se aprenderem a ofertar com generosidade. Certamente “mais abençoado é dar do que receber”.

265

266

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

Preste atenção e veja que as igrejas que mais contribuem para os evangelistas e missionários são as que Deus mais faz prosperar. As entradas aumentam e a igreja cresce em número e em maturidade espiritual. “Daí, e dar-se-vos-á”, disse Jesus. Quando eu pastoreava, minhas igrejas tinham suas necessidades supridas durante a semana e depois da semana que havíamos entregado ofertas de amor a outros. É assim que a coisa funciona. Se a igreja vive “enfiando a faca” nos membros para que ofertem para projetos da escola, compra de bancos, de veículo etc, é bom dar um tempo antes de realizarem uma série de conferências. Assim o pessoal terá condição de entregar uma oferta que valha a pena; uma oferta que não deixe a igreja envergonhada por não ter feito o que deveria fazer. Nenhum pastor deve se convencer de que a igreja não pode se dar ao luxo de convidar um evangelista que viva da pregação da Palavra. Só é necessário um pouco de planejamento e bom senso, além de instruir a igreja a ofertar liberalmente. Se o pastor costuma avisar que “os envelopes estão nos bancos, à sua frente”, é bom certificar-se de que estão mesmo lá; de que não foram todos usados ou rasgados no culto anterior. Algumas vezes as pessoas procuram, mas não acham envelope nenhum! (Estude novamente o Capítulo 5, sobre “Como aumentar e melhorar as ofertas”). Pastores, informem o conferencista sobre o que será feito a respeito de suas despesas e da oferta de amor. Enquanto prega em sua igreja, ele não deve se preocupar com dinheiro nem ficar imaginando como irá pagar a passagem de avião. Contudo, ele é um ser humano e certamente tem contas a vencer. Por que não lhe oferecer paz de espírito e informálo de que o tesoureiro cuidará de suas despesas de viagem, alimentação e hospedagem? Quando sabemos que a igreja tem muitas oportunidades de contribuir, é mais fácil confiar que Deus usará seu povo para suprir nossas necessidades. É bom recolher ofertas durante toda a série de conferências? Mal não faz, e se alguém não tiver oportunidade de assistir a todos os cultos, terá pelo menos uma chance de contribuir financeiramente. Se houver recolhimento de ofertas somente na última noite da campanha, por exemplo, uma pessoa que tenha precisado viajar na ocasião perderá a bênção de colaborar. Talvez uma família venha de outra cidade para ouvir o conferencista uma vez e sinta grande alegria em contribuir para o sustento dele. Se o prato de ofertas não for passado quando a família estiver naquele culto, todos – conferencista, igreja e família – perderão.

RECOLHIMENTO DE OFERTA DURANTE AS CONFERÊNCIAS É importante ter um número suficiente de pessoas recolhendo as ofertas. Leia os capítulos que falam sobre oferta e introdutores e aproveite as sugestões oferecidas ali. E se as conferências forem canceladas poucas semanas antes de seu início? Creio que a igreja deve assumir alguma responsabilidade perante o conferencista. O Dr. Bob Gray afirma que se a igreja cancelou o trabalho, ela deve mandar ao evangelista um cheque que cubra as despesas da viagem que seria feita (uma vez que ele gastará dinheiro tentando reorganizar seu calendário e talvez perca muitos dias fazendo isto). Se o cancelamento aconteceu em cima da hora, mandem dinheiro extra, em sinal de cortesia. Se o cancelamento foi feito com meses de antecedência, o conferencista provavelmente terá tempo de encaixar outra igreja naquela data. Quando uma campanha é cancelada no último instante, o conferencista talvez fique sem fazer nada durante uma semana, quando poderia estar ganhando almas para Cristo em outro lugar se não tivesse assumido compromisso com a igreja que desistiu da campanha. Quando as conferências que eu realizaria em certa igreja foram canceladas, e eu estava a caminho da cidade, mandei minha esposa de volta para casa (de avião) e fiquei tremendo de frio durante uma semana em nosso trailer – pois iria fazer outra campanha em lugar próximo de onde estava. Naquela semana perdi a oferta de amor, gastei com a passagem de avião, com alimento e com o aluguel do espaço usado para estacionar meu veículo. O pastor disse que “sentia muito”, mas surgira um imprevisto. Apegueime a Romanos 8.28, mas peço aos pastores e igrejas que pensem bem no assunto! Afirmo com alegria que, de modo geral, os pastores têm sido “maravilhosos” comigo. A maioria tem sido correta, amável e generosa. São as pessoas mais sensacionais que já conheci. Não tenho do que reclamar. Sei que tanto pastores como conferencistas podem aprender com este capítulo. Se isto acontecer, fico agradecido. Algumas igrejas pequenas me surpreendem com sua generosidade. Algumas igrejas grandes dão um passo maior que a perna e estão com a corda no pescoço. O que o evangelista deve fazer? Deve confiar no Senhor e jamais se esquecer de que foi Ele quem nos chamou e de que Ele nos sustentará! Filipenses 4.19 não perdeu a força!

267

268

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

269

Capítulo 19

O PAPEL DO BOLETIM (e coisas do gênero) O que as pessoas realmente encontram no boletim semanal da igreja? O informativo vale a pena? Ele acrescenta alguma coisa aos membros da igreja? Ele pode ser melhorado? A maioria dos boletins que encontramos por aí são desastrosos. É de estranhar que um bom número deles acabe largado nos bancos ou sejam transformados em aviõezinhos que sobrevoam o estacionamento ou a calçada da igreja? Em primeiro lugar, o papel do boletim deve ser de boa qualidade. Deixe o trabalho de impressão para uma gráfica – a não ser que a igreja tenha condições de realizar um trabalho bem feito. É possível que o boletim seja um dos fatores determinantes para que alguém decida ser membro de sua igreja. Hoje em dia, com impressoras de última geração, quase todas as igrejas imprimem seus próprios boletins. Mas cuide para que o resultado seja um boletim atraente e fácil de ser lido. Alguns boletins não dizem quase nada, enquanto outros são tão cheios de diz-que-diz-que e citações dos “quatro ventos e sete mares” que não apresentam uma boa imagem da igreja nem inspiram ninguém a voltar no próximo domingo nem participar dos cultos da semana. Quase todos os boletins apresentam, de maneira mais ou menos rebuscada, a ordem do culto vespertino; no entanto, o culto da manhã é noticiado num rodapé, em letras minúsculas, junto a um monte de avisos. Acontece que as pessoas que recebem o boletim no culto da noite já estão na igreja. O importante é interessá-los pelo culto da manhã também! Não há mal nenhum em que a ordem do culto da noite receba um pouco mais de atenção (embora não seja tão necessário em nossas igrejas bíblicas). O bom mesmo é promover mais o culto da manhã e a EBD. Anuncie estas atividades em LETRAS MAIÚSCULAS e coloque

270

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

um monte de pontos de exclamação depois do título da mensagem que o pastor apresentará. Peça que os conjuntos, solistas, quartetos etc também cantem no culto da manhã; e não se esqueça de mencionar seus nomes; as pessoas gostam disso, e muitas são atraídas pelos nomes, principalmente se forem originais. Se a mensagem for sobre um tema do momento, enfatize isso no boletim, ao lado das atividades importantes da semana. Se houver uma série de conferências se aproximando, anuncie-a no boletim em domingos alternados. Não deixe de chamar a atenção do pessoal para os cultos da semana, especialmente quando promover uma série de estudos. Entregue aos visitantes um boletim que valha a pena ser levado para casa e lido durante a semana. Se a igreja tem programa de rádio, não deixe de avisar o dia e a hora; se houver mais de uma emissora na cidade, especifique em qual a igreja se apresenta. Os boletins bem feitos, principalmente se tiverem uma capa bonita, dificilmente serão jogados fora. Correspondência Especial Alguns pastores publicam uma carta de oração ou jornal semanal ou mensal especialmente para os membros da igreja. Era o meu caso. Eu usava os três primeiros parágrafos de meu editorial para ter uma conversa “íntima” com minhas ovelhas. Se estivéssemos às vésperas de algum trabalho especial, ele era a ênfase do primeiro parágrafo. Minha carta era semanal; assim, eu normalmente usava o primeiro parágrafo como isca para meu sermão da manhã ou da noite do domingo que se aproximava. Os bons títulos chamam a atenção do público. O título deve ser tão interessante e convidativo quanto possível. As coisas mais importantes eram incluídas nos três parágrafos iniciais. No restante da primeira página eu relatava quantas pessoas haviam participado dos cultos, o valor das ofertas recolhidas, avisos importantes e os motivos de agradecimento. Na segunda página, eu publicava os pedidos de oração (pessoas hospitalizadas, viajando etc), anúncio de atividades para os jovens, uma nota sobre a escola e coisas assim. Uma citação interessante aqui e ali prende a atenção dos leitores. Atualize a lista de endereços e verifique se os nomes e sobrenomes estão corretos. Lembre-se: a embalagem valoriza o produto. Todo mundo gosta de ver o próprio nome bem escrito num envelope bonito.

O PAPEL DO BOLETIM Envie sua correspondência com tempo suficiente para que as notícias não fiquem velhas. Convites que chegam em cima da hora ou depois do acontecimento não produzem efeito nenhum. Às vezes o Correio é lento, mas às vezes a culpa é mesmo do pastor, que demorou a enviar sua correspondência. Planeje bem seu calendário. Quando escrever aos membros da igreja, dê um toque bem pessoal às cartas. As ovelhas sentirão que a mensagem é importante quando vem acompanhada do toque especial do pastor. Sua comunicação com os membros da igreja deve ser cheia de vida e relevante. Não deixe a impressão de que está apenas traduzindo ou citando alguma coisa que outra pessoa escreveu e que não tem nada a ver com a igreja ... ou sua carta vai parar no lixo. Enfatize o que está acontecendo no momento e o que irá acontecer em breve na igreja. Mantenha o pessoal ansioso pelo que está às portas. Se você publicar os avisos em sua correspondência aos membros da igreja e no boletim dominical, não precisará usar tempo do culto para isto. Acho que alguns avisos são importantes o bastante para serem enfatizados do púlpito, contudo alguns pastores fazem o auditório dormir quando iniciam a cantiga dos avisos intermináveis. Incentive a igreja a ter o boletim sempre à mão e dar uma olhadela nele durante a semana para não se esquecer das coisas importantes. (Isto irá poupá-lo dos telefonemas perguntando a que horas vai acontecer tal e tal reunião, quando o horário está bem lá, no boletim ou na carta pastoral.) Recordo-me da correspondência que recebi de uma igreja pouco antes de realizar uma série de conferências lá. O cabeçalho, em letra maiúscula, anunciava: DAMOS AS BOAS-VINDAS AO O DR. HUGH PYLE E AO CONJUNTO MUSICAL CSEHY. 10-15 DE NOVEMBRO. Minha foto e a do conjunto haviam sido impressas na primeira página. O horário e as informações pertinentes às conferências estavam ali também. Ainda na primeira página havia uma coluna intitulada: NOVO RECORDE DE COMPARECIMENTO AOS CULTOS. A página inteira era de grande inspiração e encorajamento para os leitores. Nas páginas internas havia uma breve mensagem do pastor, uma lista de missionários, fotos da escola, avisos e casamentos, funerais etc. ocorridos no meio da igreja. A última página trazia informações “agitadas” para a turma jovem. Ninguém jogaria aquela correspondência no lixo antes de uma leitura cuidadosa. Acredito que alguns nem mesmo se desfariam do

271

272

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

boletim tão cedo. O pastor da igreja foi muito criativo na diagramação e conteúdo do informativo. O boletim e a carta pastoral bem escritos podem até mesmo ser enviados a pessoas interessadas no evangelho, a não-salvos ou àqueles desejosos de se transferir para a igreja. Desse modo, tornam-se excelentes meios de evangelização e de convite para os cultos. No entanto, o boletim ou a carta pastoral pode conter material pertinente apenas aos membros da igreja – aos que fazem parte da família; coisas que você não gostaria de dizer aos não-crentes ou ao público em geral. Igrejas que crescem e têm cultos bem freqüentados geralmente publicam boletins e outros informativos de qualidade e atraentes. Observe, faça perguntas e aprenda com quem está fazendo a coisa direito. Nesta área, podemos aprender até com pessoas das quais discordamos em doutrina e metodologia. Quando cheguei a uma igreja onde, durante o fim de semana, realizaria um seminário para família, dei uma olhada no boletim e não encontrei nenhuma palavra sobre o trabalho que seria iniciado naquele domingo. Havia notas sobre reuniões em outros domingos e atividades para os jovens. Tive a impressão que as pessoas não foram levadas a acreditar que as conferências eram realmente importantes. O pastor e o escritório da igreja não estavam na mesma sintonia quanto ao meu trabalho! Organize, planeje, pense. Cuidado para que não haja conflito de datas. Algumas vezes, em minhas andanças, descobri que a igreja havia programado outras atividades para a semana da série de conferências. Quando isto acontece, o pastor tem de tomar tempo do culto para explicar que este ou aquele trabalho foi adiado. A igreja tem de entender que todas as outras atividades ficam em segundo plano quando há uma série de conferências evangelísticas ou de avivamento. Para ajudar seus leitores, não se esqueça de colocar no boletim o endereço completo da igreja, incluindo o número de telefone. Algumas igrejas não o fazem. Revise cuidadosamente tudo o que for escrito. É mais fácil corrigir erros na hora do que ficar dando explicações depois! Não irrite os funcionários do escritório da igreja. Mantenha o almoxarifado bem suprido e seja bem claro em suas instruções. Não deixe os funcionários “se virarem”, sem saber exatamente o que devem fazer e como fazer. Se o intervalo para o cafezinho for um momento de descontração e alegria, ninguém vai ficar “enrolando” até dar a hora de encerrar o expediente. Leia bons livros sobre gerenciamento.

