Formação De Traders - Rodrigo Puga

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FORMAÇÃO DE TRADERS Faça dinheiro na bolsa com a análise técnica Rodrigo Puga Márcio Rodrigues

Sumário Capa Folha de rosto Front Matter Copyright Agradecimentos Apresentação Prefácio CAPÍTULO 1. Análise Técnica 1.1 Introdução 1.2 Conceitos Gerais 1.3 Ajustes no Gráfico 1.4 Teoria de Dow CAPÍTULO 2. Padrões Gráficos Topos e Fundos 2.1 Suportes e Resistências 2.2 Tendências 2.3 Triângulos 2.4 Bandeiras 2.5 Flâmulas

2.6 Retângulos 2.7 Ombro-Cabeça-Ombro (OCO) 2.8 Topo Duplo 2.9 Topo Triplo 2.10 Ombro-Cabeça-Ombro Invertido (OCOI) 2.11 Fundo Duplo 2.12 Fundo Triplo 2.13 Gaps 2.14 Padrões de Candlesticks CAPÍTULO 3. Indicadores Técnicos 3.1 Indicadores de Tendência 3.2 Indicadores de Volume 3.3 Indicadores de Reversão de Tendência 3.4 Fibonacci e Elliot CAPÍTULO 4. Psicologia e Planejamento Operacional 4.1 Planejamento Operacional 4.2 Psicologia de Mercado 4.3 Psicologia de Massa 4.4 Controle de Risco: Uso de Stops CAPÍTULO 5. Estratégia Aplicada 5.1 Estratégia com Suportes e Resistências (S/R) 5.2 Estratégia de Cruzamento com Médias Móveis

CAPÍTULO 6. Próximos Passos ANEXO I: Suportes e Resistências Topos e Fundos/Canais ANEXO II: Padrões Gráficos Referências Livros Websites

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Nem a editora nem o autor assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou perdas a pessoas ou bens, originados do uso desta publicação. CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ P977f Puga, Rodrigo Formação de traders [recurso eletrônico] : faça dinheiro na bolsa com a análise técnica / Rodrigo Puga, Márcio Rodrigues. – Rio de Janeiro : Elsevier, 2012. recurso digital    (ExpoMoney) Formato: ePub Requisitos do sistema: Adobe Digital Editions Modo de acesso: World Wide Web ISBN 978-85-352-5794-6 (recurso eletrônico) 1. Mercado financeiro. 2. Investimentos. 3. Ações (Finanças). 4. Finanças pessoais. 5. Livros eletrônicos. I. Rodrigues, Márcio. II. Título. III. Série. 12-4142.     CDD: 332.63          CDU: 336.76 20.06.12  04.07.12        036664

Agradecimentos Pela realização de mais este sonho, objetivando a formação de investidores de sucesso no Brasil, agradeço a: minha família e meu filho, pela paciência, alegria e apoio durante minha vida; Iraihana Leonardi, pelo apoio, revisão dos originais e sugestões de melhorias; Eric Martins e Rodrigo Mikan, pela revisão dos tópicos e sugestões de melhorias; Nelson Bizzacchi Spinelli e Nelson Spinelli Neto, pelo apoio na realização do projeto educacional; Bruno Dias, por participar ativamente do desenvolvimento educacional do mercado; Andre Gebaile, pelo cuidado na elaboração do design deste livro; Gustavo Cerbasi, pelo convite para participar da Coleção Expo Money e pela revisão; Robert Dannenberg, Raimundo Magliano Neto, Carlos Valim e André Dias, pelo constante aprendizado proporcionado pela Expo Money e por nossas conversas sobre o mercado; Meus alunos na Investeducar, por me ensinarem tanto quanto eu os ensino; Meus colegas e clientes da Spinelli/investBolsa,

pela interação e aprendizado diário, que proporcionaram o engrandecimento deste livro. Rodrigo Puga … Aos meus pais, pelo apoio e compreensão, para os quais não caberia neste trabalho o meu agradecimento; Mariza Hirata, pela compreensão, apoio e companhia sempre presente; Eric Martins e Rodrigo Mikan, pelo excepcional trabalho em equipe; Bruno Dias, Elaine Souza e Roberto Ushisima, pelo apoio e trabalho em equipe; Angelo Larozi, pela troca de experiência em análise técnica; Agradeço a todas as pessoas ao meu redor, amigos e colegas de trabalho, que tornaram isso real de alguma maneira. Cada esforço individual fornecido em meu apoio finalmente toma forma e é tangível. Márcio Rodrigues

Apresentação Nos últimos anos, a educação financeira cresceu imensamente no Brasil e, com ela, o interesse de antigos poupadores – que já podem, atualmente, ser chamados de investidores – por investimentos mais complexos e inteligentes, por ferramentas inovadoras e por múltiplas fontes de informação. O número de investidores pessoa física acompanhou essa evolução e superou a marca de meio milhão de pessoas no Brasil. Grande parte desses novos investidores são pessoas jovens, antenadas, com amplo acesso à informação, aficionadas por tecnologia e com planos ambiciosos e ousados para a vida. São pessoas como o Rodrigo Puga, o jovem mas experiente profissional que conheci nos estandes da Corretora Spinelli durante as primeiras Expo Money. A empresa em que trabalha procurou acompanhar essa fabulosa transformação do mercado, inovando na comunicação com seus clientes, redesenhando seus processos, investindo em tecnologia e desenvolvendo um modelo inovador de educação. Como aconteceu com a maioria das corretoras brasileiras, a Spinelli teve de rejuvenescer para dignificar sua participação do mercado. O Rodrigo participou de todo esse processo desafiador, contribuindo com seu conhecimento e sua juventude. Uma forte característica dessa juventude que vive uma realidade cada vez mais virtual é a generosidade em compartilhar suas informações, unir amigos em comunidades e trazê-los para o mundo de oportunidades que está cada vez mais acessível. Compartilhar ideias inteligentes é o que o Rodrigo procurou fazer através deste livro, ainda à moda antiga (ou seja, em livro), mas trazendo a inovação do uso das mais novas ferramentas tecnológicas do mercado de bolsa.

Ao ter em mãos um material tão abrangente e inteligente, fiquei feliz em perceber que mais um profissional renomado do mercado correspondeu, de maneira competente, ao propósito da Coleção Expo Money: levar a um público amplo um conhecimento de alto nível e de forma acessível, em linguagem adequada até aos não iniciados. Essa é uma importante contribuição não só para o mercado de capitais brasileiro, mas também para a melhoria da qualidade das carteiras de investimento da população. Gustavo Cerbasi Hoje, mais do que nunca, temos que conquistar a nossa independência financeira para que possamos ter um futuro melhor. Normalmente não somos disciplinados em relação ao nosso dinheiro, não aprendemos a lidar com ele em nossa educação e nem sempre temos a oportunidade de aprimorar nossos conhecimentos sobre investimentos e os diversos aspectos do mercado de capitais. Por isso a Coleção Expo Money foi desenvolvida, como um agente transformador da sociedade, um guia para compreender melhor este maravilhoso mundo dos investimentos. O conhecimento que você está adquirindo foi desenvolvido por um especialista no assunto e terá grande utilidade no entendimento das questões que tanto nos afligem: cuidar melhor do nosso dinheiro e do nosso futuro. O grande segredo para um futuro financeiro melhor e mais eficiente está, agora, em suas mãos. Lembre-se, não existe fórmula mágica para ficar rico, o mais importante está na sua atitude diante das oportunidades que se apresentam para você. O nosso objetivo como coordenadores desta coleção é a transformação para uma sociedade mais justa e digna para todos. Boa leitura! Robert Dannenberg Presidente www.expomoney.com.br

Prefácio Em primeiro lugar, é sempre muito bom observar a chegada no mercado de uma nova safra de autores tratando de assuntos da mais alta relevância para o mercado financeiro brasileiro. Lembremo-nos que a popularização da renda variável ainda tem um longo caminho a ser percorrido e este livro presta-se ao nobre serviço de deixar mais acessível às pessoas físicas as operações de bolsa. Nesta obra, são apresentados os principais conceitos relativos à análise técnica de maneira ordenada, clara e didática. A leitura fácil é permeada por exemplos simples e esclarecedores, tornando a tarefa de percorrer da primeira até a última página uma experiência verdadeiramente agradável. Boa leitura, Rafael Paschoarelli Veiga Professor do Departamento de Administração da FEA-USP e responsável pelo comdinheiro.com.br

CAPÍTULO 1

Análise Técnica 1.1 Introdução O trader é um investidor que busca rentabilidade nos movimentos de curto prazo, a fim de superar o índice benchmark de mercado, por exemplo, o Ibovespa, pelo aproveitamento das oportunidades e da volatilidade do mercado. Devido às suas características de investimento no curto prazo, um trader bemsucedido utiliza o ferramental de análise técnica e deve ter rígido controle de risco e emocional. Além disso, o trader deve planejar seus investimentos minuciosamente, identificando os pontos de entrada e saída, além dos motivos que o levaram a tomar essas decisões. A análise técnica, também conhecida como análise gráfica, é o estudo da variação dos preços dos ativos por meio da leitura de gráficos e indicadores que buscam antecipar os movimentos futuros do ativo pelos padrões de comportamento conhecidos. Por meio da análise técnica, não se tem certeza do que vai ocorrer com o preço do ativo, mas é possível estimar sua próxima variação de preço e traçar uma estratégia que aumente a probabilidade de êxito de uma operação. O termo “análise técnica” deriva do inglês technical analysis. Os americanos optaram por essa nomenclatura por ser mais abrangente do que “análise gráfica”. A análise técnica compreende a análise de padrões gráficos, mas não se restringe a isso. Ela também compreende análise de indicadores técnicos, teorias derivadas da física,1 análise comportamental do mercado, análise quantitativa e automatização de sistemas de operações.2

1.2 Conceitos Gerais Histórico Leonardo Pisano, Munehisa Homma, Charles Henry Dow e Ralph Nelson Elliot são os principais nomes associados à formação da teoria da análise técnica. Leonardo Pisano (1170-1250)

Figura 1.1

Leonardo Pisano (1170-1250)

Leonardo Pisano é mais conhecido como Leonardo Fibonacci. Fibonacci é a contração em latim de “filho de Bonacci” (fillius Bonacci), nome de seu pai. Fibonacci foi um matemático europeu do século XII. Fibonacci viajou pelos países europeus e árabes com o objetivo de estudar matemática, sua grande paixão. Em 1202, com 32 anos, publicou o Livro do ábaco (Liber abacci), que contém uma grande quantidade de assuntos relacionados a aritmética e álgebra, introduzindo na Europa o uso de números hindu-arábicos, o número zero3 e operadores matemáticos. Esse livro foi um marco na história da matemática e impulsionou o desenvolvimento matemático na Europa nos séculos seguintes. A descoberta de fundamental importância para o estudo da análise técnica é a

chamada razão áurea, obtida pela operação com valores da famosa sequência de Fibonacci, que surgiu após um desafio da época sobre a representação da população de coelhos, dada sua reprodução natural a cada período certo de tempo. A sequência obtida foi 1, 1, 2, 3, 5, 8 etc. Esta sequência, identificada frequentemente na natureza, depois foi aplicada em movimentações de preços no mercado de ações. Munehisa Homma No século XVIII, durante o Japão feudal, a base da economia era o arroz. Muitos viviam do comércio desse produto, que se tornou a moeda nacional. Um dos homens mais ricos e poderosos da época era Yodoya Keian, um dos maiores comerciantes de arroz do Japão. Em seu jardim, formou-se o primeiro local de comércio de arroz, que mais tarde foi oficializado como Bolsa de Arroz Dojima (Dojima Rice Exchange). Nessa época, havia uma família rica de fazendeiros de arroz, chamada Homma. Quando o patriarca da família Homma faleceu, o controle dos negócios passou para Munehisa Homma. Embora fosse o filho mais novo e se mostrasse contrário à tradição japonesa, Munehisa assumiu o controle dos negócios da família em razão de sua capacidade. Munehisa Homma desenvolveu sua teoria com base em registros detalhados sobre condições de clima, negociações realizadas e preços do arroz. Para entender melhor a psicologia dos investidores, ele analisou todos os negócios, até mesmo os realizados no jardim de Yodaya. A forma de armazenagem dessas informações era gráfica, cujo desenho era representado por corpos brancos e negros parecidos com velas de iluminação. Hoje, esse padrão de visualização gráfica é conhecido como candlesticks. Em 1755, Munehisa escreveu A fonte do ouro, o primeiro livro conhecido sobre psicologia de mercado. Munehisa é um dos investidores de maior sucesso de que se tem conhecimento; dominou a Bolsa de Dojima e acumulou uma

fortuna estimada em US$100 bilhões atuais. Diante de tanto sucesso, recebeu o título de Samurai. Charles Henry Dow (1851-1902) Charles Henry Dow, importante jornalista norte-americano, nascido no Brooklyn, em Nova York, desenvolveu os princípios básicos da Análise Técnica. Charles Dow foi cofundador da Dow Jones & Company, com Edward Jones e Charles Bergstresser. Dow também fundou o The Wall Street Journal, que se tornou a publicação de finanças mais respeitada do mundo. Entre as grandes contribuições que ofereceu ao mercado financeiro, destacamse a criação do índice Dow Jones e uma série de princípios para entender e analisar o comportamento do mercado, que se tornou conhecida por Teoria de Dow.

Figura 1.2

Charles Dow (1851-1902)

É interessante observar que Charles Dow não escreveu sua teoria. A teoria surgiu após sua morte, quando William P. Hamilton assumiu seu lugar no The Wall Street Journal e publicou as ideias que deram origem à Teoria Dow.4 Essas ideias foram reunidas em um livro editado por Hamilton em 1922. Ralph Nelson Elliot (1871-1948)

Figura 1.3

Nelson Elliot (1871-1948)

Alguns anos mais tarde, Ralph Nelson Elliot publicou sua Teoria de Ondas. Elliot era engenheiro, mas, após uma grave enfermidade nos anos 30, começou a analisar os preços das ações, especialmente o Índice Dow Jones. Depois de uma série de previsões corretas do mercado, Elliot publicou artigos na Financial World Magazine, em 1939. Sua teoria completa, publicada um ano depois, chamada de “Lei da natureza: o segredo do universo”, sustentava que os preços se movimentam em ciclos, em função dos números de Fibonacci. Nenhum desses grandes personagens da história, exceto Elliot, considerava-se um analista técnico. A análise técnica foi descoberta aos poucos. Um bom exemplo de aplicação da análise técnica está presente na biografia de Jesse Livermore, Reminiscências de um especulador financeiro. O livro conta a história de um pequeno operador de mercado financeiro que ficou milionário operando a partir do final do século XIX, momento em que se percebe a utilização de suportes, resistências e pivots para operações em bolsa, embora esse operador não utilize os gráficos. O modo de operar de Elliot e Livermore são bons exemplos do nascimento de uma nova metodologia de análise de ativos financeiros de livre flutuação de preços. Com a evolução da tecnologia e da informática, o acesso a dados e ferramentas de cálculos tornou a análise técnica viável e de fácil aplicação.

Como Ler um Gráfico? Ler um gráfico consiste em obter informações sobre o comportamento de um papel com base na informação visual. Ao ler um gráfico, é possível identificar rapidamente informações como tendência, recordes históricos e variações bruscas, sem recorrer a ferramentas matemáticas. Um gráfico pode ser lido de várias formas, dependendo de como é formatado. Entre as formatações mais comuns, é possível citar o gráfico de linha, o candlestick e o gráfico de barra. Os gráficos também apresentam diferentes intervalos de tempo, desde minutos até anos de variação, dependendo da necessidade de leitura. Um fator relevante a ser levado em conta na leitura do gráfico se refere à escala utilizada, que pode ser: Escala linear: nesta escala, duas graduações cuja diferença equivale a 1 centavo estão a uma distância constante. Ou seja, um gráfico em escala linear mede a distância visual em termos absolutos entre um ponto e outro. Exemplo: papel milimetrado. Escala logarítmica: nesta escala, duas graduações cuja razão equivale a 0,01% estão a uma distância constante. Ou seja, um gráfico em escala logarítmica mede a distância visual em termos percentuais entre um ponto e outro. A justificativa para a escala logarítmica ser utilizada pelos traders é simples; essa escala interpreta as variações em termos percentuais da mesma forma que um investidor busca rentabilidade em percentuais. Por exemplo, a valorização de R$1 em uma ação que vale R$10 tem relevância muito maior que a valorização de R$1 numa empresa cuja ação é negociada a R$100. Porém, tem a mesma relevância que uma variação de R$10 no papel que custa R$100. A seguir, pode-se observar a diferença visual de um mesmo gráfico nas escalas linear e logarítmica.

