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EFEITO DA UMIDADE SOBRE AS CONSTRUÇÕES E IMPERMEABILIZAÇÕES Capítulo 1 – Introdução
Engo José Eduardo Granato
Objetivo da impermeabilização • A impermeabilização na construção civil tem como objetivo impedir a passagem indesejável de águas, fluídos e vapores, podendo contê-los ou dirigi-los para o local que se deseja. • Permitir a habitabilidade e funcionalidade da construção civil, também deve proteger a edificação de inúmeros problemas patológicos que poderão surgir com infiltração de água, já que uma grande quantidade de materiais constituintes da construção civil sofre um processo de deterioração e degradação, quando em presença dos meios agressivos da atmosfera.
• A impermeabilização não é analisada com a devida importância por parte de alguns engenheiros, construtores, arquitetos, projetistas e impermeabilizadores. • Como consequência, a infiltração de água acarreta uma série de consequências patológicas como corrosão de armaduras, eflorescência, degradação do concreto e argamassa, empolamento e bolhas em tintas, curtos circuitos etc., gerando altos custos de manutenção e recuperação. • Para se ter uma ideia do montante dos gastos de recuperação e manutenção de obras, existem estimativas que superam 2,5% do PIB, algo em torno de US$ 138 bilhões de dólares anuais. Em muitos casos a origem é devido à ausência ou inadequada impermeabilização.
• A infiltração de água e considerado um dos problemas mais frequentes nas edificações, podendo ocorrer de diversas maneiras e causando varias manifestações patológicas para edificação bem como sérios problemas a saúde dos moradores.
Carbonatação Dióxido de Carbono
umidade
CO2
pH decresce pH 13
pH 10
Corrosão do aço Causa: Penetração de cloretos oxigênio, cloretos umidade
Crack
Ausência de impermeabilização
CORROSÃO DA ESTRUTURA
Infiltrações em Estação de Tratamento de Esgoto
Reservatórios
Cobrimento das armaduras em teto de reservatórios
Cobrimento das armaduras em teto de reservatórios
Cobrimento das armaduras em tetos reservatórios
Cobrimento das armaduras em teto de reservatórios
NBR 6118/2014
NBR 6118/2014
NBR 6118/2014
Ausência de Impermeabilização
Ausência de Impermeabilização
Ausência de Impermeabilização
Ausência de Impermeabilização
Ausência de Impermeabilização
Estádios de futebol
Estádios de futebol Ausência de Impermeabilização
Estádios de futebol - Ausência de Impermeabilização
Estádios de futebol - Ausência de Impermeabilização
Estádios de futebol - Ausência de Impermeabilização
Estádios de futebol - Ausência de Impermeabilização
Estádios de futebol Ausência de Impermeabilização
Estádios de futebol
Demolição da cobertura do Maracanã
Estádios de futebol
Estádios de futebol - Ausência de Impermeabilização
Estádios de futebol - Ausência de Impermeabilização
Estádios de futebol
Estádios de futebol
Colapso de pontes Brasil
Impermeabilização de pontes e viadutos
PREFEITURA VISTORIA EM 1988 145 PONTES E VIADUTOS EM SÃO PAULO
Patologia apresentada Juntas de dilatação com infiltração e vazamentos Vigas e lajes com infiltração e/ou armaduras expostas Pilares com armaduras expostas ou oxidadas Muros de arrimo e encontros com desaprumos, armaduras expostas ou infiltrações Lesões não estruturais em gradis, calçadas, tampões, etc, Aparelhos de apoio com abatimento ou bloqueio Esmagamentos em lajes, vigas ou pilares
Qtde de obras
% sobre o total
86
59 %
83
57 %
11
14 %
17
12 %
66
46 %
14
10 %
12
8%
GRAU DE RISCO GRAU DE RISCO EM 145 OBRAS VISTORIADAS
% QUANT. SOBRE O DE OBRAS TOTAL
Alto risco
22
16 %
Médio risco
18
12%
Baixo risco
105
72 %
Nota: A Ponte dos Remédios em 1998 estava classificada com de baixo risco
Segundo IBI (Instituto Brasileiro de Impermeabilização), a umidade responde por 85% dos problemas encontrados nas construções brasileiras.