O PAPEL DO BOLETIM Os escritórios e salas da igreja devem ser bem iluminados e ventilados. Providencie para que o pessoal do escritório tenha cadeiras confortáveis. Não coloque mesas de trabalho perto de janelas que ofereçam muita distração. Equipe bem o escritório, e o rendimento será maior. Não seja muquirana na hora de consertar equipamentos quebrados. Ofereça aos seus funcionários as ferramentas apropriadas para o trabalho que realizam. Sempre há exceções, mas procure não contratar membros da igreja como funcionários. Se contratar, o relacionamento entre vocês deve ser de patrão e empregado. Deixe bem claro desde o início que a pessoa está trabalhando para o pastor (e para Deus) e que todas e quaisquer diferenças de personalidade e preferência são postas de lado quando nos dispomos a fazer nosso melhor para Deus.

273

274

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

275

Capítulo 20

LIVROS DO CORAÇÃO “Traga… e os livros”, pediu o apóstolo Paulo (2Timóteo 4.13). Nenhum pastor será bem sucedido se não for amante dos bons livros. Já ouvi a seguinte pergunta diversas vezes: “Quais os livros que mais o ajudaram no ministério?” São muitos, e jamais me separaria de alguns deles. Outros, recomendo como excelentes fontes de ensino e leitura. A Bíblia Scofield continua sendo minha Bíblia de estudo (quantas já se “acabaram” em minhas mãos!). Também tenho aprendido muito com a Bíblia Tompson (publicada no Brasil pela Editora Vida) e outras. Às vezes leio outras versões da Bíblia para não me habituar à página em que um versículo aparece na Bíblia Scolfield. Mesmo antes de pensar em me tornar pastor, comecei a memorizar versículos sobre a salvação. Depois, memorizei uma boa porção dos que combatem as desculpas que as pessoas dão para não serem crentes no Senhor Jesus. Com a Palavra de Deus, não há como errar!. Leia as biografias dos grandes servos de Deus, como Judson, Livingstone e Carey. Dr. Moody é sempre revigorante e inspirador. Os sermões de Spurgeon são imortais e devem ser lidos freqüentemente. Podemos nos inspirar nas idéias de Spurgeon, mas não devemos ficar decepcionados se não pregarmos como ele pregava! Os pastores precisam ler livros de auto-ajuda e inspiradores. Não deixem de ler “O Pregador e a Sua Pregação”, de Alfred P. Gibbs. De vez em quando, pastores e evangelistas têm de vislumbrar as chamas do Inferno para que seus corações continuem se consumindo pelas almas perdidas e não se esqueçam do que elas devem ser salvas. Coloque suas mãos em livros que falem sobre a situação dos perdidos e o lugar para onde irão, caso não se entreguem a Cristo. O pastor não pode deixar de possuir um bom dicionário bíblico e também uma boa concordância. É importante ter um dicionário da Lín-

276

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

gua Portuguesa; um dicionário de sinônimos e antônimos; concordâncias verbal e nominal e outros do gênero. Adquira livros de mensagens de pregadores eficientes na conquista de almas para Cristo, como Spurgeon, por exemplo. Mantenha-se informado sobre o que acontece no mundo. Leia as boas revistas seculares (ainda é possível encontrar algumas nas bancas e livrarias), como Seleções do Reader’s Digest. Não se “mate” para ler tudo o que lhe chegar às mãos, mesmo que seja material evangélico. Você perderá um tempo precioso, que poderia ser usado no estudo da Bíblia. Dizem que os pregadores pioneiros, como Wesley, “acordavam às 4h da madrugada e começavam a pregar às 5h. Seus dias eram divididos mais ou menos assim: oito horas para dormir e comer; oito horas para estudar e orar; e oito horas para pregar, visitar e atender outros compromissos” (Bready). Wesley insistia que seus pregadores gastassem pelo menos cinco horas – em 24 – lendo bons livros! Seja amigo de seus livros.

277

Capítulo 21

NO MEIO DA BATALHA (Miscelânea de Finanças, Construção, Casamentos, Funerais, Programa dos Jovens, Padrões etc.) Pessoas muito mais entendidas do que eu já escreveram sobre estas coisas. Assim, em vez de dedicar um capítulo inteiro a cada assunto, pedi a colaboração de alguns experts; acrescentarei, então, algumas sugestões práticas e pessoais. Muitos pastores ficam atolados em problemas quando iniciam uma construção. Outros vêem a igreja se dividir por causa das dificuldades com a construção. Alguns descobrem, mortificados, que o trabalho está mal feito ou que, na urgência, não pensaram em tudo que precisariam para o edifico. Quantos pastores lamentam não ter providenciado mais vagas no estacionamento ou arrependem-se da colocação dos banheiros onde estão agora ou deploram não ter contratado um profissional para fazer a instalação do sistema de som, deixando que o irmão Somsonildo fizesse o trabalho só porque ele prometeu “um bom desconto” para a igreja. O hall de muitos templos é pequeno demais e totalmente inadequado. Construção do Templo Reúna seus líderes e, juntos, orem, pensem e planejem a construção do templo. Decidam o que a igreja precisa e observem outros templos. Não construam um auditório igual ao primeiro que encontrarem. A Comissão de Construção deve ser formada por homens diligentes. Peçalhes que visitem outras igrejas e dêem uma boa olhada nos templos de que mais gostarem. Estude cuidadosamente as plantas de templos já acabados. Informe-se sobre os custos. Antes de iniciar a obra, procure levantar todo o dinheiro que puder. Incentive a igreja inteira a se envolver no projeto. Pregue mensagens entusiasmadas sobre as grandes “construções da Bí-

278

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

blia”. Aconselhe-se com pastores que se saíram bem na edificação de igrejas fortes e ganhadoras de almas. Peça a alguns desses colegas que lhe apresentem construtores e arquitetos de confiança. Adapte plantas de outros templos às necessidades de vocês. O importante é que o resultado seja o que vocês imaginaram e que seja perfeito para o contexto da igreja. Se vocês têm planos de começar uma escola mais tarde, o edifício de educação cristã deve ser construído com isso em mente. As salas devem ser amplas; os corredores e banheiros precisam ser adequados ao número de alunos. Evite dores de cabeça e desperdício de dinheiro mais tarde. Algumas dicas práticas: Deixe um bom espaço entre os bancos. Já ouvi conferencistas lamentarem porque os bancos de algumas igrejas são juntos demais, o que dificulta a locomoção das pessoas durante o apelo. Se um gordinho estiver sentado na ponta do banco, pior ainda! Não sacrifique a salvação de almas em favor de uma fila a mais de bancos. Deixe espaço à frente. Os decididos e os conselheiros precisam de espaço para conversar, ajoelhar e orar. Construa uma plataforma alta para o púlpito. O auditório precisa enxergar o pregador. Em algumas igrejas a plataforma (ou palco) é tão baixa que muitos não conseguem ver o servo de Deus anunciando a mensagem. Projete um hall amplo. Os irmãos e amigos precisam de espaço para um bate-papo depois do culto. Os pastores não gostam que as crianças conversem dentro da igreja, mas não lhes oferecem um lugar para que o façam antes ou depois do culto. Poucas igrejas têm um espaço grande o suficiente para que um escritor ou professor coloque uma mesa onde exibir os livros que são uma bênção maravilhosa para nosso povo. Uma entrada bem iluminada e espaçosa é um bom chamariz para os visitantes. Planeje bem o estacionamento. Evite colocar as entrada e saída do estacionamento em ruas de muito trânsito, em descidas ou muito perto de uma curva. A segurança do pessoal tem de ser prioridade. Pense no sistema de som. Não deixe tudo para a última hora. É preciso tempo e dinheiro para que o sistema de som fique completo e funcione como deve.

NO MEIO DA BATALHA Construa os banheiros em local de fácil acesso. Não obrigue ninguém a desfilar por todo o auditório, atravessar toda a extensão do palco e só então chegar lá no fundo, onde estão os banheiros. Naturalmente, o edifico de educação cristã precisa de alguns banheiros. Planeje cuidadosamente a localização dos bebedouros também. Coloque tantas caixas de som quantas forem possíveis. O som deve ser bem distribuído. Pense nos ventiladores: quantos serão necessários para que as pessoas se sintam confortáveis durante o culto? Instale torneiras e tomadas na área externa do templo. Parece bobagem, mas algumas igrejas se esquecem disso e depois se encontram em apuros quando é preciso ligar uma máquina para um trabalho qualquer ou usar a mangueira d’água. Instale as tomadas de luz fora do alcance das crianças. Isso vale também para as tomadas dos ventiladores. O controle da aparelhagem de som deve estar acessível, principalmente para quem estiver no palco. Dê atenção especial à iluminação do templo. Em muitos deles, os cultos são realizados na penumbra e, às vezes, falta claridade e beleza à área do púlpito. Pense nos dias de chuva. Membros da igreja e visitantes ficarão agradecidos se o hall de entrada for coberto; se tiverem um lugar para se abrigar do aguaceiro e onde colocar os guarda-chuvas e sombrinhas, eles vão amar você ainda mais. Instale os telefones bem longe do auditório. O trim-trim vai perturbar a todos. Algumas pessoas ficarão a imaginar para quem é o telefonema ou se houve um desastre ou se alguém quer falar com elas. Um diácono ou um introdutor deverá ficar de plantão, se a igreja costuma atender chamados durante os cultos. Dê atenção à tinta. As cores claras e discretas são mais apropriadas para um templo. Azul e verde claro dão uma sensação de tranqüilidade e alegria ao ambiente. A cor do piso também é importante. Os tons claros “mostram” muito a sujeira. Dizem que os tons vibrantes, como o vermelho, deixam o pessoal agitado, principalmente durante as assembléias de negócios da igreja. Pense bem antes de escolher a cor da tinta! Financiando a Construção Pedi ao Dr. Gary Coleman, pastor bem sucedido no Texas, que escrevesse um pouco sobre as finanças da igreja. Muito do que ele diz está relacionado ao programa de construção. Eis suas considerações, pelas quais agradecemos.

279

280

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

1. Integridade Uma das chaves para o ministério eficaz é planejar um esquema financeiro que seja um exemplo de integridade e decência. As pessoas que nos cercam não podem ter motivo nenhum para duvidar de nossa honestidade e responsabilidade no trato com o dinheiro da igreja. A integridade da igreja está ligada, de certo modo, à integridade do pastor. Isso quer dizer que pastor e igreja têm de honrar seus compromissos financeiros. Ser íntegro também significa não usarmos nossa posição e autoridade para conseguir descontos e “precinhos camaradas”. Os comerciantes se ressentem deste comportamento indelicado. Normalmente eles acham que a igreja é um cliente como outro qualquer. 2. Prestação de Contas Prestar contas é explicar como o dinheiro entrou e como e onde foi usado. Acho prudente o pastor se reunir com os diáconos regularmente para analisarem o relatório financeiro, e depois informarem a igreja de como andam as coisas. A prestação de contas elimina dúvidas e controvérsias. O ministério de um pastor corre sérios riscos quando ele faz mistério a respeito das finanças da igreja. Às vezes, problemas surgem quando o dinheiro levantado para um fim é usado em outra coisa. Por exemplo, se a igreja promoveu um jantar para angariar fundos para a construção de salas da EBD, o dinheiro arrecadado deve ser usado para este propósito. Todas as compras devem ser aprovadas por uma única pessoa. Os pedidos devem ser feitos por escrito. Estabeleça procedimentos para a contagem e depósito do dinheiro. A contabilidade da igreja tem de ser muito bem feita. 3. Planejamento Planeje um orçamento anual realista e apresente-o à igreja. A aprovação do orçamento dá ao pastor o direito de usar os fundos ali estabelecidos sem ter de convocar uma assembléia sempre que precisar gastar um centavo. É preciso estabelecer regras para o uso do dinheiro alocado no orçamento. Para ajudar seu rebanho a crescer na graça da contribuição, e levantar o dinheiro necessário para o orçamento da igreja, realize anualmente um seminário sobre a necessidade de sermos bons mordomos de Cristo. Este tipo de trabalho permite ao pastor falar sobre finanças, necessidades da igreja e dízimos e ofertas dentro de um contexto amigável,

NO MEIO DA BATALHA sem ofender a ninguém. Converse com pastores e diretores de organizações que já realizaram esse tipo de seminário e peça informações sobre como organizar um em sua igreja. Todo cuidado é pouco em se tratando de construção e ampliação de templos ou qualquer propriedade da igreja. Estudem cuidadosamente as necessidades, os custos e as implicações de a igreja arcar com mais uma responsabilidade financeira. Mesmo que a igreja esteja na expectativa de crescimento, nenhuma construção deve ser baseada simplesmente nesta expectativa, principalmente se o pagamento do projeto depender do arrecadamento resultante desse suposto crescimento. Ao planejar uma construção, considere as seguintes coisas: 1) Não assine contratos por dia de serviço. Toda e qualquer obra deve ser feita sob contrato fechado, a não ser que membros da igreja se ofereçam para trabalho voluntário. 2) Planeje bem a construção para que não haja necessidade de modificações depois. Mudanças causam despesas, principalmente depois de a construção ter sido iniciada. 3) Não se deixe intimidar por membros que acham que a igreja tem obrigação de fazer negócio com eles só porque são partes do rebanho. Membros da igreja devem submeter suas propostas como qualquer outro empreiteiro. 4. Princípios da contribuição Sem dúvida, um dos fatores principais do sucesso financeiro da igreja é o fato de o pastor compreender e praticar os princípios da contribuição. Generosidade produz generosidade. A disposição do pastor em contribuir liberalmente para a obra do Senhor e para ajudar outros, impulsiona a igreja toda a fazer o mesmo. Ao contribuir, o pastor deve fazê-lo desprovido de orgulho e da atitude de “coitadinho”. Comportamentos assim obstruem a influência que ele tem sobre as ovelhas. O pastor deve levar a igreja não só a entregar os dízimos e ofertas, mas também a contribuir para o sustento de outros ministérios e indivíduos. Dar e receber estão relacionados a plantar e colher. O pastor pode desenvolver na igreja o hábito da contribuição generosa quando a mantém informada das necessidades de terceiros. —Gary Coleman

