Guthrie William K. C. - Los Filosofos Griegos . De Tales A Aristoteles-libre (1)

  • Uploaded by: Graciela Rojas Quiroz
  • 0
  • 0
  • February 2021
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View Guthrie William K. C. - Los Filosofos Griegos . De Tales A Aristoteles-libre (1) as PDF for free.

More details

  • Words: 156,013
  • Pages: 184
Loading documents preview...
GRIEGOS W ILLIAM K. C. GUTH RIE O BREVIARIOS JpFondo de Cultura Económica

P r im e r a e d ic ió n en in g lés ,

1950

P r im e r a e d ic ió n en es p a ñ ol,

1953

S eg u n d a ed ició n ,

1994

S ép tim a r eim p r es ió n ,

2010

G u th rie, W illia m K e ith C h a m b ers L o s filó s o fo s g r ieg o s : d e Ta les a A r is tó te le s / W illia m K e ith C h a m b er s G u th rie ; tra d , d e F lo r en tin o M . T o m e r — 2a ed . — M é x ic o : F C E , 1994 164 p . ; 17 x 11 c m — (C o le e . B r e via r io s ; 8 8 ) T ítu lo o r ig in a l T h e G r eek P h ilo s o p h er s . F r o m Th a les to A r is to tle IS B N 97 8- 9 68- 16- 4527- 4 1. F ilo s o fía A n tig u a I. To m er , F lo r e n tin o M . II. Ser. I II. t. L C B 171 G 7 9 18

D

is t r ib u c ió n

m

D e w e y 082.1 B 8 5 6 V.88

u n d ia l

C o m en ta r io s y s u geren cia s : e d ito r ia l@ fo n d o d e c u ltu r a e c o n o m ic a .c o m w w w .fo n d o d e c u ltu r a e c o n o m ic a .c o m Tel. (5 5 )5 2 2 7 - 4 6 7 2

F a x (5 5 )5 2 2 7 - 4 6 9 4

¡ i j j E m p r e s a c e r tific a d a IS O 9001: 2000 T ítu lo o r ig in a l: T h e

G re e k

P h il o s o p h e r s .

F iK > m

T h a le s

to

A r is to t le

© 1950 M e th u e n & C o. L td ., L o n d r e s D . R . © 1953, F o n d o d e C u l t u r a E c o n ó m ic a C a r r eter a P ica ch o - A ju s co , 227; 14738 M é x ic o , D . F. S e p r o h íb e la r e p r o d u c c ió n to ta l o p a r cia l d e es ta o b r a — in c lu id o el d is eñ o tip o g r á fic o y d e p o r ta d a — , s ea cu a l fu e r e el m e d io , e le c tr ó n ic o o m ecá n ico , s in el c o n s e n tim ie n to p o r es cr ito d el ed itor.

I S B N 978-968-16-4527-4 Im p r e s o en M é x ic o ·

P r in t e d

in

M

e x ic o

ÍNDICE GENER A L I. M o dali dade s del pensam ient o griego . . 7 II. M at eri a y fo rm a. Jonios y pit agó rico s. . 31 II I. El pro ble m a del m ov im ient o . Heráclit o , Parm éni de s y lo s p l u r a l i s t a s ................ 53 I V. L a re ac c ió n h ac i a el hum ani sm o . L o s sofistas y S ó c r a t e s ................................ 74 V. Platón. 1) L a do ct rina de las ideas. . . . 93 VI . Plat ó n. 2 ) R espuest as ét ica y t e o ló gic a a los sofistas......................................... 115 V I I . Aristóteles. 1) El univ erso arist otélico . . 137 V I I I . Aristóteles. 2) Lo s seres hum ano s . . . . 158 B r e v e s ra s

d e

ín d ic e

in d ic a c io n e s a m

a

n

p lia c ió n

a

l í t i c o

b ib lio g r á f ic a s

p a r a

le c t u ­

......................................... 181

.............................................183

189

I. MODALIDADES DEL PENSA M I ENT O GR IEGO P a r a det erm inar el alcance y o bjet o de las páginas siguientes, lo m e jo r se rá e m pe z ar p o r decir que se basan en un brev e c urso de lecciones dest inadas a estudiantes c o nsagrado s no a los estudio s clásico s precisam ent e, sino a ot ras y m uy div ersas m at e­ rias. Se supo nía que lo s oyentes no sabían griego , pero que su interés en ot ras disciplinas, tales co m o inglés, histo ria o m at em át icas (pue s entre ello s ha­ bí a p o r lo m eno s un m at em át ico ), o quiz á sim ple ­ m ente su cult ura general, les había dado la i m pre ­ sión de que las ideas grie gas constituían la base de gran part e del pensam ie nt o e uro pe o post erior, sus­ cit ando en ellos, p o r consiguiente, el deseo de saber con m ás exactitud lo que habían sido aquellas ideas griegas en su expresió n o riginaria. Puede supo ner­ se que y a antes habían entrado en contacto con ellas, pero a través de espejo s que las d e f o rm aban m ás o m eno s, se gún este o aque l escrit o r inglés, alem án o de c ualq uie r o t ra nac io nalidad las habí a usado para sus pro pio s ñnes, tiñéndolas del co lo r de su pro pio pensamiento y época, o que quiz ás estaba in­ conscientemente influido po r ellas al fo rm ular sus personales opiniones. Algunos habían leído, traduci­ das, o bras de Plat ón y de Aristóteles, y ciertas partes de ellas les habían parecido em bro lladas y confusas; co sa m uy nat ural, pue s dichas ideas habían nacido en el clim a intelectual del siglo iv a.c. en Grecia, y los lecto res se habí an f o rm ado en el clim a de una épo ca m uy po st e rio r y en un país m uy diferente. 7

8

E L P E N S AM IE N TO G RIE G O

S o b r e la b a s e d e ta les s u p u es tos , m e p r o p u s e — c o m o m e lo p r o p o n g o en es te lib r o r es p ecto d el lec to r qu e se en cu en tra en s itu a ción a n á loga — p r o ­ p o r c io n a r cier ta in fo r m a c ió n a cer ca d e la filo s o fía g r ieg a d es d e su s co m ien zo s , p a r a ex p lica r a P la tón y A ris tó teles a la lu z d e su s p r ed eces or es m á s b ien q u e a la d e su s s u ces ores , y d a r u n a id ea d e los ra s ­ g o s ca r a cter ís ticos d el p en s a m ien to y d e la co n ce p ­ ció n d el m u n d o d e los g r ie g o s .1 N o h a ré r e fe r e n ­ cia s — o h a ré m u y p oca s — a su in flu en cia s ob re los p en s a d ores eu r op eos d e tiem p o s p o s ter ior es n i s o ­ b r e los d e n u es tro p r o p io p a ís . Y es to se d eb e n o s ó lo a la s lim ita cio n es q u e m e im p o n e m i p r o p ia ig n or a n cia , s in o ta m b ién a la cr een cia d e q u e a l le c to r le res u lta rá m á s a g r a d a b le y p r o vec h o s o a d ­ ve r tir p o r s í m is m o es a s in flu en cia s y es ta b lecer co m p a r a cio n es , d e a cu er d o co n su cu ltu ra y con su s p ers on a les in teres es . A l h a b la r d e los g r ieg o s en s í m is m o s y a ten d ien d o ú n ica m en te a lo q u e ellos n o ofr ecen , s erá m i p r o p ó s ito s u m in is tra r m a ter ia p a ra ta les co m p a r a cio n es a la ve z q u e u n a b a s e s ó lid a s ob re la cu a l p u ed a n s u s ten ta rs e. H e leíd o q u e u n lib r o s o b r e el ex is ten cia lis m o in s erta u n “á r b o l g e n e a ló g ic o ” d e la filo s o fía ex is ten cia lis ta , en cu ya ra íz a p a rece co lo ca d o S ócra tes a ca u sa , e v i­ d en tem en te, d e q u e fu e a u to r d e la fr a s e "co n ó cete a ti m is m o ” . A p a r te d el p r o b le m a d e si S ócra tes *

D eb o d ecir , a n te to d o , q u e es to y a lo h izo , y ta n b ie n

c o m o es d a b le h a cer lo, F. M . C o m fo r d en S o c r a te s

(C a m b r id g e U n iver s ity P res s ,

B e fo r e

a n d

a fte r

1932). E l h ech o d e

qu e es te lib r o es té a g o ta d o y d e q u e en la s p res en tes circu n s ­ ta n cia s s eg u ir á es tá n d o lo d u ra n te m u ch o tiem p o , es la m ejo r ju s tific a c ió n d e es ta o b r a m ía . S in e m b a r g o , los lecto r es q u e ten g a n la fo r tu n a d e en co n tr a rlo , a d ver tir á n q u e C o r n fo r d e n fo c a el a s u n to d e m o d o d is tin to , y q u e m i lib ro , a u n q u e es u n p o c o m á s exten s o, con tien e a lg o m á s d e m a teria efectiva .

E L PE N S A M IE N TO G RIE G O

9

q u is o d e c ir c o n es a s p a la b r a s a lg o p a r e c id o a lo q u e p o r ella s en tie n d e el ex is ten c ia lis ta d el s i­ g lo X X , ig n o r a és te q u e la fr a s e n o fu e in ven ció n d e S ócra tes , s in o u n a d e ta n ta s ex p r es ion es p r o ve r ­ b ia les d e la s a b id u ría g r ieg a cu yo a u tor, si es q u e p u ed e s er a trib u id a a a lgú n a u tor, fu e el d io s A p olo. M a s , s ea d e ello lo q u e fu ere, S ócra tes , lo m is m o q u e to d o s los d em á s g r ieg os , la c o n o c ía c o m o u n o d e los viejo s p r ecep to s in s critos en la s p a red es d el te m p lo d e A p o lo en D elfos . N o es cos a s in im p o r ­ ta n cia q u e p erten ecies e a la en s eñ a n za d e la r elig ió n a p o lín ea , y el ejem p lo , a u n q u e p eq u eñ o, s ervir á p a ra h a cer ve r la ter g iver s a ció n q u e u n tr a zo a u n b r e vís im o d el p en s a m ien to a n tig u o p u ed e a yu d a r­ n os a evita r. E l p u n to d e vis ta q u e yo h e s u g er id o ten d ría la ven ta ja d e r evela r cierta s d ifer en cia s im p o r ta n tes en tre el m o d o d e p en s a r g r ieg o y el n u es tro, d ifer en ­ cia s q u e tien d en a o s cu recers e cu a n d o, p o r e je m ­ p lo , la cien cia a tó m ica d e los g r ieg o s o la teo r ía d el E s ta d o d e P la tó n s on a rra n ca d os d e su s u elo n a tu ­ ra l en el m u n d o g r ie g o a n te r io r y co etá n eo , y c o n ­ s id era d a s

a is la d a m en te c o m o

p r ecu rs ora s

d e la

fís ica a tó m ica o d e la teo r ía p o lític a m od ern a s . N o ob s ta n te la in m en s a d eu d a q u e E u rop a , y co n E u r o ­ p a In g la terra , tien e co n tr a íd a con la cu ltu ra griega , los g r ieg o s s ig u en s ien d o u n p u eb lo n o ta b lem en te e x tr a n je ro ,

y r eq u ier e u n ve r d a d er o es fu er zo p e­

n etr a r en su m en ta lid a d , p o rq u e es to s ig n ifica o lv i­ d a r m u ch a s d e la s n o cio n es q u e se h a n co n ve r tid o en p a rte in teg ra n te d e n u es tro eq u ip o m en ta l, d e s u erte q u e la s lleva m o s co n n os otros c o m o cos a s in cu es tion a b les y la m a yo r p a rte d e la s veces in ­ co n s cien tem en te. E n los gra n d es d ía s d e la er u d i­ ció n victo ria n a , cu a n d o se p en s a b a q u e los clá s i-

10

E L P E N S A M IE N TO G RIE G O

cos s u m in is tra b a n m od elos , n o s ó lo in telectu a les , s in o ta m b ién m ora les , qu e d eb ía s eg u ir el ca b a ller o in glés , h a b ía q u izá la ten d en cia a s o b r ea cen tu a r la s a n a lo gía s y a m in o r a r la s d ifer en cia s . L a er u d i­ ció n d e n u es tros d ía s , in fe r io r en m u ch o s r es p ec­ tos , tien e, s in em b a r g o , es ta ven ta ja : se b a s a en u n es tu d io m á s in ten s o d e los h á b itos m en ta les d e los g r ieg o s y d e su s u s os lin g ü ís ticos , y en u n c o n o ­ cim ie n to m á s ex ten s o d el eq u ip o m en ta l d e los p u e­ b los a n tigu os ta n to d e G r ecia c o m o d e otra s p a rtes . G ra cia s en p a r te a los p r o g r es o s d e la a n tr o p o lo g ía y a los tra b a jos d e los h elen is ta s b a s ta n te in te li­ gen tes p a ra a d ve r tir la co n co r d a n cia d e su s es tu ­ d io s co n a lgu n os d e los res u lta d os o b te n id o s p o r los a n tr o p ó lo g o s , p o d em o s a fir m a r s in a rr o g a n cia q u e es ta m os h o y en m e jo r p o s ic ió n p a r a es tim a r lo s fu n d a m e n to s o c u lto s d el p e n s a m ie n to g r ie ­ g o, los s u p u es tos p r evio s q u e a d m itía n tá cita m en ­ te, lo m is m o q u e n os otro s a ctu a lm en te a d m itim o s la s regla s con s a g ra d a s d e la ló g ic a o el h ech o d e la r o ta c ió n d e la Tier r a . Y

a l lle g a r a es te p u n to h e d e d e cir fr a n ca m en te,

a u n q u e s in el d es eo d e d em o r a r m e s o b r e u n a d ifi­ cu lta d in icia l, q u e n o es ta rea fá cil c o m p r e n d e r la s m o d a lid a d es d el p en s a m ien to g r ie g o s in a lgú n c o ­ n o c im ien to d e l id io m a . L en g u a je y p en s a m ien to se en tretejen , in ex tr ica b lem en te, y a ctú a n el u n o s o ­ b r e el o tr o . L a s p a la b ra s tien en s u h is to r ia y su s a s ocia cion es , la s cu a les con s titu yen , p a r a q u ien es la s em p lea n , u n a p a rte m u y im p o r ta n te d e su s ig ­ n ifica d o , s o b r e to d o p o rq u e su s efectos s on in con s ­ cien tem en te s en tid os m á s b ien q u e a p r eh en d id os in telectu a lm en te. A u n en id io m a s h a b la d os en u n a m is m a ép oca , a p a rte d e u na s p oca s p a la b ra s q u e d es ig n a n o b jeto s m a teria les , es p r á ctica m en te im -

E L P E N S A M IE N TO G RIE G O

11

p o s ib le tra d u cir u n vo c a b lo d e m a n er a q u e p r o ­ d u zca ex a cta m en te la m is m a im p r es ió n en u n ex ­ tr a n je r o q u e la p a la b r a o r ig in a l p r o d u ce en q u ie­ n es la o yen en su p r o p ia tierra . R es p ecto d e los g r ieg o s , es a s d ificu lta d es se a cr ecen co n s id er a b le­ m en te p o r el la r g o tra n s cu rs o d el tie m p o y la d ife ­ r en cia d e a m b ien te cu ltu ra l, a m b ien te qu e, cu a n d o se tra ta d e d os n a cion es eu rop ea s m od ern a s , es a m p lia m en te co m p a r tid o p o r ella s . C u a n d o ten e­ m o s q u e c o n fia m o s en p a la b ra s in gles a s eq u iva ­ len tes , ta les c o m o "ju s ticia ” o "vir tu d ” , s in c o n o ce r los d ivers o s u s os d e la s g r ieg a s co rr es p o n d ien tes en co n tex tos d is tin tos , n o s ó lo p er d em o s g r a n p a r ­ te d el co n ten id o d e la s p a la b ra s

g r ie g a s ,

s in o q u e

m etem o s en ella s la s a s o cia cio n es q u e g u a rd a n en n u es tro id io m a in glés , la s cu a les s on p o r lo g en er a l co m p leta m e n te extra ñ a s a la in ten ció n s ig n ific a ti­ va d el g r ieg o . P o r co n s ig u ien te, m e s erá n eces a r io a lgu n a s veces u s a r tér m in o s g r ie g o s y ex p lica r co n to d a la cla r id a d p o s ib le el s en tid o en q u e fu er o n em p lea d os . S i es to tu vier a p o r co n s ecu en cia in c i­ ta r a a lg u ien a es tu d ia r g r ie g o , o a r ec o r d a r el q u e h a a p r en d id o en el c o le g io y q u e d es p u és h a a b a n ­ d o n a d o p o r d ed ica rs e a otra s m a teria s , ta n to m e ­ jo r . P e r o es te lib r o s eg u irá b a s á n d os e en el s u p u es ­ to d e q u e to d a p a la b r a g r ie g a en él em p lea d a d eb e s er ex p lica d a . A n tes d e s eg u ir a d ela n te, a lgu n os ejem p lo s c o n ­ tr ib u ir á n q u izá s a a cla ra r lo q u e q u ier o d e cir cu a n ­ d o a fir m o qu e, si q u er em o s en ten d er a u n filó s o fo g r ie g o a n tig u o, c o m o P la tón , es im p o r ta n te s a b er a lg o d e la h is toria , la s a fin id a d es y los u s os d e la s p a la b ra s m á s im p or ta n tes , p o r cu a lq u ier co n cep to, q u e em p lea , en vez d e con ten ta rn os con va g os eq u i­ va len tes en n u es tra len gu a , c o m o "ju s ticia ”, “vir tu d ”,

12

E L P E N S AM IE N TO G RIE G O

“d io s ”, q u e es to d o lo q u e n os o fr e ce n la m a yo r p a rte d e la s tra d u ccion es . Y n o p o d r ía em p eza r con n a d a m e jo r q u e co n u n a cita d el p r e fa c io d e C o m fo r d a su p r o p ia tra d u cció n d e la

R e p ú b tic a .

M u ch a s pa la b ras fu nd am en ta les , com o “m ú s ica ", "gim n á s tica ", “virtu d ”, "filos o fía ”, han ca m b ia d o de s ign ifica d o o a d qu irid o falsas a s ocia cion es pa ra los oíd os ingles es . Q u ien a b ra al a za r la tra d u cción de Jow ett y se encu entre con a qu ellas pa la b ra s segú n las cu ales el m ejor gu a rd iá n d e la “virtu d " d el h om ­ b re es ‘la filos ofía a tem p era d a con la m ú s ica ’, p u ed e irse con la id ea de que, pa ra evita r rela cion es irregu ­ lares con las mu jeres, lo m ejor qu e p u ed e h a cer es toca r el violín en los in terva los qu e le d eje lib res el es tu dio d e la m eta fís ica . Q u izá h a ya en eso a lgo d e verda d ; p ero s ólo despu és d e leer d eten id a m en te otras pa rtes del lib ro, d escu b rirá qu e n o era exa cta ­ m en te lo qu e Pla tón qu ería d ecir al a firm a r qu e el lo g o s , com b in a d o con la m u s i k é , es la ú nica s alva ­ gu a rd ia segu ra de la a r e t é . T o m e m o s tres p a la b ra s s ob re la s cu a les to d o s es ta m os d e a cu er d o q u e ex p res a n co n cep to s fu n ­ d a m en ta les en los es critos d e to d o filó s o fo m o r a l o m eta fís ico en q u e »p a r ec en : la s p a la b ra s q u e tra ­ d u cim os r es p ectiva m en te p o r “ju s ticia ”, “vir tu d ” y “d io s ”. L a p a la b r a q u e tra d u cim os p o r “ju s ticia ” es d e la cu a l p r o c ed e el a d jetivo

d ik a io s ,

d ik e ,

“ju s to ”, y d e

és te a su ve z p r o ced e u na fo r m a m á s la rg a d el n o m ­ b re,

d ik a io s y n e ,

"es ta d o d e lo q u e es ju s to” . E s ta

ú ltim a p a la b r a es u n a d e la s q u e em p lea co n fr e ­ cu en cia P la tó n en la fa m o s a d is cu s ión a cer ca d e la n a tu ra leza d e la "ju s ticia ” en la

R e p ú b lic a .

A h o r a b ien : el s ig n ifica d o p r im itivo d e

d ik e

p u e-

E L P E N S A M IE N TO G RIE G O

13

d e h a b er s id o liter a lm en te ca m in o o s en d a . S ea o n o és te su o r ig en e tim o ló g ic o , lo cie r to es q u e su s ig n ifica d o m á s a n tig u o en la litera tu ra g r ie g a n o es o tr o q u e el ca m in o q u e h a b itu a lm en te s igu e la con d u cta d e cier ta cla s e d e gen te, o el cu rs o n o r ­ m a l d e la n a tu ra leza . L a p a la b r a n o im p lic a q u e s ea és e el ca m in o r ec to n i s u g iere la m en o r id ea d e o b lig a ció n . E n la

O d is e a ,

cu a n d o P e n élo p e r ec u e r ­

d a a los cr ia d o s q u é b u en a m o era O d is eo, d ic e q u e n u n ca h izo n i d ijo n a d a cr u el n i a lta n ero, y q u e n o ten ía fa vo rito s , "c o m o es la

d ik e

d e los s eñ or es ” ,

es d ecir, c o m o es el ca m in o q u e s u ele s eg u ir la co n ­ d u cta d e és tos , o su m a n er a h a b itu a l d e c o m p o r ­ ta rs e. C u a n d o E u m e o el p o r q u e r izo a ga s a ja a su a m o s in r ec o n o c er lo , p id e d is cu lp a p o r la s en cillez d e la s via n d a s q u e le o fr e ce , d icien d o: “P o c o es lo q u e o fr e zc o , p e r o lo o fr e zc o con la m e jo r volu n ta d , p o rq u e ta l es la

d ik e

d e los s iervos c o m o yo, q u e

viven s iem p r e co n te m o r .” Q u iere d e c ir q u e a q u e­ llo es lo n or m a l, lo q u e d eb e es p era rs e. A l d e s c r ib ir u na

en fer m ed a d ,

el es cr ito r m éd ico

H ip ó cr a tes

d ice: “L a m u erte n o s ig u e a es tos s ín tom a s en el cu rs o d e la

d ik e " ,

lo cu a l s ig n ifica s im p lem en te q u e

"n o es lo n o r m a l” q u e la m u erte s ig a a ta les s ín ­ tom a s .2 D e es te s en tid o s in co n ten id o m o r a l n in g u n o, y q u e s ig n ifica s ó lo lo q u e d eb e es p era rs e en el cu rs o n o r m a l d e los a co n tecim ien to s , la p a la b r a

d ik e

se

d e s lizó fá cilm e n te a s ig n ifica r a lg o d e lo q u e va im p líc ito en n u es tra s p a la b ra s cu a n d o h a b la m os d e “lo q u e se es p era d e u n h o m b r e”, o sea, q u e p r o ­ ced erá co n d ecen cia , q u e p a g a rá su s d eu d a s , y a s í 2 c a p it is ,

O d is e a ,

3.

IV , 689 s; X IV , 58 s; H ip ó cr a tes ,

D e

v o ln e r ib u s

14

E L P E N S AM IE N TO G RIE G O

en to d o lo d em á s . E s ta tra n s ición se p r o d u jo tem ­ p ra n a m en te, y en la p o es ía d e E s q u ilo, u n s ig lo a n tes d e P la tón ,

D ik e

a p a rece ya p e r s o n ifica d a c o ­

m o el es p ír itu a u gu s to d e la rectitu d , s en ta d a en u n tr o n o a l la d o d e Z eu s . P e r o es im p o s ib le q u e el p r im itiv o s en tid o d e la p a la b r a h u b ies e d eja d o d e co lo r e a r la m en te d e los h om b res q u e la u s a b a n , y qu e, s ien d o n iñ os , h a b ía n a p r en d id o a le e r en H o ­ m ero. E n r ea lid a d , p er s is tía u n a es p ecie d e res to p e tr ific a d o en

el u s o d el a cu s a tivo,

d ik e n ,

com o

p r e p o s ició n en tr e el s en tid o d e "c o m o ” o "a la m a ­ n era d e ”. C o m o co n clu s ió n d e los in ten tos p a ra d e fin ir la "ju s ticia ” en la

R e p ú b lic a ,

d es p u és d e h a b er s id o

rech a za d a s va ria s d efin icio n es q u e co rr es p o n d en m á s o m en o s a lo q u e n os otro s ex p r es a m os co n es a p a la b ra , a l fin se a cep tó la s ig u ien te: ju s ticia , d ik a io s y n e ,

e l es ta d o d el h o m b r e q u e s igu e la

d ik e ,

n o s ig n ifica o tr a cos a q u e "ocu p a rs e d e su s p r o p io s a s u n tos ” , h a cien d o ca d a u n o lo q u e d eb e h a cer y s egú n el m o d o c o m o d eb e h a cerlo , s in m ezcla r s e en la s m a n era s d e p r o c ed er d e otr a s p er s on a s n i tra ta r d e h a cer p o r ella s la s ta rea s q u e les co r r e s ­ p on d en . ¿N o s p a rece, q u izá , q u e d es p u és d e ta n la r g a d is cu s ió n es to es a lg o p a r e c id o a l p a r to d e los m on tes , q u e tra s fo r m id a b le es tr u en d o d ier o n a lu z u n ra tón ? S i es a s í p u ed e r es u lta m o s m á s in ­ teres a n te s i p en s a m os q u e lo q u e h iz o P la tó n fu e rech a za r los s ig n ifica d o s d e la p a la b r a corrien tes en su tie m p o y, co n u n s en tid o h is tó r ic o p o s ib le­ m en te in con s cien te, vo lve r a su s ig n ifica d o p r im iti­ vo . E s te s ig n ifica d o ten ía su s ra íces en la d is tin ción d e cla ses d e la a n tigu a a ris tocra cia h om érica , d on d e la r ecta a ctu a ció n se res u m ía en q u e el h o m b r e s u ­ p ies e cu á l er a su lu g a r y se a tu vies e a él es tr icta ­

15

E L PE N S A M IE N TO G RIE G O

m en te; y p a ra P la tón , q u e q u ería fu n d a r u n a n u eva a ris tocra cia , la d is tin ció n d e cla s es — b a s a d a en la d ivis ió n d e fu n cion es cla r a m en te d efin id a , y d eter ­ m in a d a p o r co n s id er a cion es p s icoló gica s ; p er o d is ­ tin ció n d e cla s e, a l fin y a l ca b o— er a el p r in cip a l s os tén d el E s ta d o. N u es tr o s egu n d o eje m p lo es la p a la b r a

a re té ,

qu e

g en er a lm en te se tra d u ce p o r "vir tu d ". S e u s a en p lu ra l ta n to c o m o en s in gu la r, y lo p r im e r o q u e ten em o s q u e a p r en d er a cer ca d e ella es qu e, c o m o d ice A ris tó teles es u n té r m in o r ela tivo , q u e n o se em p lea n u n ca en s en tid o a b s olu to, c o m o e m p le a ­ m os la p a la b r a in g les a “vir tu d ” . A a lg o es b u en o

p a r a

r e té

s ig n ific a q u e

a lgo, y er a n a tu ra l q u e u n g r ie ­

g o, a l o ír es ta p a la b ra , p regu n ta s e: "¿L a

a re té

de qu é

o d e q u ién ?” G en er a lm en te va s eg u id a d e u n g e n i­ tivo s u b o rd in a d o o d e u n a d jetivo lim ita d o . ( N o p id o d is cu lp a p o r u s a r es tos tér m in o s g r a m a tic a ­ les , p u es la id ea q u e d es eo h a cer fa m ilia r es q u e la g r a m á tica y el p en s a m ien to , el len g u a je y la filo ­ s ofía , se en tr etejen in ex tr ica b lem en te, y qu e, m ie n ­ tra s res u lta d em a s ia d o fá cil d es ca rta r a lg o c o m o "a s u n to m era m en te lin g ü ís tico”, en rea lid a d n o p u e­ d e ex is tir n a d a q u e eq u iva lg a al d ivo r cio en tre la ex p res ión d e u n p en s a m ien to y su co n ten id o .)

A re té ,

p u es , es u n a p a la b r a in c o m p leta p o r s í m is m a . H a y la

a re té

d e los a tleta s , d e los jin etes , d e los g e ­

n era les , d e los za p a teros , d e los es cla vos . H a y u n a a re té

p o lítica , u n a

a r e té

d om és tica , u n a

a re té

m ili­

ta r. E n rea lid ad , s ign ifica "efica cia ”. E n el s iglo v a.c., a p a reció u n a es p ecie d e m a es tros a m b u la n tes , los s ofis ta s , q u e p r eten d ía n en s eñ a r

a re té ,

p a r tic u la r ­

m en te la d el p o lític o y la d el o r a d o r p ú b lico. N o s ig n ifica b a es to q u e su en s eñ a n za fu es e p r im o r ­ d ia lm en te ética , a u n qu e, cierta m en te, el m á s m od e-

16

E L P E N S A M IE N TO G RIE G O

ra d o d e ellos in clu ía la m o r a lid a d en su c o n c e p ­ ció n d e la vir tu d p olítica . L o qu e q u ería a cen tu a r era su ca rá cter p rá ctico e in m ed ia ta m en te ú til. L a

a re té

era p rofes ion a l, y si en la a n tigu a G recia h u b iera n ex is tid o cu rs os p o r corres p on d en cia p a ra en s eñ a r la efica cia en los n egocios , in d u d a b lem en te h a b ría n d es ta ca d o la p a la b ra

a re té

en su s a n u n cios .

N a tu ra lm en te, p o d ía em p lea rs e s ola cu a n d o n o h a b ía d u d a a cer ca d e su s ig n ifica d o . E n es te ca s o, se s ob ren ten d ía q u e h a cía r efer en cia a l g én er o d e ex celen cia s m á s a p r ecia d a p o r u n a co m u n id a d p a r ­ ticu la r. As í, en tre los ca u d illos h o m é r ic o s s ig n ifi­ ca b a va lor. A l u s a rla S ócra tes , P la tó n y A ris tó teles , in tr o d u jer o n en su s en tid o u n elem en to n u evo. L a ca lifica b a n co n el a d jetivo

a n t h r o p in e ,

“h u m a n a ”, y

es to le d a b a u n s en tid o g en er a l — la ex celen cia d e u n h o m b r e c o m o ta l, e fic a c ia p a ra la vid a — , y s o r ­ p r e n d ió a la s gen tes a l s u g erirles q u e n o s a b ía n d e qu é se tra ta b a , p ero qu e se tra ta b a d e a lgo q u e d eb ía s er b u s ca d o. L a b u s ca se p r o p o n ía — a d viér ta s e el leg a d o d e

a re té

c o m o p a la b r a d e s en tid o

d es cu b rir la fu n ció n —

e rg o n ,

p r á c t ic o



tra b a jo o ta rea — d el

h om b re. A s í c o m o el s o ld a d o, el p o lític o y el za p a ­ ter o tien en ca d a u n o su fu n ción , a s í — a rg u m en ta ­ b a n — d eb e d e h a b ér u n a fu n ció n g en er a l q u e to ­ d os ten em os qu e ejer cer en virtu d d e n u es tra com ú n h u m a n id a d . A ver ig u a d cu á l es es a fu n ción , y s a ­ b réis en q u é co n s is te la ex celen cia o

a re té

hu mana.

E s ta g en er a liza ció n , q u e p o r s í s ola a cerca el s ig ­ n ific a d o d e es a p a la b ra a l d e "vir tu d ” , fu e h a s ta cie r to p u n to u n a in n o va ció n d e los filó s o fo s , p e r o n i a u n en ello s d es a p a reció p o r co m p leto la in flu en ­ cia d e su s en tid o es en cia lm en te p rá ctico. A re té ,

p u es s ig n ific ó en p r im e r lu g a r h a b ilid a d o

efica cia en u n a ta r ea d eter m in a d a ; y es fá cil con -

17

E L PE N S A M IE N TO G RIE G O

ve n ir en q u e es a efic a c ia d ep en d e d e la co r r ecta co m p r en s ió n o co n o c im ie n to d e la ta r ea d e q u e se tra te. P o r lo ta n to, n o es s o rp r en d en te q u e, cu a n d o los filó s o fo s g en e r a liza r o n la n o c ió n h a s ta in clu ir en ella la co r r ecta ejecu ció n d e la fu n ció n q u e c o ­ r r es p o n d e a u n s er h u m a n o c o m o ta l, p ers is ties e su r ela ció n con el co n o cim ien to . T o d o s h em o s o íd o h a b la r d e la "p a r a d o ja d e S ócr a tes ”, cu a n d o d ecía q u e “la virtu d es co n o cim ien to ". Q u izá s es ta a fir m a ­ ció n e m p ie za a p a r ec em o s u n p o c o m en o s p a r a d ó ­ jic a cu a n d o s a b em os q u e lo q u e s ig n ifica b a n a tu ­ r a lm en te p a r a u n co n te m p o r á n eo d e S ócra tes era a lg o c o m o es to: " N o s erá s e fic a z si n o tom a s el tr a ­ b a jo d e a p r en d er tu ta rea .” N u e s tr o ter cer eje m p lo es la p a la b r a g r ieg a q u e s ig n ifica d ios :

th e o s .

C u a n d o tra ta m os d e co m p r en ­

d e r la s o p in io n e s r elig io s a s d e P la tón , n os otros , c o m o es tu d ia n tes d e r e lig ió n o d e filo s o fía , d a m os im p o r ta n cia a la cu es tió n d e s i era p o lite ís ta o m o ­ n oteís ta , p a la b ra s es ta s d os fo rm a d a s , cie r ta m e n ­ te, co n r a íces g riega s , p e r o en los tiem p o s m o d e r ­ n os , y p a r a ex p res a r u n a d is tin ció n m od er n a , n o g r ieg a . C o m p a r a m o s la s p a la b ra s d e P la tó n (ca s i s iem p r e va lién d o n o s d e tra d u ccio n es ) co n la s d e los te ó lo g o s cris tia n os , h in d ú es u otros . P e r o q u izá es a ú n m á s im p o r ta n te ten er en cu en ta su id io m a n a tivo, r eco r d a n d o u n a a gu d a ob s er va ció n d el er u ­ d ito a lem á n W ila m o w itz, s egú n la cu a l

th e o s ,

la

p a la b ra g r ieg a qu e ten em o s p res en te cu a n d o h a ­ b la m o s d el d io s d e P la tón , tien e p r im o r d ia lm en te u n va lo r p r ed ica tivo . E s d ecir, q u e los g r ieg o s n o a fir m a b a n p r im er o , c o m o h a cen los cr is tia n os o los ju d íos , la ex is ten cia d e D ios , y p r o c ed ía n d es ­ p u és a en u m er a r su s a trib u tos , d ic ien d o "D io s es b u en o", "D io s es a m o r ”, y a s í s u ces iva m en te. M á s

18

E L PE N S A M IE N TO G RIE G O

b ien se s en tía n im p r es io n a d o s o a te m o r iza d o s p o r la s cos a s d e la vid a y d e la n a tu r a le za n o ta b les p o r su ca p a cid a d d e p r od u cir p la cer o m ied o, y d e­ cía n : "E s to es u n d io s ” , o "a q u e llo es u n d io s ” . L o s cris tia n os d icen : "D io s es a m o r ”; y los g riegos : "E l a m o r es

th e o s " ,

o sea, "es u n d io s ” . C o m o lo h a e x ­

p lica d o o tr o es critor: Al d ecir qu e el a mor, o la victoria , es dios, o pa ra ser más exacto, un dios, qu erían d ecir p rim ero y ante tod o qu e son cosas más qu e hu manas, n o su jetas a la mu erte, eterna s... Tod o p od er, tod a fu erza qu e ve­ mos a ctu a r en el mu ndo, qu e n o na ce con nos otros y qu e perdu ra rá despu és qu e n os otros h ayam os m u er­ to, p od ía s er lla ma da u n dios, y la m a yor parte lo fu eron .3 E n es e es ta d o d e es p íritu , y co n es a s en s ib ilid a d p a ra p e r c ib ir el ca r á cter s o b r eh u m a n o d e m u ch a s d e la s cos a s q u e n os ocu rren , y q u e q u izá n os p r o ­ d u cen s ú b ita s p u n za d a s d e a leg r ía y d e d o lo r q u e n o a lca n za m o s a co m p r en d er , u n p o eta g r ie g o es ­ cr ib ir ía ver s o s c o m o és te: “el r ec o n o c im ie n to en tre a m ig o s es

th e o s " .

E s u n es ta d o d e es p íritu q u e in ­

d u d a b lem en te tien e n o p o ca r ela ció n con el ta n d is cu tid o a s u n to d el m o n o teís m o o el p o lite ís m o d e P la tón , s i es q u e n o le q u ita to d o s en tid o. C o m fo r d , en su lecció n in a u gu ra l en C a m b rid ge, d ijo q u e tod a d is cu s ión filo s ó fic a en u n a ép o ca d a d a es tá g o ­ b ern a d a , en m ed id a s o rp ren d en te, p o r u n a s erie d e s u p u es tos q u e r a r a ve z o q u izá n u n ca se m e n c io ­ n a n . E s os s u p u es tos s on “el c im ie n to d e la s id ea s corr ien tes q u e co m p a r ten tod os los h o m b r es d e u n a cu ltu ra d eterm in a d a , y n u n ca se m en cio n a n 3 G . M . A. G ru b e,

P la t o

s

th o u g h t,

M eth u en , 1935, p. 150.

E L P E N S A M IE N TO G RIE G O

19

po rq ue se les c o nsidera o bv io s y c o m o cosas sa­ bi das” . Y cita las siguientes palabras de Whit ehead: C u a nd o ha gáis la crítica d e la filos ofía d e u na ép o­ ca, n o d irijá is p rin cip a lm en te la a ten ción a las p os i­ cion es in telectu a les qu e sus p a rtid a rios crea n n ece­ s a rio d efen d er explícita m en te. S iem p re ha b rá en ellas a lgu nos su p u es tos fu n d a m en ta les qu e los p a r­ tid a rios d e tod os los d ivers os sistemas d e la ép oca p res u p on en incons cien tem en te.

Aq uí es do nde el cono cim ient o del idio m a se hace necesario. Est udiando la m ane ra c o m o los griego s usaban sus palabras — no só lo lo s fi ló so ­ fos, sino t am bié n los poetas, los o rado res y los his­ to riado res, en div ersidad de context os y sit ua­ ciones— po dre m o s pene t rar hasta los supuest os inconscientes de la épo ca en que v iv ieron. Co m o e jem plo de lo s supuestos inco nscientes de aque lla épo ca, po de m o s re co rdar cuán pró xi m o s estaban a la fase m ágic a del pensam ient o los gri e ­ go s de lo s prim e ro s tiempos, y gran parte del pue blo c o m ún aun en el perio do clásico. L a m agia es una fo rm a prim it iv a de la ciencia aplicada. Si se quiere o no se quiere que en det erm inada fase del pro ce so int erv engan lo s espíritus o los dioses, las acciones de éstos hállanse a m erced del ho m bre que co no ce la técnica m ágic a correcta, c o m o si se tratase de o bjet os inanim ado s. El m ago dispo ne det erm inada sucesió n de aco nt ecim ient os, y des­ pués la causa y el efecto se siguen con la m ism a cer­ teza con que hace blanc o quien, después de apun­ t ar correct am ent e, apriet a el gat illo del rifle. L a ciencia aplic ada se basa en las leyes de la nat urale­ za. Eso fue la m agia, aunq ue sus leyes eran tales, que nosot ro s hem o s de jado de creer en ellas. Un a

20

E L PE N S A M IE N TO G RIE G O

ley fu n d a m en ta l er a la d e la s im p a tía , q u e es ta b le­ cía u n a co n ex ió n n a tu ra l en tre d eter m in a d a s cos a s q u e a n os otro s n os p a r ece q u e n o g u a r d a n en tre s í co n ex ió n d e n in g u n a cla s e. S u efe c to co n s is tía en qu e, es ta n d o d os cos a s rela cion a d a s d e es a m a n era , cu a n d o u n a d e ella s a ctu a b a o s u fría , la o tr a in e­ vita b lem en te ta m b ié n a ctu a b a o s u fr ía . E s ta cla s e d e r ela ció n es la q u e ex is te en tre u n h o m b r e y su im a g en o retr a to. A s im is m o , ex is te en tre el h o m ­ b re y la s cos a s q u e en o tr o tie m p o fo r m a r o n p a rte d e él, c o m o u n m ech ó n d e ca b ellos o los recortes d e la s u ñas , y h a s ta la s rop a s , qu e, m ed ia n te u n c o n ­ ta cto m u y es trech o, se h a n ca r g a d o d e su p er s o n a ­ lid a d . D e a q u í la s p rá ctica s b ien co n o cid a s d e m a l­ tra ta r u n m u ñ eco a l q u e se h a d a d o el n o m b r e d e u n en em ig o , o d e q u em a r, co n la s in ca n ta cion es p rop ia s d el ca s o, a lgu n os d e su s ca b ellos o u n tr o zo d e su rop a . E x is te ta m b ién s im p a tía en tr e la s cos a s y la s p ers on a s y su s n om b res . H a s ta el es cr ib ir el n o m b re d e u n en e m ig o en u n a p la ca d e p lo m o , a tr a ves a rla y en terr a r la (es to ú ltim o p a r a en tr eg a r ­ la a los p o d er es d e u ltr a tu m b a ), p o d ía tra er le d a ñ o o ca u s a rle la m u erte. E s ta p rá ctica , a u n q u e en ex ­ tr em o p r im itiva , er a co r r ie n te en la s cerca n ía s d e Aten a s m is m a en el s ig lo iv a.c.; es d ecir, en los m is ­ m os d ía s en q u e viv ía n P la tó n y A ris tóteles . P a r a gen tes q u e p ien s a n a sí, el n o m b r e es, e vi­ d en tem en te, ta n r ea l c o m o la cos a , y le a ta ñ e m u y d e cerca . “U n n o m b r e — h a d ich o a lg u ien — es ta n p a rte d e u na p ers on a c o m o u n a p iern a .” A h o r a b ien , el d iá lo g o

C r a t ilo ,

d e P la tón , tra ta d el or ig en d el len ­

g u a je y d is cu te a m p lia m en te la cu es tió n d e si los n om b res d e la s cos a s les p er ten ecen "p o r n a tu ­ r a leza " o "p o r co n ve n c ió n ”, s i es tá n u n id os a ella s c o m o u n a d e su s p a rtes n a tu ra les , o s i les s on a r b i­

E L PE N S A M IE N TO G RIE G O

21

t rariam ent e im puesto s p o r el ho m bre . L a cuestión parece absurda, y se diría que una grue sa pant alla se int e rpo ne ent re no so t ro s y aq ue llas gent es que e m ple aban ho ras y ho ras en discutirla. P e ro gana interés a la luz de lo que hem o s v enido diciendo y de las o bras de ant ro pó lo go s co m o lo s de la escue­ la francesa, represent ado s p o r L év y -Bruhl, quien sostiene la existencia de lo que llam a la m ent ali­ dad pre ló gi ca del ho m bre prim it iv o, fase del des­ env o lv im ient o hum ano en que lo s pro c eso s reales del pensam ient o so n diferentes de lo s nuest ro s y no existe lo que noso t ro s llam am o s lógica. A Lév yBruhl se le ha censurado esto, y creo que co n razón. N o es que la mente hum ana hay a t rabajado siguien­ do direcciones com pletamente diferentes, sino, sim ­ plemente, que en el est ado de los co no cim ient o s en aque l t iem po las prem isas de que arranc aba el ra­ z o nam ie nt o del ho m bre eran tan dist int as de las nuestras, que inev itablem ent e le llev aban a co nclu­ siones que a nuest ro s o jo s so n del t o do ext rav a­ gantes. Ciertas co sas se re lac io naban o hast a se ide nt ificaban en sus mentes de una m ane ra que a no so tro s no s parece irracio nal. El punt o de vista de Cratilo en el diálo go de Plat ó n m anifie st a exac­ tamente el estado m ent al en que la aso c iació n m á­ gica es po sible, c uando dice: “P ara m í es m uy sen­ cillo. Quie n co noce los no m bre s co no ce las co sas.” Só crat es le pre gunt a si lo que quiere deci r es que quien ha descubiert o el no m bre ha descubiert o la co sa a que aquél co rrespo nde, y Crat ilo le contesta que eso precisam ent e es lo que ha que ri do decir. Es interesante có m o , cuando se ve ac o rralado po r los argum ent o s, acude co m o últ im o re curso a una explicació n so bre nat ural del o rige n de las pala-

22

E L PE N S A M IE N TO G RIE G O

b ra s : “C r eo q u e la m e jo r s o lu ció n d e es tos a s u n tos es és ta , S ócra tes : q u e a lgú n p o d e r m á s g r a n d e q u e el h u m a n o p u s o los p r im er o s n om b res a la s cos a s y, p o r lo ta n to, tien en q u e s er in evita b lem en te los ú n icos a d ecu a d os .” Id ea s s im ila res ven d r á n en n u es tra a yu d a cu a n ­ d o m á s a d ela n te es tu d iem os la co n cep ció n d el

lo g o s

en H er á clito, el cu a l p a rece s er al m is m o tiem p o, d e m a n er a s u p er la tiva m en te con fu s a , la p a la b r a q u e p ron u n cia , la ver d a d q u e ella co n tien e y la r e a li­ d a d ex te r io r q u e p ien s a es ta r d e fin ie n d o y a la q u e d a el n o m b r e d e fu eg o. L o s p ita g ó r ico s , q u e era n ta n to u n a h erm a n d a d r elig io s a c o m o u n a es cu ela filo s ó fic a , o fr e c e n m u ch a s h u ella s d e es o. E l m á s a n tig u o d e ello s s os ten ía q u e “la s cos a s era n n ú ­ m er o s ”, y p a r a d e m o s tr a r lo d ecía : "¡M ir a ! 1 es u n p u n to ( . ) , (

Δ

2 u n a lín e a

( .

---- .), 3 u n a s u p er ficie

) y 4 u n s ó lid o ( ¿vS. ). D e es ta s u erte, ten e­

m os cu erp os s ó lid o s en g en d r a d o s p o r n ú m eros .” P o d em o s lla m a r a es to u n s a lto in ju s tifica d o y ve r ­ d a d er a m en te in co m p r en s ib le d e la s a b s tra ccion es in telectu a les d e la s m a tem á tica s a la s rea lid a d es s ólid a s d e la n a tu ra leza . L a p ir á m id e q u e s a ca b a n d el n ú m er o 4 n o e^s u n a p ir á m id e d e p ied r a o d e m a d era , s in o u na p irá m id e in m a teria l, u n m ero con ­ cep to d el en ten d im ien to. A ris tóteles es ta b a ya d em a ­ s ia d o lejo s d e es a m en ta lid a d p a r a co m p r en d er la , y se la m en ta b a d e qu e “con vir ties en en en tid a d es s in p es o los elem en tos d e en tid a d es q u e ten ía n p es o". P e r o el a n tr o p ó lo g o vu elve a d e cim o s : “L a m en ta ­ lid a d p r eló g ica , q u e n o d is p o n e d e co n cep to s a b s ­ tra ctos , n o s ep a ra d is tin ta m en te el n ú m er o d e los ob jetos n u m era d os .” E n rea lid a d , los n ú m eros , co m o tod a s la s d em á s cos a s — ya s ea n ob jetos , ya lo q u e d is tin g u im os d e los o b jeto s c o m o m er os s ím b o lo s

E L P E N S AM IE N TO G RIE G O

23

conv encio nales, palabras o no m bre s— están do t a­ do s de pro pie dades m ágicas y de afinidades que les so n pro pias. El sabe r algo de eso no s ay udarí a a ac e rc am o s a aque llo s prim ero s pit agó ric o s con un po c o m ás de sim pat ía. Antes de aban d o n ar este asunto, tengo que ha­ cer una adv ert encia (p o r ext raña que ella parez c a) para que no se c o nceda dem asi ado peso a lo que acabo de decir. P it ágo ras no era un prim it iv o. L a analo gía co n la m ente prim it iv a no s llev a hasta cierto punt o , pero no m ás allá. P it ágo ras era un genio m at em át ico . Entre ot ras cosas, descubrió que las notas conco rdant es de la octava m usical co ­ rrespo nden a raz o nes m atem áticas fijas, y cuáles so n esas raz o nes. Su t endencia m at em át ica ejerció pro funda influe ncia en to do su pensam iento ; pero t am bié n c o nt ribuí an a m o lde arlo sus supuest os in­ conscientes, y las co nsideracio nes que aq uí hem o s expuesto, si se las aplic a caut am ente y co n sentido crítico a lo que co no cem o s de sus doctrinas, pue ­ den ay udam o s a descubri r el secreto de alguno s de esos supuestos. Sin em bargo , hay que m ant enerlas estrictamente en el lug ar que les co rrespo nde. El punt o de v ista ant ro po ló gico aplicado al co no ci ­ miento de lo s grie go s es tan fascinado r, que ha descarriado a alguno s bue no s helenistas. Puede ser que la m agia y la hechicería fuesen, c o m o he di ­ cho, corrient es en el tiem po de Platón. Igualm ent e im po rtant e es que él las c o nde naba ro t undam ent e. Si lo que he dicho de ja la im presió n de que los pensadores griego s fuero n una especie supe rio r de hechicero s co n m e z cla de pensam ient o racio nal, sería algo pe o r que inútil. P ara lo que tiene que ser­ vir, es para d ar una idea de las dificult ades con que tuvieron que luchar, y eso aunque, al e le v am o s

24

E L PE N S AM IE N TO G RIE G O

hasta ellos, t o do acrecienta nuest ra est im ación po r los result ado s que alcanz aro n. Ade m ás, la histo ria del pensam ient o griego es, en uno de sus aspectos, el pro ceso de em ancipac ió n de aquello s prejuicio s po pulares, m ucho s de los cuales pue de n estudiarse t o dav ía ho y entre los cam pesino s de la Grec ia m o derna, y esto en sí m ism o constituy e una int ro ­ duc ció n aco nsejable al co no c im ie nt o de aque lla filoso fía. Al e m prender el estudio hist ó rico de la filo so fía de una épo ca tenemos, naturalm ent e, que ado pt ar una definic ió n de la p alabra co n que caract eriz a­ rem o s el pensam ient o de aquel t iem po. Perm ít ase­ nos, pues, definirla de una m anera con la cual quiz á no estén de acuerdo to do s lo s que ho y se llam an filósofos, pero que es satisfactoria respecto de los f i­ ló sofo s griego s. Sin e m bargo , so stengo , aun e xpo ­ niéndo m e al desacuerdo , que la div isió n que ado p­ taré, para nuest ro s fines presentes, de la m ateria so bre la cual v ersó aque lla filo so fía conviene tanto a lo s pro ble m as intelectuales del present e c o m o a lo s de los antiguo s. Dicha filo so fía o frece do s v ertient es principales, si bie n descubrió jun a t ercera vertiente cuando alcanz ó la m adurez . 1. Especul ati va o cientí fi ca. L a constit uyen los intentos del ho m bre para explicarse el univ erso en que vive, el m acro co sm o . En nuestro s días las cien­ cias especiales de la nat uralez a se han desarro ­ llado de tal m anera, que se han difere nciado de la filo so fía, y este últ im o t érm ino ha que dado reser­ v ado , en este aspecto, para la m etafísica. Pero no ­ sotro s hem o s de hablar de una épo ca en que cien­ cia y filo so fía est aban en la infancia y no había entre ellas línea div isoria.

25

E L P E N S A M IE N TO G RIE G O

2.

P r á c t ic a

(q u e in clu ye el a s p ecto é tic o y el p o ­

lític o ). L a con s titu ye el es tu d io d el h o m b r e m is m o, d el m icr o c o s m o , d e s u n a tu ra leza y lu g a r en el m u n d o, y d e su s r ela cion es con su s s em eja n tes . P o r lo gen era l, lo q u e m o tiva es te es tu d io n o es la m er a cu r ios id a d , c o m o o cu r r e co n la es p ecu la ció n a cer ­ ca d e la n a tu r a leza d el u n ivers o, s in o el fin p r á c ­ tic o d e a ver ig u a r c ó m o p u ed en m ejo r a r s e la vid a y la co n d u cta h u m a n a s . V er em o s qu e, cr o n o ló g ica m en te, el p r im e r o a p a ­ r e c ió a n tes q u e el s egu n d o, a u n q u e d eb em o s d is ­ tin g u ir en tre la m ed ita ció n a ccid en ta l s o b r e la vid a y la co n d u cta h u m a n a s , d e u n la d o,

y

la filo s o fía

m o r a l d e otro. L a reflexión m ora l, com o con s ecu en cia d e las ex i­ gen cias de la vid a en com ú n, p roced ió a la reflexión sob re la na tu raleza , m ien tra s qu e la reflexión cr íti­ ca s ob re los p rin cip ios de la condu cta, su scitada p or aqu ellas mism as exigencias, no em p ezó s in o más tarde. E s ta ob s er va ció n d e H en r i B err, en su p r e fa c io al

G re e k

T h o u g h t,

d e R o b in , es tá fo r m u la d a co n u n

a lca n ce g en era l. A p liq u é m o s la a G recia , y ver em o s q u e la p o es ía g n ó m ic a y d id á ctica d e u n H es ío d o , d e u n S oló n o d e u n Teogn is , llen a d e s enten cia s y d e a fo r is m o s , p r e c e d ió a los co m ie n zo s d e la filo s o fía n a tu ra l en Jonia , en el s ig lo vi a.c. P o r otr a p a rte, te ­ n em os q u e es p era r h a s ta el fin a l d el s ig lo v p a ra en co n tr a r a lg o q u e p u ed a lla m a rs e

f ilo s o f ía

d e la

co n d u cta h u m a n a , o s ea el in ten to d e b a s a r n u es ­ tras a ccio n es s o b r e u n a co o r d in a ció n s is tem á tica d e s a b er y d e teoría . E s ta a p a reció co n los s ofis ta s y co n S ócra tes , cu a n d o ya se h a b ía a g o ta d o la p r i­

26

E L PE N S A M IE N TO G RIE G O

m er a o lea d a d e en tu s ia s m o p o r la filo s o fía n a tu ra l y la c o n fia n za d e su s a d ictos s e veía , m in a d a p o r el es cep ticis m o. 3.

H e d ic h o q u e la filo s o fía , a l d es a rrolla rs e, d es ­

cu b re u n a ter cera vertien te. E s és ta la t ic a ,

f ilo s o f ía

c r í­

q u e in clu ye la ló g ica y la ep is tem o lo g ía o teor ía

d el co n o cim ie n to . S ó lo cu a n d o a lca n za u n a fa s e r ela tiva m en te a va n za d a d el p en s a m ien to, em p ie za el h o m b r e a p regu n ta rs e a s í m is m o cu á l es la e fi­ ca cia d e los in s tru m en tos co n q u e le d o tó la n a ­ tu r a leza p a r a en tr a r en co n ta cto co n el m u n d o ex terio r. ¿E n q u é se b a s a ú ltim a y d efin itiva m en te n u es tro co n o cim ien to ? ¿E n el tes tim on io d e los s en ­ tid os ?

P ero

en g a ñ a m o s

s a b em os a lg u n a s

qu e

v e c e s .

los

s en tid os

p u ed en

¿Ten em o s a lgu n a p r u e­

b a d e q u e n os p o n en s iem p r e en co n ta cto co n la rea lid a d ? ¿S on s egu ros y co r r ecto s n u es tr os p r o c e ­ s os m en ta les ? L o m e jo r q u e p o d em o s h a cer es es tu d ia r es os p r oces os en s í m is m os , a n a liza rlo s y p o n er lo s a p ru eb a , a n tes d e la n za m o s a p en s a r a cer ca d el m u n d o ex terio r. É s ta s s on la s cu es tio ­ nes q u e co r r es p o n d en a la filo s o fía

crítica , q u e

tien e p o r a s u n to el p en s a m ien to en s í m is m o. E s u n a filo s o fía q u e tien e co n cie n cia en s í m is m a . E n ­ cu en tra el ca m in o “ p r ep a ra d o a s í q u e u n filó s o fo em p ieza a d u d a r d el tes tim o n io d e los s en tid os , c o m o h icier o n , ca d a u n o a su m a n era , H e r á c lito y P a r m én id es en la G r ecia d e p r in c ip io s d el s ig lo v. E s ta filo s o fía n o h izo m u ch os p r o g r es o s h a s ta los ú ltim os a ñ os d e P la tón ; p er o n os res u lta rá in ter e­ s a n te ve r c ó m o fu e d ejá n d os e s en tir g r a d u a lm en te su n eces id a d . V o lv ie n d o a la s d os ra m a s p r im er a s d e la filo ­ s o fía — la m eta fís ica y la ética — , ver em o s q u e a l­ gu n os filó s o fo s se in teres a ron ig u a lm en te p o r a m -

27

E L P E N S A M IE N TO G RIE G O

b a s y q u e lo g r a r o n co m b in a r la s en u n s is tem a b ien co o r d in a d o . Ta l fu e el o b je tivo d e P la tón , cu yo p r o ­ p ó s ito filo s ó fic o er a c o m b a tir d os ten d en cia s c o m ­ p lem en ta r ia s d e su ép oca :

1 ),

el es ce p ticis m o in te­

lectu a l, q u e n eg a b a la p o s ib ilid a d d el co n o cim ie n to fu n d á n d os e en q u e n o h a b ía n in g u n a r ea lid a d p e r ­ m a n en te q u e co n o cer ;

2 ),

la a n a r q u ía m o r a l, es

d ecir, la o p in ió n d e q u e n o h a b ía reg la s d e co n d u c­ ta p er m a n en tes y u n ivers a les , n i cr ite r io d e a cció n s u p erior a lo q u e le p a r ecía m ejo r a u n h o m b re p a r ­ ticu la r en u n m o m e n to d eter m in a d o . C o m o s olu ­ ció n q u e a b r a za b a es te d o b le p r o b lem a , p rop u s o su d o ctr in a d e la s F orm a s , a la cu a l vo lve r e m o s en m o m en to op ortu n o. L o m á s fr ecu en te es q u e los p en s a d ores se s ien ­ ta n a tr a íd os p o r u n a u otr a d e la s d os vertien tes , c o m o S ócr a tes p o r la d e la co n d u cta y A n a x á g ora s p o r la d e la es p ecu la ció n có s m ica . T a m b ié n es fr e ­ cu en te qu e, en su co n ju n to, el p en s a m ien to d e u n a ép o ca s e in clin e m á s a la u n a q u e a la otra , p o rq u e es to d ep en d e, en p a rte a l m en os d el es ta d o d e la s ocied a d . L o s filó s o fo s n o p ien s a n en el va cío , y sus id ea s p u ed en co n s id er a r s e c o m o e l p r o d u cto d e tem p er a m en to x ex p er ie n cia x filo s o fía s a n te r io ­ res. E n otra s p a la b ra s , s on la r ea cció n d e d e te r m i­ n a d o tem p er a m en to a n te el m u n d o e x te r io r ta l c o m o és te se p res en ta a a q u el h o m b r e p a rticu la r, in flu id a , en el ca s o d e la m a yo r p a rte d e los filó s o ­ fos , p o r la m ed ita ció n s o b r e los res tos d e filo s o fía s a n teriores . Y p o d em o s es ta r s egu ros d e qu e, a s í com o

n o s on ex a cta m en te

igu a les

los

tem p era ­

m en tos d e d os h om b res , ta m p o co lo s on su s m u n ­ d os ex teriores , es d ecir , su s ex p erien cia s . É s a es la r a zó n p o r la cu a l la s res p u es ta s a las cu es tion es es en cia les d e la filo s o fía d ifie r e n ta n to

28

E L P E N S A M IE N TO G RIE G O

en tre sí. D os h om b res d e tem p era m en tos co n tr a ­ p u es tos es tá n s u jetos a d a r res p u es ta s d ifer en tes a las cu es tion es filo s ó ñ ca s . E n rea lid a d , es p r o b a b le q u e la s res p u es ta s n o s ea n n i s iq u iera c o n tr a d ic to ­ ria s ; s erá n , s en cilla m en te, im p os ib les d e coord in a r. N o s ó lo d ife r ir á n en su co n ten id o , s in o q u e s erá n d os

g é n e r o s

d ifer en tes d e res p u es ta . U n eje m p lo

n os a yu d a rá a ve r es to co n m á s cla rid a d . S u p o n ­ g a m os q u e d os h o m b r es d is cu ten a cer ca d e la m a ­ ter ia d e q u e es tá h ech o el m u n d o, y m ien tr a s u n o d ice q u e to d o es a gu a , el o tr o a fir m a q u e to d o es a ire. E n es te ca s o, los d os res p on d en a la m is m a p regu n ta d el m is m o m od o, p er o su s res p u es ta s s on, s en cilla m en te, co n tr a d ictor ia s . L o s d os a r g u m en ­ ta n s o b r e la m is m a b a s e, ca d a u n o d e ellos p u ed e a d u cir h ech os co m u n es a la o b s er va ció n d e a m b os en a p o yo d e su o p in ió n , y es p o s ib le q u e el u n o a ca b e p o r co n ven cer a l otr o. P e r o s u p o n g a m os q u e la s ig u ien te p regu n ta : ¿Q u é es el m u n d o, en ú ltim o a n á lis is ?, es tá s ien d o d is cu tid a en u n p la n o n o ta n cr u d a m en te m a ter ia l, en u n p la n o m á s filo s ó fic o , y q u e u n o d e los h o m b res d ice q u e el m u n d o n o es otr a cos a q u e ca rg a s d e ele ctr icid a d p o s itiva y n e­ ga tiva , m ien tr a s el o tr o a fir m a q u e es u n a id ea en la m en te d e D ios . E s p o c o p r o b a b le q u e ga s ten p r o ­ vech o s a m en te su tie m p o en a rg u m en ta r n i q u e lle ­ g u en a n in g ú n r es u lta d o s a tis fa cto r io p a ra los d os . S on d os es p ecies d ifer en tes d e h om b res . Q u izá s el s egu n d o es tá m u y d is p u es to a a cep ta r lo q u e el p r i­ m er o d ice d e la electr icid a d , p e r o n o a d m ite q u e e llo a fecte en n a d a a su p r o p ia res p u es ta . D e m a n e­ ra a n á loga , el p r im er o , a u n q u e p r o b a b lem en te m á s in clin a d o a n eg a r la ver d a d d e lo q u e el o tr o d ice, r ep lica rá q u izá q u e p u ed e s er o n o s er cierto, p er o qu e, en to d o ca s o, n o es p ertin en te.

