Cultura Cigana

  • Uploaded by: Kássia Castoldi Ficagna
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Povo Cigano: Origem e Trajetória Feiticeiros, andarilhos, artistas... Quem são os ciganos? Qual é a sua origem? Para onde caminham? Como o Povo Cigano, não tem até os dias atuais uma linguagem escrita, fica quase impossível definir sua verdadeira origem. Portanto, tudo o que se disser sobre a origem do Povo Cigano, será baseado em conjecturas, similaridades ou suposições. A hipótese mais aceita é que o Povo Cigano teve seu berço na civilização da Índia antiga, num tempo que também se supõe, como muito antigo, talvez dois ou três milênios antes de Cristo. Compara-se o sânscrito, que era escrito e falado na Índia (um dos mais antigos idiomas do mundo), com o idioma falado pelos ciganos e encontraram um sem-número de palavras com o mesmo significado. Outros pontos também colaboram para que esta hipótese seja reforçada, como a tez morena comum aos hindus e ciganos, o gosto por roupas vistosas e coloridas, e princípios religiosos como a crença na reencarnação e na existência de um Deus Absoluto. Tanto para os hindus como para os ciganos, a religiosidade é muito forte e norteia muito de seu comportamento, impondo normas e fundamentos importantes, que devem ser respeitados e obedecidos. Há indicações de que esse povo começou a imigrar da Índia por volta do século 16 a.c. É certo que eles passaram pelo Egito, Grécia, Irã, Ásia Ocidental, Romênia, e já no século 15 podiam ser encontrados por toda a Europa. A razão pela qual abandonaram as terras nativas da Índia permanece ainda envolvida em mistério. Parece que eram originariamente sedentários e que devido ao surgimento de situações adversas, tiveram que viver como nômades. Muitos estudiosos os ligam à casta indiana dos párias. Isso em parte por causa de seu aspecto miserável, que não se deve a séculos de perseguição, pois foi descrito bem antes da era das perseguições. Também por causa dos empregos subalternos e das profissões geralmente desprezadas na Índia contemporânea pelos indianos que lhes parecem estreitamente aparentados. A presença de bandos de ex-militares e de mendigos entre os ciganos contribuiu para piorar sua imagem. Além disso, as possibilidades de assentamento eram escassas, pois a única possibilidade de sobrevivência consistia em viver às margens das sociedades. Os ciganos eram facilmente identificados com os Turcos porque indiretamente e em parte eram provenientes das terras dos infiéis, assim eram considerados inimigos da igreja, a qual, condenava as práticas ligadas ao sobrenatural, como a cartomancia e a leitura das mãos que os ciganos costumavam exercer. Dos preconceitos a discriminação, até chegar as perseguições. Na Sérvia e na Romênia foram mantidos em estado de escravidão por um certo tempo; a caça ao cigano aconteceu com muita crueldade e com bárbaros tratamentos. Deportações, torturas e matanças foram praticadas em vários Estados, especialmente com a consolidação dos Estados nacionais. Perseguidos, excomungados, tachados de bruxos ou odiados pela sociedade que não conseguiam submetê-los, os ciganos sobreviveram graças as força da sua alma indomável. Força essa que não lhes faltava nem a beira da morte, quando aguardavam o extermínio com palmas e cantos. Atualmente, os ciganos estão presentes em todos os países europeus, nas regiões asiáticas por eles atravessadas, nos países do oriente médio e do norte da África. Na Índia existem grupos que conservam os traços exteriores das populações ciganas: trata-se dos Lambadi ou Banjara, populações semi- nômades que os "ciganólogos" definem como "Ciganos que permaneceram na pátria". Nas Américas e na Austrália eles chegaram acompanhando deportados e colonos. Os Ciganos no Brasil Os primeiros ciganos vieram para o Brasil no século XVI, trazidos pela corte real de D. João VI para divertir a comitiva; sendo eles: cantores, músicos e dançarinos. Outros ciganos chegaram ao Brasil no século XVII, como degredados ou enviados de Portugal para trabalhar como ferreiros e ferramenteiros. Os do grupo Kalon, foram os primeiros a chegar e marcaram a sua presença fortemente nesta terra. Eles eram católicos, mas conheciam os mistérios da Mãe Natureza e sabiam que os queridos ancestrais, podiam se comunicar, apesar de habitarem outros mundos. Hoje se estima cerca de 150 mil ciganos espalhados pelo nosso país. Dizemos que são os nômades, justamente por serem os mais perceptíveis. Mas, se fôssemos considerar os criptociganos ( os ciganos ocultos, os não assumidos), esse número triplicaria. Então seria quase que meio milhão de ciganos no Brasil. Apesar de não terem uma pátria, eles formam uma etnia, pois têm uma unidade lingüística o romanês, que é a língua do povo. O cigano possui a pátria dentro de si mesmo. A sua pátria é onde ele está, o que é muito difícil de ser entendido pelos gadjês (não ciganos). mais... Os Clãs Ciganos Os ciganos não gostam e não aceitam a palavra tribo para denominar seus grupos, pois não possuem chefes equivalentes aos caciques das tribos indígenas, nas mãos de quem está o poder. Os ciganos também não possuem pajés ou curandeiros, ou ainda um feiticeiro em particular, pois cada cigano e cigana tem seus talentos para a magia, possui dons místicos, sendo portanto um feiticeiro em si mesmo. Todo povo cigano se considera portador de virtudes doadas por Deus como patrimônio de berço, cabendo à cada um desenvolver e aprimorar seus dons divinos da melhor e mais adequada maneira. Existem autores que citam que cada grupo cigano tem seu feiticeiro particular denominado kakú, porém esta palavra no idioma romani significa apenas tio, não tendo qualquer credibilidade esta afirmação. Os ciganos preferem e acham mais correto o termo clã para denominar seus grupos. Os Principais Grupos Ciganos Atualmente existe um sem-número de grupos ciganos, sendo os mais expressivos no presente os seguintes: Kalon - Os componentes deste grupo fixaram residêcnia especialmente na Espanha e Portugal, onde sofreram severas perseguições, pois sendo estes países profundamente católicos e conservadores, não podiam admitir os costumes ciganos, tanto que foram proibidos de falar seu idioma, usar suas vestes típicas e

realizar festas e cerimônias segundo suas tradições. O que os ciganos sofreram na Península Ibérica, lembra de certa maneira o que s negros sofreram em terras do Brasil. Os ataques da realeza ao grupo Kalon foram tão rigorosos, que ele foi obrigado a criar dialeto, mescla de seu próprio idioma com o português e o espanhol, em particular em Portugal, onde as proibições não foram verbais, mas determinadas por decreto do rei D.João V. Apesar de todos os sofrimentos o Clã Kalon sobrevive até os dias atuais, sendo um dos grupos que mais fielmente segue as tradições ciganas. Tem-se que os Kalons originaram-se do antigo Egito. Moldávio - De pele mais clara e olhos azuis, este grupo originou-se em terras da Rússia, tendo de enfrentar os rigores do inverno russo em suas precárias carroças. Sob as pesadas roupas e capotes escuros mal reconhecemos sua origem cigana. A denominação moldávio vem da palavra Moldávia, república da Europa Central, que chegou a fazer parte do Império Russo e da antiga URSS. Há poucas diferenças entre o dialeto moldávio e o romeno; contudo, distinguem-se fortemente na escrita, uma vez que o moldávio adoou o alfabeto cirílico (Dicionário aurélio). Horananô - Surgiram em terras turcas e se destacaram em especial como grandes criadores de cavalos. Os integrantes deste grupo chegaram ao Brasil bem depois do grupo Kalon, somente no final do século XVIII. Karderash e Matchuaya - Os ciganos do grupo karderash são originários da Romênia e da antiga Iuguslávia, o berço dos Matchuaya. Ambos os grupos chegaram ao Braisl no final do século XVIII. Os primeiro s ciganos a chegarem no Brasil eram do grupo Kalon e vieram de Portugal em meados do século XVII. Portugal, necessitando de mestres de forja no Brasil, enviou-os para cá para que fabricassem ferraduras, armamentos e ferramentas. Faziam também artesanalmente utensílios domésticos, alambiques para o fabrico da cachaça, famosos até hoje por sererm extremamente bem feitos e resistentes.