281

282

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

MORDOMIA CRISTÃ EM AÇÃO Dr. E. J. Brinson, pastor da Igreja Batista Betel e presidente da Escola Batista de Arlington, ambas no Texas, dirige uma congregação de mais de 2.500 membros que sustenta 85 missionários, emprega uma equipe ministerial de sete homens e tem cinco secretárias. Em 1979, o orçamento da igreja passou de 3.440 dólares semanais para mais de doze mil dólares. A verba anual destinada a missões é de mais de cem mil dólares. Pedi ao Dr. Brinson, conhecido conferencista na área de evangelismo, mordomia cristã e Escola Bíblica Dominical, que nos explicasse sua filosofia de mordomia cristã. Eis o que ele diz. DEFINIÇÃO, ALVOS E PRINCÍPIOS DA MORDOMIA CRISTÃ 1. Definição de Mordomia Cristã. “É um esforço conjunto que objetiva o ensino dos conceitos bíblicos de Mordomia juntamente com um chamado à obediência e uma oportunidade para que seja exercida.” 2. Alvos da Mordomia Cristã. “Que Deus esteja no controle de tudo o que os crentes são e possuem, e que, assim, eles libertem-se completamente dos padrões moral e financeiro exibidos pelo mundo.” 3. Princípios da Mordomia Cristã. “Tudo, inclusive os crentes, pertencem ao Senhor. Deus quer que seus filhos sejam bons supervisores de todos os Seus bens, para Sua glória e honra.” É IMPORTANTE SABER I. O QUE A BÍBLIA ENSINA SOBRE MORDOMIA CRISTÃ 1. É uma afirmação o senhorio de Deus sobre todas as coisas: Salmo 24.1; Ageu 2.8; Êxodo 19.5; 1Crônicas 19.14; Deuteronômio 32.6; Salmo 50.10-12. 2. Ela determina a responsabilidade do cristão em administrar, supervisionar e usar todas as coisas para a glória de Deus: Lucas 19.13; Mateus 25.14; Gálatas 6.5; Provérbios 9.12.

NO MEIO DA BATALHA 3. É um sistema contábil do qual o cristão terá de prestar contas por ocasião da auditoria: Lucas 16.2; Romanos 14.12; Mateus 18.23; 21.33-41; 25.19. II. POR QUE DEVE SER ENSINADA 1. Ensinar – temos de proclamar todas as recomendações de Deus. 2. Testemunhar – temos de praticar os princípios de Deus. 3. Provar – temos de confiar que Deus nos abençoará e satisfará nossas necessidades. III. A MORDOMIA CRISTÃ É O ÚNICO PLANO DIVINO PARA O SUSTENTO DA SUA OBRA 1. Deus entregou a si mesmo e tudo o que possui a nós:Romanos 8.32; 1Coríntios 16.1-2. 2. Deus encarregou a igreja de evangelizar o mundo: Mateus 28.1920. 3. Deus nos desafia a tomar posse de suas riquezas por meio da contribuição fiel: Filipenses 4.19; Lucas 6.38; 2Coríntios 9.6-13. CONCLUSÃO 1. Se Deus entregou seu Filho pelos pecados de todos nós...e ele o fez; 2. Se Deus anunciou a mensagem de Redenção a sua igreja...e ele o fez; 3. Se Deus deseja que o Evangelho seja pregado a todas as nações...e ele o deseja; 4. Se Deus nos apresenta o plano que financia sua obra...e ele apresenta,

283

284

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

5. Então por que não temos tudo o que necessitamos para que o trabalho seja feito? A resposta é simples: é porque erramos ao não entender, ensinar e implementar o plano financeiro bíblico na realização da Sua obra. Leia novamente o capítulo sobe como conseguir maiores e melhores ofertas. O NOME DA IGREJA O nome pode construir ou destruir uma igreja. Pense em algumas igrejas que crescem e florescem e veja como se chamam. Primeira Igreja Batista só faz sentido se ela for mesmo a primeira de um lugar; a Igreja Batista Central deve estar no centro da cidade ou bairro. Igreja Batista do Calvário é um nome bastante comum e, uma vez que igrejas proeminentes são assim chamadas, sinta-se à vontade para usá-lo também. Normalmente as igrejas são conhecidas pelo nome da cidade, vila ou bairro onde estão localizadas. “Graça” e “Calvário” dão peso ao nome da igreja, o que é bem estranho em um mundo em faz pouco caso da graça de Deus. Igreja Batista Bíblica é um excelente nome, no entanto identifica mais uma denominação evangélica do que uma postura doutrinária. Lembre-se de que cidades e lugares da Bíblia são praticamente desconhecidos dos não-crentes, e alguém terá de lhes explicar a razão de a igreja ter o nome que tem. Antes de fazer a escolha definitiva, pare e pense nas igrejas que têm o nome que lhe agrada. Como são essas igrejas? Elas são famosas pelo quê? Não permita que um nome mal escolhido ou um tanto “peculiar” demais restrinja a influência de sua igreja. Resumindo, escolha um nome “atraente” e que identifique a cidade, vila ou bairro onde a igreja está localizada; um nome que leve as pessoas a sentir que encontraram “a” igreja certa para uma época tão incerta. Além do mais, o nome deve ser fácil de ser soletrado e pronunciado. Verdadeiramente, “um bom nome vale mais do que muitas riquezas”. NÃO SE TRANSFORME EM “SANTO” CASAMENTEIRO As cerimônias de casamento são inevitáveis, pois acreditamos que as pessoas devem se casar e construir seus lares. No entanto, o pastor não tem de dedicar boa parte de seu tempo a elas. Como tantos pastores,

NO MEIO DA BATALHA já perdi horas preciosas por causa de casamentos. Muitos noivos insistem em que o seu pastor, e nenhum outro, realize a cerimônia do casamento deles. Como impedir que estas cerimônias consumam muito do tempo que você gostaria de dedicar ao estudo da Palavra e à conquista de almas para Cristo? Eu não faço o casamento de todos e quaisquer noivos que me apareçam. Alguns pastores não realizam a cerimônia de casamento se um dos noivos for divorciado. Se você tem esta mesma postura, sua lista já está reduzida. Se você desconfia que os noivos estão escondendo a verdade sobre o estado civil deles (ou de um deles) ou se há alguma dúvida quanto a salvação deles, explique-lhes que você apenas realiza casamentos de pessoas crentes, e que sejam viúvas ou solteiras. Sei de pastores que só fazem casamento de suas próprias ovelhas; isto já diminui bem o trabalho deles. Às vezes, um dos pastores auxiliares pode realizar a cerimônia. Outro modo de economizar seu tempo é “abrir o jogo” com os noivos durante o aconselhamento. Além dos assuntos espirituais e familiares, fale com eles sobre suas expectativas quanto à cerimônia religiosa. Insista para que o horário seja cumprido, pois seu tempo é precioso. Não se esqueça de que você é o pastor da igreja; não deixe que ninguém lhe diga como usar seu próprio tempo. Um ensaio ajuda a cerimônia a transcorrer sem grandes problemas, e poupa seu tempo também. Se as músicas escolhidas não forem apropriadas para uma igreja verdadeiramente cristã, não se acanhe em explicar ao casal que vocês só permitem hinos e músicas tradicionais nessas ocasiões. Caso a igreja tenha regras e padrões estabelecidos quanto a roupas, velas, decoração e coisas do gênero, fale com os noivos antes que finalizem os detalhes da cerimônia. Se você suspeita que algo inapropriado, embaraçoso ou em desacordo com as normas da igreja possa acontecer durante a cerimônia, converse com os noivos imediatamente. Lembre aos noivos que o zelador da igreja não é obrigado a limpar a sujeira resultante da festa do casamento deles (se esta acontecer na igreja, claro, e dependendo da política adotada pela igreja nestes casos). Algumas igrejas cobram uma taxa de limpeza e aluguel do santuário, principalmente se o templo é muito usado para casamentos.

285

286

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

Não se acanhe em dar cunho evangelístico às mensagens de casamento. Se os noivos não concordarem com isso, que se casem em outro lugar! Não faça da mensagem um espetáculo humorístico. As cerimônias de casamento devem ser uma ocasião sagrada e terna, e têm de ser feitas com dignidade e finesse. Uma última recomendação: a não ser que você conheça bem os noivos, e tenha certeza de que são crentes fiéis, avise-os de que não poderão servir bebida alcoólica na recepção. Fique atento para que nenhum parente ou amigo dos noivos “contrabandeie” essa “água que passarinho não bebe” para a festa. FALECIMENTOS E FUNERAIS Quando um membro da igreja falecer, visite a família imediatamente e ore com ela. Seja carinhoso e sensível nessas horas. O silêncio amigo é sempre apreciado, mas uma oração nunca é rejeitada. Leia alguns versículos apropriados à ocasião e conforte os enlutados. Se houver pessoas entrando e saindo (como geralmente acontece), peça um momento de silêncio para uma rápida reflexão e oração. Ofereça-se para ajudar a família nos preparativos do enterro. Nessas horas, a família fica um tanto “fora de si” e não sabe exatamente o que fazer. Seja cuidadoso e discreto ao dar sugestões para o funeral. As pessoas que sofrem geralmente ouvem os conselhos do servo de Deus que se porta com dignidade e cavalheirismo. Se o culto fúnebre acontecer no velório (ou capela) do cemitério, respeite as normas estabelecidas pela direção do local. O pastor educado e gentil conquista o respeito de todos (até mesmo dos não-crentes). Os funerais não são ocasiões para sermões longos nem apresentações musicais intermináveis. Certifique-se de que os números especiais são adequados à ocasião, mesmo se forem escolhidos pela família enlutada. Eu sempre iniciava os cultos fúnebres com uma oração, que era seguida de um hino; depois, lia uma passagem bíblica relacionada ao acontecimento, e outra música era apresentada. Minhas mensagens não passavam de 15 minutos. Normalmente as pessoas me agradeciam pelas palavras de conforto, e comentavam que eu conseguia dizer muito em pouco tempo. Deve-se fazer apelos em funerais? Quando havia não-crentes, e eu percebia que o Espírito Santo estava falando a alguns corações, eu fazia

NO MEIO DA BATALHA um apelo, mas nem sempre. No entanto, só pedia que os que desejassem confiar em Cristo como salvador levantassem a mão, e fazia uma breve oração (enquanto as cabeças estavam abaixadas). Então perguntava quantos havia orado comigo entregando suas vidas a Jesus. Testemunhei muitas decisões em funerais. Outras vezes, esperei até que o enterro estivesse terminado para conversar com as pessoas. Ganhei almas para Cristo no cemitério mesmo. Em outras ocasiões, achei melhor aguardar até que a família voltasse para casa; também guiei alguns a Jesus em seus próprios lares. O Espírito Santo orienta o pastor que se coloca à sua disposição e está pronto a obedecer. E se outros pastores estiverem envolvidos na realização do funeral? Neste caso, faça o que lhe pedirem, seja oração ou leitura da Bíblia. Algumas vezes, em situações assim, li o plano de salvação ou orei sobre ele. Geralmente, os pastores liberais ou preguiçosos ficam felizes da vida se puderem escapar de fazer a mensagem, já que não têm muito a dizer mesmo. Mas aja com imparcialidade e consideração. E seja breve. Um culto fúnebre não é ocasião para expor os erros de pastores liberais e condescendentes. Se você falar a verdade de modo claro e no poder de Deus, a diferença entre vocês será óbvia. O que fazer quando alguém morre em uma cidade, porém será enterrado em outra? Haverá ocasiões em que você terá de fazer a viagem e ir ao enterro. Outras vezes, poderá pedir à família que permita a realização de um culto fúnebre onde estão no momento, e deixe a cerimônia no cemitério para o pastor da outra localidade. Se este for o caso, não deixe de visitar a família enlutada no dia seguinte ao funeral. Anote os nomes de parentes ou vizinhos presentes ao culto fúnebre. Geralmente os corações ficam mais sensíveis nessas ocasiões, e a semente do Evangelho plantada agora renderá frutos mais tarde. Nas semanas seguintes ao enterro, dê atenção e carinho à família enlutada. Se o pastor agir com respeito e consideração em situações de luto e sofrimento, a igreja se tornará querida e respeitada pela comunidade. Mande flores em nome da igreja à família enlutada. Peça à União Feminina que se ofereça para levar refeições. Esses pequenos gestos significam muito em horas de sofrimentos. Não é necessário ao pastor ficar o tempo inteiro velando o corpo junto com a família. Além de você ter outras responsabilidades a ser atendidas, provavelmente a família quererá ficar a sós um pouco.

