Portugues Instrumental Unidade 2

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PORTUGUÊS PORTUGUÊS INSTRUMENTAL U N I D A D E 2 LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL

A leitura surgiu da necessidade humana e muito antes do livro.

O seu processo de evolução aconteceu à medida que as práticas humanas foram se desenvolvendo e se modificando.

Sempre muito próxima da escrita e como tudo o que diz respeito à

história da

humanidade ,

a leitura também tem sua própria história e evolução ao longo dos tempos.

Da Antiguidade até a Idade atividade para uma elite erudita.

Século

Europa - publicação de romances a baixo custo e jornais contendo folhetins literários.

Século mulheres ganham acesso à leitura e à escola.

Século Cultura de massa.

A compreensão do conceito de leitura supera a ideia de decodificação de letras e palavras (o código escrito). A habilidade que a leitura exige não é somente identificar e reconhecer sílabas ou palavras (signos linguísticos) isoladamente, mas atribuir significado àquilo que é lido.

1234 O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa define leitura como:

ato de decifrar signos gráficos que traduzem a linguagem oral; arte de ler.

ação de tomar conhecimento do conteúdo de um texto escrito, para se distrair ou se informar.

maneira de compreender, de interpretar um texto, uma mensagem, um acontecimento.

ato de decifrar qualquer notação; o resultado desse ato.

Porém, para que compreendamos o que é leitura, precisamos ir além do seu sentido dicionarizado. Por isso, vamos buscar a definição apresentada por Lajolo (1982), que afirma:

LER

não é decifrar como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto.

É a partir do texto, ser capaz de atribuir-lhe significado, conseguir relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de leitura que seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a esta leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo outra não prevista.

Assim, segundo a autora, a leitura é

um processo de interlocução entre leitor/autor mediado pelo texto.

É uma espécie de encontro com o autor,

que está ausente, mas mediado pela palavra escrita.

Ler

é sempre uma construção.

A leitura não está determinada diretamente pelos signos, nem por seu suporte.

Lemos a partir de nossa história de vida, das experiências, dos conhecimentos que possuímos etc. Ela é a forma como se interpreta um conjunto de informações (presentes em um livro, uma notícia de jornal, etc.) ou um determinado acontecimento.

A atividade leitora, como conhecemos hoje, exige dos leitores conhecimentos, muitas vezes, que vão

m é al s o r v i l s o d

e que ajudam a compreender os textos.

Segundo Bambergur (2002),

A leitura suscita a necessidade de familiarizar-se com o mundo, enriquecer as próprias ideias e ter experiências intelectuais, e o resultado é a formação de uma filosofia da vida, compreensão do mundo que nos rodeia

Exercício crativo

Exercício Constante

Exercício Reflexivo

Ler o mundo significa mais do que ser capaz de ler um texto. É necessário aprender outras linguagens além da escrita.

Gráficos, estatísticas, desenhos geométricos, pinturas, desenhos e outras manifestações artísticas, as formas de expressão formais e coloquiais - tudo deve ser lido e tem códigos e símbolos específicos de decifração.”

(Nova escola, edição 143).

A leitura é uma prática que sofreu e sofre grandes mudanças.

Desde seus primórdios até a atualidade, transformou-se e transformou a sociedade. Paulo Freire (1989) defende que “A leitura do mundo precede a leitura da palavra e a leitura desta implica na continuidade da leitura daquela”, tendo como objetivo ler o mundo, que significa compreender a realidade que nos cerca, mediada não apenas pela palavra, mas por objetos, pessoas, gestos e imagens.

Para Kleiman (2012), tanto o conhecimento linguístico, quanto o textual e o de mundo são indispensáveis para que

o leitor construa o sentido do texto.

O PRIMEIRO refere-se às palavras, aos sintagmas e às estruturas frasais.

O SEGUNDO está relacionado aos tipos e estruturas textuais, daí a importância do conhecimento de gêneros textuais.