Figura 1.4

Gráfico em escala linear

Figura 1.5

Gráfico em escala logarítmica

Tipos de Gráficos Os sistemas de análise técnica utilizados atualmente apresentam diversos tipos de gráficos, conforme será visto a seguir. Os tipos mais utilizados pelos analistas técnicos são os gráficos de candlesticks e os gráficos de barras.

Gráfico de Barras O gráfico de barras5 divide com o candlestick o posto de forma mais utilizada entre os analistas técnicos. É formado por uma barra cuja extensão revela o alcance do preço máximo e do preço mínimo e duas lateralidades: a extensão lateral esquerda representa a abertura e a direita, o fechamento.

Figura 1.6

Formação de preços em um gráfico

Cada barra apresenta a informação de determinado período. Um gráfico com periodicidade de 15 minutos é formado por barras que representam individualmente o movimento do mercado durante 15 minutos; portanto, quatro barras equivalem ao movimento de uma hora. As periodicidades mais comuns utilizadas pelos traders são: intraday, diário, semanal e mensal. O gráfico intraday é formado por barras gráficas com períodos inferiores a um dia. Os gráficos mais comuns de intraday são de 1 minuto, 3 minutos, 5 minutos, 15 minutos, 30 minutos e 60 minutos. Em algumas ferramentas gráficas, as cores das barras podem sofrer variações, como cores quentes ou escuras para representar barras de baixa; e cores frias ou claras para representar barras de alta.

Gráfico de Candlesticks O candlestick, ou candle, tem esse nome porque sua forma lembra uma vela. A parte mais espessa do candlestick é chamada de corpo, e mostra o preço de

abertura e fechamento do período analisado. A parte mais estreita é chamada de sombra, e nos mostra a amplitude máxima e mínima do ativo.

Figura 1.7

Candlesticks

Quando o corpo é escuro ou vermelho, significa que o fechamento foi abaixo da abertura; quando é branco ou verde, que o fechamento foi acima da abertura. Em algumas ferramentas gráficas, as cores dos candlesticks podem sofrer variações, como cores quentes ou escuras para representar candlesticks de baixa e cores frias ou claras para representar candlesticks de alta. Assim como no gráfico de barras, cada candlestick apresenta a informação de determinado período. Um gráfico com periodicidade de 15 minutos é formado por candles que representam individualmente o movimento do mercado durante 15 minutos, portanto quatro candles equivalem ao movimento de uma hora. As periodicidades mais comuns utilizadas pelos traders são: intraday, diário, semanal e mensal. O gráfico intraday é formado por candlesticks com períodos inferiores a um dia. Os gráficos mais comuns de intraday são de 1 minuto, 3 minutos, 5 minutos, 15 minutos, 30 minutos e 60 minutos.

Gráfico de Linha O gráfico de linha é uma simplificação do histórico gráfico. É formado ligandose pontos individuais de preços, geralmente o preço de fechamento.

Figura 1.8

Gráfico de Linha

Gráfico Ponto e Figura Esse tipo de gráfico leva em consideração apenas o fator preço, e não o fator tempo. Com esse padrão, podemos traçar objetivos por meio de figuras de impulsão. O gráfico Ponto e Figura é constituído de Os, que são marcados quando os preços estão em queda, e Xs, quando esses preços estão em alta. Esse tipo de gráfico foi usado inicialmente por volta de 1880, e Charles Dow foi o primeiro a fazer uso dele.

Figura 1.9

Gráfico Ponto e Figura

Gráfico Heikin-ashi Esse padrão é uma variação do Gráfico Candlestick. Os preços de abertura, máxima, mínima e fechamento (Open, High, Low, Close) são calculados conforme a seguir:

xClose = (Open+High+Low+Close)/4 xOpen = [Open(barra anterior) + Close(barra anterior)]/2 xHigh = Máximo(High, xOpen, xClose) xLow = Mínimo(Low, xOpen, xClose) Segue a comparação de um gráfico Candlestick tradicional com o Heikin-ashi:

Figura 1.10

Gráfico Candlestick tradicional

Figura 1.11

Gráfico Heikin-ashi

Gráficos Renko e Kagi Os padrões Renko e Kagi, de origem japonesa, apresentam uma distribuição menos preocupada com a escala e mais atenta à variação de preço, lembrando em parte o padrão ponto e figura. O padrão Renko é formado por uma sequência de caixas de tamanhos iguais, que lembram formações de candlesticks. Já o padrão Kagi é representado por uma série de linhas verticais conectadas por linhas horizontais.

Figura 1.12

Gráfico Renko

Figura 1.13

Gráfico Kagi

1.3 Ajustes no Gráfico Tão importante quanto uma análise bem estruturada é a qualidade dos dados que formam o gráfico. Esse tópico apresentará a melhor maneira de se trabalhar com os dados disponíveis e identificar eventuais falhas de ajuste.

Tratamento de Dados com Proventos Proventos como juros sobre capital próprio, indicados pela abreviação JSCP, dividendos, agrupamentos (também chamados de inplits) e desdobramentos (também chamados de splits) devem ser ajustados no gráfico. A justificativa é que, ao seguir o modelo Miller e Modigliani, esses proventos não afetam o valor da empresa. Assim, o que não afeta o valor da empresa não pode influenciar seu valor de mercado. Como o preço atual é o novo preço do ativo, a base passada deve ser ajustada e continuar consistente com o preço atual. Ou seja, na ocasião de um ajuste de preço por provento, deve-se ajustar a base histórica em relação ao provento proferido, anulando seu efeito. Segue o exemplo de um mesmo gráfico antes e depois de os preços serem ajustados para um desdobramento de ações:

Figura 1.14

Gráfico antes do ajuste

Figura 1.15

Gráfico após o ajuste

No exemplo anterior, foi feita uma bonificação de ações. Para cada ação possuída por um acionista, a empresa o bonificou com mais uma ação. Desse modo, um investidor que antes possuía 100 ações passou a ter 200 ações. Nesse momento, cabe à empresa definir o que chamamos de última data com direito à bonificação: no jargão do mercado, é a última data “com”. O dia seguinte chama-se de primeira data “ex”. Nesse caso, a última data “com” foi o dia 22, ou seja, teriam direito à bonificação os clientes que compraram essas ações até o dia 22. Quem adquiriu no dia 23 já comprou o papel na data “ex”, ou seja, sem direito de receber a bonificação e com o preço da ação já ajustado. A seguir, apresenta-se a tabela comparativa dos dados históricos:

Figura 1.16

Histórico de preços sem ajuste

Figura 1.17

Histórico de preços ajustado

Conforme já abordado neste tópico, como o valor da empresa não se alterou e o número de ações dobrou, as ações existentes em mercado sofreram depreciação de 50% em seu valor, o que não significou perdas para o investidor, pois ele passou a deter o dobro de ações. Quem possuía 100 ações cotadas a R$84,30 no dia 22, totalizando R$8.430,00, passou a deter 200 ações a R$42,59, preço de fechamento do dia 23, totalizando R$8.518,00. A diferença é apenas a flutuação de mercado durante o dia 23. Nesse caso, o ajuste foi feito dividindo-se a cotação de toda a base histórica por dois. O mesmo ocorre para uma situação de dividendos. Um pagamento de dividendos de R$1 deprecia o valor da ação em R$1. Essa depreciação não afeta o valor do patrimônio do acionista, uma vez que ele irá receber esse valor como

crédito em dinheiro em sua conta na corretora. Nesse caso, o ajuste deve ser feito subtraindo-se R$1 de toda a base histórica.

Utilização da Escala dos Preços (eixo Y) Conforme visto no item 1.2, o eixo Y pode apresentar valores em escala linear ou logarítmica. Vale destacar algumas características sobre o comportamento da análise técnica sobre a escala de preços: Não há diferença entre o tratamento linear e logarítmico das expansões e retrações de Fibonacci,6 uma vez que esses cálculos são feitos com valores de cotações, e não com proporções gráficas. Observe, a seguir, como os pontos de Fibonacci, ainda que deslocados acima no gráfico logarítmico, refletem o mesmo preço em ambos os gráficos.

Figura 1.18

Gráfico em escala linear

Figura 1.19

Gráfico em escala logarítmica

Papéis cujo intervalo de dados apresentam maior diferença de preços, ou seja, os preços finais são muito maiores ou menores que os preços iniciais e sofrem forte distorção na escala linear. Isso ocorre porque a escala logarítmica padroniza as variações percentuais iguais, enquanto a escala linear padroniza variações absolutas de preços, conforme visto no tópico 1.2. Linhas de tendência sofrem diminuição de seu ângulo de inclinação na escala logarítmica, conforme os gráficos a seguir:

Figura 1.20

Gráfico em escala linear

Figura 1.21

Gráfico em escala logarítmica

Indicadores técnicos não sofrem influência da escala utilizada, uma vez que seus cálculos levam em consideração apenas os valores de cotação e/ou volume. A escala de tempo ou de preços pode ser ajustada ainda quanto a seu espaçamento: trata-se de uma ferramenta útil para efetuar projeções acima e abaixo de um intervalo de variação do papel:

Figura 1.22

Gráfico com espaçamento padrão

Figura 1.23

Gráfico com espaçamento horizontal ampliado

Utilização da Quantidade de Dados (eixo X) A quantidade de dados exerce grande influência sobre a qualidade da análise. Sem uma quantidade mínima de dados, não é possível efetuar análise técnica em um ativo. Cabe aqui ressaltar algumas características do comportamento da análise técnica sobre a quantidade de dados: A quantidade de dados utilizada deve ser suficiente para atender às exigências de qualquer figura gráfica. Além das figuras gráficas, recomenda-se uma quantidade suficiente de dados para a obtenção clara da tendência do papel no período selecionado. A quantidade de dados deve ser suficiente para atender às exigências dos indicadores técnicos utilizados. Por exemplo, se uma média calculada for de 200 dias, serão necessários 201 dias de pregão para a exibição de pelo menos um ponto dessa média.

1.4 Teoria de Dow Charles Henry Dow foi jornalista e fundador da Dow Jones Company e do The Wall Street Journal, um dos mais respeitados jornais de finanças, negócios e investimentos do mundo. Em seus estudos de movimentação de mercado, Dow criou o Índice Dow Jones Industrial Average. Posteriormente, Dow criou uma série de princípios básicos que acabaram conhecidos como a Teoria de Dow, base para todos os estudos posteriores de análise técnica. A teoria é composta por seis princípios: As médias descontam tudo; O mercado tem três tendências; As tendências ocorrem em três fases; As médias devem confirmar a tendência; As tendências são confirmadas pelo volume; e A tendência é válida até ocorrer sua inversão.

1º Princípio: As Médias Descontam Tudo Quando Dow formulou esse princípio, identificou que qualquer informação, quando anunciada para o mercado, já tem seu efeito incorporado nas médias. Ele utilizou o termo “médias” para descrever os índices benchmark de mercado. No caso brasileiro, o Ibovespa ou o IBX. Esse pensamento também é válido e utilizado para ações, ou seja, assim que uma notícia é divulgada, o mercado corrige o preço da ação. O preço reflete todas as expectativas do mercado, humores, ganância e medo de todos os investidores. Isso define o duelo entre compradores e vendedores.

2º Princípio: O Mercado Tem Três Tendências Segundo Dow, o mercado só pode apresentar três tendências:

Primária ou principal; Secundária ou intermediária; e Terciária ou de curto prazo. A tendência primária é a tendência de longo prazo e, por esse motivo, a de maior força. Uma tendência primária pode durar meses ou até mesmo anos. A tendência secundária apresenta movimentos de menor duração, poucos meses ou semanas, e representa correções na tendência primária. Ou seja, se uma ação apresenta uma tendência primária (de longo prazo) de alta, não quer dizer que ela não cairá. O natural é que os preços subam em zigue-zague e surjam movimentos de queda que seriam correções ainda dentro da tendência de alta. A tendência terciária é a que identifica movimentos de curtíssimo prazo. São movimentos intraday ou movimentos de poucos dias. Mais adiante, é apresentado um gráfico identificando os três tipos de tendências em ITUB4.

Figura 1.24

Tendências primárias em linha sólida, secundárias em linha tracejada e terciárias em

linha pontilhada

3º Princípio: As Tendências Ocorrem em Três Fases

Ainda segundo a Teoria de Dow, as tendências também podem apresentar fases distintas. São elas: Acumulação: os investidores estão mais ativos na compra. Não ocorre grande variação no preço do mercado, pois a pressão compradora é baixa. O movimento de acumulação ocorre sempre em um fundo. Os preços não oscilam muito ou, como se diz no jargão de mercado, andam de lado. Movimento: caracteriza-se por um número crescente de investidores comprando ou vendendo determinado papel, ou seja, seu volume é crescente ao longo do movimento. O movimento pode ocorrer para cima ou para baixo. Após uma acumulação, o movimento é de alta. Após uma distribuição, o movimento é de baixa. Distribuição: durante a fase de distribuição, os investidores que identificam a exaustão do movimento começam a vender seus ativos. Como a pressão vendedora é baixa, as vendas não influem significativamente nos preços do ativo. Os dois gráficos a seguir identificam os movimentos abordados:

Figura 1.25

As três fases de uma tendência: LIXC4

A aplicação desse princípio ilustra a influência de notícias, fatos e boatos no movimento dos preços de uma ação. Em caso de informações extremamente relevantes, seus efeitos são bastante aparentes, como na Figura 1.26, em que o Banco Nossa Caixa recebeu uma oferta de aquisição por parte do Banco do Brasil.

Figura 1.26

As três fases de uma tendência: BNCA3

4º Princípio: As Médias Devem Confirmar a Tendência A Teoria de Dow assume que as médias (índices benchmark de mercado) não podem divergir, ou seja, devem seguir uma mesma direção. Dow utilizou o termo “média” referindo-se aos índices Dow Jones Industrial Average e Dow Jones Transportation. No Brasil, é possível utilizar o Índice Bovespa e o IBRX50. Para confirmar uma tendência, ambos os índices devem seguir na mesma direção; caso contrário, a divergência pode ser um indício de reversão ou indefinição de mercado. Os gráficos a seguir exemplificam esse princípio:

Figura 1.27

Gráfico do iBovespa, benchmark do mercado brasileiro

Figura 1.28

Gráfico da VALE5, seguindo a mesma tendência que o gráfico do iBovespa

5º Princípio: As Tendências São Confirmadas Pelo Volume O volume deve aumentar à medida que os preços vão aumentando ou diminuindo. Portanto, um cenário de correção com aumento de volume pode indicar inversão de tendência. Volume crescente serve como confirmação da força de uma tendência. Também utilizamos o volume como indicativo da qualidade de rompimentos de resistências.

As Figuras 1.29 e 1.30, na página seguinte, apresentam elevação de volume à medida que as tendências vão se desenvolvendo.

Figura 1.29

Ativo em tendência de alta e volume crescente: LAME4

Figura 1.30

Ativo em tendência de baixa e volume crescente: GOLL4

O gráfico a seguir apresenta sucessivas tentativas de romper a resistência no nível de R$25,00; apenas um movimento de alta com forte volume foi capaz de

sinalizar aos atuantes no mercado que havia força para maiores altas.