O Nomadismo Cigano Baseando-se nas mesmas causas dos movimentos migratórios na história de vários povos, podemos supor que num passado muito remoto, o povo cigano também iniciou uma caminhada em busca de novas terras onde pudessem viver com liberdade, mantendo seus hábitos e costumes originais, liberdade que lhe permitiria sua perpetuação, a sobrevivência de seus valores e a de seus direitos como seres humanos livres O nômade experimenta o mais amplo sentido de liberdade. Não tem apego a nenhum lugar em especial, não deita raízes que não possam ser arrancadas quando o desejo de ganhar estrada acontecer. Daí que suas moradias, as tendas de tecidos permeáveis e resistentes, e seus pertences em geral, devem ser confortáveis, mas essenciais e leves. O nômade não se preocupa com o possuir, mas com o viver. As populações ciganas são nômades por excelência, não têm pátria, são universais. Viajam em grupos de famílias, que possuem um profundo sentido de união, solidariedade e companheirismo. Formam núcleos comunitários compactos com normas e regras de convivência harmoniosas. Essas regras são levadas a sério, portanto respeitadas ao máximo, pois os ciganos sabem que são elas que garantem a união e a sobrevivência do próprio grupo e a defesa contra as difamações e perseguições oriundas das populações dos diversos países por onde passam. Para os ciganos a liberdade e a interação com a natureza constituem bens do mais alto valor e estima, o que os motiva a obedecerem à um código de ética e moral até rigoroso. Nada mais enganoso que julgá-los estroinas, devassos, desregrados ou amorais. Seu amor pela família e pelo grupo, sua consciência que é o seu reto proceder - talvez a única forma de preservar e perpetuar suas origens e o próprio povo. São obedientes às leis universais, como não roubar e não matar. Entre os Rom a máxima autoridade judiciária é constituída pelo krisnítori, isto é, por aquele que preside a kris. A kris é um verdadeiro tribunal cigano, formado por ciganos idosos ou pelos membros mais velhos do grupo e se reúnem em casos especiais, quando se deve resolver problemas delicados como controvérsias matrimoniais ou ações cometidas com danos para membros do mesmo grupo, procurando exercer seu papel com o mais alto sentido de responsabilidade e respeito. O kris-romani é falado totalmente em romani, e nele somente os homens podem se manifestar. No caso de o infrator ser uma mulher, um homem fala por ela fazendo seus apelos e oferecendo suas explicações ou justificativas. Recentemente, a controvérsia se resolve, em geral, com o pagamento de uma soma proporcional ao tamanho da culpa, que pode chegar a vários milhares de dólares; no passado, se a culpa era particularmente grave, a punição podia consistir no afastamento do grupo ou, às vezes, em penas corporais. Junto com a modernidade, o aumento progressivo das cidades, os ciganos foram ficando cada vez mais limitados em suas andanças, tornando-se mais sedentários ou passando a morar mais tempo no mesmo lugar. Assim as profissões mais freqüentes são as do comércio e as ligadas às artes, principalmente à musica. Cantores, compositores, músicos, dançarinos, surgem com suas melodias, passos marcantes de dança trazendo alegria e energia contagiantes para os recintos onde se apresentam. Ao longo do tempo fizeram e ainda fazem parte de trupes circenses, uma vez que o mundo do circo sempre mudando de lugar, combina perfeitamente com o pensamento e sentimento ciganos. A leitura de cartas e das mãos pelas mulheres ciganas também rende dinheiro, porém essa atividade não é considerada uma atividade profissional, mas um ato de devoção à fé cigana. A Luta da Mulher Cigana Os ciganos nômades correspondem a 600 mil pessoas e fazem parte da parcela que mais sofre com a marginalização por parte da sociedade e de alguns grupos ciganos, especialmente aqueles que detém poder aquisitivo. As primeiras ciganas que chegaram no ocidente eram consideradas “imorais” e “escandalosas”, já que a sociedade européia, sobretudo no auge da idade média, era repressora e guardiã dos “bons costumes”, sob o ponto de vista religioso. As mulheres enfrentam distintos paradigmas, o mais forte deles é o preconceito da sociedade. O outro diz respeito à ruptura de tradições vigentes em uma cultura machista, como a cigana, na qual a figura da mulher beira a completa submissão. Em geral, a mulher quando se casa passa a pertencer à família

do marido e, neste caso, deve obediência ao esposo e inclusive aos sogros. Estas idéias contradizem a versão de que a mulher cigana é liberal e promíscua, leitura feita por gadjés (não ciganos) preconceituosos. Essas mulheres se deparam com valores tradicionais moldados ao longo dos tempos, como virgindade antes do casamento e a auto albetização. Algumas comunidades ciganas são contrárias ao prosseguimento dos estudos, em tese, uma universidade não proporcionaria conhecimentos que somente a vida tende a mostrar, na opinião de alguns clãs conservadores. A partir do paradoxo entre modernidade versus tradição, as ciganas enfrentam dilemas que dificultam o desenvolvimento da carreira profissional. “Sobre o mercado de trabalho, não vislumbro ainda esta cena: uma cigana tomando o ônibus lotado, batendo o cartão e trabalhando umas 50 horas semanais numa fábrica ou num comércio. Imaginemos 400 mil ciganas procurando emprego num país com 35 milhões de desempregados. Se isto vier a acontecer, será um passo lento, uma mudança gradativa e dependerá unicamente da vontade ou não dos próprios ciganos. Não cabe a nós nem apressar e nem bloquear”, afirma o Pe Jorge Piorezan (Pe Rocha), Vice-Presidente da Pastoral dos Nômades”. Romanês Romany, romani, ou ainda romanês, é o dialecto usado pelos povos rom e sintos, povos nômades geralmente conhecidos pela designação de "ciganos" e que na Europa de Leste e Europa Central são conhecidos por tsigane. Este dialecto pertence ao ramo indo-ariano proveniente do grupo lingüístico indo-europeu do norte da Índia e do Paquistão, tais como o sânscrito, o prátcrito, o maharate e o punjabi. A moderna antropologia relacionou a língua romani com as línguas punjabi e potohari, faladas no norte do Paquistão. Algumas palavras em Romanês ("Teavez Bartalo Sasto Vesto Romale") Palavra = signifícado; Vitsa = qual grupo se refere. • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

Angrosti = anel Bartalo = sorte Bartalo = sorte Bisigarno = Disputa (Roubada de Par) Céni = brinco Chucar = bonito Civca = fita Cris = polícia Chakano, Thierain = estrela Chavoro = menino pequeno Chavo = moço Cali = preto Diclô = lenço Dilabal = cantar Fakh = leque Idardi = cesta Jag = fogo Khan = sol Khelav = dançar

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Kaku = tio (vitsa: sirbianco, kalderash) Khosli = xale Korava = colar Koro = pulseira Idardi Luludi = Cesta de Flores Love = dinheiro Lolo = vermelho Moosh, Dzéno = homem Musi = braço Nano = tio (vitsa:lovará) Nais tuke = obrigada (o) Pai, Pani = água Pe = ar Perno = perna Piro = pé Pilen = tomar (bebida) Porizen = pandeiro Prama = jóia Piral = andar

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Rholhaives = zangado, nervoso Rom = cigano Romi = cigana Rugo = rosa Saráli = saia Sato = relógio Shei = menina Shon = lua Shuckar = bonito(a) Tan = terra Tchecat Korava = testeira Tchér = bota Tchera = mulher Tchuri = adaga Tsara = tenda, casa Traio = vida Vast = mão Zumavipe = Desafio (Duelo)

A Bandeira Cigana Esta bandeira foi instituída como símbolo internacional de todos os Ciganos do mundo no ano de 1971, pela Internacional Gypsy Committee Organized no " First World Romani Congress " - Primeiro Congresso Mundial Cigano - realizado em Londres. O azul representa os valores espirituais, a paz, a ligação do consciente com os mundos superiores, significando libertação e liberdade, pois todo cigano é livre. O verde representa a Mãe Natureza, a terra, o mundo orgânico (subterrâneo), a força da luz do crescimento vinculado com as matas, com os caminhos desbravados e abertos pelos Ciganos. Representa o sentimento de gratidão e respeito pela terra, de preservação da natureza pelo que ela nos oferece, proporcionando a sobrevivência do homem e a obrigação de ser respeitada pelo homem, que dela retira seus suprimentos, devendo mantê-la e defendê-la. A roda vermelha no centro da bandeira simboliza a vida, representa o caminho a percorrer e o já percorrido. A tradição, como continuísmo eterno, se sobrepõe ao azul e ao verde, com seus aros representando a força do fogo, da transformação e do movimento.

O Hino Internacional dos Ciganos (Rom iugoslavo Jarko Jovanovic) Em Romani: Dgelem Dgelem Dgelem, Dgelem Lungone dromentsa Maladjilem bhartalé romentsa Ai, ai, romale, ai shavalê (bis)

Naís tumengue shavale Patshiv dan man romale Ai, ai, romale, ai shavalê (bis) Vi mande sas romni ay shukar shavê Mudarde mura família Lê katany ande kale

Ai, ai, romale, ai shavalê (bis) Shinde muro ilô Pagerde mury luma Ai, ai, romale, ai shavalê (bis) Opré Romá Aven putras nevo dromoro

Obrigado rapazes ciganos Pela festa louvor que me dão Ai, ai ciganos, ai jovens ciganos (bis) Eu também tive mulher e filhos bonitos Mataram minha família Os soldados de uniforme preto Ai, ai ciganos, ai jovens ciganos

Ai, ai, romale, ai shavalê (bis)

Cortaram meu coração Destruíram meu mundo

Em Português: Caminhei Caminhei

Ai, ai ciganos, ai jovens ciganos

Caminhei, caminhei Longas estradas Encontrei-me com romá (ciganos) de sorte

Pra cima Romá (Ciganos) Avante vamos abrir novos caminhos

Ai, ai ciganos, ai jovens ciganos (bis)