O TERCEIRO está relacionado ao conhecimento adquirido ao longo da vida, o qual colabora nas inferências e compreensão de pressupostos, fazendo com que o leitor perceba as pistas deixadas pelo autor, preenchendo as lacunas e tornando o texto (pluris)significativo.

adquirir conhecimento

informar entreter A leitura apresenta vários objetivos, dentre eles:

A maneira que lemos o texto depende diretamente do seu propósito, um texto informativo, como um artigo científico ou uma notícia de jornal não é lido da mesma maneira que uma revista em quadrinhos ou um poema, por exemplo.

A leitura apresenta tipos e níveis diferentes e obedece a certos procedimentos fundamentais para a sua compreensão. Vejamos a seguir quais são.

Níveis de Leitura de um Texto Considerando que não lemos os textos da mesma maneira, é importante conhecer e identificar os níveis, as fases e os tipos de leitura. Os níveis de leitura de um texto, segundo Medeiros (2004) são: Elementar: leitura básica ou inicial. Ao leitor cabe reconhecer cada palavra de uma página. Leitor que dispõe de treinamento básico e adquiriu rudimentos da arte de ler; Inspecional: caracteriza-se pelo tempo estabelecido para a leitura. Arte de folhear sistematicamente; Analítico: é minuciosa, completa, a melhor que o leitor é capaz de fazer. É ativa em grau elevado. Tem em vista principalmente o entendimento; Sinóptico: leitura comparativa de quem lê muitos livros, correlacionando-os entre si. Nível ativo e laborioso de leitura.

Fases da Leitura Segundo Andrade (1999), as fases da leitura são:

Leitura de reconhecimento ou pré-leitura: também classificada por outros autores como leitura prévia ou de contato, tem como finalidade dar uma visão global do assunto, ao mesmo tempo em que permite ao leitor verificar a existência ou não de informações úteis para o seu objetivo específico; trata-se de uma leitura rápida, “por alto”, apenas para permitir um primeiro contato com o texto;

Leitura seletiva: o objetivo é a seleção de informações mais importantes e que interessam à elaboração do trabalho em perspectiva; Leitura crítica ou reflexiva: leitura de análise e avaliação das informações e das intenções do autor. A reflexão se dá por meio da análise, comparação e julgamento das ideias contidas no texto;

Leitura interpretativa: é a mais completa, é o estudo aprofundado das ideias principais, onde se procura saber o que realmente o autor afirma, quais os dados e informações ele oferece, além de correlacionar as afirmações do autor com os problemas em questão

Etapas de Análise Não podemos ter o mesmo olhar para a compreensão de um texto. As etapas de análise, de acordo com Severino (2002), são: Análise textual: esta é a primeira abordagem do texto com vistas à preparação da leitura. Uma espécie de primeira leitura do texto, buscando uma visão panorâmica, o que permite ao leitor sentir o estilo de escrita do autor e a estrutura do texto. Nessa etapa, é preciso que o leitor busque esclarecimentos para melhor compreensão do texto: a) dados a respeito do autor do texto (busca que fornecerá elementos úteis para uma elucidação das ideias expostas no texto); b) estudo do vocabulário (levantamento dos conceitos e dos termos fundamentais para a compreensão do texto); c) esquematização do texto (que permitirá apresentar uma visão do conjunto da unidade); e d) resumo do texto com as ideias mais relevantes;

Análise interpretativa: interpretar, em sentido restrito, é tomar uma posição própria a respeito das ideias enunciadas, é ler nas entrelinhas. Nessa etapa, que é a mais difícil e delicada, o leitor deve: a) situar o texto no contexto da vida e da obra do autor, assim como no contexto da cultura de sua especialidade, tanto do ponto de vista histórico, quando do ponto de vista teórico; b) associar as ideias do autor com outras ideias relacionadas à mesma temática; c) exercer uma atitude crítica diante das posições do autor em termos de validade dos argumentos empregados, originalidade do tratamento dado ao problema que está sendo discutido, profundidade da análise do tema, alcance de suas conclusões e consequências e apreciação e juízo pessoal das ideias defendidas. Essa estratégia é também chamada de leitura crítica; d) problematização: trata-se da discussão do texto; é o levantamento e debate de questões explícitas ou implícitas no texto; e) síntese pessoal: é a reelaboração da mensagem com base na reflexão pessoal.