287

288

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

Não exagere nos elogios ao defunto. Muitas pessoas o conheceram bem melhor do que você o conheceu. O mais seguro mesmo é se apegar à Bíblia e à mensagem de salvação. Se o falecido não era crente no Senhor Jesus, não aumente o sofrimento dos familiares com a lembrança de que ele foi para o Inferno. Porém não é necessário mentir e deixar a impressão de ele foi para o Céu. Sua mensagem deve ser para os vivos. Se você não conhecia muito bem a pessoa falecida, procure saber seu nome completo, como também os nomes de familiares que possivelmente serão mencionados na mensagem. Enquanto espera o começo do culto, não se encolha num canto nem fique olhando para as paredes. Aproveite o tempo para conversar com não-crentes e confortar amigos e familiares. Não faça referências demasiadas à família (nem ao morto nessas ocasiões). Exalte o Senhor Jesus! PROGRAMAÇÃO PARA JOVENS E ADOLESCENTES A igreja pode oferecer bons programas para seus jovens, adolescentes e crianças, como por exemplo: Clube Oanse (Obreiro Aprovado Não Será Envergonhado), Palavra da Vida e outros. Um líder esperto aproveitará o que há de melhor em cada um deles e criará um programa sob medida para sua turma. Seja amigo dos jovens da igreja. Respeite-os. Memorize seus nomes, lembre-se de alguns de seus passatempos favoritos e inteire-se de suas vitórias. Elogie-os sempre que merecerem. Não viva “descendo a lenha” neles nem os menosprezando. Algumas vezes será preciso chamar-lhes a atenção do púlpito, no entanto, os resultados serão melhores se você conquistar-lhes a confiança e falar com eles individualmente ou em suas próprias reuniões. Dependendo de suas condições físicas e idade, participe de todas as atividades que promoverem. Os adolescentes podem deixar você “esgotado”! Mas seja amigo deles e mostre interesse genuíno por eles e pelo que fazem. Não permita que o pastor ou líder de jovem organize sua própria “igrejinha” nem afaste os jovens de você. Comunique-se com ele (ou com eles) regularmente para inteirar-se do que anda acontecendo e para que saibam o que você espera deles. Insista com o líder de jovens para que não ceda um milímetro nos padrões de comportamento estabelecidos pela igreja.

NO MEIO DA BATALHA Seja sincero e honesto com os jovens. Não tenha medo de exigir que “andem na linha”, seja em matéria de cabelo ou vestimenta. Não receie ser taxado de “mão de ferro” por se agarrar a padrões elevados de conduta. Ame seus jovens; ore constantemente por eles; seja absolutamente honesto com eles, e você conseguirá que façam (e sejam) quase tudo o que desejar. Falei em uma igreja que possui um grupo de jovens dedicados ao Senhor. O filho do pastor é um adolescente muito consagrado, e a filha, de 14 anos, é uma garota bem educada e fiel. O pastor não tem medo de falar duramente contra o pecado. Ele não faz concessões ao mundo. Cerca de 30 adolescentes se reuniam nos primeiros bancos do santuário, e ouviam atentamente às mensagens. As brincadeiras e gracinhas eram mínimas, se é que houve coisas desta natureza. Alguns adolescentes ajudam no aconselhamento de jovens que se entregam a Jesus. Outros estão envolvidos com o ministério de música, transporte etc. Que igreja! Os garotos se vestem como garotos, e as meninas, com decência e pudor. Por outro lado, já estive em igrejas onde os jovens se ajuntavam nos últimos bancos (e alguns se ajuntavam mesmo!) e cochichavam, davam risadinhas, passavam bilhetes e bagunçavam o tempo todo. Por que a diferença? Creio que as palavras do Dr. Roberson se aplicam aqui: “Tudo é culpa ou crédito da liderança”. O pastor deve treinar bem tanto os pais quanto os filhos de sua igreja. A tarefa exige tempo, sangue, suor e lágrimas, mas vale a pena! Tenha paciência com os jovens. Eles enfrentam problemas. Não perca a esportiva com eles. No entanto, não tente bancar o comediante nem faça palhaçadas. Seja um servo de Deus exemplar e eles o respeitarão. Os jovens esperam que o pastor seja um gigante espiritual. Não os decepcione. Mantenha seus próprios filhos nos bancos da frente para que sirvam de exemplo aos outros jovens e crianças. Seja sincero com seus filhos. Explique-lhes que você precisa muitíssimo da ajuda deles e o que o testemunho deles é importante para Cristo e para o trabalho que Deus deu ao pai deles. Divida com eles as vitórias de seu ministério e eles o ajudarão nos momentos difíceis também. Cuide para que seus filhos tenham aparência de meninos e que suas filhas se vistam com decência e feminilidade. O comportamento de seus próprios filhos é meio caminho andado na edificação de um grupo de jovens compromissados com a obra de Deus.

289

290

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

Fique de olho no departamento de jovens. Preste atenção aos projetos que realizam. Recompense-os pelas vitórias alcançadas. Não procure “entretê-los” o tempo todo. É muito melhor envolvêlos na conquista de almas e incentivá-los a fazer visitas. Com isso, eles apreciarão muito mais as brincadeiras e festas que acontecerem. Mantenha a biblioteca da igreja equipada com bons livros e filmes evangélicos. Faça intercâmbios com grupos de jovens consagrados e firmes na Palavra. Incentive as competições esportivas saudáveis, desde que não interfiram nas atividades da igreja e não tomem muito do tempo deles – e do seu próprio! Promova conferências de avivamento para seus jovens. Incentiveos a participar de acampamentos, encontros e retiros. Se for preciso, peça a membros da igreja que “patrocinem” a viagem dos mais pobres. Encoraje-os a levantar dinheiro – de modo saudável e cristão – para estas programações especiais. Leve-os a visitar seminários e faculdades teológicas para que vejam o que outras centenas de jovens estão fazendo na causa do Mestre. Para impedir que sejam contaminados pela música do mundo, promova seminários de música com profissionais consagrados ao Senhor. Ensine-os a trilhar no caminho certo, e você não terá de gastar tanto tempo combatendo os caminhos errados. Desenvolva neles o gosto pela boa música. Peça ao ministro de música que, sempre que possível, dê oportunidade aos jovens de participarem nos cultos. Peça-lhes que o ajudem nos programas de rádio. Se a igreja oferece transporte para os cultos, deixe que os jovens organizem o trajeto do ônibus ou vans. Ofereça-lhes livros que falem sobre namoro e noivado cristãos. Não tenha medo de estabelecer regras e padrões. Você não perderá o respeito deles com isso. Aliás, eles o admirarão e respeitarão muito mais. Promova “dias especiais” para os jovens da igreja. À época de formaturas, por exemplo, quando as escolas promovem bailes e viagens, proponha festas bem elaboradas para a turma da igreja. Não é preciso ir a nenhum restaurante caro (se sua cidade tiver algum). A União Feminina mesmo poderá fazer uma refeição tão espetacular que a turma não a esquecerá tão cedo!

NO MEIO DA BATALHA Deixe que os próprios pais divirtam os filhos pequenos. Naturalmente a igreja deverá oferecer atividades especiais durante o ano para os menores, até mesmo porque algumas crianças que freqüentam a igreja o fazem desacompanhadas dos pais. Porém aconselho que as programações mais aprimoradas sejam oferecidas aos adolescentes. Mesmo assim, as atividades para os pré-adolescentes devem ser simples; torne-as mais elaboradas à medida que as crianças vão se tornando mais maduras. Os juniores da atualidade fazem coisas que antigamente eram próprias dos adolescentes. Assim, quando chegam à adolescência querem fazer coisas de “adultos”! Converse com os pais sobre este assunto. Crie um plano de memorização da Bíblia para os jovens e mantenham-se firmes nele. “ERGA UMA BANDEIRA PARA O POVO” (Isaías 62.10) Inclua no regimento interno da igreja as normas e padrões estabelecidos para diáconos e membros da diretoria. Estabeleça regras de conduta para os funcionários, introdutores, membros de comissões e outros que forem escolhidos para servir à igreja. Quando eu era pastor, minha igreja sabia muito bem qual era o padrão de comportamento exigido dos professores da EBD, líderes em treinamento, líderes de jovens, diretores de departamentos. Quem quer que se candidatasse a um cargo na igreja recebia uma cópia das normas e padrões que havíamos estabelecido, e que também incluíam aspectos como: experiência de salvação, forma de batismo, fé e doutrinas e senhorio absoluto de Cristo. Também declarávamos que: · A Palavra de Deus exige o abandono de práticas mundanas, tais como: cinema, dança, baralho etc. (1João 2.15-17; Romanos 12.1-2; 2Coríntios 6.14-17.) · Tanto 2Coríntios 7.1 quanto 1Coríntios 6.9 mandam que os cristãos tratem seus corpos como templo do Espírito Santo. Bebidas alcoólicas e fumo são proibidos. · Aqueles que ocupam cargos na igreja devem ser assíduos aos cultos de domingo, da semana e aos especiais também.

291

292

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

· A doutrina do dízimo deve ser aceita e praticada por todos os cristãos. · A Bíblia exige que os cristãos se vistam com decência (1Timóteo 2.9). Sendo assim, temos a convicção de que o uso de shorts e de qualquer outro tipo de roupa escandalosa e provocativa não convêm aos cristãos. Em nosso entender, as mulheres não devem usar roupa de homem nem os homens devem usar roupa de mulher. · Fofoca, calúnia e crítica destrutiva não têm lugar na vida do cristão. · Todos os salvos devem se envolver na conquista de almas para Cristo e na tarefa de visitação, e devem incentivar estas práticas. · Todos os professores e funcionários têm de participar das reuniões semanais da diretoria da escola. Devem também se engajar com entusiasmo e disposição nas atividades da igreja. Estas eram algumas das afirmações importantes que faziam parte de nosso Regulamento Bíblico. Fique à vontade para acrescentar detalhes e outras regras ao que elaboramos. Qualquer candidato a cargos na igreja ou quem quer que fosse contratado como funcionário da mesma recebia uma cópia de nosso regulamento. Quando os líderes seguem um padrão de conduta elevado, os membros da igreja também obedecerão às normas de comportamento estabelecidas na Bíblia. Seja fiel a sua consciência, a Deus e à Bíblia. Seja simpático, mas seja firme. A ESPOSA DO PASTOR Os jovens que aspiram ao ministério se preocupem (e com razão) em achar a esposa certa. O assunto requer muita oração! Visite faculdades teológicas e seminários cujos pontos de vista e convicções sejam iguais aos seus. As chances de se encontrar uma jovem consagrada a Deus são bem maiores nesses lugares do que em quaisquer outros do mundo. Procure uma jovem que se interesse pelas almas perdidas e que tenha ideais grandes e nobres. Talvez você até encontre alguém que deseje muito ser esposa de pastor!

NO MEIO DA BATALHA Confie e espere pacientemente no Senhor. Não se apresse. Na hora certa, Deus lhe mostrará a moça certa. Não siga os apelos da carne. Ande no Espírito. Quando achar que a garota certa apareceu, não se casem antes de você a conhecer bem, e também aos pais dela, de saber sobre sua formação, seus objetivos na vida, seus sonhos e seus desejos. Depois de ter aceitado a Cristo, o casamento é o passo mais importante que alguém toma na vida. Casamentos mal feitos já arruinaram a vida de muitos pastores. Ore com e por sua “eleita”. Certifique-se de que vocês são compatíveis e de que ambos desejam fazer a vontade de Deus mais do que qualquer outra coisa na vida. O que o pastor deve esperar da esposa em relação à igreja? Alguns pastores exigem muito de suas esposas. Antes de qualquer coisa, permita-lhe ser esposa e mãe. Claro que ela deve usar seus talentos na obra de Deus, mas você estará se poupando de muitas dores de cabeça se não a colocar na linha de frente o tempo todo. Muito ciúme, inveja e confusão brotam entre as senhoras da igreja quando a esposa do pastor é a dirigente de música ou presidente da União Feminina Missionária. E quando você abrir os olhos, a situação já estará “preta”. Algumas esposas são de grande valor para seus maridos porque são professoras da EBD, solistas, líderes de crianças. Em alguns casos, talvez esta seja mesmo a vontade de Deus. No entanto, a maior contribuição que uma esposa de pastor pode lhe oferecer é ser mãe dedicada, esposa amorosa, cristão fiel e exemplo gracioso de mulher consagrada, recatada e altruísta. Não exija o impossível. Não queira que sua esposa realize coisas para as quais não tenha habilidade ou que a deixem em frangalhos só de pensar em realizá-las. Se ela o acompanha com freqüência na visitas (o que deve fazer), é professora da EBD, é assídua aos cultos, recebe bem as pessoas e ajuda você a se lembrar dos nomes dos membros e dos visitantes da igreja e de datas importantes, comparece a casamentos e funerais, atende ao telefone para você, ajuda-o a criar filhos tementes a Deus, é esposa dedicada e amorosa, é ótima cozinheira e dona de casa, fique certo de uma coisa: ela está “para lá” de ocupada – e um pouco mais! Leia novamente o capítulo 14, que fala sobre o lar e a vida do pastor. Trate sua esposa como a rainha do lar. Seja amável, gentil e cava-

293

294

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

lheiro com ela; valorize o trabalho dela. Jamais a humilhe. Encoraje-a sempre. A parte que lhe toca na vida não é nenhum pouco fácil. Seja amigo, amante e marido de sua esposa. Ela precisa muito de você! É importante que ela esteja sempre a par de tudo o que seus filhos fazem; ajude-a a entender a importância disso. O comportamento dos filhos tem grande impacto no ministério de um pastor. Não permita que seus filhos sejam malcriados. Discipline-os em oração; invista todos os esforço e tempo que puder na educação de seus filhos. As crianças precisam receber atenção tanto do pai quanto da mãe. Cuidado com o que você e sua esposa conversam em frente dos filhos. Aconselhe sua esposa a não ficar muito íntima de membros da igreja (o conselho vale para você também). É impossível fazer grandes amizades com uns sem despertar ciúme e inveja em outros. Esta é uma das grandes aflições do ministério – ser amigável com todos sem ser amigo íntimo de ninguém. Você e sua esposa gostarão de algumas pessoas (e até as amarão) mais do que de outras, todavia, se puder, não deixe que a preferência seja visível. Amem a Deus acima de tudo e de todos, e a amizade com terceiros será ainda mais gostosa, mesmo que vocês não possam expressá-la da maneira que gostariam. GANHAR ALMAS PARA CRISTO É O QUE REALMENTE IMPORTA Um jornal estadual da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos trouxe o seguinte parágrafo a respeito de uma igreja muito importante na Convenção: O________ (nome do boletim) da Primeira Igreja Batista de________(nome da cidade) afirma: “Quase todas as áreas de nosso trabalho estão em franco progresso. A assistência aos cultos aumentaram visivelmente. Os Embaixadores do Rei estão fazendo uma excelente tarefa. Os conjuntos musicais melhoram a cada dia. Estamos criando grupos de belas-artes, teatro e entretenimento. Nossa igreja continua cumprindo sua missão na obra de Cristo tanto na comunidade local quanto ao redor do mundo”! Não havia uma única palavra sobre a conquista de almas nem sobre a pregação e o ensino da Bíblia. Nenhuma indicação de que os cultos de oração eram importantes ou estavam sendo bem freqüentados. No entanto, a igreja achava que estava “cumprindo sua missão”. Os líderes daquela igreja precisam estudar novamente a Grande Comissão dada por Jesus.