E L PE N S A M IE N TO G RIE G O

29

Las do s respuest as c o rre spo nde n a los dos tipos filosófico s perdurablem ent e opuestos, y que se m a­ nifiestan en sus contestaciones a la que Aristóteles llam aba la pregunt a eterna: “ ¿ Qué es la re alidad? ” N o es una pregunta tan imposible de contestar com o parece. Significa, sencillamente: al pensar en una co sa cualquie ra, ya sea el univ erso todo, y a un o bjeto part icular de los que hay en él, ¿ qué es lo que co nsideras esencial en esa cosa, qué es lo prim e ro que dirías si te preguntasen qué es? ¿ Y qué es lo que co nsideras c o m o secundario , y sin im port ancia? T o do s po de m o s av eriguar fácilm ent e a cuál de los dos tipos pert enecem o s. Supo ngam o s que la p re ­ gunt a es la siguiente: ¿ Qué es este pupitre? , y pe n­ sem os cuál de las dos respuest as siguientes se nos present aría co m o m ás inm ediat am ent e adecuada: a), m ade ra; b), una c o sa para po ner enc im a libro s y papeles. Estas contestaciones, co m o se ve, no son contradicto rias, sino que so n de diferent e género. Y la inm ediat a e instintiva elección de una de ellas nos dice si uno es p o r t em peram ent o inclinado al m at erialism o o a la t eleo lo gía. L o s do s tipo s son claram ent e disc e m ible s entre los ant iguo s griego s. Uno s definían las cosas co n referencia a su m ateria, o c o m o t am bién decían los griegos, a “aquello de que está hecha” . Para otros, lo esencial era el destino o función, incluy endo en esto la fo rm a, po rq ue (c o m o , p o r ejem plo, lo dice P la­ tón en el Cr ati l o) la est ruct ura sirve a la func ió n y depende de ella. El pupit re tiene la f o rm a que tiene a causa del fin a que está destinado. Un a lanz adera tiene cierta f o rm a po rq ue tiene que desem pe ñar cierta func ió n en m ano s del tejedor. Y así, la p ri ­ m era o po sició n que se present ó a la m ente grie ga fue la que existe entre m at eria y fo rm a, llev ando

30

E L PE N S AM IE N TO G RIE G O

es te ú ltim o té r m in o s iem p r e im p líc ita la n o ció n d e fu n ción . Y a l r es p on d er a la p r eg u n ta etern a , los p en s a d ores jo n io s p r im e r o y d es p u és los a tom is ta s co n tes ta r on en tér m in os d e m a teria , y los p ita g ó r i­ cos , S ócra tes , P la tó n y A ris tó teles en tér m in o s d e form a . E s ta d ivis ió n d e los filó s o fo s en m a ter ia lis ta s y teleo log is ta s — filó s o fo s d e la m a ter ia y filó s o fo s d e la fo r m a — es q u izá la m á s fu n d a m en ta l q u e p u e­ d e h a cers e en cu a lq u ier ép oca , in clu id a la n u es tra . A d em á s , y p u es to q u e a m b a s ver tien tes es tá n cla ra y vig o r o s a m e n te rep res en ta d a s en la tr a d ició n g r ie ­ g a d es d e su s co m ien zo s , h a r em os m u y b ien en te ­ n er co n s ta n tem en te p res en te es a d ivis ión .

II. MAT ERIA Y FOR MA

Jon ios y pitagóricos

H em os

vis to en el ca p ítu lo a n te r io r q u e la filo ­

s o fía , en lo q u e r es p ecta a n u es tro p u n to d e vis ta , o fr e c e d os ver tien tes p rin cip a les , p u es tra ta , d e u n la d o, d e la n a tu ra leza y o r ig en d el u n ivers o en g e ­ n era l, y d e o tr o la d o, d e la vid a y la co n d u cta h u ­ m a n a s ; y a d ver tí a q u ien es se in teres a n p r im o r ­ d ia lm en te p o r el p en s a m ien to ético y p o lític o , q u e cu a n d o n os r em o n ta m o s a los c o m ie n zo s d e la filo s o fía eu r o p ea en G recia , lo p r im e r o q u e en co n ­ tra m os es la es p ecu la ción a cerca d el u n ivers o. E l p e r io d o a q u e va m os a p a s a r revis ta s u ele d ivid ir s e en d os p a rtes p o r el n o m b r e d e S ó cr a tes — ya ve r e­ m os c ó m o se ju s tifica es to— , y la s eñ a l ca r a cter ís ­ tica d el p en s a m ien to p r es o cr á tico es la a rd ien te cu r io s id a d p o r el cos m os . L a ép o ca d e S ócra tes c o n o c ió u n a r ea cción co n tr a la es p ecu la ció n fís ica y u n c a m b io d el in terés filo s ó fic o h a cia los a s u n tos h u m a n os . C la ro es tá q u e es to s ó lo es a p r o x im a d a ­ m en te cier to , c o m o s u ele o c u r r ir co n tod a s la s g e ­ n era liza cion es m u y a m p lia s . M ien tr a s en la p a rte o r ien ta l d el m u n d o g r ie g o los jo n io s es ta b a n a b s or­ b id os en los p r im er o s in ten tos d e u n a ex p lica ció n cie n tífica d el u n ivers o, en la p a rte occid en ta l los p ita g ó r ico s

en a r b o la b a n

el id ea l d e

la

filo s o fía

co m o u n a g u ía p a ra la vid a , y la h erm a n d a d filo s ó ­ fica c o m o u n a ord en relig ios a ; y los gr a n d es s u ces o­ res d e S ó cr a tes , P la tó n y A ris tó teles , s in d es cu id a r 31

M ATE R IA Y FO RM A

32

los p r ob lem a s d e la vid a h u m a n a , s e in teres a ron ta m b ién p o r la es p ecu la ción a cer ca d el m u n d o en qu e vivim o s . E n rea lid a d , en P la tó n el a lm a h u m a ­ n a con s titu ye el cen tro d e su s m ed ita cio n es ; m ien ­ tra s q u e en A ris tó teles lle g ó a l m á x im u m la a fic ió n a la s d es in teres a d a s in ves tig a cio n es s ob re la n a tu ­ ra leza . P o s eyó el tem p er a m en to c ie n tífic o en m á s a lto g r a d o q u e n in gú n o tr o g r ie g o . P o r o tr a p a rte, el in terés d e los p ita g ó r ic o s p o r el a lm a h u m a n a er a m á s b ien r e lig io s o y m ís tico q u e filo s ó fic o . P o ­ d em os d ecir, em p ero, qu e la d evo ció n

e x c lu s iv a

qu e

los jo n io s co n s a g ra r on a la n a tu r a leza ex tern a se h izo p a ra s iem p r e im p o s ib le d es p u és d e la q u ieb r a m a n ifies ta d e la filo s o fía n a tu ra l en el s ig lo v, y d e la s in q u ieta n tes p regu n ta s d e S ócra tes , q u e lleva ­ r o n a l cen tr o m is m o d e la es cen a los p r o b lem a s d e la vid a h u m a n a . C óm o o cu r r ió es to, es lo q u e a h ora va m os a ver. L a filo s o fía eu rop ea , en cu a n to in ten to p a ra r e­ s o lver los p r ob lem a s d el u n iver s o s ó lo p o r la r a zó n q u e se o p o n e a a cep ta r ex p lica cio n es p u ra m en te m á g ica s o teológ ica s , c o m e n zó en la s p rós p era s ciu d a d es co m er cia les d e Jon ia , en la cos ta d el A s ia M en o r , a p r in cip io s d el s ig lo v i a .c. F u e, c o m o d ice A ris tóteles , p r o d u cto d e u n a ép o ca q u e ya p os eía la s cos a s n eces a ria s a l b ien es ta r fís ic o y a l o cio , y su m o tivo fu e la m er a cu r ios id a d . L a es cu ela jo n ia o m iles ia es tá r ep res en ta d a p o r los n om b res d e Ta les , A n a x im a n d r o y A n a x im en es ; y es tá m u y ju s ­ tific a d o lla m a r la es cu ela , p o r q u e es tos tres p en ­ s a d ores n a cier o n en la m is m a ciu d a d jo n ia d e M i­ leto, vivier o n en la m is m a ép oca , y la tra d ición d ice q u e tu vier o n en tre s í r ela cio n es d e m a es tr o y d is ­ cíp u lo s . D e d os m a n era s p u ed e d efin ir s e el o b jeto d e su s

M A TE R IA Y FO RM A

33

in ves tiga cion es . B u s ca b a n a lgo p erm a n en te, es ta b le, en m e d io d el ca os d el ca m b io con s ta n te; y cr eía n q u e lo e n c o n tr a r ía n p r eg u n tá n d o s e: “¿D e q u é e s ­ tá h ech o el m u n d o ?” E l m u n d o, ta l c o m o lo p e r ci­ b en n u es tros s en tid os , a p a rece in q u ieto e in es ta b le. M u es tr a ca m b ios con tin u os y m a n ifies ta m en te a za ­ ros os . E l cr e c im ie n to n a tu ra l p u ed e p r o d u cir s e o p u ed e s er fr u s tr a d o p o r fu er za s ex terio res ciega s . E n cu a lq u ier ca s o, le s ig u e s iem p r e la d eca d en cia , y n o h a y n a d a q u e d u re p a r a s iem p re. A d em á s , v e ­ m os u n a in fin ita p lu ra lid a d d e o b jetos q u e n o g u a r­ d a n en tre s í n in gu n a rela ción . L a filo s o fía co m e n zó p o r la cr e en cia d e q u e d etr á s d e es te ca os a p a ren te ex is ten u n a p er m a n en cia o cu lta y u n a u n id a d , d is ce m ib le s p o r la m en te, si n o p o r los sen tid os . E s to se a plica , n a tu ra lm en te, a tod a filo s ofía . C om o h a d ich o u n m o d e r n o es cr ito r s o b r e el m é to d o filo s ó fic o : Pa rece h a b er h on d a m en te en ra iza d a en la m ente h u m a na u na ten d en cia a b u scar... a lgo qu e p ersista a través d el ca m b io. E n cons ecu encia, el d es eo d e u na exp lica ción s ólo p a rece satisfacers e al des cu ­ b rir qu e lo qu e p a rece nu evo y d iferen te existió s iem ­ pre. D e a h í la b u sca de u na id en tid a d s u b y a c e n t e , d e u na m a teria persisten te, d e u na su stancia qu e p er­ du re a p es a r d e los ca m b ios cu alita tivos y p o r la cu al p u ed a n exp lica rs e esos m is m os ca m b ios .* E s a d e s c r ip ció n d el p en s a m ien to filo s ó fic o p u d o h a b er s id o es crita es p ecia lm en te p a r a los m iles ios . Y a era n filó s o fo s , y los p r o b lem a s b á s icos d e la fi­ lo s o fía ca m b ia n p o c o co n el tiem p o . E s cen tra l la cr een cia d e q u e d etrá s d e la a p a ren te m u ltip lic i­ *

L . S. S teb b in g ,

M eth u en , 1933, p . 404.

A

m

o d e m

in t r o d u c t io n

to

lo g ic ,

2a ed .,

M A TE R IA Y FO RM A

34

d a d y co n fu s ió n d el u n ivers o q u e n os r o d ea ex is ten u n a s en cillez fu n d a m en ta l y u n a es ta b ilid a d q u e la ra zó n p u ed e d es cu b rir . E n s eg u n d o lu ga r, les p a r e c ió a los p r im er o s p en s a d ores q u e es a es ta b ilid a d h a y q u e b u s ca rla en la s u s ta n cia d e q u e es tá h ech o el m u n d o. P e r o n o es és ta la ú n ica res p u es ta p os ib le. T a m b ié n p u e­ d e s u p on ers e q u e los co m p o n en tes m a ter ia les d el m u ndo

e s tá n

en u n flu jo co n s ta n te d e d eca d en cia

y r en o va ció n , q u e

s o n

d iver s o s e in com p r en s ib les ;

p er o q u e el ele m en to p er m a n en te y co m p r en s ib le con s is te en su es tru ctu ra o fo r m a . S i n u eva m a te­ r ia ig u a l a a q u élla a d op ta la m is m a es tru ctu ra , es la es tru ctu ra lo q u e d eb em o s tra ta r d e co m p r en d er . E n la m is m a G recia , tu vier o n su ve z lo s d efen s or es d e la fo r m a co n tr a la m a teria . M a s a l p r in c ip io la p regu n ta , r ed u cid a a su s tér m in o s m á s s en cillos , era és ta : "¿D e q u é es tá h e ch o el m u n d o ?" Ta les d e M ile to d ijo q u e er a a gu a, o h u m ed a d , res p u es ta qu e p u ed e a p u n ta r a to d a cla s e d e p o s ib ilid a d es in ter e­ s a ntes , s i n o fu er a q u e a p en a s s i co n o cem o s a lg o m á s d e su s id ea s y s ó lo p o r con jetu ra s p o d em o s en tr ever el m o d o d e p en s a r q u e le lle vó a es a c o n ­ clu s ión . L a ex p lica ció n m á s o b via p a r ece es ta r en q u e el a gu a se p res en ta , n a tu ra lm en te, a los s en ti­ d os , s in n eces id a d d e n in gú n ex p er im en to c ie n tífi­ c o q u e n o p u d ier a r ea liza r s e en ton ces , en la s tres fo r m a s d e s ólid a , líq u id a y ga s eos a , c o m o h ielo, c o m o a gu a y c o m o va p o r. E s ta es, en efecto, la ex ­ p lic a c ió n q u e p r im e r o se le o cu r r e a los eru d itos m od er n os ; p e r o es in teres a n te el h ech o d e q u e A ris tó teles s u g ier a a lg o m u y d ifer en te. T a m b ié n él p r o c ed ía p o r con jetu ra s — to d o s los

es critos d e

Ta les se h a b ía n p er d id o ya en su tiem p o — ; p er o p o r lo m en os , er a g r ie g o y es ta b a m á s cer ca d e Ta les

M A TE R IA Y FO RM A

35

qu e n os otros . D es eo in d ic a r a lgu n a s r a zo n es p o r las cu a les m e p a r ece q u e q u izá A ris tó teles es ta b a en lo cier to ; p er o és te es u n a s u n to q u e s erá m e jo r tr a ta r d es p u és q u e h a ya m o s ex a m in a d o la s o p i­ n ion es d e los otr o s d o s p en s a d ores m iles io s . A p a rte d e es ta a fir m a ció n d e qu e la s u s ta n cia s u b ­ ya cen te d el u n ivers o es el a gu a , co n o cem o s m u y p o c o m á s d e la s id ea s filo s ó fic a s d e Ta les . H a y u n o o d os a for is m os , d ifíc ile s d e in ter p r eta r s in su c o n ­ tex to, y va ria s a n écd ota s . L o q u e r e fie r e H e r ó d o to d e q u e p r e d ijo u n eclip s e s ola r, q u e p u ed e s er fe ­ ch a d o en el a ñ o 585 a .c., p u ed e con s id era rs e c o m o b a s ta n te

b ie n

tr o u v é

p a r a d a m o s su fech a a p r o x i­

m a d a . L a p r e d icc ió n n o es d e n in gú n m o d o im p o ­ s ib le co n a yu d a d e los r eg is tr o s b a b iló n icos , a cu yo es tu d io se d ice h a b ers e d ed ica d o Ta les . A lg o m á s s a b em os d e su jo v e n co n ciu d a d a n o A n a x im a n d ro , q u ien d e jó es critos q u e p u d ier o n c o n o ce r A r is tó te ­ les y Teofra s to, y la o b r a d e Teofr a s to s ob re la s n io n e s

d e

lo s

f iló s o f o s

co m p lica cio n es

n a t u r a le s

g r eco r r o m a n a s

O

p i­

fu e la b a s e d e la s qu e han

lleg a d o

h a s ta n os otros . E l p en s a m ien to d e A n a x im a n d r o p res en ta ya cier ta s u tileza . C o n s id er a b a es te m u n d o c o m o u n a co n cu r ren cia d e cu a lid a d es op u es ta s q u e m a n tie­ n en en tre s í co n s ta n te gu erra . C u a tro d e es a s cu a ­ lid a d es — ca lien te y fr ío , s eco y h ú m ed o— s on p r i­ m a ria s . E l p r o c es o d el m u n d o es cíclico . E l ca lo r d el s ol s eca el a gu a , y el a gu a a p a ga el fu eg o. E n u n a es ca la u n ivers a l, es to se a d vier te en el cic lo d e la s es ta cion es , y a u n q u e u n o u o tr o d e lo s op u es tos p u ed e p r eva lecer d u ra n te a lg ú n tiem p o , el e q u ili­ b r io se res ta b lece con s ta n tem en te. A h or a b ien , p u es ­ to q u e lo es en cia l en es a s cu a lid a d es en su m u tu a o p os ición , se s ig u e d e a h í q u e la s u s ta n cia p r im a ­

36

M A TE R IA Y FO RM A

ri a del universo no puede ser caract eriz ada po r nin­ guna de ellas, no puede ser ninguna de ellas, habría dicho Anaxim andro , po rq ue es m uy po c o pro bable que en aque lla prim it iv a fase del pensam ient o fue­ sen diferencias cualidad y sustancia. Si se le hubie ­ se pre gunt ado a A naxim andro si, c uando hablaba de "caliente” y "frío ", designaba una sustancia o una cualidad, pro bable m e nt e no hubie ra entendi­ do la pregunt a. P o r consiguiente, si t o do fuese o ri ­ ginariam ent e agua, c o m o h abí a supuest o T ales, o "hum e dad” , no po dría habe r ni c alo r ni fuego, pue s­ to que el agua no eng endra fueg o , sino que lo des­ truye. P o r eso i m agi naba A nax im andro el prim e r est ado de la m at eria c o m o una m asa indiferenciada de eno rm e extensión, en la que los elementos an­ t agó nico s o sus pro pie dade s aún no estaban dife ­ renciado s, aunq ue los co nt enía en sí de un m o do latente o potencial, en c o m plet a fusió n. L a llam a­ ba el apeiron, palabra que significa "sin límites” , y que en el grie go po st erio r tuv o do s sentidos: a ) no lim it ado exteriorm ente, es decir, espacialm ent e infinito; y b ) sin lím ites internos, es decir, sin p ar­ tes o elem ent os co m po nent es se parado s. Es po c o p ro bable que A naxim andro hubie ra llegado a la no c ió n de la pura infinit ud espacial, y aunq ue in­ dudable m e nt e co nce bía aque lla prim it iv a m at riz do t ada de una v asta e indet e rm inada extensión, la idea pre do m inant e en su pensam ie nt o era p ro ba­ blem ent e la ausencia de diferenciac io ne s internas, y a que éste es el co ncepto que reso lv ería el pro ble ­ m a que ev identemente se h abí a plant eado , o sea el del est ado o rigi nario de los opuest os. Se gún Anaxim andro , aque lla m asa o riginari a es­ t aba en incesante m ov im ient o, y, c o m o c o nsecuen­ cia de éste, o currió , en algún t ie m po y en algún lu-

M A TE R IA Y FO RM A

37

g ar de ella, que las cualidades opuest as, o las sus­ tancias que las co nt ienen, e m pe z aro n a se p arar­ se, de do nde se o rig i nó la simiente o germ en de un m undo, un núcle o fecundo , po rq ue t o m ó esta ex­ presió n del c am po de la nat uralez a o rgánica. A l principio, debió ser algo parecido a las nebulosas gi­ ratorias que co no ce la ast ro no m ía m o derna. P aula­ t inamente, el elem ento frío y húm edo se co nde nsó en una m asa húm e da de tierra, en el centro, ro de a­ da de nubes o de v apo r. El elem ento caliente y seco t o m ó la f o rm a de una esfera de llam as que ro de a­ ba to do el conjunt o, el cual, al girar, se div idió en anillo s o rue das de fuego , ro deado s t am bién, c o m o la esfera, de una nie bla espesa y ondulante. Así ex­ plica la fo rm aci ó n del Sol, de la L una y de las estre­ llas que le parecían, en efecto, anillo s de f uego que ro dean a la T ierra, aunque sólo so n v isibles para nosot ro s c uando se pro duc e un aguje ro en los v a­ po res env olv entes y a través de él bro t a el fuego, co m o el aire p o r un pinchaz o en la llanta de una bicicleta. E n la esfera, bajo la acció n del fuego, se fuero n secando partes de la T ie rra y separándo se del agua que las ro de aba. Durant e este proceso , la v ida apare ció p o r v ez prim e ra en el cieno caliente, o lim o, pues la v ida se o riginó en la hum edad so ­ m etida al calor. P o r lo tanto, los prim e ro s ani m a­ les t uv iero n f o rm a de peces, con la piel cubiert a de espinas o de escam as. De ello s pro c e di ero n to do s los anim ales terrestres, incluso el hom bre, que, p o r lo tanto, es la ev olución final de una especie de pez. En esta co ncepció n la t ierra es cilindrica, co m o un t am bo r, y está sit uada, sin apo y o ninguno , en el centro de un univ erso esférico. Con esto, A naxim an­ dro dio, a una cuestión que durant e m ucho tiem po había desco ncert ado a lo s griego s, una respuesta

M A TE R IA Y FO RM A

38

q u e p o r su s u tileza se a n tic ip ó a m u ch os d e su s su ­ ces ores . ¿S ob re qu é se a p oya b a la Tierra ? S i se a p o ­ ya b a s ob re el a gu a, c o m o ha d ich o Ta les , ¿s ob re qu é s e a p oya b a el a gu a a su vez?, y a s í s u ces iva m en te. N o s e a p o ya s ob re n a d a , co n tes tó A n a x im a n d ro , y la r a zó n p o r la cu a l n o ca e es , s im p lem en te, qu e, es ta n d o en el cen tr o d e u n u n ivers o es fé r ic o y, p o r lo ta n to eq u id is ta n te d e to d o s su s p u n tos , n o h a y m o tivo p a r a q u e ca ig a en u n a d ir e c c ió n m á s b ien q u e en cu a lq u ier otra . E s la m is m a s itu a ción d el a s n o c o lo c a d o ex a cta m en te a m e d io ca m in o en tre d os h a ces d e h en o, y q u e m o r ir ía d e h a m b r e en la in d ecis ió n d e a cu á l d e ello s d ir ig ir s e. L a c o s m o g o n ía d e A n a x im a n d ro , n o ob s ta n te los elem en to s

fa n tá s ticos q u e co n tien e, fu e u n a

p r o e za n o ta b le en la a u r or a d el p en s a m ien to r a c io ­ na l. A n a x im a n d r o h izo u s o d e la o b s er va ció n a l a p o ya r su teo r ía d e la d es eca ción gra d u a l d e la T ie r r a en la p r es en cia d e con ch a s fo s iliza d a s en lu ­ ga res a leja d o s d el m a r; y su id ea d e q u e el h o m b r e h a b ía evo lu cio n a d o d es d e u n a fo r m a d e vid a in fe ­ r ior, en el h ech o d e q u e se en cu en tra d es va lid o y d ep en d ien te d u ra n te m u ch o tie m p o d es p u és d el n a cim ien to . Q u izá _ h u b o u n a ép o ca en q u e la s cría s era n lleva d a s d e u n la d o a o tr o b a jo la p r o tec ció n d e los p a d res , y es to, d ic e A n a x im a n d ro , es lo q u e h a cen cierta s es p ecies d e g ra n d es p eces . P a ra a p re­ cia r la en to d o su va lor, n o d eb em o s s ó lo co n s id e­ ra r la d es d e n u es tr o p u n to d e vis ta a ctu a l, s in o en r ela ció n co n la G r ecia a n te r io r y co n tem p or á n ea . E r a u n a ép o ca en q u e lo s ob ren a tu ra l se a d m itía to d a vía c o m o co s a co rr ien te, en q u e la s fu erza s d e la n a tu r a leza s e a trib u ía n a la a cció n d e d ios es a n tr o p o m ó r fic o s , Z eu s o P o s eid o n , y s e h a b ía h a lla ­ d o el o r ig e n d el u n ivers o en m ito s g r o tes co s reía -

M A TE R IA Y FO RM A

39

tivos a la u n ión s exu a l d el c ie lo y d e la tierra , c o n ­ ceb id os c o m o g r a n d es d eid a d es p r im itiva s , y a su fo r za d a s ep a r a ción p o r o tr o es p íritu g ig a n tes co. C on A n a x im a n d ro , la r a zó n h u m a n a se r e a fir m ó y p r o d u jo u n a e x p lica ció n p u ra m en te n a tu ra l, cier ta o eq u ivoca d a , d el o r ig e n d el m u n d o y d e la vid a . D e A n a x im en es , ter cer a fig u r a d e la es cu ela m i­ les ia , n o ten em os u n a co s m o g o n ía s is tem á tica , p er o s í u n a n u eva s u s ta n cia co n s id er a d a c o m o s u s ta n ­ cia p r im a ria . E s el a ir e (en g r ie g o

a e r,

p a la b r a q u e

en len gu a je co r r ien te — y en a q u ella ép o ca n o h a b ía u na

te r m in o lo g ía

c ie n tífic a

técn ica —

s ig n ifica

a ire, va h o o n ieb la ). E n su es ta d o n a tu ra l, o c o m o A n a x im en es d ecía , en su es ta d o m á s ig u a lm en te rep a r tid o, es la a tm ó s fer a in vis ib le; p er o p u ed e con d en a rs e en n ie b la y a gu a , y a u n en s u s ta n cia s s ólid a s , c o m o la tier r a y la s p ied ra s . C u a n d o se en ­ ra rece, se ca lien ta y s e co n vie r te en fu eg o. E l p r in ­ cip a l in terés d e A n a x im en es p a rece h a b er co n s is ti­ d o en

d es cu b rir el p r o c es o

n a tu ra l p o r el q u e

p u d iera s u p on ers e q u e s u ced ía n los ca m b io s d e la s u s ta n cia p r im a ria , m ed ia n te los cu a les h a b ría lle ­ g a d o a ex is tir n u es tro m u n d o m ú ltip le y d ivers o. A n a x im a n d ro d es ig n a b a es e p r o ces o q u e d io n a ­ cim ie n to a n u es tro m u n d o co n la p a la b r a “d is g r e ­ g a c ió n ”, p e r o p u ed e d ecir s e con ex a ctitu d q u e es o n o era m á s q u e u n a b r illa n te con jetu ra , s in c o m ­ p r o b a c ió n en n in g u n o d e los p r oces os co n o cid o s d e la n a tu r a leza , q u e A n a x im en es s u s titu ía co n los h ech os ob s er va b les d e la co n d en s a ció n y la r a ­ refa cción , p o r los cu a les vem o s el a ir e co n ve r tid o en h u m ed a d o vicever s a . P a r a ilu s tra r co n e je m ­ p los la co n ex ió n d e la r a r e fa cció n co n el c a lo r y d e la co n d en s a ció n co n el fr ío , d ecía q u e si r es p ir a ­ m os co n los la b io s m u y cerra d os , el a lien to s a le

40

M A TE R IA Y FO RM A

fr ío , m ien tr a s q u e si a b r im o s la b o ca p a r a d a r le m á s s a lid a , s a le m á s ca lien te. U n o d e los p r in c ip io s q u e s os ten ía A n a x im en es a rr o ja a lg u n a lu z s o b r e el co n ju n to d e su es cu ela filo s ó fic a . D ec ía q u e en s u fo r m a m á s p u ra y m á s en ra recid a , e l a ire, q u e es la s u s ta n cia p r im a r ia d el m u n d o, es ta m b ién el elem en to d e la vid a . U n a p equ eñ a p a rte d e es e elem en to- es p ír itu , q u e p r o p ia ­ m en te p er ten ece p o r su n a tu ra leza a los co n fin es m á s r em o to s d el u n ivers o, m á s a llá d e la a tm ó s fe ­ r a a d u ltera d a q u e r es p ira m os , es tá a p r is ion a d a en el cu er p o d e to d o a n im a l y d e to d o s er h u m a n o, y con s titu ye su a lm a . “N u es tr a a lm a — d ecía u n o d e sus d is cíp u los — es a ire, m á s ca lien te qu e el a ire qu e n os rod ea , p e r o m u ch o m á s fr ío q u e el d el S o l." E s te d is cíp u lo ex p res a b a ta m b ién la m is m a cos a d icien d o q u e el a lm a d el h om b re es “u n a p eq u eñ a p a rte d el d io s ” , en ten d ien d o p o r “d io s ” el u n ive r ­ so, con lo cu a l a ver ig u a m os q u e a q u ellos h om b res a ú n co n s id er a b a n el u n ivers o c o m o u n s er viv ie n ­ te. A p es a r d e su s o rp r en d en te lib er ta d r es p ecto d e los p r eju icio s teo ló g ic o s , a ú n p erd u ra b a en tre ello s es a id ea . E ra , evid en tem en te, u n leg a d o d el p en s a ­ m ien to p rerra cion ¿il, p u es es a co n ce p ció n m a ter ia l d el a lm a c o m o a ir e o a lien to es, n a tu ra lm en te, u n a co n cep ció n p r im itiva a la q u e los a n tr o p ó lo g o s h a n h a lla d o p a r a lelos en tod os los p u eb los s a lva jes d el m u n d o, y en tr e los g r ieg o s p r im itivo s ib a u n id a , in d u d a b lem en te, a la id ea d e q u e el u n ivers o es u n a cria tu ra vivien te. H a b ía , s in em b a r g o , u n a ra zón

es p ecia l p a ra

qu e a a q u ellos p r im itivo s cie n tífico s les p a r ecier a tod a vía n eces a ria d ich a co n cep ció n . A d em á s d e la p regu n ta q u e se fo r m u la b a n — ¿D e q u é es tá h ech o el m u n d o?— , h a y otra , a n u es tr o p a recer, q u e ta m ­

M A TE R IA Y FO RM A

41

b ién n eces ita con tes ta ción , a s a b er: S i el m u n d o es en el fo n d o , y lo fu e o r ig in a r ia m en te, u n a s u s ta n ­ cia , ¿p o r q u é n o s ig u ió s ien d o u n a m a s a m u erta y es tá tica d e a gu a , o d e lo q u e fu ere? ¿C u á l fu e la ca u s a q u e m o tivó q u e em p eza s e a ca m b ia r ? E s ta p r eg u n ta s e n os o cu r r e a n os otro s p o r q u e h em o s h ered a d o d e la cien cia r ecien te la n o c ió n d e q u e la m a ter ia es en s í m is m a a lg o m u er to o in erte, q u e n eces ita s er p u es to en m o vim ie n to p o r u n a fu er za ex te r io r . Q u izá la d is tin ció n en tre m a ter ia y fu e r ­ za n o es ta n cla ra en n u es tro s ig lo c o m o lo fu e en el a n ter ior , n i el c ie n tífic o n a tu ra l d e n u es tros d ía s co n s id er a d e su in cu m b en cia tra ta r el p r o b lem a d e u n a ca u s a p rim era . P e r o la filo s o fía n o p u ed e ig n o ­ ra rlo, y es ta m os h a b la n d o d e h om b res p a ra q u ie­ n es cie n cia y filo s o fía co n s titu ía n u n ca m p o ú n ico d e co n o cim ie n to . ¿C ó m o tra ta ron ello s es te p r o ­ b lem a d e la ca u s a d el m o vim ie n to ? C o m o d ice C o m fo r d , “si q u erem o s co m p r en d er a los filó s o fo s d el s ig lo vi, ten em o s q u e lib r a r a n u es tra s m en tes d e la co n ce p ció n a to m ís tica d e la m a ter ia m u erta en m o vim ie n to m ecá n ico, y d el... d u a lis m o d e m a ter ia y es p ír itu ". A ris tó teles , q u e ya cr itica b a a los jo n io s p o rq u e, s egú n le p a recía , “e li­ m in a b a n in d o len tem en te" la cu es tió n d e la ca u s a p r im er a , ob s erva en u n lu ga r, s in co m en ta r lo , q u e n in g u n o d e ellos h izo d e la tier r a la s u s ta n cia p r i­ m o r d ia l. S eg u r a m en te ten ía u n a b u en a r a zó n p a ra es o. N eces ita b a n u n a s u s ta n cia q u e p r o p io

m

o v im

ie n to ,

e x p lic a s e

s u

c o m o en a q u ellos d ía s r em o to s

era to d a vía p o s ib le im a g in a r s e q u e lo h iciera . P e n ­ s a b a u n o en la in ces a n te a g ita ció n d el m a r, r e c o r ­ d a b a o tr o la fu ria d el vien to , y en los u m b ra les d el p en s a m ien to r a cion a l s e o fr e c ió c o m o ex p lica ció n n a tu ra l d e su m o vim ie n to a u toca u s a d o la id ea d e

42

M A TE R IA Y FO RM A

q u e vivía n etern a m en te. A s í vem o s q u e tod os ellos , a u n q u e en o tr os r es p ectos evita b a n el len gu a je d e la r e lig ió n y d es ca rta b a n p o r c o m p le to el a n tr o p o ­ m o r fis m o d e su tiem p o , s in em b a r g o , a p lica b a n el n o m b r e d e "d io s ” , o d e " lo d ivin o ” a su s u s ta n cia p r im er a . A s í lla m a b a A n a x im a n d r o a su

a p e ir o n

y

A n a x im en es a l a ire. S e a tr ib u ye a Ta les la fra s e: " T o d o es tá llen o d e d io s es ”, q u e A ris tó teles in ter ­ p r eta b a en el s en tid o d e q u e "el es p ír itu a n d a m e z­ cla d o co n to d o ” . L a s u s ta n cia d el m u n d o d eb e s er la s u s ta n cia d e la vid a , y p o r es o cr e o y o q u e h a y m u ch o m á s q u e d e cir d e lo q u e p ien s a n los m o d e r ­ n os co m en ta r is ta s a cer ca d e la s con jetu ra s d e A r is ­ tóteles s o b r e la r a zó n q u e m o vió a Ta les a e le g ir el a gu a c o m o m a ter ia p r im er a d el m u n d o. D ice A r is ­ tóteles : P rob a b lem en te sacó su id ea d el h ech o de qu e el a li­ m en to d e toda s las cosa s es la h u m eda d , y qu e el ca lor m is m o es en gen d ra d o p or la h u m eda d y con ­ servada p or ella... y qu e la sim ien te de todas las cria ­ turas tien en u na n a tu raleza hú meda , y el a gu a es el origen de la na tu raleza d e las cosa s hú medas. L a o r ien ta ció n d el p en s a m ien to q u e in s in ú a A r is ­ tóteles es la q u e vin cu la el a gu a a la id ea d e la vid a : la h u m ed a d en cu a n to p a rte n eces a r ia d el a lim e n ­ to y d e la s im ien te, y el h ech o d e q u e el c a lo r vita l, el ca lo r d e u n cu er p o vivo , es s iem p r e u n c a lo r h ú ­ m ed o . (L a r ela ció n en tre el c a lo r y la vid a , h ech o p a lm a r io d e ex p er ien cia , c o m o es en cia l y ca u s a n ­ te, fu e s eñ a la d a con m á s in s is ten cia p o r los g r ieg o s q u e p o r los p en s a d ores a ctu a les .) S i és a fu e la id ea d e Ta les , la vem o s ex p lícita m en te m a n ifes ta d a p o r A n a x im a n d ro , q u e ex p lica b a el o r ig e n d e la vid a

M A TE R IA Y FO RM A

43

p o r la acc ió n del c alo r so bre la m at eria aguano sa o legam o sa. A l adv ert ir que esos pensadores no se hacían m ás pregunta que ésta: "¿ De qué está hecho el m un­ do? ” , se ve uno tentado a clasificarlos c o m o m ateria­ listas. Sin em bargo , esto sería un error, y a que esa palabra, en el lenguaje corriente m o de rno , designa al indiv iduo que ha hec ho su elección entre la c o ­ no c ida alt ernativa de m at eria y espíritu c o m o últi­ m as causas de las cosas, y que conscientemente niega t o do po de r causativ o a lo espirit ual. L o que tenemos que e sf o rz am o s p o r c o m pre nde r es un estado mental ant e rio r a la dist inción de m at eria y espíritu, de suerte que a la materia, que era la f ue n­ te únic a de t o da existencia, se la c o nside raba do t a­ da de espírit u o vida. A m edida que la filo so fí a pro ­ gresa, v a enco nt rando cada vez m ás difícil sostener esta concepció n a la v ez do ble y unitaria, y no es el aspecto m eno s interesante del desarro llo del pe n­ sam ient o grie go aquel que nos m uest ra la creciente tirantez a que la m at eria y el espíritu so met en los v ínculo s que los unían. A la m ateria hay que c o n­ cederle c ada v ez m ás atribut o s espirituales, incluso el pensamiento, hast a que el pro ble m a llega a su punt o culm inante y se hace inev itable la ruptura. Dedic arem o s la últ im a parte de este capít ulo a hablar de lo s pit agó rico s. En las po st rim e rías de la Ant igüe dad se h ablaba de la escuela jo n i a y de la it álica c o m o de las do s co rrient es prin c i pale s de la t radición del pensam ient o griego prim it iv o. L a últ im a de esas co rrient es em pe z ó co n Pit ágo ras, quien, aunq ue era gri e go oriental de nacim ient o , abando nó m uy jo v en su isla nativa de Sam o s, e m i­ gró al sur de Italia hacia el año 530 a.c., y fundó su herm andad en Crot o na. P o r raz o nes políticas, sus

44

M ATE R IA Y FO RM A

d is cíp u los fu er o n p er s eg u id o s y d is p ers a d os , y en el s ig lo V ya se en cu en tra n co m u n id a d es p ita g ó r i­ ca s es p a rcid a s p o r va ria s p a r tes d e G recia . N o h a ­ b la r d e la tr a d ic ió n p ita g ó r ic a s ería d a r u n a id ea m u y p a r cia l d e la filo s o fía g r ie g a y o m itir a lg o qu e e je r c ió p o d er o s a in flu en cia s o b r e el p en s a m ien to d e P la tón . P e r o q u izá fru s tra ría n u es tro a ctu a l p r o ­ p ó s ito el d ed ica r le m u ch o es p a cio en es tas p á g i­ nas, d e b id o a la os cu rid a d q u e en vu elve g r a n p a rte d e su d o ctr in a y d e su h is toria . D os s on la s ca u s a s d e es a os cu rid a d . P a ra los p ita g ó r ico s , el m o tivo p a r a filo s o fa r n o fu e el m is ­ m o q u e p a ra los jo n io s , o sea, la m er a cu rios id a d cien tífica . C on s titu ía n u n a h erm a n d a d relig io s a , y es to tu vo cierta s con s ecu en cia s . U n a p a rte p o r lo m en o s d e su d o ctrin a s e co n s id er a b a s ecreta , y n o d eb ía s er co m u n ica d a a los p r o fa n o s . E l fu n d a d o r m is m o fu e ca n o n iza d o , o co n s id er a d o c o m o s em id ivin o . E s to s ign ifica , en p r im er lu ga r, qu e le r o d ea ­ b a u n a b r u m a d e leyen d a s m ila gros a s , d e las cu a les es d ifíc il d es en m a ra ñ a r la ve r d a d er a vid a y en s e­ ñ a n za s d el P itá g o ra s h is tó r ico . E n s egu n d o lu ga r, s e co n s id er a b a u n d eb er p ia d o s o a tr ib u ir to d a d o c ­ trin a n u eva a l fu n d a d or m is m o, y ten ien d o en cu en ­ ta q u e la es cu ela tu vo u n a h is to r ia m u y la rga , q u e in clu ye u n r en a cim ie n to en p a r ticu la r flo r ecien te en tre los r o m a n o s d el tie m p o d e C icerón , res u lta evid en te la d ificu lta d d e d es cu b rir co n cer teza cu á ­ les fu er o n la s id ea s d el p r o p io P itá g o ra s o d e la es cu ela en su s p r im er o s tiem p os . E n s u a s p ecto r elig io s o , el n ú cleo d el p ita g o r is ­ m o er a la cr een cia en la in m o r ta lid a d d el a lm a h u m a n a , y en su p rogres o a tra vés d e su cesivas reen ­ ca r n a cion es n o s ó lo en cu er p os h u m a n os , s in o en los d e otra s cria tu ra s . C on és ta se r ela cio n a el m á s

M A TE R IA Y FO RM A

45

im p orta n te d e los ta b ú es p ita góricos , o s ea la a b s ­ ten ción d e c o m e r ca rn e, p orq u e la b es tia o el p á ja r o q u e u n o c o m e q u izá s es tu vo a n im a d o p o r el a lm a d e u n p r o p io a n tep a s a d o. S i es a sí, s i la tra n s m ig r a ció n d e la s a lm a s es p o s ib le y h a b itu a l, tod a s la s vid a s es tá n em p a r en ­ ta d a s en tre sí, y el p a r en tes co d e la n a tu r a leza es o tr o d e los p r in c ip io s d e l p ita g o r is m o . E s to se e x ­ tien d e m u ch o m á s d e lo q u e n os otro s p o d em o s p en s a r, p o r q u e el m u n d o a n im a d o er a m u ch o m á s ex ten s o p a r a los p ita g ó r ic o s q u e p a r a n os otros . C reía n ellos q u e el u n ivers o en su to ta lid a d era u n a cria tu ra vivien te. E n es to es ta b a n d e a cu er d o co n los jo n io s , p e r o en es a co n ce p ció n im p lic a b a n m u ­ ch a s cos a s a jen a s a A n a x im a n d r o y a A n a x im en es , y q u e p r o ced ía n d e fu en tes r elig io s a s m ís tica s m á s b ien q u e r a cion a les . E l cos m os , d ecía n , es tá r o d e a ­ d o d e u n a ca n tid a d ilim ita d a d e a ir e o a lien to q u e im p r eg n a el to d o y le d a vid a . E s la m is m a co s a la q u e d a vid a a la s cria tu ra s vivien tes in d ivid u a les . D e es te res to d e creen cia s p op u la res , r a cion a liza d o , c o m o h em o s vis to, p o r A n a x im en es , los p ita g ó ­ r ico s s a ca b a n u n a en s eñ a n za r elig ios a . E l a lien to o vid a d el h o m b r e y el a lien to o vid a d el u n ivers o in ­ fin ito y d ivin o era n es en cia lm en te lo m is m o. E l u n i­ ver s o era u n o, eter n o y d ivin o. L o s h o m b r es s on m u ch os , d ivid id o s y m orta les . P e r o la p a r te es en ­ cia l d el h om b re, el a lm a , n o es m orta l, y d eb e su in ­ m o r ta lid a d a l h ech o d e q u e es u n fr a g m e n to o ch is ­ p a d el a lm a d ivin a , s ep a ra d a y a p r is io n a d a en u n cu er p o m or ta l. A s í, p u es , el h o m b r e tien e u n fin u o b je tivo en la vid a ; lib r a r s e d e la c o r r u p c ió n d el cu erp o, y, c o n ­ vir tién d o s e en

es p íritu

p u ro, v o lve r a u n irs e a l

es p íritu u n ivers a l, a l cu a l p er ten ece es en cia lm en te.

46

M ATE R IA Y FO RM A

H a s ta q u e el es p ír itu n o se p u r ifiq u e p o r co m p leto , d eb e p a s a r p o r u n a s erie d e tra n s m ig ra cion es , ca m ­ b ia n d o u n cu er p o p o r otr o. E s to im p lic a la co n s er ­ va ció n d e la in d ivid u a lid a d m ien tra s es té in c o m ­ p leto el co rr es p o n d ien te c ic lo d e n a cim ien tos ; p er o n o ca b e d u d a en q u e el o b je tivo fin a l er a la a n iq u i­ la ció n d e s í m is m o p o r la r eu n ió n co n el es p íritu d ivin o. L o s p ita g ó r ic o s co m p a r tía n es ta s cr een cia s con otra s s ecta s m ís tica s , p a r ticu la r m en te co n la q u e d a b a su s en s eñ a n za s en n o m b r e d el m ític o O r feo, P e r o a d ver tim o s la o r ig in a lid a d d e P itá g o ra s a l p r e­ g u n ta m o s p o r q u é m ed io s p o d ía n lo g r a r s e la p u r i­ fic a c ió n y la u n ión co n lo d ivin o. H a s ta en ton ces , la p u r eza se h a b ía b u s ca d o p o r m e d io d el ritu a l y p o r la o b s er va n cia d e p r o h ib icio n es m ecá n ica s , ta ­ les c o m o evita r la vis ta o la p r o x im id a d d e ca d á ­ veres . P itá g o r a s co n s ervó a lg o d e es to, p e r o a ñ a d ió u n m o d o p a r ticu la r s u yo, el m o d o d el filó s o fo . L a d o ctr in a d el p a r en tes co d e la n a tu ra leza , q u e p u ed e co n s id er a r s e c o m o el p r im e r p r in c ip io d el p ita g o r is m o , es res to d e u n a a n tig u a creen cia , y tien e m u ch o d e co m ú n c o n la n o c ió n d e la s im ­ p a tía m á g ica . E l s eg u n d o p r in c ip io es ya r a cio n a l y típ ica m en te g r ieg o , y con s is te en la im p or ta n cia q u e P itá g o ra s d a a la fo r m a o es tru ctu ra c o m o o b jeto p r o p io d e la m ed ita ció n , ju n ta m en te co n la ex a lta ­ ció n d e la id ea d e

lím

it e .

S i, c o m o d ecía r ec ien te­

m en te u n p r o fe s o r d e filo lo g ía clá s ica en su lec ció n in a u gu ra l, es u n r a s g o ca r a cter ís tico d e loé g r ieg o s su p r e fer e n cia p o r “lo in telig ib le, lo d eter m in a d o, lo m en s u ra b le, co m o op u es to a lo fa n tá s tico, lo va g o y lo in fo r m e”, en ton ces P itá gora s fu e el p r im er a p ós ­ to l d el es p ír itu h elén ico. L o s p ita gó ricos , c o m o d u a ­ lis ta s m o r a les co n ven cid os , d is p o n ía n d os colu m -

M A TE R IA Y FO RM A

47

ñ a s b a jo la s rú b rica s d e "cos a s b u en a s ” y "cos a s m a la s ". E n la co lu m n a d e la s cos a s b u en a s , a l la d o d e la lu z, la u n id a d y lo m a s cu lin o, fig u r a b a el lí­ m ite, y en la co lu m n a d e la s cos a s m a la s , co n la os cu rid a d , la p lu r a lid a d y lo fe m en in o , fig u r a b a lo ilim ita d o . L a r e lig ió n d e P itá g o ra s in clu ía , c o m o h em o s vis ­ to, u n a es p ecie d e p a n teís m o . E l m u n d o es d ivin o, p o r lo ta n to es b u en o, y es u n to d o ú n ico. S i es b u e­ n o, s i es u n s er vivien te y s i es u n to d o , s e d eb e, s e­ gú n P itá g o ra s , a q u e es un

o r d e n

lim

it a d o

y a q u e o b ed e ce a

en la s r ela cio n es d e su s d ivers a s p a rtes .

L a vid a p len a y e fic a z d ep en d e d e la o r g a n iza ció n . A s í lo ve m o s en la s cria tu ra s viva s in d ivid u a les , a la s q u e lla m a m o s

or g a n is m o s

p a ra

in d ica r q u e

tien en tod a s su s p a rtes d is p u es ta s y s u b ord in a d a s a l fin d e m a n ten er vivo el to d o (e l g r ie g o

o r g a n o n

s ig n ifica tr e b e jo o in s tr u m en to). L o m is m o o cu r r e co n el m u n d o. E l ú n ico s en tid o en q u e p u ed e lla ­ m á rs ele u n to d o ú n ico a s í c o m o b u en o y vivien te, es trib a en q u e tien e lím ites fijo s , y p o r lo ta n to, es ca p a z d e o r g a n iza ció n . S e p en s ó q u e la r eg u la r i­ d a d d e los fen ó m en o s n a tu ra les a p oya b a es a teoría . L o s d ía s s u ced en a la s n och es y la s es ta cio n es a la s es ta cion es en el o r d e n d e b id o e in va r ia b le. L a s g i­ r a tor ia s es tr ella s o fr e c e n (s eg ú n s e p en s a b a ) u n m o vim ie n to cir cu la r eter n o y p er fecto . E n s u m a , el m u n d o p u ed e s er lla m a d o

k o s m

o s ,

p a la b r a in tr a ­

d u cib ie q u e co m b in a b a la s id ea s d e or d en , co r r e s ­ p o n d en cia y b elleza . S e d ice q u e fu e P itá g o ra s el p r im e r o q u e lo lla m ó d e es a m a n era . F iló s o fo p o r n a tu ra leza , P itá g o ra s d e cía q u e si q u erem os id e n tifica m o s co n el cos m os vivien te, con el cu a l n os cr eem o s es en cia lm en te em p a r en ta d os , d eb em o s , s in o lvid a r lo s a n tig u os p r ecep to s r e li­

M ATE R IA Y FO RM A

48

g ios os , es tu d ia r a n te to d o y s o b r e to d o c ó m o a ctú a y a verig u a r c ó m o es. E s to, p o r s í s olo, n os a cerca ría m á s a él, y n os ca p a cita ría p a ra d ir ig ir n u es tra vid a en co n fo r m id a d m á s es tr ech a co n los p r in cip io s qu e n os r evela . A s í c o m o el u n ivers o es u n

k o s m

o s ,

es d ecir , u n to d o or d en a d o, p en s a b a P itá g o ra s q u e ca d a h o m b r e es u n

k o s m

o s

en m in ia tu ra . S o m o s

o r g a n is m o s q u e r ep ro d u cen los p r in c ip io s es tru c­ tu ra les d el m a cr o co s m o ; y es tu d ia n d o es os p r in c i­ p io s es tru ctu ra les , d es a rro lla m os y es tim u la m os en n o s o tro s m is m o s los elem en tos d e la fo r m a y d el o r d en . E l filó s o fo q u e es tu d ia e l k o s m

io s

k o s m

o s

s e h a ce

— o r d en a d o — en su p r o p ia a lm a .

L o s in teres es in telectu a les d e P itá g o r a s fu er o n a n te to d o m a tem á ticos . P u ed e d a rs e p o r cie r to q u e es to n o s ig n ifica q u e se en treg a s e a m er o s ju eg o s s u p ers ticios os co n los n ú m eros , s in o q u e h izo v e r ­ d a d er os y c o n s id er a b les p r o g r e s o s en la s m a te ­ m á tica s . S u s d es cu b rim ien to s fu er o n to ta l y s o r ­ p r en d en tem en te n u evos . S i n o lleg a m o s a d a m o s cu en ta d e cu á n in teres a n tes y n u evos d e b ie r o n p a ­ recer, n o p o d r em o s co m p r en d er la a p lica ció n e x ­ tr a o r d in a r ia m en te a m p lia q u e le p a r ec ió co r r e cto d a rles . Ta m b ién ^ a q u í en co n tr a r em o s u n res to d e p en s a m ien to p r im itivo : r ec o r d em o s lo q u e s e h a d ich o a cer ca d e la co n fu s ió n ir r a c io n a l en tr e los s a lva jes d e los n ú m eros y los o b jeto s n u m era d os . P e r o su s p r o p io s y n ota b les d es cu b rim ien to s q u izá p a r ecier o n co n fir m a r ir r efu ta b lem en te, a u n q u e en u n ter r en o p u ra m en te r a cion a l, a q u ellos r a s g os d el p en s a m ien to p r im itivo . S u d es cu b r im ien to m á s s orp ren d en te, el q u e se d ice q u e e je r c ió la m a yo r in flu en cia s o b r e su p e n ­ s a m ien to y s ir vió d e fu n d a m en to a su filo s o fía m a ­ tem á tica , lo r e a lizó en el ca m p o d e la m ú s ica . D es ­

M A TE R IA Y FO RM A

49

cu b r ió q u e los in ter va los d e la es ca la m u s ica l, q u e se lla m a n tod a vía , s egú n creo, con s on a n cia s p e r ­ fecta s , p u ed en ex p res a rs e a r itm ética m en te c o m o la s ra zon es en tre los n ú m er os 1, 2, 3 y 4. E s tos n ú m eros , s u m a d os , d a n 10, y el n ú m er o 10, en la cu rios a co m b in a ció n p ita g ó r ic a d e m a tem á tica s y m is ticis m o , se lla m a b a el n ú m er o p er fecto . E s to se ilu s tra g r á fica m en te con la fig u r a lla m a d a

te tra k ty s :

L a o cta va es r ed u cid a p o r la r a zó n 2:1, la q u in ta p o r la r a zó n 3:2, y la cu a rta p o r la r a zó n 4:3. A h o r a b ien , si u n o n o s a b e es to, n o es u n a d e es a s cos a s q u e p u ed a n o cu r r ír s ele m ien tra s toca la lira , a u n q u izá s e lig ie n d o la s n ota s co n a lgu n a in ­ ten ció n ex p erim en ta l. E l d es cu b rim ien to d e P itá g o ­ ra s se b a s ó en la ex is ten cia d e u n o r d en

in h e r e n t e ,

d e u n a o r g a n iza c ió n n u m ér ica en la n a tu ra leza d el s o n id o m is m o , y se m a n ifes tó c o m o u n a es p ecie d e revela ción con cern ien te a la n a tu ra leza d el u n ivers o. E l p r in cip io , g en er a l a l q u e el d es cu b rim ien to s ir vió c o m o la ilu s tra ció n fu e el d e la im p o s ició n d el lím ite

(p e r a s )

d u cir lo lim ita d o

a lo ilim ita d o (p e p e r a s m

( a p e ir o n )

e n o n ) .

p a ra p r o ­

É s ta es la fó r m u ­

la g en er a l p ita g ó r ica p a r a la fo r m a ció n d el m u n d o y d e to d o lo q u e co n tien e, e ib a d e p a r con el c o r o ­ la r io m o r a l y es tético d e q u e lo lim ita d o er a b u en o y lo ilim ita d o m a lo , d e s u erte qu e la im p o s ició n d el lím ite y la fo rm a ción d e u n

k o s m o s ,

qu e ellos d ecía n

a d ve r tir en el m u n d o c o m o u n tod o, era la p ru eb a d e la b on d a d y la b e lleza d el m u n d o y u n eje m p lo q u e d eb ía n s eg u ir los h om b res . G ra cia s a l d es ­ cu b r im ien to d e P itá g o ra s , la m ú s ica s u m in is tró a su s d is cíp u los el m e jo r e je m p lo d e a q u el p r in c ip io en a cción . Y su a p r o p ia ció n p a ra el ca s o se veía r e­ fo r za d a p o r la

b e lle z a

d e la m ú s ica , a la cu a l P itá ­

gora s , c o m o la m a yo r p a rte d e los g r ieg os , era m u y

50

M ATE R IA Y FO RM A

s en s ib le, p o rq u e la p a la b ra

k o s m

o s

les s u g ería a los

g r ieg o s ta n to la id ea d e b e lleza c o m o la d e or d en . Fu e, d e es te m o d o , u n a p ru eb a m á s d e la ig u a ld a d en tre lím ite y b o n d a d el h ech o d e q u e su im p o s i­ ció n a l ca m p o d el s o n id o s a ca s e b e lle za d e la d es ­ a rm on ía . T o d o el ca m p o d el s o n id o, p u es , ex ten ­ d ién d o s e in d efin id a m en te en d ir eccio n es op u es ta s — a lta y b a ja — es u n ejem p lo d e lo ilim ita d o. E l lím i­ te es tá r ep res en ta d o p o r el s is tem a n u m ér ico d e r a zo n es en tr e la s n ota s co n cord a n tes , q u e red u ce el to d o a u n ord en , y res p on d e a u n p la n in telig ib le. E s te p la n n o le es im p u es to p o r el h o m b re, s in o q u e es tá a llí d es d e s iem p re, es p era n d o a s er d es cu ­ b ier to . S egú n la s p a la b ra s d e C or n fo rd : La in fin ita va ried a d cu a lita tiva d el s on id o es s om e­ tid a a ord en p or la ley, exacta y s encilla, de la ra zón cu a ntita tiva. E l sistema así es ta b lecid o aú n con ­ tiene el elem en to ilim ita d o en los in terva los va cíos qu e d ejan entre sí las notas; p ero lo ilim ita d o no es ya u n con tin u o d esord ena do: está con fin a d o den tro d e u n orden , de u n k o s m o s , p or la im p os ición del lí­ m ite o med ida . E s te p r oces o, ca p ta d o a q u í en u n s o lo y s o rp r en ­ d en te ejem p lo , s u p on ía n los p ita g ó r ic o s q u e era el p r in c ip io r ec to r qu e a ctu a b a en el co n ju n to d el u n i­ vers o. E n es to d ifie r e es en cia lm en te su co s m o lo g ía d e la d e los jo n io s , y n os d a d er ech o a lla m a r la u n a filo s o fía d e la fo rm a , y a la d e és tos u n a filo s o fía d e la m a teria . L os jo n io s h a b la b a n d e u n a m ezcla de op u es tos , y en es o se q u ed a b a n . L o s p ita g ó r ico s a ñ a d ier o n la s n ocion es d e ord en , p r o p o r c ió n y m e­ d id a , es d ecir, q u e d a b a n la m a yo r im p o r ta n cia a las d ifer en cia s

c u a n t it a t iv a s .

C a d a cos a p a r ticu la r

es lo q u e es, n o p o r su s elem en tos n a tu ra les (q u e

M A TE R IA Y FO RM A

51

s on los m is m o s en tod a s ), s in o p o r la p r o p o r c ió n en q u e es tos elem en to s s e co m b in a n ; y p u es to q u e es p o r d ich a p r o p o r c ió n p o r lo q u e u n a cla s e d e cos a s d ifie r e d e otra , a fir m a b a n q u e es to, o s ea la ley d e s u es tru ctu ra , es la cos a es en cia l q u e h a y q u e d es cu b rir p a ra com p ren d erla s . L a im p o r ta n cia p a s a d e la m a ter ia a la fo r m a . L a es tr u ctu ra es lo es en ­ cia l, y es ta es tru ctu ra p u ed e s er ex p res a d a n u m ér i­ ca m en te, en térm in os d e ca n tid a d . ¿E s s orp ren d en ­ te, p u es , ten ien d o en cu en ta e l es ta d o in ic ia l d e la filo s o fía en a q u el tiem p o , y la a u s en cia d e to d o es ­ tu d io s is te m á tico d e la ló g ica , o s iq u ier a d e la g r a ­ m á tica ,

q u e ex p r es a s en

es ta c o n c e p c ió n

r e c ié n

h a lla d a d ic ien d o q u e “la s cos a s s on n ú m er o s ” ? E s o n os d a a c o n o c e r la or ien ta ció n g en er a l d e su p en s a m ien to, y n os otros n o p o d em os en tra r a q u í en su s m ú ltip les a p lica cio n es p a rticu la res . S in e m ­ b a rgo, ten em o s q u e m en c io n a r u n a , c o m o e je m ­ p lo, y a d em á s p o r la p o d er o s a in flu en cia q u e e je r ­ c ió s ob re u n a ra m a m u y im p o r ta n te d e la cie n cia g rieg a , ra m a en q u e la s id ea s g rieg a s y, p o r lo ta n ­ to, y en d efin itiva , la s id ea s p ita g ó r ica s a ú n era n co n s id era d a s c o m o id ea s ca n ón ica s en la

Edad

M e d ia y a u n d es p u és , en el O r ien te m u s u lm á n ta n ­ to c o m o en el O ccid en te cris tia n o. M e r e fie r o a l es ­ tu d io d e la m ed icin a . E l lím ite y el o r d en s on b u e­ n os , y el b ien es ta r d el m u n d o y d e ca d a cr ia tu r a en p a r ticu la r d ep en d e d e ( k r a s is )

la

co m b in a ció n

co r r ecta

d e los elem en tos d e q u e se co m p o n e, es d e­

cir, d e u n es ta d o d e

a r m

o n ía ,

p a la b ra qu e, a p lica ­

d a p r im er a m en te a la m ú s ica , se ex ten d ió d es p u és a tod o el ca m p o d e la n a tu ra leza . E n cu a n to a l m i­ cr o co s m o , es ta d o ctrin a tu vo a p lica ción en la teoría s egú n la cu a l la s a lu d d el cu erp o d e p en d ía d e la co m b in a ció n co r r ecta m en te p r o p o r c io n a d a d e los

52

M ATE R IA Y FO RM A

elem en tos fís icos op u es tos : c a lo r y fr ío, s eq u ed a d y h u m ed a d . S i g u a r d a n en el cu er p o u n es ta d o d e a r m

o n ía ,

q u e te

en ton ces , c o m o d ic e el m éd ico en el

B a n ­

d e P la tón , los elem en to s m á s m u tu a m en te

h os tiles se r ec o n cilia n y viven en a m is ta d : " Y p o r los

más

h os tiles

en tien d o los

más

a g u d a m en te

op u es tos , c o m o lo ca lien te y lo fr ío , lo a m a r g o y lo d u lce, lo s eco y lo h ú m ed o .” E s te d o g m a d e la im ­ p o r ta n cia d e co n s er va r — o d e res ta b lecer, en ca s o d e en fer m ed a d —

la s r ela cio n es cu a n tita tiva s c o ­

rrecta s en tre la s cu a lid a d es op u es ta s fu e la cla ve d e la m ed icin a g r ieg a , q u e c o m e n zó en u n a m b ie n ­ te p ita g ó r ic o co n la ob ra d e Alcin feon d e C roton a . L a s id ea s p ita g ó r ica s h a n ten id o u n a h is to r ia ta n d ila ta d a en la filo s o fía y la litera tu ra , q u e fá c il­ m en te se les ocu r r ir á n a m is lecto res o tr o s e je m ­ p los . N o p u ed o d eten er m e a tra ta r, p o n g o p o r ca s o, la d o ctrin a d e la a r m o n ía d e la s es fera s , co n tr a cu ya a tr a ctiva a u n q u e fr á g il b e lleza a s es tó el p r o ­ s a ico p en s a m ien to d e A ris tó teles a lgu n a s d e su s b a tería s m á s p es a d a s . P e r o h em os vis to, p o r lo m e ­ n os , a lg o d el ca m p o m en ta l en q u e n a ció esa extra ñ a id ea , y h em o s p o d id o la n za r u n a o jea d a al m u n d o q u e se m a n ifies ta ^ tra s la s p a la b ra s d e L o r e n zo a Jés s ica , cu a n d o es ta b a n s en ta d os en la o r illa ilu ­ m in a d a p o r la lu n a , a n te la ca s a d e P o rcia : S iéntate, Jéssica: m ira la b óved a celes te ta chona da de astros de oro. N i aun el más p equ eñ o deja d e im i­ tar en su a rm on ios o m ovim ien to el canto d e los á n ­ geles, u n ien d o su vo z al coro d e los qu eru b ines. Ta l es la a rm on ía de las alma s in m orta les ; p ero m ien ­ tras están presas en es ta os cu ra cá rcel, no p od em os p ercib irla .

