Eco-design

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Eco-design

Introdução à Gestão do Ciclo de Vida

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida

Índice: Índice: .................................................................... 3 1. Introdução ........................................................... 5 2. Ciclo de vida baseado nas iniciativas ambientais ....... 6 2.1. Do berço até à cova ........................................................................ 6 2.2. Da produção limpa através da gestão ambiental até ao produto limpo....................................................................................................... 8 2.2.1. 2.2.2. 2.2.3. 2.2.4. 2.2.5.

Processos de produção limpa ................................................. 8 Gestão ambiental ................................................................. 9 Produtos limpos .................................................................. 10 Três exemplos de empresas na Europa .................................. 10 Oferta e procura – qual é que vem primeiro? ......................... 11

3. As vantagens das iniciativas ambientais baseadas no ciclo de vida .......................................................... 13 3.1. Motivações internas ....................................................................... 13 3.1.1. A responsabilidade da gestão ............................................... 14 3.1.2. A necessidade de melhorar a qualidade dos produtos .............. 15 3.1.3 A ambição de uma nova imagem ........................................... 15 3.1.4. Uma oportunidade para reduzir custos .................................. 15 3.1.5. O interesse e envolvimento dos empregados .......................... 15 3.1.6. Inovações tecnológicas ........................................................ 15

3.2. Motivações externas ...................................................................... 16 3.2.1. Colaboração com as autoridades........................................... 16 3.2.2. Vantagens num Mercado competitivo .................................... 16 3.2.3. Procura pública................................................................... 17 3.2.4. Liderar em vez de ser um Seguidor ....................................... 17 3.2.5. Colaboração em rede .......................................................... 18 3.2.6. Colaboração entre fornecedores com vista ao lançamento de inovações e melhorias ambientais .................................................. 18

3.3. Agarrar a mudança ........................................................................ 18

4. Como começar? .................................................. 20 4.1. A abordagem passo a passo ......................................................... 20 4.1.1. Politica – estabelecer os objectivos e o nível de ambição determinado ................................................................................ 20 4.1.2. Organização ....................................................................... 22 4.1.3. Levantamento – fazer o ponto da situação sobre o conhecimento existente .................................................................................... 22 4.1.4. Seleccione uma área onde os efeitos possam ser rápidos, determine o plano os objectivos e faça um plano de acção ................ 24 4.1.5. Ponha o plano em acção e melhore do ponto de vista ambiental ................................................................................................. 25 4.1.6. Documente os resultados obtidos e os esforços feitos, tornando públicos esses resultados .............................................................. 26

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida 4.1.7. Mantenha o processo em funcionamento, avaliando experiências, revendo a politica e organizando a estrutura ................................... 27 4.1.8. Faça investigações suplementares para obter mais informações 28 4.1.9. Defina a área da iniciativa ambiental e os seus objectivos ........ 28

5. Como organizar os esforços? ................................ 29 5.1. Elevada prioridade da gestão ........................................................ 30 5.2. Comunicação interna e visibilidade da empresa ............................ 30 5.3. O envolvimento de todos os departamentos relevantes ................ 30 5.4. Cada departamento numa empresa .............................................. 32 5.5. Coordenação do grupo do ambiente.............................................. 32 5.6. Coordenação com outros projectos e iniciativas na empresa ........ 32

6. A gestão e o emprego ambiental .......................... 34 6.1. A gestão tem toda a responsabilidade ........................................... 34 6.2. Desenvolvimento de Produtos e produção .................................... 38

7. O papel dos designers e do desenvolvimento ......... 39 7.1. As ferramentas de desenvolvimento de produtos .......................... 40 7.2. Desenvolvimento integrado de produtos ........................................ 41 7.3. O papel dos funcionários na produção .......................................... 42

8.Compras, transporte e vendas ............................... 44 8.1. Compras ........................................................................................ 44 8.2. Transporte e logística .................................................................... 45 8.3. Vendas e marketing ....................................................................... 47

9. Comunicação e Marketing ambiental ..................... 50 9.1. Marketing dos produtos amigos do ambiente ................................ 50 9.1.1. Eco - etiquetagem (eco-labelling) ......................................... 50 9.1.2. Características ambientais ................................................... 53 9.1.3. Declaração de produto ambiental .......................................... 53

9.2. Informação e comunicação ambiental ........................................... 54

10. Cooperação ambiental na cadeia do produto, através da rede de empresas .............................................. 56 10.1. Cadeia de fornecimento + valor da cadeia + Cooperação = Cadeia do produto ............................................................................................ 56 10.2. A cooperação informal e o partenariado na cadeia do produto .... 58 10.3. Grupos de troca de experiências ................................................. 59 10.4. A Cooperação com as autoridades e a rede de conhecimento .... 60

11. As ferramentas para manter o processo em andamento ............................................................ 62 12. Informação e fontes de inspiração ....................... 69

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida

1. Introdução Nos últimos anos, todas as empresas passaram a dedicar uma atenção acrescida aos aspectos ambientais, focando a sua atenção na orientação do produto e nas iniciativas destinadas a prolongar o seu ciclo de vida. Nesse sentido, devem ser tidos em conta, três objectivos principais: •

As características ambientais dos produtos, que devem constituir um aspecto de competitividade, tal como o preço, a função, a qualidade, o design, etc.;



O desenvolvimento do produto que, deve prever a melhoria das características ambientais, através da gestão do ciclo de vida, desde do “berço até à cova”, e;



Todos os envolvidos, devem tomar medidas, com vista à redução dos impactes ambientais associados à produção, transporte, uso e deposição final dos produtos no fim da sua vida útil.

O principal objectivo desta publicação é, o de encorajar as empresas a desenvolver, produtos “limpos”, com os quais possam obter vantagens competitivas do ponto de vista de mercado. E como é que uma empresa pode, iniciar um programa de medidas tendentes a produzir e fornecer ao mercado produtos, ambientalmente mais adequados? Este manual pretende pois, dar ideias práticas, baseadas numa perspectiva do ciclo de vida, para iniciativas preventivas, do ponto de vista ambiental. O objectivo do manual é ajudar as empresas, independentemente do seu sector ou tamanho, que estejam interessadas em reduzir os impactes ambientais dos seus produtos. A abordagem que se pretende é a de, qualquer que seja o nível em que a empresa se encontre, essas medidas, possam estar de acordo com as ambições e capacidades dessa mesma empresa. O objectivo das iniciativas ambientais é o de conseguir melhorias concretas nos seus produtos. As empresas podem e devem planear as suas actividades, de modo a que as vantagens associadas com a orientação dos produtos para os aspectos ambientais, sejam conseguidas através ou ao longo de todo o processo produtivo.

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida O desenvolvimento e o marketing da “produção limpa”, não é difícil se a empresa escolher uma abordagem passo a passo, na qual as medidas possam vir a ter um efeito gradualmente, tornando-se mais ambiciosas à medida que as mesmas adquirem experiência na implementação. Este manual pretende ainda explicar, como é que as empresa estabelecem um compromisso interno, para levar a cabo um plano, com vista a por em prática o pensamento no ciclo de vida, bem como qual o entendimento de como é que se pode expandir este pensamento gradualmente, até que este se torne um esforço estratégico para o marketing da produção limpa. Boa sorte, com os seus esforços!

2. Ciclo de vida baseado nas iniciativas ambientais

2.1. Do berço até à cova O Eco-design e, as medidas ambientais baseadas no ciclo de vida, envolvem o desenvolvimento dos produtos que podem e devem ser melhorados nas suas características ambientais, através do ciclo de vida dos mesmos, desde do “berço até à cova”. Esta é uma ferramenta, orientada para gerir o futuro de qualquer empresa. Com o aumento da competitividade e das relações ambientais cada vez mais estreitas, é difícil para as empresas continuarem a serem competitivas. O Eco-design fornecerá uma vantagem decisiva, para que as empresas melhorem o desempenho ambiental dos seus produtos, mais do que desenvolver produtos novos e reduzir os seus custos. No passado, as empresas focavam-se em primeiro lugar, nas melhorias ambientais dos processos produtivos e também nas melhorias ambientais das empresas em seu redor. As iniciativas baseadas no ciclo de vida,

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida centram-se agora na melhoria dos produtos em todas as fases, desde da extracção da matéria-prima e transporte, até ao uso pelo utilizador final ou até à sua deposição final.

Figura 1. O ciclo de vida de um produto e o fechar do ciclo dos recursos As medidas ambientais baseadas no ciclo de vida, fornecem uma oportunidade para termos uma visão da situação da empresa e do peso das vantagens e desvantagens associadas com as várias escolhas. Por exemplo, pode uma desvantagem associada com um material problemático do ponto de vista ambiental, no processo de produção, ser contrabalançada através do aumento para o dobro da durabilidade? Por exemplo, os materiais compósitos reduzem o peso dos automóveis e por essa razão, contribuem para a redução do consumo do combustível, na fase do uso do produto. Mas esta vantagem pode contrabalançar o facto ou desvantagem, destes materiais serem de difícil reciclagem ou recuperação? A gestão do ciclo de vida fornece-nos uma oportunidade para termos uma visão sobre as vantagens e desvantagens associadas com as várias escolhas que se colocam durante a fase do ciclo de vida do produto, desde do berço até à cova. Esta visão, dá-nos também a oportunidade para desenvolvermos novas iniciativas. Isto é, por exemplo, um novo método

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida para reciclar materiais compósitos? Através de uma gestão ambiental do ciclo de vida, é possível obter um conhecimento mais detalhado que fornece uma base sólida para a tomada de decisão subsequente e para a escolha final. Uma perspectiva do ciclo de vida, exige mais das medidas ambientais das empresas, mas também fornece a possibilidade para a obtenção de vantagens significativas, por exemplo: uma melhoria da posição no mercado, comparada com a concorrência; uma melhoria da imagem da empresa; uma maior cooperação com os fornecedores e clientes, com vista ao desenvolvimento do produto e do marketing; bem como uma melhor relação com as autoridades ambientais e outros colaboradores e parceiros. As empresas que começarem agora a tomar em conta estas medidas ambientais, têm maiores possibilidades de transformar estas vantagens em ferramentas a seu favor, em vez de ficarem a ver a sua concorrência a fazêlo. O Eco-design não tem apenas efeitos positivos no ambiente, mas terá também efeitos na imagem da empresa. Tomando em linha de conta o ciclo de vida completo do produto temos que, para um melhor desempenho ambiental do mesmo, teremos ao mesmo tempo uma redução dos seus custos. O Eco-design oferece novas oportunidades, através de produtos melhores e mais inovadores. Faça uso deste potencial.

2.2. Da produção limpa através da gestão ambiental até ao produto limpo Na última década, muitas empresas têm vindo a assumir uma maior responsabilidade para com o ambiente: - desde a optimização da produção ambiental, através do compromisso de melhorias ambientais contínuas, até o desenvolvimento e marketing de produtos limpos. Isto representa três passos diferentes, numa estratégia ou iniciativa ambiental preventiva, que é em si mesma, um passo à frente rumo ao desenvolvimento sustentável, levando em conta considerações económicas, sociais e ambientais.

2.2.1. Processos de produção limpa Quando uma empresa tem optimizada a sua produção, através da redução dos consumos de água e energia, substituindo as matérias-primas perigosas e, após a introdução das melhores tecnologias disponíveis, reduzindo as descargas e as emissões, então os produtos da empresa são também eles igualmente limpos. A produção tecnologicamente limpa, é o primeiro passo rumo à produção de produtos limpos ou amigos do ambiente.

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2.2.2. Gestão ambiental A gestão ambiental, centra-se frequentemente nas condições ambientais do meio e na interacção da empresa sobre ele e, exige que se façam melhorias contínuas. Assim, nesta perspectiva, as iniciativas ambientais, podem gradualmente ser expandidas de forma a incluir, por exemplo, a optimização ambiental dos transportes, a colaboração com os fornecedores com vista a ultrapassar a questão da utilização de substâncias perigosas no fabrico dos seus produtos, na informação a dar aos seus clientes com vista a salientar o impacto ambiental do uso dos seus produtos no ambiente, etc..