NO MEIO DA BATALHA Eis o que disseram a respeito de John Wesley: “Ele deixou uma ótima biblioteca, uma toga pastoral surrada, uma reputação achincalhada e a Igreja Metodista”. Wesley deixou o seguinte conselho aos pregadores: “Sua tarefa é ganhar para Cristo o maior número de almas que puder”. Vance Havner escreveu: “Conhecer a Cristo e torná-lo conhecido – menos que isto é inútil; mais que isto é supérfluo”.

295

296

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

297

Capítulo 22

PERGUNTAS E RESPOSTAS (O Pastor e Suas Dúvidas) “Conselhos para nosso próprio bem geralmente não nos fazem bem nenhum.” – Reader’s Digest. No entanto, os pastores enfrentam dificuldades cujas respostas se encontram ou na Bíblia ou são questão de bom senso ou vêm com a experiência de terceiros. Darei algumas respostas práticas às dúvidas mais comuns dos pastores. Os pastores deveriam aprender, com Davi, que é Deus “em quem eu confio, e que me sujeita o meu povo” (Salmo 144.2). Quando nós tentamos “subjugá-los” com nossas próprias forças só arranjamos encrencas. Minha ajuda vem do Senhor. Nós os pastores somos conselheiros espirituais e instrumentos de Deus, contudo “não que tenhamos domínio sobre a vossa fé, mas porque somos cooperadores de vosso gozo…” (2Coríntios 1.24). As perguntas abaixo não estão em ordem de importância, porém me foram feitas por jovens pastores (e não tão jovens) ou são dúvidas que, pelo que sei, têm causado problemas a alguns pastores. TRANSFERÊNCIA DE PASTORADO 1. Quanto tempo devo permanecer na mesma igreja? Como saber que é hora de mudar de igreja? Com que antecedência o aviso de saída deve ser dado? Em um artigo interessantíssimo sobre o assunto, Dr. Truman Dollar deplora o fato de que atualmente muitos pastores usam uma igreja como sala de espera e alavanca para outra maior e “melhor”. “Filho, encontre uma cidade onde fincar suas raízes e permaneça lá por um longo tempo”, era, de acordo com o Dr. Dollar, o conselho dado aos jovens pastores nos primórdios da Baptist Bible Fellowship. Em um artigo publicado no The Baptist Tribune, o Dr. Dollar cita um número de igrejas grandes e produtivas que gravaram seus nomes na

298

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

história, e acrescenta que todas tiveram pastores que ali permaneceram de 20 a 27 anos. O Dr. Dollar faz referência à “mentalidade de permanência” dos pastores bem sucedidos em seus ministérios. Ele apresenta uma lista de razões importantes que mostram por que o pastor deve “sossegar num canto” por um bom tempo e dedicar-se a construir um trabalho duradouro. O autor faz uma observação maravilhosa: “Muitas vezes, a liderança pastoral firme fica comprometida por causa da mudança freqüente de pastores... Primeiro faz-se necessário estabelecer uma boa liderança para então se resolverem os problemas estruturais. A credibilidade do pastor diante da igreja não é construída do dia para a noite. É um processo que exige esforço, oração e sofrimento conjuntos”. Outras razões apresentadas por Dr. Dollar para a longa permanência em uma mesma igreja são: amadurecimento pessoal do pastor; entender que as pessoas são basicamente iguais, não importa o lugar; tornar a igreja uma parte de sua família; empenhar-se na solução de problemas, e ter a mesma visão de ministério que Deus tem. Claro que, às vezes, Deus manda que o pastor se transfira para outra igreja, especialmente no início do ministério. No entanto, aceite uma igreja como se pretendesse ficar lá para o resto da vida e só deixála se Deus assim o direcionar. Nem sempre problemas e dificuldades são sinais de que Deus quer que você se transfira para outro lugar. Quais são suas razões para deixar a igreja? Você magoou-se porque suas idéias foram rejeitadas? Aceita o primeiro convite que aparece e manda a esposa arrumar as malas enquanto você “ora sobre o assunto”? Você decide largar tudo por causa de um “diácono rabugento”? Esteja certo de que os mesmos problemas o aguardam em outra igreja. Naturalmente, algumas vezes, você já terá feito tudo o que havia para ser feito. Se as evidências externas e a convicção interna indicarem que é hora de mudar, e um desafio verdadeiro para um ministério maior, melhor e mais oportuno surgir, analise as possibilidades de mudança. Na maioria dos casos, porém, são necessários de três a cinco anos no mesmo lugar para termos certeza de que fizemos o melhor que podíamos. Se estiver ansioso para se mudar, não será correto iniciar uma construção ou qualquer outro projeto trabalhoso pelo qual você não esteja disposto a ficar e ajudar a igreja em sua execução. Logo que tomar a decisão de aceitar outro pastorado, dê à igreja pelo menos 30 dias de aviso prévio; um pouco mais ou um pouco menos dependendo da necessidade. Provavelmente a igreja não mudará nada

PERGUNTAS E RESPOSTAS até que você saia; e você não se concentrará mais no trabalho atual assim que se decidir pela mudança. 2. Antes de aceitar uma igreja, o que devo observar e averiguar para ter certeza de que ela é a certa para mim? Espero que você seja investigado com mais cuidado do que a maioria das igrejas o fazem ao convidar um pastor. Porém, do mesmo modo, você deve examinar a igreja. Procure saber o motivo da saída do expastor. Descubra de que espécie de mensagens ela gosta e/ou tolera. Pergunte sobre o estilo de música apreciado pela igreja e se estão dispostos a mudá-lo, caso você ache necessário. Procure saber se querem um pastor de verdade ou apenas um “pau-mandado”. A igreja permitirá que você escolha os evangelistas e conferencistas de sua preferência ou terá de checar com os diáconos sempre que desejar convidar alguém? A igreja está disposta a crescer e ramificar-se? Por exemplo, se você é empolgado com a idéia de um trabalho em escolas públicas, tente descobrir se o apoiariam nesse ministério. Se Deus colocasse em seu coração o desejo de construir um acampamento, a igreja o ajudaria no projeto? Se a igreja tem um programa de rádio semanal e você está convencido de que há campo para um programa diário, converse com a igreja sobre o assunto. Se existe uma necessidade urgente de mais acomodações, a igreja concorda em iniciar uma reforma ou construção, caso você se comprometa a levar o projeto até o fim? Se sua esposa é uma exímia organista, qual será a reação da organista atual? O conjunto coral é um campo de “batalha”? Como a igreja vê o movimento carismático? Os membros da igreja aceitarão suas correções e advertências em relação ao pecado e falsas doutrinas? A igreja é independente ou está ligada a alguma convenção? A igreja sustenta missionários de sua própria escolha? Qual a opinião da igreja sobre as escolas evangélicas? A igreja colaboraria com você no trabalho de visitação e conquista de almas para Cristo? Como é feita a escolha de diáconos, membros da diretoria e outros líderes da igreja? Que tradução da Bíblia é usada pela igreja? Preferem as tradicionais ou usam as “linguagens modernas” que andam por aí? Gostariam que você colaborasse com a associação de igrejas e pastores locais e com os movimentos cívicos e políticos da comunidade?

299

300

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

Qual o papel das mulheres na igreja? Os pais o incentivariam quando falasse seriamente com aos jovens sobre decência no vestir, sobre o viver santo, e sobre a separação do mundo? As famílias apreciariam sua opinião e conselhos a respeito do estudo e educação dos filhos?

A igreja concordaria em exigir um alto padrão de comportamento de seus funcionários e líderes? Você terá liberdade de contratar e demitir seus próprios auxiliares? Estas são algumas das coisas sobre as quais você deve se informar. Se você não estiver disposto a abrir mão de suas convicções, talvez seja melhor começar “do nada” seu próprio ministério! 3. Não é verdade que muitos problemas nas igrejas são causados pela falta de tato dos pastores? Pelo que sei, bom senso não é matéria obrigatória em nenhuma escola! Falta de tato nada mais é do que falta de bom senso. Ao ler este livro, os pastores descobrirão que muitas das respostas apresentadas são questão de sensatez. É verdade que muitos pastores não usam o mínimo de psicologia ao lidar com suas igrejas. Um pastor sugeriu a uma senhora cujo filho estava sendo malcriado e respondão com ela: “Este menino está precisando é de umas boas palmadas!” E era verdade, no entanto a mãe se ofendeu com a falta de tato do pastor. Ele poderia ter usado de psicologia e comentado: “As crianças são bênçãos em nossas vidas e merecem todo amor e cuidado dos pais, mas não é fácil educá-las; é preciso muita paciência. Tenho um excelente livro sobre o assunto. Se a senhora quiser dar uma olhadinha nele, terei prazer em emprestá-lo”. Depois, poderia ter-lhe oferecido um dos muitos bons livros cristãos que tratam do assunto. Outro pastor respondeu todo ouriçado a uma “bocuda” de sua igreja: “Respeito é bom, e eu gosto!”. Ela o havia mesmo desrespeitado, porém é óbvio que alguém assim não tem o mínimo respeito pelo servo de Deus. Até certo ponto, o orgulho do pastor levou a melhor na situação. Ele poderia ter dado “um tapa de luva” na mulher com uma resposta gentil ou com um elogio que a teria desarmado completamente, e suas palavras seriam como “brasas quentes na cabeça dela”. Durante uma reunião, um líder da igreja mandou que outro fosse “plantar batatas”. A grosseria não o ajudou nenhum pouco a convencer oponente a aceitar sua idéia! Use a cabeça; observe as pessoas e peça a Deus que lhe dê amor

PERGUNTAS E RESPOSTAS por elas. Ao passo que você cresce espiritualmente, a “boa psicologia” virá com a experiência e idade. Estude o livro de Provérbios. Ele é o manual de psicologia mais completo que existe no mundo! 4. As pessoas reclamam que sou grosseiro em minhas pregações. No entanto, minha única intenção é que vivam de modo que agradem a Deus. O que devo fazer? Vivemos numa época em que as igrejas se tornaram tão mundanas e o mundo se tornou tão “igrejeiro” que mensagens sobre santidade de vida são bastante impopulares. Deixe os sermões evangelísticos para os cultos de domingo à noite. Pela manhã, quando geralmente só os “fiéis” estão presentes, ensine sobre a necessidade de o cristão viver de maneira santa, diferente do mundo. Nem todos concordarão com você, claro. Seja paciente ao guiar suas ovelhas na jornada espiritual. Se você puser a igreja para trabalhar na conquista de almas para Cristo e incentivá-la a estudar a Bíblia, as mensagens sobre a santidade do viver cristão serão aceitas de bom grado. O pastor pode “descer a lenha” o quanto quiser, todos os domingos, nas mulheres que aparecem de calças compridas na igreja. As crentes fiéis não usarão esse tipo de roupa nos cultos mesmo que não concordem plenamente com o que ele disser. No entanto, as pessoas que se ofenderão – e quem sabe até mesmo deixem de vir à igreja – são exatamente as que ainda não se entregaram a Cristo e as que precisam entender verdades espirituais mais importantes do que regras de vestimenta. Eu usava os cultos da semana e os de domingo de manhã para doutrinar minhas ovelhas, e explicava-lhes que devíamos ser pacientes com quem aparecesse na igreja com roupas escandalosas ou espalhafatosas e também com os jovens e adolescentes que usavam cabelos compridos. Depois de se converterem, as mulheres observavam que as senhoras da igreja usavam vestidos ou saias nos cultos. A maioria dos jovens cortava o cabelo depois que se entregava a Cristo. Aqueles que continuavam cabeludos mudavam-se para outras igrejas, mas pelo menos tínhamos chance de falar-lhes de Jesus. Em todo esse processo, os membros da igreja eram fortalecidos em suas convicções sobre o modo de se vestir do cristão e sobre a necessidade de não termos comunhão com o mundo. Nas campanhas evangelísticas, não gasto muito tempo pregando contra homens de cabelo comprido nem sobre mulheres que usam roupa de homem. No entanto, o auditório compreende a mensagem porque