III. EL PR OBLEMA DEL MOVIMIENT O

Heráclito, Parm én ides y los p luralistas

El

filó s o fo

q u e s ig u e en es ta s erie es el en ig m á ti­

c o H er á clito , q u ien ya en la A n tig ü ed a d m er ec ió los s o b r en o m b r es d e "E l O s cu r o ” y "E l A d ivin a d o r ". A u n qu e d es con ocem os la s fech a s exa cta s d e su vid a, su p o s ició n en la h is to r ia d e la filo s o fía es tá b a s ­ ta n te b ie n d e te r m in a d a p o r el h ech o d e q u e c r iticó d ir ecta m en te a P itá g o ra s , y él a su ve z fu e fa vo r a ­ b le y cla r a m en te a lu d id o p o r P a rm én id es . Q u izá d es p leg ó lo p r in cip a l d e su a ctivid a d h a cia fin es d el s ig lo vi y c o m ie n zo s d e l v a n tes d e C ris to. S i lo en co n tr a m o s d ifíc il d e en ten d er, n o s e d eb e s ola m en te a qu e n o co n o zca m o s m á s q u e u n os fr a g ­ m en tos d e su s es critos . E r a h o m b re d e p en s a m ien ­ to a lta n er o y d es d eñ os o, y le gu s ta b a fo r m u la r fr a ­ ses ora cu la res m á s q u e d es a r ro lla r su s id ea s en u n a a r g u m en ta ció n p a cien te y con tin u a d a . S u m a n era d e ex p res a rs e es c o m o la d el or á cu lo d e D elfos , el cu al, s egú n el m is m o H er á clito , "n i d ice d el to d o n i ocu lta su s en tid o, s in o q u e lo m a n ifies ta p o r u n in ­ d ic io ". S in em b a r g o , m er ece la p en a es fo r za r s e en c o n o ce r a lgu n a s d e la s id ea s q u e s irven d e fu n d a ­ m en to a su s fra s es s u elta s , p o rq u e r evela n u n a fa s e in teres a n te en la h is to r ia d el p en s a m ien to. E l b la n co d e su s cr ítica s s ob re P itá g o r a s y otr o s p en s a d ores fu eron la s in ves tig a cion es a q u e s e co n ­ s a gra ron a cer ca d e la n a tu ra leza ex terio r, la im p o r ­ 53

54

E L P R O B L E M A D E L M O V IM IE N TO

ta n cia q u e d a b a n a los h ech os . "L a p o lim a tía [el s a b er m u ch a s co s a s ] n o in s tru ye a l en ten d im ien ­ to” , es cr ib ió . “D e otr a m a n era , h a b r ía in s tru id o a H e s ío d o y a P itá gora s , a J en ófa n es y a H a ca teo ." E s a s a b id u ría se a d q u iere m ed ia n te los s en tid os , p e r o “lo s o jos y lo s o íd o s s on m a lo s tes tig os si el a lm a ca r ece d e en ten d im ien to ” . L o s s en tid os m u es ­ tra n a ca d a h o m b r e u n m u n d o d ifer en te.

M ir a

d en tro d e ti m is m o — es d ecir , en tu p r o p ia m en ­ te— , y d es cu b rirá s el

lo g o s ,

q u e es la ver d a d y es

co m ú n a tod a s la s cos a s . E s to co n s titu ye el p r im e r p a s o ex p lícito p a ra s o ca va r la a u tor id a d d e los s en ­ tid os en cu a n to gu ía s p a ra lle g a r a la verd a d . La

ley o cu lta d e la n a tu r a leza

q u e p reten d ía

h a b er d es cu b ier to p a rece h a b er s id o q u e tod a s la s cos a s viven en p u gn a , la cu a l es, p o r lo ta n to es en ­ cia l p a ra la vid a y p o r co n s ig u ien te b u en a . R e ch a ­ za b a el id ea l p ita g ó r ic o d e u n m u n d o p a cífico y a r ­ m o n io s o , c o m o u n id ea l d e m u erte. D ecía q u e “la g u erra es la m a d r e d e to d o ” y q u e “la lu ch a es ju s ­ ticia ” . P r o b a b lem en te a p u n ta b a es to co n tr a A n a x i­ m a n d ro, q u ien h a b ía d e fin id o c o m o in ju s ticia las r ecíp r o ca s in tru s ion es d e los op u es tos en tre sí, p o r la s cu a les ten ía n a .su ve z q u e s u fr ir el co r r es p o n ­ d ien te ca s tig o. H a s ta en ton ces los filó s o fo s h a b ía n b u s ca d o la p er m a n en cia y la es ta b ilid a d . N o h a y, d ecía H er á clito , n i n a d ie p u ed e d es ea rlo, u n m u n ­ d o es ta n ca d o. T o d o lo q u e vive, vive p o r la d es tr u c­ ció n d e otra s cos a s . “E l fu eg o vive p o r la m u erte d el a ire, y el a ire p o r la d el fu ego; el a gu a vive p o r la m u er te d e la tierra , y la tierra p o r la d el a gu a .” L o s p ita g ó r ic o s h a b la b a n d e la

a r m o n ía d e los

op u es tos ; p e r o ¿có m o p u ed en es ta r en a r m o n ía los op u es tos si n o es con rep u gn a n cia ? S e tra ta s ó­ lo, d ecía , d e la co n s on a n cia d e ten s ion es op u es ta s ,

E L PRO B L E M A D E L M O V IM IE N TO

55

c o m o la d e u n a rco. D eb em o s im a g in a r n os , s egú n en tien d o, u n a rco co n la cu erd a ten s a , p er o s in d is ­ p a ra r. M ien tra s es tá a p o ya d o co n tr a la p a red , n o a d ver tim o s n in gú n m o vim ie n to , y lo co n s id er a m os u n o b jeto es tá tico, en c o m p le to r ep o s o ; p e r o d e h e­ ch o se es tá d es a r r o lla n d o en él u n a ten s ión , c o m o lo a d ver tir ía m o s si és ta ces a s e d e r ep en te: el a rco, d e p r o n to , ex p er im en ta r ía c o m o u n a s a cu d id a y se en d er eza r ía . L a b a s e d el eq u ilib r io es la lu ch a , qu e, p o r lo ta n to, es b u en a en s í m is m a , p u es to q u e es la fu en te d e la vid a . E s a b s u rd o lla m a r b u en o a u n a s p ecto o fa s e d e ella , y m a lo a otro. "E l m u n d o — d ice H er á clito — es u n fu eg o in m o r ­ ta l, en cen d id o co n m ed id a y q u e co n m ed id a se a p a ga .” S i s u p u s iéra m os q u e H e r á c lito creía , co m o los jo n io s , en u n a m a ter ia p r im o r d ia l ú n ica , d e la cu a l p r o ced ía el m u n d o, la m a teria p r im or d ia l, p a ra él s ería el fu eg o. P e r o H e r á c lito n o p en s a b a c o m o los jon io s . N o creía en u n a cos m ogon ía , co m o A n a xi­ m a n d r o, s in o en u n a evo lu ció n d el m u n d o a p a r tir d e u n es ta d o ú n ico p r im itivo . E l m u n d o es, fu e y s erá s iem p re lo q u e es a h ora , y el fu eg o p r o p o r cio ­ n a u n a es p ecie d e s ím b o lo d e su n a tu ra leza . E s la m e jo r ex p r es ió n m a ter ia l (y en ton ces n o er a p o s i­ b le o tr a cla s e d e ex p r es ió n ) d e su s d o s p r in cip io s cen tra les :

1 )

tod o n a ce d e la lu ch a ; y

2 )

to d o es tá en

con s ta n te flu jo. P o r q u e el fu eg o, en p r im e r lu ga r, s ó lo vive con s u m ien d o y d es tru yen d o, y en s egu n d o lu g a r con s ta n tem en te ca m b ia d e m a teria , a u n cu a n ­ d o, c o m o la lu z d e u n a vela , p u ed a p a r ecer fijo y p erm a n en te d u ra n te a lgú n tiem p o. S i el m u n d o tod o vive así, se le p u ed e d e fin ir co n p r o p ied a d c o m o u n a es p ecie d e fu ego. L a co n ce p ció n d el

lo g o s

en H e r á c lito es cu rios a

e in teres a n te. “N o m e es cu ch es a m í, s in o a l

lo g o s " ,

56

E L PRO B LE M A D E L M O V IM IE N TO

d ice; d o n d e

lo g o s

p a rece ten e r u n o d e su s h a b itu a ­

les s ig n ifica d o s d e "cu en ta y r a zó n ” o "d e fin ic ió n ”, p e r o se le d a ya u n a es p ecie d e ex is ten cia in d ep en ­ d ien te d e su rela tor, d e m a n er a q u e p u ed en s er con tra s ta d os los d os . E l

lo g o s

es ve r d a d p a ra s iem ­

p re, tod a s la s cos a s p a s a n en c o n fo r m id a d co n él, es co m ú n a tod o, y "u n o d eb e s eg u ir lo q u e es c o ­ m ú n ”. P rob a b lem en te es id én tico al “en ten d im ien to" ( g n o m

e ) ,

p o r el cu a l — d ice— “to d o se g u ía a tra vés

d e to d o ”. U n com en ta ris ta p o s ter io r d ice qu e, s egú n H er á clito , “a tra em os el

lo g o s

d ivin o p o r el a lien to ",

es d ecir, q u e la m en te d ivin a q u e g o b ier n a el u n i­ ver s o es:

a )

id én tica a n u es tr a m en te, c o m o p en s a ­

b a n los p ita g ó rico s ;

b )

es a u n a lg o m a teria l. E n

rea lid a d , es la m is m a cos a q u e el fu eg o có s m ico, p u es , s egú n o tr o ex p o s ito r a n tig u o d e H er á clito , és te “d ice q u e es e fu eg o es in telig en te, y q u e es la ca u s a d e la o r d en a ció n d el to d o ”. E s ta n o ció n d el fu eg o r a cio n a l p ru eb a cu á n d ifíc il es ex p lica r la s cos a s s in reb a s a r la n o ció n d e lo m a teria l. D ecía n los g r ieg o s q u e H e r á c lito h a b la b a p o r en igm a s , y p a ra es to h a b ía d os ra zon es . P r im er o , su p r o p io ca r á cter le lleva b a a d eleita rs e con el len ­ g u a je a p a ra tos o y p a r a d ó jico . N o s d e jó p a ra d oja s a b s olu ta s c o m o “L o b u en o y lo m a lo s on lo m is ­ m o ", y ta m b ién im á gen es fa s cin a d ora s e in cita n tes , co m o : “E l tiem p o es n iñ o q u e ju eg a co n ch in ita s s o b r e es e r ein o d el n iñ o q u e es el ta b ler o ." E n s e­ g u n d o lu ga r, es d ifíc il d e en ten d er, p o rq u e en él el p en s a m ien to ya h a b ía a lca n za d o u n a eta p a p a r ti­ cu la rm en te d ifícil. Y a n o p o d ía a d m itir la s s im p les co s m o g o n ía s d e los jo n io s , n i h a lla r s en cillo y n a ­ tu ra l c o m p r im ir la vid a y el p en s a m ien to en la c a ­ m is a d e fu er za d e la s u s ta n cia m a teria l. A m b a s

E L PR O B LE M A D E L M O V IM IE N TO

57

cos a s era n m u y p r o p ia s p a r a h a cerla reven ta r en s egu id a . L a r otu ra se p r o d u jo d e u n a m a n era extra ñ a . F u e d eb id a , en d efin itiva , a la o b r a d e u n p en s a d o r a la ve z p o d er o s o y lim ita d o , cu ya fu er za y cu ya s lim i­ ta cion es fo r m a n u n a y otra s u n a ver tien te d el p en ­ s a m ien to g r ieg o .

E s e p en s a d o r fu e P a rm én id es ,

cu ya vid a co r r e s p o n d e a la p r im e r a m ita d d el s i­ g lo V . S egú n el d iá lo g o d e P la tón a cer ca d e él, ten ía u n os 65 a ñ os en 450. D es p u és d e él, la filo s o fía g r ie ­ ga n o p o d ía s er ya lo q u e h a b ía s id o, p o rq u e tod os , in clu s o P la tón y A ris tó teles , a d ver tía n q u e h a b ía q u e ten er lo en cu en ta y, d ig a m os , a p a cig u a r a su s o m b r a o es p íritu . P a rm én id es era exa cta m en te lo con tra rio d e H er á ­ clito . P a r a és te, el m o vim ie n to y el ca m b io era n la s ú n ica s rea lid a d es . P a r a P a r m én id es , el m o vim ie n ­ to er a im p os ib le, y el to d o d e la r ea lid a d con s is tía en u na s u s ta n cia s im p le, in m ó vil e in m u ta b le. P a r ­ m én id es lleg a b a a es ta ex tr a o r d in a r ia con clu s ión m ed ia n te u n p r o ces o m en ta l n o m en o s e x tr a o r d i­ n a rio. H a y u n a s en ten cia , cu yo a u to r n o recu erd o, q u e se h a co m en ta d o a lgu n a s veces en la s reu n ion es clá s ica s d e C a m b rid g e, p o r la cu a l s e co m p r u eb a qu e m u ch os p r ob lem a s d e la filo s o fía g r ieg a p r o ­ ced en d e la co n fu s ió n d e la g r a m á tica , la ló g ic a y la m eta fís ica . Y se co n fu n d ía n es ta s tres cos as , p o r ­ qu e, c o m o m a teria s s ep a ra d a s d e es tu d io, n o p u ed e d ecirs e q u e ex is tiera n in gu n a d e ella s ; y es to es a lg o p a r ticu la r m en te im p o r ta n te q u e h a y q u e r ec o r d a r cu a n d o se tra ta d e en ten d er a P a rm én id es . L o s in s ­ tru m en tos o r d in a r io s d e la lóg ica , y a u n d e la g r a ­ m á tica , q u e h em o s h er ed a d o y q u e h o y fo r m a n p a rte d e los p r oces os m en ta les in con s cien tes a u n

58

E L PRO B LE M A D E L M O V IM IE N TO

d el m en o s filo s ó fic o d e los h om b res , fu er o n d es ­ c o n o cid o s p o r P a rm én id es , y tien e u n o q u e r e a li­ za r u n es fu er zo n ota b le p a ra co n ceb ir s e a s í m is ­ m o d en tr o d e la p iel d e a q u el in icia d o r . U n a id ea q u e los g r ieg o s d e a q u ella ép o ca en ­ co n tr a b a n d ifíc il d e co m p r en d er es q u e u n a p a ­ la b ra p u ed a ten er m á s d e u n s ig n ifica d o . In d u d a ­ b lem en te, tal d ificu lta d ten ía a lg u n a r ela ció n con la p r o x im id a d d e la fa s e m á g ica p r im itiva , en q u e u n a p a la b r a y su ob jeto fo r m a b a n u n to d o ú n ico. A h o r a b ien , el ve r b o “s er” en g r ie g o s ig n ifica "ex is ­ tir ” . N a tu ra lm en te, en el len gu a je co r r ie n te s e u s a ­ b a ta m b ién en el s en tid o co m p leta m e n te d is tin to d e p o s eer d eter m in a d a cu a lid a d , c o m o s er n egro, s er fr ío , etc.; p er o es to er a u n a d ife r e n c ia a la cu a l n a d ie h a b ía d ed ica d o to d a vía u n a m ed ita ció n es ­ p ecia l. E n los tiem p os m od er n os , a ú n n o s e ha d ilu cid a d o la d ifer en cia en tre el u s o ex is ten cia l y el u s o p r e d ica tivo d e es e verb o. P a ra P a rm én id es , qu e fu e el p r im e r o en p en s a r s is tem á tica m en te s ob re la ló g ic a d e la s p a la b ra s , d e c ir q u e u n a cos a

e s

p o d ía y d eb ía s ig n ifica r ú n ica m en te q u e es a cos a exis te, y es ta id ea a cu d ía a él con la fu erza , d e u n a r evela ció n co n cern ien te a la n a tu r a leza d e la r e a li­ d a d . T o d a su co n ce p ció n d e la n a tu r a leza d e la rea lid a d n a ce d e a tr ib u ir es a fu er za s en cilla y m e ­ ta fís ica al ve r b o "s er ”. L o s filó s o fo s jo n io s h a b ía n d ich o q u e el m u n d o v e r t ía

e ra

u n a cos a , p e r o q u e

s e

c o n ­

en m u ch a s . M a s , p r eg u n ta b a P a rm én id es ,

¿tien e a lgú n s ig n ifica d o rea l la ex p r es ió n "c o n ve r ­ tirs e en ”? ¿C ó m o p u ed e d ecirs e q u e u n a cos a ca m ­ b ie, c o m o vo s o tr o s d ecís , p o r ejem p lo , qu e el a ire se c a m b ió o c o n vir tió en a gu a y en fu eg o? C a m b ia r s ig n ifica “co n vertir s e en lo q u e n o es ”; p er o d ecir d e lo q u e es q u e n o es, es m en tir, s en cilla m en te.

E L PRO B LE M A D E L M O V IM IE N TO

L o q u e es n o p u ed e

n o

s e r

59

a lg o, p o r q u e “n o s er"

s ig n ifica d es a p a r ecer d e la ex is ten cia . E n ton ces ya n o s ería

lo

q u e

e s ;

p e r o es to es a lg o q u e se a d m itió ,

y q u e ten ía qu e s er a d m itid o, d es d e el co m ien zo . E l s o lo y ú n ico p o s tu la d o in ic ia l d e P a r m én id es es q u e “ello es ", es d ecir, u n a s ola cos a ex is te. E l res to se in fer ía . Q u izá p a r ezca u n ju e g o d e p a la b ra s s in s en tid o; p er o en a q u el tie m p o s e le to m ó m u y en s erio, y fu e P la tón , en la p len itu d d e su m a d u rez, q u ien , en el d iá lo g o titu la d o

E

l

s o f is t a ,

a cla ró qu e, a u n q u e

u s a b a n la m is m a p a la b r a "es ” P a r m én id es y los p en s a d ores co n tr a q u ien es és te a rgu m en ta b a , d e ­ cía n d os cos a s d ifer en tes . E n su tiem p o, su d o c tr i­ n a p a r ecía in co n tr o ver tib le, y se d ed u cía n d e ella ex tra ñ a s con s ecu en cia s . T o d o ca m b io y to d o m o ­ vim ie n to era n ir rea les , p o r q u e im p lica b a n q u e q u e

e s

se co n vertía en

lo

q u e

n o

e s

o

e n

d o n d e

n o

lo e s ,

y es u n co n tr a s en tid o d e c ir d e lo q u e es q u e n o es. A d em á s , el m o vim ie n to er a im p o s ib le p o r u n a s e­ gu n d a ra zón : p o rq u e n o ex is te el es p a cio va cío . Pu es , en ca s o co n tr a r io , el es p a cio p o d r ía d efin ir s e c o m o “el lu ga r en q u e la cos a rea l, lo q u e es, n o es "; p er o d o n d e n o ten em o s lo q u e es, ten d rem os ú n i­ ca m en te lo q u e n o es, o sea, lo q u e n o exis te. P o r lo ta n to, el m u n d o rea l, to d o lo qu e es , tien e q u e s er u n a m a s a in m u ta b le e in m ó vil d e u n a s ola cla s e d e s u s ta n cia , y q u e p er m a n ece s iem p r e en q u ietu d etern a e in a lter a b le. A p en a s s i es n eces a r io d e cir q u e n o p a rece q u e s ea a s í, p e r o es to n o d e s ­ a n im ó a P a rm én id es . T o d o lo q u e los h om b res se im a g in a n a cerca d el u n ivers o — d ecía — , tod o lo q u e p ien s a n , ven , oyen y s ien ten es p u ra ilu s ión . S ó lo la m en te p u ed e a lca n za r la verd a d , y la m en te — a fir m a b a con la s en cilla a r r o g a n cia d el p r im e r o

60

E L PRO B LE M A D E L M O V IM IE N TO

d e tod os los p en s a d ores a b s tra ctos —

d em u es tra

in c o n tr o ver tib le m e n te q u e la r ea lid a d es p o r c o m ­ p leto d ifer en te. L a im p o r ta n cia d e P a r m én id es es trib a en q u e in ic ió a los g r ieg o s en la s en d a d el p en s a m ien to a b s tra cto, h izo tra b a ja r a la m en te s in r efer en c ia a los h ech os ex tern os y ex a ltó su s res u lta d os p o r en ­ cim a d e lo s d e la p e r cep ció n s en s ib le. E n es to fu e­ r on los g r ie g o s d is cíp u los m u y b ien d ota d os , ta n to qu e, s egú n a lgu n os a u tores , su g e n io p a r a el p e n ­ s a m ien to a b s tr a cto y p a ra o m itir el m u n d o d e los h ech os ex tern os m a n tu vo a la cien cia eu r o p ea s o ­ b re u n a p is ta fa ls a d u ra n te m il a ñ os . H a ya s id o p a ra b ien o p a r a m a l, a q u í vem o s es e p r o c es o en su s co m ien zo s . A lg u n os a u tores h a n cla s ifica d o a P a r m én id es en tre los m a teria lis ta s , a rg u yen d o qu e, p u es to q u e n o h a ce n in gu n a d is tin ció n en tre lo m a teria l y lo n o m a teria l, su r ea lid a d ú n ica e in m u ta b le d eb e h a b er s id o co n ceb id a c o m o m a ter ia l. E s ta cu es tión p a r ­ ticu la r n o tien e im p o r ta n cia y, en rea lid a d , n o tien e res p u es ta p o s ib le, ya q u e es ta m os tra ta n d o d e u n p e r io d o en q u e a ú n n o s e h a b ía fo r m u la d o la d is ­ tin ción en tr e lo m a ter ia l y lo in m a teria l. L o im p o r ­ ta n te es q u e su r ea lid a d era

n o

s e n s ib le ,

y q u e s ó lo

p o d ía s er ca p ta d a p o r el p en s a m ien to. P a r a P la tón , la d is tin ción en tre lo m a teria l y lo es p iritu a l era cla ­ ra ; p er o la m a yo r p a rte d e la s veces la ex p res a con la s p a la b ra s “s en s ib le”, e “in te lig ib le ”. P a r m én id es fu e el p r im e r o en ex a lta r lo in telig ib le a exp en s a s d e lo s en s ib le y, p o r lo ta n to, lla m a r le — c o m o se le h a lla m a d o — el p a d re d el m a ter ia lis m o es c o m p le ­ ta m en te er r ó n eo . E n a d ela n te, ya n o era via b le n in g u n a filo s o fía q u e s os tu vies e q u e el m u n d o, va r io y d ivers o, p r o ­

E L PRO B L E M A D E L M O V IM IE N TO

61

ced ía d e u n a u n id a d p r im itiva . P a r m én id es h a b ía a s es ta d o u n g o lp e m o r ta l a l m o n is m o m a te r ia lis ­ ta d e tip o jo n io . L a p r im er a r ea cció n fu e q u e h a b ía q u e s a lva r a to d a cos ta el m u n d o d e la s a p a r ien ­ cia s . E l s en tid o co m ú n d e lo s h u m a n o s s e r e b e ló y d ijo q u e la s cos a s fa m ilia r es q u e p o d em o s ve r y to ca r tien en q u e s er rea les ; y p u es to q u e es to ya n o p o d ía co m b in a rs e co n la cr een cia en u n a u n id a d p r im itiva , se n eg ó la p a r te d e la p r em is a d e P a r m é­ n id es q u e d ice q u e la r ea lid a d era s u s ta n cia lm en te u n a . L o s filó s o fo s q u e in m ed ia ta m en te le s u ced ie­ r on s on p lu ra lis ta s . H a s ta el m á s g r a n d e d e los p en s a d ores g r ieg o s , h a s ta P la tón , n o en co n tr a m o s n in g u n o q u e co n ven g a en q u e a l m u n d o ca m b ia n ­ te d e la s roca s , la s p la n ta s y los a n im a les n o se le p u ed e a tr ib u ir m á s q u e u n a cu a s i ex is ten cia , y q u e b u s q u e la r ea lid a d y la u n id a d al m is m o tiem p o en u n m u n d o m á s a llá d el es p a cio y d el tiem p o. Y a u n ­ q u e P la tón fu e m u y in flu id o p o r P a rm én id es y h a b ló d e él con el m a yo r res p eto, ta m b ién r e c ib ió otra s m u ch a s in flu en cia s d e a q u ella ép o ca q u e le a yu ­ d a r on a m o ld e a r su p en s a m ien to. L o s p lu ra lis ta s es tá n rep res en ta d os p o r E m p éd ocles , A n a x á g ora s y la filo s o fía a tom is ta d e D em o ­ crito. E m p éd o cles es u n a fig u r a m u y cu rios a , a lg o a s í c o m o u n a co m b in a ció n d e filó s o fo , d e m ís tico r elig io s o a la m a n er a p ita g ó r ica , y d e ta u m a tu rgo. E l m u n d o g r ie g o occid en ta l, p a tria d el p ita g o r is ­ m o, ten d ía a p r o d u c ir co m b in a cio n e s s em eja n tes , y E m p éd o cles era d e A cra g a s , en S icilia . N in g u n a otr a ép oca n i p a ís h u b iera p o d id o p r o d u c ir tal fe ­ n óm en o. S os tien e E m p éd o cles q u e su cien cia es la lla ve d el p o d e r s ob re la s fu erza s n a tu ra les , q u e m e ­ d ia n te ella los h om b res p u ed en d eten er los v ie n ­ tos, h a cer llo ve r y h a s ta s a ca r a los m u ertos d el

62

E L PRO B LE M A D E L M O V IM IE N TO

H a d es . C reía fir m em e n te en la tra n s m ig r a ció n d e las a lm a s . T o d o es to fo r m a p a r te es en cia l d e él, y n o p u ed e s er s ep a ra d o d e su filo s o fía , la cu a l co n s ­ titu yó, s in em b a r g o, u n a im p o r ta n te co n tr ib u ció n a l p en s a m ien to filo s ó fic o y el p r im e r in ten to d e es ­ ca p a r a la red ló g ic a d e P a r m én id es , d e q u ien se d ice q u e fu e d is cíp u lo. P u es to q u e h a y q u e r en u n cia r a la u n id a d p r i­ m a r ia d e la m a ter ia si h a n d e ten er ex p lica ció n los fen ó m en o s , E m p éd o cles s os ten ía q u e los cu a tro elem en tos (q u e él lla m a b a “r a íces ”), o s ea , la tie ­ rra , el a gu a , el a ir e y el fu eg o, era n r ea les y p r im a ­ rios . E x p lica b a el m u n d o d e los fen ó m en o s p o r la d iver s id a d d e co m b in a cio n es d e es a s cu a tr o su s­ ta n cia s - ra íces en p r o p o r cio n es va ria b les . C o m o u n ve r d a d er o p ita g ó r ico , d a b a g r a n im p o r ta n cia a la p r o p o r c ió n c o m o fa cto r d eter m in a n te, y h a s ta p o ­ d r ía d ecir — a u n q u e n os res u lta d ifíc il im a g in a m o s co n q u é fu n d a m en to— cu á les era n la s p r o p o r c io ­ n es en a lgu n os ca s os p a rticu la res . D ecía , p o r eje m ­ p lo, q u e los h u es os es ta b a n co m p u es tos d e d os p a r ­ tes d e tierra , d os d e a gu a y cu a tr o d e fu ego. C on es te m o d o d e p en s a r, n o es n eces a r io s u p o n er el ca m b io — el lleg a r- a - s er efe c tivo o la d es tr u cción — d e la s cos a s rea les . L a s ú n ica s "r ea lid a d es ” s on las cu a tr o s u s ta n cia s - ra íces , y ex is ten d es d e s iem p r e y s iem p r e ex is tirá n . L a s cria tu ra s n a tu ra les n o s on "rea les ”, s in o m era s

co m b in a cio n e s

ca s u a les

de

a q u ellos elem en tos . P u ed e ex is tir, n a tu ra lm en te, el m o vim ie n to , y evid en tem en te p en s a b a q u e p u ed e ten er efec to s in s u p on er el es p a cio va cío , cu ya n o ex is ten cia p a r ecía h a b er d em o s tr a d o P a rm én id es . S e lo im a g in a b a c o m o el m o vim ie n to d e u n p ez en el a gu a : a l a va n za r, el a gu a vu elve a cerra rs e in m e-

E L P RO B LE M A D E L M O V IM IE N TO

63

d ia ta m en te en to r n o d e él, y es tá s iem p r e en co n ­ ta cto co n él en tod os lo s p u n tos . D es p u és d e P a r m én id es , n o p a r ecía s o s ten ib le la in g en u a c o n ce p ció n jo n ia d e u n a s u s ta n cia m a te ­ r ia l q u e se m o vía p o r s í m is m a , c o m o u n s er vivo, y se h izo n eces a r io p r o p o n e r u n a ca u s a m o tr iz in d ep en d ien te. E m p éd o cles p rop u s o d os , q u e lla ­ m a b a a m o r y lu ch a . E n su a cció n fís ica , se m a n i­ fies ta n c o m o fu er za s n a tu ra les q u e ejer cen u n a a tr a cció n y u n a r ep u ls ió n p u r a m en te fís ica s . L a lu ch a , p o r cu yo in flu jo ca d a elem en to tien d e a d i­ s ocia rs e d e los otros , es a l m is m o tie m p o u n a ten ­ d en cia d e lo s em eja n te a lo s em eja n te, p o r la cu a l ca d a p a rtícu la b u s ca la u n ió n con otra s p a rtícu la s d el m is m o elem en to. E l a m o r es la fu er za q u e m e z­ cla u n elem en to co n o tr o , p a r a p r o d u c ir cria tu ra s com p u es ta s . Y a u n a , ya o tr a d e a m b a s fu erza s , lo g r a el p r e d o m in io s u ces iva m en te, y la evo lu ció n d e los m u n d os es u n p r o c es o circu la r. C u a n d o p r e­ d o m in a el a m or, los elem en to s se fu n d en en u n a m a s a . C u a n d o se s o b r ep o n e la lu ch a , ex is ten en ca p a s co n cén tr ica s s ep a ra d a s — p o rq u e se co n cib e el to d o c o m o e s fé r ic o — , co n la tierra en el cen tr o y el fu eg o en la p eriferia . L o s m u n d os c o m o el n u es ­ tro exis ten en la s zon a s in term ed ia s , y p o r es o p r e­ s en ta n gra n d es m a s a s d e tierra a gru p a d a fo r m a n d o con tin en tes , y g ra n d es m a s a s d e a gu a reu n id a s en m a res , a la ve z q u e to d a s u erte d e co m b in a cio n es d e d ivers os elem en tos , c o m o s on las p la n ta s y los a n im a les . A u n q u e h a b la b a d e es as fu er za s c o m o fís ico, E m p éd o cles in d u d a b lem en te la s co n s id er a ­ b a d ota d a s ta m b ién d el ca r á cter p s ic o ló g ic o y m o ­ ra l a s o cia d o a su s n om b res . A q u í en tra en a cció n el m a es tro r elig io s o . E l a m o r es lo q u e h a ce qu e los s exos se u n a n , q u e los h om b res p ien s en b en ig -

64

E L PRO B LE M A D E L M O V IM IE N TO

n a m en te y q u e ejecu ten b u en a s a ccion es . D el o tr o la d o, la lu ch a tra e a l m u n d o el d a ñ o y el p eca d o. A u n q u e p a r ezca extr a ñ o, a ú n n o h em o s lleg a d o a la fa s e en q u e es a s fu er za s p u d ier a n co n s id er a r s e c o m o n o m a teria les . T o d a vía n o ex is tía es te c o n ­ cep to, s en cilla m en te. P o d r ía p en s a rs e qu e, cu a n d o la s ca u s a s m otr ices h a b ía s id o s ep a ra d a s d e la m a ­ ter ia m o vid a , ya se h a b ía d a d o el p a s o; p er o el len ­ gu a je d e E m p éd o cles d em u es tra q u e n o fu e a sí. E l a m o r “es ig u a l en la r g o y a n ch o " a l m u n d o. É l y la lu ch a “a tra vies a n tod a s la s cos a s " c o m o u n a es p e­ cie d e a zog u e. E n g en era l, es d e evid en te n eces id a d tra ta r es tos s is tem a s en su s lín ea s m á s es cu eta s . P o r ejem p lo , n o p o d em o s en tr a r en la ex p lica ció n q u e d a E m p é ­ d o cles d el m eca n is m o d e la s en s a ción , a u n q u e es m u y in teres a n te. P er o es ten ta d or m en cion a r u n o d e los r es u lta d o s m á s e x tr a o r d in a r io s d e l s is tem a d e E m p éd o cles p o r su in terés in trín s eco, p r in c i­ p a lm en te p o r q u e a l en tr a r en d eta lles se v io c o n ­ d u cid o, c o m o a ccid en ta lm en te (p u es n o p o d ía tra ­ ta rs e d e o b s er va ció n cie n tífic a s is tem á tica ), a u n a teo r ía ca s i d a r vin ia n a d e la s elecció n n a tu ra l. E m ­ p éd ocles es u n filó s o fo n a tu ra l, p o r q u e en su m u n ­ d o n o h a y u n d io s crea d or, n i u n d es ig n io q u e a d a p te los o r g a n is m o s a u n fin d eter m in a d o . L a s cr ia tu ra s vivien tes , c o m o to d o s los d em á s s eres n a ­ tu rales, se h a n o r ig in a d o p o r co m b in a cio n es p u ra ­ m en te fo rtu ita s d e los elem en tos . P o r con s igu ien te, ten ía q u e ex p lica r p o r q u é su es tru ctu ra y ór g a n o s s im u la n ta n p er fecta m en te u n a a p a rien cia d e fin a ­ lid a d . L os o jos y los oíd os , los p ies y la s m a n os , el a p a ra to d ig e s tivo y tod o lo d em á s p a r ece ta n a d m i­ r a b lem en te a d a p ta d o a las fu n cion es q u e tien en q u e d es em p eñ a r, q u e se h a ce d ifíc il cr e er q u e n o

E L PRO B LE M A D E L M O V IM IE N TO

65

fu eron fo r m a d o s en vis ta d e d ich a s fu n cion es . P ero — d ice E m p éd o cles — n o s iem p r e fu e a sí. P r im iti­ va m en te d eb en h a b er ex is tid o la s cria tu ra s m á s e x ­ tra ñ a s : h om b res con ca b eza d e a n im a les con ra m a s c o m o la s d e los á rb oles en ve z d e p a ta s . P er o en la lu ch a p o r la

exis ten cia ,

los

p e o r d o ta d os

p e r e­

cier on , y s ó lo s o b r evivier o n a q u ellos cu yos m ie m ­ b ros res u lta ron m á s efica ces . C on A n a x á gora s , vo lvem o s a la tra d ició n jon ia ; no, n a tu ra lm en te, a l m o n is m o in g en u o, s in o a la tra d ición d e filo s o fía c o m o a ctivid a d cie n tífica ejer ­ cita d a p o r m o tivo s d e cu r ios id a d , s in m ezcla d e id ea s m ís tica s r elig ios a s a l m o d o p ita g ó r ic o . P r o ­ ced ía d e C la zom en e, cer ca d e E s m irn a , es d ecir, d e la cu n a d el p en s a m ien to ra cio n a l, y vivió en Aten a s , d o n d e p e r te n ec ió a l g ru p o, cu lto y es cép tico, qu e se r eu n ía en to m o d e P er icles y d e A s p a s ia , a m e­ d ia d o s d el s ig lo

V

a.c. F u e p ers egu id o p o r im p ied a d

y o b lig a d o a d eja r Aten a s . E l m o tivo fu e p o lítico , in d u d a b lem en te, y se le p er s ig u ió p o r s er a m ig o d e P ericles ; p e r o la a cu s a ción es in teres a n te, d e tod os m od os . S e le p r o ces ó p o r d e cir q u e el S ol n o era u n a d ivin id a d , s in o u n d is co d e p ie d r a ca len ta d o al r o jo y p o c o m a yo r qu e el P elo p o n es o . F o r m u ló u n a teor ía m u y co m p lica d a a cerca d e la n a tu ra leza d e la m a teria , en la cu a l n o es n ece­ s a rio q u e n os a ven tu rem os a qu í. N o s ó lo su ve r ­ d a d er o s ig n ific a d o es to d a vía m o tivo d e d is cu s ión en tre los eru d itos , d e s u erte q u e s ería ex tr em a d a ­ m en te d ifíc il ex p on er la cla r a m en te s in d ed ica rle m u ch o tiem p o , s in o qu e en s í m is m a n o es teoría q u e p u ed a s a tis fa cer a la filo s o fía . F u e u n a es p ecie d e a p ea d er o a m ed io ca m in o, e in teres a n te p r in c i­ p a lm en te p o r q u e s eñ a la la ru ta h a cia la teoría a tó ­ m ica q u e le s u ced ió. L o q u e ten em o s q u e a n ota r

66

E L PRO B LE M A D E L M O V IM IE N TO

a q u í d e im p o r ta n te es q u e co n A n a x á g o r a s s e fo r ­ m u ló p o r p r im er a ve z ex p lícita m e n te u n a cla ra d is tin ció n en tr e m a ter ia y es p íritu . N o s ó lo a fir m ó a u d a zm en te, c o m o E m p éd o cles , q u e d eb e h a b er u n a ca u s a m o tr iz s ep a ra d a d e la m a ter ia m ovid a , s in o q u e to d o lo q u e n o es m a ter ia tien e q u e s er es ­ p íritu . 1 E l es p íritu g o b ier n a a l m u n d o, y d e la co n ­ fu s ió n lo r ed u jo a l ord en . A d ve r tir em o s d e p a s o q u e n in gú n g r ie g o h a b ló d e c r e a c ió n en u n s en tid o a b s olu to d e u n d ios q u e h icies e a lg o d e la n a d a . L a cr e a c ió n d e u n m u n d o es s iem p r e la im p o s ició n d el o r d e n —

k o s m

o s



a u n ca os d e m a ter ia ya

ex is ten te. C on la co n ce p ció n d e u n es p ír itu q u e es tá m á s a llá d el u n ivers o y q u e g o b ie r n a y o r d e n a su s c a m ­ b ios , n os p a r ece vo lve r a u n p u n to d e vis ta teís ta , p er o a h o r a p o r la s en d a d el p en s a m ien to ra cio n a l, n o p o r m er a a q u ies cen cia a la tr a d ic ió n r elig ios a . C u á n lejo s d e es o es ta b a A n a x á g o r a s s e d ed u ce n o s ó lo d e su p er s ecu ción c o m o a teo, s in o ta m b ién d e la s o p in io n es d e S ócra tes y d e P la tón . E s tos filó s o ­ fos , creyen tes a p a s ion a d os en el g o b ie r n o r a cion a l d el u n ivers o, le cen s u ra b a n p o rq u e, s egú n d ecía n , 1

A lg u n os h a n vis to fra gm en tos d e u n a co n cep ció n m a ter ia ­

lis ta a d h er id o s a u n a u n o o d os d e los e p íteto s q u e A n a x á g o ­ ra s a p lica a l es p íritu , p o r e je m p lo

k a th a r o s

(p u r o ),

le p t o s

(d e lg a d o , fin o , p eq u eñ o , a p lica d o a g r a n o fin a m en te m o lid o o a m eter ia les fin o s y lig er o s ). E n c o n te s ta c ió n a es to, n o es in o p o r tu n o p reg u n ta r d e q u é o tr o s e p íteto s p o d ía va lers e el p o b r e A n a x á g or a s . E s u n ca s o evid e n te d e p en s a m ien to q u e r eb a s a lo s r ecu rs os d el len g u a je. N a d ie a cu s a rá a P la tó n d e p a r ec e r m a teria lis ta , a u n qu e ta m b ién h a b la d e "p en s a r fin a ­ m en te", u s a n d o el a d ver b io d e

le p t o s .

A p o c o q u e r e fle x io ­

n em o s a d ve r tir e m o s qu e n u es tr o p r o p io len g u a je es tá llen o d e u s os m eta fó r ico s d e p a la b ra s q u e s e a p lica n p r o p ia m en te a o b jeto s fís icos . S o n y s egu ir á n s ie n d o in d is p en s a b les .

E L PRO B LE M A D E L M O V IM IE N TO

67

a u n q u e em p eza b a p o r a fir m a r q u e el es p íritu es la ca u s a p r im er a d e to d o , d es p u és n o h a cía u s o d e es te p r in c ip io s in o cu a n d o n o s a b ía c ó m o ex p lica r a lg o d e o tr a m a n era . A s í, p u es , a fir m a la ex is ten cia d el es p íritu , y p o r o tr a p a rte tra ta d e ex p lica r lo tod o, c o m o u n c ie n tífic o a teo, p o r ca u s a s fís ica s y m a teria les . P o r lo ta n to, n o d eb em o s h a cer d e m a ­ s ia d o ca s o d e la n u eva d o ctr in a d e A n a x á g ora s , la cu a l n o fu e, cla ra m en te, fo rm u la d a en u n s en tid o q u e o fr ecies e p o s ib ilid a d es d e d es en vo lvim ien to d el la d o es p iritu a l. C o n o c em o s u n ra s g o d e su ca r á c­ ter q u e co n cu er d a con es to, ra s g o m a n ifes ta d o en la h is to r ia d el a d ivin o q u e cu a n d o le r eg a la r o n a P er icles u n m o r u e co co n u n s o lo cu ern o, in ter p r e­ tó el fen ó m en o , d ic ie n d o q u e s ig n ifica b a q u e a q u el d e los d os riva les p o lític o s — P er icles y Tu cíd id es — q u e p o s eyera el m o r u e co s ería el ven ced or . A n a x á ­ gora s , s in em b a r g o , d is ec ó el cr á n eo d el a n im a l y d em o s tr ó la ca u s a n a tu ra l d e la a n or m a lid a d : el cer eb r o n o llen a b a la ca vid a d c o m o es h a b itu a l, s in o q u e er a p eq u eñ o y en fo r m a d e h u evo, y es ta ­ b a u n id o a la r a íz d el cu er n o ú n ico. A ñ a d e P lu ta r co q u e el p u eb lo a d m ir ó m u ch o a A n a x á g ora s , p er o a d m ir ó m á s a ú n a l a d ivin o cu a n d o Tu cíd id es fu e d es terra d o. L a teo r ía a tó m ica es a tr ib u id a co n ju n ta m en te a L eu cip o y a D em ócrito, p e r o el p r im er o es u n a fig u ­ ra va g a y os cu ra , cu ya ex is ten cia m is m a fu e p u es ta en d u d a p o r su g ra n d is cíp u lo E p icu ro, y h a s ta h a s id o n eg a d a p o r a lgu n os eru d itos m od er n os . S a b e­ m os m u ch o m á s d e D e m ó c r ito y d e su s es critos . E r a g r ie g o d el n orte, d e A b d er a , en Tr a cia , y n a ció h a cia el a ñ o 460 a .c. F u e, p u es , co n te m p o r á n eo d e A n a x á gora s , a u n q u e m á s jo ve n q u e él. S u s ob ra s n o p a r ecen h a b er s id o b ien co n ocid a s en A ten a s ;

68

E L PRO B LE M A D E L M O V IM IE N TO

p ero A ris tóteles , qu e ta m b ién era g r ieg o d el n orte, le a d m ira b a d em a s ia d o y tu vo m u ch o q u e d ecir d e él. C o m o es n a tu ra l, el a to m is m o a d q u ier e u n in te­ rés es p ecia l c o m o a n ticip a ció n d e la s teo r ía s m o ­ d ern a s . A p en a s si h a y ex a g er a ció n en d e c ir q u e la teor ía d e D e m ó c r ito p e r m a n e ció in va r ia b le en lo es en cia l h a s ta el s ig lo x ix . S in em b a r g o , es im p o r ­ ta n te r ec o r d a r la a u s en cia tota l en la G r ecia clá s i­ ca d e to d o m é to d o d e ex p er im en ta ció n cien tífica , qu e es el q u e h a con d u cid o a los d es cu b rim ien tos de los tiem p os m od er n os , p e r m itien d o s o m eter lo s a p ru eb a . P o r q u é los g r ieg os , con, tod a su b r illa n te in telig en cia , h icier o n en a qu el tiem p o ta n p o c o u s o d e los m éto d o s ex p er im en ta les y n o r ea liza r o n n in ­ gú n p r o g r es o en la in ven ció n d e u n p r o c e d im ie n to p a ra ve r ific a r los ex p er im en tos , es cu es tió n m u y com p lica d a . S in d u d a tien en cierta rela ción con es to la tr a d ic ió n a ris to cr á tica y la ex is ten cia d e es cla ­ vos , p e r o n o s on ex p lica ció n s u ficien te. E n cier ta m ed id a , a u n q u e p eq u eñ a , los p en s a d o res d e la tra ­ d ic ió n jo n ia em p lea r o n la o b s er va c ió n p e r o s ólo a ccid en ta lm en te h a s ta los tiem p o s d e A ris tó teles ; m a s n o tu vier o n n i id ea d el ex p er im en to d ir ig id o . S u leg a d o co n s is te en otr a cos a : en la s o rp r en d en te ca p a cid a d d e r a zo n a m ien to d ed u ctivo. C o m o tod os los d em á s d e a q u el p er io d o , el p en ­ s a m ien to d e los a tom is ta s se d e s e n vo lvió co n u n o jo p u es to en la en fa d os a ló g ic a d e P a r m én id es y d e su s s u ces ores d e la es cu ela eleá tica , c o m o se la lla m ó, a u n q u e n o fu era m á s q u e p a ra n eg a r p a rte d e lo q u e h a b ría n d ich o. C on s ta n tem en te ve ía n la s o m b r a d e P a r m é n id e s p r o y e c ta d a en el fo n d o d e u n h o r izo n te m en ta l. S u id ea b á s ica , c o m o la s d e E m p éd o cles y d e A n a x á g ora s , n a cía d ir ecta m en te d el co n ce p to d e q u e n o p o d ía h a b er u n llega r- a - s er

E L PRO B L E M A D E L M O V IM IE N TO

69

n i u n a d es tr u cción d e lo rea l. E n con s ecu en cia , el n a cim ien to y a ca b a m ien to a p a ren tes d e los o b je ­ tos n a tu ra les tien en q u e s er ex p lica d os , c o m o ya h a b ía d ic h o E m p éd o cles , co n s id er á n d o lo s n o m á s q u e c o m o m era s co m b in a cio n e s fo rtu ita s d e u n a m u ltip lic id a d d e elem en to s q u e s on los ú n icos q u e m er ecen el n o m b r e d e ex is ten tes . P a r a ex p lica r lo s d e es e m od o, fo rm u la r on la b rilla n te con jetu ra (p u es c o m o co n jetu r a h a y q u e co n s id er a r la ) d e q u e los elem en tos , o ú n ica s r ea lid a d es verd a d era s , era n d i­ m in u tos cu erp os s ólid os , d em a s ia d o p eq u eñ os p a ra s er p er cib id o s p o r los s en tid os , q u e ch oca n en tre s í y s e rech a za n en u n m o vim ie n to in ces a n te a tra vés d el es p a cio ilim ita d o . E s tos

a ío m

o i

(e n la a ctu a li­

d a d p a rece u n ta n to ir ó n ic o q u e es ta p a la b r a s ig ­ n ifiq u e “in d ivis ib le") era n las p a rtícu la s m á s p eq u e­ ñ a s d e la m a teria , s ólid a s , d u ra s e in d es tru ctib les . S u s ta n cia lm en te era n ig u a les , y s ó lo d ifer ía n en ta m a ñ o y fo rm a . E s ta s p r o p ied a d es p o r s í s ola s , ju n to co n la s d ifer en cia s d e su s p o s icio n es r e la ti­ vas, con su s m o vim ie n to s y con la s d is ta n cia s q u e en tre sí gu a rd a n , b a s ta b a n p a ra ex p lica r tod a s la s d ifer en cia s q u e n u es tr os s en tid os n os r evela n en los o b jeto s p er cep tib les . L a s cos a s d u ra d era s lo s on p o rq u e su s á to m o s es tá n a p r eta d a m en te a g r u ­ p a d os . L a s b la n d a s es tá n fo rm a d a s d e á to m o s m á s s ep a ra d os en tre sí, co n tien en m á s es p a cio va cío, s on ca p a ces d e co m p r es ió n y, p o r lo ta n to, o fr ecen m en o s res is ten cia a l ta cto. L a s im p r es io n es d e los d em á s s en tid os se ex p lica n d e u n a m a n era a n á loga . E n cu a n to a l gu s to, la s cos a s d u lces es tá n fo r m a ­ d a s d e á tom os lis os , m ien tr a s q u e los s a b ores a g r io y a m a r g o s on p r o d u cid o s p o r á to m o s g a n ch u d os o a gu za d os q u e p en etra n en el cu er p o ca u s a n d o p e ­ q u eñ a s es co r ia cio n es en la len gu a . E s ta teoría p e r ­

70

E L PRO B LE M A D E L M O V IM IE N TO

s is tía a ú n en 1675. E n es ta fech a , u n q u ím ic o fr a n ­ cés, L ém e r y, es crib ía : La n a tu raleza ocu lta d e u na cosa n o p u ed e ex p li­ carse m ejor qu e a trib u yen d o a sus p a rtes form a s qu e corres p on d a n a los efectos qu e produ cen . N a d ie negará qu e la a cid ez de u n líqu id o se d eb e a p a rtícu ­ las pu ntiagu das. L a experiencia lo confirm a. N o te­ néis más qu e p rob a rlo, y sentiréis en la len gu a pu n­ zadas com o las qu e produ ce una m a teria cu a lqu iera p a rtid a en trocitos a gu d os .2 L os co lo r es se ex p lica b a n p o r la s d ivers a s p o s i­ cion es d e los á to m o s q u e fo r m a n la s u p e r ficie d e los ob jetos , p os icio n es qu e s on ca u s a d e q u e d evu el­ va n o r eflejen d e d is tin ta s m a n era s la lu z q u e ca e s ob re ellos , la cu a l, a su vez, es a lg o c o r p o r a l fo r ­ m a d o p o r á to m o s p a r ticu la r m en te fin os y s u tiles q u e se m u even r á p id a m en te a ca u s a d e su p e q u e­ ñ ís im o ta m a ñ o y d e su red on d ez. L o s á to m o s m á s s u tiles y m á s p e r fecta m en te es férico s y, p o r c o n ­ s igu ien te, m á s m o vib les y vo lá tiles , fo r m a n la s a l­ m a s d e los a n im a les y d e los h om b res . T a n c o m ­ p leto y tota l er a el m a ter ia lis m o d e D em ó c r ito . D e es ta s u erte, to d a s u s ta n cia se red u ce a s u s ­ ta n cia m a ter ia l, y tod a s en s a ción a la d el ta cto, en d efin itiva . H a s ta la d e la vis ta se ex p lica b a d e es te m od o, p o r la cu rios a , a u n q u e n o m u y s a tis fa cto ­ ria, s u p o s ició n d e q u e los ob jeto s em iten d e su s s u p erficies fin ís im a s p elícu la s d e á to m o s q u e c o n ­ s erva n m á s o m en o s la fo r m a d el o b jeto m ien tra s se m u even en el a ir e h a s ta lleg a r al ojo . P o r co n s i­ gu ien te, a u n q u e la vis ta es p r o d u cid a p o r el c o n ­ ta cto d ir e cto en tre á to m o s y á tom os , es p o s ib le en ­ 2 C ita d o p o r C o r n fo r d ,

B e fo r e

a n d

a fte r

S o c ra te s ,

p. 26.

E L PRO B L E M A D E L M O V IM IE N TO

71

ga ñ a rs e a cerca d e la n a tu r a leza d e u n o b je to vis to a d is ta n cia , p o r q u e la im a g en m a ter ia l q u e p a s a d e él a l o jo p u ed e s u fr ir d e fo r m a cio n e s o d eter io r o s en el tra yecto. E l m eca n is m o d e la s en s a ció n fu e es ­ tu d ia d o co n m u ch o d eta lle, y a q u ellos p en s a d ores d ier o n m u es tra s d e ex tr a o r d in a r io in g en io a l tra ta r d e ex p lica r tod a s su s va r ied a d es s in r ec u r r ir a otr a h ip ótes is q u e la d el co n ta cto m a ter ia l d ir ecto. D es d e lu eg o, u n a co s a era d e fu n d a m en ta ] n ece­ s id a d p a r a la co n ce p ció n a tó m ica d el m u n d o: d e­ b ía h a b er es p a cio va c ío p a r a q u e los á to m o s se m o vie r a n en él. E l ra s g o d e fin itivo d el p en s a m ien ­ to d e D em o cr ito , c o m o o b s er vó A ris tó teles a p r o b a ­ to r ia m en te, era la d eter m in a ció n d e a ten ers e a los h ech os a p a ren tes y n o d eja rs e ex tr a via r p o r a rg u ­ m en tos a b s tra ctos . D e a h í q u e d ijes e q u e la n eg a ­ ció n d e P a r m én id es r es p ecto d e la ex is ten cia d el va c ío n o p o d ía s os ten ers e. E r a co n tr a r ia a l s en tid o com ú n . S in em b a r g o, co n s cien te d e la g ra n d e a u to­ r id a d a q u e ten ía q u e op on er s e, fo r m u ló su o p o s i­ ció n co n os a d ía , en c ie r to m o d o in fa n til, p u es , s e­ gú n A ris tóteles , le d io la fo r m a s ig u ien te: " L o q u e n o es ex is te lo m is m o q u e lo q u e es .” S i los á to m o s m a ter ia les era n la ú n ica s u s ta n cia rea l, en ton ces el es p a cio va cío n o era rea l en el m is m o s en tid o. V a ­ g a m en te co n s cien tes d e q u e ten ía q u e h a b er a l­ gu n a s a lid a , los a tom is ta s n o p o s eía n tod a vía u n len gu a je ca p a z d e fra s es c o m o "n o en el m is m o s en tid o", y la p a r a d oja er a su ú n ico recu rs o. P a r ecen h a b er p en s a d o qu e, d a d o u n es p a cio in fin ito y va cío co n u n n ú m er o in fin ito d e cu erp os m icr o s có p ico s s u eltos en él, es tos cu er p os ten ía n in evita b lem en te q u e m overs e, y qu e m over s e a l a za r en cu a lq u ier d ir ecció n . E s to, n a tu ra lm en te, p r o d u ­ cir ía co lis ion es , y és ta s a su ve z ca u s a ría n m es co ­

72

E L PRO B LE M A D E L M O V IM IE N TO

la n za s y co m b in a cio n es , ya q u e los

á t o m

o s

t ie n e n

to d a cla s e d e form a s , in clu yen d o las fo rm a s g a n ­ ch u d a s y ra m ifica d a s . D e es ta m a n era , fu er on fo r ­ m á n d os e g ra d u a lm en te a g lo m er a cio n es d e ta m a ñ o p er cep tib le y e m p e zó a ex is tir u n m u n d o. C u a n d o E p icu r o a d o p tó y d es a r r o lló es ta teo r ía u n os d os s ig los m á s ta rd e, se im a g in ó a los á tom os m ovién d os e d es d e lu ego h a cia a b a jo y en lín ea recta , a ca u s a d e la g ra ved a d , o, c o m o él d ecía , p o r r a zó n d e su p es o. S in em b a r g o, c o m p r o b ó — y e llo co n s ­ titu ye u n eje m p lo n ota b le d e la a g u d eza m en ta l d e los g r ie g o s — q u e tod os los cu erp os , a u n q u e d ifie ­ ra n en ta m a ñ o y, p o r con s ig u ien te, si es tá n fo r m a ­ d os p o r á to m o s s ólid os , en p es o, d eb ía n ca er con ve lo cid a d u n ifo r m e en u n es p a cio va cío . F u e és te u n p u n to q u e n o se co m p r o b ó d efin itiva m en te h a s ­ ta el s ig lo X V I, y n o s in d ificu lta d . P o r lo ta n to, p a ra ex p lica r la s p r im er a s co lis ion es , E p icu r o tu vo qu e p en s a r en otr a cos a y s u p u s o q u e en a lgú n p u n to in d eter m in a d o d el tiem p o y d el es p a cio, y p o r a l­ g u n a r a zó n d es con ocid a , u n á to m o se v io o b lig a d o a d es via rs e lig er ís im a m en te d el ca m in o r ecto q u e s egu ía en su ca íd a . E s ta d es via ció n d el d eterm in is m o es tricto, q u e er a .es en cia l en la p r im itiva teor ía a tóm ica , tu vo u n a cu rios a s ecu ela , p u es se p en s ó q u e h a cía p o s ib le el lib r e a r b itr io en u n u n ivers o en qu e, d e o tr a m a n era , a l h om b re, c o m o a tod a s las d em á s cos a s , se le co n s id er a r ía s o m etid o a u n d es tin o c ie g o e in ex ora b le. C ien tífica m en te h a b la n ­ d o, fu e u n p a s o a trá s, y D e m ó c r ito p en s a b a con m á s cla r ivid en c ia cu a n d o a d vir tió q u e en el es p a ­ c io in fin ito los co n cep tos d e

a r rib a

y

a b a jo

n o te­

n ía n s en tid o, y q u e n o h a b ía r a zó n n in g u n a p a ra qu e los á to m o s se m o vies en en u n a d ir e cció n m á s b ien q u e en otra .

E L P RO B LE M A D E L M O V IM IE N TO

73

L o s a tom is ta s n o p r op u s ier on u n a ca u s a m o tr iz in d ep en d ien te, c o m o la s fu erza s d e a tr a cció n y r e ­ p u ls ión d e E m p éd o cles o el es p ír itu d e A n a x á gora s . A ris tó teles les a cu s ó d e “elim in a r in d o len tem e n te” el p r o b lem a d el o r ig e n d el m o vim ie n to . P e r o si n os d a m os cu en ta — cos a q u e n o es n a d a fá c il— d e lo a tr evid o y n u evo d e a q u el p a s o — d es p u és d e los a rg u m en tos d e P a rm én id es , q u e h a b ía n p a r ecid o in co n tr o ver tib les , p a ra a fir m a r p o s itiva y d e fin iti­ va m en te la ex is ten cia d el va cío— , ve r em o s q u e es to p o r s í s ó lo p o d ía p a recerles u n a s o lu ción s a tis fa c­ to r ia d el p r o b lem a . P a r m én id es h a b ía d ich o, en efecto , q u e la r a zó n p o r la cu a l el m o vim ie n to era im p o s ib le es q u e n o h a b ía es p a cio en e l q u e la s c o ­ sas p u d ier a n m overs e. E lim in a d a es ta r es tr icció n y, p o r d e cir lo así, d eja d os los á tom os en lib erta d en u n va c ío in m en s o, era ig u a lm en te r a zo n a b le p r e ­ gu n ta rs e: “¿P o r q u é h a n d e p e r m a n ecer q u ietos ?” o “¿P o r q u é h a n d e m over s e?” c o m o eje m p lo vis ib le d e u n a es p ecie d e m o vim ie n to p a r e c id o al d e los á tom os , los a tom is ta s s eñ a la b a n lo q u e se p er cib e cu a n d o s e d eja p en etr a r u n a n g os to r a yo d e s ol en u n a h a b ita ció n a os cu ra s a tra vés d e u n a g u jer o o d e u n a ren d ija . L a s m ota s q u e vem o s en el r a yo d e s ol b a ila n d o s in ces a r en tod a s d ir e ccio n es n o s on á to m o s n a tu ra lm en te, p u es és tos s on in vis ib les a ca u s a d e su p eq u eñ ez; p ero, d ecía n , p o d em o s im a ­ g in a rn os el m o vim ie n to d e los á to m o s c o m o a lg o p a recid o.

IV. LA R EACCIÓN HACIA EL H UM A NI SM O

Los sofistas y Sócrates H em os

lleg a d o a la s egu n d a m ita d d el s ig lo v a.c.