Figure 2. Diferentes abordagens das medidas ambientais baseadas no ciclo de vida

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2.2.3. Produtos limpos Quando uma empresa se centra na melhoria das características ambientais dos seus produtos, todos os departamentos devem contribuir, incluindo os departamentos de desenvolvimento, produção, vendas e marketing e transportes. Da mesma forma, isto exige um aumento da colaboração com os fornecedores e consumidores, com vista a obter as necessárias melhorias ambientais e de forma a cumprir as exigências legislativas bem como os critérios da eventual utilização da “eco-label” (ver página 43). Os produtos limpos e a “eco-label”, fazem a apologia das características ambientais como um parâmetro competitivo do mercado. Qualquer empresa pode usar os três seguintes passos para produzir produtos limpos. Ela deverá seleccionar qual o nível que melhor preenche os seus objectivos e ambições, a sua experiência prévia e, os recursos que tem disponíveis.

2.2.4. Três exemplos de empresas na Europa Muitas empresas europeias, compreenderam que estender a sua preocupação relativamente ao ambiente, corresponde a um ou mais dos passos descritos abaixo. Simultaneamente, muitas empresas estão a aceitar a sua responsabilidade face às questões ambientais, de acordo com as politicas ambientais nacionais e europeias, envolvendo acções preventivas na fonte, promovendo o fecho do ciclo das matérias-primas, aceitando o princípio do poluidor pagador bem como o desenvolvimento sustentável. Uma empresa de impressão, com 30 empregados, nos anos 90’s iniciou a mudança no seu processo de produção substituindo o uso do chumbo e do estanho por prata. A empresa apercebeu-se de uma série de vantagens, depois da adopção deste novo processo, substituindo os metais pesados por prata: - O uso da prata representava apenas uma percentagem da quantidade de chumbo e estanho usada anteriormente; - O consumo de água e energia diminuiu cerca de 80 a 90%; - O fluxo produtivo, ou a capacidade de produção aumentou cerca de quatro vezes; - O ambiente (clima) no local de trabalho melhorou;

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida - A qualidade do produto melhorou bem como a sua superfície, era agora mais flexível, e etc. A substituição pela prata dos metais indesejados, criaram um produto e um processo mais limpo, devendo tal, considerar-se um passo em frente na adopção de tecnologias e produtos limpos. Uma outra empresa, em 1993, foi a primeira na sua área na Dinamarca a obter a certificação de gestão ambiental. De acordo com a empresa e a sua contabilidade ambiental, ela hoje tem um staff de 71 gestores da qualidade e ambiente (todo o seu pessoal). A empresa obteve desde dessa altura licença para usar o rótulo ecológico nos seus produtos e hoje 25% da sua produção usa esse rótulo, e encontra-se a trabalhar para este segmento da produção mais exigente do mercado, através da colaboração dos seus parceiros de negócio. A gestão ambiental pode ajudar a orientar os produtos e, pode tornar-se uma ferramenta de ajuda às empresas, desenvolvendo o marketing dos produtos limpos ou verdes. Nos anos 80’s, foi lançado um conceito de produto, designado por “Algodão Verde”, baseado numa perspectiva de ciclo de vida, por uma empresa chamada Novotex. A fase principal do ciclo de vida do produto foi identificada. Depois, por cada fase, os problemas de higiene, saúde e ambiente foram equacionados. Baseado nesta informação, a empresa tem, através da colaboração com os seus fornecedores, reduzido os impactos ambientais dos produtos de algodão. Simultaneamente, a empresa tem vindo a trabalhar com tecnologias mais limpas, introduziu um Sistema de Gestão Ambiental EMAS e, adoptou o uso do rótulo ecológico para alguns produtos têxteis. O conceito de produto limpo, é uma boa plataforma a partir da qual uma empresa pode lançar a gestão ambiental e a rotulagem ecológica em colaboração com os seus fornecedores.

2.2.5. Oferta e procura – qual é que vem primeiro? O desenvolvimento das iniciativas na área ambiental, têm frequentemente sido forçadas pelas exigências das autoridades legislativas e fiscalizadoras. A orientação de um produto para uma politica ambiental, exige simultaneamente uma politica integrada de prevenção da poluição (IPP), colocando muita da responsabilidade nas mãos das empresas e consumidores.

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A procura de produtos limpos no mercado, deve ser incentivada e criar essa necessidade constitui um desafio. Por um lado, uma empresa pode, até certo ponto, queixar-se de que o mercado não reclama produtos limpos. Mas por outro lado, os consumidores, podem também queixar-se que as empresas não produzem e oferecem produtos limpos. Pode dizer-se que estamos no mesmo dilema de saber quem é que nasceu primeiro se foi o ovo ou se foi a galinha. No entanto as empresas devem considerar este desafio e, fazer investimentos na área do ambiente, apostando no facto de daí advirem vantagens num futuro próximo. A lista das possibilidades disso acontecer é grande, como se pode ver no capítulo a seguir.

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3. As vantagens das iniciativas ambientais baseadas no ciclo de vida

É importante que uma empresa seja capaz de antever novas oportunidades e ameaças. Aquilo que uma empresa vê como uma ameaça pode ser visto por outra como uma oportunidade. A perspectiva da mudança ambiental de uma empresa, depende em grande medida da estratégia ambiental da empresa, bem como dos seus factores internos e compromissos para integrar as medidas ambientais. Existe um grande número de razões para começar com a gestão ambiental baseada no ciclo de vida.

3.1. Motivações internas Uma das motivações internas de uma empresa, é o desejo de iniciar novos e mais lucrativos negócios. A Organização das Nações Unidas para o Ambiente, UNEP, lista as motivações para tal e, esta inclui as seguintes (ver a Figura 3, em baixo):

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Figure 3. Forças de motivação internas e possíveis vantagens

3.1.1. A responsabilidade da gestão A gestão tem a responsabilidade de minimizar os impactos ambientais dos produtos e dos processos. Esta responsabilidade estende-se a todas as actividades da gestão e é abrangente, ou seja, desde do infantário para as crianças de uma área próxima, indo até ao problema relacionado com a destruição da camada do ozono. As gestões têm vindo a ser pressionadas, para assumir a responsabilidade das suas empresas e dos seus produtos, para assumirem os danos provocados pelos produtos no ambiente e para aceitarem os produtos rejeitados e em fim de vida devolvidos pelos seus clientes e, etc..

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3.1.2. A necessidade de melhorar a qualidade dos produtos As considerações ambientais dos produtos na fase do desenvolvimento e do design, dão ao produto novas qualidades em termos de funcionalidade, durabilidade, facilidade de manutenção, reparação e etc.. Por essas razões, a qualidade de um produto pode e deve ser melhorada considerando as implicações ambientais desde do “berço até à cova”.

3.1.3 A ambição de uma nova imagem A imagem de um produto e de uma empresa podem ser melhorados, melhorando a comunicação do perfil ambiental do produto, por exemplo, evidenciando qual a politica ambiental da empresa ou qual a sua contabilidade ambiental. Assim, uma empresa pode promover-se a si própria, através dos seus empregados ou através dos seus parceiros de negócio, desde que ela queira prosseguir na via da melhoria contínua, reduzindo os impactos ambientais dos seus produtos.

3.1.4. Uma oportunidade para reduzir custos Frequentemente existem muitas oportunidades para reduzir custos, que se tornam evidentes durante as iniciativas orientadas para o produto, por exemplo, a redução dos custos do material podem, gerar menos resíduos, optimizar a logística, consumir menos recursos e, reduzir as emissões em cada fase da produção.

3.1.5. O interesse e envolvimento dos empregados Os empregados tal como a gestão, devem também assumir a sua quota de responsabilidade nas questões do ambiente. Quer os empregados quer a gestão, têm interesse que a empresa remova do seu processo todos os produtos ou matérias-primas perigosas, de forma a melhorar as condições dos locais de trabalho. Quando os empregados contribuem, para a melhoria das condições ambientais através das suas sugestões, passam a ter orgulho no trabalho e o valor da sua contribuição aumenta. Uma empresa boa e com bons e reputados produtos, tem um efeito positivo no recrutamento do pessoal.

3.1.6. Inovações tecnológicas As inovações tecnológicas na forma de novos materiais ou de invenções, podem melhorar radicalmente o perfil ambiental dos produtos, aumentando a eficiência energética, durabilidade e etc.. Um perfil ambiental explicito

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida pode conduzir ao derrube das barreiras para a entrada num determinado novo mercado.

3.2. Motivações externas A maior parte das empresas são envolvidas nestes processos, através da colaboração ou exigência de um determinado parceiro ou número de parceiros. Este tipo de relacionamento, fornece a oportunidade para a melhoria das medidas de carácter ambiental baseadas na gestão do ciclo de vida, ou exige que elas sejam impostas, por exemplo, pelas autoridades. Esta colaboração pode dar oportunidade para conseguir várias vantagens (ver a figura 4).

3.2.1. Colaboração com as autoridades O lançamento de um programa de gestão ambiental, cria uma boa imagem junto das autoridades encarregadas da inspecção e supervisão, criando dessa forma condições para que a empresa possa prosseguir na persecução dos seus objectivos. Ao mesmo tempo, espera-se que a empresa se responsabilize, pelos impactos ambientais dos seus processos e produtos.

3.2.2. Vantagens num Mercado competitivo O desenvolvimento de produtos limpos, e conformes com os critérios de utilização do rótulo ecológico, de acordo com a legislação comunitária, pode constituir uma vantagem estratégica de marketing, em termos de uma maior quota de mercado, através do aumento das vendas. A abordagem ambiental baseada na gestão do ciclo de vida, pode dar ao produto uma qualidade extra que, pode contribuir para uma selecção por parte do consumidor preterindo, por essa razão, produtos concorrentes.

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Figura 4. Motivações externas e vantagens possíveis

3.2.3. Procura pública O Contacto com amigos, vizinhos, os media, etc., criam situações para que ambos, gestão e empregados, sejam questionados relativamente as performances ambientais da empresa. É importante ter uma estratégia de comunicação ambiental, com vista a fornecer as “respostas certas” e, a facilitar a criação de uma boa imagem pública da empresa.

3.2.4. Liderar em vez de ser um Seguidor Uma empresa que tem, internamente expresso que, está comprometida a, melhorar a performance ambiental, através da gestão do ciclo de vida, tem a oportunidade de ser um líder no desenvolvimento de produtos limpos, muito mais do que a sua concorrência. À medida que os negócios evoluem, uma empresa assim, torna-se um fornecedor atractivo e credível.

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3.2.5. Colaboração em rede Muitos sectores colaboram, através de uma rede ou através de painéis de produtos, em iniciativas ambientais orientadas para os produtos. Algumas associações empresariais, procuram membros para partilhar experiências com vista ao lançamento de Sistemas de Gestão Ambiental. Outros sectores, desenvolveram eles próprios as suas regras, para um bom comportamento ambiental. A colaboração em rede pode permitir que as empresas evoluam com a aprendizagem recolhida pelas experiências vividas por outras empresas do mesmo sector.

3.2.6. Colaboração entre fornecedores com lançamento de inovações e melhorias ambientais

vista

ao

O aumento da colaboração entre fornecedores, pode providenciar uma vantagem, em termos de trocas de conhecimento e experiências, melhorando as condições de fornecimento, a flexibilidade bem como a assistência no desenvolvimento de novos produtos e serviços. Quanto maior for essa colaboração, maiores serão as vantagens mútuas que poderão conduzir ao partenariado que põe sua vez levará à criação de outras inovações ambientais.

3.3. Agarrar a mudança Todas as empresas são diferentes. Isto também é verdade para as motivações que podem influenciar cada uma delas. Muitas vezes as empresas, são representadas como desajustadas, por numerosas razões, com setas representando novas solicitações do mercado, do governo e etc.. No entanto, as empresas são também responsáveis pelo estado de desenvolvimento dos seus negócios. Centrando-se nas forças de motivação internas, as empresas, desenvolvem conhecimento, um compromisso com o ambiente, e regras para que possam rapidamente tomar decisões sobre novos negócios, sobre a voz do mercado, dos seus desejos e expectativas e tomar iniciativas quando aos clientes, vizinhos, autoridades ou outros parceiros. Uma empresa que esteja bem preparada para a gestão ambiental, baseada na gestão do ciclo de vida, é capaz de desenvolver estratégias e criar mercado para produtos limpos. Uma estratégia ambiental pro-activa, significa que a empresa é líder e pode desempenhar um papel determinante entre os seus parceiros. A discussão das motivações internas da empresa, é

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida importante para tentar estabelecer o seu nível de ambição e de objectivos, com vista ao desenvolvimento e ao marketing dos produtos limpos. Este assunto será no entanto discutido no capítulo seguinte.