301

302

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

sempre enfatizo que “somos novas criaturas em Cristo”. Também conto ilustrações sobre os depravados e outros tipos de cabeludos, como os cantores de rock, e faça-o de tal modo que o auditório percebe claramente a diferença. Quando descobrem que podem ser maravilhosamente libertas dos vícios, as pessoas sentem-se mais dispostas a abandoná-los do que quando um pastor fica o tempo todo lhes azucrinando a vida por causa do cigarro, bebida e coisas do tipo. Quando falo às crianças, aconselho-as a nem mesmo gastarem tempo pensando nesses vícios nojentos. Durante todo o tempo que estou falando às crianças, estou pregando aos pais, e eles “engolem” a mensagem porque não querem que seus filhos caiam nos vícios. Detesto ver mulheres desfilando de calças compridas e outros apetrechos masculinos. No entanto, prefiro que ouçam a mensagem do Evangelho de calças compridas do que vê-las caminhando para o Inferno vestidas do mesmo jeito. Nas mensagens sobre o juízo final, aborde temas como cinema, dança, rock e coisas do gênero e ilustre seus ensinos com histórias tão arrepiantes que a turma fique de cabelo em pé só de pensar em participar dessas atividades. Mas não faça do “juízo final” o único assunto de seus sermões. Imite a Bíblia: varie o tema de suas mensagens. Dê à igreja tempo para aprender e crescer. 5. Como aprender mais da Bíblia? Como esboçar um capítulo? Como não me tornar um pastor “cujo poço secou”? Este é um pedido e tanto! O melhor jeito de aprender a Bíblia é “lendo a Bíblia”! Leia, anote, pesquise, ore a respeito do assunto, selecione trechos bíblicos e memorize-os; ponha em prática o que aprender. Aproveite-se de jornais evangélicos como “O AMIGÃO DO PASTOR”, por exemplo; estude livros de pregadores especialistas em esboços e sermões. Varie seus métodos de estudo. Eu leio um pouco do Novo e do Antigo Testamento todos os dias, e estudo a Bíblia de Scofield. Tenho sempre à mão uma concordância e um dicionário bíblico, e um bom dicionário escolar. Faço muitas anotações. Enquanto estudo, vou observando os trechos que serviriam para aliteração e renderiam um bom esboço. Algumas vezes, o esboço está bem ali no texto. Alguns capítulos são mais difíceis; nestes casos não force um esboço aliterado; se não dá, não dá. Existem ótimos livros de

PERGUNTAS E RESPOSTAS estudos bíblicos nas boas livrarias evangélicas. Contudo, eu pesquisei e produzi a maioria de meus próprios estudos. Veja as sugestões de livros do capítulo 20. Após minha conversão, memorizei 1.500 versículos bíblicos em dois anos e meio, e isso tem sido de grande auxílio nas minhas pregações até hoje. Alguns daqueles versículos caem como uma luva para esboços de sermões. Nada tem me ajudado mais do que memorizar a Palavra. Para evitar que o “poço fique seco”, o pastor tem de receber tanto quanto oferecer. Medite na Palavra. Passe tempo a sós em comunhão com Deus. Peça que o Senhor o mantenha alimentado. Planeje séries de mensagens que obriguem você a estudar bastante. Leia os sermões dos grandes pregadores sobre diferentes assuntos e vá anotando idéias e ilustrações. Não permita que seu coração deixe de amar e buscar os perdidos. 6. Devo permitir que os membros da igreja me chamem simplesmente pelo nome? Acho que não; devem chamá-lo de “pastor Nelson” (se este for o seu nome) e não simplesmente de “Nelson”, quer dirijam-se ou refiramse a você. Recomendo aos pastores que chamem suas ovelhas de “irmão” ou “irmã”. Este tratamento evita intimidade desnecessária. “Senhor” e “senhora” mostram respeito e consideração aos irmãos mais velhos. Mesmo que alguém dispense ser chamado de “senhor” ou “senhora”, você deve continuar sendo chamado de “pastor”. É importante que os membros da igreja respeitem seu cargo e sua autoridade. Isso não significa que você seja orgulhoso ou “o todo poderoso”, mas que é um servo de Deus e pastor do rebanho, e que as ovelhas devem tratá-lo com todo o respeito. Viva bem perto de Deus, e seu rebanho não considerará você como “mais um dos nossos”. 7. Devo dedicar-me apenas à “pregação da Palavra” e deixar de lado a cruzada contra o mundanismo e a imoralidade? Certamente a salvação de almas e a pregação bíblica devem ter prioridade em seu ministério. No entanto, ao estudarmos a Bíblia percebemos claramente que Deus se preocupa também com as questões morais. A História – tanto bíblica quanto secular – mostra que as nações que viveram como os Estados Unidos vivem hoje foram destruídas. Se as coisas continuarem no caminho que estão, logo perderemos a liberda-

303

304

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

de de culto; já não podemos ensinar a Bíblia nas escolas públicas como fazíamos antigamente. Assim, por questão de sobrevivência, TEMOS de tomar uma posição firme nesse aspecto. A Bíblia (particularmente o Antigo Testamento) mostra que os verdadeiros profetas e os reis indicados por Deus fizeram alguma coisa contra a idolatria, o homossexualismo, as autoridades corruptas e a matança dos inocentes. Para mim, o pastor que enfia a cabeça na areia e alega não ter sido chamado para falar contra a sodomia, o aborto, a pornografia e o alcoolismo que tomam conta do país, está fugindo de sua responsabilidade. É verdade que alguns pastores exageram na “cruzada” contra o mundanismo e acabam negligenciando o próprio rebanho. Isto também não está certo. Peça a Deus que lhe dê equilíbrio no ministério. Mas é preciso combater o pecado! As forças do mal estão determinadas a destruir nossas igrejas e escolas. O tão conhecido “Gay Rights” (Direitos dos Homossexuais) não teria sobrevivido se os pastores dos Estados Unidos tivessem levantado suas vozes e alertado as igrejas sobre o que estava acontecendo. Poderíamos ter incentivado as mulheres de nossas igrejas a protestarem tão ferozmente contra a pornografia nas bancas de revista e outdoors que a sujeira teria de, pelo menos, ser vendida às escondidas. Se os pastores tivessem agido mais rapidamente, os crentes fiéis já teriam dado cabo dos palavrões e das vulgaridades que povoam os meios de comunicação do país, e a coisa não teria ficado tão feia como está. Os milhares de crentes de nossas igrejas deveriam ter “pegado firme no pé” dos deputados e senadores e exigido leis mais rigorosas a respeito do aborto, direito dos homossexuais, pornografia e bebidas alcoólicas. Se realmente incitássemos nossas ovelhas contra o pecado, políticos liberais (e talvez insanos?) jamais seriam eleitos para cargo nenhum. Poderíamos ter impedido que o mal que assolou nosso sistema público de ensino fosse tão catastrófico. Estamos acomodados e deixando que os corrompidos ganhem terreno e que os “açougueiros” matem bebezinhos antes mesmo que tenham a chance de nascer. Nossas igrejas dificilmente nos ouvem esbravejar contra estes males. Graças a Deus, há tempo para agirmos. Se nos apressarmos, os pastores deste país ainda terão chance de mudar a situação. Sem dúvida nenhuma, devemos nos preocupar com questões morais, e temos de manter nossas igrejas informadas sobre o que anda acontecendo por aí!

PERGUNTAS E RESPOSTAS 8. Devemos deixar claro logo de início que somos uma igreja fundamentalista, bíblica e pré-milenista ou é melhor que as pessoas descubram por si mesmas? Depende do lugar onde vocês estão. Se estiverem em meio a igrejas liberais e condescendentes com o mundo, talvez seja melhor esclarecer sua doutrina e pontos de vista logo de cara. A questão para mim é que todas as igrejas batistas deveriam ser fundamentalistas e bíblicas; as outras é que se desviaram; nós, fundamentalista bíblicos, somos as verdadeiras igrejas batistas. Nosso nome pode atrair batistas famintos pela mensagem bíblica, e com isto temos a oportunidade de acolher muitos batistas de outras convenções (cansados de tanto liberalismo) e oferecer-lhes uma igreja bíblica e idônea. 9. Os pastores devem se envolver em política e “fazer propaganda política”? Fazer “propaganda política” não, mas orar pelo país e pelo Presidente, quer em particular ou em público, sim. Acho também que o pastor deve manter os membros da igreja informados sobre questões morais e assuntos que envolvam seus direitos e deveres de cidadãos. Em época de eleições, o pastor deverá incentivar a igreja a orar sobre o destino do país e (sem fazer discurso político ou partidário) orientar os irmãos para que votem em candidatos conservadores e descentes. 10. O pastor deve ser específico em suas mensagens contra o pecado e o mundanismo ou deve falar de um modo geral, como muitos fazem? O pastor tem de erguer sua voz como uma trombeta e anunciar “ao meu povo a sua transgressão” (Isaías 58.1). Se o pastor não falar especificamente contra o cinema, bailes, rock, depravação, droga, bebida alcoólica, cigarros etc, o povo não prestará muita atenção em suas mensagens. Dê duro no pecado, mas não fique batendo na mesma tecla sem parar. Não tente provar que você consegue ser muito chato quando quer. Seja sensato. Mostre às ovelhas o quanto são amadas e elas entenderão que você denuncia o pecado porque não quer que nenhuma delas se perca. Ao perceberem que você age e fala motivado pelo amor e por desejar o melhor para todos, um dia (e pode até ser logo) as pessoas lhe agradecerão por ter sido honesto e corajoso ao lidar com elas.

305

306

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

11. É apropriado usar ilustrações pessoais, falar de coisas que realmente me aconteceram? Certamente, e muito apropriado, mas não se exagere! Referências pessoais em excesso podem deixar a impressão de que você se acha simplesmente o máximo! Deixe o “Eu” de lado tanto quanto possível. 12. Como posso conseguir melhores resultados nas visitas que faço? O tempo parece sempre tão curto. É necessário visitar os membros da igreja regularmente? Não é fácil mostrar interesse pessoal em tanta gente ao mesmo tempo. Procure visitar todos os membros da igreja pelo menos uma vez. Mantenha-se informado sobre os doentes; as pessoas com problemas sérios; os fracos na fé e os afastados. Se visitar estas pessoas e também os não-crentes, você já estará para lá de ocupado! Jeremias 23.1-2 mostra o que Deus pensa dos pastores que não visitam suas ovelhas e, com isso, permitem que elas se desviem a procura de outros pastos. Esteja a par do que acontece com seu povo. Mas é difícil conseguir isto sozinho. (Releia o capítulo 11, que fala sobre visitação.) Treine os diáconos e outros líderes para que o ajudem na tarefa. As pessoas geralmente sentem mais carinho e gratidão pelo pastor que as visita quando estão doentes. Parentes e amigos também ficam felizes quando o pastor incentiva a igreja a orar por seus entes queridos enfermos, quando avisam que o doente já sarou ou quando dão informações sobre o paciente. No entanto, não é necessário apresentar “uma lista de supermercado” sobre as doenças e males que afligem uns e outros. Num mundo cheio de gente perturbada e sem rumo na vida, os pastores jamais conseguirão pôr as visitas em dia. Todavia, alguns de nós têm problemas nesta área porque gastam tempo demais em uma única casa. Seja breve; explique o motivo de sua presença, ore e “tchau”! Não se deixe tentar pela vontade de ficar um pouco mais e “jogar conversa fora”. 14. Devo usar as versões “populares” da Bíblia ou manter-me fiel à tradução de Ferreira de Almeida? Meu conselho é que fiquem com a tradução de Ferreira de Almeida, por ser mais confiável e esmerada. Incentive os crentes novos, e até mesmo os visitantes, a que levem suas Bíblias aos cultos. Eu tenho usado outras versões somente em meus estudos particulares.

PERGUNTAS E RESPOSTAS 15. O que faço para que conferencistas famosos preguem em minha igreja? Para começar, eu deixaria que eles marcassem a data que lhes fosse mais conveniente. Depois lhes escreveria honestamente sobre meu ministério e minha admiração por eles; daria informações sobre a igreja (tamanho, localização) e falaria de minha certeza sobre o quanto ajudariam o meu rebanho. Deixaria claro que a igreja cobriria suas despesas de viagem e hospedagem e que faríamos todo o possível para que sua estada conosco fosse a melhor possível. Também lhes asseguraria de que não pouparíamos esforços para que a cidade inteira ficasse sabendo da série de conferências e de que nos empenharíamos para que o templo estivesse cheio todas as noites. Deus levantou grandes pregadores em nosso meio. Cabe a nós fazer as coisas do jeito certo. 16. Um pastor fundamentalista poderia fazer parte de clubes e associações políticas? Não vejo como um pastor consegue tempo para estas coisas. Eu jamais faria parte de qualquer organização onde situações embaraçosas ou comprometedoras pudessem me acontecer. Evite toda e qualquer aparência do mal. Se você deseja mesmo ser bem sucedido no ministério pastoral, não se envolva em coisas que tomem muito de seu tempo. Não fomos chamados para ser “gente-fina e bem relacionada em todas as camadas sociais”, mas sim para sermos pregadores e líderes espirituais. 17. Por que, muitas vezes, os membros da comissão que me fez o convite para ser o pastor da igreja são os primeiros a se voltar contra mim? Talvez essas pessoas tenham maior capacidade de avaliação e sejam decisivas nos negócios da igreja, e é exatamente por estas qualidades que foram escolhidas para fazer parte da referida comissão! E pode ser que se sintam responsáveis por você estar na igreja e pensem que têm o dever de “policiar” seu trabalho. Talvez achem que agora se sairão melhor e queiram tentar novamente. 18. Por que, com freqüência, os crentes mais velhos ficam magoados quando os mais novos e os recém-chegados se tornam ativos na igreja? Infelizmente isto acontece, mas não deveria. Os irmãos mais velhos que se dedicaram para que a igreja chegasse onde está hoje, às ve-

