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UNIDADE IV
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ANÁLISE NO DOMÍNIO DA FREQUÊNCIA A resposta em freqüência produz um novo enfoque vantajoso sobre o LR nas seguintes situações: 1. quando se modela FT a partir de dados físicos; 2. quando se projeta compensadores de avanço de fase para atender o erro de estado estacionário e a resposta transitória requerida; 3. ao se determinar a estabilidade dos sistemas não-lineares; 1.0
CONCEITO DE RESPOSTA EM FREQUÊNCIA
Entradas senoidais aplicadas à sistemas lineares geram respostas senoidais de mesma freqüência, diferenciando apenas em amplitude e fase. A magnitude da resposta em freqüência é a relação entre as magnitudes de entrada e de saída. Ambas são funções da freqüência e se aplicam apenas à resposta de estado estacionário. Considere o sistema mostrado na Figura (4.1).
a)
b)
c) Fig. 4.1 - a) sistema; b) função de transferência; c) formas de onda de entrada e de saída A senóide de estado estacionário de saída é:
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M o ()o () M e ()M()e () ()
(4.1)
A função do sistema á dada por:
M o () e () o () e () M e () 1.1 Expressões Analíticas de Resposta em Freqüência M()
(4.2)
A Figura (4.2) mostra um sistema G(s) com a transformada de Laplace de uma senóide genérica na entrada.
r ( t ) A cos(t ) Bsen(t ) A2 B2 cos[t tg1 ( B / A)]
(4.3)
Fig. 4.2 - Sistema com entrada senoidal A resposta C(s) é dada por:
C(s)
As B G (s ) s2 2
(4.4)
Separando a solução forçada da solução transitória, executando uma expansão em frações parciais: As B k1 k C(s) G (s ) 2 termos das FP de G(s) (4.5) (s j)(s j) s j s j Expansão de G(s) em frações parciais.
G(s)
N(s) N(s) D(s) (s p1 )(s p2 )...(s p m ) k1 k k 2 ... m s p1 s p2 s pm
(4.6)
Se a ordem de N(s) for inferior a ordem de D(s), para calcular k m, multiplica-se (4.6) por (s+pm). (s p m )G (s )
( s p m ) N (s ) (s p1 )(s p2 )...(s p m )
(s p m )
k1 k2 (s p m ) ... (s p1) (s p 2 )
(s p m )
k m 1 km (s p m 1 )
(4.7)
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Fazendo s pm , em (4.7), todos os termos da direita tenderão a zero, exceto o termo km.
(s p m ) N ( s ) km (s p1 )(s p2 )....(s p m ) s p
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(4.8)
m
No caso de (4.5) tem-se: k1
As B 1 1 G (s ) A jB G( j) M e e je M G e jG (s j) 2 s - j 2
M e M G j( e G ) e 2 As B 1 1 k2 G (s ) A jB G( j) M e e je M G e jG (s j) 2 s j 2
M e M G j( e G ) e k1* 2
(4.9)
(4.10)
*
onde k 1 é o conjugado complexo de k 1 .
M G G( j)
e
G ângulo de G(j)
(4.11)
A saída senoidal de estado estacionário é:
k1 k2 Css s j s j
M e M G j( e G ) M e M G j( e G ) e e 2 2 s j s j
(4.12)
Aplicando a transformada de Laplace inversa tem-se:
e j( t e G ) e j( t e G ) M e M G cos(t e G ) c( t ) M e M G 2
(4.13)
que pode ser representada na forma de fasor por:
Mss ( Mee )( MGG )
(4.14)
Com base em (4.11) M G G é a função resposta de freqüência de um sistema cuja FT é G(s), onde: G( j) G(s)s j
(4.15)
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1.2 Gráfico da resposta em freqüência Pode ser plotada de várias formas; duas delas são: 1. Através de gráficos separados de magnitude e de fase, em função da freqüência (diagramas de Bode); 2. Por meio de um gráfico polar onde o comprimento do fasor é a magnitude e o ângulo é a fase (diagrama de Nyquist). 2.0 DIAGRAMA DE BODE Para o caso 1), a curva de magnitude pode ser traçada em decibéis (dB), onde dB=20logM. Exemplo: Determinar a expressão analítica de magnitude e de fase da resposta em freqüência do seguinte sistema:
G (s )
1 s2
Fazendo s j na FT acima tem-se:
G( j)
1 2 j 2 j 2 4
cujo módulo é dado por:
G( j) M()
1 (2 4)
onde o módulo em dB e a fase são:
1 20 log M() 20 log (2 4)
e
() tg1 2
Fig. 4.3 - Diagrama de módulo e de fase de G(s)
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2.1 Aproximações assíntotas: Gráficos de Bode As curvas logarítmicas de módulo e de fase são chamadas de gráfico de Bode. O gráfico de Bode pode ser simplificado por uma seqüência de linhas retas. Considere a seguinte FT:
G (s )
k(s z1 )(s z 2 )...(s z k ) s m (s p 1 )(s p2 )...(s p n )
G( j)
(4.16)
k s z1 s z 2 ... s z k s m s p1 s p2 ... s p n
(4.17) s j
20 log G( j) 20 log k 20 log s z1 20 log s z 2 ... 20 log s z k 20 log sm 20 log s p1 20 log s p2 .... 20 log pn s jw
(4.18)
Gráfico do módulo e de fase de Bode para G(s)=(s+a)
G(s) (s a ) G( j) ( j a ) a j 1 a
(4.19) (4.20)
Nas baixas freqüências, quando 0 , tem-se G( j) a e a resposta em freqüência em dB é 20 log M 20 log( a ) . Nas altas freqüências, onde a tem-se: j G( j) a a 90o 90o a a
(4.21)
e a resposta em freqüência em dB é: 20 log M 20 log( )
Fig. 4.4 - Diagrama de módulo de Bode assintótica para G(s)=s+a
(4.22)
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Na freqüência de quebra a , a Equação (4.20) mostra que a fase é 45 º, ou seja: (4.23) G( j) a j 1 j1 1 a e nas baixas freqüências, Equação (4.20), a fase é zero. G( j) a
(4.24)
e nas altas freqüências, Equação (4.20), a fase é 90º. j G( j) a a 90o a a
Fig. 4.5 - Diagrama de fase de Bode assintótica para G(s)=s+a Tab. 4.1 - Resposta em freqüência assintótica e real normalizada
(4.25)
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Fig. 4.6 - Diagrama de Bode em módulo assintótica e real normalizada
Fig. 4.7 - Diagrama de Bode em fase assintótica e real normalizada Diagrama de Bode para G(s)=1/(s+a)
G (s )
1 sa
(4.26)
Esta função tem um a assíntota de baixas freqüências dada por:
1 G(s) 0o a e para altas freqüências:
(4.27)
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1 1 90o j
(4.28)
20 log M 20 log( )
(4.29)
G (s ) Em dB tem-se:
Fig. 4.8 - Diagrama de Bode em módulo assintótica normalizada
Fig. 4.9 - Diagrama de Bode em fase assintótica normalizada Diagrama de Bode para G(s)=s
a)
b) Fig. 4.10 - Diagrama de Bode para G(s)=s; a) módulo; b) fase
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Diagrama de Bode para G(s)=1/s
a)
b)
Fig. 4.11 - Diagrama de Bode para G(s)=1/s; a) módulo; b) fase Exemplo: Esboce o gráfico de Bode para o sistema G(s)