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida

4. Como começar?

Os produtos orientados para o ambiente, até aqui têm-se focado no método, ou seja, no detalhe da gestão do ciclo de vida, seguido da determinação dos impactos ambientais mais significativos, criados na fase do ciclo de vida. Estes esforços têm frequentemente acabado, por dar origem a uma série de dados e uma série de questões, muito mais do que questões estratégicas, respeitantes à forma como a empresa pode melhorar o perfil ambiental de um produto. Se uma empresa não tem investigado previamente, os impactos ambientais de um produto, então será boa ideia, adoptar uma estratégia ou abordagem passo a passo e começar centrando-se na perspectiva do ciclo de vida e nas possibilidades concretas de melhorar as características ambientais desse produto.

4.1. A abordagem passo a passo A abordagem passo a passo, pode envolver as seguintes fases, que são também as mesmas fases que uma empresa tem de atravessar quando introduz um sistema de gestão ambiental (ver figura 5).

4.1.1. Politica – estabelecer os objectivos e o nível de ambição determinado Uma política baseada no ambiente e na gestão do ciclo de vida, deve ser visionária e de longo alcance, devendo no entanto ser realista e concreta. Uma empresa deve por isso, estabelecer os seus objectivos e o seu nível de ambição. No entanto, deverá evitar sinais confusos, sejam internos sejam

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida os que vêm dos seus parceiros de negócio. Não deverão existir “manchas” entre a política e a prática, ou seja, entre o que a empresa “diz” e o que a empresa “faz”. Estabelecer objectivos, determina o nível de ambição, assegurando a conformidade entre a política e as acções. Existem pelo menos três diferentes níveis de ambição, que se podem distinguir uns dos outros da seguinte forma: •

Compromisso interno escrito e, compromisso com as melhorias ambientais;



Perfil ambiental dos produtos limpos;



Marketing dos produtos limpos.

1.

Politica

- Estabelecer ambição

objectivos

e

determinar

2.

Organização

- Obter o envolvimento do pessoal e da gestão

3.

Levantamento

- Obter o levantamento desenvolvimento

4.

Objectivo

- Seleccionar uma área onde os esforços sejam directos e imediatos, determinar os objectivos, e elaborar um plano de acção

5.

Melhorias ambientais

- Por o plano em acção

6.

Relatório

- Documentar o efeito dos esforços e tornar públicos os resultados

7.

Começar outra vez

- Avaliação da experiência, organização, e etc.

8.

Investigação suplementar e obter mais informação

9.

Especificar as iniciativas existentes e seleccionar novas áreas e objectivos

do

estado

rever

a

o

nível

actual

politica,

de

de

a

10. Etc. Etc. Etc.

Figura 5. A questão das melhorias ambientais Distinguir os diferentes níveis de ambição, permite-nos seguir um plano passo a passo para a implementação de melhorias ambientais que se torne mais ambicioso gradualmente, à medida que se adquire conhecimento e experiência associados à implementação e à colocação em acção (ver também o capítulo 10).

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida Quando a politica ambiental é estabelecida, a empresa deve organizar os seus esforços e recolher toda a informação necessária.

4.1.2. Organização A organização das medidas é, claro está, o princípio e o fim para o sucesso do projecto, por isso a discussão nesta fase, deve ser de grande detalhe (ver o capítulo 4).

4.1.3. Levantamento – fazer o ponto da situação sobre o conhecimento existente A maior parte das empresas, têm um elevado nível de conhecimento sobre os impactos ambientais dos seus produtos e processos disponíveis, que se repercutem, por exemplo, na sua contabilidade ou quando existir, na sua contabilidade ambiental. Geralmente, esta informação está patente e disponível em termos de processo de produção, mais do que termos de produto. O primeiro desafio é o de obter informação relativa aos produtos, em particular. Esta informação, mais tarde, providenciará os números que serão cruciais para a empresa estabelecer os custos relacionados com os produtos ou séries de produtos. O desafio seguinte é o de fazer o ponto da situação, sobre o conhecimento e a experiência, ou seja, sobre o “estado da arte”, recorrendo à literatura e à eventual colaboração dos eventuais parceiros. Este tipo de levantamento do conhecimento, pode ser simplificado utilizando ou recorrendo a experiência de outras empresas ou parceiros que tenham já passado pela mesma fase, ou ainda recorrendo a associações empresariais, autoridades, instituições cientificas, etc, assegurando-se que a informação obtida resulta, pelo menos, de três áreas (ver capítulo 9 e tabela a seguir). Tabela 1 Sobre o levantamento: A. Impactos ambientais •

Fases do ciclo de vida – onde situam os impactos ambientais mais significativos?



Tecnologia – existe nova tecnologia disponível, ou a ser desenvolvida que pode reduzir os impactos ambientais?

B. Mercado/condições comerciais

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida •

Oferta – quais são as características actuais do perfil ambiental dos produtos?



Procura – quais são as principais exigências dos clientes e consumidores em termos de preocupações ambientais relativamente ao produto?



Valor – quais as vantagens que se podem conseguir, adicionando características ambientais à qualidade e ao produto?

C. Parceiros •

A cadeia do produto – os fornecedores, clientes e outros estão interessados em colaborar nas iniciativas ambientais?



Autoridades – quais são as exigências legais feitas pelas autoridades, no presente e no futuro?



No sector – que medidas ambientais estão a ser levadas a cabo pela concorrência ou por outros envolvidos na cadeia de fornecimento?



Rede de conhecimento – que tipo de informação, podem os consultores, universidades, etc., fornecer?

Baseado no nível de ambição, a empresa deve limitar a informação recolhida, à informação que é necessária e prática. As empresas que considerem demasiados aspectos ou situações potenciais, durante a fase de recolha dos dados, arriscam-se a ficar atoladas em informação e isto pode levar à morte do projecto. Não devemos esquecer que tanto se pode morrer de fome como de fartura. Para orientar o desenvolvimento de um produto ecológico, isto pode ser conseguido através de seis ou sete conversas telefónicas com os parceiros, obtendo dessa forma alguns apontamentos importantes e suficientes para obter uma primeira, aproximação ao objectivo. Esta aproximação, providenciará informação que pode ser detalhada e organizada mais tarde, servindo para orientar a recolha de novos dados e a investigação, com vista a atingir o nível de ambição pretendido ou para responder a novas solicitações.

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida Significância para o ambiente

Alto

Baixo A diferença pode residir aqui

Figura 6 – Priorização dos esforços

4.1.4. Seleccione uma área onde os efeitos possam ser rápidos, determine o plano os objectivos e faça um plano de acção As respostas construtivas às questões colocadas em baixo, fornecem a base para atingir os objectivos perseguidos das melhorias ambientais de uma qualquer área. Em alguns casos, os problemas ambientais identificados pela empresa, podem ser resolvidos por outros esforços, por exemplo, por uma nova tecnologia que está agora disponível ou por um fornecedor que está a eliminar as substâncias perigosas do seu processo. Baseado no conhecimento e na situação actual, uma empresa deve decidir qual a área a priorizar, com vista a lançar um programa de melhorias ambientais. Esta decisão pode ser baseada nas três seguintes questões: Onde se situam os maiores problemas ambientais, nos produtos ou no ciclo de vida? (relevância)

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida Onde é que é possível conseguir melhorias ambientais? (potencial) Onde é que a empresa pode fazer a diferença? (Influência) Uma qualquer empresa pode, na abordagem destas questões, durante o planeamento da implementação de medidas baseadas nas iniciativas ambientais do ciclo de vida, considerar as questões “relevantes” e as “potenciais”, no contexto dessas iniciativas e, desenvolver um modelo de priorização conforme o descrito na figura em acima. Uma empresa pode ter vários objectivos, em termos de problemas ambientais, devendo ser escolhidas várias áreas, envolvendo vários departamentos da empresa, por exemplo, as compras, a logística, etc., para que estes tenham oportunidade de contribuir para a minimização dos impactos ambientais dos seus produtos. Os objectivos concretos e o plano de acção, devem ser definidos para cada área nomeando quem é responsável por fazer o quê e quando. Um plano de acção é uma boa ferramenta para explicitar o estado do plano face aos objectivos traçados, delegando as responsabilidades e estabelecendo as linhas mestras da acção, para que as circunstâncias que rodeiam as medidas ambientais sejam claras, quer para a gestão quer para os colaboradores.

4.1.5. Ponha o plano em acção e melhore do ponto de vista ambiental Um bom plano é muito importante mas, são os resultados práticos que lhe dão a credibilidade, o entusiasmo e o suporte para a implementação das medidas ambientais seguintes. A análise de todo o ciclo de vida de um produto, identificará numerosas possibilidades para melhorias ambientais óbvias, que dará como recompensa um produto com um perfil ambiental melhorado. Focalizando a atenção num problema concreto, desenvolver-se-ão ideias para as necessárias melhorias. As iniciativas ambientais deverão envolver novos desafios. O que acontecerá, se uma empresa for obrigada a recolher todos os seus produtos considerados sucata do mercado, conforme determinam as recentes directivas comunitárias? Uma solicitação destas, teria naturalmente, que ser incluída nos planos de acção da empresa, de forma a providenciar uma resposta concreta a este pedido. O objectivo da reciclagem de materiais e

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida de partes dos produtos, podem exigir repensar os mesmos, conforme se lista a seguir: •

Alguns materiais no produto são de fácil reciclagem;



Um produto que seja facilmente desmontável, é mais facilmente reciclado;



Os materiais seleccionados e que compõem o produto são recicláveis;



O produto é construído de fora modular o que facilita a reparação dos seus componentes;



O produto pode ser re-desenhado para que as peças originais possam ser reutilizadas em novos produtos;

4.1.6. Documente os resultados obtidos e os esforços feitos, tornando públicos esses resultados Com vista a obter o envolvimento da gestão e dos colaboradores, é crucial que os efeitos dos esforços feitos sejam documentados e os seus resultados divulgados. Esta forma de agir dá credibilidade quando a empresa é questionada pelos seus clientes, fornecedores e etc., com vista à divulgação da política ambiental seguida. A forma como é feita essa divulgação é dependente do nível da ambição da empresa. É vantajoso que a empresa tenha priorizado no seu interior, se os impactos ambientais que ela estabeleceu como objectivo, respondem a grupos alvo, para que essa informação possa ser dirigida a esses grupos. A contabilidade ambiental, que já contém detalhes sobre as performances ambientais da empresa, pode ser redireccionada para o produto, fornecendo as ferramentas e os documentos para tornar isto visível aos olhos do público. Esta contabilidade pode encerrar questões como: •

De que forma ou a que nível foi reduzido o consumo eléctrico do produto na fase do uso?



Qual a percentagem de produto que pode ser reciclado?



De que forma e como é que o transporte é optimizado?

Estes resultados podem ser tornados visíveis, fornecendo alguns indicadores, por exemplo qual o consumo energético durante a fase de fabrico do produto, que podem ser tornados públicos através de um caderno ambiental, através da justaposição da “ecolabel” ou de uma declaração

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida ambiental do produto. Este tema, no entanto, será tratado com mais detalhe no capítulo 8.

4.1.7. Mantenha o processo em funcionamento, avaliando experiências, revendo a politica e organizando a estrutura Depois de completar a primeira ronda de melhoramentos do perfil ambiental da empresa e dos produtos, é boa ideia, respirar fundo e avaliar a experiência obtida nessa experiência: •

O que é que correu bem e o que correu mal?



Como é que se podem melhorar os esforços?



Podem ser envolvidos mais colaboradores nas medidas ambientais?



Os esforços podem ser dirigidos numa outra direcção?



Os meios e os métodos estão a ser apropriadamente usados?



Devem ser envolvidos mais parceiros?



O nível de ambição determinado inicialmente está de acordo?



Etc.

Esta avaliação, levada a cabo uma vez por ano, fornecerá um excelente suporte para os necessários ajustamentos na politica ambiental, de forma consistente com os esforços que estão a ser levados a cabo. Depois desta avaliação, a empresa pode decidir continuar no mesmo nível de ambição inicial, até que o compromisso interno esteja firmemente estabelecido, ou até que os parceiros ou outros façam mais exigências, com vista a um maior comprometimento ambiental e dessa forma poderá ver-se obrigada a aumentar o seu nível de ambição. Relembre que, a ideia atrás de avançar com uma abordagem passo a passo é a de assegurar uma interacção recíproca entre o desenvolvimento do conhecimento no que diz respeito ao impacto ambiental do produto, exigências do mercado, etc. e, a implementação de melhorias ambientais concretas no produto.