Ai, ai ciganos, ai jovens ciganos!!! itmos Ciganos

Dança Cigana A dança cigana, praticada tanto por mulheres quanto por homens, é hoje uma mistura da dança de vários povos (espanhóis, árabes, hindús, russos, eslavos, etc), com os quais os ciganos tiveram contato, somado aos seus próprios elementos de bailado. A dança foi aperfeiçoando-se e ganhando mais e mais elementos, adquirindo assim um caráter único e incomparável. Dentro do bailado cigano é priorizada tanto a feminilidade às mulheres, bem como a masculinidade aos homens dentro de cada estilo musical, de acordo com a procedência do cigano. É também um estímulo à sensibilidade, já que, o cigano dança expondo as suas emoções e sentimentos, expressando-os através de seu balé, encantando as platéias do mundo todo com sua expressividade. Fornece assim aos seus praticantes uma forma agradável de equilíbrio entre o corpo e a mente, aliando a atividade física ao trabalho positivo das emoções e da sensibilidade. Além da beleza da arte da dança cigana que, por si só, já é grandiosa. Casamento Cigano No casamento tende-se a escolher o cônjuge dentro do próprio grupo ou subgrupo, com notáveis vantagens econômicas. A importância do dote é fundamental especialmente para os Rom; no grupo dos Sintos se tende a realizar o casamento através da fuga e conseqüente regularização. Desde pequenas, as meninas ciganas costumam ser prometidas em casamento. Os acertos normalmente são feitos pelos pais dos noivos, que decidem unir suas famílias. O casamento é uma das tradições mais preservadas entre os ciganos, representa a continuidade da raça, por isso o casamento com os não ciganos não é permitido em hipótese alguma. Quando isso acontece a pessoa é excluída do grupo (embora um cigano possa casar-se com uma gadjí, isto é, uma mulher não cigana, a qual deverá porém submeter-se às regras e às tradições ciganas). É pelo casamento que os ciganos entram no mundo dos adultos. Os noivos não podem Ter nenhum tipo de intimidade antes do casamento. A grande maioria dos ciganos no Brasil, ainda exigem a virgindade da noiva. A noiva deve comprovar a virgindade através da mancha de sangue do lençol que é mostrada a todos no dia seguinte. Caso a noiva não seja virgem, ela pode ser devolvida para os pais e esses terão que pagar uma indenização para os pais do noivo. No caso da noiva ser virgem, na manhã seguinte do casamento ela se veste com uma roupa tradicional colorida e um lenço na cabeça, simbolizando que é uma mulher casada. Durante a festa de casamento, os convidados homens, sentam ao redor de uma mesa no chão e com um pão grande sem miolo, recebem dos os presentes dos noivos em dinheiro ou em ouro. Estes são colocados dentro do pão ao mesmo tempo em que os noivos são abençoados. Em troca recebem lenços e flores artificiais para a mulheres. Geralmente a noiva é paga aos pais em moedas de ouro, a quantidade é definida pelo pai da noiva. Em alguns clãs o punhal é usado na cerimônia cigana de noivado e casamento, onde é feito um corte nos pulsos dos noivos, em seguida o pulsos são amarrados em um lenço vermelho, representando a união de duas vidas em uma só.

O primeiro dia Algumas particularidades distinguem e dão a um casamento cigano o seu caráter específico. A festa de casamento é prevista para durar de dois a vários dias, reunindo ciganos de todas as partes do país, e mesmo do exterior, pois os convites são dirigidos aos membros da comunidade em geral. As despesas das festas de noivado e de casamento, incluindo sua organização e o vestido de noiva, são de responsabilidade da família do noivo. Os preparativos do banquete de casamento ocorrem na residência dos pais dos noivos. Num esforço comunitário, com a participação dos parentes mais próximos do noivo - homens e mulheres envolvidos - são preparados os pratos típicos da festa.

No dia do casamento na igreja, antes de todos partirem para a cerimônia, ocorre uma seqüência de eventos, agora na casa da noiva. Esta já está pronta, vestida de branco, quando chega a família do noivo, dançando ao som de músicas ciganas. Na sala de jantar, onde já está disposta a mesa com diversas comidas e bebidas, os homens se sentam. De um lado da mesa, a família do noivo. Do outro, a da noiva. A conversa acontece em romani, as mulheres permanecem à volta. É simulada uma negociação - a compra ritual da noiva. Moedas de ouro trocam de mãos. Em seguida, abrem uma garrafa de bebida, envolvida em um pano vermelho bordado, que os homens à mesa bebem – a proska . Surge então a noiva, vestida de branco, pronta para a Igreja. Mais música e agora a noiva dança com o padrinho, ainda na sala de jantar/estar. Em seguida, todos saem para se dirigirem à igreja. O cortejo com as famílias seguindo, e apenas o noivo não estava presente, pois aguarda na igreja. Lá, a cerimônia é convencional, exceto pelos trajes dos convidados e padrinhos vestidos com as tradicionais roupas ciganas, e a profusão de jóias. Apenas algumas dezenas de convidados compareceram à cerimônia religiosa, considerada mais íntima. O momento seguinte do casamento ocorre no acampamento onde um conjunto garante a animação musical da festa. Desde o início, danças em círculo e uma bandeira vermelha com o nome dos noivos. Os convidados vão chegando aos poucos, juntando-se às danças, enquanto duas grandes mesas, são arrumadas. No banquete, homens e mulheres ficarão separados, em lados opostos. A festa vai chegando ao fim quando a noiva a deixa, juntamente com a família do noivo, à qual passa a pertencer. Entre a festa do primeiro dia e a que ocorrerá no dia seguinte, há a noite de núpcias do casal.

O segundo dia A festa começa novamente no dia seguinte, agora na casa dos pais do noivo, onde o casal passa a residir. O banquete continua - agora para um número menor de convidados. No lugar do branco do dia anterior, o vermelho se sobressai na festa - nos cravos, usados pelos convidados, na decoração, na bandeira, nas roupas da noiva. Esta, recebe cada convidado, junto a uma bacia com água de onde tira cravos vermelhos, para oferecer-lhes. Em troca, recebe notas de dinheiro, geralmente de pequeno valor. A continuação da festa de casamento, depois do primeiro dia, será toda voltada para a noiva, que é agora, uma mulher casada. Sempre acompanhada do marido, ela deixa o semblante triste que a acompanhou até este momento. O Nascimento Antigamente era muito respeitado o período da gravidez e o tempo sucessivo ao nascimento do herdeiro; havia o conceito da impureza coligada ao nascimento, com várias proibições para a parturiente. Hoje a situação não é mais tão rígida; o aleitamento dura muito tempo, às vezes se prolongando por alguns anos. Para as mulheres ciganas, o milagre mais importante da vida é o da fertilidade porque não concebem suas vidas sem filhos. Quanto mais filhos a mulher cigana tiver, mais dotada de sorte ela é considerada pelo seu povo. A pior praga para uma cigana é desejar que ela não tenha filhos e a maior ofensa é chamála de Dy Chucô (ventre seco). Talvez seja este o motivo das mulheres ciganas terem desenvolvido a arte de simpatias e garrafadas milagrosas para fertilidade. Uma criança sempre é bem vinda entre os ciganos. É claro que sua preferência é para os filhos homens, para dar continuidade ao nome da família. A mulher cigana é considerada impura durante os quarenta dias de resguardo após o parto. Logo que uma criança nasce, uma pessoa mais velha, ou da família, prepara um pão feito em casa, semelhante a uma hóstia e um vinho para oferecer às três fadas do destino, que visitarão a criança no terceiro dia, para designar sua sorte. Esse pão e vinho será repartido no dia seguinte com todos as pessoas presentes, principalmente com as crianças. Da mesma forma e com a finalidade de espantar os maus espíritos, a criança recebe um patuá assinalado com uma cruz bordada ou desenhada contendo incenso. O batismo pode ser feito por qualquer pessoa do grupo e consiste em dar o nome e benzer a criança com água, sal e um galho verde. O batismo na igreja não é obrigatório, embora a maioria opte pelo batismo católico. O cigano preserva muito a sua sorte. Existem várias crenças para mantê-la, da vida uterina até a morte. Diariamente a gestante cigana faz um ritual simples para que a criança ao nascer tenha sorte: ao avistar os primeiros raios de sol, passa a mão em sua barriga; da mesma forma, logo que vê os primeiros raios de luar, ela repete o gesto, desejando sorte e felicidade para o bebê. Esta é a forma dela saudar as forças da natureza e pedir-lhe as bênçãos de suas luzes para a vida que já existe em seu ventre. No sétimo dia após o nascimento da criança a mãe dá um banho no bebê, jogando moedas e jóias de ouro e pétalas de rosas em sua água, para que o filho ou filha conheça sempre a fartura, a prosperidade e a riqueza. Vários ditados ciganos em Romanês fazem alusão à benção de gerar filhos: "E juli que naila chavê thi sporil e vitza" (A mulher que não tem filho passa pela vida e não vive); "Mai falil ek chau ano dy, dikê ek gunô perdo galbentça" (Mais vale um filho no ventre do que um baú cheio de moedas de ouro); "Nai lovê anê lumia thie potinás ek chau" (Não existe dinheiro no mundo que pague um filho). Dentro da comunidade cigana, o casal em que um dos dois seja impossibilitado de ter filhos, embora amando-se, a comunidade faz com que se separem, porque o amor que se têm pela perpetuação da raça supera ou abafa qualquer outro sentimento.