k(s 3) . s(s 1)((s 2)
A equação acima pode ser escrita da seguinte forma:
3 s k 1 2 3 G (s ) s s(s 1) 1 2
a)
b) Fig. 4.12 - Diagrama de módulo de Bode; a) funções separadas; b) resultante
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a)
b) Fig. 4.13 - Diagrama de fase de Bode; a) funções separadas; b) resultante Diagrama de Bode para fatores de segunda ordem O polinômio de segunda ordem é da forma:
s2 G(s) s2 2 ns 2n 2n 2 2 ns 2n n Nas baixas freqüências, (4.30) se transforma em:
G(s) 2n0o
(4.30)
(4.31)
e o módulo em dB é:
20 log M 20 log G(s) 20 log 2n
(4.32)
Nas altas freqüências tem-se: G(s) s2 2 2180o
(4.33)
e o módulo em dB é:
20 log M 20 log G(s) 20 log 2 40 log
(4.34)
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Fig. 4.14 - Diagrama de módulo de Bode Nas baixas freqüências, a fase é 0o e nas altas é 180o. Para determinar a fase na freqüência natural faz-se s j , ou seja:
G( j) s2 2 ns 2n
s j
2 n
2 j2 n
(4.35)
Fazendo n tem-se: G( j) j2 2n
(4.36)
De acordo com (4.36) a fase é +90º.
Fig. 4.15 - Diagrama de fase de Bode Como a função de segunda ordem depende do fator de amortecimento , o erro das assíntotas é maior que no sistema de primeira ordem. Com base na Equação (4.35) tem-se: M
2 n
2 (2 n )2
e
tg1
2 n 2n 2
(4.37)
(4.38)
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a)
b) Fig. 4.16 - Diagrama de Bode para a Equação (4.37); a) módulo; b) fase O polinômio de segunda ordem é da forma: G (s )
1 s 2 ns 2n 2
O raciocínio é similar ao caso anterior.
(4.39)
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a)
b) Fig. 4.17 - Diagrama de Bode para a Equação (4.39); a) módulo; b) fase 2.2 Estabilidade, margem de ganho e margem de fase através do diagrama de Bode A margem de fase e a margem de ganho informam quão estável o sistema é. Sistemas com margem de ganho e de fase maiores podem suporta maiores mudanças nos parâmetros dos sistemas antes de se tornarem instáveis. As margem de ganho e de fase podem ser qualitativamente relacionadas com o LR, no sentido de que, sistemas cujos pólos estão mais distantes do eixo imaginário, apresentam um maior grau de estabilidade. Margem de ganho, GM. É a mudança no valor do ganho, em dB, em malha aberta, no ponto com fase de 180o, necessário para tornar o sistema instável em malha fechada.
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Margem de fase, M. É a mudança no valor da fase em malha aberta, no ponto com ganho unitário, necessário para tornar o sistema instável em malha fechada. Margem de ganho e de fase a partir do diagrama de Bode A Figura (4.18) mostra a margem de ganho e de fase no diagrama de Bode.
Fig. 4.18 - Margens de ganho e de fase onde M é a freqüência de margem de fase e GM é a freqüência de margem de ganho. Exemplo: Determinar a faixa de valores de k para o qual o sistema com retroação unitária abaixo é estável.
G (s )
k (s 2)(s 4)(s 5)
O sistema em malha fechada será estável, se a resposta em freqüência for menor que a unidade, quando a fase for 180º. Para traçar o diagrama de Bode de módulo e fase é necessário conhecer o valor de k. O digrama de Bode da Figura abaixo foi traçado para um valor de k=40. Na freqüência de 7 rad/s, onde a fase é -180o, a magnitude é -20 dB. Por conseguinte, é possível um aumento no ganho de 20 dB (que corresponde a um ganho de 10), para o sistema se tornar instável. Portanto, o ganho necessário é 10x40=400. Logo 0
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A margem de fase é determinada no ponto onde o módulo cai de -13,98dB, o que corresponde a -165o-(-180o)=15o na freqüência de 5,5 rad/s
2.3 Relação entre resposta transitória e resposta em freqüência em MF Considere o sistema de controle, com retroação, de segunda ordem, dado pela seguinte FT em malha fechada:
T (s )
C(s) 2n 2 R (s) s 2 ns 2n
(4.40)
Fig. 4.19 - Sistema de segunda ordem em MF A magnitude de resposta em freqüência em malha fechada é:
M T( j)
2n
2n
4
2 2
(4.41) 2
2n 2
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Fig. 4.20 - Gráfico logarítmico de módulo dado por (4.41) Elevando (4.41) ao quadrado, derivando com relação a e fazendo a derivada igual a zero tem-se: 2
MP
1
(4.42)
2 1 2
e
P n 1 2 2
(4.43)
Uma outra relação entre a resposta em freqüência e a resposta no domínio do tempo é a banda passante, BW , cujo valor corresponde ao ponto onde a curva de módulo cai 3 dB com relação à freqüência zero (Fig. 4.20). Neste caso, fazendo M=0,707 em (4.41), resulta em:
BM n 1 2 2 4 4 4 2 2
(4.44)
Para relacionar BW com o tempo de assentamento, substitui-se n 4 Ts em (4.44) que resulta em: BM
1 2
4 Ts
2
4 4 4 2 2
(4.45)
De modo semelhante, como n TP 1 2 :
BM
TP 1
1 2 2
2
4 4 4 2 2
2.4 Fator de amortecimento a partir da margem de fase Considere um sistema com retroação unitária cuja FT em malha aberta é:
(4.46)
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G (s )
2n s(s 2 n )
(4.47)
Para calcular a margem de fase deve-se fazer G( j) 1 , ou seja:
2n 2 j2 n
1
(4.48)
A freqüência 1 que satisfaz (4.48) é:
1 n 2 2 1 4 4 O ângulo de fase nesta freqüência é:
G( j) 90 tg1
90 tg1
(4.49)
1 2 n
2 2 4 4 1
2 A diferença entre o ângulo dado por (4.50) e -180o é a margem de fase: M 90 tg1
(4.50)
2 2 1 4 4 2
2
tg1
2 1 4 2
(4.51) 4
Fig. 4.21 - Gráfico de margem de fase dado por (4.51) De acordo com (4.43) não existe freqüência de pico se 0,707 . Portanto, a partir da Figura (4.21) é necessário uma margem de fase M 65,52 , a partir da resposta em malha aberta para assegurar que não existirá pico na resposta em malha fechada. o
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2.5 Erro de estado estacionário a partir da resposta em freqüência Os valores de kp, kv e ka para sistema s do tipo 0, tipo1 e tipo 2, respectivamente podem ser obtidos a partir do diagrama de Bode. Constante de posição kp Considere o seguinte sistema tipo 0 n
(s z i )
G(s) k im1 (s p i )
(4.52)
i 1
Cujo valor inicial é: n
zi
20 log M 20 log k im1 pi
(4.53)
i 1
Mas para um sistema tipo 0: n
zi
k p k im1 pi
(4.54)
i 1
Que é o mesmo valor do eixo nas baixas freqüências.