S ócr a tes es tá a la m ita d d e su vid a , y P la tó n h a n a ­ c id o ya o es tá a p u n to d e n a cer (n a c ió en 427). E s el tie m p o en q u e se p r o d u c e u n a r ea cc ió n co n tr a la es p ecu la ció n fís ica y los filó s o fo s em p ieza n a d ir ig ir su p en s a m ien to h a cia la vid a h u m a n a , la s egu n d a d e la s d os vertien tes d e la filo s o fía q u e m en cio n é a l c o m ie n zo d e es te lib ro. N o es d ifíc il d e en con tra r la r a zó n d e es te ca m b io. F u e u n a r eb elió n d el s en ­ tid o co m ú n co n tr a la leja n ía e in c o m p r en s ib ilid a d d el m u n d o ta l c o m o los fís ico s lo p res en ta b a n . E l h o m b re co rr ien te se h a lla b a a n te el d ile m a d e creer, co n P a r m én id es , q u e to d o m o vim ie n to er a ilu s ión y la r ea lid a d u n to d o in m ó vil, o d e “s a lva r los fe ­ n ó m e n o s ” (c o m o teijía n la in s o len cia d e d ecir los o tr o s ) a cep ta n d o c o m o rea lid a d es ú n ica s los á to ­ m os — los á to m o s in vis ib les , in co lo r o s , in od oros , á fo n o s — y el va cío . N in g u n a d e las d o s teoría s era s a tis fa ctoria n i p a rticu la rm en te creíb le. D e tod os m o ­ d os , s i se cr eía a los fís icos , en ton ces lo q u e ellos lla ­ m a b a n la

p h y s is

o n a tu ra leza rea l d e las cos a s era

a lg o ex tr em a d a m en te r em o to d el m u n d o en qu e n os p a r ece vivir . S i es ta b a n en lo cier to, la n a tu ra ­ le za d el m u n d o rea l res u lta b a d e m u y p o ca im p o r ­ ta n cia p a r a el h om b re, q u e ten ía q u e tra ta r tod os los d ía s c o n u n m u n d o co m p leta m e n te d is tin to. 74

L A RE AC C IÓ N H AC IA E L H U M A N IS M O

75

P a r a co m p r en d er es a a ctitu d , ten em os q u e r ec o r ­ d a r u n a ve z m á s la fa lta a b s olu ta d e tod a p ru eb a ex p er im en ta l d e la s a s er cion es d e los fís ico s y d e tod a fo r m a d e cien cia a p lica d a . L o s fís ico s d e h oy ta m b ién m e d icen q u e la m es a q u e p a r ece ta n s ó li­ d a b a jo m i m á q u in a d e es cr ib ir es, en rea lid a d , u n to r b e llin o en p er p etu o g ir o q u e co n tien e m á s es p a ­ cio va c ío q u e m a ter ia s ólid a . P u ed o r ep lica r qu e n o es es o lo q u e m e d ice m i ex p er ien cia , p e r o n o p u ed o vo lver les la es p a ld a n i co n clu ir q u e su co n ­ c e p c ió n d e la r ea lid a d n o ten g a im p o r ta n cia p a ra m í. T o d o s s a b em os d em a s ia d o b ien la a cció n p r á c­ tica q u e la cien cia a tó m ica p u ed e ten er s ob re n u es ­ tras vid a s . L o s g r ieg o s era n m á s felices . P o d ía n vo l­ ve r la es p a ld a a los fís icos , y lo h icier o n , y g ra cia s a es ta cir cu n s ta n cia , p o r lo m en o s en p a rte, ten e­ m os h o y a lgu n a s d e la s r eflex io n es m á s p r ofu n d a s s o b r e la n a tu ra leza y o b je to d e la vid a h u m a n a . L a s ra zon es p a ra q u e a q u el c a m b io se p r od u jes e era n m u y co m p leja s . A ten a s h a b ía lle g a d o a s er la d ir e cto r a d e G recia , p o r to d o s r eco n o cid a , en el o r d en in telectu a l y en o tr o s órd en es ; d e s u erte q u e los p en s a d ores d e la s otra s p a rtes d el m u n d o g r ie ­ go, c o m o A n a x á gora s y P rotá gora s , se s en tía n a tra í­ d os p o r A ten a s y se es ta b lecía n en ella . P e r o d es d e el a ñ o 431, la ciu d a d es ta b a em p eñ a d a en u n a g u e­ rra la r g a y ter r ib le q u e p r o d u jo su ca íd a trein ta a ñ os m á s ta rd e, y p o c o d es p u és d e h a b er es ta lla d o la g u er r a s u fr ió tod os los h o r r o r es d e la p es te. S i la in ves tig a c ió n cie n tífica d es in teres a d a ex ige, c o m o d ijo co n r a zó n A ris tóteles , u n m ín im o d e s o s ieg o y d e circu n s ta n cia s m a ter ia les p r op icia s . A ten a s n o era ya el lu ga r en qu e la in ves tig a ción res u lta s e fá cil, s in o a l co n tr a r io , u n a ciu d a d en q u e los p r ob lem a s d e la vid a y d e la co n d u cta h u m a n a s era n ca d a d ía

76

L A RE AC C IÓ N H AC IA E L H U M A N IS M O

m á s a p rem ia n tes . A d em á s , A ten a s era u n a d e m o ­ cra cia , u n a d e m o cr a cia b a s ta n te p eq u eñ a p a r a g a ­ r a n tiza r q u e la p a r ticip a ció n d e tod os los ciu d a d a ­ n os lib res en la vid a p o lític a era u n a rea lid a d , y n o s im p lem en te cu es tión d e vo ta r ca d a c ie r to n ú m er o d e a ñ os p o r u n rep res en ta n te p o lítico . A lgu n os ca r­ gos se p r o veía n p o r s orteo, y to d o s los ciu d a d a n os veía n q u e ten ía n m u ch a s p r o b a b ilid a d es d e r e p r e ­ s en ta r u n p a p el a ctivo en la d ir ecció n d e los n eg o ­ cios d el E s ta d o. E s to, a su vez, a lim en ta b a la a m b i­ ció n d e s a b er ca d a ve z m á s a cerca d e los p r in cip ios q u e s irven d e fu n d a m en to a la vid a p o lític a y d e la s a ites q u e g a r a n tiza n el éx ito en es a s a ctivid a d es . P er o o b lig a d o a r es u m ir co n m u ch a b r eved a d la m a teria , y a s í, d es p u és d e h a b er r eco r d a d o r á p i­ d a m en te q u e ta m b ién a ctu a b a n fa cto r es s ocia les y p o lítico s

im p orta n tes ,

co n cen tr a r é

mi

a ten ción

s ob re la s ca u s a s d e n a tu ra leza m á s filo s ó fic a s q u e d eter m in a r o n el ca m b io , lo cu a l ten d rá p o r lo m e ­ n os la ven ta ja d e p e r m itir m e s eg u ir el h ilo d e u n a a rg u m en ta ció n in in terru m p id a . L a r ea cc ió n a n te la in ves tig a ció n d e la

p h y s is

se a tr ib u ye a veces ,

en tre otra s cos a s , a lo q u e s e ha lla m a d o la b a n ca ­ r r o ta d e la c ie n c ia jís ic a , y ya h em o s ten id o u n a tis b o d e lo q u e es ta fra s e s ig n ifica . L a b a s e d e la cien cia fís ica g r ieg a fu e, c o m o h em os d ich o a l p r in ­ cip io, la b u s ca d e la p er m a n en cia y la es ta b ilid a d y d e la u n id a d s u b ya cen te en u n u n ivers o m a n ifies ­ ta m en te m u d a b le e in es ta b le, el cu a l co n s is te s ólo en la p lu r a lid a d m á s con fu s a . A l h o m b r e co r r ien te d eb ió p a r ecer le qu e, s in d u d a a lgu n a , los fís ico s h a b ía n fra ca s a d o. L e d a b a n a e le g ir en tr e P a r m é ­ n id es y los a tom is ta s . U n a d e d os cosa s: p o d ía a cep ­ ta r la u n id a d d el m u n d o a cos ta d e r en u n cia r a cr e er en to d o lo q u e le p a r ecía rea l y d e a d m itir

L A RE AC C IÓ N H A C IA E L H U M A N IS M O

77

q u e tod a s su s s en s a cion es era n fa ls a s ; o p o d ía s e­ g u ir a q u ien es h a b ía n r en u n cia d o a tod a id ea d e u n id a d m á s a llá d e lo m ú ltip le y o fr e cía n u n m u n ­ d o d e in fin ita p lu ra lid a d , y n i s iq u iera co n ced ía n el n o m b r e d e r ea lid a d a las cu a lid a d es s ecu n d a ria s qu e fo rm a b a n la m a yo r p a rte d el m u n d o d e su ex p er ien cia , el m u n d o q u e s e ve y se oye, se h u ele y se gu s ta . L a r ea cción h a cia el h u m a n is m o es tá a s ocia d a con la a p a rición d e u n a cla s e n u eva , los s ofis ta s . S e d ice con fr ecu en cia q u e los s ofis ta s n o fu er o n u n a es cu ela filo s ó fic a p a rticu la r, s in o q u e la s o fís tica m á s b ien co n s titu ía u n a p r o fes ió n . E r a n m a es tros a m b u la n tes , qu e h icieron su m o d o d e vivir d el a n h e­ lo q u e em p eza r o n a s en tir los h o m b r es d e s er d ir i­ g id o s y o r ien ta d os en los a s u n tos p rá cticos , a n h elo q u e n a ció en a q u el tie m p o d e la s ca u s a s q u e ya he m en cio n a d o :

la s

cr ecien tes

o p or tu n id a d es

p a ra

to m a r p a r te en la p o lític a a ctiva , la in s a tis fa cción ca d a ve z m a yo r r es p ecto d e la s d o ctrin a s d e los filó s o fo s n a tu ra les , y (p o d e m o s a ñ a d ir ta m b ién ) el cr ecien te es cep ticis m o a cer ca d e la va lid e z d e la en s eñ a n za r elig io s a tra d icio n a l, con su s rep res en ­ ta cion es d e los d io s es tos ca m en te a n tr o p o m ó r ficas. L a p a la b r a

s o p h is t e s

("m a e s tr o d e s a b id u r ía ”)

n o h a b ía im p lic a d o h a s ta en ton ces n in gú n s en tid o p eyora tivo. E ra , en efecto, la p a la b ra qu e se a p lica b a a los s iete s a b ios d e la tra d ició n . F u e la im p o p u la ­ r id a d d e los s ofis ta s d el s ig lo v la qu e le d io el m a tiz q u e tien e d es d e en ton ces . P er o , a u n q u e n o p u ed e d ecir s e q u e fo r m a r a u na es cu ela filo s ó fic a p a rticu la r, los s ofis ta s ten ía n en co m ú n d eter m in a d o s p u n tos . U n o er a la n a tu ra le­ za es en cia lm en te p r á ctica d e su en s eñ a n za , la cu a l ten ía p o r o b jeto, s egú n d ecía n , in cu lca r la

a re té .

Ya

78

L A RE AC C IÓ N H AC IA E L H U M A N IS M O

h em os a n a liza d o el s en tid o d e es ta p a la b ra , cu ya s ig n ifica ció n p r á ctica es tá p u es ta d e m a n ifies to en la a n écd ota d el s o fis ta H ip ia s , s egú n la cu a l és te, c o m o u n a es p ecie d e a n u n cio vivien te, se p res en tó en los ju eg os o lím p ic o s lleva n d o cos a s q u e él m is ­ m o se h a b ía fa b r ica d o , in clu s ive el a n illo q u e p o r ­ ta b a en u n d ed o. E n s eg u n d o lu ga r, lo s s ofis ta s co m p a r tía n a lg o q u e p u ed e lla m a r s e co n m á s p r o p ie d a d u n a a cti­ tu d filos ófica : es, a s a b er, el es cep ticis m o, la d es con ­ fia n za res p ecto d e la p os ib ilid a d d el co n ocim ien to a b s olu to. E r a es to el res u lta d o n a tu ra l d el ca llejó n s in s a lid a a q u e p a r ecía h a b er lleg a d o la filo s o fía n a tu ra l. E l c o n o c im ie n to d ep en d e d e d o s cos a s : la p os es ión d e fa cu lta d es ca p a ces d e p o n em o s en c o n ­ ta cto con la r ea lid a d , y la ex is ten cia d e u n a r e a li­ d a d es ta b le q u e p u ed a s er co n o cid a . E n cu a n to in s tru m en tos d el co n o cim ie n to los s en tid os h a b ía n s id o tra ta d os co n g ra n s everid a d , y n o se les h a b ía s u s titu id o co n n a d a ; y la fe en la u n id a d y la es ta ­ b ilid a d d el u n ivers o h a b ía s id o s oca va d a , s in q u e h a s ta en ton ces h u b iera s u r g id o la id ea d e q u e p u e­ d e h a b er u n a r ea lid a d p er m a n en te y co g n o s c ib le fu era y m á s a llá d el m u n d o fís ico. L o q u e a n im a a la filo s o fía es la co n tr o ver s ia . P a s a d os ya su s p r im er o s co m ien zo s , to d o n u evo d es a r ro llo r ep res en ta g en er a lm en te u n a r ea cció n co n tr a la s id ea s a n teriores . Ta l ocu r r e co n los m á s gra n d es p en s a d ores griegos : S ócra tes , P la tón y A r is ­ tóteles . P o r es o m er ec e la p en a in ver tir a lgú n tie m ­ p o, c o m o lo es ta m os h a cien d o, en es tu d ia r a su s p red eces ores p a ra c o m p r e n d e r los p r o d u cto s d e su p en s a m ien to p r o p io ; y p a ra es te o b jeto es p a r ticu ­ la rm en te im p o r ta n te a d ver tir el p u n to a q u e a h o r a h em o s lleg a d o, a s a b er, q u e la filo s o fía m o r a l y p o ­

LA RE AC C IÓ N H AC IA E L H U M A N IS M O

79

lític a n a ció en G r ecia (lo cu a l s ig n ifica ta n to co m o q u e n a ció en E u r o p a ) en u n a a tm ó s fer a d e es cep ti­ cis m o . A co m b a tir es te es cep ticis m o co n s a g ra r on su s vid a s S ócra tes y su s s u ces ores . E n el ter r en o fís ico, D e m ó c r ito h a b ía d ich o q u e la s s en s a cion es d e d u lce y a m a rg o, ca lien te y fr ío , er a n m er o s tér ­ m in os co n ven cion a les . N o co r r es p o n d ía n a n a d a rea l. P o r es ta ca u s a , lo q u e a m í m e p a r ece d u lce p u ed e p a r ecer le a m a r g o a o tr o , y a u n a m í m is m o cu a n d o es to y en fer m o, y la m is m a a gu a p u ed o s en ­ tirla ca lien te co n u n a m a n o y fr ía co n la otra . T o d o es cu es tió n d e la d is p o s ició n a ccid en ta l d e los á to ­ m os d e n u es tro cu er p o y d e su r ea cció n a la c o m ­ b in a c ió n ig u a lm en te a ccid en ta l en q u e se h a lla n los d el o b je to lla m a d o s en s ib le. L a tra n s fer en cia al ter r en o m o r a l era m u y fá cil, y la r e a lizó en a qu el tiem p o , si h em o s d e d a r cr é d ito a la tra d ició n , u n a ten ien s e lla m a d o A rq u ela o, d is cíp u lo d e A n a xá gora s . S i el c a lo r y el fr ío , el d u lzo r y el a m a rg or, n o ex is ten en la n a tu ra leza , s in o q u e d ep en d en d e n u es tra s en s ib ilid a d en u n m o m e n to d eter m in a d o, ¿p or q u é n o h em o s d e s u p o n er q u e la ju s ticia y la in ju s ticia , lo r ecto y lo tu erto, tien en u n a ex is ten cia ig u a lm en te s u b jetiva e irrea l? N o p u ed e h a b er en la n a tu ra leza

p r in cip io s

a b s olu tos q u e r ija n

las

r ela cio n es en tre los h om b res . T o d o es cu es tión d e lo q u e en ca d a m o m en to n os p a rezca . L a a ctitu d es cép tica d e los s ofis ta s p u ed e s er ilu s tra d a m ed ia n te cita s d e los d os m á s fa m os o s e in flu yen tes en tr e ellos , G o r g ia s y P r o tá g o ra s . E l títu lo q u e p r e fer en tem en te h a b ía n d a d o los filó s o ­ fo s n a tu ra les a su s ob ra s era : “S o b r e la N a tu ra leza ( p h y s is )

o lo

E x is ten te” . P a r o d ia n d o d elib era d a ­

m en te los n u m eros os lib r os q u e lleva b a n es e títu lo, G o r g ia s es cr ib ió u n o al q u e titu ló “S o b r e la N a tu ­

80

LA RE AC C IÓ N H AC IA E L H U M AN IS M O

ra leza , o lo N o ex is ten te” , en el q u e se p rop u s o d em o s tr a r tres cos a s :

a ) ,

q u e n a d a ex is te;

b ) ,

e x is tie s e a lg o , n o p o d r ía m o s c o n o c e r lo ;

q u e si

c ) ,

qu e

si co n o ciés em o s a lgo, n o p o d r ía m o s co m u n icá r s e­ lo a n u es tr o D rójim o. P r o tá g o r a ? ex p res a b a

su s o p in io n es

r elig ios a s

en Tos S igu ien tes térm in os : “E n lo q u e co n cier n e a los d ios es , n o d is p o n g o d e m ed io s p a ra s a b er si ex is ten o n o, n i la fo r m a q u e tien en ; p o rq u e h a y m u ch os ob s tá cu los p a ra lle g a r a es e co n o cim ien to , in clu yen d o la os cu rid a d d e la m a teria y la corted a d d e la vid a h u m a n a .” F u e él ta m b ién el a u to r d e la s en ten cia fa m os a : “E l h o m b r e es la m ed id a d e to­ d a s la s cos a s ”, q u e s ig n ifica — si h em os d e fia m o s d e la in ter p r eta ció n d e P la tó n —

q u e la m a n era

c o m o la s cos a s se le p res en ta n a u n h o m b re es la ver d a d p a r a él, y el m o d o c o m o s e p res en ta n a o tr o es la ver d a d p a r a és te. N in g u n o d e los d os p u ed e a ch a ca r e r r o r a l otro, p u es q u e si u n o ve la s cos a s d e u n a m a n era

s o n

d e es a m a n er a p a ra él, a u n q u e

le p a rezca n d iferen tes a l vecin o . L a verd a d es m era ­ m en te rela tiva . S in em b a r g o , P r o tá g o r a s co n ced ía a ú n cie r to es p a cio a la s o p in io n e s co n ven cion a les s ob re la ver d a d y la rqp ral a l a ñ a d ir qu e, a u n qu e n in ­ gu n a o p in ió n es m

e jo r .

m

á s

v e rd a d e ra

q u e otra , p u ed e s er

S i a los o jo s d e u n h o m b r e e n fe r m o d e icte­

r icia to d o le p a rece a m a r illo , las cos a s p a ra es e h o m b r e s on rea lm en te a m a rilla s , y n a d ie tien e d e ­ r ech o a d ecir le q u e n o lo s on . P e r o p u ed e m er ec er ­ le la p en a a u n m éd ico h a cer ca m b ia r el m u n d o d e es e h om b re m o d ifica n d o el es ta d o d e su orga n is m o, d e m a n er a q u e las cos a s d ejen d e p a r ecer le a m a r i­ lla s . A n á lo g a m en te, s i a u n h o m b r e le p a rece s in ­ cer a m en te q u e es b u en o r ob a r, le p a recerá q u e és a es la ver d a d m ien tra s s ig a cr eyén d o lo . M a s la gra n

LA RE AC C IÓ N H AC IA E L H U M A N IS M O

81

m a y o r ía d e lo s h o m b r e s a q u ie n e s es o les p a r e ­ ce m a lo d eb e es fo r za r s e p o r ca m b ia r a q u el es ta d o m en ta l, or ien tá n d o lo h a cia cr een cia s q u e en s í m is ­ m a n o s on m á s verd a d era s , p e r o s on m ejores . A s í q u ed a a b a n d on a d a la p ru eb a d e la ver d a d o d e la fa ls ed a d , s u s titu id a p o r la p ru eb a p r a g m á tica . E l ir r ever en te es cep ticis m o d e los s ofis ta s a fectó a la s a n ción d e la s leyes , n o d is cu tid a h a s ta en to n ­ ces p o r q u e se b a s a b a en la cr e en cia en su or ig en d ivin o. S e cr eía q u e los a n tig u os a u tores d e co n s ti­ tu cion es . co m o L icu rg o, legen d a rio fu n d a d or U e E s­ pa rta, h a b ía n s id o in s p ira d os p o r A p o lo , y er a a ú n co s tu m b r e en tre los leg is la d o r es a cu d ir a l or á cu lo d e D elfo s y ob ten er , si n o e l co n s ejo d el d ios , p o r lo m en o s su s a n ción p a ra la s leyes en p r o yecto . E s te fu n d a m en to r elig io s o d e la s leyes es ta b a s ien d o s o ­ ca va d o n o s ó lo p o r la ten d en cia a tea d e la filo s o fía n a tu ra l, q u e los s ofis ta s m a n tu viero n m u y g u s tos a ­ m en te, s in o ta m b ién p o r circu n s ta n cia s ex tern a s ta les c o m o el cr ecien te co n ta cto d e los g r ieg o s co n p a ís es ex tr a n jer os y el g r a n vo lu m en q u e en ton ces a lca n zó la a ctivid a d leg is la tiva en r ela ció n co n la fu n d a ción d e n u eva s colon ia s . L o s s ofis ta s era n h i­ jos d e su tiem p o. L o p r im e r o les en s eñ ó las d ife ­ ren cia s fu n d a m en ta les q u e p u ed en ex is tir en tre las leyes y la s cos tu m b res d e p u eb lo s q u e viven en c li­ m a s d is tin tos ; y en cu a n to a lo s eg u n d o, er a d ifíc il creer qu e la s con s titu cion es vin iera n d el cielo, cu a n ­ d o los p r o p io s a m ig o s d e u n o ( o lo q u e es p eo r , su s en em ig o s p o lític o s ) fo r m a b a n p a rte d e la s c o m i­ s ion es en ca rg a d a s d e h a cerla s . E l m is m o P r otá g o ra s fig u r ó en la co m is ió n en via d a en 443 a.c. p a ra d a r u n a co n s titu ció n a la n u eva co lo n ia a ten ien s e d e Tu r ii, en e l su r d e Ita lia . N o es s orp ren d en te, p o r lo ta n to, q u e h a ya s id o el p r im e r o en fo r m u la r la

82

LA R E AC C IÓ N H AC IA E L H U M A N IS M O

teo r ía s o b r e el o r ig e n d e la s leyes q u e n os otros c o ­ n o cem o s a h o r a co n la d e n o m in a ció n d e co n tr a to s ocia l. D ijo q u e p a ra su p r o p ia p r o tec ció n co n tr a lös a n im a les s elvá ticos y p a ra m ejo r a r su m o d o d e vid a , los h om b res se h a b ía n vis to ob liga d os en tiem ­ p os m u y r e m o to s a reu n irs e en co m u n id a d es . H a s ­ ta en ton ces n o h a b ía n ten id o n i p r in c ip io s m or a les ni leyes ; p e r o la vid a en s o cied a d n o er a p o s ib le si p r eva lecía la le y d e la s elva , y a s í, len ta y p en os a ­ m en te a p r en d ier o n q u e era n n eces a ria s la s leyes y las co n ven cio n es p o r virtu d d e la s cu a les los m á s fu ertes se c o m p r o m e te n a n o a ta ca r n i r o b a r a los d éb iles , b a s a d os s im p lem en te en el h ech o d e q u e m á s fu er tes .1 D a d a la p r e m is a in ic ia l d e q u e la s leyes y los c ó ­

s o n

d ig o s m o r a les n o era n d e o r ig en d ivin o , s in o im ­ p er fecto s y h ech os p o r los h om b res , er a p o s ib le d ed u cir a m p lia m en te con clu s ion es p rá ctica s d ife ­ ren tes . E l m is m o P r o tá g o r a s d ijo q u e ex is tía n p o r ­ q u e era n n eces a ria s . P o r es ta ra zón , fu e u n d e fe n ­ s or d el co n tr a to s ocia l y p id ió la s u m is ión a la s leyes . O tros s ofis ta s m á s r a d ica les lo r ech a za r o n y s os tu vieron el d e r ech o n a tu ra l d el m á s fu er te a a b rirs e ca m in o . P o d ía n s a ca rs e d ivers a s co n clu s io ­ 1

S u p o n g o a q u í q u e el m ito q u e P r o tá g o r a s ex p o n e en el

d iá lo g o p la tó n ic o d e es e títu lo es ver d a d er a m en te m ític o en el s en tid o d e q u e to d o el a p a r a to d ivin o p u ed e s er e lim in a d o s in q u e s e p ie r d a n a d a d el g r a ve m en s a je q u e q u ier e c o m u ­ n ica r. N o d eb e d a r s e im p o r ta n c ia a l h ech o d e q u e d ig a q u e la co n cien cia y e l s en tid o d e la ju s ticia fu ero n d a d os al h o m b r e p o r or d en d e Z eu s . Q u izá n o to d o el m u n d o es té d e a cu er d o en es to; p e r o n o s ó lo s e in s is te a llí en el ca r á cter m ític o d el r ela to (c o m o lo m a n ifie s ta el c o m ie n zo leg en d a r io : "H a c e m u ch o tie m p o ”), s in o q u e c u a lq u ier otra in ter p r eta ció n s ería in co m p a tib le co n la s o p in io n e s r elig io s a s d e P r o tá g o r a s , ta l c o m o las ex p o n e en o tr o s s itios .

L A RE AC C IÓ N H AC IA E L H U M A N IS M O

83

n es , p e r o la p r em is a er a la m is m a p a r a tod os . T o ­ d os a la p a r se a p oya b a n en la a u s en cia tota l d e va ­ lor es y p r in c ip io s a b s olu tos , ya se b a s a s en o n o en co n s id er a cio n es teológ ica s . P a r a los s ofis ta s , tod a a cció n h u m a n a se b a s a b a en la ex p er ien cia ú n ica ­ m en te y s ó lo er a d icta d a p o r su u tilid a d o efica cia . L o ju s to y lo in ju s to, la s a b id u ría , la ju s ticia y la b o n ­ d a d era n m er o s n om b res , a u n cu a n d o p u d ier a a rgü irs e q u e a lgu n a s veces er a p ru d en te o b r a r c o m o si fu es en a lg o m á s q u e es o. E n es a s itu a ción m en ta l, a p a r e c ió , S ócra tes , y d e d ic ó su vid a a co m b a tir la , p o r q u e le p a r ec ía in ­ telectu a lm en te er r ó n ea y m o r a lm en te d a ñ os a .2 L a m a y o r fa m a d e S ócra tes d es ca n s a p r o b a b le ­ m en te en la céleb r e s en ten cia q u e s u ele tra d u cirs e p o r “vir tu d es c o n o c im ie n to ”. D es cu b r ir lo q u e ella s ig n ifica es u n m e d io ta n b u en o c o m o cu a lq u ier a o tr o p a ra lleg a r a la es en cia d e su en s eñ a n za . S e le co m p r en d e m e jo r h is tórica m en te, es d ecir, p o n ién ­ d o la en r e la c ió n co n los p r ob lem a s q u e el p en s a ­ m ien to a n te r io r y co n te m p o r á n eo y la s cir cu n s ta n ­ cia s d e su tie m p o ex p o n ía n a su a ten ción , y q u e él h izo cu a n to p u d o p o r res olver. Y a s a b em os q u e la p a la b r a virtu d o fr e c e fa ls a s a s o cia cio n es co n la p a la b r a g r ieg a

a re té ,

la cu a l

o r ig in a r ia m en te s ig n ifica b a efica cia en u n a a ctivi­ d a d d eter m in a d a . H em o s vis to ta m b ién q u e los a d ­ ver s a rio s co n tr a q u ien es se d ir ig ía la en s eñ a n za d e S ócra tes p r eten d ía n d os cos a s : s eñ a r o in fu n d ir

a r e té ; b ),

a ),

q u e p o d ía n en ­

q u e el co n o cim ie n to , p o r

lo m en o s el c o n o c im ie n to q u e p u d ier a s er co m p a r 2 P a r a en te n d e r a S ó cra tes es es p ecia lm en te r e c o m e n d a ­ b le el ex celen te a r tícu lo d el p r o fe s o r R. H a c k fo r th en p h y , vo l. V III, 1933.

P h ilo s o ­

84

LA RE AC C IÓ N H AC IA E L H U M A N IS M O

tid o, es u n a q u im era . N o ex is te ta l co n o cim ien to . P o r lo ta n to, a l id e n tifica r

a r e té

y co n o cim ien to , la

s en ten cia d e S ócra tes to m a b a d elib er a d a m en te el a s p ecto d e u n reto, q u e ú n ica m en te p o d em o s c o m ­ p r en d er

si

n os

r em o n ta m o s

m en ta lm en te

a

la

ép o ca en q u e él vivió. U n a d e la s cos a s d e S ócr a tes q u e ir r ita b a a los a ten ien s es s en s a tos y p r á ctico s er a q u e le gu s ta s e h a b la r co n gen tes ta n h u m ild es y s in im p o r ta n cia c o m o los za p a teros y los ca r p in ter os , cu a n d o lo q u e ello s q u ería n s a b er er a q u é es lo q u e co n s titu ­ ye la h a b ilid a d p o lític a y s i ex is te a lg o q u e p u ed a lla m a rs e o b lig a c ió n m ora l. S i q u ieres s er b u en za ­ p a ter o — d ecía S ócra tes — , la p r im er a co s a n eces a ­ r ia es s a b er lo qu e es u n za p a to y p a ra q u é s irve. N o es lo h a b itu a l d e c id ir a cer ca d e cu á les s on las m ejo r es h erra m ien ta s y el m e jo r m a ter ia l q u e d e ­ b en em p lea rs e, y los m ejor es m éto d o s d e u s a r u na s y otr o, a n tes d e h a b ers e fo r m a d o u n a id ea cla r a y d eta lla d a d e lo q u e se q u ier e h a cer y d e la fu n ción q u e es o q u e q u iere h a cers e h a d e d es em p eñ a r. P a ra e m p lea r la p a la b r a g r ieg a , la

a re té

d e u n za p a tero

d ep en d e p r im e r o y a n te to d o d e la p o s es ión d e es e co n o cim ien to . E l za p a tero d eb e s er ca p a z d e d e fi­ n ir en tér m in o s cla ros la n a tu ra leza d e lo q u e se p r o p o n e h a cer, y la d e fin ic ió n d eb e in c lu ir el u s o a q u e va d es tin a d o es o q u e se p r o p o n e. E r a a b s olu ­ ta m en te n a tu ra l h a b la r d e la

a re té

d e u n za p a tero,

lo m is m o q u e d e la d e u n g en er a l o u n es ta d is ta . E n n in g u n o d e es os ca s os ten ía la p a la b ra

a re té

r e­

la ció n a lgu n a n eces a ria co n la es fera m ora l, c o m o lo s u giere n u es tra p a la b ra "vir tu d ”. S ig n ifica b a s im ­ p lem en te lo q u e h a y en el za p a ter o, el g en era l o el es ta d is ta q u e les gra d ú a d e b u en os en su s p a r ticu ­ la res ta rea s ; y tom a n d o p r im er o los h u m ild es ejem -

LA RE AC C IÓ N H AC IA E L H U M A N IS M O

85

p íos d e los o fic io s ú tiles , n o le fu e d ifíc il a S ócra tes d em os tra r qu e la a d q u is ición , en ca d a ca s o, d e a q u e­ lla ca p a cid a d d ep en d ía d el co n o cim ie n to , y q u e el c o n o c im ie n to p r im e r o y m á s n eces a r io es el d el fin q u e se p ers ig u e, el d e lo q u e el h o m b r e q u ier e c o n ­ s egu ir. D a d a la co m p r en s ió n co r r ecta d el fin , s e s e­ g u ir á la d e los m ed io s q u e d eb en em p lea rs e, p er o n o a l co n tr a r io . P o r con s ig u ien te, Ja

a r e té

d ep en d e

en ca d a ca s o, p r im er o , d e ten er a lg u n a ta rea d e ­ fin id a q u e h a cer, y d es p u és , d e s a b er b ie n en q u é co n s is te d ich a fa en a y lo q u e co n ella n os p r o p o ­ n em o s a lca n za r. As í, p u es —^ a ñ a d ía S ócr a tes — , si se p u ed e h a b la r leg ítim a m en te d e u n a

a re té

a b s o­

lu ta o g en era l, c o m o la q u e p r eten d ía n en s eñ a r fos s olis ta s , es d ecir, si h a y u n a efic a c ia p a ra la vid a q u e to d o h o m b r e d eb e p o s eer en cu a n to h om b re, s ígu es e d e a h í q u e d eb e h a b er u n fin o u n a fu n ción q u e tod os p o r igu a l, en cu a n to s eres h u m a n os , te­ n em o s q u e d es em p eñ a r. P o r lo ta n to, n u es tra p r i­ m er a ta rea , si d es ea m os a d q u ir ir es a vir tu d g en e­ ra l, con s is te en a verig u a r cu á l es la fu n ción u o b jeto d el h om b re. A h o r a b ien , en los in fo r m es q u e a cer ca d e la en s eñ a n za d e S ócra tes n os h a n d eja d o su s d is cíp u ­ los (p u es él n o es cr ib ió n a d a , p o r c r e e r q u e lo ú n i­ co va lios o era el in ter ca m b io vivo d e id ea s m ed ia n te p regu n ta s y res p u es ta s en tre d os p er s on a s en c o n ­ ta cto d ir e c to ) n o en co n tr a m o s la res p u es ta a es a p r im er a cu es tió n a cer ca d el fin u o b je to u n ivers a l d e la vid a h u m a n a . P u ed e a firm a rs e q u e es ta a u s en ­ cia fu e la r a zó n m á s p o d er o s a q u e in d u jo a P la tón , m á s in c lin a d o a la p r ecis ió n d e la s id ea s , a co n s i­ d er a r c o m o

d eb er s u yo

n o s ó lo

r ep r o d u cir

las

en s eñ a n za s d e su m a es tro, s in o d es a rrolla rla s . N o p od em os , en es te ca s o, d ed u cir d el ca r á cter d e S ó-

86

LA RE AC C IÓ N H AC IA E L H U M A N IS M O

cra tes cu á l s er ía s u res p u es ta . T e n ía p o r co s tu m ­ b re d ecir q u e n o s a b ía n a d a , y q u e lo ú n ico en q u e er a m á s s a b io q u e los d em á s h om b res es trib a b a en q u e ten ía co n cie n cia d e su ig n or a n cia , y los otros n o. L a es en cia d el m é to d o s o cr á tico co n s is tía en co n ven cer a su in ter lo cu to r d e qu e, a u n q u e cr eía s a b er a lgo, en r ea lid a d n o lo s a b ía . L a c o n vic ció n d e la p r o p ia ig n o r a n cia es el p r im e r p a s o n eces a r io p a ra a d q u ir ir el co n o cim ien to , p u es n a d ie b u s ca el c o n o cim ie n to d e u n a s u n to n i se h a ce la ilu s ión d e q u e ya lo p os ee. L a s gen tes se q u eja b a n d e q u e la co n vers a ción d e S ócra tes ten ía el e fe c to p a r a li­ za d o r d e u n a d es ca r g a eléctr ica .3 S i co n s id er a b a c o m o su m is ió n en la vid a co n ven cer a la s gen tes d e su ig n o r a n cia , n o es s o rp ren d en te q u e fu es e im ­ p op u la r, n i p o d e m o s vitu p er a r to ta lm en te a los a ten ien s es — p o r trá g ico q u e h a ya s id o su e r r o r — p o r h a b erle co n fu n d id o con los s oñ s ta s y h a b er d es ­ ca r g a d o s o b r e él el o d io q u e los s ofis ta s h a b ía n d es p erta d o. D ecía n los s ofis ta s q u e el c o n o c im ie n ­ to era im p o s ib le; y S ócra tes d em os tr a b a a to d o el m u n d o q u e n o s a b ía n a d a . E n rea lid a d , h a b ía u na d ifer en cia p rofu n d a , p o rq u e la a ctu a ción d e S ó cr a ­ tes se b a s a b a en la cr een cia d e q u e el co n o cim ie n to p o s ib le, p e r o q u e c o s d es p ojos d e id ea s in c o m ­

e ra

p leta s y er r ón ea s q u e llen a n la ca b e za d e la m a yo ­ r ía d e los h o m b r es tien en q u e s er a ven ta d os a n tes d e em p eza r a b u s ca r el c o n o c im ie n to ver d a d er o. L o q u e o fr e c ía a los h om b res , en fu erte o p o s ic ió n 3

P a ra q u e el le c to r n o se extra ñ e d e es te s ím il, ya q u e los

g rieg o s n o s a b ía n d e electr icid a d , d ir é q u e el o b je to d e la c o m p a r a ció n er a la r a ya (en g r ie g o

n a rk é ),

p ez q u e p a r a liza a

su s víctim a s m ed ia n te u n a d es ca r g a eléctrica . L a fa m ilia r ca ra d el filó s o fo , con su n a r iz a ch a ta d a , h a cía m á s in g en io s a la com p a ra ció n .

LA RE AC C IÓ N H AC IA E L H U M AN IS M O

87

c o n el es cep ticis m o d e los s ofis ta s , era "u n id ea l d e c o n o cim ie n to a ú n n o a lca n za d o ’’.4 U n a ve z q u e los h om b res co n o cies en el ca m in o h a cia la m eta . S ócra tes es ta b a d is p u es to a a com p a ñ a r los h a s ta a lca n za rla , y p a r a él to d a la filo s o fía se r es u m ía en es a id ea d e la "b ú s q u ed a en co m ú n ". N i su in te r lo ­ cu to r n i él m is m o c o n o cía n to d a vía la verd a d , p e r o s ó lo con q u e a q u él se co n ven cies e d e q u e er a así, p o d r ía n em p r en d er ju n to s la b ú s q u ed a con la es ­ p er a n za d e en con tr a r la . E l ve r d a d er o s o cr a tis m o rep res en ta a n te to d o u n a a ctitu d m en ta l, u n a h u ­ m ild a d in telectu a l fá cilm e n te co n fu n d ib le con la a rr o g a n cia , ya q u e el ve r d a d e r o s o cr á tico es tá co n ­ ven cid o d e la ig n o r a n cia n o s ó lo s u ya , s in o d e tod a la h u m a n id a d . M á s q u e u n cu er p o p o s itivo d e d o c ­ trin a , es o con s titu ye el le g a d o d e S ócra tes . V o lvie n d o , p u es , a su in s is ten cia s ob re la id ea d e qu e, si q u erem os a d q u ir ir

a re té ,

la ta rea es en cia l

p r e lim in a r es a ver ig u a r cu á l es la fu n ción u o b jeto d el h o m b re, y d e fin ir lo , d ir é q u e n o es p erem os en ­ co n tr a r es e o b jeto o fu n c ió n d e fin id o cla r a y p r e ­ cis a m en te p o r S ócra tes m is m o. S u m is ión con s is tió en h a cer q u e los h o m b r es s in ties en la n eces id a d d e es a d e fin ic ió n , y en s u g erirles u n m éto d o p a r a b u s ­ ca rla , d e s u erte q u e él m is m o y su s in ter locu tor es p u d ier a n em p r en d er la in ves tig a ción . E n la co n fu s ió n d e la s id ea s ética s q u e fu e ca ­ r a cter ís tica d e su tiem p o , u n a cos a le p a r ecía p a r ­ ticu la r m en te d a ñ os a . E n el len gu a je co r r ien te se m ezcla b a n u n a g r a n va r ied a d d e tér m in os g en e­ ra les , en es p ecia l tér m in o s q u e p reten d ía n ex p r e­ s a r n o cio n es ética s : ju s ticia , tem p la n za , va lor, etc., etc. E n m i ig n o r a n cia — d ice S ócra tes — 4 H a ck fo r th ,

lo e .

c it.

em p ecé

88

L A RE AC C IÓ N H AC IA E L H U M A N IS M O

p o r s u p o n er q u e la s gen tes q u e la s u s a b a n s a b ía n lo q u e s ig n ifica b a n es as p a la b ra s , p u es la s em p lea ­ b a n con ta n ta soltu ra, y co n ceb í la es p era n za d e qu e m e lo en s eñ a s en , a m í q u e n o lo s a b ía . S in em b a r ­ g o, cu a n d o los in terrogu é, d es cu b rí q u e n a d ie p o d ía d a r m e u n a ex p lica ció n s a tis fa ctoria . Q u izá a la lu z d e la s en s eñ a n za s d e los s ofis ta s h a b ía q u e s u p o­ n er q u e es a s p a la b ra s n o ten ía n en r ea lid a d n in gú n s en tid o, y si en efe c to es a s í, los h o m b r es d eb iera n d eja r d e u s a rla s . S i, p o r otr a p a rte, tien en u n s ig n i­ fic a d o fijo, en ton ces las p ers on a s q u e la s u sa n d eb en s er ca p a ces d e d e cir cu á l es. N o p o d e m o s h a b la r d e la r ectitu d d e la con d u cta b ie n y a d ecu a d a m en ­ te, si n o s a b em os lo qu e s on la s a b id u ría , la ju s ticia y la b on d a d . S i, c o m o s os p ech a b a S ócra tes , las p er ­ s on a s q u e u s a n la s m is m a s p a la b ra s d icen con ella s cos a s d is tin ta s , h a b la n s in en ten d ers e y d e ello s ó lo co n fu s ion es p u ed en res u lta r. Ta les co n fu s io ­ n es s erá n a la v e z in telectu a les y m ora les . In telec­ tu a lm en te, la d is cu s ión con u n h o m b r e q u e u sa la s p a lä b ra s d á n d oles u n s en tid o d ifer en te a l q u e les d a su in ter lo c u to r n o p u ed e co n d u cir a n a d a c o m o n o s ea a reñ ir, p rob a b lem en te; y m ora lm en te, cu a n ­ d o la s p a la b ra s en cu es tión r ep res en ta n n ocion es ética s , n o p u ed e res u lta r m á s q u e la a n a rq u ía . E s te d o b le a s p ecto d el p r ob lem a , m o r a l e in telectu a l, es el q u e q u ería ex p r es a r S ócra tes a l d e cir q u e la v ir ­ tu d es co n o cim ie n to . A d em á s , er a ta n c la r o su p r o ­ p io p en s a m ien to y ta n fir m e su ca rá cter, q u e le p a r ecía evid en te p o r s í m is m o q u e si los h om b res lleg a b a n

a co m p r en d er es ta ve r d a d a u to m á tica ­

m en te ele g ir ía n lo ju s to. L o ú n ico q u e se n eces ita ­ b a er a m o ver les a tom a rs e el tra b a jo d e a ver ig u a r q u é es lo ju s to. D e a q u í su otr a s en ten cia fa m os a : “N a d ie h a ce el m a l vo lu n ta ria m en te. S i la virtu d es

LA RE AC C IÓ N H AC IA E L H U M AN IS M O

89

c o n o cim ie n to , el vic io se d eb e ú n ica m en te a la ig n o r a n cia .” ¿C ó m o p r o ced er em o s , p u es , p a ra a d q u ir ir el c o ­ n o c im ien to d e lo q u e s on la virtu d , la ju s ticia , etc.? S ócra tes , c o m o y a h e d ich o, es ta b a d is p u es to a s u g er ir u n m éto d o , ta n to p a r a los o tr os c o m o p a r a s í m is m o. E l c o n o c im ie n to se a d q u iere en d os eta ­ p a s a la s q u e se r e fie r e A ris tó teles cu a n d o d ice q u e S ócra tes p o d ía en ju s ticia r ec la m a r p a ra s í el m é r i­ to d e d os cos a s : el a r g u m en to in d u ctivo y la d e fin i­ ció n gen era l. E s tos tér m in o s fó g ico s ü n ta n to s e­ cos , q u e in d u d a b lem en te h u b iera n s o r p r en d id o a l m is m o S ócra tes , n o p a r ecen ten er m u ch a r ela ció n co n la m or a l; m a s , p a ra S ócra tes , es a r ela ció n er a vita l. L a p r im er a fa s e co n s is te en r e c o g e r ejem p lo s a los cu a les to d o s es tén d e a cu er d o en q u e s e les p u ed e a p lica r el n o m b r e d e “ju s ticia ” (s i es la ju s ti­ cia d e lo q u e se tra ta ). D es p u és , es os ejem p lo s d e a ccio n es ju s ta s s on s o m etid o s a ex a m en p a ra d es ­ cu b r ir en ellos a lg u n a cu a lid a d co m ú n p o r vir tu d d e la cu a l m er ecen a q u el n om b re. E s ta cu a lid a d com ú n , o m á s p r o b a b lem en te es te g r u p o o n ex o d e cu a lid a d es com u n es , con s titu ye su es en cia en cu a n ­ to a ctos ju s tos , y es, en rea lid a d , a b s tra íd o d e la s co n d icio n es a ccid en ta les d e tiem p o y circu n s ta n ­ cia s q u e co rr es p o n d en in d ivid u a lm en te a ca d a u n o d e los a ctos ju s tos , lo qu e d efin e la ju s ticia . Así, pu es, el a r g u m en to in d u ctivo, c o m o lo d ice su n o m b re g r ieg o , es u n “lleva r a ” d e la m en te d es d e los e je m ­ p lo s p a rticu la res , reu n id o s y co n s id er a d os c o le c ti­ va m en te, a la co m p r en s ión d e su d efin ición com ú n . E l d e fe cto q u e S ócr a tes h a lla b a en la s víctim a s d e su in fa tig a b le a fá n d e p r eg u n ta r era q u e cr eía n s u ficien te r ea liza r s ó lo la p r im er a eta p a , es d ecir, cita r a lgu n os ejem p lo s s u eltos y d ecir: "L a ju s ticia

90

L A RE AC C IÓ N H AC IA E L H U M AN IS M O

es es to y lo o tr o .” E l tip o es tá r ep res en ta d o p o r E u tifr ó n , q u ien , en el d iá lo g o p la tó n ico d e es e títu ­ lo, con vers a con S ócra tes a cer ca d el s ig n ific a d o d e la p a la b r a p ied a d , h a b ien d o s u r g id o el tem a en r ela ció n co n el h ech o d e q u e E u tifr ó n h u b iera s id o im p u ls a d o p o r lo q u e él co n s id er a b a el s en tid o d el d e b e r a p r o c es a r a su p a d re p o r h o m ic id io ca s u a l. H a b ié n d o le p r eg u n ta d o qu é s en tid o d a b a a la p a la ­ b ra “p ied a d ", con tes tó: "P ied a d es lo q u e yo es toy h a cien d o a h o r a .” E n o tr o d iá lo g o d e P la tón , S ó cr a ­ tes le d ice a su in terlocu tor: " Y o s ó lo te p regu n té u n a cos a , q u é es vir tu d , y tú m e h a s d a d o to d o u n en ja m b r e d e virtu d es .” Tr a ta b a d e h a cerles ve r qu e, a u n cu a n d o h a y m u ch os y d ivers o s ejem p lo s d e a ccio n es ju s ta s , to d o s ellos d eb ía n p o s eer u n a cu a ­ lid a d o ca r á cter co m ú n p o r r a zó n d el cu a l se les rep u ta ju s tos . S i n o, es ta p a la b ra n o ten d ría s entid o. T a l er a la fin a lid a d d e la s in s is ten tes p regu n ta s q u e le h ic ie r o n ta n im p op u la r : lleg a r d es d e u n en ­ ja m b r e d e vir tu d es a la d e fin ic ió n d e u n a cos a sola, la vir tu d . P a r ece u n eje r c ic io d e ló g ica ; p er o a qu él era en r ea lid a d el ú n ico m o d o p o r el q u e le p a r ecía p o s ib le a S ócr a tes co m b a tir los s u b vers ivos efectos m ora les d e las en s eñ a n za s d e los s ofis ta s . L os h o m ­ b res qu e, a l co n tes ta r a p regu n ta s c o m o "¿Q u é es la p ied a d ?”, d icen : “L o qu e yo es toy h a cien d o a h ora ”, s on p r ecis a m en te los m is m os q u e d ir ía n q u e la ú n ica r eg la d e con d u cta con s is te en d ecid ir , b a jo el a p r em io d el m o m en to , q u é es lo m á s ven ta jos o. R eg la s en el s en tid o g en er a lm en te a d m itid o , p r in ­ cip io s u n ivers a lm en te a p lica b les , n o los h a y. L a fa ­ la cia ló g ic a lleva d irecta m en te a la a n a rq u ía m ora l. S ócra tes p a g ó ca r o el a d ela n ta rs e a s u tiem p o. S u cla ro y r ecto p en s a m ien to fu e in clu id o en el m is ­ m o g r u p o q u e el d e los s ofis ta s co n tr a q u ien es se

L A RE AC C IÓ N H AC IA E L H U M AN IS M O

91

d ir ig ía su iron ía , y fu e a cu s a d o p o r d os ciu d a d a ­ n os r e a c c io n a r io s d e c o r r o m p e r a lo s jó ve n e s y d e n o cr e er en los d io s es d e la ciu d a d . P r e cis o es r e c o n o c e r q u e los m á s fa m o s o s d e su s d is cíp u los y a m ig o s n o le h on ra b a n m u ch o. U n o er a A lc ib ia ­ d es , d e q u ien n o es n eces a r io d e cir m ás . O tr o era C ritia s , el a m a r g a d o y ve n g a tivo o lig a r c a q u e vo l­ v ió d el d es tier r o a l p o d e r d es p u és d e la ca íd a d e A ten a s en 404, y fu e en g r a n p a r te r es p o n s a b le d e la s a n grien ta p u rg a q u e tu vo lu g a r b a jo los lla ­ m a d os T r ein ta Tira n os , el m á s vio len to y e x tr em o ­ s o d e los cu a les fu e. L o s a cu s a d ores d e S ócra tes p id ie r o n p a ra él la p en a d e m u erte. D e a cu er d o co n la co s tu m b r e a ten ien s e, p o d ía S ócra tes s o lic i­ ta r u n a p en a m á s leve, y los ju eces es ta b a n en li­ b erta d d e ele g ir u n a d e la s d os . S in em b a rg o, lo q u e s o licitó o p rop u s o fu e q u e se le m a n tu vies e a e x ­ p en s a s d e la ciu d a d , a títu lo d e b ien h ech o r p ú b li­ co. E n cu a lq u ier ca s o — d ijo— , n o ten g o d in ero p a ra p a g a r u n a m u lta a d ecu a d a . A n te la s viva s in s tig a ­ cio n es d e P la tón y d e o tr os a m ig os , o fr e c ió u n a m u lta q u e ello s p a g a ría n , p e r o s in co m p r o m eter s e a a b a n d o n a r su s a ctivid a d es

“co r r u p to r a s ”, qu e

p a r a él era n m á s im p or ta n tes q u e la vid a m is m a . E s to d eja b a a los ju eces p o c o m a r g en p a ra eleg ir, y S ócra tes fu e en via d o a la cá rcel, a es p era r la ejecu ­ ción . O tra ve z a ctu a ron su s a m ig os , o fr e cié n d o le a h ora u n p la n q u e le fa c ilita r ía la eva s ión . E s p r o ­ b a b le q u e m u ch os , si n o la m a yo r p a rte, d e los q u e le cen s u ra b a n n o d es ea b a n ver le m o r ir y se h a b ría n d a d o p o r m u y co n ten tos si se h u b iera d eja d o c o n ­ ve n cer p a ra a b a n d on a r A ten a s e irse a res id ir a otr o lu g a r cu a lqu iera . S ócra tes r ep licó q u e d u ra n te tod a su vid a h a b ía g o za d o d e los b e n eficio s q u e las le ­ yes d e A ten a s con ced ía n a los ciu d a d a n os , y a h ora

92

L A RE AC C IÓ N H AC IA E L H U M AN IS M O

q u e es as m is m a s leyes ju zg a b a n co n ven ien te q u e m u ries e, s er ía in ju s to y d es a g ra d ecid o s i elu d ies e su a p lica ció n . P o r otr a p a rte, ¿q u ién p o d ía a s egu ­ ra rle q u e n o ib a a en tra r en u n a ex is ten cia m ejo r q u e la q u e h a s ta en ton ces h a b ía co n o cid o ? Y , con la m a yo r s er en id a d d e á n im o, b e b ió la cicu ta en el a ñ o 399 a .c., a la ed a d d e 70. L a m u er te d e S ócra tes ca u s ó im p r es ió n ta n h o n ­ d a en u n o d e su s jó ven es a m ig os , q u e lo d e c id ió d efin itiva m en te a n o in g r es a r en la vid a p o lítica , a la cu a l p a r ec ía d es tin a d o p o r su n a cim ien to y sus ta len tos . E n to d o ca s o, d es ilu s io n a d o p o r la s itu a ­ ció n en q u e h a b ía ca íd o la ciu d a d y p o r los ex ces os d e su s ú ltim o s g ob ern a n tes , P la tó n cr e yó q u e el E s ta d o q u e h a b ía con d en a d o a m u erte a u n h om b re c o m o S ócr a tes n o era el E s ta d o en q u e él p u d iera to m a r u n a p a r te a ctiva . Y , en lu g a r d e es to, se d e ­ d ic ó a e s cr ib ir a q u ellos d iá lo g o s

a d m ir a b les en

q u e n os d e jó u n a vivid a d e s cr ip ció n d e su m a es tro y d es a r ro lló, c o n fir m ó y a m p lió su s en s eñ a n za s en p a la b ra s q u e p u s o en b o ca d e a q u el g ra n d e h o m ­ b re. M u ch o m á s p o d r ía d ecir s e d e S ócra tes , p er o su p en s a m ien to es tá ta n es tr ech a m en te r ela cio n a ­ d o con el d e Pla tón,^ y la lín ea d ivis o r ia en tre a m ­ b os es ta n d ifíc il d e d is cer n ir co n cla rid a d , q u e en es te p u n to d eja r é d e h a b la r d e S ócra tes d ir ecta ­ m en te y p o r él m is m o. C u a n d o en tr em o s en el es ­ tu d io d e P la tón , in evita b lem en te ten d rem os qu e vo lver a trá s d e tiem p o en tiem p o p a ra to m a r en co n s id er a ción d ivers os a s p ectos d el m en s a je filo s ó ­ fic o d e S ócra tes , y cr eo q u e es a s í, r ela cion a d os con los fru tos u lterio res qu e la m ed ita ció n p la tón ica s a có d e ellos , c o m o m ejo r p u ed en s er p res en ta d os .

V. PLAT ÓN

1) La doctrin a de las ideas

P r o b a b le m e n te

en ten d er em o s m e jo r la filo s o fía d e

P la tó n s i ten em o s en cu en ta q u e en p r im e r lu ga r tr a b a jó b a jo la in flu e n cia d e d os m o tivo s r e la c io ­ n a d os en tre sí. A n te tod o, s e p r op u s o to m a r la ob ra d e S ócra tes en el p u n to en q u e és te la h a b ía d eja ­ d o, p a r a co n s o lid a r la s en s eñ a n za s d e su m a es tr o y d efen d erla s con tra la s ob jecion es in evita b les . P er o en es to n o a ctu a b a ú n ica m en te p o r ra zon es d e a fec­ to p er s on a l o d e res p eto, s in o q u e es ta b a en es tre­ ch a r ela ció n co n el s eg u n d o d e su s m o tivo s , q u e er a d efen d er, y h a cerla m er ec ed o r a d e s er d e fe n d i­ da , la id ea d e la ciu d a d - es ta d o c o m o u n id a d p o líti­ ca , e c o n ó m ic a y s o cia l in d ep en d ien te. P u es P la tón p en s ó q u e r e c o g ie n d o y d es a r r o lla n d o el r eto q u e S ócra tes h a b ía la n za d o a los s ofis ta s er a c o m o p o ­ d r ía a lca n za rs e co n m e jo r é x ito a q u el o b je tivo m á s a m p lio y gen era l. L a ru in a d e la s ciu d a d es - es ta d o lib r es fu e c o n ­ s u m a d a p o r la s con q u is ta s d e F ilip o y d e A leja n ­ d r o. É s ta s fu er o n la s q u e h ic ie r o n q u e la co m p a cta u n id a d d e la vid a clá s ica g r ie g a q u ed a ra s u m er g i­ d a b a jo el cr ecim ien to d e gra n d es rein os d e ca rá cter s em iorien ta l; a u n qu e en rea lid a d n o h icier o n otra co s a q u e a celer a r en fo r m a r a d ica l u n p r o ces o d e d eca d en cia q u e se ven ía efectu a n d o d es d e h a cía a lgú n tiem p o . S u s ca u s a s , n a tu ra lm en te, era n p o lí­ tica s en p a rte. A ctu a b a n los efectos d es tru ctores 93

94

PLA TÓ N 1

d e la s gu erra s in teres ta ta les , y en A ten a s — d o n d e la o r g a n iza ció n d e la ciu d a d - es ta d o h a b ía p r o d u c i­ d o su flo r a c ió n m á s b ella — , la s d es a s tros a s co n s e­ cu en cia s d e la d errota , d el co la p s o m o r a l y d e la s tira n ía s in tern a s q u e s ig u ier o n a a q u élla . A lim e n ­ tad as co n es tos m o tivo s d e d is gu s to, la s co rr ien tes d om in a n tes d el p en s a m ien to filo s ó fic o — en la s cu a ­ les h em o s d e d e te n em o s p o r lo p r o n to —

h a b ía n

co n tr ib u id o a s o ca va r la s tr a d icion es , la s c o n ve n ­ cion es co n s a g ra d a s si se q u iere, d e la s cu a les d e­ p en d ía en ta n to g r a d o la tra n q u ila co n tin u id a d d e la vid a en la p eq u eñ a ciu d a d - es ta d o. P a ra co m p r e n d e r la s itu a ción , h em o s d e ten er en cu en ta q u e el E s ta d o y su r e lig ió n es ta b a n to ta l­ m en te id en tifica d o s . N o es q u e la Ig les ia es tu vies e s u b ord in a d a a l E s ta d o. N o h a b ía p a la b r a q u e s ig ­ n ifica s e Ig les ia , n i ex is tía n a d a s em eja n te a és ta a p a rte d el E s ta d o m is m o. A los d ios es s e les r en d ía cu lto en fes tiva les q u e era n s o lem n id a d es o ficia les , y la p a r tic ip a ció n en ella s n o era s in o u n a p a r te d e los d eb eres y a ctivid a d es o r d in a r ia s d e u n ciu d a ­ d a n o en cu a n to ta l. N o ob s ta n te q u e en A ten a s se r en d ía cu lto a m u ch os d ios es , la d eid a d p a tro n a d e la ciu d a d , la q u e lleg a b a n m á s d en tr o d el co r a zó n tod os los a ten ien s es , er a A ten ea , y la co in cid en c ia d e los n om b res es m u y s ig n ifica tiva . R e lig ió n y p a ­ tr io tis m o era n la m is m a cos a . E s c o m o si la r e li­ g ió n d e los b r ita n o s fu es e el cu lto d e B r ita n ia . L a A cr ó p o lis d e A ten a s er a la p eñ a d e A ten ea , y es ta b a co r o n a d a p o r el tem p lo d e la d ios a . S u s fies ta s era n la s m á s im p o r ta n tes d el ca len d a r io a ten ien s e. D eb em o s r e c o r d a r a lg o d e q u e ya h e m o s h a b la ­ d o: la s a n ción d e la s leyes ten ía su s ra íces en la cr een cia tra d icion a l en su or ig en d ivin o. L a s leyes h a b ía n s id o co m u n ica d a s a los p r im er o s leg is la ­

PL A TÓ N 1

95

d ores — c o m o la s ta b la s a M ois és , s egú n la cr een cia ju d ía — p o r el d io s d el p u eb lo, o p a ra s er m á s ex a c­ tos , p o r A p o lo , q u e a ctu a b a c o m o p o r ta vo z o p r o ­ feta d el p a d re d e los d ios es , d e Zeu s. Pa ra la in m en s a m a yoría d e los ciu d a d a n os n o ex is tía n a d a p a r e­ c id o a u n a r elig ió n p ers on a l e in d ivid u a l. L a s s ecta s q u e in ten ta ro n in tr o d u cir la n u n ca tu vier o n m u ch a in flu en cia m ien tr a s la ciu d a d - es ta d o p e r m a n e ció u n id a , y en la m ed id a en q u e lo log ra b a n a ctu a b a n d efin itiva m en te c o m o fu erza s s u b vers iva s d el ord en es ta b lecid o. D e a h í se s igu e q u e d is cu tir la r e lig ió n co n s a g r a ­ d a er a d is cu tir la s b a s es d e to d o el o r d e n s ocia l con s a g ra d o, y q u e la d efen s a d e la ciu d a d n o p o d ía s er e fic a z si se red u jes e a lo q u e n os otro s co n s id e­ ra m o s la es fera p o lític a . L a d efen s a r a zo n a d a d e su s leyes e in s titu cion es d eb ía p r o veerla s d e u n a va lid ez a b s olu ta o tra s cen d en te, la cu a l d ifícilm en te p o d r ía d a rs e d ivo r cia d a d e u n a co n ce p ció n teís ta d el g o b ie r n o d el u n ivers o. R ea lm en te, d eb ía res u l­ ta r im p o s ib le r es ta b lecer el vie jo p a n teón h o m é r i­ co en tod a su g lo r ia . A q u ella s fig u ra s d em a s ia d o h u m a n a s h a b ía n ten id o s u tiem p o , y a u n a p a rte d e los a ta qu es d e los filó s o fo s a teos y d e los s ofis ta s , n o p o d ía n co n ta r ya c o n la fid elid a d d e u n a c o m u ­ n id a d in telig en te y ca d a ve z m á s ilu s tra d a . P e r o si, en cu a lq u ier ca so, los d io s es en sus a n tigu a s figu ra s a n tr o p o m ó r fic a s es ta b a n lla m a d o s a d es a p a recer, h a b ía q u e p o n e r a lg o en su lu g a r p a r a r es ta b lecer el elem en to d e o r d en y p er m a n en cia q u e a fin es d el s ig lo V a.c. ib a d es va n ecién d os e rá p id a m en te lo m is ­ m o en la es fera d e la co n d u cta qu e en la es fer a d e la n a tu ra leza . E n el ca m p o d el p en s a m ien to , el a ta q u e a la s b a ­ ses tra d icion a les d e la s in s titu cion es con s a g ra d a s

96

P LA TÓ N 1

fu e trip le: ve n ía d e la filo s o fía n a tu ra l, d el m o v i­ m ien to s o fís tico y d el m is ticis m o . N o ten em o s m u ­ ch o qu e d e c ir a q u í d e es te ú ltim o, p e r o s eñ a la re­ m os d e p a s a d a la ex is ten cia d e m a es tros r elig io s o s in d ep en d ien tes , los m á s im p or ta n tes d e los cu a les era n lo s q u e u s a b a n los es critos a tr ib u id o s a O rfeo, cu ya s d octrin a s era n s u b vers iva s en cu a n to en s eñ a ­ b a n q u e la r e lig ió n d e u n in d ivid u o es cos a q u e a fecta a s u a lm a in d ivid u a l y n o a su s d eb eres con el E s ta d o. E l p elig r o d e la filo s o fía n a tu ra l es trib a en qu e, s egú n ella , los d ios es p rob a b lem en te n o exis tía n en la fo rm a en q u e la ciu d a d los h a b ía h ered a d o d e H o m er o ; y el d e los s ofis ta s en su o p in ió n d e qu e, d es p u és d e tod o, la s leyes d e la ciu d a d n o ten ía n la s a n ción d ivin a ; h a b ía n s id o h ech a s p o r los h o m ­ b res, y con la m is m a fa cilid a d p o d ía n d es h a cerla s . E s ta s d ivers a s co rr ien tes d e p en s a m ien to ven ía n a ctu a n d o h a cía ya a lgú n tie m p o cu a n d o P la tó n es ­ crib ía . P u es to qu e, en tre otra s cos a s , er a u n p e n ­ s a d o r p o lític o p r á ctico , q u e h a b ía r en u n cia d o a la p o lític a a ctiva p a ra d ed ica rs e a m ed ita r s ob re la s id ea s p olítica s , ten ía q u e d ecid irs e p o r u n a d e es ta s d os cos a s : o a d m itía (y a ú n en n u es tros d ía s se le cen s u ra p o r

n o

h a b erlo a d m itid o ) q u e la ciu d a d -

es ta d o, co n tod a s su s in s titu cion es y creen cia s , p e r ­ ten ecía a l p a s a d o, ju n ta m en te con la s fu er za s d es ­ tru ctora s , y, co n los d ivers o s elem en tos q u e h a b ía n p r o d u cid o su ca íd a , co n s tru ía u n a n u eva s ocied a d y u n a r e lig ió n n u eva q u e s u s titu yes en a la s a n ti­ gu a s ; o u s a b a d e tod a s su s p o ten cia s p a ra s os ten er a la ciu d a d - es ta d o, r efu ta n d o a su s a d vers a rio s en lo q u e es tu vies en eq u ivoca d os , y em p leá n d oles s ó lo p a ra r e fo r za r su a r m a zó n

en lo q u e es tu vies en

a cer ta d o s y r ep r e s e n ta s e n u n e le m e n to cu ya fa l­ ta d e b ilita r ía el o r d en ex is ten te. E n cu a lq u ier ca s o,

P L A TÓ N 1

97

los d os a s p ectos , el p o lític o y el r e lig io s o ( o m eta fís ico ), d eb ía n ir p a rejos . N in g u n a r e fo r m a e fe c ti­ va d e los fu n d a m en tos d el p en s a m ien to p o lític o p o d ía ten er lu g a r s in la r e fo r m a

co rr es p o n d ien te

d e la s id ea s a cer ca d e la n a tu ra leza d e la rea lid a d . T o d o es to er a cla r o p a r a P la tón , y p u s o tod a s su s fu er za s d el la d o d el h e len is m o y d e la ciu d a d - es ta ­ d o. L a

R e p ú b lic a ,

es cr ita a l c o m ie n zo d e su vid a ,

y la vu elta a l m is m o a s u n to en su s ú ltim os a ñ os, con la s

L e y e s ,

d em u es tra n q u e a lo la r g o d e tod a su

ex is ten cia se m a n tu vo fie l a l m is m o id ea l, el d e u n a s o cied a d r e fo r m a d a b a s a d a en la p u r ific a c ió n y el r efo r ta lec im ie n to , n o en la a b o lició n , d e la ciu ­ d a d - es ta d o. E n la s cla s es g ob ern a n tes d e la b lic a

R e p ú ­

d e P la tón , el in d ivid u o d eb e es ta r s u b o rd in a ­

d o a l b ien es ta r co m ú n co n u n r ig o r q u e a n os otros n os p a rece ex ces ivo. E l a b a n d o n o p o r és tos , qu e s on los ciu d a d a n os m á s va lio s o s d el E s ta d o, d e la p r o p ied a d y d e la vid a d e fa m ilia , la ed u ca ción en co m ú n d e su s h ijos , la d is tr ib u ció n d e los d eb eres y d e los p r ivileg io s co n a r r e g lo a u n s is tem a ca s i in ex o r a b le d e s ep a r a ción d e cla s es , to d o es to p a r e­ ce h o r r ib le a n u es tros ojos . E n la o b r a m is m a , u n o d e los oyen tes ob s er va q u e los lla m a d o s a d ir ig ir el E s ta d o en el n u evo o r d en d e cos a s n o p a r ecía n d es ­ tin a d os a u n a vid a m u y feliz, p u es to q u e n o ten d rá n ca sa , n i tierra s , n i p r o p ied a d es d e n in g ú n g én ero, s in o q u e h a b rá n d e v iv ir c o m o u n a g u a r n ició n d e m ercen a rio s , s in c o b r a r s iq u ier a la p a g a d e m er ce­ n a rios , c o m o a ñ a d e S ó cr a tes p a ra d a r a la cr ítica d e su a m ig o m á s fu er za a ú n d e la q u e ten ía . L o ú n ico q u e s e le co n tes tó fu e lo s ig u ien te: "N u es tr o o b jeto a l fu n d a r la ciu d a d n o fu e o fr e c e r u n a fe lic i­ d a d es p ecia l a u n a cla s e d eter m in a d a , s in o a tod a la ciu d a d , en la m ed id a d e lo p o s ib le.”