A morte

No que se refere à morte, o luto pelo desaparecimento de um companheiro dura em geral muito tempo. Junto aos Sintos parece prevalecer o costume de queimar-se a kampína (o trailer) e os objetos pertencentes ao defunto. Os ciganos acreditam na vida após a morte e seguem todos os rituais para aliviar a dor de seus antepassados que partiram. Costumam colocar no caixão da pessoa morta uma moeda para que ela possa pagar o canoeiro a travessia do grande rio que separa a vida da morte. Antigamente costumava-se enterrar as pessoas com bens de maior valor, mas devido ao grande número de violação de túmulos este costume teve que ser mudado. Os ciganos não encomendam missa para seus entes queridos, mas oferecem uma cerimônia com água, flores, frutas e suas comidas prediletas, onde esperam que a alma da pessoa falecida compartilhe a cerimônia e se liberte gradativamente das coisas da Terra. Entre os ritos fúnebres praticados pelos Rom está a pomána, banquete fúnebre no qual se celebra o aniversário da morte de uma pessoa. A abundância do alimento e das bebidas exprimem o desejo de paz e felicidade para o defunto. As Pománas são feitas periodicamente até completar um ano de morte. Os ciganos costumam fazer oferendas aos seus antepassados também nos túmulos. Família Cigana A família, para o povo cigano, é o seu maior patrimônio, é algo sagrado. O núcleo familiar, a família extensa, compreende os parentes com os quais sempre são mantidas relações de convivência no mesmo grupo, comunhão de interesses e de negócios, possuem freqüentes contatos, mesmo se as famílias vivem em lugares diferentes. Além da família extensa, há entre os Rom um conjunto de várias famílias (não necessariamente unidas entre si por laços de parentesco) mas todas pertencentes ao mesmo grupo e ao mesmo subgrupo. Aos filhos é dada uma grande liberdade, mesmo porque logo deverão contribuir com o cuidado dos menores e com o sustento da família, as mulheres através da prática de esmolar e da leitura de mãos e os homens, atingida uma certa idade, são freqüentemente iniciados em outras atividades como acompanhar o pai às feiras para ajudá-lo na venda de produtos artesanais. Se uma criança ou jovem cigano sai dos eixos, tem um comportamento inadequado ou procede mal, geralmente a mulher é responsabilizada por tais feitos. O comando da família é exercido de maneira completa e responsável pelo homem. Ele é o líder e à ele competem a proteção, a segurança e o sustento da família. A mulher e os filhos o respeitam como máxima autoridade e lhe são inteiramente subordinados. São os homens que resolvem as pendências, acertam o casamento dos filhos, decidem o destino da viagem e se reúnem em conselhos sobre assuntos abrangentes e comuns ao Clã.

Cabe às mulheres cuidarem das tarefas do lar e as meninas ficam sempre ao redor da mãe, auxiliando nos trabalhos da casa, ajudando a cuidar dos irmãos menores e aprendendo as tradições e costumes como a execução da dança, a leitura das cartas e das mãos, a realização dos rituais e cerimônias, os preceitos religiosos. As mulheres ciganas não trabalham fora do lar e quando vão às ruas para ler a sorte, esta tarefa é entendida como um cumprimento de tradições e não como parte do sustento da família, apesar de elas entregarem aos maridos todo o dinheiro conseguido.

Os pares ciganos, marido e mulher, são muito reservados e discretos em público, não trocando nenhum tipo de carinho que possa ser entendido como intimidade, que é vivida somente em absoluta privacidade. Enquanto o homem representa o esteio e o braço forte da família, a mulher significa o lado terno e de proteção espiritual dos lares ciganos.

Talvez em todo o clã cigano, sejam os idosos os merecedores da mais alta estima e respeito. Eles são vistos e tratados como os detentores da sabedoria, da experiência de vida acumulada e seus conselhos são ouvidos pelos jovens e pelos adultos como sendo a voz do conhecimento aprendido na prática da vida do dia-a-dia. Responsáveis pela transmissão oral dos ensinamentos e tradições, eles são considerados como sábios, o passado vivo e manda a tradição que os mais jovens lhes beijem as mãos em sinal de respeito. Possuem lugar de destaque nas festividades e cerimônias, atuando também como conselheiros e consultores nos tribunais de justiça.

Eles são cuidados com desvelo e tratados com toda a dignidade pelos demais. Esta forma de tratamento faz com que se mantenham lúcidos até o final de suas vidas, pois nada é mais doentio para uma pessoa idosa de qualquer sociedade do que ser tratada como resto, uma pessoa inútil e sem valor, um fardo ser carregado pelos mais jovens. O Credo Os ciganos não possuem pajés ou curandeiros, ou ainda um feiticeiro em particular, pois cada cigano e cigana tem seus talentos para a magia, possui dons místicos, sendo portanto um feiticeiro em si mesmo. Todo povo cigano se considera portador de virtudes doadas por Deus como patrimônio de berço, cabendo à cada um desenvolver e aprimorar seus dons divinos da melhor e mais adequada maneira. Existem autores que citam que cada grupo cigano tem seu feiticeiro particular denominado kakú, porém isso pode variar de clã para clã, para alguns essa palavra significa apenas tio. O ciganos não são politeístas. Adoram e veneram um só Deus, mas tais como vários povos viveram e vivem em estreito contato com a natureza, vêem as naturais manifestações desta como divindades. Assimilam dos astros do céu, abençoam e pedem bençãos à chuva, as águas dos rios, cachoeiras, às árvores

das matas, respeitando os trovões, a força devastadora dos raios e o fogo, que aquece, protege e purifica. Admiram os pássaros, as flores, os animais, toda a forma de vida que brota da natureza, pois entendem que todas são maneiras de Deus se revelar aos homens, sendo tratados portanto com carinho e respeito. Eles compreendem que o ar é energia vital, o elemento vivificante da vida e oram para que as ventanias, tufões e vendavais não destruam seus acampamentos e seus lares (tendas). O povo Cigano é místico por essência e trazem latente na alma a religiosidade e o amor pelas divindades e, dentro de seu mundo espiritual, mantém seu equilíbrio e harmonia cultuando a grande Kali. Santa Sara Kali é tida como a santa do povo cigano. Hoje mais do que nunca, devido a cultura dos ciganos entrar em quase todos os países, os não ciganos passaram a conhecer e venerar o culto a Santa Sara. Santa Sara Kali, esta presente em toda tenda cigana, com sua tradicional veste azul-céu e o rosto negro. A lenda nos conta que os inimigos do Nazareno , que naquela época não eram poucos, condenaram por diversas artimanhas as três Marias. Maria Madelena, Maria Jacobé (mãe do Tiago menor) e Maria Salomé (mãe de São João). Elas deveriam ser jogadas ao mar, numa barca sem remos ou previsões, acompanhadas tão somente de uma das escravas de José de Arimatéia, Sara a Kali ( Kali em romanês, quer dizer negra). Esse barco teria miraculosamente apostado numa praia próxima a foz do RIO PETIT-RHÔNE, onde hoje se encontra a igreja de SAINTES-MAIES-DELA-MER ( Santa Marias Vindas do Mar), um lugar de peregrinação e de culto para Santa Sara Kali, que foi quem converteu os ciganos para o Cristianismo. Das Marias, a história não guarda vestígios ou mesmo seus destinos, mas quanto a Sara, dizem que ela foi cuidada pelo povo cigano e o ajudou a tornar-se unido e a desenvolver-se como povo e como cultura. Datas Importantes O Dia do Cigano Dia 8 de Abril comemora-se o Dia Internacional dos Ciganos (International Roma Day), uma ocasião que pretende dar visibilidade à presença das comunidades ciganas em todo o mundo. Esta data, à semelhança da bandeira e do hino ciganos, foi oficializada no primeiro Congresso Mundial Roma/Cigano que teve lugar em Londres em 1971, tendo hoje grande difusão no espaço europeu e mundial, sendo formalmente aceite pela grande maioria das Associações e ONG’s das comunidades ciganas. A celebração do Dia Internacional dos Ciganos tornou-se desde os últimos anos uma importante ocasião para o reconhecimento internacional dos Ciganos/Roma, da sua história, língua e cultura. Apesar desta ser uma data relativamente desconhecida para a grande maioria das pessoas, hoje é celebrada em diversos países dos cinco continentes como uma chamada de atenção para a discriminação que em muitas ocasiões estas comunidades são alvo. Em 2000 o então Papa João Paulo II contribuiu também para a difusão do 8 de Abril com uma audiência na Praça de S. Pedro a diversas organizações ciganas, tendo solicitado mais respeito e apoio a estas populações. Em 2002 o dia 8 de Abril adoptou uma vistosa celebração, chamada Cerimónia do Rio, em que as organizações ciganas se reuniram junto aos principais rios de todo o mundo para lançar flores e acender velas em memória dos seus antepassados e das vítimas ciganas do Holocausto Nazi. As populações ciganas perfazem, hoje, cerca de 10 milhões de pessoas em todo o mundo. Na Europa constituem a minoria étnica mais importante e numerosa com cerca de 8 milhões de pessoas. Em Portugal estima-se que vivam cerca de 40 mil portugueses de etnia cigana e ainda um número indeterminado de ciganos (Rom) oriundos da Europa Central e de Leste. Em Portugal, o Dia Nacional do Cigano é comemorado em 24 de Junho, festa de S. João Baptista, dia tradicionalmente festejado pelos ciganos desse país. O Dia de Santa Sara Kali A Slava (comemoração) de Sara Kali acontece nos dia 24 e 25 de maio. Santa Sara Kali é tida como a santa do povo cigano, pois foi quem converteu os ciganos para o Cristianismo. Hoje mais do que nunca, devido a cultura dos ciganos entrar em quase todos os países, os gadjôs (não ciganos) passaram a conhecer e venerar o culto a Santa Sara. A Cigana Escrava que Venceu os Mares com sua Fé e Virou Santa. Quando ela morreu, foi feito para ela um manto de ouro que foi colocado sobre o seu corpo, quando ela foi devolvida ao mar. Desde então, Oferecer um manto ou um lenço à Santa Sara faz parte de seu culto e devoção. Geralmente os mantos ou lenços são para agradecer uma graça alcançada através de um pedido ou promessa. AMARELO ou DOURADO: Louvores. Agradecimento por vitória alcançada. AZUL: Proteção. Luz espiritual. Poder intuitivo. Filhos. BRANCO: Paz de espírito. Casamento. Agradecimento. LILÁS: Carinho. Amor correspondido. PÚRPUA: Prestígio e vantagens profissionais. PRATEADO: Benefícios através dos anjos e santos. ROSA: Amor, compaixão e maternidade. VERDE: Saúde, bens adquiridos e vitalidade. Em razão da ausência de uma história escrita, a origem e a história inicial dos povos roma foram um mistério por muito tempo. Até meados do século XVIII, teorias da origem dos roma se limitavam a especulações. No final do século, antropólogos culturais levantaram a hipótese da origem indiana dos roma, baseada na evidência linguística - o que foi posteriormente confirmado pelos dados genéticos. Em 1777, Johann Christian Cristoph Rüdiger, professor da Universidade de Halle, na Alemanha, em carta ao linguista Hartwig Bacmeister, sugere uma possível ligação entre o romani e as línguas da Índia. Rüdiger baseava suas conjecturas em pistas fornecidas pelo próprio Bacmeister e por seu professor, Christian Büttner, mas também na sua própria pesquisa, realizada com a ajuda de uma falante de romani, Barbara Makelin, e apoiada em gramáticas hindustani. A hipótese teve ampla circulação entre seus colegas acadêmicos. Em 1782, Rüdiger publicou um artigo intitulado "Sobre o idioma indiano e a origem dos ciganos",[16] no qual compara as estruturas gramaticais do romani com as do hindustani. Trabalhos seguintes deram apoio à hipótese de que a

