1.1. Livro Do Gola Acupuntura E Aprendizado.pdf

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2 ÍNDICE Preliminares.......................................................................................................................................... Breve História da Acupuntura .............................................................................................................. Prólogo ................................................................................................................................................. O que é Acupuntura Tradicional? Em que à diferencia da Medicina Ocidental? ................................. Uma Terapia Holística? ....................................................................................................................... Os princípios de recuperação da saúde através da acupuntura ......................................................... Uma Forma de Medicina Preventiva? .................................................................................................. Que visão da Saúde tem os Acupunturistas?....................................................................................... O que é o Tchi Qi? .............................................................................................................................. Como trata a acupuntura o Tchi (Qi) de um indivíduo?........................................................................ Que querem os acupuntores dizer com as palavras corpo/mente/espírito? ........................................ A base filosófica da Medicina Chinesa o Tao o Yin/Yang e os Cinco elementos ............................... Aplicação da teoria Yin/Yang na Medicina Tradicional Chinesa .......................................................... Teoria dos Cinco Elementos ou Movimentos ...................................................................................... Tabela dos Cinco Elementos............................................................................................................... A Lei dos Cinco Elementos .................................................................................................................. A aplicação dos Cinco Elementos no Diagnóstico ............................................................................... O Tchi (Qi) ........................................................................................................................................... Líquidos Orgânicos, Xue e Jinye ......................................................................................................... Anatomia Humana Noções Básicas .................................................................................................... Anatomia funcional do Corpo energético, Meridianos Principais, Teoria e Trajeto.............................. Meridiano do Pulmão (P) Atlas............................................................................................................. Meridiano do Intestino Grosso (IG) Atlas.............................................................................................. Meridiano do Estômago (E) Atlas......................................................................................................... Meridiano do Baço Pâncreas (BP) Atlas............................................................................................... Meridiano do Coração (C) Atlas............................................................................................................ Meridiano do Intestino Delgado (ID) Atlas............................................................................................ Meridiano do Vaso da Concepção (VC) Atlas...................................................................................... Meridiano da Bexiga (B).Atlas.............................................................................................................. Meridiano do Rim (R) Atlas................................................................................................................... Meridiano do Pericárdio (PC) Atlas....................................................................................................... Meridiano do Triplo Aquecedor (TA) Atlas............................................................................................ Meridiano da Vesícula Biliar (VB) Atlas................................................................................................ Meridiano do Fígado (F) Atlas.............................................................................................................. Meridiano do Vaso Governador (VG) Atlas......................................................................................... Os 66 Pontos Shu Antigos ................................................................................................................... Relógio Cósmico ou Orgânico (RC) .................................................................................................... Acupuntura Constitucional ................................................................................................................... Tipo 1 - Neo Sanguíneo (a) ................................................................................................................. Tipo 2 - Neo Colérico (b) ...................................................................................................................... Tipo 3 - Neo Melancólico (c) ................................................................................................................ Tipo 4 - Neo Flegmático ....................................................................................................................... Método de Diagnose ............................................................................................................................ Quadro Fisiognomônico ....................................................................................................................... Fisiognômonia ...................................................................................................................................... Noções Gerais de Acupuntura.............................................................................................................. Os Cinco Órgãos Zang e as Seis Vísceras Fu .................................................................................... Coração ............................................................................................................................................... Fígado................................................................................................................................................... Baço Pâncreas...................................................................................................................................... Pulmão ................................................................................................................................................. Rim ....................................................................................................................................................... As seis Vísceras Fu ............................................................................................................................. Vesícula Biliar ...................................................................................................................................... Estômago ............................................................................................................................................. Intestino Delgado .................................................................................................................................

06 09 15 17 18 19 20 21 22 25 25 26 34 35 37 38 40 41 49 53 96 99 103 108 112 116 120 124 125 129 133 137 141 145 149 150 151 153 159 162 165 168 163 175 175 188 202 202 203 204 206 207 209 209 210 210

3 Intestino Grosso ................................................................................................................................... Bexiga .................................................................................................................................................. Triplo Aquecedor .................................................................................................................................. Inter-relações entre Zang/Fu ............................................................................................................... Moxabustão ......................................................................................................................................... Ventosa ................................................................................................................................................ Auriculoterapia Escolas Chinesa e Francesa ...................................................................................... O Reflexo Vásculo Neural de Nogier ................................................................................................... Anatomia do Pavilhão Auricular ........................................................................................................... Orelha Nogier ....................................................................................................................................... Mapa Auricular Chines ......................................................................................................................... Sistemas .............................................................................................................................................. Sistema Esquelético e Muscular .......................................................................................................... Sistema Nervoso Central …………………………………………………………………………………….. Sistema Circulatório ………………………………………………………………………………………….. Sistema Respiratorio …………………………………………………………………………………………. Sistema Digestório ……………………………………………………………………………………………. Sistema Urinário ………………………………………………………………………………………………. Sistema Genital – Masculino e Feminino ............................................................................................. Sistema Endócrino ............................................................................................................................... Sistema Sensorial ................................................................................................................................ Sistema Tegumentar ............................................................................................................................ Quiropatia/Quiropraxia ......................................................................................................................... Quiropatia de Termos Técnicos ........................................................................................................... Mão do Quiropata ................................................................................................................................ Posição das Vertebras ......................................................................................................................... Tabela Quiropraxica ............................................................................................................................ Pontos Lo Vaso Concepção Vaso governador Ponto Yuan Relógio Cósmico .................................... Pontos de Tonificação e Sedação Nomenclatura Chinesa .................................................................. Pontos dos 5 Elementos e Pontos Mestres ......................................................................................... Pontos de Assentimento Ventral e Dorsal ........................................................................................... Tabelas de Pontos de Acordo com Maciocia ....................................................................................... Prática Clínica na Combinação de Pontos para o tratamento de sintomas.......................................... Vocábulos e Abreviaturas .................................................................................................................... Referências Bibliograficas ...................................................................................................................

MERIDIANOS ORGÂNICOS

1. Tai Yang 2. Shao Yang 3. Yang Ming 4. Tai Yin 5. Shao Yin 6. Jue Yin

Bexiga e Intestino Delgado Vesícula Biliar e Triplo Aquecedor Estômago e Intestino Grosso Baço Pâncreas e Pulmão Rim e Coração Fígado e Pericárdio

210 211 211 212 217 226 230 233 235 248 238 240 253 254 256 257 259 260 262 263 266 268 271 275 277 279 282 283 284 285 286 287 292 304 306

4 Prefácio Nascemos, crescemos, nos desenvolvemos, degeneramos e morremos. Esta é a lei paradoxal da vida, nascemos programados de maneira inexorável para esta evolução. O objetivo da medicina é prevenir e tratar as doenças e apesar de todo o conhecimento acumulado há séculos e do enorme avanço tecnológico da era moderna, quantas vezes nos sentimos impotentes neste intento. Por que motivo? Após atingir o ápice do nosso vigor físico e a plenitude da nossa função intelectual, todos deveremos iniciar a fase descendente da nossa trajetória. Algum órgão ou sistema deixará de exercer corretamente o seu papel na sensível tarefa de manutenção do equilíbrio homeostático, e se este desequilíbrio for discreto, ocorrerá a doença, mas se ele for profundo acarretará o sofrimento de outros órgãos até que a falência de todo o sistema seja inevitável. * Dr. Edmundo T.Inuy. Segundo a Teoria da Medicina Tradicional Chinesa somos portadores de um desequilíbrio energético herdado, o que irá deteriorar os “órgãos” de choque”, isto é, os órgãos mais suscetíveis ao processo de adoecimento. O tratamento precoce deste desequilíbrio é o objetivo do método baseado na lei dos 5 elementos. Entretanto, mais que uma Medicina Tradicionalista ela representa uma janela para a medicina do futuro. Através da análise de cada elemento, de suas características morfológicas e do seu temperamento determinaremos o desequilíbrio primordial, que dará as coordenadas para o tratamento através da Tchen Tsiu (Acupuntura), da fitoterapia, assim como orientará a alimentação e os exercícios mais adequados para cada dos 5 elementos de forma segura, visando tratar o paciente e não a doença. Hoje já é possivel traçar o perfil bioquímico e neuro-humoral de cada um dos 5 Elementos, além do perfil energético, morfológico e psicológico que já são descritos por Jung, Freud, Adier, Reich, etc..., e na Medicina Tradicional Chinesa. Método eficaz e objetivo, tem a simplicidade como sua maior virtude pois racionaliza as alternativas do diagnóstico psico-energético diminuindo o fator subjetivo do terapeuta, o que irá permitir aos iniciantes e formandos um aprendizado rápido e seguro. Escrita de maneira simples e concisa, com extensa pesquisa tanto na área de conhecimento oriental como ocidental, acreditamos que esta obra se constitua um importante subsídio a todos os interessados na apaixonante arte do tchen tsiu (Acupuntura), bem como aos homeopatas, acupunturistas, psicólogos, fisioterapeutas, biomédicos, médicos, massoterapeutas, etc... Professor Oswaldo José Gola  Responsável pelo setor de Acupuntura e Clínica de Dor da Escola Paulista de Medicina

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Infundirei-te a minha sabedoria; conhecerás também as leis do mundo dos fenômenos externos, nada mais te faltará a conhecer. Entretanto, no meio de milhares de homens mal se encontra um que, seriamente, vá em demanda da verdade. E, mesmo entre os que buscam a verdade e a atingem, raras vezes se encontra um que, de fato, saiba que sou a Realidade. Terra, Água, Fogo, Ar e Éter, vidas intelecto e espírito tudo isso são relações do meu ser. Eu sou o sabor da Água que bebes; eu sou o fulgor da Lua e do Sol; eu sou o AUM dos cânticos sacros dos Vedas; eu sou a harmonia dos espaços; eu sou a força procriadora dos homens. Eu sou a fragrância da Terra, eu sou o brilho do Fogo; eu sou a vida de todos os seres vivos. Tudo isso são aspectos finitos da minha infinita Realidade; mas nada disso é minha Essência Cósmica que é a Consciência Vital pela qual todo esse Universo visível é sustentado. Eu, porém, sou a Essência de tudo quanto existe; eu sou o princípio dos mundos e sou o seu Fim. Bhagavad Gita

6 Preliminares  Por que acupuntura no século XX? Por que ressuscitar um método que tem mais de 5 mil anos de existência? Pode parecer estranho que médicos, formados nas disciplinas científicas mais rigorosas, pretendam tratar seus doentes com métodos aparentemente obsoletos. Por acaso a medicina científica não nos provê de recursos suficientes para curar ou melhorar todas as enfermidades que encontramos em nossa pratica diária?. Para quem esta fora do problema, essas interrogações parecem ter uma resposta direta e simples. Para nós, que estamos dentro dele há 20 anos, as interrogações se sucedem e as respostas não são automáticas nem diretas. A medicina científica incorporou todos os avanços da técnica moderna no campo da investigação, do diagnóstico e da terapêutica, e seria absurdo negar-lhe notáveis progressos na profilaxia, na reabilitação, na cirurgia, no diagnóstico de alterações orgânicas e funcionais, etc. Mas é também evidente que os resultados terapêuticos não marcham no mesmo ritmo daqueles progressos; mais ainda, estão atrasados e muito longe do próprio objetivo da medicina: A Cura. A investigação médica no campo da química produz continuamente compostos com notáveis propriedades fisiológicas capazes de modificar não só o funcionamento de órgãos e sistemas, como também de alterar a evolução de certos processos patológicos. Esta produção porém, cada vez mais acelerada, de produtos químicos, implica enorme responsabilidade, não apenas para os laboratórios que os colocam no comércio, como para os médicos que os prescrevem. Não ha tempo material para submeter essas drogas a um estudo exaustivo de suas propriedades fisiológicas e terapêuticas. Neste sentido, a medicina oficial teve a coragem de denunciar, em congressos e numerosas publicações, o que desde antigamente se chama iatrogênia, o dano provocado pelo médico. É um axioma, em medicina científica, que só podem ser curadas as doenças cuja etiologia (causa) conhecemos perfeitamente; só melhoradas aquelas cuja patogenia (mecanismo do processo) nos é conhecida; ao passo que escapam as possibilidades terapêuticas todas aquelas cuja etiologia e patogênia nos são desconhecidas. Isso é o mesmo que dizer que a maioria dos doentes, que perambulam pelos consultórios em busca de um diagnóstico ou de um porquê de sua doença, é incurável para a medicina científica. O diagnóstico de alteração funcional, muitas vezes confundido com o termo vulgar de nervoso ou transtornos psicastênicos, leva quase inevitavelmente à medicação sintomática, isto é, um remédio para cada sintoma, tranqüilizantes, miorrelaxantes, e toda a gama de psicotrópicos que tanto se têm utilizado ultimamente. É assombroso que uma medicina científica, tão altamente desenvolvida e avançada em sua metodologia tenha de vir a dar em um beco praticamente sem saída, como é na realidade a medicação sintomática. Por que esta monstruosa contradição? Tem-se aceitado desde tempos remotos que a medicina é uma arte empírica, isto é, baseada na pura experiência. Este axioma não pode ser subvertido por uma ciência relativamente jovem, mesmo com muita força.

7 Não se pode atirar pela amurada séculos e milênios de tradição médica devido a magnífica ilusão de uma ciência armada com os instrumentos mais refinados da técnica. Eminentes historiadores da medicina chamaram a atenção para este paradoxo já que Hipócrates, três séculos antes de Cristo assinalara energicamente, acusando os jovens de desconhecerem a sabedoria transmitida pêlos velhos mestres e seu anseio de substitui-la pelas últimas novidades ditadas pela moda. A acupuntura, ainda que nascida há mais de 50 séculos, não deixou de existir um só instante. E a única medicina que se conserva intacta na pratica cotidiana de centenas de milhares de médicos tradicionalistas do extremo oriente. Se a medicina hipocrática está morta, pois só existe nos velhos livros empoeirados das velhas bibliotecas, e a intenção de revitalizá-la mediante a corrente que conhecemos com o nome de neo-hipocratismo ficou limitada a um núcleo embora seleto, reduzido de médicos, por seu lado a acupuntura pode transmitir sua vitalidade a grandes núcleos médicos e terapêuticos do ocidente que viram assim renovado o seu espírito essencialmente médico, isto é, suas ânsias de curar. A acupuntura, medicina tradicional dos antigos povos da China, é hoje retomada não só no ocidente, mas também no oriente, por práticos, médicos, biólogos, fisiologistas, farmacêuticos, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas em medicina natural, massagistas, esteticistas, ecologistas de formação científica, e por pessoas com formação variada, etc; e revisada até em seus mais recônditos segredos. A linguagem arcaica dos velhos textos chineses vai revelando pouco a pouco um conteúdo de extraordinária experiência e sabedoria. Esse imenso tesouro que correu o risco de se perder, com a arbitrária proibição que pesou no Japão e na China em meados do século passado, é oferecido hoje generosamente a todos aqueles que se ocupam dos males físicos, psíquicos e espirituais do mundo, sem distinção de ideologia, religião ou raça. A humanidade é uma só e assim também o deve ser a medicina seja ela reconhecida ou não oficialmente A literatura sensacionalista de jornais, e revistas pretenderam apresentar a acupuntura como uma terapêutica milagrosa, capaz de provocar curas instantâneas em processos incuráveis para nossa medicina científica. Não há curas milagrosas na medicina tradicional Chinesa, todas se processam segundo mecanismos e leis naturais. A rapidez com que aparecem certas curas em determinados casos também pode e deve ser explicada invocando mecanismos em estruturas pré-formadas de nosso organismo. Esta é a tendência que no ocidente e no oriente é fundamentalmente aceita e em franca oposição a certas tendências puramente tradicionalistas que pretendem circunscrever a acupuntura aos limites de uma escolástica extinta. Fato curioso e insólito esta ultima tendência parece ter mais vitalidade em certos grupos de médicos ocidentais. A experiência recolhida por nós tanto no Brasil quanto na China nos mostrou toda a evidência que a busca dos mecanismos curativa da acupuntura nesses países, líderes no setor, segue linhas nitidamente científicas e racionais. Ou a explicação da antiga acupuntura virá pelo caminho da ciência, ou jamais virá, é a conclusão a que chegam nossos colegas orientais. Contrariamente ao que se supõe, a acupuntura não permaneceu estática onde a deixaram nossos colegas de há 20 séculos.

8 Novas aplicações, novos pontos descobertos, novas propriedades de antigos pontos conhecidos são investigadas e elaboradas pelos acupunturistas, práticos e terapeutas da China atual, no puro limite da acupuntura. Recentemente, o telégrafo nos trouxe a notícia sensacional de intervenções de alta cirurgia realizadas sem os métodos anestésicos conhecidos por nós mas valendo-se de algumas agulhas manejadas de forma especial, com o que se consegue a insensibilidade regional (analgesia) desejada, sem influir sobre a consciência do paciente. Essas intervenções presenciadas por biologistas e médicos norte-americanos produziram uma grande comoção em seus compatriotas. As intervenções realizadas na presença dos mencionados observadores consistiram na extirpação de um quisto do ovário, de um tumor da tireóide e de uma operação cardíaca a céu aberto. A ação analgésica da acupuntura é conhecida desde as origens desta ciência antiga, mas analgesias tão profundas que permitam intervenções de alta cirurgia constituem uma novidade absoluta mesmo para os acupuntores mais experimentados. É um fato que com toda a certeza requer uma explicação. No momento atual, não podemos invocar qualquer mecanismo lógico, simplesmente porque o fato é totalmente novo; não cometeríamos, no entanto, o erro crasso de nos opormos ao fato, simplesmente porque não é explicável. Contudo, esta tem sido sempre a lógica dos colegas, que ignoram tudo sobre a acupuntura, quando são confrontados com os fatos terapêuticos oferecidos por esta antiga ciência; repeli-la, porque não se ajusta aos esquemas científicos (ortodoxos) que aprenderam em seus anos de estudantes?. Se a acupuntura apresenta inúmeras vantagens, tem também um inconveniente talvez o mais sério de todos, é uma disciplina que deve ser estudada cuidadosamente, com vocação e desinteresse. Frente a outras possibilidades terapêuticas, que o médico ou o terapeuta resolve em poucos minutos aprendendo o nome de um remédio e prescrevendo-o, a acupuntura tem contra si um caminho árduo e cheio de asperezas. Cremos, porém, que o esforço não só compensa como também é um dever a que não devem renunciar os médicos e terapeutas que sentem a suprema vocação de curar. Este curso foi criado pensando no médico, no público, no terapeuta em medicina natural nos inúmeros doentes que acham inexplicável a ação curativa das agulhas de acupuntura e não se cansam de fazer perguntas a seu terapeuta ou médico. Creio, porém, que este curso também será útil aos médicos que carecem de toda a informação séria sobre o assunto e que não tiveram a oportunidade, ou não quiseram procurar livros mais técnicos, onde o ensinamento do método segue um desenvolvimento mais especializado. Os ataques contra a medicina oficial, de que esta salpicado este livro, não são, no meu entender, destrutores mais sim construtivos. Dirigem-se antes de mais nada aos médicos que lêem estas paginas e procuram despertar o seu interesse pelas formas terapêuticas heterodoxas que tem suas raízes tanto na tradição oriental e ocidental como na sabedoria popular, fontes inesgotáveis de sabedoria. Esses ataques, convém notar, dirigem-se contra a tessitura acadêmica, comum a professores, médicos e leigos que se caracteriza pela defesa cerrada da ortodoxia médica. Solidarizo-me com todos os meus colegas que buscam os raros frutos da cura ainda que por caminhos intransitados, proibidos, e tabus que os confundem atribuindo a isso o que chamamos autoridade, entidade inexistente, mera projeção da soma de repressões internas que os próprios médicos fixaram e que tanto dano causam aos pacientes que confiam em nossa ciência. A linguagem empregada se ajusta à sua finalidade e foi, dentro do possível despojada de títulos o termo técnico. O público não especializado consultará o glossário da terminologia médica inevitável, que inclui expressões correntes em acupuntura. Os termos chineses foram transcritos na fonética que mais se assemelha a nossa pronuncia e que, em muitos casos, se assemelha à inglesa.

9 BREVE HISTÓRIA DA ACUPUNTURA  O homem é como uma criança nascida à meia noite que, quando o sol se levanta não acredita que o ontem tenha existido (provérbio chinês). A acupuntura nasceu no Extremo Oriente. Embora faltam dados arqueológicos presume-se que sua origem remonta a uns 5 mil anos e que seu berço tenha sido a China. O primeiro livro que trata da acupuntura de forma exaustiva é o Nei-Ching no terceiro século antes de Cristo, chamado também a Bíblia da Acupuntura. Este livro é para os médicos tradicionais o que Os Quatro Livros são para os confucionistas. É atribuído ao lendário imperador Huang-Ti, também chamado imperador Amarelo, e está composto na forma de um diálogo entre o imperador Huang-Ti e o médico da corte Chi Pai ou Chi Po. O Nei-Ching esta dividido em duas partes: o Su-Wen e o Ling-Shu. A primeira parte trata de semiologia e clinica. A segunda se refere especialmente ao tratamento com agulhas e môxas. Em uma passagem da primeira parte, diz o Imperador Amarelo. Amo meu povo educo-o e recebo seus impostos; lamento que as vezes, não seja capaz de produzir bens comerciáveis devido as doenças. No que se refere ao tratamento desejo que não dependa somente de medicamentos tóxicos e das punções de pedra (pederneiras). Desejaria também que, se possível, fossem inseridas finas agulhas nos vasos a fim de harmonizar o Sangue com a Energia, de modo que ambos pudessem circular nos vasos sem impedimento. O Imperador Amarelo Huang-Ti é um dos três imperadores lendários e teria existido 2800 anos A.C. A ele se atribui a invenção dos tecidos, das telas, da escrita, da maneira de atrelar o boi e o cavalo, da navegação fluvial, da cultura do bicho da seda e do censo. Fez construir casas, palácios e templos. Dividiu o país em províncias e distritos. Fez fundir as primeiras moedas. O Nei Ching contém este conhecimento, porém, assim transmitido, contém muitas passagens obscuras cuja interpretação tem sido motivo de inúmeros livros que apareceram ao longo de toda a Historia da China. Ainda hoje, sob o Governo Revolucionário da China Popular, surgem novas interpretações que esclarecem não só o significado de passagens herméticas, como lançam nova luz no tratamento e aplicação prática das agulhas. Outros dois imperadores lendários precederam a Huang Ti, Fu-Hi e Shen-Nong. A Fu-Hi, também chamado o caçador, se atribui o conhecimento dos alimentos e os oito trigramas, Pa Kua base dos 64 hexagramas, sobre os quais voltaremos a falar mais adiante. A Fu-Hi que sucedeu Shen-Nong, o Deus do Fogo, que por meio do incêndio dos bosques obteve terras aráveis para seu povo. Ensinou-o a trabalhar os campos e a comercializar seus frutos. É considerado o Deus da medicina pois foi o primeiro a reconhecer o valor curativo das plantas e lhe é atribuida a primeira compilação de matéria médica. Esses imperadores lendários, que teriam existido no período neolítico chinês, 30 séculos antes de Cristo, são negados por muitos historiadores que supõem ser criações de épocas históricas muito posteriores. A dinastia Hsia (2205-1766 a.C.) pode considerar-se proto-histórica, incerta. A dinastia Shang (17661123 a.C.) conta em compensação com abundante material arqueológico. Inscrições em osso e carapaças de tartaruga fornecem a base dos métodos divinatórios que dão origem ao I-Ching, o livro das Mutações.

10 A dinastia Chou (112.256 A.C.), em plena história, representa a idade de ouro da filosofia chinesa (Taoísmo, Confucionismo). O Nei Ching aparece nesse período. Não se sabe realmente quem foi seu autor, mas supôe-se que tenha sido escrito por muitos médicos que, por sua vez, recolheram uma ampla e antiga tradição oral. Não há unidade no texto, salvo a figura lendária de Huang-Ti; a linguagem é muito arcaica e de difícil interpretação. Não é, pois de admirar que suas duas traduções para língua Ocidental tenham sido criticadas como inexatas. Talvez a crítica seja injusta. Diz Fung Yu-lan que um texto chinês pode ser traduzido pelo menos de 50 maneiras diferentes e serem todas corretas. A História da China reconhece períodos em que a acupuntura floresceu, atingindo um considerável desenvolvimento, e outros em que estacionou. Deve-se destacar a dinastia Chou, que vê o aparecimento do Nei-Ching, que acabamos de comentar, e do Nan Ching ou Regra das Dificuldades, cujo autor foi um mestre famoso, Pien-Tsio de forma positiva; a dinastia Hang (206 A.C. 220 D.C.) na qual o Célebre Hua To se destacou como médico que praticou a acupuntura, utilizando somente um ou dois pontos e moxando somente dois pontos de cada vez. No periodo de desunião (221-589), aparece a regra dos pulsos ou Mo Ching, um livro que preconiza o diagnóstico do pulso sobre a artéria radial e que chegou a ser clássico. Durante a dinastia Sung (960-1279) é construído o famoso homem de bronze. Trata-se de um modelo humano de tamanho natural, oco, fundido em bronze e com todos os pontos de acupuntura perfurados. Era utilizado para o exame dos estudantes. Para isso, cobria-se a superfície do corpo com papel impermeável ou cera negra e se enchia o modelo de água. O aluno prestava o exame espetando o boneco de bronze. Fundiram-se modelos pequenos do homem de bronze e se imprimiram lâminas com os meridianos e os pontos. Também se praticou a dissecção humana nos condenados a morte, observando-se o comportamento de diferentes órgãos sob a ação da punção dos pontos dos meridianos correspondentes. Imperadores e ministros praticavam a medicina e a acupuntura. Atribui-se ao imperador Jenn Tsong que passeava com seu primeiro-ministro quando encontraram uma mulher grávida, a seguinte história se passou: “menino”, disse o imperador. “menina”, corrigiu o Ministro. O imperador fez a mulher entrar em seu palácio e ele mesmo a puncionou. Ela abortou sob o efeito das agulhas: tratava-se de um parto gemelar, com um menino e uma menina. A dinastia Ming (1368-1643) é a época das grandes complicações médicas com obras que alcançam uma centena de volumes. Durante a dinastia Ching (1644-1911), acentua-se o declínio da acupuntura. Amplia-se também a influência ocidental na medicina e tem começo o ensino da medicina ocidental nas universidades, ficando excluída das mesmas o ensino da acupuntura. Ao final desta dinastia, fica teoricamente proibido o exercício da acupuntura. Sem se levar em conta a população da China (650 milhões de habitantes naquela época), e o escasso número de médicos diplomados à ocidental (cerca de 15 mil), compreende-se facilmente que toda a área rural e grande parte das cidades não dispunha senão dos médicos tradicionais. Por este motivo, embora fora da lei, a acupuntura continuou a ser praticada e transmitida. A República Popular da China introduz uma mudança fundamental na evolução histórica da acupuntura com seu reconhecimento oficial no ano de 1955. Não se trata apenas de reconhecer a carência quase total de médicos cientistas para enfrentar as necessidades sanitárias do vasto e povoado país, mas de considerar a medicina tradicional em pé de igualdade com a medicina científica ocidental.

11 Esta reforma é feita sob o seguinte slogan: “A medicina ocidental é muito boa; a medicina oriental também é muito boa; ambas juntas são muito melhores.” Dá-se a entender, assim, e se demonstra na prática, que grande número de pacientes que não podiam obter alivio com uma forma de medicina podiam ser curados utilizando a outra. Esta nova medicina implica uma reforma bastante original pois as novas universidades que distribuem o ensino tradicional o fazem sob um plano que engloba, além da medicina tradicional, a medicina científica ocidental. Os egressos dessas universidades (18 universidades que ensinavam a medicina tradicional chinesa em 1965) pode-se entender perfeitamente, por sua linguagem e concepção patológica, com os médicos ocidentais, situação inconcebível há alguns anos. Disseminada, por toda a China, existe uma grande quantidade de hospitais dedicados exclusivamente a atender os pacientes com a medicina tradicional, contudo, os serviços mais importantes estão dirigidos por um médico formado a ocidental. Convém que se note que há cerca de 500 mil médicos tradicionais e que os médicos saídos das novas universidades são ainda comparativamente muito poucos. Nestes serviços pratica-se, na realidade uma medicina eclética. Isso é, os doentes cirúrgicos são operados, enquanto que os não cirúrgicos são atendidos exclusivamente com a acupuntura e farmacopéia tradicional. Produtos desta medicina, onde o médico ocidental diagnostica e prognostica com critério científico, são os numerosos trabalhos publicados em revistas especializadas que mostram as vantagens da acupuntura em certos quadros cirúrgicos, como a apendicite, e as vantagens deste método incruento nas gangrenas dos membros inferiores. Os hospitais que funcionam com a medicina ocidental têm todos um serviço ambulatorial para a acupuntura que, como o autor pôde observar em loco, esta sempre muito concorrido, observe-se que o paciente goza de livre escolha médica e pode optar pela acupuntura, se assim lhe apraz. Apesar de, até fins de 1965; existirem cerca de 120 mil médicos formados a ocidental, pode-se considerar que 30% da população rural e um pouco menos de 50% da população urbana se tratam pela acupuntura. Não existe entre as duas medicinas qualquer tipo de diferença, mas sim colaboração, o que, em grande parte, acreditamos seja devido a ordem do Governo de que “os médicos formados a ocidental devem colaborar com os médicos tradicionais e para isso é conveniente que todos se familiarizem com a medicina tradicional.” Japão A acupuntura foi introduzida no Japão por volta do ano 600 de nossa era, por médicos japoneses que visitaram a China. A influência chinesa não deve ser subestimada, pois se estende também ao terreno das outras ciências, da arte e da literatura. Por outro lado, embora a acupuntura mantenha no Japão seus traços fundamentais, os médicos japoneses fazem sentir sua influência adaptando-a as condições climáticas e individuais de seu povo. Assim é que, ali o uso das môxas se difunde e se populariza muito mais do que na China. As agulhas são também modificadas de acordo com a sensibilidade particular do japonês. A influência chinesa se estende até começos do século XVIII, quando os holandeses introduzem no Japão a medicina ocidental. Em 1884, o Japão decide adotar a medicina ocidental fundando por lei as faculdades de medicina européia que excluem sistematicamente o ensino da medicina chinesa.

12 No entanto, a prática e o ensino da acupuntura continuaram, gozando inclusive do favor das classes altas. Além disso, os métodos ocidentais, muito mais caros e às vezes mais prolongados do que os orientais afastaram grandemente as classes populares daquela época. Atualmente, o ensino da acupuntura goza da aprovação e do apoio oficial, embora não seja adotado nas universidades oficiais. Existem escolas que recebem subsídios governamentais e que são freqüentadas não apenas por estudantes da medicina tradicional como também por doutores em medicina formados à ocidental. O número de acupuntores no Japão de nossos dias é cerca de 30 mil, metade dos quais são doutorados em ciências médicas. Vietnã Adotou esse método no início da era cristã, sendo muito forte a influência chinesa. Na realidade, não há, também diferenças entre a acupuntura vietnamita e a chinesa. Coréia Adotou a acupuntura muito tempo e se diz, inclusive, que os coreanos precederam os chineses na prática deste método. Não existem diferenças fundamentais entre a acupuntura coreana e a chinesa, exceto na acupuntura constitucional. Na realidade, toda a acupuntura do Oriente se inspira no NeiChing. A acupuntura no Ocidente A Europa conheceu a acupuntura no século XVII, através das informações prestadas pelos jesuítas da missão científica francesa em visita a Beijing (Pequim) e que foram publicadas na França nos anos de 1671 e 1682. Pouco tempo depois, um médico holandês, Tenente Rhyne, publica sua experiência com a acupuntura, recolhida durante uma viagem ao Japão, No século seguinte, um médico alemão, Kaempfer, comunica sua experiência no tratamento das colites por meio das agulhas e das môxas, que observou durante sua viagem ao Japão em 1712. Tanto Tenente Rhyne quanto Kaempfer só descrevem os aspectos externos do método e parecem ignorar tudo o que se refere a pontos meridianos, energia, pulsos, etc. No curso do século XVIII apareceram na França outras publicações que pouco influem no ânimo dos médicos e não se traduziram por um movimento pratico. A teoria não se transformou em prática. É somente no século seguinte, por volta de 1812, que Berlioz pai do famoso compositor, aplica pela primeira vez em Paris as agulhas de acupuntura e publica seus resultados. A esta primeira aplicação seguem-se outras de médicos que, tanto quanto Berlioz pouco ou nada conheciam da autentica acupuntura chinesa acreditavam que os órgãos deviam ser alcançados com a punção e empregavam longas agulhas metálicas que introduziam despreocupadamente até alcançarem o fígado, os rins, o pulmão etc. A acupuntura conheceu então um período de grande evidência e o famoso clínico Trousseau também a praticou em seus pacientes. Foi muito abundante a bibliografia sobre a acupuntura, ela foi discutida e criou polêmicas, mas ninguém entendia grande coisa do que estava fazendo. Não é, pois, de admirar que poucos anos depois de fazer tanto furor, tenha ficado reduzida a nada.

13 Quando em 1863 Dabry publica seu célebre livro A Medicina entre os chineses um texto sobre a autêntica medicina chinesa, ninguém lhe faz caso, inclusive aqueles que a discutiram apaixonadamente. Dabry, militar, não era médico, não deixou discípulos, não praticou o método e nem o ensinou; a acupuntura cai em profundo sono que há de durar mais de 70 anos. Foi Soullié de Morant. Consul francês na China que falava e escrevia chinês, que introduziu novamente a acupuntura no Ocidente, desta vez de maneira totalmente diversa da anterior. Cedamo-lo a palavra: Quando, em 1901, cheguei à China falava e escrevia correntemente o chinês e sua complicada etiqueta me era familiar, visitando as obras francesas, fui conduzido pelo venerável Bispo da Mongólia, Monsenhor Bermyn, que concordou em me ensinar o mongol, e pelo Bispo de Beijing (Pequim), o ilustre Mons.Favier. Nesta época, Beijing (Pequim) estava assolada por uma grave epidemia de cólera. Em poucas horas, vi morrerem dois de meus criados. Passando pelas salas, observei um médico chinês a deter em poucos instantes as temíveis câimbras, os vômitos e as diarréias cujo significado eu já conhecia, incuráveis para a medicina européia. Pude, graças as autoridades que me apresentavam, e ao meu conhecimento da língua e da etiqueta, obter desse médico, o Dr. Yang permissão para estudar, juntamente os princípios essenciais do método, os pontos mais importantes e os aspectos dos pulsos. Ele me conseguiu tratados médicos então quase desaparecidos completamente. Dois anos mais tarde nomeado juiz da Corte Mista Francesa de Xangai, encontrou como médico legista e secretario da Corte um excelente acupunturista, o Dr. Tchang. Ele continuou minha instrução, ajudando-me a completar meu dicionário e a compreender os elementos do método. Mais tarde, cônsul delegado do Ministério das Relações Exteriores em Yun Nan Fou, interessei-me de perto, em nosso pequeno hospital francês, e pude, graças à amizade do vice-rei, manter-me em relação com os médios chineses, acupuntores, e chegar a receber um reconhecimento oficial como médico, o glóbulo de coral cinzelado que confere a condição de acadêmico. Em suas viagens de férias à França, Soullié de Morant entra em contato com alguns médicos franceses, que riem ceticamente ante suas explicações. Soulié de Morant confessa que jamais se teria entregue a tarefa de ordenar e tornar conhecido o que havia aprendido sobre as agulhas, não fosse a insistência do Dr. Ferreyrolles. Pouco depois, outros médicos se juntam a ele e o método é praticado no Hospital Bellan. Em 1934, Soullié de Morant publica seu famoso compêndio da Verdadeira Acupuntura Chinesa, o primeiro livro que surge neste século e que tanta repercussão teria no Mundo médico ocidental. Poucos anos depois, já existiam em Paris duas sociedades de acupuntura, uma sob a direção de Soullié de Morant, e a outra, de Roger de La Fuye. Esse último em dissidência, por não ter Soullié de Morant o título de médico ocidental. Recentemente, ambas as sociedades se fundiram, desaparecendo a rivalidade entre elas. Contudo, atualmente coexistem outras sociedades com a Sociedade Francesa de Acupuntura. Existem ainda, na França, outras quatro sociedades de Acupuntura agrupadas numa Federação de Sociedades de Acupuntura. Editam-se na França três revistas médicas de acupuntura; La Nonvefle ltevne, Internationale d’Acupunture, Méridiens e L’Acupunture.

14 A acupuntura se difundiu rapidamente por toda a Europa. A Alemanha foi um dos países que mais prontamente a adotaram e sua produção bibliográfica é a segunda, depois da França. Até há quatro anos editava uma revista, a Deutsche Zeitschrift Fúr Akupuktur. A Itália, Suíça, Inglaterra., Romênia, Tcheco Eslováquia e a Rússia contam com importantes núcleos de médicos acupuntores. Isso não basta, no entanto, para se organizar um ensino eficaz. Enquanto a acupuntura não for ensinada com aprovação oficial, desta forma ela será incorporada ao ensino oficial assim se criará mais escola ou universidade formando profissionais de alto gabarito, porque se ela estiver nas mãos de uma pequena elite do chamado ensino oficial continuará sendo uma especialidade conhecida por muito pouco e mal aprendida.

15 Prólogo  Os avanços ostentados, entre nós, pelo fanatismo médico estimulado pelos crescentes interesses que prosperam à sombra da enfermidade, fazem necessária esclarecer as pessoas sobre o que vem a ser a saúde. A ignorância do público nesta matéria constitui o campo fértil em que prospera o charlatanismo pseudocientífico e, à medida que este avança, retrocede a saúde pública. Jamais serão expoentes do progresso de um povo o desenvolvimento e a prosperidade de seus hospitais, asilos, manicômios, policlínicas e demais estabelecimentos em que se abriga a miséria da enfermidade e onde naufraga o vigor da raça. O estado de saúde é comum e ordinário entre os irracionais vivem em liberdade, porque seu instinto os guia a submeter seus atos à lei natural; mas no homem, o instinto está quase totalmente substituído por sua razão ou senso comum, e como desgraçadamente são muitas poucas as pessoas que fazem uso desta faculdade divina temos o ser humano praticamente desarmado que por isto vive em permanente enfermidade crônica. Desde pequeno o homem vai à escola para aprender coisas diversas, mas não se lhe ensina a pensar por si mesmo, quando este ensinamento deveria ser a base de toda instrução, bastando só esta para preparar o indivíduo para lutar com êxito na vida. Conhecimento sem lógica não é ciência; por isto o que não se pode explicar logicamente em medicina, longe de constituir uma verdade científica, é apenas uma falácia. Para resolver o problema da própria saúde é mister pois pensar e discernir por si mesmo e não se abandonar nas mãos de estranhos, executando os casos em que a lógica nos convença dos procedimentos que nos são aconselhados. A verdadeira ciência não se esconde nos laboratórios nem se capta através de aparelhos, nem se aprende nos livros e muito menos nos cadáveres; ela vive e palpita na natureza, e se adquire pela observação dos fenômenos naturais e pela própria experiência. Só a razão, livre de preconceitos, longe dos dogmas e em rebeldia contra as assim chamadas autoridades, é capaz de fazer progredir as ciências. Interessantes e variados são, sem dúvida, os estudos da escola de medicina, mas eles têm por objetivo a enfermidade e não a saúde. Ademais, aqui não se ensina a pensar com critérios próprios ao futuro terapeuta, que depois se verá constantemente rodeado de trevas, só contando com a luz dos dogmas, teorias e preconceitos, para despejar sobre o enfermo, que freqüentemente paga com sua vida por tanta ciência. Não esqueçamos que para ser sábio não basta ter conhecimentos, mas compreender o que se sabe. Enquanto o doente precisa que se observem suas funções orgânicas para estabelecer-se a causa do desarranjo funcional de seu organismo, que constitui a doença, o médico só aprendeu a estudar o cadáver e interpretar as conclusões do laboratório. Compreende-se então que o paciente se conforme em morrer prematuramente, mas com os “recursos da ciência”. Se a observação pessoal do médico é substituída pela investigação através do microscópio, raios X e demais recursos de laboratório, anula-se o próprio discernimento e submete-se a razão a conclusões alheias ao problema que se quer elucidar. Os elementos de investigação hoje consagrados pela medicina acadêmica, descobrindo só o efeito de uma causa que continua no mistério, constituem o erro fundamental da ciência universitária; daí o monumento que se ergueu com o nome de Ciências Médicas ser, na prática, um colosso com pés de barro.

16 Felizmente, a iridologia, acupuntura, quiropraxia, as massagens e tantas outras técnicas vêm em socorro do homem para tantos erros, permitindo de forma simples estabelecer nosso contexto orgânico, a natureza de nossos males e a origem, e o processo seguido por todo desarranjo orgânico, que é o que constitui a enfermidade. Manoel Lazaeta Acharan

17 O QUE É A ACUPUNTURA TRADICIONAL? EM QUE SE DIFERENCIA DA MEDICINA OCIDENTAL?  Nos anos 70 era bastante vulgar conhecer pessoas que nunca tinham ouvido falar da acupuntura. Recentemente, a cobertura da mídia, de jornais e revistas assegurou que quase toda a população mundial já tenha ouvido, pelo menos, falar dela, sabem que é originária da China, que implica inserir finas agulhas no paciente e que é extremamente eficaz, além disso, sabe-se, normalmente, muito pouco acerca deste elegante e sofisticado sistema de medicina.

Tratamento por acupuntura A acupuntura é um dos principais componentes, juntamente com o herborismo, as massagens e outras terapias de um antiquíssimo sistema de medicina conhecido por medicina chinesa. Este sistema é um dos muitos sistemas médicos tradicionais que resistiu ao predomínio do modelo médico ocidental. Baseada em textos antigos, foi objeto de contínuo estudo, avaliação e experimentação clínica ao longo de mais de mil anos, tendo curado milhões de pacientes. Quem quer que afirme praticar a acupuntura sem ter estudado teoria médica chinesa e que sustente que ela pode ser utilizada como um auxiliar da medicina ocidental, não captou a sua essência. É difícil saber se há de rir ou chorar perante a recente indignação que os médicos têm em se estabelecerem como acupuntores depois de fazerem cursos com a duração de apenas dois fins-de-semana. Essa é uma prática análoga à prática da cirurgia por um leigo que não tenha estudado anatomia e fisiologia. Ao longo deste fascículo, o termo “medicina chinesa” é utilizado para significar o sistema de medicina que teve origem na China, na Antigüidade, e que constituiu as bases teóricas dos sistemas médicos que se desenvolveram na China e países vizinhos, como o Japão, a Coréia, e o Vietnam. Ao longo deste livro, o termo “medicina ocidental” é utilizado para designar aquele sistema de medicina, por vezes conhecido como alopatia, que utiliza principalmente as drogas e a cirurgia para tratar a doença. Nem é preciso esclarecer que sempre que os termos “acupuntor” ou “praticante de acupuntura” aparecem neste livro, se está a fazer referência a uma pessoa que fez um estudo sério e prolongado da acupuntura tradicional. A acupuntura tradicional, até agora praticada extensivamente por todo o Oriente, está a tornar-se, rapidamente, popular em todo o mundo. É baseada numa análise sutil e detalhada das necessidades particulares do indivíduo. Dois pacientes nunca são tratados da mesma maneira, mesmo que pareçam, ao observador não experimentado, ter sintomas virtualmente idênticos.

18 Quando a medicina ocidental começou a aparecer no Oriente, os médicos tradicionais ficaram espantados porque os outros médicos receitavam exatamente os mesmos remédios a todos os pacientes que sofriam dos mesmos sintomas, sem fazerem qualquer tentativa de diagnosticar as fraquezas constitutivas de cada indivíduo, ou mesmo a causa da queixa. Chuang Tse (século lV a.C.), um notável pensador taoista escrevia. As naturezas diferem, e com elas as necessidades, Assim, os homens sábios de outrora não estabeleceram Uma medida única para todos. Uma terapia holística?  Num contexto médico, a palavra “holística” (da palavra grega holos, que quer dizer o todo) significa o tratamento do doente como um todo, em vez do tratamento dos sintomas fora do contexto do ser humano que tem esses sintomas. A doença não é compreendida em termos de patologia dos órgãos isolados, como se eles fossem apenas rodas numa máquina, mas antes como uma disfunção de uma entidade viva completa, normalmente harmoniosa. A medicina chinesa nunca considerou a mente e o corpo separadamente, como aconteceu com a medicina ocidental nos últimos dois séculos. Isto pode parecer um lugar, comum, mas dá aos dois sistemas uma base filosófica fundamentalmente diferente, que atravessa o âmago das suas teorias e da sua prática. A crença de que o corpo humano é pouco mais que uma máquina extremamente sofisticada conduziu, no Ocidente, a muitos avanços extraordinários; por exemplo, a notáveis desenvolvimentos em cirurgia e terapia com drogas. Contudo, grande parte do recente desagrado, por parte dos pacientes, em relação a medicina moderna provém das limitações deste ponto de vista. Ele não é capaz de reconhecer que a mente e o espírito têm um efeito extremamente poderoso sobre o corpo e que o corpo humano é mais do que a soma dos seus aspectos químicos e mecânicos. Todos os sistemas médicos podem ser praticados mais ou menos holisticamente, dependendo da sabedoria do médico. O que é notável na medicina chinesa é que ela coloca o diagnóstico da pessoa no âmago do seu processo de diagnóstico e encara quase todas as doenças crônicas como uma manifestação da fraqueza própria daquele indivíduo. Quando o tratamento pela acupuntura está dirigido a estas fraquezas ou “desequilíbrios” duradouros, o paciente fica muitas vezes espantado ao ver que não é apenas o seu problema principal que melhora, mas que também estão a responder ao tratamento muito dos problemas secundários. Isto contrasta significativamente com o efeito de muitas das drogas modernas que, por causa dos seus efeitos colaterais, criam problemas secundários em vez de os melhorarem. Esta melhoria no bem estar do paciente como um todo é uma das principais razões por que os pacientes do Ocidente têm acorrido, nas últimas décadas, aos acupuntores. O seu tratamento holístico através da acupuntura está em marcante contraste com o tratamento que recebem da gama de especialistas que estão habituados a consultar, enquanto se arrastam pelos vários departamentos dos nossos hospitais. É um indicador da natureza da acupuntura o fato de nenhuma das suas mais importantes escolas apresentar qualificações em qualquer especialidade. Os acupuntores sempre se especializaram em tratar seres humanos, e não doenças. Aquilo que um acupuntor procura, quando examina um doente, são os “modelos de desarmonia” causadores dos sintomas que afligem o paciente. Por exemplo, se um médico ocidental e um acupuntor examinassem um doente com dificuldades de respiração, o primeiro talvez diagnosticasse asma e o segundo uma deficiência na “energia” do pulmão. Não é que um dos diagnósticos seja correto e o outro incorreto; simplesmente, ambos avaliam os sintomas através da percepção dos seus próprios modelos médicos, que são muito diferentes. A acupuntura tornou-se recentemente famosa pela sua capacidade de tratar a dor, mas a verdade é que, historicamente, foi sempre utilizada para curar todo o espectro das doenças.

19 Um paciente pode ir ao acupuntor com qualquer sintoma, quer ele seja prioritariamente de expressão psicológica, por exemplo, depressão ou ansiedade, ou qualquer outro do enorme número de sintomas físicos possíveis. A resposta do acupuntor é sempre a mesma diagnosticar o modelo de desarmonia daquele indivíduo antes de decidir qual é o tratamento relevante. Pergunta-se muitas vezes se a acupuntura é apropriada para este ou aquele sintoma, e a resposta é, essencialmente, sempre a mesma: se o praticante for capaz de fazer um diagnóstico preciso do modelo de desarmonia, então a acupuntura melhorará a saúde, o “bem-estar” do corpo, da mente e do espírito do paciente. Por vezes, isto significa que os sintomas serão completamente curados, outras vezes, o processo da doença avançou demasiadamente para que isso seja possível. Nestes casos, a acupuntura pode melhorar a saúde da pessoa até a um ponto em que os sintomas diminuam de intensidade, freqüência e duração. Põe-se muitas vezes a dúvida de a acupuntura poder ou não ajudar nas chamadas doenças “incuráveis”. Mencionam-se muitos exemplos de pessoas que recuperam de doenças “incuráveis”, quer através da mediação da acupuntura, da medicina ocidental, da oração ou de muitas outras formas de cura. Habitualmente, contudo, a acupuntura apenas é capaz de melhorar a qualidade de vida do paciente nos aspectos físico, mental e espiritual. Como observou o poeta John Milton: “A desgraça não é ser cego; a desgraça é ser incapaz de suportar a cegueira” Dizia o grande médico Sir William Osler (1849-1919): “Não me digam que tipo de doença tem o paciente, digam-me que tipo de paciente tem essa doença.” No caso de um sintoma crônico, o acupuntor concordará com esse ponto de vista. O tratamento é prioritariamente focalizado na causa profunda de uma doença crônica. Em condições agudas, o acupuntor pode começar por se concentrar nos sintomas, tratando em seguida a fraqueza subjacente. Em muitos países do Terceiro Mundo, as pessoas andam pela beira da estrada a pedir aspirinas; para elas, é uma droga maravilhosa. É, por exemplo, um excelente remédio para uma dor de cabeça aguda. O que ela não trata, contudo, é a condição crônica que faz com que se tenha dor de cabeça. Enquanto uma pessoa fica extremamente grata pelo alívio sintomático que é fornecido pela aspirina, um dos axiomas fundamentais da acupuntura “uma doença que não é completamente curada pode facilmente gerar uma nova doença, ou poderá haver uma recaída da antiga”. A medicina ocidental tornou-se muito popular no Oriente pela sua eficácia no tratamento de sintomas agudos, mas, quando se trata de curar os sintomas crônicos, os orientais recorrem a medicina tradicional. É no tratamento de doenças crônicas de longa data que a acupuntura tem mais coisas a oferecer ao paciente do Ocidente. Tal como se diz no Nei Jing (século 11 a.C., o principal clássico da medicina chinesa): “Mesmo que uma doença seja antiga, pode ser curada; aqueles que dizem que não tem cura, não conhecem bem a acupuntura.”Convém dizer que existem, obviamente, situações em que não é apropriado fazer um tratamento holístico, por exemplo, em emergências ou em sintomas causados por um ferimento físico. Se eu tivesse um grave acidente na estrada, não gostaria de ser imediatamente levado a um acupuntor. Embora haja uma longa tradição de utilização da acupuntura como primeiros socorros, não há dúvida de que, em caso de ferimentos físicos graves, a medicina ocidental é preferível como terapia. No entanto, depois de ter passado a emergência, a acupuntura é extremamente valiosa pela sua capacidade de ajudar a recuperar do efeito de choque e do trauma. Os princípios de recuperação da saúde através da acupuntura  Os seres humanos têm extraordinários poderes de recuperação; se assim não fosse, então todas as febres, todos os traumas emocionais, todas as tensões ou ferimentos nos deixariam num estado de ruína física ou emocional.

20 A natural disposição do corpo, da mente e do espírito para regressarem a um estado de equilíbrio é conhecida como homeostase. A finalidade do acupuntor é auxiliar estas funções homeostáticas. A eliminação de sintomas pode ser, muitas vezes, uma finalidade imediata de tratamento, mas não é a sua finalidade última e fundamental. É vulgar os pacientes afirmarem, depois de um certo número de tratamentos, que voltaram a sentir-se como se sentiam antes de um determinado acontecimento ou período das suas vidas que lhes destruiu a saúde. Muitas pessoas têm consciência de que não estão a atingir todo o seu potencial, em termos de vitalidade física, mental ou espiritual. É essencial que o praticante tenha uma noção clara do modo como o paciente pode ser depois de regressado ao estado de saúde para reconhecer qual é o estado adequado de vitalidade e saúde, tendo em conta a idade, a constituição e as circunstâncias do indivíduo. O princípio de que, mais do que se esforçar por “combater” a doença, o médico luta para restaurar a saúde, é um princípio antigo, embora atualmente fora de moda, na medicina ocidental. Ele parece ter desaparecido, em particular, entre os profissionais de medicina de língua inglesa, embora continue a ter grande preponderância na Europa. Na França por exemplo, o conceito de fortalecimento do campo energético do indivíduo, ou do seu subjacente estado de saúde, continua a estar muito em voga. Na Alemanha, por exemplo, prescreve-se cerca de metade dos antibióticos prescritos no Reino Unido, onde os médicos os prescrevem consideravelmente menos do que os seus congêneres nos Estados Unidos. O Dr. Peter Naumann, Professor de doenças infecciosas na Universidade de Dusseldorf, afirma: “Não há verdadeiramente indicações que levem a receitar antibióticos na medicina privada. Se um paciente precisa de um antibiótico, isso significa que, em geral o que ele precisa é de estar no hospital.” Dificilmente se poderia apresentar de modo mais radical o contraste entre os hábitos de prescrição do Reino Unido e dos Estados Unidos. A diferença fundamental é que os médicos alemães ainda concentram grande parte do seu tratamento no fortalecimento do próprio poder de recuperação do doente. A hidroterapia, sob formas variadas, é vulgarmente prescrita pelos médicos para auxiliar o doente a expulsar uma infecção e é subsidiada por todos os sistemas alemães de seguros de saúde. Cerca de um quinto dos médicos alemães pratica medicina homeopática, antroposófica ou herbórica. Estes tipos de medicina, bem como a terapia de vitaminas, são freqüentemente utilizados para ajudar a recuperar a saúde. Um exemplo interessante de utilização da acupuntura para promover a saúde, mais do que para “combater” a doença, é no tratamento da SIDA (AIDS). Especialmente no Reino Unido e nos Estados Unidos, milhares de infectados com o HIV e de doentes“ de SIDA afirmaram ter beneficiado de grandes melhorias no seu estado geral de saúde e bem-estar, devido ao seu tratamento de “promoção de saúde” através da acupuntura tradicional. No momento é ainda muito cedo para dizer exatamente até que ponto o tratamento é realmente eficaz, mas até que, ou a não ser que, a medicina ocidental desenvolva os tratamentos para esta doença, a acupuntura continuará a ser uma das principais escolhas em terapia, para doentes com estas síndromes. Uma forma de medicina preventiva?  A capacidade da acupuntura para promover a saúde significa que ela é freqüentemente utilizada como forma eficaz de medicina preventiva. A medicina preventiva é, no Ocidente, predominantemente limitada pelo fato de que, mesmo quando um teste diagnóstico discerne disfunções antes de os sintomas terem surgido, o tratamento é habitualmente limitado a redução de fatores de produção de doenças, tais como uma dieta pobre, falta de exercício ou excesso de tensão. Virtualmente nada pode ser feito para melhorar o funcionamento do órgão doente ou do próprio sistema. Uma famosa passagem do Nei Jing estabelece Um dos axiomas fundamentais da acupuntura. Quando a terapia médica é iniciada só depois de o indivíduo ter adoecido, quando a tentativa para restabelecer a ordem surge apenas depois de o mal estar ter irrompido, é como se esperasse até se estar fraco com a sede para cavar um poço, ou como se alguém esperasse que a batalha chegasse ao meio para começar a forjar uma lança. Não seria demasiado tarde para isso?

21 É óbvio que as doenças orgânicas graves, como deficiências cardíacas, diabetes ou cancros, não surgem de um dia para o outro. São sempre precedidas de uma quebra no estado de saúde, que acaba por conduzir a doença que atinge um estado orgânico. Na opinião dos acupuntores, isto representa um estado avançado de uma doença, isto é igualmente verdade para a maioria das doenças, menos graves, mas crônicas, das quais a maioria das pessoas sofre. Um acupuntor capaz, que utilize métodos de diagnóstico tradicionais, pode muitas vezes detectar e tratar desordens no estado de saúde de um indivíduo muito antes de elas se desenvolverem e se tornarem sintomas discerníveis pela pessoa ou pelos processos de diagnóstico da medicina ocidental. Nos primeiros anos de exercício da acupuntura no Ocidente, quase todos os pacientes que estavam preparados para experimentar esta terapia estranha encontravam-se já em estados avançados das suas doenças e recorriam à acupuntura como último recurso. Contudo, em anos recentes, muitas pessoas, tendo ouvido falar da utilização da acupuntura como medicina preventiva, têm consultado praticantes da acupuntura em estados muito menos avançados do processo da doença. Isto permitelhes manter e melhorar o seu estado de saúde em vez de “esperarem que a batalha chegue a meio para começar a forjar uma lança”. A utilização da acupuntura não ajuda apenas a prevenir o ataque das doenças, induzidas pelos desequilíbrios energéticos do próprio indivíduo, como também lhe aumenta a resistência às doenças infecciosas. A medicina ocidental não apresenta uma explicação satisfatória para o fato de os nossos sistemas imunitários serem intermitentemente ineficazes, estando nós constantemente expostos a bactérias e vírus. O ponto de vista chinês é o de que a ocorrência de doenças por infecção é devida a luta entre o agente da infecção e a “energia” ou “força vital” do indivíduo. Se o estado de saúde da pessoa é excelente, então será muito difícil a uma infecção dominar as defesas naturais do corpo. É verdade, contudo, que a medicina chinesa nunca foi muito eficaz contra as espantosas epidemias que devastaram a China e o resto do Oriente, até à época moderna. É uma extraordinária ironia que esses países, que desenvolveram um sistema tão refinado de medicina interna, nunca tenham conseguido assegurar medidas tão essenciais de saúde pública, como a existência de água potável ou de um sistema de esgotos eficaz. No entanto, para muitos pacientes do Ocidente que já não são presas da tifóide, da cólera ou da febre bubônica, a acupuntura foi extremamente bem sucedida, auxiliando-os a desenvolverem a sua resistência a infecções como a cistite, a bronquite, a pneumonia, as constipações, e outras do mesmo gênero. Se pensarmos num ciclo de 24 horas podemos compreender de que maneira o equilíbrio Yin/Yang se altera a medida que o dia progride. De madrugada, Yin/Yang estão em equilíbrio. O Yang começa então a tornar-se crescentemente predominante, até ao período do máximo Yang, no cume do dia. O Yang começa então a declinar, até que volta a atingir-se o equilíbrio no momento do crepúsculo, e continua a declinar até se atingir um período de máximo Yin, nas profundezas da noite. Esta dinâmica é igualmente afetada pelo equilíbrio do dia e da noite, de acordo com as alterações de natureza e o Yin/Yang das estações. O Inverno é predominantemente Yin, o Verão predominantemente Yang. No entanto, mesmo no dia do solistício de Verão, há um curto período de escuridão, trata-se de um intervalo de Yin no seio do Yang. Por extensão, o repouso corresponde ao Yin, a atividade corresponde ao Yang. O solistício de Inverno é o período de maior repouso na natureza, e o período do solistício de Verão, O de máxima atividade. O Yang está também constantemente alterando-se para Yin, o Verão transforma-se em Inverno, o dia toma-se noite, a atividade deve seguir-se o repouso. O famoso símbolo do Tai Chi ilustra de que maneira o Yin e o Yang englobam toda a criação, de que maneira fluem um no outro, e de que maneira Que visão da saúde tem os acupuntores?  É muito vulgar um indivíduo ir fazer um exame médico genérico e dizerem-lhe, depois de uma série de investigações, que está “em forma”, ou “não”. Para o acupuntor tradicional, não existe verdadeiramente a noção de “estar em forma”. Talvez seja enquanto recém-nascido que o ser humano se encontra mais próximo desse estado, mas, mesmo então, já haverá provavelmente desequilíbrios que são herdados, adquiridos no útero da mãe, ou devidos a traumas de nascimento.

22 Para as pessoas, muita água passou debaixo da ponte, na forma de doenças, traumas e tensões, para que não haja desequilíbrios discerníveis pelo acupuntor. A saúde do indivíduo depende da gravidade dos desequilíbrios; somos todos doentes, é apenas uma questão de grau. Felizmente para muitos, isto não significa necessariamente que tenham sintomas físicos que os incomodem. Para o acupuntor, no entanto, a saúde não pode ser apenas julgada pela saúde física. O acesso ao espírito, mente e emoções do paciente é de importância primordial. O Huainanzi (século 11 a.C.), um dos clássicos do antigo pensamento científico chinês, apresenta este assunto da seguinte maneira: O que dá ao homem uma visão dará uma boa audição, um corpo ordenado, cujas partes se dobram e se esticam facilmente, lhe permitirá ter uma boa elasticidade?. O que lhe permite distinguir o preto do branco através da observação, o belo e o feio através da consideração e, através da apreciação, o semelhante e o diferente, as coisas que são apropriadas e as que não o são? É a abundância de energia e a atividade do espírito. Para os Chineses, a sua legendária busca da longevidade não era uma procura de uma extensão desordenada do tempo de vida. Como afirma o sinólogo Claude Larre, era “a persecução da obra perfeita de um ser que, de acordo com a sua natureza, completa a medida do seu destino e morre no seu tempo próprio”. O que é o Tchi (Qi)?  O conceito de Qi (que se escreve Chi, e se pronuncia tchi) está no próprio âmago da acupuntura. Para nós, que fomos educados no Ocidente, assimilar a noção de Qi é o salto conceitual que temos que dar para compreender a medicina chinesa. A não ser que se seja capaz de aceitar a validade da existência do Qi, a acupuntura, para já não falar do Tai Chi Chuan, das artes marciais, Yoga e de muitas das práticas orientais, permanecerão um mistério. Para quem cresceu no Oriente, o conceito de Qi forma parte integrante da sua visão do ser humano. Tem diferentes nomes em diferentes países e é compreendido de maneira ligeiramente diferente. No Japão é chamado Ki; na Índia, é conhecido por Prana; no Tibete, por Klun. Aquilo a que as pessoas de todos estes países se referem é à idéia de que a matéria viva contém “energia”. Muitos tentaram traduzir Qi de outras maneiras que descrevem mais literalmente aquilo que isso significa para os Chineses. “Força da vida”, “Força vital”, “Matéria-energia”, “Respirações” e muitas outras expressões foram avançadas por diferentes tradutores para tentar transferir para português um conceito que quase não existe no nosso pensamento e na nossa cultura. Qi é simplesmente aquilo que nos faz estar vivos. Quando morremos, abandona-nos para regressar ao “Grande Vazio”. Wang Chong (27-97 d. C.) dizia: O Qi produz o corpo humano, da mesma maneira que a água se transforma em gelo. Tal como a água congela para formar o gelo, também o Qi coagula para formar o corpo humano. Quando o gelo derrete, transforma-se em água. Quando uma pessoa morre, torna-se novamente espírito. É chamado espírito, tal como o gelo derretido muda o seu nome para água. A medicina chinesa está fundada no estudo e na observação do Qi no seu fluxo, ritmos, ciclos, alterações, movimento e equilíbrio. Todos os acupuntores tradicionais procuram aprofundar a sua compreensão da natureza do Qi do paciente, de modo a determinar de que maneira podem otimizar as suas capacidades para o devolver a um estado de saúde mais harmonioso. A medicina chinesa coloca grande ênfase na relação entre os seres humanos e o seu meio ambiente. Com as alterações no tempo e no ciclo das estações, ocorrem profundas alterações no nosso Qi. O Qi não está presente apenas na matéria viva, está presente em todo o universo. No Nei Jing diz-se que “A união do Céu e da Terra é chamada o ser humano”. A idéia reflete-se diariamente nas nossas vidas e na constante necessidade física que temos de abastecer o nosso Qi a partir do ar que respiramos e da comida que comemos. Isto, combinado com o Qi que herdamos, forma a base da nossa constituição energética. A doença é vista como uma disfunção do Qi, e a acupuntura é um método com provas dadas de regulamentação e aumento do sistema energético da pessoa.

23 Por exemplo, um paciente pode queixar-se ao seu médico de letargia e um médico consciencioso procurará investigar se há alguma patologia, tal como febre glandular, anemia, etc. Contudo, muitas vezes não há uma causa patológica claramente discernível, e o paciente será, provavelmente, mandado embora sem tratamento ou tendo-lhe sido possivelmente diagnosticada uma depressão, (na França, na Alemanha e noutros países da Europa mandá-lo-iam provavelmente tomar vitaminas, um tônico, ou consultar um dos muitos especialistas prósperos). Para o acupuntor, o paciente sofre de uma disfunção do seu Qi e ele procurará diagnosticar e tratar a causa energética da letargia do paciente. Toda a intervenção terapêutica seja qual for o sistema de medicina de que provenham, afetam o Qi do doente; uma das vantagens da acupuntura é a sua capacidade de afetar o Qi do indivíduo direta e poderosamente. Só depois de o acupuntor ter completado o seu diagnóstico e ter chegado a uma conclusão firme acerca do estado do equilíbrio energético do paciente, é que considerará a possibilidade de fazer uma intervenção terapêutica no Qi do paciente. Uma pessoa que use a acupuntura e faça tratamentos sem ter feito um diagnóstico dos desequilíbrios energéticos específicos daquele doente (exceto no caso de primeiros socorros de emergência) estará violando um dos princípios fundamentais da medicina chinesa. Isto se tornou, infelizmente, cada vez mais vulgar no Ocidente, num momento em que se tenta praticar este intrincado sistema de medicina sem sequer se estudar os seus princípios básicos, já para não falar das suas sutilezas. Pela primeira vez na história, a tecnologia moderna desenvolveu máquinas, a venda para o público em geral, que tornaram a tarefa dos incompetentes consideravelmente mais fácil. Ao detectarem áreas de elevada condutividade elétrica relativa aos tecidos vizinhos, estas máquinas revelam onde se localizam os pontos de acupuntura. o folheto que as acompanha explica ao utilizador como se servir da mesma máquina para tratar aspectos particulares, relacionados com sintomas particulares, segundo o modelo médico ocidental de sintomas. Dificilmente poderemos surpreender-nos se os resultados terapêuticos forem imprecisos. É de supor que os antigos praticantes chineses dêem voltas na sepultura.  Como trata a acupuntura o Tchi (Qi) de um indivíduo? O sucesso crucial que permitiu a medicina chinesa desenvolver a prática da acupuntura foi a descoberta de “pontos” no corpo, nos quais o Qi do indivíduo podia ser afetado. Isto aconteceu há, pelo menos, a três mil anos e provas arqueológicas sugerem que pode ter acontecido consideravelmente mais cedo. A crença de que acupuntura foi descoberta por soldados que reparavam que os seus sintomas melhoravam quando eram feridos em determinados pontos (um ponto de vista igualmente sustentado pelos cartunistas) e que nunca foi levado a sério pelos acupuntores. Muitos dos pontos são sensíveis a apalpação e é provável que a maioria tivesse sido descoberta por práticos e mestres de artes marciais, explorando os corpos dos pacientes e praticantes a procura de locais de dor. Os pontos e os caminhos entre eles podem igualmente ter sido descobertos por determinados adeptos que, durante a meditação, focalizavam a sua atenção em sensações extremamente sutis no seu corpo, tal como aconteceu com determinados indianos, quando descobriram os chakras do Hatha Yoga. Certamente que muitos pacientes têm consciência de uma sensação ao longo dos caminhos de meridianos, quando estão a ser submetidos ao tratamento por acupuntura. Embora estes pontos sejam já detectados através de máquinas eletrônicas, o estudante de acupuntura terá passado, tradicionalmente, um considerável tempo aprendendo a localizar a posição exata dos aproximadamente 365 pontos nos meridianos. Os pontos são muitos pequenos (têm cerca de 2,5 mm de diâmetro) e, para que o efeito da intervenção realizada seja total, é necessário ser extremamente preciso na sua localização. A maior parte dos pontos mais comumente utilizados está localizada nos membros, por baixo do cotovelo e do joelho, e grande parte do tratamento terá lugar nestes pontos, independentemente da localização dos sintomas.

24 Estes caminhos do Qi que percorrem o corpo são conhecidos como meridianos ou canais. Cada meridiano está ligado a um órgão específico e é responsável por muitas funções do nosso corpo, mente e espírito. Os meridianos podem ser comparados aos mais importantes vasos de sangue, no sentido em que constituem as principais “artérias” de energia no corpo; mas, da mesma maneira que os pequeníssimos capilares levam energia a todas as células do corpo, também há pequeníssimos canais que transportam o Qi para todas as células.

O meridiano do coração Sem Qi e sem sangue, as células morrem. Nos tempos modernos, foram descobertas centenas de “novos” pontos nestes canais menores e muitos deles são utilizados para produzir alívio sintomático local. Quando o acupuntor insere a agulha num dos pontos de acupuntura do corpo, influencia o Qi de acordo com a natureza desse ponto específico e a técnica de agulha utilizada. Tratar qualquer ponto terá efeito sobre o corpo, mente e espírito do paciente, mas, ao escolher determinados pontos e ao utilizar técnicas particulares, o praticante pode dirigir o seu tratamento até um nível específico. Há muitas situações em que é apropriado orientar o tratamento exclusivamente para o nível físico. Mas também há alturas em que, independentemente de apresentar sintomas físicos ou psicológicos, uma pessoa precisa de ser tratada a um nível mais profundo, se quer atingir a causa do problema. O Nei Jing refere-se a esta questão da seguinte maneira: Nos nossos dias, a vitalidade e a energia são consideradas os fundamentos da vida; para serem mantidas florescentes, devem ser protegidas e deve ser a força duradoura da vida que deve governar. Quando esta força não apóia a vida, os seus fundamentos dissolvem-se, e como pode uma doença ser curada quando não há energia espiritual no corpo?

25 Que querem os acupuntores dizer com as palavras corpo/mente/espírito?  A expressão Corpo/Mente/Espírito tornou-se a frase mais comumente utilizada nas medicinas naturais para descrever os diferentes níveis do ser humano. Utilizo-a aqui por causa da sua familiaridade e porque ela exprime com razoável precisão o ponto de vista oriental, embora nunca apareça exatamente com esta forma em nenhum dos clássicos da medicina chinesa. Que queremos dizer com a palavra Espírito? Este é um tema difícil, em grande parte porque muitas pessoas já têm uma opinião feita acerca daquilo que, para elas, a palavra significa, e também porque esta palavra tem tantos e tão diferentes significados na língua inglesa. O Oxford English Dictionary apresenta uma lista de 34 sentidos distintos, mas aquele que está mais próximo do sentido da palavra na medicina chinesa é “o princípio de animação ou princípio vital do homem”. Cícero chamou-lhe “o verdadeiro eu, não a figura física que pode ser apontada com o dedo”. Quando o romancista Thackeray descreveu uma das suas personagens como sendo “de espírito triste e humilde”, descreveu a mais profunda essência de um indivíduo. No Nei Jing, Chi Po, o mestre acupuntor, dizia: O que é o espírito? O espírito não pode ser escutado com os ouvidos. Os olhos devem estar brilhantes de percepção e o coração deve estar aberto e atento, e então o espírito é subitamente revelado através da nossa própria consciência. Não pode ser expresso pela boca; só o coração pode expressar tudo aquilo que pode ser olhado. Se prestarmos muita atenção, podemos conhecê-lo subitamente, mas também podemos, com a mesma rapidez, perder esse conhecimento. Mas o espírito torna-se claro para o homem, como se o vento tivesse afastado as nuvens. A faculdade do acupuntor para compreender a natureza dos desequilíbrios no espírito de uma pessoa é o acme da arte da acupuntura. Muitas vezes, faz-se equivaler “espírito” os laços espirituais e religiosos de uma pessoa. Contudo, a palavra “espírito” abrange muitos outros aspectos do ser. A religião, o misticismo e a consciência espiritual emanam do espírito humano, mas, no contexto da medicina chinesa, emanam igualmente daí o desejo de olhar para um radiante nascer do sol ou de ouvir música num tom elevado. Quando acordamos e experimentamos a alegria de ver o amanhecer de um lindo dia, é o nosso espírito que é tocado por essa experiência. Os Chineses consideravam que as emoções emanam do espírito da pessoa. Uma das grandes vantagens deste sistema de medicina é permitir ao praticante ajudar uma pessoa temerosa, uma pessoa que é presa da dor, uma pessoa ressentida ou uma pessoa que raramente se sente alegre. A acupuntura procura libertar o indivíduo do domínio de uma emoção particular ou do empobrecimento produzido pela falta de uma emoção adequada. As emoções constituem igualmente as “causas internas da doença” na medida em que, se extremam, criam desequilíbrios no funcionamento saudável do Qi do indivíduo. Se o Qi do espírito deixa de ser saudável e vital, então o desequilíbrio pode alastrar e apresentar sintomas ao nível, quer do corpo, quer da mente ou do espírito. Esta é, provavelmente, a causa mais vulgar das doenças crônicas. O Nei Jing estabelece que “para tornar a acupuntura completa e eficaz, é necessário começar por curar o espírito”. A língua portuguesa tem uma variedade de palavras para descrever os estados que surgem quando o espírito da pessoa fica perturbado, desesperado, apático, paranóico, isolado, inseguro, deprimido, ansioso, vulnerável, resignado, amargo, centrado em si mesmo, com falta de auto-estima, etc. são palavras poderosas, mas descrevem o modo como muitos se sentem durante a maior parte das suas vidas. Cícero observava que “as doenças da alma são mais perigosas e mais numerosas que as do corpo”. Os Chineses encaram a saúde do espírito de uma pessoa como sendo um fator crucial para a sua saúde e para as suas possibilidades de recuperação. Muitas vezes, vemos indivíduos com sintomas semelhantes, mas que reagem de modo muito diferente. Um pode estar no seu limite de resistência, enquanto o outro permanece, interiormente, muito calmo. Como diz o Nei Jing: “Quando o espírito está em paz, o sofrimento não é mais que um minuto”.

26 Que queremos dizer com a palavra Mente? Queremos referir-nos a faculdade cognitiva e a capacidade de pensar. A frase “mentalmente doente” é legitimamente utilizada na medicina ocidental para descrever problemas na percepção sensorial, na personalidade, nas emoções ou no comportamento. Esta é uma definição bastante ampla do que aquilo que a palavra “mental” significa no contexto medicinal chinesa. Muitas pessoas que estão em hospitais psiquiátricos têm a mente extremamente astuta e capaz, o que significa que, na linguagem da medicina chinesa, são os seus espíritos que estão perturbados. No contexto da acupuntura, os sintomas de nível mental incluem a possibilidade de ser obcecado, esquecido, indeciso, incapaz de se concentrar, desorganizado, confuso, vago, desarticulado, dificuldade em aprender, etc. Embora os Chineses reconheçam a importância do cérebro no funcionamento da mente, consideram igualmente que a mente é um aspecto do Qi da pessoa. Tal como o Qi está presente em todas as células do corpo, o mesmo acontece com a mente e o espírito da pessoa. Que queremos dizer com a palavra Corpo? Este é, evidentemente, o menos ambíguo dos três níveis. Quando a maioria das pessoas do Ocidente pensa na sua saúde, é quase exclusivamente na sua saúde física que está a pensar. A acupuntura tornou-se conhecida no Ocidente pela sua eficácia no tratamento de uma vasta gama de problemas físicos, talvez acima de tudo pela sua eficácia na redução ou eliminação da dor. É de notar, no entanto, que quando os pacientes descobrem que a acupuntura pode contribuir para uma melhoria do modo como se sentem, passam muitas vezes a encarar o seu sentido de bem estar completo como a sua primeira prioridade. Há um crescente reconhecimento de que os sintomas estão integralmente relacionados com o estado de saúde da mente e do espírito. Esta é uma das grandes lições que o Ocidente pode aprender com o Oriente. Qualquer sistema abrangente de medicina deve procurar ser uma terapia que trata, no seu âmago, a doença individual. E, a não ser que esse sistema tenha uma visão clara do modo como o corpo, a mente e o espírito interagem uns com os outros, estará condenado a limitar-se, para sempre, a uma terapia de alívio sintomático.  A BASE FILOSÓFICA DA MEDICINA CHINESA O TAO, O YIN/YANG E OS CINCO ELEMENTOS O Tao O Nei Jing, o mais importante tratado de acupuntura, foi escrito por volta do ano 2000 a.C. Em forma de diálogo, recua até aos “tempos antigos”, altura em que, segundo o lmperador Amarelo, se gozava de melhor saúde e maior longevidade. O Imperador Amarelo Huang Ti perguntava ao Mestre de acupuntura, Chi Po “Porque antigamente os homens viviam mais de cento e cinqüenta anos e hoje eles não vivem mais do que a metade disso, acontecia isto porque o mundo se altera de geração para geração?”. Ou será a humanidade que se está se tornando negligente em relação as leis da natureza?” Chi Po respondia, “Nos tempos antigos, as pessoas que compreendiam o Tao seguiam o modelo do Yin e do Yang”. Muito antes do Nei Jing, os Chineses tinham desenvolvido a filosofia do Tao. Viver em harmonia com o Tao era encarado como essencial se o ser humano queria todo o seu potencial durante o seu tempo na Terra. Chi Po continuava. Havia moderação na comida e na bebida. As horas de se levantar e de deita-se eram regulares e não desordenadas ou extravagantes. Por estes meios, os antigos mantinham os seus corpos unidos com as suas almas, de modo a realizarem completamente o tempo que lhes estava destinado, chegando a atingir facilmente os cem anos de idade. Hoje em dia, as pessoas não são assim; utilizam o vinho como bebida e adotam a negligência como comportamento habitual. Entram no aposento do amor num estado de embriaguez; as suas paixões esgotam-lhes as forças vitais, não são capazes de encontrar contentamento no interior de si mesmas, não são hábeis a controlar os seus espíritos, por estas razões só chegam a metade da centena de anos e depois degeneram.