Figura 1.31

Volume acima do normal, confirmando a força do rompimento da resistência: ELET3

6º Princípio: A Tendência É Válida Até Ocorrer Sua Inversão Ao assumir uma tendência de alta ou baixa, ela é válida até dar sinais efetivos de reversão e inverter a tendência. Isto é, se um papel está em tendência de alta, ele só entra em tendência de baixa se romper para baixo a Linha de Tendência de Alta (LTA). De forma análoga, se um papel está em tendência de baixa, ele só entra em tendência de alta se romper para cima a Linha de Tendência de Baixa (LTB).

Figura 1.32

Gráfico com alertas de inversão de tendência: USIM5

1 Redes neurais, fractais e teoria do caos. 2 Derivado do inglês trading systems. 3 Até então inexistente em números romanos. 4 William P. Hamilton publicou as ideias de Charles Dow em 1921 no livro The Stock Market Barometer. 5 Também conhecido como Gráfico OHLC, abreviatura em inglês para Open, High, Low, Close, que

significam Abertura, Máxima, Mínima, Fechamento; informações utilizadas para desenhar cada barra. 6 Ver Capítulo 3.

CAPÍTULO 2

Padrões Gráficos A análise de padrões gráficos visa a identificar figuras que apresentam comportamento conhecido e estatisticamente comprovado quanto a característica, efeito e probabilidade de atingir suas projeções. É de extrema importância para um trader identificar os principais padrões gráficos, pois, por meio deles, é possível encontrar oportunidades rentáveis com elevado grau de probabilidade.

Topos e Fundos Todos os padrões gráficos são formados por conjuntos de topos e fundos. Topo é o nível de preço mais elevado atingido por uma sucessão de dois ou mais períodos de negociação (barras ou candles) antes da ocorrência de uma negociação de preço inferior de um ativo. De forma análoga, fundo é o nível de preço mais baixo atingido por uma sucessão de dois ou mais períodos de negociação antes da ocorrência de uma negociação de preço superior de um ativo. Portanto, topo é o preço de negociação de um papel em certo período de tempo, cujos preços imediatamente antes e depois são inferiores. Um fundo, por sua vez, é o preço mínimo de negociação de um papel em certo período de tempo, cujos preços imediatamente antes e depois são, nesse caso, superiores. Segue a representação gráfica:

Figura 2.1

Formação de topos

Figura 2.2

Formação de fundos

O ponto de abertura e fechamento no gráfico é irrelevante para a determinação do topo e do fundo. Os preços considerados são as cotações máximas e mínimas em cada período. Topos e fundos aparecem constantemente na formação dos gráficos, e fica claro que sua correta identificação fará diferença na análise final. O gráfico a seguir identifica topos e fundos corretamente:

Figura 2.3

Topos e fundos identificados corretamente

Segue o mesmo gráfico com identificação errada de topos e fundos:

Figura 2.4

Topos identificados erroneamente

Entre os principais motivos para uma identificação equivocada de topos e fundos, estão:

A não sequência de altas ou quedas antes do topo ou do fundo, respectivamente; A continuidade do movimento, resultado da tentativa de identificação precoce; A sequência desordenada de altas e baixas, o que resulta na não existência de topos ou fundos.

2.1 Suportes e Resistências Suportes e resistências são os elementos de maior importância na análise técnica para um trader. Por meio dos conceitos de suporte e resistência, é possível identificar pontos de compra, stops, preços-alvo, tendências, pontos de venda etc. Um suporte ocorre quando a força compradora, ou demanda por um ativo, supera a força vendedora e impede que os preços continuem caindo. De forma análoga, uma resistência ocorre quando a força vendedora, ou oferta por um ativo, supera a força compradora e impede que os preços continuem subindo. Suportes e resistências são dados em níveis, e não em um ponto específico. Isso significa que, ao identificar um suporte ou resistência em determinado nível, é necessário esperar a confirmação de seu rompimento para ingressar em um trade. Existem diversos tipos de suportes e resistências. Os principais são: Suportes e resistências de linhas de tendências e canais; Suportes e resistências horizontais; Suportes e resistências em números redondos; Suportes e resistências de último fundo e último topo; Suportes e resistências de topos históricos; Suportes e resistências de padrões gráficos; Suportes e resistências de médias móveis.

A seguir, apresentamos todos esses tipos de suportes e resistências.

Suportes e Resistências de Linhas de Tendências e Canais Uma linha de tendência pode ser classificada de duas formas distintas: Linha de Tendência de Baixa (LTB) Linha de Tendência de Alta (LTA) A LTB é formada pela união de sucessivos topos descendentes. Segue exemplo gráfico de uma LTB:

Figura 2.5

Linha de Tendência de Baixa: iBovespa

A LTA também é formada pela união de sucessivos fundos ascendentes. A seguir, um exemplo gráfico de uma LTA:

Figura 2.6

Linha de Tendência de Alta: VALE5

As linhas de tendência também podem ser classificadas conforme a Teoria de Dow, a fim de identificar sua força. Conforme visto anteriormente, o mercado pode apresentar três tendências: Primária ou principal; Secundária ou intermediária; e Terciária ou de curto prazo. A tendência primária é a de longo prazo e, por esse motivo, a de maior força. Uma tendência primária pode durar meses ou até anos. A tendência secundária apresenta movimentos de menor duração, poucos meses ou semanas, e representa correções na tendência primária. Ou seja, se uma ação apresenta tendência primária de alta, não quer dizer que ela não cairá. O natural é que os preços subam em zigue-zague e surjam movimentos de queda que seriam correções ainda dentro da tendência de alta. A tendência terciária é aquela que identifica movimentos de curtíssimo prazo. São movimentos intraday ou movimentos de poucos dias. Após identificar a linha de tendência, é possível encontrar um canal. Assim

como nas linhas de tendências, os canais herdam sua classificação e podem ser canais de alta ou baixa e primários, secundários ou terciários. Para traçar um canal de baixa, devemos obter uma linha paralela à LTB que toca o maior número de fundos possíveis. Essa linha é chamada Linha de Suporte de Baixa (LSB) do canal. Exemplo gráfico de Canal de Baixa:

Figura 2.7

Canal de Baixa: iBovespa

De forma correlata, para traçar um canal de alta, devemos obter uma linha paralela à LTA que una o maior número possível de topos. Essa linha é chamada Linha de Resistência de Alta (LRA) do canal. Exemplo gráfico de Canal de Alta:

Figura 2.8

Canal de Alta: VALE5

Suportes e Resistências Horizontais Um suporte horizontal é formado pela união de fundos ocorridos em um mesmo nível. Segue um exemplo gráfico:

Figura 2.9

Suporte horizontal: FFTL4

Uma resistência horizontal é formada pela união de topos ocorridos em um mesmo nível. Segue um exemplo gráfico:

Figura 2.10

Resistência horizontal: BBAS3

Suportes e Resistências em Números Redondos Este tipo de suporte e resistência é um caso especial de suportes e resistências horizontais. Números redondos apresentam suportes e resistências porque os investidores costumam colocar suas ordens nesses números, em razão da facilidade de cálculo. Vale destacar que esse tipo de suporte e resistência também ocorre em preços que apresentam frações redondas, por exemplo, 50 centavos, porém com menor intensidade. Seguem os gráficos de exemplo:

Figura 2.11

Suporte em número redondo: SBSP3

Figura 2.12

Resistência em número redondo: NETC4

Suportes e resistências de último fundo e último topo O último fundo e o último topo oferecem, respectivamente, suporte e resistência, por serem os últimos preços na memória dos investidores antes de uma alta ou de uma queda nos preços do ativo. Segue um gráfico de exemplo:

Figura 2.13

Suportes e resistências oferecidos pelo último fundo e último topo, respectivamente

Suportes e Resistências de Topos Históricos Topos históricos representam fortes resistências, pois os investidores guardam na memória o preço máximo que o papel já teve e se baseiam nesse preço para inserir ordens de venda. Rompimentos de topos históricos costumam ocorrer com forte volume. Um topo histórico rompido torna-se imediatamente um suporte para o ativo. Segue um gráfico de exemplo:

Figura 2.14

Rompimento de topo histórico e forte movimento de alta após o rompimento: JBSS3

Suportes e Resistências de Padrões GráFicos Conforme será visto no capítulo destinado a padrões gráficos, cada figura apresenta níveis de suporte e resistência em seus pontos de rompimento. Seguem gráficos de exemplo:

Figura 2.15

Linha de pescoço do Ombro-Cabeça-Ombro Invertido oferecendo resistência: PETR4

Figura 2.16

Lados do triângulo oferecendo suporte e resistência: OGXP3

Suportes e Resistências de Médias Móveis Médias móveis (MM) são comumente utilizadas como suporte e resistência. Como será visto mais adiante, uma média móvel é a média dos preços de fechamento de um período em que o período mais antigo é descartado em função da entrada do mais recente. As médias móveis mais utilizadas para suportes e resistências são: MM200: média móvel de 200 períodos. Utilizada para identificar tendências primárias. Equivale a 1 ano de pregão. É a média móvel mais importante, pois é utilizada por investidores institucionais estrangeiros para definir a tendência de longo prazo de um ativo; MM80: média móvel de 80 períodos. Utilizada para identificar tendências primárias. Equivale a 1 quadrimestre de pregão; MM40: média móvel de 40 períodos. Utilizada para identificar tendências secundárias. Equivale a 2 meses de pregão; MM20: média móvel de 20 períodos. Utilizada para identificar tendências secundárias. Equivale a 1 mês de pregão; MM10: média móvel de 10 períodos. Utilizada para identificar tendências terciárias. Equivale a 2 semanas de pregão; MM5: média móvel de 5 períodos. Utilizada para identificar tendências terciárias. Equivale a 1 semana de pregão. Segue gráfico de exemplo:

Figura 2.17

Suporte oferecido pela MM200: Ibovespa

2.2 Tendências Um trader profissional investe a favor da tendência, buscando parte da rentabilidade dessa tendência. O mercado pode estar em tendência de alta, tendência de baixa ou tendência lateral.

Tendência de Alta Como identificar: A tendência de alta é formada pela sucessão de topos e fundos ascendentes e caracterizada pela formação do canal de alta. Principais características de um canal de alta: Um canal de alta é formado por uma linha de tendência de alta, que, por sua vez, é formada pela união de, no mínimo, dois fundos ascendentes, passando ao menos por um fundo intermediário; As linhas de referência do canal de alta, ou seja, a LTA e a LRA, são paralelas; Quanto mais pontos dos níveis de suporte e de resistência o canal tocar, maior

será a força desses níveis; Assim como as tendências, um canal de alta pode ser primário, secundário ou terciário, de acordo com sua duração. Como operar: Para operar utilizando uma tendência de alta, é necessário traçar o canal de alta, identificando a LTA e a LRA. Com dois fundos ascendentes e um topo, já é possível traçar o canal de alta desenhando-se a LTA pela união dos fundos e uma reta paralela passando pelo primeiro topo.

Figura 2.18

Identificação de um canal de alta, estimando a LRA: BVMF3

Uma vez que o canal esteja traçado, compra-se o ativo em níveis próximos à LTA e vende-se em níveis próximos à LRA, conforme exemplo a seguir:

Figura 2.19

Confirmação do canal de alta projetado: BVMF3

Figura 2.20

Operando um canal de alta. C = Ponto de Compra. V = Ponto de Venda. BVMF3

Tendência de Baixa Como identificar: A tendência de baixa é formada pela sucessão de topos e fundos descendentes. Uma tendência de baixa é caracterizada pela formação do canal de baixa. Principais características de um canal de baixa:

Um canal de baixa é formado por uma linha de tendência de baixa, que, por sua vez, é formada pela união de, no mínimo, dois topos descendentes, passando ao menos por um fundo intermediário; As linhas de referência do canal de baixa, ou seja, a LTB e a LSB, são paralelas; Quanto mais pontos dos níveis de suporte e de resistência o canal tocar, maior será a força desses níveis; Assim como as tendências, um canal de baixa pode ser primário, secundário ou terciário, de acordo com sua duração. Como operar: Para operar utilizando uma tendência de baixa, é necessário traçar o canal de baixa, identificando a LTB e a LSB. Com dois topos descendentes e um fundo, já é possível traçar o canal de baixa desenhando-se a LTB pela união dos topos e uma reta paralela passando pelo primeiro fundo.

Figura 2.21

Identificação de um canal de baixa, estimando a LSB: ITUB4

Figura 2.22

Confirmação do canal de baixa projetado: ITUB4

Uma vez que o canal esteja traçado, vende-se o ativo em níveis próximos à LTB e compra-se em níveis próximos à LSA, conforme exemplo a seguir:

Figura 2.23

Operando um canal de baixa. V = Ponto de Venda. C = Ponto de Compra. ITUB4

Tendência Lateral Como identificar: A tendência lateral é formada por uma sucessão de topos e fundos no mesmo nível. Uma tendência lateral é caracterizada pela formação de um canal lateral,1 ou um retângulo.

Principais características de um canal lateral: Um canal lateral é formado por uma linha de resistência (LRL), que, por sua vez, é formada pela união de, no mínimo, dois topos no mesmo nível e por uma linha de suporte (LSL) que passe ao menos por dois fundos no mesmo nível; As linhas de referência do canal lateral, ou seja, a LRL e a LSL, são paralelas; Quanto mais pontos dos níveis de suporte e de resistência o canal tocar, maior será a força desses níveis; Por se caracterizar por uma indecisão de mercado, uma tendência e um canal lateral costumam ser secundários ou terciários. Como operar: Para operar utilizando uma tendência lateral, é necessário traçar o canal lateral, identificando a LRL e a LSL. Com dois fundos no mesmo nível e dois topos no mesmo nível, é possível traçar o canal desenhando-se a LSL pela união dos fundos e a LRL pela união dos topos.

Figura 2.24

Identificação de um canal lateral: ELET6

Figura 2.25

Confirmação de um canal lateral: ELET6

Uma vez identificado o canal lateral, compra-se em níveis próximos à LSL e vende-se em níveis próximos à LRL, conforme exemplo a seguir:

Figura 2.26

Operando um canal lateral. C = Ponto de Compra. V = Ponto de Venda. ELET6

2.3 Triângulos Triângulos são zonas de congestão, ou indecisão de preços. Em geral, sinalizam uma continuação da tendência configurada anteriormente. Por meio dessas

figuras, podemos identificar oportunidades de compra e de venda, assim como preços-alvo para os ativos. Para identificar um triângulo, são necessários, no mínimo, quatro pontos: dois de fundo e dois de topo. Esses pontos devem ser alternados entre topos e fundos, e a área de preenchimento do triângulo não pode apresentar grandes espaços em branco. Triângulos com altura correspondente a um terço ou mais do movimento passado costumam apresentar-se como padrão de reversão. O triângulo pode ser classificado em três tipos: Triângulo Simétrico; Triângulo Ascendente; Triângulo Descendente.

Triângulo Simétrico Como identificar: Um triângulo simétrico é constituído por topos descendentes e fundos ascendentes, formando duas linhas de tendência, uma de alta e outra de baixa, convergindo para o vértice. Vale destacar que os topos e fundos são alternados e que não deve haver grandes espaços em branco na formação da figura. A seguir, um exemplo do padrão:

Figura 2.27

Triângulo simétrico: OGXP3

Principais características de um triângulo simétrico: Um triângulo pode ter qualquer duração, porém um triângulo bem formado costuma apresentar pelo menos 30 barras; Na maioria dos casos, o rompimento do triângulo simétrico ocorre na direção da tendência anterior ao triângulo; O volume tem tendência descendente enquanto está dentro do triângulo, e pode apresentar aumento quando os preços sobem. Todavia, o volume costuma ser elevado no rompimento do triângulo. Como operar: Opera-se um triângulo simétrico comprando, caso o rompimento ocorra no lado com tendência descendente, ou vendendo, caso o rompimento se dê no lado ascendente. O preço-alvo é calculado medindo-se a altura do triângulo e projetando-se essa altura a partir do ponto de rompimento. É importante destacar que mais de 50% dos rompimentos apresentam pullbacks, que são movimentos de retorno em direção ao preço de rompimento de um padrão gráfico. O pullback pode gerar um excelente ponto de entrada em um ativo, caso se tenha perdido inicialmente o rompimento do padrão.

