Coletanea De Setups Volume 2 Omega

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COLETÂNEA COMPLETA DE SETUPS VOLUME 2

A Onda Perfeita ADVFN

http://br.advfn.com

OMEGA INVEST

http://www.omegainvest.com.br

Prefácio Eu sinceramente gostaria muito de dar início a esta obra dizendo que existe uma fórmula mágica e infalível para ganhar dinheiro. Gostaria de dizer que sempre ganhei em todas as minhas operações e que nunca passei por dificuldades no mercado. Gostaria de dizer que nunca fui indisciplinado e que sempre soube fazer com que a razão prevalecesse sobre a emoção em todas as minhas estratégias. Porém, mais ainda, eu gostaria de dizer que todos os investidores, independente de sua dedicação, terão sucesso na bolsa de valores. Infelizmente, se eu dissesse tudo isto, estaria mentindo. Minha história no mercado prova que atingir o sucesso como investidor na bolsa de valores não é algo simples e exige dedicação. Para quem não tem o interesse de ir a fundo no estudo dos mercados, ou acredita “estar sem tempo” para tal, existem outras formas eficientes de investimento, como fundos multimercado e aplicações de renda fixa. A quem estiver interessado, porém, em ingressar em uma jornada completamente diferente de qualquer outra antes vista, vivida ou imaginada, na qual os paradigmas estão em constante mudança e cada atitude bem-planejada traz consigo resultados variáveis, resultados estes que, em conjunto, podem superar, e MUITO, os de qualquer outra forma de aplicação financeira, contarei um pouco da minha história. Poderia ser escrito um livro a respeito de minhas histórias, minhas alegrias, meus devaneios e minhas frustrações nos meus anos de “dente de leite” no mercado, mas este não é o intuito deste material. Irei contar apenas algumas linhas gerais. Existe um ditado de que a maioria das pessoas que entra na bolsa, perde dinheiro. Comigo foi exatamente o contrário. Quando caí de pára-

quedas no mercado de capitais, sem conhecimento algum, sem saber o que era uma subscrição ou um IPO, ou a diferença entre ações ordinárias e preferenciais, tive a SORTE de operar comprado em ações em um período de bolsa em alta. Eu na verdade nem sabia o que fazia cada uma das empresas das quais eu comprava ações. Não sabia muitas vezes sobre o histórico de preços, e principalmente, não tinha um MÉTODO para a seleção de minhas operações. Eu basicamente comprava e vendia de acordo com o que minhas emoções “gritavam” acerca de informações manipuláveis que eu via nos fóruns da internet afora. Neste ponto, eu já me considerava o mais “esperto” do mercado. “Como as pessoas são ingênuas, como ninguém vê estas oportunidades, além de mim?”, eu dizia para mim mesmo. Em meus pensamentos, a maré nunca iria virar. Doce ilusão. Bastou um período de queda no mercado para que meu dinheiro fosse para o bolso de alguém mais “esperto” do que eu: o próprio Mercado! Foi necessário este choque de realidade para eu partir aos estudos sérios. Não vou fazer aquele velho discurso do “Estudei, me dediquei e, bastou, me saí bem!”, até mesmo porque, assim como os desejos expressos neste primeiro parágrafo, não seria um discurso fidedigno. Estudei, e muito, por sinal, análise fundamentalista, análise gráfica, entre outros modelos de análise alternativos. No começo, erros e acertos, como qualquer investidor, porém, na reta resultante, meu capital continuava a diminuir. Cheguei a pensar em desistir da bolsa diversas vezes, mas persisti. Foi então que algumas simples palavrinhas mudaram minha vida: MÉTODO e GERENCIAMENTO DE RISCO. Estes conceitos, tão simples na teoria, porém ao mesmo tempo tão complexos de se colocar em prática, podem transformar um negociador de ações perdedor, estressado e frustrado em alguém mais seguro de si, tanto na vida pessoal quanto nos investimentos, e vencedor, no sentido de conseguir

rentabilidades sobre o capital superiores aos da renda fixa e dos principais benchmarks. Dizem que o inteligente aprende com os próprios erros, mas apenas genial aprende com os erros dos outros. Meu intuito na elaboração deste material é tentar evitar com que outras pessoas tenham que cometer os mesmos erros que eu para aprender o que aprendi. Ninguém, repito, ninguém é mais inteligente do que o mercado. O mercado nunca “TEM QUE SUBIR” ou “TEM QUE CAIR”. O mercado é soberano, é caótico. Porém, o mercado tem uma fraqueza que rema ao nosso favor: É resultante das atitudes, decisões e expectativas dos seres humanos. O fator psicológico traz forma e contorno aos gráficos de preços. É ele quem faz com que uma enorme massa de investidores provoque uma força dominante compradora ou vendedora nos books de ofertas. Agora é você quem decide: Quer estar no meio da massa guiada por emoções ou ganhar dinheiro mapeando o comportamento mais provável desta massa? É com imenso prazer que apresentarei aos senhores, nas próximas páginas, conceitos, idéias e métodos de análise de ativos e controle de risco que, se bem compreendidos, possibilitam ao investidor realizar um desejo que para muitos ainda parece muito distante: Vencer o Mercado!

Professor Renato Falcão Omega Invest

Sumário CAPÍTULO 1

Tudo o que você precisa saber para começar o seu estudo Introdução à Psicologia de Mercado: As armadilhas da mente humana Análise gráfica versus Análise Fundamentalista Setups de Análise gráfica Introdução ao gerenciamento de risco As três peças do tabuleiro e suas nuanças CAPÍTULO 2

Estratégias de Análise Gráfica como você nunca viu Entendendo a Análise Gráfica sob a ótica de Dow Caracterizando Tendências, Suportes e Resistências A média móvel como rastreador de tendências e ímã de preços As médias móveis e sua afinidade temporal O Índice de Força Relativa: Do “movimento esticado” às divergências Introdução às Ondas de Elliott e Fibonacci Operando impulsos: A ONDA PERFEITA

1 1 7 11 12 17

20 20 21 27 32 36 40 46

CAPÍTULO 3

Conclusão

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CAPÍTULO 1

Tudo o que você precisa saber para começar o seu estudo Introdução à Psicologia de Mercado: As armadilhas da mente humana O contraste entre razão e emoção sempre norteou o comportamento humano de maneira a dar forma àquilo que conhecemos como história. Ao longo de milhares de anos, a história, por sua vez, nos dá alicerce para a identificação de padrões comportamentais, padrões estes que são estudados em detalhe pela filosofia e psicologia. Razão e emoção podem parecer, para o investidor em ações, como as vozes do anjo e do diabo soando em sua consciência. E não é preciso dizer quem é quem neste caso, não é mesmo? Para este mesmo investidor, a emoção, no caso a voz do diabo, pode parecer à primeira vista muito mais sedutora do que a voz contida e centrada do anjo racional, porém, assim como um abraço do mais traiçoeiro dos escorpiões, pode abrigar nas entrelinhas uma série de emboscadas e armadilhas. A este ponto, a pergunta que não quer calar é: “Quais as conseqüências de uma tomada de decisão influenciada por aspectos puramente emocionais?”. No quadro a seguir, vejamos como se comporta um investidor que toma suas decisões com base no que diz a voz da emoção, ao longo de um período de oscilações nos preços de uma ação:

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Podemos observar, a partir da análise da sátira acima, que existe uma série de idéias e pensamentos, guiados por emoções, que podem levar um investidor à falência. Emoções estas como medo, ganância, frustração e euforia, são naturais aos olhos de quem inicia no mercado de ações. O que leva a mim, a você, ao investidor X ou ao investidor Y, a procurar o mercado de ações? Dinheiro, não é? Todos nós somos guiados, na escolha do investimento em renda variável, assim como na de qualquer outra espécie de investimento, pelo desejo de obter lucros sobre um determinado capital. Nesta situação, existe uma pressão sobre nós para que obtenhamos sucesso nesta busca, pressão esta exercida por nós mesmos, em nosso conjunto de metas, e por nosso desejo de aparentar sucesso aos olhos das outras pessoas ao nosso redor. Esta pressão acaba por gerar conseqüências negativas, pois nosso foco está nos resultados de nossas

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decisões, e não nas decisões em si. Isto traz ao investidor que não possui o devido preparo emocional, um elevado nível de ansiedade que acaba por, não apenas reduzir seu capital ao longo de decisões de compra ou venda equivocadas, mas também reduzir a sua qualidade de vida. Voltando nossas atenções ao tema da pressão pelo sucesso, vejamos o caso de quando o investidor sente que “perdeu o bonde”. Como seu objetivo é alcançar uma performance elevada, e para atingir este objetivo, ele teoricamente precisa aproveitar ao máximo as oportunidades do mercado, quando vê um mercado de alta, no qual deixou de comprar no início do movimento, tende a rejeitar a idéia de que o mercado está aceitando valores à medida que o preço alcança novos patamares porque, é claro, ele não estava comprado. Esta rejeição em aceitar a direção que o mercado está tomando, leva este nosso amigo a ficar cada vez mais ansioso à medida que o mercado sobe, e aí começa a sensação de frustração. Esta sensação logo passa a se assemelhar ao sentimento de traição em um caso de adultério. Ao invés de procurar outras oportunidades, sua visão permanece vidrada no comportamento daquela ação ou commodity em especial. Ao invés de admitir seu erro de análise ou decisão inicial, ele passará a procurar justificativas para o “mercado estar errado”. Surgem aí as figuras do “Tubarão”, da “Máfia”, das “Corretoras Manipuladoras”, entre outras personagens criadas para tentar justificar o porquê de o mercado não estar seguindo a direção inicialmente imaginada. Nosso amigo tarda em aceitar o óbvio, e somente irá tentar “remar a favor da correnteza” quando o próprio movimento direcional já estiver em exaustão. Quando para este investidor surge a figura da “árvore que cresce até o céu”, é aí que ele compra. O interessante é que, na maioria das vezes, quando ele faz isto, é o momento em que o mercado deixa de aceitar valor à medida que o preço sobe, e passa a corrigir.

