04 Tratamento De Esgoto

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SANEAMENTO II

Tratamento de Esgoto

4 – TRATAMENTO DE ESGOTO

1.

CLASSIFICAÇÃO DO TRATAMENTO DO ESGOTO

Como regra geral os esgotos urbanos de uma comunidade são encaminhados a um corpo d’água e podem causar vários inconvenientes como, por exemplo: - Aparecimento de maus odores; - Restrições ao aproveitamento do uso da água para abastecimento e recreação; - Mortandade dos peixes; - Disseminação de doenças de veiculação hídrica (cólera, febre tifóide, disenteria, hepatite infecciosa etc.); - Possibilidade das águas virem a se tonar impróprias para fins agrícolas. Esses inconvenientes podem ser eliminados mediante o tratamento adequado dos despejos e pela capacidade de autodepuração dos corpos d’água. O tratamento de esgotos domésticos compreende basicamente as seguintes etapas: a) Tratamento preliminar; b) Tratamento primário; c) Tratamento secundário; d) Tratamento terciário.  Tratamento Preliminar O tratamento preliminar consiste na preparação das águas residuárias para uma etapa posterior do tratamento. Normalmente compreende: - Gradeamento para remoção de sólidos grosseiros. - Caixas de areia destinadas a remover areia e resíduos minerais pesados. - Tanques para remoção de óleo graxa e materiais flutuantes. Observação: Como no esgoto doméstico o teor de gordura e óleo é normalmente baixo, as estações de tratamento não possuem unidades específicas com essa finalidade, sendo esses materiais removidos em unidades destinadas à decantação. A possibilidade de coleta de esgoto industrial com elevado teor de gorduras graxas ou óleos deve ser condicionada a tratamento prévio pela indústria.  Tratamento Primário O tratamento primário acrescenta ao tratamento preliminar as seguintes etapas: - Decantação simples (primária). - Digestão do lodo. - Secagem, disposição sobre o terreno, incineração ou afastamento dos lodos. Unidades compactas, como as fossas sépticas e os tanques Imhoff, podem realizar em um único tanque as etapas de decantação e digestão do lodo.

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 Tratamento Secundário ou Convencional Complementando o tratamento primário podemos ter as seguintes etapas: - Filtração biológica. - Lodos ativados. - Decantação secundária. Como alternativas, o tratamento secundário pode se realizar recebendo diretamente os esgotos provenientes do tratamento preliminar, como é o caso das lagoas de estabilização.  Tratamento Terciário Destina-se a complementar os tratamentos anteriores quando se deseja um mais alto grau de depuração do efluente da ETE, para evitar a proliferação de algas no corpo receptor por exemplo. Pode ser realizada através dos seguintes métodos: - Filtros de areia. - Lagoas de estabilização. - Lodos Ativados. - Desinfecção.

2. EFICIÊNCIA DOS PROCESSOS DE TRATAMENTO A eficiência do tratamento dos esgotos está relacionada com a capacidade de remoção de determinados parâmetros. Normalmente tomam-se como referência a demanda bioquímica de oxigênio (DBO), os sólidos em suspensão (SS) e as bactérias. A redução percentual das impurezas em comparação com as encontradas no esgoto afluente define a eficiência do tratamento. Os percentuais de remoção, segundo Imhoff, são apresentados na Tabela 01 a seguir: Tabela 01 Demanda bioquímica de oxigênio

Processos de tratamento 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11.

Crivos finos Cloração de esgoto bruto ou decantado Decantadores Floculadores Tanques de precipitação química Filtros biológicos de alta capacidade Filtros biológicos de baixa capacidade Lodos ativados de alta capacidade Lodos ativados convencionais Filtros intermitentes de areia Cloração dos efluentes depurados biologicamente.

Redução (%) Sólidos em suspensão

Bactérias

5-10 15-30 25-40 40-50 50-85 65-90 85-95 50-75 85-95 90-95

5-20 40-70 50-70 70-90 65-92 70-92 80 85-95 85-95

10-20 90-95 25-75 40-80 70-90 90-95 70-90 90-98 95-98

-

-

98-99

Segundo Dacach a eficiência do tratamento, em suas diversas etapas, pode ser estimada segundo a Tabela 02. 60

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Tabela 02 Modalidade de tratamento Preliminar Primário Secundário Terciário

Percentual de remoção % SS 5 a 20 40 a 90 70 a 95 95 a 100

DBO 5 a 10 25 a 85 75 a 97 97 a 100

Bactérias 10 a 20 25 a 80 90 a 98 98 a 100

Os sistemas unitários constituídos de fossa séptica seguida filtro anaeróbio ou valas de infiltração apresentam as possíveis eficiências na remoção de DBO, segundo a NBR 7229/1993. Item 1 2 3 4

Sistema de tratamento Fossa séptica de câmara única ou de câmaras sobrepostas Fossa séptica de câmaras em série Fossa séptica + valas de filtração Fossa séptica + filtro anaeróbio

Eficiência na remoção de DBO 30% a 50% 35% a 55% 80% a 98% 75% a 95%

As eficiências das unidades de tratamento, complementares aos tanques sépticos, como filtro anaeróbio, filtro aeróbio, filtro de areia, vala de filtração, lodos ativados por bateladas (LAB) e lagoa com plantas aquáticas são apresentados na NBR 13969. O efluente líquido do Tanque Imhoff apresenta, normalmente, segundo JORDÃO, Eduardo Pacheco e PESSOA, Constantino A. as seguintes reduções:

-

Sólidos em suspensão ....................................................... 50% a 70% Demanda bioquímica de oxigênio (DBO) ................. ........... 30% a 50%

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BLIOGRAFIA IMHOFF Klaus R. e Karl – Manual de Tratamento de Águas Residuárias – São Paulo, Edgard Bülcher, 1986. JORDÃO, Eduardo Pacheco e PESSOA, Constantino A. – Tratamento de Esgotos Domésticos – Rio de Janeiro, ABES, 1995. DACACH, Nelson Gandur – Tratamento Primário de Esgoto – Rio de Janeiro, Editora Didática e Científica, 1991. MENDONÇA, Sérgio Rolim – Lagoas de Estabilização e Aeradas Mecanicamente: Novos Conceitos – João Pessoa, Editora Universitária da UFPB, 1990. ABNT/NBR 12208 – Projeto de Estações Elevatórias de Esgoto Sanitário – Rio de Janeiro 1992 AZEVEDO NETTO, José M. e HESS, Max L. – Tratamento de Águas Residuárias – Separata Revista DAE, São Paulo 1970. STEEL, Ernest W. - Abastecimento d’água Sistemas de Esgotos – Ao Livro Técnico Editora S.A.- Rio de Janeiro 1966.

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