língua romani possuía a mesma origem das línguas indo-arianas do norte da Índia. Baseado no dialeto sinti, este é o primeiro esboço gramatical acerca de uma variedade do romani, e é também a primeira comparação sistemática do romani com outra língua indo-ariana.[17] [editar]Origem e migrações Os roma originaram-se de populações do noroeste do subcontinente indiano, das regiões do Punjab e do Rajastão, obrigadas a emigrar em direção ao ocidente, possivelmente em ondas, entre c. 500 e c. 1000 d.C.. Iniciaram a sua migração para a Europa e África do Norte, pelo planalto iraniano, no século XI, por volta de 1050. A saída da Índia provavelmente ocorreu no contexto das invasões do sultão Mahmud de Ghazni (região do atual Afeganistão).[18] Mahmud fez várias incursões no norte da Índia, capturando os povos que ali viviam. Segundo o antropólogo José Pereira Bastos, professor da Universidade Nova de Lisboa, no inverno de 1019 - 1020, o sultão saqueou a cidade sagrada de Kannauj, que era então "uma das mais antigas e letradas da Índia, capturando milhares de pessoas, e vendendo-as em seguida aos persas". Estes, por sua vez, venderam os prisioneiros como escravos na Europa. No Leste Europeu, cerca de 2.300 deles foram para a zona dos principados cristãos ortodoxos da Transilvânia e da Moldávia, onde foram convertidos em escravos do príncipe, dos conventos e dos latifundiários.[19] Por volta do século XI a língua romani apresenta claros traços de línguas indo-arianas modernas,[20]. Já no século XIV, devido à conquista territorial e política de estados indianos, muitas caravanas rom partiram para a Europa, Oriente Médio e Norte da África. É segunda onda migratória, que os roma denominam Aresajipe. Um primeiro grupo tomou rumo oeste e atingiu a Europa através da Grécia; o segundo partiu para o sul, adentrando o Império Bizantino e chegando à Síria, Egito e Palestina. Na Europa, em razão de clivagens internas e da interação com as várias populações europeias, os roma emergiram como um conjunto de grupos étnicos distintos, dentro de um conjunto maior. Alguns desses grupos foram escravizados nos Bálcãs, no território da atual Romênia, enquanto outros puderam se movimentar, espalhando-se principalmente pela Hungria, Áustria e Boêmia, chegando à Alemanha em 1417. Em 1422 chegam a Bolonha. Em 1428, já havia ciganos na França e na Suíça. Em 1500, surgiram os primeiros ciganos ingleses. A terceira onda migratória deu-se entre o século XIX e início do século XX, da Europa para as Américas, após a abolição da servidão na Europa Oriental, entre 1856 e 1864. Alguns estudiosos apontam ainda a ocorrência de uma outra grande migração, proveniente da Europa Oriental, desde a queda do Muro de Berlim. [21] [editar]Perseguições Durante as perseguições do século XV, contra judeus e muçulmanos, começa também a caça aos ciganos. Segundo o antropólogo José Pereira Bastos, professor da Universidade Nova de Lisboa, "eram considerados vagabundos e delinquentes. Na Alemanha e na Holanda, eram exterminados a tiros por caçadores pagos por cabeça. Na Europa, o propósito de extermínio dos ciganos sempre foi muito claro".[19] Os anos de 1555 e 1780 são particularmente marcados por atos de violência contra os ciganos, em vários países. A falta de uma ligação histórica precisa a uma pátria definida ou a uma origem segura não permitia que fossem reconhecidos como grupo étnico bem individualizado, ainda que por longo tempo tenham sido qualificados como egípcios. O clima de suspeitas e preconceitos se percebe no florescimento de lendas e provérbios tendendo a pôr os roma sob mau prisma, a ponto de recorrer-se à Bíblia para considerá-los descendentes de Caim, e portanto, malditos. [22] Difundiu-se também a lenda de que eles teriam fabricado os pregos que serviram para crucificar Jesus (ou, segundo outra versão, que eles teriam roubado o quarto prego, tornando assim mais dolorosa a crucificação). Caracterizados pelo nomadismo, o modo de vida dos ciganos e suas condições de subsistência são sempre determinados pelo país em que se encontram: os mais ricos são os ciganos suecos e os mais pobres encontram-se nos Bálcãs e no sul da Espanha.

Porajmos: ciganos recém-chegados no campo de extermínio Bełżec. Embora mantendo sua identidade, em alguns aspectos os roma revelam grande capacidade de integração cultural: sempre professam a religião local dominante, da mesma forma que suas danças, músicas, narrativas e provérbios manifestam a assimilação da cultura no meio em que vivem. Sua capacidade de assimilar a música folclórica permitiu que muitas peças fossem salvas do esquecimento, principalmente as do Oeste Europeu. Excluindo as publicações soviéticas sobre o assunto, existem apenas nove livros escritos em romani. Durante a Segunda Guerra Mundial, entre duzentos e quinhentos mil ciganos europeus teriam sido exterminados nos campos de concentração nazistas. Entre os roma, o massacre é denominado de porajmos e começou a ser recuperado pela historiografia apenas a partir dos anos 1970.[23] No dia 2 de abril de 2009, o presidente do Parlamento Europeu, Hans-Gert Pöttering, recebeu um prêmio pelo trabalho desenvolvido pelo Parlamento Europeu na defesa dos direitos da comunidade rom na Europa. O prêmio foi entregue por representantes das principais organizações europeias, em nome da comunidade rom, antes do Dia Internacional dos Roma, que se celebra no dia 8 de abril.[24] Dos 12 a 15 milhões de roma que vivem na Europa, 10 milhões vivem em Estados-Membros da União Europeia, a maioria dos quais adquiriu a cidadania europeia com o alargamento de 2004 e a adesão da Romênia e da Bulgária em 2007. [editar]Deportação de ciganos da França em 2010 Ver artigo principal: Repatriação de ciganos pelo governo francês em 2010 Em fins de julho de 2010, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, decidiu, após dois incidentes envolvendo membros franceses da comunidade cigana, promover o retorno em massa dos roma à Romênia e Bulgária, [25] o que suscitou uma grande polêmica .[26] [editar]Demografia

Os roma na Europa. [editar]Religião Os roma não têm uma religião própria, um deus próprio, sacerdotes ou cultos originais. Parece singular o fato de que um povo não tenha cultivado, no decorrer dos séculos, crenças em uma divindade particular, nem mesmo primitiva, do tipo antropomórfico ou totêmico. O mundo do sobrenatural é constituído pela presença de uma força benéfica, Del ou Devél, e de uma força maléfica, Beng, contrapostas, numa espécie de zoroastrismo, provável resíduo de influências que esta crença teve sobre grupos que, em época remota, atravessaram o Irã. Ademais, as crenças ciganas incluem uma série de entidades, cuja presença se manifesta sobretudo à noite. Mas, em geral, os roma parecem ter-se adaptado, ao longo da história, às confissões vigentes nos países que os hospedaram, embora sua adesão pareça ser exterior e superficial, com maior atenção aos aspectos coreográficos das cerimônias, como as procissões e as peregrinações, próprias de uma religiosidade popular, sobretudo católica. Um sinal de mudança se dá pela difusão do movimento pentecostal, ocorrida a partir dos anos 1950, através da Missão Evangélica Cigana, surgida na França. Em seguida a isso, registram-se todavia profundas lacerações no interior de muitas famílias, devido às radicais mudanças de costume que a adesão a essa religião impõe, dada a natureza fundamentalista do movimento religioso em questão. Tais imposições muitas vezes acabam por induzir os roma a uma recusa de suas peculiaridades culturais.