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Depois de comprado, este investidor que segue somente a voz do diabinho em suas tomadas de decisão, passa a “vestir a camisa” do papel que comprou. Seu nível de otimismo, nunca antes presenciado, parece, a primeiro momento até mesmo surpreendente. Torna-se a própria “Alice no País das Maravilhas”. Quando os preços decaem, passa a centrar suas atenções somente em notícias que sejam positivas ou não muito negativas. Passa a enfrentar tudo como mera “parada para respirar” ou somente “realização de lucros”. Em seu pensamento, multiplicam-se idéias como “Se subiu até onde subiu, por que não subiria mais?”. Quando a queda começa a preocupar, seu emocional entra em fase de negação. Não acredita no que está vendo. É exatamente neste ponto que o nosso amigo dá o mais claro dos indícios de que não possui nenhum planejamento estratégico em suas operações: Quando uma compra inicialmente feita para aproveitar um curto movimento de alta torna-se “investimento de longo-prazo”. O que leva a alguém que não estudou a fundo os fundamentos da empresa, ou nem sequer fez uma análise gráfica nos tempos gráficos mais longos do registro de preços da ação, a dizer que “ficará posicionado para o “Longo-Prazo”? Temos, passando pela cabeça deste investidor neste ponto, uma mistura de negação, ao assumir o erro na tomada de decisão, com uma pitada de racionalidade e realismo, de saber que no curto-prazo, não há grande probabilidade de melhora no cenário, e também com um nada sensível toque de ilusão, vez que ele passa a acreditar que em um futuro que ninguém sabe quando, as coisas vão melhorar. A ilusão porém, é “casa sem fundação”. Ela dura até o momento em que as coisas pioram tanto que nem mesmo o nosso amigo passa a acreditar mais nela. É aí que começam as noites mal-dormidas e os picos de ansiedade. O trabalho, a família, os amigos de nosso amigo investidor começam a ser

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deixados de lado, em troca de um Home-Broker frenético com livro de ofertas constantemente aberto. Em determinado momento, nosso bravo amigo cansa de ser “torturado” pelo malévolo mercado, e finaliza sua operação, carregando nas costas um prejuízo difícil de ser recuperado! É interessante observarmos que, assim como no momento em que surgiu a figura da “árvore que cresce até o céu” (o momento de sua entrada na operação), no momento em que surge a figura do “buraco sem fundo”, aos olhos de nosso amigo investidor, fazendo com que ele zere sua posição, o mercado reverte a direção. Resultado: Novamente sua influência emocional o levará na contra-mão do mercado. Esta sequência de compra e venda nos momentos errados, se dará de forma cíclica, se nosso amigo mantiver a emoção como seu único indicador na hora das decisões. Novamente, com o início de uma tendência de alta no mercado, se reiniciará o ciclo acima detalhado. A cada novo ciclo, sua confiança em cada decisão será menor, ao passo que as pressões externas como desejo de performance aumentarão. É interessante reparar que quando um pequeno investidor entra no mercado guiado por suas emoções, e logo no início observa ir por “água abaixo” parcela representativa de seu dinheiro, continua no mercado, porém diz para si mesmo que ficará somente até recuperar o prejuízo, e depois sairá. Chega a ser impressionante a capacidade do ser humano de mentir para si mesmo. Se, por ventura, recupera o prejuízo, passa a ver o desastroso passado apenas como “uma fase ruim” e esquece daquilo que prometera a si. Infelizmente nem sempre conseguirá recuperar seu prejuízo, e não apenas por erro no momento de entrada de cada operação. Nosso amigo nem sempre errará: haverá momentos em que, guiado ou seguido por um efeito-manada no mercado, conseguirá boa entrada, mas a insegurança trazida por uma

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sequencia de operações perdedoras o fará dizer “lucro bom é lucro no bolso”. Assim assumirá lucro logo nas primeiras frações percentuais positivas. Pena que na hora em que a correnteza for para a direção esperada, não pensará da mesma forma. Aí, sua filosofia voltará a ser “A esperança é a última que morre!”. Resultado: Acabará assumindo lucros cedo demais, mas não deixará de assumir prejuízos tarde demais, dada a dificuldade de assumir uma perda e de admitir para si mesmo um erro cometido. O final desta história, a maioria de nós já sabe... A esta altura, tudo o que o leitor deve estar imaginando é: “Como não ser vítima das armadilhas de meu próprio lado emocional?”. A resposta para esta pergunta não é simples, mas pode ser obtida através de uma série de etapas que, apesar de não conseguirem eliminar de vez o ruído da “voz do diabinho” de nosso dia-a-dia, consegue manter esta figura ardilosa em um constante estado de hibernação, para que, de uma vez por todas, a voz da razão fale mais alto. A primeira destas etapas é aprender a ANALISAR o cenário para uma ação. A análise de um cenário, elaborada a partir de um MÉTODO, fornece ao investidor, a partir das premissas estudadas, um direcionamento sobre o mais provável comportamento dos preços. Existem basicamente duas escolas de análise, apesar de várias ramificações dentro de cada uma, e iremos estudar detalhadamente no próximo tópico. Um alerta, no entanto, precisa ser passado. Dizem que o mercado financeiro é em si a universidade mais cara que existe, tendo em vista que aprendemos com nossos erros, e os erros no mercado, custam caro! Isto é, de certo modo, verdade. Existem formas de pular etapas (erros) nesta trajetória, aprendendo com os erros dos outros. Porém, existem formas de deixar este aprendizado ainda mais caro. A forma mais eficaz de alavancar perdas e acumular prejuízos, fazendo do aprendizado no mercado de ações o

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mais caro que existe, é confundir uma análise com uma bola de cristal. Não podemos JAMAIS confundir o cenário mais provável, a partir de um modelo de análise, com uma previsão. É a ausência de um “Plano B”, para quando as coisas caminham na direção contrária à que estamos aguardando, a maior catástrofe que pode ocorrer ao bolso de qualquer investidor. Por isto, todos os métodos de ANÁLISE devem ser utilizados em conjunto com métodos de GERENCIAMENTO DE RISCO, sobre os quais trataremos logo à frente. Feito o alerta, sigamos em frente, a conhecer um pouco mais as escolas de análise existentes!

Análise Gráfica versus Análise Fundamentalista Ainda que este material seja um volume sobre estratégias do universo da análise gráfica, é importante estarmos salientando a diferença entre esta, e outra escola de análise amplamente utilizada, a escola fundamentalista. A análise fundamentalista é aquela que busca encontrar o VALOR JUSTO de uma ação a partir de uma rigorosa análise da saúde financeira da empresa estudada. Esta escola de análise contém como pilar projeções de lucro, faturamento, fluxo de caixa e situação patrimonial da empresa a partir de uma série de dados obtidos em balanços e demonstrativos de resultado de exercício contábeis, em conjunto com um aprimorado estudo macroeconômico e setorial, além de considerar a distribuição de proventos aos acionistas. Elaborar uma análise fundamentalista de qualidade não é tarefa fácil. É preciso ter em vista cenários para todas as variáveis de mercado (fornecedores, consumidores, preço de insumos, aceitação do produto principal, concorrência, etc.) e políticas que podem impactar o setor de atuação ou a empresa em si, além de saber interpretar muito bem o peso de

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uma notícia relevante para toda a projeção de comportamento futuro destas variáveis. Complexidade na elaboração é apenas uma das limitações da análise fundamentalista, pois ainda que se tenha a estrutura, o conhecimento contábil e econômico, além de MUITA experiência com este gênero de análise, a análise fundamentalista não fornece exatamente a informação que muitos de seus adeptos gostariam que ela oferecesse. Isto porque apesar de buscar o valor justo de uma ação a partir dos fundamentos da empresa, muitas vezes, o mercado NÃO refletirá este valor justo de uma empresa por muito tempo. Isto porque as negociações no mercado não ocorrem a partir da solidez das empresas, mas sim das EXPECTATIVAS ASSIMÉTRICAS sobre o futuro dos preços, de modo que o dito valor justo de uma ação, na interpretação de um indivíduo, pode ser diferente daquele interpretado por outro indivíduo. Predominará, assim, a força resultante, ou seja, a força da maioria. Muitas vezes, o efeito-manada acerca de notícias “bombásticas” ou “boatos especulativos” será determinante na flutuação dos preços. E esta flutuação, volátil, indo a extremos opostos em curtos períodos de tempo, pode, a um primeiro momento, assustar ao investidor que comprou acreditando em um valor justo que não se vê refletir. É justamente no ponto em que falha a escola fundamentalista, o de mapeamento do aspecto comportamental dos investidores, e portanto, do mercado como um todo, que a análise gráfica entra em ação como uma fantástica ferramenta, ajudando na tomada de decisões envolvendo risco. Este modelo de análise dá força ao lado racional do investidor para que ele interaja com o mercado de acordo com a perspectiva de força dominante. Mas afinal, em que se baseia a análise gráfica? Listarei os princípios a seguir:

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1) A análise gráfica se baseia no pressuposto de que todas as informações relevantes para a tomada de decisão sobre compra ou venda de um ativo financeiro se encontram disponíveis no gráfico de preços do papel, pois as informações aí contidas refletem o comportamento dos investidores acerca de informações e expectativas assimétricas, gerando o mapeamento sobre o conflito entre forças compradoras e vendedoras. Ao invés de procurar o motivo dos movimentos de alta ou baixa da bolsa, o grafista busca identificar padrões de comportamento que tendem a se repetir ou sugerir uma reação determinada, com base na idéia de que a relação entre velocidade, volatilidade, volume e posição permite identificar a reta resultante das decisões de investidores bem e mal-informados, para “surfar o movimento”.