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4.1.8. Faça investigações suplementares para obter mais informações Depois da experiência recolhida na primeira ronda, qualquer empresa tem, muito provavelmente, áreas onde será necessária mais investigação. Se as exigências requerem que a empresa forneça mais documentação, com vista a documentar os impactos ambientais do produto, então é necessário juntar uma avaliação ambiental simples. Quando se torna evidente que os impactos ambientais são na fase de uso, então é necessário proceder a investigação que permita determinar se os desejos do consumidor podem ser usados para determinar as mudanças no produto ou o desenvolvimento de novas instruções relativas ao uso do produto. Se uma empresa utiliza produtos químicos ou materiais que contêm substâncias consideradas perigosas ou indesejáveis, é sensato iniciar um processo de remoção destas do fabrico. É muito fácil desenvolver ou criar uma base de dados do conhecimento se existir cooperação e confiança entre os produtos de produtos semelhantes, fornecedores, os comerciantes e outros interessados na cadeia do produto (ver capítulo 9 – Cadeia do produto).

4.1.9. Defina a área da iniciativa ambiental e os seus objectivos Com base na experiência, a área da iniciativa e os seus objectivos, são iniciados sempre com novos planos de melhoria, sendo estabelecida dessa forma uma nova ronda de esforços. No entanto a atenção centra-se na obtenção de melhorias concretas no perfil ambiental do produto, enquanto se avaliam os resultados durante o processo de melhoria em curso.

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5. Como organizar os esforços?

É claro que existem muitas formas de organizar e levar a cabo um programa de iniciativas ambientais baseadas na gestão do ciclo de vida. Algumas das questões que claramente o influenciam é a dimensão da empresa e a sua experiência prévia com as actividades preventivas na área ambiental que influenciarão a forma como este programa se organizará, bem como o nível de ambição da empresa. A integração dos esforços ambientais, em todos os aspectos de uma empresa, pode ser cumprido através de: •

Uma elevada prioridade por parte da gestão;



Comunicação interna adequada;



O envolvimento de todos os sectores e funções da empresa;



Uma coordenação de grupo;

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Coordenação com outros projectos e outras iniciativas na empresa;

5.1. Elevada prioridade da gestão Os benefícios que uma empresa consegue, de um programa de gestão ambiental baseado na análise do ciclo de vida, dependerá do envolvimento activo dos colaboradores. Na prática este apoio poderá ser expresso das seguintes maneiras: •

Os recursos necessários que foram colocados à disposição para o programa, particularmente tempo e recursos de formação;



Com a participação activa da gestão, estabelecendo estratégias e objectivos;



Através da existência de comunicação interna, através da empresa, com vista a publicitar o nível de ambição e os objectivos;



Através do envolvimento dos empregados, fazendo-os sentir que as suas ideias e sugestões são levadas em conta com seriedade.

5.2. Comunicação interna e visibilidade da empresa A comunicação interna assegura que, quer as áreas de implementação quer os resultados das iniciativas ambientais baseadas no ciclo de vida, são do conhecimento comum entre os empregados. Quanto maior for o número dos empregados, mais exigentes serão as tarefas. A visibilidade dos esforços e dos resultados é uma condição importante para garantir o apoio e o envolvimento. Deve estar ciente de que todas as iniciativas levadas a cabo não são um simples esforço, mas antes um plano de melhoria contínua onde todos os empregados podem contribuir com ideias para novos melhoramentos ou para outras iniciativas. A comunicação interna também assegura que os vários departamentos da empresa possam ver as razões da implementação das medidas, e para dessa forma poderem coordenar os esforços, que poderiam ter origem na falta de informação.

5.3. O envolvimento de todos os departamentos relevantes As iniciativas ambientais baseadas na gestão do ciclo de vida, afecta todas as funções e departamentos da empresa. Por exemplo, a decisão de mudar a composição de um material de um produto, não afecta apenas a

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida qualidade, preço e o perfil ambiental, mas também levanta questões à procura de novos materiais alternativos, mercados potenciais para o novo produto, com consequências para o processo de produção, novas exigências de logística e etc.. Todos os departamentos devem, por essa razão, participar com ideias para estas iniciativas ambientais e com soluções, baseada na sua experiência particular. Isto assegurará uma série de ideias, bem como criará um certo realismo em relação à situação dos vários departamentos. Quanto mais pequena for a empresa, mais pequeno será o numero de pessoas que estão envolvidas e que poderão assegurar as funções departamentais.

Figur 7. A contribuição dos vários departamentos para um produto orientado para o ambiente (Extraída de www.lifecicle.com)

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5.4. Cada departamento numa empresa Cada departamento de uma empresa tem um determinado grau de liberdade para operar naquilo que se convenciona ser o seu universo, por exemplo, nos seus próprios projectos, interesses e prioridades. O desafio para a gestão e para a coordenação do grupo ligado ao ambiente é colocar o ambiente em primeiro lugar, em todos os departamentos e, criar um ambienta de saudável competição entre os diferentes departamentos, com vista a desenvolver a abordagem ambiental baseada no ciclo de vida.

5.5. Coordenação do grupo do ambiente A abordagem baseada no ciclo de vida é tão abrangente que uma pessoa, apesar da sua competência, não pode assumir sozinha a responsabilidade diária do projecto, conforme está descrito na figura 7. Esta responsabilidade extravasa o grupo coordenador do ambiente e o responsável pelo gestão do processo, que está no centro do mesmo. Este coordenador é responsável por assegurar as funções do grupo, marcação de reuniões, minutas das mesmas e etc.. A coordenação dos membros do grupo pode ser feita de forma rotativa, durante muitas das tarefas práticas. No entanto os membros do grupo coordenador, devem ser seleccionados pelos departamentos ou funções representados na empresa, incluindo a gestão, o desenvolvimento de produtos, a produção, a comercial, as compras e a logística. O número de pessoas que devem participar no grupo coordenador, depende da dimensão da empresa. Ao mesmo tempo, é também importante que a divisão do trabalho e as responsabilidades sejam claramente definidas para cada projecto. A participação dos empregados, assegura que os objectivos ambientais sejam difundidos por toda a empresa e que os esforços se centrem nas melhorias concretas do produto do ponto de vista do perfil ambiental do mesmo, mais do que uma mera recolha de dados. Para além disto, uma larga participação assegura que o projecto ambiental não morrerá se um qualquer empregado chave envolvido no projecto, deixar em qualquer momento a empresa.

5.6. Coordenação com outros projectos e iniciativas na empresa Numa empresa com vários departamentos, frequentemente cada um tem os seus próprios projectos. Esta situação pode conduzir a que se misturem “sinais” e os empregados envolvidos podem queixar-se, levando-os a

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida pensar que são demasiadas coisas para realizar. Realce o facto de que um projecto só acaba quando outro projecto novo começar. Por tudo isto, a gestão deve considerar as ligações entre as diversas iniciativas em curso e sobre a forma de criar sinergias nos diferentes projectos. As prioridades dos vários projectos devem ser claras para todos os empregados. Para além disso, será boa ideia se cada departamento tiver o seu próprio projecto ambiental (ver na figura 7) para que a unidade e a ligação dos diferentes esforços seja visível. A gestão deve assegurar, desde a fase de planeamento, que os recursos necessários estarão disponíveis, para todos os empregados a todos os níveis para que os projectos priorizados possam ser acabados. Uma boa coordenação de uma qualquer medida ambiental, juntamente com outras medidas, reduz problemas administrativos e trabalho extra associado com as funções do dia-a-dia, dos vários projectos. Para as empresas com uma certificação de qualidade e/ou uma certificação de um sistema de gestão ambiental, a versão das ISO 9000 – 2000, fornece uma boa oportunidade para criar sinergias entre os sistemas de gestão da qualidade orientado para o cliente e a gestão ambiental orientada para os produtos (ver capítulo 9). Finalmente, é necessário verificar quais as prioridades e as politicas, procedimentos e instruções para assegurar que elas reflectem uma politica integrada baseada na perspectiva da gestão do ciclo de vida dos produtos. Os documentos internos devem explicitar quais os departamentos responsáveis e quais as suas tarefas (ver capítulo seguinte).

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6. A gestão e o emprego ambiental

A gestão é responsável pelas medidas ambientais e sua coordenação, baseadas no ciclo de vida, bem como de outras iniciativas e prioridades na empresa. Isto, leva a que seja recomendável e óbvia a nomeação de um líder ou pessoa chave, na qual assentem as tarefas do dia-a-dia de coordenação ambiental.

6.1. A gestão tem toda a responsabilidade A responsabilidade de todas as medidas ambientais, por definição, é do director da empresa. Esta responsabilidade torna-se mais importante quando o objectivo se centra no desenvolvimento e no marketing de produtos amigos do ambiente. A gestão deve assegurar que todos os funcionários entendem, e levem por diante, as intenções que têm a ver com as medidas ambientais, não fazendo delas uma mera lista de frases feitas. Numa empresa, a politica ambiental deve ser relevante e claramente definida, e centrar-se no seguinte: •

Definir os objectivos de longo prazo e o nível de ambição;



As áreas onde os esforços devem ser direccionados a objectivos concretos;



A estratégia da empresa para os produtos e serviços deve ter uma perspectiva do ciclo de vida.

Uma politica ambiental orientada para os produtos, deve integrar outras estratégias e planos da empresa, bem como deverá funcionar como um

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida guia para o trabalho diário. Esta politica ambiental deve ser usada para a comunicação entre a empresa e os seus parceiros bem como deverá evidenciar o nível de ambição da empresa. Para além disso, poderá ser usada como suporte nas questões colocadas pelas solicitações feitas aos fornecedores e outros parceiros do negócio. Os objectivos de longo prazo traçam um rumo e indicam uma direcção para os esforços ambientais da empresa. Uma política ambiental pode ser simultaneamente visionário, com objectivos de longo prazo e, realista através da gestão seleccionada dos objectivos de curto prazo. Uma abordagem passo a passo dá-nos a possibilidade de ser simultaneamente visionário e realista. Para além do mais, uma abordagem passo a passo permite, que a experiência e o conhecimento ganho no decurso do processo, constituam patamares para evoluir para os próximos passos. A politica ambiental quando posta em acção, significa o envolvimento dos funcionários nas suas tarefas diárias, perseguindo os objectivos ambientais a que a empresa se propõem. Exemplos de alguns objectivos e iniciativas em algumas áreas, são os seguintes: •

Químicos – Eliminação e substituição de produtos químicos e materiais que se encontram listados na lista de substâncias perigosas;



Transportes – Redução das emissões do O2, nas empresas de transportes em 10%;



Produto – Desenvolvimento e criação de instruções, com vista ao uso e deposição final ambientalmente segura dos produtos em fim de vida;



Reciclagem – Objectivo de reciclagem de 85% dos materiais constituintes dos produtos;



Consumo dos recursos – reduzir o consumo da água e energia em 8 e 5%, respectivamente.

A selecção das iniciativas ambientais e a sua medição, motivará os empregados e tornará obvio que os esforços para a melhoria ambiental sejam encarados de forma séria. Portanto será boa ideia se os empregados participarem activamente neste processo de selecção.

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida Uma forma de especificar uma área de intervenção, envolve o estabelecimento dos objectivos ambientais, para cada fase do ciclo de vida do produto. Isto pode ser conjugado com uma estratégia do produto, na qual a empresa estabeleça explicitamente as suas implicações ambientais nas várias fases e, por esta via, melhorar-se-á o perfil ambiental do mesmo. Uma ferramenta que poderá ajudar a identificar as implicações ambientais são a “teia de aranha” ou a “roda estratégica”, ambas podem ser desenhadas de tal forma que ilustre graficamente as diferenças entre um produto existente e um com um melhor perfil ambiental (ver capítulo 10, sobre as ferramentas). A expressão da politica ambiental demonstra na prática, quer nos objectivos concretos quer através de uma estratégia do produto, que as iniciativas do ambiente levam em conta, de forma séria, a gestão do ciclo de vida e, que a gestão está a liderar o processo. Por outro lado, a gestão deverá dar sinais de que as iniciativas baseadas no ciclo de vida, exigem cooperação entre os diferentes departamentos a todos os níveis. Nas empresas de maior dimensão, existe normalmente um coordenador, que assume a responsabilidade dessa coordenação no dia a dia.