27 Era assim em 2000 a.C. e é talvez melhor não pensar no que Chi Po diria do nosso estilo de vida nos finais do século XX! Cada um de nós tem que descobrir a sua maneira própria de encontrar “satisfação dentro de si mesmo”. Nem a medicina nem a filosofia chinesas oferecem qualquer resposta universal para este mistério central da condição humana. Ambas insistem, no entanto, na importância de viver em harmonia com o Tao e na necessidade de viver de acordo com a natureza e o passar das estações. Nenhum sistema de medicina do mundo pode compensar totalmente a amargura do corpo, da mente e do espírito que resultam inevitavelmente de a vida da pessoa se afastar demasiadamente do Tao. O papel do acupuntor é ajudar a restaurar a saúde do paciente e permitir-lhe viver um pouco mais perto do Tao. Como poderemos nós, com o nosso estilo de vida próprio do século XX, viver mais de acordo com o Tao, de modo a mantermos um melhor estado de saúde? Os Chineses acreditam que devemos equilibrar a atividade com o descanso, a excitação com a reflexão, que devemos conservar a nossa energia no Outono e no Inverno, para estabelecermos um equilíbrio com o aumento de atividade da Primavera e do Verão. Os acupuntores atendem muitos doentes cuja saúde foi afetada por causa da sua incapacidade de equilibrarem estes aspectos das suas vidas. Vemos pessoas viciadas em trabalho que quase nunca descansam, quer sejam homens de negócios ambiciosos, ou donas de casa. As crianças ficam doentes porque estudam muito para os exames e depois “descansam” em frente da televisão, deixando assim de equilibrar o esforço mental com a atividade física que lhes é tão essencial. Muitas pessoas sofrem de más condições de saúde quando se reformam e não encontram atividades satisfatórias que substituam os seus anteriores empregos. Com a finalidade de aumentar a sua compreensão do Tao, os Chineses desenvolveram dois conceitos que, juntos, formam a base da teoria médica chinesa; o Yin/Yang e os Cinco Elementos. Estas duas idéias atravessam o pensamento chinês, não apenas na medicina, mas também na política, ciência, arte e religião. São metáforas que servem para descrever de que maneira os fenômenos da natureza funcionam em relação uns aos outros. Os Chineses observaram que há na natureza uma constante mudança e os seus melhores mestres criaram um sistema de medicina que explicava de que maneira estes modelos de mudança podiam tornar-se desequilibrados e produzir doenças no ser humano. As verdades expressas nestes conceitos são universais, aplicam-se igualmente a pacientes no Oriente e no Ocidente e são tão válidos hoje como eram há 3000 anos. Yin/Yang O Nei Jing diz que “se o Yin e o Yang não estão em harmonia, é como se não houvesse um Outono para se opor a Primavera, um Inverno para se opor ao Verão. Quando o Yin e o Yang se separam um do outro, a força da vida esmorece e o sopro da vida extingue-se”. Na teoria Yin/Yang, todos os fenômenos são vistos como consistindo diversos graus de Yin e Yang. O Yin e o Yang não são substâncias, mas uma expressão dos dois pólos de uma dualidade fundamental que existe na natureza. Os ideogramas chineses para Yin e Yang representam os lados escuro e luminoso de um campo. O Yin e o Yang estão constantemente em transição, tal como, na natureza, o dia e a noite se transformam constantemente um no outro. A noite é predominantemente Yin e o dia predominantemente Yanghá sempre Yin dentro do Yang e Yang dentro do Yin.

Símbolo do Yin e do Yang

28 Segue-se uma lista de correspondências de fenômenos na natureza, segundo a sua natureza Yin/Yang: Yin Yang Escuro Claro Repouso Atividade Terra Céu Frio Calor Água Fogo Descer Subir Órgão Zang Vísceras Fu Interior Exterior Fêmea Macho Hipoatividade Hiperatividade No clássico conhecido pelo nome de Liu Tzu diz-se que: Quando o Yang atingiu o seu ponto mais elevado, começa a surgir o Yin, e quando o Yin atingiu a sua maior altitude, começa a dedicar, e quando a Lua cresceu até atingir o seu máximo, começa a diminuir. Este é o imutável Tao do Céu. A completude do ano segue-se a decadência, e a maior alegria segue-se a tristeza. Esta é a imutável condição do Homem. Como se aplica à teoria do Yin/Yang à acupuntura? Segundo o Nei Jing, uma das principais tarefas do acupuntor é “observar cuidadosamente a relação existente entre o Yin e o Yang e fazer reajustamentos de forma a recuperar o equilíbrio”. Para o conseguir, ele deve avaliar vários fatores no seu diagnóstico do Qi do paciente, de acordo com a natureza do Yin/Yang desse mesmo paciente. Eis alguns exemplos: Yin Água Frio Noite Úmido Hipoativo

Yang Fogo Calor Dia Seco Hiperativo

Fogo/Água A justaposição do fogo e da água pode parecer estranha, a não ser que se tenha presente que o fogo representa a chama que atiça e mantém todos os processos metabólicos. O nosso corpo precisa ser constantemente mantido a uma temperatura de 36-37 graus Celsius, para funcionar nas melhores condições. A água constitui mais de setenta e cinco por cento do corpo humano e é essencial para umedecer e arrefecer as funções fisiológicas do corpo, para equilibrar a ação de aquecimento do fogo. Se este equilíbrio é perturbado, o funcionamento do corpo é inevitavelmente afetado. Se o fogo enfraquece, a água começa a ser excessiva e o metabolismo do corpo torna-se incapaz de realizar as múltiplas funções necessárias para assegurar a saúde. Se a água se torna deficiente, então o fogo começa a ficar fora de controle. A frase “Kun-Ho” é utilizada para descrever alguém em cujo Fígado (Kun = Fígado, Ho = Fogo) o fogo é excessivo, provocando um rosto vermelho e, em geral, uma atitude “Kun-Ho” em relação a vida! Calor/Frio Um acupuntor pode aprender muito acerca da natureza Yin/Yang de uma pessoa averiguando se essa pessoa sente demasiadamente o frio, se acha difícil lidar com o tempo quente ou se da bem com qualquer um destes extremos. Os acupuntores atendem muitos pacientes que estão sempre tentando manter-se quentes, e encostar-se a fontes de calor, a utilizar sacos de água quente e sonhar com férias ao sol.

29 Estas pessoas são, fisicamente, deficientes em Yang e parte do tratamento consistirá em fortalecer e aquecer os aspectos mais Yang do seu Qi. A moxabustão, que implica aplicar pequenas quantidades de uma erva em combustão lenta em pontos de acupuntura, é muitas vezes utilizada com esta finalidade. É também possível aplicar o critério de calor/frio a sintomas específicos, por exemplo, articulações dolorosas, que no ocidente recebem nomes como artroses, reumatismo ou lumbago, são frias a apalpação e tornam-se menos dolorosas depois de um banho quente, ou quando são utilizadas outras formas de aquecimento. Para o acupuntor, é óbvio que esta é uma síndrome diferente, que requer diferente tratamento. Quando há demasiado calor no corpo, haverá uma tendência para se urinar espaçadamente e para a urina ser escura, para se ter prisão de ventre, a língua vermelha e, em casos agudos, febre. Pelo contrário, se houver demasiado frio, a pessoa terá tendência para urinar freqüentemente e para a urina ser clara, para ter soltura, um rosto pálido e a língua pálida. Olhos secos, pele seca, fezes secas, uma tosse seca e quaisquer outros sintomas de secura indicam a existência de um excesso de Yang no corpo. Tornozelos inchados, excesso de exsudação, freqüente necessidade de urinar, corrimento do nariz ou quaisquer outros sintomas de excesso de umidade indicam a existência de um excesso de Yin no corpo. Neste quadro observamos, de maneira muito simplificada, os quatro tipos básicos do desequilíbrio Yin/Yang. Linha de Equilíbrio YIN YANG

Figura 4 - A figura 4 representa o perfeito equilíbrio entre o Yin e o Yang Linha de Equilíbrio YIN

YANG

Figura 4-1 Esta figura representa a queda da energia Yin enquanto o Yang permanece em equilíbrio, tendo influência direta no humor.

30 Linha de Equilíbrio YIN

YANG

Figura 4-2 A figura 4.2 representa a queda da energia Yang enquanto o Yin permanece em equilíbrio, tendo influência direta no humor. Linha de Equilíbrio YIN YANG

Figura 4-3 A figura 4.3, representa o excesso de Yang, enquanto o Yin permanece em equilíbrio influenciando as funções orgânicas. Linha de Equilíbrio YIN YANG

Figura 4-4

31 A figura 4.4, representa o excesso de Yin, enquanto o Yang permanece em equilíbrio influenciando as funções orgânicas. Linha de Equilíbrio YIN YANG

Figura 4.5 A figura 4.5, representa o decrescimento do Yin e do Yang, representando queda de resistência constitucional, com conseqüente lesões orgânicas. Linha de Equilíbrio YANG

YIN

Figura 4.5 A figura 4.5, representa a transmutação da energia Yin em energia Yang, este estagio representa a fase terminal de uma doença. Hiperativo/Hipoativo Se a pessoa tem uma tendência para a impaciência, insônias, discurso e movimentos rápidos ou volatilidade emocional, o seu Yang está, provavelmente, dominando o Yin. Tende-se para a letargia, sonolência, discurso e movimentos lentos ou um temperamento não emocional e fleumático, então o Yin é excessivamente predominante. Por exemplo, um rápido bater do coração indica excesso de Yang do coração, enquanto um bater lento do coração pode indicar excesso de Yin do coração.

32 As quatro variedades do desequilíbrio Yin/Yang O Yin e o Yang estão constantemente a alterar-se, mas, num estado de boa saúde, mantém-se sempre o equilíbrio. A doença acontece apenas quando um lado começa a “consumir” o outro. O Nei Jing afirma que “Um excesso de Yin faz sofrer o Yang; Um excesso de Yang faz sofrer o Yin. Uma preponderância de Yin ocasiona o frio”. Estas quatro variedades de desequilíbrio requerem tratamentos radicalmente diferentes. Estes tratamentos serão determinados, igualmente, por muitos outros fatores, o menos importante dos quais não será a consideração do outro axioma fundamental da medicina chinesa: Yin/Yang e 5 elementos. Yin-Yang e os 5 Elementos ou Movimentos As teorias de Yin-Yang e dos Cinco Movimentos são dois aspectos do materialismo simples e da dialética que datam da China antiga. A Medicina Tradicional Chinesa emprega estas teorias para explicar as funções fisiológicas do organismo, as mudanças patológicas e as relações internas dos órgãos e, também para explicar as leis gerais do diagnóstico e do tratamento. Serão analisados os conceitos fundamentais de Yin-Yang e dos Cinco Movimentos, seu conteúdo e sua aplicação na Medicina Tradicional Chinesa. YIN-YANG O conceito Yin-Yang sintetiza as duas partes contraditórias e complementares dos fenômenos de natureza e que se relacionam mutuamente. Pode representar tanto os dois fatores opostos, assim como duas partes que compõem a essência de um aspecto. As propriedades básicas de Yin e Yang são: todas as coisas com tendência a fluir para cima, para fora, o aspecto da claridade, mobilidade, excitação, vitalidade, calor, substancialidade, atividades funcionais, rápidas e claras pertencem a Yang, ao contrário, todas as coisas com a tendência para fluir para baixo, para dentro, obscuridade, tranqüilidade, inibição, astenia, esfriamento, coisa substancial e pesada pertencem a Yin. A natureza de Yin ou de Yang não é absoluta, mas relativa, já que a existência é determinada pelas condições interiores. Cada aspecto compreende duas partes contraditórias, Yin e Yang, ambos transformam-se mutuamente sob determinadas circunstancias, mas dentro da parte Yin e da parte Yang está incluída a sua parte oposta, ou seja, dentro da natureza Yang, está o Yin. Por exemplo, o dia é Yang e a noite é Yin, mas o dia e a noite podem, dividir-se em Yin e Yang; a manhã é Yang dentro de Yin e a tarde é Yin dentro de Yang; a primeira metade da noite é Yin dentro de Yin e a segunda metade da noite é Yang dentro de Yin. No corpo humano, o interior é Yin e a superfície é Yang; mas os Órgãos internos podem dividir-se em Yin e Yang, ou seja, os cinco Órgãos (Coração, Fígado, Baço/Pâncreas, Pulmão, Rins) são Yin e as seis Vísceras (Intestino Delgado, Vesícula Biliar, Estômago, Intestino Grosso, Bexiga e Triplo Aquecedor) são Yang, e cada um dos órgãos divide-se em Yin e Yang, assim nos Rins, há o Yin dos Rins e Yang dos Rins, etc. Este fenômeno que de dentro de Yin ou de Yang existem Yin e Yang demonstra mais uma vez que a natureza de uma cousa é relativa e não absoluta. A teoria da Yin-Yang refere que todos os fenômenos ou fatores no Universo é um integro formado por duas partes opostas, Yin e Yang. O aparecimento, a mudança e o desaparecimento de um fato é o resultado do movimento continuo das duas partes Yin e Yang que tem como lei: a contradição, a interdependência, o crescimento, a diminuição e a mutação entre eles.

33 Conteúdo fundamental da teoria Yin-Yang Contradição entre Yin/Yang A contradição entre Yin e Yang significa que todo fenômeno ou fato da natureza tem ao mesmo tempo dois aspectos opostos, isto e, existem ao mesmo tempo duas partes contrárias: Yin e Yang. Por exemplo, o céu é Yang, a terra é Yin; o dia e Yang e a noite é Yin; a parte superior é Yang e a parte inferior é Yin; o exterior é Yang e o interior é Yin; o movimento é Yang e a quietude é Yin; subir é Yang e descer é Yin: o Fogo é Yang e a água é Yin; o calor é Yang e o frio é Yin, etc. No corpo humano as Vísceras são Yang e os órgãos Yin; Qi (Energia) é Yang; Xue (Sangue) é Yin, etc. Isso significa que em todas as coisas existem no Universo, de maneira oposta e que podem ser classificadas, segundo as suas propriedades em dois tipos: Yin e Yang. O sol e a Terra; o dia e a noite, o superior e o interior, o exterior e o inferior, o movimento e a quietude, o subir e o baixar, o fogo e a água, o calor e o frio, as Vísceras e os Órgãos, Qi (Energia) e Xue (Sangue), etc., São partes opostas de um aspecto, ou seja, a contradição entre Yin e Yang. Interdependência entre Yin e Yang A relação de dependência entre Yin e Yang significa que cada uma das duas partes opostas existe na dependência da outra e que esta é a condição para a existência do outro aspecto e nenhuma das duas partes pode existir isoladamente. Sem Yin, não há Yang e vice-versa, sem superioridade não existe inferioridade, sem o exterior não existe o interior. Se somente há Yang e não há Yin, ou se somente há Yin e não há Yang, eles perdem a condição de sua existência, de modo que “não se produz um Yin isolado”, “nem cresce um Yang solteiro”; quando se separam Yin e Yang, termina a vida. Relação de crescimento decrescimento entre Yin e Yang A relação de crescimento e decrescimento entre Yin e Yang significa que as duas partes opostas de toda coisa ou fenômeno encontram-se em movimento e mudança constantes. Ambas as partes, se uma cresce a outra diminui, se uma avança a outra retrocede, de maneira a que manter um equilíbrio dinâmico, para assegurar o desenvolvimento e as mudanças normais dos fatos ou dos fenômenos. Por exemplo, as mudanças das quatro estações do ano: da primavera ao verão, o frio vai diminuindo e o calor vai aumentando, isto é um processo de “diminuição” de Yin e de crescimento de Yang; do outono ao inverno, o calor vai diminuindo e o frio vai aumentando, isso é um processo de “diminuição de Yang e crescimento de Yin”. Aqui reside a lei geral da mudança do tempo normal. As atividades das funções fisiológicas (Yang) do corpo humano sempre consomem determinada quantidade de substância nutritiva (Yin), ocorrendo então um processo de crescimento de Yang e diminuição de Yin; toda substância nutritiva (Yin) produz-se provocando atividades funcionais, promovendo um processo de “diminuição de Yang e crescimento de Yin”. No corpo humano, as funções fisiológicas encontrando-se em atividade consomem sem cessar as substâncias nutritivas, ao mesmo tempo adquirem a Energia constantemente, de modo que o crescimento e decrescimento entre Yin e Yang mantém-se em equilíbrio relativo. Se uma das duas partes decresce demasiadamente ou cresce de maneira excessiva, o equilíbrio relativo entre Yin e Yang é destruído, ocorrendo o excesso ou a deficiência de uma parte e, como conseqüência, ocorre a enfermidade. Transmutação entre Yin e Yang A transmutação entre Yin e Yang refere que sob determinadas condições, as duas partes opostas que se compõem todas coisas ou de todos os fenômenos podem transforma-se na parte contrária, ou seja, Yin se transforma em Yang, ou Yang se transforma em Yin, de modo que a característica do fato ou do fenômeno produz uma mudança radical. Se o crescimento e decrescimento entre Yin e Yang é um processo de mudança qualitativa, a transmutação entre Yin e Yang é uma mudança quantitativa.

34 Voltando a análise da mudança do tempo nas estações do ano, ocorre a mudança constante do frio ao calor, inicia-se a primavera com seu valor ascendente quando o frio do inverno chega no seu máximo; o outono inicia-se quando o calor do verão atinge o seu máximo. Todos os fenômenos da natureza seguem esta lei, com o máximo de frio chega o calor e com máximo do calor inicia o frio” ou seja, “as ações extremas produzirão resultados inversos”. No processo de adoecimento sob certas condições, observa-se também sindrome Yin convertida cm síndrome Yang. Por exemplo, os pacientes com meningite cerebrospinal epidêmica associada ou não a pneumonia, apresenta as manifestações clinicas, tais como: febre elevada, rosto avermelhado, irritabilidade, pulso acelerado, cheio e forte, etc., sintomas qualificados na Medicina Tradicional Chinesa como síndrome de Calor do tipo Shi (excesso). Mas, quando a enfermidade evolui até atingir um estado grave, levando no choque tóxico, o paciente apresenta hipotensão, membros frios, rosto pálido, pulso frio e fraco, etc. Isso significa que a síndrome de Calor tipo Shi (excesso) transformou-se fleuma síndrome do tipo Xu (deficiência). Este fato é um exemplo da transmutação entre Yin e Yang (Fig. 4). APLICAÇÃO DA TEORIA YIN/YANG NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA  Explicação da composição do corpo O corpo humano constitui um todo, integral, formado, energicamente de duas partes opostas, o Yin e o Yang. Assim, o exterior é Yang e o interior é Yin, o dorso é Yang e o abdome é Yin, a parte superior é Yang e a parte inferior é Yin, os cinco Órgãos (Coração, Fígado, Baço/Pâncreas, Pulmão e Rins) são Yin e as seis Vísceras (Vesícula Biliar, Estômago, Intestino Grosso, Intestino Delgado, Bexiga e Triplo Aquecedor) são Yang e, cada órgão pode se dividir em Yin e Yang, assim, tem-se o Yin do Coração e Yang do Coração Yin dos Rins e Yang dos Rins. Assim, dentro do Yin estão Yang e dentro do Yang está o Yin e dentro do Yin e Yang, estão também Yang e Yin. Explicação das funções fisiológicas do corpo Na fisiologia do corpo humano, entre as funções (Yang) e as substâncias (Yin) existem uma interdependência de uma sobre a outra. Nas funções fisiológicas em que se tem a substância como base, sem a essência Yin não se produz a energia, assim como as substâncias nutritivas (essência Yin) produzem-se na dependência das atividades fisiológicas (Yang). Ambas as partes interdependem uma da outra, a Energia e a Matéria para manterem-se em equilíbrio relativo, de modo a assegurar a atividade fisiológica do corpo. Explicação das mudanças patológicas As duas partes Yin e Yang do corpo devem estar em um equilíbrio relativo para que se mantenham normais as atividades fisiológicas. Assim, se o equilíbrio relativo é destruído por causa de certos fatores de adoecimento, pode acontecer a predominância ou a eficiência de uma das duas partes, alterando, como conseqüência o estado fisiológico que se transforma em processo patológico. A desarmonia entre o Yin e o Yang pode ser por excesso de Yin/Yang ou por excesso de Yin e, também pode ocorrer por deficiência de Yang ou por deficiência de Yin, A manifestação destes estados são: por deficiência de Yin apresenta-se o Calor interno, por deficiência de Yang apresentase o Frio exterior, por excesso de Yang, manifesta-se o Calor externo e por excesso de Yin apresenta-se o Frio interno. Servir de base para o diagnóstico Como a causa fundamental do desenvolvimento da enfermidade reside na desarmonia entre Yin e Yang, por isso, todos os tipos de doenças, por mais complicadas que sejam as manifestações clínicas, podem ser analisadas e sintetizadas pelas características de Yin e Yang e segundo as leis do desenvolvimento e da mudança, ao diferenciar as características Yin ou Yang conhece-se a essência da enfermidade.

35 Todas as síndromes podem ser classificadas em duas categorias: síndromes Yin e síndromes Yang. Na prática clínica, usa-se mais a diferenciação segundo “os oito princípios” tendo o Yin e o Yang como base, onde opõem-se os conceitos de exterior-interior, Frio-Calor deficiência-excesso. Todas as síndromes externas, de Calor e do tipo excesso pertencem a categoria Yang, enquanto todas as síndromes internas, de Frio e do tipo deficiência, situam-se dentro da categoria Yin. Por isso, para fazer o diagnóstico, deve-se antes de tudo diferenciar as características Yin e Somente ao dominar a aplicação da teoria Yin-Yang na prática clinica, é que poderá acertar as relações entre os fenômenos e a essência e fazer o julgamento correto. Assim, na inspeção, se observar uma cor clara e fresca, indica Yang, se for uma cor opaca, é Yin; na audição, se a voz for alta e forte, indica Yang e se a voz for baixa e respiração fraca, indicam Yin; no exame do pulso, se é superficial, forte, escorregadio, acelerado, tem a característica Yang e se o pulso é profundo, filiforme, vacilante, fraco e lento, tem a característica Yin. Para determinar os princípios do tratamento O desequilíbrio entre Yin e Yang constitui a causa fundamental do desenvolvimento de uma enfermidade, os princípios básicos do tratamento também devem ser regulados conforme a predominância ou a deficiência de Yin ou de Yang, com a finalidade de recuperar equilíbrio relativo perdido. Assim para tratar a predominância do Calor Yang, aplicam-se os medicamentos de natureza fria e para o caso de predominância do Frio Yin, usam-se os de natureza quente. No caso de excesso de Yin devido a deficiência de Yang que não controla o Yin, deve-se fortalecer o Yang para diminuir o Yin. No caso da hiperatividade de Yang devido a deficiência de Yin que não acalma o Yang, deve-se nutrir Yin para que este iniba o Yang. Este é o principio de “uma enfermidade Yang trata-se com Yin e uma enfermidade Yin trata-se com Yang”. Em suma, o principio de normalizar o desequilíbrio entre Yin e Yang tem o significado de sedar o excesso e de tonificar a deficiência com a finalidade de mudar o anormal e recuperar o estado de equilíbrio Yang e Yin. TEORIA DOS CINCO ELEMENTOS OU MOVIMENTOS  Os antigos chineses chegaram a conhecer, através da prática e da vida, observando a natureza durante longo tempo, perceberam entre as outras coisas que, a madeira, fogo, terra, metal, água eram fundamentais na sua constituição. À medida que foram se aprofundando em conhecimento material idealizaram-se a teoria dos 5 Elementos Movimentos, a qual relaciona as características dos cinco elementos da natureza, as relações entre si, as atividades e as mudanças que ocorrem entre eles e com esta teoria, os antigos chineses sintetizaram o teórico com o conhecimento do mundo material. A teoria dos Cinco Movimentos sustenta que a Natureza está constituída por cinco substâncias: Madeira, Fogo, Terra, Metal e Água. O desenvolvimento e as mudanças de todas as coisas e de todos os fenômenos são resultados do movimentos continuo, da inter-geração, da dominância entre os cinco elementos. Na Medicina Tradicional Chinesa, esta teoria aplica-se principalmente para explicar as características fisiopatológicas dos órgãos internos e dos tecidos do corpo; as relações fisiopatológicas entre eles e as relações entre o corpo e o meio ambiente que é sempre mutante. Assim, a teoria pode servir de guia para o diagnóstico e para o tratamento. CONTEÚDO PRINCIPAL DA TEÔRIA DOS CINCO MOVIMENTOS Atribuição dos fatos aos 5 Elementos ou Movimentos Cada um dos Cinco Movimentos tem suas próprias características, assim a Madeira tem como característica o crescimento, de se desenvolver e de se estender livremente; o Fogo, “quente, flui para cima”; a Terra, “produzir e mudar”; o Metal, “purificar e ser sólido e a Água, “fria e úmida, flui para baixo”.

36 Apesar das características destes Cinco Movimentos estarem vinculadas com as propriedades das cinco substâncias correspondentes, na realidade, quando se refere a 5 Elementos ou Movimentos já não tem o mesmo significado das matérias que compõem os cinco elementos mas sim, as propriedades que eles possuem de maneira abstrata conforme as suas características. A atribuição das características dos fatos, das matérias e dos fenômenos nos Cinco Movimentos, foi feita de acordo com a concepção das propriedades destes, com as similitudes e analogias. Desta maneira, todas as coisas ou os fenômenos que tem as propriedades de “crescer e desenvolver, estender-se livremente” pertence a Madeira; o calor Yang, fluir para cima, pertence ao Fogo; a característica de produzir e de transformar pertence a Terra; de purificar de ser sólida e forte, pertence ao Metal; a característica fria úmida e fluir para baixo, pertence água, etc. Partindo dessas considerações, os antigos médicos chineses relacionaram, de maneira lógica, a fisiologia e a patologia dos Zang/Fu (Órgãos e Vísceras) e os tecidos do corpo com os fatores do meio ambiente relacionados com a vida. Os órgãos e tecidos do corpo são classificados em cinco categorias de acordo com a teoria dos 5 Elementos ou Movimentos, para servir de referência na observação das suas relações internas e com os 5 Elementos ou Movimentos. Na tabela, estão expostos na linha horizontal os órgãos e tecidos do corpo e os aspectos, os fenômenos da natureza, que se assemelham e se vinculam entre si. O entendimento destas relações leva a compreender as características fisiológicas dos órgãos internos, tecidos e de outras estruturas do corpo, as relações entre eles, explicar determinados fenômenos fisiológicos e patológicos dos órgãos internos e de poder aplicar a teoria dos Cinco Movimentos como guia para o diagnóstico e para o tratamento. sim no caso da Madeira: o Fígado gosta de estender-se livremente e tem o vigor de subir e crescer, características estas similares a da madeira, razão pela qual o Fígado tem a propriedade da Madeira. O Fígado e a Vesícula Biliar estão relacionados interior exteriormente, as condições do Fígado determinam as dos tendões, tem como abertura os olhos e não tolera a ira, por isso, relaciona-se a Vesícula Biliar, os olhos, os tendões e a ira a Madeira. Na Natureza, na primavera venta muito, as plantas germinam e tornam-se verdes, as frutas tem um sabor ácido, por isso, atribuem a primavera, o vento, a germinação, o verde e azedo a Madeira. Este método de similitudes e analogias não somente sintetiza certas relações fisiológicas internas do corpo, mas também as manifestações que podem se apresentar em certos casos patológicos. Por exemplo, no espasmo infantil, freqüentemente observa-se rosto esverdeado, o olhar para frente e contraturas dos membros; pode-se explicar, tendo por base os 5 Elementos ou Movimentos, as relações entre estes sintomas e a afecção hepática. Relação de geração, de dominância, excesso de dominância e contradominância dos 5 Elementos ou Movimentos. A teoria dos 5 Elementos ou Movimentos explica as relações internas de todos os aspectos da natureza através das leis da geração e da dominância.

37

TABELA DOS 5 ELEMENTOS OU MOVIMENTOS  Elemento 01. Vibração 02. Zang 03. Fu 04. Órgão dos sentidos 05. Órgão de comando 06. Alimenta 07. Nível de energia 08. Se expande em

Madeira

Fogo

Terra

Metal

Água

I

E

A

O

U

Fígado

Coração

Baço/Pâncreas

Pulmão

Rim

Vesícula Biliar

Intestino Delgado

Estômago

Int.Grosso

Bexiga

Visão

Fala

Paladar

Olfato

Audição

Olhos

Língua

Boca

Nariz

Ouvido

Músculos

Vasos Sanguíneos

Carne

Pele

Ossos

Ligamentos

Vasos

Subcutâneo

Pele

Ossos

Unhas

Cor

Lábios

Pelos

Cabelos

09. Lesões por excessos

Caminhar

Marcha

Sentar-se

Reclinar-se

Posição em Pé

10. Liquido emitido

Lágrimas

Suor

Saliva

Muco

Urina

11. Odor corporal

Rançoso

Queimado

Perfumado

Fétido

Pútrido

Raiva

Alegria

Saudade

Tristeza

Medo

12. Emoção 13. Temperamento

Deprimido

Instab/Emocional

Obsessivo

Medroso

Angustiado

14. Capacidade de

Controle/Decisões

Melancolia/Tristeza

Obstinação

Rejeição

Libert. de Tensões

Júpiter

Marte

Saturno

Vênus

Mercúrio

Espiritualidade

Espiritual Divino

Opiniões

Animalidade

Força de vontade

Primavera

Verão

Final de Verão

Outono

Inverno

Florescimento

Amadurecimento

Preservação

Colheita

Armazenamento

15. Planeta 16. Valores Psíquicos 17. Estação 18. Tempo de 19. Coloca em perigo

Vento

Calor

Umidade

Secura

Frio

Azedo/Ácido

Amargo

Doce

Picante

Salgado

Picante

Salgado

Azedo/Acido

Amargo

Doce

Doce

Picante

Salgado

Doce

Amargo

Azedo/Ácido

Amargo

Doce

Picante

Salgado

24. Na doença exige

Doce

Azedo/Ácido

Salgado

Amargo

Picante

25. Manif. da emoção

Grito

Gargalhada

Canto

Choro

Gemido

Verde/Azul

Vermelho

Amarelo

Branco

Preto

20. Sabor 21. Neutralizado por 22 Tonificar com 23. Sedar com

26. Cor 27. Direção

Leste

Sul

Centro

Oeste

Norte

28. Cereais benéficos

Trigo

Milho

Centeio

Arroz

Feijão

29. Carnes benéficas

Frango

Carneiro

Vaca

Cavalo

Porco

30. Compleição

Esverdeado

Rosado

Amarelado

Pálido

Enegrecido

31. Personalidade

trabalhador

Ativo

Calmo

Simples

32. Evolução

Gosta de movimento

Nascimento

Crescimento

Puberdade

Maturidade

Velhice

33. Estado Fisiológico

Criação/Planejam

Supremacia/Comando

Digest/Transpor

Energ/Elimin

Equilíbrio/Hídrico

34. Est/Desenvolvimento

Decisão/Julgamen

Transferência

Alimentação

Resíduos

Líquido Orgânico

35. Número

8

7

5

9

6

36. Oficiais

General/Juiz

Monarca

1 Ministro

Min.Fazenda

Ministro Trabalho

38 A LEI DOS 5 ELEMENTOS OU MOVIMENTOS  A geração entre os Cinco Movimentos implica no processo de crescimento e a dominância, no controle mútuo de cerceamento entre eles. O principio da geração dos Cinco Movimentos estabelece que: Madeira gera o Fogo; a Fogo gera a Terra; a Terra gera o Metal; o Metal gera a Água e a Água gera a Madeira, estabelecendo assim um círculo, continuo e constante. O principio da dominância estabelece que a Madeira domina a Terra: a Terra domina a Água; a Água domina o Fogo; o Fogo domina o Metal e o Metal domina a Madeira. Nas relações de geração, cada um dos Cinco Movimentos sempre é gerado e gerador ao mesmo tempo. A Madeira gera fogo, portanto é a mãe e o e o Fogo portanto é o filho de Madeira, por isso, estas relações de geração também são chamadas relações mãe-filho. Por exemplo, a Madeira gera o Fogo e o Fogo gera a Terra, então a Madeira é mãe do Fogo e a Terra é a filha do Fogo. Na relação da dominância, cada um dos 5 Elementos ou Movimentos é, ao mesmo tempo, dominante e dominado. O que é dominado é chamado vencido e o dominante é chamado o vencedor, por isso esta relação também é chamada vencido-vencedor. Por exemplo, entre Terra e a Água, a Terra é vencedora e a Água é a vencida, a Madeira domina a Terra e a Terra Água; entre a Madeira e a Terra, a Madeira é vencedora e a Terra é a parte vencida. Nos 5 Elementos ou Movimentos existem relações de ser gerador-gerado e dominante-dominado. A geração e a dominância são duas partes inseparáveis. Sem a geração, não haverá o movimento que muda as coisas; sem a dominação, as coisas não poderão manter a mudança e desenvolvimento normal de uma harmonia. Por isso, na geração não pode faltar a dominação e na dominação não pode faltar a geração. A geração e a dominância são dois aspectos opostos e ao mesmo tempo se apóiam mutuamente. São estas relações que promovem e asseguram o crescimento, desenvolvimento e mudança normais das cousas. Por exemplo, a Madeira pode dominar a Terra, mas a Terra pode gerar o Metal e dominar a Madeira, então, dominada pelo Metal, a Madeira não pode controlar excessivamente a Terra; ao contrário, a Terra, dominada pela Madeira, tampouco pode gerar demasiado a Metal. Em suma, a teoria dos 5 Elementos ou Movimentas sustenta que todas as cousas da natureza encontram-se em movimento continuo segundo a ordem da geração: Madeira-Fogo-Terra-Metal-Agua, e segundo a ordem da dominância: Madeira-Terra-Agua-Fogo-Metal. A desarmonia entre as relações dos 5 Elementos ou Movimentos pode causar desenvolvimento das mudanças anormais. A causa dessa desarmonia reside na transformação anormal das relações. A anormalidade da dominância tem dois fenômenos: o excesso na dominância e na contradominância. O excesso da dominância é como atacar quando a outra parte está débil, ou seja, a parte dominante controla excessivamente a parte dominada e assim, segue a seqüência da dominância, ou seja, a Madeira domina excessivamente a Terra, etc. A contradominância significa que a parte dominada é mais forte que a parte dominante e, por sua vez, acaba por dominar a parte dominante. Por exemplo, normalmente o Metal domina a Madeira, mas devido a insuficiência do Metal, ou ao excesso da Madeira, a Madeira pode contradominar o Metal. A anormalidade na geração refere-se a deficiência da geração e pode prejudicar a “mãe” e “filho”. Por exemplo, devido a insuficiência da Madeira, não pode gerar o Fogo, este fato é denominado “enfermidade da mãe que prejudica o filho”; se a deficiência da Madeira afeta a Água, isso chama-se enfermidade do filho que prejudica a mãe. Aplicação da teoria dos 5 Elementos ou Movimentos na Medicina Tradicional Chinesa Interpretação das funções fisiológicas dos órgãos internos. A Medicina Tradicional Chinesa sintetiza de acordo com as propriedades dos Cinco Movimentos, as características fisiológicas dos cinco órgãos correlacionando as relações fisiológicas entre Zang/Fu e vísceras. O Fígado tem a natureza de subir, estender-se livremente e controlar a drenagem, natureza similar as propriedades da Madeira, razão pela qual o Fígado está ligado a Madeira. No Coração situa-se a Energia Mental e esta é a manifestação central da essência de todo o corpo; o Coração controla os vasos sanguíneos, fazendo com que o sangue aqueça e nutra todo o corpo, natureza esta que é similar as propriedades do fogo, razão pela qual, o Coração está associado ao Fogo.

39 O Baço/Pâncreas encarrega-se de transportar e transformar o alimento e a água, fontes dos nutrientes, pois o Baço/Pâncreas tem a natureza da Terra, que produz todo ser, por isso, este órgão está atribuído a Terra. O Pulmão purifica o ar, fazendo-o descer e tem a propriedade do Metal e por isso o Pulmão está associado ao Metal. Nos Rins estão armazenada a essência, que nutre o Yin de todo o corpo, e controla a circulação da água, regulando o equilíbrio dos líquidos orgânicos, com propriedades similares da água de ser fria, úmida e que flui para baixo, razão pela qual, os Rins estão associados à Água. As relações de geração entre os Cinco Órgãos estão refletidas na: a essência dos Rins nutre, o Sangue do Fígado e o mantém cheio (a Água gera a Madeira); o Sangue armazenado no Fígado influencia o Coração e completa o Sangue deste (a Madeira gera o Fogo); Yang do Coração aquece o Baço/Pâncreas, fazendo-o funcionar normalmente no transporte (o Fogo gera a Terra); o Baço/Pâncreas transforma a Água e o alimento em nutrientes para a energia do Pulmão (a Terra gera o Metal); o Pulmão se encarrega de purificar e fazer descender, de normalizar as vias da Água e ajuda os Rins; no controle da Água (o Metal gera a Água). Em relação ao princípio de dominação, a descida e purificação do Pulmão inibe o possível excesso de ascensão do Fígado (o Metal domina a Madeira); a função de drenagem e de dispersão do Fígado evita o estagnação da função do Baço/Pâncreas no transporte e na transformação (a Madeira domina a Terra); o transporte e a transformação dos líquidos do Baço/Pâncreas controla o trasbordamento da Água dos Rins (a Terra domina a Água); e a Água dos Rins proporciona o Sangue do Coração prevenindo a hiperatividade de Yang do Coração (a Água domina o Fogo); o Calor de Yang do Coração inibe as purificações excessivas do Pulmão (o Fogo domina o Metal). Interpretando as mudança patológica das Zang-Fu (Órgãos e Vísceras). Os órgãos internos do corpo, apesar de terem suas próprias características fisiológicas, relacionam estritamente a fim de manter o corpo íntegro nas suas atividades vitais. Por isso, em um caso patológico, um só órgão doente pode afetar os outros que sofrendo as influências, transformam-se. A Medicina Tradicional Chinesa, além de interpretar os fenômenos patológicos dos Zang-Fu com as propriedades dos 5 Elementos ou Movimentos (por exemplo, o movimento do Vento interno do Fígado, insuficiência da Água dos Rins, etc.), relaciona também as transformações das mudanças patológicas dos órgãos internos, com os fenômenos de geração, de dominância, excesso de dominância e contradominância. Por exemplo, a disfunção do Baço/Pâncreas no transporte provoca os transtornos da produção de Sangue que causam sempre a insuficiência de nutrição no Sangue do Coração, fato este que é interpretado como a “enfermidade do Baço/ Pâncreas que afeta o Coração”, ou o “filho que prejudica a mãe”. Se, pela deficiência de Sangue do Coração, ocasionar a disfunção do Baço/Pâncreas no transporte e na transformação, classifica-se esta alteração de “enfermidade do Coração” que prejudica o Baço/Pâncreas, ou seja, “a enfermidade da mãe que afeta o filho”. A estagnação de Qi (energia) do Fígado que leva a disfunção de drenagem, pode levar a disfunção do Baço/Pâncreas e do Estômago, significando que a enfermidade do Fígado afeta o Baço/Pâncreas, ou seja a “Madeira domina excessivamente a Terra”. Se, as alterações da função no transporte e na transformação do Baço/Pâncreas afeta a drenagem do Fígado significa que o excesso do Baço/Pâncreas afeta o Fígado, ou seja, “a Terra contradomina a Madeira”, etc.

40 Aplicação dos 5 elementos no Diagnóstico das Enfermidades  As propriedades dos 5 Elementos ou Movimentos e as relações entre eles são aplicadas para classificar e analisar as informações clínicas obtidas através dos quatro métodos de diagnóstico e a sua aplicação contribui na orientação do diagnóstico da doença. Por exemplo, o calor do rosto, o gosto na boca, a voz do paciente, são relacionados às propriedades dos 5 Elementos ou Movimentos e com as dos órgãos internos. Desta maneira, pode-se localizar a afecção de determinados órgãos, de acordo com as manifestações clínicas em combinação com outros dados da doença. A criança febril com o rosto esverdeado indica o possível acometimento pelo Vento interno do Fígado; a insônia, o rosto avermelhado, indica Fogo no Coração; a distensão e sensação de opressão no abdome, com rosto amarelo indicam a presença de Umidade no Baço/Pâncreas; a tosse com secreção diluída, rosto pálido são manifestação do Frio no Pulmão o gosto doce na boca apresenta-se nas doenças do Estômago e do Baço/Pâncreas; o gosto salgado na boca aparece nas enfermidades dos Rins. O rosto esverdeado em um paciente com alteração do Baço/Pâncreas surge pelo fato da Madeira dominar excessivamente a Terra; um rosto amarelado em pacientes com afecções hepáticas deve-se possivelmente ao fato da “Terra que não gera o Metal, etc”. Orientação terapêutica O aparecimento e o desenvolvimento de uma doença são atribuídos a anormalidade nas relações entre os órgãos internos. Por isso, no tratamento, além de dar importância ao órgão doente, também deve-se levar em conta o outros órgãos que estão relacionados; o tratamento visa a recuperação da harmonia na relação fisiológicas entre eles, ou deve-se controlar as possíveis influências danosas, com a finalidade de curar a doença. Por exemplo, na deficiência de Yin do Fígado pode provocar a hiperatividade do Yang do Fígado e esta deficiência, muitas vezes, deve-se a deficiência do Yin dos Rins. Por esta razão, para tratar a hiperatividade Yang do Fígado deve-se adotar métodos para nutrir o Yin dos Rins e dispersar o excesso do Yang do Fígado, ou seja, nutrir a Água para fortalecer a Madeira. Fig.6 Relações de geração, dominação, excesso de dominação e contradominação entre os 5 Elementos ou Movimentos:

Figura 6 - Relação de geração, dominação e contradominação.

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Madeira. Fogo. Terra. Metal. Agua.

O TCHI (QI) ENERGIA  “O QI É Á RAIZ DO HOMEM” CONCEITO DE QI Só há uma energia que é a matéria fundamental que constitui o universo, e tudo no mundo é o resultado de seus movimentos e transformações. Para o homem, microcosmo no macrocosmo, só existe um Qi que é a raiz dele. Este Qi se apresenta de dois modos: O Qi participando na formação dos elementos constitutivos do corpo e permitindo a vida de se manifestar. Sendo ele representado pela essência ( o Qi da respiração Qi do céu) de natureza Yang; e representado pela “substância ( o Qi da alimentação Qi da terra) de natureza Yin. O Qi constituído pela atividade fisiológica dos tecidos orgânicos ( o Qi dos órgãos, o Qi dos vasos). Ambos têm relações recíprocas, ou seja, o primeiro é a base material do segundo e o segundo é a manifestação da atividade do primeiro.

Xue e Jinye

Qi

Sua origem desenvolvimento circulação e distribuição

Graças

Visceras responsáveis pela distribuição

42 CLASSIFICAÇÃO DOS QI Apesar de ser único, tem representações múltiplas, associa-se lhe sempre um qualificativo que determina sua localização ou sua função. YANG QI, YIN QI Yang Qi e Yin Qi são duas partes antagônicas da energia de base. Como exemplo: Se tomarmos como referência às funções e a matéria, a energia Yang indica as funções, a energia Yin, indica a matéria. Se tomarmos as vísceras, a energia Yang será a das vísceras (Fu), a energia Yin será dos órgãos (Zang) Se tomarmos a energia protetora (Wei Qi) e a energia nutriente (Ying Qi), a energia Yang será protetora, a energia Ying será nutriente.

Atividade Fisiológica dos órgãos. Exemplo: Qi dos Órgãos Qi dos Vasos

JING QI • O Jing é o principio essencial, a quinta essência. • O Jing Qi é composto de duas partes: O Jing Qi inato, recebido no momento da concepção, chamado ainda do céu anterior. Este Jing Qi não pode ser renovado, é a carga genética herdada pelos pais e determina a constituição básica do indivíduo, é o único tipo de Jing presente no feto, nutre o embrião e o feto durante a gravidez e é dependente de Qi do Rim da mãe.

43 O Jing Qi denominado “Jing da nutrição”, que provem da digestão e da assimilação dos alimentos pelo Baço e pelo Estômago. Os alimentos são enviados ao Jiao Médio, pelo Baço e Estômago. No Estômago os alimentos são macerados e pela ação do Qi do Baço são transformados em Jing adquirido (Essência adquirida dos alimentos). O Baço transporta o Jing adquirido até o Tórax onde ocorrerá duas importantes transformações: 1) O Baço transporta o Jing adquirido até o Pulmão para ser misturado com o Ar (Qi Celeste, Tian Qi) e formar o Qi Torácico (Zong Qi); 2) O Jing adquirido ao chegar ao Pulmão é enviado ao Coração onde é transformado em Sangue (Xue). O Sangue por sua vez é distribuído por todo o corpo pela ação do Qi do Coração (Qi Torácico). O Jing Qi inato serve para preparar a base material para receber o “Jing Qi dos alimentos”. O Jing Qi da nutrição da ajuda, assistência e suporte ao Jing Qi inato. São os dois armazenados nos Rins

Jing Qi

Sustenta o Jing Qi inato

Armazenado Nos rins

QING QI O Qing Qi (Qi puro - Ar) ou Tian Qi (Qi do céu) existe na natureza, no ar que se respira, é inalado e penetra no corpo pelos pulmões combinado com o Jing Qi do alimento, dará o Zong Qi.

44 Qing Qi = Qi puro, Tian Qi = Qi do céu. Existe na natureza, no ar que se respira, é inalado e penetra no corpo dos pulmões.

+ Jing Qi adquirido

=

ZONG QI É chamado muitas vezes de “energia ancestral” porém o termo Zong também significa, fundamental, essencial, além disso significa a síntese. Ora, esse Qi é formado pela reunião do Qi puro (Qing Qi) inalado pelos pulmões e do Qi da alimentação produzido e posto em circulação pelo baço e pelo estômago.Sua atividade essencial é dar impulso a respiração pulmonar; e a circulação do sangue do coração, acumulando-se no peito, saindo pela garganta e atravessando o vaso do coração e põe a respiração em “marcha”. YUAN QI Conhecido pelo nome de energia original pode ser escrito por dois ideogramas, um significando o principio original, o outro, a fonte, portanto, a origem. Esta energia é, algumas vezes, chamada “Energia verdadeira” (Zhen Qi). É o Qi mais importante de todos. Os Qi do corpo humano, é produzido primeiramente pela transformação do Jing inato, após o nascimento, ele ainda precisa ser alimentado e completado pelo Jing adquirido da nutrição. É repartido pelo triplo aquecedor nos órgãos (Zang/Fu); no exterior atinge músculos, o espaço subcutâneo, e a pele. Não há lugar onde não penetre. Todos os tecidos orgânicos que recebem o impulso do Yuan Qi poderão cumprir suas diferentes funções.

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+ Jing Qi adquirido da nutrição

YONG QI O Yong Qi “Energia nutriente” é proveniente do Jing Qi da alimentação elaborada pelo baço e o estômago É formado pelas matérias as mais nutritivas do Qi da alimentação. E a essência dos alimentos, acomodada pelas visceras (Fu), é distribuída pelos órgãos (Zang) antes de ser introduzido nos vasos, ele atravessa as vísceras e atinge os órgãos.

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WEI QI E a energia protetora ou como é conhecida, energia de defesa. E de natureza por demais fluida para ser contida nos vasos, assim ela circula na pele e entre as fibras musculares, vai até as membranas do diafragma para se espalhar nas cavidades torácicas e abdominais. Sua atuação é múltipla: a - Proteger a superfície do corpo contra as agressões externas; b - Controlar a abertura das glândulas sudoríparas; c - Regular a temperatura do corpo; d - Aquecer os órgãos; e - Dar brilho a pele e brilho aos pelos.

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25 voltas durante a noite na parte yin do corpo, isto é nos órgãos Zang/Fu

QI DOS ÓRGÃOS E DAS VÍSCERAS É chamada assim a energia que é repartida nos órgãos e nas vísceras dos quais. é a força motora, por exemplo, Qi do Coração, Qi do Fígado, Qi dos Rins. A atividade funcional de cada víscera é a manifestação externa desse Qi, o Qi do Foco Médio ou Aquecedor Médio, representando os Qi do Baço e do Estômago, chamado Qi mediano (Zhong Qi)

ZHENG QI Zheng Qi, Energia correta (ou reta ou de boa saúde) é o termo genérico da associação dos Yuan Qi, Zong Qi e Wei Qi dos órgãos.

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Yuan Qi + Zong Qi + Wei Qi

=

AS FUNCÕES DO QI O Qi tem uma função extremamente importante para o corpo humano. Suas funções principais são: 1 - A colocação em movimento (a impulsão) O crescimento do corpo, a atividade fisiológica dos órgãos e dos meridianos, a circulação sanguínea, a repartição dos líquidos orgânicos, precisam da impulsão dada pelo Qi, para serem corretos. 2 - A regulação da temperatura do corpo O Qi rege o aquecimento. Uma falta desta função do Qi acarretará temor do frio e resfriamento do corpo e dos membros. 3 - A proteção O Qi tem capacidade para proteger a pele e a carne, e impedir a intrusão dos agentes patogênicos externos (Xie Qi). 4 - Atividade de controle Essa atividade do Qi se manifesta no controle do sangue que impede de transbordar dos vasos, no controle da expulsão da transpiração e da urina, e no controle do esperma. Se o Qi estiver em estado de vazio e sua função de controle abaixa, isso poderá suscitar extravasões de sangue. 5 - Atividade de transformação (Qi Hua) Essa expressão “ atividade de transformação” tem dois sentidos: O primeiro designa as transformações recíprocas que pode haver entre o Jing e o Qi, o sangue e os líquidos orgânicos. As transformações do Qi produzem o Jing, os sabores (alimentação) estarão em equilíbrio e o corpo poderá crescer. O segundo sentido designa a atividade funcional dos órgãos e das vísceras (Zang Fu), a distribuição da Energia e do sangue, o movimento de subida, descida, entrada, saída da energia. CIRCULAÇÃO DO QI Os diferentes Qi têm deslocamentos múltiplos que podem resumir-se em troca e movimentos. As trocas (entradas e saídas e os movimentos (ascensão e descida) são objeto de cuidados constantes por parte das pessoas inteligentes).Sua alteração é catastrófica, sem trocas não há mais nascimento, crescimento, maturidade, velhice. Sem movimentos não se pode nascer, crescer, amadurecer, recolher-se.

49 Essas trocas e movimentos são a condição necessária dos ”receptáculos” sedes dos processos vitais. A ascenção-descida, entrada-saida do Qi se manifestam concretamente na atividade funcional de cada órgão e nas relações de coordenação entre os órgãos. LÍQUIDOS ORGÂNICOS  XUE (SANGUE) E JINYE (Líquidos Orgânicos) Xue Xue (Sangue) é produzido a partir das matérias substanciais dos alimentos produzidos pelo Estômago e pelo Baço/Pâncreas, tem a função de nutrir e de umedecer os órgãos e tecidos de todo o corpo. A principal fonte do Sangue é o Yong Qi (Qi nutritivo) gerado por matérias substanciais da Água e dos alimentos digeridos pelo Estômago e pelo Baço/Pâncreas. O Ying Qi sobe pelos Canais até o Pulmão, Coração e o Fígado. Nos vasos sanguíneos, Yong Qi reúne-se com os líquidos para se converter em Sangue. O Ying Qi é a base do Sangue e os líquidos também fazem parte do Sangue. O Sangue origina-se primeiro das essências inatas; depois do nascimento, tem como fonte, o Qi e Energia essencial adquirida da Água e dos alimentos; o Qi essencial e o Sangue geram-se mutuamente. Finalmente, o Sangue tem como base material as matérias substâncias da Água e dos alimentos, o Yong Qi e a medula são produzidas associando-se a todos os líquidos orgânicos. O Sangue percorre todo o corpo, internamente chegando aos Zang-Fu, e externamente, por fora a pele, aos músculos, aos ossos e aos tendões, fazendo-se a nutrição e fortalecendo os Órgãos e os tecidos do corpo, a fim de manter e realizar suas atividades funcionais. A circulação do Sangue depende do impulso do Qi do Coração e do Qi do Pulmão e depende também da função de regularização e de drenagem do Fígado e do controle do Qi do Baço/Pâncreas. Por isso, a deficiência do Baço/Pâncreas faz com que o Sangue perca o controle produzindo-se a hemorragia crônica; a deficiência do Baço/Pâncreas leva a disfunção, de transporte e de transformação levando a insuficiência de Sangue nutritivo. A estagnação de Qi do Fígado causa a estagnação do Qi e a estase do Sangue; deficiência de Qi do Pulmão e do Coração faz com que o Sangue circule sem força, provocando a estase de Sangue do Coração.

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O fígado recebe o sangue e podemos ver, os pés recebem o sangue e podemos andar, as palmas das mãos recebem o sangue e podemos pegar, os dedos recebem o sangue e podemos aguarrar. Quando o sangue está em harmonia, os tendões e os ossos tem forço, as articulações são flexíveis, porém se o sangue for insuficiente, não poderá cumprir sua função de nutrir e umedecer e manifestam sintomas, tais como: diminuição da vista, olhos secos, pele seca e articulações rígidas.

CIRCULAÇÃO DO SANGUE

51 Jinye Jinye (líquidos orgânicos) é o nome que sintetiza todos os líquidos normais do corpo, incluindo-se: suor, lágrima, saliva, muco e urina. Os líquidos orgânicos têm por função umedecer e nutrir os ZangFu, tecidos e constituem um dos elementos importantes para a formação do Sangue. Os líquidos orgânicos formam-se da água e dos alimentos, através da função do Estômago e das funções de transformação e de transporte do Baço/Pâncreas, os Jinye são enviados para o Pulmão e, através da sua função de difusão, são distribuídos pelas vias do Triplo Aquecedor para todo o corpo, chegando externamente até a pele e internamente, filtrado nos Zang-Fu, a fim de umedecer e nutrir aos órgãos e tecidos. Finalmente, os líquidos orgânicos descem para a Bexiga, sofrendo a ação dos Rins onde ocorre a separação do puro e turvo, o límpido sobe para o Pulmão, de onde voltam a ser distribuídos por todo o corpo, enquanto o turvo converte-se em urina e é excretada pela uretra, mantendo assim o equilíbrio do metabolismo dos líquidos dentro do corpo. Os líquidos orgânicos servem principalmente para umedecer; por isso, a insuficiência, destes não pode umedecer os órgãos e a face e se observam, como conseqüência, olhos secos, secura na boca e garganta. A insuficiência dos líquidos nos órgãos internos produz também sintomas de secura, tais como: tosse seca por secura no pulmão, sede devido a secura no estômago, constipação por causa da secura no intestino grosso, etc. Os transtornos na distribuição e na excreção podem causar retenção de água sintomas como abundância de Mucosidade, edema, etc. Relações entre Jing, Qi, Xue e Jinye. Jing (Qi Essencial), Qi (Energia), Xue (Sangue) e Jinye (líquidos orgânicos) são gerados da mesma fonte provenientes da água e dos alimentos. Eles interagem, geram e aproveitam-se mutuamente, mantendo a produção e as atividades funcionais que estão intimamente ligadas, por exemplo: a) Jing pode converter-se em Qi e Qi em Jing. Yuan Qi (Qi original) inato provém de Jing dos Rins e é fortalecido pela nutrição das matérias essenciais convertidas da Água e dos alimentos pelo Estômago e pelo Baço/Pâncreas. A suficiência de Jing assegura a suficiência de Qi e a sua abundância produz Jing. b) Jing (Essência) e Xue (Sangue) têm a mesma origem. O Jing pode converter-se em Sangue e o Sangue em Jing. Os Rins armazenam o Jing e o Fígado, o Sangue: por isso a insuficiência de Jingxue (Sangue nutritivo) é tratada tonificando-se e fortalecendo o Fígado e o Rim. c) Yin dos Rins é a origem do líquido Yin. Os líquidos Yin dos Zang-Fu necessitam da nutrição Yin dos Rins; por isso, pela deficiência de Yin dos Rins origina a insuficiência dos líquidos orgânicos. O Jing dos Rins produz a medula e os líquidos orgânicos servem para tonificar e nutrir a medula cerebral, por isso, a insuficiência dos líquidos orgânicos enfraquece os ossos e debilita a medula. d) Qi é o comandante do Sangue. Qi (Energia) tem a natureza Yang e o Sangue, Yin. O sangue é produzido graças a ação da Energia, segundo o aforismo: “da Energia produz-se o Sangue”.

52 A circulação do Sangue depende do impulso do Qi do Coração, da função de difusão do Qi do Pulmão e da função de drenagem do Qi do Fígado, segundo: “enquanto circula a Energia, circula o Sangue”. O Qi do Baço/Pâncreas controla a circulação do Sangue, segundo: “Qi controla o Sangue”. Por isso, o Qi é o comandante do Sangue que é a síntese dos conceitos já mencionados. e) O Sangue é a mãe do Qi, significando que Qi funciona subordinado ao Sangue. Por exemplo, Yong Qi (Qi nutritivo) circula dentro dos vasos sanguíneos, Wei Qi (Qi defensivo) fora dos mesmos, Zhong Qi (Qi grande) dentro e fora dos vasos sanguíneos e o Qi funciona como o comandante do Sangue relacionado à nutrição suficiente deste. f) A abundância de Qi produz-se os líquidos orgânicos. O Qi pode converter-se em Água. A produção, distribuição e excreção dos líquidos orgânicos dependem da função de transporte e de transformação do Qi do Baço/Pâncreas e da função de difusão e da descida do Qi do Pulmão e da função de distribuição dos Rins; por isso, somente quando Qi está abundante é que se produz suficientes líquidos orgânicos. A deficiência do Pulmão, do Baço/Pâncreas e dos Rins, podem causar a retenção da Água que se manifesta com sintomas de abundância de Mucosidade ou de edema, embora o Qi exista anexado aos líquidos orgânicos. g) Os líquidos orgânicos e o Sangue têm a mesma origem. Os líquidos orgânicos formam a parte importante do Sangue. Em pacientes com insuficiência de líquido orgânico é normal apresentar a falta de Sangue e em pacientes com hemorragia observa-se a insuficiência de líquidos orgânicos. Finalmente, Jing, Qi, Xue e Jinye provêm da mesma fonte e se relacionam mutuamente. Os Rins armazenam o Jing (Essência) que é a Essência inata. O Qi, Xue e Jinye são provenientes dos alimentos que são transformados pelo Baço/Pâncreas e pelo Estômago constituem estas Energias ou Qi adquirido depois do nascimento. O Jing Qi inato necessita da nutrição constante de Jing Qi adquirido e a este não pode faltar o Jing Qi inato.

53 ANATOMIA HUMANA NOÇÕES BÁSICAS 

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ANATOMIA FUNCIONAL DO CORPO ENERGÉTICO - MERIDIANOS PRINCIPAIS CONCEITO E TRAJETO 

Meridiano da Bexiga

Vaso do Governador

Meridiano do Pulmão

Vaso da Concepção

Meridiano do Pericárdio Meridiano do Coração

Meridiano do Baço Pâncreas Meridiano do Fígado Meridiano do Rim

Distribuição dos Doze Meridianos Vista Anterior

Meridiano do Estômago

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Meridiano do Vaso Governador

Meridiano do Intestino Delgado

Shao Yan da Mão

Meridiano do Triplo Aquecedor

Meridiano da Bexiga

Distribuição dos Doze Meridianos Vista Posterior

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Shao Yang da Mão

Meridiano do Triplo Aquecedor

Tai Yang da Mão

Meridiano do Intestinop Delgado

Yang Ming da Mão

Meridiano do Intestino Grosso

Meridiano do Baço Pâncreas Meridiano da Vesícula Biliar

Distribuição dos Doze Meridianos Vista Lateral

99 MERIDIANO DE PULMÃO 

CHING Madeira

YUNG Fogo

SHU (IU) YUANN Terra

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10

9

LO

ALARME

TONIFICAÇÃO

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6

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KING Metal

HO Água

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ASSENTIMENTO SEDAÇÃO

V/1 – D/B13

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O meridiano do pulmão Tai-Yín da mão O meridiano do pulmão é de natureza Yin e apresenta-se acoplado ao meridiano do intestino grosso que é Yang. Recebe a energia do meridiano do Fígado e a transmite ao meridiano do intestino Grosso. Em relação aos cinco elementos, pertence ao elemento Metal de Yin, sendo sua Mãe do elemento Terra (o meridiano do baço-pâncreas) e seu Filho de Água (o meridiano dos Rins). Tem 11 pontos de cada lado.

100 Trajeto do meridiano Nascendo no nível do centro do abdômen, atravessa o diafragma, entra nos pulmões e alcança as axilas, onde se localiza o ponto Zhongfu. A partir desse ponto, o primeiro dos nove pontos intermediários do meridiano do pulmão desce ao longo da face radial e palmar do braço; segue pelo antebraço, para terminar ao nível do (leito ungueal) da unha do polegar, Desse modo, o número total dos pontos desse meridiano principal dos pulmões é onze. As doenças pulmonares apresentam síndromes diferentes, que se manifestam a medida que os pulmões estejam em excesso ou em deficiência. Se os pulmões estiverem num estado de excesso, será necessário dispersar a energia excedente. e se estiver em deficiência, será preciso tonificá-los. II. Sintomatologia 1. Sintomas principais A. Respiratórios: mal estar torácico; dispnéia; tosse com ou sem expectoração; hemoptise; dor torácica; calafrios; febre; coriza. B. Cutâneos: hiperidrose; sudorese noturna; urticária; dor cutânea. C. Mental: medo; depressão; claustrofobia. D. Membros superiores: dor ou parestesia ao longo da área do meridiano. 2. Sintomas de Pulmão em Excesso de Energia: Respiração ruidosa; voz alta; distensão torácica; dor dorsal alta; dor nos ombros e braços; dor cutânea; hemoptise; tosse com chiado; febre; calafrios; dor torácica; expectoração purulenta ou de odor fétido. 3. Sintomas de pulmão em deficiência energética: Taquipnéia com tosse; escarro fluido; voz fraca ou baixa; chiado seco; sudorese noturna; medo; claustrofobia; depressão; parestesia profunda e mal definida ao longo da área do meridiano. Os pontos mais importantes do meridiano do pulmão 1. Zhongfu (P1) Ponto assentimento ventral do Pulmão. Localização: no lado ântero-lateral do peito, abaixo do ponto Yumnen(P2) fossa entre a clavícula e o ombro), no espaço entre a primeira e a segunda costela, distâncias do lado da linha média do corpo. Indicações: Tosse; falta de ar; dispnéia; asma; bronquite; dor no ombro; tuberculose; neuralgia intercostal. Funções energéticas tradicionais . Regula o Qi do Pulmão, fazendo a harmonização e sua circulação; . Difunde o Qi do Pulmão; . Tonifica o Qi Ancestral; . Faz a limpeza e descongestiona o Qi do Aquecedor Superior; . Elimina o Calor Perverso.

101 2. Chize (P5): ponto Ho, pertence ao elemento Água. Localização: na linha média do cúbito do lado medial do cotovelo. No lado do tendão do músculo bíceps braquial. Indicações: tosse; bronquite; amidalite, pneumonia; pleurite; tuberculose pulmonar; dor no ombro, braço e peito; dor no joelho. Funções energéticas tradicionais . Dissipa e elimina o Calor e o Vento-Calor do Pulmão; . Regula a via das Águas; . Dissipa o Calor do Aquecedor Superior; . Faz circular o Qi para baixo; . Promove a dispersão do Yang Qi excessivo do Pulmão; . Alivia a plenitude de Qi do tórax. 3. Lieque (P7): ponto Lo Localização: no lado medial do antebraço, 1,5 distância da acima da linha do punho entre os tendões do músculo adutor longo do polegar e do músculo extensor longo carpo-radial. Indicações: dor de cabeça (frontal); rigidez da nunca; tosse; asma; paralisia facial; dor no antebraço e mão; dor no peito. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza o Qi do Pulmão; . Promove a circulação de Qi do Pulmão; . Promove o peristaltismo intestinal; . Regula o Qi do Ren Mai; . Dispersa o Vento Perverso; . Promove a dispersão do Yang excessivo do Pulmão. 4. Jingqi (P8): ponto Jing, pertence ao elemento Metal. Localização: 1 distância acima da linha do punho, no lado medial do processo estilóideo-radial, no lado da artéria. Indicações: tosse; dor no peito, dor de garganta; dor no punho. Indicação tradicional “Nos casos de tosse com rosto inchado, mas sem edema verdadeiro, devem-se estimular os pontos King do Canal de Energia do Pulmão e do Estômago: o P-8 (Jingqu) e o E-4 (Dicang)”. (Su Wen) 5. Taiyuan (P9): ponto pertence ao elemento Terra Localização: no lado medial e radial, no fim da linha do punho, entre os tendões do músculo adutor longo do polegar, e músculo extensor largo carpo-radial. Indicações: asma; tosse; tuberculose pulmonar; dor no peito e mamas; amidalite; dor no braço. Funções energéticas tradicionais . Regula e harmoniza o Qi do Pulmão; . Promove a ligação do Aquecedor Superior com o Qi do Pulmão; . Aumenta a circulação de Sangue no Pulmão; . Dissipa o Vento Perverso; . Transforma a Mucosidade e a Umidade-Calor; . Dispersa a estagnação de Qi alojado no Canal de Energia;

102 . Descongestiona o tórax; . Ponto de abertura dos vasos sangüíneos; . Harmoniza o Qi em tumulto. 6. Yuji (P10): ponto Ying, pertence ao elemento Fogo. Localização: no lado palmar, acima da junta do primeiro metacarpo digital, entre as peles escura e clara. Indicações: tosse; asma; hemoptise; amidalite; laringite; voz rouca; dor no peito; dor no punho. Funções energéticas tradicionais . Regula o Qi do Pulmão; . Faz circular o Qi no Canal de Energia do Pulmão; . Harmoniza o Qi contracorrente dos 12 Canais de Energia; . Faz circular o Qi da garganta; . Refresca o Calor do Pulmão e do Sangue; . Dispersa o Vento-Calor; . Dissipa o Yang excessivo dos 12 Canais de Energia Principais. 7. Shaoshang (P11): ponto pertence ao elemento Madeira. Localização: no lado radial da unha do polegar, 0,1 distância acima do leito ungueal. Indicações: amidalite; coma; epistaxe; palatite; diarréia crônica infantil. Funções energéticas tradicionais . Faz circular o Qi do Pulmão e do Estômago; . Faz aumentar o Yang Qi; . Acalma o Shen; . Dissipa o Calor do Sangue; . Refresca o Calor do Pulmão; . Descongestiona o Qi estagnado na garganta; . Reanima o estado de inconsciência. 8. Feishu (B13): Ponto de assentimento dorsal do Pulmão. Localização: na linha vertical, entre a linha central da espinha e a borda medial da escápula, 1,5 distância no lado da linha central das costas, ao nível da borda-inferior do processo espinhal da terceira vértebra dorsal (T3). Indicações: tosse; pneumonia; bronquite; dispnéia; asma; tuberculose pulmonar; dor nas costas; dermatite; prurido. Funções energéticas tradicionais: harmoniza , tonifica e difunde o Qi do Pulmão. harmoniza o Qi do aquecedor superior do tórax. harmoniza o Yang Qi. faz recuperar a perda do Qi provocada pelos esforços. faz a limpeza do falso calor do pulmão dispersa o vento, o vento-frio, o vento-calor e o frio perverso.

ÓRGÃO PULMÕES

Tratamento pelos 5 elementos HIPOATIVO HIPERATIVO Tonificação Sedação Tonificação Sedação P9 BP3 P10 C8 P5 R10 P10 C8

103 MERIDIANO DO INTESTINO GROSSO 

CHING Metal

YUNG Água

SHU (YUANN) Madeira

KING Fogo

HO Terra

1

2

3–4

5

11

LO

ALARME

TONIFICAÇÃO

6

7

11

ASSENTIMENTO SEDAÇÃO

V/E25 – D/B25

2

O Meridiano do intestino grosso, Yang-Min do braço. Este meridiano é Yang, acoplado com o meridiano do pulmão, que é Yin. Recebe energia do meridiano do pulmão, transmitindo-a ao meridiano do estômago.Seu elemento é o Metal de Yang, sendo sua mãe do elemento Terra (o meridia no do estômago) e seu filho de Água. (o meridiano da bexiga). Tem 20 pontos cada lado. Trajeto do meridiano O meridiano principal do intestino grosso tem seu inicio na ponta do dedo indicador, sendo a continuação do fluxo energético do meridiano do pulmão (de uma ligação de Lieque (P7), a Shangyang (IG1).

104 O meridiano do intestino grosso sobe pelo dedo indicador dorso-radial da mão, passando pelo músculo do primeiro interossal, depois pela face dorso-radial do antebraço, entre os músculos extensores longo e curtos do polegar; sobe até o dorso lateral do cotovelo, na borda lateral do músculo bíceps e tríceps do braço, chegando ao ombro. Do ombro, o meridiano caminha pela região superescapular, liga com Du-Mai no ponto Dazhui (DM 14), depois volta para a fossa supraclavicular, ligando-se ao ponto Quepen (E 12) do meridiano do estômago. Desse ponto, parte um ramo pelo espaço mediastínico que desce para o abdome, ligando-se com o intestino grosso. Do espaço mediastinal sai uma conexão que se liga aos pulmões. Da fossa supraclavicular, o meridiano sobe pela borda lateral do músculo esternocleidomastóideo do pescoço até a região mandibular pelo lado da boca e caminha pelo lado oposto a asa do nariz, cruzando na altura do lábio. II. Sintomatologia 1. Sintomas principais: A. Boca: gengivite; odontalgias: caninos, pré-molares e molares baixos. B. Garganta: laringite; amidalite e boca seca. C. Nariz: coriza; obstrução e epistaxe. D. Nuca e braços: dor no pescoço e inchação; algias no membro superior; arroto; náuseas e vômito; dor epigástrica; indigestão; sensação de vazio gástrico; mau hálito; constipação. E. Condições gerais: fadiga; cansaço aparente; calafrios; tremor; bocejos freqüentes; ulcerações da mucosa; febre (às vezes); sudorese (às vezes). F. Face: paralisia ou espasmo facial; acne; obstrução nasal; coriza (sinusite maxilar). G. Mental: pouca sociabilidade; aversão ao fogo; busca de isolamento; P.M.D. (psicose maníacodepressivo). H. Membros: dor; parestesia; frieiras; adormecimento ao longo do meridiano. I. Intestino Grosso: dor abdominal; borborigmos; constipação ou diarréia. 2. Sinais e sintomas de excesso energético do meridiano. A. Fome freqüente; dor e distensão epigástrica; secura e mau hálito; urina amarelada; constipação; sensação de calor pelo corpo, inchaço do pescoço e dor de garganta; espasmos faciais; dor nas pernas e nos joelhos; parestesia; adormecimento no braço ao longo do caminho do meridiano do intestino grosso dor de garganta; febre e epistaxe; boca seca ou queimação; borborigmo; dor abdominal. 3. Sintomas e sinais de deficiência energética: Sensação de frio nas extremidades; aumento do peristaltismo; diarréia. III. Pontos do meridiano do intestino grosso 1. Shangyang (IG 1): ponto pertence ao elemento Metal. Localização: no lado radial do dedo indicador, 0,1 distância posterior e radial no leito ungueal. Indicações: furunculose no rosto; amigdalite; dor de dentes; apoplexia; coma; glaucoma; dor no ombro; dedos adormecidos.

105 Funções energéticas tradicionais . Faz a difusão do Qi do Pulmão; . Dissipa o Calor da superfície e o Vento Perverso; . Dissipa e limpa o Calor do Pulmão; . Seda e dissipa o Calor Perverso do Yang Ming da mão; . Fortalece o Qi da garganta; . Reanima o estado de inconsciência. 2. Erjian (IG2): ponto Ying, pertence ao elemento Água. Localização: no lado radial do dedo indicador, na depressão distal da junta metacarpo-falângica. Indicações: epistaxe, dor de dentes; amigdalite; faringite; bursite de ombro; febre. Funções energéticas tradicionais . Fortalece o Qi da garganta; . Faz circular o Qi do Canal de Energia Yang Ming; . Dispersa o Calor e o Vento-Calor do Yang Ming; . Dispersa o Calor da garganta. 3. Sanjian (IG3): ponto pertence ao elemento Madeira. Localização: no lado dorsal da mão, no lado radial do segundo metacarpo, na depressão atrás da segunda junta metacarpo-falângica. Indicações: laringite; amigdalite; dor de dentes; trigeminalgia; dor no olho; bursite de ombro; tendinite de cotovelo; boca seca; língua amarela; falta de apetite. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza o Qi do Intestino Grosso; . Dispersa o Calor do Yang Ming; . Descongestiona o Qi estagnado da garganta; . Transforma a Umidade-Calor. 4. Hegu (IG4): ponto Yuann. Localização: no lado dorsal da mão, entre o primeiro e o segundo osso metacarpo no meio do primeiro músculo interósseo dorsal; ao abrir o polegar e o dedo indicador, no meio da linha entre a junção do primeiro e do segundo osso metacarpo, o ponto médio da borda da palma, ou quando fecha a mão, entre o primeiro e o segundo metacarpo, o ponto mais alto em cima do músculo interósseo. Indicações: dor de cabeça; dor de dentes; amigdalite; laringite; rinite; epistaxe; asma; bronquite; paralisia facial; dor no braço e ombro; gripe; hipoidrose ou hiperidrose; insônia; nervosismo; zumbido ou distúrbio do ouvido; escabiose. Funções tradicionais energéticas . Facilita o trânsito e a descida dos alimentos do Estômago para os Intestinos; . Libera o Calor Perverso interno para a superfície do corpo; . Dispersa o Vento, Vento-Calor e o Vento-Frio; . Dispersa o excesso de Qi do Coração; . Promove a desobstrução de Qi estagnado dos Canais de Energia; . Ativa a circulação de Qi e de Sangue nos Vasos Sangüíneos; . Clareia a visão; . Reanima o estado de inconsciência; . Transforma a Mucosidade, a Umidade-Calor; . Tonifica o Wei Qi.