307

308

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

zes, sentem-se ameaçados com a presença de líderes mais jovens e com menos “tempo de casa”. Normalmente as pessoas de meia-idade (tanto homens quanto mulheres) estão passando por mudanças que as deixam mais sensíveis e nervosas, de qualquer maneira. Se forem tão consagradas quanto parecem, elas dominarão os sentimentos e ressentimentos contra terceiros. No entanto, alguns crentes mais velhos perdem o primeiro amor e não oram nem leiam a Bíblia como deveriam. Ore por essas pessoas, seja paciente com elas e procure compreendê-las. Ocupeas na obra mesmo quando líderes novos e dinâmicos aparecerem. Fique longe de situações que gerem mal estar entre as ovelhas. Se quiser evitar desavenças familiares na igreja, não coloque muitos “índios da mesma tribo” para trabalhar juntos. Se a igreja possuiu uma escola, não convide esposas de membros da diretoria para serem professoras, coordenadoras, diretoras. Não permita que uma pessoa fique em um mesmo cargo tanto tempo que a única maneira de removê-la de lá é num caixão. 19. O que devo fazer para não ser interrompido a toda hora? Algumas vezes elas são instruções divinas. Na maioria dos casos, o pastor tem de “ir de acordo com a maré”. Mas uma secretária esperta e uma esposa atenta podem “peneirar” os telefonemas e poupá-lo dos “carnes de pescoço”. Aprenda a encurtar o papo de quem fala e fala, mas não tem nada realmente importante a dizer. (Veja os capítulos 2 e13.) 20. Sinto-me desanimado e sem energia para cumprir todas as minhas tarefas. Faça um exame de saúde completo anualmente. Deixe a gula de lado. Alimente-se de modo saudável. Coma bastante proteína, verduras e legumes crus e uma porção de salada, seja de frutas ou legumes. Beba muito suco de frutas cítricas. Cuidado com os doces! Pão branco e açúcar refinado não fazem muito bem à saúde, segundo os entendidos. Ninguém precisa ser fanático por nutrição para fazer refeições equilibradas; só precisa ter bom senso. Talvez você esteja com falta de vitaminas. Não use café e alimentos estimulantes como muleta ou substitutos da dieta equilibrada e saudável. Evite alimentos gordurosos e frituras. Faça exercícios aeróbicos quatro ou cinco vezes por semana; caminhe e encha os pulmões de ar fresco, corra, ande de bicicleta; é importante fazer musculação e abdominais também. Um programa equilibrado de exercícios físicos manterá você em forma e disposto a lutar contra

PERGUNTAS E RESPOSTAS os Golias que lhe aparecerem pela frente. A não ser que você dê longas caminhadas, nenhum exercício precisa tomar muito de seu tempo. Faça caminhadas rápidas e vigorosas. Jogar futebol é um bom exercício e não precisa necessariamente durar 90 minutos. Lembre-se: consulte seu médico antes de começar a “mexer o esqueleto” – principalmente se é sedentário – e se decidir fazer dieta para perder peso. Não durma de mais nem de menos. “ …desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde…” (3João 2). 21. Pego-me repetindo as mesmas coisas e as pessoas me lembram que “já lhes contei este fato antes”. Como evitar este “vexame”? Arquive suas mensagens e anote onde foram pregadas. Quando era pastor, eu sempre escrevia num canto da página das ilustrações (ou dos recortes de jornais ou revistas) a data em que foram usadas em minha igreja. Agora que sou conferencista, tenho algumas ilustrações que uso em diferentes sermões e faço as devidas anotações para saber onde e quando usei determinado material. 22. Como devo agir quando um ex-pastor visita a igreja? Esta é uma coisa que nenhum pastor deveria fazer, mas infelizmente muitos fazem. Se o antigo pastor é um homem de Deus muito respeitado pela igreja, e fez ali um bom ministério, você só terá a ganhar se o elogiar, recebê-lo gentilmente, pedir que ore nos cultos e que pregue de vez em quando. Quem gostava dele gostará ainda mais de você. Mas quando você se tornar o ex-pastor, aconselho-o a ficar fora do caminho de seu substituto e não lhe causar problemas nem tentar lhe dar conselhos que não foram pedidos. Eu procuraria ir o menos possível a uma exigreja. Agora é a vez do novo pastor receber o afeto das ovelhas. Você já teve sua oportunidade. Caso você tenha deixado a igreja por causa de problemas, o melhor mesmo talvez seja não colocar mais os pés lá. Não concorde em realizar casamentos nem aceite compromissos que sejam da competência do pastor atual. Não aceite honrarias que pertençam a ele! 23. O que os pastores mais negligenciam em detrimento próprio? Não sei, mas acho que é a oração. É tão fácil preenchermos nossos dias com todos os tipos de atividades e deixarmos a vida de oração à

309

310

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

míngua. Depois da oração, penso que o interesse pelas almas perdidas e pela visitação aos membros da igreja e interessados é o que mais sofre. 24. Qual a pior característica em um pastor fundamentalista? Talvez seja a preguiça! Ouvi uma senhora contar como ficou espantada com o aparente descaso dos pastores do lugar para onde havia se mudado. Alguns só conversavam sobre pescaria, futebol e política! Não é nem preciso perguntar por que suas igrejas não cresciam! Algumas vezes eu me sentia como um ladrão por tirar um dia de folga na semana. 25. Como adquirir autoconfiança? Nada prospera tanto quanto o sucesso. Continue estudando suas mensagens e não deixe de fazer visitas; não desista até ver resultados. Cada vitória será um incentivo a mais. Leia e ouça bons autores motivadores. O livro de Provérbios não pode ser esquecido. Estude a vida dos homens bem sucedidos da Bíblia, como Paulo, José, Moisés, Davi, Samuel, Abraão. A questão é mais de confiança em Deus do que de autoconfiança! 26. Como iniciar e organizar uma igreja? A Convenção ou Associação Regional a que pertencemos certamente sabe quais as cidades ao redor que não têm igrejas de nossa denominação e também saberá como melhor orientá-los. Você também poderá fazer uma pesquisa de campo. Muitas cidades necessitam de igrejas fundamentadas na Bíblia. Reúna um grupo (mesmo que pequeno) de gente interessada em espalhar o Evangelho e saiam a fazer visitas. A partir daí, o trabalho será muito e será difícil! Algumas igrejas tiveram seu início na sala de visita de alguém, em garagens alugadas, escolas, hotéis. Assim que as pessoas notarem que o grupo está crescendo, que vocês fazem um trabalho sério e que vieram para ficar, elas confiarão em vocês e mostrarão desejo de fazer parte do trabalho. Ganhem almas para Cristo. Quando o grupo estiver estabelecido, comecem a rascunhar um estatuto e regimento interno e pensar em construção. Vocês podem escrever o próprio estatuto e regimento interno e desenhar a própria planta, mas é sempre bom dar uma olhada no que outras igrejas fundamentalistas já fizeram.

PERGUNTAS E RESPOSTAS 27. É verdade que os pastores são os piores motoristas que existem? Infelizmente ouvi que sim. Os pastores deveriam ter fama de serem motoristas sensatos e responsáveis. Há pastores que se gabam de “voarem baixo no asfalto”. Além de isto ser um péssimo testemunho também é um péssimo negócio. Não imitem o andar furioso de Jeú (2Reis 9.20). Planos de saúde e companhias de seguro afirmam que os pastores lhes dão prejuízos. Leia novamente a resposta da pergunta 20. Cuide bem da saúde, e será mais fácil manter a sanidade mental! Pior ainda, alguns pastores são péssimos pagadores. Não é de admirar que os descrentes fiquem admirados! 28. Quais as sete áreas mais importantes na preparação de um jovem pastor? Em meu entender são: 1) CORAÇÃO. Certifique-se de estar realmente salvo e em comunhão com Deus. “Bem-aventurados os limpos de coração.” 2) MENTE. Estude, leia, pesquise, treine. Matricule-se numa boa faculdade ou seminário fundamentalista que enfatize a conquista de almas para Cristo e a importância da comunhão com Deus. 3) ALMA. Ore, medite na Palavra, enriqueça sua vida espiritual. 4) PÉS. Gaste as solas dos sapatos fazendo visitas, testemunhando de Cristo, ganhando almas. 5) BOCA. Fale de Cristo nas praças, cadeias, fábricas, lojas – em todos os lugares que lhe abrirem as portas. 6) MÃOS. A palavra “consagração” significa “mãos cheias”. Sirva ao Senhor, não se recuse a fazer tarefas humildes, não fuja do trabalho duro. 7) TEMPERAMENTO. Aprimore sua personalidade. Aprenda a rir de si mesmo e com os outros. Deixe o azedume de lado. Veja os acontecimentos pelo ângulo da fé e do otimismo. Trabalhe com alegria. Quando a situação ficar “preta”, dê uma boa gargalhada. Olhe sempre adiante! 29. Como lidar com os divorciados da igreja? Até que ponto devem ser envolvidos na obra? Conheço uma igreja que acabou se dividindo porque um líder achou por bem ensinar que os divorciados não poderiam nem mesmo ser membros da igreja! Se os divorciados não podem trabalhar na obra, o que fazer com os que já roubaram, xingaram, mentiram e cobiçaram uma mulher? Devemos excluir todos os membros que já fumaram ou beberam? Se fizermos isto, nossas igrejas ficaram vazias e teremos de fechar as portas.

311

312

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

Permitíamos que divorciados trabalhassem na igreja quando confirmávamos que agora eram cristãos consagrados e firmes em Cristo. Alguns cantavam no conjunto coral e outros trabalhavam com as crianças. Um de nossos mais fiéis membros do conselho diretor da escola era casado com uma divorciada que ele conhecera antes de se converter. Um jovem muito consagrado carregava o peso da solidão porque sua esposa havia caído no pecado e fugido com outro homem. Não sei por que deveríamos penalizar ainda mais um inocente não permitindo que servisse à igreja. No entanto, por causa do bom testemunho e para que não causássemos tropeço a ninguém, não permitíamos diáconos divorciados, mesmo que a separação não tivesse sido culpa dele. Sei que 1Timóteo 3.12 dá margem a várias interpretações, contudo, em caso de eleição de diáconos e ordenação de pastores, achávamos melhor prevenir do que remediar. 30. Minha igreja não permite que eu faça conferências em outros lugares ou participe de qualquer tipo de reunião que seja. O que devo fazer? Comece a “fazer a cabeça” de alguns diáconos e outros líderes. Convença-os de que se der uma “saidinha” de vez em quando, você se fortalecerá e crescerá como pastor. Não abuse de seus privilégios, mas seu ministério não sofrerá se você sair duas ou três vezes por ano para fazer conferências, desde que tenha alguém de confiança para ficar em seu lugar. Sua igreja participará das bênçãos advindas das almas que você ganhou para Cristo em outros locais. Mostre-lhes que estarão colaborando com outras igrejas se permitirem que você fique fora alguns dias em séries de conferências, seminários etc. Os pastores dedicados gastam entre 50 e 70 horas trabalhando na Causa e precisam de “um tempo”, mesmo que seja em retiro de pastores e seminários bíblicos. Vá com calma em sua tarefa de mostrar essas verdades a seus líderes. Leveos a perceber que um pastor fiel e dedicado raramente tem um dia inteirinho de folga, por mais que tente. Se você convencer alguns líderes-chave, eles cuidaram dos outros. Do mesmo modo, você conseguirá convencer a igreja a pagar seu plano de saúde, prestações de uma casa e coisas parecidas. 31. Somos muito fracos em relação à música. Não importa o que façamos, somos sempre criticados. E o que fazer quando a irmã “Taquara Rachada” pede para fazer um solo?

PERGUNTAS E RESPOSTAS Leia cuidadosamente o Capítulo 7, que fala sobre a música na igreja. Varie a seleção de hinos. Escolhas músicas que sejam realmente significativas, que sejam entendidas. Não deixe que o ministro de música caia na rotina. Antes de uma apresentação instrumental, anuncie o nome do hino e, se for pouco conhecido, leia uma ou duas estrofes. O auditório deve ser saber que ouvirá uma música sacra e saber a que ela se refere. Infelizmente em algumas igrejas a música é uma tragédia. Alguns pastores e regentes acham que o auditório é composto só de matutos. Segundo o pastor Al Bradshaw: “Quando a música despenca a igreja despenca também”.O Dr. Victor Sears afirma em seu artigo “Modernism Takes a New Form” (A Nova Cara do Modernismo) que o modernismo esgueirou-se para dentro da igreja em produções mundanas conhecidas como música contemporânea ou soft rock (rock light) acompanhadas de playback barato produzido por grupos medíocres em estúdios de quinta categoria. “O tom sensual, a cadência selvagem e o estilo cabaré apelam à carne e não ao espírito...esse tipo de música foi maquinado no Inferno, propagado entre os carismáticos e publicados por suas editoras. Até as igrejas fundamentalistas e outras que repudiam os ensinos carismáticos a respeito do dom de línguas, curas, milagres estão cantando essas músicas. Algumas pessoas afirmam que esse tipo de música evangélica tem o mesmo ritmo ao som do qual dançavam antes de se converterem. O tom sensual, mundano enoja qualquer cristão fiel e certamente é repulsivo aos ouvidos do Deus Todo-Poderoso. Oriente sua igreja. Ajude suas ovelhas a cultivar o gosto pela boa música”. Se a igreja tiver um ministro de música, deixe que ele cuide da irmã “Taquara Rachada”. Se quiser poupar o domingo do Senhor, talvez você tenha de deixar que alguém assim “cante” na união de treinamento ou no culto de oração da semana. Quem sabe ela não ache seu lugar no conjunto coral sem arruiná-lo totalmente! No entanto, se ela é ruim demais, você não tem outra saída a não ser explicar-lhe – mesmo correndo o risco de magoá-la – que os números especiais já estão todos programados. Sugira ao ministro de música que programe um “teste musical” para a escolha de solistas, e assim a irmã “Taquara” será eliminada. Outra solução é pedir que ela se encarregue do Culto Infantil ou do berçário, e com isso poupar os ouvidos da platéia.