Figura 8. Identifique as áreas das iniciativas ambientais e determine a estratégia para o produto (Extraída de www.lifecicle.com)

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É necessário o empenho entusiástico de todos, desde do operador até ao contabilista, para que as iniciativas ambientais baseadas no ciclo de vida tenham sucesso. O coordenador ambiental, funcionará como uma âncora do projecto. O coordenador ambiental ou a pessoa âncora, com responsabilidades diárias, descobrirá que as tarefas em curso expandir-seão. Em cooperação com o grupo coordenador, o coordenador do grupo deverá assumir algumas das seguintes regras: •

Coordenar todas as actividades dos vários departamentos;



Deve ser fonte de inspiração para assegurar, a motivação e a disponibilidade de ferramentas simples;



Motivar e dar a conhecer, tornando visíveis os resultados das medidas ambientais;



Deverá ser o embaixador da empresa, com vista à divulgação das medidas ambientais, junto dos parceiros da cadeia do produto;



Deve ser a pessoa de contacto, para a divulgação e informação para as autoridades;



Deve processar os dados durante a avaliação ambiental ou a avaliação do ciclo de vida;



Organizar / coordenar a recolha e análise da informação do mercado;



Coligir as sugestões para melhorias ambientais dos departamentos internos e dos parceiros;



Etc..

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Se o coordenador ambiental é um gestor do ambiente, ou um desenhador de produtos ou um comercial, isto em principio, é irrelevante. O mais importante é que essa pessoa se dedique com entusiasmo aos planos, bem como seja um motivador e seja capaz de delegar. Para além, disto, a pessoa escolhida deve ser capaz de agir como um coordenador para a empresa toda. É também possível seleccionar no exterior um especialista da área do ambiente, para realizar a coordenação. As medidas ambientais baseadas no ciclo da vida, requerem também a colaboração de analistas a processadores de dados, na empresa. Isto é também outro argumento para que a coordenação do grupo ambiental seja feita com alguém externo à empresa.

6.2. Desenvolvimento de Produtos e produção

Até agora, as pessoas envolvidas na produção têm tido um papel de ligação nas melhorias ambientais nos processos de produção e também de introdução nos sistemas de gestão ambiental. Simultaneamente, os designers e os desenhadores, têm tido um papel importante no desenvolvimento de produtos limpos ou mais amigos do ambiente.

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7. O papel dos designers e do desenvolvimento A chave das medidas ambientais baseadas no ciclo de vida é, claramente, o desenvolvimento. As primeiras considerações ambientais, são integradas no produto na fase do desenvolvimento, para que se previna o mais cedo possível, os impactos ambientais negativos do ciclo de vida dos produtos. Os designers e as pessoas ligadas ao desenvolvimento, devem por isso entender quais os factores que determinam os impactos ambientais de um produto. Só muito raramente as pessoas do desenvolvimento precisam analisar os dados ambientais, para a avaliação dos impactos ambientais. Só mais tarde, é que se exige as instruções e a avaliação conduzida pelos especialistas. A forma radical como um designer ou um desenhador, pode mudar um produto, reflecte o nível de ambição e a estratégia que a gestão implementou. O desenvolvimento de ideias e de conceitos são elementos centrais para um trabalho estruturado sobretudo se a organização tiver poucos recursos. Existe algum pedido previsto para este tipo de produto no futuro? Será que este produto poderá vir a ser substituído por um serviço? O telefone tradicional, como um produto específico, é um exemplo de um produto que está a desaparecer, com as suas funções a ser integradas em muitos outros telefones ou que está a ser substituído por um serviço fornecido pelas companhias de comunicações. Em muitos casos, o desenvolvimento e produtos envolve pequenos passos, ajustamentos graduais e incrementos nos melhoramentos de um produto. Podem existir muitos aspectos de um produto que possam ser melhorados, mas a melhoria das performances ambientais pode ser uma boa forma de começar. Os aspectos técnicos, tais como economia, design, qualidade, reciclabilidade e etc. são cruciais para o desenvolvimento do produto, mas estes aspectos podem ser frequentemente combinados para que a estas considerações ambientais seja dado um maior peso, por exemplo: •

Torne os produtos existentes mais “limpos”, por exemplo, substituindo uma substância perigosa por uma menos perigosa;



Suba as considerações ambientais dos critérios do design para um patamar superior, por exemplo, colocando o mesmo peso no preço que no consumo de energia na fase do uso;

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Desenvolva um produto novo, mais “limpo”, com o ponto de partida nas considerações relativas aos impactos ambientais, por exemplo, uma nova colecção de roupa baseada na utilização de algodão ecológico;



Troque do fornecimento de um produto para o fornecimento de um serviço, por exemplo, trocando a venda de produtos de linho por um serviço de entrega de produtos de linho lavado.

7.1. As ferramentas de desenvolvimento de produtos Os criadores e os designers necessitam ferramentas para responder ao desafio que representa a integração das considerações ambientais no desenvolvimento dos produtos. Existem um número elevado de guias e manuais internacionais disponíveis, quer sobre a forma de literatura quer na Internet, que podem ajudar nesta área e que reflectem as preocupações ambientais de diversos sectores (ver o capítulo 10). Muitas destas regras, são elaboradas com os mesmos princípios referidos na filosofia dos 6 r’s, derivada do inglês: •

Repensar (re.think): o Repense o produto e as suas funções;



Reduza (re-duce): o Reduza o consumo de energia e de materiais ao longo do ciclo de vida do produto;



Substitua (re-place): o Substitua as substâncias perigosas por substâncias alternativas menos perigosas;



Recicle (re-cicle): o Seleccione materiais que possam ser reciclados;



Reutilize (re-use): o Conceba os produtos para que os seus componentes possam ser reutilizados;



Repare (re-pair):

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida o Conceba os reparados.

produtos

para

que

estes

sejam

facilmente

Os produtos com motores e ligações eléctricas têm sempre, na fase do uso, impactos ambientais significativos no consumo de energia. Se não houverem instruções sobre um produto especifico de uma empresa, é boa ideia proceder a alguma investigação sobre o que se sabe sobre este tipo de produtos ou família, assim como outra informação relacionada, do ponto de vista ambiental, de design e de desenvolvimento, que possa estar acessível. A inspiração para repensar muitos dos produtos que podem ser encontrados no mercado, pode ser conseguida através da utilização dos gráficos de teia de aranha ou da roda de estratégia (ver capítulo 10). Estas ferramentas são valiosas, no processo de geração de novas ideias, para a introdução de melhoramentos ambientais nos produtos. Depois de estas ideias serem analisadas e priorizadas, o perfil ambiental dos novos produtos pode ser visualizado através de um gráfico de teia de aranha que ilustrará graficamente a antecipação dos resultados no desenvolvimento do produto. Na prática, existem muitas considerações que podem ser contraditórias, por exemplo, entre um produto de longa durabilidade e o uso de substâncias perigosas na produção. Nestes casos uma avaliação ambiental ou um avaliação do ciclo de vida pode ser necessária.

7.2. Desenvolvimento integrado de produtos Uma coordenação deficiente no desenvolvimento do produto, produção e vendas é normalmente um problema a ter em conta nas grandes empresas. Consequentemente, muitas das grandes empresas introduziram o chamado “desenvolvimento integrado de produtos”, onde as várias considerações são integradas no sistema. Conhecimento sobre tecnologias limpas e gestão ambiental Muitas das associações empresariais, têm material escrito e guias com vista à implementação de tecnologias limpas e à melhoria das condições ambientais da produção. Muitas das associações, compilaram até manuais específicos para ajudar os seus associados a pôr em prática Sistemas de Gestão Ambiental. Alguns destes manuais podem ajudar na implementação de medidas baseadas na gestão do ciclo de vida.

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida Isto envolve a formulação de procedimentos para quando e como as considerações ambientais são incorporadas no processo de desenvolvimento do produto. Por exemplo, quando as especificações do produto estão disponíveis, então uma simples avaliação será suficiente. Quando um protótipo de um produto está completo, deverá ser enviado para um processador de sucata para obter os seus comentários, com o objectivo de este ser desmantelado e ser posteriormente reciclado. Grandes empresa como a Grundfos, têm considerações ambientais, como fazendo parte integrante, da política de procedimentos do desenvolvimento integrado de produtos.

7.3. O papel dos funcionários na produção Os funcionários do departamento da produção, têm um papel importante nas questões relacionadas com os impactos ambientais, associadas ao processo de produção e, por essa razão, podem contribuir activamente para a redução dos recursos, consumos e emissões. As empresas que consideram previamente as questões relacionadas com as tecnologias limpas e a gestão ambiental, descobriram que existem muitas possibilidades para melhorar e para poupar dinheiro. Um exercício para os empregados Reúna entre oito a dez funcionários interessados da empresa, disponibilizando uma ou duas horas diárias, para discutir o seguinte: Problemas ambientais •

Faça um brainstorming para descobrir onde é que se encontram os problemas do ciclo de vida dos produtos;



Registe todos os problemas ambientais;



Ponha à votação a ordem de sucessão dos problemas, dando a cada pessoa três votos, para essa eleição;



Constitua a lista dos dez maiores problemas de forma ordenada por prioridade;

Possíveis soluções •

Faça um novo brainstorming, sobre as possíveis soluções e sugestões para as melhorias ambientais;

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Registe todas as ideias para melhoramentos;



Faça um plano de acção que inclua a responsabilidade de quem e de quando;

Talvez existam problemas ambientais e possíveis soluções que exijam uma maior investigação. Estas, se existirem, devem ser incluídas no plano de acção. Com base nas discussões faça uma análise de SWOT, onde se possam identificar as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças para o projecto. Os funcionários podem contribuir com boas ideias para a introdução de melhorias concretas, bem como para encontrar e fornecer os dados específicos e relativos a um dado produto. Em complemento, os funcionários têm a experiência prática, sobre aquilo que é possível em termos do processo de produção, evitando o andar para a frente e para trás. Os Sistemas de Gestão Ambiental até aqui, têm sido suficientes para fornecer os dados sobre o consumo dos recursos para toda a empresa e dos seus sub-processos. A maior parte das contabilidades que incluem dados sobre o ambiente e relatórios ambientais, são formulados com base nestes dados. Agora, no entanto, com a atenção sobre a questão dos produtos limpos ou amigos do ambiente, os números sobre o consumo dos recursos e emissões, durante o processo de produção para cada produto, já não chegam. Pode ser necessário mudar os sistemas de medida bem como a documentação e os procedimentos para termos esses mesmos números. Os números comuns da produção, são um bom guia de referência para colocar em marcha um processo de melhoria ambiental dos produtos. Os números individuais de um produto especifico, podem ser difíceis de obter se a empresa contar com uma grande gama de produtos, porque o factor de distribuição deve ser determinado, de forma a alocar o consumo dos recursos entre vários grupos de produtos. Nestes casos, a melhor solução é fazer uma estimativa, que poderá ser refinada mais tarde, e que poderá ser suficiente para começar a avaliação.

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8.Compras, transporte e vendas

Todos os departamentos de uma empresa, têm um papel importante numa perspectiva do ciclo de vida. O pessoal das compras, transporte e das vendas, têm uma tarefa central no desenvolvimento e marketing dos produtos limpos ou amigos do ambiente (ver figuar 7).

8.1. Compras As compras têm um papel importante na selecção das matérias-primas. Consequentemente, as compras exigem algumas ferramentas que podem ser integradas nas questões ambientais com outros factores como o preço, qualidade, funcionalidade e etc.. As compras podem impulsionar a implementação das considerações ambientais, junto dos fornecedores, através dos pedidos e solicitações que forem fazendo. Normalmente as compras pedem a seguinte informação: •

Uma visão geral das medidas ambientais dos fornecedores bem como da sua politica ambiental;



Documentação sobre os impactos ambientais e das fases do ciclo de vida dos seus produtos;

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida •

Dados ambientais específicos sobre as matérias-primas, matérias subsidiárias, etc..

Ferramentas para as compras: •

Quais são os factores mais significativos / impactos na cadeia do produto;



Critérios para a selecção dos fornecedores procedimentos de selecção dos fornecedores);



Questionários sobre as medidas ambientais dos fornecedores;



Guia ambiental para o diálogo e colaboração, com vista à melhoria dos produtos;



Guia para as compras amigas do ambiente;



Declarações ambientais;



Lista das substâncias indesejáveis.