106 5. Yangxi (IG5): ponto Jing, pertence ao elemento Fogo. Localização: no lado dorso-radial do punho, um pouco distal do osso rádio, onde a uma depressão entre os tendões do músculo extensor curto e longo do polegar, ao esticar e abrir o polegar. Indicações: dor de cabeça; conjuntivite; zumbido; distúrbios do ouvido; dor de garganta; amigdalite; dor de dentes; dor no punho e na mão. Funções tradicionais energéticas . Acalma o Shen; . Dispersa o Vento-Calor e o Vento; . Dispersa o Calo e o Vento Perverso situados no Yang Ming; . Transforma a Umidade-Calor. 6. Wenlu (IG7): ponto Alarme do meridiano Localização: 5 distância acima do punho, no lado dorso-radial do antebraço, entre o músculo adutor longo do polegar e músculo extensor curto do carpo-radial. Indicações: dor de dentes; furunculose no rosto e braços; amigdalite; dor no braço; estomatite; parotidite; glossite; inchação no rosto. Funções tradicionais energéticas . Acalma o Shen; . Harmoniza o Qi do Intestino Grosso; . Fortalece o Qi do Yang Ming (Estômago e Intestino Grosso); . Transforma a Umidade; . Umedece a garganta e fortalece a língua. 7. Quchi (IG11): Ponto Yuann pertence ao elemento Terra. Localização: no lado radial do cotovelo, no músculo braquiorradial; ao dobrar o cotovelo, na depressão radial no fim da linha cubital. Indicações: dor no cotovelo (tênis elbow); dor no ombro; dor no joelho; paralisia no braço hemiplegia; febre; hipertensão; amigdalite; pleurite; dermatite; eczema; tuberculose; pneumonia; conjuntivite; dismenorréia; reumatismo. Funções tradicionais energéticas . Regula a circulação de Qi e de Sangue nos Canais de Energia; . Harmoniza a Energia Essencial e o Sangue, fortalece o Sangue; . Fortalece as articulações; . Elimina o Vento Perverso e a Umidade; . Elimina o Calor Perverso do Yang Ming; . Refresca o Calor, reduz a febre; . Transforma a Umidade-Calor; . Regula e umedece o Intestino Grosso; . Regula o Qi do Pulmão. 8. Feishu (B25) Ponto de assentimento dorsal do Intestino Grosso Localização: 1,5 distância, lateral da borda inferior do processo espinhal da vértebra (L4). Indicações: lombalgia, dor de barriga, borborigmos, distensão abdominal; diarréia ou constipação. Funções energéticas tradicionais: Harmoniza e umedece o Qi dos intestinos.

107 Aumenta o Qi da nutrição. Dissolve a estagnação do Qi dos intestinos. Afasta a umidade-calor do intetsino grosso; Drena a umidade-frio do intetsino delagado. 9. Tianshi (E25): Ponto de assentimento ventral do Intestino Grosso Localização: 3 distancia ao lado na linha lateral do músculo retoabdominal. Indicações: gastrenterite aguda ou crônica; disenteria; diarréia alérgica; borborigmo; náusea e vomito; distensão abdominal; constipação; ascite; apendicite; anexite; dismenorréia. Funções energéticas tradicionais . Regula a circulação de Qi; . Harmoniza o Qi do Estômago e dos Intestinos; . Harmoniza o Qi Nutrição e fortalece o Baço/Pâncreas/Estômago; . Dispersa a Umidade e a Umidade-Calor; . Drena a Umidade e a Umidade-Frio; . Aquece o Frio; . Regula o Qi e o sangue; . Produz o líquido orgânico; . Dispersa a estagnação de Qi e de alimentos do Estômago e dos Intestinos; . Regula a menstruação. Tratamento pelos 5 elementos ÓRGÃO INT.GROSSO

HIPOATIVO Tonificação Sedação IG11 E36 IG5

ID5

HIPERATIVO Sedação Tonificação IG2 B66 IG5 ID5

108 MERIDIANO DO ESTÔMAGO 

CHING Metal

YUNG Água

SHU (YUANN) Madeira

KING Fogo

HO Terra

45

44

43 - 42

41

36

ASSENTIMENTO

SEDAÇÃO

V/VC12 – D/B21

45

LO

40

ALARME TONIFICAÇÃO

34

41

O Meridiano do estômago, Yang - Yin da perna. O meridiano do estômago recebe energia do meridiano do intestino grosso, transmitindo-a ao meridiano do baço-pâncreas. É um meridiano Yang acoplado com o meridiano do baço-pâncreas, que é Yin. Em relação aos cinco elementos é de Terra, sendo sua Mãe de Fogo (o meridiano do intestino delgado) e seu Filho de Metal (o meridiano do intestino grosso). Tem 45 pontos de cada lado.

109 I.Trajetória O meridiano do estômago do Yang/Yin da perna tem sua origem nos dois lados do nariz e, comunicando-se com o meridiano da bexiga na raiz do nariz, penetra pelo arco dentário superior e sai pela pálpebra inferior do olho, descendo pelo ângulo da boca para a mandíbula. A partir do ângulo mandibular, sobe pelo arco zigomático na frente do ouvido e passa pela testa até a borda do cabelo. O ramo principal do meridiano do estômago desce pela mandíbula no ponto Dayin (E5), desce pelo lado ântero-lateral do pescoço ao longo do lado medial do músculo esternocleidomastóideo até a fossa supraclavicular onde se situa o ponto Quepen (E12). A partir do ponto Quepen (E12), o meridiano do estômago divide-se em dois ramos, sendo um profundo e outro superficial. O ramo profundo desce ao longo do esôfago, passa pelo diafragma até a região do estômago e tem um ramo que liga com os órgãos do baço-pâncreas. O ramo superficial do meridiano do estômago desce pelo ponto Quepen (E12) pela linha do mamilo; passa na borda costal; atravessa a lateral do músculo retoabdominal até a região inguinal na lateral do osso púbico; desce pela borda medial da artéria femoral; depois segue pelo lado ântero-lateral da coxa, na origem dos músculos sartório e tensor da borda lateral do músculo reto-femural ao longo da patela dos joelhos; atinge o lado ântero-lateral da tíbia e o lado do músculo da tíbia anterior até o dorso do pé, passando entre o segundo e o terceiro metatarso até o segundo dedo do pé. II.Sintomatologia 1. Sintomas principais A. Gastrintestinais: distensão gástrica; arroto; náuseas e vomito; dor epigástrica; indigestão; sensação de vazio gástrico; mau hálito; constipação. B. Condições gerais: fadiga; cansaço aparente; calafrios; tremor; bocejos freqüentes, ulcerações de mucosa. C. Fase: paralisia ou espasmos facial, acne; obstrução nasal; coriza (sinusite maxilar). D. Mental: pouca sociabilidade; aversão ao fogo; busca de isolamento; P.M.D. (psicose maníacodepresiva). E. Membros: dor; parestesia; frieiras; adormecimento ao longo do meridiano. 2.Sinais e sintomas de excesso energético do meridiano: Fome freqüente; dor e distensão epigástrica; secura e mau hálito; urina amarelada; constipação; sensação de calor pelo corpo; inchaço do pescoço e dor de garganta, espasmos faciais; dor nas pernas e joelhos (ao longo do meridiano). 3. Sinais e sintomas de deficiência energética do meridiano: Calafrios; bocejos; sensação de cansaço; suspiros; depressão; pessimismo; indisposição; ardência apetite; distensão gástrica; eliminação de fezes mal formadas; disenteria; paralisia facial. III. Os pontos do meridiano do Estômago. 1. Jiexi (E41): ponto pertence ao elemento Fogo. Localização: no ponto médio dorsal do tornozelo acima do ligamento cruzado, entre os tendões do músculo extensor hallux longo e o extensor longo dos dedos. Indicações: dor de cabeça frontal; tontura; inchaço no rosto; distensão abdominal; constipação; diarréia; torção no tornozelo; perna e pé adormecidos. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza as funções energéticas do Estômago e dos Intestinos; . Fortalece o Qi do Baço/Pâncreas; . Acalma o Shen e clareia a mente; . Tonifica o Qi dos tendões e dos músculos; . Dispersa a Umidade e o Vento; . Faz a limpeza do Calor do Estômago.

110 2. Fenglong (E40): ponto Lo. Localização: 8 distância abaixo do joelho; 0,5 distancia ao lado do ponto Tiakou (E38), na borda lateral do músculo extensor dos dedos. Indicações: asma; constipação; edema nas pernas; pernas adormecidas ou paralisadas; hemiplegia; dor de cabeça; amigdalite; apoplexia e hipertensão. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza o Qi do Estômago e fortalece o Qi do Baço/Pâncreas; . Acalma o Shen e transforma a Mucosidade do Coração; . Faz limpeza do Calor do Estômago e do Calor Perverso; . Transforma e dissolve a Umidade, a Umidade-Calor, a Mucosidade; . Drena a Umidade e a Umidade-Frio. 3. Xiangu (E43): ponto pertence ao elemento Madeira. Localização: na depressão entre o segundo e o terceiro metatarso, da junta metararso-falangeal, no lado do músculo interósseo dorsal. Indicação: inchaço no rosto; conjuntivite; cólica abdominal; ascite; hipertranspiracão noturna; dor no lado dorsal do pé; dor na palma da mão; amigdalite; metatarsalgia; bocejo. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza o Qi do Estômago; . Transforma a Umidade; . Dispersa o Vento Perverso. 4.Neiting (E44): ponto Ying, pertence ao elemento Água. Localização: entre o segundo e o terceiro dedo do pé, na frente das juntas metatarso-falangianas. Indicações: dor de dentes; epistaxe; amigdalite; laringite; artrite da junta temporo-mandibular; dissensão abdominal; cólica do intestino; disenteria; dismenorréia; bocejo. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza o Qi do Estômago e dos Intestinos; . Faz circular o Qi dos Estômagos; . Dissipa a estagnação de Qi do Yang Ming; . Transforma a Umidade- Calor; . Dissipa o Vento-Calor; . Faz a limpeza do Calor do Estômago e do Calor-Perverso; . Refresca o Calor do Yang Ming. 5. Lidui (E45): ponto pertence ao elemento Metal. Localização: 0,1 distância no lado do leito ungueal do segundo dedo do pé. Indicações: gengivite; amigdalite; hepatite; paralisia facial; epistaxe; rinite; excesso de sonhos; comportamento maníaco. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza o Qi do Estômago e dos Intestinos; . Acalma o Shen; . Elimina o Calor e a Umidade; . Dispersa o Calor Perverso do Yang Ming; . Reanima o estado de inconsciência. 6. Zusanli (E36): ponto pertence ao elemento Terra. Localização: 3 distancias abaixo da patela entre o músculo da tíbia anterior e o músculo extensor longo dos dedos.

111 Indicações: indigestão; distensão abdominal; constipação; enterite; paralisia na perna; náuseas; dor no estômago; disenteria; paralisia facial; epilepsia; rinite; laringite; gastrite e é também usado para o fortalecimento geral do corpo. Funções energéticas tradicionais . Regula, harmoniza e fortalece o Qi Mediano (Baço/Pâncreas/Estômago); . Tonifica o Qi Nutrição, o Qi e o sangue; . Regula e umedece os Intestinos; . Harmoniza e tonifica o Qi do Pulmão; . Tonifica o Qi dos Rins e do Yuan Qi; . Tonifica o Wei Qi, restaura o Yang Qi e forma o Jin Ye; . Faz circular o Qi e o sangue; . Aumenta a Energia Essencial; . Redireciona o Qi em tumulto; . Transforma a Umidade e a Umidade-Calor; . Drena a Umidade e a Umidade-Frio; . Dispersa o Vento e o Frio. 7. Weishu (B21): ponto de assentimento dorsal do Estômago. Localização: 1,5 distancia lateral do processo espinhoso da coluna vertebral (T12) Indicações: gastralgia; úlcera péptica; distensão gástrica; dispepsia; anorexia; náuseas e vômitos; regurgitação; borborigmos; magreza. Funções energéticas tradicionais: harmoniza e fortalece o Qi do baço/pancreas e o Qi mediano. Fortalece o Qi do estomago. Tonifica o Qi do sangue. afasta a umidade, a umidade-calor e a mucosidade. drena a umidade e a umidade-frio. 8. Zhongwan (VC12): ponto de assentimento ventral do Estômago. Localização: 4 distancias acima do umbigo na linha central; do abdome; no meio ponto entre o processo xifóide e o umbigo. Indicações: epigastralgia; distensão abdominal; borborigmo; dor intestinal; diarréia; regurgitação de ácido; vômito; icterícia. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza, fortalece e tonifica o Qi do Baço/Pâncreas; . Harmoniza o Qi do Estômago e do Aquecedor Médio; . Tonifica o Yong Qi(nutrição); . Redireciona o Qi em tumulto contracorrente; . Harmoniza o Qi e o Sangue; . Dispersa a Umidade, a Umidade-Calor e a Mucosidade.

Tratamento pelos 5 elementos ÓRGÃO ESTÔMAGO

HIPOATIVO Tonificação Sedação E41 ID5 E43 VB41

HIPERATIVO Sedação Tonificação E45 IG1 E43 VB41

112 MERIDIANO DO BAÇO PÂNCREAS 

CHING Madeira

YUNG Fogo

SHU (IU) YUANN Terra

KING Metal

HO Água

1

2

3

5

9

LO

ALARME

TONIFICAÇÃO

4

8

2

ASSENTIMENTO SEDAÇÃO

V/F13 – D/B20

5

O Meridiano do Baço/Pâncreas, Tai-Yin da perna. Este meridiano é de natureza Yin e apresenta-se acoplado ao meridiano do estômago, que é de natureza Yang. Recebe a energia do meridiano do estômago, e transmites ao meridiano do coração. Pertence ao elemento Terra de Yin, enquanto sua Mãe é do elemento Fogo, de Yin (o meridiano do coração) e seu filho é de Metal, (de Yin do meridiano do pulmão). Tem 21 pontos de cada lado.

113 I. Trajetória Este meridiano começa no dedão do pé; sobe ao longo do lado medial do dedão, primeiro metatarso ao maléolo medial. Continua ao longo da borda póstero-medial da tíbia; passa pelo lado medial do joelho, e sobe pelo lado medial da coxa, atingindo a região da virilha; dai, segue pela região ânterolateral do abdome e lateral do peito até a axila. O ramo profundo parte da região inguinal, introduz-se na cavidade do abdome; liga-se ao meridiano do baço-pâncreas e estômago; passando pelo diafragma; contorna então o esôfago e atinge a raiz e o lado inferior da língua. Este meridiano possui um outro ramo que sai do estômago, passa pelo diafragma e liga-se ao coração. II. Sintomatologia 1.Sintomas principais A. Gerais: desnutrição; palidez. B. Gastrintestinais: epigastralgia; distensão abdominal; eructação; náuseas e vômitos depois de comer; dispepsia; opressão no peito; diarréia; icterícia; dor na raiz da língua; corpo desvitalizado e indolente; depressivo; insônia; sonolência e tendência a sonhar. C. Musculares: distrofia e fraqueza muscular. D. Hematológicos: anemia; menorragia. E. Psicológicos: dificuldade de concentração; preocupação; depressão. 2.Sintomas e sinais de excesso energético: Distensão abdominal, epigastralgia; icterícia e febre; dor nas articulações, eructação, constipação. 3. Sintomas e sinais de deficiência energética: Distensão do intestino; borborigmo; diarréia; indigestão; inapetência; náuseas e vomito; insônia (acorda facilmente); fraqueza e distrofia dos membros; indolência; ascite. III. Os pontos do meridiano do Baço/Pâncreas. 1. Yinbai (BP 1): ponto pertence ao elemento Madeira. Localização: no lado medial do dedão do pé; 0,1 distância póstero medial do leito ungueal. Indicações: distensão abdominal; diarréia; menstruação irregular; menorragia; insônia; distúrbio mental; sonolência; tendência ao sonho. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza e tonifica o Qi do Baço/Pâncreas; . Aumenta e aquece o Qi do Baço/Pâncreas; . Harmoniza e aquece o Qi do sangue; . Acalma o Shen e clareia a mente; . Faz conter o Sangue dentro dos vasos sangüíneos. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza e tonifica o Qi do Baço/Pâncreas; . Aumenta e aquece o Qi do Baço/Pâncreas; . Harmoniza e aquece o Qi do sangue; . Acalma o Shen e clareia a mente; . Faz conter o Sangue dentro dos vasos sangüíneos. 2. Dadu (BP2): ponto pertence ao elemento Fogo. Localização: no lado medial do dedão do pé, ántero-inferior da articulação do primeiro metararsofalangeal, entre as peles escura e clara.

114 Indicações: distensão abdominal; cólica abdominal; lombalgia; gastrenterite; indigestão; constipação; cansaço do corpo. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza o Qi do Baço/Pâncreas e do Estômago; . Dissolve a estagnação do tubo digestivo. 3. Taipai (BP3): ponto pertence ao elemento Terra. Localização: no lado medial do pé, póstero-inferior do joanete (na articulação do primeiro metatarsofalangeal), na linha da junção da pele escura e clara. Indicações: gastralgia; distensão abdominal; cólica do intestino; indigestão; gastrenterite; disenteria; hemorróidas; artrite no pé; gota; lombalgia. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza e fortalece o Qi do Baço/Pâncreas; . Harmoniza o Qi do Estômago e dos Intestinos; . Harmoniza o Qi do Aquecedor Médio; . Transforma a Umidade e a Umidade-Calor. 4.Gungsun (BP4): ponto Lo. Localização: no lado medial do pé; 1 distância atrás da articulação metatarso-falangeal; na junção da pele escura e clara. Indicação: gastralgia; dispepsia; inapetência; náuseas e vômitos; diarréia; distensão do estômago e intestino; cólica abdominal; colite crônica; inchaço do rosto; gota; metatarsalgia; epilepsia. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza e fortalece o Qi do Baço/Pâncreas; . Harmoniza o Qi do Estômago e dos Aquecedores Médio e Inferior; . Fortalece o Qi do sangue e harmoniza o “mar do Sangue”; . Acalma o Shen e clareia a mente; . Harmoniza o Qi do Chong Mai e a menstruação; . Harmoniza a circulação de Qi nos Canais de Energia; . Dissolve a Umidade e a Umidade- Calor do Baço/Pâncreas e do Estômago. 5. Shangqiu (BP5): ponto pertence ao elemento Metal. Localização: na fossa ántero-inferior do maléolo medial do tornozelo, no ponto de encontro das linhas na borda anterior e inferior do maléolo medial. Indicações: distensão abdominal; borborigmo; dispepsia; vômito; diarréia; constipação; icterícia; hemorróidas, dor no tornozelo. Funções energéticas tradicionais . Fortalece o Qi do Baço/Pâncreas e do Estômago; . Harmoniza o Qi do Aquecedor Médio; . Transforma a Umidade-Calor; . Remove a Umidade. 6. Yinlingquan (BP9): ponto pertence ao elemento Água. Localização: no lado medial da cabeça da tíbia; na depressão da borda póstero-inferior da tíbia; na linha inferior da tuberosidade da tíbia. Indicações: distensão abdominal; indigestão; cólica abdominal; diarréia; disenteria; edema; oligúria; ascite, dor gênito-urinaria; micção noturna; menstruação irregular; dor na perna e joelho; furunculose na coxa medial, dor no cotovelo.

115 Funções energéticas tradicionais . Harmoniza, tonifica e aquece o Qi do Baço/Pâncreas; . Harmoniza o Qi do Estômago e do Aquecedor Inferior; . Harmoniza o Qi da Bexiga e da via das Águas; . Dissolve a Umidade e a Umidade-Calor; . Remove a obstrução de Qi do Triplo Aquecedor. 7. Danshu (B20): ponto de assentimento dorsal do Baço/Pâncreas. Localização: 1,5 distância, lateral da borda inferior do processo espinhoso da vértebra (T11). Indicações: anorexia; dor no estômago; ulcera péptica; magreza; hepatite; cirrose; dispepsia; regurgitamento; diarréia crônica; distensão. Funções energéticas tradicionais: harmoniza o Qi do baço-pancreas e do fígado harmoniza o Qi do estomago e do aquecedor médio faz aumentar a energia Terra harmoniza o Qi do sangue e o Yong Qi drena a umidade e a água em excesso afasta a umidade e a umidade-calor 8 Zhangmen (F13): ponto de assentimento ventral do Baço/Pâncreas. Localização: na borda inferior do ponto final da décima primeira costela, no lado do abdome. Indicações: inchação do baço; distensão abdominal; cólica biliar; dor no lado do abdome; borborigmo; indigestão; diarréia; magreza. Funções energéticas tradicionais: “Nas afecções devidas ao Vento Perverso que manifestam dores muito intensas na região dorsal, como se a coluna estivesse quebrada, para o tratamento deve-se estimular o ponto F-13 (Zhangmen).”(Su Wen). “Se a Energia Defensiva Wei não circula, estagnando-se no ventre e no tórax, manifesta-se uma sensação de distensão no Estômago, com respiração ardente; deve-se estimular o F-13 (Zhangmen).”(Su Wen) 9 Diji (BP8): ponto de Alarme do meridiano do Baço/Pâncreas. Localização: no lado medial da perna, 5 distancias abaixo do joelho, 3 distancias abaixo do ponto Yinlingquan (BP9), na borda posterior da tíbia. Indicações: distensão abdominal; falta de apetite; indigestão; diarréia; dismenorréia (menstruação dolorosa); leucorréia (corrimento mucopurulento esbranquiçado); hérnia inguinal; aspermia (falta de emissão de esperma); lombalgia. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza e tonifica o Qi do Baço/Pâncreas e do Sangue; . Fortalece o Sangue e promove a sua circulação; . Harmoniza a menstruação e o Qi do útero.

Tratamento pelos 5 elementos ÓRGÃO BAÇO/PÂNCREAS

HIPOATIVO Tonificação Sedação BP2 C8 BP1

F1

HIPERATIVO Sedação Tonificação BP5 P8 BP1 F1

116 MERIDIANO DO CORAÇÃO 

CHING Madeira

YUNG Fogo

SHU (IU) YUANN Terra

KING Metal

HO Água

9

8

7-7

4

3

LO

ALARME

TONIFICAÇÃO

ASSENTIMENTO

SEDAÇÃO

5

6

9

V/VC14 – D/B15

7

O Meridiano do coração, Shao-Yin da Mão Este meridiano é de natureza Yin, apresenta-se acoplado ao meridiano do intestino delgado, que é Yang. Recebe energia do meridiano do baço-pâncreas, transmitindo-a ao meridiano do intestino delgado. Em relação aos cinco elementos, pertence ao Fogo de Yin, sendo sua Mãe o meridiano do Fígado (Madeira) e seu Filho o meridiano do baço-pâncreas (Terra). Tem 9 pontos de cada lado. I. Trajetória A energia deste meridiano sai do coração pelo caminho do nervo autônomo do sistema cardiovascular; descendo, passa pelo diafragma, comunicando-se com o intestino-delgado. O ramo principal sai do coração e sobe pelo pulmão, atingindo a axila.

117 Passa então ao longo do medial e ulnar do braço e desce pelo epicôndilo medial do cotovelo e pelo lado medial dos músculos flexores ulnar carpal. Passa pelo pulso entre o quarto e quinto metacarpos da mão e chega ao ponto do dedo mínimo. O ramo colateral profundo sobe do coração ao longo do esôfago, da faringe e da raiz da língua, passa atrás do nariz, por entre os olhos, comunicando-se com os seus tecidos. II. Sintomatologia 1. Sintomas principais A. Coração: falta de ar; aperto no coração; palpitação; dor no coração. B. Vasculares: sensação de calor e rubor no rosto; calor na palma da mão; suor noturno. C. Boca - língua: seca e sede; rigidez na língua, língua avermelhada e apresentando úlceras. D. Braço: dor, adormecimento ou formigamento no braço, ao longo do meridiano. E. Mental: nervosismo; insônia; falta de memória; muito sonho. 2 Sintomas e sinais de excesso de energia: Boca seca e sede; dor no coração (precordial); dor no trajeto do meridiano; rosto avermelhado; ansiedade e insônia; língua rígida, apresentando coloração avermelhada e úlceras; aumento da pulsação. 3. Sintomas e sinais de deficiência energética: Dispnéia no esforço; aperto no peito, palpitação; muito sonho; insônia, calor na palma da mão; hipertranspiração a noite; falta de memória; membros frios. III. Os pontos do meridiano do coração 1. Shaohai (C3): ponto pertence ao elemento Água. Localização: no lado radial do epicôndilo medial do úmero, acima do e do músculo flexor do antebraço. Indicação: dor de dentes; dor de cabeça; dor na nuca e antebraço; nevralgia intercostal; zumbido; furunculose; tremor nos braços. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza o Qi do Coração, o Qi e o Sangue; . Acalma o Shen e fortalece a mente; . Favorece a circulação de Qi da Circulação-Sexo; . Guarda a vontade; . Dispersa a Mucosidade; . Faz a limpeza do Calor dos vasos sangüíneos. 2. Lingdao (C4): ponto pertence ao elemento Metal. Localização: no lado ventral e medial do antebraço, no lado do músculo acima da linha do punho. Indicações: angina pectoris; dor nos braços no lado ulnar; histeria; edema ou paralisia das cordas vocais. Funções energéticas tradicionais . Acalma o Shen; . Harmoniza o Qi do Coração.

118 3. Tungli (C5): ponto Lo. Localização: no lado ventral e ulnar do antebraço, no lado ulnar do tendão do músculo flexor carpal ulnar; 1 distância acima do punho. Indicações: dor de cabeça e tontura; palpitação; voz rouca; dor de garganta; rigidez da língua; insônia ou sonolência; preguiça; dor no punho. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza e tonifica o Qi do Coração; . Acalma o Shen e fortalece a mente; . Tonifica o Yong Qi; . Faz a limpeza do Calor do Coração; . Dissipa o Vento Perverso. 4. Shenmen (C7): ponto pertence ao elemento Terra. Localização: no lado ulnar do punho, no lado radial do tendão do músculo flexor carpal ulnar, atrás do osso pisiforme. Indicações: angina pectoris; neurasterna; psiconeurose; ansiedade; palpitação; dor de cabeça e tontura; epilepsia; insonia; icterícia; dor na axila; dor garganta; dor no punho. Funções energéticas tradicionais .Harmoniza o Qi do Coração; . Harmoniza o Yong Qi; . Acalma o Shen, fortalece a mente; . Transforma a Mucosidade do Coração; . Faz a limpeza de Calor do Coração; . Refresca o Calor do Sangue; . Dispersa a Mucosidade e o Vento Perverso. 5. Shaofu (C8): ponto pertence ao elemento Fogo. Localização: na palma, entre o quarto e o quinto metacarpos, atrás das juntas metacarpofalangianas. Indicações: qualquer problema do coração; palpitação; angina pectoris; diurese; enurese; dor no lado ulnar do antebraço. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza e fortalece o Qi do Coração; . Aumenta a circulação de Sangue nos vasos sangüíneos; . Acalma o Shen; . Faz a limpeza do Calor e do Falso-Calor do Coração e do Intestino Delgado; . Dissolve a Umidade e transforma a Umidade-Calor. 6. Shaochong (C9): ponto pertence ao elemento Madeira. Localização: no lado radial do dedinho; 0,1 distância no canto radial da unha. Indicações: palpitação; dor no peito; dor de garganta; apoplexia; coma. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza o Qi do Coração; . Promove a circulação de Qi e de Sangue; . Reanima o estado de inconsciência e clareia a mente; . Faz a limpeza do Calor do Coração e refresca o Calor do Sangue; . Redireciona o Qi contracorrente.

119 7. Xinshu (B15): ponto de assentimento dorsal do meridiano do Coração. Localização: no nível da borda inferior do processo espinhal da vértebra (T5). Indicações: problemas do coração; náuseas e vômitos; dor no peito; ansiedade; epilepsia; esquizofrenia; falta de memória. Funções energéticas tradicionais: harmoniza o Qi e o sangue. Harmoniza e tonifica o Qi do coração. Ativa a circulação de sangue nos vasos sanguíneos. Acalma a mente, fortalece e clareia a mente. 8. Jujue (VCl4): ponto de assentimento ventral do meridiano do Coração. Localização: 2 distancias acima do VC12, na linha central do abdome. Indicações: dor no coração; angina pectoris; acidez; vômito; dor no estômago; distensão abdominal; palpitação; comportamento neurótico; falta de memória; hematêmese (vômito de sangue). Funções energéticas tradicionais . Harmoniza o Qi do Coração e o Qi; . Acalma o Shen; . Redireciona o Qi em tumulto contracorrente; . Fortalece o Qi do Aquecedor Médio e do diafragma; . Dispersa a Mucosidade do tórax e do diafragma; . Dispersa Umidade do Aquecedor Médio; . Faz a limpeza do Coração. Tratamento pelos 5 elementos ÓRGÃO CORAÇÃO

HIPOATIVO Tonificação Sedação C9 F1 C3 R10

HIPERATIVO Sedação Tonificação C7 BP3 C3 R10

120 MERIDIANO DO INTESTINO DELGADO 

CHING Metal

YUNG Água

SHU (YUANN) Madeira

KING Fogo

HO Terra

1

2

3–4

5

8

LO

ALARME

TONIFICAÇÃO

ASSENTIMENTO

SEDAÇÃO

7

6

3

V/VC4 – D/B27

8

O Meridiano do Intestino Delgado, o Tai -Yang da Mão Este meridiano é de natureza Yang, e se apresenta acoplado ao meridiano do coração, que é Yin. Recebe a energia do meridiano do coração, transmitindo-a ao meridiano da bexiga. Em relação aos cinco elementos, pertence ao elemento Fogo de Yang, sendo sua Mãe o meridiano da vesícula biliar (Madeira) e seu Filho o meridiano do estômago (Terra). Tem 19 pontos de cada lado. I. Trajetória A energia do meridiano do intestino delgado começa no ponto do dedo mínimo (quinto) da mão, sobe pelo lado ulnar da mão, passando pelo punho; a seguir corre ao longo do lado ulnar dos músculos extensor carpo-ulnar do carpo e flexor carpo-ulnar; no cotovelo passa pelo lado medial do olecrânio; depois sobe pelo lado ulnar do Músculo tríceps braquial até a borda posterior e lateral do ombro.

121 A partir do ombro, sobe, passando ao longo da escápula e da fossa supraclavicular por entre o tronco (espaço rnediastinal); liga-se ao coração, desce e, atravessando o diafragma e o abdôme, atinge o intestino delgado. Um de seus ramos sobe da fossa supraclavicular ao longo do lado do pescoço (em posição póstero-lateral) do músculo esterno-cleidomastóideo ao lado do rosto até o angulo lateral do olho, dirigindo-se, então, para trás do ouvido. O outro ramo desce lateralmente ao rosto passando pela parte inferior do olho até seu ângulo medial. II. Sintomatologia 1. Sintomas principais A. Cervical: dor; adormecimento ou formigamento na nuca; ombro e braço ao longo do trajeto do meridiano. B. Ouvidos: zumbido; surdez. C. Garganta: dor; úlcera. D. Intestino delgado: dor ao redor do umbigo; borborigmo; diarréia. 2 Sintomas e sinais de excesso de energia: dor de garganta; dor e rigidez na nuca; dor no ombro e braço; dor nos olhos. 3 Sintomas e sinais de deficiência energética: borborigmo; diarréia; zumbido; surdez; adormecimento ou formigamento do braço ao longo do trajeto do rneridiano. III. Os pontos do meridiano do Intestino Delgado 1. Shaoze (ID 1): ponto pertence ao elemento Metal. Localização: no lado ulnar do dedinho da mão, 0,1 distância ao lado ulnar do leito ungueal. Indicações: dor de cabeça; rigidez e dor na nuca; dor de garganta; pterígio; surdez; epistaxe; dor e paralisia do dedinho e antebraço; mastite; falta de leite pós-parto; apoplexia; mania. Funções energéticas tradicionais . Dispersa o Calor do Coração; . Dispersa o Calor e o Vento Perverso; . Promove a produção de leite materno; . Reanima o estado de inconsciência. 2. Quiangu (ID2): ponto pertence ao elemento Água. Localização: no lado ulnar do dedinho da mão, na frente da junta metacarpofalangeal, entre as peles clara e escura. Indicações: dor de cabeça; occipitalgia; dor na nuca; dor nos olhos; pterígio; zumbido; epistaxe; sinusite; dor de garganta; dor no braço; epilepsia; mastite; falta de leite pós-parto. Funções energéticas tradicionais . Umedece a garganta; . Melhora o Qi do ouvido; . Dispersa o Vento-Calor. 3.Houxi (lD3): ponto pertence ao elemento Madeira. Localização: no lado ulnar da mão, atrás da junta metacarpo-falangeal do quinto dedo, entre as peles clara e escura. Indicações: conjuntivite; pterígio; epistaxe; rigidez e dor na nuca; occipitalgia; dor nas costas; adormecimento no dedinho da mão; dor na perna; zumbido; surdez; epilepsia; transpirarão noturna; malária.

122 Funções energéticas tradicionais . Harmoniza a circulação do Qi dos Canais de Energia Principais e dos Luo; . Dispersa o Calor do Coração, afasta o Calor interno; . Tranqüiliza a mente; . Libera a Energia Perversa do Interior para o Exterior; . Harmoniza o Qi do Du Mai; . Dispersa o Qi estagnado dos Canais Tendino-Musculares. 4. Yanggu (ID5): ponto pertence ao elemento Fogo. Localização: no lado ulnar do punho, na depressão entre o pisiforme e o processo estilóide ulnar. Indicações: dor de dentes; dor de garganta; gengivite; estomatite; artrite no temporo-mandibular; zumbido; surdez; distúrbio mental. Funções energéticas tradicionais . Elimina o Calor e o Vento Perverso; . Dispersa a Umidade-Calor; . Dispersa o Qi estagnado dos Canais Tendino-Musculares. 5. Zhizheng (1D7): ponto Lo. Localização: 5 distancias acima do punho, no lado ulnar do músculo extensor carpo-ulnar. Indicações: rigidez na nuca; dor de cabeça; dor no braço e dedos; tontura; distúrbio mental. Funções energéticas tradicionais . Acalma o Shen e clareia a mente; . Nutre o Yin Qi; . Dispersa o Calor e o Vento Perverso; . Relaxa os músculos e os tendões; . Ativa a circulação de Qi dos Canais de Energia; . Faz circular as Energias Perversas. 6. Xiaohai (lD8): ponto pertence ao elemento Terra. Localização: na fossa entre o olecrânio e o epicôndilo medial do úmero na borda lateral do nervo radial. Indicações: dor de cabeça; tontura; dor de dentes; gengivite; dor no ombro, braço, antebraço e mão, no lado ulnar. Funções energéticas tradicionais . Dispersa as Energias Perversas; . Relaxa os músculos e os tendões; . Dispersa o Calor Perverso do Coração; . Tranqüiliza o Shen. 7. Xiaochanshu (B27): ponto de assentimento dorsal do Intestino Delgado. Localização: 1,5 distancia lateral da linha central das costas e no nível do primeiro forame sacral posterior (S1/2). Indicações: disenteria; hematúria (sangue na urina) leucorréia; anexite; enurese (micção involuntária da urina); prostatite; hemorróidas; dor nas juntas ílios-sacrais; lombalgia, Funções energéticas tradicionais: Harmoniza o Qi do intestino delgado, separa o Qi limpido do turvo. Comanda e aumenta o Qi da bexiga. Dispersa a estagnação do Qi do intestino delgado. Harmoniza a via das águas e estabiliza a essência.

123 8. Yanglao (ID6): ponto de alarme do meridiano Localização: na fossa formada ao girar o punho, na depressão entre o músculo carpo ulnar e o processo estilóide ulnar. Indicações: distúrbios da visão; paralisia no braço e mão; dor lombar; torção no tornozelo. Funções energéticas tradicionais . Relaxa os tendões e os músculos; . Clareia a visão; . Remove a obstrução do Qi e de Sangue dos Canais de Energia. 9. Guanyuan (VC4): ponto de assentimento ventral do Intestino Delgado Localização: 3 distâncias abaixo do umbigo, na linha central do abdome. Indicações: impotência, distúrbio da menstruação; espermatorréia; enurese noturna; problemas dos órgãos da pélvis; problemas do intestino delgado; dor no abdome; diarréia. Funções energéticas tradicionais . Tonifica o Qi dos Rins e o Yuan Qi; . Fortalece o Yang Qi e o Rim Yang; . Tonifica o Qi e o Sangue e aumento a Energia Essencial; . Harmoniza e aquece o Qi do útero e da procriação; . Fortalece o Yin Qi e aquece o Frio; . Harmoniza o Intestino Delgado e a via das Águas; . Restaura o colapso do Yang Qi e do Yin Qi; . Dispersa a Umidade, a Umidade-Frio e a Umidade-Calor; . Harmoniza o Qi do Chang Mai e do Ren Mai. Tratamento pelos 5 Elementos ÓRGÃO INT.DELGADO

HIPOATIVO Tonificação Sedação ID3 VB41 ID2

B66

HIPERATIVO Sedação Tonificação ID8 E36 ID2 B66

124 MERIDIANO DO VASO CONCEPÇÃO 

Ren Mai (O meridiano do Vaso Concepção) I. Trajetória Este meridiano começa na cavidade da pélvis, sai pelo períneo, passa pelo órgão genital externo, na altura da sínfise púbica. Corre ao longo da linha central do abdômen, tórax e pescoço, continuando até atingir a região mandibular, ao redor da boca (lábios). Possui um ramal que, subindo pelo lado da boca, liga-se aos olhos. É o meridiano chamado mar da energia Yin. Tem 24 pontos II. Sintomatologia Em chinês, “Ren” significa nascer e criar. Este meridiano liga-se a todos os meridianos de Yin. Por isso, chamou-se “O mar dos meridianos de Yin”. O desequilíbrio da energia deste meridiano se evidenciará no homem sob forma de hérnia e cólicas abdominais, e na mulher como problemas nos órgãos genitais, leucorréia e esterilidade. Além desses, há ainda outros tipos de problemas tais como: distúrbios de menstruação; impotência; epilepsia; espermatorréia; infecção na uretra; aborto. Os pontos do Ren-Mai são usados para tratamentos gastrintestinais, pulmonares e de garganta etc.

125 MERIDIANO DA BEXIGA 

CHING Metal

67 LO

58

YUNG Água

SHU (YUANN) Madeira

66

65 - 64

ALARME TONIFICAÇÃO

63

67

KING Fogo

HO Terra

60

54

ASSENTIMENTO

SEDAÇÃO

V/VC3 – D/B28

65

O Meridiano da bexiga, Tai-Yang da perna Este meridiano recebe a energia do meridiano do intestino delgado e a transmite ao meridiano dos rins.Sua natureza O Yang, apresentando-se acoplado ao meridiano dos rins que é Yin. Pertence ao elemento Água; sua Mãe é do elemento Metal (o meridiano do intestino grosso) e seu Filho é de Madeira (o meridiano da vesícula biliar). Tem 67 pontos de cada lado.

126 I. Trajetória O meridiano da bexiga tem seu inicio no ângulo medial dos olhos, subindo pela região frontal, parietal e occipital da cabeça. Tem um ramo que desce da região parietal para o ouvido, retomando ao trajeto principal na fossa sub-occipital. Possui outro ramo que, saindo da parte mais alta e superficial da cabeça, se introduz no cérebro, voltando ao trajeto principal na fossa sub-occipital no ponto Tianzhu (B10). Da nuca, ao longo dos músculos paravertebrais, o trajeto principal desce pelas costas até a região sacral, pela nádega, por trás da coxa, até a fossa poplítea. Há um ramal nas costas que se liga aos rins e depois a bexiga, descendo pelo lado da virilha e por detrás da coxa até a cavidade poplítea. Da nuca sai outro ramo, que descendo pelo lado medial da omoplata e pelo lado dos músculos ilio-costais até a nádega, liga-se com o meridiano da vesícula biliar no ponto Huantião (VB30); atrás da região troncanteriana, desce pelo lado do músculo bíceps femural até o poplíteo. Da fossa poplítea, o meridiano da bexiga desce entre os músculos atrás da perna pelo lado do tendão de Aquiles e pela borda do maléolo lateral do pé, até a borda lateral do quinto dedo do pé. II. Sintomatologia 1. Sintomas principais A. Nuca e costas: lombalgia; dor nas costas; rigidez na nunca e costas; dor ciática; dor na região iliosacra. B. Dor de cabeça: frontal; parietal; occipital. C. Nariz: obstrução nasal; coriza; distúrbio do olfato; epistaxe. D. Olho: dor no olho; dor supra-orbital. E. Sistema urinário: infecção; distúrbio da micção. 2. Sintomas e sinais de excesso de energia: Dor de cabeça; dor e rigidez na nuca; dor aguda nas costas, lombar e na perna; febre; comportamento maníaco. 3. Sintomas e sinais de deficiência energética: Frio nas costas; dor nas costas com irradiação para a perna; adormecimento ou formigamento da perna ao longo de seu trajeto. III. Os pontos do meridiano da bexiga 1. Weizhong (B54): ponto pertence ao elemento Terra Localização: no centro da fossa poplítea, na prega poplítea. Indicações: dor ciática; lombalgia; paralisia da perna; dor no joelho; AVC; hipertranspiração Funções energéticas tradicionais . Relaxa os músculos e os tendões; . Remove a obstrução dos vasos sangüíneos; . Refresca o Calor e o Calor do Sangue; . Acalma o feto; . Dispersa o Vento Perverso. 2. Kunlun (B60): ponto pertence ao elemento Fogo Localização: entre o tendão de Aquiles e a borda do maléolo lateral do tornozelo, ao nível do ponto mais alto do maléolo. Indicações: dor de cabeça; rigidez na nuca; lombalgia; dor ciática; dor no cóccix; dor e inchaço no tornozelo; distúrbio do parto.

127 Funções energéticas tradicionais . Fortalece o Qi dos Rins; . Harmoniza o Qi do útero; . Relaxa os tendões e os músculos; . Harmoniza a circulação de Qi e de Sangue nos Canais de Energia; . Remove as obstruções dos Canais de Energia; . Harmoniza e fortalece o Qi do Sangue; . Dispersa o Vento e o Calor. 3. Shugu (B65): ponto pertence ao elemento Madeira Localização: na borda póstero-inferior da articulação do quinto metatarso-falangeal do pé, no limite das epidermes dorsal e plantar. Indicações: dor de cabeça e nuca; rigidez na nuca; dor lombar; dor na perna; dor na região oftalmofrontral; conjuntivite; hemorróidas; epilepsia. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza a circulação de Qi nos Canais de Energia Principais e Secundários; . Acalma o Shen; . Dispersa o Vento e faz a limpeza do Calor Perverso. 4. Tonggu (B66): ponto pertence ao elemento Água Localização: na depressão anterior e inferior da articulação do quinto metatarso-falangeal do pé. Indicações: dor de cabeça; epistaxe; tontura; dispepsia. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza a circulação de Qi nos Canais de Energia Principais e Secundários; . Acalma o Shen; . Dispersa o Calor e o Vento Perverso. 5. Zhiyin (B67): ponto pertence ao elemento Metal Localização: 0,1 distancia na borda lateral e proximal do ângulo ungueal do quinto dedo do pé. Indicações: má posição do feto; dificuldade de parto; alergia na pele ou urticária; coceira na pele; cefaléia e dor na perna; comportamento maníaco. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza o Qi do Sangue; . Fortalece o Qi do Aquecedor Inferior; . Acalma o feto e harmoniza o trabalho de parto; . Dispersa as Energias Perversas alojadas no vértex; . Clareia a mente. 6. Feiyang (B58): ponto Lo Localização: 1 distancia abaixo lateral do ponto Chengshuan (B57) e 7 distancia acima do calcanhar, no lado lateral. Indicações: lombalgia; dor na perna; epilepsia; gota; oftalmalgia. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza o Qi do Estômago; . Faz circular o Qi pelos Canais de Energia Principais e pelos Canais de Energia Secundários; . Dispersa o Qi Perverso dos Canais de Energia Luo; . Elimina o Calor Perverso e seda o Fogo. 7. Pangguangshu (B28): ponto de assentimento dorsal do meridiano da Bexiga

128 Localização: 1,5 distancia do dorso linha central das costas no nível do segundo forâme posterior sacral (S2/3) Indicações: qualquer problema infecção do órgão genital disúria (micção difícil); dor lombar ou lombossacra; frieza dos membros; constipação. Funções energéticas tradicionais: Harmoniza o Qi da bexiga e da via das águas. Fortalece a coluna lombar. Aumenta o Qi do aquecedor inferior. Afasta a umidade-calor da bexiga. 8. Jinmen (B63): ponto de alarme do meridiano da Bexiga Localização: no lado anterior e posterior do ponto (B62), na depressão posterior da articulação calcâneo-cubóide. Indicações: epilepsia; vertigem; surdez; dor no calcanhar. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza a circulação de Qi dos Canais de Energia Principais e Secundários; . Dispersa o Calor e o Vento. 9. Zhongji (VC3): ponto de assentimento ventral do meridiano da Bexiga Localização: na linha central do abdome; 1 distancia entre o umbigo e a sínfise púbica. Indicações: impotência; espermatorréia; menstruação irregular; amenorréia; cólica menstrual inflamação dos órgãos da pélvis; distúrbios da micção; enurese noturna; doenças da Bexiga. Funções energéticas tradicionais . Fortalece o Yang Qi; . Harmoniza o Aquecedor Inferior; . Harmoniza o Qi da útero; . Facilita as funções do Qi; . Tonifica o Qi dos Rins; . Harmoniza o Qi da Bexiga e da Via das Águas; . Refresca a Calor do Sangue; . Dispersa a Umidade-Calor. Tratamento pelos 5 Elementos ÓRGÃO BEXIGA

HIPOATIVO Tonificação Sedação B67 IG1 B54

E36

HIPERATIVO Sedação Tonificação B65 VB41 B54 E36

129

CHING Madeira

YUNG Fogo

SHU (IU) YUANN Terra

KING Metal

HO Água

1

2

3-3

7

10

LO

ALARME

TONIFICAÇÃO

ASSENTIMENTO

SEDAÇÃO

4

5

7

V/VB25 – D/B23

1

 O Meridiano dos Rins, o Chao-Yin da perna Sendo Yin, este meridiano se apresenta acoplado ao meridiano da bexiga, Yang, de quem recebe a energia que, posteriormente, transmite ao meridiano do pericárdio. Em relação aos cinco elementos, é de Água; sua Mãe é o meridiano do pulmão (Metal) e seu Filho o meridiano do Fígado (Madeira). Tem 27 pontos de cada lado.

130 1. Trajetória O meridiano dos rins começa na planta do pé e ascende, pelo lado ínfero-medial da cabeça do primeiro metatarso, seguindo pelo lado medial do osso cubóide, região póstero-inferior do maléolo medial e ao póstero-medial do joelho e, medialmente a coxa, ao longo dos músculos adutor e grácil, entre a pélvis e ventralmente as vértebras até o rim. O trajeto tem seu inicio no rim, desce pelo lado do músculo psoas até a pélvis e a bexiga. Saindo da pélvis, corre ao longo do lado medial do músculo reto-abdominal (ao lado da linha alba) e do externo até a frente do pescoço. Há um ramo que sai do rim, sobe, passando pelo diafragma e segue paralelo ao pulmão, ao longo da traquéia e da garganta, até a raiz da língua. Outro ramo sai do pulmão, une-se ao coração e, passando pelo peito, liga-se ao pericárdio, de onde transmite energia ao meridiano do pericárdio. II. Sintomatologia 1. Sintomas principais A. Resistência geral: cansaço; pouca resistência; queda do nível da ambição; boca e garganta secas. B. Adrenal e genital: impotência; esterilidade; distúrbio do crescimento; tendência a velhice; hiperpigmentação. C. Ossos e cérebro: distúrbio de desenvolvimento de dentes e ossos; instabilidade dos dentes; retardamento mental; esquizofrenia. D. Cabelo: queda ou ausência dê cabelo; falta de brilho no cabelo. E. Ouvido: zumbido; surdez; vertigem. F. Distúrbios urogenitais: formação de cálculos; oligúria ou poliúria. 2 Sinais e sintomas de excesso de energia: sede e ardência na boca; distensão abdominal; diarréia. 3 Sinais e sintomas de deficiência energética: espermatorréia; impotência; lombalgia; frio nos ombros; queda de cabelos; enfraquecimento dos dentes; Zumbido ou dificuldade de audição; oligúria; edema e ascite; insônia; distúrbio mental. III. Os pontos do meridiano dos rins 1. Yongguan (R1): ponto pertence ao elemento Madeira Localização: na planta do pé, posteriormente as articulações metatarsofalangeais, entre o segundo é o terceiro metatarsos. Indicações: cefaléia parietal; metatarsalgia; tontura; vertigem; coma; convulsão infantil; comportamento maníaco (fobia); insônia; nefrite; uremia; diabete. Funções energéticas tradicionais . Tonifica o Qi dos Rins e a Essência; . Fortalece o Yin Qi, restaura o colapso do Yang Qi; . Acalma o Shen; . Faz a limpeza do Calor Perverso e do Fogo; . Dissipa a Umidade-Calor. 2. Rangu (R2): ponto pertence ao elemento Fogo Localização: na borda ântero-inferior do osso navicular do pé. Indicações: dor no pé; laringite; hipertranspiração noturna; prostatite; distúrbios dos órgãos genitais; impotência; menstruação irregular; tétano de recém-nascido; cistite, diabete melito. Funções energéticas tradicionais . Tonifica o Yang Qi dos Rins e a Essência; . Estabiliza o Qi dos Rins; . Aumenta o Qi do Aquecedor Inferior;

131 . Refresca o Calor do Sangue; . Aquece o Frio; . Faz a limpeza do Calor Perverso e do Fogo. 3. Taixi (R3): ponto pertence a Terra Localização: entre a borda posterior do maléolo medial e o tendão de Aquiles. Indicações: dor de dentes; laringite, estomatite; mastite; impotência; dismenorréia; dor na perna, tornozelo e pé; frio nos ombros; malária; nefrite; metatarsalgia. Funções energéticas tradicionais . Tonifica o Qi dos Rins; . Nutre o Qi, o Sangue e a Essência; . Restaura o colapso do Yin Qi; . Acalma o feto e restaura o Qi do útero; . Fortalece o cérebro; . Harmoniza a via das Águas; . Aquece o Frio. 4. Dazhong (R4): ponto Lo Localização: 0,5 distancia abaixo do ponto Taixi (R3), na frente do tendão de Aquiles. Indicações: estomatite; laringite; asma; hipertrofia da próstata; lombalgia; dor no calcanhar; constipação; sonolência e preguiça. Funções energéticas tradicionais . Tonifica o Qi dos Rins; . Acalma o Calor Perverso do pulmão; . Redireciona o Qi contracorrente; . Fortalece o Qi Essencial; . Acalma o Shen e fortalece o cérebro. 5. Fuliu (R7): ponto pertencente ao Metal Localização: 2 distancias acima do Taixi (R3); na borda ântero-medial do músculo sólium. Indicações: inchaço dos membros; edema; ascite; hipertranspiração noturna; lombalgia; nefrite; orquite; uretrite. Funções energéticas tradicionais . Tonifica o Qi dos Rins; . Tonifica o Wei Qi, fortalece e restaura o Yin Qi; . Harmoniza o Qi da Bexiga, orientando a sua circulação; . Harmoniza a via das Águas; . Dissipa a Umidade e a Umidade-Calor; . Umedece a secura. 6. Shuiguan (R5): ponto de alarme do meridiano do Rim Localização: na borda posterior do maléolo medial, l distancia abaixo do ponto Taixi (R3), na depressão ântero-superior do lado medial do tubérculo do calcâneo. Indicações: menstruação irregular; menorragia funcional; prolapso uterino; disenteria; diurese; constipação; orquite; uretrite; endometrite; miopia. Funções energéticas tradicionais . Tonifica o Qi dos Rins; . Harmoniza o Qi da Bexiga; . Circula o Qi do Aquecedor Inferior.

132 7. Yingu (R10): ponto pertencente ao elemento Água Localização: no lado medial da prega poplitea, entre os músculos semitendinoso e semimembranoso. Indicações: espasmo do músculo sólium e gastrocnêmio; comportamento maníaco; epilepsia; desintoxicação. Funções energéticas tradicionais . Tonifica o Yin Qi dos Rins, aumenta a diurese; . Fortalece o Qi do Aquecedor Inferior; . Faz a limpeza do Calor Perverso do Aquecedor Inferior; . Faz a limpeza do Calor do Sangue; . Harmoniza o Qi contracorrente. 8. Shenshu (B23): ponto de assentimento dorsal do meridiano da Bexiga Localização: 1,5 distancia, lateral da borda inferior do processo espinhal da vértebra (L2/3). Indicações: nefrite; infecção urogenital; enurese noturna; impotência; lombalgia; edema; diabete melito; dismenorréia; neurastenia. Funções energéticas tradicionais: tonifica o Qi dos rins, a essencia e Yuan Qi. Aumenta a energia da água dos rins. Harmoniza a via das águas. Fortalece o Qi do cérebro e da audição. Aquece o yang Qi, o frio e o calor do coração. 9. Jingmen (VB25): ponto de assentimento ventral do meridiano do Rim Localização: na linha posterior da axila, na borda anterior e inferior da ponta da décima segunda costela, 0,5 distancia acima do umbigo. Indicações: qualquer problema dos rins; dor nas costas; dor na bacia e região inguinal; cólica intestinal; distensão abdominal; oligúria e edema. Funções energéticas tradicionais . Tonifica e aquece o Qi dos Rins; . Harmoniza a via das Águas; . Redireciona o Qi contracorrente do Estômago; . Relaxa os tendões e os músculos. Tratamento pelos 5 elementos ÓRGÃO RIM

HIPOATIVO Tonificação Sedação R7 P8 R3

BP3

HIPERATIVO Sedação Tonificação R1 F1 R3 BP3

133  O Meridiano do pericárdio

CHING Madeira

YUNG Fogo

SHU (IU) YUANN Terra

KING Metal

HO Água

9

8

7-7

5

3

LO

ALARME

TONIFICAÇÃO

ASSENTIMENTO

SEDAÇÃO

6

4

9

V/VC17 – D/B14

7

, Jue-Yin do braço O meridiano do pericárdio é Yin. Recebe energia do meridiano dos rins, transmitindo-a ao meridiano do triplo-aquecedor Yang, ao qual está ocoplado. Em relação aos elementos, este meridiano é de Fogo, de Yin no período de outono e inverno, e de Água durante a primavera e verão. Tem 9 pontos de cada lado. I. Trajetória A energia deste meridiano começa no peito; descendo, passa pelo diafragma e se liga a todas as partes do triplo-aquecedor. Um ramo sai do ponto central da axila e corre ao longo da borda medial do músculo bíceps do braço, entre o meridiano do pulmão e do coração, até o lado medial do cotovelo. Desce, então, ao longo dos tendões do músculo longo da palma e do músculo flexor carporadial da mão. Na mão, ele passa entre o terceiro e o quarto metacarpos, no terceiro dedo. Há um ramo da mão que liga ao quarto dedo.

134 II. Sintomatologia 1. Sintomas principais A. Circulatório (vascular): dor no coração; rubor e calor no rosto, calor na palma da mão; aperto no peito; palpitação. B. Psicossomático: distensão abdominal; irritabilidade; ansiedade. C. Mental: Riso incontrolável; desconcentração; retardamento, D. Braços: dor e adormecimento no braço ao longo do trajeto do meridiano. 2. Sintomas e sinais de excesso de energia: Calor e vermelhidão facial; opressão no peito; dor na axila; convulsão infantil; ansiedade; riso incontrolável; dor no coração. 3. Sintomas e sinais de deficiência energética: Palpitação; vexação; desconcentração; retardamento. III. Os pontos do meridiano do pericárdio 1. Quze (PC3): ponto pertence ao elemento Água Localização: no meio da prega cubital do cotovelo, no lado ulnar do músculo bíceps. Indicações: angina pectoris; palpitação; tosse e vômito; tremor nos braços; febre; coma. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza o Qi do Coração; . Harmoniza o Qi do Estômago e dos Intestinos; . Harmoniza o Qi contracorrente do Aquecedor Superior; . Acalma as contraturas e os espasmos; . Refresca o Calor do Sangue; . Faz a limpeza do Fogo do Coração. 2. Xiinen (PC4): ponto de alarme do meridiano Pericárdio Localização: 5 distâncias acima da prega do punho, entre os tendões domúsculo palmar longo e do músculo. Indicações: opressão no peito; dor no coração; náuseas e vômitos; pleurite; mastite, furunculose; depressão; amigdalite. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza o Qi e o Qi do Coração; . Acalma o Shen e o Qi do Coração; . Expande o diafragma; . Faz a limpeza e refresca o Calor do Sangue; . Redireciona o Qi contracorrente. 3. Jianshi (PC5): ponto pertence ao elemento Metal Localização: 3 distâncias acima da prega do punho, entre os tendões dos músculos palmar longo e flexor carpo-radial. Indicações: palpitação; angina pectoris; epigastralgia; náusea e vômito; depressão e ansiedade; dor na garganta; voz rouca; malária; escabiose; inchaço e rigidez no braço; epilepsia; distúrbio mental. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza o Qi do Coração e do Estômago; . Acalma o Shen; . Faz aumentar o Wei Qi;

135 . Dispersa a estagnação de Mucosidade; . Dispersa a Energia Perversa alojada no Jue Yin e no Shao Yang. 4. Neiguan (PC6): ponto Lo Localização: 1 distancia abaixo do ponto Jianshi (PC5); 2 distancias acima do punho, entre os tendões dos músculos palmar longo e flexor carpo-radial. Indicações: dor no coração; pressão no peito; palpitação; ansiedade; histeria; epilepisia; insônia; soluço; febre; icterícia; dor no braço. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza e tonifica o Qi do Coração, o Sangue do Coração; . Harmoniza o Qi do Triplo Aquecedor; . Harmoniza o Qi do Estômago e do tórax; . Harmoniza a Energia Essencial; . Acalma o Shen e o Qi do Coração, clareia a mente; . Dispersa a Mucosidade; . Redireciona o Qi contracorrente. 5. Daling (PC7): ponto pertence ao elemento Terra Localização: no meio da prega do punho no lado palmar, entre os músculos palmar longo e flexor carpo-radial. Indicações: insônia; ansiedade;, depressão; opressão no peito; palpitação; dor no coração; dermatite na palma; artrite no punho; halitose; hiperidrose palmar. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza o Qi do Coração e do Estômago; . Acalma o Shen e clareia a mente; . Expande o Qi do tórax; . Refresca o Calor no Sangue. 6. Laogong (PC8): ponto pertence ao elemento Fogo Localização: na palma, na região próxima da articulação metacarpofalangeal, entre o terceiro e o quarto metacarpos. Indicações: dor no coração; sede e calor; estomatite, icterícia; anorexia; soluço; ansiedade; depressão; preguiça e cansaço; dermatite palmar; prurido. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza o Qi do Coração; . Acalma o Qi do Estômago; . Harmoniza o Shen e clareia a mente; . Refresca o Calor no Sangue; . Dispersa o Vento Perverso e a Umidade-Calor. 7. Zhongchong (PC9): ponto pertence ao elemento Madeira Localização: 0,1 distância acima do leito ungueal da terceira falange distal, no lado ulnar. Indicações: angina pectoris; febre; pericardite; apoplexia; coma; dor na língua. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza o Qi do Coração, restaura o colapso do Yang Qi; . Harmoniza o Qi contracorrente; . Faz a limpeza do Calor do Coração. 8. Pangguang (B14) Jueyingshu

136 Localização: situa-se a 1,5 cum lateral a margem inferior do processo espinhoso da 4a. vertebra torácica. Indicação: doença cardíaca reumática,ansiedade,palpitações,estupor,tosse com catarro, vômitos,neurastenia,opressão torácica,cefaléia do vértex,nevralgia intercostal. Funções energéticas tradicionais: harmoniza e tonifica o Qi do coração harmoniza o Qi do corpo Ativa a circulação do sangue acalma a mente e tarnquiliza o coração 9. REN (VC17) Shanzhong Localização: Situa-se na linha mediana do tórax, sobre o osso esterno, a meia distância entre os mamilos, ou no cruzamento da linha mediana com a horizontal traçada entre as articulações esternocostais da 5a costela. Indicação: Tosse, asma brônquica, bronquite, enfisema, plenitude do tórax, dores torácicas, nevralgias intercostais, hipogalactia, mastite, neuralgia intercostal, opressão torácica, dispnéia, hipodesenvolvimento mamário, palpitação, ansiedade, depressão, esquizofrenia (depressiva). Funções energéticas tradicionais . Harmoniza a circulação de Qi; . Harmoniza o Qi do Pulmão e do Aquecedor Superior; . Harmoniza, tonifica e aquece o Qi; . Desbloqueia a Plenitude de Qi do tórax; . Redireciona o Qi em tumulto contracorrente; . Faz a limpeza da Mucosidade do tórax; . Dispersa a Mucosidade, a Umidade-Frio e a Umidade-Calor.

ÓRGÃO PERICÁRDIO

Tratamento pelos 5 elementos HIPOATIVO HIPERATIVO Tonificação Sedação Tonificação Sedação PC9 F1 PC3 R10 PC7 BP3 PC3 R10

137

CHING Metal

YUNG Água

SHU (YUANN) Madeira

KING Fogo

HO Terra

1

2

3-4

6

10

ASSENTIMENTO

SEDAÇÃO

V/VC5 – D/B22

10

LO

5

ALARME TONIFICAÇÃO

7

3

 O Meridiano do Triplo Aquecedor, Shao-Yang do braço Este meridiano é de natureza Yang, e vem acoplado ao meridiano do pericárdio de Yin, que lhe fornece energia transmitindo-a ao meridiano da vesícula biliar.Em relação aos cinco elementos, é Fogo de Yang durante o outono e inverno, e Água na primavera e verão. Tem 23 pontos de cada lado.

138 Trajetória Este meridiano começa no ponto do quarto dedo da mão, sobe pelo lado dorsal da mão, entre o quarto e o quinto metacarpos, passa pelo punho no meio do lado dorsal do punho e ulnar. Sobe, passa pelo olécrano (no lado radial) e lado radial do músculo tríceps no lado posterior do ombro. O trajeto passa atrás do ombro, sobe pela supra-escapular e atrás da nuca da região auricular até a região lateral do supercílio; onde se liga ao meridiano da vesícula biliar há um ramal que sai da supraclavicular, entra no tronco do corpo, desce pelo mediastino e se liga ao pericárdio e a pleura. Descendo, passa pelo diafragma indo até a cavidade abdominal ligando-se ao peritônio e a serosa intestinal, visceral e pélvica. O ramal do pulmão (pleura) sobe pela nuca, ao longo da borda posterior da orelha na região temporal, desce até a região maxilar, alcançando então a região infraorbital. II. Sintomatologia 1. Sintomas principais A. No ouvido: zumbido; vertigem; dor, B. Relacionados com o pulmão e o coração (aquecedor superior): transpirarão espontânea; tosse; dor na faringe; língua rígida; membros frios; desconcentração. C. Relacionados com o gastrointestino e baço/pâncreas (aquecedor médio): muito calor e suor a tarde; anorexia; náusea; dissensão abdominal; desequilíbrio hídrico; alteração mental. D. Relacionados com o órgão urogenital: polidipsia; edema; oligúria; disúria; frigidez; ascite; distúrbio genital. 2. Sintomas de excesso de energia: abdominal; disúria; surdez.

dor ao longo do meridiano; dor na faringe; dissensão

3. Sintoma de deficiência energética: transpirarão espontânea; vertigem; zumbido e surdez; mãos frias e entorpecidas. III. Os pontos do meridiano triplo-aquecedor 1. Guanchung (TA1): ponto pertence ao elemento Metal Localização: no lado ulnar, 0,1 distância do ângulo ungueal do dedo anular (quarto dedo da mão). Indicações: - dor de cabeça; dor de garganta; febre; zumbido; pterígio; boca seca; úlcera na língua; coma; apoplexia. Funções energéticas tradicionais . Reanima o estado de inconsciência; . Dispersa o Vento e o Vento-Calor. 2. Yemen (TA2): ponto pertence ao elemento Água Localização: entre os dedos quarto e quinto, à frente da articulação metacarpo-falangeal, no limite da derme dorsal e palmar. Indicações: cefaléia, pterígio; conjuntivite; zumbido; dor na garganta; febre; ausência de sudorese. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza as funções do Qi; . Regula a audição; . Dispersa o Vento; . Dispersa o Calor Perverso do Triplo Aquecedor. 3. Zongzhu (TA3): ponto pertence ao elemento Madeira Localização: no lado dorsal da mão, na fossa posterior metacarpo-falangeal entre o quarto e quinto metacarpos.

139 Indicações: zumbido; surdez; cefaléia; dor na garganta, parotidite, braquialgia; dor nas costas; adormecimento na mão e nos dedos. Funções energéticas tradicionais . Facilita a circulação de Qi; . Harmoniza o Qi do ouvido; . Dispersa o Vento e o Vento-Calor. 4. Walguan (TA5): ponto Lo Localização: 2 distâncias acima da dobra dorsal do punho, entre o rádio e o cúbito. Indicações: cefaléia; dor na nuca; dor no braço; adormecimento e paralisia dos dedos; dor intercostal; zumbido; surdez. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza o Qi do Triplo Aquecedor e do Yang Qiao Mai; . Libera para o Exterior as Energias Perversas; . Relaxa e fortalece os tendões; . Facilita a circulação de Qi nos bloqueios de Qi nos Canais de Energia. 5. Zhigou (TA6): ponto pertence ao elemento Fogo Localização: 1 distancia acima do ponto Waiguan (TA5), entre os tendões do músculo extensor digital comum e o músculo dígito quinto próprio. Indicações: neuralgia intercostal; constipação; dor no ombro e braço; pericardite e pleurite. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza o Triplo Aquecedor; . Faz circular o Qi das Vísceras; . Harmoniza o Qi, difunde o Qi; . Dispersa o Vento, o Vento-Calor e a Mucosidade; . Remove as obstruções de Qi dos Canais de Energia. 6. Tianjíng (TA10): ponto pertence ao elemento Terra Localização: na depressão acima do olécrano, na borda do tendão tríceps braquial. Indicações: dor no cotovelo; furunculose no braço; linfadenite, dor de cabeça; dor na nuca; surdez; dor de garganta. Funções energéticas tradicionais . Acalma o Shen e clareia a mente; . Redireciona o Qi contracorrente; . Dissolve a estagnação de Umidade-Calor; . Dispersa o Vento. 7. Huizong (TA7): ponto de Alarme do meridiano do Triplo Aquecedor. Localização: no lado ulnar do Zhigou (TA6), na borda radial do músculo extensor carpo ulnar. Indicações: dor no braço, surdez, paralisia no braço, epilepsia. Característica Ponto Xi do Canal de Energia do Triplo Aquecedor. Estimular este ponto no caso de distúrbios de Energia do Triplo Aquecedor provocados pela parada de circulação de Energia. 8. Sanjiaoshu (B22): ponto de Assentimento dorsal do Meridiano da Triplo Aquecedor Localização: 1,5 distância, lateral da borda inferior do processo espinhal de vértebra (L1/2). Indicações: diabete melito; anorexia; dispepsia; indigestão; diarréia;distensão abdominal; borborigmo; edema do corpo; oligúria e lombalgia.

140 Funções energéticas tradicionais: harmoniza o triplo aquecedor e a via da águas. Tonifica o Qi dos rins. Afasta a umidade. 9. Shimen (VC5): ponto de Assentimento ventral do Meridiano do Triplo Aquecedor Localização: 2 distancias abaixo do umbigo; na linha central do abdômen. Indicações: distúrbios de menstruação; espermatorréia; problemas nos órgãos genitais; hemorragia pós-parto; dispepsia; ascite; cólica abdominal; diurese. Funções energéticas tradicionais . Tonifica o Yang Qi e o Yuan Qi; . Aquece o Yang Qi e o Frio; . Harmoniza o Qi do Aquecedor Inferior; . Fortalece o Qi Ancestral; . Tonifica o Qi e faz retornar a Energia Sexual; . Harmoniza e aquece o Qi do útero e da próstata; . Faz aumentar o Wen Qi e as funções de defesa; . Dispersa a Umidade e a Umidade-Frio. Tratamento pelos 5 elementos ÓRGÃO Triplo Aquecedor

HIPOATIVO Tonificação Sedação TA3 VB41 TA2

B66

HIPERATIVO Sedação Tonificação TA10 E36 TA2 B66

141

CHING Metal

YUNG Água

SHU (YUANN) Madeira

KING Fogo

HO Terra

44

43

41 - 40

38

34

ASSENTIMENTO

SEDAÇÃO

V/VB24 – D/B19

38

LO

37

ALARME TONIFICAÇÃO

36

43

 O Meridiano da Vesícula Biliar, Chao Yang da perna Este meridiano é de Yang, acoplado ao meridiano do Fígado que é Yin. Recebe energia do meridiano do triplo aquecedor, transmitindo-a ao meridiano do Fígado. Em relação aos cinco elementos, é de madeira de Yang, sendo sua mãe o meridiano da bexiga (Água) e seu filho o meridiano do intestino delgado (fogo). Possui 44 pontos de cada lado.

142 1. Trajetória Há um ramo que passa por trás e entra no ouvido, saindo pela frente da orelha no ângulo lateral do olho. Desse mesmo ponto, sai outro ramo que desce pelo lado medial da mandíbula, atravessa a região maxilar inferior do olho, e desce pelo pescoço até atingir a fossa supraclavicular. A seguir, acompanhado do outro ramo, desce pelo mediastino, passa pelo diafragma e liga-se com o fígado e a vesícula biliar. Saindo da vesícula biliar, desce pelo lado do abdomen e atinge a região inguinal e por trás, na região trocantérica. meridiano principal sai do ângulo lateral do olho, passa na frente da orelha pela lateral da cabeça, e desce pela lateral do músculo trapézio na região supra-escapular. Segue pela frente do ombro, ao lado do peito, desce pelo lado do tronco na região trocanteriana, ligando-se com o meridiano da bexiga na região da nádega. Desce pela lateral da coxa, perna e pela parte ântero-lateral do tornozelo até o lado dorsal do pé, passando entre o quarto e o quinto metatarso no quarto dedo do pé. Há outro ramo que se separa no lado dorsal do pé, passa entre o primeiro e o segundo metatarsos até o lado dorsal do dedão do pé e liga-se com o meridiano do Fígado. II. Sintomatologia 1. Sintomas principais A. Dor ao longo do trajeto do meridiano: enxaqueca (dor têmporo-oftálmica); dor no ouvido; occipitalgia; dor na nuca; dor na axila; dor no quadril, coxa e pema. B. No olho: perturbação da visão; conjuntivite. C. No ouvido: vertigem; surdez. D. Distúrbio do Fígado e da Vesícula Biliar: icterícia; frio e febre; dor na margem costal; boca amarga. E. Mental.- insônia; ansiedade; irritabilidade; irascibilidade; fobia; suspiros freqüentes. 2. Sintomas e sinais de excesso de energia: febre com sensação de frio; boca amarga; dor na axila e margem costal; irritabilidade e; icterícia; língua avermelhada; enxaqueca. 3. Sintomas e sinais de deficiência energética: vertigem, tontura e vômito; perturbação da visão; insônia e tendência ao sonho; zumbido e surdez; fobia. III. Os pontos do meridiano da vesícula biliar 1. Yanglingquan (VB34): ponto pertence ao elemento Terra Localização: 1 distância abaixo do joelho, na depressão anterior e inferior dá cabeça da fíbula, na fáscia do músculo perônio longo. Indicações: artrite ou periartrite no joelho; tendinite no na pema; dor na axila; inchaço no joelho; vertigem; tontura; hemiplegia; qualquer distúrbio dos tendões. Funções energéticas tradicionais . Promove a circulação Qi do Fígado e da Vesícula Biliar; . Ativa a circulação do Sangue nos Canais de Energia; . Regula a mobilidade das articulações; . Relaxa e fortalece os tendões e os músculos; . Fortalece os ossos e o joelho; . Dispersa o Calor (Yang excessivo) do Fígado e da Vesícula Biliar; . Dispersa o Vento e a Umidade-Calor das articulações do membros inferior. 2. Yangfu (VB38): ponto pertence ao elemento Fogo Localização: 4 distâncias acima do ponto mais alto do maléolo externo, na borda posterior da fíbula em cima da fáscia do músculo perônio longo. Indicações: enxaqueca; espasmo muscular; sensação de frio na região lombar.

143 Funções energéticas tradicionais . Harmoniza o Qi da Vesícula Biliar; . Dispersa o Vento e a Umidade-Calor. . Harmoniza a Vesícula Biliar; 3. Guangming (VB37): ponto Lo Localização: 5 distâncias acima do ponto mais alto do maléolo externo, na borda anterior da fíbula. Indicações: problema nos olhos; dor na perna. Atrofia do nervo óptico, dores e paralisia das pernas, hipocondrialgia, cegueira noturna, catarata, visão turva ou nublada, inchaço e dor nos olhos, enxaqueca, cegueira histérica. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza e tonifica o Qi do Fígado, da Vesícula Biliar e do Sangue; . Clareia a Visão; . Dispersa o Vento, o Calor e a Umidade. 4. Waiqiu (VB36): ponto de Alarme do meridiano da Vesícula Biliar Localização: 1 distância atrás e ao mesmo nível do ponto Yangjiao (VB35), na borda posterior da fíbula. Indicações: dor na borda lateral da perna; espasmo do músculo gastrocnemio. Dores no face lateral da perna, cefaléia, hepatite, paralisia e parestesia do membro inferior, contratura do músculo gastrocnêmio, paralisia do nervo fibular comum. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza o Qi da Vesícula Biliar; . Relaxa os tendões e os músculos; . Dispersa a Umidade-Calor do Fígado e da Vesícula Biliar. 5. Xiaxi (VB43): ponto pertence ao elemento Água Localização; a frente das articulações metatarso falangeaís entre o quarto e o quinto dedos do pé. Indicações: zumbido; vertigem; surdez; dor no peito; dor intercostal. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza o Qi da Vesícula Biliar; . Dissipa o Yang excessivo do Fígado; . Dispersa o Calor do corpo; . Dispersa o Vento Perverso. 6. Qiaoyin (VB44): ponto pertence ao elemento Metal Localização: 0,1 distância póstero-lateral do leito ungueal do quarto dedo do pé. Indicações: enxaqueca; vertigem; dor nos olhos; laringite; tendência ao sonho. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza o Qi da Vesícula Biliar; . Dissipa o Yang excessivo do Fígado; . Faz a limpeza do Fígado e da Vesícula Biliar; . Clareia os orifícios sensoriais; . Afasta o Vento-Calor. 7. Linqi (do pé) (VB41): ponto pertence ao elemento Madeira Localização; na depressão entre o quarto e o quinto metatarsos. Indicações: febre reumática; endocardíte; mastite; conjuntivite; vertigem; lombalgia; dor nas costas e no peito; zumbido.

144 Funções energéticas tradicionais . Harmoniza o Qi da Vesícula Biliar e do Dai Mai; . Circula o Qi do Fígado, da Vesícula Biliar e do Dai Mai; . Clareia a visão e aumenta a audição; . Dispersa o Yang excessivo do Fígado; . Transforma a Umidade-Calor. 8. Danshu (B 19): ponto de Assentimento dorsal do Meridiano da Vesícula Biliar Localização: 1,5 distância no lado lateral da borda inferior do processo espinhal da vertebra (D 10/11). Indicações: hepatite; colecistite; dor nas costas; boca amarga; falta de apetite; náuseas; vomito e tuberculose pulmonar. Funções energéticas tradicionais: harmoniza o Qi do fígado e da vesícula biliar. Harmoniza a circulação do Qi e o Qi geral do corpo. Clareia a visão. Relaxa o diafragma. Refresca e faz a limpeza do fogo da vesícula biliar e do fígado. Afasta a umidade e a umidade-calor do corpo. Harmoniza o Qi do estomago. 9. Riyue (VB24): ponto de Assentimento ventral do Meridiano do Vesícula Biliar Localização: na linha do mamilo, na borda inferior da costela, 4,5 distâncias acima do umbigo. Indicações: dor intercostal, epigastralgia; acides no estômago; vomito; distensão abdominal; hepatite; icterícia e soluço. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza o Qi do Fígado, da Vesícula Biliar e do Estômago; . Fortalece o Qi do Aquecedor Médio; . Redireciona o Qi contracorrente; . Dispensa a Umidade-Calor. Tratamento pelos 5 elementos ÓRGÃO Vesícula Biliar

HIPOATIVO Tonificação Sedação VB43 B66 VB44

IG1

HIPERATIVO Sedação Tonificação VB38 ID5 VB44 IG1

145

CHING Madeira

YUNG Fogo

SHU (IU) YUANN Terra

KING Metal

HO Água

1

2

3

4

8

LO

ALARME

TONIFICAÇÃO

ASSENTIMENTO

SEDAÇÃO

5

6

8

V/F14 – D/B18

2

 O meridiano do Fígado, Jue-Yin da perna Este meridiano é de natureza Yin, acoplado ao meridiano da vesícula biliar, que é Yang. Recebe a energia do meridiano da vesícula biliar, e a transmite ao meridiano do pulmão. Em relação aos cinco elementos, é Madeira, de Yin; sua Mãe é de Água (o meridiano dos rins) e seu Filho é de Fogo (o meridiano do coração). Possui 14 pontos de cada lado.