Análise temática: é a etapa em que se procura ouvir o autor, apreender, sem intervir ele, o conteúdo da mensagem. É aqui que fazemos uma série de perguntas ao texto, como: de que fala o texto? como o texto está problematizado? qual dificuldade deve ser resolvida? qual problema a ser solucionado? como o autor responde à dificuldade, ao problema levantado? que ideias paralelas (secundárias) são apresentadas ao tema central?

Antes do interesse pela escrita, há um outro: o interesse pela leitura. E mal vão as coisas quando só se pensa no primeiro, se antes não se consolidou o gosto pelo segundo. Sem ler ninguém escreve.

José Saramago

Compreenssã

TEXTUAL 3

A capacidade de ler e de compreender o texto é imprescindível para o envolvimento na atividade de leitura. Porém, os textos nunca dizem tudo, dependem também do trabalho interpretativo do leitor; o que não significa dizer que ele possa atribuir qualquer sentido ao que lê. Na leitura de alguns textos, basta ler algumas partes buscando a informação necessária para encontrá-la; já outros precisam ser lidos várias vezes.

Não podemos dissociar a leitura da escrita, pois essa é resultado daquela. Vejamos o que Mattoso Câmara diz sobre o processo da escrita:

A arte de escrever MatToso Câmara

Há, portanto, uma arte de escrever - que é a redação. Não é uma prerrogativa dos literatos, senão uma atividade social indispensável, para a qual falta, não obstante, muitas vezes, uma preparação preliminar. A arte de falar, necessária à exposição oral, é mais fácil na medida em que se beneficia da prática da fala cotidiana, de cujos elementos parte em princípio. O que há de comum, antes de tudo, entre a exposição oral e a escrita é a necessidade da boa composição, isto é, uma distribuição metódica

e compreensível de ideias. Impõe-se igualmente a visualização de um objetivo definido. Ninguém é capaz de escrever bem, se não sabe bem o que vai escrever. Justamente por causa disso, as condições para a redação no exercício da vida profissional ou no intercâmbio amplo dentro da sociedade são muito diversas das da redação escolar. A convicção do que vamos dizer, a importância que há em dizê-lo, o domínio de um assunto da nossa especialidade tira à redação o caráter negativo de mero exercício formal, como tem na escola.

Qualquer um de nós senhor de um assunto é, em princípio, capaz de escrever sobre ele. Não há jeito especial para a redação, ao contrário do que muita gente pensa. Há apenas uma falta de preparação inicial, que o esforço e a prática vencem. Por outro lado, a arte de escrever, na medida em que consubstância a nossa capacidade de expressão do pensar e do sentir, tem de firmar raízes na nossa própria personalidade e decorre, em grande parte, de um trabalho nosso para desenvolver a personalidade por este ângulo. [...]

A arte de escrever precisa assentar numa atividade preliminar já radicada, que parte do ensino escolar e de um hábito de leitura inteligentemente conduzido, depende muito, portanto, de nós mesmos, de uma disciplina mental adquirida pela autocrítica e pela observação cuidadosa do que outros com bom resultado escreveram.

CÂMARA JR, Joaquim Mattoso. Manual de expressão oral & escrita. 7 ed. Petrópolis: Vozes, 1983.

Por isso é fundamental conhecer e fazer uso das estratégias de leitura. Elas dizem respeito às formas utilizadas pelo leitor para facilitar a compreensão do texto. Assim, os procedimentos adotados por cada um se diferenciam, uma vez que nem todos assimilam conhecimento da mesma forma.

As dificuldades encontradas por alguns leitores variam do cansaço ao tamanho e tipo da fonte, passando pelo assunto, horário e suporte, por exemplo. Isso ocorre porque,

na maioria das vezes, o leitor ainda não encontrou um meio estratégico para promover sua leitura de maneira prática.