[editar]Idiomas

Distribuição histórica dos povos de Língua romani na Europa. A maioria dos roma fala algum dialeto do romani, língua muito próxima das modernas línguas indo-europeias do norte da Índia e do Paquistão, tais como o prácrito, o marati e o punjabi. Tanto o sistema fonológico como a morfologia podem ter sua evolução facilmente reconstruída a partir do sânscrito. O sistema numeral também reflete parcialmente o vocabulário sânscrito. Com as migrações, os roma levaram sua língua a várias regiões da Ásia, da Europa e das Américas, modificando-a. De acordo com as influências recebidas, distinguem-se dialetos asiáticos de europeus. Entre as línguas que mais influenciaram nas formas modernas do romani estão o grego, o húngaro e o espanhol.[carece de fontes] [editar]Educação "Aumentar o sucesso dos ciganos , do povo roma e das crianças nómadas é responsabilidade de todos dentro do sistema de educação, uma importante medida na eficácia das políticas de combate à exclusão escolar e social." Segundo o relatório de Ofsted de 1999, os alunos ciganos de famílias itinerantes apresentam resultados mais baixos que os de qualquer grupo étnico minoritário e são o grupo de maior risco no sistema de ensino no Reino Unido. O relatório Swann revela diversos factores que influenciam a formação de crianças ciganas da mesma forma que influenciam outros grupos minoritários étnicos. Entre estes factores, os que têm maior peso foram identificados como o racismo e discriminação, mitos, estereótipos e a necessidade de uma maior ligação das escolas com os pais das crianças ciganas. [27][28] [29][30][31] No Brasil, Mirian Stanescon foi a primeira cigana a a se formar num curso superior. Formou-se em direito na Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro, em 1973.[32] [editar]Maiores concentrações rom no mundo País População rom (est.) Referência Albânia 70.000 [33] Alemanha110.000 – 130.000 [34] Argentina 300.000 [35] Brasil 678.000 (est. do governo) – 1.000.000 [36][37] Bulgária 370.908 (censo) ou 700.000 – 800.000 [38][39] Canadá 80.000 [40] Espanha 600.000 – 800.000 [41] Estados Unidos 1.000.000 [42] França 280.000 – 340.000 [43] Grécia 300.000-350.000 [44] [45] Hungria 189.984 ou 450.000 – 600.000 [46] Índia 2.274.000 [47][48] Irã 110.000 [49] Itália 90.000 – 110.000 [50] Macedônia 53.879 - 260.000 [51][52] República Tcheca 11.746 (censo) ou 220,000 [53][54] Turquia 5.000.000 [55] [editar]Cultura

Debret, Interior de casa cigana (c. 1820). Os roma não representam, como já se salientou, um povo compacto e homogêneo. Mesmo pertencendo a uma única etnia, existe a hipótese de que a migração desde a Índia tenha sido fracionada no tempo e que, desde a origem, eles fossem divididos em grupos e subgrupos, falando dialetos diferentes, ainda que afins entre si. O acréscimo de componentes léxicos e sintáticos das línguas faladas nos países que atravessaram no decorrer dos séculos acentuou fortemente tal diversificação, a tal ponto que podem ser tranquilamente definidos como dois grupos separados, que reúnem subgrupos muitas vezes em evidente contraste social entre si. As diferenças de vida, a forte vocação ao nomadismo de alguns, contra a tendência à sedentarização de outros pode gerar uma série de contrastes que não se limitam a uma simples incapacidade de conviver pacificamente. Em linhas gerais poder-se-ia afirmar que os sintos são menos conservadores e tendem a esquecer com maior rapidez a cultura ancestral. Talvez este fato não seja recente, mas de qualquer modo é atribuído às condições socioculturais nas quais por longo tempo viveram. Em comunicação apresentada durante o encontro Ciganos no século XXI, realizado em Lisboa, em setembro de 2010, o espanhol Santiago González Avión, diretor da Fundação Secretariado Cigano, na Galiza, [56] apontou as divisões entre as próprias comunidades ciganas. "Entre os ciganos de nacionalidade espanhola, a fragmentação é forte. Galegos e castelhanos dividem-se. E há discriminação também entre os ciganos transmontamos, de nacionalidade portuguesa, e os espanhóis", apontou González. O documento também denuncia a situação de pobreza e exclusão social destes grupos. [19]

Uma jovem cigana húngara executa uma dança típica. Quanto aos roma de imigração mais recente, nota-se, ao invés, uma maior tendência à conservação das tradições, da língua e dos costumes próprios dos diversos subgrupos. Sua origem, de países essencialmente agrícolas do leste europeu, favoreceu certamente a conservação de modos de vida tradicionais. Antigamente era muito respeitado o período da gravidez e o tempo sucessivo ao nascimento do herdeiro; havia o conceito da impureza ligada ao nascimento, com várias proibições para a parturiente. O aleitamento ainda dura muito tempo, às vezes se prolongando por alguns anos. No casamento, tende-se a escolher o cônjuge dentro do próprio grupo ou subgrupo, com notáveis vantagens econômicas. É possível a um rom casar-se com uma gadjí, isto é, uma mulher não-rom, a qual deverá porém submeter-se às regras e às tradições rom. Vige naturalmente o dote. No grupo dos sintos, geralmente o casamento é precedido pela fuga do casal. Aos filhos é dada uma grande liberdade, mesmo porque logo deverão contribuir com o sustento da família e com o cuidado dos menores. No que se refere à morte e aos ritos a ela conexos, o luto pelo desaparecimento de um companheiro dura em geral muito tempo. Entre os sintos parece prevalecer o costume de se queimar a kampína (o trailer) e os objetos pertencentes ao morto. Entre os ritos fúnebres

praticados pelos roma está a pomána, banquete fúnebre no qual se celebra o aniversário da morte de uma pessoa. A abundância de alimento e bebidas exprime o desejo de paz e felicidade para o defunto.

As Caravanas - Acampamento cigano em Arles, França, pelo pintor Vincent van Gogh. Além da família extensa, entre os roma encontramos a kumpánia, ou seja, o conjunto de várias famílias (não necessariamente unidas entre si por laços de parentesco) mas todas pertencentes ao mesmo grupo, ao mesmo subgrupo ou a subgrupos afins. O nômade é por sua própria natureza individualista e mal suporta a presença de um chefe: se tal figura não existe entre os roma, é entretanto devido o respeito para com os mais velhos, que sempre são solicitados a dirimir eventuais controvérsias. Entre os roma, a máxima autoridade judiciária é constituída pelo krisnitóri, isto é, por aquele que preside a kris. A kris é um verdadeiro tribunal rom, constituído pelos membros mais velhos do grupo, que se reúne em casos especiais, para resolver problemas delicados, envolvendo controvérsias matrimoniais ou ações que resultem em danos a membros do grupo. Na kris podem participar também as mulheres, que são admitidas para falar. A decisão cabe aos anciãos designados, presididos pelo krisnitóri. Ouvidas as partes litigantes, é punida a parte culpada. Em tempos recentes a controvérsia se resolve, em geral, com o pagamento de uma soma proporcional ao tamanho da culpa. No passado, se a culpa era particularmente grave, a punição podia consistir no afastamento do grupo ou, às vezes, em castigos corporais. Os laços tribais são tão fortes que eles se tratam por parentes, primos e tios. Um cigano mentir a outro cigano é falta bastante condenável. Os cargos de chefia de tribo não são hereditários, são adquiridos pela sua competência, prestígio e idade.

O nascimento de uma criança é muito importante para a tribo, pois quanto mais crianças, mais poderosa a tribo se torna, já que os filhos servirão de defesa dos pais e amparo às mulheres. Quando a criança nasce, a Phuri-day (mãe da tribo) prepara o alimento para a Fada do Destino que virá ver a criança. O seu primeiro banho é dado numa bacia de cobre. Dentro é colocado vinho com água de rio, flores brancas, moedas de ouro e jóias - para dar riqueza e sorte para a criança. O cigano a princípio tem três nomes: o nome secreto só de conhecimento da mãe; o nome de batismo que só é do conhecimento da tribo; e o nome de batismo católico que é conhecido dos gadjes (não ciganos).

É ponto de honra entre os ciganos, tanto que os solteiros têm uma posição menos privilegiada. Antigamente, o pedido de casamento era feito em volta da fogueira, lá se resolviam os dotes e outros detalhes. Para os ciganos, é bom casar pessoas do mesmo grupo ou tribo porque este se fortalecia muito mais. Uma cigana só não pode casar por três motivos: quando o pai tem uma filha mais velha para casar; quando tem uma filha que arca com o sustento do grupo; e quando há incompatibilidade entre as duas famílias.

O ritual cigano de pós-morte é parecido ao ritual de pós-morte japonês, pois é celebrado com incensos e comidas de preferência do falecido. O povo cigano acredita que o espírito do falecido permanece na Terra, próximo da família, pelos sete dias seguintes ao falecimento. Por esse motivo, não aceitam cremação.

É um dos mais importantes fatores da cultura cigana. O amor para a família está acima de tudo. As crianças recebem amor, carinho e liberdade e têm o papel de levar adiante a existência do grupo. Os homens assumem a chefia do grupo. As mulheres são reservadoras dos laços culturais e religiosos e são muito respeitadas como mães. Os anciões são guardiões e transmissores da cultura cigana. Devem ser respeitados pois são detentores das tradições. É o maior tesouro do cigano, ao contrário da cultura dos gadjes onde o idoso é menos respeitado porque não contribui economicamente. Música e Cultura Cigana CHACHIPE ROMA – A VERDADE CIGANA Powered by Translate No passado, nós, ciganos éramos conhecidos como os "senhores da estrada". Andávamos de um lugar para outro, atravessando rios e florestas. Percorríamos a Índia inteira, chegando ao Oriente Médio, para depois retornar. Atravessávamos reinos inimigos entre si. Para se ter uma idéia, só o Rajastão era dividido em pelo menos cem pequenos reinos. Nós dispúnhamos de um salvo-conduto especial para atravessar uma determinada região. É que todo mundo precisava do nosso trabalho. De fato, transportávamos mercadorias, servíamos de "correio" para as longas distâncias e éramos também os banqueiros dos grandes senhores - podíamos comprar ouro e trocá-lo por bens de consumo ou dinheiro. Muitas vezes, o ouro e os objetos preciosos não eram carregados por nós em nossas longas viagens. Preferíamos enterrar tudo em lugares secretos. No momento certo, sabíamos qual caixa-forte abrir para fazer os nossos negócios. Nunca fizemos guerra. Como outros clãs, durante uma guerra, podíamos ser recrutados para ajudar um determinado exército, mas nunca para o combate. Ficávamos na retaguarda, prestando às tropas todo tipo de serviço necessário. Em caso de derrota, nada sofríamos, porque todos reconheciam o nosso valor social.