146 1. Trajetória Este meridiano começa no dedão do pé, pelo lado do pé entre o primeiro e o segundo metatarsos, passando no ponto Zhongfeng (F4), 1 polegada na frente do maléolo medial. Cruza com o meridiano do baço-pâncreas no ponto Sanyinjiao (BP6) acima do maléolo medial, e sobe pelo lado ânteromedial da perna na borda medial da tíbia. Segue pelo lado medial do joelho e coxa para a região. genital externa e suprapúbica, onde se junta com o meridiano do Ren-Mai. Continuando sua trajetória, sobe pelo lado do abdôme, até a margem costal, ligando-se ao ligado e à vesícula biliar. Este meridiano possui um ramo que sobe atravessando o diafragma pelo lado posterior do tórax, esôfago, faringe; passa pela região naso-faringeal e liga-se aos olhos. Desse ramo, sai dos olhos atingindo a região maxilar ao redor dos lábios. O ramal do Fígado passa pelo diafragma e pulmão ligando-se ao meridiano do Pulmão. II. Sintomatologia 1. Sintomas principais A. No aparelho urogenítal: dor no órgão genital externo; dor suprapúbica; distúrbio de menstruação; doenças infecciosas nos órgãos da pélvis; ptose do útero; distúrbios de micção. B. No olho: conjuntivite; perturbação da visão. C. No Fígado: dor no Figado, na região da borda costal direita; hepatrofia ou alargamento do fígado; febre; icterícia. D. Nos tendões e fáscias: tendinite; periartrite; espondilite. E. Na mente: irritabilidade, irascibilidade; emôtividade; insônia; tendência ao sonho; estado maníaco. 2. Sintomas e sinais de excesso de energia: dor no peito; dor nos órgãos genitais; convulsão; dor de cabeça; conjuntivite e olhos lacrímejantes; insônia; boca amarga; irascibilidade e emotividade; dispepsia; náuseas e vômito. 3. Sintomas e sinais de deficiência energética: tontura; perturbação da visão; zumbido; fraqueza nas costas e pernas; olhos secos. III. Os pontos do meridiano do fígado 1. Dadun (F1): ponto pertence ao elemento Madeira Localização: 0,1 distancia acima do ângulo lateral do leito ungueal do dedão do pé. Indicações: hemorragia pós-parto; menorragia funcional; amenorréia; ptose do útero; dor no pênis; hipertrofia da próstata; uretrite; enurese; hérnia. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza e tonifica o Qi do Fígado e do Sangue; . Faz circular o Qi do Canal de Energia do Fígado; . Clareia o Shen, a mente e a visão; . Harmoniza a circulação de Sangue; . Reduz o Yang excessivo do Fígado; . Harmoniza o Qi do Canal de Energia. 2. Xingjian (F2): ponto pertence ao elemento Fogo Localização: entre o primeiro e o segundo dedos do pé, na frente das articulações metatarsofalangeais. Indicações: menorragia; menstruação irregular; dor nos órgãos genitais externos; uretrites; enurese; hipertrofia da próstata; hipertensão; conjuntivite; insônia; epilepsia; dor ciática. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza o Qi do Sangue; . Dissipa o Yang excessivo do Fígado e o Calor do Sangue;

147 . Fortalece o Qi do Sangue; . Clareia o Qi do Aquecedor Inferior; . Faz circular o Qi estagnante; . Acalma o Shen; . Dissipa a Umidade-Calor. 3. Taichong (F3): ponto Shu, pertence ao elemento Terra Localização: entre o primeiro e o segundo metatarsos, atrás das articulações metatarso-falangeais. Indicações: dor de cabeça, tontura; dor na genitália externa- hipertrofia da próstata; hérnia; dor e distensão na margem costal; distúrbio nos olhos; menorragia; mastite. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza e tonifica o Qi do Fígado e do Sangue; . Harmoniza o Qi e o Qi da Vesícula Biliar; . Redireciona o Qi em tumulto contracorrente; . Dispersa a Umidade-Calor; . Faz a limpeza do Fogo do Fígado e do Calor; . Refresca o Sangue; . Relaxa os tendões e os músculos. 4. Zhongfeng (F4): ponto pertence ao elemento Metal Localização: 1 distancia a frente do maléolo, na borda medial do tendão do músculo tibial anterior acima da tuberosidade navicular. Indicações: dor no pênis; uretrite; prostatite; hérnia; lombalgia; hepatite; dor no tornozelo. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza o Qi do Fígado e faz sua difusão; . Faz circular o Qi no Canal de Energia do Fígado; . Dissipa a Umidade-Calor do Fígado e da Vesícula Biliar. 5. Ligou (F5): ponto Lo Localização: 5 distâncias acima do maléolo medial; na borda póstero-medial da tíbia. Indicações: menorragia; leucorréia; menstruação irregular, orquite; disúria; espermatorréia; impotência; dor na perna; lombalgia. Funções energéticas tradicionais . Harmoniza e tonifica o Qi do Fígado e do Sangue; . Fortalece o Yin Qi; . Remove obstruções de Qi dos Canais de Energia. 6. Zhongdu (F6): ponto Alarme do Meridiano do Fígado Localização: 7 distâncias acima do maléolo medial, na borda posterior medial da tíbia. Indicações: menorragia; hemorragia pós parto; dor abdominal suprapúbica; hérnia; dor no joelho ou na perna. Funções energéticas tradicionais . Circula o Qi do Fígado; . Dissipa a Umidade-Calor. 7. Ququan (F8): ponto pertence ao elemento Água Localização: no fim do lado medial da prega poplítea, na borda ántero medial dos músculos semimembranoso e semitendinoso. Indicações: infecções no urogenital; ptose do útero; coceira na área genital; dor suprapúbica; dor na região inguinal; frigidez; periartrite no joelho.

148 Funções energéticas tradicionais . Harmoniza e tonifica o Qi do Fígado e do Sangue; . Fortalece o Qi do joelho; . Dissipa o Yang excessivo do Fígado e do Canal de Energia do Fígado; . Tonifica e circula o Qi da Bexiga; . Circula o Qi do Aquecedor Inferior; . Relaxa os tendões e os músculos; . Dissipa a Umidade-Calor. 8. Ganshu (B 18): ponto de Assentimento dorsal do Meridiano do Fígado Localização: 4 distancias acima do epicôndilo medial do fêmur, entre os músculos sartorius e vastus medial. Indicações: menstruação irregular; enurese noturna; dor no cóccix e no abdômen inferior. Funções energéticas tradicionais: harmoniza e tonifica o Qi do fígado e da vesícula biliar. harmoniza e faz circular o Qi Clareia e fortalece a visão faz aumentar os nutrientes do sangue harmoniza o sangue afasta a umidade e a umidade-calor do fígado e da vesícula biliar refresca o calor do sangue 9. Quimen (F14): ponto de Assentimento ventral do Meridiano do Fígado. Localização: na borda inferior do ponto final da décima primeira costela, no lado do abdomen. Indicações: inchação do baço; distensão abdominal; cólica biliar; dor no lado do abdome; borborigmo; indigestão; diarréia e magreza. Funções energética tradicionais . Harmoniza a Qi do Fígado e da Vesícula Biliar; . Promove a difusão do Qi do Fígado; . Remove as estagnações de Sangue provocadas pelo Frio Perverso; . Dissipa o Calor Perverso e a Mucosidade do Fígado. Tratamento pelos 5 elementos ÓRGÃO Fígado

HIPOATIVO Tonificação Sedação F8 R10 F4

P8

HIPERATIVO Sedação Tonificação F2 C8 F4 P8

149

 O Meridiano do Vaso Governador - Du Mai 1. Trajetória Este meridiano tem seu início no períneo, passa ao lado do ânus, chegando a extremidade do cóccix. Sobe, então, ao longo da coluna sacral, lombar, dorsal, cervical até atingir o crânio. O ramo superficial sobe pela linha vertical parietal até o nariz, descendo a seguir, pelo lado posterior da boca. O ramo mais profundo entra no cérebro pela nuca, saindo pelo nariz, há ainda outro ramo que sobe pelo períneo, passa por baixo do abdome, ligando-se a bexiga e aos rins. E o meridiano chamado mar da energia Yang possui 28 pontos.

150 II. Sintomatologia Du-Mai (VG) tem duas funções principais que são: a) Governar e regular a energia de Yang do corpo; b) Manter a resistência do corpo. Quando este meridiano apresenta algum problema, haverá espasmo e rigidez até com opistótono. Os sintomas principais são: dor nas costas; dor de cabeça; convulsão; epilepsia; comportamento maníaco; hemorróidas; hérnia; diurese; esterilidade.  Tabela dos 5 elementos Os cinco pontos Shu dos Canais de energia Yin POÇO MANANCIAL ARROIO RIO MAR CANAIS DE ENERGIA MADEIRA FOGO TERRA METAL ÁGUA Shaoshang Yuji Taiyuan Jingqu Chize PULMÃO P11 P10 P9 + P8 P5 METAL PERICÁRDIO Zhongchong Laogong Daling Jianshi Quze FOGO PC9 + PC8 PC7 PC5 PC 3 CORAÇÃO Shaochong Shaofu Shenmen Lingdao Shaohai FOGO C9 + C8 C7 C4 C3 BAÇO/PÂNCREAS Yinbai Dadu Taibai Shangqu Yinlingquan TERRA BP1 BP2 + BP3 BP 5 BP9 FÍGADO Dadun Xingjian Taichong Zhongfeng Ququan MADEIRA F1 F2 F3 F4 F8 + RINS Yongquan Rangu Taixi Fuliu Yingu ÁGUA R1 R2 R3 R7 + R10 + = Ponto Mãe, usar método de Tonificação; - = Ponto Filho, usar método de Sedação Os cinco pontos Shu dos Canais de energia Yang CANAIS DE ENERGIA POÇO MANANCIAL ARROIO RIO MAR METAL ÁGUA MADEIRA FOGO TERRA Shangyang Erjian Sanjian Yangxi Quchi INT.GROSSO IG1 IG2 IG3 IG5 IG11 + METAL TRIP.AQUECEDOR Guangchong Yemem Zhongshu Zhigou Tianjing FOGO TA1 TA2 TA3 + TA6 TA10 INT.DELGADO Shaoze Qiangu Houxi Yanggu Xiaohai FOGO ID1 ID2 ID3 + ID5 ID8 ESTÔMAGO Lidui Neiting Xiangu Jiexi Zusanli TERRA E45 E44 E43 E41 + E36 VES.BILIAR Zuqiaoyin Xiaxi Zulin Qi Yangfu Yanglingquan MADEIRA VB44 VB43 + VB41 VB38 VB34 BEXIGA Zhiyin Tongqu Shugu Kunlun Weizhong ÁGUA B67 + B66 B65 B60 B40 + = Ponto Mãe, usar método de Tonificação; - = Ponto Filho, usar método de Sedação

151  RELÓGIO CÓSMICO OU ÔRGANICO Em todas as épocas o homem é regido pela natureza ou Tao, neste contexto podemos classificar os planetas, as estações do ano, o signo o seu horário de nascimento, e principalmente o controle biológico do ser, na China existe um príncipio que se chama Relógio Cósmico ou Orgânico e é deste príncipio que falaremos agora. Para o terapeuta formado em Medicina Chinesa, o uso e tratamento da energia é uma prática constante na clínica diária, por exemplo: Quando o paciente nos procura é de suma importância que perguntamos a ele os horários que seu organismo funciona em se tratando de eliminações fisiológicas, perguntar sobre o sono, sobre a fome, digestão etc, etc, etc. Porque tantas perguntas? Na verdade nós estamos investigando o seu Relógio Orgânico, ou seja a cada hora do dia nossa energia esta contida em um dos nossos orgãos o que os chineses chamam de circulação energética, por exemplo: Das 01h00 as 03h00 nossa energia deverá estar contida no Fígado, mas o ápice desta energia será as 02h00, das 03h00 as 05h00 nossa energia deverá estar contida no Pulmão, portanto o seu ápice será as 04h00 horas, das 05h00 as 07h00 nossa energia deverá estar contida no Intestino Grosso, portanto o seu ápice será as 06h00 horas, das 07h00 ás 09h00 nossa energia deverá estar contida no Estomago, portanto o seu ápice será as 08h00 horas, das 09h00 as 11h00 nossa energia deverá estar contida no Baço/Pâncrea, portanto o seu ápice será as 10h00 horas, das 11h00 ás 13h00 nossa energia deverá estar contida no Coração, portanto o seu ápice será as 12h00 horas, das 13h00 as 15h00 horas nossa energia deverá estar contida no Intestino Delgado, portanto o seu ápice será as 14h00 horas, das 15h00 as 17h00 nossa energia deverá estar contida na Bexiga, portanto o seu ápice será as 16h00 horas, das 17h00 ás 19h00 nossa energia deverá estar contida no Rim, portanto o seu ápice será as 18h00 horas, das 19h00 as 21h00 nossa energia deverá estar contida no Pericárdio, portanto o seu ápice será as 20h00 horas, das 21h00 as 23h00 nossa energia deverá estar contida no Triplo Aquecedor, portanto o seu ápice será as 22h00 horas, das 23h00 as 01h00 nossa energia deverá estar contida na Vesicula Biliar, portanto o seu ápice será as 24h00 horas, e então iniciaremos todo o trajeto novamente seguindo o padrão do relógio orgânico ou seja das 01h00 as 03h00 nossa energia deverá estar contida no Fígado portanto o seu ápice será as 02h00 horas, e assim por diante. Exemplifiquei aqui o uso do Relógio Cósmico ou Orgânico para que o aluno possa no dia a dia usa-lo, com sabedoria, e a pergunta é como usa-lo? Quando o Terapeuta pergunta a um paciente a que horas costuma dormir, e ele responde as 23h00 horas, em qual orgão a energia esta contida neste horário? suponhamos que ele se deita a esta hora mas não consegue dormir, fica rolando para lá e para cá, e além disso esta irritadisso, olhos ardendo, boca amarga, isso é indicativo de excesso de energia no orgão Vesicula Biliar, que passará inevitavelmente para o Fígado, este foi só um pequeno exemplo. Como também poderemos perguntar ao paciente se ele já evacuou, e ele responde que sim e você torna a inquiri-lo a que horas? ele responde as 09h00 horas, isso nos mostra no contexto do Relógio Cósmico ou Orgânico que a energia do Intestino Grosso¸ esta atrasada, isso nos indica que devemos estimular o orgão em questão.

152

24 12

23 11 22

13

C PC

10

21 9

1

2 14

ID TA

F

BP

VB

E

R

P P

B

IG

20 8

7 19

RELÓGIO CÓSMICO

6 18

5 17

3 15

4 16

153  ACUPUNTURA CONSTITUCIONAL INTRODUÇÃO Doutrina Neo-Hipocratica, associada a Medicina Tradicional Chinesa (Acupuntura). Como Hipócrates dizia “Não há doença, mas sim doente”, eu proponho “Tratar o homem, não a doença”. A acupuntura constitucional, independente da sintomatologia complexa, equilibrando o órgão de choque Etiopatogenico de cada biotipo, recupera as alterações patológicas como faz a “Homeopatia Unicista”, sem tratamento sintomático da doença, com efeitos mais eficazes que outras condutas em acupuntura. Equilibrando o órgão de choque Etiopatogenico de cada biotipo, obtém-se o equilíbrio do sistema neuro-humoral, induzindo a função da Endorfina, Acetilcolina, Encefalina, Catecolaminas, Serotonina etc. Assim sendo, têm-se observado ótimos resultados em clínica de dor incluindo Lombalgia, Lombociatalgia, Fibrosite, Tendinite, Artrite, Enxaqueca, Polineurite, Distrofla simpática reflexa, Dor talâmica etc. Agindo no órgão de choque etiopatogênico, restaura a homeostase funcional dos órgãos internos, equilibrando o sistema nervoso vegetativo; assim sendo, tem-se obtidos bons resultados em toda patologia funcional de clinica médica, sintomatologica e psicossomática. A acupuntura constitucional equilibra o indivíduo emocional e psiquicamente, tratando assim depressão, ansiedade, tensão nervosa, angustia, neurastenia etc. O equilíbrio pela acupuntura significa regular o sistema imunitário, que é a força curativa natural de Hipócrates, tendo bons resultados nas patologias auto-imunes, reações alérgicas de hiperserisibilidade, moléstias infecciosas etc. O reconhecimento de muitas culturas no mundo inteiro inclui os quatro elementos nas suas tradições filosóficas, religiosas ou medicinais. Na maioria das tradições, postula-se uma energia primária que se manifesta como a corrente de energia “reduzida”, conhecida como elemento, um processo que se assemelha ao funcionamento de um transformador elétrico. Esta energia primária recebeu muitos nomes: prana, força vital, e outros. Em todas as culturas, as características essenciais desta energia têm sido idênticas, muito embora tenham variado os nomes, que foram dados para a força primária e para os próprios elementos. A antiga filosofia grega também estava baseada na doutrina dos elementos, que eram relacionados com as quatro faculdades do homem: moral (fogo), estética e alma (água), intelectual (ar), e fisica (terra). Baseado nesta idéia, Hipócrates criou sua medicina de patologia humoral constitucional, considerando os quatro elementos como Fogo (Bile Amarela), Terra (Bile Negra), Água (Fleuma), e Ar (Sangue). Posteriormente, Galeno correlacionou-os com os quatro “humores” que, por sua vez, deram origem aos quatro temperamentos humanos específicos: Ar (Sanguíneo), Fogo (Colérico), Terra (Melancólico), Água (Fleumático). No Japão, encontramos muitos exemplos relacionados com os elementos. Por exemplo, num pequeno tratado zen-budista sobre Bodhidharma escrito em 1004 anos a.C., os elementos são representados como as quatro qualidades que compõem a Criação: Luz (Fogo), Gás (Ar), Fluidez (Água), Solidez (Terra). Uma concepção semelhante é encontrada nas escrituras sagradas da Índia tal como o “Bhagavad Gita” e também na base filosófica da medicina indiana Ayurvédica. Na Medicina Ayurvédica, a teoria constitucional baseia-se nos quatro elementos: Ar (“Vata”), Fogo (“Pita”), Terra e Agua (“Kapha”). Na china, a filosofia e a medicina estão baseados no conceitos dos cincos elementos. “Os cinco elementos (Madeira, Fogo, Terra, Metal, e Água) descrevem todos os fenômenos da natureza. E um simbolismo que se aplica igualmente ao homem” (Su Wen). Estes cinco elementos estão intimamente correlacionados com os quatro elementos ocidentais, acrescentando a existência do Éter. Pela tradição menciona o quinto elemento, uma vez que ele (éter) é realmente distinto dos outros. Na medicina oriental, desde a antiguidade mais remota, já haviam sido elaborados conceitos semelhantes (Nei Ching, Ling shu, capitulo 72), baseados tanto na filosofia (a teoria do Yin Yang e a dos cinco elementos) como na terapêutica medicinal, cuja finalidade era manter em harmonia o equilíbrio energético do ser humano, De acordo com esta teoria, existem 4 tipos básicos de constituição (Tai Yang, grande yang, Shao Yang, médio yang, Tai Yin, grande yin e Shao Yin, médio yin) com características fisicas e psíquicas semelhantes e de desequilíbrio funcional próprio de cada tipo.

154 Entretanto, as escolas posteriores da China não reconheceram os valores e o significado desta teoria, que acabou sendo desprezada e desconhecida, assim como outras sabedorias antigas, como a “Pulsologia (esfigmologia) e o pulso Carotídeo Radial” (cap. 9 Ling shu), que já foi transmitida através do Livro “Acupuntura Médica” (Dr. Eu Won Lee). No século XIX, um grande mestre coreano, Dr. Je Ma Lee, conseguiu desenvolver a Etiopatogenia e o órgão de choque para cada biotipo, que ainda não estavam esclarecidos (cap. 72, Ling Shu), estabelecendo também o tratamento pela acupuntura e ervas medicinais para cada biotipo. Como herdeiro desta sabedoria (Dr. Eu Won Lee), veio ao Brasil com o objetivo de transmitir essas idéias inovadoras e colocá-las em prática. Através de longa pesquisa, tanto na medicina oriental como na ocidental e das observações clínicas em mais de dez mil casos, chegou a conclusão de que as idéias de Nei Ching são idênticas as de Hipócrates. Assim conseguiu integrar as idéias originais da medicina grega hipocrática à medicina oriental, e completar a teoria de patologia humoral hipocrática agregando a etiopatologia e o órgão de choque para cada biotipo, como mostramos a seguir:

Correlação do Elemento Grego e o elemento Chinês

Órgão de Choque Etiopatogênico da Tipologia Neo-Hipocrática

Terra

Madeira

Fogo

Fogo

Éter

Terra

Ar

Metal

Água

Água

Órgão de Choque Etiopatogênico Fígado/Vesícula Biliar Coração/Intestino Delgado Baço/Pâncreas Estômago Pulmão/Intestino Grosso Rim/Bexiga

Neo-Hipocrático

Hiperfunção

Hipofunção

Neo-Sanguínio

Pulmão/Intestino Grosso Coração/Intestino Delgado Fígado/Vesícula Biliar Rim/Bexiga

Fígado/Vesícula Biliar Rim/Bexiga

Elemento Grego

Neo-Colérico Neo-Melancólico Neo-Fleugmático

Elemento Chinês

Pulmão/Intestino Grosso Coração/Intestino Delgado

155 Diagrama da Filosofia da Medicina Hipocrática Colérico Bile Amarela Fogo

Sangue Ar Sanguínio

Calor Umidade

Secura Frio

Bile Negra Terra Melancólico

Água Fleuma Fleumático À medicina grega era praticada nos templos sob a forma empírico-religiosa; revista pela crítica filosófica-racionalista dos pensadores pré-socráticos, retomada pelas escolas jônicas e sicilianas, para desaguar no vasto conjunto de conceitos, normas e noções que, sob a égide de Hipócrates, constitui fenômeno cientifico-cultural ímpar e destacado de tudo quanto a humanidade produzira antes. O conceito do Corpus Hippocraticum tem sido diversamente avaliado tanto na autoria quanto no seu alcance doutrinario, cabendo a este último a denominação de hipocratismo. Deixaria de ser a dádiva generosa dos deuses ou a recompensa pôr eles concedida em paga de individuais méritos, para se tornar o estado de equilíbrio, a isonomia de Alcmeon. Esse equilíbrio, contudo, não se exercia no vácuo, exigia substrato material. A matéria era formada pelos elementos considerados como seus unicos componentes. Pouco importa tenha sido a água, o fogo, a terra, ou o ar, isolado ou em conjunto, o princípio; o que conta é terem os filósofos fugidos das vontades místicas e arbitrárias para atribuir as substâncias materiais, as qualidades fundamentais da edificação do mundo fisico (fisis). A extensão dessas especulações a medicina trouxe a teoria dos quatro elementos com seus atributos. O diagrama da página anterior mostrará melhor a correlação dos quatro elementos e servirá para patentear o quão engenhosa é essa concepção. A proporção conveniente dos humores (Sangue, Fleuma, Bile amarela e Bile negra) acarretaria o estado de saúde, enquanto a moléstia seria devida ao seu desequilibrio. Compreende-se tenham os gregos se convencido da real existência desses humores; pois, quando há uma contusão o sangue não aparece? A tosse não elimina a Fleuma (catarro)? Os colágogos não tornam as fezes escuras pela bile negra? E os vômitos não vêm com a bile amarela para tingi-los? A simplicidade dessa teoria e de sua aplicabilidade geral e, principalmente, a ausência de conhecimentos capaz de explicar melhor os fatos da observação veio dar a mesma, duradoura voga. A doutrina estendeu-se a explicação dos sintomas, ao funcionamento das vísceras, e as virtudes dos remédios. Força Enfiton Termon Calor Inato - Jing Qi Inato Incorporada aos ensinamentos hipocráticos, a teoria humoral serviu de escudo capaz de resistir as habituais concepções místico-religiosas; para Hipócrates, porém, os humores não seriam suficientes para esclarecer tudo; uma força propulsora (Qi) era exigida para mantê-los em atividade, expulsá-los ou reequilibrá-los se perturbados nas suas proporções relativas.

156 O Coração quente é resfriado pela respiraçao do Pulmão: O Metal do Pulmão suprime o Fogo do Coração. Essa força foi denominada calor inato (enfitontermon) e achava-se situada no ventrículo esquerdo do coração, segundo Hipócrates. Eis pôr que, dizia, é o coração tão quente e precisa ser resfriado pela respiração. A noção do calor inato tem suas raízes ligadas ao fogo sagrado das religiões no sentido de um componente natural do homem (da sua fisis); como natural, também, seria a tendência para a cura das moléstias. Um dos mais interessantes livros da coleção hipocrática menciona ares, águas e lugares. Littre, ao comentá-lo, reconhece-o como a primeira exposição clara acerca das repercussões do “meio” sobre o “indivíduo”. É aí onde se encontram os primórdios da doutrina biotipológica e o início da patologia constitucional. Pneuma como Ar Zong Qi Hipócrates refere ao pneuma como o ar que penetra não apenas pela boca e pelo nariz, mas também pelos poros, e que serve para alimentar, impulsionar, refrigerar e vivificar, que se confunde com o calor inato. Essa noção, de origem estóica, foi explorada pela Escola Pneumática. A teoria humoral ensejou a criação de diversas expressões ainda em uso na terminologia médica. Assim, o humor que se acumulasse para determinar uma doença local era apostase; se houvesse mobilização para outro ponto, a metástasis; a mistura anormal dos humores era a discrasia, pois a boa mistura era crasis; sua força dinamis (dinâmico), e sua quantidade plethos (pletórico) passava a sepsis (septico), quando a corrupção o transformava em pus, piógeno. O diagnóstico hipocrático seguia metodicamente o roteiro: exploração sensorial (aesthesis), a comunicação (logos), e o raciocínio (logismos). O empenho maior era ao diagnóstico e ao prognóstico, ficando a terapêutica, com excluão da cirúrgica (feridas, luxações e fraturas) onde mais ativa, reduzida a dieta e ao repouso combinados com sangrias, eméticos e perguntas para as moléstias internas. OS QUATRO ELEMENTOS DOS ANTIGOS GREGOS As ciências antigas formulavam um conceito que podia abranger tudo, inclusive a metafísica. Ao contrário, a ciência experimental e analítica de hoje ficou dividida em muitos setores da especialização, com o máximo de análise e detalhes formando o que Fritjof Capra chama de Paradigma Revolucionista-Mecanicista Newtoniano Cartesiano, perdendo a visão unitária e global do edificio do conhecimento humano. Há uma grande diferença entre a ciência antiga e a ciência moderna. Enquanto a ciencia antiga formulava um conceito que podia abranger tudo do ponto de vista sintético, intuitivo e metafisico, a ciência atual é experimental e analítica. É a mesma diferença que havia entre o método indutivo de Aristóteles e o método dedutivo, Platônico. Na Jônia, na costa egéia de Anatólia, no século VI antes de Cristo, ficava a cidade de Mileto, berço da filosofia natural. Era uma das cidades mais adiantadas e cultas do mundo grego. Nela viveram e floresceram filósofos famosos: Thales, Anaximandro, Anaximenes, Pitágoras e Parmênides. Empédocles de Agrigento, na Sicilia, que sucedeu a Parmênides, na Grécia ocidental, adotou como princípio fundamental os quatros estados da matéria. Ele sustentava que havia duas forças que provocarn o movimento das coisas, o amor e o ódio. O amor tende a fundir em um os quatro elementos, fogo, terra, ar e água. O ódio, ao contrário, tende a separá-los, O ciclo da natureza faz-se sob a ação destas forças, Ele uniu as suas idéias cosmológicas a uma teoria da percepção sensorial. A percepção sensorial podia se explicar pela mistura de tais elementos, o fogo se reconhece pelo fogo, a água pela água, e assim sucessivamente. A possibilidade da transformação e do movimento era dividida a esses quatro princípios fundamentais. Para Empédocles valia o sentido psicológico que permitia reconhecer o sentido fisico. Dizia ele que é pelo fogo intemo que se reconhece o fogo fisico e externo. Para ele a palavra elemento tinha um conceito completamente diferente do conceito da química moderna. Os antigos não tinham laboratório e nem tampouco os preocupava a questão da última matéria, tal como mais tarde veio a ocorrer com Lavoisier lhes importava a tabela periódica de Mendeleev.

157 Desde o século XII inciou todo um processo de reagregação do conhecimento dos antigos que retornou a Europa através dos árabes e cruzadas, principalmente os templários, que divulgaram inclusive os textos de Aristóteles. Mas como se tinha perdido o fio da meada; vários conceitos não foram compreendidos na época, em seu verdadeiro significado original. Assim aconteceu igualmente com o conceito de elemento que ainda em astrologia, quando se fala em signos de fogo, signos de terra, signos de ar e signos de água. Na época de Lavoisier, mesmo os defensores da teoria quatro elementos já não entendiam mais o significado profundo dos conceitos dos antigos, como é o caso de Jean Baptiste Van Helmont, no século XVIII. A teoria deste era de que a agua gerava a terra. Para demonstrar isto ele apanhou um vidro sem conter terra, com água destilada e com uma planta dentro. De tempo em tempo, ele media a quantidade de matéria sólida que tinha aparecido na água. De fato, ele conseguiu uma pequena quantidade de resíduos sólidos. Com isto pensou ter demonstrado que a água gerava terra. Mais tarde Lavoisier demonstrou que esta teoria de Van Helmont estava errada, porque os resíduos sólidos eram silício desprendido das paredes do recipiente de vidro. Pôr aí se ve que o próprio defensor da teoria tomava o conceito de elemento no sentido da química moderna. Ele também não percebeu a dimensão mais ampla do conceito de elemento tal como os antigos usavam. Nem os defensores nem os adversários entendiam mais o antigo conceito dos antigos. AS QUALIDADES PRIMITIVAS DE ENERGIAS Antes de estudar os elementos precisamos saber o que os antigos queriam dizer quando se referiam às quatro qualidades primitivas. Universo é Uno Versum A teoria antiga diz que, no princípio, o Uno se manifestou a forma de universo em termo de dualidade, isto é, os pares de antagonistas. As qualidades primitivas de quente e frio e de úmido e seco formam quatro adversários, cujas propriedades se expressam com estes termos. Dois destes antagonistas se unem numa combinação formando um elemento. Uno e Tao. Estas qualidades se combinam duas a duas para formarem os elementos fogo, terra, ar e água. O quente e o seco formam o elemento fogo; o seco e o frio formam o elemento terra; o quente e o úmido formam o ar; o frio e o úmido formam a água. A teoria dos elementos resulta, portanto, da combinação das qualidades primitivas. Pôr sua vez, os elementos se combinam entre si e as composições e transformações das qualidades primitivas e dos elementos vão dar origem aos corpos que, pôr sua vez, tem como causa determinantes as leis universais de atração e repulsão, isto é, a lei da Dualidade. Empédocles considerava o fogo, a terra, o ar e a água como a raiz de todas as coisas e, que o ódio e o amor provocam o movimento das coisas. O amor tende a fundir os quatro elementos num só, e o ódio tende a separá-los. Sob a ação destas duas forças, a natureza compõe os seus ciclos. Os elementos se formam pela combinação de um par dessas qualidades primitivas. Assim o elemento ar é formado pela combinação das duas qualidades primitivas quente e úmido. Cada participante constitui o complemento natural do outro. Ambos atuam entre si e têm a tendência de gerar a compensação de um par dessas qualidades primitivas. Assim o elemento ar é formado pela combinação das duas qualidades primitivas quente e úmido. Cada participante constitui o complemento natural do outro. Ambos atuam entre si e têm a tendência de gerar a compensação mútua. As qualidades gerais das atividades dos quatro princípios são: Quente: expansão, movimento. Seco: tensão e rigidez. Frio: retração, adesão. Úmido: elasticidade, fluidez.

158 OS QUATRO ELEMENTOS GREGOS Na composição dos elementos entram dois desses quatro participantes: Fogo: expansão, movimento (quente); tensão, rigidez (seco); Terra: tensão, rigidez (seco); adesão, retração (frio); Ar: expansão, movimento (quente); fluidez, elasticidade (úmido); Água: adesão, contração (frio); fluidez, elasticidade (úmido). Fogo grego corresponde ao elemento Fogo Chinês De maneira mais ampliada podemos dizer: Fogo (quente e seco). Significa impaciência, despreocupação, esperança, extrema confiança em si mesmo, orgulho, opulência, atropelo, veemência, cólera, desconsideração, ardentes paixões, arrebatamentos, entusiasmos, o instinto, o espírito de pioneirismo, natureza dominadora, combatividade, despotismo, base intelectual para crer e afirmar. O móvel principal é a ambição; formas psíquicas, resultantes das combinações das qualidades de quente e seco, são atividades exageradas de vitalização e metabolismo agitado. Terra grega Corresponde ao elemento Madeira Chinês Terra (seco e frio). Significam aplicação, esforço, paciência, obstinação, prudência, rigidez das opiniões, espirito conservador, concentração mental, reflexão, razão e capacidade para examinar, espírito agitado; sua fórmula é duvidar, negar; o indivíduo vê antes de tudo o divisório, o separador, as diferenças, a análise. Agradam-lhes as combinações, o mecânico, o exato. Pensamento teórico com um sistema de princípios; regras fixas e tirania espiritual, rigor, fanatismo, egoísmo, atitude egocêntrica, anelo predominante e o saber abarcando tudo, desde a curiosidade para as coisas mais insignificantes da vida cotidiana até as investigações científicas mais profundas. Fixação e retenção dos produtos do metabolismo; petrificação. Ar grego corresponde ao elemento Metal Chinês Ar (quente e úmido). Indica mobilidade nas idéias, desejos, sentimentos, elasticidade do espírito e do caráter, impulsos vivos, ambição nobre, intuição e dom inventivo, sutileza, intrigas, discórdias, reação viva frente a excitações exteriores, emoções superficiais, excitáveis; concepção e sentimentos artísticos, habilidade, espírito livre e liberal. O ar facilita o tato, mudanças de objetivos no plano sentimental e tendência a distração. Paixão primordial é o amor; nutrição, renovação, reprodução. Água grega corresponde ao elemento Água Chinês Água (úmido e frio). Indica natureza branda, indolente, incapaz de esforços energéticos e de atos volitivos, que se deixa levar; inatividade fisica, tranquilidade, o silêncio e a paz, amar a sua comodidade; teme a obrigação, concede grande importância ao sentimento, predileção ao romântico, entrega-se aos sonhos, melancolias, fantasia, paixão predominante, prosperidade material, hipertendências os elementos aquosos e alburninosos das glândulas. O texto foi extraído do Livro Acupuntura Constitucional Universal de Autoria do Dr. EU WON LEE.

159  TIPO I - NEO SANGUÍNIO

1ª. Tipologia Neo-Hipocrática Biótipo I - (Tipo 1) Características Físicas (baseado no Nei Ching) - ombro largo, cintura fina proporcionalmente - tórax bem desenvolvido - testa larga - brilho muito intenso nos olhos Excesso de elemento Ar (Hiper-Energia de Pulmão) Aqueles que têm uma ênfase excessiva no elemento ar possuem uma mente demasiadamente ativa, que deve ser guiada e controlada. Esse é o tipo de pessoa que “vive dentro da sua cabeça”, e se houver pouca terra e pouco fogo para motivá-la e pôr os seus ideais em prática, ela poderá mexer amadoristicamente com todos os tipos de curiosidades sem chegar a resultados ou sem desenvolver muita profundidade em si mesma. Essas pessoas podem fazer qualquer coisa sem uma reflexão prévia, o que as leva, em casos extremos, a uma paralisia da vontade e a desordens psicológicas graves. A mente pode fazê-las fugir da realidade às vezes, levando-as para um mundo de imaginação e de esplendor conceituado, ou para um senso de realidade totalmente fora de contato com o que é possível. Com uma disciplina mental adequada, esse tipo pode ser um inovador no mundo do pensamento. Ele amiúde tem uma habilidade especial para coordenar atividades com diversos tipos de pessoas. Fisicamente, tal espécie de pessoa pode estar tão fora de contato com seu corpo que deixa a mente arrebatá-lo até chegar a um ponto de exaustão total. O sistema nervoso é altamente ativado e extremamente sensível, mas essas pessoas esgotam sua energia nervosa muito mais depressa do que as de tipos diferentes, uma vez que a usam mais rapidamente. Um período repousante de recuperação ou de meditação é necessário para que o sistema nervoso se recarregue e impeça que a mente a arraste a um estado de exaustão psíquica. Para esses tipos é necessário

160 haver uma mudança periódica de cenário, um afastamento do trabalho costumeiro e dos deveres domésticos para que a mente possa sair da sua rota absorvente de preocupações, reconsiderações e planos infindáveis. 2. Falta de Elemento Terra (Hipo-Energia do Fígado) Aqueles que têm muito pouca energia no elemento terra não são naturalmente sintonizados para o mundo físico, corpo físico, ou com as limitações e exigências para a sobrevivência no plano material. Portanto eles podem ser aéreos, “lançados no espaço”, pois não são baseados na atual realização, aqui e agora, de dependência de coisas materiais como comida, dinheiro, abrigo e outras considerações práticas. Tal pessoa freqüentemente pode ignorar as necessidades de sobrevivência do mundo material e tende a lutar contra o fato de ser adulto e ter de se adaptar as duras necessidades, até que seja forçada a fazê-lo pela pressão da realidade que ela prefere ignorar. Esta falta de contato com o mundo material e com a dimensão física de realidade pode levar a pessoa a se sentir totalmente fora de luta neste mundo, sem bases ou raízes que possam lhe dar suporte e firmeza nos seus esforços para se expressar. Freqüentemente ela se sente como se não tivesse lugar para ficar, e não se enquadra em nenhum nicho de estrutura da sociedade e freqüentemente acha difícil encontrar um trabalho satisfatório na vida. Esta sensação de estar fora de lugar no mundo freqüentemente conduz essas pessoas a procurarem uma experiência direta com alguma dimensão da vida que pareça a mais real para elas, como ser ativo no mundo da imaginação ou se dedicar a uma busca espiritual a fim de transcender as limitações do mundo material definitivamente. Por outro lado, esta falta de elemento terra pode ter alguns efeitos muito proveitosos, pois a pessoa não aceita limites para aquilo que é possível, quer espiritualmente, quer nos seus esforços criativos. A imaginação pode se tomar um estado de turbulência e às vezes pode levar até a resultados frutíferos, mas somente quando o indivíduo tenha, pelo menos, aprendido a aceitar as necessidades básicas da vida terrestre. A falta de elemento terra também pode levar o indivíduo a ignorar as exigências do corpo físico. Para essas pessoas as suas necessidades físicas parecem ser mais secundárias; se realmente são consideradas de alguma maneira, por essa razão freqüentemente se esquecem de comer, de fazer exercícios e de repousar a intervalos regulares. Freqüentemente apresentam um tom de pele descorado e doentio, uma indicação de que a energia vital não está fortemente abastecendo o veículo físico, ao passo que aqueles com uma grande ênfase no elemento terra freqüentemente possuem a pele especialmente oleosa, ativa, com boa textura e boa cor. Aquela com a falta de elemento terra pode se beneficiar imensamente cultivando coincidentemente um cronograma regular nas suas vidas, separando períodos definidos para comer relaxadamente, para se excitar moderadamente e para ter um repouso suficiente. Em outras palavras, aceitando conscientemente as limitações do mundo físico, elas podem dominá-las utilizando a força sustentadora da terra.

161

ALIMENTOS DO TIPO I

Alimentos 1. 0 - Alimentos Benéficos - x - Alimentos Maléficos 0 - Abóbora 0 - Acelga 0 - Açucar Mascavo 0 - Alface 0 - Alga Marinha 0 - Alho 0 - Arroz Branco 0 - Arroz Integral 0 - Azuki 0 - Banana 0 - Batata 0 - Batata Doce 0 - Beringela 0 - Peixe Bonito 0 - Camarão 0 - Caqui

0 - Cebola 0 - Cebolinha Verde 0 - Cevada 0 - Chocolate 0 - Couve 0 - Espinafre 0 - Feijão Preto 0 - Feijão Roxo 0 - Gengibre 0 - Laranja 0 - Lula 0 - Milho 0 - Morango 0 - Frutos do Mar 0 - Peixe de Carne Branca 0 - Pepino

0 - Pêra 0 - Pescada 0 - Pêssego 0 - Pimenta Vermelha 0 - Repolho 0 - Siri 0 - Soja 0 - Tomate 0 - Uva x - Pimenta do Reino x - Ovos x - Nabo x - Mostarda x - Melão x - Melancia x - Mel de Abelha

x x x x x x x x x x x x x x x

- Maçã - Leite - Gergelin - Feijão Branco - Farinha Integral - Farinha Branca - Erva Doce - Cenoura - Carne Suína - Carne Bovina - Arroz Pegaso - Açúcar Branco - Amendoin - Ameixa - Frango

Tipo I Tai Yang Sanguinio

P IG

BP E

R B

C ID

Sedar – C8 – P5 – R10 – P10 – PA ID5 – VB43 Tonificar – R10 – F4 – P8 – F8 – PA IG2

F VB

162  TIPO II - NEO COLÉRICO

2ª.Tipologia Neo-Hipocrática Características Físicas (baseado no Nei Ching) - tórax bem desenvolvido’ - tronco curto, pernas compridas porporcionalmente - possui brilho nos olhos - pele clara, seca, não muito macia - voz clara e aguda Biótipo II - (Tipo 2) Excesso de Elemento Fogo (Hiper-Energia do Coração e Estômago) O elemento fogo exemplifica a decisão, a grande fé em si mesmo, o entusiasmo, uma força sem limite e uma honestidade direta. Precisa de uma grande dose de liberdade para poderem se expressar de forma natural, e normalmente garantem esse espaço para si mesmos por meio da insistência incansável nos seus pontos de vista. Sua vontade de ser e de se expressar livremente é quase infantil pela sua simplicidade; uma qualidade que embora às vezes pareça cativante aos outros, pode parecer ofensiva àqueles que são mais cautelosos e sensíveis. Ademais, ênfase em fogo é raramente percebida como um problema pelo indivíduo, até que seja tarde demais para fazer alguma coisa a respeito. A pessoa dessa ênfase poderá se “consumir” no fogo da sua própria atividade, deixando o corpo esgotado, especialmente quando há abuso de álcool ou drogas. Eles tendem a ser excessivamente ativos, inquietos e bastante faladores a respeito de alguma ocorrência do mundo, sendo preocupados em fazer com que alguma coisa aconteça. O fogo em excesso também pode conduzir ao problema de relacionamento com os outros, pois a impulsividade, a auto-identificação e o desejo de agir diretamente, a qualquer custo, podem causar um modo extremamente insensível e grosseiro de abordar as outras pessoas. Sob aflição, este desequilíbrio torna-se descontrolado e provoca aqueles que têm ênfase de fogo, tornando-os violentos, turbulentos, extravagantes, exagerados, apaixonados, intranqüilos, demasiadamente confiantes e auto-indulgentes. Adquirem características primitivas e tendência marcante de exaltação egocêntrica, do convencimento, das vaidades e amor a pompa, da grandeza e

163 da auto-valorização. No melhor dos casos, aqueles que sintonizam fortemente com o fogo são pessoas dinâmicas e automotivadas, ativas, agitadas, nervosas, explosivas, impacientes. Embora não tolerem a injustiça, tais indivíduos têm a característica de não guardar raiva, rancor ou mágoa de ninguém, esquecendo-se facilmente do que lhes desagradou. Freqüentemente iniciam e promovem novos empreendimentos, projetos e aventuras idealistas, que exigem dedicação, coragem e muita energia. 2. Falta de Elemento Água (Hipo-Energia do Rim) Pouca ênfase sobre o elemento água pode se manifestar como uma extensa variedade de problemas psicológicos, emocionais e físicos. A maioria das pessoas que carecem de afinação com a água e tem grande dificuldade para penetrar nos sentimentos dos outros com a empatia e a compaixão, assim como se colocar em contato com os seus próprios sentimentos e necessidades emocionais, isso não significa que sejam, em todos os casos, destituídas de sensibilidade, mas sempre têm problemas quando lidam com seus próprios sentimentos; para elas, o mundo das emoções parece ser uma terra estranha e cheia de grandes perigos, que pode ser mais perturbadora do que benéfica. Em casos extremos, podemos encontrar pessoas com tal desequilíbrio, que são frias, desapaixonadas e insensíveis. Tais indivíduos são notados pela falta de simpatia e raramente têm um bom relacionamento emocional com os outros. Tendem a desprezar os sentimentos dos outros, considerando-os sem importância, e são incapazes de ver neles aquilo que não podem aceitar em si mesmos. Nos seus esforços para alcançar a auto-suficiência emocional negam, ao mesmo tempo, sua própria natureza emocional, o que pode levar a uma dependência inconsciente dos que expressam sentimentos. A falta do elemento água também se manifesta como uma desconfiança inata do conhecimento intuitivo. Em alguns casos, o principal problema emocional dessas pessoas é que não confiam nem um pouco em si mesmas, uma vez que desprezam prontamente os próprios sentimentos como se fossem coisas incômodas e sem importância. Com muita freqüência, as pessoas que têm falta do elemento água resiste a todos os esforços feitos para tirá-las do seu vácuo emocional, ao mesmo tempo em que tateiam procurando apoio e fazem gestos semi-inconscientes na direção dos outros, gestos que revelam sua opinião, seu medo ou sua infelicidade interior.

164 ALIMENTOS DO TIPO II

Alimentos 2. 0 - Alimentos Benéficos - x - Alimentos Maléficos 0 - Abóbora 0 - Acelga 0 - Açucar Mascavo 0 - Alface x - Alga Marinha 0 - Alho 0 - Arroz Branco 0 - Arroz Integral 0 - Azuki 0 - Banana x - Batata x - Batata Doce 0 - Beringela 0 - Peixe Bonito 0 - Camarão 0 - Caqui

x - Cebola x - Cebolinha Verde 0 - Cevada 0 - Chocolate 0 - Couve 0 - Espinafre 0 - Feijão Preto 0 - Feijão Roxo x - Gengibre x - Laranja 0 - Lula x - Milho 0 - Morango 0 - Frutos do Mar x - Peixe de Carne Branca 0 - Pepino

0 - Pêra x - Pescada 0 - Pêssego 0 - Pimenta Vermelha 0 - Repolho 0 - Siri 0 - Soja 0 - Tomate 0 - Uva x - Pimenta do Reino x - Ovos x - Nabo x - Mostarda 0 - Melão 0 - Melancia x - Mel de Abelha

x - Maçã x - Leite x - Gergelin x - Feijão Branco 0 - Farinha Integral x - Farinha Branca x - Erva Doce x - Cenoura x - Carne Suína x - Carne Bovina x - Arroz Pegaso x - Amendoin x - Ameixa x - Açucar Branco x - Frango

Tipo II Shao Yang Colérico

C ID

BP E

F VB

P IG

R B

Tonificar – R7 – P8 – BP3 – R3 – PA. IG11 – B67 Sedar – E45 – IG1 – E43 – VB41 – PA. ID8

165  TIPO III - NEO MELANCÓLICO

3ª. Tipologia Neo-Hipocrática Características Físicas (baseado no Nei Ching) - pescoço bem desenvolvido - tronco comprido, perna curta proporcional - tórax não muito desenvolvido, cintura e barriga proeminente - esqueleto grosso - mãos e pés grandes e úmidos - pele e musculatura concistente - muita transpiração Biótipo III - (Tipo 3) Excesso de elemento Terra (Hiper-Energia do Fígado) A sintonia com este elemento terra, indica que o indivíduo esta em contato com os sentidos físicos e a realidade aqui e agora do mundo material. As pessoas do elemento terra tendem acreditar mais em seus sentidos e razão prática do que em inspirações, considerações teóricas ou intuições de outros elementos. Eles estão sintonizados com o mundo da “formas” que os sentidos e a mente prática tomam como real a sua compreensão inata, de como o mundo material funciona; observam-se nos biótipos de elemento terra mais paciência e autodisciplina do que outros tipos. Aqueles com ênfase excessivamente grande no elemento terra, tendem a confiar demais nas coisas conforme elas aparentam ser. Podem ter uma visão estreita, uma preocupação obsessiva com aquilo que “funciona” mais do que com aquelas idéias que eles deveriam procurar. Comumente pode haver uma acentuada falta de imaginação. Eles têm muita preocupação na eficiência prática e ênfase material em detrimento dos princípios teóricos e éticos, Para essas pessoas, é fácil perder as perspectivas das suas próprias ações e das implicações finais dos seus métodos de operação. Naturalmente, aqueles com grande afinação, com o elemento terra darão uma notável demonstração de força e de eficiência em quase todos os aspectos, e assim eles precisam canalizar suas energias especificamente nos trabalhos que se lhes apresentam como desafios. Mesmo assim, o mundo do trabalho e de negócios muitas vezes tende a dominar as suas vidas totalmente; em decorrência disto, podem ter a sua autoconfiança e seu valor próprio ameaçado quando ocorrer uma mudança imprevista em suas atitudes vocacionais. É comum a presença de um cinismo peculiar ou de um

166 ceticismo nessas pessoas, como uma qualidade da mente que surge quando não têm um ideal ou uma inspiração que possa dar significado as suas vidas. 2. Falta de elemento Ar (Hipo-Energia do Pulmão) Aqueles que têm pouca ênfase no elemento ar, raramente percebem que isso é grave, porque estão demasiadamente envolvidos nas ações, nas sensações e nas preocupações materiais, para poderem considerar as implicações dos seus envolvimentos. Todavia, justamente esta falta de percepção e de capacidade para refletir sobre a vida é que cria problemas para tais pessoas. Elas dificilmente se desligam das suas ações pessoais, disso resultando que amiúde carregam o fardo de envolvimento que não foram suficientemente analisados de antemão, ou de insatisfações nos relacionamentos íntimos, originados da falta de habilidade para colaborar efetivamente. O elemento ar é uma qualidade unificadora e capacita a pessoa a se ajustar fácil e rapidamente a idéias novas e a diferentes tipos de pessoas. Aqueles a quem falta esta afinação têm, naturalmente, dificuldade para se adaptar a idéias novas e consequentemente a novas pessoas. Isso pode levá-los a desconfiar de qualquer outro que pareça muito “original e criativo intelectualmente”; aqueles que carecem desta afinação dificilmente conseguem ter uma perspectiva de si mesmos e para eles não é fácil refletir com base num ponto de vista objetivo. Via de regra essas pessoas não se analisam e são notadas por seu poder de raciocínio e pela clareza de sua expressão. As vezes, o sistema nervoso é débil e a falta de habilidade para se ajustar rapidamente as idéias novas pode, em alguns casos, provocar problemas psicossomáticos. Estas pessoas podem ter reações violentas quando ouvem uma idéia que não conseguem assimilar mental e emocionalmente. Suas reações físicas as idéias não assimiláveis, ou a novos tipos de pessoas, chocam-nas a tal ponto que ficam fisicamente doentes, ou então insultam de uma maneira irracional, num esforço para eliminar a fonte deste pensamento ameaçador.

167 ALIMENTOS DO TIPO III

Alimentos 3. 0 - Alimentos Benéficos - x - Alimentos Maléficos 0 - Abóbora x - Acelga 0 - Açucar Mascavo 0 - Alface 0 - Alga Marinha 0 - Alho 0 - Arroz Branco 0 - Arroz Integral 0 - Azuki 0 - Banana 0 - Batata 0 - Batata Doce 0 - Beringela x - Peixe Bonito x - Camarão x - Caqui

0 - Cebola 0 - Cebolinha Verde 0 - Cevada 0 - Chocolate 0 - Couve x - Espinafre x - Feijão Preto 0 - Feijão Roxo 0 - Gengibre 0 - Laranja x - Lula 0 - Milho 0 - Morango x - Frutos do Mar 0 - Peixe de Carne Branca 0 - Pepino

0 - Pêra 0 - Pescada 0 - Pêssego 0 - Pimenta Vermelha x - Repolho x - Siri 0 - Soja 0 - Tomate x - Uva x - Pimenta do Reino x - Ovos x - Nabo x - Mostarda x - Melão x - Melancia x - Mel de Abelha

0 - Maçã 0 - Leite 0 - Gergelin x - Feijão Branco x - Farinha Integral x - Farinha Branca x - Erva Doce x - Cenoura x - Carne Suína x - Carne Bovina x - Arroz Pegaso x - Açúcar Branco x - Amendoin x - Ameixa x - Frango

Tonificar – P9 – BP3 – P10 – C8 – PA ID8 – VB38 Sedar – F2 – C8 – F4 – P8 – PA IG11

168  TIPO IV - NEO FLEUGMÁTICO

4ª. Tipologia Neo-Hipocrática Características Físicas (baseado no Nei Ching) - em geral estatura pequena - corpo proporcional, bem equilibrado - mãos e pés pequenos - pele fina macia - pouca transpiração - não possui brilho nos olhos Biótipo IV - (Tipo 4) Excesso de Elemento Água (Hiper-Energia do Rim) As pessoas do elemento água estão em comunicação com seus próprios sentimentos, afinados com a nuance e sutilezas que muitos outros nem percebem. o elemento água representa o reino da emoção profunda e das respostas do sentimento, abarcando desde paixões compulsivas até medos extraordinários e ainda uma aceitação ilimitada e um amor por toda criação. Aqueles que têm uma ênfase exagerada no elemento água podem se sentir como se tivessem sido postos a deriva no mar aberto num pequeno bote sem leme, vela, remo e bússola. De modo geral, qualquer vento que sopre pode influenciá-los facilmente, tornando-os demasiado impressionáveis e colocando-os, as vezes, a mercê de configurações emocionais sobre as quais não têm controle. Quase todas as pessoas que têm tal desequilíbrio são extremamente sensíveis a qualquer experiência. O que pode levar a uma intuição profundamente penetrante ou uma reação exagerada ao mais leve estímulo. Se as emoções estiverem fora de controle e se a pessoa ficar habitualmente num estado de auto proteção apreensiva, ela poderá ser desvitalizada com muita facilidade pelo temor, pelos padrões de reações negativas e pela timidez. Ser enganado pelas emoções de experiência cotidiana é algo que, no fim, acaba desgastando qualquer um, e o fato de estas pessoas amiúde não serem capazes de lutar contra a tensão do confronto com o mundo exterior pode obrigá-las a se retirar para a vida interior ou a fugir dos desafios da vida. Tais pessoas, de fato, podem ficar “encharcadas” de emoções e de sentimentos contraditórios, num estado de coisas que pode muito bem acontecer quando usam a sua sensibilidade e a sua empatia num envolvimento ativo com os outros. No melhor dos casos, uma vez

169 que a auto-absorção tenha sido dominada, estas pessoas serão capazes de desenvolver uma autosuficiência emocional que terão como base para uma rica vida interior de dedicação total a um ideal. Freqüentemente, têm acentuada capacidade imaginativa e uma sintonia natural com as realidades espirituais e ocultas, sua dedicação, aparentemente absoluta a uma vida de sacrifício é sempre genuína; mas sem outras pessoas presentes, vê-se que essa atitude é simplesmente um disfarce que esconde o egoísmo absoluto e um padrão compulsivo de necessidade imperiosa de possibilidade de se entender essas pessoas, a menos que se compreenda que são motivadas principalmente por anseios profundos e insegurança que elas dificilmente podem identificar. A menos que esses anseios sejam esclarecidos a plena luz da consciência, essas pessoas não poderão deixar de ser bastante compulsivas em seu comportamento. E até que os anseios sejam identificados como desejos da alma por liberação e suprema serenidade o indivíduo não poderá fazer uso eficiente da sua maior força. 2. Falta de Elemento Fogo (Hipo-Energia do Coração e Estômago) Se alguém tiver pouca ênfase em signos de fogo, a energia ardente estará em falta e a digestão provavelmente se tornará fraca. A falta de fogo normalmente manifesta-se como uma falsa animosidade, a tendência de não confiar na própria vida. A alegria de viver está, muitas vezes, marcadamente ausente e a pessoa é altamente destituída de confiança e de otimismo. A confiança em si mesmo também poderá estar fraca, freqüentemente haverá tendência para o desalento e faltará o entusiasmo para satisfazer as exigências da vida. Essas pessoas têm medo de enfrentar qualquer desafio; se for problema grave, levam muito tempo para superá-lo, pois os efeitos psicológicos residuais tendem a desaparecer tardiamente, muito após a experiência já ter alcançado o seu ponto máximo. A falta do fogo quase sempre indica um problema mais sério na maneira da pessoa abordar a vida. O exercício físico vigoroso tende a estimular a energia de fogo e é altamente recomendado para este tipo de pessoa. A alimentação também deve ser preservada cautelosamente, especialmente quando a pessoa também possuir falta de elemento terra (grega), pois não terá força digestiva suficiente para queimar os alimentos pesados e concentrados. Os exercícios e os hábitos alimentares deverão ser moderados para que a pessoa não esgote a energia que tem. Mas, estas pessoas freqüentemente têm grande paciência e muita força de vontade.

170 Alimentos do Tipo IV

Alimentos 4. 0 - Alimentos Benéficos - x - Alimentos Maléficos 0 - Abóbora x - Acelga 0 - Açucar Mascavo 0 - Alface 0 - Alga Marinha 0 - Alho 0 - Arroz Branco 0 - Arroz Integral x - Azuki x - Banana 0 - Batata 0 - Batata Doce 0 - Beringela x - Peixe Bonito x - Camarão x - Caqui

0 - Cebola 0 - Cebolinha Verde x - Cevada x - Chocolate x - Couve 0 - Espinafre x - Feijão Preto 0 - Feijão Roxo 0 - Gengibre 0 - Laranja x - Lula 0 - Milho 0 - Morango x - Frutos do Mar 0 - Peixe de Carne Branca x - Pepino

X - Pêra 0 - Pescada 0 - Pêssego 0 - Pimenta Vermelha x - Repolho x - Siri 0 - Soja 0 - Tomate x - Uva x - Pimenta do Reino x - Ovos x - Nabo x - Mostarda x - Melão x - Melancia 0 - Mel de Abelha

0 - Maçã 0 - Leite 0 - Gergelin x - Feijão Branco x - Farinha Integral x - Farinha Branca x - Erva Doce x - Cenoura x - Carne Suína x - Carne Bovina x - Arroz Pegaso x - Açúcar Branco x - Amendoin 0 - Ameixa x - Frango

Tonificar – E41 – ID5 – VB41 – E43 – PA IG2 – B65 Sedar – R1 – F1 – BP3 – R3 – PA E41 – ID3

171 

1. Módulo de Etiopatogenia Energética Constitucional É responsável por processo inflamatório em tec ido mole e sintomas dolorosos em geral, c omo: fibromialgia, bursite, artrite, cistite, lom bociatalgia, lombalgia, tenosinovite, cefaléias ler/dort, etc... C PC

C PC

ID TA

ID TA

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F

BP

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VB

E

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R

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B

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Bio Tipo 1 - Néo Sanguínio

Bio Tipo 2 - Néo Coléric o

C PC

C PC

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B

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Bio Tipo 3 - Néo Melanc ólic o

Bio Tipo 4 - Néo Fleugm átic o

172 

2. Módulo de Etiopatogenia Energética Constitucional É responsável pelas sintom atologias neuropsic ogênic a s ou psicossomáticas,tensão nervosa, depressão, ansiedade, insônia, disturbio funcional do sistema nervoso vegetativo, c omo diarréia, constipaç ão, indigestão, c ólic as, disfunç ão hepato biliar, disfunç ão genito urinária, palpitação, falta de ar, etc... C PC

C PC

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ID TA

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Bio Tipo 3 - Néo Melanc ólic o

Bio Tipo 4 - Néo Fleugmátic o

173 

3. Módulo de Etiopatogenia Energética Constitucional Éresponsável pelo proc esso degenerativo, os sintomas paralíticos, os sintomas de auto imune, moléstias infec ciosas (viral) ou infec ção recidivante, incluindo osteoporose, artrose, hemiplegia pós A.V.E. (Ac idente vasc ular encefálico), parkinson, sindrome de altzheimer, artrite reumatóide, espondilite anquilosante, hepatite, nefrite, etc... C PC

C PC

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ID TA

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Bio Tipo 1 - Néo Sanguínio

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Bio Tipo 3 - Néo Melanc ólic o

Bio Tipo 4 - Néo Fleugm átic o

174  METODO DE DIAGNOSE Sabe-se que todo sucesso da prática de Acupuntura depende dos seguintes fatores: A. Diagnose correta; B. Escolha correta dos meridianos a serem tratados; C. Localização exata dos pontos a serem puncionados, e técnica de cura correta. Isto sendo feito, a cura será uma realidade. Mas, aos olhos científicos especializados da medicina ocidental, torna-se difícil compreender o homem integral, como o faz a medicina oriental, que vê o homem como um todo corpo, mente e espírito e o compreende integrado as leis comuns, a natureza do Universo. Para o médico especializado, que lê bulas de medicamentos e receita a pacientes avalizado por máquinas, o homem torna-se uma colcha de retalhos. Organizado por componentes, que devem ser vistos isolados e individualmente, e tratados também nesse nível. Vejam como é difícil, pois, para quem tem essa doutrina, compreender o homem integral. Mas os médicos do passado, mesmo os ocidentais, tinham, mais ou menos, essa visão integral do homem. Os farmacêuticos eram laboratoristas e pesquisadores. E o que são hoje, o médico especialista e o farmacêutico? O primeiro, é aquele que sabe cada vez mais do mínimo, até saber tudo sobre nada. O segundo, é um balconista dos grandes laboratórios internacionais. Este adendo foi proposital, para termos consciência de que, para entrarmos na diagnose oriental, devemos apagar toda essa influência. Só assim poderemos ver com nitidez este aspecto universal do homem. Segundo os chineses, a doença tem sua evolução em três fases específicas, que são: transtornos energéticos (humor), transtornos funcionais (função) e transtornos organicos (instalação patológica). Diante de um enfermo, portanto, é preciso, fazermos um balanço do seu estado energético, de seus diferentes circuitos, órgãos e funções. O objetivo do diagnóstico funda-se, basicamente, na primeira fase: transtorno energético. Devemos no entanto diferenciar os desequilíbrios secundários, causados por transtornos funcionais e orgânicos. Assim, na presença do enfermo, devemos, antes de mais nada, fazer um balanço do estado energético de seus diferentes canais, sistemas, órgãos e funções. Aqui, também, é preciso estar atentos quanto ao nosso condicionamento em relação aos conceitos do diagnóstico ocidental. Esse tipo de diagnóstico procura no paciente uma lesão orgânica ou funcional, ou a presença de microorganismos patogênicos, elaborando uma conclusão a partir da ajuda de exames bioquímicas ou radiológicos Na medicina oriental, toda doença, de qualquer natureza, reflete sem dúvida um desequilíbrio energético. Portanto, o diagnóstico chinês, visa detectar o desequilíbrio, raiz de qualquer doença. Com uma certa habilidade, isto poderá ser feito com bastante antecedência, o que faz com que esta ciência seja, antes de tudo, a de uma medicina preventiva. Se o desequilíbrio for detectado em tempo, evitar-se-á que o mesmo evolua, transformando-se numa moléstia, ou, pior, num mal irreversível. Naturalmente, nos tempos atuais, não é muito comum, no cotidiano, encontrarmos médicos que se dediquem a essa arte preventiva”, seja pela exiguidade de tempo, seja porque, quando os pacientes adoecem, já são portadores de lesões graves e até mesmo complicações medicamentosas ou cirúrgicas, o que dificulta mais o quadro comum da doença. Na realidade, as formas de diagnóstico ocidentais não podem ir a profundidade de detectar essas alterações em nível energético, mas, por outro lado, têm seu valor, nos casos em que as lesões orgânicas já estão estabelecidas. Assim, caberá a medicina oriental, com boa margem de tempo, antecipar e colaborar para que não haja evolução e agravamento do quadro patológico. Esses esclarecimentos são feitos porque, não raro, muitos acupuntores apoiam-se simplesmente, num repertório terapêutico baseado nas formas ocidentais. Como diagnóstico, praticam uma acupuntura sintomática, baseada em receitas preestabelecidas. Com isso, só podem ter resultados superficiais, e não uma cura realmente completa.

175 Há um ditado chinês que diz. O médico superior evita a doença; O médico médio restaura a saúde; O médico inferior cura a doença (trata os sintomas).

 QUADRO FISIOGNOMÔNICO

Fígado

Baço

Intestino Delgado

Rim Coração

Pulmão Órgãos Sexuais

Bexiga

176

Coração Fígado Apêndice

Pulmões Estômago Baço Órgãos Sexuais Vesícula Biliar

Baço

Rins

177

Intestino Delgado Intestinos

Fígado Baço Rins Intestino Grosso

Coração Estômago Pulmão

Sexo

Fígado

Intestinos

Rins e Bexiga

178 Fisiognomonia 

4 5

3

4 5

2 1

1 8 10 13

10

9

12

12 6

8 13

7 11

Ninguém jamais viu diretamente o próprio rosto, que só è possível conhecer através do espelho. Mas, quer queiramos ou não, ele é nossa parte mais reveladora, linguagem silenciosa que nos desvenda para os outros. Fisiognomonia é a técnica de conhecer e diagnosticar as condições de saúde de uma pessoa pela observação de sinais e formas da face e outras partes do corpo. Ciência antiga, muito utilizada pêlos médicos orientais, constitui hoje um importante recurso de diagnóstico da medicina complementar e se baseia na analise de manchas, rugas, marcas, sinais, dilatações, inchaços e mesmo na forma natural de uma determinada área. Para facilitar o estudo e compreender melhor sua aplicação, a fisiognomonia divide a face em áreas, cada uma delas correspondente a um órgão interno, aparelho ou funções biológicas mais importantes. Área 1

1

1

Região infra-orbitária ou abaixo da pálpebra inferior; corresponde aos rins e à bexiga. Essa região é ligada ao metabolismo hidreletrotítico, ou seja, reflete as condições da distribuição de água e sais minerais (mais propriamente o sódio, o cálcio e o potássio).

179 Nos organismos cansados, devido à ingestão de líquidos em excesso, como cerveja, vinho, refrigerante e mesmo água (principalmente durante as refeições), ao consumo de alimentos carregados em sal ou ainda por uma predisposição orgânica herdada podem surgir bolsas dilatadas e inchadas nesse local, indicando más condições da função de excreção, acúmulo de líquidos e rins sobrecarregados.’ Em clínica médica, este sinal é indicativo de má função renal, ocorrendo grandes edemas na região em casos de insuficiência renal. O local pode também apresentar-se escuro, encovado, apontando um estado de deficiência energética geral devido ao desgaste acentuado das funções renais, com o comprometimento de todo o organismo. Esta área, no entanto, não é relativa apenas aos rins (na medicina oriental cada rim corresponde a região infra-orbitária do mesmo lado, ou homolateral), mas a toda a função orgânica de excreção de água, sais, toxinas do sangue e elementos metabólicos em geral, na qual os rins tem atuação preponderante, Quando há ingestão excessiva de líquidos ou sais, além da capacidade de tolerância do organismo, os rins podem “cansar-se”, tornar-se desgastados e doentes. O resultado será o surgimento de dilatações ou inchaços na Área 1, a principio leves, passando depois a moderados, com rugas ou sulcos bem marcados, em seguida para edemas maiores, terminando com possíveis manchas escurecidas: são sinais de falência da função renal, que pode ser relativa ou absoluta, aguda ou crônica. De qualquer modo, representam sinais de desgaste, de envelhecimento precoce e de saúde abalada. A interrupção das causas desses problemas toma-se fundamental para impedir a continuidade da ação patológica e para que haja o restabelecimento da saúde a medicina complementar ensina que não existem remédios capazes de substituir o tratamento pelo retorno aos hábitos percimoniosos e à harmonia com as leis naturais. Para isso podem ser usados diversos recursos naturais, como ervas, remédios homeopáticos, pontos terapêuticos, dietas, etc,, que contribuem para o tratamento de problemas semelhantes. Em muitos casos, sinais anormais da Área 1 podem desaparecer, desde que se estabeleça uma terapêutica eficaz. Área 2

2

É a região situada entre as sombrancelhas; corresponde à vesícula biliar e ao fígado. Rugas e sulcos entre as sombrancelhas apontam para as disfunções do fígado ou da vesícula biliar. Essa área pode apresentar-se inchada e vermelha, o que indica de imediato congestão do fígado; pode também - o que é mais comum apresentar rugas ou sulcos, rasos ou profundos, semelhantes aos que se formam quando se franze o cenho (sem, é claro, que isso ocorra deliberadamente). Neste caso existe uma disfunção do fígado ou sua sobrecarga, devido à presença, há um tempo considerável, de substâncias que agridem ou perturbam a função do fígado e/ou da vesícula.

180 Situações assim geralmente são provocadas por hábitos perniciosos, como o alcoolismo, excesso de alimentos gordurosos, ingestão prolongada de medicamentos, dentro de um quadro de predisposição herdada, onde tanto o fígado quanto a vesícula biliar caracterizam-se como “órgãos de choque” (mais fracos). Produtos como o álcool (principalmente vinho de má qualidade e os destilados mais fortes), pimentas. frituras, carnes condicionadas, vísceras, condimentos fortes (mostarda. molho inglês, etc.). vinagre artificial, entre outros, têm ação irritativa sobre o fígado, contribuindo para o surgimento de sinais na Área 2. No caso de doenças agudas ou crônicas do fígado e da vesícula biliar, esses sinais podem ou não surgir; mas certamente estarão presentes quando tais órgãos forem agredidos por fatores externos capazes de prejudicarem a sua função natural. Área 3

3

É a região da testa; indica desgaste orgânico generalizado. As marcas, linhas e rugas na região da testa são comuns em pessoas tensas e nervosas. Sulcos profundos, linhas e rugas nessa área (independentemente de se franzir a testa) geralmente são sinais provocados por excesso de trabalho mental, preocupações constantes, ingestão habitual de alimentos fermentativos irritantes e pela presença anormal de líquidos no intestino delgado. Essa condição fermentativa é provocada por alimentos como o pão branco, o açúcar branco, conservas, molhos e temperos, e pela presença nos intestinos de toxinas derivadas das carnes embutidas -salsichas, salame, presunto, mortadela e frios em geral. Convém notar também que pessoas irritadiças e muito tensas desenvolvem problema intestinal com mais facilidade, como colites fermentativas. Flatulência e diarréias nervosas. As marcas fisiognomônicas da Área 3, dificilmente desaparecem. Área 4

4

181 Região das sombrancelhas ou dos supecílios; corresponde a glândula supra renal. A forma das sombrancelhas está relacionada com a função das glândulas supra renais, quando caidas sobre os olhos, significa redução na função das supra renais a pessoa passa a não ter muito controle emocional, sombrancelhas finas esta relacionada com a vida da pessoa, ou seja, indica fragilidade emocional Os problemas relativos a esses órgãos são detectados pela observação da forma e da posição das sombrancelhas. Quando se apresentam caídas sobre os olhos, denotando sinal de cansaço existe hereditariamente uma disfunção das glândulas supra-renais, em geral uma redução de sua função, o que torna a pessoa pouco resistente a situações de stress. A forma das sobrancelhas, se grossas ou finas, retas ou angulares, indica uma qualidade da função supra-penal, que se transforma numa condição característica do indivíduo em sua relação com a vida, Sobrancelhas finas e fracas, por exemplo, significam fragilidade frente aos conflitos ou às situações difíceis; são seres mais sensíveis e delicados, assim como as mulheres em geral. Sobrancelhas grossas e cheias refletem maior resistência e adaptabilidade às tensões cotidianas; são pessoas capazes de suportar mais facilmente os reveses ou embates estressantes. De modo geral, as sobrancelhas emprestam uma característica forte ao semblante, determinando uma qualificação especial ao tipo de emoção, estado de espírito ou aspecto do indivíduo. As sobrancelhas dão, assim, um “acento” ou uma qualidade ao olhar e à expressão de uma pessoa. Ao bom observador, elas apontam exatamente o principal elemento psicomental que “impulsiona” o indivíduo na sua vida, na sua busca, nas suas reações, no seu temperamento, etc. Significa dizer que cada pessoa mostra em suas sobrancelhas o tipo de emoção, sentimento ou “força” que a move. O diagnóstico, neste caso, depende sobretudo da sensibilidade do observador, o que exige muita experiência para obter uma técnica cada vez mais aperfeiçoada de diagnóstico. Como o mundo psicomental e bioenergético de cada pessoa influenciam profundamente sua saúde, pelo conhecimento do tipo de sobrancelhas podem-se localizar causas psicológicas, afetivas ou emocionais típicas da estrutura mental, bem como os determinantes de certas condições orgânicas ou somáticas. Os sinais da Area 4 não se modificam, já que são marcas estruturais profundas, servem, contudo, para ampliar o conhecimento geral sobre a saúde de uma pessoa e indicam providências ou caminhos adequados para tratamentos. Área 5

5

5

Região lateral de cada olho, na sua porção externa; corresponde ao metabolismo dos hôrmonios sexuais.

182 Os sinais mais característicos desta área são as rugas conhecidas popularmente como pés-degalinha e seu significado é o envelhecimento precoce do organismo motivado por desgaste bioenergético ligado a perturbações hormonais. A origem é variada, mas sempre vinculada a atividade sexual intensa ou à presença de quantidades excessivas de hormônios no organismo; neste caso, esse excesso pode ser causado por hiperatividade dos ovários, dos testículos, das supra-renais ou da hipófise, ou então pela ingestão contínua e prolongada de hormônios sintéticos (anticoncepcionais, por exemplo). Quando presentes nos homens, esses sinais revelam produção exagerada de hormônios devido a uma vida sexual abusiva, com consequente desgaste funcional e envelhecimento prematuro. Área 6

Região do lábio superior; corresponde ao estômago, ‘a função gástrica e as primeiras partes do duodeno, intestino e o jejuno. Os sinais anormais. mais comuns dessa área são rachaduras, sulcos, protuberâncias, aftas, pontos esbranquiçados, inchaços, palidez, vermelhidão e outros, indicando diversos problemas ligados aos órgãos citados. A correlação entre os sinais dessa área e os distúrbios internos é a seguinte:     

   

inchaço e vermelhidão: estômago inflamado; pontos esbranquiçados: estômago fraco; aftas na mucosa: fermentação no estômago e no intestino; palidez.: estômago produzindo pouca secreção digestiva ou anemia; casos contínuos podem denunciar a presença de tumor ou úlcera gástrica antiga; rachaduras; fermentação antiga, mau estado geral do estômago e do duodeno, possibilidades de ulceras gástricas e duodenais recorrentes (que surgem e desaparecem deixando cicatrizes internas); presentes em crianças e adultos em casos de hereditariedade de estômago deficiente; herpes frequente: baixa resistência imunológica devido a alimentação de baixa qualidade; lábio superior ressecado e sem vida: distúrbios nervosos refletindo no estômago; doenças gástricas psicossomáticas; úlceras nervosas; lábio superior naturalmente grosso: estômago dilatado e vísceras digestivas desproporcionais, legado de antepassados carnívoros ou vorazes, sulcos e inchaço: estômago hiperativo produzindo acidez excessiva. Muitos sinais aqui apontados costumam desaparecer assim que os órgãos correspondentes à área voltam às condições normais

183 Área 7

Região do lábio inferior; relaciona-se com o intestino grosso. Afirma a medicina oriental que quando uma pessoa tem. Desde o nascimento, o lábio inferior muito espesso, o seu intestino grosso é mais dilatado ou de calibre maior que o normal; isto resulta de má herança, ou seja, de abusos alimentares dos parentes de gerações anteriores. Quando um indivíduo apresenta este sinal, a tendência é que se manifestem problemas nos intestinos, em geral acúmulo de resíduos, intestino preso, flatulência e cólicas. A região pode também exibir suilcos, rachaduras, inchaços, bolsas, aftas, herpes, ressecamentos, vermelhidão, inflamações, etc., cujos significados aproximam-se daqueles relativos à Área 6, mas, neste caso, voltados para o intestino delgado terminal (íleo), cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente, sigmóide e reto. Os maus sinais da Área 7 são mais comumente determinados por dilatações, fermentações, gases, acúmulos de resíduos e putrefações, provenientes de uma alimentação com produtos industrializados, rica em carne animal, açúcar branco, massas, molhos e toxinas alimentares variadas. Alguns. dos sinais dessa área podem desaparecer à medida que a patologia correspondente é eliminada. Área 8

8

8

Região das maçãs do rosto; indica a saúde geral do organismo e em particular as condições da microcirculação corporal e os pulmões. Um mau sinal é quando a área apresenta cor acinzentada, mortiça ou pálida (em pessoas de pele clara) com ou sem a proeminência dos ossos: significa saúde global deficiente devido à má circulação periférica, com a consequente oxigenação dos tecidos reduzida.