313

314

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

32. O que fazer quando alguns membros da igreja se voltam contra você? Agradeça por que são alguns e não todos! Se você estiver realmente determinado a servir a Deus, prepare-se para a turma do contra. Como afirma o Dr. Bob Jones, o pai: “As portas do sucesso se abrem firmadas nas dobradiças da oposição”. Jesus avisou: “Ai de vós, quando todos os homens de vós disserem bem…”. Mas aprenda com seus opositores. Algumas vezes eles têm razão no que dizem. Certifique-se de estar agindo corretamente e de estar dentro da vontade de Deus. Quanto às críticas, Lincoln dizia: “Se eu tentasse responder a todas as críticas e ataques que me fazem, não teria tempo para mais nada. Não tenho obrigação de agradar as pessoas, mas sim de fazer o melhor que puder. Se no fim eu estiver errado, nem que dez legiões de anjos jurem que estive certo vai adiantar. No entanto, se o final mostrar que estive certo, nada do que foi dito a meu respeito terá valor algum”. 33. Tenho dificuldades em controlar meu gênio. Vivo reclamando e também sou agressivo com as pessoas. Não se esqueça de que você trabalha para Deus, e de que “não haverá reclamações” (Salmo 144.14). Mostre entusiasmo. Se você for um cristão alegre e caminhar com Deus, suas ovelhas aceitarão mais tranqüilamente o que você disser. Seu temperamento não deve ser um “destempero”. Morra para si mesmo. Muitas vezes nosso gênio está na carne e não no Espírito. Deixe que a Palavra que você prega “agrida” as pessoas. Não viva de mal com o mundo. Spurgeon afirmou: “Pega-se mais moscas com mel do que com vinagre”. 34. Como manter as coisas sob controle? Esmoreço facilmente. Torne-se dono da situação. Organize seu dia e seu trabalho, e não se esqueça das horas de lazer. Levante cedo e...mãos à obra. Não fique zanzando para lá e para cá reclamando da vida. Spurgeon sentenciou: “Ai do pastor que se atreve a perder uma hora”. Alimente-se bem e faça exercícios; mantenha-se em forma e saudável. Cuide da correspondência! Force-se a realizar esta e outras tarefas que talvez sejam difíceis para você. Alguns diretores de faculdades insistem com os alunos para que façam algumas matérias das quais não gostam. Domine a situação; não deixe que ela domine você. Se você

PERGUNTAS E RESPOSTAS detesta fazer visita a hospitais, cantarole e regozije-se a caminho de lá. Agradeça a Deus porque você é o visitante e não o visitado. Ore enquanto trabalha. Viva na presença de Deus. A batalha é dEle, não é sua. Se houver perdas materiais, lembre-se de que, na verdade, tudo pertence a Ele. Deus pode repor qualquer coisa. Não viva na melancolia. Não tente abraçar o mundo com as pernas. Leia a história de Jetro e Moisés. Moody aconselhou: “É melhor fazer dez homens trabalharem do que fazer o trabalho de dez homens”. Fique de olho em você mesmo. Vasculhe sua vida e dê cabo da preguiça, inveja, orgulho, luxúria, cobiça, distrações, vaidade, glutonaria. “Aquele pois que cuida estar em pé, olhe não caia” (1Coríntios 10.12). 34. Muitos missionários reclamam de serem negligenciados por pastores e igrejas. Como consertar este relacionamento? É triste, mas acontece. Alguns missionários voltam para casa e são praticamente ignorados pela igreja. Mais uma vez, está nas mãos da liderança reverter a situação. Os pastores devem incentivar suas ovelhas a demonstrar amor pelos missionários através de orações e correspondências. Os pastores devem programar uma bonita e entusiasmada recepção para os missionários em visita à igreja. Dê –lhes todo o tempo que precisarem para falar sobre o trabalho que realizam. Certifique-se de que a hospedagem foi preparada. Pense nas necessidades dos missionários enquanto estiverem em sua igreja. Talvez do que mais precisem é descansar. Alguns precisarão de transporte, cuidados médicos e dentário. Não abandone o missionário à própria sorte depois do culto. É impressionante ver quantos pastores agem assim. Fique junto ao missionário (ou peça a um diácono para fazê-lo) e observe como é pequeno o número de pessoas que o cumprimentam e dão-lhe boas-vindas. É uma tristeza! Parece incrível, mas, às vezes, ninguém se lembra de que o missionário que está fazendo uma visita rápida à igreja também precisa almoçar, jantar ou tomar café! Incentive seu pessoal a convidar os missionários para uma refeição. Os membros de sua igreja se beneficiarão muito com a visita. Confeccione um mural missionário para a igreja e mantenha-o atualizado e bem à vista. O pastor pode ajudar o missionário de muitos jeitos, como, por exemplo, buscá-lo na igreja onde está ou na rodoviária; levá-lo à próxima igreja onde deverá se apresentar; enviar-lhe um mapa com todas as

315

316

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

informações sobre como chegar ao templo; oferecer-lhe um computador para checar e-mail etc. Inúmeras vezes missionários me disseram como se sentiam felizes em receber cartas enviadas por mim, seu pastor. Eles pareciam tão felizes com o fato de um pastor lhes escrever que minha impressão era que bem poucos o faziam. Os missionários já têm problemas e desafios de sobra. Não precisamos aumentar-lhes a carga com nossa negligência. 36. Por causa da situação econômica, algumas igrejas estão diminuindo suas áreas de trabalho. Alguma sugestão? Não desperdicem nada. Verifiquem se não há torneira pingando, descarga vazando, ventiladores ligados ou luzes acesas em salas desocupadas. Não contratem profissionais para trabalhos que possam ser executados por membros da igreja. “De grão em grão a galinha enche o papo”, ensina o ditado popular. Para outras informações em como manejar as finanças da igreja, leia os capítulos 6 e 21 deste livro. 37. O que o pastor deve fazer quando percebe que cometeu uma asneira e tomou uma decisão errada? Todos nós “pisamos no tomate” de vez em quando. O melhor mesmo é reconhecer o erro. O rebanho aprecia esta atitude, principalmente nos pastores mais jovens. Precisamos nos humilhar uma vez ou outra. No início de meu ministério, em meio a uma crise, disse à minha igreja algumas coisas totalmente desnecessárias, e meu comportamento foi lastimável. Em princípio eu estava certo, mas na prática eu deveria ter agido de outro modo.Um irmão mais velho e experiente me alertou que, por causa de meu cargo, eu estava numa enrascada. Ele também me explicou que “quanto mais alta sua posição, mais solitário você fica”, e que todo líder, pastor, presidente, gerente tem de tomar decisões que desagradam muita gente. Disse ainda que eu seria um fracasso como pastor seu não conseguisse “segurar a barra” quando o caldo entornasse e se “perdesse os cadernos” diante de críticas e problemas. Ele estava absolutamente certo ! Portanto, se você tem certeza do que está fazendo, vá adiante e gentilmente mostre o caminho, mesmo que algumas pessoas se aborreçam. No entanto, quando perceber que “deu o maior fora”, engula o orgulho, peça perdão, volte atrás e comece tudo de novo em outra direção. Estude 1Crônicas 10.7-13. Podemos aprender bastante com os irmãos mais velhos.

PERGUNTAS E RESPOSTAS 38. As igrejas ao meu redor estão sempre brigando e dilacerando-se por uma coisa ou outra. Como um pastor inexperiente sabe de que lado deve ficar? Acho melhor você ficar do lado de Deus! Tenho à minha frente um jornal com uma foto de milhares de carismáticos na chuva, em frente ao Congresso em Washington, capital dos Estados Unidos. Trata-se da marcha “Washington para Jesus”. Eles agitam os braços e “falam em línguas”, informa a reportagem. A foto está estampada na primeira página do jornal. Os organizadores esperam a adesão de milhares de outras pessoas. Quando os jornalistas quiseram saber contra o que o grupo protestava, foram informados de que “não protestavam contra nada! Estamos indo lá por Jesus”. Com o país mergulhado no pecado, alcoolismo, devassidão e na “lei de Gerson”; em uma terra que já foi cristã, mas que agora ridiculariza a Bíblia; em uma nação embrenhada em pornografia, aborto, corrupção e degradação, aqueles crentes não tinham nenhum motivo para protestar! No entanto, havia milhares deles de mãos dadas, gritando e “falando em línguas”. Meu coração se aperta quando penso que é para este tipo de coisa que o mundo olha e define como “Cristianismo”! Enquanto isso, nós, crentes fundamentalistas, que cremos na Bíblia, não nos reunimos para nada porque vivemos discutindo, manchando a reputação uns dos outros e criticando quem não faz as coisas do nosso jeito. Com o passar do tempo, percebi que depois de todos os fatos e evidências virem à tona, a maioria das fofocas e calúnias feitas a pastores e outros líderes cristãos eram mentiras. Com a maturidade aprendemos a ser mais cuidadosos e a não abraçarmos qualquer turma aniquiladora que aparece à nossa frente. Não permita que ninguém pense por você ou escolha seus amigos. Claro que devemos nos posicionar contra o mundanismo, a heresia e as seitas religiosas. Aqui a história é outra. Contudo, mesmo discordando em alguns pontos de vista, podemos nos juntar a outros crentes para lutarmos contra o comunismo, a bebida alcoólica, a pornografia, o aborto, o homossexualismo e outras coisas do tipo. Há muitos cristãos dedicados no mundo, pessoas que amam ao Senhor de verdade, que têm métodos diferentes dos meus. Talvez eles ainda não tenham aprendido algumas das coisas que Deus já me ensinou. Entretanto eu não preciso detestá-los nem denegri-los. É possível que eles saibam coisas que eu ainda não sei e que Deus os esteja usando para alcançar pessoas que eu

317

318

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

não alcançaria. Nunca vi um monumento construído em homenagem à recriminação. Spurgeon afirmou: “Uma das marcas da condenação é ter os lábios em chama e a alma congelada. Deus nos liberta do refinamento excessivo e da superficialidade… Conheço um grupo de religiosos que, tenho certeza, nasceram de uma mulher, mas parecem ter sido amamentados por uma loba… Nossa tarefa não é sair pelo mundo à caça de heresias, como se fôssemos cães farejando ratos; também não podemos ser tão seguros de nossa infalibilidade a ponto de erguermos estacas eclesiásticas com o propósito de calcinar nas brasas do zimbro da discriminação desenfreada e da suspeita cruel as pessoas que discordam de nós” (Spurgeon’s Lectures [Preleções de Spurgeon]). Dr. Jack Hyles, em sua grande mensagem “A Doce Vingança”, adverte-nos de que esse negócio de doce vingança não existe, e que quando fazemos alguém “pagar pelo que fez” ou “damos o troco merecido”, ficamos com o sabor vazio da vingança na boca. Ele nos lembra que José, Abraão e Davi agiram movidos pela graça, compaixão e misericórdia ao se depararem com seus inimigos. Dr. Hyles afirma: “Nossos sermões podem ser maravilhosos, porém jamais nos levarão à altura espiritual que alcançamos quando desistimos de nos vingar de nossos inimigos”. Ele continua dizendo que nunca somos tão fundamentalista como quando imitamos Jesus em sua oração: ‘Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem”! Charles Finney declarou: “Falar a verdade com a intenção de prejudicar é o mesmo que caluniar”! Li o seguinte em algum lugar: “Desprezo os homens que censuram e rebaixam os homens cujos empreendimentos os elevaram acima dos homens que os achincalham e rebaixam”. Seria bem melhor que os cristãos fundamentalistas, obedientes à Bíblia, vivessem unidos em um mundo cada vez mais afastado de Deus e descrente, ou então correremos o risco de “vivermos separados” sem liberdade nenhuma de abrirmos as portas de nossas igrejas. Basta ter de lutar contra o pecado, o mundo, a carne e o Diabo. Depois desta luta, mal terei forças para levantar um dedo contra meu próprio grupo! “Somos cooperadores com Deus.” Um experiente e fiel cristão afirmou em relação à crítica ao próximo: “Antes de censurar alguém, busque em Deus amor verdadeiro pela pessoa. Certifique-se de conhecer todos os fatos e ter concedido todas as

PERGUNTAS E RESPOSTAS atenuantes possíveis. Caso contrário, quão ineficaz, quão ininteligível e, talvez, provocativa a melhor das censuras pode se tornar”.

*********** Para concluir este livro, deixo-lhes um conselho que solicitei a meu irmão, Howard M. Pyle, pastor experiente e diretor de escola em Atlanta, Geórgia. Sua contribuição para “O que todo pregador deve saber” fecha com chave de ouro tudo o que já foi dito aqui: Meu conselho aos jovens pastores é que tenham o cuidado de não imitar nem duplicar o estilo e os hábitos de pastores mais experientes. Seja você mesmo. Alguns receberam um único talento, outros receberam cinco talentos e outros receberam dez talentos. Deus requer fidelidade sobre o que nos foi dado e não sobre nossa capacidade de nos igualarmos ao próximo. Nem todas as igrejas devem organizar uma escola (que pode ser bênção para uma igreja e praga, difamação e fardo para outra). Nem todas as igrejas precisam ter vans, programa de rádio e TV campeões de audiência nem possuir um acampamento. É bem melhor seguir a Deus do que seguir tradições, costumes e conveniências. Meu conselho aos jovens pastores é que orem para sentirem inundados de amor por seu rebanho sem jamais ter de sacrificar suas convicções, seus princípios e seu caráter. Fazer o que é certo – mesmo correndo o risco de perder amigos e membros da igreja – sempre acaba dando CERTO. “Nunca sacrifique o duradouro no altar do imediato.” “Faça o que é certo, mesmo que as estrelas caiam.” Só teremos a ganhar se colhermos os frutos das experiências e sabedoria de homens mais velhos que já participaram de inúmeras batalhas. Todos os Timóteos necessitam de um Paulo; todos os recrutas lucrarão se derem ouvidos a um general cinco estrelas; e cada pessoa pode me ensinar alguma coisa – SE eu quiser aprender. Adicionando: JAMAIS SUBESTIME: O Poder de Deus – Efésios 3.20. A Influência de Satanás – 1Pedro 5.8; 1Tessalonicenses 2.18. O Potencial da Oração – João 14.13-14. A Inconstância do Ser Humano – Salmo 118.8-9. A Fraqueza da Carne – Romanos 13.14.

319

320

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

O Valor de uma Alma – Lucas 15.7. A Recompensa da Entrega – Lucas 3-38. Depois de dizer tudo o que disse, que Deus coroe de sucesso seus esforços em se tornar o pastor que Ele quer que você seja!

321

322

O QUE TODO PASTOR DEVE SABER

323

More Documents from "Petronio De Albuquerque Carvalho"