No processo de leitura, o leitor desempenha um trabalho ativo de construção do significado do texto a partir de vários elementos, tais como: o que está buscando nele, o conhecimento que já possui a respeito do assunto, o autor e o que já sabe sobre a língua e características do gênero, o portador ou o sistema de escrita, por exemplo.

Se analisarmos a maneira como lemos, vamos constatar que a

DECODIFICAÇÃO é apenas um dos procedimentos que utilizamos para ler.

A leitura fluente envolve uma série de outras estratégias, isto é, de recursos para construírem significados:

sem elas, não é possível alcançar rapidez e proficiência.

OMPREENSÃ

EPISÓDICA História pessoal

DECO DIFICA ÇÃO

Repertório Gostos

SEMÂNTICA Ativação de conhecimentos prévios Localização e comparação de informações Aquisição de vocabulários Predição de conteúdos Inferências locais e globais Checagem de hipóteses Generalizações

Uma estratégia de leitura

é um amplo esquema de obter, avaliar e utilizar informações. Há estratégias de seleção, de antecipação, de inferência (dedução) e de verificação.

Durante o processo de leitura, utilizamos várias estratégias sem termos consciência disso. Só nos damos conta do que estamos fazendo se formos analisar com cuidado nosso processo de leitura, como estamos fazendo ao longo desse texto.

Por isso é tão importante compreendermos que

A LEITURA não é um ato mecânico

e sim um processo ativo.

A mente filtra as informações recebidas, interpreta essas informações e seleciona aquelas que são consideradas relevantes. O que se fixa em nossa mente é o significado geral do texto. E o processo de compreensão textual considera muitos fatores.

Segundo Mateus (2009), o domínio da leitura mecânica (reconhecer as palavras escritas) é um meio. O fim ou objetivo da leitura é compreender: poder interpretar os conteúdos transmitidos através dos textos. Poder reconhecer e reproduzir as palavras de um texto não equivale a compreendê-lo.

A compreensão exige interpretar ou atribuir significado à informação fornecida pelo texto,

mas esse significado não está no texto e, portanto, não pode ser extraído diretamente dele. É o leitor quem deve construir o significado na interação ou no diálogo compartilhado com o autor do texto.

estratégias Vamos agora conhecer algumas

e procedimentos de leitura, muito comuns no meio acadêmico, que nos auxiliarão no processo de leitura. Com isso não se pretende apresentar uma receita para desenvolver o hábito da leitura, mas mecanismos que facilitem essa atividade.

MAPA CONCEITUAL

5

É um diagrama que indica as relações significativas entre os conceitos de um conteúdo/tema/assunto. Permite organizar o conhecimento; organizar hierarquicamente os conteúdos e identificar a estrutura do texto.

Segundo Joseph Novak é uma ferramenta para

representar e organizar o conhecimento

proposições são representadas por

são requisitos para

formam

determinam

CONCEITO 1

mapas conceituais representam relações entre

perguntas aparecem em

conceitos conectam-se através de

FRASE DE LIGAÇÃO CONCEITO 2

delimitam a construção de

verbos

frases de ligação

caixas em geral, são representados por

substantivos

Anotar os principais termos ou conceitos acerca do tópico;

COMO ELABORAR UM MAPA CONCEITUAL

Identificar os conceitos mais gerais, os intermédios e os específicos; Começar a construir o mapa de conceitos: os conceitos são contornados com um círculo (oval ou outra forma); localizar o conceito mais geral no topo; colocar os conceitos intermédios abaixo do geral e os específicos abaixo dos intermédios. Traçar as linhas de ligação entre os conceitos; “Etiquetar” as linhas de ligação com as palavras de ligação para indicar como os conceitos estão relacionados proposições; Fazer a revisão do mapa.

???

CONCEITO GERAL

Conceitos específicos

Exemplos

(menos inclusivos)

??? ???

Palavras de ligação

Conceitos específicos

Exemplos

(menos inclusivos)

???

Uma vez concluído, um mapa de conceitos é uma representação visual gráfica de como o seu autor pensa acerca de qualquer assunto ou tópico os mapas de conceitos constituem um excelente recurso para explorar e valorizar o que os alunos já sabem.