184 A circulação periférica é constituída por pequenos vasos arteriais, venosos e linfáticos da pele, do córtex cerebral e do envoltório de órgãos; quando prejudicada por vasoconstrição, tabagismo, doenças degenerativas, etc., as celulas não recebem a quantidade suficiente de oxigênio e nutriente, o que desenvolve um tipo de carência conhecida na medicina complementar como “anemia de extremidades” daí a face mostrar-se pálida e sem vida. Este sinal acompanha as doenças debilitantes e se fará presente Ioda a vez que a energia vital estiver alterada. Pode ocorrer também vermelhidão na área, com pequenas veias dilatadas: esta é uma situação anormal onde, além dos problemas da condição anterior, o indivíduo apresenta uma dilatação perigosa de grandes vasos internos. O ideal é que, nas pessoas de tez branca ou amarela, a região se mostre levemente rosada, ou aveludada e suave naquelas da raça negra. Mesmo sem conhecer profundamente a ciência da fisiognomonia, a sabedoria popular costuma apontar a face rosada como um sinal de saúde. Área 9

9

Região da ponta do nariz; corresponde ao coração e ao sistema cardiovascular. Normalmente esta área não apresenta sinais, mas, em certas pessoas e dependendo das condições da circulação cardíaca, pode mostrar-se excessivamente vermelha, dilatada ou levemente inchada. É o “nariz de palhaço”, conhecido sinal dos estudiosos da medicina tradicional chinesa. Surge muitas vezes em casos de angina pectoris, pré-enfarte, aterosclerose coronariana e dilatação do coração. Em fisiognomonia, a presença tambem de pequenas veias e vasos dilatados na ponta do nariz é um sinal que exige cuidados e atenção para com as condições circulatórias cardíacas da pessoa. Área 10

10

10

Região das asas do nariz; represetna diretamente os pulmões.

185 Aqui as alterações mais comuns são pequenos vasos dilatados, inchaços e descamações. Significam dilatações da árvore respiratória, como nas bronquectasias e enfise-mas, inflamações do tecido bronquiolar e/ou pulmonar, além de irritações brônquicas e alveolares, nos casos de tabagismo, exposição a poluentes atmosféricos, entre outros. Estas doenças, no entanto, podem estar presentes independentemente de qualquer sinal visível na Área 10. Um importante sinal, conhecido também pela clínica médica tradicional, é o “batimento das asas do nariz”: um movimento contínuo das asas do nariz que ocorre em certos casos de insuficiência ventilatória pulmonar. Embora diversos sinais faciais façam parte da propedêutica médica, a medicina comum ainda desconhece as valiosas informações da fisiognomonia. Área 11

11

Região do queixo e abaixo do lábio inferior; corresponde aos órgãos sexuais, aos rins e ao sistema nervoso autônomo. Esta área não costuma apresentar propriamente sinais relativos a alterações desses órgãos, mas certas condições funcionais ou características hereditárias podem influir no aspecto da região. Tais condições se referem à influência do aparelho genital, do sistema hormonal e do sistema nervoso simpático e parassimpático na personalidade temperamento e qualidade bioenergética do indivíduo. Assim, queixos retraídos ou proeminentes, duros ou suaves, afilados ou largos, atrevidos ou tímidos, com riscos, sulcos centrais ou furinhos charmosos apontam para uma determinada influência desses órgãos no conjunto biopsicomental das pessoas. A leitura do queixo realizada pela medicina oriental mostra principalmente o tipo de impulso ou de relação com a vida. Área 12

12

12

Região dos sulcos descendentes laterais às asas do nariz, em direção aos bordos da boca; não esta relacionada com nenhum órgão, mas com todo organismo.

186 Traduz a condição geral do metabolismo e da saúde energética. Quando apresenta sulcos profundos e precoces, indica excesso de trabalho orgânico (alcoolismo, abusos alimentares. sobrecarga digestiva, exageros sexuais, ingestão de medicamentos ou drogas, líquidos em demasia, etc.), desgaste intelectual, vida noturna intensa, irritação do fígado e outros. pode também ser um sinal derivado de uma situação semelhante, porém não adquirida, mas herdada. Área 13

13

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Região do pavilhão da orelha; é uma das áreas mas importantes do diagnóstico fisiognomônico. Se observarmos bem o pavilhão auricular, notaremos que ele se assemelha a um feto humano invertido, onde o lóbulo ocupa a posição que seria à da cabeça, estando o restante da orelha relacionada com o tronco, os membros e as três cavidades principais; A forma e os sinais apontados pela orelha oferecem valiosas informações sobre a constituição e a saúde de uma pessoa; não é sem razão que este diagnóstico é um dos mais respeitados pela mediana oriental. Existe até um ramo da acupuntura denominado auriculoacupuntura, que trata exclusivamente da colocação de agulhas; na orelha, tal a quantidade de pontos que correspondem a diversos órgãos internos e a importantes funções. Um dos sinais principais do diagnóstico pela orelha é o do formato, posição e condições do lóbulo. O ideal é que essa região seja grande, larga, destacada da pele da face e não apresente sinais, inchaços e dilatações, o que evidencia boa constituição geral orgânica e energética herdada; sinal positivo revela excelente saúde Infelizmente é rara a pessoa, principalmente nos dias atuais, que vive essa situação privilegiada. O que está ocorrendo é os bebes já nascerem com o lóbulo pequeno e muitas vezes colado à pele do rosto, indicando uma situação oposta à mencionada A presença deste sinal bastante comum indica a herança de uma constituição orgânica não tão saudável e a predisposição a desequilíbrios e problemas de saúde, em função de uma estrutura bioenergética fragil. Os estudiosos da medicina natural apontam como causa dessa condição o afastamento do homem atual da relação harmônica com as leis naturais, o que cria um processo contínuo de degradação biológica, com seus inevitaveis reflexos genéticos. A região do lóbulo está ligada à parte profunda do sistema nervoso central. ao hipolálamo, a diversas estruturas sutis e em particular ao comando central do sistema glandular (glândula pineal), que, por sua vez administra, através do mecanismo fantástico do feed back toda a vida metabólica, psicomental e energética de um indivíduo. Na ciênda da auriculoacupuntura que também utiliza o diagnóstioo pela orelha, existem numersos sinais que denotam más condições de saúde relativas à posição e ao órgão a que esses sinais estão ligados, segundo o mapa auricular já mencionado Os mais comuns são pontos vermelhos, manchas, descamações, dores, etc.. Para um bom diagnóstico, a técnica preconizada pelos mestres é a de pesquisar as várias regiões da orelha primeiro pela simples observação do aspecto e depois, com um estilete bem fino, mas não penetrante, pressionando levemente as regiões na busca de pontos doloridos localizando uma área assim, sabe-se que ha algo errado com o órgão correspondente.

187 No diagnóstico auricular da fisiognomonia tem-se como ideal uma orelha bem formada, de lóbulo proeminente sem manchas, descamações ou pontos doloridos e cujo aspecto geral indique boa formação e vigor; também não devem existir sulcos normais deprimidos ou malformados, e as curvas, devem ser bem delineadas e harmônicas.

188  NOCÕES GERAIS DA ACUPUNTURA Acupuntura Existem vários métodos de Acupuntura e de moxa. São os seguintes: Acupuntura com agulhas filiformes, moxa, sangria com as agulhas, agulhas cutâneas, agulhas intradérmicas, agulhas quentes, eletroacupuntura, injeções nos pontos de Acupuntura, retenção de categute na pele, agulhas auriculares, raios laser, agulhas magnéticas, crânio-acupuntura, assim como analgesia por Acupuntura, etc. A Medicina Tradicional Chinesa (Acupuntura) é uma ciência criada e desenvolvida pelos nossos antepassados na sua luta contra as doenças. Na antiguidade quando alguém sentia alguma dor fazia massagens inconscientemente dando pancadas leves na região da dor e se observava que a mesma era aliviada e melhorava a doença. Assim, através de numerosas práticas, perceberam que as massagens, as pancadas leves ou picadas com um objeto afilado diminuíam as dores, Isto pode ser considerado como o início da Acupuntura. Nos primórdios da Acupuntura utilizavam-se as agulhas de pedra afiadas no tratamento das doenças. Estas agulhas de pedra foram denominadas Bianshi que eram as mais primitivas agulhas na história da Acupuntura. No período neolítico, além das agulhas de pedra, utilizavam-se as agulhas de osso e de bambu. Por outro lado, graças ao desenvolvimento da cerâmica, passaram a usar agulhas de cerâmica para curar as doenças. O uso das agulhas de cerâmica consistia em perfurar a superfície do corpo com fragmentos afiados de cerâmica. Este método foi utilizado durante muito tempo, até mesmo depois da fundação da Nova China. Posteriormente com o desenvolvimento da metalurgia usaram-se sucessivamente as agulhas metálicas, tais como, as agulhas de cobre, de ferro, de prata, de aço inoxidável, assim como as agulhas de electro, etc. A metalurgia possibilitou a fabricação de agulhas de diferentes formas e para os diversos usos. Entre as agulhas usadas antigamente, figuraram algumas que se denominam “nove agulhas” que eram agulhas feitas de formas diferentes e para os variados usos. O aparecimento destas agulhas marcou a nova época na evolução da Acupuntura, tanto na técnica como na teoria. As antigas “nove agulhas” são: agulha chan utilizada para as punções superficiais; agulhas yuan que servia para as massagens; agulha di com a qual fazia-se a pressão; agulha feng, cujo uso era para a sangria; agulha pi utilizada para extrair o pus; agulha yuanli, para as punções rápidas; agulha hao que é a mais usada entre todas; agulha chang, para as punções mais profundas; assim como a agulha da que serve para tratar as doenças articulares. Estas “nove agulhas” não só ajudaram a ampliar as indicações da Acupuntura como também elevou a sua eficácia terapêutica. Em 1968, na província Hebei da China foram encontradas as “nove agulhas” na tumba de matrimônio Liu Sheng da dinastia Han do Oeste, do século II a.C. Dessas nove agulhas quatro eram de ouro e as demais, de prata. Esta foi a primeira vez que se descobriu agulhas metálicas, usadas na antiguidade chinesa. As cinco agulhas de prata encontravam-se deterioradas por seus 2.000 anos de história, enquanto as de ouro ainda estavam intactas, Estas agulhas possuem um cabo quadrado e um pequeno buraco. Dentre as de ouro, uma tem três faces, semelhante a uma agulha feng; duas são parecidas a agulha hao a outra é parecida a agulha di. Tal descoberta, de suma importância, tem fornecido dados valiosos para o estudo do desenvolvimento das “nove agulhas” antigas e da Acupuntura; demonstrou-nos também que Acupuntura atual possui uma longa história. Das nove agulhas mencionadas anteriormente, umas foram renovadas através de longa evolução e outras já não se usam atualmente. Desde a antiguidade, as agulhas filiformes (agulha hao) são as principais agulhas e as mais usadas dentre todas, e hoje em dia, ao se referir à Acupuntura, refere-se principalmente as punções com as agulhas filiformes.

189 Na atualidade, as agulhas filiformes de aço moxidável, são as melhores e são bem aceitas pelos acupunturistas graças as suas vantagens de resistir por longo tempo, não enferrujar e a sua boa elasticidade que facilitam muito tanto no manejo das agulhas filiformes como na sua conservação e esterilização. AGULHAS FIILIFORMES As agulhas filiformes são de uso comum na clínica e são feitas principalmente de aço inoxidável e, algumas de prata, ouro ou electro. As agulhas filiformes são formadas de cinco partes: o cabo envolto em fio de cobre ou de alumínio; o extremo do cabo é de forma arredondada; a ponta da agulha é a parte mais afiada; o corpo é a parte entre o cabo e a ponta; a raiz, onde o cabo une-se ao corpo (Fig. 1).

Figura 1 – Formação da agulha filiforme. Conservação É necessário proteger cuidadosamente as agulhas depois de usá-las. Elas podem ser guardadas numa caixinha com gazes ou em um tubo que as proteja com bolas secas de algodão com a finalidade de proteger a ponta da agulha. O Acupunturista deve examinar as agulhas com frequência e, se encontrar alguma delas curvada, poderá retifica-lá estirando-a com os dedos ou colocando entre duas rodelas de bambu ou entre os papéis duros e grossos e puxá-la. Quando a ponta da agulha estiver rombuda ou curvada, pode-se afíá-la com um papel de lixar para que seja tão fina como um espinho de pinheiro (ditado dos Mestres Acupunturistas). TREINAMENTO DOS DEDOS E MÃOS O corpo da agulha filiforme sendo fino e flexível, é necessário certa força nos dedos para facilitar sua inserção e a manipulação. É indispensável o adestramento dos dedos para quem nunca praticou a Acupuntura. Uma vez que este treinamento é a base da aprendizagem da Acupuntura e é uma maneira de diminuir a dor no inserir a agulha e para aumentar a eficácia terapêutica. O treinamento é efetuado da seguinte maneira preparar um bloco de papel mole, de 8cm de comprimento por 5cm de largura e 2cm de espessura e atá-lo com linhas ou preparar uma bola de algodão de 6 a 7cm de diâmetro e atá-la com gazes. Segurar com firmeza uma dessas bolas na mão esquerda e pegar a agulha (é melhor uma agulha curta) com os dedos polegar indicador e médio da mão direita, praticando movimentos de inserção, rotação e extração da agulha. Quando conseguir certa destreza técnica deve-se usar as agulhas mais longas para o treinamento (Figs. 2 e 3).

Fig. 2 - Treinamento de Punção em Bloco de papel

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Fig. 3 - treinamento de punção em bola de algodão Após haver obtido um treinamento adequado através dos primeiros dois métodos, convém praticar a Acupuntura no próprio corpo a fim de ter a experiência pessoal da sensação da inserção da agulha (techi) ou praticá-la entre os colegas. PREPARAÇÃO PARA O TRATAMENTO Seleção de agulhas de Acupuntura E conveniente selecionar as agulhas filiformes de cabo firme, corpo reto, liso e elástico com pontas redondas, mas não rombudas e nem muito afiadas: as melhores são aquelas que têm forma de espinho de pinheiro. Para e uso clínico, além de ater-se na qualidade das agulhas escolhidas, é necessário saber que o tamanho, o comprimento e a espessura de uma agulha devem corresponder as condições físicas, ao aspecto físico, a obesidade, aos sintomas clínicos do paciente, assim como as regiões onde vai se fazer a punção. Postura do paciente A postura do paciente influi na correta seleção dos pontos, na aplicação da Acupuntura e na retenção da agulha, assim como em acidentes clínicos tais como, o desmaio pela agulha, agulha que se encurva, agulha retida e a agulha quebrada. Por isso, a postura de paciente é de suma importância na clínica. Geralmente, a postura do paciente deve facilitar o acesso aos pontos selecionados e ao manejo das agulhas. O paciente deve estar confortável, porque o tratamento, as vezes, é prolongado. As posturas mais comuns são cinco:     

Em decúbito supino com os joelhos levemente fletidos, é uma postura conveniente para puncionar es pontos localizados na cabeça, no rosto, no tórax e no abdome, assim como es pontos situados nos quatro membros (Fig. 4). Em decúbito lateral: é ideal para puncionar os pontos localizados nos lados do corpo (Fig. 5). Em decúbito prono: para puncionar os pontos que se encontram na cabeça, no pescoço nas costas, na cintura, na região glútea, assim como os pontos situados na parte posterior dos membros inferiores (Fig. 6). Sentado com a cabeça estendida para trás apoiando-se as costas na cadeira: esta postura é ideal para puncionar os pontos localizados na cabeça, no rosto, no pescoço, no tórax e, para alguns pontos localizados nos quatro membros (Fig. 7). Sentado com os braços flexionados e apoiados sobre uma mesa; utiliza-se para puncionar os pontos localizados na cabeça, no pescoço e os pontos dorsais (Fig. 8).

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Figura 4 - Em decúbito supino.

Figura 5 - Em decúbito lateral.

Figura 6 - Em decúbito prono

Fig. 7 - Sentado com a cabeça

Fig. 8 - Sentado com os braços apoiados estendida para trás apoiando-se e flexionados sobre uma mesa as costas na cadeira

192 Esterilização É melhor esterilizar as agulhas filiformes em autoclave, ferve-las ou com álcool a 75%. As agulhas que foram usadas para alguns doenças infecciosas devem ser separadas das outras e esterilizadas rigorosamente. Faz-se a esterilização cutânea onde se localiza o ponto com álcool a 75%. O ponto a ser puncionado pela agulha de três faces para a sangria, deve ser esterilizado em primeiro lugar com iodo a 2% e depois com álcool. Com respeito a esterilização das mãos do médico faz-se sempre uma esterilização convencional, ou seja, lavar as mãos com sabão ou esfregá-las com bolinhas de algodão banhadas no álcool. MÉTODOS DE INSERÇÃO DAS AGULHAS FILIFORMES Inserção da agulha Geralmente segura-se a agulha com a mão direita, a qual é conhecida como a mão de inserção: com os dedos polegar, indicador e médio pega-se o cabo da agulha. Deve-se inserir a ponta da agulha pela força dos dedos e com movimentos rápidos (Fig. 9). A mão esquerda é conhecida como a mão da pressão que serve principalmente para imobilizar a agulha e localizar o lugar do ponto, com a finalidade de reduzir a dor que pode produzir-se durante a inserção.

Fig. 9 - Maneira de segurar a agulha Os métodos mais usados para a inserção da agulha são os seguintes: a) Inserir a agulha com a ajuda da pressão dos dedos da mão que pressiona, ou seja, a mão esquerda: segurar a agulha com a mão direita, como polegar da mão esquerda pressionar um lado do ponto selecionado e inserir a agulha na extremidade da ponta da unha. Este método é usado para a inserção com agulhas curtas(Fig. 10).

Fig. 10 - Inserção da agulha com a mão de pressão

193 b) Inserir a agulha com a ajuda dos dedos das duas mãos: com o polegar e indicador da mão esquerda envolver o extremo da agulha com algodão e, fixá-la justamente sobre o ponto escolhido. Segurar o cabo com a mão direita e introduzir a agulha no interior da pele. Tal método é conveniente para a inserção das agulhas longas (Fig. 11).

Fig. 11 - Inserção com coordenação das duas mãos c) Inserir a agulha pregueando uma parte da pele: preguear a pele que inclui o ponto com os dedos polegar e indicador da mão esquerda. Com a mão direita, segurar e introduzir a agulha na pele levantada. Este método é usado para as inserções superficiais, por exemplo, os pontos localizados no rosto (Fig. 12).

Fig. 12 - Inserir a agulha pregueando a pele d) Inserir a agulha esticando a pele ao redor do ponto: esticar a pele próxima no ponto com o polegar e indicador da mão esquerda, para que a pele fique tensa facilitando a inserção da agulha, que é manejada com a mão direita. Tal método é utilizado nas partes mole ou enrugado, tais como o abdome (Fig. 13).

Fig. 13 - Inserir a agulha esticando a pele ao redor do ponto Angulo e profundidade de inserção da agulha. Na aplicação da Acupuntura precisa-se observar corretamente o angulo e a profundidade de inserção da agulha, porque tem uma relação importante com a obtenção da sensação ao inserir a agulha, com a finalidade de aumentar a eficácia e evitar acidentes. Por outro lado, se os ângulos e as profundidades da inserção são diferentes, obtém-se sensações distintas na inserção da agulha e assim como os resultados terapêuticas são diferentes, apesar de puncionar um mesmo ponto. Determina-se o ângulo e a profundidade da inserção do ponto escolhido segundo a sua localização anatômica, as condições físicas do paciente, assim como, a resistência corporal e a obesidade.

194 Ângulo e profundidade de inserção da agulha O angulo de inserção das agulhas é o angulo que forma entre o corpo da agulha e a superfície cutânea. Geralmente a agulha pode ser inserida de três formas (Fig. 14).

Fig. 14 - Angulo de inserção das agulhas 1. Perpendicular - Introduzir a agulha em ângulo reto. E o método mais habitual e, usa-se na maioria dos pontos do corpo. Por exemplo, os pontos localizados nos quatro membros e no abdome. 2. Oblíquo - Inserir a agulha em direção oblíqua a 45ª, que é o ângulo formado pelo corpo da agulha com a superfície cutânea onde se localiza o ponto. E de uso comum nas regiões pouco musculosas ou, em regiões profundas onde se encontram os órgãos internos, tais como os pontos localizados no dorso. 3. Horizontal ou subcutânea - Introduzir a agulha de 15ª a 25ª, quase paralela a pele. E conveniente usar tal método em regiões de inserções superficiais. Por exemplo, nos pontos da cabeça. Profundidade da Inserção da agulha A profundidade de inserção da agulha é a distância que a ponta da agulha atinge nos músculos. Deve atingir uma profundidade adequada que possa produzir a sensação da agulha sem lesar os órgãos internos. A profundidade varia de acordo com:  Condições físicas: deve-se inserir a agulha superficialmente em pacientes de idade avançada, nos debilitados de Sangue e Qi (Energia) e nas crianças. As inserções podem ser mais profundas nos jovens por apresentarem maior vitalidade.  Aspecto físico: as inserções superficiais devem ser feitas nos pacientes magros e as profundas, nos obesos.  Localização dos pontos: os pontos localizados no rosto, no tórax e no dorso devem ser puncionados superficialmente; as inserções podem ser mais profundas nos pontos que se encontram nos quatro membros e na região glútea, assim como no abdome.  Estado do paciente: as inserções superficiais são indicadas para as síndromes Yang e doenças recentes. Pode-se inserir mais profundamente para as síndromes Yin e doenças crônicas. O ângulo e a profundidade da inserção complementam-se mutuamente. No modo geral efetuam-se as punções profundas perpendicularmente e as superficiais de modo oblíquo ou subcutâneo (horizontal). Deve se prestar atenção especial aos ângulos e às profundidades de inserção da agulha para os seguintes pontos: Tiiantu (VC.22), Yamen (VC. 15), Fengchl (VB.20), Fengfu (VG. 16) e, para os pontos localizados na região ocular, no tórax e no dorso. Manipulação da agulha e aparecimento da sensação da Acupuntura Após a introdução da agulha, efetuam se determinadas manipulações para que o paciente sinta alguma reação, o que se chama manipular a agulha. Quando a agulha atinge certa profundidade, o paciente deve sentir uma sensação de tumefação, intumescimento, formigamento e peso nas regiões puncionadas. O médico deve sentir uma força de resistência contra a agulha quando aparece as sensações que é denominada “Chegada de Qi” ou reação da agulha. Quando isto não ocorre, ou seja, não se atrai o Qi, o médico tem a sensação de vazio, não, se encontrando a resistência. O paciente, por sua vez, não sente quase nada.

195 Há uma frase que diz: “Quando a Energia ou a sensação da Acupuntura chega, a sensação que o acupunturista sente é como se o peixe tivesse mordido o anzol; enquanto, quando a reação da agulha não chega, a sensação que o Acupunturista sente, é como se realizasse um passeio em um lugar muito tranqüilo”. Trata-se de uma descrição bastante metafórica da chegada ou não de Qi. As práticas clínicas da Acupuntura no tratamento de doenças e a analgesia por Acupuntura nos demonstram que a reação da agulha influi muito nos resultados terapêuticas. O aparecimento ou não da sensação devida quase constitui um fator decisivo para o resultado terapêutico. Obtém-se melhores resultados terapêuticos quando a sensação da agulha chega com rapidez; a eficácia terapêutica será regular quando a sua chegada é demorada; se a sensação não aparece, pode-se não obter resultados. Por isso, é necessário analisar as causas que impedem a chegada da reação da agulha. Por exemplo, examinar o angulo a profundidade da inserção e o lugar do ponto selecionado para ver se são corretos ou não, pois eles influem na sensação. Caso a demora da chegada da reação da agulha for devido a insuficiência de Qi nos Canais de Energia, ocasionada pela debilidade do fator de resistência ou, pelos outros fatores patogênicos, deve-se nestes casos aplicar alguns métodos para induzir o aparecimento da sensação. Por exemplo, reter a agulha por algum tempo para esperar a reação. Pode-se também, dar algumas pancadas leves no lugar da inserção ou aplicar a moxa, com o objetivo de recuperar o Qi dos Canais de Energia. E necessário pensar em outros tipos de tratamentos para os pacientes nas quais não se consegue a reação da agulha com os métodos mencionados, que é devido geralmente à deficiência das funções dos órgãos internos (Zang-Fu). A seguir, serão apresentados os métodos básicos e auxiliares para manipular a agulha. Manipulações básicas a) Movimentos de puxar e introduzir a agulha. A agulha é introduzida do superficial para o profundo e, depois puxa-se do profundo para o superficial, repetindo estes movimentos várias vezes. Obtém se grande estímulo ao introduzir e puxar a agulha com maior força e com grande freqüência, enquanto, com menor força e menor freqüência, o estímulo não será tão forte (Fig. 15).

Figura 15 - Manipulação de agulhar para introduzir e puxar b) Método de rotação da agulha. Roda-se a agulha para trás e para frente. Quando a agulha é rodada com grande intensidade e rapidez, a sensação que se obtém é forte, e, quando a rotação da agulha é feita com pouca intensidade e rapidez, a sensação é suave (Fig. 16).

Figura 16 - Rotação da Agulha

196 Métodos auxiliares a) Arranhar o cabo da agulha. Imobiliza-se o corpo da agulha como polegar e indicador da mão esquerda e com a unha do polegar (ou os dedos indicador e médio) da mão direita arranha-se o cabo da agulha de baixo para cima de forma repetida, com isto, fortalece a reação da agulha (Fig. 17).

Figura 17 - Arranhar o cabo da agulha c) Dar pancadas leves na agulha. No livro intitulado “Zhengjui Wendii”, recomenda se: “Dar pancadas leves na agulha com movimentos suaves para conseguir a Chegada de Qi”. O método prático é o seguinte: Aplica-se pancadas leves de maneira suave no cabo da agulha, para que o corpo da mesma vibre, fortalecendo a reação da agulha (Fig. 18).

Figura 18 - Dar pancadas no cabo da agulha c) Vibrar a agulha. Segurar a agulha com os dedos polegar, indicador e médio e efetuar movimentos rápidos de penetração, rotação e extração, para que o corpo da agulha vibre, fortalecendo a reação. Métodos de tonificação e de dispersão Os métodos de tonificação e de dispersão são aplicados após a chegada de Qi, ou seja, após haver chegado a reação da agulha. A tonificação e a dispersão da Acupuntura constituem dois métodos terapêuticos diferentes, estabelecidos de acordo com a teoria de aplicar o método de tonificação para as síndromes de tipo Xu (deficiência) e, o método de dispersão para as síndromes de tipo Shi (plenitude). O livro intitulado Qianjinfan refere que a tonificação e a dispersão da Acupuntura são métodos primordiais. A tonificação serve para ativar o fator de resistência e estimular as funções energéticas debilitadas, enquanto o método de dispersão serve para eliminar os fatores patogênicos e fazer recuperar as hipofunções até normalizá-las. Tanto a tonificação como a dispersão desempenha o papel de regular as funções energéticas dos órgãos internos (Zang-Fu) e, também de manter o equilíbrio entre o Yin e o Yang por meio da punção dos pontos de Acupuntura e ativar o Qi dos Canais de Energia, porque regular o Qi (Energia), é fundamental para se obter bons efeitos terapêuticos.

197 As experiências realizadas e as práticas clínicas têm demonstrado que o efeito da tonificação e dispersão está vinculado aos seguintes fatores: a) O estado do organismo. O resultado da tonificação e da dispersão da Acupuntura varia de acordo com as diferentes situações patológicas. Por exemplo, no organismo debilitado, a Acupuntura pode recuperar o Yang, enquanto em caso de ataque de Calor, Plenitude e tensão, a Acupuntura tem a capacidade de eliminar o Calor e mobilizar a obstrução. Assim como, a Acupuntura pode tirar o espasmo intestinal e acalmar a dor em caso gastrintestinal, enquanto em outra patologia, a Acupuntura pode promover o peristaltismo A partir desses exemplos, pode-se dizer que as condições do organismo são os fatores para se obter a eficácia da tonificação e da dispersão na Acupuntura. Assim, o fator fundamental para o desenvolvimento e a mudança de alguma coisa.

de cólica intestinal. principais interno é

E óbvio que esta função de normalização da Acupuntura esta relacionada as condições do fator resistência. No caso deste se encontrar forte, obtém-se um efeito evidente de regular as funções corporais com a acupuntura. Se o fator de resistência está débil, pode-se não obter bons resultados pela Acupuntura. b) Manipulações ao introduzir a agulha As manipulações realizadas na agulha constituem as condições para promover a transformação dos fatores internos do organismo e, além disso, são mecanismos importantes para conseguir o efeito de tonificar o deficiente e dispersar o excessivo. Para obter os intentos, deve-se efetuar algumas manipulações. A seguir será exposto uma tabela de manipulações para a tonificação e dispersão, obtida por acupunturistas através da sua longa prática. Todas essas manipulações podem ser utilizadas de forma isolada ou combinadas umas com as outras. Entre elas, o último método é o mais usual. Retenção e extração da agulha Retenção da agulha Após introduzir a agulha, deve-se rete-la por algum tempo, a fim de reforçar a sensação da agulha e manter o efeito da mesma. A permanência da agulha e a sua duração dependem das necessidades de cada caso. Para casos gerais, pode-se retirar a agulha após a chegada de Qi ou, pode-se deixála conforme o caso de 10 a 20min. Nas doenças dolorosas crônicas e, casos de cólicas, deve-se reter a agulha por mais tempo e neste caso deve-se manipular a agulha durante sua retenção, a fim de manter o estímulo da punção. Para casos de abdome agudo e de tétanos com opístótonos deve-se reter a agulha por umas horas, e, para nos pacientes nos quais é dificil a obtenção da sensação da agulha, deve-se deixá-la algum tempo inserida, pois será também uma ajuda para acelerar a chegada de Qi. Retirada da agulha A agulha deve ser retirada suavemente, imobilizando a zona próxima ao ponto com os dedos polegar e indicador da mão esquerda; e, com a mão direita, manter a agulha, praticando movimentos suaves de rotações horária e anti-horária até que a agulha esteja na região subcutânea e, neste momento, retira-se a agulha rapidamente. Após a retirada da agulha, deve comprimir o lugar do ponto com uma bola de algodão para que não sangre. Por último, é necessário contar o número de agulhas usadas, a fim de verificar se esqueceu de retirar alguma. TRATAMENTO E PREVENÇÃO DOS POSSÍVEIS ACIDENTES Existem possibilidades de que alguns acidentes ocorram na aplicação da Acupuntura, embora seja um método terapêutica seguro e apresente poucas reações secundárias. As causas dos acidentes são as seguintes:

198  por negligencia na aplicação da Acupuntura;  por não conhecer perfeitamente as contra-indicações da Acupuntura;  por falta de destreza na técnica;  por equívoco das localizações anatômicas. Diante dos possíveis acidentes, o Acupunturista deve estar tranqüilo para poder tratá-los adequadamente. Desta maneira, serão evitadas conseqüências graves. A seguir, serão apresenta dos alguns acidentes que se vêem na clínica: Desmaio Causas - Pode ocorrer devido a isquemia cerebral momentânea, em conseqüência do nervosismo do paciente, por serem as primeiras punções de Acupuntura, o paciente encontra-se débil, fatigado, com fome, em postura inadequada ou pela má técnica do Acupunturista. Manifestação - O paciente sente-se repentinamente sem força. Ocorrem náuseas, vertigem, intranqüilidade, respiração curta, palidez, transpirarão fria, pulso fraco, sensação de frio nos quatro membros, hipotensão arterial, incontinência urinária e de fezes, e, perda do sentido em casos mais graves Tratamento - Em primeiro lugar, deve-se retirar todas as agulhas, em seguida, deitar o paciente em decúbito ventral com a cabeça levemente mais baixo e cobri-lo bem. Em casos passageiros, o paciente recuperar-se-á, tomando água morna ou água com açúcar. Em casos mais graves, além do tratamento mencionado, deve-se pressionar os pontos Renzhong (VC.26), Suliao (VC.25), Neiguan (CS.6), Zusanli (E.36),com a unha do dedo ou aplicar a Acupuntura, Além disso, pode-se usar a moxa nos pontos Baihui (VG.20), Qihai. (VC.6) e Guanyuan (VC.4), etc., até tomar outras medidas de emergência. Prevenção - Orienta-se os pacientes a não ter medo da Acupuntura, nem temor a agulhas. Escolher uma postura adequada (é melhor deitado). É aconselhável inserir poucas agulhas nas primeiras sessões, e não aplicar a Acupuntura em pacientes que estejam famintos e fatigados. Durante o tratamento da Acupuntura, o acupunturista deve observar cuidadosamente o paciente para tomar medidas oportunas em caso de desmaio. Agulha retida Causas - Deve-se ao fato do paciente estar muito nervoso pela Acupuntura, o que produz fortes contrações musculares que dificultam a inserção e a retirada da agulha ou, deve-se as rotações além de 360º das agulhas ou, rotações continuas para um só lado o que faz com que a agulha fique enrolada pelas fibras musculares. Fenômeno - Uma vez inserida a agulha, toma-se difícil puxar e introduzir, rodar e retirar a agulha. Tratamento - Aconselha-se o paciente a relaxar. Se a retenção da agulha é produzida por tê-la rodado para um só lado, deve-se rodá-la para o lado contrário, esperar algum tempo, e, depois, retirála. Se os músculos estão tensos, deve-se fazer massagens nos músculos afetados ou inserir outra agulha na parte vizinha para distrair o paciente e assim, poder retirar a agulha. Prevenção - Aconselhar tranqüilidade ao paciente nervoso. Introduzir a agulha evitando penetrar os tendões e os músculos. Realizar rotações de pequena amplitude e, não fazê-las para um só lado. Agulha dobrada Causas - Por falta de uma boa técnica para introduzir a agulha; por haver penetrado os tecidos rijos; por inabilidade do Acupunturista; porque o paciente mudou sua posição; porque o cabo da agulha foi pressionado por alguma coisa externa; por não haver tratado oportunamente o caso da agulha retida. Fenômeno - Nota-se que o ângulo e a orientação que se da ao introduzir a agulha foram modificados em virtude da curvatura do corpo da agulha.

199 Além disso, o Acupunturista sente dificuldade ao puxar, aprofundar e retirar a agulha, e nestas manobras o paciente sente bastante dor. Tratamento - Em caso de estar levemente dobrado, deixar de introduzir, de puxar e de rodar a agulha e retirar lentamente a agulha. Em caso de grande curvatura, retirar a agulha seguindo a direção da dobra. Se o paciente mudou de posição, movê-lo à sua posição original para relaxar os músculos e, depois retirar a agulha. Nunca se deve retirá-la de maneira forcada. Prevenção - O Acupunturista deve possuir destreza na técnica de inserir a agulha e os dedos que a manejam deve ser suaves e ágeis. Aconselha-se o paciente a deitar-se confortavelmente e não se mover durante o tratamento. Não tocar nem pressionar a parte perfurada ou o cabo da agulha. Se a agulha estiver retida, retira-la de forma conveniente. Agulha quebrada Causas - Deve-se ao fato do corpo ou a base da agulha estar enferrujada; em virtude do corpo da agulha ter se inserido completam-se na pele; pelas fortes contrações musculares causadas pelo manejo brusco do acupuntor; pela mudança de posição do paciente e por não haver tratado convenientemente os casos das agulhas retidas e dobradas. Fenômeno - Percebe-se que o corpo da agulha está quebrado, com fragmentos dentro da pele. Tratamento - Aconselhar o paciente que se tranqüilize e que permaneça imóvel, para que o extremo quebrado não penetre mais tirar o extremo quebrado, se ainda visível, com os dedos ou com uma pinça; se a parte quebrada estiver em imóvel da pele, deve-se pressionar os lados do ponto até que saía a parte da agulha quebrada, tirá-la com pinça. Se o corpo da agulha introduziu-se por completo na pele, deve-se localizá-lo com raios X e realizar uma extração cirúrgica. Prevenção - Examinar cuidadosamente as agulhas e selecionar somente as de melhor qualidade; o corpo da agulha deve sempre ser 5cm maior do que requer a profundidade da inserção; não introduzir todo o corpo da agulha na pele; tirar imediatamente a agulha ao se notar que a agulha se dobrou; extrair as agulhas retidas ou dobradas com multo cuidado, sem fazê-lo cem força excessiva. Hematoma Causas - Por lesão do músculo em virtude da ponta curvada da agulha; por lesão dos vasos sangüíneos durante o processo da Acupuntura. Fenômeno - Percebem-se pontos arroxeados na pele após a retirada da agulha. Pode ocorrer também o surgimento de edemas ou dores na região puncionada. Tratamento - Se ocorre pequena hemorragia e o aparecimento de pontos arroxeados, estes são produzidos pela agulha que lesou os pequenos vasos sangüíneos, que desaparecerão espontaneamente. Para o edema e a dor, deve-se aplicar compressas frias para hemostasia e depois usar compressas quentes ou fazer massagens suaves para promover a absorção de hematomas. Prevenção - Fixar-se na qualidade das agulhas; familiarizar-se com a anatomia, punçar os pontos evitando os vasos sangüíneos. PRECAUÇÕES DA ACUPUNTURA 1. Aconselha-se não aplicar Acupuntura em pacientes com fome, fatigados e nervosos. Para os pacientes debilitados é aconselhável realizar punções leves e adotar a posição de decúbito horizontal. 2. E contra-indicada a Acupuntura nos pontos localizados na parte inferior do abdome em mulheres com menos de três meses de gravidez.

200 Tampouco é conveniente aplicar a Acupuntura nos pontos localizados tanto na parte superior como na parte inferior do abdome, nem nos pontos localizados na região sacro-lombar, e em alguns pontos das extremidades nas mulheres grávidas após o primeiro trimestre, porque podem ocasionar contrações uterinas. Estes pontos são Hegu (IG.4), Sanyinjiao (BP.6), Kunlun (B.60) e Zhiyin (B.67), etc. Em pacientes femininos em menstruação normal, é conveniente não realizar a Acupuntura durante os dias de mensuração, Ao passo que em mulheres com os distúrbios menstruais pode-se aplicar nesses dias para regular a menstruação. 3. Não puncionar os pontos localizados na parte parietal dos bebes, enquanto a fontanela não estiver fechada. Além disso, não é conveniente que se retenha a agulha nos bebês. 4. Deve-se evitar os vasos sangüíneos para prevenir a hemorragia. Não usar a Acupuntura em pacientes que sofram de hemorragia espontânea ou em pacientes com problemas de coagulação. 5. Não aplicar a Acupuntura nas partes infectadas, ulceradas, nem tampouco nas zonas de tumores e cicatrizes. 6. Prestar atenção para não afetar os órgãos vitais ao aplicar a Acupuntura. Por exemplo: a) Quando se insere nos pontos localizados na região ocular, deve-se prestar atenção para a profundidade e o angulo da inserção da agulha e não realizar grandes rotações, pistonagens, nem tampouco retê-la por muito tempo, com a finalidade de não ferir os globos oculares e não produzir hemorragia. b) É proibido fazer punção perpendicular e profunda nos pontos que se encontram acima de décima primeira vértebra torácica no oitavo espaço intercostal na linha média axilar, do sexto espaço intercostal na linha média do esterno, com o objetivo de não ferir o Coração, os Pulmões e, particularmente, é necessário ter muito cuidado com os pacientes com enfisema pulmonar, com o propósito de evitar pneumotórax (ver o Apêndice). c) É contra-indicado punção perpendicular e profunda nos pontos que se encontram no hipocôndrio e na região renal para não ferir o fígado, o baço e os rins. Deve-se prestar muita atenção aos pacientes que sofrem de hepatomegalia e esplenomegalia. d) E necessário prestar atenção ao ângulo e a profundidade da agulha, quando se insere nos pontos localizados no abdome dos pacientes que sofrem de úlcera gástrica, aderência e obstrução intestinais, assim como os pontos da região da sínfise púbica de pacientes que sofrem de retenção urinária, para que não lesem o estômago, os intestinos e a bexiga. e) E necessário ter muito cuidado com o angulo e a profundidade da agulha ao puncionar os pontos localizados no pescoço e na parte superior a primeira vértebra lombar, para não afetar o bulbo e a medula espinhal. Quando a agulha atinge determinada profundidade ao puncionar tais pontos e se o paciente sentir uma sensação de choque elétrico que se estende aos quatro membros e a todo o corpo, deve-se retirar a agulha imediatamente, sem praticar nenhuma manipulação. Apêndice: Pneumotórax traumático Um acidente que pode ocorrer na prática clinica é o pneumotórax traumático, pela lesão dos pulmões provocados por perfurações de agulhas, fazendo com que o ar entre na cavidade torácica. Não obstante, existe uma forma de evitá-lo, que é dê prestar bastante atenção a orientação, no angulo e a profundidade da agulha quando se punciona os pontos localizados na cavidade supraclavicular, pontos que se encontram acima da extremidade superior da incisura do esterno, nos lados da décima primeira vértebra dorsal, assim como, os pontos que estão localizados lateralmente, acima do oitavo espaço intercostal e da região anterior do tórax, acima do sexto espaço intercostal. Em caso de pneumotórax traumático apresenta-se os seguintes sintomas: dor e sufocação no tórax, palpitação, dificuldade para respiração. Em casos mais graves, observam-se sintomas como dispnéia, palpitações, cianose, transpiração e hipotensão arterial, etc.

201 Ao examinar o paciente observa-se que aumenta o espaço intercostal torácico do lado afetado; através da palpação observa-se que a traquéia muda sua posição para o lado sadio; por percussão nota-se o timpanismo no hemitórax do lado danificado; diminui o campo da ausculta do coração; a ausculta dos pulmões debilita-se até desaparecer o som respiratório, e pode-se confirmar o diagnostico através de raio-X do tórax. Para evitar o pneumotórax traumático, é necessário puncionar com muita atenção os pontos mencionados acima, escolhendo uma postura confortável para o paciente, familiarizando-se com a Anatomia e dominar bem a orientação, o ângulo e a profundidade que devem ser inseridas as agulhas. Para o pneumotórax leve pode-se tratar sintomaticamente, por exemplo, usar antitussígenos e antibióticos para infecções; curar-se-á espontaneamente- de cinco a sete dias como repouso. Para casos mais graves, é necessário tomar medidas de urgência, tais como, drenagem torácica para extrair o ar, dar oxigênio e anti-choque, etc. Em caso de faltar condições para faze-lo, deve-se levar o paciente a um hospital onde possa receber tratamento adequado. Zang-Fu (Órgâos e Vísceras) Teoria de Zang/Fu é uma teoria para pesquisar a anatomia, as funções fisiológicas e as alterações patológicas dos órgãos internos do corpo e as relações entre eles. E também uma parte importante da teoria básica sobre a fisiologia e patologia da Medicina Tradicional Chinesa e esta teoria constitui um guia importante na prática clínica e na pesquisa das Medicinas tradicionais. A teoria de Zang-Fu refere-se ao estudo dos Órgãos e Vísceras Zang-Eu, Vísceras extraordinárias, Jing (Essência), Qi (Energia), Xue (Sangue) e Jinye (líquidos orgânicos). O Coração, o Fígado, o Baço/Pâncreas, o Pulmao, os Rins, o Intestino Delgado, o Intestino Grosso, a Bexiga, e o Aquecedor Triplo são conhecidos como os Zang-Fu. O cérebro, a medula, os ossos, os vasos a vesícula bíliar e o útero são conhecidos como Vísceras extraordinárias, enquanto que os cinco sentidos, a pele, o pêlo, os tendões, os músculos, os órgãos genitais externos e o ânus estão relacionados com os Órgãos Zang-Fu. O Jing, Qi, Xue e Jinye são essências básicas que elaboram os diversos órgãos e tecidos de Zang-Fu e que efetuam diversas atividades funcionais, e por sua vez, são também produtos das atividades funcionais dos Zang-Fu. Zang e Fu (Órgãos e as Vísceras) são os mais importantes na manutenção das atividades vitais do corpo, dos quais os cinco Órgãos Zang são essenciais a vida. Os Órgãos Zang são diferentes dos Fu (Vísceras) em relação as funções fisiológicas, que têm as funções de armazenar o Jing Qi e também as substâncias essenciais, a Energia vital, o Sangue e os líquidos orgânicos. Todos estes constituem a base substancial para a produção e manutenção das atividades vitais do corpo. Estas atividades consomem a Energia Essencial que é produzida, por sua vez através das atividades funcionais dos Cinco Zang (Õrgãos) com a finalidade de obter e manter a Energia suficiente (plena) e manter as atividades normais do corpo. O desgaste excessivo ou a invasão de fatores patogênicos exógenos transformam as funções normais dos cinco Órgãos Zang e assim, ocasionam as enfermidades. As funções físiológicas das seis Vísceras (Fu) são as de transformar e transportar substâncias, ou seja, receber, digerir, transformar e transportar os alimentos e bebidas e, excretar os dejetos através das funções normais das seis Vísceras (Fu). As substâncias essenciais transformadas e absorvidas dos alimentos e das bebidas são distribuídas para cinco Zang, a fim de que as convertam em Energia Vital. Se ocorre desequilibrio nas funções dos líquidos e da distribuição (Shi e Bu) ocorrem transtornos de recepção, digestão, transformação e transporte, podendo resultar em doença. As funções dos Zang e Fu relacionam-se intimamente, influenciam-se patologicamente entre si. Fuqiheng são as Vísceras Curiosas. Qiheng significa curioso, estranho. Os Fuqiheng são similares aos Órgãos Zang na forma e são similares as Vísceras Fu nas funções, cujas atividades fisiológicas são o cérebro que é o mar da medula, é o Órgão que contém a mente original; a medula chega ao cérebro; os ossos produzem a medula e são os suportes do corpo humanos; os vasos são a residência do Sangue e são as passagens da circulação de Qi (Energia) e Xue (Sangue); a Vesícula Biliar armazena e excreta a bile, sendo a residência das essências do Aquecedor Médio; o útero (Nuzíbao) controla a menstruação e nutre o feto.

202 Em relação às funções dos outros órgãos e tecidos, dos cinco sentidos são iguais as da Medicina Ocidental; a pele, o pêlo e penugem constituem a superfície do corpo e tem uma função defensiva e protetora do corpo; os tendões e os músculos são tecidos motores dos membros; os órgãos geniturinários têm a função de reprodução e de excreção da urina; o ânus que se situa na região perineal posterior tem uma função de excreção da matéria fecal. As Vísceras Fu extraordinárias ou curiosas são diferentes dos outros tecidos em relação as funções, mas se relacionam intimamente com os Zang e Fu, sobretudo, com as atividades fisiológicas e com as alterações patológicas dos Zang-Fu. A teoria dos Zang-Fu toma como base os cinco Órgãos (Zang) como sendo os principais e que se associam com as seis Vísceras (Fu) por meio dos Canais e colaterais, relacionando estes com os tecidos (pele, músculos, vasos, tendões e ossos), com os cinco sentidos e nove orifícios (olhos, língua, boca, nariz, orelhas, orífícios inferiores). Além disso, esta teoria tem as Essências, Energia, Sangue e os líquidos orgânicos como as bases substanciais e mostra a importância do conceito da Medicina Tradicional Chinesa de considerar o corpo como um todo. Cada um dos Órgãos (Zang-Fu) tem suas características em relação as atividades fisiológicas, que, por sua vez, depedem umas das outras e que tem o controle entre si as alterações patológicas afetam e se transmitem mutuamente. A formulação da teoria dos Zang-Fu que contém um sistema teórico próprio na Medicina Tradicional Chinesa tem como base a anatomia antiga, assim como os conceitos simples e antigos da dialética, além de tomar como base as práticas clinicas adquiridas pela observação dos fenômenos fisiológicos e patológicos do corpo. Esta teoria interpreta não só a fisiologia, mas também a patologia; explica a ação dos Órgãos e dos tecidos com os quais se conectam. A teoria dos Zang-Fu é assim constituída, tomando como essenciais os cinco órgãos, apesar de que os cinco órgãos da Medicina Tradicional Chinesa tenham funções semelhantes aos órgãos da Medicina Ocidental, mas são diferentes nas funções fisiológicas e existe muita divergência entre as duas Medicinas. Por exemplo, na Medicina Tradicional Chinesa, o Fígado tem a função de dispersão e drenagem, de armazenamento do Sangue, do controle sobre os tendões; a Energia do Fígado manifesta-se no brilho dos olhos e das unhas. Dessa forma, as funções do Fígado estão relacionadas as funções parciais do sistema nervoso, circulatório e digestivo, fato este não relacionado as funções do Fígado na Medicina Ocidental. For isso deve-se entender os Zang-Fu da Medicina Tradicional Chinesa como sendo uma unidade de funções fisiológicas gerais e de alterações patológicas. Este é um conceito que necessita de um entendimento claro para os que querem aprender a teoria do ZangFu da Medicina Tradicional Chinesa e que não podem ser considerados totalmente iguais aos das vísceras de igual nome da Medicina Moderna. OS CINCO ÓRGÃOS E SEIS VISCERAS  Cinco órgãos Coração  O Coração situa-se no tórax e está protegido externamente pelo pericárdio. As funções fisiológicas do Coração são as de controlar o Sangue nos vasos sanguíneos e de controlar as atividades mentais. A relação entre o Coração e os cinco sentidos efetua-se da seguinte maneira: o Coração têm a língua como abertura e reflete a sua energia no rosto. a) Controlar o Sangue e os vasos sanguíneos. O sangue nutre o corpo e os vasos são as vias por onde circula o Sangue. O Qi do Coração é a força motriz da circulação sanguínea; é o governador do Sangue e dos vasos sanguíneos indicando a função de promover a circulação do Sangue dentro dos vasos sanguíneos. Quando a Energia e o Sangue do Coração são suficientes ou insuficientes observa-se a mudança nos pulsos, assim, se a Energia for insuficiente, o pulso é intermitente, haverá a estase de Sangue no Coração, o pulso tornar-se-á vacilante e irregular. A deficiência de Energia e Sangue no Coração causa palpitações e estase de Sangue no Coração que provoca a cardialgia. b) Controlar a mente. Esta tem o significado de espírito, incluindo-se a consciência e a atividade do pensamento. Controlar a mente denomina-se também de “dotar a mente de tesouro”.

203 A formação da Energia Mental depende das essências congênita e adquirida depois do nascimento, assim como as Essências, Qi, Xue e os líquidos orgânicos, os quais formam as bases substanciais nas atividades fisiológicas. Por isso, quando as Essências e o Qi (Energia) estão plenos, o espírito é bom e vice-versa. O consumo ou o esgotamento das Essências e da Energia, a perda de Sangue e dos líquidos orgânicos causam as alterações fisiológicas da Energia Mental. O Coração controla o Sangue, os vasos sanguíneos e a mente. Se o Sangue do Coração é insuficiente, o Coração torna-se mal nutrido, manifestando-se pelas palpitações, inquietações, insônia e amnésia; se o Calor interfere com a Energia Mental provoca a irritabilidade, delírios e, se for grave, manifesta-se pelo estado de coma. c) O Coração abre-se na língua e se reflete no rosto. A abertura aqui indica uma relação especial entre os órgãos internos e os cinco sentidos. O Coração conecta-se a língua através dos Canais e colaterais. As mudanças na língua são observadas quando a função do Coração está normal ou anormal. Uma língua normal tem a coloração rósea e apresenta-se úmida, tem movimento livre e gosto normal. Se o Fogo do Coração sobe, a ponta da língua torna-se avermelhada e pode manifestar-se pela úlcera bucal; se houver a estase de Sangue no Coração, a língua torna-se de cor púrpura ou com pontinhos purpúreos ou com equimoses; se o Calor penetra o Envoltório do Coração ou se a Mucosidade obstrói o Coração, a língua torna-se rígida ou aparece a afasia e, a diminuição da sensação do paladar indica a deficiência de Qi do Coração ou estase de Sangue no Coração. A preponderância e a deficiência de Zheng Qi (Energia Vital) e de Xue (Sangue) se refletem no rosto pela mudança do brilho, pois o Coração controla o Sangue e os vasos sanguíneos, e os vasos sanguíneos fasciais são abudantes. Um rosto rosado e brilhante mostra-se são e normal; um rosto obscuro ou azul-púrpureo indica deficiência de Qi no Coração ou estase de Sangue no Órgão específico. APÊNDICE - Pericárdio O pericárdio é uma membrana que protege o Coração e desempenha, frequentemente, a função do Coração. Isto ocorre porque os fatores patogênicos exógenos atacam primeiro o pericárdio antes da invasão do Coração. No entanto, ambos tem manifestações clínicas similares. Fígado  O Fígado está situado na região do hipocôndrio direito. As funções fisiológicas energéticas do Fígado são de armazenar o Sangue, controlar a dispersão, a drenagem e determinar as condições dos tendões e dos ligamentos. O Fígado relaciona-se aos cinco sentidos da seguinte forma: o Fígado abre-se nos olhos e se reflete nas unhas. a) Armazenar o Sangue. Significa que o Fígado tem a função de armazenar o Sangue e de regular a distribuição dele por todo o corpo acomodando volume de sangue nas diversas partes do corpo humano que varia de acordo com as mudanças fisiológicas. Se a pessoa está em repouso ou dormindo, uma parte do Sangue fica armazenada no Fígado; e se faz exercícios, o Sangue é expulso do Fígado para aumentar a quantidade de Sangue circulante mantendo assim as atividades normais. O Fígado é o órgão principal para armazenar o Sangue. Quando esta função é anormal, produz-se o extravasamento do Sangue, hemoptise, epistaxe, hemorragia funcional uterina, etc. b) Fígado controla a drenagem e a dispersão, cujos termos têm o significado de comunicar as atividades funcionais do corpo sem obstáculos. A função do Fígado pode afetar a circulação da Energia que percorre todo o corpo. Esta função divide-se nas duas seguintes partes: 1. Atividades emocionais - As atividades principais são governadas pelo Coração, mas a regulação das atividades mentais está diretamente relacionada a função do Fígado fazendo-se a comunicação nervosa para promover as atividades funcionais do corpo a custa da função de drenagem e de dispersão.

204 O Fígado prefere a alegria a depressão; se esta função estiver normal, a pessoa será alegre o que facilita bastante o desenvolvimento da função de drenagem e de dispersão do Fígado, mantendo assim uma intercomunicação das atividades funcionais do corpo e uma circulação do Sangue adequada. Se esta função estiver anormal, ocorre a estagnação do Qi no Fígado, manifestando-se então, pela depressão, opressão torácica, dor no hipocôndrio e menstruação irregular; se acontecer a estagnação de Qi e a estase do Sangue, pode aparecer massas dolorosas no ventre. Se houver a preponderância de Qi (Yang) do Fígado, manifesta-se pela irritabilidade, cefaléia, vertigem, insônia e sonhos que perturbam o sono; se ocorrer a deficiência do Qi do Fígado aparecemos sintomas de tontura, vertigem, insônia e sono leve. As funções de drenagem e de dispersão do Fígado podem ser afetadas pelos fatores emocionais exógenos, assim a ira causa dano ao Fígado. 2. Transporte e transformação. A função de drenagem e de dispersão do Fígado pode ajudar a subida e a descida de Energia do Estômago e do Baço/Pâncreas e também a secreção e excreção de bile. Isto significa que se a função do Fígado for normal, também será a função de subida e descida do Estômago e do Baço/Pâncreas. Se acontecer a estagnação de Qi no Fígado afetará a função de transporte e transformação do Estômago e do Baço/Pâncreas, que se manifesta pela anorexia, eructações, distensão abdominal, diarréia, etc. Se a função da secreção e excreção da bile for afetada, aparecerá dor no hipocôndrio e icterícia. c) Fígado controla o Jin. Significa o controle dos tendões e dos ligamentos que estão presentes nas articulações, fazendo com que os mesmos possam mover-se livremente, e para isso necessitam da nutrição do Sangue do Fígado. Se esta for insuficiente não conseguindo nutrir os tendões, aparecerão dores ou intumescimento dos membros, contraturas musculares das mãos ou dos pés, relaxamento e rigidez anormais das articulações. Se o tendões estão mal nutridos em conseqúência de uma grave deficiência de Sangue do Fígado ou pela febre alta que consome os líquidos orgânicos, aparecerão tremores das mãos ou dos pés, convulsões e também a atitude de opistótono. d) Fígado abre-se nos olhos e reflete nas unhas - Os olhos estão relacionados a todos os órgãos internos especialmente ao Fígado. Se o Sangue do Fígado estiver suficiente, manifesta-se por visão boa, pois o Fígado tem a função de armazenamento do Sangue e o Canal do Fígado tem ramos que se conectam a visão. No Lingshu uma das Seções do livro Huang Ti Nei Jing (Tratado de Medicina Interna) diz “O Qi do Fígado conecta-se com os olhos”. Se as funções do Fígado estiverem normais, os olhos poderão distinguir as cinco cores. Os transtornos do Fígado frequentemente refletem nos olhos, porque o Fígado abre nos olhos, assim, se o Sangue do Fígado está insuficiente, aparece a visão borrosa ou a metalopia; se o Fogo do Fígado sobe, os olhos tornam-se vermelhos, edemaciados e aparecem dor ocular. O Fígado manifesta-se nas unhas. A unha é o tendão modificado e o tendão então relacionado ao Fígado. Por isso, as alterações patológicas do Fígado refletem-se frequentemente nas unhas. Se o Sangue do Fígado for suficiente, as unhas apresentam-se rosadas, brilhantes e claras; se o Sangue do Fígado está insuficiente, os tendões estão mal nutridos, por isso, as unhas tornam-se pálidas, secas, moles, delgadas e fáceis de quebrar. Baço/Pâncreas  o Baço/Pâncreas está situado no Aquecedor Médio. As funções fisiológicas do Baço/Pâncreas estão relacionadas no controle de transporte e de transformação dos nutrientes, no controle do Sangue, dos músculos e dos membros. A relação entre o Baço/Pâncreas e os cinco sentidos referem-se ao Baço/Pãncreas que abre-se na boca e reflete-se nos lábios.

205 a) controlar o transporte e a transformação. Estas funções relacionam-se com a digestão, absorção e transporte de alimentos, bebidas, líquidos e nutrientes. 1. Transportar e transformar os alimentos e bebidas, assimilar as substâncias nutritivas O Baço/Pãncreas recebe os alimentos provenientes do Estômago, onde se realiza a digestão e absorção, passando a Essência dos alimentos que é distribuída para todo o corpo através dos vasos sanguíneos nutrindo os Zang/Fu e os tecidos e transformando-os em Qi e Xue. O Yong Qi (Energia Nutritiva), Wei (Energia Defensiva), Qi, Xue, Jing (Essência) e Jinye (os líquidos orgânicos) que são as substâncias básicas nas atividades funcionais do corpo, originam-se dos alimentos digeridos e dos nutrientes que foram transportados e transformados pelo Estômago e no Baço/Pâncreas. Por isso, a Medicina Tradicional Chinesa considera que “Estômago e Baço/Pâncreas são fundamentais para a manutenção da vida após o nascimento”e são” a fonte da geração de Energia e Sangue”. Se a função do Baço/Pâncreas está normal, a digestão, absorção e as funções de transporte e de transformação estão normais e a fonte da geração da Energia e Sangue é abundante. Se a função do Baço/Pâncreas está anormal, manifesta-se pela anorexia, distensão abdominal, fezes moles, deficiência de Energia e Sangue. 2. transporte e transformação de líquidos e de umidade. O Baço/Pâncreas situa-se no Aquecedor Médio e tem a função de transportar e transformar os líquidos e a umidade de todo o corpo com a finalidade de promover a circulação e a excreção dos líquidos e da umidade, mantendo o equilíbrio do metabolismo dos líquidos do corpo. O Baço/Pâncreas transporta os alimentos e também os líquidos necessários para o corpo aos Pulmões e distribui os alimentos e os líquidos para todo o corpo, a fim de nutrir e umedecer os tecidos, e ao mesmo tempo direciona os líquidos restantes a Bexiga e transforma-os em urina para logo serem excretados. O termo Jinye é uma generalização dos líquidos orgânicos corpóreos. Se os líquidos se acumulam, aparece a umidade anormal. O Baço/Pâncreas tem a função de transportar e de transformar a umidade para remover o acúmulo ou a retenção desta Energia. Por isso, se esta função do Baço/Pâncreas esta normal, a circulação e a secreção dos líquidos, bem como a excreção de água estão normais, mantendo assim o equilíbrio do metabolismo dos líquidos. A disfunção do Baço/Pâncreas pode causar a retenção dos líquidos orgânicos, podendo originar as doenças. Por exemplo, o acúmulo de umidade causa a umidade/Calor; o acúmulo da umidade na pele causa o edema e o acúmulo da umidade nos Intestinos causa diarréia. 3. O equilíbrio do metabolismo dos líquidos orgânicos do corpo depende não só da função do Baço/Pâncreas no transporte e na transformação dos líquidos e da umidade, mas também relacionase estreitamente as funções dos Pulmões, dos Rins e do Triplo Aquecedor. A disfunção do Baço/Pâncreas no transporte e na transformação faz com que os nutrientes e a umidade cheguem aos Pulmões. “O Baço/Pâncreas tem a função de elevar o Qi (Essência)”.Esta afirmação é uma breve generalização sobre esta característica da função fisiológica do Baço/Pâncreas. Existe uma relação muito estreita entre o transporte e a transformação dos alimentos, dos líquidos e da umidade, por isso a disfunção do Baço/Pâncreas pode provocar os sintomas e sinais referentes aos alimentos e líquidos, separados ou associados. Assim, a deficiência do Baço/Pâncreas pode ocasionar anorexia e amolecimento das fezes. Depois de um longo tempo de deficiência do Baço/Pâncreas pode ocasionar o aparecimento de edema. b) Controlar o Sangue. O Baço/Pâncreas tem a função de controlar a circulação do Sangue dentro dos vasos, impedindo o extravasamento de sangue. O Baço/Pâncreas tem a função de transportar e de transformar os alimentos nutritivos e os líquidos, sendo a fonte de geração de Energia e Sangue. Estando a Energia do Baço/Pâncreas suficiente é que este órgão pode governar o Sangue. Em caso contrário, produz-se a hemorragia crônica tais como melena, epistaxe, hemorragia funcional uterina, púrpura subcutânea, etc.

206 c) Controlar os músculos nos membros. O Baço/ Pâncreas tem a função de transportar e transformar os alimentos e os líquidos e distribuí-los para o corpo a fim de nutrir os músculos e os membros. Se esta função estiver normal, os músculos podem ser fortes e resistentes; a disfunção do Baço/Pâncreas pode fazer com que os músculos fiquem atrofiados e causar fraqueza muscular. d) O Baço/Pâncreas abre-se na boca e reflete nos Lábios. O apetite, o paladar estão relacionados a função do Baço/Pâncreas no transporte e na transformação. Se esta função é normal, o apetite e o paladar serão bons; a disfunção do Baço/Pâncreas pode motivar a anorexia e a alteração no paladar. Como o Baço/Pâncreas controla a parte carnosa dos músculos e abre-se na boca, os lábios podem manifestar o estado deste órgão; assim se a Energia e o Sangue do Baço/Pâncreas estão suficientes, os lábios estarão rosados e úmidos; caso contrário, os lábios estarão pálidos, secos e amarelados. Pulmão  Os pulmões estão situados na caixa torácica. Suas funções fisiológicas são as de controlar o Qi (Energia) e a respiração, comunicar e regular as vias dos líquidos e controlar a difusão e descida. Os Pulmões relacionam-se a superfície do corpo através do nariz e refletem-se na pele, nos pêlos e penugem. a) Controlar o Qi e a respiração. Esta função significa que o Pulmão controla o Qi de todo o corpo e dirige a respiração. 1. Dirigir a respiração. O Pulmão é um órgão muito importante na troca do ar turvo e do puro dentro e fora do corpo. O corpo inala o ar puro da natureza e expulsa o ar turvo continuam-se por meio dos Pulmões. Isto denomina-se “descartar o velho e assimilar o novo”. 2. O Pulmão controla o Qi de todo o corpo. O Pulmão dirige a respiração e está estritamente relacionado a geração e à circulação de Zhong Qi (Qi torácico). Qi é importante para manter as atividades funcionais do corpo. Nesta concepção estão incluídos o Qi inalado da natureza e o Jing Qi (Qi Essencial) transformado dos alimentos nutritivos e dos líquidos que formam juntos o Zhong Qi no tórax. Este fenômeno denomina-se respiração. O Zhong Qi penetra o Coração para promover a circulação do Sangue e juntos com Yong Qi (sistema nutritivo) e Wei Qi (sistema defensivo), distribuise por todo o corpo para aquecer os membros, ossos e manter suas funções fisiológicas normais. Esta Energia, o Zhong Qi é a força motriz para a respiração pulmonar e circulação do Sangue cardíaco e constitui o fundamental para manter as atividades funcionais do Zang-Fu do corpo e dos tecidos; por isso, pode-se afirmar que o Pulmão dirigindo a respiração, controla o Qi de todo o corpo. Se esta função pelo Pulmão é normal, a circulação de Qi de todo o corpo e a respiração está normal. A insuficiência de Qi do Pulmão não só afeta a respiração normal do Pulmão, mas também a formação e a circulação de Zhong Qi, causando fraqueza respiratória, assim como dispnéia, asma, voz baixa, astenia, etc. Quando a respiração cessa, a vida termina. b) Controlar a difusão, a purficação e a descida, comunicar e regular as vias dos líquidos. Somente quando a função da difusão é normal, o Wei Qi (Qi defensivo) e os líquidos orgânicos podem ser distribuídos por todo o corpo para aquecer e umedecer os músculos, os poros cutâneos e a pele. Em condições normais, o Qi do Pulmão deve dirigir-se para baixo. Esta função está relacionada ao Qi e o líquido. Estando esta função normal, a respiração torna-se normal, e quando esta função é anormal, o Qi dos Pulmões sobe ao invés de baixar, observando-se, então, a opressão no tórax, tosse e asma. A Medicina Tradicional Chinesa considera que o líquido deve ter a circulação por determinadas vias, cujas vias devem ser reguladas pela função dos Pulmões. A função normal do Pulmão faz distribuir normalmente os líquidos e faz passar uma parte dos liquidos para a Bexiga e finalmente elimina-los com a finalidade de regular o equilíbrio do metabolismo dos líquidos do corpo. A disfunção do Pulmão de regular as vias dos líquidos obstrói a circulação normal dos liquidos para a Bexiga, de modo que se produz a Umidade-Mucosidade, disúria, urina escassa, edema etc.

207 A difusão e a descida são manifestações da função normal do Pulmão e constituem em duas partes que se condicionam uma à outra. Isto quer dizer que a função normal de difusão favorece a função de descida e vice-versa; a disfunção de difusão pode causar a disfunção na descida e vice-versa. c) O Pulmão tem o nariz como sua abertura e se reflete na pele, no pêlo e penugem - O nariz é a entrada e a saída de ar. A cavidade nasal permeável e um olfato sensível dependem da função dos Pulmões, cuja normalidade assegura a respiração normal e a sensibilidade do olfato. Geralmente, os fatores patogênicos exógenos afetam primeiramente a pele, o pêlo e penugem antes de invadir os Pulmões; porém, esses fatores patogênicos exógenos podem também entrar pelo nariz e pela boca. Por isso, a invasão do Vento e do Frio pode causar obstrução nasal, rinite E perda parcial do olfato. O acúmulo de Calor nos Pulmões pode causar asma e movimentos das asas nasais. A garganta é a porta da respiração, é o órgão da fala e por onde passa o Canal do Pulmão, existindo uma relação muito estreita e direta entre a garganta e a função dos Pulmões. Por isso, a disfunção do Pulmão pode motivar o aparecimento da afonia e dor de garganta, etc. A pele, o pêlo, a penugem e os poros cutâneos estão na superfície do corpo e têm a função de proteger o corpo contra os fatores patôgênicos exógenos e de regular a temperatura do corpo para adaptar as mudanças do meio ambiente, e estas funções são desenvolvidas quando estes tecidos estão nutridos pela Essência e pelos líquidos distribuídos pelos Pulmões, através da função de difusão. Quando o Qi do pulmão está fraco e insuficiente, a pele e os pêlos tornam-se secos e sem brilho. Como a fraqueza do Qi dos Pulmões conduz a debilidade do Wei Qi (Qi defensivo) promove o aparecimento do catarro. A invasão dos fatores patogênicos exógenos na superfície do corpo prejudica a função do Pulmão na difusão, quando observam-se os sintomas e sinais de temor ao frio, febre, obstrução nasal, tosse, etc. O Wei Qi (Qi defensivo) controla a abertura e o fechamento dos poros cutaneos; por isso, se o Qi do Pulmão e o Qi defensivo estão insuficientes, os poros abrem-se, causando assim a sudorese espontânea. Quando o frio ataca a superficie do corpo, o Qi pulmonar e o Qi defensivo falham na sua função e os poros fecham-se causando a anidrose. Rins  Os Rins situam-se no Aquecedor Inferior, têm as funções fisiológicas de armazenar o Jing (Essência), controlar os líquidos, receber o Qi, controlar os ossos, gerar a medula e chegar ao cérebro. Os Rins relacionam-se com os cinco sentidos da seguinte forma: os Rins comunicam-se com as orelhas (ouvido), o ânus e a uretra que são as aberturas dos Rins e se refletem nos cabelos. a) Armazenar a Essência. O Jing (Essência) é a matéria fundamental, da qual constitui o corpo. E, também, a matéria fundamental necessária para efetuar as diversas atividades funcionais do corpo. O Jing está armazenado nos Rins e está dividido em duas partes, Jing hereditário e Jing congênito. O Jing hereditário provém dos pais e o congênito, das matérias essenciais dos alimentos. Os dois dependem um do outro e promovem-se mutuamente. O Jing hereditário, proporciona as matérias fundamentais para o Jing adquirido antes do nascimento e o Jing hereditário, depende da nutrição do Jing congênito para o completo desenvolvimento de suas funções depois do nascimento. O Jíng Qi (Essência vital e Energia vital) dos Rins é a base que produz o Yin e o Yang dos Rins. O Yin dos Rins também se chama “Água dos Rins” ou “Yuanyin (Yin original)”, Zhenyin (Yin verdadeiro) que constitui os líquidos básicos do corpo humano e que têm as funções de nutrir e de umedecer os tecidos e os Zang-Fu. O Yang dos Rins chama-se “Yuan yang (Yang original)”, “Zheng yang (Yang verdadeiro) que é o fundamento de Yang Qi do corpo e tem a função de aquecer e promover os tecidos e os Zang-Fu. Os Rins são denominados de “o hereditário” fundamental, pois Yin e Yang dos Rins constituem fontes de Yin e Yang de todo o corpo hereditário. A Água e o Fogo são os simbolos de Yin e de Yang dos Rins, por isso, os Rins são denominados “órgãos da Água e do Fogo”. O Yin e Yang controlam-se entre si e dependem um do outro a fim de manter um equilíbrio dinâmico relativo. Quando este equilíbrio é rompido, produz-se a preponderância ou a deficiência de Yin ou de Yang dos Rins.

208 Quando ocorre a deficiência de Yang dos Rins manifesta-se por palidez, extremidades frias, sensação fria e dor na região lombar e nas patelas, impotência sexual, ejaculação precoce, nictúria, enurese, edema, infertilidade na mulher, etc. Todos os sintomas já citados caracterizam-se por fenômenos frios. A deficiência de Yin dos Rins pode causar a subida do Falso Fogo e manifestar-se por dor e debilidade na região lombar e nas patelas, sensação de calor nos cinco centros (coração, as palmas das mãos, plantas dos pés), insônia, pesadelos, espermatorréia, secura na boca e na garganta, etc. Todos estes sintomas caracterizam-se por fenômenos do Calor que é denominado de “a deficiência de Yin conduz ao Calor interno, enquanto que a deficiência de Yang, conduz no Frio externo”. Da mesma maneira, o Yin e Yang dos Rins relacionam-se fisiologicamente e se afetam mutuamente na patologia. Assim, a deficiência de Yin conduz a deficiência de Yang ou a deficiência de Yang conduz a deficiência de Yin. Nos dois casos, produzem-se deficiência de Yang e a deficiência de Yin ao mesmo tempo. O Jing Qi (Qi essencial) dos Rins tem influência importante na função de crescimento e de desenvolvimento do corpo; durante o crescimento até o período de maturidade, o Jing Qi dos Rins enriquece-se, quando as mulheres passam a ter a menstruação e os homens, a emissão seminal, fatores esses que indicam a capacidade de reprodução; na idade senil, o Jing Qi dos Rins declina-se, a função sexual e a da reprodução debilitam-se gradualmente, e o corpo começa a envelhecer. De modo que a evolução do crescimento e da debilidade de Jing Qi dos Rins reflete o curso de crescimento de desenvolvimento e de envolvimento do corpo. Uma vez que o Jing Qi dos Rins afeta diretamente as capacidades de crescimento, de desenvolvimento e de reprodução, deficiência ou debilidade do Jing Qi podem causar as enfermidades como infertilidade masculina e feminina e hipoplasia infantil. b) Os Rins controlam os líquidos. Os Rins têm a função de regular o metabolismo dos liquidos que entram no Estômago, e são transportados ao Pulmão pelo Baço/Pâncreas e que reunem-se na Bexiga pelas funções dos Pulmões de descida, de dispersão e de comunicar e de regular as vias dos líquidos, ocorrendo também o processo de separação do límpido do turvo. Através da função do Yang dos Rins, o líquido límpido é conservado sendo transportado para o Pulmão de onde são distribuídos para todo o corpo. Os líquidos turvos são eliminados do corpo sob a forma de urina, mantendo assim o metabolismo dos líquidos orgânicos. Quando o Yang dos Rins está deficiente, a disfunção dos Rins na transformação dos líquidos pode causar poliúria, enurese noturna, polaciúria, e a retenção dos líquidos que conduz a oligúria, disúria ou edema. c) Os Rins recebem o Qi (ar). A respiração é controlada pelo Pulmão. O Qi puro inalado pelo Pulmão desce para os Rins com a ajuda da função dos Rins de receber o Qi puro proveniente de respiração. Se o Qi dos Rins está suficiente, a função de recepção e controle do ar esta normal e a respiração torna-se normal. Se o Qi dos Rins está débil, o Qi que vem do Pulmão não pode ser recebido e nem controlado pelos Rins que se manifesta por asma, dispnéia com o predomínio de expiração, cujos sintomas agravam-se com exercícios e movimentos. O conjunto destes sintomas é denominado “asma de tipo deficiência”. d) Os Rins determinam as condições dos ossos, gera a medula e chega ao cérebro. Nos Rins são armazenados o Jing que se transforma em medula. A medula óssea é armazenada nos ossos, nutre os ossos, enquanto que a medula espinhal sobe até a cabeça onde se reune formando, assim, o cérebro. A expressão “o cérebro é o mar da medula” mostra uma relação muito estreita da Essência dos Rins com os ossos, a medula e o cérebro. A Essência dos Rins estando suficiente é a fonte geradora da medula que nutre os ossos e assim o corpo pode ter ossos fortes e robustos. A medula cerebral nutrida pela Essência dos Rins torna as pessoas mais inteligentes, ágeis e enérgicas. A insuficiência da Essência dos Rins impede a produção da medula óssea, fazendo com que apareça a debilidade e dor na região lombar e nos joelhos, ou mesmo a atrofia muscular dos pés, a hipoplasia e a ossificação tardia da fontanela, etc.