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2) O estudo dos preços e das relações entre preço e volume de negociações pode ser feito de diversas maneiras. Não existe um método definitivo de análise gráfica, é uma ciência que pode ser estudada sob a ótica de diferentes teorias. Cada método tem um objetivo em especial. A análise sob a luz da Teoria de Dow, por exemplo, busca identificar tendências, acumulações, regiões propensas a reação de repique, padrões de reversão e pontos de aumento de força compradora ou vendedora. A análise por padrões de candlestick busca encontrar pontos de repique e realização, que podem, ou não, ser os extremos de uma tendência, a reverter na direção oposta. Por outro lado, a Teoria das Ondas de Elliott, busca mapear movimentos de impulso e correção (que são respectivamente a força dominante da tendência e as “paradas para respirar”), para identificar áreas de inversão (a sugerir exaustão de um movimento e iminente inversão) e regiões onde é provável o término de um determinado ciclo de alta ou baixa, que seria uma Onda. 3) Algo que nunca podemos confundir é o objetivo da análise gráfica com o de um jogo de búzios ou de uma bola de cristal. A análise gráfica tem por finalidade o mapeamento de cenários para alicerçar decisões de compra e venda, porém, mesmo partindo do princípio de que TODAS as informações valiosas para o mapeamento destes cenários estão disponíveis no gráfico de preço, e mesmo supondo a perfeição da teoria por trás do método adotado, interpretações humanas podem ser falhas e, portanto, todas as análises possuem uma margem de erro. Mesmo que o método utilizado tenha altíssimo nível de acerto, se não houver sempre um “Plano B” para cada estratégia, um único erro, por mais raro que seja, pode ser fatal. É portanto, básico para quem utiliza a análise gráfica, saber que será

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imprescindível a utilização de ordens STOP, tanto para ganho quanto para perda. Desta forma, “ADEUS, TORCIDA!”. Uma explicação mais detalhada será vista adiante, no tópico sobre introdução ao gerenciamento de risco.

Os Setups de Análise Gráfica Cada vez estão mais conhecidos os SETUPS de análise gráfica, de modo que a maioria dos conhecedores destes interessantes métodos de negociação têm cada vez mais se afirmado como utilizadores da análise gráfica. Será? Vejamos que uma análise gráfica consiste em traçar um cenário para um determinado ativo financeiro, dentro de um horizonte de tempo. Como já vimos, existem diferentes métodos que, se utilizados em conjunto, possibilitam uma análise de qualidade. Estes métodos, porém, sustentam a opinião do analista tendo como base formações de preço apresentadas no papel em questão. No caso, existe subjetividade na análise, cada cenário, é um cenário, definido por formações particularmente únicas. Agora, o que seria um Setup? Um setup nada mais é do que uma sinalização padronizada, que pode ser algorítmica (baseada em relações lógicas entre os produtos de uma equação matemática ou mais) ou não, derivada da combinação de ferramentas da análise gráfica que, quando ocorre, da maneira estabelecida como regra, fornece um ponto de compra ou venda, com pontos de STOP LOSS e alvo definidos a partir de informações contidas nas barras de preços ou através de médias de ganho e perda por sinais certos e errados acontecidos em uma base histórica (backtesting). Por exemplo: Um setup de cruzamento de médias móveis (veremos adiante o que são médias móveis) oferece um ponto de compra quando a média móvel de

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menor número de períodos cruza a média móvel do maior número de períodos para cima, e um ponto de venda quando ocorre o contrário. Há setups em que o mapeamento do ponto de STOP é aplicado no rompimento, em direção contrária à esperada pelo setup, do ponto de abertura ou extremo do candle em que se sinaliza a entrada, e o alvo em alguma proporção de rally anterior projetada, mas há outros em que o alvo e o STOP, são definidos basicamente por médias de ganho por trade certo e perda por trade errado em um backtest. Fica claro, no caso, que o alicerce estatístico se faz presente, porém o que não há é o quê de subjetividade de uma análise pura. O que é melhor, então? Mapear um por um cada um dos os cenários de todas as ações negociadas na bolsa ou caçar setups, sendo estes algorítmicos, ou não? “Nem Oito, nem Oitenta!”. Devemos trabalhar ao máximo o nosso psicológico para operar de maneira padronizada, e nisto, os setups ajudam muito. Porém, otimizando a confiabilidade do trade, é sempre bom ter em vista o mapeamento gráfico específico do papel estudado, para evitar de entrar em uma chamada por setup na compra, no meio de um forte cenário de queda, ou entrar em uma chamada de venda quando os “touros” estiverem liderando o movimento. Aprenderemos, ao longo deste volume, a utilizar conjuntamente setups e análises!

Introdução ao Gerenciamento de Risco Suponhamos a seguinte situação: A cada 5 operações em bolsa, um investidor acerta 4, ou seja, possui margem de acerto de 80%. A primeiro momento, é possível imaginar que este investidor é uma verdadeira fera no mercado de capitais, e que, portanto, é bem-sucedido. Mas tendo como base somente esta informação, será que esta conclusão é realmente verdadeira?

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Se quando ele ganhar, ganhar mais de R$250,00 em média por operação e quando perder, perder menos de R$1000,00 em média por operação, podemos dizer, que com a margem de acerto de 80%, este investidor é bem-sucedido, porém, se quando ele ganhar, ganhar em média R$250,00 por operação, mas quando perder, perder R$ 5.000,00 por operação, definitivamente este investidor não é bem-sucedido e o “cemitério da bolsa” aguarda sua chegada. É muito comum que um investidor iniciante acredite que, após diversas operações perdedoras, é cada vez maior, estatisticamente falando, a chance de ocorrer uma operação ganhadora. Este raciocínio o leva a aumentar suas “apostas” após períodos negativos e as diminua em períodos de ganhos sucessivos. Em outras palavras, será um verdadeiro valentão após operações perdedoras, e um verdadeiro medroso após uma onda de acertos. A justificativa que parece lógica a este indivíduo é: “A cada erro que houver, maior a chance de um acerto, e quando este acerto ocorrer, se eu estiver aumentando os lances, meu lucro recuperará todos os prejuízos anteriores e ainda sobrará. Por outro lado, quando eu acertar consecutivamente, maior será a probabilidade de um erro, então devo me preparar diminuindo o volume das operações”. Este raciocínio, mesmo parecendo coerente sobre algumas de suas afirmações, é definitivamente ilógico, pois leva o investidor a adotar mais riscos quando estiver perdendo e menos riscos quando estiver ganhando. O que seria, então, um bom método de manejo de risco? O bom método é aquele que nos permite diminuir nossa exposição ao risco depois de uma operação perdedora e aumentá-la depois de uma operação ganhadora. Tendo isto em vista, existem duas informações fundamentais que o bom método de manejo de risco precisa apresentar, de forma eficiente: -A quantidade de ações com a qual se deve entrar em uma operação.

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-Se um cenário é aceitável do ponto de vista risco versus retorno. Partindo deste princípio, definiremos a quantidade de ações com a qual se deve entrar em uma operação a partir de três informações, que ou a análise gráfica do cenário ou o setup planejado irá nos indicar: -Preço atual da ação; -Alvo da ação; -Ponto de STOP da ação. A partir destas informações, em um perfeito casamento com diversos métodos de análise gráfica e aplicação de setups, planejaremos a quantidade de ações de modo que o risco da operação seja sempre um valor percentual fixo do capital. Por exemplo: Se uma ação, cotada a R$10,00 no mercado, que tem projeção de alvo por análise gráfica em R$13,00 no curto-prazo, com seu Ponto de STOP, ou seja, seu plano B, localizado em R$9,00, o risco da operação é a distância entre alvo e STOP, ou seja, R$1,00 por ação. Digamos que meu capital total seja de R$100.000,00. Qual seria, então a quantidade de ações que eu devo comprar para estar de acordo com o bom método de manejo de risco? Em primeiro lugar, o investidor deve definir um percentual de seu capital que será o risco de TODAS as operações. É com base neste percentual que irá ser feito o cálculo da quantidade. Um investidor muito arrojado pode escolher arriscar 2% do capital por operação, neste caso, compraria 2% x 100.000,00 ÷ Distância entre preço de entrada e STOP (1,00) = 2.000,00 ações. Se este investidor, porém, for menos arrojado, poderá definir outro valor percentual, como 1% ou 0,5% do capital de risco por operação.