Fig. 4.22 - Diagrama de Bode mostrando a constante de erro estático para um sistema do tipo 0 Constante de velocidade Considere um sistema dado do tipo1 dado por: n
G (s ) k
(s z i )
i 1 m
s (s p i ) i 1
O diagrama de Bode começa em:
(4.55)
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19 n
zi
i 1 m
20 log M 20 log k
(4.56)
o pi i 1
A inclinação -20 dB/década pode ser pensada como se originando a partir de uma função: n
zi
G ' (s ) k
i 1 m
(4.57)
s pi
i 1 G'(s) cruza o eixo de freqüência quando: n
zi
k im1 pi
(4.58)
i 1
Mas, para o sistema original (4.56) : n
zi
k v k im1 pi
(4.59)
i 1
Que é a interseção com o eixo de freqüências como mostra a Figura (4.23).
Fig. 4.23 - Diagrama de Bode mostrando a constante de erro estático para um sistema do tipo 1 Constante de aceleração Para determinar ka, para um sistema tipo 2, considere o seguinte sistema: n
G (s ) k
(s z i )
i 1 m 2
(4.60)
s (s p i ) i 1
O diagrama de Bode se inicia em: n
20 log M 20 log k
zi
i 1 m 2o pi i 1
(4.61)
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A inclinação de -40 dB/década pode ser vista como originária de uma função: n
G ' (s ) k
zi
i 1 m 2
(4.62)
s pi i 1
G'(s) cruza o eixo de freqüência quando: n
zi
k im1 pi
(4.63)
i 1
Mas, para o sistema original (4.60) tem-se: n
zi
k a k im1 pi
(4.64)
i 1
Portanto, a inclinação inicial cruza o eixo de freqüência em
ka .
Fig. 4.24 - Diagrama de Bode mostrando a constante de erro estático para um sistema do tipo 2 Exemplo: Para cada diagrama da Figura abaixo. Determine o tipo de sistema e a constante de erro estático apropriada. Sistema tipo 0
Uma vez que a inclinação inicial á zero, o valor de kp é dado pela assíntota de baixa freqüência.
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20 log k p 25 k p 17,78 Sistema tipo 1
Uma vez que a inclinação é -20dB/déc., o valor de kv é dado pelo valor da freqüência que cruza o diagrama em 0,55 . Sistema tipo 2
Uma vez que a inclinação inicial é -40dB/década, o valor da freqüência é:
k a k a 33 9 2.6 Resposta transitória através do ajuste de ganho Observando-se a Figura (4.25) pode-se vê que para se obter uma margem de fase CD é necessário elevar o ganho de AB na curva de módulo. Portanto, um simples ajuste de ganho muda a margem de fase e a ultrapassagem percentual. Procedimento de projeto 1. Traçar o diagrama de Bode de módulo e de fase para um ganho conveniente; 2. Usando (2.21) e (4.51) determinar a margem de fase requerida a partir da ultrapassagem percentual; 3. Determinar a freqüência M no diagrama de fase de Bode que leva à fase desejada; 4. Mudar o ganho do valor AB para forçar a curva de módulo cruzar 0 dB na freqüência M .
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Fig. 4.25 - Diagrama de módulo e de fase de Bode Exemplo: Para o sistema da Figura abaixo, determinar o valor do ganho do préamplificador, k, para que a resposta transitória a uma entrada em degrau apresente uma ultrapassagem de 9,5%.
Sistema de controle de posição 1. Escolher k=3,6 para iniciar o diagrama de módulo em 0 dB para =0,1 rad/s, como mostra a Figura abaixo. 2. Usando a Equação (2.21), uma ultrapassagem de 9,5% implica 0,6 , para os pólos em malha fechada dominantes. 3. A Equação (4.51) leva a uma margem de fase de 59,2 º, para 0,6. 4. Uma margem de fase de 59,2o leva a uma fase de -120,8o para uma freqüência de 14,8 rad/s. 5. Na freqüência de 14,8 rad/s, o ganho é -44,8 dB. Como o gráfico de módulo foi traçado para k=3,6, é necessário um ganho de 44,2 dB, ou seja, k=3,6x162,2=583,9 para obter a margem de fase requerida. A FT de malha aberta com o ganho ajustado é:
G (s )
583.900 s(s 36)(s 100)
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Diagrama de Bode de módulo e de fase Características do sistema compensado
3.0 ANÁLISE PELO DIAGRAMA DE NYQUIST O critério de Nyquist relaciona a estabilidade de um sistema à malha fechada à resposta de freqüência e a localização dos pólos a malha aberta. O conhecimento da resposta de freqüência do sistema à malha aberta conduz à informação sobre a estabilidade do sistema a malha fechada. Este conceito é semelhante ao do lugar das raízes onde se começa com as informações sobre os pólos e os zeros de malha aberta. 3.1 Dedução do diagrama de Nyquist Considere o diagrama de blocos da Figura (4.26). O critério de Nyquist pode informar quantos pólos a malha fechada estão no semiplano direito.