(avaliação

e

A comunicação deve ser aberta de modo a incluir o diálogo e a colaboração, onde os contributos e as ideias possam ser criticadas de forma construtiva, com vista a conseguir da parte dos fornecedores as melhores performances ambientais. Os compradores podem ter um papel critico, assumindo a consciência ambiental do cliente, que faz numerosas exigências, ou um papel de colaborador e de parceiro, trabalhando em conjunto em prol das vantagens comuns associadas ao desenvolvimento de produtos amigos do ambiente. Geralmente, o transporte é identificado como sendo um componente menor do total dos impactos causados na avaliação do ciclo de vida.

8.2. Transporte e logística O transporte é a ligação mais comum entre todas as fases do ciclo de vida do produto. O consumo de energia, ligado ao transporte das matériasprimas, bem como o transporte dos produtos acabados, é geralmente um componente menor do consumo total de energia de uma empresa. No entanto, um determinado número de condições numa empresa, pode e deve exigir que esta adopte medidas ambientais relacionadas com estes. Estas podem incluir as seguintes:

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida - O interesse por parte das pessoas responsáveis pelo transporte; - O transporte como uma área óbvia de intervenção; - A necessidade de influenciar os transportadores a tomar medidas mais eficazes do ponto de vista ambiental, etc. Para além disto, os impactos ambientais associados aos transportes são cada vez mais um problema crescente e, é uma área onde muitas das medidas tomada têm efeitos a curto prazo. Ferramentas para a optimização ambiental dos transportes: •

Uma contabilidade, com documentos sobre quantidades e volumes dos produtos transportados, bem como das distâncias a percorrer ou percorridas;



Objectivos por capacidade de utilização;



Informação comparada sobre os impactos ambientais causados pelas várias formas de transporte, camião, comboio, barco, etc.;



Procura de transportadores que utilizem ou possuam tecnologias limpas e sistemas de gestão ambiental;



Conceitos de distribuição que considerem o transporte seleccionado em função do peso, o volume e distância;



Guias de melhoramentos do planeamento logístico, optimização de percurso e etc.;



Optimização da embalagem para redução das necessidades de transporte.

Nos serviços, em empresas como hospitais, municípios, empresas comerciais e etc., os transportes de pessoal, entre a empresa e o local de trabalho, representam impactos ambientais significativos. As medidas nesta área podem começar, podem começar pela resposta às seguintes questões: •

Os funcionários podem vir para o trabalho usando os transportes públicos?



Há alguma possibilidade de contratar um transporte colectivo?



A empresa deve promover o uso de carros eléctricos para condução dentro da cidade?



Há condições adequadas para usar bicicletas?

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida As melhorias ambientais envolvem muitas pequenas medidas, que no seu conjunto podem ter grandes consequências. Para além do mais, é importante localizar áreas onde o lançamento destas medidas, sejam visíveis para todos os funcionários, pelo valor simbólico que estas representam e, para que pequenos problemas não impeçam o lançamento de grandes medidas de melhoria.

8.3. Vendas e marketing O desenvolvimento de produtos amigos do ambiente numa empresa, pode ser um desperdício se o mercado não o solicitar e se estes não se venderem. Por essa razão, os empregados responsáveis pelas vendas e pelo marketing têm um papel importante nas medidas a implementar baseadas na avaliação do ciclo de vida, porque eles devem assegurar uma boa informação de e para o cliente. A informação do cliente, fornece ao pessoal das vendas a sensibilidade sobre as preferências do consumidor, peso dado aos aspectos ambientais e sobre a forma como o produto é usado. A investigação sobre os hábitos do consumidor, sobre a forma como este usa o produto, pode fornecer elementos para um melhor desenvolvimento do produto e poderá fornecer a necessária inspiração para futuros melhoramentos do ponto de vista ambiental. Por exemplo, recentes estudos revelaram que cerca de 15% do consumo de energia eléctrica, associada aos aparelhos eléctricos é desnecessária. O conhecimento sobre os hábitos e preferências dos consumidores é crucial para o desenvolvimento de produtos amigos do ambiente. O levantamento do mercado e dos hábitos de consumo, fornece dados precisos com vista ao estabelecimento das prioridades e preferências, relativas às questões ambientais. Existe sempre, no entanto, um dilema nos estudos de mercado que é a diferença enter aquilo que o consumidor diz e o facto de como ele age na realidade. Uma empresa chamada a “Termos e Comp.ª”, possuiu uma pequena base de clientes, conhecendo bem os seus comportamentos e desejos. O Gerente, faz inquéritos regulares, junto dos seus colaboradores, para saber se as questões colocadas por estes são percepcionadas. Ele também faz inquéritos com vista a priorizar os aspectos ambientais considerados pelos seus clientes, bem como quais os aspectos que eles gostariam de ver tratados em futuras iniciativas ambientais da empresa.

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida A “Termos e Comp.ª expandiu a sua preocupação para o uso do produto, tendo incluído informação nos seus produtos, relativa a: •

Onde se podem adquirir peças de reposição, e;



Como é que o cliente se pode desfazer da “termos”, no fim da sua vida útil, de maneira apropriada.

Ferramentas para os comerciais: •

Inquéritos sobre o mercado e o consumo;



Análise dos negócios da concorrência;



Perfil ambiental do produto / Folha de informação ambiental sobre o produto;



Estabelecer uma estratégia para o marketing ambiental;



Instruções para o uso ambiental dos produtos;



Informação e formação com vista a assegurar, o ambientalmente correcta, a manutenção e deposição final.

operação

A informação para os clientes, fornece à empresa uma oportunidade para aumentar a sua consciência acerca dos impactos ambientais dos seus produtos. Os comerciais devem juntar tanta informação ambiental quanta forem capazes, com vista a a poderem elucidar os clientes sobre o uso ambientalmente amigável do produto bem como sobre as instruções para a deposição final do mesmo. Uma solução, por exemplo, para uma empresa têxtil, é fornecer instruções para a limpeza dos seus produtos, usados em casa e na indústria, de modo a assegurar a utilização de métodos de limpeza ambientalmente correctos. Isto permite aos clientes percepcionarem que a empresa entende e estende a sua responsabilidade até à fase do uso, contribuindo dessa forma para a redução dos impactos ambientais negativos, durante a lavagem e com os agentes usados na limpeza. O mau uso dos produtos pode ser extremamente mau para o ciclo de vida dos mesmos. Uma quantidade excessiva de detergente usado numa lavandaria, é um exemplo de um mau uso de um produto. Por outro lado, a informação adequada com vista à melhor deposição final do produto, pode

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida ajudar a reciclagem e a uma melhor selecção dos materiais usados na fabricação do produto. A solução, para optimizar isto é a de fazer com que o produtor seja responsável pelo destino final dos seus próprios produtos. Os departamentos de vendas e do marketing, devem ter conhecimento sobre as matérias ambientais, para que possam promover e melhorar o perfil das suas empresas bem como dos seus produtos. Isto exige que os colaboradores das vendas, estejam familiarizados com os critérios de utilização das eco-etiquetas (eco-labelling), com as instruções sobre o uso dos produtos, quais os critérios do público face às características ambientais dos produtos, etc. (ver capítulo 8 e 9). Existem muitas formas de começar a preparação dos colaboradores das vendas.

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9. Comunicação e Marketing ambiental

Quando uma empresa melhora o perfil ambiental dos seus produtos, é dada uma qualidade extra aos produtos. Esta é por vezes, a qualidade que não é visível, porque nem sempre ela é óbvia para o consumidor de um produto em particular, que tem menores impactos do que à primeira vista parece e face a produtos similares no mercado. Por essa razão a empresa deve considerar as seguintes questões: •

O produto deve ser objecto de acções especificas de marketing?



Como é que as características e qualidades ambientais do produto devem ser levadas ao conhecimento do público?

9.1. Marketing dos produtos amigos do ambiente Cada vez mais, o ambiente é um parametro que as empresas usam para competir com as suas congéneres, juntamente com o preço, funcionalidade, design, qualidade, etc.. As empresas, podem usar as características ambientais dos produtos para marcar a diferença de três maneiras distintas.

9.1.1. Eco - etiquetagem (eco-labelling) Existem várias eco-etiquetas aprovadas, segundo e conforme cada país, como se pode ver na listagem seguinte. As eco-etiquetas destinam-se a dar informação sobre os produtos aos clientes ou consumidores, sobre uma grande gama de produtos de consumo (não alimentares). Cada empresa deve documentar quais os critérios que cada produto cumpre, de forma a obter a autorização do uso da eco-etiqueta. No entanto, para tal não é necessário conduzir ou levar a cabo um estudo detalhado sobre a gestão do ciclo de vida.

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida

Etiqueta

País

Aplicabilidade: Aparelhos eléctricos e electrónicos Computadores, fotocopiadores

Austrália Designação: Australian Ecolabel Alemanha Designação: Blue Angel Japão Designação: Eco Mark USA, Austrália, Canadá, todos os países da Europa, Japão e Taiwan Energy Star Canadá

Computadores, impressoras, equipamentos de fax’s, calculadoras, telemóveis, televisores, máquina de lavar, frigoríficos, secadores e máquinas de cozinha. Computadores, impressoras, fotocopiadoras

Computadores, impressoras, fax’s, fotocopiadoras, televisores, vídeos, telefones, máquinas de lavar, frigoríficos aparelhos de ar condicionado

Impressoras, fotocopiadoras

Environmental Choice Programme

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Corea

Computadores, impressoras, fax’s, fotocopiadoras, Environmental televisores, frigoríficos, Labeling máquinas de lavar aparelhos de ar condicionado Programme Todos os países Computadores, televisores, da Europa frigoríficos, máquinas de lavar EU Eco-label Scheme Hong Kong Computadores, impressoras, máquinas de lavar, máquinas de secar, Green Label frigoríficos, aparelhos de ar condicionado Scheme Thailand

Green Program Taiwan

Computadores, fotocopiadoras, frigoríficos, máquinas de lavar, aparelhos de ar Label condicionado Computadores, fax’s, impressoras, fotocopiadoras, televisores, máquinas de Mark lavar, micro-ondas, desumidificadores

Green Program Denmark, Computadores, fax’s, Norway, Sweden televisores, fotocopiadoras, vídeos, equipamento Hi-fi, Nordic Swan congeladores, máquinas de lavar Sweden Pág. 52 de 70

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TCO Development

Computadores, impressoras, fotocopiadoras, fax’s, telemóveis

9.1.2. Características ambientais Neste caso, o marketing é baseado nos aspectos particulares das características ambientais dos produtos, por exemplo, o caso da gasolina sem chumbo, ou do detergente para lavandarias que é facilmente degradável. A empresa deve ser capaz de documentar estas exigências ou solicitações do mercado.

9.1.3. Declaração de produto ambiental O primeiro objectivo de uma empresa é o de ter uma declaração ambiental, para fornecer aos seus compradores institucionais, de modo a que estes possam comparar as características ambientais dos produtos similares no mercado. No entanto, não existe um modelo oficial de declaração ambiental em Portugal. A declaração ambiental deve ser baseada nos estudos de avaliação do ciclo de vida e deve ter um conteúdo e uma formulação uniforme. O grau de detalhe exigido no estudo do ciclo de vida não foi ainda, determinado ou estabelecido. Existem Normas Iso para todos os três TIPOS (TIPO I, II e III). No entanto é necessáruo conhecer as leis que regulam o mercado e o marketing, e as exigências ambientais dos clientes relativamente ao marketing ambiental. Os traços gerais que o marketing reclama, com vista à determinação das características ambientais dos produtos, devem ser documentados, relevantes e significativos e, não devem ser mal entendidos. Lembre-se de que o conhecimento do mercado, deve ser tão importante como o conhecimento dos impactos ambientais do produto. As questões a seguir, são relevantes para uma empresa considerar em conjunto com o marketing dos produtos amigos do ambiente. •

Quais são as exigências dos meus clientes, e como é que eles tomam isso em consideração?



Qual é o problema ambiental que os meus clientes consideram mais importante, que pode e deve ser tratado?

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida •

Qual poderá ser a colaboração dos meus parceiros, por exemplo, vizinhos, instituições financeiras, etc. e quais as áreas que estes consideram ser mais importantes para encetar melhorias ambientais nos produtos?