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Observe que desta maneira, ao contrário de muitos métodos de manejo por percentual de capital que existem no mercado, a partir dos quais o percentual de risco dá origem ao ponto de STOP, é o ponto de STOP em relação ao valor de entrada que define, dado o percentual de predisposição ao risco, o a quantidade de ações do trade. É a quantidade, por sua vez, que controlará a exposição ao risco. Este modelo pode ser considerado um bom modelo de manejo de risco? Sim, pois permite diminuir nossa exposição ao risco depois de uma operação perdedora e aumentá-la depois de uma operação ganhadora. Por exemplo: Se em uma operação, ao arriscar 2% de meu capital de 100.000,00, ou seja, 2.000,00, o resultado for prejuízo, na próxima operação arriscarei menos, porque meu capital não será mais de 100.000,00, mas sim de 98.000,00, portanto, 2% deste capital será equivalente a 1.960,00. Se, por outro lado, esta operação fosse ganhadora, e meu trade resultasse em lucro de 5.000,00, na próxima operação eu arriscaria mais, porque meu capital de 100.000,00 teria crescido para 105.000,00, e 2% deste capital, que seria o risco da próxima operação, equivaleriam a 2.100,00. Sabendo controlar o risco da operação através da quantidade de ações, como saber se um cenário é interessante ou não do ponto de vista risco versus retorno? Entram aí algumas variáveis, tais como: Nível de acerto em histórico recente das sinalizações do método utilizado, média de ganho por trade certo e média de perda por trade errado. Em geral, setups ou métodos de análise padronizados com elevado nível de acerto (mais de 50% das sinalizações históricas recentes resultando em lucro) tendem a demonstrar alvos mais curtos em relação à distância do valor de entrada para os pontos de STOP, portanto, é aceitável uma relação de retorno/risco mínima para entrada em operações mais baixa, até mesmo

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menor do que 1, desde que, mantido o nível de acerto e tendo em vista a o percentual fixo de capital exposto ao risco de por operação, uma reta resultante projetada de uma sequencia de operações filtradas por esta relação mínima seja positiva. Por outro lado, setups ou métodos de análise com baixo nível de acerto (menos de 50% das sinalizações históricas recentes resultando em lucro) costumam a demonstrar alvos longos em relação aos pontos de STOP, então se faz necessária uma relação de retorno/risco mínima mais alta, sempre maior do que 1, com a qual, mantido o nível de acerto do método e considerado o percentual fixo de capital exposto ao risco de por operação, seja garantida uma reta resultante projetada das operações positiva. Se por ventura um baixo nível de acerto não for “recompensado” por uma alta relação de retorno/risco mínima para a entrada, ou se mesmo com esta relação elevada, a reta resultante não se mantiver positiva, o método adotado é ineficiente, ou seja, não é bom e deve ser trocado. O mesmo vale para casos em que, mesmo com elevado nível de acerto, a média de perda por trade errado supera os ganhos, provocando uma inclinação negativa da reta resultante de retornos.

Nível de acerto histórico

Alto

Média de ganho por trade certo (distância média dos alvos bemsucedidos) Baixo

Baixo

Alto

Média de perda por Relação trade errado mínima para (distância média entrada. dos pontos de STOP atingidos) Alto Mais Baixa Baixo

Mais Alta

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Particularmente, no método de operação de impulsos que utilizo, que será visto no segundo capítulo, a margem de acerto da série histórica se aproxima de 40%, e a relação de retorno/risco utilizada para filtrar qual trade é interessante ou não para entrada é sempre maior do que 2. Desta forma, mantendo a margem de acertos, consigo manter a reta resultante da carteira positiva.

As Três Peças do Tabuleiro e suas Nuanças Pela definição pura da palavra, um trade nada mais é do que uma negociação, porém, a partir do momento em que surge a figura daquele que é denominado “trader”, precisamos passar um pente fino nesta definição. Particularmente, vejo três figuras no mercado: O Trader, o Holder e o Jogador. O Holder é aquele que, ou por conta própria, ou com ajuda profissional, encontra uma (ou mais) empresa, que a partir de sua análise fundamentalista, ou seja, da saúde financeira desta e do potencial de crescimento acerca do cenário interno (novos projetos, produtos, mercados),parece promissora no médio ou longo-prazo. A partir de então, tendo para si a premissa de que uma ação nada mais é do que parcela da sociedade desta empresa, este investidor compra ações desta empresa, esperando que as cotações reflitam no longo prazo a realização das perspectivas, além do retorno financeiro da atividade por meio de proventos. Ele gasta estes proventos (Dividendos, Juros sobre capital, bonificações, etc.)? Não, ele reinveste nas ações desta mesma empresa, fazendo crescer sua carteira em número de ações. O Holder tende a se dar bem no mercado? Isto

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depende da empresa ou das empresas que ele escolhe para compor sua carteira. Sobre a gestão do risco da carteira de um holder, deixo para a próxima, estar falando sobre Teoria de Carteiras, também conhecida como a ciência do Portfolio. O Trader, por outro lado, é aquele que busca suas oportunidades de ganho não a partir da reta resultante das cotações ou proventos de uma ação, mas sim a partir da volatilidade e liquidez de todo o mercado. Utiliza-se da análise gráfica para rastrear suas oportunidades, e para a definição de TRÊS pontos primordiais: Entrada, Alvo, e STOP (ou START, dependendo da ponta). Aí com certeza alguém se pergunta: Tem mesmo que usar STOP para ser um trader? Tem sim, pois é a partir do STOP que se define os parâmetros do manejo de risco, e a partir deste último que se define as quantidades. Não tem jeito, quem não se utiliza do manejo de risco infelizmente não pode ser chamado de trader, pois um trader, por definição, não “está trader”, ele “é trader”, e desta forma, o título precisa ser sustentável. Um trader não quebra na bolsa, um trader não se alavanca mais do que aguenta, um trader não fica rico do dia pra noite. Um trader tem rotina, um trader tem um MÉTODO, e um trader tem disciplina, e segue padrões. A qualquer indivíduo que não se encaixe nas duas descrições acima, cabe o título JOGADOR. Antes de mais nada, não estou sendo pejorativo. O que um jogador faz? Ele aposta. Ele pode ter bases sólidas ou não para sua tomada de decisão, e é isto o que diferencia o jogador profissional do amador, mas de qualquer jeito, cada operação é uma operação, ele pode perder ou ganhar sem o controle de que, estatisticamente sua reta resultante seguirá para cima. O jogador tenta prever o comportamento do mercado por notícias, especulação pura, boatos, ou tenta seguir o comportamento de outros players. Também é jogador aquele que se utiliza da análise gráfica sem

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manejo de risco. Por quê? Pois o que define um jogador nada mais é do que o fato de que cada operação sua é única. Ele sente na pele a paixão e o ódio de um holder, mas tenta se mover no que seria a sintonia de um trader. Muitas vezes, encara riscos maiores do que potencial de lucro, às vezes não sabendo nem quantificar. Ganha ou perde muito em algumas operações, ganha ou perde pouco em outras. Sem o devido preparo, acaba assumindo lucros cedo demais e prejuízos tarde demais. Um jogador pode ganhar muito em um mês, mas pode também quebrar ou ficar preso em um papel no outro. Um jogador muitas vezes não tem sono tranquilo.

CAPÍTULO 2

Estratégias de Análise Gráfica como você nunca viu Entendendo a Análise Gráfica sob a ótica de Dow Charles H. Dow certamente é um nome notório entre os pioneiros no estudo de mercados de capitais. A teoria que ele deixou é certamente a base do modelo de análise gráfica mais utilizado no mundo inteiro, tanto é que muitos o chamam de “O pai da análise gráfica”. Falarei a respeito de seu princípio nas linhas a seguir. Dow foi um dos primeiros a sugerir que o mercado não era regido por uma sequência aleatória de fatos e ocorrências (random walk) que motivavam cada um dos movimentos de alta ou baixa. Ele observou que o mercado se movia através de uma sequência ordenada, e a partir disto, elaborou a teoria de que o mercado, nas tendências de alta, possuía basicamente três movimentos ascendentes: -O primeiro seria um repique a um forte movimento de baixa que estivesse em andamento; -O segundo movimento ascendente seria uma reação do mercado à melhorados negócios e cenário de lucros projetado; -O terceiro e último movimento de alta seria correspondente a uma sobretaxa no preço com relação ao valor justo.

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Entre estes três movimentos que caracterizariam uma tendência primária de alta, haveria correções intermediárias para realizar lucros e promover acumulações, e após esta tendência primária de alta , viria uma correção, também em grandes proporções, corrigindo os valores para níveis próximos do que seria um “valor justo”. O princípio-chave da Teoria de Dow acabou sendo a base do estudo de Ralph N. Elliott, em sua Teoria das Ondas de Elliott, método muito importante para o entendimento do setup que apresentarei ao longo deste material. Porém, antes de mais nada, sem colocar o “carro à frente dos bois”, falarei a respeito de uma grande contribuição de Dow e seus discípulos, uma espécie de geometria das formações comportamentais do mercado, o estudo de topos, fundos, suportes, resistências, e tendências.