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Fig. 4.26 – Sistema de controle a malha fechada
G (s )
NG DG
(4.65)
H (s )
NH DH
(4.66)
G ( s ) H (s ) 1 G(s) H(s) 1 T(s)
NG N H DG D H
(4.67)
N G N H DG D H N G N H DG D H DG D H
(4.68)
N G DG G(s) 1 G (s ) H (s ) D G D H N G N H
(4.69)
Com base nas Eqs. (4.67, 468 e 469) conclui-se que: 1. Os pólos de 1+G(s)H(s) são os mesmos que os pólos de G(s)H(s); 2. Os zeros de 1+G(s)H(s) são os mesmos que os pólos de T(s); 2.2 Mapeamento A substituição de um número complexo s em uma função F(s) resultará em outro número complexo. Este processo é chamado de mapeamento. Por exemplo: A substituição do número complexo s = 4+j3 na função (s 2+2s+1), gera o número complexo 16+j30. Neste caso, diz-se que o ponto 4+3j é mapeado no ponto 16+j30 através da função (s2+2s+1). Para compreender o conceito de mapear contorno pode-se considerar a coleção de pontos mostrada na Figura (4.27) como contorno da A e que cada ponto do contorno seja mapeado no contorno B através da seguinte Expressão: F(s)
(s z1 )(s z 2 )... (s p1 )(s p 2 )...
Fig. 4.27 – Mapeamento do contorno A no contorno B.
(4.70)
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O ponto Q no contorno A é mapeado no ponto Q! no contorno B através da função F(s). A Figura (4.28) mostra exemplos de mapeamento de um contorno através de algumas F(s) simples. O número resultante R é calcula a partir de números complexos representados por V. 1. Se o mapeamento for feito no sentido horário como mostra a Figura (4.27a), o contorno B será mapeado, também, no sentido horário se o sistema possuir unicamente zeros e no sentido anti-horário se possuir apenas pólos (Figura 4.3b).
Fig. 4.28a – Mapeamento unicamente com zeros.
Fig. 4.28b – Mapeamento unicamente com pólos. 2. Se o pólo ou zero estiver envolvido pelo contorno, o mapeamento envolverá a origem (Figuras 4.27c e d).
Fig. 4.28c – Mapeamento quando o zero é envolvido pelo contorno.
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Fig. 4.28d – Mapeamento quando o pólo é envolvido pelo contorno. 3. O mapeamento quando a função possui um pólo e um zero, a rotação do pólo e do zero se cancelam, e o mapeamento não envolve a origem (Figura 4.29).
Fig. 4.29 – Mapeamento quando a função possui um pólo e um zero. Supondo que F(s)=1+G(s)H(s) tenha dois zeros e três pólos, cada termo entre parênteses na Eq. (4.70) é um vetor na Figura (4.30). À medida que se desloca ao longo do contorno A na direção horária, cada vetor da Eq. (4.70) que se encontre no interior do contorno A parecerá ser submetido a uma rotação completa (360 o). Por outro lado, para pólos e zeros fora do contorno A parecerá oscilar e retornar à posição anterior, com uma variação angular líquida de 0o.
Fig. 4.30 – Representação do mapeamento por vetor. Como mostra a Figura (4.30), os pólos de 1+G(s)H(s) [Eqs. (4.69)], são também pólos de G(s)H(s) e são conhecidos. Os zeros de 1+G(s)Hs), são também os pólos de T(s) e não são conhecidos. Através da Eq. (4.71) pode-se calcular o número de rotações N no sentido antihorário do mapeamento em torno da origem.
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N PZ
(4.71)
onde: P é o número de pólos em malha aberta no interior do contorno; Z é o número de pólos a malha fechada no interior do contorno. Se um contorno, A, que envolve o semiplano da direita através de G(s)H(s) então, o número de pólos a malha fechada, Z, no semiplano da direita é igual ao número de pólos à malha aberta, P, que estão no semiplano da direita, menos o número de rotações no sentido anti-horário, N, em torno de –1 do mapeamento. Z PN
(4.72)
2.3 critério de Nyquist para determinar a estabilidade A Figura (4.31a) mostra um contorno, A, que não envolve os pólos a malha fechada. O contorno que é mapeado através de G(s)H(s) no diagrama de Nyquist não envolve –1. Portanto, P=0, N=0 e Z=0. Uma vez que Z é o número de pólos a malha fechada dentro do contorno, A, este sistema não tem pólos no semiplano direito e é estável. Na Figura (4.30b), embora o contorno, A, não circunscreva pólos à malha aberta gera dois envolvimentos do –1 no sentido horário. Assim, P=0 e N=-2, o que significa que existe dois pólos a malha fechada no semiplano direito e o sistema é instável.
a)
b) O = zeros de 1+G(s)H(s) = n° de pólos do sistema a malha fechada
X = pólos de 1 +G(s)H(s) = n° de pólos de G(s)H(s)
Fig. 4.31 – a) sistema estável; b) sistema instável.
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2.4 Esboço do diagrama de Nyquist Exemplo: Esboçar o diagrama de Nyquist para os sistemas da Figura abaixo.
Sistema de controle de velocidade de uma turbina. À medida que se desloca no sentido horário, ao longo do contorno, do ponto A ao ponto C na Figura (4.32a), o ângulo resultante vai de 0 o a -3x90o=-270o, ou de A' a C' na Fig. (4.32c). Como os ângulos emanam dos pólos no denominador de G(s), os pólos ganham o 270 no sentido anti-horário e a função perde 270o. À medida que a resultante se desloca de A' para C', na Figura (4.8c), sua amplitude muda de acordo com o produto dos módulos dos zeros pelo produto dos módulos dos pólos. Por conseguinte, a resultante vai de um valor finito na freqüência zero até o valor zero na freqüência infinita no ponto C.