Outras atividades importantes sempre foram a música, a dança, a acrobacia e o teatro nas cortes dos reis ou para os soldados. Hoje, vocês podem encontrar-nos aos milhões em periferias anônimas, pobres, às vezes miseráveis. Dignidade suficiente, porém, não nos falta, numa sociedade que mudou muito desde os tempos em que nós, ciganos, éramos reis das estradas. Éramos os Banjaras (ciganos músicos e dançarinos) Mas , aproveito para lembrar de outros clãs: Os Hakkipikki – caçadores do centro sul da Índia; Os Gadha Lohar – que trabalham com metais; Os Rabari – pastores de ovelhas, cabras e camelos; Os Korwas – fabricantes de pulseiras, colares e coroas; Os Kalibilias, os Nat e os Bopas – dançarinos, músicos, acrobatas de circo. Estes são os verdadeiros nomes dos clãs que deram origem às pessoas que no futuro seriam chamados de ciganos. Conforme vimos acima, “cigano” é um termo genérico surgido na Europa do Século XV. Nós, no entanto, costumamos usar autodenominações completamente diferentes. E hoje, costumamos distinguir três grandes grupos: os ROM, ou Roma, que falam a língua romani; são divididos em vários sub-grupos, com denominações próprias, como os Kalderash, Matchuaia, Lovara, Curara entre outros; são predominantes nos países balcânicos, mas a partir do Século XIX migraram também para outros países europeus e para as Américas; os SINTI, que falam a língua romani-sintó são mais encontrados na Alemanha, Itália e França, onde também são chamados Manush; os CALON ou KALÉ, que falam a língua caló, “ciganos ibéricos”, que vivem principalmente em Portugal e na Espanha, onde são mais conhecidos como gitanos, mas que no decorrer dos tempos se espalharam também por outros países da Europa e foram deportados ou migraram inclusive para o Brasil. Estes grupos e dezenas de sub-grupos, cujos nomes muitas vezes derivam de antigas profissões (Kalderash = caldeireiros; Ursari = domadores de ursos, entre outros) ou procedência geográfica (Moldovaia, Piemontesi,entre outros.), não apenas têm denominações diferentes, mas também falam línguas ou dialetos diferentes. Os ciganos Rom, e entre eles em especial os Lovara, Matchuaia e os Kalderash, costumam auto-classificarem-se como ciganos “autênticos”, chamando a todos os outros clãs de “falsos ciganos”. Mas como se isto não bastasse alguns clãs ciganos ainda se discriminam mutuamente, também, por outro motivo: os ciganos sedentários muitas vezes olham com desprezo para os ciganos nômades, dizendo: eles persistem nessa vida “primitiva”, enquanto os nômades acusam os sedentários de terem abandonado as tradições, e com isto terem deixado de ser ciganos. Ao chegarmos na Europa, no início do Século XV, nós, ciganos, podíamos ainda ser identificados através de nossa aparência física, sendo a característica mais marcante a nossa pele escura. Hoje isto já não é mais possível. Casamentos com não-ciganos sempre ocorreram, de modo que em muitos países hoje, nós fisicamente, não nos distinguimos da população gadjé (não-cigana) nacional. Ciganos “racialmente puros” hoje não existem mais em canto algum do mundo, e do ponto de vista da Antropologia, nunca existiram, porque nunca existiu uma “raça” exclusivamente classificada como cigana. Ou um país, cujo habitante fosse denominado de cigano. Impossível, portanto, identificar os ciganos através de características físicas peculiares ou estabelecer “critérios biológicos de ciganidade”. Classificar como “verdadeiros ciganos” todos aqueles que falam um dos vários dialetos romani, também não adianta, porque muitos ciganos já não o falam mais e outros o dominam muito mal, ou até já o esqueceram por completo. Quanto à suposta autenticidade Kalderash, Lowara e Matchuaia, afirmo como antropólogo, lingüista e cigano que é inadmissível a distinção entre “verdadeiros ciganos”, aos quais se atribuem uma origem exótica e riqueza cultural, e “os outros”. Ou seja: não existem ciganos autênticos e falsos ciganos: existem apenas Rom, Sinti e Calon, que possuem inúmeras autodenominações, que falam centenas de dialetos, que têm os mais variados costumes e valores culturais, que são diferentes uns dos outros, mas que nem por isso são superiores ou inferiores uns aos outros. Em comum, todos, nós, ciganos, temos apenas uma coisa: uma longa História de Espiritualidade, de Arte, de perseguição, de discriminação pelos não-ciganos , em todos os países por onde passamos, desde o nosso êxodo do norte da Índia até ao aparecimento na Europa, no início do Século XV. VISITE TAMBÉM WWW.EMBAIXADACIGANA.COM.BR Música Cigana Estilos de Música Cigana - por país. A música cigana albanesa A música cigana búlgara Tcheco e Repúblicas Eslovacas A música cigana húngara A música cigana moldovana A música cigana polonesa A música cigana romena A Música cigana Vlax - Kalderash A música cigana russa A Música cigana ucraniana A Música cigana européia Ocidental A Música cigana da Ex-Iugoslávia A música cigana Brasileira A Música cigana balcânica A Música cigana Carpathian A Música cigana nórdica Discografia

A música cigana albanesa Na Albânia, como também em Kosovo, orquestras de ciganos usam acordeões, clarinetes e também Bouzoukis. O estilo deles de música é uma mistura de música turca e grega. A pessoa passa de canções, fundadas principalmente em uma voz que lembra uma melodia árabe a pedaços instrumentais que são quase sirtakis. VOLTAR AO ÍNDICE A música cigana búlgara Até recentemente, a existência de ciganos na Bulgária foi negada. Oficialmente, havia menos de 50.000 ciganos em toda a Bulgária antes da queda do regime comunista. Porém, a verdade é diferente. Calcula-se agora que aproximadamente 800.000 ciganos vivem na Bulgária, freqüentemente em condições apavorantes, em guetos e pobreza absoluta. A cultura de cigana búlgara é uma das mais velhas na Europa, datada de antes do século 12, e muito pouco se conhece sobre esse fato. Por exemplo, pouquíssimos arquivos foram encontrados , e para música, quase nada está disponível a um investigador. Vários etno-musicologistas mostraram que há um elo no desenvolvimento de música cigana européia com a búlgara. Até agora, os próprios ciganos sabem muito pouco sobre a herança musical deles. Assim é importante produzir um registro de música cigana búlgara, livre das influências Ocidentais. A música cigana búlgara mostra vários estilos diferentes, dependendo da região e o grupo étnico dos músicos. Vejamos os cinco principais estilos: • Lovara e Kalderash: Estes dois grupos de ciganos têm um estilo muito específico de música. Como em outros países europeus, o estilo deles está principalmente baseado em improvisação orais sem qualquer instrumento musical. • Norte Oeste: Na região de Din, ao longo da borda do norte iugoslavo, orquestras estão freqüentemente compostas de instrumentos de metal. Esta tradição também é achada em parte do que é agora a Macedônia. • Norte Leste: Nesta região, uma forte influência romena pode ser detectada bem no estilo musical como nos instrumentos tocados. Por exemplo, o cymbalum está presente nestas formações. • Sul Oeste: A música daquela região é bem parecida aquelas que encontramos na Macedônia. Zurnas, originalmente introduzidos pelos Turcos, são os principais instrumentos. • Sul: Isto é o que poderia ser descrito como o " estilo mais Búlgaro. Na realidade, hoje em dia orquestras de ciganos da Bulgária principalmente tocam este tipo de música, com clarinetes, saxofones, acordeões , violões, baixos e percussões. O estilo de espetáculos de música marca uma forte uma influência Oriental Mediana. VOLTAR AO ÍNDICE Tcheco e Repúblicas Eslovacas Na Eslováquia, a música é muito fortemente influenciada pelo estilo de restaurante húngaro. Na realidade, às vezes é difícil de distinguir este estilo, do que pode ser ouvido na Hungria. Na República Tcheca, não há quase nenhuma música pista do que foi a música cigana original. VOLTAR AO ÍNDICE A música cigana húngara Antes de começar esta descrição, temos que acentuar que a real música cigana na Hungria não tem nenhum violino, cymbalum ou de fato, qualquer instrumento. Violões e bandolins que foram acrescentados no 19º século. Esta música está baseada em percussões e na voz. É provida pela voz humana e através de latas de leite (!) ou colheres e pandeiros. Um cantor normalmente canta a balada, enquanto os outros cantam baixos e percussões. Esta música é na realidade mais íntima ao Kelderash e Lovara , e saiba que pode ser encontrada fora da Europa. Além desta música autêntica, outro estilo evoluiu, principalmente tocado por ciganos da Transilvânia. Este estilo, a música de restaurante denominada, é o que é melhor conhecido no oeste. É uma mistura de baladas populares húngaras, Transilvânias com muita influencia do toque vienense. Temos que levar em