Caracterizando tendências, suportes e resistências Vejamos a base da “geometria das formações” que foi comentada partindo dos conceitos sobre topos e fundos de mercado. Um topo nada mais é do que o patamar mais alto de preços atingido em um movimento de alta, também chamado de rally ou pernada de alta, antes da perda de força compradora e consequente inversão direcional para baixo. Um fundo, por sua vez, é o patamar mais baixo de preços atingido em um movimento de baixa antes da perda de força vendedora que desencadeia a inversão para um movimento de alta.

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O entendimento destes conceitos será fundamental para a compreensão do significado de suportes e resistências no mercado: Um suporte representa o nível de preços no qual o mercado perde força vendedora e surge uma força compradora, que interrompe o movimento de correção. Isto demonstra claramente certa dificuldade na busca de um patamar de preços inferior. Um suporte pode ser representado por um ou mais fundos, alinhados horizontalmente, como no exemplo que estamos vendo, ou através de linhas de tendência de alta, sobre as quais falarei logo a seguir. Voltando nossas atenções em primeiro momento aos suportes horizontais, verificamos que um suporte horizontal é mais forte quanto maior o tempo de formação do fundo ou dos fundos que o integram, quanto maior a amplitude da reação subsequente, ou seja, maior o rally que se segue como reação, e quanto maior o número de toques na região.

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O oposto de um suporte é uma resistência, que por sua vez representa o nível de preços no qual o mercado perde força compradora e surge uma força vendedora na inversão de movimento, que interrompe o movimento de alta. Ao contrário do suporte, demonstra claramente certa dificuldade na busca de um patamar de preços superior. Uma resistência pode ser representada por um ou mais topos, alinhados horizontalmente, como no exemplo que estamos vendo, ou de forma linear, compondo linhas de tendências de baixa. Da mesma forma que os suportes horizontais, uma resistência horizontal é mais forte quanto maior o tempo de formação do topo ou dos topos que a integram, quanto maior a amplitude da correção subsequente e quanto maior o número de toques na região. Vale lembrar que o topo histórico de um papel é sempre sua maior resistência horizontal, bem como o fundo histórico é sempre seu maior suporte horizontal.

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Uma das mais importantes características do estudo de suportes e resistências é o fato de que uma resistência rompida acaba por se tornar um suporte para projeções futuras, assim como um suporte rompido acaba por se tornar uma resistência.

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Sobre a direção na qual os preços de ações caminham, uma tendência de alta é caracterizada pela formação de topos e fundos ascendentes, ou seja, topos superiores aos que os antecedem, e fundos superiores aos anteriormente formados. Quando, neste movimento de alta, desde o seu início, podemos traçar uma linha de suporte que ligue os fundos ascendentes, dizemos que temos uma linha de tendência de alta, ou LTA.

Uma tendência de baixa nos preços de determinada ação, por sua vez, é caracterizada por formação de topos e fundos descendentes, ou seja, topos inferiores aos que os antecedem, e fundos inferiores aos anteriormente formados. Se desde o início deste movimento de baixa pudermos traçar uma linha de resistência que ligue estes topos descendentes, teremos uma linha de tendência de baixa, também conhecida como LTB.

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Não necessariamente um papel seguirá uma tendência em todos os momentos. Há momentos em que ocorrem as chamadas acumulações e distribuições, que são como períodos “mornos” no gráfico de preços em que uma massa de investidores bem informada começa a montar suas posições (acumulação) ou nos quais uma massa ainda maior de investidores mal informados monta suas posições em meio à desova dos que se posicionaram em um momento mais oportuno e que aproveitaram um movimento principal (distribuição). Nestes momentos, o papel costuma flutuar entre um nível de suporte horizontal e uma resistência horizontal, sem formar uma sequencia visivelmente ascendente ou descendente, configurando a chamada congestão gráfica.

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O estudo da direção dos preços obviamente segue alguns critérios, para eliminar subjetividades na interpretação direcional. Veremos que na linha de raciocínio à qual se aplica a “geometria” de Dow existem também outros estudos, muitos dos quais tinham a finalidade de rastrear uma tendência, ou seja, identificar a força dominante do movimento, se é compradora ou vendedora. Aprofundarei no próximo tópico uma ferramenta de análise gráfica de importância primordial no rastreamento de tendências, a média móvel, e mostrarei algo que a maioria dos livros não apresenta: Que a sua capacidade de promover informações úteis à análise vai muito além do simples rastreamento. Toda a estratégia que será passada ao longo deste material será fortemente vinculada ao estudo desta ferramenta.

A média móvel como rastreador de tendências e imã de preços A média móvel é de longe o método mais simples e objetivo de se rastrear a tendência do mercado em um determinado momento, suavizando o “barulho” dos movimentos. Uma média móvel simples ou aritmética é basicamente uma média de um número X dos últimos fechamentos de barras

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de preços na qual se somam os fechamentos de X períodos e divide-se este produto pelo valor de X . Esta média aparecerá plotada no gráfico de preços. A cada novo fechamento incluído no gráfico de preços, inclui-se este novo fechamento exclui-se do cálculo o valor de fechamento mais antigo entre os X períodos, fazendo com que a posição desta média se altere na próxima barra de preços. Por exemplo: Em uma média móvel simples de 9 períodos, supondo que cada barra corresponda a um dia de negociação, são capturados os valores de fechamento dos últimos 9 dias, somados, e divididos por 9. No fechamento do próximo dia, será excluído o primeiro dia desta sequência e incluído o último fechamento, alterando a posição da média.

Ao passo que uma média móvel simples ou aritmética calcula com igual peso cada um dos preços que é somado, em outras situações, como aprofundaremos no próximo tópico, é mais interessante dar um peso maior à

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direção que o mercado tomou nos dias mais recentes da sequência. Para isto utilizaremos a média móvel exponencial, na qual o cálculo é mais sensível às movimentações mais recentes, dando maior peso aos últimos períodos. Dirão-nos informações importantes a respeito da sequência de fechamentos analisada por esta ferramenta a posição dos preços com relação a esta média, que podem estar acima ou abaixo e a inclinação para a qual esta média aponta, seja para cima ou para baixo. Desta forma, quando os preços estão abaixo de uma média móvel, e esta se encontra inclinada para baixo, dizemos que no período avaliado, a tendência é de baixa. Se os preços, por outro lado, estiverem acima da média móvel, com esta inclinada para cima, a tendência é de alta. Existe ainda uma terceira possibilidade, a de termos preços abaixo da média, que cruzam para cima desta, fazendo com que a inclinação passe de baixista para altista. Neste caso, demonstra-se uma inversão de tendência. Sabemos que uma tendência tem sempre dois movimentos básicos: O movimento (rally) a favor da tendência e a correção deste movimento dentro da tendência (que recebe o nome de repique), caso contrário não há tendência. As tendências, entretanto, podem ser variar de um período de tempo para outro. Quando avaliamos um papel, devemos ter sempre em mente que a tendência a ser seguida e operada varia de acordo com o prazo, mas que todas as tendências secundárias são diretamente influenciadas pela tendência primária (que se mantém vigente há mais tempo, integrando tendências secundárias ao longo de seu percurso).

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Neste contexto, quando utilizamos em conjunto duas médias, uma com um maior número de períodos, e outra mais curta, veremos a mais longa apontar para a tendência de prazo mais afastado enquanto a mais curta aponta a direção mais imediata. Existem dois possíveis cenários, com base nesta utilização conjunta: 1) Ambas as médias encontram-se alinhadas na mesma direção, ou seja, tanto a tendência mais curta quanto a mais longa estão fortes no mesmo sentido; 2) A média móvel mais curta se encontra inclinada na direção oposta à da média mais longa, o que representa que está ocorrendo uma correção da tendência mais longa.

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Uma média móvel também oferece resistência a uma tendência de baixa (quando está acima dos preços) e suporte a uma tendência de alta (quando está abaixo dos preços). Além disto, por se tratar de uma suavização da memória dos preços de um período, acaba gerando um efeito de ímã nos preços. Quando um papel se afasta muito das médias, se o movimento não for forte o suficiente para se manter, o preço tenderá a retornar às médias. Se o movimento, por outro lado, for forte o suficiente para se manter, as médias tenderão a chegar ao preço. Existem diversas estratégias envolvendo médias móveis. Há quem opere na aproximação da média, seguindo a tendência, mas também há quem opere no afastamento da média, tentando aproveitar o retorno. Há também quem opere o cruzamento de médias, pois quando uma média móvel menor cruza uma maior para cima, ocorre sinalização de reversão mais forte, da tendência em diferentes graus convergindo para uma mesma direção, contrária à da tendência maior outrora vigente. O mesmo vale para a sinalização de pressão vendedora quando uma média móvel menor cruza a maior para baixo. Enfim, há diversos setups de aproximação, afastamento e cruzamento de médias móveis. Alguns bons, outros nem tanto. Nosso direcionamento a partir de agora será a apresentação de um bom método de rastreamento com efeito-ímã, que virá propor a melhor combinação de períodos para o rastreamento de tendências por médias móveis em múltiplos tempos gráficos, para depois vir a servir de base para o setup da ONDA PERFEITA.