P LA TÓ N 1

98

L os p r o c ed im ie n to s p rop u es tos era n la co n clu ­ s ión ló g ic a d e la ciu d a d - es ta d o, y P la tó n vio q u e n o ten d ría p r o b a b ilid a d es d e s o b r evivir s i n o er a lle ­ va d a a la s ú ltim a s co n clu s ion es ló g ica s y lib r a d a d e los ca p r ich o s in d ivid u a les qu e, en la s cir cu n s ­ ta n cia s d e a q u el tiem p o, n o s ervía n s in o p a ra d a r lu g a r a q u e a ctu a s en la s fu er za s d es tru ctora s q u e ya ven ía n tra b a ja n d o en su s en o. U n ica m en te si co n s erva b a la h o m o g en eid a d , o m á s b ie n la a r m o ­ n ía , c o m o h u b iera p r e fe r id o d e c ir P la tón , b a s a d a en q u e ca d a ciu d a d a n o a cep ta s e el d es em p eñ o d e u n a fu n ción en co n s on a n cia co n su ca r á cter y ca ­ p a cid a d , p o d ía

es p era r salvarse'. N o

es ex tra ñ o,

pu es, q u e el s a n to d el p la ton is m o s ea S ócra tes , q u ien es p eró la m u er te en la p ris ión , m ien tr a s su s a m i­ g os le p r ep a ra b a n la fu ga , y co n tes tó a su s in d ica ­ cio n es en los tér m in o s s igu ien tes : “¿C reéis q u e u n a ciu d a d p u ed e ex is tir, y evita r vers e s u b vertid a d e a rr ib a a b a jo, si su s d ecis io n es ca recen d e fu er za y p u ed en s er n u lifica d a s o evita d a s p o r los in d ivid u os p a r ticu la r es ?” L a o b je c ió n m á s a p r em ia n te n a cía d ir ecta m en te d e la s en s eñ a n za s m is m a s d e S ócra tes . E n su es ­ fu e r zo p o r m ejo r a r a los h om b res y p ers u a d irles , c o m o él m is m o d ijo, a “ten er cu id a d o d e su s a lm a s ", tra tó d e h a cerles ve r q u e n o d eb ía n con ten ta rs e co n a ctos in d ivid u a les d e vir tu d — con a ccion es ju s ­ tas, va lien tes , b on d a d os a s , etc.— , s in o q u e d eb ía n h a cer cu a n to p u d iera n p o r co m p r en d er y d e fin ir la n a tu ra leza d e la ju s ticia , d el va lo r y d e la b on d a d , q u e es tá n d etrá s d e a q u ellos a ctos . Q u izá n i el m is ­ m o P la tó n a d vir tió d e p r o n to la d ificu lta d q u e es o im p lica . E r a in evita b le q u e el s e n cillo fe r vo r d e S ócra tes , qu e, c o m o d ice A ris tó teles , se in teres a b a ex clu s iva m en te p o r los p r o b lem a s d e la con d u cta ,

PLA TÓ N 1

99

s u s cita s e o b jecio n es y cr ítica s en la s viva s y es cép ­ tica s in telig en cia s d e la G r ecia co n tem p orá n ea . L a o b jeció n es la s ig u ien te: tu s ex h orta cion es , S ócra tes , im p lica n u n a s u p os ición fu n d a m en ta l, la s u p os ición d e q u e la ju s ticia y la vir tu d exis ten a p a r­ te d e los a ctos en q u e se m a n ifies ta n . P er o ¿exis ten r ea lm en te la ju s ticia y la vir tu d a b s olu ta s ? L a v e r ­ d a d es q u e a lgu n a s p ers on a s h a n a ctu a d o en d ife ­ ren tes

tiem p os y circu n s ta n cia s d e u n a m a n er a

q u e lla m a m o s ju s ta ; p e r o n in gu n a d e esa s a ccio n es s ep a ra d a s p u ed e s er co n s id er a d a c o m o id én tica co n la ju s ticia p er fecta , cu ya d e fin ic ió n b u s ca m os . N o s on s in o a p rox im a cion es m u y im p erfecta s . P ero, des pu és d e tod o, ¿qu é p u ed e d ecirs e qu e exista, fu e­ ra d e los a ctos p a rticu la res ju s tos ? Y si n o exis te tu ju s ticia u nivers al, ¿qu é ga n a m os con p er s eg u ir u n fu e g o fa tu o? E l s eg u n d o o b jeto d e cr ítica era la ex h o r ta ció n a “ten er cu id a d o d el a lm a ”, y a h a cerlo p o r el m is m o m éto d o a u to in ter r o g a tivo s ob re el q u e S ócra tes in s is tía : p o rq u e es ta in d ica ció n

o fr e c ía

ta m b ién

u n a n oved a d ex tr em a d a . L a m a yo r p a rte d e los g r ieg o s era n h om b res d e ca r á cter m u y p os itivis ta , co n los p ies fir m e m e n te a s en ta d os s ob re la tierra . La

p s y c h e

n o era co s a q u e les in teres a s e m u ch o. S e

co n ten ta b a n co n n o cio n es va ga s , h ered a d a s d e la s creen cia s p r im itiva s y con s a gra d a s p o r H o m er o , s egú n la s cu a les la

p s y c h e

er a u n a es p ecie d e h á lito

o d e va p o r qu e a n im a b a a l cu erp o, p er o cu ya e fic a ­ cia d ep en d ía , a su vez, d el cu erp o. A l m orir, el cu er­ p o p erecía , y la

p s y c h e ,

p r iva d a d e d o m ic ilio , p o r

a sí d ecir lo , en tr a b a en u n a ex is ten cia p á lid a y u m ­ b ros a , s in p en s a m ien to n i fu erza . A u n p a r a a q u e­ llos qu e, a tra vés d e los m is terios , es p era b a n a lg o m ejo r d es p u és d e la m u erte, res u lta b a n u evo y s o r ­

100

PLA TÓ N 1

p ren d en te o ír q u e la

p s y c h e

er a el a s ien to d e la s

fa cu lta d es m o r a les e in telectu a les , y q u e ten ía m u ­ ch a m á s im p o r ta n cia q u e el cu erp o. P a r a s o s ten er es a s op in io n es n u eva s en fr en te d e la crítica , la s d o s ver tien tes d e la filo s o fía d e q u e h a b la m os a l p r in cip io , la ver tien te m eta fís ica y la m or a l, ten ía n q u e ju n ta rs e o reu n irs e. E r a és ta u n a ta rea p a r a la cu a l P la tón es ta b a in s u p er a b lem en te d o ta d o, p o rq u e, a l co n tr a r io q u e S ócra tes , s en tía h o n d o in terés p o r los p r o b lem a s d e la n a tu ra leza d e la r ea lid a d , lo m is m o q u e p o r los d e la ética . Cu ando

se p la n teó la

s o lu ció n

d el p r o b lem a

cen tra l, r e la tivo a lo q u e es rea l y a lo q u e n o lo es, P la tón es ta b a p r ofu n d a m en te in flu id o p o r d os p en ­ s a d ores a n ter io r es cu ya s o p in io n es ya h em os ex a ­ m in a d o, H e r á c lito y P a rm én id es . L o s h era clitea n os s os ten ía n q u e en el m u n d o d el es p a cio y el tiem p o to d o es ta b a en p er p etu a flu en cia . E l ca m ­ b io ni p o r u n m o m en to d eja b a d e p rod u cirs e, y n a d a er a la m is m a co s a en d os in s ta n tes con s ecu tivos . L a co n s ecu en cia d e es ta d o ctr in a er a q u e n o p o d ía h a b er c o n o c im ie n to d e es te m u n d o, p u es n a d ie p u ed e d e c ir q u e h a c o n o c id o a lg o q u e en es te m o ­ m en to es d ifer en te d e lo q u e er a h a ce u n in s ta n te. E l c o n o c im ie n to r eq u iere u n o b jeto p erm a n en te qu e p u ed a s er co n o cid o . P o r o tr o la d o, P a rm én id es h a b ía d ich o q u e es a r ea lid a d p er m a n en te ex is te, y q u e s ó lo p u ed e s er d es cu b ierta p o r la a ctivid a d d e la m en te, c o m p le ta m e n te a p a r te d e la a ctivid a d d e los s en tid os . E l ob jeto d el co n o cim ien to tien e qu e s er in m u ta b le y etern o, lib r e d el tie m p o y d el ca m ­ b io, en ta n to q u e los s en tid os s ó lo n os p o n en en co n ta cto co n lo m u d a b le y p er eced ero . E s ta s r eflex io n es , ju n ta m en te co n u n p r o fu n d o in terés p o r la s m a tem á tica s p ita g ó rica s , fu er on la

P LA TÓ N 1

101

b a s e d e q u e p a r tió P la to n en su s m ed ita cio n es s o b r e los p r ob lem a s d e la d e fin ic ió n q u e S ócra tes h a b ía p la n tea d o en el ter r en o d e la ética . P a ra él, d o s cos a s es ta b a n s im u ltá n ea m en te a d is cu s ión : la ex is ten cia d e p r in c ip io s m or a les a b s olu tos , lo cu a l co n s titu ía el leg a d o d e S ócra tes , y la p o s ib ilid a d d el c o n o c im ie n to cie n tífico , qu e, s egú n la teo r ía h era clitea n a d el m u n d o, er a u n a q u im era . P la tó n cr eía a p a s io n a d a m en te en a m b a s cos a s , y p u es to q u e p a ra él er a im p en s a b le u n a s o lu ción es cép tica , h izo la o tr a co s a q u e q u ed a b a c o m o ú n ica p o s ib le. S o s ­ tu vo q u e los o b jetos d el co n o cim ie n to , la s cos a s q u e p u ed en s er d efin id a s , ex is ten , p e r o n o p u ed en s er id en tifica d a s con n a d a d el m u n d o p er cep tib le. E x is ten en u n m u n d o id ea l, fu er a d el es p a cio y el tiem p o . T a les s on la s fa m os a s "id ea s p la tón ica s , lla m a d a s a s í p o r u n a tra n s litera ció n d e la p a la b ra g r ieg a

id e a ,

q u e P la tón le a p licó, y qu e s ig n ifica m o ­

d elo o p a trón . A s í, p u es , n u es tra p a la b r a “id ea ” es u n a tra d u cción to d o lo im p r o p ia q u e p u d ier a d e ­ s ea rs e, p u es n os s u g ier e a lg o q u e n o tien e ex is ten ­ cia fu er a d e n u es tra s m en tes , m ien tra s q u e p a ra P la tó n ú n ica m en te la s

id e a i

ten ía n ex is ten cia p le ­

na , c o m p le ta e in d ep en d ien te. S in em b a r g o , en o tr o s en tid o es a m is m a p a la b r a n os a yu d a rá a co m p r en d er q u é era n lo s en tes a lo s q u e P la tó n a trib u ía es a ex is ten cia p er fec ta e in d e­ p en d ien te. D ecim o s q u e ten em o s u n a "id e a ” d e la b o n d a d o d e la ig u a ld a d , q u e n os p er m ite ex p r es a r la s m is m a s cos a s cu a n d o h a b la m os d e u n b u en vin o o d e u n b u en ju g a d o r d e crick et, d e triá n g u los ig u a ­ les y d e igu a les p r o b a b ilid a d es , a u n q u e p a r ezca q u e tien en p o c o en co m ú n en tre s í el vin o y los ju g a d o res d e crick et, los triá n gu lo s y las p r o b a b i­ lid a d es . S i n o h u b iera u n a b a s e d e s ig n ifica ció n

102

PLATÓ N 1

co m ú n cu a n d o a p lica m os el m is m o e p íte to a o b je ­ tos d iferen tes , s ería im p os ib le la com u n ica ción en ­ tre los h om b res . E s a b a s e com ú n es lo q u e lla m a m os id ea o co n ce p to d e la ig u a ld a d y d e la b on d a d . L a m a yo r p a rte d e la s p ers on a s d e fen d er ía n b r a va ­ m en te su d er ech o a s eg u ir u s a n d o la p a la b ra "b u e­ n o ”, y d ir ía n q u e tien e u n s ig n ifica d o p o r s í m is m a . S in em b a r g o , su u s o im p lic a u n ve r d a d er o p r o b le ­ m a in telectu a l, y, en efecto, a lgu n os filó s o fo s d e h oy, en q u e ya n o es tá n d e m o d a la s o p in io n es d e P la ­ tó n en tre n u es tr os in telectu a les , se s ien ten d em a ­ s ia d o in clin a d o s a d is cu tir es a p r e te n s ió n d e q u e el u s o d e los tér m in os g en era les s ea le g ítim o en a b s olu to. C ierta m en te, a lgu n os d e los q u e los u s a ­ m os n os ve r ía m o s en g ra n d es a p r ietos p a ra d ecir lo q u e h a y d e co m ú n en tre la h a b ilid a d co r p o r a l n eces a ria p a r a h a cer r o d a r en d er ech u r a u n a p e ­ lo ta o p a ra a tin a r a u n a d ifícil, y el s a b or d e u n vin o. P la tó n d ir ía q u e s í tien en a lg o en co m ú n , y qu e es to s ó lo p o d r ía s er ex p lica d o s u p o n ien d o q u e u n a cos a y otr a p a r ticip en ig u a lm en te d e la id ea d e lo B u en o. T en éis r a zó n en h a b la r c o m o lo h a céis d e las id ea s d e b on d a d y d e igu a ld a d — a ñ a d ir ía — ; p ero s on p r ecis a m en te es a s cos a s q u e lla m á is

m

e ra s

id ea s , o co n cep to s d e la m en te, la s q u e ten em os q u e creer q u e s on en tid a d es a b s olu ta s con exis ten cia in d ep en d ien te d e n u es tra m en te y fu er a d el tiem p o y d el ca m b io. D e otr a m a n era , el c o n o c im ie n to es u n s u eñ o va n o y su ob jeto u n a fa n ta s ía . A s is tid o p o r s em eja n te fe, p u ed e u n o r a zo n a b le m en te em p r e n ­ d e r la b u s ca d e la d efin ició n d e lo b u en o, y, en co n ­ s ecu en cia , co m p r en d er á d os fe n ó m en o s d ifer en tes d e n u es tro m u n d o — p o r ejem p lo , el ju g a d o r d e cr ick et y el vin o — en su com ú n ca rá cter d e b u en os , r efir ié n d o s e a u n p r in c ip io com ú n .

PL A TÓ N 1

103

D eb em o s s u p on er, p u es , u n m u n d o id ea l q u e co n tien e

los

p r o to tip o s

etern os

y p er fecto s

d el

m u n d o n a tu ra l. T o d o lo q u e n u es tr o m u n d o tien e d e cu a s i ex is ten cia lo d eb e a la im p e r fec ta p a r tic i­ p a ció n en la p le n a y p e r fe c ta ex is ten cia d el otr o. Y c o m o es ta a ctitu d tien e en s í a lgo d e u n a creen cia ca s i r elig ios a , y h a s ta d e ex p er ien cia m ís tica , y n o p u ed e s er co m p leta m e n te ex p lica d a p o r a r g u m en ­ tos r a cio n a les (a u n q u e P la tó n h a ya s o s ten id o con m u ch o em p eñ o q u e los a rg u m en tos r a cio n a les d e­ m u es tra n q u e n o p o d em o s h a cer n a d a s in ella ), P la tó n recu r r e a la m etá fo r a p a ra e x p lica r la rela ­ c ió n en tre los d os m u n d os . A ris tó teles rep u ta b a es to c o m o u n a d eb ilid a d , p er o d ifíc ilm e n te p o d ía s er d e o tr a m a n era . A lgu n a s veces h a b la P la tó n d el m u n d o id ea l c o m o m o d e lo o p a trón d el o tr o , q u e lo im ita en la m ed id a en q u e p u ed en h a cerlo las cos a s m a teria les , y otra s veces se r e fie r e a la p a r ­ ticip a ció n d el u n o en la ex is ten cia d el otr o. P a ra ex p res a r es a r e la c ió n u s a b a p r e fer en tem en te u n a p a la b ra q u e s u giere la q u e h a y en tre la in ter p r e­ ta ción q u e u n a ctor h a ce d e u n p a p el y el p a p el m is ­ m o ta l c o m o fu e co n c e b id o p o r el a u to r d e la ob ra . H e m o s lle g a d o a la d o ctr in a d e la s id ea s , c o m o lo h izo P la tón , p o r el ca m in o d e S ócra tes , y, p o r lo ta n to, h em o s en co n tr a d o p r im er o la s id ea s m o ­ ra les y los co n cep to s in telectu a les . P e r o P la tó n la a m p lió h a s ta in clu ir tod a s la s es p ecies n a tu ra les . S ó lo r eco n o cem o s a los ca b a llos in d ivid u a les c o m o m iem b r o s d e u n a es p ecie ú n ica , y ten em os u n c o n ­ cep to q u e n os p e r m ite u s a r y d e fin ir el tér m in o gen er a l “ca b a llo ” , p o r q u e en el m u n d o in m a teria l ex is te u n id ea l a b s olu to d e ca b a llo, d e cu yo s er p a r­ ticip a n im p e r fec ta y tra n s itor ia m en te los ca b a llos in d ivid u a les d e es te m u n d o.

104

PL A TÓ N 1

C u a n d o S ócra tes d ice en el

F e d ó n ,

con m a n ifies ta

ta u tología : “A es to m e a d h iero d e cora zón , s im p le y s en cilla m en te, y q u izá n ecia m en te... qu e es p o r la b elleza p o r lo q u e s on b ella s la s cos a s b ella s .”* Q u ier e d ecir , tr a d u cien d o es a s p a la b ra s a u n a ter ­ m in o lo g ía m á s m od ern a : “N o p o d em o s d a r u n a ex p lica ció n c ie n tífic a d e u n a cos a (es d ecir, d e u n e je m p lo p a r ticu la r ) s i n o lo r ela cio n a m o s co n la cla s e a la q u e p erten ece, y es to im p lica el c o n o c i­ m ien to d el co n ce p to d e d ich a cla s e.” Es

és ta

u na

a fir m a c ió n

co n

la

qu e

m u ch a s

g en tes d e h o y n o se m os tr a r á n d is con for m es , p er o n o se m os tra rá n d e a cu er d o co n P la tó n en a tr ib u ir a es e co n cep to d e cla s e u n a ex is ten cia in d ivid u a l p rop ia , in d ep en d ien te d e lo s m iem b r o s d e la cla s e, n i el ca r á cter co n s ta n te e in va r ia b le q u e es co n s e­ cu en cia d e la ex is ten cia in d ep en d ien te. S i a P la tón le p a r ecía q u e to d o es to se s eg u ía ló g ica m en te, era in d u d a b le q u e s e d eb ía a d eter m in a d a s p r e d ile c ­ cio n es filo s ó fic a s su yas . E n p r im e r lu ga r, c o m p a r ­ tía co n S ócra tes es tos d os ra s gos fu n d a m en ta les : la fe en la p o s ib ilid a d d el c o n o cim ie n to y la c o n ­ vic c ió n d e q u e s on n eces a r ios p r in c ip io s m or a les a b s olu tos . Y a u n q u e a n os otro s p u ed a p a r ec em o s q u e es p o s ib le c o m p a r tir es a fe s in s u p o n er q u e h a y en tid a d es etern a s fu era d el m u n d o d el tiem p o y el es p a cio, la cos a era m u ch o m á s d ifíc il en la fa s e p a r ticu la r d e la h is to r ia d e la filo s o fía en q u e P la tón

d es a r r o lló

su

p en s a m ien to.

No

ten em o s

m á s q u e r efle x io n a r p o r u n m o m en to s ob re la h is ­ *La

p a la b r a

h a ló n ,

q u e n o tien e eq u iva len te ex a cto en

in g lés , d e n in g ú n m o d o es tá a d ecu a d a m en te r ep r es en ta d a p o r su tr a d u cción tr a d ic io n a l m ed ia n te la p a la b r a M a s c o m o es ta cu es tión

b e a u t if u l.

n o a fecta p a r a n a d a a l p res en te

r a zo n a m ien to , la d e ja r e m o s p a r a o tr a oca s ión .

PL A TÓ N 1

105

to r ia a n te r io r d e la filo s o fía g r ieg a q u e h a s ta a q u í h em o s s eg u id o: el in ces a n te flu jo q u e los h era clitea n os a trib u ía n a l m u n d o n a tu ra l, y la in s is ten cia d e P a r m én id es en q u e lo q u e es rea l d eb e s er eter ­ n o e in m u ta b le. D e h ech o, h a y en el p en s a m ien to co r r ie n te d e n u es tro tie m p o r ep r o d u ccio n es d e la s id e a s

p la tó n ica s m u ch o m á s p a recid a s d e lo q u e

p u d ier a p en s a rs e. S i s e les p regu n ta s e a q u ien es la s em p lea n , n eg a r ía n q u e ten ga n en la m en te c o n ­ cep tos s em eja n tes ; p ero, en rea lid a d , u n a ca n tid a d s o rp r en d en te d el p en s a m ien to c o tid ia n o se c o n ­ d u ce c o m o si h u b iera en tid a d es rea les e in m u ta ­ b les co rr es p o n d ien tes a los tér m in o s g en er a les q u e u s a m os . E n cien cia , ten em o s la s leyes d e la n a tu ­ r a leza . S i n o en la a ctu a lid a d , p o r lo m en o s en el p a s a d o m á s recien te, ca d a u n a d e es a s leyes era tra ta d a c o m o si ex is tier a a p a rte d e los a co n tec i­ m ien to s en q u e se m a n ifies ta , a con tecim ien tos qu e, n a tu ra lm en te, n u n ca s on d el to d o u n ifo r m es n i se r ep iten n u n ca co n exa ctitu d . S i se les p regu n ta a los cien tífico s , co n tes ta n q u e n o s on m á s q u e c o n ­ ven ien cia s p rá ctica s y s ó lo tos ca s a p r o x im a cio n es a la verd a d . R ep r es en ta n fu ertes p r ob a b ilid a d es , p e r o n o m á s . S in em b a r g o , se h a n leva n ta d o im p o ­ n en tes con s tr u ccion es d e teoría s cie n tífica s s ob re el s u p u es to d e su ver d a d in va ria b le. S in la fe en q u e la s m is m a s leyes d e la n a tu ra leza o p er a r á n m a ñ a ­ n a co m o h a n o p era d o h oy, la cien cia n o p rogres a ría . P e r o n o es m á s q u e fe, a n o s er q u e les d em os u n a va lid e z

tra s cen d en ta l

y

a b s olu ta .

Las

tra ta m os

c o m o si tu viera n es e ca r á cter a b s olu to, y al m is m o tie m p o n ega m os q u e lo ten ga n . E je m p lo a ú n m e jo r d e la ob jetiva ció n , p o r lo m en o s en el len gu a je co rr ien te, d e u n tér m in o g e ­ n era l es el q u e se co m e n ta en u n a p én d ice a l lib r o

106

de m

PL ATÓ N 1

O g d en

e a n in g .

y

R ich a r d s

titu la d o

T h e

m

e a n in g

o

f

E s tá es crito p o r u n m éd ico, y el ejem p lo se

r e fie r e a l em p leo d e los n om b res d e en ferm ed a d es . L a p a la b ra "in flu en za ” es eje m p lo p e r fec to d e u n tér m in o g en era l qu e d es ig n a u n a s erie d e ca s os p a r ­ ticu la res en tre los cu a les n o h a y d os ex a cta m en te ig u a les . Y , s in em b a r g o , se h a b la d e "in flu e n za ” c o m o d e a lg o a b s olu to, d e u n a

c o s a

q u e exis te p o r

d er ech o p r o p io . H a y m u ch a s p ers on a s qu e, s i se les p la n tea s e la cu es tión d irecta m en te, a u n n o a cer ­ ta ría n a ve r q u e n o tien e u n a ex is ten cia in d ep e n ­ d ien te d e es e tip o. Y n o ob s ta n te, c o m o d ice el a u tor, n u es tra ex p er ie n cia n o co n o ce e n fer m ed a ­ d es , s in o p ers on a s en fer m a s , en tre la s q u e n o h a y d os q u e p res en ten ex a cta m en te los m is m o s s ín ­ tom a s . E l tér m in o g en er a l n o rep res en ta n a d a rea l q u e es té fu era y p o r en cim a d e los ca s os in d ivi­ d u a les . E l p u n to o fr e c e a q u í im p o r ta n cia p rá ctica , p o rq u e la d es p reocu p a d a o b jetiva ció n d e la e n fe r ­ m ed a d p u ed e c o n d u c ir a l m éd ico a u n p u n to d e vis ta r íg id o q u e q u izá s ea m á s p erju d icia l q u e b en e­ fic io s o p a ra el en fer m o . P o d em o s d ecir , p u es , q u e en cie r to m o d o P la tó n e le vó a la jer a r q u ía

d e d o ctr in a filo s ó fic a , y lo

d e fe n d ió c o m o ta l, lo q u e m u ch os d e n os otro s a d ­ m itim o s in c o n s c ie n te m e n te en n u es tra s c o n ve r ­ s a cion es y es critos ; a s a b er, la ex is ten cia d e a lg o in va r ia b le q u e co r r e s p o n d e a los tér m in o s g en er a ­ les q u e u s a m os , fu era y p o r en cim a d e los va ria b les ejem p los in d ivid u a les , in clu id os tod os en el tér m in o gen era l. L a d ifer en cia es tá en qu e, m ien tra s el h o m ­ b re co r r ien te s igu e to d a vía en gra n m ed id a en la a ctitu d en qu e le en con tró S ócra tes — d e la n za r g r a ­ tu ita m en te tér m in o s g en era les s in d eten ers e a p en ­ s a r si s a b e lo q u e s ig n ifica n — , la cr een cia r eflex i-

PL ATÓ N 1

107

va m en te m a n ten id a p o r P la tó n d e q u e rep res en ta n u n a rea lid a d m eta fís ica ten d ía a a b on a r la en s eñ a n ­ za d e S ócra tes , s egú n la cu a l n u n ca ir em o s a n in ­ gu n a p a rte s i n o h a cem o s lo n eces a r io p a ra ello, o sea tom a r n os el tra b a jo d e a ver ig u a r ex a cta m en te lo q u e es os tér m in os s ig n ifica n . D a d a , p u es , la ex is ten cia d e u n m u n d o m o d e lo p e r fec to e in tem p o ra l, y d a d o q u e cu a lq u ier r ea li­ da d qu e p od a m os

a tr ib u ir a los fe n ó m en o s d el

m u n d o en q u e vivim o s s e d eb e a su p a r ticip a ció n , en m ed id a lim ita d a , en la r ea lid a d d e la s F orm a s tra s cen d en tes , ¿có m o y cu á n d o — p o d em o s p r eg u n ­ ta m o s — con ocerem os esas F orm a s etern a s , d e s u er­ te q u e p o r r efer en cia a ella s p o d a m o s id e n tifica r la s cria tu ra s q u e vem os , o r e c o n o c e r c o m o p a r tic i­ p a n tes en la b o n d a d o la b e lleza la s a ccio n es qu e se ejecu ta n a n te n os otros ? E n es te p u n to, P la tón d es a r r o lló y co n fir m ó , a la lu z d e la en s eñ a n za r e li­ g io s a d e los ó r fic o s y d e los p ita góricos , o tr o a s p ec­ to d e S ócra tes . Y a h e d ic h o q u e o tr a ex h o r ta ció n s o cr á tica q u e n eces ita b a ex p lica ció n y d efen s a era la q u e r eco m en d a b a el cu id a d o d el a lm a ; y P la tón vio el p u en te en tre la m en te h u m a n a , ter r en a lm en ­ te lim ita d a , y el m u n d o tra s cen d en te d e la s idea s, en la s d o ctrin a s d e los r efo r m a d o r es r elig io s o s a cer ca d e la n a tu r a leza d e la co rr ien tes

en tre los

p s y c h e .

g r ieg os ,

cu a n d o el cu er p o m o r ía , la

S egú n la s cr een cia s c o m o ya

p s y c h e ,

s a b em os ,

m e r o es p ectro

s in d o m ic ilio , se d es liza b a (" c o m o h u m o ” , a l d ecir d e H o m e r o ) a u n a ex is ten cia p á lid a y u m b ros a , sin in telig en cia n i fu erza , p u es és ta s le era n c o m u n i­ ca d a s c o m o res u lta d o d e su in ves tid u ra en los ó r ­ g a n os c o r p o r a le s . Q u izá (c o m o S ó c r a te s el d ía d e su m u er te a cu s a m a lig n a m en te d e cr e er lo a sus a m ig o s ) era es p ecia lm en te p e lig r o s o m o r ir cu a n d o

P LA TÓ N 1

108

s op la b a vien to fu erte, p o rq u e p o d ía a rr a s tr a r a la p s y c h e

y es p a rcirla p o r los cu a tro á n gu los d el m u n ­

d o. N o tie n e n a d a d e e x tr a ñ o q u e en u n a m b ie n ­ te d e creen cia s s em eja n tes la a firm a ción d e S ócra tes , d e q u e la

p s y c h e

era m u ch o m á s im p o r ta n te q u e el

cu erp o, y q u e h a b ía q u e cu id a rla a u n a exp en s a s d e és te, h a lla s e u n a in cred u lid a d g en era l. E n a p o yo d e es ta co n vic ció n d e su m a es tro, P la ­ tón a fir m ó la ver d a d d e la d o ctr in a r e lig io s a p ita ­ g ór ica , a s a b er, q u e el a lm a p er ten ece en es en cia a l m u n d o eter n o y n o a l tra n s itor io. H a ten id o m u ­ ch a s vid a s terres tres , y a n tes y en tre ca d a d os d e ella s , m ien tr a s es tu vo d es en ca m a d a , tu vo a lgu n os vis lu m b res d e la rea lid a d d el m á s a llá . P a r a ella , la m u erte d el cu er p o n o es u n m a l, s in o, a n tes b ien , u n a r en o va ció n d e la ver d a d er a vid a . E l cu er p o es c o m p a r a d o a u n a p r is ió n y a u n a tu m b a , d e la s cu a les a n h ela lib er ta r s e el a lm a p a ra r eg r es a r al m u n d o d e la s Id ea s , con la s q u e h a b ía d ep a r tid o a n tes d e s u vid a terres tre. L a d o ctr in a d e la s id ea s va p a r eja co n la cr een cia en la in m o r ta lid a d — o, p o r lo m en os , en la p r eex is ten cia — d el a lm a , y ex ­ p lica el s a b er — la a d q u is ició n d e c o n o cim ie n to s en es ta vid a — c o m o u n p r o ces o d e r em em o r a ció n . L a s cos a s q u e p er ciB im o s en to r n o n u es tro n o n os d a n p o r p r im e r a ve z el c o n o c im ie n to d e la s n o c io ­ n es d e lo u n ivers a l y lo p er fecto qu e cr eem os p os eer. M a s , a ca u s a d e q u e ya h em o s ten id o la vis ió n d ir ecta d e la s verd a d era s rea lid a d es , n os es p o s i­ b le, m ed ia n te los d éb iles e im p e r fec to s r e flejo s d e ella s en la tierra ,

r e c o r d a r

lo q u e en o tr o tiem p o

h em os c o n o cid o , a u n q u e lo h a ya m os o lvid a d o a l co n ta m in a rs e el a lm a co n los d es h ech os m a ter ia ­ les d el cu erp o. E l s u p u es to b á s ico d e la d octrin a es q u e lo im p e r ­

PL A TÓ N 1

109

fe c to p o r s í m is m o n o p o d r á lle va m o s n u n ca a l co n o c im ie n to d e lo p er fecto . E n es te m u n d o n o h a y d os cos a s ex a cta s y m a tem á tica m en te igu a les . A s í, p u es , s i ten em os en n u es tra m en te u n a id ea d e fin ib le d el ve r d a d er o s ig n ifica d o d e la p a la b ra “ig u a l", n o h em o s p o d id o o b ten er la d el m er o ex a ­ m en o co m p a r a ció n d e los p a los q u e vem o s o d e la s lín ea s q u e tra za m os . E s ta s a p r o x im a cio n es fís i­ ca s p u ed en s er es tu d ia d a s , p e r o s ó lo p o r q u e p u e­ d en a yu d a r a la m en te a r ec o b r a r el co n o cim ie n to p er fecto q u e tu vo en o tr o tiem p o y qu e, p o r lo ta n to, es tá la ten te en ella . É s te es el p a p el d e la s en s a ció n en la a d q u is ición d el co n o cim ien to . N o p u ed e p res cin d ir s e d e ella ; p er o, p u es to q u e to d o el c o n o c i­ m ien to a d q u ir id o en es te m u n d o es en rea lid a d , u n a r em em o r a ció n , el filó s o fo , u n a ve z q u e h a s id o p u es to en el ca m in o p o r la p e r cep ció n s en s ib le, ig n o r a r á a l cu er p o cu a n to le s ea p o s ib le y s u b yu ­ g a r á su s d es eos , p a ra lib e r ta r a l a lm a (es to es, la m en te, p a r a P la tó n ) y d eja r la eleva rs e p o r en cim a d el m u n d o d e los s en tid os y r eco b r a r el c o n o c i­ m ien to d e la s fo r m a s p er fecta s . S egú n la ex p r es ión d el S ócra tes p la tó n ico , la filo s o fía es “u n a p r e p a ­ r a ció n p a r a la m u er te” , en cu a n to q u e su o b je to es p r ep a ra r el a lm a p a ra q u ed a rs e p er m a n en tem en te en el m u n d o d e la s id ea s , en lu g a r d e vers e c o n d e ­ n a d a a vo lver , u n a ve z m á s a la s lim ita cio n es d e u n a fá b r ica m orta l. E s ta o p in ió n a cerca d e la n a tu ra leza d el a lm a , c o m o ex p lica ció n ú ltim a d e la p o s ib ilid a d d el c o ­ n o cim ien to , F e d ó n ,

im p r eg n a

to d o d el d iá lo g o

titu la d o

d o n d e a p a rece ex p u es ta en fo r m a d ia léctica

y a la ve z en el len gu a je s im b ó lico d el m ito co n qu e ter m in a el d iá lo g o . E n o tr o d e és tos , el

M

e n ó n ,

se

in ten ta tra ta r la teo r ía d el r ecu erd o c o m o s u s cep ti-

110

PLA TÓ N 1

b le d e d em o s tr a ció n ló g ica , a u n q u e la co m b in a ­ ció n d e r e lig ió n y filo s o fía q u e im p lic a es s u g erid a d es d e el c o m ie n zo a l r efer ir s e S ócr a tes a ella co m o d o ctr in a s u s ten ta d a p o r “los s a cerd otes y la s s a ­ cerd otis a s ,

q u e tien en

in terés

en

h a cerla

s er vir

p a ra ex p lica r su s a ctos ". P o r o tr a p a rte, a d em á s , es te a s p ecto d el p la to n is m o se en cu en tra p r in c i­ p a lm en te en los gra n d es m ito s q u e fo r m a n u n a es p ecie d e ex o r n o fin a l en m u ch os d e los d iá log os . E l m a yo r es el m ito d e E r, a l fin a l d e la

R e p ú b lic a ,

d o n d e s e h a ce u n r ela to c o m p le to d e la h is to r ia d el a lm a , su s erie d e en ca rn a cion es , lo q u e le s u ced e en los in ter m ed io s d e su s vid a s terres tres , y có m o , u n a ve z d el to d o p u r ifica d a , es ca p a p a r a s iem p r e d el c ic lo d e los n a cim ien tos . E l h ech o d e q u e n o r eco r d em o s la s verd a d es q u e h em o s vis to en el o tr o m u n d o s e ex p lica en el m ito d ic ien d o qu e, cu a n d o ya es tá n lis ta s p a r a r een ca rn a r, la s a lm a s s on ob lig a d a s a b e b e r d el a gu a d el L eteo . P r ecis a ­ m en te cu a n d o se les h a ce a tra ves a r u n a lla n u ra a rd ien te y res eca , la s a lm a s s ien ten el m á s vivo d es eo d e b eb er, y d es cu b ren el g r a d o a q u e h a n lle ­ g a d o en la filo s o fía p o r el v ig o r q u e m u es tren en res is tir a la ten ta ción . N o ob s ta n te, tod a s b eb en a lg o, a m en o s q u e ya es tén d es tin a d a s a es ca p a r d el cu er p o p a r a en tr a r en etern a co m u n ió n con la verd a d . E s te m o tivo d el a gu a d el L e te o tien e p a ­ ra lelos n u m eros os en G r ecia ta n to en la m ito lo g ía c o m o en el cu lto, y e je m p lific a el u s o q u e P la tón h a cía d e m a ter ia les tra d icio n a les p a r a su s p r o p io s fin es . P a r a él, q u izá , n o er a otr a co s a q u e u n a ex ­ p r es ión a leg ó r ica d el efe c to d e la co n ta m in a ció n p o r la o n er o s a m a ter ia d el cu erp o. E n el

F e d ro

h a lla m os ta m b ién el m ito m á s d efi-

n id a m en te a leg ó r ico en q u e la n a tu ra leza com p u es -

PL A TÓ N 1

111

ta d el a lm a h u m a n a se s im b o liza rep res en tá n d ola p o r u n ca r r o a la d o en q u e u n a u r ig a h u m a n o, q u e rep res en ta a la ra zón , g u ía u n p a r d e ca b a llos , el u n o m u y vivo y n a tu ra lm en te in clin a d o a o b ed e ce r a l a u riga , y el o tr o m a lo y d es ob ed ien te. É s tos r e ­ p res en ta n el a s p ecto va lien te y h e r o ic o d e la n a tu ­ r a leza h u m a n a , in clu yen d o la fu er za d e volu n ta d , y los a p etitos co rp or a les , r es p ectiva m en te. H a ce m u ch o tiem p o, el ca r r o lleg ó h a s ta el b o r d e m is m o d el u n ivers o, d o n d e p u d o co n te m p la r la s verd a d es etern a s ; p er o la in g o b er n a b le in q u ietu d d el m a l ca b a llo lo d e r r ib ó d e a llí y vo lvió a s u m er g ir lo en el m u n d o d e la m a ter ia y el ca m b io. E l h e ch o d e q u e g r a n p a rte d e la d o ctr in a es té ex p u es ta en fo r m a m ítica h a s id o ca u s a d e q u e m u ch os d u d a s en a cer ca d e la m ed id a en q u e P la ­ tón q u ería q u e s e la tom a s e en s erio. L a m e jo r res ­ p u es ta q u e p u ed e d á rs eles es q u izá la q u e el m is m o P la tón d a en el

F e d ó n .

C o m o ya h e d ich o, a llí se s o ­

m ete la in m o r ta lid a d d el a lm a a la p ru eb a d ia léc­ tica , y el d iá lo g o ter m in a co n u n m ito q u e co n tien e m u ch os d eta lles s o b r e la vid a d el a lm a d es p u és d e la m u erte. A l fin a l, S ó cr a tes res u m e la m a ter ia en los tér m in os s igu ien tes : A h ora b ien, s os tener qu e estas cosas son exacta ­ m en te com o he d ich o s en taría m a l a u n h om b re de b u en sentido; p ero qu e eso, o a lgo p a recid o, es la verd a d p or lo qu e res p ecta a nu estras a lma s y a sus m oradas , esto (ya qu e se ha d em os tra d o qu e el a lma es in m orta l) m e p a rece adecu a do, y creo qu e es un ries go qu e b ien m erece qu e lo corra el h om b re qu e p ien sa com o nosotros. P o d em o s a d m itir q u e la ex is ten cia d e la s id ea s , la in m o r ta lid a d d el a lm a y la o p in ió n d e q u e el

112

P LA TÓ N 1

co n o c im ie n to es r ecu erd o fu er o n s u s ten ta d a s co n a b s olu ta s er ied a d c o m o d o ctrin a s filo s ó fica s . P la ­ tón cr eía q u e la m en te h u m a n a n o p o d ía ir m á s a llá co n la s ola a yu d a d e su s p a r ticu la r es in s tru ­ m en tos d e p en s a m ien to d ia léctico . P e r o es a s c o n ­ clu s io n es m is m a s ex ig en cr e er en r eg io n e s d e la ver d a d a la s q u e n o p u ed en lle g a r los m éto d o s d el r a zo n a m ien to d ia léctico . E l va lo r d el m ito res id e en q u e n os a b re ca m in o a es as r eg ion es , g ra cia s a los p o eta s y a o tr os h o m b r es d e g en io r elig io s o . T o m a m o s en cu en ta el m ito , n o p o r q u e crea m os q u e es liter a lm en te cier to , s in o c o m o m e d io p a ra d a r la e x p lica ció n p o s ib le d e ver d a d es qu e, h em os d e a d m itir , s on d em a s ia d o m is terios a s p a r a qu e ten g a m o s d em o s tr a ció n ex a cta . E n la s b r eves r eflex io n es s o b r e la filo s o fía d e P la tó n q u e a q u í es ta m os co n s ig n a n d o , er a u n p r o ­ b lem a s a b er q u é es lo q u e h a b ía q u e d e c ir y q u é lo q u e h a b ía q u e d eja r a u n la d o. C u a lq u iera q u e s ea la elección , es p r á ctica m en te im p o s ib le evita r la u n ila ter a lid a d a l p res en ta r a l h o m b r e y su s id ea s . A s í, en cu a n to p u d e, ele g í el h a b la r d e u n a d o c tr i­ n a fu n d a m en ta l, c o m o es la teo r ía d e la s id ea s , y co n ced er le la p r im a cía , q u e n a tu r a lm en te tien e, s ob re los a s p ectos m á s m eta fís ico s y a u n m ís ticos . C om o, p o r o tr a p a rte, la s o b ra s q u e leen m á s c o ­ m ú n m en te q u ien es s ien ten u n in terés g en er a l p o r P la tón s on la

R e p ú b lic a

y la s

L e y e s ,

y en ella s , p r o ­

b a b lem en te, la m a yo r a ten ció n h a d e d ir ig ir s e a los d eta lles d e s u teo r ía p o lític a , lo a n te r io r es tá q u izá ju s tifica d o . E s es en cia l p a r a c o m p r e n d e r el es p íritu co n q u e em p r e n d ió su ta rea ; y, p o r lo m e ­ n os en lo q u e a fecta a la

R e p ú b lic a ,

es u n p r elim in a r

in d is p en s a b le co n o cer tod a s la s d octrin a s im p o r ­ ta n tes q u e h em o s res eñ a d o y la p er s p ectiva es p i­

PLA TÓ N 1

113

ritu a l q u e rep res en ta n . S in em b a r g o, p o r tem o r a q u e lo q u e h a d ich o p u ed a lleva r a a lg u ien a im a g i­ n a rs e u n P la tón s en ta d o e in m ó vil, co n los ojos etern a m en te fijo s en o tr o m u n d o, r ecor d a rem os , a n tes d e term in a r, el s en tid o d el d e b e r q u e p r e d i­ ca b a , p o r ejem p lo en la a leg o r ía d e la ca vern a , en la R e p ú b lic a .

E l filó s o fo q u e h a lo g r a d o eva d ir s e d el

d r a m a d e s om b ra s rep res en ta d o en la ca vern a d e la vid a terren a l y s a lir a l m u n d o ex terio r, ilu m in a ­ d o p o r la lu z d el s ol, in evita b lem en te se s en tirá im ­ p u ls a d o — d ice P la tón — a r eg res a r p a r a co m u n ica r a su s a n tigu os co m p a ñ er o s d e p r is ió n la ver d a d q u e h a a p ren d id o. H o m b r es ta les d eb en fo rm a r, en verd a d , la cla s e g o b er n a n te d e la R ep ú b lica p la ­ tón ica . “N o ten d rá n fin los tra s torn os , h a s ta q u e n o va ya n ju n tos el p o d er p o lítico y la filo s o fía .” Pa ra g o b er n a r a d ecu a d a m en te, los g ob ern a n tes tien en q u e a lca n za r u n a s a b id u r ía ca s i d ivin a , p u es si h a n d e d ir ig ir el E s ta d o h a cia el b ien , d eb en c o n o c e r la ver d a d y n o m er a m en te su s om b ra . E s d ecir, tie­ n en qu e r eco b r a r el c o n o c im ie n to d e la id ea p e r ­ fecta , d e la cu a l s ó lo s on r eflejo s p á lid o s e in co n s ­ ta n tes tod a s la s b o n d a d es d e es te m u n d o. D e a h í la la r g a y r ig u r os a d is cip lin a a q u e tien en q u e s o ­ m eters e a n tes d e h a lla rs e p rep a ra d o s p a ra g o b e r ­ n a r. A la ed u ca ción elem en ta l, q u e se p r o lo n g a r á h a s ta los d iecis iete o d ie c io c h o a ñ os, s eg u irá n tres a ñ os d e p r ep a ra ció n fís ica y m ilita r. V en d r á n d es ­ p u és d ie z a ñ os d e es tu d io d e las m a tem á tica s s u ­ p eriores , a los q u e s eg u irá n otros cin co d ed ica d o s a la s ra m a s m á s eleva d a s d e la filo s o fía . E n ca d a u n a d e es a s eta p a s res u lta n elim in a d o s a lgu n os in ­ d ivid u os , y los q u e lleg u en h a s ta el fin y s ea n d e­ fin itiva m en te s eleccio n a d o s

p od rá n

en tr a r en el

d es em p eñ o d e ca rgos s ecu n d a rios a la ed a d d e 35

114

PL A TÓ N 1

añ os . P a ra es tos filós ofos , el p o d er p o lític o s erá u na ca rga m á s q u e u n a ten ta ción , p e r o la s o p or ta r á n p o r el b ien d e la co m u n id a d . É s ta es o tr a s eñ a l d e q u e la cla s e g o b er n a n te en el E s ta d o p la tó n ic o n o será , d e n in g u n a m a n era , la m á s a fortu n a d a , a u n ­ qu e, p o r vir tu d d e su s a b id u ría , sea, en o p in ió n d e P la tón , la m á s ver d a d er a m en te

f e liz .

VI. PLAT ÓN

2) Respuestas ética y teológica a los sofistas M e a g r a d a r í a aho ra de sarro llar un po c o m ás la doct rina ética de Plat ó n expo niendo o t ra de sus concepciones fundam entales. L a doct rina de las f o r­ m as trascendent es no fue la únic a respuest a, pue s­ to que no e ra una respuest a co m plet a en sí m ism a, a las ideas ant iso ciales de alguno s sofistas. Plat ó n siguió t am bién o t ra línea de ataque, que consist ió en suscitar la cuestió n de sabe r cuál era el est ado del alm a m e jo r y m ás saludable, y en afi rm ar que éste depe nde de la pre se ncia del o rden, que él de ­ si gnaba c o n las p alabras k osmos, que y a no s es f a­ m iliar, y taxis, p alabra m ás estrictamente lim it ada al sentido de “dispo sición o rdenada” . M e pro po ngo , pues, inqui ri r lo que si gnific aba esta co ncepció n del orden aním ic o y p o r qué puede decirse que re ­ bat ió lo s argum ent o s sofísticos. Se rá necesario exa­ m inar pri m e ro alg unas cuestiones pre lim inares, y en part ic ular — c o m o y a he adv ert ido que t endría­ m os que hac er— v o lv er p o r un m o m ent o al pe n­ sam ient o de Sócrat es. Pe ro m enc io no el t em a des­ de el principio, para que lo tengam os presente hasta llegar al fin a que ha de llev am o s nuest ro raz o ­ nam iento. En las so ciedades primitivas, en que las c o m u­ nidades so n pe que ñas y las circunst ancias cult u­ rales sencillas, no se o bserv a ningún co nflict o e n­ tre el de be r m o ral y el interés part icular. 115

PLA TÓ N 2

116

C o m o a d vier te R itte r :1 Q u ien en sus rela cion es con los h om b res y con los dioses ob s erva las costu mb res existentes, es alab ado, res p eta d o y con s id era d o b u eno; m ien tra s qu e el qu e las in frin ge es d esp recia do, ca s tiga d o y con s id era d o m alo. E n estas con diciones , la ob ed ien cia a las leyes le p rod u ce b en eficios al in d ivid u o, m ien tra s qu e la transgresión le prod u ce daños. E l ind ivid u o qu e ob e­ d ece a las costu mb res y a las leyes es feliz y se siente sa tisfecho. D es g ra cia d a m en te, es e es ta d ó d e cos a s ta n s en ­ c illo n o p u ed e d u ra r. L o s g r ieg o s h a b ía n a lca n za ­ d o u n g r a d o d e civiliza ció n m á s co m p lejo , en el qu e s e im p o n ía a su a ten ción el h ech o d e q u e los a ctos d e b a n d o ler is m o , en es p ecia l los d e b a n d o ler is m o en g r a n es ca la — los d e los h éro es con q u is ta d ores , q u e p o d ía n d es a fia r co n éx ito la s leyes y la s co s ­ tu m b res — , ta m b ién p r o d u cía n b en eficio s ; y q u e el h o m b r e res p etu os o co n la s leyes p o d ía vers e o b li­ g a d o a v iv ir en co n d icio n es m u y m od es ta s y h a s ta q u izá s u fr ir op r es ió n y p ers ecu cion es . D e a q u í n a ­ c ió la o p o s ic ió n s o fís tica en tre “n a tu r a leza ” y “le y”, y el c o n ce p to d e la Aju s ticia d e la n a tu r a leza ” n o s ó lo c o m o d ifer en te d e la d el h om b re, s in o c o m o a lg o m u ch o m á s g ra n d e y m á s p u ro. E s to es lo q u e s os tien e C a licles en el

G o r g ia s

d e P la tón , p u es a u n ­

q u e C a licles a la rd ea d e d e s p r ecia r a los s ofis ta s , r ep res en ta la s o p in io n es s o fís tica s en su ex p res ión m á s ex trem a d a . P o n e c o m o e je m p lo la en s eñ a n za d e Jerjes. C o r o la r io d e lo a n ter io r es la ecu a ció n d e lo b u e­ 1

T h e

e s s e n c e

A lles , 1933, p . 67.

o

f

P l a t o ’s

p h ilo s o p h y ,

'

tr. in g les a d e R . A.

PL A TÓ N 2

117

n o co n lo a gra d a b le, p o r d o n d e la id ea d el d eb er q u ed a ex p lícita m en te n ega d a . E l h o m b r e fu erte, q u e es el h o m b r e ju s to d e la n a tu ra leza , n o tien e m á s d eb er q u e el d e a ctu a r co n fo r m e a s u p r o p io p la cer. H a n a cid o el h ed o n is m o c o m o d o ctr in a filo s ó fica . S ócra tes y P la tó n s e d ed ica r o n a n eg a r la ig u a l­ d a d d e lo b u en o y lo a gra d a b le. P u ed e d ecir s e co n verd a d , p o r ejem p lo , q u e el o r a d o r q u e a l d ir ig ir s e a l p u eb lo s ó lo b u s ca a g r a d a r le p u ed e ca u s a rle m u ­ ch o m a l; y q u e el o r a d o r q u e tien e p o r o b je tivo el b ien p ú b lico p u ed e h a lla r n eces a r io d e cir a lgu n a s cos a s s u m a m en te d es a gra d a b les . P e r o si lo a gra d a ­ b le

e s

lo b u en o, en ton ces es im p o s ib le h a cer a fir ­

m a cion es c o m o és as . ¿C ó m o a co m etier o n S ócra tes y P la tón la em p res a d e d em os tra r qu e qu ien es id en ­ tifica b a n lo a g r a d a b le co n lo b u en o es ta b a n e q u i­ voca d os ? S ócra tes los a ta có, en p r im e r lu ga r, in s is tien d o en la n eces id a d d el c o n o c im ie n to p a ra co m p r e n ­ d er lo q u e es b u en o, in clu s o lo q u e p o r eg o ís m o p a rece b u en o. S i h a d e h a b er in teres es egoís ta s , q u e s ea n in telig en tes a l m en os . L a b u s ca

ir r e f le x iv a

d el p la cer n o p u ed e c o n d u cir m á s q u e a la d es d i­ ch a . P e r o d e es to — q u e to d o el m u n d o a d m ite— se s igu e q u e a lgu n a s a ccio n es a gra d a b les en s í m is ­ m a s p u ed en

ca u s a r g r a n

d a ñ o a l h o m b re, a u n

cu a n d o r es tr in ja m o s el s en tid o d e "d a ñ o ” a lo q u e es d es a g ra d a b le o p en os o, lo cu a l n o o c u r r ir ía s i el p la cer fu es e id é n tic o a lo b u en o, es d ecir , si fu es e la ú ltim a m eta d e la vid a . N o p u ed e

s e r

el fin p o r s í

m is m o, a u n q u e a lgu n a s veces p u ed a co n d u cir a él. N eces ita m o s o tr a p a la b r a q u e p u ed a ig u a la rs e con "lo b u en o” y ex p lica r lo . S ócra tes s u g iere u n a p a ­ la b ra q u e s ig n ifica "lo ú til” o "lo b e n e fic io s o ”. L o

PL A TÓ N 2

118

b u en o tien e q u e s er a lg o q u e s iem p r e b e n e fic ia y n u n ca d a ñ a . S i lo d e fin im o s a sí, los a ctos q u e en sí m is m os p r o d u cen p la c e r p u ed en s er r efer id o s a u n b e n e fic io ú ltim o c o m o a la r eg la m á s a lta y d e fin i­ tiva , a u n q u e n os m a n ten g a m o s tod a vía en el te ­ r r en o d el e g o ís m o p u ro. C on to d a p r o b a b ilid a d S ócra tes , ta n fu er tem en ­ te p r á ctico, n o p a s ó m á s a llá d e es te a ta q u e a los s ofis ta s en su p r o p io ter r en o. S e co m p a d ec e con su ca r á cter a l s u p o n er q u e la r e g la d e fin itiva p o r él fo r m u la d a ten ía u n va lo r p r a g m á tico . P e r o se p u ed e a n d a r m u ch o c a m in o s o b r e b a s es p r a g m á ti­ ca s , s i S ócra tes es e l gu ía . U n a ve z q u e a d m itá is la n eces id a d d e la r e fle x ió n y el cá lcu lo, en cu a n to op u es tos a la a cep ta ció n ir r e fle x iva d el p la c e r d el m o m en to , ya es tá is en cer r a d os en su tes is fa vo rita , q u e co n s ta n tem en te rep etía : la n eces id a d d e c im

ie n to

c o n o ­

p a r a d ir ig ir n u es tr a vid a . S os ten ía q u e

s ó lo el h o m b r e ex p er to p u ed e d e cir lo q u e es b e­ n e ficio s o en ca d a es p ecie d e a cción y rep etía la co m ­ p a r a ció n co n los o fic io s . L a recta d ir e cció n d e la vid a r eq u ier e la m is m a h a b ilid a d p a r a v iv ir q u e el za p a ter o d eb e p o s ee r en su o fic io . E n el

P r o tá g o r a s

a p a rece, en efec to , d efen d ien d o , en u n a d is cu s ión co n los s ofis ta s , la eq u iva len cia d el p la c e r y d e lo b u en o, p er o u s a la p a la b ra “p la cen ter o ” en es te s en ­ tid o m á s a m p lio . D ice q u e el p la c e r s o b r e el cu a l b a s em os n u es tr os cá lcu los d eb e s er en lo fu tu r o lo m is m o q u e en el p res en te, y a n tes d e ter m in a r ya h a lo g r a d o in c lu ir en es e co n cep to to d o lo q u e en otros d iá log os co n s id era ra b en eficio s o y q u e d e lib e ­ ra d a m en te ex clu ye d el p la cer cu a n d o en el d is cu te

c o n tr a

G

o r g ia s

la eq u iva len cia d e lo a g r a d a b le y lo

b u en o. E n r ea lid a d , la id ea d e S ócra tes a cer ca d el p la cer c o m o eq u iva len te d e lo b u en o in clu ye to d o

PL A TÓ N 2

119

lo que en el lenguaje m o de rno cae bajo el epígrafe de “v alo re s” , aunq ue po nie ndo m ás interés en lo s v a­ lo re s espirit uales que en cuale squie ra otros. L a p o ­ sibilidad de dist inguir entre placeres bueno s y m a­ los, m ient ras aparent em ente ado pt a una actitud de fírm e hedo nism o , que da lo grada al adm it ir el pri n­ cipio de la reflexió n o cálculo. Ni n g un o de los de ­ fenso res del plac er se m o st raba dispuest o a neg ar esto, y, al admitirlo, el llam ado hedonism o po día ser re finado casi indefinidam ent e hasta conv ert irlo en un c ó digo de alta m o ral.2 De esta suerte, en sus inv est igacio nes Só crates re dujo t o das las v irt udes a una sola, y definía esta v irt ud única c o m o sabidurí a o conocim ient o: el co ­ no cim ient o del bie n y del m al. En el Menón, des­ pués de habe r enum erado todas las virtudes co m ún­ mente adm it idas, añade: T om ad ahora las que no parecen ser conocimiento, y pensad si algunas veces no son tan dañinas como beneficiosas. El valor, por ejemplo. Supongamos que el v alor no es sabiduría, sino una especie de impru­ dencia. ¿ No es cierto que cuando un hombre es va­ liente sin razón causa daño, pero cuando lo es con razón produce el bien? Todas esas cualidades, cuan­ do se practican y disciplinan asociadas a la razón, son beneficiosas; pero sin la razón son dañinas. En resumen, todo lo que emprende el espíritu, y todo lo que sufre, conduce a la felicidad cuando es guia­ do por la sabiduría, y a lo contrario cuando es guiado po r la necedad. Po r consiguiente, si la virtud es un atributo del espíritu, atributo que no puede dejar de ser beneficioso, la virtud tiene que ser sabiduría. 2

E l le c to r m á s p ru d en te a d ve r tir á q u e la o p in ió n q u e a q u í

d a m o s d e lo s a r g u m en to s d e S ó cr a tes en el in d is cu tib le.