209 A insuficiência da Essência dos Rins ocasiona a insuficiência da medula que não consegue nutrir o cérebro, que traduz-se pelo aparecimento de tontura, zumbido, amnésia e perda de consciência. Os Rins determinam as condições dos ossos e, os dentes são considerados excedentes destes; por isso, pode-se dizer que os dentes estão fortes ou não, dependendo da nutrição da Essência dos Rins. Quando a Essência dos rins é suficiente, os dentes são fortes, e de outra maneira, os dentes tornamse móveis e inclusive podem cair. e) Os Rins abrem-se no ouvido, no anus e no orgão urogenital e reflete-se nos cabelos. As orelhas (ouvidos) são aberturas dos Rins. Se a Essência dos Rins está suficiente, ouve-se bem. Se a Essência dos Rins está insuficiente, aparece a hipoacusia, além disso, pode produzir zumbido, surdez ou a diminuição da audição. Nos anciãos, geralmente, observa-se a surdez pela insuficiência do Qi dos Rins. Além disso, os Rins dominam a função de reprodução, e influem na diurese, na eliminação da urina e na defecação. A formação da urina está controlada pela Bexiga, mas, também depende da função da transformação dos Rins. Por isso, a deficiência de Yang dos Rins pode causar poliúria, enurese ou olígúria e disúria. Quanto a defecação, a insuficiência de Yin dos Rins e de líquidos Yin. causa constipação intestinal. Devido a deficiência de Yang dos Rins ocorre a disfunção do Baço/Pâncreas na função de transporte que se manifesta por constipação do tipo frio ou diarréia durante a noite. Os cabelos absorvem os nutrientes do sangue, por isso são denominados “os restos do Sangue”. Mas, o crescimento dos cabelos depende do Jing Qi dos Rins. O estado dos cabelos reflete a suficiência ou insuficiência do Jing Qi (Qi essencial) dos Rins, assim os cabelos dos jovens e de pessoas de meia idade são brilhantes porque a Essência dos Rins é abundante; os cabelos dos anciãos são brancos e cinzentos e fáceis de cair porque o Jing Qi dos Rins está insuficiente. APÊNDICE: Mingmen Na obra classica antiga Nei Ching menciona pela primeira vez o termo Mingmen (porta vital) como um orgão. O Capítulo “Dificuldade 37 de Nei Ching” diz. “As outras Vísceras são únicas no corpo e somente os Rins, são dois”. Por quê isso? Os dois não são todos rins. O esquerdo é o Rim e o direito e o Mingmen. O Mingmen é a residência do espírito, é onde esta o Yuanqi (Qi congênito). Para o homem, é onde armazena essências, e para a mulher é onde se conecta com o útero. Por isso, o Rim também é um só. Os médicos, posteriormente, sustentam diferentes opiniões quanto a localização do Mingmen, mas a opinião sobre a função de que o Fogo de Mingmen pode aquecer os cinco Zang e os seis Fu é relativamente unificada. Clinicamente, os sintomas e sinais de debilidade do Fogo de Mingmen são semelhantes aos da deficiência de Yang dos Rins. Os medicamentos usados para tonificar ou fortalecer o Fogo de Mingmen têm, também, a função de tonificar o Yang dos Rins. Por isso, pode-se considerar que o Fogo de Mingmen e o Yang dos Rins são o mesmo no fundamental e a denominação Mingmen (porta vital) é utilizada para destacar sua importância.  As Seis Vísceras (Fu) 1. Vesícula Biliar  A Vesícula Biliar está ligada ao Fígado onde se armazena a bíle com a finalidade de ajudar o Estômago e o Baço/Pâncreas na digestão. A bile se origina no Fígado, sendo alimentada na Vesícula Biliar. A secreção e a excreção da bile relacionam-se a função de drenagem e a dispersão do Fígado. Quando o Qi do Fígado está estagnado, a Vesícula Biliar perde a função de drenagem e de dispersão afetando as funções do Estômago e do Baço/Pâncreas. A circulação anormal de Qi da Vesícula Biliar causa dor nos hipocôndrios; a subida anormal de Qi da Vesícula Biliar provoca um gosto amargo na boca, regurgitação de líquidos amargos; o extravasamento da bile provoca a ictericia.

210 Na Medicina Tradicional Chinesa considera-se que a função da Vesícula Biliar está relacionada aos fatores emocionais. A preponderância ou deficiência de Qi da Vesícula Biliar pode afetar as mudanças das atividades emocionais. Portanto, quando ocorre os transtornos mentais com sintomas e sinais de medo, terror e insônia, recorre-se a regulação da função da Vesícula Biliar. A bile é denominada, também, de “substância essencial”. No Lingshu diz-se que “a Vesícula Biliar é a residência das Essências do Aquecedor Médio”. A Vesícula Biliar é também denominada de “Órgão extraordinário” porque há diferença com os outros órgãos, uma vez que nela se armazena os líquidos puros e límpidos. 2. Estômago  O Estômago situa-se no Aquecedor Médio, conectando-se acima com o esôfago e inferiormente com o Intestino Delgado. Seu orifício superior é a cárdia também chamada Shangwan (região epigástríca); seu orifício inferior é o piloro, também chamado Xiawan (região hipogástrica) e a parte que está entre Shiangwan e Xiawan é Zhongwan (região mesogástrica). As três regiões juntas denominam-se de Weiwan (região gástrica). As funções fisiológicas do Estômago é receber os alimentos e os líquidos e de realizar o primeiro passo da digestão. As funções do Estômago caracterizam-se pela descida, ou seja, de passar os alimentos e liquidos semi-digeridos para baixo, ao intestino delgado. Os alimentos nutritivos são transformados e distribuídos para o corpo todo pela função do Baço/ Pâncreas. Por isso, o Estômago e o Baço/ Pâncreas são a fonte dos nutrientes com que se mantém a vida depois do nascimento. A Medicina Tradicional Chinesa dá muita importância ao Qi do Estômago e considera que quando existe o Qi do Estômago, vive-se; quando se extingue o Qi do Estômago, a vida se acaba. Por isso, “proteger o Qi do Estômago” constitui um princípio de tratamento muito importante na prática clínica desta Medicina. A disfunção de descida do Estômago pode afetar a função do Estômago na recepção de alimentos e de líquidos que se manifesta pela anorexia, náusea, vômito, eructação, regurgitação de ácidos ou distensão, e dor na região epigástrica. Se o Canal colateral do Estômago é cauterizado pelo Fogo ou Calor, apresenta-se vômitos com sangue. 3. Intestino Delgado  A extremidade superior do intestino delgado liga-se ao estômago e, pelo íleo, ao intestino grosso. As funções principais do Intestino Delgado são de digerir, absorver e separar o puro do turvo. O Intestino Delgado recebe os alimentos semi-digeridos pelo Estômago, termina a digestão e logo separa o puro do turvo. O alimento puro são as substâncias essenciais, e os líquidos turvos, são os detritos. O puro pode ser transportado através da função do Baço/ Pâncreas a todo o corpo, e o turvo ao Intestino Grosso pelo ileo e uma parte dos líquidos canalizados a Bexiga. Uma vez que o Intestino Delgado tem estas funções, a enfermidade dele manifesta-se não somente pela e má digestão e má assimilação dos alimentos, como também nas anormalidades da urina e de sua característica. Por exemplo, O Calor de tipo Shu (excesso) no Intestino Delgado afeta a função da Bexiga e se observam urina escassa e amarela, ardor ao urinar, incluindo hematúria causada pela lesão dos vasos sanguíneos. O Frio, associado a deficiência no Intestino Delgado, conduz a uma disfunção em separar o puro do turvo, apresentando fezes moles. 4. Intestino Grosso  O Intestino Grosso está conectado superiormente ao Intestino Delgado pelo íleo e a extremidade inferior, ao ânus. Sua função fisiológica é transmitir os alimentos digeridos e excretá-los. O Intestino Grosso recebe o bolo alimentar proveniente do Intestino Delgado e transforma em matéria fecal para excretá-los. Os transtornos do Intestino Grosso conduzem a disfunção de transporte, levando a um quadro de constipação ou diarréia, disenteria; ou pode levar a uma deposição de sangue na parede intestinal causada pela lesão dos vasos sanguíneos do Intestino Grosso.

211 5. Bexiga  A Bexiga está situada no Aquecedor Inferior (ventre). A função principal da Bexiga é de acumular a urina e depois fazer a eliminação. O líquido do organismo é transformado em urina sob a ação do Qi dos Rins e acumulado na Bexiga após a transformação, sendo excretado posteriormente. Esta função de excreção da Bexiga realiza-se com a ajuda da função do Yang dos Rins. A alteração do Qi da Bexiga conduz a má transformação dos líquidos, podendo apresentar disúria, retenção urinária, polaciúria e enurese. Pode conduzir também a umidade-calor na Bexiga provocando a polaciúria, necessidade urgente de urinar e a disúria. 6. Triplo Aquecedor  Sanjiao (Triplo Aquecedor) é uma generalização dos três Jiao (Três Aquecedores): o Aquecedor Superior, o Aquecedor Médio e o Aquecedor Inferior. O Aquecedor Superior situa-se na região torácica acima do diafragma, incluindo-se o Coração e os Pulmões; o Aquecedor Médio situa-se na região epigástrica acima do umbigo, incluindo-se o Baço Pâncreas e o Estômago e o Aquecedor inferior situa-se na região abdominal abaixo do umbigo, incluindo-se o Fígado, os Rins, a Bexiga, o Intestino Grosso e o Intestino Del gado. A função principal do Triplo Aquecedor é dirigir as funções de Qi de todo o corpo e são as passagens para o transporte dos alimentos e das substâncias essenciais; são imprescindíveis na transformação e na geração de Qi (Energia), Xue (Sangue), liquidos orgânicos e para a metabolização destes. O livro Lingshu refere que “o Aquecedor Superior é como a névoa; o Aquecedor Médio é como embeber as coisas em água para causar sua decomposição e dissolução; o Aquecedor Inferior é como um aqueduto”. A primeira das três frases já vista indica a função de subida e de difusão do Coração e dos Pulmões e também as funções de distribuição do Qi e dos líquidos; a segunda frase indica, principalmente, a função do Estômago e do Baço/Pâncreas em decompor, digerir e transportar os alimentos e liquidos; a última indica a função dos Rins e da Bexiga em regular a circulação da Água e excretar os liquidos metabolizados, incluindo-se também a função dos Intestinos em eliminar as fezes. As alterações patológicas do Triplo Aquecedor manifestam-se principalmente nas funções do Qi (distribuição da Água) e no metabolismo dos líquidos que estão estreitamente relacionados aos Órgãos Zang e Fu concernentes. Os transtornos do Aquecedor Superior referem-se as alterações patológicas do Coração e do Pulmão; os transtornos do Aquecedor Médio relacionam-se as doenças do Estômago e do Baço/ Pâncreas; os transtornos do Aquecedor Inferior, relacionam-se as patologias do Fígado e dos Rins. Em relação a forma e a função do Triplo Aquecedor, admite-se que não é um órgão isolado, mas um englobamento das diferentes funções dos Zang/Fu de acordo com a situação destes no interior do corpo, na parte superior, média e inferior. APÊNDICE - Nizibao (Útero) Nizibao é chamado também Baogong (palácio do feto), ou seja, útero. O Utero este situado no ventre, com a função de controlar a menstruação e de nutrir o feto. O útero esta estreitamente relacionado aos Rins e aos canais Chong e Ren Mai. Os Rins têm a função de armazenar as Essências e de controlar a reprodução; os canais Chong e Ren energizam o útero; o Canal Chong é o mar do Sangue e o canal Ren controla o feto. Quando o Qi dos Rins e os Canais Chong e Ren estão plenos de Energia, a menstruação é normal e podem ocorrer a reprodução e a fecundação. A deficiência de Qi dos Rins e dos Canais Chong e Ren pode causar irregularidades na menstruação, amenorréia ou infertilidade. Além disso, o útero está relacionado ao Coração, Fígado e Baço-Pãncreas. O Coração tem a função de controlar os vasos sanguíneos, o Fígado de armazenar o Sangue e o Baço/Pâncreas de controlar a circulação de Sangue.

212 A deficiência funcional do Coração e do Baço/Pâncreas e a insuficiência de Energia e de Sangue podem conduzir a uma menstruação escassa, como ciclo prolongado, até a amenorréia; devido a deficiência de Energia faz com que o Baço/Pâncreas não possa controlar a circulação de Sangue, levando a um quadro de hemorragia uterina; a disfunção de drenagem do Fígado causada pela estagnação da energia (Qi) leva a anormalidade menstrual. INTER-RELAÇÕES ENTRE OS ZANG E OS FU  Cada um dos Zang (cinco órgão) e Fu (seis Vísceras) tem suas funções fisiológicas distintas, e relacionam-se entre si; enquanto um representa seu papel correspondente, coordenam-se mutuamente entre eles, promovendo assim a integração das atividades fisiológicas dos órgãos internos. Se ocorrer alguma alteração patológica em um deles, afeta-se também os outros, fazendo com que na evolução da enfermidade de um Órgão possa atingir outros Órgãos. Por isso, é necessário conhecer a função fisiológica e as manifestações patológicas de cada um dos Zang e Fu, e também descobrir as leis fisiológicas, patológicas e as da evolução que regem os Zang e Fu através de suas relações reciprocas. da de Sangue no Coração. Por isso, a deficiência de Sangue manifesta-se por palpitações, insônia devido a insuficiência de Sangue no Coração e provoca vertigem, adormecimento das mãos e dos pés, assim como a insuficiência de Sangue no Fígado provoca a escassez e a retenção da menstruação. Se o Fígado não cumprir a função de canalizar e de transportar o sangue, pode afetar as atividades mentais e emocionais normais que são os processos do Coração, podendo manifestar os sintomas de angústia, insônia, sonhos excessivos e melancolia. O estado de coma, as convulsões causadas pelo Calor Interno excessivo constitui um outro exemplo de como a alteração do Qi do Fígado pode afetar o do Coração. Relações entre os Zang Os Zang dependem um do outro e se controlam mutuamente para manter a coordenação de suas atividades fisiológicas. Quando ocorre alguma alteração patológica, afetam-se e se modificam mutuamente. Coração e Fígado As relações entre Coração e Fígado refletem-se fundamentalmente na circulação do Sangue e no estado mental. O Coração domina o Sangue e controla o estado mental, por outro lado, o Fígado armazena o Sangue e determina a drenagem. Na suficiência do Sangue no Coração, a mente tem boa nutrição energética e permite que o Fígado desempenhe sua função de armazenar o Sangue e de regular a sua quantidade. Por outro lado, a insuficiência do Sangue no Coração provoca, com frequência, a insuficiência e a debilidade do Sangue no Fígado. Por sua vez, a insuficiência do Sangue no Fígado conduz, com frequência, a uma perda de sangue no coração. Por isso a deficiencia de sangue manifesta-se por palpitações, insônia devido a insuficiência de sangue no coração e provoca vertigem, adormecimento das mãos e dos pés, assim como a insuficiencia de sangue no fígado provoca a escassez e a retenção da menstruação. Se o Fígado não cumprir a função de canalizar e de transportar o sangue pode afetar as atividades mentais e emocionais normais que são os processos do coração, podendo manifestar os sintomas de angustia, insonia, sonhos excessivos e melancolia. O estado de coma, a convulsão causada pelo calor interno excessivo constitui um outro exemplo de como a alteração do Qi do Fígado pode afetar o do Coração Coração e Baço/Pâncreas As relações entre o Coração e Baço/Pâncreas manifestam-se fundamentalmente na geração do Sangue, na transformação e no transporte pelo Baço/Pâncreas. O Coração domina o Sangue e determina o estado mental; por sua vez, o Baço/Pâncreas encarrega-se da transformação, do transporte e do controle do Sangue.

213 O Sangue do Coração provém da transformação e da geração do Baço/Pâncreas; a circulação do Sangue depende do controle de Qi (Energia) do Baço/Pâncreas, enquanto que a função de transporte e de transformação do Baço/Pâncreas realiza-se com a Energia Yang do Coração e dos Rins. A debilidade do Qi do Baço/Pâncreas leva a hipofunção de transformação e de transporte, resultando na deficiência de geração de sangue; se o Baço/Pâncreas perde a função de controlar o Sangue, produz uma insuficiência de Sangue no Coração; assim como uma meditação excessiva e reflexão promovem o consumo excessivo de Sangue do Coração que leva a disfunção do Baço/Pâncreas no transporte e na transformação. Assim, a defíciência do Coração e do Baço/Pâncreas manifestam-se com sintomas de palpitação, insônia, falta de apetite e poliúria. Coração e Pulmão As relações entre o Coração e o Pulmão refletem-se fundamentalmente nas relações entre a Energia e o Sangue. O Coração domina o Sangue, o Pulmão domina o Qi. A circulação do Sangue mesmo que seja dominada pelo Coração, necessita de um impulso do Qi do Pulmão para circular, por isso, o Qi do Pulmão tema função de ajudar o Qi (função vital) do Coração em impulsionar o Sangue. A insuficiência do Qi do Pulmão pode conduzir a deficiência do Qi do Coração, causando a “deficiência simultânea do Coração e do Pulmão”, manifestando-se com sintomas de palpitação, respiração superficial, asma, tosse fraca e voz baixa; se o Qi está muito deficiente para impulsionar o Sangue ocorre a estagnação do sangue do Coração levando a um quadro de sensação de opressão torácica ou dor no coração. A insuficiência de Qi do Coração, ou a debilidade de Yang do Coração pode levar às alterações na circulação do Sangue e também pode afetar a função de descida e de difusão do Pulmão, que se manifesta com o sintoma de sensação de aperto no tórax, tosse, asma e respiração rápida. Coração e Rins As relações entre o Coração e os Rins refletem-se fundamentalmente na coordenação para manter o equilíbrio entre o Yin e o Yang, entre a função de subida e de descida, O Coração pertence ao movimento Fogo e localiza-se na parte superior do tórax, os Rins representam a Água e estão na parte inferior, Fisiologicamente, o Fogo do Coração deve abaixar para aquecer o Yan dos Rins e por sua vez, a Água dos rins deve subir para nutrir o Yin do Coração, a fim de manter o equilíbrio entre o Yang e o Yin do Coração e dos Rins. Na debilidade, o Yin dos Rins não pode subir para tonificar o Fogo do Coração, ou o Fogo hiperativo do Coração pode causar lesões ao Yin dos Rins, provocando Calor interno por deficiência de Yin, e como a Água não pode subir para “apagar” o Fogo, observamse a agitação, a insônia, a lombalgia e a emissão seminal involuntaria Figado e Baço/Pâncreas As relações entre o Fígado e o Baço/ Pâncreas refletem-se na harmonia das atividades de Qi e na circulação do Sangue. O Qi do Baço/Pâncreas sobe e o Qi do Estômago desce, processos estes que na normalidade dependem da canalização e da drenagem do Qi do Fígado. Se o Qi do Figado estagna, não podendo cumprir sua função de canalizar e de drenar, pode afetar a subida e a descida do Qi do Baço/Pâncreas e do Estômago, causando a desarmonia entre o Fígado e o Baço/Pâncreas (Estômago), ou seja, “a Madeira domina a Terra”, levando a um quadro de sintomas de plenitude na região costal, anorexia, distensão abdominal pós-prandial ou dor epigástrica e eructação. Da mesma forma, se o Calor/Umidade do Baço/Pâncreas e do Estômago estagna-se pode afetar a função de drenagem do Fígado e da Vesícula Biliar e causar a estagnação do Qi do Fígado ou derramamento de bile, aparecendo então, a icterícia. O Fígado armazena o Sangue e o Baço/ Pâncreas o controla, afim de manter normal a circulação do Sangue. A deficiência de Energia faz com que o Baço/Pâncreas falhe na função de transformação e de transporte, de modo que a fonte geradora do sangue torna-se insuficiente; a disfunção do Baço/Pâncreas em controlar o sangue faz com que haja a perda excessiva de sangue; ambos os casos podem afetar o Fígado, motivando “a insuficiência de sangue no Fígado”. Numa hemorragia uterina prolongada, apresentam-se sintomas como vertigem, tontura, visão turva, intumescimento dos membros e contraturas musculares.

214 Fígado e Pulmão As relações entre o Fígado e o Pulmão manifestam-se na subida e na descida do Qi. Enquanto o Qi do Fígado sobe, o Qi do Pulmão desce, mantendo desta forma a função normal da circulação Qi do corpo. Com a estagnação, a energia do Fígado transforma-se em Fogo, que sobe e “queima” o líquido do Pulmão, afetando assim a função de descida do Qi do Pulmão, quando aparecem os sintomas tais como: dor nos hipocôndrios, irritação, tosse, eructações, hemoptise, constituem estas manifestações síndrome que se denomina “Fogo do Fígado invade o Pulmão ou Fogo da Madeira aquece o Metal”. A disfunção de descida do Pulmão pode também afetar o Fígado, fazendo com que perca a função normal, neste caso observa-se dor no hipocôndrio que aparece ou exacerba com a tosse. Fígado e Rins As relações entre eles refletem-se entre o Jing (Essência) e sangue. O sangue Yin do Fígado nutrese com a Essência (substâncias) dos Rins para manter em níveis normais, assim como a Essência dos Rins necessita de fortalecimento do sangue do Fígado. A Essência e o sangue geram-se mutuamente, por isso, diz-se que “o Fígado e os Rins têm a mesma origern”. A perda da Essência dos Rins conduz frequentemente ainsuficiência do sangue (Yin) do Fígado; a insuficiência do sangue (Yin) do Fígado também provoca a insuficiência da Essência dos Rins. Como o Fígado e os Rins têm a mesma fonte, a insuficiência do Yin dos Rins pode causar a insuficiência do Yin do Fígado e, da mesma forma, a insuficiência do Yin do Fígado causa também a insuficiência do Yín dos Rins, provocando assim a deficiência do Yin do Fígado e dos Rins, que se manifestam com sintomas de vertigem, tonturas, visão turva, zumbido no ouvido, lombalgia. A deficiência Yin dos Rins não pode controlar o Yang do Fígado produzindo-se a hiperatividade de Yang do Fígado que se manifesta por sintomas de vertigem, tontura, irritação, dor e fraqueza nos joelhos e na região lombar. Esta relação de alteração patológica chama-se “a água não rega a madeira causando a hiperatividade de Yang do Fígado”. Baço/Pâncreas e Pulmão As relações entre o Baço/Pâncreas e Pulmão refletem-se nas condições da Energia da Água e da Umidade. O Pulmão domina o Qi e o Baço/Pâncreas encarrega-se do transporte e da transformação e é fonte de geração do Qi e do sangue adquiridos depois do nascimento. Para manter em níveis normais, o Qi do Pulmão necessita da nutrição da Essência transformada e transportada pelo Baço/Pâncreas, enquanto que a Essência nutritiva e os líquidos transportados pelo Baço/Pâncreas dependem também da distribuição do Qi pelo Pulmão. A debilidade de Qi do Baço/Pâncreas leva, com frequência, a insuficiência do Qi do Pulmão. Numa enfermidade prolongada, o Pulmão falha na função de distribuir o Qi e os líquidos orgânicos e, como consequência, produz-se a debilidade do Baço/Pâncreas, levando a sindrome de “deficiência do Pulmão e do Baço/Pâncreas”, síndrome esta que se manifesta com sintomas de falta de apetite, fezes moles, cansaço, falta de força para tossir e dificuldade no falar. Na prática clínica, para tratar as alterações patológicas da deficiência simultânea do Pulmão e do Baço/Pâncreas utiliza-se, com frequência,o método de tratamento: “tonificar a Terra, para que gere o Metal”. O Baço/Pâncreas encarrega-se da transformação da Água e da Umidade, enquanto o Pulmão encarrega-se da difusão, da descida, da distribuição dos líquidos orgânicos e da harmonização das vias de circulação da Água. A deficiência do Baço/Pâncreas faz com que a Água e a Umidade acumulem que posteriormente convertem-se em Mucosidade, prejudicando a função do Pulmão na função de difusão e de descida. Este estado manifesta-se com sintomas de tosse, de asma com catarro abundante. E por isso que diz que “Baço/Pâncreas é a fonte da Mucosidade e o Pulmão é o órgão onde ela é armazenada”. Tosse prolongada e crônica leva a deficiência do Pulmão, assim como da disfunção da difusão e da descida e da harmonização das vias da água, afetando desta maneira a função do Baço/Pâncreas no transporte e na transformação, resultando em retenção de Água e da Umidade, fato este que provoca o edema.

215 Baço/Pâncreas e Rins As relações entre o Baço/Pâncreas e Rins refletem-se fundamentalmente nas relações entre a função do Baço/Pâncreas de transporte e de transformação e a de armazenamento da Essência dos Rins. Para manter a função de transporte e de transformação, o Baço/Pâncreas necessita do aquecimento de Yang dos Rins, enquanto a Essência dos Rins nutre-se com as matérias nutrientes dos alimentos transformados pelo Baço/ Pâncreas. A insuficiência de Yang dos Rins pode causar a deficiência de Yang do Baço/ Pâncreas e, esta sendo por longo tempo, faz com que a função de transporte e de transformação se debilite, afetando também o Yang (função vital) dos Rins, sucedendo desta maneira a deficiência de Yang tanto do Baço/Pâncreas como dos Rins que se manifesta com os sintomas de frio no corpo e nos membros, frio e dor no abdome, falta de apetite, diarréia durante a madrugada e edema. Pulmão e Rins As relações entre o Pulmão e os Rins refletem-se fundamentalmente na Água e no Qi. Os Rins são órgãos que dominam a Água; o Pulmão é a fonte celeste da Água. A disfunção do Pulmão em canalizar as vias de circulação da Água, ou a disfunção dos Rins na distribuição da Água, podem afetar o metabolismo normal dos líquidos orgânicos e causar a retenção de Água e da Umidade, conduzindo ao edema. O Pulmão domina a respiração e os Rins encarregam de receber o ar. Somente quando o Qi dos Rins esta forte, o ar aspirado pode descer até os Rins. Por causa da insuficiência de Qi (Energia) dos Rins, este Órgão é incapaz de receber o ar. A deficiência prolongada do Pulmão, lesando a função dos Rins pode fazer com que os “Rins não recebam o Qi (ar)”, apresentando, então, sintomas de asma e de respiração curta que se agrava com os movimentos. Além disso, os líquidos Yin do Pulmão e dos Rins nutrem-se mutuamente. O Yin dos Rins constitui a base dos líquidos Yin de todo o corpo, do qual oYin do Pulmão se nutre. O Yin dos Rins complementa-se com o Qi e os líquidos distribuídos pelo Pulmão. A deficiência do Yin dos Rins não deixa subir a Agua para umedecer e nutrir o Yin do Pulmão; além disso, a subida do Falso Fogo, pode queimar o Yin do Pulmão. Em ambos os casos pode-se ocasionar a deficiência do Yin do Pulmão e dos Rins que se manifestam com os sintomas de: rubor malar, febre vespertina, sudorese noturna, tosse seca, rouquidão e fraqueza nos joelhos e na região lombar. Relações entre Zang e Fu As relações entre Zang e Fu consistem no relacionamento entre a superfície e o interior do corpo. Os Zang (órgãos) representam o Yin e domina o interior do corpo, enquanto os Fu (Vísceras) representam o Yang e domina a superfície do corpo, ambos conectam-se através do sistema dos Canais de Energia formando a “relação interior-exterior”. Fisiologicamente, os Canais Zang (órgãos) conectam-se com os de Fu (Vísceras); os Canais Fu conectam-se com os de Zang. A Energia dos Canais dos dois canalizam-se mutuamente e afetam-se uns com os outros. Os Zang enviam a Energia aos de Fu e os Fu fornecem a Essência aos Zang. Patologicamente, interferem-se e transferem-se mutuamente; a enfermidade em uma Víscera pode causar dano a um órgão e a enfermidade em um órgão pode prejudicar uma Víscera, ou, ambos podem sofrer a mesma enfermidade. As relações interior-exterior entre os Zang e os Fu são: o Coração relaciona-se com o Intestino Delgado; o Fígado com a Vesícula Biliar; o Baço/Pâncreas com o Estômago; o Pulmão com o Intestino Grosso, os Rins com a Bexiga. Coração e Intestino Delgado O Canal do Coração pertence ao Coração e conecta-se com o Intestino Delgado e o Canal do Intestino Delgado pertence ao Intestino Delgado e conecta-se como Coração.

216 A relação entre os dois reflete-se principalmente na patologia, assim: Fogo do Canal do Coração pode “transladar-se ao Intestino Delgado”, com o aparecimento de sintomas de urina escassa e vermelha, ardor e dor ao urinar, inclusive hematúria; da mesma forma, o Calor excessivo no Intestino Delgado pode causar a hiperatividade do Fogo do Coração, com sintomas de agitação, aftas. Quanto ao tratamento, aplica-se o método de apaziguar o Fogo do Coração para normalizar a urina, método este utilizado para o Zang e Fu ao mesmo tempo. Fígado e Vesícula Biliar O Canal do Fígado pertence ao Fígado e conecta-se com a Vesícula Biliar; por sua vez, o Canal da Vesícula Biliar pertence a Vesícula Biliar e conecta-se com o Fígado. A bile provém do fígado, a secreção e a excreção desta depende da drenagem da Energia do Fígado; por sua vez, a secreção normal e excreção da bile favorecem a drenagem do Fígado. Patologicamente, a estagnação de Qi do Fígado afeta a ação do Qi da Vesícula Biliar ou da secreção e excreção normal de bile; a não fluidez do Qi da Vesícula Biliar, ou a estagnação da bile, causa, também, a estagnação do Qi do Fígado, fazendo-o falhar em sua função de drenagem; por isso, muitas vezes, o Fígado e a Vesícula Biliar sofrem ao mesmo tempo, a mesma enfermidade. Por exemplo; o Fogo no Fígado e na Vesícula Biliar, o Calor-Umidade em ambos os órgãos, etc. Em relação ao tratamento, para circular o Qi do Fígado deve-se dispersar a Vesícula Biliar e os medicamentos que eliminam o Fogo do Fígado servem, também, para abaixar o Fogo da Vesícula Biliar, por isso o tratamento é feito ao mesmo tempo para o Fígado e para a Vesícula Biliar. Baço/Pâncreas e Estômago O Canal do Baço/Pâncreas pertence ao Baço/Pâncreas e conecta-se com o Estômago; por sua vez, o Canal do Estômago pertence a esta Víscera e conecta-se com o Baço/ Pâncreas. O Estômago encarrega-se de receber os alimentos e de fazer descer o Qi; o Baço/Pâncreas encarrega-se do transporte e da transformação e faz subir o Qi; o Qi do Estômago, descendo, faz com que os alimentos digeridos no Estômago sejam levados ao Intestino Delgado; o Qi do Baço/Pâncreas fazendo subir o Qi, conduz os nutrientes e os líquidos ao Pulmão, para que sejam distribuídos para o corpo. Assim, os dois órgãos, juntos, fazem a digestão, a assimilação dos alimentos, assim como a distribuição das matérias nutrientes. Se o Baço/Pâncreas falha em sua função de transporte, o Qi límpido não pode subir, o que acarreta anorexia, distensão abdominal, diarréia, afetando também a função de recepção do Estômago; se o Estômago não pode executar a função da descida, o Qi do Estômago, sobe, pode-se apresentar sintomas tais como náuseas, vômito ou eructação. Na terapêutica, o vômito é tratado no Estômago, e na diarréia trata-se como Baço/Pâncreas. O Baço/Pâncreas procura a Secura e repele a Umidade, o Estômago, por sua vez, é conveniente a Umidade e não agrada a Secura. Assim a Secura e a Umidade, subida e descida coordenam-se reciprocamente. A função de transporte do Baço/Pâncreas assegura a circulação da Água e da Umidade; a disfunção de transporte do Baço/Pâncreas ou a procura do Baço/Pâncreas pela Umidade pode produzir a retenção da Agua e da Umidade e este estado, por sua vez, afeta a função de transporte e de transformação do Baço/Pâncreas. Por isso que é conveniente, ao Baço/Pâncreas, a Secura e não a Umidade. O liquido estando suficiente no Estômago pode receber e digerir os alimentos e umedecer os Intestinos; a insuficiência do liquido no Estomago, ou provocado pelo Calor que lesa esta Víscera, produz-se a insuficiência do liquido no Estômago e nos Intestinos, que são as causas da Secura, por isso o Estômago gosta da Umidade e não da Secura. Pulmão e Intestino Grosso O Canal do Pulmão pertence ao Pulmão e conecta-se com o Intestino Grosso; por sua vez, o Canal do Intestino Grosso pertence a víscera Intestino Grosso e conecta-se com o Pulmão. A função de difusão e de descida do Pulmão contribui para a função normal de transporte do Intestino Grosso, ocorrendo então a defecação normal. Por sua vez, a função de transporte do Intestino Grosso favorece, também, a função de descida do Qi do Pulmão. A disfunção de descida do Pulmão afeta a defecação normal.

217 O secamento do Qi do Intestino Grosso, causado pelo excesso de Calor, pode afetar a descida de Qi do Pulmão, fazendo- o circular a contracorrente. O tratamento para a asma e opressão torácica, causada pelo Calor excessivo no Pulmão, É feito junto com o tratamento da constipação intestinal, a fim de circular o Qi do Pulmão; assim como na obstipação, as vezes trata-se como método complementar, circulando o Qi do Pulmão. Rins e Bexiga O Canal dos Rins pertence aos Rins e comunica-se com a Bexiga; igualmente, o Canal da Bexiga pertence a Bexiga e conectase com os Rins. A função de transformação da Água e de controle da urina, da Bexiga, depende da ação do Qi dos Rins; a função de excretar a urina da Bexiga, favorece, por sua vez, a função de regulação da circulação da Agua dos Rins. A insuficiência de Qi dos Rins, que conduz a má distribuição da Água e a incapacidade de controle da circulação da Água, pode produzir dificuldade em urinar, ou incontinência urinária, enurese e poliúria. Por isso, muitas enfermidades que se manifestam nas alterações da urina, além de serem causadas pela patologia da Bexiga, podem, também estar, vinculadas com a dos Rins. No tratamento dos pacientes com dificuldade em urinar, aplica-se o método de aquecer os Rins para tornar mais fluida a circulação da Água; em casos de incontinência urinária, enurese e poliúria, pode-se utilizar o método de aquecer os Rins a fim melhorar capacidade de conservação. Relações entre os Fu (Vísceras) As relações entre os Fu residem no transporte e na transformação. Nas atividades funcionais de digestão, de assimilação e de excreção dos alimentos, as Vísceras (Fu) relacionam-se estreitamente e cooperam-se mutuamente. O Estômago recebe os alimentos, promovendo a fermentação e transporta ao Intestino Delgado que tem a função de separar o puro do turvo dos alimentos. O puro, que é a matéria substancial, é utilizado para nutrir o corpo, enquanto que os líquidos metabolizados são filtrados para a Bexiga, convertendo-se, através da função da Bexiga, em urina que é excretada pela uretra; o turvo, que é o dejeto, desce para o Intestino Grosso, convertendo-se em matérias fecais que são eliminadas. A Vesicula Biliar exerce a função de excreção da bile ajudando a digestão. Os Aquecedores Triplos constituem vias para circulação das matérias substanciais e da Agua. Os seis Fu recebem, digerem e transportam os alimentos de maneira constante, necessitam para este processo da participação dos cinco Zang. Na fisiologia, os seis Fu relacionam-se estreitamente; patologicamente influenciam-se de maneira recíproca. Por exemplo, o Calor excessivo no Estômago, que consome os líquidos queimando-os leva a um quadro de constipação; a obstrução ou a estagnação na transmissão do Intestino Grosso, pode afetar a função de descida do Estômago, fazendo com que o Qi deste suba anormalmente, de modo que apresentem eructações e vômitos A disfunção do Intestino Delgado em separar o puro do turvo, causa diarréia e dificuldade de urinar; a disfunção do Qi da Vesícula Biliar conduz a estagnação do Qi do Estômago e dos Intestinos Delgado e Grosso, causando distensão epigástrica e abdominal; a Umidade-Calor no Baço/Pâncreas e no Estômago aquecendo a Vesícula Biliar pode causar o derramamento de bile aparecendo a icterícia. MOXABUSTÃO  BREVE HISTÓRIA DA MOXA A moxa constitui uma parte importante da ciência da Acupuntura e é um método terapêutico externo, cuja técnica consiste em utilizar determinadas substancias ou medicamentos para queimar, defumar e cobrir o ponto ou a área afetada. A queima da moxa produz estímulos de calor que regula o equilíbrio das funções fisiológicas do corpo agindo sobre os Canais de Energia e os colaterais.

218 A moxa chinesa teve sua origem na sociedade primitiva e, sua descoberta está relacionada ao uso do fogo. Naquela época o fogo era o único meio para se aquecer e descobriram que este, além de transmitir o calor, podia também eliminar algumas dores; a partir da constatação de que certas queimaduras podiam aliviar determinadas doenças e sobre estas constatações criaram a moxaterapia. Aproximadamente nos anos 518-168 a.C., já existiam registros acerca da moxa; com o passar do tempo foram publicados muitos livros dedicados a moxa, tais como a “Moxaterapia de Cao” no século III. Sete séculos mais tarde, a moxa tomou-se moda e apareceram profissionais dedicados a esta terapia e surgiram livros a respeito desse tema, tais como “Moxa para a febre vespertina” da dinastia Tang, “Moxa na Cirurgia”, “Moxa no ponto Gaohuan” e “Moxa para casos urgentes” da dinastia Song. E muitas obras clássicas sobre a Acupuntura e moxa, tais como, “Zhenjiu Jiayijing” compilado por Huangfu Mi, da dinastia Jin, “Zhhenjiu Zishenjing” por Wang Zhizhong, da dinastia Song, “Zhengiiu Dacheng” de Yang Jizhou, da dinastia Ming e “Yizhong Jinjian “ de Wu Qian, dinastia Qin, contém relatos muito detalhados sobre a moxa deduzindo-se que na antiguidade, a moxa era um tema de interesse geral. A matéria prima usada na moxa, eram no principio, galhos de árvores e ervas, etc. Começaram a usar folhas de Artemísia como matéria principal para a moxa no período Primavera e Outono. A Artemísia é uma planta composta, cujas folhas servem para a fabricação de medicamentos tradicionais, tanto para beber como para uso externo. Tais medicamentos segundo a Medicina Tradicional Chinesa atuam eliminando o Vento e a Umidade, aquecendo os Canais de Energia e provocando a hemostasia. Recolhe-se as folhas de Artemísia no Verão, antes de florescer que são secadas e depois moldadas, A medida que ocorria o desenvolvimento da moxaterapia, apareciam variedades diversas de matérias, tais como o enxofre, ramos de pessegueiro, ramos de amoreira, cera de abelhas, medicamentos feitos de forma especial, etc. O método de moxaterapia mais usado e conhecido na Antigüidade era a moxa direta utilizando-se os cones de moxa solta de diversos tamanhos. Denomina-se moxa direta quando se colocam cones de moxa acesos diretamente sobre a pele em cima do ponto selecionado. Geralmente são utilizados muitos cones atingindo até cem cones. Estes eram majores que os usados atualmente. Na época das dinastias Jin e Tang passaram a utilizar uma outra forma de aplicar a moxa interpondose matérias entre a moxa e a pele, razão pela qual se denomina moxa indireta. As matérias interpostas eram: alho, gengibre, sal, alho poro, etc. No inicio da dinastia Ming preparava-se a moxa solta em forma de bastão para o tratamento. Posteriormente passou a misturar medicamentos na moxa, enrolando-as em papéis em forma de cigarro puro. Depois, quando já estava preparado, acendia-se e realizava a moxa interpondo-a entre a moxa e o ponto. Além disso utilizavam determinados medicamentos estimulantes para cobrir o ponto, como objetivo de ocasionar bolhas, para obter efeito terapêutico. E atualmente, inventou-se a eletromoxa. A moxa temo efeito de aquecer os Canais de Energia, de dispersar o Frio, regular a circulação de Sangue e da Energia, de recuperar o Yang, assim como de eliminar edemas e de desintoxicar, etc. Estes efeitos são obtidos pelo calor da moxa que estimula os pontos e os Canais de Energia. Além disso, na Antigüidade, a moxa era usada para o fortalecimento da saúde. Nos últimos anos conseguiu-se muitos êxitos através da moxa no serviço sanitário e na prevenção de apoplexia e da gripe. MÉTODOS COMUNS DE MOXA Classificação da moxa Na clínica, utilizam-se vários métodos de moxa: moxa com cones, moxa cm forma de cigarros, moxa com agulhas aquecidas.

219 Môxas com cones Preparar a moxa solta em forma de cones, colocando-os em uma tabuinha apropriada para isso. Os cones são de diferentes tamanhos; o menor tem o tamanho de um grão de trigo, o médio tem o tamanho de meio caroço de tâmara e o maior tem o tamanho de uma azeitona (Fig. 1). A moxa com cones divide-se em moxa direta ou indireta. a) Moxa direta com cones consiste em aplicar no ponto selecionado a moxa ou o cone diretamente na pele (Fig. 2). Esta se subdivide em moxa com cicatriz ou sem cicatriz. 01. Sem cicatriz: espalhar uma pequena quantidade de vaselina na parte onde se vai aplicar a moxa e depois colocar e acender o cone. Aplica-se a moxa até que haja uma sensação de calor quase intolerável ao paciente. Quando a quinta parte do cone estiver queimada e o paciente sentindo a pele ressecada, retira-se a moxa e repete-se esta operação por diversas vezes. Geralmente aplica-se de três a cinco cones em um tratamento. Esta forma de usar a moxa não provoca bolhas e nem deixa cicatrizes, deixando apenas a pele avermelhada, e é tolerada pelos pacientes.

Fig. 1 Cones de Moxa

Fig. 2 Moxa direta com cone 2. Com cicatriz: a moxa com cicatriz também é denominada moxa com exsudato. Primeiramente esfrega-se com o alho moído a parte onde será aplicada a moxa com a finalidade de fortalecer o efeito abrasivo e estimulante da moxa. Em seguida, ascende-se o cone e vai trocando os cones quando estiverem de todo queimados. Em geral, em cada tratamento é aplicado de cinco a dez cones. É aconselhável orientar o paciente quanto a dor forte, a produção de exsudato e às cicatrizes deixadas após a moxa e aplicar em pacientes cooperativos. A dor intensa produzida durante a moxa pode ser aliviada dando-se pequenos e suaves golpes com os dedos ao redor do lugar da aplicação. Em circunstancias normais forma-se o exsudato uma semana após o tratamento e 5 a 6 semanas mais tarde haverá a cura espontânea. b) Moxa indireta: consiste em interpor entre a pele e a moxa substâncias tais como o gengibre, o alho e o sal grosso. 1. Método com interposição de gengibre: preparar uma rodela de gengibre de 1 cm de espessura e perfurá-la várias vezes na parte central e, colocando-a no ponto escolhido, sobre ela em seguida é colocada e acesa o cone de moxa. Quando o paciente sentir dor intensa, retira-se e coloca outro novo até que a pele fique avermelhada (Fig. 3).

220 2. Método com interposição de alho: corta-se uma rodela de alho fresco de 1cm de espessura, fazer perfurações no centro e coloca-se sobre o ponto e em cima do alho é colocado a moxa. 3. Método com interposição de sal grosso: cobre-se o local com sal e coloca-se o cone. Pode-se continuar o tratamento até que melhore o problema (Fig. 4).

Fig. 3 Moxa indireta com gengibre

Fig. 4 Moxa indireta com sal grosso

Moxa em forma de bastão Enrolar um papel mole de amoreira de 26cm de comprimento e 20cm de largura com 24g de moxa solta para que fique cm forma de um cilindro de 1,5cm de diâmetro, e, depois fechar o extremo com massa ou goma para colar (Fig. 4). Pode-se misturar medicamentos em pó coma moxa solta. Aplicase moxa em forma de bastão, através de dois métodos: a) Com calor moderado: ascende-se um extremo do bastão e aproxima-se do ponto a uma distância de 0,5 a 1 tsun da pele, sem chegar a queimá-la (Fig. 5). O tratamento dura de 3 a 5 minutos até que o paciente sinta um calor suave e a pele fique um pouco avermelhada. Deve-se tomar cuidados no tratamento dos pacientes que se encontram em estado de coma, inconscientes ou nas crianças. Nestes casos, o médico pode perceber o calor que a moxa transmite com seus próprios dedos devendo colocar o indicador e o dedo médio ao lado da área tratada e assim poder regular a distancia do bastão para não queimar o paciente. b) Em forma de pistonagem sobre a pele: aplicar o bastão com um extremo aceso sobre a pele, movendo-o de cima para a pele, ou de um lado ao outro, circulando a área sem se fixar na distancia (Fig. 6).

Fig. 4 Moxa em forma de bastão

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Fig. 5 Moxa com calor moderado

Fig. 6 Moxa em forma de pistonagem sobre a pele

Moxa com agulhas aquecidas A moxa com agulhas aquecidas constitui um método combinado da Acupuntura com a moxa e é conveniente para os casos, em que há necessidade de reter a agulha e, ao mesmo tempo, requer a utilização da moxa. A técnica consiste em se introduzir a agulha a uma profundidade adequada e, depois da chegada de Qi coloca-se um fragmento da moxa solta e acesa sobre a agulha para dar calor, mantendo-o até que fique todo queimado (Fig.7). Pode-se fazer de outra forma, ou seja, colocar um fragmento de l a 2cm de bastão de moxa no cabo da agulha e acende-lo, para que o calor penetre o corpo do paciente através do corpo da agulha.

Fig. 7 Moxa com agulhas aquecidas FUNÇÕES DA MOXA A moxa está indicada para o tratamento de muitos casos e principalmente para as enfermidades crônicas de tipo Xu (deficiência) e para as doenças produzidas pelo Vento, Frio e Umidade. Suas afecções são as seguintes: 1. A moxa atua transmitindo o calor aos Canais de Energia, unindo-os e além disso, pode ativar a circulação da Energia e do Sangue e eliminar a Umidade e o Frio. Por isso, usa-se a moxa no tratamento das doenças causadas pelo Vento, Frio e Umidade, assim como no tratamento da vertigem, anemia, amenorréia e lactação insuficiente causadas por deficiência e fraqueza de Energia e de Sangue.

222 2. A moxa é utilizada para tratar a diarréia e a disenteria crônicas, enurese, metrorragia, prolapso anal, prolapso uterino, etc; graças a seus efeitos de tonificar o Qi de Aquecedor Médio e de recuperar o Yang. 3. A moxa apresenta certa eficácia no tratamento de mastite, escrófula e de furúnculos não purulentos, porque serve para eliminar a estagnação. 4. Se aplicar a moxa com freqüência nos pontos Dazhui (VG. 14), Guanyuan (VC.4), Qíhíal (VC.6) e o ponto Zusanli (E.36), a moxa pode ativar o fator de resistência e fortalecer a resistência do corpo. 5. Pode-se aplicar a moxa com a interposição do gengibre no tratamento de vômito ocasionado pelo Frio; diarréia, dor abdominal e resfriado produzidos por fatores patogênicos exógenos, pois a moxa elimina o Frio, transmite o calor e acalma o vômito 6. A moxa com a interposição de alho tem o efeito de diminuir o calor, de desintoxicar e de matar os microrganismos. Por isso este método é usado em casos de furunculose, edemas e picadas de insetos venenosos. Tem efeito também, no tratamento de asma, tuberculose, escrófula e convulsões tetânicas do umbigo dos recém-nascidos. 7. A moxa com a interposição de sal atua eliminando o Frio e recuperando o Yang. Aplica-se em casos de vômito ocasionado pelo Frio, nos casos de diarréia, de dor abdominal, de colapso e de náuseas por hemorragia pós-parto. 8. A moxa com agulhas aquecidas pode ser aplicada onde existe indicações de uso da Acupuntura e da moxa. 4. PRECAUÇÕES Ordem da moxa A moxa deve ser aplicada primeiramente na parte superior e depois na parte inferior; primeiro nas costas e, em seguida no abdome; primeiro na cabeça, tronco e depois nas extremidades. Não obstante, dependendo do caso poder-se-á aplicar de forma flexível. Contra-indicações e precauções da moxa a) É necessário aplicar a moxa com muito cuidado para não queimar o paciente. b) Recomenda-se não usar moxa nos casos de síndrome tipo Shi (excesso), de síndrome tipo Calor e nos pacientes com febre produzida por deficiência de Yin; c) Não é aconselhável efetuar a moxa com cicatriz no rosto e nas regiões onde localizam-se os grandes vasos sangüíneos. d) Não é conveniente efetuar a moxa na região abdominal e na região lombossacra em mulheres grávidas. Tratamentos após a aplicação da moxa É normal que a pele fique avermelhada pela ação da moxa. Tal fenômeno desaparecerá de imediato sem a necessidade de fazer qualquer tratamento. A moxa pode formar pequenas bolhas, se a duração for excessiva é necessário nestes casos, evitar que tais bolhas se rompam, afim de evitar a infecção e o plasma se reabsorverá sem infecção. Nas bolhas grandes deve-se tirar o plasma com uma agulha esterilizada e depois aplicar a violeta genciana e cobri-la com gazes. Quando se forma o exsudato, cobre-se com gazes esterilizadas para prevenir a infecção. Quando houver infecção, aconselha-se usar emplastros antiinflamatórios e antibióticos. MOXA PARA O FORTALECIMENTO DA SAÚDE Noção geral A moxa, além de ser utilizada para o tratamento das doenças, é também usada na prevenção das doenças e é usada também para fortalecer a saúde, assim como para prolongar a vida. Desde a Antigüidade a moxa era usada para fortalecer a saúde e para a prevenção das enfermidades. Ge Hong da dinastia Jin refere em sua obra Zhouhou Beitang de que: “

223 Para prevenir as doenças epidêmicas, acende-se quatro cones de moxa em quatro ângulos da cama” Significando que, acendendo a moxa no quarto, evita-se a disseminação das enfermidades contagiosas. Em outra obra há um relato que diz: “Em um lugar de Helou, faz muito frio, muitas crianças sofrem de espasmo, e, para sua prevenção, acende-se moxa. Com a moxa na face, previne-se o trismo. Sun Simiao, da dinastia Tang, refere no seu livro: “Os que vão viajar a Wu Shu (atual província Sichuan da China), devem fazer moxa em duas ou três partes do corpo, evitando dessa forma contagiar-se com doenças epidêmicas”. Diz também: “A moxa no ponto Gaohuang (B43) pode fortalecer o Yang e fortalecer a saúde. Dou Caí, da dinastia Song, diz: “Para uma pessoa sadia, se usar com freqüência a moxa em Guanyuan (VC4), Qihai (VC6), Mingmen (VG4) e Zhongwan (VC12), ainda que não possa viver eternamente, pelo menos pode viver mais de cem anos”. Em Yishou existe o relato: “Para não se ter doenças, deve-se manter úmidos os pontos Dantian (ao redor do umbigo) e Zusanli (E36) “. Na época de mudança de estação, de primavera a verão e de verão a outono, é aconselhável aplicar a moxa em Zusanli (E36) e deve-se ter sempre cicatrizes, devido a moxa nas pernas”. Em Waitai Miao relata: “Aos maiores de 30 anos, se não aplica a moxa em Zusanli (E36) lhe subirá aos olhos a Energia excessiva. Yixue Rumen diz: “Se aplicar a moxa no umbigo, a cada estação do ano, fortalece-se a Energia original e previne-se de todas as enfermidades”. Em Bianque Xinshu diz: “Ao completar 30 anos, aplicar 300 cones de moxa por debaixo do umbigo deve ser aplicada uma vez ao ano, aos 50 uma vez cada dois anos, aos 60 anos, uma aplicação de 300 cones cada ano e dessa forma, pode-se ter uma longa vida”. Quando se completa 50 anos, se aplica a moxa de 500 cones em Guaniuan, a saúde é fortalecida e melhora-se o apetite”. Existem vários exemplos como estes. Tudo isso demonstra que antigamente dava-se muita atenção ao fortalecimento da saúde e a moxa era considerada um método importante. A moxa é muito utilizada em outros países. Por exemplo, no Japão utiliza-se a moxa no ponto Zusanli (E36) como principal método para a proteção da saúde. E utilizado também para estimular o crescimento e o desenvolvimento dos bebes. Utilizando-se o ponto Shenzhu (VG12). A moxa pode prevenir doenças do aparelho respiratório, aplicando-a no ponto Fengmen (B12) aos 17 anos de idade e se usa a moxa no ponto Sanyinjiao (BP6) aos 24 anos, prevenir-se-á as doenças do aparelho urogenital e, a moxa em Zusanli (E36) desde os trinta anos fortalece as funções do Baço/Pâncreas e do Estômago e previne todas as enfermidades. Na velhice pode-se aplicar a moxa no ponto Quchi (IG11) com o propósito de aclarar a vista, baixar a pressão arterial e prevenir a apoplexia. As observações clínicas e os estudos experimentais confirmaram que as ações preventivas da moxa podem regular e melhorar as funções imunológicas do organismo, fortalecendo sua capacidade de resistência contra as enfermidades. A moxa para o fortalecimento da saúde é de simples aplicação, não produz efeitos colaterais e é conveniente tanto para as crianças como para os adultos, razão pela qual é muito bem aceita pelos pacientes. Os pontos mais usados na moxa para o fortalecimento da saúde e a técnica de aplicação 1 - Shenque (VC.8) - Este ponto é também denominado ponto Qizhong (centro do umbigo), pertence ao Canal de Energia Ren Mal, tem as funções de tonificar o Yang, melhorar as funções do Baço/Pâncreas e do Estômago e de retomar a memória. Se aplicar a moxa neste ponto poder-se-á aumentar a Energia Vital e prolongar a vida. O método da moxa neste ponto consiste em: a) Com a interposição de gengibre: Preparar urna rodela de gengibre fresco de 0,2 a 0,4cm de espessura e fazer perfurações nela, colocando-a sobre o umbigo. Em seguida, colocar o cone de moxa sobre o gengibre acendendo-o. E conveniente aplicar de 3 a 5 cones de moxa para cada tratamento, uma vez cada dois dias, 10 vezes mensalmente. Aconselha-se realizar a moxa as 21h, e a aplicação é feita até que a área do ponto esteja levemente quente e um ponto avermelhada. b) Com a interposição de sal grosso: Preparar sal puro e grosso para cobrir o umbigo. Em seguida colocar um pequeno cone de moxa sobre o sal. O número de cones, sua duração e a sensação do paciente são iguais a técnica da moxa com a interposição do gengibre.

224 2. Zusanli (E.36) - Este ponto pertence ao Canal de Energia do Estômago. E utilizado para fortalecer a função do Baço/Pâncreas e do Estômago, assim como para regular a circulação da Energia e do Sangue, com a finalidade de prevenir doenças. A aplicação da moxa neste ponto pode prevenir a apoplexia e prolongar a vida. Antigamente, esta moxa era denominada “moxa da longevidade” O ponto Susanlí é um dos pontos principais e mais importantes da moxa para fortalecer a saúde. A aplicação da moxa no ponto Zusanli pode ser feita por dois métodos: a) Moxa com calor moderado: Acender a moxa em forma de bastão aproximando-a do ponto Zusanli a uma distância de 3 distâncias e imobilizá-lo por 10 a l5min na altura em que o paciente sente o calor moderado e agradável. Aconselha-se a fazer o tratamento de moxa uma vez em dias alternados e dez vezes por mês. b) Moxa com cicatriz: Preparar cones do tamanho de um grão de trigo ou de soja, acendendo-os e colocando-os no ponto até que se forme o exsudato. A moxa neste ponto pode ser aplicada uma vez cada três anos, e, a cada vez usa-se 3 a 5 cones. 3) Qihai (VC6) - O ponto Qihai é também denominado Dantian e pertence ao Canal de Energia Ren Mal (Vaso de Concepção). Acredita-se que este ponto seja o “Mar de Energia”. A moxa aplicada com freqüência em Qihai serve para tonificar o Qi (Energia Original), para fortalecer os Rins e assegurar a Essência. As técnicas de moxa em Qihai são as seguintes: a) Moxa com calor moderado: é o mesmo processo utilizado no ponto Zusanli (E.36). b) Com interposição de gengibre: Com o paciente em decúbito horizontal, preparar uma rodela de gengibre fresco com várias perfurações, colocando-a sobre o ponto. Em seguida, colocar cones do tamanho de soja sobre o gengibre e acendê-lo. Em cada tratamento, aplicam-se de 3 a 10 cones, urna vez por dia em dias alternados ou a cada 3 dias. Dez a quinze vezes constituem um ciclo de tratamento, ou seja, 15 vezes par mês. 4) Guanyuan (VC.4) É o ponto onde se unem os três Canais de Energia Yin do Pé com o Canal de Energia Ren Mai (Vaso de Concepção); é o ponto Mu do Intestino Delgado. É um ponto importante para o fortalecimento da saúde dos idosos, e, tem as ações de aquecer os Rins e de segurar a Essência, tonificar o Qi (Energia) e recuperar o Yang, etc. Aplicam-se, com freqüência a moxa com calor moderado e moxa com a interposição de gengibre. A moxa neste ponto é contra indicada para as grávidas. 5) Dazhui (VG. 14) - É o ponto onde se unem os três Canais de Energia Yang da mão e os três do pé com o Canal de Energia Du Mai (Vaso Governador); desempenha o papel de controlar o Yang do corpo todo. Pode também eliminar a Vento, o frio, aclarar o cérebro e tranqüilizar a mente. Praticase sempre a moxa com calor moderado neste ponto. (Sua técnica é igual a moxa no ponto Zusanli) 6) Fengmen (B. 12) - O ponto Fengmen pertence ao Canal de Energia da Bexiga. É o ponto de união do Canal de Energia Du Mai com o Canal de Energia da Bexiga Taiyang do pé. Tem a função de dominar todas as doenças causadas pelo Vento; pode unir os Canais de Energia, de eliminar o Vento e de regular a circulação da Energia e do Sangue. A moxa neste ponto traz bons resultados na prevenção do resfriado e da apoplexia causada por hipertensão arterial. Realiza-se sempre a aplicação da moxa com o calor moderado no ponto Fengmen para prevenir a apoplexia causada pela hipertensão arterial, enquanto para prevenir a gripe e o resfriado usa-se a moxa com interposição de gengibre. São necessárias 10 a 20 cones de moxa em cada aplicação e até que a pele esteja um pouco avermelhada. É suficiente uma aplicação diária. 7) Shenzhu (VG. 12) - É um ponto que pertence ao Canal de Energia Du Mai e tem efeitos de regular a Energia, de eliminar o Vento, de baixar a febre, de tranqüilizar a mente, assim como de acalmar a tosse. E um ponto importante para o fortalecimento da saúde das crianças. Utiliza-se a moxa com calor suave para as crianças. Prepara-se a moxa em forma de bastão, e, transmite-se um calor suave neste ponto de 5 a 10 min, uma vez em dias alternados, e no máxima, dez vezes por mês.

225 8) Gaohuangshu (B.43) - O ponto Gaohuangshu pertence ao Canal de Energia da Bexiga. E um ponto importante para o fortalecimento da saúde e possui ações de tonificar e fortalecer o Qi (Energia). Em geral aplica-se a moxa com cicatriz ou com lnterposição de gengibre. 9) Yongquan (R.1) - É o primeiro ponto do Canal de Energia dos Rins e serve para tranqüilizar a mente, para tonificar os Rins e para regular a Energia do Fígado. Prolonga-se a vida se aplicar a moxa neste ponto; por isso, é aconselhável usá-la em idosos. Pode-se praticar a moxa de duas formas: a) Com interposição de gengibre: Com o paciente em decúbito prono, prepara-se uma rodela de gengibre fresco de 0,4cm de espessura, colocando-a no ponto Yongqwan (R1); em seguida, colocase o cone de moxa aceso sobre o gengibre. Cada aplicação necessita de 5 a 10 cones do tamanho de um grão de soja. A aplicação em dias alternados; 10 vezes constituem um ciclo de tratamento. b) Moxa sem cicatriz: Em decúbito prono, cada aplicação de moxa necessita de 3 a 5 cones do tamanho de um grão de trigo. Muda-se de cone caso o paciente sinta dor intensa mas sem produzir bolhas nem exsudato. Além dos pontos mencionados em que se pode aplicar a moxa, existem outros mais por exemplo, os pontos Zhongwan (VC.12), Sanyinjiao (BP,6), Shenshu (B.23), Mingmen VG 4, Quchi (IG 11), Yanglingquan (VB. 34), etc. A moxa para o fortalecimento da saúde é conveniente tanto para as crianças como para os idosos. Para se obter bom resultado necessita apenas de insistência e de empenho. Como dizem: “Com esforços persistentes, obtêm-se êxitos”.

226 VENTOSATERAPIA  PRINCIPIO DE DEPURAÇÃO DO SANGUE PELA RESPIRAÇÃO A ventosa usada no Oriente, desde a Antigüidade, tem como base a troca gasosa, visando limpar o sangue pelo pulmão (a ventosa tem a mesma fisiologia da troca gasosa do pulmão). A limpeza do sangue pela respiração é o método mais comum, porém não muda eternamente, não podendo esquecer que dentro de coisa comum, existe a grande verdade, a humanidade está viva desde a Antigüidade, graças a esta troca gasosa pela respiração, limpando o sangue venoso o pH 7,2 a 7,3, para pH 7,3 a 7,5 do sangue arterial. E assim que se mantém a vida. A diferença de pH é apenas de O,2 a O,3; mas esta é a base que mantém a vida. Se não houvesse este mecanismo, não haveria uma forma material capaz de curar a doença, nem tão pouco a intervenção cirúrgica não teria sucesso. Este mecanismo respiratório se. realiza instintivamente, desde o nascimento até a morte. Se parar esta respiração, imediatamente faltará o O,2 no sangue cairá a pH arterial e dai o óbito. É num principio tão lógico, que possibilita entender que a limpeza do sangue através de respiração é o melhor meio que leva a cura espontânea. O volume de gás que é trocado na respiração: na inspiração, a quantidade do O,2 é 20, 9% e na expiração é 16%, portanto, mais ou menos 4% de O,2 retirado do ar é absorvido pelo organismo. Por outro lado, a quantidade de CO2 na inspiração é de 0,03% e na expiração é de 4%. Este fato mostra que através de respiração, expulsa o CO2 do sangue e distribui o O,2, elevando o pH, mesmo que esta diferença seja mínima. Se não houvesse esse mecanismo, não seria possível a vida portanto. a respiração é a primeira condição para que se mantenha a vida. Por isso mesmo, este mecanismo que parece ser tão banal, na realidade é o maior motivo para se manter a vida. Para a realização desta troca, depende da diferença da pressão gasosa nos alvéolos pulmonares. O ar tem a característica de se locomover de pressão mais alta para a mais baixa. O mesmo acontece com líquidos que se deslocam do nível mais alto para mais baixo. O ar também muda de lugar, de pressão mais alta para mais baixa, quando a diferença é pouca, o movimento do ar se traduz por uma brisa, e quando é grande, pode se transformar em tufão. A troca de gás ao nível do alvéolo pulmonar segue o mesmo mecanismo. O CO,2 que chegou pela artéria pulmonar até o alvéolo, tendo a sua pressão alta do que a pressão de CO2 no alvéolo, tendo a sua pressão a mais alta do que a pressão de CO2 no alvéolo, consegue atravessar a membrana alveolar, senda jogada no alvéolo. Por outro lado o oxigênio que entrou no ar até o alvéolo pulmonar, tem a sua pressão maior do que pressão de O,2 da veia pulmonar. Segundo o princípio de movimento do gás, o O,2 passa do alvéolo. para dentro da veia pulmonar, sendo assim absorvido. Assim, é possível a troca de gases, CO,2 para O,2 do sangue, que em última análise limpa o sangue. Seguindo este mesmo principio, desde os tempos antigos usa-se a ventosa, baseando-se no fato de ocorrer a troca gasosa ao nível da pele, eliminando o gás do corpo e promovendo a limpeza do sangue. PRINCÍPIO DE DEPURAÇÃO DO SANGUE PELA VENTOSA A superfície da pele, em pessoas normais, em média tem 1,6 mm e a sua constituição é muito complexa, dividindo em epiderme, hipoderme e derme, e o maior aparelho do corpo humano. A pele é considerada um aparelho de respiração, como o pulmão, mas não absorve grande quantidade de O,2, porém destina-se mais a eliminação de células envelhecidas, ou então, de suor ou gases que intoxicam. Estas funções são exercidas pelas glândulas sudoríparas e sebáceas. As glândulas sudoríparas são constituídas de células exócrinas e apócrinas das glândulas sudoríparas maiores.

227 Nas pequenas glândulas sudoríparas existem em tomo de 200.000, e consegue eliminar toxinas gasosas do suor, com pH em torno de 4,5 a 6,5. Também dissipa o gás como se fosse a eliminação de CO2 do pulmão. A pulga e o pernilongo, naturalmente procuram a pele humana, porque cheiram o gás eliminado por estas pequenas glândulas sudoríparas, do mesmo modo que os animais reconhecem o cheiro do homem. O animal que fica na direção do vento, consegue cheirar este gás que sai das glândulas sudoríparas, avisando a presença do homem. A pele que tem este mecanismo, é recoberta de 1000 “bar” de pressão, isométrica. Aplicando força H, isto é, o vácuo, numa parte da pele, tirando este 1000 bar, anula-se esta força de pressão, a baixa pressão ao nível da pele, como conseqüência, coisas velhas, toxinas e gases das células que ficam embaixo da pele naturalmente são eliminadas para fora da pele, que agora está com pressão baixa. Este mecanismo é exatamente igual aquele. da troca gasosa ao nível do alvéolo pulmonar, por diferença de pressões. Este e o mecanismo fundamental para a limpeza do sangue pela ventosa. Como o mecanismo pulmonar, é um mecanismo muito simples, mas multo grandioso. O corpo, quanto maior a sua pressão negativo, maior a diferença de pressão entre a epiderme e derme, dando oportunidade de maior eliminação de gases e toxinas da pele. Aparelhos antigos para dar maior pressão negativa, dentro do corpo, criavam o vácuo através da queima de álcool ou papel, criando condições de vácuo na pele, aspirando-a. Porém, com este método consegue-se até certo ponto a pressão negativa, e portanto a limpeza do sangue é pouca. Através do aparelho da ventosa consegue-se regular a quantidade de pressão negativa no corpo, de acordo com o estado do mesmo e da doença O principio da ventosa, não só elimina gases, mas através dos pontos nos meridianos de Acupuntura, consegue eliminar escórias do centro do corpo; por isso há uma limpeza maior do que a da pulmonar, regulando a quantidade de vácuo. A antiga medicina grega hipocrática, tinha como ponto de vista principal, a cura da doença, observando bem o doente nos seus hábitos e no meio em que vive, procurando restituir a força para a cura própria, de modo natural. O ponto de vista fundamental da Medicina Oriental, também procurou a causa da doença dentro, isto é, mil doenças um veneno, (existe uma causa para mil manifestações da doença), diferencia-se portanto da medicina moderna, que procura a causa fora do organismo, baseado em microbiologia. Na China antiga, considerava-se que esta expressão “mil doenças um veneno”, era causada pela sujeira da água e do alimento, portanto o sangue coagulado no corpo, é que é a causa todas as doenças.. Aplicação da Ventosa a) Definição: A ventosa é o método que utiliza a pressão negativa dentro de um recipiente que suga a pele e provoca o fenômeno de hiperemia e hemorragia subcutânea (equimose); isso estimula o tecido local ou as terminações nervosas para a cura da doença. Há dois tipos de ventosa; ventosa de fogo e ventosa de água. A ventosa de fogo é o método que, com auxilio do fogo, queima o interior do recipiente e provoca a pressão negativa para sugar. Há duas técnicas: por fogo e por passagem do fogo. b) Material: Atualmente há três tipos de recipientes mais usados para se praticar a ventosa: 1. feito de bambu. 2. feito de porcelana com a boca pequena e corpo largo. 3. feito de vidro com as mesmas características da ventosa de porcelana este é o mais usado.

228 Além do recipiente acima citado, os outros materiais utilizados na ventosa são: fósforos, algodão, álcool etc. Na ventosa de água são também usados remédios ou aparelhos para fritar ou cozinhar. c) Técnicas de Ventosa: 1. Ventosa de Fogo - fixar com esparadrapo uma pequena bola de algodão embebida em álcool no fundo do recipiente, acende-lo e imediatamente colocar sobre a pele. 2. Ventosa de Fogo - pegar uma pinça contendo uma pequena bola de algodão embebida em álcool, acende-la e passa-la na boca do recipiente e rapidamente colocar o recipiente em contato com a pele. 3. Ventosa de Água (Sucção) - utiliza-se um aparelho de sucção produzindo pressão negativa no recipiente já posteriormente fixado no local onde se deseja aplicar a ventosa. d) Tipo de Ventosa: 1. fazer aplicação na pele e retirar imediatamente o recipiente, repetindo o processo até a pele ficar avermelhada. 2. fazer a aplicação na pele mexendo o recipiente vagarosamente. 3. fazer a aplicação até a pele ficar com uma tonalidade vermelha congestionada. 4. fazer aplicação até formar uma equimose. e) Duração da aplicação: Geralmente a duração da aplicação é de cinco a dez minutos; mas podendo variar dependendo de outros fatores: sensibilidade local, intensidade da força de sucção, espessura do músculo local e gravidade da doença. Como regra geral, em caso de dor, a aplicação deve ter duração maior; em caso e paralisia, a duração será menor. Para doenças de maior gravidade a duração é maior e em doenças de menor gravidade a duração também será menor. f) Observação: Em determinadas condições, certos cuidados se fazem necessários: 1. Paciente com febre alta, convulsão, alergia, gestante, ou tendência a sangramento. 2. Na ventosa, o fogo deve ser forte e de ação rápida. 3. É aconselhável usar recipiente de vidro para se observar a cor da pele. g) A ventosa é mais usada em certas doenças como: 1. Torção ou contusão aguda do tecido mole Inflamação crônica do tecido mole. 2. Atrofia muscular. 3. Paralisia dos nervos. 4. Distúrbios de peristaltismo gastrointestinais. 5. Bronquite aguda e crônica. 6. Asma. h) Indicações e fórmulas mais usadas: 1 - Resfriado. IG4 e Tai Yang (hiperemia), VG14 e na região intramuscular usando técnica de equimose. 2 - Dores de cabeça. VG 14 (equimose) Tai Yang (hiperemia). 3 - Reumatismo. VG 14 - 4, IG11, B40. 4 - Asma. B11, VG 12, VC 12 -6, região do mamilo, dorsal e lnterescapular, técnica de hiperemia. 5 - Gastralgia. VC 12, E36, PC6, B20 e 21. 6 - Soluço. B 11 - 13 e VC 12.

229 7 - Disenteria. E25 do lado esquerdo e VC3. 8 - Vômito - E25, VC6 - 4, B20 e BP6. 9 - Dor abdominal. E2 5, VC 12 - 6 e no local da dor usar técnica de hiperemia. 10 - Dor torácica. ponto local. 11 - Lombalgia. B23 - 40 - VG2 - 14 - 4, usar técnica de hiperemia e na região interescapular usar técnica de equimose. 12 - Ombro doloroso. VG 14 - 12, B 11 e 13. 13 - Dor no quadril. B23 - 30, BP10, nesses pontos usa-se técnica de hiperemia e do lado contralateral usa-se técnica de equimose. 14 - Impotência funcional do braço. B 11, IG 11 e 15. 15 - Dor na perna. B40 - 57 e BP6. 16 - Dismenorréia. R6 - 3 - 4, E25, B23 e F3. 17 - Leucorréia. R4 - 6 e BP6. 18 - Inchaço no olho e Conjuntivite: Tay Yang. 19 - Dor articular. membro superior: IG I 5 - 11, TA5, IG4 e local de dor, Membros inferiores: B30, E36, VB39 e local de dor. 20 - Torção articular. local da lesão. INSTRUMENTO PARA APLICAÇÃO DE VENTOSA

Fig. A. Ventosa feita de copo de Bambu - Fig. B. Ventosa de Vidro

Fig. C. Aplicação de Ventosa com copos de Vidro

Fig.D. Aplicação de Ventosa com agulha aquecida

230  AURICULOTERAPIA ESCOLAS CHINESA E FRANCESA 1. DEFINIÇÃO A acupuntura realizada no pavilhão da orelha é um método terapêutico e de analgesia, que consiste na estimulação dos pontos cutâneos específicos da aurícula, a fim de promover a homeostase psicossomática. A etimologia do vocábulo acupuntura provém do latim onde acus = agulha e punctura = picar, punturar. A palavra surgiu pela primeira vez na literatura ocidental em meados do século XVII, através dos relatos de jesuítas franceses que retomaram das missões da China. Os missionários presenciaram as curas de doenças tratadas pelos acupuntores chineses. A terapia consiste em espetar agulhas em pontos específicos da pele e da orelha chamados de acupontos. A fonética latinizada do ideograma chinês (figura ou sinal que exprime uma idéia) para o termo acupuntura se diz Zhen Jiu Fa, que significa tratamento feito através de agulhas e moxa (aplicação de estímulo térmico feito com, Artemísia Vulgaris no ponto). O termo acupuntura auricular apareceu na literatura sinomédica tradicional em 64 D.C, embora o uso prático remonte às origens da acupuntura. Na década de 50, surge o termo Zhen Jiu Liáo Fá (após o advento da auriculoterapia, neologia empregada pelo Dr. Paul Nogier na França), com a conotação microssistema. A palavra auriculoterapia tem origem latina, onde auris = orelha, aurícula = pequena orelha e do grego therapien = tratamento; e, pôr extensão, quer dizer a terapêutica feita através de estímulos provocados nos pontos auriculares. Atualmente, aplica-se o termo microssistema, que designa genericamente, no vocabulário acupuntural, determinada estrutura ou parte do corpo que representa todo o organismo o microssistema contém o soma (corpo): a língua, couro cabeludo, face, mão, pé, dentes, orelha são os mais conhecidos. A rigor existe uma distinção conceito do microssistema auricular entre a escola francesa e a MTC. Para a escola francesa da auriculoterapia a microssoma da orelha tem significado reflexológico e ação neurofisiológica, enquanto que para a escola chinesa a acupuntura auricular segue as bases da medicina tradicional chinesa. O conceito de microssistema auricular para a escola brasileira de auriculoterapia abrange ambas as noções anteriores. Na ABEMA (Associação Brasileira de Estudos de Medicina Altenativa) desenvolvemos o uso conjunto da somatologia auricular aceita pelas escolas chinesa e francesa; aprimoramos a correspondência somatotópica do mapa chinês. II. HISTÓRICO DA ACUPUNTURA AURICULAR E DA AURICULOTERAPIA 1. Auriculoterapia no Oriente Trata-se da prática milenar conhecida das antigas civilizações orientais como Egito, índia, Arábia, China, entre outras. A utilização de pontos auriculares foi mais difundida entre os chineses através da Medicina Tradicional Chinesa ou MTC. No período paleolítico, médicos chineses aplicavam nos pontos do corpo e da aurícula “Agulhas de pedra (Bian)” confeccionadas de lascas afiadas de sílex. Também eram usadas as agulhas feitas de osso e de bambu. O conhecimento acupuntural era transmitido verbalmente, de mestre para discípulo. As agulhas de cerâmica e de barro foram usadas após a criação da técnica de coser utensílios de argila. A literatura sinomédica tradicional cita o uso, na China antiga, de se picar agulhas de cerâmica na região do ante-hélix para o tratamento da diarréia e analgesia da região dorsal.