Triângulo Ascendente Como identificar: Um triângulo ascendente é constituído por topos no mesmo nível e fundos ascendentes, formando uma linha de resistência horizontal e outra de tendência de alta, convergindo para o vértice. Vale destacar que os topos e fundos são alternados e que não deve haver grandes espaços em branco na formação da figura.

Segue um exemplo do padrão:

Figura 2.28

Triângulo ascendente: BBAS3

Principais características de um triângulo ascendente: Um triângulo pode ter qualquer duração, porém um triângulo bem formado costuma apresentar pelo menos 30 barras; Na maioria dos casos, o rompimento do triângulo ascendente ocorre na direção da tendência anterior ao triângulo; O volume tem tendência descendente enquanto está dentro do triângulo, e pode apresentar aumento quando os preços sobem. Todavia, o volume costuma ser elevado no rompimento do triângulo. Como operar: Opera-se um triângulo ascendente comprando, caso o rompimento ocorra no lado horizontal do triângulo, ou vendendo caso, o rompimento se dê no lado ascendente. O preço-alvo é calculado medindo-se a altura do triângulo e projetando-se essa altura a partir do ponto de rompimento. É importante destacar que mais de 50% dos rompimentos apresentam pullbacks.

Triângulo Descendente Como identificar: Um triângulo descendente é constituído por topos descendentes e fundos no mesmo nível, formando uma linha de tendência de baixa e outra de suporte horizontal, convergindo para o vértice. Vale destacar que os topos e fundos são alternados, e que não deve haver grandes espaços em branco na formação da figura. Segue um exemplo do padrão:

Figura 2.29

Triângulo descendente: VALE5

Principais características de um triângulo simétrico: Um triângulo pode ter qualquer duração, porém um triângulo bem formado costuma apresentar pelo menos 30 barras; Na maioria dos casos, o rompimento do triângulo descendente ocorre na direção da tendência anterior ao triângulo. O volume tem tendência descendente enquanto está dentro do triângulo, e pode apresentar aumento quando os preços sobem. Todavia, o volume costuma ser elevado no rompimento do triângulo. Como operar: Opera-se um triângulo descendente comprando, caso o rompimento ocorra no

lado com tendência descendente, ou vendendo, caso o rompimento se dê na linha de suporte horizontal. O preço-alvo é calculado medindo-se a altura do triângulo e projetando-se essa altura a partir do ponto de rompimento. É importante destacar que mais de 50% dos rompimentos apresentam pullbacks.

2.4 Bandeiras Como identificar: Uma bandeira é composta por um mastro e um retângulo curto, no qual os topos e fundos estão contidos dentro de linhas paralelas com uma curta inclinação. Essa inclinação pode ser de alta ou de baixa, mas deve ir contra a tendência. Antes da formação da bandeira, temos a formação do mastro, que é a distância do primeiro suporte ou resistência até a formação do retângulo. Segue um exemplo do padrão:

Figura 2.30

Bandeira de Baixa: BRKM5

Figura 2.31

Bandeira de Alta: ALLL11

Principais características de uma bandeira: O mastro é formado por aumento ou queda rápida do preço, com volume alto, enquanto a bandeira começa a se formar; Quando o mastro acaba e a bandeira começa a ser formada, existe uma queda gradativa no volume; A formação da bandeira é levemente inclinada contra a tendência dominante; A duração da bandeira é curta, com tempo máximo de três semanas. Após esse período, ela recebe outra classificação, como triângulo ou retângulo. Como operar: Opera-se uma bandeira caso o rompimento ocorra no sentido do mastro. O preço-alvo é calculado medindo-se a altura do mastro e projetando-se essa altura a partir do ponto de rompimento.

2.5 Flâmulas Como identificar: Uma flâmula apresenta semelhança com a formação da bandeira. Esse padrão tem as mesmas características de uma bandeira, porém difere dela porque, no caso das flâmulas, as linhas con-vergem.

Segue um exemplo do padrão:

Figura 2.32

Flâmula de alta: ETER3

Principais características de uma flâmula: O mastro é formado por aumento ou queda rápida do preço, com alto volume; Quando o mastro acaba e a bandeira começa a ser formada, existe uma queda gradativa no volume; A formação da flâmula é levemente inclinada contra a tendência dominante; A duração da flâmula é curta, com tempo máximo de três semanas. Após esse período, ela recebe outra classificação, como triângulo ou retângulo. Como operar: Opera-se uma flâmula caso o rompimento ocorra no sentido do mastro. O preço-alvo é calculado medindo-se a altura do mastro e projetando-se essa altura a partir do ponto de rompimento.

2.6 Retângulos Como identificar: Um retângulo é formado em uma tendência de alta ou baixa, o que demonstra pausa na tendência dominante, formando uma sucessão de topos em um mesmo

nível (resistência) e de fundos em outro nível (suporte). Esse retângulo é um sinal de que as forças compradoras e vendedoras estão equilibradas. Segue um exemplo do padrão:

Figura 2.33

Retângulo apresentando rompimento superior: PETR4

Figura 2.34

Retângulo apresentando rompimento inferior: GOLL4

Principais características de um retângulo: Deve haver pelo menos dois topos no mesmo nível e dois fundos no mesmo nível para ser considerado retângulo; O volume diminui gradativamente conforme ocorre a formação. Como operar:

Opera-se um retângulo comprando, caso o rompimento ocorra na linha de resistência horizontal, ou vendendo, caso o rompimento ocorra da linha de suporte horizontal. É importante destacar que mais de 60% dos rompimentos de retângulos apresentam pullbacks.

2.7 Ombro-Cabeça-Ombro (OCO) Como identificar: No término de uma tendência de alta, aparecem três ou mais topos, em que o topo do centro é maior do que os outros. Um OCO verdadeiro é encontrado apenas no fim de uma tendência de alta. O padrão clássico de um OCO é formado de um primeiro topo depois de um recuo, seguido por um topo maior do que o topo anterior e por um terceiro topo no mesmo nível do primeiro. Segue um exemplo do padrão:

Figura 2.35

O Ombro-Cabeça-Ombro: GGBR4

Principais características de um Ombro-Cabeça-Ombro: Ocorre no final da tendência de alta. Após formar o primeiro topo, o preço volta, forma um fundo e um suporte (linha de pescoço) e volta a subir, formando um topo maior do que o topo anterior. O preço recua mais uma vez

até a linha de pescoço, formando mais um fundo e, em seguida, forma mais um topo, no mesmo nível do primeiro topo; O volume é maior no ombro esquerdo, seguido da formação da cabeça. O ombro direito tem o menor dos três volumes; A distância entre ombro esquerdo, cabeça e ombro direito costuma ser a mesma, mas podem ocorrer variações; A linha de pescoço pode ser levemente inclinada. Como operar: Um ombro-cabeça-ombro é um padrão de reversão da tendência de alta. Opera-se um OCO vendendo caso ocorra o rompimento da linha de pescoço. O preço-alvo é calculado medindo-se a altura entre a cabeça e a linha do pescoço e projetando-se essa altura a partir do ponto de rompimento do pescoço. É importante destacar que mais de 50% dos rompimentos apresentam pullbacks.

2.8 Topo Duplo Como identificar: Um topo duplo é formado por um topo seguido de um fundo e um segundo topo; os topos estão no mesmo nível de preço, funcionando como uma resistência. A figura se assemelha à letra M. Segue um exemplo do padrão:

Figura 2.36

Topo Duplo ELPL6

Principais características de um topo duplo: A distância entre os topos deve ser de aproximadamente 35 períodos; Os preços dos topos devem estar nos mesmos níveis; A linha de confirmação é dada pelo fundo formado entre os topos. Como operar: Um topo duplo é um padrão de reversão da tendência de alta. Opera-se um topo duplo vendendo caso ocorra o rompimento da linha de confirmação, perdendo o suporte. O preço-alvo é calculado medindo-se a altura entre os topos e o fundo, e projetando essa altura a partir do ponto de rompimento da linha de confirmação.

2.9 Topo Triplo Como identificar: Um topo triplo é formado por três topos seguidos com intervalos entre eles, e os preços dos topos estão nos mesmos níveis, funcionando como uma resistência. Segue um exemplo do padrão:

Figura 2.37

Topo Triplo: ITSA4

Principais características de um topo triplo: Um topo triplo é formado por três topos no mesmo nível; Existem dois fundos no mesmo nível separando os topos; A linha de confirmação é o suporte dado pelos fundos entre os topos; O volume diminui conforme a formação dos topos. Como operar: Um topo triplo é um padrão de reversão da tendência de alta. Opera-se um topo triplo vendendo caso ocorra o rompimento da linha de confirmação. O preço-alvo é calculado medindo-se a altura entre os topos e os fundos, e projetando-se essa altura a partir do ponto de rompimento da linha de confirmação.

2.10 Ombro-Cabeça-Ombro Invertido (OCOI) Como identificar: No término de uma tendência de baixa, aparecem três ou mais fundos, em que o fundo do centro é maior do que os outros. Um OCOI verdadeiro é encontrado apenas no fim de uma tendência de baixa. O padrão clássico de um OCOI é formado de um primeiro fundo; depois, de um avanço com um fundo posterior,

maior do que o fundo anterior; e de um terceiro fundo no mesmo nível do primeiro. Segue um exemplo do padrão:

Figura 2.38

Ombro-Cabeça-Ombro Invertido: PETR4

Principais características de um ombro-cabeça-ombro invertido: No final da tendência de baixa ocorre o primeiro fundo, o preço volta, forma uma resistência (linha de pescoço) e torna a cair, formando um fundo maior do que o fundo anterior. O preço avança mais uma vez até a linha de pescoço e configura mais um fundo, no mesmo nível do primeiro; O volume é maior no ombro esquerdo, seguido da formação da cabeça. O ombro direito tem o menor dos três volumes; A distância entre ombro esquerdo, cabeça e ombro direito costuma ser a mesma, mas podem ocorrer variações. Como operar: Um ombro-cabeça-ombro invertido é um padrão de reversão da tendência de baixa. Opera-se um O-C-OI comprando caso ocorra o rompimento da linha de pescoço. O preço-alvo é calculado medindo-se a altura entre cabeça e linha do pescoço

e projetando-se essa altura a partir do ponto de rompimento do pescoço. É importante destacar que mais de 50% dos rompimentos apresentam pullbacks.

2.11 Fundo Duplo Como identificar: Um fundo duplo é formado por um fundo seguido de um topo e um fundo no mesmo nível do primeiro fundo funcionando como um suporte. Segue um exemplo do padrão:

Figura 2.39

Fundo duplo: KLBN4

Principais características de um fundo duplo: A distância entre os fundos deve ser de 10 a 35 períodos; Os preços dos fundos estão nos mesmos níveis; A linha de confirmação é o topo entre os fundos; A formação se assemelha à letra W. Como operar: Um fundo duplo é um padrão de reversão da tendência de baixa. Opera-se um fundo duplo comprando caso ocorra o rompimento da linha de confirmação.

O preço-alvo é calculado medindo-se a altura entre os fundos e o topo e projetando-se essa altura a partir do ponto de rompimento da linha de confirmação.

2.12 Fundo Triplo Como identificar: Um fundo triplo é formado por três fundos nos mesmos níveis e dois topos entre os fundos. Os fundos estão no mesmo nível, funcionando como um suporte. Segue um exemplo do padrão:

Figura 2.40

Fundo Triplo: IBOV

Principais características de um fundo triplo: Um fundo triplo é formado por um fundo duplo e por um terceiro fundo, que é ligeiramente mais alto do que os outros dois fundos; Existem dois topos no mesmo nível separando os topos; A linha de confirmação é o suporte dado pelos topos entre os fundos; O volume diminui conforme a formação dos fundos. Como operar:

Um fundo triplo é um padrão de reversão da tendência de baixa. Opera-se um fundo triplo comprando caso ocorra o rompimento da linha de confirmação. O preço-alvo é calculado medindo-se a altura entre os fundos e os topos e projetando-se essa altura a partir do ponto de rompimento da linha de confirmação.

2.13 Gaps Um gap é um buraco num gráfico de barras entre um período e seu período imediatamente seguinte. Gaps revelam mudança de sentimento repentina dos investidores em relação ao preço de determinado ativo. Podem ser gerados por uma notícia ou por eventos inesperados, além de boatos, entre outros. Principais características de um gaps: Um gap de baixa ocorre quando o ponto máximo de uma barra ou de um candle é inferior ao ponto mínimo da barra ou candle imediatamente anterior; Um gap de alta ocorre quando o ponto mínimo de uma barra ou de um candle é superior ao ponto máximo da barra ou do candle imediatamente anterior; A importância de um gap está relacionada com sua localização, seu tamanho e seu volume; Quando um gap de tamanho extenso é contrário à tendência atual do papel, pode indicar uma reversão dessa tendência antes mesmo de a nova tendência estar formada; Existe um senso comum de que um gap aberto é sempre fechado. Existem gaps que nunca são fechados, dependendo de seu tipo. Um gap é fechado quando uma ou mais barras ou candles preenchem o buraco ocasionado pelo gap no gráfico; Vale destacar que um gap de alta aberto passa a configurar um nível de suporte, enquanto um gap de baixa aberto configura uma resistência.

Gaps de alta e de baixa podem ser classificados em: Gap de rompimento; Gap de continuidade; Gap de exaustão.

Gap de Rompimento Gaps de rompimento ocorrem no rompimento de uma LTA, LTB, LRL ou de um padrão gráfico, indicando importantes reversões de tendências. Gaps de rompimento costumam apresentar volume elevado e geralmente constituem excelentes pontos de entrada ou saída de um papel, na medida em que a tendência iniciada pelo gap tende a continuar.

Gap de Continuidade Gaps de continuidade ocorrem no meio de uma tendência de alta ou de baixa. É o menos frequente dos três tipos de gaps. Esse tipo de gap ocorre devido ao entusiasmo dos investidores em uma tendência de alta ou a seu pânico em uma tendência de baixa. Gaps de continuidade costumam apresentar volume elevado. Gaps de continuidade podem ser utilizados para projetar o ponto no qual a tendência terminaria, uma vez que marcam o meio de uma tendência.

Gap de Exaustão Gaps de exaustão ocorrem ao final de uma tendência. Esse tipo de gap pode apresentar ou não volume elevado e é fácil e rapidamente fechado.

Figura 2.41

Gaps de rompimento, continuidade e exaustão: PETR4

2.14 Padrões de Candlesticks Os padrões de candlesticks foram separados em três tipos diferentes: Continuação; Indecisão; Reversão.

Marubozu Negro com Sombra Tipo: continuação Frequência: alta Eficiência: regular

Figura 2.42

Marubozu Negro com Sombra: BRTO4

Um marubozu negro com sombra é um candlestick que revela continuação da tendência de baixa. O nível de eficiência é o mesmo para mercados de alta ou de baixa. Esse padrão é formado quando ocorre um candlestick longo de baixa e, em determinado momento do dia, ele atinge um valor mínimo e recua no fechamento, deixando uma sombra.

Marubozu Branco com Sombra Superior Tipo: continuação Frequência: alta Eficiência: regular

Figura 2.43

Marubozu Branco com Sombra Superior: BBDC4

Um marubozu branco com sombra superior é um candlestick que indica continuação da tendência de alta. O nível de eficiência é o mesmo para mercados de alta ou de baixa. Esse padrão é formado quando ocorre um candlestick longo de alta e, em determinado momento do dia, ele atinge um valor máximo e recua no fechamento, deixando uma sombra.