Sublinhar é uma técnica que consiste em ressaltar as ideias principais de um texto, sendo base para a elaboração de esquemas e resumos. Para que se processe a técnica de sublinhar, alguns procedimentos devem ser adotados.

Costuma-se sublinhar uma palavra ou expressão quando se quer chamar a atenção do leitor para aquele trecho ou para enfatizar um termo ou frase. Usa-se, também, para se referir a algum termo que está sendo usado de maneira inadequada ou pouco adequada etc. Portanto, use o sublinhamento com moderação, uma vez que, se esse meio de marcar o texto for muito utilizado, acaba esgotando sua função. A leitura informativa ou leitura de estudo, através da técnica de sublinhar, auxilia a aprender os conteúdos e significados do texto.

O alicerce de toda aprendizagem é a ideia fundamental contida em cada texto, capítulo, subdivisão ou parágrafo. É necessário separar os fatores textuais menos essenciais, para não perder a

unidade de pensamento. Por isso, sublinhar com traços verticais às margens, usar cores e marcas diversas para cada parte importante analisada contribui para uma boa leitura.

O desenvolvimento da técnica de sublinhar passa por algumas etapas, então algumas noções básicas de sublinhar são essenciais, conforme mostramos à seguir:

A primeira leitura serve para a compreensão do assunto e como forma de esclarecimento das dúvidas que surgiram na leitura, nesta fase é preferível não sublinhar, no entanto se ideias importantes foram encontradas, coloque à margem um sinal convencional: “x”, “*”, “(.)”, “I” etc.

Reler o texto e identificar a ideia principal, os detalhes importantes, os termos técnicos, as definições, as classificações, as provas;

O leitor deve habituar-se a sublinhar depois que releu um ou dois parágrafos, para saber exatamente o que irá sublinhar. Usar como ajuda, os sinais colocados à margem, para escolher o que sublinhar com mais segurança;

Sublinhar as ideias centrais, utilizando dois traços para as palavras-chaves e um para os detalhes mais importantes;

Nos tópicos mais importantes deve-se assinalar, à margem do texto, com uma linha vertical. E nos argumentos discutíveis deve-se assinalar um ponto de interrogação, também a beira do texto;

Cada palavra não compreendida deve-se consultar o dicionário e, se necessário anotar o significado para melhor entendimento do texto;

Ler o que foi sublinhado, para verificar se há sentido. Assim cada parágrafo deve ser reescrito a partir das palavras destacadas;

E por fim, deve-se reconstruir o texto, em forma de esquema ou resumo, baseando-se nas palavras sublinhadas.

sublinhar Técnicas para

Sublinhar é uma técnica indispensável tanto para elaboração de esquemas e resumos quanto para destacar as ideias importantes de um texto.

Para que se possam identificar estas ideias importantes deve-se ter como requisito fundamental a compreensão do assunto, mas para que a técnica de sublinhar seja realmente eficiente algumas normas devem ser respeitadas. Para que a técnica tenha maior utilidade e praticidade, há sugestões que podem ser seguidas:

SUBLINHAR com lápis preto macio (grafite), para não danificar o texto;

SUBLINHAR com dois traços as ideias principais e com um traço as secundárias;

Dependendo do gosto pessoal, usa-se canetas, em várias cores, podendo-se estabelecer um código particular:

IDEIAS PRINCIPAIS

DETALHES MAIS IMPORTANTES

As anotações à margem do texto podem ser feitas com um

TRAÇO VERTICAL para trechos importantes e dois traços verticais para os importantíssimos.

NO FINAL DO

uma leitura

E para analisar se a técnica teve eficiência desejada, é recomendado

trabalho

FAZER

comparando-se

o

texto

original

com o que foi sublinhado

7

ESQUEMATIZAR

O esquema é a apresentação da linha diretriz seguida pelo autor para apresentar suas ideias. Ele delimita um tema e mostra a trajetória usada para a exposição do conjunto de argumentos, hierarquizando as partes e proporcionando uma visão globalizada do texto.