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As médias móveis e sua afinidade temporal A este momento você deve estar se perguntando: “Qual a melhor combinação de períodos para o rastreamento de tendências por médias móveis?”. As médias móveis são ferramentas de análise gráfica que relacionam preço e tempo de forma tão harmônica quanto em nenhum outro estudo. Agora, qual número de períodos gera uma melhor performance do indicador? Esta é uma importante pergunta. Sempre teremos uma média ou par de médias mais eficiente, mas não necessariamente o número de períodos desta média será eficaz em todos os tempos gráficos para todos os papéis. Porém, em meus anos de estudo, observei um conjunto numérico de períodos que oferece muitas vezes um bom ímã, suportando ou resistindo a maioria das tendências, em um bom casamento de diversos tempos gráficos, para a grande maioria dos papéis. O mais curioso é que a fundamentação deste conjunto numérico tem um vínculo muito grande com a base do fator TEMPO. Você já parou para se perguntar sobre o motivo de uma hora ter 60 minutos, um minuto ter 60 segundos, e um dia ter 24 horas? Pois bem, este número reflete uma antiga base numérica, dominante em civilizações antigas, e deu origem à organização do tempo como conhecemos hoje. Este sistema numérico é o sistema babilônico, ou sistema de base 60. Neste sistema, para a adequação da organização do tempo aos movimentos de rotação e translação terrestres, 60 foi a base das menores unidades de tempo, chegando ao dia com 24 horas, a semana com 7 dias, além das funções de calendário mês e

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ano, que levam em consideração outros fundamentos para sua organização conforme vemos hoje. A base numérica moderna, apesar da grande herança da antiga deixada na organização do tempo, abandonou os ábacos e veio para as representações em notação científica. Temos hoje um sistema numérico de base decimal, que trouxe boa evolução para todos os sistemas de contagem, agora capazes de representar números demasiadamente extensos. Por que estou comentando esta análise das bases numéricas existentes? Porque vejo que alguns números de organização temporal dentro do calendário anual são bons períodos para médias aritméticas em uma análise que considere diversos tempos gráficos, enquanto números que representam potências de 10 com expoentes de um a três são bons períodos para médias exponenciais neste mesmo universo de tempos gráficos. A se considerar que o pregão só funciona de segunda a sexta-feira, desconsiderando feriados, temos em média 21 dias úteis no mês, que formam barras diárias, e 252 dias úteis a formar barras diárias no ano. Estes números acabam representando bons números de períodos para médias simples. Potências de 10, com valores entre 1 e 3 para expoentes (em especial a de expoente 2, igual a 100)também fornecem bons números de períodos, mas para médias exponenciais, por serem a base da notação em forma exponencial. Uma curiosidade adicional é que o número 21, além de quantidade média de dias úteis no mês, é um número forte, também presente na sequencia de Fibonacci que veremos adiante. Toda esta história não deixa de ser mera curiosidade, pois o que realmente interessa quanto a estes períodos é o teste histórico, em que a função de rastreamento, o efeito-ímã e a atuação como suporte e resistência

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das tendências das médias aritméticas de 21 e 252 períodos e da média exponencial de 100 períodos se demonstraram notáveis para os tempos gráficos semanal, diário, 60 minutos, 30 minutos, 15 minutos e até mesmo 1 minuto, em diversos papéis. No exemplo a seguir é possível visualizar, no gráfico diário de PETROBRAS PN, diversos pontos em que a média móvel simples de 21 dias atuou como ímã/suporte de tendências curtas de alta e como ímã/resistência nas tendências curtas de baixa. Um número consideravelmente menor, porém com casos bastante precisos, foi o de pontos em que a média móvel de 100 dias exponencial desempenhou esta função. Ainda menor, mas com notável precisão, foi o número de casos envolvendo a média simples de 252 dias. Isto porque os ímãs maiores, vinculados a tendências maiores, tendem a puxar menos vezes o preço para sua proximidade, dado o andamento de tendências menores, secundárias e terciárias, que fazem com que se mantenha o afastamento por mais tempo, tendências estas que giram na órbita dos ímãs menores.

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Ainda no gráfico de PETROBRAS PN, em data aleatória, busquei uma amostra de ocorrências no gráfico de 60 minutos. Não foi difícil encontrar diversos pontos em que as médias atuaram como ímã/suporte de tendências de alta e como ímã/resistência nas tendências de baixa.

Surpreendentemente, não apenas para PETR4, como para a grande maioria dos papéis do IBOVESPA, provei que as ocorrênciasde pontos em que as médias atuaram como ímã/suporte de tendências de alta e como ímã/resistência nas tendências de baixa eram muitas, em todos os tempos gráficos estudados. Muitas vezes, uma média longa (100 exponencial ou 252 simples) deste conjunto em um tempo gráfico se comporta de maneira semelhante à curta (21 períodos simples) de um tempo gráfico maior e viceversa. Isto me levou a adotar este conjunto de médias como ferramenta universal de rastreamento de tendências e ímã de preços. É claro que muitas vezes o preço vai acabar não tomando a referência de alguma destas médias como ímã, e que para uma amostra isolada de um

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tempo gráfico qualquer, talvez outro conjunto de médias pareça fazer mais sentido, porém como em uma GRANDE amostragem estas médias se demonstraram eficazes nas funções de rastreamento e ímã de preços, casando perfeitamente as aparentemente randômicas formações de preços em tempos gráficos diferentes, podemos considerar o conjunto das médias móveis 21 simples, 100 exponencial e 252 simples uma boa referência para o estudo dos preços, e boa base de rastreamento e ímã para o setup da Onda Perfeita.

O Índice de Força Relativa: Do “movimento esticado” às divergências Irei agora discorrer a respeito de um excelente indicador, que será fundamental na elaboração do setup “A ONDA PERFEITA”. Trata-se do Índice de Força Relativa (IFR), descoberto pelo renomado trader americano Welles Wilder. Basicamente este indicador atua como medida para definir se um ativo está esticado, neutro ou descontado em relação ao seu padrão histórico de preços. Sua base de cálculo é simples: Trata-se da divisão do preço médio dos fechamentos de períodos em alta pelo preço médio dos fechamentos dos dias em baixa em um número determinado de períodos. Como podemos imaginar a partir deste cálculo, o IFR, ao contrário da média móvel, que rastreia preços, é um OSCILADOR de preços. O que isto significa? Que seu valor oscila entre um limite máximo e um limite mínimo, como, por exemplo, um pêndulo. Valores elevados para o IFR representam que a ação em questão está sobre-comprada, ou seja, valores esticados além do “valor real”. Valores baixos, por outro lado, indicam

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sobre-venda, ou seja, o papel está descontado em relação ao seu histórico de preços. Mas afinal, o que seria um valor baixo ou elevado para este indicador? Utilizando, a um primeiro momento, como base, o número de períodos mais comummente usado, 14 períodos, é de costume utilizar como referência linhas de sinal nos valores 30 e 70. Quando o IFR está maior ou igual a 70, está sobre-comprado. Quando está menor ou igual a 30, está sobre-vendido. Quando está entre 30 e 70, a indicação é neutra. A seguir um exemplo da aplicação do IFR (14 períodos) no gráfico diário de PETROBRAS PN, na qual podemos observar pontos em que o indicador apontou que o papel estava esticado e pontos em que o papel estava descontado em relação ao seu histórico de preços.

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Podemos observar neste exemplo que os momentos em que o IFR identificou sobre-compra ou sobre-venda foram raros, porém bastante precisos. Se quisermos ter um indicador mais sensível aos últimos períodos, e portanto, mais volátil, que indique maior número de pontos de sobre-compra ou sobre-venda devemos reduzir o período base. No exemplo a seguir, vejamos que para o mesmo período no gráfico de PETROBRAS PN, o IFR com 9 períodos indicou muito mais pontos de sobre-compra e sobre-venda. O que muda no caso, é o histórico de preços que se quer tomar como referência. Em um período menor, é claro, a memória é mais recente e o indicador acaba ficando mais sensível às movimentações de preço.

Além de indicar momentos em que o papel encontra-se neutro, descontado ou esticado em relação ao seu histórico de preços, existem outras funcionalidades interessantes do IFR. Muitos o utilizam como SETUP, seja

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de forma pura, efetuando uma compra quando, por exemplo, o IFR vem abaixo de 30 e cruza esta linha de sinal para cima e uma venda quando o IFR vai acima de 70 e cruza esta linha de sinal para baixo, ou de formas mais aprimoradas. Porém, apesar de considerar o IFR um bom oscilador para orientar alguns setups e trading systems, irei dar ênfase a uma funcionalidade muito importante do IFR, que será fundamental para o setup “A ONDA PERFEITA”, que é a identificação de divergências gráficas. Uma divergência no gráfico de preços nada mais é do que uma indicação de que o movimento direcional do mercado está exausto, perdendo a base de sustentação que seria necessária para a sua continuidade. A verificamos em um mercado de alta quando os preços da ação continuam formando topos e fundos ascendentes, porém o oscilador de força IFR começa a apresentar topos e fundos descendentes. O que isto diz: O mercado está encontrando dificuldade em aceitar valor à medida que o preço sobe nesta tendência, tanto é que o peso dos períodos positivos no cálculo do índice acaba perdendo espaço para o dos dias negativos, mesmo que, na reta resultante, o papel esteja subindo. Uma divergência baixista se identifica segundo a mesma lógica, porém ao contrário: Quando o papel se mantém em formação de topos e fundos descendentes, e verificamos o início de formação de topos e fundos ascendentes no oscilador IFR, verificamos uma exaustão do movimento de baixa.