a)
b)
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c) Fig. 4.32 – a) Vetores no contorno em baixas freqüências; b) vetores no contorno em torno do infinito; c) diagrama de Nyquist. O mapeamento do ponto A ao ponto C também pode ser explicado analiticamente. De A a C G(s)=G(jω), ou seja:
G( j)
500 500 2 (s 1)(s 3)(s 10) s j ( 14 30) j(43 3 )
Multiplicando o numerador e o denominador pelo conjugado complexo tem-se:
G( j) 500
( 142 30) j(43 3 ) ( 142 30)2 j(43 3 )2
Na freqüência zero, G(jω)=50/3. Portanto, o diagrama de Nyquist começa em 50/3 com um ângulo de 0o. A medida que ω aumenta a parte real se mantém positiva e a parte imaginária negativa. 30 Em a parte real se torna negativa e em 43 o diagrama de Nyquist 14 corta o eixo real negativo, visto que o termo imaginário é nulo. Continuando aumentando ω em direção ao infinito, a parte real continua negativa e a parte imaginária positiva. j500 Na freqüência infinita, G(jω)= G( j) 2 , ou aproximadamente zero com 90o. Ponto C' na Figura (4.32c). Ao longo do semicírculo do ponto C ao ponto D na Figura (4.32b), os vetores giram cada um deles de 180o no sentido horário e a resultante realiza uma rotação no sentido anti-horário, uma rotação de 3x180o, começando no ponto C' e terminando no ponto D' na Figura (4.32c). No ponto C, os ângulos são todos 90o. Portanto a resultante é 0-270o. De modo semelhante, no ponto D, G(s)=0+270o e é mapeado no ponto D'. Pode-se selecionar pontos intermediários para verificar a espiral, cujo valor radial tende a zero na origem. Como a parte real é uma função par e a parte imaginária uma função ímpar, o diagrama é simétrico com relação ao eixo real. Quando há pólos a malha aberta situados sobre o contorno, torna-se necessário fazer um desvio ao redor dos pólos; caso contrário, o mapeamento iria para o infinito de uma forma indeterminada, sem informação angular. A Figura (4.33a) mostra os esboços com os desvios dos pólos.
UNIDADE IV
30
a) b) c) Fig. 4.33 – Contorno dos pólos a malha aberta; a) pólos no contorno; b) contorno à direita; c) contorno à esquerda. Quando se contorna à direita cada vetor do pólo gira de um ângulo de 180 o , e à esquerda -180o. Exemplo: Esboçar o diagrama de Nyquist de um sistema com retroação unitária s 1 onde G(s) 2 . s Os dois pólos na origem estão no contorno e devem ser desviados, conforme mostra a Figura (4.34a). No ponto A, os dois pólos a malha aberta na origem contribuem com 2x90 o = 180o e o zero contribui com 0o. Nas proximidades da origem a função é infinita mapeando o ponto A no ponto A' localizado no infinito com um ângulo de –180o.
a)
b)
Fig. 4.34 - a) contorno; b) diagrama de Nyquist. De A para B resulta uma variação líquida de 90o devida unicamente ao zero e os ângulos dos pólos permanecem os mesmos. Desta maneira o mapeamento muda para +90o no sentido anti-horário e o vetor mapeado passa de infinito com um ângulo de –180o em A' para zero e ângulo de –90o em B'. ( 2 j) 2 Analiticamente tem-se: G( j) , nas baixas freqüências, G( j) 2 2 j ou 180o e nas altas freqüências, G( j) ou 0 90o. Além disso, as partes reais e imaginárias são negativas.
UNIDADE IV
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À medida que os vetores se movem ao longo do contorno BCD o vetor do zero e os vetores dos pólos sofrem mudança de –180o cada, com a função de intensidade permanecendo em zero. Desta forma, o vetor mapeado sofre uma variação angular líquida de +180 o que é variação angular do zero menos a soma das variações angulares dos pólos. Finalmente, no trecho EFA, a intensidade resultante tende a infinito. O ângulo do zero não muda, mas cada pólo muda de um ângulo de 180 o .Esta alteração produz uma mudança na função de -2x180o = -360o. Analiticamente tem-se: Em E, G(s) = (20o)/[( -90o)( -90o)] = 180o. Em F, G(s) = (20o)/[( 0o)( 0o)] = 0o. Em A, G(s) = (20o)/[( 90o)( 90o)] = -180o. Uma linha radial de teste a partir de –1, na Figura (4.34b), mostra uma volta em torno do eixo no sentido anti-horário e uma no sentido horário produzindo zero envolvimento. 2.5 Estabilidade por intermédio do diagrama de Nyquist O número de pólos a malha aberta de G(s)H(s) no interior do contorno, e de N, o número de envolvimentos do ponto –1 são usados para determinar Z, o número de pólos a malha fechada situados no semiplano direito. A faixa de valores do ganho, K, para que o sistema seja estável pode ser determinada como no critério do LR e o critério de Routh-Hurwitz. A abordagem geral consiste em ajustar o ganho de malha com valor unitário e esboçar o diagrama de Nyquist. O efeito do ganho é o de multiplicar a resultante por uma constante em qualquer ponto do gráfico. Exemplo: O sistema da Figura (4.35a) tem um ganho variável K.
a)
b) c) Fig. 4.35 – a) diagrama de blocos; b) contorno; c) diagrama de Nyquist.
UNIDADE IV
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Para este sistema, uma vez que P=2, o ponto crítico deve ser envolvido pelo diagrama de Nyquist, para se obter N=2 e um sistema estável. Uma redução do banho colocaria o ponto crítico fora do diagrama de Nyquist onde N=0, produzindo Z=2, um sistema instável. Outra forma de verificar a estabilidade é supor que o diagrama permaneça estacionário e o ponto –1 se movendo ao longo do eixo real. Para isso, ajusta-se o ganho unitário e posiciona-se o ponto crítico em –1/K em vez de em –1. Desta forma o ponto crítico se afasta da origem quando K diminui e se aproxima quando K diminui. Com base no conceito do LR, quando G(s)H(s)=-1 a variável s é um pólo a malha fechada do sistema. A freqüência na qual o diagrama de Nyquist cruza o ponto –1 é a mesma freqüência em que o LR cruza o eixo imaginário, o que caracteriza um sistema marginalmente estável. Em resumo, se o sistema a malha aberta contém um ganho variável, K, deve-se fazer K=1, para esboçar o diagrama de Nyquist, considerando que o ponto crítico esteja em –1/K e não em –1. Ajustar o valor de K, para gerar estabilidade, com base no critério de Nyquist. Exemplo: Para um sistema com retroação unitária em que G(s)
K , s(s 3)(s 5)
determine o valor de K para a estabilidade e instabilidade.