Dia Longo Negro Tipo: continuação Frequência: alta Eficiência: regular

Figura 2.44

Dia Longo Negro: TAMM4

Um candlestick dia longo negro indica um padrão de continuação de baixa. O nível de eficiência é o mesmo para mercados de alta de baixa. Esse candlestick é formado quando o fechamento é menor do que a abertura e, em um determinado momento do dia, o preço vai acima da abertura, cai e fecha acima da mínima do dia.

Dia Longo Branco

Tipo: continuação Frequência: alta Eficiência: regular

Figura 2.45

Dia Longo Branco: LUPA3

Um candlestick dia longo branco revela um padrão de continuação de alta. O nível de eficiência é o mesmo para os mercados de alta ou de baixa. Esse candlestick é formado quando o fechamento é maior do que a abertura e, em um determinado momento do dia, o preço vai abaixo da abertura, sobe e fecha abaixo da máxima do dia.

Marubozu Branco com Sombra Inferior Tipo: continuação Frequência: regular Eficiência: regular

Figura 2.46

Marubozu Branco com Sombra Inferior: ELET6

Um marubozu branco com sombra inferior é um candlestick que indica continuação da tendência de alta. O nível de eficiência é o mesmo para mercados de alta ou de baixa. Esse padrão é formado quando ocorre um candlestick longo de alta e, em determinado momento do dia, ele atinge um valor abaixo da abertura e fecha na máxima do dia.

Janela de Alta Tipo: continuação de alta Frequência: regular Eficiência: ótima

Figura 2.47

Janela de Alta: BISA3

É um padrão que indica continuação de alta. É formado por dois candlesticks e, entre eles, há um gap (espaço vazio). Suas cores podem variar entre candlesticks negros ou brancos, porém, normalmente, quando ocorre um gap de alta, os candlesticks são brancos.

Janela de Baixa Tipo: continuação de baixa Frequência: regular Eficiência: boa

Figura 2.48

Janela de Baixa: CSMG3

É um padrão que revela continuação de baixa. É formado por dois candlesticks e, entre eles, há um gap (espaço vazio). As cores podem variar entre candlesticks negros e brancos, porém, geralmente, quando ocorre um gap de baixa, os candlesticks são negros.

Dois Candles Negros em Gap Tipo: continuação de baixa Frequência: regular Eficiência: boa

Figura 2.49

Dois Candles Negros em Gap: BRTO4

Trata-se de um padrão que indica continuação da baixa. Aparece em uma tendência de baixa, em que ocorre um gap (espaço vazio) e, em seguida, há dois candlesticks negros que não rompem a resistência desse gap.

Spinning Top Negro Tipo: indecisão Frequência: alta Eficiência: regular

Figura 2.50

Spinning Top Negro: BRKM5

O spinning top negro é um candlestick que revela indecisão do mercado. Esse candle tem preço de fechamento menor do que a abertura e, em determinado

momento do dia, seu preço oscilou abaixo do fechamento e acima da abertura.

Spinning Top Branco Tipo: indecisão Frequência: alta Eficiência: regular

Figura 2.51

Spinning Top Branco: GFSA3

O spinning top branco é um candlestick que indica indecisão do mercado. Esse candle tem preço de fechamento maior do que a abertura e, em determinado momento do dia, seu preço oscilou abaixo da abertura e acima do fechamento.

High Wave Tipo: indecisão Frequência: regular Eficiência: regular

Figura 2.52

High Wave: CESP6

É um candlestick que aponta para indecisão do mercado, e pode ser de cor negra ou branca. O high wave é um candlestick em que os preços de abertura e fechamento ficam muito próximos, apresentando sombras compridas. Indica que o papel oscilou fortemente para cima e para baixo durante o pregão, mas fechou próximo à abertura.

Doji ao Sul Tipo: reversão da tendência de baixa Frequência: alta Eficiência: regular

Figura 2.53

Doji ao Sul: GGBR4

Figura formada em um fundo. Indica reversão do mercado. O doji ao sul é formado quando a abertura e o fechamento ocorrem no mesmo preço e há sombras acima e abaixo do preço de abertura e fechamento.

Engolfo de Alta Tipo: reversão da tendência de baixa Frequência: regular Eficiência: boa

Figura 2.54

Engolfo de Alta: ELET6

Um engolfo de alta é um padrão de reversão de alta. Ocorre quando o candlestick negro é engolfado (envolvido) pelo próximo candlestick branco. O engolfo de alta pode aparecer na tendência de alta e na tendência de baixa.

Último Fundo Engolfado Tipo: continuação Frequência: regular Eficiência: boa

Figura 2.55

Último fundo engolfado: TNLPA

É um padrão de continuação de baixa, formado quando o papel apresenta uma tendência de baixa e, no último fundo, ocorre o engolfo. O candlestick branco é engolfado pelo candlestick negro, o que indica continuidade da tendência de baixa.

Martelo Tipo: reversão da tendência de baixa Frequência: regular Eficiência: boa

Figura 2.56

Martelo: ETER3

O martelo indica uma reversão de alta. Pode ser negro ou branco. Sua principal característica é que a sombra deve ser pelo menos o dobro do tamanho do corpo.

Fechamentos IDênticos Tipo: reversão da tendência de baixa Frequência: regular Eficiência: boa

Figura 2.57

Fechamentos Idênticos: CMIG4

Trata-se de um padrão de reversão de alta em que aparecem dois candlesticks negros, e seus fechamentos estão alinhados como um suporte.

Doji ao Norte Tipo: reversão da tendência de alta Frequência: alta Eficiência: regular

Figura 2.58

Doji ao Norte: ELET6

Figura formada em um topo, o que indica reversão do mercado. O doji ao norte é formado quando a abertura e o fechamento ocorrem no mesmo preço e há sombras para cima e para baixo do preço de abertura e fechamento.

Engolfo de Baixa Tipo: reversão da tendência de alta Frequência: regular Eficiência: ótima

Figura 2.59

Engolfo de Baixa: GOAU4

Um engolfo de baixa é um padrão de reversão de baixa formado quando o

candlestick branco é engolfado (envolvido) pelo próximo candlestick negro. O engolfo de baixa pode aparecer na tendência de alta e na tendência de baixa.

Enforcado Tipo: reversão da tendência de alta Frequência: regular Eficiência: regular

Figura 2.60

Enforcado: ITSA4

O enforcado é um padrão de reversão de baixa. O candlestick pode ser negro ou branco. A característica desse padrão é que a sombra do candlestick é pelo menos o dobro do tamanho do corpo.

Belt Hold, de Baixa Tipo: reversão da tendência de alta Frequência: regular Eficiência: boa

Figura 2.61

Belt Hold, de baixa: LAME4

Trata-se de um padrão de reversão de baixa. Aparece no fim de uma tendência de alta. O padrão é formado por um marubozu negro de sombra inferior.

Three Black Crows Tipo: reversão da tendência de alta ou continuação da tendência de baixa Frequência: regular Eficiência: ótima

Figura 2.62

Three Black Crows: POSI3

É um padrão de reversão de baixa. É formado por três candlesticks negros ao fim de uma tendência de alta.

1 Um canal lateral também é conhecido como zona de congestão ou indefinição de mercado.

CAPÍTULO 3

Indicadores Técnicos Os indicadores técnicos são cálculos matemáticos que ajudam os traders a identificar tendências de preços, pontos de compra e de venda e tendências de volume. O primeiro indicador técnico a surgir foi a média móvel. Seu objetivo era suavizar os preços, a fim de identificar com maior clareza a tendência dos ativos. Segundo Nobre (1999), o surgimento de calculadoras com capacidade de armazenamento durante a década de 1970 proporcionou uma transformação na análise técnica. Ainda de acordo com ele, “são dessa época o indicador Estocástico de George Lane e, em seguida, o livro de J. Welles Wilder […] Esse livro é um marco na história da análise técnica, pois os indicadores mais populares e importantes, como o Índice de Força Relativa, o Parabólico, o Movimento Direcional, entre outros, foram ali explicitados.” A popularização a partir da década de 1980 do computador pessoal e da difusão de dados via internet permitiu sua ampla utilização no dia a dia por um trader. Indicadores que antes levavam horas ou até mesmo dias para serem calculados agora são aferidos em tempo real. Existem três tipos principais de indicadores: Indicadores de Tendência; Indicadores de Volume; Indicadores de Reversão de Tendência.

3.1 Indicadores de Tendência

Os indicadores de tendência propõem-se a buscar em dado intervalo de referência a tendência predominante no ativo analisado. Os principais indicadores de tendências são: Médias Móveis (MM); Moving Average Convergence-Divergence (MACD); Bandas de Bollinger (BB); Movimento Direcional (ADX); Parabólico SAR

Médias Móveis (MM) A média móvel é uma média de amostra de preços que varia conforme novos preços são conhecidos no ativo analisado. Esse efeito “móvel” ocorre porque, à medida que os novos preços vão sendo conhecidos, dados passados são deixados para trás e a média assume um novo valor. Assim, sucessivamente, temos uma média que está sempre variando em torno dos preços mais recentes, de forma que, para cada novo preço considerado, é declinado o preço mais antigo. As médias móveis mais utilizadas são: Média Móvel Simples (MMS) Média Móvel Exponencial (MME)

Média Móvel Simples (MMS) Para a média móvel simples, ou aritmética, a regra matemática que expressa essa ideia é a seguinte:

Em que:

MM = Valor da média móvel N = Período atual P = Quantidade de períodos da média Preço = Preço referência para a média calculada, geralmente o fechamento À primeira vista, a média móvel pode parecer complexa, porém imagine uma média de três períodos calculada da seguinte forma:

Para tornar o entendimento mais concreto, segue um exemplo que utiliza um histórico de cotações, em que D é o dia referente a cada cotação:

Ao calcular uma média móvel de 10 dias para a série acima, chega-se ao seguinte resultado:

Se um novo dia for inserido na série de dados (D11), deve-se descartar o primeiro dia no cálculo da média. Com a entrada do dado de D11, passa-se agora a considerar o período de D2 a D11, descartando D1 no cálculo da média.

Observe que uma alteração no período de cálculo da média impacta também em seu resultado. Por exemplo, uma média móvel de cinco períodos para a série anterior traria um resultado conforme a seguir, porque consideraria somente os cinco últimos dados de preço, ou seja, de D7 a D11:

Pode-se observar que, quanto mais curto o período de uma média, mais rapidamente seu valor seguirá os preços, e vice-versa. A seguir, é apresentada uma tabela contendo uma série de dados e sua respectiva média móvel de cinco períodos.

Os primeiros quatro dias da MMS não têm valor, pois não há quantidade suficiente de dados para a formação da média. Isso significa dizer que, para formar ao menos um ponto de uma média móvel de N períodos, é necessário contar, ao menos, com N períodos. Por exemplo, para formar o primeiro ponto de uma média móvel simples de 200 dias, é preciso haver pelo menos 200 dias de cotações. Graficamente, a média móvel calculada no exemplo anterior suavizaria as oscilações de preços conforme a seguir:

A média móvel simples atribui pesos iguais a todos os preços, independentemente de esses preços serem recentes ou não.

Média Móvel Exponencial (MME) Ao contrário da média móvel simples, a média móvel exponencial atribui pesos exponencialmente decrescentes, quanto mais antigas forem as cotações do ativo. Matematicamente, a fórmula é apresentada como:

Em que: n = número de períodos considerados na média k = 2/(n+1) Considerando o mesmo número de períodos, a média móvel exponencial acompanha as oscilações mais rapidamente do que a MMS. O gráfico a seguir compara a MME (linha com quadrados) com a MMS. Observe que a MMS demora mais para responder às alterações de tendência, mostrando-se mais afastada dos preços quando a tendência se define.

Figura 3.1

MME versus MMS: VALE5

MACD Criado por Gerald Appel, o MACD é um indicador que mede a diferença entre duas médias móveis exponenciais. Em sua fórmula original, as médias móveis adotadas são a de 26 períodos e a de 12 períodos. Além dessas duas médias, uma média móvel exponencial de nove períodos é aplicada sobre o MACD a fim de indicar os sinais de compra e venda do ativo. Em geral, o gráfico do MACD apresenta um histograma junto com as linhas de sinais. O MACD histograma é a representação gráfica da diferença entre a linha de sinal e a linha do MACD. O histograma é utilizado para identificar com mais facilidade uma alteração na tendência.

Figura 3.2

MACD. CP = compra; VD = venda. Ponto de inflexão do histograma indica provável

correção da tendência. PETR4

No gráfico anterior, a linha com quadrados é a linha de sinal. Quando essa linha cruza de baixo para cima a linha do MACD, identifica-se um ponto de compra. De forma análoga, quando a linha de sinal cruza de cima para baixo a linha do MACD, identifica--se um ponto de venda. Outra forma de operar é utilizando o MACD histograma. Os traders usam os pontos de inflexão do histograma para verificar se um ativo está sobrecomprado ou sobrevendido.

Bandas de Bollinger (BB) Criadas por John Bollinger, as bandas de Bollinger servem para identificar tendências e volatilidade do mercado. Sua construção é feita plotando-se uma média móvel exponencial de 20 períodos e espelhando-a para cima e para baixo, utilizando-se dois desvios-padrão para cada lado espelhado. Conforme a figura a seguir, quando se utilizam dois desvios-padrão em uma distribuição normal, tem-se um intervalo de confiança de 95,46% de probabilidade.

Figura 3.3

Curva normal e distribuição das probabilidades ao redor da média

Principais características das BBs: O espaçamento entre as bandas variam de acordo com a volatilidade do ativo. Em períodos de aumento de volatilidade, as bandas se afastam e, em períodos de baixa volatilidade, elas se aproximam; Quanto mais próximas forem as bandas, maior será a probabilidade de fortes movimentos, com a quebra da baixa volatilidade; Um movimento iniciado em uma das bandas tende a persistir até a outra banda, apresentando resistência ou suporte na linha central (MME); Fundos e topos feitos dentro da banda em determinada direção indicam tendência. Fundos fora de uma banda seguidos de topos dentro da banda revelam provável reversão de tendência, e vice-versa; Preços que se movem para fora de uma banda apontam continuidade de uma tendência. Segue um exemplo de bandas de Bollinger:

Figura 3.4

Bandas de Bollinger: BBDC4

Como operar: Quando o preço encosta na banda inferior: alerta de alta. Quando o preço rompe ou tangencia a banda inferior: manutenção da tendência de baixa. Quando o preço rompe ou tangencia a banda inferior e, em seguida, rompe a MM para cima: alerta de alta. Quando o preço encosta na banda superior: alerta de baixa. Quando o preço rompe ou tangencia a banda superior: manutenção da tendência de alta. Quando o preço rompe ou tangencia a banda superior e, em seguida, rompe a MM para baixo: alerta de baixa.

Parabólico Sar O parabólico SAR1 foi desenvolvido por Welles Wilder. Posições compradas devem ser encerradas quando os preços caem abaixo do parabólico, e posições vendidas devem ser recompradas quando os preços superam o parabólico SAR.

Esse indicador também é utilizado por traders como pontos de stop. É apresentado no gráfico como pontos acima ou abaixo das barras ou candles. Quando o preço iguala o ponto do parabólico, a operação deve ser encerrada e revertida. A seguir, um exemplo gráfico do parabólico SAR:

Figura 3.5

Parabólico SAR: PETR4

3.2 Indicadores de Volume Conforme visto anteriormente, volumes altos qualificam movimentos dentro de uma tendência de rompimentos, além de identificar as fases de acumulação e distribuição. Os principais indicadores de volume são: On Balance Volume (OBV); Money Flow; Média Móvel de Volume (MMV).