P r o tá g o r a s

n o es

120

PL ATÓ N 2

Porqu e toda s las cu a lida des es piritu ales, en sí m is ­ mas y p or sí mismas, n o son n i b en eficios a s ni d a ñi­ nas, s in o qu e resu ltan b en eficios a s o da ñina s segú n las a com p a ñ e la s a b id u ría o la necesidad. J u zg a d a s egú n la r eg la p r a g m á tica q u e S ócra tes p rop u gn a , n o es el va lo r o la ju s ticia d e u n a a cció n lo q u e la d ifer en cia , s in o la p r es en cia d el

n o u s ,

cu yo o b jeto es d is tin g u ir lo ver d a d er a y p er d u r a ­ b lem en te b e n e fic io s o d e lo q u e es es p u rio, p o r s er s u p e r f ic ia lm

e n te

p la cen ter o y ju s to. É s te fu e, a lo

q u e creo, el p u n to cu lm in a n te d e su en s eñ a n za . N o le h a rem os p len a ju s ticia si n os n eg a m o s a r e c o ­ n o c er la a ltu ra q u e p u ed e a lca n za r es ta d octrin a , a p a ren tem en te ter ca y egoís ta . C u á l p u ed e s er es a a ltu ra , es p ero q u e h a q u ed a ­ d o s u ficien te y cla r a m en te in d ica d o. P a r a el o b jeto p res en te, q u e es lleg a r a P la tón , d es eo m á s b ien m os tra r su s in s u ficien cia s . E n cu a n to d o ctr in a m o ­ ral, co n s id er a d a en su p r o p io ca m p o, h a y m u ch o q u e d e cir en s u fa vo r; p e r o n o era u n a res p u es ta co m p leta a los s ofis ta s . E l m is m o S ócra tes , lo c o n ­ tr a r io p o r n a tu r a leza d e u n h ed on is ta , h a b ía e m ­ p lea d o los a rg u m en tos h ed on ís ticos d e su s a d ve r ­ s a rios vo lvié n d o lo s co n tr a ellos . P e r o es te recu rs o ten ía su s lím ites . L es o b lig ó a a d m itir q u e el p la cer n o es el fin o b ie n ú ltim o d e la vid a h u m a n a ; p er o la s u s titu ción d e lo p la ce n ter o p o r " lo b e n e fic io ­ s o ” d eja b a s in r es o lve r a ú n el p r o b lem a d el fin ú lti­ m o, p u es s u s cita b a la p regu n ta : “¿B en e ficio s o p a ra q u é?” E n rea lid a d , tod a vía le era p e r m itid o a l h o m ­ b re co n s id er a r el m is m o p la cer fís ico c o m o m eta d e su vid a s iem p r e q u e p r oced ies e co n ca u tela s u fi­ cien te p a ra q u e los p la ceres d e h oy n o im p id ies en los d e m a ñ a n a . Ta m b ién p o d r ía s os ten ers e qu e el fin

PL A TÓ N 2

121

er a lo g r a r el p o d er s o b r e su s s em eja n tes . E l c o n ­ s eg u ir lo p u ed e im p o n e r la r es tr icció n d e los p la ce­ res o r d in a r io s y h a s ta o b lig a r a u n a vid a a s cética , c o m o se d ice q u e fu e la vid a d e H itler . A u n q u e S ó ­ cra tes p en s a s e o tr a cos a , n o p u ed e d a rs e res p u es ta ló g ica a es os a rgu m en tos , a b a s e d e u n cá lcu lo h ed on ís tico. S ócra tes p u ed e r ep lica r, c o m o en efe c to lo h a ce en los m ito s co n q u e ter m in a n los d iá lo g o s p la tó n ico s , q u e ta les a rg u m en tos fr a ca s a n p o rq u e s ó lo tien en en cu en ta la vid a p res en te, s ien d o a s í q u e la m u erte n o es, d e h ech o, el fin d el g o ce n i d el s u fr im ien to ; p e r o es to es en s í m is m o u n a cto d e fe d e cu ya fu er za co n vin cen te n o es fá c il p er s u a d ir a u n in créd u lo. P o r lo ta n to, el cá lcu lo h ed o n ís tico es p o r s í m is m o in s u ficien te p a r a a s eg u ra r el a cu er d o a cerca d e lo ju s to y d e lo in ju s to, d e lo a certa d o y d e lo er r ón eo. P u ed en p r a ctica r lo d os h o m b r es ig u a l­ m en te y, s in em b a r g o , s eg u ir co n d u cta s d ia m e ­ tr a lm en te op u es ta s , p o rq u e s ea n op u es ta s su s id ea s a cer ca d el o b jeto o fin a lid a d d e la vid a . E l cá lcu lo h e d o n ís tic o n o p u ed e d e c ir la ú ltim a p a la b r a en es te a s u n to. Y a h e d ich o q u e es d ifíc il s a b er d ó n d e ter m in a el p en s a m ien to d e S ócr a tes y d ó n d e e m p ie za el d e P la tón . A l ex p o n er la s o lu ción m á s im p orta n te, qu e s eñ a la el ca m in o p a r a s a lir d el p u n to m u er to a q u e h em o s lleg a d o, y q u e, lo m is m o q u e lo s in ten ­ tos p r im er o s y m en o s s a tis fa ctorios , h a lla m os b a jo el n o m b r e d e S ócr a tes en los d iá lo g o s d e P la tón , m e p r o p o n g o a b a n d o n a r el n o m b r e d el p r im e r o y c o m e n za r a u s a r el d el s egu n d o. P e r o n o to d o el m u n d o es ta rá d e a cu erd o. E s ta s egu n d a s o lu ción es tá s o m era m en te in d ica d a en el lla d a co n m á s a m p litu d en la

G o r g ia s

R e p ú b lic a ,

y d es a r ro­ y m u es tra

h a cia la s co n cep cio n es p ita g ó rica s u n a s im p a tía

122

P LA TÓ N 2

q u e h a y m á s r a zo n es p a r a a tr ib u ir a P la tó n q u e a l m a es tro a q u ien d efen d ía . E n el

G o r g ia s

s ó lo h a ce a lgu n os ta n teos p a ra

ex p lo r a r el ca m in o h a cia la s o iu ción . C u a n d o u n h o m b r e h a ce o co n s tr u ye a lg o — p o r ejem p lo , u n a ca s a o u n n a vio— , la d e s c r ip ció n m á s es tr icta d e su s a ctos co n s is te en d e c ir q u e to m a u n a m a ter ia d a d a y le im p o n e d e te r m in a d a fo r m a . L a m o ld e a y la ju n ta d e m a n er a q u e r es u lte u n a cos a b u en a en su g én er o y q u e s irva p a r a lo q u e él q u ier e q u e s ir­ va . "C a d a o b r e r o lleva ca d a u n a d e la s p a rtes a su lu g a r a d ecu a d o en el con ju n to, ob lig á n d o la s a a ju s ­ ta rs e u n a s con otra s , h a s ta q u e el to d o res u lta u n a cos a b ella m en te

o rd e n a d a . "

L o s en tr en a d or es y los

d octores , q u e tra b a ja n s o b r e el cu er p o h u m a n o, se p r o p o n en el m is m o fin : es ta b lecer en tre su s p a rtes r ela cion es fija s . A es ta ve r d a d p u ed e d á rs ele u n a a p lica ció n u n ivers a l:

k o s m

o s

y

t a x is ,

s on los q u e

h a cen q u e u n a co s a s ea b u en a en su g én er o . P o r con s ig u ien te, ta m b ién p u ed e d ecirs e d el a lm a q u e p a r a s er b u en a d eb e o fr e c e r u n o r d e n s a lu d a b le en su s p a rtes , es d ecir, en su s fa cu lta d es ; y en la es fe ­ ra es p iritu a l, el ele m en to

k o s m

o s

y

t a x is

lo p r o p o r ­

cio n a n la o b ed ie n cia „a la ley, la ju s ticia y el a u to­ d o m in io . T a l es el p r im e r es b o zo , to s co a ú n , d e la id ea . E n tér m in os gen era les , el co n ce p to cen tra l d e P la tón es q u e to d o tien e u n a fu n c ió n q u e r ea liza r , y q u e la vir tu d o es ta d o p e r fe c to d e la s cos a s es a q u el en q u e m e jo r p r ep a ra d a s se en cu en tren p a r a ejecu ta r su fu n ción . Y tod a s la s a n a lo g ía s tien d en a d e m o s ­ tra r q u e la r e a liza c ió n co r r e cta d e la fu n ció n d e­ p en d e d e la

o r g a n iz a c ió n ,

m á s in m ed ia ta m en te

p a r a u s a r u n a p a la b ra

co m p r en s ib le. E n el

C

r a t ilo

d es crib e P la tó n a u n h o m b r e q u e es tá h a cien d o

PL A TÓ N 2

123

u n a la n za d er a d e m a d era . T o m a u n tr o zo d e m a te­ ria l, y m ien tra s lo ta lla y lo a cop la , lo q u e con s ta n ­ tem en te tien e q u e ten er p res en te es el tra b a jo d el tejed or. N o le d a fo r m a s egú n su ca p r ic h o s in o co n s u b o rd in a ció n a u n fin p r e fija d o , q u e es el q u e d e­ ter m in a la es tr u ctu ra q u e h a d e ten er. M ir á n d o lo d es d e el o tr o la d o, el te je d o r n o p o d r á ejecu ta r c o ­ r r ecta m en te su tra b a jo s i n o es co n u n a la n za d er a co r r ecta m en te h ech a y a cop la d a . E n la

R e p ú b lic a

se c o m p le ta la tra n s fer en cia a l

s er h u m a n o d e es ta d o ctr in a s egú n la cu a l la r ea li­ za c ió n co r r ecta d e la fu n c ió n d e p en d e d e la es tru c­ tu ra , co n ceb id a c o m o la d eb id a s u b o rd in a ció n d e la s p a rtes a l to d o . L a s h a b itu a les o p in io n es s o fís ­ tica s s ob re la con d u cta h u m a n a va n d es ta ca d a s a l c o m ie n zo , y s e in d ica q u e la ú n ica r a zó n vá lid a p a ­ r a a b s ten ers e d e h a cer d a ñ o es el p e lig r o d e q u e u n o, a su vez, s u fra ta m b ién d a ñ o. S e a rg u ye q u e n in ­ g u n o d e los q u e ex h o r ta n a los h o m b r es a o b r a r co n ju s ticia se in teres a en la r ectitu d in h er en te a l a cto en s í m is m o. S e ve en los p o eta s y en otros m a es tros d e m o r a l q u e to d o lo q u e im p o r ta es a p a ­ r en ta r q u e se h a o b r a d o recta m en te, p u es to d o lo q u e a leg a n en fa vo r d e su s o p in io n es es q u e el b u e­ n o r e c ib ir á el fa vo r d ivin o y el in ju s to r ecib ir á en el H a d es lo q u e m er ece. E s ta cr ítica s irve ta m b ién p a r a r evela r la in a d ecu a ción , c o m o d efen s a d e la rectitu d , d e lo b e n e fic io s o en cu a n to m ed id a o c r i­ te r io d e la co n d u cta ju s ta , a u n to m a n d o en cu en ta los b e n e fic io s q u e se r e c ib ir á n en la vid a fu tu ra . F ra ca s a es e cr ite r io p o rq u e, d e b id o a su in d ivid u a ­ lis m o, im p lic a q u e si fu es e p o s ib le a u n h o m b re en g a ñ a r a tod os los d em á s , e in clu s o a los d ios es , h a cién d oles creer q u e h a vivid o recta m en te, n o s ien ­ d o a sí, n o h a b r ía a r g u m en to a lg u n o p a r a n o en s a l­

124

P LA TÓ N 2

za r su ju s ticia . E n otra s p a la b ra s , es o n o es u n a d efen s a d e la ju s ticia

p o r

m

o r

d e

la

ju s t ic ia

m

is m

a .

P la tón se m u es tra a n s ios o d e p r o p o r c io n a r es ta d efen s a , ten ien d o en cu en ta ú n ica m en te la n a tu ra ­ leza d e la ju s ticia en s í m is m a , y d em o s tr a n d o qu e és ta es ta l, q u e el h o m b r e ju s to d eb e s er in m ed ia ­ ta m en te fe liz s ó lo p o r q u e es ju s to y virtu os o. E l p r o b lem a r ela tivo a su rep u ta ción , y el d e los p r e ­ m io s o ca s tig os q u e le es p era n en la vid a fu tu ra , d eb en d es ca rta rs e c o m o a lg o fu era d e p r o p ó s ito . P la tón em p ieza r ep itien d o q u e to d o tien e su p r o ­ p io

e rg o n ,

y p o n e c o m o ejem p lo s la s h erra m ien ta s ,

los ojos y los oíd o s . P o r lo ta n to, to d o tien e su p r o ­ p ia

a re té ,

q u e d e fin e c o m o el es ta d o en q u e ca d a

cos a p u ed e r e a liza r m e jo r su

e rg o n .

E l es p ír itu d el

h o m b re n o es u n a ex cep ción . T ie n e su

e rg o n ,

qu e

p o d em o s lla m a r g o b ier n o , o d elib era ció n , o d e otra m a n era , o d e fin ir lo m á s s en cilla e in d is cu tib le­ m en te c o m o vid a ra cion a l. S ea cu a lq u ier a la fu n ­ ción , su ex is ten cia n o p u ed e p on ers e en d u d a . D eb e h a b er, p u es , u n a

a re té

o es ta d o ó p tim o d el a lm a ,

en el cu a l ejecu ta rá a q u ella fu n ció n lo m e jo r p o s i­ b le. E s a

a r e té

es lo q u e lla m a m o s ju s ticia . P o r lo

ta nto, el h om b re ju s tq vive d e la m a n era m ejo r y m á s p len a , y n o p u ed e p o r m en o s d e s er fe liz y b u en o al m is m o tiem p o . A I lleg a r a es te p u n to, el s o fis ta Tr a s ím a co s e d a ir ó n ica m en te p o r s a tis fech o, y se va . S ócra tes res u ­ m e el r a zo n a m ien to o b s er va n d o qu e, d es p u és d e tod o, n o es m u ch o lo q u e h a n co n s eg u id o tod a vía , p u es a ú n n o h a n d e te r m in a d o cu á l es es e "es ta d o ó p tim o ” d el a lm a , a l q u e se d a n los

n o m

b r e s

d e ju s ­

ticia y virtu d . E s ta n u eva in ves tig a ció n es la qu e, n a tu ra lm en te, lleva d e u n m o d o d ir e cto a la d e fin i­ ció n d e la co n s titu ció n p o lític a id ea l, p o r q u e in m e-

PL A TÓ N 2

125

ch a ta m en te se m u es tra n tod os d e a cu er d o en q u e tien e q u e s er m á s fá cil ve r p r im e r o la ju s ticia r e a ­ liza d a en g ra n d e en la ciu d a d , y d es p u és , ya co n u n a id ea m á s p r ecis a d e su n a tu ra leza , b u s ca rla en el a lm a d el in d ivid u o. E n el len gu a je co rr ien te, la ju s ticia o

d ik a io s y n e

en g r ieg o , se r e fie r e p r im o r ­

d ia lm en te a la s r ea liza cio n es en tre los h om b res . D e a q u í q u e s ea r a zo n a b le b u s ca rla p r im e r o en la co m u n id a d . D es p u és d e d eter m in a r cu á les s on la s r ela cion es recta s y ju s ta s en tr e los h om b res q u e viven en la m is m a co m u n id a d , es ta rá u n o en p o s i­ ció n m e jo r p a ra d e ter m in a r lo q u e s ig n ifica la fr a ­ se "u n h o m b r e ju s to ”, p u es co n ella n os r efer im o s , s o b r e tod o, a l h o m b r e d e ca r á cter ta l, q u e tien d e n a tu ra lm en te a m a n ten er r ela cion es ju s ta s co n su s vecin o s . E s to es lo q u e en ten d em o s p o r ju s ticia en el in d ivid u o. A l fo r m u la r la co n s titu ció n p o lític a q u e vien e a co n tin u a ció n , se a d vier te q u e h a d e s er c o m o tod a s las d em á s cos a s en qu e, si h a d e r es u lta r u n a c o ­ m u n id a d en q u e los h o m b res p u ed a n lleva r u n a vid a tod o lo p len a y fe liz q u e s ea p o s ib le, tien e q u e s er u n

o r g a n is m

o .

To d a s su s p a rtes d eb en a d a p ta r ­

se a la r ea liza ció n d e su s fu n cion es p r o p ia s y a d e ­ cu a d a s , co n tr ib u yen d o a l o r d en y a l b ien es ta r d el tod o. E s a s p a rtes s on tres . H a y la cla s e g o b e r n a n ­ te, cu yo ra s g o m á s s ob res a lien te tien e q u e s er n ece­ s a r ia m en te la ca p a cid a d in telectu a l. S u fu n ció n es g ob er n a r , y tien e s ob re tod o q u e em p lea r su s in te ­ lig en cia s , es p ecia lm en te p rep a ra d a s , en p la n ea r y d ir ig ir la p o lític a d e la ciu d a d . V ie n e en s egu n d o tér m in o la cla s e d e los g u erreros , cu ya fu n ció n es la d e fe n s a d e la ciu d a d y cu yo r a s g o d o m in a n te es el.va lor. A ctu a rá n b a jo la d ir e c c ió n d e los g o b e r ­ n a n tes , qu ien es ca n a liza rá n su a rd or y fier eza n a tu ­

126

PL A TÓ N 2

ra les , d e s u erte qu e, en vez d e m a n ifes ta rs e en a ctos d es ord en a d os , s ir va n p a r a co n s er va r la in teg r id a d y la es ta b ilid a d d e su p a tria . E s ta s d os cla s es d e g ob er n a n tes y d efen s ores fo r m a r á n u n a a ris to cr a cia n a tu ra l. L a ter cer a cla s e s erá m u ch o m á s n u m er os a y ten d rá p o r fu n ción p r o ve e r a la s

n eces id a d es

eco n ó m ica s . T o d o lo

c o n cer n ien te a l a s p ecto m a ter ia l d e la vid a — a g r i­ cu ltu ra , in d u s tria y c o m e r cio —

es ta rá en su s m a ­

n os , y se d is tin gu irá , c o m o s e d is tin g u e la g ra n m a s a d el p u eb lo, p o r su p r e fer e n cia p o r la s cos a s d e los s en tid os . P o r co n s ig u ien te, la R e p ú b lic a p la tó n ica p u ed e d efin ir s e c o m o u n a a ris to cr a cia n a tu ra l en su o r i­ gen . C on el tra n s cu rs o d el tie m p o se ir á fo r m a n d o u n a n u m er o s a

a ris tocra cia

d e n a cim ien to, p u es

p ien s a P la tó n q u e in evita b lem en te los h ijos d e ca d a cla s e, ta n to p o r h eren cia c o m o p o r el a m b ien te en q u e viven , ten d erá n a p a recer s e a su s p a d res y s erá n m ie m b r o s a d ecu a d os d e la m is m a cla s e. S in em b a r g o , a ñ a d e q u e d eb e p r o vee r s e u n m eca n is ­ m o p o r el cu a l p u ed a n efectu a rs e tra n s feren cia s d e u n a cla s e a o tr a cu a n d o en la in fe r io r a p a rezca u n n iñ o ex cep cio n a lm ep te d o ta d o, o u n o d e la s u p e­ r io r se m u es tre in d ig n o d e s er ed u ca d o p a r a g o b e r ­ n a n te. H a y q u e in s is tir en cier to s p u n tos d e es ta o r g a ­ n iza c ió n a fin d e evita r errores y eq u ívocos . A lgu n a s veces los es critores m od er n os h a b la n d e “m a s a s ” r e ­ fir ién d os e a la cla s e in fer io r d el es ta d o p la tón ico, y es in d u d a b le qu e en cu a n to a n ú m ero s ería , con m u ­ ch o, la d e m a yo r volu m en ; p er o d ifier e n o ta b lem en ­ te d el p r o le ta r ia d o d e q u e h a b la n los m a rxis ta s , ya q u e er a la ú n ica cla s e a la q u e se p er m itía ten er p r o p ied a d p riva d a . U n o d e los m a les m á s gra n d es

P L A TÓ N 2

127

d e la vid a p o lítica , s egú n P la to n , es la a m b ició n m a ter ia l d e los p o lítico s . E ra , cierta m en te, u n m a l q u e n o es ta b a a u s en te en la en vilecid a d em o cr a cia d e su tiem p o. E n con s ecu en cia , la fin a lid a d q u e p e r ­ s egu ía er a el d ivo r c io c o m p le to d e los p o d er es p o lí­ tico y ec o n ó m ic o . P o r es te m e d io es p era b a o b ten er u n a cla s e d e es ta d is ta s cu ya ú n ica a m b ició n fu es e g o b e r n a r b ien . L o s q u e tu vies en m a y o r in terés en en r iq u ecer s e p o d ía n

h a ce r lo en h ora b u en a , p er o

ren u n cia n d o a los ca r g o s d e g o b ie r n o y lim ita n d o su s a ctivid a d es a l c o m e r c io . L o s g ob ern a n tes d e ­ b ía n lle va r u n a vid a ver d a d er a m en te es p a rta n a , p u es el s is tem a d e la s co m id a s en co m ú n y d e la p r o p ie d a d co m ú n d e la s cos a s n eces a ria s a la vid a es ta b a fie lm e n te ca lca d o d e l d e E s p a rta . In m ed ia ta m e n te a d ve r tim o s q u e d e la s cu a tro vir tu d es ca rd in a les r ec o n o c id a s p o r los g rieg os , en el E s ta d o id ea l la s a b id u r ía res id e en la cla s e g o ­ b ern a n te, y el va lo r en la g u errera . L a tem p era n cia o a u to d o m in io es trib a en el a cu er d o d e los ciu d a ­ d a n os a cer ca d e q u ién h a d e g ob er n a r . Y la ju s ticia o vir tu d g en era l, la

a re té ,

q u e p e r m itir á a l E s ta d o

llen a r s u fu n ció n p r o p ia c o m o u n o r g a n is m o s a n o, co n s is te en la b u en a d is p o s ició n d e ca d a u n a d e la s cla s es p a ra d a r su a q u ies cen cia a los d eb eres y los p la cer es p r o p io s d e su s itu a ción , s in tra ta r d e u s u rp a r la s itu a ción n i la s fu n cion es d e otr a cla s e. V o lva m o s ya a l h o m b r e in d ivid u a l, p r im e r o b je ­ to d e la in ves tig a ción . T a m b ié n en él se d is tin gu en tres p a rtes . A d ife r e n c ia d e los a n im a les , tien e el n o u s ,

o s ea la ca p a cid a d d e d e lib e r a r y p en s a r. E n

s eg u n d o lu ga r, p u ed e p o s ee r va lo r , y es te o r ig en es p ir itu a l tien e la ju s ticier a có ler a q u e s ien te cu a n ­ d o p r es en cia u n a a cció n q u e le p a r ece in ju s ta . L o s g r ieg o s lo lla m a b a n

th y m

o s ,

y, en tér m in o s g en er a ­

PL ATÓ N 2

128

les , p u ed e d e fin ir s e c o m o la p a r te fo g o s a d el ca r á c­ ter h u m a n o. E n ter cer lu ga r, tien e u n d es eo n a tu ­ ra l d e b ien es ta r m a ter ia l y d e s a tis fa ccion es fís i­ ca s. E n lo s co n flicto s en tr e la r a zó n y los d es eos , la fu n ció n d el

th y m

o s

es p on ers e d el la d o d e la ra zón ,

y en ton ces eq u iva le a fu er za d e volu n ta d . P o d em o s d ecir, p o r lo ta n to, q u e en el a lm a s a n a , o r g a n iza ­ d a p a ra r e a liza r d e la m e jo r m a n er a p o s ib le la fu n ­ c ió n d e vivir, la r a zó n d eb e ten er el m a n d o, g u ia n ­ d o y d ir ig ie n d o la p o lític a d el con ju n to. E l

th y m

o s

le d a rá va lo r a l h o m b r e p a ra p o n er en ejecu ció n lo q u e la r a zó n le d ice q u e es lo m ejo r . A s im is m o, los d es eos fís ico s tien en su fu n ció n p r o p ia en el a li­ m en to d el cu er p o y en la p er p etu a ció n d e la es ­ p ecie, p e r o h a y q u e m a n ten er los s u jetos a la d ir e c ­ ció n d el in telecto. É s a es la res p u es ta a n u es tra p regu n ta : "¿Q u é es la ju s ticia ?” en su a p lica ció n a l in d ivid u o. E s u n es ta d o d e a r m o n ía in ter ior , d e eq u ilib r io y o r g a n i­ za ció n d e los d ifer en tes elem en tos d el ca rá cter. U n ca r á cter a s í o r g a n iza d o y eq u ilib r a d o n o p u ed e d e­ ja r d e m os tra rs e o s ten s ib lem en te en la r ea liza ció n d e a q u el g én e r o d e a ccio n es q u e d e o r d in a r io se con s id era n ju sta s . Ç es d e es te p u n to d e vis ta , la ju s ­ ticia es el es ta d o s a lu d a b le d el es p íritu , y la in ju s ti­ cia u n a es p ecie d e en fer m ed a d . C on es ta o r ien ta ­ ció n in telectu a l, q u e es to ta lm en te d is tin ta d e la d e los s ofis ta s , los p rob lem a s s u s cita d os p o r és tos p ie r ­ d en tod a im p o r ta n cia . S i la ju s ticia es la s a lu d a b le o r g a n iza c ió n d el a lm a , a u n a d m itie n d o la d e s c r ip ­ ció n ta n p recis a qu e d e ella h a d a d o P la tón , la cu es ­ tió n r ela tiva a cu á l d e la s d os , ju s ticia o in ju s ticia , le p r o p o r cio n a m á s b e n eficio s a l h o m b re ya n o tien e s en tid o. A P la tón le d eb em o s el h a b er s eñ a la d o q u e la

PL A TÓ N 2

129

h ip ótes is d e la s tres p a rtes d el a lm a , o elem en to s d el ca r á cter h u m a n o, n o se b a s a m er a m en te, c o m o p o d r ía p en s a rs e p o r lo q u e h em o s d ich o, en la s im ­ p le a n a lo g ía co n la or g a n iza ció n d el E s ta d o. A m b a s cos a s s e in flu yen r ecíp r o ca m en te. L a p o s ib ilid a d d e la s tres cla s es d el E s ta d o d ep en d e, s in d u d a , d e q u e p o d a m o s co n ta r co n la trip le n a tu ra leza d el ca ­ r á cter in d ivid u a l, q u e era , d es p u és d e tod o, el p r i­ m e r o b je to d e la d is cu s ión . N o tod a s la s a lm a s es tá n en el es ta d o m e jo r o m á s s a lu d a b le. D a d o su tr ip le ca rá cter, ten em o s q u e ob s er va r qu e, c o m o es n a tu ra l, en u n os h o m b r es p r e d o m in a u n a ca r a c­ terís tica , y en o tr o s otr a . S i n o fu es e p o r es e fe n ó ­ m en o, e l E s ta d o d e P la tó n s ería in co n ceb ib le. L a p a c ífic a co ex is ten cia d e la s tres cla s es , co n la c o n ­ trib u ción d e ca d a u n a a la ju s ticia d el co n ju n to eje ­ cu ta n d o s u fu n c ió n p r o p ia y n o la d e otra , ú n ica ­ m en te es co n ce b ib le en el s u p u es to d e q u e d ich a s fu n cion es co r r es p o n d en a la s d ifer en cia s p s ic o ló ­ g ica s n a tu ra les en tre lo s h om b res . S i P la tó n h u b iera to m a d o c o m o b a s e p a r a el ca r á cter tr ip a r tito d el in d ivid u o la ex is ten cia d e tres cla s es en el E s ta d o, su a r g u m en ta ció n s ería ir r em ed ia b lem en te cir cu la r . P e r o n o es es o lo q u e s u g iere la

R e p ú b lic a .

L o b a s a en la ob s er va ció n ,

r e fo r za d a p o r su p r o p ia p r em is a s eg ú n la cu a l d os im p u ls os co n tr a d icto r io s , q u e se d a n s im u ltá n ea ­ m en te en el a lm a , n o p u ed en p r o c ed er d e la m is m a fu en te. Ta les im p u ls os co n tr a d ic to r io s — d ic e— to ­ d os los co n o ce m o s p o r n u es tra ex p er ien cia com ú n . U n h o m b r e s ien te u n a s ed d es es p era d a , p e r o s o s ­ p ech a q u e la ú n ica a gu a d is p o n ib le es tá in fecta d a . H a y a lg o d en tr o d e él q u e le im p u ls a a b eb er, y a lg o q u e le im p u ls a a con ten ers e. S o n d os e le m e n ­ tos en lu ch a , q u e P la tó n lla m a d es eo y ra zó n , r es ­

130

PLA TÓ N 2

p ectiva m en te. P er o tien e q u e h a b er u n ter cer e le ­ m en to. A l en fren ta rs e co n u n c o n flic to en tre la r a ­ zó n y el d es eo, u n os ca en y o tr os res is ten . A u n q u e el h o m b r e a s o m b r o s o q u e fu e S ócra tes n o lo cr eye­ ra , es p o s ib le d ecirs e: r io r a

s e q u o r .

V id e o

m

e lio r a

p r o b o q u e ,

d e te ­

L a r a zó n n eces ita u n b r a zo ejecu tivo,

p o r a s í d ecir lo , p a ra r e fo r za r su s d ecis ion es , y es e b r a zo lo s u m in is tra el ter ce r elem en to , el

th y m

o s ,

la fu er za d e volu n ta d , q u e S ócra tes , d e m a n er a h a r to ex tr a ñ a , n o tu vo en cu en ta . C on es ta co n ce p ció n d e la s a lu d d el a lm a , b a s a ­ d a en la p e r fec ta o r g a n iza ció n d e su s p a rtes , los s ofis ta s

r e c ib ie r o n

la

res p u es ta d e fin itiva

en

el

ca m p o d e la ética . A s í lle g ó a su fin la co n tr o ver s ia en tre la n a tu r a leza y la ley, p o r q u e el a lm a s a n a y n a tu ra l n o p u ed e en cer r a r c o n flic to s en su s en o, s in o q u e in evita b lem en te se ex p r es a r á en

a ctos

leg a les y ju s tos . E s p ero h a b er lo g r a d o m i p r o p ó s i­ to d e d e m o s tr a r en cu á n to ex ced e es ta d o ctr in a a l s im p le "vir tu d es c o n o c im ie n to ” d e S ócra tes , s in res ta r im p o r ta n cia , a l m is m o tiem p o , a lo q u e el p r o p io S ócra tes h a b ía lo g r a d o. C o m o d o ctrin a in d e­ p en d ien te, la s u ya p u ed e co n d u cir teó r ica m en te a u n a vid a d e m o r a lid a d im p eca b le, a u n q u e su p s i­ c o lo g ía q u izá es in s u ficien te y p u ed a d ecir s e co n tod a ju s ticia q u e el r ec o n o c im ie n to ex p líc ito q u e h izo P la tó n d e la p o s ib ilid a d d e c o n flic to s in ter n os co n s titu ye u n p r o g r es o in d u d a b le. C o m o in ten to p a ra c o m b a tir a los h ed on is ta s en su p r o p io te r r e ­ n o, lo g r ó m u ch o; p er o n o er a u n a res p u es ta ca b a l a los p r o b lem a s d el d ía . É s tos ú n ica m en te p o d ía n r es o lvers e n o co m b a tien d o a los a d ver s a rio s en su p r o p io terren o, s in o n eg a n d o to d a su co n ce p ció n d e la fin a lid a d h u m a n a y fo r m u la n d o o tr a s o b r e b a s es m á s s ólid a s . Y fu eron res u eltos a l fu n d a r Pía -

PL A TÓ N 2

131

tó n los es tu d ios p s ico ló g ico s ; fu n d a ció n m u y r u d i­ m en ta ria , p o d r á d ecir s e, p e r o fu n d a ció n in d u d a b le d e d ich o s es tu d ios . S in em b a r g o , los s ofis ta s , c o m o ya vim os , c o n o ­ cía n los res u lta d os o b te n id o s p o r los filó s o fo s n a ­ tu ra les , y fu n d a b a n s u s o p in io n e s en la co n s titu ­ c ió n d el u n ivers o en su con ju n to. T a m b ié n a q u í p r ofes a b a n s u a n títes is fa vo r ita en tr e la le y y la n a ­ tu ra leza . C o s m o lo g ía s d el tip o d e la a to m is ta n o d eja b a n lu g a r en la n a tu r a leza a n in g u n a fu erza , s in o a l p u r o a za r. P a r a co m p le ta r la refu ta ción , a d em á s d e u n a ética , er a n eces a r io fo r m u la r ta m ­ b ién u n a teo lo g ía y u n a m eta fís ica . M e p r o p o n g o res u m ir, a u n q u e m u y b r evem en te, lo q u e P la tón d ic e a cer ca d e es to, en p a r te p o r q u e h e h ech o d el c o n flic to con los s ofis ta s el eje d e m i ex p o s ició n y en p a rte p o r q u e reves tir á n u eva im p o r ta n cia cu a n ­ d o p a s em os a A ris tóteles , cu ya te o lo g ía a rra n ca d el p u n to en q u e la d e jó P la tón , y es n eces a r io c o m ­ p a ra rla s . L a d efen s a teo ló g ic a d e la ley es tá co n ten id a en el lib r o d é c im o d e la s

L e y e s .

A l c o m ie n zo , a p a rece

r es u m id a la a r g u m en ta ció n d e los a d vers a rio s en los tér m in o s s igu ien tes . L a s cos a s m á s im p o r ta n ­ tes d el m u n d o s on los p r od u cto s d e la n a tu ra leza , a la cu a l p o d em o s lla m a r ta m b ién a za r, p o r q u e es u n a fu er za p u ra m en te in a n im a d a e ir r a cion a l. E l m u n d o m is m o, el c ic lo d e la s es ta cio n es , los a n i­ m a les , los p la n eta s y la n a tu r a leza in a n im a d a s on , en p r im e r lu ga r, res u lta d o d e co m b in a cio n e s fo r ­ tu ita s d e la m a teria . V in o d es p u és el a rte o d es ign io, fu erza in s ign ifica n te d e o r ig en p u ra m en te h u m a n o, y cr e ó a lgu n a s s om b ra s q u e a p en a s si co n tien en a lg o d e rea lid a d . L a ley y las creen cia s q u e la a co m ­ p a ñ a n s on p r od u cto s d e es a fu er za s ecu n d a ria , y

132

P LA TÓ N 2

s e o p o n en a la n a tu r a leza co n los co n cep to s a n ti­ n a tu ra les d e lo ju s to y lo in ju s to. L a ju s ticia es u n a m er a cr e a c ió n d e la ley h u m a n a , y n o ex is te en la n a tu ra leza . L o s d ios es m is m os s on p r o d u cto s d el a r tific io h u m a n o , cr ea d os co n a r r e g lo a co n ven ­ cio n es q u e d ifie r e n d e u n lu ga r a o tr o . L a “vid a d e a cu erd o co n la n a tu r a leza ”, q u e es ta d o ctr in a p r o ­ p u gn a , es s er m á s fu er te q u e lo s d em á s y n o o b e ­ d e ce r a n in g u n a le y n i co n ven ción . P la tón con tes ta qu e, lejos d e h a b er n in g u n a o p o ­ s ició n en tre n a tu r a leza y a rte o d es ig n io , la n a ­ tu r a leza y el a r te s on la m is m a cos a . E l a rte es p r o d u cto d e la in telig en cia , y la in telig en cia es la m a n ifes ta ció n m á s a lta d e la n a tu ra leza , a n te r io r n o s ó lo en im p o r ta n cia , s in o ta m b ién en el tiem p o , a l a za r. L a in telig en cia , es en rea lid a d , la ca u s a p r i­ m er a d e to d o . H e a q u í u n a m eta fís ica q u e, in d u ­ d a b lem en te, ten d rá efecto s d e gra n a lca n ce s o b r e la s teoría s ética s , s i es q u e p u ed e s er d em os tr a d a . L a s d o ctrin a s s ofís tica s , d ice P la tón , h a n in ve r ­ tid o el o r d en r eg u la r d e ca u s a ción a l s u p o n er q u e la p r im er a ca u s a fu e u n m o vim ie n to fo r tu ito d e m a ter ia s in vid a , y d el cu a l s u rg ió la vid a c o m o u n a m a n ifes ta ció n s ecu n d a ria . E n r ea lid a d , la vid a ex is tía a n tes , y es la ca u s a p r im er a d e los m o v i­ m ien to s d e la m a teria . L a d em o s tr a c ió n e m p ie za c o n el a n á lis is d el m o vim ie n to , en el a m p lio s en ti­ d o d e la p a la b r a g r ie g a

k in e s is ,

q u e in clu ye tod a

es p ecie d e ca m b io , y, fin a lm en te, es es tu d ia d o b a jo d os rú b rica s p r in cip a les : m o vim ie n to es p o n tá n eo y m o vim ie n to co m u n ica d o . L o q u e p r o d u ce m o v i­ m ien to d e la s eg u n d a es p ecie, p o r s er e llo m is m o m o vid o d es d e fu era , n o p u ed e s er el o r ig e n p r im e ­ r o d el m o vim ie n to a u n q u e es ca u s a d e to d o m o ­ vim ien to s u b s igu ien te. E l o r ig e n tien e q u e s er a lg o

PL A TÓ N 2

133

q u e p u ed e co m u n ic a r m o vim ie n to a tod a s la s d e ­ m á s cos a s , p o r q u e co n tie n e

e n

s í

m

is m

o

la fu en te

d el m o vim ie n to . Y a s ea eter n o el m o vim ie n to , o ya h a ya em p eza d o en d eter m in a d o m o m en to d el tiem ­ p o, el m o vim ie n to p r im e r o y o r ig in a r io tien e q u e s er a u to m o vim ien to . ¿C on ocem os p o r n u es tra ex ­ p er ien cia a lg o a lo q u e p o d em o s lla m a r "a u to m o ­ to r ” ? S í — con tes ta P la tó n — , u n a cos a , y s ó lo u n a cos a , a s a b er, la

p s y c h e ,

el p r in cip io d e la vid a . É s ta ,

p o r lo ta n to, es la m á s a n tig u a d e tod a s la s cos a s y la p r im er a ca u s a efic ie n te d e tod o. E s ta co n clu s ió n r eb a te la in m o r a l en s eñ a n za d e los s ofis ta s , ya q u e d e ella se d ed u ce q u e s i el a lm a es a n te r io r a l cu erp o, s u s a trib u tos s on a n teriores a lo s a trib u tos m a ter ia les , lo cu a l s ig n ifica q u e la in telig en cia y la vo lu n ta d s on a n ter ior es a l ta m a ñ o y la fu erza . L a p r im e r a ca u s a es el d e s ig n io in te li­ gen te, y n o la fu er za ciega . P la tón con s id era b a co m o leg a d o d e S ócr a tes la u n ific a c ió n en u n a ú n ica c o ­ sa, la

p s y c h e ,

d e lo s a trib u tos d e la vid a , ta les c o m o

el a u to m o vim ie n to y la s fa cu lta d es m o r a les e in ­ telectu a les . P e r o es to n o h a cía m á s q u e a cla ra r y d es en vo lver u n a ten d en cia q u e ven ía m a n ifes tá n ­ d o s e en la filo s o fía g r ie g a d es d e su co m ie n zo . Ta n lejo s es ta b a n los jo n io s d e s er m a teria lis ta s , c o m o c o n fr ecu en cia s e les co n s id er a , q u e r es o lvier o n el p r o b lem a d el o r ig e n d el m o vim ie n to c o n la h ip ó te ­ s is d e q u e la m a ter ia p r im a r ia d el m u n d o s e m o vía a s í m is m a , es d ecir , q u e er a u n s er vivo . Y n o ca b e d u d a en q u e A n a x im a n d r o y A n a x im en es h a lla b a n a certa d o lla m a r a la m a teria p r im a d el m u n d o

th e o s ,

"d io s ” , p a la b r a cu ya s a s ocia cion es lleva b a n a to ­ d o s los g r ie g o s m u ch o m á s a llá d e los m er o s p r o ­ b lem a s m ecá n ico s d el m o vim ie n to y el ca m b io. E n es a a r g u m en ta ció n P la tó n se lim ita a d e m o s ­

134

PL A TÓ N 2

tra r q u e la p r im er a ca u s a d e la s o p er a c io n e s d el u n ivers o es in telig en te y m o r a l. N o m u es tra in terés en r es o lver s i h a y u n d io s o m u ch os , n i p o r qu é m ed io el a lm a s u p rem a in ició en la m a ter ia el m o vi­ m ien to d e q u e es ca u s a . L a ex is ten cia , p o r u n la d o, d el m a l m o r a l,

y

p o r otr o, d e m o vim ie n to s ir r e g u ­

la res , s ig n ific a q u e in d u d a b lem en te en el u n ivers o a ctú a n a lm a s d ep ra va d a s , a s í c o m o a ctú a u n a lm a b u en a . P e r o el a lm a b u en a y r a cio n a l a ctú a o r d e ­ n a d a m en te, c o m o se d es p ren d e d el h e ch o d e q u e los m o vim ie n to s p r in cip a les , los q u e tien en lu g a r en u n a es ca la có s m ica , c o m o la s r evo lu c io n e s d e la s es tr ella s y d el s ol, la s u ces ión d el d ía y d e la n o ­ ch e y d e la s es ta cion es , p res en ta n u n o r d e n y u n a r eg u la r id a d q u e in d ica n es ta r g ob er n a d os p o r la in ­ teligen cia , y n o p o r el fu r o r d e la d em en cia . E l a lm a b u en a , p u es , a ctú a s egú n u n a d ir e c c ió n s u p rem a , y p a ra P la tó n es to es to d o lo q u e im p o r ta . M u es tra u n a in d ife r e n c ia típ ica m en te h elén ica p a r a el p r o ­ b lem a d el m o n o teís m o y el p o lite ís m o en cu a n to a fecta m er a m en te a la ex is ten cia d e u n d io s o d e m u ch os . L a m is m a fa lta d e es p ír itu d o g m á tic o m a ­ n ifies ta a ce r c a d e l m o d o d e o p er a r d e la ca u s a p r i­ m era , y s u g ier e va ria s m a n era s p o s ib les d e in ic ia r el a lm a el m o vim ie n to en la m a teria , p a ra ter m in a r d icien d o: "E n to d o ca s o, es to es lo cier to : q u e d e cu a lq u ier a d e es a s m a n era s , es el a lm a la q u e d ir i­ g e tod a s la s cos a s .” E n cier to s r es p ectos n os s er vir á d e d es ca n s o, p o r lo q u e a fecta a la p res en te ex p o s ició n , p a s a r d e P la tó n a A ris tó teles . E n u n o y o tr o ca s o, la o b lig a ­ d a co n d en s a ció n d e la m a ter ia ech a u n a p es a d a r es p on s a b ilid a d s o b r e q u ien se a rries g a a e le g ir lo q u e h a ya d e in clu ir s e y lo q u e h a ya d e o m itir s e, a d ete r m in a r el o r d e n q u e h a d e s eg u ir la ex p o s ició n

PL A TÓ N 2

135

y a es la b on a r los d ifer en tes a s p ectos d e la s filo s o ­ fía s d e u n o y otr o. D ich o es to, q u ed a n s eñ a la d a s la s m a yor es d ificu lta d es p o r lo q u e res p ecta a A r is ­ tóteles . S o n la s d ificu lta d es in h eren tes a ten er q u e e x p lica r en b r eve es p a cio u n s is tem a

filo s ó fic o

s u m a m en te co m p lica d o , s is tem a qu e, s in em b a rg o, es tá ex p u es to en u n a p r o s a d irecta , s eca en o c a s io ­ n es , p er o s iem p r e p r ecis a y ra zon a d a . L o s d iá lo g o s d e P la tó n s on ta n d iferen tes , q u e to d o el q u e vu el­ va a ellos d es p u és d e le e r m i ex p o s ició n , q u izá se p r eg u n te d es d e lu eg o s i ver d a d er a m en te es él el es ­ c r ito r cu yo p en s a m ien to h e ex p u es to. M e es fo r cé en ex p lica r a lgu n a s d e la s p r in cip a les id ea s filo s ó ­ fica s q u e co n tien en . P e r o los d iá lo g o s s on ta n to li­ tera tu ra c o m o filo s o fía , y tea tr o ta n to c o m o lite­ ra tu ra . L a s u til ca r a cter iza ción d e los in terlocu tores n o es m u ch a s veces el ú ltim o d e los p r o p ó s ito s d el a u tor. N i s e p u ed e en te n d e r a P la tó n si n o se to ­ m a n en cu en ta los elem en to s p o ético s y r elig ios os , ta n to c o m o filo s ó fic o s , q u e los d iá lo g o s con tien en . E l va lo r q u e ca d a in d ivid u o d a a es os es critos es in tr a n s ferib le, p o r q u e d e p en d e d el e fe c to d ir ecto q u e p r o d u cen en ca d a lecto r. C on es to se r ela cio n a o tr a co s a m u y in teres a n te, ya q u e a b r e la p u erta a to d o u n a s p ecto d el p en s a m ien to d e P la tó n en el q u e h u b iera s id o m u y d es ea b le h a b er a h on d a d o m á s . M e r e fie r o a l a cces o a la filo s o fía p o r el la d o d e la es tética . Y a h e d ic h o q u e, s egú n P la tón , es la p e r c e p c ió n s en s ib le la q u e n os h a ce r ec o r d a r la s id ea s etern a s . E s to n o s ig n ific a s o la m en te q u e s i m ir a m o s d os p a los a p r o x im a d a m e n te igu a les n os ven g a a la m en te la n o c ió n g eo m é tr ica d e la ig u a l­ d a d . S ig n ific a s o b r e to d o q u e el filó s o fo es s en s ib le a la b elleza , y p o r su s u s cep tib ilid a d a la b e lleza d e es te m u n d o es lleva d o a la s u p rem a b e lleza d el o tr o

PLA TÓ N 2

136

m u n d o. N o s ó lo la ra zón , s in o el es p íritu d e E ros , el a m o r a tod a s la s cos a s b ella s , es p a r te n eces a ria d e su eq u ip o, s egú n s e ex p lica en p r o s a in o lvid a b le en el

B a n q u e te

y el

F e d ro .

E l p la to n is m o es, in d u d a ­

b lem en te, u n a filo s o fía d e los d os m u n d os , y a q u e­ llo s cu yo p en s a m ien to es té co n fin a d o a es te m u n d o, q u e n o es p eren lle g a r a en ten d erlo . P e r o es ta m ­ b ié n u n lib r o ce r r a d o p a r a q u ien n o s ea s en s ib le a la b elleza terren a l, la cu a l d eb e s er p a r a el filó s o fo (c ito la s p a la b ra s d e D ió tim a a S ócr a tes en e l q u e te )

B a n ­

c o m o el p r im e r p eld a ñ o d e la es ca la q u e le

eleva rá , fin a lm en te, d e la b e lleza fís ica a la b e lle za d e la s a ccio n es , d e és ta a la d e la s a b id u ría , y d e a q u í a la m a r a villo s a vis ió n d e la b e lle za en s í m is ­ m a , q u e n u n ca ca m b ia , q u e n o a u m en ta n i d is m i­ n u ye, q u e n o es h erm os a p o r u n la d o y fe a p o r otr o, s in o q u e es la b e lleza m is m a , d es p o ja d a d e to d o c o lo r c a m a l y d e to d a es co r ia m o r ta l y p er d u ra b le en el in m o r ta l r es p la n d o r en q u e b e lleza y ve r d a d s on la m is m a cos a .

VII. AR IST ÓT ELES

1) E l un iv erso aristotélico

A r is tó te le s

res u lta m en o s p er ju d ica d o q u e P la tó n

a l r es u m ir su p en s a m ien to en u n b r eve b o s q u ejo, s egú n h o y se u sa con ta n ta frecu en cia . E s e res u m en es lo q u e y o m e p r o p o n g o h a cer. In ten ta r é ex p o n er los p r in c ip io s fu n d a m en ta les q u e s irven d e b a s e a ca d a r a m a d e su filo s o fía , m á s b ien q u e en tr a r en d eta lles a cer ca d e cu a lq u ier a d e ella s . S in e m b a r ­ g o, co n ven d r á p r im e r o tr a za r u n a b r eve res eñ a d e su vid a . A ris tó teles n a ció el a ñ o 384 a .c. en E s ta g ira , en la G r ecia d el N o r te . E r a u n jo n io p o r cu ya s ven a s co r r ía la s a n gre d e lo s cien tíficos , p u es su p a d re p er ten ecía a l cu er p o m éd ico d e los a s clep ia d eos , y fu e m é d ic o d el p a d r e d e F ilip o I I d e M a ce d o n ia . A la ed a d d e 17 a ñ os p a s ó a A ten a s , p a r a es tu d ia r en la A ca d em ia d e P la tón . E n a q u el tiem p o , P la tón es ta b a en S icilia , q u e ta m b ién él vis itó va r ia s veces en el tra n s cu rs o d e los 10 a ñ os s igu ien tes ; p er o es in d u d a b le la en o r m e in flu en cia q u e el je fe d e la es ­ cu ela e je r c ió s ob re su d is cíp u lo m á s fa m o s o . A r is ­ tóteles p er m a n eció en la A ca d em ia h a s ta q u e m u r ió P la tó n 20 a ñ os m á s ta rd e. F u e es tu d ia n te a s id u o d e los d iá lo g o s , los m á s im p or ta n tes d e los cu a les ya h a b ía n s id o es critos , y to m ó el

F e d ó n

com o m o ­

d e lo p a r a su p r im e r en s a yo filo s ó fic o . C u a n d o, d es ­ p u és d e m u er to P la tón , a b a n d o n ó A ten a s , n o h a b ía p en s a d o a ú n en r o m p e r con la tr a d ició n p la tón ica , 137

138

ARIS TÓ TE LE S 1

p o r q u e fu e a es tu d ia r con Jen ócra tes , u n o d e los p la tó n ico s m á s o r tod ox os , q u ien r eg r es ó m á s ta rd e a A ten a s p a r a a s u m ir la jefa tu r a d e la es cu ela ; d e s u erte q u e s u n u evo h o g a r fu e o tr o cír c u lo p la tó ­ n ico. L a r es id en cia en A ten a s le o fr e c ía p o co s a li­ cien tes a A ris tó teles . E l n u evo je fe d e la A ca d em ia er a E s p eu s ip o, s o b r in o d e P la tón , co n cu ya s o p i­ n ion es filo s ó fic a s n i A ris tó teles n i J en ócra tes s im ­ p a tiza b a n ; y a d em á s la ciu d a d a ca b a b a d e s er s a ­ cu d id a p o r la s n oticia s d e la ca íd a d e O lin to en p o d e r d e F ilip o . L o s a m ig o s d e M a c e d o n ia n o era n p o p u la r es en A ten a s , y A ris tó teles s e s en tía fa vo ­ r a b lem en te d is p u es to h a cia M a ce d o n ia , ta n to p o r la s r ela cio n es d e su p a d r e c o m o p o r n a tu ra l in c li­ n a ción . F ijó s u n u eva r es id en cia en A s s os , ciu d a d d e la cos ta d el A s ia M e n o r s itu a d a en fr en te d e la is la d e L es b os . E r a a q u élla u n a co m u n id a d in teres a n te y s im p á tica . H er m eia s , el tir a n o loca l, g o b er n a n te d e u n p eq u eñ o E s ta d o clien te d el G r a n R e y d e P ers ia , h a b ía m o s tr a d o vivo in terés p o r la filo s o fía p o lítica d e P la tón , y h a b ía in vita d o a su c o r te c o m o h u és ­ p ed es p er m a n en tes a d os in d ivid u o s d e la A ca d e­ m ia , E r a s to y C oris eo, q u e le fu er o n r ec o m en d a ­ d os p o r e l m is m o P la tón . H er m eia s p a r ecía s er en p eq u eñ o el r e y filó s o fo q u e P la tó n h a b ía b u s ca d o en va n o en S icilia . E n to d o ca s o, m o d ific ó su co n s ­ titu ció n p o r co n s ejo d e los d os filó s o fo s , y d es p u és d e la m u er te d e P la tón d is p en s ó el m is m o b u en rec ib im ien to a A ris tóteles y a Jen ócra tes . H a b ía en A s s os u n a es cu ela p erm a n en te, en la q u e A r is tó te­ les en s eñ ó d u ra n te los tres a ñ os q u e p e r m a n eció a llí. D es p u és , cu a n d o ya ten ía 40 a ñ os , p a s ó d o s en la ve cin a is la d e L es b os , d o n d e vivía su a m ig o y d is cíp u lo Te o fr a s to , y p a r ece q u e a llí r e c o g ió g ra n

A RIS TÓ TE L E S 1

139

p a r te d e s u m a ter ia l cie n tífico , p o r la s p ru eb a s q u e s u m in is tra n su s ob ra s b io ló g ica s . D e M itile n e en L es b os p a s ó en 342 a P ella , in vita d o p o r el r ey F ilip o a d es em p eñ a r el p u es to d e tu tor d el jo ve n A leja n ­ d ro, d e ed a d en ton ces d e 15 a 16 a ños . O tro vín cu lo en tre A ris tó teles y H er m eia s fu er o n q u izá su s s im ­ p a tía s p o r M a ced o n ia . N a d ie q u e n o fu er a co n s i­ d er a d o p o lític a m e n te s eg u ro h u b iera s id o e le g id o p a ra tu to r d el p r ín cip e, y en cu a n to a H er m eia s , a l a ñ o s ig u ien te fu e a p r is io n a d o p o r los p ers a s , a cu ­ s a d o d e co n s p ir a r co n M a ce d o n ia co n tra el G ra n R ey, y se le co n d en ó a m u erte co n tortu ra . A r is tó te ­ les le e r ig ió u n m o n u m en to en D elfo s y, lo q u e es a ú n m á s in teres a n te, co m p u s o en su h o n o r u n h im ­ n o, en fo r m a d e h im n o cu ltu ra l q u e h a lleg a d o h a s ­ ta n os otros . L a s p o s ib ilid a d es q u e o fr e c ía el ca r g o a q u e er a lla m a d o en P ella p a r ecía n ilim ita d a s , p u es A r is ­ tóteles co m p a r tía p len a m en te co n P la tó n el d es eo d e s er vir d e ed u c a d o r a u n p r ín cip e, y u n ía la tr a ­ d ic ió n d el r ey filó s o fo co n la a p a s ion a d a c o n vic ­ ció n d e la s u p er io r id a d d e la r a za h e lén ica s ob re tod a s la s d em á s . P o d r ía g o b er n a r el m u n d o — d ijo en su

P o lít ic a

— s ó lo co n q u e se u n iera p o lític a m en ­

te. P er m a n eció en el n o r te h a s ta 336, en q u e m u r ió F ilip o y s u b ió a l tr o n o A leja n d r o. D es p u és , cu a n d o A leja n d r o p a s ó a A s ia c o m o u n s eg u n d o A q u iles , ca m p eó n d e la H é la d e co n tr a los b á r b a r os , A r is ­ tóteles v o lv ió a A ten a s . Y a n o h a b ía r a zon es , n i p o lítica s n i d e o tr o g én er o , p a ra q u e n o lleva s e a d ela n te su p r o ye cto d e a b r ir a llí u n a es cu ela s u ya . E s p eu s ip o h a b ía m u e r to en 339 y le h a b ía s u ced i­ d o en la d ir e c c ió n d e la A ca d em ia Jen ócra tes . P o r con s ig u ien te, fu n d ó el L ice o , lla m a d o a s í p o r su p r o x im id a d a l

L y k e io s ,

r ec in to d e A p o lo . H a b ía en

ARIS TÓ TE L E S 1

140

él u n

p e r ip a t o s ,

o p a s eo cu b ier to , q u e d io n o m b r e a

su s d is cíp u los , y en u n o d e los e d ific io s in s ta ló u n a b ib lio teca (la p r im er a en la h is tor ia , a l d e cir d e E s tr a b ó n ) y d is p u s o to d o lo n eces a r io p a ra la in ­ ve s tig a c ió n cien tífica , a la q u e er a in clin a d o. E n co n ju n to, el a m b ien te d el L ic ~ o p a r ece h a b er s id o m u ch o m á s c ie n tífic o q u e filo s ó fic o , en el s en tid o m o d e r n o . S e cu ltiva b a n Tas cien cia s d e ob s er va ­ ció n , y lo s d is cíp u los s e em p lea b a n en h a cer c o ­ leccio n es d e m a ter ia les p a r a fo r m a r la s b a s es d e d ich a s cien cia s y a u m en ta r la en o r m e ca n tid a d qu e A ris tó teles y a h a b ía r e c o g id o p o r s í m is m o . E s ta p a c ífic a ex is ten cia q u e d ó d es tru id a en el ver a n o d e 323, a l lleg a r a A ten a s la n o ticia in c r e í­ b le d e la m u erte d e A leja n d ro. L a a s a m b lea a ten ien ­ s e r es o lvió in m ed ia ta m en te lib r a r a la s ciu d a d es g r ieg a s d e la s g u a r n icio n es m a ced ón ica s . E n la o lea d a a n tim a ced ó n ica q u e se d es a tó, se in ven tó u n ca r g o co n tr a A ris tó teles : la vie ja a cu s a ción d e im p ie d a d q u e se les h a b ía a s es ta d o a A n a x á g ora s y a S ócra tes . S e d ice q u e A ris tó teles , p en s a n d o en S ócra tes , a d vir tió a l r etir a r s e a s u d e s tier r o vo lu n ­ ta r io en C a lcis , E u b ea , q u e q u ería "e vita r a los a te­ n ien s es u n s egu n d o c r im e n co n tr a la filo s o fía ”. L leva b a u n a ñ o en C a lcis cu a n d o m u r ió en 322, a los 62 a ñ os d e ed a d . E l r a s g o d e fin itivo d e A r is tó teles c o m o filó s o fo es u n vig o r o s o s en tid o co m ú n , q u e se n ega b a a c r e e r q u e es te m u n d o n o s ea p len a m en te rea l. L a filo s o fía , s egú n le p a recía , er a u n in ten to p a ra ex p li­ ca r el m u n d o n a tu ra l, y s i n o lo g r a h a cerlo , o s ó lo co n s ig u e ex p lica r lo

m ed ia n te

un

m u n d o m is te­

r io s o y tra n s cen d en ta l d e p r o to tip o s , p r iva d o d e la p r o p ied a d ca r a cter ís tica m en te n a tu r a l d el m o vi­ m ien to, h a y q u e p en s a r q u e h a fra ca s a d o. E s típ i­

AR IS TÓ TE LE S 1

141

co es te co m e n ta r io s u yo s o b r e la s id ea s p la tón ica s : "P e r o lla m a rla s m o d elo s , o d e cir q u e la s d em á s cos a s p a r ticip a n en ella s , es d e c ir p a la b ra s va cía s y m etá for a s p o ética s .” P o r lo ta n to, la n o ta d o m in a n te d e su filo s o fía es e l c o n flic to . P o r q u e es te h o m b r e , c o m o h em o s vis to , fu e d is cíp u lo y a m ig o d e P la tó n d u ra n te 20 a ñ os , d es d e los 17 d e ed a d . C u a n d o jo ven , a cep tó to d a la filo s o fía d e los d os m u n d os d e P la tón : la d o ctrin a d e las idea s , la in m orta lid a d y tra n s m ig r a ­ c ió n d el a lm a , y e l co n ce p to d el co n o c im ie n to te­ rr en a l c o m o r e m e m o r a c ió n d el co n o c im ie n to d el o tr o m u n d o. A u n q u e d es p u és se s in tió o b lig a d o , co m o p en s a d or in d ep en d ien te, a a b a n d on a r la s d o c­ trin a s m ís tica s d e la s id ea s y d el p a r en tes co d el a lm a co n la s cos a s d el m á s a llá , a q u élla s fu eron , s in em b a r g o, p a rtes d e u n a h er en cia q u e n u n ca lo a b a n d on ó. E n lo fu n d a m en ta l, co n tin u ó a l la d o d e P la tó n y d e S ócra tes , y c o m o d ice C orn ford : N o ob stante esta rea cción h a cia u n p u nto d e vis ta d e s entid o com ú n y d e hechos em p íricos , A ris tóte­ les n o p u d o n u nca d eja r d e s er p la tón ico. S u p en ­ s a m ien to está d ir ig id o, n o m en os qu e el d e Pla tón, p o r la id ea d e la a s p ira ción h ered a da d e S ócra tes p o r su m aestro: la id ea d e qu e la verd a d era cau sa o exp lica ción d e las cosas h a y qu e b u s ca rla n o al p rin cip io, s in o a ffiin T E n otra s p a la b ra s , la p regu n ta a q u e p u ed e y d eb e co n tes ta r la filo s o fía es : “¿P o r q u é?” N o es s u ficien te co n tes ta r a la p regu n ta : "¿C ó m o ?” P a ra h a b la r co n m á s ex a ctitu d , p o d em o s d e cir q u e el leg a d o p erm a n en te d el p la to n is m o a A ris tó teles fu e *

B e fo re

a n d .

a fte r

S o c r a te s ,

p p . 89 y ss.