G( j)
K 82 j(15 3 ) j( j 3)( j 5) K 1 644 2 (15 2 )2
Em =0, G(j)=-0,0356 - j. Fazendo a parte imaginária igual a zero na equação acima encontra-se 15 , que, substituído na mesma equação resulta na parte real igual a – 0,0083. Finalmente, em = G(j)=1/(j)3 = 0 -270o. Com base na Figura (4.36a), P=0; para estabilidade N deve ser igual a zero, de modo que Z=0. Neste caso, K deve ser aumentado de 1/0,083=120,5 antes do diagrama envolver o ponto –1. Portanto, para a estabilidade K<120,5 e K>120,5 para a instabilidade. Se K=120,5 o sistema é marginalmente estável. Neste ganho o gráfico intercepta –1 em 15 rad/s.
a)
b)
Fig. 4.36 – a) contorno; b) diagrama de Nyquist.
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2.6 Estabilidade por intermédio do mapeamento do eixo j positivo A verificação da estabilidade de um sistema pelo diagrama de Nyquist pode ser simplificado usando apenas o mapeamento do eixo j positivo. O sistema da Figura (4.37) é estável para valores baixos do ganho e instável para valores altos do ganho.
a) b) Fig. 4.37 – a) contorno e LR; b) diagrama de Nyquist. Como o contorno não envolve os pólos a malha aberta, o diagrama de Nyquist deveria envolver o ponto –1 para haver estabilidade. Pode-se ver a partir do diagrama de Nyquist que o envolvimento do ponto crítico pode ser determinado apenas com base no mapeamento do eixo j positivo. Se o ganho for pequeno o mapeamento passará a direita de –1 (sistema estável) e se for elevado passará à esquerda (sistema instável). Portanto, este sistema é estável para valores de ganho de malha, K, que garante que, a magnitude a malha aberta é menor que 1 na freqüência onde o ângulo de fase é 180o (ou, de forma equivalente, -180o). No sistema da Figura (4.38), o sistema é instável para baixos ganhos e estável para ganhos elevados.
a) b) Fig. 4.38 – a) contorno e LR; b) diagrama de Nyquist. Para este caso, o sistema é estável se a magnitude da malha aberta for maior que 1 na freqüência onde o ângulo de fase é 180o (ou, de forma equivalente, -180o). Exemplo: Determinar a faixa de valores de ganho para a estabilidade e instabilidade, para um sistema com retroação unitária dado por:
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G (s )
K (s 2s 2)(s 2) 2
Determine também a freqüência de oscilação em radianos. Como os pólos à malha aberta estão apenas no semiplano esquerdo, não se deseja nenhum envolvimento do ponto –1 para obter a estabilidade. Fazendo K=1 e desenhando o trecho do contorno ao longo do eixo imaginário positivo obtém-se o contorno mostrado na Figura (4.39a). Na Figura (4.39b) a interseção com o eixo real negativo é obtida fazendo s=j, e igualando a zero a parte imaginária de G(s)H(s), ou seja:
G( j) H ( j)
1 (s 2s 2)(s 2) s j 2
4(1 2 ) j(6 2 ) 16(1 2 ) 2 (6 2 )2
fazendo j(6 - 2)=0 tem-se que 6 . Este valor substituído na equação acima resulta na parte real igual a –1/20 180o.
Fig. 4.39 – a) contorno; b) diagrama de Nyquist. Este sistema é estável se a magnitude da resposta em freqüência for menor que 1 em 180o. Portanto, o sistema é estável para K<20 e instável para K>20. 2.7 Margem de ganho e de fase por intermédio do diagrama de Nyquist O conceito do ponto de vista do ganho com fase de 180 o leva às seguintes informações de margem de ganho e margem de fase. Margem de ganho, GM: é a mudança no ganho a malha abeta no ponto com fase de 180o, expressa em decibéis (dB), necessária para tornar instável o sistema em malha fechada. Margem de fase, M: é a mudança no valor da fase a malha aberta, no ponto com ganho unitário, necessária para tornar instável o sistema a malha fechada.
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Estas duas definições são mostradas graficamente no diagrama de Nyquist na Figura (4.40).
Fig. 4.40 – Margem de ganho e margem de fase pelo diagrama de Nyquist. Admitindo que o sistema da Figura (4.40) é estável se não houver envolvimento do ponto –1, uma diferença de ganho entre o cruzamento do diagrama de Nyquist do eixo real em –1/a e o ponto crítico –1 determina a proximidade da instabilidade do sistema. A margem de ganho é determinada pelo inverso do valor do cruzamento do eixo real expresso em dB, ou seja:
1 20 log a G M 20 log 1 a No ponto Q', onde o ganho é unitário, representa a proximidade da instabilidade do sistema. Portanto, o valor da margem de fase é . Exemplo: Determinar a margem de ganho e de fase para o sistema abaixo.
G (s ) H (s )
6 (s2 2s 2)(s 2)
6 4(1 2 ) j(6 2 ) 16(1 2 ) 2 (6 2 )2
O diagrama de Nyquist cruza o eixo real na freqüência de 6 rad/s. A parte real é calculada como sendo –0,3. Por conseguinte, o ganho pode ser aumentado de (1/0,3)=3,33 antes da parte real se tornar –1. Portanto, a margem de ganho é:
G M 20 log 3,33 10,45 dB
UNIDADE IV
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Para a margem de fase, determina-se a freqüência na qual a magnitude é unitária:
6 4(1 2 ) j(6 2 ) 1 16(1 2 ) 2 (6 2 )2 O que resulta numa freqüência de 1,253 rad/s, cujo ângulo de fase é de –112,3o. A diferença entre este ângulo e –180o é 67,7o, que é a margem de fase. 3.0 Sistemas com Retardo Supondo um sistema G(s), cuja entrada é R(s) e uma saída C(s), e um outro sistema, G'(s), que retarda a saída por T segundos, a TL de c(t-T) é e-sTC(s), ou seja: Para um sistema sem retardo:
C(s) G(s)R(s) E com retardo
e sT C ( s) R( s)G' ( s) G' (s) e sT G(s)
(4.73) (4.74) (4.75)
Apresentando (4.67) de outra forma tem-se:
G' j e jTG( j) G( j) [T G( j)]
(4.76)
O retardo não afeta a curva de resposta em freqüência, mas reduz a linearidade aumentando a defasagem, T, a partir do diagrama de fase de G(j).