On Balance Volume (OBV)

O OBV foi desenvolvido por Joe Granville. É um indicador totalizador de volume. Seu cálculo é simples e é feito adicionando o volume, quando o preço de fechamento do período fica acima do fechamento anterior, e subtraindo o volume, no caso inverso. A ideia por trás do OBV é identificar incrementos de volume antes de variações no preço, ou seja, identificar os movimentos de acumulação e distribuição. É importante estabelecer a tendência do OBV para tentar antever os movimentos de preço. Segue um gráfico com o indicador OBV e sua média móvel, a fim de identificar pontos de compra e venda:

Figura 3.6

OBV: PETR4

Money Flow Assim como o OBV, o money flow é um índice que visa a medir a força do fluxo de dinheiro comprando e vendendo um ativo. O money flow é calculado de 0 a 100. Acima de 80, é recomendável encurtar o stop, pois um topo está iminente. De forma análoga, números abaixo de 20

indicam formação de fundos e eventuais pontos de compra.

Figura 3.7

Money Flow apresentando divergência de alta entre o indicador e os preços: CSNA3

Por intermédio do money flow, é possível identificar divergências entre o indicador e os preços do ativo. Se os preços estão caindo e o money flow está subindo, pode ocorrer uma reversão de tendência. O gráfico anterior retrata essa situação.

Média Móvel de Volume (MMV) A média móvel de volume é a média móvel simples calculada em determinado período para o ativo. Por meio do cálculo da MMV, podem-se identificar visualmente aumentos repentinos de volume em relação à média. A seguir, um gráfico com a situação descrita:

Figura 3.8

MMV identificando aumento do volume antes do aumento de preços: ECOD3

3.3 Indicadores de Reversão de Tendência Também conhecidos como osciladores, os indicadores de reversão de tendência foram desenvolvidos para identificar variações bruscas em determinados intervalos, o que permite ao analista técnico posicionar-se a favor de uma nova tendência, ou até mesmo antecipar essa inversão. Os principais indicadores de reversão de tendências são: Índice de Força Relativa (IFR); Estocástico; Rate-of-Change (ROC).

Índice de Força Relativa (IFR) Elaborado por Welles Wilder em 1978, o IFR é um dos indicadores mais utilizados por analistas técnicos. Apesar de seu nome sugerir a comparação da força de um ativo em relação a outro, o IFR mede apenas a força de um único papel. O IFR afere o valor médio

das variações de alta em relação à soma das médias de alta e baixa. O índice original e mais comumente utilizado é o que considera 14 períodos em sua fórmula. O IFR varia de 0 a 100 e é utilizado para ver se o ativo está sobrecomprado ou sobrevendido, além de ser um indicador de divergências. Wilder apontou em seu livro2 cinco utilizações para o IFR: Topos e fundos: Se o IFR estiver acima de 70, considera-se que o ativo está sobrecomprado, pois a média das baixas está próxima de zero e, portanto, os fechamentos no período têm sido seguidamente positivos, mostrando que a ação está sendo fortemente comprada. Por outro lado, se o IFR estiver abaixo de 30, considera-se que o ativo está sobrevendido, pois a média das altas está próxima de zero e, portanto, os fechamentos no período têm sido seguidamente negativos, o que mostra que a ação está sendo fortemente vendida; Padrões gráficos: Algumas formações gráficas também ocorrem no IFR, como, por exemplo, triângulos, topos duplos, OCOs etc.; Antecipação de rompimentos: Muitas vezes, uma tendência ou um padrão é rompido antes no IFR e, em seguida, no gráfico de barras ou candle; Divergências entre o indicador e os preços do ativo: Se os preços estão caindo e o IFR está subindo, ou vice-versa, pode ocorrer uma reversão de tendência; Suportes e resistências: Níveis de suportes e resistências, além de seus rompimentos, também são analisados no IFR.

Figura 3.9

IFR sobrecomprado e sobrevendido: PETR4

Alguns traders utilizam o IFR com uma média móvel para identificar pontos de compra e de venda, conforme o gráfico a seguir:

Figura 3.10

IFR com média móvel: BRKM5

Estocástico e Estocástico Lento

O estocástico é um oscilador formado por duas linhas: a SK, que é o indicador, e a SD, que é a média da SK. É caracterizado por dar muitos sinais de compra e venda. Por esse motivo, e por apresentar muitos sinais de compra e venda inválidos, deixou de ser utilizado e, em seu lugar, surgiu o estocástico lento. O gráfico a seguir apresenta o estocástico e o estocástico lento, para efeito comparativo:

Figura 3.11

Comparação entre o estocástico e o estocástico lento: VALE5

O estocástico lento varia de 0 a 100 e é utilizado para ver se o ativo está sobrecomprado ou sobrevendido, além de ser um indicador de divergências. Pode-se utilizar o estocástico lento para: Topos e fundos: Se o estocástico lento estiver acima de 80, considera-se que o ativo está sobrecomprado, e, se o IFR estiver abaixo de 20, considera-se que o ativo está sobrevendido; Pontos de compra e venda: Quando a linha de SK cruza de baixo para cima a linha SD, identifica-se um ponto de compra. De forma análoga, quando a linha SK cruza de cima para baixo a linha do SD, identifica-se um ponto de venda;

Divergências entre o indicador e os preços do ativo: Se os preços estão caindo e o IFR está subindo, ou vice-versa, pode ocorrer uma reversão de tendência; Suportes e resistências: Níveis de suportes e resistências, além de seus rompimentos, também são analisados no IFR.

Rate-of-Change (ROC) O ROC é um indicador calculado dividindo-se o último preço pelo preço de N períodos passados. Portanto, o ROC mostra o quanto determinado ativo variou em determinado período. O ROC aumenta conforme os preços aumentam e diminui conforme os preços diminuem. Os períodos mais utilizados no ROC pelos traders são de 12, para curto prazo, e 20 e 40, para médio prazo. O ROC apresenta padrões cíclicos de acordo com o ativo. É possível identificar esses padrões e utilizá-los para antecipar movimentações de mercado, além de identificar zonas de sobrecomprados e sobrevendidos.

Figura 3.12

ROC: VALE5

3.4 Fibonacci e Elliot

Conforme visto no primeiro capítulo, a história de Fibonacci não está ligada apenas ao desenvolvimento da matemática atual, mas também, a exemplo do que ocorre com muitos analistas técnicos que atuam no mercado, ao que ficou conhecido como sequência de Fibonacci e razão áurea.

A Sequência de Fibonacci e a Teoria de Elliot A sequência de Fibonacci é definida matematicamente como:

Essa fórmula significa que a sequência começará com 0, seguida de 1, e, a partir de então, os próximos números são a soma dos dois números imediatamente anteriores. Sua presença no triângulo de Pascal (tabela de números binomiais), relações métricas na natureza e suas relações matemáticas internas mostram como essa sequência é importante para a matemática e para as aplicações humanas. Ao se dividir um número da sequência pelo número imediatamente anterior, obtém-se o resultado constante de 1,618, na medida em que a sequência tende ao infinito. Essa razão também é conhecida como razão áurea e é representada pela letra grega phi (Φ). Esse número também pode ser obtido pela seguinte expressão matemática:

Ao dividir um elemento n dessa sequência por seu posterior, resultará em

0,618 ou, mais precisamente, Φ−1 = 0,61803398… É importante ressaltar o caráter recursivo dessa progressão, ou seja, sua característica de se repetir e se construir com base em si, a partir da definição simples de seus dois primeiros elementos. Essa característica recursiva da sequência é fundamental para a aplicação das relações de Fibonacci às constantes ondas de expansão e retração do mercado, de acordo com a teoria de Elliot. Essa característica aplicada ao mercado implica que ele se repita dentro de si, formando um efeito de ondas. Para ilustrar melhor esse conceito, veja a imagem a seguir:

Figura 3.13

Ilustração geral para teoria das ondas de Elliot

Segundo Elliot, o mercado se move em ondas de expansão e retração que, de acordo com as relações da sequência de Fibonacci, formam um movimento que pode ser estimado. Esse movimento pode ser percebido em um prazo amplo de observação e se repete por meio da recursividade a prazos inferiores até o universo particular de cada negociação. Segundo essa teoria, a proporção desses movimentos segue a razão áurea e suas posteriores relações. A proposta de Elliot pode parecer ora complexa e fantasiosa – inclusive pelo título de sua obra, Lei da natureza: o segredo do universo –, ora harmoniosa e

factível, mas, independentemente de sua percepção de realidade e de sua capacidade de explicação, é fato que alguns analistas técnicos utilizam frequentemente com sucesso seus ensinamentos por meio das projeções de Fibonacci.

Aplicação A teoria de Elliot e Fibonacci aplicada ao mercado de ações se restringe a três pontos que, não por acaso, são de extrema importância para o analista técnico: Projeção de retração de mercado; Projeção de expansão do mercado; e Identificação de pivots de alta e de baixa. Portanto, com a utilização dessa teoria, o trader pode identificar oportunidades de compra, venda, objetivos e níveis de preços para a configuração de stops.

Projeção de Retração de Mercado A projeção de retração ocorre sempre após uma expansão de mercado, ou seja, a partir da identificação dos seguintes elementos, no caso de uma alta: 1. O menor fundo no intervalo de análise; 2. O maior topo após esse fundo no mesmo intervalo de análise. A partir desses dois pontos, é possível calcular três pontos a partir da razão áurea que indicam os pontos de suporte mais prováveis para esse gráfico: Um recuo até a proporção de 61,8% da extensão total da expansão, eventualmente arredondado para 62%, ou ainda 3/8 do movimento; Um recuo até a proporção de 50% da extensão total da expansão, também exibida sob forma de 1/2 do movimento; Um recuo até a proporção de 38,2% da extensão total da expansão,

eventualmente arredondado para 68%, ou ainda 5/8 do movimento. Segue a ilustração desse conceito:

Figura 3.14

Projeção de Retração de Mercado em alta

Observa-se que, após a formação da alta indicada, os suportes mais prováveis para a correção desse movimento são: A onda A indica um recuo até o nível de 0,618 e posterior continuação da alta; A onda B indica um recuo até o nível de 0,5 e posterior continuação da alta; A onda C indica um recuo até o nível de 0,382 e posterior continuação da alta; A onda D indica um recuo até o nível de 0 (correção total da última expansão) e posterior continuação da alta. Nesse caso, por se projetar a correção de uma tendência de alta, não se considera a hipótese de recuo além da perda de 100% do movimento, o que caracterizaria uma inversão de tendência. Para uma correção de alta em uma tendência de baixa, tem-se uma situação inversa, conforme a seguir:

Figura 3.15

Projeção de Retração de Mercado de baixa

A projeção de recuperação de uma baixa ocorre sempre após uma queda de mercado, a partir da identificação dos seguintes elementos: 1. O maior topo no intervalo de análise; 2. O menor fundo após esse topo, no mesmo intervalo de análise. Observa-se que, após a formação da baixa indicada, as resistências mais prováveis para a correção desse movimento são: A onda A indica um avanço até o nível de 0,618 e posterior continuação da baixa; A onda B indica um avanço até o nível de 0,5 e posterior continuação da baixa; A onda C indica um avanço até o nível de 0,382 e posterior continuação da baixa; A onda D indica um avanço até o nível de 0 (correção total da última expansão) e posterior continuação da alta. Analogamente ao caso anterior, por se projetar a correção de uma tendência de baixa, não se considera a hipótese de recuo além da recuperação de 100% do

movimento, o que caracterizaria uma inversão de tendência. Seguem alguns exemplos para retrações de baixa e de alta: No gráfico imediatamente a seguir, BBDC4 formou um fundo e um topo. Com a projeção de Fibonacci, foi possível identificar um nível de suporte em 18,82, que é respeitado.

Figura 3.16

Exemplo de Projeção de Retração de Mercado de alta: BBDC4

Pregões adiante, um novo topo é formado e um novo recuo com suporte é novamente identificado pela retração de Fibonacci em 20,40:

Figura 3.17

Exemplo de Projeção de Retração de Mercado de alta: BBDC4

No próximo gráfico, é possível identificar em LAME4 que a região da resistência em 50% do movimento do gráfico (16,28), considerando o topo formado em outubro e o fundo em janeiro, foi confirmada como importante resistência ao avanço dos preços desse papel, cujo movimento seguinte resultou em continuação da tendência de baixa.

Figura 3.18

Exemplo de Projeção de Retração de Mercado de baixa: LAME4

Mesmo considerando o topo em dezembro de 2007, a projeção de Fibonacci continua a apontar para uma região de resistência respeitada.

Figura 3.19

Exemplo de Projeção de Retração de Mercado de baixa: LAME4

Projeção de Expansão de Mercado Após um recuo em tendência de alta, espera-se uma expansão de mercado que pode ser calculada utilizando como referência os seguintes pontos: 1. O menor fundo no intervalo de análise; 2. O maior topo após esse fundo, no mesmo intervalo de análise. Começando nesses dois pontos, é possível calcular três outros a partir da razão áurea, que revelam os prováveis objetivos de expansão para esse gráfico: Um avanço até a proporção de 161,8% da extensão total da expansão inicial, eventualmente arredondado para 162%; Um avanço até a proporção de 200% da extensão total da expansão inicial; Um avanço até a proporção de 261,8% da extensão total da expansão inicial, eventualmente arredondado para 262%; Números secundários também são comuns, a partir de outras associações com a razão áurea: 138,2%, 150%, 238,2%, 300% etc. OBSERVAÇÃO: Uma expansão até os 100% do movimento também pode

ser considerada uma resistência, mas não se trata de uma expansão de fato, uma vez que não supera o movimento original. Segue a ilustração desse conceito:

Figura 3.20

Projeção de Expansão de Mercado de Alta

Mais uma vez analisando a ação BBDC4, identifica-se um fundo em meados de junho de 2006 e um topo formado em meados de julho do mesmo ano. Repare que os topos formados em novembro de 2006, janeiro de 2007 e maio de 2007 sofreram resistência de preços nos níveis de projeções de Fibonacci.

Figura 3.21

Exemplo de Projeção de Expansão de Mercado de alta: BBDC4

Em uma tendência de baixa, após a breve recuperação de preços do papel, espera-se uma continuação da queda de preços, que pode ser calculada utilizando como referência os seguintes pontos: 1. O maior topo no intervalo de análise; 2. O menor fundo após esse topo, no mesmo intervalo de análise. A partir desses dois pontos com a razão áurea, é possível calcular três outros pontos que indicam os mais prováveis níveis de objetivo de baixa para esse gráfico: Uma perda até a proporção de 161,8% da extensão total da expansão inicial, percentual eventualmente arredondado para 162%; Uma perda até a proporção de 200% da extensão total da expansão inicial; Uma perda até a proporção de 261,8% da extensão total da expansão inicial, percentual eventualmente arredondado para 262%; Números secundários também são comuns, a partir de outras associações com a razão áurea: 138,2%, 150%, 238,2%, 300% etc. OBSERVAÇÃO: Uma perda até os 100% do movimento também pode ser considerada um suporte, mas não se trata, nesse caso, de uma continuação da queda, uma vez que não supera o movimento original. Segue a ilustração desse conceito:

Figura 3.22

Projeção de Expansão de Mercado de baixa

O gráfico a seguir ilustra um exemplo com GOLL4. Um topo foi identificado em junho de 2007 e um fundo foi formado em meados de julho do mesmo ano. Repare que os fundos formados em janeiro de 2008, março de 2008 e julho de 2007 respeitaram os níveis de Fibonacci.

Figura 3.23

Exemplo de Projeção de Expansão de Mercado de baixa: GOLL4

Nesse exemplo, após um recuo acima da resistência em Fibonacci, o preço do

papel formou uma resistência na região de 100% do movimento indicado.

Identificação e Projeção de Pivots Pivots são formações que revelam rompimento de uma tendência de alta ou de baixa. Suas principais características são: Um pivot de baixa indica o fim de uma tendência de alta. Sua formação pode ser identificada quando os preços perdem a linha de tendência de alta e formam um fundo e um topo abaixo do fundo e do topo anterior. O suporte formado por esse fundo, então, é rompido; Um pivot de alta revela o fim de uma tendência de baixa. Sua formação pode ser identificada quando os preços superam a linha de tendência de baixa e formam um topo e um fundo acima de topo e fundo anteriores. A resistência formada por esse topo, então, é rompida; Um pivot formado indica projeções de preços e eventuais resistências ou suportes baseados na razão áurea, que a tendência recém-formada possivelmente buscará; A projeção se dá pela simples repetição do primeiro movimento da nova tendência utilizando como base o fim do pivot, em que então são indicados os pontos de Fibonacci. A seguir, temos a ilustração de um pivot de alta. Repare na repetição da onda A. Essa projeção diverge de uma expansão por se tratar do início de uma tendência.