9.2. Informação e comunicação ambiental Existem outras formas, talvez mais importantes, para tornar mais visíveis as características ambientais dos produtos. Algumas delas encontram-se listadas em baixo: •

Dados sobre os impactos ambientais, sobre um determinado produto, durante a fase de produção;



O relacionamento com os clientes;



Informação electrónica sobre as actividades da empresa na área ambiental;



Folhetos sobre os impactos ambientais de um determinado produto;



Manuais sobre o bom uso dos produtos e sobre a sua deposição final adequada;



Documentação técnica, apresentações públicas e conferências sobre os produtos;



Contacto com os media e artigos nos Jornais de negócios;



Publicação da politica ambiental da empresa, objectivos desta e planos de acção, bem como a sua contabilidade relacionada com o ambiente;



Politica de “porta aberta”;

Um exemplo possível é o de a empresa publicar os seus consumos energéticos, necessários para produzir os produtos, tornando públicos esses dados sempre que os consumidores necessitem deles. Simultaneamente, a empresa deve dar informações sobre o uso dos produtos com vista a sua utilização racional, consumindo a menor energia possível, instruções para a deposição final adequada e etec.. É importante fazer uma distinção clara entre, informação e comunicação.

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida A Informação deve ser uni-direccional, tal como newsletters, instruções sobre o uso, ou aspectos económicos e ambientais relacionados com o produto. Em contraste, a comunicação é multi-dericcionada e funcionará como forma de estabelecer o diálogo entre um ou mais parceiros de negócio, por exemplo, a visita de um cliente, uma reunião de colaboradores, etc., devendo por isso ser considerado o seguinte: •

Qual é o grupo alvo das medidas ambientais e como é que mensagem chega até este grupo da melhor forma?



Quem são os nossos parceiros para a comunicação ambiental e quais são as áreas em que estes colaboraram?

A escolha do método para fazer o perfil ambiental de um produto e as medidas ambientais da empresa visíveis, dependerá das respostas dadas a estas questões. Algumas empresas estão desapontadas com o interesse que as questões ambientais estão a despertar no público. A questão da contabilidade “verde”, é um exemplo de informação ambiental, mas é também uma necessidade para a empresa poder comunicar, sobretudo para manter um diálogo activo entre clientes e parceiros de negócio. Quando uma empresa elabora comunicação ambiental, deve considerar que tipo de mensagens e qual o melhor método, bem como quais as audiências que pretende atingir com essa informação. Para determinado tipo de clientes, pode acontecer de os problemas relacionados com o tratamento dos resíduos serem importantes. No entanto, para outro tipo de clientes, pode acontecer de estes gostarem apenas de ter informação disponível sobre os impactos ambientais durante o ciclo de vida dos produtos. Quanto melhor a empresa conhecer os vários grupos de consumidores e parceiros, maiores serão os efeitos dos objectivos a que se propuser com a informação ambiental fornecida. Este conhecimento é obtido através do diálogo. Simultaneamente, é necessário avaliar os efeitos da informação e comunicação ambiental da empresa, para que essa experiência possa ser posta em uso na futuras medidas tomadas nesta área. Depois da empresa ter decidido empreender este passo de fornecer informação e comunicação ambiental sobre os seus produtos, o passo seguinte é o de cooperar com as empresas parceiras do negócio.

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida

10. Cooperação ambiental na cadeia do produto, através da rede de empresas

O desafio das medidas baseadas no ciclo de vida é estabelecer a cooperação e a colaboração entre os parceiros mais relevantes da cadeia do produto bem como com outros interessados.

10.1. Cadeia de fornecimento + valor da cadeia + Cooperação = Cadeia do produto Com o produto produzido de acordo com os preceitos ambientais, o foco muda saindo da área da empresa para toda a cadeia do produto. A cadeia do produto inclui o seguinte: •

O Fluxo de materiais, desde da aquisição das matérias-primas até à produção, uso e deposição final;



O valor e os resultados gerados, desde o consumidor até ao produtor;



A comunicação e a cooperação, na forma de troca de conhecimentos e experiências.

No contexto ambiental, os interesses até aqui têm sido dirigidos para o fluxo dos materiais, por exemplo, na avaliação do ciclo de vida. Nas medidas ambientais do ciclo de vida, é muito importante focarmo-nos no valor do fluxo. Que expectativas e preocupações tem o consumidor sobre as características ambientais dos produtos? Qual a taxa relativas às

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida preocupações ambientais dos consumidores, para outros aspectos dos produtos como o preço, a qualidade, a funcionalidade, o design e etc.? Para as empresas, o desafio é estabelecer a ligação entre estes diversos aspectos do produto, de tal forma que a optimização ambiental e o fluxo dos materiais da cadeia do produto seja uma realidade e, sobre as expectativas dos consumidores com vista às considerações ambientais da cadeia do produto. A comunicação e a cooperação entre todos os parceiros, envolve uma boa rede de contactos entre a cadeia de fornecedores e a cadeia de valor. Isto encontra-se ilustrado na figura 9.

Figura 9 – Comunicação e cooperação na cadeia do produto O desenvolvimento de um produto amigo do ambiente que não é desejado pelo mercado, é lixo. Por essa razão, as preocupações com os impactos ambientais, deve ser balanceada com aquilo que os consumidores exigem, particularmente em termos das características ambientais do produto. A plataforma para fazer verdadeiras melhorias ambientais num produto, é descrita na figura 9 e está listada a seguir: •

Conhecer os impactos ambientais do produto e as suas possíveis melhorias;



Conhecer o mercado e as prioridades dos consumidores, com vista a ter em conta as questões ambientais;

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida •

Conhecer a procura dos outros parceiros colaboradores.

A combinação do conhecimento destas três areas, é a melhor base para as inicitaivas baseadas no ciclo de vida. Uma empresa deve decidir como é que o conhecimento sobre os fluxos de material e valor, podem ser continuamente actualizados, bem como quais as últimas mudanças nos hábitos e preferências dos consumidores, novas tecnologias, progressos e etc.. Uma forma de o fazer, é associar a gestão da qualidade com a gestão ambiental dos produtos. A última versão das Normas ISO 9000, exigem que a gestão da qualidade seja orientada para o cliente, de uma forma muito mais aberta, do que as anteriores versões. Por exemplo, Quais são as exigências dos clientes, para com o ambiente e a qualidade? Como é que a empresa gere essas exigências? A combinação do conhecimento com vista a juntar a cadeia de valores com o controlo de uma empresa sobre os parâmetros da qualidade e do ambiente, na cadeia de fornecedores, significa que a empresa está em boas condições para conseguir vantagens estratégicas associadas com os produtos amigos do ambiente, feitos a pensar no consumidor. Quando se estabelece a cooperação da cadeia do produto e, á medida que nos familiarizamos com o conhecimento existente e pode ajudar com aconselhamento e com instruções, então é sensato contactar as organizações do sector, divulgando a informação coligida. Por exemplo, quando a avaliação ambiental de um grupo particular de produtos ou família de produtos está disponível, então torna-se fácil a divulgação desse conhecimento através das empresas de um sector particular. (ver capítulo 10).

10.2. A cooperação informal e o partenariado na cadeia do produto As medidas ambientais baseadas no ciclo de vida, requerem que se estabeleça uma colaboração apertada entre os fornecedores e os consumidores que permitem uma troca de conhecimentos e experiências sobre a cadeia do produto. O objectivo desta cooperação é o de desenvolver vantagens concretas para todos os parceiros. A proximidade do relacionamento entre produtor e o consumidor, fornece uma plataforma para a inovação tecnológica, incluindo a integração das considerações ambientais no desenvolvimento do produto.

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida Para algumas empresas, a cooperação informal, onde é trocada a informação e são planeadas novas medidas é suficiente. A cooperação informal acontece frequentemente com o contacto entre empregados envolvidos com a empresa. Existem empresas que se envolvem na cooperação informal ou mesmo em partenariados para assegurar a integração das considerações ambientais no desenvolvimento do produto. A cooperação na cadeia do produto, pode ser formalizada através da constituição de um grupo que deverá coordenar a recolha da informação com vista aos impactos ambientais dos produtos e, as preferências e exigências dos consumidores e retalhistas. Então, as ideias para as melhorias ambientais concretas do produto podem ser colocadas a esse grupo de trabalho. A cooperação formal tem vantagens que os parceiros são mutuamente obrigados a trocar informação e experiências. A cooperação nas melhorias ambientais na cadeia do produto pode resultar em vantagens em áreas não directamente relacionadas com o ambiente, por exemplo: •

Fornecedores – certeza quanto às ordens e soluções à medida;



Consumidores – certeza de que o produto venderá, uma boa imagem e uma solução à medida do consumidor;



Autoridades – supervisão ajustada à empresa, resultados, oportunidade para influenciar a agenda;

melhorar

os

10.3. Grupos de troca de experiências As associações empresariais, universidades e municípios teriam muito a ganhar se usassem a troca de experiências como uma ferramenta, para introduzir as questões relacionadas com a gestão ambiental e as abordassem numa perspectiva geográfica e local. A troca de experiências em grupo, poderiam providenciar um óptimo fórum para introduzir as questões ambientais numa perspectiva de análise do ciclo de vida, em alguns grupos de empresa. A cooperação ao longo da cadeia do produto, gera obrigações mútuas no que diz respeito, entre outras coisas, à troca de dados. Numa experiência de troca de experiências em grupo, o objectivo é actualizar essa informação e aumentar o nível de conhecimento e, dessa forma desenvolver a inspiração através da discussão de ideias concretas para melhorias ambientais. Estes grupos poderiam conduzir ao

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida desenvolvimento de redes onde os membros fossem capazes de se ajudar mutuamente, com soluções para os problemas ambientais específicos. Em muitas empresas, normalmente apenas um funcionário é responsável pelas questões ambientais, incluindo a recolha de dados e a sua análise, bem como tem a responsabilidade de encetar as medidas especificas com vista aos melhoramentos ambientais, sendo que a troca de experiências com colegas que estão a encetar medidas semelhantes e, em situações similares noutras empresas só deveria ajudar. Para além disto, estes grupos ajudariam a manter o entusiasmo pelas medidas ambientais. Pode ser muito boa ideia se, vários empregados de uma mesma empresa, estiverem envolvidos neste tipo de colaboração. Os funcionários com responsabilidade pelas questões ambientais, devem convidar e seleccionar outros funcionários para estas reuniões. Por exemplo, os funcionários envolvidos no desenvolvimento do produto, podem ser convidados, para a discussão de um tema que tenha a ver com as questões ambientais relacionadas com o design e o desenvolvimento do produto. Isto fortalecerá, o interesse e a cooperação interna na empresa, que por seu turno, contribuirá para a integração organizacional dos esforços e finalmente contribuirá para resultados positivos, com base nos produtos produzidos numa óptica de preservação ambiental.

10.4. A Cooperação com as autoridades e a rede de conhecimento As Autoridades e um certo número de outras instituições, mais ou menos próximas das empresas, podem ajudar na implementação das medidas focalizadas no ciclo de vida e , no desenvolvimento e marketing dos produtos amigos do ambiente. Algumas autoridades têm um conhecimento profundo, sobre as exigências dos produtos e dos processos de produção. Estas exigências são constantemente mudadas, e nos anos mais recentes estas são ditadas pelas exigências da própria EU. Um diálogo constante com as autoridades, fornece uma actualização constante destas exigências, e por essa razão uma empresa não pode “adormecer”. As autoridades locais, podem muitas vezes ajudar na forma como uma empresa pode obter informação em questões como a energia, resíduos, programas de apoio, etc.. A rede de conhecimento de uma empresa inclui vários tipos de organizações, como empresas de consultoria, centros tecnológicos,

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida universidades, instituições de investigação, serviços de apoio na área da higiene e segurança, organizações do sector, centros tecnológicos de aprovação e certificação, empresas de fornecimento de energia e de tratamento de resíduos, etc.. Esta rede de conhecimento, deve fornecer assistência, na implementação de medidas preventivas na área ambiental. A maioria destes parceiros, podem ser também uma ajuda inestimável no desenvolvimento de produtos amigos do ambiente.