231 As agulhas de bronze foram usadas no século XVI a.C., na China, segundo as descobertas recentes feitas nas escavações da província de Hebei. No século II a.C, os chineses passaram ao uso de agulhas de ouro e prata. O Livro Nei Ting ou Tratado de Medicina Interna recopilado no ano 400 a.C., obra clássica da MTC, afirma que a orelha não é uma estrutura isolada do corpo, pois tem relação com os órgãos internos (Zang-Fu). O livro intitulado O Tesouro da Saúde, publicado durante a dinastia chinesa de Yuan, indica a pressão do lóbulo para tratar epilepsia infantil. Na dinastia Tsin (400 d.C.) o emprego de acupuntura auricular para urgências médicas foi preconizado no livro Prescrição para Emergências. O livro publicado durante a dinastia Tang (730 d.C.), sob O título Tchi Mie Fang, cita a prescrição para o tratamento da malária com aplicação de cáusticos em áreas da superfície da orelha. Desde tempos remotos os japoneses se utilizam da prática da mogusa ou moxabustão de acupontos sistêmicos e auriculares. Documentos arqueológicos mostram que ocorreu um desenvolvimento sistemático e detalhado da acupuntura no oriente. Sabe-se que no antigo Egito era comum a prática de estímulos de pontos auriculares para analgesia; inclusive, é curioso notar que o uso de brincos no lóbulo da orelha entre os egípcios visava fins terapêuticos. E, ainda mais, estimulavam na aurícula certos pontos de ação anticonceptiva. De certo, os antigos místicos conheciam profundamente a acupuntura, em particular o microssistema da orelha. Entre outros hábitos que justificava tal afirmativa, o costume de provocar a hipertrofia do lóbulo auricular com instrumentos apropriados era muito difundido entre eles para estimular certas áreas cerebrais, auxiliando, deste modo, na meditação. Note bem que o lóbulo corresponde à zona cerebral, segundo a somatotopia da orelha. Tivemos a oportunidade de verificar o lóbulo hipertrofiado na proporção de até três vezes o tamanho natural da orelha, em certas figuras budistas, em divindades hinduístas, tibetanas e também encontradas nas esculturas idênticas às budistas nas ilhas Maldivas.

2. Auriculoterapia no Ocidente Na Grécia antiga, pôr volta do século IV a.C., Hipócrates sangrava pontos auriculares para tratamento de doenças sistêmicas e praticava incisões na orelha a fim de curar a esterilidade. Os incas eram conhecidos como a “raça real” de orelhas compridas, ou seja, com o lóbulo hipertrofiado mecanicamente. O autóctone do México no século XV, o asteca, tinha o costume de aumentar o volume do lóbulo de modo similar ao místico da Antigüidade. Outro fato notório é os habitantes da Ilha de Páscoa do século XVII, que afirmavam ser uma “raça real” e apresentavam suas orelhas aumentadas de tamanho.

232 É interessante acrescentar que esculturas encontradas em Rano Raraku apresentam o lóbulo da mesma maneira. Atualmente nos nativos das Ilhas Marquesas, os chefes marquesanos, em Tahuata e nas tribos africanas encontra-se o costume idêntico ao dos inças e tantos outros povos do ocidente e do oriente: a estimulação de áreas cerebrais para diversos fins, através da hipertrofia mecânica do lóbulo auricular. Zacuto Luzitanus, médico português do século XVH, realizou em 1637 cauterizares auriculares para o tratamento da ciática com surpreendentes resultados. No livro De Aura Humana Tratactus, publicado pelo médico anatomista italiano Antônio Mara Valsava, em 1717, nas páginas 11 e 12 - parágrafo XV, descreve o ponto auricular “H” para tratamento de odontalgias e nevralgia do nervo trigêmeo. O mesmo ponto é descrito no mapa da escola chinesa, sendo divulgado para o ocidente somente em 1972. Cauterizações no hélix para tratamento da ciática eram feitas pelo Dr. Rulken de Cincinnati em 1850, sem tomar conhecimento da acupuntura. O Dr. Lucciani de Bastia publica, em maio de 1850, observações e documentos sobre a cauterização do ramo ascendente do hélix para a cura da ciática. Descreve o cauterizador metálico auricular que era aplicado após ser aquecido (flambado) na orelha do paciente. Em 1854, o artigo do médico italiano M. Giovani Batt Pugno, publicado na Revista de Terapêutica Médico-Cirúrgica, na França, descreve a cauterização da orelha para tratamento de odontalgias, trofismo, coxalgia e ciática. Outros médicos tratavam diversos tipos de algias pôr método similar ao da cauterização auricular. 3. Auriculoterapia Moderna Fase Cientifica O Dr. Paul Nogier, médico lionês, após extensas pesquisas de tratados e documentos antigos sobre a pratica dos estímulos de pontos na orelha para fins terapêuticos, contribuiu para o desenvolvimento científico da acupuntura auricular. Denominou o novo enfoque de Auriculoterapia em 1951, a data do marco inicial da fase científica da acupuntura do pavilhão da orelha. Aperfeiçoou o método e usou estímulos auriculares feitos através de agulhas de costura punturadas na raiz do ante-hélix em pontos sensíveis a pressão digital, com resultados positivos. Ampliou o raciocínio analógico e deduziu que se o território lombar onde se origina a dor ciática tem representação bem definida no pavilhão auricular, possivelmente o mesmo ocorra em relação a outras partes do corpo. Investigou a relação entre os acupontos auriculares hiperestésicos a pressão digital e os órgãos afetados. Ao estimular tais pontos obteve a redução ou eliminação álgica. Para conseguir melhores resultados procurou os pontos auriculares sensíveis a pressão puntiforme, feita com a ponta de lápis. Num caso de cólica hepática explorou o pavilhão da orelha com a ponta do lápis até achar o ponto mais álgico correspondente e substituiu as agulhas de costura pelas de acupuntura. Começou a realizar experimentos clínicos mais objetivos. Executou a exploração do pavilhão da aurícula com sonda num jovem sadio e não encontrou ponto doloroso a pressão. Então, resolveu pinçar a polpa do polegar e pôs-se a observar a orelha. O pinçamento do polegar provocara a estase sangüínea mais a sensação de dor; enquanto isso, o pavilhão auricular mostrava a zona erimatosa álgica na parte superior da fossa escafa. Depois de cessado o pinçamento extinguia-se a dor provocada, desaparecia a sensibilidade e o eritema auriculares na área correspondente. Paul Nogier fez o mesmo com a polpa do dedo indicador. Localizou um ponto próximo ao anterior e completou o teste com os demais dedos da mão, obtendo respostas auriculares em zonas adjacentes às outras. Estendeu a verificação para as demais áreas do corpo e pôde detectar os pontos auriculares a eles relacionados. Aprimorou a inspeção do pavilhão da orelha com aparelho elétrico.

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 O REFLEXO VÁSCULO NEURAL DE (NOGIER) NA ORELHA Pôde, então, discriminar com maior exatidão a somatotopia puntiforme da aurícula correspondente à estimulação dolorosa provocada em diferentes regiões do corpo e obteve dados mensuráveis. Os trabalhos desenvolvidos por Nogier tornaram possível o estabelecimento do chamado reflexo auriculocardíaco (RAC) o estímulo no ponto auricular produz alteração mensurável na corrente sangüínea detectada na artéria radial ao nível do punho. O RAC pode ser provocado, também, pelo eletroestímulo nos pontos da aurícula, com distintas freqüências e intensidades. Paul Nogier, depois destas observações, estabeleceu a correlação entre o pavilhão da orelha e o feto na posição invertido intra-útero, onde o lóbulo auricular corresponde a cabeça do feto, o antehélix a coluna vertebral, a região de concha inferior ao sistema cardiopulmonar e a concha superior aos sistemas digestivo e geniturinário. Em 1973, o Dr. Nogier inicia trabalhos experimentais em animais e publica os pontos auriculares do coelho; realiza experimentos de analgesia em coelhos em conjunto com o Dr. Niboyet e Corcelle. E propõe nova denominação ao método terapêutico pela orelha de auriculomedicina (medicina auricular). Atualmente diversas associações e instituições de acupuntura e de auriculoterapeutas de diferentes nações praticam a acupuntura e a auriculoterapia, em ambulatório, hospitalar e experimental; reúnem-se em congressos nacionais e internacionais.

A IMAGEM DO FETO INVERTIDO NA ORELHA MICROSSISTEMA AURICULAR. 4. A Auriculoterapia no Brasil No Brasil, desde o período anterior ao descobrimento, a prática da acupuntura primitiva era difundida entre os aborígines. O fato digno de nota da cultura do nosso indígena, relacionado com a acupuntura, se refere ao costume da implantação, no lóbulo auricular dos guerreiros da tribo, de pequenos espetes de madeira, que coincide com o acupontos da agressividade.

234 Quem visitar o Museu do índio, em Manaus, terá a oportunidade de apreciar o acervo de instrumentos rudimentares da acupuntura dos aborígines do Brasil. O pajé da tribo praticava a inserção (manual ou com zarabatanas) de espetes de madeira, cactos, entre outros, nos acupontos somáticos e auriculares. A finalidade terapêutica funcionava vinculada ao ritual da pajelança. Observamos também a prática médica da acupuntura primitiva no Brasil através do uso da cauterização e, até, a remoção parcial do ante-hélix no tratamento das dores crânio faciais nos pacientes que, posteriormente, vieram nos consultar. Há dez anos o autor desenvolve o ensino, a prática e a pesquisa da acupuntura e da auriculoterapia no Brasil pôr intermédio da ABEMA. III. ANATOMIA DA ORELHA 1. Anatomia da Superfície da Orelha O pavilhão auricular está formado por tecido fibrocartilaginoso, sustentado pelo tecido conjuntivo ricamente enervado, e se caracteriza morfologicamente pelo aspecto ovóide-triangular e côncavo, com extremidade superior mais larga que a inferior. As regiões da aurícula apresentam a seguinte nomenclatura anatômica: Hélix bordo da aurícula semicircular que se inicia na raiz do hélix; uma proeminência linear horizontal que divide o pavilhão da orelha em duas metades, superior e inferior (concha superior e inferior). Tubérculo Auricular (Darwin) pequena proeminência localizada na região póstero-superior do hélix. Hélix - extremidade cartilaginosa que percorre toda a lateral externa da orelha. Ante-hélix - proeminência curvilínea que delimita regiões de depressão da aurícula posterior e a fossa escafóide, as conchas superiores e inferiores; divide-se em dois ramos: ramos superiores e inferiores do hélix; superiormente delimitam uma região de formato triangular. Escafa: depressão que fica delimitada anteriormente pelo ante-hélix e posteriormente pelo hélix. Lóbulo Auricular - porção inferior, livre, adiposa da orelha, geralmente apresenta alguns sulcos lobulares. Tragus - saliência fibrocartilagínea sobre o meato auditivo externo, composto pelos tubérculos superior e inferior, apresenta a incisura supratrageana que separa o tragus do hélix. Incisura lntertragiana - depressão que separa inferiormente o tragus do antitragus; este último consiste num tubérculo situado acima do lóbulo, opondo-se ao tragus. Concha Superior - porção côncava delimitada inferiormente pela raiz do hélix e súpero-lateralmente pelo ante-hélix. Concha Inferior - região côncava (cavum). Delimitação: acima pela raiz do hélix, pósterolateralmente: ante-hélix, ântero-lateral: meato do ouvido; inferior: antitragus e incisura intertragiana. Fossa Triangular - região saliente da face posterior da fossa triangular da orelha.

235  PAVILHÃO AURICULAR

2. lnervação da Orelha Os nervos de maior importância que inervam o pavilhão auricular são: C1 - C2 e C3: os nervos auriculares maior e nervo occipital menor, do nervo trigêmeo o ramo aurículo temporal; ramos dos nervos glossofaríngeo e do nervo vago, nervo facial e o ramo aurículo posterior. 3. Teoria Neuro-humoral Descobertas mais recentes no campo da pesquisa científica sobre acupuntura e auriculoterapia mostram evidencias do envolvimento neuro-humoral e neural no mecanismo de ação da analgesia pela acupuntura somática e auricular. As substâncias bem conhecidas no mecanismo são as endorfinas, encefalinas, serotonina, histamina, prostaglandina, entre outras. O efeito analgésico da acupuntura pode ser inibido ao se injetar solução anestésica clássica no acuponto antes da picada da agulha embora o bloqueio vascular sangüíneo não iniba a ação analgésica. Os estímulos nociceptivos provocados pela acupuntura no ponto auricular deflagram potenciais de ação que são transmitidos pelas fibras sensitivas calibrosas de condução rápida até a medula espinhal em conexão por intemeuronio com o neurônio de segunda ordem, estabelecendo um potencial inibitório pré-sináptico sob o controle central, segundo a teoria do portão da dor ou gate control. A administração da Naloxona antagonista da morfina inibe a ação analgésica da auriculoterapia na fase inicial; após alguns minutos, não interfere, o que faz supor a existência de outras substâncias endógenas, além dos opiáceos, envolvidas no mecanismo de ação da analgesia pela auriculoterapia. Os estímulos periféricos provocados pela auriculoterapia produzem potente ação analgésica e emocional, promovem efeito calmante, tranqüilizante e regulatório do sistema neurovegetativo. O tempo que se leva para induzir o efeito da auriculoterapia e efeitos gerais e comportamental varia de 15 a 20 minutos, e parece levar o mesmo tempo que leva para se liberar substancias opiáceas pela estimulação direta sobre os centros superiores tronco-encefálicos.

236 SEMIOLOGIA DO MICROSSISTEMA AURICULAR 1. Etapas do Diagnóstico A primeira etapa semiótica do microssistema auricular consiste na anamnese ou interrogatório do paciente. A próxima etapa é o exame físico, fase caracterizada pela inspeção auricular. As manobras de inspeção seguem as seguintes condições: a) Posição paciente / profissional. O paciente deve ficar na posição de decúbito dorsal confortável com a cabeça inclinada a 135º em relação ao longo eixo do corpo, a fim de que se obtenha amplo campo de visão para a inspeção do pavilhão da orelha. O profissional deve ficar próximo e ao lado da região cefálica do paciente para facilitar as manobras de manuseio das aurículas. A mesa auxiliar tendo à disposição os instrumentos, aparelhos e materiais para a auriculoterapia podem se situar atrás do divã clínico e imediatamente ao lado do profissional, para fácil acesso da mesa ao paciente e vice-versa. b) Foco de luz. A luminosidade natural ou foco indireto sobre o pavilhão auditivo fica a tal distância que impeça o aquecimento da pele do paciente e não altere a coloração cutânea auricular. 2. Manobras de Diagnóstico a) inspeção visual O primeiro contato com a aurícula do paciente para fins de diagnose deve ser o visual. A análise visual da orelha fornece uma série de informações: Correspondências Anatômicas Auriculares: Irregularidades anatômicas do pavilhão evidenciam alterações e/ou disfunções orgânicas, por exemplo: a insuficiência renal congênita (rim yin insuficiente) está associada a baixa implantação da orelha, como também os sinais auriculares. Defeitos anatômicos na área auricular indicam alteração funcional lesional ou energética na área ou órgão em correspondência somatotópica. Exemplo: alterações anatômicas na região do ante-hélix correspondente a coluna vertebral indicam desvios de coluna, osteófitos etc... Coloração da orelha: As alterações da coloração do pavilhão auricular são indicativas de distúrbios funcionais, e podemos encontrar as características de um gradiente de discromias auriculares tais como: palidez = rim insuficiente eritrose = coração, hipertensão verde = fígado cinza = pulmão amarelada = baço azulada = fígado ou algia 3. Áreas Auriculares e Lesões Fundamentais A somatotopia auricular normalmente é distribuída em áreas puntiformes, o que facilita a identificação da zona de correspondência fotográfica. No interior de cada área auricular descrita no mapa cartográfico há vários pontos auriculares. Deste modo temos, pôr exemplo, a área auricular que corresponde ao estômago e nesta mesma área somatotópica estão contidos vários pontos auriculares: plexo solar, cárdia, piloro, entre outros.

237 As lesões fundamentais são sinais clínicos e quando encontrados em alguma área auricular indicam alterações de um órgão, meridiano e/ou estrutura em correspondência somatotópica. Assim sendo, podemos encontrar máculas ou manchas nas áreas auriculares acusativas de níveis lesionais que determinam a polaridade da patologia. Portanto: manchas esbranquiçadas = doença de polaridade yang; descamações, seborréia = superficial, recente; eritema = patologia yang, aguda, inflamação; hiperpigrnentos acastanhados = doença yin, degenerativa; hipercromia escura = doença proliferativa, litíase, tumores. As manchas marrons são sinais indicativos, também de uma ausência de estrutura ou órgão congênito, e exclusão diagnostica cabe a anamnese. Podemos encontrar achados clínicos de outros tipos de lesões básicas: pápula, placa, descamação epitelial etc., sobre a área auricular, indicando alteração da função do órgão e/ou estrutura contida no microssistema. Os pontos e/ou áreas do microssistema da orelha que apresentarem lesões fundamentais indicativas de certas alterações sejam do órgão, ou de uma estrutura devem receber o tipo de estímulo adequado (agulha, laser) e será estudado mais adiante. O manuseio digital da aurícula é recomendado durante a fase de inspeção visual. A ocorrência eventual de uma alteração anatômica pode dificultar o campo de visão num lóbulo, tragus ou antitragus, retraídos; e o auxílio da manobra do tracionamento e da pressão digital permite a observação da conformação anatômica mais regular, de melhor visualização. Assim sendo, o lóbulo pode ser tracionado para baixo, o tragus para cima e, o antitragus recebe palpação com pressão digital (para dentro e para cima). A inspeção auricular deve ser sempre bilateral e antero posterior. A visualização da face mastóide da orelha é feita na manobra digital ou bidigital com a ação de se dobrar o pavilhão auricular de ambos os lados. 4. Determinação dos Pontos Auriculares Hiperálgicos Durante a manobra diagnostica feita pela palpação digital direta procuram-se investigar o ponto mais doloroso e a identificação da área auricular, deve-se perceber a textura, temperatura, aparecimento de lesões básicas, dados que posteriormente serão comparados a cartografia dos pontos auriculares para se reconhece-los. A fase de palpação puntiforme e a direta são de grande importância na determinação do ponto hiperálgicos e pode ser feita com o auxílio de instrumentos de ponta romba: estilete de madeira, palito de fósforo ou então o cabo da agulha filiforme de acupuntura, brunidor de amalgama, tampa de caneta “BIC”. O paciente pode manifestar dor a palpação puntiforme em determinado ponto em correspondência somatotópica. O recurso da pesquisa do ponto álgico auricular é valioso tanto para fins de diagnóstico como terapêuticas, haja vista o ponto álgico ser o principal acuponto a receber o estímulo. Segundo o Dr. Nogier a pressão exercida sobre o ponto auricular não deve exceder a 250 gramas.

238 PAVILHÃO AURICULAR

Agressividade

 MAPA AURICULAR ESCOLA CHINESA E ESCOLA DE ACUPUNTURA E ENFERMAGEM “ANA NERI” 2. Escola Chinesa (Pequim/AMTC) LÓBULO: Analgesia Dentaria 1 e 2. Ação e indicação - dentes, face, dores, inflamações, algias. Amídala. Ação e indicação - Garganta e Amídalas – dores, infecções, inflamações, rouquidão, distúrbios nas cordas vocais, aftas e distúrbios da fala. Olho. Ação e indicação - Olho do mesmo lado, miopia, astigmatismo, lacrimejamentos dores, ardor, visão embaçada, distúrbios em geral.

239 Hélix de 1 a 6. Ação e indicação - Amigdalite e laringites. Linha do Câncer. Ação e indicação - A linha do câncer é uma região onde pode-se encontrar todos os distúrbios psicossomáticos, trata-se ai os distúrbios do emocional e afetividade. Ouvido Interno.. Ação e indicação - Ouvido do mesmo lado, dores, surdez, zumbidos e distúrbios em geral. Boca. Ação e indicação - Boca, aftas, ulcerações na língua e distúrbios em geral. Face. Ação e indicação - Face, acnes, espinhas, dores e distúrbios em geral. Maxilar. Ação e indicação - Maxilar superior e inferior, distúrbios ósseos do maxilar nevralgia do trigêmeo, sinusite, dores de dentes e nevralgias em geral. Frontal. Ação e indicação - Cefaléias frontais, distúrbios psicossomáticos. Temporal. Ação e indicação - Cefaléias temporais, e laterais do crânio. INCISURA INTERTRÁGICA Olho 1 e 2. Ação e indicação - Olho, astigmatismo, miopia, estrabismo, distúrbios em geral da visão. Hipotensão. Ação e indicação - Hipotensão, hipoglicemia, diminuição do batimento cardíaco. Endócrino. Ação e indicação - Distúrbios hormonais. Ovário/Testículos Ação e indicação - Ovário e Testículos, miomas, fibromas, cistos, varicocele impotência, diminuição de desejos e todos os distúrbios dos ovários e testículos. ANTI-TRAGO Sub cortex. Ação e indicação - Sub-córtex, equilíbrio, parestesias de extremidades, insônia fome excessiva, algias, inflamações e esquecimento. Hipotálamo. Ação e indicação - Hipotálamo, fome, sede, distúrbios intestinais, cardiovasculares, respiratórios, renais, circulatórios, melancolias, depressão, ansiedade e distúrbios do comportamento. Tálamo. Ação e indicação - Dores em geral, herpes zoster, afetividade e distúrbios da lateralidade.

240 Tronco Cerebral. Ação e indicação - Afetividade, tranqüilizante, distúrbios do sistema endócrino, distúrbios neurovegetativo, menstruais e enurese. TRAGUS Hipotensão Ação e indicação - taquicardia, doenças cardiovascular, anti-hipotensivo, anti-hipertensão. Fome. Ação e indicação - Fome (tanto + quanto ) distúrbios da obesidade, metabolismo. Adrenal. Ação e indicação - Endócrina, imunológica, stres, ATM, dores em geral, periodontopatias, hemorragia, artralgias, mialgias, odontalgias, estomatite antiinflamatório e imunológico. Nariz Intemo. Ação e indicação - Nariz, rinite alérgica, rinorreia e distúrbios da olfação. Sede. Ação e indicação - Metabolismo. Faringe/Laringe. Ação e indicação - Faringite, laringite, esofagite, distúrbios das cordas vocais dores de garganta, distúrbios da glote, amidalites, estomatites e distúrbios sexuais. Vícios. Ação e indicação - Tabagismo, drogas, alcoolismo, compulsividade e vícios alimentares. HÉLIX Diafragrna. Ação e indicação - Opressão torácica, ansiedade, depressão, tabagismo obesidade, hérnia de hiato, esofagite de refluxo, azia e distúrbios da respiração. Orelha Externa Ação e indicação - Pavilhão auricular, otites externas. Anus. Ação e indicação - Hemorróidas - fissuras, dores, distúrbios do reto. Uretra. Ação e indicação - Calculo, distúrbios urinária, cólica renal, micção difícil dores penianas. Genitália Externa Ação e indicação - Genitais externos, vulva e escroto, ejaculação precoce, varicocele, impotência sexual e pruridos. Alergia. Ação e indicação - Alergia, fígado, pressão arterial (alta ou baixa), febre analgesia e doenças autoimunes. Yang do Fígado Superior.. Ação e indicação - Fígado, dores hepáticas, doenças auto-imunes.

241 Hélix 1. Ação e indicação - Ponto de Darwin, doenças auto-imunes, amidalites laringites e tabagismo associado com os outros 5 pontos da hélix. Yang do Fígado Inferior. Ação e indicação - Psoríase, distúrbios mentais, esquecimentos, amnésias, coceira e idem yang do fígado superior. Hélix 2. Ação e indicação – Ponto usado para tratamento de tabagismo Amígdala 2. Ação e indicação - Ponto usado para tratamento em amidalites e distúrbios nervosos. Hélix 3. Ação e indicação - Idem hélix 2. Hélix 4. Ação e indicação - Idem hélix 2. ANTI-HÉLIX. Occipital. Ação e indicação - Distúrbios do equilíbrio, sensibilidade cutânea, ponto antiinflamatório, equilíbrio psicossomático, afetividade, cefaléias do ápex do crânio. Tiróide. Ação e indicação - Hipertireoidismo, hipotiroidismo, distúrbios hormonais, distúrbios do crescimento. Pescoço. Ação e indicação - Pescoço, tiróide, contração da musculatura do pescoço torcicolo. Tórax. Ação e indicação - Opressão torácica, nevralgia intercostal. Mamas. Ação e indicação - Mastite, estimula ou inibe a secreção Láctea, nódulos das mamas. Abdome. Ação e indicação - Dores abdominais, doenças digestivas, distúrbios ginecológicos. Lombar. Ação e indicação - Dores lombares, lombociatalgia. Nádegas. Ação e indicação - distúrbios da região glútea, ciatalgias, processos inflamatórios da região glútea. SNV. Ação e indicação - Simpático, analgésico, antitérmico, regulador geral, doenças digestivas, circulatórias, ponto analgésico, auxiliar em cirurgia torácica e de abdome. Próstata. Ação e indicação – Prostatite, hipertrofia da próstata.

242 Útero. Ação e indicação - útero micro-policistico, miomas, cistos, hemorragias distúrbios da menstruação, distúrbios relacionados ao útero. Crise de Asma. Ação e indicação - Distúrbios respiratórios, asma, bronquites. Pelve. Ação e indicação - Distúrbios geniturinários, dores pélvicas, impotência, infertilidade, esterilidade.

Shen Men. Ação e indicação - Ponto que deve ser usado em todos os procedimentos auriculares, pôr se tratar de um ponto antalgico. Quadril. Ação e indicação - Distúrbios lombo-sacrais, impotências. Calcanhar. Ação e indicação - Dores do calcanhar, edemas, erupções. Joelho. Ação e indicação - Joelho, artrite, luxação, edemas. Articulação do Quadril. Ação e indicação - Artrite, osteoporose, artrose, dores da articulação. Joelho Ação e indicação - Edemas da articulação do joelho, dores, luxação. ESCAFA. Dedos. Ação e indicação - Dores, inflamação, artrite, artrose. Antebraço. Ação e indicação - Síndrome do túnel do canal do carpo, dores, parestesias. Punho. Ação e indicação - Síndrome do túnel do canal do carpo, LER, dores parestesias, paralisias. Cotovelo. Ação e indicação - Dores, cotovelo de tenista (Elbow), edemas, artrites. Ombro. Ação e indicação - Bursite, dores, mobilidade. Escápula. Ação e indicação - Dores, distúrbios do plexo-braquial, algias torácicas. Clavícula. Ação e indicação - Artroses, bursites, mobilidades.

243 Tiróide 2. Ação e indicação - Hipertireoidismo, hipotiroidismo, distúrbios hormonais, distúrbios do crescimento. CONCHA CAVA. Endócrino. Ação e indicação - Sistema hormonal, sistema linfático, glândulas endócrinas. Triplo Aquecedor. Ação e indicação - Sistema Respiratório e Cardio Vascular, sistema digestivo e visceral e sistema urinário e sexual. Brônquios. Ação e indicação - Bronquite, asma, distúrbios respiratórios, distúrbios cardíaco.

Pulmão. Ação e indicação - Pele, urticárias, eczemas, pruridos, alergias, distúrbios respiratórios, tristezas, opressão torácica. Coração. Ação e indicação - Distúrbios cardio vascular, anginas, distúrbios circulatórios risos sem motivos, distúrbios mentais. Fígado. Ação e indicação - Alergias, dores tendinosas, dores ligamentosas, regurgitações ácidas, boca amarga, irritabilidade, raiva, distúrbios de afetividade. Libido. Ação e indicação - Sexualidade, impotência, frigidez, ejaculação precoce. Boca. Ação e indicação - Aftas, libido, gengivites, estomatites, cordas vocais, amidalites, paladar, fala. Esôfago. Ação e indicação - Rouquidão, vômitos, dispepsias, tosse, esofagite de refluxo distúrbios das cordas vocais. Estômago. Ação e indicação - Ulceras, gastrites, depressão, ansiedade, obsessão, afetividade. Baço. Ação e indicação, Hemorragias, distúrbios da menstruação, coágulos sanguíneos, anemias, edemas, hiper ou hipo salivação, gastrites, ulceras. SIMBA CONCHA. Duodeno. Ação e indicação, - Ulcera duodenal, gastrites, boca amarga, ulceras, dores abdominais. Pâncreas. Ação e indicação - Pancreatite, diabetes, hipoglicemia, dores abdominais. Vesícula Biliar. Ação e indicação - Irritabilidade, boca amarga, condições do fígado, hepatite, dores musculares, insônias, depressão, ansiedade, afetividade, arrojo.

244 Intestino Delgado. Ação e indicação - distúrbios do intestino delgado, distúrbios cardiovascular, distúrbios digestivos, angina pectóris, diarréia, dores abdominais, indigestão. Intestino Grosso. Ação e indicação - Pele, diarréias, cólicas abdominais, apendicite, distúrbios respiratórios, doenças cutâneas, inflamação das mucosas, gengivite, estomatite odontalgias, hemorróidas, desinteria. Próstata. Ação e indicação - Próstata e Vagina, prostatite, impotência, frigidez, vaginite, infertilidade, afetividade. Bexiga. Ação e indicação - Bexiga, vias urinárias, cistites, nefrite, distúrbios urinários calculo renal, enurese, retenção urinária, lombalgia, ciatalgia, dor intercostal cefaléias. Ureter. Ação e indicação - Distúrbios urinária, cólica renal, calculo renal. Rim. Ação e indicação - Rim, gônadas, cálculos renais, hemorróidas, descalcificação distúrbios ginecológicos, doenças neurológicas, distúrbios do crescimento, impotência, erupção dentária, distúrbios ósseos, dente, ouvido, testículos genitais. ESCOLA FRANCESA - NOGIER.

a) Pontos de comando. 1) Ponto Zero (Ponto Mestre 21). Raiz do hélix. Ação: Psicossomática, pavilhão da orelha. 2) Ponto Shen Men (Porta da Alma). Vértice da fossa triangular no encontro das raízes superiores e inferior do anti hélix. Ação: ponto de ação geral somático e psicológico, ansiolítico, sedativo, analgésico, imune. 3) Ponto SNV (Ponto Simpático). Ponto de intercessão da raiz inferior do ante-hélix com a face inferior do hélix. Ação: sistema nervoso autônomo. Efeitos: analgésico, relaxante, equilíbrio neurovegetativo. 4) Ponto Hipotálamo. Ponto de intersecção da parede intema do antitragus com a concha inferior, na sua região medial. Ação: hipotalâmica hemilateral, mecanismos psicofisiológicos, imunitária, antiinflamatória, analgésica. 5) Ponto Endócrino. Ponto de união do meio da incisura intertragus com concha. Ação: sistema endócrino, principalmente tireóide e paratireóide; distúrbios do crescimento ósseo, articular e dental; distúrbios de erupção dental; atraso da dentição e do crescimento. 6) Ponto Maravilhoso. Ponto de encontro do ante-hélix com raiz da hélix. Ação: hepato-vesicular. 7) Ponto Adrenal. Tubérculo inferior do bordo traguiano. Ação: neuro-hormonal (corticóides), antiinflamatória, ansiolítica.

analgésica,

coagulante

e

imunológica,

antiinfecciosa,

245 b. Pontos mestres auriculares 1. Ponto Olho (anterior-posterior) Centro do lóbulo. Ação principal: olhos. Ação secundária: SNA, sonho, tônus, figado, digestiva. 2. Ponto Olfato (anterior-posterior) Abaixo do sulco pré-lobular. Ação principal: nariz, afetividade. Ação secundária: figado, alergia, asma, vias respiratórias. 3. Ponto Maxila (anterior-posterior) No limite entre porção inferior da fossa escafa com o lóbulo. Ação principal: dentes. Ação secundária: membro superior, bexiga, libido, extremidades, gengivite, periodontite, analgésico para a região maxilar. 4. Ponto Pulmão (anterior-posterior) No centro da hemi-concha inferior. Ação principal: aparelho respiratório. Ação secundária: sistema nervoso, pele, mucosas e digestivas, angústia, depressão. 5. Ponto Auditivo (bordo) Bordo do tragus, sobre o tubérculo superior. Ação principal: N. auditivo. Ação secundária: afetividade, metabolismo celular. 6. Ponto Estômago (anterior-posterior) Na raiz do hélix entre a incisura da hélix e a parede medial da ante-hélix. Ação principal: estômago. Ação secundária: vísceras abdominais, emotividade, obesidade, gastrite. 7. Ponto Garganta (anterior) Na incisura supratrageana. Ação principal: orofaringe. Ação secundária: afetividade, genitália. 8. Ponto Diafragma (anterior-posterior) No limite entre a porção inferior e a porção média da hélix ação principal: genital. Ação secundária: afetividade, atua sobre a libido. 9. Ponto Baço-Pâncreas (anterior) No centro do um terço posterior da concha superior. Ação principal: Baço e pâncreas exócrino. Ação secundária: equilíbrio, SNV, afetividade, digestiva, sistema imunológico. 10. Ponto Coração (anterior-posterior) Na ante-hélix sobre a linha imaginária que passa do ponto zero a T4. Ação: ansiolítico, circulatório, vascular. digestivo e língua. 11. Ponto Biliar (anterior direito) Na concha superior, no limite entre a parte média e a superior desta a meia distância entre a raiz do hélix e o rebordo da ante-hélix.

246 Ação principal: biliar e figado. Ação secundária: estado psíquico. 12. Ponto Reto (anterior-posterior direito) Hélix ao nível do bordo inferior do ramo inferior da ante-hélix. Ação principal: veias hemorroidais. Ação secundária: orofaringe, intestino, bexiga, psiquismo, conflitos infantis. 13. Ponto Ciático (anterior-posterior) Sobre o ramo inferior da ante-hélix. Ação principal: nervo ciático, região lombar. Ação secundária: olho. 14. Ponto Joelho: (anterior-posterior) Centro da fosseta triangular. Ação principal: joelho. Ação secundária: audição. Atua sobre a libido, distúrbios do crescimento. 15. Ponto Rins (anterior, posterior e linear) Na hélix, nível do eixo da bissetriz que parte do vértice da fosseta triangular, se estende linearmente até nível do ponto de Darwin. Ação principal: renal. Ação secundária: SNV, ossos, dentes, função geniturinária, conflitos da infância. 16. Ponto Mestre do Nervo Trigêmeo (bordo) No bordo lobular do ângulo hélico lobular até o ponto de projeção direta do ponto zero ao ponto nº 29 (genital). Ação principal: N. Trigêmeo, SNV, comportamento. Ação secundária: comportamento, antitóxico. 17. Ponto Mestre da Agressividade (anterior-posterior) Acima do sulco pré-lobular. Ação principal: comportamental, cauda eqüina, genitais. 18. Ponto Mestre Tragus (anterior) Fica a 2.5 cm à frente do sulco pré-tragiano. Ação principal: tônus, genitália externa. Ação secundária: audição. 19. Ponto Mestre da Pele (anterior-posterior) No tragus próximo ao rebordo medial. Ação principal: pele. Ação secundária: sistema reticular, comportamento, vias respiratórias. 20. Ponto Mestre do Ombro (anterior-posterior) Na ante-hélix ao nível do ponto da terceira vértebra cervical. Ação principal: tônus, ombro, motricidade. 21. Ponto Mestre Zero (anterior) Na incisura da raiz do hélix. Ação: pavilhão auditivo externo. 22. Ponto Mestre Membro Inferior (anterior) A 1mm acima do ponto zero. Ação: motricidade do membro inferior e sensibilidade do mesmo membro .

247 23. Ponto Mestre Membro Superior (anterior) A 2cm do ponto nº 22. Ação: sensibilidade do membro superior. 24. Ponto Mestre Alergia (bordo): No ápice auricular e na face anterior superior do hélix, nível do ápex da orelha. Ação: imunológica. 25. Ponto Mestre Darwin (bordo) No tubérculo auricular (Darwin). Ação: sensibilidade, imunológica. 26. Ponto Mestre de Síntese (posterior) Na junção mastóide da orelha, nível da porção posterior do lóbulo. Ação: geral, sensitiva, motora, psíquica. 27. Ponto Mestre Cerebral (anterior-linear) No ápice do antitragus. Ação: talâmica, psiquísmo. 28. Ponto Mestre Occipital (anterior-posterior) No limite entre antitragus ante-hélix. Ação: sensibilidade e motora mesodérmica. 29. Ponto Mestre Genital (anterior-posterior) Na extremidade anterior do antitragus. Ação: genital externa, olho, libido. 30. Ponto Mestre Medular (bordo) Ação: sistema nervoso periférico, imunológico. No bordo da hélix, nível da projeção direta (ponto 21-20).

248  Escola Francesa (Nogier)

01.Olho - (anterior e posterior) 02.Olfato - (anterior e posterior) 03. Maxila - (anterior e posterior) 04. Pulmão - (anterior e posterior) 05. Auditivo - (anterior e posterior) 06. Estômago - (anterior e posterior) 07. Garganta - (anterior e posterior) 08. Diafragma - (anterior e posterior) 09. Baço Pâncreas - (anterior e posterior) 10. Coração - (anterior e posterior) 11. Biliar - (anterior e posterior) 12. Reto - (anterior e posterior direito) 13. Ciática - (anterior e posterior) 14. Joelho - (anterior e posterior) 15. Rim - (anterior e posterior) 16. Nervo Trigêmeo - (bordo) 17. Agressividade - (anterior e posterior) 18. Tragus - (anterior) 19. Pele - (anterior e posterior) 20. Ombro - (anterior e posterior) 21. Zero - (anterior) 22. Membro Inferior - (anterior) 23. Membro Superior - (anterior) 24. Alergia - (bordo) 25. Darwin - (bordo) 26. Síntese - (posterior) 27. Cerebral - (anterior e posterior) 28. Occipital - (anterior e posterior) 29. Genital - (anterior e posterior) 30 - Medular (bordo)

30 Pontos Mestres Escola Francesa VIII. ZONAS FREQÜENCIAIS DA ORELHA Dr. Nogier, após observar que os estímulos feitos com agulhas no pavilhão auricular produziam mudanças na passagem da corrente sanguínea ao nível de pulso radial, constatando controle neurovegetativo, passou a realizar experimentos em humanos a fim de verificar as respostas do organismo frente a estímulos elétricos de diferentes freqüências e intensidade. Após vários ensaios pôde estabelecer a correspondência entre determinada freqüência e área auricular que desencadeava o reflexo auriculocardíaco e, portanto, a regulação das funções. O estudo distinguiu sete zonas distintas reflexas do corpo na orelha com respostas freqüências especificas: A = 2,5 Hz; B equivale a 5 Hz; C é igual a 10 Hz, D = 20 Hz, E = 40 Hz, F = 80 Hz e G = 160 Hz.

249

C B

D A E F

G

ZONAS FREQUENCIAS DE NOGIER Zona A = Área Celular = cavidade bucal; ânus, genital, ocular, auditiva. Zona B = Área Trófica = Aparelho digestivo. Zona C = Área Cinética = Sistema motor: membros, renal, aparelho genital. Zona D = Área Associativa = Baço e Fígado. Zona E = Área Nervosa = Medula espinhal, SNC, calota craniana. Zona F = Área Metabólica = Face, região cerebral subcortical. Zona G = Área Psíquica = Cabeça, cérebro, calota craniana. Portanto, para fins terapêuticos cada zona deve ser acionada pelo estimulo frequêncial correspondente, seja eletroestímulo, laser ou freqüência luminosa. Segundo a somatotopia auricular determinada pelo reflexo auricular vásculoneural de Nogier, cada setor frequêncial responde a um “ponto mestre” específico. Zona A = ponto mestre CE situado no sulco pré-tragiano ao nível da ½ longitudinal do tragus inervada pelo VII par do nervo craniano. Zona B = Ponto mestre O na chanfradura da raiz do hélix, inervado pelo nervo vago. Zona C = Ponto mestre C, no ápice do ántitragus, inervada pelo trigêmeo. Zona D = Pontos O’ e R (reacional) na inserção ântero-superior da orelha, também chamada de ponto mestre autônomo. Zona E = Ponto Dec (=decussação): situa-se na borda da hélix, na linha formada da união dos pontos O e C2, inervada pelo ramo do plexo cervical superficial. Zona F = Ponto T (= talâmico): fica no centro da face posterior do antitragus, inervada pelo ramo do plexo cervical superficial. Zona G = Ponto mestre sensorial (pms) no centro do lóbulo; inervada pelo ramo do plexo cervical superficial, ao nível de C1.

250 Representação da Escola Francesa de Auriculoterapia

Nesta figura podemos observar a disposição somatotópica das placas de Nogier Vemos claramente na região do lóbulo todo o cérebro, seguindo com a cauda medular dentro da região escafóide auricular, bem acima do ápex, do antítrago vemos a calota craniana e logo em seguida temos a coluna vertebral com todo seguimento ósseo, ou seja Cervical, Torácico, Lombar, Sacral e Cóccigeo a disposição da coluna vertebral fica na região da ante-hélix e ainda na ante-hélix temos a disposição da articulação coxofemoral, fêmur, joelho e pé, mão, punho dedos e dentro da orelha, onde conhecemos como cimba e cava concha, temos a disposição de todos os órgãos conforme indicação contida na própria somatotopia auricular.

251  RELAÇAO DAS DOENÇAS NA MEDICINA OCIDENTAL COM AURICULOTERAPIA O conceito de doença, como mencionado anteriormente, difere do ocidente para o oriente. Mas, tanto no ocidente como no oriente, sabe-se muitas vezes a doença é a somatização de estresse emocional, intelectual e/ou físico. No oriente, os estudiosos falam de emoções "nefastas", incluindo assim o emocional como um fator importante dentro da *evolução das doenças. Uma anamnese minuciosa deve auxiliar no diagnóstico do médico ou terapeuta, mas o mesmo deve estar alerta para apreender o que muitas vezes não é dito ou mencionado, nem revelado nos exames. Antes de começarmos a falar sobre a relação das doenças na medicina ocidental e auriculoterapia, é importante também enfatizar que o tratamento através do pavilhão auricular visa fundamentalmente tratar disfunções ou provocar analgesias. Além desses objetivos, a auriculoterapia é eficaz na prevenção de doenças, mas nem a terapia auricular nem a acupuntura sistêmica oferecem tratamento para lesões. Ambos os tratamentos podem se tornar complementares a outros tipos de tratamento. No Dicionário Médico Blackiston, dentro de noção ocidental ortodoxa, doença é definida como: 1.

2.

incapacidade dos mecanismos de adaptação de um organismo para neutralizar convenientemente os estímulos ou solicitações a que está sujeito, resultando em transtorno da função ou estrutura de qualquer parte, órgão ou sistema do organismo. Reação a uma lesão, moléstia ou enfermidade. Entidade específica que é a soma total das numerosas expressões de um ou mais processos patológicos. A causa de uma entidade mórbida é representada pela causa do processo patológico básico associado a importantes fatores causais secundários.

A medicina chinesa, define doença como a quebra do equilíbrio energético do corpo. A doença desenvolve-se pela possível falta de resistência do corpo em relação ao poder de agressores. Se o corpo estiver com sua energia vital em equilíbrio, as doenças não se instalarão. Daí o fato de dar-se, na medicina chinesa, tamanha ênfase à preservação da saúde e ao tratamento do desequilíbrio da energia vital, antes que sintomas indicativos de doenças se manifestem. Para a medicina chinesa, as causas das doenças classificam-se em: 1. causas externas 2. causas internas As causas externas são consideradas como excessos agressivos ou perversos que invadem nosso corpo quebrando a harmonia do Qi. De acordo com a MTC, elas são o vento, o frio, o calor, a umidade, a secura e o calor de verão. As doenças causadas pelo vento - primavera-Yang - são geralmente repentinas, mudam rapidamente e podem ser acompanhadas por sintomas tais como espasmos musculares, pruridos, vertigem e dores migratórias. Elas afetam primeiro a pele, depois a cabeça, a garganta e o pulmão. 0 excesso de vento que carrega outros excessos ao interior pode fazer com que o Yang do fígado torne-se hiperativo e manifeste-se através de tonturas ou convulsões. Sintomas semelhantes acompanham a febre alta e são chamados de vento interno. As doenças causadas pelo frio - inverno-Yin - manifestam-se no organismo como frio em todo corpo ou como frio em parte isolada. Se no exterior o frio provoca o congelamento, no corpo ele provoca uma obstrução do fluxo de Qi e manifesta-se em forma de dor. Nos canais de energia, o frio causa cólicas e espasmos musculares. As excreções do corpo, quando este está sujeito ao frio e ocorre obstrução de Qi, tornam-se claras e diluídas.

252 As doenças causadas pelo calor - Yang - manifestam-se igualmente em todo corpo ou em parte isolada. A língua e as fezes tornam-se ressecadas e o paciente tem sede. 0 calor que penetra o corpo e desloca-se para fora dos canais de energia pode fazer com que haja hemorragia ou erupções na pele. As excreções do corpo tornam-se escuras ou amareladas, são pegajosas e contém um cheiro pútrido. As doenças causadas pela umidade - verão longo-Yin - são geralmente doenças que demoram um longo tempo para serem curadas, à semelhança da própria instalação da umidade na atmosfera. Quando a umidade invade os canais de energia e as articulações, o movimento dos músculos torna-se moroso, difícil e doloroso. A umidade pode também causar inchaço na parte afetada ou em todo corpo e tende a agredir o baço/pâncreas, e quando as funções destes estão enfraquecidas instala-se a umidade interna. As doenças causadas pela secura - outuno-Yang - atacam os líquidos orgânicos e sintomas como pele seca, tosse seca e intermitente, rachadura nos lábios, constipação, podem ocorrer. Quando as substâncias Yin do corpo estão seriamente esgotadas, sintomas semelhantes ocorrem (como nos estágio finais de uma doença febril prolongada). As doenças do calor de verão verão-Yang - principalmente a febre, causam transpiraçâo profusa que prejudica o Yín e o Qí. A umidade está relacionada ao excesso de calor. As causas internas das doenças estão relacionadas a sete emoções: alegria, raiva, preocupação, melancolia, tristeza, medo e terror. Além destas sete emoções, a frustração impede o fluxo livre do Qi do fígado, fazendo com que a raiva se manifeste. Emoções como essas são normais, mas podem levar a um estado doentio se mantidas por um longo tempo. As emoções afetam os órgãos ligados ao movimento e impedem o equilíbrio Yin/Yang do corpo. Doenças que ocorrem por causas internas são geralmente rotuladas como doenças psicossomáticas na medicina ortodoxa ocidental, mas são tratadas como qualquer outra doença na medicina chinesa tradicional. Transtorno da função ou estrutura de qualquer parte, órgão ou sistema do organismo -de acordo com a medicina ocidental ortodoxa, ou quebra do equilíbrio harmonioso da energia vital - de acordo com a MTC - mostra sinais na superfície da orelha, como já foi exposto no capítulo sobre exame da superfície da orelha. Os pacientes que procuram um acupuntor auricular pela primeira vez ficam geralmente surpresos com a precisão dos comentários sobre os órgãos ou sistemas afetados feitos pelo acupuntor durante o exame. Quando os transtornos da função ou estrutura ou quebra do equilíbrio de Qi são causados por estresse, é necessário tratar-se também os pontos relacionados às reações emocionais, fadiga, tonificação cerebral ou pontos relacionados com o sistema nervoso, além de alertar o paciente que uma reestruturação de sua vida é necessária. De pouco adiantará tratarmos sintomas de doenças se o paciente não se tornar consciente da causa e tentar, com a ajuda de profissionais da saúde, eliminar a causa. Além do tratamento preventivo e terápico, a auriculoterapia é também eficaz para analgésica e em casos de emergência, tais como: insolação, convulsões, choque, coma e desmaio ou para estética. As doenças que podem ser tratadas pela auriculoterapia classificam-se na medicina ocidental em: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.

doenças dos sistemas esquelético e muscular doenças do sistema nervoso doenças do sistema circulatório doenças do sistema respiratório doenças do sistema digestório doenças do sistema urinário doenças do sistema genital feminino e masculino doenças do sistema endócrino doenças do sistema sensorial doenças do sistema tegumentar

253 Ao falarmos sobre as doenças, usaremos a terminologia da medicina ocidental para que leitores acostumados com tais termos possam reconhecê-las mais facilmente. Listaremos então as características e/ou as causas da doença, quando necessário, e a seguir apresentarmos os pontos auriculoterápicos  SISTEMAS ESQUELÉTICO E MUSCULAR O sistema esquelético é a estrutura de suporte do corpo. Ele é composto por ossos e articulações. A estrutura óssea do corpo humano divide-se em: ossos do crânio, ossos da coluna, ossos do tórax, ossos dos membros superiores (MMSS) e ossos dos membros inferiores (MMII). As funções dos ossos e articulações são: suportar * os tecidos circunjacentes, proteger os tecidos moles e os órgãos vitais do corpo, auxiliar na movimentação do corpo, produzir células sanguíneas, fornecer uma área de armazenamento para sais minerais. O sistema muscular constitui de 40 a 50% do peso do corpo. As funções principais dos músculos são de contração e movimento. Os músculos são responsáveis pelo movimento do corpo e interferem na circulação, no movimento dos alimentos através do trato digestivo, da urina através do trato urinário e do tórax, diafragma e abdome durante a respiração. Os músculos são classificados como: músculo esquelético (associado ao sistema esquelético), músculo liso (encontrado nos tratos digestivos, respiratório; na bexiga e nos vasos sangüíneos) e músculo cardíaco (o coração é um músculo involuntário, possuindo a aparência estriada de um músculo voluntário). As doenças cardíacas serão estudadas no sistema circulatório.

 Relação de doenças mais comuns dos aparelhos esquelético e muscular e pontos de tratamento: Articulação da mandíbula sintomas: estalos, cansaço, dor, desconforto pontos: boca, triplo aquecedor, intestino grosso, estômago, Shenmen, temporal, ponto correspondente Artrite reumatóide (doença sistêmica crônica, de etiologia desconhecida, cujos sintomas e modificações do tecido conjuntivo predominam nas estruturas articulares e correlatas)

254 causa: dor, limitação de movimentos, deformidade das articulaçoes pontos: ápice da hélice, alergia, adrenal, endócrino, ponto correspondente Ciatalgia (inflamação no nervo cíático) causas: posturais, traumas, deficiência do meridiano da bexiga, fígado. pontos: ciático, quadril, Shenmen, bexiga, fígado Dor nas vértebras cervicais causas: espondilólise, ernia discal, osteófitos, deficiência do rim, fígado pontos: vértebra cervical, Shenmen, rim, endócrino, fígado Dor no calcanhar (esporão) causas: crescimento ósseo, proteção da junta danificada, bolsa com gordura, líquido orgânico, deficiência do rim pontos: calcanhar, rim, fígado, Shenmen, bexiga Dor no cóccix sintomas: trauma, queda pontos: Shenmen, cóccix, ponto onde há reflexo da dor Dor intercostal (flanco) causas: respiração inadequada, distúrbios respiratórios, edema do pulmão, pneumonia pontos: Shenmen, ponto correspondente, fígado, vesícula, pulmão, occipital, frontal, subcórtex Inflamação da articulação do ombro, joelho, tornozelo pontos: Shenmen, ponto correspondente, fígado, baço, endócrino Problema lombar sintomas: movimento brusco, distensão, vento, frio pontos: Shenmen, baço, fígado, ponto correspondente Torcicolo causa: contratura muscular, érnia cervical, osteófitos, diminuição do espaço intervertebral pontos: Shenmen, pontos correspondentes, fígado, baço, bexiga, triplo aquecedor, intestino grosso, Torção: causa: (entorse do: calcanhar, joelho, punho, cotovelo, dor e edema não localizados) pontos: Shenmen e pontos correspondentes (associados ao fígado e ao baço em caso de retenção de sangue ou líquido; bexiga em caso de dor lombar)  SISTEMA NERVOSO O sistema nervoso é a totalidade do aparelho nervoso do organismo: cérebro, tronco cerebral, medula espinhal, nervos cranianos e periféricos e gânglios. O sistema nervoso é o coordenador de todos os processos que visam adaptar o indivíduo ao meio. É constituído por centros e vias nervosas que foram comparados, por sua complexidade, a uma central telefônica.

255 A parte funcional ou anatõmica do sistema nervoso do organismo é também chamada de autônoma ou involuntária. Sistema nervoso autônomo é o conjunto de gânglios, nervos e plexos, através do qual as vísceras, o coração, os vasos sanguineos, a musculatura lisa e as glândulas recebem sua enervação motora. Anatornicamente, dividese em sistema simpático e parassimpático. Sistema nervoso simpático, como era chamado todo sistema nervoso autônomo no passado, é a divisão toracolombar do sistema nervoso autônomo: o tronco ganglionar simpático, os plexos simpáticos e as fibras préganglionares e pós-ganglionares associadas. Sistema nervoso parassimpático-é a divisão crânio-sacral do sistema nervoso autônomo, que consiste de fibras nervosas pré-ganglionares transportadas por certos nervos cranianos e sacrais, fora dos gânglios e das fibras pós-ganglionares; de modo geral pode-se dizer que enerva as mesmas estruturas e tem uma função reguladora oposta à do sistema nervoso simpático. Topograficamente, o sistema nervoso pode ser dividido em central e periférico. Sistema nervoso central compreende o encéfalo e a medula espinhal alojados na cavidade craniana e canal vertebral, respectivamente. Sistema nervoso periférico compreende os nervos e os gânglios.

Doenças mais comuns do sistema nervoso e pontos de tratamento: Depressão (tristeza extrema, melancolia ou abatimento que, ao contrário do pesar, são irreais e fora de proporção com qualquer causa alegada; pode ser um sintoma de qualquer transtorno psiquiátrico ou a manifestação primordial de uma reação psicótica depressiva ou de uma neurose)

256 sintomas: insônia, excesso de sonhos, sudorese, irritação, fraqueza física, memória enfraquecida pontos: Shenmen, coração, subcórtex, região de depressão, occipital, sangria no ápice da hélice Dor de cabeça causas: alimentação inadequada, clima, emoção, ambiente, situação de saúde em geral pontos: Shenmen, subcórtex, sangria no ápice, pontos correspondentes Dor no nervo ciático causas: causado pelo próprio nervo, por elemento contagioso, pelo frio pontos: ciático, quadril, Shenmen, bexiga, fígado Espasmo facial (contração brusca dos músculos da face) pontos: triplo aquecedor, boca, subcórtex, tronco do cérebro, fígado, baço, ponto correspondente (pode associar intestino grosso, Shenmen, occipital) Epilepsia (transtorno cerebral causado por uma descarga exagerada de sinapses manifestada por episódios transitórios de disfunção motora sensorial ou psíquica acompanhada ou não por inconsciência ou movimento convulsivo) pontos: subcórtex, tronco do cérebro, cérebro, occipital, fígado, rim, vago, shen men, snv Excesso de sonhos pontos: coração, subcórtex, região de depressão, próstata, sangria no ápice da hélice (associar ao rim e ao baço), shen men, snv. Insônia pontos: Shenmen, subcórtex, coração, rim, baço, fígado, shen men, triangulo límbico Nervosismo (quando a energia desce: catatônico; quando a energia sobe: histérico) pontos para catatonia, histerismo e apatia: fígado, coração, subcórtex, frontal, tronco do cérebro e sangria no ápice da hélice, shen men, snv Neuralgia do trigêmeo pontos: subcórtex, triplo aquecedor, tronco do cérebro, Shenmen, occipital, pontos correspondentes, sangria no ápice da hélice.  SISTEMA CIRCULATÓRIO O sistema circulatório ou cardiovascular compreende um órgão central propulsor, o coração, e uma série de condutos nos quais circulam o sangue e a linfa, respectivamente vasos sangüíneos e vasos linfáticos. O sistema vascular sangüíneo tem como função levar, a todos os órgãos e tecidos do corpo, o sangue, nutrientes, hormônios e oxigênio necessários à sua manutenção, e recolher os produtos de eliminação resultante do metabolismo celular.

257

Doenças mais comuns do sistema circulatório e pontos de tratamento: Arritmia (alteração ou anomalia do ritmo cardíaco normal) pontos: tórax, intestino delgado, subcórtex, ponto do coração, shenmen, adrenal, snv, vago, diafragma Hipertensão (tensão excessiva, geralmente empregada como sinônimo de pressão sangüínea alta) sintomas: dor de cabeça, tontura, taquicardia, insônia, ilusão de ótica em forma de faísca, entorpecimento das mãos e dos dedos pontos: sangria no ápice da hélice e no vale da hipertensão (dorso da orelha), hipertensão, subcórtex, simpático, rim, sangrar o sulco do hipotensor Hipotensão (tensão diminuída ou baixa, usualmente sinônimo de pressão baixa do sangue) sintomas: enfraquecimento, languidez, falta de ânimo pontos: hipotensão, adrenal, ponto do cérebro, tórax, vago, centro da incisura intertragiana Insuficiência coronariana (dor ou desconforto pré-cordiais prolongados, sem indícios habituais de infarto do miocárdio) causas: emocionais, alimentação, fumo, excesso de cansaço ou preocupacão. pontos: vago, intestino delgado, subcórtex, simpático, shenmen, tórax  SISTEMA RESPIRATÓRIO 0 sistema respiratório inclui todas as vias de condução do ar para os pulmões, inclusive as partes destes últimos onde se verifica uma troca entre oxigênio e dióxido de carbono, tais como nariz, cavidades nasais, faringe, laringe, traquéia, brônquios e pulmões. Incluem-se outras estruturas acessórias relacionadas à respiração,.como, por exemplo, o diafragma e os músculos respiratórios.

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Doenças mais comuns do sistema respiratório e pontos de tratamento: Asma (doença caracterizada por aumento da sensibilidade da traquéia e dos brônquios a diversos estímulos e traduzida pela constrição difusa das vias aéreas, cuja gravidade varia espontaneamente ou sob o efeito do tratamento) sintomas: tosse, espirros, dispnéia episódica pontos: asma, adrenal, shenmen, brônquios, pulmão, simpático, cérebro, alergia, diafragama Bronquite sintomas: (inflamação da mucosa dos brônquios) pontos: asma, brônquios, pulmão, traquéia, endócrino, sangria no ápice da hélice, diafragma, shemmen, pulmão Gripe (infecção respiratória aguda, de etiologia viral específica) sintomas: cefaléia, mialgia (dor nos músculos), febre e prostração pontos: pulmão, nariz interno, garganta (se houver febre - sangria no ápice da hélice, no ápice do trago e adrenal) Rinite crônica sintomas: (inflamação crônica da mucosa nasal) pontos: nariz interno, pulmão, orelha externa (desentope o nariz), endócrino, adrenal, alergia Rinite alérgica causa: (inflamação da mucosa nasal que pode ser produzida por qualquer alérgeno ativo, geralmente por inalação, como o de um pólen)

259 sintomas: espirro, coriza clara, coceira no nariz pontos: nariz interno, pulmão, adrenal, endócrino, ápice da hélice, associar ao baço e rim.  SISTEMA DIGESTÓRIO O sistema digestório compreende os órgãos relacionados à ingestão, digestão e assimilação de alimentos. Estes órgãos incluem: a. um tubo que se estende da boca até o ânus e uma série de glândulas relacionadas ao mesmo. O tubo é dividido em várias partes: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus.

Doenças mais comuns do sistema digestório e pontos de tratamento: Constipação causas: hábitos alimentares, fatores emocionais, fatores externos agressivos ou perversos sintomas: abdome inchado, dor de cabeça, tontura, enjôo, taquicardia, insônia, cansaço pontos: intestino grosso, triplo aquecedor, baço, subcórtex, constipação, snv, shenmen Diarréia pontos: reto, intestino grosso, Shenmen, occipital, endócrino, baço, simpático Enjôo, vômito pontos: estômago, fígado, simpático, baço, cárdia, snv, vago, shenmen Gastralgia (dor de estômago) pontos: estômago, simpático, subcórtex, duodeno, snv, vago, shenmen

260 Gastrite (inflamação do estômago) causas: emocionais ou alimentares sintomas: inchaço na região do estômago e abdome, acidez, soluço, enjôo, vômito, anorexia; pode causar anemia, emagrecimento, inchaço na língua pontos: estômago, baço, subcórtex, snv, vago, shenmen Gastrenterite (inflamação da mucosa do estômago e intestino) causas: tempo frio e úmido ou muito quente, alimentação fria e inadequada pontos: sangria no ápice da hélice, estômago, intestino grosso, intestino delgado, reto, endócrino, baço, simpático, snv, vago, shenmen Hemorróidas causas: deficiência da energia dos órgãos ou das vísceras, machucaduras, alimentação, vento, umidade, constipação, excesso de calor no corpo, quantidade muito alta de calorias, retenção de líquido orgânico, da circulação do sangue pontos: reto, intestino grosso, baço, adrenal, ponto do cérebro, diafragma, subcórtex, snv, vago, shenmen

Hepatite (inflamação do fígado) causas: ar estagnado no fígado, disfunção do fígado em relação ao baço (falta de sincronia entre o fígado e o baço) pontos: fígado, vesícula, região de inchaço abdominal, triplo aquecedor, orelha média, hepatite, subcórtex, snv, vago, shenmen Prolapso anal (hemorróidas que regridem) causas: tosse, espirro, excesso de esforço pontos: reto, ânus, intestino grosso, apêndice, baço, triplo aquecedor, snv, vago, shenmen Ulcera gástrica (úlcera que afeta a mucosa do estômago; úlcera: interrupção de continuidade de uma superfície epitelial, com base inflamada) causas: mudança de tempo, choque emocional (gastrite evolui para úlcera) sintomas: cansaço, mal estar pontos: estômago, duodeno, subcórtex, baço, simpático (estagnação líquido orgânico), Shenmen, fígado, triplo aquecedor  SISTEMA URINÁRIO 0 sistema urinário é uma das quatro vias excretoras do corpo humano. Consiste em dois rins, que produzem a urina; dois ureteres, que conduzem a urina para a bexiga e a uretra que elimina a urina da bexiga. A regulação da concentração de substâncias eliminadas na urina permite que o corpo controle a concentração de substâncias no sangue de modo a aumentar a homeostase dos líquidos corporais.

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Doenças mais comuns do sistema urinário e pontos de tratamento: Cálculos renais pontos: rim, simpático, Shenmen, endócrino, subcórtex, triplo aquecedor Cistite (inflamação na bexiga) pontos: bexiga, ureter, rim, endócrino, Shenmen, ápice, adrenal Ejaculação noturna pontos: rim, coração, subcórtex, fígado, Shenmen, occipital, ápice Enurese (incontinência urinária) pontos: bexiga, uretra, ânimo, cérebro, snv, vago, shenmen Impotência pontos: órgão genital externo, testículo, ânimo, ponto do cérebro, fígado, frontal Incontinência urinária (incapacidade de controlar a urina, micção urinária involuntária originada por causas orgânicas)

262 pontos: ponto do cérebro, endócrino, sede, boca, rim, occipital, uretra, bexiga Polaciúria: (pouca quantidade de urina, grande freqüência) pontos: uretra, bexiga, occipital, cérebro, rim, endócrino, sangria no ápice da hélice  SISTEMAS GENITAIS Os sistemas genitais dividem-se em: sistema genital feminino e sistema genital masculino. 0 sistema genital feminino é o conjunto de órgãos- responsável pela cópula e encarregados da reprodução da mulher. Consiste em: ovários, tuba uterina, útero, vagina e clitóris. 0 sistema genital masculino, do mesmo modo, é o conjunto de órgãos responsáveis pela cópula e encarregados pela fecundação na mulher. Consiste em: vesícula seminal, tubos e ductos, testículos, pênis e escroto.

Doenças mais comuns dos sistemas genitais feminino e masculino e pontos de tratamento: Amenorréia (falta da menstruação) pontos: útero, ovário, ponto do cérebro, rim, fígado, baço, endócrino Dismenorréia (menstruação dolorosa ou penosa) pontos: útero, ovário, endócrino, ponto do cérebro, Shenmen, abdome, pélvis, subcórtex, fígado Endometrite (inflamação no endométrio)

263 pontos: útero, ovário, endócrino, pulmão, genitália externa Hemorragia uterina pontos: adrenal, pélvis, endócrino, fígado, rim, baço Infecção pélvica pontos: ápice da hélice, endócrino, adrenal, baço, Shenmen, quadril Leucorréia (corrimento mucopurulento esbranquiçado do canal genital feminino) pontos: útero, ovário, endócrino, snv, vago, shenmen Menopausa pontos: útero, ovário, adrenal, rim, endócrino, snv, vago, shenmen Menstruação irregular pontos: útero, ovário, endócrino, ponto do cérebro, rim, fígado, baço Pré-menopausa pontos: genitália interna, endócrino, ovário, rim, fígado Prolapso do útero pontos: útero, colo do útero, genitália interna, rim, baço Prostatite (inflamação na próstata) pontos: próstata, uretra, rim, fígado, endócrino, ápice da hélice  SISTEMA ENDÓCRINO O sistema endócrino compreende as glândulas sem ductos ou endócrinas, as quais lançam seus produtos de secreção, os hormônios, diretamente no sangue, por meio do qual são distribuídos por todo corpo. Dentre as glândulas do sistema endócrino, destacamos as seguintes: hipófise, tireóide, paratireóide, timo, pâncreas, adrenais, ovários e testículos.

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Doenças mais comuns do sistema endócrino e pontos de tratamento: Diabetes (insuficiência pancreática) pontos para sede excessiva: endócrino, pulmão, ponto da sede, snv, vago, shenmen pontos para fome excessiva: endócrino, estômago, ponto da fome, snv, vago pontos para micção freqüente: endócrino, rins e bexiga, snv, vago, shenmen Hipertireoidismo (constelação de sinais e sintomas decorrentes de excesso de hormônio tireoidiano no sangue, quer por atividade funcional exagerada da glânduIa tireóide, quer por administração excessiva de hormônio da tireóide) sintomas: aumento de volume da tireóide, sudorese, emagrecimento, taquicardia, exoftalmia (protrusão anormal do globo ocular para fora da órbita, proptose) e tremor pontos: tireóide, endócrino, ponto do cérebro, subcórtex (associar coração, fome, ponto do coração, ápice da hélice, Shenmen, occipital) Hipotireoidismo: (estado funcional resultante de insuficiência de hormônios tireoidianos) sintomas: dependentes do estágio de desenvolvimento do paciente e do grau de insuficiência pontos: tireóide, endócrino, ponto do cérebro, subcórtex Insuficiência da glândula pancreática (insuficiência na secreção de líquido que dirige proteínas, gorduras e carboidratos, insuficiência na elaboração da insulina)

265 pontos: pâncreas e vesícula, fígado, endócrino, ponto do cérebro, triplo aquecedor, subcórtex Tireoidite (inflamação da tireóide) pontos: tireóide, endócrino, ponto do cérebro, triplo aquecedor, rim, fígado Epistaxe (hemorragia nasal) pontos: nariz interno, adrenal, baço, pulmão, diafragma, estômago, ponto do cérebro Faringite crônica (inflamação crônica da faringe) pontos: faringe, laringe, endócrino, pulmão, adrenal Gengivite (inflamação da gengiva) pontos: triplo aquecedor, adrenal, rim, boca, Shenmen, intestino grosso, estômago, ponto correspondente Glaucoma crônico (grupo de entidades mórbidas no olho caracterizado por elevação anormal da pressão intraocular) pontos: rim, fígado, olho, vista1, vista2 Glossite (inflamação da língua) pontos: língua, boca, endócrino, coração, pulmão Hemorragia crônica da gengiva pontos: estômago, fígado, intestino grosso, adrenal, baço, traquéia, boca, ponto correspondente Hemorragia da gengiva pontos: adrenal, baço, traquéia, boca, ponto correspondente Labirintite pontos: orelha interna, orelha externa, occipital, triplo aquecedor, rim, vesícula, subcórtex, Shenmen, sangria no ápice da hélice, temporal Laringite crônica (inflamação crônica da laringe) pontos: faringe, laringe, coração, endócrino, pulmão Miopia (vista curta, imagem focal se forma à frente da retina) pontos: rim, fígado, olho, vista2, baço, sangria no ápice da hélice Otite média crônica (inflamação crônica da orelha média) pontos: orelha interna, orelha média, orelha externa, adrenal, vista2, ápice da hélice, subcórtex, temporal Perda de olfato pontos: nariz interno, pulmão, próstata, endócrino, adrenal Periodontite (inflamação do periodonto - tecidos de revestimento e sustentação que rodeiam um dente) [

pontos: maxilar, mandíbula, boca, rim, adrenal

266 Sensação de sufocação pontos: fígado, pulmão, esôfago, garganta, brônquios, traquéia, triplo aquecedor, baço, subcórtex Tracoma (moléstia infecciosa da conjuntiva e da córnea que produz fotofobia) pontos: olho1, fígado, rim, hipertensão, occipital, subcórtex, ápice da hélice, Shenmen úlcera bucal (interrupção de continuidade da superfície epitelial da cavidade bucal, com base inflamada) pontos: boca, endócrino, Shenmen, língua, pulmão  SISTEMA SENSORIAL O sistema sensorial compreende os órgãos dos sentidos: visão, audição, olfação, gustação. Doenças mais comuns do sistema sensorial e pontos de tratamento:

Afta pontos: boca, endócrino, adrenal, occipital, pulmão Amidalite (inflamação das amídalas) pontos: tonsila (amídala), endócrino, Shenmen, hélice 1-6, sangria no ápice da hélice, sangria nos pontos 1-6 da hélice Astigmatismo (defeito visual, congênito ou adquirido, resultante da curvatura irregular de uma ou várias superfícies de refração dos olhos) pontos: rim, fígado, vista2

267 Cegueira noturna pontos: fígado, vista2, occipital Conjuntivite aguda (inflamação aguda da conjuntiva) pontos: olho, fígado, pulmão Conjuntivite folicular (conjuntivite caracterizada por folículos linfáticos no estroma superficial da conjuntiva) pontos: olho, fígado, adrenal, pulmão Dor de dente pontos: maxilar, mandíbula, Shenmen, dentel, dente2, laringe Dor de ouvido pontos: triplo aquecedor, orelha interna ou orelha média (correspondente à dor), endócrino, adrenal, Shenmen, ápice da hélice

ou

orelha

externa

Pistaxe (hemorragia nasal) pontos: nariz interno, adrenal, baço, pulmão, diafragma, estômago, ponto do cérebro Faringite crônica (inflamação crônica da faringe), pulmão, snv, diafragama pontos: faringe, laringe, endócrino, pulmão, adrenal Gengivite (inflamação da gengiva) pontos: triplo aquecedor, adrenal, rim, boca, Shenmen, intestino grosso, estômago, ponto correspondente Glaucoma crônico (grupo de entidades mórbidas no olho caracterizado por elevação anormal da pressão intraocular) pontos: rim, fígado, olho, vistal, vista2 Glossite (inflamação da língua) pontos: língua, boca, endócrino, coração, pulmão, estômago Hemorragia crônica da gengiva pontos: estômago, fígado, intestino grosso, adrenal, baço, traquéia, boca, ponto correspondente Labirintite pontos: orelha interna, orelha externa, occipital, triplo aquecedor, rim, vesícula, subcórtex, Shenmen, sangria no ápice da hélice, temporal Laringite crônica (inflamação crônica da laringe) pontos: faringe, laringe, coração, endócrino, pulmão

268 Miopia (vista curta, imagem focal se forma à frente da retina) pontos: rim, fígado, olho, vista2, baço, sangria no ápice da hélice Otite média crônica (inflamação crônica da orelha média) pontos: orelha interna, orelha média, orelha externa, adrenal, vista2, ápice da hélice, subcórtex, temporal Perda de olfato pontos: nariz interno, pulmão, próstata, endócrino, adrenal Periodontite (inflamação do periodonto - tecidos de revestimento e sustentação que rodeiam um dente) pontos: maxilar, mandíbula, boca, rim, adrenal Sensação de sufocação pontos: fígado, pulmão, esôfago, garganta, brônquios, traquéia, triplo aquecedor, baço, subcórtex úlcera bucal (interrupção de continuidade da superfície epitelial da cavidade bucal, com base inflamada) pontos: boca, endócrino, Shenmen, língua, pulmão  SISTEMA TEGUMENTAR O sistema tegumentar compreende a pele, os pelos e as unhas.