Para Rauen,

esquema é um tipo de produção textual que explicita a linha diretriz do autor de um documento de base.

Assim, esquema é a apresentação do texto, colocando em destaque os elementos de maior importância.

Sua finalidade é difundir mais amplamente as informações facilitando para o leitor sua compreensão.

Utiliza-se o esquema como meio facilitador para a memorização e a explicação do texto, usamse muito pra tal feito linhas, setas, círculos colchetes, entre símbolos diversos.

Características do esquema Na elaboração de esquemas, para que não fujam de seu projeto principal que é simplificar ao leitor a compreensão do texto, algumas características devem ser ressaltadas e observadas. Segundo Salomon:

Fidelidade ao texto original: deve conter as ideias do autor, sem modificação ou pontos de vistas pessoais;

Estrutura lógica do assunto: partir sempre da ideia principal, depois para seus respectivos detalhes;

Adequação ao assunto estudado e funcionalidade: o esquema deve ser flexível, adaptado ao tipo de matéria a ser estudada. Os assuntos mais profundos com mais detalhes e os mais fáceis apenas com palavras chaves;

Utilidade de seu emprego: o esquema deve facilitar a pesquisa assim como sua revisão, deixando em evidencias seus pontos chaves;

Cunho pessoal: cada pessoa tem seu próprio jeito de fazer esquemas, portanto, um esquema feito por alguma pessoa raramente ira servir á outra.

Elaboração de esquema Existem várias maneiras para elaboração de um esquema. Porém, é necessário que o esquema expresse palavras que contém a ideia principal. Um esquema deve estar de acordo com a realidade. Deve-se sintetizar o tema e não modificá-lo, desenvolvendo o esquema de acordo com o tema. Enfim, para elaboração de um esquema, são necessárias várias leituras do tema. Destas leituras precisa-se marcar um ponto de partida, destacar a ideia principal e seguir uma linha de fatos ligados entre si. Estes fatos devem conter as expressões principais.

a) Captar a estrutura da exposição do autor quer se trate de um livro, de uma seção, de um capítulo. Pode-se obter o esboço inicial a partir dos títulos, subtítulos e das epigrafes. Estas funcionam como guias e indicadores. b) Colocar os títulos mais gerais numa margem e os subtítulos e divisões nas colunas subsequentes e assim sucessivamente, caminhando da esquerda para a direita. c) Utilizar o sistema de numeração progressiva (1, 1,1, 1,2, 1.2.1, 2 etc.) ou convencionar o uso de algarismos romanos, letras maiúsculas, minúsculas, números, etc., para indicar as divisões e subdivisões sucessivas. d) Usar alguns símbolos convencionais e convencionar abreviaturas para poupar tempo e facilitar a captação rápida das ideias. Por exemplo:

para indicar: “produz”, “decorre”, “por conseguinte”, “conduz a”, “resulta” etc. Ex.: grupo minoritário marginalização;

para indicar sexo masculino – homem, macho, menino, moço;

para indicar sexo feminino – mulher, fêmea, menina, moça;

para indicar sujeito – indivíduo, sujeito, pessoa etc.

Exemplo de

Es que ma

“O planejamento é a primeira função administrativa, exatamente, porque sem planejamento não se pratica administração. Portanto, o planejamento é a base que norteia todo o processo administrativo. É uma técnica que visa tomar decisões antecipadas de ocorrências futuras e traçar um programa de ação. Quem planeja tem maior probabilidade de alcançar os objetivos, porque define a melhor estratégia de ação. Quem não planeja, evidentemente, tem menor probabilidade de atingir sua finalidade, ou seja, estará planejando o fracasso. Planejamento é “o modelo teórico para a ação futura. Visa dar condições racionais para que se organize e dirija o sistema a partir de certas hipóteses acerca da realidade atual e futura” (CHIAVENATO, 2006). É um processo em que, interpretando-se os fatos, determina-se com segurança uma linha de ação futura com a indicação de objetivos a serem alcançados, inclusive, a previsão das diversas etapas de execução”.