Figura 3.24

Projeção de Pivot de alta

Segue um exemplo com a VIVO4, ação que esteve em tendência de baixa ao longo de 2008 e apresentou um pivot de alta, formado pelo rompimento do topo anterior ao fim de novembro e pelo fundo anterior (do pivot) em meados de novembro, acima do menor fundo do período, formado ao final de outubro. Após o rompimento em 24,40, o pivot projetava uma alta com última resistência em 27,24, que foi rompida.

Figura 3.25

Exemplo de Projeção de Pivot de alta: MPXE3

Segue a ilustração de um pivot de baixa. Repare na repetição da onda A. Essa projeção diverge de uma expansão por se tratar do início de uma tendência.

Figura 3.26

Projeção de Pivot de baixa

A seguir, é apresentado um exemplo com a USIM5, ação que esteve em tendência de alta ao longo de 2008, apresentou um pivot de baixa formado pelo fundo anterior rompido em meados de junho e pelo topo anterior do pivot no começo de junho, abaixo do maior topo do período, formado em meados de maio. Com o rompimento em 78,38, o pivot projetava uma baixa com último suporte em 71,32, que foi perdido.

Figura 3.27

Exemplo de Projeção de Pivot de baixa: USIM5

1 SAR refere-se à abreviatura em inglês de Stop and Reversal, ou Parar e Reverter. 2 O livro New Concepts in Technical Trading Systems, de Welles Wilder, foi escrito em 1978 e é

considerado a principal obra sobre indicadores da literatura de análise técnica.

CAPÍTULO 4

Psicologia e Planejamento Operacional Ganhos consistentes no mercado não dependem apenas de técnica. A atividade de um trader não é uma ciência exata. A análise técnica aumenta a probabilidade de ganhos, mas o que definirá os resultados é o planejamento do trade, a disciplina em executá-lo e o controle de risco.

4.1 Planejamento Operacional Há um ditado famoso no mercado financeiro que diz: “Planeje seu trade e trade seu plano”.1 É necessário seguir algumas regras antes e durante o trade: O primeiro passo para se obterem ganhos consistentes é não ter perdas consistentes; Crie seu trading system, ou seja, escolha o que usar para decidir quando comprar e quando vender; A tendência é sua amiga. Planeje seus trades a favor dela; Aceite apenas perdas pequenas. Uma perda de 10% é recuperada com um ganho de 11%. Todavia, uma perda de 50% só é recuperada com um ganho de 100%; Deixe seus ganhos crescerem. Utilize o reposicionamento de stops ou stop móvel para aumentar sua rentabilidade; Não negocie muitos ativos com pouco capital. A diversificação diminui o

risco, mas também diminui a rentabilidade; Utilize stops para a redução de risco. Grandes tacadas rápidas são raras. É mais fácil ter muitos pequenos e rentáveis trades rápidos ou ter poucos e muito rentáveis trades longos; Cuidado com boatos e dicas; Planeje minuciosamente seu trade. Preencha sempre a tabela a seguir para cada trade analisado. Código do ativo Preço de compra (PC) Justificativa para compra 1ª Resistência 2ª Resistência Preço-alvo (PA) Justificativa do preço-alvo Tempo estimado para o objetivo Stop Loss (SL) Justificativa do Stop Loss Retorno potencial (ReP = PA – PC) Risco potencial (RsP = PC – SL) Relação retorno potencial versus Risco (Rep/RsP) Prosseguir com a operação? s/n?

4.2 Psicologia de Mercado O mercado é formado por pessoas físicas, pessoas jurídicas, investidores estrangeiros e investidores institucionais. Ele é a reunião de um enorme número

de pessoas disputando o mesmo objetivo: rentabilidade. O que um participante do mercado compra, outro vende. É o que denominamos de soma zero. Portanto, o que um participante do mercado ganha, outros perdem. Logo, todos os participantes do mercado querem seu dinheiro e estão do outro lado da mesa. Conclui-se, então, que um trader deve analisar o mercado sozinho e executar à risca seu planejamento de trade. O fato de analisar e executar um trade sozinho, sem a interferência do mercado, não implica ir contra o mercado. O mercado é mais forte que você. Essa força deve ser respeitada, mas não deve ser temida. É possível que um trade identifique oportunidades antes que a maior parte do mercado. Se isso acontecer, será um trade lucrativo; se não acontecer, seu stop será acionado.

4.3 Psicologia de Massa A psicologia das massas diz que massas apresentam um comportamento simples, muitas vezes primitivo e repetitivo. Você deve utilizar esse conhecimento a seu favor, e não aderir às massas. Muitas vezes, um trader não inicia o trade planejado devido à influência de terceiros, da mídia ou do mercado. É impossível para um trader controlar o mercado. Porém, um trader pode controlar a execução de seu plano e deve executá-lo, independentemente do sentimento do mercado ou de suas emoções. Quando um trader entra em uma operação, surgem três emoções comuns: ganância, medo e paralisia. A ganância faz com que um trader entre em trades com muito risco, muitas vezes com tamanho de posições acima de sua capacidade financeira e ignorando os sinais de reversão. O medo, por outro lado, faz com que um trader muitas vezes saia de seu planejamento e encerre uma operação antes do planejado. Segundo Steenbarger (2003), um estudo identificou que a maioria dos

indivíduos está mais sujeita a correr riscos para perdas do que para ganhos. Nesse estudo, foram distribuídos US$1 mil por pessoa e se ofereceram as seguintes alternativas: Ter 50% de chance de ganhar mais US$1 mil; ou Ganhar com certeza US$500. Nesse caso, 84% dos participantes responderam que prefeririam ganhar os US$500 garantidos a correr o risco de ganhar US$1 mil. Em um momento posterior, foram oferecidos US$2 mil e as seguintes novas alternativas: Ter 50% de chance de perder US$1 mil; ou Perder com certeza US$500. Nesse caso, 70% dos participantes responderam que prefeririam arriscar perder os US$1 mil a ter a certeza de perder US$500. A paralisia ocorre quando o mercado vai contra o planejamento inicial e o trade inicia-se com uma perda. Nesse caso, o trader deveria encerrar a operação no ponto de stop identificado no planejamento inicial. Porém, o trader ignora esse ponto e passa a torcer para que as cotações andem na direção planejada. Em geral, nessa situação, as perdas do trader se aprofundam e ele inicia um processo de negação. Nesse processo, o trader fica, além de paralisado, à parte do mercado, na medida em que passa a ignorar as cotações e não busca mais informações sobre sua carteira.

4.4 Controle de Risco: Uso de Stops Conforme já dito, o controle de risco é de extrema importância para um trader obter sucesso em seus investimentos. Controle de risco para um trader não é diversificação, e sim utilização correta

de stops e o correto cálculo da relação retorno potencial versus risco potencial. Um trade só deve ser iniciado se, após a análise e o planejamento, a relação retorno potencial versus risco potencial for de, no mínimo, R$3 de retorno para R$1 de risco. O que define o risco de um trade é onde o stop é colocado. Um stop sempre deve ser colocado abaixo de uma linha de suporte. Os tipos de stop de proteção mais comuns são: stop loss e stop móvel.

Stop Loss É uma ordem de venda com o preço abaixo da cotação do ativo no momento de sua colocação. Tem como objetivo vender um papel com um pequeno prejuízo. O stop loss fica em stand by, ou seja, aguardando o preço de disparo ser atingido para a ordem de venda ir para a bolsa. É utilizado para vender um ativo caso o mercado siga em direção contrária à esperada.

Stop Móvel É uma venda programada, assim como o stop loss. Quando o preço do papel chega ao preço programado, a ordem é enviada ao preço solicitado. Diferente do stop loss, à medida que a cotação do papel vai aumentando, o stop móvel reprograma automaticamente os valores de disparo e venda da ordem programada. Exemplo: Um investidor envia uma ordem stop móvel para VALE5, que, no momento, está cotada a R$30. Preço de disparo do loss: R$29,10 (preço em que a ordem é enviada para a bolsa); Preço-limite do Loss: R$29,00 (preço efetivo de venda da ordem disparada); Início da mobilidade: R$31,00 (preço em que o stop começa a se movimentar

para cima); Ajuste inicial: R$0,50 (valor somado aos preços de disparo e limite, somente no primeiro movimento do stop móvel. Nesse exemplo, quando ocorrer algum negócio nesse papel no valor de R$31,00 (início) ou superior, serão somados R$0,50 (ajuste) ao preço de disparo e ao preço-limite. Os novos valores ficam com a seguinte configuração: Preço de disparo do loss: R$29,60; Preço-limite do loss: R$29,50. Caso a cotação do papel continue subindo, o valor do preço de disparo e do preço-limite sobe conforme a cotação do papel. Quando o papel subir R$0,01 (um centavo), o preço de disparo e o preço-limite também sobem R$0,01(um centavo). Caso o preço do papel recue, ou seja, caia de R$31,50 para R$30,90, por exemplo, os valores de disparo e limite do loss permanecem constantes. Segue o planejamento de um trade com PETR4:

Figura 4.1

Exemplo de trade planejado

Essa análise foi feita da seguinte forma: 1. Identificou-se uma tendência primária de baixa que foi rompida com um gap de rompimento com forte volume, gerando a primeira oportunidade de compra; 2. Plotaram-se duas médias móveis exponenciais: uma de 20 dias e outra de 40 dias. Essas médias se cruzaram antes do rompimento da tendência primária de baixa, alertando antecipadamente para uma inversão de tendência; 3. Identificou-se uma tendência secundária de alta. Observe que os preços chegaram a tocar essa tendência. Um trader arrojado poderia utilizar essa proximidade com a LTA como um ponto de compra; 4. Identificou-se um ponto de stop em R$24,30, abaixo da LTA secundária e abaixo do último fundo a tocar essa LTA. Se os preços caíssem abaixo desse nível, haveria a certeza de que um novo fundo seria formado e que a LTA secundária teria sido rompida; 5. Identificou-se um ombro-cabeça-ombro invertido, com linha de pescoço

levemente inclinada; 6. Aguardou-se o rompimento da linha de pescoço, ocorrido em R$26,51, gerando a segunda oportunidade de compra; 7. Mediu-se a altura do OCOI em R$10,50, e estabeleceu-se um preço projetado de R$37,00; 8. Calculou-se o risco da operação em R$2,21 (R$26,51 – R$24,30); 9. Calculou-se o Retorno versus Risco: R$10,50/R$2,21; 10. Decidiu-se prosseguir com a operação; 11. Preços fizeram um pullback na linha de pescoço do OCOI, gerando a terceira oportunidade de compra no ativo. A partir da análise foi, elaborado portanto, o seguinte plano de trade: Ação

PETR4

Preço de compra (PC)

R$26,51/ação em 08/02/2009

Justificativa para compra

Rompimento da Linha de Pescoço do OCOI

1ª Resistência

R$ 30,00

2ª Resistência

R$ 35,00

Preço–alvo (PA)

R$37,00/ação

Justificativa do preço–alvo

Projeção esperada para OCOI

Tempo estimado para o objetivo

10 a 12 semanas

Stop Loss (SL)

R$24,30/ação

Justificativa do Stop Loss

Abaixo do último fundo e acima do gap

Retorno potencial (ReP = PA – PC)

R$10,50/ação ou 39,60%

Risco potencial (RsP = PC – SL)

R$2,21/ação ou8,33%

Relação retorno potencial versus Risco (Rep/RsP)

R$4,75 de retorno para cada R$ 1,00 de risco

Prosseguir com a operação?

Sim

1 Tradução do ditado norte-americano, “Plan your trade and trade your plan.”

CAPÍTULO 5

Estratégia Aplicada 5.1 Estratégia com Suportes e Resistências (S/R) Estratégias baseadas em suportes e resistências visam a identificar pontos de compra e de venda em rompimentos de topos e fundos, além de oportunidades de compra próximas aos suportes e de vendas próximas às resistências. Ao ocorrer um rompimento, ou uma proximidade com importantes níveis de suporte ou resistências de preços, de acordo com os estudos já realizados pela teoria de Dow e em padrões gráficos, o trader poderá aproveitar-se das flutuações de preços mais rápidas e utilizar as barreiras psicológicas dos preços a seu favor.

Operando S/R em Mercados de Tendência de Alta Após identificar a tendência de alta no papel analisado, é possível definir os seguintes pontos para a operação: Entrada do trade: compra próxima ao suporte, com preços superando o suporte com volume; Saída do trade: venda próxima à resistência seguinte, com possibilidade de manter a posição caso o volume seja crescente. Próximo à resistência, é recomendável encurtar o stop, em vez de efetuar uma venda simples; Nível de stop loss: no preço mínimo do atual suporte ou próximo suporte, de acordo com o planejamento de risco. OBSERVAÇÃO: Na ausência de resistências próximas a serem rompidas, o

mais adequado é a estimativa por meio de expansões de Fibonacci associadas a projeções do canal de alta. Ilustração e exemplo dessa operação:

Figura 5.1

Operando S/R em mercados de tendência de alta: ITAU4

Observe que, no ponto de entrada de BBDC4, em setembro de 2004, o volume da queda foi baixo e a tendência predominante era de alta.

Operando S/R em Mercados de Tendência de Baixa Após a definição da tendência de alta no papel analisado, podem-se definir os seguintes pontos para a operação: Entrada do trade: venda próxima à resistência, com preços decrescendo abaixo da resistência e com volume; Saída do trade: compra próxima ao suporte, com possibilidade de manter a posição caso o volume seja crescente. Próximo ao suporte, é recomendável encurtar o stop, em vez de efetuar uma compra simples; Nível de stop loss: no preço máximo da atual resistência ou da próxima resistência, de acordo com o planejamento de risco. OBSERVAÇÃO: Na ausência de resistências próximas a serem rompidas, o

mais adequado seria a estimativa por meio de expansões de Fibonacci associadas a projeções do canal de baixa. Ilustração e exemplo dessa operação:

Figura 5.2

Operando S/R em mercados de tendência de baixa: EMBR3

Operando S/R em Mercados Laterais A abordagem de um canal lateral para estratégias de S/R incorpora elementos de tendência de alta e de baixa, como veremos adiante. Após a definição da tendência lateral no papel analisado, podem-se definir os seguintes pontos para a operação: Para compra: Entrada do trade: recuperação dos preços após toque do suporte indica compra; Saída do trade: venda abaixo da próxima resistência, com a possibilidade de manter a posição caso o volume seja crescente. Próximo à resistência, é recomendável encurtar o stop, em vez de efetuar uma venda simples; Nível de stop loss: no preço mínimo ou a um preço menor do que o atual suporte, de acordo com o planejamento de risco. Para venda:

Entrada do trade: a perda do nível de preços após toque da resistência indica venda se a alta for identificada com volume baixo; Saída do trade: compra acima do próximo suporte, com a possibilidade de manter a posição caso o volume seja crescente. Próximo ao suporte, é recomendável encurtar o stop, em vez de efetuar uma compra simples; Nível de stop loss: no preço máximo ou a um preço maior do que a atual resistência, de acordo com o planejamento de risco. A ilustração dessas operações está logo a seguir:

Figura 5.3

Operando S/R em mercados laterais

A seguir, um exemplo com o papel ELET6 em 2008:

Figura 5.4

Operando S/R em mercados laterais: CPFE3

Veja como, na data selecionada como a indicada para compra, houve forte diminuição de volume sobre suporte, sinalizando a compra. No dia seguinte, ainda que a baixa tenha servido apenas para confirmar a operação, o stop não foi acionado, e o papel com volume crescente rapidamente atingiu o objetivo. Nessa mesma situação, a operação de venda poderia ser acionada, pois a tentativa de rompimento ocorreu com volume baixo, e o papel novamente buscou a região de suporte em 23,20.