O IBI também estima que quando a impermeabilização é feita de forma correta, ou seja, dentro dos padrões de Normas Técnicas e com produtos adequados, seu custo atinge em média de 2% a 3% do valor total da obra, porém se os serviços forem executados depois de constatado o problema, a impermeabilização pode representar de 10 a 12% do custo total da obra. Fundação (15%) Estrutura (27%) Alvenaria (18%) Revestimento (22%) Impermeabilização (3%) Pintura e limpeza (10%)
Gráfico 1 - Fonte: IBI-2013 – Instituto Brasileiro de Impermeabilização
VAZAMENTOS EM LAJES
Laje térrea
Quanto tempo vaza esta laje para formar estas estalactites e estalagmites?
Piscina – cloro de tratamento de água ataca a armadura da estrutura
Piscina – cloro de tratamento de água ataca a armadura da estrutura
Quebra-galho: injeção de poliuretano hidro reativo
Quebra-galho: injeção de poliuretano hidro reativo
Quebra-galho: injeção de poliuretano hidro reativo
Quebra-galho: injeção de poliuretano hidro reativo
Manta de PVC
Proteção do substrato – tijolo aparente
Lei 8.078 Código de Proteção e defesa do consumidor Artigo 39 inciso VIII “É vedado ao fornecedor de produtos e serviços: colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes, ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial COMETRO”.
Lei 8.078 Código de Proteção e defesa do consumidor Artigo 36 Publicidade “O fornecedor, na publicidade de seus produtos e serviços, manterá, em seu poder, para informação dos legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem”.
Lei 8.078 Código de Proteção e defesa do consumidor Artigo 37 - Propaganda enganosa §1º “É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, característica, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços”.
Lei 8.078 Código de Proteção e defesa do consumidor Artigo 37 - Propaganda enganosa §3º “Para efeito deste Código,a publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço”.
Estrutura da NBR 15.575 Campo de aplicação: definição das responsabilidades dos intervenientes: Incorporadores (NBR 14037 – Manual de operação uso e manutenção), Projetistas, Fabricantes, Construtor (várias NBR) e Usuário (NBR 5674 – Manutenção) S E G U R A N Ç A
H A B I T A B I L I D A D E
Estruturação da Norma S U S T E N T A B I L I D A D E
Exigência dos usuários qualitativa
Requisitos de Desempenho qualitativo
Condições de: Exposição
EDIFÍCIO
Critérios de Desempenho quantitativo Métodos de Avaliação
Condições de: Uso e Manutenção
O custo de uma obra durante a sua vida útil é a somatória do custo inicial + custo de manutenção
NBR 15.575 EDIFICAÇÕES HABITACIONAIS - DESEMPENHO • • • •
PARTE 1 – REQUISITOS GERAIS PARTE 2 – REQUISITOS PARA OS SISTEMAS ESTRUTURAIS PARTE 3 – REQUISITOS PARA OS SISTEMAS DE PISOS PARTE 4 – REQUISITOS PARA OS SISTEMAS DE VEDAÇÕES VERTICAIS INTERNAS E EXTERNAS • PARTE 5 – REQUISITOS PARA OS SISTEMAS DE COBERTURAS • PARTE 6 – REQUISITOS PARA OS SISTEMAS HIDROSANITÁRIOS • Mais de 380 páginas, atrelados a requisitos de mais de 100 normas técnicas
EXIGÊNCIAS DO USUÁRIO Subsídios para as PERÍCIAS e AUDITORIAS
SEGURANÇA
- segurança estrutural - segurança contra o fogo - segurança no uso e na operação
HABITABILIDADE -
estanqueidade conforto térmico conforto acústico conforto lumínico saúde, higiene e qualidade do ar funcionalidade e acessibilidade conforto tátil e antropodinâmico
SUSTENTABILIDADE - durabilidade - manutenibilidade - impacto ambiental
Novos requisitos Fonte: Jerônimo Cabral
Requisitos de impermeabilização • Avaliar o desempenho da impermeabilização frente a durabilidade mínima requerida na norma de desempenho NBR 15575. • Alertar os construtores, projetistas e usuários para não utilizarem produtos inadequados que são oferecidos no mercado brasileiro e da necessidade da adequação das normas com foco em desempenho.