conta que nãoé cigana,mas é muito tocada pelos ciganos. VOLTAR AO ÍNDICE A música cigana moldovana Nesta região desenvolveu-se um estilo muito particular de música. Suas harmonias também são rememoradas na dança espanhola, seus ritmos são mais orientais enquanto seu modo de tocar e cantar é vozes -lentas ciganas, instrumentos rápidos -. Porém, as canções estão muito próximas da música de ciganos da Rússia. VOLTAR AO ÍNDICE A música cigana polonesa O cigano na Polônia, mesmo tendo sofrido enormemente durante Segunda Guerra Mundial e a ocupação alemã, a ele era permitido viajar livremente até 1961. Esta liberdade de viagem e comércio manteve o cigano relativamente forte no que diz respeito ao cultivo de sua música .Esta música é influenciada certamente pela música de cigana da Rússia. Primeiro, ela está baseada em acordeões e violino, com possivelmente um clarinete, e segundo, seus ritmos definitivamente são poloneses. Mazurkas, valsas e músicas folclórica polonesa. Ao contrário do estilo russo, o cigano polonês fundou uma música baseada mais em instrumentos que em voz. Não são ouvidos coros e normalmente, há só um cantor. As terças e as quintas são feitas pelos instrumentos e não pelas vozes. VOLTAR AO ÍNDICE A música cigana romena Ao contrário das convicções habituais, música de ciganos romenos não apresenta um estilo unificado. Na realidade, a maioria das gravações daquele país são de baladas populares romenas tocadas por ciganos. Há 3 estilos principais de música de cigana na Romênia. VOLTAR AO ÍNDICE A Música cigana brasileira No Brasil , apesar da presença dos ciganos desde o século XVI, eles têm pouca influência em nossa música popular. Aqui, o estilo de música cigana mais tocada é a Kalderash, própria para dançar com acompanhamento de ritmo das mãos e dos pés e sons emitidos sem significação para efeito de acompanhamento. Esse tipo de música é repetida várias vezes enquanto as ciganas dançam. Alguns outros clãs de ciganos no aqui no Brasil conservam a música tradicional dos ciganos húngaros, um reflexo do estilo de música do leste europeu com a influência do violino, que é um dos símbolos mais tradicionais nas músicas ciganas. Ritmos ciganos no Brasil: - o ritmo baladi que vem do Egito envolve movimentos com objetos ciganos. Alguns movimentos envolvem lenços, punhais, espadas, adagas, potes de água e até mesmo garrafas de bebidas nas mãos; - a Zapaderin, dança secreta das ciganas, que invoca o amor do cigano.

- Manouche e Sinti é o ritmo que traz do íntimo da mulher a sensualidade, a alegria e a beleza de sua força interior. VOLTAR AO ÍNDICE A música cigana russa De acordo com as antigas crônicas russas, o primeiro cigano chegou na Rússia no século XV. Desde que foram proibidos instrumentos musicais na Rússia entre os séculos XIV e XVII, o cigano russo criou uma tradição musical baseada em coros. No século XVIII, apareceu um instrumento sem igual: o violão de sete cordas. Até muito recentemente, este era quase o único instrumento tocado pelo cigano russo. Este violão, afinado em SOL permite linhas de baixo melódicas como também harmonias que podem lembrar um jazz. As percussões eram, sempre presentes, feitas com utensílios de cozinha como colheres e panelas. E noutras vezes era utilizado o pandeiro ou o que chamamos de “percussão no corpo” com batidas de pé ao chão, estalos de dedos e batidas com as palmas das mãos, nas próprias mãos e em outras partes do corpo. A tradição de coros de ciganos alcançou seu cume no século XIX e continuou até a revolução. Cabarés, caracterizando os músicos ciganos, como o " Yar " em Moscou eram renomados, e foi descrito na literatura russa, (i.e. Pushkin). Durante aquele período, o cigano russo cooptou o estilo russo de romances musicais. O violino apareceu, importado dos ciganos dos Bálcãs. Além deste estilo, eram tocadas, em casa, as canções tradicionais. Apesar da revolução, guerras, escassezes ou emigração a herança musical desse cigano sobreviveu. VOLTAR AO ÍNDICE A música cigana ucraniana Esta música quase que desapareceu hoje em dia, pois foi sendo substituída pela música cigana russa. Quando a ouvimos, percebemos que está baseada no

cymbalum e está muito próxima do estilo Moldaviano. VOLTAR AO ÍNDICE A música cigana européia Ocidental • Jazz Cigano: Este estilo de música cigana, foi criada por Django Reinhardt em 1930, junto com Stéphane Grapelli. É uma mistura de Jazz e música cigana tradicional, tal qual os estilos Kalderash e Lovara. Este estilo quase chega a ser a única música que as pessoas ouvem no norte da França e Alemanha. VOLTAR AO ÍNDICE A música cigana da ex-Iugoslávia A música cigana Vojvodina emergiu de uma mistura de estilos diferentes. Como o Vojvodina era uma região da borda do Império otomano, podem ser facilmente reconhecidas as harmonias e ritmos turcos, e tendo sido uma parte de Hungria, existem fortes influências húngaras. Esta música evoluiu em acampamentos ciganos como uma dança e música de festa. E é quase que completamente tocada e cantada por homens. O violino desempenha o principal papel, um pouco como um " Balletmeister ". Na realidade, nós ainda podemos ver tocadores de violino que cantam e tocam para que haja a harmonia nos acampamentos. Além deste instrumento de solo (o violino), podem ser ouvidos também tamburitsas. Este instrumento também é encontrado no Burgenland da Áustria, é um violão de quatro cordas. Nas formações típicas do Vojvodina têm três tamburitsas, um na frente que toca em terça às variações do violino para dar um ritmo , e um contralto que toca mais baixo em quinta, criando as linhas melódicas. Ao contrário da música dos ciganos da Sérvia, o ritmo é bastante imponente, mas cheio de síncopes. Um solista ao violino conduz a melodia e os outros tocadores realizam a parte rítmica , enquanto realizam o baixo e a segunda voz. • Música de ciganos sérvios: A base das orquestras ciganas, neste país são o acordeão e o violino. Em contraste com a música do Vojvodina, os ritmos são muito mais orientais; 7/9, 11/13 são habituais na execução de seus compassos. • Macedônia: Dois tipos diferentes de música coexistem neste país. Primeiro, orquestras de metal que são usadas quase que exclusivamente para casamentos e funerais, como ilustrado nos filmes de Kusturitsa. Uma versão mais antiga deste tipo de música existe, onde todos os instrumentos de metal são substituídos por zurnas, um instrumento turco relacionado ao clarinete. O outro estilo é o flamenco, no qual eles também usam instrumentos de metal, mas das harmonias, e qualquer pessoa, ao ouvi-la, diz que parece-se emmuito com a música de Andalusia. • Na Croácia, Eslovênia e Bósnia, diferente dos Iugoslavos, estilos diferentes coexistem. É muito difícil de descobrir o que era a música original, especialmente porque a maioria dos grupos , hoje, toca com instrumentos elétricos. VOLTAR AO ÍNDICE Música cigana balcânica A música do cigano balcânico é influenciada muito fortemente pela ocupação turca,que se deu durante pelo menos 500 anos , naquela região. Porém, há estilos diferentes em cada uma das regiões e tipos diferentes de música. Orquestras de metal: Estas orquestras tocam originalmente em casamentos e funerais e são encontradas na Sérvia, Macedônia e Bulgária. Elas foram quase imortalizados nos vários filmes de Kusturica. Zurna e outros instrumentos de sopro: originalmente, a maioria dos músicos toca a Zurna. Um tipo de clarinete em madeira que era usado pelo exército turco como um sinal de ataque nos campos de batalha. Muitos ciganos tocaram a zurna nos exércitos otomanos, e por esse motivo mantiveram o uso desse instrumento. Hoje em dia, é substituído freqüentemente pelo clarinete e o saxofone. Originalmente as percussões eram realizadas pelo tepan, um tambor turco. VOLTAR AO ÍNDICE Múscia cigana carpathian O verdadeiro Carpathian dos músicos ciganos é muito mais autêntica dos que as pessoas pensam: violino, baixo e cymbalom. Na Hungria é chamada “música de restaurante” e nas repúblicas checas e eslovacas é cantada ainda em romani. VOLTAR AO ÍNDICE Música cigana nórdica Há três grandes estilos entre os grupos de ciganos nórdicos: 1- O flamenco; 2- O jazz cigano; 3- E a música cigana russa. Todos esse estilos têm o violão, em comum, como instrumento e, com exceção do jazz cigano, há uma arranjo melódico para as vozes muito bem feito.

Na realidade, olhando para música cigana russa e o flamenco todos freqüentemente se surpreendem pelas semelhanças existentes entre os dois. Apenas o Jazz Cigano, uma criação de Django Reinhardt em 1930 é diferente. Pois, é autenticamente cigano, sem deixar de ser um novo estilo para a época. Sendo tocado predominantemente pelo clã dos Sinti (ciganos do sul da França). VOLTAR AO ÍNDICE Música cigana Vlax-Kalderash Como o estilo nórdico, o Vlax-Kalderash possui muitos estilos diferentes: Por um lado, há a música de lautari " romena ", com cymbalum, violino, etc. prevalecente na Romênia e Transilvânia, a música do Vojvodina, com sua característica utilização de quatro violões , e finalmente o Vlax húngaro música cigana, com violão e baixo feito pela voz.

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