142

ARIS TÓ TE LE S 1

d o b le, a u n q u e su s d os a s p ectos es tá n ín tim a m en te r ela cion a d os . L o q u e to m ó y r etu vo fu e: 1 )

E l p u n to d e vis ta te le o ló g ic o .

2 )

L a co n vic c ió n d e q u e la r ea lid a d res id e en la

fo rm a . N o p u d o ren u n cia r a su s en tid o d e la s u p rem a im p o r ta n cia d e la fo rm a , en la cu a l, c o m o ya h e ­ m o s vis to , los g r ieg o s fu n ció n . S a b e r

d e

q u é

in clu ía n n a tu ra lm en te la

m a te r ia es tá h ech a u n a c o ­

s a tien e s ó lo u n a im p o r ta n cia s ecu n d a ria , ya q u e la m a ter ia o r ig in a r ia es a lg o q u e co m p a r te es a cos a co n otra s q u e h a n to m a d o fo r m a d ifer en te, y en ­ ten d er la s ig n ifica d es cu b rir la s ca ra cterís tica s q u e la d is tin g u en d e la s d em á s cos a s . S u d efin ició n , p u es , d eb e ex p r es a r la fo r m a

e n

q u e

s e h a d es a r r o ­

lla d o. E n es to, s egú n P la tón y A ris tó teles , res id e su es en cia . E s ta cu es tión d e b u s ca r la es en cia d e las cos a s en el "d e lo q u e” o en el "en q u e” n os con d u ce a u n a b ifu r c a c ió n fu n d a m en ta l d e p ers p ectiva s q u e se d a en el m u n d o p res en te ta n to c o m o en el a n ti­ g u o, y en tr e los leg os lo m is m o q u e en tr e los filó s o ­ fos . S a b ien d o, c o m o s a b em os , q u e el h o m b r e h a e v o lu c io n a d o d es d e tip o s in fe r io r e s d e vid a , a l­ g u n o s en cu en tra n n a tu r a l d e c ir q u e "d es p u és d e to d o n o es m á s q u e" u n m o n o , o u n s im p le tr o zo d e p r o to p la s m a , q u e p o r a za r h a to m a d o u n a d i­ r ecció n d eterm in a d a . P a r a otros , su es en cia r a d ica en la s cu a lid a d es q u e a h o r a le d is tin gu en d e la s fo r m a s in fer io r es d e vid a a q u e p er ten ecier o n su s a n tep a s a d os . É s tos b u s ca n s u es en cia n o en lo q u e h a d e ja d o a trá s , s in o en su s ca p a cid a d es p res en tes y a u n fu tu ra s . L o im p o r ta n te es lo q u e p u d e h a cer a h ora : s u fu n ción , q u e d ep en d e d e su fo rm a . E l ú ltim o m o tivo d e elecció n p r o b a b lem en te n o es

ARIS TÓ TE LE S 1

143

r a cion a l, y es m a n ifies ta m en te im p o s ib le q u e u n la d o co n ven za a l o tr o m ed ia n te a rg u m en tos . H e a qu í, p u es , u n h o m b r e ta n d ecid id a m en te co n ve n cid o c o m o P la tó n d e q u e el c o n o c im ie n to es p o s ib le, y q u e tien e q u e s er c o n o c im ie n to d e la fo rm a , n o d e la m a teria . M a s d e es ta s p r em is a s P la tón , c o m o s a b em os , d ed u cía q u e la ú n ica e x p li­ ca ció n p o s ib le es ta b a en la h ip ótes is d e u n m u n d o d e fo r m a s tra s cen d en tes y a b s olu ta s r e a liza d o p a r ­ cia l y tra n s ito r ia m en te en el m u n d o d e la n a tu ­ r a leza . C o n tr a es to se r eb ela b a el s en tid o co m ú n d e A ris tóteles , p o rq u e la rela ción en tre los d os m u n ­ dos, la ca s u a lid a d d e la s id ea s , q u ed a b a s in ex p li­ ca r. S o b r e tod o, n o a yu d a b a n és ta s a ex p lica r lo q u e h a b ía co n s titu id o el en ig m a d e la filo s o fía g r ie ­ g a p r im itiva y q u e le p a r ecía a A ris tó teles la ú n ica co s a qu e, p o r en cim a d e tod a s , n eces ita b a e x p li­ ca ció n , o s ea, los fen ó m en o s d el m o vim ie n to y el ca m b io. E n co n s ecu en cia , r en u n ció a ella s ; p er o d eb e s u p on ers e q u e co n tin u ó p la n tea d a la d ific u l­ ta d q u e es ta b a n d es tin a d a s a s a lva r. ¿C ó m o tra er a l á m b ito d el co n o c im ie n to filo s ó fic o u n m u n d o d e fe n ó m en o s va ria b les , s in ces a r ca m b ia n tes , q u e tan p r o n to ex is ten c o m o n o ex is ten , y q u e n u n ca s on ig u a les a s í m is m o s en d os m o m en to s co n s e­ cu tivos ? ¿D ón d e es tá la es ta b ilid a d q u e, s egú n v i­ m os a l co m ie n zo , ex ig e la m en te h u m a n a ? L a s o lu ción d e A ris tó teles es trib a en d o s c o n c e p ­ tos r ela cio n a d o s en tre s í y fu n d a m en ta les a su filo ­ s ofía : a )

E l co n ce p to d e lá fo r m a in m a n en te.

b j

E l co n ce p to d e la p o te n cia lid a d

a )

F orm a

in m a n e n t e .

( d y n a m

is ) .

E n tér m in os g en era les , la

o p in ió n d e A ris tó teles co n s is te en qu e, si b ien a

144

A RIS TÓ TE L E S 1

p r im er a vis ta el m u n d o p a r ece es ta r en m o vim ie n ­ to con s ta n te y n o o fr e c e ver d a d es fija s , ú n ica s q u e p u ed en s er o b je to d el p en s a m ien to c ie n tífico , s in em b a r g o, el filó s o fo p u ed e, p o r u n p r o c es o m en ta l, a n a liza r es e flu ir co n tin u o y d es cu b rir q u e p o r d e ­ b a jo d e él ex is ten cier to s p r in c ip io s o elem en tos b á s icos q u e n o ca m b ia n . N o s on u n a s er ie d e s u s ­ ta n cia s q u e ex is ta n

a p a ñ e

d el m u n d o s en s ib le, p er o

ex is ten y p u ed en s er p en s a d os in d ep en d ien tem en ­ te. N o ca m b ia n , y s u m in is tra n lo s o b jeto s d e la ver d a d er a filo s o fía . A l p r e g u n ta m o s

cu á les

s on

es tos

p r in cip io s ,

d eb em o s r eco r d a r el p o s tu la d o in ic ia l d e s en tid o co m ú n fo r m u la d o p o r A ris tóteles , a s a b er, q u e s ólo los o b jeto s s en s ib les in d ivid u a les ex is ten s ep a ra d a ­ m en te:

e s te

h o m b re,

e s te

ca b a llo, s egú n él m is m o

d ice. T o d a la in ves tig a ció n tien e p o r fin a lid a d co m ­ p r en d er es tos ob jeto s in d ivid u a les . P a r a lo g r a r lo , ten em o s q u e ca p ta r cierta s cos a s rela tiva s a ellos , d eb em o s d e fin ir la cla s e a q u e p erten ecen , y a n a li­ za r la es tr u ctu ra in ter n a q u e ló g ica m en te h em o s d e s u p o n er q u e tien en . F ig u r ém o n o s , p u es , a l filó ­ s o fo ex a m in a n d o la s cos a s q u e le r o d ea n en u n es ­ fu e r zo p o r a b s tra er, m ed ia n te u n a n á lis is in d u cti­ vo en p r im er lu ga r, cier tos p r in cip io s com u n es q u e ex is ten (n o s on m era s a b s tra ccion es m en ta les ), p er o q u e s ó lo ex is ten co m b in a d o s en los o b jeto s co n c r e ­ tos . N o ob s ta n te, p u ed en s er co n s id er a d o s s ep a ­ ra d a m en te m ed ia n te u n p r o c es o m en ta l, y, co n s i­ d er a d os a sí, ex p lica r á n la n a tu r a leza d el o b jeto co n cr eto m is m o. V is to d e es ta s u erte, ca d a o b je to in d ep en d ien te d e l m u n d o n a tu r a l r e ve la q u e es u n co m p u e s to . A la verd a d , s eg u im os lla m á n d o le a ú n u n o b jeto c o n c r e to ,

con u n a p a la b ra la tin a qu e s ign ifica "a d h e­

ARIS TÓ TE LE S 1

145

r id o ” y q u e es tr a d u cció n d e la p a la b r a g r ieg a q u e A r is tó teles a p lica a d ic h o ob jeto . C on s is te, en cu a l­ q u ie r m o m e n to d a d o, en u n

s u b s tr a tu m

,

lla m a d o

ta m b ién su m a teria , in fo r m a d o p o r, o p o s ee d o r d e, cie r ta n a tu ra leza fo r m a l. P u es tos q u e la s cos a s p e r ­ cep tib les ca m b ia n , y lo s a n tig u os p en s a b a n q u e el c a m b io o cu r r e s iem p r e en tr e d os op u es tos o ex tr e­ m o s — d el n eg r o a l b la n co, d el c a lo r a l fr ío , d e lo p eq u eñ o a lo gra n d e, y a s í s u ces iva m en te— , A r is ­ tóteles u s ó la p a la b r a q u e h a b ía n em p le a d o los a n tigu os filó s o fo s grieg os , y ta m b ién lla m ó a la s fo r ­ m a s los "o p u es tos ” . L a r a zó n p o r la cu a l s u s p r e d e­ ces ores h a b ía n en co n tr a d o el p r o b le m a d el ca m b io ta n d ifíc il d e ex p lica r ló g ic a m e n te es q u e h a b ía n a r g u m en ta d o — d ecía — c o m o si d ic h o p r o b lem a ex ig ies e a s en tir a la p r o p o s ic ió n d e q u e es a s cu a li­ d a d es op u es ta s p o d ía n ca m b ia r s e la u n a en la otra . C on fu n d ía n la a fir m a ció n "es ta cos a fr ía se h a p u es ­ to ca lien te” con la a fir m a c ió n “el c a lo r s e h a h ech o fr ío ” . E s ta ú ltim a a fir m a c ió n vio la la le y d e la c o n ­ tr a d ic c ió n y es im p o s ib le, y P a r m én id es h a b ía te ­ n id o a g u d eza b a s ta n te p a r a a d ver tir lo . D e a q u í la n eces id a d d e p o s tu la r el

s u b s tr a tu m

,

q u e en s í m is ­

m o ca rece en a b s olu to d e cu a lid a d es (a u n q u e, n a tu ­ r a lm en te, n u n ca ex is te d es n u d o y s o lo ). D a d o es te s u b s tr a tu m

— es to es, d a d a la d is tin ció n , q u e n os

p a rece elem en ta l, en tre s u s ta n cia y a trib u to— , p o d e­ m o s e x p lica r u n p r o c es o d e ca m b io — p o r ejem p lo , el en fr ia m ie n to , el d e c a im ie n to o la m u er te— d i­ c ie n d o n o q u e el ca lor, la a u s en cia d e c o lo r o la vid a s e h a n ca m b ia d o en su s op u es tos el fr ío , e l c o lo r y la m u erte, s in o q u e el ca lo r , la fa lta d e c o lo r y la vid a h a n a b a n d o n a d o el o b je to co n cr eto y h a n s id o r em p la za d o s en él p o r otra s cos a s . E s ta d is tin ció n ya h a b ía s id o s eñ a la d a p o r P la tón , q u e en el

F e d ó n

A RIS TÓ TE L E S 1

146

h a b la d e la co n fu s ió n m en ta l q u e res u lta d e to m a r "la s cos a s q u e p o s een los op u es tos ” p o r los o p u es ­ tos m is m os . P er o la s o lu ció n d e A ris tóteles d ifer ía en u n p u n to es en cia l, p u es m ien tra s q u e a P la tó n le p a r ecía es en cia l a fir m a r la ex is ten cia d e la s fo r m a s a p a rte y p o r s í m is m a s , a la ve z q u e d e m a n er a m is ter io s a "en tr a b a n en ” la s cos a s co n creta s , p a ra A ris tó teles es ta b a n s iem p r e en a lg ú n cu er p o fís ico . b )

Po

t e n c ia l id a d

(d y n a m

is ) .

A l e x p o n e r es te co n ­

cep to, d e b o d e c ir a n te to d o q u e la teleo lo g ía , ta l c o m o la en ten d ía n P la tó n y A ris tó teles , r eq u er ía la ex is ten cia r ea l d el

t e lo s

o fin , es d ecir, d e u n a p e r ­

fe c c ió n p o r cu ya in flu en cia tien e lu g a r la a ctivid a d d el m u n d o n a tu ra l. E s to n o p r es u p on e n eces a r ia ­ m en te la id e a d e u n p r o g r es o o r d en a d o . E l p r o g r e ­ s o o r d e n a d o es u n a co n ce p ció n p e r fec ta m en te p o ­ s ib le s in s u p o n er q u e la p e r fec ció n , o m eta , a q u e tien d e ex is ta ya en a lgu n a p a rte. É s ta es, en r e a li­ d a d , la id ea q u e d efien d e u n b ió lo g o evo lu cio n is ta m o d e r n o c o m o J u lia n H u x ley; p e r o los p la tó n ico s n o p en s a b a n así. C o m o d ice A ris tóteles : "D o n d e h a y u n ‘m á s b u en o ’ tien e q u e h a b er u n ‘b o n ís im o ’” , o, p o d em o s d ecir, la ^ c o m p a r a c io n e s n o tien en s en ti­ d o a m en o s q u e h a ya u n p r in c ip io a b s o lu to a l cu a l p u ed a n r efer ir s e. N o p o d r em o s h a b la r d e p r o g r e ­ so, y n i s iq u iera s a b er s i la s cos a s a d ela n ta n o r e­ tro ced en , s i n u es tra es ca la d e va lo r es es p u r a m en ­ te r ela tiva ; y tien e q u e s er r ela tiva s i n o ex is te en a lgu n a p a r te u n a p e r fec ció n p o r la cu a l p u ed a n s er ju zg a d a s , s egú n se a cer q u en a ella m á s o m en os . A s í p en s a b a A ris tóteles , a l m en os . E n el m u n d o d e A ris tó teles es ta p e r fec ció n la o fr e c e su d ios , q u e es la ú n ica fo r m a p u ra q u e ex is te a p a rte d e la m a te ­ ria . N o es la fo r m a

d e

n a d a d el m u n d o, y a s í n o s e

A RIS TÓ TE LE S I

n os h a ce vo lve r a la s

fo r m a s

147

in d ep en d ien tes y

es p ecífica s d e P la tón , q u e a A ris tó teles le p a r ecía n u n a s u erte d e rép lica s in ú tiles d e la s cos a s p e r c e p ­ tib les . M á s a d ela n te h a b la r em o s d e la n a tu r a leza d e es e s er s u p rem o, y p o r a h o r a co n tin u a r em os en el m u n d o d e los s en tid os . E n es te m u n d o, ca d a cos a n u eva m en te co n ceb id a d eb e ten er u n p a d re o a u tor, q u e es su ca u s a en d o s s en tid os : p r im er o , p o r h a b er ejecu ta d o el a cto d e en g en d r a r la ; y s egu n d o, c o m o m o d e lo d e la fo r m a e s p e c ífic a q u e to m a r á la n u eva cria tu ra . S egú n A ris tó teles , el p a d r e es n eces a r io c o m o ca u s a e fic ie n te y c o m o ca u s a fo r m a l- fin a l. L a "n a tu ra leza ” d e la p la n ta o a n im a l h ijo co n s is te en es for za r s e p o r r e a liza r su p r o p ia fo r m a es p e cífi­ ca , ta l c o m o a p a rece en el p a d re, q u e d eb e p reex is tir. S i el m u n d o h u b ier a s id o cr ea d o en el tiem p o , la g a llin a h a b ría s id o a n ter io r a l h u evo, s egú n la filo ­ s o fía d e A ris tó teles . P e r o s o s ten ía q u e ex is tía d e s ­ d e la etern id a d , y su ex is ten cia es tá g a r a n tiza d a p o r la eter n a y a b s o lu ta p e r fe c c ió n d e la fo r m a p u ra , o D ios . C la r o es tá q u e exis te co n cie r ta la x i­ tu d , a ca u s a d el s en tid o r ela tivo en q u e el p a d r e in d ivid u a l r ep res en ta la p e r fec ció n . L o s e n to m ó lo ­ g os h a b la n d el "in s e cto p e r fe c to ” en co n tra s te co n - la - la rva , p e r o n o ex h ib e u n a p e r fec ció n a b s olu ta . S i p r o d u c ir u n a cr ia tu r a in d ivid u a l r eq u ie r e u n a p e r fe c c ió n p r e via m e n te ex is ten te en la es fer a p a r ­ cia l y rela tiva d e la s es p ecies , la ex is ten cia d el m u n ­ d o en co n ju n to ex ig e la ex is ten cia d e u n a p e r fe c ­ ció n a b s olu ta . A l r e a liza r to d o lo a d ecu a d a m en te q u e le es p o s ib le s u p r o p ia fo r m a es p ecífica , p u ed e d ecir s e q u e to d a cr ia tu r a im ita , a s u m a n era , lim i­ ta d a . la p e r fe c c ió n eter n a d e D ios . E n el im p u ls o in te r io r ä h a cerlo a s í es en lo q u e co n s is te la "n a tu -

148

r a le za ”

ARIS TÓ TE LE S 1 ( p h y s is )

d e u n o b je to n a tu ra l. A ris tó teles

s en tía co n ta n ta fu er za la n eces id a d d e ex p lica r el m o vim ie n to — n eces id a d q u e h a b ía s id o tra íd a a p r im e r té r m in o p o r la h is to r ia a n te r io r d el p en s a ­ m ien to g r ie g o d e m a n er a q u e es p er o h a b er ex p u es ­ to co n cla r id a d — , q u e d e fin ió los o b jeto s n a tu ra les d ic ien d o q u e “co n tien en en s í m is m o s el p r in c ip io d el m o vim ie n to y d el r e p o s o ”. C o m o h em o s vis to, a lg u n os filó s o fo s , ven cid o s p o r la d ificu lta d d e ex p lica r el m o vim ie n to , h a b ía n ca íd o en el d es es p era d o ex p ed ien te d e n ega r su ex is ten cia . E l m is m o P la tó n (s i b ien h a y p a s a jes en su s ú ltim o s d iá lo g o s q u e in d ica n q u e n o es ta b a s a ­ tis fe ch o c o n la s o lu ció n ) se h a b ía vis to o b lig a d o a d ecla r a r q u e el m u n d o, p o r el h ech o m is m o d e su m o vim ie n to , s ó lo er a cu a s i rea l, y q u e h a b ía q u e b u s ca r la r ea lid a d en u n a es fer a tra s cen d en te d i­ vo r c ia d a d el m o vim ie n to y d el ca m b io fís icos . A r is ­ tóteles , a l a cep ta r p len a m en te el m o vim ie n to , d e a cu er d o c o n su tem p er a m en to m á s c ie n tífic o (y es p e cífica m en te b io ló g ic o ), s e en co n tr ó en la o b li­ g a c ió n d e con tes ta r a qu ien es , c o m o P a rm én id es , lo h a b ía n d e cla r a d o im p o s ib le. E l d ile m a d e P a r m é ­ n id es fu e, ta n to c o m o cu a lq u ier o tr a cos a , res u lta ­ d o d e la in m a d u r ez d e la ló g ic a y d el len gu a je en su tiem p o , y ya P la tó n h a b ía in d ica d o el m o d o d e es ca p a r a él. A ris tó teles p a r a fr a s eó el d ilem a en los s ig u ien tes térm in os : N o ex is te n a d a s em eja n te a “co n ver tir s e en ” o “lleg a r a s er”, p u es to q u e lo q u e e s

n o p u ed e lleg a r a s er (p o r q u e ya

e s ),

n i p u ed e

n a d a p r o c e d e r d e lo q u e n o es . P la tó n h a b ía h ech o v e r q u e la efec tivid a d d e es te d ile m a d ep en d ía d e la in ca p a cid a d p a ra co m p r e n d e r q u e el ver b o "s er ” se em p lea en d os s en tid os to ta lm en te d iferen tes , ex is tir, y

b )

a )

ten er cier to p r e d ica d o (s e r h om b re, s er

A R IS TÓ TE LE S 1

149

fr ío , etc.)· C on es ta s n o c io n e s a la es p a ld a , A r is tó ­ teles p r es en tó c o m o s o lu c ió n el d o b le co n cep to d el s er p o ten cia l y el s er a ctu a l, d is tin ció n u s a d a h o y co n ta n ta frecu en cia , q u e res u lta d ifíc il c o m p r e n ­ d e r q u e h a ya s id o n eces a r io ta n to es fu er zo m en ta l p a r a lleg a r a ella . S egú n A ris tóteles , la a n títes is en tr e “lo q u e es ” y “lo q u e n o es " n o r ep res en ta la ver d a d er a p o s ició n . In d u d a b lem en te, d o n d e n a d a en a b s o lu to exis te, n u n ca p u ed e h a b er n a d a . N in g ú n g r ie g o n eg a r ía la s en ten cia

e x

n ih ilo

n ih il,

y és a fu e u n a d e la s r a zo ­

n es p o r la s cu a les A r is tó teles s os tu vo q u e el m u n ­ d o es etern o. P e r o n o es és ta , s in em b a r g o , la s i­ tu a ción co n q u e ten em o s q u e tra ta r. U n em b r ió n “n o es " u n h o m b re. E s ta a fir m a c ió n n o im p lic a la n o ex is ten cia , s in o a n tes b ien el h ech o p o s itivo d e q u e e x is te u n tr o z o d e m a te r ia d e ta l n a tu r a le ­ za , q u e le es p os ib le lleg a r a s er u n h om b re. E n otra s p a la b ra s , q u e p o te n cia lm en te es u n h o m b re. D a d o su a n á lis is d e los o b jeto s co n cr eto s en

s u b s tr a tu m

y fo rm a , A ris tó teles p o d ía d e c ir q u e el em b r ió n co n s is tía en u n

s u b s tr a tu m

p o s eíd o en el m o m en to

d e lo qu e él lla m a la “p r iva ció n ” d e la fo r m a d e h o m ­ b re. T a m p o c o és ta es u n a a fir m a c ió n p u r a m en te n ega tiva , s in o q u e im p lic a la p o ten cia lid a d d e r e a ­ liza r la fo r m a . A ris tó teles ve tod a la n a tu r a leza co n o jo s d e te le ó lo g o , y el c o n c e p to d e fu n ció n va a q u í ta m b ién en p r im er a fila . L a fu n ció n d el o jo , p o r e je m p lo , es ver. E n tér m in o s a ris to télicos , n o r e a ­ liza p len a m en te su fo r m a y su a ctu a lid a d s i n o es tá vien d o . A s í, p u es , u n o jo c ie g o se ca r a cter iza p o r la “p r iva c ió n ” d e la vis ta . N o p u ed e d ecirs e co n p r o ­ p ied a d lo m is m o d e la h o ja d e u n a p la n ta , a u n q u e n o ve m á s q u e el o jo c ie g o d e u n g a tito r ecién n a ci­ d o, p o r q u e su n a tu r a leza n o es ver. P o r otr a p a rte,

ARIS TÓ TE L E S 1

150

si u n a p la n ta cr ece en la o s cu rid a d y su s h oja s es tá n b la n q u ecin a s , p u ed e d ecir s e co rr ecta m en te q u e se ca r a cter iza n p o r la p r iva c ió n d e ver d o r , q u e es tá en su n a tu ra leza a lca n za r. L a fo r m a es la es en ­ c ia o la ve r d a d e r a n a tu r a le za d e u n a co s a y la p len a p o s es ió n d e la fo r m a eq u iva le a la ejecu ció n p er fec ta d e la fu n ción . Los

d os

in m a n en te,

co n cep to s b )

a q u í ex p u es tos :

a )

fo r m a

n o ció n d el p o te n cia l y d el s er a ctu a l,

se r ela cio n a n en tre s í es trech a m en te. L a id ea d e q u e la s cria tu ra s n a tu ra les p r o g r es a n d e la p o te n ­ cia a l a cto p o r vir tu d d e s u p r o p ia n a tu r a leza d in á ­ m ica n o p u ed e s ep a ra rs e en n u es tr a m en te d el a n á lis is d e la s cos a s to m a d a s ta l c o m o s e p r es en ­ ta n , a n á lis is q u e r evela la n eces id a d d e d eter m in a ­ do

s u b s tr a tu m

ca p a z d e s er in fo r m a d o en d ife r e n ­

tes g ra d os p o r cu a lid a d es q u e en s í m is m a s s on in tr a s for m a b les . L o u n o p u ed e co m p a r a r s e a u n a fo to g r a fía in s ta n tá n ea tom a d a co n ra yos X ; lo otro, es la ex p la n a ció n d el p r o ces o . D e cu a lq u ier m a ­ n era , y p u es to q u e p a ra A ris tó teles los fe n ó m en o s q u e p r im o r d ia lm en te ex ig en u n a ex p lica ció n s on el ca m b io y el m o vim ien to , la vis ió n d in á m ica d e la n a tu ra leza d y n a m

is

y

s u m in is tra d a e n e r g e ia

por

los

co n cep to s

de

d o m in a to d o e l s is tem a , y su

in ven to r la em p lea m u ch o a l fo r m u la r su s teoría s en tod a s la s ra m a s d e los co n o cim ie n to s . A h o r a p o d em o s tra ta r la cu es tió n d el d io s a ris ­ to té lic o en su r ela ció n co n el m u n d o. E n su a n cia ­ n id a d P la tón , c o m o h em o s vis to , d e fin ía a D ios c o m o a lm a , y a l a lm a c o m o p r in c ip io a u tom otor . A ris tó teles p a r tió d e es e p u n to, p e r o n o p o d ía p e r ­ m a n ecer en él, ya q u e es a c o n ce p ció n n o s a tis fa cía a su c o n cie n zu d o r a cio n a lis m o . S u d io s n o er a u n p o s tu la d o in icia l, s in o el es la b ó n p o s tr er o d e u n a

A RIS TÓ TE LE S 1

151

ca d en a d e r a zo n a m ien to s q u e lo lle vó a la c o n ­ clu s ió n d e q u e el co n ce p to d e u n a lg o a u to m o vid o er a u n a im p o s ib ilid a d . E s ta a rg u m en ta ción , q u e p a r te d el m o vim ie n to , p u ed e p a r e c e m o s m u y a le ­ ja d a d e to d o lo q u e es ta m os a cos tu m b ra d os a c o n ­ s id er a r c o m o teo lo g ía , y, s in em b a r g o , es es en cia l p a r a co m p r en d er la n a tu r a leza p e cu lia r d el d io s a ris to télic o . T o d o a cto d e ca m b io h a d e ten er u n a ca u s a ex tern a . Y a s a b em os q u e la n a tu r a leza d e la s cos a s con s is te en u n a ten d en cia in n a ta o ca p a cid a d p a r a c a m b ia r y d es a r ro lla r s e en u n a d ir e c c ió n d e te r m i­ n a d a , y q u e p o r es o s e lla m a ta m b ién

d y n a m

is .

Es

la fa cu lta d d e r es p o n d er a los es tím u los a d ecu a ­ d os , p e r o n o es la ex p lica ció n co m p leta d el ca m b io q u e tien e lu ga r. É s te ex ig e u n a ca u s a o es tím u lo ex tern o s in el cu a l la p o ten cia in ter n a s eg u ir ía d o rm id a . A lg u n a o tr a co s a d eb e a ctu a r en la tr ip le ca p a cid a d d e ca u s a e fic ie n te (p a r a in ic ia r el m o v i­ m ien to ), ca u s a fo r m a l (p o r q u e en la g en er a ció n n a tu ra l la in ic ia c ió n d eb e p r o c e d e r d e u n in d ivi­ d u o d e la m is m a es p e cie) y ca u s a fin a l (en cu a n to r e p r e s e n ta c ió n d e la m eta a q u e s e d ir ig e el m o ­ vim ie n to ). N o p u ed e h a b er u n n iñ o s in p a d res h u ­ m a n os , n i s em illa q u e n o p r o c ed a d e u n a p la n ta m a d u ra . La

im p o s ib ilid a d

d el ca m b io a u toca u s a d o r e ­

s u lta cTéla yu xta p os iciS rTcTe d o s a fir m a cio n es . P r i­ m er o , el ca m b io o m o vim ie n to es u n

p r o c e s o ,

o, en

tér m in os a r is to télicos , m ien tr a s s e p r od u ce, la p o ­ ten cia en cu es tió n es tá in co m p leta m en te a ctu a liza ­ d a . S egu n d o, el a gen te d el ca m b io d eb e es ta r ya en p o s es ión d e la fo r m a o a ctu a lid a d h a cia la q u e se m u eve el o b jeto d el ca m b io . P a ra q u e n a zca u n h om b re, tien e q u e ex is tir u n h o m b r e a d u lto; p a ra

152

ARIS TÓ TE LE S 1

q u e u n líq u id o se ca lien te h a s ta cier ta tem p er a tu ­ ra , d eb e h a b er u n a gen te q u e ten g a ya a q u ella te m ­ p era tu ra o tem p era tu r a m á s a lta . D ec ir q u e a lg o es la ca u s a d e s u p r o p io m o vim ie n to , tr a d u cid o en tér m in os a r is to télicos , s ig n ifica r ía , p u es , q u e es e a lg o era a la ve z a ctu a l y p o ten cia l r es p ecto d el m is m o a cto d e ca m b io, lo cu a l es a b s u rd o. L a ex ig e n c ia d e u n m o to r ex tern o es tá s a tis fe­ ch a en ca d a a cto in d ep en d ien te d e ca m b io q u e ocu ­ rre en el m u n d o fís ico . P e r o tien e q u e q u ed a r s a tis ­ fech a ta m b ién p a r a el co n ju n to d el u n ivers o. T ie n e q u e ten er és te u n a ca u s a ex terior, y c o m o su es ­ tru ctu ra es etern a , la ca u s a h a d e s er eter n a ig u a l­ m en te. S e req u iere u n s er p erfecto — el s er “ó p tim o ” , en r ela ció n c o n el cu a l se va lo r a to d o lo "m e jo r " y “p e o r " d e es te m u n d o m a ter ia l e im p e r fec to — , u n a p r im er a ca u s a a la cu a l en d e fin itiva d eb a n su s er tod a s la s ca u s a s d e m o vim ie n to y d e c a m b io d e es te m u n d o. E s a ca u s a es la q u e m a n tien e en m o v i­ m ien to los g ir a to r io s cu erp os celes tes , d e cu ya r e ­ g u la rid a d d ep en d e la r ecta s u ces ión d e la n och e y el d ía , d el ve r a n o y d el in vier n o y, p o r lo ta n to, en d e fin itiva la vid a d e tod a s la s cos a s d e la tierra . S ien d o eter n o y p e r fecto , n o co n tien e n in g ú n e le ­ m en to d e p o ten cia lid a d n o r e a liza d a y, p o r lo ta n ­ to, n o p u ed e ex p erim en ta r m ovim ien to en el s en tid o filo s ó fic o , q u e es el p a s o d e la p o ten cia a l a cto. D e es te m o d o lleg a m o s

a l co n cep to d e D ios c o m o

M o to r In m ó vil. A n tes d e q u e es tu d iem os la n a tu r a leza d e es te s er d ivin o, q u izá n os a cla ra rá la s cos a s tr a za r u n b reve b o s q u ejo d el u n ivers o a ris to télico . E s e s fé r i­ co, tien e en su p e r ife r ia la es fera d e la s es trella s fija s , y en el cen tr o es tá la Tier r a , es fér ica ta m b ién , p er o in m óvil. D en tro d e la es fera m á s ex terio r es tá n ,

A RIS TÓ TE LE S 1

153

u n a d en tr o d e otra , la s es fera s q u e co n tien en a los p la n eta s , a l S ol y a la Lu n a . E s tas es fera s es tá n co m ­ p u es ta s d e l q u in to ele m en to ( o q u in ta es en cia ), a s a b er

el éter.I s u s ta n cia in vis ib le m á s p u ra _ qu e_ el

fu eg o. í.a s es trella s y l ó s p la n eta s es tá n fijo s en u n p u n to d e su s r es p ectiva s es fera s , y s on a rra s tra d os en el m o vim ie n to r o ta to r io d e tod a la es fera . C a d a u n a d e la s es fera s g ir a a lr e d e d o r d e u n eje, y el a p a ren te m o vim ie n to ir r eg u la r d e los p la n eta s se ex p lica b a s u p o n ien d o q u e su s es fera s n o g ir a n a l­ r e d e d o r d e los m is m os ejes n i a igu a l velo cid a d qu e la es fera m á s ex ter io r d e la s es tr ella s fija s , y qu e ca ­ d a es fera co m u n ica su m o vim ie n to a la in m ed ia ta ­ m en te m en o r co n ten id a en ella . D e es ta s u erte, el m o vim ie n to d e tod a s la s es fera s , ex cep tu a d a la m á s ex terio r, es u n a c o m b in a c ió n d e s u p r o p ia r o ta ­ ció n co n los m o vim ien to s d e la s q u e es tá n s ob re ella y los a s tró n om os a n tig u os p r o p u s ier o n s olu ­ cio n es m a tem á tica s m u y in g en ios a s p a ra ex p lica r co n es ta h ip ótes is los m o vim ie n to s a p a ren tes . E s ­ ta r ed u cció n d e los m o vim ie n to s a p a ren tem en te ir r eg u la r es d e los p la n eta s a u n a co m b in a ció n d e m o vim ie n to s circu la res , ta l c o m o p u ed e ob ten ers e d es d e el cen tro d e u n s is tem a d e es fera s q u e g ir a n en d ifer en tes d ir eccio n es , la co n s er va r o n los a s tró­ n o m o s occid en ta les h a s ta los tiem p o s d e K ep ler . P o r d eb a jo d e la s es fera s celes tes d e éter es tá n la s r eg io n es s u b lu n a res d e los elem en to s in fe r io ­ res : tierra , a gu a , a ir e y fu eg o. C a d a ele m en to tien e u n m o vim ie n to n a tu ra l: el d el é ter es circu la r, y los d e la s p a reja s tierra - a g u a y a ir e- fu eg o h a cia a b a jo y h a cia a rrib a r es p ectiva m en te. A s í q u ed a n ex p li­ ca d os el p es o y la leved a d c o m o u n a

d y n a m

is

in te r ­

n a d e los elem en tos m is m os . S ó lo n os q u ed a p o r a ñ a d ir q u e el éter, c o m o en

154

A RIS TÓ TE LE S 1

la s vieja s cr een cia s grieg a s , vive y s ien te y, en r e a li­ d a d , es d ivin o ; y lo s on ta m b ién p o r co n s ig u ien te, la s es fera s y los cu er p os celes tes , q u e es tá n h ech os d e él o d e u n a m e zc la d e éter y fu eg o. V o lv ie n d o a l d io s s u p rem o, h em o s d ic h o q u e es in m ó vil, eter n o y p e r fecto , d e d o n d e s e s ig u e q u e d eb e s er in c o r p ó r eo . A d em á s , s i es tá lib r e d e m o ­ vim ie n to , y n a d a en él es p o ten cia l, tien e q u e s er p u ra a ctu a lid a d

( e n e r g e ia

en g r ie g o ). R e c o r d e m o s

q u e en la filo s o fía a ris to télica , q u e ta n ta im p o r ta n ­ cia co n ced e a la fu n ción , la a d q u is ición d e la fo rm a , c o m o es ta d o o es tru ctu ra es tá tica , to d a vía n o es, p a r a n in g u n a cos a , la fa s e m á s a lta d el s er. C o n ­ s is te és ta n o en la p o s es ió n d e fa cu lta d es , s in o en el ejer cicio d e ella s. E s to es la la

k in e s is

e n e r g e ia .

M ien tra s qu e

es e l a rd u o p r o c es o d e “d es a r ro lla r s e” , o

d e a d q u ir ir a ctu a lid a d , la

e n e r g e ia

es la lib r e flu en ­

cia d e a ctivid a d , q u e se h a h ech o p o s ib le u n a ve z a d q u ir id a la a ctu a lid a d . D e es te m o d o , el co n cep to d e D ios c o m o fo r m a in m ó vil — o in m u ta b le—

y

p u ra , a u n q u e p o r va ria s ra zon es es in s a tis fa cto r io p a ra la s a lm a s r elig ios a s , n o es ta n fr ío y es tá tico c o m o p a r ece a p r im er a vis ta . A u n q u e ex en to d e k in e s is ,

c o m o a ctu a lid a d p u r a es tá eter n a m en te

a ctivo, c o n u n a a ctivid a d q u e n o p r o d u ce fa tiga , s in o q u e es eter n a m en te d eleita b le. S u cu a lid a d es en cia l es la vid a . ¿E n q u é con s is te, p u es , su a ctivid a d ? E s tá en tr e­ g a d o a u n p en s a r etern o. E n u n a d e es a s fra s es la p id a r ia s q u e r a r a ve z n os co m p en s a n d e c o n o c e r ú n ica m en te los lib r o s d e n ota s d e A ris tó teles , y n o s u s o b ra s ta l c o m o fu er o n p u b lica d a s , s e r es u m e el c r e d o d e l filó s o fo en es tos tér m in o s : " L a a ctivi­ d a d H p la m p n tp g fi v i H a ,” E l n o u s es la vid a e r fs u m á s a lta m a n ifes ta ció n . N o es lo m is m o q u e

s y llo -

A R IS TÓ TE LE S 1 g is m

o s ,

155

o p r o c es o p o r e l q u e se r a zo n a n la s cos a s

p a s o a p a s o. É s te es u n a

k in e s is ,

el p a s o d e la p o ­

ten cia lid a d a la a ctu a lid a d , n eces a r io a la s m en tes im p er fecta s d e los s eres h u m a n os s i a lgu n a ve z h a n d e s er p r em ia d a s , c o m o p u ed en s er lo d es p u és d e u n es fu er zo s u ficien te y b ien o r ien ta d o , co n el s ú b ito y r es p la n d ecien te vis lu m b re d e la ver d a d to ­ ta l q u e a lca n za el

n o u s

p u ro. D ios , c o m o y a s a b e­

m os , n o ex p er im en ta ca m b io s n i p roces os . E s p en ­ s a m ie n to p u r o , q u e p u ed e co n te m p la r en ú ifTs óIó in s ta n te, y a s í IcTh a ce eter n a m en te, to d o el d o m i­ n io cfel ve r d a d er o s er. E s és a u n a c o n ce p ció n es p lén d id a , p e r o d es g r a ­ cia d a m en te n o h em o s lle g a d o co n ella a l té r m in o d e la co n cie n cia filo s ó fic a . "T o d o el d o m in io d el ver d a d er o s er”, sí, p er o ¿en q u é con s is te es e d o m i­ n io? L a co n clu s ió n es q u e el ú n ico o b je to p o s ib le d el eter n o p en s a m ien to d e D ios es D io s m is m o , el ú n ico s er p len o y p e r fec to . N o h a y m a n er a d e q u e p u ed a in c lu ir en su p e n s a m ien to a la s cria tu ra s d el m u n d o fís ico , s in a b a n d o n a r el p o s tu la d o in ic ia l d e q u e d ep en d e to d a s u n a tu ra leza . N o es ta r ía li­ b r e d e m o vim ie n to

( k in e s is )

s i a p lica s e s u p en s a ­

m ien to a ob jetos q u e es tá n s u jetos a

k in e s is .

D e es ta

m a n er a gn eH a ex rln iH a tr»da p o s ib ilid a d d e j j r o vid en cia d ivin jÇ jM o s n o p u ed e ocu p a rs e d e í m u n d o; n i s iq u ier a s a b e q u e ex is te. S a n to lo m á s tr a tó d e s u a viza r T S ia cu u d u s tö ll d ic ie n d o q u e el c o n o c i­ m ie n to q u e D ios tien e d e s í m is m o d eb e d e in c lu ir el c o n o c im ie n to d el m u n d o, q u e le d eb e la ex is ten cia ;- p er o c o m o d ic e D a vid R os s : "E s és ta u n a id ea p o s ib le y fr u ctífer a , p e r o n o es la q u e a d o p tó A r is ­ tóteles .” ¿C u á l es , p u es , la r e la c ió n d e D io s co n el m u n ­ d o, y en q u é s en tid o es ca u s a d e és te? D io s es el

156

AR IS TÓ TE LE S 1

id ea l ex te r io r y n eces a r io d e p e r fe c c io n é s in el cu a l to d a la

d y n á M

S

d é la n a tu r a leza

p er m a n ecer ía

s u m er g id a en la in a ctivid a d . A b s o r b id o en etern a a u to co n tem p la ció n , p o r su s o la p r es en cia d e s p ier ­ ta la s fu er za s la ten tes d e la n a tu ra leza , la cu a l p r o ­ cu ra en su s d ivers a s m a n era s a lca n za r su fo r m a y d es a r r o lla r su s p r op ia s a ctivid a d e s / Im ita n d o ) a s í en su s p r o p ia s es fera s p a r ticu la r es a la ú n ica fo r ­ m a p u r a y a l ú n ico s er eter n a m en te a ctivo. D ios n o p u ed e ir h a cia el m u n d o, p e r o el m u n d o n o p u ed e d eja r d e ir h a cia D ios . T a l es la r ela ció n q u e h a y en tr e ellos , r es u m id a p o r A ris tó teles en otr a fra s e fe cu n d ís im a d e s en tid o: "D io s m u eve c o m o el o b je ­ to d el d es eo .” E n la s cria tu ra s s en s ib les el d es eo es, en m a y o r o m en o r g r a d o, co n s cien te y r ectilín eo. E n los ór d en es in fer io r es d e la n a tu ra leza , q u izá n o se le p u ed a lla m a r d es eo s in o p o r a n a logía ; p er o en tod a s p a rtes es la m is m a fu er za fu n d a m en ta l, la d y n a m

is

o im p u ls o d e la n a tu r a leza p a r a a lca n za r

la m a d u rez, p a ra rea liza r la fo r m a y p a r a ejecu ta r la fu n ció n d eb id a . Y su s es tu d ios b io ló g ic o s le h a b ía n en s eñ a d o a A ris tó teles q u e n o h a y u n a lín ea r íg id a y co n s ta n te en tre la s fa cu lta d es d e lo s d ifer en tes ór d en es d e la n a tu ra leza , c o m o n o la h a y en tr e los g én eros . A u n q u e n o es evolu cion is ta , a d vierte c o m o res u lta d o d e su s o b s er va cio n es s o b r e la vid a m a r i­ n a , q u e n o ex is te u n a lín e a p e r c e p tib le d e sep a r a ció n en tr e Täs Tpläntas y Tos a n im a les , y r es p ecto d e m u cfiä s cr ia tu ra s , es d ifíc il d e c ir a cu á l d e los d os r ein o s p erten ecen . E s ta s o b s er va cio n es le lleva r o n iác ÜT H e n t e a p os tu la r u n a fu e r za in ter n a ú n ica , u n é la n ,

«lu e p en etr a la n a tu ra leza tod a , a s í s en s ib le

c o m o n o se n si ble . P o d r em o s n o es ta r d e a cu er d o c o n la s co n clu ­ s io n es a q u e lle g ó A ris tóteles , p er o d ifíc ilm e n te p o-

157

AR IS TÓ TE LE S I

d r em o s d eja r d e a d m ir a r la s ó lid a tr a b a zó n d e su s id ea s . E l clím a x te o ló g ic o d e su s is tem a se a lca n za a l a p lica r los m is m o s p r in c ip io s

fu n d a m en ta les

q u e a tra vés d e to d o é l se h a n m a n ten id o firm es . E n la g en er a ció n n a tu ra l, c o m o h em o s vis to, los a s p ectos m á s im p o r ta n tes d e la ca u s a ción p a tern a l s on el a s p ecto fo r m a l y el a s p ecto fin a l. E l p a d r e es n e ces a r io s o b r e to d o p o r q u e p r o vee el m o d e lo d e la cr ia tu r a p len a m en te fo r m a d a a q u e h a d e c o n ­ fo rm a rs e el h ijo. Y co m o el h ijo es crea d o en el tiem ­ p o , el p a d r e tien e q u e a ctu a r ta m b ién c o m o ca u s a eficien te; h a d e h a b e r u n a cto in ic ia l d e e n g e n ­ d r a m ien to o p r o d u cció n . P e r o d es p u és d e es to, ya n o n eces ita te ó r ica m en te s a b er m á s d el vá s ta go, cu ya

d y n a m

is

in ter n a g a r a n tiza su d es a r r o llo c o n ­

tin u a d o, ya q u e los in d ivid u o s p er fecto s d e la es ­ p e c ie ex is ten s ó lo p a r a p r o p o r c io n a r le el m o d elo . E s a m is m a es la r ela ció n d e D ios co n el m u n d o, s a lvo la d ife r e n c ia n eces a r ia d e q u e el m u n d o n o fu e cr e a d o n u n ca , s in o q u e es co e vo con el tie m p o m is m o y, p o r lo ta n to, n o r e q u ir ió u n a cto in ic ia l d e cr e a c ió n en el tiem p o , co n lo cu a l q u ed a e lim i­ n a d a la ú ltim a co n s id er a c ió n p o r la cu a l p u d ier a D io s m o s tr a r n i s iq u ier a u n in terés m o m en tá n eo p o r el m u n d o. M a s n o p o r es o es m en o s n eces a r io p a r a su ex is ten cia , d e u n a m a n er a q u e a h or a v e ­ m os cla ra . R e co r d a n d o u n a fra s e d e C o m fo r d , p o ­ d em o s d e c ir q u e “la filo s o fía

d e la in s p ir a c ió n ”

a lca n zó su p u n to cu lm in a n te en A ris tóteles .

VIII. AR I ST ÓT ELES

2) Los seres h u m a n os He

d ad o

cu en ta r es u m id a d e la s o p in io n es d e A r is ­

tóteles a cer ca d e la s o p er a c io n e s d el u n ivers o en su con ju n to. E l a s u n to m á s a d ecu a d o p a r a te r m i­ n a r es ta b r e ve ex p o s ició n lo con s titu yen , a lo q u e m e p a r ece, su s o p in io n e s a cer ca d el h o m b re, d e su n a tu ra leza , d e s u lu g a r en el m u n d o y d e su fu n ­ ció n u o cu p a ció n p r op ia . L o q u e h e d e d ecir co rr es ­ p on d e

g r o s s o

m

o d o

a d o s ca m p os , el d e la p s ic o ­

lo g ía y el d e la ética . N a tu ra lm en te, u s o la p a la b r a p s ic o lo g ía en el s en tid o g r ie g o d e es tu d io d e la

p s y c h e ,

q u e es el e le ­

m en to vita l en la s cr ia tu r a s vivien tes , d es d e la s p la n ta s h a cia a n ib a , e in clu ye p o r lo m en o s la s fa ­ cu lta d es d e n u tr ic ió n y d e r ep ro d u cció n , y ta m ­ b ién , en la s cria tu ra s q u e la s p os een , los d es eos y la s em o cio n es , los - s en tid os y la ra zón . C o m o en to d o s los d em á s p r ob lem a s , A ris tó teles e m p ieza d is cu tien d o la s o p in io n e s d e su s p r e d e c e ­ s ores . E n la d is cu s ión , s e d es ta ca n d os p u n tos p r in ­ cip a les d e cr ítica , q u e m a n ifies ta n d e m a n er a p a r ­ ticu la r c ó m o r ea cc io n a b a su s en tid o co m ú n co n tr a la s creen cia s s em irr elig io s a s d e los p ita g ó r ico s y d e P la tón , a u n qu e, a l m is m o tiem p o, el m o d o d e tra ta r­ la s in d ica q u e d es ea b a ig u a lm en te evita r la s e x p li­ ca cio n es p u r a m en te m a ter ia lis ta s d e la s en s a ción y d el p en s a m ien to q u e h a b ía n p r op u es to E m p é d o ­ cles y lo s a tom is ta s . 158

159

ARIS TÓ TE LE S 2

L o s d os p u n tos p r in cip a les q u e su cr ítica s eñ a la s on los s igu ien tes : a )

E l fr a ca s o en co m p r e n d e r co n s u ficien te c la ­

r id a d q u e la

p s y c h e

d eb e co n ceb ir s e c o m o u n a u n i­

d a d , a u n q u e q u izá

p o s ee

fa cu lta d es

( d y n a m

e is )

d iferen tes . P la tón h a b ía h a b la d o d e d iferen tes "p a r ­ tes ” d el a lm a . E n la o b r a d e A ris tó teles es ta p a la ­ b r a "p a rtes ” a p a rece r em p la za d a g en er a lm en te p o r la p a la b r a

d y n a m

e is ,

q u e s ig n ific a fa cu lta d es o p o ­

ten cia s . b )

E l fr a ca s o en co m p r e n d e r s u s r ela cio n es co n

el cu erp o. L o s o tr o s h a b la n d e ella c o m o d e a lg o s ep a r a d o o in d ep en d ien te, q u e q u izá p u ed e d e s ­ p ren d ers e d el cu er p o y v iv ir p o r s í m is m a u n a vid a a p a rte. E n rea lid a d , n o s ó lo el a lm a en s í m is m a es u n a u n id a d , s in o q u e lo es ta m b ién la cria tu ra v i­ vien te en su co n ju n to, cu er p o y a lm a u n id os . P o r lo ta n to, la s teor ía s d e la tra n s m ig r a ció n d el a lm a a d ifer en tes cu er p os s o n a b s u rd a s . A m b a s cos a s s on ló g ica m en te d is tin g u ib les — el a lm a , n o es p o r d e fin ic ió n la m is m a co s a q u e el cu erp o, n i la vid a la m is m a cos a q u e la m a ter ia — ; p e r o — d ice A r is ­ tóteles — es c o m o s i el cu er p o fu es e el in s tr u m en to m ed ia n te el cu a l s e ex p r es a u n a vid a o a lm a p a r ti­ cu la r. E

ilu s tra es ta id e a co n u n s ím il u n ta n to

ex tra ñ o cu a n d o a ñ a d e q u e h a b la r d e la tra n s m ig r a ­ c ió n d e la s a lm a s es "c o m o h a b la r d e la tra n s m i­ g r a ció n d e la ca r p in ter ía a la s fla u ta s ; p o rq u e a s í c o m o el a rte d eb e em p lea r la s h erra m ien ta s a d ecu a ­ da s, a s í el a lm a d eb e e m p lea r el cu er p o a d ecu a d o” . C on es o in s in ú a A ris tó teles q u e el es tu d io s a tis ­ fa cto r io d e la vid a d eb e b a s a rs e s ob re el d e los cu er ­ p o s vivos , y q u e la p s ic o lo g ía d eb e b a s a rs e en la b io lo g ía , p r e cep to a l cu a l n u n ca d e jó él d e a ten ers e c o m o to d o el m u n d o s a b e. A ú n h oy, la r iq u eza y

160

A RIS TÓ TE L E S 2

p r ofu n d id a d d e su a p orta ción a la cien cia b io ló g ica y zo o ló g ica d es p ierta n la a d m ir a ción d e los exp ertos . ¿Q u é es, en ton ces , el a lm a , o en otra s p a la b ra s , cu á l es la co r r e cta d e s cr ip ció n d e la vid a ? P a r a d e ­ c id ir es to, A ris tó teles recu r r e a su s p r in c ip io s fu n ­ d a m en ta les d e la exis ten cia . L a s cria tu ra s vivien tes , c o m o tod a s la s s u s ta n cia s q u e ex is ten s ep a ra d a o in d ep en d ien tem en te, s on

c o n c r e ta s ,

c o m p u e s ta s d e m a te r ia o

es d ecir, es tá n

s u b s t r a t u m

y fo r m a .

E l cu er p o es la m a teria , y la fo r m a o a ctu a lid a d d el cu er p o es su vid a o

p s y c h e .

A s í, p u es , s i q u er e­

m os in ten ta r la d e fin ic ió n d e la

p s y c h e

en su u n i­

d a d , s ó lo p o d em o s d e c ir q u e es la a ctu a lid a d d e u n cu er p o o r g á n ico . A l ten er en cu en ta to d o lo q u e im p lica es ta d o c ­ trin a d el a lm a c o m o a ctu a lid a d d e la cria tu ra v i­ vien te, n o d eb em o s d e ja m o s ex tr a via r p o r lo q u e a p r im e r a vis ta p a r ecen a n a lo g ía s m od ern a s . P u ed e h a c e m o s p en s a r en la m o d e r n a teo r ía m a teria lis ta o ep ifen o m en a lis ta , s egú n la cu a l la vid a es "u n a ca r a cter ís tica em e r g e n te” d el cu erp o, o lo q u e es lo m is m o, q u e es s en cilla m en te u n a res u lta n te n a tu ­ ra l o u n d e r iva d o d e tod a s la s p a rtes d el cu erp o. E s to h a ce a la ν ί φ

s ecu n d a ria en el tiem p o y s u ­

b o r d in a d a en im p o r ta n cia a l cu erp o. U n a o p in ió n a n á lo g a fu e s u s ten ta d a ya en los tiem p o s a n tigu os , y A ris tó teles la r eb a tió co n n o m en o s v ig o r q u e P la tón . E n co n tr a r a lgu n a s em eja n za co n ella en el m is m o A ris tó teles es o lv id a r s u h eren cia p la tón ica y la p o s ic ió n ex a lta d a q u e en su filo s o fía o cu p a la fo r m a . L o s d os in s is ten ig u a lm en te en q u é lo p e r fe c to p r eced e a lo im p e r fec to , ta n to c r o n o ló ­ g ica m en te c o m o en la es ca la d e va lo r . D e a q u í la in s is ten cia d e A ris tóteles , s eñ a la d a en el ca p ítu lo a n terior, s o b r e la n eces id a d d e la ex is ten cia p r evia

AR IS TÓ TE LE S 2

161

d e u n in d ivid u o p len a m en te d es a r ro lla d o d e u n a es p ecie, p a r a q u e p u ed a s er cr ea d o u n in d ivid u o n u evo d e la m is m a es p ecie. A ris tó teles n o ten ía n i id ea d e la evo lu ció n d a r w in ia n a , y d es a p r o b ó r i­ g u r o s a m en te su a n tig u o d u p lica d o fo r m u la d o p o r E m p éd ocles . L a ga llin a es a n terior a l h u evo, y s iem ­ p r e lo h a s id o. L o m is m o o cu r r e co n el a lm a : s u m á s a lta y ú n ica m a n ifes ta ció n p er fec ta — el p e n ­ s a m ien to p u ro— ex is te etern a m en te. E l in d ivid u o tien e q u e r ec r e a r su p r o p io e im p e r fe c to eje m p la r d e ella , y, p o r lo ta n to, en el in d ivid u o el p r o g r e s o con s is te en el p a s o d e lo p o ten cia l a lo a ctu a l. P er o, h a b la n d o en tér m in o s g en era les , ya d e u n a s ola es p ecie o d el u n ivers o tod o, la a ctu a lid a d d e la vid a es a n te r io r a u n en el tie m p o a la m a ter ia (q u e es su p o te n cia lid a d ), a s í c o m o le es s u p er io r en im p o r ­ ta n cia o va lo r . S in em b a r g o , u n a co n s ecu en cia g r a ve p a r ec er ía s eg u irs e d e la d o ctr in a d el a lm a c o m o fo r m a d el cu erp o, s i s e la in ter p r eta s e en to d a su es trictez. E s u n g o lp e d e m u er te a to d a cla s e d e in m o r ta lid a d p ers on a l. L a s cria tu ra s vivien tes , c o m o lo s d em á s o b jetos

n a tu ra les , co n s titu yen

u n a u n id a d

ca d a

u n a , y su s co m p o n en tes fo r m a y m a ter ia n o s on s ep a ra b les m á s q u e m en ta lm en te. C o m o d ice el m is ­ m o A ris tóteles , "el p r o b lem a d e si el a lm a y el cu er­ p o s on u n a s ola co s a n o es m á s le g ítim o q u e el d e si la cer a y la im p r es ió n en ella d el s ello s on u n a s o la cos a , o en g en era l, s i la m a ter ia d e u n a co s a es u n o y lo m is m o q u e la cos a d e la q u e es m a ter ia ” . A p en a s tra ta d e la s u p er viven cia h u m a n a , y p a r ece in fer ir s e n a tu ra lm en te qu e, a d ifer en cia d e P la tón , n o m o s tr ó g r a n in terés p o r el a s u n to. S u a fá n d e co n o c e r el m u n d o p r es en te er a d em a s ia d o a b s o r ­ b en te p a r a q u e d eja s e lu g a r a l d es eo d e es p ecu la r

AR IS TÓ TE LE S 2

162

s o b r e el o tr o . S in em b a r g o , n os h a d e ja d o a b ier ta u n a m ir illa a l s o s ten er q u e el

n o u s ,

m a n ifes ta ció n

la m á s a lta d e la fa cu lta d r a zo n a d o ra , er a d e u n o r d e n d ife r e n te a lo s o tr o s p r in c ip io s vita les , y q u e r e a lm e n te p o d ía s er p o r s í m is m o u n a s u s ­ ta n cia in d e p e n d ie n te y s o b r e v ivir a la d is o lu c ió n d el cu er p o . E n va r ia s o c a s io n es a lu d e a la cu es ­ tió n y la d eja a u n la d o, c o m o en es te p a s a je d e a n im

D e

a :

Res p ecto d e la m ente, o ca p a cid a d d e p en s a m ien to a ctivo, aú n no ten em os pru eb as. Pa rece ser u n g é­ n ero d is tin to de alma, y ser ca p a z p or sí s olo d e exis ­ tencia in d ep en d ien te, com o lo etern o es in d ep en ­ d ien te de lo pereced ero. P ero todas las dem á s partes d el alma , com o res u lta cla ro p or lo qu e ya se ha d i­ cho, son incapaces de existencia separada, a p esa r d e lo qu e ha n p reten d id o a lgu nos . N a tu ra lm en te, p u e­ d en dis tin gu irs e en la d efin ición . E n u n p a s a je es tr icta m en te c ie n tífic o d e su tr a ­ ta d o s o b r e la

G

e n e r a c ió n

d e

lo s

a n im

a le s ,

co n clu ye,

en verd a d , q u e la r a zó n es la ú n ica d e la s m a n ife s ­ ta cion es d e la vid a “q u e en tr a d e a fu era y es d ivin a ” . P o r q u e d e tod a s la s d em á s p u ed e d em o s tr a r s e q u e s on in s ep a ra b les 3 e a lgu n a a ctivid a d d el cu er p o. T a m b ié n d eb em o s ten er en cu en ta su s e x h o r ta c io ­ nes, a l fin a l d e la

É tic a ,

a u n a vid a d e p en s a m ien to

p u ro, q u e n o s ó lo es el e je r c ic io d e n u es tr a fa cu l­ ta d m á s eleva d a , s in o ta m b ién el cu ltivo d e a q u ella p a rte n u es tra en q u e n os p a r ecem o s a D ios . A r is ­ tóteles , in d u d a b lem en te, cr e ía q u e el h o m b r e, en p o s es ión d el

n o u s ,

p o s ee a lg o en lo q u e n o p a r tic i­

p a n la s d em á s fo r m a s d e vid a y q u e co m p a r te co n la ca u s a etern a e in m ó vil d el u n ivers o. P r o b a b le ­ m en te p o r es ta ra zó n el p r e m io d el filó s o fo d es p u és

AR IS TÓ TE LE S 2

163

d e la m u er te er a la a b s o r c ió n d e s u m en te en la M e n te etern a y u n ivers a l. N o p o d em o s d e cir m á s d o n d e él n o h a d ich o n a d a . E l te n o r d e su p en s a ­ m ien to s e a d vier te m e jo r en la s cos a s q u e su filo ­ s o fía exclu ye. L a d e s cr ip ció n d e n u es tra p a rte p en ­ s a n te, en el lib r o ter ce r o d e

D e

a n im

a ,

n os a cla ra

q u e n o p u ed e h a b er s u p er viven cia d e la p er s o n a li­ d a d in d ivid u a l, n i lu g a r p a r a u n a es ca to lo g ía ó r fica n i p la tó n ica d e p r e m io s y ca s tigos , n i u n c ic lo d e r een ca rn a cion es . L a ú ltim a p a la b r a la p r o n u n ­ cia la d o ctr in a d e la fo r m a y la m a teria . E n u n cia d a es cu eta m en te, la d o ctr in a d el a lm a c o m o fo r m a d el cu er p o s u en a a co s a a b s tra cta e ir rea l. S in em b a r g o, e l m is m o A ris tó teles n os a d ­ vie r te en va ria s oca s ion es q u e la d e fin ic ió n g en er a l n o p u ed e lle va m o s m u y lejos , y q u e su s en tid o va e m e r g ie n d o a m ed id a q u e s e es tu d ia n los d eta lles . C o m o a n te to d o er a u n b ió lo g o , s e s u m erg e co n d e licia en es os d eta lles . N o p o d em o s s eg u irle a qu í, p er o, a u n q u e a ten ién d o n o s a ú n a gen era lid a d es , p o d em o s la n za r, p o r vía d e eje m p lo , u n a m ir a d a a su s teo r ía s d e la s en s a ción . L o s s en tid os n o p u ed en s er co n s id er a d o s c o m o c o m p leta m en te a is la d os en tr e sí, s in o s im p lem en ­ te c o m o d ifer en tes c h e ,

d y n a m

e is

o fa cu lta d es d e la

p s y ­

m a n ifes ta d o s a tra vés d e d ifer en tes p a rtes d el

cu erp o. P a r a co m p r en d er lo s — d ice A ris tó teles — , h em o s d e d a m o s cu en ta d e q u e la r ela ció n d e u n a fa cu lta d , la vis ta p o r eje m p lo , co n s u ó r g a n o el o jo , es la m is m a q u e la d el a lm a c o m o u n to d o con el cu er p o c o m o u n tod o. E s ta teo r ía c o n fie r e a su s id ea s s o b r e la s en s a ción d os ven ta ja s s ob re la s d e su s p red eces ores , q u e se h a cen m a n ifies ta s en los d eta lles d e su ob ra . a )