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O conhecimento da dinâmica das divergências gráficas será de absoluta importância para a identificação de oportunidades através da estratégia “A ONDA PERFEITA”. Iremos aprofundar a colocação em prática desta informação após o tópico a seguir, que tratará da introdução à Teoria das Ondas de Elliott e Fibonacci.

Introdução às Ondas de Elliott e Fibonacci Aprofundando, otimizando, e trazendo maior precisão ao arcabouço teórico deixado por Dow, por volta de 1930 Ralph Nelson Elliott surgiu com uma inovadora teoria, a qual veio a ser notoriamente reconhecida nos anos que se seguiram por ter dado a ele base para identificar o fundo da crise de 1935 e o longo período de alta na bolsa americana que se seguiu.

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Sua ciência surgiu em meio a um emaranhado de estudos sobre a teoria do caos, da complexidade, e do comportamento de sistemas caóticos. Elliott via a aplicação destas ideias ao mercado de ações, porque considerava que a evolução dos preços no mercado nada mais é do que a representação geométrica da psicologia das massas, se desenvolvendo de forma cíclica. Sua teoria estuda somente o preço, em sua essência, e leva em conta que em nenhum momento histórico o ambiente psicológico é idêntico ao ocorrido em qualquer outro momento passado. Assim como Dow identificou que o mercado, nas tendências de alta, possuía basicamente três movimentos ascendentes, Elliott esboçou um modelo de mercado com 8 ciclos, aos quais deu o nome de Ondas, 5 dos quais compunham um movimento de ação, e 3 compunham o movimento de reação.

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Para este modelo dar certo, Elliott implementou algumas regras de contagem, como veremos a seguir: •

A “Onda 1” será a força motriz do movimento.



O fundo da “Onda 2” deve se manter acima do início da “Onda 1” (Caracterizando formação de topos e fundos ascendentes).



A “Onda 3” costuma ser a mais longa de todas, mas pode ser também do tamanho da “Onda 5” ou até menor do que esta, desde que nunca seja menor que a “Onda 1”.



A “Onda 4” deve ser uma onda de correção mais intensa, reagindo à onda 3. Não deve vir abaixo da região de preços em que foi finalizada a Onda 1, e em nenhuma hipótese pode desrespeitar o fundo da “Onda 2”.



O vértice(topo) da “Onda 5” deve atingir o ponto mais alto no ciclo principal, acima do vértice da “Onda 3”, exceto em casos de onda truncada, uma exceção padronizada à regra em que se admite uma Onda 5 mais curta do que a 4.



Quando o movimento estiver no topo da “Onda 5”, será iniciada uma correção mais intensa, não com relação à onda 5 somente, mas reagindo a todo o ciclo impulsivo 12345.



As Ondas de Correção “ABC” devem respeitar o fundo da “Onda 2” do ciclo de alta, sendo o ponto minimamente inferior a esse a invalidação da contagem como se estava vendo.

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Em uma correção “ABC”, o fundo da “Onda C” costuma estar abaixo do fundo da “Onda A”. Exceto em casos que envolvem correções complexas



Finalizada a reação “ABC” será iniciado novo ciclo “12345” de ação.



Com a aplicação destas regras, a reta resultante dos Ciclos de Longo Prazo sempre será Positiva.

Em sua teoria da sequência ordenada dos movimentos de ação e reação psicológicos, aplicou como base o conceito de FRACTAL, alegando que cada Onda aglomerava dentro de si ondas menores seguindo este mesmo padrão. Um fractal é uma figura auto-semelhante por natureza que segue padrões geométricos em sua formação e proporção, com suas características infinitamente multiplicadas por dentro de cada parte de si.Para Elliott, o mercado era um fractal imperfeito, ou seja, reproduzia ciclos de forma SEMELHANTE (e não igual), nas diferentes proporções aplicadas, conforme podemos ver na figura abaixo:

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Dentro da descoberta deste padrão fractal cíclico, encontrou base e fundamentação para sua teoria na obra de Leonardo Pisano, um matemático italiano do século XVIII, para a razão das formações fractais do mercado. Veremos a seguir a descoberta de Leonardo Pisano sobre a Sequência de Fibonacci: A Sequência de Fibonacci: 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144, 233, 377, 610…… Estasequência se estende até o infinito e contém algumas propriedades matemáticas únicas: •

Depois de 0 e 1, cada número da sequência é a soma dos dois números anteriores (1+2=3;2+3=5; 5+8=13; 8+13=21, etc) .



A divisão de um número da sequência por aquele que o antecede resulta em um número próximo de 1.618 (21/13 =1.6153; 34/21=1.6190; 55/34= 1.6176, etc.). Tal aproximação prossegue válida conforme os números aumentam. Esta é a base para a extensão de 1.618.



A divisão de um número da sequência por aquele que o segue resulta em um número próximo de 0.618 (13/21=0.6190; 21/34=0.6176; 34/55=0.6181, etc). Tal aproximação prossegue válida conforme os números aumentam. Esta é a base para a retração de 61,8%.



A divisão de um número da sequência pelo seguinte do que o segue resulta em um número próximo de 0.3820 (13/34=0.3820; 21/55=0.3818; 34/89= 0.3820, etc.). Tal aproximação prossegue

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válida conforme os números aumentam. Esta é a base para a retração de 38,2%. Além disso, é possível observar que 1-0.618=0.3820. •

A divisão de um número por outro que se encontra 3 posições acima na sequência resulta em um número próximo de 0.2360 (13/55=0.2363, 21/89=0.2359, 34/144=0.2361, etc.).

1.618 é a chamada Razão Áurea, também chamada de Phi. O inverso de 1.618 é 0.618. Tais razões podem ser encontradas na natureza, arquitetura, arte e biologia, sendo vinculadas a objetos de grande beleza e simetria. Eliott, a partir da análise da sequência de Fibonacci, descobriu que todo o seu padrão das Oito ondas e fractalidade atemporal, inicialmente encontrado através de observação empírica, estava ordenado conforme a sequencia, conforme podemos observar na figura a seguir:

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A aplicação de Fibonacci no horizonte das contagens de ondas, porém, vai muito além da distribuição cíclica das ondas em diferentes escalas. Através das relações de Fibonacci é possível definir alvos para movimentos de ação e reação, além de encontrar áreas de inversão e validar o tamanho das ondas. Estas relações acabam de aplicando de forma incrivelmente eficiente no tamanho das ondas passadas, e nas projeções de Ondas futuras. Com base em todos os instrumentos de análise e abordagens teóricas que foram estudadas até aqui, posso dizer que estamos prontos para a leitura do setup “A ONDA PERFEITA”!

Operando impulsos: A ONDA PERFEITA É chegada a hora de iniciarmos a abordagem sobre o setup “A ONDA PERFEITA”. Você ao acaso parou para se perguntar, ao longo da leitura deste trabalho, o motivo de terem sido abordadas as médias móveis e seus períodos , o IFR como oscilador de força ou indicador de divergências e a introdução a Ondas de Elliott e Fibonacci, exatamente nesta sequência? Pois é, tudo isto tem um vínculo, que irá originar o setup ao qual se dedica este volume. Já vimos que a Teoria das Ondas de Elliott acabou por ordenar e padronizar o arcabouço teórico deixado pelos estudos de Dow. Vimos também que esta teoria veio a trazer uma maior precisão na elaboração de cenários futuros, com base nas formações de preço passadas, de forma a considerar a evolução dos preços no mercado como uma representação geométrica da psicologia das massas, mapeável em sua essência. Basicamente o modelo das Ondas de Elliott consiste no mapeamento de propulsões e correções em diferentes escalas, sendo as

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propulsões os movimentos pró-tendência formados por 5 mono-ondas “12345” internas, e as correções os movimentos contrários à tendência que se formam por 3 mono-ondas “ABC”. Propulsões subdividem-se em impulsos, padrões de fácil mapeamento de alvos e validação de cenário por proporções de Fibonacci, e triângulos diagonais (também conhecidos como cunhas), formações de validação mais complexa e estabelecimento de objetivos menos precisos. Correções, por sua vez, podem ser simples (modelo do zigzag “ABC” clássico) ou complexas (é o caso de flats, correções triangulares, duplos e triplos “três”). Enfim, a contagem de ondas, apesar de ser para mim uma ciência exata, é um estudo bastante interpretativo, com certo grau de complexidade, que requer atenção e dedicação por parte do usuário. É por sua vez uma ciência que, quando bemutilizada, promove resultados como nenhuma outra, tanto em termos de precisão, quanto em seu perfeito casamento com o método de manejo de risco comentado no capítulo anterior. O que apresentarei a seguir é um método bastante interessante de mapear prováveis impulsos, seguindo um padrão de forte vínculo com regras de contagem, mas que, com o auxílio das ferramentas e métodos abordados até agora, não necessita que seu usuário faça uma contagem de ondas completa para utilizá-lo com eficácia. Trata-se do setup “A ONDA PERFEITA”. Este setupnão algorítmico tem se demonstrado ideal para operar uma Onda 3 de Elliott, após formadas as prováveis ondas 1 e 2. É observado a partir dos indícios de final de uma Onda C, partindo do princípio de que o final de uma correção “ABC” iniciará uma propulsão em mesma escala, ou seja, em mesmo nível fractal. Existem formas de operar este setup tanto para estratégia em ponta comprada quanto em ponta vendida, porém, para sua aplicação na ponta vendedora, algumas regras adicionais são implementadas, de modo a eliminar ambiguidades que