Doenças mais comuns do sistema tegumentar e pontos de tratamento: Acne pontos: adrenal, baço, pulmão, endócrino, pontos correspondentes, sangria no ápice, coração

269 Alopecia (queda de cabelo) causas: enfraquecimento do corpo, doença crônica pós-parto, disfunção das glândulas endócrinas, disfunção do metabolismo, problemas emocionais, problema hereditário, química da tintura de cabelos pontos: fígado, vesícula, intestino grosso, bexiga, rim, adrenal, subcórtex, endócrino, baço, pulmão, ponto correspondente (frontal: sobrancelha) Dermatite de contato (doença que resulta, quer do efeito irritante primário de uma substância, quer da sensibilização a uma substância que entra em contato com a pele) pontos: diafragma, pulmão, baço, adrenal, -alergia, endócrino, pontos correspondentes, sangria no ápice da hélice Dermatite seborréica (forma aguda e inflamatória de inflamação cutânea, que ocorre habitualmente em pele gordurosa, provida de grandes glândulas sebáceas; caracteriza-se por escamas secas, úmidas ou oleosas e por placas de crostas amareladas, remissões, exacerbações e prurido) pontos: pulmão, endócrino, adrenal, baço, occipital Esclerodermia (aumento do tecido conjuntivo colágeno na pele, quer focal, quer difuso) pontos: pulmão, occipital, endócrino, adrenal, fígado, baço, cérebro Eczema (doença inflamatória, aguda ou crônica, pruriginosa, não contagiosa; geralmente caracterizada por variadas lesões papulosas, vesiculosas, pustulares, edematosas, espessadas, escamantes ou exsudativas; a pele mostra-se avermelhada, desaparecendo a vermelhidão nas regiões vizinhas, não atingidas) pontos: Shenmen, diafragma, pulmão, endócrino, baço Foliculite (condição inflamatória dos folículos pilosos do couro cabeludo, resultando em calvície) pontos: pontos correspondentes, pulmão, occipital, endócrino Fotodermatite (qualquer erupção cutânea acarretada pela exposição à luz) pontos: Shenmen, pulmão, endócrino, adrenal Herpes zoster (doença infecciosa aguda causada por vírus, caracterizada, na maioria dos casos, por inflamação unilateral segmentar dos gânglios das raízes posteriores dos nervos espinhais ou dos gânglios intramedulares dos nervos cranianos e por uma erupção vesicular dolorosa da pele e das membranas mucosas na região correspondente à distribuição periférica de um nervo) pontos: pulmão, fígado, vesícula, endócrino, adrenal, ponto correspondente, sangria no ápice da hélice Prurido pontos: alergia, Shenmen, baço, fígado, sangria no ápice da hélice, sangria no ponto correspondente Manchas escuras pontos: adrenal, rim, cérebro, baço, pulmão, sangria nos pontos correspondentes (mulher: ovário, genitália interna; homem: próstata) Nariz crescido, esponjoso e vermelho (às vezes com acne e pústulas) pontos: adrenal, endócrino, baço, estômago, nariz externo, pulmão, sangria no ápice, sangria no ponto correspondente

270 Neurodermatite (ligada ao sistema nervoso, cansaço, má alimentação, má digestão, disfunção intestinal, vermes, disfunções do metabolismo, disfunção das glândulas endócrinas) pontos: alergia, endócrino, adrenal, baço, pulmão, ponto correspondente, parótida Sudorese (em/todo corpo ou parcial, transpiração causada por nervosismo) pontos: Shenmen, subcórtex, simpático, coração, pulmão, ponto correspondente Urticária (anomalia cutânea caracterizada pela incidência de pápulas acompanhadas de prurido intenso, com o centro elevado, esbranquiçado e os bordos eritematosos; aparecem em grupos e distribuem-se por toda superfície do corpo) pontos: Shenmen, pulmão, occipital, endócrino, adrenal Auriculopuntura na prevenção de doenças, para mal estar ou vício Enjôo ou tontura pontos: cárdia, estômago, occipital, orelha interna, subcórtex (se provocada por odores fortes: ponto da alergia), snv, vago, shenmen Gripe pontos: baço, pulmão, nariz interno, adrenal, endócrino, sangria no ápice Tabagismo pontos: boca, nariz interno, pulmão, baço, brônquios, ponto do cérebro Shenmen, subcórtex, endócrino, simpático, ponto da fome, ponto da sede' sangria no ápice Auriculoterapia em emergências Choque pontos: adrenal, hipertensor, subcórtex, coração Coma pontos: Shenmen, coração, subcórtex, cérebro, simpático Convulsões pontos: Shenmen, subcórtex, occipital, coração, fígado Desmaio pontos: Shenmen, adrenal, subcórtex, coração Insolação pontos: Shenmen, subcórtex, coração, adrenal, occipital, sangria no ápice da hélice Auriculopuntura na estética Envelhecimento ou enfraquecimento pontos: coração, baço, pulmão, endócrino, frontal, subcórtex Obesidade pontos: endócrino, ponto do cérebro, ânimo, frontal, fome, rim, intestino grosso, triplo aquecedor, ponto correspondente (se houver inchaço: região de flatulência), constipação, pulmão Volume das mamas pontos: glândula mamária, hipófise

271  QUIROPATIA/QUIROPRAXIA HISTÓRIA: INTRODUÇÃO Para iniciarmos a história da quiropatia e de seu fundador, temos que dar um rápido panorama da época em que ela, como ciência, deu seus primeiros passos. Quando vemos, hoje, nos Estados Unidos da América, os grandes complexos universitários onde funcionam as faculdades de medicina, quiropatia e osteopatia (as três profissões na área de saúde), com todos os seus recursos modernos, técnicas atualizadíssimas de pesquisas, grandes hospitais com equipamentos sofisticados etc,somos levados a crer que as profissões de cura sempre foram aquelas das quais se exigia o maior grau de informação e treinamento. Uma boa educação nesta área, porém, é um fato apenas recente, já que até 1912 (ano em que foi regulamentada a primeira escola de medicina nos EUA), as faculdades eram totalmente inadequadas, com pessoal mal capacitado e requisitos de estudo mínimos. Com algumas raras exceções, poucas instituições mantinham um nível razoável de ensino e recursos e nenhum estado da federação norte-americana possuía legislação decente para a prática e arte de curar. Desde o início do século XIX, as artes curativas vinham sofrendo uma constante revolução e ampliação. A partir de 1810, doutor Samuel Hanemann originou, na Europa, uma revolução nos meios ortodoxos, ao formular o conceito de energia vital e divulgar a sua medicina dos semelhantes (homeopatia). Porém, nos EUA, a homeopatia, mal absolvida durante todo o século, foi vinculada ao uso de ervas e plantas medicinais de manuseio doméstico, tão ao gosto dos pioneiros e dos indígenas. Estavam também em moda os tratamentos “magnéticos” a ciência das forças invisíveis que não eram tidos como mágicos ou milagrosos, mas como de forças invisíveis que podiam ser captadas por algumas pessoas “especiais”. A medicina era praticada de acordo com o princípio da etiologia específica, ou seja, as doenças são específicas e têm causas específicas. Teoria esta predominante desde Girolano Francastro (1540), reforçada posteriormente com as descobertas de Pasteur e Koch. Esta era uma medicina apenas sintomática, com uma supervalorização da função. Desencantado com os recursos de sua época, após ter perdido a esposa e três filhos, em 1874, o doutor Andrew Taylor Still desenvolveu a teoria de que a estrutura governa a função. Valorizou a relação biomecânica as funções musculares e da circulação. Criou a ciência da osteopatia, que sustenta que a causa das enfermidades reside na má circulação do sangue. Os primeiros osteopatas diziam: “ Regulem a circulação do sangue e o corpo se curará sozinho”. No final do século, o doutor Daniel David Palmer propõe uma nova teoria dando a mesma importância tanto a estrutura quando a função. Já que ambas são comandadas pelo sistema nervoso, é aí, no sistema nervoso, que se deve concentrar a atenção para se conceituar o que é saúde, bem como determinar a origem da doença. Esta teoria veio revolucionar as artes curativas a partir do início do século XX. DANIEL DAVID PALMER De origem anglo-germânica, nasce a 7 de março de 1845 na pequena cidade de Port Perry, a poucos quilômetros de Toronto, Canadá. Demonstra desde pouca idade grande interesse em aliviar os padecimentos de seus semelhantes e mergulha em leituras nas quais aprofunda o seu conhecimento do corpo humano e de todos os métodos de cura existentes na época. Emigrou para os EUA e se estabeleceu na cidade de Davenport, lowa. Era já, neste fase de sua vida, um profundo conhecedor de frenologia; a ciência que revela características psíquica e da personalidade do indivíduo através da conformação do crânio.

272 Em um encontro com Paul Caster, toma conhecimento do modismo europeu dos tratamentos magnéticos e passa a aplicá-los. Excêntrico e não-conformista, dotado de grande intuição, foi incorporando uma a uma todas as teorias e técnicas que, de alguma forma, ajudavam a amenizar o sofrimento humano. Ele achava que as artes de cura desses tempos se caracterizavam pela negligência ao não investigarem a raiz da enfermidade. Expressava-se da seguinte maneira: “Nos tempos obscuros, quando os homens viviam em cavernas e choças, e também na atualidade, as pessoas têm recorrido a métodos de bruxaria, feitiços e nicromancia para mitigar suas doenças, tanto nervosas como físicas. Seu único propósito é encontrar um antídoto para cada padecimento e erradicar seu mal, como se a enfermidade fosse um intruso com inteligência. Em seu desejo de livrarse das aflições e prolongar sua existência, o homem tem investigado por todas as partes, buscando uma solução para elas”. Tem provado poções de ervas e minerais, tem recorrido às ciências ocultas e demais meios na busca pela saúde. Em seu desespero por lograr isto, tem sacrificado pessoas e animais para utilizar vários órgãos como amuletos de saúde. Tem elaborado pós, manjares, elixires, tinturas, pastilhas, loções etc., tanto de plantas como de seres vivos, dando a cada um destes remédios atributos curativos. “Uma pergunta que sempre tem ocupado meu pensamento é por que uma enfermidade afeta a certas pessoas e a outras não. Duas pessoas trabalhando juntas sob as mesmas condições, uma delas cai enferma e a outra não. Que diferença existe entre uma pessoa que adoece de pneumonia, febre tifóide, reumatismo e outra, a quem nada lhe afeta? Esta é uma pergunta que tem me inquietado durante o transcurso dos anos”. A aparência do doutor Palmer era também extraordinária: estatura baixa, atarracada, cabelos negros e abundantes, olhos também negros e olhar penetrante. Era possuidor de uma barba que lhe dava um aspecto patriarcal e parecia irradiar energia. Sua personalidade, em suma, era notável. Em setembro de 1895, fez um experimento extraordinário, No edifício onde tinha seu consultório havia um funcionário negro, misto de porteiro e faxineiro, de nome Harvey Lillard. Este homem era quase totalmente surdo, havendo necessidade de se gritar para ser entendido por ele. O doutor Palmer havia se inteirado de que sua surdez iniciara-se dezessete anos antes, depois de haver feito um grande esforço e sentido uma dor aguda na nuca; fora-lhe ministrado um tratamento convencional da medicina da época, sem resultados animadores. Penalizado pelo quadro de extrema tensão que o paciente apresentava, executava algumas manobras relaxantes no pescoço e ombros do paciente quando percebeu que uma das vértebras da região se apresentava levemente mais saliente do que seria normal. lntuitivamente pediu que o paciente se deitasse no chão e pressionou tal vértebra, ouvindo alguns estalidos secos na região. Logo após, Lillard lhe informou que tal ação lhe havia causado um enorme bem-estar, uma agradável sensação de leveza e liberdade. Palmer não sabia ainda ao certo o que estava na realidade ocorrendo, mas persistiu com essas manobras diariamente. Após aproximadamente 15 dias, surpreso, paciente e terapeuta notaram que a audição quase inexistente de Lillard havia se recuperado “milagrosamente”. Não era mais necessário aumentar o volume da voz para se ser ouvido por ele, o que era mais impressionante ainda, o paciente havia recuperado também a alegria de viver, uma nova e maravilhosa disposição, energia e bom humor. O fato em si afetou espetacularmente ao médico, mais do que ao paciente. Pelos dados e conhecimentos da medicina da época, nada havia que o informasse da ligação existente entre a coluna vertebral manipulada e a função de audição recuperada. Deduziu que, de alguma forma, aquele mau posicionamento vertebral, durante anos, havia interferido na manifestação nervosa que permitia ao cérebro a capacidade de ouvir. Ficou no entanto confuso, pois a ciência dizia que tal capacidade era proporcionada por nervos cerebrais diretos, que não passavam pela medula espinhal nem dela emergiam. A partir de então concentrou toda sua atenção em pesquisar o sistema nervoso e suas intrincadas ramificações e, lentamente, foi observando a enorme importância que a estrutura óssea, e principalmente as articulações, com sua engenharia maravilhosa, representavam para a perfeita manifestação da energia nervosa que fluía e refluía do cérebro. As suas observações foram-no levando a ver que era nas articulações que havia maior probabilidade dos condutos nervosos sofrerem algum tipo de pressão, dificultando o livre tráfego de informações entre o cérebro e as diversas partes do organismo, fossem tecidos, órgãos ou mesmo funções.

273 A partir daí sua mente por demais inquieta não lhe permitiu mais sossego, iniciou uma revisão completa nos tratados de anatomia, patologia e fisiologia, constante troca de idéias com colegas, reformulação de conceitos, intermináveis questionamentos. Os conhecimentos de então, com referência à relação entre as causas e os efeitos observados, eram nulos. Outros pacientes foram trabalhados, com novas surpresas. Agora observava que em toda a extensão da coluna vertebral, e não somente na região cervical, havia dezenas de “caixinhas de surpresas”. Ora um problema digestivo cedia pela pressão feita em determinada vértebra, ora um ataque de bronquite desaparecia por pressão em outra, dores nas costas eram aliviadas, problemas renais melhoravam, dores de cabeça deixavam de se manifestar, veias e artérias aparentemente dilatadas voltavam a sua aparência normal, formigamento e câimbras nos braços e pernas desapareciam como que por encanto. Palmer ainda não sabia, mas nos próximos onze anos essa busca desesperada por respostas o levaria a traçar os fundamentos de uma nova e maravilhosa teoria, que proporcionaria o surgimento de uma técnica de cura revolucionária, destinada a aliviar o ser humano de inúmeros desconfortos e doenças e a ampliar ainda mais, no século XX, os conceitos filosóficos de saúde e doença. Uma técnica humana e simples que, além de informar o como e o porquê da doença se manifestar no corpo humano, indicava qual o funcionamento e o papel da natureza nos processos de cura. Nesses onze anos, sua compreensão teve horizontes ampliados, fazendo-o vislumbrar como poucos a interação mente-corpo. Um profundo conhecimento das ciências ortodoxas de cura de sua época, aumentado pelas informações históricas da medicina em seus primórdios, a aceitação dos métodos modernos de pesquisa, um temperamento organizado por um rigor científico exacerbado foram os ingredientes que, somados a um profundo respeito pelo desconhecido Deus dos homens, o levaram a formular uma filosofia que mostra ao mundo, com extrema simplicidade, a manifestação de uma mente universal operando diuturnamente em todos os níveis da natureza e, em especial, no ser humano. Além do discurso filosófico, descreveu técnicas, algumas antigas, outras não, gerou métodos de diagnóstico e toda uma prática que auxiliaria, a quem a aplicasse, tornar-se o agente desta força perfeita e maravilhosa que opera no corpo humano, libertando-a para que, em toda sua plenitude, execute o seu objetivo primordial: dar ao homem saúde e felicidade. O resto virá por acréscimo. Todas as grandes descobertas e invenções da mente humana quase sempre ocorrem por “acaso”. Esse feliz acaso na vida de Palmer fez com que revivesse técnicas e conceitos, havia muito, dormiam na memória das ciências ortodoxas de cura. Hipócrates e Esculápio,o devem ter sorrido de satisfação, em suas eternas moradas, ao verem suas admoestações serem novamente observadas. Um fato histórico de muita importância para a quiropatia, e que de certa forma mostra o caráter de seu fundador, é que, durante estes anos de pesquisas, o estado de lowa, onde residia Palmer, regulamentou a profissão médica através do reconhecimento oficial dos profissionais que atuavam na área da saúde, concedendo-lhes o título de MD (Medical Doctor), independente da formação que tivessem até então. Palmer, fiel a seus princípios e novas descobertas, recusou o título e passou a organizar uma escola onde pudesse formar profissionais dentro de seus novos parâmetros, capazes de dominar não só as matérias convencionais, como também os aspectos filosóficos e técnicos da arte de cura emergente, que se especializassem em curar sem o uso de drogas e cirurgias. A essa nova técnica deu o nome de Chiropractic e ao profissional que a pratica o título de DC (Doctor of Chiropractic). O TERMO QUIROPATIA Sem dúvida, toda a técnica que Palmer havia desenvolvido era manipulativa por excelência e, querendo ser fiel até mesmo no nome que daria a esta nova ciência, recorreu a seu amigo reverendo Samuel Weed, professor de grego e história, que o ajudou a unir as palavras gregas cheiros = mãos (práxis = prática, ação, conduta, designa aquele que trata, que cuida da pathos = doença, dor, paixão, sentimento. Em grafia anglo-saxônica, esta junção deu o nome a técnica de Chiropractic, que passaria a definir a cura com as mãos).

274 A tradução literal para o português seria portanto Ouiroprática. Porém, em nosso idioma, este termo soaria como uma atividade leiga adquirida apenas pela prática, o que, em se tratando de ciência, não é verdade. O seu postulante necessita, antes de tudo, de um bom embasamento cultural e técnico, de conhecimentos tais como anatomia, fisiologia, patologia. Precisa também dominar a filosofia quiropática e desenvolver, através de técnicas especiais, uma forte e precisa sensibilidade táctil. Por isso optamos pelo termo Ouiropatia, embasados nos precedentes de nosso idioma e também inspirados nas palavras gregas. Alos = diferentes, antipáticos, antagônicos homeos = semelhantes, iguais, afinisados, simpáticos Alopatia - palavra composta por alo (diferente) + pathos (doença). O significado real da palavra alopatia portanto é doença dos diferentes; porém, popularizou-se o termo como definindo um tipo de medicina, aquela que combate as doenças (uma terapia portanto) através dos opostos, ou seja, a terapia na qual o medicamento usado possui características diferentes dos sintomas apresentados pelo doente. Homeopatia - palavra composta por homeo (semelhante) + pathos (doença). Como no caso anterior, o significado literal da palavra seria doença dos semelhantes: porém popularizou-se o termo como definindo um tipo de medicina (terapia) que combate as doenças usando medicamentos que possuam características semelhantes, iguais aos sintomas apresentados pelo doente. Quiropatia - palavra formada por quiro (mão) + pathos (doença). O significado literal seria doença das mãos; por analogia aos exemplos anteriores pretendemos que se divulgue e popularize como sendo a ciência, arte e técnica de combater as doenças com as mãos. CONCEITOS BÁSICOS A quiropatia vem tomando parte na revolução científica dos tempos modernos. Desde que se estabeleceu como profissão, há aproximadamente cento e dez anos, tem contribuído com novos conhecimentos e conceitos ao moderno estudo de saúde e doença. Foi fundamentada em quatro princípios básicos: 1. Irrelações anatômicas podem criar distúrbios funcionais no corpo. Esta descoberta mostrou a necessidade do estudo da anatomia estrutural relacionada com a postura e os mecanismos do corpo nos problemas de saúde e doença. 2. Distúrbio do sistema nervoso são os principais fatores no desenvolvimento de muitas doenças. Este conceito vem de 1895, bem antes do mundo científico estar ciente da grande importância do sistema nervoso como causador de doenças. 3. Subluxações espinhais são uma causa específica da irritação dos nervos e de interferência Foi a quiropatia que chamou a atenção sobre a coluna vertebral e a pélvis humana como importantes fatores nos processos das doenças. O termo subluxação vem sendo aceito por algumas áreas da medicina tradicional somente nos últimos vinte anos. 4. O princípio víscero-espinhal, a irritação dos nervos espinhais podem conduzir a um distúrbio na função de um ou mais órgãos internos do corpo. Atualmente plenamente confirmado por extensas e modernas pesquisas neurológicas. Figuras de vulto no meio médico-científico, não só nos EUA mas também na Europa, compreenderam o enfoque holístico da quiropatia, deram e vêm dando respaldo a essa nova ciência que vê o ser humano como um universo completo em si mesmo e cuja tendência básica é ser saudável.

275  QUIROPATIA TERMOS TÉCNICOS Estas são as abreviaturas usadas nos termos Técnicos em Quiropatia: 01 - L - listagem de vértebras. 02 - PP - posição do paciente. 03 - DP - posição do terapeuta. 04 - CH - mão de contato, trata-se da mão que efetua o impulso corretivo. OBS) Um contato que se usa a coxa, o joelho, etc, do terapeuta é chamado contato intermediário. 05 - T - impulso, trata-se do específico impulso dinâmico, para o qual a técnica é destinada. 06 - CHEPHALAD - sentido cranial - em direção a cabeça. 07 - CAUDAD - sentido caudal - em direção aos pés. 08 - Dr. médico. 09 - TER - terapeuta. 10 - C - cervical. 11 - T - torácica. 12 - L - lombar. 13 - PT - paciente. 14 - RT - direito. 15 - LT - esquerdo. 16 - TP - processo transverso. 17 - AP - processo articular (cervicais). 18 - MP - processo mamilar (lombares). 19 - PS - processo espinhoso. POSIÇÕES DO OCCÍPICIO RPS ou LPS - direita ou esquerda póstero superior. RL ou LL - direita lateral ou esquerda lateral. AI - RAI - LAI - anterior/inferior - direita ou esquerda póstero inferior. PI - RPI - LPI - posterior/inferior - direita ou esquerda póstero inferior. POSIÇÕES DO ATLAS RP ou LP - direita ou esquerda posterior. RL ou LL - direita ou esquerda lateral. RI ou LI - direita ou esquerda inferior. POSIÇÕES CERVICAIS - TORÁCICAS E LOMBARES RP ou LP - direita ou esquerda posterior. RI ou LI - direita ou esquerda inferior. RL ou LL - direita ou esquerda lateral. RPS ou LPS - direita ou esquerda póstero superior. RPI ou LPI - direita ou esquerda póstero inferior. P - posterior. A - anterior. I- inferior. AI - antero inferior torácicas somente visto da lateral. PI - póstero inferior torácicas somente vista da lateral. POSIÇÕES PELVICAS RPIN ou LPIN - osso ilíaco direito ou esquerdo posterior. RAIN ou LAIN - osso ilíaco direito ou esquerdo posterior. RAP ou LAP - pélvis direita ou esquerda anterior (é uma luxação lombo sacral). POSIÇÕES DO SACRO AS - sacro anterior. PS - sacro posterior (base sacral posterior). RAIS ou LAIS - sacro direito ou esquerdo anterior inferior. RPIS ou LPIS - sacro direito ou esquerdo posterior inferior.

276 POSIÇÕES DO COCCIX A - anterior RA ou LA - direita ou esquerda anterior. 1 - AS CONTRA INDICAÇÕES 1.1 - Neoformações malignas. 1.2 - Tuberculose. 1.3 - Osteomielite. 1.4 - Fraturas. 1.5 - Osteoporose ativa, 1.6 - Rupturas ligamentosas. 1.7 - Artrite aguda de qualquer natureza. 1.8 - Prolápsos discais nos quais existem graves alterações neurológicas por compressão sobre a medula espinhal, rabo de cavalo e raízes nervosas. 2 - QUANDOS AS MANIPULAÇÕES NÃO SÃO EFETIVAS 2.1 - Febres. 2.2 - Enfermidades venéreas. 2.3 - Doenças tropicais - parasitárias ou endócrinas. 2.4 - Transtornos metabólicos por carência vitamínicas. 2.5 - Discrasia sanguíneas. 2.6 - Enfermidades gastrintestinais não funcionais. 2.7 - Enfermidades vasculares com exceção de alguns transtornos de vasomotricidade. 2.8 - Enfermidades respiratórias com exceção das produzidas por alterações mecânicas da respiração. 2.9 - Enfermidades neurológicas com exceção de mielopatia cervical. 2.10 - Demências orgânicas e psicoses. 2.11 - Enfermidades cutâneas. 3 - QUANDO AS MANIPULAÇÕES DEVEM SER EXECUTADAS COM GRANDE CUIDADO 3.1 - Prolápsos discais cervical. 3.2 - Artrose. 3.3 - Hérnias discais lombares. 3.4 - Prolápsos discais lombares com sinais anormais do Sistema Nervoso Central. 3.5 - Ciática com prova de elevação de perna estendida a menos de 30º grau. 3.6 - Hipermobilidade. 3.7 - Escoliose (?).

277  MÃO DO QUIROPATA

4

4

4

4 7

3

12

8

5 6 9

2

1

10

11

1. PISIFORME 2. HIPOTENAR 3. METACARPO 4. DEDOS 5. DISTAL INTERFALANGEAL 6. PROXIMAL INTERFALANGEAL

7. DEDO INDICADOR 8. JUNTA DOS DEDOS 9. POLEGAR 10. TENAR 11. CALCANEO 12. PALMÃ

278 CERVICAIS

TORACICAS

LOMBARES

279

 RELAÇÃO DE VERTEBRAS E POSIÇÕES

AVALIAÇÃO ORTOPEDICA QUIROPRAXICA Testes Ortopédicos: Na conduta de seus exames, vários ortopedistas observaram que os pacientes acometidos de certos sintomas clássicos apresentavam consistentes reações ou respostas a manobras específicas que lhe eram solicitadas a fazer. Cada teste assim planejado tomava-se identificado com o nome do ortopedista que em primeiro lugar o descrevia. Muitos são simples repetições de um outro, talves realizado numa maneira um pouco diferente, mas essencialmente os mesmos na essência e importância. O estudante pode mais facilmente aprender e usufruir do emprego destes testes, se ele entender a fisiologia respectiva, as razões pelas quais o paciente reage a uma específica manobra, ao invés de simplesmente de decorar o teste e seu significado. Os testes a seguir, embora individualmente identificados por diferentes nomes e efetuados numa maneira ligeiramente diferentes, são essencialmente os mesmos. indicam a presença da neurite ciática e é a reação da dor induzida pelo estiramento da bainha do nervo inflamado.

280 TESTE DE LEWIN O paciente em pé inclina-se para frente, a fim de tocar os dedos do pé. O examinador leva ambos os joelhos na extensão total. A extensão da perna afetada induz a dor, a perna se move com estalo para trás na flexão. TESTE DE LASEGUE Este teste é realizado na posição com o paciente deitado em decúbito dorsal, o examinador, segura a perna na extensão total e a eleva. A dor ocorre ao longo do local ciático no lado afetado. TESTE DE COMPRESSÃO DE JAKSON Efetuado na posição sentada. O Examinador fica atrás do paciente coloca ambas as palmas das mãos sobre a coroa da cabeça dedos cruzados impondo peso a cabeça, diretamente para baixo. A dor ocorre no local da lesão, ao longo do braço afetado. SINAL DE TRENDELENBURG Efetuado em pé. O paciente flexiona a perna, elevando um joelho. Se a pélvis se levanta no lado do joelho flexionado, as condições são normais. Se a pélvis se abaixa no lado do joelho flexionado, a junta do quadril oposta esta deslocada. MANOBRAS GERAIS 1º - O paciente deita-se em decúbito dorsal (supino), o Terapeuta toma posição aos pés do mesmo e executa nos dedos dos pés do paciente pequenos movimentos rotatórios iniciando no dedo mínimo terminando no hálux (dedão) esta técnica chama-se alargamento dos artelhos. 2º - O Terapeuta flexiona a perna do paciente levando seu joelho em direção ao tórax do mesmo, em seguida voltando à perna em sua posição normal. 3º - O paciente deita-se em decúbito ventral (prono), o Terapeuta flexiona a perna do paciente, posicionando a perna na vertical e o pé na horizontal, segure o pé do paciente e faça movimentos da direita para a esquerda e da esquerda para a direita para cima e para baixo em pequenos impulsos terapêuticos. 4º - O Terapeuta segura na parte anterior do tornozelo do paciente e coloca a outra mão na cavidade poplítea, levando o pé do paciente de encontro às nádegas e faz também um pequeno impulso terapêutico. MANOBRAS CERVICAIS 1º Técnica de Extensão Cervical L - RP - LP; RL - LL: Todas as Cervicais. PP - Supino, cabeça virada com a subluxação para cima. DP - Ao lado do paciente, em angulo reto, do lado homolateral. CH - Polegar contata o processo transverso do Atlas ou processo articular de uma cervical. 5º ou 40 dedo sob a mandíbula, outros dedos ficam obliquamente do outro lado da face CH - Envolve o ouvido com a palma; dedos em volta do occipício e cervicais superiores. T - CH se estende pela espinha em direção a cabeça e articula as vértebras no lado inferior CH se dirige para baixo ou obliquamente para baixo (para RP - LP) com uma simultânea abdução do braço. A correção é efetuada pelo polegar. 2º Técnica Cervical Rotativa - Posição Sentada L - RP - LP: C 2-7 PP - Sentado; cabeça, pescoço e espinha eretos. DP - De pé, no lado contralateral do paciente; corpo do TER apóia o ombro contra lateral do paciente. CH - Mão na frente; dedo médio fica sobre SP e AP da vértebra subluxada; dedos afastados polegar em frente do ouvido. IH - Mão atrás; palma contata a face e ouvido; dedos em direção a parte superior da cabeça T - Tração (superior) cefálica da espinha cervical com ambas as mãos.

281 CH impulsiona rapidamente em direção ao Terapeuta. Obs) O Terapeuta precisa dar ênfase a velocidade e a eliminação da frouxidão 3º Técnica Pisiforme Bilateral Torácica (Decúbito lateral Direito ou Esquerdo) L - RP - LP; P; AI; PI; Torácicas 12ª a 1ª e todas as lombares. PP - Debruçado; parte central livre. DP - De lado de frente para a cabeça, as duas mãos abertas nas laterais das apófises espinhosas, os cotovelos quase tocam as costas do paciente. CH - Pisiforme contata; mão Rt sobre TP ou NT Rt; mão descansa sobre a extremidade do metacarpo; dedos ficam para os lados. IH - Pisiforme contata; mão Lt sobre TP ou MP Lt; mão descansa sobre a extremidade do metacarpo; dedos ficam para os lados. T - Depende da situação da vértebra. Obs) E em duas direções: Maior linha de movimento + rotação bilateral para cima com o pulso. 4º Técnica Torácica (Posição em Pé) L - Tórax anterior Manobras Baixa - Média - Alta. PP - De pé com os pés juntos a mão direita vai acima do ombro esquerdo e a mão esquerda vai acima do ombro direito. DP - Atrás do paciente - coloca o pé direito ao lado do pé direito do paciente leva as duas mãos na frente contatando os cotovelos do paciente cruze os dedos em cima dos cotovelos do paciente; o Terapeuta traz o corpo do paciente de encontro ao seu estabiliza e faz um pequeno impulso terapêutico, como um pequeno espasmo. 5º Técnicas Lombares (para todas as lombares) L - RP - LP: Tórax inferior e todas as lombares. PP - Deitado de lado com a subluxação para cima; ombro inferior esta anterior com a mão embaixo da cabeça; ombro superior esta posterior com o antebraço descansando sobre a parede torácica; a coxa inferior e perna ficam esticadas; coxa superior e perna ficam flexionadas com o dorso do pé no espaço poplíteo do membro inferior. DP - De frente; no lado contralateral da mesa, de frente ao paciente em angulo reto. CH - Mão “caudad” contato mão espalmada na área lombar do paciente. IH - Mão “cephalad”; palma contata o ombro do paciente estabilizando-o. T - Elimina a tensão do corpo e é feito um pequeno impulso rápido em direção a coxa do Terapeuta

282  TABELA VÉRTEBRA

ÁREA DE INERVAÇÃO

EFEITO

C1 C2 Nevralgias, neurites, acne ou espinhas eczema

C3 C4 C5

Nariz, lábios, boca, tubo eustachiano Cordas vocais, glândulas do pescoço, faringe

C6 C7 T1

Musculos do pescoço, ombro e tonsilas

T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9 T10

Coração, incluindo válvulas, envoltórios e artérias coronárias Pulmões, brônquios, pleura e peito

Esôfago, traquéia, porção do braço abaixo do cotovelo, punhos e dedos Funções cardíacas, condições do tórax dor na região superior das costas

Bronquite, pleurite, pneumonia

Vesícula biliar, ducto biliar comum Fígado, plexo solar, circulação sanguínia Estômago Pâncreas e Duodeno

Úlceras e gastrites

Baço e Diafragma

Baixa resistência e soluço

Glândulas adrenal e suprarenal

Alergias e urticária

Rins

Problemas renais, endurecimento das artérias, cansaço crônico, nefrite e pielite

T11

Rins e Ureter

Condições da pele, acne ou espinhas eczema, furúnculo

T12

Intestino delgado e Circulação linfática

Reumatismo, flatulência, alguns casos de esterelidade

L1

Intestino Grosso e anéis inguinais

Constipação, colite, disenteria, diarréia alguns casos de hérnia

L2

Apêndice, Addome, região superior das pernas

Câimbra, dificuldade respiratória, acidose veias varicósas

L3

Órgãos sexuais, útero, bexiga, joelhos

Problemas menstruais, impotência dor nos joelhos

L4

Próstata, musculatura lombar, nervo ciático

Ciática, lumbago, problemas urinários dor nas costas

L5

Porção inferior das pernas, tornozelos e pés

Circulação, câimbras, inchaço, fragilidade nas pernas e tornozelos

Ossos do quadril e nádegas

CÓCCIX

Reto e ânus

Hemorróidas, prurites, dores na base da coluna quando sentado

283  Pontos Lo Vaso Concepção Vaso Governador Pontos Yuan Relógio Cósmico

284  Pontos de Tonificação e Sedação nomenclatura Chinesa

285  Pontos dos 5 Elementos e Pontos Mestres

286  Pontos de Assentimento Ventral e Dorsal

287 

288

289

290

291

292

 PRATICA CLINICA NA COMBINAÇÃO DOS PONTOS DE ACUPUNTURA A prescrição dos pontos de acupuntura dirige-se aos sintomas e também pode ser dirigida à doença ou seja a causa. Por exemplo, febre, dores de cabeça, vômito, aumento ou diminuição da urina (Poliúria ou Oligúria), podem apresentar-se em muitas doenças, razão pela qual, ao selecionar-mos os pontos para tratar alguma doença, ao mesmo tempo estaremos tratando também os sintomas, a seguir citaremos alguns sintomas e os pontos que nós por experiência usamos no atendimento da clínica diária.

293 PRÁTICA CLÍNICA NA COMBINAÇÃO DE PONTOS PARA O TRATAMENTO DE SINTOMAS. Região da cabeça, face e órgãos dos sentidos: 1. 2. 3. 4. 5. 6.

Cefaléia: Shenmai (B62), Jinmen (B63). Dor nos olhos e coceira nos olhos: Diwuhui (VB42), Guangming (VB37). Diminuição da visão: Ganshu (B18), Mingmen (DM4). Surdez: Tinghui (VB2), Yangchi (TA4). Dor na laringe: Taichong (F3). Obstrução da laringe: Zhaohai (R6).

Região do tórax e abdômen: 1. 2. 3. 4.

Opressão no peito: Taichong (F3). Gastralgia (em Síndrome do Frio de baço-pâncreas): Gungsun (BP4). Opressão no peito e nos órgãos do abdômen: Neiguan (PC6). Dor axilar e intercostal: Zhigou (TA6).

Os membros: 1. 2. 3. 4.

Dor óssea e espasmo tendinoso: Yanggang (B47). Hemiplegia por A.V.C.: Huantiao (VB30). Dor braquial: Jianjing (VB21), Quchi (IG11). Dificuldade de locomoção: Xuangzhong (VB39), Huantiao (VB30).

Ginecologia, obstetrícia e outros: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

Tontura causada por hemorragia: Sanyinjiao (BP6), Yangchi (TA4). Perda da bolsa amniótica: Zhaohai (R6), Waiguan (TA5). Retardamento mental: Dazhong (R4). Tuberculose pulmonar: Pohu (B41). Prostração: Tianshi (E25). Sudorese noturna: Yinxi (C6). Ascite: Pienli (IG6).

Distúrbio dos órgãos dos sentidos: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

Enxaquecas Lieque (P7), Taiyuan (P9). Surdez: Tinghui (VB2), Yingxiang (IG20). Surdez causada pela gripe: Tinghui (VB2), Jinmen (B63). Zumbido por depressão do rim: Zusanli (E36), Diwuhui (VB42). Distúrbio na vista: Guangming (VB37), Hegu (IG4), Jingming (B1), Yu-Yao (Ext8). Dor de dentes e edema na laringe Erjian (IG2), Yangxi (IG5). Dor na garganta: Baihui (DM20), Taichong (F3), Zhaohai (R6), Sanyinjiao (BP6), Tiantu (RM22).

Região do tórax e abdômen: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.

Mastalgia Taiyuan (P9), Lieque (P7). Dispnéia - Zusanli (E36). Tosse com Síndrome do Frio (ausência de estado febril e muita secreção): Hegu (IG4), tonifica: Sanyinjiao (BP6), dispersa. Distensão gástrica: Xuanji (RM21), Zusanli (E36). Dor no coração: Yinlingquan (BP9), Chengshan (B57). Vômitos e dor estomacal: Fengchu (DM16), Shangwan (RM13). Má-digestão acompanhada de secreção e peso no estômago: Shousanli (IG10), Zusanli (E36). Flatulência: Dashu (B11), Changquiang (DM1).

294 9. 10. 11. 12.

Soluço: moxa no Qihai (RM6). Dor no coração na mulher: Xinshu (B15). Dor abdominal no homem: Zusanli (E36). Prolapso retal infantil: Baihui (DM20), moxa no Jiuwei (RM15).

Região dorsal e lombar: 1. 2. 3. 4. 5. 6.

Lombalgia: Weizhong (B54). Lombalgia acompanhada de formigamento no pé: Weizhong (B54), Chengshan (B57). Lombalgia com irradiação para o quadril: Zusanli (E36). Dor escapular e dorsal por friagem: Zongzhu (TA3). Sensação de cansaço no ombro e dorso: Shenshu (B23), Sanjian (IG3). Dor migratória na perna: Huantiao (VB30), Jizhong (DM6).

Membros: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

Cervicobraquialgia: Hegu (IG4), Taichong (F3). Dor e formigamento na mão: Quchi (IG11), Hegu (IG4). Tremor na mão e dor no coração: Shaohai (C3), Yinshi (E33). Dor no cotovelo: Chize (P5), Taiyuan (P9). Edema no pé e joelho: Zhiyin (B67). Dor no joelho: moxa no Yanglingquan (VB34). Dor no pé e edema no joelho: Zusanli (E36), Xuangzhong (VB39), Yinlingquan (BP9), Sanyinjiao (BP6). 8. Formigamento nos dedos: Taichong (F3). 9. Torção da perna: Chengshan (B57), Kunlun (B60). 10. Dor no quadril e perna: Zusanli (E36). 11. Dor no ombro e no umbigo: Zusanli (E36). Outras doenças: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11.

Epilepsia: Jiuwei (RM15), Yongguan (R1). Uretrite: Qihai (RM6), Zusanli (E36). Incontinência urinaria: Guanyuan (RM4). Obstipação intestinal: moxa no Dadun (F1). Distensão na bexiga: Zusanli (E36). Distúrbio menstrual: Qihai (RM6), Guanyuan (RM4). Parto difícil: Rugen (E18). Edema: Shuiefen (RM9), Qihai (RM6). Gripe: Fengchu (DM16), Fengchi (VB20). Gripe sem sudorese: Jimen (BP11). Hemorróidas e dor abdominal: Ququan (F8), Zhaohai (R6), Sanyin jiao (BP6).

Região da cabeça, face e órgãos dos sentidos: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12.

Cefaléia frontal: Shangxing (DM23), Shengting (DM24). Cefaléia e dor nos olhos: Zanzhu (B2), Touwei (E8). Distúrbio dos olhos: Jingming (B1), Tai-Yang (Extl2), Yu-Wei (Ext9). Congestão nos olhos: Shang-Ying-Hsiang (Ext17). Tonturas e congestão cerebral: Ganshu (B18). Conjuntivite: Tagukung (Ext79). Dor nos olhos: Tai-Yang (Extl2). Surdez e edema mandibular: Tinghui (VB2). Rinite: Shangxing (DM23). Obstrução nasal: Yingxiang (IG20). Paralisia facial: Ditsang (E4), Jiache (E6). Mau hálito: Daling (PC7), Renzhong (DM26).

295 13. Dor de dentes: Erjian (IG2), Neiting (E44). 14. Linfadenite e furunculose: Tianjing (TA10). Região cervical, dorsal e lombar. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

Dor no ombro: Jianyu (IG15). Dorsalgia e dor no ombro: Wushu (VB27), Hua-Tuo-Jia-Ji-Xue (Ext70). Dor intra-escapular: Shenzhu (DM12). Corcunda: Fengchi (VB20), Xuang/hong (VB39). Raquitismo torácico: Renzhong (DM26), Quchi (IG11). Lombalgia: Renzhong (DM26), Weizhong (B40). Lombalgia por depressão do meridiano dos rins: Xinshu (B15), Shenshu (B23).

Região torácica e abdominal: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

Dor no coração: Shangwan (RM13), Zhongwan (RM12). Opressão no peito: Laogong (PC8), Daling (PC7). Regurgitação estomacal: Zhong-Kuei (Ext80). Tumefação (ou intumescência) abdominal: Neiguan (PC6), Zhaohai (R6). Dor abdominal: Daling (PC7), Waiguan (TA5), Zhigou (TA6). Distensão abdominal: Neiting (E44), Linqi (do pé) (VB41). Ascite: Sanyinjiao (BP6), Shuiefen (RM9), Zusanli (E36).

Os membros: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

Diminuição do movimento do punho: Wangu (ID4). Hiperemia no braço e mão: Zongzhu (TA3), Yemen (TA2). Braquialgia: Jianjing (VB21). Dor no cotovelo: Chize (P5), Quchi (IG11). Tendinite aguda do cotovelo: Chize (P5). Edema e dor no joelho: Yanglingquan (VB34), Yinlingquan (BP9). Dor na perna causada por reumatismo: Huantiao (VB30), Juliao (VB29), Weizhong (B54). 8. Dor acompanhada de sensação de peso na perna e pé: Huantiao (VB30), Xiguan (F7), Jing-Xia (Ext101). 9. Fraqueza na perna: Yinshi (E33), Fengshi (VB31). 10. Dor no pé: Shangqiu (BP5), Jiexi (E41), Qiuxu (VB40). 11. Inchaço nas pernas: Xuangzhong (VB39), Sanyinjiao (BP6), Zusanli (E36). 12. Metatarsalgia: Zusanli (E36), Zhongfeng (F4), Taichong (F3). Doenças respiratórias: 1. 2. 3.

Resfriado e gripe: Hegu (IG4), Fuliu (R7), Quimen (F14), Fengmen (B12), Taiyuan (P9), Lieque (P7), Fenglong (E40), Feishu (B13). Dorsalgia por tosse: Shenzhu (DM12). Asma e dispnéia: Tiantu (RM22), Shangzhong (RM17).

Ginecologia e pediatria: 1. 2. 3.

Tumor da mama: Shaoze (ID1), Tongziliao (VB1). Leucorréia: Zhongshu (DM7). Epilepsia infantil: Yin-Tang (Ext 5).

Fraqueza e cansaço: 1. 2. 3.

Fraqueza: Gaohuangshu (B43). Cansaço mental: Zhiyang (DM9). Fraqueza (por tuberculose pulmonar): Yongguan (R1), Guanyuan (RM4), Fenglong (E40).

296 4. 5. 6. 7. 8. 9.

Sudorese: Bai-Lao (Ext27). Fraqueza no coração: Shaochong (C9). Estado assustadiço: Tungli (C5). Temor: Zusanli (E36). Insuficiência renal: Daimai (VB26), Guanyuan (RM4). Sonambulismo: Xinshu (B15), Shenshu (B23).

Distúrbio gastrintestinal, evacuação e hemorróidas: 1. 2. 3. 4. 5. 6.

Hérnia ingüinal: Dadun (F1), Quimen (F14). Secreção excessiva nos olhos: Mingmen (DM4), Shenshu (B23). Hemorróidas: Er-Bai (Ext84), Changquiang (DM1), Chengshan (B57). Diarréia por depressão do meridiano do baço-pâncreas: Tianshi (E25). Obstipação: Zhigou (TA6), Zhaohai (R6). Dor abdominal: Daling (PC7), Waiguan (TA5), Zhigou (TA6).

Outras doenças: 1. 2. 3. 4. 5.

Epilepsia: Jiuwei (RM15). Retardamento mental: Shenmen (C7). Malária: Jianshi (PC5), Houxi (ID3). Icterícia: Zhiyang (DM9), Wangu (ID4), Zhongwan (RM12). Furunculose: Laogong (PC8), Daling (PC7).

Região da cabeça, face e órgãos dos sentidos: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23.

Cefaléia: Baihui (DM20), Tianchong (VB9), Qiangjian (DM18), Fenglong (E40). Enxaqueca: Xuanlu (VB5), Hanyan (VB4). Edema na face: Renzhong (DM26), Chiending (DM21). Formigamento na face: Yingxiang (IG20). Vertigem: Zhizheng (ID7), Feiyang (B58). Vista cansada: Yanggang (B47), Danshu (B19). Pterígio: Shaoze (ID1),Ganshu (B18). Lacrimejamento: Linqi (VB41), Touwei (E8). Vista turva: Zanzhu (B2), Sanjian (IG3). Distúrbio da visão: Yanglao (ID6), Tianzhu (B10). Conjuntivite: Jingming (B1), Xingjian (F2). Surdez: Tinghui (VB2), Yifeng (TA17). Zumbido: Tinghui (VB2). Epistaxe: Tianfu (P3), Hegu (IG4). Falta de olfato: Tungtian (B7). Polipose nasal: Yinjiao (DM28). Paralisia facial: Jiache (E6), Ditsang (E4), Taichong (F3). Paratite: Yanggu (ID5), Xiaxi (VB43). Sensação de secura na boca: Fuliu (R7). Dor e edema sublingual: Lianquan (RM23), Zhongchong (PC9). Afasia: Yamen (DM15), Guanchung (TA1). Afonia: Tianding (IG17), Jianshi (PC5). Dor de dentes: Ermen (TA21), Chengjiang (RM24), Sizhukong (TA23).

Região do tórax, abdômen e orofaringe: 1. 2. 3. 4. 5.

Dor na faringe: Yemen (TA2), Yuji (P10). Opressão no peito: Jianli (RM11), Neiguan (PC6). Tristeza: Tinggong (ID19), Pishu (B20). Distensão torácica e axilar: Zhangmen (F13). Dor pleural: Shangzhong (RM17), Jujue (RM14).

297 6. 7. 8. 9. 10. 11.

Peito cheio e sensação de obstrução: Zhongfu (P1), Yishe (B48). Torção axilar: Shenshu (B23), Juliao (E3). Peito cheio e tensão na nuca: Shentsang (R25), Xuanji (RM21). Nevralgia intercostal: Qihu (E13), Huagai (RM20). Edema na axila: Weiyang (B39), Tianchi (PC1). Meteorismo (intumescência causada por gases): Xiawan (RM10), Xiangu (E43). 12. Ascite: Yinlingquan (BP9), Shuiefen (RM9). Região da coluna vertebral e membros: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

Espasmo da coluna: Shuidao (E28), Jinsuo (DM8). Dorsalgia e lombalgia: Baihuanshu (B30), Weizhong (B54). Tensão cervical por Síndrome de Vento: Shugu (B65), Tianzhu (B10). Formigamento nos braços: Shaohai (C3), Shousanli (IG10). Hemiplegia: Yanglingquan (VB34), Quchi (IG11). Dor na perna: Houxi (ID3), Huantiao (VB30). Torção no tornozelo: Jinmen (B63), Qiuxu (VB40).

Ginecologia e pediatria: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

Distúrbio de menstruação: Diji (BP8), Xuehai (BP10). Dispnéia e hemorragia: Jiaoxin (R8), Heyang (B55). Hemorragia pós-parto: Chongmen (BP12), Qichong (E30). Atraso menstrual: Tianshi (E25), Shuiguan (R5). Esterilidade: Sanyinjiao (BP6), Shiguan (R18). Dor abdominal no recém-nascido: Rangu (R2). Convulsão causada por febre, em crianças: Guanchung (TA1), Daheng (BP15).

Resfriado, gripe e febre: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.

Tensão cervical por gripe: Wenlu (IG7), Quimen (F14). Tremor e frio: Erjian (IG2), Yinxi (C6). Malária: Shangyang (IG1), Taixi (R3). Calafrio: Yongguan (R1), Xialiao (B34). Estado febril sem sudorese: Dadu (BP2), Jingqu (P8). Febre: Shaochong (C9), Quchi (IG11). Tosse: Feishu (B13), Tiantu (RM22). Cansaço e sonolência: Tungli (C5), Dazhong (R4). Sudorese: Yinxi (C6), Houxi (ID3).

Hérnia, hemorróidas, distúrbios de micção e evacuação: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

Hérnia ingüinal: Dadun (F1), Zhaohai (R6). Uretrite: Xiaohai (ID8), Duiduan (DM27). Espermatorréia: Sanyinjiao (BP6), Qihai (RM6). Uretrite crônica: Gaohuangshu (B42), Henggu (R11). Hemorróidas: Shangqiu (BP5). Prolapso retal: Baihui (DM20), Jiuwei (RM15), Waiqiu (VB36). Melena: Changquiang (DM1), Chengshan (B57).

Outras doenças: 1. 2. 3. 4.

Comportamento maníaco: Houxi (ID3), Shangwan (RM13), Shenmen Benshen (VB13). (C7), Shenzhu (DM12), Convulsão: Shendao (DM11), Xinshu (B15). Icterícia: Houxi (ID3), Laogong (PC8). Gastrenterite por cólera: Yingu (R10), Zusanli (E36).

298 5. 6. 7. 8. 9. 10.

Estado de ansiedade acompanhado de muitos sonhos: Lidui (E45), Yinbai (BP1)Dor e coceira pelo corpo: Zhiyin (B67), Wuyi (E15). Mastite: Jianjing (VB21). Anemia e sede: Shaoshang (P11), Quze (PC3). Indigestão: Pishu (B20), Pangguangshu (B28). S. A poesia Tien-hsin mi jue

Distúrbios na cabeça, face e órgãos dos sentidos: 1. 2.

Dor de dentes e de cabeça: Erjian (IG2), Zusanli (E36). Inchaço no rosto: Hegu (IG4), Neiting (E44).

Distúrbios na região torácica e abdominal: 1. 2. 3. 4. 5.

Indigestão: Xuanji (RM21), Chengshan (B57). Distensão abdominal e inchaço: Jianli (RM11), Shuiefen (RM9). Intumescência causada por gases: Hegu (IG4), Neiting (E44). Dor causada por flatulência intestinal: Changquiang (DM1), Dadun (F1). Dor no intestino delgado e umbigo: Yinlingquan (BP9), Yongguan (R1).

Distúrbios nos membros: 1. 2. 3. 4. 5. 6.

Dormência nos dedos da mão: Shaoshang (P11). Dor nos braços: Jianyu (IG15), Waiguan (TA5). Dor nas pernas: Huantiao (VB30), Yanglingquan (VB34). Torção da perna: Chengshan (B57), Shangqiu (BP5). Dor e inchaço n,as pernas: Jianjing (VB21), Zusanli (E36) Yanglingquan (VB34). Pé eqüino por paralisia:Xuangzhong(VB39),Tiaokou(E38),Chongyang(E42).

Outras doenças: 1. 2. 3. 4.

Gripe sem suor: Quimen (F14), Tungli (C5). Malária: Hegu (IG4), Neiting (E44). Zumbido e lombalgia: Diwuhui (VB42), Ermen (TA21), Zusanli (E36). Comportamento maníaco: Jianshi (PC5).

Distúrbios dos órgãos dos sentidos: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.

Enxaqueca: Lieque (P7), Taiyuan (P9). Surdez: Tinghui (VB2), Yingxiang (IG20). Surdez por trauma: Tinghui (VB2), Jinmen (B63). Zumbido por depressão do meridiano dos rins: Zusanli (E36), Diwuhui (VB42). Distúrbio da vista: Jingming (B1), Guangming (VB37), Hegu (IG4). Vertigem: Chengshan (B57). Dor de dentes ou na laringe: Erjian (IG2); Yangxi (IG5). Dor aguda na orofaringe: Baihui (DM20), Taichong (F3), Zhaohai (R6), Sanyinjiao (BP6).

Distúrbios na região torácica e abdominal: 1. 2. 3. 4. 5.

Mastite: Taiyuan (P9), Lieque (P7). Asma por depressão de energia: Zusanli (E36). Tosse por friagem: tonificar Hegu (IG4) e dispersar Sanyinjiao (BP6). Má-digestão acompanhada de sensação de peso no estômago: Xuanji (RM21), Zusanli (E36). Dor abdominal: Neiguan (PC6), Gungsun (BP4).

299 6.

Dor precordial com sensação de aperto: Yinlingquan (BP9), Chengshan (B57). 7. Vômito e gastralgia: Fengchu (DM16), Shangwan (RM13). 8. Distensão e eólica intestinal: Dashu (B11), Changquiang (DM1). 9. Cólica e dor periumbilical: Sanyinjiao (BP6), Yongguan (R1). 10. Soluço: moxa no Qihai (RM6). 11. Dor abdominal aguda: Zusanli (E36). 12. Prolapso retal na criança: Baihui (DM20) e moxa no Jiuwei (RM15). Distúrbios na região dorsal e lombar: 1. 2. 3. 4. 5.

Lombalgia: Weizhong (B54). Lombalgia com irradiação para o quadril acompanhada de necessidade urgente de evacuar: Zusanli (E36). Dorsalgia por gripe: Zongzhu (TA3). Dorsalgia aguda causada por tensão: Shenshu (B23), Sanjian (IG3). Dor ciática: Huantiao (VB30), Jizhong (DM6).

Distúrbios nos membros: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

Braquialgia: Hegu (IG4), Taichong (F3). Dor e dormência na mão: Quchi (IG11), Hegu (IG4). Dor no coração e tremor nas mãos: Shaohai (C3), Yinshi (E33). Dor no cotovelo: Chize (P5), Taiyuan (P9). Inchaço no joelho e pé: Zhiyin (B67). Dor no joelho: moxa no Yanglingquan (VB34). Dor no pé e edema no joelho: Zusanli (E36),Xuangzhong(VB39), Yinlingquan (BP9), Sanyinjiao (BP6) 8. Dormência nos dedos do pé: Taichong (F3). 9. Cãibra na perna: Chengshan (B57), Kunlun (B60). 10. Dor no quadril e perna: Zusanli (E36). Outras doenças: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.

Epilepsia: Jiuwei (RM15), Yongguan (R1). Incontinência urinaria: Guanyuan (RM4). Constipação: moxa no Dadun (F1). Dor e distensão da bexiga: Zusanli (E36). Distúrbio menstrual: Qihai (RM6), Guanyuan (RM4). Parto difícil: Rugen (E18). Edema: Shuifen (RM9), Qihai (RM6). Gripe: Fengchu (DM16), Fengchi (VB20). Gripe sem suor: Quimen (F14). Hérnia e dor abdominal: Zhaohai (R6), Ququan (F8), Sanyinjiao (BP6).

ABORTO R6 IG4 BP6 B27 B 38 R6F2 F3 VC 15 (MANIPULAR PARA TONIFICAÇÃO) VC 3 VC 7P7 ABSCESSOS (PROTOCOLO GERAL)B62 IG 4 BP10 B12 B 65 R2 VB44 F3 ID3 ASTENIA CS6 IG11 E36 BP6 C7 C9 B13 B38 VB34 F8 VG4 VG14 VG20 VC4 VC6 BP4 ACÚFENOS ABRIR TRATAMENTO COM BP4 OU TR5 TR 17 TR22 TR23 ID19 VB2 VB37 P11 IG 1 IG 4 IG 5 IG6 E36 D2 ID3 ID4 ID5 B23 B62 R3 CS R3 TR5 TR10 VG 20 FECHAR TRATAMENTO COM CS6 (SE ABRIU COM BP4) OU VB41 (SE ABRIU COM TR5)

300 AFONIA P7 IG2 IG4 IG11 IG18 P10 E9 E10 E36 E40 VC 21 VC22 VC23 VC18 R6 AMENORRÉIA R6 BP6 (SEDAR) BP10 IG4 IG11 E25 (MOXA) E29 E36 B23 B25 B60 VC3 (MOXA) VC6 VC12 VG1 VG4 P7 AFASIA ID3 VG15 VG20 VC21 VC24 IG 4 IG11 IG15 VB20 VB21 VB34 B 54 P7 B62 AFTAS P7 IG1 IG2 IG4 IG7 IG11 ID5 - R3 R4 TR20 - B13 - R6 AMIDALITE AGUDA ID3 P5 P7 P11 IG 1 IG2 IG3 IG4 IG11 IG18 R1 R6E3 E10 VC22 VC23 B10 B11 B12 B62 ACNE TR5 IG1 IG4 IG6 IG11 E3 E6 B54 B 62 B65 F8 C12 VB41 AEROCOLIA (FLATULENCIA) BP4 IG2 IG3 E20 E 21 E 25 (MOXA) E36 BP3 BP6 BP9 MOXA EM B21 B25 E B28 VC5 VC6 VC12 PODE-SE FAZER MOXA NO VC8 PROTEGENDO O UMBIGO COM CAPA DE SAL CS6 AEROFAGIA - EROGASTRIA BP4 E21 E27 E30 E36 E45 BP2 BP5 BP6 B21 F3 VG20 VC12 VC13 VC17 CS6 AGALACTIA P7 ID1 (TONIFICANDO), ID2 ID3 MOXA EM VC17 S7 R6 AMNESIA CS6 C3 C9 (TONIFICAR) CS 6 E CS 9 EM TONIFICAÇÃO P7 B38VG20 (TONIFICANDO) BP4 DORES FANTASMAS EM AMPUTADOS EXTREMIDADES INFERIORES B60 B62 B65 B67 R2 R3 F3 BP2 BP3 BP5 BP9 VB38 EXTREMIDADE SUPERIOR ID3 CS6 TR3 TR5 TR10 P5 P7 P9 IG4 IG10 IG11 IG15 E36 ANEMIA CS6 B17 B21 B38 (MOXA) VG4 VG12 VC4 VC6 VC12 E36 (SEDAR) E40 E44 BP2 BP4 ANOREXIA BP4 E36 E42 E44 E45 B13 B64, MOXA EM B20 B21 E B22 BP1 BP3 BP9 C5 C7 R1 R17 R21 R22 R24 R25 R27 F4 F13 VC3 VC5 VC12 CS6 EM CRIANÇAS E41 E38 VB39 ARRITMIA BP4 P9 C3 C5 C7 C9 F2 F3 R2 R21 VC13 VC14 CS6 ARTRITE NAS MÃOS E DEDOS TR5 - IG4 - ID4 - VB41 ASMA – BRONQUITE P7 P1 P2 P5 IG4 IG 19 IG20 B10 B11 B12 B13 B14 B15 B17 B18 B21 B22 B25 R26 R27 F3 F8 VB20 VB21 VC6 VC12 VC13 VC14 VC15 VC17 VC22 MOXA EM B13 B17 B21 B22 B25 E VC 22 - EM ASMA INFANTIL : CRISE DIURNA - B62 NOTURNA R6 R6 BOCIO EXOFTALMICO ( DOENÇA DE BASEDOW) P7 E5 E9 E10 E26 C7 B10 B11 B15 B54 VB1 VB20 VB26 VG12 VG14 VC15 VC22 VC23 R6 ANGINA PECTORIS

301 BP4 BP6 R1 R2 R3 R6 R23 R24 R25 R27 C3 C5 C7 C9 VC4 VC6 VC13 VC14 VC15 VC17 B15 B17 VB38 VB39 VB41F2 F3 VG9CS6 ANOSMIA R6 IG4 IG19 IG20 B6 B10 B12 (MOXA) B17 B67 VG 14 VG16 VG20 VG23 VG26 E3 E45 P7 ARTRITE - EM TODOS OS CASOS PUNCIONAR : P10 BP3 BP5 B17 B23 B60 R3 VB34 VB38 F3 ARTITE DE COLUNA CERVICAL B62 B10 B11 B31 B39 B41 B54 B58 B60 - VB34 VB20 VG1 VG13 VG16 VG18 - ID3 ANGUSTIA CS6 R1 C3 C5 C7 C9 CS6 VB34 VB43 VC6 VC14 VC15 VC16 VG20 BP4 ANURIA R6 R1 R3 R4 R7 R18 B23 (MOXA) B30 B53 B58 B67 BP6 BP9 F8 F10 VC3 VC6 VC7 VB39 P7 ARTRITE DE OMBRO: IG2 IG10 IG 11 IG15 IG16 ID3 ID6 ID10 ID 11 ID12 ID14 TR4 TR5 TR10 TR11 TR14 TR 15 VB21 VB38 ATRITE NA MUNHECA IG4 IG5 IG6 IG10 IG11 ID4 ID5 TR4 TR5 TR10 CS6 CS7 ARTRITE DE PÉS VB39 VB40 VB41 E41 E42 BP5 B60 B62 R6 F2 F4 ARTRITE DE JOELHOS E32 E33 E34 E35 E36 BP9 - B54 B55 B60 - F7 F8 VB30 VB 34 VB 38 VB41 BOCIO P7 IG4 IG11 E9 E10 E36 B20 VB21 VC22 R6 BRONCOPNEUMONIA - PNEUMONIA P7 P2 P5 E13 E14 E15 E16 BP21 B10 B12 B13 B14 B15 B17 B18 B39 R26 R27 B39 R6 BULIMIA E21 E36 E41 E45 ID7 VB38 VC12 ADICIONAR O PROTOCOLO PARA ANGÚSTIA CÃIMBRAS MUSCULARES B62 E32 E41 B54 B58 B60 VB34 VB39 VB40 ID3 CERVICOBRAQUIALGIA TR5 IG4 IG10 IG14 IG15 ID8 ID9 ID10 ID11 ID15 TR15 CS9 B21VB41 COLITE MUCO MEMBRANOSA BP4 IG2 E21 E22 E25 E27 E36 ID3 ID8 B25 B26 B27 F3 F8 VC5 VC6 VC8(MOXA COM SAL) VC10 CS6 CIATICA B62 B22 B23 (MOXA) B24 B25 B27 B31 B32 B33 B34 B50 B51 B53 B54(SANGRIA) B59 B60 BP2 BP6 BP8 BP10E31 E32 E34 ID3 CISTITE R6 E28 E36 B23 B25 B28 B50 B65 BP6 F2 F3 F5 VG4 VC3 VC4 VC5 VC7 P7 CONGESTÃO PULMONAR P7 P1 P5 P9 C9 B13 B17 VB40 VB43 VC17 VC22 R6

302 CEFALÉIAS - ENXAQUECAS TR5 P7 IG2 IG3 IG4 IG10 IG11 E36 E40 E41 E45 C3-C5-C7-ID1 ID3 ID4 B1 B2 B3 B9 B10 B59 B60 B62 B64 B67 R1 CS 1 CS8 TR3 TR23VB 1VB4 VB5 VB6 VB8 VB9 VB15 VB16 VB17 VB19 VB20 VB38 VB43 VB44 VG1 VG4 VG13 VG15 VG16 VG17 VG20 VG22 VG23 VG24-VC1-VC4-VC15 VC22-V41 OU VB41 P7IG2 IG3 IG4 IG10 G11 E36 E40 E41 E45 C3 C5 C7 ID1 ID3 ID4 B1 B2 B3 B9 B10 B59 B60 B62 B64 B67 R1 CS1 CS8 TR3 TR23VB 1VB4 VB5 VB6 VB8 VB9 VB15 VB16 VB17 VB19 VB20 VB38 VB43 VB44 VG1 VG4 VG13 VG15 VG16 VG17 VG20 VG22 VG23 VG24 VC1 VC4 VC15 VC22 TR5 OU AINDA ID3 P7 IG2 IG3 IG4 IG10 IG11 E36 E40 E41 E45 C3 C5 C7 ID1 ID3 ID4 B1 B2 B3 B9 B10 B59 B60 B62B64 B67 R1 CS 1 CS8 TR3 TR23 VB 1VB4 VB5 VB6 VB8 VB9 VB15 VB16 VB17 VB19 VB20 VB38 VB43 VB44 VG1 VG4 VG13 VG15 VG16 VG17 VG20 VG22 VG23 VG24 CONGESTÃO CEREBRAL B62 P11 IG1 IG2 IG10 E36 E37 E39 BP2 BP6 ID14 ID15 VB20 VB21 VG20 VG21G23 ID3 COLECISTITE BP4 E21 E22 E25 E36 B19 B22 B23 B24 B25 F2 F3 F13 VC13 VC15 CS6 CÓLICAS INTESTINAIS BP4 IG2 E25 E36 BP3 BP9 BP14 B22 B23 B25 B27 VB38 F2 F3 CS6 CÓLICAS. RENAIS BP4 VB25 R2 B23 B24 B25 B27 B28 VC4 CS6 CÓLICAS BILIARES USAR PROTOCOLO DE COLECISTITE MAIS: VB24 VB38 VB40 CONJUNTIVITE ID3 P9 E4 E36 E44 IG 4IG5 B1 B2 B18 B20 TR23 VB1 VB3 VB4 VB14 VB20 VB21 B62 CONSTIPAÇÃO POR HIPOTONIA MUSCULAR BP4 IG4 IG10 IG11 E25 E26 E27 E36 B25 (MOXA) B27 B28 VB34 VB43 VC 10 VC12 VC13 TODOS EM MOXA CS6 POR HIPERTONIA MUSCULAR CS6 IG2 IG3 E25 E26 BP5 BP9 B25 B27 R16 R18 F2 F3 BP4 CONTRATURAS EM TODOS OS CASOS USAR B62 E ID3 ABRINDO E FECHANDO O TRATAMENTO, RESPECTIVAMENTE, ALÉM DE SEDAR P5 VB34 F2 E F3. CONTRATURAS NOS MEMBROS SUPERIORES SEDAR : IG10 IG11 IG15 C7 ID4 ID7 CS6 TR10 TR15 CONTRATURA NOS MEMBROS INFERIORES -SEDAR : E36 B58 B65 R7 VB40 F3 CONVULSÕES CS6 P7 IG4 IG10 B60 B62 TR10 VB20 F3 VG14 VG20 VC12 VC15 PONTO EXTRA Yin Trang BP4 COQUELUCHE P7 P1 P2 IG4 IG11 E16 BP5B12 B13 B17 B38 VG11 VC17 VC 22 R6

303 DEPRESSÃO CS6 P5 E36 E41 C3 C5 C9 ID3 B15 B64 B67 R7 R24 CS4 F13 VG4 VG20 VC6 VC15 BP4 PUNCIONAR TODOS OS PONTOS EM TONIFICAÇÃO

DIABETES MELLITUS P7 E36 BP2 BP3 BP4 BP6 B17 B18 B20 B21 B23 B26 B28 B29 B31 B32 B33 B34 B50 R2 R3 F2 VC4 R6 DIARRÉIAS BP4 IG2 IG3 IG4 IG10 E25 E36 BP6 BP9 B20 B22 B23 B25 B54 B65 R2 F1 F2 F3 F8 F13 VC3 VC4 VC8 (MOXA COM SAL) VC9 VC12CS6 DISENTERIA AGUDA VG4 B21 B22 B23 B24 B25 B26 E25 E36 BP6 BP15 R14 VB26 VC4 (MOXA) CRÔNICA E25 E26 E36 E37 VC4 F2 DISMENORRÉIA R6 E29 BP4 BP5 BP6 B31 B60 B62 67 R13 R14 R15 VC3 VC4 P7 DISPEPSIA BP4 E21 E25 E36 E45 BP3 BP4 BP5 B20 B22 B47 F13 VC4 VC6 VC7 VC12 CS6 EMOTIVIDADE CS6 IG3 E41 C5 C7 ID3 B15 CS7 TR10 VC14 VC15BP4 GRAVIDEZ (PONTOS CONTRA-INDICADOS) Primeiro mês BP2 F2 Segundo mês VB34 Terceiro mês CS8 Quarto mês TR4 TR10 CS6 Quinto mês F9 Sexto mês E40 E45 IG10 Sétimo mês P7 P11 Oitavo mês IG1 IG2 IG10 IG11 Nono mês IG4 R1 R2 R7 Em geral E36 ENFISEMA P7 P1 P5 P7 P9 E15 E40 BP21 B12 B13 B17 R4 R19 VG14 VC15 VC17R6  VOCÁBULOS USADOS ABREVIATURAS _ Acupuntor = aquele que se especializa no uso da acupuntura _ Acupuntura a laser = técnica moderna onde se utiliza um aparelho de laser específico para acupuntura _ Acupuntura constitucional = Observando-se a preponderância dos aspectos Yin ou Yang nos indivíduos, foram estes classificados em 4 tipos básicos, a que correspondem certos traços de sua constituição orgânica (altos, magros, gordos, tipos de tornozelo, mãos etc.), ou ainda melhor, quatro dinâmicas de funcionamento de seus sistemas internos. Cada tipo constitucional apresenta um conjunto de disposições (e, igualmente, de predisposições) a determinados desequilíbrios, que são tratados pela acupuntura constitucional. _ Afasia = perda da fala ou da palavra, provocada pela lesão de centros cerebrais. _ Afonia = desaparecimento parcial ou total da voz, impossibilidade de produzir sons, por defeitos das cordas vocais. _ Amenorréia = ausência ou perda anormal da menstruação _ Anidrose = incapacidade parcial ou total de suar. _ Aplicações manuais = empregadas nas massagens, como o tui-ná ou shiatsu

304 _ Ascáride = verme intestinal da ordem dos nematóides, popularmente conhecido como lombriga. É parasita do homem. _ Auriculoacupuntura= técnica de acupuntura na qual se utiliza a orelha como microcorpo, aplicando-se agulhas, sementes, esferas ou massagem para atingir o órgão indicado pelo diagnóstico. _ Bilirrubinemia = acúmulo de bilirrubina (pigmento da bílis) no sangue _ Burburinhos = sussurro contínuo de várias vozes, rumor, confusão, tumulto. _ Ciclo ke = ciclo de equilíbrio, regulador, de dominância (ke) dentro do Ciclo dos Cinco Elementos _ Ciclo sheng = ciclo de geração (sheng) dentro do Ciclo dos Cinco Elementos. _ Constipação = obstipação, prisão de ventre _ Craniopuntura = técnica de acupuntura na qual se utiliza a cabeça como micro-corpo, aplicando-se agulhas, laser ou eletroacupuntura para atingir o órgão indicado pelo diagnóstico. _ Decocção = processo pelo qual se cozem em água, substâncias vegetais, a fim de se verificar sua solubilidade. _ Dismenorréia = perturbação no corrimento menstrual, caracterizada pela dor e manifestações gerais. _ Dispnéia = dificuldade para respirar _ Disúria = dificuldade para micção, dor na micção. _ Edema = acúmulo de líquidos em vários locais, principalmente tecidos frouxos das extremidades. _ Eletroacupuntura = acupuntura por estímulos elétricos _ Ensiforme = diz-se do que tem forma de espada. _ Enurese = emissão involuntária de urina, incontinência urinária. _ Equimose (sangue pisado) = extravasamento de sangue nos tecidos, levando à coloração violácea ou azulada. _ Estase = imobilização do sangue nos capilares, cessação de atividade, paralisia. _ Estênico = concernente aos agentes que atuando sobre os órgãos redobram ou suscitam o seu funcionamento. _ Estrangúria = vontade freqüente de urinar, acompanhada de dificuldade na expulsão da urina e de dores violentas, aperto da uretra. _ Fei = Pulmão na MTC. _ Flamejamento = ação de flamejar, desinfetar com chamas rápidas. _ Fleuma = designação de um dos 4 humores admitidos pelos antigos, serosidade. _ Fu = víscera _ Gan = Fígado na MTC. _ Hidroperitonite = peritonite seguida de hidropisia. _ Hidropisia = acúmulo anormal de substâncias serosas em determinadas regiões do corpo, especialmente no abdômen ou no tecido celular. Sua causa é diversa, podendo ser ocasionada por uma perturbação das atividades secretoras e circulatórias ou por uma alteração do sangue. Existem vários tipos de hidropisias. _ Hipoacusia = diminuição da audição. _ Hipocôndrios = região súpero-lateral do abdômen. _ Hiposmia = deficiência do olfato. _ homeostase= A homeostase (homeo = igual; stasis = ficar parado) é uma condição na qual o meio interno do corpo permanece dentro de certos limites fisiológicos. O meio interno refere-se ao fluido entre as células, chamado de líquido intersticial (intercelular). Um organismo é dito em homeostase quando seu meio interno contém a concentração apropriada de substâncias químicas, mantém a temperatura e a pressão adequadas. Quando a homeostase é perturbada, pode resultar a doença. Se os fluidos corporais não forem trazidos de volta à homeostase, pode ocorrer a morte. _ Irascibilidade = neurastenia, propriedade do que se irrita fácil, mal – humorado. _ Jin Ye = fluídos corpóreos. _ Ke = Ciclo de Dominância nos Cinco Elementos. _ Lassitude = lassidão, cansaço, fadiga física ou espiritual, abatimento, esgotamento. _ Líquidos raquídeos = líquidos referentes à Coluna Vertebral. _ Líquidos sinoviais = líquidos referentes às bolsas sinoviais. _ magnetoterapia = uso de magnetos, ímãs de tamanhos e formatos variáveis, que auxiliam o reequilibrio energético, acupuntura através de ímãs. _ Manopuntura ou koryo= utilização da mão como microcorpo, aplicando-se as técnicas próprias da acupuntura. _ Moxa = bastão, normalmente de Artemísia, usado como forma de superaquecer determinados pontos acupunturais. _ MTC= Medicina Tradicional Chinesa. _ Nosologias = ramo da medicina que faz a descrição detalhada das doenças. _ Oligúria = produção pelo Rim, de quantidade reduzida de urina. _ Opistótono = denominação atribuída à contração espasmódica que provoca a inclinação do doente para trás. _ Órgão = zang.

305 _ Petéquias = manchas sanguíneas puntiformes na pele ou em membranas mucosas. _ Pi = baço na MTC. _ Piogênico = referente aquele que tem formação purulenta. _ Ptose = caída da pálpebra superior, produzida pela debilidade ou ausência do nervo orbicular. Fraqueza dos ligamentos que unem as vísceras, ocasionando a queda dos órgãos. _ Qi = energia vital. _ Qi Ancestral = aquele com o qual nascemos e que nos é passado geneticamente - este Qi não é reposto - é a nossa "essência" _ Qi Defensivo = que circula nos canais tendino - musculares, mais superficialmente, e que nos protege contra os agentes patogênicos externos - é a forma de Qi mais trabalhada na prática do Shiatsu, (Acupuntura e Reiki). _ Qi Nutridor = que nos mantém nutridos após o nascimento, sendo dividido em Qi dos Alimentos (reposto através da transformação da dieta alimentar em energia - esta é a forma de Qi acionada através da dietética oriental, do herbalismo e outras práticas afins) e Qi do Ar (reposto através da purificação do ar que respiramos em energia - é a forma de Qi trabalhada em exercícios de respiração, Chi Kung, Tai Chi Chuan e outras práticas semelhantes). _ Sanjiao (ta)= Meridiano do Triplo Aquecedor. _ Secura endógena = secura interna do organismo. _ Secura exopática = secura externa que invade o organismo. _ Sinólogos = estudantes acerca da China. _ Shen = Rim na MTC. _ Sheng = Ciclo de Geração nos Cinco Elementos. _ Shi = plenitude de energia _ Taiyang = Meridiano da Vesícula Biliar _ Tenesmo = dor acompanhada de tensão, na região do ânus ou da bexiga. _ Tanyin = fleuma. _ Tian Qui = esta substância não somente promove o desenvolvimento do esperma nos meninos, mas também a descarga de óvulos e a menstruação nas meninas. _ Tinido = som vibrante de metal ou vidro. _ Triplo Aquecedor = é um órgão (sistema) encarregado de controlar e manter a circulação adequada dos fluídos do corpo entre as três camadas energéticas deste (Jiao Superior, Médio e Inferior) _ Trismo = constrição espasmódica dos músculos que regulam o abrir e fechar da boca. _ Túrbido = perturbado, que perturba, escuro , turvo. _ Urodiálise = supressão da urina. _ Wei = Estômago na MTC (porém quando está se referindo à síndrome “Wei” é indicativo de paralisia). _ Xin = Coração na MTC. _ Xu = vazio de energia _ Xue = sangue na MTC. _ Yang = energia masculina, é a parte mais forte, positiva, o quente, o fogo, o lado mais externo, mais claro das coisas. _ Yin = energia feminina, é a parte mais fraca, negativa, o aspecto mais interno, Io lado mais escuro, o frio, a água. _ Zang = nome dado aos órgãos na MTC. _ Zong Qi” = qi torácico= o ar fresco inalado pelo pulmão (qi) e essência de alimento, misturam-se e acumulamse no tórax para formar zong qi. Abreviações usadas na MTC – Medicina Tradicional Chinesa F – Fígado VB – Vesícula Biliar C – Coração ID – Intestino Delgado TA – Triplo Aquecedor CS – Circulação e Sexualidade E – Estômago BP – Baço – Pâncreas IG – Intestino Grosso P – Pulmão R – Rim B – Bexiga

306  REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS: Acupuntura Classica Chinesa Autor: Tom Sintan Wen Editora Cultrix Diagnóstico na Medicina Chinesa Autor: B. Auteroche Organização Andrei Editora LTDA Tratado de Medicina Chinesa Editora Roca Tratado Popular de Moxabustão Autor: Prof.Bartolomeu Alberto Neves Ícone Editora Auriculoterapia Autor: Orley Dulcetti Junior IBRAHO Acupuntura Constitucional Universal Autor: Dr. Eu Won Lee Typus - Editora e Distribuidora Medicinas Alternativas - A Acupuntura Autor: Peter Mole Editorial Estampa 1993 - Lisbôa - Portugal O que é a Acupuntura David Sussmann Copryght ® 1972 - Rio de Janeiro - Brasil Zen Shiatsu Mario Jahara Pradipto Copryght ® 1986 - São Paulo - Brasil Fisiognomonia e Diagnose Visual Professor Bartolomeu Alberto Neves Ícone Editora LTDA - 1995 - São Paulo - Brasil Atlas de Anatomia Humana - Ilustrações Editora FTD/SA Demétrio Gowdak Luis Henrique Gowdak

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