Y a s a b em os q u e u n o d e los efec to s d e su d o c ­

ARIS TÓ TE LE S 2

164

trin a g en er a l co n s is tió en es tr ech a r los vín cu lo s en tre a lm a y cu er p o m u ch o m á s q u e lo h a b ía n h e­ ch o la s teo r ía s a n teriores . N o p o d e m o s co m p r e n ­ d e r el a lm a s i o lvid a m o s el c u e ip o m ed ia n te el cu a l s e m a n ifies ta . L o m is m o o cu r r e co n ca d a s en tid o; n o p o d em o s co m p r en d er el d e la vis ta , a m en o s q u e ex a m in em o s la es tru ctu ra y fu n c io n a m ie n to d el o jo . L a vis ta y el o jo n o s on la m is m a co s a — ló g i­ ca m en te s e les p u ed e d is tin g u ir — , p e r o ju n to s fo r ­ m a n u n ó r g a n o viv o y a ctivo , q u e d eb e s er es tu d ia ­ d o c o m o ta l. E s to d a a la o b r a d e A ris tóteles s ob re la s en s a ción u n to n o m u ch o m á s 'm od ern o q u e to d o lo q u e h a n d ic h o su s a n teces ores . E s tá m á s cer ca d e la b io lo g ía y m á s lejo s d e la m eta fís ica o d e la con jetu ra . b ) A l m is m o tie m p o , s u s s u p u es to s g e n e r a le s le lib r a r o n d e ir d em a s ia d o lejo s en la o tr a d ir e c ­ ción . L a s teo r ía s a n ter ior es d e la s en s a ción , a u n ­ q u e b a s a d a s , c o m o d ig o, en con jetu ra s o en s u p u es ­ tos m eta fís ico s a rb itra rios , p res en ta b a n u n to n o u n ifo r m em e n te m a teria lis ta . E l m is m o P la tón , n o ob s ta n te u n a in s in u a ció n a is la d a , fu e in c a p a z d e o fr e c e r m e jo r ex p lica ció n d e u n a cto d e s en s a ción d ir ecta q u e la a cció n d e u n cu er p o s o b r e o tr o cu er ­ p o. E r a és ta u n a d e la s r a zo n es p o r la s cu a les n o p o d ía a d m itir q u e la s en s a ción s u m in is tra s e el c o ­ n o c im ie n to d e la r ea lid a d . E m p éd o cles y lo s a tom is ta s , c o n su s fa n tá s tica s h ip ótes is d e q u e los o b ­ jeto s d es p ren d ía n p elícu la s s u tiles q u e n u es tros cu erp os r ec ib ía n p o r los p o ro s , er a n to ta lm en te m a teria lis ta s . D el o tr o la d o, A ris tó teles , co n

su

cr een cia en la fo r m a rea l y s u s ta n tiva — ta n rea l c o m o p a r a P la tón , p ero, c im a

y

fu er a

e n

la cria tu ra , n o p o r e n ­

d e ella — , p u d o p o r p r im er a

ve z

es ta b lecer u n a d is tin ció n s o b r e el p la n o o n ivel d e

AR IS TÓ TE LE S 2

165

la s en s a ción en tre a co n tecim ien to s fís icos y p s íq u i­ cos . P en s em os lo q u e q u era m o s s o b r e el o r ig e n d e lo s ú ltim os , ten em o s q u e r e c o n o c e r q u e h a y u n a d ifer en cia en tre la a cció n m a ter ia l d e u n cu er p o s o­ b r e o tr o — c o m o cu a n d o la lu z ca e s o b r e u n p a p el d e p ru eb a s fo to g r á fic a s y lo en n eg r ece— y el res u l­ ta d o q u e s o b r evien e cu a n d o la lu z ca e s ob re n u es ­ tr o ojo , res u lta d o q u e lla m a m o s s en s a ción d e la vis ta . T a m b ié n a q u í tie n e lu g a r u n c a m b io fís ic o — la co n tr a cc ió n d el iris , cu a n d o m en o s — , y es to n os d a a p o yo p a r a s u s ten ta r la d is tin ció n en tr e d os ór d en es d e a co n tecim ien to s : el efe c to p u r a m en te fís ic o d e la lu z s o b r e e l ó r g a n o m a ter ia l y el fe n ó ­ m e n o p s íq u ico d e la s en s a ció n q u e tien e lu g a r en el ca s o d e la s cria tu ra s vivien tes . A ris tó teles fu e el p r im e r o en h a cer u s o d e es ta d is tin ción . D em ó cr ito h a b ía ex p lica d o cru d a m en te la vis ta , c o n r efer en c ia s a la im a g en q u e a p a rece en la p u p ila , c o m o u n s im p le p r o ces o d e r eflex ió n ta l c o m o ocu r r e en el a g u a o en cu a lq u ier a otr a s u ­ p e r fic ie p u lim en ta d a . ¿H em o s , p u es , d e s u p o n er — p r eg u n ta A ris tó teles — q u e los cu en cos d e a g u a y lo s es p ejos s on ca p a ces d e ver ? E s p r ecis a m en te la d if e r e n c ia

en tr e los d o s a co n tecim ien to s

lo q u e

co n s titu ye la s en s a ción . E n tér m in os g en era les , la ex p lica ció n q u e d a es tr ib a en q u e el ó r g a n o s en s i­ tivo es ca p a z, p o r q u e és ta es u n a ca r a cter ís tica d e to d a m a ter ia vivien te (m a ter ia - m á

s - p s y c h e ),

d e r ec i­

b ir la fo r m a d e los o b jeto s s en s ib les s in su m a teria . H a y u n a a fe c c ió n m a ter ia l: la ca rn e s e p o n e c a ­ lien te cu a n d o s en tim o s ca lor , y el o jo (a s í p en s a b a A r is tó te les ) s e c o lo r e a cu a n d o p e r cib im o s co lo r . E l a lm a a ctú a

a

tr a v é s

d e l ó r g a n o co r p o r a l. P e r o otra s

cos a s , a d em á s d e los cu er p os vivos , p u ed en a d q u i­ r ir es a s cu a lid a d es d e tem p era tu r a y d e co lo r . L a

166

A RIS TÓ TE L E S 2

p ecu lia r id a d d e la vid a es tá en q u e

c u a n d o

el ó r g a ­

n o co rp or a l es m a teria lm en te a ltera d o p o r u n ob jeto ex tern o,

e n to n c e s

s o b r evien e o tr o res u lta d o to ta l­

m en te d is tin to, a l q u e lla m a m o s s en s a ción . D ifí­ cilm en te p o d r ía ex p on er s e la d ife r e n c ia d e m a n er a m á s cla ra . P o r es te m o tivo , A ris tó teles lla m a ju ic io a la s en ­ s a ción , y la co lo ca m á s cer ca d e la ra zó n qu e P la tón y m á s lejo s d e lo m er a m en te co r p o r a l. S in em b a r ­ g o , en tre s en s a ción y p en s a m ien to s iem p re h a y es ta d ifer en cia : la s en s a ció n d ep en d e d irecta m en te, en cu a n to su s d a tos , d e lo s ó r g a n o s co rp or a les , y, p o r lo ta n to, s e h a lla m á s ex p u es ta a s u fr ir p er tu r ­ b a cio n es o in terru p cion es , p u es la s ex cita cion es p u ed en s er d em a s ia d o intens a s: u n a lu z m u y b rilla n ­ te p u ed e ceg a r m om en tá n ea m en te, y u n s o n id o m u y fu erte p u ed e

en s ord ecer. E s a s

ex cita cio n es

s on

d em a s ia d o fu er tes n o p a ra la p e r cep ció n d el a lm a , s in o p a r a la ca p a cid a d r ec ep to r a d e los ór g a n o s fís icos . L a p er tu r b a ció n n o lle g a a la s es fera s d el p en s a m ien to p u ro, cu a n d o los ó r g a n o s co rp or a les la p a s a n p o r a lto. T e r m in a r é co n a lgu n a s o b s er va cio n es s ob re la s id ea s ética s d e A ris tóteles . ¿C u á l fu e su a ctitu d a n te el p r o b le m a cen tra l, p la n tea d o p o r S ócr a tes y P la ­ tó n a n tes q u e él, r ela tivo a l

e r g o n

o fu n ción d el

h om b re? S u r en u n cia a la s id ea s p la tó n ica s n os d a la cla ve p a r a c o n o c e r el lu g a r q u e la ética tien e en su filo s o fía . E s te p u n to d e cis ivo en s u vid a filo s ó fi­ ca tu vo efec to s a ú n m á s r evo lu c io n a r io s s o b r e su teo r ía d e la co n d u cta q u e s o b r e su m eta fís ica , lo q u e p u ed e p a r ec er n a tu ra l s o la m en te d es p u és d e r ec o r d a r q u e la d o ctr in a d e la s id ea s n a ció en p r i­ m e r lu g a r d e d is cu s ion es s o b r e a s u n tos éticos , y q u e los co n cep to s ético s d e la vir tu d , la ju s ticia y el

A RIS TÓ TE LE S 2

167

b ien fig u r a r o n s iem p r e, en p r im e r lu ga r, en la lis ta d e la s fo r m a s tra s cen d en tes . L a d ife r e n c ia es tá en lo s igu ien te. M ie n tr a s cr ea ­ m os q u e la co m p r en s ió n d e lo ju s to y d e lo in ju s to d ep en d e d e q u e r ec o n o zca m o s u n b ien - en - s í ú n i­ co, el cu a l es u n a s u s ta n cia tra s cen d en te c o n ex is ­ ten cia a la q u e n o a fecta n la s lim ita cion es d e los h ech os es p a cia les y tem p ora les , n o p o d r e m o s c o n ­ s id er a r la ética s in o c o m o u n a ra m a d e la m e ta fís i­ ca . S ó lo el ve r d a d er o filó s o fo p u ed e c o n o ce r el p o r ­ q u é y el p a r a q u é d e la con d u cta ju s ta . N o p u ed e en s eñ a r lo la ex p er ien cia , ya q u e los h ech o s d e ex ­ p er ien cia n o co n tien en la ver d a d en s í m is m a , s in o s ó lo u n a im a g e n d e fo r m a d a d e ella . A es a cr een cia fu e lle va d o P la tó n — d ic e A ris tó teles — p o r el h in ­ ca p ié q u e S ócr a tes h a b ía h ech o s o b r e la im p o r ta n ­ cia d e la d e fin ic ió n en el ca m p o d e los co n cep to s éticos . Q u er ía c r e e r en la rea lid a d d e los o b jeto s d e la s d e fin icio n es , p e r o en el m u n d o d e la a cció n y d e la s en s a ció n n o h a lló n a d a s u ficien tem en te es ­ ta b le, y a s í s e vio lleva d o a cr e er en la ex is ten cia d e s u s ta n cia s in m u ta b les a p a rte d e es te m u n d o. C o n A ris tó teles , p u es , la ética d es cen d ió d e la s nu b es y ech ó a n cla s en los h ech os d e la vid a co tid ia ­ na . E n el lib r o p r im e r o d e su

É tic a

a ta ca la s id ea s

p la tó n ica s (a u n q u e — d ic e— "cu es ta tr a b a jo h a cer ­ lo, ya q u e los a u tores d e la d o ctr in a s on a m ig o s n u es tr os "). N o h a y, p recis a m en te, u n a co s a ú n ica , “el b ie n ” . H a y u n b ien d ifer en te p a r a la s d is tin ta s cla s es , u n o b je tivo d ifer en te p a ra los d ifer en tes tip o s d e a cció n . A d em á s , la fin a lid a d d el es tu d io é tic o es p r á ctica , n o cien tífica ; y s i lo q u e n os p r o ­ p o n em o s co n él es h a cer m ejo r es a los h om b res y su s a ccion es , en ton ces

e x

h ip o t h e s i,

el m a ter ia l d e

n u es tro es tu d io tien e q u e s er va ria b le. P e r o cu a n d o

168

A RIS TÓ TE L E S 2

el o b jeto d e es tu d io n o es in m u ta b le, la fin a lid a d filo s ó fic a , q u e es la ver d a d o el co n o cim ie n to , r e ­ s u lta in a lca n za b le. L a verd a d y el co n o cim ie n to s on a jen os a l d o m in io d e lo con tin gen te. U n a y otr a vez s e to m a el tr a b a jo d e r ep etir q u e la ética n o es, en r ea lid a d , u n a p a r te d e la filo s o fía . T o d o lo q u e p u e­ d e h a cers e es d a r a lgu n a s r eg la s p r á ctica s qu e, h a b ien d o s id o a lca n za d a s en fo r m a em p írica , p r o b a ­ b lem en te res u lta rá n op era n tes . " L a p r es en te in ves ­ tig a ció n n o tien e p o r o b je to el co n o cim ie n to , c o m o la s otr a s q u e h em o s h ech o. N o es su o b jeto q u e s ep a m os lo q u e es la virtu d , s in o q u e p o d a m o s s er vir tu o s o s .” E s ta s p a la b ra s p a r ecen d e lib er a d a m en ­ te eleg id a s p a r a q u e S ócr a tes se es tr em ecies e en su tu m b a . P o r co n s ig u ien te, n o d eb em o s es p era r q u e los res u lta d os q u e lo g r em o s en la s cu es tio n es ética s o fr e zc a n el m is m o g r a d o d e cer teza q u e o fr ecen los qu e co n s eg u im os en los a s u n tos cien tíficos , n i p e ­ d ir p a r a a q u éllo s p ru eb a s ta n r ig u r os a s c o m o p a ra és tos . E s d eb er d e tod o h om b re ed u ca d o b u sca r la exa cti­ tu d en cada caso p a rticu la r s ólo en la m ed id a en qu e la n a tu raleza d el a su nto lo p erm ita : p ed ir d em os ­ tra cion es lógica s * u n ora dor, p o r ejem p lo, sería tan a b s u rdo com o p erm itir a u n m a tem á tico qu e em ­ p lea s e las artes de la persu as ión. S ep a ra d o s los fin es y m éto d o s d e la ética d e los d e la filo s o fía cien tífica , a ca u s a d e h a b er a b a n d o ­ n a d o la cr een cia en la s id ea s u n ivers a les , h a b ía el p e lig r o m a n ifies to d e q u e s u ced iera u n a d e la s d os cos a s s ig u ien tes . M ien tra s la m eta fís ica y la ética fo r m a r o n p a rte d el m is m o ca m p o d e co n ocim ien to , n in g u n a d e ella s p o d ía s er ex a lta d a , p o r lo m en o s reflex iva m en te, a exp en s a s d e la otra . E l p e lig r o qu e

A RIS TÓ TE LE S 2

169

c o r r ía A ris tó teles co n s is tía en qu e, o b ie n la vid a p r á ctica lleg a r a a s er lo to d o p a ra él, o b ien qu e, in ­ clin á n d os e d el la d o d e la filo s o fía p u ra , con s id era s e o b lig a c ió n s u ya a p a rta rs e p o r c o m p le to d el a s p ec­ to p r á ctico y p er d er s e en la co n te m p la ció n o en in ves tig a cion es cie n tífica s in fru ctu os a s a fu er d e d es in teres a d a s . La

É tic a

es la p r u eb a d e q u e n o o c u r r ió n in g u n a

d e a m b a s cos a s . E n p r im e r lu ga r, A ris tó teles n o n e g ó cla r a m en te la im p o r ta n cia d e la es p ecu la ción filo s ó fic a y cie n tífic a d es in teres a d a , a u n q u e en la es fera in fe r io r h a b ía p e r d id o u tilid a d in m ed ia ta . R ea lm en te, lo q u e p e r d ió en m era u tilid a d p r á ctica lo g a n ó en d ig n id a d , y los ú ltim os ca p ítu los d e la ob ra , d ed ica d os a ex a lta r la s g lo r ia s d e la a ctivid a d m en ta l c o m o la m á s a lta d e tod a s la s a ctivid a d es y cim a d e la fe lic id a d h u m a n a , n o d eja n la m en o r d u d a d e q u e s i la vid a id ea l fu es e p o s ib le co n s is ­ tir ía en es to p o r co m p leto . P o r otr a p a rte, A ris tó teles n o en cu en tra ju s tifica ­ d o a b a n d o n a r lo to d o p a r a s eg u ir ú n ica m en te es te a lto id ea l filo s ó fic o , p o r q u e en r ea lid a d es a vid a id ea l n o es p o s ib le p a r a el h o m b re. S i lo fu era , el h o m b r e s er ía D ios . R ea lm en te, el h o m b r e es u n s er co n cr eto o co m p u es to , y con s ta d e cu er p o ta n to c o m o d e a lm a , lo cu a l p r o d u ce in m ed ia ta m en te m u ch a s co m p lica cio n es . A u n q u e n o s ea m á s q u e p o r su s n eces id a d es m a teria les , los h om b res n o p u ed en p r e s cin d ir los u n os d e los otros . P o r lo ta n ­ to, se h a ce n eces a r io a lg ú n g én e r o d e o r g a n iza ció n en com u n id a d , y es to im p lic a d e m a n er a in m e d ia ­ ta las virtu d es m ora les . “E l h om b re — d ice A ris tóte­ les —

es , p o r n a tu ra leza , u n a n im a l p o lític o ." L a

a u tos u ficien cia

( a u ta r k e ia )

d eb e b u s ca rs e en la m e ­

d id a en q u e es a lca n za b le, p e r o o tr a v e z s a le a

170

A RIS TÓ TE LE S 2

p la za el b u en s en tid o d el filó s o fo a l h a b la r d e es to. “N o en tie n d o p o r a u tos u ficien te lo q u e b a s ta p a ra u n h o m b r e s o lo q u e lleva vid a a p a rta d a . In clu yo a los p a d res , a los h ijos , a la es p os a , y, en gen era l, a los a m ig o s y con ciu d a d a n os , p o r q u e el h o m b r e h a n a ­ cid o p a r a la ciu d a d a n ía ." A s í, p u es , A ris tó teles es cr ib ió la ta n to p u ed e d ecirs e d e la

P o lít ic a )

É tic a

( y o tr o

im p u ls a d o p o r

el s en tid o d el d eb er. S u p a s ió n er a la cien cia , y n o p o d ía h a b er cien cia , en s en tid o es tr icto, d e la c o n ­ d u cta h u m a n a . P e r o h a s ta el filó s o fo en con tr a b a d ifíc il p r o s eg u ir su s es p ecu la cion es s i s u ex is ten cia c o r p o r a l s e d es en vo lvía en u n a co m u n id a d m a l g o ­ b er n a d a y d e in d ivid u os in d is cip lin a d os . E n a ten ­ c ió n a l b ien g en era l, tien e q u e a b a n d o n a r p o r a lgú n tie m p o la s d elicia s d el la b o r a to r io y d el es tu d io y d ed ica r s e a en s eñ a r c ó m o p u ed e a p lica r s e la ra zó n a la s cu es tio n es p rá ctica s . P o r con s ig u ien te, A r is tó ­ teles d is tin g u e d os cla s es d e

a re té ,

u n a in telectu a l y

otr a m o r a l, y d ed ica la m a y o r p a r te d e su tra ta d o a l es tu d io d eta lla d o d e la s egu n d a . T o d o s los h o m b r es — d ice— b u s ca n la felicid a d . É s ta es la m eta d e la vid a h u m a n a . D efin id a co r r e c­ ta m en te — y

en

es to ve m o s

cu á n to

con s erva b a

A ris tóteles d e p la tón ico— , es “u n a a ctivid a d c o n fo r ­ m e a la

a r e té ”.

S i s o m o s efica ces en cu a n to s eres

h u m a n os , y p o s eem os la

a r e té

d el h o m b r e, la a cti­

vid a d q u e d es a r ro llem o s en vir tu d d e es a

a re té

s erá

la felicid a d . Y a h em os a d ver tid o q u e en tre fo r m a y a ctivid a d

( e id o s

y

e n e r g ía ) ,

h a y es ta p eq u eñ a p e r o

b ie n d e fin id a d ifer en cia : cu a n d o u n a cria tu ra h a a lca n za d o su fo r m a correcta , o se h a lla en su es ta d o p e r fecto , se s igu e n a tu r a lm en te el cu m p lim ien to d e su a ctivid a d . É s ta es la fa s e cu lm in a n te d el d es ­ a rr o llo , a la cu a l s ir vió d e p r e p a r a ció n el lo g r o d e

171

ARIS TÓ TE LE S 2

la fo r m a o es ta d o p er fecto . C o n o cid a la con s ecu en ­ cia d e A ris tó teles en la a p lica ció n d e su s p r in c ip io s fu n d a m en ta les a to d o s los a s u n tos , n o n os s o r ­ p r en d erá q u e co n s id er e a la

a re té

c o m o el es ta d o

p r o p io o la s itu a ción a d ecu a d a d el h o m b r e m a d u ­ ro. E s el r eq u is ito p r e vio d e la felicid a d , q u e es u n a a ctivid a d , la

e n e r g e ia

d e u n h o m b r e en cu a n to ta l.

C u a n d o A ris tó teles d ice q u e la vid a es el es ta d o p e r fe c to d el a lm a , n os p a r ece es ta r o ye n d o a P la ­ tón . P e r o cu a n d o p r eg u n ta m o s cu á l es la d e fin i­ ció n d e es e es ta d o, los ca m in os s e b ifu r ca n . Y a n o p u ed e h a b er u n a d e fin ic ió n ca b a l y d e fin itiva en el s en tid o p la tón ico ; p e r o p u ed e in ten ta rs e u n a d e­ fin ició n efica z, s i h em os d e reb a s a r en a lg o el p u n to d e vis ta p r á ctico . A l le e r lo a d ver tim o s

(e n c o n ­

fo r m id a d co n la co n ce p ció n a r is to télica d e la m a ­ ter ia p r o p ia d e la é tic a ) q u e n o es u n a fo r m u la c ió n c ie n tífic a ex a cta , s in o u n a es p ecie d e r eg la p r o v i­ s ion a l u n ta n to tos ca . L a s cos a s q u e im p lic a s ó lo p u ed en ver s e co n cla r id a d si se la s es tu d ia en d e­ ta lle. L a d e fin ic ió n es la s ig u ien te: “L a vir tu d es u n es ta d o d el in d ivid u o a q u ien co n cier n e la elecció n , s itu a d o en u n p u n to m e d io r ela tivo a n os otro s m is ­ m os , d e te r m in a d o p o r u n p r in c ip io r a cio n a l en la d ir e c c ió n en q u e lo d e ter m in a r ía el h o m b r e d e s a ­ b id u r ía p r á ctica .” La

a r e té

es u n es ta d o. Y a h em o s vis to lo q u e es o

s ig n ifica . L a es fera a q u e a fecta es la es fer a d e la ele cc ió n r a cio n a l en tr e es ta o a q u ella a cció n . L a p a la b r a q u e em p lea A ris tó teles

( p r o h a ir e s is )

s ig n i­

fic a e le cc ió n h ech a p o r s eres ra cion a les , en cu a n to op u es ta a l d es eo ir r a c io n a l d e los a n im a les . E s tá en u n p u n to m ed io , eq u id is ta n te d e d os ex trem os . A q u í ten em o s , r ed u cid a a l á m b ito d e la d e fin ic ió n , la fa m o s a d o ctr in a d e la vir tu d c o m o ju s to m ed io ,

172

A RIS TÓ TE LE S 2

q u e a u n os les p a r ece ta n p ed es tre y a o tr o s u n d es cu b r im ien to ta n in teres a n te. A Ja n e H a rr is on , p o r ejem p lo , ed u ca d a en lo s m ed io s u n ta n to en tu ­ m ecid o s d el eva n g elica lis m o V ictoria n o, d o n d e to d o lo r ela tivo a la vid a vir tu o s a p a r ecía u n ex tr em o, la im p r es io n ó co n la fu er za d e u n a r evela ció n , y en su s m em o r ia s cu en ta c ó m o a n d u vo va g a n d o p o r el ja r d ín d el c o le g io , en N ew n h a m , p r eg u n tá n d os e s i s ería p o s ib le q u e fu es e verd a d . D e a cu er d o con es ta d o ctrin a , tod a s la s fa lta s co n s is ten en el ex ces o o en d e fe c to d e u n a cu a lid a d , q u e s i es tá p res en te en el g r a d o co n ven ien te, es d ecir , en u n g r a d o m o d e ­ ra d o, es u n a virtu d . D e es ta s u erte, el va lo r es el tér m in o m e d io en tre la c o b a r d ía y la tem er id a d , la tem p la n za el tér m in o m e d io en tr e la a b s tin en cia y la co m p la cen cia , la g en e r o s id a d el té r m in o m e d io en tre la r u in d a d y la p r o d ig a lid a d , la d ig n id a d el tér m in o m e d io en tr e la a b yec ció n y la a rr og a n cia . P e r o es e té r m in o m e d io n o es u n tér m in o m ed io r íg id a m e n te a r itm é tic o . E s u n “té r m in o m e d io r e la tivo a n o s o tro s m is m o s ", d ifer en te d e u n a p e r ­ s on a a o tr a s egú n los tem p er a m en to s y la s cir cu n s ­ ta n cia s . L a b o n d a d es d ifíc il p o r q u e n o p u ed e r e ­ d u c ir s e a u n c o n o c im ie n to e x a c to ; p e r o p u e d e d eter m in a r s e p o r e l u s o d e la ra zó n , y h a y h o m ­ b res d o ta d o s d e s a b id u r ía p r á ctica q u e s on leg is la ­ d o res p o r n a tu ra leza , cu yos p r ecep to s h a rá n b ien en s eg u ir los m á s in ep tos — "c o m o lo d eter m in a r ía el h o m b re d e s a b id u ría p r á ctica "— . A ris tóteles e m ­ p lea va r io s lib r o s d e su tra ta d o en es tu d ia r la a p li­ ca ció n d e es ta d e fin ic ió n g en er a l d e la vir tu d a la s d ivers a s virtu d es s ep a ra d a m en te. U n h o m b r e n o es vir tu o s o p o r q u e h a g a a lgu n os a ctos vir tu o s o s a is la d os . L a vir tu d es u n es ta d o, y los a ctos d e b e n flu ir d e él, o, c o m o ta m b ié n p u e­

173

A RIS TÓ TE LE S 2

d e d ecirs e, ir a él d e u n a m a n er a n a tu ra l. E l m ed io p a ra a lca n za r es te es ta d o con s is te en fo r m a r co s ­ tu m b res . A n te tod o, ten em o s q u e d is cip lin a m o s en o b r a r r ecta m en te, s ig u ien d o el co n s ejo d el “h o m ­ b r e d e s a b id u ría p r á ctica ” , y a l fin s er em o s vir tu o ­ s os p o r q u e la r ep etid a eje cu ció n d e a ctos ju s tos cr ea r á en el a lm a la co s tu m b r e o es ta d o virtu os o. E l r es u lta d o d e n u es tra vid a vir tu o s a s erá la fe lic i­ d a d , s iem p r e — a ñ a d e A ris tó teles —

q u e n o s u fra ­

m os u n d e fe c to c o r p o r a l g r a ve n i ca r ezca m o s p o r co m p leto d e los b ien es d e es te m u n d o; p o r q u e en es ta s m a teria s p o s ee u n r u d o r ea lis m o q u e c o n ­ tra s ta fu er tem en te co n la tr a d ic ió n d e S ócra tes y P la tón , m á s a s cética . A s í ten em o s la res p u es ta d e A ris tó teles a la vie ja cu es tión d el s ig lo y a cer ca d e s i la vir tu d es n a tu ra l o es co n tr a r ia a la n a tu ra leza . L a a p a ren te p a r a d o ­ ja d e q u e lleg a m o s a s er vir tu o s o s ejecu ta n d o a ctos d e vir tu d (p u es p o d r ía d ecir s e q u e s eg u ra m en te la ejecu ció n d e a ctos vir tu o s o s es tu d qu e ya se p os ee, y n o su

r e s u lt a d o

c a u s a ;

d e la v ir ­

p u es , ¿cóm o p u e­

d e p r o ced er s e vir tu o s a m en te si n o s e tien e ya la virtu d en el a lm a ?) la r es u elve A ris tó teles co n o tr o d e su s co n cep to s fu n d a m en ta les , q u e es el d e p o ­ ten cia lid a d . ¿E s la vir tu d n a tu ra l o co n tr a r ia a la n a tu ra leza ? N in g u n a d e la s d os cos a s es co m p leta ­ m en te cierta . S eg ú n s u s p r o p ia s p a la b ra s : “N i p o r n a tu ra leza , p u es , n i co n tr a la n a tu ra leza n a ce la virtu d en n os otros ; p er o p o r n a tu ra leza s om os a p tos p a ra r ecib ir la , y la co s tu m b r e n os h a ce p er fecto s .” S om os

p o ten cia lm en te b u en os ,

s otros la tirla en

d y n a m

e id o s

is

ten em os

en

n o­

d e la vir tu d , y p o d em o s co n ve r ­

a d q u ir ien d o h á b itos virtu os os . M a s

to d o lo q u e s ó lo es p o te n c ia l p u e d e d e s a r r o lla r ­ se en d ir eccio n es op u es ta s . S u m a ter ia o

s u b s tra -

174 t u m

A RIS TÓ TE L E S 2

p u ed e r e c ib ir u n a fo r m a o la co n tra ria . S i

s om os p o ten cia lm en te b u en os , ta m b ién s o m o s p o ­ ten cia lm en te m a lo s . P e r o en cu a n to h o m b r es te ­ n em o s la

fa cu lta d

d e e le g ir r a cio n a lm en te, y a

n os otros n os to ca e s c o g e r la d ir e c c ió n q u e h em o s d e s egu ir. L a vir tu d q u e a ca b a m o s d e ex a m in a r b r e vem e n ­ te es la vir tu d m o r a l, el es ta d o p e r fe c to d e lo s h o m ­ b res co r r ien tes q u e viven vid a s co rr ien tes c o m o "a n im a les p o lític o s ” . M a s , c o m o h em o s vis to, A r is ­ tóteles r e c o n o c ía ta m b ién , y en r ea lid a d la ex a lta ­ b a p o r en c im a d e la s virtu d es p rá ctica s d e la vid a s ocia l, la vir tu d in telectu a l d el filó s o fo . M e a g r a ­ d a r ía ter m in a r tra ta n d o d e ex p lica r la s r ela cion es en tre a m b a s virtu d es y h a cien d o ve r lo q u e h a b ía en la p o s ició n filo s ó fic a d e A ris tó teles q u e le lle vó a a d m itir es te tip o d o b le, p o r d e c ir lo a s í, es ta d o b le co n ce p ció n d e la vir tu d h u m a n a . H em o s vis to c ó m o la ren u n cia a la s fo rm a s tra s ­ cen d en tes d e P la tó n s ig n ific ó el a b a n d o n o d e los va lo r es a b s olu tos en el ca m p o d e la ética , y la s ep a ­ r a ció n

en tr e la

es p ecu la ció n

d es in teres a d a y la

in ves tig a ció n ética . E l es ta d is ta p u ed e es tu d ia r en P la tó n filo s o fía p tira , p o r q u e d e ella d ed u cir á la s r eg la s q u e h a n d e s e r vir le en la v id a p o lític a . E n la

É tic a

d e A ris tó teles , la filo s o fía le es c o m p le ta ­

m en te in ú til. P o r lo ta n to , la s e le c c ió n s e le p r e ­ s en ta in evita b lem en te en es tos térm in os : ¿Q u é ca ­ m in o s eg u iré? ¿S erá lo m e jo r q u e m e r etir e a u n a is la m ien to filo s ó fic o o m e s u m erja en los n e g o ­ cios p r á ctico s p a ra a p r en d er p o r ex p er ien cia (q u e es ya la ú n ica g u ía ) c ó m o tra ta r a m is co n ciu d a ­ d a n os ? L a res p u es ta es tá d eter m in a d a , c o m o to d o en A ris tóteles , q u e es el m á s con s ecu en te d e los filó ­

175

ARIS TÓ TE LE S 2

s ofos , p o r la r efer en cia a los co n cep to s fu n d a m en ­ ta les d e su teor ía d e la n a tu ra leza , y la h a lla r em o s fo r m u la d a en tér m in os q u e y a n os s on fa m ilia res . P u es la res p u es ta es la s igu ien te: el h o m b re, c o m o tod a s la s d em á s cria tu ra s n a tu ra les q u e viven s e­ p a r a d a m en te, es u n con creto, u n com p u es to d e m a ­ teria y fo r m a y su

e r g o n

es, a n á lo g a m en te, c o m p le ­

jo . S u d e b e r es v iv ir d e a cu er d o co n lo m á s eleva d o q u e h a y en él, q u e es la ca p a cid a d d e p en s a r. P e r o n o es u n d ios , y n o p u ed e h a cer es o in in ter r u m p i­ d a m en te. D e a qu í, c o m o h em o s vis to , q u e ta m b ién s ea n n eces a ria s la s virtu d es in feriores . E s ta co n cep ­ c ió n d u a l d e la n a tu r a leza h u m a n a a lg u n a s veces lleva a A ris tó teles a co n tr a d ic cio n e s a p a ren tes o verb a les . P o r ejem p lo , cu a n d o se co m p a r a a l h o m ­ b r e co n los órd en es in fe r io r e s d e la n a tu ra leza , es el

n o u s

lo q u e co n s titu ye su ca r a cter ís tica d is tin ti­

va : y ta m b ién lo p r o p io s u yo, p o r q u e la fu n ció n p e ­ cu lia r d el h o m b r e co n s is te en el e je r c ic io d el

n o u s .

P o r otr a p a rte, cu a n d o s e le c o m p a r a co n s eres s u ­ p er io r es , es d ecir , co n D ios , lo q u e r es a lta s on su s im p e r fec cio n e s y su s lig a s co n la m a teria . Y a s í ta m b ién , la d es crip ció n fin a l y ca s i lír ic a q u e d e la ver d a d er a fe licid a d d el h o m b r e h a ce A ris tóteles en el ú ltim o lib r o d e su tr a ta d o n o d eja d e p r o d u c ir la im p r e s ió n d e u n a co n tr a d ic ció n p o r lo m en os s u ­ p er ficia l. E s a ver d a d er a y m á s a lta fe licid a d res id e p a r a A ris tó teles en la c ie n cia y la filo s o fía teórica s , en el lib r e ejer cicio d el in telecto p o r el in telecto m is ­ m o. P u es to q u e es el

n o u s

lo q u e d is tin g u e a l h o m ­

b r e d e la s b es tia s , el e je r c ic io d el

n o u s

s er, evid en tem en te, s u a ctivid a d p r o p ia

tien e q u e q u a

h om ­

b re. P er o, in m ed ia ta m en te d es p u és d e h a b er d ich o lo a n ter io r , a ñ a d e:

176

ARIS TÓ TE LE S 2

Pero ésa s ería u na vid a sob rehu m a na . Porqu e un h om b re n o p u ed e vivir a s í en cu a nto ser hu mano, s in o en cu a n to h ay en él a lgo d ivin o; y así com o lo d ivin o d ifiere d el tod o con creto, así su a ctivid a d d iferirá d e la a ctivid a d d e la virtu d ord in a ria . Si, pu es, la ra zón es divina, en com p a ra ción con el h om ­ b re, la vid a con a rreglo a ella será d ivina , en co m ­ p a ra ción con la vid a hu mana. A l m is m o tiem p o , co n tin ú a co n la ex h o r ta ció n d e q u e n o s e es cu ch e a los p ru d en tes p o eta s (e r a u n lu g a r co m ú n d e la liter a tu ra g r ie g a ) cu a n d o d icen q u e es lo c u r a em u la r a los d io s es . D eb em o s ten d er a la d iv in id a d en cu a n to es té en n u es tra fu er za s . Y p o c o m á s a d ela n te a ñ a d e; "E s ta p a rte n u es tra

e s ,

a s í d eb em o s co n s id er a r la , ca d a u n o d e n os otros , p u es to q u e es la m e jo r y m á s eleva d a . P o r lo ta n to, s ería a b s u r d o q u e u n h o m b r e elig ies e n o su p r o p ia vid a , s in o la vid a d e otr a co s a cu a lq u ier a ." L a s cos a s s on c o m o s on . C a s i d e u n s o lo a lien to A ris tóteles h a b la d e la vid a d e r a zó n co m o d em a s ia ­ d o eleva d a p a r a los m o r ta les y n os ex h or ta a s e­ g u ir la p o r q u e es la m á s p r o p ia d e n os otros . A h o r a b ien , m e p a r ece q u e d e es ta co n tr a d ic ció n a p a ren te res u lta q u e si b ie n el h o m b r e, c o m o to ­ d a s la s d em á s cria tu ra s d e la n a tu ra leza , es u n c o m ­ p u es to d e m a ter ia y fo r m a , co n s titu ye u n a es p ecie ú n ica d e co m p u es to. N o lleg a r em o s n u n ca a c o m ­ p r e n d e r to d o lo q u e im p lic a n la s id ea s d e A r is tó te ­ les s o b r e la n a tu ra leza d el

n o u s ,

p o r q u e p a r ece

h a b er s id o m u y ca u telos o en es e a s u n to. E n d ive r ­ sas oca s ion es y en ob ra s , d iferen tes , a lu d e a la p o ­ s ib ilid a d d e q u e h a ya a lg o in d ep en d ien te d el r es to d e la s fa cu lta d es h u m a n a s , lo cu a l s er ía u n a ex cep ­ ció n a l p r in c ip io d e q u e el a lm a , q u e es la fo r m a

ARIS TÓ TE LE S 2

177

d el cu erp o, d eb e p e r e c e r co n el cu erp o. P e r o s ie m ­ p re a p la za el ex a m en a fo n d o q u e p a r ece m er ec er a s u n to d e ta n vita l im p o r ta n cia . Q u izá con s titu ía p a ra él u n a es p ecie d e co n ce p ció n relig io s a , y, p o r lo ta n to, d ifíc il d e en cer r a r en los lím ites d e u n a fi­ lo s o fía qu e a s p ira b a a s er p u ra m en te r a cion a l. P er o cr eo q u e le en ten d er em o s p e o r d e lo q u e p o d em os , si n o a d m itim o s es a d is tin ció n en tre la n a tu ra leza co m p u es ta d e los ó r d en es in fer io r es d el s er. L a d i­ fer en cia es trib a en lo s ig u ien te: lo m e jo r d el h o m ­ b re — lo q u e en el s en tid o m á s p len o es su p r o p ia y ver d a d er a n a tu ra leza — es id é n tico a la n a tu ra leza d e D ios . H em o s vis to q u e la ú n ica d e s cr ip ció n a d e­ cu a d a q u e A ris tó teles p u d o en co n tr a r d e la vid a etern a y b ien a ven tu r a d a q u e se s u p on e lleva la d ivin id a d s u p rem a fu e d e c ir q u e co n s is te en u n a m ed ita ció n in in ter r u m p id a . “P o r q u e la a ctivid a d d e la m en te es vid a .” N e g a r lo q u e yo h e d ic h o a cerca d e la n a tu ra leza s ería n eg a r la letr a y el es p íritu d e la s p a la b ra s d e A ris tóteles . E l

e r g o n

d e ca d a cria tu ra con s is te en a l­

ca n za r la fo r m a p r o p ia y d es a r r o lla r la a ctivid a d a d ecu a d a . N o p u ed e n i d eb e h a cer m á s . A ris tó teles d ir ía d e u n ca b a llo, c o m o lo d ice d el h o m b re, q u e su

e rg o n

con s is te en v iv ir d e a cu er d o co n lo m á s

eleva d o q u e h a y en él. P e r o n o d ir ía , n i n os otro s lo es p era r ía m os d e él, q u e es to, r es p ecto d el ca b a llo, s ig n ifica “ten d er a la h u m a n id a d en cu a n to es tá en sus fu erza s ”: tra ta r d e a lca n za r la vid a d e u n a cla ­ se q u e es tá p o r en cim a d e él. E l ca b a llo tien e c ie r ­ ta s fu n cion es q u e co m p a r te con el h o m b r e — c r e ­ cim ien to , r ep r o d u cció n , s en s a ció n — , p e r o le fa lta la fu n ción m e jo r y m á s ca r a cter ís tica d el h om b re. S u a ctivid a d m á s eleva d a p er ten ece a m en u d o a u n m u n d o d is tin to d e a q u el a l q u e p erten ece la

178

A RIS TÓ TE L E S 2

a ctivid a d m á s eleva d a d el h o m b r e. L a s r ela cion es en tre el h o m b r e y D ios s on d ifer en tes . E l h o m b r e es tá , s in d u d a , en to r p ecid o p o r la m a teria ; tien e im p e r fec cio n e s y corta p is a s q u e n o tien e la in a lte­ r a b le p e r fe c c ió n d e D ios . P o r lo ta n to, n o p u ed e e je r cita r s in in ter r u p ció n lo m á s a lto q u e h a y en él. P e r o n i a u n el S er s u p r em o p o s ee u n a fa cu lta d d e q u e ca r ezca el h om b re, c o m o el h o m b r e p o s ee u n a fa cu lta d d e q u e ca recen la s d em á s cria tu ra s . T e n e ­ m os u n p r ivile g io y u n a r es p on s a b ilid a d . Y c ie r ­ ta m en te n o los ejer cita r em os m e jo r tra ta n d o d e ig n o r a r el cu er p o y su s n eces id a d es o la vid a en c o ­ m u n id a d a q u e ló g ica m en te se d ir ig en . P o r q u e el cu er p o es u n a p a rte n u es tra ta n to c o m o el es p íritu . C a d a u n o d e n os otro s es u n a u n id a d , c o m o n os h a en s eñ a d o el es tu d io d e la

p s y c h e ,

q u e es la cien cia

d e la vid a . P o r con s ig u ien te, en u n a vid a co m p leta h a n d e ten e r su lu ga r la s vir tu d es m or a les . P e r o la s vir tu d es m o r a le s (y c ito a h o r a la s p r o p ia s p a la ­ b ra s d e A r is tó teles ) s on s ecu n d a ria s . É s te es el c r e ­ d o d e u n in telectu a lis ta im p en iten te. “L a a ctivid a d d e la m en te es vid a .” L a filo s o fía d e A ris tó teles r ep res en ta el ú ltim o flo ­ r e c im ie n to d el p en s a m ien to g r ie g o en su a m b ien te n a tu ra l, la ciu d a d - es ta d o. F u e m a es tr o d e A leja n ­ d ro, el h om b re qu e d es tru yó d efin itiva m en te la co m ­ p a cta u n id a d en q u e tod os p o d ía n p a r tic ip a r a cti­ va m en te, y la s u s titu yó con la id ea d e u n gra n r ein o q u e co m p r en d ies e to d o el m u n d o. A leja n d r o m u ­ r ió a n tes d e r ea liza r su id ea l y su s s u ces ores d iv i­ d ier o n el m u n d o en ton ces c o n o c id o en tres o cu a ­ tr o im p e r io s g o b er n a d o s d es p ótica m en te. Y a n o b a s ta b a s er ciu d a d a n o d e A ten a s o d e C orin to, p o r ­ q u e la a u to n o m ía d e la s ciu d a d es h a b ía d es a p a re­

179

A RIS TÓ TE L E S 2

cid o p a r a s iem p re. C u a n d o m ir a m o s h a cia a trá s , n os p a r ece q u e y a h a b ía p e r d id o su r ea lid a d a n tes d e A leja n d r o; p er o a l le e r la

P o lít ic a

a d ver tim os q u e

a ú n fo r m a b a n la a r m a zó n d el es p íritu d e A r is tó te ­ les . D es p u és d e él, es o ya n o fu e p o s ib le. E l d es a m ­ p a r o d el h o m b re a n te p o d er es ex orb ita n tes p r o d u jo filo s o fía s d e tip o d ifer en te. T r a jo u n in d ivid u a lis ­ m o in ten s o y u n c o n ce p to d e la filo s o fía n o c o m o id ea l in telectu a l s in o c o m o r e fu g io co n tr a la im p o ­ ten cia y la d es es p era n za . F u e el q u ietis m o d e E p i­ cu r o o el fa ta lis m o d e la S toa . H a b ía m u er to el a n ­ tig u o es p íritu g r ie g o d e in ves tig a ció n lib r e y os a d a , y el o r d en d e in teres es q u e A ris tó teles s u s ten ta b a fu e in ver tid o . L o p r im e r o er a a lgu n a te o r ía d e la con d u cta , a lg o q u e a yu d a s e a vivir, y la s a tis fa cción d el in telecto se c o n vir tió en co s a s ecu n d a ria . E l m u n d o h elen ís tico rea lizó, cierta m en te, su ob ra p r o ­ p ia , p er o és ta fu e en g r a n m ed id a res u lta d o d e la m ezcla cr ecien te d e elem en to s g r ieg o s y elem en tos ex tra n jeros , p r in cip a lm en te orien ta les . S i lo q u e d es ea m os c o n o c e r es el es p íritu g r ieg o , q u izá ten ­ g a a lgu n a ex cu s a el q u e n os d eten g a m os a qu í.

BR EVES INDICACIONES BIBLIOGR ÁFICAS PARA LECT UR AS DE A MPLIA CIÓN 1. G e n e r

al es

F. M . C om ford , B e f o r e a n d a f t e r S o c r a t e s , C a m b rid ge, 1932. A. H . A rm s tron g, I n t r o d u c t i o n t o a n c i e n t p h i l o s o p h y , M eth u en , 1947. L. Rob in , G r e e k t h o u g h t , Kega n Pau l, 1928. C. B ailey, T h e g r e e k a t o m i s t s a n d E p i c u r u s , O xford, 1928. C ons titu yen u na in trod u cción m u y ú til los ca p ítu ­ los sob re filos ofía d e la C a m b r i d g e a n c i e n t h i s t o r y . Los m ás im p orta n tes son: E n el vol. IV , "M ys tery- religion s a nd p res ocra tic p h i­ los op h y” (C om for d ). E n el vol. V, "Th e a ge o f illu m in a tion ” (B u ry). E n el vol. V I, "Th e a th enia n p h ilos op h ica l s ch ools ” (C o m fo r d ) y “G reek p olitica l th ou gh t in the 4th cen tu ry” (B a rker). E n el vol. V II, "Athens (stoics a nd epicu reans)’’ (An gu s ) y "H ellen is tic science a nd m a th em a tics ” (Jones).

2. P r

e s o c r a t ic o s

J. B u rnet, E a r l y g r e e k p h i l o s o p h y , 4a ed., B lack, 1930 (tra b a jo m od elo). W . Jaeger, L a t e o l o g í a d e l o s p r i m e r o s f i l ó s o f o s g r i e g o s , tr. d e José G aos, f c e , M éxico, 1952. 181

182

B IB LIO G RAFÍA

3. P l a t ó n

G. M . A. G ru b e, P l a t o ' s t h o u g h t , M eth u en , 1 9 3 5 . R. L. N ettles h ip , L e c t u r e s o n t h e R e p u b l i c o f P l a t o , M a cm illa n , 1898. G. C. Field , P l a t o a n d h i s c o n t e m p o r a r i e s , 2a ed., M ethu en, 1948. - - -- - - - - , T h e p h i l o s o p h y o f P l a t o , H om e U n ivers ity Lib ra ry, 1949. 4. A r

W . D. Ros s, A r i s t o t l e J. L. Stocks, A r i s t o t e

,

is t ó t e l e s

4a ed., M eth u en , 1945. H arra p , s. a.

lia n is m ,

5. P o s t a r

is t o t é l ic o s

E. B evan, S t o i c s a n d s c e p t i c s , O xford , 1913. R. D. H icks, S t o i c a n d e p i c u r e a n , C a m b rid ge, 1910. A. E. Ta ylor, E p i c u r u s , Philosophies, An cien t and M od ­ em , C ons ta b le, 1911. Los p ocos lib ros inclu id os en esta b reve b ib liogra fía s ólo p u ed en ofrecer al lector u n p u nto d e pa rtid a. Pa ra in d ica cion es b ib liográ fica s más a m p lia s y m ás ú tiles, véas e el fin a l d el lib rb de Arm s tron g qu e cita m os en el a pa rta d o nú m. 1. Acerca de este lib ro d eb o a ñ a d ir qu e trata con mu cha b revedad el p eriod o qu e yo he estu dia­ d o en la p resen te ob ra, ya qu e la fin a lid a d del a u tor es in ves tiga r la tra n s ición de la filo s ofía p a ga n a h elénica a la filos ofía cris tia na qu e, com o él d ice, se d eriva de ella p or u no d e sus lados. N in gu n a otra ob ra , qu e yo sepa, intenta p resta r este va lios o y d ifícil s ervicio, al m en os con la a m p litu d con qu e lo h a ce el lib ro de Arm s trong.

ÍNDICE ANALÍT ICO A ca d em ia , 137-139 a gn os ticis m o, en Protá goras , 79, 80 agu a, com o su stancia p r i­ m a ria , 34, 35, 42; su vin cu la ción con la vida, 42 a ire ( a e r ) , 39 ss, 45 Alcib ia d es , 91 A leja n d ro (M a g n o ), 93, 139, 140, 178 Alm a ( v e r t a m b i é n inmorta­ lidad y reen ca rn a ción ), com o a ire o a lien to, 40, 45; co m o m ovim ien to a u tocau sa do, 41, 42; en el a tom is m o, 70, 71; en H om ero, 99, 100; d o c­ trin a s ocrá tica del, 99; en el p la ton is m o, 107­ 111, 115 ss, 128-130; en el a ris totelis m o, 158 ss An a xá gora s, 27, 65-68, 73 A n a x im a n d ro, 35-39, 42, 45, 54, 55 Anaximenes, 39, 40, 42, 45 a n tr op ología , lím ites de la, 22, 23 a n tr op om orfis m o, 38, 42, 77, 95 a p e i r o n , 36 A p olo, 9, 81, 95, 139

15, 16, 77, 83-85, 87, 124, 170, 171 Aris tóteles , ca p ítu los vil y vin; 15, 16, 22, 29, 31, 32, 34, 35, 42, 68, 71, 73, 75, 89, 98, 134, 135, 139 a rm on ía , 51, 52 Arqu ela o, 79 Assos, 138 astronomía, de Ana xim a n­ d ro, 38; d e Aris tóteles , 152, 153 a teísm o, 131 Atenas, 20, 75, 76, 94 ss, 137-140, 178 Atenea, 94 a tom is m o, 30, 41, 67-73, 131, 164 a u t a r k e i a , 169 azar, com o p rim era causa, 64, 132 a re té ,

B a b ilon ia , 35 b elleza , 135 B err, H en ri, 25 b ru jería, 19-21 C alicles, 116 ca m b io, n ega d o p o r P a r ­ m én id es , 58; ex p lica d o p or Aris tóteles , 146 183

184

ÍN D IC E AN A LÍTIC O

ca u s a ción en Aris tóteles , 147, 151 cau sa m otriz, s ep a ra d a d el ob jeto m ovid o, 63,

66

ca vern a , a leg oría d e la, 113 ciu da d- estad o, 93-98, 178 colonia s , 81 con ocim ien to, teoría del, 26; a dqu is ición del, 109,

110

C orin to, 178 C oriseo, 138 C om ford , F. M ., 8, 12, 18, 41, 50, 70, 141, 157 cos m ogon ía s , 38, 39 C ritias, 91 cu erp o, en las d octrin a s p ita górica s y p la tó n i­ ca, 108; en A ris tóteles , 159 D a rw in , Ch., 64 D elfos, orá cu lo de, 53, 81, 139 d em ocra cia en Atenäs , 76 D em ócrito, 67, 68, 71, 72, 79, 165 d i k e , 12-14 d i k e n , 14 D ios (ver ta m b ién t h e o s ) , el a lm a hu m a n a id en ti­ fica d a con, 40, 56; en los s is tem a s m iles ios , 42, 133, 134; n ega ción s ofis ta de, 131, 132; en Pla tón , 133, 134; en

Aris tóteles , 150-157; y su rela ción con el h om ­ b re, 175-177 ed u ca ción , en el E s ta d o p la tón ico, 113 e i d o s , 170, 173 eleáticos , 68 E m p éd ocles , 61-66, 68, 69, 73, 160, 164 e n e r g e i a , 150, 154, 170 E p icu ro, 72, 179 E rasto, 138 e rg o n , 16, 124, 166, 174, 177 E ros , 136 es cep ticis m o, 27, 77-80 escu ela m iles ia , 32 ss es p a cio, n ega d o p o r P a r ­ m énides , 59; en los a tomistas, 70, 71 E sparta, 127 E s peu s ipo, 138, 139 E s qu ilo, 14 E s tra b ón , 140 es trellas , d ivin id a d d e las 152-154 éter, 153 ética , 25, 26, 31; s oñsta, 79, 80, 82, 83; s ocrá ti­ ca, 83-92; a ris totélica , 166-171, 174, 175 E u tifrón , 90 evolu cion is m o, en A n a x i­ m a n dro, 38, 39; en E m ­ p édocles , 63-65;· m od er­ no, 146; en Aristóteles, 156, 157

ÍN D IC E AN A LÍTIC O

F ilip o II, 137, 138 filos ofía , crítica , 26 ss; s u b d ivis ion es d e la, 24, 26; tem peram entos d ife­ rentes en la, 27, 28 filós ofos plu ralistas, 61 form a , en op os ición a la m a teria , ca p ítu lo II, 29, 34; en los p ita góricos , 46, 50, 51; en P la tón ( v e r Idea s...); en A ris tó­ teles, 142-149, 154 fu ego, 54-56 fu erza vita l, con cep to m i­ les io de, 41-43 G orgia s , 79 G ru b e, G. M . A., 18 H a ckforth , 87 H a rris on , Jane, 171 h ed on is m o, 117-121 H erá clito, 22, 26, 53-57, 100, 101, 105 H erm eia s , 138, 139 H eród oto, 35 H ip ia s , 79 H ip ócra tes , 13 H itler, 121 h om b re, co m o m icr ocos ­ m os, 48; su p os ición en el u nivers o a ris totélico, 169, 170, 174-178 H om ero, 14, 16, 95, 99, 107 H u xley, Ju lian, 146 Ideas , d octrin a d e las, ca ­

185

p ítu lo V, 101-114; ab an­ d on o p o r Aris tóteles , 141-143, 146, 147, 166, 167 im p ied a d , p ers ecu cion es p or, 65, 66, 90-92, 140 in d u cción , 89 in m orta lid a d en el p ita ­ goris m o, 44-47; en P la ­ tón, 108, 111; en Aris tó­ teles, 161 ss Jenócrates, 138, 139 jon ios , 30-32; en op os i­ ción a los p ita góricos , 50; a H erá clito, 55, 56; a Pa rm én id es 58, 59 Jow ett, 12 ju sticia (ver ta m b ién d i k e ) , 14, 124, 125, 127, 128, 132; cós m ica , 54 Kep ler, 153 en Pla tón , 132; concepto a ristotélico de, 154, 155 k o s m o s , 47-50, 66, 115,

k in e s is ,

122 Lém ery, 70, lengu aje, im porta n cia filo­ s ófica del, 10-23 Les b os , 138, 139 Leteo, a gu a del, 110 L eu cip o, 67 Lévy- B ru h l, 21 leyes de la natu raleza, 105 ley, origen d ivin o d e la,

186

ÍN D IC E A N AL ÍTIC O

81, 94, 95; op u es ta a la n a tu ra leza p o r los s o­ fistas, 116, 131, 132; con cilla d a a la n a tu ­ ra leza p o r P la tón , 131, 132 lib re a rb itrio en E p icu ro, 72 Liceo, 133, 140 Licu rgo, 81 lím ite, su im p orta n cia en el p itagoris mo, 46-50 l o g o s , en H erá clito, 22, 55, 56 m agia , 13 m a tem á tica s , 22, 23, 48­ 50 m a teria , 41; op u es ta a la form a , 29, 30, 34; en el a ris totelis m o, 144-146 m aterialism o, 23, 30, 160, 164, 165; en D em ocr i­ to, 70; en los m iles ios , 42, 43; en Pa rm én id es , 59, 60; en An a xá gora s , m ed icina , 51, 52 m en ta lid a d p relógica , 21­ 23 mente (ver tam b ién n o u s ) , s ep a ra d a d e la m a teria p or Ana xágora s, 66 m étod o d e ex p erim en ta ­ ción, 68 m is ticis m o, 96 m ito, en Pla tón, 110-114 m on is m o, en los miles ios,

66

32-45; refu tad o p or Pa r­ m énides, 60, 61 m on oteís m o, 17, 117 m ovim ien to (ver ta m b ién k in e s is ) ex p lica d o p or los m iles ios , 41; n ega ­ d o p o r Pa rm én id es , 59; reivin d ica d o p or E m p é­ d ocles , 63; exp lica d o p o r los a tom is ta s , 73; teoría a ris totélica del, 148-153; teoría p la tón i­ ca del, 132-133 mú sica, 23, 48-51 86 n om b res , en el p en s a ­ m ien to p rim itivo, 20-22 n o u s ( v e r t a m b ié n m en ­ te), 120, 127, 154, 155, 175, 176 n a rk é ,

13 O gden, C. Κ ., 106 op os icion es , en A n a x i­ m a n d ro, 35, 36; en el p ita goris m o, 52; en H e­ rá clito, 54, 55; en A ris ­ tóteles, 145, 146 O rfeo, 46, 96, 107 o r g a n o n , 47 O d is e a ,

pa la b ras , ex p lica ción s o­ b renatu ral de las, 21, 22 p a ra d oja d e S ócrates , 17 Pa rm én id es , 26, 57-63, 68, 71, 73, 74, 76, 148 Pericles , 65, 67

ÍN D IC E AN ALÍTIC O

187

140 p red ica ción , 58, 59 74, 79 p riva ción , 149, 150 Pitá gora s , 23, 43-49; criti­ p rogres o y evolu cion is ­ ca d o p o r H erá clito, 53 mo, 146 p ita goris m o, 22, 23, 31, p r o h a i r e s i s , 171 32, 43-46, 49-52; cr iti­ Protá gora s , 75, 79-82 ca d o p or H erá clito, 54; p s icología , en Platón, 127­ 134 influencia en Platón, 107, 108 p s y c h e ( v e r a lm a ) p laneta s, m ovim ien to de p u reza y ritu al, 46 los, 153 qu in to elem en to, 153 P la tón (ca p ítu los v y vi p a s s im ) , 12, 16, 17, 23, reencarnación, 44-46, 108, 26, 27, 30-32, 60, 61, 110; n ega d a p or A ris tó­ 66, 74, 85, 90-92, 134­ teles, 159 138, 146-148, 166, 167, rela tivid a d , en D em ocri­ 171, 173, 174; la h ech i­ to, 78; en Protá gora s , cería con d en a d a p or, 79, 80; en los sofistas, 83 23; m eta fís ica y ética relig ión y E s ta do, 94-96 en, 26, 27; su op in ión Richa rd s , I. A., 106 d e An a xá gora s , 66; ca ­ Ritter, C., 116 ra cterís tica s d e los d iá ­ Ross, W . D ., 155 logos , 135, 136; ob ra s: C r a t i l o , 20, 21, 29, 122; S anto Tom á s , 155 E u t if r ó n , 90; G o r g i a s , s ens a ción , en H erá clito, 116, 118, 121, 122; L e ­ 54, 55; en Pa rm én id es , y e s , 97, 131; M e r i ó n , 59, 60; teoría a tom is ta 109, 119; P a r m é n i d e s , d e la, 70, 71; teoría p la ­ 57 ; F e d ó n , 104, 109, 111, tón ica de la, 164; teoría 137, 145; F e d r o , 110, a ris totélica d e la, 163­ 136; P r o t á g o r a s , 82, 118, 166 119; R e p ú b l i c a , 12, 14, S hakespeare, cita de, 52 97, 110, 112, 113, 121, S icilia , 61, 137 123, 129; E l s o f i s t a , 59; s im p a tía, 20-23, 46 B a n q u e t e , 52, 136 S ócrates , 8, 9, 16, 26, 27, p oten cia lid a d , 146 ss 31,74, 78,79, 83- 92,98­ p ra gm a tis m o antigu o, 81, 101, 103, 104, 106-111, 118 115, 117-121, 124, 130

p e r ip a t o s , p h y s is ,

188

ÍN D IC E A N AL ÍTIC O

sofistas, 15, 77-79, 81-83, 86, 88, 96, 115, 116, 118, 120, 124, 128, 130, 131 S olón, 25 S ol, op in ión d e A n a xá go­ ras, 65 s o p h i s t e s , 77 S teb b in g, L. S., 33 S toa, 179 s u pu es tos in con s cien tes , 10, 18, 19 s y l l o g i s m e s , 154, 155

Teofra s to, 35, 138 t e t r a k t y s , 49 th e o s , 17, 18 th y m o s , 127 tra n s m igra ción d e las a l­ mas (ver reen ca rna ción) Tra s ím a co, 124 Tu cíd id es , 67 Tu rii, 81

tab ú es p ita góricos , 45-47 Ta les , 34-36, 38, 42 t a x is , 115, 122 teleología , 30; s ocrá tica , 83-85; a ris totélica , 142, 146 Teogn is , 25

va cío, m ovim ien to en el, 71-73

u niversales, na tu raleza de los, 98, 99, 101 ss

W h iteh ea d , A. N ., 19 W ila m ow itz, 17 Zeu s, 38, 82, 95

Related Documents


More Documents from "lauro"