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poderiam surgir dentro de correções complexas. Para simplificar as explicações de modo a torná-las claras e objetivas, exemplificaremos operações somente em ponta comprada. Posso adiantar, porém, que as regras de adaptação do setup para cenários vendedores são simples e de fácil aplicação. A estatística envolvendo o estudo deste setup em tempos passados demonstra que, na maioria vezes, quando sinalizado, tende dar andamento a um IMPULSO com onda 3 estendida. Aí vem a pergunta: “O que é uma onda estendida?”. Uma extensão é o alongamento de uma sub-onda do impulso maior, tendo esta, subdivisões tão aparentes quanto as do fractal maior. Uma onda 3 entendida costuma medir entre 1,618 e 2,618 vezes o tamanho da Onda 1, projetada a partir do fundo da Onda 2. Atenção neste ponto: Já temos aí uma relação de Fibonacci começando a clarear o horizonte do que seria uma definição de alvo.

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Sigamos, então, para a explicação sobre “Como perceber os indícios de finalização de uma Onda C”, que dão início à sinalização da Onda Perfeita. Como sabemos, Uma Onda C nada mais é do que uma onda que faz parte de um ciclo corretivo maior, porém é sub-dividida em 5 subondas, de modo a caracterizar propulsão. O que ainda não foi falado, no entanto, é que geralmente em uma propulsão, a Onda 3 é a onda que mais estica ou desconta o oscilador de força, no caso o IFR. Isto quer dizer que, em uma Onda C baixista, que constitui uma propulsão baixista em menor escala, a Onda 3, tendo maior intensidade, deve levar o IFR a níveis bastante descontados, níveis estes que deverão ser recuperados em uma onda 4 de repique altista. Na Onda 5, mesmo com o fundo descendente nos preços, o IFR, em queda, não será “puxado” a nível inferior ao deixado no final da Onda 3, e isto nos trará uma divergência altista, denunciando indício de final da Onda C. Em propulsões altistas, esta regra da divergência também valerá, porém ao contrário. Cabe observar porém, que este padrão de divergência gráfica entre Ondas 3 e 5, apesar de comum, não deve ser adotado como lei, pois às vezes, mesmo se houver maior intensidade de tendência na Onda 3, uma Onda 4 curta pode fazer com que o oscilador não desconte a ponto de gerar a divergência ao final da Onda 5. Desta forma, compreendida esta relação entre o IFR e a contagem de Ondas, podemos seguir em frente com a explicação do setup. A seguir, veremos o passo-a-passo da sinalização de “ONDA PERFEITA”, com o auxílio do efeito rastreador das médias móveis em períodos 21 simples, 100 exponencial e 252 simples.

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1) Em primeiro lugar, iremos observar no gráfico a formação de preços, em tendência de baixa, com topos e fundos descendentes. No momento em que observarmos uma divergência de alta, está dado o primeiro sinal. 2) Logo em seguida, verificaremos se a posição das médias está realmente baixista, com a MM21s logo abaixo da 100e, e esta por sua vez inferior à 252s, de modo de vir decaindo a posição das maiores para as menores. Caso contrário, se as médias estiverem emaranhadas, ou seja, em uma sequência que não vá da maior para a menor ou vice-versa, elimina-se a possibilidade de sinalização do setup. 3) Se até aí estiver tudo certo, é hora de verificar se ocorreu um repique na sequência desta divergência da forte tendência de baixa ou se a formação permaneceu formando fundos descendentes no gráfico de preços. Se o repique de fato tiver ocorrido, como seria de se esperar, vejamos se ele violou a média móvel de 21 períodos simples. Se o repique tiver violado esta média, ou seja, superado sua faixa de preços, continuaremos a considerar a possibilidade de sinalização do setup. Se, nesta violação, tiver tornado a inclinação desta mesma média ascendente, mesmo que por curto período de tempo, traz uma perspectiva ainda mais confiável. 4) Agora é um momento importante: Saberemos se o “repique” visto até então foi apenas um repique ou será efetivamente o início de uma propulsão em forma de impulso. Para isto, após finalizado este rally de alta, devemos traçar com a ferramenta de “retração de Fibonacci” do topo do movimento até o fundo anterior ao rally as linhas de referência. Se, após este rally, o movimento corrigir entre 38,2% e 61,8% da amplitude deste e

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retomar movimento de alta, será possível que o “repique” visto até então, de repique não tenha nada, e que esteja ocorrendo o início de uma propulsão em escala maior. 5) Ocorrendo a retomada altista após a correção entre 38,2% e 61,8% da amplitude da pernada de alta, se ocorrer o rompimento do topo deixado por esta, tendo, é claro, respeitado o fundo anterior, teremos efetivamente a formação de um PIVOT de alta, a clássica figura que atua como força motriz de uma reversão direcional. 6) Com isto, a partir do vértice do pivot, ou seja, do fundo da correção que antecedeu este rompimento, o fundo de nossa suposta Onda 2, projetaremos 1.618 x a amplitude do rally de alta que compôs a primeira pernada (suposta Onda 1) para cima. Este será o nosso alvo para o movimento de alta a ser seguido, considerando formação de Onda 3 estendida. O STOP da operação ficará 01 centavo imediatamente abaixo do fundo da Onda 2 suposta, vértice de nosso pivot, pois segundo as regras de contagem de Ondas, para ser mantida a projeção de impulso, o fundo da Onda 2 não poderá ser perdido. A partir destes passos, teremos a consolidação de um SETUP robusto, que terá a nos oferecer uma relação de retorno/risco favorável na maioria das vezes, com pontos pré-definidos antes do início da operação, e ainda tem filtros que diminuirão a possibilidade de confundirmos uma correção complexa ou propulsão triangular diagonal com impulso. Uma observação, no entanto, se faz necessária: Este setup não tem o objetivo de substituir uma contagem de ondas completa, mas sim o de identificar momentos propícios à formação de impulsos com alvos definidos no

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mercado. Vale dizer que realizar uma contagem de ondas completa tende a otimizar os resultados das operações, e portanto, a performance atingida. “A ONDA PERFEITA” é um setup que tem como base o rastreamento de ciclos com base nos ciclos de mesma escala, portanto, é de flexível aplicação em múltiplos tempos gráficos, que variam desde o gráfico semanal até tempos curtos como por exemplo o gráfico de 60 minutos ou o de 15 minutos. Veremos a seguir um exemplo de aplicação do setup no gráfico diário de PETROBRAS PN:

Como podemos ver, foram satisfeitas as condições de existência do setup de 1 a 5, pois foi observada a divergência altista do IFR, as médias estavam em posição que denunciava forte tendência de baixa, o “repique”

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violou a região da MM21s, a correção deste terminou entre 38,2% e 61,8% deste rally de suposta Onda 1, e foi rompido o topo deste rally, formando o PIVOT, que irá nos dizer que é provável o andamento de uma Onda 3 estendida.

Iremos agora abordar o “como projetar o alvo da Onda 3 com a ferramenta de retração de Fibonacci da plataforma ADVFN”, de modo a ter o efeito de extensão. Podemos observar o início do procedimento na figura acima. Como 1/1.618 = 0,618 (razão áurea), o primeiro passo desta projeção é, partindo do fundo principal deixado, encaixar o nível de projeção 61,8% no topo da primeira pernada de alta do pivot. A partir daí, bastará arrastar esta referência de fibonacci de modo que a linha de referência de 0% se encaixe no fundo da suposta Onda 2, sendo a

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linha de referência de 100%, então, nosso alvo. Com alvo estabelecido, posicionaremos STOP logo abaixo do vértice do pivot, ou seja, do fundo da suposta Onda 2.

No exemplo, o alvo foi efetivamente atingido, de modo a trazer o STOP GAIN da operação.

CAPÍTULO 3

Conclusão Amigo investidor, a partir de tudo isto que vimos juntos, posso dizer que você tem “a faca e o queijo” nas mãos, para fazer com que seu lado racional predomine sobre o emocional, trazendo bons frutos. Acredite, conhecendo análise gráfica e setups, você já está à frente da maioria, mas não acaba por aí. É preciso ter também o pleno entendimento de que a análise gráfica não é uma bola de cristal, e de que por mais assertivo que seja o método, o que diferencia o verdadeiro trader do jogador é a disciplina para colocar em ação uma boa estratégia de gerenciamento de risco. Não reclame do mercado, aprenda a ganhar com ele!

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