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida

11. As ferramentas para manter o processo em andamento

Em Portugal, infelizmente ainda não se considera importante a avaliação do ciclo de vida, como uma ferramenta decisiva para encetar a avaliação dos impactos ambientais associados aos produtos. Para essa avaliação, uma empresa necessita de ferramentas, dependendo estas, dos seus objectivos e do nível de ambição da empresa, para as medidas ambientais a implementar, sobretudo no que diz respeito aos aspectos directamente relacionados com o marketing dos produtos amigos do ambiente. Algumas destas ferramentas disponíveis são: A. A avaliação dos impactos ambientais mais significativos, desde do berço até à cova; B. O Eco-design como ferramenta para a melhoria ambiental dos produtos; C. A comunicação ambiental na cadeia do produto e a cooperação com todos os parceiros interessados. Para além destas, existem ferramentas, com vista a testar as preocupações dos clientes e do mercado, de análise económica, de desenvolvimento da qualidade, etc. e outras que obviamente não estão no âmbito deste trabalho. A discussão, de forma abreviada destas três ferramentas descritas acima, é feita a seguir, no entanto recomendamos uma leitura mais detalhada na literatura da especialidade:

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida A) Avaliação do ciclo de vida – impactos significativos, desde do berço até à cova

ambientais,

mais

Dependendo dos objectivos, a avaliação do ciclo de vida pode ser entendida com tendo três diferentes níveis de detalhe, com exigências muito diversas em termos de recolha e análise de dados. Estes são os seguintes: O pensamento no ciclo de vida ou, a avaliação conceptual do ciclo de vida, que envolve fazer um mapa dos aspectos ambientais importantes, nas várias fases do ciclo de vida do produto. O objectivo deste tipo de avaliação pode ser sumarizado na seguinte questão: - baseado no conhecimento existente, sobre os impactos ambientais desde do berço até à cova, como é que a empresa pode priorizar as medidas para dar aos seus produtos um melhor perfil ambiental? A empresa pode fazer apenas a avaliação e os passos a seguir serão os seguintes: •

Obter uma perspectiva sobre as fases do ciclo de vida e sobre os impactos ambientais mais relevantes;



Utilizar um guia e regras pré-estabelecidas;



Recolher as ideias que houverem, sobre as melhorias ambientais imediatas.

Este tipo de avaliação, envolve uma avaliação quantitativa actual da situação da empresa, através do contacto e discussão com os parceiros mais relevantes da empresa (ver o capítulo 3, sobre a discussão das sugestões). Esta avaliação pode ser complementada com informação quantitativa baseada nos números que a empresa tiver, na normalização e no conhecimento existente. A avaliação ambiental simplificada ou visão do ciclo de vida, é usada para identificar os impactos ambientais mais importantes, nas fases do ciclo de vida. Esta informação pode então ser usada para identificar os pontos prementes, que podem depois ser avaliados em maior detalhe. Uma das ferramentas que pode ser usada neste processo é o esquema MEQO (acrónimo de materiais, energia, químicos e outros) que pretende recolher e analisar os dados mais facilmente trabalháveis. Esta ferramenta envolve: •

A identificação dos impactos ambientais mais significativos e as fases do ciclo de vida;

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida •

A identificação dos pontos “quentes”;



Ideias para a implementação de melhorias ambientais do produto de forma sistemática.

Uma avaliação detalhada da avaliação do ciclo de vida, fornece informação que permitirá a comparação com produtos similares, bem como informação detalhada com vista a identificar os impactos ambientais mais significativos sobre todo o ciclo de vida do produto. Este método de avaliação, gasta muito tempo e, exige uma recolha de dados muito extensa e exige também elementos conhecedores destas matérias. Existem ferramentas disponíveis, tais como programas para computador, capazes de gerar os resultados que se desejam, mas o mais normal é solicitar a colaboração de empresas de consultoria, que poderão levar a cabo um estudo detalhado desta avaliação. Esta avaliação envolve o seguinte: •

A identificação dos impactos mais significativos nas fases do ciclo de vida;



A documentação sobre os pré-requisitos para obter a declaração ambiental do produtos e o uso da eco-etiqueta (ecolabel);



A comparação dos produtos.

Estes três graus de detalhe para a avalição dos impactos ambientais de um produto, correspondem no geral a três níveis de ambição, discutidos anteriormente (ver capítulo 3): Nível ambição

de Compromisso e Perfil ambiental para Marketing dos declaração produtos limpos produtos limpos ambiental internos

Análise Levantamento das (levantamento) fases do ciclo de vida, autoridades, exigências e etc.

Simplificação da avaliação ambiental e levantamento de utilização

Detalhe da avaliação do ciclo de vida e levantamento do mercado

Objectivos

Selecção das áreas Implementação Documentação dos de intervenção para óbvia das melhorias impactos ambientais melhorias ambientais mais importantes ambientais

Cooperação

Contacto com os Cooperação entre Rotinas consumo parceiros mais fornecedores com para troca de relevantes vista a documentar experiências na as melhorias

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida

Resultados

Resposta a inquéritos com vista ao perfil ambiental do produto

ambientais

cadeia do produto

Critérios de conformidade com o ambiente, por exemplo, guias de compras públicas

Marketing produtos características ambientais

dos com

Figura 10 – Avaliação dos impactos ambientais dos produtos O nível de ambição determina também, quanto tempo, que conhecimento e quais os recursos devem estar afectos a cada medida. À medida que a empresa se movimenta para a direita no quadro em cima, maior será o tempo e a experiência requerida. Expresso de outra forma, um maior detalhe na recolha de dados exigirá um maior tempo e dedicação de um maior número de técnicos desta área. No entanto, só é necessário levar a cabo um maior detalhe da avaliação do ciclo de vida se a empresa desejar que os seus produtos sejam melhores do que os da sua concorrência. B) O Eco-design como ferramenta para a melhoria ambiental dos produtos Existe internacionalmente, uma tradição de trabalhar com o Eco-design e com o Design para o Ambiente. Isto começa com a perspectiva do ciclo de vida, do qual um número de ideias e de estudos, com vista ao melhoramento do perfil ambiental dos produtos gerados, em cada fase individual. A abordagem coloca o foco na criatividade e, é orientada para a acção. A Philips, por exemplo, trabalha com uma abordagem do design, baseada nos 5 “sim’s”, onde a proposta de novos produtos é comparada com um produto de referência, através das cinco seguintes questões: •

Energia – o design do produto proposto utiliza menos energia do que os produtos de referência?



Reciclagem – o novo produto é mais facilmente reciclado?



Resíduos perigosos – O produto proposto contém menos resíduos químicos do que os produtos de referência?



Valor do produto – o novo design contribui para uma vida mais longa do produto, aumento da sua procura e torna-se mais facilmente reparável?

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida •

Serviços – esta será uma forma de fornecer um serviço com menos impactos ambientais?

Se a resposta é sim, 5 vezes, então o produto proposto é uma excelente alternativa. Se a resposta é “sim” apenas três vezes, então o produto em causa, será considerado apenas uma boa alternativa, mas que ainda necessita de alguns melhoramentos. Um simples “sim”, significa que o designer deve considerar melhoria são produto em causa. Existe uma variedade de ferramentas para assistir a tomada de decisão sobre o Eco-design, tais como a Teia de Aranha, a Roda Estratégica e etc., que dão ênfase à representação visual das questões (ver figura 11). Baseado numa primeira avaliação de um produto de referência, o perfil ambiental dos produtos existentes, são representados graficamente, dando uma grelha ao produto, para cada fase do ciclo de vida. Isto fornece, as bases para a discussão com vista ao estabelecimento dos futuros desenvolvimentos do produto. Para além disto, o perfil ambiental pra o produto proposto, é esboçado numa mesma grelha, para cada fase. O representação visual, identifica claramente as melhorias ambientais exigidas e pode ainda ajudar na motivação para o desenvolvimento do produto junto dos empregados. A abordagem da Teia de Aranha, é ilustrada na figura 11. o valor pratico desta ferramenta, pode ser ainda melhorado, se cada fase e cada acção em concreto, forem formuladas de forma a estas se relacionarem com as características das famílias dos vários produtos. Veja a seguir!

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida

Figura 11 – Perfil ambiental de um produto (adaptado de Brezet & van Hemel, 1997)

C) Comunicação ambiental e cooperação na cadeia do produto As medidas ambientais baseadas no ciclo de vida com o foco no desenvolvimento e no marketing dos produtos limpos, fazem novas exigências à comunicação ambiental da empresa com os diferentes parceiros (veja também os capítulos 8 e 9). Existe um número de ferramentas que ajudam neste trabalho sistemático da comunicação ambiental e no diálogo na empresa e entre as empresas. Quando se etabelece uma mais sistemática comunicação ambiental, a empresa deve determinar o seguinte: •

Com que parceiros ou partes interessadas, deve a empresa entrar em diálogo?

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida •

O que é que os parceiros exigem e quais os objectivos, com vista ao diálogo ambiental?



Que mensagens e quais os meios que devem ser usados?



Como é que uma empresa desenvolve um plano para o diálogo ambiental?



Como é que são credíveis os argumentos ambientais usados?



Como é que podem ser avaliados os resultados da comunicação ambiental?

A resposta a estas questões e outras são respondidas na vária literatura sobre este tema citada a seguir.

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12. Informação e fontes de inspiração Segue-se uma listagem de literatura diversa sobre, Eco-design, “Produtos limpos” e “Medidas ambientais baseadas no ciclo de vida”: • Manual on Product-oriented Environmental Work – Kirsten Schmidt: Environmental News No 64, Danish EPA 2002; Fornece uma introdução sobre o desenvolvimento de produtos e sobre as medidas relativas à Gestão do ciclo de vida, da mesma forma que este manual. • Life-cycle Assessment - Astrup Jensen et. al: - European Environment Agency, Copenhagen, 1997; Um guia de abordagem de experiências e informação. • Lifecycle Assessment in Industry and Enterprise. Adoption Patterns, Applications and Implications – Pablo Frankl & Frieder Rubik: Springer Verlag, 2000; Discute as experiências de empresas europeias, na Gestão do Ciclo de Vida. • ECODESIGN - A promising approach to sustainable production and consumption - Han Brezet & Carolien van Hemel: UNEP 1997; Baseado na experiência Holandesa, este livro constitui uma introdução ao Ecodesign. • How to do EcoDesign? A Guide for environmentally and economically sound Design. - Ursula Tischner: Verlag form praxis, 2000; Contêm uma discussão extensa sobre um número de ferramentas destinadas a servir o Eco-design. • Point of no return. Phillips EcoDesign guidelines. - Herman Meinders: Phillips, 1997; Contém sugestões da Phillips, com vista à integração das questões ambientais no Design e no desenvolvimento do produto. • A Handbook on the Environment for the Textil and Fashion Industry 2002. - Sustainable Solution Design Association; Como é que o ambiente pode ser levado em consideração, no design têxtil. • Cradle to Cradle – Remarking the Way we Make Things – William McDonough Michael Braungart – 2002; Um manifesto para uma filosofia e prática radicalmente diferentes de fabrico e de ambientalismo “Reduzir, reusar e reciclar” é urgente para os ambientalistas, ou seja fazer mais com menos, para minimizar os danos. • Design for Sustainability (D4S) manual – DIS TUD & UNEP – 2006; O Design for Sustainability (DIS) é um programa da Delft University of Technlogy em colaboração com as United Nations Environment Program (UNEP), sobre o Design for Sustaiinability (D4S), para os países em desenvolvimento.

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Introdução à Gestão do Ciclo de Vida • Ecodesign Navigator – Matthew Simon and others – 1998; Uma peça chave para a busca dos recursos ambientalmente eficientes. Importante para o estudo das ferramentas do Ecodesign. As pesquisas feitas pela Manchester Metropolitan University e a Cranfield University, recolheram e avaliaram 54 ferramentas diferentes. • Green Design – Design for the Environment – Dorothy Mackenzie – 1997 (2nd edittion); Promove a abordagem ambiental em todo o ciclo do design para a produção. O conteudo tem a ver com a arquitectura, o design de interiores, embalagem, impressão e gráfica, e têxteis, fornecendo muitos exemplos e estudo de casos. • The Eco-Design Handbook – Alastair Fuad-Luke – March 2005; Este é o primeiro livro a apresentar os melhores objectos concebidos, sob todos os aspectos, para escritório e para casa, incluindo os materiais mais ambientalmente recomendáveis para a cosntrução. • ECODESIGN PILOT – Wolfgang Wimmer, Rainer Zust – Sobre a Investigação de Produtos, Ferramentas de Aprendizagem e Optimização para o Desenvolvimento Sustentável, fornecido com CDRom.

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