Planejar é: Levantamento da situação atual;

A fim de se obter:

Estabelecer o que se deseja mudar;

Maior exatidão e determinação;

Organizar a ação futura.

Maior eficiência; Maiores e melhores resultados; Maximização dos esforços e redução dos gastos

8

O resumo compreende uma condensação do texto e apresenta, de maneira sucinta, os principais elementos do conteúdo. O resumo é diferente do esquema porque compreende parágrafos de sentido completo. A leitura do resumo dispensa a do texto original pois não é um indicativo de tópicos mas uma síntese do todo.

Para elaborar um resumo, podemos seguir as seguintes regras:

ResumIR só após ler e compreender todo o texto.

breve

SER

E OBJETIVO

após

Só fazer o resumo

rever o que sublinhou e anotou sobre o texto.

USAR

ASPAS em citações textuais, caso as utilize, fazendo referências à fonte.

Reunir,

AO FINAL

as ideias principais e as referências.

Segundo a ABNT, os resumos se classificam em:

Resumo indicativo ou descritivo Este tipo de resumo apenas indica os pontos principais de um texto, sem detalhar aspectos como exemplos, dados qualitativos ou quantitativos etc. Utiliza-se frases curtas, cada uma correspondendo a um elemento importante da obra. Descreve a natureza, forma e propósito do texto. Não dispensa a leitura do texto completo.

Resumo informativo ou analítico O resumo informativo é também conhecido como analítico. Permite dispensar a leitura do texto; portanto é mais amplo do que o indicativo. Deve salientar objetivo da obra, métodos e técnicas empregadas, resultados e conclusões. Evitem-se comentários pessoais e juízos de valor. Não se usa citações de outros autores e parágrafos.

Resumo Crítico ou Resenha O resumo crítico, também denominado resenha, é redigido por especialistas e compreende análise e interpretação de um texto. A resenha ou resenha crítica, como trabalho acadêmico, provoca o desencadeamento do processo da autêntica investigação no estudante de graduação. É até considerado por alguns metodólogos, como sendo um tipo de trabalho muito complexo para ser cobrado na graduação. Quando um resumo crítico é escrito para ser publicado em revistas especializadas, é chamado de resenha. Ocorre que, por costume, os professores tendem a chamar de resenha o resumo crítico elaborado pelos estudantes como exercício didático.

Para Lakatos e Marconi (1996),

a resenha crítica consiste na leitura, no resumo, na crítica e na formulação de um conceito de valor do livro feitos pelo resenhista.

Define-se resenha como um tipo de resumo crítico, com conteúdo mais abrangente, pois permite comentários, opiniões, inclui julgamentos de valor, comparações com outras obras da mesma área e avaliação de relevância da obra.

A elaboração de uma resenha crítica exige alguns requisitos básicos como:

conhecimento independência completo da capacidade de juízo obra competência de juízo na matéria de valor correção e urbanidade fidelidade ao pensamento do autor.

Expor o conteúdo da obra para posteriormente desenvolver uma apreciação crítica do conteúdo, da disposição das partes, formulando um conceito do livro. A apreciação crítica consiste na capacidade de relacionar os elementos do texto lido com outros textos, autores e ideias sobre o tema em questão.

A B C D

introdução: apresentar o assunto demonstrando a importância da abordagem e os autores que serão utilizados como apoio nas análises;

desenvolvimento/corpo principal do texto;

considerações com apreciação crítica;

Referências: devem aparecer todas as obras consultadas para a produção da resenha crítica, segundo a ABNT.

Considerando os procedimentos recomendados para a produção de um bom texto, quais sejam:

A B C

manter uma atitude permanentemente crítica e reflexiva com relação ao que está lendo;

manter a fidelidade ao texto original;

ao redigir, usar frases breves, diretas e objetivas;

D E F

Havendo necessidade, podem-se fazer citações diretas;

Recomenda-se não seguir as subdivisões do texto original;

As ideias principais podem ser apresentadas num único bloco, encadeadas em uma sequência lógica.

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