Fig. 4.41 - Efeito do retardo na resposta em freqüência A redução na defasagem causada pelo retardo reduz a margem de fase, tornando a resposta mais oscilatória e reduz a freqüência de margem de ganho, aproximando o sistema da instabilidade.
UNIDADE IV
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Exemplo: Traçar a resposta em freqüência para o sistema abaixo com um retardo de 1 s.
G(s)
k ss 1s 10
O diagrama de Bode para módulo e fase para k=1 é mostrado na Figura abaixo, onde só o gráfico de fase é afetado pelo retardo. Primeiramente traça-se o gráfico de fase do retardo.
esT 1 T 1 Depois, traça-se o diagrama de fase para G(j), que somada com a fase de retardo dá a curva resultante. Usando uma aproximação de segunda ordem, este acréscimo na margem de fase reduz o fator de amortecimento. a) Qual é a faixa de valores de k para garantir a estabilidade? - Sistema com retardo: a fase é -180o na freqüência de 0,8 rad/s, o que corresponde a -20 dB. logo
20 log k 20 k 10
O ganho k pode ser aumentado de 10 vezes sem se tornar instável.
- Sistema sem retardo: a fase de -180o ocorre em 3 rad/s, o que corresponde à 40 dB. logo
20 log k 40 k 100
Isto mostra que o sistema com retardo fica mais próximo da instabilidade. b) Qual é a ultrapassagem para k=5?
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-Sistema com retardo: a curva é aumentada de 14 dB, com um ângulo de fase de -145o, na freqüência de 0,5 rad/s e uma margem de fase de 35º. Admitindo um sistema de segunda ordem e usando (4.51) tem-se:
2
tg1
0,33
2 1 4 2
Utilizando (2.20) resulta:
%UP e
1 2
4
100 33%
Resposta ao degrau do sistema com retardo De acordo com a Figura acima, o percentual de ultrapassagem é 38%. - Sistema sem retardo: A linha de cruzamento de zero dB ocorre em 0,5 rad/s, com fase de -118o e uma margem de fase de 62º De forma semelhante encontra-se 0,64 e %UP 7,3% . De acordo com a Figura abaixo o percentual de ultrapassagem é aproximadamente 5%, com um tempo de assentamento menor.
Resposta ao degrau do sistema sem retardo PROGRAMAS MATLAB 1. Esboça os gráficos de Bode de módulo e de fase G
(s 3) (s 2)(s 2 2s 25)
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clf % Apaga gráficos existentes na tela. numg=[1 3]; % Define o numerador de G(s). deng=conv([1 2],[1 2 25]); % Define o denominador de G(s). G=tf(numg,deng) % Cria e mostra G(s). grid on % Ativa a grade para o gráfico de Bode . bode(G) % Constrói um gráfico de Bode. title('Resposta de Freqüência a Malha Aberta') % Adiciona uma % legenda ao gráfico de Bode. [mag,fase,w]=bode(G); % Armazena pontos do gráfico de Bode. pontos=[20*log10(mag(:,:))',fase(:,:)',w] % Lista pontos do gráfico de Bode % com magnitude em dB. Pause 2. Faixa de valores de ganho para a estabilidade usando Bode G
k (s 2)(s 4)(s 5)
numg=1; deng=poly([-2 -4 -5]); 'G(s)' G=tf(numg,deng) [Gm,Pm,Wcg,Wcp]=margin(G);
% Define o numerador de G(s). % Define o denominador de G(s). % Exibe título. % Cria e mostra G(s). % Obtém as margens de % ganho e de fase % e as freqüências correspondentes. % Mostra o valor de K para estabilidade.
K=Gm Pause
3. Traçar o diagrama de Bode com retardo
G
k s(s 1)s 10)
Retardo de 1s
clf % Apaga gráficos existentes na tela. hold off % Desativa a função hold. numg=1; % Define o numerador de G(s). deng=poly([0 -1 -10]); % Define o denominador de G(s). 'G(s)' % Exibe título. G=tf(numg,deng) % Cria e mostra G(s). w=0.01:0.1:10; % Faz 0,01<w<10 em incrementos de 0,1. [magg,faseg]=bode(G,w); % Coleta dados dos diagramas % de Bode de G(s). [numd,dend]=pade(1,6); % Representa o retardo. Gd=tf(numd,dend); % Cria e mostra o retardo, % Gd(s). [magd,fased]=bode(Gd,w); % Coleta dados dos diagramas % de Bode de Gd(s). Ge=Gd*G; % Forma Gd(s)G(s). [mage,phasee]=bode(Ge,w); % Coleta dados dos diagramas % de Bode de Gd(s)G(s). subplot(2,1,1) % Subdivide a área para plotar o gráfico 1.
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semilogx(w,20*log10(mage(:,:))) % Plota a curva de magnitude. grid on % Ativa a grade para o gráfico de magnitude. axis([0.01,10,-80,20]); % Limita os eixos do gráfico de Bode. title('Magnitude da Resposta com Retardo') % Adiciona legenda % a resposta em magnitude. xlabel('Freqüência (rad/s)') % Rotula o eixo x da magnitude % da resposta. ylabel('20log M') % Rotula o eixo y eixo da magnitude. subplot(2,1,2) % Subdivide a área do gráfico para o gráfico 2. semilogx(w,faseg(:,:),w,fased(:,:),w,fasee(:,:))% Plota as % curvas de fase de G(s), % Gd(s), e G(s)Gd(s) em um único gráfico. grid on % Ativa a grade para o gráfico de fase. axis([0.01,10,-900,0]); % Limita os eixos do gráfico de Bode. title('Resposta de Fase com Retardo') % Adiciona legenda à % curva de fase. xlabel('Freqüência (rad/s)') % Rotula o eixo x da % resposta de fase. ylabel('Fase (graus)') % Rotula o eixo y eixo da % resposta de fase. text(1.5,-50,'Retardo') % Gera dístico para identificar % a curva de retardo. text(4,-150,'Sistema') % Gera dístico para identificar % a curva Sistema . text(2.7,-300,'Total') % Gera dístico para identificar % a curva Total. pause 4. Projeta a resposta transitória por meio de ajuste do ganho
Valor requerido: %U=9,5% clf % Apaga gráficos existentes na tela. numg=[100]; % Define o numerador de G(s). deng=poly([0 -36 -100]); % Define o denominador de G(s). G=tf(numg,deng) % Cria e mostra G(s). up=input('Digite %UP '); % Entre com o valor desejado % de ultrapassagem percentual. z=(-log(up/100))/(sqrt(pi^2+log(up/100)^2)); % Calcula a relação de % amortecimento necessária. Pm=atan(2*z/(sqrt(-2*z^2+sqrt(1+4*z^4))))*(180/pi); % Calcula a margem de fase necessária. w=0.01:0.01:1000; % Ajusta a faixa de freqüências de 0,01 a % 1000 em incrementos de 0,01. [M,P]=bode(G,w); % Coleta os dados de Bode.