Operando S/R com Padrões Muitos padrões apresentam em sua formação a presença de S/R, em que cabe uma análise de como operar S/R em padrões. Após a identificação do padrão no papel analisado, podem-se definir os seguintes pontos para a operação: Entrada do trade: rompimento das linhas de referência (S/R inclinados ou horizontais); Saída do trade: projeção do preço objetivo no padrão, com eventual ajuste de stop em casos de pullbacks, o que poderia significar uma saída antecipada do papel; Nível de stop loss: último fundo (em caso de padrões de alta) ou último topo (em caso de padrões de baixa). A seguir, um exemplo de padrão identificado. Repare que, nesse caso, o suporte rompido refere-se à linha de pescoço do ombro-cabeça-ombro identificado:

Figura 5.5

Operando S/R com padrões: PETR4

Operando S/R Horizontais S/R horizontais referem-se a situações em que existem suportes ou resistências não associados a outros elementos gráficos, tais como padrões ou canais. Nesse caso, a operação de S/R vai ocorrer com base em rompimentos, desde que confirmados pelo volume. Esse tipo de operação também é aplicado a suportes e resistências em números redondos, de último fundo e último topo, e de fundos e topos históricos. Após a identificação do padrão no papel analisado, podem-se definir os seguintes pontos para a operação: Para compra: Entrada do trade: rompimento de resistência horizontal identificada, com volume; Saída do trade: venda abaixo da próxima resistência (projetada, se não houver), com a possibilidade de manter a posição caso o volume seja crescente. Próximo à resistência, é recomendável encurtar o stop, em vez de efetuar uma venda simples;

Nível de stop loss: no preço mínimo ou a um preço menor do que o atual suporte, de acordo com o planejamento de risco. Para venda: Entrada do trade: rompimento de suporte horizontal identificado, com volume; Saída do trade: compra acima do próximo suporte (projetado, se não houver), com a possibilidade de manter a posição caso o volume seja crescente. Próximo ao suporte, é recomendável encurtar o stop, em vez de efetuar uma compra simples; Nível de stop loss: no preço máximo ou a um preço maior do que o atual suporte, de acordo com o planejamento de risco. Segue uma ilustração das operações identificadas S/R horizontais.

Figura 5.6

Operando S/R horizontais

Vale notar que, nesse caso, a projeção do objetivo foi dada por uma simples distância de S/R projetados além do ponto de entrada. Como já visto em capítulos anteriores, existem diversas maneiras de se projetarem esses objetivos, dependendo do perfil de operação e das premissas utilizadas. O exemplo a seguir de operações sugeridas em SDIA4 não só exibe os dois casos dessa estratégia, como também é um exemplo rico em outras situações de

rompimentos de S/R, inclusive do tópico anterior.

Figura 5.7

Operando S/R horizontais: RDCD3

Operando S/R de Médias Móveis As médias móveis, quando tratadas individualmente, podem ser utilizadas para a formulação de estratégias de S/R, atuando como S/R dinâmicos do papel, dada sua natureza móvel. Vale ressaltar que, como muitos analistas e investidores utilizam médias em suas análises, elas acabam se tornando importantes aliadas na determinação de S/R. Um exemplo desse caso refere-se à média de 200 períodos, que reflete comportamentos de longo prazo quando aplicados a gráficos de periodicidade diária. É bastante comum notar uma força de reação ao rompimento acima ou abaixo dessa média na maioria dos papéis. Observe o exemplo de um gráfico de longo prazo em AMBV4:

Figura 5.8

Operando S/R de médias móveis: AMBV4

Repare que, nos momentos indicados pelas linhas verticais, o gráfico indica muita dificuldade para romper sua média de 200 períodos em direção contrária à sua tendência atual.

5.2 Estratégia de Cruzamento com Médias Móveis O cruzamento de médias móveis é a estratégia básica e mais robusta disponível para a utilização de médias móveis, independentemente do tipo de média em questão. Conforme visto anteriormente, por meio de médias móveis, é possível identificar tendências. Utilizando três médias móveis – uma de 20 dias, uma de 40 dias e uma de 60 dias –, é possível verificar a direção de uma tendência quando as médias se alinham. Em uma tendência de alta, médias mais curtas apresentam os maiores valores, enquanto, em tendência de baixa, médias mais longas apresentam os maiores valores. Devido a esse alinhamento das médias de acordo com a tendência, é possível identificar alterações na tendência quando as médias alternam seu alinhamento.

Se o papel está em tendência de baixa e a média móvel de 20 dias cruza de baixo para cima as médias móveis de 40 dias e 60 dias, respectivamente, é um sinal de que a tendência pode estar se alterando. Se, posteriormente, a média de 40 dias cruzar de baixo para cima a média de 60 dias, as médias estarão alinhadas em formação de tendência de alta, o que identifica a reversão de tendência. A partir dessa premissa, é possível adotar as seguintes hipóteses para fundamentar nossa estratégia: Quando duas ou mais médias estão alinhadas em movimento ascendente, o papel está em tendência de alta; Quando duas ou mais médias estão alinhadas em movimento descendente, o papel está em tendência de baixa; Quando duas ou mais médias divergem de direção, temos um mercado em momento de indecisão; Quando duas ou mais médias andam muito próximas entre si, com ou sem os preços próximos, o mercado é lateral. Dessas hipóteses, surgem os momentos de entrada e saída das operações pelo cruzamento de médias móveis: Quando a média curta cruza de baixo para cima a média longa, o mercado é de alta; Quando a média curta cruza de cima para baixo a média longa, o mercado é de baixa. Observação: esse tipo de estratégia é uma das poucas que ignoram completamente os efeitos do volume sobre as decisões da estratégia a ser tomada. A seguir, um exemplo da identificação desses momentos em BBAS3.

Figura 5.9

Exemplo de Estratégia de Cruzamento com Médias Móveis: BBAS3

Nesse gráfico, foram identificados os principais movimentos do papel em relação às suas médias, em que os números indicam os seguintes momentos identificados: 2002: Clara tendência de baixa; 2003: Tendência indefinida; 2004: Tendência indefinida; 2005: Tendência indefinida; 2006 Clara tendência de alta; 2007: Tendência indefinida; 2008: Clara tendência de alta; 2009: Clara tendência de alta; 2010: Clara tendência de baixa. Para identificar as operações compradas e vendidas, basta reconhecer o posicionamento das médias, conforme já descrito. Em termos práticos, identificar uma média de curto e de longo prazo que

reflitam da melhor maneira possível os movimentos de um dado papel é uma pesquisa empírica que, em geral, parte de um processo de simples comparação de pares de médias, que pode ser demorado para o investidor mais exigente, caso não exista um método otimizador. No entanto, deixamos aqui registrados os valores de médias mais comuns para a composição de pares, muitos dos quais são extraídos da sequência de Fibonacci: 3, 5, 8, 10, 13, 20, 21, 30, 34, 50, 55, 80, 100, 150, 200 e 300.

CAPÍTULO 6

Próximos Passos Assim como no primeiro livro, volto a enfatizar a importância e a necessidade do aprendizado contínuo. Sugiro que acesse o site do investeducar e verifique a agenda de cursos, além dos eventos gratuitos que são promovidos pela empresa. Em seguida, inscreva-se no Folhainvest ou no UOLinvest, sites de simulações de investimentos, e invista seus reais fictícios. Por fim, abra uma conta em um Home Broker e comece a investir com pouco dinheiro, pois somente dessa forma será possível saber quais serão suas reações frente aos movimentos de alta e de baixa do mercado. Por mais real que uma simulação seja, nunca será completa, pois você sempre saberá que, no fim, não perderá dinheiro de verdade. Elaborei uma lista de sites úteis, categorizados por assuntos e com breves comentários, para que você possa continuar a explorar o universo financeiro.

Cursos e Educação Financeira investeducar: http://www.investeducar.com.br Uma das maiores empresas independentes de educação financeira do Brasil. Ministra cursos em todo Brasil, além de palestras gratuitas. Seu site tem vasta referência em conteúdo financeiro, além de um fórum de discussões no qual os professores da empresa participam respondendo a dúvidas de mercado. Expo Money: http://www.expomoney.com.br Maior feira de investimentos da América Latina. Presente em mais de 10 estados. É possível ter contato com corretoras, empresas de capital aberto,

empresas de educação financeira. A visitação ao evento e suas palestras são gratuitas. Como Investir: http://www.comoinvestir.com.br Site promovido pela Anbid, Associação Nacional dos Bancos de Investimento. Referência para investidores iniciantes. Ancor: http://www.ancor.com.br Site da Associação Nacional das Corretoras de Valores, Câmbio e Mercadorias. É possível encontrar diversos cursos de mercado financeiro. Anbima: http://www.anbima.com.br Site da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, tem diversos cursos, publicações e acesso a dados econômicos. BM&FBovespa: http://www.bovespa.com.br Site da bolsa de valores brasileira. No menu investidor, é possível verificar as opções de cursos e acessar manuais e conteúdos educacionais.

NOTíCIAS E COTAçõES DE MERCADOS UltimoInstante: http://www.ultimoinstante.com.br Maior site de notícias focadas em bolsa de valores do Brasil. Infomoney: http://www.infomoney.com.br Um dos maiores portais de investimentos do Brasil. AEinvestimentos: http://economia.estadao.com.br/ Site do grupo Agência Estado, reconhecido pela qualidade e rapidez de suas informações financeiras. Yahoo Finance Brasil: http://br.finance.yahoo.com Site com cotações, notícias e ferramentas para o investidor. MarketWatch: http://www.marketwatch.com Maior portal de notícias, análises e ferramentas de suporte para investidores dos Estados Unidos. Excelente fonte de informações sobre o mercado norteamericano.

Yahoo Finance Internacional: http://finance.yahoo.com Site de notícias, análises e ferramentas de suporte para investidores nos Estados Unidos. Bloomberg: http://www.bloomberg.com Site de notícias, análises e ferramentas de suporte para investidores nos Estados Unidos. Reconhecido pela qualidade e rapidez na divulgação de notícias.

Simulação de Bolsa de Valores Folhainvest: http://www.folhainvest.com.br Simulação gratuita com cotações em tempo real. Os inscritos recebem um saldo fictício de R$200 mil. UOLinvest: http://uolinvest.economia.uol.com.br/ Simulação gratuita com cotações em tempo real. Os inscritos recebem um saldo fictício de R$200 mil.

Análise Técnica Chat Diário: https://www.investbolsa.com.br/Investir-na-Bolsa/Analises/ Chat que ocorre diariamente, uma hora antes da abertura do pregão. A leitura é aberta a todos e a participação, restrita a clientes. Para acessar, clique em “Chat Pré-Abertura”. Análises Diárias: https://www.investbolsa.com.br/Investir-na-Bolsa/Analises/ Análises disponibilizadas diariamente, pela manhã, sobre mais de 80 ativos. Para acessar, clique em “Análise Técnica investBolsa”.

Ferramentas Gráficas Operador+: https://www.investbolsa.com.br/Sistema/operador.aspx Ferramenta avançada de análise técnica. Disponível gratuitamente aos clientes

do investbolsa. Investeducar: http://www.investeducar.com.br/Grafico/NoApplet.aspx Ferramenta on-line de análise técnica. Disponível gratuitamente. Grafix: http://www.grafix2.com Apesar de poucos recursos, é uma das poucas ferramentas gratuitas disponíveis. StockCharts: http://www.stockcharts.com Site americano com recursos on-line de análise técnica. AEBroadcast: http://www.ae.com.br/institucional/aeb.htm Ferramenta de análise técnica da Agência Estado. Serviço pago. Enfoque: http://www.enfoque.com.br Ferramenta de análise técnica da Enfoque. Serviço pago. CMA: http://www.cma.com.br Ferramenta de análise técnica da CMA. Serviço pago. ProfitChart: http://www.nelogica.com.br Ferramenta de análise técnica da Nelogica. Serviço pago. Cedro: http://www.cedrofinances.com.br Ferramenta de análise técnica da Cedro Finances. Serviço pago. Apligraf: http://www.apligraf.com.br Ferramenta de análise técnica da Apligraf. Serviço pago.

ANEXO I Suportes e Resistências Topos e Fundos/Canais 1. Identifique no gráfico a seguir: Tendência primária de alta; Tendência primária de baixa; Cinco tendências secundárias; Cinco tendências terciárias.

2. Identifique as três fases indicadas por Dow para o movimento de alta a seguir.

3. Identifique o canal de baixa do papel a seguir, indicando os topos e fundos tangentes ao canal de baixa.

4. Identifique o canal de alta do papel a seguir, indicando os topos e fundos tangentes ao canal de alta. Repare que o canal de alta foi perdido no meio de junho.

ANEXO II Padrões Gráficos 1. No gráfico a seguir, identifique os S/R, uma formação de OCO e um topo duplo. Sugira compra ou venda do papel com base nesse gráfico. Defina um nível de stop.

2. No gráfico a seguir, identifique os S/R e um canal de alta. Sugira compra ou venda do papel com base nesse gráfico. Defina um nível de stop.

3. No gráfico a seguir, identifique os S/R e um canal de baixa. Sugira compra ou venda do papel com base nesse gráfico. Defina um nível de stop.

4. No gráfico a seguir, identifique os S/R e uma flâmula de alta em novembro. Sugira compra ou venda do papel com base no gráfico para o último pregão. Defina um nível de stop.

5. No gráfico a seguir, identifique os S/R e um topo triplo que perdeu o suporte. Sugira um objetivo de preço com base no rompimento desse suporte.

6. No gráfico seguinte, identifique os S/R e um triângulo simétrico. Sugira um objetivo de preço com base no rompimento desse suporte. Defina um nível de stop.

7. No gráfico a seguir, identifique os S/R e um canal de alta e um canal de baixa. Identifique também os pontos do pivot de baixa, principais topos e fundos. Identifique os dois momentos em que o gráfico confirmou a reversão de tendência.

8. No gráfico a seguir, identifique os S/R e um canal lateral. Identifique também o ponto de perda do suporte. Projete a queda desse papel e faça uma recomendação de preço-alvo para baixo. Defina um nível de stop.

Referências Livros 1. ACHELIS Steven B. Technical Analysis from A to Z 2ª ed Nova York: McGraw-Hill; 2000. 2. BULKOWSKI Thomas N. Encyclopedia of Candlestick Charts Nova Jersey: Wiley Trading; 2008. 3. BULKOWSKI Thomas N. Encyclopedia of Charts Patterns 2ª ed. Nova Jersey: Wiley Trading; 2008. 4. BULKOWSKI Thomas N. Trading Classic Charts Patterns Nova York: Wiley Trading; 2002. 5. EDWARDS Robert D, MAGEE John. Technical Analysis of Stock Trends 8ª ed. Flórida: CRC Press LLC; 2001. 6. ELDER Alexander. Trading for a Living Nova York: Wiley Trading; 1993. 7. FARLEY Alan S. The Master Swing Trader Nova York: McGraw-Hill; 2001. 8. KIEV Ari. The Psychology of Risk Nova York: Wiley Trading; 2002. 9. MELDELSOHN Louis B. Trend Forecasting with Technical Analysis Nova York: Marketplace Books; 2000. 10. MURPHY John J. Charting Made Easy Nova York: Marketplace Books; 2000. 11. NORONHA Márcio. Análise técnica: teorias, ferramentas e estratégias 1ª ed. Rio de Janeiro: Editec; 1995; . 12. PETERSON Richard. Desvendando a mente do investidor Rio de Janeiro: Elsevier; 2008. 13. STEENBARGER Brett N. The Psychology of Trading Nova Jersey: Wiley Trading; 2003.

Websites 1. http://pt.wikipedia.org/. 2. http://www.investbolsa.com.br/. 3. http://www.investeducar.com.br/.

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