Condições de exposição – NBR 6123
Ascensão
capilar Água de uso Água de chuva
Fonte: Prof Claudio Mitidieri
Desempenho da impermeabilização frente a norma de Desempenho NBR 15575/2013 - durabilidade
10 Estanqueidade 10.1 Generalidades A exposição à água de chuva, à umidade proveniente do solo e aquela proveniente do uso da edificação habitacional devem ser consideradas em projeto, pois a umidade acelera os mecanismos de deterioração e acarreta a perda das condições de habitabilidade e de higiene do ambiente construído.
Desempenho da impermeabilização frente a norma de Desempenho NBR 15575/2013 10 Estanqueidade 10.2 Requisito – Estanqueidade a fontes de umidade externas à edificação A exposição à água de chuva, à umidade proveniente do solo e aquela proveniente do uso da edificação habitacional devem ser consideradas em projeto, pois a umidade acelera os mecanismos de deterioração e acarreta a perda das condições de habitabilidade e de higiene do ambiente construído.
Desempenho da impermeabilização frente a norma de Desempenho NBR 15575/2013
Desempenho da impermeabilização frente a norma de Desempenho NBR 15575/2013
10 Estanqueidade parte 3 10.1 Generalidades
A água é o principal agente de degradação de um amplo grupo de materiais de construção. Ela está presente no solo, na atmosfera, nos sistemas e procedimentos de higiene da habitação e, portanto, em contato permanente com alguns dos seus elementos ou sistemas. O controle adequado da umidade em uma edificação habitacional ou sistema é a chave para o controle de muitas manifestações patológicas que abreviam sua vida útil, reduzindo seu valor de uso e de troca de uma habitação.
Desempenho da impermeabilização frente a norma de Desempenho NBR 15575/2013
NBR 15575-parte 5
NBR 15575-parte 5
Desempenho da impermeabilização frente a norma de Desempenho NBR 15575/2013
14 Durabilidade e manutenibilidade A durabilidade do edifício e de seus sistemas é um requisito econômico do usuário, pois está diretamente associado ao custo global do bem imóvel.
Vida útil de projeto - VUP
14.3 Manutenibilidade 14.3.1 Requisito: Manutenibilidade do edifício e de seus sistemas: Manter a capacidade do edifício e de seus sistemas e permitir ou favorecer as inspeções prediais, bem como as intervenções de manutenção previstas no Manual de Uso, Operação e Manutenção, conforme responsabilidades estabelecidas na Seção 5.
Considerações sobre durabilidade e vida útil • A vida útil (service life) é uma medida temporal da durabilidade de um edifício ou de suas partes (sistemas complexos, do próprio sistema e de suas partes: sistemas, elementos e componentes). • A vida útil de projeto (design life) é definida pelo incorporador e/ou proprietário e projetista, e expressa previamente. • Conceitua-se ainda a vida útil estimada (predicted service life) como sendo a durabilidade prevista para um dado produto, inferida a partir de dados históricos de desempenho do produto ou de ensaios de envelhecimento acelerado.
Desempenho ao longo do tempo
Falhas de desempenho
Vida útil
Custo de manutenção
VUP sugerido
Tabela C.6 – Exemplos de VUP aplicando os conceitos deste Anexo
Garantias
O que compõe a garantia ? • Reposição das condições de estanqueidade? • Reposição dos pisos acabados inclusos na garantia? • Vazamento em de trincas e fissuras? • Estabilidade financeira do fabricante/aplicador? • Porte da empresa aplicadora?
Garantias
15.575-3
15.575-5
Desempenho da impermeabilização frente a durabilidade NBR 9575- 2010 Impermeabilização – Seleção e projeto NBR 9574-2009 Execução de impermeabilização Não contemplam requisitos de vida útil e desempenho
VUP- Especificações claras dos projetistas
Impermeabilização é uma especialidade da engenharia civil e necessita de experiência