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Ph=-180+Pm; % Calcula o ângulo de fase necessário. for k=1:1:length(P); % Busca nos dados de Bode o % ângulo de fase % necessário. if P(k)-Ph<=0; % Se o ângulo de fase requerido for encontrado, % obter o valor da M=M(k); % magnitude na mesma freqüência. 'Valor requerido de K' % Exibe título. K=1/M % Calcula o ganho requerido. break % Interrompe o laço. end % Fim de if. end % Fim de for. T=feedback(K*G,1); % Obtém T(s) usando o valor calculado de K. step(T) % Gera uma resposta ao degrau . title(['Resposta ao Degrau a Malha Fechada para K= ',num2str(K)]) % Adiciona legenda à resposta ao degrau. Pause 5. Plota o diagrama de Nyquist clf % Apaga gráficos existentes na tela. numg=[1 2]; % Define numerador de G(s). deng=[1 0 0]; % Define denominador de G(s). 'G(s)' % Exibe título. G=tf(numg,deng) % Cria e mostra G(s). grid on % Ativa a grade para o gráfico de Nyquist. nyquist(G) % Constrói o gráfico de Nyquist. title('Resposta de Freqüência a Malha Aberta') w=0:0.5:10; % Faz 0<w<10 em incrementos de 0,5. [re,im]=nyquist(G,w); % Obtém pontos do gráfico de Nyquist % uma faixa de valores de w. pontos=[re(:,:)',im(:,:)',w'] %Lista pontos especificados em %uma faixa de valores do gráfico de Nyquist. Pause 6. Determina a margem de ganho e de fase clf % Apaga gráficos existentes na tela. numg=6; % Define numerador de G(s). deng=conv([1 2],[1 2 2]); % Define denominador de G(s). 'G(s)' % Exibe título. G=tf(numg,deng) % Cria e mostra G(s). grid on % Ativa a grade para o gráfico de Nyquist. nyquist(G) % Constrói um diagrama de Nyquist. title('Resposta de Freqüência a Malha Aberta') % Adiciona uma legenda ao diagrama de Nyquist. [Gm,Pm,Wcg,Wcp]=margin(G);%Obtém as margens de ganho e de fase % e as freqüências correspondentes. 'Margem de Ganho(dB); Margem de Fase(graus); freqüência de 180 graus (rad/s);' 'freqüência de 0 dB (rad/s)' % Exibe título.
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margens=[20*log10(Gm),Pm,Wcg,Wcp] % Exibe os dados de margens. Pause 7. Calcula a faixa de ganho pelo diagrama de Nyquist clf % Apaga gráficos existentes na tela. numg=[1 2]; % Define numerador de G(s). deng=[1 0 0]; % Define denominador de G(s). 'G(s)' % Exibe título. G=tf(numg,deng) % Cria e mostra G(s). grid on % Ativa a grade para o gráfico de Nyquist. nyquist(G) % Constrói o gráfico de Nyquist. title('Resposta de Freqüência a Malha Aberta') % Adiciona uma legenda ao gráfico de Nyquist. w=0:0.5:10; % Faz 0<w<10 em incrementos de 0,5. [re,im]=nyquist(G,w);%Obtém pontos do gráfico de Nyquist para % uma faixa de valores de w. pontos=[re(:,:)',im(:,:)',w'] % Lista pontos especificados em %uma faixa de valores do gráfico de Nyquist. pause numg=1; % Define o numerador de G(s).
EXERCÍCIOS
4.1 - a) Determinar as expressões analíticas para magnitude e a fase da resposta em frequência de:
G (s) b)
1 (s 2)(s 4)
Construa os gráficos logarítmicos de magnitude e de fase usando o logaritmo da frequência em rad/s como abcissa.
4.2 - Construir os gráficos logarítmicos de magnitude e de fase de Bode da Figura abaixo onde: (s 20) G(s) (s 10)(s 7)(s 50)
4.3 - Para o sistema da Figura abaixo onde: G(s)
k (s 5)(s 20)(s 50)
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a) Desenhe os gráfico logarítmicos de Bode de módulo e fase; b) A partir do diagrama de Bode, encontre as faixas de valores de k para manter o sistema estável; c) Calcule a margem de ganho, a margem de fase, a frequência de zero dB e a fase de 180o a partir do diagrama de Bode para k=10.000. 4.4 -
Determinar a constante de erro estático para um sistema com retroação unitária, estável, cuja FT em malha aberta, tem o diagrama de módulo de Bode mostrado na Figura abaixo.
4.5 - Para o sistema da Figura abaixo, onde: G (s)
10 s(s 1)
Determine a margem de fase quando há um retardo no percurso direto de 0s, 3s e 7s. 4.6 - Estimar G(s) cujos gráficos de módulo e de fase, de Bode, são mostrados na Figura abaixo.
UNIDADE IV
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4.7 - Para o sistema com retroação unitária com a seguinte FT:
G (s)
k s(s 50)(s 120)
Use as técnicas de resposta em frequência (diagrama de Bode) para obter o ganho k para uma resposta ao degrau unitário com 20% de ultrapassagem. 4.8 Esboçar o diagrama de Nyquist para o sistema mostrado na Figura abaixo.
G (s )
1 (s 2)(s 4)
4.9 Para o sistema do exercício 4.8, onde:
G (s )
K (s 2)(s 4)(s 6)
a) Plote o diagrama de Nyquist; b) Determine a faixa de valores de ganho, K, para estabilidade. 4.10 Determinar a margem de ganho e a freqüência de 180 o do Exercício 4., para K=100. s 2 2s 1 4.11 Para o sistema com retroação unitária: G(s) 3 . Plote o s 0,2s 2 2s 1 diagrama de Nyquist e examine a estabilidade do sistema a malha fechada. 4.12 - Considere o sistema com retroação unitária, cuja FT de malha aberta é:
G (s)H(s)
ke Ts s(s 1)
Determine, em função do tempo morto T, o máximo valor de k para que haja estabilidade.
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